Portão Das Rodas Das Almas
Portão Das Rodas Das Almas
Portão Das Rodas Das Almas
É sabido, que a sabedoria da Cabalá foi recebida por Moshe Rabeinu como parte da Torá
no Monte Sinai, e foi entregue por via oral, de professor para aluno sob rigoroso critério.
Durante a época do Segundo Templo, Rabi Shimon bar Yochai, uma dessas almas únicas,
recebeu a sabedoria da Cabalá e vestiu esta sabedoria na forma escrita, em um livro
Sagrado, chamado Zohar.
Ao fazê-lo, ele puxou a luz da Cabalá para o mundo que vivemos, quebrando por assim
dizer, um muro quase intransponível de “ocultação”.
Mas foi no século XVI, que o Arizal,[O Sagrado Rabino Yitschac Luria] outra alma única,
introduziu um sistema totalmente novo de compreensão do Zohar, que “sistematiza” a
Cabalá ainda mais, tornando-o amplamente acessível a humanidade. O Arizal ficou
conhecido como o maior cabalista desde os dias de Rabi Shimon bar Yochai.
O Ari transbordava de Torá. Ele era completamente versado em Tanach, Mishná, Talmud,
Pilpul, Midrash, Agadá, Maassê Bereshit e Maassê Merkavá. Era especialista na linguagem
das árvores, das aves, e na fala dos anjos. Podia ler os rostos da maneira delineada no
Zohar (2:74b).
Ele podia discernir tudo que qualquer indivíduo tinha feito, e podia ver o que faria no
futuro. Podia ler o pensamento das pessoas, antes mesmo que o pensamento lhe entrasse
na mente. Ele conhecia os eventos futuros, sabia tudo que estava acontecendo aqui na
terra, e o que era decretado no céu. Ele conhecia os mistérios do Gilgul [reencarnação],
quem tinha nascido previamente, e quem estava aqui pela primeira vez. Ele podia olhar
para alguém e dizer-lhe como ele estava conectado a D’us, e como estava relacionado a
Adam. Podia ler coisas assombrosas [sobre as pessoas] à luz de uma vela ou na chama de
uma fogueira. Com os olhos ele perscrutava e podia ver as almas dos justos, tanto aqueles
que tinham morrido recentemente quanto os que tinham vivido nos tempos antigos. Com
estes ele estudou os verdadeiros mistérios. Pelo odor de uma pessoa ele podia dizer tudo
que ela tinha feito, uma habilidade que o Zohar atribui à sagrada Yenuka [criança]
(3:188a).
Era como se todos estes mistérios estivessem concentrados dentro dele, esperando para ser
ativados sempre que ele quisesse. Ele não precisava isolar-se para fazê-los aflorar. Tudo
isso vimos com nossos próprios olhos. Estas não são coisas que ouvimos de outros. Eram
coisas maravilhosas que ainda não tinham sido vistas na terra desde a época de Rabi
Shimon bar Yochai.
Nada disso era conseguido por meio de magia, D’us não o permita. Há uma forte proibição
contra estas artes. Em vez disso, tudo vinha automaticamente, como resultado de sua
santidade e ascetismo, após muitos anos de estudo dos textos cabalistas antigos e novos.
Ele então intensificou sua piedade, ascetismo, pureza e santidade, até que atingiu um nível
no qual Eliyahu constantemente se revelava a ele, falando-lhe “boca a boca”, ensinando-lhe
estes mistérios. Isso é o que acontecia a Raavad, como declara Recanati.
Embora a profecia completa não exista mais, Ruach HaKodesh ainda está aqui,
manifestada através de Eliyahu. É como se Eliyahu HaNavi ensinasse seus alunos,
comentando o versículo “Devora era uma profetisa” (Shofetim 4:4). “Eu chamo céu e terra
como testemunhas, que qualquer indivíduo, homem ou mulher, judeu ou gentio, livre ou
escravo, pode ter Ruach HaKodesh concedido sobre ele. Tudo depende de suas ações”
(Rabi Chayim Vital, introdução a Sha’ar HaKdamot, impresso no início de todas as edições
de Etz Chayim).
O trabalho, “Sha’ar HaGilgulim”, é o oitavo portão e, como o título revela, fala sobre o
conceito da Torah sobre reencarnação. Baseado primeiramente no Zohar na Parashat
Mishpatim onde gilgulim é discutido, este conceito é abordado amplamente nos escritos
do mestre Kabbalista, Rabbi Yitzchak Luria, zt”l (1534-1572), também conhecido como o
“Arizal“. O livro foi registrado pelo seu principal discípulo, Rabbi Chaim Vital, zt”l, e
alterado pelo Rabbi Shmuel Vital, seu filho.
Assim como princípios a respeito da correção pessoal e reencarnação, este trabalho revela
as raízes espirituais de muitos dos grandes estudiosos da Torah do passado. Além disso,
muitas vezes fornece informações vitais sobre o futuro em termos de ajudá-lo a entender
os desafios esperados ao longo da história e em particular no “Fim dos Dias”.
O livro está escrito completamente em hebraico, traduzido ao inglês pelo Rabbi Yitzchak
Bar Chaim, e agora, pela primeira vez, em português. O dividimos os 42 capítulos (no
original é chamado: hakdomot - “Introduções”) em um número de seções. Os primeiros
onze capítulos foram editados e anotados pelo Rabbi Shabtai Teicher de abençoada
memória, um estudioso respeitoso da Kabbalah do Ari em Jerusalém. Os capítulos 12-36
foram editados e anotados pelo Rabbi Perets Auerbach, também conhecido professor de
Zohar e do Ari, também em Jerusalém.
O Ari viu no método das meditações nos Yichudim o mais importante para se atingir a
verdadeira iluminação e esclarecimento. Embora existam outros métodos, o único
mencionado no Zohar - ainda que unicamente por alusão – foi o dos Yichudim,
considerado o mais puro e efetivo de todos.
Enquanto outros sistemas meditativos envolviam a pronúncia de Nomes Divinos, o
sistema dos Yichudim era completamente mental e, portanto, não envolvia os perigos
inerentes à pronúncia real dos nomes.
Dos “Oito Portões”, é o sétimo que trata sobre o sistema de Yichudim do Ari. Ele é
chamado de Sha’ar Ruach HaKodesh (“Portão da Inspiração Divina”). Inspiração Divina é
um termo geral para iluminação, esclarecimento e inspiração, neste volume são descritos
os métodos para atingí-lo.
1.1. Nomes da Alma
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De cima para baixo elas são Nefesh, Ruach, Neshama, Chaya e Yechida.
Traduzindo:
Yechida Simples
Chaya Vida (Força)
Neshama Respiração
Ruach Vento
Nefesh (o que fica quando) Descansamos
Cada um destes níveis representam diferentes níveis de luzes que originam-se do Ein Sof, a
Luz Infinita emanada do Criador. No nível de Yechida, a Luz é ainda muito sublime e
unificada; no nível de Chaya, é um pouco menos, mas é considerada como ser a força de
vida de tudo que vem depois dela. “Neshama” é derivado da palavra “neshima“, que
significa respiração, pois este nível de alma é considerado como o sopro da boca do
Criador, por assim dizer. Ruach é a luz da alma quando deixa o estágio de Neshama, como
o sopro saindo da boca da pessoa. A luz da alma que fica quando descansamos, ou
dormimos, é chamada de Nefesh, que está no sangue dos seres humanos físicos, e
portanto, atua como uma interface entre o espiritual e o físico.
Em outras palavras, “carne humana” implica que o sangue pertence ao homem, mas não é
o homem em si. “Carne humana” é apenas o sangue e a veste exterior; não é o verdadeiro
homem. Este é, portanto, indigno de ser ungido.
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Um conceito muito importante é implicado pelo nosso texto aqui. Mesmo que o corpo
físico de uma pessoa seja minúsculo comparado ao mundo físico, sua alma espiritual se
estende por todos os cincomundos espirituais que emanam de Ein Sof. Já que não há uma
correlação direta e automática entre os níveis de alma e os cinco mundos, as ações
humanas, além de ter impacto em sua alma, tem um impacto direto nos mundos
espirituais correspondentes. Quando uma pessoa realiza atos de justiça, ela unifica os
níveis de sua alma, e ainda, os quatro mundos também; o oposto é verdade se uma pessoa
realiza ações negativas, através do seu egoísmo. Por isso, as ações das pessoas fazem o
mundo “subir” ou “descer” espiritualmente, todos os seus atos tem um reflexo no mundo
inteiro!
. “ ‘ ,
Não se adquire todos eles [todos os níveis de alma] de uma vez, mas de acordo
com o seu merecimento. Primeiro, adquire o menor deles, que é chamado
de “Nefesh”. Depois, se merecer, também pode atingir “Ruach”. Isto é
explicado em várias partes do Zohar, tal como na parashat Vayechi, e
na parashat Teruma, e especificamente no início da parashat
Mishpatim (Zohar 94b): “Venha e veja, quando uma pessoa nasce, ela
recebeNefesh…”
Embora uma pessoa comece sua vida somente com uma Nefesh, ela tem o potencial de
ascender a níveis mais elevados de alma, de acordo com seu mérito (como elucidado
abaixo).
Vimos no final da seção anterior que a abreviação para todos os cinco níveis de alma
é NRNCh”Y. Uma vez que os níveis mais elevados de Chaya e Yechida são inacessíveis
agora, eles são várias vezes ignorados, e a forma curta é ainda mais abreviada para NR”N.
Longe da história e distantes do Monte Sinai como nós estamos, a maioria das pessoas só
tem acesso ao nível de alma Nefesh, que é o motivo de ser tão difícil se relacionar com D-us
e com a espiritualidade.
No entanto, mesmo esta Nefesh tem muitos níveis, e isto é porque Asiya em si
também é dividida em cinco Partzufim, chamados: Arich Anpin, Abba, Imma,
Zeir Anpin e Nukva d’Zeir Anpin.
Em geral, há dez sefirot: keter, chochma, bina, chesed, gevura, tiferet, netzach, hod,
yesod e malchut. No entanto, cada uma é uma versão localizada do sistema inteiro. Em
outras palavras, é possível discernir dentro de cada uma delas dez sefirot componentes, e
em cada uma delas outras dez, etc. (Isto pode ser comparado com uma fotografia tirada
com um holograma, onde qualquer detalhe pode ser ampliado para revelar todas as
informações básicas que estão contidas em toda a fotografia. Todas as informações básicas
do todo está contida nos detalhes; e os detalhes contém todas as informações básicas
encontradas no todo).
