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MATEMÁTICA PARA ECONOMIA

Unidade II
5 FUNÇÕES

5.1 Conceitos introdutórios

Nesse tópico, alguns conceitos preliminares ao estudo de funções serão apresentados, tais como:
plano cartesiano e relações entre conjuntos.

5.1.1 Plano cartesiano

O plano cartesiano é formado por duas retas reais perpendiculares, denominadas eixo x e y. O ponto
de cruzamento dessas retas é denominado origem dos eixos, pois representa o início da contagem dos
eixos x e y e tem o zero como marcador.

Os eixos x e y dividem o plano em quatro áreas, os quadrantes, que são organizados no sentido anti-
horário e numerados em ordem crescente, com início em 1.

A ilustração a seguir apresenta o plano cartesiano e seus principais componentes:


y (eixo das ordenadas)

2º quadrante 1º quadrante

0 x (eixo das abscissas)

Ponto de origem

3º quadrante 4º quadrante

Figura 32

53
Unidade II

Observação

O eixo y também é chamado de eixo das ordenadas ou eixo vertical e o


eixo x também é chamado de eixo das abscissas ou eixo horizontal.

5.1.2 Par ordenado

Um par ordenado (a;b) representa um único ponto no plano cartesiano e vice-versa. O par ordenado
pode ser representado matematicamente da seguinte forma:

b P=(a; b)

0 a x

Figura 33

Observação

A notação do ponto P pode ser P = (a;b), P (a;b) ou P ↔ (a;b).

Observe, na ilustração, alguns exemplos de pontos representados no plano cartesiano:

3 A

C 2
1 B

–2 0 1 2 x

–2
E
D –3

Figura 34

54
MATEMÁTICA PARA ECONOMIA

A = (1;3) ou A (1;3) ou A ↔ (1;3).

B = (2;1) ou B (2;1) ou B ↔ (2;1).

C = (-2;2) ou C (-2;2) ou C ↔ (-2;2).

D = (-2;-3) ou D (-2;-3) ou D ↔ (-2;-3).

E = (2;-2) ou E (2;-2) ou E ↔ (2;-2).

5.1.3 Produto cartesiano (AxB)

O produto cartesiano de AxB é o conjunto de todos os pares ordenados (x;y), tal que x pertença ao
conjunto A e y ao B, sendo que A e B não podem ser dois conjuntos vazios.

A notação matemática que representa o produto cartesiano é: A x B = {x |x ∈ A e y ∈ B}.

Existem diversas formas de representar o produto cartesiano, tais como a notação de conjuntos, o
diagrama de flechas e o próprio plano cartesiano. Vejamos alguns exemplos:

Dados os conjuntos A = {-2;3} e B = {0;1;3}, temos os seguintes produtos cartesianos:

Exemplo 1

Produto cartesiano AxB

AxB = {(-2;0), (-2;1), (-2;3), (3;0), (3;1), (3;3)}

O produto cartesiano AxB representado no diagrama de flechas:

AxB
A B
0
–2

1
3
3

Figura 35

55
Unidade II

O produto cartesiano AxB representado no plano cartesiano:

–3 –2 –1 0 1 2 3 x

–1

–2

–3

Figura 36

Lembrete

O plano cartesiano é formado por duas retas reais perpendiculares,


denominadas eixo x e y. O ponto de cruzamento dessas retas é denominado
origem dos eixos, pois representa o início da contagem dos eixos x e y e tem
o zero como marcador.

Exemplo 2

Produto cartesiano BxA

BxA= {(0;-2), (0;3), (1;-2), (1;3), (3;-2), (3;3)}

O produto cartesiano BxA representado no diagrama de flechas:

BxA
B A
0
–2
1
3
3

Figura 37

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MATEMÁTICA PARA ECONOMIA

O produto cartesiano BxA representado no plano cartesiano:

–3 –2 –1 0 1 2 3 x

–1

–2

–3

Figura 38

Exemplo 3

Produto cartesiano AxA

A2 = AxA = {(-2;-2), (-2;3), (3;-2), (3;3)}

O produto cartesiano AxA representado no diagrama de flechas:

AxB
A B

–2 –2

3 3

Figura 39

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Unidade II

O produto cartesiano AxA representado no plano cartesiano:

–3 –2 –1 0 1 2 3 x

–1

–2

–3

Figura 40

5.1.4 Relações

A relação de A em B é qualquer subconjunto do produto cartesiano AxB, sendo que A e B não podem
ser dois conjuntos vazios. Uma relação R de A em B é denotada pelo símbolo R: A → B.

Por exemplo:

Dados os conjuntos A = {-2;3} e B = {0;1;3}, temos AxB = {(-2;0), (-2;1), (-2;3), (3;0), (3;1), (3;3)},
sendo R1, R2 e R3, descritas a seguir, relações de A em B:

R1= {(-2;0), (-2;1), (-2;3)}

R2= {(-2;3), (3;0)}

R3= {(-2;0), (-2;1), (3;1), (3;3)}

Observe que R1, R2 e R3 são subconjuntos do produto cartesiano AxB.

5.1.5 Domínio e imagem

Em uma relação R de A em B, um par ordenado (x;y) associa x a y, no qual y é denominado imagem


de x em R.

Por exemplo, na relação ilustrada no diagrama a seguir, note que:

• o 1 do conjunto A está associado ao 0 do conjunto B;


58
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• o 2 do conjunto A está associado ao 4 do conjunto B;

• o 4 do conjunto A está associado ao 6 e ao 8 do conjunto B.

R2: A→B
A B
1 1
2 2

3 3

4 4
5

Figura 41

Assim, podemos dizer que:

• 0 é a imagem de 1;

• 4 é a imagem de 2;

• 6 e 8 são imagens de 4.

Note ainda que o elemento 3 do conjunto A não está associado a qualquer elemento de B e que o 2
do conjunto B não é imagem de nenhum elemento do conjunto A.

Considerando uma relação R qualquer de A em B, denominam-se domínio e imagem os seguintes


conjuntos:

• domínio de R ou D(R) é o conjunto de todos os elementos de A que estão associados a pelo


menos um elemento de B: D(R) = {1, 2, 4};

• imagem de R ou Im(R) é o conjunto de todos os elementos de B que são imagens de pelo menos
um elemento de A: Im(R) = {0, 4, 6, 8}.

5.2 Conceitos elementares de função

Função é uma relação entre dois conjuntos A e B definida por uma regra de formação f na qual
cada elemento de A é relacionado a apenas um elemento de B. A função é denotada pela notação
f: A → B.

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Unidade II

Observe os exemplos a seguir:

Exemplo 1

R1: A→B
A B
1
1
2
2
3
3
4
4
5

Figura 42

Ao adotar o conjunto A como o de partida das setas e o B como o conjunto de chegada das setas,
temos que:

• o domínio de R1 é o conjunto de partida (A);

• o contradomínio de R1 é o conjunto de chegada (B);

• o conjunto imagem de R1 é um subconjunto do contradomínio composto dos elementos que


possuem uma relação com os elementos de A, no caso, {1,3,4,5}.

Porém, observe que R1 não é uma função de A em B, pois o elemento 3 do conjunto A não está
associado a qualquer elemento de B, assim, R1 é apenas uma relação.

Exemplo 2

R3: A→B
A B
1
1
2
2
3
3
4
4
5

Figura 43

Aqui, temos que:

• o domínio de R2 é o conjunto de partida (A);

60
MATEMÁTICA PARA ECONOMIA

• o contradomínio de R2 é o conjunto de chegada (B);

• o conjunto imagem de R2 também é o conjunto de chegada (B).

Note ainda que R2 também não é uma função de A em B, uma vez que o elemento 4 do conjunto A
está associado a dois elementos de B, o 4 e o 5, assim, R2 é apenas uma relação.

Exemplo 3

R3: A→B
A B
1
1
2
2
3
3
4
4
5

Figura 44

Nesse exemplo, temos que:

• o domínio de R3 é o conjunto de partida (A);

• o contradomínio de R3 é o conjunto de chegada (B);

• o conjunto imagem de R3 é um subconjunto do contradomínio composto pelos elementos que


possuem uma relação com os elementos de A, no caso, {1,2,3,4}.

Atente para o fato de que R3 é uma função de A em B, pois cada elemento do conjunto A está
relacionado a um único elemento do conjunto B.

Lembrete

Se uma relação é uma função de A em B, então A é o domínio da


função, B é o contradomínio da função e o conjunto imagem da função é
formado pelos elementos do contradomínio B que estão associados aos do
domínio A.

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Unidade II

5.2.1 Domínio e imagem: análise gráfica

A imagem de f é o conjunto de todos os valores possíveis de f(x) quando x varia por todo o domínio.
Essa variação também é chamada de variação de f.

