ADICIONAL-Instrução Normativa para RESEX e RDS-ICMBio
ADICIONAL-Instrução Normativa para RESEX e RDS-ICMBio
ADICIONAL-Instrução Normativa para RESEX e RDS-ICMBio
Considerando a Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades
de Conservação da Natureza, regulamentada pelo Decreto nº 4.340, de 22 de agosto de 2002;
Considerando o Decreto nº 5.758, de 13 de abril de 2006, que institui o Plano Estratégico Nacional
de Áreas Protegidas;
Considerando a Lei nº 11.516, de 28 de agosto de 2007, que cria o Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade e o Decreto nº 6.100, de 26 de abril de 2007 que estabelece o regimento
interno do Instituto;
1
Art 2º Para fins desta Instrução Normativa, entende-se por:
II - população tradicional: grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais; que
possuem formas próprias de organização social, que ocupam e usam territórios e recursos naturais como
condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, utilizando conhecimentos,
inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição, conforme definido no Decreto nº. 6.040 de 2007
como Povos e Comunidades Tradicionais.
II – a transparência dos processos de gestão das Unidades e a adequação a cada realidade local;
V – a promoção dos meios necessários e adequados para a efetiva participação das populações
tradicionais nos processos decisórios e seu protagonismo na gestão da Unidade;
VII - a busca pela melhoria da qualidade de vida das populações tradicionais, o acesso aos serviços
básicos e a cidadania, respeitando-se suas especificidades e características sócio-culturais.
Art 4º O processo de elaboração de Plano de Manejo Participativo de RESEX e RDS poderá ser
iniciado a partir de solicitação da população tradicional ou suas representações, ou por iniciativa do
Instituto Chico Mendes.
§ 2º Para coordenação do processo deve ser instituído um grupo de trabalho (GT) no âmbito do
Conselho Deliberativo da Unidade, formado por seus membros ou por pessoas por ele indicadas.
2
Art 5º A elaboração do Plano de Manejo Participativo de RESEX e RDS Federais obedecerá às
seguintes etapas seqüenciais, devidamente documentadas;
I - Planejamento prévio; O GT deve elaborar um plano de trabalho onde serão previstos os recursos
humanos, financeiros, logísticos, estratégias de mobilização das comunidades e de divulgação das
informações, bem como o cronograma de execução e parcerias necessárias para a elaboração do Plano de
Manejo Participativo da Unidade;
II - estudos fase I: Levantar, compilar e analisar dados e informações disponíveis sobre a área e a
região, analisando as informações em conjunto com a população tradicional da Unidade e identificando e
indicando se há necessidade de estudos complementares;
III - estudos fase II: De acordo com os resultados da fase I dos estudos, realizar os levantamentos
complementares indicados para a elaboração do Plano de Manejo Participativo, utilizando-se de
metodologias apropriadas que garantam a participação efetiva da população tradicional da Unidade,
integrando conhecimentos técnico-científicos e saberes, práticas e conhecimentos tradicionais;
Art 6º Para os fins previstos no inciso IV, do artigo anterior, entende-se por:
III – Plano de Utilização: consiste nas regras internas construídas, definidas e compactuadas pela
população da Unidade quanto às suas atividades tradicionalmente praticadas, o manejo dos recursos
naturais, o uso e ocupação da área e a conservação ambiental, considerando-se a legislação vigente. É o
documento base para que seja firmado o Termo de Compromisso entre a população tradicional
beneficiária da Unidade, que receberá a concessão do direito real de uso, e o Instituto Chico Mendes;
IV – zoneamento: estabelece setores ou zonas com normas e regras específicas de uso, manejo e
ocupação da Unidade, com base na diversidade de paisagens e ecossistemas, na situação fundiária, na
tradição e na forma como a população local divide, categoriza e utiliza seu espaço;
V – zona de Amortecimento: define e caracteriza uma área no entorno da Unidade, estabelecida com
o propósito de minimizar ameaças e impactos negativos sobre a mesma. Deve ser delimitada considerando
as características socioambientais regionais, as atividades existentes e os impactos potenciais na Unidade.
Devem ser estabelecidas normas para o seu uso e ocupação e restrições para atividades impactantes.
3
VI – análise de cenários: analisa o contexto ambiental e sócio-econômico interno e externo à
Unidade, para identificar oportunidades e ameaças e orientar as escolhas e ações estratégicas para a
gestão;
I - contextualização regional;
Parágrafo único. Os estudos acima realizados devem ser analisados e aprovados, mediante
parecer técnico, pela Diretoria de Unidades de Conservação de Uso Sustentável e Populações
Tradicionais do Instituto Chico Mendes, que poderá indicar, para aprovação, a necessidade de estudos
complementares.
4
II - reuniões públicas;
Art 10. A proposta de Plano de Manejo Participativo deve ser encaminhada ao Conselho
Deliberativo da Unidade para aprovação por meio de resolução interna.
Art 11. Com base na resolução do Conselho Deliberativo, o Instituto Chico Mendes publicará no
Diário Oficial da União uma Portaria referente ao Plano de Manejo Participativo da Unidade, num prazo
de 30 dias a contar da sua aprovação pelo Conselho.
Art 12. O Plano de Manejo Participativo deverá ser disponibilizado pelo órgão gestor em versão
digital e em cópia impressa para as instâncias de gestão da Unidade. Deverão ser desenvolvidos também
materiais de divulgação com o resumo do plano ou de partes do mesmo, adaptados à linguagem local.
Art 15. O Plano de Manejo Participativo poderá sofrer alterações específicas a partir de demandas
da população tradicional da Unidade, justificativa técnica, aprovação prévia do Instituto Chico Mendes e
decisão do Conselho Deliberativo.
Art 16. O Plano de Manejo Participativo indicará o prazo para sua revisão, não podendo exceder a
cinco anos. O processo de revisão do Plano obedecerá as normas e diretrizes constantes nesta Instrução
Normativa.
Art 17. O Plano de Utilização citado no inciso III do artigo 6º deste dispositivo poderá anteceder a
elaboração do Plano de Manejo Participativo, atendendo necessidades de gestão de cada Unidade e
demandas da população tradicional.
5
Art 18. Ficam convalidados todos os processos de elaboração de Planos de Manejo de RESEX e
RDS federais anteriores à publicação desta Instrução Normativa.
Art 19. Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.