Magistratura Estadual 2020

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Plano Extensivo

Magistratura Estadual

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INSTRUÇÕES DE USO

O plano de leitura foi criado para lhe auxiliar na leitura da legislação, com separação por dia, mesclando artigos de diversas leis para
leitura conjugada. Ex:

Nossa legislação vem com destaques em partes importantes, prazos em vermelho, súmulas do STF e do STJ, jurisprudências em teses
do STJ, quadros resumos… tudo sistematizado de forma a lhe ajudar na hora de estudar.

Os Planos Extensivos foram pensados para serem lidos e relidos diversas vezes, em razão disso criamos os controles de leitura:

Após a leitura do dia, você deve marcar a bolinha para que você não se confunda e repita a leitura no mesmo ciclo. Leia e releia o plano
pelo menos 5 vezes. A cada nova leitura você perceberá que a quantidade de horas exigidas diminuirá, pois você passará a ter mais
afinidade com os artigos e isso lhe ajudará na hora de realização da sua prova.

O estudo para concursos público exige uma conjugação de leitura da lei + doutrina + jurisprudências + questões. Quanto à leitura da
lei, nos vamos lhe ajudar, mesclando com inclusão de súmulas, jurisprudências em teses do STJ e quadros resumos, além do anexo de
jurisprudências.

Esperamos poder ajudá-lo nessa preparação. Conte com a gente e bons estudos!

Equipe Legislação Destacada

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LEIS ABRANGIDAS NO PLANO


DIREITO CIVIL LINDB
CC/02
LEI 10741/03 – ESTATUTO DO IDOSO
LEI 13146/05 – ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
LEI 8245/91 – LEI DE LOCAÇÕES
DIREITO PROCESSUAL CPC/15
CIVIL LEI 12153/09 - JUIZADOS ESPECIAIS DA FAZENDA PÚBLICA
LEI 9099/95 - JEC
LEI 8080/90 – SAÚDE
LEI 9394/96 – DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL
LEI 10216/01 - PROTEÇÃO E OS DIREITOS DAS PESSOAS PORTADORAS DE TRANSTORNOS MENTAIS
DIREITO DO CDC
CONSUMIDOR
DIREITO DA CRIANÇA E ECA
DO ADOLESCENTE LEI 12594/2012 – SINASE
PROVIMENTO 32 CNJ – AUDIÊNCIAS CONCENTRADAS
DIREITO PENAL CP
DIREITO PROCESSUAL CPP
PENAL
LEI 8072/90 - Crimes Hediondos
LEI 11343/06 – Lei de Drogas
LEI 10826/03 – Estatuto do Desarmamento
LEI 11340/06 – Lei Maria da Penha
LEI 9099/95 - JECCrim
Lei Nº 4.898/1965 - Abuso de Autoridade
Lei Nº 9.455/1997 - Crimes de Tortura
LEGISLAÇÃO LEI 12850/13 – Organização Criminosa
EXTRAVAGANTE DE LEI 9613/1998 – Lavagem de Dinheiro
DIREITO PENAL E LEI 9503/97 – Crimes de Trânsito
PROCESSUAL PENAL LEI 8137/90 – CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA, ECONÔMICA E CONTRA AS RELAÇÕES DE CON -
SUMO
DECRETO-LEI 3688/41 - Contravenções Penais (Parte Geral)
LEI 9807/99 – PROTEÇÃO À TESTEMUNHA
LEI 1521/51 – CRIMES CONTRA A ECONOMIA POPULAR
LEI 10741/10 – Crimes contra os Idosos
LEI 7716/89 – PRECONCEITO DE RAÇA/COR
LEI 9296/96– Interceptação Telefônica
LEI 7960/89 – Prisão Temporária
LEI 9605/98 - Crimes Contra o Meio Ambiente
LEI 7210/84 – LEP
DIREITO CF/88
CONSTITUCIONAL LEI 9507/97 – Habeas Data
LEI 13300/16 – Mandado de Injunção
LEI 12562/11 – Representação Interventiva
LEI 1579/52 – CPI
LEI 9868/99 – ADI
LEI 9882/99 – ADPF
Lei 11417/06 - SV
DIREITO ELEITORAL CÓDIGO ELEITORAL
LEI 9504/97- LEI DAS ELEIÇÕES
LEI 9096/95 – LEI DOS PARTIDOS
LC 64/90 – INELEGIBILIDADES
DIREITO EMPRESARIAL Empresarial no CC/08
LEI 11101/05 – FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO JUDICIAL
LEI 7357/85 - CHEQUE
LEI 9492/97 - PROTESTO DE TÍTULOS
DECRETO 2044/1908 - LETRA DE CÂMBIO E NOTA PROMISSÓRIA
DIREITO TRIBUTÁRIO Tributário na CF/88

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CTN
DIREITO AMBIENTAL LEI 6938/91 – PNMA
LC 140/11
RESOLUÇÃO 237/97 DO CONAMA
CÓDIGO FLORESTAL
LEI 9985/00 - SISTEMA NACIONAL DE UNIDADE DE PROTEÇÃO
LEI 6938/91 – PNMA
DIREITO LEI 8987/95 - Serviços Públicos
ADMINISTRATIVO LEI 9784/99 - Processo Administrativo
LEI 8429/92 - Improbidade Administrativa
LEI 4717/65 – Ação Popular
LEI 12016/09 – Mandado de Segurança
LEI 7347/85 - Ação Civil Pública
LEI 8666/96 - Licitações e Contratos:
LEI 11079 – PPP
LEI 10520 – PREGÃO
Lei 12462/11 – Regime Diferenciado de Contratações
LEI 13303/16 – ESTATUTO EP e SEM
LEI 9637/98 - ORGANIZAÇÃO SOCIAL
LEI 9790/99 - OSCIP
LEI 11107/05 – CONSÓRCIOS PÚBLICOS
LEI 12846/13 - RESPONSABILIZAÇÃO PJ POR ATOS CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
DECRETO-LEI 3365/41 – DESAPROPRIAÇÃO POR UTILIDADE PÚBLICA
LEI 4132/62 – DESAPROPRIAÇÃO POR INTERESSE SOCIAL

IMPORTANTE
É proibida a reprodução deste material, ainda que sem fins lucrativos, em qualquer meio de comunicação, inclusive na internet.
Lei de Direitos Autorais n° 9610/98

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DIA 1 Constituição Federal: art. 1-4


LINDB
Código Processo Civil: art. 1° - 25
Código Penal: art. 1° - 19
Código Processo Penal: art. 1° - 68
DIA 2 Constituição Federal: art. 5
Código Civil: art. 1-39
Código Processo Civil: art. 26-76
Código Penal: art. 20-31
Código Processo Penal: art. 69-111
DIA 3 Constituição Federal: art. 6-17
Código Civil: art. 40-114
Código Processo Civil: art. 77-102
Código Penal: art. 32-52
Código Processo Penal: art. 112-196
DIA 4 Constituição Federal: art. 18-36
Código Civil: art. 115-188
Código Processo Civil: art. 103-149
Código Penal: art. 53-76
Código Processo Penal: art. 197-250
DIA 5 Constituição Federal: art. 37-43
Código Civil: art. 189-232
Código Processo Civil: art. 150-187
Código Penal: art. 77-99
Código Processo Penal: art. 251-310
DIA 6 Constituição Federal: art. 44-69
Código Civil: art. 233-285
Código Processo Civil: art. 188-235
Código Penal: art. 100-128
Código Processo Penal: art. 311-350
DIA 7 Constituição Federal: art. 70-100
Código Civil: art.286-388
Código Processo Civil: art. 236-275
Código Penal: art. 129-150
Código Processo Penal: art. 351-405
DIA 8 Constituição Federal: art. 101-126
Código Civil: art 389-461
Código Processo Civil: art. 276-310
Código Penal: art. 151-160
Código Processo Penal: art. 406-446
DIA 9 Constituição Federal: art. 127-144
Código Civil: art 462-537
Código Processo Civil: art. 311-342
Código Penal: art. 161-183
Código Processo Penal: art. 447-497
DIA 10 Constituição Federal: art. 145-155
Código Civil: art 538-652
Código Processo Civil: art. 343-368
Código Penal: art. 184-234-B
Código Processo Penal: art. 513-573
DIA 11 Constituição Federal: art. 156-162
Código Civil: art 653-756
Código Processo Civil: art. 369-463
Código Penal: art. 235-288-A
Código Processo Penal: art. 574-603
DIA 12 Constituição Federal: art. 163-192
Código Civil: art 757-817
Código Processo Civil: art. 464-501
Código Penal: art. 289-311-A

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Código Processo Penal: art. 609-646


DIA 13 Constituição Federal: art. 193-217
Código Civil: art 818-926
Código Processo Civil: art. 502-527
Código Penal: art. 312-337-A
Código Processo Penal: art. 647-667/791-809
DIA 14 Constituição Federal: art.218-250
Código Civil: art 927-965
Código Processo Civil: art. 528-658
Código Penal: art. 337-B-359-H
DIA 15 Código Civil: art 966-1122
Código Processo Civil: art. 659-734
LEI 9507/97 – Habeas Data
DIA 16 Código Civil: art 1123-1224
Código Processo Civil: art. 735-796
LEI 4717/65 – Ação Popular
LEI 13300/16 – Mandado de Injunção
LEI 12016/09 – Mandado de Segurança
DIA 17 Código Civil: art 1125-1298
Código Processo Civil: art. 797-861
LEI 12562/11 – Representação Interventiva
LEI 1579/52 – CPI
LEI 9868/99 – ADI
LEI 9882/99 – ADPF
Lei 11417/06 - SV
DIA 18 Código Civil: art 1299-1389
Código Processo Civil: art. 862-924
LEI 8987/95 - SERVIÇOS PÚBLICOS
DIA 19 Código Civil: art 1390-1510-E
Código Processo Civil: art. 925-975
LEI 9784/99 - PROCESSO ADMINISTRATIVO
DIA 20 Código Civil: art 1511-1638
Código Processo Civil: art. 976-1020
LEI 8429/92 - IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
DIA 21 Código Civil: art 1639-1722
Código Processo Civil: art. 1021-1041
LEI 7347/85 - AÇÃO CIVIL PÚBLICA
LEI 12850/13 – ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA
DIA 22 Código Civil: art 1723-1856
Código Processo Civil: art. 1042-1072
LEI 11079 – PPP
LEI 8666/93 - Licitações e Contratos: Art. 1-19
DIA 23 Código Civil: art 1857-2046
LEI 8666/93 - Licitações e Contratos: Art. 20-53
DIA 24 LEI 8666/93 - Licitações e Contratos: Art. 54-124
CTN: art. 1- art. 112
LEI 8072/90 - Crimes Hediondos
DIA 25 CTN: art. 113-156
LEI 11340/06 – Lei Maria da Penha
LEI 9099/95 - JECCrim: Art. 1-59
Lei Nº 4.898/1965 - Abuso de Autoridade
Lei Nº 9.455/1997 - Crimes de Tortura
DIA 26 CTN: art. 157-216
LEI 9503/97 – Crimes de Trânsito
LEI 9296/96– Interceptação Telefônica
LEI 7960/89 – Prisão Temporária
LEI 9605/98 - CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE

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LEI 10826/03 – Estatuto do Desarmamento


DIA 27 CÓDIGO FLORESTAL: art. 1-40
LEI 8245/91 – LEI DE LOCAÇÕES: arts. 1-44
LEI 10741/03 – ESTATUTO DO IDOSO
DIA 28 CÓDIGO FLORESTAL: art. 41-75
LEI 8245/91 – LEI DE LOCAÇÕES: arts. 45-89
DECRETO-LEI 3365/41 – DESAPROPRIAÇÃO POR UTILIDADE PÚBLICA
LEI 4132/62 – DESAPROPRIAÇÃO POR INTERESSE SOCIAL
LEI 12153/09 - JUIZADOS ESPECIAIS DA FAZENDA PÚBLICA
LEI 8137/90 – CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA, ECONÔMICA E CONTRA AS RELAÇÕES DE CONSUMO
DECRETO-LEI 3688/41 - Contravenções Penais (Parte Geral)
LEI 9807/99 – PROTEÇÃO À TESTEMUNHA
DIA 29 LEI 1521/51 – CRIMES CONTRA A ECONOMIA POPULAR
LEI 10741/10 – Crimes contra os Idosos
LEI 7716/89 – PRECONCEITO DE RAÇA/COR
LEI 7210/84 – LEP: Art.1-43
LEI 9504/97- LEI DAS ELEIÇÕES: Art. 1-32
ECA: art. 1-38
CDC: art. 1-17
DIA 30 LEI 7210/84 – LEP: Art. 44-119
ECA: art. 39-52-D
CDC: art. 18-38
LEI 9504/97- LEI DAS ELEIÇÕES: Art. 33-57
LEI 10520 – PREGÃO
DIA 31 LEI 7210/84 – LEP: Art.120-204
ECA: art. 53-94-A
CDC : art. 39 – 54
LEI 9504/97- LEI DAS ELEIÇÕES: Art. 57-A-105-A
LEI 9096/95 – LEI DOS PARTIDOS: art. 1-29
LEI 9637/98 - ORGANIZAÇÃO SOCIAL
DIA 32 ECA: art. 95-130
CDC: art. 55-107
LEI 9096/95 – LEI DOS PARTIDOS: art. 30-61
LC 64/90 – INELEGIBILIDADES
LEI 9790/99 - OSCIP
DIA 33 ECA: art. 131-199-E
LEI 11107/05 – CONSÓRCIOS PÚBLICOS
LEI 12846/13 - RESPONSABILIZAÇÃO PJ POR ATOS CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
LEI 9985/00 - SISTEMA NACIONAL DE UNIDADE DE PROTEÇÃO
DIA 34 ECA: art. 200-265-A
LEI 13146/05 – ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
LEI 6938/91 – PNMA
DIA 35 LC 140/11
RESOLUÇÃO 237/97 DO CONAMA
LEI 13303/16 – ESTATUTO EP e SEM: arts. 1-17
LEI 11101/05 – FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO JUDICIAL: art. 1-46
CÓDIGO ELEITORAL: arts. 1-41
DIA 36 LEI 13303/16 – ESTATUTO EP e SEM: arts. 18-41
LEI 11101/05 – FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO JUDICIAL: art. 47-84
CÓDIGO ELEITORAL: art. 42-130
Lei 12462/11 – Regime Diferenciado de Contratações: art. 1-28
DIA 37 LEI 13303/16 – ESTATUTO EP e SEM: arts. 42-95
LEI 11101/05 – FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO JUDICIAL: art. 85-139
CÓDIGO ELEITORAL: arts. 131 - 196
LEI 12462/11 – Regime Diferenciado de Contratações: art. 29-47-A
DIA 38 LEI 11101/05 – FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO JUDICIAL: art. 139- 199
CÓDIGO ELEITORAL: arts. 197- 282
LEI 9099/95 - JECCrim: Art. 60-95

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DIA 39 CÓDIGO ELEITORAL: arts. 283-354-A


LEI 8080/90 – SAÚDE
LEI 9394/96 – DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL
LEI 10216/01 - PROTEÇÃO E OS DIREITOS DAS PESSOAS PORTADORAS DE TRANSTORNOS MENTAIS
DIA 40 CÓDIGO ELEITORAL: arts. 355-381
LEI 9613/1998 – LAVAGEM DE DINHEIRO
LEI 11343/06 – Lei de Drogas
DIA 41 LEI 12594/2012 – SINASE
PROVIMENTO 32 CNJ – AUDIÊNCIAS CONCENTRADAS
LEI 7357/85 - CHEQUE
LEI 9492/97 - PROTESTO DE TÍTULOS
DECRETO 2044/1908 - LETRA DE CÂMBIO E NOTA PROMISSÓRIA

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DIA 1 / 1

ELEMENTOS DAS CONSTITUIÇÕES


Dia 1 Orgânico Estrutura do estado
Limitativos Direitos fundamentais – limitam atuação
estatal
Constituição Federal: art. 1-4
LINDB Sócioideológico Equilíbrio entre ideias liberais e sociais ao
Código Processo Civil: art. 1° - 25 longo da CF.
Código Penal: art. 1° - 19 De estabilização Asseguram solução de conflitos
Código Processo Penal: art. 1° - 68 institucionais e protegem a integridade
da Constituição e do Estado
Controle de Leitura
Formais de Interpretação e aplicação da Constituição
aplicabilidade
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Tabelas feitas com base nas aulas do professor Marcello Novelino e Livro do Pe- CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES
dro Lenza.
CONCEPÇÕES DE CONSTITUIÇÃO Constituição material: possui apenas
conteúdo constitucional.
Lassalle QUANTO AO
Soma dos fatores reais de poder. Constituição formal: além de possuir
CONTEÚDO
“Mera folha de papel” matéria constitucional, possui outros
Sociológica Para Lassale, coexistem em um Estado duas assuntos. Não importa o seu conteú-
Constituições: uma real, efetiva, do, mas a forma por meio da qual foi
correspondente à soma dos fatores reais de aprovada.
poder que regem este país; e outra, escrita, Constituição escrita: é um documen-
que consistiria apenas numa “folha de papel”. to formal, solene.
Schimtt OBS: Todas as Constituições brasilei-
Decisão política fundamental. QUANTO À FORMA ras foram escritas.
Diferenciava Constituição de lei
Constituição não-escrita (costumei-
constitucional.
ra, consuetudinária ou histórica):
Política Constituição: decisão política fundamental.
fruto dos costumes da sociedade.
Lei constitucional: pode ou não representar
a Constituição, não dizendo respeito à Constituição dogmática: fruto de
decisão política fundamental. um trabalho legislativo específico. Re-
A Constituição seria fruto da vontade do QUANTO AO MODO flete os dogmas de um momento es-
povo, titular do poder constituinte ; por isso DE ELABORAÇÃO pecífico da história.
mesmo é que essa teoria é considerada OBS: Todas as Constituições brasilei-
DECISIONISTA ou VOLUNTARISTA. ras foram dogmáticas.
Kelsen Constituição histórica: fruto de uma
Norma hipotética fundamental. lenta evolução histórica.
Sentido lógico-jurídico: fundamento
Jurídica transcendental de sua validade. Norma Constituição promulgada (demo-
hipotética fundamental. crática ou popular): feita pelos re-
Sentido jurídico-positivo: serve de presentantes do povo. Brasil: CF-
fundamento para as demais normas. A 1891, CF-1934, CF-1946 e CF-1988.
Constituição é o pressuposto de validade Constituição outorgada (ou carta
de todas as leis constitucional): impostas ao povo
Michele Ainis pelo governante. Brasil: CF-1824
Culturalista Fato cultural, tomando por base os direitos (Dom Pedro I), CF-1937 (Getúlio Var-
QUANTO À ORIGEM
fundamentais pertinentes à cultura gas), CF-1967 (regime militar).
Peter Haberle Constituição cesarista (plebiscitária
Aberta Pode ser interpretada por qualquer do povo, ou bonapartista): feita pelo gover-
não só pelos juristas nante e submetida a apreciação do
Pluralista Gustavo Zagrebelsky povo mediante referendo.
Princípios universais
Constituição pactuada (contratual
Konrad Hesse ou dualista): fruto do acordo entre
Resposta à concepção sociológica de Lassale. duas forças políticas de um país.
A constituição escrita, por ter um elemento Ex: Constituição Francesa de 1791.
Força Normativa normativo, pode ordenar e conformar a
Da Constituição realidade política e social, ou seja, é o Constituição sintética (breve, sumá-
resultado da realidade, mas também interage ria, sucinta, resumida, concisa): tra-
com esta, modificando-a, estando aí situada ta apenas dos temas principais. Ex:
a força normativa da Constituição. Constituição dos EUA.

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DIA 1 / 2

QUANTO À EXTENSÃO Constituição analítica (longa, volu- nominal. É Constituição sem valor ju-
mosa, inchada, ampla, extensa, rídico cujas normas, na maior parte,
prolixa, desenvolvida, larga): entra são ineficazes.
em detalhes de certas instituições. Ex:
Constituição normativa: são aquelas,
CF-1988.
que possuem valor jurídico, cujas nor-
Constituição ortodoxa (ou monis- mas dominam o processo político, lo-
ta): fixa uma única ideologia estatal. grando submetê-lo à observação e
Ex: Constituição chinesa, Constituição adaptação de seus termos; é aquela,
QUANTO À IDEOLOGIA da ex-URSS. na qual, há uma adequação entre o
texto e a realidade social, o seu texto
Constituição eclética (ou compro-
traduz os anseios de justiça dos cida-
missória): permite a combinação de
dãos, sendo condutor dos processos
ideologias diversas.
de poder.
Constituição garantia (negativa ou ATENÇÃO: Pedro Lenza afirma que a
abstencionista): limita-se a fixar os Constituição brasileira está caminhan-
direitos e garantias fundamentais. É do da Constituição nominal para a
uma carta declaratória de direitos. normativa. Contudo, a posição majo-
ritária é de que a constituição bra-
Constituição dirigente (ou progra-
QUANTO À FUNÇÃO sileira é normativa.
mática): além de prever os direitos e
J.J.CANOTILHO
garantias fundamentais, fixa metas Constituição heterônoma (ou hete-
estatais. Ex: art. 196, CF; art. 205, CF; roconstituição): feita em um país
art. 7º, CF; art. 4º, parágrafo único, CF. QUANTO À ORIGEM para vigorar em outro país.
DE SUA DECRETAÇÃO
Constituição unitária (codificada, Constituição autônoma (homo-
JORGE MIRANDA
reduzida ou orgânica): formada por constituição ou autoconstituição):
um único documento. feita em um país para nele vigorar. É
a regra geral.
Constituição variada (legal, inorgâ-
Ex: Constituição brasileira.
nica ou esparsa): formada por mais
de um documento. Constituição expansiva: além de
Art. 5º, § 3º, CF: Os tratados e conven- ampliar temas já tratados, trata de
QUANTO À
ções internacionais sobre direitos hu- novos temas.
SISTEMATIZAÇÃO
manos que forem aprovados, em Ex: CF-1988.
cada Casa do Congresso Nacional, em CLASSIFICAÇÃO DE
Constituição plástica: permite sua
2 turnos, por 3/5 dos votos dos res- RAUL MACHADO
ampliação por meio de leis infracons-
pectivos membros, serão equivalentes HORTA
titucionais (segundo a lei, nos termos
às emendas constitucionais.
da lei, etc.).
ATENÇÃO: A CF/88 nasce como uma
Ex: CF-1988.
Constituição unitária, mas vem pas-
sando por um processo de descodifi- Constituição-lei: a constituição é tra-
cação. tada como uma lei qualquer. Dá am-
pla liberdade ao legislador ordinário.
Constituição principiológica: possui
mais princípios do que regras. Constituição-fundamento (consti-
Paulo Bonavides entende que é o tuição total ou ubiquidade consti-
QUANTO AO SISTEMA caso da CF/1988. tucional): a constituição tenta disci-
plinar detalhes da vida social. Dá uma
Constituição preceitual: possui mais QUANTO À ATIVIDADE
pequena liberdade ao legislador ordi-
regras do que princípios. LEGISLATIVA
nário.
Constituição semântica: é a Consti-
Constituição-moldura (Canotilho:
tuição cujas normas foram elaboradas
Constituição-quadro): como a mol-
para a legitimação de práticas autori-
dura de um quadro, a constituição
tárias de poder; geralmente decorrem
fixa os limites de atuação do legisla-
QUANTO À ESSÊNCIA da usurpação do Poder Constituinte
(CRITÉRIO ONTOLÓGICO)
dor ordinário.
do povo. Ex: CF-1937, CF-1967.
KARL É a constituição cujo simbolismo é
LOEWENSTEIN Constituição nominal (ou nomina-
maior que seus efeitos práticos.
http://www.ambito-juridico.com.br/site/ lista): quando não há uma concor-
index.php? Para Marcelo Neves, a CF/88 é sim-
n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id= dância, absoluta, entre as normas
bólica por ter um elevado número de
7593
constitucionais e as exigências do
normas programáticas e dispositivos
processo político, estas não se adap-
de alto grau de abstração.
tando àquelas, isto é, se a dinâmica
Marcelo Neves afirma que a constitu-
do processo político não se adaptar
cionalização simbólica tem como ob-
às normas da Constituição, esta será

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DIA 1 / 3

jetivos confirmar determinados va- controle de constitucionalidade.


CONSTITUIÇÃO lores sociais, desejando-se apenas
Constituição transitoriamente flexí-
SIMBÓLICA uma vitória legislativa e fortalecer a
vel: é a Constituição flexível por al-
confiança do cidadão no governo ou
gum período, findo o qual se torna
no Estado, por meio da legislação
uma Constituição rígida.
álibi, por meio da qual se esvaziam
pressões políticas e apresentam o Es- Constituição semirrígida (ou semi-
tado como sensível a expectativas dos flexível): parte dela é rígida e parte é
cidadãos, porém sem efetividade. Por flexível.
fim, teria como terceiro objetivo adiar
Constituição fixa (ou silenciosa): é
a solução de conflitos sociais, por
aquela que nada prevê sobre sua
meio de compromissos dilatórios,
mudança formal, sendo alterável so-
postergando-se a verdadeira decisão
mente pelo próprio poder originário.
para o futuro.
Constituição super-rígida: é a Cons-
Constituição liberal: possui apenas
tituição rígida que possui um núcleo
direitos individuais ou de 1 a dimensão
imutável.
(ex: vida, liberdade, propriedade). O
Estado tem o dever principal de não Idealizada pelo jurista italiano Gusta-
QUANTO AO fazer. CONSTITUIÇÃO vo Zagrebelsky (constituzione mite).
CONTEÚDO Ex: CF-1824, CF-1891. DÚCTIL É aquela que não define ou impõe
IDEOLÓGICO (CONSTITUIÇÃO uma forma de vida, mas assegura
Constituição social: além de direitos
ANDRÉ RAMOS SUAVE) condições possíveis para o exercí-
individuais, prevê direitos sociais ou
TAVARES cio dos mais variados projetos de
de 2a dimensão (ex: saúde, educação,
vida. Reflete o pluralismo ideológico,
moradia, alimentação). O Estado tem
moral, político e econômico existente
o dever principal de fazer.
na sociedade.
Ex: CF-1934, CF-1946, CF-1967, CF-
1988. CONSTITUIÇÃO Rechaça a ideia de existência de um
UNITEXTUAL OU bloco de constitucionalidade, visto
Constituição provisória (ou pré-
ORGÂNICA que a Constituição seria disposta em
constituição): possui duração reduzi-
uma estrutura documental única.
da, até que seja elaborada a constitui-
SEGUNDO ção definitiva. Constituição subconstitucional admi-
JORGE MIRANDA te a constitucionalização de temas
Constituição definitiva: possui prazo
excessivos e o alçamento de deta-
indeterminado de duração.
lhes e interesses momentâneos ao
Ex: CF-1988.
patamar constitucional.
CONSTITUIÇÃO Periodicamente elabora-se uma cons- Para Uadi Lammêgo Bulos, citando
BALANÇO OU tituição, fazendo uma análise do CONSTITUIÇÃO Hild Krüger, as constituições só de-
REGISTRO avanço social ocorrido nos anos ante- SUBCONSTITUCIONAL vem trazer aquilo que interessa à
riores. sociedade como um todo, sem de-
talhamentos inúteis. Esse excesso
CONSTITUIÇÃO EM Não prevê regras e limites para o
de temas forma as constituições
BRANCO exercício do poder constituinte deri-
substitucionais, que são normas que,
vado reformador.
mesmo elevadas formalmente ao
Constituição imutável (permanen- patamar constitucional, não o são,
te, granítica ou intocável): não pode porque encontram-se limitadas nos
ser alterada, pretendendo-se eterna e seus objetivos.
fundando-se na crença de que não
É um "instrumento de governo defi-
haveria órgão competente para pro-
nidor de competências, regulador
ceder à sua reforma. Pode estar rela-
CONSTITUIÇÃO de processos e estabelecedor de li-
cionada a fundamentos religiosos.
PROCESSUAL, mites à acção política" (Canotilho).
QUANTO À RIGIDEZ Ex: a CF-1824 foi imutável nos primei-
INSTRUMENTAL OU Seu objetivo é definir competên-
OU ESTABILIDADE ros 4 anos (limitação temporal).
FORMAL cias, para limitar a ação dos Pode-
Constituição rígida: possui um pro- res Públicos, além de representar
cesso de alteração mais rigoroso que apenas um instrumento pelo qual se
o destinado às outras leis. eliminam conflitos sociais.
Ex: CF-1988.
CONSTITUIÇÃO CHA- O intuito principal da Constituição é
Constituição flexível: possui o mes- PA BRANCA tutelar interesses e até mesmo pri-
mo processo de alteração que o des- vilégios tradicionalmente reconhe-
http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bits-
tinado às outras leis. Os países de tream/handle/10438/10959/
cidos aos integrantes e dirigentes
constituição flexível não possuem o Resiliencia_constitucional.pdf? do setor público.
sequence=3&isAllowed=y

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DIA 1 / 4

A Constituição é fundamentalmente que se torna protagonista da Cons-


um conjunto normativo “destinado tituição de 1988, em razão da ampli-
a assegurar posições de poder a ação e da intensificação do controle
corporações e organismos estatais de constitucionalidade e da incum-
ou paraestatais. É a visão da Consti- bência de implementar o projeto
tuição “chapa-branca”, no sentido de constitucional mediante aplicação de
uma “Lei Maior da organização admi- métodos “abertos” de interpretação.
nistrativa”. Apesar da retórica relacio-
nada aos direitos fundamentais e das
MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL
normas liberais e sociais, o núcleo
duro do texto preserva interesses Jurídico/ Ernerst Fosthoff
corporativos do setor público e es- Hermenêutico Identidade entre Constituição e Leis.
tabelece formas de distribuição e Clássico Utiliza critérios de Savigny
de apropriação dos recursos públi-
Tópico Theodor Viehweg
cos entre vários grupos.
problemático Problema-norma.
Leitura socialmente pessimista da
Estudo da norma através de um problema
Constituição que insiste na continui-
dade da visão estatalista-patrimoni- Hesse
alista da Constituição e na centrali- Hermenêutico Norma-problema.
dade do Poder Executivo em detri- Concretizador Parte-se de pré-compreensões para se
mento tanto da promessa demo- chegar ao sentido da norma.
crática como da tutela judicial dos Interpretação concretizadora.
direitos individuais. Constituição tem força para compreender e
alterar a realidade.
CONSTITUIÇÃO Onipresença das normas e valores
UBÍQUA constitucionais no ordenamento ju- Frederic Muller
rídico. Normativo Parte-se do direito positivo para se chegar à
http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bits-
tream/handle/10438/10959/
Parte-se da constatação de que os Estruturante norma.
Resiliencia_constitucional.pdf? conflitos forenses e a doutrina jurídica Colhe elementos da realidade social para
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foram impregnados pelo direito cons- se chegar à norma
titucional. A referência a normas e va-
Ruldof Smend
lores constitucionais é um elemento
Não utiliza-se apenas valores consagrados na
onipresente no direito brasileiro pós-
Científico Constituição, mas também valores extra-
1988. Essa “panconstitucionalização”
Espiritual constitucionais, como a realidade social e
deve-se ao caráter detalhista da
cultura do povo.
Constituição, que incorporou uma in-
Interpretação sistêmica.
finidade de valores substanciais, prin-
cípios abstratos e normas concretas Concretista da Peter Haberle
em seu programa normativo. Constituição Interpretação por todo o povo, não apenas
Aberta pelos juristas
CONSTITUIÇÃO Objetiva preponderantemente ga-
LIBERAL-PATRIMONIALISTA rantir os direitos individuais, preser- Comparação Peter Haberle
http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bits- vando fortes garantias ao direito de Comparar com as diversas Constituições.
tream/handle/10438/10959/
Resiliencia_constitucional.pdf?
propriedade e procurando limitar a
sequence=3&isAllowed=y intervenção estatal na economia. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL
CONSTITUIÇÃO Leitura da Constituição de 1988 com Toda interpretação constitucional se
PRINCIPIOLÓGICA E base nas seguintes características: assenta no pressuposto da
JUDICIALISTA 1) importância crucial dos direitos superioridade jurídica da Constituição
http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bits-
tream/handle/10438/10959/
fundamentais, incluindo os sociais, sobre os demais atos normativos no
Resiliencia_constitucional.pdf? sendo a Constituição de 1988 um tex- âmbito do Estado. Assim, em razão da
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to denso exigente, limitando a liber- Princípio da supremacia constitucional, nenhum
dade do legislador e impondo sua Supremacia da ato jurídico ou manifestação de
implementação; Constituição vontade pode subsistir validamente se
2) centralidade dos princípios cons- for incompatível com a Lei
titucionais que se multiplicam e ad- Fundamental.
quirem relevância prática e aplicabili- Em razão da superlegalidade formal
dade imediata, desde que sejam ado- (Constituição como fonte primária da
tados métodos de interpretação aber- produção normativa, identificando
tos, evolutivos e desvinculados da competências e procedimentos para a
textualidade das regras, em particular elaboração dos atos normativos
a ponderação de princípios e/ou va- inferiores) e material da Constituição
lores; (subordina o conteúdo de toda a
3) importância do Poder Judiciário atividade normativa estatal à

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DIA 1 / 5

conformidade com os princípios e valores afins; precede e condiciona a


regras da Constituição), surge o controle positivação jurídica, inclusive de âmbito
de constitucionalidade (judicial review), constitucional; e, ainda, enquanto
que nada mais é do que uma técnica de princípio geral do direito, serve de regra
atuação da supremacia da Constituição. de interpretação para todo o
ordenamento jurídico.
a) Não sendo evidente a
Princípio da Tal princípio exige a tomada de decisões
inconstitucionalidade, havendo dúvida
proporcionalidade racionais, não abusivas, e que respeitem
ou a possibilidade de razoavelmente
ou razoabilidade os núcleos essenciais de todos os
se considerar a norma como válida,
direitos fundamentais. Como parâmetro,
Princípio da deve o órgão competente abster-se da
é possível destacar a necessidade de
presunção de declaração de inconstitucionalidade.
preenchimento de 3 importantes
constitucionalidade b) Havendo alguma interpretação
elementos:
das leis e dos atos possível que permita afirmar-se a
a) Necessidade/exigibilidade: a
do Poder Público compatibilidade da norma com a
adoção da medida que possa restringir
Constituição, em meio a outras que
direitos só se legitima se indispensável
carreavam para ela um juízo de
para o caso concreto e não se puder
invalidade, deve o intérprete optar
substituí-la por outra menos gravosa.
pela interpretação legitimadora,
b)Adequação/pertinência/idoneidade:
mantendo o preceito em vigor.
o meio escolhido deve atingir o objetivo
O princípio da presunção de
perquirido.
constitucionalidade das leis e dos atos
c) Proporcionalidade em sentido
do Poder Público (presunção juris
estrito: sendo a medida necessária e
tantum) é uma decorrência do princípio
adequada, deve-se investigar se o ato
geral da separação dos Poderes e
praticado, em termos de realização do
funciona como fator de autolimitação da
objetivo pretendido, supera a restrição a
atividade do Judiciário que, em
outros valores constitucionalizados.
reverência à atuação dos demais
Podemos falar em máxima efetividade e
Poderes, somente deve invalidar os atos
mínima restrição.
diante de casos de inconstitucionalidade
flagrante e incontestável. Também chamado de princípio da
Princípio da máxima eficiência ou da interpretação efetiva.
Diante de normas plurissignificativas ou
efetividade Deve ser entendido no sentido de a
Princípio da polissêmicas (que possuem mais de uma
norma constitucional ter a mais ampla
interpretação interpretação), deve-se preferir a
efetividade social.
conforme a exegese que mais se aproxime da
Constituição Constituição (ainda que não seja a que Os aplicadores da Constituição, entre as
mais obviamente decorra de seu texto) interpretações possíveis, devem adotar
e, portanto, que não seja contrária ao aquela que garanta maior eficácia,
texto constitucional. Princípio da força aplicabilidade e permanência das
normativa normas constitucionais, conferindo-
A Constituição deve ser sempre
lhes sentido prático e concretizador, em
interpretada em sua globalidade, como
clara relação com o princípio da máxima
Princípio da unidade um todo, e, assim, as aparentes
efetividade ou eficiência.
da Constituição antinomias deverão ser afastadas.
As normas deverão ser vistas como O STF, ao concretizar a norma
preceitos integrados (interpretação constitucional, será responsável por
sistêmica) em um sistema unitário de estabelecer a força normativa da
regras e princípios. Princípio da justeza Constituição, não podendo alterar a
ou da conformidade repartição de funções
Na resolução dos problemas jurídico-
(exatidão ou constitucionalmente estabelecidas
constitucionais deve dar-se primazia aos
correção) funcional pelo constituinte originário, como é o
Princípio do efeito critérios ou pontos de vista que
caso da separação de poderes, no
integrador ou da favoreçam a integração política e
sentido de preservação do Estado de
eficácia integradora social e o reforço da unidade política,
Direito.
ou seja, as normas constitucionais
O seu intérprete final não pode chegar
devem ser interpretadas com o objetivo
a um resultado que subverta ou
de integrar política e socialmente o
perturbe o esquema organizatório-
povo de um Estado Nacional
funcional constitucionalmente
Consubstancia uma pauta de natureza estabelecido.
axiológica que emana diretamente das
Partindo da ideia de unidade da
ideias de justiça, equidade, bom senso,
Constituição, os bens jurídicos
prudência, moderação, justa medida,
Princípio da constitucionalizados deverão coexistir
proibição de excesso, direito justo e
concordância de forma harmônica na hipótese de

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DIA 1 / 6

prática ou eventual conflito ou concorrência NATUREZA JURÍDICA DO PREÂMBULO


harmonização entre eles, buscando, assim, evitar o
O preâmbulo situa-se no DOMÍNIO DA
sacrifício (total) de um princípio em
POLÍTICA, sem relevância jurídica (STF).
relação a outro em choque. O
ATENÇÃO: apesar de o preâmbulo não
fundamento da ideia de concordância
TESE DA possuir força normativa, ele traz as
decorre da inexistência de hierarquia
IRRELEVÂNCIA intenções, o sentido, a origem, as
entre os princípios.
JURÍDICA justificativas, os objetivos, os valores e os
ideais de uma Constituição, servindo de
PREÂMBULO vetor interpretativo. Trata-se, assim, de
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia um referencial interpretativo-valorativo
Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, da Constituição.
destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e indivi-
duais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvi- O preâmbulo tem a mesma eficácia
mento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma TESE DA PLENA jurídica das normas constitucionais,
sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na EFICÁCIA sendo, porém, apresentado de forma não
harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacio- articulada.
nal, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, TESE DA Ponto intermediário entre as duas, já que,
sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLI- RELEVÂNCIA muito embora participe "das características
CA FEDERATIVA DO BRASIL. JURÍDICA jurídicas da Constituição'', não deve ser
INDIRETA confundido com o articulado
• O preâmbulo da CR/88 NÃO PODE, por si só, servir
de parâmetro de controle da constitucionalidade de uma TÍTULO I
norma. Dos Princípios Fundamentais
• O preâmbulo traz em seu bojo os valores, os funda-
PRINCÍPIOS REGRAS
mentos filosóficos, ideológicos, sociais e econômicos e, des-
sa forma, norteia a interpretação do texto constitucional. Normas mais amplas, abstratas, Normas mais específicas,
• Em termos estritamente formais, o Preâmbulo consti- genéricas. delimitadas, determinadas.
tui-se em uma espécie de introdução ao texto constitucional,
Alexy: princípios são Alexy: são MANDADOS DE
um resumo dos direitos que permearão a textualização a se-
MANDAMENTOS DE DEFINIÇÃO.
guir, apresentando o processo que resultou na elaboração da
OTIMIZAÇÃO, que devem ser Devem ser cumpridas
Constituição e o núcleo de valores e princípios de uma nação.
cumpridos na maior intensidade integralmente (all or
• O termo "assegurar" constante no Preâmbulo da CF/
possível. nothing).
88 constitui-se no marco da ruptura com o regime anterior e
Dworkin: princípios são
garante a instalação e asseguramento jurídico dos direitos
mandamentos normativos
listados em seguida e até então não dotados de força normati-
aplicados na DIMENSÃO DE
va constitucional suficiente para serem respeitados, sendo eles o
PESO ou DE IMPORTÂNCIA.
exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segu-
rança, o bem estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça. Em caso de colisão, resolve-se Em caso de colisão, resolve-se
• Nos moldes jurídicos adotados pela CF/88, o preâm- pela PONDERAÇÃO. pela DIMENSÃO DE
bulo se configura como um elemento que serve de manifesto à VALIDADE.
continuidade de todo o ordenamento jurídico ao conectar
Ex: dignidade da pessoa Ex: eleição para Presidente da
os valores do passado - a situação de início que motivou a co-
humana. República.
locação em marcha do processo legislativo - com o futuro - a
exposição dos fins a alcançar -, descrição da situação que se as-
pira a chegar. Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união in-
• A invocação à proteção de Deus NÃO TEM força dissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal,
normativa. constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
• O preâmbulo constitucional situa-se no domínio da FUNDAMENTOS (SO-CI-DI-VA-PLU):
política e reflete a posição ideológica do constituinte. Logo, I - a SOberania;
não contém relevância jurídica, não tem força normativa, II - a CIdadania
sendo mero vetor interpretativo das normas constitucionais, III - a DIgnidade da pessoa humana;
não servindo como parâmetro para o controle de constituciona- IV - os VAlores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
lidade (STF). V - o PLUralismo político.
• Não tem força normativa, embora provenha do Parágrafo único. TODO O PODER EMANA DO POVO, que o exer-
mesmo poder constituinte originário que elaborou toda a ce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos
constituição; desta Constituição.
• É destituído de qualquer cogência (MS 24.645
MC/DF); PRINCÍPIOS ESTRUTURANTES – art. 1°, CF
• NÃO INTEGRA o bloco de constitucionalidade;
PRINCÍPIO REPUBLICANO “A República”
• Não cria direitos nem estabelece deveres;
• Seus princípios não prevalecem diante do texto PRINCÍPIO FEDERATIVO “Federativa do Brasil, formada
expresso da constituição; pela união indissolúvel dos Es-

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DIA 1 / 7

tados e Municípios e do Distri- estabeleçam período de vacância far-se-á com a inclusão da


to Federal” data da publicação e do último dia do prazo, entrando em
vigor no dia subsequente à sua consumação integral.
PRINCÍPIO DO ESTADO “constitui-se em Estado Demo-
§ 2º As leis que estabeleçam período de vacância deverão utili-
DEMOCRÁTICO DE DIREITO crático de Direito”
zar a cláusula ‘esta lei entra em vigor após decorridos (o número
de) dias de sua publicação oficial’
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos en-
tre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vi-
gor até que outra a modifique ou revogue [PRINCÍPIO DA
Art. 3º Constituem OBJETIVOS fundamentais da República Fede-
CONTINUIDADE OU PERMANÊNCIA]
rativa do Brasil (regra do verbo):
§ 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente
I - CONSTRUIR uma sociedade livre, justa e solidária;
o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule
II - GARANTIR o desenvolvimento nacional;
inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.
III - ERRADICAR a pobreza e a marginalização e REDUZIR as
§ 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais
desigualdades sociais e regionais;
a par das já existentes, NÃO REVOGA NEM MODIFICA a lei an-
IV - PROMOVER o bem de todos, sem preconceitos de origem,
terior.
raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discrimi-
nação.
REVOGAÇÃO TOTAL Ab-rogação
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações REVOGAÇÃO PARCIAL Derrogação
internacionais pelos seguintes princípios:
I - independência nacional;
§ 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada NÃO SE
II - prevalência dos direitos humanos;
RESTAURA por ter a lei revogadora perdido a vigência. (RE-
III - autodeterminação dos povos;
PRISTINAÇÃO)
IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz; Repristinação Efeito Repristinatório/
VII - solução pacífica dos conflitos; Repristinação Oblíqua ou
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; Indireta
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humani- É um fenômeno legislativo no É a reentrada em vigor de nor-
dade; qual há a entrada novamente ma aparentemente revogada,
X - concessão de asilo político. em vigor de uma norma efe- ocorrendo quando uma norma
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a inte- tivamente revogada, pela re- que a revogou é declarada in-
gração econômica, política, social e cultural dos povos da vogação da norma que a re- constitucional.
América Latina, visando à formação de uma comunidade latino- vogou. STF: “A declaração de incons-
americana de nações. A repristinação deve ser ex- titucionalidade em tese en-
pressa dada a dicção do artigo cerra um juízo de exclusão,
DECRETO-LEI Nº 4.657 - LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS 2º, § 3º da LICC que, fundado numa competên-
DO DIREITO BRASILEIRO cia de rejeição deferida ao STF,
consiste em remover do orde-
Art. 1o Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em namento positivo a manifesta-
todo o país 45 dias depois de oficialmente publicada. ção estatal inválida e descon-
§ 1o § 1o Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei bra- forme ao modelo plasmado na
sileira, quando admitida, se inicia 3 meses depois de oficialmente Carta Política, com todas as
publicada. consequências daí decorrentes,
inclusive a plena restauração
ENTRADA EM VIGOR
de eficácia das leis e das nor-
BRASIL ESTADO ESTRANGEIRO mas afetadas pelo ato decla-
rado inconstitucional”
45 dias, salvo disposição em 3 meses
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
contrário
o
§ 3 Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação Art. 3o Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não
de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos pa- a conhece [PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE DA NORMA]
rágrafos anteriores começará a correr da nova publicação.
§ 4o As correções a texto de lei já em vigor CONSIDERAM-SE Art. 4o Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo
LEI NOVA. com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.

LC 95/98. Art. 8º A vigência da lei será indicada de forma ex- Art. 5o Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que
pressa e de modo a contemplar prazo razoável para que dela se ela se dirige e às exigências do bem comum.
tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula "entra em vi-
gor na data de sua publicação" para as leis de pequena re- Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados
percussão. o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.
§ 1º A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que

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§ 1º Reputa-se ATO JURÍDICO PERFEITO o já consumado se- § 1o Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e de-
gundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. pendendo de forma essencial, será esta observada, admitidas as
§ 2º Consideram-se ADQUIRIDOS assim os direitos que o seu ti- peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrín-
tular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo co- secos do ato.
meço do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré- § 2o A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no
estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. lugar em que residir o proponente.
§ 3º Chama-se COISA JULGADA ou caso julgado a decisão judici-
al de que já não caiba recurso. Art. 10. A SUCESSÃO POR MORTE OU POR AUSÊNCIA obede-
ce à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desapare-
Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as cido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens.
regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a § 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será
capacidade e os direitos de família regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos fi-
lhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não
lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus.
Estatuto pessoal: Pressupõe compatibilidade interna, chamada
§ 2o A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capa-
de filtragem constitucional. Somente é possível aplicar a lei do
cidade para suceder.
domicílio se houver compatibilidade com o ordenamento
interno.
LEI DO PAÍS DO DOMICÍLIO DA Começo e fim da
o PESSOA personalidade
§ 1 Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei
brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às formali- Nome
dades da celebração.
Capacidade
§ 2o O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante au-
toridades diplomáticas ou consulares DO PAÍS DE AMBOS os nu- Direitos de família
bentes.
Penhor
§ 3o Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de in-
validade do matrimônio a lei do 1° domicílio conjugal. LEI DO PAÍS DA SITUAÇÃO Qualificar os bens e regular
§ 4o O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do DOS BENS as relações a eles concernen-
país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diver- tes
so, a do 1° domicílio conjugal.
LEI DO PAÍS DO DOMICÍLIO DO Bens móveis que ele trouxer
§ 5º - O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode,
PROPRIETÁRIO ou se destinarem a transporte
mediante expressa anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no
para outros lugares
ato de entrega do decreto de naturalização, se apostile ao mesmo
a adoção do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os LEI DO PAÍS ME QUE SE Qualificar e reger as obriga-
direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro. CONSTITUÍREM ções
§ 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os
LEI DO PAÍS EM QUE Sucessão por morte ou por
cônjuges forem brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois
DOMICILIADO O DEFUNTO OU ausência
de 1 ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida
O DESAPARECIDO
de separação judicial por igual prazo, caso em que a homolo-
gação produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabe-
lecidas para a eficácia das sentenças estrangeiras no país. O Supe- Art. 11. As organizações destinadas a fins de interesse coletivo,
rior Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento interno, pode- como as sociedades e as fundações, obedecem à lei do Estado
rá reexaminar, a requerimento do interessado, decisões já proferi- em que se constituírem.
das em pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de § 1o Não poderão, entretanto, ter no Brasil filiais, agências ou es-
divórcio de brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os tabelecimentos antes de serem os atos constitutivos aprovados
efeitos legais. pelo Governo brasileiro, ficando sujeitas à lei brasileira.
§ 7o Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família § 2o Os Governos estrangeiros, bem como as organizações de
estende-se ao outro cônjuge e aos filhos não emancipados, e o qualquer natureza, que eles tenham constituído, dirijam ou hajam
do tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda. investido de funções públicas, não poderão adquirir no Brasil
§ 8o Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á do- bens imóveis ou susceptíveis de desapropriação.
miciliada no lugar de sua residência ou naquele em que se en- § 3o Os Governos estrangeiros podem adquirir a propriedade
contre. dos prédios necessários à sede dos representantes diplomáti-
cos ou dos agentes consulares.
Art. 8o Para qualificar os bens e regular as relações a eles concer-
nentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados. Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quan-
§ 1o Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o propri- do for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumpri-
etário, quanto aos bens móveis que ele trouxer ou se destina- da a obrigação.
rem a transporte para outros lugares. § 1o Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer
§ 2o O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pes- das ações relativas a imóveis situados no Brasil.
soa, em cuja posse se encontre a coisa apenhada. § 2o A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido o exe-
quatur e segundo a forma estabelecida pele lei brasileira, as dili-
Art. 9o Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do gências deprecadas por autoridade estrangeira competente, ob-
país em que se constituírem. servando a lei desta, quanto ao objeto das diligências.

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Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se § 1º As autoridades consulares brasileiras também poderão cele-
pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produ- brar a separação consensual e o divórcio consensual de brasi-
zir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei leiros, não havendo filhos menores ou incapazes do casal e ob-
brasileira desconheça. servados os requisitos legais quanto aos prazos, devendo constar
da respectiva escritura pública as disposições relativas à descrição
Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de e à partilha dos bens comuns e à pensão alimentícia e, ainda, ao
quem a invoca prova do texto e da vigência. acordo quanto à retomada pelo cônjuge de seu nome de solteiro
ou à manutenção do nome adotado quando se deu o casamento
Art. 15. Será executada no Brasil a sentença proferida no es- § 2o É INDISPENSÁVEL a assistência de advogado, devidamen-
trangeiro, que reúna os seguintes requisitos: te constituído, que se dará mediante a subscrição de petição, jun-
a) haver sido proferida por juiz competente; tamente com ambas as partes, ou com apenas uma delas, caso a
b) terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verifi- outra constitua advogado próprio, não se fazendo necessário que
cado à revelia; a assinatura do advogado conste da escritura pública.
c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades ne-
cessárias para a execução no lugar em que foi proferida; Art. 19. Reputam-se válidos todos os atos indicados no artigo an -
d) estar traduzida por intérprete autorizado; terior e celebrados pelos cônsules brasileiros na vigência do De-
e) ter sido homologada pelo STJ. creto-lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942, desde que satisfa-
çam todos os requisitos legais.
Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver Parágrafo único. No caso em que a celebração desses atos tiver
de aplicar a lei estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sido recusada pelas autoridades consulares, com fundamento no
sem considerar-se qualquer remissão por ela feita a outra lei. artigo 18 do mesmo Decreto-lei, ao interessado é facultado reno-
var o pedido dentro em 90 dias contados da data da publicação
A TEORIA DO REENVIO, também conhecida como TEORIA DO desta lei.
RETORNO ou DA DEVOLUÇÃO é uma forma de interpretação
de normas do Direito Internacional Privado, de forma que Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não
haja substituição da lei nacional pela lei estrangeira, de se decidirá com base em valores jurídicos abstratos sem que
modo pelo qual seja desprezado o elemento de conexão da or- sejam consideradas as consequências práticas da decisão.
denação nacional, dando preferência ao apontado pelo ordena- Parágrafo único. A motivação demonstrará a necessidade e a
mento jurídico alienígena. adequação da medida imposta ou da invalidação de ato, con-
Esse instituto é utilizado sempre que ocorrer problemas nas trato, ajuste, processo ou norma administrativa, inclusive em
interpretações de ordem internacional, servindo como meio face das possíveis alternativas.
importante de resolução de conflitos, e sempre que for neces-
sário que o juiz aplique direito estrangeiro. Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controlado-
O reenvio é uma interpretação que desconsidera a norma mate- ra ou judicial, decretar a invalidação de ato, contrato, ajuste,
rial da regra de conexão e aplica o direito internacional privado processo ou norma administrativa deverá indicar de modo ex-
estrangeiro para chegar à nova norma material, geralmente de presso suas consequências jurídicas e administrativas.
âmbito nacional. Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput deste artigo
O reenvio pode ser dividido em 3 graus: deverá, quando for o caso, indicar as condições para que a re -
1° grau: consiste em dois países, onde o primeiro remete uma gularização ocorra de modo proporcional e equânime e sem
legislação ao segundo país, que por sua vez reenvia ao primeiro; prejuízo aos interesses gerais, não se podendo impor aos su-
2° grau: compõe-se por três países, onde o primeiro envia sua jeitos atingidos ônus ou perdas que, em função das peculiarida-
legislação ao segundo que a reenvia ao terceiro; des do caso, sejam anormais ou excessivos.
3° grau: formado por quatro países, no qual o primeiro remete a
legislação ao segundo, que por sua vez encaminha ao terceiro e Art. 22. Na interpretação de normas sobre gestão pública, se-
finalmente reenvia ao quarto. rão considerados os obstáculos e as dificuldades reais do ges-
Nesse sentido, o artigo 16 da LINDB proíbe o juiz nacional de tor e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem pre-
aplicar o reenvio, cabendo apenas a aplicação do Direito Inter- juízo dos direitos dos administrados.
nacional Privado brasileiro para determinar o direito material ca- § 1º Em decisão sobre regularidade de conduta ou validade de
bível, ficando a cargo de estrangeiro, se houver, a aplicação do ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, serão
reenvio. consideradas as circunstâncias práticas que houverem imposto, li-
*http://sabendoodireito.blogspot.com/2013/12/reenvio-artigo-16.html?m=1
mitado ou condicionado a ação do agente.
§ 2º Na aplicação de sanções, serão consideradas a natureza e
Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quais- a gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem
quer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, para a administração pública, as circunstâncias agravantes ou
quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e atenuantes e os antecedentes do agente.
os bons costumes. § 3º As sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta na
dosimetria das demais sanções de mesma natureza e relativas ao
Art. 18. Tratando-se de brasileiros, são competentes as autorida- mesmo fato.
des consulares brasileiras para lhes celebrar o casamento e os
mais atos de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o registro de Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou judicial que
nascimento e de óbito dos filhos de brasileiro ou brasileira nasci- estabelecer interpretação ou orientação nova sobre norma de
do no país da sede do Consulado. conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou novo condicio-
namento de direito, deverá prever regime de transição quando

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indispensável para que o novo dever ou condicionamento de CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL


direito seja cumprido de modo proporcional, equânime e efi-
ciente e sem prejuízo aos interesses gerais.
PARTE GERAL
LIVRO I
Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou ju-
DAS NORMAS PROCESSUAIS CIVIS
dicial, quanto à validade de ato, contrato, ajuste, processo ou
TÍTULO ÚNICO
norma administrativa cuja produção já se houver completado
DAS NORMAS FUNDAMENTAIS E DA APLICAÇÃO DAS NORMAS
levará em conta as orientações gerais da época, sendo vedado
PROCESSUAIS
que, com base em mudança posterior de orientação geral, se
CAPÍTULO I
declarem inválidas situações plenamente constituídas.
DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL
Parágrafo único. Consideram-se orientações gerais as interpreta-
Art. 1o O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado
ções e especificações contidas em atos públicos de caráter geral
conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos
ou em jurisprudência judicial ou administrativa majoritária, e ain-
na Constituição da República Federativa do Brasil, obser-
da as adotadas por prática administrativa reiterada e de amplo
vando-se as disposições deste Código.
conhecimento público.

Art. 26. Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situ- FPPC369. (arts. 1º a 12) O rol de normas fundamentais previsto
ação contenciosa na aplicação do direito público, inclusive no no Capítulo I do Título Único do Livro I da Parte Geral do CPC
caso de expedição de licença, a autoridade administrativa po- não é exaustivo
derá, após oitiva do órgão jurídico e, quando for o caso, após re- FPPC370. (arts. 1º a 12) Norma processual fundamental pode ser
alização de consulta pública, e presentes razões de relevante inte- regra ou princípio
resse geral, celebrar compromisso com os interessados, obser-
vada a legislação aplicável, o qual só produzirá efeitos a partir de Art. 2o O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve
sua publicação oficial. por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei.
§ 1º O compromisso referido no caput deste artigo:
I - buscará solução jurídica proporcional, equânime, eficiente Art. 3o Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou le-
e compatível com os interesses gerais; são a direito.
III - não poderá conferir desoneração permanente de dever ou § 1o É PERMITIDA A ARBITRAGEM, na forma da lei.
condicionamento de direito reconhecidos por orientação geral; § 2o O Estado promoverá, sempre que possível, a solução con-
IV - deverá prever com clareza as obrigações das partes, o sensual dos conflitos.
prazo para seu cumprimento e as sanções aplicáveis em caso § 3o A conciliação, a mediação e outros métodos de solução
de descumprimento. consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, ad-
vogados, defensores públicos e membros do Ministério Públi-
Art. 27. A decisão do processo, nas esferas administrativa, contro- co, inclusive no curso do processo judicial.
ladora ou judicial, poderá impor compensação por benefícios
indevidos ou prejuízos anormais ou injustos resultantes do Súmula 485-STJ: A Lei de Arbitragem aplica-se aos contratos
processo ou da conduta dos envolvidos. que contenham cláusula arbitral, ainda que celebrados antes da
§ 1º A decisão sobre a compensação será motivada, ouvidas sua edição.
previamente as partes sobre seu cabimento, sua forma e, se for o
caso, seu valor.
FPPC371. (arts. 3, §3º, e 165). Os métodos de solução consensual
§ 2º Para prevenir ou regular a compensação, poderá ser celebra-
de conflitos devem ser estimulados também nas instâncias
do compromisso processual entre os envolvidos.
recursais
FPPC485. (art. 3º, §§ 2º e 3º; art. 139, V; art. 509; art. 513) É cabí-
Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas
vel conciliação ou mediação no processo de execu-
decisões ou opiniões técnicas em caso de dolo ou erro grossei-
ção, no cumprimento de sentença e na liquidação de senten-
ro.
ça, em que será admissível a apresentação de plano de
cumprimento da prestação.
Art. 29. Em qualquer órgão ou Poder, a edição de atos normati-
FPPC573. (arts.3º,§§2ºe3º;334) As Fazendas Públicas devem dar
vos por autoridade administrativa, salvo os de mera organização
publicidade às hipóteses em que seus órgãos de Advocacia Pú-
interna, poderá ser precedida de consulta pública para manifes-
blica estão autorizados a aceitar autocomposição.
tação de interessados, preferencialmente por meio eletrônico, a
FPPC618. (arts.3º, §§ 2º e 3º, 139, V, 166 e 168; arts. 35 e 47 da
qual será considerada na decisão
Lei nº 11.101/2005; art. 3º, caput, e §§ 1º e 2º, art. 4º, caput e
§ 1º A convocação conterá a minuta do ato normativo e fixará o
§1º, e art. 16, caput, da Lei nº 13.140/2015). A conciliação e a
prazo e demais condições da consulta pública, observadas as nor-
mediação são compatíveis com o processo de recuperação
mas legais e regulamentares específicas, se houver.
judicial.
Art. 30. As autoridades públicas devem atuar para aumentar a
segurança jurídica na aplicação das normas, inclusive por meio Art. 4o As partes têm o direito de obter em prazo razoável a so-
de regulamentos, súmulas administrativas e respostas a consultas. lução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa.
Parágrafo único. Os instrumentos previstos no caput deste arti-
go terão caráter vinculante em relação ao órgão ou entidade Princípios da primazia da solução integral de mérito, executivi-
a que se destinam, até ulterior revisão. dade dos provimentos jurisdicionais e duração razoável do pro-
cesso.

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SURRECTIO supressão causada pelo comportamento


FPPC372. (art. 4º) O art. 4º tem aplicação em todas as fases e em da parte contrária. Note-se que surrectio e
todos os tipos de procedimento, inclusive em incidentes proces- supressio são dois lados da mesma moeda.
suais e na instância recursal, impondo ao órgão jurisdicional
Defesa da parte contra ações dolosas da
viabilizar o saneamento de vícios para examinar o mérito,
parte contrária, sendo a boa-fé nesse
sempre que seja possível a sua correção.
EXCEPCIO DOLI caso utilizada como defesa. No processo
FPPC373. (arts. 4º e 6º) As partes devem cooperar entre si; de-
vem sendo entendida como a exceção que
vem atuar com ética e lealdade, agindo de modo a evitar a
a parte tem para paralisar o comportamen-
ocorrência de vícios que extingam o processo sem resolução
to de quem age dolosamente contra si.
do mérito e cumprindo com deveres mútuos de esclarecimento
e transparência. Proíbe a adoção de comportamento con-
FPPC574. (arts.4º; 8º) A identificação de vício processual após traditório (contrariando comportamento
a entrada em vigor do CPC de 2015 gera para o juiz o dever VENIRE CONTRA anterior), violando os deveres de confi-
de oportunizar a regularização do vício, ainda que ele seja FACTUM ança e lealdade (a legítima confiança de
anterior. PROPRIUM outrem na conservação objetiva da conduta
anterior).
Art. 5o Aquele que de qualquer forma participa do processo deve Art. 1.000. A parte que aceitar expressa
comportar-se de acordo com a boa-fé. ou tacitamente a decisão não poderá re-
correr.
Enunciado FPPC 376. (Art. 5º): A vedação
FPPC374. (art. 5º) O art. 5º prevê a boa-fé objetiva
do comportamento contraditório aplica-
FPPC375. (art. 5º) O órgão jurisdicional também deve com-
se ao órgão jurisdicional.
portar-se de acordo com a boa-fé objetiva.
FPPC376. (art. 5º) A vedação do comportamento contraditório Como decorrência do princípio da boa-fé
aplica-se ao órgão jurisdicional. processual objetiva não pode a parte criar
FPPC377. (art. 5º) A boa-fé objetiva impede que o julgador pro- dolosamente situações que viciem o pro-
fira, sem motivar a alteração, decisões diferentes sobre uma cesso para, depois, alegar nulidade, ti-
mesma questão de direito aplicável às situações de fato aná- rando proveito da situação. Assim, veda-
logas, ainda que em processos distintos. se o comportamento não esperado, ado-
FPPC378. (arts. 5º, 6º, 322, §2º, e 489, §3º) A boa fé processual TU QUOQUE tado em situação de abuso.
orienta a interpretação da postulação e da sentença, permite Art. 276. Quando a lei prescrever determi-
a reprimenda do abuso de direito processual e das condutas do- nada forma sob pena de nulidade, a decre-
losas de todos os sujeitos processuais e veda seus comporta- tação desta não pode ser requerida pela
mentos contraditórios. parte que lhe deu causa.
JDPC1 A verificação da violação à boa-fé objetiva dispensa a Aquele que despreza a norma não pode
comprovação do animus do sujeito processual. dela se aproveitar.
JDPC2 As disposições do Código de Processo Civil aplicam-se *Informações retiradas do site https://blog.ebeji.com.br/funcoes-reativas-ou-
supletiva e subsidiariamente às Leis n. 9.099/1995, 10.259/2001 aspectos-parcelares-da-boa-fe-objetiva-na-jurisprudencia-do-stj/
e 12.153/2009, desde que não sejam incompatíveis com as re-
gras e princípios dessas Leis. Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si
para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito
justa e efetiva.
COROLÁRIOS DA BOA-FÉ OBJETIVA
Supressão a um direito pelo seu não FPPC6. (arts. 5º, 6º e 190) O negócio jurídico processual não
exercício. No campo processual, verifica-se pode afastar os deveres inerentes à boa-fé e à cooperação.
na perda de um poder processual pelo FPPC619. (arts.6º, 138, 982, II, 983, §1º) O processo coletivo de-
seu não exercício. verá respeitar as técnicas de ampliação do contraditório,
A chamada “nulidade de algibeira (ou de como a realização de audiências públicas, a participação de
bolso) se configura quando a parte, em- amicus curiae e outros meios de participação
bora tenha o direito de alegar nulidade
mantém-se inerte durante longo perío-
PREVENÇÃO: O juiz deve advertir as
SUPRESSIO do, deixando para realizar a alegação no
partes sobre os riscos e deficiências
(VERWIRKUNG) momento que melhor lhe convier, não é
das manifestações e estratégias por
admitida, por violar a boa-fé processual.
elas adotadas, conclamando-as a corrigir
Art. 278. A nulidade dos atos deve ser ale-
os defeitos sempre que possível.
gada na primeira oportunidade em que
couber à parte falar nos autos, sob pena de ESCLARECIMENTO: Cumpre ao juiz es-
preclusão. Parágrafo único. Não se aplica o clarecer-se quanto às manifestações
disposto no caput às nulidades que o juiz das partes: questioná-las quanto a obs-
deva decretar de ofício, nem prevalece a curidades em suas petições; pedir que
DEVERES DE
preclusão provando a parte legítimo impe- esclareçam ou especifiquem requerimen-
COOPERAÇÃO DO
dimento. tos feitos em termos mais genéricos e as-
JUIZ
sim por diante.
Surgimento de um direito em razão da

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“PECA” CONSULTA (DIÁLOGO): Impõe-se reco- Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário
nhecer o contraditório não apenas como serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena
garantia de embate entre as partes, mas de nulidade.
também como dever de debate do juiz Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser au-
com as partes torizada a presença somente das partes, de seus advogados, de
defensores públicos ou do Ministério Público.
AUXÍLIO (ADEQUAÇÃO): o juiz deve
ajudar as partes, eliminando obstácu- Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, PREFERENCIALMEN-
los que lhes dificultem ou impeçam o TE, à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou
exercício das faculdades processuais. acórdão.
§ 1o A lista de processos aptos a julgamento deverá estar perma-
Art. 7o É assegurada às partes paridade de tratamento em rela- nentemente à disposição para consulta pública em cartório e na
ção ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios rede mundial de computadores.
de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções proces- § 2o Estão excluídos da regra do caput:
suais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório. I - as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de
acordo ou de improcedência liminar do pedido;
FPPC107. (arts. 7º, 139, I, 218, 437, §2º) O juiz pode, de ofício, II - o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese
dilatar o prazo para a parte se manifestar sobre a prova docu- jurídica firmada em julgamento de casos repetitivos;
mental produzida. III - o julgamento de recursos repetitivos ou de IRDR;
FPPC235. (arts. 7º, 9º e 10, CPC; arts. 6º, 7º e 12 da Lei IV - as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932;
12.016/2009) Aplicam-se ao procedimento do mandado de V - o julgamento de embargos de declaração;
segurança os arts. 7º, 9º e 10 do CPC. VI - o julgamento de agravo interno;
FPPC379. (art. 7º) O exercício dos poderes de direção do proces- VII - as preferências legais e as metas estabelecidas pelo CNJ;
so pelo juiz deve observar a paridade de armas das partes. VIII - os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que te-
nham competência penal;
IX - a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida
Art. 8o Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos
por decisão fundamentada.
fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e
§ 3o Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem cro-
promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a
nológica das conclusões entre as preferências legais.
proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicida-
§ 4o Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1 o, o
de e a eficiência.
requerimento formulado pela parte NÃO ALTERA a ordem
cronológica para a decisão, exceto quando implicar a reaber-
FPPC380. (arts. 8º, 926, 927) A expressão “ordenamento jurídi- tura da instrução ou a conversão do julgamento em diligên-
co”, empregada pelo Código de Processo Civil, contempla os cia.
precedentes vinculantes § 5o Decidido o requerimento previsto no § 4 o, o processo retor-
FPPC620. (arts.8º, 11, 554, §3º) O ajuizamento e o julgamento de nará à mesma posição em que anteriormente se encontrava
ações coletivas serão objeto da mais ampla e específica divulga- na lista.
ção e publicidade. § 6o Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1 o ou, con-
Art. 9o Não se proferirá decisão contra uma das partes sem forme o caso, no § 3o, o processo que:
que ela seja previamente ouvida. I - tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica: necessidade de realização de diligência ou de complementação
I - à tutela provisória de urgência; da instrução;
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, inci- II - se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso II (publicado o
sos II (as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas acórdão paradigma o órgão que proferiu o acórdão recorrido, na
documentalmente e houver tese firmada em julgamento de ca- origem, reexaminará o processo de competência originária, a re-
sos repetitivos ou em súmula vinculante) e III (pedido reiperse- messa necessária ou o recurso anteriormente julgado, se o acór-
cutório fundado em prova documental adequada do contrato dão recorrido contrariar a orientação do tribunal superior).
de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do
objeto custodiado, sob cominação de multa); FPPC382. (art. 12) No juízo onde houver cumulação de compe-
III - à decisão prevista no art. 701 (sendo evidente o direito do au- tência de processos dos juizados especiais com outros procedi-
tor, o juiz deferirá a expedição de mandado de pagamento, de mentos diversos, o juiz poderá organizar duas listas cronoló-
entrega de coisa ou para execução de obrigação de fazer ou de gicas autônomas, uma para os processos dos juizados especiais
não fazer, concedendo ao réu prazo de 15 dias para o cumpri- e outra para os demais processos.
mento e o pagamento de honorários advocatícios de cinco por FPPC486. (art. 12; art. 489) A inobservância da ordem cronoló-
cento do valor atribuído à causa). gica dos julgamentos NÃO IMPLICA, POR SI, A INVALIDADE
DO ATO DECISÓRIO
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição,
com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado
CAPÍTULO II
às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate
DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS
de matéria sobre a qual deva decidir de ofício (objetiva evitar
Art. 13. A jurisdição civil será regida pelas normas processuais
decisões surpresas)
brasileiras, ressalvadas as disposições específicas previstas em tra-
tados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil seja
parte.

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substituição processual, o substituído poderá ser assistente


Art. 14. A norma processual NÃO RETROAGIRÁ e será aplicável litisconsorcial do impetrante que o substituiu.
imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos
processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a
Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração:
vigência da norma revogada
I - da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma re-
lação jurídica;
SISTEMA DE ISOLAMENTO DOS ATOS PROCESSUAIS: cada II - da autenticidade ou da falsidade de documento.
ato deve ser considerado isoladamente, devendo ser regido pela
lei em vigor no momento de sua prática.
FPPC111. (arts. 19, 329, II, 503, §1º) Persiste o interesse no ajui-
Pelo SISTEMA DE ISOLAMENTO DOS ATOS PROCESSUAIS,
zamento de ação declaratória quanto à questão prejudicial inci-
não é possível a lei nova retroagir para alcançar ato já prati-
dental
cado ou efeito dele decorrente; a lei nova só alcança os
próximos atos a serem praticados no processo.
Fundamentos constitucionais para tal sistema: (i) princípio da Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória, ainda
segurança jurídica e a (ii) regra da irretroatividade das leis. que tenha ocorrido a violação do direito.

Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, Súmula 181-STJ: É admissível ação declaratória, visando a obter
trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes certeza quanto à exata interpretação de cláusula contratual.
serão aplicadas supletiva e subsidiariamente.
Teoria imanentista / civilista / clássica (Savigny):
JDPC3 As disposições do Código de Processo Civil aplicam-se não há ação sem direito; não há direito sem ação; a
supletiva e subsidiariamente ao Código de Processo Penal, ação segue a natureza do direito
no que não forem incompatíveis com esta Lei.
Teoria Publicista: O direito de ação possui natureza
pública, sendo um direito de agir, exercível contra o
LIVRO II Estado e contra o devedor.
DA FUNÇÃO JURISDICIONAL
TÍTULO I TEORIAS Ação como direito autônomo e concreto (Chio-
DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO DA venda): A ação é um direito independente do Direi-
Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais AÇÃO to material, mas, o direito de ação só existiria quan-
em todo o território nacional, conforme as disposições deste do a sentença fosse favorável ao autor.
Código. Ação como direito autônomo e abstrato: O direito
a ação é preexistente ao processo, não dependendo
Inafastabilidade de Jurisdição da decisão favorável ou negativa sobre a pretensão
CARACTERÍSTICAS DA Inércia (Ne procedat iudex ex officio) do autor.
JURISDIÇÃO Territorialidade
Teoria eclética do direito de ação (Liebman): O di-
Indelegabilidade
reito de ação é autônomo, mas para o exercício do
Juiz Natural
direito de ação é necessário que estejam presentes
as condições da ação. Adotada pelo CPC15.
Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter INTERESSE e LE-
GITIMIDADE. Teoria da asserção: as condições da ação são anali-
sara in status assertionis, com base nas afirmações
contidas na petição inicial. Adotada pelo STJ.
CPC/73 CPC/15
As condições da ação, dentre elas o interesse pro-
Legitimidade Legitimidade cessual e a legitimidade ativa, definem-se da narrati-
va formulada inicial, não da análise do mérito da de-
Interesse Interesse
manda (teoria da asserção), razão pela qual não se
Possibilidade jurídica do pedi- OBS: a possibilidade jurídica do recomenda ao julgador, na fase postulatória, se
do pedido passou a ser analisada aprofundar no exame de tais preliminares (REsp
como questão meritória 1561498/RJ)
*Informações retiradas do site https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/404543/teo-
rias-sobre-o-direito-de-acao
Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome pró-
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Condições da ação são definidas com base
prio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico. na narrativa da petição inicial (teoria da asserção). Buscador Dizer o Direito, Ma-
Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituí- naus. Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurispruden-
do poderá intervir como assistente litisconsorcial. cia/detalhes/7ca57a9f85a19a6e4b9a248c1daca185>.

FPPC110. (art. 18, parágrafo único) Havendo substituição pro- MODELOS DE PROCESSO
cessual, e sendo possível identificar o substituto, o juiz deve de-
O processo é conduzido pelas partes, e o
terminar a intimação deste último para, querendo, integrar o
ADVERSARIAL juiz ocupa o papel de mero fiscal e julga-
processo.
(SIMÉTRICO) dor ("convidado de pedra"); Prepondera o
FPPC487. (art. 18, parágrafo único; art. 119, parágrafo único; art.
princípio dispositivo. PARTES COMO PRO-
3º da Lei 12.016/2009). No mandado de segurança, havendo
TAGONISTAS DO PROCESSO.

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Os poderes do juiz vão além do papel de fis- Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasi-
cal e julgador - possui amplos poderes na leira NÃO IMPEDE a homologação de sentença judicial estran-
INQUISITORIAL condução do processo - ex. produção de geira quando exigida para produzir efeitos no Brasil.
(ASSIMÉTRICO) provas de ofício, execução das decisões de
ofício, etc. Prepondera o princípio inquisiti- Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o proces-
vo. JUIZ COMO PROTAGONISTA DO PRO- samento e o julgamento da ação quando houver cláusula de
CESSO. eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacio-
nal, arguida pelo réu na contestação.
Prevalece o diálogo, a lealdade e o equilíbrio § 1o Não se aplica o disposto no caput às hipóteses de compe-
entre TODOS os sujeitos do processo. Redi- tência internacional exclusiva previstas neste Capítulo.
mensionamento do princípio do contraditó- § 2o Aplica-se à hipótese do caput o art. 63, §§ 1o a 4o.
COOPERATIVO rio. NÃO HÁ PROTAGONISMOS. Aqui o ór-
Art. 63.
gão jurisdicional assume DUPLA POSIÇÃO:
§ 1o A eleição de foro só produz efeito quando constar de
mostra-se PARITÁRIO NA CONDUÇÃO DO
instrumento escrito e aludir expressamente a determinado
PROCESSO e ASSIMÉTRICO NO MOMEN-
negócio jurídico.
TO DA DECISÃO
§ 2o O foro contratual OBRIGA OS HERDEIROS E SUCESSORES
das partes.
TÍTULO II § 3o Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusi-
DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL E DA COOPERAÇÃO IN- va, pode ser reputada ineficaz DE OFÍCIO pelo juiz, que deter-
TERNACIONAL minará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do
CAPÍTULO I réu.
DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL § 4o Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula
Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e de eleição de foro na contestação, sob pena de preclusão.
julgar as ações em que:
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domici-
liado no Brasil; CÓDIGO PENAL
II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; *Tabelas de Direito Penal foram produzidas a partir de aulas do Professor Rogé-
rio Sanches
III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil.
Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se CONCEITO DE DIREITO PENAL
domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver
Aspecto Direito Penal é o conjunto de normas que
agência, filial ou sucursal.
Formal/ qualifica certos comportamentos humanos
Estático como infrações penais, define os seus agentes
Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira pro-
e fixa sanções a serem-lhes aplicadas.
cessar e julgar as ações:
I - de alimentos, quando: O Direito Penal refere-se a comportamentos
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil; considerados altamente reprováveis ou
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propri- Aspecto danosos ao organismo social, afetando bens
edade de bens, recebimento de renda ou obtenção de benefícios Material jurídicos indispensáveis à própria conservação
econômicos; e progresso da sociedade.
II - decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor O Direito Penal é mais um instrumento de
tiver domicílio ou residência no Brasil; controle social, visando assegurar a necessária
III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à disciplina para a harmônica convivência dos
jurisdição nacional. membros da sociedade.
Aprofundando o enfoque sociológico
Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, COM EX- - A manutenção da paz social demanda a
CLUSÃO DE QUALQUER OUTRA: existência de normas destinadas a estabelecer
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; diretrizes.
II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação Aspecto - Quando violadas as regras de conduta, surge
de testamento particular e ao inventário e à partilha de bens Sociológico/ para o Estado o dever de aplicar sanções (civis
situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacio- Dinâmico ou penais).
nalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacio- - Nessa tarefa de controle social atuam vários
nal; ramos do direito, como o Direito Civil, Direito
III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união es- Administrativo, etc. O Direito Penal é apenas
tável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que um dos ramos do controle social.
o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora - Quando a conduta atenta contra bens
do território nacional. jurídicos especialmente tutelados, merece
reação mais severa por parte do Estado,
Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro NÃO IN- valendo-se do Direito Penal.
DUZ litispendência e NÃO OBSTA a que a autoridade judiciá- IMPORTANTE O que diferencia a norma
ria brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são cone- penal das demais é a espécie de
xas, ressalvadas as disposições em contrário de tratados interna- consequência jurídica, ou seja, pena
cionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil. privativa de liberdade (PPL)
- O Direito Penal é norteado pelo princípio da

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intervenção mínima, só atuando quando os quando os outros ramos do Direito e os de-


outros ramos do direito falham. mais meios estatais de controle social tive-
rem se revelado impotentes para o contro-
le da ordem pública. Assim, o Direito Penal
Direito Penal Criminologia Política Criminal
funciona como um executor de reserva ( ul-
(Ciência Penal) (Ciência Política)
tima ratio), entrando em cena somente
Analisa os fatos Ciência empírica Trabalha as estraté- quando outros meios estatais de proteção
humanos indeseja- que estuda o cri- gias e os meios de mais brandos, e, portanto, menos invasivos da
dos, define quais me, o criminoso, a controle social da liberdade individual não forem suficientes
devem ser rotulados vítima e o com- criminalidade. para a proteção do bem jurídico tutelado.
como crime ou portamento da so- Projeta-se no plano concreto, isto é, em sua
contravenção, ciedade. atuação prática o Direito Penal somente se le-
anunciando as pe- gitima quando os demais meios disponíveis já
nas. tiverem sido empregados, sem sucesso, para
proteção do bem jurídico. Guarda relação,
Ocupa-se do crime Ocupa-se do crime Ocupa-se do crime
portanto, com a tarefa de aplicação da lei pe-
enquanto NORMA. enquanto FATO enquanto VALOR.
nal.
social.
Princípio da EXTERIORIZAÇÃO ou MATERI-
ex.: define como cri- ex.: quais fatores ex.: estuda como di-
ALIZAÇÃO DO FATO: O Estado só pode incri-
me lesão no ambi- contribuem para a minuir a violência do-
minar condutas humanas voluntárias, isto é,
ente doméstico e violência doméstica méstica e familiar.
fatos.
familiar. e familiar
ATENÇÃO Veda-se o Direito Penal do autor:
consistente na punição do indivíduo baseada
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL em seus pensamentos, desejos e estilo de
vida. Conclusão: O Direito Penal Brasileiro
Princípio da EXCLUSIVA PROTEÇÃO DOS segue Direito Penal do Fato.
BENS JURÍDICOS: O direito penal deve servir RESQUÍCIOS DE DIREITO PENAL DO AUTOR
apenas para proteger bens jurídicos relevan- NO DIREITO BRASILEIRO: Até 2009, mendi-
tes, indispensáveis ao convívio da sociedade. cância era contravenção penal; Vadiagem é
Decorrência do princípio da ofensividade. contravenção penal.
Princípio da INTERVENÇÃO MÍNIMA: O Di- ATENÇÃO Identifica-se a aplicação do di-
reito Penal só deve ser aplicado quando estri- reito penal do autor em detrimento ao di-
tamente necessário, de modo que sua inter- reito penal do fato:
venção fica condicionada ao fracasso das - Fixação da pena
demais esferas de controle (caráter subsi- - Regime de cumprimento da pena e espécies
diário), observando somente os casos de re- de sanção.
levante lesão ou perigo de lesão ao bem Princípio da LEGALIDADE
jurídico tutelado (caráter fragmentário). Art. 5º , II, C.F. – “ninguém será obrigado a fa-
a) PRINCÍPIO DA FRAGMENTARIEDADE (ou zer ou deixar de fazer alguma coisa senão em
caráter fragmentário do Direito Penal): es- virtude de lei;”
tabelece que nem todos os ilícitos configuram Art. 5º, XXXIX, C.F. – “não há crime sem lei an-
infrações penais, mas apenas os que atentam terior que o defina, nem pena sem prévia co-
contra valores fundamentais para a manu- minação legal;”
tenção e o progresso do ser humano e da Art. 1º, C.P. - “Não há crime sem lei anterior
sociedade. Em razão de seu caráter fragmen- que o defina. Não há pena sem prévia comi-
tário, o Direito Penal é a última etapa de pro- nação legal.”
teção do bem jurídico. Deve ser utilizado no Princípios
DESDOBRAMENTOS DO PRINCÍPIO DA LE-
plano abstrato, para o fim de permitir a cria- relacionados
GALIDADE:
ção de tipos penais somente quando os de- com o FATO DO
Princípios a) não há crime ou pena sem lei (medida pro-
mais ramos do Direito tiverem falhado na ta- AGENTE
relacionados visória não pode criar crime, nem cominar
refa de proteção de um bem jurídico. Refere- pena)
com a MISSÃO
se, assim, à atividade legislativa. b) não há crime ou pena sem lei anterior
FUNDAMENTAL
FRAGMENTARIEDADE ÀS AVESSAS: situa- (princípio da anterioridade)
DO DIREITO
ções em que um comportamento inicial- c) não há crime ou pena sem lei escrita (proí-
PENAL
mente típico deixa de interessar ao Direito be costume incriminador)
Penal, sem prejuízo da sua tutela pelos de- d) não há crime ou pena sem lei estrita (pro-
mais ramos do Direito. íbe-se a utilização da analogia para criar tipo
IMPORTANTE O princípio da insignificância incriminador - analogia in malam partem).
é desdobramento lógico da fragmentarieda- e) não há crime ou pena sem lei certa (Princí-
de. pio da Taxatividade ou da determinação; Proi-
b) PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE: a atu- bição de criação de tipos penais vagos e inde-
ação do Direito Penal é cabível unicamente terminados)

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f) não há crime ou pena sem lei necessária quem atuou frente a ele com dolo ou culpa,
(desdobramento lógico do princípio da inter- evitando-se responsabilidade penal objetiva.
venção mínima) 3- Responsabilidade penal da pessoa jurídi-
ca nos crimes ambientais
Fundamentos do Princípio da Legalidade
Princípio da CULPABILIDADE: Postulado li-
- JURÍDICO: taxatividade, certeza ou determi-
mitador do direito de punir.
nação.
Só pode o Estado impor sanção penal ao
- POLÍTICO: garantia contra a devida ingerên-
agente imputável, isto é, penalmente capaz,
cia no Estado na vida particular.
com potencial consciência da ilicitude (possi-
- HISTÓRICO: Magna Carta (1215)
bilidade de conhecer o caráter ilícito do com-
- DEMOCRÁTICO: separação dos poderes
portamento), quando dele exigível conduta
Princípio da OFENSIVIDADE/LESIVIDADE: diversa.
Exige que do fato praticado ocorra lesão ou
Princípio da ISONOMIA: A isonomia que se
perigo de lesão ao bem jurídico tutelado.
garante é a isonomia substancial. Deve-se tra-
Somente condutas que causem lesão (efetiva/
tar de forma igual o que é igual, e desigual-
potencial) a bem jurídico, relevante e de ter-
mente o que é desigual.
ceiro, podem estar sujeitas ao Direito Penal.
-CRIME DE DANO: ocorre efetiva lesão ao Princípio da PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA
bem jurídico. Ex: homicídio. Convenção Americana de Direitos Humanos -
-CRIME DE PERIGO: basta risco de lesão ao Artigo 8º .2: “Toda pessoa acusada de um de-
bem jurídico. Ex.: embriaguez ao volante; por- lito tem direito a que se presuma sua ino-
te de arma. cência, enquanto não for legalmente com-
a) Perigo abstrato: o risco de lesão é absolu- provada sua culpa. Durante o processo, toda
tamente presumido por lei. pessoa tem direito, em plena igualdade, às
b) Perigo concreto: seguintes garantias mínimas:”
De vítima determinada: o risco deve Art. 5º, LVII C.F. – “ninguém será considerado
ser demonstrado indicando pessoa culpado até o trânsito em julgado de senten-
certa em perigo. ça penal condenatória;”
De vítima difusa: o risco deve ser de-
Princípio da DIGNIDADE DA PESSOA HU-
monstrado dispensando vítima deter-
MANA: A ninguém pode ser imposta pena
minada.
ofensiva à dignidade da pessoa humana, ve-
Princípio da RESPONSABILIDADE PESSOAL: dando-se a sanção indigna, cruel, desumana e
Proíbe-se o castigo pelo fato de outrem. Está degradante.
vedada a responsabilidade penal coletiva.
Princípio da INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA
DESDOBRAMENTOS:
A individualização da pena deve ser observa-
a) Obrigatoriedade da individualização da
da em 3 momentos:
acusação (é proibida a denúncia genérica,
1- FASE LEGISLATIVA: observada pelo legis-
vaga ou evasiva). O Promotor de Justiça deve
lador no momento da definição do crime e na
individualizar os comportamentos. OBS: Nos
cominação de sua pena. Pena abstrata.
crimes societários, os Tribunais Superiores fle-
2- FASE JUDICIAL: observada pelo juiz na fi-
xibilizam essa obrigatoriedade.
xação da pena. Pena concreta.
b) Obrigatoriedade da individualização da
3- FASE DE EXECUÇÃO: garantindo-se a indi-
Princípios pena (é mandamento constitucional, evitando
vidualização da execução penal (art. 5°, LEP).
relacionados responsabilidade coletiva).
com o AGENTE Princípio da PROPORCIONALIDADE: Trata-
Princípio da RESPONSABILIDADE SUBJETI-
DO FATO se de princípio constitucional implícito (des-
VA: Não basta que o fato seja materialmente
Princípios dobramento da individualização da pena).
causado pelo agente, ficando a sua responsa-
relacionados Curiosidade: foi durante o Iluminismo, mar-
bilidade condicionada à existência da volun-
com a PENA cado pela obra “Dos delitos e das penas”
tariedade (dolo/culpa). Está proibida a res-
(Beccaria) que se despertou maior atenção
ponsabilidade penal objetiva, isto é, sem
para a proporcionalidade na resposta estatal
dolo ou culpa.
(Beccaria propunha a retribuição proporcio-
Temos doutrina anunciando CASOS DE RES-
nal).
PONSABILIDADE PENAL OBJETIVA (autori-
RESUMO: a pena deve ajustar-se à gravidade
zadas por lei):
do fato, sem desconsiderar as condições do
1- Embriaguez voluntária
agente.
Crítica: a teoria da actio libera in causa exige
Dupla face do princípio da proporcionali-
não somente uma análise pretérita da impu-
dade (Lenio Streck):
tabilidade, mas também da consciência e
1a Face: IMPEDIR A HIPERTROFIA DA PU-
vontade do agente.
NIÇÃO; GARANTISMO NEGATIVO (Ferrajoli);
2- Rixa Qualificada
Garantia do indivíduo contra o Estado.
Crítica: só responde pelo resultado agravador
2a Face: Evitar a insuficiência da interven-

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ção do Estado (EVITAR PROTEÇÃO DEFICI- determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigên-
ENTE); Imperativo de tutela; GARANTISMO cia (ultratividade)
POSITIVO (Ferrajoli); Garantia do indivíduo
em ver o Estado protegendo bens jurídicos A lei excepcional ou temporária possuem duas características
com eficiência. essenciais:
- Autorrevogabilidade
Princípio da PESSOALIDADE
- Ultratividade
“Artigo 5º, XLV CF – nenhuma pena passará
da pessoa do condenado, podendo a obriga-
ção de reparar o dano e a decretação do per- Tempo do crime
dimento de bens ser, nos termos da lei, esten- Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da
didas aos sucessores e contra eles executadas, ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.
até o limite do valor do patrimônio transferi-
do.” TEMPO DO CRIME
Princípio da VEDAÇÃO DO “BIS IN IDEM”: TEORIA DA TEORIA DO TEORIA MISTA /
veda-se segunda punição pelo mesmo fato. ATIVIDADE RESULTADO UBIQUIDADE
Exceção: Art. 8º - A pena cumprida no estran-
Considera-se prati- Considera-se prati- Considera-se prati-
geiro atenua a pena imposta no Brasil pelo
cado o crime no cado o crime no cado o crime no
mesmo crime, quando diversas, ou nela é
momento da con- momento do resul- momento da con-
computada, quando idênticas – possibilida-
duta (A/O) tado. duta (A/O) ou do
de do sujeito ser processado duas vezes pelo
Adotada resultado.
mesmo fato.