5,0

4,0
Imagem
3,0

2,0

1,0

–6,0 –5,0 –4,0 –3,0 –2,0 –1,0 1,0 2,0


Domínio
–1,0

Figura 45

Teste da reta vertical

Uma curva no plano cartesiano só é um gráfico de uma função se nenhuma reta vertical cortar a
curva mais de uma vez.
y y

x x
0 0

(A) É curva de uma função (B) Não é curva de uma função

Figura 46

Definindo o domínio de uma função

O domínio é constituído por todos os valores reais de x para os quais seja possível o cálculo da
imagem. Vejamos mais alguns exemplos:

62
MATEMÁTICA PARA ECONOMIA

Exemplo 1

2
f x  
x 1

O domínio da função é D=R-{1}, pois o valor x = 1 faz com que o denominador seja zero.

Exemplo 2

f  x   x 1

Aqui, D = [1, ∞], pois, para x < 1, o radicando é negativo e não existe raiz quadrada de número
negativo.

Exemplo 3

f(x) = x2 + 2x

Aqui, D = R, pois, nesse exemplo, x pode ser qualquer valor real.

5.3 Funções definidas por fórmulas matemáticas

Uma função f:A → B pode ser representada por uma lei, como y = f(x), que estabelece um critério
na associação dos pares ordenados (x,y) ∈ AxB.

Exemplo 1

Dados os conjuntos A = {1; 2; 3} e B = {0; 2; 4; 6; 8}, nos quais a relação de f:A → B é definida pela
função f(x) = 2x (com (x,y) ∈ A x B e também representada por y = 2x), temos:

Tabela 1

x y = f(x) = 2x Par ordenado (x;y)


1 y = f(1) = 2.1 = 2 (1,2)
2 y = f(2) = 2.2 = 4 (2,4)
3 y = f(3) = 2.3 = 6 (3,6)

• domínio: D(f) = {1; 2; 3}

• contradomínio: C(f) = {0; 2; 4; 6; 8}

• imagem: Im(f) = {2; 4; 6}

63
Unidade II

Confira a representação no diagrama de flechas:


f: A→B
A B
0
1
2
2
4
3
6
8

Figura 47

Verifique a representação no plano cartesiano:

y
8

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 x

Figura 48

Exemplo 2

Dados os conjuntos A = {0; 1; 2; 3; 4; 5} e B = {1; 3; 5; 7; 9; 11}, nos quais a relação de f:A → B é


definida pela função f(x) = 2x + 1 (com x ∈ A e y ∈ B, e também representada por y=2 x + 1), temos:

Tabela 2

x y = f(x) = 2x + 1 Par ordenado (x,y)


0 y = f(0) = 2.0 + 1 = 0 + 1 = 1 (0,1)
1 y = f(1) = 2.1 + 1 = 2 + 1 = 3 (1,3)
2 y = f(2) = 2.2 + 1 = 4 + 1 = 5 (2,5)
3 y = f(3) = 2.3 + 1 = 6 + 1 = 7 (3,7)
4 y = f(4) = 2.4 + 1 = 8 + 1 = 9 (4,9)
5 y = f(5) = 2.5 + 1 = 10 + 1 = 11 (5,11)

64
MATEMÁTICA PARA ECONOMIA

• domínio: D(f) = {0; 1; 2; 3; 4; 5}

• contradomínio: C(f) = {1; 3; 5; 7; 9; 11}

• imagem: Im(f) = {1; 3; 5; 7; 9; 11}

Veja a representação no diagrama de flechas:

f: A→B
A B
0 1
1 3

2 5
3 7
4 9
5 11

Figura 49

Confira a representação no plano cartesiano:

11

10

0 1 2 3 4 5 6 7 x

Figura 50

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Unidade II

5.4 Função do 1º grau (função linear ou afim)

Uma função do 1o grau é toda função f: R → R definida pela regra y = f(x) = ax + b, com a e b ∈ R
e sendo a e b constantes denominadas coeficientes da função.

As principais características da função do 1º grau são:

• o gráfico da função do 1º grau é sempre uma reta;

• quando a constante a for positiva (a > 0), a função é crescente, ou seja, quanto maior o valor de
x, maior será o valor de y;

• quando a constante a for negativa (a < 0), a função é decrescente, ou seja, quanto maior o valor
de x, menor será o valor de y;

• quando a constante a for nula (a = 0), a função é constante, ou seja, para qualquer valor de x, o
valor de y é sempre o mesmo;

• quando a constante b for igual a zero, o gráfico sempre passará pela origem dos eixos;

• a constante b, denominada coeficiente linear da reta, é o intercepto do gráfico no eixo y;

• a constante a, denominada coeficiente angular da reta, representa a taxa de variação de y, dada


uma variação na variável independente x;

• o coeficiente angular é dado pela relação a  y  y  y 0 , assim, a partir de dois pontos, é


x x  x 0
possível se encontrar o coeficiente angular da reta.

Comportamento da função do 1º grau

Quando a constante b da função é alterada, o gráfico da função é deslocado verticalmente na


quantidade de unidades expressa em b. Observe o exemplo a seguir: a função y = x + 1 é a função
y = x deslocada 1 unidade para cima e a função y = x - 2 é a função y = x deslocada 2 unidades
para baixo:

66
MATEMÁTICA PARA ECONOMIA

6,0 y=x+1

5,0
y=x
4,0

y=x–2
3,0
+1
2,0

1,0
–2

–3,0 –2,0 –1,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0
–1,0

–2,0

Figura 51

Já a constante a afeta a inclinação da reta. Quanto maior for o valor de a, mais distante a reta ficará
do eixo x, ou seja, o ângulo formado pelo eixo x e a reta aumenta. Observe:

y = 5x
6,0
y = 3x
y=x
5,0
y = 2x
4,0

3,0

2,0 y = 0,5x

1.0
y = 0,25x
–5,0 –4,0 –3,0 –2,0 –1,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0
–1,0

–2,0

Figura 52

Para construir gráficos da função do 1º grau, verifiquemos os exemplos a seguir:

Exemplo 1

Dada a função y = f(x) = 2x + 6, nota-se que f é uma função crescente, já que a = 2 > 0.

67
Unidade II

As instruções para desenhar o gráfico da função são:

1o passo: calcular o valor de y para x = 0

y = 2x + 6

y = 2.0 + 6 = 6

Como x = 0 e y = 6, temos P1 = (0,6).

2o passo: calcular o valor de x para y = 0 (raiz ou zero da função)

y = 2x + 6

0 = 2x + 6

–6 = 2x ⇒ 2x = –6

6
x    3
2

Como x = –3 e y = 0, temos P2 = (–3,0).

3o passo: inserir os dois pontos no diagrama cartesiano e traçar uma reta que passe por eles

7,0

6,0

5,0

4,0

3,0

2,0

1,0

–4,0 –3,0 –2,0 –1,0 1,0 2,0 3,0

Figura 53

68
MATEMÁTICA PARA ECONOMIA

O gráfico da função intercepta o eixo x (ou horizontal) em -3 e intercepta o eixo y (ou vertical) em 6.

Perceba que, ao aumentar 1 unidade em x, a função aumenta 2 unidades em y:

f(x) = 2x + 6

f(–2) = 2.(–2) + 6 = –4 + 6 = 2

f(–1) = 2.(–1) + 6 = –2 + 6 = 4

Essa é a taxa de crescimento da função, fornecida por meio do coeficiente a. Nesse exemplo, a = 2,
o que indica um aumento de 2 unidades em y a cada 1 unidade aumentada em x.

Exemplo 2

Dada a função y = f(x) = –2x + 6, observa-se que f é uma função decrescente, já que a = -2 < 0.

As instruções para desenhar o gráfico da função são:

1º passo: calcular o valor de y para x = 0

y = – 2x + 6

y=–2.0+6=6

Como x = 0 e y = 6, temos P1 = (0,6).

2º passo: calcular o valor de x para y = 0 (raiz ou zero da função)

y = –2x + 6

0 = –2x + 6

–6 = –2x ⇒ –2x = –6

6
x= = 3
2

Como x = 3 e y = 0, temos P1 = (3,0).

3º passo: inserir os dois pontos no diagrama cartesiano e traçar uma reta que passe por eles:

69
Unidade II

7,0

6,0

5,0

4,0

3,0

2,0

1,0

–4,0 –3,0 –2,0 –1,0 1,0 2,0 3,0

Figura 54

Observe que o gráfico da função intercepta o eixo x (ou horizontal) em 3 e o eixo y (ou vertical) em 6.

Note ainda que, ao aumentar 1 unidade em x, a função diminui 2 unidades em y:

f(x) = –2 + 6

f(1) = –2.(1) + 6 = –2 + 6 = 4

f(2) = –2.(2) + 6 = –4 + 6 = 2

Essa é a taxa de crescimento da função, fornecida por meio do coeficiente a.

Atente para o fato de que, nesse exemplo, em que a = -2, ou seja, a < 0, há um decréscimo de 2
unidades em y a cada 1 unidade aumentada em x.

Exemplo 3

Dada a função y = f(x) = 6 = 0x + 6, observa-se que f é uma função constante, já que a = 0.

As instruções para desenhar o gráfico da função são:

70
MATEMÁTICA PARA ECONOMIA

1º passo: calcular o valor de y para x = 0

y = 0x + 6
y = 0.0 + 6 = 6

Como x = 0 e y = 6, temos P1 = (0,6).

