Guia de Cuidados Nutricionais para Pacientes Oncológicos

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E-BOOK

INSTITUTO DE NUTRIÇÃO E ONCOLOGIA

GUIA DE
CUIDADOS
NUTRICIONAIS PARA
PACIENTES
ONCOLÓGICOS

Isabelle Novelli & Jaline Faiad


Oi pessoal, tudo bem?

Nós, do Instituto de Nutrição e Oncologia, temos como missão levar a nutrição


oncológica de qualidade. Pensando nisso, elaboramos esse Guia de Cuidados
Nutricionais para Paciente Oncológicos, voltado tanto para o profissional de
saúde, como para o paciente e seus cuidadores.

Desde a graduação, nós nos dedicamos a estudar a interação da oncologia com a


nutrição, alinhando sempre a teoria com a prática. Hoje, no doutorado, podemos
dizer que essa nem sempre foi uma missão fácil.

Após anos de experiência, resolvemos colocar aqui alguns pontos principais no


cuidado ao paciente oncológico. Essas orientações possuem um impacto positivo
no tratamento, pois são embasadas em evidências científicas atualizadas sobre
câncer e nutrição, além de serem aplicáveis na prática.

Aproveite a leitura!

Isabelle Novelli & Jaline Faiad


Nutricionistas e doutorandas em nutrição com foco em oncologia na
Universidade de São Paulo (USP)
TIPOS DE
capítulo 1

ALIMENTOS
A rotina familiar e de trabalho, a cultura e o acesso aos alimentos influenciam nossas
escolhas alimentares, fazendo com que a praticidade no dia a dia seja um ponto
importante nessa decisão. Em prol da praticidade, em alguns momentos
escolhemos consumir alimentos industrializados, ultraprocessados ou prontos para
ingestão. Mas é preciso estarmos cientes de que o processamento desses
alimentos pela indústria influencia nos ingredientes, no sabor e até na forma e no
local em que iremos consumi-los.

Esses alimentos nem sempre são os mais indicados para o paciente oncológico. A
Organização Mundial de Saúde (OMS) classifica carnes processadas como salsicha,
bacon, linguiça, presunto, salame, mortadela e etc. no grupo 1 de carcinogênicos,
colocando-as no mesmo grupo de risco do cigarro. Isso significa que há evidências
suficientes correlacionando esses alimentos à formação do câncer. Além disso,
existem estudos que relacionam o uso de aditivos alimentares a alguns tipos de
cânceres.

Outro ponto que deve ser observado nos alimentos industrializados e processados é
que muitas vezes eles possuem um desequilíbrio nutricional. Ou seja, são alimentos
muito densos energeticamente, com gordura de qualidade ruim e excesso de
açúcar, sendo que essas características não trazem benefícios para o paciente
oncológico. Por isso, quanto mais naturais os alimentos que consumirmos, melhor.
capítulo 1

GRAUS DE
PROCESSAMENTO
O Guia Alimentar da População Brasileira traz, em
sua última edição, recomendações sobre o nível
de processamento dos alimentos e coloca os in
natura e os minimamente processados como
base da nossa alimentação. Esses são tipos de
alimentos que preservam suas características
nutricionais, sendo fonte de fibras, vitaminas e
minerais.

Para fazer a melhor escolha para nosso consumo,


precisamos entender os níveis de processamento
dos alimentos:

1.
Alimentos in natura e minimamente
processados

Os alimentos in natura são aqueles que não


sofreram alteração após deixarem a natureza, são
obtidos diretamente de plantas ou animais.

Já os minimamente processados, passam apenas


por alterações mínimas, como remoção de partes
não comestíveis, polimento, secagem de grãos,
moagem, pasteurização ou congelamento – sem
adição de outros ingredientes.

