Direitos Humanos Especiais e Violência
Direitos Humanos Especiais e Violência
Direitos Humanos Especiais e Violência
Esta unidade analisará os pontos basilares dos Direitos Humanos no que se refere
ao objetivo de combate à violência e ao abuso de poder. A proteção do ser humano
em todos os aspectos inerentes à sua dignidade física, moral e psíquica deve se
estender mesmo às situações em que ele se coloca em confronto com a lei. A
unidade parte do estudo da proteção da pessoa humana em situações de abuso de
poder, detalhando as regras que devem ser seguidas pelos policiais e outros
responsáveis pela aplicação da lei nas situações em que se mostre necessário o uso
da força. Adiante, a unidade aborda a proteção contra a tortura e o desaparecimento
forçado, práticas graves que infelizmente são cometidas por agentes públicos em
certos contextos. Por fim, estudam-se as regras sobre o tratamento de homens e
mulheres reclusas e os meios alternativos à pena privativa de liberdade. O objetivo
desta unidade é propiciar ao acadêmico o conhecimento sobre as normas de direitos
humanos que regulam os limites da atuação do Estado enquanto único legitimado
para uso da força, permitindo que invoque na prática a necessidade de respeito aos
direitos humanos de pessoas em conflito com a lei.
DIREITOS HUMANOS E VIOLÊNCIA
Palavras-chave: Direitos Humanos. Uso da Força. Abuso de Poder. Tortura.
Desaparecimento Forçado. Tratamento de Reclusos.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
SUMÁRIO
RESUMO DA UNIDADE.........................................................................................................1
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO .........................................................................................4
CAPÍTULO 1 – POLÍCIA, DIREITOS HUMANOS E ABUSO DE PODER....................6
1.1 POLÍCIA, DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA ................................................6
1.2 CÓDIGO DE CONDUTA PARA OS FUNCIONÁRIOS RESPONSÁVEIS
PELA APLICAÇÃO DA LEI ................................................................................................. 11
1.3 PRINCÍPIOS BÁSICOS SOBRE O USO DA FORÇA E ARMAS DE FOGO
PELOS FUNCIONÁRIOS RESPONSÁVEIS PELA APLICAÇÃO DA LEI................... 16
CAPÍTULO 2 – PROTEÇÃO CONTRA A TORTURA E O DESAPARECIMENTO
FORÇADO ............................................................................................................................. 22
2.1 PROTEÇÃO CONTRA A TORTURA .................................................................. 23
2.1.1 Declaração Internacional sobre a Proteção de Todas as Pessoas contra a
Tortura e Outras Penas ou Tratamentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes......... 23
2.1.2 Convenção Internacional contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas
Cruéis, Desumanos ou Degradantes................................................................................. 26
2.1.3 Protocolo Facultativo à Convenção Internacional contra a Tortura e Outros
Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes ....................................... 31
2.1.4 Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura .......................... 33
2.2 PROTEÇÃO CONTRA O DESAPARECIMENTO FORÇADO ....................... 35
2.2.1 Declaração Internacional sobre a Proteção de Todas as Pessoas contra os
Desaparecimentos Forçados .............................................................................................. 36
2.2.2 Convenção Internacional para a Proteção de Todas as Pessoas contra os
Desaparecimentos Forçados .............................................................................................. 39
2.2.3 Convenção Interamericana sobre o Desaparecimento Forçado de Pessoas ...
................................................................................................................................... 45
CAPÍTULO 3 – REGRAS PARA TRATAMENTO DE RECLUSOS E
ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA CRIMINAL.................................................................. 49
3.1 REGRAS DE MANDELA....................................................................................... 49
3.1.1 Observações Preliminares.................................................................................... 50
3.1.2 Regras de Aplicação Geral ................................................................................... 51
3.1.3 Regras Aplicáveis a Categorias Especiais......................................................... 67
3.2 REGRAS DE BANGKOK ...................................................................................... 75
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
3.2.1 Regras de Aplicação Geral ................................................................................... 76
3.2.2 Regras Aplicáveis a Categorias Especiais......................................................... 80
3.2.3 Medidas não Restritivas de Liberdade ............................................................... 82
3.2.4 Pesquisa, Planejamento, Avaliação e Sensibilização Pública........................ 84
3.3 REGRAS DE TÓQUIO .......................................................................................... 84
3.3.1 Princípios Gerais .................................................................................................... 84
3.3.2 Estágio Anterior ao Julgamento ........................................................................... 86
3.3.3 Estágio de Processo e Condenação ................................................................... 86
3.3.4 Estágio de Aplicação das Penas ......................................................................... 87
3.3.5 Execução das Medidas Não Privativas de Liberdade ...................................... 88
3.3.6 Pessoal .................................................................................................................... 89
3.3.7 Voluntários e Outros Recursos da Comunidade ............................................... 90
3.3.8 Pesquisa, Planejamento, Elaboração e Avaliação das Políticas ................... 90
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 91
REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 93
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
mesmo às situações em que ele se coloca em confronto com a lei. Assim, espera-se
do acadêmico derrubar preconceitos que cercam a temática dos direitos humanos e
sua relação com a força policial, impactando na forma como exerce o direito.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
6
1
SIQUEIRA, FABIANA BARBOSA. PODER DE POLÍCIA: PROPORCIONALIDADE E ABUSO DE
PODER. CONTEÚDO JURÍDICO, FEV. 2019.
2
BALESTERI, Ricardo. Direitos humanos: coisa de polícia. Disponível em:
<http://www.mpba.mp.br/atuacao/ceosp/artigos/Balestreri_Direitos_Humanos_Coisa_policia.pdf>.
Acesso em: 03 out. 2013.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
7
experiência prática, criou uma espécie de guia da atuação da polícia em relação aos
direitos humanos, no texto “Direitos Humanos: coisa de polícia”.
Balestreri 3 considera, desde o início, que o policial é um cidadão e que na
cidadania deve nutrir sua razão de ser, sendo que um cidadão não é diferente do
outro, todos têm a mesma importância e papel social. Destaca-se que o autor utiliza
uma perspectiva ampla de cidadania, não apenas se referindo às pessoas que
possuem formalmente um vínculo jurídico-político de nacionalidade com o Estado e,
em razão dele, exercem direitos políticos. Cidadania pode ser considerada de forma
ampla, como um direito e dever de todos de inserção e contribuição com a
comunidade em que se está inserido, independente do exercício de direitos políticos.
