Bitcoin e A Nova Economia Mundial
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ARTIGO ORIGINAL
CHAGAS, Edgar Thiago de Oliveira. Bitcoin e a nova economia mundial. Revista Científica
Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 04, Ed. 01, Vol. 05, pp. 137-168 Janeiro de
2019. ISSN:2448-0959
Contents
RESUMO
INTRODUÇÃO
1. BITCOIN
2. BLOCKCHAIN OU BLOCOS
3. PROJETO DE LEI 2303/2015
4. TRIBUTAÇÃO DE BITCOINS
5. CONCLUSÃO
REFERÊNCIA
RESUMO
O presente estudo tem como proposta analisar as nuances do mercado de bitcoin, onde
trouxe uma ampla visão a respeito das criptomoedas ou moedas virtuais. A principal
preocupação dos governos com as transações com os bitcoins é a possibilidade da lavagem
de dinheiro e a sonegação fiscal, isto ocorre porque, em sua maioria, os Países não
regularam esta modalidade de moeda. Há um caso específico do Estado Pátrio que pode ser
utilizado como ilustração para esta hipótese. Existe um projeto em andamento no Congresso
Nacional, que regular esta modalidade de dinheiro, contudo, nossa Carta Magna é explícita
ao afirmar que é competência da União a emissão da moeda. Como o Projeto de regulação
dessas, em sua modalidade virtual, tramita em caráter ordinário, não se pode afirmar
quando, como e se será regulado os bitcoins no Brasil.
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INTRODUÇÃO
O presente estudo tem como corolário, oferecer uma vasta visão a respeito das criptomoedas
para a economia mundial, uma vez que inúmeras transações comerciais se utilizam desse
processo, nominado de bitcoins. Se não em todo o planeta, é conhecido, ao menos, pela
maioria dos países, sobretudo os considerados de primeiro mundo, neste sentido esmerar-se-
á algumas ponderações a respeito desta moeda.
No Brasil, embora ainda não haja uma legislação que normatize as transações em
criptomoedas, muitas pessoas e empresas se utilizam desta modalidade de moeda,
outrossim cabe destacar que existe no Congresso Nacional o projeto de Lei nº 2303/2015,
que visa a regulamentação das transações em criptomoedas, conforme o preambulo do
projeto de lei que se colaciona:
Muitas pessoas transacionam com os bitcoins ou criptomoedas, sem se atentar o fato de que
essas transações, embora ainda não estejam reguladas no Estado Pátrio, são passíveis de
tributação, portanto devem ser declaradas junto ao fisco, na Declaração de Imposto de
Renda.
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movimentação.
Para o presente estudo, perpassou-se por uma visão holística do que vem a ser o bitcoin, o
blockchain, a tributação, o posicionamento da Comissão de Valores Mobiliários e a tributação
destas operações.
1. BITCOIN
Na dicção do autor, o bitcoin é uma harmonia entre os operadores das moedas digitais
dissociadas de forma que essas não necessitam de um controle centralizado em uma única
instituição, pois a tecnologia do bitcoin se utiliza de criptografia, neste deslinde opera Agner
(não datado, p. 5-6).
“Bitcoin é uma cripto-moeda; e isto se deve ao fato de a Criptografia ser uma parte
essencial em seu funcionamento. A Criptografia é um ramo da matemática que, em
sua definição moderna, acolhe toda a tecnologia criada e utilizada para restringir
verdades fundamentais da natureza da informação com o intuito de alcançar
objetivos como: esconder mensagens, provar a existência de um segredo sem a
necessidade de revelar o segredo, provar autenticidade e integridade de dados,
provar trabalho computacional etc. A princípio, no Bitcoin, estamos interessados em
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Pela dicção supra, é perceptível que a moeda virtual ou criptomoeda é uma tendência
mundial, e, aos poucos, tem ganhado terreno em detrimento da moeda em espécie a partir
do surgimento dos cartões de crédito e débito.