2.
Alimentos processados

Os alimentos processados apresentam adição de


sal, açúcar ou óleo. Esses aditivos visam
aumentar a conservação do alimento ou torná-lo
mais palatável, porém elevam o teor de
ingredientes que, se adicionados em excesso,
estão relacionados a doenças.
3. Alimentos ultraprocessados

Os alimentos ultraprocessados passam por


várias etapas de preparação pelas indústrias
alimentares e possuem adição de diversos
ingredientes e produtos como conservantes,
aromatizantes, corantes e estabilizantes.
Esses alimentos apresentam pouco valor
nutricional e grande carga calórica, sendo
fortemente associados à obesidade e suas
complicações, entre elas, o câncer.

Minimamente
In natura processado Processados Ultraprocessados

Frutas, verduras, Cereais (arroz, Palmito em Biscoitos


legumes, raízes e trigo, aveia), conserva, atum em recheados, balas,
tubérculos, e ovos. leguminosas lata, lasca de coco cereais matinais,
(feijão, lentilha, com açúcar. refrigerantes, suco
grão de bico, Resumo: conservas em pó,
ervilha), de alimentos em salgadinhos,
oleaginosas salmoura ou em macarrão e
(castanha-do- solução de sal e tempero
brasil, castanha- vinagre, carnes instantâneos e
de-caju, amêndoa, adicionadas de sal embutidos.
noz), leite UHT e e frutas
proteínas animais. preservadas em
açúcar.
capítulo 1

SABER PARA ESCOLHER -


RÓTULOS
O mais indicado para uma alimentação saudável é o consumo de alimentos que não
precisam ser desembalados – a dica é: desembalar menos e descascar mais!

Entretanto, sabemos que é difícil uma vida com alimentos exclusivamente in natura
ou minimamente processados, o que torna fundamental ler o rótulo dos alimentos,
entender a lista de ingredientes presentes e fazer as melhores escolhas.

DESVENDANDO O RÓTULO DOS ALIMENTOS


A lista de ingredientes está na ordem do ingrediente em maior quantidade para o
em menor quantidade. Quanto maior a lista de ingredientes, mais industrializado o
produto! Quer uma dica para saber se lista é boa? Se pergunte se você conhece
aqueles ingredientes ou se seria possível tê-los na dispensa da sua cozinha.

A porção descrita na tabela nutricional menciona a porção habitualmente


consumida e está descrita em gramas e em medida caseira. Caso queira calcular a
quantidade de calorias, proteínas ou outro item da tabela, faça a proporção para a
quantidade que você irá consumir;

O percentual de valores diários (%VD) corresponde a quantidade de calorias e


nutrientes em relação a uma dieta de 2.000 kcal. Nem todo mundo tem a
necessidade dessa quantidade de energia por dia;

O valor energético indicado na tabela nutricional é a somatória da energia fornecida


pelo carboidrato, pela proteína e pela gordura do alimento. Esse valor é expresso em
quilocalorias (kcal) ou quilojoules (kJ) – que é apenas outra forma de se referir à
energia fornecida pelo alimento;

Em todos os rótulos é obrigatório constar a quantidade de fibras e sódio. Prefira


alimentos com menor teor de sódio e mais ricos em fibras (exceto por casos
específicos, abordados pelo nutricionista que te acompanha).
ALIMENTOS
capítulo 2

ORGÂNICOS
Alimentos orgânicos possuem maior quantidade de micronutrientes e compostos
bioativos, aumentando a sua densidade nutricional (conceito discutido mais a
frente) em relação às comidas convencionais.

Aqui no Brasil, os orgânicos são regulamentados pela Lei Federal nº 10.831/2003 e,


para ser considerado como tal, seu processo de cultivo não pode ter qualquer uso
de agroquímico, otimizando assim os recursos naturais e socioeconômicos do país.
Para garantir a procedência do alimento e que todos os passos necessários para ser
considerado orgânico foram seguidos, todos os alimentos deste tipo em território
nacional possuem um selo.

