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POLIMENTO TÉCNICO AUTOMOTIVO


O QUE É?
É um processo de correção de pintura, isto é, o polimento é uma técnica onde os especialistas no
serviço irão corrigir problemas na pintura do veículo, tais como: arranhões, manchas de seiva de
árvores, manchas de fezes de pássaros, manchas de chuva ácida, etc.

Estas correções só podem ser feitas caso o arranhão ou mancha ainda esteja na camada de verniz
do carro. Os carros, basicamente, possuem uma camada de primer acima da lataria, depois uma
camada de tinta (cor do carro) e por fim uma camada de verniz. Este verniz tem a finalidade de
dar brilho e proteger a tinta, e é nele que nós iremos trabalhar com o polimento.

O processo de polimento técnico automotivo consiste em 03 (três etapas):


- Corte;
- Refino; e
- Lustro.

Porém nós costumamos dizer que temos mais 5 etapas para um polimento técnico, sendo 4 antes
e 1 após o polimento. Antes do polimento devemos lavar e descontaminar a pintura do veículo,
em seguida avaliar, mapear e mascarar o veículo, a partir daí iniciar o polimento. Depois que o
carro for polido de maneira técnica, devemos executar a última etapa que é a proteção.

A sequência com todas as etapas seria:


- Lavagem com Descontaminação da Pintura;
- Avaliação da Pintura;
- Mapeamento da Pintura com um medidor de espessura;
- Mascaramento do veículo;
- Corte;
- Refino ou pré-lustro;
- Lustro; e
- Proteção.

ERROS COMUNS

O que é feito de errado nos polimentos em outros lugares e ninguém sabe?

• Alguns polimentos de oficina utilizam-se de massa de vidraceiro ou nenhuma forma de


descontaminação antes de iniciar o processo de polimento.
• Utilização de massa de polir agressiva com alto poder de mascaramento, onde os riscos,
arranhões e manchas ficam escondidos e o carro é entregue para o cliente. Após alguns
dias ou uma lavagem técnica com um shampoo de limpeza profunda, o produto
mascarante sai das peças e o cliente vai conseguir visualizar todos os problemas da
pintura.
• Sempre lixar o carro antes de polir. Não há necessidade de lixamento em todos os
polimentos, como alguns “polidores” de oficina dizem, o lixamento só é recomendado
caso o carro seja repintado ou o cliente queira um polimento espelhado.
• Realizar o polimento antes do tempo de cura total do verniz, caso o carro tenha sido
repintado. Pois após o polimento realiza-se a aplicação de algum protetor e se o verniz
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não tenha “curado” totalmente pode ocasionar bolhas na pintura devido à fechar os
poros enquanto o verniz esta secando.
• Fazer o lixamento de maneira NÃO orientada ocasionando arranhões que ficarão muito
mais difíceis de serem retirados no polimento.
• Mascaramento mal feito, deixando muita poeira dos compostos de polimento entre as
peças do veículo.
• Não utilizar o “revelador de hologramas” entre as etapas de polimento, dando uma falsa
impressão de que o polimento está pronto.
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TIPOS DE POLIMENTO
Hoje em dia nós temos visto muitos nomes diferentes para cada tipo de polimento, nomes estes
que normalmente são utilizados com a intenção de chamar a atenção dos clientes, que
dificilmente conhecem do assunto.

Porém, nós que somos técnicos (detailers), fazemos a utilização das seguintes nomenclaturas,
listando alguns tipos de polimentos que podem ser realizados:

- Polimento Comercial;
Este processo é realizado com um produto de polimento 3 em 1 ou 4 em 1, onde as 03
(três) etapas são reduzidas para 01 (uma) apenas. A intenção deste tipo de polimento é reduzir
os custos do profissional, para proporcionar um preço mais baixo para o cliente, porém o
resultado não é comparado com o de um polimento técnico, pois não busca a perfeição de
cada etapa para a finalização com um protetor.

- Polimento Técnico;
Neste polimento, nós realizamos todas as 3 etapas do polimento, corte, refino e lustro. A
intenção é realmente corrigir a pintura do veículo, retirando os arranhões, manchas e marcas que
podem ser retiradas e proporcionando um resultado de brilho e intensidade de cor fantásticos.

- Polimento Cristalizado;
Neste tipo de polimento realizamos as 3 etapas do processo técnico (corte, refino e lustro), e por
fim aplicamos uma cera sintética cristalizadora para proteger a pintura.

