O Deserto de Deus - Se Tornando A Voz Profética

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o Deserto de deus:
se tornando a voz profética

Se existe um texto que eu e Prisca meditamos profundamente


esse ano foi o de Isaías 40. Por muitas vezes nos pegamos debru-
çados em cima dessa porção das Escrituras e nos vimos sendo
consolados pelo espírito da profecia que nos anunciava um novo
tempo. Curiosamente, o Espírito nos fazia ler esse capítulo de
trás para frente — da última parte para a primeira. Então éramos
consolados pela promessa de que havia um renovo para aqueles
que ainda no deserto esperavam pelo Senhor.

Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o Senhor, o


Criador dos fins da terra, nem se cansa, nem se fatiga?
Não se pode esquadrinhar o seu entendimento. Faz forte
ao cansado e multiplica as forças ao que não tem nenhum
vigor. Os jovens se cansam e se fatigam, e os moços de
exaustos caem, mas os que esperam no Senhor renovam
as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não
se cansam, caminham e não se fatigam.

Isaías 40:28-31

Eu me lembro de certa vez, quando deitei na minha cama me


sentindo sem saída no deserto, eu comecei a desabafar com o Es-
pírito, dizendo: “O Senhor me trouxe até aqui e eu não sei mais
como sair. Eu tenho obedecido, sido fiel ao Senhor, buscado estar
em Sua presença, já orei, jejuei, já busquei aconselhamento com
meus pastores, já recebi imposição de mãos, mas nada me tirou
daqui, até minha psiquiatra já me liberou para voltar com as mi-
nhas atividades, mas eu não vejo saída desse lugar e nem consigo
pensar mais em possibilidades do que fazer para sair daqui”. O
Espírito Santo — que estava me ouvindo atentamente — espe-
rou eu terminar de falar e disse: “Aqueles que entram no deserto
pelo Espírito só saem pelo Espírito. Eles não saem pelas suas
próprias forças ou pelos seus próprios méritos, mas eles saem
porque aprenderam a esperar Eu mostrar a saída para eles. Se
você esperar pacientemente pelo meu tempo, você saberá a hora
exata de se mover”. O Espírito não tinha me prometido uma sa-
ída, Ele apenas me ensinou a como me comportar enquanto não
é tempo de se mover. Preciso te confessar que isso não soou en-
corajador naquele momento — eu dormi frustrado — entretan-
to, ao acordar me senti firmemente posicionado no Senhor para
esperar Nele. O meu amigo Espírito Santo tinha feito algo no
meu coração enquanto eu dormia e descansava em Sua presença.
Na manhã seguinte, eu acordei com o versículo de Isaías
40:31 pulsando na minha mente. Então eu peguei minha bíblia e
diferente de outros dias a palavra esperar saltou na minha mente
como um highlight espiritual e eu me dispus a estudar esse ter-
mo. O termo hebraico para esperar (qavah) significa aguardar
ansiosamente por algo ou estar à espreita como um leão pela
sua presa. Eu já tinha sido poderosamente ministrado por essa
palavra através do meu amigo Farley Labatut no intensivo The
Good Villages em São Paulo. No entanto, eu não tinha percebi-
do-a nesse texto que tanto o Senhor estava semeando no meu
coração e da Prisca.
Esperar no Senhor significa estar à espreita da Sua presença
ou à espreita daquilo que Ele está para fazer. É como um leão
que fica acampado esperando pelo momento certo para saltar
sobre a sua presa. O Espírito desejava que eu O esperasse como
um leão faminto que espera pelo momento exato de se alimentar.
A verdade é que precisamos estar mais ansiosos pela chegada
do Senhor no deserto do que pela nossa saída do deserto. Meu
coração estava como um fugitivo não vendo a hora do término
desse processo ao invés de estar queimando com uma santa ex-
pectativa pela chegada do Senhor no deserto. Foi então que eu
percebi que João Batista nunca tinha pregado a saída do deserto,
mas unicamente a chegada do Senhor. João Batista nem mesmo
saiu do deserto para viver algo menos difícil, apenas viveu pelo
momento da visitação do Senhor e depois foi decapitado. Assim,
meu propósito aqui não é anunciar a saída do deserto, mas anun-
ciar a chegada do Messias.

