LIÇÕES Juizes

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LIÇÕES NO LIVRO DE JUÍZES

INTRODUÇÃO AO LIVRO

Depois do falecimento de Josué, seguiu-se um período


de desorganização, de discórdia entre as tribos e de
derrotas, o que é descirto no livro de Juízes.

Juízes é o sétimo livro do Antigo Testamento. Israel


havia escapado da servidão no Egito e conquistado, com
sucesso, a Terra Prometida, mas muitos adversários
permaneceram instalados em derredor, e gostariam de
expelir os israelitas dali. Assim, Israel esteve em
turbulência constante, e sob ameaça de extinção. Os juízes,
pois, foram, entre outras coisas, libertadores de várias
opressões estrangeiras.

A falta de água restringia os cananeus a certas áreas


da Palestina. As descobertas arqueológicas mostram que
Israel trouxe do Egito ou então, desenvolveu grandemente 1
o conceito de armazenar água potável em cisternas. Era
usada a forração das paredes das cisternas, tornando-se
estanques. Essa invenção possibilitou a ocupação dos
israelitas em áreas que, antes disso, haviam sido ocupadas
muito esparsamente. Mas, o povo de Israel sofria de baixo
da tentação de adotar os ritos de fertilidade dos cananeus.
O Senhor havia realmente guiado Israel no deserto, mas
para eles, Baal parecia melhor habilitado para fazer as
colheitas serem produzidas abundantemente pela terra.

O livro de Juízes, dessa maneira, exibe um ciclo


repetido de pecado (adoração a Baal), de servidão (a
agressores estrangeiros), de súplica (pela misericórdia de
Deus, para conseguir alívio), e de salvação (mediante
juízes divinamente levantados).

OS JUÍZES
O título "juízes" é conferido às 16 pessoas que
presidiram os israelitas durante um período de quase 450
anos [Atos 13:20 “E, depois disto, por quase
quatrocentos e cinqüenta anos, lhes deu juízes, até
ao profeta Samuel.”], entre o falecimento de Josué e a
subida de Saul ao trono, como primeiro rei de Israel.

O livro de Juízes lista catorze juízes diferentes. A essa


lista devem-se adicionar os nomes de Eli e Samuel. Débora
deve ser contada juntamente com Baraque, em Jz 4.1 -
5.31. E Gideão e Abimeleque também devem ser
associados um ao outro, formando um único juizado. Isso
nos daria doze períodos de juizado no livro de Juízes. Mas,
se contarmos os juízes individualmente, então acharemos
catorze deles.

QUEM ERAM OS JUÍZES

Os juízes foram líderes militares e religiosos, no


sentido de líder em ocasião de guerra e de governante em
pe´riodo de paz, usualmente em defesa de tribos (uma ou
duas), e nunca da nação inteira. Pois, até então, não havia
nenhum governo centralizador em Israel. O livro está
permeado pela crença, comum aos livros históricos do 2
Antigo Testamento, de que Israel prosperava quando
obedecia à lei de Deus, mas caía em desgraça, decadência
e destruição quando não obedecia a essa lei.

O livro de Juízes reveste-se de capital importância para


entendermos esse período de transição, dentro da história
de Israel. O comentário dos editores finais do livro de Juízes,
acerca dos frouxos laços que unificavam o povo de Israel,
com suas doze tribos, é o seguinte: "Naqueles dias não
havia rei em Israel: cada um fazia o que achava mais
reto" (Jz 21.25). Não tivessem surgido aqueles heróis
locais, que se levantaram para defender o que a conquista
da Terra Prometida havia ganho, e Israel, como nação, bem
poderia ter desaparecido durante aquele período. Para
piorar ainda mais a situação, as tribos de Israel com
freqüência entraram em conflito interno, umas contras as
outras. O livro de Juízes é a história da sobrevivência de um
pequeno e ameaçado povo, que gradualmente se solidificou
para formar uma nação que deixou uma marca perpétua na
história da humanidade.