- Polimento com Aplicação de Cera Natural;


Neste tipo de polimento realizamos as 3 etapas do processo técnico (corte, refino e lustro), e
por fim aplicamos uma cera natural, normalmente de carnaúba, para proteger a pintura.

- Polimento com Aplicação de Selante;


Neste tipo de polimento realizamos as 3 etapas do processo técnico (corte, refino e lustro), e por
fim aplicamos um selante sintético, para proteger a pintura.

- Polimento Espelhado;
Neste tipo de polimento, a única diferença é que antes de realizarmos as etapas de polimento
técnico, nós devemos lixar todo o veículo, para darmos o efeito de “espelho”, apenas isso. Isso
torna o polimento espelhado ou espelhamento de pintura. Após o polimento podemos aplicar
uma cera protetora, um selante ou um vitrificador. Cabe ressaltar que o processo de lixamento
neste caso é muito técnico, fazemos utilização de lixas 2000, 3000 trizact e 5000 trizact.

- Polimento Vitrificado.
Neste tipo de polimento realizamos as 3 etapas do processo técnico (corte, refino e lustro), e por
fim aplicamos um produto vitrificador, que protege a pintura criando uma “camada de vidro”
por cima da pintura. Após a aplicação do vitrificador podemos aplicar uma cera para proteger
ainda mais.

Todos os tipos, quando são realizados polimentos técnicos, são o mesmo processo de
polimento, o que os diferencia são as aplicações de ceras, selantes e vitrificadores no final
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do processo, ou o lixamento de todo o veículo antes do polimento. Devemos prestar


atenção também nos tipos de tinta veiculares, pois temos a pintura com tinta normal,
porém temos a pintura realizada com tinta PU (poliuretano), ou seja, a tinta sendo PU, nós
temos a camada de verniz e a camada de tinta juntas, o verniz é misturado na tinta, com
isso podemos retirar quase todos os arranhões sem medo de passar do verniz. Sendo que a
desvantagem é que sai muita tinta quando estamos fazendo o polimento, isso faz com que
as boinas fiquem muito sujas e precisem ser limpas ou lavadas.
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AVALIAÇÃO DA PINTURA DO VEÍCULO


Devemos avaliar a pintura do veículo para indicar quais os tipos de polimento serão indicados
para aquela situação. Neste sentido, fazemos uma análise de toda a pintura do carro e
verificamos a espessura do verniz do veículo com um aparelho medidor de espessura.

Com isso, podemos indicar quais tipos de polimento o cliente pode escolher para o seu carro
sem correr risco de danificar a pintura e pricipalmente criando uma proteção adequada após o
polimento.

É importante na avaliação da pintura do carro, verificar quais arranhões devem sair com o
polimento, e quais arranhões possivelmente não irão sair, pois se o arranhão está apenas na
camada do verniz, nós conseguimos retirá-lo com o polimento, porém se ele atingir a camada de
tinta ou primer, o polimento não irá resolver (pode inclusive acentuar o arranhão ou disfarçá-lo).
Isso deve ser passado para o cliente antes da execução do serviço.

Abaixo conseguimos identificar alguns exemplos de contaminações e riscos nas pinturas automotivas

• Overspray (névoa de tinta), poeira de freio, poluição industrial e contaminante de ferro


– todos estes contaminantes estão acima da camada de verniz e criam aquele toque
áspero na pintura, mesmo após o carro ser lavado. Além de fazerem com que a pintura
comece a perder o brilho e a intensidade da cor, auxiliam fazendo com que o carro suje
mutio mais facilmente, pois a sujeira acaba se ancorando nas contaminações que estão
nesta superfície áspera.

• Swirls (redemoinhos)
- São aquelas marcas de micro arranhões normalmente causadas por processos de
lavagem ou secagem incorretas, nós costumamos chamá-las de “teias de aranha”, o
acúmulo destes swirls fazem com que a pintura fique meio fosca e muito feia, os
clientes normalmente dizem que a pintura está “sem vida”.
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• Riscos Leves
- São riscos ou arranhões bem leves, um pouco mais fortes que os swirls.

• Riscos Médios
- São mais fundos que os riscos leves, entretanto não atingiram a camada de tinta ainda.