O policial é equiparado a todos os membros da comunidade em direitos e
deveres. Sua condição de cidadania é, portanto, condição primeira, tornando-se
absurda qualquer reflexão fundada sobre suposta dualidade ou antagonismo entre
uma sociedade civil e outra sociedade policial, isto é, a sociedade é uma só,
composta por todos os cidadãos brasileiros e a polícia não forma uma sociedade
paralela. A lógica da Guerra Fria (socialismo/capitalismo) e o período de ditadura
militar brasileiro foram responsáveis por solidificar equívocos que criaram a imagem
da polícia como um inimigo interno. Mesmo após o encerramento desses anos de
paranoia, sequelas ideológicas persistem indevidamente, obstaculizando a prática
dos direitos humanos na seara da atividade policial4.
Embora seja um cidadão equiparado aos demais, não se nega que o policial é
um cidadão qualificado, uma vez que representa o Estado no contato direto com a
população5. Todo cidadão que é designado para desempenho de uma função
pública passa a exteriorizar a imagem que o Estado pretende passar, imagem esta
que tem a ela associado um valor ético. Contudo, não é o Estado que é ético ou não,
mas as pessoas que compõem o seu aparato, entre as quais se destaca o policial,
uma das figuras representativas do Estado que mais ficam aos olhos da população.
A proximidade do policial com a comunidade se deve ao fato dele ser a
autoridade mais comumente encontrada, funcionando assim como uma espécie de
porta voz popular do conjunto de autoridades das diversas áreas do poder. Não
3
Ibid.
4
Ibid.
5
Ibid.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
8
obstante, o fato de possuir uma rara permissão legal para o uso da força e das
armas confere-lhe natural e destacada autoridade para a construção social ou para
sua devastação para o bem ou para o mal da sociedade 6.
A partir desta perspectiva, Balestreri 7 afirma que o policial é um pedagogo da
cidadania, ressaltando a dimensão pedagógica no agir policial, no sentido de que o
policial é também um formador de opinião, enquadrando-se num conceito mais
amplo de educador. Essa dimensão não pode ser abdicada e reveste de profunda
nobreza a função policial, conferindo o papel de espelho de comportamento para a
sociedade.
Com isso, é possível que os policiais desenvolvam uma autoestima pessoal e
institucional. Em nível pessoal, é fundamental que o cidadão policial se sinta
motivado e orgulhoso de sua profissão, o que só é alcançável a partir de um
patamar de sentido existencial. Se a função policial for esvaziada desse sentido,
transformando quem a exerce em mero cumpridor de ordens sem um significado
pessoalmente assumido como ideário, o resultado será uma autoimagem denegrida
e uma baixa autoestima, gerando perda de qualidade na prestação de serviços
consubstanciada no abuso de poder e no desrespeito aos direitos humanos8.
A dimensão pedagógica da polícia não se confunde com dimensão
demagógica e, em razão disso, não cabe eximir a polícia de sua função técnica de
intervir preventivamente no cotidiano e repressivamente em momentos de crise, uma
vez que democracia nenhuma se sustenta sem a contenção do crime. A atuação
policial é indispensável para as culturas urbanas, complexas e de interesses
conflitantes. Zelar diligentemente, pela segurança pública, pelo direito do cidadão de
ir e vir, de não ser molestado, de não ser saqueado, de ter respeitada sua
integridade física e moral, é dever da polícia 9.
Sem demagogia, a função policial exige a força para ser desempenhada de
forma efetiva. Contudo, o uso legítimo da força não deve se confundir com
truculência. A fronteira entre a força e a violência é delimitada, na seara formal, pela
lei, no âmbito racional pela necessidade técnica e, no campo moral, pelo
antagonismo que deve reger a metodologia de policiais e criminosos. A lei delimita
6
Ibid.
7
Ibid.
8
Ibid.
9
Ibid.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
9
10
Ibid.
11
Ibid.
12
Ibid.
13
Ibid.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
10
seleção de policiais devem tornar-se cada vez mais rígidos. Igualmente, é preciso
proporcionar um maior acompanhamento psicológico aos policiais na ativa 14.
O equilíbrio psicológico, tão indispensável na ação da Polícia, passa também
pela saúde emocional da própria instituição. Mesmo que isso não se justifique, é
evidente que policiais maltratados internamente, submetidos a treinamentos
indignos, tendem a descontar sua agressividade sobre o cidadão. Evidentemente,
polícia não funciona sem hierarquia, mas é preciso distinguir hierarquia de
humilhação. Em muitas Academias de Polícia é claro que não em todas, os policiais
parecem ainda ser adestrados, sendo submetidos a toda ordem de maus-tratos. Por
uma contaminação da ideologia militar, os futuros policiais são, muitas vezes,
submetidos a violento estresse psicológico, a fim de lhes conectar com a raiva
contra o inimigo, como é visto muitas vezes o próprio cidadão 15.
Por outro lado, a debilidade hierárquica é também um mal, podendo passar
uma imagem de descaso e desordem no serviço público. Neste sentido, é criticável
a falta de legislações uniformes aplicáveis às instituições policiais. Enquanto um
melhor direcionamento não ocorre em plano nacional, é fundamental que os Estados
e instituições da Polícia Civil direcionem de maneira estratégica o processo de
maneira a unificar sob-regras claras a conduta do conjunto de seus agentes16.
A superação desses desvios poderia dar-se, ao menos parcialmente, pelo
estabelecimento de conteúdos e metodologias padrão na formação de todas as
polícias, privilegiando a formação do juízo moral, as ciências humanísticas e a
tecnologia como contraponto de eficácia à incompetência da força bruta. Um bom
currículo e professores habilitados não somente nos conhecimentos técnicos, mas
também nas artes didáticas e no relacionamento interpessoal, são essenciais para a
geração de policiais que atuem de acordo com a lei e a ordem hierárquica, assim
como conforme a autonomia moral e intelectual17.
14
Ibid.
15
Ibid.
16
Ibid.
17
Ibid.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
11
SAIBA MAIS
Filme sobre o assunto: Tropa de Elite (2007, drama/policial, 120 m., direção por
José Padilha).
Acesse o link:
http://dhnet.org.br/dados/livros/edh/a_pdf/livro_balestreri_dh_coisa_policia.pdf
18
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS – ONU. Código de Conduta para os Funcionários
Responsáveis pela Aplicação da Lei. Resolução AG-ONU n. 34/169, de 17 de dezembro de 1979.