Cada partzuf tem um nome único, e eles correspondem aos nomes das sefirot, os nomes da
alma e os nomes dos mundos, como discutido anteriormente (Capítulo 1, Seção 1).
No entanto, mesmo esta Nefesh tem muitos níveis, e isto é porque Asiya em si também é
dividida em cinco Partzufim, chamados: Arich Anpin, Abba, Imma, Zeir Anpin e Nukva
d’Zeir Anpin.
Deve ser notado que as sefirot de acordo com os nomes dos parzufim se assemelham a
uma árvore genealógica de três gerações: avô, pais, filhos e sua noiva.
Isto é, ela precisa primeiro dominar a Nefesh de sua Nefesh, então a Ruach de
sua Nefesh, a Neshama de sua Nefesh, e assim por diante. Uma vez que
atingiu a Yechida de sua Nefesh, então todo o nível de Nefesh é dito ser “seu”,
e, ela está pronta para trabalhar na aquisição dos níveis de Ruach.
Nem todas as almas tem raiz no mesmo nível. No entanto, apesar do nível da raiz de uma
alma, uma pessoa ainda é responsável em corrigir todas as camadas dentro do nível do
mundo que ela é conectada. Isto inclui aqueles níveis dentro do mesmo mundo, mesmo os
abaixo da sua raiz, assim como os acima dela. Nenhuma pessoa pode começar a corrigir o
próximo nível da alma aplicável ao próximo mundo até que ela tenha corrigido todos os
níveis inferiores do mundo em que ela está enraizada. Então, poderá iniciar o trabalho
em Ruach de Yetzira somente depois que sua Nefesh de Asiya seja completamente
corrigida.
É suficiente para ela corrigir somente o local particular em que sua raiz de
alma está fundamentada. Isto é, o nível em que sua Nefesh está enraizada.
Em vez disso, ela precisa corrigir [todas as partes de cada nível] conforme
mencionamos, até que ela esteja apta [para receber a Nefesh] de todas de Asiya, e
então poderá atingir sua Ruach de Yetzira. É desta forma com todos os
mundos.
As 613 mitzvot correspondem aos vários membros e tendões que compõem um ser
humano cuja imagem representa a estrutura das sefirot no reino espiritual, no sentido
que partzuf se refere a toda a forma humana, cada partzuf consiste de 613 membros e
tendões. Então, a realização de mitzvot específicas traz a correção das partes
correspondentes do corpo humano e às seções correspondentes dos partzufim e
das sefirot.
O Talmud já ensinou que existem mitzvot que tem significado especial para pessoas
específicas. Isto é, uma mitzva é importante para uma pessoa em particular, e
outra mitzva é importante para uma segunda pessoa. No entanto, para avançar
espiritualmente cada pessoa precisa realizar todas as mitzvot que puder, e não se contentar
com a realização de uma das mitzvot que é importante para ela.
(1) Não é suficiente apenas corrigir o local específico ao qual sua alma está conectada. Em
vez disso, deve corrigir (todos os aspectos de cada nível) como mencionamos, até merecer
todos de Asiya, até o momento que atinja sua Ruach de Yetzira. É assim com todos os
mundos.
(2) Isto significa que uma pessoa deve envolver-se com (o estudo da Torah) e (o
cumprimento de Suas) mitzvot… Da mesma forma, se uma pessoa peca e mancha um local
específico em Asiya, mesmo que não seja o local ao qual sua Nefesh está conectada, ele
precisa corrigí-lo.
Se cometer um pecado que afeta parte da Asiya ao qual sua alma não é particularmente conectada,
ele é responsável em corrigir o defeito.
Mesmo que a Nefesh de uma pessoa venha de um local específico do mundo
de Asiya, ela ainda é responsável em adquirir todos os níveis de Asiya –
a Nefesh, Ruach, Neshama, Chaya e Yechida de Asiya - conforme
aprendemos no final da seção anterior. Da mesma forma, se ela cometer um
epcado que afeta uma parte de Asiya ao qual sua alma não é particularmente
conectada, é responsabilidade dela corrigir a mancha (defeito), já que é
experado que atinja este nível também neste caminho para
atingir Ruach deYetzira.
(3)No entanto, se outra Nefesh falha em realizar uma mitzva específica do mundo
de Asiya, ou peca e mancha [algo no mundo de Asiya], isto não o obriga a corrigir
a mitzva faltando ou a mancha causada pelo pecado da outra [Nefesh]. Se eles são ambos
do mesmo lugar, [no entanto], então este não é o caso, conforme explicaremos mais tarde,
com a ajuda de D-us.
Embora isto seja explicado em outro capítulo, pode ser dito aqui brevemente que há
momentos quando mais de uma alma ocupa o mesmo corpo. Se as almas originam-se da
mesma raiz, então elas podem compartilhar uma responsabilidade comum e a necessidade
pelo tikun. No entanto, se eles não vierem da mesma raiz, então a deficiência ou pecado da
sua Nefesh não necessita do outro ser parte do processo de correção.
Assim, a correção é somente necessária no caso do pecado, e não para preceitos positivos
que não foram realizados, conforme inicialmente proposto.
(5) Ou, o seguinte é possível, e é uma [interpretação] correta. Digamos que uma alma é
deMalchut de Nukva de Asiya, chamada de Nefesh de Asiya….
Se você pegar a décima sefira chamada Malchut, e subdividi-la em dez sefirot ela se torna
um partzuf chamado Asiya. A décima sefirá deste sub-conjunto das dez sefirot também é
chamada Malchut, e mais especificamente, Malchut de Asiya. Se esta Malchut é, por sua
vez, subdividida em seu próprio conjunto de dez sefirot, sua
décima sefira será Malchut de Malchut de Asiya, ou, Malchut do Nukvin de Asiya. Assim,
a alma em questão poderia ser um nível dentro do sub-conjunto do sub-conjunto da
décima sefira Malchut com a estrutura original das dez sefirot.
Ela não precisa corrigir as seções que não estão conectadas com a raiz de sua alma.
Ela terá que corrigir todas as malchuyot (plural de malchut):
de Ruach, Neshama, Chaya e Yechida de Asiya.
Uma pessoa precisa corrigir suas cinco raízes nos cinco partzufim de Asiya, mas não
precisa corrigir as seções que não estão conectadas com a raiz de sua alma. Já que sua raiz
está especificamente em Malchut, é relevante para Malchut em todos os níveis de
cada partzuf.
Vale apena rever um pouco do que foi visto até agora, e especificamente em relação à
informação aprensentada nesta seção. O texto desta seção contém duas ambiguidades
distintas, separadas por uma declaração entre parenteses (não é incomum nos escritos
doArizal).
A declaração entre parenteses é o que numeramos por parágrafo (3). Já explicamos no que
se refere à situação quando mais que uma alma ocupa o mesmo corpo, e será
explicado depois novamente.
Trata-se da necessidade de corrigir todos os aspectos de cada mundo antes que se possa avançar ao
próximo nível de alma.
As duas incertezas contidas no texto são propositalmente deixadas com incerteza.
O primeiro nível, Nefesh, vem do mundo de Asiya; o segundo nível ruach, do mundo
de Yetzira etc.
Todas Nefashot são do mundo de Asiya somente, todas Ruchot são do mundo de Yetzira,
e, todas Neshamot são do mundo de Beriya….
Também aprendemos que cada mundo tem cinco partes ou cinco partzufim.
No entanto, mesmo esta Nefesh [do mundo de Asiya] tem muitos níveis, e isto é
porque Asiya em si mesma se divide em cinco Partzufim….
Assim, para uma pessoa merecer sua Ruach do mundo de Yetzira, ela precisa primeiro ter
atingido a completude dos cinco partzufim da Nefesh de Asiya.
Agora aprenderemos que cada um destes partzufim também podem ser mais detalhados
em cinco partzufim. Então, o mundo de Asiya conterá 25 partes, ou células. Todos os
outros mundos acima - Yetzira, Beriya etc. – também conterão 25 células cada.
O diagrama que se segue lidará apenas com a Nefesh que é derivada do mundo de Asiya. A
este respeito segue nosso texto. Agora, revisemos o texto usando o diagrama com uma
ajuda explicativa.
Em nosso diagrama Nukva de Asiya é indicada pela fila abaixo de Asiya, Coluna #1.
Malchut de Nukva de Asiya é um quinto (por assim dizer) do partzuf Nukva de Asiyya,
indicado no diagrama pela convergência da Linha #1 com a Coluna #1 (marcada com um
“X“).
O texto prové um exemplo onde a alma raiz é Malchut de Nukva de Asiya, o local marcado
com X. Este local é tudo que a pessoa precisa corrigir na Coluna #1. O texto ainda implica
que já foi corrigido. Agora vamos em diante:
Estes são indicados no diagrama com a marca “0″. Desta forma terá corrigido uma coluna
em nosso diagrama – i.e., NRNChY de Nefesh de Nefesh do mundo de Asiya.
…terá adquirido Nefesh, Ruach e Neshama de Asiya. É o mesmo até que ela
retifique todos os cinco partzufim de Asiya, no caso que terá adquirido
todos NRNChY .
Nesta hora terá completado o nível geral de Nefesh de Asiya, e será possível avançar ao
nível de Ruach de Yetzira.
Cada aspeecto dos cinco níveis é completo em suas três seções, Ibur, Yenika
e Mochin, aludido no verso, “Sua mãe lhe fará uma túnica pequena etc.” (I
Shamuel 2:19).
Há uma transferência direta de Luz para as almas, assim como uma mãe faz com um feto dentro
do seu útero.
O segundo termo refere-se ao estágio onde as sefirot acabaram de sair do útero de bina-
Imma, mas como uma criança recém-nascida ainda precisam da “nutrição” direta (da Luz)
de sua “mão”, i.e. bina. Este estágio corresponde as sefirot de chesed, gevura e tiferet pois
o tamanho do partzuf é agora igual a todas as seis sefirot de yesod até chesed.
O último termo, mochin-cérebro, é outra forma de se referir as sefirot de chochmah,
binae da’at, que funcionam como o “cérebro” do partzuf. Este estágio também é chamado
“fase adulta” ou “maturidade”, e o tamanho do partzuf é correspondentemente
aumentado. O partzuf já cresceu ao seu tamanho total de dez sefirot; está agora completo e
inteiro (No último post do capítulo 1 faremos uma revisão explicando mais este assunto
através de tabelas).
Os níveis de evolução da alma passam pelos mesmos três processos de estágio do desenvolvimento
espiritual.