A VOZ PROFÉTICA

João Batista era filho do sacerdote Zacarias de Isabel, ambos


pertencentes à família sacerdotal de Aarão. Desde o nascimento
de João, os pais do menino eram pressionados a moldá-lo segun-
do os costumes familiares e sacerdotais do templo. Entretanto,
eles não cederam às pressões da tradição por causa da visão celes-
tial que os empurravam para criar o menino segundo os padrões
divinos. Isso não aconteceu apenas quando opinaram qual deve-
ria ser o nome dele, mas certamente, sendo parte de uma família
de sacerdotes, João também foi pressionado a seguir a carreira
ministerial da família. Porém, esses não eram os planos celestiais
para ele. O Senhor não desejava que João seguisse tradições fa-
miliares que ocupavam cargos no templo. O propósito de Deus
para João era que ele fosse influenciado pelo espírito profético
de Elias que iria empoderá-lo para se tornar a voz dAquele que
clamava no deserto. O apóstolo João em seu evangelho descreve
a profunda desconstrução que João sofreu até se tornar a voz de
alguém clamando:

Este foi o testemunho de João, quando os judeus lhe


enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para lhe
perguntarem: Quem és tu? Ele confessou e não negou;
confessou: Eu não sou o Cristo. Então, lhe perguntaram:
Quem és, pois? És tu Elias? Ele disse: Não sou. És tu o
profeta? Respondeu: Não. Disseram-lhe, pois: Declara-
nos quem és, para que demos resposta àqueles que nos
enviaram; que dizes a respeito de ti mesmo? Então,
ele respondeu: Eu sou a voz do que clama no deserto:
Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta
Isaías.

João 1:19-23

As respostas de João são tão contundentes que até parecem


contraditórias ao que conhecemos sobre a sua vida. João — agora
o Batizador — estava sendo questionado sobre o seu chamado,
sua missão e a sua identidade. E apesar de estar plenamente cons-
ciente de todas essas coisas que abrangiam quem ele era, João
não se prende a nenhuma delas.
• Eu não sou o Cristo: João estava vazio de qualquer senti-
mento messiânico ou de grandeza a seu respeito.
• És tu Elias?: Apesar da profecia angelical dizer que ele
andaria no poder e no espírito de Elias, João não usurpou
disso para convencer os fariseus sobre o que ele estava fa-
zendo.
• És tu o profeta?: João nem mesmo se valeu nem do seu
ofício profético para definir quem ele era.

Todas essas perguntas poderiam ser respondidas positiva-


mente por João se ele não fosse tão profundamente despido pelo
deserto. João passou por processos profundamente
dolorosos no deserto, entretanto, em algum momento ele teve
que deixar até mesmo sua dor e solidão para trás com o propó-
sito de se tornar uma voz profética. Creio que existe o momento
em que sentimos a dor do deserto, porém existe outro momento
em que precisamos olhar para além da dor e ver Aquele que está
falando conosco.
João não era nem mesmo a própria voz, ele não tinha nem a
sua própria mensagem, no entanto, ele era a voz de outra pessoa
que estava clamando no deserto. A voz desta Pessoa clamando
não poderia ser ouvida a não pela voz audível de João. Era a voz
inaudível se tornando audível através de João. Assim, o convite
do Espírito para os dias de hoje é que nos posicionemos como
João para que de fato ouçamos o que Ele ouviu. Por lermos as
Escrituras, nós sabemos o que João ouviu, porém estamos sen-
do chamados neste tempo para ouvir com os nossos próprios
ouvidos, carregar a mensagem com a nossa própria vida e nos
tornarmos a voz do Espírito para outras pessoas que ainda não
O ouviram.
A PRIMEIRA VOZ: PREPARAI O CAMINHO

Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do


Senhor ; endireitai no ermo vereda a nosso Deus. Todo
vale será aterrado, e nivelados, todos os montes e outeiros;
o que é tortuoso será retificado, e os lugares escabrosos,
aplanados.

Isaías 40:3,4

Eu creio que a primeira ênfase do Espírito na próxima estação


será um aumento do nível de santidade na nação acompanhado
de uma consciência de temor do caráter e da presença de Deus.
Quando olhamos para João Batista vemos o Senhor Jesus com-
parando-o a um caniço agitado pelo vento. Como já vimos, tanto
a expressão grega quanto a hebraica para caniço fala de uma cana
que foi quebrada com o propósito de se tornar um instrumento
de medição. Isso quer dizer que o nível de santidade João Batis-
ta se tornou uma vara para medir o povo de Deus. Jesus mediu
Israel através da vida de João Batista. O mesmo acontece com
Ananias e Safira que são julgados pelo nível de santidade e com-
prometimento com Deus de Pedro e os outros apóstolos. Existe
uma designação apostólica e profética para a próxima estação
segundo o Espírito de Santidade que traz purificação, santidade e
pureza no governo da Igreja (Rm 1:4).
A nação israelita foi julgada segundo o padrão de santidade
do profeta. O apóstolo João usa a mesma expressão em Apoca-
lipse dizendo: “Foi-me dado um caniço semelhante a uma vara,
e também me foi dito: Dispõe-te e mede o santuário de Deus, o seu
altar e os que naquele adoram” (Ap 11:1). Era o Senhor ordenando
a João — o discípulo amado de Jesus — que medisse o santuá-
rio, o altar e os adoradores. Tanto o Santo dos Santos, quanto o
altar de sacrifício e aqueles que prestam adoração deveriam ter
a mesma medida celestial: santidade e devoção. É tempo de au-
mentarmos a estatura daqueles que adoram, o nível de sacrifício
do altar para adentrarmos em uma realidade mais profunda no
Santo dos Santos.

