APOSTILA - 03 - Zero de Funções e Otimização
APOSTILA - 03 - Zero de Funções e Otimização
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Reitor
Arody Cordeiro Herdy
f ( x) = 8 x - x 2
f ( x ) = 8 x − x 2 ⇒ 0 = 8 x − x 2 ⇒ 0 = (8 − x) x ⇒ x = 0 e x = 8
Como sabemos, as raízes de uma função são os valores de x, em que
f(x) é zero (e, por isso, elas são chamadas de zeros). Os zeros dessa função
são 0 e 8. Para determinarmos o valor de f máximo, primeiro, precisamos
determinar o valor de x em que f é máximo. Para isso, basta derivarmos a
função e igualarmos a derivada a zero e, assim, teremos o ponto em que a
curva é totalmente horizontal, correspondendo ao ponto máximo. A derivada
da função em relação à variável independente é:
df ( x)
= 8 - 2x
dx
Em seguida, igualando a derivada a zero, levando -2x para o lado
esquerdo da equação e resolvendo-a, temos:
df ( x) 8
= - 2x ⇒ 0
8= - 2x ⇒ 2x
8= ⇒ x =
8= 4
dx 2
Portanto, o valor de x, em que f é máximo, é 4; exatamente o ponto
médio entre 0 e 8. Dessa forma, determinamos o valor de x no ponto
máximo, determinando o “zero” da primeira derivada, ou seja, os ótimos são
os “zeros” da derivada à primeira. Para determinarmos o valor de f máximo,
basta levarmos x = 4 à função original, fazendo:
f ( x)
= 8 x - x 2 f (4) ⇒ 8(4) - (4) 2 ⇒=
f (4) 16
10 df(x)=0
dx
5
f(x) = 0
f(X) 0
Zero: x = 0 Zero: x = 8
-5
-10
-15
-20
-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Figura 1: Gráfico da função f(x) = 8x - x2 contendo
X os zeros e o máximo indicado.
Fonte: Do autor.
Observe que essa função possui somente duas raízes (zeros), pois
trata-se de uma função de segunda ordem ou grau. Como sua derivada é uma
equação diferencial de primeira ordem, ela possui apenas um ótimo. Para
determinarmos se o valor ótimo é máximo ou mínimo, devemos calcular
a segunda derivada da função, em que x é ótimo, e verificarmos seu sinal.
Vejamos a segunda derivada da função:
d 2 f ( x) d 2 f (4)
=- 2 ⇒ =-2
dx 2 dx 2
Um sinal negativo de derivada à segunda (para x = 4) indica que a
concavidade da curva está direcionada para baixo e que o valor ótimo obtido
está acima, ou seja, trata-se de um valor de ponto máximo. Já um sinal positivo
de segunda derivada indicaria uma curva com concavidade para cima, e o ótimo
>> f = @( x) 8* x - x ^ 2
Quadro 1: Função original de acordo com a sintaxe exigida pelo GNU OCTAVE.
>> df = @( x) 8 - 2* x
>> max = fsolve(df , 2)
max = 4.0000
f ( x) = 5 x - 3 x 2
xl + xu 1 + 2
=xr = = 1,5
2 2
Agora, temos dois intervalos candidatos a substituir o primeiro
intervalo de xl=1 e xu=2, são eles: xl=1, xr=1,5 e xr=1,5, xu=2. A raiz da função
estará entre um desses novos intervalos. Para saber em qual deles precisamos
fazer um teste substituindo os valores dos dois intervalos nas funções e
fazer as multiplicações, usamos: f(xl)f(xr) e f(xr)f(xu). O novo intervalo será
aquele que produzir um valor negativo no teste. Veja, a seguir, o resultado
do primeiro teste:
=f (1) 5(1)
= - 3(1) 2 2
=f (1,5) 5(1,5)
= - 3(1,5) 2 0, 75
x1 + xu 1,5 + 2
=xr = = 1, 75
2 2
Vamos repetir o procedimento? A vantagem para a solução manual é
que já calculamos dois valores de intervalo. Veja:
=f (1,5) 5(1,5)
= - 3(1,5)2 0, 75
=f (1, 75) 5(1,
= 75) - 3(1, 75)2 - 0, 4375
=f (2) 5(2)
= - 3(2)2 -2
Importante
Na análise numérica de problemas reais, é comum o uso de vários métodos numéricos
combinados, antes de qualquer decisão. Não se pode afirmar, com certeza, qual é o
melhor método, pois a desvantagem de um pode ser compensada pela vantagem de
outro. Por exemplo, um método aberto pode gerar um resultado que pode ser usado como
valor inicial de outro método; assim, a concordância entre vários métodos pode ser um
indício de que a resposta alcançada está correta. O uso de métodos combinados é possível
graças ao avanço da computação moderna, que concebeu computadores com capacidade
de processamento cada vez maior.
f ' (1) =
5 − 6 (1) =−1
Depois, substituímos na fórmula:
2
xi +1 =1 − =1 + 2 =3
−1
12 Métodos Computacionais em Engenharia
Já podemos passar para a segunda etapa:
f ( 3) = 5 ( 3) − 3 ( 3) =
2
− 12
f ' ( 3) = 5 − 6 ( 3) = − 13
Na fórmula do método para encontrarmos o novo valor, temos:
−12
xi +1 =
3− 2, 08
=
−13
E assim por diante:
-2,56
=xi +1 2, 07 -
= 1, 734
-7, 46
-0,35
= xi +1 1,
= 734 - 1, 669
-5, 4
-0, 0127
= xi +1 1,
= 669 - 1, 6667
-5, 015
Observe que uma vantagem foi a convergência mais rápida a partir de
um valor inicial qualquer, isto é, a raiz foi determinada em poucos passos.
Uma desvantagem desse método é que ele precisa, obrigatoriamente, da
derivada da função, e algumas funções mais complexas são difíceis de derivar.
Para o critério de parada, podemos calcular os erros relativos entre os valores
de x determinados em cada passo. Vejamos:
x ( i + 1) − x ( i ) 3 −1
iteração 1: erro
= (1) = = 0, 6667
x ( i + 1) 3
x ( i + 1) − x ( i ) 2, 08 − 3
: erro ( 2 )
iteração 2= = = 0, 4493
x ( i + 1) 2, 08
x ( i + 1) − x ( i ) 1, 734 − 2, 08
iteração
= 3 : erro ( 3) = = 0,1938
x ( i + 1) 1, 734
x ( i + 1) − x ( i ) 1, 669 − 1, 734
iteração 4 : erro ( 4 ) = = = 0, 0389
x ( i + 1) 1, 669
x ( i + 1) − x ( i ) 1, 6667 − 1, 669
iteração
= 5 : erro ( 5 ) = = 0, 00138
x ( i + 1) 1, 6667
x ( i + 1) − x ( i ) 1, 66667 − 1, 6667
iteração
= 6 : erro ( 6 ) = = 0, 000018
x ( i + 1) 1, 66667
f '( xi )
xi +1 = xi -
f ''( xi )
f ' (1)
xi +1 = 1 − 0,8333
=
−6
Já na primeira iteração, o método encontra o valor ótimo. A convergência
rápida é uma importante característica dos melhores métodos computacionais.
O valor ótimo encontrado é um máximo, pois a segunda derivada da função
produz um valor negativo.
Saiba Mais
O método de Newton-Raphson é baseado na busca da raiz pela
inclinação da curva no ponto xi. Esse ponto fornece uma estimativa
melhor de xi+1. Aprenda mais sobre esse método assistindo ao vídeo
indicado.
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