6. Asiya Difere
Asiya é diferente de Yetzira, Beriya e Atzilut
Já que todos os Filhos de Israel (Israel vem da raiz Yeshar+El, direto a D-us, todos os que
buscam ligação direta com D-us são chamados filhos de Israel), depois de todos
seusgilgulim, eventualmente irão alcançar o nível mais elevado, ninguém será diferente e
ninguém permanecerá em nenhum dos níveis inferiores. Portanto, este nunca poderá ser o
caso!
Há “líderes de milhares de Israel” no lado de ketere ”sábios” no lado de chochma...
No entanto, isto é inimaginável. Obviamente, há filhos de Israel que estão no
nível de malchut, e outros de yesod etc., conforme mencionado no início
do Sefer HaTikunim: “Há “líderes de milhares de Israel” no lado
de keter, “sábios” no lado de chochmah e “sensatos” no lado de bina…”
Claramente, os filhos de Israel são claramente compostos de muitos tipos de indivíduos
com diferentes habilidades e forças, que são determinadas pela sua alma raiz.
Pois, alguém cuja raiz está em malchut de Asiya está, obviamente, enraizado
lá especificamente. Ainda que, ao retificar suas ações possa purificar
sua nefesh, nível após nível, até que de fato alcance e torne-se parte
de keter de Asiya.
Contudo, ainda que ascenda até keter de Asiya, mesmo lá permanece no nível
de malchut de keter de Asiya, já que sua raiz está no nível
de malchut especificamente.
O nível de sua alma raiz de malchut de Asiya permanece, ainda que ascenda como
resultado de seus aperfeiçoamentos espirituais. Por causa de sua raiz em malchut, quando
ascende até keter de Asiya torna-se malchut naquele nível.
A primeira ruach que ele teve de Malchut de Yetzira continua abaixo [em seu
lugar original] em Malchut de Yetzira, já que é de lá que ela pertence.
Ao contrário dos níveis em Asiya que atualmente ascendem de nível a nível.
Asiya é o nível mais inferior de todos os mundos, e é, portanto, cercado pelas klipot.
A palavra klipot significa “cascas”, como a casca de uma fruta, ou a concha de uma noz.
Isto refere-se ao extremo oposto da pureza e santificação espiritual, e é, portanto, o
elemento dentro da criação que torna possível a impureza espiritual e as ações negativas.
Algumas klipot são chamadas ”Chitzoniyot,” que significa “Externalidades”. Sendo o
menor elemento espiritualmente puro na criação estando na maior distância da luz, e,
portanto, no fundo de todos os mundos.
Já que o mal não tem existência independente de si mesmo, ele deriva da nutrição
espiritual e força do lado da santidade, mas para seus próprios propósitos negativos.
Quanto mais próximo algo santo está das klipot, mais vulnerável é, e mais desejável
aparece para as klipot como fonte de nutrição.
Portanto, [precisa-se constantemente refinar suas ações] até se elevar tão alto
quanto possa, [até atingir sua raiz] em keter de Asiya.
Porém, no Mundo de Yetzira, e quanto mais ainda nos mundos acima dele,
não há temor de que as klipot o tranque, como havia em Asiya.
O “banido” refere-se ao filho do Rei David, Absalom, que fugiu de seu pai depois de ter seu
meio irmão, Amnon, morto por vingança por violar a irmã de Absalom, Tamar. O verso é
dirigido ao Rei David, pedindo a ele para permitir que Absalom retorne para casa. No
entanto, o sod (entendimento místico) do verso é que está falando sobre a Nefesh da
pessoa, pedindo a D-us que não seja “banido” entre as klipot que podem se agarrar a ela.
A palavra empregada pelo verso yisa é traduzida como “poupará”, mas a tradução mais
literal é “levantará”, que leva a seguinte explicação esotérica do verso:
Em outras palavras, D-us não “levantará” [noseh] e elevará uma pessoa para
dar a ela outra Nefesh de um nível mais elevado que sua raiz atual. Que seria
necessário deixar para trás a primeira neste lugar, deixando-a vulnerável
às klipot lá.
Em outras palavras, a pessoa que mouveu-se para um nível mais elevado da Nefesh, o nível
inferior da Nefesh que foi deixado para trás deixaria de ser utilizado, o que a tornaria
vulnerável às klipot.
Assim, Ele [D-us] não o dará outra Nefesh, mais elevada e exaltada. Pelo
contrário, a Nefesh original em si ascende ao alto de acordo com as ações da
pessoa, até o nível de keter de Asiya. Ela nunca possuirá qualquer
outra Nefesh.
Recebe uma adicional, mais elevada, ruach
O conceito de ibur aqui não é o mesmo conceito que mencionamos anteriormente na Seção
Cinco, apesar da nomenclatura ser a mesma. Literalmente, ibur refere-se ao embrião
durante o estado de gravidez. Neste caso, refere-se à “impregnação” de uma pessoa com a
alma de um tzadik, que desce até a alma de uma pessoa viva para ajudá-la em suas
devoções espirituais.
O Talmud nos diz que alguém que vem para puficicar a si mesmo é ajudado do Alto
O Midrash Ne’elam é um dos livros incluídos no Zohar. O Talmud (Shabbat 104a) nos diz
que alguém que vem para purificar a si mesmo é ajudado do Alto. O Midrash
Ne’elam explica agora esta declaração de acordo com o Rabbi Nathan.
São estes que descem e entram em outras pessoas para ajudá-las. No entanto,
o nível mais elevado da ruach que a pessoa justa adquiriu como resultado de
suas ações é conectada para sempre no “Pacote de Vida” [depois que morre], e
não se move de lá. Isto é verdade em relação aos [níveis de] neshama,
chaya e yechida também.
Asiya é o nível mais inferior dos mundos, em proximidade às klipot, e em constante perigo de ser
atacada por elas.
Revisão
Quando cada nível de Asiya é completado, o nível perfeito de nefesh (de Asiya) em si
ascende para o próximo nível (i.e., ao mesmo aspecto da alma raiz do próximo nível).
Desta forma todos os níveis completos de Asiya ascendem para um lugar mais elevado
em Asiya, keter de Asiya (embora, de acordo com o aspecto da alma raiz original).
Nos mundos superiores de Yetzira, Beriya etc., a situação é diferente. Lá, cada nível
completo de alma permanece em seu lugar.
O motivo para esta diferença também foi explicada. Asiya é o mais inferior dos mundos.
Consequentemente, está em proximidade das klipot, e em constante perigo de ser atacada
por elas. Portanto, cada nível completo de alma ascende para um nível mais elevado para
se distanciar o tanto quanto for possível das klipot. Nos mundos superiores, no entanto,
não há tal perigo. Logo, cada nível completo de alma pode permanecer em seu lugar.
Baseado nesta diferença entre Asiya e os mundos superiores, digressionamos nesta seção
para aprender algo sobre o conceito de ibur. Já que houve uma ascensão de nível para nível
no mundo de Yetzira, os níveis inferiores da alma que foram completados continuam lá e
permanecem no lugar, estão agora disponíveis para descer e impregnar as almas de outras
pessoas. Esta infusão, ou ibur, toma lugar para ajudar estas pessoas em seu serviço divino.
O texto agora retorna para discutir outra diferença entre Asiya e os mundos superiores
de Yetzira, Beriya etc.
No sistema das dez sefirot gerais, o Mundo de Asiya corresponde com a sefira de malchut,
enquanto que o Mundo de Yetzira corresponde às seis diferentes e separadas sefirot:
chesed, gevura, tiferet, netzach, hod e yesod. Assim, o Mundo de Asiya é
uma sefira homogênea, enquanto que Yetzira é composta de seis sefirot diferentes.
Assim, a Nefesh que está lá é capaz de elever-se até keter de Asiya, pois é tudo
uma sefira.
Em outras palavras, mesmo que Asiya tenha muitos níveis, eles são níveis de uma sefira, e,
portanto, conectadas uma a outra, que permite o movimento entre eles.
Os cinco partzufim em cada mundo Arich, Anpin, Abba, Imma, Zeir Anpin e Nukva correspondem
aos cinco níveis da alma de uma pessoa.
Está sozinho e especial em relação ao resto das sefirot pois lhe falta uma
contraparte “feminina”.
Nukva é a consorte feminina de Zeir Anpin. Abba-pai tem uma contraparte
feminina, Imma-Mãe. Arich Anpin, no entanto, não tem uma contraparte.
Isto é conhecido pelo verso, “Veja agora que eu, eu o sou” (Deut.32:39),
conforme elucidado no Zohar, na Parashat Bereishit.
Este verso é falado por D-us, que não tem contraparte. Arich Anpin também é chamado
“Eu”. Assim, no nível de Arich Anpin, o nível mais elevado e próximo ao Único D-us, o
Criador Infinito, não há contraparte e nenhum partzuf feminino correspondente.
Saiba, que se uma pessoa merecer obter sua Nefesh, Ruach e Neshama, e
depois as mancha através do pecado, ela terá que reencarnar para corrigir o
dano.
Quando retorna em um gilgul com sua Nefesh e a corrige, sua Ruach não se
junta a ele. Isto é porque sua Ruach continua manchada, e não pode repousar
sobre uma Nefesh corrigida.
A palavra Hebraica para “convertido” éger, uma palavra que também significa “estranho”.
Provavelmente ambos os significados são aplicáveis aqui.
Em outras palavras, níveis corrigidos das almas não residem no mesmo corpo que um
manchado. No que discutimos anteriormente, a pessoa adicionava novas divisões de alma,
não manchadas, para divisões já corrigidas de sua própria alma. No entanto, quando pecou
e precisou voltar outra vez, o processo de tikun mudou. Ela não pode adicionar aspectos
manchados da alma em cima das partes que já foram corrigidas.
E a Nefesh que foi corrigida receberá uma Ruach corrigida de uma pessoa
jsuta que foi semelhante a ela em alguma boa ação particular que ela fez. Ela
realmente vai tomar o lugar de sua própria Ruach. Semelhantemente, se
corrigir sua Ruach [manchada] completamente, então receberá
uma Neshama de alguma pessoa justa, que atuará em lugar da sua
própria Neshama. Este é o significa esotérico do que Chazal diz: “Pessoas
justas são maiores na morte do que durante suas vidas”. (Sanhedrin 47a).”
Já que sua Ruach pode cumprir esta função importante na vida dos outros.
Agora, depois que esta pessoa morre, sua [própria corrigida] Nefesh irá junto
com esta Ruach [de uma pessoa justa] e através dela [i.e. a Ruach] recebe a benção
apropriada para si. Quando sua própria Ruach, que juntou-se com
a Nefesh de um convertido, torna-se completamente corrigida, então
sua Nefesh original dirá, “Eu irei e retornarei para meu primeiro marido”, já
que foi corrigida.
