Apostila Planejamento de Obras
Apostila Planejamento de Obras
Apostila Planejamento de Obras
E GERENTE DE OBRAS
Prof. Leandro
Fevereiro/2018
I – PLANEJAMENTO
1. INTRODUÇÃO
A Construção Civil possui características bastante particularizadas, que a torna bastante diferente das
demais indústrias em geral, pois possui enorme diversidade e complexidade de suas atividades. Como
características fundamentais, destacam-se:
Atividade de caráter artesanal
Não fabrica produtos em série
Atividade nômade
Alta rotatividade da mão-de-obra
Baixo nível de qualificação da mão-de-obra
Baixa remuneração
Atividade insalubre
Ponto de convergência de inúmeras indústrias
Dificuldade de precisão nas previsões de resultados finais
2. DEFINIÇÃO
Planejamento é uma atividade essencial aos empreendimentos, que se desenvolve desde antes do seu
início até sua finalização, assumindo formas e nomenclaturas diferentes de conjuntos de outras
atividades, conforme será apresentado a seguir. Ocupa-se inicialmente do plano geral do projeto, em
nível de macrovisão do mesmo, sem detalhamentos que levem a se perder a visão global do projeto.
Elabora-se, nessa fase, um plano inicial, chamado Plano Mestre da obra, lógico e racional, com base
nos dados relativos ao projeto, cuja consolidação se dá aproximadamente aos 30% do projeto
executado, e que contém em seu escopo elementos tais como:
A materialização ou o resultado desse processo é o plano, através do qual o que foi planejado se torna
operacional.
Este processo é estabelecido em três níveis: estratégico, tático e operacional. As condições verificadas
em cada nível são descritas abaixo.
a) Nível estratégico
Definido pela presidência - nível institucional;
Amplo abrange toda a organização;
Para Longo prazo;
Objetivos globais da organização;
Visa a eficácia da organização apresentar resultados.
b) Nível Tático
Nível intermediário departamental;
Voltado para a coordenação e integração;
Atividades internas da organização;
Médio prazo, em geral;
Abrange recursos específicos
Visa atingir objetivos departamentais.
c) Nível Operacional
Refere-se a cada tarefa ou atividade em particular;
Curto prazo;
Rotina diária, semanal ou mensal;
Visa o alcance de metas específicas;
Voltado para a eficiência, na execução das tarefas ou atividades.
3.1 Importância
Necessário para corrigir ou prevenir problemas da organização;
Levar a uma administração eficiente, quando bem elaborado;
Deve visar à otimização do desempenho do empreendimento;
Deve estabilizar e garantir o fluxo de trabalho contínuo;
Deve obter como resultado o desenvolvimento e o término da obra dentro das projeções de prazo,
custo e qualidade.
Minimizar problemas do setor: baixa produtividade, incidência de perdas e ocorrência de acidentes.
3.2 Características
O Planejamento tem um caráter dinâmico, e é normalmente utilizado para adaptar Plano Mestre,
quando de sua consolidação às necessidades ou conveniências. Assim, o planejamento somente se
encerra com o final do empreendimento, pois até a última tarefa deve ser planejada.
Deve ser contínuo – desde a concepção da ideia original até a finalização da última tarefa.
Deve ser dinâmico – não estático – implica em replanejamento.
Deve ser flexível – adaptar-se às mudanças que possam ocorrer em seu tempo de aplicação.
O planejamento básico de uma obra deve ser feito preliminarmente, onde é importante definir com
clareza:
O que fazer: conhecer perfeitamente o escopo da obra, ou seja, todos os serviços que devem
ser executados;
Quando fazer: fixação das datas marco, prazos de implantação, necessidade de alocação de
mão-de-obra e equipamentos, para cumprir prazos;
Como fazer: análise do campo técnico (tecnologia, processo executivo), análise administrativa e
organizacional;
Por quanto fazer: orçamento inicial, caracterização dos investimentos necessários.
Relatórios Gerenciais
Principais informações Setor
Contratos e compras Compras
Consumos Produção
Gastos Financeiros Contabilidade
Produtividade Produção
Estoques Produção
Analisada em três níveis hierárquicos: longo prazo, médio prazo, curto prazo.