2º passo: calcular o valor de y para x = 1

y = 0x + 6
y = 0.1 + 6 = 0 + 6 = 6

Como x = 1 e y = 6, temos P2 = (1,6).

3º passo: inserir os dois pontos no diagrama cartesiano e traçar uma reta que passe por eles:

6,0

5,0

4,0

3,0

2,0

1,0

–4,0 –3,0 –2,0 –1,0 1,0 2,0 3,0

Figura 55

O gráfico da função não intercepta o eixo x (ou horizontal) e intercepta o eixo y (ou vertical) em 6.

Perceba que, ao aumentar 1 unidade em x, a função mantém-se constante em y:

f(x) = 0x + 6
f(1) = 0.(1) + 6 = 6
f(2) = 0.(2) + 6 = 6

71
Unidade II

Nesse exemplo, a = 0, o que indica que não há aumento de unidades em y quando 1 unidade é
aumentada em x.

Exemplo 4

Dada a função y = f(x) = 2x, observa-se que f é uma função crescente, já que a = 2 > 0.

As instruções para desenhar o gráfico da função são:

1º passo: calcular o valor de y para x = 0

y = 2x

y = 2.0 = 0

Como x = 0 e y = 0, temos P1 = (0,0).

2º passo: calcular o valor de y para x = 1

y = 2x

y = 2.1 = 2

Como x = 1 e y = 2, temos P2 = (1,2).

3º passo: inserir os dois pontos no diagrama cartesiano e traçar uma reta que passe por eles

5,0

4,0

3,0

2,0

1,0

–4,0 –3,0 –2,0 –1,0 1,0 2,0 3,0


–1,0

Figura 56

72
MATEMÁTICA PARA ECONOMIA

Observe que o gráfico da função intercepta tanto o eixo horizontal como o eixo vertical no zero,
ou seja, ele passa pela origem (0,0). Além disso, ao aumentarmos 1 unidade em x, a função diminuirá 2
unidades em y:

f(x) = 2x

f(1) = 2.(1) = 2

f(2) = 2.(2) = 4

Nesse exemplo, a = 2, o que indica um crescimento de 2 unidades em y a cada 1 unidade aumentada


em x.

5.4.1 Ponto de intersecção de duas retas

Determinando e representando o ponto de intersecção de duas retas num mesmo sistema de


coordenadas, temos os exemplos expostos a seguir:

Exemplo 1

Dado o seguinte sistema de equações:

y  2x  5

y  x  1
Tracemos os gráficos das duas funções em um mesmo sistema de coordenadas, apontando o ponto
de intersecção entre elas:

1º passo: obter os pontos que a função y = –2x + 5 intercepta nos eixos x e y

para x = 0, temos:

y = –2 . 0 + 5 = 5

portanto, P1 = (0;5)

para y = 0, temos:

0 = –2x + 5

2x = 5
b
xv   
2a  5 b 
x V   2.,5 
 2 2a 4a
yv   
4a  73
Unidade II

portanto, P2 = (2,5;0)

2º passo: obter os pontos que a função y = x – 1 intercepta nos eixos x e y

para x = 0, temos:

y = 0 –1 = –1

portanto P1 = (0;–1)

para y = 0, temos:

0=x–1

x=1

portanto, P2 = (1;0).

3º passo: obter o ponto de intersecção. Para isso, basta igualar as duas equações

–2x + 5 = x – 1

–2x – x = –1 – 5

–3x = –6

6
x 2
3

4º passo: substituir x em uma das equações para achar y

y = x –1

y = 2 –1 = 1

portanto, o ponto de intersecção é (2;1)

74
MATEMÁTICA PARA ECONOMIA

5º passo: traçar as retas e o ponto de interseção em um mesmo sistema de coordenadas

5,0

4,0

3,0

2,0

1,0

–2,0 –1,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0


–1,0

–2,0

Figura 57

5.5 Função do 2º grau (função quadrática)

Função do 2o grau é toda função f: R → R definida pela regra y = f(x) = ax2 + bx + c, com a e b ∈ R
e a ≠ 0, sendo a, b e c denominados coeficientes da função.

As principais características da função do 2º grau são:

• o gráfico de uma função quadrática é uma curva denominada parábola;

• quando o coeficiente a for positivo (a > 0), o gráfico da função tem concavidade voltada
para cima;

• quando o coeficiente a for negativo (a < 0); o gráfico da função tem concavidade voltada
para baixo.

Ao estudar o comportamento da função quadrática, verificamos que a constante a da função do


2º grau está relacionada à abertura da parábola, ou seja, quanto maior o valor de a, mais fechada será
a parábola, como mostra a ilustração a seguir:

75
Unidade II

5,0

10x2
4,0
5x2

2x2
3,0
x2
0,5x2
0,25x2
2,0

0,1x2
1,0

–5,0 –4,0 –3,0 –2,0 –1,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0

Figura 58

A constante c da função do 2º grau, por sua vez, afeta o deslocamento vertical do gráfico. Veja:

4,0

3,0

x2+1 2,0

x2
x2-2
1,0

+1

–3,0 –2,0 –1,0 1,0 2,0

–2
–1,0

–2,0

Figura 59

76
MATEMÁTICA PARA ECONOMIA

A seguir, apresentamos instruções para desenhar o gráfico da função quadrática.

1º passo: análise do coeficiente a

• se a > 0, o gráfico é uma parábola com a concavidade voltada para cima;

• se a < 0, o gráfico é uma parábola com a concavidade voltada para baixo.

(A) a>0 (B) a<0

Figura 60

2º passo: calcular os zeros ou raízes da função

Calcule ∆ = b2 – 4ac e analise o resultado: se ∆ > 0, a função admite duas raízes reais e diferentes,
que podem ser obtidas pelas fórmulas:

b   b  
x’  x" 
2a 2a

Porém, se ∆ > 0, a parábola intercepta o eixo x (horizontal) em dois pontos diferentes (x’ e x”):

a>0 a<0

x’ x”

x’ x”

(A) (B)

Figura 61

77
Unidade II

Se ∆ = 0, a função admite duas raízes reais e iguais que podem ser obtidas pela fórmula:

b
x  x’  x"  
2a

Além disso, se ∆ = 0, a parábola intercepta o eixo x (horizontal) em um único ponto (x’ = x”). Observe:

a>0 a<0
x’ = x”

(A) x’ = x” (B)

Figura 62

Por fim, se ∆ < 0, a função não admite raízes reais e a parábola nunca interceptará o eixo x (horizontal).

a>0 a<0

(A) (B)

Figura 63

3o passo: calcular o vértice da parábola

b
xv  
2a   b 
  V   ,  
 2a 4a
yv   
4a 

78
MATEMÁTICA PARA ECONOMIA

4o passo: calcular o ponto que intercepta o eixo y (vertical). Para isso, calcule o valor de y para x = 0

y = ax2 + bx + c, fazendo x = 0, temos que:

y = a.02 + b.0 + c

y=c

O ponto que intercepta o eixo y é (0, c).

Verifique a seguir alguns exemplos:

Exemplo 1

Construa o gráfico da função f(x) = x2 – 4x – 5:

a=1 b = (–4) c = (–5)

1º passo: análise do coeficiente a

Como a = 1 > 0, o gráfico é uma parábola com a concavidade voltada para cima.

2º passo: calcular os zeros ou raízes da função

∆ = b2 – 4ac = (–4)2 – 4 . 1 . (–5) = 16 + 20 = 36

Como ∆ = 36 > 0, a função admite duas raízes reais e diferentes, calculadas a seguir:

b     4   36 4  6 10
x’     5
2a 2. 1 2 2

b     4   36 4  6 2
x"      1
2a 2. 1 2 2

Portanto, a parábola intercepta o eixo x nos pontos -1 e 5.

3º passo: calcular o vértice da parábola

b ( 4 ) 4 
xv    x v    2 
2a   b  2.1 2 
  V   ,   →   V 2, 9
 2a 4a 36 36
yv   y v      9

4a  4.1 4 

79
Unidade II

4º passo: obter o ponto que o gráfico intercepta no eixo y. Para isso, calcule o valor de y para x = 0.
Assim, o ponto que intercepta o eixo y é (0, –5)

5º passo: colocar todos os pontos no diagrama cartesiano e traçar o gráfico

1,0

–2,0 –1,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0


–1,0

–2,0

–3,0

–4,0

–5,0

–6,0

–7,0

–8,0

–9,0

Figura 64

Exemplo 2

Construa o gráfico da função f(x) = –x2 + 6x – 9:

a = (–1) b = 6 c = (–9)

1º passo: análise do coeficiente a

Como a = -1 < 0, o gráfico é uma parábola com a concavidade voltada para baixo.

2º passo: calcular os zeros ou raízes da função

∆ = b2 – 4ac = (6)2 – 4.(–1).(–9) = 36 – 36 = 0

80
MATEMÁTICA PARA ECONOMIA

Como ∆ = 0, a função admite duas raízes reais e iguais, calculadas a seguir


6 6
x  x’  x"   3
2.  1 2
portanto, a parábola intercepta o eixo x no ponto 3.