Em outras palavras, depois de partes de sua própria alma serem corrigidas, elas podem
depois se reunir em outro gilgul, e retornar juntas.
Isto funciona da mesma forma para a Neshama com respeito à Ruach. Depois
que a pessoa morre, elas retornam em um gilgul e atingem o tikun juntas.
Fim da Introdução [Original] do Capítulo Um.
Primeiramente, quando esta Nefesh junta-se com a Ruach ou Neshama, ela já estava no
mundo. O converso já fez o que era necessário para merece-la.
Em segundo lugar, o Ari explicará nos próximos capítulos que há três tipos básicos de
alma: novas almas, almas parcialmente novas (descendentes de Kayin e Hevel) e velhas
almas. ANefesh de um Ger é um quarto tipo. A seguir estão as palavras relevantes do Ari
no final do Capítulo Sete do Sefer HaGilgulim.
Em terceiro lugar, aprendemos que é possível para uma Ruach manchada, cuja Nefesh foi
concluída, entre no corpo de uma pessoa, um estrangeiro mas não necessariamente um
convertido, que possua uma Nefesh não concluída. Isto é chamado Gilgul Duplo (veja
4:4).
Aqueles que desejarem examinar este conceito mais extensivamente podem ler a tradução
e explicação de uma seção relevante do Zohar na Nota #10.
NOTAS:
Quando elas deixaram este mundo, as alas que eles [os convertidos] ganhara do
Jardim do Paraíso – para que lugar elas retornaram?
Note que estas almas já estavam no mundo. Os convertidos, através de suas ações,
mereceram elas. A questão é como foi que elas voltaram ao seu lugar no Jardim do Paraíso
do Alto, e onde elas estavam neste meio tempo?
Se elas tivessem saído de uma maneira normal e conhecida, então elas poderiam atravessar
o caminho reverso e voltar ao Paraíso. No entanto, estas almas vieram “escondidas” –
como elas voltarão? Seu caminho é oculto. E se elas não voltarem, então onde elas estão?
2) Em contraste, um convertido não tem uma árvore geneaologica Israelita que volta atrás
por gerações. Ela pode morrer e não ter herdeiros. Em tal caso a regra é que sua
propriedade entra em disputa. Que pega a propriedade do convertido que morreu e não
deixou herdeiros para a propriedade.
É o mesmo aqui com todas estas Neshamot sagradas e elevadas que são
designadas pelo Santo, bendito seja Ele, para descer, como explicamos.
De acordo com o Ari, estas são as Ruchot e Neshamot que foram manchadas em sua vidas
passadas.
Elas saem em um tempos específico para jogar no Jardim do Paraíso [Inferior],
e elas encontram as almas dos convertidos. Aquele que toma conta de uma
destas almas, uni-se com ela, merece-a, oculta-se nela, e sai.
Já que suas Nefesh estão completas, agora é o momento para elas reencarnarem. No
entanto, elas não podem ocultar-se dentro de suas Nefesh corrigidas pois elas estão
manchadas. O que vão fazer? Elas encontram as almas dos convertidos, se agarram neles,
ocultam-se dentro deles, e com estas vestes eles nascem no mundo.
Eles existem dentro destas vestes, e continuam no Jardim nestas vestes pois
todos aqueles que estão existindo dentro do Jardim do Paraíso [Inferior] não
podem existir lá se não estiverem vestidos.
90 Se você disser, “Por causa destas vestes, estas almas serão negadas
ao êxtase que era delas desde a primeira!”
Talvez isto esteja falando sobre a Nefesh original ou a Ruach/Neshama. Esta Nefesh terá
sido enganada pois ela precisa agora existir sem uma Ruach ou Neshama, que passou a se
juntar com a Nefesh do Ger. Ou, talvez, está falando sobre a Ruach em si que está oculta
dentro da Nefesh do Ger. A última atua como uma impossição bloqueando uma parte do
êxtase que era suposto a ser absorvido pela Ruach/Neshama. O Sabba responde.
Veja, está escrito, “Se ele tomar outra [esposa] para si mesmo, então ele não
deverá negar a ela comida, sua roupa e seu tempo qualitativo
de intimidade“. No Jardim ele existe abrigado dentro desta veste que ele
pegou e mereceu, mas quando ele se eleva de lá ele a remove porque ele não
precisa existir lá dentro de uma veste.
Então, quando a Ruach/Neshama sobe ao Jardim do Paraíso do Alto, despe-se da veste. A
interposição é removida, e está livre para reunir-se com a Nefesh original.
Mais ainda, a Nefesh do Ger ganha um benefício importante. Ela é trazida de volta ao
Jardim do Alto, embora como uma veste, mas agora que a Ruach se despiu de sua veste no
Paraíso do Alto, a Nefesh do Ger está lá por conta própria e como uma entidade
independente.
A Nefesh é a interface
91 O Sabba começou a chorar como tinha feito antes, e ele disse a si mesmo,
Velho Homem, Velho Homem, você certamente tem um motivo para chorar e
derramar lágrimas sobre cada palavra que está revelando. Mas é conhecido
pelo Santo, bendito seja Ele, e pela Santa Divina Presença que meu coração é
agradável e estou falando somente em seu serviço. Eles são os mestres de
todas palavras, e eles são coroados por elas speaking only in their service.
They are the masters of all words, and they are crowned by them [as palavras da
Torah].
92 Todas estas almas sagradas descem ao mundo para inspirar os seres
humanos a tomar seus lugares, como convém a cada um deles. Quando eles
descem cada um é vestido naquelas almas que discutimos [as almas dos
convertidos], e que é como eles entram dentro da semente sagrada.
Em outras palavras, uma Ruach ou Neshama é oculta dentro da Nefesh do Ger, e, desta
forma, ela reencarna dentro da semente sagrada, dentro do corpo de um Israelita.
É com estas vestes que eles são capazes de existir e serem efetivados pelas
coisas deste mundo. Quando esses envelopes [as almas dos convertidos] atraem
coisas desejadas deste mundo, então as santas Neshamot são nutridas dos
odores do cheiro destas vestes.
A Nefesh de um convertido é uma veste que envolve as almas superiores dos níveis
de Neshama e Ruach, e é através desta veste exterior que envolve eles que
as Neshamot e Ruchot entram no mundo físico. Em outras palavras, a Nefesh de um
convertido é a interface entre as almas superiores e o mundo físico.
A Neshama e Ruach podem entrar no mundo somente quando estão envolvidos em
uma Nefesh, que atua como sua interface. Eles somente podem beneficiar-se do mundo
pelo sentido do olfato. Isto eles fazem através da interface da Nefesh, e se eles não
puderem usar suas próprias Nefesh, então eles usam a chamada Nefesh do convertido, que
é disponível para eles especificamente para este propósito.
“Você conhece a Nefesh do Ger”
93 Todas as coisas ocultas que o Santo, bendito seja Ele, fez Ele colocou na
Santa Torah, e tudo está na Torah. Ele revelou as coisas ocultas na Torah, mas
ele imediatamente as vestiu em outra veste e as escondeu. O Sábio, que tem
muitos olhos, é capaz de ver uma coisa oculta dentro desta veste mesmo que
esteja escondida lá. Eles detectam quando é revelando mesmo que seja oculto
novamente, e eles não perdem de vista novamente apesar da obscuridade.
94 Em vários lugares o Santo, bendito seja Ele, já advertiu sobre os conversos
que o povo da semente sagrada deve ter cuidado com eles.
O povo de Israel precisa ser cuidadoso com os convertidos em seu meio, e não oprimi-los
ou tratá-los com dureza de qualquer forma, e sair de seu caminho para fazer os conversos
sentirem-se confortáveis e em casa tanto quanto possível. O Talmud (Baba
Metzia 59b) mesmo diz que a Torah alertou o povo de Israel sobre isto não menos que 36
(e alguns dizem 46) vezes.
Em um destes lugares está escrito na Torah (Êxodo 23:9), “Não oprima um Ger, pois vocês
conheceram a Nefesh do Ger quando eram estrangeiros na terra do Egito“. A continuação
do Zohar enfatiza a necessidade de entender este verso e o conceito da Nefesh do Ger em
uma forma esotérica, e não de acordo com o significado simples.
95 Tendo avisado sobre o Ger [o estrangeiro e convertido] em todos estes lugares
Ele agora leva a coisa para fora de sua cobertura e a revela. Isto é o que diz,
“…pois vocês conheceram a Nefesh do Ger e então é imediatamente oculto
com as palavras, “…quando eram estrangeiros na terra do Egito”.
Em outras palavras, o Sabba está insistindo que nós não devemos entender este verso de
acordo com seu significado literal que como nós eramos estrangeiros no Egito, portanto
temos a habilidade de enfatizar com o convertido no nosso meio. Que pode ser verdade,
mas de acordo om o Sabba a Torah não está dando aqui uma ética meramente psicológica
baseada na experiência histórica do coletivo. Ela quer que nós, neste ponto, para descontar
as palavras “quando vocês eram estrangeiros na terra do Egito”, que é uma mera veste para
a mensagem importante que “vocês conheceram a Nefesh do Ger“.
É como se a Torah pensasse que ao ocultar algo, imediatamente ninguém vai prestar
atenção a isto.
O Sabba pode muito bem estar fazendo o que ele está “acusando” a Torah de fazer -
revelando uma medida e ocultando duas. Ele nunca realmente explicou a frase, “…vocês
conhecem a Nefesh do Ger” supostamente significa. ELe deixou isto para nós meditarmos,
ou especularmos.
Ainda mais, o Sabba nos revela agora que o significado esotérico do verso está falando
sobre o relacionamento da Neshama (e Ruach) com a Nefesh do Ger.
É através desta Nefesh do Ger que a Neshama sabe as coisas deste mundo e é capaz de
beneficiar-se delas.
Em outras palavras, é através da Nefesh do Ger que todas
as Neshamot e Ruchot manchadas podem entrar no mundo. Este é o ponto principal.
A Nefesh do Ger é a interface, o mecanismo pelo qual as Ruchot e Neshamot manchadas
conhecem o mundo e beneficiam-se dele.
O Zohar agora esclarece o ponto comparando isto a uma nuvem como mencionado no
verso, “E Moshe entrou no meio da nuvem, e foi até a montanha…” (Êxodo 24:18).
96 O Sabba começou, e disse, “E Moshe entrou no meio da nuvem, e foi até a
montanha…“
O que é esta nuvem?