O valor nominal do bitcoin é determinado pelo mercado, uma vez que é a modalidade de
pagamento mais segura, sobretudo pela sua característica de ser um dinheiro de
materialização digital, entretanto, não é emitido pelo governo. Neste sentido, preleciona
Ulrich (2014, p. 15).
“… o Bitcoin é uma forma de dinheiro, assim como o real, o dólar ou o euro, com a
diferença de ser puramente digital e não ser emitido por nenhum governo. O seu
valor é determinado livremente pelos indivíduos no mercado. Para transações online,
é a forma ideal de pagamento, pois é rápido, barato e seguro… Com o Bitcoin você
pode transferir fundos de A para B em qualquer parte do mundo sem jamais precisar
confiar em um terceiro para essa simples tarefa. É uma tecnologia realmente
inovadora”.
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Pelo prenúncio do autor, pode se aventar que, a moeda virtual, vem para ficar e revolucionar
de maneira ímpar o mercado, uma vez que a economia das transações é perene. A medida
em que a moeda bitcoin se populariza, tende-se a forçar as instituições financeiras
convencionais a reverem suas políticas de cobrança de serviços por meio de estratégias de
busca que visem preservar o cliente para que estes não migrem em massa para as
criptomoedas. Outrossim, as moedas digitais não possuem sua nomenclatura em dólar, euro
ou outra denominação pois não se encontram atreladas ao governo, neste mister preleciona
Ulrich (20014, p. 18).
Por ter o seu determinado pelo mercado, o bitcoin se torna uma moeda pública cujo usuário
possui chaves de acesso para a transferência de propriedade, nesta senda entende Ulrich
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(2014, p. 18 – 19).
“As transações são verificadas, e o gasto duplo é prevenido, por meio de um uso
inteligente da criptografia de chave pública. Tal mecanismo exige que a cada usuário
sejam atribuídas duas “chaves”, uma privada, que é mantida em segredo, como uma
senha, e outra pública, que pode ser compartilhada com todos… A transação – e,
portanto, uma transferência de propriedade dos bitcoins – é registrada, carimbada
com data e hora e exposta em um “bloco” do blockchain (o grande banco de dados,
ou livro-razão da rede Bitcoin). A criptografia de chave pública garante que todos os
computadores na rede tenham um registro constantemente atualizado e verificado
de todas as transações dentro da rede Bitcoin, o que impede o gasto duplo e
qualquer tipo de fraude…porque o Bitcoin é uma rede peer-to-peer, não há uma
autoridade central encarregada nem de criar unidades monetárias nem de verificar
as transações. Essa rede depende dos usuários que proveem a força computacional
para realizar os registros e as reconciliações das transações. Esses usuários são
chamados de “mineradores”, porque são recompensados pelo seu trabalho com
bitcoins recém-criados. Bitcoins são criados, ou “minerados”, à medida que milhares
de computadores dispersos resolvem problemas matemáticos complexos que
verificam as transações no blockchain”.
2. BLOCKCHAIN OU BLOCOS
De conformidade com o artigo publicado no site Atlas Quantum (Anexo II) algumas nuances a
respeito do blockchain como a sua funcionalidade devem ser consideradas.
Como se observa, o sistema é composto por uma tecnologia oriunda dos bitcoins, conhecida
por alguns estudiosos como a nova geração da internet, neste limiar assente Tapscott (2017,
p. 20):
“Não estamos falando de redes sociais, inteligência artificial, big data, robótica ou
carros autônomos. Estamos falando do blockchain, a tecnologia por trás de moedas
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digitais como Bitcoin. Essa tecnologia representa nada menos do que a segunda
geração da internet e tem o potencial de transformar o dinheiro, os negócios, o
governo e a sociedade”.
No deslinde do colacionado, para se obter a transação feita por meio do uso do bitcoin, não é
permitido se utilizar de intermediários, uma vez que as operações são abertas, nesta toada
entende Tapscott (2017, p. 21):
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Os blockchains possuem codificação aberta, dessa forma, permite que haja uma restauração
cooperante, pois, este código aberto, trata-se de uma das suas principais características, pois
quanto mais transparência mais fortalecida é a transação (MOUGAYAR, 2016).