19
OLIVEIRA, Bruna Pinotti Garcia; LAZARI, Rafael de. Manual de Direitos Humanos. 5. ed. Salvador:
Juspodivm, 2019, p. 512.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
12
O artigo 2º traz uma fórmula genérica, com o seguinte teor: “No cumprimento
do dever, os funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem respeitar e
proteger a dignidade humana, manter e apoiar os direitos humanos de todas as
pessoas”20. Além de cumprirem a lei, estes funcionários policiais devem proteger a
dignidade da pessoa humana, assegurando os direitos humanos.
Adiante, no artigo 3º se estabelecem os limites para o uso da força: “Os
funcionários responsáveis pela aplicação da lei só podem empregar a força quando
estritamente necessária e na medida exigida para o cumprimento do seu dever”21.
20
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS – ONU. Código de Conduta para os Funcionários
Responsáveis pela Aplicação da Lei... Op. Cit.
21
Ibid.
22
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO. Coordenação de Estudos Legislativos –
CEDI. Comentários à Conduta para os Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei. Disponível
em: < http://www.mpsp.mp.br>. Acesso em: 01 nov. 2019.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
13
23
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS – ONU. Código de Conduta para os Funcionários
Responsáveis pela Aplicação da Lei... Op. Cit.
24
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO... Op. Cit.
25
Ibid.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
14
26
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS – ONU. Princípios Orientadores para a aplicação do
Código de Conduta para os Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei. Resolução do
Conselho Econômico e Social da ONU n. 34/169, de 24 de maio de 1989.
27
Ibid.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
15
28
Ibid.
29
Ibid.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
16
FIQUE ATENTO
A Observação Geral n.º 35 do Comitê de Direitos Humanos da ONU destaca que os
Estados devem prevenir o uso injustificado da força nas atividades de manutenção
da ordem pública e oferecer uma reparação se ele ocorrer, tal como proteger a
população contra abusos das forças de segurança privadas e contra os riscos
gerados pela disponibilidade excessiva de armas de fogo.
Para saber mais sobre o assunto, acesse:
https://tbinternet.ohchr.org/_layouts/15/treatybodyexternal/Download.aspx?symbolno
=CCPR%2fC%2fGC%2f35&Lang=en
Sempre que a arma de fogo for utilizada gerando lesão ou morte, deve ser
elaborado relatório (princípio 6, com aspectos procedimentais trazidos dos
princípios 22 a 26), o que serve para coibir o abuso de autoridade. Por sua
vez, o abuso de autoridade deve ser punido como crime nos termos da lei
(princípio 7). Para evitar tais práticas, dos princípios 18 a 21 dispõe-se
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
17
O policial pode recorrer menos ao uso da força se sentir que sua segurança
está protegida, motivo pelo qual são essenciais os adequados meios de defesa. Por
seu turno, a importância do desenvolvimento de armas não letais está em possibilitar
que o policial utilize a força do armamento quando necessário, obstando a
continuidade da ação delitiva, sem que isso gere o resultado morte do suposto
agressor. Ressalta-se que o uso de armamentos não letais também sofre restrições
no que tange à necessidade e à proporcionalidade princípio 3.
Merecem destaque os princípios 4 e 5, delimitando o uso de armas de fogo:
30
OLIVEIRA, Bruna Pinotti Garcia; LAZARI, Rafael de... Op. Cit. , p. 513.
31
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS – ONU. Princípios Básicos sobre o Uso da Força e Armas
de Fogo pelos Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei. Oitavo Congresso das Nações
Unidas sobre a Prevenção do Crime e o Tratamento dos Delinquentes, 7 de setembro de 1990.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
18
Caso resulte em lesão ou morte o uso de armas de fogo, deve ser elaborado
relatório às autoridades competentes princípio 6. O uso abusivo de tais armas
também deve ser punido, cabendo aos Estados considerá-lo criminoso princípio 7.
Estes princípios básicos 1 a 7 nunca podem ser derrogados, nem sob a justificativa
de instabilidade política interna ou estado de emergência princípio 8.
Já nas disposições especiais, os princípios 9 e 10 complementam os princípios
4 e 5:
32
Ibid.
33
Ibid.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
19
34
Ibid.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
20
Adiante, finalizando a seção, no princípio 21 fixa-se que deve ser garantido aos
funcionários responsáveis pela aplicação da lei aconselhamento psicológicos.
A última parte dos princípios aborda os procedimentos de comunicação
hierárquica e de inquérito, nos termos dos princípios 22 a 26. De início, coloca-se
que devem ser estabelecidos procedimentos adequados de comunicação
hierárquica e de inquérito para situações de uso de armas de fogo gere lesão ou
morte princípio 22.
Garante-se o direito das pessoas contra as quais seja utilizada a força ou
armas de fogo e de seus representantes autorizados de ter acesso a um processo
independente, em particular um processo judicial princípio 23; tal como a
responsabilização dos funcionários superiores nos casos em que o uso ilícito ou
abusivo da força por seus funcionários foi autorizado por eles, era de conhecimento
deles ou não foi objeto de intervenção da parte deles princípio 24; além da não
punição criminal ou disciplinar de funcionários que recusem cumprir uma ordem de
utilização da força ou armas de fogo ou denunciem essa utilização por outros
funcionários princípio 25. Por fim, entabula o princípio 26:
FIQUE ATENTO
A Observação Geral nº 36 do Comitê de Direitos Humanos da ONU destaca é dever
dos Estados monitorar o impacto no direito à vida de armas menos letais, entre eles
35
Ibid.
36
Ibid.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
21
dispositivos que causam contrações nos músculos por meio de choques elétricos
(taser), balas metálicas revestidas de borracha e projéteis de energia atenuada,
frisando a necessidade de treinamento para o uso destes armamentos de menor
letalidade. Adiante, a observação destaca que o uso de força letal por pessoa que
esteja agindo em legítima defesa própria ou de terceiro deve ser razoável e
necessário, como último recurso após a consideração de alternativas menos letais.
Assim, a quantidade de força aplicada não deve exceder o estritamente necessário
para responder à ameaça; a força aplicada deve ser cuidadosamente direcionada
somente contra o agressor; e a ameaça a que responde deve ser extrema, havendo
perigo de morte iminente ou de ferimentos graves, não bastando que o crime em
relação ao qual se pretende defender recaia sob patrimônio e nem que o agressor
esteja empreendendo fuga se esta não gerar risco à vida ou à integridade de
terceiros.
Para saber mais sobre o assunto, acesse:
https://tbinternet.ohchr.org/Treaties/CCPR/Shared%20Documents/1_Global/CCPR_
C_GC_36_8785_E.pdf
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
22
37
DESAPARECIMENTOS FORÇADOS: Convenção internacional entra em vigor. UNIC Rio, 24 nov.
