Ficha de Consolidação de Contéudos
Ficha de Consolidação de Contéudos
Ficha de Consolidação de Contéudos
BIOLOGIA E GEOLOGIA
11.º ANO
Grupo I
Durante a maior parte da vida de uma célula, os mecanismos de reparação do DNA estão quase sempre
ativos, e atuam de forma rápida e precisa. Recentemente, foi possível compreender melhor um processo que
gerou curiosidade no último meio século: os mecanismos de reparação do DNA são desativados durante a
divisão celular, sabendo-se que durante a separação física dos cromossomas o DNA parece estar mais
vulnerável. Como explicar este aparente paradoxo?
Uma equipa de investigadores analisou a divisão das células de forma original: começou por estudar a
razão das proteínas de reparação não reconhecerem e atuarem em cromossomas durante a divisão celular, e
de seguida alterou essas proteínas de forma a que se tornassem efetivas nessa reparação. A observação dos
efeitos foi surpreendente: a reparação de erros em cromossomas durante a divisão celular levava a uma
divisão defeituosa, conduzindo à fusão de telómeros de diferentes cromossomas.
Apesar de os cientistas ainda não compreenderem completamente este processo, o conhecimento
científico sobre esta matéria conheceu um avanço significativo.
O termo telómero designa a extremidade de um cromossoma, constituída por sequências de DNA
não-codificante que protege o cromossoma e evita que estas estruturas se enrolem umas nas outras. A cada
divisão celular, o telómero encurta, o que ajuda a explicar o envelhecimento celular.
A atividade da telomerase, uma enzima presente por exemplo em células estaminais, previne o
encurtamento dos telómeros (figura 1).
Figura 1 – Mecanismo de atuação da telomerase.
Nas questões de escolha múltipla, selecione a opção que completa corretamente as afirmações.
5. O telómero é constituído por uma sequência repetitiva de segmentos _________, sendo _________ a
sequência complementar de RNA da polimerase.
(A) 5´- GTTAGG - 3´ (...) 3´ - CAAUCC - 5´
(B) 3´ - GTTAGG - 5´ (...) 5´ - CAAUCC - 3´
(C) 3´ - CAAUCC - 5´ (...) 5´- GTTAGG - 3´
(D) 5´ - CAAUCC - 3´ (...) 3´ - GTTAGG - 5´
7. A especialização celular
(A) é responsável pela inativação de genes, um processo irreversível.
(B) não é observada em células adultas, pois a ativação e a inativação de genes são definitivas.
(C) é consequência da ativação de um conjunto específico de genes.
(D) apenas inativa determinados genes de células em divisão.
9. Algumas drogas utilizadas em terapias, como a quimioterapia, atuam inibindo a divisão celular. Várias
equipas investigam atualmente formas de aumentar a eficácia destas substâncias.
Explique em que medida a descoberta descrita no documento relativa aos mecanismos de reparação do
DNA pode ser aplicada a nível terapêutico
10. O encurtamento dos telómeros poderá constituir um sinal relativo ao número de divisões celulares que
poderão ocorrer até começarem a ser eliminados segmentos importantes de DNA.
Explique a importância destes mecanismos de sinalização, juntamente com a apoptose – morte celular
programada – para a manutenção de um normal funcionamento do organismo
Grupo II
Na maioria das plantas com reprodução sexuada verifica-se a união de um gâmeta feminino com um
gâmeta masculino. Neste processo, são fundamentais os processos de meiose e de fecundação.
Em diversas espécies de plantas, porém, a meiose e a fecundação não estão envolvidas na formação da
semente, sendo esta formada por um processo designado apomixia. Assim, enquanto que o embrião zigótico
resulta da fusão de gâmetas, o embrião apomítico resulta diretamente de células do tecido do óvulo materno.
A apomixia é um fenómeno relativamente comum nas plantas, tendo sido já identificado em cerca de
300 espécies. Pode ser do tipo esporofítica ou gametofítica: na primeira, o embrião é formado diretamente de
uma célula somática do óvulo; na segunda, ocorre a formação de células que dão origem aos gâmetas
femininos com ploidia1 não reduzida, ao contrário do que ocorre nos gâmetas de origem sexual.