Uma grande limitação para o consumo de orgânicos é o seu difícil acesso, seja por
não vender perto de onde moramos ou ter preço acima da média em alguns locais.
Contudo, mesmo que sua alimentação não seja composta 100% por alimentos
orgânicos, qualquer produto que você já consiga inserir em sua dieta faz diferença!
capítulo 2

PONTOS POSITIVOS
NO CONSUMO

+
DE ORGÂNICOS:
Diminuímos a nossa exposição diária a
componentes tóxicos e potencialmente
carcinogênicos;

Apoiamos o agricultor e a economia local;

Respeitamos as safras de frutas e hortaliças;

Valorizamos a cultura alimentar da região em


que moramos;

Aumentamos a densidade nutricional dos


alimentos que consumimos.

[DICA PRÁTICA]
Para encontrar onde vende alimentos orgânicos
na sua cidade, acesse o site do Instituto Brasileiro
de Defesa do Consumidor:

ENCONTRE
TEMPEROS
capítulo 3

NATURAIS E
ESPECIARIAS
Os temperos naturais e as especiarias precisam ter papel fundamental na
alimentação. Eles possuem muitas propriedades associadas à prevenção do câncer,
à diminuição da proliferação de células tumorais e ao aumento do bem-estar do
paciente oncológico.

Aqui estão alguns exemplos desses temperos e especiarias que possuem


características benéficas ao longo do processo oncológico:

Vegetais Allium Ervas Especiarias

Cebola Alecrim Pimenta do reino


Alho Orégano Canela
Alho-poró Manjericão Cravo
Cebolinha Tomilho Cardamomo
Coentro Cúrcuma
Manjerona
Hortelã
Os vegetais da família Allium podem ser usados diariamente nas preparações do dia
a dia, para refogar alimentos e – para os mais corajosos – podem ser consumidos
crus em saladas. Eles são ricos em compostos organossulfurados, apresentam ação
antioxidante e atuam no controle ao colesterol.

As ervas possuem principalmente óleos essenciais na sua composição. Por isso,


sempre que possível, prefira consumi-las na forma in natura, já que estes óleos
podem se perder com altas temperaturas. O uso dessas ervas deixa a alimentação
menos monótona e realça o sabor dos alimentos! Use e abuse em todas as
refeições.

No caso das especiarias, elas normalmente são encontradas na forma desidratada.


Podemos usar, por exemplo, a canela em pau para fazer um chá e a em pó para
agregar sabor a um mingau. Independente da forma, as especiarias são ótimos
antioxidantes, sendo importantes na prevenção do câncer e auxiliando nos diferentes
momentos do tratamento.

[DICA PRÁTICA]
Para ter sempre ervas fresquinhas ao seu alcance, que tal uma hortinha dentro de
casa?
DENSIDADE
capítulo 4

NUTRICIONAL DA
ALIMENTAÇÃO
A densidade nutricional não é um conceito novo. Foi um dos primeiros métodos
para análise da composição de um alimento. Por exemplo, em 100g de pão francês
quanto temos de energia? Precisamos saber a sua lista de ingredientes e, a partir
disso, fazer esse cálculo. Nesse caso, 100g de pão francês tem mais ou menos 300
kcal.

Mas o que isso de fato significa? Vamos expandir um pouco mais esse conceito e
olhar outros parâmetros além da densidade energética: qual a quantidade de
micronutrientes presentes em um pão francês? Quais são os compostos bioativos?

Por exemplo, se olharmos esses dois cafés da manhã, eles são praticamente
equivalentes em calorias:
Opção 1 Opção 2

Leite de vaca (200 mL) + Café (100 Café (150 mL)


mL) + Açúcar (½ colher de sopa) Iogurte natural (170 mL) + semente
Pão francês (1 unidade) de linhaça (2 colheres de sopa)
Manteiga (1 colher de sopa rasa) Pão de forma integral (1 fatia)
Presunto (3 fatias) Manteiga (½ colher de sopa rasa)
Ovo mexido (1 unidade)
Abacaxi (2 fatias)

Incrível, não é?

Apesar de serem equivalentes, a grande diferença está na densidade nutricional.


Não que a primeira opção não tenha micronutrientes, porém não se compara com a
segunda opção, que oferece fibras alimentares, vitaminas do complexo B, vitamina
A, vitamina D, gordura de boa qualidade e compostos bioativos.