Recursos classe 1 planejamento em longo prazo: longo ciclo de aquisição e baixa repetitividade.
Recursos classe 2 planejamento tático de médio prazo: ciclo de aquisição inferior a 30 dias e
média frequência de repetição.
a) Materiais
Fluxo desde o fornecedor até o canteiro de obras;
Previsão das necessidades qualidade, disponibilidade e custo (menor possível);
Planejamento da colocação à disposição ou em estoque processo de compra e entrega –
minimizar custos;
Contato simultâneo com a produção, com o responsável pelo pedido de compra e com a área
financeira;
Preocupação quanto aos fornecedores da empresa melhorar a relação custo-benefício.
b) Recursos Humanos
Qualificação da mão-de-obra deficiência.
Aumento dos custos dos recursos humanos ineficiência no uso destes recursos.
Programação dependente do planejamento das atividades:
Evitar picos
Nivelar quantidades de homens-horas nas equipes
Evitar ociosidade dos operários
Minimizar demissões e contratações no decorrer da obra.
Alta rotatividade queda na produtividade e altos investimentos na qualificação
c) Recursos Financeiros
Foco viabilidade do empreendimento – evitar imprecisão;
Recursos externos ou internos
Externos – observar:
forma de contrato
programação das atividades influência no fluxo de caixa
formação dos preços – estruturação
avaliação do nível de execução dos serviços
flutuações nos preços dos recursos
acréscimos de tempo e/ou custos de execução
Projeção de desembolso versus projeção de receita controle do fluxo de caixa
Busca de melhores condições de pagamento com fornecedores
Busca de melhores condições de crédito com instituições financeiras
d) Recursos equipamentos
Vincular o tipo de equipamento adequado à mão-de-obra que utilizará.
Planejamento logístico do canteiro é fundamental
Criar um cronograma de equipamentos incorporado ao projeto necessário definição do
cronograma físico da obra.
Analisar as atividades que mobilizarão equipamentos e o tempo de utilização de cada tipo.
1. DEFINIÇÃO DE ORÇAMENTO
2. VANTAGENS DO ORÇAMENTO
Custo: valor ou importância gasta ou necessária para se obter certo bem ou serviço relacionado à
compra.
Preço: valor a ser pago para se obter um bem ou serviço relacionado à venda.
4. TIPOS DE ORÇAMENTO
Existem vários tipos de orçamento e o padrão escolhido depende da precisão de cada um que é função
direta do grau de detalhamento do projeto e das informações disponíveis.
PADRÃO DE
PROJETOS ACABAMENTO
CÓDIGO
Baixo R 1-B
R-1 (Residência Unifamiliar) Normal R 1-N
Alto R 1-A
Baixo PP 4-B
PP (Prédio Popular)
Normal PP 4-N
Baixo R 8-B
RESIDENCIAIS
R-8 (Residência Multifamiliar) Normal R 8-N
Alto R 8-A
Normal R 16-N
R-16 (Residência Multifamiliar)
Alto R 16-A
PIS (Projeto de Interesse Social) PIS
RP1Q (Residência Popular) RP1Q
Normal CAL 8-N
CAL-8 (Comercial Andar Livre)
Alto CAL 8-A
Normal CSL 8-N
CSL-8 (Comercial Salas e Lojas)
COMERCIAIS Alto CSL 8-A
Normal CSL 16-N
CSL-16 (Comercial Salas e Lojas)
Alto CSL 16-A
GI (Galpão Industrial) GI
c) Orçamento detalhado
composto por uma relação extensiva dos serviços ou atividades a serem executadas na obra
projeto executivo pré-requisito.
elaboração baseada em composições de custos genéricas, obtidas de tabelas ou livros
quantidades do serviços a serem executados são medidas nos projetos.
5. ESTIMATIVA DE CUSTO
Os valores unitários são obtidos de obras anteriores ou de organismos que calculam indicadores.
CUB (Custo Unitário Básico) definido pela NBR 12721 calculado pelo SINDUSCON –
Sindicato da Indústria da Construção Civil de cada estado.
SINAPI (Caixa).
Indicadores da Fundação Getúlio Vargas
Custos médios publicados pela PINI – revista Construção Mercado.