Territorialidade
TÍTULO I
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de conven-
DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL
ções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometi-
Anterioridade da Lei
do no território nacional.
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão
pena sem prévia cominação legal.
do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras,
de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde
Lei penal no tempo
quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarca-
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior
ções brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se
deixa de considerar crime, CESSANDO em virtude dela a EXECU-
achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou
ÇÃO e os EFEITOS PENAIS da sentença condenatória (abolitio
em alto-mar.
criminis)
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes pratica-
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo fa-
dos a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de
vorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que de-
propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no territó-
cididos por sentença condenatória transitada em julgado (re-
rio nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e es-
troatividade de lei penal benéfica)
tas em porto ou mar territorial do Brasil.

Tempo da Lei Posterior (IR) Retroatividade Lugar do crime


conduta Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que
Fato atípico Fato típico Irretroatividade ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como
onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
Fato típico Aumento de pena, p.ex. Irretroatividade

Fato típico Supressão de figura Retroatividade LUGAR DO CRIME


criminosa
TEORIA DA TEORIA DO TEORIA MISTA /
Fato típico Diminuição de pena, Retroatividade ATIVIDADE RESULTADO UBIQUIDADE
p.ex.
O crime considera- O crime considera- o crime considera-
Fato típico Migra o conteúdo crimi- Princípio da conti- se praticado no lu- se praticado no lu- se praticado no lu-
noso para outro tipo nuidade normativo- gar da conduta. gar do resultado. gar da conduta ou
penal típica do resultado.
Adotada

Súmula 611-STF: Transitada em julgado a sentença condenató-


ria, COMPETE AO JUÍZO DAS EXECUÇÕES a aplicação de lei DICA: LuTa (Lugar do crime = Ubiquidade/Tempo do
mais benigna. crime=Atividade)

Lei excepcional ou temporária Extraterritorialidade


Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorri- Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos
do o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a no estrangeiro:
I (INCONDICIONADA)- os crimes:

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a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade
(P. Defesa ou Real); e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito multa, as frações de cruzeiro.
Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa públi-
ca, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação insti- Legislação especial
tuída pelo Poder Público (P. Defesa ou Real); Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos
c) contra a administração pública, por quem está a seu ser- incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo diver-
viço (P. Defesa ou Real); so.
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domi-
ciliado no Brasil (P. Justiça Universal); TÍTULO II
II ( CONDICIONADA) - os crimes: DO CRIME
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a Relação de causalidade
reprimir (P. Justiça Universal); Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime,
b) praticados por brasileiro (P. Nacionalidade Ativa); somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se cau-
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mer- sa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorri-
cantes ou de propriedade privada, quando em território es- do. TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DOS ANTECEDENTES/ conditio
trangeiro e aí não sejam julgados (P. Representação). sine qua non/ condição simples/ condição generalizada
§ 1º - Nos casos do inciso I (INCONDICIONADA), o agente Superveniência de causa independente
é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou con- § 1º - A superveniência de causa relativamente indepen-
denado no estrangeiro (possibilidade de dupla condenação dente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resul-
pelo mesmo fato) tado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os pra-
§ 2º - Nos casos do inciso II (CONDICIONADA), a aplicação ticou. TEORIA DA CAUSALIDADE ADEQUADA.
da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: Relevância da omissão
a) entrar o agente no território nacional; § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente
b) ser o fato punível também no país em que foi pratica- devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir in-
do; cumbe a quem: CRIMES OMISSIVOS IMPRÓPRIOS
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasi- a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilân-
leira autoriza a extradição; cia;
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir
ter aí cumprido a pena; o resultado;
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por c) com seu comportamento anterior, criou o risco da
outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei ocorrência do resultado.
mais favorável.
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido Art. 14 - Diz-se o crime:
por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as Crime consumado
condições previstas no parágrafo anterior: (HIPERCONDICIONA- I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos
DA) de sua definição legal;
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; Tentativa
b) houve requisição do Ministro da Justiça. II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma
por circunstâncias ALHEIAS À VONTADE do agente.
Pena cumprida no estrangeiro Pena de tentativa
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena im- Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a
posta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é tentativa com a pena correspondente ao crime consumado,
computada, quando idênticas. diminuída de 1/3 a 2/3.

Eficácia de sentença estrangeira PUNIÇÃO DA TENTATIVA


Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei
brasileira produz na espécie as mesmas consequências, pode ser Observa o aspecto objetivo do delito
homologada no Brasil para: (sob a perspectiva dos atos praticados
I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restitui- pelo agente).
ções e a outros efeitos civis (depende de pedido da parte inte- A punição se fundamenta no perigo
ressada) de dano acarretado ao bem jurídico,
II - sujeitá-lo a medida de segurança. (depende da existên- TEORIA OBJETIVA/ verificado na realização de parte do
cia de tratado de extradição com o país de cuja autoridade judi- REALÍSTICA processo executório.
ciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição Conclusão: por ser objetivamente in-
do ministro da justiça). completa, a tentativa merece pena re-
duzida.
Contagem de prazo +C-F A tentativa é chamada de tipo manco.
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Quanto maior a proximidade da consu-
Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. mação menor será a diminuição, e vice-
versa (leva-se em conta o iter criminis
Frações não computáveis da pena percorrido pelo agente).
Adotado pelo CP.

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TEORIA SUBJETIVA/ Observa o aspecto subjetivo do delito QUADA/TENTATIVA INÚTIL)


VOLUNTARÍSTICA/ (sob a perspectiva do dolo). Com a sua conduta, demonstra o agente
MONISTA Conclusão: sob a perspectiva subjetiva ser perigoso, razão pela qual deve ser pu-
(dolo), a consumação e a tentativa são TEORIA nido, ainda que o crime se mostre impos-
idênticas, logo, a tentativa deve ter a SINTOMÁTICA sível de ser consumado.
mesma pena da consumação, sem redu- Por ter como fundamento a periculosida-
ção. de do agente, esta teoria se relaciona di-
REGRA: Teoria objetiva (pune-se a tentativa com a pena da retamente com o direito penal do autor.
consumação reduzida de 1/3 a 2/3). Sendo a conduta subjetivamente per-
EXCEÇÃO: Teoria subjetiva (pune-se a tentativa com a mesma feita (vontade consciente de praticar o
pena da consumação – sem redução). São os CRIMES DE delito), deve o agente sofrer a mesma
ATENTADO ou empreendimento. pena cominada à tentativa, sendo indife-
TEORIA SUBJETIVA rente os dados (objetivos) relativos à im-
Culposo (salvo, culpa imprópria) propriedade do objeto ou ineficácia do
Contravenções penais (faticamente meio, ainda quando absolutas. O agente
CRIMES QUE NÃO possível, mas não punível) deve ser punido porque revelou vontade
ADMITEM TENTATIVA Habituais de praticar o crime.
Unissubsistentes Crime é conduta e resultado. Este configu-
“CCHUPAO” Preterdolosos ra dano ou perigo de dano ao bem jurídi-
Atentado/Empreendimento co. A execução deve ser idônea, ou seja,
Omissivos PRÓPRIOS trazer a potencialidade do evento. Caso
inidônea, temos configurado o crime im-
Desistência voluntária (DV) e arrependimento eficaz (AE) possível. O agente não deve ser punido
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de pros- porque não causou perigo aos bens pe-
seguir na execução (DV) ou impede que o resultado se produ- TEORIA OBJETIVA nalmente tutelados.
za (AE), só responde pelos atos já praticados. - PONTE DE OURO A teoria objetiva subdivide-se:
1) TEORIA OBJETIVA PURA: não há ten-
Arrependimento posterior tativa, mesmo que a inidoneidade seja
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave relativa, considerando-se, neste caso, que
ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, ATÉ O não houve conduta capaz de causar lesão.
RECEBIMENTO da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do 2) TEORIA OBJETIVA TEMPERADA OU
agente, a pena será reduzida de 1/3 a 2/3 - PONTE DE PRATA INTERMEDIÁRIA: a ineficácia do meio e
a impropriedade do objeto devem ser
A reparação posterior ao recebimento da denúncia e antes do absolutas para que não haja punição.
julgamento é circunstância atenuante – Art. 65, III, b. Sendo relativas, pune-se a tentativa. É a
teoria
Adotada pelo CP.
A lei estabelece um tratamento mais
PONTE DE OURO favorável em face da voluntária não
produção do resultado; evita-se a Súmula 145-STF: Não há crime, quando a preparação do fla-
consumação do crime. Exclui a tipi- grante pela polícia torna impossível a sua consumação.
cidade. DV e AE.
Art. 18 - Diz-se o crime:
Institutos que atuam após a consu-
Crime doloso
PONTE DE PRATA mação da infração penal, trazendo
I - doloso, quando o agente quis o resultado (TEORIA DA
um tratamento penal mais benéfi-
VONTADE) ou assumiu o risco de produzi-lo (TEORIA DO CON-
co ao agente. Arrependimento Pos-
SENTIMENTO);
terior.
Crime culposo
Institutos penais que, depois da II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por
PONTE DE DIAMANTE consumação do crime, podem che- imprudência, negligência ou imperícia.
OU PONTE DE PRATA gar até a eliminar a responsabilida- Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei (crime
QUALIFICADA de penal do agente. Colaboração culposo só se previsto em lei), ninguém pode ser punido por
Premiada. fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente.

Crime impossível
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia ab-
soluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é TEORIAS DO DOLO
impossível consumar-se o crime.
Dolo é a vontade consciente de querer
praticar a infração penal.
CRIME IMPOSSÍVEL TEORIA DA Dolo = previsão (consciência) + querer
(QUASE-CRIME/CRIME OCO/TENTATIVA INIDÔNEA/TENTATIVA INADE-
VONTADE OBS: Adotada pelo CP em relação ao

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dolo direto. Não há separação das funções de acusar,


defender e julgar, que estão concentradas
Fala-se em dolo sempre que o agente tiver
SISTEMA em uma única pessoa.
a previsão do resultado como possível e,
INQUISITORIAL Juiz inquisidor, com ampla iniciativa acusa-
ainda assim, decide prosseguir com a con-
tória e probatória.
duta, assumindo o risco de produzir o
Princípio da verdade real.
evento.
TEORIA DO Dolo = previsão (consciência) + prosseguir SISTEMA Há separação das funções de acusar, de-
CONSENTIMENTO/ com a conduta assumindo o risco do ACUSATÓRIO fender e julgar.
ASSENTIMENTO evento Princípio da busca da verdade.
OBS: Esta teoria, diferente da anterior, não ADOTADO NO A gestão da prova recai sobre as partes.
mais abrange no conceito de dolo a culpa BRASIL O juiz, durante a instrução processual, tem
consciente. certa iniciativa probatória (subsidiariamente)
OBS: Adotada pelo CP em relação ao
SISTEMA Há uma fase inquisitorial e uma fase acu-
dolo eventual.
MISTO/FRANCÊS satória.
Fala-se em dolo sempre que o agente tiver
a previsão do resultado como possível e, Juiz das Garantias
ainda assim, decidir prosseguir com a con- Art. 3º-A. O processo penal terá ESTRUTURA ACUSATÓRIA,
TEORIA DA duta. vedadas a iniciativa do juiz na fase de investigação e a
REPRESENTAÇÃO Dolo = previsão (consciência) + prosseguir substituição da atuação probatória do órgão de acusação.
com a conduta (LEI 13964/19)
ATENÇÃO: Esta teoria acaba abrangendo
Adoção do SISTEMA ACUSATÓRIO de forma expressa
no conceito de dolo a culpa consciente.

Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável pelo controle da


Agravação pelo resultado
legalidade da investigação criminal e pela salvaguarda dos
Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a pena,
direitos individuais cuja franquia tenha sido reservada à
só responde o agente que o houver causado ao menos culpo-
autorização prévia do Poder Judiciário, competindo-lhe
samente.
especialmente: (LEI 13964/19)
I - receber a comunicação imediata da prisão, nos termos do
CÓDIGO PROCESSO PENAL inciso LXII do caput do art. 5º da Constituição Federal; (LEI
13964/19)
LIVRO I II - receber o auto da prisão em flagrante para o controle da
DO PROCESSO EM GERAL legalidade da prisão, observado o disposto no art. 310 deste
TÍTULO I Código; (LEI 13964/19)
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES III - zelar pela observância dos direitos do preso, podendo
Art. 1o O processo penal reger-se-á, em todo o território bra- determinar que este seja conduzido à sua presença, a qualquer
sileiro (PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE OU LEX FORI), por tempo; (LEI 13964/19)
este Código, ressalvados: IV - ser informado sobre a instauração de qualquer
I - os tratados, as convenções e regras de direito interna- investigação criminal; (LEI 13964/19)
cional; V - decidir sobre o requerimento de prisão provisória ou
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da Re- outra medida cautelar, observado o disposto no § 1º deste
pública, dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do artigo; (LEI 13964/19)
Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal VI - prorrogar a prisão provisória ou outra medida cautelar,
Federal, nos crimes de responsabilidade (Constituição, arts. 86, bem como substituí-las ou revogá-las, assegurado, no primeiro
89, § 2o, e 100); caso, o exercício do contraditório em audiência pública e oral, na
III - os processos da competência da Justiça Militar; forma do disposto neste Código ou em legislação especial
IV - os processos da competência do tribunal especial pertinente; (LEI 13964/19)
V - os processos por crimes de imprensa (STF não recepcio- VII - decidir sobre o requerimento de produção antecipada de
nou a Lei de Imprensa). provas consideradas urgentes e não repetíveis, assegurados o
Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos contraditório e a ampla defesa em audiência pública e oral; (LEI
processos referidos nos nos. IV e V, quando as leis especiais que 13964/19)
os regulam não dispuserem de modo diverso. VIII - prorrogar o prazo de duração do inquérito, estando o
investigado preso, em vista das razões apresentadas pela
Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem autoridade policial e observado o disposto no § 2º deste artigo;
prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei (LEI 13964/19)
anterior [“TEMPUS REGIT ACTUM” OU PRINCÍPIO DA IMEDI- IX - determinar o trancamento do inquérito policial quando não
ATIDADE] houver fundamento razoável para sua instauração ou
prosseguimento; (LEI 13964/19)
Art. 3o A lei processual penal ADMITIRÁ INTERPRETAÇÃO X - requisitar documentos, laudos e informações ao delegado de
EXTENSIVA E APLICAÇÃO ANALÓGICA, bem como o suple- polícia sobre o andamento da investigação;
mento dos princípios gerais de direito. XI - decidir sobre os requerimentos de: (LEI 13964/19)

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a) interceptação telefônica, do fluxo de comunicações em Art. 3º-E. O juiz das garantias será designado conforme as normas
sistemas de informática e telemática ou de outras formas de de organização judiciária da União, dos Estados e do Distrito
comunicação; (LEI 13964/19) Federal, observando critérios objetivos a serem periodicamente
b) afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de dados e divulgados pelo respectivo tribunal. (LEI 13964/19)
telefônico; (LEI 13964/19)
c) busca e apreensão domiciliar; (LEI 13964/19) Art. 3º-F. O juiz das garantias deverá assegurar o cumprimento
d) acesso a informações sigilosas; (LEI 13964/19) das regras para o tratamento dos presos, impedindo o acordo
e) outros meios de obtenção da prova que restrinjam direitos ou ajuste de qualquer autoridade com órgãos da imprensa
fundamentais do investigado; (LEI 13964/19) para explorar a imagem da pessoa submetida à prisão, sob pena
XII - julgar o habeas corpus impetrado antes do oferecimento de responsabilidade civil, administrativa e penal. (LEI 13964/19)
da denúncia; (LEI 13964/19) Parágrafo único. Por meio de regulamento, as autoridades deve-
XIII - determinar a instauração de incidente de insanidade mental; rão disciplinar, em 180 dias, o modo pelo qual as informações
(LEI 13964/19) sobre a realização da prisão e a identidade do preso serão, de
XIV - decidir sobre o recebimento da denúncia ou queixa, nos modo padronizado e respeitada a programação normativa aludi-
termos do art. 399 deste Código; (LEI 13964/19) da no caput deste artigo, transmitidas à imprensa, assegurados a
XV - assegurar prontamente, quando se fizer necessário, o direito efetividade da persecução penal, o direito à informação e a digni-
outorgado ao investigado e ao seu defensor de acesso a todos dade da pessoa submetida à prisão. (LEI 13964/19)
os elementos informativos e provas produzidos no âmbito da
investigação criminal, salvo no que concerne, estritamente, às É responsável pelo controle da legalidade da
diligências em andamento; (LEI 13964/19) investigação criminal e pela salvaguarda dos
XVI - deferir pedido de admissão de assistente técnico para direitos individuais
acompanhar a produção da perícia; (LEI 13964/19)
XVII - decidir sobre a homologação de acordo de não A competência abrange todas as infrações
JUIZ DAS
persecução penal ou os de colaboração premiada, quando penais, EXCETO AS DE MENOR POTENCIAL
GARANTIAS
formalizados durante a investigação; (LEI 13964/19) OFENSIVO
XVIII - outras matérias inerentes às atribuições definidas A competência CESSA COM O RECEBIMENTO
no caput deste artigo. (LEI 13964/19) DA DENÚNCIA OU QUEIXA
§ 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá,
mediante representação da autoridade policial e ouvido o Suas decisões NÃO vinculam o juiz da
Ministério Público, prorrogar, uma única vez, a duração do instrução e julgamento
inquérito por até 15 dias, após o que, se ainda assim a
O juiz que, na fase de investigação, praticar
investigação não for concluída, a prisão será imediatamente
qualquer ato incluído nas competências dos
relaxada. (LEI 13964/19)
arts. 4º e 5º deste Código FICARÁ IMPEDIDO
de funcionar no processo.
Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias abrange todas as
infrações penais, EXCETO AS DE MENOR POTENCIAL
OFENSIVO, e CESSA COM O RECEBIMENTO DA DENÚNCIA OU TÍTULO II
QUEIXA na forma do art. 399 deste Código. (LEI 13964/19) DO INQUÉRITO POLICIAL
§ 1º Recebida a denúncia ou queixa, as questões pendentes serão Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades
decididas pelo juiz da instrução e julgamento. (LEI 13964/19) policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá por
§ 2º As decisões proferidas pelo juiz das garantias NÃO fim a apuração das infrações penais e da sua autoria.
VINCULAM o juiz da instrução e julgamento, que, após o Parágrafo único. A competência definida neste artigo não
recebimento da denúncia ou queixa, deverá reexaminar a excluirá a de autoridades administrativas, a quem por lei seja co-
necessidade das medidas cautelares em curso, no prazo metida a mesma função.
máximo de 10 dias. (LEI 13964/19)
§ 3º Os autos que compõem as matérias de competência do juiz SIGILOSO
das garantias ficarão acautelados na secretaria desse juízo, à DISPENSÁVEL
disposição do Ministério Público e da defesa, e não serão ESCRITO
apensados aos autos do processo enviados ao juiz da CARACTERÍSTICAS INQUISITORIAL (como regra, não há con-
instrução e julgamento, ressalvados os documentos relativos DO IP traditório ou ampla defesa)
às provas irrepetíveis, medidas de obtenção de provas ou de OFICIAL
antecipação de provas, que deverão ser remetidos para OFICIOSO
apensamento em apartado. (LEI 13964/19) INDISPONÍVEL (o Delegado não poderá
§ 4º Fica assegurado às partes o amplo acesso aos autos arquivá-lo)
acautelados na secretaria do juízo das garantias. (LEI 13964/19)
Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial
Art. 3º-D. O juiz que, na fase de investigação, praticar qualquer será iniciado:
ato incluído nas competências dos arts. 4º e 5º deste Código I - de ofício;
FICARÁ IMPEDIDO de funcionar no processo. II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do
Parágrafo único. Nas comarcas em que funcionar apenas um juiz, Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de
os tribunais criarão um sistema de rodízio de magistrados, a fim quem tiver qualidade para representá-lo (parte da doutrina sus-
de atender às disposições deste Capítulo. (LEI 13964/19) tenta a não recepção do inciso, pois violaria o sistema acusatório
e a garantia da imparcialidade)

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§ 1o O requerimento a que se refere o n o II conterá sempre X - colher informações sobre a existência de filhos, res-
que possível: pectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias; contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indica-
b) a individualização do indiciado ou seus sinais característi- do pela pessoa presa.
cos e as razões de convicção ou de presunção de ser ele o autor
da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer; Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infração
c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua pro- sido praticada de determinado modo, a autoridade policial po-
fissão e residência. derá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta
§ 2o Do despacho que indeferir o requerimento de abertu- não contrarie a moralidade ou a ordem pública.
ra de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia.
§ 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da Art. 8o Havendo prisão em flagrante, será observado o dis-
existência de infração penal em que caiba ação pública poderá, posto no Capítulo II do Título IX deste Livro.
verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial,
e esta, verificada a procedência das informações, mandará instau- Art. 9o Todas as peças do inquérito policial serão, num só
rar inquérito. processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso,
§ 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública depen- rubricadas pela autoridade.
der de representação, não poderá sem ela ser iniciado.
§ 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade policial so- Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias,
mente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso pre-
tenha qualidade para intentá-la. ventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em
que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias,
NOTITIA CRIMINIS quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.
(conhecimento do crime pela polícia) § 1o A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido
apurado e enviará autos ao juiz competente.
ESPONTÂNEA Mediante atividade rotineira da polícia § 2o No relatório poderá a autoridade indicar testemu-
PROVOCADA Quando, por exemplo, o ofendido noticia à nhas que não tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar
polícia o cometimento do crime onde possam ser encontradas.
§ 3o Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado
DE COGNIÇÃO Com a prisão em flagrante estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a devolução
COERCITIVA dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no
INQUALIFICADA Denúncia anônima prazo marcado pelo juiz.

Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infra- A autoridade policial não deve esboçar qualquer
ção penal, a autoridade policial deverá: juízo de valor, ressalvados os crimes de tóxicos,
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alte- onde ela deverá justificar as razões que a leva-
rem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos pe- ram à classificação do delito (art. 52, I, Lei
ritos criminais; RELATÓRIO 11.343/06)
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, A autoridade policial sempre indicará o tipo pe-
após liberados pelos peritos criminais; nal em que acha incurso o investigado. Isso se
III - colher todas as provas que servirem para o esclareci- chama de juízo de subsunção precária, visto
mento do fato e suas circunstâncias; que o juízo de subsunção próprio cabe ao MP,
IV - ouvir o ofendido; quando da denúncia.
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável,
do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o
respectivo termo ser assinado por 2 testemunhas que lhe te- PRAZO CONCLUSÃO PRESO SOLTO
nham ouvido a leitura; JUSTIÇA ESTADUAL 10 30
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a
acareações; JUSTIÇA FEDERAL 15+15 30
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de LEI DE DROGAS 30+30 90+90
corpo de delito e a quaisquer outras perícias;
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo da- ECONOMIA 10 10
tiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de ante- POPULAR
cedentes; PRISÃO TEMPORÁRIA 30+30 NÃO SE APLICA
Promotores e juízes não podem ser identificados criminalmente, EM CRIMES HEDIONDOS
porque não podem ser indiciados LOMP (art. 41, III) e LOMAN
JUSTIÇA MILITAR 20 40+20
(art. 33).
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto
Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos
de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua
que interessarem à prova, acompanharão os autos do inquérito.
atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele,
e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação
Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou
do seu temperamento e caráter.
queixa, sempre que servir de base a uma ou outra.

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Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial: polícia rodoviária federal; polícia ferroviária federal; polícias civis;
I - fornecer às autoridades judiciárias as informações ne- polícias militares e corpos de bombeiros militares; polícias penais
cessárias à instrução e julgamento dos processos; federal, estaduais e distrital) figurarem como investigados em
II - realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo inquéritos policiais, inquéritos policiais militares e demais
Ministério Público; procedimentos extrajudiciais, cujo objeto for a investigação de
III - cumprir os mandados de prisão expedidos pelas auto- fatos relacionados ao uso da força letal praticados no
ridades judiciárias; exercício profissional, de forma consumada ou tentada,
IV - representar acerca da prisão preventiva. incluindo as situações dispostas no art. 23 do Decreto-Lei nº
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), o indiciado
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148 (Seqüestro e poderá constituir defensor. (LEI 13964/19)
cárcere privado), 149 (Redução a condição análoga à de escravo) § 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o investigado
e 149-A (Tráfico de Pessoas), no § 3º do art. 158 (Extorsão com deverá ser citado da instauração do procedimento
restrição da liberdade da vítima) e no art. 159 do Código Penal investigatório, podendo constituir defensor no prazo de até
(Extorsão mediante seqüestro), e no art. 239 do ECA (envio de cri- 48 horas a contar do recebimento da citação. (LEI 13964/19)
ança ou adolescente ao exterior) membro do Ministério Público § 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste artigo com
ou o delegado de polícia poderá requisitar, de quaisquer ór- ausência de nomeação de defensor pelo investigado, a
gãos do poder público ou de empresas da iniciativa privada, autoridade responsável pela investigação deverá intimar a
dados e informações cadastrais da vítima ou de suspei- instituição a que estava vinculado o investigado à época da
tos. ocorrência dos fatos, para que essa, no prazo de 48 horas,
Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24 indique defensor para a representação do investigado. (LEI
horas, conterá: 13964/19)
I - o nome da autoridade requisitante; § 6º As disposições constantes deste artigo se aplicam aos servi-
II - o número do inquérito policial; e dores militares vinculados às instituições dispostas no art. 142 da
III - a identificação da unidade de polícia judiciária responsável Constituição Federal, desde que os fatos investigados digam res-
pela investigação. peito a missões para a Garantia da Lei e da Ordem. (LEI
13964/19)
Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes
relacionados ao tráfico de pessoas, o membro do Ministério Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado cura-
Público ou o delegado de polícia poderão requisitar, MEDIAN- dor pela autoridade policial.
TE AUTORIZAÇÃO JUDICIAL, às empresas prestadoras de servi-
ço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem ime- Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a devo-
diatamente os meios técnicos adequados – como sinais, informa- lução do inquérito à autoridade policial, senão para novas dili-
ções e outros – que permitam a localização da vítima ou dos gências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia.
suspeitos do delito em curso.
§ 1o Para os efeitos deste artigo, sinal significa posicionamento da Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar
estação de cobertura, setorização e intensidade de radiofrequên- autos de inquérito.
cia.
§ 2o Na hipótese de que trata o caput, o sinal: Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito
I - não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de qual- pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a
quer natureza, que dependerá de autorização judicial, confor- autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de
me disposto em lei; outras provas tiver notícia.
II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celu-
lar por período não superior a 30 dias, renovável por uma úni- É POSSÍVEL DE-
ca vez, por igual período; MOTIVO DO ARQUIVAMENTO
SARQUIVAR?
III - para períodos superiores àquele de que trata o inciso II,
será necessária a apresentação de ordem judicial. 1) Insuficiência de provas SIM
§ 3o Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito policial deve- (Súmula 524-STF)
rá ser instaurado no prazo máximo de 72 horas, contado do 2) Ausência de pressuposto processual ou
registro da respectiva ocorrência policial. SIM
de condição da ação penal
§ 4o Não havendo manifestação judicial no prazo de 12 horas,
a autoridade competente requisitará às empresas prestadoras 3) Falta de justa causa para a ação penal
de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponi- (não há indícios de autoria ou prova da ma- SIM
bilizem imediatamente os meios técnicos adequados – como terialidade)
sinais, informações e outros – que permitam a localização da víti- 4) Atipicidade (fato narrado não é crime) NÃO
ma ou dos suspeitos do delito em curso, com imediata comunica-
ção ao juiz. 5) Existência manifesta de causa excludente STJ: NÃO (REsp
de ilicitude 791471/RJ)
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indicia- STF: SIM (HC
do poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou 125101/SP)
não, a juízo da autoridade. 6) Existência manifesta de causa excludente NÃO
de culpabilidade* (Posição da dou-
Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados às instituições trina)
dispostas no art. 144 da Constituição Federal (polícia federal;

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DIA 1 / 24

7) Existência manifesta de causa extintiva da NÃO AÇÃO PENAL PÚBLICA AÇÃO PENAL PRIVADA
punibilidade (STJ HC 307.562/
Divide-se em: Divide-se em:
RS)
a) ação penal pública incondi- a) ação penal privada persona-
(STF Pet 3943)
cionada; líssima;
Exceção: certidão
b) ação penal pública condici- b) ação penal privada propria-
de óbito falsa
onada; mente dita;
*Tabela retirada do site www.dizereodireito.com.br
c) ação penal pública subsidiá- c) ação penal privada subsidiá-
ria da pública. ria da pública.
Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os
autos do inquérito serão remetidos ao juízo competente, onde A peça acusatória é a denún- A peça acusatória é a queixa-
aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu representante le- cia. crime.
gal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante tras- *Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br
lado.
Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida
Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo ne- por denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei
cessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da so- o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação
ciedade. do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que lhe fo- § 1o No caso de morte do ofendido ou quando declarado
rem solicitados, a autoridade policial não poderá mencionar ausente por decisão judicial, o direito de representação passará
quaisquer anotações referentes a instauração de inquérito contra ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (CADI)
os requerentes. § 2o Seja qual for o crime, quando praticado em detri-
mento do patrimônio ou interesse da União, Estado e Municí-
Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sem- pio, a AÇÃO PENAL SERÁ PÚBLICA.
pre de despacho nos autos e somente será permitida quando o
interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o Art. 25. A representação será irretratável, DEPOIS DE OFE-
exigir. RECIDA a denúncia.
Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá
de 3 dias, será decretada por despacho fundamentado do Juiz, a
CPP LEI MARIA DA PENHA
requerimento da autoridade policial, ou do órgão do Ministério
Público, respeitado, em qualquer hipótese, o disposto no artigo A representação será irretra- Só será admitida a renúncia à
89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil tável, DEPOIS DE OFERECIDA representação perante o juiz
a denúncia. ANTES DO RECEBIMENTO da
A CF/88 não permite a incomunicabilidade do preso nem mes- denúncia
mo no estado de defesa (art. 136, §3, IV)
Art. 26. A ação penal, nas contravenções, será iniciada com
Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que houver o auto de prisão em flagrante ou por meio de portaria expedi-
mais de uma circunscrição policial, a autoridade com exercício em da pela autoridade judiciária ou policial
uma delas poderá, nos inquéritos a que esteja procedendo, orde-
nar diligências em circunscrição de outra, independentemente de Processo judicialiforme. Artigo não recepcionado pela CF/88.
precatórias ou requisições, e bem assim providenciará, até que
compareça a autoridade competente, sobre qualquer fato que Art. 27. Qualquer pessoa do povo poderá provocar a iniciati-
ocorra em sua presença, noutra circunscrição. va do Ministério Público, nos casos em que caiba a ação pública,
fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e a autoria
Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao juiz e indicando o tempo, o lugar e os elementos de convicção.
competente, a autoridade policial oficiará ao Instituto de Identifi- Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de
cação e Estatística, ou repartição congênere, mencionando o juízo quaisquer elementos informativos da mesma natureza, o órgão
a que tiverem sido distribuídos, e os dados relativos à infração do Ministério Público comunicará à vítima, ao investigado e à
penal e à pessoa do indiciado. autoridade policial e encaminhará os autos para a instância de
revisão ministerial para fins de homologação, na forma da lei.
SÚMULAS SOBRE IP (LEI 13964/19)
§ 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar
Súmula vinculante 14-STF: É direito do defensor, no interesse
com o arquivamento do inquérito policial, poderá, no prazo de
do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que,
30 dias do recebimento da comunicação, submeter a matéria à
já documentados em procedimento investigatório realizado
revisão da instância competente do órgão ministerial,
por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito
conforme dispuser a respectiva lei orgânica. (LEI 13964/19)
ao exercício do direito de defesa
§ 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em detri-
Súmula 524-STF: Arquivado o inquérito policial, por despacho
mento da União, Estados e Municípios, a revisão do arquiva-
do juiz, a requerimento do Promotor de Justiça, não pode a
mento do inquérito policial poderá ser provocada pela chefia
ação penal ser iniciada, sem novas provas.
do órgão a quem couber a sua representação judicial. (LEI
13964/19)
TÍTULO III
DA AÇÃO PENAL

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DIA 1 / 25

ARQUIVAMENTO MP deixa de oferecer a denúncia por en- I - se for cabível transação penal de competência dos Juizados
INDIRETO tender que o juízo perante o qual oficia é Especiais Criminais, nos termos da lei; (LEI 13964/19)
incompetente. Com o Pacote Anticrime II - se o investigado for reincidente ou se houver elementos
deixa de ser aplicável. probatórios que indiquem conduta criminal habitual,
reiterada ou profissional, exceto se insignificantes as infrações
Se o arquivamento partir diretamente do penais pretéritas; (LEI 13964/19)
PGR ou do PGJ, O TRIBUNAL NÃO PODE- III - ter sido o agente beneficiado nos 5 anos anteriores ao
ARQUIVAMENTO RÁ INVOCAR O ART. 28 do CPP. Caberá, cometimento da infração, em acordo de não persecução
ORIGINÁRIO porém, no âmbito federal, recurso admi- penal, transação penal ou suspensão condicional do processo;
nistrativo à Câmara de Coordenação e e (LEI 13964/19)
Revisão. IV - nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica
MP oferece a denúncia em face de apenas ou familiar, ou praticados contra a mulher por razões da
um ou alguns dos crimes nele narrados ou condição de sexo feminino, em favor do agressor. (LEI
ARQUIVAMENTO dos acusados, deixando de oferecer, sem 13964/19)
IMPLÍCITO OU motivo justificado, pelos outros. § 3º O acordo de não persecução penal será formalizado por
TÁCITO STF: O sistema processual penal brasileiro escrito e será firmado pelo membro do Ministério Público,
não prevê a figura do arquivamento im- pelo investigado e por seu defensor. (LEI 13964/19)
plícito de inquérito policial. § 4º Para a homologação do acordo de não persecução penal,
será realizada audiência na qual o juiz deverá verificar a sua
voluntariedade, por meio da oitiva do investigado na presença
ARQUIVAMENTO DE INQUÉRITO POLICIAL do seu defensor, e sua legalidade. (LEI 13964/19)
ANTES DA LEI 13964/19 DEPOIS DA LEI 13964/19 § 5º Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou abusivas as
condições dispostas no acordo de não persecução penal,
MP requeria o arquivamento MP ordena o arquivamento e devolverá os autos ao Ministério Público para que seja
ao juiz, que homologava ou remete os autos à instância de reformulada a proposta de acordo, com concordância do
não. revisão ministerial para fins de investigado e seu defensor. (LEI 13964/19)
homologação § 6º Homologado judicialmente o acordo de não persecução
Arquivamento realizado na Arquivamento realizado no penal, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público para que
justiça âmbito do MP inicie sua execução perante o juízo de execução penal. (LEI
13964/19)
§ 7º O juiz poderá recusar homologação à proposta que não
Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o atender aos requisitos legais ou quando não for realizada a
investigado confessado formal e circunstancialmente a adequação a que se refere o § 5º deste artigo.
prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e § 8º Recusada a homologação, o juiz devolverá os autos ao
com pena mínima inferior a 4 anos, o Ministério Público poderá Ministério Público para a análise da necessidade de
propor ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL, desde que complementação das investigações ou o oferecimento da
necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime, denúncia. (LEI 13964/19)
mediante as seguintes condições ajustadas cumulativa e § 9º A vítima será intimada da homologação do acordo de não
alternativamente: (LEI 13964/19) persecução penal e de seu descumprimento. (LEI 13964/19)
I - reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na § 10. Descumpridas quaisquer das condições estipuladas no
impossibilidade de fazê-lo; (LEI 13964/19) acordo de não persecução penal, o Ministério Público deverá
II - renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo comunicar ao juízo, para fins de sua rescisão e posterior
Ministério Público como instrumentos, produto ou proveito do oferecimento de denúncia. (LEI 13964/19)
crime; (LEI 13964/19) § 11. O descumprimento do acordo de não persecução penal
III - prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por pelo investigado também poderá ser utilizado pelo Ministério
período correspondente à pena mínima cominada ao delito Público como justificativa para o eventual não oferecimento
diminuída de 1/3 a 2/3, em local a ser indicado pelo juízo da de suspensão condicional do processo. (LEI 13964/19)
execução, na forma do art. 46 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de § 12. A celebração e o cumprimento do acordo de não
dezembro de 1940 (Código Penal); (LEI 13964/19) persecução penal não constarão de certidão de antecedentes
IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do criminais, exceto para os fins previstos no inciso III do § 2º deste
art. 45 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 artigo. (LEI 13964/19)
(Código Penal), a entidade pública ou de interesse social, a ser § 13. Cumprido integralmente o acordo de não persecução penal,
indicada pelo juízo da execução, que tenha, preferencialmente, o juízo competente decretará a extinção de punibilidade. (LEI
como função proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos 13964/19)
aparentemente lesados pelo delito; ou (LEI 13964/19) § 14. No caso de recusa, por parte do Ministério Público, em pro-
V - cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada por o acordo de não persecução penal, o investigado poderá
pelo Ministério Público, desde que proporcional e compatível requerer a remessa dos autos a órgão superior, na forma do
com a infração penal imputada. (LEI 13964/19) art. 28 deste Código. (LEI 13964/19)
§ 1º Para aferição da pena mínima cominada ao delito a que se
refere o caput deste artigo, serão consideradas as causas de Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pú-
aumento e diminuição aplicáveis ao caso concreto. (LEI blica, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Mi-
13964/19) nistério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denún-
§ 2º O disposto no caput deste artigo NÃO SE APLICA nas cia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, for-
seguintes hipóteses: (LEI 13964/19)

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DIA 1 / 26

necer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, so definido pelo respectivo ór- reincidente ou se houver
no caso de negligência do querelante, retomar a ação como gão de revisão, nos termos da elementos probatórios que
parte principal (AÇÃO PENAL INDIRETA) regulamentação local; indiquem conduta criminal
III – o investigado incorra em habitual, reiterada ou
ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL alguma das hipóteses previs- profissional, exceto se
tas no art. 76, § 2º, da Lei nº insignificantes as infrações
RESOLUÇÃO 181/17 DEPOIS DA LEI 13964/19
9.099/95; penais pretéritas;
Pena mínima inferior a 4 Pena mínima inferior a 4 IV – o aguardo para o cum- III - ter sido o agente
anos anos primento do acordo possa beneficiado nos 5 anos
acarretar a prescrição da pre- anteriores ao cometimento
Crime não for cometido com Investigado confessado
tensão punitiva estatal; da infração, em acordo de
violência ou grave ameaça a formal e circunstancialmente
V – o delito for hediondo ou não persecução penal,
pessoa, o investigado tiver a prática de infração penal
equiparado e nos casos de in- transação penal ou
confessado formal e circuns- sem violência ou grave
cidência da Lei nº 11.340, de suspensão condicional do
tanciadamente a sua prática ameaça
7 de agosto de 2006; processo; e
CONDIÇÕES: CONDIÇÕES: VI – a celebração do acordo IV - nos crimes praticados no
I – reparar o dano ou restituir I - reparar o dano ou restituir não atender ao que seja ne- âmbito de violência domésti-
a coisa à vítima, salvo impos- a coisa à vítima, exceto na cessário e suficiente para a ca ou familiar, ou praticados
sibilidade de fazê-lo; impossibilidade de fazê-lo; reprovação e prevenção do contra a mulher por razões
II – renunciar voluntariamen- II - renunciar crime. da condição de sexo femini-
te a bens e direitos, indicados voluntariamente a bens e no, em favor do agressor.
pelo Ministério Público como direitos indicados pelo
Caberá RESE da decisão, des-
instrumentos, produto ou pro- Ministério Público como
---------------------------------- pacho ou sentença que recusar
veito do crime; instrumentos, produto ou
---------------------------------- homologação à proposta de
II – prestar serviço à comuni- proveito do crime;
-- acordo de não persecução
dade ou a entidades públicas III - prestar serviço à
penal, previsto no art. 28-A
por período correspondente comunidade ou a entidades
desta Lei.
à pena mínima cominada ao públicas por período
delito, diminuída de 1/3 a correspondente à pena
2/3, em local a ser indicado mínima cominada ao delito Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para repre-
pelo Ministério Público; diminuída de 1/3 a 2/3, em sentá-lo caberá intentar a ação privada.
IV – pagar prestação pecuniá- local a ser indicado pelo juízo
ria, a ser estipulada nos termos da execução, na forma do art. Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declara-
do art. 45 do Código Penal, a 46 do Decreto-Lei nº 2.848, de do ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou
entidade pública ou de inte- 7 de dezembro de 1940 prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descenden-
resse social a ser indicada pelo (Código Penal); te ou irmão (CADI)
Ministério Público, devendo a IV - pagar prestação
prestação ser destinada prefe- pecuniária, a ser estipulada Art. 32. Nos crimes de ação privada, o juiz, a requerimento
rencialmente àquelas entidades nos termos do art. 45 do da parte que comprovar a sua pobreza, nomeará advogado para
que tenham como função pro- Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de promover a ação penal.
teger bens jurídicos iguais ou dezembro de 1940 (Código § 1o Considerar-se-á pobre a pessoa que não puder prover
semelhantes aos aparentemen- Penal), a entidade pública ou às despesas do processo, sem privar-se dos recursos indispensá-
te lesados pelo delito; de interesse social, a ser veis ao próprio sustento ou da família.
V – cumprir outra condição indicada pelo juízo da § 2o Será prova suficiente de pobreza o atestado da autori-
estipulada pelo Ministério Pú- execução, que tenha, dade policial em cuja circunscrição residir o ofendido.
blico, desde que proporcional preferencialmente, como
e compatível com a infração função proteger bens jurídicos Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 anos, ou mental-
penal aparentemente pratica- iguais ou semelhantes aos mente enfermo, ou retardado mental, e não tiver representante
da. aparentemente lesados pelo legal, ou colidirem os interesses deste com os daquele, o direito
delito; ou de queixa poderá ser exercido por curador especial, nomeado,
V - cumprir, por prazo deter- de ofício ou a requerimento do Ministério Público, pelo juiz
minado, outra condição indi- competente para o processo penal.
cada pelo Ministério Público,
desde que proporcional e com- Art. 34. Se o ofendido for menor de 21 e maior de 18
patível com a infração penal anos, o direito de queixa poderá ser exercido por ele ou
imputada. por seu representante legal.

NÃO CABÍVEL: NÃO CABÍVEL:


Não existe mais representante legal de pessoa natural que já
I – for cabível a transação pe- I - se for cabível transação
completou 18 anos. Por consequência, não existe mais a
nal, nos termos da lei; penal de competência dos
possibilidade de dupla legitimação para o oferecimento de
II – o dano causado for supe- Juizados Especiais Criminais,
queixa: ou o ofendido é menor de 18 anos e só o seu
rior a 20 salários mínimos ou nos termos da lei;
representante tem legitimação (art. 33, CPP); ou ele já
a parâmetro econômico diver- II - se o investigado for

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DIA 1 / 27

completou esta idade e o exercício do direito de queixa é Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com po-
exclusivamente seu. deres especiais, devendo constar do instrumento do mandato o
*http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitu-
nome do querelante e a menção do fato criminoso, salvo quando
ra&artigo_id=143 tais esclarecimentos dependerem de diligências que devem ser
previamente requeridas no juízo criminal.
Art. 36. Se comparecer mais de uma pessoa com direito
de queixa, terá preferência o cônjuge, e, em seguida, o parente Para o STJ, “menção ao fato criminoso” significa que, na
mais próximo na ordem de enumeração constante do art. 31, po- procuração, basta que seja mencionado o tipo penal ou o
dendo, entretanto, qualquer delas prosseguir na ação, caso o nomen iuris do crime, NÃO PRECISANDO
querelante desista da instância ou a abandone. IDENTIFICAR A CONDUTA.
Para o STF, “menção ao fato criminoso” significa que, na
Art. 37. As fundações, associações ou sociedades legalmente procuração, DEVE SER INDIVIDUALIZADO O EVENTO
constituídas poderão exercer a ação penal, devendo ser represen- DELITUOSO, não bastando que apenas se mencione o nomen
tadas por quem os respectivos contratos ou estatutos designarem iuris do crime.
ou, no silêncio destes, pelos seus diretores ou sócios-gerentes. Caso haja algum vício na procuração para a queixa-crime, esse
vício deverá ser corrigido antes do fim do prazo decadencial
Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu de 6 meses, sob pena de decadência e extinção da
representante legal, decairá no direito de queixa ou de repre- punibilidade.
sentação, se não o exercer dentro do prazo de 6 meses, conta- STF. 2ª Turma. RHC 105920/RJ, Rel. Min. Celso de Mello, julgado
do do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no em 8/5/2012 (Info 665).
caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o ofereci -
O vício na representação processual do querelante é sanável,
mento da denúncia.
desde que dentro do prazo decadencial. STJ. 5ª Turma. AgRg no
Parágrafo único. Verificar-se-á a decadência do direito de
REsp 1392388/MG, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em
queixa ou representação, dentro do mesmo prazo, nos casos dos
18/08/2015.
arts. 24, parágrafo único, e 31.
É desnecessário o reconhecimento de firma em procuração
Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido, outorgando poderes especiais para a defesa de interesses em
pessoalmente ou por procurador com poderes especiais, me- juízo. Precedentes. (HC 119.827/SC, Rel. Min. Jorge Mussi,
diante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Mi- Quinta Turma, julgado em 15/12/2009)
nistério Público, ou à autoridade policial. *Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
§ 1o A representação feita oralmente ou por escrito, sem as-
sinatura devidamente autenticada do ofendido, de seu represen- Art. 45. A queixa, ainda quando a ação penal for privativa
tante legal ou procurador, será reduzida a termo, perante o juiz do ofendido, poderá ser aditada pelo Ministério Público, a
ou autoridade policial, presente o órgão do Ministério Público, quem caberá intervir em todos os termos subsequentes do pro-
quando a este houver sido dirigida. cesso.
§ 2o A representação conterá todas as informações que pos-
sam servir à apuração do fato e da autoria. Art. 46. O prazo para oferecimento da denúncia, estando o
§ 3o Oferecida ou reduzida a termo a representação, a auto- réu preso, será de 5 dias, contado da data em que o órgão do
ridade policial procederá a inquérito, ou, não sendo competente, Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de 15
remetê-lo-á à autoridade que o for. dias, se o réu estiver solto ou afiançado. No último caso, se hou-
§ 4o A representação, quando feita ao juiz ou perante este ver devolução do inquérito à autoridade policial (art. 16), contar-
reduzida a termo, será remetida à autoridade policial para que se-á o prazo da data em que o órgão do Ministério Público rece-
esta proceda a inquérito. ber novamente os autos.
§ 5o O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, § 1o Quando o Ministério Público dispensar o inquérito poli-
se com a representação forem oferecidos elementos que o ha- cial, o prazo para o oferecimento da denúncia contar-se-á da data
bilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a de- em que tiver recebido as peças de informações ou a representa-
núncia no prazo de 15 dias. ção
§ 2o O prazo para o aditamento da queixa será de 3 dias,
Art. 40. Quando, em autos ou papéis de que conhecerem, os contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os
juízes ou tribunais verificarem a existência de crime de ação públi- autos, e, se este não se pronunciar dentro do tríduo, entender-se-
ca, remeterão ao Ministério Público as cópias e os documentos á que não tem o que aditar, prosseguindo-se nos demais termos
necessários ao oferecimento da denúncia. do processo.

Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a EXPOSIÇÃO DO


FATO criminoso, com todas as suas circunstâncias, a QUALIFICA- DENÚNCIA
ÇÃO DO ACUSADO ou esclarecimentos pelos quais se possa
identificá-lo, a CLASSIFICAÇÃO do CRIME e, quando necessá- RÉU PRESO RÉU SOLTO
rio, o ROL DAS TESTEMUNHAS. 5 dias 15 dias

Art. 42. O Ministério Público NÃO PODERÁ DESISTIR da


Art. 47. Se o Ministério Público julgar necessários maiores
ação penal.
esclarecimentos e documentos complementares ou novos ele-
mentos de convicção, deverá requisitá-los, diretamente, de quais-

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DIA 1 / 28

quer autoridades ou funcionários que devam ou possam fornecê-


los. Art. 51. O PERDÃO concedido a um dos querelados apro-
veitará a todos, sem que produza, todavia, efeito em relação
Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime ao que o recusar.
obrigará ao processo de todos, e o Ministério Público velará
pela sua INDIVISIBILIDADE. Art. 52. Se o querelante for menor de 21 e maior de 18
anos, o direito de perdão poderá ser exercido por ele ou por
O PRINCÍPIO DA INDIVISIBILIDADE APLICA-SE TAMBÉM seu representante legal, mas o perdão concedido por um, ha-
PARA A AÇÃO PENAL PÚBLICA (“DENÚNCIA”)? vendo oposição do outro, não produzirá efeito.

SIM NÃO
Extirpada do ordenamento jurídico a figura do representante
O princípio da indivisibilidade O princípio da indivisibilidade é legal do maior de 18 anos plenamente capaz, a legitimação para
é aplicado tanto para as ações aplicado apenas para as ações conceder e aceitar o perdão, na vigência do novo Código Civil,
penais privadas como para as penais privadas, conforme agora passa a ser exclusivamente do querelante e do querelado
ações penais públicas. prevê o art. 48 do CPP. maior, respectivamente.
Nesse caso, só quem pode conceder ou aceitar o perdão é o
Havendo indícios de autoria Ação penal privada: princípio
ofendido que se encontra com 18 anos de idade, que é
contra os coautores e da INdivisibilidade.
plenamente capaz para todos os atos, inclusive no âmbito
partícipes, o Ministério Público Ação penal pública: princípio
processual penal. Do contrário, haverá, por força da lei processual
deverá denunciar todos eles. da DIvisibilidade.
penal, um retrocesso social, ou seja, continuará o ofendido sendo
É o entendimento de Renato É a posição que prevalece no tratado como menor no processo penal e dependendo dos pais
Brasileiro, Fernando da Costa STJ e STF. para tudo, mas não mais o será e dependerá pelo NCC. (RANGEL,
Tourinho Filho, Aury Lopes Jr. 2005, p. 241)
e outros. *http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitu-
*Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br ra&artigo_id=143

O QUE ACONTECE SE A AÇÃO PENAL PRIVADA NÃO FOR Art. 53. Se o querelado for mentalmente enfermo ou retar-
PROPOSTA CONTRA TODOS? dado mental e não tiver representante legal, ou colidirem os inte-
resses deste com os do querelado, a aceitação do perdão caberá
OMISSÃO VOLUNTÁRIA OMISSÃO INVOLUNTÁRIA
ao curador que o juiz lhe nomear.
(DELIBERADA)

Se ficar demonstrado que o Se ficar demonstrado que a Art. 54. Se o querelado for menor de 21 anos, observar-se-
querelante (aquele que propõe omissão de algum nome foi á, quanto à aceitação do perdão, o disposto no art. 52.
ação penal privada) deixou, de involuntária, então, neste caso,
forma deliberada, de oferecer o Ministério Público deverá Art. 55. O perdão poderá ser aceito por procurador com
a queixa contra um ou mais requerer a intimação do poderes especiais.
autores ou partícipes, neste querelante para que ele faça o
caso, deve-se entender que aditamento da queixa-crime e Art. 56. Aplicar-se-á ao perdão extraprocessual expresso o
houve de sua parte uma inclua os demais coautores ou disposto no art. 50.
renúncia tácita. partícipes que ficaram de fora.
Se o querelante deixou, Se o querelante fizer o Art. 57. A renúncia tácita e o perdão tácito admitirão to-
deliberadamente, de oferecer aditamento: o processo dos os meios de prova.
queixa contra um dos autores continuará normalmente.
ou partícipes, o juiz deverá Se o querelante se recusar Art. 58. Concedido o perdão, mediante declaração expressa
rejeitar a queixa e declarar a expressamente ou nos autos, o querelado será intimado a dizer, dentro de 3 dias,
extinção da punibilidade permanecer inerte: o juiz se o aceita, devendo, ao mesmo tempo, ser cientificado de que o
para todos (arts. 104 e 109, V, deverá entender que houve seu SILÊNCIO IMPORTARÁ ACEITAÇÃO.
do CP). renúncia (art. 49 do CPP). Parágrafo único. Aceito o perdão, o juiz julgará extinta a pu-
Assim, deverá extinguir a nibilidade.
punibilidade em relação a
todos os envolvidos. Art. 59. A aceitação do perdão fora do processo constará de
*Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br declaração assinada pelo querelado, por seu representante legal
ou procurador com poderes especiais.
Art. 49. A RENÚNCIA ao exercício do direito de queixa, em
relação a um dos autores do crime, a todos se estenderá. Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante
queixa, considerar-se-á PEREMPTA a ação penal:
Art. 50. A renúncia expressa constará de declaração assinada I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover
pelo ofendido, por seu representante legal ou procurador com o andamento do processo durante 30 dias seguidos;
poderes especiais. II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua inca-
Parágrafo único. A renúncia do representante legal do pacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo,
menor que houver completado 18 anos não privará este do dentro do prazo de 60 dias, qualquer das pessoas a quem cou-
direito de queixa, nem a renúncia do último excluirá o direito ber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36 - CADI;
do primeiro.

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DIA 1 / 29

III - quando o querelante deixar de comparecer, sem moti- PÚBLICA INCONDICIONADA.


vo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar pre-
sente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas ale-
TÍTULO IV
gações finais;
DA AÇÃO CIVIL
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se
Art. 63. Transitada em julgado a sentença condenatória,
extinguir sem deixar sucessor.
poderão promover-lhe a execução, no juízo cível, para o efeito
da reparação do dano, o ofendido, seu representante legal ou
Art. 61. Em qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer
seus herdeiros.
extinta a punibilidade, deverá declará-lo de ofício.
Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença condena-
Parágrafo único. No caso de requerimento do Ministério Pú-
tória, a execução poderá ser efetuada pelo valor fixado nos ter-
blico, do querelante ou do réu, o juiz mandará autuá-lo em apar-
mos do inciso IV do caput do art. 387 deste Código sem prejuízo
tado, ouvirá a parte contrária e, se o julgar conveniente, concede-
da liquidação para a apuração do dano efetivamente sofrido.
rá o prazo de 5 dias para a prova, proferindo a decisão dentro de
5 dias ou reservando-se para apreciar a matéria na sentença final.
Art. 64. Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, a ação
para ressarcimento do dano poderá ser proposta no juízo cí-
Art. 62. No caso de morte do acusado, o juiz somente à
vel, contra o autor do crime e, se for caso, contra o responsável
vista da certidão de óbito, e depois de ouvido o Ministério Pú-
civil.
blico, declarará extinta a punibilidade.
Parágrafo único. Intentada a ação penal, o juiz da ação civil
poderá suspender o curso desta, até o julgamento definitivo da-
AÇÃO DE Aplica medida de segurança quela.
PREVENÇÃO PENAL
AÇÃO PENAL EX OFFICIO Processo judicial judicialiforme e Art. 65. FAZ COISA JULGADA NO CÍVEL a sentença penal
HC de Ofício que reconhecer ter sido o ato praticado em estado de necessida-
de, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou
AÇÃO PENAL PÚBLICA Havendo inércia do MP, outro ór- no exercício regular de direito (excludentes de ilicitude).
SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA gão oficial poderia promover a
ação penal. Ex: no DL 201, se o Art. 66. Não obstante a sentença absolutória no juízo cri-
MPE for inerte, o MPF pode iniciar minal, a ação civil poderá ser proposta quando não tiver sido,
a persecução penal. categoricamente, reconhecida a inexistência material do fato.
AÇÃO PENAL INDIRETA MP assume a ação penal privada
subsidiária. Art. 67. Não impedirão igualmente a propositura da ação
civil:
Primariamente o crime é processa- I - o despacho de arquivamento do inquérito ou das pe-
AÇÃO PENAL do mediante ação privada e, secun- ças de informação;
SECUNDÁRIA dariamente, por ação penal públi- II - a decisão que julgar extinta a punibilidade;
ca. Ex: S714/STF (crimes contra a III - a sentença absolutória que decidir que o fato imputa-
honra de funcionário público) do não constitui crime.
-MP propõe ação privada, quando
AÇÃO PENAL ADESIVA vislumbrar interesse público Art. 68. Quando o titular do direito à reparação do dano for
-Conexão entre delitos de ação pe- pobre (art. 32, §§ 1o e 2o), a execução da sentença condenatória
nal pública e ação privada. (art. 63) ou a ação civil (art. 64) será promovida, a seu requerimen-
to, pelo Ministério Público (inconstitucionalidade progressiva;
AÇÃO PENAL POPULAR HC e crimes de responsabilidade. norma ainda constitucional: nos locais onde há Defensoria Pú-
blica, o MP não pode ajuizar as ações de que trata o art. 68; onde
SÚMULAS SOBRE AÇÃO PENAL não existir a Defensoria, o MP continua tendo, ainda, legitimida-
de)
STF
Súmula 594-STF: Os direitos de queixa e de representação po- O reconhecimento da ilegitimidade ativa do Ministério
dem ser exercidos, independentemente, pelo ofendido ou Público para, na qualidade de substituto processual de
por seu representante legal. menores carentes, propor ação civil pública ex delicto, sem a
Súmula 714-STF: É concorrente a legitimidade do ofendido, anterior intimação da Defensoria Pública para tomar ciência
mediante queixa, e do Ministério Público, condicionada à repre- da ação e, sendo o caso, assumir o polo ativo da demanda,
sentação do ofendido, para a ação penal por crime contra a configura violação ao art. 68 do CPP. STJ. 4ª Turma. REsp
honra de servidor público em razão do exercício de suas 888.081-MG, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 15/9/2016 (Info
funções. 592).
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
STJ
Súmula 234-STJ: A participação de membro do Ministério Pú- AÇÃO CIVIL EX DELICTO AÇÃO DE EXECUÇÃO
blico na fase investigatória criminal NÃO ACARRETA O SEU IM- PROPRIAMENTE DITA EX DELICTO
PEDIMENTO OU SUSPEIÇÃO para o oferecimento da denúncia.
Súmula 542-STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão cor- Independentemente da sen- Executam a sentença penal
poral resultante de violência doméstica contra a mulher É tença penal, busca-se repara- transitada em julgada para fins
ção do dano na esfera cível. de reparação do dano (a sen-

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DIA 1 / 30

tença penal só fixa mínimo de


reparação quando a parte re-
querer)
Mesmo que a sentença penal Depois que transitar em julga-
ainda não tenha transitado em do, poderá ser proposta, no ju-
julgado, a vítima, seu represen- ízo cível, a execução da senten-
tante legal ou herdeiros já po- ça penal condenatória, na qual
derão buscar a reparação dos o pedido será para que o con-
danos no juízo cível denado seja obrigado a reparar
os danos causados à vítima
(art. 63 do CPP). Isso é chama-
do de ação de execução ex de-
licto.
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br

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DIA 5 / 1

Súmula 615-STJ: Não pode ocorrer ou permanecer a inscri-


Dia 5 ção do município em cadastros restritivos fundada em irre-
gularidades na gestão anterior quando, na gestão sucessora,
são tomadas as providências cabíveis à reparação dos danos
Constituição Federal: art. 37-43 eventualmente cometidos .
Código Civil: art. 189-232
Código Processo Civil: art. 150-187
SÚMULAS SOBRE CONSELHOS PROFISSIONAIS
Código Penal: art. 77-99
Código Processo Penal: art. 251-310 Súmula 79-STJ: Os bancos comerciais não estão sujeitos a
registro nos Conselhos Regionais de Economia
Controle de Leitura Súmula 120-STJ: O oficial de farmácia, inscrito no conselho
regional de farmácia, pode ser responsável técnico por drogaria.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL Súmula 275-STJ: O auxiliar de farmácia não pode ser
responsável técnico por farmácia ou drogaria.
Súmula 413-STJ: O farmacêutico pode acumular a
CAPÍTULO VII
responsabilidade técnica por uma farmácia e uma drogaria ou
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
por duas drogarias.
SÚMULAS SOBRE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Súmula 561-STJ: Os conselhos regionais de Farmácia possuem
STF atribuição para fiscalizar e autuar as farmácias e drogarias
quanto ao cumprimento da exigência de manter profissional
Súmula vinculante 13-STF: A nomeação de cônjuge, compa- legalmente habilitado (farmacêutico) durante todo o período de
nheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até funcionamento dos respectivos estabelecimentos.
o 3° grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da
mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou
assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ
confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pú- EDIÇÃO N. 135: CONSELHOS PROFISSIONAIS - I
blica direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos 1) Os conselhos de fiscalização profissionais possuem natureza
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o jurídica de autarquia, sujeitando-se, portanto, ao regime
ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição jurídico de direito público.
Federal. 2) Com a suspensão da redação dada pela Emenda
A norma que impede nepotismo no serviço público não alcança Constitucional n. 19/1998 ao caput do art. 39 da Constituição
servidores de provimento efetivo. STF. Plenário. ADI 524/ES Federal de 1988, no julgamento da Medida Cautelar em Ação
(Info 786). Direta de Inconstitucionalidade n. 2.135/DF, o regime jurídico
Não haverá nepotismo se a pessoa nomeada possui um paren- dos conselhos profissionais deve ser, obrigatoriamente, o
te no órgão, mas sem influência hierárquica sobre a nomea- estatutário.
ção. STF. 2ª Turma. Rcl 18564/SP (Info 815). 3) Os servidores dos conselhos de fiscalização profissional
A nomeação do cônjuge de prefeito para o cargo de Secretário submetem-se ao regime jurídico único, de modo que a
Municipal por se tratar de cargo público de natureza política aposentadoria ocorrida após a publicação das decisões
por si só, não caracteriza ato de improbidade administrativa. proferidas nas ADI n. 1.717/DF e ADI n. 2.135/DF, esta última em
STF. 2ª Turma. Rcl 22339 AgR/SP (Info 914). sede de liminar, segue o regime estatutário.
Súmula 6-STF: A revogação ou anulação, pelo Poder Executivo, 4) Os conselhos de fiscalização profissionais não podem
de aposentadoria, ou qualquer outro ato aprovado pelo Tribunal registrar seus veículos como oficiais porque compõem a
de Contas, não produz efeitos antes de aprovada por aquele administração pública indireta e o §1º do art. 120 do Código
tribunal, ressalvada a competência revisora do judiciário. de Trânsito Brasileiro - CTB autoriza apenas o registro de
Súmula 8-STF: Diretor de sociedade de economia mista pode veículos oficiais da administração direta.
ser destituído no curso do mandato 5) Os conselhos profissionais têm poder de polícia para
Súmula 346-STF: A administração pública pode declarar a nuli- fiscalizar as profissões regulamentadas, inclusive no que
dade dos seus próprios atos. concerne à cobrança de anuidades e à aplicação de sanções.
Súmula 473-STF: A administração pode anular seus próprios 6) A partir da vigência da Lei n. 12.514/2011, o fato gerador para
atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque a cobrança de anuidades de órgão de fiscalização profissional é
deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de o registro no conselho e não mais o efetivo exercício da
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adqui- profissão.
ridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial 7) As anuidades devidas aos conselhos profissionais
STJ constituem contribuição de interesse das categorias
profissionais, de natureza tributária, sujeita a lançamento de
Súmula 525-STJ: A Câmara de vereadores não possui persona- ofício.
lidade jurídica, apenas personalidade judiciária, somente po- 8) O prazo prescricional para cobrança de anuidades pagas
dendo demandar em juízo para defender os seus direitos insti- aos conselhos profissionais tem início somente quando o
tucionais. OBS: personalidade judiciária não é ampla e ela só total da dívida inscrita atingir o valor mínimo
pode demandar em juízo para defender os seus direitos institu- correspondente a 4 anuidades, conforme disposto no art. 8º
cionais (aqueles relacionados ao funcionamento, autonomia e da Lei n. 12.514/2011.
independência do órgão). 9) A Ordem dos Advogados do Brasil - OAB, embora possua

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DIA 5 / 2

natureza jurídica especialíssima, submete-se ao disposto no art. preenchimento dos requisitos previstos no art. 15, § 3º, da Lei n.
8º da Lei n. 12.514/2011, que determina que os conselhos de 5.991/1973, c/c o art. 28 do Decreto n. 74.170/1974,
classe somente executarão dívida de anuidade quando o total entendimento que deve ser aplicado até a entrada em vigor da
do valor inscrito atingir o montante mínimo correspondente a Lei n. 13.021/2014. (Tese julgada sob o rito do art. 1036 do CPC/
4 anuidades. 2015 - TEMA 727)
10) Compete a Justiça Federal processar e julgar execução fiscal 10) Não estão sujeitas a registro perante o respectivo Conselho
promovida por Conselho de Fiscalização Profissional. (Súmula n. Regional de Medicina Veterinária, nem à contratação de
66/STJ) profissionais nele inscritos como responsáveis técnicos, as
11) Não se aplica o art. 20 da Lei n. 10.552/2002, que determina pessoas jurídicas que explorem as atividades de comercialização
o arquivamento provisório das execuções de pequeno valor, às de animais vivos e de venda de medicamentos veterinários, pois
execuções fiscais propostas pelos conselhos regionais de não são atividades reservadas à atuação privativa de médico
fiscalização profissional. veterinário.
12) Em execução fiscal ajuizada por conselho de fiscalização 11) Não há comando normativo que obrigue a inscrição de
profissional, seu representante judicial possui a prerrogativa de professores e de mestres de artes marciais, ou mesmo de
ser pessoalmente intimado. (Tese julgada sob o rito do art. 1.039 danças, de capoeira e de ioga, nos Conselhos de Educação
do CPC/2015 - TEMA 580) Física, porquanto, à luz do que dispõe o art. 3º da Lei n.
9.696/1998, essas atividades não são próprias dos profissionais
EDIÇÃO N. 136: CONSELHOS PROFISSIONAIS - II
de educação física.
1) O registro no conselho de fiscalização profissional está
12) O registro de restaurantes e de bares no Conselho Regional
vinculado à atividade básica ou à natureza dos serviços
de Nutrição e a presença de profissional técnico (nutricionista)
prestados pela empresa, por força do que dispõe o art. 1º da Lei
não são obrigatórios, pois a atividade básica desses
n. 6.839/1980.
estabelecimentos não é a fabricação de alimentos destinados ao
2) A atividade fiscalizatória exercida pelos conselhos
consumo humano (art. 18 do Decreto n. 84. 444/1980), nem se
profissionais, decorrente da delegação do poder de polícia,
aproxima do conceito de saúde trazido pela legislação
está inserida no âmbito do direito administrativo, não
específica.
podendo ser considerada relação de trabalho e, de
consequência, não está incluída na esfera de competência da
Justiça Trabalhista. Seção I
3) O benefício da isenção do preparo, conferido aos entes DISPOSIÇÕES GERAIS
públicos previstos no art. 4º, caput, da Lei n. 9.289/1996, é Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos
inaplicável aos conselhos de fiscalização profissional. (Tese Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-
julgada sob o rito do art. 1.036 do CPC/2015 - TEMA 625) pios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, mo-
4) A atividade de músico é manifestação artística protegida pela ralidade, publicidade e eficiência (LIMPE) e, também, ao seguinte:
garantia da liberdade de expressão, de modo que a exigência de I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos
inscrição na Ordem dos Músicos do Brasil - OMB, bem como de brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei,
pagamento de anuidade para o exercício de tal profissão, torna- assim como aos estrangeiros, na forma da lei;
se incompatível com a Constituição Federal de 1988. II - a investidura em cargo ou emprego público depende de
5) As empresas de factoring convencional não precisam ser aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas
registradas nos conselhos regionais de administração, visto que e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo
suas atividades são de natureza eminentemente mercantil, ou ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações
seja, não envolvem gestões estratégicas, técnicas e programas para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
de execução voltados a um objetivo e ao desenvolvimento de exoneração;
empresa. III - o prazo de validade do concurso público será de até 2
6) O exame de suficiência instituído pela Lei n. 12.249/2010, que anos, prorrogável uma vez, por igual período;
alterou o art. 12, § 2º, do Decreto-Lei n. 9.295/1946, será exigido IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convoca-
de contadores e de técnicos em contabilidade que completarem ção, aquele aprovado em concurso público de provas ou de pro-
o curso após a vigência daquela lei. vas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concur-
7) O ato do Conselho de Contabilidade, que requisita dos sados para assumir cargo ou emprego, na carreira;
contadores e dos técnicos livros e fichas contábeis de seus V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por ser-
clientes, não viola os princípios da privacidade e do sigilo vidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão,
profissional, já que visa à fiscalização da atividade contábil dos a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, con-
profissionais nele inscritos. dições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se ape-
8) Os Conselhos Regionais de Farmácia possuem atribuição para nas às atribuições de direção, chefia e assessoramento;
fiscalizar e autuar as farmácias e as drogarias quanto ao VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associa-
cumprimento da exigência de manter profissional legalmente ção sindical;
habilitado (farmacêutico) durante todo o período de VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites
funcionamento dos respectivos estabelecimentos. (Súmula n. definidos em lei específica;
561/STJ) (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/1973 - VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos
TEMA 715) para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios
9) É facultado aos técnicos de farmácia, regularmente inscritos de sua admissão;
no Conselho Regional de Farmácia, a assunção de
responsabilidade técnica por drogaria, independentemente do

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DIA 5 / 3

IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo deter- XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras,
minado para atender a necessidade temporária de excepcio- serviços, compras e alienações serão contratados mediante pro-
nal interesse público; cesso de licitação pública que assegure igualdade de condições a
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obriga-
trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados ções de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta,
por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qua-
assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem dis- lificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cum-
tinção de índices; primento das obrigações.
XI - TETO REMUNERATÓRIO - a remuneração e o subsídio dos XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Dis -
ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da adminis- trito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funciona-
tração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer mento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específi-
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu- cas, terão recursos prioritários para a realização de suas ativida-
nicípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes des e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilha-
políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, mento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou
percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pes- convênio.
soais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o § 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campa-
subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do STF, aplicando- nhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informa-
se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos tivo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes,
Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governa- símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de au-
dor no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados toridades ou servidores públicos.
Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsí- § 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará
dio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a a nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos
90,25% do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do STF, termos da lei.
no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos mem- § 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na
bros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defenso- administração pública direta e indireta, regulando especialmen-
res Públicos; te (Administração dialógica):
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em
Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Exe- geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao
cutivo; usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer es- dos serviços;
pécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informa-
do serviço público; ções sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público XXXIII;
não serão computados nem acumulados para fins de concessão III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou
de acréscimos ulteriores; abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública.
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e em- § 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a sus-
pregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos inci- pensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a in-
sos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, disponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma
§ 2º, I; e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
XVI - É VEDADA A ACUMULAÇÃO remunerada de cargos pú- § 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos prati-
blicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, cados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuí-
observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: zos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimen-
a) a de 2 cargos de professor; to.
b) a de 1 cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) a de 2 cargos ou empregos privativos de profissionais de Ação de reparação de danos à Fazenda é PRESCRITÍVEL
saúde, com profissões regulamentadas; Pública decorrentes de ilícito civil (STF RE 669069/MG).
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções
e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades é PRESCRITÍVEL
Ação de ressarcimento decorrente de
de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, (devem ser propostas
ato de improbidade administrativa
direta ou indiretamente, pelo poder público; no prazo do art. 23 da
praticado com CULPA
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, LIA).
dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência Ação de ressarcimento decorrente de é IMPRESCRITÍVEL
sobre os demais setores administrativos, na forma da lei; ato de improbidade administrativa (§ 5º do art. 37 da CF/
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e praticado com DOLO 88).
autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de
*Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br
economia mista e de fundação, cabendo à LC, neste último caso,
definir as áreas de sua atuação; § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a cria- prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que
ção de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anteri- seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado
or, assim como a participação de qualquer delas em empresa o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou
privada; culpa (RESPONSABILIDADE OBJETIVA).

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DIA 5 / 4

Teoria do RISCO Teoria do RISCO INTEGRAL § 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remunerató-
ADMINISTRATIVO rios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de
caráter indenizatório previstas em lei.
A responsabilidade do Estado é A responsabilidade do Estado § 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo,
objetiva (a vítima lesada não é objetiva (a vítima lesada não fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu
precisa provar culpa). precisa provar culpa). âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Or-
O Estado poderá eximir- Não admite excludentes gânica, como limite único, o subsídio mensal dos Desembarga-
se do dever de indenizar caso de responsabilidade. dores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a 90,25% do
prove alguma causa excludente Mesmo que o Estado prove subsídio mensal dos Ministros do STF, não se aplicando o dis-
de responsabilidade: que houve caso fortuito, força posto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e
a) caso fortuito ou força maior; maior, culpa exclusiva da Distritais e dos Vereadores.
b) culpa exclusiva da vítima; vítima ou culpa exclusiva de § 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser re-
c) culpa exclusiva de terceiro. terceiro, ainda assim será adaptado para exercício de cargo cujas atribuições e respon-
condenado a indenizar. sabilidades sejam compatíveis com a limitação que tenha sofri-
do em sua capacidade física ou mental, enquanto permanecer
É adotada como regra no É adotada no Direito nesta condição, desde que possua a habilitação e o nível de
Direito brasileiro. brasileiro, de forma escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida a remu-
excepcional, em alguns casos. neração do cargo de origem.(EC 103/19)
A doutrina diverge sobre quais § 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de
seriam estas hipóteses. contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública,
Para fins de concurso, existe inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o
um caso no qual o STJ já rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de
afirmou expressamente que se contribuição.(EC 103/19)
acolhe o risco integral: dano § 15. É vedada a complementação de aposentadorias de
ambiental (REsp 1.374.284). servidores públicos e de pensões por morte a seus dependentes
*Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br que não seja decorrente do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40
ou que não seja prevista em lei que extinga regime próprio de
A teor do disposto no art. 37, § 6º, da Constituição Federal, a previdência social.(EC 103/19)
ação por danos causados por agente público deve ser
ajuizada contra o Estado ou a pessoa jurídica de direito Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e
privado prestadora de serviço público, sendo parte ilegítima fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as se-
para a ação o autor do ato, assegurado o direito de regresso guintes disposições:
contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. STF. Plenário. I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distri-
RE 1027633/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 14/8/2019 tal, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;
(repercussão geral) (Info 947). TEORIA DA DUPLA GARANTIA. II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo,
emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remu-
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante neração;
de cargo ou emprego da administração direta e indireta que pos- III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibili-
sibilite o acesso a informações privilegiadas. dade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, em-
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos ór- prego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eleti-
gãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser vo, e, não havendo compatibilidade, pode optar pela sua re-
ampliada mediante contrato (CONTRATO DE GESTÃO), a ser muneração;
firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de
por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para to-
entidade, cabendo à lei dispor sobre: dos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
I - o prazo de duração do contrato; V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdência
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, social, permanecerá filiado a esse regime, no ente federativo
obrigações e responsabilidade dos dirigentes; de origem (EC 103/19)
III - a remuneração do pessoal.
§ 9º O disposto no inciso XI (teto remuneratório) aplica-se às SÚMULAS SOBRE CONCURSO
empresas públicas e às sociedades de economia mista, e suas
subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do STF
Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas Súmula vinculante 43-STF: É inconstitucional toda modalida-
de pessoal ou de custeio em geral. de de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem pré-
§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposenta- via aprovação em concurso público destinado ao seu provimen-
doria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remune - to, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente
ração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os car- investido.
gos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eleti- Súmula vinculante 44-STF: Só por lei se pode sujeitar a exame
vos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomea- psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público.
ção e exoneração. Súmula 15-STF: Dentro do prazo de validade do concurso, o
candidato aprovado tem o direito à nomeação, quando o car-
go for preenchido sem observância da classificação.