A semente é constituída pelo embrião e pelo endosperma, o tecido responsável pela nutrição daquele e
que resulta da união de dois núcleos femininos com um núcleo do grão de pólen, todos haploides. Algumas
espécies apomíticas não necessitam da polinização para formação de uma semente viável (que implica a
presença de endosperma), processo denominado apomixia autónoma. Por outro lado, algumas espécies
apomíticas dependem da polinização para que ocorra formação do endosperma e consequente produção de
sementes viáveis (apomixia pseudogâmica). Nestas espécies, a célula que dará origem ao embrião desenvolve-
-se por partenogénese.
Existem plantas apomíticas obrigatórias, em que a reprodução sexuada não se verifica, e plantas apomíticas
facultativas, em que se formam, na mesma planta, sementes de origem zigótica e sementes de origem
apomítica; desta forma, a descendência das últimas é constituída por uma população variável de plantas. Em
espécies apomíticas obrigatórias a variabilidade da espécie está limitada à ocorrência espontânea de
mutações.
Baseado em Cruz, R. Federizzi, L., Milach, S. (1998). A apomixia no melhoramento de plantas, Cienc. Rural vol. 28 n.1
7. A apomixia proporciona uma oportunidade única de clonagem de plantas através de sementes e, por
isso, tem um importante papel como ferramenta no melhoramento de espécies de interesse comercial.
Enumere uma vantagem e uma desvantagem da apomoxia na propagação de espécies de interesse
comercial, de acordo com os dados fornecidos.
8. A multiplicação vegetativa artificial de plantas é, há muito, utilizada no setor agroflorestal com o objetivo
de obter indivíduos com características desejáveis. Uma dessas técnicas é a estacaria, em que fragmentos da
planta no solo (estaca) originam novas plantas.
Relacione a multiplicação vegetativa das plantas com a existência de meristemas (tecidos com células
indiferenciadas) em plantas adultas.
Grupo III
1trissomia - estado ou condição genética em que existe um cromossoma a mais num par de homólogos.
2 monossomia - anomalia cromossómica caracterizada pela existência de apenas um cromossoma de um
determinado par de homólogos.
Mutações
Infértil
Fértil
Espermatozoides com anomalias
Fértil
Fértil
Infértil
Poucos espermatozoides com mobilidade
Fértil
Figura 2 Algumas mutações em genes codificantes de proteínas associadas à meiose: as linhas sólidas a preto
identificam fases comuns à meiose entre machos e fêmeas; as linhas a vermelho representam as fêmeas e as linhas a
azul os machos. As barras verticais indicam suspensão da meiose e as linhas a tracejado representam a sobrevivência
de uma percentagem das células.
Baseado em Hunt, P., Hassold, T. (2002) Sex Matters in Meiosis, Science
Nas questões de 1. a 6., selecione a opção que completa corretamente as afirmações.
2. O que distingue uma célula somática de uma célula sexual, no organismo humano, é a presença,
(A) na segunda, de dois conjuntos de cromossomas homólogos.
(B) na primeira, de cromossomas sexuais.
(C) na primeira, de dois conjuntos de cromossomas homólogos.
(D) na segunda, de cromossomas sexuais.
4. No ser humano, até _______ dos fetos apresenta anomalias cromossómicas, sendo estas mais
comuns nos _______.
(A) um quarto (...) gâmetas femininos
(B) um quinto (...) gâmetas masculinos
(C) um quinto (...) gâmetas femininos
(D) um quarto (...) gâmetas masculinos
a) b) c)
1. erros em anafase I e/ou
1. monossomias 1. letais
anafase II
2. paragem da divisão em
2. trissomias 2. nulas
G0
3. formação de sinapses
3. mutações 3. génicas
em profase II
d) e)
1. letais 1. novidade
2. nulas 2. variabilidade
3. génicas 3. anomalia
A evolução é a essência da Sistemática, pois procura representar as relações evolutivas entre os seres
classificados mas também porque as próprias classificações acompanham as mudanças ao nível dos
conhecimentos sobre a evolução das espécies. Ao longo da história, as mudanças mais significativas têm
ocorrido na classificação dos organismos mais simples.