2010. Disponível em: <http://unicrio.org.br/desaparecimentos-forcados-convencao-internacional-entra-
em-vigor/>. Acesso em: 03 nov. 2019.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
23
38
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS – ONU. Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Resolução AG-ONU nº 217-A-III/1948. Disponível em:
<http://www.dhnet.org.br/direitos/deconu/textos/integra.htm>. Acesso em: 03 nov. 2019.
39
Id. Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos , de 16 de dezembro de 1966. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/d0592.htm>. Acesso em: 03 nov. 2019.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
24
lançou as bases para o tratado internacional que se firmou pouco mais de uma
década depois.
A Declaração, em seu artigo 1º, no qual se considera a tortura como uma forma
agravada e deliberada de tratamento ou de pena cruel, desumana ou degradante,
conceitua:
Sob os efeitos da presente declaração, será entendido por tortura todo ato
pelo qual um funcionário público, ou outra pessoa a seu poder, inflija
intencionalmente a uma pessoa penas ou sofrimentos graves, sendo eles
físicos ou mentais, com o fim de obter dela ou de um terceiro informação ou
uma confissão, de castigá-la por um ato que tenha cometido ou seja
suspeita de que tenha cometido, ou de intimidar a essa pessoa ou a outras.
Não serão consideradas torturas as penas ou sofrimentos que sejam
consequência única da privação legítima da liberdade, ou seja, inerentes ou
incidentais a esta, na medida em que estejam em acordo com as Regras
40
Mínimas para o Tratamento dos Reclusos .
40
Id. Declaração Internacional sobre a Proteção de Todas as Pessoas contra a Tortura e Outras
Penas ou Tratamentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes. Resolução AG-ONU nº 3.452, de 09 de
dezembro de 1975. Disponível em: <https://www2.camara.leg.br/atividade-
legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/cdhm/comite-brasileiro-de-direitos-humanos-e-politica-
externa/DeclProtTortTrasCru.html>. Acesso em: 03 nov. 2019.
41
Ibid.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
25
FIQUE ATENTO
Depois dos atentados de 11 de setembro, foi aprovada nos Estados Unidos a lei
conhecida como USA Patriot Act – o ato patriota norte-americano. Seus
dispositivos relativizam direitos humanos fundamentais no contexto do combate ao
terrorismo, inclusive permitindo que em circunstâncias extremas sejam conduzidos
métodos de interrogatório severos, abrindo margem para a tortura. A legislação
tem sido criticada em todo mundo, considerada uma afronta a direitos humanos
fixados no sistema internacional de proteção, como privacidade, vida, integridade
física e psíquica, devido processo legal e, de forma ampla, dignidade.
Para saber mais sobre o assunto, acesse:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-64452004000100007
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
26
42
Id. Convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou
Degradantes, de 10 de dezembro de 1984. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/D0040.htm>. Acesso em: 03 nov. 2019.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
27
IMPORTANTE
A legislação brasileira – Lei n.º 9.455/1997 – considera a tortura um crime comum,
que pode ser praticado por qualquer pessoa, não um crime próprio, que poderia
ser praticado apenas por funcionário público ou pessoa à sua ordem. Neste
sentido, adota um conceito mais amplo que as normativas internacionais, que
colocam a tortura como um crime próprio funcional. Na legislação brasileira, o que
distingue a tortura de outras práticas semelhantes, como maus-tratos, é a
intensidade do sofrimento causado. Considerando o disposto no artigo 1 o da
Convenção, a lei brasileira dá uma proteção mais ampla à tortura, o que é
permitido.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
28
43
Ibid.
44
PIOVESAN, Flávia. Direitos humanos e o direito constitucional internacional. 9. ed. São Paulo:
Saraiva, 2008, p. 204-205.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
29
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
30
pertencia indicará o candidato, que deverá ser aprovado pela maioria dos Estados-
partes artigo 17.
A Mesa será eleita pelo próprio Comitê para um período de 2 anos, aceita a
reeleição. O Comitê também estabelecerá suas regras de procedimento, respeitando
minimamente o quórum de 6 membros para instalação e a tomada de decisões por
maioria dos votos dos presentes. O Secretário Geral da ONU deve colocar à
disposição pessoal e serviços necessários ao funcionamento do Comitê. Já o
custeio de todas as despesas do Comitê será feito pelos Estados-partes artigo 18.
O Comitê examina e pode manifestar opinião sobre os relatórios encaminhados
pelos Estados-partes, sendo o primeiro relatório o mais completo, a cada 4 anos
apresentando-se um complementar. O relatório deve conter as medidas adotadas no
cumprimento das obrigações assumidas, em virtude da Convenção, podendo tais
relatórios serem acessados pelos demais Estados-partes artigo 19.
O artigo 20 traz o procedimento de investigação de denúncias de prática de
tortura por parte de Estados-parte, que será confidencial, podendo o Comitê incluir
no relatório anual um resumo do caso, consultado o Estado-parte. O Comitê deve
avaliar se as informações são fidedignas e bem fundamentadas e, então, convidar o
Estado-parte em questão para cooperar na investigação, sendo possível a
realização de investigação in loco. Examinadas as conclusões, serão transmitidas ao
Estado-parte interessado, junto com as observações ou sugestões pertinentes à
situação.
Nos termos do artigo 21, mostra-se necessário que o Estado-parte declare, a
qualquer momento, que reconhece a competência do Comitê para receber e
examinar as comunicações em que um Estado-parte alegue que outro não vem
cumprindo as obrigações que lhe impõe a Convenção (comunicações interestatais).
O artigo 22 determina que também seja necessário o reconhecimento de
competência para o processamento de comunicações apresentadas por pessoas
sob sua jurisdição, ou em nome delas petições individuais, que aleguem serem
vítimas de violação, por parte do Estado-parte, das disposições da Convenção.
Outros requisitos para o exame da comunicação por particular são: não estar à
questão sendo examinada por outro órgão internacional e esgotamento dos recursos
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
31
45
OLIVEIRA, Bruna Pinotti Garcia; LAZARI, Rafael de... Op. Cit., p. 249.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
32
Além das visitas in loco, o Subcomitê prestará assistência aos Estados para
constituir os mecanismos preventivos nacionais. A respeito deles, o artigo 17 prevê:
46
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS – ONU. Protocolo Facultativo à Convenção contra a
Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes, de 18 de dezembro de
2002. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Decreto/D6085.htm>.