3º passo: calcular o vértice da parábola

b 6 6 
xv   xv    3 

2a   b  2.( 1) 2 
  V   ,   →   V 3, 0
 2a 4a 0 0
yv   yv     0
4a  4.( 1) 4 

4º passo: obter o ponto que o gráfico intercepta no eixo y. Para isso, calcule o valor de y para x = 0. Assim,
o ponto que intercepta o eixo y é (0, –9)

5o passo: colocar todos os pontos no diagrama cartesiano e traçar o gráfico

1,0

–2,0 –1,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0


–1,0

–2,0

–3,0

–4,0

–5,0

–6,0

–7,0

–8,0

–9,0

Figura 65

81
Unidade II

Exemplo 3

Construa o gráfico da função f(x) = x2 + 2x + 3:

a=1 b=2 c=3

1º passo: análise do coeficiente a

Como a = 1 > 0, o gráfico é uma parábola com a concavidade voltada para cima.

2º passo: calcular os zeros ou raízes da função

∆ = b2 – 4ac = (2)2 – 4 . 1 . (3) = 4 – 12 = –8

Como ∆ = - 8 > 0, a função não admite raízes reais, portanto, não intercepta nem toca o eixo x.

3º passo: calcular o vértice da parábola

b 2 
xv    x v    1
2a   b  2. 1 
  V   ,   →   V  12
, 
 2a 4a ( 8) 
yv   yv   2
4a  4.1 

4º passo: obter o ponto que o gráfico intercepta no eixo y. Para isso, calcule o valor de y para x = 0.
Assim, o ponto que intercepta o eixo y é (0,3)

82
MATEMÁTICA PARA ECONOMIA

5º passo: colocar todos os pontos no diagrama cartesiano e traçar o gráfico

8,0

7,0

6,0

5,0

4,0

3,0

2,0

1,0

–4,0 –3,0 –2,0 –1,0 1,0 2,0 3,0

Figura 66

5.5.1 Ponto de intersecção: reta e parábola

Ao determinar e representar um ponto de intersecção entre retas e parábolas num mesmo sistema
de coordenadas, temos, por exemplo, o seguinte sistema de equações:

y  2x  5
 2
y   x  4 x  4

Façamos os gráficos das duas funções em um mesmo sistema de coordenadas e apontemos o ponto
de intersecção entre elas.

1º passo: obter os pontos que a função y = -2x + 5 intercepta nos eixos x e y

para x = 0, temos:

y = –2.0 + 5 = 5

portanto, P1 = (0;5)

83
Unidade II

para y = 0 temos:

0 = –2x + 5

2x = 5

5
x  2, 5
2

portanto, P2 = (2,5;0).

2º passo: obter os pontos necessários para traçar o gráfico da função y = -x2 + 4x + 4

a = (–1) b = 4 c = 4

Como a = - 1 < 0, o gráfico é uma parábola com a concavidade voltada para baixo.

Façamos o cálculo dos zeros ou raízes da função:

∆ = b2 –4ac = (4)2 –4.(–1).4 = 16 + 16 = 32

Como ∆ = 32 > 0, a função admite duas raízes reais e diferentes, calculadas a seguir:

 4   32 4  5, 66 1, 66
x’     0, 83
2.  1 2 2

 4   32 4  5, 66 9, 66
x"     4, 83
2.  1 2 2

A parábola intercepta o eixo horizontal (eixo x) em dois pontos diferentes: -0,83 e 4,83.

Calculemos o vértice da parábola:

 b   (4 ) 32 
V   ,     ,  2, 8
 2a 4a  2.  1 4.  1 

Logo, os pontos de interceptação no eixo y são (0,c) = (0,4).

84
MATEMÁTICA PARA ECONOMIA

3º passo: obter o ponto de intersecção. Para isso, é preciso igualar as duas equações

–x2 + 4x + 4 = –2x = 5

–x2 + 4x + 4 + 2x – 5 = 0

–x2 + 6x –1 = 0

Calculemos as raízes da função:

∆ = b2 – 4ac = (6)2 –4.(–1).(–1) = 36 – 4 = 32

Como ∆ = 32 > 0, a função admite duas raízes reais e diferentes:

66432  32326654, 66 5, 660, 35


5, 66 0, 35
9, 66
xx"’ x’      0,17  4, 83
0,17
2. 22. 1. 11  222 222

6  32 6  5, 66 1166
,
x"     5, 83
2.  1 2 2

Para achar o valor de y, é necessário substituir x em uma das equações:

y’ = 2x’ + 5

y’ = 2.(0,17) + 5 = 4,66

y” = – 2x” + 5

y” = –2(5,83) + 5 = 6,66

Portanto, os pontos de intersecção entre a reta e a parábola são (0,17; 4,66) e (5,83; -6,66).

85
Unidade II

4º passo: traçar a reta, a parábola e o ponto de interseção em um mesmo sistema de coordenadas

8,0

7,0

6,0

5,0

4,0

3,0

2,0

1,0

–2,0 –1,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0


–1,0

–2,0

–3,0

–4,0

–5,0

–6,0

-7,0

Figura 67

5.6 Equação exponencial

Uma equação exponencial é aquela que apresenta a incógnita no expoente em pelo menos uma
potência da expressão. Para resolver uma equação exponencial, é necessário reduzir ambos os lados da
equação a potências de mesma base a (a > 0 e a ≠ 1) e aplicar a seguinte propriedade:

ax = ax → x1 = x2
1 2

86
MATEMÁTICA PARA ECONOMIA

Veja alguns exemplos:

Exemplo 1
2x = 23

x=3

S = {3}

Exemplo 2
2x = 16

2x = 24

x=4

S = {4}

Exemplo 3
42x = 4x+1

2x = x + 1

2x – x = 1

x=1

S = {1}

Exemplo 4
x
 1
   81
3

(3–1)x = 34

3–x = 34

x = –4

S = {–4}

87
Unidade II

Exemplo 5

 2
x
 64
x
 1111 xxx
66
2222222 22266
 
 
x
=6
2
x = 12

S = {12}

Exemplo 6
(3x)x+1 = 729
2
3x + x = 36

x2 + x = 6

x2 + x – 6 = 0

Ao resolver a equação, obtemos as raízes: x = –3 ou x = 2, S = {2, –3}.

Exemplo 7
22x+1.43x+1 = 8x–1

22x+1.(22)3x+1 = (23)x–1

22x+1.26x+2 = 23x–3

28x+3 = 23x–3

8x + 3 = 3x – 3

6
x
5

 6
S   
 5

88
MATEMÁTICA PARA ECONOMIA

5.7 Função exponencial

Uma função exponencial é toda função f de R em R dada pela regra f(x)=ax, onde a é um número
real positivo e diferente de 1.

Assim, as propriedades das funções exponenciais são:

1º caso: função exponencial com base maior que 1 (a > 1).

Observe o gráfico da função y = 2x, ilustrado a seguir:

11,0

10,0

9,0

8,0

7,0

6,0

5,0

4,0

3,0

2,0

1,0

–3,0 –2,0 –1,0 1,0 2,0 3,0

Figura 68

Verifique que:

• como y = ax > 0, ou seja, y > 0 para todo x, o gráfico de y = ax estará localizado no 1º e no 2º


quadrante;

89
Unidade II

• o eixo x é assíntota horizontal, uma vez que, quando x diminui, y se aproxima de zero;

• a função y = ax intercepta o eixo y no ponto (0,1);

• a função y = ax, para a > 1, é crescente, uma vez que x1 > x2 → ax1 > ax2.

A seguir, é apresentado o gráfico da função y = 2-x. Essa função é semelhante à função y = 2x.
A diferença entre elas é o expoente negativo:

13,0

12,0

11,0

10,0

9,0

8,0

7,0

6,0

5,0

4,0

3,0

2,0

1,0

–5,0 –4,0 –3,0 –2,0 –1,0 1,0 2,0 3,0 4,0

Figura 69

Note que o gráfico da função y = 2-x é obtido por meio do espelhamento no eixo y do gráfico da
função y = 2x.

2º caso: função exponencial com base entre 0 e 1 (0 < a < 1).

90
MATEMÁTICA PARA ECONOMIA

x
Observe o gráfico da função y    , ilustrado a seguir:
1
 2

11,0

10,0

9,0

8,0

7,0

6,0

5,0

4,0

3,0

2,0

1,0

–5,0 –4,0 –3,0 –2,0 –1,0 1,0 2,0 3,0 4,0

Figura 70

Verifique que:

• como y = ax > 0, ou seja, y > 0 para todo x, o gráfico de y = ax está no 1º e no 2º quadrante;

• o eixo x é assíntota horizontal, uma vez que, quando x aumenta, y se aproxima de zero;

• a função y = ax intercepta o eixo y no ponto (0,1);

• a função y = ax, para 0 < a < 1, é decrescente, uma vez que x1 > x2 → ax1 < ax2.

Desse modo, podemos considerar algumas conclusões importantes:

• em ambos os casos, o eixo x é assíntota horizontal;

91
Unidade II

• o gráfico corta o eixo y no ponto (0,1);

• para a > 1, temos uma função exponencial crescente e, para 0 < a < 1, temos uma função
exponencial decrescente.