6. PLANO DE CONTAS
A construção civil é uma atividade industrial complexa e que precisa ser bem caracterizada
quanto aos seus insumos (materiais, mão-de-obra, recursos financeiros e equipamentos), para
que o processo de orçamentação e controle da construção seja levado a bom termo.
É necessário, portanto, dispor de um plano que discrimine e procure organizar as várias fases
de execução da obra. Tal plano pode ser denominado “PLANO DE CONSTAS DE
CONSTRUÇÃO”.
O plano de constas tem uma estrutura geral. Deve ser modelado para cada obra, ou seja,
adaptado para cada empreendimento e às necessidades de cada empresa. O seu objetivo é
sistematizar o rol dos serviços a serem considerados durante a execução de orçamentos.
Para fins de organização do plano de contas adota-se, de maneira geral, que cada obra ou
serviço receba um código de identificação e para cada um dos itens que compõem o serviço,
deve-se atribuir um subcódigo de identificação.
Exemplo:
001. Serviços preliminares
001.0001. Execução de tapume
Conta Serviços
001 Projetos
002 Análise dos solos
003 Análise de custos
004 Cópias e reproduções
005 Instalações provisórias da obra
006 Equipamentos e ferramentas
007 Transporte e carretos
008 Impostos e taxas
009 Escritório da obra
010 Administração
011 Diversos
012 Trabalhos em terra
013 Fundações
014 Estruturas
015 Instalações
016 Alvenaria
017 Cobertura
018 Tratamento
019 Esquadrias
020 Revestimentos
021 Pavimentações
022 Rodapés
023 Soleiras
024 Peitoris
025 Ferragens
026 Pinturas
027 Vidros
028 Aparelhos
029 Ligações
030 Utensílios complementares
031 Limpeza final
Exemplo de descrição por item de serviço
011 - Diversos
Sub-conta Descrição
0001 Proteção de transeuntes
Nesta sub-conta serão lançadas todas as despesas com materiais para a
proteção de transeuntes, tais como madeira, prego, tela de arame e sub-
empreitada para a sua execução
0002 Reparo de vizinhos
Nesta sub-conta serão lançadas todas as despesas com sub-empreitadas e
materiais para reparo de danos causados pela obra aos vizinhos.
0003 Diversos
Nesta sub-conta serão lançadas todas as despesas com serviços, tais como
desratização, carro-pipa e gratificações.
A formação do preço de venda de uma obra ou de um serviço deve ser orientada por orçamentos
criteriosos, apresentando os seguintes componentes:
Custo (C)
Preço (P)
Margem (M)
Lucro (L)
Nota-se que o BDI é a soma das parcelas custo indireto, eventual e lucro, tal que:
BDI = CUSTO INDIRETO (CI) + EVENTUAL (E) + LUCRO (L)
O BDI é um valor que deve ser expresso em porcentagem sobre o CUSTO DIRETO.
e, como o BDI é expresso em percentagem dos custos diretos, podemos escrever o preço da seguinte
maneira:
sendo:
I – CUSTOS DIRETOS: são os custos diretamente envolvidos na produção da obra, constituídos pelos
insumos aplicados na realização dos serviços (materiais, mão-de-obra e equipamentos auxiliares) e
mais toda infraestrutura de apoio necessária para sua execução no ambiente da obra (despesas da
administração local, instalação do canteiro de obras e sua manutenção e sua mobilização e
desmobilização).
sendo:
Custo dos Insumos = Custo materiais + Custo mão-de-obra + Custo equipamentos;
Custo Infraestrutura = Custo da Adm. Local + Custo Canteiro Obras + Custo da Mob. Desmob. Obra
Custo direto unitário (serviço): é o custo direto de uma unidade do serviço considerado.
Materiais - São representados pelo consumo de materiais a serem utilizados para a execução de uma
determinada unidade de serviço, multiplicado pelo custo de mercado.
Equipamentos - São representados pelo número de horas ou fração de horas necessárias para a
execução de uma unidade de serviço, multiplicado pelo custo horário do equipamento.