Isso explica por que mais de 45 bancos de primeira linha, incluindo Credit Suisse, JP
Morgan e UBS, decidiram participar do Consórcio R3CEV para desenvolver uma
infraestrutura bancária distribuída e por que o Linux lançou o Projeto Hyperledger,
associando-se a IBM, Deutsche Bank, DTCC, Grupo London Stock Exchange, Wells
Fargo e State Street. Recentemente, vimos o esforço conjunto de Munich Re, Swiss
Re, Aegon, Allianz e Zurich de lançar a Blockchain Insurance Industry Initiative (B3i),
a primeira iniciativa do tipo no setor de seguros. Também estão no jogo Nasdaq,
Nyse, LSE e demais bolsas.
Claro que esta enxurrada de dinheiro para dentro do ecossistema é movida por
medo, tanto quanto por gula. O blockchain poderá permitir que os players
tradicionais façam mais com menos, ampliando serviços, reduzindo risco e cortando
custos. Mas também diminui radicalmente as barreiras de entrada para que novos
players criem alternativas ao setor bancário convencional, desafiando os
incumbentes em praticamente todos os mercados em que atuam”.
A partir do esmerado pelo autor, percebe-se que a tecnologia do blockchain não é nova, pois
há anos é utilizada pelas maiores instituições financeiras mundo afora. O que se tem de
importante com o uso desse recurso, é a utilização da mesma tecnologia do blockchain para
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as transações do bitcoin, o que em tese liberta o investidor das garras das grandes
instituições, pois, o blockchain não é uma ameaça para as grandes corporações. Neste
sentido, o entendimento de Tapscott (2017, p. 24):
“Talvez a maior oportunidade oferecida por essa tecnologia seja a de libertar-nos das
garras de um inquietante paradoxo da prosperidade. A economia está crescendo,
mas um número menor de pessoas está se beneficiando disso.
O blockchain não será uma ameaça existencial para as empresas que abraçarem
esse novo paradigma tecnológico porque assim elas próprias tomarão posse de sua
força disruptiva”.
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interesse na blockchain.
São inúmeros os benefícios da plataforma blockchain, todavia esta tecnologia “não” recebeu
aprovação da população, pois, a resistência é muito alta e, as pesquisas, neste ambiente, são
muitos recentes, assim como o mercado não se encontra preparado para o impacto do
blockchain, pois, ao contrário do que pensam os operadores do mercado financeiro, esta
nova era vem para revolucionar e facilitar as transações. Neste sentido, assevera Tapscott
(ANEXO III) que se colaciona:
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No Brasil, existe o Projeto de Lei 2303/2015 , em trâmite no Congresso Nacional, ele tem
como objetivo a regulamentação dos Bitcoins, contudo, este modifica a Lei 12.865/2013 bem
como a Lei 9613/1998. Um dos pontos principais do referido projeto pode ser visualizado na
redação, conforme se especifica:
“Art. 9º………………………………………………………………
“Art. 11 ………………………………………………………………
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O autor do projeto de lei, assinalou seu planeamento alegando o destaque das moedas
virtuais utilizadas em operações financeiras, seguem abaixo as palavras do proponente do
esboço o qual se colaciona:
“As chamadas “moedas virtuais” ganham cada vez mais destaque nas operações
financeiras atuais.
Apesar de não haver ainda uma regulamentação nem nacional e nem internacional
sobre a matéria, há uma preocupação crescente com os efeitos das transações
realizadas por meios destes instrumentos.
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Por mais que os bitcoins sejam o sumo triunfo, tem sua operação global, como o
embasamento constante, o Projeto de Lei 2303/2015, que se coteja:
“Em certa medida acreditamos que tanto o Banco Central como o Conselho de
Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e os órgãos do consumidor já tem
competência para fiscalizar e regular moedas virtuais. No entanto, entendemos que
as legislações que conferem tais atribuições podem ser mais transparentes em
relação a tais atribuições, o que evita desnecessários questionamentos judiciais.
