Aula - Tratamentos Terciários

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Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Campus Campo Mourão


Departamento Acadêmico de Alimentos e Engenharia
Química (DAAEQ)
Curso de Engenharia de Alimentos

Tratamentos Terciários de
Efluentes

Profa. Eliane Sloboda Rigobello

1
TRATAMENTO TERCIÁRIO
Tratamento avançado
• Empregado quando o tratamento secundário é ineficiente
• DQO e DBO muito elevada
• Relação DBO/DQO baixa
• Oxidar compostos orgânicos complexos a moléculas simples, ou
mesmo mineralizá-las.
• Remover espécies inorgânicas como, por exemplo, metais
• Remover nutrientes (N e P) e micro-organismos
Tipos
• Remoção de sólidos: filtração
• Adsorção em carvão ativado
• Troca iônica
• Processos com membranas
• Oxidação química
• Hidrólise enzimática
TRATAMENTO TERCIÁRIO
Importância

 Pode suprir as deficiências dos processos biológicos


 Melhorar a qualidade dos efluentes tratados
 Atender às exigências da legislação de acordo com
classificação do corpo receptor.

Porém, ainda são poucos empregados no Brasil


FILTRAÇÃO
Filtração ou coagulação para eliminação de sólidos
suspensos e coloidais e de micro-organismos restantes.

• Filtros de areia/pedra

• Modos de operação
 Semicontínuo
 Contínuo
FILTRAÇÃO
Semicontínuo
- Necessita parada para limpeza
Quando teor de sólidos em suspensão ou perda de
carga chegam a níveis inaceitáveis na saída
- Limpeza
Retrolavagem – no sentido contrário ao fluxo da
filtragem

Contínua
- Limpeza e lavagem ao mesmo tempo
- Traveling bridge filter (filtro de ponte móvel)
Desvantagens: migração de areia, inconsistência durante fluxos elevados e
contaminação biológica permanente e não se encaixa dentro de construções existentes.
FILTRAÇÃO
Considera-se a filtração como resultado da ação de três
mecanismos distintos: transporte, aderência e desprendimento.
FILTRAÇÃO
FILTRAÇÃO EM MEIO GRANULAR
FILTROS RÁPIDOS POR GRAVIDADE
CLASSIFICAÇÃO DO PROCESSO
DE FILTRAÇÃO
 Com relação ao meio filtrante

Antracito

Areia Antracito
ou Antracito
Areia
Areia Granada

Camada simples Dupla camada Tripla camada


FILTRAÇÃO
Principais variáveis
Características físicas e químicas das partículas, do efluente e do
meio filtrante (tamanho, distribuição, composição, porosidade e carga
das partículas), formação dos flocos, profundidade do leito, da taxa
de filtração e do método de operação dos filtros.
FILTRAÇÃO

Problemas comuns
- Aumento da turbidez
Deve-se adicionar coadjuvantes de filtração (polímeros)
- Formação de lodo
Aumenta perda de carga
Melhorar o processo de lavagem
- Acúmulo de graxas
Aumenta perda de carga
Melhorar o processo de remoção de óleos e graxas
- Contração do leito
Perda de material filtrante
Coagulação ou Precipitação Química

* Número de moléculas de água pode variar de 13 a 18


Precipitação Química
Agregação das partículas na água
Ação dos polieletrólitos (coagulantes)

Partículas na
água
Precipitação Química
Agregação das partículas em suspensão e
coloides na água

Ação dos coagulantes (sais formadores de polieletrólitos)

Coagulantes naturais: Taninos catiônicos,


sementes,
polímero
Precipitação Química
Afluente Reator

Coagulante lodo

Reator
Afluente

Coagulante

Afluente Reator Neste último caso é


necessário um decantador
após o secundário, e esta
Coagulante é uma boa alternativa
entre as demais.
Precipitação Química
Remoção de Fósforo P por precipitação