A SEGUNDA VOZ: A GLÓRIA DO SENHOR

A glória do Senhor se manifestará, e toda a carne a verá,


pois a boca do Senhor o disse. Uma voz diz: Clama; e al-
guém pergunta: Que hei de clamar? Toda a carne é erva,
e toda a sua glória, como a flor da erva; seca-se a erva, e
caem as flores, soprando nelas o hálito do Senhor . Na
verdade, o povo é erva;

Isaías 40:5-7

A segunda voz se manifestou anunciando: a glória do Senhor se


manifestará. Eu creio profundamente que o avivamento de santi-
dade precederá um avivamento de glória nas nações. Quando ex-
perimentarmos um nível mais elevado de santidade então o Se-
nhor mesmo se encarregará de aumentar o nível de manifestação
da glória de Deus. A palavra hebraica para glória (kabôd) nesse
texto de Isaías 40 se refere ao peso da manifestação da presença
de Deus que glorifica o Senhor na abundância da sua riqueza,
honra, esplendor, dignidade e reputação. Todos esses significados
fazem um apontamento para o Cordeiro de Deus em Apocalipse
4 e 5. Assim como João Batista pregou sobre o Cordeiro de Deus
que tira o pecado do mundo ( Jo 1:29; cf. Jo 1:36), na próxima
estação o Espírito apontará para o Cordeiro assentado no trono
que é digno de abrir os selos.
Desta forma, a ênfase do Espírito na estação seguinte estará
no trono e ao redor do trono. As próximas canções que vão varrer
a nação são aquelas que cantarão sobre o trono, sobre o governo
de Deus e sobre a pessoa de Jesus. O Espírito enfatizará o Cor-
deiro de Deus através da imagem apocalíptica e divina que en-
xergamos em Apocalipse 4 e 5.e na pessoa de Jesus. Enquanto a
adoração for sobre o Messias divino e apocalíptico, as pregações
serão sobre a humanidade, a simplicidade, mansidão e humilda-
de de Jesus. A adoração cantará sobre o Jesus divino e as prega-
ções anunciarão o caráter humano de Jesus. Haverá um misto de
manifestação de glória e manifestação da fragilidade humana.
Enquanto o Cordeiro se preparava para abrir os selos, João cho-
rava compulsivamente demonstrando sua humanidade diante da
majestade do Cordeiro. A Igreja experimentará a Glória de Deus
enquanto ela sofre tribulações e sofrimentos.

A TERCEIRA VOZ: A PALAVRA DO SENHOR

A terceira ênfase do Espírito em Isaías 40 é sobre a palavra do


nosso Deus que permanece eternamente (Is 40:8). Ao mesmo tempo
em que João Batista estava anunciando o Cordeiro de Deus ele
também estava anunciando o Verbo que se fez carne e habitou
entre nós. A habitação do Verbo como Pessoa de Deus e não
apenas como discurso é o que fez os discípulos e o povo verem a
glória manifesta de Deus. O Espírito se encarregará de aumentar
o nível de conhecimento da Palavra Escrita ao passo que propor-
cionalmente aumenta o nível de Palavra Revelada que resulta na
presença de Deus no meio do povo.
Em Apocalipse 4 — diante do trono — haviam sete tochas
de fogo que são os sete Espíritos de Deus (Ap 4:5; cf. Is 11:2).
Essa é uma referência direta ao candelabro de ouro que fica-
va aceso no Santo dos Santos para iluminar as Escrituras. Essa
visão representa o conhecimento místico e sobrenatural do Es-
pírito revelado nas Escrituras. Não é sobre uma revelação fora
das Escrituras, mas revelações que são como iluminações sobre-
naturais do Espírito que concedem capacidade para conhecer a
Bíblia segundo a mente de Deus. A oração apostólica de Paulo
em Efésios 1:17 nos revela que o aumento do conhecimento de
Deus acontece por um liberar abundante do espírito de sabe-
doria e revelação. Creio que o Espírito romperá com estruturas
históricas e enrijecidas que impedem a revelação sobrenatural de
Deus nas Escrituras.

A QUARTA VOZ: O BRAÇO DO SENHOR

Tu, ó Sião, que anuncias boas-novas, sobe a um monte


alto! Tu, que anuncias boas-novas a Jerusalém, ergue a tua
voz fortemente; levanta-a, não temas e dize às cidades de
Judá: Eis aí está o vosso Deus! Eis que o Senhor Deus
virá com poder, e o seu braço dominará; eis que o seu
galardão está com ele, e diante dele, a sua recompensa.