Acesso em: 03 nov. 2019.
47
Ibid.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
33
Para os efeitos desta Convenção, entender-se-á por tortura todo ato pelo
qual são infligidos intencionalmente a uma pessoa penas ou sofrimentos
físicos ou mentais, com fins de investigação criminal, como meio de
intimidação, como castigo pessoal, como medida preventiva, como pena ou
qualquer outro fim. Entender-se-á também como tortura a aplicação, sobre
uma pessoa, de métodos tendentes a anular a personalidade da vítima, ou
a diminuir sua capacidade física ou mental, embora não causem dor física
48
Ibid.
49
ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS – OEA. Convenção Americana sobre Direitos
Humanos. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D0678.htm>. Acesso em: 17
nov. 2019.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
34
50
Id. Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1980-1989/D98386.htm>. Acesso em: 17 nov. 2019.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
35
51
Ibid.
52
OLIVEIRA, Bruna Pinotti Garcia; LAZARI, Rafael de... Op. Cit., p. 271.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
36
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
37
53
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS – ONU. Declaração Internacional sobre a Proteção de
Todas as Pessoas contra os Desaparecimentos Forçados. Resolução AG-ONU nº 47/133, de 18 de
dezembro de 1992. Disponível em: <https://www2.camara.leg.br/atividade-
legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/cdhm/comite-brasileiro-de-direitos-humanos-e-politica-
externa/DecProtTodPesDesFor.html>. Acesso em: 03 nov. 2019.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
38
54
Ibid.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
39
55
Id. Convenção Internacional para a Proteção de Todas as Pessoas contra o Desaparecimento
Forçado, de 20 de dezembro de 2006. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2016/decreto/D8767.htm>. Acesso em: 03 nov. 2019.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
40
56
Ibid.
57
Ibid.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
41
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
42
58
Ibid.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
43
Adiante, o artigo 21 assegura que sejam tomadas medidas para que seja
possível verificar que uma pessoa foi realmente colocada em liberdade, com
integridade física e condições de exercício de sua capacidade.
O Estado não pode obstruir recursos ou negar pedidos de informação previstos
na Convenção, nem deixar de registrar a privação da liberdade de uma pessoa e o
agente por ela responsável, consoante ao artigo 22. Para atuar de forma compatível
com tais deveres, o Estado deve capacitar os agentes responsáveis pela aplicação
da lei, nos termos do artigo 23.
Sobre os direitos da vítima de desaparecimento forçado, o artigo 24 fixa:
59
Ibid.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
44
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
45
IMPORTANTE
A Observação Geral n.º 36 do Comitê de Direitos Humanos da ONU reforça que o
desaparecimento forçado deve ser considerado como uma violação ao direito à
vida, cabendo aos Estados prevenir tais práticas e investigar tais fatos quando
ocorra, tal como garantir que o desaparecimento forçado de pessoas seja punido
com sanções penais, introduzindo procedimentos rápidos e eficazes para
submeter os casos de desaparecimento a uma investigação completa por parte de
órgãos independentes e imparciais.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
46
60
ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS – OEA. Convenção Interamericana sobre o
Desaparecimento Forçado de Pessoas. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/decreto/D8766.htm>. Acesso em: 17 nov.
2019.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
47
FIQUE ATENTO
O Brasil foi condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos pela
prática de desaparecimento forçado no caso Gomes Lund, que apurou o sumiço
de pessoas durante a Guerrilha do Araguaia. O centro do caso foi o direito à
informação dos familiares das vítimas, ressaltando-se o dever do Estado de
prestar o acesso à informação. Afastou-se a aplicação da Lei de Anistia (Lei nº
6.683/1979), ressaltando o caráter continuado do delito de desaparecimento
61
Ibid.
62
Ibid.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
48
forçado.
A Corte já havia emitido anteriormente condenações responsabilizando Estados
pela prática de desaparecimento forçado, sendo as primeiras em julho de 1989,
nos casos Godínez Cruz vs. Honduras e Velásquez Rodríguez vs. Honduras.
Para saber mais sobre o assunto, acesse:
http://www.corteidh.or.cr/docs/casos/articulos/seriec_219_por.pdf
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
49
63
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS – ONU. Regras de Mandela: Regras Mínimas das Nações
Unidas para o Tratamento de Reclusos. Resolução AG-ONU nº 70/175, de 17 de dezembro de 2015.
Disponível em:
<http://www.cnj.jus.br/files/conteudo/arquivo/2016/05/39ae8bd2085fdbc4a1b02fa6e3944ba2.pdf>.
Acesso em: 03 nov. 2019.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
50
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
51
Regra 4:
1. Os objetivos de uma sentença de encarceramento ou de medida similar
restritiva de liberdade são, prioritariamente, de proteger a sociedade contra
a criminalidade e de reduzir a reincidência. Tais propósitos só podem ser
alcançados se o período de encarceramento for utilizado para assegurar, na
medida do possível, a reintegração de tais indivíduos à sociedade após sua
soltura, para que possam levar uma vida autossuficiente, com respeito às
leis.
2. Para esse fim, as administrações prisionais e demais autoridades
competentes devem oferecer educação, formação profissional e trabalho,
bem como outras formas de assistência apropriadas e disponíveis, inclusive
aquelas de natureza reparadora, moral, espiritual, social, esportiva e de
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
52
Regra 6:
Deverá existir um sistema padronizado de gerenciamento dos registros dos
presos em todos os locais de encarceramento. Tal sistema pode ser um
banco de dados ou um livro de registro, com páginas numeradas e
assinadas. Devem existir procedimentos que garantam um sistema seguro
de trilhas de auditoria e que impeçam o acesso não autorizado ou a
65
modificação de qualquer informação contida no sistema .
64
Ibid.
65
Ibid.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
53
Regra 11:
As diferentes categorias de presos devem ser mantidas em
estabelecimentos prisionais separados ou em diferentes setores de um
mesmo estabelecimento prisional, levando em consideração seu sexo,
idade, antecedentes criminais, razões da detenção e necessidades de
tratamento. Assim:
(a) Homens e mulheres devem, sempre que possível, permanecer detidos
em unidades separadas. Nos estabelecimentos que recebam homens e
mulheres, todos os recintos destinados às mulheres devem ser totalmente
separados;
(b) Presos preventivos devem ser mantidos separados daqueles
condenados;
(c) Indivíduos presos por dívidas, ou outros presos civis, devem ser
mantidos separados dos indivíduos presos por infrações criminais;
66
(d) Jovens presos devem ser mantidos separados dos adultos .