Al3+ + HnPO43-n  AlPO4 + nH+

Fe3+ + HnPO43-n  FePO4 + nH+

O P é removido sob a forma de fosfato PO43-

Efluentes ricos em fósforo: laticínios, abatedouros, conservas


alimentícias, fertilizantes, entre outros .
Precipitação Química

Fatores que afetam a precipitação do fósforo


- Quantidade de fósforo no efluente
- Teor de sólidos suspensos
- Alcalinidade
- Dosagem dos produtos químicos (coagulante, alcalinizante
ou acidificante)
- Compatibilidade com outros processos de tratamento
- Condições operacionais
ADSORÇÃO
Fenômeno de superfície

Alguns fatores que influenciam


• pH e temperatura da solução
• Força iônica do meio
• Natureza química do adsorvente e adsorbato
• Área superficial e estrutura do poro
• Granulometria
• Pode ser reversível ou irreversível
ADSORÇÃO
Exemplos de materiais adsorventes:

• Carvão ativado
• Alumina ativada (de mais alto custo) Tipo afeta a
• Plantas distribuição dos
• Raízes poros e as
• Bagaço características de
• Cinzas regeneração
• Turfa
• Polímeros sintéticos (de mais alto custo)
CARVÃO ATIVADO
• Fixação de poluentes por adsorção na superfície e poros;

• Material adsorvente possui área superficial elevada devido a


porosidade;

• Sistemas são utilizados após sistemas de filtração em areia;

• Tempo de residência: 15-40min;

• Vantagem: boa adsorção dos poluentes e capacidade de


regeneração;
Jarteste

Filtros de areia

Filtros de CAG Fonte:


autor
ADSORÇÃO – Carvão Ativado
REMOÇÃO DE:
• Radionuclídeos
• Metais
• Residual de cloro
• Hidrocarbonetos
• Moléculas apolares
• Eliminação de cor, odor e gosto
• Nutrientes (fosfatos e nitratos)
• Matéria orgânica não biodegradável
• Matéria orgânica dissolvida
• Sólidos em suspensão
• Fármacos
• Pesticidas
• Etc
ADSORÇÃO
PREPARO DO CARVÃO ATIVADO
• Matérias primas: madeiras, lignito, casca de
coco, de nozes e ossos
• Desidratação (vapor quente < 700 °C), com
oxigênio insuficiente para sustentar a combustão
• Carbonização (processo de pirólise)
Ativação por exposição ao CO2 a alta temperatura
(800 a 900 °C).
Cria uma grande área superficial (~1000 m2/g) e
estrutura muito porosa.

• Separação em diferentes tamanhos com


diferentes capacidades de adsorção:
 CAP ( carvão ativado em pó < 200 mesh) e
CAG (granular > 0,1 mm)
ADSORÇÃO EM CARVÃO ATIVADO
A adsorção pode ocorrer sobre a superfície exterior do adsorvente
e nos macroporos, mesoporos, microporos e submicroporos.

Fonte: http://www.macrovenda.com.br/carvao-ativado.php
Processo de adsorção do carvão ativado
Forças de adsorção:
• cargas coulombicas
• carga pontual e dipolo
• interações dipolo-dipolo
• forças de Van der Waals
• ligações covalentes
• pontes de hidrogênio
ADSORÇÃO

~140 mesh
Tratamento com CAP e CAG
O carvão ativado em pó (CAP) pode ser adicionado em tratamentos
biológicos (ex.: reator) e em processos de tratamentos físico-
químicos ( ex.: coagulação).

Após certo tempo de contato, o CAP é sedimentado no fundo do


tanque de aeração e o sobrenadante é removido.

A adição do CAP diretamente no tanque de areação tem mostrado


eficiência na remoção de compostos orgânicos recalcitrantes.

Em processos físico-químicos, o CAP é usado juntamente com


coagulantes ou é necessário o uso de filtros de areia após o processo.