Isaías 40:9,10

A quarta voz do Espírito em Isaías 40 revela a última ênfase


do Espírito para a próxima estação: eis que o Senhor Deus virá com
poder. Jesus entrou no deserto sendo guiado pelo Espírito (Lc
4:1), porém, saiu do deserto no poder do Espírito (Lc 4:14). Ao
observarmos o Cordeiro revelado pelo Apóstolo João em Apo-
calipse descobrimos ele tinha sete chifres, bem como sete olhos,
que são os sete Espíritos de Deus enviados por toda a terra (Ap
5:6). Em toda escritura, esses chifres são revelados como uma
representação real do poder de Deus que capacita e transforma
aqueles que são tocados por ele. Nesse sentido, haverá uma ênfa-
se do Espírito sobre o toque de Deus enquanto nos dispusermos
em uma adoração voltada para o trono de Deus. Enquanto isso,
o Senhor capacitará a Sua Igreja com um derramar abundante do
Espírito que resultará em uma distribuição massiva de dons espi-
rituais. Veremos novamente na Igreja os ditos dons incomuns e
extraordinários se tornando comuns na vida Igreja. Assim como
Jesus saiu do deserto no poder do Espírito para salvar, curar e
libertar, nós veremos novamente a Igreja sendo enviada para pre-
gação do evangelho com o mesmo poder para pregar acompa-
nhado de sinais e maravilhas.
Por último, creio que essa ênfase no toque de Deus sobre Sua
Igreja trará uma definição sobre a Igreja Apostólica que sofreu a
transição de uma visão unicamente local e que funcionava apenas
na dimensão pastoral. É verdade que estamos passando por essa
transição nas últimas décadas, entretanto, essa pandemia nos co-
locou diante de uma grande mudança global na Igreja, que nos
acelerou e nos esticou para a necessidade de um odre apostólico
para os últimos dias. No ano de 2022 vamos lidar com definições
apostólicas que influenciam a maneira que enxergamos o gover-
no da Igreja, equipes de liderança que funcionam no ministério
quíntuplo, visão apostólica sobre uma região e uma nação, e con-
sequentemente na maneira que fazemos alianças com Igrejas que
estão envolvidas a obra atual de Deus e a volta de Jesus.
A CHAMADA

Estamos vivendo um dos momentos mais decisivos da his-


tória da Igreja. Jesus, o Apóstolo da Noiva, está mais uma vez
abalando as estruturas da Sua Igreja. Ele está levando Sua Noi-
va para o deserto com o intuito de purificá-la de uma maneira
mais intensa, mais profunda e definitiva. Em Oséias 2:14 o Se-
nhor revela Seu coração e Seus propósitos “Portanto, eis que eu a
atrairei, e a levarei para o deserto, e lhe falarei ao coração”. O termo
atrair revela uma forte linguagem de amor onde o marido busca
conduzir sua esposa a um lugar a sós com ela para reconquistá-la
enquanto revela seu coração. Àqueles que desejam ser vencidos
pelo Senhor responderão positivamente a esse chamado de estar
a sós com Ele. O deserto é o local da corte de Jesus, bem longe de
tantas distrações que tanto nos pressionam a perder o foco, e este
é o lugar de um novo nome e um novo começo (Os 2:15). O que
eu ouço do Espírito é que é um tempo de reset! No contexto des-
te capítulo, Deus está levando Israel para o deserto a fim de puri-
ficá-lo de suas prostituições e de suas idolatrias. Assim, o deserto
não é apenas um lugar de intimidade profunda, mas também um
lugar de purificação e um aumento do nível de santidade. Como
ministros e como homens e mulheres de Deus, o Senhor está
requerendo de nós um novo nível de santidade e posicionamento
moral diante dos céus antes da segunda vinda de Jesus. Ele está
às portas! Nós precisamos nos posicionar no Espírito de Deus
para sermos moldados para a próxima estação.
No dia 27/02/2021 eu tive um sonho onde eu via a voz de
Deus se espalhando por toda terra chamando filhos e filhas para
estarem com Ele. A palavra hebraica que eu ouvia da parte do
Senhor era “vayikrá” que é a primeira palavra do livro de Levítico
onde Deus chama Moisés para estar com Ele no Tabernáculo.
O livro de Levítico contém uma série de instruções divinas e
princípios espirituais que moldam a maneira que os sacerdotes
e os ministros do Senhor devem se portar enquanto ministram
no Tabernáculo. Na época eu não entendi, mas agora, eu percebo
que em primeira instância Deus estava modificando e até mes-
mo diminuindo a movimentação nacional dos ministros de Deus
para um tratamento profundo diante do Senhor. Entretanto, no
dia 22 de outubro desse ano eu recebi uma chamada do Espírito
Santo dizendo: “provoque um movimento de 40 dias de jejum e
oração por santidade nas nações”. É interessante que a palavra
provocar na fala do Espírito Santo está relacionada com a pa-
lavra atrair em Oséias 2:14. Estou convicto que o Senhor está
movimentando o Corpo místico de Cristo nas nações para um
lugar de intensa separação e consagração que resultará em uma
santidade escatológica que antecede o Retorno de Jesus.
O nome grego do Espírito Santo é Pneuma Hagios. O Espí-
rito Santo é o Espírito da Santidade que promove a semelhança
com Jesus em nossas vidas (Rm 1:4). Hagios é a palavra grega
que denomina o processo de santificação. É isso que estamos
buscando como Igreja: o caráter do Espírito que atrai a revelação
de Jesus para os últimos dias. Isso é o que queremos encarnar
como estilo de vida dos últimos dias.
Os últimos dias vem da expressão grega escathon. Em Mateus
24:12 Jesus nos alerta que nos últimos dias se multiplicarão a
iniquidade e o amor de quase todos se esfriará. Com esse jejum
de 40 dias estaremos resistindo contra a multiplicação da iniqui-
dade na Igreja e contra o esfriamento da nossa paixão por Jesus.
Eu creio em um avivamento de santidade a níveis apostólicos
que antecede a volta de Jesus.
No dia 10 de Janeiro daremos início a esse jejum de 40 dias
por santidade. E nesta cartilha você encontrará uma breve ex-
plicação acerca do tempo de oração, jejum e consagração que
entraremos nesses dias.