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DIA 5 / 5

Súmula 16-STF: Funcionário nomeado por concurso tem direi- 11) É vedada a realização de novo teste de aptidão física em
to à posse. concurso público no caso de incapacidade temporária, salvo
Súmula 17-STF: A nomeação de funcionário sem concurso previsão expressa no edital.
pode ser desfeita antes da posse. É constitucional a remarcação do teste de aptidão física de
Súmula 683-STF: O limite de idade para a inscrição em con- candidata que esteja grávida à época de sua realização,
curso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da Consti- independentemente da previsão expressa em edital do
tuição, quando possa ser justificado pela natureza das atri- concurso público. STF. Plenário. RE 1058333/PR (repercussão
buições do cargo a ser preenchido. geral).
Súmula 684-STF: É inconstitucional o veto não motivado à É constitucional a remarcação de curso de formação para o
participação de candidato a concurso público. cargo de agente penitenciário feminino de candidata que
esteja lactante à época de sua realização,
STJ
independentemente da previsão expressa em edital do
Súmula 266-STJ: O diploma ou habilitação legal para o exercí- concurso público. STJ. 1ª Turma. RMS 52.622-MG (Info 645).
cio do cargo deve ser exigido na posse e não na inscrição 13) O candidato não pode ser eliminado de concurso público,
para o concurso público na fase de investigação social, em virtude da existência de
Súmula 377-STJ: O portador de visão monocular tem direito termo circunstanciado, inquérito policial ou ação penal sem
de concorrer, em concurso público, às vagas reservadas aos trânsito em julgado ou extinta pela prescrição da pretensão
deficientes. punitiva.
Súmula 466-STJ: O titular da conta vinculada ao FGTS tem o di- 14) O entendimento de que o candidato não pode ser eliminado
reito de sacar o saldo respectivo quando declarado nulo seu de concurso público, na fase de investigação social, em virtude
contrato de trabalho por ausência de prévia aprovação em da existência de termo circunstanciado, inquérito policial ou
concurso público. ação penal sem trânsito em julgado ou extinta pela prescrição da
Súmula 552-STJ: O portador de surdez unilateral não se qua- pretensão punitiva não se aplica aos cargos cujos ocupantes
lifica como pessoa com deficiência para o fim de disputar as agem stricto sensu em nome do Estado, como o de delegado
vagas reservadas em concursos públicos. de polícia.
15) O candidato não pode ser eliminado de concurso público,
JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ na fase de investigação social, em virtude da existência de
registro em órgãos de proteção ao crédito.
EDIÇÃO N. 09: CONCURSOS PÚBLICOS - I 16) O candidato pode ser eliminado de concurso público
1) A banca examinadora pode exigir conhecimento sobre quando omitir informações relevantes na fase de
legislação superveniente à publicação do edital, desde que investigação social.
vinculada às matérias nele previstas.
17) O termo inicial do prazo decadencial para a impetração de
2) O Poder Judiciário não analisa critérios de formulação e
mandado de segurança, na hipótese de exclusão do candidato
correção de provas em concursos públicos, salvo nos casos
do concurso público, é o ato administrativo de efeitos
de ilegalidade ou inobservância das regras do edital.
concretos e não a publicação do edital, ainda que a causa de
3) A limitação de idade, sexo e altura para o ingresso na
pedir envolva questionamento de critério do edital.
carreira militar é válida desde que haja previsão em lei
18) O termo inicial do prazo decadencial para a impetração
específica e no edital do concurso público.
de mandado segurança, na hipótese em que o candidato
4) Somente a lei pode estabelecer limites de idade nos
aprovado em concurso público não é nomeado, é o término
concursos das Forças Armadas, sendo vedado, diante do
do prazo de validade do concurso.
princípio constitucional da reserva legal, que a lei faculte tal
19) O encerramento do concurso público não conduz à perda
regulamentação a atos administrativos expedidos pela Marinha,
do objeto do mandado de segurança que busca aferir suposta
Exército ou Aeronáutica.
ilegalidade praticada em alguma das etapas do processo
5) A aferição do cumprimento do requisito de idade deve se
seletivo.
dar no momento da posse no cargo público e não no
momento da inscrição. EDIÇÃO N. 11: CONCURSOS PÚBLICOS - II
6) O edital é a lei do concurso e suas regras vinculam tanto a 1) O candidato aprovado dentro do número de vagas
Administração Pública quanto os candidatos. previsto no edital tem direito subjetivo a ser nomeado no
7) O portador de visão monocular tem direito de concorrer, em prazo de validade do concurso.
concurso público, às vagas reservadas aos deficientes. (Súmula n. 2) A desistência de candidatos convocados, dentro do prazo
377 do STJ) de validade do concurso, gera direito subjetivo à nomeação
8) A exigência de exame psicotécnico é legítima quando para os seguintes, observada a ordem de classificação e a
prevista em lei e no edital, a avaliação esteja pautada em quantidade de vagas disponibilizadas.
critérios objetivos, o resultado seja público e passível de 3) A abertura de novo concurso, enquanto vigente a validade do
recurso. certame anterior, confere direito líquido e certo a eventuais
9) Constatada a ilegalidade do exame psicotécnico, o candidatos cuja classificação seja alcançada pela divulgação das
candidato deve ser submetido a nova avaliação, pautada por novas vagas.
critérios objetivos e assegurada a ampla defesa. OBS: O surgimento de novas vagas ou a abertura de novo
10) A exigência de teste de aptidão física é legítima quando concurso para o mesmo cargo, durante o prazo de validade do
prevista em lei, guarde relação de pertinência com as atividades certame anterior, não gera automaticamente o direito à
a serem desenvolvidas, esteja pautada em critérios objetivos e nomeação dos candidatos aprovados fora das vagas
seja passível de recurso. previstas no edital, ressalvadas as hipóteses de preterição

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DIA 5 / 6

arbitrária e imotivada por parte da administração, caracterizada deve ser feita na inscrição definitiva e não na posse.
por comportamento tácito ou expresso do Poder Público capaz 17) A prorrogação do prazo de validade de concurso público
de revelar a inequívoca necessidade de nomeação do aprovado é ato discricionário da Administração, sendo vedado ao Poder
durante o período de validade do certame a ser demonstrada de Judiciário o reexame dos critérios de conveniência e
forma cabal pelo candidato. Assim, o direito subjetivo à oportunidade adotados.
nomeação do candidato aprovado em concurso público exsurge
EDIÇÃO N. 15: CONCURSOS PÚBLICOS - III
nas seguintes hipóteses:
1) A Administração atua com discricionariedade na escolha
a) quando a aprovação ocorrer dentro do número de vagas
das regras do edital de concurso público, desde que
dentro do edital;
observados os preceitos legais e constitucionais.
b) quando houver preterição na nomeação por não observância
2) A exoneração de servidor público em razão da anulação do
da ordem de classificação; e
concurso pressupõe a observância do devido processo legal, do
c) quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo concurso
contraditório e da ampla defesa.
durante a validade do certame anterior, e ocorrer a preterição de
3) O candidato que possui qualificação superior à exigida no
candidatos de forma arbitrária e imotivada por parte da
edital está habilitado a exercer o cargo a que prestou concurso
administração nos termos acima. STF. Plenário. RE 837311/PI
público, nos casos em que a área de formação guardar
(repercussão geral) (Info 811).
identidade.
4) O candidato aprovado fora do número de vagas previsto
4) O Ministério Público possui legitimidade para propor ação
no edital possui mera expectativa de direito à nomeação,
civil pública com o objetivo de anular concurso realizado
que se convola em direito subjetivo caso haja preterição na
sem a observância dos princípios estabelecidos na
convocação, observada a ordem classificatória.
Constituição Federal.
OBS: O candidato aprovado em concurso público fora do
5) A nomeação tardia do candidato por força de decisão
número de vagas tem direito subjetivo à nomeação caso
judicial não gera direito à indenização.
surjam novas vagas durante o prazo de validade do certame,
6) O servidor não tem direito à indenização por danos morais
haja manifestação inequívoca da administração sobre a
em face da anulação de concurso público eivado de vícios.
necessidade de seu provimento e não tenha restrição
7) O militar aprovado em concurso público e convocado para a
orçamentária. STJ. 1ª Seção. MS 22.813-DF (Info 630).
realização de curso de formação tem direito ao afastamento
5) A simples requisição ou a cessão de servidores públicos não é
temporário do serviço ativo na qualidade de agregado.
suficiente para transformar a expectativa de direito do
8) O provimento originário de cargos públicos deve se dar na
candidato aprovado fora do número de vagas em direito
classe e padrão iniciais da carreira, conforme a legislação vigente
subjetivo à nomeação, porquanto imprescindível a comprovação
na data da nomeação do servidor.
da existência de cargos vagos.
9) A Administração Pública pode promover a remoção de
6) O candidato aprovado fora do número de vagas previsto
servidores concursados, sem que isso caracterize, por si só,
no edital possui mera expectativa de direito à nomeação,
preterição aos candidatos aprovados em novo concurso
que se convola em direito subjetivo caso haja preterição em
público.
virtude de contratações precárias e comprovação da
10) Há preterição de candidatos aprovados se as vagas
existência de cargos vagos.
regionalizadas estabelecidas no edital de concurso público
7) Não ocorre preterição na ordem classificatória quando a
forem preenchidas por remoção lançada posteriormente ao
convocação para próxima fase ou a nomeação de candidatos
início do certame.
com posição inferior se dá por força de cumprimento de ordem
11) O candidato aprovado dentro do número de vagas que
judicial.
requer transferência para o final da lista de classificados
8) A surdez unilateral não autoriza o candidato a concorrer às
passa a ter mera expectativa de direito à nomeação.
vagas reservadas às pessoas com deficiência.
10) O candidato sub judice não possui direito subjetivo à EDIÇÃO N. 103: CONCURSO PÚBLICO - IV
nomeação e à posse, mas à reserva da respectiva vaga até 1) O Poder Judiciário não pode substituir a banca
que ocorra o trânsito em julgado da decisão que o examinadora do certame e tampouco se imiscuir nos
beneficiou. critérios de atribuição de notas e de correção de provas,
11) A nomeação ou a convocação para determinada fase de visto que sua atuação se restringe ao controle jurisdicional
concurso público após considerável lapso temporal entre da legalidade do concurso público e da observância do
uma fase e outra, sem a notificação pessoal do interessado, princípio da vinculação ao edital.
viola os princípios da publicidade e da razoabilidade, não 2) A divulgação, ainda que a posteriori, dos critérios de correção
sendo suficiente a publicação no Diário Oficial. das provas dissertativas ou orais não viola, por si só, o princípio
12) Não se aplica a TEORIA DO FATO CONSUMADO na da igualdade, desde que os mesmos parâmetros sejam aplicados
hipótese em que o candidato toma posse em virtude de uniforme e indistintamente a todos os candidatos.
decisão liminar, salvo situações fáticas excepcionais. OBS: As informações constantes dos espelhos de provas
13) É legítimo estabelecer no edital de concurso público critério subjetivas representam a motivação do ato administrativo,
de regionalização. consistente na atribuição de nota ao candidato. Essa motivação
14) É legítimo estabelecer no edital de concurso público deve ser apresentada anteriormente ou concomitante à prática
limite de candidatos que serão convocados para as próximas do ato administrativo, pois caso se permita a motivação
etapas do certame (Cláusula de Barreira). posterior, isso pode dar ensejo para que se fabriquem, forjem ou
16) Nos concursos públicos para ingresso na Magistratura ou criem motivações. STJ. 2ª Turma. RMS 49.896-RS, Rel. Min. Og
no Ministério Público a comprovação dos requisitos exigidos Fernandes, julgado em 20/4/2017 (Info 603).
3) O provimento originário em concurso público não permite

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DIA 5 / 7

a invocação do instituto da remoção para acompanhamento 11) O Estado não responde civilmente por atos ilícitos
de cônjuge ou companheiro, em razão do prévio praticados por foragidos do sistema penitenciário, salvo
conhecimento das normas expressas no edital do certame. quando os danos decorrem direta ou imediatamente do ato
4) A administração pública pode anular, a qualquer tempo, o de fuga.
ato de provimento efetivo flagrantemente inconstitucional, 12) A despeito de situações fáticas variadas no tocante ao
pois o decurso do tempo não possui o condão de convalidar descumprimento do dever de segurança e vigilância contínua
os atos administrativos que afrontem a regra do concurso das vias férreas, a responsabilização da concessionária é uma
público. constante, passível de ser elidida tão somente quando
5) A investidura em cargo público efetivo submete-se a exigência cabalmente comprovada a culpa exclusiva da vítima. (Tese
de prévio concurso público, sendo vedado o provimento julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/73 - Tema 517)
mediante transposição, ascensão funcional, acesso ou 13) No caso de atropelamento de pedestre em via férrea,
progressão. *(VIDE SÚMULA VINCULANTE N. 43/STF) configura-se a concorrência de causas, impondo a redução da
6) Na hipótese de abertura de novo concurso público dentro do indenização por dano moral pela metade, quando: (i) a
prazo de validade do certame anterior, o termo inicial do prazo concessionária do transporte ferroviário descumpre o dever
decadencial para a impetração do mandado de segurança por de cercar e fiscalizar os limites da linha férrea, mormente em
candidatos remanescentes é a data da publicação do novo locais urbanos e populosos, adotando conduta negligente no
edital. tocante às necessárias práticas de cuidado e vigilância tendentes
7) A nomeação ou a posse tardia de candidato aprovado em a evitar a ocorrência de sinistros; e (ii) a vítima adota conduta
concurso público, por força de decisão judicial, não configura imprudente, atravessando a via férrea em local inapropriado.
preterição ou ato ilegítimo da Administração Pública a (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/73 - Tema 518)
justificar uma contrapartida indenizatória, salvo situação de 14) Não há nexo de causalidade entre o prejuízo sofrido por
arbitrariedade flagrante. investidores em decorrência de quebra de instituição financeira e
8) A nomeação tardia de candidatos aprovados em concurso a suposta ausência ou falha na fiscalização realizada pelo Banco
público, por meio de decisão judicial, à qual atribuída Central no mercado de capitais.
eficácia retroativa, não gera direito às promoções e às 15) A existência de lei específica que rege a atividade militar (Lei
progressões funcionais que alcançariam caso a nomeação n. 6.880/1980) não isenta a responsabilidade do Estado pelos
houvesse ocorrido a tempo e a modo. danos morais causados em decorrência de acidente sofrido
10) A contratação de servidores sem concurso público, quando durante as atividades militares.
realizada com base em lei municipal autorizadora, descaracteriza 16) Em se tratando de responsabilidade civil do Estado por
o ato de improbidade administrativa, em razão da ausência de rompimento de barragem, é possível a comprovação de
dolo genérico do gestor público. prejuízos de ordem material por prova exclusivamente
testemunhal, diante da impossibilidade de produção ou
EDIÇÃO N. 61: RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
utilização de outro meio probatório.
2) O termo inicial da prescrição para o ajuizamento de ações
17) É possível a cumulação de benefício previdenciário com
de responsabilidade civil em face do Estado por ilícitos
indenização decorrente de responsabilização civil do Estado por
praticados por seus agentes é a data do trânsito em julgado
danos oriundos do mesmo ato ilícito.
da sentença penal condenatória.
18) Nas ações de responsabilidade civil do Estado, é
3) As ações indenizatórias decorrentes de violação a direitos
desnecessária a denunciação da lide ao suposto agente
fundamentais ocorridas durante o regime militar são
público causador do ato lesivo.
imprescritíveis, não se aplicando o prazo quinquenal previsto
no art. 1º do Decreto n. 20.910/1932.
4) O prazo prescricional das ações indenizatórias ajuizadas Seção II
contra a Fazenda Pública é quinquenal (Decreto n. DOS SERVIDORES PÚBLICOS
20.910/1932), tendo como termo a quo a data do ato ou fato do
qual originou a lesão ao patrimônio material ou imaterial. (Tese Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/73 - Tema 553) instituirão conselho de política de administração e remuneração
5) A responsabilidade civil do Estado por condutas omissivas de pessoal, integrado por servidores designados pelos respecti-
é subjetiva, devendo ser comprovados a negligência na vos Poderes (EC 19/98) – Dispositivo suspenso pela ADI 2135-4
atuação estatal, o dano e o nexo de causalidade.
6) Há responsabilidade civil do Estado nas hipóteses em que Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
a omissão de seu dever de fiscalizar for determinante para a instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e
concretização ou o agravamento de danos ambientais. planos de carreira para os servidores da administração pública di-
7) A Administração Pública pode responder civilmente pelos reta, das autarquias e das fundações públicas.
danos causados por seus agentes, ainda que estes estejam § 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais compo-
amparados por causa excludente de ilicitude penal. nentes do sistema remuneratório observará:
8) É objetiva a responsabilidade civil do Estado pelas lesões I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade
sofridas por vítima baleada em razão de tiroteio ocorrido entre dos cargos componentes de cada carreira;
policiais e assaltantes. II - os requisitos para a investidura;
9) O Estado possui responsabilidade objetiva nos casos de III - as peculiaridades dos cargos
morte de custodiado em unidade prisional. § 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de
10) O Estado responde objetivamente pelo suicídio de preso governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores
ocorrido no interior de estabelecimento prisional. públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos re-

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DIA 5 / 8

quisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a ce- § 9º É vedada a incorporação de vantagens de caráter tempo-
lebração de convênios ou contratos entre os entes federados. rário ou vinculadas ao exercício de função de confiança ou de
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o dis- cargo em comissão à remuneração do cargo efetivo (EC 103/19)
posto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX,
XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores ti-
admissão quando a natureza do cargo o exigir. tulares de cargos efetivos terá caráter contributivo e solidário,
mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servido-
Salário-mínimo res ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios
que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial.(EC 103/19)
Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que per- § 1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência
cebem remuneração variável social será aposentado: (EC 103/19)
13° salário I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em
que estiver investido, quando insuscetível de readaptação,
Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno hipótese em que será obrigatória a realização de avaliações
Salário-família periódicas para verificação da continuidade das condições que
ensejaram a concessão da aposentadoria, na forma de lei do
Duração do trabalho normal não superior a 8 horas diárias e respectivo ente federativo; (EC 103/19)
quarenta e 44 semanais, facultada a compensação de horários e II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo
a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de contribuição, aos 70 anos de idade, ou aos 75 anos de idade,
de trabalho na forma de lei complementar;
Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos
LC 152/15
Remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em
Art. 2º Serão aposentados compulsoriamente, com proventos
50% à do normal
proporcionais ao tempo de contribuição, aos 75 anos de idade:
Férias + 1/3 I - os servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Esta-
dos, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autar-
Licença à gestante
quias e fundações;
Licença-paternidade II - os membros do Poder Judiciário;
III - os membros do Ministério Público;
Proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incenti-
IV - os membros das Defensorias Públicas;
vos específicos, nos termos da lei
V - os membros dos Tribunais e dos Conselhos de Contas.
Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas Parágrafo único. Aos servidores do Serviço Exterior Brasileiro, re-
de saúde, higiene e segurança gidos pela Lei nº 11.440, de 29 de dezembro de 2006, o dispos-
to neste artigo será aplicado progressivamente à razão de 1 ano
Proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de
adicional de limite para aposentadoria compulsória ao fim de
critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado
cada 2 anos, a partir da vigência desta Lei Complementar, até o
civil
limite de 75 anos previsto no caput.

§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os


III - no âmbito da União, aos 62 anos de idade, se mulher, e aos
Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais
65 anos de idade, se homem, e, no âmbito dos Estados, do
serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em
Distrito Federal e dos Municípios, na idade mínima estabele-
parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adici-
cida mediante emenda às respectivas Constituições e Leis Or-
onal, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie re-
gânicas, observados o tempo de contribuição e os demais requi-
muneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37,
sitos estabelecidos em lei complementar do respectivo ente fede-
X e XI.
rativo.(EC 103/19)
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-
§ 2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores ao
pios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor remu-
valor mínimo a que se refere o § 2º do art. 201 ou superiores ao
neração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o
limite máximo estabelecido para o Regime Geral de Previdência
disposto no art. 37, XI.
Social, observado o disposto nos §§ 14 a 16.(EC 103/19)
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anu-
§ 3º As regras para cálculo de proventos de aposentadoria serão
almente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e
disciplinadas em lei do respectivo ente federativo.(EC 103/19)
empregos públicos.
§ 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-
para concessão de benefícios em regime próprio de
pios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários proveni-
previdência social, ressalvado o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-
entes da economia com despesas correntes em cada órgão, au-
C e 5º.(EC 103/19)
tarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de pro-
§ 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do
gramas de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvi-
respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição
mento, modernização, reaparelhamento e racionalização do servi-
diferenciados para aposentadoria de servidores com
ço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de pro-
deficiência, previamente submetidos a avaliação biopsicossocial
dutividade.
realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar.(EC
§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em car-
103/19)
reira poderá ser fixada nos termos do § 4º (subsídio).

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§ 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do tituição Federal pressupõe consideração de cada um dos vín-
respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição culos formalizados, afastada a observância do teto remune-
diferenciados para aposentadoria de ocupantes do cargo de ratório quanto ao somatório dos ganhos do agente público.
agente penitenciário, de agente socioeducativo ou de policial STF. Plenário. RE 612975/MT e RE 602043/MT (repercussão ge-
dos órgãos de que tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso ral) (Info 862).
XIII do caput do art. 52 e os incisos I a IV do caput do art. 144.(EC
103/19) “Subtraído o montante que exceder o teto e subteto previsto no
§ 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do artigo 37, inciso XI, da Constituição Federal, tem-se o valor que
respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição vale como base para o Imposto de Renda e para a contribuição
diferenciados para aposentadoria de servidores cujas previdenciária”. STF. Plenário. RE 675978/SP (repercussão geral)
atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes (Info 781).
químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou
associação desses agentes, vedada a caracterização por § 12. Além do disposto neste artigo, serão observados, em regime
categoria profissional ou ocupação.(EC 103/19) próprio de previdência social, no que couber, os requisitos e crité-
§ 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima rios fixados para o Regime Geral de Previdência Social.(EC
reduzida em 5 anos em relação às idades decorrentes da 103/19)
aplicação do disposto no inciso III do § 1º, desde que § 13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de
comprovem tempo de efetivo exercício das funções de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
magistério na educação infantil e no ensino fundamental e exoneração, de outro cargo temporário, inclusive mandato
médio fixado em lei complementar do respectivo ente eletivo, ou de emprego público, o Regime Geral de Previdência
federativo.(EC 103/19) Social.(EC 103/19)
§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
MULHER 57 anos instituirão, por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo,
PROFESSOR regime de previdência complementar para servidores públicos
HOMEM 60 anos ocupantes de cargo efetivo, observado o limite máximo dos
benefícios do Regime Geral de Previdência Social para o valor
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos das aposentadorias e das pensões em regime próprio de
acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção previdência social, ressalvado o disposto no § 16.(EC 103/19)
de mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio de § 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14
previdência social, aplicando-se outras vedações, regras e oferecerá plano de benefícios somente na modalidade
condições para a acumulação de benefícios previdenciários contribuição definida, observará o disposto no art. 202 e será
estabelecidas no Regime Geral de Previdência Social.(EC efetivado por intermédio de entidade fechada de previdência
103/19) complementar ou de entidade aberta de previdência
§ 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quando se tratar complementar.(EC 103/19)
da única fonte de renda formal auferida pelo dependente, o § 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto
benefício de pensão por morte será concedido nos termos de lei nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressa-
do respectivo ente federativo, a qual tratará de forma do no serviço público até a data da publicação do ato de institui-
diferenciada a hipótese de morte dos servidores de que trata o § ção do correspondente regime de previdência complementar.
4º-B decorrente de agressão sofrida no exercício ou em razão da § 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cálcu-
função.(EC 103/19) lo do benefício previsto no § 3° serão devidamente atualizados,
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar- na forma da lei.
lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios esta- § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias
belecidos em lei. e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regi-
municipal será contado para fins de aposentadoria, observado me geral de previdência social de que trata o art. 201, com per-
o disposto nos §§ 9º e 9º-A do art. 201, e o tempo de serviço centual igual ao estabelecido para os servidores titulares de car-
correspondente será contado para fins de disponibilidade. (EC gos efetivos.
103/19) § 19. Observados critérios a serem estabelecidos em lei do res-
§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem pectivo ente federativo, o servidor titular de cargo efetivo que
de tempo de contribuição fictício. tenha completado as exigências para a aposentadoria volun-
§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos pro- tária e que opte por permanecer em atividade poderá fazer
ventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da acumula- jus a um abono de permanência equivalente, no máximo, ao
ção de cargos ou empregos públicos, bem como de outras ativi- valor da sua contribuição previdenciária, até completar a ida-
dades sujeitas a contribuição para o regime geral de previdência de para aposentadoria compulsória.(EC 103/19)
social, e ao montante resultante da adição de proventos de inati- § 20. É vedada a existência de mais de um regime próprio de
vidade com remuneração de cargo acumulável na forma desta previdência social e de mais de um órgão ou entidade gestora
Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre nome- desse regime em cada ente federativo, abrangidos todos os
ação e exoneração, e de cargo eletivo. poderes, órgãos e entidades autárquicas e fundacionais, que
serão responsáveis pelo seu financiamento, observados os
Nos casos autorizados constitucionalmente de acumulação de critérios, os parâmetros e a natureza jurídica definidos na lei
cargos, empregos e funções, a incidência do art. 37, XI, da Cons- complementar de que trata o § 22.(EC 103/19)
§ 21. (REGOVADO EC 103/19)

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§ 22. Vedada a instituição de novos regimes próprios de previdên- § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servi-
cia social, lei complementar federal estabelecerá, para os que já dor estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporci-
existam, normas gerais de organização, de funcionamento e de onal ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em
responsabilidade em sua gestão, dispondo, entre outros aspectos, outro cargo.
sobre:(EC 103/19) § 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obriga-
I - requisitos para sua extinção e consequente migração para o tória a avaliação especial de desempenho por comissão institu-
Regime Geral de Previdência Social;(EC 103/19) ída para essa finalidade.
II - modelo de arrecadação, de aplicação e de utilização dos
recursos;(EC 103/19) SÚMULAS SOBRE SERVIDORES PÚBLICOS
III - fiscalização pela União e controle externo e social;(EC
103/19) STF
IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial;(EC 103/19) Súmula vinculante 3-STF: Nos processos perante o Tribunal de
V - condições para instituição do fundo com finalidade Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa
previdenciária de que trata o art. 249 e para vinculação a ele dos quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato
recursos provenientes de contribuições e dos bens, direitos e administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreci-
ativos de qualquer natureza;(EC 103/19) ação da legalidade do ato de concessão inicial de aposenta-
VI - mecanismos de equacionamento do deficit atuarial;(EC doria, reforma e pensão.
103/19) EXCEÇÃO: será necessário garantir contraditório e ampla defesa
VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do regime, se tiverem se passados mais de 5 anos desde a concessão ini-
observados os princípios relacionados com governança, controle cial e o TC ainda não examinou a legalidade do ato.
interno e transparência;(EC 103/19) OBS: esse prazo de 5 anos é contado a partir da data da chega-
VIII - condições e hipóteses para responsabilização daqueles que da, ao TCU do processo administrativo de concessão inicial da
desempenhem atribuições relacionadas, direta ou indiretamente, aposentadoria, reforma ou pensão (STF. 1ª Turma. MS 26.069).
com a gestão do regime;(EC 103/19) Súmula vinculante 4-STF: Salvo os casos previstos na Consti-
IX - condições para adesão a consórcio público;(EC 103/19) tuição, o salário mínimo não pode ser usado como indexa-
X - parâmetros para apuração da base de cálculo e definição de dor de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de
alíquota de contribuições ordinárias e extraordinárias(EC 103/19) empregado, nem ser substituído por decisão judicial
Súmula vinculante 15-STF: O cálculo de gratificações e outras
Art. 41. São estáveis após 3 anos de efetivo exercício os servi- vantagens não incide sobre o abono utilizado para se atingir o
dores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de salário mínimo do servidor público.
concurso público. Súmula vinculante 16-STF: Os arts. 7º, IV, e 39, § 3º (redação
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: da EC 19/98), da Constituição, referem-se ao total da remunera-
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; ção percebida pelo servidor.
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegura- Súmula vinculante 20-STF: A Gratificação de Desempenho de
da ampla defesa; Atividade Técnico-Administrativa - GDATA, instituída pela Lei
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desem- 10.404/2002, deve ser deferida aos inativos nos valores corres-
penho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. pondentes a 37,5 pontos no período de fevereiro a maio de
2002 e, nos termos do artigo 5º, parágrafo único, da Lei
Em virtude de sentença judicial transi- 10.404/2002, no período de junho de 2002 até a conclusão dos
tada em julgado; efeitos do último ciclo de avaliação a que se refere o artigo 1º
da Medida Provisória 198/2004, a partir da qual passa a ser de
Mediante processo administrativo em
60 pontos.
que lhe seja assegurada ampla defesa;
Súmula vinculante 33-STF: Aplicam-se ao servidor público, no
Mediante procedimento de avaliação que couber, as regras do Regime Geral de Previdência Social
SERVIDOR PÚBLICO periódica de desempenho, na forma de sobre aposentadoria especial de que trata o artigo 40, pa-
ESTÁVEL SÓ lei complementar, assegurada ampla de- rágrafo 4º, inciso III (atividades exercidas sob condições espe-
PERDERÁ O CARGO fesa. ciais que prejudiquem a saúde ou a integridade física), da Cons-
tituição Federal, até edição de lei complementar específica
Art. 169, §4°: Para cumprir o limite de
Súmula vinculante 34-STF: A Gratificação de Desempenho de
gastos previstos em LC
Atividade de Seguridade Social e do Trabalho - GDASST, instituí-
Art. 198, §6°: O agente comunitário de da pela Lei 10.483/2002, deve ser estendida aos inativos no va-
saúde ou de agente de combate às en- lor correspondente a 60 pontos, desde o advento da Medida
demias poderá perder o cargo em caso Provisória 198/2004, convertida na Lei 10.971/2004, quando tais
de descumprimento dos requisitos es- inativos façam jus à paridade constitucional (EC 20/1998,
pecíficos, fixados em lei, para o seu 41/2003 e 47/2005).
exercício. Súmula vinculante 37-STF: Não cabe ao Poder Judiciário,
que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor servidores públicos sob fundamento de isonomia
estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se Súmula vinculante 42-STF: É inconstitucional a vinculação do
estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indeniza- reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou municipais a
ção, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade índices federais de correção monetária
com remuneração proporcional ao tempo de serviço. Súmula vinculante 51-STF: O reajuste de 28,86%, concedido

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aos servidores militares pelas Leis 8.622/1993 e 8.627/1993, es- 3) É indevida a devolução ao erário de valores recebidos de
tende-se aos servidores civis do Poder Executivo, observadas as boa-fé, por servidor público ou pensionista, em decorrência
eventuais compensações decorrentes dos reajustes diferencia- de erro administrativo operacional ou nas hipóteses de
dos concedidos pelos mesmos diplomas legais. equívoco ou má interpretação da lei pela administração
Súmula vinculante 55 STF: O direito ao auxílio-alimentação pública. (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/73 - Tema
não se estende aos servidores inativos. 531)
Súmula 20-STF: É necessário processo administrativo, com 4) É de 200 horas mensais o divisor adotado como parâmetro
ampla defesa, para demissão de funcionário admitido por para o pagamento de horas extras aos servidores públicos
concurso. federais, cujo cálculo é obtido dividindo-se as 40 horas semanais
Súmula 21-STF: Funcionário em estágio probatório não pode (art. 19 da Lei n. 8.112/90) por 6 dias úteis e multiplicando-se o
ser exonerado nem demitido sem inquérito ou sem as formali- resultado por 30 (total de dias do mês).
dades legais de apuração de sua capacidade 9) A lei que cria nova gratificação ao servidor sem promover
Súmula 22-STF: O estágio probatório não protege o funcioná- reestruturação ou reorganização da carreira não tem aptidão
rio contra a extinção do cargo para absorver índice de reajuste geral.
Súmula 36-STF: Servidor vitalício está sujeito à aposentado- 10) A fixação ou alteração do sistema remuneratório e a
ria compulsória, em razão da idade. supressão de vantagem pecuniária são atos comissivos
Súmula 39-STF: À falta de lei, funcionário em disponibilidade únicos e de efeitos permanentes, que modificam a situação
não pode exigir, judicialmente, o seu aproveitamento, que fica jurídica do servidor e não se renovam mensalmente.
subordinado ao critério de conveniência da administração. 11) A contagem do prazo decadencial para a impetração de
Súmula 47-STF: Reitor de universidade não é livremente de- mandado de segurança contra ato que fixa ou altera sistema
missível pelo presidente da república durante o prazo de sua remuneratório ou suprime vantagem pecuniária de servidor
investidura público inicia-se com a ciência do ato impugnado.
Súmula 359-STF: Ressalvada a revisão prevista em lei, os pro- 12) Não cabe o pagamento da ajuda de custo prevista no art.
ventos da inatividade regulam-se pela lei vigente ao tempo em 53 da Lei n. 8.112/90 ao servidor público que participou de
que o militar, ou o servidor civil, reuniu os requisitos neces- concurso de remoção.
sários 13) É devida ao servidor público aposentado a conversão em
Súmula 567-STF: A Constituição, ao assegurar, no § 3º do art. pecúnia da licença-prêmio não gozada, ou não contada em
102, a contagem integral do tempo de serviço público federal, dobro para aposentadoria, sob pena de enriquecimento ilícito da
estadual ou municipal para os efeitos de aposentadoria e dispo- administração.
nibilidade não proíbe à União, aos Estados e aos Municípios 14) O prazo prescricional de 5 anos para converter em pecúnia
mandarem contar, mediante lei, para efeito diverso, tempo de licença-prêmio não gozada ou utilizada como lapso temporal
serviço prestado a outra pessoa de direito público interno. para jubilamento tem início no dia posterior ao ato de registro
Súmula 671-STF: Os servidores públicos e os trabalhadores em da aposentadoria pelo Tribunal de Contas.
geral têm direito, no que concerne à URP de abril/maio de 1988, 16) O termo inicial da prescrição do direito de pleitear a
apenas ao valor correspondente a 7/30 de 16,19% sobre os ven- indenização por férias não gozadas é o ato de aposentadoria
cimentos e salários pertinentes aos meses de abril e maio de do servidor.
1988, não cumulativamente, devidamente corrigido até o efetivo
EDIÇÃO N. 76: SERVIDOR PÚBLICO - II
pagamento.
1) É legítimo o ato da Administração que promove o
Súmula 672-STF: O reajuste de 28,86%, concedido aos servido-
desconto dos dias não trabalhados pelos servidores públicos
res militares pelas Leis 8.622/93 e 8.627/93, estende-se aos ser-
participantes de movimento grevista.
vidores civis do Poder Executivo, observadas as eventuais com-
2) É vedado o cômputo do tempo do curso de formação para
pensações decorrentes dos reajustes diferenciados concedidos
efeito de promoção do servidor público, sendo, contudo,
pelos mesmos diplomas legais
considerado tal período para fins de progressão na carreira.
Súmula 682-STF: Não ofende a Constituição a correção mo-
3) O tempo de serviço prestado às empresas públicas e
netária no pagamento com atraso dos vencimentos de servido-
sociedades de economia mista somente pode ser computado
res públicos.
para efeitos de aposentadoria e disponibilidade.
Súmula 726-STF: Para efeito de aposentadoria especial de pro-
4) O direito de transferência ex officio entre instituições de
fessores, não se computa o tempo de serviço prestado fora da
ensino congêneres conferido a servidor público federal da
sala de aula. EXCEÇÃO: professores que estejam desempenhan-
administração direta se estende aos empregados públicos
do as atividades de direção de unidade escolar ou coordenação
integrantes da administração indireta.
e assessoramento pedagógico. 6) A pensão por morte do servidor público federal é devida
STJ até a idade limite de 21 anos do dependente, salvo se
inválido, não cabendo postergar o benefício para os
Súmula 378-STJ: Reconhecido o desvio de função, o servidor universitários com idade até 24 anos, ante a ausência de
faz jus às diferenças salariais decorrentes previsão normativa.
7) Não é possível o registro de penas nos assentamentos
JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ funcionais dos servidores públicos quando verificada a
ocorrência da prescrição da pretensão punitiva do Estado,
EDIÇÃO N. 73: SERVIDOR PÚBLICO - REMUNERAÇÃO
por força do entendimento do Supremo Tribunal Federal de
2) Não compete ao Poder Judiciário equiparar ou reajustar
que o art. 170 da Lei n. 8.112/90 viola a Constituição Federal.
os valores do auxílio-alimentação dos servidores públicos.
8) A abertura de concurso de remoção pela administração revela

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que a existência de vaga a ser preenchida pelo servidor § 2º - Os incentivos regionais compreenderão, além de outros, na
aprovado é de interesse público. forma da lei:
9) A investidura originária não se enquadra no conceito de I - igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de custos e
deslocamento para fins da concessão da licença para preços de responsabilidade do Poder Público;
acompanhar cônjuge com exercício provisório. II - juros favorecidos para financiamento de atividades prioritárias;
10) É lícita a cassação de aposentadoria de servidor público, não III - isenções, reduções ou diferimento temporário de tributos fe-
obstante o caráter contributivo do benefício previdenciário. derais devidos por pessoas físicas ou jurídicas;
11) O termo inicial para o pagamento dos proventos integrais IV - prioridade para o aproveitamento econômico e social dos
devidos na conversão da aposentadoria proporcional por tempo rios e das massas de água represadas ou represáveis nas regiões
de serviço em aposentadoria integral por invalidez é a data do de baixa renda, sujeitas a secas periódicas.
requerimento administrativo. § 3º - Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, a União incentivará a
12) A concessão de aposentadoria especial aos servidores recuperação de terras áridas e cooperará com os pequenos e
públicos será regulada pela Lei n. 8.213/91, enquanto não médios proprietários rurais para o estabelecimento, em suas gle-
editada a lei complementar prevista no art. 40, § 4º, da bas, de fontes de água e de pequena irrigação.
CF/88.
13) A limitação da carga horária semanal para servidores CÓDIGO CIVIL
públicos profissionais de saúde que acumulam cargos deve ser
de 60 horas semanais. TÍTULO IV
A acumulação de cargos públicos de profissionais da área de Da Prescrição e da Decadência
saúde, prevista no art. 37, XVI da CF/88, não se sujeita ao limite CAPÍTULO I
de 60 horas semanais previsto em norma infraconstitucional, Da Prescrição
pois inexiste tal requisito na Constituição Federal. O único Seção I
requisito estabelecido para a acumulação é a Disposições Gerais
compatibilidade de horários no exercício das funções, cujo Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a
cumprimento deverá ser aferido pela administração pública. qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os
STF. 1ª Turma. RE 1176440/DF (Info 937). STF. 2ª Turma. RMS arts. 205 e 206.
34257 AgR. STJ. 1ª Seção. REsp 1767955/RJ, Rel. Min. Og
Fernandes, julgado em 27/03/2019.
JDC14
1) O início do prazo prescricional ocorre com o surgimento da
Seção III pretensão, que decorre da exigibilidade do direito subjetivo;
DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS 2) O art. 189 diz respeito a casos em que a pretensão nasce
TERRITÓRIOS imediatamente após a violação do direito absoluto ou da obri-
Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros gação de não fazer.
Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e dis- JDC579 Nas pretensões decorrentes de doenças profissionais
ciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Terri- ou de caráter progressivo, o cômputo da prescrição iniciar-
tórios. se-á somente a partir da ciência inequívoca da incapacidade
§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e do indivíduo, da origem e da natureza dos danos causados.
dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposi-
ções do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, ca -
Art. 190. A exceção prescreve no mesmo prazo em que a pre-
bendo a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art.
tensão.
142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos
respectivos governadores.
§ 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito Fede- JDC415 O art. 190 do Código Civil refere-se apenas às exce-
ral e dos Territórios aplica-se o que for fixado em lei específica do ções impróprias (dependentes/não autônomas). As exceções
respectivo ente estatal. propriamente ditas (independentes/autônomas) são imprescrití-
§ 3º Aplica-se aos militares dos Estados, do Distrito Federale dos veis.
Territórios o disposto no art. 37, inciso XVI (acumulação de car-
gos), com prevalência da atividade militar (EC 101/2019) Art. 191. A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e
só valerá, sendo feita, sem prejuízo de terceiro, depois que a
Seção IV prescrição se consumar; tácita é a renúncia quando se presume
DAS REGIÕES de fatos do interessado, incompatíveis com a prescrição.
Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular sua
ação em um mesmo complexo geoeconômico e social, visando a JDC295 A revogação do art. 194 do Código Civil pela Lei n.
seu desenvolvimento e à redução das desigualdades regionais. 11.280/2006, que determina ao juiz o reconhecimento de ofício
§ 1º - LC disporá sobre: da prescrição, não retira do devedor a possibilidade de renúncia
I - as condições para integração de regiões em desenvolvimento; admitida no art. 191 do texto codificado.
II - a composição dos organismos regionais que executarão, na JDC581 A decretação ex officio da prescrição ou da deca-
forma da lei, os planos regionais, integrantes dos planos nacionais dência deve ser precedida de oitiva das partes.
de desenvolvimento econômico e social, aprovados juntamente
com estes.
Art. 192. Os prazos de prescrição não podem ser alterados por
acordo das partes.

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DIA 5 / 13

importe impugnação do débito contratual ou de cártula repre-


Art. 193. A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de sentativa do direito do credor, é causa interruptiva da prescri-
jurisdição, pela parte a quem aproveita. ção.
JDC417 O art. 202, I, do CC deve ser interpretado sistematica-
Art. 195. Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm mente com o art. 219, § 1º, do CPC, de modo a se entender que
ação contra os seus assistentes ou representantes legais, que de- o efeito interruptivo da prescrição produzido pelo despacho
rem causa à prescrição, ou não a alegarem oportunamente. que ordena a citação é retroativo até a data da propositura
da demanda.
Art. 196. A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a cor-
rer contra o seu sucessor.
Art. 203. A prescrição pode ser interrompida por qualquer inte-
ressado.
Seção II
Das Causas que Impedem ou Suspendem a Prescrição
Art. 204. A interrupção da prescrição por um credor não apro-
Art. 197. NÃO CORRE A PRESCRIÇÃO:
veita aos outros; semelhantemente, a interrupção operada con-
I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal;
tra o codevedor, ou seu herdeiro, não prejudica aos demais coo-
II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar;
brigados.
III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores,
§ 1o A interrupção por um dos credores solidários aproveita
durante a tutela ou curatela.
aos outros; assim como a interrupção efetuada contra o devedor
solidário envolve os demais e seus herdeiros.
JDC296 Não corre a prescrição entre os companheiros, na cons- § 2o A interrupção operada contra um dos herdeiros do deve-
tância da união estável. dor solidário não prejudica os outros herdeiros ou devedores,
Art. 198. TAMBÉM NÃO CORRE A PRESCRIÇÃO: senão quando se trate de obrigações e direitos indivisíveis.
I - contra os absolutamente incapazes; § 3o A interrupção produzida contra o principal devedor prejudica
II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos o fiador.
Estados ou dos Municípios;
III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, A suspensão da prescrição em A interrupção por um dos
em tempo de guerra. favor de um dos credores soli- credores solidários aproveita
dários, só aproveitam os ou- aos outros; assim como a in-
Art. 199. NÃO CORRE IGUALMENTE A PRESCRIÇÃO: tros se a obrigação for indivi- terrupção efetuada contra o
I - pendendo condição suspensiva; sível. devedor solidário envolve os
II - não estando vencido o prazo; demais e seus herdeiros.
III - pendendo ação de evicção.
Seção IV
Art. 200. Quando a ação se originar de fato que deva ser apura-
Dos Prazos da Prescrição
do no juízo criminal, não correrá a prescrição antes da respec-
Art. 205. A prescrição ocorre em 10 anos, quando a lei não lhe
tiva sentença definitiva.
haja fixado prazo menor.

Art. 201. Suspensa a prescrição em favor de um dos credores soli-


Art. 206. Prescreve:
dários, só aproveitam os outros se a obrigação for indivisível.
§ 1o Em 1 ano:
I - a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres
Seção III
destinados a consumo no próprio estabelecimento, para o paga-
Das Causas que Interrompem a Prescrição
mento da hospedagem ou dos alimentos;
Art. 202. A INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO, que somente po-
II - a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste
derá ocorrer uma vez, dar-se-á:
contra aquele, contado o prazo:
I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a
a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil,
citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei
da data em que é citado para responder à ação de indeniza-
processual;
ção proposta pelo terceiro prejudicado, ou da data que a este
II - por protesto, nas condições do inciso antecedente (protesto
indeniza, com a anuência do segurador;
judicial);
b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da
III - por protesto cambial;
pretensão;
IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inven-
III - a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuá-
tário ou em concurso de credores;
rios judiciais, árbitros e peritos, pela percepção de emolumen-
V - por qualquer ATO JUDICIAL que constitua em mora o de-
tos, custas e honorários;
vedor;
IV - a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bens que
VI - por qualquer ATO INEQUÍVOCO, ainda que extrajudicial,
entraram para a formação do capital de sociedade anônima, con-
que importe reconhecimento do direito pelo devedor.
tado da publicação da ata da assembleia que aprovar o laudo;
Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da
V - a pretensão dos credores não pagos contra os sócios ou aci-
data do ato que a interrompeu, ou do último ato do processo
onistas e os liquidantes, contado o prazo da publicação da ata de
para a interromper.
encerramento da liquidação da sociedade.
§ 2o Em 2 anos, a pretensão para haver prestações alimentares, a
JDC416 A propositura de demanda judicial pelo devedor, que partir da data em que se vencerem.

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DIA 5 / 14

§ 3o Em 3 anos: Art. 207. Salvo disposição legal em contrário, NÃO SE APLICAM à


I - a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústi- decadência as normas que impedem, suspendem ou inter-
cos; rompem a prescrição.
II - a pretensão para receber prestações vencidas de rendas
temporárias ou vitalícias; Art. 208. Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 (os rela-
III - a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer pres- tivamente incapazes e as pessoas jurídicas têm ação contra os
tações acessórias, pagáveis, em períodos não maiores de 1 ano, seus assistentes ou representantes legais, que derem causa à de-
com capitalização ou sem ela; cadência, ou não a alegarem oportunamente) e 198, inciso I (não
IV - a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem cau- corre contra absolutamente incapaz).
sa;
V - a pretensão de reparação civil; Art. 209. É NULA a renúncia à decadência fixada em lei.
VI - a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebi-
dos de má-fé, correndo o prazo da data em que foi deliberada a Art. 210. Deve o juiz, de ofício, conhecer da decadência, quando
distribuição; estabelecida por lei.
VII - a pretensão contra as pessoas em seguida indicadas por vio-
lação da lei ou do estatuto, contado o prazo: Art. 211. Se a decadência for convencional, a parte a quem apro-
a) para os fundadores, da publicação dos atos constitutivos da so- veita pode alegá-la em qualquer grau de jurisdição, mas o juiz
ciedade anônima; não pode suprir a alegação.
b) para os administradores, ou fiscais, da apresentação, aos só-
cios, do balanço referente ao exercício em que a violação tenha SÚMULAS SOBRE PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
sido praticada, ou da reunião ou assembleia geral que dela deva
tomar conhecimento; STF
c) para os liquidantes, da primeira assembleia semestral posterior Súmula 150-STF: Prescreve a execução no mesmo prazo de
à violação; prescrição da ação
VIII - a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, Súmula 154-STF: Simples vistoria NÃO INTERROMPE a
a contar do vencimento, ressalvadas as disposições de lei especial; prescrição
IX - a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do ter-
ceiro prejudicado, no caso de seguro de responsabilidade civil STJ
obrigatório - DPVAT. Súmula 106-STJ: Proposta a ação no prazo fixado para o seu
§ 4o Em 4 anos, a pretensão relativa à tutela, a contar da data da exercício, a demora na citação, por motivos inerentes ao
aprovação das contas. mecanismo da justiça, não justifica o acolhimento da arguição
§ 5o Em 5 anos: de prescrição ou decadência
I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de Súmula 547-STJ: Nas ações em que se pleiteia o ressarcimento
instrumento público ou particular; dos valores pagos a título de participação financeira do
II - a pretensão dos profissionais liberais em geral, procurado- consumidor no custeio de construção de rede elétrica, o
res judiciais, curadores e professores pelos seus honorários, prazo prescricional é de 20 anos na vigência do Código Civil de
contado o prazo da conclusão dos serviços, da cessação dos res- 1916. Na vigência do Código Civil de 2002, o prazo é de 5 anos
pectivos contratos ou mandato; se houver previsão contratual de ressarcimento e de 3 anos na
III - a pretensão do vencedor para haver do vencido o que des- ausência de cláusula nesse sentido, observada a regra de
pendeu em juízo. transição disciplinada em seu art. 2.028.

JDC418 O prazo prescricional de 3 anos para a pretensão relati- TÍTULO V


va a aluguéis aplica-se aos contratos de locação de imóveis Da Prova
celebrados com a administração pública. Art. 212. Salvo o negócio a que se impõe forma especial, o fato
JDC420 Não se aplica o art. 206, § 3º, V, do Código Civil às pre - jurídico pode ser provado mediante:
tensões indenizatórias decorrentes de acidente de trabalho, após I - confissão;
a vigência da Emenda Constitucional n. 45, incidindo a regra do II - documento;
art. 7º, XXIX, da Constituição da República. III - testemunha;
JDC580 É de 3 anos, pelo art. 206, § 3º, V, do CC, o prazo pres- IV - presunção;
cricional para a pretensão indenizatória da seguradora contra V – perícia.
o causador de dano ao segurado, pois a seguradora sub-
roga-se em seus direitos.
JDC157 O termo “confissão” deve abarcar o conceito lato de
depoimento pessoal, tendo em vista que este consiste em
Responsabilidade civil Responsabilidade meio de prova de maior abrangência, plenamente admissível no
EXTRACONTRATUAL CONTRATUAL ordenamento jurídico brasileiro.
(reparação civil) (inadimplemento contratual) JDC297 O documento eletrônico tem valor probante, desde
que seja apto a conservar a integridade de seu conteúdo e
3 anos (art. 206, § 3º, V, do CC). 10 anos (art. 205 do CC).
idôneo a apontar sua autoria, independentemente da tecno-
logia empregada.
CAPÍTULO II JDC298 Os arquivos eletrônicos incluem-se no conceito de “re-
Da Decadência produções eletrônicas de fatos ou de coisas” do art. 225 do

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DIA 5 / 15

Código Civil, aos quais deve ser aplicado o regime jurídico da Art. 218. Os traslados e as certidões considerar-se-ão instrumen-
prova documental. tos públicos, se os originais se houverem produzido em juízo
como prova de algum ato.
Art. 213. NÃO TEM EFICÁCIA a confissão se provém de quem
Art. 219. As declarações constantes de documentos assinados
não é capaz de dispor do direito a que se referem os fatos con-
presumem-se verdadeiras em relação aos signatários.
fessados.
Parágrafo único. Não tendo relação direta, porém, com as dispo-
Parágrafo único. Se feita a confissão por um representante, so-
sições principais ou com a legitimidade das partes, as declara-
mente é eficaz nos limites em que este pode vincular o represen-
ções enunciativas não eximem os interessados em sua veraci-
tado.
dade do ônus de prová-las.
Art. 214. A confissão é IRREVOGÁVEL, mas pode ser anulada se
Art. 220. A anuência ou a autorização de outrem, necessária à va-
decorreu de erro de fato ou de coação.
lidade de um ato, provar-se-á do mesmo modo que este, e cons-
tará, sempre que se possa, do próprio instrumento.
Art. 215. A escritura pública, lavrada em notas de tabelião, é do-
cumento dotado de fé pública, fazendo prova plena.
Art. 221. O instrumento particular, feito e assinado, ou somente
§ 1o Salvo quando exigidos por lei outros requisitos, a escritura
assinado por quem esteja na livre disposição e administração de
pública deve conter:
seus bens, prova as obrigações convencionais de qualquer valor;
I - data e local de sua realização;
mas os seus efeitos, bem como os da cessão, não se operam, a
II - reconhecimento da identidade e capacidade das partes e de
respeito de terceiros, antes de registrado no registro público.
quantos hajam comparecido ao ato, por si, como representantes,
Parágrafo único. A prova do instrumento particular pode suprir-se
intervenientes ou testemunhas;
pelas outras de caráter legal.
III - nome, nacionalidade, estado civil, profissão, domicílio e resi-
dência das partes e demais comparecentes, com a indicação,
Art. 222. O telegrama, quando lhe for contestada a autenticidade,
quando necessário, do regime de bens do casamento, nome do
faz prova mediante conferência com o original assinado.
outro cônjuge e filiação;
IV - manifestação clara da vontade das partes e dos intervenien-
Art. 223. A cópia fotográfica de documento, conferida por tabeli-
tes;
ão de notas, valerá como prova de declaração da vontade, mas,
V - referência ao cumprimento das exigências legais e fiscais ine-
impugnada sua autenticidade, deverá ser exibido o original.
rentes à legitimidade do ato;
Parágrafo único. A prova não supre a ausência do título de
VI - declaração de ter sido lida na presença das partes e demais
crédito, ou do original, nos casos em que a lei ou as circuns-
comparecentes, ou de que todos a leram;
tâncias condicionarem o exercício do direito à sua exibição.
VII - assinatura das partes e dos demais comparecentes, bem
como a do tabelião ou seu substituto legal, encerrando o ato.
Art. 224. Os documentos redigidos em língua estrangeira serão
§ 2o Se algum comparecente não puder ou não souber escrever,
traduzidos para o português para ter efeitos legais no País.
outra pessoa capaz assinará por ele, a seu rogo.
§ 3o A escritura será redigida na língua nacional.
Art. 225. As reproduções fotográficas, cinematográficas, os regis-
§ 4o Se qualquer dos comparecentes não souber a língua nacional
tros fonográficos e, em geral, quaisquer outras reproduções me-
e o tabelião não entender o idioma em que se expressa, deverá
cânicas ou eletrônicas de fatos ou de coisas fazem prova plena
comparecer tradutor público para servir de intérprete, ou, não o
destes, se a parte, contra quem forem exibidos, não lhes impug-
havendo na localidade, outra pessoa capaz que, a juízo do tabeli-
nar a exatidão.
ão, tenha idoneidade e conhecimento bastantes.
§ 5o Se algum dos comparecentes não for conhecido do tabelião,
Art. 226. Os livros e fichas dos empresários e sociedades provam
nem puder identificar-se por documento, deverão participar do
contra as pessoas a que pertencem, e, em seu favor, quando, es-
ato pelo menos 2 testemunhas que o conheçam e atestem sua
criturados sem vício extrínseco ou intrínseco, forem confirmados
identidade.
por outros subsídios.
Parágrafo único. A prova resultante dos livros e fichas não é bas-
JDC158 A amplitude da noção de “prova plena” (isto é, “comple- tante nos casos em que a lei exige escritura pública, ou escrito
ta”) importa presunção relativa acerca dos elementos indica- particular revestido de requisitos especiais, e pode ser ilidida pela
dos nos incisos do § 1º, devendo ser conjugada com o disposto comprovação da falsidade ou inexatidão dos lançamentos.
no parágrafo único do art. 219.
Art. 227. Parágrafo único. QUALQUER QUE SEJA O VALOR DO
Art. 216. Farão a mesma prova que os originais as certidões textu- NEGÓCIO JURÍDICO, a prova testemunhal é admissível como
ais de qualquer peça judicial, do protocolo das audiências, ou de subsidiária ou complementar da prova por escrito.
outro qualquer livro a cargo do escrivão, sendo extraídas por ele,
ou sob a sua vigilância, e por ele subscritas, assim como os trasla- Art. 228. NÃO PODEM SER ADMITIDOS COMO TESTEMUNHAS:
dos de autos, quando por outro escrivão consertados. I - os menores de 16 anos;
IV - o interessado no litígio, o amigo íntimo ou o inimigo ca-
Art. 217. Terão a mesma força probante os traslados e as certi- pital das partes;
dões, extraídos por tabelião ou oficial de registro, de instrumen- V - os cônjuges, os ascendentes, os descendentes e os colate-
tos ou documentos lançados em suas notas. rais, até o 3° grau de alguma das partes, por consanguinidade,
ou afinidade.

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DIA 5 / 16

§ 1o Para a prova de fatos que só elas conheçam, pode o juiz Art. 153. O escrivão ou o chefe de secretaria atenderá, preferen-
admitir o depoimento das pessoas a que se refere este artigo. cialmente, à ordem cronológica de recebimento para publicação
§ 2o A pessoa com deficiência poderá testemunhar em igual- e efetivação dos pronunciamentos judiciais.
dade de condições com as demais pessoas, sendo-lhe assegu- § 1o A lista de processos recebidos deverá ser disponibilizada, de
rados todos os recursos de tecnologia assistiva. forma permanente, para consulta pública.
§ 2o Estão excluídos da regra do caput:
Art. 231. Aquele que se nega a submeter-se a exame médico ne- I - os atos urgentes, assim reconhecidos pelo juiz no pronuncia-
cessário não poderá aproveitar-se de sua recusa. mento judicial a ser efetivado;
II - as preferências legais.
Art. 232. A recusa à perícia médica ordenada pelo juiz poderá su- § 3o Após elaboração de lista própria, respeitar-se-ão a ordem
prir a prova que se pretendia obter com o exame. cronológica de recebimento entre os atos urgentes e as preferên-
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL cias legais.
§ 4o A parte que se considerar preterida na ordem cronológica
poderá reclamar, nos próprios autos, ao juiz do processo, que re-
CAPÍTULO III
quisitará informações ao servidor, a serem prestadas no prazo de
DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA
2 dias.
Art. 149. São auxiliares da Justiça, além de outros cujas atribui-
§ 5o Constatada a preterição, o juiz determinará o imediato cum-
ções sejam determinadas pelas normas de organização judiciária,
primento do ato e a instauração de processo administrativo disci-
o escrivão, o chefe de secretaria, o oficial de justiça, o perito, o
plinar contra o servidor.
depositário, o administrador, o intérprete, o tradutor, o media-
dor, o conciliador judicial, o partidor, o distribuidor, o contabilis- JDPC14 A ordem cronológica do art. 153 do CPC não será reno-
ta e o regulador de avarias. vada quando houver equívoco atribuível ao Poder Judiciário no
cumprimento de despacho ou decisão.
Seção I
Do Escrivão, do Chefe de Secretaria e do Oficial de Justiça Art. 154. Incumbe ao oficial de justiça:
Art. 150. Em cada juízo haverá um ou mais ofícios de justiça, cujas I - fazer pessoalmente citações, prisões, penhoras, arrestos e de-
atribuições serão determinadas pelas normas de organização ju- mais diligências próprias do seu ofício, sempre que possível na
diciária. presença de 2 testemunhas, certificando no mandado o ocorrido,
com menção ao lugar, ao dia e à hora;
Art. 151. Em cada comarca, seção ou subseção judiciária haverá, II - executar as ordens do juiz a que estiver subordinado;
no mínimo, tantos oficiais de justiça quantos sejam os juízos. III - entregar o mandado em cartório após seu cumprimento;
IV - auxiliar o juiz na manutenção da ordem;
Art. 152. Incumbe ao escrivão ou ao chefe de secretaria: V - efetuar avaliações, quando for o caso;
I - redigir, na forma legal, os ofícios, os mandados, as cartas pre- VI - certificar, em mandado, proposta de autocomposição
catórias e os demais atos que pertençam ao seu ofício; apresentada por qualquer das partes, na ocasião de realização
II - efetivar as ordens judiciais, realizar citações e intimações, bem de ato de comunicação que lhe couber.
como praticar todos os demais atos que lhe forem atribuídos pe- Parágrafo único. Certificada a proposta de autocomposição
las normas de organização judiciária; prevista no inciso VI, o juiz ordenará a intimação da parte con-
III - comparecer às audiências ou, não podendo fazê-lo, designar trária para manifestar-se, no prazo de 5 dias, sem prejuízo do
servidor para substituí-lo; andamento regular do processo, entendendo-se o SILÊNCIO
IV - manter sob sua guarda e responsabilidade os autos, não per- COMO RECUSA.
mitindo que saiam do cartório, exceto:
a) quando tenham de seguir à conclusão do juiz; Art. 155. O escrivão, o chefe de secretaria e o oficial de justiça
b) com vista a procurador, à Defensoria Pública, ao Ministério Pú- são responsáveis, civil e regressivamente, quando:
blico ou à Fazenda Pública; I - sem justo motivo, se recusarem a cumprir no prazo os atos im-
c) quando devam ser remetidos ao contabilista ou ao partidor; postos pela lei ou pelo juiz a que estão subordinados;
d) quando forem remetidos a outro juízo em razão da modifica- II - praticarem ato nulo com dolo ou culpa.
ção da competência;
V - fornecer certidão de qualquer ato ou termo do processo, in- Seção II
dependentemente de despacho, observadas as disposições refe- Do Perito
rentes ao segredo de justiça; Art. 156. O juiz será assistido por perito quando a prova do fato
VI - praticar, de ofício, os atos meramente ordinatórios. depender de conhecimento técnico ou científico.
§ 1o O juiz titular editará ato a fim de regulamentar a atribuição § 1o Os peritos serão nomeados entre os profissionais legal-
prevista no inciso VI. mente habilitados e os órgãos técnicos ou científicos devida-
§ 2o No impedimento do escrivão ou chefe de secretaria, o juiz mente inscritos em cadastro mantido pelo tribunal ao qual o juiz
convocará substituto e, não o havendo, nomeará pessoa idônea está vinculado.
para o ato. § 2o Para formação do cadastro, os tribunais devem realizar con-
sulta pública, por meio de divulgação na rede mundial de compu-
FPPC130. (art. 152, V; art. 828) A obtenção da certidão prevista tadores ou em jornais de grande circulação, além de consulta di-
no art. 828 independe de decisão judicial. reta a universidades, a conselhos de classe, ao Ministério Público,
à Defensoria Pública e à OAB, para a indicação de profissionais ou
de órgãos técnicos interessados.

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DIA 5 / 17

§ 3o Os tribunais realizarão avaliações e reavaliações periódicas III - realizar a interpretação simultânea dos depoimentos das par-
para manutenção do cadastro, considerando a formação profissi- tes e testemunhas com deficiência auditiva que se comuniquem
onal, a atualização do conhecimento e a experiência dos peritos por meio da Língua Brasileira de Sinais, ou equivalente, quando
interessados. assim for solicitado.
§ 4o Para verificação de eventual impedimento ou motivo de sus- Art. 163. Não pode ser intérprete ou tradutor quem:
peição, nos termos dos arts. 148 e 467, o órgão técnico ou cien- I - não tiver a livre administração de seus bens;
tífico nomeado para realização da perícia informará ao juiz os no- II - for arrolado como testemunha ou atuar como perito no pro-
mes e os dados de qualificação dos profissionais que participarão cesso;
da atividade. III - estiver inabilitado para o exercício da profissão por sentença
§ 5o Na localidade onde não houver inscrito no cadastro dispo- penal condenatória, enquanto durarem seus efeitos.
nibilizado pelo tribunal, a nomeação do perito é de livre esco-
lha pelo juiz e deverá recair sobre profissional ou órgão técnico Art. 164. O intérprete ou tradutor, oficial ou não, é obrigado a
ou científico comprovadamente detentor do conhecimento ne- desempenhar seu ofício, aplicando-se-lhe o disposto nos arts. 157
cessário à realização da perícia. e 158.

Art. 157. O perito tem o dever de cumprir o ofício no prazo que Seção V
lhe designar o juiz, empregando toda sua diligência, podendo es- Dos Conciliadores e Mediadores Judiciais
cusar-se do encargo alegando motivo legítimo. Art. 165. Os tribunais criarão centros judiciários de solução con-
§ 1o A escusa será apresentada no prazo de 15 dias, contado da sensual de conflitos, responsáveis pela realização de sessões e au-
intimação, da suspeição ou do impedimento supervenientes, sob diências de conciliação e mediação e pelo desenvolvimento de
pena de renúncia ao direito a alegá-la. programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a autocom-
§ 2o Será organizada lista de peritos na vara ou na secretaria, com posição.
disponibilização dos documentos exigidos para habilitação à con- § 1o A composição e a organização dos centros serão definidas
sulta de interessados, para que a nomeação seja distribuída de pelo respectivo tribunal, observadas as normas do Conselho Naci-
modo equitativo, observadas a capacidade técnica e a área de co- onal de Justiça.
nhecimento. § 2o O CONCILIADOR, que atuará preferencialmente nos casos
em que NÃO HOUVER VÍNCULO ANTERIOR entre as partes,
Art. 158. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações PODERÁ SUGERIR SOLUÇÕES para o litígio, sendo vedada a uti-
inverídicas responderá pelos prejuízos que causar à parte e fica- lização de qualquer tipo de constrangimento ou intimidação para
rá inabilitado para atuar em outras perícias no prazo de 2 a 5 que as partes conciliem.
anos, independentemente das demais sanções previstas em lei, § 3o O MEDIADOR, que atuará preferencialmente nos casos em
devendo o juiz comunicar o fato ao respectivo órgão de classe que HOUVER VÍNCULO ANTERIOR entre as partes, auxiliará aos
para adoção das medidas que entender cabíveis. interessados a compreender as questões e os interesses em con-
flito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da comu-
Seção III nicação, identificar, por si próprios, soluções consensuais que ge-
Do Depositário e do Administrador rem benefícios mútuos.
Art. 159. A guarda e a conservação de bens penhorados, arresta-
dos, sequestrados ou arrecadados serão confiadas a depositário FPPC397. (Arts. 165 a 175; Lei 9.099/1995, Lei 10.259/2001, Lei
ou a administrador, não dispondo a lei de outro modo. 12.153/2009) A estrutura para autocomposição, nos Juizados
Especiais, deverá contar com a conciliação e a mediação.
Art. 160. Por seu trabalho o depositário ou o administrador per-
ceberá remuneração que o juiz fixará levando em conta a situação
dos bens, ao tempo do serviço e às dificuldades de sua execução. CONCILIADOR MEDIADOR
Parágrafo único. O juiz poderá nomear um ou mais prepostos Não houver vínculo anterior Houver vínculo anterior
por indicação do depositário ou do administrador.
Poderá sugerir soluções Auxiliará a compreender as
Art. 161. O depositário ou o administrador responde pelos prejuí- questões e os interesses em
zos que, por dolo ou culpa, causar à parte, perdendo a remune- conflito
ração que lhe foi arbitrada, mas tem o direito a haver o que legiti-
mamente despendeu no exercício do encargo. Art. 166. A conciliação e a mediação são informadas pelos princí-
Parágrafo único. O depositário infiel responde civilmente pelos pios da independência, da imparcialidade, da autonomia da
prejuízos causados, sem prejuízo de sua responsabilidade penal e vontade, da confidencialidade, da oralidade, da informalidade
da imposição de sanção por ato atentatório à dignidade da e da decisão informada.
justiça. § 1o A confidencialidade estende-se a todas as informações pro-
duzidas no curso do procedimento, cujo teor não poderá ser utili-
Seção IV zado para fim diverso daquele previsto por expressa deliberação
Do Intérprete e do Tradutor das partes.
Art. 162. O juiz nomeará intérprete ou tradutor quando necessá- § 2o Em razão do dever de sigilo, inerente às suas funções, o con-
rio para: ciliador e o mediador, assim como os membros de suas equipes,
I - traduzir documento redigido em língua estrangeira; não poderão divulgar ou depor acerca de fatos ou elementos
II - verter para o português as declarações das partes e das teste- oriundos da conciliação ou da mediação.
munhas que não conhecerem o idioma nacional;

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DIA 5 / 18

§ 3o Admite-se a aplicação de técnicas negociais, com o objeti- § 2o Inexistindo acordo quanto à escolha do mediador ou concili-
vo de proporcionar ambiente favorável à autocomposição. ador, haverá distribuição entre aqueles cadastrados no registro
§ 4o A mediação e a conciliação serão regidas conforme a livre do tribunal, observada a respectiva formação.
autonomia dos interessados, inclusive no que diz respeito à § 3o Sempre que recomendável, haverá a designação de mais de
definição das regras procedimentais. um mediador ou conciliador.

FPPC576. (arts.166, §4º; 354, parágrafo único; art. 3º, §1º, da Lei Art. 169. Ressalvada a hipótese do art. 167, § 6o, o conciliador e o
13.140/15) Admite-se a solução parcial do conflito em au- mediador receberão pelo seu trabalho remuneração prevista em
diência de conciliação ou mediação tabela fixada pelo tribunal, conforme parâmetros estabelecidos
FPPC577. (arts.166, § 4º; 696; art. 2º, II e V da Lei 13.140/2015) A pelo Conselho Nacional de Justiça.
realização de sessões adicionais de conciliação ou mediação de- § 1o A mediação e a conciliação podem ser realizadas como traba-
pende da concordância de ambas as partes. lho voluntário, observada a legislação pertinente e a regulamen-
tação do tribunal.
§ 2o Os tribunais determinarão o percentual de audiências não re-
Art. 167. Os conciliadores, os mediadores e as câmaras privadas
muneradas que deverão ser suportadas pelas câmaras privadas
de conciliação e mediação serão inscritos em cadastro nacional e
de conciliação e mediação, com o fim de atender aos processos
em cadastro de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal,
em que deferida gratuidade da justiça, como contrapartida de seu
que manterá registro de profissionais habilitados, com indicação
credenciamento.
de sua área profissional.
§ 1o Preenchendo o requisito da capacitação mínima, por meio de
Art. 170. No caso de impedimento, o conciliador ou mediador o
curso realizado por entidade credenciada, conforme parâmetro
comunicará imediatamente, de preferência por meio eletrônico, e
curricular definido pelo Conselho Nacional de Justiça em conjunto
devolverá os autos ao juiz do processo ou ao coordenador do
com o Ministério da Justiça, o conciliador ou o mediador, com o
centro judiciário de solução de conflitos, devendo este realizar
respectivo certificado, poderá requerer sua inscrição no cadastro
nova distribuição.
nacional e no cadastro de tribunal de justiça ou de tribunal regio-
Parágrafo único. Se a causa de impedimento for apurada quando
nal federal.
já iniciado o procedimento, a atividade será interrompida, la-
§ 2o Efetivado o registro, que poderá ser precedido de concurso
vrando-se ata com relatório do ocorrido e solicitação de distribui-
público, o tribunal remeterá ao diretor do foro da comarca, seção
ção para novo conciliador ou mediador.
ou subseção judiciária onde atuará o conciliador ou o mediador
os dados necessários para que seu nome passe a constar da res-
Art. 171. No caso de impossibilidade temporária do exercício da
pectiva lista, a ser observada na distribuição alternada e aleatória,
função, o conciliador ou mediador informará o fato ao centro,
respeitado o princípio da igualdade dentro da mesma área de
preferencialmente por meio eletrônico, para que, durante o perío-
atuação profissional.
do em que perdurar a impossibilidade, não haja novas distribui-
§ 3o Do credenciamento das câmaras e do cadastro de conciliado-
ções
res e mediadores constarão todos os dados relevantes para a sua
atuação, tais como o número de processos de que participou, o
Art. 172. O conciliador e o mediador ficam impedidos, pelo pra-
sucesso ou insucesso da atividade, a matéria sobre a qual versou
zo de 1 ano, contado do término da última audiência em que
a controvérsia, bem como outros dados que o tribunal julgar rele-
atuaram, de assessorar, representar ou patrocinar qualquer
vantes.
das partes.
§ 4o Os dados colhidos na forma do § 3o serão classificados siste-
maticamente pelo tribunal, que os publicará, ao menos anual-
Art. 173. Será excluído do cadastro de conciliadores e mediado-
mente, para conhecimento da população e para fins estatísticos e
res aquele que:
de avaliação da conciliação, da mediação, das câmaras privadas
I - agir com dolo ou culpa na condução da conciliação ou da me-
de conciliação e de mediação, dos conciliadores e dos mediado-
diação sob sua responsabilidade ou violar qualquer dos deveres
res.
decorrentes do art. 166, §§ 1o e 2o;
§ 5o Os conciliadores e mediadores judiciais cadastrados na forma
II - atuar em procedimento de mediação ou conciliação, apesar de
do caput, se advogados, estarão impedidos de exercer a advo-
impedido ou suspeito.
cacia nos juízos em que desempenhem suas funções.
§ 1o Os casos previstos neste artigo serão apurados em processo
§ 6o O tribunal poderá optar pela criação de quadro próprio de
administrativo.
conciliadores e mediadores, a ser preenchido por concurso públi-
§ 2o O juiz do processo ou o juiz coordenador do centro de conci-
co de provas e títulos, observadas as disposições deste Capítulo.
liação e mediação, se houver, verificando atuação inadequada do
mediador ou conciliador, poderá afastá-lo de suas atividades por
FPPC625. (art.167, §3º) O sucesso ou insucesso da mediação ou até 180 dias, por decisão fundamentada, informando o fato ime-
da conciliação não deve ser apurado apenas em função da diatamente ao tribunal para instauração do respectivo processo
celebração de acordo. administrativo.

Art. 168. As partes podem escolher, de comum acordo, o conci- Art. 174. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
liador, o mediador ou a câmara privada de conciliação e de medi- criarão câmaras de mediação e conciliação, com atribuições rela-
ação. cionadas à solução consensual de conflitos no âmbito admi-
§ 1o O conciliador ou mediador escolhido pelas partes poderá ou nistrativo, tais como:
não estar cadastrado no tribunal. I - dirimir conflitos envolvendo órgãos e entidades da administra-
ção pública;

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DIA 5 / 19

II - avaliar a admissibilidade dos pedidos de resolução de confli- aplicando-se a regulamentação anterior aos prazos iniciados
tos, por meio de conciliação, no âmbito da administração pública; sob a vigência do CPC de 1973
III - promover, quando couber, a celebração de termo de ajusta-
mento de conduta.
Art. 181. O membro do Ministério Público será civil e regressiva-
mente responsável quando agir com dolo ou fraude no exercício
FPPC398. (Art. 174 e Lei 13.140/2015) As câmaras de mediação de suas funções.
e conciliação têm competência para realização da conciliação e
da mediação, no âmbito administrativo, de conflitos judiciais e TÍTULO VI
extrajudiciais DA ADVOCACIA PÚBLICA
Art. 182. Incumbe à Advocacia Pública, na forma da lei, defender
Art. 175. As disposições desta Seção não excluem outras formas e promover os interesses públicos da União, dos Estados, do
de conciliação e mediação extrajudiciais vinculadas a órgãos insti- Distrito Federal e dos Municípios, por meio da representação ju-
tucionais ou realizadas por intermédio de profissionais indepen- dicial, em todos os âmbitos federativos, das pessoas jurídicas de
dentes, que poderão ser regulamentadas por lei específica. direito público que integram a administração direta e indireta.
Parágrafo único. Os dispositivos desta Seção aplicam-se, no que
couber, às câmaras privadas de conciliação e mediação. Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e
suas respectivas autarquias e fundações de direito público goza-
TÍTULO V rão de prazo em dobro para todas as suas manifestações pro-
DO MINISTÉRIO PÚBLICO cessuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pes-
Art. 176. O Ministério Público atuará na defesa da ordem jurídi- soal.
ca, do regime democrático e dos interesses e direitos sociais e § 1o A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio
individuais indisponíveis. eletrônico.
§ 2o Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando
Art. 177. O Ministério Público exercerá o direito de ação em con- a lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para o ente
formidade com suas atribuições constitucionais. público.

Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 FPPC400. (art. 183) O art. 183 se aplica aos processos que trami-
dias, intervir como FISCAL DA ORDEM JURÍDICA nas hipóteses tam em autos eletrônicos.
previstas em lei ou na Constituição Federal e nos processos que FPPC401. (art. 183, § 1º) Para fins de contagem de prazo da Fa-
envolvam: zenda Pública nos processos que tramitam em autos eletrôni-
I - interesse público ou social; cos, não se considera como intimação pessoal a publicação
II - interesse de incapaz; pelo Diário da Justiça Eletrônico.
III - litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana. FPPC578. (art. 183,§1º) Em razão da previsão especial do § 1º do
Parágrafo único. A participação da Fazenda Pública NÃO CON- art. 183, estabelecendo a intimação pessoal da Fazenda Pública
FIGURA, POR SI SÓ, hipótese de intervenção do Ministério por carga, remessa ou meio eletrônico, a ela não se aplica o dis-
Público. posto no § 1º do art. 269.

Art. 179. Nos casos de intervenção como fiscal da ordem jurídi-


Art. 184. O membro da Advocacia Pública será civil e regressiva-
ca, o Ministério Público:
mente responsável quando agir com dolo ou fraude no exercício
I - terá vista dos autos depois das partes, sendo intimado de to-
de suas funções
dos os atos do processo;
II - poderá produzir provas, requerer as medidas processuais
TÍTULO VII
pertinentes e recorrer.
DA DEFENSORIA PÚBLICA
Art. 185. A Defensoria Pública exercerá a orientação jurídica, a
CJF 112: A intervenção do Ministério Público como fiscal da or- promoção dos direitos humanos e a defesa dos direitos indivi-
dem jurídica não inviabiliza a celebração de negócios proces- duais e coletivos dos necessitados, em todos os graus, de forma
suais. integral e gratuita.

Art. 180. O Ministério Público gozará de prazo em dobro para Art. 186. A Defensoria Pública gozará de prazo em dobro para
manifestar-se nos autos, que terá início a partir de sua intima- todas as suas manifestações processuais.
ção pessoal, nos termos do art. 183, § 1 o (carga, remessa ou meio § 1o O prazo tem início com a intimação pessoal do defensor
eletrônico) público, nos termos do art. 183, § 1o (A intimação pessoal far-se-á
§ 1o Findo o prazo para manifestação do Ministério Público sem o por carga, remessa ou meio eletrônico)
oferecimento de parecer, o juiz requisitará os autos e dará anda-
O CPC/15 não prevê que intimação pessoal do defensor público
mento ao processo.
dar-se-á com a remessa dos autos com vista. A LC 80/94 prevê
§ 2o Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando
no art. 128, I.
a lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para o Mi-
nistério Público. § 2o A requerimento da Defensoria Pública, o juiz determinará
a intimação pessoal da parte patrocinada quando o ato pro-
cessual depender de providência ou informação que somente
FPPC399. (arts. 180 e 183) Os arts. 180 e 183 somente se apli-
por ela possa ser realizada ou prestada.
cam aos prazos que se iniciarem na vigência do CPC de 2015,

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DIA 5 / 20

§ 3o O disposto no caput (prazo em dobro) aplica-se aos escritó- c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensal-
rios de prática jurídica das faculdades de Direito reconhecidas mente, para informar e justificar suas atividades.
na forma da lei e às entidades que prestam assistência jurídica
gratuita em razão de convênios firmados com a Defensoria Públi- Art. 79 - A sentença poderá especificar outras condições a
ca. que fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato
§ 4o Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando e à situação pessoal do condenado.
a lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para a Defen-
soria Pública. Art. 80 - A suspensão NÃO SE ESTENDE às penas restriti-
vas de direitos nem à multa.
FPPC626. (arts.186, §§ 2º e 3º, e 223, §§ 1º e 2º) O requerimento
previsto no §2º do art. 186, formulado pela Defensoria Pública Revogação obrigatória
ou pelas entidades mencionadas no §3º do art. 186, constitui Art. 81 - A suspensão SERÁ REVOGADA se, no curso do
justa causa para os fins do §2º do art. 223, quanto ao prazo em prazo, o beneficiário:
curso. I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime DO-
JDPC15 Aplicam-se às entidades referidas no § 3º do art. 186 do LOSO;
CPC as regras sobre intimação pessoal das partes e suas teste- II - frustra, embora solvente, a execução de pena de mul-
munhas (art. 186, § 2º; art. 455, § 4º, IV; art. 513, § 2º, II e art. ta ou não efetua, sem motivo justificado, a reparação do
876, § 1º, II, todos do CPC). dano;
III - descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código
(PSC ou LFS)
Art. 187. O membro da Defensoria Pública será civil e regressiva-
Revogação facultativa
mente responsável quando agir com dolo ou fraude no exercício
§ 1º - A suspensão PODERÁ SER REVOGADA se o condena-
de suas funções.
do descumpre qualquer outra condição imposta ou é irrecorri-
velmente condenado, por crime culposo ou por contravenção,
CÓDIGO PENAL a pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos.
Prorrogação do período de prova
CAPÍTULO IV § 2º - Se o beneficiário está sendo processado por outro cri-
DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA me ou contravenção, considera-se prorrogado o prazo da sus-
Requisitos da suspensão da pena pensão até o julgamento definitivo.
Art. 77 - A execução da PPL, não superior a 2 anos, poderá § 3º - Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao in-
ser suspensa, por 2 a 4 anos, desde que: vés de decretá-la, prorrogar o período de prova até o máximo,
I - o condenado não seja reincidente em crime doloso; se este não foi o fixado.
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e
personalidade do agente, bem como os motivos e as circuns- Cumprimento das condições
tâncias autorizem a concessão do benefício (circunstâncias judici- Art. 82 - Expirado o prazo sem que tenha havido revogação,
ais favoráveis); considera-se extinta a pena privativa de liberdade.
III - Não seja indicada ou cabível a substituição por PRD.
§ 1º - A condenação anterior a pena de multa NÃO IMPE- SISTEMAS DO SURSIS
DE a concessão do benefício.
§ 2o A execução da pena privativa de liberdade, não superior FRANCO BELGA ANGLO-AMERICANO PROBATION OF
a 4 anos, poderá ser suspensa, por 4 a 6 anos, desde que o con- Probation System FIRST OFFENDERS
denado seja maior de 70 anos de idade, ou razões de saúde ACT
justifiquem a suspensão. O réu é processa- O réu é processado O réu é processado
do
Súmula 499-STF: Não obsta a concessão do "sursis" condena-
É reconhecido cul- É reconhecido culpado ------------------
ção anterior a pena de multa.
pado

Art. 78 - Durante o prazo da suspensão, o condenado ficará Existe condenação ------------------ ------------------
sujeito à observação e ao cumprimento das condições estabeleci- Suspende-se a Suspende-se o pro- Suspende-se o
das pelo juiz. execução da pena cesso evitando a im- processo sem o
§ 1º - No 1° ano do prazo, deverá o condenado prestar ser- posição da pena reconhecimento
viços à comunidade (PSC) (art. 46) ou submeter-se à limitação da culpa
de fim de semana (LFS) (art. 48).
§ 2° Se o condenado houver reparado o dano, salvo impos- OBS: Foi adotado OBS: Não tem previ- OBS: Adotado pelo
sibilidade de fazê-lo, e se as circunstâncias do art. 59 deste Códi- pelo Brasil para são legal no nosso Brasil para discipli-
go lhe forem inteiramente favoráveis (circunstâncias judiciais fa- disciplinar o “sur- país. nar a suspensão
voráveis), o juiz poderá substituir a exigência do parágrafo an- sis” (art. 77, CP). condicional do
terior pelas seguintes condições, APLICADAS CUMULATIVA- processo (art. 89,
MENTE: lei 9099/95).
a) proibição de frequentar determinados lugares;
b) proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem
autorização do juiz;

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DIA 5 / 21

CAPÍTULO V
DO LIVRAMENTO CONDICIONAL Especificações das condições
Requisitos do livramento condicional Art. 85 - A sentença especificará as condições a que fica su-
Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao bordinado o livramento.
condenado a PPL ≥2a, desde que:
I - cumprida + de 1/3 da pena se o condenado não for rein- Revogação do livramento
cidente em crime doloso e tiver bons antecedentes; Art. 86 - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser
Se reincidente em crime culposo, tem que cumprir + de 1/3 e condenado a pena privativa de liberdade, em sentença irre-
não + de 1/2. corrível:
I - por crime cometido durante a vigência do benefício;
II - cumprida + de 1/2 se o condenado for reincidente em
II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84 des-
crime doloso;
te Código.
III – comprovado: (LEI 13964/19)
a) bom comportamento durante a execução da pena; (LEI
Revogação facultativa
13964/19)
Art. 87 - O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o
b) não cometimento de falta grave nos últimos 12 meses;
liberado deixar de cumprir qualquer das obrigações constantes
(LEI 13964/19)
da sentença, ou for irrecorrivelmente condenado, por crime ou
c) bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído; e (LEI
contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade.
13964/19)
d) aptidão para prover a própria subsistência mediante traba-
Efeitos da revogação
lho honesto; (LEI 13964/19)
Art. 88 - Revogado o livramento, não poderá ser novamen-
IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de
te concedido, e, salvo quando a revogação resulta de condena-
fazê-lo, o dano causado pela infração;
ção por outro crime anterior àquele benefício, não se desconta
V - cumpridos + de 2/3 da pena, nos casos de condenação
na pena o tempo em que esteve solto o condenado.
por crime hediondo, prática de tortura, tráfico ilícito de entorpe-
centes e drogas afins, tráfico de pessoas e terrorismo, se o apena-
Extinção
do NÃO for REINCIDENTE ESPECÍFICO em crimes dessa natu-
Art. 89 - O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquan-
reza.
to não passar em julgado a sentença em processo a que responde
Parágrafo único - Para o condenado por CRIME DOLOSO,
o liberado, por crime cometido na vigência do livramento.
COMETIDO COM VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA À PESSOA, a
concessão do livramento ficará também subordinada à constata-
Art. 90 - Se até o seu término o livramento não é revogado,
ção de condições pessoais que façam presumir que o liberado
considera-se extinta a pena privativa de liberdade.
não voltará a delinquir.

Súmula 617, STJ: A ausência de suspensão ou revogação do li-


+1/3 Não reincidente em crime DOLOSO e
vramento condicional antes do término do período de prova en-
bons antecedentes
seja a extinção da punibilidade pelo integral cumprimento da
LIVRAMENTO
+1/2 Reincidente em crime DOLOSO pena.
CONDICIONAL
Crimes hediondos e equiparados e
não ser reincidente específico LIVRAMENTO CONDICIONAL
+2/3
Associação para o tráfico (art. 44, pa- Requisitos O condenado deve ter:
rágrafo único, da Lei 11343/06) OBJETIVOS 1) sido sentenciado a uma pena privativa
de liberdade igual ou superior a 2 anos;
2) reparado o dano causado com o crime,
REQUISITOS LIVRAMENTO CONDICIONAL
salvo se for impossível fazê-lo;
ANTES DA LEI 13964/19 DEPOIS DA LEI 13964/19 3) cumprido parte da pena, quantidade que
irá variar conforme ele seja reincidente ou
III - comprovado III - comprovado:
não:
comportamento a) BOM comportamento
• condenado não reincidente em crime doloso
SATISFATÓRIO durante a durante a execução da pena;
e com bons antecedentes: basta cumprir mais
execução da pena, bom b) não cometimento de falta
de 1/3 (livramento condicional SIMPLES);
desempenho no trabalho que grave nos últimos 12 meses;
• condenado reincidente em crime doloso:
lhe foi atribuído e aptidão c) bom desempenho no
deve cumprir mais de 1/2 (livramento
para prover à própria trabalho que lhe foi atribuído;
condicional QUALIFICADO);
subsistência mediante e
• condenado por crime hediondo ou
trabalho honesto; d) aptidão para prover a
equiparado, se não for reincidente
própria subsistência mediante
específico em crimes dessa natureza: deve
trabalho honesto;
cumprir mais de 2/3 (livramento
condicional ESPECÍFICO);
Soma de penas • condenado por crime hediondo ou
Art. 84 - As penas que correspondem a infrações diversas equiparado, se for reincidente específico em
devem somar-se para efeito do livramento.