Verifique outros exemplos:

Na ilustração a seguir, encontra-se o gráfico da função y = -2x. O que ocorrerá se a função exponencial
com base maior que 1 (a > 1) for multiplicada por um número negativo?

1,0

–6,0 –5,0 –4,0 –3,0 –2,0 –1,0 1,0 2,0 3,0 4,0
–1,0

–2,0

–3,0

–4,0

–5,0

–6,0

–7,0

–8,0

–9,0

–10,0

–11,0

–12,0

Figura 71

Verifique que:

• como y = -ax < 0, ou seja, y < 0 para todo x, então o gráfico de y = -ax está localizado no 3º e no
4º quadrante;
92
MATEMÁTICA PARA ECONOMIA

• o eixo x é assíntota horizontal, uma vez que, quando x diminui, y se aproxima de zero;

• a função y = -ax intercepta o eixo y no ponto (0,-1);

• a função y = -ax para a > 1 é decrescente, uma vez que x1 > x2 → ax1 < ax2.

x
Na ilustração a seguir, encontra-se o gráfico da função y     . Observe o que acontece se a
1
 2
função exponencial com base entre 0 e 1 (0 < a < 1) for multiplicada por um número negativo:

1,0

–6,0 –5,0 –4,0 –3,0 –2,0 –1,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0
–1,0

–2,0

–3,0

–4,0

–5,0

–6,0

–7,0

–8,0

–9,0

–10,0

–11,0

–12,0

Figura 72

Verifique que:

• como y = -ax < 0, ou seja, y < 0 para todo x, o gráfico de y = -ax se localizará no 3º e no
4º quadrante;

93
Unidade II

• o eixo x é assíntota horizontal, uma vez que, quando x diminui, y se aproxima de zero;

• a função y = -ax intercepta o eixo y no ponto (0;-1);

• a função y = -ax, para 0 < a < 1, é crescente, uma vez que x1 > x2 ax1 > ax2.

5.7.1 Crescimento exponencial

Se uma grandeza com valor inicial y0 crescer a uma taxa constante k, após um tempo x ela será
expressa pela seguinte fórmula:

y = y0(1 + k)x

Para isso, é necessário que k e x sejam medidos na mesma unidade.

Por exemplo, daqui a 10 anos, qual será o número aproximado de habitantes de uma cidade que hoje
tem 10.000 habitantes e cresce a uma taxa de 5% ao ano?

Para a resolução, adote:

• y = ? (número de habitantes daqui a 10 anos);

• yo = 10.000 (número de habitantes que a cidade tem hoje);

• k = 5% = 0,05 (taxa de crescimento anual);

• x = 10 (período em anos).

Ao substituir os dados na fórmula y = y0(1 + k)x, temos:

y = 10.000 (1 + 0,05)10

y = 10.000 (1,05)10

y = 10.000.1,629

y = 16.290

Assim, essa cidade terá aproximadamente 16.300 habitantes daqui a 10 anos.

94
MATEMÁTICA PARA ECONOMIA

5.8 Logaritmos

A expressão a seguir é chamada de logaritmo de b na base a:

loga b = x ⇔ ax = b, a e b ∈ R+

No caso, a e b são números reais positivos, com a ≠ 1.

Assim, na expressão loga b = x, temos:

• a é base do logaritmo;

• b é o logaritmando;

• x é o logaritmo.

Observação

A expressão loge x = lnx indica o logaritmo neperiano ou logaritmo


natural, onde e é um número irracional aproximadamente igual a
2,718281828459045... (número de Euler).

Observe os exemplos a seguir:

log2 8 = 3, pois 23 = 8

log3 9 = 2, pois 32 = 9

1 1
log2  2
, pois 22 
4 4

log5 5 = 1, pois 51 = 5

log4 1 = 0, pois 40 = 1

1
1
log3 3 = , pois 32 = 3
2
3
 1
log 1 8  3, pois    8
 2
2

log0,5 0,25 = 2, pois (0,5)2 = 0,25

95
Unidade II

As propriedades dos logaritmos são:

• o logaritmo de 1 em qualquer base a é igual a 0: loga 1 = 0, pois a0 = 1

• o logaritmo da própria base, qualquer que seja ela, é igual a 1: loga a = 1, pois a1 = a

• a potência de base a e expoente loga b é igual a b: aloga b = b

• produto: loga (b . c) = loga b + loga c. Por exemplo:

log2 6 = log2 (2 . 3) = log2 2 + log2 3 = 1 + log2 3

log4 30 = log4 (2 . 3 . 5) = log4 2 + log4 3 + log4 5


b
• quociente: loga  loga b  loga c . Por exemplo:
c
2
log10  log10 2  log10 3
3
1
log2  log2 1  log2 5   log2 5
5

• potência: loga br = r . loga b. Por exemplo:

log5 23 = 3 . log5 2

1
log10 2 = log10 2 2 .log10 2

1
log2  log2 33  3.log2 3
27
log b
• mudança de base: loga b = 0 . Por exemplo:
log0 a
log10 3 0, 4771
log2 3    1, 59
log10 2 0, 3010

log10 7 0, 8451
log1000 7   0, 28
log10 1000 3

Assim, a partir do exposto, vejamos a aplicação dos conceitos no exemplo a seguir:

Uma cidade tem 10.000 habitantes e cresce a uma taxa de 5% ao ano. Daqui a quantos anos aproximadamente
essa cidade terá 20.000 habitantes, ou seja, o dobro do que tem hoje? (Dado: log1,05 2 ≅ 14,2067).
96
MATEMÁTICA PARA ECONOMIA

Para a resolução, adote:

• y = 20.000 (número de habitantes daqui a 10 anos);

• yo = 10.000 (número de habitantes hoje);

• k = 5% = 0,05 (taxa de crescimento anual);

• x = ? (período em anos).

Ao substituir os dados na fórmula y = y0(1 + k)x, temos:

20.000 = 10.000 (1 + 0,05)x

20.000
 1, 05
x
10.000

2=(1,05)x

Usando loga b = x ⇔ ax = b, temos:

2 = (1,05)x ⇔ log1,05 2 = x

Usando a informação dada no enunciado, obtemos que x é aproximadamente 14,2.

Portanto, a cidade terá o dobro de habitantes daqui a aproximadamente 15 anos.

5.9 Função logarítmica

A função logarítmica de base a é uma função de R +* em R dada pela regra f(x) = loga x, com a sendo
um número real (0 < a ≠ 1). Exemplos: y = log2 x, y = log10 x, y = log0,5 x etc.

As características das funções logarítmicas são:

• domínio: conjunto dos números reais não negativos;

• interceptos: a intersecção com o eixo x é o ponto (1,0);

• não intercepta o eixo y.

Observe os gráficos das funções f1  x   log2 x, f2  x   log 1 x, f3  x    log2 x e f4  x    log 1 x ,


ilustrados a seguir: 2 2

97
Unidade II

4,0

3,0

2,0
f1(x) = log2 x
1,0

–2,0 –1,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0 11,0 12,0 13,0
–1,0

–2,0

–3,0

Figura 73

4,0

3,0

2,0
f2  x   log 1 x
2
1,0

–2,0 –1,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0 11,0 12,0 13,0
–1,0

–2,0

–3,0

–4,0

Figura 74

98
MATEMÁTICA PARA ECONOMIA

5,0

4,0
f3(x) = –log2 x
3,0

2,0

1,0

–2,0 –1,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0 11,0 12,0 13,0 14,0 15,0 16,0
–1,0

–2,0

–3,0

–4,0

–5,0

Figura 75

5,0

4,0

3,0

2,0

1,0

–2,0 –1,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0 11,0 12,0 13,0 14,0 15,0 16,0
–1,0

–2,0
f4  x   log 1 x
–3,0 2

–4,0

–5,0

Figura 76

A partir da função f(x) = b . loga x, onde b é um número real, as propriedades das funções logarítmicas,
por sua vez, são:

99
Unidade II

• se a > 1 e b > 0, a função logarítmica é crescente;

• se a > 1 e b < 0, a função logarítmica é decrescente;

• se 0 < a < 1 e b > 0, a função logarítmica é decrescente;

• se 0 < a < 1 e b < 0, a função logarítmica é crescente.

Saiba mais

Para aprofundar seus conhecimentos sobre funções, acesse:

FUNÇÃO de 1º grau. Só Matemática, 2017. Disponível em: <http://www.


somatematica.com.br/emedio/funcao1/funcao1.php>. Acesso em: 5 jun. 2017.

E também:

<http://ecalculo.if.usp.br/>.

5.10 Outras funções

5.10.1 Função polinomial

Uma função de grau n é denominada função polinomial se f(x) = a0xn + a1xn–1 + a2xn–2 + ... + an–1x1 + an,
em que a0, a1, a2, ... , an são todos números reais com a0 ≠ 0.

Alguns exemplos de funções polinomiais:

• f(x) = 5: função constante;

• f(x) = x + 3: função de 1º grau ou linear;

• f(x) = x2 – 5x + 6: função de 2º grau ou quadrática;

• f(x) = 2x3 + x2 – 3x + 7: função de 3º grau ou cúbica;

• f(x) = x4 + 3x2 –2x: função de 4º grau;

• f(x) = –7x5 + x3 – x + 4: função de 5º grau e assim por diante.