66
Ibid.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
54
Regra 18:
1. Deve ser exigido que o preso mantenha sua limpeza pessoal e, para esse
fim, deve ter acesso à água e artigos de higiene, conforme necessário para
sua saúde e limpeza.
2. A fim de que os prisioneiros possam manter uma boa aparência,
compatível com seu autorrespeito deve ter à disposição meios para o
cuidado adequado do cabelo e da barba, e homens devem poder
67
barbear‑se regularmente .
67
Ibid.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
55
presídio, estas devem estar disponíveis limpas e próprias para uso (Regra
20). A roupa de cama individual também deve ser limpa e adequada
(Regra 21).
Regra 23:
1. Todo preso que não trabalhar a céu aberto deve ter pelo menos uma hora
diária de exercícios ao ar livre, se o clima permitir.
2. Jovens presos, e outros com idade e condições físicas adequadas,
devem receber treinamento físico e de lazer durante o período de exercício.
Para este fim, espaço, instalações e equipamentos devem ser
68
providenciados .
Regra 25:
1. Toda unidade prisional deve contar com um serviço de saúde incumbido
de avaliar, promover, proteger e melhorar a saúde física e mental dos
presos, prestando particular atenção aos presos com necessidades
especiais ou problemas de saúde que dificultam sua reabilitação.
2. Os serviços de saúde devem ser compostos por equipe interdisciplinar,
com pessoal qualificado suficiente, atuando com total independência clínica,
e deve abranger a experiência necessária de psicologia e psiquiatria.
69
Serviço odontológico qualificado deve ser disponibilizado a todo preso .
68
Ibid.
69
Ibid.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
56
Regra 27:
1. Todos os estabelecimentos prisionais devem assegurar o pronto acesso
a atenção médica em casos urgentes. Os presos que necessitem de
tratamento especializado ou de cirurgia devem ser transferidos para
instituições especializadas ou hospitais civis. Se as unidades prisionais
possuírem instalações hospitalares, devem contar com pessoal e
equipamento apropriados para prestar tratamento e atenção adequados aos
presos a eles encaminhados.
2. As decisões clínicas só podem ser tomadas pelos profissionais de saúde
responsáveis, e não podem ser modificadas ou ignoradas pela equipe
70
prisional não médica .
Regra 29:
1. A decisão de permitir uma criança de ficar com seu pai ou com sua mãe
na unidade prisional deve se basear no melhor interesse da criança. Nas
unidades prisionais que abrigam filhos de detentos, providências devem ser
tomadas para garantir:
(a) creches internas ou externas dotadas de pessoal qualificado, onde as
crianças poderão ser deixadas quando não estiverem sob o cuidado de seu
pai ou sua mãe.
(b) Serviços de saúde pediátricos, incluindo triagem médica, no ingresso e
monitoramento constante de seu desenvolvimento por especialistas.
2. As crianças nas unidades prisionais com seu pai ou sua mãe nunca
71
devem ser tratadas como presos .
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
57
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
58
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
59
Regra 47:
1. O uso de correntes, de imobilizadores de ferro ou outros instrumentos
restritivos que são inerentemente degradantes ou dolorosos devem ser
proibidos.
2. Outros instrumentos restritivos devem ser utilizados apenas quando
previstos em lei e nas seguintes circunstâncias:
(a) Como precaução contra a fuga durante uma transferência, desde que
sejam removidos quando o preso estiver diante de autoridade judicial ou
administrativa;
(b) Por ordem do diretor da unidade prisional, se outros métodos de controle
falhar, a fim de evitar que um preso machuque a si mesmo ou a outrem ou
que danifique propriedade; em tais circunstâncias, o diretor deve
imediatamente alertar o médico ou outro profissional de saúde qualificado e
reportar à autoridade administrativa superior.
Regra 48:
1. Quando a utilização de instrumentos restritivos for autorizada, de acordo
com o parágrafo 2 da regra 47, os seguintes princípios serão aplicados:
72
Ibid.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
60
73
Ibid.
74
Ibid.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
61
Regra 56:
1. Todo preso deve ter a oportunidade, em qualquer dia, de fazer
solicitações ou reclamações ao diretor da unidade prisional ou ao servidor
prisional autorizado a representa-lo.
2. Deve ser viabilizada a possibilidade de os presos fazerem solicitações ou
reclamações, durante as inspeções da unidade prisional, ao inspetor
prisional. O preso deve ter a oportunidade de conversar com o inspetor ou
com qualquer outro oficial de inspeção, livremente e em total
confidencialidade, sem a presença do diretor ou de outros membros da
equipe.
3. Todo preso deve ter o direito de fazer uma solicitação ou reclamação
sobre seu tratamento, sem censura quanto ao conteúdo, à administração
prisional central, à autoridade judiciária ou a outras autoridades
competentes, inclusive àqueles com poderes de revisão e de remediação.
4. Os direitos previstos nos parágrafos 1 a 3 desta Regra serão estendidos
ao seu advogado. Nos casos em que nem o preso, nem o seu advogado
tenham a possibilidade de exercer tais direitos, um membro da família do
preso ou qualquer outra pessoa que tenha conhecimento do caso poderá
exercê‑los.
Regra 57:
1. Toda solicitação ou reclamação deve ser prontamente apreciada e
respondida sem demora. Se a solicitação ou reclamação for rejeitada, ou no
caso de atraso indevido, o reclamante terá o direito de leva-la à autoridade
judicial ou outra autoridade.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
62
Regra 60:
1. A entrada de visitantes nas unidades prisionais depende do
consentimento do visitante de se submeter à revista. O visitante pode
revogar seu consentimento a qualquer tempo; nesse caso, a administração
prisional poderá vedar seu acesso.
2. Os procedimentos de entrada e revista para visitantes não devem ser
degradantes e devem ser governados por princípios não menos protetivos
que aqueles delineados nas Regras 50 a 52. Revistas em partes íntimas do
75
corpo devem ser evitadas e não devem ser utilizadas em crianças .
75
Ibid.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
63
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
64
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
65
76
Ibid.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
66
Regra 81
1. Em uma unidade prisional para homens e mulheres, a parte da unidade
destinada a mulheres deve estar sob a supervisão de um oficial feminina
responsável que tenha a custódia das chaves de toda aquela parte da
unidade.
2. Nenhum funcionário do sexo masculino deve entrar na parte feminina da
unidade prisional a menos que esteja acompanhado de uma agente.
