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Conhecimentos específicos

CONHECIMENTOS
ESPECÍFICOS

MÉRITO
Apostilas 1
BLOCO I

MÉRITO
Apostilas 1
Sistemas Lineares

Sistemas Lineares

MÉRITO
Apostilas 1
Sistemas Lineares

Sistemas Lineares são conjuntos de equações associadas entre elas que apre-
sentam a forma a seguir:

A chave do lado esquerdo é o símbolo usado para sinalizar que as equações fa-
zem parte de um sistema. O resultado do sistema é dado pelo resultado de cada
equação.
Os coeficientes am, am2, am3, ... , an3, an2, an1 das incógnitas x1, xm2,xm3, ... ,
xn3, xn2, xn1 são números reais.
Ao mesmo tempo, b também é um número real que é chamado de termo inde-
pendente.
Sistemas lineares homogêneos são aqueles cujo termo independente é igual a
(zero): a1x1 + a2x2 = 0.
Portanto, aqueles que apresentam termo independente diferente de 0 (zero) in-
dica que o sistema não é homogêneo: a1x1 + a2x2 = 3.

Classificação
Os sistemas lineares podem ser classificados conforme o número de soluções
possíveis. Lembrando que a solução das equações é encontrada pela substituição
das variáveis por valores.

• Sistema Possível e Determinado (SPD): há apenas uma solução possí-


vel, o que acontece quando o determinante é diferente de zero (D ≠ 0).
• Sistema Possível e Indeterminado (SPI): as soluções possíveis são in-
finitas.
• Sistema Impossível (SI): não é possível apresentar qualquer tipo de so-
lução.
As matrizes associadas a um sistema linear podem ser completas ou incomple-
tas. São completas as matrizes que consideram os termos independentes das equa-
ções.
Os sistemas lineares são classificados como normais quando o número de equa-
ções é o mesmo que o número de incógnitas. Além disso, quando o determinante da
matriz incompleta desse sistema não é igual a zero.

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Sistemas Lineares

Exercícios Resolvidos
Vamos resolver passo a passo cada equação a fim de classificá-las em SPD, SPI
ou SI.
Exemplo 1 - Sistema Linear com 2 Equações

Exemplo 2 - Sistema Linear com 3 Equações

Se D = 0, podemos estar diante de um SPI ou de um SI.

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Sistemas Lineares

Anotações:
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Matrizes e determinantes

Matrizes e determinantes

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Apostilas 1
Matrizes e determinantes

Matrizes

Matriz é uma tabela organizada em linhas e colunas no formato m x n, onde m


representa o número de linhas (horizontal) e n o número de colunas (vertical).
A função das matrizes é relacionar dados numéricos. Por isso, o conceito de
matriz não é só importante na Matemática, mas também em outras áreas já que as
matrizes têm diversas aplicações.

Representação de uma matriz


Na representação de uma matriz, os números reais geralmente são elementos
inseridos entre colchetes, parênteses ou barras.

Exemplo: Venda dos bolos de uma confeitaria no primeiro bimestre do ano.

Produto Janeiro Fevereiro


Bolo de chocolate 500 450
Bolo de morango 450 490

Essa tabela apresenta dados em duas linhas (tipos de bolo) e duas colunas
(meses do ano) e, por isso, trata-se de uma matriz 2 x 2. Veja a representação a
seguir:

Elementos de uma matriz


As matrizes organizam os elementos de maneira lógica para facilitar a consulta
das informações.
Uma matriz qualquer, representada por m x n, é composta por elementos aij, em
que i representa o número da linha e j o número da coluna que localizam o valor.
Exemplo: Elementos da matriz de venda da confeitaria.

aij Elemento Descrição

a11 500 Elemento da linha 1 e coluna 1

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Matrizes e determinantes

aij Elemento Descrição

(bolos de chocolate vendidos em janeiro)

Elemento da linha 1 e coluna 2


a12 450
(bolos de chocolate vendidos em fevereiro)

Elemento da linha 2 e coluna 1


a21 450
(bolos de morango vendidos em janeiro)

Elemento da linha 2 e coluna 2


a22 490
(bolos de morango vendidos em fevereiro)

Tipos de matrizes
Matrizes especiais
Matriz de uma linha.

Exemplo: Matriz linha 1 x 2.


Matriz linha

Matriz de uma coluna.

Exemplo: Matriz coluna 2 x 1.


Matriz coluna

Matriz de elementos iguais a zero.

Exemplo: Matriz nula 2 x 3.


Matriz nula

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Matrizes e determinantes

Matriz com igual número de linhas e colunas.

Exemplo: Matriz quadrada 2 x 2.


Matriz quadrada

Matriz identidade
Os elementos da diagonal principal são iguais a 1 e os demais elementos são
iguais a zero.
Exemplo: Matriz identidade 3 x 3.

Matriz inversa
Uma matriz quadrada B é inversa da matriz quadrada A quando a multiplicação
das duas matrizes resulta em uma matriz identidade In, ou seja, .

Exemplo: A matriz inversa de B é B-1.

A multiplicação das duas matrizes resulta em uma matriz identidade, In.

Matriz transposta
É obtida com a troca ordenada das linhas e colunas de uma matriz conhecida.

Exemplo: Bt é a matriz transposta de B.

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Matrizes e determinantes

Matriz oposta
É obtida com a troca de sinal dos elementos de uma matriz conhecida.
Exemplo: – A é a matriz oposta de A.

A soma de uma matriz com a sua matriz oposta resulta em uma matriz nula.

Igualdade de matrizes
Matrizes que são do mesmo tipo e possuem elementos iguais.
Exemplo: Se a matriz A é igual a matriz B, então o elemento d corresponde ao
elemento 4.

Operações entre Matrizes


Adição de matrizes
Uma matriz é obtida pela soma dos elementos de matrizes do mesmo tipo.
Exemplo: A soma entre os elementos da matriz A e B produz uma matriz C.

Propriedades
• Comutativa:
• Associativa:
• Elemento oposto:

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Matrizes e determinantes

• Elemento neutro: , se 0 for uma matriz nula de mesma


ordem que A.

Subtração de matrizes
Uma matriz é obtida pela subtração dos elementos de matrizes de mesmo tipo.
Exemplo: A subtração entre elementos da matriz A e B produz uma matriz C.

Neste caso, realizamos a soma da matriz A com a matriz oposta de B, pois


.

Multiplicação de matrizes
A multiplicação de duas matrizes, A e B, só é possível se o número de colunas
de A for igual ao número de linhas de B, ou seja, .
Exemplo: Multiplicação entre a matriz 3 x 2 e a matriz 2 x 3.

Propriedades
• Associativa:
• Distributiva à direita:
• Distributiva à esquerda:
• Elemento neutro: , onde In é a matriz identidade

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Matrizes e determinantes

Multiplicação de matriz por um número real


Obtém-se uma matriz onde cada elemento da matriz conhecida foi multiplicado
pelo número real.
Exemplo:

Propriedades
Utilizando números reais, m e n, para multiplicar matrizes do mesmo tipo, A e B,
temos as seguintes propriedades:



Matrizes e determinantes
Um número real recebe o nome de determinante quando está associado a uma
matriz quadrada. Uma matriz quadrada pode ser representada por Am x n, onde m =
n.

Determinante de matrizes de ordem 1


Uma matriz quadrada de ordem 1 possui apenas uma linha e uma coluna. Sendo
assim, o determinante corresponde ao próprio elemento da matriz.
Exemplo: O determinante da matriz é 5.

Determinante de matrizes de ordem 2


Uma matriz quadrada de ordem 2 possui duas linhas e duas colunas. Uma matriz
genérica é representada por:

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Matrizes e determinantes

A diagonal principal corresponde aos elementos a11 e a22. Já a diagonal


secundária tem os elementos a12 e a21.
O determinante da matriz A pode ser calculado da seguinte forma:

Exemplo: O determinante da matriz M é 7.

Determinante de matrizes de ordem 3


Uma matriz quadrada de ordem 3 possui três linhas e três colunas. Uma matriz
genérica é representada por:

O determinante da matriz 3 x 3 pode ser calculado utilizando a Regra de Sarrus.

Exercício resolvido: Calcule o determinante da matriz C.

1º passo: Escrever os elementos das duas primeiras colunas ao lado da matriz.

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Matrizes e determinantes

2º passo: Multiplicar os elementos das diagonais principais e somá-los.

O resultado será:

3º passo: Multiplicar os elementos das diagonais secundárias e trocar o sinal.

O resultado será:

4º passo: Juntar os termos e resolver as operações de adição e subtração. O


resultado é o determinante.

Quando a ordem de uma matriz quadrada é superior a 3, geralmente, utiliza-se


o Teorema de Laplace para calcular o determinante.

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Matrizes e determinantes

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Plano cartesiano

Plano cartesiano

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Plano cartesiano

O plano cartesiano é um objeto matemático plano e composto por duas retas


numéricas perpendiculares, ou seja, retas que possuem apenas um ponto em co-
mum, formando um ângulo de 90°. Esse ponto comum é conhecido como origem e
é nele que é marcado o número zero de ambas as retas. O plano cartesiano rece -
beu esse nome por ter sido idealizado por René Descartes e é usado fundamental -
mente para sistematizar técnicas de localização no plano.

As duas retas que dão origem ao plano cartesiano precisam ser retas numéri-
cas, pois essa é a condição que tornará possível encontrar localizações de pontos
quaisquer no plano. Essa localização é a base fundamental de muitos conheci -
mentos comuns no cotidiano, como distância entre pontos.

Uma reta numérica é uma reta comum em que foi estabelecida uma corres-
pondência com os números reais. Desse modo, cada ponto da reta está ligado a
um único número real e é esse fato que permite qualquer localização. Um número
real qualquer terá apenas uma localização em toda a extensão infinita da reta.

O plano cartesiano é formado por duas dessas retas: Uma responsável pela
coordenada horizontal e outra responsável pela coordenada vertical. É comum
usar as letras x para a primeira e y para a segunda e os termos “coordenada x” e
“coordenada y”.

No plano cartesiano, a reta vertical responsável pelas coordenadas y é cha -


mada de ordenada, e a reta horizontal, responsável pelas coordenadas x, é cha -
mada de abcissa.

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Plano cartesiano

Pares ordenados e localizações no plano

Um par ordenado é formado por dois números reais que representam uma co-
ordenada. A ordem escolhida é a seguinte: Primeiro vêm as coordenadas x e, de -
pois, as coordenadas y, que são colocadas entre parênteses para representar uma
localização qualquer. Por exemplo, observe a imagem a seguir:

Perceba que o ponto A possui coordenadas x = 2 e y = 3. Caso seja dado um


ponto para que sua localização seja marcada no plano, como o ponto B = (3, -3),
devemos primeiro traçar uma linha vertical sobre o número 3 no eixo das abcissas
(coordenadas x). Isso acontece porque a primeira coordenada sempre é a coorde -
nada x. Posteriormente, desenhamos uma linha horizontal sobre o número – 3 no
eixo das ordenadas (coordenadas y):

O ponto B é o encontro entre as linhas horizontais desenhadas, como ilustra a


imagem acima.

Quadrantes

Por ser formado por duas retas numéricas, existem algumas particularidades
do plano cartesiano. Pontos mais à direita possuem coordenada x maior que pon -

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Plano cartesiano

tos mais à esquerda. Pontos mais para cima possuem coordenada y maior que nú -
meros mais para baixo.

Além disso, a região onde x e y são positivos simultaneamente é chamada de


primeiro quadrante. A região onde y é positivo e x é negativo é conhecida como
segundo quadrante. Já a região onde x e y são negativos simultaneamente é cha -
mada de terceiro quadrante. Por fim, quando x é positivo e y é negativo, os pon-
tos estão localizados no quarto quadrante.

Esses quadrantes são numerados em sentido anti-horário, partindo do primei -


ro quadrante, que fica à direta do eixo y e acima do eixo x, como mostra a figura
a seguir:

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Plano cartesiano

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Cálculo diferencial e integral

Cálculo diferencial e
integral

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Apostilas 1
Cálculo diferencial e integral

O cálculo diferencial e integral, também conhecido como infinitesimal, é um


ramo importante da matemática, desenvolvido a partir da Álgebra e da Geome-
tria, que se dedica ao estudo de taxas de variação de grandezas (como a inclina -
ção de uma reta) e a acumulação de quantidades (como a área debaixo de uma
curva ou o volume de um sólido). Onde há movimento ou crescimento em que for -
ças variáveis agem produzindo aceleração, o cálculo é a matemática a ser empre-
gada. Foi criado como uma ferramenta auxiliar em várias áreas das ciências exa -
tas. Desenvolvido simultaneamente por Gottfried Wilhelm Leibniz (1646-1716) e
por Isaac Newton (1643-1727), em trabalhos independentes.

O cálculo tem inicialmente três "operações-base", ou seja, possui áreas inici-


ais como o cálculo de limites, o cálculo de derivadas de funções e a integral de di-
ferenciais. Com o advento do Teorema Fundamental do Cálculo, estabeleceu-se
uma conexão entre os dois ramos do cálculo: o Cálculo Diferencial e o Cálculo In -
tegral. O cálculo diferencial surgiu do problema da tangente, enquanto o cálculo
integral surgiu de um problema aparentemente não relacionado, o problema da
área.

O professor de Isaac Newton em Cambridge, Isaac Barrow, descobriu que es -


ses dois problemas estão de fato estritamente relacionados, ao perceber que a
derivação e a integração são processos inversos. Foram Leibniz e Newton que ex -
ploraram essa relação e a utilizaram para transformar o cálculo em um método
matemático sistemático. Particularmente ambos viram que o Teorema Fundamen-
tal os capacitou a calcular áreas e integrais muito mais facilmente, sem que fosse
necessário calculá-las como limites de soma (método descrito pelo matemático Ri -
emann, pupilo de Gauss). A integral indefinida também pode ser chamada de anti -
derivada, uma vez que é um processo que inverte a derivada de funções. Já a in -
tegral definida, inicialmente definida como Soma de Riemann, estabelece limites
de integração, ou seja, é um processo estabelecido entre dois intervalos bem defi -
nidos, daí o nome integral definida.

O cálculo diferencial e o cálculo integral auxiliam em vários conceitos e defini -


ções na matemática, química, física clássica, física moderna e economia. O estu -
dante de cálculo deve ter um conhecimento em certas áreas da matemática,
como funções (modular, exponencial, logarítmica, par, ímpar, afim e segundo
grau, por exemplo), trigonometria, polinômios, geometria plana, espacial e analíti -
ca, pois são a base do cálculo.

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Cálculo diferencial e integral

Natureza do Cálculo Infinitesimal


Ocorrendo que uma variável y seja função de outra variável x, o CI se propõe
a estudar essa dependência em dois momentos. Inicialmente descobre-se uma re -
presentação analítica y = f( x ) expressando essa dependência, a seguir estuda-se
as propriedades dessa função .

Problema da identificação: Barrow

Desejo descobrir a função f que expressa a dependência y = f( x ) entre x e


y. A experiência mostra que, normalmente, é difícil de conseguirmos fazer isso di -
retamente. Assim sendo, o CI usa uma abordagem indireta em duas etapas:

• Etapa diferencial: Descobre-se relação entre a variação infinitesimal dx de


x e a variação infinitesimal dy de y

• Etapa integral: obtém-se a expressão analítica de y = f( x ) a partir da re -


lação entre dy e dx.

O sucesso dessa estratégia depende dos seguintes fatos:

• como dx e dy são versões infinitesimais de x e y, na busca da expressão de


dy em termos de dx podemos desprezar infinitésimos de ordem superior

• a existência de uma regra, descoberta por Barrow e chamada de Teorema


Fundamental do Cálculo Integral, que permite-nos passar de dy/dx para y =
y( x ).

Problema da elucidação: Fermat

As propriedades locais de y = y( x ) podem ser descobertas estudando o que


ocorre com y ao x variar infinitesimalmente. Com efeito, por exemplo, Fermat
mostrou que nos pontos de máximo ou mínimo de y = y( x ) as variações dx pro -
duzem uma dy=0; consequentemente, esses pontos podem ser determinados
através da resolução da equação dy/dx = 0. Equação essa que é muito fácil de ob -
termos.

A exploração da interpretação geométrica da taxa dy/dx permite o estudo de


muitas outras propriedades locais de y = y( x ): crescimento, convexidade, etc
bem como a obtenção de aproximações locais.

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Cálculo diferencial e integral

E quanto as propriedades globais de y = y( x ), tais como valor médio de y ao


longo de um intervalo de variação de x?

Para isso, o CI da preferência ao uso da chamada integral de y = y( x ), a qual


é o resultado do acúmulo ou soma das parcelas infinitesimais y( x ) dx ao longo de
um intervalo de variação de x. Essa noção de acúmulo de infinitesimais é extre-
mamente fértil, tanto em aplicações estritamente matemáticas ( áreas, volumes,
valores médios, etc ) como físicas ( trabalho, pressão, etc).

Por que o infinitesimal?

• Pois usa o formalismo infinitesimal esboçado acima e que remonta aos pri -
meiros mestres dessa arte: Kepler, Cavalieri, Fermat, Newton, Leibniz, os
Bernoullis, Taylor, Mac Laurin, Euler e tantos outros.

• Preferimo-lo, em oposição ao enfoque mais recente de Cauchy-Weierstrass e


que substitui o uso dos infinitésimos por desigualdades tipo epsilon-delta,
por ser mais natural e intuitivo, além de corresponder muito melhor ao
modo de pensar dos físicos e engenheiros.

As Operações do Cálculo Diferencial e Integral


O Cálculo Diferencial e Integral está fundamentado em um conjunto de opera-
ções envolvendo quatro operadores: limite, diferencial, derivada, e integral.

Através do limite se chega na diferencial e na derivada. A integral é uma ope-


ração sobre a diferencial; o resultado mais simples de uma integral é uma diferen -
ça, cuja aplicação é fundamental nas Ciências Exatas.

A sequência de tópicos que constitui o Cálculo Diferencial e Integral, e a liga-


ção entre esses operadores pode ser esquematizada da seguinte maneira:

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Cálculo diferencial e integral

Funções

Função é uma regra ou uma lei de correspondência que associa um único va-
lor a uma variável y, para cada valor atribuído à variável x. O valor de y é repre -
sentado por f(x), de modo que se pode escrever:

y = f(x) = y(x)

De acordo com essa definição, a curva:

na qual para um dado valor de x, x1, são possíveis dois valores para y, y1 e
y2, não pode representar uma função.

A generalização dessa definição para mais variáveis, é que é uma regra ou lei
de correspondência que associa um único valor para a variável z, para cada con -
junto de valores atribuídos às variáveis x, y, t, ...; em símbolos,

z = f(x, y, t, ...) = z(x, y, t, ...)

Essa forma de representar uma função chama-se forma explícita; ela dá um


significado físico à forma como está escrita e, ao mesmo tempo, identifica os tipos
de variáveis que participam da sua estrutura; assim, na Eq. acima está indicado
que se deseja estudar o comportamento da variável z em função das variações de
x, y, t, etc. É por esse motivo que z é denominada variável dependente, enquanto
que as outras são chamadas de variáveis independentes, esquematicamente,

Existe uma outra forma de representar uma função, chamada forma implícita,
na qual são identificadas somente as grandezas que participam de um determina -
do fenômeno; em símbolos, tem-se:

f(x, y, z, t, ...) = 0

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Cálculo diferencial e integral

Funções de Ponto

Uma grandeza física (propriedade) é uma função de ponto quando em um es -


tado definido do sistema assume sempre o mesmo valor, independentemente do
processo utilizado para atingir esse estado. São as propriedades que definem a
situação de um sistema (estado), em um determinado instante. São chamadas
propriedades de ponto, propriedades de estado, propriedades do sistema, ou ain -
da de propriedades termodinâmicas. Sua representação em um diagrama qual-
quer é de um ponto; assim, considerando as variáveis P, V e T, que definem os es -
tados de um sistema fechado (massa constante), para uma dada temperatura
constante, cada ponto da curva corresponde a um estado do sistema. No diagra -
ma P x V, temos:

Função de Linha

Uma grandeza física é uma função de linha quando o valor atribuído a ela de -
pende de um caminho (trajetória) percorrido pelo sistema; deste modo, as fun-
ções de linha são as propriedades que estão relacionadas diretamente com uma
determinada transformação sofrida pelo sistema. Também são chamadas de pro-
priedades da transformação ou propriedades de linha. Em um diagrama sua repre -
sentação é de uma linha unindo os dois estados entre os quais a transformação
está ocorrendo. As diferentes linhas que unem os dois estados correspondem a
transformações diferentes. Considerando o exemplo anterior, sejam 1 e 2, dois es -
tados de um sistema.

As duas linhas que unem os estados 1 e 2 são duas das infinitas transforma-
ções possíveis entre eles. Considerando, em seguida, as áreas sob as linhas des -
critas pelas transformações, é fácil notar que elas são diferentes.

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Cálculo diferencial e integral

Limites

Limite é uma operação matemática cujo objetivo inicial é encontrar o valor de


uma função ou grandeza, ou a expressão que represente o comportamento de um
fenômeno em situações matemática ou fisicamente inatingíveis.

Nas Ciências Exatas são empregados três formas distintas de limite, a saber:

a) limite matemático

b) limite experimental

c) limite funcional

Limite Matemático

O limite matemático é aquele que resulta da definição de limite e que se en -


contra em todos os livros texto de Cálculo Diferencial e Integral. Sua operacionali -
dade consiste em substituir na função y = f(x) o valor x 0 para o qual tende o valor
da variável independente x (essa tendência é representada por uma seta →). O re -
sultado obtido é o valor para o qual tende y quando x → x0. Se ocorrer uma inde-
terminação, esta será levantada empregando técnicas, que são também bem
apresentadas nos livros de Cálculo, destacando-se entre outras, o método de
L'Hôspital. Exemplificando, para calcular o limite da função:

quando x → 1, escrevemos:

Fatorando, x3 - 1 = (x - 1).(x 2 + x + 1), de modo que:

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Cálculo diferencial e integral

Portanto,

Existe outra aplicação muito importante do limite matemático, que é a se -


guinte:

o limite de um quociente, escrito na forma

quando

ou

Limite Experimental

O limite experimental não surge da matemática (a matemática não depende


da experimentação); ele é fruto do pesquisador das Ciências Exatas que trabalha
com a Física, a Química, a Biologia, etc. O limite experimental é um número, com
ou sem unidade, para o qual tende o valor de uma propriedade física que está
sendo objeto de estudo, em condições tais que é impossível realizar a experiência
(pressão P → 0, temperatura T → 0, T → ¥, volume V → 0, concentração C → 0, etc).
Assim, por exemplo, em pressões constantes e baixas, a temperatura de um gás
tende a -273,16 ºC, quando V → 0, conforme se pode observar no gráfico adiante.

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Cálculo diferencial e integral

A observação experimental sugere que todos os gases têm um comportamen -


to semelhante, tendendo para o mesmo ponto A. Como é impossível realizar um
experimento no ponto A (é impossível um volume igual a zero), a forma de expres -
sar esse resultado é através do limite:

É sugestivo notar que não há vínculo, na forma de escrever o limite, entre q e


V. Existem vários resultados de fenômenos ou propriedades das Ciências Exatas
que dependem desse tipo de limite.

Limite Funcional

O limite funcional também tem sua origem na experimentação; na tentativa


de obter leis para explicar o comportamento de certos fenômenos, foram empre-
gados quase sempre situações que mais tarde verificou-se tratar de simplificações
drásticas realizadas sobre o fenômeno estudado. Essas leis obtidas através da ex-
periência são denominadas leis empíricas. Através do limite funcional, o que se
deseja é dar rigor a uma expressão obtida empiricamente, cuja validade é obede -
cida somente em condições de impossibilidade experimental. Exemplificando, a lei
de Boyle para os gases ideais escrita na forma:

não está correta, uma vez que para um certo tipo de gás na pressão de 50 at -
mosferas ela não é obedecida. Na forma como está escrita ela seria correta so-
mente para os gases perfeitos, isto é, varrendo todo o intervalo de pressão. Sabe-
se, no entanto, que essa lei se aproxima cada vez mais do valor experimental à
medida que se tomam pressões mais baixas, de forma que no limite, para P → 0,
ela deve ser obedecida rigorosamente; consequentemente, a lei de Boyle para os
gases ideais deve ser escrita como:

Devemos observar que neste caso de limite não se pode substituir a pressão
P por zero para achar o limite, pois forneceria um resultado absurdo, uma vez que

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Cálculo diferencial e integral

k1 ¹ 0. Expressões semelhantes devem ser escritas para as outras leis dos gases
ideais, inclusive a equação do gás ideal,

São inúmeros os resultados expressos por leis limites nas Ciências Exatas; de
um modo geral, quando no estudo de um certo fenômeno dizemos que um deter -
minado resultado é uma lei limite, ela se refere a esta forma de representação e
deve ser escrita rigorosamente com o limite e a condição que a conduz a uma lei
limite. Alguns resultados são:

a) fator de compressibilidade

b) lei limite de Debye-Hückel

onde p é a densidade da solução e r 0, do solvente, g± é o coeficiente de ativi-


dade médio, I é a força iônica, e z+ e z- são as cargas do cátion e do ânion.

c) Lei de Kohlrausch

onde L é a condutância molar na concentração molar c, e L é a condutância


molar à diluição infinita.

O estudo teórico também pode levar a resultados que correspondem a um li -


mite funcional. Isto acontece, por exemplo, quando se obtém uma expressão com-
plicada, difícil de ser analisada, a partir da qual, expressões mais simples são obti -
das. Assim, quando se tem uma expressão que vale em todo o intervalo de uma

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Cálculo diferencial e integral

certa variável independente, e se deseja calcular um resultado limite para essa


expressão, empregam-se as técnicas da Teoria dos Limites, para obter a expres -
são desejada. É o caso que ocorre quando tomamos a expressão teórica da Radia-
ção do Corpo Negro segundo Planck .

Dizemos que Derivada é a taxa de variação de uma função y = f(x) em rela -


ção à x, dada pela relação ∆x / ∆y. Considerando uma função y = f(x), a sua deri -
vada no ponto x = x0 corresponde à tangente do ângulo formado pela intersecção
entre a reta e a curva da função y = f(x), isto é, o coeficiente angular da reta tan -
gente à curva.

Derivadas

De acordo com a relação ∆x / ∆y, temos que:

partindo da ideia de existência do limite.


Temos que a taxa de variação instantânea de uma função y = f(x) em relação a x é
dada pela expressão dy / dx.
Precisamos estar cientes de que a Derivada é uma propriedade local da função, isto
é, para um determinado valor de x. Por isso não podemos envolver toda a função.
Observe o gráfico a seguir, ele demonstra a intersecção entre uma reta e uma
parábola, função do 1º grau e função do 2º grau respectivamente:

A reta consiste na derivação da função da parábola.

11
Cálculo diferencial e integral

 
Vamos determinar as variações de x quando aumenta ou diminui seus valores.
Considerando que e x varia de x = 3 para x = 2, achar ∆x e ∆y.
∆x = 2 – 3 = –1

Agora vamos determinar a derivada da função y = x² + 4x + 4.


y + ∆y = (x + ∆x)² + 4(x + ∆x) + 4 – (x² + 4x + 4)
= x² + 2x∆x + ∆x² + 4x + 4∆x + 4 – x² – 4x – 4
= 2x∆x + ∆x² + 4∆x

 A derivada da função y = x² + 4x + 8 é a função y’ = 2x + 4. Observe o gráfico:

12
Cálculo diferencial e integral

Integrais

O Cálculo Integral é o estudo das definições, propriedades, e aplicações de dois


conceitos relacionados, as integrais indefinidas e as integrais definidas. O processo
de encontrar o valor de uma integral é chamado integração. Em linguagem técnica,
o calculo integral estuda dois operadores lineares relacionados.

A integral indefinida é a antiderivada, o processo inverso da derivada. F é uma


integral indefinida de f quando f é uma derivada de F. (O uso de letras maiúsculas e
minúsculas para uma função e sua integral indefinida é comum em cálculo.)

A integral definida insere uma função e extrai um número, o qual fornece a área
entre o gráfico da função e o eixo do x. A definição técnica da integral definida é o li-
mite da soma das áreas dos retângulos, chamada Soma de Riemann.

Um exemplo motivacional é a distância (D) viajada em um determinado tempo


(t).

Se a velocidade (V) é constante, somente multiplicação é necessária, mas se a


velocidade varia, então precisamos de um método mais poderoso para encontrar a
distância. Um método é a aproximação da distância viajada pela divisão do tempo
em muito mais intervalos de tempo, e então multiplicando o tempo em cada interva-
lo por uma das velocidades naquele intervalo, e então fazer uma Soma de Riemann
das distâncias aproximadas viajadas em cada intervalo. A ideia básica é que se so-
mente um pequeno tempo passar, então a velocidade vai permanecer praticamente
a mesma. Entretanto, uma Soma de Riemann somente da uma aproximação da dis-
tância viajada. Nós precisamos pegar o limite de todas as Somas de Riemann para
encontrar a distância viajada exata.

Se f(x) no diagrama da esquerda representa a velocidade variando de acordo


com o tempo, a distância viajada entre os tempos representados por a e b é a
área da região escura s.

13
Cálculo diferencial e integral

Para aproximar a área, um método intuitivo seria dividir em distâncias entre a


e b em um número de segmentos iguais, a distância de cada segmento represen -
tado pelo símbolo ?x. Para cada segmento menor, nós podemos escolher um valor
da função f(x). Chame o valor h. Então a área do retângulo com a base ?x e altura
h dá a distância (tempo ?x multiplicado pela velocidade h) viajado naquele seg-
mento. Associado com cada segmento é o valor médio da função sobre ela,
f(x)=h. A soma de todos os retângulos dados é uma aproximação da área entre o
eixo e a curva, o qual é uma aproximação da distância total viajada. Um valor me -
nor para ?x nos dará mais retângulos e, na maioria dos casos uma melhor aproxi -
mação, mas para uma resposta exata nós precisamos fazer o limite em ?x tender
a zero.

O símbolo da integração é:

um S alongado (que significa "soma"). A integral definida é escrita da forma:

e lida como "a integral de a até b de f-de-x em relação a x."

A integral indefinida, ou antiderivada, é escrita da forma:

Desde que a derivada da função

(onde C é qualquer constante), então:

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Cálculo diferencial e integral

Anotações:
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Física básica

Física básica

MÉRITO
Apostilas 1
Física básica

Física é uma ciência natural que estuda as propriedades da matéria e da ener-


gia, estabelecendo relações entre elas. Baseia-se em experimentações, observa -
ções e formulações matemáticas voltadas à interpretação de questões fundamen -
tais da natureza, relativas a um grande número de fenômenos, compreendidos
desde escalas subatômicas até macrocósmicas.

A Física é uma das mais antigas disciplinas e teve seu início marcado por ob -
servações astronômicas feitas por povos antigos do mundo todo. Intenta-se a ex-
plicar o funcionamento do Universo da maneira mais fundamental possível, pau -
tando-se nos preceitos da metodologia científica e da linguagem matemática.

Divisão da Física Clássica

• Mecânica: área responsável por estudar o movimento de partículas ou de


meios contínuos, como fluidos. Essa área subdivide-se em Cinemática, Dinâ-
mica, Estática, Hidrostática e Hidrodinâmica.

• Cinemática: estuda o movimento sem levar em conta suas causas. Estuda


ainda conceitos como posição, deslocamento, velocidade, aceleração, etc.

• Dinâmica: estudo das forças, torques e formas de energia relacionadas à ge-


ração dos movimentos de translação e rotação. Estuda também conceitos
como movimento linear, momento angular, energia mecânica, etc. Tem
como subdivisão a dinâmica dos fluidos, conhecida como Hidrodinâmica.

• Estática: estudo das condições de equilíbrio, inerentes aos corpos extensos.


É uma área de conhecimento vastamente aplicada nas construções civis.
Trata de conceitos como centro de massa, centro de gravidade, equilíbrio ro-
tacional, equilíbrio translacional, tipos de equilíbrio, etc. Tem como subdivi -
são o estudo de fluidos em situação de equilíbrio, chamado de Hidrostática.

• Eletrostática e Eletrodinâmica Clássica: estudo de fenômenos elétricos es-


táticos e dinâmicos. Abrange muitos conceitos, como carga elétrica, potenci-
al elétrico, campo elétrico, lei de Coulomb, magnetismo, força de Lorentz,
corrente elétrica e equações de Maxwell.

• Termodinâmica Clássica: abrange o estudo dos estados termodinâmicos da


matéria em situações de equilíbrio por meio de medidas de propriedades
macroscópicas, como pressão, volume e temperatura. Tem como bases a
Termologia e a Calorimetria. É utilizada para explicar as trocas de energia
por meio das leis da Termodinâmica, que envolvem os conceitos de calor,
temperatura, entropia, etc.

• Ondulatória: engloba a óptica geométrica, a propagação das ondas eletro-


magnéticas e a acústica, bem como os fenômenos sofridos por ondas, como

2
Física básica

reflexão, refração, interferência, difração, absorção. É utilizada para a con-


fecção de sistemas e instrumentos ópticos, como espelhos e lentes.

Movimento browniano
Movimento Browniano é o movimento aleatório das partículas suspensas em
um fluido (líquido ou gás), resultante da sua colisão com átomos rápidos ou molé -
culas no gás ou líquido. O movimento Browniano é um dos mais simples processos
da estocástica (ou probabilística) de tempo contínuo, e é um limite de ambos os
processos mais simples e mais complicados estocásticos (veja passeio aleatório e
teorema de Donsker). Esta universalidade está intimamente relacionada com a
universalidade da distribuição normal. Em ambos os casos, é muitas vezes conve -
niência matemática, em vez da precisão dos modelos, que motiva a sua utilização.

O termo "movimento Browniano", nomeado em homenagem ao botânico Ro-


bert Brown, também pode se referir ao modelo matemático usado para descrever
tais movimentos aleatórios, que muitas vezes é chamado de teoria da partícula.
Este modelo tem inúmeras aplicações do mundo real. Por exemplo, flutuações do
mercado de ações são frequentemente citados, embora Benoît Mandelbrot rejei -
tou sua aplicabilidade aos movimentos de preços de ações, em parte, porque es-
tes são descontínuos.

Conceito

O movimento browniano é o movimento aleatório de partículas num fluido


(líquido ou gás) como consequência dos choques entre todas as moléculas ou áto -
mos presentes no fluido. O termo movimento browniano pode ser usado para se
referir a uma grande diversidade de movimentos com partículas, com moléculas,
e com ambos presentes em estados desde micro até macroscópicos em situações
de organização caóticas, semi-caóticas, ou de proporções matemáticas, principal-
mente em casos de modelagem, todos estes na área denominada Física de partí-
culas.

Esse fenômeno físico que é intrínseco à matéria e aos choques que ocorrem
nos fluidos, também pode ser observado com macromoléculas, tendo por exemplo
o momento que a luz incide em locais relativamente secos, permitindo que se veja
macropartículas "flutuando" em suspensão no ar fazendo movimentos aleatórios.
Vulgarmente confunde-se com poeira, entretanto deve-se notar que o ar (o fluido
em questão) que pratica o movimento browniano e não as partículas (ou macro -
moléculas, neste caso poeira) que estão naquele.

3
Física básica

Há um padrão pouco explícito em alguns casos deste movimento aleatório


que o classifica como um movimento fractal, pois descreve um padrão dinâmico
bem definido. Quem primeiro percebeu isso foi Benoît Mandelbrot, matemático
francês.

Esse movimento está diretamente ligado com muitas reações em nível celu -
lar, como a difusão, a formação de proteínas, a síntese de ATP e o transporte in -
tracelular de moléculas.

Hoje em dia, o movimento browniano serve de modelo na descrição de flutua -


ções que ocorrem nos mais diversos e inesperados tipos de sistemas. Por exem-
plo, praticamente a mesma descrição e o mesmo tratamento matemático de Eins-
tein podem ser adaptados para descrever flutuações de preços de mercadorias, a
condutividade elétrica em metais e a ocorrência de cheias nos rios.

Físicos atualmente estudam tal movimento em relação à Teoria do Caos.

Movimento Browniano na Física

A primeira teoria do Movimento Browniano na Física foi publicada por Einstein


em sua tese de doutoramento no ano de 1905, publicada em "Annalen der Phy -
sik". Inicialmente, Einstein analisou as equações de Navier-Stokes para o escoa -
mento de um fluido incompressível, obtendo:

Onde,

Assim, com base em grandezas conhecidas, como a massa molar e a densida -


de, tem - se que:

Desse modo, as únicas incógnitas são o raio da partícula ( a ) e o Número de


Avogadro ( N A ). O cientista buscou ainda outro modo de relacionar a e N A, obtendo
um resultado matemático em que relaciona a difusão (D) com a temperatura e a
viscosidade do fluido, de forma:

4
Física básica

Onde,

D = Coeficiente de Difusão

R = Constante universal dos gases

T = Temperatura Termodinâmica

a = Raio das partículas

η = Viscosidade do solvente puro

N A = Número de Avogadro

Por meio do Movimento Browniano, Einstein possibilitou a observação de flu -


tuações de partículas que anteriormente possuíam desvio quadrático médio muito
pequeno. A base de sua teoria é tida como a semelhança do comportamento de
soluções e do comportamento de suspensões diluídas, onde existe uma relação do
coeficiente de difusão com a viscosidade, somado à uma dedução probabilística
da equação de difusão. Diante desses cálculos, foi elaborado para o Movimento
Browniano o deslocamento quadrático médio na direção "x" e o tempo de obser -
vação "t", tal que:

No caso tridimensional, devido a isotropia, temos que:

Alguns anos após as descobertas de Einstein, em 1908, Paul Langevin, assim


como outros cientistas, buscou a generalização das fórmulas já criadas. Assim,
Langevin definiu que o Movimento Browniano de uma partícula que esteja fora de
um campo de força conservativo pode ser escrito como uma equação diferencial,
sendo:

5
Física básica

Onde,

Langevin demonstrou que a variância da velocidade é dada por:

Onde,

Desse modo, para tempo longos, a função exponencial tende a zero, assim:

Levando em conta fatores como a energia cinética média das partículas, Lan-
gevin demonstra que:

Onde,

Dessa maneira, para tempos suficientemente longos, a teoria de Langevin é


equivalente as propostas de Einstein sobre o Movimento Browniano.

6
Física básica

Quantidade de movimento e força


A cinemática é um dos ramos da mecânica, a área da Física que estuda o mo -
vimento. A mecânica, por sua vez, tem como áreas principais a cinemática, a di -
nâmica e a estática. A cinemática concentra-se no estudo do movimento dos cor -
pos sem levar em conta as causas do movimento.

Seja a trajetória de pequenas partículas ou até mesmo as órbitas planetárias,


todo movimento macroscópico pode ser descrito a partir de equações de movi -
mento. Essas equações relacionam grandezas como posição, velocidade e acele -
ração com a passagem do tempo. Para entendê-las, entretanto, é necessário que
conheçamos alguns conceitos simples, mas indispensáveis para entendermos o
movimento dos corpos.

Conceitos fundamentais da Cinemática

• Referencial

Referencial é a posição em que o observador se encontra. Geralmente ele é


escolhido como a origem de um plano cartesiano. É a partir do referencial que são
determinadas as posições das coisas.

Para uma pessoa parada na rua, por exemplo, um carro passa movendo-se a
60 km/h, entretanto, para o motorista do veículo, o carro está parado, uma vez
que ambos estão se movendo na mesma velocidade.

• Movimento

Movimento e repouso são conceitos relativos na cinemática. Um corpo pode


estar em movimento em relação a um referencial, mas parado em relação a outro.
Por isso, dizemos que movimento é a situação em que a posição de um corpo
muda, no decorrer de certo intervalo de tempo, em relação a um referencial.

• Trajetória

Trajetória é a sucessão das posições ocupadas por um móvel. Existem trajetó -


rias retilíneas e curvilíneas ou até mesmo caóticas, para o caso do movimento de
partículas, por exemplo. O formato da trajetória de um corpo depende do referen-
cial de observação.

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Física básica

Quando andamos pela areia da praia, por exemplo, as pegadas que deixamos
são um registro das posições em que estivemos nos instantes anteriores, portanto
podem ser compreendidas como uma trajetória.

• Móvel

Na Física, móvel é todo e qualquer corpo que muda de posição com o decorrer
do tempo.

• Ponto material

Ponto material é a qualidade de qualquer móvel que pode ter suas dimensões
desprezadas se comparadas com as distâncias percorridas. Um avião, por exem -
plo, pode ser considerado um ponto material em uma viagem de 2000 km, mas
suas dimensões não podem ser desprezadas quando ele está manobrando no
chão, onde percorre pequenas distâncias.

• Espaço percorrido

Espaço percorrido é a medida do comprimento da trajetória descrita por um


móvel; em outras palavras, diz respeito à distância que o móvel percorreu.

• Deslocamento

Deslocamento, diferentemente de espaço percorrido, é uma grandeza vetori -


al, pois apresenta módulo, direção e sentido. O deslocamento é a diferença entre
as posições final e inicial de um movimento. Em uma trajetória fechada, o deslo -
camento é nulo.

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Física básica

Exercícios resolvidos sobre Cinemática

Questão 1 — (IFSC) Hoje sabemos que a Terra gira ao redor do Sol (sistema
heliocêntrico), assim como todos os demais planetas do nosso Sistema Solar. Mas
na Antiguidade, o homem acreditava ser o centro do Universo, tanto que conside -
rava a Terra como centro do sistema planetário (sistema geocêntrico). Tal conside-
ração estava baseada nas observações cotidianas, pois as pessoas observavam o
Sol girando em torno da Terra.

É CORRETO afirmar que o homem da Antiguidade concluiu que o Sol girava


em torno da Terra devido ao fato que:

a) considerou o Sol como seu sistema de referência.

b) considerou a Terra como seu sistema de referência.

c) esqueceu-se de adotar um sistema de referência.

d) considerou a Lua como seu sistema de referência.

e) considerou as estrelas como seu sistema de referência.

Questão 2 — (CFT-MG) Sobre os conceitos de referencial, posição, velocidade


e aceleração, fundamentais para o estudo dos movimentos em Ciências, afirma-
se, corretamente, que o conceito de:

a) posição é associado ao local em uma trajetória e não depende do referenci -


al adotado.

b) referencial é associado ao valor da velocidade e da aceleração do objeto


em movimento.

c) velocidade está relacionada à mudança de posição e não depende do refe-


rencial adotado.

d) aceleração está relacionada à mudança do valor da velocidade medida em


um dado referencial.

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Física básica

Gabarito dos exercícios sobre cinemática

Questão 1) Resolução:

As observações astronômicas antigas levavam em conta a Terra como referen-


cial. Por esse motivo, era natural concluir que o Sol girava em torno da Terra. A al -
ternativa correta é a letra B.

Questão 2) Resolução:

A aceleração é a medida da variação da velocidade em um determinado inter-


valo de tempo, portanto a alternativa correta é a letra D.

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Física básica

Força e movimento
A força é uma das principais grandezas estudadas em Física, e sua definição
geralmente está associada a ações como puxar, chutar, empurrar e arrastar, o
que transmite a ideia de coexistência entre força e movimento. Por mais que es -
ses verbos realmente expressem a ideia dessa grandeza vetorial, nem sempre
isso é feito de forma completa.

Ao associar simplesmente a força a ações, exclui-se sua atuação a distância.


A Terra, por exemplo, sofre a ação da força gravitacional do Sol, que está a aproxi-
madamente 150 milhões de quilômetros. Também não é verdadeira a afirmação
de que força e movimento sempre vão coexistir.

Em uma ponte ou prédio, por exemplo, existem inúmeras forças que atuam
por meio de cabos e estruturas rígidas, e a atuação dessas forças mantém toda
esse construção em repouso.

Força e movimento ao longo da história

Ao longo do desenvolvimento da história da ciência, surgiram muitas discus -


sões a respeito da relação entre força e movimento. Para o filósofo grego Aristóte -
les (384-322 a.C.), só poderia existir velocidade caso houvesse a aplicação de
uma força. Segundo essa linha de raciocínio, um objeto só pode atingir o repouso
se a força que atua sobre ele deixar de agir.

Somente no século XVII, a partir das contribuições do italiano Galileu Galilei


(1564-1642), foi possível ter clareza a respeito das ideias relacionadas a força e
movimento. Para Galileu, a força é responsável pela variação do valor da velocida -
de, desse modo, um objeto que se movimente com velocidade constante não es -
taria submetido à ação de força alguma. Segundo a visão do físico italiano, um ob-
jeto, após ser impulsionado, só entraria em repouso por causa da ação de forças
externas, como as forças de atrito com o solo e o ar. Caso não exista atrito, um
objeto, uma vez impulsionado, permaneceria infinitamente em movimento.

Newton explica!

As contribuições trazidas pelo físico inglês Isaac Newton (1643-1727) puseram


um fim às discussões relativas a força e movimento. O conceito da inércia, conhe-
cido como Primeira Lei de Newton, expõe a relação existente entre a aplicação de
forças e o movimento dos objetos.

De acordo com Newton, “uma força imprimida é uma ação exercida sobre um
corpo a fim de modificar o seu estado, seja de repouso ou de movimento uniforme

11
Física básica

para a frente em linha reta. Essa força consiste somente na ação e não mais per -
manece no corpo quando a ação termina…”

A ideia da inércia mostra-nos que a força é responsável por alterar a velocida-


de dos objetos, portanto, caso um objeto movimente-se com velocidade constan -
te, não existirá sobre ele a ação de uma força resultante.

Primeira Lei de Newton

A primeira lei de Newton, também conhecida como princípio da inércia, afirma


que todo corpo permanece em seu estado de repouso ou em movimento retilíneo
e uniforme caso as forças que atuem sobre ele se anulem. A lei da inércia foi con -
cebida pelo físico inglês Isaac Newton e foi baseada nas observações feitas pelo
italiano Galileu Galilei. Junto ao princípio fundamental da dinâmica e à lei da ação
e reação, a lei da inércia constitui o conjunto de leis que fundamentam a base te -
órica da Mecânica Clássica.

O que é inércia?

A inércia é uma propriedade inerente da matéria, isto é, todos os corpos que


possuem alguma quantidade de massa possuem inércia. A medida quantitativa da
inércia de um corpo é a sua massa, que pode ser medida em quilogramas, por
exemplo. A inércia indica a tendência que um corpo tem de permanecer em seu
estado de movimento, em outras palavras, um corpo com muita inércia opõe-se
fortemente às mudanças em sua velocidade.

Inércia é a propriedade de um corpo que faz com que ele se oponha a qual-
quer agente que tente colocá-lo em movimento ou, caso se encontre em movi -
mento, altere a magnitude ou a direção de sua velocidade. Um corpo em movi -
mento continua movendo-se não por causa de sua inércia, mas por causa da au -
sência de uma força capaz de retardá-lo, mudar sua direção ou acelerá-lo.

Podemos sentir a inércia quando estamos dentro de um veículo em movimen -


to, por exemplo. Quando o veículo é acelerado, sentimos que o nosso corpo é
pressionado contra o banco do carro. Da mesma forma, quando o carro é brusca -
mente freado, temos a tendência de continuar nos movendo com velocidade cons -
tante e em linha reta. Portanto, para percebermos a ação da inércia, precisamos
estar em algum referencial acelerado, somente assim é possível perceber a oposi-
ção à mudança no estado de movimento. Observe a figura a seguir:

12
Física básica

Agora, usando alguns termos um pouco mais técnicos, dizemos que, se a for -
ça resultante sobre um corpo for nula, esse corpo poderá tanto estar em repouso
como em movimento retilíneo uniforme, como mostra o esquema a seguir:

Além disso, quanto maior for a inércia de um corpo, maior será a força neces -
sária para alterar o seu estado de movimento. A inércia é medida pela quantidade
de massa de um corpo.

Cálculo da inércia

De acordo com a 2ª lei de Newton, a inércia de um corpo pode ser calculada


pela razão entre a força aplicada e a aceleração que é obtida mediante a aplica -
ção dessa força.

A relação acima nos mostra que a inércia de um corpo é proporcional à força


que é aplicada sobre ele e inversamente proporcional à sua aceleração, ou seja,

13
Física básica

quanto maior for a inércia de um corpo, maior será a força necessária para colocá-
lo ou tirá-lo do seu atual estado de movimento.

Exemplos sobre inércia

• Se puxarmos rapidamente uma toalha de uma mesa cheia de objetos, é pos -


sível retirá-la sem derrubar nenhum deles graças à tendência desses objetos
em manter seu estado de repouso. Isso acontece porque, quando puxamos a
toalha em alta velocidade, a força de atrito entre os objetos e a toalha é in -
significante, graças ao comportamento do coeficiente de atrito dinâmico.

• Quando um carro sofre uma colisão, os ocupantes do veículo são “jogados”


para frente, pois tendem a continuar movendo-se em linha reta. Uma manei -
ra de evitar que isso aconteça é aplicando-lhes uma força que resista a esse
movimento, por isso o uso de cintos de segurança é obrigatório.

• Quando giramos várias vezes, ficamos tontos porque o líquido contido no in -


terior do ouvido continua girando, em razão de sua inércia.

• A força g, utilizada em aplicações aeronáuticas, trata-se, na verdade, da


inércia que os pilotos de avião sentem quando fazem curvas fechadas ou em
alta velocidade.

14
Física básica

Exercícios sobre a primeira lei de Newton

Questão 1) Os encostos de cabeça estão presentes na maioria dos veículos


atuais, uma vez que existe uma grande possibilidade de que os ocupantes de um
veículo fraturem seus pescoços no caso de uma colisão na traseira do automóvel.
O princípio físico capaz de explicar a necessidade dos encostos de cabeça é o(a):

a) primeira lei de Newton.

b) segunda lei de Newton.

c) lei da ação e reação.

d) teorema do empuxo.

e) equilíbrio de forças.

Questão 2) A maioria das máquinas de lavar tem a função centrífuga, usada


para promover a secagem parcial das roupas. O princípio físico que explica COR -
RETAMENTE o funcionamento do processo de centrifugação é o(a):

a) força centrífuga.

b) princípio da inércia.

c) rotação.

d) translação.

e) torque.

Questão 3) Em desenhos animados, é comum vermos cenas em que uma


grande bigorna é solta, destruindo os pisos de vários andares até chegar ao chão.
Apesar de exagerado, o comportamento da matéria é parecido com o que vemos
nos cartuns. A explicação física para esse comportamento é dado pela:

a) lei da inércia, que afirma que corpos em movimento tendem a permanecer


em movimento.

b) lei da ação e reação, que afirma que a força que a bigorna faz no chão é
igual à força que o chão faz sobre a bigorna.

c) lei da gravidade, que explica que a bigorna somente cai em razão da ação
da aceleração gravitacional.

15
Física básica

d) lei da conservação da quantidade de energia, que afirma que toda a ener -


gia mecânica inicial é mantida constante.

e) lei de Coulomb, que afirma que a força de atração elétrica é responsável


por acelerar a bigorna em direção ao solo.

Gabarito das questões sobre a primeira lei de Newton

Questão 1)

Gabarito: Letra A

Resolução: Os encostos de cabeça são necessários devido à tendência que a


cabeça dos ocupantes tem de permanecer em repouso quando ocorrem colisões
traseiras, por exemplo.

Questão 2)

Gabarito: Letra B

Resolução: Durante o processo de centrifugação, o líquido contido no interior


das máquinas de lavar é expelido graças à sua inércia, uma vez que, para que se
mantenha o seu movimento de rotação, uma força centrípeta age no líquido em
direção ao centro da máquina, de modo que a inércia do líquido opõe-se a essa
força.

Questão 3)

Gabarito: Letra A. O que explica a queda incessante da bigorna é a primeira


lei de Newton. De acordo com essa lei, também conhecida como lei da inércia, a
massa da bigorna faz com que a sua tendência de continuar em movimento seja
muito grande.

16
Física básica

Impulso e quantidade de movimento


Impulso e quantidade de movimento são grandezas físicas vetoriais utilizadas
no estudo da dinâmica. A unidade de medida de ambos é a mesma (kg.m/s), e
eles estão relacionados pelo teorema do impulso e também pela segunda lei de
Newton.

Quantidade de movimento é o produto entre a massa de um corpo e sua velo -


cidade. Trata-se de uma grandeza vetorial cuja unidade de medida, de acordo com
o Sistema Internacional de Unidades (SI), tanto pode ser o kg.m/s quanto o N.s.

A fórmula utilizada para calcular a quantidade de movimento é a seguinte:

Q – quantidade de movimento (kg.m/s)

m – massa (kg)

v – velocidade (m/s)

A quantidade de movimento é uma grandeza particularmente útil para o estu -


do das colisões, uma vez que, em colisões elásticas, a quantidade total de movi-
mento deve ser mantida constante.

Impulso

Impulso é a medida da variação da quantidade de movimento. Assim como a


quantidade de movimento, ele é uma grandeza vetorial. Quando se aplica um im-
pulso a um corpo, sua quantidade de movimento muda. A definição mais simples
de impulso é mostrada na fórmula a seguir.

I – impulso (kg.m/s ou N.s)

∆Q – variação da quantidade de movimento (kg.m/s ou N.s)

17
Física básica

Impulso e força

Quando se aplica uma força a um corpo, o impulso que é aplicado a esse cor -
po depende do tempo de contato entre os corpos. Quanto maior é esse tempo,
maior é o impulso fornecido e maior é a variação da quantidade de movimento.

F – força (N)

Δt – intervalo de tempo (s)

A partir da fórmula acima, é possível notar que, para uma determinada medi -
da de impulso, força e intervalo de tempo são inversamente proporcionais. Esse
fato explica a utilidade dos para-choques dos automóveis, pois, uma vez que a co -
lisão dura mais tempo em razão da deformação do para-choque, a força exercida
sobre o veículo e o passageiro é menor, apesar de o impulso sofrido ser o mesmo
que o de uma colisão que ocorresse sem essa proteção.

Segunda lei de Newton, impulso e quantidade e movimento

Originalmente, a segunda lei de Newton, conhecida como Princípio Fundamen-


tal da Dinâmica, foi escrita em termos de grandezas como quantidade de movi -
mento, impulso e tempo. De acordo com essa lei, a força resultante sobre um cor -
po é igual ao produto de sua massa por sua aceleração, mas essa definição tam -
bém pode ser escrita de modo que a força resultante seja igual à variação da
quantidade de movimento durante certo intervalo de tempo.

Por fim, as duas expressões mostradas acima podem ser combinadas de


modo que a variação da quantidade de movimento seja igual ao produto da força
resultante e o intervalo de tempo de aplicação da força. Essa identidade recebe o
nome de teorema do impulso.

18
Física básica

Exercícios sobre impulso e quantidade de movimento

Questão 1 – (Udesc) O airbag e o cinto de segurança são itens de segurança


presentes em todos os carros novos fabricados no Brasil. Utilizando os conceitos
da Primeira Lei de Newton, de impulso de uma força e variação da quantidade de
movimento, analise as proposições.

I. O airbag aumenta o impulso da força média atuante sobre o ocupante do


carro na colisão com o painel, aumentando a quantidade de movimento do ocu -
pante.

II. O airbag aumenta o tempo da colisão do ocupante do carro com o painel,


diminuindo assim a força média atuante sobre ele mesmo na colisão.

III. O cinto de segurança impede que o ocupante do carro, em uma colisão,


continue se deslocando com um movimento retilíneo uniforme.

IV. O cinto de segurança desacelera o ocupante do carro em uma colisão, au-


mentando a quantidade de movimento do ocupante.

Assinale a alternativa correta:

a) Somente as afirmativas I e IV são verdadeiras.

b) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.

c) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.

d) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras.

e) Todas as afirmativas são verdadeiras.

Questão 2 – (PUC-RJ) Um jogador de tênis, durante o saque, lança a bola ver -


ticalmente para cima. Ao atingir sua altura máxima, a bola é golpeada pela raque -
te de tênis e sai com velocidade de 108 km/h na direção horizontal.

Calcule, em kg.m/s, o módulo da variação de momento linear da bola entre os


instantes logo após e logo antes de ser golpeada pela raquete.

Dado: considere a massa da bola de tênis igual a 50 g.

a) 1,5

b) 5,4

c) 54

19
Física básica

d) 1500

e) 5400

Questão 3 - (UECE) Considere uma esfera muito pequena de massa igual a 1


kg deslocando-se a uma velocidade de 2 m/s sem girar durante 3 s. Nesse interva -
lo de tempo, o momento linear dessa partícula é:

a) 2 kg.m/s

b) 3 s

c) 6 kg.m/s

d) 6 m

20
Física básica

Gabarito dos exercícios sobre impulso e quantidade de movimento

Questão 1) Gabarito: letra B.

Resolução:

Vamos analisar cada uma das alternativas:

[I] - Falsa. O airbag reduz a força aplicada sobre o corpo, aumentando o tem-
po de aplicação da força.

[II] - Verdadeira.

[III] - Verdadeira.

[IV] – Falsa. A quantidade de movimento do ocupante é reduzida.

Questão 2) Gabarito: letra A.

Resolução:

Para resolver o exercício, é necessário escrever a massa, que está em gra -


mas, em quilogramas (m = 50.10- 3 kg). Além disso, a velocidade, que está em
km/h, deve ser expressa em m/s. Observe o cálculo:

Questão 3) Gabarito: letra A.

Resolução:

Para resolver o exercício, basta que se multiplique a massa e a velocidade do


corpo, mas também é necessário recordar a unidade de medida da quantidade de
movimento, o kg.m/s.

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Física básica

Anotações:
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22
Mecânica dos fluidos

Mecânica dos fluidos

MÉRITO
Apostilas 1
Mecânica dos fluidos

A Mecânica dos Fluidos é uma área da física destinada ao estudo de fluidos


em movimento ou em repouso. O estudo da Mecânica dos fluidos é construído
com a ajuda de grandezas físicas que descrevem ou são propriedades dos fluidos
como por exemplo a viscosidade, volume, tensão superficial, velocidade vetorial e
etc. A Mecânica dos fluidos é dividida nas duas seguintes subáreas:

1) Hidrostática

A hidrostática estuda fluidos que se encontram em equilíbrio estático ou dinâ-


mico.

No equilíbrio estático o fluido está livre de forças atuantes. Em outras pala -


vras, o fluido se encontra em repouso. Já no equilíbrio dinâmico o fluido está sob a
ação de uma ou mais forças tal que a força resultante é nula. Isso quer dizer que o
fluido se encontra em movimento retilíneo uniforme (MRU).

A Hidrostática ganhou este nome devido aos primeiros estudos relacionados a


tal assunto estarem ligados com a água. A Hidrostática é baseada em alguns con -
ceitos como fluido e algumas propriedades e grandezas que o descrevem como
por exemplo pressão, densidade entre outros. Além disso, a hidrostática utiliza
como pilares os princípios básicos de Pascal, Arquimedes e Stevin.

Princípio de Pascal

O princípio de Pascal diz que o acréscimo de pressão exercida em ponto qual -


quer dentro de um líquido ideal em equilíbrio se transmite integralmente a todos
os pontos contidos no líquido e às paredes do recipiente que o contém. O princípio
de Pascal apresenta como principal aplicação a prensa hidráulica presente em di-
versas máquinas de grande porte como tratores, brocas de perfurar solo, escava-
deiras e etc. Além da prensa hidráulica o princípio de Pascal também está presen -
te em freios de automóveis, direção de automóveis, máquinas hidráulicas entre
outras.

Princípio de Arquimedes

O teorema de Arquimedes (ou princípio de Arquimedes) diz que todo corpo to -


talmente imerso ou parcialmente imerso em um líquido qualquer fica sujeito a
uma força vertical de baixo para cima, igual ao peso da porção de líquido desloca -
do pelo corpo. Esta força é denominada força de empuxo. Como exemplo você já
se perguntou o porquê de seu peso diminuir quando se encontra dentro de uma

2
Mecânica dos fluidos

piscina? A resposta para esta pergunta é uma aplicação do princípio de Arquime -


des.