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Por entender ser plausível a fiscalização das transações em bitcoins, o propositor sobrescrita
o Projeto de regulação das criptomoedas aos principais institutos reguladores no Estado
Pátrio.
Todavia, o relator da comissão instituída para análise do projeto de lei, o relator desta,
preleciona pela constitucionalidade, pela juridicidade do mesmo, bem como, exprime um
substitutivo que robustece a proposição regulatória, que se apregoa:
“Art. 1º Esta lei dispõe sobre a emissão de moedas digitais, moedas virtuais e
criptomoedas; fichas digitais representativas de bens e direitos; aumento de
penalização para o crime de pirâmide; e regulação de programas de fidelidade ou de
recompensa para consumidores.
Art. 2º Para a finalidade desta lei e daquelas por ela modificadas, entende-se por:
Pela dicção do substitutivo ao Projeto de Lei 2303/2015, fica evidente a criminalização das
moedas digitais, outrossim, como este, não fora aprovado, ainda, destarte, pode qualquer
outro deputado se manifestar contra ou a favor do relatório, lembrando que como não tem
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caráter de urgência o projeto corre em rito ordinário, e, assim não possui prazo para
aprovação.
4. TRIBUTAÇÃO DE BITCOINS
“Constituição Federal
(…)
(…)
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“No Brasil, de acordo com o art. 153, inciso III, da Constituição Federal e
art. 43 do Código Tributário Nacional, incide Imposto de Renda sobre a aquisição de
renda, compreendida de forma simplificada como acréscimo patrimonial observado
como o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos, ou, ainda, de
proventos de qualquer natureza. Logo, torna-se simples observar que as operações
envolvendo bitcoins, caso signifiquem acréscimo patrimonial são passíveis de
cobrança do Imposto de Renda.
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Como assente a autora, as transações com bitcoins são tributadas pela legislação. Esta, por
sua vez, rege os ganhos de capitais, pois a pessoa que pratica a transação de criptomoedas,
tem de prestar contas ao leão, na ocasião da Declaração do Imposto de Renda, contudo, pela
dicção do artigo 21, inciso VII da Constituição Federal, in verbis, só se considera moeda,
aquela emitida pela União:
(…)
(…)”.
Neste sentido, preleciona o site do IBET – Instituto Brasileiro de Estudos Tributários que se
colaciona:
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Por não ser emitida pela autoridade competente, muitos operadores das moedas não se
preocupam em elencar na declaração do imposto de renda, entretanto, a não declaração
destas transações de criptomoedas é uma afronta a legislação tributária, podendo, inclusive,
o transacionado, responder por sonegação fiscal. Para se evitar tal constrangimento, faz-se
mister que o adquirente/vendedor de bitcoins se informe junto à Receita Federal para
proceder com a declaração de imposto de renda.
Por não se caracterizar juridicamente como “moeda”, mas como um bem, um ativo
financeiro decorrente de relações privadas, o indivíduo que adquiriu bitcoins deve
declará-lo à Receita Federal do Brasil por meio da Declaração de Ajuste Anual.
Inclusive, em 2017, a própria Receita Federal divulgou orientações sobre como
declarar os bitcoins.
A despeito de haver precificação desse ativo no mercado virtual, como não existe
uma cotação oficial, não há obrigação de declará-lo pelo valor da cotação em 31 de
dezembro de cada ano, bastando informar o valor de aquisição e manter a
documentação comprobatória do bem em ordem.
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O ingresso desse montante ou do próprio bem adquirido poderá não ter origem na
declaração de ajuste anual e ser objeto de questionamento e autuação por parte da
Receita Federal”.
Desse modo, caso o contribuinte tenha adquirido bitcoins é bom que se informe a
respeito da necessidade de declaração e imposto sobre os ganhos auferidos, a fim
de evitar problemas futuros com o fisco.
Como se pode olvidar, por mais que não se tenha, ainda, uma regulação das criptomoedas, é
obrigação de quem transaciona com esse tipo de moeda, informar os órgãos competentes,
pois, as criptomoedas, não são emitidas pela União como já primado neste esboço.