3. As presas devem ser atendidas e supervisionadas somente por agentes
femininas. Entretanto, isso não impede que membros homens da equipe,
especialmente médicos e professores, desempenhem suas atividades
77
profissionais em unidades prisionais ou nas áreas destinadas a mulheres .
Regra 82:
1. Os funcionários das unidades prisionais não devem em seu
relacionamento com os presos, usar de força, exceto em caso de
autodefesa, tentativa de fuga, ou resistência ativa ou passiva a uma ordem
fundada em leis ou regulamentos. Agentes que recorram ao uso da força
não devem fazê‑lo além do estritamente necessário e devem relatar o
incidente imediatamente ao diretor da unidade prisional.
2. Os agentes prisionais devem receber treinamento físico para capacitá‑los
a controlar presos agressivos.
3. Exceto em circunstâncias especiais, no cumprimento das tarefas que
exigem contato direto com os presos, os funcionários prisionais não devem
estar armados. Além disso, a equipe não deve, em circunstância alguma,
78
portar armas, a menos que seja treinada para fazer uso delas .
77
Ibid.
78
Ibid.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
67
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
68
Regra 89:
1. O cumprimento destes princípios requer a individualização do tratamento
e, para tal, é necessário um sistema flexível de classificação dos presos em
grupos. Deve‑se, portanto, distribuir tais grupos em unidades prisionais
separadas adequadas ao tratamento de cada um.
2. Essas unidades prisionais não precisam proporcionar o mesmo grau de
segurança para todos os grupos. É recomendável que vários graus de
segurança sejam disponibilizados, de acordo com as necessidades de
diferentes grupos. As unidades abertas, exatamente pelo fato de não
proporcionarem segurança física contra fuga, mas confiarem na
autodisciplina dos detentos proporcionam as condições mais favoráveis
para a reabilitação de presos cuidadosamente selecionados.
3. O número de detentos em unidades prisionais fechadas não deve ser
grande demais a ponto de coibir o tratamento individualizado. Em alguns
países, entende‑se que a população de tais unidades não deve passar de
quinhentos detentos. Em unidades abertas, a população deve s er a menor
possível.
4. Por outro lado, não é recomendável manter unidades prisionais que
sejam pequenas demais ao ponto de impedirem o provimento de
79
instalações adequadas .
79
Ibid.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
69
Regra 92:
1. Para esses fins, todos os meios apropriados devem ser usados, inclusive
cuidados religiosos em países onde isso é possível, educação, orientação e
capacitação vocacionais, assistência social direcionada, aconselhamento
profissional, desenvolvimento físico e fortalecimento de seu caráter moral.
Tudo isso deve ser feito de acordo com as necessidades individuais de
cada preso, levando em consideração sua história social e criminal, suas
capacidades e aptidões mentais, seu temperamento pessoal, o tempo da
sentença e suas perspectivas para depois da liberação.
2. Para cada preso com uma sentença de extensão adequada, o diretor
prisional deve receber, no mais breve possível após sua entrada, relatórios
sobre todos os assuntos referentes a ele mencionados no parágrafo 1 desta
Regra. Esses relatórios devem sempre incluir relatório do médico ou do
profissional de saúde qualificado sobre a condição física e mental do preso.
3. Os relatórios e demais documentos relevantes devem ser postos em um
arquivo individual. Esse arquivo deve ser mantido atualizado e classificado
de maneira a possibilitar a consulta pelo pessoal responsável, sempre que
80
houver necessidade .
Regra 93:
1. As finalidades da classificação devem ser:
(a) Separar dos demais presos àqueles que, por motivo de seu histórico
criminal ou pela sua personalidade, possam vir a exercer uma influência
negativa sobre os demais presos;
(b) Dividir os presos em classes, a fim de facilitar o tratamento, visando à
sua reinserção social.
2. Na medida do possível, as unidades prisionais, ou setores separados de
uma unidade, devem ser usados para o tratamento de diferentes classes de
81
presos .
80
Ibid.
81
Ibid.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
70
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
71
Regra 102:
1. O número máximo de horas trabalhadas, por dia e por semana, pelos
presos deve ser fixado em lei pelo regulamento administrativo, levando em
consideração as normas e os costumes locais em relação ao emprego de
trabalhadores livres.
2. As horas fixadas devem permitir um dia de descanso por semana e
tempo suficiente para o estudo e para outras atividades exigidas como parte
82
do tratamento e reinserção dos presos .
Regra 104:
1. Instrumentos devem ser criados para promover a educação de todos os
presos que possam se beneficiar disso, incluindo instrução religiosa, em
países onde isso é possível. A educação de analfabetos e jovens presos
deve ser compulsória, e a administração prisional deve destinar atenção
especial a isso.
2. Na medida do possível, a educação dos presos deve ser integrada ao
sistema educacional do país, para que após sua liberação eles possam
83
continuar seus estudos sem maiores dificuldades .
82
Ibid.
83
Ibid.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
72
Regra 108:
1. Os serviços e as agências sejam governamentais ou não, que ajudam
presos libertos a se restabelecerem na sociedade deve assegurar, na
medida do possível e do necessário, que eles possuam os documentos e
papéis de identificação apropriados, que tenham casa e trabalho
adequados, que estejam adequadamente vestidos, levando em
consideração o clima e a estação do ano, e que tenham meios suficientes
para alcançar seu destino e para se sustentarem no período imediatamente
posterior a sua liberação.
2. Os representantes autorizados de tais agências devem ter todo o acesso
necessário à unidade prisional e aos presos e devem ser consultados sobre
o futuro do preso desde o início de sua sentença.
3. As atividades de tais agências devem ser centralizadas ou coordenadas ,
84
na medida do possível, para garantir o melhor uso de seus esforços .
Assim, desde o início deve-se pensar no futuro do recluso quando for libertado,
evitando que ele reincida na prática de crimes assim que sair da prisão por não ter
para onde ir ou como se manter.
84
Ibid.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
73
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
74
Regra 121:
Em países onde a lei permite o encarceramento por dívida ou por ordem de
uma corte sob qualquer outro processo não criminal, os indivíduos presos
por estes motivos não devem ser submetidos a maior restrição ou
severidade do que o necessário para garantir uma custódia segura e a boa
ordem. Seu tratamento não será menos favorável do que aquele oferecido a
85
presos não julgados, exceto para aqueles obrigados a trabalhar .
SAIBA MAIS
Filme sobre o assunto: Carcereiros (2019, drama/mistério, 110 m., direção por
José Eduardo Belmonte).
