Sinais Elétricos e Suas Formas de Onda
Sinais Elétricos e Suas Formas de Onda
Sinais Elétricos e Suas Formas de Onda
Tópicos
Conceito de sinal elétrico
Sinal alternado e sua forma de onda
'Ouvindo' algumas ondas
Superpondo ondas
Mais ondas
Para efeito prático, assuma com a palavra 'matéria' a ideia de 'componente elétrico' e,
assim, perceberá rapidamente que a variação da corrente no decorrer do tempo, nesse
componente, dependerá das propriedades do componente (resistência, capacitância,
indutância etc.) e da variação da tensão elétrica aplicada.
Nessa teoria não abordaremos as propriedades típicas dos componentes; isso são teorias
distintas. Aqui abordaremos a variação da tensão elétrica aplicada no decorrer do tempo,
à qual denominaremos por "sinal elétrico".
Esse sinal elétrico é uma descrição de como o valor da tensão elétrica (U) varia no
decorrer do tempo (t).
Há vários modos de se descrever um acontecimento e, uma simples frase em língua
pátria pode muito bem ser um deles; eis uma descrição:
"Veja pessoal, aqui temos um resistor ôhmico de 10k ligado aos terminais de uma pilha
comum de lanterna. Se o intervalo de tempo não for muito grande poderemos dizer que a
tensão elétrica aplicada a esse resistor permanece constante."
Essa descrição significa: "Para pequenos intervalos de tempo, o valor da tensão aplicada
ao resistor não varia".
Essa descrição tem alguns 'pecados', é um tanto imprecisa e limitada, pois não nos
informa qual é esse 'valor' da tensão, nem 'quanto' é esse intervalo de tempo, não 'sugere'
o que acontecerá se esse intervalo de tempo for aumentando e, como está expressa na
nossa língua, quem nasceu e mora, por exemplo, no Japão, não vai entender nada!
Eletrônica é Ciência e, como tal não pode cometer todos esses tipos de 'pecados' ---
alguns, vá lá!, como é o caso da língua pátria --- mas os outros, não! Por isso a Ciência
tem sua ferramenta e 'linguagem' própria; a Matemática. As 'leis jurídicas', por exemplo,
não são expressas via Matemática; são 'textos para interpretação, prevalecendo as
palavras de autoridades'; dai sua exclusão na classificação de Ciência Exata.
Para descrever a variação da tensão no decorrer do tempo, por exemplo, a Matemática
lança a mão do conceito de 'função', U = f(t). Leia-se: U é uma função do tempo t. De
modo geral, uma função pode ser traduzida em forma gráfica --- o gráfico da função ---
num dado sistema de coordenadas. O mais simples deles é o sistema de coordenadas
cartesianas com eixos ortogonais entre si. Esses gráficos Uxt , como que uma fotografia
de longa exposição, proveem uma técnica útil de descrever como as variações de tensão
acontecem. Essa 'fotografia' que o gráfico exibe pode, numa primeira apresentação,
receber a denominação de forma de onda. Esse conceito será aprimorado logo adiante.
Para assimilar essa forma de descrever a variação de tensão e seus gráficos (ou suas
formas de onda), vamos exemplificar, começando com um 'sinal' de tensão contínua
(normalmente indicado por CC ou DC):
Essa linha vermelha horizontal --- forma de onda --- (distância constante do eixo t) é o que
se destaca nesse gráfico, mostrando que para qualquer valor da abscissa (t = tempo), do
intervalo [0 --- T], o valor da ordenada (U = tensão) é sempre o mesmo. Nessa ilustração
acima podemos ler: a 'polaridade' dos terminais onde estamos testando a tensão e o
'valor' dela não variam no decorrer do tempo (pelo menos dentro do intervalo de 0 a T
segundos).
Em muitos circuitos elétricos são mantidos níveis de DC fixo, em geral ao longo das trilhas
(-) provenientes da fonte de alimentação, ou outros níveis de referências (terra, chassi,
neutro, massa etc.) que permitam comparações de sinais.
Compare este gráfico acima com os gráficos Uxt, a seguir, que mostram diversas formas
de onda, todas provenientes de sinais alternados ou AC.