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DIA 5 / 22

crimes dessa natureza: não terá direito a § 4º Na sentença condenatória, o juiz deve declarar o valor da
livramento condicional. diferença apurada e especificar os bens cuja perda for
decretada. (LEI 13964/19)
O condenado deve ter: § 5º Os instrumentos utilizados para a prática de crimes por or-
1) bom comportamento carcerário a ser ganizações criminosas e milícias deverão ser declarados perdi-
comprovado pelo diretor da unidade dos em favor da União ou do Estado, dependendo da Justiça
prisional; onde tramita a ação penal, ainda que não ponham em perigo a
2) bom desempenho no trabalho que lhe segurança das pessoas, a moral ou a ordem pública, nem ofe-
foi atribuído; reçam sério risco de ser utilizados para o cometimento de no-
Requisitos 3) aptidão para prover a própria vos crimes. (LEI 13964/19)
SUBJETIVOS subsistência mediante trabalho honesto;
4) para o condenado por crime doloso, Art. 92 - São também efeitos da condenação (NÃO AUTO-
cometido com violência ou grave ameaça à MÁTICOS):
pessoa a concessão do livramento ficará I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo:
também subordinada àconstatação de a) quando aplicada PPL por tempo ≥1 ano, nos crimes pra-
condições pessoais que façam presumir ticados com abuso de poder ou violação de dever para com a
que o liberado não voltará a delinquir. Administração Pública;
*Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br b) quando for aplicada PPL por tempo > a 4 anos nos de-
mais casos.
CAPÍTULO VI II – a incapacidade para o exercício do poder familiar, da
DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO tutela ou da curatela nos crimes dolosos sujeitos à pena de re-
Efeitos genéricos e específicos clusão cometidos contra outrem igualmente titular do mesmo
Art. 91 - São efeitos da condenação (AUTOMÁTICOS): poder familiar, contra filho, filha ou outro descendente ou
I - tornar certa a OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR o dano cau- contra tutelado ou curatelado
sado pelo crime; III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado
II - a PERDA em favor da União, ressalvado o direito do le- como meio para a prática de crime doloso.
sado ou de terceiro de boa-fé: Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não são
a) dos INSTRUMENTOS do crime, desde que consistam em automáticos, devendo ser motivadamente declarados na senten-
coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua ça.
fato ilícito;
b) do PRODUTO do crime ou de qualquer bem ou valor que
Crime praticado por intermédio de automóvel é denominado
constitua proveito auferido pelo agente com a prática do fato cri-
DELITO DE CIRCULAÇÃO
minoso.
§ 1o Poderá ser decretada a perda de bens ou valores equiva-
lentes ao produto ou proveito do crime quando estes não forem São efeitos não automáticos São PRD na modalidade in-
encontrados ou quando se localizarem no exterior. da condenação (art. 92, CP): terdição temporária de
§ 2o Na hipótese do § 1o, as medidas assecuratórias previstas direitos (art. 47, CP)
na legislação processual poderão abranger bens ou valores equi- - A perda de cargo, função pú- - Proibição do exercício de
valentes do investigado ou acusado para posterior decretação de blica ou mandato eletivo cargo, função ou atividade
perda. - incapacidade para o exercí- pública, bem como de man-
cio do poder familiar, da tutela dato eletivo
Art. 91-A. Na hipótese de condenação por infrações às quais a lei ou da curatela nos crimes dolo- - Proibição do exercício de
comine pena máxima superior a 6 anos de reclusão, poderá ser sos sujeitos à pena de reclusão profissão, atividade ou ofício
decretada a perda, como produto ou proveito do crime, dos cometidos contra outrem igual- que dependam de habilitação
bens correspondentes à diferença entre o valor do patrimônio mente titular do mesmo poder especial, de licença ou autori-
do condenado e aquele que seja compatível com o seu familiar, contra filho, filha ou zação do poder público
rendimento lícito. (LEI 13964/19) outro descendente ou contra - Suspensão de autorização
§ 1º Para efeito da perda prevista no caput deste artigo, entende- tutelado ou curatelado ou de habilitação para dirigir
se por patrimônio do condenado todos os bens: - A inabilitação para dirigir ve- veículo
I - de sua titularidade, ou em relação aos quais ele tenha o ículo, quando utilizado como - Proibição de frequentar
domínio e o benefício direto ou indireto, na data da infração meio para a prática de crime determinados lugares
penal ou recebidos posteriormente; e (LEI 13964/19) doloso. - Proibição de inscrever-se
II - transferidos a terceiros a título gratuito ou mediante em concurso, avaliação ou
contraprestação irrisória, a partir do início da atividade criminal. exame públicos.
(LEI 13964/19)
§ 2º O condenado poderá demonstrar a inexistência da SÚMULAS SOBRE EFEITOS DA CONDENAÇÃO
incompatibilidade ou a procedência lícita do patrimônio.
Súmula 631-STJ: O indulto extingue os efeitos primários da
§ 3º A perda prevista neste artigo deverá ser requerida
condenação (pretensão executória), mas NÃO ATINGE OS EFEI-
expressamente pelo Ministério Público, por ocasião do
TOS SECUNDÁRIOS, penais ou extrapenais.
oferecimento da denúncia, com indicação da diferença apurada.
(LEI 13964/19)

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DIA 5 / 23

EFEITOS DA CONDENAÇÃO TÍTULO VI


DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA
O efeito principal (primário) da condenação
SISTEMA DO DUPLO SISTEMA VICARIANTE OU
é impor ao condenado uma sanção penal.
PRINCIPAIS BINÁRIO UNITÁRIO
Efeito principal (primário) = sanção penal.
(PRIMÁRIOS)
A sanção penal divide-se em: a) pena; b) O semi-imputável cumpriria Ao semi-imputável será aplica-
medida de segurança. inicialmente a pena privativa da a pena reduzida de 1/3 a
de liberdade e, ao seu final, 2/3 OU a medida de seguran-
PENAIS se mantida a presença da pe- ça, conforme seja mais ade-
Alguns exemplos: reincidência (art. 63), riculosidade, seria submetido quado ao caso.
causa de revogação do sursis (art. 77, I e § a uma medida de segurança Adotado pelo CP.
1º), causa de revogação do livramento
*Explicações retiradas do site https://blog.ebeji.com.br/o-cp-brasileiro-adota-o-
condicional (art. 86), causa de conversão da sistema-vicariante-ou-duplo-binario/
pena restritiva de direitos em privativa de
liberdade (art. 44, § 5º), impossibilita a Espécies de medidas de segurança
transação penal e concessão de suspensão Art. 96. As medidas de segurança são:
SECUNDÁRIOS condicional do processo (arts. 76 e 89 da Lei I - Internação em hospital de custódia e tratamento psiqui-
nº 9.099/95) etc. átrico ou, à falta, em outro estabelecimento adequado;
EXTRAPENAIS II - sujeição a tratamento ambulatorial.
a) Genéricos: art. 91 do CP; Parágrafo único - Extinta a punibilidade, não se impõe
b) Específicos: art. 92 do CP; medida de segurança nem subsiste a que tenha sido imposta.
c) Previstos em “leis” especiais (exs: art. 15,
III, CF; art. 83 da Lei de Licitações; art. 181, MS DETENTIVA MS RESTRITIVA
da Lei de Falências).
Internação Tratamento ambulatorial
*Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br
Crimes apenados com Crimes apenados com DETEN-
CAPÍTULO VII RECLUSÃO ÇÃO, salvo se a periculosidade
DA REABILITAÇÃO do agente justificar a aplicação
Reabilitação de internação
Art. 93 - A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas
em sentença definitiva, assegurando ao condenado O SIGILO Imposição da medida de segurança para inimputável
DOS REGISTROS sobre o seu processo e condenação. Art. 97 - Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua
Parágrafo único - A reabilitação poderá, também, atingir os internação (art. 26). Se, todavia, o fato previsto como crime for
efeitos da condenação, previstos no art. 92 deste Código, veda- punível com detenção, poderá o juiz submetê-lo a tratamento
da reintegração na situação anterior, nos casos dos incisos I ambulatorial.
(perda de cargo, função pública ou mandato eletivo) e II (incapa- Prazo
cidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela) do § 1º - A internação, ou tratamento ambulatorial, será por
mesmo artigo. tempo INDETERMINADO, perdurando enquanto não for averi-
guada, mediante perícia médica, a cessação de periculosidade. O
Art. 94 - A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 prazo mínimo deverá ser de 1 a 3 anos.
anos do dia em que for extinta, de qualquer modo, a pena ou Perícia médica
terminar sua execução, computando-se o período de prova da § 2º - A perícia médica realizar-se-á ao termo do prazo míni-
suspensão e o do livramento condicional, se não sobrevier re- mo fixado e deverá ser repetida de ano em ano, ou a qualquer
vogação, desde que o condenado: tempo, se o determinar o juiz da execução.
I - tenha tido domicílio no País no prazo acima referido (2 Desinternação ou liberação condicional
anos); § 3º - A desinternação, ou a liberação, SERÁ SEMPRE CON-
II - tenha dado, durante esse tempo, demonstração efetiva e DICIONAL devendo ser restabelecida a situação anterior se o
constante de bom comportamento público e privado; agente, antes do decurso de 1 ano, pratica fato indicativo de
III - tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demons- persistência de sua periculosidade (o fato não precisa ser típico)
tre a absoluta impossibilidade de o fazer, até o dia do pedido, ou § 4º - Em qualquer fase do tratamento ambulatorial, poderá
exiba documento que comprove a renúncia da vítima ou novação o juiz determinar a internação do agente, se essa providência for
da dívida. necessária para fins curativos.
Parágrafo único - Negada a reabilitação, poderá ser requeri-
da, a qualquer tempo, desde que o pedido seja instruído com no- Substituição da pena por medida de segurança para o semi-
vos elementos comprobatórios dos requisitos necessários. imputável
Art. 98 - Na hipótese do parágrafo único do art. 26 deste
Art. 95 - A reabilitação será revogada, de ofício ou a re- Código e necessitando o condenado de especial tratamento cura-
querimento do Ministério Público, se o reabilitado for condena- tivo, a pena privativa de liberdade pode ser substituída pela
do, como reincidente, por decisão definitiva, a pena que não internação, ou tratamento ambulatorial, pelo prazo mínimo
seja de multa. de 1 a 3 anos, nos termos do artigo anterior e respectivos §§ 1º a
4º.

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DIA 5 / 24

PRAZO MÁXIMO DA MEDIDA DE SEGURANÇA II - ele próprio houver desempenhado qualquer dessas
funções ou servido como testemunha;
STF STJ III - tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunci-
30 anos Prazo igual ao da pena máxima ando-se, de fato ou de direito, sobre a questão;
abstratamente cominada pelo IV - ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou
crime afim em linha reta ou colateral até o 3° grau, inclusive, for parte
ou diretamente interessado no feito.
Direitos do internado
Art. 253. Nos juízos coletivos, não poderão servir no mesmo
Art. 99 - O internado será recolhido a estabelecimento dota-
processo os juízes que forem entre si parentes, consanguíneos ou
do de características hospitalares e será submetido a tratamento.
afins, em linha reta ou colateral até o 3° grau, inclusive.

INIMPUTÁVEL SEMI-IMPUTÁVEL Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, po-
Absolvição imprópria Condenação derá ser recusado por qualquer das partes:
*Não interrompe o prazo I - se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer de-
prescricional les;
II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, esti-
Impõe-se medida de segurança Impõe-se pena, reduzida de ver respondendo a processo por fato análogo, sobre cujo ca-
1/3 a 2/3. ráter criminoso haja controvérsia;
OBS: caso seja necessário, o III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo, ou
juiz pode impor medida de se- afim, até o 3° grau, inclusive, sustentar demanda ou responder
gurança a processo que tenha de ser julgado por qualquer das partes;
MS não gera reincidência MS, caso imposta, IV - se tiver aconselhado qualquer das partes;
gera reincidência V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qual-
quer das partes;
VI - se for sócio, acionista ou administrador de sociedade
SÚMULAS SOBRE MEDIDA DE SEGURANÇA interessada no processo.
STF
Art. 255. O impedimento ou suspeição decorrente de pa-
Súmula 422-STF: A absolvição criminal não prejudica a medida rentesco por afinidade cessará pela dissolução do casamento
de segurança, quando couber, ainda que importe privação da que lhe tiver dado causa, salvo sobrevindo descendentes; mas,
liberdade. ainda que dissolvido o casamento sem descendentes, não
Súmula 520-STF: Não exige a lei que, para requerer o exame funcionará como juiz o sogro, o padrasto, o cunhado, o genro
a que se refere o art. 777 do Código de Processo Penal, tenha o ou enteado de quem for parte no processo.
sentenciado cumprido mais de metade do prazo da medida
de segurança imposta. Art. 256. A suspeição não poderá ser declarada nem reco-
Súmula 525-STF: A medida de segurança não será aplicada nhecida, quando a parte injuriar o juiz ou de propósito der motivo
em segunda instância, quando só o réu tenha recorrido. para criá-la.
STJ
CAPÍTULO II
Súmula 527-STJ: O tempo de duração da medida de segurança DO MINISTÉRIO PÚBLICO
não deve ultrapassar o limite máximo da pena Art. 257. Ao Ministério Público cabe:
abstratamente cominada ao delito praticado (STF: não pode I - promover, privativamente, a ação penal pública, na
ultrapassar 30 anos) forma estabelecida neste Código; e
II - fiscalizar a execução da lei.
CÓDIGO PROCESSO PENAL
Art. 258. Os órgãos do Ministério Público não funcionarão
nos processos em que o juiz ou qualquer das partes for seu côn-
TÍTULO VIII
juge, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colate-
DO JUIZ, DO MINISTÉRIO PÚBLICO, DO ACUSADO E DEFENSOR,
ral, até o 3° grau, inclusive, e a eles se estendem, no que lhes for
DOS ASSISTENTES E AUXILIARES DA JUSTIÇA
aplicável, as prescrições relativas à suspeição e aos impedimentos
CAPÍTULO I
dos juízes.
DO JUIZ
Art. 251. Ao juiz incumbirá prover à regularidade do proces-
so e manter a ordem no curso dos respectivos atos, podendo, SÚMULA SOBRE MP
para tal fim, requisitar a força pública. Súmula 701-STF: No mandado de segurança impetrado pelo
Ministério Público contra decisão proferida em processo penal,
Art. 252. O juiz não poderá exercer jurisdição no processo é obrigatória a citação do réu como litisconsorte passivo.
em que:
I - tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consanguí-
CAPÍTULO III
neo ou afim, em linha reta ou colateral até o 3° grau, inclusive,
DO ACUSADO E SEU DEFENSOR
como defensor ou advogado, órgão do Ministério Público,
autoridade policial, auxiliar da justiça ou perito;

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DIA 5 / 25

Art. 259. A impossibilidade de identificação do acusado com Art. 264. Salvo motivo relevante, os advogados e solicitado-
o seu verdadeiro nome ou outros qualificativos não retardará a res serão obrigados, sob pena de multa de cem a quinhentos mil-
ação penal, quando certa a identidade física. A qualquer tem- réis, a prestar seu patrocínio aos acusados, quando nomeados
po, no curso do processo, do julgamento ou da execução da sen- pelo Juiz.
tença, se for descoberta a sua qualificação, far-se-á a retificação,
por termo, nos autos, sem prejuízo da validade dos atos prece- Art. 265. O defensor não poderá abandonar o processo se-
dentes. não por motivo imperioso, comunicado previamente o juiz,
sob pena de multa de 10 a 100 salários mínimos, sem prejuízo
Art. 260. Se o acusado não atender à intimação para o inter- das demais sanções cabíveis.
rogatório (expressão não recepcionada pela CF/88), reconheci- § 1o A audiência poderá ser adiada se, por motivo justifi-
mento ou qualquer outro ato que, sem ele, não possa ser realiza- cado, o defensor não puder comparecer.
do, a autoridade poderá mandar conduzi-lo à sua presença. § 2o Incumbe ao defensor provar o impedimento até a
Parágrafo único. O mandado conterá, além da ordem de abertura da audiência. Não o fazendo, o juiz não determinará
condução, os requisitos mencionados no art. 352, no que lhe for o adiamento de ato algum do processo, devendo nomear de-
aplicável. fensor substituto, ainda que provisoriamente ou só para o
efeito do ato.
O STF entendeu que a condução coercitiva viola a liberdade de
locomoção. Art. 266. A constituição de defensor independerá de ins-
A condução coercitiva viola o princípio da não culpabilidade trumento de mandato, se o acusado o indicar por ocasião do
(ou da presunção de inocência), previsto no art. 5º, LVII, da CF/ interrogatório.
88.
A condução coercitiva desrespeita a dignidade da pessoa hu- Art. 267. Nos termos do art. 252, não funcionarão como de-
mana. fensores os parentes do juiz.
A condução coercitiva é ilegítima mesmo que o investigado
tenha sido previamente intimado para comparecer à Delega- CAPÍTULO IV
cia para interrogatório e tenha se recusado. Assim, mesmo DOS ASSISTENTES
que seja obedecida rigorosamente a cautela do art. 260, ainda Art. 268. Em todos os termos da ação pública, poderá inter-
assim a condução coercitiva para interrogatório será indevida. vir, como assistente do Ministério Público, o ofendido ou seu re-
Isso porque a CF/88 e os tratados internacionais, ao preverem o presentante legal, ou, na falta, qualquer das pessoas menciona-
direito do investigado ao silêncio, asseguram também a ele, das no Art. 31 (CADI).
como decorrência, o direito de ausência ao interrogatório.
Condução coercitiva pode ser adotada para outras hipóte- Art. 269. O assistente será admitido enquanto não passar
ses: Para que a condução coercitiva seja legítima, ela deve des- em julgado a sentença e receberá a causa no estado em que se
tinar-se à prática de um ato ao qual a pessoa tem o dever de achar.
comparecer, ou, ao menos, que possa ser legitimamente
obrigada a comparecer. Art. 270. O corréu no mesmo processo não poderá intervir
Exemplo 1: condução coercitiva quando houver dúvida so- como assistente do Ministério Público.
bre a identidade civil do investigado.
Exemplo 2: condução coercitiva para fazer a qualificação do Art. 271. Ao assistente será permitido propor meios de
investigado (1ª fase do interrogatório). prova, requerer perguntas às testemunhas, aditar o libelo e os
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Inconstitucionalidade da condução coerci- articulados, participar do debate oral e arrazoar os recursos in-
tiva para interrogatório. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: terpostos pelo Ministério Público, ou por ele próprio, nos casos
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/ dos arts. 584, § 1, e 598.
1f74a54f39b3123ad272ca0a06e7463f Acesso em: 31/01/2019
§ 1o O juiz, ouvido o Ministério Público, decidirá acerca da
realização das provas propostas pelo assistente.
Art. 261. Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragi- § 2o O processo prosseguirá independentemente de nova
do, será processado ou julgado sem defensor. intimação do assistente, quando este, intimado, deixar de compa-
Parágrafo único. A defesa técnica, quando realizada por de- recer a qualquer dos atos da instrução ou do julgamento, sem
fensor público ou dativo, será sempre exercida através de ma- motivo de força maior devidamente comprovado.
nifestação fundamentada.
Art. 272. O Ministério Público será ouvido previamente
Art. 262. Ao acusado menor dar-se-á curador. sobre a admissão do assistente.

Art. 263. Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á nomeado de- Art. 273. Do despacho que admitir, ou não, o assistente,
fensor pelo juiz, ressalvado o seu direito de, a todo tempo, no- NÃO CABERÁ RECURSO, devendo, entretanto, constar dos autos
mear outro de sua confiança, ou a si mesmo defender-se, caso o pedido e a decisão.
tenha habilitação.
Parágrafo único. O acusado, que não for pobre, será obri-
SÚMULAS SOBRE ASSISTENTE
gado a pagar os honorários do defensor dativo, arbitrados pelo
juiz. Súmula 210-STF: O assistente do Ministério Público pode re-
correr, inclusive extraordinariamente, na ação penal, nos ca-
sos dos arts. 584, parágrafo 1º e 598 do Código de Processo Pe-

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DIA 5 / 26

nal. § 2º As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz a


Súmula 448-STF: O prazo para o assistente recorrer, supletiva- requerimento das partes ou, quando no curso da investigação
mente, começa a correr imediatamente após o transcurso do criminal, por representação da autoridade policial ou mediante
prazo do Ministério Público. requerimento do Ministério Público. (LEI 13964/19)
OBS: Se o assistente já estava habilitado nos autos o prazo de § 3º Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de
recurso será de 5 dias; Se ainda não estava habilitado: o prazo ineficácia da medida, o juiz, ao receber o pedido de medida
será de 15 dias. cautelar, determinará a intimação da parte contrária, para se
manifestar no prazo de 5 dias, acompanhada de cópia do
requerimento e das peças necessárias, permanecendo os autos
CAPÍTULO V
em juízo, e os casos de urgência ou de perigo deverão ser
DOS FUNCIONÁRIOS DA JUSTIÇA
justificados e fundamentados em decisão que contenha
Art. 274. As prescrições sobre suspeição dos juízes esten-
elementos do caso concreto que justifiquem essa medida
dem-se aos serventuários e funcionários da justiça, no que lhes
excepcional. (LEI 13964/19)
for aplicável.
§ 4º No caso de descumprimento de qualquer das obrigações
impostas, o juiz, mediante requerimento do Ministério
CAPÍTULO VI
Público, de seu assistente ou do querelante, poderá substituir
DOS PERITOS E INTÉRPRETES
a medida, impor outra em cumulação, ou, em último caso,
Art. 275. O perito, ainda quando não oficial, estará sujeito à
decretar a prisão preventiva, nos termos do parágrafo único do
disciplina judiciária.
art. 312 deste Código. (LEI 13964/19)
§ 5º O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a
Art. 276. As partes não intervirão na nomeação do perito.
medida cautelar ou substituí-la quando verificar a falta de
motivo para que subsista, bem como voltar a decretá-la, se
Art. 277. O perito nomeado pela autoridade será obrigado a
sobrevierem razões que a justifiquem. (LEI 13964/19)
aceitar o encargo, sob pena de multa de cem a quinhentos mil-
§ 6º A prisão preventiva somente será determinada quando não
réis, salvo escusa atendível.
for cabível a sua substituição por outra medida cautelar, ob-
Parágrafo único. Incorrerá na mesma multa o perito que,
servado o art. 319 deste Código, e o não cabimento da substi-
sem justa causa, provada imediatamente:
tuição por outra medida cautelar deverá ser justificado de for-
a) deixar de acudir à intimação ou ao chamado da autorida-
ma fundamentada nos elementos presentes do caso concreto, de
de;
forma individualizada. (LEI 13964/19)
b) não comparecer no dia e local designados para o exame;
c) não der o laudo, ou concorrer para que a perícia não seja
feita, nos prazos estabelecidos. DECRETAÇÃO DE MEDIDAS CAUTELARES

ANTES DA LEI 13964/19 DEPOIS DA LEI 13964/19


Art. 278. No caso de não-comparecimento do perito, sem
justa causa, a autoridade poderá determinar a sua condução. Serão decretadas pelo juiz, de Serão decretadas pelo juiz a
ofício ou a requerimento das requerimento das partes ou,
Art. 279. Não poderão ser peritos: partes ou, quando no curso da quando no curso da
I - os que estiverem sujeitos à interdição de direito mencio- investigação criminal, por investigação criminal, por
nada nos n°. I e IV do art. 69 do Código Penal; representação da autoridade representação da autoridade
II - os que tiverem prestado depoimento no processo ou policial ou mediante policial ou mediante
opinado anteriormente sobre o objeto da perícia; requerimento do Ministério requerimento do Ministério
III - os analfabetos e os menores de 21 anos. Público. Público.

O juiz não poderá mais decretar as medidas cautelares de ofício.


Art. 280. É extensivo aos peritos, no que lhes for aplicável, o
disposto sobre suspeição dos juízes. Ressalvados os casos de Ressalvados os casos de
urgência ou de perigo de urgência ou de perigo de
Art. 281. Os intérpretes são, para todos os efeitos, equipara- ineficácia da medida, o juiz, ao ineficácia da medida, o juiz,
dos aos peritos. receber o pedido de medida ao receber o pedido de
cautelar, determinará a medida cautelar, determinará
TÍTULO IX intimação da parte contrária, a intimação da parte
DA PRISÃO, DAS MEDIDAS CAUTELARES E acompanhada de cópia do contrária, para se manifestar
DA LIBERDADE PROVISÓRIA requerimento e das peças no prazo de 5 dias,
Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deve- necessárias, permanecendo os acompanhada de cópia do
rão ser aplicadas observando-se a: autos em juízo. requerimento e das peças
I - necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação necessárias, permanecendo os
ou a instrução criminal e, nos casos expressamente previstos, autos em juízo, e os casos de
para evitar a prática de infrações penais; urgência ou de perigo
II - adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias deverão ser justificados e
do fato e condições pessoais do indiciado ou acusado. fundamentados em decisão
§ 1o As medidas cautelares poderão ser aplicadas isolada ou que contenha elementos do
cumulativamente. caso concreto que justifiquem
essa medida excepcional.

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DIA 5 / 27

Ao receber o pedido de medida cautelar, o juiz deverá intimar a PRISÃO EM FLAGRANTE


parte contrária, para se manifestar no prazo de 5 dias.
ANTES DA LEI 13964/19 DEPOIS DA LEI 13964/19
Os casos de urgência ou de perigo deverão ser justificados e
fundamentados em decisão Ninguém poderá ser preso Ninguém poderá ser preso
senão em flagrante delito ou senão em flagrante delito ou
No caso de descumprimento No caso de descumprimento
por ordem escrita e por ordem escrita e
de qualquer das obrigações de qualquer das obrigações
fundamentada da autoridade fundamentada da autoridade
impostas, o juiz, de ofício ou impostas, o juiz, mediante
judiciária competente, em judiciária competente, em
mediante requerimento do requerimento do Ministério
decorrência de sentença decorrência de prisão
Ministério Público, de seu Público, de seu assistente ou
condenatória transitada em cautelar ou em virtude de
assistente ou do querelante, do querelante, poderá
julgado ou, no curso da condenação criminal
poderá substituir a medida, substituir a medida, impor
investigação ou do processo, transitada em julgado.
impor outra em cumulação, ou, outra em cumulação, ou, em
em virtude de prisão
em último caso, decretar a último caso, decretar a prisão
temporária ou prisão
prisão preventiva (art. 312, preventiva, nos termos do
preventiva.
parágrafo único). parágrafo único do art. 312
deste Código.
Art. 284. Não será permitido o emprego de força, salvo a
EM CASO DE DESCUMPRIMENTO, o juiz não poderá mais, de indispensável no caso de resistência ou de tentativa de fuga do
ofício, substituir a medida, impor outra em cumulação ou preso.
decretar a prisão preventiva.

O juiz poderá revogar a O juiz poderá, de ofício ou a Art. 285. A autoridade que ordenar a prisão fará expedir o
medida cautelar ou substituí-la pedido das partes, revogar a respectivo mandado.
quando verificar a falta de medida cautelar ou substituí- Parágrafo único. O mandado de prisão:
motivo para que subsista, bem la quando verificar a falta de a) será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade;
como voltar a decretá-la, se motivo para que subsista, b) designará a pessoa, que tiver de ser presa, por seu nome,
sobrevierem razões que a bem como voltar a decretá-la, alcunha ou sinais característicos;
justifiquem. se sobrevierem razões que a c) mencionará a infração penal que motivar a prisão;
justifiquem. d) declarará o valor da fiança arbitrada, quando afiançável a
infração;
Quando faltar motivo para que subsista a medida cautelar e) será dirigido a quem tiver qualidade para dar-lhe execu-
imposta ou quando sobrevierem razões que a justifique, o juiz ção.
poderá, de ofício, revogá-la ou substituí-la, respectivamente.

A prisão preventiva será A prisão preventiva somente Art. 286. O mandado será passado em duplicata, e o execu-
determinada quando não for será determinada quando tor entregará ao preso, logo depois da prisão, um dos exemplares
cabível a sua substituição por não for cabível a sua com declaração do dia, hora e lugar da diligência. Da entrega de-
outra medida cautelar substituição por outra verá o preso passar recibo no outro exemplar; se recusar, não
medida cautelar, observado o souber ou não puder escrever, o fato será mencionado em decla-
art. 319 deste Código, e o não ração, assinada por duas testemunhas.
cabimento da substituição
por outra medida cautelar Art. 287. Se a infração for inafiançável, a falta de exibição
deverá ser justificado de do mandado não obstará a prisão, e o preso, em tal caso, será
forma fundamentada nos imediatamente apresentado ao juiz que tiver expedido o man-
elementos presentes do caso dado, para a realização de audiência de custódia. (LEI
concreto, de forma 13964/19)
individualizada.
ANTES DA LEI 13964/19 DEPOIS DA LEI 13964/19
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante Se a infração for inafiançável, a Se a infração for inafiançável,
delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade ju- falta de exibição do mandado a falta de exibição do
diciária competente, em decorrência de prisão cautelar ou em não obstará à prisão, e o preso, mandado não obstará a
virtude de condenação criminal transitada em julgado. (LEI em tal caso, será prisão, e o preso, em tal caso,
13964/19) imediatamente apresentado ao será imediatamente
§ 1o As medidas cautelares previstas neste Título não se aplicam juiz que tiver expedido o apresentado ao juiz que tiver
à infração a que não for isolada, cumulativa ou alternativa- mandado. expedido o mandado, para a
mente cominada pena privativa de liberdade. realização de audiência de
§ 2o A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a qualquer custódia.
hora, respeitadas as restrições relativas à inviolabilidade do domi-
cílio.
Art. 288. Ninguém será recolhido à prisão, sem que seja exi-
bido o mandado ao respectivo diretor ou carcereiro, a quem será
entregue cópia assinada pelo executor ou apresentada a guia ex-

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DIA 5 / 28

pedida pela autoridade competente, devendo ser passado recibo Art. 291. A prisão em virtude de mandado entender-se-á fei-
da entrega do preso, com declaração de dia e hora. ta desde que o executor, fazendo-se conhecer do réu, lhe apre-
Parágrafo único. O recibo poderá ser passado no próprio sente o mandado e o intime a acompanhá-lo.
exemplar do mandado, se este for o documento exibido.
Art. 292. Se houver, ainda que por parte de terceiros, resis-
Art. 289. Quando o acusado estiver no território nacional, tência à prisão em flagrante ou à determinada por autoridade
fora da jurisdição do juiz processante, será deprecada a sua pri- competente, o executor e as pessoas que o auxiliarem poderão
são, devendo constar da precatória o inteiro teor do mandado. usar dos meios necessários para defender-se ou para vencer a re-
§ 1o Havendo urgência, o juiz poderá requisitar a prisão por sistência, do que tudo se lavrará auto subscrito também por duas
qualquer meio de comunicação, do qual deverá constar o moti- testemunhas.
vo da prisão, bem como o valor da fiança se arbitrada. Parágrafo único. É vedado o uso de algemas em mulheres
§ 2o A autoridade a quem se fizer a requisição tomará as precau- grávidas durante os atos médico-hospitalares preparatórios
ções necessárias para averiguar a autenticidade da comunicação. para a realização do parto e durante o trabalho de parto, bem
§ 3o O juiz processante deverá providenciar a remoção do preso como em mulheres durante o período de puerpério imediato.
no prazo máximo de 30 dias, contados da efetivação da medida.
Art. 293. Se o executor do mandado verificar, com seguran-
Art. 289-A. O juiz competente providenciará o imediato re- ça, que o réu entrou ou se encontra em alguma casa, o morador
gistro do mandado de prisão em banco de dados mantido pelo será intimado a entregá-lo, à vista da ordem de prisão. Se não for
CNJ para essa finalidade. obedecido imediatamente, o executor convocará 2 testemunhas
§ 1o Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão determina- e, sendo dia, entrará à força na casa, arrombando as portas, se
da no mandado de prisão registrado no Conselho Nacional de preciso; sendo noite, o executor, depois da intimação ao mo-
Justiça, ainda que fora da competência territorial do juiz que o ex- rador, se não for atendido, fará guardar todas as saídas, tor-
pediu. nando a casa incomunicável, e, logo que amanheça, arromba-
§ 2o Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão decretada, rá as portas e efetuará a prisão.
ainda que sem registro no Conselho Nacional de Justiça, adotan- Parágrafo único. O morador que se recusar a entregar o réu
do as precauções necessárias para averiguar a autenticidade do oculto em sua casa será levado à presença da autoridade, para
mandado e comunicando ao juiz que a decretou, devendo este que se proceda contra ele como for de direito.
providenciar, em seguida, o registro do mandado na forma do ca-
put deste artigo. Art. 294. No caso de prisão em flagrante, observar-se-á o
§ 3o A prisão será imediatamente comunicada ao juiz do local de disposto no artigo anterior, no que for aplicável.
cumprimento da medida o qual providenciará a certidão extraída
do registro do Conselho Nacional de Justiça e informará ao juízo Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a prisão especial, à
que a decretou. disposição da autoridade competente, quando sujeitos a prisão
§ 4o O preso será informado de seus direitos, nos termos do inci- antes de condenação definitiva:
so LXIII do art. 5 da Constituição Federal e, caso o autuado não I - os ministros de Estado;
informe o nome de seu advogado, será comunicado à Defensoria II - os governadores ou interventores de Estados ou Territó-
Pública. rios, o prefeito do Distrito Federal, seus respectivos secretários, os
§ 5o Havendo dúvidas das autoridades locais sobre a legitimidade prefeitos municipais, os vereadores e os chefes de Polícia;
da pessoa do executor ou sobre a identidade do preso, aplica-se III - os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de
o disposto no § 2 do art. 290 deste Código. Economia Nacional e das Assembleias Legislativas dos Estados;
§ 6o O CNJ regulamentará o registro do mandado de prisão a que IV - os cidadãos inscritos no "Livro de Mérito";
se refere o caput deste artigo. V – os oficiais das Forças Armadas e os militares dos Estados,
do Distrito Federal e dos Territórios;
Art. 290. Se o réu, sendo perseguido, passar ao território de VI - os magistrados;
outro município ou comarca, o executor poderá efetuar-lhe a pri- VII - os diplomados por qualquer das faculdades superiores
são no lugar onde o alcançar, apresentando-o imediatamente à da República;
autoridade local, que, depois de lavrado, se for o caso, o auto VIII - os ministros de confissão religiosa;
de flagrante, providenciará para a remoção do preso. IX - os ministros do Tribunal de Contas;
§ 1o - Entender-se-á que o executor vai em perseguição do X - os cidadãos que já tiverem exercido efetivamente a fun-
réu, quando: ção de jurado, salvo quando excluídos da lista por motivo de in-
a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem interrupção, em- capacidade para o exercício daquela função;
bora depois o tenha perdido de vista; XI - os delegados de polícia e os guardas-civis dos Estados e
b) sabendo, por indícios ou informações fidedignas, que o Territórios, ativos e inativos.
réu tenha passado, há pouco tempo, em tal ou qual direção, pelo § 1o A prisão especial, prevista neste Código ou em outras
lugar em que o procure, for no seu encalço. leis, consiste exclusivamente no recolhimento em local distin-
§ 2o Quando as autoridades locais tiverem fundadas razões to da prisão comum.
para duvidar da legitimidade da pessoa do executor ou da legali - § 2o Não havendo estabelecimento específico para o preso
dade do mandado que apresentar, poderão pôr em custódia o especial, este será recolhido em cela distinta do mesmo esta-
réu, até que fique esclarecida a dúvida. belecimento.
§ 3o A cela especial poderá consistir em alojamento cole-
tivo, atendidos os requisitos de salubridade do ambiente, pela

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DIA 5 / 29

concorrência dos fatores de aeração, insolação e condicionamen- ÇÃO; já a Lei 11343/06 exige prévia AUTORIZA-
to térmico adequados à existência humana. ÇÃO JUDICIAL.
§ 4o O preso especial não será transportado juntamente
com o preso comum.
Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o agente
§ 5o Os demais direitos e deveres do preso especial serão os
em flagrante delito enquanto não cessar a permanência.
mesmos do preso comum.
Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ou-
Art. 296. Os inferiores e praças de pré, onde for possível, se-
virá esta o condutor e colherá, desde logo, sua assinatura, entre-
rão recolhidos à prisão, em estabelecimentos militares, de acordo
gando a este cópia do termo e recibo de entrega do preso. Em
com os respectivos regulamentos.
seguida, procederá à oitiva das testemunhas que o acompanha-
rem e ao interrogatório do acusado sobre a imputação que lhe é
Art. 297. Para o cumprimento de mandado expedido pela
feita, colhendo, após cada oitiva suas respectivas assinaturas, la-
autoridade judiciária, a autoridade policial poderá expedir tantos
vrando, a autoridade, afinal, o auto.
outros quantos necessários às diligências, devendo neles ser fiel-
§ 1o Resultando das respostas fundada a suspeita contra o
mente reproduzido o teor do mandado original.
conduzido, a autoridade mandará recolhê-lo à prisão, exceto no
caso de livrar-se solto ou de prestar fiança, e prosseguirá nos atos
Art. 299. A captura poderá ser requisitada, à vista de manda-
do inquérito ou processo, se para isso for competente; se não o
do judicial, por qualquer meio de comunicação, tomadas pela au-
for, enviará os autos à autoridade que o seja.
toridade, a quem se fizer a requisição, as precauções necessárias
§ 2o A falta de testemunhas da infração não impedirá o
para averiguar a autenticidade desta.
auto de prisão em flagrante; mas, nesse caso, com o condutor,
deverão assiná-lo pelo menos 2 pessoas que hajam testemunha-
Art. 300. As pessoas presas provisoriamente ficarão separa-
do a apresentação do preso à autoridade.
das das que já estiverem definitivamente condenadas, nos termos
§ 3o Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou
da lei de execução penal.
não puder fazê-lo, o auto de prisão em flagrante será assinado
Parágrafo único. O militar preso em flagrante delito, após a
por 2 testemunhas, que tenham ouvido sua leitura na presença
lavratura dos procedimentos legais, será recolhido a quartel da
deste.
instituição a que pertencer, onde ficará preso à disposição das au-
§ 4o Da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá
toridades competentes.
constar a informação sobre a existência de filhos, respectivas
idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato
CAPÍTULO II
de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela
DA PRISÃO EM FLAGRANTE
pessoa presa.
Art. 301. Qualquer do povo poderá (flagrante facultativo)
e as autoridades policiais e seus agentes deverão (flagrante
Art. 305. Na falta ou no impedimento do escrivão, qualquer
compulsório) prender quem quer que seja encontrado em fla-
pessoa designada pela autoridade lavrará o auto, depois de pres-
grante delito.
tado o compromisso legal.

Art. 302. Considera-se em FLAGRANTE DELITO quem:


Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se en-
I - está cometendo a infração penal (Flagrante Próprio)
contre serão comunicados imediatamente ao juiz competente,
II - acaba de cometê-la (Flagrante Próprio)
ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendi-
indicada.
do ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser
autor da infração (Flagrante Impróprio/Irreal/Quase-Flagran-
te) Juiz
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, Comunicação imediata da
MP
objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração prisão
(Flagrante Presumido/Ficto) Família do preso

OUTRAS ESPÉCIES DE FLAGRANTES § 1o Em até 24 horas após a realização da prisão, será en-
caminhado ao juiz competente o auto de prisão em flagrante e,
Flagrante A autoridade policial antecede o início da exe- caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia
Esperado cução delitiva integral para a Defensoria Pública.
Flagrante O agente é induzido a cometer o delito.
Preparado S145/STF: Não há crime quando a preparação Em até 24 horas após a pri- Juiz
ou do flagrante pela polícia torna impossível sua são, encaminha-se o auto de
Defensoria Pública (cópia inte-
Provocado consumação prisão em flagrante
gral)
Flagrante A autoridade policial tem a faculdade de aguar-
Prorrogado dar o momento mais adequado para realizar a § 2o No mesmo prazo (até 24 horas após a realização da
ou Diferido prisão, ainda que sua atitude implique na poster- prisão), será entregue ao preso, mediante recibo, a nota de
gação da intervenção. Previsto na Lei 12850/13, culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome
Lei 11343/06 e Lei 9613/98. do condutor e os das testemunhas.
OBS: A Lei 12850/13 exige prévia COMUNICA-

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DIA 5 / 30

Art. 307. Quando o fato for praticado em presença da auto- de uma autoridade judicial a presença do acusado, seu
ridade, ou contra esta, no exercício de suas funções, constarão do (magistrado) que irá analisar advogado constituído ou
auto a narração deste fato, a voz de prisão, as declarações que fi- se os direitos fundamentais membro da Defensoria Pú-
zer o preso e os depoimentos das testemunhas, sendo tudo assi- dessa pessoa foram blica e o membro do Minis-
nado pela autoridade, pelo preso e pelas testemunhas e remetido respeitados (ex.: se não houve tério Público, e, nessa au-
imediatamente ao juiz a quem couber tomar conhecimento do tortura) se a prisão em flagrante diência, o juiz deverá, fun-
fato delituoso, se não o for a autoridade que houver presidido o foi legal ou se deve ser relaxada damentadamente:
auto. (art. 310, I, do CPP) e se a prisão I - relaxar a prisão ilegal; ou
cautelar (antes do trânsito em II - converter a prisão em
Art. 308. Não havendo autoridade no lugar em que se tiver julgado) deve ser decretada (art. flagrante em preventiva,
efetuado a prisão, o preso será logo apresentado à do lugar mais 310, II) ou se o preso poderá quando presentes os requisi-
próximo. receber a liberdade provisória tos constantes do art. 312
(art. 310, III) ou medida cautelar deste Código, e se revelarem
Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá ser posto em liber- diversa da prisão (art. 319). inadequadas ou insuficientes
dade, depois de lavrado o auto de prisão em flagrante. CAVALCANTE, Márcio André as medidas cautelares diver-
Lopes. A falta da audiência de sas da prisão; ou
Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no custódia enseja nulidade da III - conceder liberdade pro-
prazo máximo de até 24 horas após a realização da prisão, o prisão preventiva? O preso visória, com ou sem fiança.
juiz deverá promover AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA com a presen- deverá ser colocado em
ça do acusado, seu advogado constituído ou membro da De- liberdade?. Buscador Dizer o
fensoria Pública e o membro do Ministério Público, e, nessa Direito, Manaus. Disponível em:
audiência, o juiz deverá, fundamentadamente: (LEI 13964/19) <https://www.buscadordizerodir
§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, eito.com.br/jurisprudencia/detal
que o agente praticou o fato em qualquer das condições hes/
constantes dos incisos I, II ou III do caput do art. 23 do Decreto- 05ae14d7ae387b93370d142d82
Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal) (legítima 220f1b>. Acesso em:
defesa), poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado 26/12/2019
liberdade provisória, mediante termo de comparecimento
obrigatório a todos os atos processuais, sob pena de revogação. Se o juiz verificar, pelo auto de Se o juiz verificar, pelo auto
(LEI 13964/19) prisão em flagrante, que o de prisão em flagrante, que
§ 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que agente praticou o fato nas o agente praticou o fato em
integra organização criminosa armada ou milícia, ou que condições constantes qualquer das condições
porta arma de fogo de uso restrito, DEVERÁ DENEGAR A dos incisos I a III do caput do constantes dos incisos I, II ou
LIBERDADE PROVISÓRIA, com ou sem medidas cautelares. (LEI art. 23 do Decreto-Lei n o 2.848, III do caput do art. 23 do
13964/19) de 7 de dezembro de 1940 - Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
§ 3º A autoridade que deu causa, sem motivação idônea, à Código Penal, poderá, dezembro de 1940 (Código
não realização da audiência de custódia no prazo estabelecido fundamentadamente, conceder Penal) (legítima defesa),
no caput deste artigo (24 horas após recebimento do auto de ao acusado liberdade provisória, poderá,
prisão em flagrante) responderá administrativa, civil e mediante termo de fundamentadamente,
penalmente pela omissão. (LEI 13964/19) comparecimento a todos os conceder ao acusado
§ 4º Transcorridas 24 horas após o decurso do prazo esta- atos processuais, sob pena de liberdade provisória,
belecido no caput deste artigo, a NÃO REALIZAÇÃO de audiên- revogação. mediante termo de
cia de custódia sem motivação idônea ENSEJARÁ também a ILE- comparecimento obrigatório
GALIDADE DA PRISÃO, a ser relaxada pela autoridade compe- a todos os atos processuais,
tente, sem prejuízo da possibilidade de imediata decretação sob pena de revogação.
de prisão preventiva. (LEI 13964/19) Se o agente é REINCIDENTE
ou que INTEGRA
AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA ----------------------------------- ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA
----------------------- ARMADA OU MILÍCIA, ou
ANTES DA LEI 13964/19 DEPOIS DA LEI 13964/19
que PORTA ARMA DE FOGO
Não havia previsão legal. Passou a ser previsto de DE USO RESTRITO, DEVERÁ
Era prevista na Convenção forma expressa no CPP DENEGAR A LIBERDADE
Americana de Direitos Humanos PROVISÓRIA, com ou sem
(CADH) e no Pacto Internacional medidas cautelares.
de Direitos Civis e Políticos
A falta da audiência de custódia Transcorridas 24 horas após
Audiência de custódia consiste Após receber o auto de pri- não enseja nulidade da prisão o decurso do prazo, a NÃO
no direito que a pessoa presa são em flagrante, no prazo preventiva, superada que foi a REALIZAÇÃO de audiência de
possui de ser conduzida máximo de até 24 horas prisão em flagrante, devendo custódia sem motivação
(levada), sem demora (CNJ após a realização da prisão, ser este novo título de prisão idônea ENSEJARÁ também a
adotou o máximo de 24h: o juiz deverá promover AU- aquele a merecer o exame da ILEGALIDADE DA PRISÃO, a
Resolução 213/15), à presença DIÊNCIA DE CUSTÓDIA com legalidade e necessidade. STJ. 6ª ser relaxada pela autoridade

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DIA 5 / 31

Turma. RHC 99.091/AL, Rel. Min. competente, sem prejuízo da violação da Súmula Vinculante n. 11 do STF, quando
Nefi Cordeiro, julgado em possibilidade de imediata devidamente justificada a necessidade do uso de algemas
04/09/2018. decretação de prisão pelo segregado.
CAVALCANTE, Márcio André preventiva. Ademais, 10) Não há nulidade na hipótese em que o magistrado, de
Lopes. A falta da audiência de autoridade que deu causa, ofício, sem prévia provocação da autoridade policial ou do
custódia enseja nulidade da sem motivação idônea, à órgão ministerial, converte a prisão em flagrante em preventiva,
prisão preventiva? O preso não realização da audiência quando presentes os requisitos previstos no art. 312 do Código
deverá ser colocado em de custódia no prazo de Processo Penal - CPP.
liberdade?. Buscador Dizer o estabelecido responderá 11) Com a superveniência de decretação da prisão preventiva
Direito, Manaus. Disponível em: administrativa, civil e ficam prejudicadas as alegações de ilegalidade da segregação
<https://www.buscadordizerodir penalmente pela omissão. em flagrante, tendo em vista a formação de novo título
eito.com.br/jurisprudencia/detal ensejador da custódia cautelar.
hes/
05ae14d7ae387b93370d142d82
220f1b>. Acesso em:
26/12/2019

JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ


EDIÇÃO N. 120: DA PRISÃO EM FLAGRANTE
1) Não há crime, quando a preparação do flagrante pela
polícia torna impossível a sua consumação. (Súmula n.
145/STF)
2) O tipo penal descrito no art. 33 da Lei n. 11.343/2006 é de
ação múltipla e de natureza permanente, razão pela qual a
prática criminosa se consuma, por exemplo, a depender do caso
concreto, nas condutas de "ter em depósito", "guardar",
"transportar" e "trazer consigo", antes mesmo da atuação
provocadora da polícia, o que afasta a tese defensiva de
flagrante preparado.
3) No FLAGRANTE ESPERADO, a polícia tem notícias de que
uma infração penal será cometida e passa a monitorar a
atividade do agente de forma a aguardar o melhor momento
para executar a prisão, não havendo que se falar em
ilegalidade do flagrante.
4) No tocante ao FLAGRANTE RETARDADO ou à AÇÃO
CONTROLADA, a ausência de autorização judicial não tem o
condão de tornar ilegal a prisão em flagrante postergado,
vez que o instituto visa a proteger o trabalho investigativo,
afastando a eventual responsabilidade criminal ou
administrava por parte do agente policial.
5) Para a lavratura do auto de prisão em flagrante é
despicienda a elaboração do laudo toxicológico definitivo, o
que se depreende da leitura do art. 50, §1º, da Lei n.
11.343/2006, segundo o qual é suficiente para tanto a
confecção do laudo de constatação da natureza e da
quantidade da droga.
6) Eventual nulidade no auto de prisão em flagrante devido à
ausência de assistência por advogado somente se verifica caso
não seja oportunizado ao conduzido o direito de ser
assistido por defensor técnico, sendo suficiente a
lembrança, pela autoridade policial, dos direitos do preso
previstos no art. 5º, LXIII, da Constituição Federal.
7) Uma vez decretada a prisão preventiva, fica superada a tese
de excesso de prazo na comunicação do flagrante.
8) Realizada a conversão da prisão em flagrante em preventiva,
fica superada a alegação de nulidade porventura existente em
relação à ausência de audiência de custódia.
9) Não há nulidade da audiência de custódia por suposta

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DIA 6 / 1

maioria de votos. É adotado


Dia 6 nas eleições para Senador e
Prefeito de Municípios com
menos de 200 mil eleitores
Constituição Federal: art. 44-69 (art. 29, II, CR/88).
Código Civil: art. 233-285
MAJORITÁRIO ABSOLUTO
Código Processo Civil: art. 188-235
Código Penal: art. 100-128 Exige no mínimo maioria
Código Processo Penal: art. 311-350 absoluta de votos para
considerar o candidato eleito,
Controle de Leitura se não terá que haver 2º turno
de votação. É adotado nas
CONSTITUIÇÃO FEDERAL eleições para Presidente da
República, Governadores e
Prefeitos de Municípios com
TÍTULO IV
mais de 200 mil eleitores.
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
*Informações retiradas do site https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/2542454/o-
CAPÍTULO I que-se-entende-por-principios-majoritario-e-proporcional
DO PODER LEGISLATIVO
SEÇÃO I Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as delibera-
DO CONGRESSO NACIONAL ções de cada Casa e de suas Comissões serão tomadas por maio-
Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, ria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros.
que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de 4 anos. Seção II
DAS ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL
Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presi-
do povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em dente da República, não exigida esta para o especificado nos
cada Território e no Distrito Federal. arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competên-
§ 1º O número total de Deputados, bem como a representação cia da União, especialmente sobre:
por Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por LC, pro- I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;
porcionalmente à população, procedendo-se aos ajustes neces- II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual,
sários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas operações de crédito, dívida pública e emissões de curso forçado;
unidades da Federação tenha menos de 8 ou mais de 70 Depu- III - fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas;
tados. IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais de de-
§ 2º Cada Território elegerá 4 Deputados. senvolvimento;
V - limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e bens
Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Es- do domínio da União;
tados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majori- VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas
tário. de Territórios ou Estados, ouvidas as respectivas Assembleias
§ 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão 3 Senadores, com Legislativas;
mandato de 8 anos. VII - transferência temporária da sede do Governo Federal;
§ 2º A representação de cada Estado e do Distrito Federal será VIII - concessão de anistia;
renovada de 4 em 4 anos, alternadamente, por 1/3 e 2/3 IX - organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e
§ 3º Cada Senador será eleito com 2 suplentes. da Defensoria Pública da União e dos Territórios e organização ju-
diciária e do Ministério Público do Distrito Federal;
SISTEMA PROPORCIONAL SISTEMA MAJORITÁRIO X – criação, transformação e extinção de cargos, empregos e fun-
ções públicas, observado o que estabelece o art. 84, VI, b;
Dá-se importância ao número Leva em conta o número de
XI – criação e extinção de Ministérios e órgãos da administra-
de votos válidos ao partido votos válidos ofertados ao
ção pública;
político, pois ao votar na candidato registrado por
XII - telecomunicações e radiodifusão;
legenda, faz-se a escolha por partido político. Dá-se
XIII - matéria financeira, cambial e monetária, instituições finan-
partido importância ao candidato e
ceiras e suas operações;
não ao partido político pelo
XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobi-
qual é registrado.
liária federal.
Adotado nas eleições para Adotado nas eleições para XV - fixação do subsídio dos Ministros do STF, observado o
Deputado Federal, Deputado Senador da República, que dispõem os arts. 39, § 4º; 150, II; 153, III; e 153, § 2º, I.
Estadual e Vereadores. Presidente da República,
Governadores da República e Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
Prefeitos. I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos
internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravo-
MAJORITÁRIO SIMPLES
sos ao patrimônio nacional;
Contenta-se com qualquer

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DIA 6 / 2

II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a ce- § 1º Os Ministros de Estado poderão comparecer ao Senado Fe-
lebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras transitem pelo deral, à Câmara dos Deputados, ou a qualquer de suas Comis-
território nacional ou nele permaneçam temporariamente, sões, por sua iniciativa e mediante entendimentos com a Mesa
ressalvados os casos previstos em lei complementar; respectiva, para expor assunto de relevância de seu Ministério.
III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se § 2º As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal
ausentarem do País, quando a ausência exceder a 15 dias; poderão encaminhar pedidos escritos de informações a Ministros
IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, auto- de Estado ou a qualquer das pessoas referidas no caput deste ar-
rizar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medi- tigo, importando em crime de responsabilidade a recusa, ou o
das; não - atendimento, no prazo de 30 dias, bem como a presta-
ção de informações falsas
COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DO CN
Seção III
APROVAR AUTORIZAR DA CÂMARA DOS DEPUTADOS
Estado de Defesa Estado de Sítio Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:
I - autorizar, por 2/3 de seus membros, a instauração de pro-
Intervenção Federal cesso contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os
Ministros de Estado;
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbi- II - proceder à tomada de contas do Presidente da República,
tem do poder regulamentar ou dos limites de delegação le- quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de 60
gislativa; dias após a abertura da sessão legislativa;
VI - mudar temporariamente sua sede; III - elaborar seu regimento interno;
VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Sena- IV – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, cria-
dores, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, ção, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções
153, III, e 153, § 2º, I; de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva re-
VIII - fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da muneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de di-
República e dos Ministros de Estado, observado o que dispõem retrizes orçamentárias;
os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; V – eleger (2) membros do Conselho da República, nos termos do
IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da art. 89, VII.
República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos
de governo; Seção IV
DO SENADO FEDERAL
CONTAS DO PR Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da Repú-
CN Julga blica nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros
TCU Aprecia de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Ae-
ronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aque-
CD Procede a tomada de contas não apresentadas ao les;
CN em 60 dias após a abertura da sessão legislativa II - processar e julgar os Ministros do STF, os membros do CNJ
e do CNMP, o PGR e o AGU nos crimes de responsabilidade;
X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas III - aprovar previamente, por voto secreto, após arguição públi-
Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração ca, a escolha de:
indireta; a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;
XI - zelar pela preservação de sua competência legislativa em face b) Ministros do TCU indicados pelo Presidente da República;
da atribuição normativa dos outros Poderes; c) Governador de Território;
XII - apreciar os atos de concessão e renovação de concessão d) Presidente e diretores do banco central;
de emissoras de rádio e televisão; e) PGR;
XIII - escolher 2/3 dos membros do TCU; f) titulares de outros cargos que a lei determinar;
XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a ativi- IV - aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em
dades nucleares; sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de
XV - autorizar referendo e convocar plebiscito (AR/CP); caráter permanente;
XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aprovei- V - autorizar operações externas de natureza financeira, de in-
tamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas teresse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios
minerais; e dos Municípios;
XVII - aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites glo-
públicas com área superior a 2.500 hectares. bais para o montante da dívida consolidada da União, dos Es-
tados, do Distrito Federal e dos Municípios;
Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qual- VII - dispor sobre limites globais e condições para as opera-
quer de suas Comissões, poderão convocar Ministro de Estado ou ções de crédito externo e interno da União, dos Estados, do
quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presi- Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais en-
dência da República para prestarem, pessoalmente, informações tidades controladas pelo Poder Público federal;
sobre assunto previamente determinado, importando crime de VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de ga-
responsabilidade a ausência sem justificação adequada. rantia da União em operações de crédito externo e interno;

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DIA 6 / 3

IX - estabelecer limites globais e condições para o montante Mesa Diretora - Imunidade formal ou processual para o
da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni- processo
cípios; § 5º A sustação do processo SUSPENDE A PRESCRIÇÃO, en-
X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei decla- quanto durar o mandato - Imunidade formal ou processual
rada inconstitucional por decisão definitiva do STF para o processo
Se o Plenário do STF decidir a constitucionalidade ou § 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemu-
inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo, ainda que nhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do
em controle incidental, essa decisão terá os mesmos efeitos exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram
do controle concentrado, ou seja, eficácia erga omnes e ou deles receberam informações.
vinculante. Houve mutação constitucional do art. 52, X, da § 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Sena-
CF/88. A nova interpretação deve ser a seguinte: quando o STF dores, embora militares e ainda que em tempo de guerra, de-
declara uma lei inconstitucional, mesmo em sede de controle penderá de prévia licença da Casa respectiva.
difuso, a decisão já tem efeito vinculante e erga omnes e o STF § 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão du-
apenas comunica ao Senado com o objetivo de que a rante o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o
referida Casa Legislativa dê publicidade daquilo que foi voto de 2/3 dos membros da Casa respectiva, nos casos de
decidido. STF. Plenário. ADI 3406/RJ e ADI 3470/RJ, Rel. Min. atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que
Rosa Weber, julgados em 29/11/2017 (Info 886). sejam incompatíveis com a execução da medida.
XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exone-
ração, de ofício, do PGR antes do término de seu mandato; O § 2º do art. 53 da CF/88 veda apenas a prisão penal cautelar
XII - elaborar seu regimento interno; (provisória) do parlamentar, ou seja, não proíbe a prisão
XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, cria- decorrente da sentença transitada em julgado, como no caso
ção, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de Deputado Federal condenado definitivamente pelo STF. STF.
de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva re- Plenário. AP 396 QO/RO, AP 396 ED-ED/RO, Rel.Min. Cármen
muneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de di- Lúcia, julgado em 26/6/2013 (Info 712).
retrizes orçamentárias; O STF pode impor a Deputado Federal ou Senador qualquer
XIV – eleger (2) membros do Conselho da República, nos termos das medidas cautelares previstas no art. 319 do CPP. No
do art. 89, VII. entanto, se a medida imposta impedir, direta ou
XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tri- indiretamente, que esse Deputado ou Senador exerça seu
butário Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o de- mandato, então, neste caso, a Câmara ou o Senado poderá
sempenho das administrações tributárias da União, dos Estados e rejeitar (“derrubar”) a medida cautelar que havia sido
do Distrito Federal e dos Municípios. determinada pelo Judiciário. Aplica-se, por analogia, a regra do
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará §2º do art. 53 da CF/88 também para as medidas cautelares
como Presidente o do STF, limitando-se a condenação, que diversas da prisão. STF. Plenário. ADI 5526/DF, rel. orig. Min.
somente será proferida por 2/3 dos votos do Senado Federal, Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado
à perda do cargo, com inabilitação, por 8 anos, para o exercí- em 11/10/2017 (Info 881).
cio de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais
cabíveis.
Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:
I - desde a expedição do diploma:
Seção V
a) FIRMAR OU MANTER CONTRATO com pessoa jurídica de di-
DOS DEPUTADOS E DOS SENADORES
reito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penal-
mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quan-
mente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos -
do o contrato obedecer a cláusulas uniformes;
Imunidade material, real, substancial ou inviolabilidade
b) ACEITAR OU EXERCER CARGO, função ou emprego remune-
§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma,
rado, inclusive os de que sejam demissíveis "ad nutum ", nas enti-
serão submetidos a julgamento perante o STF - Prerrogativa
dades constantes da alínea anterior;
de foro
II - desde a posse:
§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso
a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa
Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime
que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica
inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de 24
de direito público, ou nela exercer função remunerada;
horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus
b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nu-
membros, resolva sobre a prisão - Imunidade formal ou
tum", nas entidades referidas no inciso I, "a";
processual em razão da prisão (freedom from arrest)
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das enti-
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por
dades a que se refere o inciso I, "a";
crime ocorrido após a diplomação, o STF dará ciência à Casa
d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público ele-
respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representa-
tivo.
do e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a de-
cisão final, sustar o andamento da ação - Imunidade formal
Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:
ou processual para o processo
I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo
§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva
anterior;
no prazo improrrogável de 45 dias do seu recebimento pela
II - cujo procedimento for declarado incompatível com o de-
coro parlamentar;

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DIA 6 / 4

III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, 1/3 § 1º As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas
das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou para o primeiro dia útil subsequente, quando recaírem em sába-
missão por esta autorizada; dos, domingos ou feriados.
IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos; § 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a aprova-
V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos ção do projeto de LDO.
nesta Constituição; § 3º Além de outros casos previstos nesta Constituição, a Câmara
VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada dos Deputados e o Senado Federal reunir-se-ão em sessão con-
em julgado. junta para:
§ 1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos ca- I - inaugurar a sessão legislativa;
sos definidos no regimento interno, o abuso das prerrogativas II - elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços
asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção comuns às duas Casas;
de vantagens indevidas. III - receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente
§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será de- da República;
cidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar.
maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou § 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias,
de partido político representado no Congresso Nacional, assegu- a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para
rada ampla defesa. a posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas, para
§ 3º - Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será decla- mandato de 2 anos, vedada a recondução para o mesmo cargo
rada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provo- na eleição imediatamente subsequente.
cação de qualquer de seus membros, ou de partido político re- § 5º A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo Presi-
presentado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. dente do Senado Federal, e os demais cargos serão exercidos, al-
§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes na Câma-
ou possa levar à perda do mandato, nos termos deste artigo, terá ra dos Deputados e no Senado Federal.
seus efeitos suspensos até as deliberações finais de que tratam § 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-
os §§ 2º e 3º. á:
I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação
PERDA DO MANDATO de estado de defesa ou de intervenção federal, de pedido de
autorização para a decretação de estado de sítio e para o
SERÁ DECIDIDA PELA CD ou SERÁ DECLARADA PELA compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente da
SF por MAIORIA ABSOLUTA MESA DA CASA RESPECTIVA República;
• Infringir qualquer das proi- • Deixar de comparecer, em II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara
bições cada sessão legislativa, 1/3 das dos Deputados e do Senado Federal ou a requerimento da mai-
• Procedimento for declarado sessões ordinárias da Casa a oria dos membros de ambas as Casas, em caso de urgência ou
incompatível com o decoro que pertencer, salvo licença ou interesse público relevante, em todas as hipóteses deste inciso
parlamentar missão por esta autorizada com a aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas do
• Sofrer condenação crimi- • Perder ou tiver suspensos Congresso Nacional.
nal em sentença transitada os direitos políticos § 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional
em julgado • Decretar a Justiça Eleitoral somente deliberará sobre a matéria para a qual foi convocado,
ressalvada a hipótese do § 8º deste artigo, vedado o pagamento
de parcela indenizatória, em razão da convocação.
Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador:
§ 8º Havendo medidas provisórias em vigor na data de convo-
I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de
cação extraordinária do Congresso Nacional, serão elas auto-
Território, Secretário de Estado, do Distrito Federal, de Terri-
maticamente incluídas na pauta da convocação.
tório, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática
temporária;
Seção VII
II - licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou
DAS COMISSÕES
para tratar, sem remuneração, de interesse particular, desde
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões per-
que, neste caso, o afastamento não ultrapasse 120 dias por ses-
manentes e temporárias, constituídas na forma e com as atribui-
são legislativa.
ções previstas no respectivo regimento ou no ato de que resultar
§ 1º O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura
sua criação.
em funções previstas neste artigo ou de licença superior a 120
§ 1º Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é assegura-
dias.
da, tanto quanto possível, a representação proporcional dos parti-
§ 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição
dos ou dos blocos parlamentares que participam da respectiva
para preenchê-la se faltarem mais de 15 meses para o término
Casa.
do mandato.
§ 2º Às comissões, em razão da matéria de sua competência,
§ 3º Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador poderá op-
cabe:
tar pela remuneração do mandato.
I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do re-
gimento, a competência do Plenário, salvo se houver recurso de
Seção VI
1/10 dos membros da Casa;
DAS REUNIÕES
II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade
Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital
civil;
Federal, de 2/2 a 17/7 e de 1º/8 a 22/12.

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DIA 6 / 5

III - convocar Ministros de Estado para prestar informações so- mento comum, cuja composição reproduzirá, quanto possível, a
bre assuntos inerentes a suas atribuições; proporcionalidade da representação partidária.
IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas
de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou SÚMULAS SOBRE PODER LEGISLATIVO
entidades públicas;
V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão; Súmula 245-STF: A imunidade parlamentar não se estende ao
VI - apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais corréu sem essa prerrogativa
e setoriais de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer. Súmula 397-STF: O poder de polícia da Câmara dos Deputados
§ 3º As COMISSÕES PARLAMENTARES DE INQUÉRITO (CPI), e do Senado Federal, em caso de crime cometido nas suas
que terão poderes de investigação próprios das autoridades dependências, compreende, consoante o regimento, a prisão
judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respecti- em flagrante do acusado e a realização do inquérito.
vas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Sena-
do Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requeri- PODER CONSTITUINTE
mento de 1/3 de seus membros, para a apuração de FATO DE-
TERMINADO e por PRAZO CERTO, sendo suas conclusões, se Canotilho: “o poder constituinte se revela sempre como uma
for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promo- questão de 'poder', de 'força' ou de 'autoridade' política que
va a responsabilidade civil ou criminal dos infratores. está em condições de, numa determinada situação concreta,
criar, garantir ou eliminar uma Constituição entendida como lei
fundamental da comunidade política.”
CPI E PODERES DE INVESTIGAÇÃO
A titularidade do poder constituinte, como aponta a doutrina
INDEPENDE DE DEPENDE DE AUTORIZAÇÃO moderna (majoritária), pertence ao povo. Nesse sentido,
AUTORIZAÇÃO JUDICIAL JUDICIAL seguindo a tendência moderna, o art. 1º, parágrafo único, CF
estabelece que todo poder emana do povo, adotando assim a
- Notificar testemunhas e - Expedir mandado de prisão. teoria da soberania popular.
determinar sua condução ATENÇÃO: Pode prender em
coercitiva, as quais terão o flagrante, como qualquer É aquele que instaura uma nova or-
compromisso de dizer a pessoa do povo. Ex: falso dem jurídica, rompendo por com-
verdade, sob pena de falso testemunho, desacato a pleto com a ordem jurídica prece-
testemunho. Tem o direito parlamentar. dente.
constitucional ao silêncio. - Expedir mandado de busca e CARACTERÍSTICAS:
- Expedir mandado de busca e apreensão em casa ou a) Inicial: instaura uma nova ordem
apreensão não domiciliar. escritório. jurídica, rompendo por completo
- Magistrados, Ministros de - Expedir mandado de com a ordem jurídica anterior.
Estado, membros do MP e interceptação telefônica. b) Autônomo: a estruturação da
outros parlamentares podem ATENÇÃO: Pode requisitar nova constituição será determinada,
marcar dia e hora para serem extrato telefônico, ou seja, autonomamente, por quem exerce o
ouvidos como testemunhas. pode quebrar o sigilo dos poder constituinte originário.
- Ouvir investigados ou dados telefônicos (conta, lista PODER CONSTITUINTE c) Ilimitado juridicamente: não tem
indiciados, garantido o direito de ligações). ORIGINÁRIO de respeitar os limites postos pelo
ao silêncio e a assistência de (GENUÍNO OU DE 1º direito anterior.
advogado. GRAU) ATENÇÃO: Alguns doutrinadores en-
tendem que o poder constituinte ori-
Realizar perícias, vistorias, - Medidas de constrição ginário sofre limitações, pois é estru-
exames, diligências externas. judicial (indisponibilidade de turado e obedece a padrões e mode-
bens, arresto, sequestro, los de conduta espirituais, culturais,
hipoteca legal). éticos e sociais radicados na cons-
- Apreensão de passaporte. ciência jurídica geral da comunidade
- Proibir saída do território e, nesta medida, considerados como
nacional. “vontade do povo”. Ademais, para
Quebrar sigilo bancário, fiscal Tais diligências, as quais tais autores há a necessidade de ob-
ou de dados. dependem de autorização servância de princípios de justiça (su-
ATENÇÃO: CPI estadual judicial, são chamadas pelo STF prapositivos e supralegais) e, tam-
também pode quebrar sigilo de reserva constitucional de bém, dos princípios de direito inter-
bancário ou fiscal, o que não é jurisdição: o juiz tem a nacional (princípio da independência,
possível no caso de CPI primeira, a única e a última princípio da autodeterminação, prin-
municipal. palavra. cípio da observância de direitos hu-
manos - neste último caso de vincu-
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
lação jurídica, chegando a doutrina a
propor uma juridicização e evolução
§ 4º Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa do
do poder constituinte).
Congresso Nacional, eleita por suas Casas na última sessão ordi-
d) Incondicionado e soberano na
nária do período legislativo, com atribuições definidas no regi-
tomada de suas decisões: não tem
de submeter-se a qualquer forma

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DIA 6 / 6

prefixada de manifestação. nacional, por meios dos acordos, tra-


e) Poder de fato e poder político: tados e convênios internacionais.
energia ou força social, de natureza
PODER CONSTITUINTE Deve obedecer às regras colocadas e
pré-jurídica, sendo que, por essas ca-
DERIVADO impostas pelo originário, sendo, nes-
racterísticas, a nova ordem jurídica
(INSTITUÍDO, CONSTI- se sentido, limitado e condicionado
começa com a sua manifestação, e
TUÍDO, SECUNDÁRIO, aos parâmetros a ele impostos.
não antes dela.
DE 2º GRAU OU REMA-
f) Permanente: não se esgota com a PODER CONSTITUINTE DERIVADO
NESCENTE)
edição da nova Constituição, sobrevi- REFORMADOR (OU COMPETÊNCIA
vendo a ela e fora dela como forma e REFORMADORA)
expressão da liberdade humana, em
Tem a capacidade de modificar a
verdadeira ideia de subsistência.
Constituição Federal, por meio de
ATENÇÃO: A manifestação do Po-
um procedimento específico, esta-
der Constituinte originário pode
belecido pelo poder constituinte
ser legítima (suporte no princípio
originário, sem que haja uma ver-
democrático) e ilegal (rompe com
dadeira revolução.
o direito posto).
O poder de reforma constitucional,
assim, tem natureza jurídica, ao
LIMITES METAJURÍDICOS (OU SU-
contrário do originário, que é um
PRAPOSITIVOS) DO PODER CONS-
poder de fato, um poder político, ou,
TITUINTE ORIGINÁRIO - JORGE
segundo alguns, uma força ou
MIRANDA:
energia social.
- Limitações ideológicas: são aque-
A manifestação do poder constitu-
las que derivam de ideologias, de
inte reformador verifica-se por
crenças arraigadas na opinião públi-
meio das emendas constitucionais
ca.
(arts. 59, I, e 60, CF).
- Limitações institucionais: são
aquelas que derivam de instituições
da sociedade que estão historica-
LIMITAÇÕES EXPRESSAS (OU EX-
mente arraigadas naquele meio soci-
PLÍCITAS) AO PODER CONSTITUIN-
al. Ex: propriedade, família.
TE DERIVADO REFORMADOR:
- Limitações materiais (ou substan-
a) Limitações formais subjetivas
ciais):
(art. 60, I, II, III, CF): estão relacio-
a) Limites materiais transcenden-
nadas à iniciativa do processo de ela-
tes: são aqueles que transcendem o
boração da emenda.
direito positivo.
b) Limitações formais objetivas
Ex: direito natural, valores éticos su-
(art. 60, § 2º e § 5º, CF): necessida-
periores, consciência jurídica coletiva,
de de quórum de aprovação de 3/5,
direitos humanos.
em dois turnos de votação. Além dis-
A necessidade de observância e res-
so, conforme art. 60, § 5º, CF, a maté-
peito por parte do Poder Constituin-
ria constante de proposta de emenda
te aos direitos fundamentais con-
rejeitada ou havida por prejudicada
quistados por uma sociedade e sobre
não pode ser objeto de nova propos-
os quais haja um consenso profundo
ta na mesma sessão legislativa.
é conhecida como princípio da proi-
c) Limitações circunstanciais (art.
bição de retrocesso (efeito cliquet).
60, § 1º, CF): Impedem a alteração
b) Limites materiais imanentes: di-
da Constituição em situações ex-
zem respeito à configuração histórica
cepcionais nas quais a livre manifes-
do Estado. Ex: Estado soberano, Esta-
tação do Poder Reformador possa
do monárquico ou republicano, Esta-
estar ameaçada. Tais limitações são:
do federal ou unitário.
vigência de intervenção federal (art.
c) Limites materiais heterônomos:
34, CF), de estado de defesa (art. 136,
derivam do Direito Internacional.
CF) ou de estado de sítio (art. 137,
* Gerais: são os princípios do Direito
CF).
Internacional ligados ao jus cogens.
d) Limitações materiais ou subs-
Ex: Declaração Universal dos Direitos
tanciais (art. 60, § 4º, CF): Impedem
Humanos.
a modificação de determinados con-
* Especiais: são obrigações internaci-
teúdos da Constituição. Os limites in-
onais assumidas por um Estado em
feriores estão relacionados à inserção
face de outro Estado, de um grupo
de certas matérias no texto da Cons-
de Estados ou da comunidade inter-
tituição. Tendo em vista a inexistência

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de uma reserva de matéria constitu- co.


cional estabelecida pelo legislador O art. 3º, ADCT determinou que a re-
constituinte, não há nenhum óbice a visão constitucional seria realizada
que um novo assunto ou conteúdo após 5 anos, contados da promulga-
seja inserido no texto da CF. Os limi- ção da Constituição, pelo voto da
tes superiores são impostos pelo Po- maioria absoluta dos membros do
der Constituinte Originário na tenta- Congresso Nacional, em sessão uni-
tiva de preservar a identidade mate- cameral. Instituiu-se um particular
rial da Constituição, impedindo a vio- procedimento simplificado de altera-
lação do núcleo essencial de deter- ção do texto constitucional, excepci-
minados direitos, princípios e institui- onando a regra geral das PEC’s, que
ções. Tais limitações exteriorizam-se exige aprovação por 3/5 dos votos
nas cláusulas pétreas, também deno- dos membros de cada Casa e obede-
minadas cláusulas intangíveis ou de cendo, assim, às regras da bicamera-
eternidade (Alemanha), cláusulas lidade (art. 60, § 2º, CF).
constitucionais entrincheiradas ou No ordenamento jurídico pátrio, a
cravadas na pedra (Estados Unidos) competência revisional do art. 3º,
ou, ainda, cláusulas superconstitucio- ADCT proporcionou a elaboração de
nais, na expressão utilizada por Oscar 6 Emendas Constitucionais de Revi-
Vilhena Vieira, as quais possuem três são, não sendo mais possível nova
finalidades básicas: preservar a iden- manifestação do poder constituinte
tidade material da Constituição, pro- derivado revisor em razão da eficácia
teger institutos e valores essenciais e exaurida e aplicabilidade esgotada
assegurar a continuidade do proces- da aludida regra, conforme decidido
so democrático. pelo STF.
e) Limitações temporais: São aque-
Poder de fato e que serve de funda-
las que impedem a alteração da
mento para os mecanismos de atua-
Constituição durante um determina-
ção da mutação constitucional (ou
do período de tempo, a fim de que
interpretação constitucional evoluti-
possam adquirir um certo grau de
va). A modificação produzida pelo
estabilidade. ATENÇÃO: Na CF/88
poder constituinte difuso se instru-
não há limitação temporal para a re-
mentaliza de modo informal e es-
forma, mas havia para a revisão, a
PODER CONSTITUINTE pontâneo, como verdadeiro poder de
qual era de 5 anos, conforme art. 3º,
DIFUSO fato e que decorre dos fatores soci-
ADCT.
ais, políticos e econômicos, encon-
PODER CONSTITUINTE DERIVADO trando-se em estado de latência.
DECORRENTE Trata-se de processo informal de mu-
dança da Constituição, alterando-se
Poder de direito, secundário, limita-
o seu sentido interpretativo, e não o
do e condicionado. Sua missão é es-
seu texto, que permanece intacto e
truturar a Constituição dos Esta-
com a mesma literalidade.
dos-Membros ou, em momento se-
guinte, havendo necessidade de ade- Poder Constituinte pautado na
quação e reformulação, modificá-la. cidadania universal, no pluralismo
OBS: no âmbito do DF, verifica-se a de ordenamentos jurídicos e em
manifestação do poder constituinte uma visão remodelada de
derivado decorrente, qual seja, a soberania.
competência que o DF tem para ela- PODER CONSTITUINTE Trata-se de um poder preocupado
borar a sua lei orgânica (verdadeira SUPRANACIONAL com a formação de uma Constituição
Constituição Distrital) ou modificá-la, supranacional, elaborada legitima-
sujeitando-se aos mesmos limites mente, apta a vincular os Estados
para os Estados-Membros, apli- ajustados sob o seu comando e que
cando-se por analogia o art. 11, busca sua fundamentação na vonta-
ADCT. Entretanto, nos Municípios a de do povo-cidadão universal, seu
Lei Orgânica não é fruto do poder verdadeiro titular.
constituinte derivado decorrente.
PODER CONSTITUINTE DERIVADO Seção VIII
REVISOR DO PROCESSO LEGISLATIVO
Subseção I
É um poder vinculado, condicionado Disposição Geral
e limitado às regras instituídas pelo Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:
PCO, sendo, assim, um poder jurídi- I - (EC) emendas à Constituição;

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II – (LC) leis complementares; e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração


III – (LO) leis ordinárias; pública, observado o disposto no art. 84, VI;
IV – (LD) leis delegadas; f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento
V – (MP) medidas provisórias; de cargos, promoções, estabilidade, remuneração, reforma e
VI – (DL) decretos legislativos; transferência para a reserva.
VII – (R) resoluções. § 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à
Parágrafo único. LC disporá sobre a elaboração, redação, altera- Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no míni-
ção e consolidação das leis. mo, 1% do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por 5 Es-
tados, com não menos de 0,3% dos eleitores de cada um deles.
Subseção II
Da Emenda à Constituição Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da Re-
Art. 60. (LIMITAÇÕES FORMAIS) A Constituição poderá ser pública poderá adotar medidas provisórias, com força de lei,
emendada mediante proposta: devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
I - de 1/3, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:
ou do Senado Federal; I – relativa a:
II - do Presidente da República; a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políti-
III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unida- cos e direito eleitoral;
des da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela MAIO- b) direito penal, processual penal e processual civil;
RIA RELATIVA de seus membros. c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a
§ 1º (LIMITAÇÕES CIRCUNSTANCIAIS) A Constituição não po- carreira e a garantia de seus membros;
derá ser emendada na vigência de intervenção federal, de es- d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e
tado de defesa ou de estado de sítio. créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no
§ 2º (LIMITAÇÕES FORMAIS) A proposta será discutida e vota- art. 167, § 3º (abertura de crédito extraordinário somente será ad-
da em cada Casa do Congresso Nacional, em 2 turnos, conside- mitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as
rando-se aprovada se obtiver, em ambos, 3/5 dos votos dos res- decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública);
pectivos membros. II – que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança
§ 3º (LIMITAÇÕES FORMAIS) A emenda à Constituição será pro- popular ou qualquer outro ativo financeiro;
mulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado III – reservada a LC;
Federal, com o respectivo número de ordem. IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso
§ 4º (LIMITAÇÕES MATERIAIS) Não será objeto de deliberação Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da Repú-
a proposta de emenda tendente a abolir (cláusula pétreas): blica.
I - a forma federativa de Estado; § 2º Medida provisória que implique INSTITUIÇÃO ou MAJO-
II - o voto direto, secreto, universal e periódico; RAÇÃO de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I (II), II
III - a separação dos Poderes; (IE), IV (IPI), V (IOF), e 154, II (IEG), só produzirá efeitos no
IV - os direitos e garantias individuais. exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei
§ 5º (LIMITAÇÕES FORMAIS) A matéria constante de proposta até o último dia daquele em que foi editada.
de emenda rejeitada ou havida por prejudicada NÃO PODE § 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12
ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa. perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas
em lei no prazo de 60 dias, prorrogável, nos termos do § 7º,
Subseção III uma vez por igual período, devendo o Congresso Nacional dis-
Das Leis ciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas de-
Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe correntes
a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do § 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da publicação da
Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da Re- medida provisória, suspendendo-se durante os períodos de
pública, ao STF, aos Tribunais Superiores, ao PGR e aos cidadãos, recesso do Congresso Nacional.
na forma e nos casos previstos nesta Constituição. § 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional
§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as sobre o mérito das medidas provisórias dependerá de juízo prévio
leis que: sobre o atendimento de seus pressupostos constitucionais.
I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas; § 6º Se a medida provisória não for apreciada em até 45 dias
II - disponham sobre: contados de sua publicação, entrará em regime de urgência,
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na admi- subsequentemente, em cada uma das Casas do Congresso Nacio-
nistração direta e autárquica ou aumento de sua remunera- nal, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as
ção; demais deliberações legislativas da Casa em que estiver tra-
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e mitando.
orçamentária, serviços públicos e pessoal da administração § 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência
dos Territórios; de medida provisória que, no prazo de 60 dias, contado de sua
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídi- publicação, não tiver a sua votação encerrada nas 2 Casas do
co, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria; Congresso Nacional.
d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública § 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câma-
da União, bem como normas gerais para a organização do Mi- ra dos Deputados.
nistério Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Distri- § 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores exami-
to Federal e dos Territórios; nar as medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de

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serem apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de cada gral de artigo, de parágrafo, de de artigo, parágrafo, inciso ou
uma das Casas do Congresso Nacional. inciso ou de alínea. alínea.
§ 10. É VEDADA A REEDIÇÃO, na mesma sessão legislativa, de
medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha per-
§ 3º Decorrido o prazo de 15 dias, o silêncio do Presidente da
dido sua eficácia por decurso de prazo.
República importará sanção.
§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º
§ 4º O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de 30
até 60 dias após a rejeição ou perda de eficácia de medida provi-
dias a contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado
sória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos
pelo voto da MAIORIA ABSOLUTA dos Deputados e Senadores.
praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela regi-
§ 5º Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, para pro-
das.
mulgação, ao Presidente da República.
§ 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto ori-
§ 6º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4º, o
ginal da medida provisória, esta manter-se-á integralmente em
veto será colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobresta-
vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto.
das as demais proposições, até sua votação final.
§ 7º Se a lei não for promulgada dentro de 48 horas pelo Presi-
Art. 63. Não será admitido aumento da despesa prevista:
dente da República, nos casos dos § 3º e § 5º, o Presidente do
I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da Repú-
Senado a promulgará, e, se este não o fizer em igual prazo, ca-
blica, ressalvado o disposto no art. 166, § 3º (emendas a projeto
berá ao Vice-Presidente do Senado fazê-lo.
de LOA) e § 4º (emendas a projeto de LDO);
II - nos projetos sobre organização dos serviços administrati-
Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente
vos da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, dos Tribu-
poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão
nais Federais e do Ministério Público.
legislativa, mediante proposta da MAIORIA ABSOLUTA dos
membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional.
Art. 64. A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa
do Presidente da República, do Supremo Tribunal Federal e dos
Tribunais Superiores terão início na Câmara dos Deputados. A matéria constante de proposta de emenda rejeita-
§ 1º O Presidente da República PODERÁ SOLICITAR URGÊNCIA EC da ou havida por prejudicada não pode ser objeto
para apreciação de PROJETOS DE SUA INICIATIVA. de nova proposta na mesma sessão legislativa.
§ 2º Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o Senado Fe - É VEDADA A REEDIÇÃO, na mesma sessão legislati-
deral não se manifestarem sobre a proposição, cada qual su- MP va, de medida provisória que tenha sido rejeitada
cessivamente, em até 45 dias, sobrestar-se-ão todas as demais ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de
deliberações legislativas da respectiva Casa, com exceção das prazo.
que tenham prazo constitucional determinado, até que se ulti-
me a votação. A matéria constante de projeto de lei rejeitado so-
§ 3º A apreciação das emendas do Senado Federal pela Câmara LEI mente poderá constituir objeto de novo projeto, na
dos Deputados far-se-á no prazo de 10 dias, observado quanto mesma sessão legislativa, mediante proposta da
ao mais o disposto no parágrafo anterior. maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas
§ 4º Os prazos do § 2º não correm nos períodos de recesso do do Congresso Nacional.
Congresso Nacional, nem se aplicam aos projetos de código.
Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da
Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacio-
outra, em um só turno de discussão e votação, e enviado à san- nal.
ção ou promulgação, se a Casa revisora o aprovar, ou arquivado, § 1º NÃO SERÃO OBJETO DE DELEGAÇÃO os atos de compe-
se o rejeitar. tência exclusiva do Congresso Nacional, os de competência pri-
Parágrafo único. Sendo o projeto emendado, voltará à Casa inicia- vativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a maté-
dora. ria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre:
I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a
Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o carreira e a garantia de seus membros;
projeto de lei ao Presidente da República, que, aquiescendo, o II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e
sancionará. eleitorais;
§ 1º - Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.
ou em parte, inconstitucional (VETO JURÍDICO) ou contrário § 2º A delegação ao Presidente da República terá a forma de re-
ao interesse público (VETO POLÍTICO), veta-lo-á total ou par- solução do Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e
cialmente, no prazo de 15 dias úteis, contados da data do rece- os termos de seu exercício.
bimento, e comunicará, dentro de 48 horas, ao Presidente do Se- § 3º Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo Con-
nado Federal os motivos do veto. gresso Nacional, este a fará em votação única, VEDADA QUAL-
§ 2º O VETO PARCIAL somente abrangerá texto integral de ar- QUER EMENDA.
tigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea.
MP LD
VETO PARCIAL INCONSTITUCIONALIDADE
VEDADA A EDIÇÃO DE MEDI- NÃO SERÃO OBJETO DE DELE-
PARCIAL
DAS PROVISÓRIAS: GAÇÃO:
Somente abrangerá texto inte- Pode abranger apenas fração • Reservada a LC • Matéria reservada à

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• Nacionalidade, cida- LC Os regimentos das Casas Legislativas (Senado e Câmara dos


dania, direitos políticos, parti- • Nacionalidade, cida- Deputados), por constituírem resoluções legislativas, também
dos políticos e direito eleitoral dania, direitos individuais, po- são considerados normas primárias, equiparados
• Organização do Po- líticos e eleitorais hierarquicamente às leis ordinárias.
der Judiciário e do Ministério • Organização do Po-
Público der Judiciário e do Ministério
SÚMULAS SOBRE PROCESSO LEGISLATIVO
• Planos plurianuais, di- Público
retrizes orçamentárias, orça- • Planos plurianuais, di- Súmula vinculante 54-STF: A medida provisória não apreciada
mento e créditos adicionais e retrizes orçamentárias e orça- pelo congresso nacional podia, até a Emenda Constitucional
suplementares mentos 32/2001, ser reeditada dentro do seu prazo de eficácia de 30
• Direito penal, proces- dias, mantidos os efeitos de lei desde a primeira edição
sual penal e processual civil
• Detenção ou seques-
CÓDIGO CIVIL
tro de bens, de poupança po-
pular ou qualquer outro ativo
financeiro PARTE ESPECIAL
• Já disciplinada em LIVRO I
projeto de lei aprovado pelo DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
Congresso Nacional e penden- TÍTULO I
te de sanção ou veto DAS MODALIDADES DAS OBRIGAÇÕES
CAPÍTULO I
DAS OBRIGAÇÕES DE DAR
DELEGAÇÃO TÍPICA OU DELEGAÇÃO ATÍPICA OU Seção I
PRÓPRIA IMPRÓPRIA Das Obrigações de Dar Coisa Certa
Não exige ratificação Exige ratificação parlamentar. Art. 233. A OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA abrange os
parlamentar acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário
§ 3º Se a resolução determinar resultar do título ou das circunstâncias do caso.
a apreciação do projeto pelo
Congresso Nacional, este a fará Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder,
em votação única, VEDADA SEM CULPA do devedor, antes da tradição, ou pendente a con-
QUALQUER EMENDA. dição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as
partes; se a perda resultar de CULPA do devedor, responderá
Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por maioria este pelo equivalente e mais perdas e danos.
absoluta.
Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, po-
As normas federais, estaduais, distritais e municipais derá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido
possuem o mesmo grau hierárquico. Assim, um eventual de seu preço o valor que perdeu.
conflito entre normas federais e estaduais ou entre normas
estaduais e municipais não será resolvido por um critério Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o
hierárquico; a solução dependerá da repartição equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com
constitucional de competências. direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização das
perdas e danos.
Existe hierarquia entre a Constituição Federal, as
Constituições Estaduais e as Leis Orgânicas dos Municípios?
OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA
Sim, a Constituição Federal está num patamar superior ao
das Constituições Estaduais que, por sua vez, são SEM CULPA COM CULPA
hierarquicamente superiores às Leis Orgânicas.
PERDER antes da tradição/ PERDER: E + PeD
As leis complementares, apesar de serem aprovadas por um condição suspensiva: resolve-
procedimento mais dificultoso, têm o mesmo nível hierárquico se a obrigação
das leis ordinárias. O que as diferencia é o conteúdo.
DETERIORAR: resolve-se a DETERIORAR: E + PeD ou acei-
As leis complementares podem tratar de tema reservado às obrigação ou aceita a coisa, tar a coisa + PeD
leis ordinárias. abatido o preço que se perdeu.
As leis ordinárias não podem tratar de tema reservado às leis
complementares Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os
seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir au-
Os regimentos dos tribunais do Poder Judiciário são mento no preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver
considerados normas primárias, equiparados hierarquicamente a obrigação.
às leis ordinárias. Na mesma situação, encontram-se as Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo
resoluções do CNMP (Conselho Nacional do Ministério público) ao credor os pendentes.
e do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

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Art. 238. Se a OBRIGAÇÃO for DE RESTITUIR COISA CERTA, e Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa
esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá do devedor, resolver-se-á a obrigação; se por culpa dele, res-
o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os ponderá por perdas e danos.
seus direitos até o dia da perda.
OBRIGAÇÃO DE FAZER
Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá
este pelo equivalente, mais perdas e danos. SEM CULPA COM CULPA
Resolve-se a obrigação PeD
Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do deve-
dor, recebê-la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a inde-
Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao
nização; se por culpa do devedor, observar-se-á o disposto no
credor mandá-lo executar à custa do devedor, havendo recusa ou
art. 239.
mora deste, sem prejuízo da indenização cabível.
Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, indepen-
JDC15 As disposições do art. 236 do novo Código Civil também dentemente de autorização judicial, executar ou mandar execu-
são aplicáveis à hipótese do art. 240, in fine. tar o fato, sendo depois ressarcido.

OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR COISA CERTA CAPÍTULO III


Das Obrigações de Não Fazer
SEM CULPA COM CULPA Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem
PERDER antes da tradição: PERDER: E + PeD culpa do devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato,
credor sofre a perda e resolve- que se obrigou a não praticar.
se a obrigação
Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obri-
DETERIORAR: o credor rece- DETERIORAR: E + PeD gara, o credor pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se
berá a coisa como se achar, desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos.
sem direito a indenização. Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer
ou mandar desfazer, independentemente de autorização judici-
Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou al, sem prejuízo do ressarcimento devido.
acréscimo à coisa, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará
o credor, desobrigado de indenização. CAPÍTULO IV
Das Obrigações Alternativas
Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o de- Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor,
vedor trabalho ou dispêndio, o caso se regulará pelas normas se outra coisa não se estipulou.
deste Código atinentes às benfeitorias realizadas pelo possuidor § 1o Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em
de boa-fé ou de má-fé. uma prestação e parte em outra.
Parágrafo único. Quanto aos frutos percebidos, observar-se-á, do § 2o Quando a obrigação for de prestações periódicas, a facul-
mesmo modo, o disposto neste Código, acerca do possuidor de dade de opção poderá ser exercida em cada período.
boa-fé ou de má-fé. § 3o No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo
unânime entre eles, decidirá o juiz, findo o prazo por este assina-
Seção II do para a deliberação.
Das Obrigações de Dar Coisa Incerta § 4o Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou
Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e não puder exercê-la, caberá ao juiz a escolha se não houver acor-
pela quantidade. do entre as partes.

Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de
a escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar do tí- obrigação ou se tornada inexequível, subsistirá o débito quanto à
tulo da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será outra.
obrigado a prestar a melhor.
Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir ne-
Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na nhuma das prestações, não competindo ao credor a escolha, fi-
Seção antecedente. cará aquele obrigado a pagar o valor da que por último se im-
possibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar.
Art. 246. Antes da escolha, NÃO PODERÁ o devedor alegar
perda ou deterioração da coisa, AINDA QUE POR FORÇA MAI- Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das presta-
OR OU CASO FORTUITO. ções tornar-se impossível por culpa do devedor, o credor terá
direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra,
CAPÍTULO II com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as pres-
Das Obrigações de Fazer tações se tornarem inexequíveis, poderá o credor reclamar o
Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o de- valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e
vedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exe- danos.
quível.

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DIA 6 / 12

Art. 256. Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem cul- das e danos.
pa do devedor, extinguir-se-á a obrigação.

OBRIGAÇÃO ALTERNATIVA CAPÍTULO VI


SEM CULPA COM CULPA Das Obrigações Solidárias
Seção I
Todas se tornarem impossíveis: NÃO CUMPRIR NENHUMA e Disposições Gerais
extingue-se a obrigação. escolha do DEVEDOR: obriga- Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concor-
se a pagar o valor da última re mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com di-
que se impossibilitou + PeD. reito, ou obrigado, à dívida toda.
NÃO CUMPRIR NENHUMA e
escolha do CREDOR: pode re- Art. 265. A solidariedade NÃO SE PRESUME; resulta da lei ou da
clamar qualquer uma + PeD. vontade das partes.

UMA SE TORNAR IMPOSSÍVEL Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um
e escolha do CREDOR: tem di- dos cocredores ou codevedores, e condicional, ou a prazo, ou pa-
reito de exigir a subsistente ou gável em lugar diferente, para o outro.
o valor da outra + PeD.

JDC347 A solidariedade admite outras disposições de conteúdo


CAPÍTULO V particular além do rol previsto no art. 266 do Código Civil.
Das Obrigações Divisíveis e Indivisíveis
Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em
Seção II
obrigação divisível, esta presume-se dividida em tantas obriga-
Da Solidariedade Ativa
ções, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores.
Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do
devedor o cumprimento da prestação por inteiro.
Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por
objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua
Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demanda-
natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão
rem o devedor comum, a qualquer daqueles poderá este pagar.
determinante do negócio jurídico.

Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extin-


Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não
gue a dívida até o montante do que foi pago.
for divisível, cada um será obrigado pela dívida toda.
Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no
Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdei-
direito do credor em relação aos outros coobrigados.
ros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a quota do
crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a
Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um des-
obrigação for indivisível.
tes exigir a dívida inteira; mas o devedor ou devedores se deso-
brigarão, pagando:
Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, sub-
I - a todos conjuntamente;
siste, para todos os efeitos, a solidariedade.
II - a um, dando este caução de ratificação dos outros credores.

Art. 261. Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a OBRIGAÇÃO CONVERTIDA EM PeD
cada um dos outros assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a Perde a qualidade de Subsiste a SOLIDARIEDADE
parte que lhe caiba no total. INDIVISÍVEL

Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não fi-


Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o paga-
cará extinta para com os outros; mas estes só a poderão exigir,
mento responderá aos outros pela parte que lhes caiba.
descontada a quota do credor remitente.
Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de tran-
Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor
sação, novação, compensação ou confusão.
as exceções pessoais oponíveis aos outros.

Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se


Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários
resolver em perdas e danos.
não atinge os demais, mas o julgamento favorável aproveita-lhes,
§ 1o Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de to-
sem prejuízo de exceção pessoal que o devedor tenha direito de
dos os devedores, responderão todos por partes iguais.
invocar em relação a qualquer deles.
§ 2o Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, res-
pondendo só esse pelas perdas e danos.
Seção III
Da Solidariedade Passiva
JDC540 Havendo perecimento do objeto da prestação indivisí- Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de al-
vel por culpa de apenas um dos devedores, todos respondem, guns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o
de maneira divisível, pelo equivalente e só o culpado, pelas per-

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DIA 6 / 13

pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continu-


am obrigados solidariamente pelo resto. Art. 284. No caso de rateio entre os codevedores, contribuirão
Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a também os exonerados da solidariedade pelo credor, pela par-
propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos de- te que na obrigação incumbia ao insolvente.
vedores.
JDC350 A renúncia à solidariedade diferencia-se da remis-
JDC348 O pagamento parcial não implica, por si só, renúncia são, em que o devedor fica inteiramente liberado do vínculo
à solidariedade, a qual deve derivar dos termos expressos da obrigacional, inclusive no que tange ao rateio da quota do
quitação ou, inequivocamente, das circunstâncias do recebi- eventual codevedor insolvente, nos termos do art. 284.
mento da prestação pelo credor.
Art. 285. Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos
Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdei- devedores, responderá este por toda ela para com aquele que pa-
ros, nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota que cor- gar.
responder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for
indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um SÚMULAS SOBRE OBRIGAÇÕES
devedor solidário em relação aos demais devedores.
STF
Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a re- Súmula 159-STF: Cobrança excessiva, mas de boa fé, não dá
missão por ele obtida não aproveitam aos outros devedores, se- lugar às sanções do art. 1.531 (art. 940) do Código Civil.
não até à concorrência da quantia paga ou relevada.
STJ
Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, esti- Súmula 245-STJ: A notificação destinada a comprovar a mora
pulada entre um dos devedores solidários e o credor, não poderá nas dívidas garantidas por alienação fiduciária dispensa a
agravar a posição dos outros sem consentimento destes. indicação do valor do débito.
Súmula 294-STJ: Não é potestativa a cláusula contratual que
Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos prevê a comissão de permanência, calculada pela taxa média de
devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o mercado apurada pelo Banco Central do Brasil, limitada à taxa
equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado. do contrato.
Súmula 298-STJ: O alongamento de dívida originada de crédito
Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, rural não constitui faculdade da instituição financeira, mas,
ainda que a ação tenha sido proposta somente contra um; mas o direito do devedor nos termos da lei.
culpado responde aos outros pela obrigação acrescida.

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL


Impossibilidade da prestação TODOS os devedores solidá-
por culpa de um devedor soli- rios respondem por juros de
dário: TODOS são responsá- mora, mas o culpado respon- LIVRO IV
veis pelo equivalente, mas so- de aos outros pela obrigação DOS ATOS PROCESSUAIS
mente o culpado responde acrescida. TÍTULO I
por PeD DA FORMA, DO TEMPO E DO LUGAR DOS ATOS PROCESSUAIS
CAPÍTULO I
DA FORMA DOS ATOS PROCESSUAIS
Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções
Seção I
que lhe forem pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitan-
Dos Atos em Geral
do as exceções pessoais a outro codevedor.
Art. 188. Os atos e os termos processuais independem de forma
determinada, salvo quando a lei expressamente a exigir, con-
Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de
siderando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe
um, de alguns ou de todos os devedores.
preencham a finalidade essencial (princípio da instrumentalidade
Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou
das formas)
mais devedores, subsistirá a dos demais.
Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em
JDC349 Com a renúncia à solidariedade quanto a apenas um segredo de justiça os processos:
dos devedores solidários, o credor só poderá cobrar do benefi- I - em que o exija o interesse público ou social;
ciado a sua quota na dívida, permanecendo a solidariedade II - que versem sobre casamento, separação de corpos, divór-
quanto aos demais devedores, abatida do débito a parte corres- cio, separação, união estável, filiação, alimentos e guarda de
pondente aos beneficiados pela renúncia. crianças e adolescentes;
JDC351 A renúncia à solidariedade em favor de determinado III - em que constem dados protegidos pelo direito constituci-
devedor afasta a hipótese de seu chamamento ao processo. onal à intimidade;
IV - que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimen-
Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a to de carta arbitral, desde que a confidencialidade estipulada
exigir de cada um dos codevedores a sua quota, dividindo-se na arbitragem seja comprovada perante o juízo.
igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-
se iguais, no débito, as partes de todos os codevedores.

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DIA 6 / 14

§ 1o O direito de consultar os autos de processo que tramite em dentre outros: acordo para realização de sustentação oral,
segredo de justiça e de pedir certidões de seus atos é restrito às acordo para ampliação do tempo de sustentação oral, jul-
partes e aos seus procuradores. gamento antecipado do mérito convencional, convenção
§ 2o O terceiro que demonstrar interesse jurídico pode requerer sobre prova, redução de prazos processuais.
ao juiz certidão do dispositivo da sentença, bem como de inven- FPPC115. (arts. 190, 109 e 110) O negócio jurídico celebrado
tário e de partilha resultantes de divórcio ou separação. nos termos do art. 190 obriga herdeiros e sucessores.
FPPC132. (art. 190) Além dos defeitos processuais, os vícios da
FPPC13. (art. 189, IV) O disposto no inciso IV do art. 189 abran- vontade e os vícios sociais podem dar ensejo à invalidação
ge todo e qualquer ato judicial relacionado à arbitragem, dos negócios jurídicos atípicos do art. 190.
desde que a confidencialidade seja comprovada perante o FPPC133. (art. 190; art. 200, parágrafo único) Salvo nos casos
Poder Judiciário, ressalvada em qualquer caso a divulgação das expressamente previstos em lei, os negócios processuais do
decisões, preservada a identidade das partes e os fatos da causa art. 190 não dependem de homologação judicial.
que a identifiquem. FPPC134. (Art. 190, parágrafo único) Negócio jurídico processu-
FPPC15. (art. 189) As arbitragens que envolvem a Administra- al pode ser invalidado parcialmente.
ção Pública respeitarão o princípio da publicidade, observa- FPPC135. (art. 190) A indisponibilidade do direito material
das as exceções legais (vide art. 2º, § 3º, da Lei n. 9.307/1996, NÃO IMPEDE, POR SI SÓ, a celebração de negócio jurídico
com a redação da Lei n. 13.129/2015) processual.
FPPC252. (art. 190) O descumprimento de uma convenção
Art. 190. (NEGÓCIO JURÍDICO PROCESSUAL) Versando o pro- processual válida é matéria cujo conhecimento depende de
cesso sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às requerimento.
partes plenamente capazes estipular mudanças no procedi- FPPC253. (art. 190; Resolução n. 118/CNMP) O Ministério Pú-
mento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar blico pode celebrar negócio processual quando atua como
sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processu- parte.
ais, antes ou durante o processo FPPC254. (art. 190) É inválida a convenção para excluir a in-
Parágrafo único. De ofício ou a requerimento, o juiz controlará tervenção do Ministério Público como fiscal da ordem ju-
a validade das convenções previstas neste artigo, recusando- rídica.
lhes aplicação somente nos casos de nulidade ou de inserção FPPC255. (art. 190) É admissível a celebração de convenção
abusiva em contrato de adesão ou em que alguma parte se processual coletiva.
encontre em manifesta situação de VULNERABILIDADE. FPPC256. (art. 190) A Fazenda Pública pode celebrar negócio
jurídico processual.
FPPC257. (art. 190) O art. 190 autoriza que as partes tanto esti -
FPPC16. (art. 190, parágrafo único) O controle dos requisitos
pulem mudanças do procedimento quanto convencionem so-
objetivos e subjetivos de validade da convenção de procedi-
bre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais.
mento deve ser conjugado com a regra segundo a qual não
FPPC258. (art. 190) As partes podem convencionar sobre seus
há invalidade do ato sem prejuízo.
ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, ainda que
FPPC17. (art. 190) As partes podem, no negócio processual, es-
essa convenção não importe ajustes às especificidades da
tabelecer outros deveres e sanções para o caso do descum-
causa.
primento da convenção.
FPPC259. (arts. 190 e 10). A decisão referida no parágrafo único
FPPC18. (art. 190, parágrafo único) Há indício de vulnerabili-
do art. 190 depende de contraditório prévio.
dade quando a parte celebra acordo de procedimento sem
FPPC260. (arts. 190 e 200) A homologação, pelo juiz, da con-
assistência técnico-jurídica.
venção processual, quando prevista em lei, corresponde a
FPPC19. (art. 190) São ADMISSÍVEIS os seguintes negócios
uma CONDIÇÃO DE EFICÁCIA do negócio.
processuais, dentre outros: pacto de impenhorabilidade,
FPPC261. (arts. 190 e 200) O art. 200 aplica-se tanto aos ne-
acordo de ampliação de prazos das partes de qualquer natu-
gócios unilaterais quanto aos bilaterais, incluindo as conven-
reza, acordo de rateio de despesas processuais, dispensa
ções processuais do art. 190.
consensual de assistente técnico, acordo para retirar o efei-
FPPC262. (arts. 190, 520, IV, 521). É ADMISSÍVEL negócio pro-
to suspensivo de recurso, acordo para não promover execu-
cessual para dispensar caução no cumprimento provisório
ção provisória; pacto de mediação ou conciliação extrajudi-
de sentença.
cial prévia obrigatória, inclusive com a correlata previsão
FPPC402. (art. 190) A eficácia dos negócios processuais para
de exclusão da audiência de conciliação ou de mediação
quem deles não fez parte depende de sua anuência, quando
prevista no art. 334; pacto de exclusão contratual da au-
lhe puder causar prejuízo.
diência de conciliação ou de mediação prevista no art. 334;
FPPC403. (art. 190; art. 104, Código Civil) A VALIDADE do ne-
pacto de disponibilização prévia de documentação (pacto
gócio jurídico processual, requer agente capaz, objeto lícito,
de disclosure), inclusive com estipulação de sanção negoci-
possível, determinado ou determinável e forma prescrita
al, sem prejuízo de medidas coercitivas, mandamentais,
ou não defesa em lei.
sub-rogatórias ou indutivas; previsão de meios alternativos
FPPC404.(art. 190; art. 112, Código Civil) Nos negócios proces-
de comunicação das partes entre si.
suais, atender-se-á mais à intenção consubstanciada na mani-
FPPC20. (art. 190) NÃO são ADMISSÍVEIS os seguintes negó-
festação de vontade do que ao sentido literal da linguagem.
cios bilaterais, dentre outros: acordo para modificação da
FPPC405.(art. 190; art. 113, Código Civil) Os negócios jurídicos
competência absoluta, acordo para supressão da primeira
processuais devem ser interpretados conforme a boa-fé e os
instância.
usos do lugar de sua celebração.
FPPC21. (art. 190) São ADMISSÍVEIS os seguintes negócios,

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DIA 6 / 15

FPPC406.(art. 190; art. 114, Código Civil) Os negócios jurídicos antenupcial ou em contrato de convivência, nos termos do art.
processuais benéficos e a renúncia a direitos processuais in- 190 do CPC.
terpretam-se estritamente. CJF 113: As disposições previstas nos arts. 190 e 191 do CPC
FPPC407.(art. 190; art. 5º; art. 422, Código Civil) Nos negócios poderão ser aplicadas ao procedimento de recuperação ju-
processuais, as partes e o juiz são obrigados a guardar nas tra- dicial.
tativas, na conclusão e na execução do negócio o princípio da CJF 114: Os entes despersonalizados podem celebrar
boa-fé. negócios jurídicos processuais.
FPPC408.(art. 190; art. 423, Código Civil) Quando houver no CJF 115: O negócio jurídico processual somente se submeterá à
contrato de adesão negócio jurídico processual com previsões homologação quando expressamente exigido em norma
ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação jurídica, admitindo-se, em todo caso, o controle de validade da
mais favorável ao aderente. convenção.
FPPC409.(art. 190; art. 8º, caput, Lei 9.307/1996) A convenção
processual é autônoma em relação ao negócio em que estiver
É POSSÍVEL NEGÓCIO PROCESSUAL
inserta, de tal sorte que a invalidade deste não implica ne-
cessariamente a invalidade da convenção processual. Pacto de impenhorabilidade
FPPC4110.(art. 190 e 142) Aplica-se o Art. 142 do CPC ao con-
Acordo de ampliação de prazos das partes de qualquer nature-
trole de validade dos negócios jurídicos processuais.
za
FPPC411.(art. 190) O negócio processual pode ser distratado.
FPPC412.(art. 190) A aplicação de negócio processual em de- Acordo de rateio de despesas processuais
terminado processo judicial não impede, necessariamente, que
Dispensa consensual de assistente técnico
da decisão do caso possa vir a ser formado precedente.
FPPC413.(arts. 190 e 191; Leis 9.099/1995, 10.259/2001 e Acordo para retirar o efeito suspensivo de recurso
12.153/2009). O negócio jurídico processual pode ser cele-
Acordo para não promover execução provisória
brado no sistema dos juizados especiais, desde que obser-
vado o conjunto dos princípios que o orienta, ficando sujei- Pacto de mediação ou conciliação extrajudicial prévia obrigató-
to a controle judicial na forma do parágrafo único do art. 190 ria, inclusive com a correlata previsão de exclusão da audiência
do CPC de conciliação ou de mediação prevista no art. 334
FPPC490. (art. 190; art. 81, §3º; art. 297, parágrafo único; art.
Pacto de exclusão contratual da audiência de conciliação ou de
329, inc. II; art. 520, inc.I; art. 848, inc. II). São ADMISSÍVEIS os
mediação prevista no art. 334
seguintes negócios processuais, entre outros: pacto de inexe-
cução parcial ou total de multa coercitiva; pacto de altera- Pacto de disponibilização prévia de documentação (pacto de
ção de ordem de penhora; pré-indicação de bem penhorá- disclosure), inclusive com estipulação de sanção negocial, sem
vel preferencial (art. 848, II); pré-fixação de indenização prejuízo de medidas coercitivas, mandamentais, sub-rogatórias
por dano processual prevista nos arts. 81, §3º, 520, inc. I, ou indutiva
297, parágrafo único (cláusula penal processual); negócio
Previsão de meios alternativos de comunicação das partes entre
de anuência prévia para aditamento ou alteração do pedi-
si
do ou da causa de pedir até o saneamento (art. 329, inc. II).
FPPC491. (art. 190) É possível negócio jurídico processual que Acordo para realização de sustentação oral
estipule mudanças no procedimento das intervenções de
Acordo para ampliação do tempo de sustentação oral
terceiros, observada a necessidade de anuência do terceiro
quando lhe puder causar prejuízo. Julgamento antecipado do mérito convencional
FPPC492. (art. 190) O pacto antenupcial e o contrato de con- Convenção sobre prova
vivência podem conter negócios processuais.
FPPC493. (art. 190) O negócio processual celebrado ao tempo Redução de prazos processuais
do CPC-1973 é aplicável após o início da vigência do CPC- Celebração de convenção processual coletiva
2015
FPPC579 (arts.190, 219 e 222, §1º) Admite-se o negócio pro- Dispensar caução no cumprimento provisório de sentença
cessual que estabeleça a contagem dos prazos processuais Pacto de inexecução parcial ou total de multa coercitiva
dos negociantes em dias corridos.
FPPC580. (arts.190; 337, X; 313, II) É admissível o negócio pro- Pacto de alteração de ordem de penhora
cessual estabelecendo que a alegação de existência de con- Pré-indicação de bem penhorável preferencial (art. 848, II)
venção de arbitragem será feita por simples petição, com a
interrupção ou suspensão do prazo para contestação Pré-fixação de indenização por dano processual prevista nos
JDPC16 As disposições previstas nos arts. 190 e 191 do CPC arts. 81, §3º, 520, inc. I, 297, parágrafo único (cláusula penal pro-
poderão aplicar-se aos procedimentos previstos nas leis cessual)
que tratam dos juizados especiais, desde que não ofendam Negócio de anuência prévia para aditamento ou alteração do
os princípios e regras previstos nas Leis n. 9.099/1995, pedido ou da causa de pedir até o saneamento (art. 329, inc. II)
10.259/2001 e 12.153/2009.
JDPC17 A Fazenda Pública pode celebrar convenção proces- Estipule mudanças no procedimento das intervenções de tercei-
sual, nos termos do art. 190 do CPC. ros
JDPC18 A convenção processual pode ser celebrada em pacto Estabeleça a contagem dos prazos processuais dos negociantes

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DIA 6 / 16

em dias corridos lação a terceiros.


FPPC264. (art. 194) Salvo hipóteses de segredo de justiça, nos
Alegação de existência de convenção de arbitragem será feita
processos em que se realizam intimações exclusivamente por
por simples petição, com a interrupção ou suspensão do prazo
portal eletrônico, deve ser garantida ampla publicidade aos au-
para contestação
tos eletrônicos, assegurado o acesso a qualquer um.
NÃO É POSSÍVEL NEGÓCIO PROCESSUAL FPPC265. (art. 194) É possível haver documentos transitoria-
mente confidenciais no processo eletrônico
Acordo para modificação da competência absoluta
Acordo para supressão da primeira instância Art. 195. O registro de ato processual eletrônico deverá ser feito
Excluir a intervenção do Ministério Público como fiscal da or- em padrões abertos, que atenderão aos requisitos de autenticida-
dem jurídica de, integridade, temporalidade, não repúdio, conservação e, nos
casos que tramitem em segredo de justiça, confidencialidade, ob-
servada a infraestrutura de chaves públicas unificada nacional-
Art. 191. De comum acordo, o juiz e as partes podem fixar ca-
mente, nos termos da lei.
lendário para a prática dos atos processuais, quando for o
caso.
Art. 196. Compete ao CNJ e, supletivamente, aos tribunais, regu-
§ 1o O calendário vincula as partes e o juiz, e os prazos nele pre-
lamentar a prática e a comunicação oficial de atos processuais por
vistos somente serão modificados em casos excepcionais, devida-
meio eletrônico e velar pela compatibilidade dos sistemas, disci-
mente justificados.
plinando a incorporação progressiva de novos avanços tecnológi-
§ 2o Dispensa-se a intimação das partes para a prática de ato
cos e editando, para esse fim, os atos que forem necessários, res-
processual ou a realização de audiência cujas datas tiverem sido
peitadas as normas fundamentais deste Código.
designadas no calendário.

Art. 197. Os tribunais divulgarão as informações constantes de


FPPC414. (art. 191, §1º) O disposto no §1º do artigo 191 refere- seu sistema de automação em página própria na rede mundial de
se ao juízo. computadores, gozando a divulgação de presunção de veraci-
FPPC494. (art. 191) A admissibilidade de autocomposição dade e confiabilidade.
não é requisito para o calendário processual Parágrafo único. Nos casos de problema técnico do sistema e de
erro ou omissão do auxiliar da justiça responsável pelo registro
Eleição negocial do foro (art. 47 e 63) dos andamentos, poderá ser configurada a justa causa prevista no
Exemplos de negócios art. 223, caput e § 1o.
Suspensão do processo por convenção
processuais previstos
das partes (art. 313, II) Art. 198. As unidades do Poder Judiciário deverão manter gratui-
no CPC
Desistência da ação (art. 90 e 200) tamente, à disposição dos interessados, equipamentos necessá-
rios à prática de atos processuais e à consulta e ao acesso ao sis-
Desistência do recursos (art. 998) tema e aos documentos dele constantes.
Parágrafo único. Será admitida a prática de atos por meio não
Art. 192. Em todos os atos e termos do processo é obrigatório o eletrônico no local onde não estiverem disponibilizados os
uso da língua portuguesa. equipamentos previstos no caput.
Parágrafo único. O documento redigido em língua estrangeira
somente poderá ser juntado aos autos quando acompanhado de Art. 199. As unidades do Poder Judiciário assegurarão às pesso-
versão para a língua portuguesa tramitada por via diplomática ou as com deficiência acessibilidade aos seus sítios na rede mundi-
pela autoridade central, ou firmada por tradutor juramentado. al de computadores, ao meio eletrônico de prática de atos judici-
ais, à comunicação eletrônica dos atos processuais e à assinatura
Seção II eletrônica.
Da Prática Eletrônica de Atos Processuais
Art. 193. Os atos processuais podem ser total ou parcialmente di- Seção III
gitais, de forma a permitir que sejam produzidos, comunicados, Dos Atos das Partes
armazenados e validados por meio eletrônico, na forma da lei. Art. 200. Os atos das partes consistentes em declarações unila-
Parágrafo único. O disposto nesta Seção aplica-se, no que for ca- terais ou bilaterais de vontade produzem imediatamente a
bível, à prática de atos notariais e de registro. constituição, modificação ou extinção de direitos processuais.
Parágrafo único. A desistência da ação só produzirá efeitos
Art. 194. Os sistemas de automação processual respeitarão a pu- após homologação judicial.
blicidade dos atos, o acesso e a participação das partes e de seus
procuradores, inclusive nas audiências e sessões de julgamento, FPPC495. (art. 200) O distrato do negócio processual homolo-
observadas as garantias da disponibilidade, independência da gado por exigência legal depende de homologação.
plataforma computacional, acessibilidade e interoperabilidade
dos sistemas, serviços, dados e informações que o Poder Judiciá-
Art. 201. As partes poderão exigir recibo de petições, arrazoados,
rio administre no exercício de suas funções.
papéis e documentos que entregarem em cartório.

FPPC263. (art. 194) A mera juntada de decisão aos autos ele-


trônicos não necessariamente lhe confere publicidade em re-

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DIA 6 / 17

Art. 202. É vedado lançar nos autos cotas marginais ou interline- talmente pelo juiz e pelo escrivão ou chefe de secretaria, bem
ares, as quais o juiz mandará riscar, impondo a quem as escrever como pelos advogados das partes.
multa correspondente à metade do salário-mínimo. § 2o Na hipótese do § 1o, eventuais contradições na transcrição
deverão ser suscitadas oralmente no momento de realização
Seção IV do ato, sob pena de preclusão, devendo o juiz decidir de plano
Dos Pronunciamentos do Juiz e ordenar o registro, no termo, da alegação e da decisão.
Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças,
decisões interlocutórias e despachos. Art. 210. É lícito o uso da taquigrafia, da estenotipia ou de outro
§ 1o Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos es- método idôneo em qualquer juízo ou tribunal.
peciais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz,
com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva Art. 211. Não se admitem nos atos e termos processuais espaços
do procedimento comum, bem como extingue a execução. em branco, salvo os que forem inutilizados, assim como entreli-
§ 2o Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de nhas, emendas ou rasuras, exceto quando expressamente ressal-
natureza decisória que não se enquadre no § 1o. vadas.
§ 3o São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz
praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte. CAPÍTULO II
§ 4o Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista DO TEMPO E DO LUGAR DOS ATOS PROCESSUAIS
obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados Seção I
de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessário. Do Tempo
Art. 212. Os atos processuais serão realizados em DIAS ÚTEIS,
Art. 204. Acórdão é o julgamento colegiado proferido pelos tri- das 6 às 20 horas.
bunais. § 1o Serão concluídos após as 20 horas os atos iniciados antes,
quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave
Art. 205. Os despachos, as decisões, as sentenças e os acórdãos dano.
serão redigidos, datados e assinados pelos juízes. § 2o Independentemente de autorização judicial, as citações,
§ 1o Quando os pronunciamentos previstos no caput forem profe- intimações e penhoras poderão realizar-se no período de férias
ridos oralmente, o servidor os documentará, submetendo-os aos forenses, onde as houver, e nos feriados ou dias úteis fora do
juízes para revisão e assinatura. horário estabelecido neste artigo, observado o disposto no art.
§ 2o A assinatura dos juízes, em todos os graus de jurisdição, pode 5o, inciso XI, da Constituição Federal.
ser feita eletronicamente, na forma da lei. § 3o Quando o ato tiver de ser praticado por meio de petição em
§ 3o Os despachos, as decisões interlocutórias, o dispositivo das autos não eletrônicos, essa deverá ser protocolada no horário de
sentenças e a ementa dos acórdãos serão publicados no Diário de funcionamento do fórum ou tribunal, conforme o disposto na lei
Justiça Eletrônico. de organização judiciária local.

Seção V
FPPC415. (arts. 212 e 219; Lei 9.099/1995, Lei 10.259/2001, Lei
Dos Atos do Escrivão ou do Chefe de Secretaria
12.153/2009) Os prazos processuais no sistema dos Juizados Es-
Art. 206. Ao receber a petição inicial de processo, o escrivão ou o
peciais são contados em dias úteis – LEI 13.728/18: LEI 9099
chefe de secretaria a autuará, mencionando o juízo, a natureza do
- Art. 12-A. Na contagem de prazo em dias, estabelecido
processo, o número de seu registro, os nomes das partes e a data
por lei ou pelo juiz, para a prática de qualquer ato processu-
de seu início, e procederá do mesmo modo em relação aos volu-
al, inclusive para a interposição de recursos, COMPUTAR-SE-
mes em formação.
ÃO SOMENTE OS DIAS ÚTEIS.

Art. 207. O escrivão ou o chefe de secretaria numerará e rubricará


Art. 213. A prática eletrônica de ato processual pode ocorrer em
todas as folhas dos autos.
qualquer horário até as 24 horas do último dia do prazo.
Parágrafo único. À parte, ao procurador, ao membro do Ministé-
Parágrafo único. O horário vigente no juízo perante o qual o ato
rio Público, ao defensor público e aos auxiliares da justiça é facul-
deve ser praticado será considerado para fins de atendimento do
tado rubricar as folhas correspondentes aos atos em que intervie-
prazo.
rem.

Art. 214. Durante as férias forenses e nos feriados, não se pra-


Art. 208. Os termos de juntada, vista, conclusão e outros seme-
ticarão atos processuais, excetuando-se:
lhantes constarão de notas datadas e rubricadas pelo escrivão ou
I - os atos previstos no art. 212, § 2o;
pelo chefe de secretaria.
II - a tutela de urgência.
Art. 209. Os atos e os termos do processo serão assinados pelas
Art. 215. Processam-se durante as férias forenses, onde as
pessoas que neles intervierem, todavia, quando essas não pude-
houver, e não se suspendem pela superveniência delas:
rem ou não quiserem firmá-los, o escrivão ou o chefe de secreta-
I - os procedimentos de jurisdição voluntária e os necessários
ria certificará a ocorrência.
à conservação de direitos, quando puderem ser prejudicados
§ 1o Quando se tratar de processo total ou parcialmente docu-
pelo adiamento;
mentado em autos eletrônicos, os atos processuais praticados na
II - a ação de alimentos e os processos de nomeação ou remo-
presença do juiz poderão ser produzidos e armazenados de
ção de tutor e curador;
modo integralmente digital em arquivo eletrônico inviolável, na
III - os processos que a lei determinar.
forma da lei, mediante registro em termo, que será assinado digi-

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DIA 6 / 18

Art. 216. Além dos declarados em lei, são feriados, para efeito Lei n. 6.830/1980.
forense, os sábados, os domingos e os dias em que não haja CJF 116: Aplica-se o art. 219 do CPC na contagem dos prazos
expediente forense. processuais previstos na Lei n. 6.830/1980.

Seção II
Art. 220. Suspende-se o curso do prazo processual nos dias
Do Lugar
compreendidos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro, inclusive.
Art. 217. Os atos processuais realizar-se-ão ordinariamente na
§ 1o Ressalvadas as férias individuais e os feriados instituídos por
sede do juízo, ou, excepcionalmente, em outro lugar em razão de
lei, os juízes, os membros do Ministério Público, da Defensoria
deferência, de interesse da justiça, da natureza do ato ou de obs-
Pública e da Advocacia Pública e os auxiliares da Justiça exercerão
táculo arguido pelo interessado e acolhido pelo juiz.
suas atribuições durante o período previsto no caput.
§ 2o Durante a suspensão do prazo, não se realizarão audiências
CAPÍTULO III
nem sessões de julgamento.
DOS PRAZOS
Seção I
Disposições Gerais FPPC269. (art. 220) A suspensão de prazos de 20 de dezembro a
Art. 218. Os atos processuais serão realizados nos prazos prescri- 20 de janeiro é aplicável aos Juizados Especiais.
tos em lei. JDPC21 A suspensão dos prazos processuais prevista no caput
§ 1o Quando a lei for omissa, o juiz determinará os prazos em do art. 220 do CPC estende-se ao Ministério Público, à De-
consideração à complexidade do ato. fensoria Pública e à Advocacia Pública
§ 2o Quando a lei ou o juiz não determinar prazo, as intimações
somente obrigarão a comparecimento após decorridas 48 ho- Art. 221. Suspende-se o curso do prazo por obstáculo criado
ras. em detrimento da parte ou ocorrendo qualquer das hipóteses do
§ 3o Inexistindo preceito legal ou prazo determinado pelo juiz, art. 313, devendo o prazo ser restituído por tempo igual ao que
será de 5 dias o prazo para a prática de ato processual a cargo faltava para sua complementação.
da parte. Parágrafo único. Suspendem-se os prazos durante a execução
§ 4o Será considerado tempestivo o ato praticado antes do ter- de programa instituído pelo Poder Judiciário para promover a
mo inicial do prazo. autocomposição, incumbindo aos tribunais especificar, com an-
tecedência, a duração dos trabalhos.
FPPC22. (art. 218, § 4º; art. 1.003) O Tribunal não poderá julgar
extemporâneo ou intempestivo recurso, na instância ordi- Art. 222. Na comarca, seção ou subseção judiciária onde for di-
nária ou na extraordinária, interposto antes da abertura do fícil o transporte, o juiz poderá prorrogar os prazos por até 2
prazo. meses.
FPPC23. (art. 218, § 4º; art. 1.024, § 5º) Fica superado o enuncia- § 1o Ao juiz é vedado reduzir prazos peremptórios sem anuên-
do 418 da súmula do STJ após a entrada em vigor do CPC (“É cia das partes.
inadmissível o recurso especial interposto antes da publicação § 2o Havendo calamidade pública, o limite previsto no caput
do acórdão dos embargos de declaração, sem posterior ratifica- para prorrogação de prazos poderá ser excedido.
ção”)
Art. 223. Decorrido o prazo, extingue-se o direito de praticar ou
FPPC267. (arts. 218, e 1.046). Os prazos processuais iniciados
de emendar o ato processual, independentemente de declaração
antes da vigência do CPC serão integralmente regulados pelo
judicial, ficando assegurado, porém, à parte provar que não o rea-
regime revogado.
lizou por justa causa.
§ 1o Considera-se justa causa o evento alheio à vontade da parte e
Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou que a impediu de praticar o ato por si ou por mandatário.
pelo juiz, computar-se-ão somente os dias úteis. § 2o Verificada a justa causa, o juiz permitirá à parte a prática
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se somente aos do ato no prazo que lhe assinar.
prazos processuais.
Art. 224. Salvo disposição em contrário, os prazos serão contados
FPPC268. (arts. 219 e 1.046). A regra de contagem de prazos excluindo o dia do começo e incluindo o dia do vencimento. (-
em dias úteis só se aplica aos prazos iniciados após a vigên- C+F)
cia do Novo Código § 1o Os dias do começo e do vencimento do prazo serão pro-
FPPC416. (art. 219) A contagem do prazo processual em dias traídos para o primeiro dia útil seguinte, se coincidirem com
úteis prevista no art. 219 aplica-se aos Juizados Especiais Cí- dia em que o expediente forense for encerrado antes ou iniciado
veis, Federais e da Fazenda Pública depois da hora normal ou houver indisponibilidade da comunica-
JDPC19 O prazo em dias úteis previsto no art. 219 do CPC ção eletrônica.
aplica-se também aos procedimentos regidos pelas Leis n. § 2o Considera-se como data de publicação o primeiro dia útil
9.099/1995, 10.259/2001 e 12.153/2009. LEI 13.728/18: LEI seguinte ao da disponibilização da informação no Diário da Jus-
9099 - Art. 12-A. Na contagem de prazo em dias, estabeleci- tiça eletrônico.
do por lei ou pelo juiz, para a prática de qualquer ato pro- § 3o A contagem do prazo terá início no primeiro dia útil que
cessual, inclusive para a interposição de recursos, COMPU- seguir ao da publicação.
TAR-SE-ÃO SOMENTE OS DIAS ÚTEIS.
JDPC20 Aplica-se o art. 219 do CPC na contagem do prazo para Disponibilização 1 dia Publicação 1 dia Início da
oposição de embargos à execução fiscal previsto no art. 16 da útil útil contagem do

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DIA 6 / 19

prazo VII - a data de publicação, quando a intimação se der pelo Diá-


rio da Justiça impresso ou eletrônico;
Art. 225. A parte poderá renunciar ao prazo estabelecido exclusi- VIII - o dia da carga, quando a intimação se der por meio da reti-
vamente em seu favor, desde que o faça de maneira expressa. rada dos autos, em carga, do cartório ou da secretaria.
§ 1o Quando houver mais de um réu, o dia do começo do prazo
Art. 226. O juiz proferirá: para contestar corresponderá à última das datas a que se refe-
I - os despachos no prazo de 5 dias; rem os incisos I a VI do caput.
II - as decisões interlocutórias no prazo de 10 dias; § 2o Havendo mais de um intimado, o prazo para cada um é
III - as sentenças no prazo de 30 dias. contado individualmente.
§ 3o Quando o ato tiver de ser praticado diretamente pela parte
Art. 227. Em qualquer grau de jurisdição, havendo motivo justifi- ou por quem, de qualquer forma, participe do processo, sem a in-
cado, pode o juiz exceder, por igual tempo, os prazos a que está termediação de representante judicial, o dia do começo do pra-
submetido. zo para cumprimento da determinação judicial corresponderá
à data em que se der a comunicação.
Art. 228. Incumbirá ao serventuário remeter os autos conclusos § 4o Aplica-se o disposto no inciso II do caput à citação com
no prazo de 1 dia e executar os atos processuais no prazo de 5 hora certa.
dias, contado da data em que:
I - houver concluído o ato processual anterior, se lhe foi imposto FPPC271. (art. 231) Quando for deferida tutela provisória a ser
pela lei; cumprida diretamente pela parte, o prazo recursal conta a partir
II - tiver ciência da ordem, quando determinada pelo juiz. da juntada do mandado de intimação, do aviso de recebimento
§ 1o Ao receber os autos, o serventuário certificará o dia e a hora ou da carta precatória; o prazo para o cumprimento da deci-
em que teve ciência da ordem referida no inciso II. são inicia-se a partir da intimação da parte.
§ 2o Nos processos em autos eletrônicos, a juntada de petições ou FPPC272. (art. 231, § 2º) Não se aplica o § 2º do art. 231 ao
de manifestações em geral ocorrerá de forma automática, inde- prazo para contestar, em vista da previsão do § 1º do mesmo
pendentemente de ato de serventuário da justiça. artigo

Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procurado- Art. 232. Nos atos de comunicação por carta precatória, rogatória
res, de escritórios de advocacia distintos, terão prazos conta- ou de ordem, a realização da citação ou da intimação será imedi-
dos em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juí- atamente informada, por meio eletrônico, pelo juiz deprecado ao
zo ou tribunal, INDEPENDENTEMENTE DE REQUERIMENTO. juiz deprecante.
§ 1o Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas
2 réus, é oferecida defesa por apenas um deles. Seção II
§ 2o Não se aplica o disposto no caput aos processos em autos Da Verificação dos Prazos e das Penalidades
eletrônicos. Art. 233. Incumbe ao juiz verificar se o serventuário excedeu, sem
motivo legítimo, os prazos estabelecidos em lei.
Art. 230. O prazo para a parte, o procurador, a Advocacia Públi- § 1o Constatada a falta, o juiz ordenará a instauração de processo
ca, a Defensoria Pública e o Ministério Público será contado administrativo, na forma da lei.
da citação, da intimação ou da notificação. § 2o Qualquer das partes, o Ministério Público ou a Defensoria
Pública poderá representar ao juiz contra o serventuário que in-
FPPC275. (arts. 229, §2º, 1.046). Nos processos que tramitam justificadamente exceder os prazos previstos em lei.
eletronicamente, a regra do art. 229, §2º, não se aplica aos
prazos já iniciados no regime anterior. Art. 234. Os advogados públicos ou privados, o defensor públi-
co e o membro do Ministério Público devem restituir os autos
Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia no prazo do ato a ser praticado.
do começo do prazo: § 1o É lícito a qualquer interessado exigir os autos do advogado
I - a data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quan- que exceder prazo legal.
do a citação ou a intimação for pelo correio; § 2o Se, intimado, o advogado não devolver os autos no prazo
II - a data de juntada aos autos do mandado cumprido, quando de 3 dias, perderá o direito à vista fora de cartório e incorrerá
a citação ou a intimação for por oficial de justiça; em multa correspondente à metade do salário-mínimo.
III - a data de ocorrência da citação ou da intimação, quando ela § 3o Verificada a falta, o juiz comunicará o fato à seção local da
se der por ato do escrivão ou do chefe de secretaria; OAB para procedimento disciplinar e imposição de multa.
IV - o dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz, § 4o Se a situação envolver membro do Ministério Público, da De-
quando a citação ou a intimação for por edital; fensoria Pública ou da Advocacia Pública, a multa, se for o caso,
V - o dia útil seguinte à consulta ao teor da citação ou da inti- será aplicada ao agente público responsável pelo ato.
mação ou ao término do prazo para que a consulta se dê, quando § 5o Verificada a falta, o juiz comunicará o fato ao órgão compe-
a citação ou a intimação for eletrônica; tente responsável pela instauração de procedimento disciplinar
VI - a data de juntada do comunicado de que trata o art. 232 contra o membro que atuou no feito.
ou, não havendo esse, a data de juntada da carta aos autos de
origem devidamente cumprida, quando a citação ou a intimação Art. 235. Qualquer parte, o Ministério Público ou a Defensoria
se realizar em cumprimento de carta; Pública poderá representar ao corregedor do tribunal ou ao CNJ

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DIA 6 / 20

contra juiz ou relator que injustificadamente exceder os prazos Parágrafo único - Importa renúncia tácita ao direito de
previstos em lei, regulamento ou regimento interno. queixa a prática de ato incompatível com a vontade de exercê-
§ 1o Distribuída a representação ao órgão competente e ouvido lo; não a implica, todavia, o fato de receber o ofendido a inde-
previamente o juiz, não sendo caso de arquivamento liminar, será nização do dano causado pelo crime.
instaurado procedimento para apuração da responsabilidade,
com intimação do representado por meio eletrônico para, que- Perdão do ofendido
rendo, apresentar justificativa no prazo de 15 dias. Art. 105 - O perdão do ofendido, nos crimes em que so-
§ 2o Sem prejuízo das sanções administrativas cabíveis, em até 48 mente se procede mediante queixa, obsta ao prosseguimento
horas após a apresentação ou não da justificativa de que trata o § da ação.
1o, se for o caso, o corregedor do tribunal ou o relator no CNJ de-
terminará a intimação do representado por meio eletrônico para Art. 106 - O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou
que, em 10 dias, pratique o ato. tácito:
§ 3o Mantida a inércia, os autos serão remetidos ao substituto le- I - se concedido a qualquer dos querelados, a todos apro-
gal do juiz ou do relator contra o qual se representou para deci- veita;
são em 10 dias. II - se concedido por um dos ofendidos, não prejudica o di-
reito dos outros;
CÓDIGO PENAL III - se o querelado o recusa, não produz efeito.
§ 1º - Perdão tácito é o que resulta da prática de ato incom -
patível com a vontade de prosseguir na ação.
TÍTULO VII
§ 2º - Não é admissível o perdão depois que passa em jul-
DA AÇÃO PENAL
gado a sentença condenatória.
Ação pública e de iniciativa privada
Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei ex-
TÍTULO VIII
pressamente a declara privativa do ofendido.
DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
§ 1º - A ação pública é promovida pelo Ministério Público,
Extinção da punibilidade
dependendo, quando a lei o exige, de representação do ofen-
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:
dido ou de requisição do Ministro da Justiça.
I - pela morte do agente;
§ 2º - A ação de iniciativa privada é promovida mediante
II - pela anistia, graça ou indulto;
queixa do ofendido ou de quem tenha qualidade para repre-
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato
sentá-lo.
como criminoso – abolitio criminis;
§ 3º - A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos cri-
IV - pela prescrição, decadência ou perempção;
mes de ação pública, se o Ministério Público não oferece de-
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito,
núncia no prazo legal (Ação penal privada subsidiária da pú-
nos crimes de ação privada;
blica)
VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a ad-
§ 4º - No caso de morte do ofendido ou de ter sido declara-
mite;
do ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou de
IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.
prosseguir na ação passa ao cônjuge, ascendente, descendente
ou irmão. (CADI)
Calúnia
A ação penal no crime complexo Difamação
Art. 101 - Quando a lei considera como elemento ou circuns- CABE RETRATAÇÃO
tâncias do tipo legal fatos que, por si mesmos, constituem crimes, Falso testemunho
cabe ação pública em relação àquele, desde que, em relação a Falsa perícia
qualquer destes, se deva proceder por iniciativa do Ministério
Público.
Art. 108 - A extinção da punibilidade de crime que é pres-
suposto, elemento constitutivo ou circunstância agravante de
Irretratabilidade da representação
outro NÃO SE ESTENDE A ESTE. Nos crimes conexos, a extinção
Art. 102 - A representação será irretratável DEPOIS DE OFE-
da punibilidade de um deles NÃO IMPEDE, quanto aos outros,
RECIDA a denúncia.
a agravação da pena resultante da conexão.

Decadência do direito de queixa ou de representação


Prescrição antes de transitar em julgado a sentença
Art. 103 - Salvo disposição expressa em contrário, o ofendi-
Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a
do decai do direito de queixa ou de representação se não o
sentença final, salvo o disposto no § 1 o do art. 110 deste Código,
exerce dentro do prazo de 6 meses, contado do dia em que
regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade comi-
veio a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do § 3º do
nada ao crime, verificando-se:
art. 100 deste Código, do dia em que se esgota o prazo para ofe-
I - em 20 anos, se o máximo da pena é superior a 12;
recimento da denúncia.
II - em 16 anos, se o máximo da pena é superior a 8 anos e
não excede a 12;
Renúncia expressa ou tácita do direito de queixa
III - em 12 anos, se o máximo da pena é superior a 4 anos e
Art. 104 - O direito de queixa não pode ser exercido quando
não excede a 8;
renunciado expressa ou tacitamente.
IV - em 8 anos, se o máximo da pena é superior a 2 anos e
não excede a 4;

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DIA 6 / 21

V - em 4 anos, se o máximo da pena é igual a um 1 ou, sen- Art. 113 - No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-
do superior, não excede a 2; se o livramento condicional, a prescrição é regulada pelo tempo
VI - em 3 anos, se o máximo da pena é inferior a 1 ano. que resta da pena.
Prescrição das penas restritivas de direito
Parágrafo único - Aplicam-se às penas restritivas de direi- Prescrição da multa
to os mesmos prazos previstos para as privativas de liberda- Art. 114 - A prescrição da pena de multa ocorrerá:
de. I - em 2 anos, quando a multa for a única cominada ou
PENA PRAZO DE PRESCRIÇÃO aplicada;
II - no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena
< 1 ano 3 anos privativa de liberdade, quando a multa for alternativa ou cumula-
1 a 2 anos 4 anos tivamente cominada ou cumulativamente aplicada.

>2 a 4 anos 8 anos Redução dos prazos de prescrição


>4 a 8 anos 12 anos Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de prescrição
quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de 21 anos,
>8 a 12 anos 16 anos ou, na data da sentença, maior de 70 anos.
>12 anos 20 anos
Causas impeditivas da prescrição
Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a
Prescrição depois de transitar em julgado sentença final con-
prescrição não corre:
denatória
I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão
Art. 110 - PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA
de que dependa o reconhecimento da existência do crime;
(PPE) - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença
II - enquanto o agente cumpre pena no exterior; (LEI
condenatória regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos pra-
13964/19)
zos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de 1/3, se
III - na pendência de embargos de declaração ou de
o condenado é reincidente.
recursos aos Tribunais Superiores, quando inadmissíveis; e (LEI
§ 1o A prescrição, depois da sentença condenatória com
13964/19)
trânsito em julgado para a acusação ou depois de improvido seu
IV - enquanto não cumprido ou não rescindido o acordo de
recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo, EM NE-
não persecução penal. (LEI 13964/19)
NHUMA HIPÓTESE, ter por termo inicial data anterior à da
Parágrafo único - Depois de passada em julgado a senten-
denúncia ou queixa.
ça condenatória, a prescrição não corre durante o tempo em
que o condenado está preso por outro motivo.
Termo inicial da prescrição antes de transitar em julgado a
sentença final
Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a NÃO CORRE A PRESCRIÇÃO (CAUSAS IMPEDITIVAS)
sentença final, começa a correr: ANTES DO TRÂNSITO EM DEPOIS DO TRÂNSITO EM
I - do dia em que o crime se consumou; JULGADO JULGADO
II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade
criminosa; - Não resolvida, em outro pro- - Estiver preso por outro moti-
III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a perma- cesso, questão de que depen- vo
nência; da o reconhecimento da exis-
IV - nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de as- tência do crime
sentamento do registro civil, da data em que o fato se tornou - enquanto o agente cumpre
conhecido. pena no exterior
V - nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e ado-
lescentes, previstos neste Código ou em legislação especial, da - na pendência de embargos
data em que a vítima completar 18 anos, salvo se a esse tem- de declaração ou de recursos
po já houver sido proposta a ação penal. aos Tribunais Superiores,
quando inadmissíveis;
Termo inicial da prescrição após a sentença condenatória ir- - enquanto não cumprido ou
recorrível não rescindido o acordo de
Art. 112 - No caso do art. 110 deste Código (PPE), a prescri- não persecução penal.
ção começa a correr:
I - do dia em que transita em julgado a sentença conde-
natória, para a acusação, ou a que revoga a suspensão condi- CAUSAS IMPEDITIVAS DA PRESCRIÇÃO ANTES DO
cional da pena ou o livramento condicional; TRÂNSITO EM JULGADO
II - do dia em que se interrompe a execução, salvo quando ANTES DA LEI 13964/19 DEPOIS DA LEI 13964/19
o tempo da interrupção deva computar-se na pena.
I - enquanto não resolvida, em I - enquanto não resolvida, em
Prescrição no caso de evasão do condenado ou de revoga- outro processo, questão de outro processo, questão de
ção do livramento condicional que dependa o que dependa o
reconhecimento da existência reconhecimento da existência

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DIA 6 / 22

do crime; do crime; Art. 120 - A sentença que conceder perdão judicial não
II - enquanto o agente cumpre II - enquanto o agente cumpre será considerada para efeitos de reincidência.
pena no estrangeiro pena no exterior;
III - na pendência de SÚMULAS SOBRE PERDÃO JUDICIAL
embargos de declaração ou
Súmula 18-STJ: A sentença concessiva do perdão judicial é de-
de recursos aos Tribunais
claratória da extinção da punibilidade, não subsistindo qual-
Superiores, quando
quer efeito condenatório.
inadmissíveis; e
IV - enquanto não cumprido
ou não rescindido o acordo TÍTULO I
de não persecução penal. DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A VIDA
Causas interruptivas da prescrição
Homicídio simples
Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se:
Art. 121. Matar alguém:
I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa;
Pena - reclusão, de 6 a 20 anos.
II - pela pronúncia (ainda que o Júri venha a desclassificar)
Caso de diminuição de pena – HOMICÍDIO PRIVILEGIADO
III - pela decisão confirmatória da pronúncia;
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de rele-
IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios
vante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta
recorríveis;
emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o
V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena;
juiz pode reduzir a pena de 1/6 a 1/3.
VI - pela REINCIDÊNCIA.
§ 1º - Excetuados os casos interrupção referente ao início
ou continuação do cumprimento da pena e à reincidência, a HOMICÍDIO QUALIFICADO-PRIVILEGIADO (HOMICÍDIO
interrupção da prescrição produz efeitos relativamente a todos HÍBRIDO): possível, desde que as qualificadoras sejam de or-
os autores do crime. Nos crimes conexos, que sejam objeto do dem objetiva (referentes aos MEIOS E MODO DE EXECUÇÃO – III
mesmo processo, estende-se aos demais a interrupção relati- e IV)
va a qualquer deles.
§ 2º - Interrompida a prescrição, salvo em relação à hipótese Homicídio qualificado
referente ao início ou continuação do cumprimento da pena, § 2° Se o homicídio é cometido:
todo o prazo começa a correr, novamente, do dia da interrupção. I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro
motivo torpe;
Art. 118 - As penas mais leves prescrevem com as mais gra- NÃO CARACTERIZA BIS IN IDEM o reconhecimento das quali-
ves. ficadoras de motivo torpe e de feminicídio no crime de homicí-
dio praticado contra mulher em situação de violência doméstica
SÚMULAS SOBRE PRESCRIÇÃO e familiar.
STJ. 6ª Turma. HC 433.898-RS, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado
STF
em 24/04/2018 (Info 625).
Súmula 146-STF: A prescrição da ação penal regula-se pela II - por motivo fútil (motivo bobo, insignificante, pequeno,
pena concretizada na sentença, quando não há recurso da mesquinho);
acusação.
Se o fato surgiu por conta de uma bobagem, mas depois ocor-
Súmula 497-STF: Quando se tratar de crime continuado, a
reu uma briga e, no contexto desta, houve o homicídio, tal cir -
prescrição regula-se pela pena imposta na sentença, NÃO SE
cunstância pode vir a descaracterizar o motivo fútil.
COMPUTANDO O ACRÉSCIMO decorrente da continuação.
Vale ressaltar, no entanto, que a discussão anterior entre vítima
Súmula 592-STF: Nos crimes falimentares, aplicam-se as cau-
e autor do homicídio, por si só, não afasta a qualificadora do
sas interruptivas da prescrição, previstas no Código Penal.
motivo fútil. Assim, é preciso verificar a situação no caso concre-
STJ to. STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1113364-PE, Rel. Min. Sebastião
Reis Júnior, julgado em 06/08/2013 (Info 525).
Súmula 191-STJ: A pronúncia é causa interruptiva da prescri-
ção, ainda que o Tribunal do Júri venha a desclassificar o cri- O fato de o réu ter assumido o risco de produzir o resultado
me. morte (dolo eventual), não exclui a possibilidade de o crime ter
Súmula 220-STJ: A reincidência não influi no prazo da pres- sido praticado por motivo fútil, uma vez que o dolo do agente,
crição da pretensão punitiva (Influi na PPE) direto ou indireto, não se confunde com o motivo que ensejou a
Súmula 438-STJ: É inadmissível a extinção da punibilidade conduta. STJ. 5ª Turma. REsp 912.904/SP, Rel. Min. Laurita Vaz,
pela prescrição da pretensão punitiva com fundamento em julgado em 06/03/2012. STJ. 6ª Turma. REsp 1601276/RJ, Rel.
pena hipotética, independentemente da existência ou sorte do Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 13/06/2017.
processo penal (Prescrição Virtual) III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura
ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar peri-
Art. 119 - No caso de concurso de crimes, a extinção da go comum;
punibilidade incidirá sobre a pena de cada um, isoladamente. IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou ou-
tro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofen-
Perdão judicial dido;

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O dolo eventual não se compatibiliza com a qualificadora do prio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne
art. 121, § 2º, IV (traição, emboscada, dissimulação). STF. 2ª Tur- desnecessária.
ma. HC 111442/RS, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em § 6o A pena é aumentada de 1/3 até 1/2 se o crime for pratica-
28/8/2012 (Info 677). do por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço
de segurança, ou por grupo de extermínio.
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou
§ 7o A PENA DO FEMINICÍDIO é aumentada de 1/3 até 1/2 se o
vantagem de outro crime:
crime for praticado:
Pena - reclusão, de 12 a 30 anos.
I - durante a gestação ou nos 3 meses posteriores ao parto;
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino
II - contra pessoa menor de 14 anos, maior de 60 anos, com de-
- Feminicídio
ficiência ou portadora de doenças degenerativas que acarretem
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da
condição limitante ou de vulnerabilidade física ou mental; (Lei
Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força
13771/2018)
Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em de-
III - na presença física ou virtual de descendente ou de
corrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente
ascendente da vítima; (Lei 13771/2018)
consanguíneo até 3° grau, em razão dessa condição:
IV - em descumprimento das medidas protetivas de urgência
Pena - reclusão, de 12 a 30 anos.
previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 22 da Lei nº 11.340,
de 7 de agosto de 2006. (Lei 13771/2018)
AUTORIDADE, AGENTE OU INTEGRANTE da(o) (s):
• Forças Armadas (Marinha, Exército ou Aeronáutica); Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio
• Polícia Federal; Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar
• Polícia Rodoviária Federal; automutilação ou prestar-lhe auxílio material para que o faça:
• Polícia Ferroviária Federal; (LEI 13968/19)
• Polícias Civis; Pena - reclusão, de 6 meses a 2 anos. (LEI 13968/19)
• Polícias Militares; § 1º Se da automutilação ou da tentativa de suicídio resulta lesão
• Corpos de Bombeiros Militares; corporal de natureza grave ou gravíssima, nos termos dos §§ 1º
• Guardas Municipais; e 2º do art. 129 deste Código: (LEI 13968/19)
• Agentes de segurança viária; Pena - reclusão, de 1 a 3 anos. (LEI 13968/19)
• Sistema Prisional (agentes, diretores de presídio, carcereiro § 2º Se o suicídio se consuma ou se da automutilação resulta
etc.); morte: (LEI 13968/19)
• Força Nacional de Segurança Pública. Pena - reclusão, de 2 a 6 anos. (LEI 13968/19)
§ 3º A pena é duplicada: (LEI 13968/19)
§ 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo femini- I - se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe ou fútil;
no quando o crime envolve: (LEI 13968/19)
I - violência doméstica e familiar; II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa,
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher. a capacidade de resistência. (LEI 13968/19)
Homicídio culposo § 4º A pena é aumentada até o dobro se a conduta é realizada
§ 3º Se o homicídio é culposo: por meio da rede de computadores, de rede social ou
Pena - detenção, de 1 a 3 anos. transmitida em tempo real. (LEI 13968/19)
Aumento de pena § 5º Aumenta-se a pena em metade se o agente é líder ou
§ 4o No HOMICÍDIO CULPOSO, a pena é aumentada de 1/3, se coordenador de grupo ou de rede virtual. (LEI 13968/19)
o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, § 6º Se o crime de que trata o § 1º deste artigo resulta em lesão
arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato so- corporal de natureza gravíssima e é cometido contra menor
corro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu de 14 anos ou contra quem, por enfermidade ou deficiência
ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo DOLOSO o mental, não tem o necessário discernimento para a prática do
homicídio, a pena é aumentada de 1/3 se o crime é praticado ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer
contra pessoa menor de 14 ou maior de 60 anos. resistência, responde o agente pelo crime descrito no § 2º do
No homicídio culposo, a morte instantânea da vítima não afasta art. 129 deste Código. (LEI 13968/19)
a causa de aumento de pena prevista no art. 121, § 4º, do CP, a § 7º Se o crime de que trata o § 2º deste artigo é cometido con-
não ser que o óbito seja evidente, isto é, perceptível por qual- tra menor de 14 anos ou contra quem não tem o necessário
quer pessoa. STJ. 5ª Turma. HC 269038-RS, Rel. Min. Felix Fis- discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer ou-
cher, julgado em 2/12/2014 (Info 554). tra causa, não pode oferecer resistência, responde o agente
pelo crime de homicídio, nos termos do art. 121 deste Código
É possível a aplicação da causa de aumento de pena prevista no (LEI 13968/19)
art. 121, § 4º, do CP no caso de homicídio culposo cometido por
médico e decorrente do descumprimento de regra técnica no Infanticídio
exercício da profissão. Nessa situação, não há que se falar em Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o pró-
bis in idem. STJ. 5ª Turma. HC 181847-MS, Rel. Min. Marco Auré- prio filho, durante o parto ou logo após:
lio Bellizze, Rel. para acórdão Min. Campos Marques (Desembar- Pena - detenção, de 2 a 6 anos.
gador convocado do TJ/PR), julgado em 4/4/2013 (Info 520).
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento
aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o pró- Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem
lho provoque:

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DIA 6 / 24

Pena - detenção, de 1 a 3 anos.


CÓDIGO PROCESSO PENAL
Aborto provocado por terceiro
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: CAPÍTULO III
Pena - reclusão, de 3 a 10 anos. DA PRISÃO PREVENTIVA
Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: processo penal, caberá a PRISÃO PREVENTIVA decretada pelo
Pena - reclusão, de 1 a 4 anos. juiz, a requerimento do ministério público, do querelante ou
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante do assistente, ou por representação da autoridade policial.
não é maior de 14 anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o (LEI 13964/19)
consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou
violência. Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como
garantia da ordem pública, da ordem econômica, por
Forma qualificada conveniência da instrução criminal ou para assegurar a
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são au- aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do
mentadas de 1/3, se, em consequência do aborto ou dos meios crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo
empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de estado de liberdade do imputado. (LEI 13964/19)
natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, § 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve ser
lhe sobrevém a morte. motivada e fundamentada em receio de perigo e existência
concreta de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: a aplicação da medida adotada. (LEI 13964/19)
Aborto necessário
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
O art. 312 do CPP exige a prova da existência do crime. O decre-
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
to prisional, no entanto, descreve, de forma genérica e impreci-
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de
sa, a conduta do paciente e não deixa claro, em nenhum mo-
consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu repre-
mento, os delitos a ele imputáveis e que justificariam a prisão
sentante legal.
preventiva.
A liberdade de um indivíduo suspeito da prática de infração
A interrupção da gravidez no primeiro trimestre da gestação penal somente pode sofrer restrições se houver decisão judi-
provocada pela própria gestante (art. 124) ou com o seu con- cial devidamente fundamentada, amparada em fatos con-
sentimento (art. 126) não é crime. É preciso conferir interpreta- cretos, e não apenas em hipóteses ou conjecturas, na gravi-
ção conforme a Constituição aos arts. 124 a 126 do Código Pe- dade do crime ou em razão de seu caráter hediondo.
nal – que tipificam o crime de aborto – para excluir do seu âmbi- O juiz pode dispor de outras medidas cautelares de natureza
to de incidência a interrupção voluntária da gestação efetivada pessoal, diversas da prisão, e deve escolher aquela mais ajustada
no primeiro trimestre. A criminalização, nessa hipótese, viola di- às peculiaridades da espécie, de modo a tutelar o meio social,
versos direitos fundamentais da mulher, bem como o princípio mas também dar, mesmo que cautelarmente, resposta justa e
da proporcionalidade. STF. 1ª Turma. HC 124306/RJ, rel. orig. proporcional ao mal supostamente causado pelo acusado.
Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado STF. 2ª Turma. HC 157.604/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado
em 29/11/2016 (Info 849). em 4/9/2018 (Info 914).
É inconstitucional a interpretação segundo a qual a interrupção A prática de contravenção penal, no âmbito de violência do-
da gravidez de feto anencéfalo seria conduta tipificada nos arts. méstica, não é motivo idôneo para justificar a prisão preventiva
124, 126 e 128, I e II, do CP. A interrupção da gravidez de feto do réu. STJ. 6ª Turma. HC 437535-SP, Rel. Min. Maria Thereza de
anencéfalo é atípica. STF. Plenário. ADPF 54/DF, rel. Min. Marco Assis Moura, Rel. Acd. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em
Aurélio, julgado em 11 e 12/4/2012. 26/06/2018 (Info 632).
O juiz, mesmo sem provocação da autoridade policial ou da
Se não há outro meio de salvar a vida da acusação, ao receber o auto de prisão em flagrante, deverá,
gestante. É o chamado aborto quando presentes os requisitos previstos no art. 312 do CPP,
“necessário” ou “terapêutico”, previsto no converter a prisão em flagrante em preventiva, em cumpri-
EXCEÇÕES EM QUE inciso I. mento ao disposto no art. 310, II, do mesmo Código.
O ABORTO NÃO É Assim, não configura nulidade a decretação, de ofício, da pre-
No caso de gravidez resultante de
CRIME ventiva quando fruto da conversão da prisão em flagrante, haja
estupro. Trata-se do aborto
vista o expresso permissivo do inciso II do art. 310 do CPP.
“humanitário”, “sentimental”, “ético” ou
STJ. 5ª Turma. RHC 80.740/MG, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado
“piedoso”, elencado no inciso II.
em 20/06/2017.
Interrupção da gravidez de feto STJ. 6ª Turma. RHC 71.360/RS, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado
anencéfalo em 28/6/2016.

Interrupção da gravidez no primeiro


trimestre da gestação Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Interrupção da gravidez no primeiro trimestre da gesta- decretação da prisão preventiva:
ção. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.-
com.br/jurisprudencia/detalhes/db9e6eef2eb4f0d8c55ecc7beaf2d78d>

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DIA 6 / 25

I - nos crimes dolosos punidos com PPL máxima superior a 4 Em qualquer fase da Em qualquer fase da
anos; investigação policial ou do investigação policial ou do
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sen- processo penal, caberá a prisão processo penal, caberá a
tença transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I preventiva decretada pelo juiz, PRISÃO PREVENTIVA
do caput do art. 64 do Código Penal; de ofício, se no curso da ação decretada pelo juiz, a
III - se o CRIME (não abrange contravenção penal) envolver vio- penal, ou a requerimento do requerimento do ministério
lência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adoles- Ministério Público, do público, do querelante ou do
cente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garan- querelante ou do assistente, ou assistente, ou por
tir a execução das medidas protetivas de urgência; por representação da representação da autoridade
§ 2º Não será admitida a decretação da prisão preventiva com a autoridade policial policial.
finalidade de antecipação de cumprimento de pena ou como
decorrência imediata de investigação criminal ou da apresen- Juiz não poderá mais decretar a prisão preventiva de ofício,
tação ou recebimento de denúncia (LEI 13964/19) mas quando faltar motivo para que subsista ou quando
sobrevierem motivos que a justifique, o juiz poderá, de
Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decreta- ofício, revogá-la ou substituí-la, respectivamente.
da se o juiz verificar pelas provas constantes dos autos ter o A prisão preventiva poderá ser A prisão preventiva poderá ser
agente praticado o fato nas condições previstas nos incisos I, II e decretada como garantia da decretada como garantia da
III do caput do art. 23 do Código Penal (excludentes de ilicitude). ordem pública, da ordem ordem pública, da ordem
econômica, por conveniência econômica, por conveniência
Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a da instrução criminal, ou para da instrução criminal ou para
prisão preventiva será sempre motivada e fundamentada. (LEI assegurar a aplicação da lei assegurar a aplicação da lei
13964/19) penal, quando houver prova penal, quando houver prova
§ 1º Na motivação da decretação da prisão preventiva ou de da existência do crime e da existência do crime e
qualquer outra cautelar, o juiz deverá indicar concretamente a indício suficiente de autoria. indício suficiente de autoria
existência de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem E DE PERIGO GERADO PELO
a aplicação da medida adotada. (LEI 13964/19) ESTADO DE LIBERDADE DO
§ 2º NÃO SE CONSIDERA FUNDAMENTADA QUALQUER IMPUTADO.
DECISÃO JUDICIAL, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão,
que: (LEI 13964/19) Não será admitida a
I - limitar-se à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato decretação com a finalidade
normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão ---------------------------------- de antecipação de
decidida; (LEI 13964/19) ------------------------ cumprimento de pena ou
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar como decorrência imediata
o motivo concreto de sua incidência no caso; (LEI 13964/19) de investigação criminal ou
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer da apresentação ou
outra decisão; (LEI 13964/19) recebimento de denúncia
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no
Na motivação da decretação
processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada
da prisão preventiva ou de
pelo julgador; (LEI 13964/19)
---------------------------------- qualquer outra cautelar, o juiz
V - limitar-se a invocar precedente ou enunciado de súmula,
------------------------ deverá indicar
sem identificar seus fundamentos determinantes nem
concretamente a existência
demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles
de fatos novos ou
fundamentos; (LEI 13964/19)
contemporâneos que
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou
justifiquem a aplicação da
precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência
medida adotada.
de distinção no caso em julgamento ou a superação do
entendimento. (LEI 13964/19) NÃO SE CONSIDERA
FUNDAMENTADA
Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, QUALQUER DECISÃO
revogar a prisão preventiva se, no correr da investigação ou do JUDICIAL, seja ela
processo, verificar a falta de motivo para que ela subsista, bem interlocutória, sentença ou
como novamente decretá-la, se sobrevierem razões que a acórdão, que:
justifiquem. (LEI 13964/19) I - limitar-se à indicação, à
Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão reprodução ou à paráfrase de
emissor da decisão revisar a necessidade de sua manutenção a ato normativo, sem explicar
cada 90 dias, mediante decisão fundamentada, de ofício, sob ---------------------------------- sua relação com a causa ou a
pena de tornar a prisão ilegal. (LEI 13964/19) ------------------------ questão decidida;
II - empregar conceitos
PRISÃO PREVENTIVA jurídicos indeterminados,
sem explicar o motivo
ANTES DA LEI 13964/19 DEPOIS DA LEI 13964/19 concreto de sua incidência no
caso;

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III - invocar motivos que se idôneo para a decretação da prisão preventiva, uma vez que a
prestariam a justificar sua não localização não gera presunção de fuga.
qualquer outra decisão; 7) A prisão preventiva não é legítima nos casos em que a
IV - não enfrentar todos os sanção abstratamente prevista ou imposta na sentença
argumentos deduzidos no condenatória recorrível não resulte em constrição pessoal,
processo capazes de, em por força do princípio da homogeneidade.
tese, infirmar a conclusão 8) Os fatos que justificam a prisão preventiva devem ser
adotada pelo julgador; contemporâneos à decisão que a decreta.
V - limitar-se a invocar 9) A alusão genérica sobre a gravidade do delito, o clamor
precedente ou enunciado de público ou a comoção social não constituem fundamentação
súmula, sem identificar seus idônea a autorizar a prisão preventiva.
fundamentos determinantes 10) A prisão preventiva pode ser decretada em crimes que
nem demonstrar que o caso envolvam violência doméstica e familiar contra a mulher,
sob julgamento se ajusta criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com
àqueles fundamentos; deficiência, para o fim de garantir a execução das medidas
VI - deixar de seguir protetivas de urgência.
enunciado de súmula, 11) A prisão cautelar deve ser fundamentada em elementos
jurisprudência ou precedente concretos que justifiquem, efetivamente, sua necessidade.
invocado pela parte, sem 12) A prisão cautelar pode ser decretada para garantia da
demonstrar a existência de ordem pública potencialmente ofendida, especialmente nos
distinção no caso em casos de: reiteração delitiva, participação em organizações
julgamento ou a superação do criminosas, gravidade em concreto da conduta,
entendimento. periculosidade social do agente, ou pelas circunstâncias em
que praticado o delito (modus operandi).
O juiz poderá revogar a prisão O juiz poderá, de ofício ou a
13) Não pode o tribunal de 2° grau, em sede de habeas corpus,
preventiva se, no correr do pedido das partes, revogar a
inovar ou suprir a falta de fundamentação da decisão de prisão
processo, verificar a falta de prisão preventiva se, no
preventiva do juízo singular.
motivo para que subsista, bem correr da investigação ou do
14) Inquéritos policiais e processos em andamento, embora
como de novo decretá-la, se processo, verificar a falta de
não tenham o condão de exasperar a pena-base no
sobrevierem razões que a motivo para que ela subsista,
momento da dosimetria da pena, são elementos aptos a
justifiquem. bem como novamente
demonstrar eventual reiteração delitiva, fundamento
decretá-la, se sobrevierem
suficiente para a decretação da prisão preventiva.
razões que a justifiquem.
15) A segregação cautelar é medida excepcional, mesmo no
Decretada, deve-se revisar a
tocante aos crimes de tráfico de entorpecente e associação
necessidade de sua
para o tráfico, e o decreto de prisão processual exige a especi-
manutenção a cada 90 dias.
ficação de que a custódia atende a pelo menos um dos requisi-
Decretada a prisão preventiva, deve-se revisar a necessidade de tos do art. 312 do Código de Processo Penal.
sua manutenção a cada 90 dias.
CAPÍTULO IV
DA PRISÃO DOMICILIAR
JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ
Art. 317. A prisão domiciliar consiste no recolhimento do indicia-
EDIÇÃO N. 32: PRISÃO PREVENTIVA do ou acusado em sua residência, só podendo dela ausentar-se
1) A fuga do distrito da culpa é fundamentação idônea a com autorização judicial
justificar o decreto da custódia preventiva para a
conveniência da instrução criminal e como garantia da Art. 318. Poderá o juiz SUBSTITUIR A PRISÃO PREVENTIVA
aplicação da lei penal. PELA DOMICILIAR quando o agente for:
2) As condições pessoais favoráveis não garantem a revogação I - maior de 80 anos;
da prisão preventiva quando há nos autos elementos hábeis a II - extremamente debilitado por motivo de doença grave
recomendar a manutenção da custódia. (Prisão domiciliar humanitária);
3) A substituição da prisão preventiva pela domiciliar exige III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6
comprovação de doença grave, que acarrete extrema anos de idade ou com deficiência;
debilidade, e a impossibilidade de se prestar a devida IV - gestante;
assistência médica no estabelecimento penal. V - mulher com filho de até 12 anos de idade incompletos;
4) A prisão preventiva poderá ser substituída pela domiciliar VI - homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do fi-
quando o agente for comprovadamente imprescindível aos lho de até 12 anos de idade incompletos.
cuidados especiais de pessoa menor de 06 anos de idade ou Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea
com deficiência. dos requisitos estabelecidos neste artigo.
5) As medidas cautelares diversas da prisão, ainda que mais
benéficas, implicam em restrições de direitos individuais, PRISÃO PREVENTIVA EM REGIME ABERTO EM RESI-
sendo necessária fundamentação para sua imposição. DOMICILIAR - CPP DÊNCIA PARTICULAR - LEP
6) A citação por edital do acusado não constitui fundamento

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I - maior de 80 anos; I - condenado maior de 70 co direto e indireto à criança ou ao deficiente, cuja proteção
II - extremamente debilitado anos; deve ser integral e prioritária.
por motivo de doença grave; II - condenado acometido de STJ. 5ª Turma. HC 470549/TO, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fon-
III - imprescindível aos cuida- doença grave; seca, julgado em 12/02/2019.
dos especiais de pessoa me- III - condenada com filho me-
nor de 6 anos de idade ou nor ou deficiente físico ou Art. 318-B. A substituição de que tratam os arts. 318 e 318-A
com deficiência; mental; poderá ser efetuada sem prejuízo da aplicação concomitante
IV - gestante; IV - condenada gestante. das medidas alternativas previstas no art. 319 deste Código
V - mulher com filho de até 12 (medidas cautelares diversas da prisão) (Lei 13769/18)
anos de idade incompletos;
VI - homem, caso seja o único SÚMULAS SOBRE PRISÃO
responsável pelos cuidados do
filho de até 12 anos de idade STF
incompletos. Súmula Vinculante 11 – STF: Só é lícito o uso de algemas em
O CPP, ao tratar da prisão A LEP, ao tratar da prisão casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de
domiciliar, está se referindo à domiciliar, está se referindo à perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do
possibilidade do réu, ao invés possibilidade da pessoa já preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por
de ficar em prisão condenada cumprir a sua escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal
preventiva, permanecer pena privativa de liberdade do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato
recolhido em sua residência. na própria residência. processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade
civil do Estado.
Trata-se de uma medida Trata-se da execução penal
cautelar que substitui a prisão (cumprimento da pena) na STJ
preventiva pelo recolhimento própria residência. Súmula 21-STJ: Pronunciado o réu, fica superada a alegação
da pessoa em sua residência. do constrangimento ilegal da prisão por excesso de prazo na
O juiz pode determinar que a pessoa fique usando monitoração instrução.
eletrônica Súmula 52-STJ: Encerrada a instrução criminal, fica superada a
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br alegação de constrangimento por excesso de prazo.
Súmula 64-STJ: Não constitui constrangimento ilegal o
Art. 318-A. A prisão preventiva imposta à mulher gestante ou excesso de prazo na instrução, provocado pela defesa.
que for mãe ou responsável por crianças ou pessoas com Súmula 347-STJ: O conhecimento de recurso de apelação do
deficiência será substituída por prisão domiciliar, desde réu independe de sua prisão.
que: (Lei 13769/18)
I - não tenha cometido crime com violência ou grave ameaça a CAPÍTULO V
pessoa; (Lei 13769/18) DAS OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES
II - não tenha cometido o crime contra seu filho ou Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão:
dependente. (Lei 13769/18) I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condi-
ções fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades
É possível a concessão de prisão domiciliar, ainda que se trate II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares
de execução provisória da pena, para condenada com filho quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado
menor de 12 anos ou responsável por pessoa com deficiência. ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco
STJ. 5ª Turma. HC 487763-SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fon- de novas infrações;
seca, julgado em 02/04/2019 (Info 647). III - proibição de manter contato com pessoa determinada
quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado
O art. 318-A do CPP, introduzido pela Lei nº 13.769/2018, esta- ou acusado dela permanecer distante;
belece um poder-dever para o juiz substituir a prisão preventiva IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanên-
por domiciliar de gestante, mãe de criança menor de 12 anos e cia seja conveniente ou necessária para a investigação ou instru-
mulher responsável por pessoa com deficiência, sempre que ção;
apresentada prova idônea do requisito estabelecido na norma V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de
(art. 318, parágrafo único), ressalvadas as exceções legais. folga quando o investigado ou acusado tenha residência e traba-
A normatização de apenas duas das exceções não afasta a efeti- lho fixos;
vidade do que foi decidido pelo STF no HC 143.641/SP, nos VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade
pontos não alcançados pela nova lei. de natureza econômica ou financeira quando houver justo receio
O fato de o legislador não ter inserido outras exceções na lei, de sua utilização para a prática de infrações penais;
não significa que o magistrado esteja proibido de negar o bene- VII - INTERNAÇÃO PROVISÓRIA do acusado nas hipóteses de
fício quando se deparar com casos excepcionais. crimes praticados com violência ou grave ameaça, quando os
Assim, deve prevalecer a interpretação teleológica da lei, assim peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26
como a proteção aos valores mais vulneráveis. do Código Penal) e houver risco de reiteração;
Com efeito, naquilo que a lei não regulou, o precedente do STF VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o com-
deve continuar sendo aplicado, pois uma interpretação restritiva parecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu an-
da norma pode representar, em determinados casos, efetivo ris-

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DIA 6 / 28

damento ou em caso de resistência injustificada à ordem judi-


cial Art. 326. Para determinar o valor da fiança, a autoridade
IX - monitoração eletrônica. terá em consideração a natureza da infração, as condições pes-
§ 4o A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Ca- soais de fortuna e vida pregressa do acusado, as circunstâncias
pítulo VI deste Título, podendo ser cumulada com outras medi- indicativas de sua periculosidade, bem como a importância pro-
das cautelares. vável das custas do processo, até final julgamento.

Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será comunicada Art. 327. A fiança tomada por termo obrigará o afiançado a
pelo juiz às autoridades encarregadas de fiscalizar as saídas do comparecer perante a autoridade, todas as vezes que for inti-
território nacional, intimando-se o indiciado ou acusado para en- mado para atos do inquérito e da instrução criminal e para o jul-
tregar o passaporte, no prazo de 24 horas. gamento. Quando o réu não comparecer, a fiança será havida
como quebrada.
CAPÍTULO VI
DA LIBERDADE PROVISÓRIA, COM OU SEM FIANÇA Art. 328. O réu afiançado não poderá, sob pena de que-
Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decreta- bramento da fiança, mudar de residência, sem prévia permis-
ção da prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade são da autoridade processante, ou ausentar-se por mais de 8
provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previs- dias de sua residência, sem comunicar àquela autoridade o lugar
tas no art. 319 deste Código e observados os critérios constantes onde será encontrado.
do art. 282 deste Código.
Art. 329. Nos juízos criminais e delegacias de polícia, haverá
Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fian- um livro especial, com termos de abertura e de encerramento, nu-
ça nos casos de infração cuja PPL máxima não seja superior a 4 merado e rubricado em todas as suas folhas pela autoridade, des-
anos. tinado especialmente aos termos de fiança. O termo será lavrado
Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao pelo escrivão e assinado pela autoridade e por quem prestar a fi-
juiz, que decidirá em 48 horas ança, e dele extrair-se-á certidão para juntar-se aos autos.
Parágrafo único. O réu e quem prestar a fiança serão pelo
Delegado de Polícia pode conceder fiança? escrivão notificados das obrigações e da sanção previstas nos
Sim, desde que para crimes cuja pena máxima prevista seja de arts. 327 e 328, o que constará dos autos.
até 4 anos.
Exceção: o crime do art. 24-A da Lei Maria da Penha tem pena Art. 330. A fiança, que será SEMPRE DEFINITIVA, consistirá
máxima de 2 anos, mas não admite fiança concedida pela em depósito de dinheiro, pedras, objetos ou metais preciosos, tí-
autoridade policial. tulos da dívida pública, federal, estadual ou municipal, ou em hi-
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
poteca inscrita em primeiro lugar.
§ 1o A avaliação de imóvel, ou de pedras, objetos ou metais
Art. 323. Não será concedida fiança: preciosos será feita imediatamente por perito nomeado pela au-
I - nos crimes de racismo; toridade.
II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e § 2o Quando a fiança consistir em caução de títulos da dívi-
drogas afins, terrorismo e nos definidos como crimes hedion- da pública, o valor será determinado pela sua cotação em Bolsa,
dos; e, sendo nominativos, exigir-se-á prova de que se acham livres de
III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou milita- ônus.
res, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;
Art. 331. O valor em que consistir a fiança será recolhido à
Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança: repartição arrecadadora federal ou estadual, ou entregue ao de-
I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança an- positário público, juntando-se aos autos os respectivos conheci-
teriormente concedida ou infringido, sem motivo justo, qual- mentos.
quer das obrigações a que se referem os arts. 327 e 328 deste Parágrafo único. Nos lugares em que o depósito não se pu-
Código; der fazer de pronto, o valor será entregue ao escrivão ou pessoa
II - em caso de PRISÃO CIVIL ou militar; abonada, a critério da autoridade, e dentro de três dias dar-se-á
IV - quando presentes os motivos que autorizam a decretação ao valor o destino que lhe assina este artigo, o que tudo constará
da prisão preventiva (art. 312). do termo de fiança.

Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade que a Art. 332. Em caso de prisão em flagrante, será competente
conceder nos seguintes limites: para conceder a fiança a autoridade que presidir ao respectivo
I - de 1 a 100 salários mínimos, quando se tratar de infração cuja auto, e, em caso de prisão por mandado, o juiz que o houver
PPL, no grau máximo, não for superior a 4 anos; expedido, ou a autoridade judiciária ou policial a quem tiver
II - de 10 a 200 salários mínimos, quando o máximo da PPL co- sido requisitada a prisão.
minada for superior a 4 anos
§ 1o Se assim recomendar a situação econômica do preso, a fian- Art. 333. Depois de prestada a fiança, que será concedida
ça poderá ser: independentemente de audiência do Ministério Público, este
I - dispensada, na forma do art. 350 deste Código; terá vista do processo a fim de requerer o que julgar conveniente.
II - reduzida até o máximo de 2/3; ou
III - aumentada em até 1.000 vezes.

