A Presença Indígena Na Formação Do Brasil.
A Presença Indígena Na Formação Do Brasil.
A Presença Indígena Na Formação Do Brasil.
O REGIME TUTELAR
RESUMO DA OBRA:
Os positivistas ortodoxos, envolvidos nos debates públicos sobre as várias frentes de
institucionalização da República, participaram ativamente da polêmica relativa à
capacidade (ou não) de evolução dos povos indígenas que, a partir de 1908,
fundamentou a discussão dos projetos indigenistas no Brasil regimentos do SPI (1910,
1911, 1936, 1942, 1943, 1945 e outros) estavam assim voltados para o controle dos
processos econômicos dirigidos aos índios, estabelecendo uma tipologia que permitisse
disciplinar as atividades a serem desenvolvidas nas áreas.
Algumas contradições básicas existiram no âmbito do SPI: enquanto se propunha a
respeitar as terras e a cultura indígena, agia trans115 ferindo índios e liberando
territórios indígenas para colonização, ao mesmo tempo em que reprimia práticas
tradicionais e impunha uma pedagogia que alterava o sistema produtivo indígena.
É no entrecruzamento dessas causas e motivações que deve ser buscada a chave para a
compreensão do indigenismo brasileiro, um regime tutelar estabelecido para as
populações autóctones que foi hegemônico de 1910 até a Constituição de 1988,
perdurando em certa medida até os dias atuais em decorrência da força de inércia dos
aparelhos de poder e cessão gratuita para o domínio da União das terras devolutas
pertencentes aos Estados, que se acharem ocupadas pelos índios, bem como a das terras
das extintas aldeias, que forem transferidas às antigas Províncias pela lei de 20 de
outubro de 1887 (Oliveira, 1947:133).
A presença indígena era julgada como algo transitório e os procedimentos pedagógicos
para que isso ocorresse seriam desenvolvidos no âmbito dos postos indígenas, no
aprendizado escolar formal nas escolas dos postos, ou através do ensino prático nas
oficinas mecânicas
(casa de farinha, engenho de cana, etc.) instaladas nos postos indígenas. Com base nos
processos de criação de terras indígenas existentes na Diretoria Fundiária da FUNAI, foi
possível realizar um levantamento das áreas regularizadas pelo antigo SPI, que se
encontram no quadro abaixo, distribuídas por regiões administrativas, perfazendo um
total de 54 reservas, abrangendo 298.595ha.
Em 1924, na inspetoria do Amazonas, o inspetor Bento Martins Pereira de Lemos já
havia medido, demarcado e garantido, com o governo estadual, a legalização de 10
posses indígenas (Freire, 2005). Lemos preparava-se, ainda naquele ano, para garantir
mais de 100 posses indígenas em sete municípios do Amazonas, todas de tamanho
variado, identificadas como lotes familiares e assim registradas. No final da década de
40, ele foi contra o acordo do SPI com o governo do Paraná, propondo o fracionamento
das terras indígenas em lotes familiares. Segundo Rondon,
A conquista dos povos indígenas do Brasil na época colonial contou com um recurso
pouco empregado por povos conquistadores: a disseminação de doenças e a ocorrência
de epidemias para as quais os povos em guerra ou dominados tinham baixa imunidade.
Ao causar mortalidade, o pós-contato iniciava o desequilíbrio das condições de
sobrevivência de um povo, que já enfrentava doenças endêmicas, como verminoses e
malárias: havia desnutrição, dificuldade de produção de alimentos, pioravam os cuidados
sanitários.As frentes de expansão econômica, os coletores de produtos diversos, enfim,
as pressões econômicas e ambientais junto aos povos indígenas que poderiam não ter suas
posses reconhecidas levaram fatalmente muitas famílias indígenas ao desespero
Era a realidade que se contrapunha ao SPI nos anos 60, uma vez que este órgão não
possuía servidores na área médico-sanitarista, mantendo alta a mortandade indígena no
pós-contato, como ocorreu com os índios Pakaa Nova (RO).No início do séc.
CRITICA DO RESENHISTA:
Na atualidade o Brasil compreende um território ao qual estão localizadas mais de
trezentas etnias indígenas, com uma gama sociocultural singular. A questão da presença
indígena não é recente, e por isso, fora tratada de diversificadas maneiras ao longo das
administrações governamentais desempenhadas pelos não indígenas durante estes cinco
séculos. O objetivo deste artigo é refletir sobre as políticas indigenistas adotadas ao longo
do processo histórico brasileiro. A metodologia utilizada é descritiva com o procedimento
metodológico de revisão de bibliografia. Como resultados constata-se que os indígenas
foram fundamentais no processo de colonização, mas que também foram vistos como
seres incivilizados aos quais deveriam ser tutelados pelo Estado. Outro desdobramento a
observar é que somente com a Constituição Federal de 1988 é reconhecida a presença
destes povos e permitido legalmente direitos básicos de viver sob sua ótica cultural
tradicional.
PUBLICO ALVO:
A obra tem como publico alvo os estudantes de licenciatura de diversas áreas e
profissionais da área de estudos indígenas assim como pesquisadores de outras áreas