BASICO OMBRO (Editado)

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ULTRASSONOGRAFIA DO OMBRO

Ronaldo Lins
Ultrassonografia do Ombro Manguito Rotador

Histologia do tendão

Formado por três componentes • Componente celular:


1. Fibras de colágeno tipo I ꟷ Tenócitos (20% do volume)
2. Matriz extracelular rica em ꟷ Colágeno tipo 1
glicosaminoglicanos • Matriz extra celular:
3. Células de fibroblastos produtoras ꟷ 80% do volume
de colágeno ꟷ Proteoglicanos hidrofílicos (gel)
Ultrassonografia do Ombro Manguito Rotador

Fisiopatologia
Lesão

Microrupturas

Microtrauma Repetitivo

Dificuldade para regenerar

Tendinose
Ultrassonografia do Ombro

Introdução

• O ombro é uma articulação multiaxial, com grande variedade de


movimentos
• Essa característica favorece o surgimento de lesões no ombro,
tornando esse um dos locais mais comuns de dor
Ultrassonografia do Ombro
Anatomia
Ultrassonografia do Ombro

Anatomia ecográfica

PELE
VENTRE MUSCULAR DELTÓIDE
SUBCUTÂNEO

BURSA SUBAC

TENDÃO
SUPRAESPINHAL

FIBROCARTILAGEM
TUB.MAIOR UMERAL

CARTILAGEM ARTICULAR
Tendão da cabeça longa do bíceps
Intervalo dos rotadores
Sub escapular
Infra espinhal
Redondo menor
Supra espinhal
Supra espinhal
Ultrassonografia do Ombro Manguito Rotador

Dor no ombro
• Dor no ombro é a terceira queixa mais frequente músculo
esquelética
• Localização do sintoma imprecisa
Ultrassonografia do Ombro Manguito Rotador
Dor no ombro
Primária: Secundária:

• Lesão do MR • Discinesia escapulo torácica

• Bursite • Radiculopatia cervical

• Artropatias • Neuropatia Metabólica

• Lesão Labral • Pós Herpética

• Instabilidades • Traumática(plexo braquial)

• Capsulite adesiva • AVC


Ultrassonografia do Ombro Manguito Rotador

Manguito Rotador
• 50 A 60% das queixas de dor no ombro
• Decorre de um desequilíbrio de funcionamento escapulo umeral
• A cabeça migra superiormente comprimindo as estruturas presentes
Ultrassonografia do Ombro Manguito Rotador

Função
• Supra e infra espinhal: Comprimem
a cabeça umeral dentro da glenóide
• Infra espinhal e redondo menor:
Produz tração para baixo contra a
tração para cima do deltoide
Ultrassonografia do Ombro Manguito Rotador

Fisiopatologia
• Extrínseca
• Impacto sub-acromial por macro ou micro
trauma repetitivo
• Intrínseca
• Degeneração do tendão com a idade
Ultrassonografia do Ombro Manguito Rotador
Fase 1
• Espessamento homogéneo do tendão, aumentando a área de secção transversal
para permitir a adaptação à sobrecarga
• As mudanças são mínimas porém já existe padrão de fibras de colágeno tipo 3
• Ocorre hiperplasia, hipertrofia e arredondamento dos tenócitos
Ocorre devido microrupturas com microhemorragias, edema do paratendão e
principalmente pelo aumento da água ligada dentro dos proteoglicanos

USG
Aumento de espessura
Hipoecogenicidade
Homogêneo
Ultrassonografia do Ombro Manguito Rotador

Fase 1
Ultrassonografia do Ombro Manguito Rotador

Fase 1
Ultrassonografia do Ombro Manguito Rotador

Fase 2
• Falha na cura (tendinose)
• Tentativa de cicatrização do tendão porém falha, formando colágeno
tipo 3 e não tipo 1
• Fibras não paralelas e com perda dos planos fasciculares reticulados
• Aumento dos proteoglicanos hidrofílicos entre as fibras de colágeno

USG
Aumento de espessura
Heterogêneo por desorganização do colágeno
Ultrassonografia do Ombro Manguito Rotador

Fase 2
Ultrassonografia do Ombro Manguito Rotador

Fase 3
• Degeneração difusa
• Morte celular por esgotamento dos tenócitos
• Degradação do colágeno e matriz extracelular
• Pouca capacidade de reversibilidade das alterações patológicas

USG
Tendão difusamente irregular e
heterogêneo
Ultrassonografia do Ombro Manguito Rotador
Fase 3
Ultrassonografia do Ombro Manguito Rotador

