Princípios Do Direito Penal
Princípios Do Direito Penal
Princípios Do Direito Penal
inofensivas
Vedação ao tratamento degradante, cruel ou de caráter
1. VISÃO GERAL vexatório
Assim prevê a Constituição no seu artigo 1º
Integram o Direito Penal Constitucional:
Princípios e regras penais presentes na Constituição
Valores consagrados expressa e implicitamente, que
inspiram a seleção dos bens penalmente relevantes
Os mandados de criminalização ou penalização
Os limites ao exercício do direito de punir do Estado
Fonte material ou de produção das leis penais 2.2 Princípio da Reserva Legal ou da estrita
Perdão constitucional (anistia, graça e indulto) legalidade (ou Legalidade)
Infrações penais de menor potencial ofensivo
2.8 Princípio da alteridade ou transcendentalidade Não se admite um direito penal do autor, mas somente
um direito penal do fato
O princípio da alteridade assinala que, para haver crime, A pena se destina ao agente culpável condenado, após o
a conduta humana deve colocar em risco ou lesar bens de devido processo legal, pela prática de um fato típico e
terceiros, e é proibida a incriminação de atitudes que não ilícito
excedam o âmbito do próprio autor
Criado por Claus Roxin 2.13 Princípio da pessoalidade, personalidade ou da
O Direito Penal somente pode incriminar intranscendência da pena
comportamentos que produzem lesões a bens alheios
Fatos que não prejudiquem terceiros, apenas o próprio O princípio da pessoalidade ou da personalidade
agente, são irrelevantes penais determina que a pena não pode passar da pessoa do
Exemplo: não se pune a tentativa de suicídio ou de condenado. Ninguém pode, portanto, ser responsabilizado
consumir drogas pela conduta de outra pessoa
Ninguém pode ser responsabilizado por fato cometido
2.9 Princípio da confiança por terceira pessoa
A pena não pode passar da pessoa do condenado (art. 5°,
O princípio da confiança funda-se na legítima XLV, da CF)
expectativa de que os demais indivíduos da sociedade
agirão em conformidade com as regras sociais.
Presume-se que todas as pessoas agirão de forma
responsável, em razão do dever objetivo de cuidado que
O postulado da intranscendência impede que sanções e
incide sobre todos
restrições de ordem jurídica superem a dimensão
Requisito para existência de fato típico
estritamente pessoal do infrator
As únicas exceções à intranscendência da pena são a
2.10 Princípio da exclusiva proteção de bens obrigação de reparar o dano e a decretação do
jurídicos perdimento de bens, devendo ambas respeitar o limite do
patrimônio transferido quando estendidas aos sucessores
O Direito Penal não pode tutelar valores meramente A pena de multa não é exceção à instranscendência
morais, religiosos, ideológicos ou éticos, mas somente atos da pena. Portanto, a morte do autor acarreta a
atentatórios a bens jurídicos fundamentais consagrados extinção da punibilidade
pela Constituição Federal
2.14 Princípio da responsabilidade penal subjetiva
2.10.1 Eleição de bens jurídicos e teoria da
constitucionalização do Direito Penal Nenhum resultado penalmente relevante pode ser
Alguns autores defendem que a Constituição é a único atribuído a quem não o tenha produzido por dolo ou culpa
documento que pode trazer os bens jurídicos tutelados Art. 19, do CP
pelo Direito Penal Exclui-se a responsabilidade penal objetiva
Outros entendem que mesmo bens jurídicos não
trazidos no texto constitucional podem ser tutelados por
2.15 Princípio da ofensividade ou lesividade
normas penais incriminadoras, desde que não incompatíveis
com ele
Não há crime sem lesão efetiva ou ameaça concreta
ao bem jurídico tutelado
2.10.2 Espiritualização de bens jurídicos no Direito Penal
Nullum crimen sine injuria
Anteriormente só se configurava infração penal quando
Exigência do resultado jurídico concreto na avaliação da
presente uma lesão a interesses individuais das pessoas
tipicidade penalização
Passou-se a incriminar condutas limitadas à causação do
Segundo Nilo Batista o princípio da lesividade
perigo (crimes de perigo abstrato e concreto)
apresenta 4 funções:
Proibir a incriminação de uma atitude interna O princípio da adequação social determina que o Direito
Proibir a incriminação de uma conduta que não Penal só deve considerar criminoso um fato que contrarie o
exceda o âmbito do próprio autor sentimento de justiça da comunidade. As condutas
Proibir a incriminação de simples estado socialmente aceitas e que não afrontam a Constituição
existenciais Federal devem ser excluídas do âmbito da norma
Afastar a incriminação de condutas desviadas que A ação para possuir relevância penal deve ser mais que
não afetem qualquer bem jurídica uma atitude finalisticamente orientada, deve ser a prática
Acolhendo este princípio tornam-se inconstitucionais de um ato socialmente inadequado
crimes de perigo abstrato (presumido). Nestes o tipo se Ações socialmente adequadas são atividades nas quais a
limita a descrever uma conduta vida em comunidade se desenvolve segundo a ordem
Porém a doutrina e a jurisprudência admitem os crimes de historicamente estabelecida
perigo abstrato, pois consideram lícito ao legislador A adequação social deve servir de parâmetro ao
dispensar o perigo como elementar do tipo, sempre que legislador, a fim de que, no exercício de sua função
experiência demonstrar que a ação é perigosa, coibindo
seletiva, verifique quais atos humanos são merecedores
ações potencialmente lesivas em seus estágios embrionários
de punição, abstendo-se do atos socialmente adequados
Causa supralegal de exclusão da tipicidade (tese
2.16 Princípio da intervenção mínima
minoritária)