• Riscos até a Base


- Estes são riscos bastante fundos, nós percebemos que a cor do carro não mudou no risco,
mas o verniz já foi retirado por completo, deixando a tinta exposta. Nestes riscos fazemos o
“teste da unha”, a unha fica agarrada dentro do risco. Neste caso, o polimento não
conseguirá retirar o arranhão 100%. O risco permanecerá exposto, o que nós recomendamos
é que o cliente faça uma pintura na peça ou no mínimo utilize uma caneta preenchedora de
riscos para proteger e amenizar o risco.

• Riscos até o Primer


- São riscos que foram tão fundos que nós conseguimos verificar que tirou até a tinta do
veículo, normalmente vemos uma cor cinza ou mais esbranquiçada, Neste caso o polimento
também não conseguirá corrigir 100% do problema. O risco permanecerá exposto, o que
nós recomendamos é que o cliente faça uma pintura na peça ou no mínimo utilize uma
caneta preenchedora de riscos para proteger e amenizar o risco.

DEFINIÇÃO DE BRILHO
Na Física, o brilho corresponde à quantidade de fluxo luminoso emitido. Esta luminosidade está
relacionada com o número de partículas por unidade de superfície e também pela unidade de
tempo em um feixe de luz.

Ou seja, o brilho é emitido pela quantidade de fluxo luminoso emitido por uma superfície que
reflete luz. Sendo assim, quanto mais plana e lisa a superfície, maior será o fluxo luminoso
emitido e com uma direção retilínea.

Nós só conseguimos ver um maior brilho refletido, quando a superfície está plana, daí a
importância de um polimento técnico realizado com excelência, quanto mais plana a superfície,
mais brilho, intensidade de cor e reflexo na pintura.
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Esta representação se refere à nossa percepção de reflexo e brilho quando a luz é refletida em
alguma superfície.

Fatores que Afetam o Brilho da Pintura (Riscos)

1- A refração de luz é uniforme numa superfície regular.


2- Quando há sulcos na pintura a refração de luz é distorcida, por isso os riscos se tornam
mais eminentes.
Por isso a necessidade de polir a superfície para realçar o brilho.
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Fatores que Afetam o Brilho da Pintura (Chuva ácida)

Ao longo das últimas décadas têm sido reportadas leituras de pH na água de gotas de chuva e
em gotículas de nevoeiro, colhidas em regiões industrializadas, com valores inferiores a 2,4, a
mesma acidez do vinagre.

A precipitação ácida com origem industrial é um sério problema em países onde se


queimam carvões ricos em enxofre para gerar calor e eletricidade, como a China e a Rússia.
Embora com outras origens, com destaque para o tráfego automóvel, o problema afeta vastas
regiões da Europa e das Américas.

Análise Das Camadas Que Compõe A Pintura Automotiva

• A última camada é o que chamamos de verniz, o mais espesso de todas a camadas que
compõem a pintura do carro. Ele é límpido e transparente e sua função é dar o brilho
para a carroceria e proteger a camada de tinta.

• A camada de tinta é o que dá a cor para o carro.

• Camada de tinta intermediária, sua função é proteger o base coat e também dar melhor
liga entre das camadas superiores com a carroceria.

• A camada de Primer sela a chapa de aço com a função antioxidante.

Com o Polimento Técnico nós conseguimos corrigir os problemas concentrados na camada


de verniz. O processo é feito com um conjunto de fatores, dentre eles: uma politriz, seja ela
rotativa ou roto orbital, boinas de lã ou de espuma e um composto de polimento. Este
conjunto em execução realiza um desbaste da camada de verniz por abrasividade, com
isso retiramos as imperfeições deixando a camada de verniz o mais plana possível.
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Aqui temos a ilustração de uma correção de micro riscos (SWIRLS), onde o polimento deixa a
superfície plana, polida. Lembrando que o polimento só corrige arranhões, imperfeições e
manchas que se encontram na camada de VERNIZ. A maioria desses riscos e microriscos é
causado por lavagens incorretas com produto errado, acessório e/ou equipamento inadequado
alinhados com a falta de técnica para a execução da lavagem automotiva.
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Conhecimento dos Equipamentos e Acessórios

• Politriz Rotativa – É um equipamento que se faz necessário para a execução de qualquer


polimento, possui um alto poder de corte por ser rotativa e proporcionar maior aumento
de temperatura e concentração de movimentos em uma área. Seu prato pode ser trocado
de acordo com o tamanho da boina e também pode ser prolongado. Possui regulagem de
velocidade de rotação e algumas possuem diversos suportes para o operador segurar a
máquina. Outra peculiaridade é que as máquinas rotativas normalmente são mais
pesadas e mais difíceis de operar pois são mais agressivas e “puxam” muito. Sempre ter
atenção durante a execução para não deixar que a máquina esquente muito, nem
esquente muito a boina, podendo danificá-la e muito menos esquentar muito a peça para
não queimar a pintura do veículo. Esta máquina também aumenta a possibilidade de
deixar marcas de execução durante o processo de polimento, pois como já falamos ela é
muito forte, com isso acelera o processo porém pode deixar mais marcas que terão que
ser corrigidas nas próximas etapas do polimento.