A ORAÇÃO

Jesus era um homem de oração, isso significa que a oração


era o meio pelo qual ele vivia aqui na terra. A carta de Hebreus
nos diz que durante os seus dias de vida na terra, Jesus ofereceu
orações e súplicas, em alta voz e com lágrimas, sendo ouvido por
causa da sua reverente submissão (Hb 5:7). Submissão é a forma
de nos entregarmos a Deus em oração. Diversas passagens dos
Evangelhos enfatizam a necessidade que Jesus tinha de se retirar
para orar1. “Tendo-se levantado alta madrugada, saiu, foi para
um lugar deserto, e ali orava” (Mc 1:35). Esses versículos falam
do estilo de vida de oração de Jesus.
Esse não é apenas um tempo de consagração individual, mas
corporativo, assim, a minha oração não será dirigida às minhas
necessidades e desejos pessoais, mas a nossa oração será dirigida
àquilo que o Senhor quer fazer individualmente em nós e de
maneira corporativa na Igreja. Desta forma, oração é algo que
aprendemos com o próprio Espírito. Os discípulos pediram a Je-
sus: “Senhor, ensina-nos a orar” (Lc 11:1). Eles desejavam apren-
der a orar com Jesus porque o viram orar e experimentar resulta-
dos reais das próprias orações. “Pedis, e não recebeis, porque pedis
mal, para esbanjardes em vossos prazeres” (Tg 4.3). Tiago, irmão de
Jesus, aquele que a história da Igreja descreve como “o homem
que tem joelhos como de camelo” para falar da sua extrema de-
voção em oração. Tiago passava horas ajoelhado orando, porém
não com uma lista de pedidos sobre a sua própria vida, mas co-
nhecendo as demandas celestiais para se engajar em intercessão
com o objetivo de que a vontade de Deus seja feita na terra assim
como ela é no céu.1 Pedir corretamente envolve paixões transfor-
madas, renovação total. No verdadeiro espírito de oração come-
çamos a pensar os pensamentos de Deus, a desejar as coisas que
Ele deseja e amarmos as coisas que Ele ama. No mesmo sentido,
Paulo também nos ensina que não sabemos orar como convém.
Isso acontece quando estamos em oração, entretanto, ignorantes
acerca da vontade do Espírito que intercede por nós com gemi-
dos inexprimíveis (Rm 8:26). Portanto, agora que entendemos o
que o Senhor está para fazer na próxima estação, precisamos nos
dispor para orar segundo a vontade Dele revelada a nós.
Aqueles que oram mediante o espírito de oração e intercessão
agem como se suas orações tivessem realmente poder para nos
transformar e alterar a realidade em que vivemos. O apóstolo
Paulo nos ensina a nos posicionarmos como “cooperadores de
Deus” (1Co 3.9), ou seja, estamos trabalhando com Deus para
determinar o resultado dos acontecimentos futuros. A oração e
intercessão é o meio pelo qual o espírito de profecia constrói o
futuro segundo a vontade de Deus.
Por isso, durante esses 40 dias de jejum vamos avançar em
oração segundo as quatro ênfases do Espírito para próxima es-
tação. É importante que você fortaleça o seu espírito através de
momentos de oração em línguas. Estabeleça um tempo diário
para você se dedicar a esse tipo de oração. A oração em línguas
é o meio que Deus nos deu para orarmos no espírito e sermos

1 Ver: Mateus 14:23, 26:36, 42, 44; Marcos 1:35, 6:46, 14:32, 35, 39; Lucas 3:21, 5:16, 6:12,
22:41, 44, 46.
edificados em Jesus. Orar em línguas também permite que o
nosso corpo receba poder de Deus e o nosso corpo físico suporte
momentos jejuns prolongados. Quanto mais oramos, mais longe
podemos ir em consagração. Se não estivermos dispostos a orar,
o jejum não será nada mais do que passar fome.