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Art. 334. A fiança poderá ser prestada enquanto não tran- QUEBRAMENTO Deliberadamente praticar ato de obs-
sitar em julgado a sentença condenatória. DA FIANÇA trução ao andamento do processo
(implica em perda de
Art. 335. Recusando ou retardando a autoridade policial a con- Descumprir medida cautelar imposta
METADE do seu valor)
cessão da fiança, o preso, ou alguém por ele, poderá prestá-la, cumulativamente com a fiança
mediante simples petição, perante o juiz competente, que decidi- Resistir injustificadamente a ordem ju-
rá em 48 horas. dicial

Art. 336. O dinheiro ou objetos dados como fiança servirão ao Praticar nova infração penal dolosa.
pagamento das custas, da indenização do dano, da prestação pe-
cuniária e da multa, se o réu for condenado. Art. 342. Se vier a ser reformado o julgamento em que se
Parágrafo único. Este dispositivo terá aplicação ainda no caso declarou quebrada a fiança, esta subsistirá em todos os seus efei-
da prescrição depois da sentença condenatória (art. 110 do tos
Código Penal).
Art. 343. O QUEBRAMENTO INJUSTIFICADO da fiança im-
Art. 337. Se a fiança for declarada sem efeito ou passar em jul- portará na perda de metade do seu valor, cabendo ao juiz deci-
gado sentença que houver absolvido o acusado ou declarada dir sobre a imposição de outras medidas cautelares ou, se for o
extinta a ação penal, o valor que a constituir, atualizado, será res- caso, a decretação da prisão preventiva.
tituído sem desconto, salvo o disposto no parágrafo único do
art. 336 deste Código. Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor da fiança,
se, condenado, o acusado não se apresentar para o início do
Art. 338. A fiança que se reconheça não ser cabível na es- cumprimento da pena definitivamente imposta.
pécie será CASSADA em qualquer fase do processo.
Art. 345. No caso de perda da fiança, o seu valor, deduzidas as
Art. 339. Será também CASSADA a fiança quando reconhe- custas e mais encargos a que o acusado estiver obrigado, será re-
cida a existência de delito inafiançável, no caso de inovação colhido ao fundo penitenciário, na forma da lei.
na classificação do delito.
Art. 346. No caso de quebramento de fiança, feitas as deduções
Não cabível previstas no art. 345 deste Código, o valor restante será recolhido
FIANÇA SERÁ ao fundo penitenciário, na forma da lei.
CASSADA Delito inafiançável, em razão de inovação na
classificação Art. 347. Não ocorrendo a hipótese do art. 345, o saldo será
entregue a quem houver prestado a fiança, depois de deduzidos
Art. 340. Será exigido o REFORÇO da fiança: os encargos a que o réu estiver obrigado.
I - quando a autoridade tomar, por engano, fiança insufici-
ente; Art. 348. Nos casos em que a fiança tiver sido prestada por
II - quando houver depreciação material ou perecimento meio de hipoteca, a execução será promovida no juízo cível
dos bens hipotecados ou caucionados, ou depreciação dos metais pelo órgão do Ministério Público.
ou pedras preciosas;
III - quando for inovada a classificação do delito. Art. 349. Se a fiança consistir em pedras, objetos ou metais
Parágrafo único. A fiança ficará sem efeito e o réu será re- preciosos, o juiz determinará a venda por leiloeiro ou corretor.
colhido à prisão, quando, na conformidade deste artigo, não for
reforçada. Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, verifi-
cando a situação econômica do preso, poderá conceder-lhe li-
Art. 341. Julgar-se-á QUEBRADA a fiança quando o acusa- berdade provisória, sujeitando-o às obrigações constantes dos
do: arts. 327 e 328 deste Código e a outras medidas cautelares, se for
I - regularmente intimado para ato do processo, deixar de o caso.
comparecer, sem motivo justo; Parágrafo único. Se o beneficiado descumprir, sem motivo justo,
II - deliberadamente praticar ato de obstrução ao andamento do qualquer das obrigações ou medidas impostas, aplicar-se-á o dis-
processo; posto no §4 do art. 282 deste Código.
III - descumprir medida cautelar imposta cumulativamente
com a fiança;
IV - resistir injustificadamente a ordem judicial;
V - praticar nova infração penal dolosa.

Deixar de comparecer quando intima-


do
Mudar de residência, sem permissão
Ausentar-se por mais de 8 dias, sem
comunicar

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DIA 6 / 30

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DIA 7 / 1

missões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária,


operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e ins-
Dia 7
peções realizadas;
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de des-
Constituição Federal: art. 70-100 pesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei,
Código Civil: art.286-388 que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao
Código Processo Civil: art. 236-275 dano causado ao erário;
Código Penal: art. 129-150 IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as provi-
Código Processo Penal: art. 351-405 dências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ile-
galidade;
Controle de Leitura X - SUSTAR, se não atendido, a execução do ATO impugnado,
comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado
Federal;
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou
abusos apurados.
Seção IX § 1º No caso de CONTRATO, o ato de sustação será adotado di-
DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA retamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imedia-
Art. 70. A fiscalização CONTÁBIL, FINANCEIRA, ORÇAMENTÁ- to, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.
RIA, OPERACIONAL e PATRIMONIAL da União e das entidades § 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo
da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimi- de 90 dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo ante-
dade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de rior, o Tribunal decidirá a respeito.
receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante con- § 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito
trole externo, e pelo sistema de controle interno de cada Po- ou multa terão eficácia de título executivo.
der. § 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou ju- anualmente, relatório de suas atividades.
rídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie
ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a
O TCU ostenta a condição de órgão independente na
União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de
estrutura do Estado brasileiro, cujas funções estão elencadas
natureza pecuniária.
nos incisos do art. 71 da CF/88. Seus membros possuem as
mesmas prerrogativas que as asseguradas aos magistrados
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional,
(art. 73, § 3º da CF/88), tendo suas decisões a natureza jurídica
será exercido com o auxílio do TCU, ao qual compete:
de atos administrativos passíveis de controle jurisdicional.
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da
Trata-se de um tribunal de índole técnica e política, criado para
República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado
fiscalizar o correto emprego dos recursos públicos.
em 60 dias a contar de seu recebimento;
Os Tribunais de Contas realizam controle de legitimidade,
II - julgar as contas dos administradores e demais responsá-
economicidade e de eficiência, verificando se os atos
veis por dinheiros, bens e valores públicos da administração dire-
praticados pelos entes controlados estão de acordo com a
ta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e
moralidade, eficiência, proporcionalidade.
mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que
No atual contexto juspolítico brasileiro, o Tribunal de Contas
derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que re-
possui competência para aferir se o administrador atuou de
sulte prejuízo ao erário público;
forma prudente, moralmente aceitável e de acordo com o que a
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de ad-
sociedade dele espera.
missão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e
O TCU representa um dos principais instrumentos republicanos
indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder
destinados à concretização da democracia e dos direitos
Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em
fundamentais, na medida em que o controle do emprego de
comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, re-
recursos públicos propicia, em larga escala, justiça e igualdade.
formas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que
STF. 1ª Turma. MS 33340/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em
não alterem o fundamento legal do ato concessório;
26/5/2015 (Info 787).
IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do
Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções
e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, ope- Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o art. 166,
racional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes §1º, diante de indícios de despesas não autorizadas, ainda que
Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no sob a forma de investimentos não programados ou de subsídios
inciso II; não aprovados, poderá solicitar à autoridade governamental res-
V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais ponsável que, no prazo de 5 dias, preste os esclarecimentos ne-
de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indi- cessários.
reta, nos termos do tratado constitutivo; § 1º Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes in-
VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados suficientes, a Comissão solicitará ao Tribunal pronunciamento
pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instru- conclusivo sobre a matéria, no prazo de 30 dias.
mentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município; § 2º Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão, se
VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, julgar que o gasto possa causar dano irreparável ou grave le-
por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas Co-

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são à economia pública, proporá ao Congresso Nacional sua SÚMULAS SOBRE TRIBUNAL DE CONTAS
sustação.
Súmula vinculante 3-STF: Nos processos perante o Tribunal de
Art. 73. O TCU, integrado por 9 Ministros, tem sede no Distrito Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla
Federal, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o terri- defesa quando da decisão puder resultar anulação ou
tório nacional, exercendo, no que couber, as atribuições previs- revogação de ato administrativo que beneficie o
tas no art. 96. interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de
§ 1º Os Ministros do TCU serão nomeados dentre brasileiros que concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.
satisfaçam os seguintes requisitos: OBS: será necessário garantir contraditório e ampla defesa se
I - mais de 35 e menos de 65 anos de idade; tiverem se passado mais de 5 anos desde a concessão inicial e
II - idoneidade moral e reputação ilibada; o TC ainda não examinou a legalidade do ato.
III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos Súmula 6-STF: A revogação ou anulação, pelo Poder Executivo,
e financeiros ou de administração pública; de aposentadoria, ou qualquer outro ato aprovado pelo Tribunal
IV - mais de 10 anos de exercício de função ou de efetiva ati- de Contas, não produz efeitos antes de aprovada por aquele
vidade profissional que exija os conhecimentos mencionados tribunal, ressalvada a competência revisora do judiciário
no inciso anterior. Súmula 347-STF: O Tribunal de Contas, no exercício de suas
§ 2º Os Ministros do TCU serão escolhidos: atribuições, PODE APRECIAR A CONSTITUCIONALIDADE das
I – 1/3 pelo Presidente da República, com aprovação do Senado leis e dos atos do poder público.
Federal, sendo 2 alternadamente dentre auditores e membros do OBS: O Min. Alexandre de Moraes, em decisão monocrática, já
Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice afirmou que o entendimento manifestado na súmula não estaria
pelo Tribunal, segundo os critérios de antiguidade e merecimento; mais em vigor desde a edição da CF/88: “Dentro da perspectiva
II - 2/3 pelo Congresso Nacional. constitucional inaugurada em 1988, o Tribunal de Contas da
§ 3° Os Ministros do TCU terão as mesmas garantias, prerro- União é órgão técnico de fiscalização contábil, financeira, orça-
gativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos Minis- mentária, operacional e patrimonial, cuja competência é delimi-
tros do STJ, aplicando-se-lhes, quanto à aposentadoria e pensão, tada pelo artigo 71 do texto constitucional. Sendo inconcebível,
as normas constantes do art. 40. portanto, que o Tribunal de Contas da União, órgão sem qual-
§ 4º O auditor, quando em substituição a Ministro, terá as mes- quer função jurisdicional, exerça controle difuso de consti-
mas garantias e impedimentos do titular e, quando no exercício tucionalidade nos processos sob sua análise, ao pretenso ar-
das demais atribuições da judicatura, as de juiz de Tribunal Regi- gumento que lhe seja atribuída tal competência em virtude do
onal Federal. conteúdo da Súmula 347/STF, editada em 1963, cuja subsistên-
cia ficou comprometida pela promulgação da Constituição Fe-
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, deral de 1988. Desse modo, a Constituição Federal não permi-
de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade te ao Conselho Nacional de Justiça, tampouco ao Tribunal
de: de Contas da União, o exercício do controle difuso de cons-
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, titucionalidade, pois representaria usurpação de função jurisdi-
a execução dos programas de governo e dos orçamentos da Uni- cional, invasão à competência exclusiva do Supremo Tribunal Fe-
ão; deral e desrespeito ao Poder Legislativo.” (STF. Decisão mono-
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficá- crática. MS 35494 MC, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado
cia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial em 06/02/2018)
nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da Súmula 653-STF: No Tribunal de Contas estadual, composto
aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado; por 7 conselheiros, 4 devem ser escolhidos pela Assembleia
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, Legislativa e 3 pelo Chefe do Poder Executivo estadual, cabendo
bem como dos direitos e haveres da União; a este indicar um dentre auditores e outro dentre membros do
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão instituci- Ministério Público, e um terceiro à sua livre escolha.
onal.
§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conheci- CAPÍTULO II
mento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciên- DO PODER EXECUTIVO
cia ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilida- Seção I
de solidária. DO PRESIDENTE E DO VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA
§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindica- Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da Repúbli-
to é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregulari- ca, auxiliado pelos Ministros de Estado.
dades ou ilegalidades perante o TCU.
Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da Repúbli-
Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que ca realizar-se-á, simultaneamente, no primeiro domingo de
couber, à organização, composição e fiscalização dos Tribunais de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro,
Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do
e Conselhos de Contas dos Municípios. mandato presidencial vigente.
Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre os Tri- § 1º A eleição do Presidente da República importará a do Vice-
bunais de Contas respectivos, que serão integrados por 7 Con- Presidente com ele registrado.
selheiros. § 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que, registra-
do por partido político, obtiver a maioria absoluta de votos, não
computados os em branco e os nulos.

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§ 3º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira Art. 82. O mandato do Presidente da República é de 4 anos e terá
votação, far-se-á nova eleição em até 20 após a proclamação do início em 1° de janeiro do ano seguinte ao da sua eleição.
resultado, concorrendo os dois candidatos mais votados e consi-
derando-se eleito aquele que obtiver a maioria dos votos válidos. Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República não pode-
§ 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desis- rão, sem licença do Congresso Nacional, ausentar-se do País
tência ou impedimento legal de candidato, convocar-se-á, dentre por período superior a 15 dias, sob pena de perda do cargo.
os remanescentes, o de maior votação.
§ 5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, em Seção II
segundo lugar, mais de um candidato com a mesma votação, Das Atribuições do Presidente da República
qualificar-se-á o mais idoso. Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;
Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção supe-
posse em sessão do Congresso Nacional, prestando o compro- rior da administração federal;
misso de manter, defender e cumprir a Constituição, observar as III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos
leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a nesta Constituição;
integridade e a independência do Brasil. IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como ex-
Parágrafo único. Se, decorridos 10 dias da data fixada para a pedir decretos e regulamentos para sua fiel execução (DECRE-
posse, o Presidente ou o Vice-Presidente, salvo motivo de força TO REGULAMENTAR);
maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago. V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
VI – dispor, mediante decreto, sobre (DECRETO AUTÔNOMO):
Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e suce- a) organização e funcionamento da administração federal,
der-lhe-á, no de vaga, o Vice-Presidente. quando não implicar aumento de despesa nem criação ou ex-
Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além de outras tinção de órgãos públicos;
atribuições que lhe forem conferidas por lei complementar, auxili- b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;
ará o Presidente, sempre que por ele convocado para missões es - VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus
peciais. representantes diplomáticos;
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, su-
Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presi- jeitos a referendo do Congresso Nacional;
dente, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
chamados ao exercício da Presidência o Presidente da Câmara X - decretar e executar a intervenção federal;
dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Fe- XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacio-
deral. nal por ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a situa-
ção do País e solicitando as providências que julgar necessárias;
Vice-Presidente XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se ne-
cessário, dos órgãos instituídos em lei;
Presidente da CD XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear
LINHA SUCESSÓRIA
DO PR Presidente do SF os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, pro-
mover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes
Presidente do STF são privativos;
Os substitutos eventuais do Presidente da República a que se XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros
refere o art. 80 da CF/88, caso ostentem a posição de réus do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Go-
criminais perante o STF, ficarão impossibilitados de exercer vernadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o pre-
o ofício de Presidente da República. No entanto, mesmo sidente e os diretores do banco central e outros servidores, quan-
sendo réus, podem continuar na chefia do Poder por eles do determinado em lei;
titularizados. STF. Plenário. ADPF 402 MC-REF/DF, Rel. Min. XV - nomear, observado o disposto no art. 73 (1/3), os Ministros
Marco Aurélio, julgado em 7/12/2016 (Info 850). do Tribunal de Contas da União;
XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constitui-
ção, e o Advogado-Geral da União;
Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da
XVII - nomear (2) membros do Conselho da República, nos ter-
República, far-se-á eleição 90 dias depois de aberta a última
mos do art. 89, VII;
vaga.
XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o Conse-
§ 1º - Ocorrendo a vacância nos últimos 2 anos do período pre-
lho de Defesa Nacional;
sidencial, a eleição para ambos os cargos será feita 30 dias de-
XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autori-
pois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei
zado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando
(eleição indireta).
ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas con-
§ 2º - Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o pe-
dições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional;
ríodo de seus antecessores.
XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Con-
gresso Nacional;
Vacância nos 2 primeiros anos Eleição direta em 90 dias XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;
Vacância nos 2 últimos anos Eleição indireta em 30 dias XXII - permitir, nos casos previstos em LC, que forças estran-
geiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam
temporariamente;

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XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasilei-
de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento ros maiores de 21 anos e no exercício dos direitos políticos.
previstos nesta Constituição; Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de outras
XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de 60 atribuições estabelecidas nesta Constituição e na lei:
dias após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e
exercício anterior; entidades da administração federal na área de sua competência e
XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma referendar os atos e decretos assinados pelo Presidente da Repú-
da lei; blica;
XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos II - expedir instruções para a execução das leis, decretos e regu-
do art. 62; lamentos;
XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Constituição. III - apresentar ao Presidente da República relatório anual de sua
Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as gestão no Ministério;
atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem ou-
aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao torgadas ou delegadas pelo Presidente da República.
Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas
respectivas delegações. Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e
órgãos da administração pública.
Decreto autônomo
COMPETÊNCIA PRIVATIVA Seção V
Conceder indulto e comutar DO CONSELHO DA REPÚBLICA E DO CONSELHO DE DEFESA NA-
DO PR DELEGÁVEL A ME,
penas CIONAL
PGR, AGU
Prover cargos públicos federais Subseção I
Do Conselho da República
Art. 89. O Conselho da República é ÓRGÃO SUPERIOR DE CON-
Seção III
SULTA do Presidente da República, e dele participam:
Da Responsabilidade do Presidente da República
I - o Vice-Presidente da República;
Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente
II - o Presidente da Câmara dos Deputados;
da República que atentem contra a Constituição Federal e, es-
III - o Presidente do Senado Federal;
pecialmente, contra:
IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputa-
I - a existência da União;
dos;
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário,
V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal;
do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das uni-
VI - o Ministro da Justiça;
dades da Federação;
VII - 6 cidadãos brasileiros natos, com mais de 35 anos de ida-
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
de, sendo 2 nomeados pelo Presidente da República, 2 eleitos
IV - a segurança interna do País;
pelo Senado Federal e 2 eleitos pela Câmara dos Deputados, to-
V - a probidade na administração;
dos com mandato de 3 anos, VEDADA A RECONDUÇÃO.
VI - a lei orçamentária;
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre:
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que
I - intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio;
estabelecerá as normas de processo e julgamento.
II - as questões relevantes para a estabilidade das instituições
democráticas.
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República,
§ 1º O Presidente da República poderá convocar Ministro de Esta-
por 2/3 da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julga-
do para participar da reunião do Conselho, quando constar da
mento perante o STF, nas infrações penais comuns, ou perante
pauta questão relacionada com o respectivo Ministério.
o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.
§ 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho
§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções:
da República.
I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou
queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal;
Subseção II
II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do pro-
Do Conselho de Defesa Nacional
cesso pelo Senado Federal.
Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é ÓRGÃO DE CONSUL-
§ 2º Se, decorrido o prazo de 180 dias, o julgamento não estiver
TA do Presidente da República nos assuntos relacionados com a
concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo
soberania nacional e a defesa do Estado democrático, e dele
do regular prosseguimento do processo.
participam como membros natos:
§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infra-
I - o Vice-Presidente da República;
ções comuns, o Presidente da República não estará sujeito a pri-
II - o Presidente da Câmara dos Deputados;
são.
III - o Presidente do Senado Federal;
§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato,
IV - o Ministro da Justiça;
não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício
V - o Ministro de Estado da Defesa;
de suas funções.
VI - o Ministro das Relações Exteriores;
VII - o Ministro do Planejamento.
Seção IV
VIII - os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáuti-
DOS MINISTROS DE ESTADO
ca.

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DIA 7 / 5

§ 1º Compete ao Conselho de Defesa Nacional: VI - os Tribunais e Juízes Militares;


I - opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebra- VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Terri-
ção da paz, nos termos desta Constituição; tórios.
II - opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado § 1º O STF, o CNJ e os Tribunais Superiores têm sede na Capital
de sítio e da intervenção federal; Federal.
III - propor os critérios e condições de utilização de áreas indis- § 2º O STF e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o ter-
pensáveis à segurança do território nacional e opinar sobre seu ritório nacional.
efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e nas relacionadas
com a preservação e a exploração dos recursos naturais de qual- Art. 93. LC, de iniciativa do STF, disporá sobre o Estatuto da
quer tipo; Magistratura, observados os seguintes princípios:
IV - estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de inicia- I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substitu-
tivas necessárias a garantir a independência nacional e a defesa to, mediante concurso público de provas e títulos, com a parti-
do Estado democrático. cipação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases,
§ 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, 3 anos de ativi-
de Defesa Nacional. dade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de
classificação;
CR CDN A comprovação do triênio de atividade jurídica exigida para o
ingresso no cargo de juiz substituto, nos termos do art. 93, I, da
ÓRGÃO SUPERIOR DE ÓRGÃO DE CONSULTA nos
CF, DEVE OCORRER NO MOMENTO DA INSCRIÇÃO
CONSULTA assuntos relacionados com a
DEFINITIVA no concurso público. STF. Plenário. RE 655265/DF,
soberania nacional e a defesa
rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o acórdão Min. Edson Fachin,
do Estado democrático
julgado em 13/4/2016 (repercussão geral) (Info 821).
Membros: Membros: II - promoção de entrância para entrância, alternadamente,
I - o Vice-Presidente da Repú- I - o Vice-Presidente da Repú- por antiguidade e merecimento, atendidas as seguintes normas:
blica; blica; a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por 3 vezes con-
II - o Presidente da Câmara II - o Presidente da Câmara secutivas ou 5 alternadas em lista de merecimento;
dos Deputados; dos Deputados; b) a promoção por merecimento pressupõe 2 anos de exercício
III - o Presidente do Senado III - o Presidente do Senado na respectiva entrância e integrar o juiz a primeira quinta par-
Federal; Federal; te da lista de antiguidade desta, salvo se não houver com tais
IV - os líderes da maioria e da IV - o Ministro da Justiça; requisitos quem aceite o lugar vago;
minoria na Câmara dos Depu- V - o Ministro de Estado da c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos cri-
tados; Defesa; térios objetivos de produtividade e presteza no exercício da
V - os líderes da maioria e da VI - o Ministro das Relações jurisdição e pela frequência e aproveitamento em cursos ofici-
minoria no Senado Federal; Exteriores; ais ou reconhecidos de aperfeiçoamento;
VI - o Ministro da Justiça; VII - o Ministro do Planeja- d) na apuração de antiguidade, o tribunal somente poderá recu-
VII - 6 cidadãos brasileiros na- mento. sar o juiz mais antigo pelo voto fundamentado de 2/3 de seus
tos VIII - os Comandantes da Ma- membros, conforme procedimento próprio, e assegurada ampla
rinha, do Exército e da Aero- defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação;
náutica. e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver
Competência - pronunciar-se Competência: autos em seu poder além do prazo legal, não podendo devolvê-
sobre: I - opinar nas hipóteses de de- los ao cartório sem o devido despacho ou decisão;
I - intervenção federal, esta- claração de guerra e de cele- III o acesso aos tribunais de 2° grau far-se-á por antiguidade e
do de defesa e estado de sí- bração da paz, nos termos merecimento, alternadamente, apurados na última ou única en-
tio; desta Constituição; trância;
II - as questões relevantes II - opinar sobre a decretação IV previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e
para a estabilidade das insti- do estado de defesa, do esta- promoção de magistrados, constituindo etapa obrigatória do
tuições democráticas. do de sítio e da intervenção processo de vitaliciamento a participação em curso oficial ou
federal; reconhecido por escola nacional de formação e aperfeiçoamento
de magistrados;
V - o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corres-
CAPÍTULO III
ponderá a 95% do subsídio mensal fixado para os Ministros
DO PODER JUDICIÁRIO
do STF e os subsídios dos demais magistrados serão fixados em
Seção I
lei e escalonados, em nível federal e estadual, conforme as res-
DISPOSIÇÕES GERAIS
pectivas categorias da estrutura judiciária nacional, não podendo
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:
a diferença entre uma e outra ser superior a 10% ou inferior a
I - o STF;
5%, nem exceder a 95% do subsídio mensal dos Ministros dos
I-A o CNJ;
Tribunais Superiores, obedecido, em qualquer caso, o disposto
II - o STJ;
nos arts. 37, XI, e 39, § 4º;
II-A - o TST (EC 92);
III - os TRF e Juízes Federais; Subsídio dos Ministros dos 95% dos Ministros do STF
IV - os TRT e Juízes do Trabalho; Tribunais Superiores
V - os TRE e Juízes Eleitorais;

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Subsídio dos 90,25% dos Ministros do STF I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou fun-
desembargadores do TJ ção, salvo 1 de magistério;
II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação
VI - a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus depen-
em processo;
dentes observarão o disposto no art. 40;
III - dedicar-se à atividade político-partidária.
VII o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo autoriza-
IV- receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribui-
ção do tribunal;
ções de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalva-
VIII o ato de remoção ou de disponibilidade do magistrado,
das as exceções previstas em lei;
por interesse público, fundar-se-á em decisão por voto da mai-
V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afas-
oria absoluta do respectivo tribunal ou do CNJ, assegurada
tou, antes de decorridos 3 anos do afastamento do cargo por
ampla defesa; (EC 103/19)
aposentadoria ou exoneração [QUARENTENA DE SAÍDA]
VIII-A a remoção a pedido ou a permuta de magistrados de co-
marca de igual entrância atenderá, no que couber, ao disposto
Art. 96. Compete privativamente:
nas alíneas a , b , c e e do inciso II;
I - aos tribunais:
IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão
a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos inter-
públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nuli-
nos, com observância das normas de processo e das garantias
dade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos,
processuais das partes, dispondo sobre a competência e o funcio-
às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes,
namento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos;
em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do
b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos
interessado no sigilo não prejudique o interesse público à in-
que lhes forem vinculados, velando pelo exercício da atividade
formação;
correicional respectiva;
X as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em
c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz
sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da mai-
de carreira da respectiva jurisdição;
oria absoluta de seus membros;
d) propor a criação de novas varas judiciárias;
XI nos tribunais com número superior a 25 julgadores, poderá
e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos,
ser constituído órgão especial, com o mínimo de 11 e o máxi-
obedecido o disposto no art. 169, parágrafo único, os cargos ne-
mo de 25 membros, para o exercício das atribuições administra-
cessários à administração da Justiça, exceto os de confiança assim
tivas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno,
definidos em lei;
provendo-se metade das vagas por antiguidade e a outra metade
f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros
por eleição pelo tribunal pleno;
e aos juízes e servidores que lhes forem imediatamente vincula-
XII a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado fé-
dos;
rias coletivas nos juízos e tribunais de 2° grau, funcionando, nos
II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos
dias em que não houver expediente forense normal, juízes em
Tribunais de Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo, obser-
plantão permanente;
vado o disposto no art. 169:
XIII o número de juízes na unidade jurisdicional será proporcio-
a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores;
nal à efetiva demanda judicial e à respectiva população;
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus ser-
XIV os servidores receberão delegação para a prática de atos de
viços auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados, bem como
administração e atos de mero expediente sem caráter decisório;
a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos
XV a distribuição de processos será imediata, em todos os graus
tribunais inferiores, onde houver;
de jurisdição.
c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;
d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;
Art. 94. 1/5 dos lugares dos Tribunais Regionais Federais (TRF´s),
III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Dis-
dos Tribunais dos Estados (TJ´s), e do Distrito Federal e Territórios
trito Federal e Territórios, bem como os membros do Ministério
(TJDFT) será composto de membros, do Ministério Público,
Público, nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a
com mais de 10 anos de carreira, e de advogados de notório
competência da Justiça Eleitoral.
saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de 10 anos de
efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus mem-
órgãos de representação das respectivas classes.
bros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os
Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista
tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato norma-
tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que, nos 20 dias subse-
tivo do Poder Público [CLÁUSULA DE RESERVA DO PLENÁRIO,
quentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação.
FULL BENCH].
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes GARANTIAS:
I - vitaliciedade, que, no 1° grau, só será adquirida após 2 anos Súmula Vinculante 10: Viola a cláusula de reserva de plenário
de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que,
deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos de- embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de
mais casos, de sentença judicial transitada em julgado; lei ou ato normativo do Poder Público, afasta sua incidência,
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na no todo ou em parte.
forma do art. 93, VIII;
III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. EXCEÇÕES À CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO
37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
Parágrafo único. Aos juízes é VEDADO: a) Se o STF já decidiu sobre o caso, ainda que em controle

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difuso. § 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro


b) Se o próprio órgão ou Tribunal já reconheceu a dos limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na
inconstitucionalidade: o STF entende que o procedimento do lei de diretrizes orçamentárias.
art. 97, CF, só seria necessário no caso de mudança de § 2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais
orientação por parte do próprio Tribunal. interessados, compete:
c) Se Tribunal mantiver a constitucionalidade do ato I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Fe-
normativo, ou seja, não afastar a sua presunção de validade: deral e dos Tribunais Superiores, com a aprovação dos respectivos
o art. 97, CF determina a observância do full bench para declarar tribunais;
a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios,
Público. aos Presidentes dos Tribunais de Justiça, com a aprovação dos
d) Nos casos de normas pré-constitucionais: a análise do respectivos tribunais.
direito editado no ordenamento jurídico anterior em relação à § 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as res-
nova Constituição não se funda na teoria da pectivas propostas orçamentárias dentro do prazo estabeleci-
inconstitucionalidade, mas sim em sua recepção ou revogação. do na lei de diretrizes orçamentárias, o PODER EXECUTIVO con-
e) Quando o Tribunal utilizar a técnica da interpretação siderará, para fins de consolidação da proposta orçamentária
conforme a Constituição: não haverá declaração de anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajus-
inconstitucionalidade. tados de acordo com os limites estipulados na forma do § 1º des-
f) Declaração de inconstitucionalidade por turma recursal do te artigo.
juizado especial: nos casos de declaração de § 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo forem
inconstitucionalidade por turma de juizado especial, não há a encaminhadas em desacordo com os limites estipulados na for-
necessidade da observância da regra da full bench, conforme ma do § 1º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessá-
decidiu o STF (RE AgR 453.744). rios para fins de consolidação da proposta orçamentária anu-
g) Julgamento de medida cautelar pelo STF: em virtude de al.
não se afastar a incidência de determinada norma e tampouco § 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá
declarar sua inconstitucionalidade, não há a necessidade de se haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que
observar a regra do art. 97, CF, segundo o STF (Rcl 10.864 AgR). extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamen-
h) Segundo o STF (ARE 792.562-AgR), o art. 97, CF não atinge tárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de
juizados de pequenas causas (art. 24, X, CF) e juizados créditos suplementares ou especiais.
especiais (art. 98, I, CF), os quais, pela configuração atribuída
pelo legislador, não funcionam, na esfera recursal, sob regime Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Fe-
de plenário ou de órgão especial. deral, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença ju-
i) O STF (Rcl 10.864-AgR) tem precedentes no sentido do que o diciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apre-
art. 97, CF não se aplica às decisões cautelares, mas somente sentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos,
às decisões definitivas de mérito dos Tribunais. proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações
j) De acordo com o STF (RE 361.829 ED), as Turmas daquele orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.
Tribunal podem reconhecer a inconstitucionalidade de uma § 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles
lei, independentemente da submissão da questão ao decorrentes de salários, vencimentos, proventos, pensões e
Plenário. Assim, a elas não se aplica o art. 97, CF. suas complementações, benefícios previdenciários e indeniza-
ções por morte ou por invalidez, fundadas em responsabilidade
civil, em virtude de sentença judicial transitada em julgado, e se-
Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Esta-
rão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, ex-
dos criarão:
ceto sobre aqueles referidos no § 2º deste artigo.
I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e
§ 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares, origi-
leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a execu-
nários ou por sucessão hereditária, tenham 60 anos de idade,
ção de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais
ou sejam portadores de doença grave, ou pessoas com defi-
de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e
ciência, assim definidos na forma da lei, serão pagos com prefe-
sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transa-
rência sobre todos os demais débitos, até o valor equivalente
ção e o julgamento de recursos por turmas de juízes de 1° grau;
ao triplo fixado em lei para os fins do disposto no § 3º deste
II - justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos
artigo (RPV), ADMITIDO O FRACIONAMENTO PARA ESSA FI-
pelo voto direto, universal e secreto, com mandato de 4 anos
NALIDADE, sendo que o restante será pago na ordem cronológi-
e competência para, na forma da lei, celebrar casamentos, veri-
ca de apresentação do precatório
ficar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o pro-
§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição
cesso de habilitação e exercer atribuições conciliatórias, sem
de precatórios não se aplica aos pagamentos de obrigações defi-
caráter jurisdicional, além de outras previstas na legislação.
nidas em leis como de pequeno valor (RPV) que as Fazendas re-
§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no
feridas devam fazer em virtude de sentença judicial transitada em
âmbito da Justiça Federal.
julgado.
§ 2º As custas e emolumentos serão destinados exclusivamen-
§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por
te ao custeio dos serviços afetos às atividades específicas da
leis próprias, valores distintos às entidades de direito público,
Justiça.
segundo as diferentes capacidades econômicas, sendo o míni-
mo igual ao valor do maior benefício do regime geral de previ-
Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia adminis-
dência social.
trativa e financeira.

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Art. 87, ADCT. Para efeito do que dispõem o § 3º do art. 100 da Poderes.
Constituição Federal e o art. 78 deste Ato das Disposições Cons- § 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei da en-
titucionais Transitórias serão considerados de pequeno valor, tidade federativa devedora, a entrega de créditos em precató-
até que se dê a publicação oficial das respectivas leis defini- rios para compra de imóveis públicos do respectivo ente fede-
doras pelos entes da Federação, observado o disposto no § 4º rado.
do art. 100 da Constituição Federal, os débitos ou obrigações § 12. A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, a
consignados em precatório judiciário, que tenham valor igual atualização de valores de requisitórios, após sua expedição, até o
ou inferior a: efetivo pagamento, independentemente de sua natureza, será fei-
I - 40 salários-mínimos, perante a Fazenda dos Estados e do ta pelo índice oficial de remuneração básica da caderneta de pou-
Distrito Federal; pança, e, para fins de compensação da mora, incidirão juros sim-
II - 30 salários-mínimos, perante a Fazenda dos Municí- ples no mesmo percentual de juros incidentes sobre a caderneta
pios. de poupança, ficando excluída a incidência de juros compensató-
Parágrafo único. Se o valor da execução ultrapassar o estabeleci- rios (Dispositivo declarado parcialmente inconstitucional).
do neste artigo, o pagamento far-se-á, sempre, por meio de § 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus crédi-
precatório, sendo facultada à parte exequente a renúncia ao tos em precatórios a terceiros, INDEPENDENTEMENTE DA
crédito do valor excedente, para que possa optar pelo paga- CONCORDÂNCIA DO DEVEDOR, não se aplicando ao cessioná-
mento do saldo sem o precatório, da forma prevista no § 3º rio o disposto nos §§ 2º e 3º.
do art. 100. § 14. A CESSÃO DE PRECATÓRIOS somente produzirá efeitos
§ 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de após comunicação, por meio de petição protocolizada, ao tri-
direito público, de verba necessária ao pagamento de seus bunal de origem e à entidade devedora.
débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, cons- § 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei complementar a
tantes de precatórios judiciários apresentados até 1º de julho, esta Constituição Federal poderá estabelecer regime especial para
fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte, quan- pagamento de crédito de precatórios de Estados, Distrito Federal
do terão seus valores atualizados monetariamente. e Municípios, dispondo sobre vinculações à receita corrente líqui-
§ 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão con- da e forma e prazo de liquidação (Dispositivo declarado integral-
signados diretamente ao Poder Judiciário, cabendo ao Presidente mente inconstitucional).
do Tribunal que proferir a decisão exequenda determinar o paga- § 16. A seu critério exclusivo e na forma de lei, a União poderá
mento integral e autorizar, a requerimento do credor e exclusiva- assumir débitos, oriundos de precatórios, de Estados, Distrito
mente para os casos de preterimento de seu direito de precedên- Federal e Municípios, refinanciando-os diretamente.
cia ou de não alocação orçamentária do valor necessário à satisfa- § 17. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aferi-
ção do seu débito, o sequestro da quantia respectiva. rão mensalmente, em base anual, o comprometimento de suas
§ 7º O Presidente do Tribunal competente que, por ato comis- respectivas receitas correntes líquidas com o pagamento de pre-
sivo ou omissivo, retardar ou tentar frustrar a liquidação re- catórios e obrigações de pequeno valor.
gular de precatórios incorrerá em crime de responsabilidade e § 18. Entende-se como receita corrente líquida, para os fins de
responderá, também, perante o Conselho Nacional de Justiça. que trata o § 17, o somatório das receitas tributárias, patrimoniais,
§ 8º É vedada a expedição de precatórios complementares ou industriais, agropecuárias, de contribuições e de serviços, de
suplementares de valor pago, bem como o fracionamento, re- transferências correntes e outras receitas correntes, incluindo as
partição ou quebra do valor da execução para fins de enqua- oriundas do § 1º do art. 20 da Constituição Federal, verificado no
dramento de parcela do total ao que dispõe o § 3º deste arti- período compreendido pelo segundo mês imediatamente anteri-
go. or ao de referência e os 11 meses precedentes, excluídas as du-
§ 9º No momento da expedição dos precatórios, independente- plicidades, e deduzidas:
mente de regulamentação, deles deverá ser abatido, a título de I - na União, as parcelas entregues aos Estados, ao Distrito Federal
compensação, valor correspondente aos débitos líquidos e certos, e aos Municípios por determinação constitucional
inscritos ou não em dívida ativa e constituídos contra o credor II - nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por deter-
original pela Fazenda Pública devedora, incluídas parcelas vincen- minação constitucional;
das de parcelamentos, ressalvados aqueles cuja execução esteja III - na União, nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios, a
suspensa em virtude de contestação administrativa ou judicial contribuição dos servidores para custeio de seu sistema de previ-
(Dispositivo declarado integralmente inconstitucional) dência e assistência social e as receitas provenientes da compen-
§ 10. Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal solicitará à sação financeira referida no § 9º do art. 201 da Constituição Fede-
Fazenda Pública devedora, para resposta em até 30 dias, sob ral.
pena de perda do direito de abatimento, informação sobre os § 19. Caso o montante total de débitos decorrentes de condena-
débitos que preencham as condições estabelecidas no § 9º, para ções judiciais em precatórios e obrigações de pequeno valor, em
os fins nele previstos (Dispositivo declarado integralmente in- período de 12 meses, ultrapasse a média do comprometimento
constitucional). percentual da receita corrente líquida nos 5 anos imediatamente
O STF entendeu que os §§ 9º e 10 do art. 100 são anteriores, a parcela que exceder esse percentual poderá ser fi-
INCONSTITUCIONAIS. nanciada, excetuada dos limites de endividamento de que tratam
Para o Supremo, este regime de compensação obrigatória trazido os incisos VI e VII do art. 52 da Constituição Federal e de quais-
pelos §§ 9º e 10, ao estabelecer uma enorme superioridade quer outros limites de endividamento previstos, não se aplicando
processual à Fazenda Pública, viola a garantia do devido a esse financiamento a vedação de vinculação de receita prevista
processo legal, do contraditório, da ampla defesa, da coisa no inciso IV do art. 167 da Constituição Federal.
julgada, da isonomia e afeta o princípio da separação dos

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§ 20. Caso haja precatório com valor superior a 15% do montan-


te dos precatórios apresentados nos termos do § 5º deste artigo, Art. 290. A cessão do crédito NÃO TEM EFICÁCIA em relação ao
15% do valor deste precatório serão pagos até o final do exercí- devedor, senão quando a este notificada; mas por notificado se
cio seguinte e o restante em parcelas iguais nos 5 exercícios sub- tem o devedor que, em escrito público ou particular, se declarou
sequentes, acrescidas de juros de mora e correção monetária, ou ciente da cessão feita.
mediante acordos diretos, perante Juízos Auxiliares de Concilia-
ção de Precatórios, com redução máxima de 40% do valor do Art. 291. Ocorrendo várias cessões do mesmo crédito, prevalece
crédito atualizado, desde que em relação ao crédito não penda a que se completar com a tradição do título do crédito cedido.
recurso ou defesa judicial e que sejam observados os requisitos
definidos na regulamentação editada pelo ente federado. Art. 292. Fica desobrigado o devedor que, antes de ter conheci-
mento da cessão, paga ao credor primitivo, ou que, no caso de
SÚMULAS SOBRE PODER JUDICIÁRIO mais de uma cessão notificada, paga ao cessionário que lhe apre-
senta, com o título de cessão, o da obrigação cedida; quando o
Súmula 40-STF: A elevação da entrância da comarca não pro- crédito constar de escritura pública, prevalecerá a prioridade
move automaticamente o juiz, mas não interrompe o exercício da notificação.
de suas funções na mesma comarca.
Súmula 46-STF: Desmembramento de serventia de justiça não Art. 293. Independentemente do conhecimento da cessão pelo
viola o princípio de vitaliciedade do serventuário. devedor, pode o cessionário exercer os atos conservatórios do
Súmula 627-STF: No mandado de segurança contra a nomea- direito cedido.
ção de magistrado da competência do Presidente da República,
este é considerado autoridade coatora, ainda que o fundamento Art. 294. O devedor pode opor ao cessionário as exceções que
da impetração seja nulidade ocorrida em fase anterior do proce- lhe competirem, bem como as que, no momento em que veio a
dimento. ter conhecimento da cessão, tinha contra o cedente.
Súmula 628-STF: Integrante de lista de candidatos a determina-
da vaga da composição de tribunal é parte legítima para im- Art. 295. Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que
pugnar a validade da nomeação de concorrente não se responsabilize, fica responsável ao cessionário pela
Súmula 649-STF: É inconstitucional a criação, por Constitui- existência do crédito ao tempo em que lhe cedeu; a mesma res-
ção estadual, de órgão de controle administrativo do Poder ponsabilidade lhe cabe nas cessões por título gratuito, se tiver
Judiciário do qual participem representantes de outros Poderes procedido de má-fé.
ou entidades.
Súmula 731-STF: Para fim de competência originária do Supre- Art. 296. Salvo estipulação em contrário, o cedente NÃO RES-
mo Tribunal Federal, é de interesse geral da magistratura a PONDE PELA SOLVÊNCIA do devedor.
questão de saber se, em face da LOMAN, os juízes têm direito à
licença-prêmio. Art. 297. O cedente, responsável ao cessionário pela solvência do
devedor, não responde por mais do que daquele recebeu, com os
CÓDIGO CIVIL respectivos juros; mas tem de ressarcir-lhe as despesas da cessão
e as que o cessionário houver feito com a cobrança.
TÍTULO II
Art. 298. O crédito, uma vez penhorado, não pode mais ser trans-
Da Transmissão das Obrigações
ferido pelo credor que tiver conhecimento da penhora; mas o de-
CAPÍTULO I
vedor que o pagar, não tendo notificação dela, fica exonerado,
Da CESSÃO DE CRÉDITO
subsistindo somente contra o credor os direitos de terceiro.
Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se
opuser a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o
CAPÍTULO II
devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá ser opos-
Da ASSUNÇÃO DE DÍVIDA
ta ao cessionário de boa-fé, se não constar do instrumento da
Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor,
obrigação.
com o CONSENTIMENTO expresso DO CREDOR, ficando exo-
nerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assun-
Art. 287. Salvo disposição em contrário, na cessão de um crédi-
ção, era insolvente e o credor o ignorava.
to abrangem-se todos os seus acessórios.
Parágrafo único. Qualquer das partes pode assinar prazo ao cre-
dor para que consinta na assunção da dívida, interpretando-se o
Art. 288. É INEFICAZ, em relação a terceiros, a transmissão de um
seu SILÊNCIO COMO RECUSA.
crédito, se não celebrar-se mediante instrumento público, ou
instrumento particular revestido das solenidades do § 1 o do art.
654. JDC16 O art. 299 do Código Civil não exclui a possibilidade da
assunção cumulativa da dívida quando dois ou mais devedo-
res se tornam responsáveis pelo débito com a concordância do
JDC618 O devedor não é terceiro para fins de aplicação do art.
credor.
288 do Código Civil, bastando a notificação prevista no art. 290
para que a cessão de crédito seja eficaz perante ele.
Art. 300. Salvo assentimento expresso do devedor primitivo,
consideram-se extintas, a partir da assunção da dívida, as ga-
Art. 289. O cessionário de crédito hipotecário tem o direito de
rantias especiais por ele originariamente dadas ao credor.
fazer averbar a cessão no registro do imóvel.

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DIA 7 / 10

DO PAGAMENTO
JDC352 Salvo expressa concordância dos terceiros, as garantias Seção I
por eles prestadas se extinguem com a assunção da dívida; já as De Quem Deve Pagar
garantias prestadas pelo devedor primitivo somente serão Art. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-
mantidas se este concordar com a assunção. la, usando, se o credor se opuser, dos meios conducentes à exo-
JDC422 A expressão “garantias especiais” constante do art. 300 neração do devedor.
do CC/2002 refere-se a todas as garantias, quaisquer delas, re- Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado,
ais ou fidejussórias, que tenham sido prestadas voluntária e ori- se o fizer em nome e à conta do devedor, salvo oposição deste.
ginariamente pelo devedor primitivo ou por terceiro, vale dizer,
aquelas que dependeram da vontade do garantidor, devedor ou Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu
terceiro para se constituírem. próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que pagar; mas
NÃO SE SUB-ROGA nos direitos do credor.
Parágrafo único. Se pagar antes de vencida a dívida, só terá direi-
Art. 301. Se a substituição do devedor vier a ser anulada, restaura-
to ao reembolso no vencimento.
se o débito, com todas as suas garantias, salvo as garantias
prestadas por terceiros, exceto se este conhecia o vício que
Art. 306. O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento
inquinava a obrigação.
ou oposição do devedor, não obriga a reembolsar aquele que
pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação.
JDC423 O art. 301 do CC deve ser interpretado de forma a
também abranger os negócios jurídicos nulos e a significar a Art. 307. Só terá eficácia o pagamento que importar transmissão
continuidade da relação obrigacional originária em vez de “res- da propriedade, quando feito por quem possa alienar o objeto
tauração”, porque, envolvendo hipótese de transmissão, aquela em que ele consistiu.
relação nunca deixou de existir. Parágrafo único. Se se der em pagamento coisa fungível, não se
poderá mais reclamar do credor que, de boa-fé, a recebeu e con-
Art. 302. O novo devedor NÃO PODE OPOR ao credor as exce- sumiu, ainda que o solvente não tivesse o direito de aliená-la.
ções pessoais que competiam ao devedor primitivo.
Seção II
Art. 303. O adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a seu Daqueles a Quem se Deve Pagar
cargo o pagamento do crédito garantido; se o credor, notifica- Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de di -
do, não impugnar em 30 dias a transferência do débito, en- reito o represente, sob pena de só valer depois de por ele ratifica-
tender-se-á dado o assentimento. do, ou tanto quanto reverter em seu proveito.

JDC353 A recusa do credor, quando notificado pelo adquirente JDC425 O pagamento repercute no PLANO DA EFICÁCIA, e
de imóvel hipotecado comunicando-lhe o interesse em assumir não no plano da validade como preveem os arts. 308, 309 e
a obrigação, deve ser justificada. 310 do Código Civil.
JDC424 A comprovada ciência de que o reiterado pagamen-
to é feito por terceiro no interesse próprio produz efeitos Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é váli-
equivalentes aos da notificação de que trata o art. 303, segun- do, ainda provado depois que não era credor.
da parte.
Art. 310. Não vale o pagamento cientemente feito ao credor in-
CESSÃO DE CRÉDITO ASSUNÇÃO DE DÍVIDA capaz de quitar, se o devedor não provar que em benefício dele
efetivamente reverteu.
O credor pode ceder o seu É facultado a terceiro assumir a
crédito, se a isso não se opu- obrigação do devedor, com o Art. 311. Considera-se autorizado a receber o pagamento o porta-
ser a natureza da obrigação, CONSENTIMENTO expresso dor da quitação, salvo se as circunstâncias contrariarem a presun-
a lei, ou a convenção com o DO CREDOR, ficando exonera- ção daí resultante.
devedor; a cláusula proibitiva do o devedor primitivo, salvo
da cessão não poderá ser se aquele, ao tempo da assun- Art. 312. Se o devedor pagar ao credor, apesar de intimado da
oposta ao cessionário de ção, era insolvente e o credor o penhora feita sobre o crédito, ou da impugnação a ele oposta
boa-fé, se não constar do ins- ignorava. por terceiros, o pagamento não valerá contra estes, que poderão
trumento da obrigação. constranger o devedor a pagar de novo, ficando-lhe ressalva-
O devedor PODE OPOR ao O novo devedor NÃO PODE do o regresso contra o credor.
cessionário as exceções que OPOR ao credor as exceções
lhe competirem, bem como as pessoais que competiam ao Seção III
que, no momento em que veio devedor primitivo. Do Objeto do Pagamento e Sua Prova
a ter conhecimento da cessão, Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa
tinha contra o cedente. da que lhe é devida, ainda que mais valiosa.

Art. 314. Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divi-
TÍTULO III
sível, não pode o credor ser obrigado a receber, nem o deve-
Do Adimplemento e Extinção das Obrigações
dor a pagar, por partes, se assim não se ajustou.
CAPÍTULO I

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DIA 7 / 11

Parágrafo único. Ficará sem efeito a quitação assim operada se o


Art. 315. As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimen - credor provar, em 60 dias, a falta do pagamento.
to, em moeda corrente e pelo valor nominal, salvo o disposto nos
artigos subsequentes. Art. 325. Presumem-se a cargo do devedor as despesas com o
pagamento e a quitação; se ocorrer aumento por fato do credor,
Art. 316. É LÍCITO convencionar o aumento progressivo de suportará este a despesa acrescida.
prestações sucessivas.
Art. 326. Se o pagamento se houver de fazer por medida, ou
O direito brasileiro, nas dívidas em dinheiro, adota o PRINCÍPIO peso, entender-se-á, no silêncio das partes, que aceitaram os do
DO NOMINALISMO, admitindo, contudo, que as partes lugar da execução.
convencionem CLÁUSULA DE ESCALA MÓVEL.
Seção IV
Do Lugar do Pagamento
Art. 317. Quando, por MOTIVOS IMPREVISÍVEIS, sobrevier DES-
Art. 327. Efetuar-se-á o pagamento no DOMICÍLIO DO DEVEDOR
PROPORÇÃO MANIFESTA entre o valor da prestação devida e o
(Quesível), salvo se as partes convencionarem diversamente, ou
do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedi-
se o contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou das cir-
do da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real
cunstâncias.
da prestação.
Parágrafo único. Designados dois ou mais lugares, cabe ao cre-
dor escolher entre eles (Portable).
JDC17 A interpretação da expressão “motivos imprevisíveis”
constante do art. 317 do novo Código Civil deve abarcar tanto Art. 328. Se o pagamento consistir na tradição de um imóvel, ou
causas de desproporção não-previsíveis como também cau- em prestações relativas a imóvel, far-se-á no lugar onde situado
sas previsíveis, mas de resultados imprevisíveis o bem.

Art. 318. São NULAS as convenções de pagamento em ouro ou Art. 329. Ocorrendo motivo grave para que se não efetue o paga-
em moeda estrangeira, bem como para compensar a diferença mento no lugar determinado, poderá o devedor fazê-lo em outro,
entre o valor desta e o da moeda nacional, excetuados os casos sem prejuízo para o credor.
previstos na legislação especial.
Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz
Art. 319. O devedor que paga tem direito a quitação regular, e presumir renúncia do credor relativamente ao previsto no con-
pode reter o pagamento, enquanto não lhe seja dada. trato.

JDC18 A “quitação regular” referida no art. 319 do novo Código Perda, supressão, de determinada faculdade ju-
SUPRESSIO
Civil engloba a quitação dada por meios eletrônicos ou por rídica pelo decurso do tempo
quaisquer formas de “comunicação a distância”, assim entendi-
Ampliação do conteúdo do negócio jurídico, ten-
da aquela que permite ajustar negócios jurídicos e praticar atos
do em conta o comportamento de uma das par-
jurídicos sem a presença corpórea simultânea das partes ou de SURRECTIO
tes que gera, na outra, o sentimento da existên-
seus representantes.
cia de um direito não expressamente avençado
*https://www.emagis.com.br/area-gratuita/artigos/supressio-e-surrectio-saiba-a-diferenca/
Art. 320. A quitação, que sempre poderá ser dada por instru-
mento particular, designará o valor e a espécie da dívida quita- Seção V
da, o nome do devedor, ou quem por este pagou, o tempo e o lu- Do Tempo do Pagamento
gar do pagamento, com a assinatura do credor, ou do seu repre- Art. 331. Salvo disposição legal em contrário, não tendo sido ajus-
sentante. tada época para o pagamento, pode o credor exigi-lo imediata-
Parágrafo único. Ainda sem os requisitos estabelecidos neste arti- mente.
go valerá a quitação, se de seus termos ou das circunstâncias re-
sultar haver sido paga a dívida. Art. 332. As obrigações condicionais cumprem-se na data do im-
plemento da condição, cabendo ao credor a prova de que deste
Art. 321. Nos débitos, cuja quitação consista na devolução do tí- teve ciência o devedor.
tulo, perdido este, poderá o devedor exigir, retendo o pagamen-
to, declaração do credor que inutilize o título desaparecido. Art. 333. Ao credor assistirá o direito de cobrar a dívida antes de
vencido o prazo estipulado no contrato ou marcado neste Códi-
Art. 322. Quando o pagamento for em quotas periódicas, a quita- go:
ção da última estabelece, até prova em contrário, a presunção de I - no caso de falência do devedor, ou de concurso de credores;
estarem solvidas as anteriores. II - se os bens, hipotecados ou empenhados, forem penhorados
em execução por outro credor;
Art. 323. Sendo a quitação do capital sem reserva dos juros, es- III - se cessarem, ou se se tornarem insuficientes, as garantias
tes presumem-se pagos. do débito, fidejussórias, ou reais, e o devedor, intimado, se negar
a reforçá-las.
Art. 324. A entrega do título ao devedor firma a presunção do
pagamento.

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DIA 7 / 12

Parágrafo único. Nos casos deste artigo, se houver, no débito, res, tendo conhecimento do litígio, assumirá o risco do paga-
solidariedade passiva, não se reputará vencido quanto aos ou- mento.
tros devedores solventes.
Art. 345. Se a dívida se vencer, pendendo litígio entre credores
CAPÍTULO II que se pretendem mutuamente excluir, poderá qualquer deles re-
Do Pagamento em Consignação querer a consignação.
Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o de-
pósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devi- CAPÍTULO III
da, nos casos e forma legais. Do Pagamento com Sub-rogação
Art. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor:
Art. 335. A consignação tem lugar: I - do credor que paga a dívida do devedor comum;
I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber II - do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hi-
o pagamento, ou dar quitação na devida forma; potecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento
II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, para não ser privado de direito sobre imóvel;
tempo e condição devidos; III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou
III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, de- podia ser obrigado, no todo ou em parte.
clarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigo-
so ou difícil; Art. 347. A sub-rogação é convencional:
IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente rece- I - quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expres-
ber o objeto do pagamento; samente lhe transfere todos os seus direitos;
V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento. II - quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia
precisa para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar
Art. 336. Para que a consignação tenha força de pagamento, será o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito.
mister concorram, em relação às pessoas, ao objeto, modo e
tempo, todos os requisitos sem os quais não é válido o paga- Art. 348. Na hipótese do inciso I do artigo antecedente, vigorará o
mento. disposto quanto à cessão do crédito.

Art. 337. O depósito requerer-se-á no lugar do pagamento, Art. 349. A sub-rogação transfere ao novo credor todos os di-
cessando, tanto que se efetue, para o depositante, os juros da reitos, ações, privilégios e garantias do primitivo, em relação à
dívida e os riscos, salvo se for julgado improcedente. dívida, contra o devedor principal e os fiadores.

Art. 338. Enquanto o credor não declarar que aceita o depósito, Art. 350. Na sub-rogação legal o sub-rogado não poderá exer-
ou não o impugnar, poderá o devedor requerer o levantamento, cer os direitos e as ações do credor, senão até à soma que ti-
pagando as respectivas despesas, e subsistindo a obrigação para ver desembolsado para desobrigar o devedor.
todas as consequências de direito.
Art. 351. O credor originário, só em parte reembolsado, terá
Art. 339. Julgado procedente o depósito, o devedor já não poderá preferência ao sub-rogado, na cobrança da dívida restante, se
levantá-lo, embora o credor consinta, senão de acordo com os os bens do devedor não chegarem para saldar inteiramente o que
outros devedores e fiadores. a um e outro dever.

Art. 340. O credor que, depois de contestar a lide ou aceitar o de- CAPÍTULO IV
pósito, aquiescer no levantamento, perderá a preferência e a Da Imputação do Pagamento
garantia que lhe competiam com respeito à coisa consignada, fi- Art. 352. A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mes-
cando para logo desobrigados os codevedores e fiadores que não ma natureza, a um só credor, tem o direito de indicar a qual
tenham anuído. deles oferece pagamento, se todos forem líquidos e vencidos.
Art. 353. Não tendo o devedor declarado em qual das dívidas
Art. 341. Se a coisa devida for imóvel ou corpo certo que deva ser líquidas e vencidas quer imputar o pagamento, se aceitar a quita-
entregue no mesmo lugar onde está, poderá o devedor citar o ção de uma delas, não terá direito a reclamar contra a imputa-
credor para vir ou mandar recebê-la, sob pena de ser depositada. ção feita pelo credor, salvo provando haver ele cometido vio-
lência ou dolo.
Art. 342. Se a escolha da coisa indeterminada competir ao credor,
será ele citado para esse fim, sob cominação de perder o direito e Art. 354. Havendo capital e juros, o pagamento imputar-se-á
de ser depositada a coisa que o devedor escolher; feita a escolha primeiro nos juros vencidos, e depois no capital, salvo estipu-
pelo devedor, proceder-se-á como no artigo antecedente. lação em contrário, ou se o credor passar a quitação por conta do
capital.
Art. 343. As despesas com o depósito, quando julgado proce-
dente, correrão à conta do credor, e, no caso contrário, à conta Art. 355. Se o devedor não fizer a indicação do art. 352, e a quita -
do devedor. ção for omissa quanto à imputação, esta se fará nas dívidas líqui -
das e vencidas em primeiro lugar. Se as dívidas forem todas líqui-
Art. 344. O devedor de obrigação litigiosa exonerar-se-á mediante das e vencidas ao mesmo tempo, a imputação far-se-á na mais
consignação, mas, se pagar a qualquer dos pretendidos credo- onerosa.

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DIA 7 / 13

CAPÍTULO V vil quanto à necessidade de permanecer obrigado pelo prazo


Da Dação em Pagamento de 60 dias após a notificação ao credor, ou de 120 dias no caso
Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa de fiança locatícia.
da que lhe é devida.
Art. 367. Salvo as obrigações simplesmente anuláveis, não podem
Art. 313. O credor NÃO É Art. 356. O credor PODE CON- ser objeto de novação obrigações nulas ou extintas.
OBRIGADO A RECEBER pres- SENTIR em receber prestação
tação diversa da que lhe é de- diversa da que lhe é devida. CAPÍTULO VII
vida, ainda que mais valiosa. Da Compensação
Art. 368. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e de-
Art. 357. Determinado o preço da coisa dada em pagamento, as vedor uma da outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde
relações entre as partes regular-se-ão pelas normas do contrato se compensarem.
de compra e venda.
Art. 369. A compensação efetua-se entre dívidas líquidas, venci-
Art. 358. Se for título de crédito a coisa dada em pagamento, a das e de coisas fungíveis.
transferência importará em cessão.
Art. 370. Embora sejam do mesmo gênero as coisas fungíveis, ob-
Art. 359. Se o credor for evicto da coisa recebida em pagamento, jeto das duas prestações, não se compensarão, verificando-se
restabelecer-se-á a obrigação primitiva, ficando sem efeito a que diferem na qualidade, quando especificada no contrato.
quitação dada, ressalvados os direitos de terceiros.
Art. 371. O devedor somente pode compensar com o credor o
CAPÍTULO VI que este lhe dever; mas o fiador pode compensar sua dívida
DA NOVAÇÃO com a de seu credor ao afiançado.
Art. 360. Dá-se a novação:
I - quando o devedor contrai com o credor nova dívida para ex- Art. 372. Os prazos de favor, embora consagrados pelo uso geral,
tinguir e substituir a anterior (novação objetiva); não obstam a compensação.
II - quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite
com o credor (novação subjetiva passiva); Art. 373. A diferença de causa nas dívidas não impede a compen-
III - quando, em virtude de obrigação nova, outro credor é sação, exceto:
substituído ao antigo, ficando o devedor quite com este. (nova- I - se provier de esbulho, furto ou roubo;
ção subjetiva ativa) II - se uma se originar de comodato, depósito ou alimentos;
III - se uma for de coisa não suscetível de penhora.
Art. 361. Não havendo ânimo de novar, expresso ou tácito mas
inequívoco, a segunda obrigação confirma simplesmente a pri- Art. 375. Não haverá compensação quando as partes, por mú-
meira. tuo acordo, a excluírem, ou no caso de renúncia prévia de uma
delas.
Art. 362. A novação por substituição do devedor pode ser efetu-
ada independentemente de consentimento deste. Art. 376. Obrigando-se por terceiro uma pessoa, não pode com-
pensar essa dívida com a que o credor dele lhe dever.
Art. 363. Se o novo devedor for insolvente, não tem o credor,
que o aceitou, ação regressiva contra o primeiro, salvo se este Art. 377. O devedor que, notificado, nada opõe à cessão que o
obteve por má-fé a substituição. credor faz a terceiros dos seus direitos, não pode opor ao cessi-
onário a compensação, que antes da cessão teria podido opor
Art. 364. A novação extingue os acessórios e garantias da dívi- ao cedente. Se, porém, a cessão lhe não tiver sido notificada, po-
da, sempre que não houver estipulação em contrário. Não derá opor ao cessionário compensação do crédito que antes
aproveitará, contudo, ao credor ressalvar o penhor, a hipoteca tinha contra o cedente.
ou a anticrese, se os bens dados em garantia pertencerem a
terceiro que não foi parte na novação. Não pode opor ao cessionário
Devedor notificado da a compensação, que antes da
Art. 365. Operada a novação entre o credor e um dos devedores cessão, nada opõe cessão teria podido opor ao
solidários, somente sobre os bens do que contrair a nova obri- cedente
gação subsistem as preferências e garantias do crédito nova-
do. Os outros devedores solidários ficam por esse fato exonera- Poderá opor ao cessionário
Devedor não notificado
dos. compensação do crédito que
da cessão
antes tinha contra o cedente.
Art. 366. Importa exoneração do fiador a novação feita sem seu
consenso com o devedor principal. Art. 378. Quando as duas dívidas não são pagáveis no mesmo lu-
gar, não se podem compensar sem dedução das despesas neces-
JDC547 Na hipótese de alteração da obrigação principal sem sárias à operação.
o consentimento do fiador, a EXONERAÇÃO deste É AUTO-
MÁTICA, não se aplicando o disposto no art. 835 do Código Ci-

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DIA 7 / 14

Art. 379. Sendo a mesma pessoa obrigada por várias dívidas com- I - de ordem, pelo tribunal, na hipótese do § 2o do art. 236;
pensáveis, serão observadas, no compensá-las, as regras estabe- II - rogatória, para que órgão jurisdicional estrangeiro pratique
lecidas quanto à imputação do pagamento. ato de cooperação jurídica internacional, relativo a processo em
curso perante órgão jurisdicional brasileiro;
Art. 380. Não se admite a compensação em prejuízo de direito III - precatória, para que órgão jurisdicional brasileiro pratique ou
de terceiro. O devedor que se torne credor do seu credor, depois determine o cumprimento, na área de sua competência territorial,
de penhorado o crédito deste, não pode opor ao exequente a de ato relativo a pedido de cooperação judiciária formulado por
compensação, de que contra o próprio credor disporia. órgão jurisdicional de competência territorial diversa;
IV - arbitral, para que órgão do Poder Judiciário pratique ou
CAPÍTULO VIII determine o cumprimento, na área de sua competência terri-
Da Confusão torial, de ato objeto de pedido de cooperação judiciária for-
Art. 381. Extingue-se a obrigação, desde que na mesma pessoa mulado por juízo arbitral, inclusive os que importem efetiva-
se confundam as qualidades de credor e devedor. ção de tutela provisória.
Parágrafo único. Se o ato relativo a processo em curso na justiça
Art. 382. A confusão pode verificar-se a respeito de toda a dívida, federal ou em tribunal superior houver de ser praticado em local
ou só de parte dela. onde não haja vara federal, a carta poderá ser dirigida ao juízo es-
tadual da respectiva comarca.
Art. 383. A confusão operada na pessoa do credor ou devedor so-
lidário só extingue a obrigação até a concorrência da respectiva FPPC24. (art. 237, IV) Independentemente da sede da arbitra-
parte no crédito, ou na dívida, subsistindo quanto ao mais a so- gem ou dos locais em que se realizem os atos a ela inerentes, a
lidariedade. carta arbitral poderá ser processada diretamente pelo órgão do
Poder Judiciário do foro onde se dará a efetivação da medida
Art. 384. Cessando a confusão, para logo se restabelece, com to- ou decisão, ressalvadas as hipóteses de cláusulas de eleição de
dos os seus acessórios, a obrigação anterior. foro subsidiário.

CAPÍTULO IX
CAPÍTULO II
Da Remissão das Dívidas
DA CITAÇÃO
Art. 385. A remissão da dívida, aceita pelo devedor, extingue a
Art. 238. Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o exe-
obrigação, mas sem prejuízo de terceiro.
cutado ou o interessado para integrar a relação processual.

Art. 386. A devolução voluntária do título da obrigação, quando


Art. 239. Para a VALIDADE do processo é indispensável a cita-
por escrito particular, prova desoneração do devedor e seus co-
ção do réu ou do executado, ressalvadas as hipóteses de inde-
obrigados, se o credor for capaz de alienar, e o devedor capaz
ferimento da petição inicial ou de improcedência liminar do
de adquirir.
pedido.
§ 1o O comparecimento espontâneo do réu ou do executado su-
Art. 387. A restituição voluntária do objeto empenhado prova a
pre a falta ou a nulidade da citação, fluindo a partir desta data
renúncia do credor à garantia real, não a extinção da dívida.
o prazo para apresentação de contestação ou de embargos à exe-
cução.
Art. 388. A remissão concedida a um dos codevedores extingue a
§ 2o Rejeitada a alegação de nulidade, tratando-se de processo
dívida na parte a ele correspondente; de modo que, ainda reser-
de:
vando o credor a solidariedade contra os outros, já lhes não pode
I - conhecimento, o réu será considerado revel;
cobrar o débito sem dedução da parte remitida.
II - execução, o feito terá seguimento.

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL


JDPC84 O comparecimento espontâneo da parte constitui termo
inicial dos prazos para pagamento e, sucessivamente, impugna-
TÍTULO II ção ao cumprimento de sentença.
DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS
CAPÍTULO I
Indeferimento da petição inicial
DISPOSIÇÕES GERAIS INDEPENDE DE CITAÇÃO
Art. 236. Os atos processuais serão cumpridos por ordem judi- Improcedência liminar do pedido
cial.
§ 1o Será expedida carta para a prática de atos fora dos limites Art. 240. A citação válida, ainda quando ordenada por juízo
territoriais do tribunal, da comarca, da seção ou da subseção ju- incompetente, INDUZ LITISPENDÊNCIA, TORNA LITIGIOSA A
diciárias, ressalvadas as hipóteses previstas em lei. COISA e CONSTITUI EM MORA O DEVEDOR, ressalvado o dis-
§ 2o O tribunal poderá expedir carta para juízo a ele vinculado, posto nos arts. 397 e 398 da Lei n o 10.406, de 10 de janeiro de
se o ato houver de se realizar fora dos limites territoriais do local 2002 (Código Civil).
de sua sede (carta de ordem). § 1o A INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO, operada pelo DESPA-
§ 3o Admite-se a prática de atos processuais por meio de vide- CHO QUE ORDENA A CITAÇÃO, ainda que proferido por juízo
oconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de incompetente, retroagirá à data de propositura da ação.
sons e imagens em tempo real.

Art. 237. Será expedida carta:

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DIA 7 / 15

§ 2o Incumbe ao autor adotar, no prazo de 10 dias, as providên- § 2o Para examinar o citando, o juiz nomeará médico, que apre-
cias necessárias para viabilizar a citação, sob pena de não se apli- sentará laudo no prazo de 5 dias.
car o disposto no § 1o. § 3o Dispensa-se a nomeação de que trata o § 2o se pessoa da
§ 3o A parte não será prejudicada pela demora imputável exclusi- família apresentar declaração do médico do citando que ates-
vamente ao serviço judiciário. te a incapacidade deste.
§ 4o O efeito retroativo a que se refere o § 1 o aplica-se à deca- § 4o Reconhecida a impossibilidade, o juiz nomeará curador ao
dência e aos demais prazos extintivos previstos em lei. citando, observando, quanto à sua escolha, a preferência estabe-
lecida em lei e restringindo a nomeação à causa.
FPPC136. (art. 240, § 1º; art. 485, VII) A citação válida no proces- § 5o A citação será feita na pessoa do curador, a quem incum-
so judicial interrompe a prescrição, ainda que o processo seja birá a defesa dos interesses do citando.
extinto em decorrência do acolhimento da alegação de conven-
Art. 246. A citação será feita:
ção de arbitragem.
I - pelo correio;
II - por oficial de justiça;
Citação válida Induz litispendência III - pelo escrivão ou chefe de secretaria, se o citando comparecer
(ainda que o juiz seja incompetente) Torna litigiosa a coisa em cartório;
Constitui em mora IV - por edital;
V - por meio eletrônico, conforme regulado em lei.
Despacho que determina a citação Interrompe a
§ 1o Com exceção das microempresas e das empresas de pe-
(ainda que o juiz seja incompetente) prescrição
queno porte, as empresas públicas e privadas são obrigadas a
manter cadastro nos sistemas de processo em autos eletrônicos,
Art. 241. Transitada em julgado a sentença de mérito proferida para efeito de recebimento de citações e intimações, as quais se-
em favor do réu antes da citação, incumbe ao escrivão ou ao che- rão efetuadas preferencialmente por esse meio.
fe de secretaria comunicar-lhe o resultado do julgamento. § 2o O disposto no § 1o aplica-se à União, aos Estados, ao Distri-
to Federal, aos Municípios e às entidades da administração in-
Art. 242. A citação será pessoal, podendo, no entanto, ser feita direta.
na pessoa do representante legal ou do procurador do réu, do § 3o Na AÇÃO DE USUCAPIÃO DE IMÓVEL, os confinantes se-
executado ou do interessado. rão citados pessoalmente, exceto quando tiver por objeto
§ 1o Na ausência do citando, a citação será feita na pessoa de seu unidade autônoma de prédio em condomínio, caso em que
mandatário, administrador, preposto ou gerente, quando a ação tal citação é dispensada.
se originar de atos por eles praticados.
§ 2o O locador que se ausentar do Brasil sem cientificar o locatário FPPC25. (art. 246, § 3º; art. 1.071 e §§) A inexistência de procedi -
de que deixou, na localidade onde estiver situado o imóvel, pro- mento judicial especial para a ação de usucapião e de regula-
curador com poderes para receber citação será citado na pessoa mentação da usucapião extrajudicial não implica vedação da
do administrador do imóvel encarregado do recebimento dos ação, que remanesce no sistema legal, para qual devem ser ob-
aluguéis, que será considerado habilitado para representar o loca- servadas as peculiaridades que lhe são próprias, especialmente
dor em juízo. a necessidade de citação dos confinantes e a ciência da União,
§ 3o A citação da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Mu- do Estado, do Distrito Federal e do Município
nicípios e de suas respectivas autarquias e fundações de direito
público será realizada perante o órgão de Advocacia Pública res-
Art. 247. A citação será feita pelo correio para qualquer comarca
ponsável por sua representação judicial.
do país, exceto:
Art. 243. A citação poderá ser feita em qualquer lugar em que I - nas ações de estado, observado o disposto no art. 695, § 3 o (a
se encontre o réu, o executado ou o interessado. citação será feita na pessoa do réu)
Parágrafo único. O militar em serviço ativo será citado na unida- II - quando o citando for incapaz;
de em que estiver servindo, se não for conhecida sua residência III - quando o citando for pessoa de direito público;
ou nela não for encontrado. IV - quando o citando residir em local não atendido pela en-
trega domiciliar de correspondência;
Art. 244. Não se fará a citação, salvo para evitar o perecimento V - quando o autor, justificadamente, a requerer de outra for-
do direito: ma.
I - de quem estiver participando de ato de culto religioso;
II - de cônjuge, de companheiro ou de qualquer parente do Art. 248. Deferida a citação pelo correio, o escrivão ou o chefe de
morto, consanguíneo ou afim, em linha reta ou na linha colateral secretaria remeterá ao citando cópias da petição inicial e do des-
em 2° grau, no dia do falecimento e nos 7 dias seguintes; pacho do juiz e comunicará o prazo para resposta, o endereço do
III - de noivos, nos 3 primeiros dias seguintes ao casamento; juízo e o respectivo cartório.
IV - de doente, enquanto grave o seu estado. § 1o A carta será registrada para entrega ao citando, exigindo-lhe
o carteiro, ao fazer a entrega, que assine o recibo.
Art. 245. Não se fará citação quando se verificar que o citando § 2o Sendo o citando pessoa jurídica, será válida a entrega do
é mentalmente incapaz ou está impossibilitado de recebê-la. mandado a pessoa com poderes de gerência geral ou de adminis-
§ 1o O oficial de justiça descreverá e certificará minuciosamente a tração ou, ainda, a funcionário responsável pelo recebimento de
ocorrência. correspondências.
§ 3o Da carta de citação no processo de conhecimento constarão
os requisitos do art. 250.

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DIA 7 / 16

§ 4o Nos condomínios edilícios ou nos loteamentos com controle ou se, embora presente, a pessoa da família ou o vizinho se recu-
de acesso, será válida a entrega do mandado a funcionário da sar a receber o mandado.
portaria responsável pelo recebimento de correspondência, que, § 3o Da certidão da ocorrência, o oficial de justiça deixará contrafé
entretanto, poderá recusar o recebimento, se declarar, por escrito, com qualquer pessoa da família ou vizinho, conforme o caso, de-
sob as penas da lei, que o destinatário da correspondência está clarando-lhe o nome.
ausente. § 4o O oficial de justiça fará constar do mandado a advertência
de que será nomeado curador especial se houver revelia.
Art. 249. A citação será feita por meio de oficial de justiça nas hi-
póteses previstas neste Código ou em lei, ou quando frustrada a Art. 254. Feita a citação com hora certa, o escrivão ou chefe de
citação pelo correio. secretaria enviará ao réu, executado ou interessado, no prazo de
10 dias, contado da data da juntada do mandado aos autos, car-
Art. 250. O mandado que o oficial de justiça tiver de cumprir con- ta, telegrama ou correspondência eletrônica, dando-lhe de tudo
terá: ciência.
I - os nomes do autor e do citando e seus respectivos domicílios
ou residências; Art. 255. Nas comarcas contíguas de fácil comunicação e nas que
II - a finalidade da citação, com todas as especificações constan- se situem na mesma região metropolitana, o oficial de justiça po-
tes da petição inicial, bem como a menção do prazo para contes- derá efetuar, em qualquer delas, citações, intimações, notifica-
tar, sob pena de revelia, ou para embargar a execução; ções, penhoras e quaisquer outros atos executivos.
III - a aplicação de sanção para o caso de descumprimento da or-
dem, se houver; Art. 256. A citação por edital será feita:
IV - se for o caso, a intimação do citando para comparecer, acom- I - quando desconhecido ou incerto o citando;
panhado de advogado ou de defensor público, à audiência de II - quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se
conciliação ou de mediação, com a menção do dia, da hora e do encontrar o citando;
lugar do comparecimento; III - nos casos expressos em lei.
V - a cópia da petição inicial, do despacho ou da decisão que de - § 1o Considera-se inacessível, para efeito de citação por edital, o
ferir tutela provisória; país que recusar o cumprimento de carta rogatória.
VI - a assinatura do escrivão ou do chefe de secretaria e a decla- § 2o No caso de ser inacessível o lugar em que se encontrar o réu,
ração de que o subscreve por ordem do juiz. a notícia de sua citação será divulgada também pelo rádio, se na
comarca houver emissora de radiodifusão.
FPPC273. (art. 250, IV; art. 334, § 8º) Ao ser citado, o réu deve- § 3o O réu será considerado em local ignorado ou incerto se in-
rá ser advertido de que sua ausência injustificada à audiên- frutíferas as tentativas de sua localização, inclusive mediante re-
cia de conciliação ou mediação configura ATO ATENTATÓ- quisição pelo juízo de informações sobre seu endereço nos ca-
RIO À DIGNIDADE DA JUSTIÇA, punível com a multa do art. dastros de órgãos públicos ou de concessionárias de serviços pú-
334, § 8º, sob pena de sua inaplicabilidade. blicos.

Art. 257. São requisitos da citação por edital:


Art. 251. Incumbe ao oficial de justiça procurar o citando e, onde
I - a afirmação do autor ou a certidão do oficial informando a
o encontrar, citá-lo:
presença das circunstâncias autorizadoras;
I - lendo-lhe o mandado e entregando-lhe a contrafé;
II - a publicação do edital na rede mundial de computadores, no
II - portando por fé se recebeu ou recusou a contrafé;
sítio do respectivo tribunal e na plataforma de editais do CNJ, que
III - obtendo a nota de ciente ou certificando que o citando não a
deve ser certificada nos autos;
apôs no mandado.
III - a determinação, pelo juiz, do prazo, que variará entre 20 e 60
dias, fluindo da data da publicação única ou, havendo mais de
Art. 252. [CITAÇÃO POR HORA CERTA] Quando, por 2 vezes, o
uma, da primeira;
oficial de justiça houver procurado o citando em seu domicílio ou
IV - a advertência de que será nomeado curador especial em caso
residência sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de oculta-
de revelia.
ção, intimar qualquer pessoa da família ou, em sua falta, qualquer
Parágrafo único. O juiz poderá determinar que a publicação do
vizinho de que, no dia útil imediato, voltará a fim de efetuar a ci-
edital seja feita também em jornal local de ampla circulação ou
tação, na hora que designar.
por outros meios, considerando as peculiaridades da comarca, da
Parágrafo único. Nos condomínios edilícios ou nos loteamentos
seção ou da subseção judiciárias.
com controle de acesso, será válida a intimação a que se refere o
caput feita a funcionário da portaria responsável pelo recebimen-
Art. 258. A parte que requerer a citação por edital, alegando do-
to de correspondência.
losamente a ocorrência das circunstâncias autorizadoras para sua
realização, incorrerá em multa de 5 vezes o salário-mínimo.
Art. 253. No dia e na hora designados, o oficial de justiça, inde-
Parágrafo único. A multa reverterá em benefício do citando.
pendentemente de novo despacho, comparecerá ao domicílio
ou à residência do citando a fim de realizar a diligência.
Art. 259. Serão publicados editais:
§ 1o Se o citando não estiver presente, o oficial de justiça procura-
I - na ação de usucapião de imóvel;
rá informar-se das razões da ausência, dando por feita a citação,
II - na ação de recuperação ou substituição de título ao porta-
ainda que o citando se tenha ocultado em outra comarca, seção
dor;
ou subseção judiciárias.
§ 2o A citação com hora certa será efetivada mesmo que a pessoa
da família ou o vizinho que houver sido intimado esteja ausente,

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DIA 7 / 17

III - em qualquer ação em que seja necessária, por determinação § 2o Expedida a carta, as partes acompanharão o cumprimento da
legal, a provocação, para participação no processo, de interessa- diligência perante o juízo destinatário, ao qual compete a prática
dos incertos ou desconhecidos. dos atos de comunicação.
§ 3o A parte a quem interessar o cumprimento da diligência coo-
SÚMULAS SOBRE CITAÇÃO perará para que o prazo a que se refere o caput seja cumprido.

STF Art. 262. A carta tem caráter itinerante, podendo, antes ou de-
Súmula 310-STF: Quando a intimação tiver lugar na sexta- pois de lhe ser ordenado o cumprimento, ser encaminhada a juí-
feira, ou a publicação com efeito de intimação for feita nesse zo diverso do que dela consta, a fim de se praticar o ato.
dia, o prazo judicial terá início na segunda-feira imediata, Parágrafo único. O encaminhamento da carta a outro juízo será
salvo se não houver expediente, caso em que começará no pri- imediatamente comunicado ao órgão expedidor, que intimará as
meiro dia útil que se seguir. partes.

STJ Art. 263. As cartas deverão, preferencialmente, ser expedidas por


Súmula 106-STJ: Proposta a ação no prazo fixado para o seu meio eletrônico, caso em que a assinatura do juiz deverá ser ele-
exercício, a demora na citação, por motivos inerentes ao meca- trônica, na forma da lei.
nismo da justiça, não justifica o acolhimento da arguição de
prescrição ou decadência. Art. 264. A carta de ordem e a carta precatória por meio eletrôni-
Súmula 429-STJ: A citação postal, quando autorizada por lei, co, por telefone ou por telegrama conterão, em resumo substan-
exige o aviso de recebimento cial, os requisitos mencionados no art. 250, especialmente no que
se refere à aferição da autenticidade.