Princípio de Stevin

O princípio de Stevin enuncia que pontos situados em um mesmo nível dentro


de um líquido em equilíbrio estático suportam a mesma pressão. O princípio de
Stevin apresenta como principal aplicação os denominados vasos comunicantes.

2) Hidrodinâmica

A hidrodinâmica estuda fluidos em movimentos mais gerais, com velocidades


e acelerações variadas. O estudo da Hidrodinâmica é baseado nos conceitos de
vazão, na equação da continuidade e princípio de Bernoulli.

Vazão

A vazão é uma grandeza física que mede a quantidade de fluido que escoa
dentro de um determinado tubo de área de seção transversal bem definida.

Equação da continuidade

A equação da continuidade diz que, apesar de um tubo qualquer não possuir a


mesma área de seção transversal ao longo de seu comprimento, as vazões duran -
te todo seu comprimento é a mesma.

Princípio de Bernoulli

Para finalizar, o princípio de Bernoulli é análogo ao princípio de Stevin da Hi -


drostática. Porém, como os fluidos estão em movimento, deve-se considerar um
termo adicional, que não é considerado no princípio de Stevin. Este termo contém
as velocidades dos fluidos envolvidos. Isso quer dizer que leva o princípio de Ber-
noulli leva em conta um setor potencial, um setor cinético e um setor potencial
gravitacional, O princípio de Bernoulli é um tipo de equação de conservação de
energia e apresenta inúmeras aplicações em Mecânica dos Fluidos.

3
Mecânica dos fluidos

Propriedades dos fluidos

Fluidos são substâncias capazes de escoar e que se deformam com facilidade.


Incluem os líquidos, os gases e até mesmo o plasma. Fluidos ideais não oferecem
qualquer resistência à aplicação de forças, ao ponto de assumirem o mesmo for-
mato do recipiente em que são confinados.

Os fluidos podem ser divididos inicialmente em duas categorias: fluidos ideais


e fluidos reais. Neste artigo trataremos dos fluidos ideais. Para tanto, vamos con -
ferir algumas de suas principais características:

• não apresentam viscosidade;

• não resistem a cortes;

• são incompressíveis;

• não apresentam turbulências.

Além dessas características, uma vez que os fluidos não apresentam formato
definido, suas propriedades são estudadas a partir de grandezas como massa es -
pecífica e pressão que eles são capazes de exercer.

Massa específica

A massa específica de um fluido diz respeito à quantidade de matéria contida


em um certo volume. Pode ser calculada por meio da massa do fluido dividida
pelo volume ocupado por ele.

ρ – massa específica

m – massa

V – volume

A unidade de medida da massa específica, de acordo com o Sistema Internaci-


onal de Unidades, é o kg/m³, entretanto é comum que utilizemos unidades como o
g/cm³ ou ainda o kg/L.

4
Mecânica dos fluidos

A massa específica dos fluidos é definida com base na densidade da água,


que apresenta densidade de 1000 kg/m³, 1 g/cm³ ou 1 kg/L. Na tabela a seguir,
vamos conferir a massa específica de outros fluidos conhecidos.

Substância Massa específica (g/cm³)

Álcool 0,79

Benzeno 0,90

Água 1,00

Mercúrio 13,60

Hexano 0,66

Nitroglicerina 1,60

Pressão hidrostática

Os fluidos em repouso são capazes de exercer pressão, que é proporcional à


sua densidade e altura. A pressão hidrostática, também conhecida como pressão
manométrica, pode ser calculada pelo produto entre massa específica, aceleração
da gravidade e altura do fluido.

ρ – massa específica (kg/m³)

g – aceleração da gravidade (m/s²)

h – altura do fluido em relação à superfície (m)

A partir do teorema de Stevin, também é possível determinar qual é a pressão


em um ponto qualquer no interior de um fluido. Para tanto, deve-se levar em con -
ta se o fluido encontra-se ou não sujeito a uma pressão externa, como a pressão
atmosférica.

P0 – pressão atmosférica

5
Mecânica dos fluidos

Chamamos de pressão atmosférica a pressão exercida pelo fluido que compõe


a atmosfera terrestre. Ao nível do mar, a pressão atmosférica da Terra vale aproxi -
madamente 1,01.105 Pa (pascal), e 1 Pa equivale a uma força de 1 N, aplicada so -
bre uma área de 1 m².

Dinâmica dos fluidos

A dinâmica dos fluidos é a área da mecânica que estuda os fluidos em movi -


mento. Vamos ilustrar a situação em que um fluido ideal escoa através de um
tubo de diferentes áreas de seção reta e diferentes alturas.

A principal equação da dinâmica dos fluidos é a equação de Bernoulli. Por


meio dela, é possível relacionar diferentes pontos do fluido ilustrado na imagem
anterior.

P1 e P2 – pressões nos pontos 1 e 2

h1 e h2 – alturas dos pontos 1 e 2

v1 e v2 – velocidades de escoamento do fluido nos pontos 1 e 2

A equação de Bernoulli é derivada da conservação da energia mecânica. Para


que ela seja válida, entretanto, é necessário que o fluido estudado seja ideal. Essa
equação tem diversas aplicações práticas, tais como a aerodinâmica e a hidrodi-
nâmica.

O voo dos aviões, por exemplo, é explicado por meio da equação de Bernoulli.
O ar que flui sobre a parte superior da asa do avião escoa mais rapidamente que o
ar que passa pelo lado debaixo da asa. Isso faz com que a pressão em cima da
asa seja menor que pressão na parte de baixo, desse modo, surge uma força de
sustentação capaz de manter o avião no ar.

6
Mecânica dos fluidos

Análise dimensional e transformação de unidades

A análise dimensional é uma ferramenta que possibilita a previsão, inspeção e


adaptação das unidades físicas que são utilizadas para a resolução de equações.
Na análise dimensional, aplicamos os fundamentos da álgebra a fim de determi -
narmos em qual unidade de medida alguma grandeza deve ser expressa, de for -
ma a garantir a homogeneidade entre as grandezas.

Passo a passo da análise dimensional

Usando a análise dimensional, é possível prevermos qual será a unidade de


medida de alguma grandeza física que esteja relacionada à resolução de algum
problema. Para tanto, é necessário que conheçamos ao menos as unidades funda -
mentais da Física, listadas no Sistema Internacional de Unidades (SI).

A partir das grandezas fundamentais, como o metro, o quilograma, o segundo


e outras, podemos escrever todas as demais grandezas derivadas. A tabela a se-
guir mostra algumas das mais importantes unidades do SI – é importante co -
nhecê-las, confira:

Grandeza Unidade (símbolo - nome)

Comprimento m - metro

Tempo s - segundo

Massa Kg - quilograma

Temperatura K - Kelvin

Corrente elétrica A - Ampère

Análise dimensional de fórmulas

Vamos aprender a fazer a análise dimensional de uma fórmula simples, como


a da velocidade média. A velocidade média é calculada pela razão do desloca -
mento (ΔS) pelo intervalo de tempo (Δt).

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Mecânica dos fluidos

Conhecendo as unidades fundamentais do SI, é possível identificar que o des -


locamento deve ser medido em metros (m), enquanto o intervalo de tempo deve
ser medido em segundos (s). Dessa forma, a unidade de medida de velocidade
deve ser dada em metros por segundo (m/s), confira a figura abaixo:

Na análise dimensional, realizada anteriormente, perceba que foi necessário


conhecermos previamente as unidades de distância e tempo, para que então pu -
déssemos prever qual deveria ser a unidade de velocidade. Além disso, como a
fórmula indicava que as grandezas de distância e tempo estavam divididas uma
pela outra, suas unidades também foram divididas.

Algumas fórmulas ou grandezas podem ser um pouco mais trabalhosas para


determinarmos as suas unidades, confira um exemplo em que é necessário que
conheçamos além das unidades, as fórmulas que permitem calcular as grandezas
que estão nelas relacionadas. Confira a seguir o exemplo da fórmula de pressão,
no qual queremos determinar qual é a unidade de P:

Para encontrarmos a unidade na qual a pressão deve ser escrita, de acordo


com o SI, primeiramente foi necessário que conhecêssemos a sua fórmula. Depois
disso, precisaríamos saber em qual unidade a grandeza força é expressa e caso
não soubéssemos, seria necessário conhecermos a sua fórmula (F=ma), para en -
contrarmos a sua unidade.

Feito isso, foi necessário lembrarmos que áreas são medidas em m². Com es-
sas unidades em mãos, voltamos para a fórmula e substituímos cada grandeza
com suas respectivas unidades e aplicamos as regras da álgebra: fazemos divi -
sões e multiplicações entre as unidades para simplificá-las ao máximo.

Uma noção importante na análise dimensional é que algumas unidades po -


dem ser escritas em linha e isso é comum em certos exercícios, pois a notação
torna-se mais compacta. Observe o exemplo seguinte, nele mostramos a análise
dimensional da grandeza aceleração:

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Mecânica dos fluidos

Fazendo a análise dimensional da aceleração, encontramos que a sua unidade


é o metro por segundo ao quadrado (m/s²), entretanto, essa unidade pode ser es -
crita de forma compacta como simplesmente m.s-2.

Existe também a possibilidade de ser necessária a determinação de alguma


grandeza física mais complexa, como no exemplo que mostraremos a seguir. Nele,
faremos a determinação da unidade de medida da grandeza chamada de calor es-
pecífico, muito utilizada nos cálculos de calorimetria, confira:

Na análise dimensional apresentada, foi necessário que rearranjássemos a


equação de modo a encontrarmos qual seria a expressão para o calor específico
([c]). Feito isso, seguimos trocando as unidades de cada grandeza física até en -
contrarmos duas respostas diferentes: em azul, a unidade de calor específico para
o SI, e, em vermelho, a unidade usual de calor específico.

É possível que haja também a necessidade de se determinar a unidade de


medida de alguma grandeza fictícia. Nesse caso, elaboramos um exemplo de uma
grandeza Y, que é dada pelo produto de um comprimento ([L]), por uma área ([A])
e um intervalo de tempo ([t]), divididos por uma massa ([m]).

Para determinarmos a unidade de medida dessa grandeza, de acordo com o


SI, é necessário que lembremos que a unidade de comprimento é o metro (m),
que a unidade de área é o metro quadrado (m²), que a unidade de tempo é o se -
gundo (s) e que a unidade de massa é o quilograma (kg). O método utilizado para
descobrirmos a unidade de Y é chamado de princípio da homogeneidade, ou seja,
o lado esquerdo da equação deve ter a mesma unidade que o lado direito.

Conversão de unidades por meio da análise dimensional

Usando a análise dimensional e a correspondência entre diferentes sistemas


de medida, é possível transformarmos grandezas derivadas como velocidade, ace -
leração, força etc. As grandezas derivadas são compostas de duas ou mais gran -
dezas físicas fundamentais e, às vezes, é necessário transformá-las em outras uni -

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Mecânica dos fluidos

dades. O exemplo mais comum dessa aplicação da análise dimensional é a trans-


formação da velocidade medida em metros por segundo para quilômetros por
hora e vice-versa.

O segredo para fazer essa conversão de unidades de maneira correta é sem-


pre multiplicar a unidade por 1 de maneira conveniente: alterando sua unidade de
medida sem alterar o seu “valor”. Dessa forma, apesar de encontrarmos uma me -
dida diferente para a grandeza a ser convertida, sua escala terá sido mantida.
Confira um exemplo:

Na conversão apresentada, precisamos identificar que 1 km equivale a 1000


m e que 1 h equivale a 3600 s. Após isso, multiplicamos o valor da velocidade que
estava medida em quilômetros por hora, por 1, isso é, 1000 m dividido por 1 km e
1 h dividida por 3600 s. Dessa forma, foi possível mudar a unidade e encontrar -
mos qual seria o módulo dessa velocidade na unidade de metros por segundo.

Equilíbrio de corpos imersos e flutuantes


Na física, estudamos a hidrostática, área que analisa as influências e proces-
sos que fazem com que os corpos fiquem em equilíbrio quando imersos em um
fluido. Dizemos que um corpo que flutua num liquido está em repouso e tem esta -
bilidade vertical.

No caso do deslocamento do corpo para cima, haverá uma diminuição no vo -


lume do líquido deslocado, resultando numa força desequilibrada que atua para
baixo e faz com que o corpo fique na posição inicial.

Todo objeto imerso ou flutuante está em equilíbrio estável quando seu centro
de gravidade estiver abaixo do centro de carena. Contudo, alguns objetos flutuan -
tes ficam em equilíbrio mesmo quando seu centro de gravidade está acima do
centro de carena.

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Mecânica dos fluidos

Lembrando que o centro de carena está localizado no centro do volume deslo -


cado, ou seja, coincide com o centro de gravidade da seção transversal que está
submersa. Para um corpo imerso ou flutuante que esteja em equilíbrio estático, o
peso e a força de flutuação se equilibram enquanto agem sobre o corpo. Essa ca -
racterística torna este corpo estável na direção vertical.

Quando um corpo flutuante é elevado ou abaixado por uma força vertical,


esse corpo retornará a sua posição original depois que o efeito externo for removi -
do. Com isso, temos que um corpo possui estabilidade vertical, e que os corpos
flutuantes têm mais de uma posição de equilíbrio estável.

Estabilidade em Corpos Flutuantes

Todo corpo que flutua em um liquido que está em repouso tem estabilidade
vertical. Se deslocarmos o corpo para cima, causará uma diminuição no volume
do liquido deslocado, resultando numa força desequilibrada pra baixo, fazendo
com que o corpo tenda novamente para a posição inicial. De forma análoga se
empurrarmos um corpo flutuante para baixo, haverá um acréscimo no empuxo
causando uma força não equilibrada para cima.

Estabilidade Linear: Um corpo terá estabilidade linear sempre que um pe-


queno deslocamento, em qualquer direção, dê origem a forças não equilibradas
que tendem a levar o corpo à posição inicial.

Estabilidade Angular: Um corpo terá estabilidade angular quando o conju-


gado restaurador da posição inicial for um deslocamento angular qualquer e pe -
queno. Um objeto que está submerso tem estabilidade angular se e somente
quando seu centro de gravidade estiver abaixo do centro de carena (figura 1a).
veja que na figura 1b quando o corpo é girado no sentido anti-horário o empuxo e
o peso produzirão um conjugado de forças, no sentido horário que restaura a posi-
ção inicial do objeto.

Determinação da estabilidade angular de objetos flutuantes

Qualquer objeto flutuante esta em equilíbrio estável quando seu centro de


gravidade estiver abaixo do centro de carena. Porem, certos objetos flutuantes po -

11
Mecânica dos fluidos

dem estar em equilíbrio mesmo pequeno seu centro de gravidade estiver acima
do centro de carena.

A figura 2a mostra a seção transversal de um corpo no qual todas as seções


transversais são idênticas a esta. O centro de carena esta localizado no centro do
volume deslocado que, neste caso, coincide com o centro de gravidade da seção
transversal submersa. Se o corpo for girado (figura 2b) o centro de carena ocupa -
rá o centro de gravidade B’ do trapezóide ABCD; teremos então o empuxo agindo
no ponto B’ e para cima, e o peso agindo para baixo no CG do corpo. Se a linha
vertical que passa por B’ interceptar a linha central original acima de G, será ge-
rado um conjugado de forças que será contrario ao movimento, estando o corpo
em equilíbrio estável. A interseção do empuxo com a linha de centro é o ponto M
denominado megacentro.

Quando o megacentro:

1) estiver acima de G o equilíbrio será estável;

2) estiver abaixo de G o equilíbrio será instável;

3) coincidir com G o equilíbrio será neutro.

A distância MG é chamada altura metacêntrica e seu valor é uma medida dire -


ta da estabilidade do corpo. O conjugado restaurador é dado por:

Onde θ é o deslocamento angular e W é o peso do corpo.

12
Mecânica dos fluidos

Teorema de Arquimedes

“Um fluido em equilíbrio age sobre um corpo nele imerso (parcial ou total -
mente), com uma força vertical orientada de baixo para cima, denominada empu -
xo, aplicada no centro de gravidade do volume de fluido deslocado, cuja intensi -
dade é igual ao peso do volume de fluido deslocado”.

Ao mergulharmos uma pedra na água contida em um copo observamos que o


nível da água aumenta. De acordo com o Teorema de Arquimedes, tem intensida -
de igual ao peso do volume de líquido deslocado pelo corpo, ou seja:

E = PL

como PL= mL . g:

E = mL . g (1)

Sabemos também que:

mL = dL . VL (2)

onde:

mL é a massa do líquido deslocado

dL é a densidade do líquido deslocado

VL é o volume do líquido deslocado

Se substituirmos a equação (2) na equação (1) temos que o empuxo pode ser
calculado por:

E = dL . VL . g

No esquema abaixo podemos verificar o teorema do empuxo, com o auxílio de


uma balança de dois braços iguais.

13
Mecânica dos fluidos

Note que nesse caso a balança está em equilíbrio. Isso indica que o peso no
braço esquerdo da balança é igual à tração no fio preso ao prato do braço direto.

P=T

Agora observe a figura abaixo:

Quando imerso na água, o corpo parece pesar menos. Isso acontece em razão
do Empuxo, ou seja, o líquido exerce uma força de baixo para cima no corpo preso
ao fio, fazendo com que o equilíbrio da balança se quebre.

Nessa situação a tração do corpo é:

T’ = P – E

Onde:

T’ é a tração do corpo submerso

P é o peso real do corpo

E é o empuxo

Essa nova tração encontrada também pode ser chamada de peso aparente.

Pap = P – E

Logo, o Peso Aparente do corpo é a diferença entre o peso real e o empuxo.

Onde:

PL é o peso do líquido deslocado.

14
Mecânica dos fluidos

Conservação de massa
Em 1773, o famoso cientista Antoine Laurent de Lavoisier (1743-1794) reali-
zou repetidamente um experimento de calcinar metais em recipientes fechados.
Lavoisier é considerado o “pai” da Química Moderna porque nestes e em outros
dos seus experimentos ele utilizou importantes técnicas experimentais, tais como
a utilização de balanças com alta precisão para a época, realizou as reações em
recipientes fechados e anotou cuidadosamente todos os dados coletados, como a
massa dos reagentes e a dos produtos.

Esses mesmos experimentos foram realizados em 1760 pelo químico russo


Mikhail Vasilyevich Lomonosov (1711-1775) e ele enunciou a lei de conservação
da massa que explicaremos melhor adiante. No entanto, os trabalhos deste cien -
tista não tiveram impacto porque não foram divulgados pela Europa. Coube a La -
voisier o registro, explicação e divulgação dessa lei, que hoje é também conhecida
como lei de Lavoisier.

Lavoisier aqueceu o mercúrio metálico numa retorta com a boca dentro de


uma retorta contendo ar e mergulhada numa cuba com mercúrio. Depois do aque -
cimento, o volume do ar na retorta diminuiu, pois o volume do mercúrio na cuba
subiu pela redoma. Isso significa que o mercúrio reagiu com “algo” no ar, que hoje
sabemos que é o oxigênio. O produto formado foi o óxido de mercúrio II, um pó
vermelho que aderiu às paredes da retorta.

15
Mecânica dos fluidos

Pesando o sistema inicial (mercúrio metálico + oxigênio) e o sistema final


(óxido de mercúrio II), Lavoisier percebeu que a massa total dos reagentes era
igual à massa total dos produtos.

Ele repetiu esse experimento queimando outros materiais e percebeu que a


massa dos sistemas permanecia constante em todos os casos. Veja os exemplos
abaixo:

Grafite + oxigênio → gás carbônico

3g + 8g = 11 g

Mercúrio metálico + oxigênio → óxido de mercúrio

100,5 g + 8g = 1 08,5 g

Água → hidrogênio + oxigênio

9g = 1g + 8g

Calcário → cal viva + gás carbônico

100 g = 56 g 44 g

Com isso, ele enunciou a Lei de Conservação da Massa da seguinte forma:

“No interior de um recipiente fechado, a massa total não varia, quaisquer que
sejam as transformações que venham a ocorrer.”

Ou

“Num recipiente fechado, a soma das massas dos reagentes é igual à soma
das massas dos produtos.”

Atualmente, essa lei é mais conhecida pelo seguinte enunciado:

“Na natureza, nada se perde, nada se cria, tudo se transforma.”

16
Mecânica dos fluidos

Exercícios

Exercício 1: (UFMS 2010) Dois recipientes iguais contêm a mesma quantida -


de de água e estão sobre duas balanças iguais. Dois objetos, A e B, impermeáveis
e de mesmo volume, são mantidos imersos e em repouso na água através de
duas hastes rígidas de volumes e massas desprezíveis com relação aos objetos.
Um objeto é feito de cortiça com uma densidade menor que a da água, e o outro é
maciço e feito de chumbo, veja a figura. Com fundamentos na mecânica dos fluí-
dos, assinale a(s) proposição(ões) correta(s).

a) A balança da esquerda indica uma massa maior que a balança da direita.

b) O módulo da força que a haste aplica na cortiça é menor que o módulo da


força que a haste aplica no chumbo.

c) A força que a água exerce na cortiça é maior que a força que a água exerce
no chumbo.

d) As diferenças de massas que as balanças indicam entre antes e depois de


colocar os objetos imersos são diferentes.

e) A diferença de massa que a balança da esquerda indica entre antes e de -


pois de colocar a cortiça imersa é igual à massa da água que foi deslocada.

Exercício 2) Um fluido ideal ocupa o volume de 0,5 cm³ e apresenta uma


massa igual a 0,2 g. Determine a massa específica desse fluido em g/cm³ e assi-
nale a alternativa correta.

a) 0,8

b) 0,4

c) 1,2

d) 0,9

17
Mecânica dos fluidos

Exercício 3) Um fluido ideal de massa específica igual a 0,8 g/cm³ encontra-


se em equilíbrio hidrostático quando armazenado em um recipiente rígido e fecha -
do, ocupando, assim, todo o seu volume. Sabendo que a área da base do recipien -
te, de formato cilíndrico, é igual a 0,25 m² e sua altura é de 1,25 m, a pressão hi -
drostática exercida pelo fluido é igual a:

Dados: g = 10 m/s².

a) 125 Pa

b) 50 Pa

c) 10 Pa

d) 15 Pa

Exercício 4) Um mergulhador encontra-se a uma profundidade de 10 m em


um lago cuja água apresenta uma massa específica de 1000 kg/m³. Sabendo que
a aceleração da gravidade no local é de aproximadamente 9,8 m/s², a pressão to -
tal exercida sobre o mergulhador é de:

Dados: P0 = 1,0.105 Pa.

a) 1,98.105 Pa

b) 2,98.105 Pa

c) 0,98.105 Pa

d) 1,89.104 Pa

Exercício 5) O mapa abaixo representa um bairro de determinada cidade, no


qual as flechas indicam o sentido das mãos do tráfego. Sabe-se que esse bairro foi
planejado e que cada quadra representada na figura é um terreno quadrado, de
lado igual a 200 metros. Desconsiderando-se a largura das ruas, qual seria o tem -
po, em minutos, que um ônibus, em velocidade constante e igual a 40 km/h, par -
tindo do ponto X, demoraria para chegar até o ponto Y?

a) 25 min

b) 15 min

c) 2,5 min

d) 1,5 min

18
Mecânica dos fluidos

Gabarito

Exercício 1) Alternativas B e E.

Exercício 2) Resolução:

Para resolver o exercício, basta calcularmos a massa específica dividindo a


massa do fluido pelo volume que ele ocupa. Observe:

Exercício 3) Resolução:

Perceba que a pressão exercida pelo fluido não depende da área da base do
recipiente, mas apenas de sua profundidade. Para calcular essa pressão, basta
usarmos a fórmula da pressão hidrostática, também conhecida como pressão ma -
nométrica. Observe:

Exercício 4) Resolução:

Para calcular a pressão exercida sobre o mergulhador, é preciso considerar a


pressão atmosférica, além da pressão exercida pela água. Para tanto, utilizamos o
teorema de Stevin:

Exercício 5) Utilizaremos a fórmula de velocidade média. De acordo com o


enunciado, a velocidade do ônibus é de 40 km/h e desejamos descobrir o tempo
necessário, em minutos, para que ele saia do ponto X e chegue ao ponto Y, res -
peitando os sentidos de cada via. Para tanto, será necessário determinar qual é a
distância percorrida pelo ônibus.

Analisando o sentido das setas, verificamos que o ônibus precisa deslocar-se


para o sul, movendo-se uma quadra, em seguida, precisa deslocar-se para o oes -

19
Mecânica dos fluidos

te, andando uma quadra, em seguida, desloca-se mais duas quadras para o norte
e, em seguida, uma quadra para o oeste. Como cada quadra tem comprimento de
200 m, ao final do trajeto, o ônibus terá andado um total de 1000 m. Vamos fazer
o cálculo:

Para resolvermos o exercício, primeiramente transformamos a velocidade do


ônibus em quilômetros por minuto. Depois, descobrimos o seu deslocamento em
quilômetros, utilizando a análise dimensional e a comparação entre as grandezas.
Por fim, aplicamos os valores encontrados na fórmula da velocidade média.

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Mecânica dos fluidos

Anotações:
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BLOCO II

MÉRITO
Apostilas 1
Cálculo vetorial

Cálculo vetorial

MÉRITO
Apostilas 1
Cálculo vetorial

O VETOR

Considere o segmento orientado AB na figura abaixo:

Observe que o segmento orientado AB é caracterizado por três aspectos bas-


tante definidos:

• comprimento (denominado módulo)

• direção

• sentido (de A para B)

Chama-se vetor ao conjunto infinito de todos os segmentos orientados equi-


polentes a AB, ou seja, o conjunto infinito de todos os segmentos orientados que
possuem o mesmo comprimento, a mesma direção e o mesmo sentido de AB.

Assim, a ideia de vetor nos levaria a uma representação do tipo:

Na prática, para representar um vetor, tomamos apenas um dos infinitos seg -


mentos orientados que o compõe.

Sendo u um vetor genérico, o representamos pelo símbolo:

Para facilitar o texto, representaremos o vetor acima na forma em negrito u .


Todas as representações de letras em negrito neste arquivo, representarão veto -
res. O módulo do vetor u, será indicado simplesmente por u, ou seja, a mesma le-
tra indicativa do vetor, sem o negrito.

Podemos classificar os vetores em três tipos fundamentais:

Vetor livre – aquele que fica completamente caracterizado, conhecendo-se o


seu módulo, a sua direção e o seu sentido.

2
Cálculo vetorial

Exemplo: o vetor u das figuras acima.

Vetor deslizante – aquele que para ficar completamente caracterizado, deve-


mos conhecer além da sua direção, do seu módulo e do seu sentido, também a
reta suporte que o contém. Os vetores deslizantes são conhecidos também como
cursores.

Notação: (u, r) – vetor deslizante (cursor) cujo suporte é a reta r.

Exemplo: ver figura abaixo

Vetor ligado – aquele que para ficar completamente caracterizado, devemos


conhecer além da sua direção, módulo e sentido, também o ponto no qual está lo -
calizado a sua origem.

Notação: (u, O) – vetor ligado ao ponto O.

Exemplo: ver figura abaixo.

Notas:

a) o vetor ligado também é conhecido como vetor de posição.

b) os vetores deslizantes e os vetores ligados, possuem muitas aplicações no


estudo de Mecânica Racional ou Mecânica Geral, disciplinas vistas nos semestres
iniciais dos cursos de Engenharia.

c) aqui, ao nos referirmos aos vetores, estaremos sempre considerando os ve-


tores livres

O VETOR OPOSTO

Dado o vetor u, existe o vetor – u, que possui o mesmo módulo e mesma dire-
ção do vetor u , porém, de sentido oposto.

3
Cálculo vetorial

O VETOR UNITÁRIO (VERSOR)

Chamaremos de VERSOR ou VETOR UNITÁRIO, ao vetor cujo módulo seja igual


à unidade, ou seja:

| u | = u = 1.

O VETOR NULO

Vetor de módulo igual a zero, de direção e sentido indeterminados.

Notação: 0

A PROJEÇÃO DE UM VETOR SOBRE UM EIXO

Veja a figura abaixo, na qual o vetor u forma um ângulo q com o eixo r.

Teremos que o vetor ux será a componente de u segundo o eixo r, de medida


algébrica igual a

ux = u . cosq . Observe que se q = 90º, teremos cosq = 0 e, portanto, a proje -


ção do vetor segundo o eixo r, será nula.

A NOTAÇÃO DE GRASSMANN PARA OS VETORES

Considere o vetor u na figura abaixo, sendo A a extremidade inicial e B a ex-


tremidade final do vetor.

Grassmann (matemático alemão – 1809/1877) interpretou a situação, como o


ponto B obtido do ponto A, através de uma translação de vetor u.

4
Cálculo vetorial

Assim, pode-se escrever:

B = A + u e, portanto, pode-se escrever também: u = B – A

Esta interpretação, um vetor enxergado como uma diferença de dois pontos,


permitirá a simplificação na resolução de questões, conforme veremos na sequên -
cia deste trabalho.

UM VETOR NO PLANO COMO UM PAR ORDENADO

Considere o vetor u, representado no plano cartesiano Oxy, conforme figura


abaixo:

Pela notação de Grassmann, poderemos escrever:

P=O+u

u=P–O

Se considerarmos que o ponto O é a origem do sistema de coordenadas carte -


sianas e, por conseguinte,

O(0, 0) e que as coordenadas de P sejam x (abcissa) e y (ordenada), teremos


o ponto P(x, y).

Substituindo acima, vem:

u = P – O = (x, y) – (0, 0) = (x – 0, y – 0 ) = (x, y).

Portanto,

u = (x, y)

Logo, o vetor u, fica expresso através de um par ordenado, referido à origem


do sistema de coordenadas cartesianas.

5
Cálculo vetorial

Neste caso, o módulo do vetor u (aqui representado por u, conforme conven-


ção adotada acima), sendo a distância do ponto P à origem O, será dado por:

UM VETOR NO PLANO, EM FUNÇÃO DOS VERSORES DOS EIXOS COOR -


DENADOS

Vimos acima que um VERSOR, é um VETOR de módulo unitário. Vamos associ -


ar um versor a cada eixo, ou seja: o versor i no eixo dos x e o versor j no eixo dos
y, conforme figura abaixo:

O par ordenado de versores (i, j) constitui o que chamamos de BASE do plano


R , ou seja, base do plano cartesiano Oxy.
2

Verifica-se que um vetor u = (x, y), pode ser escrito univocamente como:

u = x.i + y.j

Analogamente, se em vez do plano R 2, estivéssemos trabalhando no espaço


R3, poderíamos considerar os versores i, j e k, respectivamente dos eixos Ox, Oy e
Oz, conforme figura abaixo, e a representação do vetor u, no espaço seria:

u = (x, y, z) = x.i + y.j + z.k

Analogamente, o terno (i, j, k), será a BASE do espaço R 3 .

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Cálculo vetorial

O módulo do vetor u = x.i + y.j + z.k será dado por:

A demonstração desta fórmula é fácil, quando soubermos determinar o produ -


to interno de vetores.

OPERAÇÕES COM VETORES

1 – ADIÇÃO

Dados dois vetores u e v, define-se o vetor soma u + v, conforme indicado


nas figuras abaixo.

Regra do triângulo:

Regra do paralelogramo:

2 – SUBTRAÇÃO

Considerando-se a existência do vetor oposto -v, podemos definir a diferença


u – v, como sendo igual

à soma u + ( -v ) .

Veja a figura abaixo:

7
Cálculo vetorial

3 – MULTIPLICAÇÃO POR UM ESCALAR

Dado um vetor u e um escalar l Î R, define-se o vetor l .u, que possui a mes-


ma direção de u e sentido coincidente para l > 0 e sentido oposto para l < 0. O
módulo do vetor l .u será igual a

|l |.u .

4 – PRODUTO INTERNO DE VETORES

Dados dois vetores u e v, define-se o produto interno desses vetores como se-
gue:

u . v = u . v . cos b onde u e v são os módulos dos vetores e b o ângulo for-


mado entre eles.

Da definição acima, infere-se imediatamente que:

a) se dois vetores são paralelos, (b = 0º e cos 0º = 1) então o produto interno


deles, coincidirá com o produto dos seus módulos.

b) o produto interno de um vetor por ele mesmo, será igual ao quadrado do


seu módulo, pois neste caso,

b = 0º e cos 0º = 1 u.u = u.u.1 = u2

c) se dois vetores são perpendiculares, (b = 90º e cos 90º = 0) então o produ -


to interno deles será nulo.

d) o produto interno de dois vetores será sempre um número real.

e) o produto interno de vetores é também conhecido como produto escalar.

4.1 – CÁLCULO DO PRODUTO INTERNO EM FUNÇÃO DAS COORDENA-


DAS DO VETOR

Sejam os vetores u = (a, b) = a i + b j e v = (c, d) = c i + d j

Vamos multiplicar escalarmente os vetores u e v.

u.v = (a i + b j).(c i + d j) = ac i.i + ad i.j + bc j.i + bd j.j

Lembrando que os versores i e j são perpendiculares e considerando-se as


conclusões acima, teremos:

i.i = j.j = 1 e i.j = j.i = 0

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Cálculo vetorial

Daí, fazendo as substituições, vem:

u.v = ac . 1 + ad . 0 + bc . 0 + bd . 1 = ac + bd

Então concluímos que o produto interno de dois vetores, é igual à soma dos
produtos das componentes correspondentes ou homônimas.

Unindo a conclusão acima, com a definição inicial de produto interno de veto -


res, chegamos a uma importante fórmula, a saber:

Sejam os vetores: u = (a,b) e v = (c, d)

Já sabemos que: u.v = u.v.cosb = ac + bd

Logo, o ângulo formado pelos vetores, será tal que:

Onde u e v correspondem aos módulos dos vetores e a, b, c, d são as suas co -


ordenadas.

Portanto, para determinar o ângulo formado por dois vetores, basta dividir o
produto interno deles, pelo produto dos seus módulos. Achado o coseno, o ângulo
estará determinado.

Vamos demonstrar o teorema de Pitágoras, utilizando o conceito de produto


interno de vetores.

Seja o triângulo retângulo da figura abaixo:

É óbvio que: w = u + v

Quadrando escalarmente a igualdade vetorial acima, vem:

w2 = u2 + 2.u.v + v2

Dos itens (b) e (c) acima, concluímos que w2 = w2, u2 = u2, v2 = v2 e u.v = 0
(lembre-se que os vetores u e v são perpendiculares).

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Cálculo vetorial

Assim, substituindo, vem:

w2 = u2 + 2.0 + v2, ou, finalmente: w 2 = u2 + v2 (o quadrado da hipotenusa é


igual à soma dos quadrados dos catetos).

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Cálculo vetorial

Anotações:
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Análise Combinatória

Análise Combinatória

MÉRITO
Apostilas 1
Análise Combinatória

Análise combinatória

A análise combinatória é um campo de estudo da matemática associado com


as regras de contagem. No início do século XVIII, o estudo sobre jogos envolvendo
dados e cartas fez com que as teorias de contagem tivessem grande desenvolvi -
mento.

O trabalho da análise combinatória possibilita a realização de contagens cada


vez mais precisas. O princípio fundamental da contagem (PFC), o fatorial e os ti -
pos de agrupamento são exemplos de conceitos estudados na análise combinató-
ria, que, além de propiciar maior precisão, auxilia no desenvolvimento de outras
áreas da matemática, como a probabilidade e o binômio de Newton.

Princípio Fundamental da Contagem

O princípio fundamental da contagem, também chamado de princípio multipli-


cativo, postula que:

“quando um evento é composto por n etapas sucessivas e independentes,


de tal modo que as possibilidades da primeira etapa é x e as possibilidades da se -
gunda etapa é y, resulta no número total de possibilidades de o evento ocorrer,
dado pelo produto (x) . (y)”.

Em resumo, no princípio fundamental da contagem, multiplica-se o número de


opções entre as escolhas que lhe são apresentadas.

Exemplo:

Uma lanchonete vende uma promoção de lanche a um preço único. No lan-


che, estão incluídos um sanduíche, uma bebida e uma sobremesa. São oferecidos
três opções de sanduíches: hambúrguer especial, sanduíche vegetariano e ca -
chorro-quente completo. Como opção de bebida pode-se escolher 2 tipos: suco de
maçã ou guaraná. Para a sobremesa, existem quatro opções: cupcake de cereja,
cupcake de chocolate, cupcake de morango e cupcake de baunilha. Considerando
todas as opções oferecidas, de quantas maneiras um cliente pode escolher o seu
lanche?

2
Análise Combinatória

Solução:

Podemos começar a resolução do problema apresentado, construindo uma ár-


vore de possibilidades, conforme ilustrado abaixo:

Acompanhando o diagrama, podemos diretamente contar quantos tipos dife -


rentes de lanches podemos escolher. Assim, identificamos que existem 24 combi-
nações possíveis.

Podemos ainda resolver o problema usando o princípio multiplicativo. Para sa -


ber quais as diferentes possibilidades de lanches, basta multiplicar o número de
opções de sanduíches, bebidas e sobremesa.

Total de possibilidades: 3.2.4 = 24

Portanto, temos 24 tipos diferentes de lanches para escolher na promoção.

Para que serve a análise combinatória?

A analise combinatória está associada com o processo de contagem, ou seja,


o estudo dessa área da matemática possibilita-nos desenvolver ferramentas que
nos auxiliam na realização de contagens de maneira mais eficiente. Vamos anali -
sar um problema típico de contagem, veja:

Exemplo 1

Considere três cidades A, B e C interligadas pelas rodovias R1, R2, R3, R4 e


R5. Determine de quantas maneiras podemos ir da cidade A para cidade C pas -
sando pela cidade B.

3
Análise Combinatória

Observe que precisamos sair da cidade A e ir para cidade B, e somente depois


podemos seguir viagem para cidade C, assim vamos analisar todas as possibilida -
des de realizarmos o evento seguindo as rodovias.

1ª maneira: R1 → R3

2ª maneira: R1 → R4

3ª maneira: R1 → R5

4ª maneira: R2 → R3

5ª maneira: R2 → R4

6ª maneira: R2 → R5

Portanto, temos seis maneiras diferentes de ir da cidade A para cidade C pas -


sando pela cidade B. No entanto, observe que o problema proposto é relativamen -
te simples e que a análise realizada foi pouco trabalhosa. Assim, a partir de agora,
vamos estudar ferramentas mais sofisticadas que possibilitam resolver problemas
com bem menos trabalho.

Fatorial

O fatorial é uma forma de decompor-se um número natural. Para calcular-se o


fatorial de um número, basta multiplicá-lo por todos os seus antecessores até o
número 1. O fatorial é representado pelo sinal de exclamação — “!”.

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Análise Combinatória

Veja alguns exemplos de como se calcular o fatorial de alguns números.

Fatorial de 0: 0! (lê-se 0 fatorial)

0! = 1

Fatorial de 1: 1! (lê-se 1 fatorial)

1! = 1

Fatorial de 2: 2! (lê-se 2 fatorial)

2! = 2 . 1 = 2

Fatorial de 3: 3! (lê-se 3 fatorial)

3! = 3 . 2 . 1 = 6

Fatorial de 4: 4! (lê-se 4 fatorial)

4! = 4. 3 . 2 . 1 = 24

Fatorial de 5: 5! (lê-se 5 fatorial)

5! = 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 120

Fatorial de 6: 6! (lê-se 6 fatorial)

6! = 6 . 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 720

Fatorial de 7: 7! (lê-se 7 fatorial)

7! = 7 . 6 . 5 . 4. 3 . 2 . 1 = 5040

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Análise Combinatória

Fatorial de 8: 8! (lê-se 8 fatorial)

8! = 8 . 7 . 6 . 5 . 4. 3 . 2 . 1 = 40320

Fatorial de 9: 9! (lê-se 9 fatorial)

9! = 9 . 8 . 7 . 6 . 5 . 4. 3 . 2 . 1 = 362.880

Fatorial de 10: 10! (lê-se 10 fatorial)

10! = 10 . 9 . 8 . 7 . 6 . 5 . 4. 3 . 2 . 1 = 3.628.800

Formalmente podemos escrever o fatorial da seguinte maneira:

Considere um número natural n > 2. O fatorial de n é indicado por n! e é dado


pela multiplicação de n por todos seus antecessores inteiros positivos.

n! = n (n – 1) · (n – 2) · (n – 3) · … · 1

Observe os fatoriais a seguir:

4! e 5!

Agora realize o desenvolvimento de ambos:

5! = 5 · 4 · 3 · 2 · 1

4! = 4 · 3 · 2 ·1

Observe que no desenvolvimento do 5! aparece o desenvolvimento do 4!. Por -


tanto, podemos escrever o 5! desta forma:

5! = 5 · 4 · 3 · 2 · 1

5! = 5 · 4!

6
Análise Combinatória

Tipos de Combinatória

O princípio fundamental da contagem pode ser usado em grande parte dos


problemas relacionados com contagem. Entretanto, em algumas situações seu uso
torna a resolução muito trabalhosa.

Desta maneira, usamos algumas técnicas para resolver problemas com deter-
minadas características. Basicamente há três tipos de agrupamentos: arranjos,
combinações e permutações.

Arranjos

Nos arranjos, os agrupamentos dos elementos dependem da ordem e da natu -


reza dos mesmos.

Para obter o arranjo simples de n elementos tomados, p a p (p ≤ n), utiliza-se


a seguinte expressão:

Exemplo

Como exemplo de arranjo, podemos pensar na votação para escolher um re-


presentante e um vice-representante de uma turma, com 20 alunos. Sendo que o
mais votado será o representante e o segundo mais votado o vice-representante.

Dessa forma, de quantas maneiras distintas a escolha poderá ser feita? Ob -


serve que nesse caso, a ordem é importante, visto que altera o resultado final.

Logo, o arranjo pode ser feito de 380 maneiras diferentes.

Permutações

As permutações são agrupamentos ordenados, onde o número de elementos


(n) do agrupamento é igual ao número de elementos disponíveis.

Note que a permutação é um caso especial de arranjo, quando o número de


elementos é igual ao número de agrupamentos. Desta maneira, o denominador na
fórmula do arranjo é igual a 1 na permutação.

7
Análise Combinatória

Assim a permutação é expressa pela fórmula:

Exemplo

Para exemplificar, vamos pensar de quantas maneiras diferentes 6 pessoas


podem se sentar em um banco com 6 lugares.

Como a ordem em que irão se sentar é importante e o número de lugares é


igual ao número de pessoas, iremos usar a permutação:

Logo, existem 720 maneiras diferentes para as 6 pessoas sentarem neste


banco.

Combinações

As combinações são subconjuntos em que a ordem dos elementos não é im-


portante, entretanto, são caracterizadas pela natureza dos mesmos.

Assim, para calcular uma combinação simples de n elementos tomados p a p


(p ≤ n), utiliza-se a seguinte expressão:

Exemplo

A fim de exemplificar, podemos pensar na escolha de 3 membros para formar


uma comissão organizadora de um evento, dentre as 10 pessoas que se candida-
taram.

De quantas maneiras distintas essa comissão poderá ser formada?

Note que, ao contrário dos arranjos, nas combinações a ordem dos elementos
não é relevante. Isso quer dizer que escolher Maria, João e José é equivalente à
escolher João, José e Maria.

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Análise Combinatória

Observe que para simplificar os cálculos, transformamos o fatorial de 10 em


produto, mas conservamos o fatorial de 7, pois, desta forma, foi possível simplifi -
car com o fatorial de 7 do denominador.

Assim, existem 120 maneiras distintas formar a comissão.

Probabilidade e Análise Combinatória

A Probabilidade permite analisar ou calcular as chances de obter determinado


resultado diante de um experimento aleatório. São exemplos as chances de um
número sair em um lançamento de dados ou a possibilidade de ganhar na loteria.

A partir disso, a probabilidade é determinada pela razão entre o número de


eventos possíveis e número de eventos favoráveis, sendo apresentada pela se -
guinte expressão:

Sendo:

P (A): probabilidade de ocorrer um evento A

n (A): número de resultados favoráveis

n (Ω): número total de resultados possíveis

Para encontrar o número de casos possíveis e favoráveis, muitas vezes neces -


sitamos recorrer as fórmulas estudadas em análise combinatória.

Exemplo

Qual a probabilidade de um apostador ganhar o prêmio máximo da mega-


sena, fazendo uma aposta mínima, ou seja, apostar exatamente nos seis números
sorteados?

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Análise Combinatória

Solução

Como vimos, a probabilidade é calculada pela razão entre os casos favoráveis


e os casos possíveis. Nesta situação, temos apenas um caso favorável, ou seja,
apostar exatamente nos seis números sorteados.

Já o número de casos possíveis é calculado levando em consideração que se -


rão sorteados, ao acaso, 6 números, não importando a ordem, de um total de 60
números.

Para fazer esse cálculo, usaremos a fórmula de combinação, conforme indica-


do abaixo:

Assim, existem 50 063 860 modos distintos de sair o resultado. A probabilida -


de de acertarmos então será calculada como:

10
Análise Combinatória

Exercícios

Questão 1) Quantas senhas com 4 algarismos diferentes podemos escrever


com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8,e 9?

a) 1 498 senhas

b) 2 378 senhas

c) 3 024 senhas

d) 4 256 senhas

Questão 2) Um técnico de um time de voleibol possui a sua disposição 15 jo-


gadores que podem jogar em qualquer posição. De quantas maneiras ele poderá
escalar seu time?

a) 4 450 maneiras

b) 5 210 maneiras

c) 4 500 maneiras

d) 5 005 maneiras

Questão 3) (Enem/2016) O tênis é um esporte em que a estratégia de jogo a


ser adotada depende, entre outros fatores, de o adversário ser canhoto ou destro.
Um clube tem um grupo de 10 tenistas, sendo que 4 são canhotos e 6 são destros.
O técnico do clube deseja realizar uma partida de exibição entre dois desses joga -
dores, porém, não poderão ser ambos canhotos. Qual o número de possibilidades
de escolha dos tenistas para a partida de exibição?

11
Análise Combinatória

Gabarito

Questão 1) Resposta correta: c) 3 024 senhas.

Esse exercício pode ser feito tanto com a fórmula, quanto usando a princípio
fundamental da contagem.

1ª maneira: usando o princípio fundamental da contagem.

Como o exercício indica que não ocorrerá repetição nos algarismos que irão
compor a senha, então teremos a seguinte situação:

9 opções para o algarismo das unidades;

8 opções para o algarismo das dezenas, visto que já utilizamos 1 algarismo


na unidade e não pode repetir;

7 opções para o algarismo das centenas, pois já utilizamos 1 algarismo na


unidade e outro na dezena;

6 opções para o algarismo do milhar, pois temos que tirar os que já usamos
anteriormente.

Assim, o número de senhas será dado por:

9.8.7.6 = 3 024 senhas

2ª maneira: usando a fórmula

Para identificar qual fórmula usar, devemos perceber que a ordem dos algaris-
mos é importante. Por exemplo 1234 é diferente de 4321, assim iremos usar a fór -
mula de arranjo.

Então, temos 9 elementos para serem agrupados de 4 a 4. Desta maneira, o


cálculo será:

Questão 2) Resposta correta: d) 5 005 maneiras.

Nesta situação, devemos perceber que a ordem dos jogadores não faz dife -
rença. Assim, usaremos a fórmula de combinação.

12
Análise Combinatória

Como uma equipe de voleibol compete com 6 jogadores, iremos combinar 6


elementos tirados de um conjunto de 15 elementos.

Questão 3) Alternativa correta: a)

Segundo o enunciado, temos os seguintes dados necessários para resolver a


questão:

• Existem 10 tenistas;

• Dos 10 tenistas, 4 são canhotos;

• Deseja-se realizar uma partida com 2 tenistas que não podem ser ambos ca -
nhotos;

Podemos montar as combinações assim:

Dos 10 tenistas, 2 deverão ser escolhidos. Portanto:

Deste resultado devemos levar em consideração que dos 4 tenistas canhotos,


2 não poderão ser escolhidos simultaneamente para partida.

Sendo assim, subtraindo do total de combinações as possíveis combinações


com 2 canhotos, temos que o número de possibilidades de escolha dos tenistas
para a partida de exibição é:

13
Análise Combinatória

Anotações:
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Progressões Aritméticas e Geométricas

Progressões Aritméticas e
Geométricas

MÉRITO
Apostilas 1
Progressões Aritméticas e Geométricas

A progressão aritmética – PA é uma sequência de valores que apresenta


uma diferença constante entre números consecutivos.

A progressão geométrica – PG apresenta números com o mesmo quociente


na divisão de dois termos consecutivos.
Enquanto na progressão aritmética os termos são obtidos somando a
diferença comum ao antecessor, os termos de uma progressão geométrica são
encontrados ao multiplicar a razão pelo último número da sequência, obtendo
assim o termo sucessor.

Progressão aritmética (PA)


Uma progressão aritmética é uma sequência formada por termos que se
diferenciam um do outro por um valor constante, que recebe o nome de razão,
calculado por:

Onde,
r é a razão da PA;
a2 é o segundo termo;
a1 é o primeiro termo.

Sendo assim, os termos de uma progressão aritmética podem ser escritos da


seguinte forma:

Note que em uma PA de n termos a fórmula do termo geral (a n) da sequência


é:
an = a1 + (n – 1) r
Alguns casos particulares são: uma PA de 3 termos é representada por (x - r,
x, x + r) e uma PA de 5 termos tem seus componentes representados por (x - 2r, x
- r, x, x + r, x + 2r).

Tipos de PA
De acordo com o valor da razão, as progressões aritméticas são classificadas
em 3 tipos:
1. Constante: quando a razão for igual a zero e os termos da PA são iguais.
Exemplo: PA = (2, 2, 2, 2, 2, ...), onde r = 0

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Progressões Aritméticas e Geométricas

2. Crescente: quando a razão for maior que zero e um termo a partir do


segundo é maior que o anterior;
Exemplo: PA = (2, 4, 6, 8, 10, ...), onde r = 2

3. Decrescente: quando a razão for menor que zero e um termo a partir do


segundo é menor que o anterior.
Exemplo: PA = (4, 2, 0, - 2, - 4, ...), onde r = - 2

As progressões aritméticas ainda podem ser classificadas em finitas, quando


possuem um determinado número de termos, e infinitas, ou seja, com infinitos
termos.

Soma dos termos de uma PA


A soma dos termos de uma progressão aritmética é calculada pela fórmula:

Onde, n é o número de termos da sequência, a1 é o primeiro termo e an é o


enésimo termo. A fórmula é útil para resolver questões em que é dado o primeiro e o
último termo.
Quando um problema apresentar o primeiro termo e a razão da PA, você pode
utilizar a fórmula:

Essas duas fórmulas são utilizadas para somar os termos de uma PA finita.

Termo médio da PA
Para determinar o termo médio ou central de uma PA com um número ímpar de
termos calculamos a média aritmética com o primeiro e último termo (a1 e an):

Já o termo médio entre três números consecutivos de uma PA corresponde a


média aritmética do antecessor e do sucessor.

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Progressões Aritméticas e Geométricas

Exemplo resolvido
Dada a PA (2, 4, 6, 8, 10, 12, 14) determine a razão, o termo médio e a soma
dos termos.
1. Razão da PA

2. Termo médio

3. Soma dos termos

Progressão geométrica (PG)


Uma progressão geométrica é formada quando uma sequência tem um fator
multiplicador resultado da divisão de dois termos consecutivos, chamada de razão
comum, que é calculada por:

Onde,
q é a razão da PG;
a2 é o segundo termo;
a1 é o primeiro termo.
Uma progressão geométrica de n termos pode ser representada da seguinte
forma:

Sendo a1 o primeiro termo, o termo geral da PG é calculado por a1.q(n-1).

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Progressões Aritméticas e Geométricas

Tipos de PG
De acordo com o valor da razão (q), podemos classificar as Progressões
Geométricas em 4 tipos:
1. Crescente: a razão é sempre positiva (q > 0) e os termos são crescentes;
Exemplo: PG: (3, 9, 27, 81, ...), onde q = 3.
2. Decrescente: a razão é sempre positiva (q > 0), diferente de zero (0), e os
termos são decrescentes;
Exemplo: PG: (-3, -9, -27, -81, ...), onde q = 3
3. Oscilante: a razão é negativa (q
Exemplo: PG: (3, -6, 12, -24, 48, -96, …), onde q = - 2
4. Constante: a razão é sempre igual a 1 e os termos possuem o mesmo valor.
Exemplo: PG: (3, 3, 3, 3, 3, 3, 3, ...), onde q = 1

Soma dos termos de uma PG


A soma dos termos de uma progressão geométrica é calculada pela fórmula:

Sendo a1 o primeiro termo, q a razão comum e n o número de termos.


Se a razão da PG for menor que 1, então utilizaremos a fórmula a seguir para
determinar a soma dos termos.

Essas fórmulas são utilizadas para uma PG finita. Caso a soma pedida seja de
uma PG infinita a fórmula utilizada é:

Termo médio da PG
Para determinar o termo médio ou central de uma PG com um número ímpar de
termos calculamos a média geométrica com o primeiro e último termo (a 1 e an):

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Progressões Aritméticas e Geométricas

Exemplo resolvido
Dada a PG (1, 3, 9, 27 e 81) determine a razão, o termo médio e a soma dos
termos.
1. Razão da PG

2. Termo médio

3. Soma dos termos

Resumo das fórmulas de PA e PG

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Progressões Aritméticas e Geométricas

Anotações:
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Progressões Aritméticas e Geométricas

Exercícios

1) Qual o 16º termo da sequência que inicia com o número 3 e tem razão da PA igual a 4?

a) 36

b) 52

c) 44

d) 63

2) Qual a razão de uma PA de seis termos, cuja soma dos três primeiros números da
sequência é igual a 12 e dos dois últimos é igual a – 34?

a) 7

b) – 6

c) – 5

d) 5

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Progressões Aritméticas e Geométricas

Gabarito

1) Alternativa correta: d) 63.

Como a razão de uma PA é constante, podemos encontrar o segundo termo


da sequência ao somar a razão com o primeiro número.

a2 = a1 + r

a2 = 3 + 4

a2 = 7

Portanto, podemos dizer que essa sequência é formada por (3, 7, 11, 15, 19,
23, …)

O 16º termo pode ser calculado com a fórmula do termo geral.

an = a1 + (n - 1) . r

a16 = 3 + (16 – 1) . 4

a16 = 3 + 15.4

a16 = 3 + 60

a16 = 63

Sendo assim, a resposta da questão é 63.

2) Alternativa correta: b) – 6.

A fórmula geral dos termos de uma progressão aritmética é a1, (a1 + r), (a1 +
2r), ..., {a1 + (n-1) r}. Portanto, a soma dos três primeiros termos pode ser escritos
da seguinte forma:
a1 + (a1 + r) + (a1 + 2r) = 12
3a1 + 3r = 12
3a1 = 12 – 3r
a1 = (12 – 3r)/3
a1 = 4 – r

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Progressões Aritméticas e Geométricas

E a soma dos dois últimos termos é:


(a1 + 4r) + (a1 + 5r) = – 34
2a1 + 9r = – 34

Agora, substituímos a1 por 4 – r.


2(4 – r) + 9r = – 34
8 – 2r + 9r = – 34
7r = – 34 – 8
7r = – 42
r = – 42/7
r=–6

Portanto, a razão da PG é - 6.

10
Noções de geometria

Noções de geometria

MÉRITO
Apostilas 1
Noções de geometria

A geometria é a área da matemática que estuda as figuras geométricas. As noções


de geometria são divididas entre o estudo das figuras bidimensionais, chamada de
geometria plana, e das figuras tridimensionais, que chamamos de geometria
espacial.

As figuras bidimensionais são assim chamadas por possuírem duas dimensões, ou


seja, elas têm duas medidas a serem consideradas: comprimento e largura,
portanto, planas.

Já as figuras tridimensionais, além do comprimento e da largura, também possuem


altura. De modo geral, a geometria espacial estuda o conceito de volume, que é a
medida de capacidade dos sólidos geométricos.

Formas Geométricas
As figuras geométricas são elementos com formas, tamanhos e dimensões no
plano ou espaço. Por exemplo, o triângulo, o quadrado, a pirâmide e a esfera são
figuras geométricas. Na matemática, estes elementos são estudados no ramo da
geometria.

Formas Planas

São as que ao serem representadas ficam totalmente inseridas em um único plano.


Apresentam duas dimensões: comprimento e largura.

As formas planas podem ser classificadas em polígonos e não polígonos.

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Noções de geometria

Polígonos

São figuras planas fechadas delimitadas por segmentos de reta que são os lados do
polígono.

Os polígonos recebem nomes conforme o número de lados que apresentam.

• 3 lados - Triângulo • 8 lados – Octógono

• 4 lados - Quadrilátero • 9 lados – Eneágono

• 5 lados - Pentágono • 10 lados – Decágono

• 6 lados - Hexágono • 12 lados – Dodecágono

• 7 lados – Heptágono • 20 lados – Icoságono

Não polígonos

São formas geométricas não delimitadas totalmente por segmentos de retas.


Podem ser abertas ou fechadas.

Formas Não Planas

Para representar formas deste tipo é necessário mais de um plano. São figuras com
três dimensões: comprimento, altura e largura.

As formas não planas também são chamadas de sólidos geométricos. Eles são
classificados em poliedros e não poliedros.

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Noções de geometria

Poliedros

São formados apenas por polígonos. Cada polígono representa uma face do
poliedro. A reta de interseção entre duas faces é chamada de aresta. O ponto de
interseção de várias arestas é chamado de vértice do poliedro.

Figura 1: Pirâmide, cubo e


dodecaedro são exemplos de poliedros

Não poliedros

Os não poliedros, também chamados de corpos redondos, apresentam superfícies


arredondadas.

Figura 2: Esfera, cone e cilindro são exemplos de


corpos redondos

Fractal

A palavra Fractal foi criada por Benoit Mandelbrot a partir da palavra do latim
fractus, que significa irregular ou quebrado.

São formas geométricas em que cada parte da figura se assemelha ao todo.

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Noções de geometria

Associada a teoria do caos, a geometria fractal descreve as formas irregulares e


quase aleatórias de muitos dos padrões da natureza. Por isso, também é chamada
de geometria da natureza.

Os Fractais são formas geométricas de uma beleza incrível com padrões que se
repetem infinitamente, mesmo quando limitados a uma área finita.

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Noções de geometria

Perímetro
Perímetro é a medida do comprimento de um contorno de uma figura plana, ou
seja, é a soma das medidas de todos lados de uma figura ou objeto.

O cálculo do perímetro de qualquer figura geométrica plana é feito pela soma de


seus lados.

Se tratarmos de um terreno retangular com dimensões laterais de 12m e 25m,


somando a medida de seus lados temos que o perímetro do terreno é igual a 74m
(12m + 25m + 12m + 25m).

O perímetro de uma circunferência, por outro lado, exige outro tipo de cálculo. É
importante primeiro saber que uma circunferência representa um lugar
geométrico onde todos os pontos estão a mesma distância de um centro.

O raio de uma circunferência mede a distância do centro a um ponto qualquer do


seu contorno e seu diâmetro é formado por dois raios que passam pelo seu centro.

O perímetro corresponde ao comprimento da circunferência. Se esticarmos o


contorno da circunferência como uma reta iremos perceber que ela representa a
medida de seu comprimento.

Para calcular o perímetro da figura utilizamos a fórmula: P = π (Pi) x D. Onde D é a


medida do diâmetro do círculo e corresponde a soma de dois raios da
circunferência.

6
Noções de geometria

O Pi é uma letra grega de 3 mil anos que representa uma constante matemática. O
seu valor infinito de 3,14159... é costumeiramente simplificado apenas por 3,14.

Área
Área é a medida de uma dimensão determinada, ou seja, serve para calcular uma
superfície plana.

cada figura geométrica tem o seu próprio modo de calcular a área. Assim, para
descobrir a área de um quadrado devemos multiplicar o lado vezes o lado, uma vez
que todos os lados da figura possuem a mesma medida.