Plano do Livro
O autor sagrado, como é óbvio, tinha um plano bem
definido ao escrever o livro. O texto de Juízes 2.11-23
demonstra isso. Nessa passagem o autor explicita os
pontos principais de sua narrativa, segundo se vê a seguir:

1. No primeiro capítulo do livro, ele diz até que ponto


progredira a guerra contra os cananeus; quais tribos de
Israel tinham obtido êxito e quais haviam falhado, não
conseguindo dominar regiões alocadas; e também como se
conseguiu impor tributo a alguns filisteus. O trecho de
Juízes 2.1-10 dá-nos algumas informações nesse sentido.

2. Em seguida, ele afirma a tese de sua teologia histórica, a


saber, que o povo de Israel ia bem quando obedecia ao
Senhor, mas ia mal quando não obedecia. A apostasia
aparece como o principal impedimento ao pleno sucesso de
Israel: "Porquanto deixaram o Senhor, e serviram a
Baal e a Astarote" (Juízes 2.13). O castigo era imposto,
portanto, aos desobedientes: "Por onde quer que 3
saíssem, a mão do Senhor era contra eles para seu
mal, como o Senhor lhes havia dito e jurado; e
estavam em grande aperto" (Jz 2.15). Mas, quando se
arrependiam, novamente as coisas lhes corriam bem (ver Jz
2.16,23). Presume-se que o desígnio do autor sagrado não
era fornecer uma narrativa definitiva sobre o período dos
juízes, e, sim, prover um esboço que ilustrasse a sua tese.
Ele não queria apenas ser um cronista, mas desejava
explicar por que houve um declínio moral, religioso e
político em Israel; e por que finalmente impôs-se o
surgimento da monarquia. E ele conclui com a melancólica
observação de que, durante aquele período, predominava o
caos, pois cada um fazia o que lhe parecia melhor, não
havendo um governo central que unificasse as coisas. Ver
Juízes 21.25.

Propósito do Livro
O autor do livro de Juízes ansiava por destacar idéias
espirituais e juízos morais, e tornou-se parte integrante de
suas narrativas, mas com o intuito de mostrar-nos que
certas coisas sucederam, ou não sucederam, em face das
condições espirituais do povo de Israel. Isto posto, o livro de
Juízes apresenta-nos uma história teológica, e não apenas
um relato sobre condições sociais e políticas.
1. A ira de Deus volta-se contra o pecador (Jz 2.11,14).
Israel era abençoado quando obedecia ao Senhor, mas
castigado quando se rebelava. A nação de Israel só podia
sobreviver, cercada como estava por poderosos
adversários, mediante a graça divina. Esforços de
cooperação que rendiam resultados positivos tinham de
estar alicerçados sobre a lealdade coletiva a Deus (Jz
5.8,9,16-18). Os juízos corretivos de Deus tocavam tanto
sobre cada indivíduo quanto sobre a sociedade israelita
como um todo.
2. O arrependimento produz a misericórdia divina (Jz 2.16).
As opressões de povos estrangeiros serviam de meios para
corrigir as condições de decadência moral, e isso tinha em
vista o bem de Israel (Jz 3.1-4).
3. O homem é, verdadeiramente, um ser decadente. Após
cada livramento descrito no livro de Juízes, Israel 4
escorregava novamente para a idolatria, o que exigia ainda
outro ato de juízo divino e outro libertador. Parece que essa
lição nunca foi absorvida, ou, então, que tinha de ser
aprendida de novo a cada geração. Ver Jz 2.19, que diz:
"Sucedia, porém, que, falecendo o juiz, reincidiam e
se tornavam piores do que seus pais, seguindo após
outros deuses, servindo-os e adorando-os; nada
deixavam das suas obras, nem da obstinação dos
seus caminhos". Uma sociedade individualista por
excelência estava repleta de erros, pessoais e coletivos.
"Naqueles dias não havia rei em Israel: cada qual
fazia o que achava mais reto" (Jz 17.6 e 21.25).
4. Os sistemas centralizados no homem fracassam. Esta é
a lição geral ensinada pelo livro de Juízes. Na história
de Israel, apreende-se que a única esperança reside na
espiritualidade. Os políticos mostram-se corruptos, quando
não antes, pelo menos depois que galgam posições de
autoridade.

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