• Politriz Roto Orbital – É o complemento da politriz Rotativa, se possível, o polidor


deve ter as 2 máquinas, porque enquanto a Rotativa tem muito poder de corte, porém
esquenta mais e tem mais possibilidade de deixar marcas durante o processo, a politriz
ROTO ORBITAL possui menor poder de corte, mas esquenta MENOS, tem menos
possibilidade de deixar marcas pois o seu movimento é mais suave e proporciona um
melhor acabamento. Atenção para os modelos, pois as roto orbitais não possuem
diversos pratos e prolongadores para os suportes de boinas, sendo assim o polidor fica
meio restrito com relação à alcançar alguns pontos específicos do carro. Esta máquina
também possui regulagem de velocidade de rotação e sua rotação é especial, pois ela faz
um movimento rotacional juntamente com um movimento orbital, isso faz com que o
acabamento, por ela proporcionado, seja muito mais efetivo. Cabe ressaltar que temos
politrizes Roto Orbitais de vários tipos diferentes, com rotações livres e forçadas, de
8mm de 15mm, de 21mm, cada uma tem a sua especificação.
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Roto Orbital 2” Pneumática Lixadeira Hookit Pneumática

Tipos de Boinas Aplicadores Flanelas


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Conhecimento dos Produtos


Para realizarmos um polimento devemos ter o conhecimento dos produtos que deverão ser
aplicados em cada etapa: CORTE – REFINO – LUSTRO

Produtos de corte, refino e lustro da marca LINCON

Produtos de corte, refino e lustro da marca MENZERNA

PROTEÇÕES

Cera Carnaúba Selante Sintético Vitrificador


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Conhecimento das Técnicas


O polimento "feito por detailers" é um procedimento totalmente técnico.
SEMPRE PRIORIZAMOS A CAMADA DE VERNIZ, quanto menos desbaste feito, melhor.

Utiliza-se sempre a sequência do “Menor pro Maior”. Sempre antes de começar um processo,
estuda-se a pintura utilizando o medidor de espessura e a partir daí começamos com os produtos
de menor corte, para ver se resolvemos o problema, caso isso não tenha resultado passa-se para
um produto de maior poder de corte e assim por diante.

Utilizamos vários tipos de boinas no processo, boinas de lã ou de espuma, de diferentes graus de


corte, com isso cada polimento deve ter seu próprio “setup” para otimizar o processo.

Para iniciarmos um polimento técnico devemos respeitar toda a sequência de atividades que
envolvem TODO o processo de um polimento.

- Lavagem com Descontaminação de Pintura;


Primeiro vamos realizar uma lavagem técnica, de preferência utilizando um shampoo
automotivo de limpeza profunda ou com capacidade de descontaminação. Terminada a lavagem,
fazemos a descontaminação da pintura com Clay Bar.

- Avaliação da Pintura;
Na avaliação da pintura iremos verificar minunciosamente o real estado da pintura do veículo,
com isso conseguiremos identificar os problemas e dificuldades que iremos enfrentar durante o
polimento e também informar ao cliente quais os possíveis arranhões que não serão retirados no
processo de polimento, pois atingiram a tinta ou o primer. Isso é muito importante para que o
cliente não crie falsas expectativas com o polimento, imaginando que TODOS os arranhões,
independente se são riscos leves, médios ou profundos, irão sumir no polimento.

- Mapeamento da Pintura;
Com o carro já limpo e descontaminado, nós iremos utilizar o medidor de espessura para fazer
um levantamento de quantos mícrons existem na camada de verniz da pintura, as informações
obtidas pelo aparelho nos darão mais segurança para iniciar o polimento ou nos informarão para
que tenhámos mais cuidado ainda ou até mesmo façam com que não realizemos o polimento
devido à uma camada de verniz muito fina.