Portanto: A = L x L = L²

Já para descobrir a área de uma região retangular devemos multiplicar a medida


da base pela medida da altura. Assim: A = B x h

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Noções de geometria

Ângulos
Ângulo é a região entre dois segmentos de retas que têm um mesmo ponto em
comum. Ou seja, o ângulo é a medida da abertura entre estes seguimentos. Eles
podem ser medidos em graus ou radianos e são classificados de acordo com sua
medida:

Ângulo agudo é aquele com medida menor que 90° (0° < α < 90°).

Ângulo reto é aquele que tem medida igual a 90°.

Ângulo obtuso é aquele com medida maior que 90° (90° < α < 180°).

8
Noções de geometria

Ângulo raso tem medida igual a 0° ou 180°.

Ângulo Côncavo é aquele que tem medida entre 180° e 360°.

Ângulo completo ou de uma volta é aquele que possui medida igual a 360°.

9
Noções de geometria

Ângulos complementares são aqueles que quando somados o resultado é 90°


(α+β=90).

Ângulos suplementares são aqueles que quando somados o resultado é igual a


180° (α+β=180).

Ângulos replementares são aqueles que quando somados o equivalente é igual a


360° (α+β=360).

10
Noções de geometria

Volume
O volume de um corpo é a quantidade de espaço ocupada por esse corpo. O
volume tem unidades de tamanho cúbicos (por exemplo, cm³, m³, in³, etc.).

A medida de volume no sistema internacional de unidades (SI) é o metro cúbico


(m3). Sendo que 1 m 3 corresponde ao espaço ocupado por um cubo de 1 m de
aresta. Neste caso, o volume é encontrado multiplicando-se o comprimento, a
largura e a altura do cubo.

Exemplo

Uma piscina possui as seguintes dimensões: 7 m de comprimento, 4 m de


comprimento e 1,5 m de altura. Quantos litros de água serão necessários para que
a esta piscina fique completamente cheia?

Solução

Primeiro, precisamos calcular o valor do volume desta piscina. Para isso, vamos
multiplicar a área da base pela altura da piscina. Assim, temos:

V = 7 . 4 . 1,5 = 42 m3

Agora que conhecemos seu volume, podemos utilizar as relações para descobrir
sua capacidade. Para isso, podemos fazer uma regra de três.

1 Passo)

2 Passo) x = 42 . 1000 = 42 000

Portanto, a piscina ficará cheia quando


estiver com 42 000 litros de água.

11
Noções de geometria

Teorema de Pitágoras
O Teorema de Pitágoras relaciona o comprimento dos lados do triângulo
retângulo. Essa figura geométrica é formada por um ângulo interno de 90°,
chamado de ângulo reto.

A soma dos quadrados de seus catetos corresponde ao quadrado de sua


hipotenusa.

Fórmula do teorema de Pitágoras


a2 = b2 + c2

a: hipotenusa

b: cateto

c: cateto

A hipotenusa é o maior lado de um triângulo retângulo e o lado oposto ao ângulo


reto. Os outros dois lados são os catetos. O ângulo formado por esses dois lados
tem medida igual a 90º (ângulo reto).

Identificamos ainda os catetos, de acordo com um ângulo de referência. Ou seja, o


cateto poderá ser chamado de cateto adjacente ou cateto oposto.

Quando o cateto está junto ao ângulo de referência, é chamado de adjacente, por


outro lado, se está contrário a este ângulo, é chamado de oposto.

12
Noções de geometria

Exemplo 1: calcular a medida da hipotenusa

Se um triângulo retângulo apresenta 3 cm e 4 cm como medidas dos catetos, qual a


hipotenusa desse triângulo?

Portanto, os lados do triângulo retângulo são 3 cm, 4 cm e 5 cm.

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Noções de geometria

Anotações:
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Geometria espacial

Geometria espacial

MÉRITO
Apostilas 1
Geometria espacial

A geometria espacial é a análise de sólidos no espaço, ou seja, é a geometria


para objetos tridimensionais, diferente da geometria plana, que é o estudo de fi -
guras bidimensionais. Assim como esta, aquela surge com base em conceitos pri-
mitivos, sendo eles: ponto, reta, plano e espaço.

Com base nos elementos primitivos, desenvolve-se os sólidos geométricos,


sendo os principais os poliedros: paralelepípedo, cubo e demais prismas, além dos
conhecidos como sólidos de Platão; e os corpos redondos: cone, cilindro e esfera.
Além do reconhecimento desses sólidos, é importante compreender que os cálcu -
los de volume e de área total possuem fórmulas específicas para cada um dos ti -
pos.

Conceitos da geometria espacial

É importante compreendermos que os elementos primitivos ponto, reta, plano


e espaço são a base da geometria e que eles não possuem uma definição. Ainda
assim, todos nós conseguimos ter, de forma intuitiva, a noção básica do que é
cada um desses elementos e a posição relativa entre eles.

Com base nas construções geométricas e nos elementos primitivos, surgiu a


área de estudo da geometria espacial, que vai desde as noções básicas até o con -
ceito de sólido geométrico, considerando o cálculo de sua área total e seu volume.
Lembrando que, na geometria espacial, estamos trabalhando com três dimensões,
sendo elas: largura, altura e comprimento, ou, em outros momentos, largura, pro -
fundidade e comprimento.

Os conceitos iniciais da geometria espacial são as posições relativas entre


pontos no plano, entre ponto e plano, entre reta e plano, e entre dois planos.

• Posição relativa entre ponto e reta, e ponto e plano

O ponto pode pertencer ou não à reta, e ele pode pertencer ou não ao plano.

• Posição relativa entre pontos

Conhecendo dois ou mais pontos, eles podem ser colineares ou não, e copla -
nares ou não. Os pontos são coplanares quando pertencem ao mesmo plano, e co -
lineares quando pertencem a uma mesma reta.

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Geometria espacial

Pontos coplanares:

Pontos colineares:

• Posição relativa entre duas retas

Quando as retas são coplanares, elas podem ser paralelas, concorrentes e co -


incidentes.

→ Paralelas: quando não possuem nenhum ponto em comum.

3
Geometria espacial

→ Concorrentes: quando possuem um ponto em comum.

→ Coincidentes: quando as retas são iguais, ou seja, há só uma reta.

Quando as retas não pertencem ao mesmo plano, elas são conhecidas como
retas reversas.

• Posições relativas entre dois planos

Ao analisar-se a posição relativa entre dois planos, eles podem ser classifica-
dos como paralelos ou secantes.

→ Planos paralelos: não possuem nenhum elemento em comum, ou seja, não


há interceptação de um plano com o outro.

4
Geometria espacial

→ Planos secantes: quando se interceptam.

→ Planos coincidentes: quando são iguais, ou seja, há somente um plano.

• Posição relativa entre uma reta e um plano

Ao comparar-se a reta com um plano, essa reta pode ser paralela ao plano,
pertencente ao plano ou secante ao plano.

→ Reta secante ao plano: quando ela corta o plano e possui um único ponto
em comum a ele.

→ Reta pertencente ao plano: quando todos os pontos da reta estão contidos


no plano.

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Geometria espacial

→ Reta paralela ao plano: quando não possui nenhum ponto em comum ao


plano.

Classificação dos sólidos geométricos

Os sólidos geométricos podem ser classificados como:

• Poliedros

Sólidos fechados que possuem faces poligonais, compostos por vértices, ares -
tas e faces, são eles: os prismas, as pirâmides e os sólidos de Platão (tetraedro,
cubo, dodecaedro, icosaedro, cubo, dodecaedro).

Aresta: é o segmento de reta que liga dois vértices de um poliedro.

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Geometria espacial

Vértice: é o encontro de uma ou mais arestas, denotado pelos pontos A, B, C,


D, E, F, G e H neste caso.

Face: As faces de um poliedro são os polígonos que compõem o sólido.

Relação de Euler

Sobre os poliedros, o matemático Euler percebeu uma relação entre o número


de vértices (V), faces (F) e arestas (A), conhecida como relação de Euler, dada
pela expressão:

V–A+F=2

Logo, é possível descobrir, com base na equação, a quantidade de arestas


que um sólido possui pelo número de faces e de vértices.

• Sólidos de Platão

Os sólidos de Platão são casos particulares de poliedros, Platão relacionou-os


com a criação do Universo, vinculando-os a elementos da natureza.

7
Geometria espacial

• Corpos redondos

Conhecidos também como sólidos de revolução, são sólidos que possuem


como base um círculo (no caso do cone e cilindro) ou que são construídos sobre a
rotação de um círculo.

Fórmulas dos principais sólidos geométricos

As principais fórmulas da geometria espacial são para os cálculos da área to -


tal (At) e do volume (V) de cada um dos sólidos. Cada fórmula depende do sólido.

• Cubo

Cubo de aresta a.

V = a3

At = 6 . a2

• Paralelepípedo

Paralelepípedo de dimensões a, b, c.

V=a.b.c

At = 2ab + 2ac + 2bc

8
Geometria espacial

• Prisma

Prismas de base triangular e hexagonal

Note que a base do prisma pode ser diferente de um caso para o outro, logo,
o volume depende diretamente da área da base.

V = Ab . h

At = 2Ab + Al

• Pirâmide

Pirâmides de base quadrada e pentagonal.

Assim como os prismas, a base da pirâmide pode ser diferente, logo, o volu-
me depende diretamente da base.

A t = Ab + A l

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Geometria espacial

• Cilindro

Cilindro de raio r e altura h.

V = πr2 . h

At = 2πr (r+h)

• Cone

Cone de raio r e altura h.

At = πr (g + r)

• Esfera

Esfera de raio r.

At = 4 πr2

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Geometria espacial

Geometria espacial x geometria plana

O domínio da geometria plana (bidimensional) é fundamental para o aprendi -


zado da geometria especial (tridimensional), pois muitos conceitos trabalhados na
primeira são pré-requisitos para o aprendizado da segunda.

Entenda que na geometria plana o trabalho é realizado com figuras geométri-


cas que possuem duas dimensões. Essas dimensões podem ser citadas como base
e altura ou como comprimento e largura. Há um trabalho com quadrados, círculos,
entre outras figuras planas, além do desenvolvimento dos cálculos de áreas e pe -
rímetros.

Já na geometria espacial, como vimos aqui, o trabalho é realizado com três di-
mensões, no que chamamos de espaço. Conhecemos aqui os sólidos geométricos,
e a partir de agora, trabalhamos com largura, comprimento e altura. O que antes
era conhecido, por exemplo, como círculo, agora, no universo tridimensional, ga -
nha mais uma dimensão e é conhecido como esfera.

Na geometria espacial, não falamos em perímetro, mas sim em área total de


um sólido, e também surge a ideia de capacidade de um sólido, conhecida como
volume. Para ilustrar bem a diferença de ambos, note a comparação visual da es -
fera no espaço tridimensional e do círculo no plano bidimensional.

11
Geometria espacial

Exercícios

1) (Enem) Para resolver o problema de abastecimento de água, foi decidida,


numa reunião do condomínio, a construção de uma nova cisterna. A cisterna atual
tem formato cilíndrico, com 3 m de altura e 2 m de diâmetro, e estimou-se que a
nova cisterna deverá comportar 81 m³ de água, mantendo o formato cilíndrico e a
altura da atual. Após a inauguração da nova cisterna, a antiga será desativada.
(Utilize 3,0 como aproximação para π.)

Qual deve ser o aumento, em metros, no raio da cisterna para atingir o volu -
me desejado?

a) 0,5

b) 1,0

c) 2,0

d) 3,5

e) 8,0

02) (IFG) As medidas internas de um reservatório no formato de um paralele -


pípedo são de 2,5 m de comprimento, 1,8 m de largura e 1,2 m de profundidade
(altura). Se, em um determinado momento do dia, esse reservatório está apenas
com 70% de sua capacidade, a quantidade de litros que faltam para enchê-lo é
igual a:

a)1620

b) 1630

c) 1640

d) 1650

e) 1660

12
Geometria espacial

Gabarito

1) Sobre a nova cisterna, sabemos que V = 81 m³, h = 3 e que π = 3.

No entanto, como ela tem o formato cilíndrico, o volume de um cilindro é


dado por:

V = πr2 . h

Então, fazendo com que V = 81, h = 3 e π = 3

81 = 3 . r 2 . 3

81 = 9 . r 2

9 = r2

Comparando-se com o raio antigo 3 – 2 = 1, logo, houve um aumento de 1


metro.

2) Como o formato do reservatório é um paralelepípedo retângulo, o volume é


dado por:

V = a . b . c (Em que a, b e c são as dimensões 2,5, 1,8 e 1,2 respectivamen -


te.)

V = 2,5 . 1,8 . 1,2

V = 5,4 m³

Como 5,4 m³ é a capacidade total do reservatório, multiplica-se por 1000 para


saber sua capacidade total em litros, ou seja:

V = 5,4 . 1000 = 5400 litros

Por fim, queremos saber quanto falta para encher o reservatório. Sabendo-se
que 70% dele está cheio, restam 30% de 5400 para terminar de enchê-lo, logo, a
quantidade que falta é de:

30% de 5400 = 0,3 . 5400 = 1620 litros

Alternativa “a”

13
Geometria espacial

Anotações:
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Geometria analítica

Geometria analítica

MÉRITO
Apostilas 1
Geometria analítica

Geometria analítica é um campo da matemática em que é possível represen -


tar elementos geométricos, como pontos, retas, triângulos, quadriláteros e circun -
ferências, utilizando expressões algébricas. As expressões algébricas são deriva -
das da ideia de união de pontos que seguem determinado padrão. Pontos esses
que são dispostos em um sistema de coordenadas proposto por René Descartes.

A geometria analítica tem como principal objetivo descrever objetos geométri-


cos utilizando um sistema de coordenadas, o plano cartesiano. Este consiste em
dois eixos reais perpendiculares entre si. O eixo horizontal é chamado de eixo das
abscissas, e o eixo vertical é chamado de eixo das ordenadas.

Conceitos importantes da geometria analítica

• Distância entre dois pontos

A distância entre os pontos A (xa, ya) e B (xb, yb) é definida pelo segmento
de reta AB, que vamos denotar dAB. Veja como obter o tamanho desse segmento,
ou seja, a distância.

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Geometria analítica

Note que a distância entre os pontos A e B é a hipotenusa do triângulo, logo,


para determiná-la, vamos utilizar o teorema de Pitágoras.

Exemplo:

Calcule a distância entre os pontos A (0, 0) e B (4, 2).

Substituindo os valores das coordenadas na fórmula, temos:

• Coordenadas do ponto médio

Na geometria plana, o ponto médio é o ponto que divide o segmento de reta


AB ao meio, ou seja, em duas partes iguais. Na geometria analítica, as coordena-
das do ponto médio são dadas por:

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Geometria analítica

A coordenada do ponto médio, ou seja, do ponto M, é dada por:

Exemplo:

Determine o ponto médio do segmento AB, sabendo que A (2, 1) e B (6, 5).

Substituindo os valores das coordenadas na fórmula, temos:

• Condição de alinhamento de três pontos

Considere três pontos — A (xa, ya), B (xb, yb) e C (xc, yc) — distintos no pla -
no. Diremos que os pontos são colineares se o determinante abaixo for igual a
zero. Podemos dizer também que eles são colineares se existir uma reta que os
contenha.

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Geometria analítica

Exercício:

(PUC-SP) Os pontos A (3, 5), B (1, -1) e C (x, -16) pertencem a uma mesma
reta. Determine o valor de x.

Resolução:

No enunciado foi dado que os pontos pertencem à mesma reta, ou seja, os


pontos A, B e C são colineares. Logo, o determinante é igual a zero.

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Geometria analítica

Anotações:
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Estática dos corpos rígidos

Estática dos corpos rígidos

MÉRITO
Apostilas 1
Estática dos corpos rígidos

A Estática estuda o equilíbrio dos corpos, ou seja, corpos que estejam parados
ou em Movimento Retilíneo Uniforme. Nestes corpos a resultante das forças a eles
aplicada é nula. No caso de um corpo possuir dimensões muito pequenas em rela -
ção à situação estudada, podemos admitir que ele se comporte como um ponto
material e, para que esteja em equilíbrio, basta que a resultante das forças aplica -
das seja nula, isto é:

Chamamos de corpo rígido ou corpo extenso, todo o objeto que não pode ser
descrito por um ponto.

Para conhecermos o equilíbrio nestes casos é necessário estabelecer dois con -


ceitos:

Centro de massa

Um corpo extenso pode ser considerado um sistema de partículas, cada uma


com sua massa.

A resultante total das massas das partículas é a massa total do corpo. Seja
CM o ponto em que podemos considerar concentrada toda a massa do corpo, este
ponto será chamado Centro de Massa do corpo.

Para corpos simétricos, que apresentam distribuição uniforme de massa, o


centro de massa é o próprio centro geométrico do sistema. Como no caso de uma
esfera homogênea, ou de um cubo perfeito.

Para os demais casos, o cálculo do centro de massa é feito através da média


aritmética ponderada das distâncias de cada ponto do sistema.

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Estática dos corpos rígidos

Para calcularmos o centro de massa precisamos saber suas coordenadas em


cada eixo do plano cartesiano acima, levando em consideração a massa de cada
partícula:

Então o Centro de Massa do sistema de partículas acima está localizado no


ponto (1,09 , 0,875), ou seja:

Como forma genérica da fórmula do centro de massa temos:

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Estática dos corpos rígidos

Momento de uma força

Imagine uma pessoa tentando abrir uma porta, ela precisará fazer mais força
se for empurrada na extremidade contrária à dobradiça, onde a maçaneta se en-
contra, ou no meio da porta?

Claramente percebemos que é mais fácil abrir ou fechar a porta se aplicarmos


força em sua extremidade, onde está a maçaneta. Isso acontece, pois existe uma
grandeza chamada Momento de Força , que também pode ser chamado
Torque.

Esta grandeza é proporcional a Força e a distância da aplicação em relação ao


ponto de giro, ou seja:

A unidade do Momento da Força no sistema internacional é o Newton-metro


(N.m)

Como este é um produto vetorial, podemos dizer que o módulo do Momento


da Força é:

Sendo:

M= Módulo do Momento da Força.

F= Módulo da Força.

d=distância entre a aplicação da força ao ponto de giro; braço de alavanca.

sen θ=menor ângulo formado entre os dois vetores.

E a direção e o sentido deste vetor são dados pela Regra da Mão Direita.

O Momento da Força de um corpo é:

• Positivo quando girar no sentido anti-horário;

• Negativo quando girar no sentido horário;

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Estática dos corpos rígidos

Anotações:
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Acústica

Acústica

MÉRITO
Apostilas 1
Acústica

A acústica é o ramo da física associado ao estudo do som e dos fenômenos a


ele relacionados. O som é um fenômeno ondulatório causado pelos mais diversos
objetos e se propaga através dos diferentes estados físicos da matéria.

Em acústica temos: fontes sonoras; meios de propagação com anteparos que


causam difração, reflexão ou absorção; e receptores. As fontes sonoras podem ser
abstraídas para pontuais, em linha ou de superfície. Além disso, as fontes sonoras
podem ter padrões de diretividade diferentes, como os monopolos, dipolos, qua -
drupolos e outros; muito estudados na aeroacústica, uma subdivisão da acústica.

O meio de propagação do som possui propriedades físicas que podem ser


mensuradas, e em geral a pressão sonora é a propriedade de maior interesse. A
pressão sonora é uma oscilação da pressão absoluta do meio no qual a onda se
propaga. No caso do ar no planeta Terra, a pressão atmosférica possui uma ordem
de grandeza muito maior que a pressão sonora, sendo a primeira da ordem de 10
325 Pa, e a pressão sonora audível de 20 micro Pa até cerca de 1 000 Pa. Veja que
a pressão sonora audível varia tanto com a frequência na qual a onda sonora se
propaga, esse estudo está associado a audibilidade, um tópico da psicoacústica.

A onda sonora pode ser descrita em termos de uma equação matemática con-
tendo a amplitude da pressão sonora e uma relação de fase da pressão e da velo -
cidade de partícula, para um ponto do espaço no meio que a onda se propaga.
Essa equação considera a velocidade da onda sonora no meio e, em geral, tal ve -
locidade varia com a temperatura do meio de propagação.

A fonte omnidirecional ao lado é um dodecaedro que emite sons em todas as


direções, com o objetivo de simular uma fonte pontual sem diretividade preferen -
cial. Já a câmara anecoica, é uma sala desenvolvida com o objetivo de simular um
campo livre, ou seja, sem reflexões sonoras. O som gerado em uma câmara ane -
coica, desenvolvida primeiramente por Leo Beranek, é absorvido em cerca de 99%
em suas cunhas anecoicas posicionadas em todas as paredes, piso e teto.

A acústica é uma disciplina da Mecânica, em especial a ondulatória, que trata


de fenômenos dinâmicos com ondas em propagação.

Som

O som é uma onda mecânica e, por esse motivo, só é capaz de se propagar


em meios materiais, como ar, água ou em metais. A propagação do som é tridi-
mensional, e uma onda sonora propaga-se de forma circular em um meio homogê -
neo, percorrendo distâncias iguais em todas as direções. Além disso, o som é uma
onda transversal, isto é, as ondas sonoras viajam na mesma direção da perturba -
ção que as originou.

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Acústica

Os sons audíveis pelos seres humanos se encontram dentro de um intervalo


de frequências chamado de espectro audível. Essas frequências distribuem-se, na
média, entre 20 Hz e 20.000 Hz. Sons de frequências inferiores a 20 Hz são cha -
mados de infrassons, enquanto os sons de frequência superior a 800 Hz são co-
nhecidos como ultrassons.

A detecção de ultrassons e infrassons é usada em uma grande quantidade de


tecnologias e as aplicações são muitas:

• detecção de abalos sísmicos;

• realização de exames;

• estudo de estruturas subterrâneas etc.

A velocidade de propagação das ondas sonoras é uma característica do meio


em que essas ondas viajam. Tal característica depende de fatores como densida -
de, temperatura e elasticidade do meio. Geralmente, as ondas sonoras se propa -
gam mais rapidamente nos meios sólidos, como nos metais.

Fórmulas de acústica

As fórmulas de acústica são utilizadas para calcular características do som,


como velocidade de propagação, frequência, comprimento de onda, intensidade
sonora etc.

v – velocidade do som (m/s)

λ – comprimento de onda (m)

f – frequência (Hz)

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Acústica

A fórmula a seguir é utilizada para determinar o nível de intensidade sonora


do som em decibéis:

I0 – limiar da audição humana (10 -12 W/m²)

I – intensidade sonora (W/m²)

A fórmula a seguir é usada para calcular a frequência aparente, quando uma


fonte sonora se move em relação a um observador:

f – frequência aparente (Hz)

f0 – frequência da fonte emissora (Hz)

vS – velocidade do som (m/s)

vF – velocidade da fonte sonora (m/s)

vM – velocidade do meio (m/s)

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Acústica

Anotações:
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Universidade de Taubaté

Propriedades do som

MÉRITO
Apostilas 1
Universidade de Taubaté

O som é uma onda capaz de propagar-se pelo ar e por outros meios a partir
da vibração de suas moléculas. Os sons são percebidos por nós quando eles inci-
dem sobre o nosso aparelho auditivo, que são traduzidos em estímulos elétricos e
direcionados ao nosso cérebro, que os interpreta.

Os seres humanos são capazes de ouvir uma faixa de frequências sonoras,


chamada de espectro audível, que se estende entre 20 Hz e 20.000 Hz, aproxi-
madamente. Os sons de frequências menores que 20 Hz são chamados de infras-
sons, enquanto os sons de frequências superiores a 20.000 Hz são chamados de
ultrassons. Outros animais, tais como cães, gatos e morcegos são capazes de ou -
vir faixas muito mais amplas de frequências.

A velocidade com que as ondas sonoras são propagadas depende, exclusiva -


mente, das características do meio em que se deslocam, no ar, a velocidade do
som é de aproximadamente 340 m/s.

Como o som tem propriedades ondulatórias, ele pode sofrer diversos fenôme -
nos, tais como a reflexão, refração, difração e também interferência. Nesse últi -
mo, duas ou mais ondas sonoras podem tanto ser anuladas quanto ser somadas,
de acordo com a posição em que se encontram.

Características do som

As principais características que distinguem um som de outro som são três:


altura, intensidade e timbre.

Altura: A altura do som diz respeito à sua frequência. Sons altos são aqueles
que apresentam grandes frequências, também chamados de sons agudos. Os sons
baixos, por sua vez, são aqueles que apresentam baixas frequências, tratando-se,
portanto, de sons graves.

Intensidade: A intensidade do som diz respeito à quantidade de energia que


a onda sonora transmite. Essa intensidade está relacionada à amplitude da onda
sonora: quanto maior a sua amplitude, maior será sua intensidade. Essa proprie -
dade do som é medida em decibéis: sons intensos são chamados de sons fortes,
enquanto os sons de baixa intensidade são chamados de sons fracos.

Timbre: O timbre do som é o que nos permite distinguir a natureza de sua


fonte. Ao ouvirmos dois sons de mesma frequência e intensidade, mas que foram
produzidos por instrumentos diferentes, podemos facilmente diferenciá-los. O tim -
bre é o modo de vibração da onda sonora, e cada fonte sonora possui o seu tim -
bre característico.

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Universidade de Taubaté

Fenômenos sofridos pelo som

Como o som é uma onda, ele está sujeito a diversos fenômenos ondulatórios,
confira quais são eles:

Reflexão: A reflexão acontece quando o som é emitido em direção a algum


anteparo elástico. A reflexão do som dá origem ao eco sonoro, por exemplo.

Absorção: Alguns meios são capazes de absorver as ondas sonoras, funcio-


nando, assim, como bons abafadores de som. As câmaras anecoicas são exemplos
práticos da absorção sonora, quase nenhum som externo é capaz de entrar nes-
sas câmaras.

Refração: A refração ocorre quando o som muda de meio e sofre mudanças


de velocidade. Esse fenômeno é especialmente útil para a realização dos exames
de ultrassonografia.

Difração: Se o som passar através de algum obstáculo ou fenda de dimen-


sões parecidas com o seu comprimento de onda, ele sofrerá uma difração. A difra-
ção do som faz com que ele passe através de frestas, em baixo de portas, e possa
ser ouvido.

Interferência: A interferência diz respeito à sobreposição das ondas sonoras,


em alguns pontos do espaço, o som produzido por uma ou mais fontes irá sobre-
por suas cristas e ondas, produzindo regiões de interferência construtiva e destru -
tiva. Em teatros e cinemas, o sistema de som é projetado de forma que haja o
mínimo de regiões de interferência destrutiva.

Apesar de ser uma onda, o som é uma onda do tipo longitudinal e, por isso,
não é capaz de sofrer polarização.

Som na Física

Para a Física, o som é uma onda longitudinal e mecânica e que, portanto, ne -


cessita de um meio físico para ser propagada. Podemos entender o som como
uma vibração que se propaga no ar e em outros meios formando regiões de com -
pressão e rarefação, ou seja, regiões de altas e baixas pressões.

Como o som se propaga?

O som é produzido por vibrações transmitidas para o ar. Essas vibrações ge -


ram regiões de compressão e rarefação dos gases atmosféricos que se intercalam
periodicamente, de acordo com a frequência da fonte que produz as vibrações.

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Universidade de Taubaté

Por se tratar de uma onda, o som não é capaz de transportar matéria, como
pequenas partículas, mas somente energia. Observe a figura abaixo, nela é possí -
vel observar como o som é capaz de propagar-se:

A velocidade de propagação do som depende diretamente de fatores como a


elasticidade do meio. Quanto mais elástico um meio for, maior será a velocidade
de propagação das ondas sonoras em seu interior. Dizemos que um meio é elásti -
co quando ele é capaz de variar grandemente o seu volume se for sujeito a uma
pressão.

Ondas e o som

O som é uma onda longitudinal, já que ele propaga-se na mesma direção da


vibração responsável por produzi-lo. Além disso, o som é uma onda mecânica,
pois só é capaz de propagar-se em meios físicos como ar, água, metal etc. Sendo
uma onda, o som apresenta propriedades, como velocidade de propagação, com-
primento de onda, frequência e amplitude:

A velocidade (v) do som depende do meio no qual ele é propagado, meios físi -
cos de maior elasticidade tendem a propagar o som com mais facilidade, em ra -
zão da proximidade entre as suas moléculas. Para comparação, enquanto o som
propaga-se no ar a uma velocidade próxima de 340 m/s, sua velocidade de propa -
gação pode superar 5000 m/s, quando ele é propagado em uma barra de ferro.

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Universidade de Taubaté

A frequência (f) de uma onda sonora é medida em Hz, essa frequência define
a sua altura, isto é, quanto maior é a frequência do som, mais agudo, ou alto,
esse som é. Ao contrário, sons de baixas frequências são chamados de sons gra -
ves, ou baixos. Os seres humanos são capazes de perceber somente sons entre 20
Hz e 20.000 Hz.

O comprimento de onda (λ) do som é o espaço necessário para que a onda


sonora produza uma oscilação completa, também pode ser entendido como a dis-
tância entre duas cristas ou dois vales de uma onda. Metade de um comprimento
de onda é o equivalente à distância entre uma crista e um vale.

A amplitude da onda sonora define a sua intensidade, ou a quantidade de


energia que essa onda carrega consigo, que também pode ser entendida como o
“volume do som”. A amplitude da onda sonora é mostrada no perfil de onda mos -
trado na figura abaixo:

Velocidade do som

A velocidade do som é medida em relação ao meio em que ele é propagado.


Não existe velocidade relativa entre o som e o seu observador, e esse comporta -
mento dá origem ao efeito Doppler: a mudança na frequência aparente do som
em razão do movimento relativo entre uma fonte sonora e um observador.

Podemos calcular a velocidade do som se conhecemos a sua frequência e o


seu comprimento de onda. Para tanto, basta fazermos o seguinte cálculo:

v – velocidade do som

λ – comprimento de onda

f – frequência

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Universidade de Taubaté

A tabela abaixo apresenta a velocidade de propagação do som em alguns


meios conhecidos, confira:

Meio Velocidade do som

Ar (21 ºC) 344 m/s

Água 1480 m/s

Concreto 3400 m/s

Alumínio 5150 m/s

Vidro 5200 m/s

Além de sua dependência com o meio, a velocidade do som também depende


da temperatura. Por exemplo, sob uma temperatura de 30 ºC, a velocidade do
som no ar é de aproximadamente 350 m/s, enquanto que, para uma temperatura
de 21ºC, sua velocidade é de 344 m/s. A lei empírica que define a dependência da
velocidade do som com a temperatura do ar é mostrada abaixo, confira:

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Universidade de Taubaté

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Ótica

Ótica

MÉRITO
Apostilas 1
Ótica

A Óptica é o ramo da Física que se dedica ao estudo de fenômenos relaciona -


dos à luz. Nessa importante parte da Física, são estudados os fenômenos da refra -
ção, reflexão, difração, dispersão, formação de imagens em espelhos e lentes, in-
teração entre a luz e os objetos e os diversos instrumentos ópticos.

Os estudos relacionados à óptica vão além da luz visível, de forma a abranger


outros tipos de radiação eletromagnética, seja ela infravermelha, ultravioleta, rai -
os X, micro-ondas, ondas de rádio ou raios gama. A óptica, nesse caso, pode se
enquadrar como uma divisão do eletromagnetismo e devido à dualidade onda-par -
tícula algumas propriedades da óptica são áreas de estudos da mecânica quânti -
ca.

A óptica também está presente em outras áreas de estudo. Na medicina des -


taca-se o estudo do olho humano e das lentes corretivas, bem como no uso de la -
sers em procedimentos cirúrgicos. Temos também presentes na astronomia atra -
vés dos telescópios e na fotografia pelas lentes, além de estar presente no uso co -
tidiano, tendo como principal exemplo os espelhos.

Podemos dividir o estudo da óptica de acordo com sua amplitude de estudo:

• Óptica geométrica: trata a luz como um conjunto de raios que cumprem o


princípio de Fermat. Utiliza-se no estudo da transmissão da luz por meios
homogêneos (lentes e espelhos), a reflexão e a refração. Compreende o es-
tudo de fatos relativamente simples, usando a construção geométrica e leis
empíricas representando o percurso retilíneo dos raios de luz. Ela classifica
dois tipos de corpos: os corpos que produzem e emitem luz, chamados de
fonte primária de luz ou corpos luminosos. E também os corpos que enviam
a luz que recebem, aqueles que não produzem Luz, chamadas de fontes se-
cundárias de luz ou corpos iluminados;

• Óptica ondulatória: considera a luz como uma onda plana, tendo em conta
sua frequência e comprimento de onda. Utiliza-se para o estudo da difração
e interferência;

• Óptica eletromagnética: considera a luz como uma onda eletromagnética,


explicando assim a reflexão e transmissão, e os fenômenos de polarização e
anisotrópicos;

• Óptica quântica ou óptica física: estudo quântico da interação entre as on-


das eletromagnéticas e a matéria, no que a dualidade onda-corpúsculo re -
presenta uma função crucial.

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Ótica

Meios ópticos

Por ser uma onda eletromagnética, a Luz se propaga no vácuo com a veloci -
dade de 299 792 458 m/s, enquanto sua velocidade de propagação na matéria é
inferior e depende das características do material, como por exemplo sua densida -
de, espessura e composição. De acordo com a facilidade da propagação da luz o
meios ditos ópticos podem ser classificados em:

• Transparente: os meios transparentes são meios em que a luz o percorre tra -


jetórias bem definidas, ou seja, a luz passa por esse meio regularmente e o
observador vê um objeto com nitidez através do meio. O único meio absolu-
tamente transparente é o vácuo, porém alguns meios como o vidro e a água
pura são comumente considerados meios transparentes;

• Translúcido: nos meios translúcidos, existe alguma dificuldade da luz em


atravessá-los, sendo sua trajetória irregular. Alguns exemplos consistem em
vidros foscos, papel manteiga e as nuvens, já que mesmo em um dia nubla -
do não há ausência total de luz solar;

• Opaco: nos meios opacos a luz não se propaga, nesses meios ocorrem a ab-
sorção e reflexão da luz, realizando sua conversão em outros tipos de ener -
gia, sendo a térmica o principal exemplo. Madeira, concreto e ligas metáli -
cas são exemplos de meios opacos.

Sombra e penumbra

Quando um corpo opaco é colocado entre um anteparo e uma fonte de luz ex -


tensa existe dois padrões de quantidade de luz atrás desse obstáculo. a sombra e
a penumbra. A sombra consiste numa região onde não ocorre incidência de uma
luz direta, enquanto a penumbra consiste em um seção com apenas uma fração
da intensidade de luz emitida pela fonte, sendo então um local de mudança gra -
dativa da luz para a sombra.

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Ótica

Principais equações

De acordo com a propagação da luz, utilizamos as equações:

• Lei da Reflexão:

onde i ângulo de incidência e r ângulo de reflexão.

• Índice de refração absoluto em um meio:

onde nm é o índice de refração no meio c a velocidade da luz no vácuo e vm é


a velocidade da luz no meio.

A óptica se faz presente no cotidiano em inúmeros fenômenos, e a partir dela


é possível entendê-los e explicá-los de forma satisfatória. Suas importantes aplica -
ções na medicina e biologia, desde o funcionamento do olho até sua utilização
para melhorar e facilitar a vida humana.

Olho humano

O olho humano funciona focando a luz sobre uma camada de células fotorre -
ceptoras denominada retina, que forma o revestimento interno da parte traseira
do olho. A focagem é realizada por uma série de meios transparentes. A luz que
entra no olho passa primeiro através da córnea, que proporciona a maior parte da
potência óptica do olho. A luz em seguida, continua através do fluido logo atrás da
córnea, da câmara anterior, em seguida, passa através da pupila. A luz segue e
passa através da lente, que foca a luz adicional e permite o ajuste do foco. A luz
passa depois através do corpo principal do líquido no humor vítreo do olho, e atin -
ge a retina. As células na retina alinhadas a parte posterior do olho, exceto as saí -
das do nervo óptico; resultam em um ponto cego.

Existem dois tipos de células fotorreceptoras, bastonetes e cones, que são


sensíveis a diferentes aspectos da luz. Os bastonetes são sensíveis à intensidade
da luz sobre uma ampla faixa de frequência, portanto, são responsáveis pela visão
em preto-e-branco. Bastonetes não estão presentes na fóvea, a área da retina res -
ponsável pela visão central, e não são tão eficientes quanto as células cone para

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Ótica

alterações espaciais e temporais em luz. Há, no entanto, vinte vezes mais células
bastonetes do que as células cone na retina, porque os bastonetes estão presen -
tes em uma área mais ampla. Devido à sua ampla distribuição, as hastes são res -
ponsáveis pela visão periférica.

Em contraste, as células de cone são menos sensíveis à intensidade global da


luz, mas vêm em três variedades que são sensíveis a diferentes gamas de fre -
quência e, portanto, são usadas na percepção da cor e da visão fotópica. Células
cone são altamente concentrados na fóvea e tem uma alta acuidade visual, o que
significa que elas são melhores em resolução espacial do que os bastonetes. Par -
tindo do princípio que células cone não são tão sensíveis à luz fraca como basto-
netes, a maioria de visão noturna é limitado a bastonetes. Da mesma forma, uma
vez que as células cone estão na fóvea, a visão central (incluindo a visão necessá -
ria para fazer mais leitura, trabalho de detalhes finos, como costura, ou um exa -
me cuidadoso de objetos) é feita por células cone.

Os músculos ciliares ao redor da lente permitem que o foco do olho possa ser
ajustado. Este processo é conhecido como acomodação. O ponto próximo e ponto
distante define as distâncias mais próximas e mais distantes do olho em que um
objeto pode ser trazido em foco. Para uma pessoa com visão normal, a ponto dis -
tante está localizado no infinito. A localização do ponto próximo depende da quan -
tidade que os músculos podem aumentar a curvatura da lente, e como a lente se
torna inflexível com a idade. Oftalmologistas geralmente consideram um próximo
ponto apropriado a distância de aproximadamente 25 cm.

Defeitos de visão podem ser explicados usando princípios ópticos. Como as


pessoas envelhecem, o cristalino se torna menos flexível e o ponto próximo se tor -
na mais distante do olho, uma condição conhecida como presbiopia. Da mesma
forma, as pessoas que sofrem de hipermetropia não podem diminuir a distância
focal da lente suficientemente para permitir a objetos próximos a ser projetado
em sua retina. Por outro lado, as pessoas que não podem aumentar o seu compri -
mento focal de lente suficiente para permitir a objetos distantes a ser projetado
sobre a retina sofrem de miopia e tem um ponto de medida que é consideravel-
mente mais estreita do que o infinito. A condição conhecida como resultados as-
tigmatismo quando a córnea não é esférica, mas em vez disso é mais curva em
uma direção. Isto faz com que objetos estendidos horizontalmente podem ser fo -
cados em diferentes partes da retina, e objetos verticalmente estendidos resultam
em imagens distorcidas.

Todas essas condições podem ser corrigidas usando lentes corretivas. Para a
presbiopia e hipermetropia, uma lente convergente fornece a curvatura adicional
necessário para trazer o ponto próximo mais próximo do olho, enquanto para a
miopia, uma lente divergente fornece a curvatura necessária para enviar o ponto
distante ao infinito. O astigmatismo é corrigido com uma lente de superfície cilín -

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Ótica

drica que se curva mais fortemente numa direção do que na outra, para compen -
sar a não uniformidade da córnea.

A potência óptica de lentes corretivas é medido em dioptrias, um valor igual


ao inverso do comprimento focal medido em metros; uma lente com distância fo -
cal positiva corresponde a uma lente convergente e uma distância focal negativa
correspondente a uma lente divergente. Para lentes que corrigem para o astigma-
tismo, bem como, três números são dados: uma para a potência esférica, um para
a alimentação cilíndrico, e um para o ângulo de orientação do astigmatismo.

Modelo de um olho humano

1. corpo vítreo 11. Núcleo da lente 22. Nervo óptico

2. Ora serrata 12. Processo ciliar 23. Veia vorticosa

3. Músculo ciliar 13. Conjuntiva 24. Bainha bulbar

4. Zônulas ciliares 14. Músculo Oblíquo Inferior 25. Mácula

5. Canal de Schlemm 15. músculo reto inferior 26. Fóvea

6. Pupila 16. Músculo reto medial 27. Esclera

7. Câmara anterior 17. Artérias e veias da retina 28. Coróide

8. Córnea 18. Disco óptico 29. Músculo reto superior

9. Íris 19. Dura-máter 30. Retina

10. Córtex da lente 20. Artéria central da retina

11. Núcleo da lente 21. Veia central da retina

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Ótica

Polarização

A polarização é uma propriedade geral de ondas que descreve a orientação


de suas oscilações. Para ondas transversais tanto quanto muitas ondas eletromag -
néticas, descreve a orientação das oscilações no plano perpendicular à direção de
deslocamento da onda. As oscilações podem ser orientadas numa única direção
(polarização linear), ou a direção de oscilação pode girar à medida que a onda se
desloca (polarização circular ou elíptica). Ondas polarizadas circularmente podem
girar para a direita ou para a esquerda na direção de deslocamento, e quando am-
bas estas rotações estão presente numa onda, isso determina a quiralidade da
onda.

A forma habitual de considerar a polarização é controlar a orientação do vetor


campo elétrico de como a onda eletromagnética se propaga. O vetor campo eléc -
trico de uma onda plana pode ser arbitrariamente dividido em duas componentes
perpendiculares aos eixos cartesianos x e y marcadas, com o eixo z indicando o
caminho de propagação. A forma traçada no plano x-y pelo vetor campo eléctrico
é uma figura de Lissajous que descreve o estado de polarização. As figuras se-
guintes mostram alguns exemplos da evolução do vetor campo elétrico (em azul),
com o tempo (os eixos verticais), num ponto particular no espaço, juntamente
com a suas componentes x e y (vermelho / esquerda e verde / direita), e o percur -
so traçado pelo vetor no plano (roxo): a mesma evolução iria ocorrer quando se
olha para o campo elétrico num determinado momento, enquanto evoluindo o
ponto no espaço, ao longo da direção oposta à propagação.

Na figura mais à esquerda acima, os componentes X e Y da onda de luz estão


em fase. Neste caso, a relação entre os seus pontos fortes é constante, de modo
que a direção do vetor campo elétrico (a soma vectorial destas duas componen -
tes) é constante. Uma vez que a ponta do vector vai traçando uma linha no plano,

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Ótica

neste caso especial é chamada polarização linear. A direção dessa linha depende
as amplitudes relativas dos dois componentes.

Na figura do meio, as duas componentes ortogonais possuem as mesmas am -


plitudes e estão 90 ° fora de fase. Neste caso, uma componente é zero quando a
outra componente é a amplitude máxima ou mínima. Existem duas possíveis rela-
ções de fase que satisfazem este requisito: o componente x pode ser de 90° a
frente em relação à componente y ou pode ser de 90° depois da componente y.
Neste caso especial, o vector elétrico traça um círculo no plano, de modo que esta
polarização é chamada polarização circular. O sentido de rotação no círculo de-
pende de qual das duas relações de fase existe e corresponde a polarização circu-
lar do lado direito e do lado esquerdo de polarização circular.

Em todos os outros casos, em que as duas componentes não têm as mesmas


amplitudes e / ou a sua diferença de fase não é nem de zero nem um múltiplo de
90°, a polarização é chamada de polarização elíptica porque o vetor campo eléc-
trico traça uma elipse no plano (da elipse de polarização). Isto é mostrado na figu -
ra acima à direita.

Filtros polarizadores: a luz ao passar por um filtro polarizador, apenas a com -


ponente do campo elétrico paralela a direção de polarização do filtro é transmiti -
da, a componente perpendicular a direção de polarização é absorvida pelo filtro. A
luz que emerge de um filtro polarizador está polarizada paralela a direção de pola -
rização do filtro.

Quando a luz incide em um filtro polarizador é não-polarizada a intensidade


da luz transmitida é a metade da intensidade original.

Cor dos objetos

A cor não é uma característica própria dos objetos, mas é definida pela luz
que os ilumina. Dependendo do tipo de luz que ilumina um objeto, monocromática
(uma cor) ou policromática (luz branca), ele pode apresentar-se com diferentes
cores.

Os objetos coloridos apresentam a capacidade de refletir apenas uma cor de


luz. Um corpo que é vermelho pode refletir somente a luz monocromática verme -
lha, e qualquer outro tipo de luz monocromática incidente será absorvida. Portan-
to, se um objeto vermelho for iluminado por uma fonte que emita luz monocro-
mática amarela, ele absorverá a radiação incidente e não refletirá nada, apresen -
tando-se como um corpo negro.

Na imagem a seguir, a planta está sendo iluminada pela luz branca (policro -
mática) proveniente apenas do Sol. Observe que a flor e a folha absorvem as radi -

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Ótica

ações e refletem somente a cor de luz que as define. Caso a planta fosse total -
mente iluminada por uma fonte monocromática amarela, flor e folha seriam per -
cebidas da cor preta, por absorverem toda a radiação incidente.

Um objeto que se apresenta com a cor preta absorve qualquer tipo de luz inci-
dente. Os objetos brancos possuem a capacidade de refletir qualquer tipo de radi -
ação incidente, por isso, podem apresentar-se em qualquer cor.

Imagem real versus imagem virtual

A diferença entre imagem real e a virtual é crucial para a compreensão dos di -


ferentes tipos de imagens formadas por espelhos esféricos e lentes.

Imagem virtual: A formação da imagem virtual ocorre quando o raio de luz


proveniente de um determinado corpo atinge um objeto refletor ou refrator e é di -
vergido, espalhado. A imagem virtual sempre possui a mesma orientação do obje-
to e não pode ser projetada, existe apenas no espelho.

Imagem real: a formação da imagem real ocorre quando os raios de luz prove -
nientes de um determinado corpo atingem um objeto refletor ou refrator e são
convergidos e encaminhados para um ponto em comum, onde haverá a formação
de imagem. A imagem real sempre possui orientação contrária à do objeto e é
projetável, podendo ser lançada sobre paredes e telas, por exemplo.

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Ótica

Quando a luz muda de um meio de maior para outro com menor índice de re -
fração, sua velocidade é aumentada ao entrar em contato com o meio menos re -
fringente. Assim, o raio de luz afasta-se da reta normal (N), o que evidencia o au -
mento de velocidade.

Por outro lado, quando a luz muda de um meio de menor para outro de maior
índice de refração, sua velocidade é diminuída ao entrar em contato com o meio
mais refringente. Assim, o raio de luz aproximar-se da reta normal (N), o que evi-
dencia a diminuição de velocidade.

Ângulos de incidência, reflexão e refração

Ao incidir sobre a superfície de separação entre dois meios distintos ou sobre


uma superfície refletora, a luz forma um ângulo de incidência. Só é considerado
como ângulo de incidência aquele formado entre o raio de luz incidente e a reta
normal. A mesma regra vale para os ângulos de reflexão e refração.

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Ótica

O grau da lente

As lentes que formam os óculos, conforme cada problema de visão, podem


ser convergentes ou divergentes. As convergentes possuem a capacidade de foca -
lizar a luz em um ponto único. Já as divergentes espalham a luz incidente. A capa-
cidade de desvio da luz de uma lente é medida por uma grandeza denominada
vergência (V), determinada pelo inverso do foco de uma lente.

A unidade de medida para a vergência é a dioptria (di), que equivale ao inver-


so de um metro (1 di = 1 m – 1). Cotidianamente, usa-se o termo grau para referir-
se à vergência de uma lente.

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Ótica

Anotações:
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Eletricidade e eletrônica

Eletricidade e eletrônica

MÉRITO
Apostilas 1
Eletricidade e eletrônica

Eletricidade
A eletricidade é um termo geral que abrange uma variedade de fenômenos
resultantes da presença e do fluxo de carga elétrica. Esses incluem muitos fenô-
menos facilmente reconhecíveis, tais como relâmpagos, eletricidade estática, e
correntes elétricas em fios elétricos. Além disso, a eletricidade engloba conceitos
menos conhecidos, como o campo eletromagnético e indução eletromagnética.

No uso geral, a palavra "eletricidade" se refere de forma igualmente satisfató -


ria a uma série de efeitos físicos. Em um contexto científico, no entanto, o termo é
muito geral para ser empregado de forma única, e conceitos distintos contudo a
ele diretamente relacionados são usualmente melhor identificados por termos ou
expressões específicos.

Alguns conceitos importantes com nomenclatura específica que dizem respei -


to à eletricidade são:

- Carga elétrica: propriedade das partículas subatômicas que determina as in -


terações eletromagnéticas dessas. Matéria eletricamente carregada produz, e é
influenciada por, campos eletromagnéticos. Unidade SI (Sistema Internacional de
Unidades): ampère segundo (A.s), unidade também denominada coulomb (C);

- Campo elétrico: efeito produzido por uma carga no espaço que a contém, o
qual pode exercer força sobre outras partículas carregadas. Unidade SI: volt por
metro (V/m); ou newton por coulomb (N/C), ambas equivalentes;

- Potencial elétrico: capacidade de uma carga elétrica de realizar trabalho ao


alterar sua posição. A quantidade de energia potencial elétrica armazenada em
cada unidade de carga em dada posição. Unidade SI: volt (V); o mesmo que joule
por coulomb (J/C);

- Corrente elétrica: quantidade de carga que ultrapassa determinada secção


por unidade de tempo. Unidade SI: ampère (A); o mesmo que coulomb por segun -
do (C/s);

- Potência elétrica: quantidade de energia elétrica convertida por unidade de


tempo. Unidade SI: watt (W); o mesmo que joules por segundo (J/s);

- Energia elétrica: energia armazenada ou distribuída na forma elétrica. Uni -


dade SI: a mesma da energia, o joule (J);

- Eletromagnetismo: interação fundamental entre o campo magnético e a car-


ga elétrica, estática ou em movimento.

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Eletricidade e eletrônica

O uso mais comum da palavra "eletricidade" atrela-se à sua acepção menos


precisa, contudo. Refere-se a:

- Energia elétrica (referindo-se de forma menos precisa a uma quantidade de


energia potencial elétrica ou, então, de forma mais precisa, à energia elétrica por
unidade de tempo) que é fornecida comercialmente pelas distribuidoras de ener -
gia elétrica. Em um uso flexível contudo comum do termo, "eletricidade" pode re -
ferir-se à "fiação elétrica", situação em que significa uma conexão física e em ope -
ração a uma estação de energia elétrica. Tal conexão garante o acesso do usuário
de "eletricidade" ao campo elétrico presente na fiação elétrica, e, portanto, à
energia elétrica distribuída por meio desse.

Embora os primeiros avanços científicos na área remontem aos séculos XVII e


XVIII, os fenômenos elétricos têm sido estudados desde a antiguidade. Contudo,
antes dos avanços científicos na área, as aplicações práticas para a eletricidade
permaneceram muito limitadas, e tardaria até o final do século XIX para que os
engenheiros fossem capazes de disponibilizá-la ao uso industrial e residencial,
possibilitando assim seu uso generalizado. A rápida expansão da tecnologia elétri -
ca nesse período transformou a indústria e a sociedade da época. A extraordinária
versatilidade da eletricidade como fonte de energia levou a um conjunto quase ili -
mitado de aplicações, conjunto que em tempos modernos certamente inclui as
aplicações nos setores de transportes, aquecimento, iluminação, comunicações e
computação. A energia elétrica é a espinha dorsal da sociedade industrial moder-
na, e deverá permanecer assim no futuro.

Carga elétrica

A carga elétrica é a propriedade dos entes físicos fundamentais, certamente


das partículas subatômicas, que dá origem e interage via forças eletromagnéticas,
uma das quatro forças fundamentais na natureza. A carga na matéria extensa ori -
gina-se no átomo, sendo os portadores de carga mais conhecidos o elétron e o
próton. A carga elétrica obedece a uma lei de conservação, o que significa dizer
que a quantidade líquida total de carga no interior de um sistema isolado sempre
permanece constante, sendo a carga total essencialmente independente de qual -
quer mudança que ocorra no interior do sistema.

No interior do sistema, carga pode ser transferida entre corpos, quer pelo
contato direto, quer passando através de um material condutor como um fio, ou
mesmo através de portadores de carga movendo-se livremente no vácuo.

A expressão tradicional "eletricidade estática" se refere à presença de carga,


ou melhor, de um desequilíbrio de cargas em um corpo, o que é geralmente cau-
sado quando se tem materiais quimicamente diferentes esfregados entre si, o que
leva à transferência de cargas de um para o outro.

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Eletricidade e eletrônica

A presença de carga dá origem à força eletromagnética: cargas exercem força


uma sobre a outra, efeito certamente conhecido, embora não compreendido, já na
antiguidade.

Uma pequena esfera condutora suspensa por um fio isolante pode ser carre-
gada através do toque de um bastão de vidro previamente carregado devido ao
atrito com um tecido de algodão. Se um pêndulo similar é carregado pelo mesmo
bastão de vidro, encontra-se que este irá repelir aquele: as cargas agem de forma
a separar os pêndulos. Dois pêndulos carregados via bastão de borracha também
repelir-se-ão mutuamente. Entretanto, se um pêndulo for carregado via bastão de
vidro, e o outro for carregado via bastão de borracha, os pêndulos, quando aproxi -
mados, atrair-se-ão mutuamente. Esse fenômeno foi investigado no século XVIII
por Charles-Augustin de Coulomb, que deduziu que as cargas apresentam-se em
duas formas distintas. Suas descobertas levam ao bem conhecido axioma: objetos
carregados com cargas similares se repelem, objetos carregados com cargas
opostas se atraem.

A força atua sobre as cargas propriamente ditas, do qual segue que as cargas
têm a tendência de se distribuir de forma a mais uniforme ou conveniente possí -
vel sobre superfícies condutoras. A magnitude da força eletrostática, quer atrativa
quer repulsiva, é dada pela Lei de Coulomb, que a relaciona ao produto das cargas
e retrata a relação inversa empiricamente observada dessa com o quadrado da
distância que separa as cargas. A força eletromagnética é muito forte, sendo sub -
jugada apenas pela força de interação forte (força nuclear); contudo, ao contrário
desta última, que atua entre partículas separadas por não mais que alguns angs -
troms (1 angstrom = 1 x 10 −10m), a força eletromagnética é uma força de longo
alcance, ou seja, uma força que atual a qualquer distância, embora o faça certa -
mente de forma muito mais fraca quanto maior for a separação. Em comparação
com a muito mais fraca força gravitacional, a força eletromagnética que repele
dois elétrons próximos mostra-se 10+42 vezes maior do que a força de atração
gravitacional que um exerce sobre o outro mantida a mesma separação.

As cargas do próton e do elétron são opostas em sinal, implicando que uma


quantidade de carga pode ser ou positiva ou negativa. Por convenção e por razões
históricas, a carga associada a um elétron é considerada a negativa, e a carga as -
sociada a um próton, positiva, um costume que originou-se com os trabalhos de
Benjamin Franklin. A quantidade de carga é usualmente representada pelo símbo -
lo Q e expressa em coulombs; cada elétron transportando a mesma carga funda -
mental cujo valor é aproximadamente -1,6022x10−19 coulomb. O próton tem car -
ga igual em módulo contudo oposta em sinal, +1,6022x10−19 coulomb. Não ape -
nas partículas de matéria possuem carga mas também as partículas de antimaté -
ria, cada partícula carregando uma carga de igual valor mas de sinal oposto ao da
carga da sua correspondente antipartícula.

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Eletricidade e eletrônica

Cargas elétricas podem ser medidas de diferentes formas, um dos mais anti-
gos instrumentos sendo o eletroscópio de folhas, que embora ainda em uso em
demonstrações escolares, já há muito foi substituído pelo eletrômetros (coulombí -
metros) eletrônicos.

Campo elétrico

O conceito de campo foi introduzido por Michael Faraday ainda no século XIX,
contudo sua adoção inicialmente como ferramenta matemática para o tratamento
dos problemas correlatos tornou-se tão frutífera que hoje é praticamente impossí -
vel conceber-se um tratamento mais aprofundado em eletricidade, magnetismo
ou eletromagnetismo sem que se lance mão do mesmo. As equações de Maxwell
são todas escritas em função dos campos elétricos e magnéticos. Em termos do
campo aqui pertinente, o campo eletrostático, sabe-se que toda carga elétrica cria
no espaço que a contém um campo elétrico, e qualquer carga elétrica imersa em
um campo que não o campo por ela mesmo criado encontrar-se-á solicitada por
uma força elétrica em virtude do mesmo. O campo elétrico age entre dois corpos
carregados de uma maneira similar à ação do campo gravitacional entre duas
massas, e assim como este, estende-se até o infinito, exibindo contudo uma rela -
ção com o inverso do quadrado da distância, de forma que, se a distância aumen -
tar, muito menor será seu efeito; e associado, muito menor será também a intera -
ção entre as cargas envolvidas. Embora as semelhanças sejam significativas, há
entretanto uma importante diferença entre os campos eletrostáticos e os gravita -
cionais: a gravidade sempre implica atração entre as massas, contudo a interação
entre um campo e a carga pode expressar atração ou repulsão entre as cargas
elétricas. Como os grandes corpos massivos no universo, a exemplo os planetas
ou estrelas, quase sempre não têm carga elétrica, os campos elétricos a estes de -
vidos valem zero, de forma que a força gravitacional é de longe a força dominante
ao considerarem-se dimensões astronômicas, mesmo sendo esta muito mais fraca
do que a força elétrica. Os movimentos dos corpos celestes são devidos essencial -
mente à gravidade que geram e que neles agem.

O campo eletrostático geralmente varia no espaço, e o seu módulo em um


dado ponto é definido como a força por unidade de carga elétrica (newtons por
coulomb) que seria experimentada por uma carga elétrica puntiforme de valor ne -
gligenciável quando colocada no referido ponto. Esta carga elétrica hipotética, no -
meada carga de prova, deve ser feita extremamente pequena a fim de se prevenir
que o campo elétrico por ela criado venha a perturbar a distribuição de cargas
responsável pelo campo o qual deseja-se determinar, e deve ser feita estacionária
a fim de se prevenir eventuais influências de campos magnéticos uma vez que es -
ses últimos atuam apenas sobre cargas elétricas em movimento. A definição de
campo elétrico faz-se de forma dependente do conceito de força, essa uma gran -
deza vetorial. Tem-se pois, em acordo com a definição, que o campo elétrico confi -

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Eletricidade e eletrônica

gura-se como um campo vetorial, tendo o vetor campo elétrico associado a cada
ponto em particular uma direção e uma módulo (valor) característicos também
particulares.

O estudo das cargas elétricas estacionárias e dos campos elétricos criados


por essas é denominado eletrostática. A mais usual representação e um campo
vetorial é a representação por linhas. Uma representação direta seria a represen -
tação do campo de vetores, onde desenham-se os respectivos vetores campo
elétrico em um número suficientemente grande de pontos do espaços a ponto de
tornar o diagrama representativo o necessário contudo não confuso. A representa -
ção por linhas emerge naturalmente desse último ao observar-se que os vetores
dispõem-se no diagrama vetorial no caso de problemas físicos notoriamente de
forma a sugestionar um padrão de linhas contínuas. Verificou-se que esse padrão
de linhas sugerido poderia ser utilizado para representar um campo vetorial tão
bem como o padrão por vetores, com a vantagem de ser de representação mais
nítida e fácil. Nesse padrão, as linhas são usualmente, no caso elétrico ou gravita -
cional, denominadas "linhas de força". A nomenclatura não é contudo a mais ade -
quada ao caso da representação por linhas do campo magnético. Na representa -
ção por linhas verifica-se que duas linhas nunca se cruzam; que o vetor campo em
um dado ponto é tangente à linha que passa pelo respectivo ponto; que as linhas
são orientadas de forma condizente com os vetores; que o módulo de um vetor é
proporcional à densidade espacial de linhas em sua vizinhança imediata. Quando
propostos, os campos não apresentavam existência real, esse permeando todos
os pontos do espaço mesmo os pontos entre linhas em qualquer representação
por linhas. Os campos elétricos que emanam das cargas elétricas estacionárias
têm as seguintes propriedades: as linhas de campo iniciam-se em cargas positivas
e terminam em cargas negativas; as linhas de campo eletrostático deve encontrar
as superfícies de quaisquer bons condutores elétricos em ângulo reto; e obvia -
mente, elas nunca devem se cruzar.