O CAG pode envolver a passagem da água em um leito de CAG


após a filtração em areia.
Isotermas de adsorção
Isoterma de Langmuir e de Freundlich são os modelos
matemáticos empíricos frequentemente utilizados para descrever a
capacidade de adsorção de um dado adsorvente (carvão ativado).

Outros parâmetros capazes de descrever a capacidade adsortiva do


carvão ativado:
Teste de adsorção de azul de metileno é um indicador da
capacidade do carvão em adsorver moléculas com dimensões
lineares superiores a 1,5 nm.
Testes de adsorção de fenol qualificam o carvão quanto às suas
propriedades químicas e porosidade.
Índice de adsorção de iodo procura mensurar a área superficial
específica do carvão, sendo definido como o número de miligramas
de iodo adsorvido por grama de carvão ativado, em solução aquosa.

American Society for Testing and Materials (ASTM, 1998).


Isotermas de adsorção

A quantidade de soluto que pode ser adsorvida em um adsorvente


é uma função da concentração de adsorbato (soluto/analito) e da
temperatura.
Características importantes do soluto:
- Solubilidade
- Estrutura molecular
- Peso molecular
- Polaridade
- Saturação hidracarbônica

Geralmente a quantidade de adsorvente é determinada como


função da concentração do soluto a temperatura constante 
Isoterma de adsorção.
Isotermas de adsorção

ou seja, quanto que sobrou do composto após a adsorção


Kf = Fator de capacidade de Freundlich, que representa a quantidade adsorvida
(mg soluto/g adsorvente) (L água/mg soluto)1/n
1/n é o coeficiente angular da reta que representa a intensidade de adsorção
(afinidade entre o adsorvato e o adsorvente)
Quanto maior o valor de n maior a heterogeneidade dos sítios de adsorção.
Isotermas de Freundlich
As constantes na isoterma de Freundlich pode ser determinada
plotando log (X/M) versus log Ce e fazendo uso da Equação
anterior:

Kf = 10b

v
v
y = b + a x
A USEPA tem desenvolvida isotermas de adsorção para vários
compostos tóxicos (valores de Kf e 1/n).
Isotermas de adsorção
Fixa a quantidade do soluto e o volume de líquido variando as
quantidades de carvão ativado. Em média 10 amostras. É
determinada a concentração do soluto após o término da
adsorção. Metodologia ASTM D-3860-98 sobre carvão ativado
da American Society for Testing and Materials (ASTM, 1998).

X (Co  Ce ) V
qe  
M m
onde qe ou csorb= concentração de adsorvente na fase sólida, mg adsorbato/g
adsorvente, também chamado de capacidade adsortiva
Co = concentração inicial do adsorbato, mg/L
Ce ou Cw= concentração final de equilíbrio do adsorbato após adsorção, mg/L
V = volume do líquido, L
m = massa do adsorvente, g
Isotermas de Freundlich

Cw = Ce; Co = 1mg/L e T = 20 °C ; Csorb = qe


Isotermas de Freundlich
y = ax + b

Kf = 10b
1/n = a

Os valores de KF e de n estão relacionados com a capacidade de adsorção. Altos


valores de KF indicam grande afinidade do adsorbato (composto de interesse) sobre
o adsorvente (carvão ativado) e valores de n entre 1 e 10 ou valores de 1/n menores
que 1 indicam adsorção favorável (CLAUDINO, 2003).
CLAUDINO, Andréia. Preparação de carvão ativado a partir de turfa e sua utilização
na remoção de poluentes. 2003. 90 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Química) -
Engenharia Química, Universidade Federal de Santa Catarina , Florianópolis, 2003.
Isoterma de Langmuir
n=1  número de sítios ativos fixo
Adsorção reversível

adsorvente
Isoterma de Langmuir

y = a x b
ADSORÇÃO
- TIPOS DE OPERAÇÃO
- Colunas de fluxo ascendente (upflow)
Escapa várias partículas finas de C

- Colunas de fluxo descendente (dowflow)


Requer mais retrolavagem, devido compactação.