CAPÍTULO III
Art. 265. O secretário do tribunal, o escrivão ou o chefe de secre-
DAS CARTAS
taria do juízo deprecante transmitirá, por telefone, a carta de or-
Art. 260. São requisitos das cartas de ordem, precatória e rogató-
dem ou a carta precatória ao juízo em que houver de se cumprir o
ria:
ato, por intermédio do escrivão do primeiro ofício da primeira
I - a indicação dos juízes de origem e de cumprimento do ato;
vara, se houver na comarca mais de um ofício ou de uma vara,
II - o inteiro teor da petição, do despacho judicial e do instrumen -
observando-se, quanto aos requisitos, o disposto no art. 264.
to do mandato conferido ao advogado;
§ 1o O escrivão ou o chefe de secretaria, no mesmo dia ou no dia
III - a menção do ato processual que lhe constitui o objeto;
útil imediato, telefonará ou enviará mensagem eletrônica ao se-
IV - o encerramento com a assinatura do juiz.
cretário do tribunal, ao escrivão ou ao chefe de secretaria do juízo
§ 1o O juiz mandará trasladar para a carta quaisquer outras peças,
deprecante, lendo-lhe os termos da carta e solicitando-lhe que os
bem como instruí-la com mapa, desenho ou gráfico, sempre que
confirme.
esses documentos devam ser examinados, na diligência, pelas
§ 2o Sendo confirmada, o escrivão ou o chefe de secretaria sub-
partes, pelos peritos ou pelas testemunhas.
meterá a carta a despacho.
§ 2o Quando o objeto da carta for exame pericial sobre documen-
to, este será remetido em original, ficando nos autos reprodução
Art. 266. Serão praticados de ofício os atos requisitados por meio
fotográfica.
eletrônico e de telegrama, devendo a parte depositar, contudo,
§ 3o A carta arbitral atenderá, no que couber, aos requisitos a que
na secretaria do tribunal ou no cartório do juízo deprecante, a im-
se refere o caput e será instruída com a convenção de arbitra-
portância correspondente às despesas que serão feitas no juízo
gem e com as provas da nomeação do árbitro e de sua aceita-
em que houver de praticar-se o ato.
ção da função.
Art. 267. O juiz recusará cumprimento a carta precatória ou arbi-
FPPC26. (art. 260; art. 267, I) Os requisitos legais mencionados tral, devolvendo-a com decisão motivada quando:
no inciso I do art. 267 são os previstos no art. 260 I - a carta não estiver revestida dos requisitos legais;
FPPC417. (arts. 260, caput e §3º, 267, I) São requisitos para o II - faltar ao juiz competência em razão da matéria ou da hierar-
cumprimento da carta arbitral: quia;
i) indicação do árbitro ou do tribunal arbitral de origem e do ór- III - o juiz tiver dúvida acerca de sua autenticidade.
gão do Poder Judiciário de destino; Parágrafo único. No caso de incompetência em razão da matéria
ii) inteiro teor do requerimento da parte, do pronunciamento ou da hierarquia, o juiz deprecado, conforme o ato a ser pratica-
do árbitro ou do Tribunal arbitral e da procuração conferida ao do, poderá remeter a carta ao juiz ou ao tribunal competente.
representante da parte, se houver;
iii) especificação do ato processual que deverá ser praticado
FPPC27. (art. 267) Não compete ao juízo estatal revisar o méri-
pelo juízo de destino;
to da medida ou decisão arbitral cuja efetivação se requer por
iv) encerramento com a assinatura do árbitro ou do presidente
meio da carta arbitral.
do tribunal arbitral conforme o caso

Art. 268. Cumprida a carta, será devolvida ao juízo de origem no


Art. 261. Em todas as cartas o juiz fixará o prazo para cumpri-
prazo de 10 dias, independentemente de traslado, pagas as cus-
mento, atendendo à facilidade das comunicações e à natureza da
tas pela parte.
diligência.
§ 1o As partes deverão ser intimadas pelo juiz do ato de expedição
CAPÍTULO IV
da carta.
DAS INTIMAÇÕES

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DIA 7 / 18

Art. 269. Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos Art. 273. Se inviável a intimação por meio eletrônico e não hou-
atos e dos termos do processo. ver na localidade publicação em órgão oficial, incumbirá ao escri-
§ 1o É facultado aos advogados promover a intimação do ad- vão ou chefe de secretaria intimar de todos os atos do processo
vogado da outra parte por meio do correio, juntando aos au- os advogados das partes:
tos, a seguir, cópia do ofício de intimação e do aviso de recebi- I - pessoalmente, se tiverem domicílio na sede do juízo;
mento. II - por carta registrada, com aviso de recebimento, quando forem
§ 2o O ofício de intimação deverá ser instruído com cópia do des- domiciliados fora do juízo.
pacho, da decisão ou da sentença.
§ 3o A intimação da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Art. 274. Não dispondo a lei de outro modo, as intimações serão
Municípios e de suas respectivas autarquias e fundações de direi- feitas às partes, aos seus representantes legais, aos advogados e
to público será realizada perante o órgão de Advocacia Pública aos demais sujeitos do processo pelo correio ou, se presentes em
responsável por sua representação judicial. cartório, diretamente pelo escrivão ou chefe de secretaria.
Parágrafo único. Presumem-se válidas as intimações dirigidas
Art. 270. As intimações realizam-se, sempre que possível, por ao endereço constante dos autos, ainda que não recebidas pesso-
meio eletrônico, na forma da lei. almente pelo interessado, se a modificação temporária ou defini-
Parágrafo único. Aplica-se ao Ministério Público, à Defensoria tiva não tiver sido devidamente comunicada ao juízo, fluindo os
Pública e à Advocacia Pública o disposto no § 1 o do art. 246 prazos a partir da juntada aos autos do comprovante de entrega
(manter cadastro nos sistemas de processo em autos eletrônicos, da correspondência no primitivo endereço.
para efeito de recebimento de citações e intimações, as quais se-
rão efetuadas preferencialmente por esse meio). Art. 275. A intimação será feita por oficial de justiça quando
frustrada a realização por meio eletrônico ou pelo correio.
Art. 271. O juiz determinará de ofício as intimações em proces- § 1o A certidão de intimação deve conter:
sos pendentes, salvo disposição em contrário. I - a indicação do lugar e a descrição da pessoa intimada, mencio-
nando, quando possível, o número de seu documento de identi-
Art. 272. Quando não realizadas por meio eletrônico, conside- dade e o órgão que o expediu;
ram-se feitas as intimações pela publicação dos atos no órgão II - a declaração de entrega da contrafé;
oficial. III - a nota de ciente ou a certidão de que o interessado não a
§ 1o Os advogados poderão requerer que, na intimação a eles di- apôs no mandado.
rigida, figure apenas o nome da sociedade a que pertençam, des- § 2o Caso necessário, a intimação poderá ser efetuada com
de que devidamente registrada na OAB. hora certa ou por edital.
§ 2o Sob pena de nulidade, é indispensável que da publicação
constem os nomes das partes e de seus advogados, com o res-
CÓDIGO PENAL
pectivo número de inscrição na OAB, ou, se assim requerido, da
sociedade de advogados.
§ 3o A grafia dos nomes das partes não deve conter abreviatu- CAPÍTULO II
ras. DAS LESÕES CORPORAIS
§ 4o A grafia dos nomes dos advogados deve corresponder ao Lesão corporal
nome completo e ser a mesma que constar da procuração ou que Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem
estiver registrada na OAB. (leve):
§ 5o Constando dos autos pedido expresso para que as comunica- Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano.
ções dos atos processuais sejam feitas em nome dos advogados Lesão corporal de natureza grave
indicados, o seu desatendimento implicará nulidade. § 1º Se resulta (grave):
§ 6o A retirada dos autos do cartório ou da secretaria em carga I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de 30
pelo advogado, por pessoa credenciada a pedido do advogado dias;
ou da sociedade de advogados, pela Advocacia Pública, pela De- II - perigo de vida;
fensoria Pública ou pelo Ministério Público implicará intima- III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;
ção de qualquer decisão contida no processo retirado, ainda IV - aceleração de parto:
que pendente de publicação. Pena - reclusão, de um a cinco anos.
§ 7o O advogado e a sociedade de advogados deverão requerer o § 2° Se resulta (gravíssima):
respectivo credenciamento para a retirada de autos por preposto. I - Incapacidade permanente para o trabalho;
§ 8o A parte arguirá a nulidade da intimação em capítulo prelimi- II - enfermidade incurável;
nar do próprio ato que lhe caiba praticar, o qual será tido por III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
tempestivo se o vício for reconhecido. IV - deformidade permanente;
§ 9o Não sendo possível a prática imediata do ato diante da ne- V - aborto:
cessidade de acesso prévio aos autos, a parte limitar-se-á a arguir Pena - reclusão, de 2 a 8 anos.
a nulidade da intimação, caso em que o prazo será contado da in-
timação da decisão que a reconheça. A qualificadora “deformidade permanente” do crime de lesão
corporal (art. 129, § 2º, IV, do CP) não é afastada por posterior
FPPC274. (art. 272, § 6º) Aplica-se a regra do §6º do art. 272 ao cirurgia estética reparadora que elimine ou minimize a
prazo para contestar, quando for dispensável a audiência de deformidade na vítima. Isso porque, o fato criminoso é valorado
conciliação e houver poderes para receber citação. no momento de sua consumação, não o afetando providências
posteriores, notadamente quando não usuais (pelo risco ou pelo

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DIA 7 / 19

custo, como cirurgia plástica ou de tratamentos prolongados, § 11. Na hipótese do § 9o deste artigo (violência doméstica), a
dolorosos ou geradores do risco de vida) e promovidas a critério pena será aumentada de 1/3 se o crime for cometido contra
exclusivo da vítima.STJ. 6ª Turma. HC 306.677-RJ, Rel. Min. pessoa portadora de deficiência.
Ericson Maranho (Desembargador convocado do TJ-SP), Rel. § 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descri-
para acórdão Min. Nefi Cordeiro, julgado em 19/5/2015 (Info to nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sis-
562). tema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exer-
cício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge,
A lesão corporal que provoca na vítima a perda de dois dentes companheiro ou parente consanguíneo até 3° grau, em razão
tem natureza grave (art. 129, § 1º, III, do CP), e não gravíssima dessa condição, a pena é aumentada de 1/3 a 2/3.
(art. 129, § 2º, IV, do CP).
CAPÍTULO III
Lesão corporal seguida de morte DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE
§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente Perigo de contágio venéreo
não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo (crime Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou
preterdoloso): qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de
Pena - reclusão, de 4 a 12 anos. que sabe ou deve saber que está contaminado:
Diminuição de pena Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano, ou multa.
§ 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de rele- § 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia:
vante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta Pena - reclusão, de 1 a 4 anos, e multa.
emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o § 2º - Somente se procede mediante representação.
juiz pode reduzir a pena de 1/6 a 1/3.
Substituição da pena Perigo de contágio de moléstia grave
§ 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia
pena de detenção pela de multa, de duzentos mil réis a dois grave de que está contaminado, ato capaz de produzir o contá-
contos de réis: gio:
I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior (le- Pena - reclusão, de 1 a 4 anos, e multa.
são corporal privilegiada)
II - se as lesões são recíprocas. Perigo para a vida ou saúde de outrem
Lesão corporal culposa Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto
§ 6° Se a lesão é culposa: e iminente:
Pena - detenção, de 2 meses a 1 ano. Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano, se o fato não constitui
Aumento de pena crime mais grave.
§ 7o Aumenta-se a pena de 1/3 se ocorrer qualquer das hipóte- Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/6 a 1/3 se a ex-
ses dos §§ 4o e 6o do art. 121 deste Código. posição da vida ou da saúde de outrem a perigo decorre do
§ 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121 – transporte de pessoas para a prestação de serviços em estabe-
perdão judicial lecimentos de qualquer natureza, em desacordo com as normas
Violência Doméstica legais.
§ 9o Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente,
irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou te- Abandono de incapaz
nha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado,
domésticas, de coabitação ou de hospitalidade: guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, inca-
Pena - detenção, de 3 meses a 3 anos. paz de defender-se dos riscos resultantes do abandono:
Não é inepta a denúncia que se fundamenta no art. 129, § 9º, Pena - detenção, de 6 meses a 3 anos.
do CP – lesão corporal leve –, qualificada pela violência § 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza
doméstica, tão somente em razão de o crime não ter grave:
ocorrido no ambiente familiar. Sendo a lesão corporal Pena - reclusão, de 1 a 5 anos.
praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge § 2º - Se resulta a morte:
ou companheiro, deverá incidir a qualificadora do § 9º não Pena - reclusão, de 4 a 12 anos.
importando onde a agressão tenha ocorrido. STJ. 5ª Turma. Aumento de pena
RHC 50026-PA, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado § 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de
em 3/8/2017 (Info 609). 1/3:
I - se o abandono ocorre em lugar ermo;
A qualificadora prevista no § 9º do art. 129 do CP aplica-se II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, ir-
também às lesões corporais cometidas contra HOMEM no mão, tutor ou curador da vítima.
âmbito das relações domésticas. STJ. 5ª Turma. RHC 27622-RJ, III – se a vítima é maior de 60 anos
Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 7/8/2012.
§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo (lesão grave, Exposição ou abandono de recém-nascido
gravíssima e seguida de morte), se as circunstâncias são as indica- Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar
das no § 9o deste artigo (violência doméstica), aumenta-se a desonra própria:
pena em 1/3. Pena - detenção, de 6 meses a 2 anos.
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - detenção, de 1 a 3 anos.

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DIA 7 / 20

§ 2º - Se resulta a morte: § 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação,


Pena - detenção, de 2 a 6 anos. a propala ou divulga.
§ 2º - É PUNÍVEL a calúnia contra os mortos.
Omissão de socorro Exceção da verdade
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível § 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo:
fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o
ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e imi- ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível;
nente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autorida- II - se o fato é imputado ao Presidente da República ou chefe
de pública: de governo estrangeiro;
Pena - detenção, de 1 a 6 meses, ou multa. III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendi-
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade (1/2), se do foi absolvido por sentença irrecorrível.
da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplica-
da, se resulta a morte.

É crime omissivo PRÓPRIO NÃO SE ADMITE EXCEÇÃO DA VERDADE


Não admite tentativa CRIME DE AÇÃO PRIVADA CRIME DE AÇÃO PÚBLICA
Não foi condenado Foi absolvido
Condicionamento de atendimento médico-hospitalar emer-
gencial
Difamação
Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promissória ou
Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua
qualquer garantia, bem como o preenchimento prévio de for-
reputação:
mulários administrativos, como condição para o atendimento
Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano, e multa.
médico-hospitalar emergencial:
Exceção da verdade
Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano, e multa.
Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se o
Parágrafo único. A pena é aumentada até o dobro se da
ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercí-
negativa de atendimento resulta lesão corporal de natureza
cio de suas funções.
grave, e até o triplo se resulta a morte.

Maus-tratos REGRA: Admite


Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob EXCEÇÃO:
sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, en- -Crime de ação privada: Não foi
sino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação condenado
ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho ex- CALÚNIA
-Crime de ação pública: Foi absolvi-
cessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou EXCEÇÃO
do
disciplina: DA
-Fato imputado ao Presidente da
Pena - detenção, de 2 meses a 1 ano, ou multa. VERDADE
República ou chefe de governo es-
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: trangeiro
Pena - reclusão, de 1 a 4 anos.
§ 2º - Se resulta a morte: REGRA: Não admite
Pena - reclusão, de 4 a 12 anos. EXCEÇÃO: se o ofendido é funcio-
§ 3º - Aumenta-se a pena de 1/3, se o crime é praticado DIFAMAÇÃO
nário público e a ofensa é relativa
contra pessoa menor de 14 anos. ao exercício de suas funções

CAPÍTULO IV
DA RIXA Injúria
Rixa Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o de-
Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os contendo- coro:
res: Pena - detenção, de 1 a 6 meses, ou multa.
Pena - detenção, de 15 dias a 2 meses, ou multa. § 1º - O juiz pode DEIXAR DE APLICAR A PENA:
Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal de natu- I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou direta-
reza grave, aplica-se, pelo fato da participação na rixa, a pena mente a injúria;
de detenção, de seis meses a dois anos (resquício de responsabili- II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injú-
dade objetiva no Direito Penal) ria.
§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por
CAPÍTULO V sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes:
DOS CRIMES CONTRA A HONRA Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano, e multa, além da pena cor-
Calúnia respondente à violência.
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato de- § 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a
finido como crime: raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa ido-
Pena - detenção, de 6 meses a 2 anos, e multa. sa ou portadora de deficiência:
Pena - reclusão de 1 a 3 anos e multa.

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DIA 7 / 21

vel, ou seja, se está incluído no prescritível, nos termos do art.


INJÚRIA RACIAL art. 5º, XLII, da CF/88. Existe 5º, XLII: “a prática do racismo
Ação penal pública condicionada à representação. uma decisão do STJ reconhe- constitui crime inafiançável e
A injúria racial é um delito inserido no panorama constitucional cendo a imprescritibilidade: imprescritível, sujeito à pena
do crime de racismo, sendo considerado imprescritível, inafian- STJ. 6ª Turma. AgRg no Aresp de reclusão, nos termos da
çável e sujeito à pena de reclusão. 686965/DF, j. 18/08/2015. lei;”
*Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br

Injúria racial
Disposições comuns
(art. 140, § 3º do CP) Racismo (art. 20 da Lei
Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de
(alguns autores chamam de 7.716/89)
1/3, se qualquer dos crimes é cometido:
racismo impróprio)
I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de go-
Art. 140. Injuriar alguém, ofen- Art. 20. Praticar, induzir ou in- verno estrangeiro;
dendo-lhe a dignidade ou o de- citar a discriminação ou pre- II - contra funcionário público, em razão de suas funções;
coro: conceito de raça, cor, etnia, III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a
§ 3º Se a injúria consiste na utili- religião ou procedência nacio- divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria.
zação de elementos referentes a nal. IV – contra pessoa maior de 60 anos ou portadora de deficiên-
raça, cor, etnia, religião, origem Pena: reclusão de um a três cia, exceto no caso de injúria.
ou a condição de pessoa idosa anos e multa. Parágrafo único - Se o crime é cometido mediante paga ou pro-
ou portadora de deficiência: messa de recompensa, aplica-se a pena em dobro.
Pena - reclusão de um a três
anos e multa. Exclusão do crime
Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível:
O agente ofende, insulta, ou O agente pratica algum ato
I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte
seja, xinga alguém utilizando discriminatório que faz com
ou por seu procurador;
elementos relacionados com a que a vítima fique privada
II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científi-
sua raça, cor, etnia, religião, ori- de algum direito em virtude
ca, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar;
gem ou a condição de pessoa de sua raça, cor, etnia, reli-
III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em
idosa ou portadora de deficiên- gião ou procedência nacio-
apreciação ou informação que preste no cumprimento de dever
cia. nal. Há um ato de segrega-
do ofício.
A ofensa é praticada contra ção.
Parágrafo único - Nos casos I e III, responde pela injúria ou pela
uma pessoa determinada ou Também pode ser caracteriza-
difamação quem lhe dá publicidade.
um grupo determinado de in- do mediante uma ofensa ver-
divíduos (exs: cinco amigos ne- bal (sem um ato de segrega-
Retratação
gros, árabes etc.). ção), desde que a ofensa seja
Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabal-
dirigida a todos os integran-
mente da CALÚNIA ou da DIFAMAÇÃO, fica isento de pena.
tes de certa raça, cor, etnia,
Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha praticado
religião etc.
a calúnia ou a difamação utilizando-se de meios de comunicação,
A intenção do agente é atacar A intenção é segregar a pes- a retratação dar-se-á, se assim desejar o ofendido, pelos mesmos
a honra subjetiva de uma pes- soa ou um grupo de pessoas meios em que se praticou a ofensa.
soa ou de um grupo determina- por conta de um dos elemen-
do de pessoas, utilizando os ele- tos já mencionados. Possibilidade de retratação exclusivamente pessoal - não se
mentos já mencionados. estende aos demais ofensores.
Ex: “seu macaco”. Ex: nesta festa não pode en- Não se admite retratação da injúria
Ex: “vocês 5 são um bando de trar negros.
terroristas”. Ex: todos os judeus são la-
Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia,
drões.
difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir explica-
O agente visa a atingir uma O agente visa a atingir um ções em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do
pessoa determinada ou deter- número indeterminado de juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa.
minável. pessoas (todos que compõem
aquela coletividade). Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se proce-
de mediante queixa (ação penal privada), salvo quando, no
O bem jurídico tutelado é a O bem jurídico tutelado é a
caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.
honra subjetiva. igualdade.
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro
Trata-se de crime de ação pe- Trata-se de crime de ação da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código,
nal pública condicionada à re- penal pública incondiciona- e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do
presentação da vítima (art. da. mesmo artigo, bem como no caso do § 3° do art. 140 (injúria raci-
145, parágrafo único, do CP). al) deste Código.

Há polêmica se seria ou não um Não há dúvidas de que se tra-


crime inafiançável e imprescrití- ta de crime inafiançável e im- AÇÃO PENAL NOS CRIMES CONTRA A HONRA

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REGRA Ação penal privada Pena - reclusão, de 2 a 8 anos, e multa, além da pena corres-
pondente à violência.
Ação penal pública incondicionada – injúria real § 1o Nas mesmas penas incorre quem:
com lesões corporais I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por par-
EXCEÇÕES te do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho;
Ação penal pública condicionada:
- Requisição do MJ: art. 141, I II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se
- Representação do ofendido: art. 141, II e art. apodera de documentos ou objetos pessoais do trabalhador,
140, §3° com o fim de retê-lo no local de trabalho.
§ 2o A pena é aumentada de metade, se o crime é cometi-
do:
CAPÍTULO VI
I – contra criança ou adolescente;
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL
II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou
SEÇÃO I
origem.
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL
Constrangimento ilegal
Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou gra- Para configurar o delito do art. 149 do Código Penal(redução a
ve ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer ou- condição análoga à de escravo) NÃO É imprescindível a restri-
tro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei ção à liberdade de locomoção dos trabalhadores. O delito
permite, ou a fazer o que ela não manda: pode ser praticado por meio de outras condutas como no caso
Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano, ou multa. em que os trabalhadores são sujeitados a condições degradan-
Aumento de pena tes, subumanas. STJ. 3ª Seção. CC 127937-GO, Rel. Min. Nefi
§ 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, Cordeiro, julgado em 28/5/2014 (Info 543).
quando, para a execução do crime, se reúnem mais de 3 pessoas, A competência para julgar o crime de redução a condição aná-
ou há emprego de armas. loga à de escravo (art. 149 do CP) é da Justiça Federal (art. 109,
§ 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as correspon- VI, da CF/88).
dentes à violência.
§ 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo:
Tráfico de Pessoas
I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimen-
Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir,
to do paciente ou de seu representante legal, se justificada por
comprar, alojar ou acolher pessoa, mediante grave ameaça, vio-
iminente perigo de vida;
lência, coação, fraude ou abuso, com a finalidade de:
II - a coação exercida para impedir suicídio.
I - remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo;
II - submetê-la a trabalho em condições análogas à de escra-
Ameaça
vo;
Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou
III - submetê-la a qualquer tipo de servidão;
qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e gra-
IV - adoção ilegal; ou
ve:
V - exploração sexual.
Pena - detenção, de 1 a 6 meses, ou multa.
Pena - reclusão, de 4 a 8 anos, e multa.
Parágrafo único - Somente se procede mediante represen-
§ 1o A pena é aumentada de 1/3 até a metade (1/2) se:
tação.
I - o crime for cometido por funcionário público no exercício de
suas funções ou a pretexto de exercê-las;
Sequestro e cárcere privado
II - o crime for cometido contra criança, adolescente ou pessoa
Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante se-
idosa ou com deficiência;
questro ou cárcere privado:
III - o agente se prevalecer de relações de parentesco, domésti-
Pena - reclusão, de 1 a 3 anos.
cas, de coabitação, de hospitalidade, de dependência econômi-
§ 1º - A pena é de reclusão, de 2 a 5 anos:
ca, de autoridade ou de superioridade hierárquica inerente ao
I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou
exercício de emprego, cargo ou função; ou
companheiro do agente ou maior de 60 anos;
IV - a vítima do tráfico de pessoas for retirada do território na-
II - se o crime é praticado mediante internação da vítima
cional.
em casa de saúde ou hospital;
§ 2o A pena é reduzida de 1/3 a 2/3 se o agente for primário e
III - se a privação da liberdade dura mais de 15 dias.
não integrar organização criminosa.
IV – se o crime é praticado contra menor de 18 anos;
V – se o crime é praticado com fins libidinosos.
SEÇÃO II
§ 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da na-
DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO
tureza da detenção, grave sofrimento físico ou moral:
Violação de domicílio
Pena - reclusão, de 2 a 8 anos.
Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosa-
mente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de di-
Redução a condição análoga à de escravo
reito, em casa alheia ou em suas dependências:
Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo,
Pena - detenção, de 1 a 3 meses, ou multa.
quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exausti-
§ 1º - Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar
va, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho,
ermo, ou com o emprego de violência ou de arma, ou por 2 ou
quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão
mais pessoas:
de dívida contraída com o empregador ou preposto:

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Pena - detenção, de 6 meses a 2 anos, além da pena corres- •Citação eletrônica;


pondente à violência. •Citação por e-mail;
§ 2º - (REVOGADO PELA LEI 13869/19) •Citação por telefone.
§ 3º - Não constitui crime a entrada ou permanência em CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Citação por hora certa é constitucional. Buscador Dizer o Direito, Manaus.
casa alheia ou em suas dependências: Disponível em:
af8436a26c6d77f0a2>.
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/a07c2f3b3b907a-

I - durante o dia, com observância das formalidades legais,


para efetuar prisão ou outra diligência; Art. 351. A citação inicial far-se-á por mandado, quando o
II - a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime réu estiver no território sujeito à jurisdição do juiz que a houver
está sendo ali praticado ou na iminência de o ser. ordenado.
§ 4º - A expressão "casa" compreende:
I - qualquer compartimento habitado; Art. 352. O mandado de citação indicará:
II - aposento ocupado de habitação coletiva; I - o nome do juiz;
III - compartimento não aberto ao público, onde alguém II - o nome do querelante nas ações iniciadas por queixa;
exerce profissão ou atividade. III - o nome do réu, ou, se for desconhecido, os seus sinais
§ 5º - Não se compreendem na expressão "casa": característicos;
I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação IV - a residência do réu, se for conhecida;
coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do n.º II do parágra- V - o fim para que é feita a citação;
fo anterior; VI - o juízo e o lugar, o dia e a hora em que o réu deverá
II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero. comparecer;
VII - a subscrição do escrivão e a rubrica do juiz.
CÓDIGO PROCESSO PENAL
Art. 353. Quando o réu estiver fora do território da jurisdi-
ção do juiz processante, será citado mediante precatória.
TÍTULO X
DAS CITAÇÕES E INTIMAÇÕES Art. 354. A precatória indicará:
CAPÍTULO I I - o juiz deprecado e o juiz deprecante;
DAS CITAÇÕES II - a sede da jurisdição de um e de outro;
Citação é o ato por meio do qual o Poder Judiciário III - o fim para que é feita a citação, com todas as especifica-
comunica ao indivíduo que foi recebida uma denúncia ou ções;
queixa-crime ajuizada contra ele; e convoca o acusado para IV - o juízo do lugar, o dia e a hora em que o réu deverá
ingressar no processo e se defender. comparecer.
Citação REAL (pessoal) Citação FICTA (presumida)
Art. 355. A precatória será devolvida ao juiz deprecante, in-
É aquela na qual o acusado é Ocorre quando o acusado não dependentemente de traslado, depois de lançado o "cumpra-se"
citado pessoalmente, ou seja, é encontrado para ser e de feita a citação por mandado do juiz deprecado.
ele mesmo recebe a comunicado pessoalmente da § 1o Verificado que o réu se encontra em território sujeito à
comunicação. instauração do processo. jurisdição de outro juiz, a este remeterá o juiz deprecado os autos
Apesar disso, se forem para efetivação da diligência, desde que haja tempo para fazer-se
cumpridos determinados a citação.
requisitos legais, a lei presume § 2o Certificado pelo oficial de justiça que o réu se oculta
que ele soube da existência do para não ser citado, a precatória será imediatamente devolvida,
processo e, por isso, autoriza para o fim previsto no art. 362 (citação por hora certa).
que a marcha processual siga
em frente. Art. 356. Se houver urgência, a precatória, que conterá em
A citação pessoal pode ser di- Existem duas subespécies resumo os requisitos enumerados no art. 354, poderá ser expedi-
vidida em subespécies: de citação ficta: da por via telegráfica, depois de reconhecida a firma do juiz, o
a Citação por mandado (art. a Citação por edital (art. 361); que a estação expedidora mencionará.
351); b Citação por hora certa (art.
b Citação por carta precatória 362). Art. 357. São requisitos da citação por mandado:
(art. 353); I - leitura do mandado ao citando pelo oficial e entrega da
c Citação do militar (art. 358); contrafé, na qual se mencionarão dia e hora da citação;
d Citação do funcionário públi- II - declaração do oficial, na certidão, da entrega da contrafé,
co (art. 359); e sua aceitação ou recusa.
e Citação do acusado que esti-
ver preso (art. 360); Art. 358. A CITAÇÃO DO MILITAR far-se-á por intermédio
f Citação do acusado no es- do chefe do respectivo serviço.
trangeiro (art. 368);
g Citação em legações estran- Art. 359. O dia designado para funcionário público compa-
geiras (art. 369). recer em juízo, como acusado, será notificado assim a ele como
ao chefe de sua repartição.
Formas de citação que não são admitidas no processo penal
•Citação por via postal (correios); Art. 360. Se o réu estiver preso, será pessoalmente citado.

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DIA 7 / 24

Art. 369. As citações que houverem de ser feitas em lega-


Art. 361. Se o réu não for encontrado, será citado por edi- ções estrangeiras serão efetuadas mediante carta rogatória.
tal, com o prazo de 15 dias.
CAPÍTULO II
Art. 362. Verificando que o réu se oculta para não ser cita- DAS INTIMAÇÕES
do, o oficial de justiça certificará a ocorrência e procederá à cita- Art. 370. Nas intimações dos acusados, das testemunhas e
ção com hora certa, na forma estabelecida no CPC. demais pessoas que devam tomar conhecimento de qualquer ato,
Parágrafo único. Completada a citação com hora certa, se o será observado, no que for aplicável, o disposto no Capítulo ante -
acusado não comparecer, ser-lhe-á nomeado defensor dativo. rior.
§ 1o A intimação do defensor constituído, do advogado
CITADO POR EDITAL E NÃO Suspende-se o processo e o do querelante e do assistente far-se-á por publicação no órgão
COMPARECE prazo prescricional incumbido da publicidade dos atos judiciais da comarca, incluin-
do, sob pena de nulidade, o nome do acusado.
CITADO POR HORA CERTA E Nomeia-se defensor dativo § 2o Caso não haja órgão de publicação dos atos judiciais na
NÃO COMPARECE comarca, a intimação far-se-á diretamente pelo escrivão, por
mandado, ou via postal com comprovante de recebimento, ou
Art. 363. O processo terá completada a sua formação por qualquer outro meio idôneo.
quando realizada a citação do acusado. § 3o A intimação pessoal, feita pelo escrivão, dispensará a
§ 1o Não sendo encontrado o acusado, será procedida a cita- aplicação a que alude o § 1o.
ção por edital. § 4o A intimação do Ministério Público e do defensor no-
§ 4o Comparecendo o acusado citado por edital, em qual- meado será pessoal.
quer tempo, o processo observará o disposto nos arts. 394 e se-
guintes deste Código. Intimação do DEFENSOR CONSTITUÍDO, Por publicação
ADVOGADO DO QUERELANTE e ASSISTENTE
Art. 364. No caso do artigo anterior, n o I, o prazo será fixado
pelo juiz entre 15 e 90 dias, de acordo com as circunstâncias, e, Intimação do MP e DEFENSOR NOMEADO Pessoal
no caso de no II, o prazo será de 30 dias.
Art. 371. Será admissível a intimação por despacho na peti-
Art. 365. O edital de citação indicará: ção em que for requerida, observado o disposto no art. 357.
I - o nome do juiz que a determinar;
II - o nome do réu, ou, se não for conhecido, os seus sinais Art. 372. Adiada, por qualquer motivo, a instrução criminal,
característicos, bem como sua residência e profissão, se consta- o juiz marcará desde logo, na presença das partes e testemunhas,
rem do processo; dia e hora para seu prosseguimento, do que se lavrará termo nos
III - o fim para que é feita a citação; autos.
IV - o juízo e o dia, a hora e o lugar em que o réu deverá
comparecer; SÚMULA SOBRE INTIMAÇÃO
V - o prazo, que será contado do dia da publicação do edital
na imprensa, se houver, ou da sua afixação. Súmula 710-STF: No processo penal, contam-se os prazos da
Parágrafo único. O edital será afixado à porta do edifício data da intimação, e não da juntada aos autos do mandado ou
onde funcionar o juízo e será publicado pela imprensa, onde da carta precatória ou de ordem.
houver, devendo a afixação ser certificada pelo oficial que a tiver
feito e a publicação provada por exemplar do jornal ou certidão TÍTULO XI
do escrivão, da qual conste a página do jornal com a data da pu- DA APLICAÇÃO PROVISÓRIA DE INTERDIÇÕES
blicação. DE DIREITOS E MEDIDAS DE SEGURANÇA
(Título não recepcionado pela CF/88)
Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, Art. 373. A aplicação provisória de interdições de direitos
nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o poderá ser determinada pelo juiz, de ofício, ou a requerimento do
curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a Ministério Público, do querelante, do assistente, do ofendido, ou
produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se de seu representante legal, ainda que este não se tenha constituí-
for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto do como assistente:
no art. 312. I - durante a instrução criminal após a apresentação da defe-
sa ou do prazo concedido para esse fim;
Art. 367. O processo seguirá sem a presença do acusado II - na sentença de pronúncia;
que, citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar III - na decisão confirmatória da pronúncia ou na que, em
de comparecer sem motivo justificado, ou, no caso de mudança grau de recurso, pronunciar o réu;
de residência, não comunicar o novo endereço ao juízo. IV - na sentença condenatória recorrível.
§ 1o No caso do no I, havendo requerimento de aplicação da
Art. 368. Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, medida, o réu ou seu defensor será ouvido no prazo de 2 dias.
será citado mediante carta rogatória, suspendendo-se o curso § 2o Decretada a medida, serão feitas as comunicações ne-
do prazo de prescrição até o seu cumprimento. cessárias para a sua execução, na forma do disposto no Capítulo
III do Título II do Livro IV.

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DIA 7 / 25

Art. 374. NÃO CABERÁ RECURSO do despacho ou da parte V - o dispositivo;


da sentença que decretar ou denegar a aplicação provisória de in- VI - a data e a assinatura do juiz.
terdições de direitos, mas estas poderão ser substituídas ou revo-
gadas: Art. 382. Qualquer das partes poderá, no prazo de 2 dias,
I - se aplicadas no curso da instrução criminal, durante esta pedir ao juiz que declare a sentença, sempre que nela houver
ou pelas sentenças a que se referem os ns. II, III e IV do artigo an- obscuridade, ambiguidade, contradição ou omissão (EMBARGOS
terior; DE DECLARAÇÃO)
II - se aplicadas na sentença de pronúncia, pela decisão que,
em grau de recurso, a confirmar, total ou parcialmente, ou pela Art. 383. [EMENDATIO LIBELI] O juiz, sem modificar a des-
sentença condenatória recorrível; crição do fato contida na denúncia ou queixa, poderá atribuir-
III - se aplicadas na decisão a que se refere o n o III do artigo lhe definição jurídica diversa, ainda que, em consequência, te-
anterior, pela sentença condenatória recorrível. nha de aplicar pena mais grave
§ 1o Se, em consequência de definição jurídica diversa, hou-
Art. 375. O despacho que aplicar, provisoriamente, substituir ver possibilidade de proposta de suspensão condicional do
ou revogar interdição de direito, será fundamentado. processo, o juiz procederá de acordo com o disposto na lei.
§ 2o Tratando-se de infração da competência de outro juízo,
Art. 376. A decisão que impronunciar ou absolver o réu fará a este serão encaminhados os autos.
cessar a aplicação provisória da interdição anteriormente determi-
nada. Art. 384. [MUTATIO LIBELI] Encerrada a instrução probató-
ria, se entender cabível nova definição jurídica do fato, em
Art. 377. Transitando em julgado a sentença condenatória, consequência de prova existente nos autos de elemento ou cir-
serão executadas somente as interdições nela aplicadas ou que cunstância da infração penal não contida na acusação, o Minis-
derivarem da imposição da pena principal. tério Público deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5
dias, se em virtude desta houver sido instaurado o processo em
Art. 378. A aplicação provisória de medida de segurança crime de ação pública, reduzindo-se a termo o aditamento, quan-
obedecerá ao disposto nos artigos anteriores, com as modifica- do feito oralmente
ções seguintes: § 1o Não procedendo o órgão do Ministério Público ao adi-
I - o juiz poderá aplicar, provisoriamente, a medida de segu- tamento, aplica-se o art. 28 deste Código.
rança, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público; § 2o Ouvido o defensor do acusado no prazo de 5 dias e
II - a aplicação poderá ser determinada ainda no curso do in- admitido o aditamento, o juiz, a requerimento de qualquer das
quérito, mediante representação da autoridade policial; partes, designará dia e hora para continuação da audiência,
III - a aplicação provisória de medida de segurança, a substi- com inquirição de testemunhas, novo interrogatório do acusado,
tuição ou a revogação da anteriormente aplicada poderão ser de- realização de debates e julgamento.
terminadas, também, na sentença absolutória; § 3o Aplicam-se as disposições dos §§ 1 o e 2o do art. 383 ao
IV - decretada a medida, atender-se-á ao disposto no Título caput deste artigo.
V do Livro IV, no que for aplicável. § 4o Havendo aditamento, cada parte poderá arrolar até 3
testemunhas, no prazo de 5 dias, ficando o juiz, na sentença,
Art. 379. Transitando em julgado a sentença, observar-se-á, adstrito aos termos do aditamento.
quanto à execução das medidas de segurança definitivamente § 5o Não recebido o aditamento, o processo prosseguirá.
aplicadas, o disposto no Título V do Livro IV.
EMENDATIO LIBELI MUTATIO LIBELI
Art. 380. A aplicação provisória de medida de segurança
OBSTARÁ a concessão de fiança, e tornará sem efeito a anterior- Não há alteração em relação Durante o curso da instrução
mente concedida. ao fato delituoso, limitando- processual, surge uma ele-
se o juiz a modificar a classifi- mentar ou circunstância não
TÍTULO XII cação formulada na peça acu- contida na peça acusatória.
DA SENTENÇA satória

PRINCÍPIO DA CORRELAÇÃO OU DA CONGRUÊNCIA: a Juiz pode realizar de ofício MP deve aditar a peça acusa-
sentença não poderá condenar o acusado por fatos não tória
narrados na denúncia ou queixa, sob pena de incorrer em
Possível em 2a instância Não é possível em 2a instân-
decisão ultra ou extra petita, sendo isso causa de nulidade
cia (S453/STF)
absoluta.
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
Súmula 453-STF: Não se aplicam à 2° instância o art. 384 e
Art. 381. A sentença conterá: parágrafo único do Código de Processo Penal, que possibilitam
I - os nomes das partes ou, quando não possível, as indica- dar nova definição jurídica ao fato delituoso, em virtude de cir-
ções necessárias para identificá-las; cunstância elementar não contida, explícita ou implicitamente,
II - a exposição sucinta da acusação e da defesa; na denúncia ou queixa
III - a indicação dos motivos de fato e de direito em que se
fundar a decisão; Art. 385. Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir
IV - a indicação dos artigos de lei aplicados; sentença condenatória, ainda que o Ministério Público tenha opi-

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DIA 7 / 26

nado pela absolvição, bem como reconhecer agravantes, embo- Art. 391. O querelante ou o assistente será intimado da
ra nenhuma tenha sido alegada. sentença, pessoalmente ou na pessoa de seu advogado. Se ne-
nhum deles for encontrado no lugar da sede do juízo, a intima-
Art. 386. O juiz ABSOLVERÁ O RÉU, mencionando a causa ção será feita mediante edital com o prazo de 10 dias, afixado
na parte dispositiva, desde que reconheça: no lugar de costume.
I - estar provada a inexistência do fato;
II - não haver prova da existência do fato; Art. 392. A intimação da sentença será feita:
III - não constituir o fato infração penal; I - ao réu, pessoalmente, se estiver preso;
IV – estar provado que o réu não concorreu para a infra- II - ao réu, pessoalmente, ou ao defensor por ele consti-
ção penal; tuído, quando se livrar solto, ou, sendo afiançável a infração,
V – não existir prova de ter o réu concorrido para a infra- tiver prestado fiança;
ção penal; III - ao defensor constituído pelo réu, se este, afiançável,
VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou ou não, a infração, expedido o mandado de prisão, não tiver
isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1o do art. 28, sido encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça;
todos do Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida IV - mediante edital, nos casos do no II, se o réu e o defen-
sobre sua existência; sor que houver constituído não forem encontrados, e assim o
VII – não existir prova suficiente para a condenação. certificar o oficial de justiça;
Parágrafo único. Na sentença absolutória, o juiz: V - mediante edital, nos casos do no III, se o defensor que
I - mandará, se for o caso, pôr o réu em liberdade; o réu houver constituído também não for encontrado, e assim
II – ordenará a cessação das medidas cautelares e provisoria- o certificar o oficial de justiça;
mente aplicadas; VI - mediante edital, se o réu, não tendo constituído de-
III - aplicará medida de segurança, se cabível (sentença fensor, não for encontrado, e assim o certificar o oficial de justi-
absolutória imprópria) ça.
§ 1o O prazo do edital será de 90 dias, se tiver sido imposta
Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória: PPL por tempo igual ou superior a 1 ano, e de 60 dias, nos ou-
I - mencionará as circunstâncias agravantes ou atenuantes tros casos.
definidas no Código Penal, e cuja existência reconhecer; PPL ≥ 1 ano 90 dias
II - mencionará as outras circunstâncias apuradas e tudo o
mais que deva ser levado em conta na aplicação da pena, de PPL < 1ano 60 dias
o
acordo com o disposto nos arts. 59 e 60 do Decreto-Lei n o 2.848, § 2 O prazo para apelação correrá após o término do fixado
de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; no edital, salvo se, no curso deste, for feita a intimação por qual-
III - aplicará as penas de acordo com essas conclusões; quer das outras formas estabelecidas neste artigo.
IV - fixará valor mínimo para reparação dos danos causa-
dos pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendi- LIVRO II
do; (necessário pedido; possível fixar danos morais) DOS PROCESSOS EM ESPÉCIE
V - atenderá, quanto à aplicação provisória de interdições de TÍTULO I
direitos e medidas de segurança, ao disposto no Título Xl deste DO PROCESSO COMUM
Livro; CAPÍTULO I
VI - determinará se a sentença deverá ser publicada na ínte- DA INSTRUÇÃO CRIMINAL
gra ou em resumo e designará o jornal em que será feita a publi - Art. 394. O procedimento será comum ou especial.
cação (art. 73, § 1o, do Código Penal). § 1o O procedimento comum será ordinário, sumário ou
§ 1o O juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a manutenção sumaríssimo.
ou, se for o caso, a imposição de prisão preventiva ou de outra I - ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção
medida cautelar, sem prejuízo do conhecimento de apelação que máxima cominada for igual ou superior a 4 anos de PPL;
vier a ser interposta. II - sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção
§ 2o O tempo de prisão provisória, de prisão administrativa ou de máxima cominada seja inferior a 4 anos de PPL;
internação, no Brasil ou no estrangeiro, será computado para III - sumaríssimo, para as infrações penais de menor po-
fins de determinação do regime inicial de pena privativa de li- tencial ofensivo, na forma da lei (pena máxima não superior a
berdade. 2 anos).
§ 2o Aplica-se a todos os processos o procedimento comum,
Art. 388. A sentença poderá ser datilografada e neste caso o salvo disposições em contrário deste Código ou de lei especial
juiz a rubricará em todas as folhas. § 3o Nos processos de competência do Tribunal do Júri, o
procedimento observará as disposições estabelecidas nos arts.
Art. 389. A sentença será publicada em mão do escrivão, 406 a 497 deste Código.
que lavrará nos autos o respectivo termo, registrando-a em livro § 4o As disposições dos arts. 395 a 398 deste Código apli-
especialmente destinado a esse fim. cam-se a todos os procedimentos penais de primeiro grau, ainda
que não regulados neste Código.
Art. 390. O escrivão, dentro de 3 dias após a publicação, e § 5o Aplicam-se subsidiariamente aos procedimentos es-
sob pena de suspensão de 5 dias, dará conhecimento da senten- pecial, sumário e sumaríssimo as disposições do procedimen-
ça ao órgão do Ministério Público. to ordinário

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DIA 7 / 27

ORDINÁRIO PPL ≥ 4a MOMENTO: Após resposta à MOMENTO: Após alegações


COMUM acusação finais
SUMÁRIO PPL < 4a
PROCEDIMENTO
SUMARÍSSIMO IMPO Art. 399. Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia
ESPECIAL e hora para a audiência, ordenando a intimação do acusado, de
seu defensor, do Ministério Público e, se for o caso, do querelante
e do assistente.
Art. 394-A. Os processos que apurem a prática de crime hedi-
§ 1o O acusado preso será requisitado para comparecer
ondo terão prioridade de tramitação em todas as instâncias
ao interrogatório, devendo o poder público providenciar sua
apresentação
Art. 395. A denúncia ou queixa será REJEITADA quando:
§ 2o O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sen-
I - for manifestamente INEPTA;
tença.
II - faltar pressuposto processual ou condição para o exer-
cício da ação penal; ou
Art. 400. Na audiência de instrução e julgamento, a ser
III - faltar justa causa (lastro probatório mínimo) para o
realizada no prazo máximo de 60 dias, proceder-se-á à tomada
exercício da ação penal.
de declarações do ofendido, à inquirição das testemunhas arrola-
das pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o dis-
Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, ofereci-
posto no art. 222 deste Código, bem como aos esclarecimentos
da a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, re-
dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coi -
cebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à
sas, interrogando-se, em seguida, o acusado.
acusação, por escrito, no prazo de 10 dias.
§ 1o As provas serão produzidas numa só audiência, po-
Parágrafo único. No caso de citação por edital, o prazo para
dendo o juiz indeferir as consideradas irrelevantes, impertinentes
a defesa começará a fluir a partir do comparecimento pessoal do
ou protelatórias.
acusado ou do defensor constituído.
§ 2o Os esclarecimentos dos peritos DEPENDERÃO DE
PRÉVIO REQUERIMENTO das partes.
Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá arguir prelimi-
nares e alegar tudo o que interesse à sua defesa, oferecer do-
Art. 401. Na instrução poderão ser inquiridas até 8 teste-
cumentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arro-
munhas arroladas pela acusação e 8 pela defesa.
lar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação,
§ 1o Nesse número não se compreendem as que não pres-
quando necessário.
tem compromisso e as referidas.
§ 1o A exceção será processada em apartado, nos termos
§ 2o A parte poderá desistir da inquirição de qualquer
dos arts. 95 a 112 deste Código.
das testemunhas arroladas, ressalvado o disposto no art. 209
§ 2o Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o
deste Código.
acusado, citado, não constituir defensor, o juiz nomeará de-
fensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos por 10
Art. 402. Produzidas as provas, ao final da audiência, o Mi-
dias.
nistério Público, o querelante e o assistente e, a seguir, o acusado
poderão requerer diligências cuja necessidade se origine de cir-
Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e
cunstâncias ou fatos apurados na instrução.
parágrafos, deste Código, o juiz deverá ABSOLVER SUMARIA-
MENTE o acusado quando verificar:
Art. 403. Não havendo requerimento de diligências, ou sen-
I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude
do indeferido, serão oferecidas alegações finais orais por 20 mi-
do fato;
nutos, respectivamente, pela acusação e pela defesa, prorrogáveis
II - a existência manifesta de causa excludente da culpa-
por mais 10, proferindo o juiz, a seguir, sentença.
bilidade do agente, salvo inimputabilidade;
§ 1o Havendo mais de um acusado, o tempo previsto para a
III - que o fato narrado evidentemente não constitui cri-
defesa de cada um será individual.
me; ou
§ 2o Ao assistente do Ministério Público, após a manifesta-
IV - extinta a punibilidade do agente.
ção desse, serão concedidos 10 minutos, prorrogando-se por
igual período o tempo de manifestação da defesa.
ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA § 3o O juiz poderá, considerada a complexidade do caso
PROCEDIMENTO COMUM PROCEDIMENTO DO JÚRI ou o número de acusados, conceder às partes o prazo de 5 dias
sucessivamente para a apresentação de MEMORIAIS. Nesse caso,
I - a existência manifesta de I – provada a inexistência do terá o prazo de 10 dias para proferir a sentença.
causa excludente da ilicitude fato;
do fato; II – provado não ser ele autor Art. 404. Ordenado diligência considerada imprescindí-
II - a existência manifesta de ou partícipe do fato; vel, de ofício ou a requerimento da parte, a audiência será con-
causa excludente da culpabili- III – o fato não constituir infra- cluída sem as alegações finais.
dade do agente, salvo inimpu- ção penal; Parágrafo único. Realizada, em seguida, a diligência deter-
tabilidade; IV – demonstrada causa de minada, as partes apresentarão, no prazo sucessivo de 5 dias,
III - que o fato narrado eviden- isenção de pena ou de exclu- suas alegações finais, por memorial, e, no prazo de 10 dias, o
temente não constitui crime; são do crime. juiz proferirá a sentença.
IV - extinta a punibilidade do
agente.

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DIA 7 / 28

Art. 405. Do ocorrido em audiência será lavrado termo em


livro próprio, assinado pelo juiz e pelas partes, contendo breve re-
sumo dos fatos relevantes nela ocorridos.
§ 1o Sempre que possível, o registro dos depoimentos do in-
vestigado, indiciado, ofendido e testemunhas será feito pelos
meios ou recursos de gravação magnética, estenotipia, digital ou
técnica similar, inclusive audiovisual, destinada a obter maior fide-
lidade das informações.
§ 2o No caso de registro por meio audiovisual, será encami-
nhado às partes cópia do registro original, sem necessidade de
transcrição.

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DIA 8 / 1

metade dos membros do tribunal de origem estejam impedi-


dos ou sejam direta ou indiretamente interessados;
Dia 8
o) os conflitos de competência entre o STJ e quaisquer tribunais,
entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribu-
Constituição Federal: art. 101-126 nal;
Código Civil: art 389-461 p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconsti-
Código Processo Civil: art. 276-310 tucionalidade;
Código Penal: art. 151-160 q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma re-
Código Processo Penal: art. 406-446 gulamentadora for atribuição do Presidente da República, do
Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Fe-
Controle de Leitura deral, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do TCU, de
um dos Tribunais Superiores, ou do próprio STF;
r) as ações contra o CNJ e contra o CNMP;
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
II - julgar, em RECURSO ORDINÁRIO:
a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e
Seção II o mandado de injunção decididos em ÚNICA INSTÂNCIA pelos
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL Tribunais Superiores, se denegatória a decisão;
Art. 101. O STF compõe-se de 11 Ministros, escolhidos dentre ci- b) o crime político;
dadãos com mais de 35 e menos de 65 anos de idade, de notá- III - julgar, mediante RECURSO EXTRAORDINÁRIO, as causas de-
vel saber jurídico e reputação ilibada. cididas em ÚNICA ou ÚLTIMA instância, quando a decisão re-
Parágrafo único. Os Ministros do STF serão nomeados pelo Presi- corrida:
dente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria a) contrariar dispositivo desta Constituição;
absoluta do Senado Federal. b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face
Art. 102. Compete ao STF, precipuamente, a guarda da Constitui- desta Constituição.
ção, cabendo-lhe: d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.
I - processar e julgar, originariamente: § 1.º A ADPF, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato norma- STF, na forma da lei.
tivo federal ou estadual (ADI) e a ação declaratória de consti- § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo STF, nas
tucionalidade de lei ou ato normativo federal (ADC); ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declarató-
b) nas INFRAÇÕES PENAIS COMUNS, o Presidente da Repúbli- rias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e
ca, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder
próprios Ministros e o PGR; Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas es-
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabili- feras federal, estadual e municipal.
dade, os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, § 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a
do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, repercussão geral das questões constitucionais discutidas no
os membros dos Tribunais Superiores, os do TCU e os chefes caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admis-
de missão diplomática de caráter permanente; são do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação
d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referi- de 2/3 de seus membros.
das nas alíneas anteriores; o mandado de segurança e o habeas
data contra atos do Presidente da República, das Mesas da Art. 103. Podem propor a ADI e a ADC:
Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do TCU, do PGR e I - o Presidente da República;
do próprio STF; II - a Mesa do Senado Federal;
e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacio- III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
nal e a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Território; IV a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do
f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e Distrito Federal; (EC 45/04)
o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respecti- V o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (EC 45/04)
vas entidades da administração indireta; VI - o Procurador-Geral da República;
g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro; VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;
quando o coator ou o paciente for autoridade ou funcionário cu- IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacio-
jos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do STF, ou se nal.
trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância; § 1º O PGR deverá ser previamente ouvido nas ações de incons-
j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados; titucionalidade e em todos os processos de competência do
l) a reclamação para a preservação de sua competência e ga- STF.
rantia da autoridade de suas decisões; § 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida
m) a execução de sentença nas causas de sua competência origi- para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Po-
nária, facultada a delegação de atribuições para a prática de atos der competente para a adoção das providências necessárias e, em
processuais; se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em 30 dias.
n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam § 3º Quando o STF apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de
direta ou indiretamente interessados, e aquela em que mais da norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o AGU, que
defenderá o ato ou texto impugnado.

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DIA 8 / 2

LEGITIMADOS ATIVOS LEGITIMADOS ATIVOS que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula,
UNIVERSAIS ESPECIAIS conforme o caso.

Podem propor a ADI e a ADC São aqueles dos quais se exige Art. 103-B. O CNJ compõe-se de 15 membros com mandato de
independentemente da exis- pertinência temática como 2 anos, admitida 1 recondução, sendo:
tência de pertinência temáti- requisito implícito de legitima- I - o Presidente do STF;
ca ção II 1 Ministro do STJ, indicado pelo respectivo tribunal;
I - o Presidente da República; IV - a Mesa de Assembleia Le- III 1 Ministro do TST, indicado pelo respectivo tribunal;
II - a Mesa do Senado Federal; gislativa ou a Mesa da Câmara IV 1 desembargador de TJ, indicado pelo STF;
III - a Mesa da Câmara dos De- Legislativa do Distrito Federal; V 1 juiz estadual, indicado pelo STF
putados; V - o Governador de Estado VI 1 juiz de TRF, indicado pelo STJ
VI - o Procurador-Geral da Re- ou o Governador do Distrito VII 1 juiz federal, indicado pelo STJ
pública; Federal; VIII 1 juiz de TRT, indicado pelo TST
VII - o Conselho Federal da Or- IX - confederação sindical ou IX 1 juiz do trabalho, indicado pelo TST
dem dos Advogados do Brasil; entidade de classe de âmbito X 1 membro do MPU, indicado pelo PGR;
VIII - partido político com re- nacional. XI 1 membro do MPE, escolhido pelo PGR dentre os nomes indi-
presentação no Congresso Na- cados pelo órgão competente de cada instituição estadual;
cional; XII 2 advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos
Advogados do Brasil;
XIII 2 cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indi-
VIII - partido político com re- cados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Fede-
presentação no Congresso Na- ral.
PRECISAM DE ADVOGADO cional;
PARA AJUIZAR ADI IX - confederação sindical ou
COMPOSIÇÃO DO CNJ
entidade de classe de âmbito
nacional. Indicados Presidente do STF (que será o Presidente do CNJ).
pelo STF 1 Desembargador do TJ.
1 Juiz Estadual.
SÚMULAS SOBRE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
Súmula vinculante 10-STF: Viola a cláusula de reserva de ple- Indicados 1 Ministro do STJ (será o Corregedor).
nário (CF, art. 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, pelo STJ 1 Juiz de TRF.
embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de 1 Juiz Federal.
lei ou ato normativo do Poder Público, afasta a sua incidência Indicados 1 Ministro do TST.
no todo ou em parte pelo TST 1 Juiz de TRT.
Súmula 614-STF: Somente o Procurador-Geral da Justiça tem 1 Juiz do Trabalho.
legitimidade para propor ação direta interventiva por inconstitu-
cionalidade de Lei Municipal Indicados 1 Membro do MPU.
Súmula 642-STF: Não cabe ação direta de inconstitucionalida- pela PGR 1 Membro do MPE, escolhido pelo PGR dentre os
de de lei do Distrito Federal derivada da sua competência legis- nomes indicados pelo órgão competente de cada
lativa municipal instituição estadual.

Indicados 2 advogados.
Art. 103-A (SV). O STF poderá, de ofício ou por provocação, me- pelo
diante decisão de 2/3 dos seus membros, após reiteradas deci- CFOAB
sões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir
Indicado 1 cidadão de notável saber jurídico e reputação
de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante
pela CD ilibada.
em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à admi-
nistração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual Indicado 1 cidadão de notável saber jurídico e reputação
e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, pelo SF ilibada.
na forma estabelecida em lei. *Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br
§ 1º A súmula terá por OBJETIVO a validade, a interpretação e
a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja con- § 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do STF e, nas
trovérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a admi- suas ausências e impedimentos, pelo Vice-Presidente do STF.
nistração pública que acarrete grave insegurança jurídica e re- § 2º Os demais membros do Conselho serão nomeados pelo Pre-
levante multiplicação de processos sobre questão idêntica. sidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria
§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprova- absoluta do Senado Federal.
ção, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada § 3º Não efetuadas, no prazo legal, as indicações previstas nes-
por aqueles que podem propor a ADI. te artigo, caberá a escolha ao STF.
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a sú- § 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrati-
mula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclama- va e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos de-
ção ao STF que, julgando-a procedente, anulará o ato adminis- veres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribui-
trativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará ções que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura:

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DIA 8 / 3

I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento II - 1/3, em partes iguais, dentre advogados e membros do Minis-
do Estatuto da Magistratura, podendo expedir atos regulamenta- tério Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e Territórios, al-
res, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências; ternadamente, indicados na forma do art. 94.
II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou me-
diante provocação, a legalidade dos atos administrativos pra- Art. 105. Compete ao STJ:
ticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo I - processar e julgar, originariamente:
desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distri-
as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem to Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os desembar-
prejuízo da competência do TCU; gadores dos TJ dos Estados e do Distrito Federal, os membros
III receber e conhecer das reclamações contra membros ou ór- dos TCE/TCDF, os dos TRFs, dos TREs e do TRTs, os membros
gãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxili- dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do
ares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e MPU que oficiem perante tribunais;
de registro que atuem por delegação do poder público ou oficia- b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de
lizados, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército
dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares em curso, e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal;
determinar a remoção ou a disponibilidade e aplicar outras san- c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer
ções administrativas, assegurada ampla defesa; (EC 103/19) das pessoas mencionadas na alínea "a", ou quando o coator for
IV representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Coman-
administração pública ou de abuso de autoridade; dante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a
V rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disci- competência da Justiça Eleitoral;
plinares de juízes e membros de tribunais julgados há menos d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalva-
de 1 ano; do o disposto no art. 102, I, "o", bem como entre tribunal e juízes
VI elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos;
e sentenças prolatadas, por unidade da Federação, nos diferentes e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados;
órgãos do Poder Judiciário; f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia
VII elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar da autoridade de suas decisões;
necessárias, sobre a situação do Poder Judiciário no País e as ati- g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrati-
vidades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do Presi- vas e judiciárias da União, ou entre autoridades judiciárias de
dente do STF a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião um Estado e administrativas de outro ou do Distrito Federal,
da abertura da sessão legislativa ou entre as deste e da União;
§ 5º O Ministro do STJ exercerá a função de Ministro-Correge- h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regu-
dor e ficará excluído da distribuição de processos no Tribunal, lamentadora for atribuição de órgão, entidade ou autoridade fe-
competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas deral, da administração direta ou indireta, excetuados os casos de
pelo Estatuto da Magistratura, as seguintes: competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça
I - receber as reclamações e denúncias, de qualquer interessado, Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Fe-
relativas aos magistrados e aos serviços judiciários; deral;
II - exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de cor- i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de
reição geral; exequatur às cartas rogatórias;
III - requisitar e designar magistrados, delegando-lhes atribuições, II - julgar, em RECURSO ORDINÁRIO:
e requisitar servidores de juízos ou tribunais, inclusive nos Esta- a) os habeas corpus decididos em ÚNICA ou ÚLTIMA instância
dos, Distrito Federal e Territórios. pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados,
§ 6º Junto ao Conselho oficiarão o PGR e o Presidente do Conse- do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegató-
lho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. ria;
§ 7º A União, inclusive no Distrito Federal e nos Territórios, criará b) os mandados de segurança decididos em ÚNICA instância
ouvidorias de justiça, competentes para receber reclamações e pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados,
denúncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos do do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão;
Poder Judiciário, ou contra seus serviços auxiliares, representando c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou orga-
diretamente ao Conselho Nacional de Justiça. nismo internacional, de um lado, e, do outro, Município ou
pessoa residente ou domiciliada no País;
Seção III III - julgar, em RECURSO ESPECIAL, as causas decididas, em ÚNI-
DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA CA ou ÚLTIMA instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou
Art. 104. O STJ compõe-se de, no mínimo, 33 Ministros. pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios,
Parágrafo único. Os Ministros do STJ serão nomeados pelo Presi- quando a decisão recorrida:
dente da República, dentre brasileiros com mais de 35 e menos a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
de 65 anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, de- b) julgar válido ato de governo local contestado em face de
pois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Fe- lei federal;
deral, sendo: c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja
I – 1/3 dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e 1/3 dentre atribuído outro tribunal.
desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados em lista trí- Parágrafo único. Funcionarão junto ao STJ:
plice elaborada pelo próprio Tribunal; I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magis-
trados, cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cur-
sos oficiais para o ingresso e promoção na carreira;

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DIA 8 / 4

II - o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na forma Aeronáutica


da lei, a supervisão administrativa e orçamentária da Justiça Fede- • Membros dos Tribu-
ral de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema e nais Superiores
com poderes correicionais, cujas decisões terão caráter vinculan- • Membros do TCU
te. • Chefes de missão di-
plomática de caráter
RE – STF REsp - STJ permanente
a) contrariar dispositivo desta a) contrariar tratado ou lei COATOR: Tribunal Superior
Constituição federal, ou negar-lhes vigên-
COATOR OU O PACIENTE: au- COATOR OU O PACIENTE:
b) declarar a inconstituciona- cia
toridade ou funcionário cujos • Governadores
lidade de tratado ou lei fede- b) julgar válido ato de gover-
atos estejam sujeitos direta- • Desembargadores
ral no local contestado em face
mente à jurisdição do STF, ou dos TJ dos Estados e
c) julgar válida lei ou ato de de lei federal
se trate de crime sujeito à mes- do Distrito Federal
governo local contestado em c) der a lei federal interpreta-
ma jurisdição em uma única • Membros dos TCE/
face desta Constituição ção divergente da que lhe
instância TCDF
d) julgar válida lei local con- haja atribuído outro tribunal
• Membros dos TRFs,
testada em face de lei federal
TREs e TRTs
• Membros dos Conse-
RE – STF REsp - STJ lhos ou Tribunais de
Contas dos Municípios
Julgar válida LEI LOCAL con- Julgar válido ATO DE GOVER-
• Membros do MPU
testada em face de lei federal NO LOCAL contestado em
que oficiem perante
face de lei federal
tribunais
RECURSO ORDINÁRIO: deci- RECURSO ORDINÁRIO: deci-
RECURSO ORDINÁRIO
dido em ÚNICA INSTÂNCIA didos em ÚNICA OU ÚLTIMA
STF STJ pelos Tribunais Superiores, se instância pelos TRFs ou pelos
denegatória a decisão TJs, quando a decisão for dene-
a) o habeas corpus, o manda- a) os habeas corpus decididos
gatória;
do de segurança, o habeas em ÚNICA OU ÚLTIMA INS-
data e o mandado de injun- TÂNCIA pelos Tribunais Regio-
ção decididos em única ins- nais Federais ou pelos tribunais Causas em que forem partes Competência originária: Juiz
tância pelos Tribunais Superio- dos Estados, do Distrito Federal Estado estrangeiro ou orga- Federal
res, se denegatória a decisão; e Territórios, quando a decisão nismo internacional, de um
b) o crime político; for denegatória; Recurso Ordinário: STJ
lado, e, do outro, Município
b) os mandados de segurança ou pessoa residente ou domi-
decididos em ÚNICA INSTÂN- ciliada no País
CIA pelos Tribunais Regionais
Federais ou pelos tribunais dos Litígio entre Estado estrangei- Competência originária: STF
Estados, do Distrito Federal e ro ou organismo internacional
Territórios, quando denegatória e a União, o Estado, o Distrito
a decisão; Federal ou o Território
c) as causas em que forem par-
tes Estado estrangeiro ou or- Seção IV
ganismo internacional, de DOS TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS E DOS JUÍZES FEDERAIS
um lado, e, do outro, Municí- Art. 106. São órgãos da Justiça Federal:
pio ou pessoa residente ou I - os Tribunais Regionais Federais;
domiciliada no País; II - os Juízes Federais.

Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no


HC
mínimo, 7 juízes, recrutados, quando possível, na respectiva regi-
STF STJ ão e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros
com mais de 30 e menos de 65 anos, sendo:
PACIENTE: COATOR:
I – 1/5 dentre advogados com mais de 10 anos de efetiva ativi-
• PR • Tribunal sujeito à sua
dade profissional e membros do Ministério Público Federal
• Vice-Presidente jurisdição
com mais de 10 anos de carreira;
• Membros do CN • Ministro de Estado
II - os demais, mediante promoção de juízes federais com mais
• Ministros STF • Comandante da Mari-
de 5 anos de exercício, por antiguidade e merecimento, alterna-
• PGR nha, do Exército ou da
damente.
• Ministros de Estado Aeronáutica, ressalvada
§ 1º A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos Tribu-
• Comandantes da Ma- a competência da Justi-
nais Regionais Federais e determinará sua jurisdição e sede.
rinha, do Exército e da ça Eleitoral

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DIA 8 / 5

§ 2º Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça itinerante, DAS AS CONTRAVENÇÕES e ressalvada a competência da Justi-
com a realização de audiências e demais funções da atividade ju- ça Militar e da Justiça Eleitoral;
risdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, ser-
vindo-se de equipamentos públicos e comunitários. E se a contravenção penal for conexa com crime federal?
§ 3º Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar descentra- Haverá a cisão dos processos, de forma que o crime será
lizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o julgado pela Justiça Federal e a contravenção pela Justiça
pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do pro- Estadual (STJ. CC 20454/RO, j. em 13.12.1999).
cesso.
A doutrina afirma que existe uma exceção na qual a Justiça
Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais: Federal julgaria contravenção penal. Trata-se da hipótese de
I - processar e julgar, originariamente: contravenção penal praticada por pessoa com foro privativo
a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da no Tribunal Regional Federal. Seria o caso, por exemplo, de
Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e contravenção penal cometida por Juiz Federal ou Procurador da
de responsabilidade, e os membros do MPU, ressalvada a República. Em tais situações, o julgamento ocorreria no TRF (e
competência da Justiça Eleitoral; não na Justiça Estadual). É a posição, dentre outros, de Renato
b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou Brasileiro de Lima.
dos juízes federais da região;
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
c) os mandados de segurança e os habeas data contra ato do
próprio Tribunal ou de juiz federal;
V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacio-
d) os habeas corpus, quando a autoridade coatora for juiz federal;
nal, quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou
e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao
devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;
Tribunal;
V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o §
II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes fe-
5º deste artigo;
derais e pelos juízes estaduais no exercício da competência fede-
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos
ral da área de sua jurisdição.
determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem eco-
nômico-financeira;
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
VII - os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa
ou quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos
pública federal forem interessadas na condição de autoras,
não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição;
rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de aci-
VIII - os mandados de segurança e os habeas data contra ato de
dentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça
autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tri-
do Trabalho;
bunais federais;
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, res-
Ação proposta pelo acidentado (seu cônjuge, Competência salvada a competência da Justiça Militar;
demais herdeiros ou dependentes) contra o da Justiça X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estran-
empregador pedindo indenização por danos do geiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de
morais e materiais decorrentes de acidente de TRABALHO. sentença estrangeira, após a homologação, as causas referen-
trabalho tes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturali-
Ação proposta pelo acidentado (seu cônjuge, Competência zação;
demais herdeiros ou dependentes) contra o INSS da justiça XI - a disputa sobre direitos indígenas.
pleiteando benefício decorrente de acidente de comum § 1º As causas em que a União for autora serão aforadas na seção
trabalho ESTADUAL. judiciária onde tiver domicílio a outra parte.
§ 2º As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na
Ação proposta pelo acidentado (seu cônjuge, Competência seção judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde
demais herdeiros ou dependentes) contra o INSS da Justiça houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou
pleiteando benefício decorrente de acidente de FEDERAL onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.
outra natureza (que não seja acidente de (STJ AgRg no § 3º Lei poderá autorizar que as causas de competência da Jus-
trabalho) CC tiça Federal em que forem parte instituição de previdência so-
118.348/SP, cial e segurado possam ser processadas e julgadas na justiça
julgado em estadual quando a comarca do domicílio do segurado não for
29/02/2012). sede de vara federal. (EC 103/19)
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula vinculante 22-STFe. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível
em:<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/ee0070c40a7c781507b38c59c3eb8d4>
§ 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será
sempre para o Tribunal Regional Federal na área de jurisdição do
II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internaci- juiz de primeiro grau.
onal e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País § 5º [INCIDENTE DE DESLOCAMENTO DE COMPETÊNCIA] Nas
(com RO para o STJ) hipóteses de grave violação de direitos humanos, o PGR, com a
III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decor-
Estado estrangeiro ou organismo internacional; rentes de tratados internacionais de direitos humanos dos
IV - os crimes políticos (com RO para o STF) e as infrações penais quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o STJ, em
praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de desloca-
ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, EXCLUÍ- mento de competência para a Justiça Federal.

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DIA 8 / 6

Existência de grave violação de direitos I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes
humanos de direito público externo e da administração pública direta e in-
INCIDENTE DE direta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
Risco de responsabilização internacional II as ações que envolvam exercício do direito de greve;
DESLOCAMENTO DE
decorrente de descumprimento de III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, en-
COMPETÊNCIA (IDC)
obrigações jurídicas assumidas em tre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e emprega-
Requisitos
tratados internacionais dores;
Incapacidade das instâncias e IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data ,
autoridades locais em oferecer respostas quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdi-
efetivas ção;
V os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição traba-
lhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o;
Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito Federal, constituirá
VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial,
uma seção judiciária que terá por sede a respectiva Capital, e va-
decorrentes da relação de trabalho;
ras localizadas segundo o estabelecido em lei.
VII as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos
Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as atribui-
empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de traba-
ções cometidas aos juízes federais caberão aos juízes da justiça
lho;
local, na forma da lei.
VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no
art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sen-
Seção V
tenças que proferir;
Do Tribunal Superior do Trabalho, dos Tribunais Regionais
IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na for-
do Trabalho e dos Juízes do Trabalho
ma da lei.
Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho:
§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger
I - o Tribunal Superior do Trabalho;
árbitros.
II - os Tribunais Regionais do Trabalho;
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à
III - Juízes do Trabalho.
arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar
dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do
Art. 111-A. O TST compor-se-á de 27 Ministros, escolhidos den-
Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas le-
tre brasileiros com mais de 35 anos e menos de 65 anos, de no-
gais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas ante-
tável saber jurídico e reputação ilibada, nomeados pelo Presiden-
riormente.
te da República após aprovação pela maioria absoluta do Senado
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade
Federal, sendo:
de lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho
I 1/5 dentre advogados com mais de 10 anos de efetiva ativida-
poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho
de profissional e membros do Ministério Público do Trabalho
decidir o conflito.
com mais de 10 anos de efetivo exercício, observado o disposto
no art. 94;
Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no
II os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho,
mínimo, 7 juízes, recrutados, quando possível, na respectiva regi-
oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tri-
ão, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros
bunal Superior.
com mais de 30 e menos de 65 anos, sendo:
§ 1º A lei disporá sobre a competência do TST
I 1/5 dentre advogados com mais de 10 anos de efetiva ativida-
§ 2º Funcionarão junto ao TST:
de profissional e membros do Ministério Público do Trabalho
I a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistra-
com mais de 10 anos de efetivo exercício, observado o disposto
dos do Trabalho, cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamen-
no art. 94;
tar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira;
II os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por an-
II o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe exer-
tigüidade e merecimento, alternadamente.
cer, na forma da lei, a supervisão administrativa, orçamentária, fi-
§ 1º Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a justiça itine-
nanceira e patrimonial da Justiça do Trabalho de primeiro e se-
rante, com a realização de audiências e demais funções de ativi-
gundo graus, como órgão central do sistema, cujas decisões terão
dade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição,
efeito vinculante.
servindo-se de equipamentos públicos e comunitários.
§ 3º Compete ao Tribunal Superior do Trabalho processar e jul-
§ 2º Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar des-
gar, originariamente, a reclamação para a preservação de sua
centralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de asse-
competência e garantia da autoridade de suas decisões.
gurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases
do processo.
Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas
comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juí-
Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida por um
zes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional
juiz singular.
do Trabalho.

Seção VI
Art. 113. A lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdição,
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES ELEITORAIS
competência, garantias e condições de exercício dos órgãos da
Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:
Justiça do Trabalho
I - o TSE;
II - os TRE’s;
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:

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DIA 8 / 7

III - os Juízes Eleitorais; nha, 4 dentre oficiais-generais do Exército, 3 dentre oficiais-


IV - as Juntas Eleitorais. generais da Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais elevado
da carreira, e 5 dentre civis.
Art. 119. O TSE compor-se-á, no mínimo, de 7 membros, esco- Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo Presi-
lhidos: dente da República dentre brasileiros maiores de 35 anos, sendo:
I - mediante eleição, pelo VOTO SECRETO: I - 3 dentre advogados de notório saber jurídico e conduta iliba-
a) 3 juízes dentre os Ministros do STF; da, com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional;
b) 2 juízes dentre os Ministros do STJ; II - 2, por escolha paritária, dentre juízes auditores e membros do
II - por NOMEAÇÃO do Presidente da República, 2 juízes dentre Ministério Público da Justiça Militar.
6 advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, in-
dicados pelo STF. Art. 124. à Justiça Militar compete processar e julgar os crimes mi-
Parágrafo único. O TSE elegerá seu Presidente e o Vice-Presiden- litares definidos em lei.
te dentre os Ministros do STF, e o Corregedor Eleitoral dentre Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o funciona-
os Ministros do STJ. mento e a competência da Justiça Militar.

Art. 120. Haverá 1 TRE na Capital de cada Estado e no Distrito Fe- Seção VIII
deral. DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DOS ESTADOS
§ 1º - Os TRE’s compor-se-ão: Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princí-
I - mediante eleição, pelo VOTO SECRETO: pios estabelecidos nesta Constituição.
a) de 2 juízes dentre os desembargadores do TJ; § 1º A competência dos tribunais será definida na Constitui-
b) de 2 juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo TJ; ção do Estado, sendo a lei de organização judiciária de iniciativa
II - de 1 juiz do TRF com sede na Capital do Estado ou no Distrito do Tribunal de Justiça.
Federal, ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer § 2º Cabe aos Estados a instituição de representação de incons-
caso, pelo TRF respectivo; titucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou munici-
III - por NOMEAÇÃO, pelo Presidente da República, de 2 juízes pais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da
dentre 6 advogados de notável saber jurídico e idoneidade mo- legitimação para agir a um único órgão.
ral, indicados pelo TJ. § 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de
§ 2º - O TRE elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente dentre Justiça, a Justiça Militar estadual, constituída, em 1° grau, pelos ju-
os desembargadores. ízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e, em 2° grau, pelo
próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos
Art. 121. LC disporá sobre a organização e competência dos tribu- Estados em que o efetivo militar seja superior a 20 mil integran-
nais, dos juízes de direito e das juntas eleitorais. tes.
§ 1º Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os inte- § 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os mili-
grantes das juntas eleitorais, no exercício de suas funções, e tares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações
no que lhes for aplicável, gozarão de plenas garantias e serão judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a compe-
inamovíveis. tência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal
§ 2º Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos ofi-
servirão por 2 anos, no mínimo, e nunca por mais de 2 biênios ciais e da graduação das praças.
consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na mesma ocasião § 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e jul -
e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria. gar, singularmente, os crimes militares cometidos contra civis e as
§ 3º São irrecorríveis as decisões do TSE, salvo as que contrari- ações judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo ao
arem esta Constituição e as denegatórias de HC ou MS. Conselho de Justiça, sob a presidência de juiz de direito, proces-
§ 4º Das decisões dos TRE’s somente caberá recurso quando: sar e julgar os demais crimes militares.
I - forem proferidas contra disposição expressa desta Constitui- § 6º O Tribunal de Justiça poderá funcionar descentralizadamente,
ção ou de lei; constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno aces-
II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou so do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo.
mais tribunais eleitorais; § 7º O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com a reali-
III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas zação de audiências e demais funções da atividade jurisdicional,
nas eleições federais ou estaduais; nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de
IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos equipamentos públicos e comunitários.
eletivos federais ou estaduais;
V - denegarem HC, MS, HD, MI Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça
proporá a criação de varas especializadas, com competência ex-
Seção VII clusiva para questões agrárias.
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES MILITARES Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente prestação ju-
Art. 122. São órgãos da Justiça Militar: risdicional, o juiz far-se-á presente no local do litígio.
I - o Superior Tribunal Militar;
II - os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei. CÓDIGO CIVIL

Art. 123. O STM compor-se-á de 15 Ministros vitalícios, nomea-


TÍTULO IV
dos pelo Presidente da República, depois de aprovada a indicação
Do Inadimplemento das Obrigações
pelo Senado Federal, sendo 3 dentre oficiais-generais da Mari-

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DIA 8 / 8

CAPÍTULO I abusivas impede a caracterização da mora do devedor.


Disposições Gerais
Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por per-
Art. 396. Não havendo fato ou omissão imputável ao devedor,
das e danos, mais juros e atualização monetária segundo índi-
não incorre este em mora.
ces oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advoga-
do.
Art. 397. O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no
seu termo, constitui de pleno direito em mora o devedor (ex
JDC426 Os honorários advocatícios previstos no art. 389 do re).
Código Civil não se confundem com as verbas de sucumbên- Parágrafo único. Não havendo termo, a mora se constitui medi-
cia, que, por força do art. 23 da Lei n. 8.906/1994, pertencem ao ante interpelação judicial ou extrajudicial (ex persona).
advogado.
JDC548 Caracterizada a violação de dever contratual, incumbe
JDC427 É válida a notificação extrajudicial promovida em servi-
ao devedor o ônus de demonstrar que o fato causador do
ço de registro de títulos e documentos de circunscrição judi-
dano não lhe pode ser imputado.
ciária diversa da do domicílio do devedor.
JDC619 A interpelação extrajudicial de que trata o parágrafo
PeD único do art. 397 do Código Civil admite meios eletrônicos
Responsabilidade do devedor como e-mail ou aplicativos de conversa on-line, desde que de-
Juros
em caso de inadimplemento monstrada a ciência inequívoca do interpelado, salvo disposição
da obrigação Atualização monetária em contrário no contrato.
Honorários de advogado
Art. 398. Nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se
o devedor em mora, desde que o praticou.
Art. 390. Nas obrigações negativas o devedor é havido por ina -
dimplente desde o dia em que executou o ato de que se devia
Art. 399. O devedor em mora responde pela impossibilidade
abster.
da prestação, embora essa impossibilidade resulte de caso
fortuito ou de força maior, se estes ocorrerem durante o atra -
Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos
so; salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano sobreviria
os bens do devedor.
ainda quando a obrigação fosse oportunamente desempenhada.
Art. 392. Nos contratos benéficos, responde por simples culpa o
Art. 400. A mora do credor subtrai o devedor isento de dolo à
contratante, a quem o contrato aproveite, e por dolo aquele a
responsabilidade pela conservação da coisa, obriga o credor a
quem não favoreça. Nos contratos onerosos, responde cada
ressarcir as despesas empregadas em conservá-la, e sujeita-o
uma das partes por culpa, salvo as exceções previstas em lei.
a recebê-la pela estimação mais favorável ao devedor, se o seu
valor oscilar entre o dia estabelecido para o pagamento e o da
Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de
sua efetivação.
caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver
por eles responsabilizado.
Art. 401. Purga-se a mora:
Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se
I - por parte do devedor, oferecendo este a prestação mais a
no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou im-
importância dos prejuízos decorrentes do dia da oferta;
pedir.
II - por parte do credor, oferecendo-se este a receber o paga-
mento e sujeitando-se aos efeitos da mora até a mesma data.
CAPÍTULO II
Da Mora
Art. 394. Considera-se em mora o devedor que não efetuar o Súmula 380-STJ: A simples propositura da ação de revisão de
pagamento e o credor que não quiser recebê-lo no tempo, lu- contrato NÃO INIBE a caracterização da mora do autor.
gar e forma que a lei ou a convenção estabelecer. OBS: A mera propositura de ação em que se conteste o débito
não tem o condão de descaracterizar a mora do devedor, fa-
Art. 395. Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der zendo-se necessário, para tal, em sede de decisões antecipató-
causa, mais juros, atualização dos valores monetários segundo rias ou cautelares, a presença dos seguintes elementos:
índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de ad- (i) contestação, total ou parcial, do débito,
vogado. (ii) plausibilidade jurídica do direito invocado estribada em
Parágrafo único. Se a prestação, devido à mora, se tornar inútil ao jurisprudência desta Corte ou do STF e
credor, este poderá enjeitá-la, e exigir a satisfação das perdas e (iii) depósito de parte incontroversa do débito ou prestação
danos. de caução idônea (STJ AgRg no REsp 657.237/RS, j. julgado em
22/02/2011).
Não descaracteriza a mora o ajuizamento isolado de ação
JDC162 A inutilidade da prestação que autoriza a recusa da
revisional, nem mesmo quando o reconhecimento de
prestação por parte do credor deverá ser aferida objetiva-
abusividade incidir sobre os encargos inerentes ao período de
mente, consoante o princípio da boa-fé e a manutenção do si-
inadimplência contratual (STJ AgRg no REsp 1118778/DF, j. em
nalagma, e não de acordo com o mero interesse subjetivo do
09/04/2013).
credor.
JDC354 A cobrança de encargos e parcelas indevidas ou
CAPÍTULO III

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DIA 8 / 9

Das Perdas e Danos 40/2003, que limitava a taxa de juros reais a 12% ao ano, tinha
Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as sua aplicabilidade condicionada à edição de Lei Complementar.
perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele Súmula 121-STF: É vedada a capitalização de juros, ainda que
efetivamente perdeu (DANO EMERGENTE), o que razoavel- expressamente convencionada. (Válida, como regra geral, mas
mente deixou de lucrar (LUCRO CESSANTE). há ressalva, não podendo ser interpretada de forma absoluta,
considerando que é possível a capitalização se for
Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as expressamente pactuada e desde que haja legislação
perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros específica que a autorize).
cessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuízo do Súmula 163-STF: Salvo contra a Fazenda Pública, sendo a
disposto na lei processual. obrigação ilíquida, contam-se os juros moratórios desde a
citação inicial para a ação. • A primeira parte dessa súmula
Art. 404. As perdas e danos, nas obrigações de pagamento em (“Salvo contra a Fazenda Pública”) não é mais válida por força da
dinheiro, serão pagas com atualização monetária segundo Lei nº 4.414/64)
índices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros, Súmula 254-STF: Incluem-se os juros moratórios na
custas e honorários de advogado, sem prejuízo da pena con- liquidação, embora omisso o pedido inicial ou a
vencional. condenação.
Parágrafo único. Provado que os juros da mora não cobrem o Súmula 541-STJ: A previsão no contrato bancário de taxa de
prejuízo, e não havendo pena convencional, pode o juiz conce - juros anual superior ao duodécuplo da mensal é suficiente para
der ao credor indenização suplementar. permitir a cobrança da taxa efetiva anual contratada.
Súmula 596-STF: As disposições do Decreto 22.626 de 1933
Art. 405. Contam-se os juros de mora DESDE A CITAÇÃO inicial. não se aplicam às taxas de juros e aos outros encargos cobrados
nas operações realizadas por instituições públicas ou privadas,
JDC428 Os juros de mora, nas obrigações negociais, fluem a que integram o sistema financeiro nacional.
partir do advento do termo da prestação, estando a incidên-
STJ
cia do disposto no art. 405 da codificação limitada às hipóteses
em que a citação representa o papel de notificação do devedor Súmula 30-STJ: A comissão de permanência e a correção
ou àquelas em que o objeto da prestação não tem liquidez. monetária são inacumuláveis.
Súmula 283-STJ: As empresas administradoras de cartão de
CAPÍTULO IV crédito são instituições financeiras e, por isso, os juros
Dos Juros Legais remuneratórios por elas cobrados não sofrem as limitações da
Art. 406. Quando os juros moratórios não forem convenciona- Lei de Usura.
dos, ou o forem sem taxa estipulada, ou quando provierem de Súmula 296-STJ: Os juros remuneratórios, não cumuláveis
determinação da lei, serão fixados segundo a taxa que estiver com a comissão de permanência, são devidos no período de
em vigor para a mora do pagamento de impostos devidos à inadimplência, à taxa média de mercado estipulada pelo Banco
Fazenda Nacional. Central do Brasil, limitada ao percentual contratado.
Súmula 379-STJ: Nos contratos bancários não regidos por
legislação específica, os juros moratórios poderão ser fixados
JDC 20 A taxa de juros moratórios a que se refere o art. 406 é a
em até 1% ao mês.
do art. 161, § 1º, do Código Tributário Nacional, ou seja, 1% ao
Súmula 382-STJ: A estipulação de juros remuneratórios
mês.
superiores a 12% ao ano, por si só, não indica abusividade.
A utilização da taxa Selic como índice de apuração dos juros
Súmula 539-STJ: É permitida a capitalização de juros com
legais não é juridicamente segura, porque impede o prévio
periodicidade inferior à anual em contratos celebrados com
conhecimento dos juros; não é operacional, porque seu uso
instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional a
será inviável sempre que se calcularem somente juros ou
partir de 31/3/2000 (MP 1.963-17/00, reeditada como MP 2.170-
somente correção monetária; é incompatível com a regra
36/01), desde que expressamente pactuada.
do art. 591 do novo Código Civil, que permite apenas a ca-
Súmula 541-STJ: A previsão no contrato bancário de taxa de
pitalização anual dos juros, e pode ser incompatível com o
juros anual superior ao duodécuplo da mensal é suficiente para
art. 192, § 3º, da Constituição Federal, se resultarem juros
permitir a cobrança da taxa efetiva anual contratada.
reais superiores a 12% ao ano.
OBS: O direito brasileiro permite a capitalização de juros?
a) Capitalização ANUAL de juros: é permitida, podendo ser co-
Art. 407. Ainda que se não alegue prejuízo, é obrigado o deve- brada mesmo por quem não for instituição financeira (art. 591
dor aos juros da mora que se contarão assim às dívidas em di- do CC).
nheiro, como às prestações de outra natureza, uma vez que lhes b) Capitalização com periodicidade inferior a 1 ano (ex: capi-
esteja fixado o valor pecuniário por sentença judicial, arbitramen- talização MENSAL de juros):
to, ou acordo entre as partes. Regra: é proibida pelo art. 4º do Decreto 22.626/33 (Lei de Usu-
ra).
Exceção: as instituições financeiras podem exigir a capitali-
SÚMULAS SOBRE JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA zação de juros com periodicidade inferior a 1 ano (ex: capita-
lização mensal de juros). Isso foi autorizado pela MP n.º 1.963-
STF
17/2000. Assim, uma factoring (que não é uma instituição finan-
Súmula vinculante 7-STF: A norma do parágrafo 3º do artigo ceira), não pode cobrar juros com capitalização inferior a um
192 da Constituição, revogada pela Emenda Constitucional ano. Um banco, por sua vez, tem autorização legal para tanto,

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DIA 8 / 10

desde que o contrato assinado preveja expressamente. Art. 412. O valor da cominação imposta na cláusula penal não
pode exceder o da obrigação principal.
CAPÍTULO V
Art. 413. A penalidade DEVE ser reduzida equitativamente pelo
Da Cláusula Penal
juiz se a obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se
Art. 408. Incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal,
o montante da penalidade for manifestamente excessivo,
desde que, CULPOSAMENTE, deixe de cumprir a obrigação ou
tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio.
se constitua em mora.