Fase 4
• Ruptura estrutural e falha mecânica

USG
Descontinuidade macroscópica e até
ausência total do tendão
Ultrassonografia do Ombro Manguito Rotador

Fase 4
Ultrassonografia do Ombro Manguito Rotador

Rupturas Parciais do Manguito Rotador

Não insercional Insercional


Ultrassonografia do Ombro Manguito Rotador

Ruptura Parcial

LOCAL
Bursal
Intratendínea
Justa-articular

ESPESSURA
Grau I < 25%
Grau II 25-50%
Grau III > 50%
Ultrassonografia do Ombro Manguito Rotador

Ruptura Parcial

LOCAL
Bursal
Intratendínea
Justa-articular

ESPESSURA
Grau I < 25%
Grau II 25-50%
Grau III > 50%
Ultrassonografia do Ombro Manguito Rotador

Ruptura Parcial

LOCAL
Bursal
Intratendínea
Justa-articular

ESPESSURA
Grau I < 25%
Grau II 25-50%
Grau III > 50%
Ruptura parcial insercional

Pasta Pasta reversa


Ultrassonografia do Ombro Manguito Rotador

Ruptura Transfixante - Longitudinal

GRAU DE RETRAÇÃO DE COTO


Distal < 1,0 cm
Intermediário 1,0 – 3,0 cm
Proximal > 3,0 cm
Ultrassonografia do Ombro Manguito Rotador

Ruptura Transfixante - Longitudinal


GRAU DE RETRAÇÃO DE COTO
Distal < 1,0 cm
Intermediário 1,0 – 3,0 cm
Proximal > 3,0 cm
Ultrassonografia do Ombro Manguito Rotador

Ruptura Transfixante - Longitudinal


GRAU DE RETRAÇÃO DE COTO
Distal < 1,0 cm
Intermediário 1,0 – 3,0 cm
Proximal > 3,0 cm
Ultrassonografia do Ombro Manguito Rotador

Ruptura Transfixante - Longitudinal


GRAU DE RETRAÇÃO DE COTO
Distal < 1,0 cm
Intermediário 1,0 – 3,0 cm
Proximal > 3,0 cm
Ultrassonografia do Ombro Manguito Rotador

Ruptura Transfixante - Longitudinal


GRAU DE RETRAÇÃO DE COTO
Distal < 1,0 cm
Intermediário 1,0 – 3,0 cm
Proximal > 3,0 cm
Ultrassonografia do Ombro Manguito Rotador

Ruptura Transfixante - Transversal

TAMANHO
Pequena < 1,0 cm
Média 1,0 – 3,0 cm
Grande > 3,0 cm
Ultrassonografia do Ombro Manguito Rotador

Ruptura Transfixante - Transversal


TAMANHO
Pequena < 1,0 cm
Média 1,0 – 3,0 cm
Grande > 3,0 cm
Ultrassonografia do Ombro Manguito Rotador

Ruptura Transfixante - Transversal


TAMANHO
Pequena < 1,0 cm
Média 1,0 – 3,0 cm
Grande > 3,0 cm
Ultrassonografia do Ombro Manguito Rotador

Ruptura Transfixante - Transversal

TAMANHO
Pequena < 1,0 cm
Média 1,0 – 3,0 cm
Grande > 3,0 cm
Ultrassonografia do Ombro Manguito Rotador

Ruptura Transfixante - Transversal


TAMANHO
Pequena < 1,0 cm
Média 1,0 – 3,0 cm
Grande > 3,0 cm
Ultrassonografia do Ombro Manguito Rotador
Sinais de degeneração:
Acromioclavicular Glenoumeral

Articulação... apresentando borramento dos contornos e irregularidade da


superficie óssea adjacente por formações osteofíticas justa articulares
Ultrassonografia do Ombro Manguito Rotador
Grau de degeneração gordurosa do ventre muscular
Informações Adicionais
Classificação de Goutalier (RM) modificada para USG
• 0 = músculo normal (Musculatura do tendão comprometido com
arquitetura fibrilar preservada, sem sinais de degeneração
gordurosa local)
• 1 = mínima infiltração gordurosa (Musculatura do tendão
comprometido com mínimas áreas de aumento da ecogenicidade
por degeneração gordurosa local)
• 2 = menos gordura do que músculo (Musculatura do tendão
comprometido apresentando aumento da ecogenicidade em
menos de 50% da área por degeneração gordurosa local)
• 3 = tanta gordura quanto músculo (Musculatura do tendão
comprometido apresentando aumento da ecogenicidade em
aproximadamente 50% da área por degeneração gordurosa local)
• 4 = mais gordura do que músculo (Musculatura do tendão
comprometido apresentando aumento da ecogenicidade em mais
de 50% da área por degeneração gordurosa local)
Ultrassonografia do Ombro Manguito Rotador