O JEJUM

Jejum não é greve de fome, cujo propósito é adquirir poder


político ou atrair a atenção para uma boa causa. Também não é
dieta, que apesar de ser abstinência de alimento, têm unicamente
propósitos físicos e não espirituais. Nas Escrituras o jejum refe-
re-se ao ato de se abster de alimentos para finalidades espirituais.
Sendo uma forma de devoção a Jesus enquanto nos abstemos
parcialmente ou totalmente de alimentos e líquidos, com o obje-
tivo de nos entregarmos a Deus não apenas com o nosso tempo,
mas com o nosso corpo e as nossas forças. Eu costumo dizer
que o jejum é a oração do corpo físico que não é interrompida
quando a nossa oração audível se silencia diante de Deus. Desta
forma — no jejum — permanecemos orando com o nosso corpo
enquanto nossa boca está em silêncio.
Existem muitos motivos para jejuar, mas nós jejuamos por
que amamos Jesus. Certa vez os discípulos de João Batista vieram
ter com Jesus e lhe perguntaram por que os seus discípulos não
jejuavam. Jesus respondeu: “Podem, acaso, estar tristes os convi-
dados para o casamento, enquanto o noivo está com eles? Dias
virão, contudo, em que lhes será tirado o noivo, e nesses dias hão
de jejuar” (Mt 9:15). Sem dúvida, esta é a mais importante decla-
ração do Novo Testamento sobre o dever de jejuarmos hoje. A
interpretação mais correta sobre quando deveríamos jejuar está
ligada ao momento em que o Noivo fosse tirado. Ou seja, o jejum
tem a ver com atrair a presença do Noivo para a Noiva. Jesus
termina explicando o jejum fazendo uma analogia com vestes
velhas e novas, odres velhos e novos e vinho velho e novo. Ou
seja, jejuamos de saudade de Jesus, para vestirmos as vestes santas
dele, para conhecê-lo mais (odre novo) e para vivermos a novida-
de da vida de Jesus (vinho novo).
Lucas afirma que a profetisa Ana, com os seus oitenta e qua-
tro anos, adorava ao Senhor dia e noite com jejuns e orações (Lc
2:37). O Senhor interrogou o povo e os sacerdotes através do
profeta Zacarias dizendo: “Quando jejuastes e pranteastes [...]
acaso, foi para mim que jejuastes, com efeito, para mim?” (Zc
7:5). Se nosso jejum não é para Deus, então estamos misera-
velmente fracassando. Benefícios físicos, êxito na oração, rece-
bimento de poder, dons espirituais — estas coisas nunca devem
tomar o lugar de Deus como centro de nosso jejum. É muito
fácil fazer usar do jejum para conseguir que Deus faça o que de-
sejemos. Entretanto, Jesus ensina que todas essas coisas já estão
garantidas quando jejuamos: “Tu, porém, quando jejuares, [...]
em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará” (Mt
6:16-18). Por isso, o propósito do jejum não deve ser as coisas de
Deus, mas sim o próprio Deus. O nosso desejo é a presença de
Deus e sermos transformados à imagem de Jesus Cristo.
Ao ensinar isso Jesus sabia que o jejum tem o poder de revelar
aquilo que nos controla. Escondemos com aquilo que comemos
aquilo que está dentro de nós, mas durante o jejum, todas estas
coisas vêm à tona. Se é o orgulho que nos controla, ele será reve-
lado imediatamente. Tudo na nossa alma que ainda não foi mu-
dado por Jesus aflorará durante o jejum. Em primeira instância
podemos dizer que a ira se acendeu por causa da fome, porém,
se formos sinceros, vamos entender que na verdade a obra da ira
que há dentro de nós ainda não foi mortificada pelo Espírito
de Deus. Por isso, é importante que vençamos aquilo que aflo-
rar mantendo os nossos olhos em Jesus e através da oração em
espírito. Isso é o que Paulo em seu exemplo apostólico declara:
“Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que,
tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualifica-
do” (1Co 9:27). Semelhantemente, declarou Davi: “Eu afligia a
minha alma com jejum e em oração me reclinava sobre o peito”
(Sl 35:13). E depois reafirma: “Chorei, em jejum está a minha
alma” (Sl 69:10).
Segue abaixo alguns dos tipos de jejum que você pode fazer.
Pedimos para que você ore e seja direcionado mediante a vontade
de Jesus, não seja confortável demais ou extremista por si mesmo,
apenas faça o que Jesus está te pedindo e seja fiel a isso.