100
MATEMÁTICA PARA ECONOMIA

5.10.2 Função racional

Função racional é toda função expressa por um quociente de dois polinômios, com denominador
não nulo. O domínio da função racional são todos os valores de x, tais que Q(x) ≠ 0. Assim, com P(x) e
Q(x) sendo polinômios e com Q(x) ≠ 0:

P x 
f x  
Q x
Veja alguns exemplos de funções racionais:

f x  
 x  32
x 2  2x  9

x 2
f x  
x2

1
f x  
x 3

Dentre as funções racionais, há um caso importante, que é a função hipérbole  f  x    , ilustrada


1
a seguir:  x

6,0

5,0

4,0

3,0

2,0

1,0

–6,0 –5,0 –4,0 –3,0 –2,0 –1,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0
–1,0

–2,0

–3,0

–4,0

–5,0

Figura 77 – Função hipérbole

101
Unidade II

As propriedades da função hipérbole são:

• o domínio são os reais, exceto o zero;


 1
• quando x se aproxima de zero  f  x    , tende ao infinito.
 x

Saiba mais

Para aprofundar seus conhecimentos sobre as aplicações do uso de


funções matemáticas, leia:

MORETTIN, P. A.; HAZZAN, S.; BUSSAB, W. O. Introdução ao cálculo para


administração, economia e contabilidade. São Paulo: Saraiva. 2009.

SILVA, S. M. et al. Matemática para os cursos de economia, administração


e ciências contábeis. São Paulo: Saraiva, 2007.

6 SISTEMA DE EQUAÇÕES

6.1 Introdução

Chama-se sistema de equações um conjunto de equações com duas ou mais incógnitas. Para sua
resolução, há diversos métodos, sendo o método de substituição e o de adição os mais comuns.

6.2 Identificando um sistema de equações


a1x  b1y  z
Todo sistema de equações do tipo  é denominado sistema linear de duas equações
a2x  b2y  w
de m x n (lê-se: m por n) com conjunto solução S de m equações e n incógnitas, onde m e n são números
inteiros positivos. Veja alguns exemplos:

• x  4 y  1 é um sistema linear com duas equações e duas incógnitas;



3x  y  2

2x  y  2z  0
• x  y  z  0 é um sistema linear com três equações e três incógnitas;
2x  y  5z  0

2x  y  z  4w  1
•  é um sistema linear com duas equações e quatro incógnitas.
x  y  3z  2w  7

102
MATEMÁTICA PARA ECONOMIA

A solução de um sistema é expressa por uma sequência ordenada (x1, x2, ... xn). Por exemplo, a solução
xy5
do sistema  é o par ordenado (4,1), pois, ao substituir as incógnitas pelos valores em questão,
x  y  3
as equações do sistema são verdadeiras. Assim, substituindo x = 4 e y = 1, temos:

x  y  5 4  1  5
 
x  y  3 4  1  3
Ou seja, o par ordenado (4,1) satisfaz as duas equações do sistema.

x  y  z  10

Já a solução do sistema x  y  z  4 é a tripla ordenada (5,3,2) pois, substituindo x = 5, y = 3 e
z = 2, temos: x  y  z  0

x  y  z  10 5  3  2  10
 
x  y  z  4  5  3  2  4
x  y  z  0 5  3  2  0
 

Dessa forma, a tripla ordenada (5,3,2) satisfaz as três equações do sistema.

Quando dois sistemas possuem o mesmo conjunto solução, eles são denominados sistemas
equivalentes. Por exemplo:

x  y  10 3x  2y  26
 e 
x  y  2 2x  5y  8

O conjunto solução desses dois sistemas é o par ordenado (6,4), portanto, eles são sistemas
equivalentes.

6.3 Classificação dos sistemas

A classificação de um sistema está relacionada ao número de soluções que ele possui.

Um sistema pode ser possível ou impossível, ou seja, se tiver solução é possível, caso contrário,
é impossível.

Se o sistema for possível e tiver apenas uma solução, ele é determinado. Se ele for possível e tiver
mais de uma solução, é indeterminado. Veja a seguir:

103
Unidade II

Determinado (SPD: sistema possível e


determinado)
Conjunto solução unitário

Possível

Indeterminado (SPI: sistema possível


Sistema e indeterminado)
Conjunto solução infinito

Impossível (SI: sistema


impossível)
Conjunto solução vazio

Figura 78

Considere os exemplos a seguir para exemplificar o que foi ilustrado anteriormente:

x  y  5
O par ordenado (1,6) é a única solução do sistema  . Logo, ele é um sistema possível
e determinado (SPD). 3x  y  3

5x  5y  5z  10
O sistema  apresenta infinitas soluções, por exemplo: (1,1,2), (0,2,4), (1,0,1) etc.
x  y  z  2
Consequentemente, ele é um sistema possível e indeterminado (SPI).

x  y  3
O sistema  não apresenta solução alguma, assim, ele é um sistema impossível (SI).
x  y  5

Saiba mais

Para saber mais sobre sistema de equações lineares, acesse:

RIBEIRO, A. G. Regra de Sarrus. Brasil Escola, [s.d.]. Disponível em <http://


brasilescola.uol.com.br/matematica/regra-sarrus.htm>. Acesso em: 7 jun. 2017.

SISTEMAS lineares. Só matemática, 2017. Disponível em: <http://www.


somatematica.com.br/emedio/sistemas/sistemas3.php>. Acesso em: 7 jun. 2017.

104
MATEMÁTICA PARA ECONOMIA

6.4 Solução do sistema

6.4.1 Métodos de adição e subtração

Como mencionamos, existem vários métodos utilizados para solucionar um sistema de equações.

As equações a seguir formam um sistema de duas equações e duas incógnitas. Nosso objetivo é
encontrar um par ordenado (x,y) de números reais que satisfaça as duas equações simultaneamente.

10x  y  11

5x  3y  2

Iremos resolver esse sistema primeiramente pelo método da adição.

1º passo: multiplicar a segunda equação por (-2). A ideia é gerar um termo que, ao ser somado com
o correspondente da outra equação, resulte em zero

10x  y  11 10x  y  11
 x  2 
 
5x  3y  2  10x  6 y  4

2º passo: somar as duas equações

10x  y  11

 10x  6 y  4
7y  7

3º passo: resolver a equação obtida a partir da soma

7
y= = 1
7

4º passo: retornar ao sistema original e substituir o valor de y por 1 em uma das equações, para
encontrar x

10x  y  11
10x  1  11
10x  11
10
x 1
10

105
Unidade II

A conclusão a que chegamos é de que x = 1 e y = 1 e, portanto, a solução do sistema é o par ordenado (1,1).

Agora, iremos resolver o mesmo sistema de equação usando o método da substituição:

1° passo: escolher uma das equações do sistema e isolar o y ou o x. No exemplo, a equação escolhida
foi a primeira, e a incógnita isolada será o y

10x  y  11

 10x  6 y  4
10x + y = 11
y = 11 – 10x

2° passo: substituir o resultado na outra equação. No exemplo, o y será substituído na segunda equação:

–10x + 6y = –4
–10x + 6(11 – 10x) = –4
–10x + 66 – 60x = –4
–10x – 60x = –4 – 66
–70x = –70
70x = 70
70
=
x = 1
70

3° passo: retornar à equação do 1° passo e substituir o valor encontrado no 2° passo:

y = 11 – 10x
y = 11 – 10.1 = 11 – 10 = 1

A conclusão a que chegamos é a mesma, ou seja, x = 1 e y = 1, portanto, a solução do sistema é o


par ordenado (1,1).

Exemplo 1

Pedrinho comprou duas coxinhas e um refrigerante pelos quais pagou R$ 7,00. Seu irmão
Joãozinho comprou uma coxinha e um refrigerante a mais, pagando R$ 11,50. Qual o preço do
refrigerante e da coxinha?

Modelando o problema: C = coxinha, R = refrigerante

2C + R = 7 → Equação I

3C + 2R= 11,50 → Equação II

106
MATEMÁTICA PARA ECONOMIA

Utilizando o método da adição, podemos multiplicar a primeira equação por (-2) para eliminar a
variável R:

2C + R =7 (x −2)  −4C − 2R =−14


 → 
3C + 2R =11,50  3C + 2R =11,50

−4C − 2R =−14
3C + 2R =11,50
−C =−2,50

x( −1)
−C = −2,50 → ∴ C = R$2,50

O valor de C pode ser substituído tanto na equação I como na equação II. Escolhendo a equação I, temos:

2C + R = 7

2 . (2,50) + R = 7 ∴ R = R$ 2,00

Desta forma, o preço correspondente ao refrigerante e a coxinha são R$ 2,00 e R$ 2,50 respectivamente.