Não tem problema consumir a opção 1 de vez em quando. Algumas pessoas gostam
dessa combinação e podem inseri-la em momentos da semana. Mas devemos
considerar a densidade nutricional da opção 2. Essa, sim, deve ser o nosso padrão!

É importante ter o foco em alimentos que irão te nutrir e agregar benefícios ao seu
organismo. Porque, quanto mais forte o paciente estiver, mais forte ele estará para a
batalha contra o câncer.

Ao falarmos de alimentos que possuem uma alta densidade de nutrientes, estamos


falando em alimentos ricos em vitaminas, minerais e compostos bioativos. E isso é
importante para mantermos um estado nutricional adequado, evitarmos anemia,
diminuirmos o risco de infecções e para aumentar a qualidade de vida.
VARIEDADE NA
capítulo 5

ALIMENTAÇÃO
Todos nós temos um alimento favorito, aquele que sempre gostamos de comer. Mas,
comê-lo todo dia, pode não ser a melhor opção, mesmo que este seja considerado
saudável. Uma alimentação monótona e com pouca quantidade de cores pode levar
a deficiências nutricionais, pois teremos acesso apenas àquelas fontes de nutrientes.

Um exemplo interessante pode ser esse: imagine uma pessoa que todos os dias, no
café da manhã, come pão de forma com queijo branco, uma xícara de leite com café
e uma banana. Essa refeição possui uma boa quantidade de cálcio, proveniente dos
laticínios, e de potássio, da banana. Mas, ao trocar em alguns dias o pão branco por
pão integral, o queijo por ovo mexido e a banana por uma laranja, essa pessoa está
inserindo fibra alimentar, vitaminas A, C e D e aumentado a oferta de vitaminas do
complexo B.

Como consequência de uma alimentação monótona, temos por vezes carência de


minerais, vitaminas e compostos bioativos. A falta desses nutrientes, para o paciente
oncológico, pode agravar um caso de anemia, enfraquecer o sistema imune e
aumentar a sensação de fadiga.

Existem inúmeros alimentos saudáveis, principalmente os in natura ou minimamente


processados. Entretanto, nenhum alimento é nutricionalmente completo quando
estamos na vida adulta. Precisamos da combinação deles.

Então, a principal dica é: varie e experimente coisas novas!


COMO HIGIENIZAR
capítulo 6

OS ALIMENTOS
Os alimentos podem ser vetores de doenças trazidas por micro-organismos
patogênicos, nos casos em que a imunidade esteja baixa e se os devidos cuidados
sanitários não forem tomados. Para o paciente oncológico, é necessário tomar esses
cuidados especialmente na vigência do tratamento, pois uma intoxicação alimentar
nesse momento pode significar perda de peso, desconforto e descontinuidade
momentânea do tratamento.

É importante ressaltar que essa segurança alimentar – higienização – acontece desde


a escolha dos alimentos até a estocagem, a manipulação e o armazenamento:

Caso as frutas, legumes ou pães estejam mofados, descarte o alimento – os fungos


liberam toxinas além das partes visíveis;

Com relação às carnes, prefira as com cor vermelho vivo, com textura firme e com
gordura de cor clara;

Os alimentos não perecíveis, como cereais e grãos, devem ser guardados em locais
frescos e arejados, sem a incidência de sol ou calor. Caso visualize insetos dentro
dos cereais, descarte tudo.
Frutas e verduras devem ser higienizadas em
água corrente, folha a folha, fruta a fruta, para
remover sujeiras e parasitas visíveis. Em seguida,
deixe o alimento de molho em água com
hipoclorito de sódio (um produto encontrado nos
mercados para sanitização dos alimentos),
conforme a orientação do fabricante –
geralmente demora uns 15 minutos. Lave
novamente em seguida.

Usar vinagre, sabão ou outros produtos para


higienizar os alimentos não é o suficiente para
garantir a eliminação das bactérias do alimento.