- Mascaramento do veículo;
Depois do mapeamento devemos mascarar o carro utilizando os papeis, plásticos e fitas para
isolar todas as partes que não serão polidas. Esta fase é muito importante para proteger as partes
do carro para que estas não fiquem sujas de pó e pasta de polir.

- Corte;
É a primeira etapa de polimento propriamente dito, esta etapa possui maior abrasividade.

- Refino ou pré-lustro;
É a segunda etapa de polimento, dando continuidade e acabamento no processo de corte que já
foi realizado.
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- Lustro; e
É a última etapa de polimento, possui muito pouca abrasividade, é a finalização do polimento
com a função de potencializar o brilho e o resultado obtido no polimento.

- Proteção.
Com o polimento finalizado, após o lustro, devemos realiar uma lavagem técnica com um
shampoo descontaminante para que iniciemos a aplicação de alguma proteção na pintura.
Podemos utilizar ceras, selantes ou vitrificadores para proporcionarmos um resultado ainda mais
impactante, com mais brilho, intensidade de cor e reflexo, além da capacidade de proteção que
cada produto proporciona.
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MAPEAMENTO DA PINTURA

Antes de realizarmos o polimento, devemos mapear a pintura de


todo o veículo para sabermos a quantidade de mícrons que o
verniz ainda tem, com isso saberemos quais processos podemos
fazer, se podemos utilizar produtos e equipamentos mais
abrasivos ou não.

Para mapear o veículo devemos imprimir a “blue print”


daquele carro, com o modelo e ano de fabricação. A partir daí
vamos anotando todas as informações necessárias para o
polimento daquele carro.

Utiliza-se o aparelho medidor de espessura para verificar quantos mícrons a pintura ainda tem.

A quantidade média de mícrons é de aproximadamente 150 nos carros com pintura de fábrica,
com 30 a 50 mícrons de verniz dentro deste total de 150. Esta etapa é muito importante, pois
sem ela nós poderíamos atingir a camada de tinta do carro e se o processo chegar na tinta o
problema só será resolvido fazendo uma repintura.

MASCARAMENTO DO VEÍCULO
Depois do mapeamento devemos mascarar o carro utilizando os papeis, plásticos e fitas para
isolar todas as partes que não serão polidas. Esta fase é muito importante para proteger as partes
do carro para que estas não fiquem sujas de pó e pasta de polir.
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ETAPAS DO POLIMENTO

1ª – CORTE
É a etapa com mais abrasividade, ou seja, a etapa que tem mais poder de desbaste do verniz.
Nesta etapa podemos utilizar boinas de lã ou de espuma e um produto específico de CORTE.
Podemos utilizar a politriz Rotativa ou Roto Orbital para a execução.
Cabe ressaltar que a politriz ROTATIVA tem maior abrasividade do que a ROTO ORBITAL.
A Roto Orbital é mais indicada para acabamento.
ROTATIVA utilizada entre 1200 a 1900 RPM.
ROTO ORBITAL utilizada em 3 ou 4.

2ª – REFINO
É uma etapa com menos abrasividade que o CORTE, porém é realizada para
retirar arranhões mais leves e também retirar as marcas deixadas pela primeira etapa,
pois na etapa do CORTE o polimento é feito para retirar os arranhões médios e
leves, porém a própria etapa deixa marcas da boina utilizada no processo.
Podemos utilizar boinas de lã ou espuma.
ROTATIVA utilizada entre 1200 a 1900 RPM.
ROTO ORBITAL utilizada em 3 ou 4.

3ª – LUSTRO
É a etapa de acabamento, possui pouca abrasividade, porém consegue retirar micro arranhões,
hologramas e também retirar as marcas deixadas pela segunda etapa (REFINO), pois na etapa
do REFINO o polimento é feito com menos abrasividade, contudo ainda deixa marcas.
É a última etapa do polimento. Ao final desta etapa o polimento foi finalizado.
Podemos utilizar boinas de lã ou espuma.
Neste etapa recomendamos a utilização de uma politriz ROTO ORBITAL, pois ela é muito mais
indicada para um melhor acabamento.
ROTATIVA utilizada entre 800 a 1500 RPM.
ROTO ORBITAL utilizada em 2 ou 3.

SUPER LUSTRO
Não faz parte das etapas de um polimento convencional. É uma etapa onde é utilizado um
produto para acabamento detalhado. Como o próprio nome diz, indicado para realizar um super
lustro, deixando a pintura com muito mais brilho e perfeição.