Um condutor oco carrega todas as suas cargas em sua superfície. O campo


por elas determinado é zero em todos os pontos internos ao corpo. Esse é o princí -
pio de funcionamento da gaiola de Faraday; uma blindagem condutora isola todos
o seu interior de efeitos eletrostáticos externos.

Os princípios da eletrostática mostram-se importantes em projetos de equipa-


mentos para trabalho sobre alta tensão elétrica. Há um valor finito de campo
elétrico admissível para cada meio diferente. Além desse limite, ocorre uma rutura
dielétrica acompanhada de arco elétrico entre as partes carregadas envolvidas. A
exemplo, para o ar confinado entre pequenas frestas campos elétricos superiores
a 30 quilovolts por centímetro levam à rutura dielétrica. Para grandes espaçamen -
tos a tensão de rutura é um pouco menor, da ordem de 1 kV por centímetro. A for -
ma mais natural de se visualizar tal situação é observar os raios, usualmente pro -
vocados por tensões elétricas tão grandes quanto 100 megavolts, implicando dis -
sipações de energias usualmente da ordem de 250 kWh.

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Eletricidade e eletrônica

A intensidade do campo elétrico é consideravelmente afetada nas proximida-


des de objetos condutores, sendo particularmente intenso nas proximidades de
extremidades pontiagudas. Esse princípio é explorado nos para-raios, onde as
pontas em sua extremidade elevada atuam de forma a encorajar os raios a atingi-
los em detrimento das estruturas abaixo.

Potencial elétrico

O potencial elétrico em qualquer ponto é definido como a energia necessária


para trazer uma carga unitária de teste de uma distância infinita até aquele pon-
to. É usualmente medida em volts, e um volt é o potencial para o qual um joule de
trabalho deve ser expendido para trazer uma carga de um coulomb do infinito até
aquele ponto.

Potência elétrica

A potência elétrica é uma grandeza física que mede a quantidade de trabalho


realizado em determinado intervalo de tempo, ou seja, é a taxa de variação da
energia, de forma análoga à potência mecânica. Um forno elétrico industrial, por
exemplo, tem uma potência maior do que um ferro elétrico doméstico, pois tem
uma capacidade de produzir uma quantidade de calor maior num mesmo intervalo
de tempo. A unidade de potência no Sistema Internacional de Unidades é o watt.

Circuito elétrico

Um circuito elétrico é uma interconexão de componentes elétricos de tal for-


ma que a carga elétrica é feita fluir ao longo de um caminho fechado (um circui-
to), geralmente com o objetivo de transferir-se energia e executar alguma tarefa
útil.

Há componentes elétricos os mais variados, encontrando-se em um circuito


elétrico não raro peças como resistores, capacitores, indutores, transformadores e
interruptores. Os circuitos eletrônicos usualmente contêm componentes ativos,
geralmente semicondutores, os quais caracterizam-se pelo funcionamento não-
linear e demandam análise mais avançada. Os componentes elétricos mais sim -
ples são chamados passivos ou lineares: embora possam armazenar temporaria-
mente energia, eles não constituem fontes da mesma, e apresentam respostas li-
neares aos estímulos elétricos aos quais são aplicados.

O resistor é o componente mais simples entre os passivos: como o nome su -


gere, o resistor limita a corrente que pode fluir através do circuito. Transforma
toda a energia elétrica que recebe em energia térmica, essa transferida ao ambi -
ente que o cerca via calor. Ao passo que o nome resistor designa geralmente o

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Eletricidade e eletrônica

componente em si, a resistência elétrica é uma propriedade dos resistores que


busca mensurar o efeito resistivo. Mostra-se diretamente relacionada à oposição e
à forma como os portadores de carga elétrica se movem no interior de um condu -
tor ou semicondutor: nos metais, por exemplo, a resistência é principalmente atri -
buída às colisões entre os elétrons e os íons. Impurezas e imperfeições na estrutu -
ra contribuem em muito para o aumento da resistência a ponto de justificar o pro-
cesso de purificação pelo qual os metais são submetidos antes da confecção de
estruturas condutoras como os fios ou barramentos elétricos.

A Lei de Ohm é uma lei básica da teoria do circuito. Estabelece que a corrente
que se fará presente em um resistor é diretamente proporcional à diferença de po -
tencial entre os terminais do mesmo. A resistência de muitas estruturas materiais
é relativamente constante em uma faixa de temperaturas e correntes; sendo em
tais condições denominados 'ôhmicos'. A unidade de resistência elétrica, o ohm,
assim nomeada em honra a Georg Ohm, é simbolizada pela letra grega Ω. 1 Ω é a
resistência de um resistor que desenvolve entre seus terminais uma diferença de
potencial de um volt quando submetido a uma corrente de um ampère (ou vice-
versa).

O capacitor é um dispositivo capaz de armazenar carga elétrica bem como


energia elétrica no campo elétrico resultante. Conceitualmente, ele é composto
por duas placas condutoras paralelas separadas por uma fina camada isolante. Na
prática, são compostos por duas lâminas finas de metal separadas por uma lâmi -
na de material isolante, todas enroladas juntas de forma a aumentar a área de su -
perfície por unidade de volume e, portanto, a capacitância. A unidade de capaci -
tância é, em homenagem a Michael Faraday, o farad, e à unidade é dada o símbo-
lo "F": um farad é a capacitância de um capacitor que desenvolve em seus termi -
nais uma diferença de potencial de um volt quando nele encontra-se armazenada
uma carga elétrica de um coulomb (ou vice-versa). A capacitância de um capaci -
tor é determinada através da razão entre a carga que esse armazena e a tensão
elétrica em seus terminais, do que decorre a igualdade: 1F = 1C/1V. Um capacitor
ligado a uma fonte de tensão constante permite inicialmente a presença de uma
corrente intensa durante o processo inicial de acúmulo de carga; essa corrente en -
tretanto decai gradualmente à medida que o capacitor acumula carga e a tensão
elétrica em seus terminais aumenta, e eventualmente anula-se após o tempo ne-
cessário à carga completa do capacitor, situação onde a tensão em seus terminais
iguala-se à da fonte. Um capacitor, portanto, não permite em tais situações a exis -
tência de correntes estacionárias (correntes constantes); ao contrário, as proíbe.

O indutor é um condutor, geralmente uma bobina ou enrolamento de fio enca -


pado, que armazena energia no campo magnética que surge em resposta à cor-
rente que faz-se fluir através dele. Quando a corrente altera-se o campo magnéti -
co também altera-se, e há nesse momento, em consequência da lei da indução de
Faraday, a indução de uma tensão elétrica entre os terminais do indutor. Verifica-
se que a tensão induzida é proporcional à taxa de variação da corrente, sendo

8
Eletricidade e eletrônica

tanto maior quanto mais rápido se der a mudança na corrente. A constante de


proporcionalidade é a chamada indutância do indutor. A unidade de indutância é
henry, assim nomeada em homenagem a Joseph Henry, um contemporâneo de Fa -
raday. Um henry é a indutância de um indutor que desenvolve uma diferença de
potencial de um volt entre seus terminais quando a corrente entre os mesmos va -
ria à taxa de um ampère por segundo. O comportamento elétrico do indutor é em
vários aspectos inverso ao do capacitor: ao passo que os capacitores opõem-se às
mudanças repentinas na tensão entre seus terminais mas em nada limitam as cor -
rentes neles, os indutores opõem-se às mudanças repentinas na corrente, mas em
nada limitam as tensões entre seus terminais.

Dadas as características complementares, a união de um capacitor e de um


indutor produz um circuito elétrico ressonante, o conhecido circuito LC, no qual
observa-se a troca constante de energia entre o indutor e o capacitor e vice-versa.
A tensão e a corrente no circuito alteram-se continuamente em um padrão senoi-
dal cujo período depende dos valores da capacitância e da indutância dos compo -
nentes envolvidos. O acréscimo de uma parcela resistiva leva ao também bem es -
tudado circuito RLC, no qual oscilações amortecidas são observadas.

Condutores e isolantes elétricos

Chama-se corrente elétrica o fluxo ordenado de elétrons em uma determinada


seção. A corrente contínua tem um fluxo constante, enquanto a corrente alternada
tem um fluxo de média zero, ainda que não tenha valor nulo todo o tempo. Esta
definição de corrente alternada implica que o fluxo de elétrons muda de direção
continuamente.

O fluxo de cargas elétricas pode gerar-se no vácuo ou em meio material ade -


quado, caso no qual o material é então caracterizado como um condutor elétrico,
mas não existe ou mostra-se completamente desprezível nos materiais ditos iso -
lantes. Em um fio, há a presença dos dois tipos de materiais: a capa do fio encerra
em seu interior, visto ser os metais por definição bons condutores de eletricidade,
tipicamente um metal dúctil, a exemplo o cobre ou o alumínio, ao passo que a
capa em si, dadas as funções práticas inerentes esperadas, é feita de material
pertencente à classe dos bons isolantes elétricos.

Sobre materiais isolantes há de se ressalvar que na prática não há isolante


elétrico perfeito. Os materiais isolantes são aqueles cujas estruturas químicas im -
plicam todos os portadores de carga fortemente presos em suas posições, de for -
ma que portadores de carga não podem mover-se livremente através das estrutu -
ras desses materiais. São tipicamente compostos covalentes, onde os elétrons en -
contram-se fortemente ligados aos respectivos orbitais de ligação ou aos orbitais
mais internos aos átomos da molécula, ou ainda sólidos iônicos, onde algo similar
ocorre, não se encontrando, contudo, orbitais ligantes nesse caso. Embora quando

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Eletricidade e eletrônica

sujeitos a um campo elétrico moderado a localidade dos portadores de carga na


estrutura material isolante se preserve, sob intensos campos elétricos as forças
associadas podem ser suficientes para superar as forças que mantêm os elétrons
ligados aos núcleos ou moléculas, caso no qual há uma ruptura súbita na capaci -
dade isolante do material. Este ioniza-se e, em um processo quase instantâneo,
deixa de ser isolante, tornando-se um bom condutor elétrico mesmo que por um
curto intervalo de tempo. O campo elétrico limite acima do qual o material isolan -
te torna-se condutor é conhecido como rigidez dielétrica do material.

A origem dos raios durante tempestades fundamenta-se basicamente no prin-


cípio citado. As nuvens acumulam cargas elétricas até que a rigidez dielétrica do
ar úmido seja atingida. No momento em que o material se torna condutor, as car -
gas fluem em um processo de avalanche entre o solo e a nuvem, ou entre nuvens,
dando então origem ao efeito visual e sonoro característicos do fenômeno.

Eletrônica
A eletrônica é a ciência que estuda a forma de utilizar a energia elétrica em
baixas correntes, por meio de componentes os quais permitem o aproveitamento
do fluxo de elétrons em dispositivos.

Divide-se em analógica e em digital porque suas coordenadas de trabalho op -


tam por obedecer estas duas formas de apresentação dos sinais elétricos a serem
tratados.

Numa definição mais abrangente, podemos dizer que a eletrônica é o ramo da


ciência que estuda o uso de circuitos formados por componentes elétricos e ele -
trônicos, com o objetivo principal de representar, armazenar, transmitir ou proces -
sar informações além do controle de processos e servomecanismos. Sob esta óti-
ca, também se pode afirmar que os circuitos internos dos computadores (que ar -
mazenam e processam informações), os sistemas de telecomunicações (que
transmitem informações), os diversos tipos de sensores e transdutores (que repre -
sentam grandezas físicas - informações - sob forma de sinais elétricos) estão, to -
dos, dentro da área de interesse da eletrônica.

Complementar à definição acima, a eletrotécnica é o ramo da ciência que es-


tuda uso de circuitos formados por componentes elétricos e eletrônicos, com o ob -
jetivo principal de transformar, transmitir, processar e armazenar energia, utili -
zando a eletrônica de potência. Sob esta definição, as usinas hidrelétricas, termo -
elétricas e eólicas (que geram energia elétrica), as linhas de transmissão (que
transmitem energia), os transformadores, retificadores e inversores (que proces -

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Eletricidade e eletrônica

sam energia) e as baterias (que armazenam energia) estão, todos, dentro da área
de interesse da eletrotécnica.

Entre os mais diversos ramos que a abrangem, estuda a transmissão da cor-


rente elétrica no vácuo e nos semicondutores. Também é considerada um ramo da
eletricidade que, por sua vez, é um ramo da Física onde se estudam os fenômenos
das cargas elétricas elementares, as propriedades e comportamento, do elétron,
fótons, partículas elementares, ondas eletromagnéticas, etc.

Eletrônica analógica

A eletrônica analógica desenvolveu-se com o advento do controle das grande -


zas físicas variáveis ou não, formas oscilatórias em baixas ou altas frequências e
que são utilizados em quase todos os tipos de equipamentos e quando da necessi -
dade de manipulação das tensões e correntes existentes num circuito, formando
circuitos capazes de realizar amplificações de sinais, comutação de máquinas e
possibilitou a diversificação das telecomunicações que a princípio só trabalhavam
com modulações de sinais.

Seus principais componentes são os chamados transistores, além dos resisto-


res, capacitores, bobinas, potenciômetros e circuitos integrados, cristais e outros.
A eletrônica analógica se baseia nos princípios da lei de ohm.

Na eletrônica analógica, seus valores, quantidades ou sinais, variam de modo


contínuo numa escala. Os valores dos sinais não precisam ser inteiros.

Eletrônica digital

Na eletrônica digital este controle se faz digitalizando o sinal de controle no


seu estágio de geração para evitar as variações térmicas ou de envelhecimento a
que todo material está sujeito (desde o sensor até o relé final de um sistema ana -
lógico); no mais, o sinal digitalizado pode ter a forma de uma corrente pulsante
cuja frequência de pulsação represente fielmente o sinal "variação de resistência
por efeito da temperatura".

O efeito da variação de parâmetros (e aumento do erro de medição) por


termo-agitação e envelhecimento é cumulativo nos sistemas analógicos pois as
variações de parâmetros devidas ao aumento da temperatura no forno (a medir)
são produzidas pelo mesmo processo interno atômico que origina a "deriva", "agi -
tação indesejável" "movimento eletrônico caótico" e se tornam parte das varia -
ções espúria que mascaram a medição, e ainda mais serão amplificadas por com -
ponentes que têm sua própria agitação térmica que se tornam cumulativos.

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Eletricidade e eletrônica

Dispositivos

Os dispositivos eletrônicos são combinações onde se usa o circuito básico re-


petitivamente e seus componentes que, uma vez agrupados de forma organizada
formam blocos. Estes interligados formam circuitos eletrônicos mais complexos, e
assim sucessivamente fazem funcionar os mais diversos equipamentos eletrôni -
cos.

Funcionamento

O funcionamento básico de qualquer circuito eletrônico baseia-se no controle


de tensão e intensidade de corrente elétrica, podendo ser moldadas de forma a
que o projetista possa tirar proveito desses parâmetros e configurá-los em oscila -
ção e amplificação até chegar ao resultado final quando, por exemplo, através de
um feixe de luz, ou feixe de laser numa fibra óptica conseguimos nos comunicar
com velocidades cada vez maiores e quantidades de informação imensas a milha -
res de km de distância e, tudo isso, em segundos, milissegundos.

Medidas eletrônicas

V = volt = medida de tensão elétrica ou diferença de potencial;

A = ampère = medida de intensidade da corrente elétrica;

C = coulomb = medida de carga elétrica;

s = segundo = medida de tempo;

Ω = ohm = medida de resistência elétrica;

S = siemens = medida de condutância elétrica;

J = joule = medida de energia;

W = watt = medida de potência;

Hz = hertz = medida de frequência;

F = farad = medida de capacitância;

H = henry = medida de indutância;

Wb = Weber = medida de fluxo magnético;

T = Tesla = medida de densidade do fluxo magnético;

12
Eletricidade e eletrônica

VA - Voltampere = é a unidade utilizada na medida de potência aparente em


sistemas elétricos de corrente alternada (AC).

As unidades abaixo ainda são utilizadas, embora não façam parte do Sistema
Internacional.

hp = horse power (cavalo de força) = medida de potência Obs: 1 hp = 746 W.

cv = cavalo vapor = medida de potência. Obs: 1 cv = 736 W.

Bateria

Nenhum circuito elétrico ou eletrônico pode funcionar sem um gerador de cor -


rente elétrica. Os geradores nada mais são que baterias, pilhas ou fontes de ali -
mentação. Possuem dois terminais, sendo um positivo e um negativo. O terminal
positivo é aquele por onde sai a corrente, e o negativo é aquele por onde entra a
corrente.

Toda bateria tem uma voltagem especificada. As pilhas, por exemplo, têm 1,5
volts. Também são bastante populares as baterias de 9 volts. Hoje em dia encon -
tramos vários tipos de bateria com diversas voltagens, inclusive recarregáveis. É o
caso das baterias de telefones celulares.

Resistor

Este é o mais básico componente eletrônico. Muitos o chamam erroneamente


de resistência. Ainda assim o público leigo usa termos como a resistência do chu -
veiro elétrico, resistência do aquecedor. Esses dispositivos são resistores forma -
dos por fios metálicos com resistência baixa. Ao serem ligados em uma tensão
elétrica, são atravessados por uma elevada corrente, resultando em grande dissi -
pação de calor. Note que nas resistências desses aparelhos, o objetivo principal é
a geração de calor. Já nos circuitos eletrônicos, suas funções são outras, e não ge -
rar calor. Os resistores usados nesses circuitos devem ter valores tais que possam
fazer o seu trabalho com a menor geração de calor possível.

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Eletricidade e eletrônica

Os resistores usados nos circuitos eletrônicos são de vários tipos e tamanhos.


Seus dois parâmetros elétricos importantes são a resistência e a potência. Resis -
tores que irão dissipar muita potência elétrica são de maior tamanho, e vice-ver -
sa.

Potenciômetro

Serve como um resistor de resistência ajustável. Utilizado para controles di -


versos.

Capacitor

O capacitor é um componente eletrônico capaz de armazenar e fornecer car-


gas elétricas. Ele é formado por duas placas paralelas, separadas por um material
isolante, chamado dielétrico. Quando o ligamos a uma tensão fixa, momentanea -
mente passa por ele uma pequena corrente, até que suas placas paralelas fiquem
carregadas. Uma fica com cargas negativas e outra com cargas positivas.

Os capacitores têm várias aplicações nos circuitos eletrônicos. Um das princi-


pais é a filtragem. Eles podem acumular uma razoável quantidade de cargas
quando estão ligados a uma tensão. Quando esta tensão é desligada, o capacitor
é capaz de continuar fornecendo esta mesma tensão durante um pequeno período
de tempo, funcionando portanto como uma espécie de bateria de curta duração.

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Eletricidade e eletrônica

Diodo

O diodo é um componente classificado como semicondutor. Ele é feito dos


mesmos materiais que formam os transistores e chips. Este material é baseado no
silício. Ao silício são adicionadas substâncias chamadas genericamente de dopa -
gem ou impurezas. Temos assim trechos tipo N e tipo P. A diferença entre os dois
tipos está na forma como os elétrons são conduzidos. Sem entrar em detalhes so -
bre microeletrônica, o importante aqui é saber que quando temos uma junção PN,
a corrente elétrica trafega com facilidade do trecho P para o trecho N, mas não
consegue trafegar no sentido inverso.

O diodo possui seus dois terminais ligados às partes de uma junção PN. A par-
te ligada ao P é chamada de anodo, e a parte ligada ao N é chamada de catodo. A
corrente elétrica trafega livremente no sentido do anodo para o catodo, mas não
pode trafegar no sentido inverso.

Por causa desta característica, os diodos são usados, entre outras aplicações,
como retificadores. Eles atuam no processo de transformação de corrente alterna -
da em corrente contínua.

LED - Diodo Emissor de Luz

São componentes importantíssimos no mundo da eletrônica, onde sua princi-


pal funcionalidade trata-se da emissão de luz em equipamentos eletrônicos, sejam
eles produtos de microeletrônica como sinalizador de avisos, ou em algum equipa -
mento maior, como o semáforo.

Os LEDs formam os números em relógios digitais, transmitem informação de


controle remoto, agrupados eles podem formar imagens em uma tela de televisão
ou lâmpada incandescente. Simplificando o conceito de LEDs podemos dizer que
são pequenas lâmpadas com cores variadas de fácil integração com circuitos
elétricos. É importante saber que eles são iluminados somente pelo movimento de
elétrons em um material semicondutor.

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Eletricidade e eletrônica

Processo de funcionamento LEDs

No processo do funcionamento do LED encontramos algo chamado diodo que


nada mais é um tipo simples de semicondutor, lembrando que semicondutor é um
material capaz de conduzir corrente elétrica. No caso dos LEDs normalmente en -
contramos um material condutor chamado arseneto de alumínio e gálio (AlGaAs) .

Dopando-se com fósforo, a emissão pode ser vermelha ou amarela, de acordo


com a concentração. Utilizando-se fosfeto de gálio com dopagem de nitrogênio, a
luz emitida pode ser verde ou amarela. Hoje em dia, com o uso de outros materi -
ais, consegue-se fabricar LEDs que emitem luz azul, violeta e até ultravioleta.
Existem também os LEDs brancos, mas esses são geralmente LEDs emissores de
cor azul, revestidos com uma camada de fósforo do mesmo tipo usado nas lâmpa -
das fluorescentes, que absorve a luz azul e emite a luz branca.

Tecnicamente falamos que o LED é um diodo semicondutor que quando ener-


gizado emite luz, mas não uma luz como estamos acostumados, ou luz a laser, é
uma luz estreita que é produzida pelas interações energéticas do elétron. Tal pro-
cesso é chamado de eletroluminescência. É muito importante para fixar a idéia de
LED, entender o funcionamento da junção p-n de um semicondutor, que tem como
atividade permitir a emissão de luz. Esta junção é responsável por permitir so-
mente a passagem de corrente positiva; para entender melhor essa passagem,
um exemplo simples é: imagine uma onda senoidal entrando em um LED, ele cor -
tará a parte negativa permitindo só a corrente positiva.

A luz emitida pelo LED

A luz emitida é monocromática, sendo a cor, portanto, dependente do cristal e


da impureza de dopagem com que o componente é fabricado. Com o barateamen -
to do preço, seu alto rendimento e sua grande durabilidade, esses LEDs tornam-se
ótimos substitutos para as lâmpadas comuns, e devem substituí-las a médio ou
longo prazo. Existem também os LEDs brancos chamados RGB (mais caros), e que
são formados por três "chips", um vermelho (R de red), um verde (G de Green) e
um azul (B de blue). Uma variação dos LEDs RGB são LEDs com um microcontrola -
dor integrado, o que permite que se obtenha um verdadeiro show de luzes utili -
zando apenas um LED.

Transistor

Este é sem dúvida o mais importante componente eletrônico já criado. Ele


deu origem aos chips que temos hoje nos computadores. Um processador, por
exemplo, tem no seu interior, vários milhões de microscópicos transistores. Inven -

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Eletricidade e eletrônica

tado nos laboratórios Bell nos anos 40, o transistor é um substituto das velhas vál -
vulas eletrônicas, com grandes vantagens: tamanho minúsculo e pequeno consu-
mo de energia. Quanto ao sentido da corrente elétrica, os transistores são classifi -
cados como NPN e PNP.

Os transistores realizam inúmeras funções, sendo que as mais importantes


são como amplificadores de tensão e amplificadores de corrente. Por exemplo, o
sinal elétrico gerado por um microfone é tão fraco que não tem condições de ge -
rar som quando é aplicado a um alto falante. Usamos então um transistor para
elevar a tensão do sinal sonoro, de alguns milésimos de volts até alguns volts. Se -
ria tensão suficiente para alimentar um alto falante, mas ainda sem condições de
fornecer a potência adequada (a tensão está correta mas a corrente é baixa). Usa -
mos então um segundo transistor atuando como amplificador de corrente. Tere -
mos então a tensão igual à gerada pelo primeiro transistor, mas com maior capa -
cidade de fornecer corrente.

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Eletricidade e eletrônica

Anotações:
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Eletromagnetismo

Eletromagnetismo

MÉRITO
Apostilas 1
Eletromagnetismo

Eletromagnetismo

O eletromagnetismo é um ramo da Física que tem como objeto de estudo as


propriedades magnéticas e elétricas da matéria e, principalmente, as relações es -
tabelecidas entre essas propriedades.

Eletromagnetismo estuda os fenômenos relacionados à eletricidade e ao mag-


netismo de forma unificada. Ele utiliza como base o conceito de campo eletromag-
nético, descrevendo a relação entre os dois campos em separados, bem como
combinando-os.

O eletromagnetismo se baseia nos princípios de cargas elétricas e variação de


fluxo magnético. As cargas elétricas em movimento geram campo magnético e a
variação do fluxo magnético produz campo elétrico.

O campo magnético surge a partir do movimento de carga elétrica, pois ele é


resultado da corrente elétrica. Além disso, ele pode resultar de uma força eletro -
magnética quando ela se associar a ímãs.

A variação do fluxo magnético resulta de um campo elétrico através da indu -


ção eletromagnética. De forma similar, a variação do campo elétrico causa um
campo magnético. Uma vez que há uma relação de dependência mútua entre os
campos, fala-se em campo eletromagnético.

História do eletromagnetismo

A história do eletromagnetismo pode ser considerada uma junção dos estudos


acerca do magnetismo que, séculos depois, levou à descoberta da eletricidade.
Tudo se iniciou ainda nas civilizações da Antiguidade. Na Grécia Antiga, Tales de
Mileto já realizava experimentos para entender os efeitos atraentes e repelentes
de uma pedra de óxido de ferro.

Viajando para a Ásia, Tales de Mileto observou que as pedras de óxido de ferro
se fixavam em seu cajado metálico quando esses objetos se aproximavam, parti -
cularmente em uma região da Grécia conhecida como Magnésia.

Também na Grécia foi feita a descoberta de que, quando uma pedra de âmbar
entrava em atrito com pelos animais, adquiria propriedades de atração a partícu -
las de pó. Por sua vez, os chineses utilizavam instrumentos semelhantes à bússola
desde o século III a.C.

2
Eletromagnetismo

A descoberta do Eletromagnetismo

William Gilbert, um médico londrino, foi o responsável por escrever o tratado


“De Magnete”. Nele, conseguiu provar que não apenas as pedras de âmbar apre-
sentavam a propriedade de atração quando atritadas, mas também outros materi -
ais, como o vidro. É em seu tratado que vemos, pela primeira vez, menções sobre
a Terra ser um enorme ímã, além de distinções importantes entre o magnetismo e
a eletricidade.

A partir dos estudos de Gilbert, vários cientistas começaram a colocar teorias


em prática ao construir aparelhos eletrostáticos. Um deles, Otto Von Guericke, cri -
ou uma máquina de fricção com uma bola feita de enxofre, capaz de criar cargas
elétricas quando em rotação.

Já William Watson conseguiu, em seus experimentos, transmitir eletricidade


por grandes distâncias para a época, alcançando mais de 3 quilômetros. Por fim,
Benjamin Franklin foi o responsável pela descoberta do para-raios, por meio de
seu famoso experimento com pipas na tempestade.

Entretanto, o cientista mais famoso a estudar o Eletromagnetismo foi Michael


Faraday. Na Inglaterra, Faraday utilizou um núcleo ferroso e duas bobinas para
comprovar a variação do fluxo magnético e como esse processo era capaz de ge -
rar uma corrente elétrica.

Os estudos de Faraday foram responsáveis, então, por comprovar a conexão


entre os fenômenos elétricos e magnéticos, dando início ao que conhecemos hoje
por eletromagnetismo.

Ondas eletromagnéticas

A referência às ondas eletromagnéticas foi apresentada por Maxwell, no ano


de 1864, sendo posteriormente confirmada por experimentos de Heinrich Hertz,
22 anos depois.

Quando cargas elétricas se deslocam pelo espaço, se associam a um campo


elétrico e a outro campo magnético, sendo que esses têm linhas de força perpen -
diculares entre si e são interdependentes.

O resultado do conjunto é uma onda eletromagnéticas emergentes da carga


elétrica, nas chamadas condições ideais, que se move a 299.793 km por segundo,
na forma de luz. A energia carregada pela onda será, então, proporcional à inten -
sidade tanto do campo elétrico quanto do campo magnético da partícula.

3
Eletromagnetismo

Exemplos de ondas eletromagnéticas

Vários aparelhos emitem ondas eletromagnéticas e estão completamente in -


seridos no nosso dia a dia. É importante ressaltar que as ondas eletromagnéticas
têm uma propriedade de propagação no vácuo, não necessitando de matéria para
se dissipar, como acontece com as ondas do mar, por exemplo.

Alguns exemplos de ondas eletromagnéticas são: ondas de televisão, ondas


de rádio, ondas de aparelhos celulares, internet, ultrassom, micro-ondas, raios-X,
entre outros.

Campo eletromagnético

Chamamos de campo eletromagnético um fenômeno que envolve os campos


elétrico e magnético variando no decorrer do tempo. É uma concentração de car -
gas elétricas e magnéticas que se movimentam como ondas.

Magnetismo e Eletromagnetismo

O Magnetismo diz respeito à propriedade dos ímãs, compostos pelo mineral


magnetita, capazes de atrair ou repelir objetos metálicos feitos de ferro, níquel ou
cobalto. Esses materiais são conhecidos como ferromagnéticos.

Inserido há milênios no dia a dia da humanidade, o imã é utilizado desde apli -


cações simples, como os enfeites de geladeira, até aquelas tão fundamentais
quanto a orientação e a navegação por meio de bússolas.

Já o Eletromagnetismo encontra aplicações muito mais profundas, uma vez


que boa parte dos aparelhos presentes na atualidade lançam mão de preceitos
eletromagnéticos.

O aquecedor solar, por exemplo, é um aparelho cada vez mais presente nas
residências ao redor do mundo. Trata-se de uma placa metálica de cores escuras,
capaz de absorver a radiação solar, transformando-a em energia térmica. Este
processo só ocorrer pois a radiação eletromagnética é capaz de carregar energia.

Outro aparelho que faz parte do nosso dia a dia é o telefone celular. E ele, por
si só, pode ser considerado um captador e gerador de campos eletromagnéticos.
As ondas de celulares são ondas eletromagnéticas, capazes de transportar por
meio do espaço informações entre dois ou mais aparelhos, facilitando a comunica-
ção.

4
Eletromagnetismo

Por fim, entre vários outros aparelhos, podemos ainda citar o trem Maglev que
fica na China na cidade de Xangai, capaz de levitar em um trilho eletromagnético
a velocidades muito superiores aos trens tradicionais, chegando em uma velocida -
de máxima de 610 km/h.

Qual é a relação entre Eletricidade e Magnetismo?

Essa relação foi descoberta pelo dinamarquês Hans Christian Oesterd em


1820, o que só foi possível graças à invenção dos geradores elétricos, que permiti -
am a geração de correntes elétricas duradouras e estáveis necessárias para o es -
tudo dos fenômenos.

Oersted demonstrou a existência dessa interação a partir de um simples ex-


perimento. Ele colocou uma agulha magnética próxima a um condutor de eletrici-
dade. Para isso, ele utilizou uma bússola e um fio de platina em um circuito. O fio
de platina, ao ser percorrido pela corrente elétrica, ficava incandescente, o que
garantia uma corrente suficientemente intensa. Quando o fio era aproximado da
bússola, sua agulha magnética sofria deflexão.

O experimento de Oersted mostrava que a corrente elétrica gerava campo


magnético. Porém, em 1831, Michael Faraday, na Inglaterra, utilizou um núcleo de
ferro e duas bobinas A e B para mostrar que a variação do fluxo magnético tam -
bém gerava corrente elétrica. Faraday percebeu que, nos momentos em que co-
nectava ou desconectava a bobina A na fonte, passava uma corrente elétrica na
bobina B, mas essa corrente aparecia somente nesses instantes.

A partir dessa experiência, ele concluiu que essa corrente elétrica ocorria em
virtude da variação do campo magnético, que aparecia quando a bobina A era li-
gada e desaparecia quando essa mesma bobina era desligada. Esse fenômeno fi -
cou conhecido como indução magnética ou Lei de Faraday.

Os fenômenos eletromagnéticos foram descritos por um conjunto de leis for -


mulado por James Clerck Maxwell, cientista que foi tão importante para o Eletro -
magnetismo como Isaac Newton foi para a Mecânica.

Vários aparelhos indispensáveis atualmente só existem em face da evolução


nos estudos sobre o Eletromagnetismo. Entre eles, podemos citar: cartões mag -
néticos, transformadores de tensão, motores elétricos, antenas de transmissão de
dados, forno micro-ondas, entre outros.

5
Eletromagnetismo

Anotações:
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Espectro eletromagnético

Espectro eletromagnético

MÉRITO
Apostilas 1
Espectro eletromagnético

O espectro eletromagnético é a distribuição das ondas eletromagnéticas, visí -


veis e não visíveis, de acordo com a frequência e o comprimento de onda caracte -
rístico de cada radiação. As ondas eletromagnéticas são aquelas que se propagam
independentemente da presença de um meio material e possuem velocidade
máxima, referente à propagação no vácuo, de 300.000 km/s.

O olho humano só é capaz de discernir uma pequena parcela de todas as radi -


ações eletromagnéticas existentes. O intervalo que pode ser percebido pelo siste -
ma visual humano é denominado de espectro eletromagnético visível. O espectro
visível inicia-se na frequência que corresponde à luz vermelha e termina na fre -
quência da luz violeta. A sequência das cores no espectro visível é: vermelho, ala -
ranjado, amarelo, verde, azul, anil e violeta.

Qualquer radiação que possui frequência menor que a da luz vermelha é de -


nominada de infravermelho. Quando as frequências são superiores à da luz viole -
ta, as radiações são classificadas como ultravioletas.

2
Espectro eletromagnético

Radiações eletromagnéticas

→ Ondas de rádio

As ondas de rádio possuem frequência mínima de 3.000 GHz e são largamen-


te utilizadas para a transmissão de dados e localização por meio de radares. O
brasileiro Roberto Landell de Moura foi a primeira pessoa a conseguir transmitir
dados por meio de ondas eletromagnéticas, abrindo espaço para a criação do rá -
dio e do telefone.

→ Micro-ondas

São radiações que apresentam frequência entre a onda infravermelha e as on-


das de rádio. As micro-ondas são utilizadas para aquecimento de alimentos em
fornos micro-ondas, radares, transmissões televisivas etc.

As moléculas de água presentes nos alimentos entram em ressonância com


as micro-ondas liberadas pelo magnétron do forno micro-ondas. O aumento das
movimentações das moléculas de água gera o aquecimento dos alimentos.

→ Infravermelho

A radiação infravermelha é utilizada nos controles remotos de diversos apare -


lhos, na observação de satélites e no aquecimento de materiais para a indústria
automotiva e têxtil.

Qualquer objeto que troque calor com o ambiente apresenta liberação de


onda infravermelha. A imagem acima foi obtida por meio de uma câmera sensível
à radiação infravermelha, que destaca em vermelho as regiões do corpo em que a
temperatura está mais alta.

→ Ultravioleta

A radiação ultravioleta está compreendida entre a luz visível e os raios x. As


radiações ultravioleta emitidas pelo Sol estimulam a criação de melanina, por
isso, ao se expor ao Sol por determinado tempo, é possível aproveitar a incidência
de radiação para gerar o efeito de pele bronzeada.

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Espectro eletromagnético

→ Raios X

Os raios X são ondas eletromagnéticas de alta frequência que apresentam ca -


pacidade de penetração em sistemas de baixa densidade. Eles são utilizados para
o diagnóstico feito por imagens.

Os raios X conseguem atravessar os tecidos humanos, mas são barrados pela


maior densidade dos ossos. Isso proporciona a criação de imagens para diagnósti -
cos de fraturas, por exemplo.

→ Raios gama

Os raios gama são ondas eletromagnéticas de altíssima frequência produzidas


por transições nucleares. Em virtude do seu alto poder de penetração, são utiliza -
dos nas radioterapias para cauterização de células tumorais.

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Espectro eletromagnético

Anotações:
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Termodinâmica

Termodinâmica

MÉRITO
Apostilas 1
Termodinâmica

A termodinâmica é uma área da Física que estuda as transferências de ener -


gia. Busca compreender as relações entre calor, energia e trabalho, analisando
quantidades de calor trocadas e os trabalhos realizados em um processo físico.

A ciência termodinâmica foi inicialmente desenvolvida por pesquisadores que


buscavam uma forma de aprimorar as máquinas, no período da Revolução Indus-
trial, melhorando sua eficiência.

Esses conhecimentos se aplicam atualmente em várias situações do nosso co -


tidiano. Por exemplo: máquinas térmicas e refrigeradores, motores de carros e
processos de transformação de minérios e derivados do petróleo.

Leis da Termodinâmica

As leis fundamentais da termodinâmica regem o modo como o calor se trans -


forma em trabalho e vice-versa.

• Primeira Lei da Termodinâmica

A Primeira Lei da Termodinâmica se relaciona com o princípio da conservação


da energia. Isso quer dizer que a energia em um sistema não pode ser destruída
nem criada, somente transformada.

A fórmula que representa a primeira lei da termodinâmica é a seguinte:

A quantidade de calor, o trabalho e a variação de energia interna possuem


como unidade de medida padrão o Joule (J).

Um exemplo prático da conservação de energia ocorre quando uma pessoa


usa uma bomba para encher um objeto inflável, ela está usando força para colo -
car ar dentro do objeto. Isso significa que a energia cinética faz o pistão abaixar.
No entanto, parte dessa energia se transforma em calor, que é perdida para o
meio.

A Lei de Hess é um caso particular do princípio da conservação de energia.

2
Termodinâmica

• Segunda Lei da Termodinâmica

As transferências de calor ocorrem sempre do corpo mais quente para o corpo


mais frio, isso acontece de forma espontânea, mas o contrário não. O que significa
dizer que os processos de transferência de energia térmica são irreversíveis.

Desse modo, pela Segunda Lei da Termodinâmica, não é possível que o calor
se converta integralmente em outra forma de energia. Por esse motivo, o calor é
considerado uma forma degradada de energia.

A grandeza física relacionada com a Segunda Lei da Termodinâmica é a entro-


pia, que corresponde ao grau de desordem de um sistema.

• Lei Zero da Termodinâmica

A Lei Zero da Termodinâmica trata das condições para a obtenção do equilí -


brio térmico. Dentre essas condições podemos citar a influência dos materiais que
tornam a condutividade térmica maior ou menor.

Segundo essa lei,

• se um corpo A está em equilíbrio térmico em contato com um corpo B e

• se esse corpo A está em equilíbrio térmico em contato com um corpo C, logo

• B está em equilíbrio térmico em contato com C.

Quando dois corpos com temperaturas diferentes são colocados em contato,


aquele que estiver mais quente irá transferir calor para aquele que estiver mais
frio. Isso faz com que as temperaturas se igualem chegando ao equilíbrio térmico.

3
Termodinâmica

É chamada de lei zero porque o seu entendimento mostrou-se necessário para


as primeiras duas leis que já existiam, a primeira e a segunda leis da termodinâ-
mica.

• Terceira Lei da Termodinâmica

A Terceira Lei da Termodinâmica surge como uma tentativa de estabelecer um


ponto de referência absoluto que determine a entropia. A entropia é, na verdade,
a base da Segunda Lei da Termodinâmica.

Walther Nernst, o físico que a propôs, concluiu que não era possível que uma
substância pura com temperatura zero apresentasse a entropia num valor aproxi -
mado a zero.

Por esse motivo, trata-se de uma lei polêmica, considerada por muitos físicos
como uma regra e não uma lei.

Sistemas termodinâmicos

Em um sistema termodinâmico pode haver um ou vários corpos que se relaci -


onam. O meio que o envolve e o Universo representam o meio externo ao sistema.
O sistema pode ser definido como: aberto, fechado ou isolado.

4
Termodinâmica

Quando o sistema é aberto, há transferência de massa e energia entre o siste -


ma e o meio externo. No sistema fechado há apenas transferência de energia (ca -
lor), e quando é isolado não há trocas.

Comportamento dos gases

O comportamento microscópico dos gases é descrito e interpretado de forma


mais fácil do que nos outros estados físicos (líquido e sólido). É por isso que os ga -
ses são mais usados nesses estudos.

Nos estudos termodinâmicos são usados gases ideais ou perfeitos. É um mo -


delo no qual as partículas se movem de forma caótica e interagem apenas nas co -
lisões. Além disso, se considera que essas colisões entre as partículas, e delas
com as paredes do recipientes, são elásticas e duram por pouquíssimo tempo.

Em um sistema fechado, o gás ideal pressupõe um comportamento que envol -


ve as seguintes grandezas físicas: pressão, volume e temperatura. Essas variáveis
definem o estado termodinâmico de um gás.

5
Termodinâmica

A pressão (p) é produzida pelo movimento das partículas do gás dentro do re -


cipiente. O espaço ocupado pelo gás no interior do recipiente é o volume (v). E a
temperatura (t) está relacionada com a energia cinética média das partículas do
gás em movimento.

Energia interna

A energia interna de um sistema é uma grandeza física que ajuda a medir


como ocorrem as transformações pelas quais um gás passa. Essa grandeza está
relacionada com a variação da temperatura e da energia cinética das partículas.

Um gás ideal, formado por apenas um tipo de átomo, possui energia interna
diretamente proporcional à temperatura do gás. Isso é representado pela fórmula
a seguir:

Propriedades de uma substância pura


Substância pura é toda substância formada por apenas um tipo de molécula,
de composição química invariável e homogênea, e que tenha propriedades físicas
e químicas constantes. A substância pura pode existir em mais de uma fase, po -
rém, nesses casos, a composição das fases será a mesma.

Em suma, substância pura é todo material com as seguintes características:

• Unidades estruturais (moléculas, conjuntos iônicos) quimicamente iguais en-


tre si.

• Composição fixa, do que decorrem propriedades fixas, como densidade, pon-


to de fusão e de ebulição, etc.

• A temperatura se mantém inalterada desde o início até o fim de todas as


suas mudanças de estado físico (fusão, ebulição, solidificação, etc.).

6
Termodinâmica

O gráfico de aquecimento da água pura está representado abaixo:

No gráfico observa-se que o gelo, ao derreter, muda de estado físico (fusão) e


esse processo acontece na temperatura constante de 0 ºC. Depois, ao atingir a
temperatura de 100 ºC, a água líquida começa a passar para o estado vapor (ebu -
lição) e esse processo também ocorre sem mudança de temperatura.

As substâncias puras podem ser divididas em simples e compostas.

Substância pura simples

É formada por apenas um tipo de elemento.

Exemplos:

• H2 (gás hidrogênio)

• N2 (gás nitrogênio)

• O2 (gás oxigênio)

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Termodinâmica

Substância pura composta

Pode ser formada por mais de um tipo de elemento.

Exemplos:

• CO2 (dióxido de carbono)

• NaCl (cloreto de sódio)

• H2O (água)

As substâncias puras podem se apresentar em forma de sistema homogêneo


ou heterogêneo:

Sistema homogêneo

Se apresenta em apenas uma fase, ou seja, vemos somente uma coisa dentro
do frasco. Na foto abaixo vemos a substância pura água no estado líquido.

Sistema heterogêneo

Apresenta mais de uma fase, ou seja, observamos mais de uma coisa dentro
do frasco. Na foto abaixo vemos a substância pura água no estado líquido e tam -
bém no estado sólido (gelo), no entanto, ambas as representações são água.

É importante tomar cuidado com situações onde lidamos com uma mistura
que se comporta visualmente como substância simples. O sangue por exemplo,
pode parecer uma substância simples, mas é uma mistura de diversos componen -
tes (água, hemácias, plasma, etc). A água do mar é uma mistura de água com
sais dissolvidos. Outros exemplos são o leite, a maionese, a madeira, entre outros.

O ar que respiramos também é um exemplo de mistura que aparentemente


parece substância pura e é composto por: gás nitrogênio (N 2) = 78%, gás oxigênio
(O2) = 21%, gás argônio (Ar) = 1% e gás carbônico (CO 2) = 0,03%. O resto da
composição são impurezas e partículas sólidas dissipadas.

Trabalho e calor

Trabalho, em Física, trata-se da grandeza escalar que determina a quantidade


de energia utilizada na realização de uma atividade.

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Termodinâmica

Formas de determinação do trabalho (w):

1.1 O trabalho pode ser determinado pelo produto da força feita sobre um ob -
jeto pelo deslocamento gerado por essa força, de modo que:

w = FR.d

• W é o trabalho de uma força, definido em Joules;

• FR é a força resultante aplicada sobre o corpo;

• d é o deslocamento feito pelo corpo enquanto a força F estava sendo aplica-


da sobre ele.

1.2 O trabalho pode ser determinado pela área abaixo da linha de um gráfico
de força e deslocamento. Dizemos que o trabalho é numericamente igual à área
do gráfico F x d.

1.3 A determinação do trabalho pode ser feita pelo teorema do trabalho e


energia cinética (E C). Nesse teorema, a variação da energia cinética é exatamente
igual ao valor do trabalho realizado sobre um o corpo.

w = ΔEC
1.4 Se o trabalho for fruto da atuação da força peso (dada pelo produto da massa
pela gravidade), a sua determinação será feita por meio da seguinte equação:
w = m.g.h
• m é a massa do corpo (em Kg);

• g é o valor da aceleração da gravidade (9,8 m/s 2);


• h é a altura de queda do objeto.

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Termodinâmica

1.5 O trabalho realizado por uma força elástica é determinado por meio da
energia potencial elástica armazenada na mola em razão de sua deformação.
Sendo assim, a energia armazenada na mola que é liberada quando ela se solta
pode ser dada por:

w = ½ K.XFINAL2 - ½ K.XINICIAL2

• K é a constante elástica da mola;


• X é a deformação sofrida pelo objeto elástico.

Unidade de medida:
Como o trabalho designa quantidade de energia, a sua unidade de medida, de
acordo com Sistema Internacional de Unidades (SI), é o joule (J).

Calor

O calor é a energia térmica que passa de um corpo com maior temperatura


para outro com menor temperatura. Quando não há diferença de temperatura en-
tre dois corpos, não existe calor.

A imagem acima mostra a passagem de calor de um corpo com temperatura


T para outro corpo de temperatura menor correspondente a T'. Quando as tempe-
raturas dos corpos igualarem-se, dizemos que o equilíbrio térmico foi atingido e,
nesse momento, como não haverá diferença de temperatura, o calor deixará de
fluir.

CALÓRICO: Até o início do século XIX, acreditava-se que o calor estava relacio -
nado com a presença de um fluido invisível e sem peso denominado de calórico.
Quanto maior a temperatura de um corpo, maior seria a quantidade dessa subs-
tância em seu interior. A partir das observações feitas por Benjamim Thompson,
conhecido como Conde de Rumford (1753-1814), experimentos foram realizados
para comprovar a ideia de que calor é energia. O experimento com maior desta -
que nessa comprovação pertence a Prescott Joule (1818-1889).

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Termodinâmica

Unidade de medida: De acordo com o Sistema Internacional de Unidades


(SI), a unidade de medida para calor é o joule, mas a unidade caloria (cal) é muito
utilizada.

1 cal = 4,18 J

Uma caloria é a quantidade de calor necessária para elevar a temperatura de


1 g de água em 1°C.

Fontes de calor: Todo elemento capaz de produzir aumento de temperatura


em outro corpo é uma fonte de calor. Como exemplo, podemos citar a chama de
um fogão, forno, lareira etc.

Transmissão de calor: Existem três maneiras possíveis para que ocorra a


transmissão de calor:

• Condução: Quando o calor passa de molécula a molécula do material;

• Convecção: Transferência de calor em um fluído que ocorre em virtude de


um deslocamento de massa do próprio fluido;

• Radiação: Transmissão de calor por meio de ondas eletromagnéticas.

Tipos de calor: Quando se fornece uma quantidade de calor capaz apenas


de gerar variação de temperatura em um corpo, essa quantidade de energia é
chamada de calor sensível. Quando a quantidade de calor transmitida gera mu -
dança de estado físico, ela é denominada de calor latente.

Transferência de calor

Ao realizarmos um determinado experimento, o calor pode se propagar de


três diferentes formas: convecção, condução e irradiação.

Quando o material está no estado líquido ou gasoso irá transferir calor por
convecção, esse processo consiste na propagação de calor por correntes quentes
e frias que sobem e descem, como se vê, a matéria em movimento é que realiza a
distribuição de calor. Quando colocamos um líquido para ferver ele entra em ebuli -

11
Termodinâmica

ção quando o calor é distribuído por igual em toda a parte líquida, a água entra
em movimento e distribui o calor.

A transferência de calor por condução ocorre, por exemplo, em metais como


o alumínio, cobre e ferro. Quando o metal é aquecido as partículas que o compõe
ficam agitadas e transferem calor a todas as partículas que constituem o material.
E não é preciso que as moléculas se movimentem para que esta transmissão ocor -
ra, os metais são bons condutores de calor.

Considere que você está próximo de uma lareira acesa, seu corpo recebe ca -
lor proveniente do fogo sem ter que precisamente tocá-lo, é mágica? Não, é a
energia na forma de radiação. Como exemplo temos o maior fenômeno de todas
as manhãs, que ilumina e aquece nosso planeta, o Sol. O calor solar é responsável
pela vida na Terra, se não existisse a transferência de calor deste astro morrería -
mos congelados.

A irradiação ocorre de um corpo emissor para um receptor, no caso do sol,


ele é o emissor de calor e nós somos os receptores. Esta energia é denominada de
energia radiante, se propaga no espaço e é transferida por ondas eletromagnéti -
cas.

Regime estacionário ou permanente

Quando o calor transmitido em um sistema não depende do tempo. A tempe -


ratura ou fluxo de calor mantém-se inalterado ao longo do tempo na transferência
através de um meio, embora estes variam de uma posição a outra.

Regime transiente

Quando a temperatura varia com o tempo e a posição, portanto varia a ener-


gia interna e ocorre armazenamento de energia.

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Termodinâmica

Transferência de calor multidimensional

Depende da magnitude da transferência de calor em diferentes direções e


exatidão desejada.

Distribuição de temperatura Tridimensional:

Transferência de calor bidimensional em uma barra retangular:

Transferência de calor unidimensional através do vidro de uma janela T(x),


através de uma tubulação de água quente T(r):

Condução

Processo pelo qual o calor é transmitido de uma região de maior temperatura


para outra de menor temperatura dentro de um meio estacionário (sólido ou flui -
do) ou entre meios diferentes em contato físico.

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Termodinâmica

Deve-se à interação molecular ou atômica entre partículas mais e menos


energéticas, dependendo se fluido (gás ou líquido) ou sólido.

Equação da transferência de calor por condução: Lei de Fourier

Fundamentos de convecção e radiação

CONVECÇÃO: Mecanismo de transferência de energia entre uma superfície


sólida e um fluido (líquido ou gás) adjacente em movimento, quando estão a dife-
rentes temperaturas.

• Envolve efeitos combinados de condução e de movimento de um fluido.

• A presença do movimento macroscópico do fluido intensifica a transferência


de calor.

• Na ausência deste movimento, só há condução.

Convecção forçada

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Termodinâmica

Convecção com Mudança de fase

Movimento induzido pelas bolhas ou gotículas de líquido.

Taxa de transferência de calor por convecção: “Lei “de resfriamento


de Newton

A = área da superfície onde ocorre a troca por convecção, m 2 ou ft2

Ts = Temperatura da superfície, ºC ou K

T∞ = Temperatura do fluido longe da influência da superfície, ºC ou K

ΔT = variação de temperatura, ºC ou K

h = coeficiente de transferência de calor por convecção, W/m2°C=W/m2K ou


Btu/ft2h°F

h NÃO é uma propriedade do fluido Parâmetro determinado experimentalmen-


te, cujo valor depende:

• geometria da superfície: escoamento interno, externo e rugosidade da su-


perfície

• natureza do escoamento:velocidade (laminar ou turbulento) e temperatura

• propriedades do fluido

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Termodinâmica

Radiação

Energia emitida pela matéria sob a forma de ondas eletromagnéticas como re -


sultado da atividade molecular e atômica.

• Não exige a presença de um meio interveniente

• Transferência mais rápida e não sofre atenuação no vácuo

Radiação térmica

Forma de radiação emitida pelos corpos em função de sua temperatura.

Todos os corpos a uma temperatura superior a 0 K emitem radiação térmica.

A radiação emitida é função do e aumenta com a temperatura

A radiação emitida pelo sol (corpo negro a 5780 K) alcança seu pico na região
do visível do espectro

A radiação incidente na superfície de um corpo penetra no meio, podendo


ser mais ou menos atenuada.

Metais, madeiras e rochas: são opacos à radiação térmica. Radiação absorvi -


da na superfície aumenta sua temperatura e logo a superfície pode emitir (fenô -
meno de superfície).

Fenômeno de superfície: apenas a radiação emitida pelas moléculas na super -


fície pode escapar do sólido.

Vidro, água : são semi-transparentes à radiação. Permitem a penetração da


radiação visível, mas são praticamente opacos à radiação IV.

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Termodinâmica

Vácuo ou ar atmosférico: a radiação se propaga sem nenhuma atenuação. São


transparentes à radiação térmica.

Radiação emitida

A taxa máxima de radiação, q, que pode ser emitida a partir de uma super-
fície a Ts é dada pela lei de Stefan-Boltzmann.

Corpo negro

Perfeito emissor e absorvedor de radiação.

A radiação emitida pelas SUPERFÍCIES REAIS é menor.

A taxa na qual uma superfície absorve radiação é:

a - propriedade absortividade Fração de radiação incidente sobre uma super-


fície.

O fluxo de radiação incidente sobre uma superfície de todas as direções é de-


nominado IRRADIAÇÃO.

G (W/m 2)

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Termodinâmica

Conforme o tipo de superfície, se tem:

Absortividade:

Refletividade:

Transmissividade:

Para superfícies opacas a parcela da radiação incidente não absorvida é refle-


tida:

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Termodinâmica

Taxa líquida de transferência de calor por radiação entre duas superfícies, de -


pende:

• propriedades das superfícies

• orientações de uma em relação às outras

• da interação no meio entre as superfícies com radiação

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Termodinâmica

Exercícios

Questão 1) Um cilindro com êmbolo móvel contém um gás à pressão de


4,0.104N/m2. Quando é fornecido 6 kJ de calor ao sistema, à pressão constante, o
volume do gás sofre expansão de 1,0.10 -1m3. Determine o trabalho realizado e a
variação da energia interna nessa situação.

Questão 2) (Adaptado do ENEM 2011) Um motor só poderá realizar trabalho


se receber uma quantidade de energia de outro sistema. No caso, a energia arma -
zenada no combustível é, em parte, liberada durante a combustão para que o
aparelho possa funcionar. Quando o motor funciona, parte da energia convertida
ou transformada na combustão não pode ser utilizada para a realização de traba -
lho. Isso quer dizer que há vazamento da energia em outra forma.

De acordo com o texto, as transformações de energia que ocorrem durante o


funcionamento do motor são decorrentes da:
a) liberação de calor dentro do motor ser impossível.
b) realização de trabalho pelo motor ser incontrolável.
c) conversão integral de calor em trabalho ser impossível.
d) transformação de energia térmica em cinética ser impossível.
e) utilização de energia potencial do combustível ser incontrolável.

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Termodinâmica

Gabarito

Questão 1)

Resposta correta: o trabalho realizado é de 4000 J e a variação da energia in -


terna é de 2000 J.

Dados:

P = 4,0.104 N/m2
Q = 6KJ ou 6000 J
ΔV = 1,0.10-1 m3
T = ? ΔU = ?
1ª Etapa: Calcular o trabalho com os dados do problema.
T = P. ΔV
T = 4,0.104. 1,0.10-1
T = 4000 J
2ª Etapa: Calcular a variação da energia interna com o novo dado.
Q = T + ΔU
ΔU = Q - T
ΔU = 6000 - 4000
ΔU = 2000 J
Portanto, o trabalho realizado é de 4000 J e a variação da energia interna é de
2000 J.

Questão 2)

Alternativa correta: c) conversão integral de calor em trabalho ser impossível.

Como visto anteriormente, o calor não pode ser totalmente convertido em tra -
balho. Durante o funcionamento do motor parte da energia térmica se perde, sen -
do transferida para o meio externo.

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Termodinâmica

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Transferência de massa

Transferência de massa

MÉRITO
Apostilas 1
Transferência de massa

A transferência de massa é o processo de transporte onde existe a migração


de uma ou mais espécies químicas em um dado meio, podendo esse ser sólido,
líquido ou gasoso. O transporte das espécies químicas pode ser feito por dois me-
canismos: difusão e/ou convecção. A difusão deve-se à diferença de potenciais
químicos das espécies, ou seja, à diferença de concentrações entre dois locais
num dado sistema. A convecção deve-se às condições de escoamento de um sis -
tema, por exemplo, líquido em movimento sobre uma placa.

Alguns exemplos de aplicação deste fenômeno são o endurecimento de aços,


o tempo total para ocorrer uma dada reação química em um leito reativo e a ope -
ração de filtragem utilizando membranas.

Exemplo de transferência de massa: quando comemos muito sal, o meio fora


da célula fica com sal em excesso e pouca água, enquanto dentro da célula está
cheio de água. Então, note que a água saiu de uma região que tinha muita água e
foi pra outra região que tinha pouca água.

Sendo assim, o que move a transferência de massa é um gradiente de con-


centração. Sempre que tiver um gradiente de concentração a tendência é ocorrer
a transferência de massa da região que tem maior concentração para a região
que tem menor concentração.

Mecanismos de Transferência de Massa

Existem alguns mecanismos de transferência de massa, os dois principais


são: difusão e convecção.

Difusão

A difusão é o mecanismo de transferência de massa que ocorre a nível mole -


cular e está associado ao movimento aleatório das moléculas.

2
Transferência de massa

É estranho falar que a transferência de massa é um processo que tem direção


definida, sempre da maior concentração para a menor concentração, e ao mesmo
tempo dizer que o mecanismo de difusão é devido ao movimento aleatório das
moléculas.

Dizemos que o mecanismo de difusão se deve ao movimento aleatório intrín-


seco das moléculas porque não tem nenhuma ação externa que faça com que as
moléculas se direcionem para a região de menor concentração, elas apenas se
movimentam aleatoriamente e acabam se direcionando para essa região.

Convecção

Ao contrário da difusão, a convecção é o mecanismo de transferência de mas -


sa devido à um movimento de todo o sistema causado por uma ação externa.

Imagine que você tem um copo com a água até a metade, mais ou menos, e
você pinga uma gotinha de corante ali dentro.

O que acontece inicialmente é que o topo da coluna de água vai ter uma con -
centração maior de corante do que o fundo. Aos poucos o corante começa a se di-
recionar para o fundo, devido ao movimento aleatório das moléculas de corante,
mostrando a transferência de massa por difusão.

Agora, se pegarmos uma colher e mexer o que vai acontecer é que tudo vai
se homogeneizar mais rapidamente, ou seja, as moléculas de corante vão migrar
para as regiões de menor concentração até que não haja mais diferença de con -
centração e isso por causa de uma ação externa ao sistema que você fez, mos -
trando a transferência de massa por convecção.

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Transferência de massa

A transferência de massa sempre vai acontecer enquanto tivermos um gradi-


ente de concentração, e o quanto de massa está sendo transferido pode ser quan -
tificado através de um fluxo ou uma taxa. Além disso, outra coisa que vai ser im -
portante é a velocidade com que essas moléculas estão indo de um lugar pro ou -
tro.

Vazão volumétrica

Quando falamos em vazão volumétrica, falamos da medição do volume de


fluídos que passam por uma área específica em um período de tempo específico.

Além disso, precisamos lembrar que existem variáveis externas, como a tem -
peratura, que podem afetar o volume. Sendo assim, pode ser necessário acres-
centar essas variáveis externas neste cálculo.

Medimos a vazão volumétrica utilizando unidades como metros cúbicos por


segundo e hora (m³ / s, m³ / h) ou litros por segundo e hora (l / s, l / h).