[DICA PRÁTICA]
Ao fazer as compras, higienize todas as frutas e
hortaliças. Caso não consiga fazer isso de uma
vez só, tome cuidado para não armazenar junto
alimentos não higienizados com os higienizados.
HIDRATAÇÃO
capítulo 7

Manter uma hidratação adequada é essencial! Isso vai ajudar a eliminar as toxinas do
corpo e a prevenir que elas se acumulem, ajudando no tratamento do paciente
oncológico. A maioria dos medicamentos e das quimioterapias são excretadas pelo
rim. Dessa forma, o consumo adequado de água faz com que não haja acúmulo
desses medicamentos nos rins, evitando danos ao órgão.

Além disso, a água também ajuda a manter o trânsito intestinal regulado, hidratando
as células do trato gastrointestinal e o bolo fecal. Melhora, ainda, a absorção de
nutrientes.

Em alguns momentos, é possível que a água provoque náuseas, então uma dica é
consumir água com gás (de preferência naturalmente gaseificada).

Não espere ter sede para beber água! Deixe sempre um copo ou uma garrafa com
água perto de você e vá bebendo ao longo do dia. Lembre-se também de que o
excesso de água é prejudicial e um consumo muito acima do recomendado pode
ocasionar desbalanço eletrolítico.
Como ingerir água em caso de efeitos colaterais:

Náusea

Infusionar água com gengibre, hortelã ou limão;


Beber água de forma fracionada e em pequenos goles;
Beber água gelada;
Beber água com gás.

Dificuldade de digestão/ Empachamento

Infusionar água com abacaxi;


Beber água de forma fracionada e em pequenos goles;
Preferir consumir água em horário diferente das grandes refeições.

Mucosite

Beber água em temperatura ambiente;


Infusionar água com camomila.

[DICA PRÁTICA]
Para saber o quanto de água ingerir por dia = Peso corporal (kg) x 30 a 35 (mL).
O resultado (em mL) é a quantidade de água recomendada para você, por dia!
MASTIGAÇÃO
capítulo 8

Você sabia que o simples fato de colocar um alimento no prato e comê-lo não
garante que conseguiremos aproveitá-lo?

A mastigação – ou seja, a quebra mecânica do alimento – é essencial para que


possamos ter uma boa absorção dos componentes daquele alimento. Isso ocorre
porque ele fica mais exposto a ação das enzimas digestivas.

Na boca, já conseguimos iniciar o processo de digestão de certos componentes da


nossa alimentação, como o amido. É claro que não precisamos ficar contando
quantas vezes mastigamos um alimento, mas comer com atenção garante sucesso
nessa primeira fase de digestão. O recomendado é que o alimento esteja homogêneo,
sem pedaços grandes, na hora de deglutição.

Algumas vezes, percebemos uma sensação de má digestão após o consumo de um


alimento e isso pode estar relacionado à mastigação inadequada. Lembre-se de que é
muito difícil para o estômago lidar com alimentos grandes! Outro fator que pode
atrapalhar a digestão é a vontade de consumir líquidos durante a refeição. Essa
sensação de necessidade pode estar presente como uma forma de facilitar a
deglutição do alimento. Nesses casos, o melhor é adequar a consistência das
preparações, para que pedaços grandes não sejam ingeridos.
Para o paciente oncológico, a mastigação correta
pode ser um desafio. Se houver perda de peso
brusca, pode ocorrer diminuição na força da
mastigação. Nesse caso, vá adaptando a
consistência do alimento de modo a facilitar esse
processo e procure o auxílio de um fisioterapeuta
ou fonoaudiólogo. No caso do paciente que faz
uso de dentadura, é importante um
acompanhamento com o dentista para garantir
que a prótese esteja encaixada do modo correto.

Se o paciente estiver com mucosite (inflamação


na boca com úlceras), a mastigação também
pode ficar prejudicada. Nesse, caso o melhor a se
fazer é adaptar a consistência da alimentação.

Caso haja mais alguma dificuldade relacionada a


mastigação, prefira os alimentos macios e
cortados em pedaços pequenos até a reversão
desse quadro.
MANUTENÇÃO DO
capítulo 9

PESO
A manutenção do peso durante o tratamento oncológico é muito importante,
contribuindo para melhor tolerância às terapias e redução de efeitos colaterais. Nesse
período, é muito comum termos o cenário de perda de peso, mesmo que essa seja
uma condição evitável, especialmente com o acompanhamento nutricional correto.