Obs.: Os consumos dos insumos são obtidos pela experiência de cada uma das empresas do ramo da
construção ou através da Tabela de Composição de Custos de Orçamentos, sendo a mais conhecida a
TCPO (Tabelas de Composições de Preços e Orçamentos) da Editora PINI.
Definição: São encargos obrigatórios exigidos pelas Leis Trabalhistas ou resultantes de Acordos
Sindicais adicionados aos salários dos trabalhadores.
Definição: Canteiro de Obra é um componente do Custo Direto necessário para a construção da obra e
compreende as seguintes instalações dimensionadas de acordo com o seu porte:
Da mesma forma como no cálculo da despesa de Administração Local, deverá constar num item
independente da composição de custos unitários, lançados na planilha, compostos analiticamente,
como custo reembolsável, como verba ou como módulo de verba.
b.3) Mobilização e Desmobilização da Obra (considerada como custo direto pelo TCU)
Definição: É componente do Custo Direto constituído por despesas incorridas para a preparação da
infraestrutura operacional da obra e a sua retirada no final do contrato e compreende os seguintes
serviços:
Essa despesa deve compor a planilha de orçamento como item independente podendo ser
calculada analiticamente ou por verba.
O BDI é o resultado de uma operação matemática para indicar a “margem” que é cobrado do cliente
incluindo todos os custos indiretos, tributos, etc., e a sua remuneração pela realização de determinado
empreendimento.
O resultado dessa operação depende de uma série de variáveis, entre as quais são apresentadas
algumas mais importantes:
tipo de obra.
valor do contrato.
prazo de execução.
volume de faturamento da empresa.
local de execução da obra.
A - CUSTOS INDIRETOS: são todas as despesas que não fazem parte dos insumos dos serviços e da
infraestrutura da obra no local de execução, mas que são necessárias para sua realização,
compreendendo as despesas da administração central, taxa de despesas financeiras, taxa de risco de
execução ou reserva de contingência, tributos (taxas de impostos e contribuições).
São despesas claramente definidas para atender a determinadas obras pagas total ou parcialmente
pela Administração Central. Exemplos:
gerente de contrato
consultor técnico especial
projetos – detalhamento
laudos de auditoria especial
despesas de viagem, transporte, hotéis, refeições, etc.
a.2 – Rateio da ADM Central (Rac)
As despesas da Administração Central são aquelas incorridas durante um determinado período com
salários de todo o pessoal administrativo e técnico lotado ou não na sede central, no almoxarifado
central, na oficina de manutenção geral, pró-labore de diretores, viagens de funcionários a serviço,
veículos, aluguéis, consumos de energia, água, gás, telefone fixo ou móvel, combustível, refeições,
transporte, materiais de escritório e de limpeza, seguros, etc.
DMAC - Despesa Mensal da Administração Central
FMO - Faturamento Mensal da Obra
N - Prazo da Obra em meses
FMAC - Faturamento Mensal da Administração Central
CDTO - Custo Direto Total da Obra
I = Deac + Rac
A taxa se aplica para empreitadas por preço unitário, preço fixo, global ou integral, para cobrir eventuais
incertezas decorrentes de omissão de serviços, quantitativos irrealistas ou insuficientes, projetos mal
feitos ou indefinidos, especificações deficientes, inexistência de sondagem do terreno, etc.
Essa taxa é determinada em percentual sobre o custo direto da obra e depende de uma análise global
do risco do empreendimento em termos orçamentários.
O custo financeiro é pago para pagamentos a prazo e compreende uma parte pela perda monetária
decorrente da defasagem entre a data do efetivo desembolso e a data da receita correspondente e a
outra parte de juros correspondentes ao financiamento da obra paga pelo executor.
Exemplo:
Inflação i = 1,62% a.m. IPCA (Jan/2015) – relativa a taxa de 21,27% a.a. (projeção)
Juros de Financiamento j = 0,74% a.m. – relativa a taxa de 9,23% a.a. (nov/2014)
n = 45 dias
Tributos Federais: são tributos obrigatórios que incidem sobre a receita ou lucro das empresas
dependendo da sua opção contábil.
IRPJ
(*) aplicar as alíquotas de 15% e 9% respectivamente sobre o valor da taxa de Lucro considerado no
BDI ou adotar as taxas do Lucro Presumido.