Você pode calculá-lo usando a velocidade do fluxo e a seção transversal de


um tubo ou o volume conhecido ao longo do tempo.

Equações:

Qv = v x A

• Qv = Vazão volumétrica

• v = Velocidade da vazão

• A = área da seção transversal

Qv = V/t

• Qv = Vazão volumétrica

• V = Volume

• t = Tempo

4
Transferência de massa

Vazão mássica

Quando temos fluídos voláteis, isto quer dizer que eles se expandem facil -
mente com a mudança de temperatura. Precisamos utilizar o cálculo para vazão
mássica, ao invés da vazão volumétrica, já que ela fornece uma medida mais pre -
cisa.

Desta forma, podemos dizer que a vazão mássica é responsável por medir a
massa de um fluído ou o gás que passa por uma área em um período de tempo
específico.

Quando falamos de vazão mássica, a unidade padrão é quilogramas por se -


gundo (k/s). Você pode calculá-lo com a velocidade do fluxo e a densidade do fluí -
do ou ainda, com a massa do fluído ao longo do tempo.

Equações:

Qm = ρ x v x A

• Qm = vazão mássica

• ρ = densidade

• v = velocidade da vazão

• A = área da seção transversal

Qm = m/t

• Qm = vazão mássica

• m = massa do fluído

• t = tempo

Número de Reynolds

Em mecânica dos fluídos, utilizamos Reynolds para determinar o perfil da va -


zão. Por exemplo, é possível determinar se a vazão é uma vazão laminar ou vazão
turbulenta, mas isso depende de diversos fatores.

5
Transferência de massa

Quando o número de Reynolds é menor que 2300, indica que temos uma va -
zão laminar, ou seja, quando maior que 4000 o perfil de vazão é um perfil turbu-
lento.

Existem alguns medidores de vazão que precisam de um número mínimo de


Reynolds para medir, como os medidores de vazão do tipo Vortex. Outro ponto
muito relevante dos números de Reynolds é que ele pode dizer as chances de ca -
vitação em seu processo.

Equações:

• DH = Diâmetro hidráulico do tubo (m)

• Q = Vazão volumétrica (m 3/s)

• A = Área transversal (m 2)

• u = Velocidade média do fluído (m/s)

• μ = Velocidade dinâmica do fluido (Pa·s = N·s/m 2 = kg/(m·s))

• ν (nu) = viscosidade cinemática (ν = μ/ρ) (m 2/s)

• ρ = densidade do fluído (kg/m 3)

CONCEITOS RELEVANTES
Difusividade

Difusividade é a capacidade que as substâncias possuem de se misturar. Pode


ser dividida em difusividade molecular e difusividade convectiva. A primeira ocor -
re quando não há ação (mecânica) para prover a difusão. Exemplo: açúcar em
uma xícara de café, se não houver agitação o açúcar se dissolverá mas isso levará
muito tempo. A segunda ocorre quando há forças que contribuem para essa disso -
lução.

6
Transferência de massa

Viscosidade

Viscosidade é a propriedade física que caracteriza a resistência de um fluido


ao escoamento, isto é, ao transporte microscópico de quantidade de movimento
por difusão molecular. Ou seja, quanto maior a viscosidade, menor será a veloci -
dade com que o fluido se movimenta.

Fluxo

Em física, fluxo de uma grandeza física através de uma superfície possui dois
significados distintos, dependendo do tipo de fenômeno a que se refere. A princi -
pal diferença matemática entre os dois usos é o tipo de grandeza que se obtém.

No contexto de Eletromagnetismo, o fluxo é uma grandeza escalar, que des -


creve a intensidade da atuação de um campo através de uma superfície arbitrária;

No contexto de fenômenos de transporte, como transferência de calor e difu -


são, fluxo é uma grandeza vetorial, que descreve a magnitude e direção do fluxo
de uma substância ou propriedade.

Potência motriz

Em termodinâmica, potência motriz (algumas vezes força motriz) é um agen-


te, como água ou vapor, usado para transmitir movimento. Geralmente, a potên -
cia motriz é definida como um agente natural, como água, vapor, vento, eletrici -
dade, etc, usado para transmitir movimento para Máquina. O termo também pode
definir alguma coisa, como uma locomotiva ou um motor, que fornece a potência
motriz de um sistema. No uso atual, potência motriz pode ser pensada como um
sinônimo para qualquer um "trabalho", i.e. força vezes a distância, ou "potência",
produzindo um efeito de movimento, dependendo do contexto da discussão.

7
Transferência de massa

Anotações:
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BLOCO III

MÉRITO
Apostilas 1
Raciocínio lógico para resolução de problemas elementares

Raciocínio lógico para resolução de


problemas elementares

MÉRITO
Apostilas 1
Raciocínio lógico para resolução de problemas elementares

Raciocínio lógico é um processo de estruturação do pensamento de acordo com as


normas da lógica que permite chegar a uma determinada conclusão ou resolver um
problema.

O raciocínio lógico está ligado a conceitos de filosofia, como o da lógica aristotélica


e também a conceitos da matemática.

Esses conceitos existem para organizar e clarear situações cotidianas. Ajudam a


preparar nossa mente para enfrentar problemas de forma mais rápida.

A utilização dessa forma de raciocínio está muito ligada à nossa capacidade de


escrita, leitura e resolução de problemas a partir de informações dadas em
determinado contexto.

Pode ser resumido em três habilidades principais:

• Interpretação de problemas;

• Escrita com propriedade;

• Identificação de soluções.

Raciocínio lógico-matemático

O raciocínio lógico matemático ou quantitativo é o raciocínio usado para a


resolução de alguns problemas e exercícios matemáticos. Esses exercícios são
frequentemente usados no âmbito escolar, através de problemas matriciais,
geométricos e aritméticos, para que os alunos desenvolvam determinadas
aptidões. Este tipo de raciocínio é bastante usado em áreas como a análise
combinatória.

O raciocínio lógico-matemático auxilia na resolução de problemas lógicos


envolvendo as funções executivas como atenção, organização e memória.

Conceitos importantes para aprender raciocínio lógico-matemático:

Proposição

É um conteúdo ou enunciado que pode ser tomado como verdadeiro ou falso.

2
Raciocínio lógico para resolução de problemas elementares

Argumento

É um conjunto de conteúdos ou enunciados que estão relacionados entre si (o


raciocínio lógico propriamente dito).

Premissa

É a informação essencial (ou conjunto de informações), que serve de base para o


argumento.

Conclusão

É o resultado da relação lógica entre as premissas, a proposição final do


argumento.

Tabela Verdade

É uma ferramenta que ajuda a identificar se a relação entre grupos de proposições


é falsa ou verdadeira.

Permite uma análise rápida e simplificada das questões, seguindo os passos:

• Identificar os elementos no enunciado;

• Montar uma tabela colocando uma coluna para cada elemento;

• Ler e interpretar casa informação no enunciado;

• Marcar as informações de cada alternativa na tabela.

Com esses conceitos você conseguirá entender as explicações em qualquer


material que encontrar sobre raciocínio lógico e matemático, além de conseguir
resolver aqueles problemas de lógica nas revistas de palavras cruzadas.

3
Raciocínio lógico para resolução de problemas elementares

Como estudar Raciocínio Lógico e Matemático?

O primeiro passo para aprender raciocínio lógico-matemático é revisar


matemática básica, relembrar assuntos como conjuntos, funções e símbolos.

Depois reveja as fórmulas e regras matemáticas, já que elas serão muito utilizadas
nas questões que você precisará resolver.

Quando estiver começando a resolver exercícios, lembre-se de sempre resumir as


questões, monte quadros como a tabela verdade, faça símbolos, rabisque o
máximo possível pois isso ajuda a sua mente a começar a treinar a forma de
raciocínio necessária.

Lógica das proposições

É o conceito mais elementar da lógica, pautada na apreciação de sentenças, que


podem ser feitas por meio de números, símbolos ou palavras. O conteúdo pode ou
não ser verdadeiro.

Um exemplo básico é “ o Sol é menor do que a Terra ”. Essa é a proposição, cuja


lógica está pautada no tamanho, já calculado, dos dois elementos.

Teoria de conjuntos

Estuda as coleções de elementos relacionados por símbolos matemáticos. É uma


matéria vista nas aulas de matemática, parece muito familiar e fácil, mas pode
causar confusão, por isso é preciso estudar com muita calma os símbolos.

Um exemplo é “A∪B={x:x∈A ou x∈B}” e o raciocínio a ser seguido é “se um


elemento x pertencer a união de A com B, então x pertence a A ou pertence a B”.

Porcentagem

Esse assunto possui duas linhas de raciocínio: uma interpretativa e a outra formal.

4
Raciocínio lógico para resolução de problemas elementares

Normalmente as questões que envolvem porcentagem relacionam casos


concretos, o que exige interpretação de texto da sua parte. Você precisa saber
calcular porcentagem depois de conseguir entender o que a questão pede.

Análise combinatória

É a parte da matéria responsável pelas possibilidades e combinações. Você verá a


separação do conteúdo em grupos, de três formas: arranjos, permutações e
combinações.

Possibilita a realização de contagens de maneira mais eficiente e é um passo a mais


para você aprender probabilidade.

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Raciocínio lógico para resolução de problemas elementares

Anotações:
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Raciocínio lógico para resolução de problemas elementares

Exercícios
Exercício 1

Descubra a lógica e complete o próximo elemento:

a) 1, 3, 5, 7, ___

b) 2, 4, 8, 16, 32, 64, ____

c) 0, 1, 4, 9, 16, 25, 36, ____

d) 4, 16, 36, 64, ____

e) 1, 1, 2, 3, 5, 8, ____

f) 2,10, 12, 16, 17, 18, 19, ____

Exercício 2

(Enem) Jogar baralho é uma atividade que estimula o raciocínio. Um jogo


tradicional é a Paciência, que utiliza 52 cartas. Inicialmente são formadas sete
colunas com as cartas. A primeira coluna tem uma carta, a segunda tem duas
cartas, a terceira tem três cartas, a quarta tem quatro cartas, e assim
sucessivamente até a sétima coluna, a qual tem sete cartas, e o que sobra forma o
monte, que são as cartas não utilizadas nas colunas.

A quantidade de cartas que forma o monte é

a) 21.

b) 24.

c) 26.

d) 28.

e) 31.

7
Raciocínio lógico para resolução de problemas elementares

Gabarito
Exercício 1

Respostas:

a) 9. Sequência de números ímpares ou + 2 (1+2=3; 3+2=5; 5+2=7; 7+2=9)

b) 128. Sequência baseada na multiplicação por 2 (2x2=4; 4x2=8; 8x2=16...


64x2=128)

c) 49. Sequência baseada na soma em uma outra sequência de números ímpares


(+1, +3, +5, +7, +9, +11, +13)

d) 100. Sequência de quadrados de números pares (2 2, 42, 62, 82, 102).

e) 13. Sequência baseada na soma dos dois elementos anteriores: 1 (primeiro


elemento), 1 (segundo elemento), 1+1=2, 1+2=3, 2+3=5, 3+5=8, 5+8=13.

f) 200. Sequência numérica baseada em um elemento não numérico, a letra inicial


do número escrito por extenso: dois, dez, doze, dezesseis, dezessete, dezoito,
dezenove, duzentos.

É importante estar-se atento à possibilidades de mudanças de paradigma, no caso,


os números escritos por extenso, que não operam em uma lógica quantitativa
como os demais.

Exercício 2

Alternativa correta: b) 24

Para descobrir o número de cartas que sobraram no monte, devemos diminuir do


número total de cartas do número de cartas que foram utilizadas nas 7 colunas.

O número total de cartas utilizadas nas colunas é encontrado somando-se as


cartas de cada uma delas, deste modo, temos:

1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6 + 7 = 28

Fazendo a substração, encontramos: 52 - 28 = 24

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Estruturas Lógicas

Estruturas Lógicas (Estrutura lógica de


relações arbitrárias entre pessoas, lugares, objetos ou eventos fictícios)

MÉRITO
Apostilas 1
Estruturas Lógicas

Estrutura Lógica
Na lógica, uma estrutura (ou estrutura de interpretação) é um objeto que dá
significado semântico ou interpretação aos símbolos definidos pela assinatura de
uma linguagem. Uma estrutura possui diferentes configurações, seja em lógicas
de primeira ordem, seja em linguagens lógicas poli sortidas ou de ordem superior.

O tema “estruturas lógicas” se divide em:

• Proposições lógicas (lógica proposicional)

• Tabela verdade

• Conectivos lógicos

• Tautologia, Contradição e Contingência

Proposições lógicas (lógica proposicional)

Chama-se proposição toda oração declarativa que pode ser expressa de forma
afirmativa ou negativa, na qual atribuímos um dos valores lógicos verdadeiro (V)
ou falso (F), mas nunca para ambas. Também conhecida por sentença fechada.

Ex.:

• Paris é a capital da França – Sentença declarativa verdadeira, então damos o


valor lógico (V)

• 5 é um número par – Sentença declarativa falsa, então damos o valor lógico


(F)

• 5 + 5 = 11 – Sentença declarativa falsa, então damos o valor lógico (F)

As sentenças exclamativas, interrogativas, imperativas e abertas não são


proposições:

Ex.:

Que prova fácil! – Sentença exclamativa

Para onde você está indo? – Sentença interrogativa

Entre no carro agora! – Sentença imperativas

2
Estruturas Lógicas

Ele está nadando – Sentença aberta (sentença que não dá para identificar
se é V ou F)

Princípios que dominam as preposições:

Princípio da identidade: Uma proposição verdadeira será sempre verdadei-


ra e uma proposição falsa será sempre falsa.

Princípio da não contradição: Uma proposição não pode ser verdadeira e


falsa ao mesmo tempo.

Princípio do terceiro excluído: uma proposição ou será verdadeira, ou será


falsa, não há outra possibilidade.

Proposição simples

É formada por apenas uma proposição e têm apenas os valores lógicos verda-
deiro (V) e falso (F).

Proposição composta

As proposições compostas são formadas por duas ou mais proposições sim-


ples que são ligadas através de conectivos lógicos como “e” e “ou” por exemplo.

Ex.: Irei para a escola e ao teatro

Proposição simples 1= irei para a escola

Proposição simples 2= ao teatro

Proposição composta= Irei para a escola e ao teatro

Por causa dos conectivos conseguimos dar um valor lógico para a expressão.

As proposições compostas têm mais combinações de valores lógicos, pois de-


penderá da quantidade de proposições simples que a compõe.

Para atribuirmos os valores lógicos de proposição composta, devemos cons-


truir uma tabela verdade.

3
Estruturas Lógicas

Tabela verdade

Tabela verdade é uma tabela matemática usada no campo do raciocínio lógi -


co, para verificar se uma proposição composta é válida.

Vamos agora aprender como se constrói uma tabela verdade.

Para sabermos quantas linhas terá nossa tabela verdade é só pegar o algaris -
mo 2 e elevá-lo ao número de proposições simples.

Ex.:

1. Duas proposições simples: 2² = 4

2. Três proposições simples : 2³ = 8

Tabela verdade com duas proposições

Algarismo 2 elevado ao número de proposições que sabemos que são duas,


então:

2² = 4

Temos então 4 linhas nesta tabela verdade.

Na primeira coluna é só dividir o número de linhas por dois e colocar os valo -


res lógicos verdadeiro (V) e falso (F)

São 4 linhas, então 4/2 = 2 Ficará duas verdadeiras e duas falsas colocadas
simultaneamente

Na segunda coluna é só dividir o resultado da primeira por dois 2/2 = 1

Ficará uma verdadeira e uma falsa colocadas alternadamente.

4
Estruturas Lógicas

Tabela verdade com três proposições

É o mesmo processo:

Algarismo 2 elevado ao número de proposições que sabemos que são três, en-
tão:

2³ = 8

Temos então 8 linhas nesta tabela verdade.

Na primeira coluna é só dividir o número de linhas por dois e colocar os valo -


res lógicos verdadeiro (V) e falso (F).

São 8 linhas, então 8/2 = 4 Ficará quatro verdadeiras e quatro falsas coloca -
das alternadamente

Na segunda coluna é só dividir o resultado da primeira por dois 4/2 = 2 Ficará


duas verdadeiras e duas falsas colocadas alternadamente

Na terceira coluna é só dividir o resultado da segunda por dois 2/2 = 1

Ficará uma verdadeira e uma falsa colocada alternadamente.

5
Estruturas Lógicas

Conectivos lógicos

O conectivo lógico é um símbolo ou palavra que usamos para conectar duas


ou mais proposições para que elas sejam válidas, de modo que a proposição com -
posta formada dependa apenas das proposições que a originou. Por causa dos co -
nectivos conseguimos dar um valor lógico para esta proposição formada.

Só vai ser falsa se ambas forem falsas.


Se tiver uma verdadeira ou ambas
verdadeiras será verdadeiro

Negação (Conectivo ~ ou ¬)

Conectivo: “não”

Símbolo: ~ ou ¬

Esquema: ~p ou ¬p (não p)

Proposição p: O carro é amarelo

Proposição ~p: O carro não é amarelo

ou ~p : Não é verdade que o carro é amarelo

ou ~p : É falso que o carro é amarelo

6
Estruturas Lógicas

Tabela verdade:

O carro é amarelo (p)

Uma proposição: 2¹ = 2

Conjunção (conectivo “e”)

Conectivo “e” é denominado conjunção e seu símbolo é o acento circunflexo


“^”

O esquema é p ^ q (p e q)

Será verdadeira somente se todas as proposições forem verdadeiras

Ex.: Irei para a escola e ao teatro

p ^ q (p e q)

Tabela verdade:

Irei para a escola (p)

irei para ao teatro (q)

2 proposições = 2² = 4

A regra para conjunção é que a proposição resultante só será verdadeira se


todas as proposições simples forem verdadeiras.

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Estruturas Lógicas

Conectivo “ou” símbolo: v ou v

Temos dois tipos de disjunção, a disjunção inclusiva e a disjunção exclusiva.

• Disjunção inclusiva

Símbolo “v”

Conectivo “ou”

Esquema: p v q (p ou q)

Ex.: Como ou bebo

Embora tenha usado o conectivo ou, nada me impede de fazer as duas coisas,
ou seja, significa uma inclusão.

Tabela verdade

Proposição 1: como

Proposição 2: bebo

Tem duas proposições: 2² = 4

A proposição só será falsa se todas as proposições simples forem falsas.

• Disjunção exclusiva

Símbolo “v”

Conectivo “ou…ou”

Esquema: p v q (p ou q)

Ex.: Ou como ou bebo

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Estruturas Lógicas

Com a repetição do conectivo ou, ele exclui a possibilidade de fazer as duas


coisas, ou seja, significa uma exclusão.

Tabela verdade

Proposição 1: Ou como

Proposição 2: Ou bebo

Tem duas proposições: 2² = 4

A proposição só será verdadeira se uma das proposições simples for “F” (não
ocorrer) e a outra “V” (ocorrer), independentemente da ordem. Não pode aconte-
cer “V”(ocorre) ou “F”(não ocorrer) nos dois casos, caso aconteça a proposição re -
sultante desta operação será falsa.

Então, a diferença principal entre as duas disjunções é:

Disjunção inclusiva: Pode ocorrer uma ação ou ambas.

Disjunção exclusiva: Pode ocorrer somente uma ação.

9
Estruturas Lógicas

Condicional (conectivo “se…então”)

Símbolo “→”

Conectivo “se…então”

Esquema: p → q (se p então q)

Ele dá uma condição para que a outra proposição exista

Ex.: Se nasci em Minas Gerais, então sou mineiro

Tabela verdade:

Proposição 1: se nasci em Minas Gerais

Proposição 2: então sou mineiro

Tem duas proposições: 2² = 4

A condicional só será falsa se a proposição antecedente for verdadeira e a


proposição consequente for falsa.

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Estruturas Lógicas

Bicondicional (conectivo “…se e somente se…” )

Símbolo “↔”

Conectivo “…se e somente se…”

Esquema: p ↔ q (p se somente se q)

As proposições são equivalentes, ou seja, para ser verdadeira, ambas proposi-


ções têm que ser verdadeira ou ambas tem que ser falsa.

Tabela verdade:

Proposição 1: Pedro é enfermeiro

Proposição 2: Márcia é médica

Lê-se: Pedro é enfermeiro se e somente se Márcia é médica

Tem duas proposições: 2² = 4

11
Estruturas Lógicas

Tautologia, Contradição e Contingência


Classificação das proposições compostas:

Proposição composta são proposição que tem duas ou mais proposições sim -
ples

• Tautologia

• Contradição

• Contingência

Tautologia

Na lógica proposicional, a tautologia é uma proposição cujo valor lógico é


sempre verdadeiro para todas as variadas proposições.

A proposição (p ou não p) ficando assim, p ∨ (~p)

Onde:

Usa-se o conectivo “ou”

Símbolo: v lê-se “ou”

p: proposição p

~p: proposição não p

A proposição p ∨ (~p) é uma tautologia, pois o seu valor lógico é sempre


V(verdadeiro).

A tautologia normalmente é uma disjunção inclusiva.

Contradição

Contradição é uma proposição cujo valor lógico é sempre falso, ou seja, ao


contrário da tautologia.

A proposição (p e não p) ficando assim, p Λ (~p)

12
Estruturas Lógicas

Onde:

Usa-se o conectivo “e”

Símbolo: Λ lê-se “e”

p: proposição p

~p: proposição não p

A proposição p Λ (~p) é uma contradição, pois o seu valor lógico será sempre
F (falso).

A contradição normalmente é uma conjunção.

Contingência

Contingência é uma proposição cujo valor lógico pode ser verdadeiro ou falso,
ou seja, não é nem uma tautologia e nem uma contradição, é uma proposição in -
determinada.

A proposição (se p então ~p) ficando assim, p →(~p)

Onde:

Usa-se o conectivo “se…então”

Símbolo:→

p: proposição p

~p: proposição não p

A proposição p →(~p) é uma contingência, pois seu valor lógico pode ser ver-
dadeiro (V) ou falso (F).

A contingência normalmente é uma condicional. A maioria das proposições


compostas são contingências.

13
Estruturas Lógicas

EXERCÍCIOS

EXERCÍCIO 1

Ano: 2019 Banca: FUNDATEC Órgão: Prefeitura de Água Santa – RS

Define-se por contradição a operação lógica que assume como valores falsos
(F) para quaisquer valores das proposições componentes. Sendo assim, assinale a
alternativa que contém um caso de contradição.

A) p ^ ~p

B) p ^ ~q

C) pvq

D) p^q

E) pvq

EXERCÍCIO 2

Ano: 2019 Banca: Quadrix Órgão: CRA-PR

Sejam P1, P2 e C duas premissas e a conclusão, respectivamente, julgue o


item acerca da lógica da argumentação e dos diagramas lógicos.

O argumento P1 ∧ P2 → C a seguir é uma tautologia.

P1: Nem estudou, nem passou; P2: Estudou ou passou; C: Estudou se, e so-
mente se, passou.

( ) Certo

( ) Errado

14
Estruturas Lógicas

EXERCÍCIO 3

Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-ES

Considere a seguinte proposição: “Neste concurso, Pedro será aprovado ou


não será aprovado.”. Analisando segundo a lógica, essa afirmação é um exemplo
claro de:

A) contradição.

B) equivalência.

C) redundância.

D) repetição.

E) tautologia.

EXERCÍCIO 4

Ano: 2019 Banca: FUNDATEC Órgão: Prefeitura de Gramado – RS

Trata-se de um exemplo de tautologia a proposição:

A) Se dois é par então é verão em Gramado.

B) É verão em Gramado ou não é verão em Gramado.

C) Maria é alta ou Pedro é alto.

D) É verão em Gramado se e somente se Maria é alta.

E) Maria não é alta e Pedro não é alto.

15
Estruturas Lógicas

EXERCÍCIO 5

Ano: 2019 Banca: FUNDATEC Órgão: Prefeitura de Gramado – RS

A) Trata-se de um exemplo de contradição a proposição:

B) Dois é um número par e ímpar.

C) Gramado é uma cidade bonita se e somente se faz frio.

D) Maria é alta e Pedro é baixo.

E) Se dois é um número par então Maria é alta.

F) Se Pedro é baixo então Maria é alta.

EXERCÍCIO 6

Ano: 2019 Banca: FUNDATEC Órgão: UERGS

Trata-se de uma tautologia a proposição apresentada na alternativa:

A) Chove e faz frio.

B) Pedro estuda ou não estuda na Uergs.

C) Se é verão então faz calor.

D) Maria é alta e gosta de estudar.

E) Jorge estuda ou joga futebol.

16
Estruturas Lógicas

GABARITO

RESPOSTA DA QUESTÃO 1 LETRA A

RESPOSTA DA QUESTÃO 2 CERTO

RESPOSTA DA QUESTÃO 3 LETRA E

RESPOSTA DA QUESTÃO 4 LETRA B

RESPOSTA DA QUESTÃO 5 LETRA A

RESPOSTA DA QUESTÃO 6 LETRA B

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Estruturas Lógicas

Anotações:
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Teoria dos Conjuntos

Teoria dos Conjuntos

MÉRITO
Apostilas 1
Teoria dos Conjuntos

A teoria dos conjuntos é a teoria matemática capaz de agrupar elementos.

Dessa forma, os elementos (que podem ser qualquer coisa: números, pessoas,
frutas) são indicados por letra minúscula e definidos como um dos componentes
do conjunto.

Exemplo: o elemento “a” ou a pessoa “x”

Assim, enquanto os elementos do conjunto são indicados pela letra minúscu -


la, os conjuntos, são representados por letras maiúsculas e, normalmente, dentro
de chaves ({ }).

Além disso, os elementos são separados por vírgula ou ponto e vírgula, por
exemplo:

A = {a,e,i,o,u}

Diagrama de Euler-Venn

No modelo de Diagrama de Euler-Venn (Diagrama de Venn), os conjuntos são


representados graficamente:

Relação de Pertinência

A relação de pertinência é um conceito muito importante na "Teoria dos Con -


juntos".

Ela indica se o elemento pertence (e) ou não pertence (ɇ) ao determinado


conjunto, por exemplo:

D = {w,x,y,z}

Logo,

w e D (w pertence ao conjunto D)

j ɇ D (j não pertence ao conjunto D)

2
Teoria dos Conjuntos

Relação de Inclusão

A relação de inclusão aponta se tal conjunto está contido (C), não está con-
tido (Ȼ) ou se um conjunto contém o outro (Ɔ), por exemplo:

A = {a,e,i,o,u}

B = {a,e,i,o,u,m,n,o}

C = {p,q,r,s,t}

Logo,

A C B (A está contido em B, ou seja, todos os elementos de A estão em B)

C Ȼ B (C não está contido em B, na medida em que os elementos do conjun -


tos são diferentes)

B Ɔ A (B contém A, donde os elementos de A estão em B)

Conjunto Vazio

O conjunto vazio é o conjunto em que não há elementos; é representado


por duas chaves { } ou pelo símbolo Ø. Note que o conjunto vazio está contido
(C) em todos os conjuntos.

União, Intersecção e Diferença entre Conjuntos

A união dos conjuntos, representada pela letra (U), corresponde a união


dos elementos de dois conjuntos, por exemplo:

A = {a,e,i,o,u}

B = {1,2,3,4}

Logo,

AB = {a,e,i,o,u,1,2,3,4}

3
Teoria dos Conjuntos

A intersecção dos conjuntos, representada pelo símbolo (∩), corresponde


aos elementos em comum de dois conjuntos, por exemplo:

C = {a, b, c, d, e} ∩ D = {b, c, d}

Logo,

CD = {b, c, d}

A diferença entre conjuntos corresponde ao conjunto de elementos que es-


tão no primeiro conjunto, e não aparecem no segundo, por exemplo:

A = {a, b, c, d, e} - B={b, c, d}

Logo,

A-B = {a,e}

Igualdade dos Conjuntos

Na igualdade dos conjuntos, os elementos de dois conjuntos são idênticos,


por exemplo nos conjuntos A e B:

A = {1,2,3,4,5}

B = {3,5,4,1,2}

Logo,

A = B (A igual a B).

4
Teoria dos Conjuntos

Conjuntos Numéricos

Os conjuntos numéricos são formados pelos:

• Números Naturais: N = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12...}

• Números Inteiros: Z = {..., -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3...}

• Números Racionais: Q = {..., -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3,4,5,6...}

• Números Irracionais: I = {..., √2, √3, √7, 3, 141592…}

• Números Reais (R): N (números naturais) + Z (números inteiros) + Q (núme-


ros racionais) + I (números irracionais)

5
Teoria dos Conjuntos

Anotações:
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Números naturais

Números naturais

MÉRITO
Apostilas 1
Números naturais

Os Números Naturais N = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12...} são números


inteiros positivos (não-negativos) que se agrupam num conjunto chamado de N,
composto de um número ilimitado de elementos. Se um número é inteiro e
positivo, podemos dizer que é um número natural.

Quando o zero não faz parte do conjunto, é representado com um asterisco ao


lado da letra N e, nesse caso, esse conjunto é denominado de Conjunto dos
Números Naturais Não-Nulos: N* = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9...}.

• Conjunto dos Números Naturais Pares = {0, 2, 4, 6, 8...}

• Conjunto dos Números Naturais Ímpares = {1, 3, 5, 7, 9...}

O conjunto de números naturais é infinito. Todos possuem um antecessor (número


anterior) e um sucessor (número posterior), exceto o número zero (0). Assim:

• o antecessor de 1 é 0 e seu sucessor é o 2;

• o antecessor de 2 é 1 e seu sucessor é o 3;

• o antecessor de 3 é 2 e seu sucessor é o 4;

• o antecessor de 4 é 3 e seu sucessor é o 5.

Cada elemento é igual ao número antecessor mais um, exceptuando-se o zero.


Assim, podemos notar que:

• o número 1 é igual ao anterior (0) + 1 = 1;

• o número 2 é igual ao anterior (1) + 1 = 2;

• o número 3 é igual ao anterior (2) + 1 = 3;

• o número 4 é igual ao anterior (3) + 1 = 4.

2
Números naturais

A função dos números naturais é contar e ordenar. Nesse sentido, vale lembrar
que os homens, antes de inventarem os números, tinham muita dificuldade em
realizar a contagem e ordenação das coisas.

De acordo com a história, essa necessidade começou com a dificuldade


apresentada pelos pastores dos rebanhos em contarem suas ovelhas.

Assim, alguns povos antigos, desde os egípcios, babilônios, utilizaram diversos


métodos, desde acumular pedrinhas ou marcar as ovelhas.

Sucessor

O conjunto dos números naturais é formado apenas por números inteiros e não
contém números repetidos, por isso, é possível escolher, entre dois números
naturais distintos, aquele que é maior e aquele que é menor. Quando um número
natural x é maior do que um número natural y em uma unidade, dizemos que x é
sucessor de y. Assim:

x é sucessor de y se x + 1 = y

Se olharmos na lista dos números naturais, colocada em ordem crescente, o


sucessor de um número natural n é sempre o próximo número à sua direita. Logo:

O sucessor de 7 = 8

O sucessor de 20 = 21

etc.

Todo número natural possui sucessor, assim, o sucessor do zero é 1, o sucessor de


1é2…

3
Números naturais

Essa característica garante que, independentemente do número natural escolhido,


e por maior que ele seja, sempre existirá um número natural uma unidade maior
que ele. Portanto, o conjunto dos números naturais é infinito.

Antecessor

Quando um número natural x é menor que um número natural y em uma unidade,


dizemos que x é o antecessor de y. Assim:

x é antecessor de y se x – 1 = y

Olhando a lista de números naturais em ordem crescente, verificamos que o


antecessor de um número natural n é o número à sua esquerda. Logo:

O antecessor de 7 = 6

O antecessor de 20 = 19

etc.

Nem todo número natural possui antecessor. Na realidade, apenas o zero não
possui, pois ele é o primeiro número natural e também porque 0 – 1 = – 1, que não
é um número natural. Assim sendo, concluímos que o conjunto dos números
naturais é limitado.

É possível que um conjunto seja limitado e infinito ao mesmo tempo. O conjunto


dos números naturais é limitado inferiormente pelo zero, mas ilimitado
superiormente e, por isso, é infinito.

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Números naturais

Anotações:
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Números naturais

Exercícios
Exercício 1

Marque apenas os números naturais dos números listados a seguir:

A) 0

B) 1

C) 2

D) 0,43

E) –1

F) – 0,59

G) 78.765

Exercício 2

(Concurso/ Pref. de Itaboraí) O quociente entre dois números naturais é 10.


Multiplicando-se o dividendo por 5 e reduzindo o divisor à metade, o quociente da
nova divisão será:

a) 2

b) 5

c) 25

d) 50

e) 100

6
Números naturais

Gabarito
Exercício 1

O conjunto dos números naturais é constituído por números estritamente


positivos que não possuem vírgula, logo os números naturais da lista são:

B) 1

C) 2

G) 78.765

Exercício 2

Resposta: Alternativa e)

De acordo com o enunciado, o quociente (divisão) entre dois números naturais é


10. Como ainda não sabemos quais são esses números, vamos nomeá-los por m e
n, então:

Agora, multiplicando o dividendo por 5 e reduzindo o divisor à metade, temos:

Realizando a divisão de fração e substituindo o valor de m, teremos:

7
Números racionais

Números racionais

MÉRITO
Apostilas 1
Números racionais

Número racional é todo número que pode ser representado como uma fração
irredutível.

Um número racional pode ser representado a partir de uma fração, por isso
existem métodos para transformar números inteiros, números decimais exatos e
dízimas periódicas em frações.

Observe que o conjunto dos números racionais, representado por , contém o


conjunto dos números inteiros, que por sua vez contém o conjunto dos números
naturais, ou seja, .

Figura 1: Representação dos


conjuntos Naturais, Inteiros,
Racionais.

O conjunto dos números racionais pode ser representado por:

Exemplos de Números Racionais

Números Inteiros

Números Decimais Exatos

2
Números racionais

Números Periódicos (Dízimas periódicas)

Não são números racionais:

• As dízimas não periódicas, por exemplo: 4,1239489201…;

• As raízes não exatas, por exemplo: ;

• A raiz quadrada de números negativos, por exemplo: .

Observação: A existência de números não racionais faz com que surjam outros
conjuntos, como o dos números irracionais e o dos números complexos.

Representação dos números racionais


Números inteiros

Existem infinitas possibilidades para a representação de um número inteiro como


uma fração, já que uma fração pode ser representada na forma irredutível ou não.

Decimais exatos

Para transformar um número decimal exato em uma fração, contamos a


quantidade de números que há na sua parte decimal, ou seja, depois da vírgula. Se
houver um número após a vírgula, escreveremos a parte inteira mais a parte
decimal sem a vírgula sobre 10. Se houver dois números na parte decimal sobre
100, na prática, a quantidade de números na parte decimal será a quantidade de
zeros que teremos no denominador. Veja o exemplo:

3
Números racionais

Dízimas periódicas

As dízimas periódicas são números decimais periódicos, ou seja, apresentam um


ou mais algarismos que se repetem na mesma ordem infinitamente. O algarismo
que se repete é chamado de período.

Encontrar a representação fracionária de uma dízima nem sempre é uma tarefa


fácil, o que chamamos de fração geratriz. Para facilitar esse trabalho, foi
observado que, na equação que utilizamos para encontrar a fração geratriz,
existem regularidades, o que permitiu o desenvolvimento de um método prático.

Em primeiro lugar, precisamos entender que existem dois tipos de dízima


periódica, a simples e a composta.

A dízimas são chamadas de simples quando apresentam a parte inteira e após a


vírgula apenas algarismos que se repetem.

São exemplos de dízimas periódicas simples:

0,34343434... → parte inteira igual a 0 e período igual a 34

1,222222... → parte inteira igual a 1 e período igual a 2

234,193193193... → parte inteira igual a 234 e período igual a 193

Já as dízimas periódicas compostas possuem a parte inteira e depois da vírgula


algarismos que não se repetem, além dos algarismos que se repetem.

São exemplos de dízimas compostas:

3,125555... → parte inteira igual a 3, parte não periódica igual a 12 e período


igual a 5.

1,7863333... → parte inteira igual a 1, parte não periódica igual a 786 e período
igual a 3.

11,2350505050... → parte inteira igual a 11, parte não periódica igual a 23 e


período igual a 50.

4
Números racionais

Fração geratriz

Como vimos, as dízimas periódicas são números racionais e para encontrar a


fração geratriz de uma dízima podemos aplicar um método prático.

Se o número for uma dízima simples, devemos colocar no numerador um número


formado pelos algarismos inteiros e o período, menos os algarismos inteiros, sem a
vírgula. Já no denominador, colocamos um número formado por "noves".

A quantidade de "noves" dependerá de quantos algarismos formam o período da


dízima. Por exemplo, na dízima 3,1717... o período é composto por 2 algarismos
(17), assim, o denominador será igual a 99.

Se a dízima for composta, o numerador será encontrado fazendo a subtração do


número formado pelos algarismos da parte inteira, os algarismos que não se
repetem e o período (sem a vírgula) e o número formado pela parte inteira e a que
não se repete, também sem a vírgula.

No denominador, também colocamos tantos noves quanto forem os algarismos do


período, entretanto, temos que adicionar zeros de acordo com o número de
algarismos que não se repetem na parte decimal.

Exemplo:

Encontre a fração geratriz das dízimas indicadas abaixo:

a) 4,5555...

b) 7,38282...

Solução

a) O número 4,555... é uma dízima periódica simples. Neste caso, no denominador


teremos apenas um algarismo nove, pois o seu período apresenta um único
algarismo (5). Assim, fração será igual a:

5
Números racionais

b) Como 7,38282... é uma dízima periódica composta, teremos no denominador o


número 990, pois o período é formado por 2 algarismos (82) e temos apenas 1
algarismo que não se repete na parte decimal (3).

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Números racionais

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Números racionais

Exercícios
Exercício 1

Enem (PPL) - 2014

Um estudante se cadastrou numa rede social na internet que exibe o índice de


popularidade do usuário. Esse índice é a razão entre o número de admiradores do
usuário e o número de pessoas que visitam seu perfil na rede. Ao acessar seu perfil
hoje, o estudante descobriu que seu índice de popularidade é 0,3121212...

O índice revela que as quantidades relativas de admiradores do estudante e


pessoas que visitam seu perfil são

a) 103 em cada 330.

b) 104 em cada 333.

c) 104 em cada 3 333.

d) 139 em cada 330.

e) 1 039 em cada 3 330.

8
Números racionais

Gabarito
Exercício 1

Para encontrar as quantidades relativas de admiradores e pessoas que visitaram o


perfil do estudante, precisamos conhecer a fração geratriz da dízima periódica
composta indicada.

Usando a regra prática, temos:

Alternativa: a)

9
Números Reais

Números Reais

MÉRITO
Apostilas 1
Números Reais

Chamamos de Números Reais o conjunto de elementos, representado pela le-


tra maiúscula R, que inclui os:

• Números Naturais (N): N = {0, 1, 2, 3, 4, 5,...}

• Números Inteiros (Z): Z= {..., -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3,...}

• Números Racionais (Q): Q = {...,1/2, 3/4, –5/4...}

• Números Irracionais (I): I = {...,√2, √3,√7, 3,141592.…}

Conjunto dos Números Reais

Para representar a união dos conjuntos, utiliza-se a expressão:

R = N U Z U Q U I ou R = Q U I

Onde:

R: Números Reais

N: Números Naturais

U: União

Z: Números Inteiros

Q: Números Racionais

I: Números Irracionais

Ao observar a figura acima, podemos concluir que:

• O conjunto dos números Reais (R) engloba 4 conjuntos de números: Naturais


(N), Inteiros (Z), Racionais (Q) e Irracionais (I)

2
Números Reais

• O conjunto dos números Racionais (Q) é formado pelo conjuntos dos Núme-
ros Naturais (N) e dos Números Inteiros (Z). Por isso, todo Número Inteiro (Z)
é Racional (Q), ou seja, Z está contido em Q.

• O Conjunto dos Números Inteiros (Z) inclui os Números Naturais (N); em ou -


tras palavras, todo número natural é um número inteiro, ou seja, N está con -
tido em Z.

Operações nos números reais

A adição, a subtração, a multiplicação e a divisão são operações fechadas nos


números reais. Isto significa que:

• a soma de dois números reais é um número real;

• a diferença entre dois números reais é um número real;

• o produto entre dois números reais é um número real;

• e o quociente entre dois números reais (com o divisor diferente de zero)


também é um número real.

Reta real

A reta real é uma reta horizontal, orientada no sentido para a direita e é uma
representação gráfica dos números reais.

Marcando um ponto qualquer para indicar a origem da reta, isto é, a posição


do número zero, temos que: ao lado direita da origem estão os números maiores
que zero, isto é, os positivos, e na região esquerda da origem estão os números
negativos:

3
Números Reais

Intervalos reais

Os intervalos reais são subconjuntos da reta real, ou seja, do conjunto dos nú -


meros reais. São eles:

Intervalo fechado: [a,b]={x∈R∣a≤x≤b}:

Intervalo aberto: ]a,b[={x∈R∣a<x<b}:

Intervalo semi-aberto (ou semi-fechado): ]a,b]={x∈R∣a<x≤b}:

[a,b[={x∈R∣a≤x<b}:

Intervalos no infinito:

[a,+∞[={x∈R∣x≥a}:

]a,+∞[={x∈R∣x>a}:

]−∞,b]={x∈R∣x≤b}:

]−∞,b[={x∈R∣x<b}:

4
Números Reais

Anotações:
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Operações com números naturais e racionais

Operações com números naturais e


racionais

MÉRITO
Apostilas 1
Operações com números naturais e racionais

Operações com números naturais


Adição

Na adição, a soma de dois números naturais resultará sempre em outro número


natural. Nesta operação teremos “a + b = c”, sendo “a” e “b” as parcelas da soma e
“c” o total da operação.

Por exemplo, 4 + 2 = 6. É importante notar que a ordem dos números não


influenciará no resultado, assim, 2 + 4 = 6.

Já o zero, no conjunto dos números naturais, é chamado de elemento neutro.


Portanto: 5 + 0 = 5 ou 0 + 7 = 7.

Propriedades da Adição

• Fechamento: A adição no conjunto dos números naturais é fechada, pois a


soma de dois números naturais é ainda um número natural. O fato que a
operação de adição é fechada em N é conhecido na literatura do assunto
como: A adição é uma lei de composição interna no conjunto N.

• Associativa: A adição no conjunto dos números naturais é associativa, pois


na adição de três ou mais parcelas de números naturais quaisquer é possível
associar as parcelas de quaisquer modos, ou seja, com três números naturais,
somando o primeiro com o segundo e ao resultado obtido somarmos um
terceiro, obteremos um resultado que é igual à soma do primeiro com a soma
do segundo e o terceiro.

• Elemento neutro: No conjunto dos números naturais, existe o elemento


neutro que é o zero, pois tomando um número natural qualquer e somando
com o elemento neutro (zero), o resultado será o próprio número natural.

• Comutativa: No conjunto dos números naturais, a adição é comutativa, pois


a ordem das parcelas não altera a soma, ou seja, somando a primeira parcela
com a segunda parcela, teremos o mesmo resultado que se somando a
segunda parcela com a primeira parcela.

2
Operações com números naturais e racionais

Subtração

Na subtração, retiramos uma quantidade de outra, e o valor restante dará o


resultado dessa operação, que pode ser representada por “a – b = c”.

É importante ressaltar que o resultado na subtração nem sempre resultará em um


número natural, podendo ele ser negativo, o que não se enquadra na regra dos
números naturais, sempre positivos.

Ademais, na subtração a ordem dos números também influenciará no resultado.

Multiplicação

A multiplicação dos números naturais, assim como na adição, sempre resultará em


um produto de número natural, podendo ser representada por a x b = c.

Esta operação pode ser explicada pela adição de parcelas iguais. Ao invés de
somarmos 5 + 5 + 5 = 15, podemos calcular 5 x 3 = 15.

Da mesma maneira, cinco vezes o número 100, por exemplo, seria o mesmo que
somar 100 + 100 + 100 + 100 + 100.

Na multiplicação, a ordem dos fatores também não afetará o resultado do produto.


Todo número multiplicado pelo zero resultará em zero. E o número 1, nesta
operação, é considerado o elemento neutro, não afetando no resultado do
produto.

Propriedades da multiplicação

• Fechamento: A multiplicação é fechada no conjunto N dos números naturais,


pois realizando o produto de dois ou mais númros naturais, o resultado
estará em N. O fato que a operação de multiplicação é fechada em N é
conhecido na literatura do assunto como: A multiplicação é uma lei de
composição interna no conjunto N.

• Associativa: Na multiplicação, podemos associar 3 ou mais fatores de modos


diferentes, pois se multiplicarmos o primeiro fator com o segundo e depois

3
Operações com números naturais e racionais

multiplicarmos por um terceiro número natural, teremos o mesmo resultado


que multiplicar o terceiro pelo produto do primeiro pelo segundo.

(m.n).p = m.(n.p)

(3.4).5 = 3.(4.5) = 60

• Elemento Neutro: No conjunto dos números naturais existe um elemento


neutro para a multiplicação que é o 1. Qualquer que seja o número natural n,
tem-se que:

1.n = n.1 = n

1.7 = 7.1 = 7

• Comutativa: Quando multiplicamos dois números naturais quaisquer, a


ordem dos fatores não altera o produto, ou seja, multiplicando o primeiro
elemento pelo segundo elemento teremos o mesmo resultado que
multiplicando o segundo elemento pelo primeiro elemento.

m.n = n.m

3.4 = 4.3 = 12

Divisão

A divisão, é uma operação inversa à multiplicação. Nessa operação, repartimos


uma quantidade total em partes iguais. Sendo a ÷ b = c.

O produto deste fracionamento poderá ser um número inteiro, positivo, e,


portanto, um número natural.

Dizemos que uma divisão é exata quando não sobram restos. Se temos 3 laranjas e
elas serão divididas entre três pessoas, cada um ficará com uma laranja, não
sobrando nenhum resto na divisão.

Por outro lado, se temos 4 livros para ser divididos entre 3 crianças, cada uma
ganhará 1 livro, restando ainda um, que será deixado de lado, para que todas as
crianças sejam contempladas igualmente, não favorecendo nenhuma.

4
Operações com números naturais e racionais

No entanto, quando o dividendo for menor do que o divisor, o quociente será um


número decimal, com vírgulas, o que não se enquadra dentro do conjunto dos
números naturais.

Além disso, é preciso reforçar que nesta operação, assim como na subtração, a
ordem dos fatores irá influenciar no resultado do produto. A divisão pelo número 0
é indefinida ou impossível. E a divisão por 1, sempre resultará no próprio
dividendo. Assim:

• 10 ÷ 1 = 10

• 10 ÷ 0 = Impossível

• 10 ÷ 5 = 2 (número natural)

• 5 ÷ 10 = 0,5 (número decimal)

Potenciação de Números Naturais

Para dois números naturais m e n, a expressão mn é um produto de n fatores iguais ao


número m, ou seja:

mn = m . m . m ... m . m
m aparece n vezes
O número que se repete como fator é denominado base que neste caso é m. O
número de vezes que a base se repete é denominado expoente que neste caso é n. O
resultado é denominado potência.
Esta operação não passa de uma multiplicação com fatores iguais, como por exemplo:

23 = 2 × 2 × 2 = 8
43 = 4 × 4 × 4 = 64

5
Operações com números naturais e racionais

Propriedades da Potenciação

1. Uma potência cuja base é igual a 1 e o expoente natural é n, denotada por 1n,
será sempre igual a 1.
Exemplos:

a. 1n = 1×1×...×1 (n vezes) = 1

b. 13 = 1×1×1 = 1

c. 17 = 1×1×1×1×1×1×1 = 1

2. Se n é um número natural não nulo, então temos que no=1. Por exemplo:
(a) nº = 1
(b) 5º = 1
(c) 49º = 1

3. A potência zero elevado a zero, denotada por 0o, é carente de sentido no


contexto do Ensino Fundamental.
4. Qualquer que seja a potência em que a base é o número natural n e o expoente
é igual a 1, denotada por n1, é igual ao próprio n. Por exemplo:
(a) n¹ = n
(b) 5¹ = 5
(c) 64¹ = 64

5. Toda potência 10n é o número formado pelo algarismo 1 seguido de n zeros.


Exemplos:

a. 103 = 1000

b. 108 = 100.000.000

c. 10o = 1

6
Operações com números naturais e racionais

Operações com números racionais


Adição e Subtração

Para simplificar a escrita, transformamos a adição e subtração em somas


algébricas. Eliminamos os parenteses e escrevemos os números um ao lado do
outro, da mesma forma como fazemos com os números inteiros.

Multiplicação e divisão

Na multiplicação de números racionais, devemos multiplicar numerador por


numerador, e denominador por denominador, assim como é mostrado nos
exemplos abaixo:

Na divisão de números racionais, devemos multiplicar a primeira fração pelo


inverso da segunda, como é mostrado no exemplo abaixo:

Potenciação e radiciação

Na potenciação, quando elevamos um número racional a um determinado


expoente, estamos elevando o numerador e o denominador a esse expoente,
conforme os exemplos abaixo:

7
Operações com números naturais e racionais

Na radiciação, quando aplicamos a raiz quadrada a um número racional, estamos


aplicando essa raiz ao numerador e ao denominador, conforme o exemplo abaixo:

8
Operações com números naturais e racionais

Anotações:
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Operações com números naturais e racionais

Exercícios
Exercício 1

Joana comeu 1/5 (um quinto) de um bolo, qual a fração que restou do bolo?

Exercício 2

Determine o resultado da seguinte expressão:

10
Operações com números naturais e racionais

Gabarito
Exercício 1

Um bolo inteiro representamos por 1.

Então: 1 – 1/5 = (5-1)/5 = 4/5

Ou seja:
1 5−1 4
1- = =
5 5 5

Exercício 2

Devemos primeiro resolver o que está dentro dos parênteses e depois multiplicar
o resultado:

11
Relações Trigonométricas

Relações Trigonométricas

MÉRITO
Apostilas 1
Relações Trigonométricas

As relações trigonométricas são relações entre valores das funções trigono -


métricas de um mesmo arco. Essas relações também são chamadas de identida -
des trigonométricas.

Inicialmente a trigonometria tinha como objetivo o cálculo das medidas dos la-
dos e ângulos dos triângulos.
Nesse contexto, as razões trigonométricas sen θ , cos θ e tg θ são definidas
como relações entre os lados de um triângulo retângulo.
Dado um triângulo retângulo ABC com um ângulo agudo θ, conforme figura abai-
xo:

Definimos as razões trigonométricas seno, cosseno e tangente em relação ao


ângulo θ, como:

Sendo,
a: hipotenusa, ou seja, lado oposto ao ângulo de 90º
b: cateto oposto ao ângulo θ
c: cateto adjacente ao ângulo θ

Relações fundamentais
A trigonometria ao longo dos anos foi se tornando mais abrangente, não se res-
tringindo apenas aos estudos dos triângulos.
Dentro deste novo contexto, define-se o círculo unitário, também chamado de
circunferência trigonométrica. Ele é utilizado para estudar as funções trigonométri-
cas.

2
Relações Trigonométricas

Circunferência trigonométrica
A circunferência trigonométrica é uma circunferência orientada de raio igual a 1
unidade de comprimento. Associamos a ela um sistema de coordenadas cartesianas.
Os eixos cartesianos dividem a circunferência em 4 partes, chamadas de qua-
drantes. O sentido positivo é anti-horário, conforme figura abaixo:

Usando a circunferência trigonométrica, as razões que a princípio foram defini-


das para ângulos agudos (menores que 90º), passam a ser definidas para arcos mai-
ores de 90º.
Para isso, associamos um ponto P, cuja abscissa é o cosseno de θ e cuja ordena-
da é o seno de θ.

Como todos os pontos da circunferência trigonométrica estão a uma distância de


1 unidade da origem, podemos usar o teorema de Pitágoras. O que resulta na se-
guinte relação trigonométrica fundamental:

Podemos definir ainda a tg x, de um arco de medida x, no círculo trigonométrico


como sendo:

3
Relações Trigonométricas

Outras relações fundamentais:


• Cotangente do arco de medida x

• Secante do arco de medida x.

• Cossecante do arco de medida x.

Relações trigonométricas derivadas


Partido das relações apresentadas, podemos encontrar outras relações. Abaixo,
mostramos duas importantes relações decorrentes das relações fundamentais.

4
Relações Trigonométricas

Anotações:
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Funções do 1o e 2o graus

Funções do 1o e 2o graus

MÉRITO
Apostilas 1
Funções do 1o e 2o graus

A função afim, também chamada de função do 1º grau, é uma função f : ℝ→ℝ,


definida como f(x) = ax + b, sendo a e b números reais. As funções f(x) = x + 5,
g(x) = 3√3x - 8 e h(x) = 1/2 x são exemplos de funções afim.

Neste tipo de função, o número a é chamado de coeficiente de x e representa


a taxa de crescimento ou taxa de variação da função. Já o número b é chamado
de termo constante.

Gráfico de uma Função do 1º grau

O gráfico de uma função polinomial do 1º grau é uma reta oblíqua aos eixos
Ox e Oy. Desta forma, para construirmos seu gráfico basta encontrarmos pontos
que satisfaçam a função.

Exemplo:

Construa o gráfico da função f (x) = 2x + 3.

Solução:

Para construir o gráfico desta função, vamos atribuir valores arbitrários para
x, substituir na equação e calcular o valor correspondente para a f (x).

Sendo assim, iremos calcular a função para os valores de x iguais a: - 2, - 1, 0,


1 e 2. Substituindo esses valores na função, temos:

f (- 2) = 2. (- 2) + 3 = - 4 + 3 = - 1
f (- 1) = 2 . (- 1) + 3 = - 2 + 3 = 1
f (0) = 2 . 0 + 3 = 3
f (1) = 2 . 1 + 3 = 5
f (2) = 2 . 2 + 3 = 7
Os pontos escolhidos e o gráfico da f (x) são apresentados na imagem abaixo:

2
Funções do 1o e 2o graus

No exemplo, utilizamos vários pontos para construir o gráfico, entretanto,


para definir uma reta bastam dois pontos.
Para facilitar os cálculos podemos, por exemplo, escolher os pontos (0,y) e
(x,0). Nestes pontos, a reta da função corta o eixo Ox e Oy respectivamente.

Coeficiente Linear e Angular


Como o gráfico de uma função afim é uma reta, o coeficiente a de x é
também chamado de coeficiente angular. Esse valor representa a inclinação da
reta em relação ao eixo Ox.
O termo constante b é chamado de coeficiente linear e representa o ponto
onde a reta corta o eixo Oy. Pois sendo x = 0, temos:
y = a.0 + b ⇒ y = b
Quando uma função afim apresentar o coeficiente angular igual a zero (a = 0)
a função será chamada de constante. Neste caso, o seu gráfico será uma reta
paralela ao eixo Ox.
Abaixo representamos o gráfico da função constante f (x) = 4:

Ao passo que, quando b = 0 e a = 1 a função é chamada de função


identidade. O gráfico da função f (x) = x (função identidade) é uma reta que passa
pela origem (0,0).
Além disso, essa reta é bissetriz do 1º e 3º quadrantes, ou seja, divide os
quadrantes em dois ângulos iguais, conforme indicado na imagem abaixo:

3
Funções do 1o e 2o graus

Temos ainda que, quando o coeficiente linear é igual a zero (b = 0), a função
afim é chamada de função linear. Por exemplo as funções f (x) = 2x e g (x) = - 3x
são funções lineares.

O gráfico das funções lineares são retas inclinadas que passam pela origem
(0,0).
Representamos abaixo o gráfico da função linear f (x) = - 3x:

4
Funções do 1o e 2o graus

Função Crescente e Decrescente


Uma função é crescente quando ao atribuirmos valores cada vez maiores para
x, o resultado da f (x) será também cada vez maior.
Já a função decrescente é aquela que ao atribuirmos valores cada vez maiores
para x, o resultado da f (x) será cada vez menor.
Para identificar se uma função afim é crescente ou decrescente, basta
verificar o valor do seu coeficiente angular.
Se o coeficiente angular for positivo, ou seja, a é maior que zero, a função
será crescente. Ao contrário, se a for negativo, a função será decrescente.
Por exemplo, a função 2x - 4 é crescente, pois a = 2 (valor positivo).
Entretanto, a função - 2x + - 4 é decrescente visto que a = - 2 (negativo). Essas
funções estão representadas nos gráficos abaixo:

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Funções do 1o e 2o graus

Função Quadrática

A função quadrática, também chamada de função polinomial de 2º grau,


é uma função representada pela seguinte expressão:

f(x) = ax2 + bx + c

Onde a, b e c são números reais e a ≠ 0.

Exemplo: f(x) = 2x 2 + 3x + 5
sendo, a = 2
b=3
c=5
Nesse caso, o polinômio da função quadrática é de grau 2, pois é o maior
expoente da variável.

Como resolver uma função quadrática?


Confira abaixo o passo a passo por meio um exemplo de resolução da função
quadrática:

Exemplo: Determine a, b e c na função quadrática dada por: f(x) = ax 2 + bx +


c, sendo:
f (-1) = 8
f (0) = 4
f (2) = 2

Primeiramente, vamos substituir o x pelos valores de cada função e assim


teremos:
f (-1) = 8
a (-1)2 + b (–1) + c = 8
a - b + c = 8 (equação I)
f (0) = 4
a . 02 + b . 0 + c = 4
c = 4 (equação II)
f (2) = 2

a . 22 + b . 2 + c = 2
4a + 2b + c = 2 (equação III)

6
Funções do 1o e 2o graus

Pela segunda função f (0) = 4, já temos o valor de c = 4.


Assim, vamos substituir o valor obtido para c nas equações I e III para
determinar as outras incógnitas (a e b):
(Equação I)
a-b+4=8
a-b=4
a=b+4

Já que temos a equação de a pela Equação I, vamos substituir na III para


determinar o valor de b:
(Equação III)
4a + 2b + 4 = 2
4a + 2b = - 2
4 (b + 4) + 2b = - 2
4b + 16 + 2b = - 2
6b = - 18
b=-3

Por fim, para encontrar o valor de a substituímos os valores de b e c que já


foram encontrados. Logo:
(Equação I)
a-b+c=8
a - (- 3) + 4 = 8
a=-3+4
a=1

Sendo assim, os coeficientes da função quadrática dada são:


a=1
b=-3
c=4

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Funções do 1o e 2o graus

Raízes da Função
As raízes ou zeros da função do segundo grau representam aos valores de x
tais que f(x) = 0. As raízes da função são determinadas pela resolução da equação
de segundo grau:

f(x) = ax2 +bx + c = 0

Para resolver a equação do 2º grau podemos utilizar vários métodos, sendo


um dos mais utilizados é aplicando a Fórmula de Bhaskara, ou seja:

Exemplo: Encontre os zeros da função f(x) = x 2 – 5x + 6.

Solução:
Sendo, a = 1 b = – 5 c = 6

Substituindo esses valores na fórmula de Bhaskara, temos:

Portanto, as raízes são 2 e 3.


Observe que a quantidade de raízes de uma função quadrática vai depender
do valor obtido pela expressão: Δ = b2 – 4. ac, o qual é chamado de
discriminante.
Assim,
• Se Δ > 0, a função terá duas raízes reais e distintas (x 1 ≠ x2);
• Se Δ , a função não terá uma raiz real;
• Se Δ = 0, a função terá duas raízes reais e iguais (x 1 = x2).