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Pelo ensinamento de Fobe (2016), verifica-se que, nas economias mundiais e nos países que
já se regularizou as transações em moedas virtuais, essas atividades são competências do
Ministério da Fazenda, pois o que mais preocupa os governos é como tributar essas
operações.
Tendo em vista o fato de não existir uma legislação que regula as operações das
criptomoedas, a Comissão de Valores Mobiliários – CVM, editou o Ofício Circular Nº 01/2018,
posicionando-se quanto a esse tipo transacional, conforme se colaciona:
Como sabido, tanto no Brasil quanto em outras jurisdições ainda tem se discutido a
natureza jurídica e econômica dessas modalidades de investimento, sem que se
tenha, em especial no mercado e regulação domésticos, se chegado a uma
conclusão sobre tal conceituação.
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as criptomoedas não podem ser qualificadas como ativos financeiros, para os efeitos
do disposto no artigo 2º, V, da Instrução CVM nº 555/14, e por essa razão, sua
aquisição direta pelos fundos de investimento ali regulados não é permitida.
Entretanto, não custa repisar, mais uma vez, que as discussões existentes sobre o
investimento em criptomoedas, seja diretamente pelos fundos ou de outras formas,
ainda se encontram em patamar bastante incipiente, e convivem, inclusive, com
Projeto de Lei em curso, de nº 2.303/2015, que pode vir a impedir, restringir ou
mesmo criminalizar a negociação de tais modalidades de investimento.
Dessa forma, esta Superintendência informa que todas essas variáveis vêm sendo
levadas em consideração na avaliação da possibilidade de constituição e
estruturação do investimento indireto em criptomoedas, sem que se tenha chegado,
ainda, a uma conclusão a respeito dessa possibilidade (…)”.
O ofício encaminhado pela Comissão de Valores Mobiliários (ANEXO IV), torna incontestável
os riscos inerentes às operações com criptomoedas, sem a devida regulamentação.
Outrossim, em meados do ano de 2018, esta mesma comissão editou o ofício nº 11/2018,
asseverando a respeito no tocante a forma de aquisição de derivativos com as criptomoedas.
Essas deverão ser adquiridas por intermédio das chamadas exchanges.
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Pelo colacionado, é evidente que, o governo, não está medindo esforços para pavimentar
uma regulação das moedas virtuais, entretanto, a maior preocupação é a lavagem de
recursos financeiros que pode ocorrer por meio das moedas virtuais, assim como, teme-se a
consequente sonegação fiscal por parte dos operadores desses numerários.
5. CONCLUSÃO
Este ensaio buscou trazer uma vasta visão a respeito das transações com as moedas virtuais
ou bitcoins, para tanto, perpassou-se pelas principais nuances desta modalidade.
Embora existam países que possuam regulação para tais transações, ainda, em sua maioria,
essas nações se encontram reticentes quanto a aplicabilidade, pois, pelo fato de os bitcoins
não serem considerados como uma moeda oficial desses lugares onde o governo não tutela a
mesmas, como no Brasil, a constituição proíbe qualquer tipo emissão de moeda que não seja
pela União, contudo, no dia a dia, muitas pessoas se utilizam desta modalidade.
Outrossim, salienta-se que este escopo não pretendeu elucidar o problema da utilização ou
não dos bitcoins, mas sim trazer para a comunidade acadêmica e a população em geral, uma
visão a respeito do assunto.
REFERÊNCIA
AGNER, Marco. Bitcoin para Programadores. Rio de Janeiro: ITS. p.5. Disponível em:
https://legacy.gitbook.com/book/itsriodejaneiro/bitcoin-para-programadores/details. Acesso
em: 04/Jan/2019.
ATLAS QUANTUM. Artigo: Bitcoin: tudo o que você precisa saber! Disponível em:
https://blog.atlasquantum.com/o-que-sao-bitcoins-tudo-o-que-voce-precisa-saber/ Acesso em
03/Jan/2019
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FOBE, Nicole Julie. O Bitcoin Como Moeda Paralela: Uma Visão Econômica e a
Multiplicidade de Desdobramentos Jurídicos. São Paulo: Escola de Direito de São Paulo da
Fundação Getúlio Vargas, 2016. Disponível em:. Acesso em: 03/Jan/2019.