Acesse o link:
https://outraspalavras.net/desigualdades-mundo/prisoes-brasileiras-relato-de-
dentro-do-inferno/
85
Ibid.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
75
86
LEWANDOWSKI, Ricardo. Apresentação à Série Tratado Internacionais de Direitos Humanos:
Regras de Bangkok. Brasília: Conselho Nacional de Justiça, 2016, p. 11.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
76
a reedição das Regras Mínimas para Tratamento dos Reclusos em 2015, incluindo
dispositivos com este foco, permanecem outras necessidades especiais da mulher
reclusa que demandam previsão específica.
Sem o propósito de substituir, mas de complementar, as Regras de Mandela e
as Regras de Tóquio, as Regras de Bangkok se dividem em três seções: a primeira
delas trata da administração geral das instituições e é aplicável a todas as
categorias de mulheres privadas de liberdade; a segunda delas se volta às
categorias especiais, tratadas em cada subseção, mas apesar disso, as regras da
subseção A, que se aplicam a presas condenadas, aplicam-se igualmente à
categoria de presas relacionadas na subseção B sempre que não se contraponham
às normas relativas a essa categoria; a terceira delas contempla a aplicação de
sanções não privativas de liberdade e medidas para mulheres adultas infratoras e
adolescentes em conflito com a lei, incluindo no momento da prisão e nos estágios
de pré-julgamento, e após a sentença do processo criminal; a última contém regras
sobre pesquisa, planejamento, avaliação, sensibilização pública e compartilhamento
de informações.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
77
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
78
Regra 25:
1. Mulheres presas que relatarem abusos deverão receber imediatamente
proteção, apoio e aconselhamento, e suas alegações deverão ser
investigadas por autoridades competentes e independentes, com pleno
respeito ao princípio de confidencialidade. Medidas de proteção deverão
considerar especificamente os riscos de retaliações.
2. Mulheres presas que tenham sido submetidas a abuso sexual,
especialmente aquelas que engravidaram em decorrência desse abuso,
deverão receber orientações e aconselhamento médicos apropriados e
deverão contar com os atendimentos médicos e psicológicos adequados,
apoio e assistência jurídica.
3. Com o intuito de monitorar as condições de prisão e de tratamento das
mulheres presas, os mecanismos de inspeção, grupos visitantes ou de
monitoramento ou os órgãos supervisores deverão ter mulheres entre seus
87
membros .
87
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS – ONU. Regras de Bangk ok : Regras Mínimas das Nações
Unidas para o Tratamento de Mulheres Presas e Medidas Não Privativas de Liberdade para Mulheres
Infratoras. Resolução AG-ONU nº 65/229, de 06 de outubro de 2010. Disponível em:
<https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/2019/09/cd8bc11ffdcbc397c32eecdc40afbb74.pdf>.
Acesso em: 28 nov. 2019.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
79
Regra 33:
1. Todo funcionário/a designado para trabalhar com mulheres presas deverá
receber treinamento sobre as necessidades específicas das mulheres e os
direitos humanos das presas.
2. Deverá ser oferecido treinamento básico aos/as funcionários/as das
prisões sobre as principais questões relacionadas à saúde da mulher, além
de medicina básica e primeiros-socorros.
3. Onde crianças puderem acompanhar suas mães na prisão, os/as
funcionários/as também serão sensibilizados sobre as necessidades de
desenvolvimento das crianças e será oferecido treinamento básico sobre
atenção à saúde da criança para que respondam com prontidão a
88
emergências .
88
Ibid.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
80
Regra 42:
1. Mulheres presas deverão ter acesso a um programa amplo e equilibrado
de atividades que considerem as necessidades específicas de gênero.
2. O regime prisional deverá ser flexível o suficiente para atender às
necessidades de mulheres gestantes, lactantes e mulheres com filhos/as.
Nas prisões serão oferecidos serviços e instalações para o cuidado das
crianças a fim de possibilitar às presas a participação em atividades
prisionais.
3. Haverá especial empenho na elaboração de programas apropriados para
mulheres gestantes, lactantes e com filhos/as na prisão.
4. Haverá especial empenho na prestação de serviços adequados para
presas que necessitem de apoio psicológico, especialmente aquelas que
89
tenham sido submetidas a abusos físicos, mentais ou sexuais .
89
Ibid.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
81
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
82
Regra 59:
Em geral, serão utilizadas medidas protetivas não privativas de liberdade,
como albergues administrados por órgãos independentes, organizações não
governamentais ou outros serviços comunitários, para assegurar proteção
às mulheres que necessitem. Serão aplicadas medidas temporárias de
privação da liberdade para proteger uma mulher unicamente quando seja
necessário e expressamente solicitado pela mulher interessada, sempre sob
controle judicial ou de outras autoridades competentes. Tais medidas de
91
proteção não deverão persistir contra a vontade da mulher interessada .
90
Ibid.
91
Ibid.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
83
92
Ibid.
93
Ibid.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
84
94
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS – ONU. Regras de Tóquio: Regras Mínimas Padrão das
Nações Unidas para a Elaboração de Medidas Não Privativas de Liberdade. Resolução AG-ONU nº
45/110, de 14 de dezembro de 1990. Disponível em: <https://www.cnj.jus.br/wp-
content/uploads/2019/09/6ab7922434499259ffca0729122b2d38 -2.pdf>. Acesso em: 28 nov. 2019.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
85
95
Ibid.
96
Ibid.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
86
97
Ibid.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
87
98
Ibid.
99
Ibid.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
88
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
89
3.3.6 Pessoal
Recrutamento (Regra 15):
Os agentes que trabalhem no campo destas medidas alternativas devem
ser recrutados de forma não discriminatória, possuir qualificação e
formação especializada, com direito a remuneração e a benefícios
adequados.
100
Ibid.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
90
IMPORTANTE
As Regras de Mandela, de Bangkok e de Tóquio se voltam à aplicação de penas a
infratores que se sujeitam ao sistema penal comum, não se voltando a menores
infratores que se submetem a justiça especial. As Regras de Mandela e de
Bangkok podem ser aplicadas no que couberem aos estabelecimentos de
internação de menores infratores. Sobre a situação específica destes menores
infratores, destacam-se as Regras de Pequim, as Diretrizes de Riad e as Regras
de Havana.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
91
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
92
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
93
REFERÊNCIAS
OLIVEIRA, Bruna Pinotti Garcia; LAZARI, Rafael de. Manual de Direitos Humanos.
5. ed. Salvador: Juspodivm, 2019.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
94
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
95
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.