Exemplo 2

Uma empresa A tem 5 anos a mais de mercado que uma empresa B. A soma da idade de ambas é
igual a 39 anos. Qual é a idade de cada uma?
A = B + 5 → Equação I
Modelando o problema: 
A + B = 39 → Equação II
Se escolhermos o método da substituição, devemos substituir o valor de A na equação II:

A + B = 39

(B + 5) + B = 39

2B + 5 = 39 ∴ B = 17

Substituindo B = 17 na equação I, temos:

A=B+5

A = 17 + 5 ∴ A = 22

107
Unidade II

Logo, as empresas A e B têm 22 e 17 anos respectivamente.

Sistemas com três variáveis podem ser resolvidos através dos processos já conhecidos e estudados:
substituição ou adição.

As equações a seguir formam um sistema de três equações e três incógnitas. Nosso objetivo é encontrar
os valores das incógnitas (x, y e z) de números reais que satisfaçam as três equações simultaneamente.

x + 2y + z = 12 → Equação I

x − 3y + 5z =→1 Equação II

2x − y + 3z = 10 → Equação III

Iremos resolver esse sistema usando o método da substituição:

1° passo: para resolver um sistema desse tipo devemos escolher uma das equações e isolar uma das
incógnitas. Escolhendo a equação I, temos:

x = 12 - 2y - z

2° passo: substituir o resultado nas outras duas equações. No exemplo, o x será substituído nas
equações II e III, formando em seguida as equações IV e V:

Substituindo x na equação II:

x - 3y + 5z = 1
(12 - 2y - z) - 3y + 5z = 1
12 - 2y - z - 3y + 5z = 1
-5y + 4z = - 11 → Equação IV

Substituindo x na equação III:

2x - y + 3z = 10
2 . (12 - 2y - z) - y + 3z = 10
24 - 4y - 2z - y + 3z = 10
-5y + z = - 14 → Equação V

3° passo: as equações IV e V constituem um sistema linear com duas variáveis que pode ser resolvido
pelos métodos de adição ou substituição

 −5y + 4z =−11

 −5y + z =−14

108
MATEMÁTICA PARA ECONOMIA

Utilizando o método da adição, podemos multiplicar a primeira equação por (-1) para eliminar a
variável y

 −5y + 4z =−11 x( −1)  5y − 4z =11


 → 
 −5y + z =−14  −5y + z =−14

5y − 4z =11
−5y + z =−14
−3z = −3

x( −1)
− z = −3 → ∴ z = 1

O valor de z pode ser substituído tanto na equação IV como na equação V. Escolhendo a equação
IV, temos:

-5y + 4z = -11

- 5 y + 4(1) = -11 ∴ y = 3

4° passo: retornar à equação do 1° passo e substituir os valores de y e z para determinar o valor de x

x = 12 - 2y - z

x = 12 - 2(3) - (1) ∴ x = 5

A conclusão a que chegamos é que x = 5, y = 3 e z = 1.

6.4.2 Regra de Cramer

A regra de Cramer é um teorema em álgebra linear, que dá a solução de um sistema de equações


lineares em termos de determinantes. Porém, ela só poderá ser utilizada na resolução de sistemas em
que o número de equações e o número de incógnitas forem iguais.

Resolvendo sistemas usando a regra de Cramer


10x + y = 11
Dado o sistema de equações com duas incógnitas 
5x − 3y = 2
1° passo: calcular o determinante da matriz dos coeficientes, que chamaremos de D

10 1
D  10.  3  1.5  30  5  35
5 3

109
Unidade II

2° passo: verificar se a regra de Cramer pode ser aplicada

• se D ≠ 0, podemos prosseguir usando a regra de Cramer, pois o sistema é possível e


determinado (SPD);

• se D = 0, não se aplica a regra de Cramer.

3° passo: aplicar a regra de Cramer

Para cada incógnita que se quer determinar, calcula-se um novo determinante, que é o da matriz
obtida, substituindo-se, na matriz dos coeficientes, a coluna dos coeficientes da incógnita a ser
determinada pela coluna dos termos independentes. Veja:

11 1
Dx (para det er min ar x )   11.  3  1.2  33  2  35
2 3

10 11
Dy (para det er min ar y )   10. 2  11. 5  20  55  35
5 2

O valor de cada incógnita é quociente (razão ou divisão) de cada um desses determinantes por D:

Dx 35
x  1
D 35

Dy 35
y  1
D 35

Assim, novamente, a solução do sistema é o par ordenado (1,1).

Para utilizar a regra de Cramer em sistemas com três equações e três incógnitas, precisamos primeiro
entender a regra de Sarrus para então resolver o determinante.

Podemos aplicar a regra de Sarrus para calcular o determinante de uma matriz do tipo 3x3, .

Para entender como é feito o cálculo do determinante com essa regra, considere a seguinte matriz
A de ordem 3:

a11 a12 a13


A = a21 a22 a23
a31 a32 a33

110
MATEMÁTICA PARA ECONOMIA

Inicialmente, as duas primeiras colunas são repetidas à direita da matriz A:

a11 a12 a13 a11 a12


a21 a22 a23 a21 a22
a31 a32 a33 a31 a32

Em seguida, os elementos da diagonal principal são multiplicados. Esse processo deve ser feito
também com a diagonal que está à direita da diagonal principal para que seja possível somar os produtos
dessas três diagonais.

a11 a12 a13 a11 a12


a21 a22 a23 a21 a22
a31 a32 a33 a31 a32

det AP = a11.a22.a33 + a12.a23.a31 + a13.a21.a32

O mesmo processo deve ser realizado com a diagonal secundária e as demais diagonais à sua direita.

a11 a12 a13 a11 a12


a21 a22 a23 a21 a22
a31 a32 a33 a31 a32

det AS = a12.a21.a33 + a11.a23.a32 + a13.a22.a31

Unindo os dois processos, é possível encontrar o determinante da matriz A. Entretanto é necessário


subtrair os produtos encontrados na diagonal principal dos produtos da diagonal secundária.

det A = det Ap – det As

det A = a11.a22.a33 + a12.a23.a31 + a13.a21.a32 – (a12.a21.a33 + a11.a23.a32 + a13.a22.a31)

Dado o sistema de três equações com três incógnitas:

x + 2y + z = 12 → Equação I

x − 3y + 5z =→1 Equação II
2x − y + 3z = 10 → Equação III

111
Unidade II

1° passo: calcular o determinante da matriz dos coeficientes, que chamaremos de D:

1 2 1
=
D 1 −3 5
2 −1 3

1 2 1 1 2
D= 1 −3 5 1 −3= (1. ( −3) .3) + ( 2.5.2) + (1.1. ( −1) )  −
2 −1 3 2 −1
[(2.1.3) + (1.5.( −1)) + (1.( −3).2)] =
15

2° passo: verificar se a regra de Cramer pode ser aplicada

• se D ≠ 0, podemos prosseguir usando a regra de Cramer, pois o sistema é possível e


determinado (SPD);

• se D = 0, não se aplica a regra de Cramer.

3° passo: aplicar a regra de Cramer

Para cada incógnita que se quer determinar, calcula-se um novo determinante, que é o da matriz
obtida, substituindo-se, na matriz dos coeficientes, a coluna dos coeficientes da incógnita a ser
determinada pela coluna dos termos independentes.

Veja:

12 2 1
Dx (para determinar=
x ) 1 −3 5
10 −1 3

12 2 1 12 2
D=
x 1 −3 5 1 −=3 (12. ( −3) .3) + ( 2.5.10) + ((1.1.( −1))  −
10 −1 3 10 −1
[(2.1.3) + (12.5.( −1)) + (1.( −3).10)] =
75

112
MATEMÁTICA PARA ECONOMIA

1 12 1
Dy (para determinar y ) = 1 1 5
2 10 3

1 12 1 1 12
Dy = 1 1 5 1 1 = (1.1.3) + (12.5.2) + (1.1.10)  −
2 10 3 2 10
[(12.1.3) + (1.5.10) + (1.1.2)] =
45

1 2 12
Dz (para determinar=
z ) 1 −3 1
2 −1 10

1 2 12 1 2
Dz= 1 −3 1 1 −3= (1.( −3).10) + ( 2.1.2) + (12.1.( −1)  −
2 −1 10 2 −1
[(2.1.10) + (1.1.( −1)) + (12.( −3).2)] =
15

O valor de cada incógnita é quociente (razão ou divisão) de cada um desses determinantes por D:

Dx 75
=
x = = 5
D 15

Dy 45
=
y = = 3
D 15

DZ 15
=
z = = 1
D 15

Assim, a conclusão a que chegamos novamente é que x = 5, y = 3 e z = 1.

Exemplo 1

A relojoaria do sr. Joaquim consegue vender 10 relógios a um preço de U$ 80,00. Desejando aumentar
a venda, ele resolveu reduzir o preço em 75% do valor inicial e verificou que a quantidade de relógios
vendidos duplicou. Utilizando a regra de Cramer, determine a função demanda, admitindo que seja uma
função linear.