Como você pode observar num simples passar de olhos --- e essa é a vantagem do uso
dos gráficos em relação a outros modos de estudar a variação da tensão no decorrer do
tempo --- os níveis de tensão mudam no decorrer do tempo e se alternam entre valores
positivos (acima do eixo dos tempos) e valores negativos (abaixo do eixo dos tempos).
Os sinais com "formas repetidas", caracterizando uma propriedade da tensão, são
chamados "formas de onda". São exemplos, as ondas em forma de seno (ou cosseno) ou
ondas senoidais, as ondas quadradas, as ondas triangulares e as ondas dente de serra.
Uma característica notória das ondas alternadas é o fato de apresentarem áreas iguais,
acima e abaixo do eixo dos tempos, conforme destacamos na figura acima.
Alguns termos que passamos a definir, são necessários para bem descrever as ondas
senoidais e outras formas de onda:
Período (T) - é o intervalo de tempo que denota a repetição da forma de onda em
igualdade de condições; é o intervalo de tempo para descrever "um ciclo completo"; ele
pode ser medido entre quaisquer dois pontos que correspondem ao mesmo estado em
ciclos sucessivos.
Frequência (f) - é o número de ciclos completos contidos na unidade de tempo. Como
cada ciclo se realiza no intervalo de tempo T (período), podemos dizer que a freqüência é
o número de períodos necessários para preencher a unidade de tempo. A 'unidade de
tempo' no Sistema Internacional de Unidades é o segundo (s) e a 'unidade de freqüência',
nesse sistema, é o hertz (Hz): 1 hertz = 1 ciclo por segundo; o período da onda cuja
freqüência é 1 hertz é T = 1 s. Desse modo, entre a freqüência e o período valem as
relações:
Em Eletrônica trabalha-se, por exemplo, com sinais de frequência 0,1 Hz, cujo período
vale 10 s, com sinais de 1 quilohertz (1 kHz), cujo período vale 0,001 s, com sinais de 1
mega-hertz (1 MHz), cujo período vale 0,000 001 s, etc.
Amplitude (de tensão) (U) - em eletrônica, a amplitude de tensão de uma onda senoidal
é medida de três modos distintos, cada qual com sua finalidade específica ; temos:
(1) - a amplitude de pico (Up) que corresponde ao valor máximo da tensão senoidal função do
tempo [ U = Up.sen(2pft) ]. No gráfico cartesiano Uxt é a medida vertical, do eixo dos tempos
(t) até a crista (ou vale) da onda.
(2) - a amplitude pico-a-pico (Upp) que corresponde ao dobro da amplitude de pico; medida
vertical entre os máximos valores positivo e negativo da onda; Upp = 2.Up . Em termos práticos
essa é, freqüentemente, a medida mais fácil de ser feita.
(3) - a amplitude rms (Urms) é o valor quadrático médio da função seno em relação ao tempo,
também denominado "valor eficaz" da tensão, ou ainda, "valor nominal". Essa é a amplitude de
maior utilidade na prática eletrônica. Ela se relaciona com as demais amplitudes pelas
relações:
Que vem a ser, realmente, as amplitudes rms e qual o porque delas serem tão
importantes?
Amplitude rms é o valor da tensão C.C. que entregará ao consumidor a mesma potência
média que o sinal de C.A.
O brilho da lâmpada (indicativo da potência) conectada à fonte C.A. pode nos parecer
constante; isso é uma falsa impressão e pode perfeitamente ser verificada com o uso de
espelhos girantes. A corrente circulante no filamento da lâmpada não é constante, quer
em amplitude quer em sentido e, periodicamente, passa por zero (instante em que o sinal
cruza o eixo dos tempos). O que se observa é apenas o 'brilho médio' produzido pelo sinal
C.A.
A segunda lâmpada incandescente é alimentada por fonte C.C. e seu brilho é realmente
constante porque a corrente é constante e circula sempre no mesmo sentido. Obviamente
podemos ajustar o valor da tensão dessa fonte de modo que as duas lâmpadas sejam
igualmente brilhantes. Quando isso acontecer, a fonte C.C. estará fornecendo uma tensão
que se equipara ao "valor eficaz" da tensão fornecida pela fonte C.A.
Um pouco de matemática será necessário para explicar porque o valor equivalente à C.C.
é denominado de 'valor quadrático médio' (em inglês, rms, root mean square). O que é
importante nessa fase é recordar que o sinal C.C. e seu equivalente rms da C.A.
fornecem a mesma potência média.