ESPECIFICAÇÃO DAS BOINAS DE ACORDO COM A ABRASIVIDADE:

BOINAS DE LÃ – maior abrasividade


BOINAS DE ESPUMA – menor abrasividade

OBS.: Temos diversos tipos de boinas de lã e de espuma, além de boinas de microfibra, de lã de


vidro, boinas híbridas, boinas de jeans, etc., cada uma com um nível de abrasividade diferente,
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existem boinas para corte, refino e lustro tanto de lã quanto de espuma (verificar quando for
usar, normalmente são diferenciadas pelas cores e pela densidade).

PROTEÇÃO DA PINTURA

Após a lavagem técnica do veículo, é indicado fazer algum tipo de proteção da pintura, pois
além de proteger a pintura, o produto escolhido proporciona um embelezamento fantástico e
mantém o carro limpo por mais tempo.

Temos diversos tipos de proteção de pintura:


- CERAS
- SELANTES
- VITRIFICADORES

CERAS
• Cera de Carnaúba – protege a pintura do carro e a maioria delas da um efeito de brilho
molhado na pintura. Duração de 4 a 6 semanas de proteção, fazendo a manutenção com
a lavagem técnica (indicado para carro preto, azul escuro, cinza escuro e vermelho).

• Cera Sintética ou Cristalizadora – protege a pintura do carro e da um efeito de brilho


aprofundado na pintura. Duração de 3 a 6 meses, algumas hoje prometem até 12 meses
de proteção, fazendo a manutenção com a lavagem técnica (indicado para todas as
cores).

SELANTE SINTÉTICO
• Protege a pintura do carro e proporciona um brilho fantástico. Seu diferencial é que este
produto tem uma duração de aproximadamente 12 meses, fazendo a manutenção com a
lavagem técnica.

VITRIFICADOR
• Cria uma superfície vitrificada em cima do verniz do carro, ou seja, aumenta bastante a
camada protetora da pintura do carro além da dureza do produto que eleva a resistência
a micro riscos. É muito indicado para ser aplicado após um polimento técnico, pois o
polimento desbasta um pouco do verniz. A composição do vitrificador geralmente é o
quartzo, que é aplicado no estado líquido, mas rapidamente se transforma para o estado
sólido criando esta camada de vidro que protege muito a pintura do carro, evitando
diversos arranhões e marcas de manchas.
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POLIMENTOS ESPECÍFICOS
• Faróis
É o mesmo procedimento de polimento, contudo o lixamento é muito importante no
polimento dos faróis, em 90% dos casos deve haver um lixamento técnico antes de
iniciarmos as etapas de polimento. Nos faróis podemos iniciar com uma lixa nr 800 se
for o caso e depois utilizamos uma lixa 1200 e depois uma 2000 para depois fazermos
um polimento com corte, refino e lustro, igual ao processo na pintura. Podemos ir
lixando até a lixa 5000 trizact se o profissional quiser fazer um lixamento mais técnico.
(Nos faróis também temos uma camada de verniz, sendo assim podemos lixar, caso seja
necessário, para tirar aqueles amarelados)
- Também podemos fazer a vitrificação nos faróis para protegê-los.

• Cromados
É o mesmo procedimento de polimento sendo que existem produtos específicos para
cromados também. Existem produtos para limpar e também para lustrar os cromados e
metais.
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LIXAMENTO DA PINTURA

Caso o carro tenha sido repintado, devemos analisar e indicar um lixamento antes do processo
de polimento, pois com isso, a superfície repintada, que normalmente está muito “grossa”, vai
ser nivelada e preparada para um polimento técnico. Abaixo temos uma representação de uma
superfície que foi repintada.

Todo o lixamento deve ser feito de maneira “orientada”, isto é, com movimentos horizontais e
verticais, não devemos fazer movimentos circulares, durante o lixamento a pintura vai ficando
fosca, isso é normal. É muito importante sempre fazermos o lixamento “refinado”, onde
iniciamos com uma lixa 1500 e depois refinamos com uma lixa 2000 e depois uma 2500 e assim
por diante até a lixa 5000, que será praticamente um pré polimento.

Outro ponto importante que deve ser respeitado é que para um refino do lixamento, não
devemos dobrar a numeração do grão da lixa, pois o poder de corte não refinará o resultado
proporcionado pela lixa de menor abrasividade, com isso não será realizado um refino perfeito.
Indicamos um processo de lixamento com uma lixa 2000, depois uma lixa 3000 e por fim uma
lixa 5000. É claro que sempre devemos avaliar a situação da pintura do veículo para montarmos
um “setup” ideal para cada situação.