8
Funções do 1o e 2o graus

Gráfico da função quadrática


O gráfico das funções do 2º grau são curvas que recebem o nome de
parábolas. Diferente das funções do 1º grau, onde conhecendo dois pontos é
possível traçar o gráfico, nas funções quadráticas são necessários conhecer vários
pontos.
A curva de uma função quadrática corta o eixo x nas raízes ou zeros da
função, em no máximo dois pontos dependendo do valor do discriminante (Δ).
Assim, temos:
• Se Δ > 0, o gráfico cortará o eixo x em dois pontos;
• Se Δ
• Se Δ = 0, a parábola tocará o eixo x em apenas um ponto.
Existe ainda um outro ponto, chamado de vértice da parábola, que é o valor
máximo ou mínimo da função. Este ponto é encontrado usando-se a seguinte
fórmula:

O vértice irá representar o ponto de valor máximo da função quando a


parábola estiver voltada para baixo e o valor mínimo quando estiver para cima.
É possível identificar a posição da concavidade da curva analisando apenas o
sinal do coeficiente a. Se o coeficiente for positivo, a concavidade ficará voltada
para cima e se for negativo ficará para baixo, ou seja:

Assim, para fazer o esboço do gráfico de uma função do 2º grau, podemos


analisar o valor do a, calcular os zeros da função, seu vértice e também o ponto
em que a curva corta o eixo y, ou seja, quando x = 0.
A partir dos pares ordenados dados (x, y), podemos construir a parábola num
plano cartesiano, por meio da ligação entre os pontos encontrados.

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Funções do 1o e 2o graus

Anotações:
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Funções do 1o e 2o graus

Exercícios

1) Em uma determinada cidade, a tarifa cobrada pelos taxistas corresponde a uma parcela
fixa chamada de bandeirada e uma parcela referente aos quilômetros rodados. Sabendo que
uma pessoa pretende fazer uma viagem de 7 km em que o preço da bandeirada é igual a R$ 4,50
e o custo por quilômetro rodado é igual a R$ 2,75, determine:

a) uma fórmula que expresse o valor da tarifa cobrada em função dos quilômetros rodados
para essa cidade.

b) quanto irá pagar a pessoa referida no enunciado.

2) (Vunesp-SP) Todos os possíveis valores de m que satisfazem a desigualdade 2x2 – 20x –


2m > 0, para todo x pertencente ao conjunto dos reais, são dados por:

a) m > 10

b) m > 25

c) m > 30

d) m e) m

11
Funções do 1o e 2o graus

Gabarito

1) a) De acordo com os dados, temos que b = 4,5, pois a bandeirada não depende da
quantidade de quilômetros percorridos.

Cada quilômetro rodado deverá ser multiplicado por 2,75. Sendo assim, esse valor será
igual a taxa de variação, ou seja, a = 2,75.

Considerando p (x) o preço da tarifa, podemos escrever a seguinte fórmula para expressar
esse valor:

p (x) = 2,75 x + 4,5

b) Agora que já definimos a função, para calcular o valor da tarifa basta substituir 7 km no
lugar do x.

p (7) = 2,75 . 7 + 4,5 = 19,25 + 4,5 = 23,75

Portanto, a pessoa deverá pagar R$ 23,75 por uma viagem de 7 km.

2) Alternativa b) m > 25

12
Funções exponenciais e logarítmicas

Funções exponenciais e
logarítmicas

MÉRITO
Apostilas 1
Funções exponenciais e logarítmicas

Função Exponencial

Função Exponencial é aquela que a variável está no expoente e cuja base é


sempre maior que zero e diferente de um.

Essas restrições são necessárias, pois 1 elevado a qualquer número resulta


em 1. Assim, em vez de exponencial, estaríamos diante de uma função constante.

Além disso, a base não pode ser negativa, nem igual a zero, pois para alguns
expoentes a função não estaria definida.

Por exemplo, a base igual a - 3 e o expoente igual a 1/2. Como no conjunto


dos números reais não existe raiz quadrada de número negativo, não existiria
imagem da função para esse valor.

Exemplos:

f(x) = 4x

f(x) = (0,1)x

f(x) = (⅔)x

Nos exemplos acima 4, 0,1 e ⅔ são as bases, enquanto x é o expoente.

Gráfico da função exponencial

O gráfico desta função passa pelo ponto (0,1), pois todo número elevado a
zero é igual a 1. Além disso, a curva exponencial não toca no eixo x.

Na função exponencial a base é sempre maior que zero, portanto a função


terá sempre imagem positiva. Assim sendo, não apresenta pontos nos quadrantes
III e IV (imagem negativa).

Abaixo representamos o gráfico da função exponencial.

2
Funções exponenciais e logarítmicas

Função Crescente ou Decrescente

A função exponencial pode ser crescente ou decrescente.

Será crescente quando a base for maior que 1. Por exemplo, a função y = 2x
é uma função crescente.

Para constatar que essa função é crescente, atribuímos valores para x no ex-
poente da função e encontramos a sua imagem. Os valores encontrados estão na
tabela abaixo.

Observando a tabela, notamos que quando aumentamos o valor de x, a sua


imagem também aumenta. Abaixo, representamos o gráfico desta função.

Por sua vez, as funções cujas bases são valores maiores que zero e menores
que 1, são decrescentes. Por exemplo, f(x) = (1/2) x é uma função decrescente.

3
Funções exponenciais e logarítmicas

Calculamos a imagem de alguns valores de x e o resultado encontra-se na ta -


bela abaixo.

Para esta função, enquanto os valores de x aumentam, os valores das respec-


tivas imagens diminuem. Desta forma, constatamos que a função f(x) = (1/2)x é
uma função decrescente.

Com os valores encontrados na tabela, traçamos o gráfico dessa função. Note


que quanto maior o x, mais perto do zero a curva exponencial fica.

4
Funções exponenciais e logarítmicas

Função Logarítmica

A inversa da função exponencial é a função logarítmica. A função logarítmica


é definida como f(x) = log ax, com a real positivo e a ≠ 1.

Sendo, o logaritmo de um número definido como o expoente ao qual se deve


elevar a base a para obter o número x, ou seja, y = logax ⇔ ay = x.

Uma relação importante é que o gráfico de duas funções inversas são simétricos
em relação a bissetriz dos quadrantes I e III.
Desta maneira, conhecendo o gráfico da função exponencial de mesma base,
por simetria podemos construir o gráfico da função logarítmica.

No gráfico acima, observamos que enquanto a função exponencial cresce ra-


pidamente, a função logarítmica cresce lentamente.

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Funções exponenciais e logarítmicas

Anotações:
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Funções exponenciais e logarítmicas

Exercícios

1) (Unit-SE) Uma determinada máquina industrial se deprecia de tal forma que


seu valor, t anos após a sua compra, é dado por v(t) = v0 . 2 -0,2t, em que v0 é uma
constante real.

Se, após 10 anos, a máquina estiver valendo R$ 12 000,00, determine o valor que
ela foi comprada.

2) (PUCC-SP) Numa certa cidade, o número de habitantes, num raio de r km a


partir do seu centro é dado por P(r) = k . 23r, em que k é constante e r > 0.

Se há 98 304 habitantes num raio de 5 km do centro, quantos habitantes há num


raio de 3 km do centro?

7
Funções exponenciais e logarítmicas

Gabarito

1) Sabendo que v(10) = 12 000:


v(10) = v0. 2 -0,2 . 10

12 000 = v0 . 2 -2
12 000 = v0 . 1/4
12 000 .4 = v0
v0 = 48 000

O valor da máquina quando ela foi comprada era de R$ 48.000,00.

2) P(r) = k . 23r
98 304 = k . 23.5
98 304 = k . 215
k = 98 304/215

P (3) = k. 23.3
P (3) = k . 29
P (3) =( 98 304/215 ). 29
P (3) = 98 304/26
P(3) = 1536

1536 é o número de habitantes num raio de 3 km do centro.

8
Noções de Probabilidade

Noções de Probabilidade

MÉRITO
Apostilas 1
Noções de Probabilidade

Probabilidade é o estudo das chances de obtenção de cada resultado de um


experimento aleatório. A essas chances são atribuídos os números reais do inter -
valo entre 0 e 1. Resultados mais próximos de 1 têm mais chances de ocorrer.
Além disso, a probabilidade também pode ser apresentada na forma percentual.

Experimento aleatório e ponto amostral

Um experimento aleatório pode ser repetido inúmeras vezes e nas mesmas


condições e, mesmo assim, apresenta resultados diferentes. Cada um desses re-
sultados possíveis é chamado de ponto amostral. São exemplos de experimentos
aleatórios:

a) Cara ou coroa

Lançar uma moeda e observar se a face voltada para cima é cara ou coroa é
um exemplo de experimento aleatório. Se a moeda não for viciada e for lançada
sempre nas mesmas condições, poderemos ter como resultado tanto cara quanto
coroa.

b) Lançamento de um dado

Lançar um dado e observar qual é o número da face superior também é um


experimento aleatório. Esse número pode ser 1, 2, 3, 4, 5 ou 6 e cada um desses
resultados apresenta a mesma chance de ocorrer. Em cada lançamento, o resulta -
do pode ser igual ao anterior ou diferente dele.

Observe que, no lançamento da moeda, as chances de repetir o resultado an -


terior são muito maiores.

c) Retirar uma carta aleatória de um baralho

Cada carta tem a mesma chance de ocorrência cada vez que o experimento é
realizado, por isso, esse é também um experimento aleatório.

Espaço amostral

O espaço amostral (Ω) é o conjunto formado por todos os resultados possíveis


de um experimento aleatório. Em outras palavras, é o conjunto formado por todos
os pontos amostrais de um experimento. Veja exemplos:

a) O espaço amostral do experimento “cara ou coroa” é o conjunto S = {Cara,


Coroa}. Os pontos amostrais desse experimento são os mesmos elementos desse
conjunto.

2
Noções de Probabilidade

b) O espaço amostral do experimento “lançamento de um dado” é o conjunto


S = {1, 2, 3, 4, 5, 6}. Os pontos amostrais desse experimento são 1, 2, 3, 4, 5 e 6.

O espaço amostral também é chamado de Universo e pode ser representado


pelas outras notações usadas nos conjuntos. Além disso, todas as operações entre
conjuntos valem também para espaços amostrais.

O número de elementos do espaço amostral, número de pontos amostrais do


espaço amostral ou número de casos possíveis em um espaço amostral é repre -
sentado da seguinte maneira: n(Ω).

Evento

Um evento é qualquer subconjunto de um espaço amostral. Ele pode conter


nenhum elemento (conjunto vazio) ou todos os elementos de um espaço amostral.
O número de elementos do evento é representado da seguinte maneira: n(E), sen-
do E o evento em questão.

São exemplos de eventos:

a) Sair cara em um lançamento de uma moeda

O evento é sair cara e possui um único elemento. A representação dos even -


tos também é feita com notações de conjuntos:

E = {cara}

O seu número de elementos é n(E) = 1.

b) Sair um número par no lançamento de um dado.

O evento é sair um número par:

E = {2, 4, 6}

O seu número de elementos é n(E) = 3.

Os eventos que possuem apenas um elemento (ponto amostral) são chama -


dos de simples. Quando o evento é igual ao espaço amostral, ele é chamado de
evento certo e sua probabilidade de ocorrência é de 100%. Quando um evento é
igual ao conjunto vazio, ele é chamado de evento impossível e possui 0% de chan-
ces de ocorrência.

3
Noções de Probabilidade

Cálculo da probabilidade

Seja E um evento qualquer no espaço amostral Ω. A probabilidade do evento


A ocorrer é a razão entre o número de resultados favoráveis e o número de resul -
tados possíveis. Em outras palavras, é o número de elementos do evento dividido
pelo número de elementos do espaço amostral a que ele pertence.

(E) = n(E)

n(Ω)

Observações:

• O número de elementos do evento sempre é menor ou igual ao número de


elementos do espaço amostral e maior ou igual a zero. Por isso, o resultado
dessa divisão sempre está no intervalo 0 ≤ P(A) ≤ 1;

• Quando é necessário usar porcentagem, devemos multiplicar o resultado


dessa divisão por 100 ou usar regra de três;

• A probabilidade de um evento não acontecer é determinada por:

P(A-1) = 1 – P(A)

Exemplo:

Qual é a probabilidade de, no lançamento de uma moeda, o resultado ser


cara?

Solução:

Observe que o espaço amostral só possui dois elementos e que o evento é


sair cara e, por isso, possui apenas um elemento.

4
Noções de Probabilidade

Anotações:
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Fundamentos de Estatística

Fundamentos de Estatística

MÉRITO
Apostilas 1
Fundamentos de Estatística

A estatística é uma ciência exata que estuda a coleta, organização, análise e


registro de dados usando amostras.

Usado desde a antiguidade, quando eram registrados nascimentos e mortes,


é o principal método de pesquisa na tomada de decisões. Isso porque baseia suas
conclusões nas pesquisas realizadas.

Fases do método estatístico

Definição do problema: determinar como a recolha de dados pode solucio-


nar um problema

Planejamento: elaborar como fazer o levantamento dos dados

Coleta de dados: reunir dados após o planeamento do trabalho pretendido,


bem como definição da periodicidade da coleta (contínua, periódica, ocasional ou
indireta)

Correção dos dados coletados: conferir dados para afastar algum erro por
parte da pessoa que os coletou

Apuração dos dados: organização e contagem dos dados

Apresentação dos dados: montagem de suportes que demonstrem o resul-


tado da coleta dos dados (gráficos e tabelas)

Análise dos dados: exame detalhado e interpretação dos dados

Aliada à probabilidade, pode ser aplicada nas mais diversas áreas. São exem -
plos a análise dos dados sociais, econômicos e demográficos. É o que faz o IBGE -
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

O IBGE é o órgão que fornece ao nosso país os dados necessários para a defi -
nição do modelo de planejamento mais adequado nas políticas públicas.

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Fundamentos de Estatística

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Estatística Descritiva

Estatística Descritiva

MÉRITO
Apostilas 1
Estatística Descritiva

A estatística descritiva é um ramo da estatística que aplica várias técnicas


para descrever e sumarizar um conjunto de dados. Diferencia-se da estatística in -
ferencial, ou estatística indutiva, pelo objectivo: organizar, sumarizar dados ao in -
vés de usar os dados em aprendizado sobre a população. Esse princípio torna a
estatística descritiva uma disciplina independente.

Algumas medidas que são normalmente usadas para descrever um conjunto


de dados são medidas de tendência central e medidas de variabilidade ou disper -
são. Medidas de tendência central incluem média, mediana e moda. Medidas de
variabilidade incluem desvio padrão, variância, o valor máximo e mínimo, obliqui -
dade e curtose.

Uso em análise estatística

A estatística descritiva fornece resumos simples sobre a amostra e sobre as


observações que foram feitas. Tal resumo pode ser quantitativo ou visual. Esses
resumos tanto podem formar a base da descrição inicial dos dados, como parte de
uma análise estatística mais extensa, ou eles podem ser suficientes por si mes -
mos.

Por exemplo, a porcentagem de arremessos no basquetebol é uma descrição


estatística que resume a performance de um jogador ou time. Esse número é a
quantidade de arremessos bem sucedidos dividido pelo o número de arremessos.
Por exemplo, um jogador que consegue porcentagem de 33% faz aproximadamen-
te um arremesso bem sucedido em cada três arremessos. A porcentagem descre-
ve ou resume múltiplos eventos discretos. Considere também a média da nota es-
colar. Esse número descreve a performance geral de um estudante em um curso.

O uso de descrição e resumo estatísticos tem uma história intensiva e, de


fato, a simples tabulação de populações e dados econômicos foram a primeira for -
ma em que a estatística apareceu. Mais recentemente, uma coleção de técnicas
de resumos apareceram com o título de análise exploratória de dados, um exem -
plo dessas técnicas é o diagrama de caixa.

No mundo dos negócios, estatística descritiva fornece um resumo útil de mui -


tos tipos de dados.

Análise univariada

A análise univariada envolve descrever a distribuição de uma única variável,


incluindo sua medida central(incluindo a média,mediana, e a Moda (estatística) e
dispersão(incluindo a diferença entre o maior e menor valor da amostragem e
quantil do conjunto de dados, além da variância e desvio padrão). A forma da dis -

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Estatística Descritiva

tribuição pode também ser descrita com obliquidade e curtose. Características da


distribuição da variável podem também ser representados em gráficos ou tabulas,
incluindo Histograma.

Análise bivariada

Quando uma amostra consiste de mais de uma variável, a estatística descriti -


va pode ser usada para descrever o relacionamento entre os pares de variáveis.
Nesse caso, estatística descritiva inclui:

• Tabulações cruzadas e tabelas de contingência

• Representação gráfica via gráfico de dispersão.

• As medidas quantitativas de dependência.

• As descrições de distribuição condicionais.

A razão principal para diferenciar analise univariada e bivariada é que a biva -


riada não é só análise descritiva simples, mas também o relacionamento entre
duas variáveis diferentes. Medidas quantitativas de dependência incluem correla -
ção (como o coeficiente de correlação de Pearson, quando ambas variáveis são
contínuas, ou coeficiente de correlação de postos de Spearman, quando as variá -
veis são descontínuas) e covariância.

Técnicas

As técnicas usadas costumam classificar-se como:

• Gráficos descritivos: São usados vários tipos de gráficos para sumarizar os


dados. Por exemplo: Histogramas.

• Descrição Tabular: Usam-se tabelas para sumarizar os dados, por exemplo,


tabelas de frequência.

• Descrição Paramétrica: Na qual estimamos os valores de certos parâmetros


que assumimos como complementares na descrição do conjunto dos dados.
Por exemplo: Média.

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Estatística Descritiva

Objetivos dos parâmetros

Podemos querer escolher um parâmetro que nos mostre como as diferentes


observações são semelhantes. Os textos acadêmicos costumam chamar a este
objectivo de "medidas de tendência central".

Podemos querer escolher parâmetros que nos mostrem como aquelas obser -
vações diferem. Costuma chamar-se a este tipo de parâmetros de "medidas de
dispersão“.

Exemplos

Medidas de tendência central ou Medidas de posição

São medidas que indicam a localização dos dados. Costumamos responder ao


primeiro desafio com o uso da média aritmética, a mediana_(estatística), ou a
moda. Por vezes escolhemos valores específicos da função distribuição acumulada
chamados quantis como quartis, decis, ou percentis.

Variáveis categóricas e quantitativas


Com relação a cada elemento analisado, podemos definir uma série de variá-
veis, que são as características que observamos e inserimos nas bases de dados
acerca de cada um dos objetos que formam uma amostra ou população.

Nas palavras de Barbetta (2006), as variáveis são "as características que podem
ser observadas (ou medidas) em cada elemento da população, sob as mesmas con-
dições", como “sexo”, “número de processos” ou “tempo entre autuação e julgamen-
to”.

Essas variáveis podem ser de dois tipos principais:

Variável categórica, também chamadas de atributos,  qualidades, dimensões


ou variáveis qualitativas. Essas variáveis  normalmente decorrem de classificações
acerca dos objetos analisados.  Elas podem ser

1. nominais: quando os atributos não possuem ordem entre si (como a clas-


se de um processo, que pode assumir valores como "ADI", "ADPF"ou "MS") ou

2. ordinais: (quando a classificação utiliza atributos organizados em uma or-


dem definida, como as instâncias jurisdicionais ("1º Grau", "2º Grau", "2º
Grau") ou tipos de requerente (por exemplo "Grande Porte", "Médio Porte", "Pe-
queno Porte" ou "Unitários").

4
Estatística Descritiva

Variável quantitativa, também chamadas de medida, que apresente valores


numéricos. Podem ser:

1. contínuas: admitindo números fracionários dentro de um certo intervalo,


como nas medidas de "tempo de tramitação" ou de "tempo de julgamento do
recurso") ou

2. discretas: quando há valores finitos (como o número de votos divergentes)


ou apenas valores inteiros (como o número de incidentes processuais).

Um ponto a ser observado é que o número de um processo não é uma variável


numérica, mas uma variável qualitativa, pois trata-se de um nome. A ADI 333 tem
esse nome, pelo qual ela pode ser acessada. Trata-se de um nome ordinal, na medi-
da em que indica que uma ação foi protocolada posteriormente a outra, mas não se
trata de um número porque esses dígitos não designam uma quantidade que possa
ser operada matematicamente. Medidas pode ser somadas, podem ser subtraídas,
podem ser multiplicadas, e não faz sentido fazer essas operações com o número que
faz parte do nome de uma ação determinada.

É importante ressaltar que uma mesma característica pode ser avaliada de for-
ma qualitativa ou quantitativa, tendo em vista o objetivo da pesquisa. Quando anali-
samos o perfil dos demandantes em controle concentrado, podemos atribuir a cada
um um número de ações ajuizadas, mas também podemos criar classificações que
convertam esse número em dimensões qualitativas (como "Grande Porte" ou "Pe-
queno Porte").

Medidas de tendência central


Uma das principais formas de descrever dados quantitativos de uma maneira
precisa e comparável é pelas medidas (ou parâmetros) de tendência central, ou seja,
do centro da distribuição dos dados. Pensemos, por exemplo, nas medidas relativas
ao tempo de duração de um processo, que se prestam  à realização desses cálculos.

Média aritmética (mean) - M

A média aritimética xprime o resultado da soma de todos os valores (data) pelo


número de elementos (data points). No conjunto de dados:

1, 2, 2, 4, 6, 9

a média M será a soma de todos os elementos (1 + 2 + 2 + 4 + 6 + 9 = 24) di -


vidida pelo número de elementos na sequência de dados (6), ou seja, 24 / 6 = 4.

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Estatística Descritiva

Trata-se de uma medida intuitiva do centro de distribuição dos dados, como um


centro de massa dos valores. Porém, essa medida não é robusta (estável) porque ela
é sujeita a variações drásticas decorrentes da existência de pontos muito fora da
curva (chamados de outliers).

Alguns poucos valores muito altos ou muito baixos podem distorcer a média,
que em vez de apresentar um valor típico do conjunto analisado, termina retornando
um valor muit odistante deles. Por exemplo, analisando o tempo de julgamento dos
processos em um certo mês, podemos chegar aos números (em anos):

1, 2, 2, 4, 6, 19

Seria verdadeiro afirmar que a média desses valores seria de 5,7 anos, mas essa
média decorreria basicamente da presença de um outlier, sendo falso afirmar que
normalmente são julgados processos com cerca de 6 anos de tramitação. A média é
uma medida, mas o fato de ela ser suscetível a outliers não permite que possamos
extrair sempre informações úteis a partir do cálculo da média de uma sequência de
números.

Mediana (median) - Md

Em casos como o descrito acima, utilizar a média seria uma estratégia proble-
mática, sendo mais razoável usar estratégias mais robustas quanto a outliers, como
é o caso da mediana.

Mediana é o número que se encontra no meio de uma sequência de dados nu-


méricos, de forma que metade dos valores (aproximadamente) se encontrará abaixo
da mediana, e a outra metade acima da mediana. Em:

1, 1, 3, 4, 7, 8, 10

o número 4 corresponde à mediana, pois há três valores acima e três valores


abaixo de 4. Quando o número de elementos é par, a mediana corresponde à média
aritmética dos dois números do meio. Em:

1, 1, 3, 5, 7, 8, 8, 10

o número 6 corresponde à mediana, pois é a média aritmética de 5 e 7.

Note embaralhando os números dessa mesma sequência, como em:

10, 1, 1, 3, 5, 8, 8, 7

a mediana continua sendo 6. Isso porque os valores numéricos devem ser colo-
cados em sequência ordenada, e apenas então será calculada a mediana.

6
Estatística Descritiva

A mediana é uma medida robusta (estável) do centro, pois ela não é sensível a
pontos fora da curva. O valor mediano não muda se as extremidades se alteram
(imagine o número 5433 no lugar do número 10 - a mediana seria a mesma, já a mé-
dia se alteraria radicalmente).

É possível visualizar essa diferença entre a média e a mediana pela representa-


ção a seguir:

Moda (mode)

A moda corresponde ao valor mais frequente do conjunto de dados. Em:

23, 23, 24, 27, 27, 27, 27, 31

a moda corresponde a 27.

Uma sequência numérica pode ter mais de uma moda quando há mais de um
valor igualmente frequente (sequência bimodais, ou multimodais). Uma sequência
pode igualmente não possuir moda, caso nenhum valor se repita mais frequente-
mente que os demais.

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Estatística Descritiva

Medidas de localização relativa


As principais medidas de localização relativa de valores numa sequência de da-
dos são: valor mínimo (ou extremo inferior), valor máximo (ou extremo superior),
quartil e percentil.

Quartis e distância entre quartis (IQR)

Cada quartil (Q1, Q2, Q3) representa uma divisão da amostra ordenada em qua-
tro partes iguais. Assim, 25% dos valores se posicionam abaixo do valor Q1 (primeiro
quartil), 50% abaixo de Q2, e assim por diante. Segue uma representação dos quar-
tis em relação a um gráfico de distribuição dos dados:

Note que um quartil é um valor, um ponto na sequência de dados, e não uma


área. Assim, a proporção entre quartis pode não ser (e frequentemente não será)
exatamente de 25% por quartil, a depender da distribuição dos valores na sequência
de dados.

Note também que Q2 corresponde à mediana da sequência de dados. Já Q1 e


Q3 são as medianas da primeira metade e da segunda metade dos dados, respecti-
vamente.

Veja que, estando em posse simplesmente de informações sobre a mediana, os


extremos e os quartis, é possível se ter uma ideia razoável de como os valores se
distribuem em uma sequência de dados. Veja:

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Estatística Descritiva

Um parâmetro essencial da estatística descritiva é a distância entre quartis (ou


IQR, interquartile range). O IQR é a diferença entre Q3 e Q1 (ou seja, a soma do nú -
mero de elementos contidos no Q2 e no Q3). No intervalo entre Q1 e Q3, encontram-
se 50% dos valores da sequência de dados.

Percentil (percentile)

É um parâmetro que descreve a proporção de valores que estão abaixo do per-


centual referido. Assim, o trigésimo percentil é o valor abaixo do qual encontram-se
30% dos dados coletados, e acima do qual encontram-se 70% dos dados coletados.

Medidas de dispersão
As medidas (ou parâmetros) de dispersão funcionam como indicadores das ten-
dências de distribuição dos dados quantitativos, ou seja, se os dados se concentram
em torno de um ou mais centros, se os dados se espalham, se a distância média en-
tre os dados é maior ou menor, etc. Além da distância entre quartis (IQR), que já es -
tudamos, vejamos outras medidas comuns: a amplitude e o desvio padrão.

Amplitude (range)

A amplitude é a diferença entre o maior e o menor valor de um conjunto de valo-


res. A amplitude da sequência

10, 1, 1, 3, 5, 8, 8, 7

é a diferença entre o valor mínimo (10) e o valor máximo (1), ou seja, 9.

9
Estatística Descritiva

Desvio padrão (STD) e variância (variance)

O desvio padrão (standard deviation, ou STD) é uma medida importante para


avaliar quão espalhados estão os valores de uma sequência de dados, com relação à
média. Assim, quanto maior o desvio padrão, mais distantes os valores tendem a es-
tar uns dos outros.

O desvio padrão é calculado de forma a conferir especial peso à existência de


valores muito distantes da média e, por isso, ele não corresponde simplesmente à
média das distâncias entre os valores individuais e o valor médio, mas é calculado a
partir de uma elevação de cada uma dessas distâncias ao quadrado, cálculo esse
que tem uma dupla função:

1. gerar sempre valores positivos (porque não interessa se a distância é para


cima ou para baixo da média) e

2. ao multiplicar a distância por ela mesma, as distâncias maiores adquirem


especial peso no cálculo do desvio padrão.

A média das distâncias elevadas ao quadrado gera a medida que chamamos de


variância. Trata-se de uma medida menos usada na estatística descritiva porque a
variância oferece resultados maiores do que o da escala dos valores (justamente por
estar elevado ao quadrado). Mas esse é uma medida usada nos modelos de estatísti-
ca inferencial, como parte do cálculo dos intervalos de confiança, por exemplo.

Para retornar a variância a um range comparável com o dos valores individuais,


o mais típico é calcular a raiz quadrada  (operação inversa à elevação ao quadrado)
da variância, que nos oferece justamente o desvio padrão.

Em resumo, o desvio padrão corresponde à raiz quadrada da variância, e ele nos


oferece um valor que é comparável aos valores originais e à sua média.

Para ter uma ideia do tipo de valores que são gerados por essa análise, observe-
mos a seguinte sequência:

1, 3, 5, 7, 14

Número de elementos = 5

Média aritmética entre os elementos = 6

Se calcularmos a média das diferenças entre o valor individual e o valor médio,


teremos a média das distâncias, que é chamada de Desvio Absoluto da Média:

Média das distâncias = [ (1-6) + (6-3)+ (6-5) + (7-6) + (14-6)] / 5

Média das distâncias = Desvio Absoluto da Média = 3,6

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Estatística Descritiva

Esse cálculo nos sugeriria uma faixa típica de distribuição entre 2,4 (6-3,6) e 9,6
(6+9,6).  O desvio padrão nos oferece uma faixa mais ampla, na medida em que, ao
somar os quadrados, os intervalos maiores têm mais impacto no valor resultante da
média.

Variância = [ (1-6)2 + (3-6)2 + (5-6)2 + (7-6)2 + (14-6)2 ] / 5

Variância = 20

Desvio padrão = √20 = 4,47

Como ler essa informação? Sabendo que a média dos valores da sequência é 6 e
o desvio padrão é 4,47, podemos intuir que os elementos típicos dessa sequência es-
tarão na faixa de valores que vai de 1,53 (6 - 4,47) a 10,47 (6 + 4,47 ). Também sa-
bemos que tipicamente (mas não necessariamente) existem valores fora dessa fai-
xa.

Quando o desvio padrão corresponde a um valor várias vezes superior à média,


podemos saber que existe uma dispersão muito grande dos valores. Observem, por
exemplo, o seguinte gráfico, baseado nesta base de dados sobre as partes das ADIs
e ADPFs, que indica o número de ADIs e ADPFs ajuizadas por cada um dos requeren-
tes, que tem como Média 5,5 e como Mediana 1 e desvio padrão de 35.

O gráfico mostra que a grande maioria dos valores e muito baixa, mas que exis-
tem alguns valores especialmente altos, como os da PGR, da OAB, do PT e do PDT.
Embora a mediana dos valores seja 1 (o que indica que a maioria das partes ajuiza-
ram apenas uma ADI), a Média é 5,5.

Somente 2,3% das partes (53 partes das 2266 que ocorrem nesse universo) es-
tão fora do desvio padrão, mas a existência de alguns valores aberrantes (como o

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Estatística Descritiva

caso da PGR, que corresponde a 284 vezes a média) eleva substancialmente a mé-
dia e gera um desvio padrão que é mais de seis vezes superior ao valor da média.

Essa distribuição gera um gráfico em que os valores ficam tão concentrados que
ele é melhor observado em uma escala logarítmica, e não linear. Nesse tipo de esca-
la, veja que a passagem de cada marca no eixo não indica uma variação linear (que
soma mais uma unidade), mas uma progressão geométrica, que no presente caso
multiplica os valores por 2 a cada marca.

Essa visualização deixa mais clara a dispersão dos valores dentro da faixa defini-
da pelo desvio padrão. 75% dos atores ajuizou apenas uma ou duas ações e cerca de
16% ajuizou entre 3 e 10 ações. Somente 11 litigantes (algo em torno de 0,5%) ajui-
zaram mais do que 100 processos, e a sua exclusão do universo faria com que a mé-
dia caísse para 3,8 e o desvio padrão para 10,3, sem que a mediana fosse alterada.

A simples exclusão da PGR já faria com que a média caísse em quase 6%, indo
de 5,1 para 4,8, e que o desvio padrão fosse reduzido praticamente à metade, bai-
xando de 35 para 17,5.

Essas variações fazem com que o desvio padrão, como a média, seja uma medi-
da muito sensível a valores aberrantes. Chamamos de robusta uma medida que não
é muito afetada por valores atípicos, e de não robusta medidas como a média e o
desvio padrão, que são muito alteradas pela existência de certos valores extremos.

Essa falta de robustez não é um defeito da medida, mas uma característica sua,
visto que ela é modelada justamente para dar peso especial para valores mais dis-
tantes da média. Por isso, caso exista valores muito maiores ou menores que os va-
lores típicos da sequência (como em um desvio padrão de 35, quando a média é 5),
o desvio padrão indicará esse fenômeno, sugerindo a necessidade de analisar os va-
lores atípicos e seus significados para a compreensão dos dados.

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Estatística Descritiva

Pontos fora da curva ou valores atípicos/aberrantes (outliers)


Observe a seguinte sequência:

1, 1, 2, 5, 6, 7, 11, 11, 12, 14, 2394

Note que o último valor é ordens de grandeza maior do que os demais valores.
Supondo que um pesquisador quer descrever de maneira simples essa sequência de
observações, caberá mostrar que o valor típico dessa observação não está próximo
de 2394. A descrição da média desses valores terá pouca utilidade nesse caso, mas
pode ser ainda útil se o valor atípico for deixado de lado. É o que se chama de ponto
fora da curva ou valor aberrante (outlier). Porém, é possível que não seja tão eviden-
te a avaliação de qual valor é aberrante. Veja:

1, 3, 5, 9, 12, 16, 17, 19, 28, 29, 39, 66, 159

É menos óbvio saber se 159, ou mesmo 66 (e porque não 1) são valores não re-
presentativos, que distorcem a compreensão da distribuição da sequência de obser-
vações do exemplo. Para resolver esse problema, estatísticos definiram uma regra
padrão (arbitrária, mas amplamente utilizada) para consideração de um valor aber-
rante:

Outlier = 1,5 x IQR

Outlier < Q1 - 1,5 X IQR

Outlier > Q3 + 1,5 X IQR

No último exemplo dado, em que há um número ímpar de elementos, a mediana


é o número do meio (17), Q1 é a mediana da primeira metade (7,5) e Q3 é a media -
na da segunda metade (34):

Nesse caso, considerando que  IQR é 26,5 (34 - 7,5) e que 1,5 x IQR é 39,75, se-
rão outliers os valores menores que -32,25 (Q1 - 39,75) e maiores que 73,75 (Q3 +
39,75). Portanto, 159 é o único vaor considerado efetivamente como outlier da se-
quência.

Voltando ao gráfico do número de processos ajuizados por cada requerente, te-


mos que o primeiro quartil é igual à mediana, pois mais de metade dos atores ajuiza-
ram apenas um processo, e o valor do quartil superior (terceiro quartil) é 2, pois 75%
dos requerentes ingressaram com até dois processos.

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Estatística Descritiva

Nesse caso, o IQR é de apenas 1 (2-1), o que faz com que sejam considerados
aberrantes todos os valores superiores a 3,5 (1,5x1 + 1), que seriam justamente os
406 atores mais relevantes, pois foram eles que ingressaram com ADIs de modo re-
corrente.

Na estatística inferencial, é comum que todo valor considerado aberrante seja


retirado da descrição dos dados ou, ao menos, representado de forma distinta dos
demais. Incorporar tais valores ao modelo pode inviabilizar a possibilidade de inferir,
a partir de uma amostra, os atributos de uma população, visto que haverá uma pro-
babilidade grande de que a presença de valores atípicos em uma amostra faça com
que ela não seja representativa da população. Como o intervalo de confiança de uma
inferência estatística é afetado pela existência de um desvio padrão muito alto, a ex-
clusão de outliers pode ser condição para que os modelos de inferência operem ade-
quadamente.

Esse tipo de exclusão  tende a não gerar problemas quando existe um conjunto
com centenas (ou milhares) de dados típicos e alguns poucos dados atípicos que po-
dem ser excluídos do sistema, sem inviabilizá-lo. Porém, no caso do universo das
ADIs, excluir os casos atípicos seria justamente excluir os dados mais importantes.
Nesse caso, é preciso ter um cuidado muito grande com a utilização de estratégias
amostrais, mas não faz sentido aplicar estratégias amostrais a um universo do qual
fossem excluídos os principais atores.

Tal situação indica que, na estatística descritiva, a exclusão dos outliers deve ser
pensada com cuidado, para que eventos relevantes não sejam excluídos do modelo
descritivo a ser construído. Nos modelos descritivos das ações judiciais, por exemplo,
trabalhamos muitas vezes com um número muito restrito de objetos, que podem ser
demasiadamente impactados pela exclusão dos outliers.

Uma situação recorrente, por exemplo, é o fato de Marco Aurélio ser um outlier
em toda mensuração sobre graus de divergências entre ministros, o que faz com que

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Estatística Descritiva

esse magistrado seja muitas vezes retirado do modelo, por mais que isso represente
a exclusão de uma parcela significativa dos objetos descritos (atores ou votos).

Nesse caso, em vez de simplesmente excluir os outliers, é preciso pensar se não


seria o caso de inserir novas classificações, que promovessem uma exclusão desses
objetos com base na própria metodologia (e não apenas como uma exigência prática
da viabilidade de aplicar modelos inferenciais).

Quando analisamos o número de ações julgadas por mês, por exemplo, chega-
mos a algumas datas que são outliers e, analisando o que ocorreu, vimos que muitas
vezes o que ocorre é o julgamento conjunto de ações idênticas, que são diferentes
processos, mas que representam a mesma questão. Com isso, a análise dos outliers
pode sugerir alterações na própria classificação, como a mudança da unidade de
análise (nesse caso, de ação para questão), para construir um modelo descritivo
mais adequado.

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Estatística Descritiva

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Matemática financeira

Matemática financeira

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Apostilas 1
Matemática financeira

A matemática financeira é utilizada diariamente, por exemplo, quando vamos re-


alizar uma compra à vista e o vendedor oferece um desconto de 5% no valor do
produto, ou quando optamos em realizar a compra de um produto em parcelas e,
nesse processo, uma taxa de juros é cobrada do comprador ao decorrer do tempo.
Um exemplo da importância de entender-se os conceitos da matemática finan-
ceira é o chamado limite de cheque especial. Ao abrir-se uma conta em determi-
nado banco, é oferecido um dinheiro “extra”, para emergências, por exemplo. Entre-
tanto, ao usar-se esse limite ou parte dele, é cobrada, além do dinheiro pego, uma
taxa a ser paga posteriormente. Essa taxa é chamada de juros, e, compreendendo
melhor esses conceitos, podemos traçar uma melhor estratégia de administração
das finanças.

Exemplo 1
Uma pessoa está precisando de 100 reais para terminar de pagar suas contas
mensais, entretanto todo seu salário já foi gasto com as demais contas. Em analise,
essa pessoa verificou que dispunha de duas opções.
Opção 1 – Usar o limite do cheque especial oferecido pelo banco, sob uma taxa
de 0,2% ao dia, para ser pago em um mês.
Opção 2 – Pegar com um amigo os 100 reais, sob uma taxa de 2% ao mês, para
serem pagos durante dois meses.
Utilizando-nos apenas do conhecimento de porcentagem, vamos analisar qual a
melhor opção.
Analisando a opção 1, observe que a taxa de 0,2% é cobrada por dia, ou seja, a
cada dia é acrescentado 0,2% do valor do empréstimo, assim:

Como o empréstimo deve ser pago em um mês, e considerando-se o mês com


30 dias, o valor a ser pago de juros é de:
0,2 · 30
6
Dessa forma, podemos concluir que o valor a ser pago no fim de um mês é de:
100 + 6 = 106 reais

2
Matemática financeira

100 → Valor emprestado pelo banco


6 → Valor do juros
Agora analisando-se a opção 2, a taxa cobrada é de 2% ao mês e deve ser
paga no período de dois meses, ou seja, a cada mês, 2% do valor emprestado é
acrescido à dívida, assim:

Observe que deve ser acrescido, no valor da dívida, 2 reais por mês:
2·2=4
Portanto, o valor a ser pago no final do período é de:
100 + 4 = 104 reais
100 → Valor emprestado pelo amigo
4 → Valor do juros
Assim, podemos concluir que a melhor opção é pegar o dinheiro com o amigo.
Essa é uma simples e importante aplicação da matemática financeira, claro que
existem problemas, ferramentas e conceitos mais sofisticados, mas, como tudo na
vida, antes de compreender-se a parte complexa, é necessário entender-se o básico.

Conceitos básicos da matemática financeira


Os principais conceitos da matemática financeira envolvem o conhecimento pré-
vio sobre porcentagem. Veremos, a seguir, conceitos como acréscimo, desconto, ju-
ros simples e juros compostos.

• Acréscimo
A ideia do acréscimo está associada a adicionar ou acrescentar parte do va-
lor a seu valor original, ou seja, adicionamos uma porcentagem de determinado
valor nele mesmo. Veja o exemplo:
• Exemplo 2
Um produto custava 35 reais, com o aumento do dólar, ele sofreu um acréscimo
de 30%. Determine o novo valor desse produto.

3
Matemática financeira

Muitas vezes, quando vamos fazer as contas relacionadas a acréscimo, elas são
executadas de maneira errada escrevendo-se:
35 + 30%
A porcentagem representa parte de algo, assim, para essa conta ficar correta,
devemos calcular primeiro 30% do valor inicial, nesse caso, 35. Assim:
35 + 30% de 35
Resolvendo primeiro a porcentagem e, em seguida, somando os valores, tere-
mos que:

Portanto, com o acréscimo, o valor no produto será de 45,5 reais (quarenta e


cinco reais e cinquenta centavos).
De modo geral, podemos deduzir uma fórmula para o acréscimo. Considere
um valor x e que ele sofra um acréscimo de p%. De acordo com o que acabamos de
definir, podemos escrever esse acréscimo da seguinte maneira:
x + p% de x
Desenvolvendo essa expressão, teremos que:

4
Matemática financeira

Vamos refazer o exemplo 2 utilizando a fórmula anterior. Observe que x = 35 e


que o acréscimo foi de 30%, ou seja, p = 30%.
35 · (1 + 0,01 · 30)
35 · (1 + 0,3)
35 · 1,3
45,5
Observe que foi obtido o mesmo valor, e é uma opção utilizar tal fórmula.

Definição de Taxa de Juros


Uma taxa de juros, ou taxa de crescimento do capital, é a taxa de lucratividade
recebida num investimento. De uma forma geral, é apresentada em bases anuais,
podendo também ser utilizada em bases semestrais, trimestrais, mensais ou diárias,
e representa o percentual de ganho realizado na aplicação do capital em algum em-
preendimento.
Por exemplo, uma taxa de juros de 20% ao ano indica que para cada unidade
monetária aplicada, um adicional de R$ 0,20 deve ser retornado após um ano, como
remuneração pelo uso daquele capital.
A taxa de juros, simbolicamente representada pela letra i, pode ser também
apresentada sob a forma unitária, ou seja, 0,20, que significa que para cada unidade
de capital são pagos doze centésimos de unidades de juros. Esta é a forma utilizada
em todas as expressões de cálculo.
A taxa de juros também pode ser definida como a razão entre os juros, cobrável
ou pagável, no fim de um período de tempo e o dinheiro devido no início do período.
Usualmente, utiliza-se o conceito de taxa de juros quando se paga por um emprésti-
mo, e taxa de retorno quando se recebe pelo capital emprestado.
Portanto, pode-se definir o juro como o preço pago pela utilização temporária do
capital alheio, ou seja, é o aluguel pago pela obtenção de um dinheiro emprestado
ou, mais amplamente, é o retorno obtido pelo investimento produtivo do capital.
Genericamente, todas as formas de remuneração do capital, sejam elas lucros,
dividendos ou quaisquer outras, podem ser considerados como um juro.
Quando uma Instituição Financeira decide emprestar dinheiro, existe, obviamen-
te, uma expectativa de retorno do capital emprestado acrescido de uma parcela de
juro. Além disso, deve-se considerar embutido na taxa de juros os seguintes fatores:
Risco - grau de incerteza de pagamento da dívida, de acordo, por exemplo, com
os antecedentes do cliente e sua saúde financeira;
Custos Administrativos - custos correspondentes aos levantamentos cadas-
trais, pessoal, administração e outros;

5
Matemática financeira

Lucro - parte compensatória pela não aplicação do capital em outras oportuni-


dades do mercado, podendo, ainda, ser definido como o ganho líquido efetivo;
Expectativas Inflacionárias - em economias estáveis, com inflação anual bai-
xa, é a parte que atua como proteção para as possíveis perdas do poder aquisitivo
da moeda.

O Valor do Dinheiro no Tempo


O conceito do valor do dinheiro no tempo surge da relação entre juro e tempo,
porque o dinheiro pode ser remunerado por certa taxa de juros num investimento,
por um período de tempo, sendo importante o reconhecimento de que uma unidade
monetária recebida no futuro não tem o mesmo valor que uma unidade monetária
disponível no presente.
Para que este conceito possa ser compreendido, torna-se necessário a elimina-
ção da ideia de inflação. Para isso, supõe-se que a inflação tecnicamente atinge to-
dos os preços da mesma forma, sendo, portanto, anulada no período considerado.
Assim, um dólar hoje vale mais que um dólar amanhã. Analogamente, um real
hoje tem mais valor do que um real no futuro, independentemente da inflação apura-
da no período.
Esta assertiva decorre de existir no presente a oportunidade de investimento
deste dólar ou real pelo prazo de, por exemplo, 2 anos, que renderá ao final deste
período um juro, tendo, consequentemente, maior valor que este mesmo dólar ou
real recebido daqui a 2 anos.
Conclui-se, pelo fato do dinheiro ter um valor no tempo, que a mesma quantia
em real ou dólares, em diferentes épocas, tem outro valor, tão maior quanto à taxa
de juros exceda zero. Por outro lado, pode-se dizer que este dinheiro varia no tempo
em razão do poder de compra de um real ou dólar ao longo dos anos, dependendo
da inflação da economia, como será visto adiante.

Diagrama dos Fluxos de Caixa


Para identificação e melhor visualização dos efeitos financeiros das alternativas
de investimento, ou seja, das entradas e saídas de caixa, pode-se utilizar uma repre-
sentação gráfica denominada Diagrama dos Fluxos de Caixa.
Este diagrama é traçado a partir de um eixo horizontal que indica a escala dos
períodos de tempo. O número de períodos considerado no diagrama é definido como
o horizonte de planejamento correspondente à alternativa analisada. Cabe ressaltar
que é muito importante a identificação do ponto de vista que está sendo traçado o
diagrama de fluxos de caixa. Um diagrama sob a ótica de uma Instituição Financeira

6
Matemática financeira

que concede um empréstimo, por exemplo, é diferente do diagrama sob a ótica do


indivíduo beneficiado por tal transação.
A figura abaixo mostra um exemplo de um diagrama genérico de um fluxo de
caixa.
Convencionou-se que os vetores orientados para cima representam os valores
positivos de caixa, ou seja, os benefícios, recebimentos ou receitas. Já os vetores ori -
entados para baixo indicam os valores negativos, ou seja, os custos, desembolsos ou
despesas.

Fluxo de caixa
Fluxo de Caixa é o movimento de entradas e saídas de dinheiro do caixa da em-
presa, ou seja, o que você recebe e o que paga em seu negócio. Para um bom con-
trole de fluxo de caixa, é necessário garantir registros detalhados de ganhos e gas-
tos, com disciplina e sem erros. Em uma visão diária, semanal ou mensal, ele já ofe-
rece instrumentos de verificação e análise para seus negócios.
O Fluxo de Caixa é uma das ferramentas mais utilizadas pelas ciências contá-
beis, sendo um instrumento de gestão financeira que projeta para períodos futuros
todas as entradas e as saídas de recursos financeiros da empresa, indicando como
será o saldo de caixa para o período projetado.
De fácil elaboração para as empresas que possuem os controles financeiros bem
organizados, ele deve ser utilizado para controle e, principalmente, como instrumen-
to na tomada de decisões. O Fluxo de Caixa deve ser considerado como uma estru-
tura flexível, no qual o empresário deve inserir informações de entradas e saídas
conforme as necessidades da empresa. Com as informações do Fluxo de Caixa, o
empresário pode elaborar a Estrutura Gerencial de Resultados, a Análise de Sensibili-
dade, calcular a Rentabilidade, a Lucratividade, o Ponto de Equilíbrio e o Prazo de re -
torno do investimento. O objetivo é verificar a saúde financeira do negócio a partir
de análise e obter uma resposta clara sobre as possibilidades de sucesso do investi-
mento e do estágio atual da empresa.
O fluxo de caixa mal feito traz vários problemas para uma empresa, e um dos
entraves é o vencimento das obrigações a pagar em um momento em que o caixa
da empresa está desfalcado. Quando isso ocorre, a empresa se vê, na maioria das
vezes, obrigada a contrair empréstimos para não ficar em débito com os fornecedo-
res e prejudicar transações futuras.

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Matemática financeira

Entre as três principais razões de falência ou insucessos de empresa, uma delas


é a falta de planejamento financeiro ou a ausência total de fluxo de caixa e a previ -
são de fluxo de caixa (projetar as receitas e as despesas da empresa).
Sem um fluxo de caixa projetado a empresa não sabe antecipadamente quanto
precisará de um financiamento ou quando terá, ainda que temporariamente, sobra
de recursos para aplicar no mercado financeiro (ganhando juros, reduzindo o custo
do capital de terceiros emprestado).

Tipos de Fluxo de Caixa


O Fluxo de Caixa é apenas medir o resultado do período (Modelo Operacional)
em termos financeiros (Resultado do Negócio – semelhante a uma Demonstração do
Resultado do Exercício) ou ser um Modelo Completo, incluindo todas as alterações no
caixa, as de investimento (compra e venda de ativo...) e as de financiamento (obten-
ção de novos recursos no mercado...) A Demonstração dos Fluxos de Caixa pode ain-
da ser dividida em modelo direto e indireto.
No modelo direto, destacam-se objetivamente as entradas e saídas de dinheiro,
informando-se a origem (fonte) e o uso (aplicação). É um modelo mais revelador e
facilmente analisado pelo leigo em contabilidade.
No modelo indireto, as variações no caixa decorrentes da atividade operacional
são identificadas pelas mudanças no capital de giro da empresa (circulantes). Por
exemplo, um aumento na conta estoque pressupõe redução do caixa, pois provocará
um desembolso adicional. Uma redução da conta fornecedores pressupõe também
uma redução do caixa, pois saiu dinheiro para pagamento da dívida com fornecedo-
res. Conforme estabelece o item 11 da NPC (Normas de Procedimentos de Contabili-
dade) nº 20/1999, a Demonstração dos Fluxos de Caixa para um determinado perío-
do ou exercício deve apresentar o fluxo de caixa oriundo ou aplicado nas atividades
operacionais, de investimento e de financiamentos e o seu efeito líquido sobre os
saldo de caixa, conciliando seus saldos no início e no final do período ou exercício.

Divulgação adicionais
Estabelece, ainda, a NPC nº 20/1999 que a empresa deverá divulgar informa-
ções sobre a demonstração dos fluxos de caixa referentes à conciliação do resultado
do exercício com valor das disponibilidades líquidas geradas ou utilizadas nas ativi-
dades operacionais.

Elaboração do Fluxo de Caixa


Uma das formas mais simples seria a empresa processar todas as movimenta-
ções financeiras nos modelos do Livro Caixa. Outra forma muito usada é avaliar as
movimentações do Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício

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Matemática financeira

(DRE). Para elaboração da DFC, seja pelo método direto ou indireto, os dados são co-
letados dos Balanços do exercício (atual e anterior) e da DRE do exercício atual, além
de consultas em fichas de Razão de algumas contas. Tanto na DFC direta quanto na
indireta, as informações apresentadas no grupo das Atividades de Investimento e de
Financiamento são as mesmas. O que muda é a forma de apresentar a origem e des-
tino do dinheiro em decorrência das atividades operacionais. Na DFC indireta, parte-
se do resultado do exercício, ajustando-se pela eliminação dos resultados não finan-
ceiros e pela adição ou exclusão das variações ocorridas nos grupos de contas do
Ativo Circulante, exceto as Disponibilidades, e do Passivo Circulante.

Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC)


A demonstração dos fluxos de caixa (DFC) é um relatório contábil que tem por
fim evidenciar as transações ocorridas em um determinado período e que provoca-
ram modificações no saldo da conta Caixa. Trata-se de uma demonstração sintetiza-
da dos fatos administrativos que envolvem os fluxos de dinheiro ocorridos durante
um determinado período, devidamente registrados a débito (entradas) e a crédito
(saída) da conta Caixa. Fluxo de caixa, portanto, compreende o movimento de entra-
da e saída de dinheiro na empresa.

Estrutura da DFC
A Lei 6.404/1976 também não fixou um modelo de DFC a ser observado por to-
das as empresas. Ela limitou-se a estabelecer no inciso I do artigo 188 que a DFC de-
verá indicar no mínimo as alterações ocorridas, durante o exercício, no saldo de cai-
xa e equivalentes de caixa, segregando-se essas alterações em, no mínimo, três flu-
xos: das operações, dos financiamentos e dos investimentos. Pela grande importân-
cia que as informações contidas na DFC representam para a análise conjunta com as
demais demonstrações financeira, o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil
(Ibracon), por meio da NPC (Normas de Procedimentos de Contabilidade) nº 20, de
30 de abril de 1999 – fundamentado nas práticas habituais que vinham sendo adota-
das nos Estados Unidos e na Europa, onde a elaboração da DFC também era obriga -
tória – apresenta orientações para elaboração desse significativo relatório no Brasil.

Conceito de Caixa e Equivalentes de Caixa


Entende-se por fluxo de caixa os ingressos e saídas de caixa e equivalentes. As-
sim, para fins da DFC, o conceito de caixa engloba todas as disponibilidades da em-
presa existente nas contas: Caixa (dinheiro em poder da própria empresa); Bancos
conta movimento (dinheiro Da empresa em poder de estabelecimentos bancários,
depositado em contas correntes) e Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata (di-
nheiro da empresa investido em aplicações de altíssima liquidez). Essas três contas
integram o grupo das Disponibilidades no Ativo Circulante do Balanço Patrimonial.

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Matemática financeira

Equivalentes de caixa compreende as contas representativas de aplicações financei-


ras que possuem as mesmas características de liquidez e de disponibilidades imedia-
ta. Desse modo, equivalentes de caixa abrangem todos os investimentos efetuados
pela empresa, resgatáveis em até três meses e que tenham altíssima liquidez. São
sobras de caixa aplicadas no mercado financeiro, cujas operações se caracterizam
pela finalidade não especulativa, bem como pela possibilidade de serem resgatadas
imediatamente, no momento em que a empresa desejar. Exemplos de investimentos
financeiros que podem ser considerados como equivalentes de caixa: caderneta de
poupança, CDB (certificado de depósito bancário) e RDB (recibo de depósito bancá-
rio) prefixados etc.

Classificação das entradas e saídas de caixa por atividades


Conforme estabelece o inciso I do artigo 188 da Lei nº 6.404/1976 e , ainda de
conformidade com as orientações contidas na citada NPC, envolvendo a estrutura da
DFC, o ideal é que as transações relativas às entradas e saídas de caixa sejam sele-
cionadas em três grupos de atividades:
Atividades Operacionais – compreendem as transações que envolvem a con-
secução do objeto social da empresa. Elas podem ser exemplificadas pelo recebi-
mento de uma venda, pagamento de fornecedores por compra de materiais, paga-
mento dos funcionários etc.;
Atividades de Investimentos – compreendem as transações com os Ativos fi-
nanceiros, as aquisições ou vendas de participações em outras empresas e de Ativos
utilizados na produção de bens ou na prestação de serviço ligados ao objeto social
da empresa. É importante citar que as atividades de investimentos não compreen-
dem a aquisição de Ativos com o objetivo de revenda;
Atividades de Financiamentos – incluem a captação de recursos dos acionis-
tas ou cotistas e seu retorno em forma de lucros ou dividendos, a captação de em-
préstimos ou outros recursos, sua amortização e remuneração.

É importante salientar que cuidados especiais precisam ser tomados no momen-


to da classificação das transações em seus respectivos grupos de atividades, visto
que, determinados recebimentos ou pagamentos de caixa podem ter características
que se enquadrem tanto no fluxo de caixa das atividades operacionais, como nas ati-
vidades de financiamento, ou nas atividades de investimentos. Assim, os desembol-
sos efetuados para pagamento a fornecedores decorrentes de financiamentos para
aquisição de bens destinados à produção ou à venda devem ser classificados como
atividades operacionais; os desembolso efetuados para pagamento a fornecedores
decorrentes de financiamento obtidos para aquisição de bens do Ativo Não Circulan-
te devem ser classificados como atividade de investimento; enquanto os desembol-
sos efetuados para pagamento a credores referentes a empréstimos efetuados para

10
Matemática financeira

aplicação na expansão do empreendimento devem ser classificados como atividades


de financiamentos.

Fatos que aumentam o Saldo no Caixa


A entrada de dinheiro para o caixa da empresa, na maioria das vezes, é decor-
rente dos seguintes fatores:
a. recebimento de vendas a vista;
b. recebimento de duplicatas;
c. novos empréstimos e financiamentos obtidos;
d. ingresso de capital dos sócios ou acionistas;
e. recebimento de vendas de itens do ativo permanente etc.
Fatos que diminuem o Saldo do caixa

Entre as diversas transações que diminuem o saldo de caixa da empresa, desta-


cam-se:
a. pagamento de compras a vista;
b. pagamento a fornecedores;
c. compras de itens do Ativo Permanente;
d. pagamento de despesas;
e. pagamento de juros;
f. pagamento de dividendos etc.

Fatos que não alteram o Saldo do Caixas


Nas operações que ocorrem no dia a dia das empresas, existem fatos que não
afetam o saldo de caixa imediatamente, mas pode afetar em períodos futuros, desta-
cam-se:
a. compras de mercadoria a prazo;
b. vendas de mercadoria a prazo;
c. correção monetária do balanço;
d. variações monetárias;
e. provisão para devedores duvidosos;
f. depreciação, amortização e exaustão;

11
Matemática financeira

g. resultado da equivalência patrimonial;


h. reavaliação etc.

Equivalência de Capitais
Dois (ou mais) capitais, com datas de vencimento diferentes, são ditos capitais
equivalentes quando, transportados para uma mesma data, a mesma taxa, produzi-
rem, nessa data, valores iguais.
A data para a qual os capitais serão transportados é chamada data focal. No re-
gime de juros simples, a escolha da data focal influencia a resposta do problema.
Isto significa que definida uma taxa de juro, e a forma de calculo (se racional ou co-
mercial), dois capitais diferentes, em datas diferentes, podem ser equivalentes, se
transportados para outra data, mesmo mantendo-se todas as outras condições do
problema.

Fórmulas
Para vencimentos anteriores a data focal:

Para vencimentos posteriores a data focal:

Uma expressão matemática básica e de fácil manuseio que nos fornece a equi-
valência de duas taxas é:
1 + ia = (1 + ip)n

ia = taxa anual
ip = taxa período
n: número de períodos

Exemplo 1:
Qual a taxa anual de juros equivalente a 2% ao mês?
Temos que: 2% = 2/100 = 0,02

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Matemática financeira

1 + ia = (1 + 0,02)12
1 + ia = 1,0212
1 + ia = 1,2682
ia = 1,2682 – 1
ia = 0,2682
ia = 26,82%

A taxa anual de juros equivalente a 2% ao mês é de 26,82%.

As pessoas desatentas poderiam pensar que a taxa anual nesse caso seria cal-
culada da seguinte forma: 2% x 12 = 24% ao ano. Como vimos, esse tipo de cálculo
não procede, pois a taxa anual foi calculada de forma correta e corresponde a
26,82% ao ano, essa variação ocorre porque temos que levar em conta o andamento
dos juros compostos (juros sobre juros).

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Matemática financeira

Anotações:
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Fundamentos de geologia de petróleo

Fundamentos de geologia
de petróleo

MÉRITO
Apostilas 1
Fundamentos de geologia de petróleo

Petróleo é uma mistura de substâncias oleosas, inflamável, geralmente menos


densa que a água, com cheiro característico e coloração que pode variar desde o
incolor ou castanho claro até o preto, passando por verde e marrom (castanho).

Trata-se de uma combinação complexa de hidrocarbonetos, composta na sua


maioria de hidrocarbonetos alifáticos, alicíclicos e aromáticos, podendo conter
também quantidades pequenas de nitrogênio, oxigênio, compostos de enxofre e
íons metálicos, principalmente de níquel e vanádio. Esta categoria inclui petróleos
leves, médios e pesados, assim como os óleos extraídos de areias impregnadas de
alcatrão. Materiais hidrocarbonatados que requerem grandes alterações químicas
para a sua recuperação ou conversão em matérias-primas para a refinação do pe-
tróleo, tais como petróleos de xisto crus, óleos de xisto enriquecidos e combustí -
veis líquidos de hulha, não se incluem nesta definição.