Fase (j) - Se você comparar duas ondas senoidais colhidas de fontes diferentes, mesmo
que tenham a mesma amplitude de pico e mesma frequência, poderá reparar que, via de
regra, os valores máximos dessas ondas não ocorrem ao mesmo tempo. Um exemplo
marcante disso é comparar (através de um osciloscópio de duplo traço) os sinais C.A.
colhidos de dois geradores eletromecânicos idênticos. Há um 'deslocamento' temporal
entre as duas formas de onda. Quando uma delas está passando pelo valor máximo, a
outra pode estar 'quase chegando' nesse valor ou 'já passou' desse valor.
Para bem descrever essas comparações, que no fundo nada mais são que comparar
funções senoidais no tempo, é conveniente descrever os vários estados do sinal dentro
de um ciclo de operação (ou, dentro de um período de funcionamento). Assim, cada ciclo,
em cada instante, poderá ser descrito pelo seu 'estado oscilatório'.
Visto isso, fica fácil entender porque podemos dividir um ciclo da onda em "graus" ( o) ou
"radianos" (rad) e assim descrever o comportamento do sinal quer de 'grau em grau'
(1/360 do ciclo completo), quer de '90 em 90 graus (de quarto em quarto de ciclo), quer de
'180 em 180 graus' (de meio em meio ciclo) etc.
Abaixo apresentamos o estado de uma onda senoidal dividida em 'graus':
Recordemos que as ondas senoidais (sinais de C.A.) são, via de regra, geradas por
máquinas dotadas de um rotor, que giram dentro de um campo magnético. Uma volta
completa do rotor do gerador de tensão (360 o), corresponde a um ciclo da onda senoidal.
Consequentemente 180o corresponde a meia volta, 90o a um quarto de volta e assim por
diante. Usando este método, algum ponto no gráfico da onda senoidal pode ser
identificado por um número particular de graus através do ciclo. É o que se denomina
verificar a fase da onda naquele instante.
Assim, se duas ondas senoidais tiverem a mesma freqüência e ocorrerem ao mesmo
tempo, como em (A) na ilustração abaixo, diremos que elas estão em fase, ou melhor,
em concordância de fase.
Se os estados de duas ondas não são concordantes no tempo, diremos que elas estão
fora de fase.
Quando isso ocorre, a diferença na fase pode ser medida em graus e é denominado de
ângulo de defasagem (j). Na ilustração acima, em (B), você pode perceber que as duas
ondas estão um quarto de ciclo fora de fase, assim, o ângulo de defasagem entre elas é j
= 90o.
Suas orelhas (até uns tempos atrás deveríamos dizer 'ouvidos') são particularmente
sensíveis aos sons na escala média, aproximadamente de 500 Hz a 2 kHz,
correspondendo com a escala das frequências encontradas no discurso humano. Os
sistemas de telefone têm um desempenho de alta frequência pobre mas trabalham
eficazmente nesta escala média. Quando você projetar um sistema de alarme, com uma
saída audível, é importante manter a frequência dos sons dentro desta escala média.
Os diagramas abaixo mostram formas de ondas de frequências e amplitudes diferentes.
Esses sinais podem ser reproduzidos em seu sistema de som de seu computador.
Ligue seu áudio e clique nos ícones dos alto falantes , abaixo, para reproduzir cada
som:
Os sons percebidos devido às ondas quadradas soam mais áspero porque o sinal contém
algumas frequências adicionais que são múltiplos da frequência fundamental. Estas
frequências adicionais são chamadas harmônicos. Os sons provenientes de
instrumentos musicais diferentes são diferenciados por seu índice de harmônicos que
acompanham o som fundamental.
Superpondo ondas
As ondas senoidais podem ser 'misturadas' com sinais C.C. ou com outros sinais
senoidais e, com isso, produzir novas formas de ondas. Veja aqui um exemplo de forma
de onda complexo:
O complexo aqui destacado não significa difícil de compreender, denota apenas que não
é um sinal 'puro' e sim superposição de vários sinais. Uma forma de onda como a acima
ilustrada pode ser pensada como a superposição de dois sinais distintos, um componente
C.C. e um componente C.A. Na prática, é bastante fácil separar estes dois componentes;
basta usar um capacitor, ele 'deixa passar' a componente C.A. e bloqueia a componente
C.C.