Isto é o que está escrito, “Eu coloquei meu arco nas nuvens…” Este arco
enviou sua veste [a nuvem], que foi dada a Moshe. Com esta veste ele foi capaz
de ir para a montanha, e através dela ele pode ver o que ele viu e se beneficiar
do que estava lá.
Em outras palavras, a nuvem era a interface entre Moshe e o que foi revelado no Monte
Sinai.
Neste ponto os membros da irmandade [que estavam presentes, Rabbi Yossi e Rabbi
Chiya] prostaram-se perante o Sabba. Eles choraram e disseram, “Se nós
tivéssemos vindo a este mundo somente para ouvir estas palavras de sua
boca, então teria sido suficiente”.
1. Ibur-Yenika-Mochin
Estas palavras significam: Mochin - cérebro; Yenika - nutrição; Ibur - embrião.
Todos partzufim passam por estes três estágios de embrião, através do estágio de nutrição
na infância, até o estágio da vida adulta. Estes estágios são paralelos ao estágios de
desenvolvimento nos humanos. No último estágio, quando a criança cresce e amadurece e
torna-se um adulto, é dito que ele desenvolve “uma mente própria”. Assim, o Arizal chama
este estágio “mochin“, que significa cérebro ou mente.
A seguinte tabela ajudará a ilustrar os relacionamentos entre os estágios.
Como esta tabela ilustra os estágios de desenvolvimento, devemos lê-lo de baixo para cima.
A coluna 3 descreve o assunto fundamental deste ensinamento, I-YaM: Ibur-
Embrião, Yenika-Nutrição, Mochin-Cérebro/Mente.
Em uma escala indo de “potencial…” até “real” o estágio embrionário é o mais próximo ao
“potencial”. Neste estágio o partzuf não é nem mesmo visível (quase inexistente) já que
está oculto dentro do útero da Imma-Mãe. Mesmo dentro desse lugar tem apenas
seis sefirot, e sua altura é de apenas uma fileira de sefirot porque Nahiy está enrolada no
topo de Chagat. Além disso, como um embrião dentro do útero da mão ele não pode nem
mesmo ser chamado de um partzuf independente.
Também, todas as coisas são feitas de combinações das letras da santa Torah. Estas letras
não são somente o código espiritual genético das coisas, mas elas também dão origem a
substância das coisas. Na Kabbalah do Arizal os receptores e essências são simbolizados
por combinações e permutações das letras dos santos nomes de D-us.
Quando uma criança está em um embrião ou em nutrição ela ainda tem um cérebro, ainda
que este cérebro esteja em um estágio muito precoce e primitivo de desenvolvimento e ele
definitivamente não é comparável ao cérebro na fase adulta. Assim, no estágio de katnut-
infância os nomes dos cérebros são combinações e permutações do nome Elokim. No
estágio de gadlut-maturidade os nomes dos cérebros reais são combinações e permutações
do nome de quatro letras Tetragrama.
A Coluna 6 mostra uma nomenclatura alternativa usada muitas vezes para estes três
estágios – externo, meio e interno. Isto é consistente com a regra que todos partzufim, ou
partes dos partzufim que são mais elevados que o outro mais interno que o outro; e
todos partzufim ou partes do partzufim que são externos ao outro são mais inferiores que
os outros.
Isto está falando sobre a situação ideal durante o primeiro gilgul da pessoa, conforme
veremos.
Em outras palavras, até a pessoa ser capaz de receber todas as partes de sua alma, as partes
que ainda não recebeu continuam ocultas por D-us até que a pessoa esteja pronta para
elas.
Se tivesse sido seu primeiro gilgul, então poderia ter recebido sua Ruach enquanto estava
vivo em seu corpo original. Este não é o caso para a correção da Nefesh concluída durante
um gilgulim subsequente.
Ela terá que morrer e retornar para receber a Ruach. Além disso, uma vez que
a Ruach seja suficientemente corrigida, então também terá que reencarnar
antes de receber uma Neshama, como no caso da Ruach.
Em vez disso, como ela agora tem uma Ruach, o pecado somente danificará
a Ruach, e somente esta será a necessidade de correção.
Portanto, se uma reencarnação adicional é necessária para corrigir a Ruach,
então a Nefesh [corrigida] e a Ruach [manchada] voltarão novamente juntas. Isto
continuará até que a Ruach esteja corrigida, depois disto terá que morrer
para que a Nefesh e Ruach corrigidas possam reencarnar com a Neshama. Se
ela faz isso e então peca, então somente danificará a Neshama, assim como
explicamos com respeito ao tikun da Ruach.
No entanto, há dois níveis diferentes de correção, e o processo mencionado acima poderia
ser alterado em conformidade:
Em tal caso, a Ruach teria que voltar sozinha para se corrigir. No entanto, isto
não é possível.
A Ruach não pode descer em um corpo sem a presença de uma Nefesh. Neste caso, no
entanto, a Nefesh que passou pelo tikun completo não retorna para reencarnar.
Portanto, ela reencarna com a Nefesh de um convertido, conforme dito
em Sabba d’Mishpatim [no Zohar]. Elas irão reencarnar juntos até a Ruach ser
corrigida.
A Ruach, portanto, descerá para juntar-se com a Nefesh do convertido, e eles irão
reencarnar juntos até a Ruach ser completamente corrigida.
Uma vez que isto é alcançado, então a pessoa morre e a primeira Nefesh volta
para juntar-se com ela [a Ruach] para receber e corrigir a Neshama.
Ou, a Ruach pode voltar por si mesma com a Neshama até que
a Neshama seja corrigida, depois do momento que as três delas não precisem
mais retornar, e em vez disso é ”ligado com o Feixe da Vida“, conforme
convém a elas.
Quando todos os três níveis da alma Nefesh, Ruach, Neshama são corrigidos, não há mais
necessidade para gilgul
Foi dito previamente que a Ruach não entra num corpo sem a presença de uma Nefesh.
Neste caso, no entanto, onde a Ruach foi completa quando estava junta da Nefesh de um
convertido, então a Ruach corrigida pode servir como veículo e base para a entrada de
sua Neshama, como se tivesse ambos Nefesh e Ruach. Neste caso, portanto, a presença
da Nefesh não é absolutamente necessária.
Em todo caso, quando todos os três níveis de alma: Nefesh, Ruach, Neshama são
corrigidos, não há mais necessidade para gilgul, e todos os três continuam “ligados com o
Feixe da Vida“, como convém a elas.
O Arizal agora volta para considerar o fato da Nefesh do convertido que foi o veículo para
a Ruach que veio ao mundo sem a Nefesh pois tinha passado pelo tikun completo.
A Nefesh do convertido que juntou-se com a Ruach foi ajudada a realizar bons
atos neste mundo, e foi um veículo para ela neste mundo; através desta união
a Ruach foi capaz de atingir seu tikun. Esta Nefesh do convertido também se
elevará com a Nefesh original desta Ruach em particular. As duas delas
estarão no mesmo nível no Mundo VIndouro, como “vizinhos”, e elas nunca
serão partes de outro.
Nesta seção o Arizal divulgará novas informações sobre o conceito de ibur, que ele já
discutiu no Capítulo 1 (veja Seção 5). Primeiramente, no entanto, ele revisará uma regra
importante que nós já estudamos neste capítulo: a saber: se uma Nefesh atinge
o tikun somente em um gilgul subsequente e não em sua primeira vida, então não pode
receber Ruach no mesmo gilgul. A pessoa precisa primeiro morrer, e então
sua Nefesh eRuach reencarnarão juntos.
Se uma Nefesh reencarna e torna-se corrigida através de suas ações ao ponto
que está pronta para esta Ruach, ele não pode receber sua Ruach, conforme
explicamos. [Se este não é seu primeiro gilgul, então] dois ou três níveis de alma
não podem se unificar em um gilgul sem grande necessidade, conforme
mencionamos anteriormente. Ao contrário, cada uma requer seu
próprio gilgul.
Somente no primeirogilgul a Nefesh, Ruach e Neshama podem ser corrigidas dentro de um único
corpo
Primeiro a Nefesh precisa ser corrigida, e então quando isto acontece ela não
receberá sua Ruach até que morra. Então a Nefesh pode reencarnar e merecer
a Ruach. O mesmo é verdade para as duas delas; se elas tornam-se corrigidas
ao ponto que elas estão prontas para sua Neshama, elas não podem recebê-la
até que elas reencarnem novamente. Então elas poderão merecer
sua Neshama.
Como já aprendemos, somente no primeiro gilgul a Nefesh, Ruach e Neshama podem ser
corrigidas dentro de um único corpo. Depois disto, a pesso precisa reencarnar para mover-
se de um nível para outro, mesmo que ela termine um nível “mais cedo”.
O que acontece com a Nefesh que já está corrigida mas não tem a Ruach?
Nós estamos falando sobre depois do primeiro gilgul, quando não é possível receber outro
nível de alma sem reencarnação. O que acontece, porém, neste meio tempo até a
reencarnação, se a Nefesh já foi corrigida?
Este é o sod ["segredo]: Do mesmo nível de pureza e extensão do tikun atingido
por esta Nefesh, haverá de reencarnar no corpo desta pessoa, enquanto ainda
está viva, a Nefesh de um justo tzadik que já completou o gilgulim e
as correções, e não precisa reencarnar aqui. Ao entrar lá,
a Nefesh deste tzadik toma o lugar da Ruach desta pessoa.
Um gilgul normal envolve a reencarnação de uma vida para outra.
Então, do momento que a Nefesh se torna corrigida, a Nefesh de uma pessoa justa entrará
nela e preencherá o papel da Ruach que não pode descer.
Algumas vezes, é até mesmo possível para as almas dos tzadikim mais
antigos, como a Nefesh do nosso patriarca Abraão, ou almas
semelhantes, reencarnar. Isto depende do tikun e a purificação da Nefesh da
pessoa.
Gilgulim [deste tipo] que ocorre durante a vida da pessoa é chamado pelos
rabbis, “sod ["segredo do"] ibur“. E esta é uma diferença básica entre
um gilgul normal e um ibur.
De acordo com o que aprendemos aqui, um gilgul normal envolve a reencarnação de uma
vida para outra. Ibur, por outro lado, é a “impregnação” de uma pessoa pela alma de um
justo tzadik corrigido, pois a Nefesh já completou seu tikun, mas não pode
receber Ruach sem reencarnar já que o tikun não ocorreu no seu primeiro gilgul.
Assim, em uma vida pode merecer uma Ruach e uma Neshama, embora não seja sua
própria.