Tributo Municipal – ISS: Trata-se de um tributo municipal cobrado pela prestação de serviços no local
de execução da obra ou de serviço. Variável para cada município alíquota que vai de 2,0% a 5,0%.
III - EVENTUAL: despesas não previsíveis, difíceis de mensurar por algum motivo, incluindo também
despesa impossível de ser alocada a uma ou outra obra específica, pois inclui gastos com muitas
tentativas frustradas de insucesso comercial ou em licitações públicas, e pouco satisfatórias.
Definição: É o resultado de todos os gastos não computados como Custos Diretos ou Indiretos,
referentes à comercialização do produto mais as reservas de contingência ocorridas num determinado
período dividido pelo faturamento global no mesmo período. Podem ser consideradas como custos de
comercialização as seguintes despesas: compras de editais de licitação, preparação de propostas de
habilitação e técnicas, custos de caução e seguros de participação, emolumentos, despesas cartoriais,
despesas com visitas técnicas, viagens comerciais, assessorias técnicas e jurídicas especializadas,
propaganda institucional, brindes, comissão de representantes comerciais, reservas de contingência
para eventuais roubos, assaltos, inundações não cobertas por seguro, chuvas atípicas prolongadas, etc.
Definição: Lucro ou margem é uma parcela destinada a remunerar o custo de oportunidade do capital
aplicado, capacidade administrativa, gerencial e tecnológica adquirida ao longo de anos de experiência
no ramo, responsabilidade pela administração do contrato e condução da obra por estrutura
organizacional da empresa e investimentos na formação profissional do seu pessoal e criar a
capacidade de reinvestir no próprio negócio.
sendo:
BDI CALCULADO
TAXAS
COM TAXAS
ITEM DISCRIMINAÇÃO REFERENCIAIS PROCEDIMENTO
MÍNIMAS
Mínimo Máximo Presumido L. Real
1 Administração Central 9,00 20,00 Soma 9,00 9,00
1.1 Rateio da Adm. Central 8,00 15,00 Calcular 8,00 8,00
1.2 Despesas específicas 1,00 5,00 Calcular 1,00 1,00
O orçamento para execução de obras e serviços na Construção Civil é composto resumidamente pelos
seguintes elementos:
a) Cálculo do Custo Direto dos Serviços, Custo Direto da Infraestrutura e do Custo Direto Total
Determinados os custos indiretos mais relevantes para uma determinada obra, adotam-se percentuais
para a parcela dos eventuais e do benefício (bonificação) - (neste caso, baseado na competitividade do
mercado), define-se, então, a taxa do BDI a ser aplicado aos custos diretos.
Partindo-se da quantidade e do preço unitário de um determinado serviço, o preço total deste serviço
será dado por:
Preço Total(serv) = quantidade(serv) x Preço Unit(serv)
OBS.: Nunca somar custos diretos unitários ou preços unitários dos serviços.
Para elaborar o orçamento de uma obra de forma detalhada, é necessário cumprir uma série de passos,
seguir uma metodologia, um roteiro de atividades, de forma cuidadosa e precisa.
Pré-requisito: O PROJETO (composto de peças gráficas – plantas, cortes, detalhes, e peças escritas –
memorial descritivo e especificações técnicas).
a) a) Discriminação Orçamentária
A discriminação orçamentária (DO) de uma obra consiste em se fazer a relação dos serviços ou
atividades a serem executados. As discriminações orçamentárias padronizadas são listagens que
relacionam todos os serviços a serem executados em uma obra, agrupados por etapas construtivas
(fases construtivas) e sub-etapas construtivas (subfases construtivas).
É fundamental que nessa discriminação constem todos os serviços, porém, uma única vez, de forma
bem detalhada e de maneira a contemplar uma obra em sua totalidade.
NBR 12721/2006 - ABNT (Antiga NB 140/65) – para orçamentos de edifícios construídos para
incorporação em condomínio.
TCPO – Tabela de Composição de Preços para Orçamentos – Editora Pini.