Algumas formas de onda, ainda complexas, podem ser obtidas superpondo uma onda
senoidal, de uma dada freqüência, com outras ondas cujas frequências são múltiplos
inteiros dessa dada freqüência, ou seja, superpondo ondas harmônicas com a onda
fundamental.
Os gráficos abaixo ilustram, de início, a onda fundamental (fo = 0,5 Hz; To = 2s) e seus
três primeiros harmônicos de ordem ímpar (f3 = 3.fo = 1,5 Hz; T3 = 0,67s)(f5 = 5.fo = 2,5
Hz; T5 = 0,40s)(f7 = 7.fo = 3,5 Hz; T7 = 0,28s), de amplitudes cada vez mais reduzidas e,
a seguir, as superposições desses harmônicos com o fundamental:
fo = 0,5 Hz; To = 2s f3 = 3.fo = 1,5 Hz; T3 = 0,67s
Mais ondas
Esta parte da teoria esboça outros tipos de sinais que você pode encontrar em sua vida
profissional. Os circuitos que geram estes sinais são, de modo geral, 'chips' muito práticos
(caso do NE555, por exemplo) ou interligação de circuitos integrados específicos.
Ondas quadradas - como o são as ondas senoidais, essas também são descritas em
termos do período, da frequência e da amplitude:
A amplitude de pico, Up, e a amplitude pico-a-pico, Upp, são medidos como você já
esperava, seguindo a mesma linha das ondas senoidais. Entretanto, a amplitude rms,
Urms, é maior que aquela da onda senoidal (as áreas abrangidas pelas meias-ondas são
maiores na quadrada que na senoidal). Para ver isso sob outro ângulo, lembramos que a
amplitude rms corresponde aquela da tensão C.C. que entrega a mesma potência que a
onda senoidal. Se uma onda quadrada for aplicada a uma lâmpada incandescente, a
corrente fluirá durante meio período num sentido e inverterá seu sentido no meio período
seguinte; a corrente comuta seu sentido, mas sua amplitude efetiva continua a mesma! A
"dose" de energia elétrica fornecida a cada meia período é maior que aquela fornecida
pela onda senoidal de mesma amplitude de pico. Assim, a onda quadrada entrega a
potência máxima durante todo seu ciclo, de modo que a Urms e igual à Up .
Nota: Se isso lhe soar um tanto desconcertante, não se preocupe, a amplitude rms
de uma onda quadrada não é algo de uso tão frequente como aquela da onda
senoidal.
Embora uma onda quadrada possa comutar muito rapidamente de seu mínimo até seu
máximo valor de tensão, essa mudança nunca poderá ser instantânea, do mesmo modo
que nenhum móvel pode passar instantaneamente de uma velocidade para outra (sempre
haverá uma fase de aceleração, por mais exíguo que seja o tempo de transferência).
O tempo de subida do sinal é definido como o intervalo de tempo necessário para a
tensão mudar de 10% a 90% de seu valor máximo. Esses 'tempos de subida' são
geralmente muito curtos, com durações medidas em nanosegundos (1 ns = 10 -9 s) ou
micro segundos (1 ms = 10-6 s), conforme vemos na ilustração a seguir:
Ondas de pulso - o aspecto geral é o de uma onda quadrada, exceto que as formas de
ondas de pulsos têm toda sua ação se desenvolvendo acima do eixo dos tempos (apenas
valores positivos de tensão). No início de um pulso, a tensão muda repentinamente de um
"nível baixo" (perto do eixo dos tempos) para um "nível alto" (em geral perto da tensão da
fonte de alimentação).
Esse sinal também é reconhecido pela denominação trem de pulsos, caracterizado pela
alternância entre um estado (nível) de amplitude nula (ou quase nula) e outro de
amplitude máxima, com durações iguais. Quando o tempo de duração em um dos estados
é maior/menor que no outro, recebe o nome de trem de pulsos retangulares. Esse tipo
de sinal é utilizado sobretudo para a "modulação por largura de pulso" (PWM); também
pode ser usado como elemento básico de 'síntese subtrativa' em sintetizadores
analógicos. Em Informática, tais sinais são utilizados na transmissão serial de dados em
redes de computadores.