O segundo motivo é pelo bem do justo que estava no ibur. Ao ajudar outra
pessoa a realizar mitzvot e correção, ele ganha uma porção nelas. Este é
o sod [significa "segredo] do que Chazal escreveu: Grandes são os justos, pois
mesmo na morte eles merecem filhos (Sanhedrin 47a). Em outras palavras,
quando eles fazem uma pessoa aumentar seu mérito eles tornam-se como
“pais” que os guiam e ajudam. Este é seu mérito.
Um tzadik que entrou como um ibur é como um sistema espiritual de navegação interna
O tzadik que entrou como um ibur é como um sistema espiritual de navegação interna
para a pessoa portadora. Pois neste serviço o tzadik também receberá recompensa através
da mitzvot que ele está ajuda a pessoa a realizar e a santidade que ele está ajudando a
aumentar
A alma justa que entra numa pessoa e a ajuda durante sua vida, como
um ibur e não como um gilgul, “facilmente atinge recompensa e está distante
de perdê-la.”
Esta é uma expressão usada no Talmud em relação as leis de investimentos monetários e
de juros, emprestados aqui para descrever a segurança do benefício que cabe a alma justa
na circunstância do ibur.
Toda vez que uma pessoa faz uma mitzva, ele [a alma justa] recebe recompensa.
Este é o segredo do que está escrito, “Um justo recebe sua recompensa e a
recompensa do seu amigo no Gan Eden“ (Chagiga 15a). Compreenda esse
segredo profundo bem, ainda que agora não seja o momento para discutir o
assunto em comprimento.
O justo recebe a recompensa por ter realizado a mitzvot durante sua própria vida, e por
aqueles que ele ajuda seu “amigo” a realizar enquanto está como ibur dentro deles.
Por outro lado, se a pessoa [portadora] faz o mal, a alma justa não sofrerá
nenhuma punição ou perca já que ela somente veio para ajudá-la, não para
fazer mal. Pelo contrário, se esta pessoa nega o que ela corrigiu, então a alma
justa o abandonará.
Assim, o tzadik “facilmente atinge recompensa” por sua assistência na realização
das mitzvot. Ao mesmo tempo que ele está “distante da perder” pois ele não sofrerá
nenhum detrimento ou dor pelos pecados do portador nem a necessidade de participar dos
sofrimentos do portador.
Se a pessoa continuar agindo justamente, então as almas justas permanecerão.
O sod [significa "segredo"] do ibur é que ele ocorre durante a vida da pessoa e
portanto não se liga [a Nefesh do tzadik] ao corpo. Isto é diferente de
uma Nefesh que reencarna, que entra como um gilgul no momento do
nascimento e é unificada e ligada com o corpo sem sair dele até a morte. Por
outro lado, a Nefesh de um tzadik entra como um ibur voluntariamente e
deixa quando quer. Se a pessoa continuar agindo justamente, então as almas
justas permanecerão lá para receber uma porção nas ações da pessoa. Isto
continuará lá até que o portador morra, quando eles vão até o mesmo lugar,
como mencionado anteriormente.
No entanto, se a pessoa faz o mal, então a alma justa se enoja desta união e a
deixa. Ele não está permanentemente lá, mas “emprestado”, como um
visitante que permanece com seu portador até ele sentir que é tempo de
partir.
Pelo mesmo motivo o tzadik não sente nenhuma dor que podem ocorrer a
pessoa portadora e ele não terá que sofrer, pois ele não está “ligado” ao corpo;
está apenas “emprestado”.
Sua ruach e neshama serão dignas de se vestir por esta nefesh
A regra é que a pessoa que realiza uma mitzva de grande importância pode
merecer um ibur da Nefesh do tzadik das gerações antigas. Como resultado, é
possível [para ela] se corrigir e purificar ao ponto que sua Nefesh torne-se
realmente transposta ao mesmo nível que o tzadik.
Depois, a pessoa terá que corrigir sua Ruach e Neshama a tal ponto de
pureza, que será digna de ser vestida por esta Nefesh.
Assim, pode ser que algumas vezes a NR”N de uma pessoa seja de Asiya,
Yetzira e Beria.
Isto é, a Nefesh é de Asiya, a Ruach é de Yetzira e a Neshama é de Beria.
Às vezes, porém, sua NR”N pode ser de malchut, Zeir Anpin e Imma de Asiya.
Isto é, todas três são de dentro de Asiya. O que se segue são outras combinações possíveis.
Algumas vezes, as três delas serão de Yetzira, ou do mundo de Beria, ou todas
elas serão de Atzilut. [Neste último caso,] a Nefesh será de nukva de Zeir
Anpin [malchut de Atzilut], a Ruach de Zeir Anpin [Yetzira de Atzilut],
a Neshama de Imma [bina de Atzilut] e Chaya de Abba [chochma de Atzilut].
Outra combinação pode ser a Nefesh de Asiya, e a Ruach e Neshama de Yetzira. Ou,
a Nefesh pode ser de Yetzira e a Ruach e Neshama de Beria. Alternativamente,
a Nefeshpode ser de Beria enquanto a Ruach e Neshama são de Atzilut.
Isto é possível pois os quatro mundos, ABY”A [Atzilut, Beria, Yetzira, Asiya], são
cada um composto por quatro [sub-]mundos de ABY”A e seus próprios
conjuntos de dez sefirot. Estas dez, por sua vez, são compostas de suas
dezsefirot, e assim por diante.
O sistema geral de dez sefirot quebra-se em sub-conjuntos de dez sefirot, que por sua vez
quebram-se em seus próprios sub-conjuntos de dez sefirot etc.
Não é possível escrever abaixo todos os detalhes em comprimento já que o
espaço é limitado. No entanto, o entendedor compreenderá e fará as conexões
por conta própria.
Teoricamente, sub-categorizações podem se estender ad infinitum; e o número de
possíveis combinações é virtualmente limitado.
No entanto, quando dizemos que algumas vezes a NR”N é de Yetzira, ou
de Beria, isto não significa que ela não tem uma Nefesh de Asiya! Afinal,
mesmo a Shechina é chamada “Malchut” e ela “repousa” em Asiya. Quanto
mais a Nefesh de uma pessoa!
Em outras palavras, a Shechina [Presença Divina] obviamente pertence a um lugar muito
exaltado e espiritual. No entanto, isto não impede ela de “repousar” e pairar nos mundos
inferiores, no mundo de Asiya, mesmo no mundo que nós humanos também habitamos.
Isto é o mesmo para as almas, e ainda mais. A Nefesh de todas as pessoas vem do Mundo
de Asiya, conforme aprendemos de antemão, mesmo que seja dito sobre ela que ela é
uma Nefesh de Atzilut, ou uma Nefesh de Yetzira.
…como uma vela que faz quase nenhuma impressão quando brilha durante o dia
Em vez disso, o que isto significa é que a Nefesh é originada de Asiya, mas que
torna-se tão purificada que não pode ser sentida em comparação à [recém-
adquirida] luz de Nefesh de Yetzira dentro dela.
É como uma vela que faz quase nenhuma impressão quando brilha durante o dia.
A Nefesh está na mesma “forma” que o corpo humano; mais corretamente dizendo: o
corpo humano está na mesma forma que a Nefesh. O corpo é composto de Centelhas
Sagradas que são dispersadas ao longo dele e dentro de cada um dos seus membros. É
exatamente o mesmo com a Nefesh, só que mais efêmero.
Quando Adam HaRishon, o Primeiro Homem, pecou, ele manchou todas as centelhas ao
longo da forma espiritual de sua Nefesh, e sua Ruach e Neshama também. Para explicar
isto, o Arizal agora divaga a uma explicação profunda do Midrash.
O Midrash Tanchuma (Ki Tisa 12) e Midrash Rabba (Ex. 40:3) provê uma
explicação para o verso (Jó 38:4), “Onde você estava quando eu fundei a
terra?“
Jó está queixando sobre seu lote, e argumentando com D-us. Ele o responde, “Onde você
estava quando eu fundei a terra?” Em outras palavras, D-us está respondendo Jó que ele
não tem direito de questionar D-us a menos que ele também saiba de que parte da alma de
Adam a centelha que constitui a alma de Jó originalmente veio. Se ele não sabia de onde
sua alma foi lavrada, então ele não sabe sua própria história. Consequentemente, ele nunca
poderia entender completamente as coisas que estavam acontecendo a ele.
Quando Adam foi criado, o Santo, Bendito seja Ele, o mostrou todos os justos que iriam descender
dele.
Na verdade, o Midrash começa citando um verso de Eclesiastes (6:10): “O que era/ já foi
chamado pelo nome [desde o princípio]/ e sabe-se que é Adam…” Em outras palavras,
tudo que existe “já foi chamado pelo nome” desde o princípio, e que o princípio ou a fonte é
Adam HaRishon, quando ele foi criado.
Quando Adam foi criado, o Santo, bendito seja Ele, o mostrou todos os justos
que iriam descender dele: de sua cabeça, seu cabelo, seu pescoço, seu nariz,
seus dois olhos, e alguns de sua boca. Sua Ruach está também dividida desta
forma, assim como sua Neshama.
Das centelhas que compunham todos os vários membros da Nefesh, Ruach e Neshama de
Adam foram descendidas as almas de todas as pessoas que existiriam ao longo da história.
Quando ele pecou, ele manchou a maioria das centelhas de sua Nefesh,
Ruach e Neshama, fazendo com que fossem imergidas nas klipot.
As klipot são as cascas ou conchas que aprisionam as Centelhas Sagradas caídas. Quando
Adam pecou, as Centelhas Sagradas de sua Nefesh, Ruach e Neshama cairam até as klipot.
No sentido que ele está usando aqui, o conceito de klipot refere-se a todo o reino do mal no
qual as almas e a Divina Presença foi exilada. Este reino é o espelho do reino da
Santidade [Kedusha], mas nas profundezas da impureza espiritual.
A Divina Presença está exilada entre as klipot.
Este é o sod [segredo] do que está escrito no Sefer HaTikunim (C. 5), no
verso,“como um pássaro que vagueia do seu ninho…” (Provérbios 27:8). A
Divina Presença está exilada entre as klipot. As [almas dos] tzadikim vagueiam
após Ela de lugar a lugar.
Isto está falando sobre a qualidade naturalmente inerente nos seres humanos que os
permite retornar ao seu Criador, como um pássaro faz com seu ninho. O significado
profundo do verso refere-se às Centelhas de Alma dos justos perseguindo D-us enquanto
elas estão dentro do reino das klipot.