O processo de fraturamento hidráulico (ing. fracking) possibilita explorar com-


bustíveis não convencionais, como o gás de xisto. Com o uso deste mesmo méto -
do, campos de petróleo e gás natural, antes tidos como esgotados por serem ina -
cessíveis aos métodos de extração convencionais, podem voltar a ser plenamente
produtivos. O petróleo é um recurso natural abundante, porém sua prospecção en-
volve elevados custos e complexidade de estudos. É também atualmente a princi -
pal fonte de energia, servindo também como base para fabricação dos mais varia -
dos produtos, dentre os quais destacam-se benzinas, óleo diesel, gasolina, alca -
trão, polímeros plásticos e até mesmo medicamentos. Já foi causa de muitas guer -
ras e é a principal fonte de renda de muitos países, sobretudo no Oriente Médio.

Além de gerar a gasolina que serve de combustível para grande parte dos au-
tomóveis que circulam no mundo, vários produtos são derivados do petróleo
como, por exemplo, a parafina, GLP, produtos asfálticos, nafta petroquímica, que -
rosene, polímeros, solventes, óleos combustíveis, óleos lubrificantes, óleo diesel e
combustível para aviação.

HISTÓRIA

Antiguidade

Registros históricos da utilização do petróleo remontam a 4 000 a.C. devido a


exsudações e afloramentos frequentes no Oriente Médio. Os povos da Mesopotâ -
mia, do Egito, da Pérsia e da Judeia já utilizavam o betume para pavimentação de
estradas, calafetação de grandes construções, aquecimento e iluminação de ca -
sas, bem como lubrificantes e até laxativo. Os chineses já perfuravam poços,
usando hastes de bambu, no mínimo em 347 a.C.. Heródoto citou em "História",
processos de obtenção do petróleo e do betume no Oriente Médio (século V a.C.).

2
Fundamentos de geologia de petróleo

Amiano Marcelino, historiador do período final do Império Romano, menciona


o óleo da Media, usado em flechas incendiárias, e que não era apagado com água,
apenas com areia; um outro óleo, mais viscoso, era produzido na Pérsia, e chama -
do na língua persa de nafta.

No início da era cristã, os árabes davam ao petróleo fins bélicos e de ilumina -


ção. O petróleo de Bacu, no Azerbaijão, já era produzido em escala comercial,
para os padrões da época, quando Marco Polo viajou pelo norte da Pérsia, em
1271.

Origens da indústria petrolífera

A moderna indústria petrolífera data de meados do século XIX. Em 1850, Ja -


mes Young, na Escócia, descobriu que o petróleo podia ser extraído do carvão e
xisto betuminoso, e criou processos de refinação. O primeiro poço moderno foi
perfurado em Bibiheybət (Bibi-Heybat), próximo a Bacu, no Azerbaijão, no ano de
1846. O Azerbaijão foi o maior produtor de petróleo no século XIX e no final desse
sua produção era de mais da metade da produção mundial. O primeiro poço co -
mercial da Romênia foi perfurado em 1857. O primeiro poço nas Américas foi per -
furado no Canadá, em 1858. Em agosto de 1859 o norte-americano Edwin Lauren -
tine Drake perfurou o primeiro poço nos Estados Unidos para a procura do petró -
leo (a uma profundidade de 21 metros), no estado da Pensilvânia. O poço revelou-
se produtor e a data passou a ser considerada, pelos norte-americanos, a do nas -
cimento da moderna indústria petrolífera. A produção de óleo cru nos Estados Uni -
dos, de dois mil barris em 1859, aumentou para aproximadamente três milhões
em 1863, e para dez milhões de barris em 1874.

O Oriente Médio

A história da exploração petrolífera no Oriente Médio nasceu da rivalidade en -


tre a Grã-Bretanha e o Império Russo.O barão Paul Julius Reuter (fundador da Reu-
ters) negociara acordos com a Pérsia desde 1872, renovados em 1889, que previ -
am a exploração de petróleo, de maneira a neutralizar os interesses russos na re -
gião. Uma vez que o regime czarista temia a aproximação britânica da sua frontei -
ra sul, as suas pressões diplomáticas levaram à anulação destes acordos.

Sem desistência britânica, as negociações com Teerã foram retomadas por


William Knox d'Arcy. Uma vez que o Xá necessitava de recursos financeiros, aca -
bou sendo assinado um novo contrato, em 28 de maio de 1901. Pelos seus ter -
mos, mediante o pagamento de 20 mil libras esterlinas líquidas à vista, idêntico
montante em ações e uma percentagem de 16% sobre os eventuais lucros, era
garantida a concessão da exploração por 60 anos, sobre dois terços do território

3
Fundamentos de geologia de petróleo

do país. Para explorá-la, d'Arcy contratou o engenheiro George Reynolds, que prio -
rizou uma região entre a Pérsia (atual Irã) e a Mesopotâmia (atual Iraque), a cerca
de 500 quilômetros do golfo Pérsico. A primeira perfuração iniciou-se em 1902,
sob temperaturas de até 50° Celsius à sombra, numa área desértica e inóspita,
habitada por tribos nômades hostis. Finalmente, em abril de 1904, uma das perfu -
rações começou a produzir, demonstrando, mesmo em quantidade insuficiente, a
existência de petróleo na região.

Os problemas postos à empreitada eram agora financeiros, uma vez que a es -


timativa inicial de investimento para a perfuração de dois poços havia sido de cer -
ca de 10 mil libras e, em quatro anos de trabalho, d'Arcy já havia investido 200
mil. Necessitando de capital, d'Arcy negociou com a Burmah Oil Company, de
Glasgow, a quem cedeu parte das suas ações. De comum acordo foi escolhida
uma nova zona de prospecção: a chamada "planície do óleo", a sudoeste de Teerã,
perto do Xatalárabe. Novamente os gastos mostraram-se pesados: foi necessário
abrir uma estrada e o transporte de 40 toneladas de equipamentos e materiais
para que se começasse a perfurar, em Janeiro de 1908. Insatisfeita com a falta de
resultados, em 14 de Maio, a Burmah Oil determinou que Reynolds abandonasse
as perfurações. Em 26 de Maio, entretanto, o petróleo jorrou em Masjed Soleiman.
De acordo com a lenda, Reynolds enviou um telegrama à empresa: "Ver Salmo
104, versículo 15, terceiro parágrafo".

Para custear os pesados investimentos necessários à exploração, transporte e


refino do produto, a Burmah Oil fundou em 1909 a Anglo-Persian Oil Company
(atual BP), cujas ações dispararam. Foi construído um oleoduto de 225 quilôme-
tros e instalada uma refinaria em Abadã, próximo à fronteira com o Iraque. Entre -
tanto, as dificuldades financeiras retornaram em 1912, quando a companhia esgo -
tou o seu capital de giro. Impunha-se uma fusão com a sua rival, a anglo-holande -
sa Royal Dutch Shell que, à época, dominava o mercado. Entretanto, para o gover -
no britânico o controle sobre o fornecimento de petróleo era estratégico, inclusive
porque os programas navais de seu Almirantado, para 1912, 1913 e 1914, estabe -
lecidos para confrontar o Império Alemão, dependiam da construção de navios
movidos a óleo, e não mais a carvão.

Ao mesmo tempo, no Iraque, a Turkish Petroleum Company, fundada em 1912


por iniciativa da Royal Dutch Shell e do Deutsche Bank (cada um com 50% das
ações), em colaboração com o armênio Calouste Gulbenkian, manifestava interes -
se no negócio. Nesse cenário, alguns dias antes da eclosão da Primeira Guerra
Mundial, o jovem parlamentar Winston Churchill colocou em votação na Câmara
dos Comuns a proposta de nacionalização da Anglo-Persian, através da qual o go-
verno britânico adquiria 50% das ações da companhia pelo montante de 2,2 mi -
lhões de libras. Em seguida, os britânicos envidaram esforços para obter a fusão
da Turkish com a Anglo-Persian. Ainda em 1914, o novo consórcio passou a ser
controlado em 50% pelos ingleses, ficando a Shell e o Deutsche Bank com 25%

4
Fundamentos de geologia de petróleo

cada um; 5% dos lucros eram destinados a Gulbenkian, que passou a ser conheci -
do desde então como o "Senhor 5%".

Com a Primeira Guerra Mundial em progresso, a cooperação anglo-germânica


para a exploração petrolífera era anulada. Com a rendição alemã e o desmembra -
mento do Império Otomano, as potências vencedoras passaram a controlar o mer-
cado na região. O primeiro-ministro britânico Lloyd George e o presidente do Con -
selho francês Alexandre Millerand firmaram o acordo de San Remo, através do
qual o instrumento do desenvolvimento petrolífero ficou sendo a Turkish Petro -
leum Company; os franceses receberam a parte alemã da companhia, que havia
sido sequestrada pelos britânicos durante a guerra. Em troca, os franceses renun -
ciaram a suas pretensões territoriais sobre Mossul (no norte do Iraque). A Grã-Bre-
tanha, por sua vez, declarou que qualquer companhia privada que explorasse jazi-
das de petróleo ficaria sob o seu controle. O acordo de San Remo representou um
duro golpe para os Estados Unidos, que, diante da hegemonia britânica, passaram
a demonstrar preocupação com o seu abastecimento. Um acordo entre ambas as
nações só foi firmado em 1925.

Enquanto isso, Faiçal I do Iraque confirmou oficialmente a concessão celebra -


da em 1912, permitindo o início da prospecção em seu país. Finalmente, a 15 de
outubro de 1927, às 3 horas da manhã, perto de Quircuque, ecoou um imenso es -
trondo, sucedido por um jorro de petróleo, de 15 metros acima da torre. Para ex-
plorá-lo, foi assinado um contrato, em 31 de julho de 1928, no hotel das Termas
de Ostrende, nos Países Baixos. Pelos seus termos, estabelecia-se a Iraq Petro -
leum Company (em substituição à Turkish Petroleum Company), cujo capital foi re -
partido entre a britânica Anglo-Persian (23,75%), a Companhia Francesa de Petró -
leos (23,75%), um cartel estadunidense (Gulf, Texaco, Exxon e Mobil, com
23,75%) e os 5% de Gulbenkian. Reunidos, os representantes dessas companhias
traçaram uma linha vermelha em torno do território do antigo Império Otomano,
onde apenas a Pérsia e o Cuaite foram excluídos. No interior dessa zona, todas as
operações petrolíferas deveriam ser desenvolvidas em colaboração entre elas, e
apenas entre elas.

De acordo com os relatórios dos geólogos à época, a Arábia parecia "desprovi-


da de qualquer perspectiva de petróleo" e a prospecção ali deveria "ser classifica -
da na categoria do puro jogo". Entretanto, o fato do petróleo ocorrer em abundân -
cia na Pérsia e no Iraque indicava que o mesmo podia ocorrer na Arábia, levando a
que o neozelandês Frank Holmes, com experiência na África do Sul e em Aden, no
Iémen, se estabelecesse na pequena ilha de Barém. Holmes obteve do xeque local
uma concessão para a prospecção de petróleo, em 1925.

Em 1926, com seus recursos esgotados, Holmes propôs vender a sua conces -
são aos britânicos, mas foi rechaçado, uma vez que, mesmo duvidando da presen -
ça de óleo na região, percebiam-no como um intruso. Holmes então dirigiu-se a
Nova Iorque e propôs a venda da sua concessão aos estadunidenses, adquirida

5
Fundamentos de geologia de petróleo

pela Gulf Oil em 1927. Essa companhia, entretanto, tornou-se parte da Iraq Petro -
leum Company em 1928. Como esta era signatária do acordo da Linha Vermelha,
tornava-se impossível para a Gulf operar sozinha no Barém. Desse modo, reven-
deu as suas ações à Standard Oil of California (SOCAL, ex-Standard Oil Company),
que havia ratificado o acordo. Essa operação irritou os britânicos, que não admiti -
am que os estadunidenses se instalassem no Oriente Médio. Sob a égide britânica,
os xeques não podiam agir por conta própria. Uma cláusula de nacionalidade bri -
tânica era exigida para explorar o petróleo. Para contornar o impedimento, a SO -
CAL estabeleceu uma filial no Canadá, um território britânico. Um ano mais tarde,
convencidos de que não havia petróleo em Barém, os britânicos acabaram concor -
dando. As perfurações iniciaram-se, desse modo, em 1931. Em 31 de maio de
1932, uma jazida era descoberta, vindo a inverter o equilíbrio regional e mundial,
e criando uma situação que dura até aos dias de hoje.

Na Arábia Saudita, em maio de 1933, o rei Ibn Saud, concedeu à SOCAL o di -


reito de exploração do petróleo de seu país por 60 anos, mediante um pagamento
de 35 mil peças de ouro. O articulador do mesmo foi Saint John Philby, antigo fun -
cionário britânico do Império das Índias, transformado em conselheiro de Ibn
Saud. Derrotados na Arábia Saudita, os britânicos associaram-se aos estaduniden -
ses, um ano e meio mais tarde, em partes iguais, no Cuaite, a última zona de
prospecção. As seis primeiras perfurações foram infrutíferas até que, em 1938,
vastas reservas foram descobertas no Cuaite e na Arábia.

Petróleo no Brasil

Desde o fim do século XIX que o Petróleo foi considerado uma riqueza mineral
indispensável para o desenvolvimento econômico dos países. Em boa parte desse
período, o Brasil, graças a extensão do seu em grande parte inexplorado território,
sempre alimentou a crença dos estudiosos e empresários nacionais de que con-
tasse com grandes reservas, capazes de tornar o pais autossuficiente desse recur -
so energético assim como conseguiram as grandes potências industriais do século
XX, Estados Unidos e União Soviética. Mas a prospecção de petróleo em território
brasileiro se mostrou difícil e custosa, fazendo com que os governantes procuras -
sem atrair a ajuda estrangeira. A falta de resultados geraria uma desconfiança ge-
neralizada, com o auge quando a mesma foi catalisada pelo prestigiado escritor e
ex-adido comercial nos Estados Unidos Monteiro Lobato que em seu livro de 1936,
"O Escândalo do Petróleo e Ferro", denunciou ações de empresas estrangeiras,
principalmente a Standard Oil, no sentido de "não explorar e não deixar que ex -
plorem". O assunto, pelas suas implicações estratégicas e patrióticas, tornou-se
um dos temas que mais interessaram aos militares brasileiros. Ficou famoso o de -
bate entre os Generais Júlio Caetano Horta Barbosa (que defendia a total exclusão
dos estrangeiros da exploração do petróleo) e Juarez Távora (favorável a participa -
ção do capital estrangeiro). A corrente de Barbosa ganhou força quando, em seu

6
Fundamentos de geologia de petróleo

mandato à frente do Conselho Nacional do Petróleo, foi enfim descoberto petróleo:


em 1939 na Bahia, no bairro do Lobato, em Salvador. As ações estrangeiras se re -
novaram com essa descoberta e após a Segunda Guerra Mundial, houve a reação
da opinião pública, com a campanha nacional do "O petróleo é nosso!". Encam-
pando a campanha, Getúlio Vargas criou a Petrobrás em 1953. Apesar das expec-
tativas gerais, nos 21 anos seguintes a Petrobras acumularia insucessos em rela -
ção ao objetivo de dar a autossuficiência ao país. A situação só iria mudar quando,
a partir da década de 1960, foram desenvolvidas técnicas de pesquisa marítima,
que levaram a descobertas do produto na plataforma continental brasileira, pri -
meiro em Sergipe, em 1968, e depois na Bacia de Campos, em 1974. Em 1997 o
monopólio estatal do petróleo foi quebrado e o Brasil enfim alcançou a capacidade
de se tornar independente dos fornecedores estrangeiros dessa importante maté -
ria-prima.

Império

Com a eclosão da Guerra Civil dos Estados Unidos, investidores ingleses pro -
curaram novas áreas no mundo para sondar a existência de petróleo. Thomas
Denny Sargent estudou tratados geológicos e pediu a concessão para exploração
em diversas áreas na Bahia. Foi atendido com o Decreto 3.352-A de 30 de novem-
bro de 1864. A segunda concessão foi em 1869, dada a Edward Pellew Wilson, que
havia lido o livro de Gustavo Adolfo de Menezes, de 1863, denominado "Notícia
Descritiva e Estatística da Riqueza Mineral na Província da Bahia". Esse ato aca -
bou sendo contestado nos tribunais pois as terras cedidas, próximas do Rio Maraú,
alcançaram a Fazenda Gamboa, de propriedade de João da Costa Júnior ou seus fi -
lhos. As pesquisas não acharam petróleo, apenas reservas de um tipo de betume,
batizado de "maruíta" por Orville Derby, diretor do futuro Serviço Geológico e Mi -
neralógico do Brasil. Algumas mortes na região como a de Fred Nicholson e Allan
Fitzpatrick causaram rumores de ações estrangeiras que queriam deter a "concor -
rência". Da metade do século XIX até o final do Império, estima-se terem entrado
no pais cerca de 150 cientistas do solo, entre geólogos e paleontólogos, sendo
que muitos dos resultados obtidos foram levados aos países de origem, permane -
cendo ignorados pelo cientistas e governo brasileiros.

Primeiro período republicano

Ao contrário de outras regiões no mundo, no Brasil as pesquisas mineralógi-


cas continuavam esparsas no início do século. Em 1891, uma companhia britânica
chegou a instalar uma torre metálica no litoral de Alagoas, mas a abandonou. Mas
as maiores pesquisas do período se concentraram em São Paulo, lugar onde já
despontava a industrialização. Houve alguma notoriedade a exploração Tito Lívio
Martins no Morro de Bofete, na região de Tatuí, causa de muitos debates nos anos

7
Fundamentos de geologia de petróleo

seguintes sobre a existência de petróleo nessa área, principalmente após a perfu -


ração em 1892 de 48 metros por Eugênio Ferreira de Camargo, sucessor de Mar -
tins, quando foi encontrada areia argilosa com cheiro supostamente de petróleo.
Glycon de Paiva afirmou que a perfuração alcançou mais de 400 metros e encon -
trou água sulfurosa (1940). Outras concessões foram dadas nas terras de Guara -
tinguetá e Pindamonhangaba, dentre outras. As pesquisas geológicas do solo bra -
sileiro continuaram, notórias principalmente as feitas por estrangeiros. John Cas-
per Branner publicou um relatório em 1919, pela Sociedade Geológica dos Estados
Unidos, no qual destacou possibilidades petrolíferas no Brasil. Já o norte-america-
no Israel Charles White, em trabalho publicado no Brasil em 1908 pelo Serviço Ge -
ológico e Mineralógico do Brasil (organizado em 1907), descartou possibilidades
de achar petróleo no sul do Brasil (seus estudos na região levaram a descobrir a
chamada Coluna White). Em trabalho designado por Orville A.Derby, o técnico e
futuro diretor do Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil Eusébio Paulo de Oli -
veira contestou essas conclusões,a partir de 1915 (ano do suicídio de Derby), em
publicações nos anais da Escola de Minas de Ouro Preto (fundada em 1880). À
essa altura o petróleo já alcançara o patamar dos grandes negócios internacio -
nais, vital para o desenvolvimento industrial dos Estados Unidos e das nações eu -
ropeias

O professor Luis Felipe Gonzaga de Campos sucedeu a Derby no Serviço Geo -


lógico. Pouco afeito as pesquisas de campo, o professor defendeu a elaboração de
novas leis para o setor de mineração. Em 1910 apresentou um projeto de lei que
não foi adiante. Em 1915 surgiu a primeira Lei de Minas - Lei Calógeras, substituí -
da em 1921 pela Lei Simões Lopes. Campos incumbiu o engenheiro Avelino Inácio
de Oliveira de realizar pesquisas de carvão-de-pedra e petróleo no Vale do Amazo -
nas. Em 1917, Otávio Brandão anunciou haver evidências petrolíferas em Riacho
Doce, Alagoas. Foi perseguido e novamente houve rumores de ações estrangeiras
que incluiriam a morte de José Bach em 1918, encontrado boiando no canal do Ca -
lunga, junto à lagoa Mundaú. Entre 1917 e 1918, o professor Eduardo Costa dirigiu
perfurações em Rio Claro com auxilio de técnicos do Departamento Geológico de
São Paulo e da Empresa Paulista de Petróleos. A companhia abandonou os traba-
lhos após ter sido negado pedido de subvenção ao governo. Em 1919 foi criada a
Comissão Eusébio de Oliveira pelo Serviço Geológico, que concentrou a explora -
ção do petróleo por ação governamental nos dez anos seguintes, uma vez que
houve enfraquecimento da iniciativa privada no setor. Em 14 de abril de 1920,
houve perfuração do poço nº 12 em Garça Torta em Alagoas. Três poços foram
perfurados em Cururupe, nas proximidades de Ilhéus na Bahia. Em São Paulo, hou -
ve a transferência das sondagens de Rio Claro para São Pedro. Iniciadas em 12 de
julho de 1921, ali ocorreu a primeira incidência registrada de "gás natural" em
todo o país. A busca por petróleo na região foi abandonada em 1926. Em 20 de ju -
lho de 1925 foi aberto o primeiro poço em Itaituba, no Pará. Em 15 de janeiro de
1926, a sondagem de Afonso Galeão em Santo Amaro na Bahia alcançava pela pri -
meira vez um lençol petrolífero. Em 1923 surgiu o livro do professor e funcionário

8
Fundamentos de geologia de petróleo

de empresa, Valentim R.Garfias, "Petroleum Resources of the World", que trazia


um capítulo sobre o Brasil e apontava locais promissores de exploração petrolífe -
ra: ao longo da fronteira ocidental, Alto Amazonas e no litoral, desde São Paulo
até Maceió. Em 14 de dezembro de 1922 havia sido descoberto petróleo na Vene -
zuela, pela companhia americana Venezuelan Oil Company, o que renovou o inte -
resse pelas pesquisas no Amazonas, devido a similaridades geológicas. Com a
descoberta de reservas importantes no Oriente Médio em 1927, os preços do pe-
tróleo caíram bastante. Em 1926 a Standard Oil Company investiu diretamente no
Amazonas através de três companhias: The Amazon Corporation, American Brazil
Exploration e Canadian Amazon Company Limited. A concessão obtida pela lei es -
tadual 1.297 de 18 de outubro de 1926, foi cancelada pela Revolução de 1930. Em
1927, o especialista norte-americano Chester Washburne foi contratado pelo Esta -
do de São Paulo e concluiu haver petróleo naquele território, mas defendia que a
exploração fosse entregue às companhias estrangeiras. Suspeitou-se de que esta-
va à serviço delas, sendo que a Companhia Geral Pan-Brasileira, subsidiária da
Standard Oil, iniciou compras de grandes porções de terras paulistas após a publi -
cação em inglês das conclusões de Washburne. Anos depois, Monteiro Lobato afir -
mou que essas aquisições não tinham objetivo de exploração, mas de impedir a
exploração por terceiros. O trabalho só foi publicado em português no ano de
1939, editado pelo Ministério da Agricultura, sob o título "Geologia do Petróleo do
Estado de São Paulo". Lobato explicou sua posição no livro "O Escândalo do Petró -
leo e Ferro" de 1936. O Serviço Geológico foi extinto em julho de 1933, após per-
furar 127 poços, 63 especificamente buscando petróleo. A pouca profundidade
que fora alcançada, foi ridicularizada por Lobato que chamou esses perfurações
de "buraco de tatu".

Era Vargas

Com a Revolução de 1930 e a subida de Getúlio Vargas ao poder, houve algu-


mas mudanças em relação a "precária situação da industria nacional de minera -
ção" (conforme Juarez Távora, então Ministro da Agricultura): foram iniciadas me -
didas de proteção às riquezas naturais, racionalização dos processos de explora -
ção e centralização normativa federal da matéria. Os órgãos foram reestruturados
no âmbito do Ministério da Agricultura, a política do governo foi definida no Esta -
tuto das Minas de 1934 e foi criado o Conselho Nacional do Petróleo (CNP) em
1938. Em 1932 foi criada a Companhia Petróleos do Brasil, sob a iniciativa de
Monteiro Lobato. Os atritos com o governo foram grandes, com críticas a atuação
dos diferentes técnicos: Euzébio de Oliveira, Bordout Dutra, Fleury da Rocha. O in -
terventor federal de Alagoas, Osman Loureiro, contestou a retirada da sonda do
Ministério de Agricultura do Riacho Doce, no que foi elogiado por Lobato. Em
1935, Loureiro contrata estudos geofísicos da Piepmeyer & Cia (subsidiária da ale -
mã ELBOF), que deram resultados positivos em Riacho Doce. Ao mesmo tempo o
empresário e presidente da Bolsa de Mercadorias da Bahia Oscar Cordeiro realizou

9
Fundamentos de geologia de petróleo

escavações no Recôncavo Baiano, entre 1931 e 1933, e enviou amostras ao presi -


dente Vargas. Em 1934, o novo Ministro da Agricultura, Odilon Braga, fez um le-
vantamento do panorama petrolífero do país mas não houve referência às áreas
de Lobato e Riacho Doce, o que foi visto como um atestado de incapacidade do
governo em achar petróleo. Em 1932 foi fundada a pequena refinaria em Uruguai -
ana, Destilaria Riograndense de Petróleo, que produzia principalmente querosene
e óleo diesel. O petróleo processado vinha do Peru até que houvesse uma inter -
rupção por uma lei argentina que proibia transporte de petróleo bruto por seu ter -
ritório. Outras refinarias foram criadas por essa época, em Rio Grande e São Cae -
tano do Sul. Em 1935, o técnico governamental Bourdot Dutra esteve em Lobato e
se entusiasmou com os poços, mudando a atitude governamental de descrédito,
inclusive por uma opinião do geólogo Victor Oppenheim, que trabalhou nas Yaci -
mientos Fiscales da Argentina, de que o petróleo contido na amostra de Oscar
Cordeiro era estranho ao local. O poço de petróleo de Lobato foi descoberto em 21
de janeiro de 1939. Depois dele, foram encontrado petróleo em mais três localida -
des do Recôncavo Baiano - Aratu, Candeias e Itaparica. Com a II Guerra Mundial,
as companhias norte-americanas voltaram a se interessar em explorar petróleo no
país. Em 1941 houve proposta da Standard Oil pelos direitos de exploração mas
foi rechaçada pelo General Horta Barbosa, presidente do CNP. Muitos entraves fo-
ram criados pela companhia em relação a aquisição de equipamentos para a ex -
ploração do petróleo baiano. A situação só foi normalizada em 1944, com interfe -
rência de Vargas que iniciava contatos com o III Reich.

A Campanha do Petróleo é Nosso

Com a queda de Vargas, recrudesceram as ações das companhias estrangei -


ras, interessadas principalmente em controlar o refino e o transporte de petróleo.
Em 1947, ocorria um debate no Clube Militar entre os Generais Horta Barbosa e
Juarez Távora, tendo como alvo as mudanças de orientações do CNP e a proposta
do governo Dutra conhecida como Estatuto do Petróleo, remetido ao Congresso
em 4 de fevereiro de 1948.

Em 25 de fevereiro de 1938 houve um tratado com a Bolívia, que permitia a


exploração em seu território por empresas binacionais, brasileiras-bolivianas. O
tratado não teve execução, mesmo a Petrobras (fundada em 1953) pretendia atu -
ar no papel daqueles tipos de empresas citadas.

PETROBRAS

Com o retorno de Getúlio Vargas ao Poder, foi enviado o projeto que previa a
criação da Petrobras em 5 de dezembro de 1951, de autoria do assessor presiden-
cial Rômulo de Almeida. Apesar de considerada "nacionalista", a proposta não

10
Fundamentos de geologia de petróleo

agradou a vários representantes dessa corrente: Arthur Bernardes chegou a insi -


nuar que Arantes seria testa de ferro dos trustes internacionais. O CEDPEN tam-
bém considerou que a proposta era a oportunidade esperada pelos estrangeiros
para penetrar na exploração e industrialização do petróleo nacional. O Clube Mili -
tar, presidido por Newton Estillac Leal, considerou o projeto como "profundamente
nocivo à soberania nacional e a segurança militar". A redação final do projeto foi
aprovada em 3 de outubro de 1953,resultando na lei 2.004. Em 1950 foi fundada a
primeira refinaria de propriedade do governo, a de Mataripe na Bahia - que ao
passar para a Petrobras recebeu o nome de Landulfo Alves. As refinarias particula -
res continuaram a operar, não sendo alcançadas pelo monopólio.

Paulipetro

Durante o governo de Paulo Maluf (1979-1982) e em resposta a Segunda Crise


do Petróleo em 1979, houve uma nova tentativa de encontrar petróleo no territó -
rio paulista. Foi montada a empresa pública Paulipetro para pesquisar o solo da
Bacia do Rio Paraná mas a reação popular logo encerrou as atividades da compa-
nhia que durante sua curta duração não conseguiu encontrar o recurso mineral
em quantidade necessária para exploração comercial.

Quebra do monopólio estatal

Em 1997, o monopólio estatal brasileiro foi quebrado e foi criada a Agência


Nacional do Petróleo, órgão federal para fiscalizar e aplicar as políticas governa -
mentais no setor.

Pré-Sal

Em 2006, surgiram os primeiros indícios de que haveria petróleo na camada


geológica do pré-sal, na costa do Espírito Santo até Santa Catarina, dentro da cha -
mada zona econômica exclusiva do Brasil, ainda dentro da plataforma continental.
A primeira extração foi em setembro de 2008, na Bacia de Campos, e o período de
testes ocorreu no ano seguinte, no campo de Tupi no litoral de Santos. Foi criada a
companhia Pré-Sal Petróleo em 2009, como subsidiária da Petrobrás.

A produção nacional de petróleo cresceu 4% em 2017, para uma média de


2,622 milhões de barris diários, segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás Na-
tural e Biocombustíveis (ANP). Em dezembro de 2017, o pré-sal já respondia por
50,7% da produção total, representando, pela primeira vez, mais da metade da
produção nacional.

11
Fundamentos de geologia de petróleo

Alavancada pelo pré-sal, a Bacia de Santos teve crescimento de 29% na pro-


dução de óleo e gás em 2017, para 1,434 milhão de BOE/dia. A região ostenta,
desde setembro de 2017, o posto de maior bacia produtora do país. Os dados da
ANP sugerem que, mantida a tendência dos últimos meses, Santos deve se conso-
lidar no topo do ranking em 2018. Em 2016, na média, a Bacia de Campos man -
teve-se na liderança, com 1,510 milhão de BOE/di.

A Petrobras teve participação de 77,8% na produção nacional de petróleo, no


ano de 2017

Em novembro de 2019, a produção nacional de petróleo ultrapassou a marca


de 3 milhões de barris por dia, pela primeira vez. Já a produção de gás natural
chegou a 137 milhões de metros cúbicos na mesma data. A produção diária do
pré-sal atingiu uma média de 2,061 milhões de barris de petróleo, 66,7% do total
nacional, e 83,7 milhões de metros cúbicos de gás natural, 61,1% do total do País.

COMO O PETRÓLEO SE FORMA

O petróleo se forma através do acúmulo de matéria orgânica, que vai ser in -


corporada nos sedimentos. A partir disso, ela é submetida a pequenas profundida-
des e baixas temperaturas, sendo estes valores médios de 1km de profundidade e
50° Celsius. Nesse processo, ela passa por uma série de alterações que são cha-
madas de diagênese, esse processo faz com que esses sedimentos soltos com
matéria orgânica se transformem nas rochas sedimentares.

Após o processo ocorrer, a matéria orgânica se torna querogênio, que é uma


fração não solúvel da matéria orgânica que se encontra nas rochas sedimentares.
Após isso, a bacia sedimentar vai se submetendo a temperaturas mais elevadas e
através de novos processos, o petróleo é formado. Os detalhes de tudo isso costu -
mam ser estudados nas disciplinas chamadas de geologia do petróleo.

O QUE COMPÕE O PETRÓLEO

O petróleo é formado pela mistura de hidrocarbonetos e heterocompostos,


sendo composto de mais de 90% de hidrocarbonetos. Os petróleos mais densos
são aqueles que são mais ricos em enxofre, mas estes costumam ter no máximo
5% de enxofre em sua composição.

Segundo o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), o petróleo


constitui uma mistura de hidrocarbonetos (moléculas de carbono e hidrogênio)
que se encontram em estado líquido (em temperatura e pressão ambientes). É

12
Fundamentos de geologia de petróleo

constituído também por compostos sulfurados, nitrogenados, oxigenados, resinas,


asfaltenos e metálicos como ferro, cobre e zinco.

O DNPM classifica o petróleo segundo os subprodutos gerados após o refino:

Corresponde aos óleos leves e de baixa viscosidade. O


Classe parafínica
teor de resina e asfalteno é inferior a 10%.

Classe parafino- Corresponde aos óleos com viscosidade e densidade


naftênica moderada. O teor de resina e asfalteno é de 5 a 15%.

Corresponde aos óleos menos representativos em relação


ao volume total de petróleo. Sua origem está relacionada
Classe naftênica
à alteração bioquímica dos óleos parafínicos e parafino-
naftênicos.

Corresponde aos óleos pesados. O teor de resina e


Classe aromática
asfalteno é de 10 a 30%. Esse normalmente é encontrado
intermediária
no Oriente Médio e na Venezuela.

Corresponde aos óleos originados a partir dos processos


Classe aromático- de degradação de óleos parafínicos. O teor de resina e
naftênica asfalteno é de mais de 35%. Geralmente encontrados na
África Ocidental.

Corresponde aos óleos originados a partir dos processos


Classe aromático- de biodegradação. O teor de resina e asfalteno é de mais
asfáltica de 35%. Pode ser encontrado no Canadá, Venezuela e na
França.

De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis


(ANP), a composição química do petróleo, no que tange à proporção de seus com -
ponentes, seria, de forma geral (podendo variar dependendo da amostra):

• Carbono: 82%

• Hidrogênio: 12%

• Nitrogênio: 4%

• Oxigênio: 1%

• Sais: 0,5%

• Metais: 0,5%

13
Fundamentos de geologia de petróleo

GEOLOGIA DO PETRÓLEO

Geologia do petróleo é a aplicação conjugada da ciência e da técnica da geo-


logia, devidamente assistida por outras ciências e técnicas conexas à busca de hi -
drocarbonetos, ao petróleo, quer nos aspectos de prospecção, quer nos de explo-
ração e uso, bem como nos de estudos e pesquisas sobre a natureza, a origem e
as composições particulares dos diversos petróleos.

Ocorrência

O petróleo é encontrado sobretudo ao longo de grandes estruturas presentes


na subsuperfície, sendo que a tais estruturas associam-se falhas profundas associ-
adas à interação de placas tectônicas, como por exemplo: zonas de subducção
causadas por colisão de placas e zonas divergentes, associadas à separação de
placas continentais. Nessas condições, formam-se bacias sedimentares, que pos -
suem rochas fonte, onde a matéria orgânica é cozida e pressurizada, rochas reser -
vatórios, porosas e permeáveis, por onde a matéria orgânica migra e se acumula,
ao encontrar rochas selantes.

As reativações de importantes falhas tectônicas que ocorrem ao longo da evo -


lução das bacias sedimentares permitem ciclos de sedimentação que sobrepõem
esses tipos de rocha. Estruturas de deformação, como dobras e fraturas associa -
das a essas falhas estabelecem condições de temperatura e pressão que intera -
gem com hidrocarbonetos acumulados, do que podem resultar óleos com diversos
tipos de qualidades.

Pesquisa do petróleo

Na aplicação de estudos geológicos para prospecção e pesquisa de petróleo


são utilizados diversos métodos geofísicos (sísmica, gravimetria, magnetometria,
imagens de satélite). O petróleo é encontrado tanto no subsolo marinho como no
terrestre, sobretudo nas bacias sedimentares, mas também em rochas do emba-
samento cristalino.

São estudadas as rochas reservatórios e as rochas selantes através de sedi-


mentologia e estratigrafia, e na caracterização das armadilhas os estudos das es-
truturas que permitem acumulações econômicas.

Na perfuração de um poço de petróleo são descritas nas rochas atravessadas,


buscando também indícios de hidrocarbonetos. Posteriormente são utilizadas fer-
ramentas que investigam propriedades radioativas, elétricas, magnéticas e elásti-
cas das rochas da parede do poço (perfilagem) as quais permitem identificar e
avaliar a presença de hidrocarbonetos.

14
Fundamentos de geologia de petróleo

Análise de bacias sedimentares

A geologia do petróleo trata principalmente da avaliação de sete elementos


chave em bacias sedimentares:

• Rocha reservatório ou rocha fonte

• Reservatório

• Selo

• Trapa

• Tempo (a cronologia, o histórico dos processos)

• Maturação

• Migração

Em geral, todos estes elementos devem ser avaliados através de uma 'janela'
limitada para o mundo subterrâneo, fornecido por um (ou possivelmente mais) po -
ços de exploração. Estes poços apresentam somente um segmento monodimensi-
onal através da Terra e a habilidade de se inferir características tridimensionais
deles é um dos aspectos mais fundamentais e, geologia de petróleo. Recentemen -
te, a disponibilidade de dados sísmicos tridimensionais (de sismologia de reflexão)
baratas e de alta qualidade tem ajudado grandemente a precisão de tais interpre -
tações. A seção seguinte discute estes elementos.

Avaliação da fonte utiliza os métodos de geoquímica para quantificar a natu -


reza das rochas ricas em compostos orgânicos que contêm os precursores dos hi-
drocarbonetos, de forma que o tipo e a qualidade dos hidrocarbonetos expelidos
possam ser avaliados.

O reservatório é uma unidade litológica porosa e permeável ou conjunto de


unidade que retém as reservas de hidrocarbonetos. A análise de reservatórios no
mais simples nível requer uma avaliação da sua porosidade (para calcular o volu -
me de hidrocarbonetos in situ) e sua permeabilidade (para calcular quão facilmen -
te os hidrocarbonetos irão fluir fora dele). Algumas das disciplinas chaves usadas
na análise de reservatórios são os campos da estratigrafia, sedimentologia, e en-
genharia de reservatórios.

O selo, ou rocha selante, é uma unidade com baixa permeabilidade que impe-
de o escape de hidrocarbonetos da rocha reservatório. Selos comuns incluem eva -
poritos, gredas e folhelhos. A análise de selos envolvem a avaliação de sua espes -
sura e extensão, de modo que sua eficácia pode ser quantificada.

A trapa é a característica estratigráfica ou estrutural, que garante a justaposi -


ção do reservatório e selo de tal forma que os hidrocarbonetos permanecem pre -

15
Fundamentos de geologia de petróleo

sos no subsolo, em vez de fugir (devido à sua natural flutuabilidade) e se perde -


rem.

A análise da maturação envolve a a avaliação da história termal da rocha fon-


te de maneira a produzir predições da quantidade e cronologia da geração e ex -
pulsão dos hidrocarbonetos.

Finalmente, cuidadoros estudos de migração revelam informação sobre como


hidrocarbonetos movem-se da fonte ao reservatório e ajudam a quantificar a fonte
(ou "a cozinha") dos hidrocarbonetos em uma área em particular.

Uma armadilha estrutural ("trapa"), onde uma falha é justaposta a um reser-


vatório poroso e permeável contra uma vedação ("selo") impermeável. O petróleo
(mostrado em vermelho) acumula-se contra o selo, na profundidade da base do
selo. Qualquer óleo posteriormente migrando da fonte vai escapar para a super -
fície e escoar.

As trapas ou rochas armadilhas, são estruturas geológicas, estratigráficas e


mistas que possibilitam o acumulo de petróleo, impedindo que o óleo migre para a
superfície.

A formação das trapas engloba deformidades nas rochas reservatórios, selan -


tes ou outras situações geológicas que permitam o acúmulo de óleo ou gás. São
classificas em: trapas estruturais, estratigráficas, hidrodinâmicas, etc.

16
Fundamentos de geologia de petróleo

Prospecção do petróleo

Na pesquisa e prospecção de petróleo, é comum que são utilizados vários mé-


todos geofísicos, sendo o principal o método sísmico. Além dele, podem ser usa -
dos a gravimetria, e magnetometria e também imagens de satélites.

O petróleo pode ser encontrado tanto no mar quanto na terra, sendo ele mais
comum de ser encontrado no mar. Além das rochas geradoras, existem também
as rochas reservatórios e as rochas selantes, que são necessárias para a sua for -
mação.

Após os estudos e os indícios confirmados, são realizadas as perfurações de


poços de petróleo e é realizado o processo de descrição de testemunhos para que
se possa identificar a presença dos hidrocarbonetos.

Rocha geradora

Uma rocha geradora deve possuir matéria orgânica em quantidade e qualida -


de adequadas e submetida ao estágio de evolução térmica necessário para degra -
dação do querogênio. Os aspectos volumétricos da rocha geradora (espessura e
extensão lateral) também não devem ser ignorados, pois uma rocha com quanti -
dade e qualidade da matéria orgânica adequadas pode ser, por exemplo, muito
delgada para gerar quantidades comerciais de petróleo.

17
Fundamentos de geologia de petróleo

O termo matéria orgânica se refere ao material presente nas rochas sedimen-


tares, que é derivado da parte orgânica dos seres vivos. A quantidade e qualidade
da matéria orgânica presente nas rochas sedimentares refletem uma série de fa-
tores, tais como a natureza da biomassa, o balanço entre produção e preservação
de matéria orgânica, e as condições físicas e químicas do pelo ambiente deposici -
onal.

Rocha reservatório

Rocha reservatório é uma formação que ocorre após a produção do petróleo


nos póros de rochas sedimentares, Em geral arenitos e calcários fraturados, resul -
tante da decomposição da matéria orgânica e de algumas condições fisico-quími -
cas (TTP- tempo, temperatura, pressão) haverá sua migração para outras regiões,
onde dar-se-á o seu acúmulo.

Em geral o local de acúmulo é formado por rochas porosas e permeáveis per -


mitindo que o petróleo seja acumulado e extraído. Quando seu acúmulo ocorre em
regiões com presença de água o petróleo será acondicionado sobre a água e o gás
produzido na rochas reservatório ficarão na parte mais superior do reservatório,
por motivos óbvios. Quanto menor a distância das rochas geradoras para a região
do reservatório menor será a perda pelo seu transporte. Distâncias elevadas impli -
cam na dissipação de parte do petróleo durante seu trajeto.

Características:

As rochas que propiciam os reservatórios de combustíveis fósseis caracteri-


zam-se por apresentar vazios, poros e fissuras interligados e pelos quais possa ha -
ver a circulação de hidrocarbonetos e a água. Tais características petrofísicas se -
rão resultado de toda o histórico geológico dos sedimentos que as constituem e
particularmente das condições nas quais ocorreram as sedimentações e os fenô -
menos de diagênese. Caso as camadas sedimentares que cobrem a rocha reserva -
tório, armadilha geológica, no ramo da indústria do petróleo "trapa", não apresen -
tarem impermeabilidade, os hidrocarbonetos ascenderão à superfície, oxidam-se
pela atmosfera (rica em oxigênio) e ação da radiação ultravioleta solar e tempo e
se dispersarão, embora tal caso seja pouco frequente, como evidenciado nas fos -
sas de petróleo, sendo mais frequente a existência no subsolo de sobreposição de
camadas porosas e permeáveis e camadas impermeáveis.

18
Fundamentos de geologia de petróleo

POÇO DE PETRÓLEO

Poço de petróleo é o termo usado para qualquer perfuração na superfície ter -


restre utilizada para produzir petróleo e/ou gás natural. Usualmente algum gás na -
tural é produzido juntamente com o óleo, além de água. Um poço que seja proje-
tado e executado para produzir principal ou somente gás deve ser denominado
poço de gás.

Ciclo de produção

A criação e vida de um poço pode ser dividida em cinco etapas principais:

• Planejamento

• Perfuração

• Completação

• Produção

• Abandono

19
Fundamentos de geologia de petróleo

Perfuração

O poço é criado por perfuração de um poço de 5 a 50 polegadas (as unidades


de medida típicas do ramo são as unidades inglesas, o que corresponde a 127,0
mm a 914,4 mm) em diâmetro na terra com uma perfuratriz que gira uma coluna
de perfuração (drill string) com uma broca acoplada. Após o poço ser perfurado,
seções de tubos de aço (tubo de revestimento) (casing), levemente menores em
diâmetro que a perfuração, são colocadas no buraco. Cimento pode ser colocado
entre a face externa do tubo de revestimento e o poço. O tubo de revestimento
provê integridade estrutural ao poço recém perfurado, em adição à zonas de alta
pressão potencialmente perigosas e da superfície.

Com estas zonas isoladas com segurança e a formação protegida pelo tubo de
revestimento, o poço pode ser perfurado mais profundamente (em formações po -
tencialmente mais instáveis e violentas) com uma broca menor, e também com
um tubo de revestimento de menor tamanho. Poços modernos tem dois a cinco
conjuntos de tamanhos de perfuração subsequentemente menores umas dentro
das outras, cada uma cimentada com tubo de revestimento.

Perfurando o poço

• A broca de perfuração, auxiliada pelo peso de tubos de parede espessa cha -


mados "drill collars" acima dela, corta a rocha. Existem diferentes tipos de
broca de perfuração; algumas levam a rocha a se desintegrar por fratura
compressiva (como as brocas tricônicas de dentes de aço), enquanto outras
cisalham porções da rocha na medida que giram (como as brocas PDC (Polly-
crystalline Diamond Compact, diamante policristalino compacto ou compac-
tado).

• Fluido de perfuração, chamada no jargão do ramo "lama", é bombeado para


baixo pelo interior do tubo de perfuração (drill pipe) e sai pela broca de per -
furação. A lama de perfuração é uma mistura complexa de fluidos, sólidos e
produtos químicos que devem ser cuidadosamente dosados para prover as
características físicas e químicas corretas para perfurar o poço com seguran-
ça. Funções particulares da lama de perfuração incluem refrigerar a broca,
elevar rochas cortadas até a superfície, prevenir a desestabilização da rocha
das paredes do poço e sobrepor-se à pressão dos fluidos dentro da rocha de
maneira que estes fluidos não entrem no espaço do poço.

• As "aparas" de rocha gerada são arrastados pelo fluido de perfuração à me-


dida que esse circula de volta para a superfície exterior do tubo de perfura-
ção. O fluido passa então através de "batedores" os quais separam as apa-

20
Fundamentos de geologia de petróleo

ras do fluido bom que será devolvido ao poço. A observação das anormalida-
des nos cortes que retornam e o monitoramento do volume do poço ou a
taxa de retorno de fluido são fundamentais para detectar-se "kicks" ("chu -
tes") mais cedo. Um "kick" é quando a pressão de formação com a profundi -
dade do bit é mais do que a cabeça hidrostática da lama acima, que se não
for controlada temporariamente, fechando os BOPs (blowout preventers,
aproximadamente "preventor de ruptura" ) e, finalmente, através do aumen-
to da densidade do fluido de perfuração que permitiria formação de fluidos e
lama que chegariam ao tubo de perfuração de forma incontrolável.

• O tubo ou coluna de perfuração ao que a broca (bit) está ligado é gradual -


mente aumentado na medida o poço fica mais profundo pela conexão por
aparafusamento de seções adicionais de aprox. 9 m (30 pés) ou "juntas" do
tubo sob o tubo de parede extern poligonal, o kelly ou mesa rotativa (topdri -
ve) na superfície. Este processo é chamado de fazer uma conexão. Normal-
mente, as articulações são combinadas em três articulações igualando uma
posição. Algumas plataformas menores usam apenas duas articulações e al-
guns equipamentos podem lidar com dispositivos de quatro articulações.

• Este processo é todo facilitado por uma sonda de perfuração ("drilling rig")
que contém todos os equipamentos necessários para fazer circular o fluido
de perfuração, a grua e movimentos do tubo, controle da descidas de equi -
pamentos ao poço, retirar aparas e resíduos do fluido de perfuração, e gera -
ção de energia no local para essas operações.

Completação

Após a perfuração e revestimento do poço, ele deve ser "completado". A


"completação" (no jargão do ramo) é o processo em que o poço está habilitado a
produzir óleo ou gás.

Em uma completação de poços revestidos, pequenos orifícios chamados per -


furações são feitas na parte do tubo de revestimento que passando pela zona de
produção, fornecem um caminho para que o óleo flua a partir da rocha circundan -
te através da tubagem de produção. Em completação de buraco aberto, muitas
vezes 'telas de areia' ou um 'pacote de brita' é instalado na última perfuração, se-
ção do reservatório não revestido. Estes mantém a integridade estrutural do poço
na ausência de invólucro, enquanto continua a permitir o fluir a partir do reserva -
tório dentro do poço. Telas também controlam a migração de areias da formação
em tubulações e equipamentos para produção de superfície, o que pode causar
desmoronamentos e outros problemas, especialmente a partir de formações de
areia não consolidadas de campos marítimos.

21
Fundamentos de geologia de petróleo

Depois de um percurso de fluxo ser feito, ácidos e fluidos de fraturamento são


bombeados para dentro do poço para produzir "fracking" (fraturamento hidráuli -
co), limpeza, ou de outra forma preparar e estimular a rocha reservatório para oti -
mizar a produção de hidrocarbonetos no poço. Finalmente, a área acima da seção
de reservatório do poço é embalada fora no interior do revestimento, e ligado à
superfície por meio de um tubo de diâmetro menor, chamado simplesmente tubu -
lação (tubing). Este arranjo proporciona uma barreira redundante para vazamento
de hidrocarbonetos, bem como permitindo seções danificadas ser substituídas.
Além disso, a menor área de seção transversal da tubulação produz fluidos do re -
servatório com uma maior velocidade, a fim de minimizar o retorno de líquido que
iria criar uma pressão adicional para trás, e protege a carcaça a partir de fluidos
corrosivos do poço.

Em muitos poços, a pressão natural do reservatório de subsuperfície é alta o


suficiente para o óleo ou a gás fluir para a superfície. No entanto, isso nem sem-
pre é o caso, especialmente em campos esgotados, onde as pressões têm sido re-
duzidos por outros poços produtores, ou em reservatórios de petróleo de baixa
permeabilidade. A instalação de uma tubulação de diâmetro menor pode ser o su-
ficiente para ajudar a produção, mas também podem ser necessários métodos de
elevação artificial. Soluções comuns incluem bombas de poços, elevação de gás,
ou bombas de vareta de superfície. Muitos sistemas novos nos últimos dez anos
foram introduzidos para a completação de poços. Sistemas de empacotador de
produção (production packer) múltiplos com portas de fraturamento ou colares de
escotilha em um tudo em um sistema cortaram os custos de execução e melhora-
ram a produção, especialmente no caso de poços horizontais. Esses novos siste-
mas permitem que revestimento desloquem-se para a zona lateral com a coloca -
ção correta da escotilha do empacotador / fratura para recuperação ótima de hi -
drocarbonetos.

Produção

A fase de produção é a fase mais importante da vida de um poço, quando o


petróleo e o gás são produzidos. neste período, os equipamentos produtores de
petróleo e sonda de perfuração (workover) usadas para perfurar e completar o
poço se afastaram do poço, e a parte superior é geralmente equipada com um
conjunto de válvulas chamado de árvore de Natal ou de árvore de produção. Estas
válvulas regulam pressões, fluxos de controle e permitem o acesso ao poço no
caso de continuação dos trabalhos de conclusão serem necessárias. A partir da
válvula de saída da árvore de produção, o fluxo pode ser ligado a uma rede de dis -
tribuição de tubos e tanques para fornecer o produto para refinarias, estações de
compressão de gás natural, ou terminais de exportação de petróleo.

22
Fundamentos de geologia de petróleo

Desde que a pressão no reservatório mantenha-se suficientemente elevada, a


árvore de produção é tudo o que é necessário para a produção do poço. Se a pres -
são esgota e considera-se economicamente viável, um método de elevação artifi -
cial mencionado na seção conclusões pode ser empregado.

Workovers muitas vezes são necessários em poços mais antigos, que podem
precisar de tubos de menor diâmetro, escala ou remoção de parafina, trabalhos de
matriz de ácido, ou completar novas zonas de interesse em um reservatório raso.
Esse trabalho de reparação pode ser realizado utilizando sondas de workover -
também conhecido como unidades de puxar ou sondas de conclusão - para puxar
e substituir a tubulação, ou pelo uso de intervenção em poços utilizando técnicas
de tubulação enrolada. Dependendo do tipo de sistema de elevação e cabeça de
poço uma haste de sonda ou descarga (flushby pode ser usada para mudar uma
bomba sem puxar a tubulação.

Métodos de recuperação melhorada tais como injeção de água, injeção de va -


por, ou injeção de CO2 podem ser utilizadas para aumentar a pressão do reserva -
tório e proporcionar um efeito "varredura" para empurrar hidrocarbonetos para
fora do reservatório. Tais métodos requerem o uso de poços de injeção (muitas ve -
zes escolhidos de poços de produção mais antigos em um padrão cuidadosamente
determinado), e são utilizadas quando enfrenta-se problemas com esgotamento
de pressão do reservatório, alta viscosidade do óleo, ou pode até mesmo ser utili -
zado no início da vida de um campo. Em certos casos - dependendo da geomecâ -
nica do reservatório - engenheiros de reservatório podem determinar a recupera -
ção final do óleo pode ser aumentada pela aplicação de uma estratégia de injeção
de água no início do desenvolvimento do campo, em vez de mais tarde. Tais técni -
cas de recuperação aprimoradas são freqüentemente chamadas de "recuperação
terciária".

Abandono

Um poço é dito chegar a um "limite econômico", quando sua taxa de produ-


ção não cobre as despesas, incluindo impostos. A técnica de fraturamento hi-
dráulico é uma opção economicamente viável para reativação de poços considera -
dos exauridos.

O limite econômico para poços de petróleo e gás pode ser expresso utilizando
estas fórmulas:

Campos de óleo:

23
Fundamentos de geologia de petróleo

Campos de gás:

Onde:

Quando o limite econômico é elevado, a vida útil do poço é encurtada e as re -


servas de petróleo comprovadas são perdidas. Inversamente, quando o limite eco -
nômico é reduzido, a vida útil do poço é alongada.

Quando o limite econômico é atingido, o poço torna-se uma responsabilidade


(tornando-se um passivo, um gerador de despesas e custos ambientais) e é aban -
donado. Neste processo, a tubulação é removida do poço e seções da perfuração
do poço são preenchidos com cimento para isolar o percurso de escoamento entre
as zonas de gás e de água e uma da outra, assim como da superfície. Preencher
completamente o poço com cimento é caro e desnecessário. A superfície ao redor
da cabeça do poço é então escavada, e a cabeça do poço e o revestimento são
cortados, uma tampa é soldada no lugar e, em seguida, o conjunto remanescente
é enterrado.

No limite econômico muitas vezes existe ainda uma quantidade significativa


de óleo irrecuperável deixado no reservatório. Pode ser tentador adiar o abandono
físico por um período prolongado de tempo, na esperança de que o preço do pe -
tróleo suba ou que novas técnicas de recuperação suplementares sejam aperfei -
çoadas. No entanto, arrendar disposições e normas governamentais geralmente
exigem o abandono rápido; responsabilidades ambientais e questões fiscais tam -
bém pode favorecer o abandono.

Em teoria, um poço abandonado pode ser novamente ativado, por meio de


uma reforma, incluindo nova perfuração, remoção de partes de concretagens e
substituição de revestimentos, e restaurado para a produção (ou convertido para
serviços de injeção para recuperação suplementar ou para armazenamento de hi -

24
Fundamentos de geologia de petróleo

drocarbonetos no fundo do poço), mas este reaproveitamento muitas vezes re -


vela-se difícil de ser executado mecanicamente e não rentável.

Tipos de poços

Poços de combustíveis fósseis apresentam-se em muitas variedades. Por flui -


do produzido, pode haver poços que produzem petróleo, poços que produzem óleo
e gás natural, ou poços que apenas produzem gás natural. O gás natural é quase
sempre um subproduto da produção de petróleo, uma vez que as pequenas cadei-
as de átomos de carbono de gás, mais leves, saem da solução em que estão pela
redução da pressão do reservatório para a superfície, semelhante ao destampar
uma garrafa de refrigerante onde o dióxido de carbono efervesce. Gás natural in-
desejado pode ser um problema de eliminação no local do poço. Se não há um
mercado para o gás natural, perto da boca de poço é praticamente sem valor,
uma vez que tem de ser canalizado para o utilizador final. Até recentemente, tal
gás indesejado era queimado no local do poço, mas devido a preocupações ambi -
entais essa prática está se tornando menos comum. Muitas vezes, gás não deseja -
do (ou gás 'encalhado', sem um mercado) é bombeado de volta para o reservató-
rio com um poço de 'injeção' para eliminação ou repressurizar a formação em pro-
dução. Outra solução é exportar o gás natural como líquido. Processo gás para
líquido, (GTL, gas to liquid) é uma tecnologia em desenvolvimento que converte
gás natural sem comercialização direta em gasolina sintética, diesel ou combustí-
vel de aviação através do processo de Fischer-Tropsch desenvolvido na Alemanha
na Segunda Guerra Mundial. Tais combustíveis podem ser transportados através
de dutos convencionais e petroleiros para os usuários. Proponentes afirmam que
combustíveis GTL queimam de maneira mais limpa que combustíveis de petróleo
comparáveis, sendo o principal argumento a ausência de compostos de enxofre,
que resultam em óxidos de enxofre, e nitrogênio, que resultam em óxidos de nitro -
gênio, fatores da formação de chuva ácida. A maioria das principais companhias
internacionais de petróleo estão em estágios avançados de desenvolvimento de
produção GTL, e.g. a instalação Pearl GTL no Qatar, de capacidade de 140 mil
bbl/d (22 mil m3/d), agendada para entrar em operação em 2011. Em locações
tais como nos Estados Unidos com uma alta demanda de gás natural, dutos são
construídos para distribuir do gás dos sítios dos poços para o consumidor final.

Outra maneira óbvia de classificar poços de petróleo é em poços em terra ou


em poços offshore. Há muito pouca diferença no poço em si. Um poço offshore
tem como alvo um reservatório que situa-se debaixo de um oceano ou mar. Devi -
do à logística, a perfuração de um poço offshore é muito mais cara do que um
poço em terra. De longe, o tipo mais comum é o poço em terra. Estes poços mar-
cam nos EUA as grandes planícies do Sul e Centro, o sudoeste, e são os poços
mais comuns no Oriente Médio.

25
Fundamentos de geologia de petróleo

Outra forma de classificar poços de petróleo é por sua finalidade em contri -


buir para o desenvolvimento de um recurso. Eles podem ser caracterizados como:

• Poços pioneiros (wildcat) são aqueles perfurados fora e não na vizinhança de


campos de petróleo ou de gás conhecidos.

• Poços de exploração são perfurados puramente para fins exploratórios (cole -


ta de informações) em uma nova área.

• Poços de avaliação são usados para avaliar características (tais como a taxa
de fluxo) de uma acumulação comprovada de hidrocarbonetos.

• Poços de produção são perfurados principalmente para a produção de óleo


ou de gás, uma vez que a estrutura de produção e características sejam de -
terminadas.

• Poços abandonados são poços permanentemente fechados na fase de perfu-


ração por razões técnicas.

Em um sítio de poços de produção, poços ativos podem ainda ser classifica-


dos como:

• produtores de óleo, produzindo predominantemente hidrocarbonetos líqui-


dos, mas principalmente com algum gás associado.

• produtores de gás, produzindo quase inteiramente hidrocarbonetos gasosos.

• injetores de água, para injeção de água na formação visando manter a pres -


são do reservatório, ou simplesmente para reciclar a água produzida com os
hidrocarbonetos porque, mesmo depois do tratamento, seria muito oleosa e
muito salina para ser considerada limpa para despejo no mar, e muito me-
nos em um recurso de água doce no caso de poços terrestres. A injeção de
água para a zona de produção com frequência tem um elemento de gestão
do reservatório; no entanto, o descarte de água produzida é muitas vezes
feito com segurança em zonas rasas em posições mais baixas que quaisquer
zonas de água doce.