O JEJUM DE DANIEL

Esse é um jejum parcial que Daniel praticou em seus dias


(Dn 1; Dn 10). Ele demonstra um compromisso físico de dis-
ciplina por um relacionamento de maior intimidade com Jesus.
Em Daniel 1, ele rejeita os banquetes do rei e pede para ser ali-
mentado apenas com legumes e água por 10 dias. Ao final desse
período, Daniel e seus companheiros estavam melhor nutridos
que os demais, além de terem recebido dons específicos de Deus
e conhecimento espiritual em todas as coisas. Em Daniel 10, por
21 dias, ele não comeu comidas agradáveis, vinho e ao final, rece-
beu visitação do próprio Jesus, o “homem vestido de linho” onde
ele lhe contava sobre os últimos dias (Dn 10:5). Esses jejuns capa-
citaram sobrenaturalmente Daniel para compreender por meio
de revelação o fim dos tempos. Creio que esse jejum está sendo
reavivado nos nossos dias com o propósito de entendermos mais
profundamente o tempo do fim.
Alimentação indicada: Existem dois tipos de jejum de Daniel,
em um ele só comeu legumes, frutas e bebeu água e no outro
ele comia normalmente, com exceção de carnes, doces e bebidas
fermentadas (no nosso caso, bebidas alcoólicas ou refrigerantes).
O jejum de Daniel só com legumes e água é o que estaremos in-
dicando ao longo desses 40 dias, exceto se o Senhor te direcionar
de outra forma. Seja qual for a forma que Jesus lhe direcionar,
beba muito líquido, especialmente água e coma a cada 3 horas.

JEJUM DE ELIAS

Em 1 Reis 19 nos é relatado uma história acerca de Elias


sobre um jejum sobrenatural que o Senhor o levou a fazer. Elias
tinha acabado de matar os profetas de Baal e Jezabel tinha man-
dado um mensageiro ao profeta com uma mensagem de ameaças
de que ela faria com ele exatamente o que ele fez aos profetas
dela. O espírito de Jezabel caça o espírito profético. Por isso, com
o propósito de salvar sua vida, Elias fugiu para Berseba, mais
propriamente dito “para os confins da civilização” ao sul de Judá
– ou seja, retirou-se para o deserto. Enquanto dormia, um anjo
preparou pão e água para se alimentar e o acordou. O texto revela
que com a força daquela comida, Elias caminhou quarenta dias
e quarenta noites até Horebe, o monte de Deus. Claramente,
através da provisão sobrenatural concedida pelo anjo, Elias pôde
caminhar por 40 dias sem voltar a comer. Isso de forma nenhuma
é indicado fazer até porque Deus sabia que somente através de
uma intervenção divina um homem poderia fazer isso. Entretan-
to, eu creio que o Senhor está comunicando um jejum profético
através desse exemplo de Elias que nos guia para uma jornada
em Deus com pão e água para chegarmos ao Monte do Senhor.
Esse é um tipo de jejum profético para pessoas que estão sen-
do perseguidas em seu chamado e por isso foram encaminhadas
pelo Espírito para o deserto.

JEJUM DE JESUS

Logo após ser batizado por João Batista no deserto, Jesus foi
guiado pelo Espírito mais dentro dessa região árida. O cenário
desse jejum é um território estéril a noroeste do Mar Morto,
completamente despido de vegetação ou qualquer espécie de
abrigo. Neste lugar, Jesus jejuou por 40 dias e 40 noites só be-
bendo água. Lucas afirma que Ele “nada comeu” e ao fim desses
quarenta dias “teve fome”, e Satanás o tentou a comer, indicando
que a abstenção era de alimento e não de água (Lc 4.2).
Recomendações: Este jejum envolve uma preparação física e
espiritual tanto no início quanto no fim do jejum. É melhor que
aqueles que adotem esse jejum já tenha o hábito de fazer jejuns
prolongados. Para períodos superiores a 3 dias de jejum de água,
prepare-se antes com uma dieta vegetariana e de líquidos para
acostumar seu corpo com a falta de alimentos.

O JEJUM DE ESTER

Também conhecido como jejum absoluto, onde há abstenção


total tanto de alimento como de água. Após saber que a execução
aguardava a ela e ao seu povo, Ester instruiu a Mordecai:
“Vai, ajunta todos os judeus que se acharem em Susã, e
jejuai por mim, e não comais, nem bebais por três dias,
nem de noite nem de dia; eu e as minhas servas também
jejuaremos. Depois, irei ter com o rei, ainda que é contra
a lei; se perecer, pereci.”

Ester 4:16

O jejum de Ester foi uma forma de mostrar dependência total


em Deus, o único que poderia salvar sua vida. Esse foi um jejum
muito radical, que só deve ser feito, no máximo, por três dias.
Ficar mais tempo sem comer nem beber é muito perigoso para a
saúde. A situação de Ester era muito grave, e pedia medidas drás-
ticas! Ester e todos que participaram do jejum gastaram muito
tempo em oração. Paulo também fez um jejum absoluto de três
dias após seu encontro sobrenatural com o Jesus exaltado (Atos
9:9). É preciso dizer que o jejum absoluto é a exceção e nunca
deveria ser praticado, a menos que a pessoa tenha uma ordem
muito clara de Deus, e por não mais do que três dias.
Recomendações: Em nenhuma possibilidade faça esse jejum
por mais de três dias. Porém, se durante os 40 dias você for di-
recionado a fazer esse jejum por três dias, esteja certo que você
estará em casa todo o tempo e que você de maneira nenhuma vai
estar em casa sozinho durante esse tempo específico.