As primeiras classificações de caráter científico separavam seres vivos fixos e autotróficos de seres vivos
móveis e que ingerem outros seres.
Ernst Haeckel foi dos primeiros evolucionistas a propor a criação de um terceiro grupo, em que seriam
incluídos seres unicelulares ou que formam colónias simples, sem verdadeira diferenciação celular. Estes
seres vivos foram inicialmente divididos de forma arbitrária em “semelhantes a animais” e “semelhantes a
plantas”. O resultado causou sempre algum desconforto, ainda que a divisão de seres vivos pelo reino
animal e reino vegetal fosse aceite, de forma generalizada. No grupo proposto por Haeckel, procurou-se
criar uma classificação que evidenciasse relações evolutivas, embora a interpretação filogenética nestes
seres vivos seja difícil: os critérios mais comuns são morfológicos, fisiológicos, ultraestruturais e
bioquímicos, sendo as características genéticas cada vez mais utilizadas.
Haeckel reconheceu, nesse grande grupo, um conjunto de organismos sem núcleo organizado, as
bactérias e algas azuis, ou cianobactérias. Mais tarde, Copeland propôs uma organização em quatro reinos,
criando um reino para seres sem núcleo organizado. O sistema mais utilizado atualmente foi proposto por
Whittaker em 1969 reformulado pelo próprio (em 1978).
Baseado em Whittaker, R.H., Margulis , L. (1978) Protist classification and the kingdoms of organisms. Biosystems, vol. 10, 3-18
6. Uma das diferenças entre os fungos e os animais diz respeito ______, sendo os ______ considerados
microconsumidores nos ecossistemas.
(A) ao modo de nutrição (...) segundos
(B) aos organelos presentes nas células (...) primeiros
(C) ao modo de nutrição (...) primeiros
(D) aos organelos presentes nas células (...) segundos
A taxonomia é a ciência de classificação dos organismos. A taxonomia de bactérias consiste em três áreas
separadas, mas que se relacionam: a classificação, ou organização dos organismos em grupos; a nomenclatura,
a atribuição de nomes aos grupos formados, de acordo com regras internacionais; e a identificação, o uso dos
sistemas de classificação para determinar a identidade de um indivíduo como membro de um grupo existente
ou como uma nova espécie.
Até ao momento, foram identificadas cerca de 4000 espécies de bactérias, mas o número real deverá ser
superior em várias dezenas de milhar.
Para a correta classificação e identificação de bactérias é fundamental o conhecimento sobre as suas
características morfológicas, bioquímicas, fisiológicas e genéticas.
São considerados vários níveis na classificação de bactérias: o nível hierarquicamente mais elevado é o
Domínio, sendo que todos os seres procarióticos são incluídos num de dois Domínios – Archaea e Bacteria.
Atualmente, não são utilizadas as categorias taxonómicas Reino ou Divisão na classificação de organismos do
grupo Bacteria.
O nível básico e mais importante na classificação de bactérias é a espécie, um conceito que, no caso destes
seres vivos, é menos definitivo do que para organismos mais complexos: os critérios relacionados com
reprodução sexuada não são utilizados, uma vez que são raras as espécies de bactérias que evidenciam
conjugação, processo em que ocorre a transferência de material genético; da mesma forma, as características
morfológicas por si são pouco úteis devido à relativa simplicidade morfológica da maioria destes seres.
Domínio Bacteria
Filo Proteobacteria
Classe Alphaproteobacteria
Ordem Legionellales
Família Legionellaceae
Género Legionella
Baseado em Brenner, D. J. et al. (2015) Classification of Procaryotic Organisms and the Concept of
Bacterial Speciation. Bergey’s Manual of Systematics of Archaea and Bacteria
Nas questões de 1. a 4., selecione a opção que completa corretamente as afirmações.