Um lixamento de pintura automotiva é um processo bastante minuncioso onde sempre devemos


verificar o quanto de verniz possui na pintura para que não corramos o risco de retirar todo o
verniz e marcar a tinta ou até mesmo retirar tinta da pintura.

A 3M indica o lixamento circular SOMENTE quando são utilizadas lixas TRIZACT 3000 e
5000, pois de acordo com o processo “one step” (1 composto para todas as etapas do processo)
as lixas trizact 3000 e 5000 já fazem parte do processo de polimento técnico.

Hoje temos lixas em folha, lixas trizact retangulares, lixas circulares, dentre outros tipos.
Sempre devemos utilizar as lixas com seus respectivos tacos e suportes de mão.

CUIDADO: sempre ter cautela ao realizar lixamento nos vincos e cantinhos das peças, pois a
probabilidade de retirar todo o verniz e danificar a tinta é muito grante nestes pontos.
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LIXAS EM FOLHA

LIXAS TRIZACT RETANGULARES

LIXAS TRIZACT CIRCULARES

SUPORTES PARA LIXAS


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A importância da VITRIFICAÇÃO

O brilho da pintura é o reflexo de luz de uma superfície limpa, livre de contaminações e riscos.
Assim como no nosso corpo, existem métodos eficientes de “tratamento” para quando estamos
doentes, mas o melhor tratamento ainda é a prevenção. E para a pintura existe a prevenção?

As ceras tradicionais são materiais moles que conferem brilho temporário, amolece ao sol e
após algumas lavagens já não protegem mais a pintura. Como as ceras são materiais moles não
conseguem proteger contra riscos e lesões de lavagens, por exemplo.

Os processos comumente usados são métodos reparadores que não conseguem proteger seu
carro por muito tempo, ou seja, o processo de polimento faz-se necessário com frequência. Se a
pintura possui cerca de 35 mícrons de verniz num carro novo, quantos polimentos seu carro
suportará?

A solução é o revestimento duro vitrificante, uma duradoura camada de vidro que envolve a
pintura de seu carro numa película extremamente dura e transparente que protegerá seu carro
por muito mais tempo.

Atualmente os veículos são pintados com tintas e vernizes a base de água devido a questões
ambientais com camadas cada vez mais finas e o polimento em excesso pode causar danos
irreversíveis a pintura.
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Análise de Dureza

ESCALA MOHS
A Escala de Mohs quantifica a dureza dos minerais, isto é, a resistência que um determinado
mineral oferece ao risco, ou seja, à retirada de partículas da sua superfície. O diamante risca o
vidro, portanto, é mais duro que o vidro. Esta escala foi criada em 1812 pelo mineralogista
alemão Friedrich Mohs com 10 minerais de diferentes durezas existentes na crosta terrestre.
Atribuiu valores de 1 a 10. O valor de dureza 1 foi dado ao material menos duro da escala, que é
o talco, e o valor 10 dado ao diamente que é a substância mais dura conhecida na natureza. Esta
escala não corresponde à dureza absoluta de um material. Por exemplo, o diamante tem dureza
absoluta 1.500 vezes superior à do talco. Entre 1 e 9, a dureza aumenta de modo mais ou menos
uniforme, mas de 9 para 10 há uma diferenças muito acentuada, pois o diamante é muito mais
duro que o coríndon (ou seja, que o rubi e a safira).
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Vitrificadores de Pintura

SiO2 (7h)
O composto químico dióxido de silício, também conhecido como sílica, é
o óxido de silício cuja fórmula química é SiO2. Em seu estado natural pode ser encontrado em
diversas formas. Possui 17 formas cristalinas distintas, entre elas o quartzo, o topázio e
a ametista. A sílica é o principal componente da areia e a principal matéria prima para o vidro.
Também é usado na fabricação de cimento Portland. É um dos óxidos mais abundantes
na crosta terrestre. Ocorre na forma de pedra, areia, quartzo, etc. Pode ter pureza de até 99,9%
de SiO2. Usada principalmente na indústria eletro-eletrônica. É matéria-prima básica para a
produção de vidro. Com óxido de boro produz vidros resistentes a altas temperaturas e choques
térmicos, muitas vezes conhecidos pelo nome comercial pirex. A sílica fundida de alta pureza
pode por si ser usada para vidros de alta resistência térmica e mecânica (usados em naves
espaciais). O quartzo tem propriedades piezelétricas e, por isso, bastante empregado em
componentes eletrônicos que fazem uso deste fenômeno.