Algumas vezes a 'frequência' de uma forma de onda de pulso (quadrado) é indicada como
sua "taxa de repetição"; nada para estranhar, é o seu número de ciclos por segundo,
medido em hertz (Hz) ou seus múltiplos.
A fase ALTA do pulso retangular é denominada marca (ou ainda, largura de pulso),
enquanto que a fase BAIXA é denominada espaço. Como salientamos, nos pulsos
retangulares, marca e espaço não têm duração iguais; a razão (grandeza adimensional)
entre os tempos_em_alta (marca) e os tempos_em_baixa (espaço) fica assim definida:
Uma razão marca/espaço = 1,0 (como na ilustração acima) significa que os tempos da
fase ALTA e os da fase BAIXA são iguais; quando a razão marca/espaço = 0,5 (como na
ilustração abaixo, esquerda)) teremos a indicação de que o tempo em ALTA é metade
daquele em BAIXA.
Uma razão marca/espaço = 3,0 (como na ilustração acima, direita) indica uma fase em
ALTA de maior duração, neste caso, três vezes maior que o tempo em BAIXA.
Outro modo de descrever esses variados tipos de forma de onda através da comparação
dos tempos das fases em ALTA e em Baixa é através do ciclo ativo ("duty cycle"), assim
definido:
Quando o 'ciclo ativo' é menor que 50%, teremos a indicação de que o tempo_em_alta é
de menor duração que aquele em baixa.
Um circuito que produza uma série contínua de pulsos é denominado astável, isto é, ele
não é 'estável' pois sua saída fica continuamente 'pulando' de nível alto para nível baixo.
Esses 'geradores de pulsos' têm larga aplicação em eletrônica (o fabuloso NE555 é um
exemplo disso).
Rampas - indicam uma fase da forma de onda onde a tensão é linearmente crescente ou
decrescente, como se ilustra:
A grandeza denominada razão de rampa, que descreve com que rapidez a tensão
elétrica aumenta ou diminui na unidade de tempo é medida em 'volts por segundo' (V/s).
Tais 'subidas' ou 'descidas' de tensão, obviamente não podem continuar indefinidamente;
elas cessam quando se atinge o nível de saturação, geralmente um valor perto da
tensão de alimentação do circuito. Os 'geradores de rampa', assim como os 'geradores de
pulso' encontram inúmeras aplicações na eletrônica.
Ondas triangulares e dentes-de-serra - consistem em formas de onda que são
essencialmente 'rampas' de subida e de descida em determinada cadência. Melhor
explicando: (a) na onda triangular a amplitude cresce linearmente até um valor máximo da
onda e em seguida decresce linearmente até uma amplitude mínima; esses tempos de
subida e descida podem ser iguais ou diferentes e (b) na onda dente-de-serra, um caso
extremo de onda triangular, temos tempo de subida ou de descida igual a ZERO,
caracterizando a onda dente-de-serra descendente e a onda dente-de-serra ascendente.
As ondas dente-de-serra têm aplicação decisiva nos circuitos de varredura de
osciloscópios e TVs.
Sinais de áudio - Como sabemos, as frequências das ondas sonoras que podem ser
detetadas por nosso sistema auditivo íntegro, pertencem a uma gama cujos limites são
função de vários fatores (a idade, por exemplo). A gama, tradicionalmente citada, tem
como limites os valores 20 Hz e 20 kHz. Uma onda senoidal dessa gama, amplificada e
capaz de excitar um alto falante, nos dará a impressão de um tom de áudio puro, sem
muita 'beleza' musical. Os reais sinais de áudio como os discursos e a música consistem
de superposições de muitas frequências diferentes (ilustração abaixo, à esquerda).
Ruído - Um sinal de ruído (ilustração acima, à direita) consiste em uma mistura de
frequências com amplitudes aleatórias. O ruído pode ter várias origens; um importante, é
o ruído térmico (efeito Johnson). Outras fontes de ruído incluem os sinais de rádio (que
são detetados e amplificados por muitos circuitos e não apenas pelos receptores de
rádio), as interferências por 'chaveamento' de dispositivos (SCR e TRIACs, por exemplo),
as trovoadas etc. Os projetistas de sistemas elétricos tentam, no geral, eliminar ou mesmo
minimizar tais ruídos porém, outros projetistas, cuidam especialmente de sua produção
(geradores de ruídos usados em sintetizadores eletrônicos de música e outros efeitos
especiais).