GREVE, Fabíola. SAMPAIO, Leobino. ABIJAUDE, Jauberth. COUTINHO, Antonio. VALCY, Ítalo.
QUEIROZ, Silvio. Artigo: Blockchain e a Revolução do Consenso sob Demanda.
Disponível em: http://www.sbrc2018.ufscar.br/wp-content/uploads/2018/04/Capitulo5.pdf
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MOUGAYAR, William. The Business Blockchain: Promise, Practice, and Application of the
Next Internet Technology. John Wiley & Sons, 2016.
ULRICH, Fernando. Bitcoin: A Moeda na Era Digital. Instituto Ludwing Von Mises Brasil.
São Paulo: 2014.
ANEXOS
O que é Bitcoin?
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No entanto, a moeda digital tem o código aberto. Isso significa que o acesso é livre
para qualquer pessoa, sendo esta uma moeda gerenciada pelos próprios usuários e
sem a necessidade de nenhum intermediador, como o Banco Central ou mesmo as
empresas de cartão.
Pagamentos com Bitcoins são rápidos, baratos e sem limite mínimo ou máximo de
valor. Como as transações são feitas entre os próprios usuários, uma pessoa pode
passar o Bitcoin diretamente para a outra sem a necessidade de um banco — como
ocorre com o dinheiro comum.
Os seus custos são menores e você poderá usá-la em qualquer país sem nenhum
pré-requisito. Essas, sem dúvida, são as maiores vantagens do Bitcoin.
Sendo um protocolo ponto a ponto (peer-to-peer, ou p2p), ele não pode ser desligado
pelas autoridades — da mesma forma que não existe uma empresa responsável pelo
seu e-mail, por exemplo, também não existe um responsável pelo Bitcoin. Por isso, é
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Os protocolos utilizados para que você possa acessar páginas da internet ou enviar
e-mails funcionam por meio da troca de informações entre o cliente e o servidor. Por
exemplo, quando você acessa um site, está se comunicando com um servidor que
armazena os dados e os envia para seu computador por meio do protocolo.
Entretanto, no caso do p2p, não existe uma distinção entre o cliente e o servidor.
Esse é um aspecto interessante, pois os usuários desse sistema são, ao mesmo
tempo, os clientes e os próprios servidores, não havendo nenhum outro
intermediário.
A ideia é que o arquivo que se encontra armazenado no seu computador possa ser
baixado por qualquer usuário por meio do download de um protocolo, da mesma
forma que você pode baixar os arquivos disponibilizados por eles.
Os detentores de direitos autorais das músicas e filmes não têm como impedir o
funcionamento desse protocolo, por mais que o denunciem junto às autoridades.
Para permitir o uso das suas moedas digitais, é gerada uma assinatura digital, ou um
código específico que é verificado por uma mineradora. Falaremos em detalhes
sobre as mineradoras mais adiante, mas por enquanto, basta saber que trata-se de
um processo de contabilização dos registros de transações efetuadas com Bitcoins.
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Essa é a tecnologia base das moedas digitais, responsável por permitir que as
transações financeiras se concretizem, de maneira segura e confiável. Portanto, não
há necessidade de intermediação de nenhuma instituição.
Seu objetivo era criar uma moeda alternativa que não dependesse da regulação de
instituições financeiras, podendo ser operada pelos próprios usuários. O que
ninguém sabe, porém, é a verdadeira identidade de quem está por trás do Bitcoin.
De forma resumida, o Bitcoin é uma cédula virtual feita de códigos. Ela pode ser
trocada por praticamente qualquer produto ou serviço nas negociações feitas pela
internet.
Trata-se do mesmo princípio do mundo físico, onde trocamos trabalho por dinheiro e
dinheiro por produtos e serviços. Na internet, porém, você pode realizar pequenas
tarefas em sites e juntar fragmentos da moeda, que poderão ser guardados em uma
carteira virtual.