- Leitos fixos
Requer retrolavagem

- Leitos expandidos
Efluente flui para cima e C para baixo
Permite reposição continua de C
PROCESSOS OXIDATIVOS AVANÇADOS
- POAs

Primeiro trabalho usando ozônio como oxidante foi feito por De


Meritens em 1886.

Em 1973 em um simpósio foi usada a terminologia: Tecnologias


de Oxidação Avançada.

Em 1998 a USEPA publicou um Handbook of Advanced


Oxidation Process, reconhecendo sua importância.

OBJETIVO POAs: Não apenas transferir de fase o poluente e


sim destruí-lo.
PROCESSOS OXIDATIVOS AVANÇADOS
- POAs
Os POAs são usados para oxidar compostos orgânicos complexos
que são de difíceis degradação e para desinfecção da água.
- Degradação primária: ocorre uma mudança estrutural nos
compostos
- Degradação aceitável: mudança estrutural nos compostos
aparentes com toxicidade reduzida.
- Mineralização: conversão dos compostos orgânicos em CO2,
H2O e ânions inorgânicos (Isso é o ideal).
- Degradação inaceitável: mudança estrutural nos compostos
aparentes com aumento da toxicidade.
PROCESSOS OXIDATIVOS AVANÇADOS
- POA
Classificação
SISTEMAS COM IRRADIAÇÃO SEM
IRRADIAÇÃO

O3/H2O2/UV
Homogêneos O3/UV O3/H2O2
H2O2/UV Fe(II)/H2O2
Fe(II)/H2O2/UV (Foto-Fenton) (Fenton)

Heterogêneos Semicondutor como TiO2/UV Ozônio/TiO2


Semicondutor/H2O2/UV Ozônio/TiO2/H2O2

Tipicamente envolve a geração e uso do radical hidroxila OH• como


forte oxidante.
PROCESSOS OXIDATIVOS AVANÇADOS
- POA
PROCESSOS OXIDATIVOS AVANÇADOS
- POA
•Processos Homogêneos:
•Fotólise de peróxido de hidrogênio (H2O2/UV):
h (  200  280 nm )
H 2O2   2 HO
•Ozonização (O3/H2O2; O3/UV; O3/H2O2/UV):
h (   310 nm )
O3  H 2O   H 2O2  O2 (O3 / UV )
h
H 2O2  2O3  2 HO  3O2 (H 2O2 / O3 / UV)
• significa um par de elétrons desemparelhados
PROCESSOS OXIDATIVOS AVANÇADOS
- POA

FOTO-FENTON

Fe2+ + H2O2 Fe3+ + OH- + HO.

Fe3+ + H2O + hv Fe2+ + HO. + H+


( = 580 nm)

Promove mineralizações em tempos bem menores,


quando comparado aos demais POAs .
PROCESSOS OXIDATIVOS AVANÇADOS
- POA
• Oxidação de compostos orgânicos refratários
• Por adição do radical OH R = composto
R + HO∙  ROH orgânico aromático ou
alifático
• Por abstração do hidrogênio
RH + HO∙ R∙ + H2O
• Por transferência de elétron
Rn + HO∙ Rn-1 + OH-
• Por combinação de radical
HO∙ + HO∙  H2O2
APLICAÇÕES DOS POAs
• POAs combinados são mais eficientes que um
individual, como somente ozônio, UV, e H2O2.

• Os POA são usualmente aplicados em efluentes com


baixo carbono orgânico dissolvido (COD) devido ao
custo do ozônio e H2O2.

• São aplicados para degradação de compostos


orgânicos refratários (por ex.: fármacos, pesticidas,
NDMA (N-Nitrosodimetilamina), corantes e produtos
de indústria e efluente doméstico, curtumes e para
desinfeção de águas e efluentes.
FILTRAÇÃO EM MEMBRANA
A membrana age como uma barreira
semipermeável e o fluido passa por ela através de
pressão.