Degeneração Gordurosa Muscular


Ultrassonografia do Ombro Manguito Rotador

Sinais de tendinopatía prévia

Nota-se textura heterogênea nos fragmentos


proximais por tendinopatia prévia (tendinose)
Ultrassonografia do Ombro Manguito Rotador

Comprometimento do sub escapular


Ultrassonografia do Ombro Manguito Rotador

Ruptura do Subescapular
• Verificar se a lesão é de todo o tendão ou de parte dele
• Fazer manobra dinâmica para confirmação diagnóstica
Ultrassonografia do Ombro Manguito Rotador

Pressão da Mão contra o Abdomen Adicionais


Ultrassonografia do Ombro Manguito Rotador
Ombro Pós-Cirurgíco
Técnicas:
• Aberta com abertura do deltoide
• Aberta com mini abertura do deltoide
• Artroscopia (80%):
ꟷ Fileira única com sutura simples
ꟷ Dupla fileira (mais usada)
ꟷ Suture bridge (grande e maciça)
• Pode complementar com bursectomia, acromioplastia, corrigir lesão
labral, tenotomia ou tenodese da CLB e ressecção da clavícula distal
• Procurar reruptura, capsulite adesiva e bursite
Ultrassonografia do Ombro Manguito Rotador
Bursite
• Distensão líquida / Neo bursa

Manguito rotador apresentando textura heterogênea difusa (status pós cirúrgico).


Nota-se espessamento e efusão líquida sub acromial em topografia de bursa
Ultrassonografia do Ombro Manguito Rotador
Bursite recorrente
• Distensão líquida / Neo bursa

Manguito rotador apresentando textura heterogênea difusa (status pós cirúrgico).


Nota-se espessamento e efusão líquida sub acromial em topografia de bursa
Ultrassonografia do Ombro Manguito Rotador
Capsulite adesiva
• Elevação e abdução passiva do braço para detectar limitação no deslizamento do
supra espinhal pela cobertura acromial

A manobra de elevação e abdução passiva do braço evidencia limitação no


deslizamento do supra espinhal pela cobertura acromial (ombro congelado)
Ultrassonografia do Ombro Manguito Rotador
Recidiva de Ruptura
• O tendão se apresenta longe do ponto de fixação justa ósseo

Manguito rotador apresentando nova descontinuidade transfixante do supra


espinhal estando o coto tendíneo há ...mm do material de fixação justa ósseo
Ultrassonografia do Ombro Manguito Rotador
Recidiva de Ruptura
• O tendão se apresenta longe do ponto de fixação justa ósseo

Manguito rotador apresentando nova descontinuidade transfixante do supra


espinhal estando o coto tendíneo há ...mm do material de fixação justa ósseo
Ultrassonografia do Ombro Manguito Rotador

Classificação de Sugaya
Classificação da RM modificada
para USG:
• Tipo 1: Tendão íntegro e
homogêneo
• Tipo 2: Tendão íntegro porém
heterogêneo
• Tipo 3: Redução da espessura
menor que 50%
• Tipo 4: Lesão transfixante
menor que 1 cm
• Tipo 5: Lesão transfixante
maior que 1 cm
Ultrassonografia do Ombro Manguito Rotador

Classificação de Sugaya
Classificação da RM modificada
para USG:
• Tipo 1: Tendão íntegro e
homogêneo
• Tipo 2: Tendão íntegro porém
heterogêneo
• Tipo 3: Redução da espessura
menor que 50%
• Tipo 4: Lesão transfixante
menor que 1 cm
• Tipo 5: Lesão transfixante
maior que 1 cm
Ultrassonografia do Ombro Manguito Rotador

Classificação de Sugaya
Classificação da RM modificada
para USG:
• Tipo 1: Tendão íntegro e
homogêneo
• Tipo 2: Tendão íntegro porém
heterogêneo
• Tipo 3: Redução da espessura
menor que 50%
• Tipo 4: Lesão transfixante
menor que 1 cm
• Tipo 5: Lesão transfixante
maior que 1 cm
Ultrassonografia do Ombro Manguito Rotador