Como você viu, os Bitcoins não são moedas físicas e, por isso, não é possível
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Uma vez que a sua negociação foi validada pelos mineradores, você pode acessar as
informações e conferir sua validade. Esse processo ocorre de forma transparente,
pois, como dissemos, trata-se de um código livre que pode ser acessado por
qualquer pessoa.
A parte mais complexa de ter Bitcoins é, sem dúvidas, encontrar uma forma segura
de armazenar suas moedas. Sites de negociação como o MtGox e a Bitfinex já foram
hackeados, causando prejuízo para os seus clientes e desestabilizando o mercado
virtual.
Para guardar e controlar seus investimentos, portanto, o ideal é criar uma carteira de
Bitcoin. Essa carteira é gerada por meio -de um aplicativo armazenado em seu
computador ou celular, mas também existem sites que fornecem carteiras virtuais.
Assim, suas moedas ficarão armazenadas na carteira que você escolher e serão
gerados arquivos com os registros.
Opte por transferir seus Bitcoins para uma carteira privada, pois essa é a forma mais
segura de armazenar suas moedas. As carteiras privadas são softwares baixados que
rodam direto no seu computador, permitindo usar os Bitcoins em quantos sites você
quiser.
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Existe uma convenção para a solução dos algoritmos, que considera especial a
primeira transação de cada novo bloco, devendo ser realizada pelo minerador cujo
computador consiga solucionar primeiro o referido algoritmo.
Esse minerador vai receber um pagamento em Bitcoins pelo seu serviço, além de
uma taxa para cada transação ocorrida dentro do algoritmo que ele solucionou.
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Esse é o incentivo principal para que vários usuários minerem Bitcoins. Toda vez que
esses mineradores recebem uma quantia da criptomoeda, eles permitem que novas
emissões de Bitcoins sejam realizadas sem a intervenção de uma autoridade
monetária.
Funciona como o Banco Central no Brasil, por exemplo. Paralelamente, o fato das
transações serem processadas durante a mineração da criptomoeda confere mais
segurança ao sistema.
Depois de chegar até aqui, a grande pergunta que você deve estar se fazendo é:
será que eu posso instalar um programa em meu computador e começar a minerar?
Na teoria, sim. Na prática, porém, os novos algoritmos criados vão se tornando cada
vez mais difíceis, o que demanda computadores muito potentes e específicos, além
de muita energia elétrica.
Portanto, é bem possível que você gaste muito mais do que os seus ganhos como
minerador poderiam compensar. Além disso, o sistema foi criado para aumentar a
dificuldade da mineração de forma proporcional ao aumento do número de
computadores realizando essa tarefa.
Por outro lado, algumas empresas mineradoras pagam pequenos valores diários por
atividades prestadas a eles. Isso significa que você pode realizar determinadas
tarefas e ser recompensado com pontos que, futuramente, podem ser convertidos
em Bitcoins.
Os Bitcoins podem ser comprados, vendidos, usados como crédito, transferidos para
outras pessoas e até mesmo negociados em casas de câmbio especializadas. Se
você quer atuar nesse mercado, é preciso ter conhecimento sobre o assunto e
buscar experiência para poder administrar a criptomoeda.
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O primeiro passo para comprar Bitcoins é abrir uma conta em uma corretora
especializada em moedas virtuais. Como vimos anteriormente, você também pode
ganhar fragmentos da moeda trabalhando para sites que pagam pelo acesso.
Em uma exchange, você abre uma espécie de conta corrente, transfere uma quantia
em dinheiro e faz a compra da moeda ou de frações dela a partir de R$ 50. Também
é possível participar do leilão de Bitcoins, onde os clientes compram e vendem
moedas para outros usuários.
O mais importante, aqui, é ressaltar que a tecnologia Blockchain não permite que
uma só pessoa controle todas as informações.
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Isso garante que os registros não possam ser apagados e que sejam mantidos em
ordem cronológica. Isso também significa que, caso você faça uma transação,
também não é possível desfazê-la e receber o dinheiro de volta.