JEJUM PARCIAL

O Jejum de tempo parcial é um jejum onde nos abstemos de


todo tipo de alimentos ou bebidas (exceto água), apenas por uma
parte do nosso dia, durante o período de 12 horas onde você
pode escolher como procederá (ex: 6h às 18h).
Alimentação indicada: Beba bastante água durante o dia. À
noite coma coisas bem leves (alimentos do jejum de Daniel e
carne branca) e evite laticínios, para não agredir o estômago. Dê
preferência a comidas naturalmente calóricas.

JEJUM DE LÍQUIDOS

Assim como no jejum de água, no jejum de líquidos também


evitamos todo tipo de alimento. A nossa dieta diária é baseada
em sucos de frutas, vegetais e vitaminas. Opte por frutas calóricas
e utilize o mel como açúcar natural.

RECOMENDAÇÕES:

• Esses jejuns estão aí para você ter mais de uma opção.


Você pode intercalar esses jejuns caso tenha necessidade
ou for direcionado dessa forma.
• Gaste tempo com Jesus, em contemplação, oração, adora-
ção e leitura das Escrituras, mais do que nos dias normais,
jejum sem oração é passar fome. Quando a rotina de casa
o permitirem, separe o tempo em que você normalmente
se alimentaria para oração.
• Durante os jejuns ficamos mais sensíveis a tudo. Por isso,
atente-se bem ao conteúdo de TV, cinema e músicas, pois
poderão lhe afetar mais.
• Crianças, adolescentes, idosos, gestantes e pessoas sob tra-
tamento médico devem consultar algum médico antes de
iniciarem o jejum.
• O jejum é uma decisão pessoal.
• Evite exercícios físicos.
• Antes de começar um jejum prolongado, muitos são ten-
tados a ingerir muita comida com o intuito de formar um
estoque no seu corpo. Isto é muito imprudente! Refeições
ligeiramente mais leves do que o normal são melhores
para um dia ou dois anteriores ao jejum.
• Se a última refeição a estar no estômago é de frutas e
vegetais frescos, você não terá dificuldade com prisão de
ventre.
• Se abstenha de tomar café ou chá três dias antes de come-
çar um jejum longo.
• Em todos os tipos de jejum, esteja preparado para sen-
tir desconfortos físicos, como dores de cabeça, tonturas e
afins. Principalmente se você bebe muito café ou chá. Não
se preocupe, seu corpo está passando por um processo na-
tural de desintoxicação. Durante o jejum, beba bastante
água o tempo todo.
• Durante o jejum você pode sentir mais frio, simplesmente
porque o metabolismo do corpo não produz a soma cos-
tumeira de calor. Cuidando-se de manter o calor, não há
dificuldade alguma.
• Beba muita água. Tenha sempre com você uma garrafa.
Muitos acham que o melhor é água destilada. Se o gosto
da água lhe desagrada, pode adicionar uma colher de chá
de suco de limão.
• No começo é normal a perda de quase um quilo de peso
por dia, diminuindo para quase meio quilo diário à medi-
da que o jejum prossegue.
• Os primeiros três dias são geralmente os mais difíceis em
termos de desconforto físico e dores de fome. Provavel-
mente você sentirá algumas dores de fome ou desconforto
antes de terminar o tempo. O corpo está começando a
livrar-se dos venenos tóxicos que se acumularam durante
anos de deficientes hábitos alimentares, e o processo não é
nada confortável. Você tem que ser o senhor de seu estô-
mago, e não seu escravo.
• No quarto dia as dores da fome começam a ceder, em-
bora você tenha sensações de fraqueza e tontura. A ton-
tura é apenas temporária, causada por mudanças súbitas
de posição. Movimente-se mais devagar e você não terá
dificuldade. A fraqueza pode chegar ao ponto em que a
mais simples tarefa demande grande esforço. Descansar é
o melhor remédio.
• Quebre seu jejum com uma leve refeição de frutas, vege-
tais frescos,
• Não chame a atenção para o que você está fazendo. Os
únicos a saber que você jejua são os que devem saber.
• Um jejum prolongado deve ser quebrado com suco de fru-
tas ou de vegetais. A princípio, tomar pequenas quantida-
des. Lembre-se de que o estômago se contraiu considera-
velmente e todo o sistema digestivo entrou numa espécie
de hibernação.
• No segundo dia você deve poder comer frutas, e depois
leite ou iogurte. A seguir você pode comer saladas frescas
e vegetais cozidos. Evite todo molho de salada, gordura
ou amido. É preciso tomar o máximo cuidado para não
comer em excesso.

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