A filtração por membrana é uma técnica utilizada


para separações de solutos (partículas) de
diferentes pesos moleculares da solução.

46
FILTRAÇÃO MEMBRANA
No tratamento de efluentes os processos de
maior interesse são

- Eletrodiálise
- Osmose Reversa
- Ultrafiltração
- Microfiltração

47
ELETRODIÁLISE
• O princípio básico da eletrodiálise consiste em
transformar uma solução aquosa em duas:
uma mais concentrada de eletrólitos que a
original e outra mais diluída;

• O efluente é submetido a uma diferença de


potencial elétrico por dois eletrodos;

• Existência de membranas seletivas;


APLICAÇÕES DA ELETRODIÁLISE
• Utilizada na dessalinização e desmineralização de
águas;
• Remoção de nitrato, nitrito, flúor, nitrogênio e fósforo;
• Tratamento de Efluente Industrial para Reuso Industrial
da água ;
• Recuperação de Níquel de Efluentes de Galvanoplastia;
• Tratamento de drenagem Ácida de Minas (dejetos ricos
em pirita, FeS2);
• Tratamento de efluentes de curtume;
• Necessita pré-tratamento eficiente do efluente.
ELETRODIÁLISE

Condições normas
de temperatura e
pressão

Oxidação

Solução
salina
(eletrólito)
OSMOSE REVERSA

Exemplo: dessalinização da água do mar


OSMOSE REVERSA
FILTRAÇÃO MEMBRANA
Osmose Reversa

53
OSMOSE REVERSA
• Aplicação restrita no tratamento de efluentes
industriais

• Para reuso do efluente tratado na própria


indústria, como por exemplo: para
abastecimento de torres de resfriamento e
caldeiras

• Necessita pré-tratamento rigoroso para


proteção das membranas.
ULTRAFILTRAÇÃO
É um processo de filtração por membrana muito
similar à osmose reversa, mas mais porosa.

A pressão é usada para obter uma separação de


moléculas utilizando uma membrana polimérica
semipermeável, que separa apenas solutos de alto
peso molecular como proteínas e polímeros.

55
FILTRAÇÃO MEMBRANA
Diferença entre os processo de osmose reversa e
ultrafiltração

56
MICROFILTRAÇÃO

Nesse processo, o fluido passa pela membrana sob


pressão, com o objetivo de separar partículas de
tamanho mícron, ou seja, aquelas que são maiores
que as separadas na ultrafiltração, como bactérias,
bolores e leveduras e em alguns casos pigmentos
de tinta.

57
FILTRAÇÃO EM MEMBRANAS

58
TROCA IÔNICA
• Interação entre cargas
• Fixação, em uma superfície sólida (fase estacionária), de íons,
que se trocam por íons da solução de outra espécie (fase
móvel);
• Resinas
• Até a década de 40 – zeólitas naturais (baixa troca)
• Atualmente – resinas sintéticas
• Estireno e divinilbenzeno
TROCA IÔNICA
TROCA IÔNICA
TROCA IÔNICA
Necessita de regeneração

- Lavagem da resina com água em contracorrente

- Solução de NaCl ~10% peso (se utilizado o Na+) ou solução


de H2SO4 ou HCl ~5% em peso se utilizado o ciclo do
hidrogênio.

- Para trocadores aniônicos lava-se com solução de NaOH ou


NH4OH.

- O líquido da lavagem pode ser recuperado ou armazenado


como resíduo perigoso.