Manual Técnico do DOP (Antigo Departamento de Obras Públicas)
Cadernos de encargos diversos
As quantidades e natureza dos serviços a serem executados são adquiridas do projeto executivo. O
levantamento é feito diretamente sobre o projeto e para facilitar o trabalho, podem-se utilizar
formulários, quadros, tabelas, mapas, etc.
Definir as unidades de medida dos serviços: m, m2, m3, kg, un, pç, vb, gl, etc.
Elaborar sempre a memória de cálculo – demonstração de todos os cálculos que geraram as
quantidades levantadas;
Observar os critérios de medição – critérios que informam como os serviços devem ser
quantificados, levando-se em conta perdas, margem de erros, descontos, acréscimos, etc.;
Não confundir com levantamento de quantidade de insumos.
c) Composição de Preços Unitários dos Serviços
Para compor o preço unitário de um serviço é necessário partir da composição do custo direto unitário.
1 m2 de forma de madeira;
1 m3 de escavação manual de vala;
1 kg de aço CA-50;
Custos básicos (preço de mercado) dos materiais: conseguidos através de coleta ou cotação de
custos dos materiais em jornais ou revistas ou diretamente no mercado.
Exemplos:
Cimento: R$ 18,50/saco de 50 kg; Areia média lavada; R$ 63,00/m3
Tábua de pinho de 1” x 12” de 3ª : R$ 17,18/m2
Elaborada a composição de preço unitário, é possível determinar, para uma quantidade de serviço
especificada: custo direto total ou preço total do serviço e quantidade dos insumos necessários
para realização do serviço.
Exemplo - Da composição acima, considerando 150 m2 de alvenaria de tijolo de barro comum, tem-se:
d) Planilhas Orçamentárias
Planilha orçamentária resumo – planilha contendo a discriminação orçamentária itemizada por etapa
construtiva de uma obra, preço total de cada etapa, preço total da infraestrutura, porcentagem do
preço total de cada etapa e da infraestrutura em relação ao preço total da obra.
02 SUPERESTRUTURA
03 COBERTURA
04 PINTURA
05 ADMINISTRAÇÃO LOCAL
06 CANTEIRO DE OBRAS
07 MOBILIZAÇÃO E DESMOBILIZAÇÃO
Dados Básicos Para Cálculo das Horas Efetivam ente Trabalhadas - salário/hora
a Horas de trabalho por Ano 2.676,6667 horas
Horas não trabalhadas por ano 924,0000 horas
b - domingos 381,3333 horas
c - dias de enfermidade 36,6667 horas
d - férias e abono de férias 293,3333 horas
e - feriados 95,3333 horas
f - licença paternidade 36,6667 horas
g - ausências abonadas 51,3333 horas
h - domingos de férias 29,3333 horas
i Horas efetivas de trabalho por ano 1.752,6667 horas
A1 INSS FIXO 20,00%
A2 SESI FIXO 1,50%
A3 SENAI FIXO 1,00%
A4 INCRA FIXO 0,20%
A5 SEBRAE FIXO 0,60%
A6 Salário Educação FIXO 2,50%
A7 Seguro Contra Acidentes Trabalho SAP x FAP 6,00%
A8 FGTS FIXO 8,00%
A9 SECONCI EVENTUAL 1,00%
C1 Depósito rescisão sem justa causa 50% x 9,2% +8% x 9,2% 5,34%
C2 FGTS sobre o 13º salário 8,5% so bre o 13º 0,95%
C3 Adicional por aviso prévio 1/12*(13ºSal+Férias) 1,92%
1. INTRODUÇÃO
O cálculo da duração dos serviços de uma obra e o respectivo dimensionamento das equipes de
trabalho devem ser feitos a partir do levantamento de dados do passado, projetando para o futuro,
analisando-se dois fatores básicos: quantidade de serviço e natureza e quantidade de recursos
empregados.
A quantidade de serviço a ser executada é determinada por levantamento direto nos projetos da obra. A
natureza e a quantidade dos recursos empregados são específicas para cada serviço. Através da
apropriação dos serviços (geralmente feita pelo levantamento no próprio local da obra), identificam-se
os recursos humanos e a produtividade de cada categoria.
