Ensinando Seu Cachorro
Ensinando Seu Cachorro
Ensinando Seu Cachorro
É o início da preparação do animal para o objetivo que se quer atingir. Nessa fase o
cão deverá entender que está sendo trabalhado e que deverá trabalhar com muita
disposição e obediência.
a) Material utilizado:
1. Guia: existem dois modelos: a longa que mede, aproximadamente 10 (dez) metros
e a curta 1,50 m ( um metro e cinqüenta centímetros). A guia se divide em Três
partes: alça, corpo e mosquetão.
2. Colar de espinhos: ajustáveis ao pescoço do animal. Pode ser usado com espinhos
para fora ou para dentro.NOTA: atualmente conforme normas adotadas pelas
Sociedades de Criadores de Cães Pastores Alemães do Brasil. É proibida a
utilização do colar de espinhos para dentro, ou seja, com os espinhos voltados para
o pescoço do animal. O mesmo só poderá ser utilizado, em casos em que o animal
for muito feroz e estiver fora de controle.
3. Enforcador: colar liso.
4. Rasqueadeira: utilizada para remoção dos pelos mortos. Deve ser usado pelo
menos duas vezes por semana.
5. Escova: ao mesmo tempo que limpa o pelo do cão, ativa a circulação sangüínea.
6. Peitoral: utilizado para cães de busca de rasteio e venteio.
7. Cambão: apetrecho para captura de animal agressivo, pode ser utilizado também
no adestramento durante a amizade com animal de temperamento forte.
b. Adestramento:
O adestramento básico, consiste dos seguintes exercícios:
I. Amizade com o cão
I. Exercício de junto
II. Exercício de senta
III. Exercício de parado
IV. Exercício de deita
V. Exercício de morto
VI. Exercício de vivo
VII. Exercício de fica
a. A amizade com o cão deve ser feita, quando o mesmo é ainda filhote ( na faixa de
três meses). Essa amizade deve ser feita, no sentido de aproximar o cão do seu
dono, e ou adestrador e afastar os possíveis inimigos.
b. Período muito importante precedente ao adestramento. Durante três semanas, o
adestrador deverá levar o cão para passeio, brincar com o mesmo e observar todos
os vícios e características do cão. É nessa fase que o adestrador procurara
descobrir e explorar as qualidades e defeitos apresentados pelo animal. O
adestrador deixará junto ao cão um objeto de uso pessoal(lenço, sapato) para que
o mesmo se familiarize com seus odores. Também através da amizade, o homem
irá obter a confiança do animal, assim como, o cão a do adestrador.
c. Aproveitando a vivacidade do filhote, pode se começar a estimula-ló com ordens
que antecipem os comandos a serem aprendidos no futuro, tais como: SENTA,
ATENÇÃO, MUITO BEM, AQUI, NÃO, PEGA. Um bom exercício para ser feito
nesse período e alertá-lo toda vez que se aproximar um estranho, com o comando
de atenção.
d. Durante a amizade iremos começar a colocação do colar no pescoço do animal.
DESENVOLVIMENTO:
a. Passamos a guia em torno do seu pescoço, viramos os espinhos para fora e
enfiamos pela cabeça do animal.(Quando conhecemos a índole do animal e
sabemos que o mesmo não tentará morder o adestrador).
b. Da mesma maneira que o anterior, vamos passar a guia em trono do pescoço do
cão, soltamos um dos elos de espinhos, abrindo totalmente o colar e colocamos o
mesmo em volta do pescoço do animal. (Não conhecemos o animal). Se o animal
mostra-se inquieto é porque não está acostumado a Ter objetos estranhos em
torno de seu pescoço. Para evitar isso deixamos o colar a ser utilizado com o cão
par o mesmo brinque com o colar e se familiarize com o mesmo. Colocamos o
colar no pescoço do animal e vamos assim acostumando-o a essa sensação de
enforcamento, provocado pelo colar. Quando já se nota uma perfeita aceitação do
animal, estaremos então prontos para sairmos com o cão preso a guia. Nunca se
deve obrigar o cão a andar, se notarmos que o mesmo está aflito por causa do
colar.
A esta altura, a importância de chamar o cão pelo nome já é indiscutível. Por isso, seu
nome tem o mesmo peso de um comando.
Fazer com que ele esteja imediatamente atento assim que o dono chamá-lo com voz
firme e forte, já é meio passo dado para que ele obedeça com sucesso. Depois de
prender sua atenção chamando pelo nome, pare diante dele para ensiná-lo a sentar.