O lugar ao qual as centelhas estão exiladas no reino das klipot é de acordo
com o aspecto [da alma de Adam] da qual elas vieram. Se elas vieram da cabeça,
então elas estão exiladas na cabeça das klipot; se for dos olhos, então dos
olhos etc. Este é o sod [segredo] da ideia do “exílio das almas” que é
mencionado lá.
Como explicado, o mundo espiritualmente impuro é uma versão espelhada do mundo
espiritualmente puro, exceto de uma forma profana e impura. Assim, quando as almas
caíram ao mundo da impureza, elas caíram ao nível que corresponde a si próprias. Por
exemplo, as almas que são derivadas das centelhas dos olhos da Nefesh de Adam caíram
nas klipot dos olhos da Nefesh. Se elas caíram das coxas da Ruach, então elas caíram às
coxas da Ruach das klipot. É a partir do seu lugar específico do exílio nas klipot que as
centelhas de alma precisam ser redimidas.
[Nota do Tradutor: As palavras Hebraicas que foram traduzidas aqui, "Quando Adam foi
criado...", são "mutal golem". A implicação da palavra mutal é que ele estava sem vida. A
palavra golem será mais familiar, das histórias das criaturas que foram feitas pelo Maharal
de Praga. Considerando que D-us soprou na massa sem vida que era o espírito de vida de
Adam, o Maharal imbuiu o espírito de vida em uma massa sem vida usando os Nomes
Divinos Sagrados.]
Assim, a tradução literal do Midrash neste ponto é como segue: “Quando Adam era um
caroço sem vida não formado…” Sobre aquele tempo está escrito, “E o Senhor D-us formou
o Homem do pó da terra, e Ele soprou nele uma alma viva…” (Gen. 2:7). Foi naquele
momento também, de acordo com nosso Midrash, que D-us manifestou o potencial de
todas as almas humanas posteriores que descenderiam de Adam, o Homem Primordial.
[O verso citado pelo Midrash do Livro de Jó (38:4) é: "Onde você estava quando eu formei
a terra?" A palavra Hebraica para "onde" é ayfoh, composta das letras alef -- yud -- peh --
hei. O Midrash nota que estas letras podem também ser lidas asayfah. Um ayfah é uma
quantidade de massa que ainda não foi amassada na forma do pão que será cozido.
Portanto, o verso, quando é lido com a indicação [remez] ayfah, também sugere neste
momento em que Adam era um caroço sem vida, como anayfah. Este é o momento
quando D-us dá forma e vida para o caroço sem vida, e manifesta as almas potenciais de
toda a raça humana, o momento quando Adam foi criado.]
O motivo para este fenômeno é que há dois tipos de manchas resultantes do pecado. Como
uma consequência de um pecado sério (que será explicado posteriormente), as centelhas
de alma são severamente manchadas; elas submetem-se ao gilgul. No entanto, o resultado
de um pecado menos sério é uma mancha menos séria e não precisa do gilgul.
Uma alma pode reencarnar, atingir correção extensa, mas, no entanto, permanecer um
pouco manchada por causa de alguns pecados “leves” que foram cometidos durante
ogilgul. Estas partes da alma que são a maioria – mas não completamente – corrigidas
reencarnarão novamente no momento do nascimento e continuarão com a pessoa até o
final de sua vida, como no gilgul. No entanto, neste caso, elas irão recolher a recompensa
das mitzvot mas não sofrerão a culpa dos pecados que podem ser cometidos, como no ibur.
São estas partes da alma, aquelas que são menos seriamente manchadas, que constituem a
categoria intermediária passando por “ibur de nascimento”.
As centelhas da nefesh não se separam uma da outra até o dia da morte.
Assim, uma centelha que não foi corrigida seja pela performance dasmitzvot a
quais ela está relacionada ou [não foi corrigida] como resultado da transgressão
destes pecados dos quais não há renascimento precisam reencarnar em um
segundo corpo, que será chamado por aquela centelha.
Este “nome” da centelha é a essência do gilgul que está acontecendo, como o nome de
qualquer coisa dada descrevendo a essência daquela coisa. O gilgul reencarna no corpo
pelo bem do tikun daquelas centelhas de alma que foram severamente danificadas ou não
corrigidas. Portanto, este nascimento particular será chamado pelo nome daquelas
centelhas que precisam passar pelo tikun extensivo.
Elas não retornam exceto como um ibur durante a vida [i.e., depois do nascimento], e
então somente se ela merecer isto, conforme explicado.
3.5. Resumo e Conclusão
No entanto, se elas tiverem tido uma porção nos pecados [presentes] também,
poderia nunca ter tikun para a Nefesh. A pessoa que normalmente peca, e isto
poderia apenas adicionar pecado a pecado e nunca haveria fim a isto!
Se a maioria das centelhas corrigidas tivessem uma porção nos pecados das centelhas não
corrigidas, então dificultaria a progressão para o tikun, pois os tikunim anteriores seriam
anulados pelos pecados futuros das outras centelhas.
…até a conclusão da reencarnação …das centelhas da “cabeça” da nefesh até seus “pés”.
Yibum não é como gilgul porque é por um motivo diferente. Quando se trata
do restante dos pecados da Torah, a correção pode ser alcançada através do
sofrimento neste mundo e após a morte no Gehinom (Purgatório). Assim,
nem todas as centelhas da Nefesh precisam reencarnar, mas elas precisam
voltar apenas como um ibur do tipo mencionado na seção anterior. Apenas
centelhas específicas realmente reencarnam.
Correção pode ser alcançada através do sofrimento, ou através da realização das mitzvot. O
Rav está concentrando a correção através do sofrimento, como parece, porque o que ele
quer dizer aqui é sobre yibum.
Também aprendemos na última seção que as centelhas completamente corrigidas não
precisam reencarnar, e aquelas que estão quase corrigidas, mas não completamente,
reencarnam como um ibur de nascimento. Apenas centelhas específicas que estão muito
danificadas, ou não foram submetidas a nenhum tikun através do gilgul, reencarnaão para
se tornar a alma principal do corpo.
Toda a nefesh que estava no primeiro corpo precisa retornar novamente para seu próprio bem
No entanto, yibum ocorre porque a pessoa morreu antes de ter filhos, uma
falta de sucesso que faz como se ela nunca tivesse vindo ao mundo, como se
seu primeiro corpo não existisse, conforme é dito no Zohar (Vayashev 187a).
O homem que deixa este mundo sem deixar para trás qualquer descendência, é, portanto,
como se ele nunca tivesse existido.
Esta é a diferença entre alguém que morreu sem deixar filhos e precisa
retornar no segredo do Yibum, e alguém que morre com pecados e precisa
reencarnar.
Todos os detalhes que explicamos em relação às centelhas daNefesh aplicam-
se também para a Ruach e Neshama.
Há uma outra diferença entre yibum e gilgul, que foi mencionada no início
desta análise. Se uma pessoa reencarna no segredo do yibum, seu primeiro
corpo é considerado como se nunca tivesse existido. Por este motivo, toda
aNefesh retorna como uma nova criação. É possível, portanto, que a Ruach e
a Neshama possam reencarnar juntas com a Nefesh, embora não de uma só
vez.
Um gilgul, por outro lado não tem a habilidade de trazer todas as três partes
da alma a si, mas apenas uma de cada vez. Como mencionado antes, a
primeira Nefesh reencarna sozinha até que se torne completamente corrigida,
depois que a pessoa morre. Depois, a Ruach sozinha nasce em um corpo
diferente até ser corrigida. A Nefesh também reencarnará junto com ela, mas
apenas como um ibur, já que já está corrigida. O único motivo que ela volta é
para ajudar a Ruach a fazer o bem, e não o mal. Portanto, recebe uma porção
das boas ações da Ruach, mas não das más, assim como dissemos em respeito
a Nefesh em si quando as centelhas corrigidas retornam no segredo do ibur.
Esta é outra explicação de como pode haver um fim para as reencarnações
daNefesh, pois ela não tem parte nos pecados da Ruach, como mencionado.
Uma vez que é corrigida, continua corrigida não importa o que a Ruach ou Neshama não
corrigidas façam no corpo.
Depois que morre e a Neshama reencarna para ser corrigida, então a Nefesh e
a Ruach reencarnam apenas no segredo do ibur, até que seja purificada.
Depois disto, não haverá mais necessidade para esta pessoa reencarnar neste
mundo para seu bem. No entanto, pode retornar a este mundo como
um ibur em outra pessoa, durante a vida desta pessoa, para ajudá-la e por isto
receber uma porção com ela, como explicado previamente extensivamente.
Normalmente, tal pessoa não poderia [corrigir sua] Ruach no mesmo gilgul. Ela
teria que morrer e renascer com sua Nefesh e Ruach juntas. No entanto,
existem casos especiais “quando a necessidade é grande” que ela pode
atingir Ruach - e mesmo Neshama - no mesmo gilgul em que sua Nefesh foi
completada. Isto é possível mesmo que não seja o primeiro gilgul da Nefesh.
Quando a nefesh vem sozinha e atinge correção e purificação, a ruach não pode se unir a ela.
Embora não seja a primeira vez que sua Nefesh veio a este mundo, ela completou
o tikun de sua Nefesh. Portanto, o Arizal a chama “um gilgul ligeiramente novo” (como
será explicado no Capítulo 7). É isto que torna possível a todas as três partes da
alma Nefesh, Ruach e Neshama em um gilgul.
De fato, todos os tipos de luz que vão de baixo para cima, tais como a “Luz Retornante”
(Ohr Makif), são também chamados “Luzes Femininas”. A abreviação clássica para Mayin
Nukvin é “Mem-nun“, que nos referiremos como M”N ao longo desta tradução.
(Estes assuntos são conhecidos do Sha’ar HaTefillah na seção sobre ir dormir a noite.
Investigue mais isto lá.)
Além disso, o lugar para a água é em uma fonte. Já que há um lugar nos mundos
superiores chamado “a Fonte Superior”, é justo que esta Nefesh que foi totalmente
corrigida e ascendeu para cima no segredo de Mayin Nukvin continue lá na Fonte
Superior. Consequentemente, a Nefesh que foi completamente corrigida e ascendeu
como M”N a Fonte Superior não desce na manhã quando as almas retornam para este
mundo. Continuará na Fonte Superior, e em seu lugar sua Ruach descerá.
Quando acorda pela manhã, sua Ruach então entrará por si só, como se
reencarnasse em um corpo diferente.
Quando a ruach é também corrigida não há impedimento para se abrigar junto com a nefesh.