Além dos dois fatores básicos apontados, outros fatores também devem ser levados em conta no
dimensionamento das equipes, tais como:
- prazo de execução do serviço (pré-definido ou não);
- disponibilidade de recursos humanos;
- disponibilidade de materiais no canteiro de obras;
- espaço no canteiro de obras, entre outros.
2. PRODUTIVIDADE E PRODUÇÃO
a) Produtividade
Genericamente, a produtividade pode ser definida como a relação entre tudo o que entra em um
determinado processo e tudo o que sai deste processo, conforme figura 1.
Assim, no caso específico da construção civil, pode-se avaliar a produtividade dos vários recursos
entendidos como „entradas‟ do processo, cujos principais exemplos são os materiais, os equipamentos
e a mão-de-obra (SOUZA, 1996). Neste caso, a Figura 1 poderia ser melhor interpretada como ilustrado
na Figura 2.
Em outras palavras, a produtividade da mão de obra pode ser definida como o intervalo de tempo
necessário para uma pessoa realizar um serviço com determinadas ferramentas ou equipamentos.
Para o cálculo deste tempo, adota-se o indicador denominado Razão Unitária de Produção (RUP), que
é igual ao número de homens-hora por quantidade de serviço.
Por exemplo, se um pintor leva uma hora para pintar 5 m² de parede, sua produtividade é de 0,2 Hh/m²
(lê-se homem-hora por metro quadrado).
𝐶𝐶𝐶
Indicador de Produtividade (RUP ou Cp): fórmula prática 𝐶𝐶 = , onde:
𝐶𝐶
Exemplo de aplicação
Na escavação dos tubulões de uma obra, em terreno formado de argila compacta, verificou-se o
seguinte: 5 duplas de poceiros escavaram 15,50 m de tubulão com 60 cm de diâmetro, tendo sido
iniciada a observação às 12h e concluída às 18h do mesmo dia. Qual o coeficiente de produtividade de
um poceiro.
Resolução:
b) Produção
Índice de Produção = quantidade de serviço Unidade: (m2/h; m3/h; kg/h; m2/dia; etc.)
tempo de execução
Exemplo 1
Em uma determinada obra serão executados 80 m3 de concreto estrutural, conforme levantamento feito
pelo projeto de estruturas. A produtividade deste serviço é a seguinte:
Exemplo 2
Em uma determinada obra foram levantados, em projeto, 8000 kg de armação para execução de uma
laje estrutural. A produtividade deste serviço é a seguinte:
Considerando que os operários trabalhem 10 horas/dia e tenham 5 dias para a execução da armação, a
quantidade de operários necessária para que o serviço seja cumprido em tempo é:
Índice de produção = 8000 kg/5 dias = 1600 kg/dia (considerando a equipe definida)
III. CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO DA OBRA
O cronograma de uma obra é uma peça fundamental para acompanhamento e controle das atividades
que a compõem. É quase um complemento natural do orçamento. O conjunto da programação f ísica
com a organização econômica é conhecido como cronograma físico-financeiro.
1. Cronograma Físico
Semana
Serviço
1 2 3 4 5 6 7 8 9
Formas
1
ª
Ferragens
L
a Concreto
j
e
Desforma
Formas
2
ª
Ferragens
L
a Concreto
j
e
Desforma
Previsto Realizado
2. Cronograma Financeiro
O cronograma financeiro refere-se à distribuição dos gastos da obra, por desembolsos, período a
período. Essa distribuição pode ser feita levando-se em conta vários fatores.
Para efeito de uma elaboração mais simples e geral, considera-se que a distribuição dos desembolsos
seja feita de forma linear com o andamento físico dos serviços, ou seja, proporcional ao andamento dos
serviços.
Serviço 30 60 Total
R$ 90.000,00 R$ 45.000,00
Alvenaria R$ 135.000,00
Os desembolsos também podem ser apresentados em valores percentuais, conforme o quadro abaixo.
Serviço 30 60 Total
O cronograma financeiro ainda traz totais parciais período a período e totais acumulados, por período,
que possibilita averiguar se os gastos durante a obra estão de acordo com o planejado, seja num
período específico ou no total da obra, de modo a corrigir eventuais discrepâncias ou inequívocos
executivos ou gastos indevidos.