Suspenda suavemente a guia ao mesmo tempo em que diz SENTA ou SIT e
pressione a garupa dele para baixo, com os dedos polegar e indicador em forma de
pinça. São três movimentos simultâneos: SENTA ou SIT, tranquinho da guia para
cima e pressão em sua garupa par abaixo, chegará o momento em que não será
preciso pressionar a garupa do cão (e ele mesmo avisará quando estiver pronto). A
partir daí, fique diante do cão, suspenda a guia e movimente a mão direita de trás
para frente, como se fosse uma raquete. O movimento deve iniciar ao lado do corpo e
terminar acima dos olhos do cão. Enquanto durar o movimento, pronuncie SENTA.
Assim que ele senta, de o comando FICA e afaste-se dele. Depois de alguns
segundos, vá até o cão e acaricie-o a fim de incentivá-lo a acertar o comando sempre.
E muito provável que ele tente levantar, mas se ele fizer isso, você deve dizer NÃO,
imediatamente e FICA, mesmo que tenha que voltar e começar o exercício novamente
não concorde com o erro dele, nunca.
No início, não se afaste muito, dê apenas alguns passinhos para trás e elogio-o em
seguida, para que ele vá se acostumando com sua distância. Com alguns exercícios,
a guia não será necessário para fazer sentar.
V. EXERCÍCIO DE DEITA
Essa posição em que o animal permanece deitado sobre suas quatros patas, (posição
esfinge). Partindo-se da posição de SIT ou SENTA, o adestrador coloca-se à frente do
animal, levanta e puxa suas patas dianteiras até que ele fique deitado, pronunciado
sempre a palavra DAWN ou DEITA. Partindo ainda da posição de SIT ou SENTA, o
adestrador segura com a mão esquerda próximo ao colar e pressionando
continuamente para frente e para baixo, conduzirá o cão em direção ao solo, até que
o mesmo fique deitado sobre as quatro patas, sempre pronunciando a palavra DEITA.
Quando o cão ficar na posição desejada, sem oferecer resistência deverá ser elogiado
e agradado pelo adestrador.
Esse exercício deve-se repetir até o cão aprender perfeitamente o comando. Logo que
o cão o realize por sinais deve o guia colocar-se à frente do cão e ao mesmo tempo
que lhe ordena DEITA, moverá energicamente a mão para baixo. Tão logo o cão se
encontre corretamente deitado, o adestrador segurando a ponta da guia, dá pequenas
voltas ao redor do animal, chegando mesmo a pular por cima de seu dorso, repetindo
a ordem DEITA. Não se deve permitir que o animal acompanhe com as vistas o
adestrador, durante essa pequenas voltas ou mudanças de posição. Não é
conveniente, por cansar o animal, obrigar o cão a permanecer muito tempo nessa
posição.
Esse movimento é aquele em que o cão deverá fingir-se de morto. Para conseguir
esse movimento, devemos ficar de cócoras ao lado do cão, o qual encontra-se na
posição DEITA, como a mão direita segurar a guia e a mão esquerda deverá ser
colocada no vazio do cão, forçando-o para a esquerda até que ele fique complemente
estendido no solo. Em seguida o adestrador deverá levantar-se sempre pronunciando
a palavra MORTO, fazendo com que o animal finja-se de morto por alguns segundos.
Com o cão na posição de Morto, iremos para a frente do mesmo, com a mão
esquerda seguramos a guia e daremos um ligeiro, tirão para cima na guia e
pronunciamos a palavra VIVO o cão deverá imediatamente ficar em pé na posição de
PARADO. Repetimos esse exercício tantas vezes quantas forem necessárias, até que
o animal passe a obedecer o adestrador por um simples gesto ou comando.
Este tipo de adestramento só deverá ser iniciado após o cão estiver adestrado no
adestramento básico, tendo em vista que a execução dos exercícios de adestramento
secundário dependerão dos exercícios de adestramento básico:
Neste exercício o cão deverá rastejar. Este procedimento é muito útil na vida Policial
Militar quando houver necessidade de nos aproximarmos de um local sem sermos
percebidos.