Isso porque não existem intermediários para sustar a operação. Nesse caso, você
poderá contar apenas com a boa vontade da pessoa com quem fez o negócio, a
única que poderá realizar uma nova transação e devolver o dinheiro.
A única forma de reverter a situação é pedindo para que cada amigo da lista delete o
e-mail, o que ainda assim não impede que ele seja lido antes. Outra informação que
deve ser entendida é o anonimato e a transparência das operações.
Apesar de todas as transações que passam pelo seu computador deixarem uma
espécie de marca no seu endereço de IP — o endereço de localização de seu
computador —, não há como saber a quem pertencem essas marcas. Dessa forma, o
anonimato das transações é garantido.
Por outro lado, é possível acessar o histórico de todas as transações ocorridas por
blocos, o que garante a transparência de todo o processo. Ou seja, todas as
transações são bastante claras, mas não é possível saber quem as realizou.
Por mais contraditório que pareça à primeira vista, também é a Blockchain que
garante a segurança das operações. Como você viu no tópico acima, cada bloco tem
um código matemático complexo que precisa de uma validação, e esta é feita por
diversos mineradores que estão tentando resolver o algoritmo.
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A cada nova transação, ele recebe um novo código que é adicionado ao anterior,
tornando a falsificação praticamente impossível.
Agora que você conhece o sistema, entendeu como funciona a segurança das
transações na rede e até mesmo onde você pode negociar, é hora de saber um
pouco mais sobre a valorização do Bitcoin para definir se vale a pena aplicar o seu
salário na moeda.
Sabemos que houve uma supervalorização no preço das moedas de 2009 até os dias
atuais. Hoje, uma única moedinha está valendo cerca de 25 mil reais e a tendência é
que elas continuem se valorizando cada vez mais.
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Essa rede de blocos possui duas características principais: pode ser auditada por
qualquer pessoa e é praticamente inviolável.
Essa assinatura é única de cada transação – é impossível haver duas transações com
o mesmo hash. Por meio dela, é possível verificar na Blockchain quando a operação
foi feita, com data e hora completas, de quanto foi a transferência e quais endereços
participaram.
Qualquer pessoa pode verificar qualquer transação: basta acessar sites como
Blockchain.info ou Blockcypher e digitar o número do hash. Caso ele esteja correto, a
transação será verificada.
Bitcoin e Blockchain costumam vir associadas uma com a outra. E, de fato, ambos
são inseparáveis; não existe Bitcoin sem Blockchain.
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Bitcoin e a nova economia mundial
Mas a Blockchain não tem como uso apenas a transferência de fundos. Embora seja
revolucionário, o Bitcoin é apenas um token para se usar a Blockchain. E a rede tem
muito mais utilidades do que transferências.
A tecnologia Blockchain pode ser usada como uma forma segura de armazenar e
transacionar quase qualquer informação. E isso já está acontecendo.
Isso traz implicações extraordinárias para países cujas leis de proteção à propriedade
são frouxas e ineficazes.
Com um registro imutável, seguro e de fácil auditoria, fica difícil para um governo
autoritário realizar confiscos de bens de forma indiscriminada, o que traz uma
enorme proteção para a população mais pobre.
Além disso, os custos de transação nesses registros são muito mais baixos do que
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Conclusão
Muitos acusam que a moeda Bitcoin não tenha um lastro ou uma segurança. Pois
bem, pode-se dizer em resposta que um lastro muito bom é a Blockchain, a rede
mais segura, complexa e com maior poder computacional do mundo, com potencial
para revolucionar a forma como lidamos com a segurança de bens e ativos.”
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Prezados Senhores,
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criptoativo. (…)
Mostra-se natural que, no caso de investimento indireto realizado por meio de fundos
de investimento constituídos no exterior e geridos por terceiros, caiba ao
administrador e ao gestor avaliar, nas condições exigidas pelas circunstâncias, se o
gestor do fundo investido adota práticas e medidas de mitigação de risco
equivalentes às que o gestor do fundo investidor adotaria em sua posição (…)”
[1]
Bachelor of Business Administration.
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