- Quando em solução são encontrados cátions e ânions, se


utilizam trocadores em série.
TROCA IÔNICA
Aplicações
 Efluentes contendo metais ou outros íons como fosfato,
nitrato, cloreto e amônia
 Para desenvolvimento de processo de resina troca iônica
 Saber quais cátions e ânions presentes no efluente
 Determinação de sólidos totais
 Diminuir a dureza da água: os íons sódio trocam com os íons
magnésio e cálcio da água.
Desinfecção da água
- Oxidantes químicos:
• Dióxido de cloro
• Cloro
• Bromo, iodo
• Ozônio
• Permanganato de potássio
• Peróxido de hidrogênio
• Íons metálicos prata e cobre
As oxidação com ozônio e peróxido podem ser
combinados com UV
Desinfeção da água
Compostos que podem ser oxidados

- Alta reatividade
• fenóis, aldeídos, aminas aromáticas, tioálcool,
tioeter, sulfetos, cianetos e dissulfeto de carbono

- Média reatividade
• álcoois, alquil aromáticos substituídos
• aromáticos nitro substituídos
• grupo alquil insaturados
• acetonas, ácidos, ésteres e aminas
Desinfecção da água com
cloração
- Águas residuárias industriais e urbanas
• Eliminação de micro-organismos patogênicos
presentes na água, incluindo bactérias,
protozoários, vírus e parasitos, além de algas.
• Redução de DBO
• Redução de cor e odor
• Oxidação de íons metálicos (ferro e manganês)
• Oxidação de cianetos
A desinfecção é um processo seletivo, isto é, não destrói
todas as formas vivas e tampouco elimina todos os
organismos patogênicos.

A destruição completa das formas vivas é denominada esterilização.

O cloro (Cl2) pode ser aplicado na forma líquida ou gasosa.


- Cl2(g) – gás cloro
Transporte, manuseo e
- NaOCl – hipoclorito de sódio
armazenamento mais
- Ca(OCl)2 – hipoclorito de cálcio
seguro
AÇÃO DO CLORO NA ÁGUA ISENTA DE IMPUREZAS

Quando o cloro é adicionado na água na forma de gás Cl2, ocorre a seguinte


reação:

Dependendo do pH da água, o ácido hipocloroso, HClO, se dissocia, formando


hipoclorito ClO- :

O pH das águas naturais encontra-se normalmente na faixa em


que há presença tanto do HClO quanto do ClO-. Por exemplo,
para pH = 8, tem-se cerca de 22 % de HClO e 78 % de ClO-.
Ambos compostos possuem ação desinfetante e oxidante, porém,
o HClO é mais eficiente que o ClO-, na destruição dos micro-
organismos em geral.
O íon ClO- também pode estar em equilíbrio com os íons H+, o
que depende do pH, e, portanto, uma parcela do cloro disponível
tende a reagir com água para formar HClO e HCl.

O HCl formado reage com os compostos que conferem


alcalinidade natural à água ou com parte do alcalinizante
adicionado (quando introduzido), influindo dessa forma, no pH, o
qual, por sua vez, altera a dissociação do HClO.

O cloro presente na água, na forma de HClO ou ClO-, é


denominado “cloro residual disponível ou cloro livre”

Quando a água contém amônia ou compostos amoniacais, o


HClO reage com tais compostos para formar cloraminas.
AÇÃO DO CLORO NA ÁGUA CONTENDO AMÔNIA
O cloro combina-se com amônia e compostos amoniacais presentes na água,
sendo o teor de cloro residual denominado “cloro residual combinado”

As reações de formação de cloraminas são governadas pelo pH da água e pela


relação Cl2/NH3 – N. Com a diminuição do pH e aumento da relação Cl2/NH3 –
N, resultam compostos mais clorados, na sequência:
Quando há amônia de origem orgânica na água natural, a adição
de cloro concorre para a formação de cloraminas orgânicas, que
apresentam baixo poder de desinfecção.

Por isso, quando a desinfecção é feita por cloraminas, há


necessidade da adição de um sal de amônia (cloreto de amônia ou
sulfato de amônia), ou então, deve-se utilizar amônia no estado
gasoso(líquido).
Dentre as cloraminas, a dicloramina é a de maior poder de
desinfecção, porém, sua formação, assim como a de tricloramina,
não é desejável, pois conferem odor á água, dificultando sua
ingestão pelo ser humano.