Nano Cerâmica (9H)


Um revestimento nanocerâmico líquido e transparente, que pode ser aplicado na pintura do
veículo para proporcionar o resultado estético e uma proteção 9H de dureza. Após a cura
completa, o revestimento se transformará em um escudo de vidro permanente, porém flexível.
Pode ser descrito como uma camada adicional ao verniz, porém com propriedades auto-
limpantes e dureza muito maior.

Alguns tipos de vitrificadores automotivos que temos no mercado


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Proteção proporcionada pela Vitrificação de Pintura


Incidência de Chuva Ácida

Chuva e pó contém minerais e no processo de evaporação os elementos sólidos como sódio, por
exemplo, calcificam-se sobre a pintura formando uma mancha branca nas bordas. Essas
manchas são conhecidas como marcas d’água que ao longo do tempo pode danificar a pintura
tornando necessário o polimento.
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Incidência de Ácumulo de Sujeira

Nesta ilustração conseguimos verificar a incidência de sujeiras que vão se acumulando na


pintura do veículo e com o tempo a chuva e o sol vão fazendo com que penetrem nos poros do
verniz, causando perca de brilho e intensidade da cor do carro, isto quando o verniz está sem
qualquer tipo de proteção. Logo em seguida temos a demonstração da incidência da mesma
sujeira, porém desta vez numa superfície com uma película de proteção de vitrificador de
pintura.
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RECOMENDAÇÕES
• Para qualquer tipo de polimento que for ser realizado nós devemos lavar o carro com
um shampoo descontaminante e utilizar a CLAY BAR para descontaminar a superfície
antes de iniciar as etapas de polimento.
• Todo o tipo de serviço que for realizado nos carros deve ser feito na sombra e com a
superfície fria, principalmente o POLIMENTO.
• Caso o capô esteja quente recomenda-se abrir e deixar esfriar para começar o processo.
• Manchas de seiva de árvore ou dejetos de animais, como passarinhos ou morcegos são
retirados facilmente com a aplicação de CLAY BAR, lubrificando a superfície com uma
cera líquida ou um produto de lavagem a seco para passar a Clay bar. É importante
lembrar que se a mancha estiver há muitos dias na lataria ela deve ter entrado bastante
no verniz, daí só a Clay bar não irá retirar, será necessário um polimento.
• Utilizar os equipamentos e produtos específicos para executar cada de etapa do
polimento.
• Atenção para os “vincos” do carro, pois neste local a pintura é mais delicada.
• Preocupação com homogeneidade dos processos, ou seja, as partes lixadas e polidas
devem receber o mesmo grau de lixamento ou a mesma quantidade de produto, isso
tudo de uma maneira igual para todas as partes.
• Cuidado na retirada e isolamento das placas, pois a maioria das placas traseiras possuem
lacres do Detran, daí a necessidade de desmontar e isolar com uma flanela de microfibra.
• Sempre redobrar a atenção ao realizar o polimento perto da placa que está isolada, pois
se a politriz bater na placa em alta rotação causará um dano muito grande.
• Caso tenha alguma dúvida de qual equipamento ou produto utilizar no processo entre
em contato com o Marcelo Calixto da i9 Car para não executar algum processo de
maneira inadequada.
• Cuidado na aplicação dos vitrificadores, pois cada um tem um modo específico de
utilização.
• Sempre utilizar um revelador de hologramas entre as etapas do polimento para verificar
o resultado real.
• Atenção ao utilizar o revelador de hologramas, pois alguns possuem corantes e podem
reagir com o vitrificador ou algum protetivo utilizado no veículo.
• Sempre lavar o carro com um shampoo de limpeza profunda antes de aplicar qualquer
proteção, seja ela vitrificador, selantes ou ceras.
• Conferir toda a limpeza pós polimento, pois os cantinhos e frestinhas sempre ficam com
muita poeira dos produtos de polimento, isso prejudica a entrega do veículo.
• Confie na técnica e execute os processos com tranquilidade e paciência, o Polimento
Técnico é muito artesanal e precisa de tempo para ser executado.

PARABÉNS DETAILER!
VAMOS TRABALHAR BUSCANDO SEMPRE A EXCELÊNCIA!
Façamos a diferença! Sejamos a diferença!
Conte com a i9 Car sempre!

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