Esta nova situação continuará até que seja corrigida completamente, a tal ponto que
aNefesh retornará ao corpo como antes, já que ambas estão corrigidas. A Ruach pode ser
vestida dentro da Nefesh, e a Nefesh pode ser seu “veículo”.
A força deste anseio, devido a ser puro, torna possível a adesão total.
A Nefesh pode continuar lá e não descer.
Assim, a primeira parte do verso foi explicada. “Minha Nefesh Te desejou pela noite”, pois
a noite é o momento do desejo quando as almas ascendem como M”N a Fonte Superior.
Pela manhã quando é hora de descer, então minha Nefesh não desce, mas
minha Ruach em seu lugar desce ao meu corpo para Te buscar.
A palavra Hebraica que foi traduzida aqui para “Te buscar” é ashachreca, a raíz da qual
é shachar. Shachar significa “manhã”. Assim, a segunda parte do verso será processado,
“…Pela manhã minha Ruach entrará em mim”, no lugar da minha Nefesh.
Pela manhã quando chega o momento para a Nefesh descer novamente e ela
não desce, então “minha Ruach” pode entrar em mim ao invés. Este é o
porquê não é “minha Nefesh” que “Te busca”/”pela manhã”.
Isto está de acordo a ambos os significados de ashachreca.
Assim, se uma pessoa sabe por si própria que ela corrigiu sua Nefesh, ela pode
dizer o verso, “Minha Nefesh Te desejou pela noite;
mesmo [com] minha Ruach que está dentro de mim eu Te buscarei [em
Hebraico, ashachreca]…” antes de se colocar para dormir. Deve recitá-la
concentrando-se no significado esotérico que foi explicado aqui para atingir
sua Ruach, e semelhantemente sua Neshama. Então não precisará de
umgilgulim adicional. Entenda este segredo esotérico bem e seja cauteloso
com ele.
Em Tuas mãos eu deposito minha alma…
De fato, na recitação prescrita do Shema Antes de Dormir no livro de orações do Ari (pelo
menos de acordo com o Ben Ish Chai) este verso aparece, e é recitado por todos toda noite.
Há outro verso que é também recitado toda noite na correção do Shema Antes de Dormir.
O motivo para este segundo verso é semelhante ao que foi explicado nesta seção, mas não
exatamente. O Rav agora explicará as diferenças entre eles, e porque os dois versos
precisam ser recitados.
No entanto, o verso que costumamos dizer, “Em Tuas mãos eu deposito
minha alma…” (Salmos 31:6), não ajuda a fazer o que foi explicado aqui.
Somente significa que a Nefesh ascenderá como um “depósito”. Pela manhã
ela retornará a descer. No entanto, o verso, “Minha Nefesh Te desejou pela
noite; mesmo [com] minha Ruach que está em mim eu Te buscarei…” significa
que a Nefesh continuará Acima, e que ou a Ruach ou a Neshama descerá em
seu lugar.
(Nota: O Shmuel diz: O verso “Minha Nefesh Te desejou pela noite;
mesmo [com] minha Ruach que está em mim eu Te buscarei…” é explicado no
Portão Seis de Shaar HaKavanot. See there.)
Nesta seção aprenderemos outra forma para que as três nefesh, ruach e neshama possam
ser recebidas em uma vida, mesmo que não seja seu primeiro gilgul.
Na primeira possibilidade, não podia receber todas suas NR”N em seu segundo gilgul,
exceto através do dispositivo de recitar o verso “Minha Nefesh Te desejou pela noite…”,
como explicado no final do último capítulo. Então sua Nefesh continuará acima na Fonte
Superior, e pela manhã sua Ruach descerá em seu lugar. Agora, o Rabbi explicará a
segunda forma possível de atingir toda NR”N em um segundo gilgul.
É bem conhecido que existem 248 mitzvot positivas [proativas, nos conecta com a
Luz] e 365 mitzvot negativas [reativas, nos desconecta da Luz].
As mitzvot negativas nos dizem o que não fazer. Seus números correspondem
aos 248 membros do corpo humano, que é feito na imagem da Nefesh. Assim,
cada uma das mitzvot negativas corresponde a um dos membros da Nefesh, e
a transgressão de alguma delas causa uma mancha ou dano correspondente
em um dos membros da Nefesh.
Mitzvot positivas, por outro lado, requerem que a pessoa ativamente faça algo. Elas
causam o tikun (correção) da Nefesh.
Mitzvot positivas… causam o tikun (correção) da Nefesh
4.3. Reencarnação
e Ressurreição
O que acontece com um corpo no momento da Ressurreição dos Mortos, quando aquele corpo,
durante sua vida, apenas corrigiu poucas partes da Nefesh?
No entanto, existem dois outros aspectos em relação a este assunto.
[O primeiro aspecto diz respeito a uma pessoa] que apenas corrigiu a Nefesh durante
sua primeira vida mas não mereceu completamente corrigi-la – e então
morreu. Já que seu primeiro corpo não completou a correção de todos os
aspectos da Nefesh, então, no momento da Ressurreição dos Mortos, apenas
aquelas partes que foram corrigidas na vida do corpo retornarão a ele.
Portanto, o corpo também volta a vida no momento da Ressurreição dos mortos, junto com
aquelas partes da alma que foram corrigidas durante a vida Quando esta reencarnação
particular ressuscita, ela recebe apenas as centelhas que foram corrigidas através dele. As
outras partes da Nefesh retornam nos outros corpos em que forram corrigidas.
No entanto, no que concerne a nós aqui não é a possibilidade que todas as três partes da
alma podem ser recebidas no segundo gilgul, mas o que acontece no momento da
Ressurreição do corpo do primeiro gilgul que corrigiu apenas algumas partes da Nefesh.
Todas as partes da Nefesh que foram corrigidas no segundo corpo… pertencem ao segundo
corpo no momento da Ressurreição…
O primeiro corpo não tinha porção na Ruach e Neshama, mas tem uma
participação na parte da Nefesh, a parte que foi corrigida por ele. O restante
dos aspectos [da alma corrigida] pertencem ao segundo corpo.
A regra é que o corpo de cada pessoa será ressuscitado com as partes da alma que foram
corrigidas em sua vida. Se apenas algumas partes da Nefesh foram corrigidas pela pessoa
do primeiro gilgul, então aquelas poucas partes equivalem a nada mais do que uma
“Nefesh mínima” serão todas as que estarão disponíveis para a ressurreição do primemiro
corpo.
O Rabbi vai agora fazer uma comparação entre esta “Nefesh mínima” e a Nefesh mínima
que aprendemos no caso do yibum.
Há uma base adicional a comparação entre nosso caso, quando apenas algumas partes
daNefesh são corrigidas no primeiro gilgul, e o do yibum, quando nenhuma descendência
é deixada no mundo. Em nosso caso, assim como do yibum, a Nefesh não tem qualquer
fruto. Em nosso caso este é o motivo pelo qual ela não tem parte nem na Ruach e nem
na Neshama. Elas pertencem ao outro gilgul.
Este é o segredo do que é escrito no Zohar (Chayei Sarah 131a): “Aqueles corpos
que não foram bem sucedidos é como se nunca tivessem existido”. Isto é
notável, pois [é sabido que] não há Israelita que não é “cheio de mitzvot como
uma romã” (Berachot 57a). Por que ele [um corpo "não bem sucedido"] seria
inexistente no momento da ressurreição?
A fonte principal de prazer no Tempo Vindouro está no nível da Neshama…
A romã é um furto que é cheio de sementes. De fato, alguns dizem que a romã original
tinha 613 sementes, correspondentes ao número de mitzvot positivas e negativas da Torah.
Os sábios usavam isto para simbolizar a condição interna dos Israelitas. Eles declararam,
“Mesmo os vazios entre vocês (Israel) são cheio de mitzvot como uma romã”.
Quando um Israelita faz uma mitzvah, ele se conecta e participa em todas as mitzvot que já
foram feitas ao longo da história. Assim, mesmo o mais insignificante deles é “cheio
demitzvot como uma romã”. Como, então, pode haver um corpo que não tem parte
nasmitzvot para justificar sua ressurreição?
Todas as três NR”N podem ser atingidas no segundo gilgul se a ruach e a neshama não
estavam presentes no primeiro gilgul e não foram consequentemente manchadas. Em
relação a isto, o Rabbi declara no Capítulo Quatro, Seção 3 que ele quer fazer duas
distinções, explicando a primeira, um caso onde a maior parte da Nefesh não é corrigida no
primeiro gilgul. Esta seção, no entanto, um segundo caso, diz respeito a uma Nefesh que
teve sua maior parte corrigida no primeiro gilgul.
O primeiro corpo mereceu corrigir a Nefesh inteira, mas depois a manchou.
Há um tikun muito pequenos deixado a realizar. A Nefesh realmente pertence ao primeiro
corpo. Este é o oposto do caso anterior onde apenas uma pequena parte da Nefesh foi
corrigida no primeiro gilgul. Neste caso a Nefesh realmente pertence ao corpo do
segundo gilgul. Mas aqui apenas um pequeno tikun é deixado para ser feito, e
a Nefesh realmente pertence ao primeiro corpo.
Quando todos três NR”N forem manchados, então eles precisam retornar em
reencarnações separadas, e a Ruach e Neshama vai abrigar dentro da Nefesh de um
convertido.
Se uma pessoa merecer sua Nefesh, Ruach e Neshama, mas então manchá-
las, as três não retornam juntas. Ao invés, cada uma retorna em uma
reencarnação separada. Mas quais são as leis governando a correção de cada
uma?
…uma Ruach manchada não pode se juntar com uma Nefesh já corrigida
Tendo dito isto, podemos responder uma pergunta importante. A maioria das
pessoas apenas tem o mérito da sua Nefesh. E apenas uma pequena
quantidade nestas últimas gerações terão o mérito de sua Ruach e Neshama.
No entanto, sabemos que o filho de David não virá até que todas
as Ruchot e Neshamot sejam corrigidas (Talmud Yebamot 62a).
A pergunta do Rabbi é baseada na declaração famosa do Talmud: “O filho de David não
virá até que todas as Neshamot tenham terminado de sair do corpo.” De acordo com o
Rashi “o corpo” é o nome do depósito das almas. As almas precisam sair de lá para entrar
nos corpos físicos neste mundo para serem corrigidas. O Rabbi agora relaciona este
ensinamento especificamente aos níveis de alma de Ruach e Neshama. Se a Ruach e
a Neshama não vierem nos corpos físicos nestas últimas gerações, então como elas podem
ser corrigidas? O Mashiach ["o filho de David"] nunca será capaz de vir, D-us proíba.