Além do pH e da relação Cl2/NH3 – N, o tempo decorrido após


adição de cloro na água contendo amônia é outro fator a ser
considerado na formação de cloraminas.
FATORES QUE INFLUEM NA CLORAÇÃO
Os principais fatores que interferem na eficiência da cloração são:
dosagem de cloro, pH, temperatura (qualidade da água: turbidez,
cor verdadeira, metais, etc)

Para uma certa dosagem aplicada de cloro, quanto mais longo for
o tempo de contato, maior será a eficiência da desinfecção.

Na Tabela a seguir são apresentados os dados de um ensaio de


cloração do efluente de uma instalação de filtração direta
ascendente que se encontrava com turbidez de 0,5 uT e na qual foi
deliberadamente aumentada a taxa de filtração para produzir
picos de turbidez (e de organismos).

A água de estudo apresentou as seguintes características: pH =


6,7; turbidez = 1,8 uT; temperatura = 22 0C; NMP de coliformes
totais = 280/100 mL; UFC de bactérias heterotróficas = 226
colônias/mL.
DOSAGEM COLIFORMES TOTAIS (NMP/100 mL) ou UFC
DE CLORO de BACTÉRIAS HETEROTRÓFICAS
(mg/L) (colônias/mL) NOS TEMPOS DE CONTATO
5 min 10 min 30 min 60 min 120 min
NMP UFC NMP UFC NMP UFC NMP UFC NMP UFC

0,5 210 105 60 7 36 7 30 1 30 0


1,0 110 8 36 5 30 0 0 0 0 0
2,0 36 6 20 5 0 0 0 0 0 0
4,0 5 4 0 2 0 0 0 0 0 0
7,0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Cloração
- Desvantagem do cloro
• Elevada toxicidade que causa riscos para os operadores e
população por acidente

• Transporte perigoso

• Reage com a matéria orgânica e forma subprodutos, muitos deles


carcinogênicos e mutagênicos.

• Produz compostos com odor desagradável

• Residual de cloro na água pode ser tóxico para os organismos


aquáticos
Cloração
Oxidantes alternativos
Em decorrência da formação de subprodutos halogenados, como os
trialometanos (TAM) e ácidos haloacéticos com o uso do cloro,
surgiu o interesse por agentes oxidantes e desinfetantes alternativos.
Os principais agentes alternativos são:
- dióxido de cloro,
- ozônio
- cloraminas,
- permanganato de potássio,
- peróxido de hidrogênio
- radiação ultravioleta (UV)
- processos oxidativos avançados como Fenton e Fotofenton.

A escolha do agente oxidante e desinfetante depende essencialmente da qualidade da


água bruta, principalmente se contém elevada concentração de matéria orgânica
dissolvida, brometos e microrganismos patogênicos.
Oxidantes/Desinfetantes
Oxidantes/Desinfetantes
USO de Membranas
REFERÊNCIAS
• AMORIM, L.V; GOMES, C. M.; SILVA, F. L. H.; FRANÇA, K. B.; LIRA, H. L.;
FERREIRA, H. C. Uso da eletrodiálise na eliminação de Ca2+ e Mg2+ e sua
influência na reologia de dispersões de argilas bentoníticas da Paraíba,
Cerâmica, v. 51. p. 197-204, 2005.
• Di BERNARDO, L.; DI BERNARDO, A. & CENTURIONE FILHO, P. L. Ensaios de
tratabilidade de água e dos resíduos gerados em estações de tratamento
de água. São Carlos: Editora Rima, 237p, 2002.
• METCALF & EDDY. Wastewater engineering: treatment, disposal and
reuse. Ed. McGraw Hill. 1334p, 1993.
• NUNES, J. A. Tratamento físico-químico de águas residuárias industriais.
Aracajú: Editora triunfo. 299p, 2001.
• Anais do XXII Congresso da Abes, 2003.
• Notas de aula do prof. Luiz Di Bernando (USP)

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