Estando o cão na posição de DAWN ou DEITA, se lhe puxará com suavidade a guia
para frente e para baixo, dizendo-lhes as palavras DAWN FOR, até que o mesmo
comece adiantar-se arrastando-se. A cada movimento efetuado pelo cão, por menor
que seja, o guia o afagará carinhosamente, dizendo-lhe MUITO BEM, porém sem
afrouxar a guia para que o cão não se levante.
De nenhum modo se deve pensar que este exercício carece de importância, pois na
prática é o saldado (adestrador) que deve arrastar-se ao solo ao lado do cão, em caso
de emergência ou quando deva acercar-se de um ligar onde se encontram elementos
suspeitos.
Quando o cão estiver afastado de seu adestrador e este quiser chama-lo, o comando
a ser empregado deverá ser AQUI. Ao mesmo tempo em que o adestrador comandar
AQUI, deverá apontar o dedo indicador da mão direita na direção do nariz do animal
até o cão á sua frente, puxando-o pela alça da guia. Recebendo este comando o cão
deverá aproximar-se até a frente do adestrador permanecendo na posição de SIT ou
SENTA. Se este não fizer, comandaremos SIT ou SENTA até que se possa suprimir
este comando.
Para este exercício o adestrador deverá ficar de frente voltada para o cão e com suas
pernas afastadas
Para o soldado da Polícia Militar que faz patrulhamento com seu cão, é de
fundamental importância que seu acompanhante (cão) vá de vez em quando adiante
do adestrador, sobretudo quando o local patrulhado é de má reputação, ou estradas
solitárias, ou em altas horas da noite ou ainda zonas desconhecidas pelo Policial e
que poderão ser explorados pelo cão.
O cão que possui audição e olfato bem apurados, não perderá nenhum ruído estranho
e perceberá o perigo muito antes de seu guia e avisará com latidos e grunhidos,
quando encontrar alguns pessoa ou objetos suspeitos, evitando assim, que o soldado
(adestrador) seja surpreendido. Para ensinar um cão a IR EM FRENTE, já que até
agora foi ensinado a caminhar ao lado esquerdo de seu adestrador, se escolhe um
local solitário onde nada atraí a atenção do animal.
Caminhando por um campo aberto, se obrigará que o cão busque em direção aos dois
lados do guia, exercício este adicional, que se obtém facilmente. Ao caminhar o
adestrador para o lado oposto da direção que tenha tomado o cão, obrigará que este
também o siga neste sentido e assim o adestrador marchará (caminhará) da esquerda
para direita e vice-versa, até que o cão tenha aprendido a trançar em maior ou menor
distância num amplo ziguezague na frente de seu guia.
Tão logo o cão execute este exercício, de dia, devemos repeti-lo a noite em lugares
diferentes.
Podemos ainda utilizar para o treinamento deste exercício uma haste, na qual
adaptamos uma roldana e uma guia (corda fina de nylon) de tamanho longo. Podemos
ainda contar com o auxílio de um ajudante que permanecerá escondido em um local
qualquer, também de posse de uma guia longa que ataremos no pescoço do cão.
Nesta duas hipóteses, caso o cão rejeite ou vacile em executar, o exercício. O
condutor e o ajudante darão pequenos tirões na guia e ao mesmo tempo o adestrador
dará o comando de VAI EM FRENTE, e os respectivos elogios ao animal.
Podemos ainda, para ensinar este exercício, utilizarmos duas guias longas que
estarão atadas ao colar do pescoço do animal. Adestrador e cão na posição de
JUNTO, uma guia em cada mão, vamos dando pequenos tirões para trás ao mesmo
tempo que se repete continuamente a palavra RECUA ou PARA TRÁS.
Se o cão procurar desviar-se devemos a princípio utilizar uma parede a qual deverá
estar a esquerda do animal. Se o cão negar-se a caminhar para trás podemos pisar
suavemente em suas patas dianteiras sem machuca-lo pois o animal para evitar que o
pisemos retrocederá.
Logo o cão mantenha durante algum tempo o objeto na boca, o adestrador ordenará
para que o mesmo solte, dizendo-lhe AUSS ou LARGA, ou SOLTE ou ainda TIRA,
enquanto tiramos o objeto da boca do cão com suaves puxadas. Sempre repetindo os
comandos. Efetuada esta parte do exercício, premiaremos o cão de imediato com
palavras de carinho, ao mesmo tempo em que o afagamos.
Tão logo isto aconteça elogiar-se-á efusivamente o cão demostrando que ele
proporcionou-lhe a liberdade, exclusivamente do animal.