Classificação de Sugaya
Classificação da RM modificada
para USG:
• Tipo 1: Tendão íntegro e
homogêneo
• Tipo 2: Tendão íntegro porém
heterogêneo
• Tipo 3: Redução da espessura
menor que 50%
• Tipo 4: Lesão transfixante
menor que 1 cm
• Tipo 5: Lesão transfixante
maior que 1 cm
Ultrassonografia do Ombro Manguito Rotador

Classificação de Sugaya
Classificação da RM modificada
para USG:
• Tipo 1: Tendão íntegro e
homogêneo
• Tipo 2: Tendão íntegro porém
heterogêneo
• Tipo 3: Redução da espessura
menor que 50%
• Tipo 4: Lesão transfixante
menor que 1 cm
• Tipo 5: Lesão transfixante
maior que 1 cm
Ultrassonografia do Ombro Manguito Rotador

Tendinopatia calcárea
• Patologia de deposito de hidroxiapatita de
cálcio no paratendão
• 3% da população
• 50% bilateral
• 35% assintomático
• Pode ser dura ou mole
• Mais comum na mulher (30 a 50 anos)
Ultrassonografia do Ombro Manguito Rotador

Tendinopatia calcárea
• USG: Calcificação mole
Ultrassonografia do Ombro Manguito Rotador

Tendinopatia calcárea
• USG: Calcificação dura
Tendinopatia calcárea

• Agulha no centro da calcificação e “bombeamento e


aspiração” com lidocaína
• Após procedimento, 1 ml de Triancinolona intra bursal
Pós punção
Cabeça longa do bíceps – Anatomia

• O intervalo dos rotadores é o seu principal estabilizador, constituído pelo ligamento


coraco-umeral, ligamento gleno umeral, fibras do supra e subescapular
• O ligamento transverso do úmero quase não tem função na estabilização do tendão
• Apresentam uma zona avascular abaixo 1-3 centímetros da origem (zona crítica)
Cabeça longa do bíceps – Fisiopatologia e biomecânica
• Tem função de deprimir a cabeça do úmero contra a ascensão do deltóide. É também
um fraco abdutor do ombro
• As tendinopatias decorrem de tração repetitiva, atrito na goteira e principalmente
compressão no intervalo dos rotadores
• Apenas 5% são primárias e ocorrem em jovens com atividades de arremesso. 95% são
secundárias a impacto sub acromial e ocorrem mais entre a 4ª e 6ª décadas de vida
• A instabilidade do bíceps está associada a lesão do intervalo dos rotadores,
principalmente subescapular. O ligamento transverso pode estar intacto mesmo na
luxação
• A sub luxação pode causar dor e a luxação pode causar até pseudo paralisia do ombro
Cabeça longa do bíceps – Clínica

• Comum em esportes ou atividades que exigem movimentos do braço acima do


nível do ombro como arremesso (abdução e rotação externa)
• Clínica: Dor na parte anterior e superior do ombro podendo irradiar para o
músculo, agravada com atividades acima do nível do ombro. Dor a palpação da
goteira bicipital
Cabeça longa do bíceps – Patologia

• Patologias: Tendinopatia, instabilidade, rutura e lesões SLAP (não


visível ao USG)
• Em 90 % dos casos está associado a lesão do intervalo dos rotadores
e derrame articular
Tendão do peitoral

• Tem duas porções: Clavicular e esterno costal (mais volumosa)


• Mais comum em homens entre 20 e 40 anos de idade, principalmente com
histórico de uso de anabolizantes
• Em 85% dos casos, ocorre em pacientes praticantes de supino (tração)
Tendão do peitoral
• Lesão:
ꟷ Estiramento do ventre muscular ou junção miotendínea
ꟷ Tendinopatia insercional
• Ruptura: Mais comum na porção esternocostal e pode ocorrer na transição miotendínea
ou em sua inserção no úmero
• Clínica:
ꟷ Dor na região medial do braço próxima ao tórax com atividade de supino
ꟷ Dor e estalido com inchaço e equimose
ꟷ Deformidade por assimetria da prega axilar e diminuição da força
Tendão do peitoral – USG

• Tendinopatia: Aumento do calibre do tendão do peitoral maior em sua


inserção no úmero, com hipoecogenicidade textural local
• Ruptura: Observa-se descontinuidade total do tendão do peitoral maior, do
tipo insercional \ não insercional, com distância entre os fragmentos de.. mm
Bursa Sub Acromio Deltoidea