113
Unidade II

A função demanda pode ser escrita como uma função linear do tipo y = ax + b onde y representa o
preço e x a quantidade (p = aq + b)

Para os valores apresentados, temos a seguinte informação:

P Q
80,00 10
60,00 20

Substituindo esses valores na função aq + b = p, temos:

10a + b =80

20a + b =60

Calculando o determinante:

10 1
D= =
10 − 20 =−10 ⇒ Determinante ≠ 0
20 1

80 1
Da = = 80 − 60 = 20
60 1

10 80
Db = = 600 − 1.600 =
−1.000
20 60
Determinando os valores de a e b

Da 20 Db −1.000
a= == −2 e b = = = 100
D −10 D −10

Logo, a função demanda pode ser escrita: p = - 2q + 100

Exemplo 2

Na feira, uma dona de casa verificou que as barracas A, B e C tinham preços diferentes por quilo do
produto, conforme a tabela a seguir:

114
MATEMÁTICA PARA ECONOMIA

Tabela 3

Tomate Batata Cebola

A R$ 40,00 R$ 50,00 R$ 30,00

B R$ 50,00 R$ 40,00 R$ 40,00

C R$ 50,00 R$ 40,00 R$ 30,00

Comprando x quilos de tomate, y quilos de batatas e z quilos de cebolas, tanto na barraca A quanto
na barraca B, a dona de casa gastaria a mesma quantia: R$ 260,00; comprando as mesmas quantidades
na barraca C, ela economizaria R$ 10,00. Determine x + y + z.

Representando os valores no sistema, temos:

 40x + 50y + 30z =


260

50x + 40y + 40z =260
50x + 40y + 30x =250

O primeiro passo é montar a matriz (3x3) dos coeficientes, que chamaremos de D, e calcular o valor
do determinante:

40 50 30
D = 50 40 40
50 40 30

40 50 30 40 50
D = 50 40 40 50 40 = 48.000 + 100.000 + 60.000 −
50 40 30 50 40
(75.000 + 64.000 + 60.000) =
9.000

260 50 30 260 50
Dx = 260 40 40 260 40 = 312.000 + 500.000 + 312.000 −
250 40 30 250 40
(390.000 + 416.000 + 300.000) = 18.000

115
Unidade II

40 260 30 40 260
Dy = 50 260 40 50 260 = 312.000 + 520.000 + 375.000 −
50 250 30 50 250
(390.000 + 400.000 + 390.000) = 27.000

40 50 260 40 50
Dz = 50 40 260 50 40 = 400.000 + 650.000 + 520.000 −
50 40 250 50 40
(625.000 + 416.000 + 520.000) = 9.000

Determinando os valores de x, y e z:

Dx 18.000
=
x = = 2
D 9.000

Dy 27.000
=
y = = 3
D 9.000

DZ 9.000
=
z = = 1
D 9.000
Logo, as quantidades são x= 2 kg de tomate, y = 3 kg de batata e z = 1 kg de cebola.

Resumo

Nesta unidade, foram apresentados os conceitos de plano cartesiano,


de relações entre conjuntos e de funções.

O plano cartesiano é formado por duas retas reais perpendiculares,


denominadas eixo x e eixo y. O ponto de cruzamento dessas retas é
denominado origem dos eixos, pois representa o início da contagem dos
eixos x e y, tendo o número zero (0) como marcador.

Os eixos x e y dividem o plano em quatro regiões chamadas de


quadrantes, organizadas no sentido anti-horário e numeradas em ordem
crescente (iniciando em 1).

O produto cartesiano de AxB, por sua vez, é o conjunto de todos os


pares ordenados (x;y) tal que x pertença ao conjunto A e y pertença ao
conjunto B, sendo A e B dois conjuntos não vazios.
116
MATEMÁTICA PARA ECONOMIA

Já a relação de A em B é qualquer subconjunto do produto cartesiano


AxB, sendo A e B dois conjuntos não vazios. Em uma relação R de A em B,
um par ordenado (x;y) associa x a y, sendo que y será chamado de imagem
de x em R.

O conceito de função é expresso por uma relação entre dois conjuntos


A e B definida por uma regra de formação f na qual cada elemento de A é
relacionado com apenas um elemento de B.

Assim, função do 1o grau é toda função f: R → R definida pela regra


y = f(x) = ax + b, com a e b ∈ R, sendo a e b constantes denominadas por
coeficientes da função.

Já a função do 2o grau é toda função f: R → R definida pela regra


y = f(x) = ax2 + bx + c, com a e b ∈ R e a ≠ 0, sendo a, b e c coeficientes
da função.

Existem diversas outras relações do tipo função, por exemplo, a função


exponencial, que é toda função f de R em R dada pela regra f(x) = ax, em
que a é um número real positivo e diferente de 1.

Entretanto, um grupo de funções de grande uso são as funções


polinomiais, denominadas pela notação: f(x) = a0xn + a1xn-1 + a2xn-2 + ... +
an-1x1 + an, em que a0, a1, a2, ..., an são números reais com a0 ≠ 0.

Além disso, é importante saber que a função racional se origina das


funções polinomiais. A função racional é toda função expressa por um
quociente de dois polinômios com denominador não nulo.

Também apresentamos algumas formas de se resolver sistemas de


equações com duas ou três incógnitas, sendo o método de substituição e o
de adição os mais comuns.

A classificação de um sistema está relacionada ao número de soluções


que ele possui. Um sistema pode ser possível ou impossível, ou seja, se tiver
solução, é possível, caso contrário, é impossível. Se o sistema for possível e
tiver apenas uma solução, ele é determinado. Se ele for possível e tiver mais
de uma solução, é indeterminado.

Outra forma de se resolver sistemas de equações é utilizando a regra


de Cramer. Essa regra é um teorema em álgebra linear, que dá a solução
de um sistema de equações lineares em termos de determinantes. Porém,
ela só poderá ser utilizada na resolução de sistemas em que o número de
equações e o número de incógnitas sejam iguais.
117
Unidade II

No caso de sistemas com três equações e três incógnitas, se faz


necessário entender antes a regra de Sarrus, para então utilizar a regra de
Cramer na determinação das variáveis.

Exercícios

Questão 1. (Enade 2011) Suponha que um instituto de pesquisa de opinião pública realizou um
trabalho de modelagem matemática para mostrar a evolução das intenções de voto, nas campanhas dos
candidatos Paulo e Márcia ao Governo do Estado, durante 36 quinzenas. Os polinômios que representam,
em porcentagem, a intenção dos votos dos eleitores de Paulo e Márcia na quinzena x são, respectivamente,

P(x) = - 0,006x2 + 0,8x + 14

M(x) = - 0,004x2 + 0,9x + 8

Em que 0 ≤ x ≤ 36 representa a quinzena, P(x) e M(x) são dados em porcentagens. De acordo com
as pesquisas realizadas, a ordem de preferência nas intenções de voto de Paulo e Márcia sofreram
alterações na quinzena:

A) 6.

B) 12.

C) 20.

D) 22.

E) 30.

Resposta correta: alternativa C.

Análise das alternativas

Justificativa geral: a intenção de votos é representada por um polinômio de grau 2. Podemos


determinar a intersecção das duas curvas por:

P(x) = M(x)

- 0,006x2 + 0,8x + 14 = 0,004x2 + 0,9x + 8

- 0,010x2 - 0,1x + 6 = 0
118
MATEMÁTICA PARA ECONOMIA

Na função do 2º grau encontrada, temos que a = -0,010, b = -0,1 e c = 6. Usando a fórmula de


Bhaskara, determinaremos os valores de x.

∆ = (-0,1)2 - 4 . (-0,010) . (6) = 0,25

−( −0,1) ± 0,25 +0,1 ± 0,5


=x =
2. ( −0,010) −0,02

0,1 + 0,5
x1 = = −30
−0,02

0,1 − 0,5
=x2 = 20
−0,02
A raiz x = 20 pertence ao domínio da função. A representação gráfica é dada a seguir:

40

30

P(x)
M(x)

20

10

0 10 20 30
x

Figura 79 - Intenção dos votos (%)

Questão 2. (Enade 2014) Em uma loja de material escolar, as mercadorias caneta, lápis e borracha,
de um único tipo cada uma, são vendidas para três estudantes. O primeiro comprou uma caneta, três
lápis e duas borrachas pagando R$ 10,00; o segundo adquiriu duas canetas, um lápis e uma borracha
pagando R$ 9,00; o terceiro comprou três canetas, quatro lápis e três borrachas pagando R$ 19,00.

119
Unidade II

Os estudantes, após as compras, sem verificarem os valores de cada mercadoria, procuraram resolver
o problema: a partir das compras efetuadas e dos respectivos valores totais pagos por eles, qual o
preço da caneta, do lápis e da borracha? Para isso, montaram um sistema de equações lineares cujas
incógnitas são os preços das mercadorias.

Esse sistema de equações é:

A) Possível determinado, sendo o preço da borracha maior que o do lápis.

B) Impossível, pois saber os totais das compras não garante a existência de solução.

C) Possível determinado, podendo admitir como solução o valor do preço da caneta, do lápis e da
borracha.

D) Possível indeterminado, de forma que a soma dos valores possíveis da caneta, do lápis e da
borracha é igual a cinco vezes o preço do lápis subtraído de R$ 9,00.

E) Possível indeterminado, de forma que a soma dos valores possíveis da caneta, do lápis e da
borracha é igual a 1/5 da adição do preço da borracha com R$ 28,00.

Resolução desta questão na plataforma.

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