A perda de peso, na maioria das vezes, ocorre por dois mecanismos: o primeiro
relacionado com um gasto energético maior ocasionado pelo tumor e o segundo
pelos efeitos colaterais que diminuem a ingestão alimentar – por exemplo: falta de
apetite, dor, náuseas, vômitos, alteração do paladar, feridas na boca, diarreia ou
obstipação (prisão de ventre).

Na nutrição oncológica, vemos a diminuição da ingestão alimentar como um ciclo que


precisa ser quebrado. Quanto menos se come, menos se tem fome e mais se
agravam os fatores colaterais. É importante fazer as adaptações necessárias para
diminuir os desconfortos e tentar manter uma ingestão adequada.

Por outro lado, o que vemos hoje também são alguns tipos de cânceres e
tratamentos que levam ao ganho de peso. O excesso de tecido adiposo acumulado
nesse momento também não é benéfico – muitas vezes gera aumento da inflamação
e pode aumentar os efeitos colaterais do tratamento.
Dessa forma, a manutenção do peso, focando
principalmente na preservação da massa magra
(músculo), diminui desconfortos e algumas das
complicações relacionadas ao tratamento.

Aqui vão algumas dicas para os dois casos:

Perda de peso Ganho de peso

- Aumente a densidade energética da - Evite beliscar alimentos ao longo do dia;


sua alimentação com ingredientes - Estabeleça horários para as refeições;
saudáveis: azeite, abacate, açaí, coco, - Acrescente alimentos que ajudam na
castanhas, etc.; saciedade, em todas as refeições
- Faça pequenas refeições várias vezes (proteínas ou gorduras boas).
ao dia; Ex: pão integral com queijo, tapioca com
- Estabeleça horários para se alimentar e frango, frutas com castanhas;
não espere a fome chegar para comer; - Aumente o consumo de fibra alimentar
- Priorize alimentos de fontes proteicas; (além de ajudar na saciedade, contribui
- Use suplementos hipercalóricos e com o controle dos níveis de açúcar no
hiperproteicos, conforme orientação do sangue);
nutricionista; - Faça as refeições com calma e em um
- Escolha alimentos de sua preferência! local tranquilo, focado no que você está
comendo e na sua saciedade.

[DICA PRÁTICA]
Para saber se está ganhando ou perdendo peso
fique de olho nas suas roupas! Se estiverem mais
soltinhas, você pode estar perdendo peso e se
estiverem mais justas, você pode estar ganhando
peso.
PROCURE UM
capítulo 10

PROFISSIONAL
ESPECIALIZADO
Independente do momento do tratamento oncológico, é importante manter um
acompanhamento nutricional especializado, pois cada indivíduo reage ao tratamento
de uma forma diferente.

A alimentação saudável, rica em nutrientes e prazerosa é essencial em todos os


momentos e um bom nutricionista consegue te ajudar nisso. O acompanhamento
nutricional faz com que o paciente tenha melhor resposta ao tratamento, menos
efeitos colaterais, diminuição no risco de desnutrição e o mais importante: melhora na
qualidade de vida.

Após o tratamento também é preciso fazer um trabalho de reeducação alimentar e


adoção de bons hábitos de saúde, para prevenção de recorrência e manutenção da
saúde.

Para receber o melhor tipo de acompanhamento nutricional possível, procure um


nutricionista especializado em oncologia ou que possua experiência no atendimento
desse perfil de paciente.

Conte conosco do Instituto de Nutrição e Oncologia para te ajudar nessa trajetória.


Instituto de Nutrição e Oncologia (INO)

Dra. Isabelle Novelli - CRN3 47896


Dra. Jaline Faiad - CRN3 394/S

+55 (11) 94531-7800


https://www.inonutricao.com/
Rua Itapeva, 240. Sala 301 - Ed. Itapeva Medical Center. Bela Vista, São Paulo (SP)

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