• Tem função de evitar o impacto entre o tendão do supraespinhal e a cabeça do úmero do


acrômio, processo coracóide, ligamento coracoacromial e o músculo deltoide
• A causa mais frequente é de origem mecânica, devido movimentos que elevam o braço
acima da linha da cabeça. Na fase crônica, a parede encontra-se espessada. Pode ser de
origem inflamatória devido doenças reumáticas
• Dor no ombro, na parte superior, com dificuldade em levantar o braço acima da cabeça
Bursa Sub Acromio Deltoidea

• USG: Locais mais fáceis de visualizar efusão líquida são adjacente ao sub
escapular e abaixo da inserção do supra espinhal
• Se for edema ou espessamento, aparece adjacente ao supra espinhal
Bursa Sub Acromio Deltoidea

• Edema e espessamento mecânico


Bursa Sub Acromio Deltoidea
• Espessamento reumático
Capsulite adesiva
• Síndrome dolorosa controversa, de etiopatogenia obscura
• Mais frequente no sexo feminino, entre 40 e 60 anos
• Rigidez dolorosa do ombro, de longa duração, associado com períodos de
imobilização ou desuso da articulação, levando a alterações inflamatórias e
fibrosas da cápsula articular e sinóvia com aderência e retração da cápsula,
diminuição do volume e rigidez articular. Em 20% dos casos é idiopática
Capsulite adesiva
• Fisiopatologia: Imobilização prolongada do ombro > Isquemia pela falta de
movimento > Inflamação, fibrose e retração da cápsula articular
• Tem 4 estágios:
ꟷ Pré-adesivo: Reação inflamatória sinovial
ꟷ Sinovite adesiva aguda: Sinovite proliferativa com colabamento dos
recessos articulares e aderências da cápsula na cabeça do úmero
ꟷ Maturação: Regressão da sinovite e franco colabamento do recesso axilar
ꟷ Crônica: Aderências maduras e retraídas, com forte restrição dos
movimentos da cabeça umeral em relação à glenóide
Capsulite adesiva
Clínica
• Dor, rigidez articular de início insidioso, muitas vezes relacionada a períodos de desuso do ombro,
de evolução arrastada, associada ou não a outras doenças
• Inicia com dor aguda insidiosa que se agrava rapidamente, com mobilidade prejudicada e dura de
3 a 6 meses
• Evolui com enrijecimento e diminuição da dor, mas persiste à noite e pra movimentar o ombro,
que se apresenta com bloqueio da abdução e rotação interna e externa e dura cerca de 12 meses
• Por último começa a liberação progressiva dos movimentos, que dura de 9 a 24 meses, chamada
de descongelamento
Classificação (Zuckerman):
• Primária , quando não há associação com outras doenças
• Secundária, quando identificamos associação com outras doenças.
Secundária:
• Intrínseca: Desencadeada por lesão no próprio ombro como manguito rotador, cabeça longa do
bíceps, bursite, artrose
• Extrínseca: Associada com lesões distantes como fratura do punho e mão, infecção, AVC, epilepsia
(fenobarbital), lesão de nervos do membro superior, coluna cervical, etc
• Sistêmica: Associada com doenças como diabetes, tireóide, etc
Capsulite adesiva
• Espessamento e hipoecogenicidade textural do ligamento córaco umeral
• Limitação no deslizamento do supra espinhal pela cobertura acromial (dinâmico)
• Pode-se fazer teste terapêutico com bloqueio anestésico. A capsulite adesiva não
melhora só com o bloqueio
Capsulite adesiva
• USG dinâmico: Manobra de elevação e abdução passiva do braço para ver se o supra
espinhal desliza normalmente pelo espaço sub acromial ou se existe limitação (capsulite)
• Tratamento: USG para bloqueio do nervo supra-escapular e distensão hidráulica com pelo
menos 8 ml de líquido e logo depois, fisioterapia com exercícios pendulares
Capsulite adesiva
• Bloqueio do nervo supra escapular com 5 ml de lidocaína na fossa espino
glenoidea
• Distensão da articulação com 6 ml de ácido hialurônico, 3 ml de PRP e 1 ml
de triancinolona no recesso posterior ou fossa espino glenoidea
Articulação Acrômio Clavicular
• Anatomia: Conecta a escápula a clavícula
• Fisiopatologia E Biomecânica: É uma articulação semelhante ao joelho, quadril e ombro, com os
mesmos riscos de degeneração, inclusive metabólica. A cintura escapular transmite uma grande
carga para uma articulação pequena, resultando em degeneração, principalmente nos exercícios
de fortalecimento dos membros superiores (elo fraco entre o tronco e os membros superiores)
• Patologia: Artrose, osteólise da clavicula distal e lesão ligamentar
Artrose Acrômio Clavicular
• Comum até em adultos jovens, principalmente em quem praticou exercícios
físicos com os membros superiores. Pode ser assintomática (50%)
• Clínica: Dor local, irradiada para o ombro e para o trapézio, sem perda dos
movimentos do braço
Artrose Acrômio Clavicular
• USG: Borramento dos contornos da cartilagem e irregularidade da superfície óssea
adjacente por formações osteofíticas justa articulares. Na fase mais avançada apresenta
redução do espaço articular
• Tratamento:
ꟷ Fisioterapia e anti inflamatório (1 ml de triancinolona IA)
ꟷ Ortobiológicos (1ml de ácido hialurônico + 1 ml de PRP IA)
Lesão ligamentar AC