• produtores de aquífero, intencionalmente produzindo água para re-injeção


visando controlar a pressão. Se possível, a água virá do próprio reservatório.
Usar água produzida pelo próprio aquífero, em vez de água de outras fontes,
impedirá incompatibilidade química que pode levar à precipitação que pode
ocasionar perda de porosidade do reservatório, reduzindo sua produtividade.
Esses poços serão geralmente necessários somente se a água produzida a
partir dos produtores de petróleo ou gás é insuficiente para efeitos de ges -
tão do reservatório.

26
Fundamentos de geologia de petróleo

• injetores de gás, para a injeção de gás dentro do reservatório frequentemen -


te como um meio de eliminação ou sequestro para posterior produção, mas
também para manter a pressão do reservatório.

Classificação de Lahee

A classificação de Lahee é uma designação dada a cada poço antes de ser


perfurado, e reflete o grau de controle geológico e potencial de hidrocarbonetos
conhecido de um sítio de perfuração no momento em que está previsto um poço.
Foi desenvolvido para caracterizar um poço pelo grau geral de risco assumido
pelo operador.

• New Field Wildcat (NFW) – longe de outros campos de produção e sobre uma
estrutura que não tenha previamente produzido.

• New Pool Wildcat (NPW) – novas bolsões em que já exista estrutura produ-
zindo.

Um poço de petróleo pode ser basicamente de três tipos: exploração, produ-


ção ou injeção. Estes tipos passam por etapas distintas:

• Exploração

◦ projeto de poço de petróleo

◦ perfuração de poço de petróleo

◦ perfilagem (LWD/perfilagem a cabo)

◦ revestimento de poço de petróleo

◦ teste de formação (se portador de hidrocarboneto e desejado pela opera -


dora/sócios)

◦ abandono de poço de petróleo

• Produção e Injeção

◦ projeto de poço de petróleo

◦ perfuração de poço de petróleo

◦ perfilagem (LWD/perfilagem a cabo)

27
Fundamentos de geologia de petróleo

◦ revestimento de poço de petróleo

◦ completação de poço de petróleo

◦ produção de poço de petróleo/injeção em poço de petróleo

◦ abandono de poço de petróleo

ELEVAÇÃO DE PETRÓLEO

Elevação é um termo utilizado na indústria de petróleo e gás para designar o


processo através do qual os líquidos produzidos por um reservatório (óleo e água)
são transportados verticalmente do fundo do poço até a cabeça do poço, na su-
perfície, vencendo a força da gravidade. O gás associado, também produzido, au -
xilia este processo.

Para que a elevação ocorra naturalmente é necessário que a pressão do reser -


vatório seja suficiente para vencer o peso da coluna de fluidos, fazendo o poço
fluir. Neste caso, ocorre o que se chama elevação natural, e diz-se que o poço é
surgente.

Quando a pressão do reservatório não é suficiente para vencer o peso da co -


luna no poço, para que o mesmo produza é necessário a adição de energia exter -
na, neste caso o processo é conhecido como elevação artificial. Mesmo em poços
surgentes, na maioria dos casos faz-se uso da elevação artificial, de forma a su-
plementar a energia do reservatório, aumentando a vazão de produção. A eleva -
ção artificial pode ser efetuada por meio de métodos bombeados (pela instalação
de bombas especiais dentro do poço) ou por métodos pneumáticos (nos quais a
injeção de gás natural na coluna de produção diminui a densidade dos fluidos ali
contidos, reduzindo necessidade de energia necessária à elevação, permitindo
que a pressão do reservatório promova o fluxo).

Nos últimos anos, com o advento de poços horizontais e de sistemas de pro -


dução submarina de completação molhada, o conceito de elevação vem sendo re -
visto pela Engenharia do Petróleo, sendo cada vez mais associado com o de Esco -
amento. Em muitas companhias de petróleo, a área disciplinar de Elevação e Es -
coamento hoje substituiu a área de Elevação. Isso porque o conceito de tradicio -
nal de Elevação (escoamento na vertical, dentro do poço) perde seu sentido, uma
vez que pode ocorrer escoamento horizontal em poço horizontal, e escoamento
vertical fora do poço, em risers de produção de sistemas de completação molha -
da.

28
Fundamentos de geologia de petróleo

ESCOAMENTO DE PETRÓLEO

Garantia do Escoamento é um termo utilizado na indústria de petróleo e gás


para designar um conjunto de estratégias e procedimentos com a finalidade de
assegurar que os fluidos produzidos por um reservatório (óleo, gás e água) esco-
em entre o fundo do poço e o ponto de separação desta mistura multifásica. Algu -
mas companhias de petróleo e segmentos da indústria consideram que o conceito
pode ser aplicado para além do ponto de separação, até a entrega das correntes
de óleo e gás separadas em seu ponto de venda.

Historicamente, a indústria de petróleo sempre se defrontou com problemas


relativos ao escoamento da produção. Como exemplo, existem relatos de poços de
petróleo parafínicos na Bahia que interrompiam sua produção no período noturno,
quando a queda da temperatura ambiente causava a solidificação de frações pa-
rafínicas do petróleo, que eventualmente se depositavam nas paredes das tubula -
ções de produção resultando no bloqueio da linha. A produção só era retomada no
dia seguinte, quando o sol aquecia as paredes da tubulação, dissolvendo a parafi -
na e retomando o fluxo.

De toda forma, a Garantia do Escoamento só se estabeleceu como disciplina


na indústria do petróleo nos anos 90, quando se iniciou a produção de petróleo
em águas profundas, onde as baixas temperaturas e altas pressões propiciam
condições de maior risco para o escoamento, como por exemplo a deposição de
parafinas e bloqueio por hidratos de gás. Nesta época, a indústria de petróleo em
todo mundo se debruçou sobre o problema e, desde então, imensa quantidade de
conhecimento no assunto começou a ser produzida. No início dos anos 90, ao bus -
car um termo que definisse este conjunto de atividades, técnicos da Petrobras su -
geriram o termo Garantia do Escoamento ou Garantia de Fluxo. O termo foi tradu -
zido para o inglês como en::Flow Assurance, que eventualmente foi adotado inter -
nacionalmente pela indústria.

Em seu conceito hodierno, Garantia de Escoamento pode incluir, dentre ou -


tros:

• A previsão, prevenção, mitigação e remediação da deposição orgânica (pa-


rafinas, hidratos, asfaltenos, naftenatos, dentre outros) e inorgânica (incrus -
tações minerais de sulfatos e carbonatos, dentre outros),

• A previsão, prevenção, mitigação e remediação da baixa fluidez do óleo,


causada pela redução a temperatura,

• O controle de fenômenos inerentes ao escoamento multifásico (intermitên-


cia severa, formação de emulsões e espumas, por exemplo),

• O controle da produção de areia e dos efeitos de erosão e corrosão nas li -


nhas de produção.

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Fundamentos de geologia de petróleo

Existem métodos distintos para elevação e escoamento dos fluidos:

• Elevação natural: onde a energia do reservatório é sufucientemente elevada


para transportar os fluidos produzidos até a superfície

• Elevação artificial: onde a energia do reservatório é insufuciente para trans -


portar os fluidos produzidos atéa superfície, ou quando só consegue trans -
portar vazões muito abaixo do que poderia produzir. Neste caso, recorre‐se
àajuda de meios artificiais de elevação (bombeados ou pneumáticos) na co -
luna de produção.

• Boosting: é o rebombeamento de fluidos ao longo do escoamento, de forma


a incrementar a vazão pela redução da contrapressão

O gerenciamento da produção se faz através de índices como o controle da


vazão (qo) ou índice de produtividade (IP).

Quanto maior o diferencial de pressão entre o meio poroso e o fundo do poço,


maior será a vazão deslocada no processo de recuperação.

O índice de produção permite calcular a vazão em função do diferencial de


pressão entre o meio poroso e o fundo do poço.

PROCESSAMENTO PRIMÁRIO DE PETRÓLEO

Durante o processo de produção de petróleo é comum o aparecimento de gás


e água associados. A separação dessas fases faz-se necessária, e a este processo
se chama na indústria de petróleo processamento primário de petróleo. A separa -
ção é necessária devido ao gás apresentar relevante interesse econômico para a
indústria, e a água, por apresentar elevado teor de sal em sua composição e for-
mar emulsões com viscosidades superiores à do petróleo desidratado, deve ser re -
movida, pois afeta o dimensionamento do sistema de bombeio e transferência,
compromete certas operações de processo nas refinarias, além de representar vo -
lume ocioso na transferência e tancagem do petróleo e gerar problemas de incrus -
tação e corrosão nos oleodutos de exportação. Portanto, o objetivo do processa -
mento primário do petróleo é o de separar gás, sob condições controladas, e o de
remover água, sais e outras impurezas, suficientemente para torná-lo estável e
adequado para ser transferido.

30
Fundamentos de geologia de petróleo

O processo de separação

O processo primário de separação do gás apresenta-se relativamente fácil,


devido a grande diferença de densidade apresentada entre as fases líquida e ga -
sosa, bastando, apenas, uma fragmentação inicial do fluido, pelo emprego de dis -
positivos apropriados, seguido de um baixo tempo de separação. A separação da
água do petróleo apresenta-se um pouco mais complexa, pois, embora ambos se-
jam imiscíveis, estes ascendem à superfície sob a forma de emulsões.

Geralmente, o petróleo e a água encontram-se no fundo do poço sob a forma


de duas fases separadas. Ao escoarem através das tubulações de produção, essas
fases são submetidas a agitação e ao cisalhamento, e, em função da presença de
emulsificantes naturais no petróleo (asfaltenos, resinas, ácidos naftênicos, dentre
outras espécies químicas), de caráter lipofílico dominante, ocorre a dispersão de
uma fase em outra, dando origem a emulsões do tipo água-óleo (A/O), isto é, di -
minutas gotas de água dispersas no petróleo recobertas por uma fina camada da
fase oleosa. Esses agentes migram para esta interface, formando uma barreira
que impede o contato entre as gotas, estabilizando a emulsão. Adicionalmente,
sabe-se que estas emulsões podem ser também estabilizadas pela presença de
materiais insolúveis, finamente divididos na interface.

Desidratação e a dessalgação

Normalmente, a separação da água do petróleo realiza-se em duas etapas


operacionais: a desidratação e a dessalgação. A desidratação é realizada nas uni-
dades operacionais de produção instaladas em campo, e consiste, basicamente,
na separação e remoção de grande parte da água, reduzindo seu teor a valores
aceitáveis. A dessalgação do petróleo é realizada nas refinarias, e consiste em la -
var o petróleo com água doce para remover grande parte do sal residual presente.

Os métodos de desidratação combinam efeitos, com o objetivo de remover os


agentes emulsionantes presentes na interface, e de permitir a coalescência das
gotas e a segregação das fases líquidas.

Assim, normalmente adiciona-se previamente determinado produto químico


desestabilizante (desemulsificante) à corrente a ser processada, capaz de compe -
tir e deslocar os emulsificantes naturais presentes na interface. Em seguida, a
emulsão é aquecida, e quando necessário, é fornecido ao sistema suficiente pa -
drão de fluxo para que haja separação de fases.

Usualmente, no processamento primário de petróleo são empregados vasos


separadores gravitacionais trifásicos para remover grande parte da água e do gás.
Estes apresentam formato cilíndrico e são projetados para trabalharem a tempera -

31
Fundamentos de geologia de petróleo

turas e pressões razoavelmente elevadas, além de promoverem, em seu interior,


o padrão de fluxo desejado para a segregação gravitacional.

De acordo com a designação API, um separador gravitacional trifásico é cons -


tituído de quatro seções distintas:

a) seção de separação primária - localizada na entrada do vaso, onde o fluido


choca-se com dispositivos defletores, ou passa por um difusor, fazendo com que
grande parte do gás separe, e o líquido decante em direção à parte inferior do
vaso;

b) seção de separação secundária - constitui a porção superior do interior do


vaso, ocupada pela fase gasosa. Nesta seção, grande parte do líquido arrastado,
sob a forma de gotas, é separado por decantação, e pelo emprego de dispositivos
mecânicos;

c) seção de acúmulo de líquido - localizada imediatamente abaixo da região


ocupada pela fase gasosa, é formada pela extensão ocupada pela fase líquida.
Esta seção é caracterizada pelo aparecimento de duas camadas distintas: óleo,
acima, e água, abaixo;

d) seção de aglutinação - localizada na saída de gás do vaso, esta seção é


constituída de dispositivos mecânicos, com elevada área de contato, permitindo a
coalescência das gotas de líquido remanescente na corrente gasosa.

Separadores de fundo

Separadores de fundo para óleo e gás são equipamentos utilizados para se -


gregar e separar as fases em um escoamento bifásico. Sua aplicação é fundamen -
tal sempre que a co-existência das fases no escoamento implicar na operação ina -
dequada de equipamentos ou incrementar processos indesejáveis, como a perda
de carga ou a oscilação de variáveis operacionais (vazão, pressão, temperatura,
etc) no sistema de transporte de fluidos.

Exemplos característicos, atuais, e de suma importância para o país, neste


momento em que a produção de petróleo resulta em grande parte de reservas
submarinas, é a ocorrência de escoamentos de gás e óleo em tubulações de com -
pletação e produção de petróleo, ou na sucção de bombas centrífugas submersas.
Quando se produz um campo de petróleo, haverá sempre a ocorrência de escoa -
mento bifásico (ou mesmo multifásico, com a presença de água e particulados
sólidos) no poço e na tubulação de transporte da mistura entre a cabeça do poço
e as facilidades de produção.

O gás, ou está naturalmente livre no reservatório e será produzido com o


óleo, ou resultará da mudança de fase das frações mais leves do óleo, quando

32
Fundamentos de geologia de petróleo

este perde pressão ao escoar para a superfície. Se a ocorrência simultânea de gás


e óleo na tubulação, por um lado, diminui a energia hidrostática da coluna bifásica
que se estabelece entre o reservatório e a superfície, por outro aumenta a energia
dissipada no escoamento, induz oscilações de pressão e vazão neste escoamento
e impede a instalação, entre o reservatório e a superfície, de equipamentos opera -
cionalmente sensíveis à presença de gás misturado na corrente de óleo (como
uma bomba centrífuga submersa referida acima, por exemplo).

Refinaria de petróleo

Refinaria também conhecido como destilarias de petróleo que realizam o pro-


cesso químico de limpeza e refino do óleo cru extraído dos poços e minas de óleo
bruto, produzindo diversos derivados de petróleo, como lubrificantes, aguarrás,
asfalto, coque, diesel, gasolina, GLP, nafta, querosene, querosene de aviação e
outros.

O petróleo bruto (não processado) é composto de diversos hidrocarbonetos,


com propriedades físico-químicas diferentes. Por isso, tem pouca utilidade prática
ou uso.

No processo de refino, os hidrocarbonetos são separados, por destilação, e as


impurezas removidas.

Da refinaria, os produtos saem por oleodutos até as indústrias petroquímicas


(que usam o GLP para fazer plásticos, por exemplo) ou rumo às distribuidoras de
combustível. Estes produtos podem então ser utilizados em diversas aplicações.

33
Fundamentos de geologia de petróleo

Principais produtos

• Asfalto

• Diesel / óleo diesel

• Nafta

• Óleo combustível

• Gasolina

• Querosene e querosene de aviação

• Gás liquefeito de petróleo

• Óleos lubrificantes

• Ceras de parafinas

• Coque

Processos normalmente encontrados em uma refinaria

• Dessalgação : processo de remoção de sais do óleo bruto.

• Destilação atmosférica: processo em que o óleo bruto é separado em diver-


sas frações sob pressão atmosférica.

• Destilação à vácuo ou destilação a pressão reduzida: processo em que o re -


síduo da destilação atmosférica é separado em diversas frações sob pressão
reduzida.

• Hidrotratamento

• Reforma catalítica

• Craqueamento/cracking catalítico: processo em que moléculas grandes (de


menor valor comercial) são "quebradas" em moléculas menores (de maior
valor comercial) através de um catalisador.

• Tratamento Merox

• Craqueamento/cracking retardado/térmico: processo em que moléculas


grandes (de menor valor comercial) são "quebradas" em moléculas menores
(de maior valor comercial) pela ação de temperaturas elevadas.

• Alquilação/alcoilação

34
Fundamentos de geologia de petróleo

Gasolina

A Gasolina é uma mistura complexa de hidrocarbonetos, oleofínicos, naftêni -


cos e aromáticos com uma faixa de ebulição entre 30 °C a 220 °C. Aditivos são
adicionados na gasolina de modo a se obter algumas características desejadas.
Para obter a gasolina, diversas frações de petróleo, em sua maioria naftas, são
misturadas.

Diesel

O Diesel é formado predominantemente por hidrocarbonetos e sua faixa de


ebulição é de 150 °C a 380 °C. O Diesel é utilizado em motores de ICO (ignição
por compressão) e têm um rendimento melhor que o rendimento de motores a ga -
solina. A taxa de compressão desses motores é de 15:1 a 24:1.

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Fundamentos de geologia de petróleo

Anotações:
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Química básica

Química básica

MÉRITO
Apostilas 1
Química básica

Química é uma ciência que não está limitada somente às pesquisas de labora-
tório e à produção industrial. Pelo contrário, ela está muito presente em nosso co -
tidiano das mais variadas formas e é parte importante dele.

Seu principal foco de estudo é a matéria, suas transformações e a energia en -


volvida nesses processos. A Química explica diversos fenômenos da natureza e
esse conhecimento pode ser utilizado em benefício do próprio ser humano.

Os avanços da tecnologia e da sociedade só foram possíveis graças às contri -


buições da Química. Por exemplo: na medicina, em que os medicamentos e méto -
dos de tratamento têm prolongado a vida de muitas pessoas; no desenvolvimento
da agricultura; na produção de combustíveis mais potentes e renováveis; entre
outros aspectos extremamente importantes.

Ao mesmo tempo, se esse conhecimento não for bem usado, ele pode (assim
como vimos acontecer algumas vezes ao longo da história) ser usado de forma er -
rada. De tal modo, o futuro da humanidade depende de como será utilizado o co -
nhecimento químico. Daí a importância do estudo desta ciência.

Ela trabalha em três níveis principais:

- Microscópico:

Quando a Química interpreta fenômenos em que há o reordenamento dos áto -


mos, que são os constituintes básicos de toda a matéria e que são invisíveis aos
nossos olhos.

- Macroscópico:

Quando a química interpreta objetos ou fenômenos grandes e visíveis.

- Simbólico:

Quando a Química interpreta e reconhece fenômenos químicos através de


símbolos, fórmulas e equações matemáticas.

Dependendo dos ramos de estudo, a Química pode ser dividida em: Química
Orgânica, Química Inorgânica, Físico-Química, entre outros.

2
Química básica

Estequiometria

A estequiometria é a forma de calcular as quantidades de reagentes e produ -


tos envolvidos em uma reação química.

Ela compreende cálculos matemáticos simples para conhecer a proporção cor -


reta de substâncias a serem usadas.

Os princípios da estequiometria se baseiam nas Leis Ponderais, relacionadas


com as massas dos elementos químicos dentro das reações químicas. Elas inclu-
em:

• Lei de Lavoisier: Também chamada de “Lei de Conservação das Massas”. Ba-


seia-se no seguinte princípio: "A soma das massas das substâncias reagen -
tes em um recipiente fechado é igual à soma das massas dos produtos da
reação".

• Lei de Proust: Também chamada de “Lei das Proporções Constantes”. Ela ba-
seia-se em “Uma determinada substância composta é formada por substân -
cias mais simples, unidas sempre na mesma proporção em massa”.

Assim, átomos não são criados ou destruídos em uma reação química. Logo, a
quantidade de átomos de determinado elemento químico deve ser a mesma nos
reagentes e nos produtos.

Cálculos estequiométricos

Existem várias formas de se resolver problemas com cálculos estequiométri-


cos. Vamos seguir alguns passos para a sua resolução:

• Passo 1: Escreva a equação química com as substâncias envolvidas;

• Passo 2: Faça o balanceamento da equação química. Para isso, é preciso


ajustar os coeficientes para que reagentes e produtos contenham a mesma
quantidade de átomos, segundo as Leis Ponderais (Lei de Proust e Lei de La -
voisier);

• Passo 3: Escreva os valores das substâncias, seguindo os dados do problema


e identificando o que se pede;

• Passo 4: Estabeleça a relação existente entre os números de moles, massa,


volume. De acordo com os valores a seguir:

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Química básica

• Passo 5: Faça uma regra de três simples para calcular os valores que são pe -
didos na questão ou problema.

Exemplo:

1. Quantos moles do gás hidrogênio são necessários para a formação de


amônia (NH3), sabendo que a quantidade do gás nitrogênio é de 4 moles?

Passo 1: N2 + H2 = NH3

Passo 2: na equação as quantidades de átomos não estão equilibradas. Há 2


átomos de nitrogênio e 2 de hidrogênio nos reagentes, enquanto que no produto
há 1 átomo de N e 3 de hidrogênio.

Começando pelo nitrogênio, acertamos o coeficiente no produto: N 2 + H2 = 2


NH3

O nitrogênio ficou equilibrado nos dois lados, mas o hidrogênio não.

N2 + 3 H2 = 2NH3. Agora sim!

Passo 3: Valor dado pelo exercício: 4 moles de N 2

Valor pedido pelo exercício: quantos moles de H 2? Escrevemos: x moles de H2

4
Química básica

Passo 4: Estabelecer as relações correspondentes quando necessário. Nesse


exemplo não há necessidade, porque é de mol com mol.

Na reação equilibrada acima, observa-se que a relação é de 1 mol de N2 que


reage com 3 moles de H2.

Passo 5: Fazer a regra de três.

Atenção! Coloque sempre os valores de uma substância sobre ela mesma ao


montar a regra de três, quer dizer, no exemplo, nitrogênio sobre nitrogênio e
hidrogênio sobre hidrogênio, como se vê abaixo:

Soluções químicas

As soluções químicas são misturas homogêneas formadas por duas ou mais


substâncias.

Os componentes de uma solução são denominados de soluto e solvente:

Soluto: representa a substância dissolvida.

Solvente: é a substância que dissolve.

Geralmente, o soluto de uma solução está presente em menor quantidade


que o solvente.

Um exemplo de solução é a mistura de água e açúcar, tendo a água como sol -


vente e o açúcar como soluto.

A água é considerada o solvente universal, devido ao fato de dissolver uma


grande quantidade de substâncias.

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Química básica

Classificação das soluções

Uma solução consiste de duas partes: o soluto e o solvente. Porém, esses dois
componentes podem apresentar diferentes quantidades e características. Como
resultado, existem diversos tipos de soluções e cada uma delas baseia-se em uma
determinada condição.

• Quantidade de soluto

De acordo com a quantidade de soluto que possuem, as soluções químicas


podem ser:

• Soluções saturadas: solução com a quantidade máxima de soluto totalmente


dissolvido pelo solvente. Se mais soluto for acrescentado, o excesso acu -
mula-se formando um corpo de fundo.

• Soluções insaturadas: também chamada de não saturada, esse tipo de solu -


ção contém menor quantidade de soluto.

• Soluções supersaturadas: são soluções instáveis, nas quais a quantidade de


soluto excede a capacidade de solubilidade do solvente.

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Química básica

• Estado físico

As soluções também podem ser classificadas de acordo com o seu estado físi-
co:

• Soluções sólidas: formadas por solutos e solventes em estado sólido. Por


exemplo, a união de cobre e níquel, que forma uma liga metálica.

• Soluções líquidas: formadas por solventes em estado líquido e solutos que


podem estar em estado sólido, líquido ou gasoso. Por exemplo, o sal dissol-
vido em água.

• Soluções gasosas: formadas por solutos e solventes em estado gasoso. Por


exemplo, o ar atmosférico.

• Natureza do soluto

Além disso, segundo a natureza do soluto, as soluções químicas são classificadas


em:
• Soluções moleculares: quando as partículas dispersas na solução são
moléculas, por exemplo, o açúcar (molécula C 12H22O11).
• Soluções iônicas: quando as partículas dispersas na solução são íons, por
exemplo, o sal comum cloreto de sódio (NaCl), formado pelos íons Na + e Cl-.

Coeficiente de solubilidade

Solubilidade é a propriedade física das substâncias de se dissolverem, ou não,


em um determinado solvente.

O coeficiente de solubilidade representa a capacidade máxima do soluto de se


dissolver em uma determinada quantidade de solvente. Isso conforme as condi -
ções de temperatura e pressão.

Conforme a solubilidade, as soluções podem ser:

• Soluções diluídas: a quantidade de soluto é menor em relação ao solvente.

• Soluções concentradas: a quantidade de soluto é maior que a de solvente.

Quando temos uma solução concentrada, podemos notar que o soluto não se
dissolve completamente no solvente, o que leva a presença de um corpo de fun -
do.

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Química básica

Para calcular o coeficiente de solubilidade é utilizada a seguinte fórmula:

Onde:

Concentração das soluções

O conceito de concentração (C) está intimamente relacionado com a quanti-


dade de soluto e de solvente presente em uma solução química.

Sendo assim, a concentração da solução indica a quantidade, em gramas, de


soluto existente em um litro de solução.

Para se calcular a concentração utiliza-se a seguinte fórmula:

Onde:

C: concentração

m: massa do soluto

V: volume da solução

No Sistema Internacional (SI), a concentração é dada em gramas por litro (g/


L), a massa em gramas (g) e o volume em litros (L).

Não devemos confundir o conceito de concentração (C) com o de densidade


(d) da solução:

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Química básica

Diluição das soluções

É importante ressaltar que a mudança ocorre no volume da solução e não na


massa do soluto.

Podemos concluir então que quando há o aumento do volume, a concentração


diminui. Em outras palavras, o volume e a concentração de uma solução são in -
versamente proporcionais.

A diluição consiste em adicionar solvente a uma solução, sem modificar a


quantidade de soluto.

Em uma diluição, a quantidade de solvente e o volume da solução aumentam,


enquanto a quantidade de soluto permanece igual. Como resultado, a concentra -
ção da solução diminui.

Lembre-se que a solução é uma mistura homogênea formada por solvente e


soluto.

A diluição é um processo comum no dia a dia. Por exemplo, ao adicionarmos


água a algum produto de limpeza, como desinfetantes, para torná-lo menos con -
centrado.

Outro exemplo é a preparação de sucos a partir de concentrados industrializa -


dos. É indicado no rótulo do produto a quantidade de água que deve ser adiciona -
da, tornando o suco menos concentrado.

Para entender o processo de diluição devemos conhecer a solução em seu


momento inicial e após a adição de solvente:

Concentração inicial: Ci = m1 / Vi

Concentração final: Cf = m1 / Vf

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Química básica

Onde:

Ci / Cf = concentração inicial / concentração final

m1 = massa de soluto

Vi / Vf = volume inicial / volume final

Considerando que a massa de soluto não é alterada durante a diluição, temos


a seguinte equação: Ci . Vi = Cf . Vf

FUNÇÕES INORGÂNICAS

As funções inorgânicas são os grupos de compostos inorgânicos que apresen -


tam características semelhantes.

Uma classificação fundamental em relação aos compostos químicos é: os


compostos orgânicos são aqueles que contêm átomos de carbono, enquanto os
compostos inorgânicos são formados pelos demais elementos químicos.

Há exceções como, por exemplo, CO, CO 2 e Na2CO3, que embora apresentem


o carbono na fórmula estrutural, possuem características de substâncias inorgâni-
cas.

As quatro principais funções inorgânicas são: ácidos, bases, sais e óxidos.

Essas 4 funções principais foram definidas por Arrhenius, químico que identifi -
cou íons nos ácidos, nas bases e nos sais.

Ácidos

Ácidos são compostos covalentes, ou seja, que compartilham elétrons nas


suas ligações. Eles têm a capacidade de ionizar em água e formar cargas, liberan -
do o H+ como único cátion.

Classificação dos ácidos

Os ácidos podem ser classificados de acordo com a quantidade de hidrogênios


que são liberados em solução aquosa e ionizam-se, reagindo com a água forman -
do o íon hidrônio.

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Química básica

Número de hidrogênios ionizáveis


Monoácidos: possuem apenas um hidrogênio ionizável.

Exemplos: HNO 3, HCl e HCN

Diácidos: possuem dois hidrogênios ionizáveis.

Exemplos: H2SO 4, H2S e H2MnO4

Triácidos: possuem três hidrogênios ionizáveis.

Exemplos: H3PO4 e H3BO3

Tetrácidos: possuem quatro hidrogênios ionizáveis.

Exemplos: H4P7O7

A força de um ácido é medida pelo grau de ionização. Quanto maior o valor de


reto alfa mais forte é o ácido, pois:

Grau de ionização
Fortes: possuem grau de ionização superior a 50%.

Moderados: possuem grau de ionização entre 5% e 50%.

Fracos: possuem grau de ionização inferior a 5%.

Os ácidos podem conter ou não o elemento oxigênio na sua estrutura, sendo


assim:

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Química básica

Presença de oxigênio
Hidrácidos: não apresentam átomos de oxigênio.

Exemplos: HCl, HBr e HCN.

Oxiácidos: O elemento oxigênio está presente na estrutura do


ácido.

Exemplos: HClO, H 2CO3 e HNO3.

Nomenclatura dos ácidos

A fórmula geral de um ácido pode ser descrita como H xA, onde A representa o
ânion que compõe o ácido e a nomenclatura gerada pode ser:

Terminação do ânion Terminação do ácido


eto ídrico

Exemplo: Cloreto (Cl -) Exemplo: ácido clorídrico (HCl)

ato ico

Exemplo: clorato Exemplo: ácido clórico (HClO 3)

ito oso

Exemplo: nitrito Exemplo: ácido nitroso (HNO 2)

Características dos ácidos

As principais características dos ácidos são:

• Têm sabor azedo.

• Conduzem corrente elétricas, pois são soluções eletrolíticas.

• Formam o gás hidrogênio quando reagem com metais, como magnésio e zin -
co.

• Formam gás carbônico ao reagir com carbonato de cálcio.

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Química básica

• Alteram para uma cor específica os indiciadores ácido-base (papel de tor-


nassol azul fica vermelho).

Principais ácidos

Exemplos: acido clorídrico (HCl), ácido sulfúrico (H2SO4), ácido acético (CH3 -
COOH), ácido carbônico (H2CO3) e ácido nítrico (HNO3).

Bases

Bases são compostos iônicos formados por cátions, na maioria das vezes de
metais, que se dissociam em água liberando o ânion hidróxido (OH -).

Classificação das bases

As bases podem ser classificadas de acordo com o número de hidroxilas libe-


radas em solução.

Número de hidroxilas
Monobases: possuem apenas uma hidroxila.

Exemplos: NaOH, KOH e NH 4OH

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Química básica

Número de hidroxilas
Dibases: possuem duas hidroxilas.

Exemplos: Ca(OH) 2, Fe(OH)2 e Mg(OH)2

Tribases: possuem três hidroxilas.

Exemplos: Al(OH) 3 e Fe(OH)3

Tetrabases: possuem quatro hidroxilas.

Exemplos: Sn(OH) 4 e Pb(OH) 4

As bases geralmente são substâncias iônicas e a força de uma base é medida


pelo grau de dissociação.

Quanto maior o valor de mais forte é a base, pois:

Grau de dissociação

Fortes: possuem grau de dissociação praticamente 100%.

Exemplos:

• Bases de metais alcalinos, como NaOH e KOH.

• Bases de metais alcalino-terrosos, como Ca(OH)2 e Ba(OH)2.

• Exceções: Be(OH)2 e Mg(OH)2

Fracos: possuem grau de dissociação inferior a 5%.

Exemplo: NH4OH e Zn(OH)2.

Solubilidade em água

Solúveis: bases de metais alcalinos e amônio.

Exemplos: Ca(OH)2, Ba(OH)2 e NH4OH.

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Química básica

Pouco solúveis: bases de metais alcalinos terrosos.

Exemplos: Ca(OH)2 e Ba(OH)2.

Praticamente insolúveis: demais bases.

Exemplos: AgOH e Al(OH)3.

Nomenclatura das bases

A fórmula geral de uma base pode ser descrita como:

onde B representa o radical positivo que compõe a base e y é a carga que de-
termina o número de hidroxilas.

A nomenclatura para bases com carga fixa é dada por:

Bases com carga fixa

Metais alcalinos Hidróxido de lítio


LiOH

Metais alcalinos Hidróxido de magnésio


Mg(OH)2
terrosos
Prata Hidróxido de prata
AgOH

Zinco Hidróxido de zinco Zn(OH)2


Alumínio Hidróxido de alumínio Al(OH)3

Quando a base tem carga variável a nomenclatura pode ser de duas formas:

Bases com carga variável

Hidróxido de cobre I
Cu+ CuOH
Hidróxido cuproso
Cobre
Hidróxido de cobre II
Cu2+ Cu(OH)2
Hidróxido cúprico

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Química básica

Bases com carga variável


Hidróxido de ferro II
Fe2+ Fe(OH)2
Hidróxido ferroso
Ferro
Hidróxido de ferro III
Fe3+ Fe(OH)3
Hidróxido férrico

Características das bases

• A maioria das bases são insolúveis em água.

• Conduzem corrente elétrica em solução aquosa.

• São escorregadias.

• Reagem com ácido formando sal e água como produtos.

• Alteram para uma cor específica os indiciadores ácido-base (papel de tor-


nassol vermelho fica azul).

Principais bases

As bases são muito utilizadas em produtos de limpeza e também em proces -


sos das indústrias químicas.

Exemplos: hidróxido de sódio (NaOH), hidróxido de magnésio (Mg(OH)2), hi -


dróxido de amônio (NH4OH), hidróxido de alumínio (Al(OH)3) e hidróxido de cálcio
(Ca(OH)2).

16
Química básica

Sais

Sais são compostos iônicos que apresentam, no mínimo, um cátion diferente


de H+ e um ânion diferente de OH -.

Um sal pode ser obtido em uma reação de neutralização, que é a reação entre
um ácido e uma base.

A reação do ácido clorídrico com hidróxido de sódio produz cloreto de sódio e


água.

O sal formado é composto pelo ânion do ácido (Cl-) e pelo cátion da base
(Na+).

Classificação dos sais

A seguir, temos as principais famílias de sais que podem ser classificadas de


acordo com a solubilidade em água e alteração do pH da solução da seguinte for -
ma:

Solubilidade em água dos sais mais comuns


Nitratos
Exceções:
Cloratos
Acetatos Acetato de prata.

Cloretos Exceções:
Brometos
Solúveis
Iodetos

Exceções:

Sulfatos

Exceções:

Sulfetos de metais alcalinos,


Sulfetos
Insolúveis
alcalino-terrosos e amônio.

Carbonatos Exceções:

17
Química básica

Solubilidade em água dos sais mais comuns

Fosfatos
Os de metais alcalinos e amônio.

pH
Quando são dissolvidos em água não alteram o pH.
Sais neutros
Exemplo: NaCl.

Quando são dissolvidos em água fazem o pH da solução ficar menor que 7.

Sais ácidos
Exemplo: NH4Cl.

Quando são dissolvidos em água fazem o pH da solução ficar maior que 7.

Sais básicos
Exemplo: CH3COONa.

Além das famílias de sais que vimos anteriormente, existem outros tipos de
sais, conforme a tabela a seguir.

Outros tipos de sais


Hidrogeno-sais Exemplo: NaHCO 3
Hidroxi-sais Exemplo: Al(OH) 2Cl
Sais duplos Exemplo: KNaSO 4
Sais hidratados Exemplo: CuSO 4 . 5 H2O
Sais complexos Exemplo: [Cu(NH 3)4]SO 4

Nomenclatura dos sais

De maneira geral, a nomenclatura de um sal segue a seguinte ordem:

Nome do ânion Nome de cátion Nome do sal


Cl- Fe3+ FeCl3

Cloreto Ferro III Cloreto de ferro III

18
Química básica

Nome do ânion Nome de cátion Nome do sal

Na+ Na2SO 4

Sulfato Sódio Sulfato de sódio

K+ KNO2

Nitrito Potássio Nitrito de potássio

Br- Ca2+ CaBr2

Brometo Cálcio Brometo de cálcio

Características dos sais

• São compostos iônicos.

• São sólidos e cristalinos.

• Sofrem ebulição em temperaturas altas.

• Conduzem corrente elétrica em solução.

• Têm sabor salgado.

Principais sais

Exemplos: nitrato de potássio (KNO3), hipoclorito de sódio (NaClO), fluoreto


de sódio (NaF), carbonato de sódio (Na2CO3) e sulfato de cálcio (CaSO4).

19
Química básica

Óxidos

Óxidos são compostos binários (iônicos ou moleculares), que têm dois ele -
mentos. Possuem oxigênio na sua composição, sendo ele o seu elemento mais
eletronegativo.

A fórmula geral de um óxido é:

onde C é o cátion e sua carga y se transforma em índice no óxido formando o


composto:

Classificação dos óxidos

• De acordo com as ligações químicas

Iônicos

Combinação do oxigênio com metais.

Exemplo: ZnO.

Moleculares

Combinação do oxigênio com elementos não metálicos.

Exemplo: SO 2.

• De acordo com as propriedades

Básicos

Em solução aquosa alteram o pH para maior que 7.

Exemplo: Li2O ( e demais metais alcalinos e alcalinos terrosos).

Ácidos

Em solução aquosa reagem com a água e formam ácidos.

Exemplos: CO2, SO3 e NO2.

20
Química básica

Neutros

Alguns óxidos que não reagem com a água.

Exemplo: CO.

Peróxidos

Em solução aquosa reagem com a água ou ácidos diluídos e formam água oxi-
genada H2O2.

Exemplo: Na2O2.

Anfóteros

Podem se comportar como ácidos ou bases.

Exemplo: ZnO.

Nomenclatura dos óxidos

De maneira geral, a nomenclatura de um óxido segue a seguinte ordem:

• Óxidos iônicos

Exemplos de óxidos com carga fixa:

CaO - Óxido de cálcio

Al2O3 - Óxido de alumínio

Exemplos de óxidos com carga varável:

FeO - Óxido de ferro II

Fe2O3 - Óxido de ferro III

21
Química básica

• Óxidos moleculares

Exemplos:

CO - Monóxido de carbono

N2O5 - Pentóxido de dinitrogênio

Características dos óxidos

• São substâncias binárias.

• São formados pela ligação do oxigênio com outros elementos, exceto o flúor.

• Óxidos metálicos, ao reagir com ácidos, formam sal e água.

• Óxidos não metálicos, ao reagir com bases, formam sal e água.

Principais óxidos

Exemplos: óxido de cálcio (CaO), óxido de manganês (MnO 2), óxido de esta-
nho (SnO2), óxido de ferro III (Fe 2O3) e óxido de alumínio (Al 2CO3).

22
Química básica

Equilíbrio Químico
Equilíbrio químico é o nome dado ao ramo da Físico-Química que estuda toda
e qualquer reação reversível, na qual existem duas reações possíveis, uma direta
(em que os reagentes transformam-se em produtos) e uma inversa (em que os
produtos transformam-se em reagentes). Essas reações apresentam a mesma ve -
locidade.

Resumo de equilíbrio químico

• Velocidade da reação direta é sempre igual à da inversa.

• Graficamente, é detectado quando as curvas passam a ser constantes em


relação ao eixo y.

• Podem ter participantes gasosos, líquidos, aquosos ou sólidos.

• Pode ser calculado em relação à concentração (mol/L), à pressão parcial ou


ao número de íons.

• De acordo com o estudo da quantidade de cátions hidrônio e hidróxido, os


meios podem ser classificados em ácidos, básicos ou neutros.

• Quando envolve a dissolução de um sal em água, a constante de equilíbrio


passa a envolver a hidrólise salina.

• Se a solução é formada por ácido ou base fraca, juntamente com um sal,


forma-se uma solução-tampão.

Condições para ocorrência de um equilíbrio químico

Um equilíbrio químico só ocorrerá:

• Se a reação for reversível;

• Quando a velocidade da reação direta for igual à da reação inversa;

• Se a reação ocorrer em ambiente fechado (no caso de gases).

23
Química básica

Gráfico de equilíbrio químico

O gráfico de equilíbrio químico apresenta sempre as mesmas variáveis: tem -


po, no eixo x, e concentração em mol/L, no eixo y. Qualquer curva descendente
pertence a um reagente, e qualquer curva ascendente pertence a um produto.

Variáveis de um gráfico de equilíbrio químico.

Identificamos uma situação de equilíbrio quando as curvas presentes no gráfi -


co tornam-se horizontais em relação ao eixo da concentração.

Situação de equilíbrio em um gráfico:

Constante de equilíbrio químico em termos de concentração

Constante de equilíbrio em termos de concentração (mol/L) ou simplesmente


Kc é a relação estabelecida entre as concentrações molares de produtos e de rea -
gentes presentes em uma reação elevadas aos seus respectivos expoentes.

Observe o seguinte equilíbrio:

24
Química básica

O Kc desse equilíbrio terá no numerador a multiplicação entre as concentra -


ções dos produtos (C e D). No denominador, teremos a multiplicação entre as con -
centrações dos reagentes (A e B). Todos as concentrações deverão ser elevadas
aos seus respectivos coeficientes estequiométricos (a, b, c, d).

Agora, observe o equilíbrio com participantes gasosos abaixo:

A expressão da constante de equilíbrio (Kc) para essa reação será:

Obs.: os participantes no estado sólido são sempre constantes, por isso, não
participam da expressão do Kc.

25
Química básica

Como o Al2O3 e o Al são sólidos, não entrarão na expressão do Kc. Em suas


posições, colocamos o número 1.

Exemplo:

Em determinadas condições de temperatura e pressão, existe 0,5 mol/L de


N2O4 em equilíbrio com 2,0 mols/ L de NO 2, segundo a reação abaixo:

A constante de equilíbrio (Kc) desse equilíbrio, nas condições da experiência,


será numericamente igual a:

a) 0,125

b) 0,25

c) 1

d) 4

e) 8

Para fazermos os cálculos, colocamos os valores das concentrações de cada


um dos participantes na expressão do Kc:

26
Química básica

Constante de equilíbrio químico em termos de pressão

A constante de equilíbrio em termos de pressão parcial é representada pela sigla


Kp e é determinada quando pelo menos um dos componentes do equilíbrio, seja ele
reagente ou produto, está no estado gasoso.

Equação de reação com componente gasoso.

Para expressar a constante Kp desse equilíbrio, seguimos o mesmo princípio da


determinação do Kc, ou seja, produtos no numerador e reagentes no denominador.

Expressão do Kp do equilíbrio gasoso.

O cálculo da expressão do equilíbrio Kp segue como realizado anteriormente


com o Kc. A única diferença é que utilizamos as pressões parciais dos participantes
em vez de usarmos a concentração em mol/L.

Grau de equilíbrio
Representado pela sigla α, o grau de equilíbrio indica a quantidade, em porcen-
tagem (%), de matéria do reagente que reagiu durante a reação. Para calculá-lo, de-
vemos utilizar a seguinte expressão:

O resultado do grau de equilíbrio deve ser sempre multiplicado por 100 para que
seja transformado em porcentagem.

Exemplo: Aqueceram-se 2 mol de PCℓ 5 em um recipiente fechado com capaci-


dade de 2 L. Atingindo o equilíbrio, o PCℓ 5 estava 40% dissociado em PCℓ 3 e Cℓ2. Cal-
cule a constante de equilíbrio.

27
Química básica

A equação que representa o equilíbrio é:

O enunciado indica que foram adicionados 2 mol de PCl 5 em um recipiente de


2L. Logo, sua concentração é de 1 mol/L.

Se, inicialmente, havia 1 mol/L, e 40% (0,4) dele foi dissociado:

α = Concentração que reagiu


        Concentração inicial

0,4 = Concentração que reagiu


                        1             

Concentração que reagiu = 0,4 mol/L

De acordo com a equação, a estequiometria dela é de 1:1:1. Logo, o que reage é


o que forma no produto. Assim, foram formados 0,4 mol/L de PCl 3 e 0,4 mol/L Cl2.
Com relação ao PCl5 é diferente: no início tínhamos 1 mol/L e reagiu 0,4 mol/L. Logo,
sobraram 0,6 mol/L.

Por fim, basta utilizarmos os valores para realizar o cálculo do Kc:

Kc = [PCl3].[Cl2]
           [PCl5]   

Kc = 0,4 . 0,4
           0,6  

Kc = 0,26 mol/L (aproximadamente)

Constante de ionização
A constante de ionização (representada pelas siglas Ki, Ka, Kb, Kd) é a relação
estabelecida entre eletrólito (ácido ou base) dissolvido em água e os íons liberados.

Quando um ácido (HX) é dissolvido em água, sofre ionização, produzindo o cá-


tion hidrônio (H+) e um ânion (X-) qualquer:

Equação representando a ionização de um ácido.

28
Química básica

A expressão do Ki para esse ácido é:

Expressão do Ki para o ácido.

Obs.: quanto maior for o valor da constante, mais forte ele é.

Constante do produto de solubilidade


Essa constante, representada por Kps ou Ks, está relacionada com a dissolução
de sais muito pouco solúveis em água. Quando um sal (YX) de baixa solubilidade
está em água, uma pequena parte dele dissolve-se, dissociando-se. Forma-se, então,
um equilíbrio químico entre os íons liberados e os cristais do eletrólito (sal).

Para determinar a expressão do Kps, utiliza-se apenas o produto da concentra-


ção em mol/L dos íons (cátion Y + e ânion X-), já que a maior parte do eletrólito está
no estado sólido, o qual não participa de uma constante.

Exemplo: O produto de solubilidade (Kps) do Pb(OH)2 é dado pela expressão:

a) Kps = [Pb2+][OH–]2

b) Kps = [Pb2+]2 [OH–]

c) Kps = [Pb(OH)2]

d) Kps = [Pb2+] + [OH–]2

e) Kps = [Pb2+] / [OH–]

Quando a base Pb(OH)2 é adicionada em água, forma-se o seguinte equilíbrio de


dissolução:

Os íons liberados são o chumbo II (Pb +2) e o hidróxido (OH-). Na expressão do


Kps, o cátion será elevado a um, por apresentar apenas uma unidade na fórmula, e o
ânion será elevado ao quadrado, por apresentar duas unidades na fórmula.

29
Química básica

Resposta: Letra c

Deslocamento de equilíbrio (Princípio de Le Chatelier)


De acordo com o princípio de Le Chatelier, existem três variáveis que podem
perturbar um equilíbrio: temperatura, pressão e concentração. Sempre que um equi-
líbrio for perturbado, ele irá trabalhar de forma contrária à perturbação para criar
uma nova situação de equilíbrio.

Concentração

Se a concentração de um participante diminui, o equilíbrio desloca-se para o


lado dele.

Se a concentração de um participante aumenta, o equilíbrio desloca-se para o


lado contrário.

Temperatura

Se a temperatura aumenta, o equilíbrio desloca-se no sentido endotérmico.

Se a temperatura diminui, o equilíbrio desloca-se no sentido exotérmico.

Obs.: desses fatores, a temperatura é o único fator que modifica a constante de


equilíbrio (Kc).

Pressão

Se a pressão aumenta, o equilíbrio desloca-se no sentido que apresenta menor


volume.

Se a pressão diminui, o equilíbrio desloca-se no sentido que apresenta maior vo-


lume.

30
Química básica

Casos particulares
Relação entre equilíbrio iônico da água e pH das soluções

A água é uma substância que sofre autoionização, ou seja, ela produz cátion hi-
drônio (H+) e ânion hidróxido (OH-), porém a quantidade de íons formada é muito pe-
quena, formando o equilíbrio químico abaixo:

Equação representando a autoionização da água

Assim, sempre que tivermos uma solução aquosa, teremos o equilíbrio iônico da
água. A constante de ionização da água, representada por Kw, é dada pela seguinte
expressão:

Obs.: a água não aparece na expressão por ser uma constante na sua equação.

De acordo com dados experimentais, sabe-se que, em temperatura ambiente, a


concentração dos íons hidrônio e hidróxido produzidos pela água é igual a 10 -7 mol/L.
A presença de uma substância (dissolvida) na água pode modificar a quantidade de
íons hidrônio e hidróxido.

Como a grande maioria das substâncias utilizada no nosso dia a dia está dissol-
vida na água (soluções aquosas), a quantidade de cátions hidrônio e ânions hidróxi-
do passou a ser uma referência para determinar a característica de um meio. Logo:

• Meio ácido ou de pH menor que 7: trata-se de um equilíbrio químico em


que a concentração de hidrônio é maior que a de hidróxido.

• Meio básico ou de pH maior que 7: trata-se de um equilíbrio químico em


que a concentração de hidrônio é menor que a de hidróxido.

• Meio neutro ou de pH igual a 7: trata-se de um equilíbrio químico em que a


concentração de hidrônio é igual à de hidróxido.

Equilíbrio químico e hidrólise salina


Quando um sal é dissolvido em água, além do equilíbrio de ionização da água,
passamos a ter o equilíbrio de dissociação do sal (YW libera um cátion diferente de
hidrônio e um ânion diferente de hidróxido). Logo, no meio, temos dois cátions e dois
ânions.

31
Química básica

A hidrólise ocorre quando pelo menos um dos íons provenientes da água intera-
ge com um dos íons do sal (cátion com ânion), formando ácido ou base. Porém, isso
só ocorre se o eletrólito (ácido ou base) a ser formado for de natureza fraca.

Exemplo: Em uma determinada solução aquosa de NaCl, é verificado pH = 7.


Isso se deve ao fato de:

a) ocorrer apenas hidrólise do cátion Na+.

b) ocorrer apenas hidrólise do ânion Cl–.

c) não ocorrer hidrólise, porque o NaOH e HCl são eletrólitos fortes.

d) ocorrer hidrólise do cátion e do ânion.

e) NaOH e HCl serem eletrólitos fracos

O NaCl, ao se dissolver na água, libera o cátion sódio (Na +), que é proveniente
de eletrólito forte (por pertencer à família IA da tabela periódica), e o ânion cloreto
(Cl-), que também é proveniente de um eletrólito forte (HCl, um dos três hidrácidos
fortes).

Por isso, nesse exemplo, não ocorre hidrólise de nenhum dos íons provenientes
do sal.

Resposta: Letra c

Equilíbrio químico e soluções-tampão


Sabe-se que um ácido, base ou sal, quando dissolvidos em água, sofrem dissoci-
ação, resultando em um equilíbrio iônico.

Quando um ácido fraco (que dissocia pouco), HX, é misturado com um sal (que
apresenta o mesmo ânion do ácido), YX, ou quando uma base fraca (que também
dissocia pouco), ZOH, é misturada com um sal (que apresenta o mesmo cátion da
base), ZW, teremos a formação de uma solução-tampão.

32
Química básica

Nesse tipo de solução, temos sempre a presença de dois equilíbrios químicos.


Sua principal característica é de que esses equilíbrios não sofrem grandes perturba-
ções nem alterações no seu pH quando recebem eletrólitos que ionizam muito, como
ácidos ou bases fortes.

Um exemplo de solução-tampão é a mistura formada pelo ácido cianídrico (um


ácido fraco, de fórmula HCN) e o sal cianeto de sódio (de fórmula NaCN).

Fórmulas utilizadas no equilíbrio químico


Além das fórmulas utilizadas para o cálculo das constantes do equilíbrio químico
em termos de pressão (Kp) e concentração (Kc), temos as seguintes fórmulas:

• Para constante de ionização de um ácido (Ki ou Ka).

• Para constante de dissociação de uma base (Kd ou Kb).

• Para cálculo das constantes de ionização ou dissociação em soluções diluí-


das (Lei da diluição de Ostwald).

33
Química básica

Sendo que, nessas fórmulas, M é a concentração em mol/L do eletrólito, e α é o


grau de ionização ou de dissociação do eletrólito.

Exemplo 1: Uma solução 0,01 molar de um monoácido está 4,0% ionizada. A


constante de ionização desse ácido é:

a) 1,6 x 10–3

b) 1,6 x 10–5

c) 3,32 x 10–5

d) 4,0 x 10–5

e) 3,0 x 10–6

Resposta: Letra b

Os dados fornecidos pelo exercício foram:

α = 4%

M = 0,01 mol/L

Para determinar o valor da constante de ionização, devemos utilizar a expressão


para eletrólito fraco:

Ki = α2. M

Ki = (0,04)2.0,01

Ki = 0,0016.0,01

Ki = 0,00016 mol/L ou 1,6.10-5 mol/L

• Para cálculo do pH.

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Química básica

Exemplo 2: A concentração dos íons H+ de uma solução é igual a 0,0001. O pH


dessa solução é:

a) 1

b) 2

c) 4

d) 10

e) 14

Resposta: Letra c

O exercício indica que a concentração de cátion é 0,0001. Para determinar o pH,


basta utilizarmos o valor na expressão:

[H+] = 10-pH

0,0001 = 10-pH

10-4 = 10-pH

-4 = -pH. (-1)

pH = 4

• Para cálculo do pOH.

35
Química básica

Química Orgânica
A química orgânica é o ramo da química que estuda os compostos carbônicos
ou os compostos orgânicos, que são aqueles formados por átomos de carbono.

Em suma, a química orgânica consiste no estudo dos compostos de carbono.

Os compostos orgânicos são os que apresentam carbono, hidrogênio, oxigê -


nio, nitrogênio, fósforo e enxofre. São exemplos: as proteínas, os glicídios, lipídios,
vitaminas e enzimas.

Histórico da Química Orgânica

O início do estudo da Química Orgânica data da metade do século XVIII, quan-


do acreditava-se que os compostos orgânicos eram somente sintetizados pelos or -
ganismos vivos. Ao mesmo tempo, os compostos inorgânicos eram aqueles origi-
nários de organismos não-vivos, os quais pertenciam ao Reino Mineral.

A Teoria da Força Vital postulava que as substâncias orgânicas não poderiam


ser sintetizadas em laboratório, pois apenas os organismos vivos possuíam a ener -
gia necessária para isso.

Porém, em 1828, o químico alemão Friedrich Wöhler (1800-1882) sintetizou a


ureia em laboratório a partir de um composto inorgânico, o cianato de amônio.
Com isso, ele demonstrou que nem sempre os compostos orgânicos são originá -
rios de organismos vivos.

A partir daí, a Química Orgânica passou a se referir apenas ao estudo dos


compostos de carbono.

Características do Carbono

O carbono é o elemento químico principal que forma todos os compostos or-


gânicos. Ele é um ametal e conforme a tabela periódica, possui as seguintes ca -
racterísticas:

• Massa atômica (A) igual a 12;

• Número atômico (Z) igual a 6;

• Configuração eletrônica: K = 2 e L = 4;

• Distribuição eletrônica em estado fundamental: 1s 2 2s2 2p2;

36
Química básica

• Apresenta quatro elétrons na camada de valência;

• Pode formar quatro ligações covalentes;

• Pode formar cadeias curtas ou longas e com várias disposições;

• Alta capacidade de se ligar a outros átomos.

O carbono é classificado de acordo com a posição que ocupa na cadeia car -


bônica. Ele pode ser primário (ligado a um carbono), secundário (ligado a dois car -
bonos), terciário (ligado a três carbonos) ou quaternário (ligado a quatro carbo -
nos).

Cadeias carbônicas

A cadeia carbônica representa o conjunto de todos os carbonos e demais ele -


mentos presentes em um composto orgânico.

As cadeias carbônicas podem ser abertas, fechadas ou mistas:

• Cadeias carbônicas abertas, acíclicas ou alifáticas: são aquelas que possuem


duas ou mais extremidades livres.

• Cadeias carbônicas fechadas, cíclicas ou alicíclicas: são aquelas em que não


há extremidades livres, ou seja, forma-se um ciclo.

• Cadeias carbônicas mistas: são aquelas que possuem uma porção com ex -
tremidade livre e outra porção fechada.

As cadeias carbônicas podem ainda ser homogêneas, heterogêneas, satura -


das e insaturadas:

• Cadeias carbônicas homogêneas: as que possuem apresentam átomos de


carbono e hidrogênio.

• Cadeias carbônicas heterogêneas: as que apresentam heteroátomo.

• Cadeias carbônicas saturadas: apresentam apenas ligações simples entre os


átomos de carbono.

• Cadeias carbônicas insaturadas: apresentam alguma ligação dupla ou tripla


entre os átomos de carbono.

37
Química básica

Funções Orgânicas

A função química representa um grupo de compostos com propriedades quí -


micas semelhantes. Eles são identificados por meio dos chamados grupos funcio-
nais.

De acordo com os grupos funcionais, as funções orgânicas são as seguintes:

• Funções Nitrogenadas: Composto formado de nitrogênio na cadeia carbôni-


ca, são eles: Aminas, Amidas, Nitrilas e Nitrocompostos.

• Funções Oxigenadas: Composto formado de oxigênio na cadeia carbônica,


são eles: Aldeídos, Cetonas, Ácidos carboxílicos, Ésteres, Éteres, Fenóis, Ál -
coois.

• Funções Halogenadas: Composto formado por haletos, são eles o Flúor (F),
Cloro (Cl), Bromo (Br), Iodo (I) e Astato (At).

• Funções Hidrogenadas: Composto formado por carbono e hidrogênio, os cha-


mados por hidrocarbonetos (Alcanos, Alcenos, Alcinos, Alcadienos, Cicloalca -
nos, Cicloalcenos).

HIDROCARBONETOS
Hidrocarbonetos são compostos formados apenas por carbono e hidrogênio.
Função Orgânica
Composição Exemplo

Formado por ligações simples.

Alcano
Fórmula geral: C nH2n + 2

Presença de uma ligação dupla.

Alceno
Fórmula geral: C nH2n

Presença de duas ligações duplas.

Alcadieno
Fórmula geral: C nH2n - 2

Presença de uma ligação tripla.

Alcino
Fórmula geral: C nH2n - 2

38
Química básica

HIDROCARBONETOS

Composto cíclico com ligações simples.

Ciclano
Fórmula geral: C nH2n

Anel benzênico.

Aromático
Fórmula geral: variável

FUNÇÕES OXIGENADAS
Funções oxigenadas possuem átomos de oxigênio na cadeia carbônica.
Função Orgânica Composição Exemplo

Radical carboxílico ligado à cadeia carbônica.

Ácido carboxílico
Fórmula geral: R—COOH

Hidroxila ligada à cadeia carbônica.

Álcool
Fórmula geral: R—OH

Carbonila ligada à extremidade da cadeia


carbônica.

Aldeído

Fórmula geral:

Carbonila ligada à duas cadeias carbônicas.

Cetona

Fórmula geral:

Radical éster ligado à duas cadeias carbônicas.

Éster

Fórmula geral:

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Química básica

FUNÇÕES OXIGENADAS

Oxigênio entre duas cadeias carbônicas.

Éter
Fórmula geral: R1—O—R2

Hidroxila ligada ao anel aromático.

Fenol
Fórmula geral: Ar—OH

FUNÇÕES NITROGENADAS
Funções nitrogenadas possuem átomos de nitrogênio na cadeia carbônica.
Função Orgânica Composição Exemplo

Primária: nitrogênio ligado à cadeia carbônica.

Fórmula geral: R—NH 2

Secundária: nitrogênio ligado à duas cadeias


carbônicas.

Fórmula geral:

Amina
Terciária: nitrogênio ligado à três cadeias
carbônicas.

Fórmula geral:

Aromática: radical amino ligado ao anel aromático.

Fórmula geral: Ar—NH 2

Amida Radical amida ligado à cadeia carbônica.

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Química básica

FUNÇÕES NITROGENADAS

Fórmula geral:

Alifático: radical nitro ligado à cadeia carbônica.

Fórmula geral: R—NO 2

Nitrocomposto
Aromático: radical nitro ligado ao anel aromático.

Fórmula geral: Ar—NO 2

Radical nitrila ligado à cadeia carbônica.

Nitrila
Fórmula geral: R—CN

FUNÇÕES HALOGENADAS
Funções halogenadas possuem átomos de cloro, flúor, bromo ou iodo na cadeia carbônica.
Função Orgânica Composição Exemplo

Halogênio ligado à cadeia carbônica.

Haleto de alquila
Fórmula geral: R—X

Halogênio ligado ao anel aromático.

Haleto de arila
Fórmula geral: Ar—X

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Química básica

Anotações:
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