• Deslocamento da clavícula em relação ao acrômio


• Clínica: Trauma com o braço próximo ao tronco, em acidentes de
bicicleta ou moto ou no esporte
Lesão ligamentar AC

USG
• Aumento do volume da articulação acrômio clavicular em relação a
contra lateral
• Desnivelamento da clavícula em relação ao acrômio
Lesão ligamentar AC
USG Dinâmico
• Manobra de mão no ombro contra lateral para avaliação de instabilidade articular
• Articulação estável: A manobra de mão no ombro contra lateral não evidencia
aumento da mobilidade da clavícula em relação ao acrômio
• Articulação instável: A manobra de mão no ombro contra lateral evidencia
aumento da mobilidade da clavícula em relação ao acrômio
Instabilidade oculta Gleno Umeral
• Multidirecional
• Frouxidão cápsulo ligamentar: Grande variação na amplitude de translação da cabeça do
úmero na cavidade glenóide sem sintomas
• Instabilidade: Aumento da amplitude que causa dor, apreensão, subluxação e luxação
Classificação:
• Traumática:
ꟷ Desencadeada por um trauma com luxação. Unidirecional
ꟷ Desgarro cápsulo-labral e ou lesão dos ligamentos glenoumerais
• Atraumática: Hipermobilidade por fatores genéticos, bioquímicos ou biomecânicos
• Adquirida: 50% dos casos. Ocasionada por trauma repetitivo, provocando estiramento
cápsulo-ligamentar. Frequente em atletas. No início assemelha a atraumática mas pode lesar
o labrum com o tempo
Instabilidade oculta Gleno Umeral
• Fisiopatologia e biomecânica: Exuberante recesso capsular inferior criando um
aumento global no volume capsular, intervalo dos rotadores defeituoso,
insuficiência do manguito rotador > Estiramento cápsulo ligamentar > Fadiga,
descondicionando os estabilizadores dinâmicos > Dor e instabilidade
• Clínica: Adolescentes ou adultos jovens com atividades de lançamento. É raro
após os 30 anos. Queixa de dor com instabilidade, parestesia e fadiga fácil
(síndrome do braço morto). Sinais de discinesia escápulo-torácica
Instabilidade oculta Gleno Umeral

USG
• Aumento da mobilidade da cabeça umeral em relação a glenóide
Instabilidade oculta Gleno Umeral

USG Dinâmico
• A manobra de tração passiva do braço evidencia aumento da
mobilidade da cabeça umeral em relação a glenóide
Instabilidade oculta Gleno Umeral
Lesão de Hill Sachs
• Deformidade da superfície óssea umeral posterior, adjacente ao infra espinhal,
medindo ...mm no corte longitudinal e ...mm de profundidade. Se adjacente ao
sub escapular, Mc Laughlin
Cisto espinoglenoidal
• Associado com lesão SLAP e neuropatia do supra-escapular
• Mais frequente em homens com movimento de arremesso
• Clínica: Dor na região posterior do ombro e déficit da força de rotação lateral com
hipotrofia do músculo infra-espinhal
• Fisiopatologia: Lesão do lábio glenoidal póstero-superior(mais fraco) >
Extravasamento de líquido sinovial > Cisto peri articular
• Tratamento: Aspiração e infiltração posterior com 1 ml de triancinolona ou
betametasona
• Drenagem do cisto e correção da lesão SLAP
Cisto espinoglenoidal
USG
• Presença de descontinuidade do labrum póstero superior da glenóide
• Formação cística líquida peri labral projetando para a fossa espino glenoidea
• Aumento da ecogenicidade do músculo infra espinhal por degeneração gordurosa

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