Art. 409. A cláusula penal estipulada conjuntamente com a obri- JDC165 Em caso de penalidade, aplica-se a regra do art. 413 ao
gação, ou em ato posterior, pode referir-se à INEXECUÇÃO sinal, sejam as arras confirmatórias ou penitenciais.
COMPLETA da obrigação, à de ALGUMA CLÁUSULA ESPECIAL JDC355 Não podem as partes renunciar à possibilidade de
ou simplesmente à MORA. redução da cláusula penal se ocorrer qualquer das hipóte-
ses previstas no art. 413 do Código Civil, por se tratar de
preceito de ordem pública.
JDC356 Nas hipóteses previstas no art. 413 do Código Civil, o
INEXECUÇÃO COMPLETA da obrigação
juiz deverá reduzir a cláusula penal de ofício.
CLÁUSULA
CLÁUSULA ESPECIAL JDC357 O art. 413 do Código Civil é o que complementa o art.
PENAL
4º da Lei n. 8.245/91.
MORA
JDC358 O caráter manifestamente excessivo do valor da
cláusula penal não se confunde com a alteração das circuns-
Art. 410. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de tâncias, a excessiva onerosidade e a frustração do fim do
TOTAL INADIMPLEMENTO da obrigação, esta converter-se-á negócio jurídico, que podem incidir autonomamente e pos-
em alternativa a benefício do credor. sibilitar sua revisão para mais ou para menos.
JDC359 A redação do art. 413 do Código Civil não impõe que a
Art. 411. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de redução da penalidade seja proporcionalmente idêntica ao
MORA, ou em segurança especial de outra cláusula determinada, percentual adimplido.
terá o credor o arbítrio de exigir a satisfação da pena comina-
da, juntamente com o desempenho da obrigação principal.
Art. 414. Sendo indivisível a obrigação, todos os devedores,
caindo em falta um deles, incorrerão na pena; mas esta só se
CP COMPENSATÓRIA poderá demandar integralmente do culpado, respondendo
CP MORATÓRIA
(compensar o cada um dos outros somente pela sua quota.
(compulsória)
inadimplemento) Parágrafo único. Aos não culpados fica reservada a ação re-
Estipulada para desestimular o Estipulada para servir como gressiva contra aquele que deu causa à aplicação da pena.
devedor a incorrer em mora ou indenização no caso de total
para evitar que deixe de cumprir inadimplemento da obriga- Art. 415. Quando a obrigação for divisível, só incorre na pena o
determinada cláusula especial da ção principal. devedor ou o herdeiro do devedor que a infringir, e proporci-
obrigação principal. É a comina- onalmente à sua parte na obrigação.
ção contratual de uma multa
para o caso de mora. Art. 416. Para exigir a pena convencional, não é necessário que
o credor alegue prejuízo.
Finalidade: para uns, funciona Funciona como uma prefixa- Parágrafo único. Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na
como punição pelo atraso no ção das perdas e danos. cláusula penal, NÃO PODE o credor EXIGIR INDENIZAÇÃO SU-
cumprimento da obrigação. Para PLEMENTAR se assim não foi convencionado. Se o tiver sido,
outros autores, teria uma função a pena vale como mínimo da indenização, competindo ao cre-
apenas de inibir o descumpri- dor provar o prejuízo excedente.
mento e indenizar os prejuízos
(não teria finalidade punitiva).
JDC430 No contrato de adesão, o prejuízo comprovado do ade-
Aplicada para o caso de inadim- Aplicada para o caso de ina- rente que exceder ao previsto na cláusula penal compensatória
plemento relativo. dimplemento absoluto. poderá ser exigido pelo credor independentemente de conven-
ção.
Ex: em uma promessa de compra Ex: em um contrato para que
e venda de um apartamento, é um cantor faça um show no
estipulada multa para o caso de réveillon, é estipulada uma CAPÍTULO VI
atraso na entrega. multa de 100 mil reais caso Das Arras ou Sinal
ele não se apresente Art. 417. Se, por ocasião da conclusão do contrato, uma parte der
à outra, a título de arras, dinheiro ou outro bem móvel, deverão
*Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br
as arras, em caso de execução, ser restituídas ou computadas na
prestação devida, se do mesmo gênero da principal.
Multa moratória = obrigação principal + multa
Multa compensatória = obrigação principal ou multa Art. 418. Se a parte que deu as arras não executar o contrato,
poderá a outra tê-lo por desfeito, retendo-as; se a inexecução
for de quem recebeu as arras, poderá quem as deu haver o

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DIA 8 / 11

contrato por desfeito, e exigir sua devolução mais o equiva- ras. rependimento): ela perderá as
lente, com atualização monetária segundo índices oficiais regu- arras dadas.
larmente estabelecidos, juros e honorários de advogado.
Se a parte que recebeu as ar- Se a parte que recebeu as ar-
ras não executar o contrato: ras decidir não cumprir o
Não Execução
a outra parte poderá exigir a contrato (exercer seu direito
Por Quem Deu As Arras Por Quem Recebeu As Arras devolução das arras mais o de arrependimento): deverá
equivalente. devolver as arras mais o equi-
Contrato desfeito, retendo as Contrato desfeito, podendo
valente.
arras exigir devolução do equivalen-
te + atualização monetária + Além das arras, a parte ino- As arras penitenciais têm FUN-
juros + honorários de advoga- cente poderá pedir: ÇÃO UNICAMENTE INDENI-
dos - indenização suplementar, se ZATÓRIA. Isso significa que a
provar maior prejuízo, valendo parte inocente ficará apenas
Art. 419. A parte inocente PODE PEDIR INDENIZAÇÃO SUPLE- as arras como taxa mínima; com o valor das arras (e do
MENTAR, se provar maior prejuízo, valendo as arras como - a execução do contrato, equivalente) e NÃO terá direi-
taxa mínima. Pode, também, a parte inocente exigir a execução com as perdas e danos, valen- to a indenização suplemen-
do contrato, com as perdas e danos, valendo as arras como o do as arras como o mínimo da tar.
mínimo da indenização. indenização.
Súmula 412-STF: No compro-
misso de compra e venda com
CLÁUSULA PENAL ARRAS CONFIRMATÓRIAS cláusula de arrependimento, a
devolução do sinal, por quem o
Art. 416. Parágrafo único. Ain- Art. 419. A parte inocente
deu, ou a sua restituição em
da que o prejuízo exceda ao PODE PEDIR INDENIZAÇÃO
dobro, por quem o recebeu,
previsto na cláusula penal, SUPLEMENTAR, se provar
exclui indenização maior, a
NÃO PODE o credor EXIGIR maior prejuízo, valendo as
título de perdas e danos, sal-
INDENIZAÇÃO SUPLEMEN- arras como taxa mínima
vo os juros moratórios e os en-
TAR se assim não foi conven-
cargos do processo.
cionado
*Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br

Art. 420. Se no contrato for estipulado o direito de arrependi- TÍTULO V


mento para qualquer das partes, as arras ou sinal terão FUN- Dos Contratos em Geral
ÇÃO UNICAMENTE INDENIZATÓRIA. Neste caso, quem as deu CAPÍTULO I
perdê-las-á em benefício da outra parte; e quem as recebeu de- Disposições Gerais
volvê-las-á, mais o equivalente. Em ambos os casos não haverá Seção I
direito a indenização suplementar. Preliminares
Art. 421. A liberdade contratual será exercida nos limites da
ARRAS função social do contrato.(LEI 13874/19)
Parágrafo único. Nas relações contratuais privadas, prevalecerão
CONFIRMATÓRIAS PENITENCIAIS
o princípio da intervenção mínima e a excepcionalidade da
Previstas no contrato com o São previstas no contrato com revisão contratual(LEI 13874/19)
objetivo de reforçar, incenti- o objetivo de permitir que as
var que as partes cumpram a partes possam desistir da
obrigação combinada. obrigação combinada caso JDC21 A função social do contrato, prevista no art. 421 do novo
queiram e, se isso ocorrer, o Código Civil, constitui cláusula geral a impor a revisão do
valor das arras penitenciais já princípio da relatividade dos efeitos do contrato em rela-
funcionará como sendo as ção a terceiros, implicando a tutela externa do crédito.
perdas e danos. JDC 22 A função social do contrato, prevista no art. 421 do
novo Código Civil, constitui cláusula geral que reforça o
Em regra, são as arras confir- Ocorre quando o contrato es- princípio de conservação do contrato, assegurando trocas
matórias. Assim, no silêncio do tipula arras, mas também úteis e justas.
contrato, as arras são confir- prevê o direito de arrependi- JDC 23 A função social do contrato, prevista no art. 421 do
matórias. mento. novo Código Civil, não elimina o princípio da autonomia
Se as partes cumprirem as Se as partes cumprirem as contratual, mas atenua ou reduz o alcance desse princípio
obrigações contratuais, as ar- obrigações contratuais, as ar- quando presentes interesses metaindividuais ou interesse
ras serão devolvidas para a ras serão devolvidas para a individual relativo à dignidade da pessoa humana.
parte que as havia dado. Po- parte que as havia dado. Pode- JDC166 A frustração do fim do contrato, como hipótese que
derão também ser utilizadas rão também ser utilizadas não se confunde com a impossibilidade da prestação ou com a
como parte do pagamento. como parte do pagamento. excessiva onerosidade, tem guarida no Direito brasileiro pela
aplicação do art. 421 do Código Civil.
Se a parte que deu as arras Se a parte que deu as arras JDC167 Com o advento do Código Civil de 2002, houve for-
não cumprir o contrato: a ou- decidir não cumprir o contra- te aproximação principiológica entre esse Código e o Códi-
tra parte poderá reter as ar- to (exercer seu direito de ar-

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go de Defesa do Consumidor no que respeita à regulação the loss).


contratual, uma vez que ambos são incorporadores de uma JDC170 A boa-fé objetiva deve ser observada pelas partes na
nova teoria geral dos contratos. fase de negociações preliminares e após a execução do contra-
JDC360 O princípio da função social dos contratos também to, quando tal exigência decorrer da natureza do contrato.
pode ter eficácia interna entre as partes contratantes. JDC362 A vedação do comportamento contraditório (venire
JDC361 O adimplemento substancial decorre dos princípios contra factum proprium) funda-se na proteção da confian-
gerais contratuais, de modo a fazer preponderar a função ça, tal como se extrai dos arts. 187 e 422 do Código Civil.
social do contrato e o princípio da boa-fé objetiva, balizando JDC363 Os princípios da probidade e da confiança são de or-
a aplicação do art. 475. dem pública, sendo obrigação da parte lesada apenas de-
JDC431 A violação do art. 421 conduz à invalidade ou à ine- monstrar a existência da violação.
ficácia do contrato ou de cláusulas contratuais. JDC432 Em contratos de financiamento bancário, são abusivas
JDC582 Com suporte na liberdade contratual e, portanto, em cláusulas contratuais de repasse de custos administrativos
concretização da autonomia privada, as partes podem pactuar (como análise do crédito, abertura de cadastro, emissão de fi-
garantias contratuais atípicas. chas de compensação bancária, etc.), seja por estarem intrinse-
JDC 621 Os contratos coligados devem ser interpretados a par- camente vinculadas ao exercício da atividade econômica, seja
tir do exame do conjunto das cláusulas contratuais, de forma a por violarem o princípio da boa-fé objetiva.
privilegiar a finalidade negocial que lhes é comum.
JDC 631 Como instrumento de gestão de riscos na prática ne- Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambí-
gocial paritária, é lícita a estipulação de cláusula que exclui a guas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais
reparação por perdas e danos decorrentes do inadimple- favorável ao aderente
mento (cláusula excludente do dever de indenizar) e de cláusu-
la que fixa valor máximo de indenização (cláusula limitativa
JDC171 O contrato de adesão, mencionado nos arts. 423 e 424
do dever de indenizar).
do novo Código Civil, não se confunde com o contrato de
consumo.
Art. 421-A. Os contratos civis e empresariais presumem-se pari-
tários e simétricos até a presença de elementos concretos que
Art. 424. Nos contratos de adesão, são NULAS as cláusulas que
justifiquem o afastamento dessa presunção, ressalvados os regi-
estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resul-
mes jurídicos previstos em leis especiais, garantido também que:
tante da natureza do negócio.
(LEI 13874/19)
I - as partes negociantes poderão estabelecer parâmetros
objetivos para a interpretação das cláusulas negociais e de seus JDC172 As cláusulas abusivas não ocorrem exclusivamente
pressupostos de revisão ou de resolução;(LEI 13874/19) nas relações jurídicas de consumo. Dessa forma, é possível a
II - a alocação de riscos definida pelas partes deve ser identificação de cláusulas abusivas em contratos civis co-
respeitada e observada; e(LEI 13874/19) muns, como, por exemplo, aquela estampada no art. 424 do
III - a revisão contratual somente ocorrerá de maneira Código Civil de 2002.
excepcional e limitada.(LEI 13874/19) JDC364 No contrato de fiança é NULA a cláusula de renún-
cia antecipada ao benefício de ordem quando inserida em
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na con- contrato de adesão.
clusão do contrato, como em sua execução, os princípios de JDC433 A cláusula de renúncia antecipada ao direito de in-
PROBIDADE e BOA-FÉ. denização e retenção por benfeitorias necessárias é NULA
em contrato de locação de imóvel urbano feito nos moldes
do contrato de adesão.
JDC24 Em virtude do princípio da boa-fé, positivado no art. 422
do novo Código Civil, a violação dos deveres anexos consti-
tui espécie de inadimplemento, independentemente de Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observa-
culpa. das as normas gerais fixadas neste Código.
JDC25 O art. 422 do Código Civil não inviabiliza a aplicação
pelo julgador do princípio da boa-fé nas fases pré-contratual e Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa
pós-contratual. viva (PACTA CORVINA).
JDC26 A cláusula geral contida no art. 422 do novo Código Civil
impõe ao juiz interpretar e, quando necessário, suprir e cor- Súmula 335-STF: É válida a cláusula de eleição do foro para os
rigir o contrato segundo a boa-fé objetiva, entendida como processos oriundos do contrato
a exigência de comportamento leal dos contratantes. OBS: A cláusula que estipula a eleição de foro em contrato de
JDC27 Na interpretação da cláusula geral da boa-fé, deve-se le- adesão é válida, salvo se demonstrada a hipossuficiência ou a
var em conta o sistema do Código Civil e as conexões siste- inviabilização do acesso ao Poder Judiciário (STJ REsp
máticas com outros estatutos normativos e fatores metajurídi- 1299422/MA, julgado em 06/08/2013). “Não se tratando de con-
cos. trato de adesão e nem de contrato regido pelo Código de Defe-
JDC168 O princípio da boa-fé objetiva importa no reconheci- sa do Consumidor, não havendo circunstância alguma de fato
mento de um direito a cumprir em favor do titular passivo da da qual se pudesse inferir a hipossuficiência intelectual ou eco-
obrigação. nômica das recorridas, deve ser observado o foro de eleição es-
JDC169 O princípio da boa-fé objetiva deve levar o credor a tabelecido no contrato” (STJ REsp 1263387/PR, julgado em
evitar o agravamento do próprio prejuízo (Duty to mitigate 04/06/2013).

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Art. 433. Considera-se INEXISTENTE a aceitação, se antes dela


Seção II ou com ela chegar ao proponente a retratação do aceitante.
Da Formação dos Contratos
Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o con- Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos des-
trário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou de que a aceitação é expedida [TEORIA DA EXPEDIÇÃO], exce-
das circunstâncias do caso. to:
I - no caso do artigo antecedente (retratação);
Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta: II - se o proponente se houver comprometido a esperar resposta;
I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamen- III - se ela não chegar no prazo convencionado.
te aceita. Considera-se também presente a pessoa que contrata
por telefone ou por meio de comunicação semelhante; JDC174 A formação dos contratos realizados entre pessoas au-
II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo sentes, por meio eletrônico, completa-se com a recepção da
suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do propo- aceitação pelo proponente.
nente;
III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a res-
Art. 435. Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi
posta dentro do prazo dado;
proposto.
IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conheci-
mento da outra parte a retratação do proponente.
Seção III
Da Estipulação em Favor de Terceiro
TEORIA DA COGNIÇÃO TEORIA DA AGNIÇÃO Art. 436. O que estipula em favor de terceiro PODE EXIGIR O
Considera-se formado o con- Não é necessário que a res- CUMPRIMENTO da obrigação.
trato quando a resposta posi- posta do aceitante chegue ao Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a
tiva do aceitante chega ao conhecimento do proponente obrigação, também é permitido exigi-la, ficando, todavia, sujei-
conhecimento do proponente. to às condições e normas do contrato, se a ele anuir, e o estipu-
TEORIA DA DECLARAÇÃO lante não o inovar nos termos do art. 438.
O contrato se forma no mo-
mento em que o aceitante re- Art. 437. Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se
dige sua resposta. deixar o direito de reclamar-lhe a execução, não poderá o esti-
pulante exonerar o devedor.
TEORIA DA EXPEDIÇÃO
O contrato se aperfeiçoa no Art. 438. O estipulante pode reservar-se o direito de substituir
momento da expedição da o terceiro designado no contrato, independentemente da sua
resposta pelo aceitante anuência e da do outro contratante.
Parágrafo único. A substituição pode ser feita por ato entre vi-
TEORIA DA RECEPÇÃO vos ou por disposição de última vontade.
Tem-se a formação do contrato
no momento em que o pro- Seção IV
ponente recebe a proposta. Da Promessa de Fato de Terceiro
Adotada pela maior parte da Art. 439. Aquele que tiver prometido fato de terceiro responde-
doutrina rá por perdas e danos, quando este o não executar.
*Informações retiradas do site https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/119278/fases- Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro
da-formacao-do-contrato for o cônjuge do promitente, dependendo da sua anuência o
ato a ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a
Art. 429. A oferta ao público equivale a proposta quando encerra indenização, de algum modo, venha a recair sobre os seus
os requisitos essenciais ao contrato, salvo se o contrário resultar bens.
das circunstâncias ou dos usos.
Parágrafo único. Pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua Art. 440. Nenhuma obrigação haverá para quem se comprome-
divulgação, desde que ressalvada esta faculdade na oferta realiza- ter por outrem, se este, depois de se ter obrigado, faltar à presta-
da. ção.

Art. 430. Se a aceitação, por circunstância imprevista, chegar tarde Seção V


ao conhecimento do proponente, este comunica-lo-á imediata- Dos Vícios Redibitórios
mente ao aceitante, sob pena de responder por perdas e da- Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo
nos. pode ser enjeitada por vícios ou defeitos OCULTOS, que a tor-
nem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o
Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou valor.
modificações, importará nova proposta. Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações
onerosas.
Art. 432. Se o negócio for daqueles em que não seja costume a
aceitação expressa, ou o proponente a tiver dispensado, reputar- JDC583 O art. 441 do Código Civil deve ser interpretado no sen-
se-á concluído o contrato, não chegando a tempo a recusa. tido de abranger também os contratos aleatórios, desde que

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DIA 8 / 14

não inclua os elementos aleatórios do contrato. que pagou pela coisa evicta, se não soube do risco da evicção,
ou, dele informado, não o assumiu.
Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art.
Art. 450. Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto,
441), pode o adquirente reclamar abatimento no preço.
além da restituição integral do preço ou das quantias que pa-
gou:
Art. 443. Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, resti-
I - à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir;
tuirá o que recebeu com perdas e danos; se o não conhecia, tão-
II - à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuí-
somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do con-
zos que diretamente resultarem da evicção;
trato.
III - às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele
constituído.
Art. 444. A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a
Parágrafo único. O preço, seja a evicção total ou parcial, será o
coisa pereça em poder do alienatário, se perecer por vício ocul-
do valor da coisa, na época em que se evenceu, e proporcional
to, já existente ao tempo da tradição.
ao desfalque sofrido, no caso de evicção parcial.
Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou
Art. 451. Subsiste para o alienante esta obrigação, ainda que a
abatimento no preço no prazo de 30 dias se a coisa for móvel,
coisa alienada esteja deteriorada, exceto havendo dolo do ad-
e de 1 ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava
quirente.
na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade.

Art. 452. Se o adquirente tiver auferido vantagens das deteriora-


REDIBIÇÃO/ABATIMENTO ções, e não tiver sido condenado a indenizá-las, o valor das van-
MÓVEL IMÓVEL tagens será deduzido da quantia que lhe houver de dar o alienan-
te.
Regra: 30 dias Regra: 1 ano
Se já estiver na posse: 15 dias Se já estiver na posse: 6 meses Art. 453. As BENFEITORIAS NECESSÁRIAS ou ÚTEIS, não abo-
nadas ao que sofreu a evicção, serão pagas pelo alienante.
§ 1o Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido
Art. 454. Se as benfeitorias abonadas ao que sofreu a evicção ti-
mais tarde, o prazo contar-se-á do momento em que dele ti-
verem sido feitas pelo alienante, o valor delas será levado em
ver ciência, até o prazo máximo de 180 dias, em se tratando
conta na restituição devida.
de bens móveis; e de 1 ano, para os imóveis.
§ 2o Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por
Art. 455. Se parcial, mas considerável, for a evicção, poderá o
vícios ocultos serão os estabelecidos em lei especial, ou, na falta
evicto optar entre a rescisão do contrato e a restituição da parte
desta, pelos usos locais, aplicando-se o disposto no parágrafo an-
do preço correspondente ao desfalque sofrido. Se não for consi-
tecedente se não houver regras disciplinando a matéria.
derável, caberá somente direito a indenização.

JDC28 O disposto no art. 445, §§ 1º e 2º, do Código Civil refle-


EVICÇÃO PARCIAL EVICÇÃO PARCIAL
te a consagração da doutrina e da jurisprudência quanto à na-
CONSIDERÁVEL NÃO CONSIDERÁVEL
tureza decadencial das ações edilícias.
JDC174 Em se tratando de vício oculto, o adquirente tem os Poderá o evicto optar entre a Caberá somente direito a in-
prazos do caput do art. 445 para obter redibição ou abatimen- rescisão do contrato e a resti- denização
to de preço, desde que os vícios se revelem nos prazos estabe- tuição da parte do preço cor-
lecidos no § 1º, fluindo, entretanto, a partir do conhecimento respondente ao desfalque so-
do defeito. frido

Art. 446. Não correrão os prazos do artigo antecedente na cons- Art. 457. Não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia
tância de cláusula de garantia; mas o adquirente deve denunci- que a coisa era alheia ou litigiosa.
ar o defeito ao alienante nos 30 dias seguintes ao seu descobri-
mento, sob pena de decadência. Seção VII
Dos Contratos Aleatórios
Seção VI Art. 458. [EMPTIO SPEI] Se o contrato for aleatório, por dizer
Da Evicção respeito a coisas ou fatos futuros, cujo RISCO DE NÃO VIREM
Art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela A EXISTIR um dos contratantes assuma , terá o outro direito de
evicção. Subsiste esta garantia ainda que a aquisição se tenha receber integralmente o que lhe foi prometido, desde que de
realizado em hasta pública. sua parte não tenha havido DOLO ou CULPA, ainda que nada do
avençado venha a existir.
Art. 448. Podem as partes, por cláusula expressa, REFORÇAR,
DIMINUIR ou EXCLUIR a responsabilidade pela evicção. Art. 459. [EMPTIO REI SPERATAE] Se for aleatório, por serem ob-
jeto dele coisas futuras, tomando o adquirente a si o RISCO DE
Art. 449. Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a VIREM A EXISTIR EM QUALQUER QUANTIDADE, terá também
evicção, se esta se der, tem direito o evicto a receber o preço direito o alienante a todo o preço, desde que de sua parte não

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DIA 8 / 15

tiver concorrido CULPA, ainda que a coisa venha a existir em Art. 282. Ao pronunciar a nulidade, o juiz declarará que atos são
quantidade inferior à esperada. atingidos e ordenará as providências necessárias a fim de que se-
Parágrafo único. Mas, se da coisa nada vier a existir, alienação jam repetidos ou retificados.
não haverá, e o alienante restituirá o preço recebido. § 1o O ato não será repetido nem sua falta será suprida quan-
do não prejudicar a parte.
Art. 460. Se for aleatório o contrato, por se referir a coisas exis- § 2o Quando puder decidir o mérito a favor da parte a quem
tentes, mas expostas a risco, assumido pelo adquirente, terá aproveite a decretação da nulidade, o juiz não a pronunciará
igualmente direito o alienante a todo o preço, posto que a coi- nem mandará repetir o ato ou suprir-lhe a falta.
sa já não existisse, em parte, ou de todo, no dia do contrato.
FPPC278. (arts. 282, §2º, e 4º) O CPC adota como PRINCÍPIO A
Art. 461. A alienação aleatória a que se refere o artigo anteceden- SANABILIDADE dos atos processuais defeituosos
te poderá ser anulada como dolosa pelo prejudicado, se provar FPPC279. (arts. 282 e 283) Para os fins de alegar e demonstrar
que o outro contratante não ignorava a consumação do risco, a prejuízo, NÃO BASTA a afirmação de tratar-se de violação a
que no contrato se considerava exposta a coisa. norma constitucional.

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL Art. 283. O erro de forma do processo acarreta unicamente a
anulação dos atos que não possam ser aproveitados, devendo ser
TÍTULO III praticados os que forem necessários a fim de se observarem as
DAS NULIDADES prescrições legais.
Art. 276. Quando a lei prescrever determinada forma sob pena de Parágrafo único. Dar-se-á o aproveitamento dos atos praticados
nulidade, a decretação desta não pode ser requerida pela parte desde que não resulte prejuízo à defesa de qualquer parte.
que lhe deu causa.
TÍTULO IV
Art. 277. Quando a lei prescrever determinada forma, o juiz con- DA DISTRIBUIÇÃO E DO REGISTRO
siderará válido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar a Art. 284. Todos os processos estão sujeitos a registro, devendo
finalidade. ser distribuídos onde houver mais de um juiz.

Art. 278. A nulidade dos atos deve ser alegada na primeira Art. 285. A distribuição, que poderá ser eletrônica, será alterna-
oportunidade em que couber à parte falar nos autos, sob pena da e aleatória, obedecendo-se rigorosa igualdade.
de preclusão. Parágrafo único. A lista de distribuição deverá ser publicada no
Parágrafo único. Não se aplica o disposto no caput às nulida- Diário de Justiça.
des que o juiz deva decretar de ofício, nem prevalece a pre-
clusão provando a parte legítimo impedimento. Art. 286. Serão distribuídas por dependência as causas de qual-
quer natureza:
Art. 279. É NULO o processo quando o membro do Ministério I - quando se relacionarem, por conexão ou continência, com
Público não for intimado a acompanhar o feito em que deva outra já ajuizada;
intervir. II - quando, tendo sido extinto o processo sem resolução de
§ 1o Se o processo tiver tramitado sem conhecimento do membro mérito, for reiterado o pedido, ainda que em litisconsórcio
do Ministério Público, o juiz invalidará os atos praticados a partir com outros autores ou que sejam parcialmente alterados os
do momento em que ele deveria ter sido intimado. réus da demanda;
§ 2o A nulidade só pode ser decretada após a intimação do Mi- III - quando houver ajuizamento de ações nos termos do art. 55, §
nistério Público, que se manifestará sobre a existência ou a 3o, ao juízo prevento.
inexistência de prejuízo. Parágrafo único. Havendo intervenção de terceiro, reconvenção
ou outra hipótese de ampliação objetiva do processo, o juiz, de
Art. 280. As citações e as intimações serão NULAS quando feitas ofício, mandará proceder à respectiva anotação pelo distribuidor.
sem observância das prescrições legais.
Art. 287. A petição inicial deve vir acompanhada de procuração,
Art. 281. Anulado o ato, consideram-se de nenhum efeito to- que conterá os endereços do advogado, eletrônico e não ele-
dos os subsequentes que dele dependam, todavia, a nulidade trônico.
de uma parte do ato não prejudicará as outras que dela sejam in- Parágrafo único. Dispensa-se a juntada da procuração:
dependentes. I - no caso previsto no art. 104 (evitar preclusão, decadência,
prescrição);
FPPC276. (arts. 281 e 282) Os atos anteriores ao ato defeituoso II - se a parte estiver representada pela Defensoria Pública;
não são atingidos pela pronúncia de invalidade. III - se a representação decorrer diretamente de norma previs-
FPPC277. (arts. 281 e 282) Para fins de invalidação, o reconheci- ta na Constituição Federal ou em lei.
mento de que um ato subsequente é dependente de um ato
defeituoso deve ser objeto de fundamentação específica à luz Art. 288. O juiz, de ofício ou a requerimento do interessado, cor-
de circunstâncias concretas. rigirá o erro ou compensará a falta de distribuição.

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DIA 8 / 16

Art. 289. A distribuição poderá ser fiscalizada pela parte, por Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência
seu procurador, pelo Ministério Público e pela Defensoria Pú- ou evidência.
blica. Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou an-
tecipada, pode ser concedida em caráter antecedente ou inciden-
Art. 290. Será cancelada a distribuição do feito se a parte, inti- tal.
mada na pessoa de seu advogado, não realizar o pagamento
das custas e despesas de ingresso em 15 dias. FPPC418. (arts. 294 a 311; Leis 9.099/1995, 10.259/2001 e
12.153/2009). As tutelas provisórias de urgência e de evidên-
FPPC280. (art. 290) O prazo de 15 dias a que se refere o art. 290 cia são admissíveis no sistema dos Juizados Especiais.
conta-se da data da intimação do advogado. FPPC496. (art. 294, parágrafo único; art. 300, caput e §2º; art.
311) Preenchidos os pressupostos de lei, o requerimento de tu-
TÍTULO V tela provisória incidental pode ser formulado a qualquer tempo,
DO VALOR DA CAUSA não se submetendo à preclusão temporal.
Art. 291. A toda causa será atribuído valor certo, ainda que
não tenha conteúdo econômico imediatamente aferível. TUTELA PROVISÓRIA

URGÊNCIA EVIDÊNCIA
Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da recon-
venção e será: CAUTELAR ANTECIPADA
I - na ação de cobrança de dívida, a soma monetariamente corri- Incidental
Antecedente Incidental Antecedente Incidental
gida do principal, dos juros de mora vencidos e de outras penali- *passível de
dades, se houver, até a data de propositura da ação; estabilização
II - na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cumpri-
mento, a modificação, a resolução, a resilição ou a rescisão de ato
jurídico, o valor do ato ou o de sua parte controvertida; TUTELA CAUTELAR TUTELA DE URGÊNCIA
III - na ação de alimentos, a soma de 12 prestações mensais pedi- SATISFATIVA
das pelo autor; Busca-se proteger o direito de O juiz efetivamente permite o
IV - na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, o valor perecer, mas sem dá-lo ao autor fruir do direito
de avaliação da área ou do bem objeto do pedido; autor imediatamente.
V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o
valor pretendido;
Art. 295. A tutela provisória requerida em caráter incidental IN-
VI - na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia corres-
DEPENDE do pagamento de custas.
pondente à soma dos valores de todos eles;
VII - na ação em que os pedidos são alternativos, o de maior va-
Art. 296. A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência
lor;
do processo, mas pode, a qualquer tempo, ser revogada ou
VIII - na ação em que houver pedido subsidiário, o valor do pedi-
modificada.
do principal.
Parágrafo único. Salvo decisão judicial em contrário, a tutela
§ 1o Quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, consi-
provisória conservará a eficácia durante o período de suspen-
derar-se-á o valor de umas e outras.
são do processo.
§ 2o O valor das prestações vincendas será igual a uma presta-
ção anual, se a obrigação for por tempo indeterminado ou por
tempo superior a 1 ano, e, se por tempo inferior, será igual à JDPC39 Cassada ou modificada a tutela de urgência na senten-
soma das prestações. ça, a parte poderá, além de interpor recurso, pleitear o respecti-
§ 3o O juiz corrigirá, DE OFÍCIO E POR ARBITRAMENTO, o va- vo restabelecimento na instância superior, na petição de recurso
lor da causa quando verificar que não corresponde ao conteúdo ou em via autônoma.
patrimonial em discussão ou ao proveito econômico perseguido FPPC140. (art. 296) A decisão que julga improcedente o pedido
pelo autor, caso em que se procederá ao recolhimento das custas final gera a perda de eficácia da tutela antecipada
correspondentes.
Art. 297. O juiz poderá determinar as medidas que considerar
SÚMULA SOBRE VALOR DA CAUSA adequadas para efetivação da tutela provisória.
Parágrafo único. A efetivação da tutela provisória observará as
Súmula 449-STF: O valor da causa, na consignatória de aluguel, normas referentes ao cumprimento provisório da sentença,
corresponde a uma anuidade no que couber.

Art. 293. O réu poderá impugnar, em preliminar da contesta-


FPPC497. (art. 297, parágrafo único; art. 300, §1º; art. 520, IV) As
ção, o valor atribuído à causa pelo autor, SOB PENA DE PRECLU-
hipóteses de exigência de caução para a concessão de tutela
SÃO, e o juiz decidirá a respeito, impondo, se for o caso, a com-
provisória de urgência devem ser definidas à luz do art. 520, IV,
plementação das custas.
CPC.
FPPC498. (art. 297, parágrafo único; art. 300, §1º; art. 521) A
LIVRO V
possibilidade de dispensa de caução para a concessão de tute-
DA TUTELA PROVISÓRIA
la provisória de urgência, prevista no art. 300, §1º, deve ser ava-
TÍTULO I
liada à luz das hipóteses do art. 521.
DISPOSIÇÕES GERAIS

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DIA 8 / 17

FPPC627. (arts.297, 537, §3º; art. 12, §2º, Lei 7.347/1985). Em lar e para a tutela satisfativa de urgência, erigindo a probabili-
processo coletivo, a decisão que fixa multa coercitiva é passí- dade e o perigo na demora a requisitos comuns para a pres-
vel de cumprimento provisório, permitido o levantamento do tação de ambas as tutelas de forma antecipada.
valor respectivo após o trânsito em julgado da decisão de FPPC419. (art. 300, § 3º) Não é absoluta a regra que proíbe
mérito favorável. tutela provisória com efeitos irreversíveis.
JDPC38 As medidas adequadas para efetivação da tutela provi- JDPC40 A irreversibilidade dos efeitos da tutela de urgência não
sória independem do trânsito em julgado, inclusive contra o impede sua concessão, em se tratando de direito provável,
Poder Público (art. 297 do CPC). cuja lesão seja irreversível.
JDPC41 Nos processos sobrestados por força do regime repeti-
Art. 298. Na decisão que conceder, negar, modificar ou revogar a tivo, é possível a apreciação e a efetivação de tutela provisória
tutela provisória, o juiz motivará seu convencimento de modo cla- de urgência, cuja competência será do órgão jurisdicional onde
ro e preciso. estiverem os autos.

FPPC29. (art. 298, art. 1.015, I23) A decisão que condicionar a Não há necessidade de prova pré-constituída , mas apenas de
apreciação da tutela provisória incidental ao recolhimento de "elementos que evidenciem a probabilidade do direito". A
custas ou a outra exigência não prevista em lei equivale a prova pré-constituída é exigida nos casos de Mandado de
negá-la, sendo impugnável por AGRAVO DE INSTRUMENTO. Segurança e de Ações de Impugnação de Mandato Eletivo
FPPC30. (art. 298) O juiz deve justificar a postergação da
análise liminar da tutela provisória sempre que estabelecer
REQUISITOS: probabilidade do direito E o
a necessidade de contraditório prévio.
perigo de dano ou o risco ao resultado útil do
FPPC141. (art. 298) O disposto no art. 298, CPC, aplica-se igual-
processo.
mente à decisão monocrática ou colegiada do Tribunal.
TUTELA DE
FPPC142. (art. 298; art. 1.021) Da decisão monocrática do relator O juiz PODE EXIGIR CAUÇÃO.
URGÊNCIA
que concede ou nega o efeito suspensivo ao agravo de instru- OBS: a caução pode ser dispensada se a parte
mento ou que concede, nega, modifica ou revoga, no todo ou economicamente hipossuficiente não puder ofe-
em parte, a tutela jurisdicional nos casos de competência origi- recê-la.
nária ou recursal, cabe o recurso de agravo interno nos termos
Pode ser concedida liminarmente ou após justi-
do art. 1.021 do CPC.
ficação prévia.

Art. 299. A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e,


Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efe-
quando antecedente, ao juízo competente para conhecer do pe-
tivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, re-
dido principal.
gistro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra
Parágrafo único. Ressalvada disposição especial, na ação de com-
medida idônea para asseguração do direito.
petência originária de tribunal e nos recursos a tutela provisória
será requerida ao órgão jurisdicional competente para apreciar o
mérito. FPPC31. (art. 301) O poder geral de cautela está mantido no
CPC
JDPC42 É cabível a concessão de tutela provisória de urgên-
Súmula 729-STF: A decisão ADC-4 não se aplica à antecipação
cia em incidente de desconsideração da personalidade ju-
de tutela em causa de natureza previdenciária.
rídica.

TÍTULO II
Art. 302. Independentemente da reparação por dano processu-
DA TUTELA DE URGÊNCIA
al, a parte responde pelo prejuízo que a efetivação da tutela
CAPÍTULO I
de urgência causar à parte adversa (RESPONSABILIDADE OB-
DISPOSIÇÕES GERAIS
JETIVA), se:
Art. 300. A TUTELA DE URGÊNCIA será concedida quando hou-
I - a sentença lhe for desfavorável;
ver elementos que evidenciem a probabilidade do direito E o
II - obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não
perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
fornecer os meios necessários para a citação do requerido no
§ 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz PODE, confor-
prazo de 5 dias;
me o caso, EXIGIR CAUÇÃO real ou fidejussória idônea para
III - ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipó-
ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a
tese legal;
caução ser dispensada se a parte economicamente hipossufi-
IV - o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da
ciente não puder oferecê-la.
pretensão do autor.
§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou
Parágrafo único. A indenização será liquidada nos autos em
após justificação prévia.
que a medida tiver sido concedida, sempre que possível.
§ 3o A tutela de urgência de natureza antecipada não será con-
cedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos
da decisão. FPPC499. (art. 302, III, parágrafo único; art. 309, III) Efetivada a
tutela de urgência e, posteriormente, sendo o processo extinto
sem resolução do mérito e sem estabilização da tutela, será
FPPC143. (art. 300, caput) A redação do art. 300, caput, superou
possível fase de liquidação para fins de responsabilização ci-
a distinção entre os requisitos da concessão para a tutela caute-
vil do requerente da medida e apuração de danos.

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DIA 8 / 18

tados da ciência da decisão que extinguiu o processo, nos ter-


CAPÍTULO II mos do § 1o.
DO PROCEDIMENTO DA TUTELA ANTECIPADA REQUERIDA EM § 6o A decisão que concede a tutela NÃO FARÁ COISA JULGADA,
CARÁTER ANTECEDENTE mas a estabilidade dos respectivos efeitos só será afastada por
Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à decisão que a revir, reformar ou invalidar, proferida em ação
propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao re- ajuizada por uma das partes, nos termos do § 2o deste artigo.
querimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de
tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca rea- FPPC32. (art. 304) Além da hipótese prevista no art. 304, é pos-
lizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do proces- sível a ESTABILIZAÇÃO EXPRESSAMENTE NEGOCIADA da
so. tutela antecipada de urgência antecedente
§ 1o Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste FPPC33. (art. 304, §§) Não cabe ação rescisória nos casos esta-
artigo: bilização da tutela antecipada de urgência
I - o autor deverá ADITAR a petição inicial, com a complemen- FPPC420. (art. 304) Não cabe estabilização de tutela cautelar.
tação de sua argumentação, a juntada de novos documentos e a FPPC421. (arts. 304 e 969) Não cabe estabilização de tutela
confirmação do pedido de tutela final, em 15 dias ou em outro antecipada em ação rescisória.
prazo maior que o juiz fixar; FPPC500. (art. 304) O regime da estabilização da tutela ante-
II - o réu será citado e intimado para a audiência de concilia- cipada antecedente aplica-se aos alimentos provisórios pre-
ção ou de mediação na forma do art. 334; vistos no art. 4º da Lei 5.478/1968, observado o §1º do art. 13
III - não havendo autocomposição, o prazo para contestação será da mesma lei.
contado na forma do art. 335. FPPC501. (art. 304; art. 121, parágrafo único) A tutela antecipa-
§ 2o Não realizado o aditamento a que se refere o inciso I do § da concedida em caráter antecedente NÃO SE ESTABILIZA-
1o deste artigo, o processo será extinto sem resolução do méri- RÁ QUANDO FOR INTERPOSTO RECURSO PELO ASSISTENTE
to. SIMPLES, salvo se houver manifestação expressa do réu em
§ 3o O aditamento a que se refere o inciso I do § 1o deste artigo sentido contrário.
dar-se-á nos mesmos autos, sem incidência de novas custas FPPC582. (arts.304, caput; 5º, caput e inciso XXXV, CF) Cabe es-
processuais. tabilização da tutela antecipada antecedente contra a Fa-
§ 4o Na petição inicial a que se refere o caput deste artigo, o au- zenda Pública
tor terá de indicar o valor da causa, que deve levar em conside- CJF 130: É possível a estabilização de tutela antecipada ante-
ração o pedido de tutela final. cedente em face da Fazenda Pública.
§ 5o O autor indicará na petição inicial, ainda, que pretende valer-
se do benefício previsto no caput deste artigo.
§ 6o Caso entenda que não há elementos para a concessão de A estabilização somente ocorrerá se não houver qualquer
tutela antecipada, o órgão jurisdicional determinará a emenda tipo de impugnação pela parte contrária, sob pena de se
da petição inicial em até 5 dias, sob pena de ser indeferida e estimular a interposição de agravos de instrumento,
de o processo ser extinto sem resolução de mérito. sobrecarregando desnecessariamente os Tribunais, além do
ajuizamento da ação autônoma, prevista no art. 304, § 2º, do
JDPC43 Não ocorre a estabilização da tutela antecipada reque- CPC/2015, a fim de rever, reformar ou invalidar a tutela
rida em caráter antecedente, quando deferida em ação resci- antecipada estabilizada. STJ. 3ª Turma. REsp 1760966-SP, Rel.
sória. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 04/12/2018 (Info 639).
FPPC581. (art.303, §1º, I; Art. 139, VI) O poder de dilação do pra-
zo, previsto no inciso VI do art. 139 e no inciso I do §1º do art. CAPÍTULO III
303, abrange a fixação do termo final para aditar o pedido inicial DO PROCEDIMENTO DA TUTELA CAUTELAR REQUERIDA EM
posteriormente ao prazo para recorrer da tutela antecipada an- CARÁTER ANTECEDENTE
tecedente Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela
cautelar em caráter antecedente indicará a lide e seu fundamento,
Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303 a exposição sumária do direito que se objetiva assegurar e o
(antecedente), TORNA-SE ESTÁVEL se da decisão que a conce- perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
der não for interposto o respectivo recurso. Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se refere o
§ 1o No caso previsto no caput, o processo será extinto. caput tem natureza antecipada, o juiz observará o disposto no art.
§ 2o Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito 303.
de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada
nos termos do caput. FPPC381. (arts. 9º, 350, 351 e 307, parágrafo único) É cabível
§ 3o A tutela antecipada conservará seus efeitos enquanto não re - réplica no procedimento de tutela cautelar requerida em cará-
vista, reformada ou invalidada por decisão de mérito proferida na ter antecedente
ação de que trata o § 2o. FPPC502. (art. 305, parágrafo único) Caso o juiz entenda que o
§ 4o Qualquer das partes poderá requerer o desarquivamento pedido de tutela antecipada em caráter antecedente tenha
dos autos em que foi concedida a medida, para instruir a petição natureza cautelar, observará o disposto no art. 305 e se-
inicial da ação a que se refere o § 2 o, prevento o juízo em que a guintes
tutela antecipada foi concedida. FPPC503. (arts. 305-310; art. 4º da Lei 7347/1985; art. 16 da Lei
§ 5o O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipa- 8.249/1992) O procedimento da tutela cautelar, requerida em
da, previsto no § 2o deste artigo, extingue-se após 2 anos, con- caráter antecedente ou incidente, previsto no Código de

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DIA 8 / 19

Processo Civil é compatível com o microssistema do proces- SEÇÃO III


so coletivo. DOS CRIMES CONTRA A
JDPC45 Aplica-se às tutelas provisórias o princípio da fungi- INVIOLABILIDADE DE CORRESPONDÊNCIA
bilidade, devendo o juiz esclarecer as partes sobre o regime Violação de correspondência
processual a ser observado. Art. 151 - Devassar indevidamente o conteúdo de correspon-
dência fechada, dirigida a outrem:
Pena - detenção, de 1 a 6 meses, ou multa.
Art. 306. O réu será citado para, no prazo de 5 dias, contestar o
Sonegação ou destruição de correspondência
pedido e indicar as provas que pretende produzir.
§ 1º - Na mesma pena incorre:
I - quem se apossa indevidamente de correspondência
Art. 307. Não sendo contestado o pedido, os fatos alegados
alheia, embora não fechada e, no todo ou em parte, a sonega ou
pelo autor presumir-se-ão aceitos pelo réu como ocorridos,
destrói;
caso em que o juiz decidirá dentro de 5 dias.
Violação de comunicação telegráfica, radioelétrica ou tele-
Parágrafo único. Contestado o pedido no prazo legal, observar-
fônica
se-á o procedimento comum.
II - quem indevidamente divulga, transmite a outrem ou uti-
liza abusivamente comunicação telegráfica ou radioelétrica dirigi-
Art. 308. Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de
da a terceiro, ou conversação telefônica entre outras pessoas;
ser formulado pelo autor no prazo de 30 dias, caso em que
III - quem impede a comunicação ou a conversação referidas
será apresentado nos mesmos autos em que deduzido o pedido
no número anterior;
de tutela cautelar, não dependendo do adiantamento de novas
IV - quem instala ou utiliza estação ou aparelho radioelétri-
custas processuais.
co, sem observância de disposição legal.
§ 1o O pedido principal pode ser formulado conjuntamente com o
§ 2º - As penas aumentam-se de metade, se há dano para
pedido de tutela cautelar.
outrem.
§ 2o A causa de pedir poderá ser aditada no momento de for-
§ 3º - Se o agente comete o crime, com abuso de função em
mulação do pedido principal.
serviço postal, telegráfico, radioelétrico ou telefônico:
§ 3o Apresentado o pedido principal, as partes serão intimadas
Pena - detenção, de 1 a 3 anos.
para a audiência de conciliação ou de mediação, na forma do art.
§ 4º - Somente se procede mediante representação, salvo nos
334, por seus advogados ou pessoalmente, sem necessidade de
casos do § 1º, IV, e do § 3º.
nova citação do réu.
§ 4o Não havendo autocomposição, o prazo para contestação será
Correspondência comercial
contado na forma do art. 335.
Art. 152 - Abusar da condição de sócio ou empregado de es-
tabelecimento comercial ou industrial para, no todo ou em parte,
Art. 309. Cessa a eficácia da tutela concedida em caráter ante-
desviar, sonegar, subtrair ou suprimir correspondência, ou revelar
cedente, se:
a estranho seu conteúdo:
I - o autor não deduzir o pedido principal no prazo legal;
Pena - detenção, de 3 meses a 2 anos.
II - não for efetivada dentro de 30 dias;
Parágrafo único - Somente se procede mediante represen-
III - o juiz julgar improcedente o pedido principal formulado
tação.
pelo autor ou extinguir o processo sem resolução de mérito.
Parágrafo único. Se por qualquer motivo cessar a eficácia da tu-
SEÇÃO IV
tela cautelar, é vedado à parte renovar o pedido, salvo sob
DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DOS SEGREDOS
novo fundamento.
Divulgação de segredo
Art. 153 - Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de do-
FPPC504. (art. 309, III) Cessa a eficácia da tutela cautelar con- cumento particular ou de correspondência confidencial, de que é
cedida em caráter antecedente, se a sentença for de proce- destinatário ou detentor, e cuja divulgação possa produzir dano a
dência do pedido principal, e o direito objeto do pedido foi outrem:
definitivamente efetivado e satisfeito. Pena - detenção, de 1 a 6 meses, ou multa.
JDPC46 A cessação da eficácia da tutela cautelar, antecedente § 1º Somente se procede mediante representação.
ou incidental, pela não efetivação no prazo de 30 dias, só § 1o-A. Divulgar, sem justa causa, informações sigilosas ou re-
ocorre se caracterizada omissão do requerente. servadas, assim definidas em lei, contidas ou não nos sistemas de
informações ou banco de dados da Administração Pública:
Súmula 482-STJ: A falta de ajuizamento da ação principal no Pena – detenção, de 1 a 4 anos, e multa.
prazo do art. 806 do CPC acarreta a perda da eficácia da liminar § 2o Quando resultar prejuízo para a Administração Públi-
deferida e a extinção do processo cautelar ca, a ação penal será incondicionada.

Violação do segredo profissional


Art. 310. O indeferimento da tutela cautelar não obsta a que a
Art. 154 - Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que
parte formule o pedido principal, nem influi no julgamento
tem ciência em razão de função, ministério, ofício ou profissão, e
desse, salvo se o motivo do indeferimento for o reconhecimento
cuja revelação possa produzir dano a outrem:
de decadência ou de prescrição
Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano, ou multa.
Parágrafo único - Somente se procede mediante represen-
CÓDIGO PENAL tação.

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DIA 8 / 20

Invasão de dispositivo informático não é reincidente, nos preço, no momento do crime,


Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou termos do art. 63 do CP. não seja superior a 1 salário-
não à rede de computadores, mediante violação indevida de me- mínimo.
canismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir *Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br
dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titu-
lar do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vanta- § 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou
gem ilícita: qualquer outra que tenha valor econômico.
Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano, e multa. Furto qualificado
§ 1o Na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, ven- § 4º – [FURTO QUALIFICADO] A pena é de reclusão de 2 a 8
de ou difunde dispositivo ou programa de computador com o in- anos, e multa, se o crime é cometido:
tuito de permitir a prática da conduta definida no caput. I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtra-
§ 2o Aumenta-se a pena de 1/6 a 1/3 se da invasão resulta pre- ção da coisa;
juízo econômico. II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada
§ 3o Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de comunica- ou destreza;
ções eletrônicas privadas, segredos comerciais ou industriais, in- III - com emprego de chave falsa;
formações sigilosas, assim definidas em lei, ou o controle remoto IV - mediante concurso de 2 ou mais pessoas.
não autorizado do dispositivo invadido: § 4º-A A pena é de reclusão de 4 a 10 anos e multa, se houver
Pena - reclusão, de 6 meses a 2 anos, e multa, se a conduta não emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause peri-
constitui crime mais grave. go comum.
§ 4o Na hipótese do § 3o, aumenta-se a pena de 1/3 a 2/3 se § 5º - A pena é de reclusão de 3 a 8 anos, se a subtração for
houver divulgação, comercialização ou transmissão a terceiro, a de veículo automotor que venha a ser transportado para outro
qualquer título, dos dados ou informações obtidos. Estado ou para o exterior.
§ 5o Aumenta-se a pena de 1/3 a 1/2 se o crime for praticado § 6o A pena é de reclusão de 2 a 5 anos se a subtração for
contra: de semovente domesticável de produção, ainda que abatido
I - Presidente da República, governadores e prefeitos; ou dividido em partes no local da subtração.
II - Presidente do Supremo Tribunal Federal; § 7º A pena é de reclusão de 4 a 10 anos e multa, se a subtra-
III - Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, ção for de substâncias explosivas ou de acessórios que, con-
de Assembleia Legislativa de Estado, da Câmara Legislativa do junta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, monta-
Distrito Federal ou de Câmara Municipal; ou gem ou emprego.
IV - dirigente máximo da administração direta e indireta fede-
ral, estadual, municipal ou do Distrito Federal.
FURTO DE ENERGIA ELÉTRICA: o pagamento integral do débi-
to, desde que efetuado em momento anterior ao recebimento
Ação penal
da peça acusatória, NÃO configura causa de extinção da punibi-
Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A, somente se pro-
lidade (RHC 101299/RS STJ-2019).
cede mediante representação, salvo se o crime é cometido
contra a administração pública direta ou indireta de qualquer FURTO FAMÉLICO: é a hipótese de se subtrair alimento para sa-
dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios ou ciar a fome; pode, em tese, configurar estado de necessidade.
contra empresas concessionárias de serviços públicos.
STJ: NÃO SE APLICA o princípio da insignificância em furto qua-
lificado.
TÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
CAPÍTULO I Furto de coisa comum
DO FURTO Art. 156 - Subtrair o condômino, coerdeiro ou sócio, para si
Furto ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa comum:
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia MÓ- Pena - detenção, de 6 meses a 2 anos, ou multa.
VEL: § 1º - Somente se procede mediante representação.
Pena - reclusão, de 1 a 4 anos, e multa. § 2º - NÃO É PUNÍVEL a subtração de coisa comum fungí-
§ 1º - A pena aumenta-se de 1/3, se o crime é praticado vel, cujo valor não excede a quota a que tem direito o agente.
durante o repouso noturno
§ 2º - [FURTO PRIVILEGIADO] Se o criminoso é primário, e SÚMULAS SOBRE FURTO
é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a
Súmula 442-STJ: É inadmissível aplicar, no furto qualificado,
pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de 1/3 a 2/3,
pelo concurso de agentes, a majorante do roubo.
ou aplicar somente a pena de multa.
Súmula 511-STJ: É possível o reconhecimento do privilégio
previsto no § 2º do art. 155 do CP nos casos de crime de furto
FURTO PRIVILEGIADO qualificado, se estiverem presentes a primariedade do agen-
1) Primariedade do agente 2) Pequeno valor da coisa te, o pequeno valor da coisa e a qualificadora for de ordem
furtada objetiva.
Súmula 567-STJ: Sistema de vigilância realizado por monitora-
O agente (criminoso) deve Segundo a jurisprudência, para mento eletrônico ou por existência de segurança no interior de
ser primário. os fins do § 2º do art. 155, coisa estabelecimento comercial, por si só, não torna impossível a
Primário é o indivíduo que de pequeno valor é aquela cujo configuração do crime de furto.

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DIA 8 / 21

Pena - reclusão, de 4 a 10 anos, e multa.


JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ § 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de sub-
traída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave
EDIÇÃO N. 47: CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO - FURTO ameaça [VIOLÊNCIA PRÓPRIA], a fim de assegurar a impuni-
1) Consuma-se o crime de furto com a posse de fato da res dade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro
furtiva, ainda que por breve espaço de tempo e seguida de [ROUBO IMPRÓPRIO].
perseguição ao agente, sendo PRESCINDÍVEL A POSSE
MANSA E PACÍFICA OU DESVIGIADA.
Não é possível roubo impróprio com violência imprópria
2) Não há continuidade delitiva entre roubo e furto,
porquanto, ainda que possam ser considerados delitos do
mesmo gênero, não são da mesma espécie. ROUBO PRÓPRIO ROUBO IMPRÓPRIO
3) O rompimento ou destruição do vidro do automóvel com
Violência/grave ameaça antes Violência/grave ameaça logo
a finalidade de subtrair objetos localizados em seu interior
ou durante a subtração, obje- após a subtração a fim de as-
qualifica o furto.
tivando alcançar a subtração segurar impunidade do crime
4) Todos os instrumentos utilizados como dispositivo para abrir
do bem. ou a detenção da coisa.
fechadura são abrangidos pelo conceito de chave falsa,
incluindo as mixas.
6) A prática do delito de furto qualificado por escalada, § 2º - A pena aumenta-se de 1/3 até metade (1/2):
destreza, rompimento de obstáculo ou concurso de agentes II - se há o concurso de 2 ou mais pessoas;
indica a reprovabilidade do comportamento do réu, sendo III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o
inaplicável o princípio da insignificância. agente conhece tal circunstância.
7) O princípio da insignificância deve ser afastado nos casos IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a
em que o réu faz do crime o seu meio de vida, ainda que a ser transportado para outro Estado ou para o exterior;
coisa furtada seja de pequeno valor. V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restrin-
8) Para reconhecimento do crime de furto privilegiado é gindo sua liberdade.
indiferente que o bem furtado tenha sido restituído à VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de
vítima, pois o critério legal para o reconhecimento do acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua
privilégio é somente o pequeno valor da coisa subtraída. fabricação, montagem ou emprego.
9) Para efeito da aplicação do princípio da bagatela, é VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com empre-
imprescindível a distinção entre valor insignificante e go de arma branca; (LEI 13964/19)
pequeno valor, uma vez que o primeiro exclui o crime e o § 2º-A A pena aumenta-se de 2/3:
segundo pode caracterizar o furto privilegiado. I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de
11) Para a caracterização do furto privilegiado, além da arma de fogo;
primariedade do réu, o valor do bem subtraído não deve II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o
exceder à importância correspondente ao salário mínimo emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo
vigente à época dos fatos. comum.
12) O reconhecimento das qualificadoras da escalada e § 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida com em-
rompimento de obstáculo previstas no art. 155, § 4º, I e II, do prego de arma de fogo de uso restrito ou proibido, aplica-se
CP exige a realização do exame pericial, salvo nas hipóteses em dobro a pena prevista no caput deste artigo. (LEI 13964/19)
de inexistência ou desaparecimento de vestígios, ou ainda se § 3º Se da violência resulta:
as circunstâncias do crime não permitirem a confecção do I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 a 18
laudo. anos, e multa;
13) Reconhecido o privilégio no crime de furto, a fixação de um II – morte, a pena é de reclusão de 20 a 30 anos, e multa
dos benefícios do § 2º do art. 155 do CP exige expressa
fundamentação por parte do magistrado. ROUBO COM EMPREGO DE ARMA
14) A lesão jurídica resultante do crime de furto não pode
ANTES DA LEI 13964/19 DEPOIS DA LEI 13964/19
ser considerada insignificante quando o valor dos bens
subtraídos perfaz mais de 10% do salário mínimo vigente à Emprego de arma branca não A pena aumenta-se de 1/3 até
época dos fatos. era causa de aumento de pena 1/2 se a violência ou grave
15) Nos casos de contituidade delitiva o valor a ser ameaça é exercida com
considerado para fins de concessão do privilégio (artigo 155, emprego de ARMA BRANCA
§ 2º, do CP) ou do reconhecimento da insignificância é a
soma dos bens subtraídos. A pena aumenta-se de 2/3 se a A pena aumenta-se de 2/3 se a
violência ou ameaça é exercida violência ou ameaça é exercida
com emprego de arma de com emprego de ARMA DE
CAPÍTULO II
fogo FOGO
DO ROUBO E DA EXTORSÃO
Roubo Aplica-se a pena em DOBRO
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para ou- se a violência ou grave ameaça
trem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa [VIOLÊN- é exercida com emprego de
CIA PRÓPRIA], ou depois de havê-la, por qualquer meio, redu- ARMA DE FOGO DE USO
zido à impossibilidade de resistência [VIOLÊNCIA IMPRÓ- RESTRITO OU PROIBIDO
PRIA]:

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DIA 8 / 22

SÚMULAS SOBRE ROUBO Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou
para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do
STF resgate:
Súmula 610-STF: Há crime de latrocínio, quando o homicídio Pena - reclusão, de 8 a 15 anos..
se consuma, ainda que não se realize o agente a subtração § 1o Se o sequestro dura mais de 24 horas, se o sequestra-
de bens da vítima do é menor de 18 ou maior de 60 anos, ou se o crime é cometi-
STJ do por bando ou quadrilha.
Pena - reclusão, de 12 a 20 anos.
Súmula 443-STJ: O aumento na terceira fase de aplicação da § 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
pena no crime de roubo circunstanciado EXIGE Pena - reclusão, de 16 a 24 anos.
FUNDAMENTAÇÃO CONCRETA, não sendo suficiente para a § 3º - Se resulta a morte:
sua exasperação a mera indicação do número de majorantes. Pena - reclusão, de 24 a 30 anos.
§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente
TEORIAS SOBRE O MOMENTO CONSUMATIVO DO FURTO E que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do se-
DO ROUBO questrado, terá sua pena reduzida de 1/3 a 2/3

CONTRECTATIO Para que o crime se consuma basta o agen- Extorsão indireta


te tocar na coisa. Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívida, abu-
O crime se consuma quando a coisa subtra- sando da situação de alguém, documento que pode dar causa a
ída passa para o poder do agente, mesmo procedimento criminal contra a vítima ou contra terceiro:
AMOTIO que não haja posse mansa e pacífica e Pena - reclusão, de 1 a 3 anos, e multa.
(APPREHENSIO) mesmo que a posse dure curto espaço de
tempo. SÚMULA SOBRE EXTORSÃO
Não é necessário que o bem saia da esfera
Súmula 96-STJ: O crime de extorsão consuma-se independen-
patrimonial da vítima.
temente da obtenção da vantagem indevida.
Consuma-se quando o agente consegue
ABLATIO levar a coisa, tirando-a da esfera patrimoni-
JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ
al do proprietário.
EDIÇÃO N. 51: CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO - II
Para que o crime se consuma, é necessário
1) Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do
ILATIO que a coisa seja levada para o local dese-
bem, mediante emprego de violência ou grave ameaça,
jado pelo agente e mantida a salvo.
ainda que por breve tempo e em seguida a perseguição
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
imediata ao agente e recuperação da coisa roubada, sendo
prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada (Tese
Extorsão julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/1973 - TEMA 916)
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave 3) Há concurso material entre os crimes de roubo e extorsão
ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem inde- quando o agente, após subtrair bens da vítima, mediante
vida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou dei- emprego de violência ou grave ameaça, a constrange a
xar de fazer alguma coisa: entregar o cartão bancário e a respectiva senha para sacar
Pena - reclusão, de 4 a 10 anos, e multa. dinheiro de sua conta corrente.
§ 1º - Se o crime é cometido por 2 ou mais pessoas, ou com 4) Não é possível reconhecer a continuidade delitiva entre os
emprego de arma, aumenta-se a pena de 1/3 até metade crimes de roubo e de extorsão, pois são infrações penais de
(1/2). espécies diferentes.
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o dis- 5) O roubo praticado em um mesmo contexto fático,
posto no § 3º do artigo anterior. mediante uma só ação, contra vítimas diferentes, enseja o
§ 3o Se o crime é cometido mediante a restrição da liber- reconhecimento do concurso formal de crimes, e não a
dade da vítima, e essa condição é necessária para a obtenção ocorrência de crime único. STF: crime único
da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 a 12 anos, 6) É prescindível a apreensão e perícia da arma de fogo para
além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam- a caracterização de causa de aumento de pena prevista no art.
se as penas previstas no art. 159, §§ 2 e 3, respectivamente. 157, § 2º, I, do CP, quando evidenciado o seu emprego por
outros meios de prova.
Emprego de arma branca Emprego de arma de fogo 7) Cabe a defesa o ônus da prova de demonstrar que a arma
empregada para intimidar a vítima é desprovida de potencial
Roubo simples Roubo majorado (aumento
lesivo.
Extorsão majorada (aumento de de 2/3)
8) A utilização de arma sem potencialidade lesiva, atestada
1/3 a 1/2) Extorsão majorada (aumento
por perícia, como forma de intimidar a vítima no delito de
de 1/3 a 1/2)
roubo, caracteriza a elementar grave ameaça, porém, não
permite o reconhecimento da majorante de pena.
Extorsão mediante sequestro 9) O crime de porte de arma é absorvido pelo de roubo
quando restar evidenciado o nexo de dependência ou de
subordinação entre as duas condutas e que os delitos foram

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DIA 8 / 23

praticados em um mesmo contexto fático o que caracteriza previdenciária e o crime de sonegação previdenciária (art.
o princípio da consunção. 337-A do CP) praticados na administração de empresas
10) A gravidade do delito de roubo circunstanciado pelo distintas, mas pertencentes ao mesmo grupo econômico.
concurso de pessoas e/ou emprego de arma de fogo não 10) O pagamento integral dos débitos oriundos de
constitui motivação suficiente, por si só, para justificar a apropriação indébita previdenciária, ainda que efetuado
imposição de regime prisional mais gravoso, na medida em após o recebimento da denúncia, mas antes do trânsito em
que constituem circunstâncias comuns à espécie. julgado da sentença condenatória, extingue a punibilidade,
11) Não há continuidade delitiva entre roubo e furto, nos termos do art. 9º, § 2º, da Lei n. 10.684/03.
porquanto, ainda que possam ser considerados delitos do 11) Aplica-se o princípio da insignificância ao crime de
mesmo gênero, não são da mesma espécie. apropriação indébita previdenciária, quando, na ocasião do
12) Não é possível o reconhecimento da continuidade delito, o valor do débito com a Previdência Social não
delitiva entre os crimes de roubo e latrocínio pois, apesar de ultrapassar o montante de R$ 10.000,00 (dez mil reais), previsto
se tratarem de delitos do mesmo gênero, não são da mesma no art. 20 da Lei n. 10.522/2002. Hoje: R$ 20 mil (STF/STJ)
espécie, devendo incidir a regra do concurso material. 12) O delito de receptação (art. 180 do CP), nas modalidades
13) Há tentativa de latrocínio quando a morte da vítima não transportar, conduzir ou ocultar, é crime permanente, cujo
se consuma por razões alheias à vontade do agente. flagrante perdura enquanto o agente se mantiver na posse do
15) Há concurso formal impróprio no crime de latrocínio nas bem que sabe ser produto de crime.
hipóteses em que o agente, mediante uma única subtração 13) No crime de receptação, se o bem houver sido apreendido
patrimonial provoca, com desígnios autônomos, dois ou em poder do acusado, caberá à defesa apresentar prova acerca
mais resultados morte. da origem lícita da res ou de sua conduta culposa (art. 156 do
16) Nos crimes de roubo praticados em detrimento da Empresa CPP), sem que se possa falar em inversão do ônus da prova.
Brasileira de Correios e Telégrafos a fixação da competência é 14) Talonário de cheques pode ser objeto material do crime
verificada de acordo com a natureza econômica do serviço de receptação, dada a existência de valor econômico do bem e
prestado na forma de agência própria, cuja competência é da a possibilidade de posterior utilização fraudulenta para obtenção
Justiça Federal; ou na forma de franquia, explorada por de vantagem ilícita.
particulares, hipótese em que a Justiça Estadual terá 15) É inaplicável o princípio da consunção entre os crimes de
competência para julgamento dos processos. receptação e porte ilegal de arma de fogo por serem delitos
autônomos e de natureza jurídica distinta, devendo o agente
EDIÇÃO N. 87: CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO - IV
responder por ambos os delitos em concurso material.
1) O crime de extorsão é formal e consuma-se no momento
16) Justifica-se a opção do legislador pela imposição de pena
em que a violência ou a grave ameaça é exercida,
mais grave ao delito de receptação qualificada em relação à
independentemente da obtenção da vantagem indevida.
figura simples pois a comercialização ou industrialização do
2) No crime de extorsão, a ameaça a que se refere o caput do
produto de origem ilícita lesiona o mercado e os consumidores.
art. 158 do CP, exercida com o fim de obter a indevida vantagem
econômica, pode ter por conteúdo grave dano aos bens da
vítima. CÓDIGO PROCESSO PENAL
3) O delito de dano ao patrimônio público, quando praticado
por preso para facilitar a fuga do estabelecimento prisional, CAPÍTULO II
demanda a demonstração do dolo específico de causar prejuízo DO PROCEDIMENTO RELATIVO AOS PROCESSOS DA
ao bem público (animus nocendi), sem o qual a conduta é COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI
atípica.
5) Não é possível a aplicação do princípio da insignificância
Plenitude de Defesa.
nas hipóteses de dano qualificado, quando o prejuízo ao
PRINCÍPIOS
patrimônio público atingir outros bens de relevância social e Sigilo das Votações.
CONSTITUCIONAIS
tornar evidente o elevado grau de periculosidade social da
DO TRIBUNAL DO Soberania dos Vereditos.
ação e de reprovabilidade da conduta do agente.
JÚRI
6) O crime de apropriação indébita previdenciária (art. 168-A Competência para o julgamento dos
do CP) é de natureza material e exige a constituição crimes dolosos contra a vida (compe-
definitiva do débito tributário perante o âmbito tência mínima).
administrativo para configurar-se como conduta típica.
7) O delito de apropriação indébita previdenciária constitui
SÚMULAS SOBRE TRIBUNAL DO JÚRI
crime omissivo próprio, que se perfaz com a mera omissão
de recolhimento da contribuição previdenciária dentro do Súmula vinculante 45-STF: A competência constitucional do
prazo e das formas legais, prescindindo, portanto, do dolo Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de fun-
específico. ção estabelecido exclusivamente pela Constituição estadual
8) A apropriação indébita previdenciária é crime instantâneo Súmula 156-STF: É absoluta a nulidade do julgamento, pelo
e unissubsistente, sendo a mera omissão de recolhimento da júri, por falta de quesito obrigatório.
contribuição previdenciária dentro do prazo e das formas legais Súmula 162-STF: É absoluta a nulidade do julgamento pelo
suficiente para a caracterização da continuidade delitiva. júri, quando os quesitos da defesa não precedem aos das cir-
9) É possível o reconhecimento da continuidade delitiva de cunstâncias agravantes.
crimes de apropriação indébita previdenciária (art. 168-A do Súmula 206-STF: É nulo o julgamento ulterior pelo júri com a
CP), bem como entre o crime de apropriação indébita participação de jurado que funcionou em julgamento anterior

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DIA 8 / 24

do mesmo processo. § 5o Havendo mais de 1 acusado, o tempo previsto para a


Súmula 603-STF: A competência para o processo e julgamento acusação e a defesa de cada um deles será individual.
de latrocínio é do juiz singular e não do Tribunal do Júri. § 6o Ao assistente do Ministério Público, após a manifesta-
Súmula 713-STF: O efeito devolutivo da apelação contra de- ção deste, serão concedidos 10 minutos, prorrogando-se por
cisões do Júri é adstrito aos fundamentos da sua interposição igual período o tempo de manifestação da defesa.
(recurso de fundamentação vinculada) § 7o Nenhum ato será adiado, salvo quando imprescindí-
Súmula 712-STF: É nula a decisão que determina o desafora- vel à prova faltante, determinando o juiz a condução coercitiva
mento de processo da competência do Júri sem audiência da de quem deva comparecer.
defesa. § 8o A testemunha que comparecer será inquirida, indepen-
dentemente da suspensão da audiência, observada em qual-
quer caso a ordem estabelecida no caput deste artigo.
Seção I
§ 9o Encerrados os debates, o juiz proferirá a sua decisão, ou
Da Acusação e da Instrução Preliminar
o fará em 10 dias, ordenando que os autos para isso lhe sejam
Art. 406. O juiz, ao receber a denúncia ou a queixa, ordenará
conclusos.
a citação do acusado para responder a acusação, por escrito, no
prazo de 10 dias.
Art. 412. O procedimento será concluído no prazo máxi-
§ 1o O prazo previsto no caput deste artigo será contado a
mo de 90 dias.
partir do efetivo cumprimento do mandado ou do compareci-
mento, em juízo, do acusado ou de defensor constituído, no caso
Seção II
de citação inválida ou por edital.
Da Pronúncia, da Impronúncia e da Absolvição Sumária
§ 2o A acusação deverá arrolar testemunhas, até o máximo
Art. 413. O juiz, fundamentadamente, PRONUNCIARÁ o
de 8, na denúncia ou na queixa.
acusado, se convencido da materialidade do fato e da existên-
§ 3o Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e
cia de indícios suficientes de autoria ou de participação.
alegar tudo que interesse a sua defesa, oferecer documentos e
§ 1o A FUNDAMENTAÇÃO DA PRONÚNCIA limitar-se-á à
justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemu-
indicação da materialidade do fato e da existência de indícios
nhas, até o máximo de 8, qualificando-as e requerendo sua inti-
suficientes de autoria ou de participação, devendo o juiz decla-
mação, quando necessário.
rar o dispositivo legal em que julgar incurso o acusado e es-
pecificar as circunstâncias QUALIFICADORAS e as CAUSAS DE
Art. 407. As exceções serão processadas em apartado, nos
AUMENTO de pena.
termos dos arts. 95 a 112 deste Código.

Art. 408. Não apresentada a resposta no prazo legal, o PRONÚNCIA


juiz nomeará defensor para oferecê-la em até 10 dias, conce- ESPECIFICA: qualificadoras e NÃO ESPECIFICA: agravantes,
dendo-lhe vista dos autos. causas de aumento atenuantes, causas de diminui-
ção
Art. 409. Apresentada a defesa, o juiz ouvirá o Ministério
Público ou o querelante sobre preliminares e documentos, em
§ 2o Se o crime for afiançável, o juiz arbitrará o valor da fian-
5 dias.
ça para a concessão ou manutenção da liberdade provisória.
§ 3o O juiz decidirá, motivadamente, no caso de manuten-
RÉPLICA – não há previsão de réplica no procedimento comum ção, revogação ou substituição da prisão ou medida restritiva
ordinário. de liberdade anteriormente decretada e, tratando-se de acusado
solto, sobre a necessidade da decretação da prisão ou imposição
Art. 410. O juiz determinará a inquirição das testemunhas de quaisquer das medidas previstas no Título IX do Livro I deste
e a realização das diligências requeridas pelas partes, no prazo Código.
máximo de 10 dias.
Art. 414. Não se convencendo da materialidade do fato
Art. 411. Na audiência de instrução, proceder-se-á à tomada ou da existência de indícios suficientes de autoria ou de partici-
de declarações do ofendido, se possível, à inquirição das testemu- pação, o juiz, fundamentadamente, IMPRONUNCIARÁ o acusa-
nhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, bem do.
como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reco- Parágrafo único. Enquanto não ocorrer a extinção da pu-
nhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o nibilidade, poderá ser formulada nova denúncia ou queixa se
acusado e procedendo-se o debate. houver prova nova.
§ 1o Os esclarecimentos dos peritos dependerão de PRÉ-
VIO REQUERIMENTO E DE DEFERIMENTO pelo juiz. Art. 415. O juiz, fundamentadamente, ABSOLVERÁ desde
§ 2o As provas serão produzidas em uma só audiência, logo o acusado, quando:
podendo o juiz indeferir as consideradas irrelevantes, impertinen- I – provada a inexistência do fato;
tes ou protelatórias. II – provado não ser ele autor ou partícipe do fato;
§ 3o Encerrada a instrução probatória, observar-se-á, se for o III – o fato não constituir infração penal;
caso, o disposto no art. 384 deste Código. IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de exclu-
§ 4o As alegações serão orais, concedendo-se a palavra, são do crime.
respectivamente, à acusação e à defesa, pelo prazo de 20 minu- Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV do
tos, prorrogáveis por mais 10. caput deste artigo ao caso de inimputabilidade prevista no ca-

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DIA 8 / 25

put do art. 26 do Decreto-Lei n 2.848, de 7 de dezembro de 1940 I – ordenará as diligências necessárias para sanar qualquer
– Código Penal, salvo quando esta for a única tese defensiva. nulidade ou esclarecer fato que interesse ao julgamento da causa;
II – fará relatório sucinto do processo, determinando sua in-
Art. 416. Contra a sentença de IMPRONÚNCIA ou de AB- clusão em pauta da reunião do Tribunal do Júri.
SOLVIÇÃO SUMÁRIA caberá apelação.
Art. 424. Quando a lei local de organização judiciária não
DECISÃO RECURSO CABÍVEL atribuir ao presidente do Tribunal do Júri o preparo para julga-
mento, o juiz competente remeter-lhe-á os autos do processo
IMPRONÚNCIA preparado até 5 dias antes do sorteio a que se refere o art. 433
APELAÇÃO deste Código.
ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA
Parágrafo único. Deverão ser remetidos, também, os proces-
PRONÚNCIA sos preparados até o encerramento da reunião, para a realização
RESE de julgamento.
DESCLASSIFICAÇÃO

Seção IV
Art. 417. Se houver indícios de autoria ou de participação
Do Alistamento dos Jurados
de outras pessoas não incluídas na acusação, o juiz, ao pronun-
Art. 425. Anualmente, serão alistados pelo presidente do Tri-
ciar ou impronunciar o acusado, determinará o retorno dos autos
bunal do Júri de 800 a 1.500 jurados nas comarcas de mais de
ao Ministério Público, por 15 dias, aplicável, no que couber, o art.
1.000.000 de habitantes, de 300 a 700 nas comarcas de mais de
80 deste Código.
100.000 habitantes e de 80 a 400 nas comarcas de menor popu-
lação.
Art. 418. O juiz poderá dar ao fato definição jurídica diver-
§ 1o Nas comarcas onde for necessário, poderá ser aumenta-
sa da constante da acusação, embora o acusado fique sujeito
do o número de jurados e, ainda, organizada lista de suplentes,
a pena mais grave.
depositadas as cédulas em urna especial, com as cautelas menci-
onadas na parte final do § 3o do art. 426 deste Código.
Art. 419. Quando o juiz se convencer, em discordância com
§ 2o O juiz presidente requisitará às autoridades locais, asso-
a acusação, da existência de crime diverso dos referidos no § 1 do
ciações de classe e de bairro, entidades associativas e culturais,
art. 74 deste Código e não for competente para o julgamento, re-
instituições de ensino em geral, universidades, sindicatos, reparti-
meterá os autos ao juiz que o seja.
ções públicas e outros núcleos comunitários a indicação de pes-
Parágrafo único. Remetidos os autos do processo a outro
soas que reúnam as condições para exercer a função de jurado.
juiz, à disposição deste ficará o acusado preso.

Art. 426. A lista geral dos jurados, com indicação das respec-
Art. 420. A intimação da decisão de pronúncia será feita:
tivas profissões, será publicada pela imprensa até o dia 10 de ou-
I – pessoalmente ao acusado, ao defensor nomeado e ao
tubro de cada ano e divulgada em editais afixados à porta do Tri-
Ministério Público;
bunal do Júri.
II – ao defensor constituído, ao querelante e ao assistente
§ 1o A lista poderá ser alterada, de ofício ou mediante re-
do Ministério Público, na forma do disposto no § 1 do art. 370
clamação de qualquer do povo ao juiz presidente até o dia 10 de
deste Código.
novembro, data de sua publicação definitiva.
Parágrafo único. Será intimado por edital o acusado solto
§ 2o Juntamente com a lista, serão transcritos os arts. 436 a
que não for encontrado.
446 deste Código.
§ 3o Os nomes e endereços dos alistados, em cartões iguais,
Art. 421. Preclusa a decisão de pronúncia, os autos serão en-
após serem verificados na presença do Ministério Público, de ad-
caminhados ao juiz presidente do Tribunal do Júri.
vogado indicado pela Seção local da Ordem dos Advogados do
§ 1o Ainda que preclusa a decisão de pronúncia, havendo
Brasil e de defensor indicado pelas Defensorias Públicas compe-
circunstância superveniente que altere a classificação do cri-
tentes, permanecerão guardados em urna fechada a chave, sob a
me, o juiz ordenará a remessa dos autos ao Ministério Públi-
responsabilidade do juiz presidente.
co.
§ 4o O jurado que tiver integrado o Conselho de Senten-
§ 2o Em seguida, os autos serão conclusos ao juiz para deci-
ça nos 12 meses que antecederem à publicação da lista geral
são.
fica dela excluído.
§ 5o Anualmente, a lista geral de jurados será, obrigatoria-
Seção III
mente, completada.
Da Preparação do Processo para Julgamento em Plenário
Art. 422. Ao receber os autos, o presidente do Tribunal do
Seção V
Júri determinará a intimação do órgão do Ministério Público ou
Do Desaforamento
do querelante, no caso de queixa, e do defensor, para, no prazo
Art. 427. Se o INTERESSE DA ORDEM PÚBLICA o reclamar
de 5 dias, apresentarem rol de testemunhas que irão depor em
ou houver DÚVIDA SOBRE A IMPARCIALIDADE DO JÚRI ou a
plenário, até o máximo de 5, oportunidade em que poderão
SEGURANÇA PESSOAL DO ACUSADO, o Tribunal, a requerimen-
juntar documentos e requerer diligência.
to do Ministério Público, do assistente, do querelante ou do acu-
sado ou mediante representação do juiz competente, poderá de-
Art. 423. Deliberando sobre os requerimentos de provas a
terminar o DESAFORAMENTO do julgamento para outra co-
serem produzidas ou exibidas no plenário do júri, e adotadas as
marca da mesma região, onde não existam aqueles motivos,
providências devidas, o juiz presidente:
preferindo-se as mais próximas.

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DIA 8 / 26

§ 1o O pedido de desaforamento será distribuído imediata- Art. 430. O ASSISTENTE somente será admitido se tiver re-
mente e terá preferência de julgamento na Câmara ou Turma querido sua habilitação até 5 dias antes da data da sessão na
competente. qual pretenda atuar.
§ 2o Sendo relevantes os motivos alegados, o relator poderá
determinar, fundamentadamente, a suspensão do julgamento Art. 431. Estando o processo em ordem, o juiz presidente
pelo júri mandará intimar as partes, o ofendido, se for possível, as teste-
§ 3o Será ouvido o juiz presidente, quando a medida não ti- munhas e os peritos, quando houver requerimento, para a sessão
ver sido por ele solicitada. de instrução e julgamento, observando, no que couber, o dispos-
§ 4o Na pendência de recurso contra a decisão de pro- to no art. 420 deste Código.
núncia ou quando efetivado o julgamento, não se admitirá o
pedido de desaforamento, salvo, nesta última hipótese, quanto Seção VII
a fato ocorrido durante ou após a realização de julgamento anu- Do Sorteio e da Convocação dos Jurados
lado. Art. 432. Em seguida à organização da pauta, o juiz presi-
dente determinará a intimação do Ministério Público, da Ordem
Art. 428. O desaforamento também poderá ser determina- dos Advogados do Brasil e da Defensoria Pública para acompa-
do, em razão do COMPROVADO EXCESSO DE SERVIÇO, ouvidos nharem, em dia e hora designados, o sorteio dos jurados que
o juiz presidente e a parte contrária, se o julgamento não puder atuarão na reunião periódica.
ser realizado no prazo de 6 meses, contado do trânsito em
julgado da decisão de pronúncia. Art. 433. O sorteio, presidido pelo juiz, far-se-á a portas
§ 1 Para a contagem do prazo referido neste artigo, não se abertas, cabendo-lhe retirar as cédulas até completar o número
computará o tempo de adiamentos, diligências ou incidentes de de 25 jurados, para a reunião periódica ou extraordinária.
interesse da defesa. § 1o O sorteio será realizado entre o 15o e o 10o DIA ÚTIL
§ 2o Não havendo excesso de serviço ou existência de antecedente à instalação da reunião.
processos aguardando julgamento em quantidade que ultra- § 2o A audiência de sorteio não será adiada pelo não com-
passe a possibilidade de apreciação pelo Tribunal do Júri, nas parecimento das partes
reuniões periódicas previstas para o exercício, o acusado poderá § 3o O jurado não sorteado poderá ter o seu nome nova-
requerer ao Tribunal que determine a imediata realização do mente incluído para as reuniões futuras.
julgamento.
Art. 434. Os jurados sorteados serão convocados pelo cor-
INTERESSE DA ORDEM PÚBLICA reio ou por qualquer outro meio hábil para comparecer no dia e
hora designados para a reunião, sob as penas da lei.
DÚVIDA SOBRE A IMPARCIALIDADE Parágrafo único. No mesmo expediente de convocação se-
DO JÚRI rão transcritos os arts. 436 a 446 deste Código.
SEGURANÇA PESSOAL DO ACUSADO
DESAFORAMENTO Art. 435. Serão afixados na porta do edifício do Tribunal do
COMPROVADO EXCESSO DE SERVIÇO Júri a relação dos jurados convocados, os nomes do acusado e
se o julgamento não puder ser realizado dos procuradores das partes, além do dia, hora e local das ses-
no prazo de 6 meses, contado do trânsito sões de instrução e julgamento.
em julgado da decisão de pronúncia.
NÃO SE ADMITIRÁ Pendência de RESE contra pronúncia Seção VIII
PEDIDO DE Da Função do Jurado
Efetivado o julgamento, salvo quanto a Art. 436. O serviço do júri é obrigatório. O alistamento
DESAFORAMENTO
fato ocorrido durante ou após a realiza- compreenderá os cidadãos maiores de 18 anos de notória
ção de julgamento anulado. idoneidade.
§ 1o Nenhum cidadão poderá ser excluído dos trabalhos do
Seção VI júri ou deixar de ser alistado em razão de cor ou etnia, raça, cre-
Da Organização da Pauta do, sexo, profissão, classe social ou econômica, origem ou grau
Art. 429. Salvo motivo relevante que autorize alteração na de instrução.
ordem dos julgamentos, terão preferência: § 2o A recusa injustificada ao serviço do júri acarretará
I – os acusados presos; multa no valor de 1 a 10 salários mínimos, a critério do juiz, de
II – dentre os acusados presos, aqueles que estiverem há acordo com a condição econômica do jurado.
mais tempo na prisão;
III – em igualdade de condições, os precedentemente pro- Art. 437. Estão isentos do serviço do júri:
nunciados. I – o Presidente da República e os Ministros de Estado;
§ 1o Antes do dia designado para o primeiro julgamento da II – os Governadores e seus respectivos Secretários;
reunião periódica, será afixada na porta do edifício do Tribunal do III – os membros do Congresso Nacional, das Assembleias
Júri a lista dos processos a serem julgados, obedecida a ordem Legislativas e das Câmaras Distrital e Municipais;
prevista no caput deste artigo. IV – os Prefeitos Municipais
§ 2o O juiz presidente reservará datas na mesma reunião pe- V – os Magistrados e membros do Ministério Público e da
riódica para a inclusão de processo que tiver o julgamento adia- Defensoria Pública;
do. VI – os servidores do Poder Judiciário, do Ministério Pú-
blico e da Defensoria Pública;

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DIA 8 / 27

VII – as autoridades e os servidores da polícia e da seguran-


ça pública; Art. 446. Aos suplentes, quando convocados, serão aplicá-
VIII – os militares em serviço ativo; veis os dispositivos referentes às dispensas, faltas e escusas e à
IX – os cidadãos maiores de 70 anos que requeiram sua equiparação de responsabilidade penal prevista no art. 445 deste
dispensa; Código.
X – aqueles que o requererem, demonstrando justo impedi-
mento.

Art. 438. A recusa ao serviço do júri fundada em convicção


religiosa, filosófica ou política importará no dever de prestar ser-
viço alternativo, sob pena de suspensão dos direitos políticos, en-
quanto não prestar o serviço imposto.
§ 1o Entende-se por serviço alternativo o exercício de ati-
vidades de caráter administrativo, assistencial, filantrópico ou
mesmo produtivo, no Poder Judiciário, na Defensoria Pública,
no Ministério Público ou em entidade conveniada para esses
fins.
§ 2o O juiz fixará o serviço alternativo atendendo aos prin-
cípios da proporcionalidade e da razoabilidade.

Art. 439. O exercício efetivo da função de jurado constitui-


rá serviço público relevante e estabelecerá presunção de ido-
neidade moral.

Art. 440. Constitui também direito do jurado, na condição


do art. 439 deste Código, preferência, em igualdade de condi-
ções, nas licitações públicas e no provimento, mediante con-
curso, de cargo ou função pública, bem como nos casos de
promoção funcional ou remoção voluntária.

Art. 441. Nenhum desconto será feito nos vencimentos ou


salário do jurado sorteado que comparecer à sessão do júri.

Art. 442. Ao jurado que, sem causa legítima, deixar de com-


parecer no dia marcado para a sessão ou retirar-se antes de ser
dispensado pelo presidente será aplicada multa de 1 a 10 salá-
rios mínimos, a critério do juiz, de acordo com a sua condição
econômica.

Art. 443. Somente será aceita escusa fundada em motivo


relevante devidamente comprovado e apresentada, ressalvadas as
hipóteses de força maior, até o momento da chamada dos jura-
dos.

Art. 444. O jurado somente será dispensado por decisão


motivada do juiz presidente, consignada na ata dos trabalhos.

Art. 445. O jurado, no exercício da função ou a pretexto de


exercê-la, será responsável criminalmente nos mesmos termos
em que o são os juízes togados.

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DIA 2 / 1

Proibição de históricos conquistados.


Dia 2 retrocesso Segundo Canotilho, o núcleo essencial
dos direitos sociais já realizado e
efetivado através de medidas
Constituição Federal: art. 5 legislativas deve considerar-se
Código Civil: art. 1-39 constitucionalmente garantido, sendo
Código Processo Civil: art. 26-76 inconstitucionais quaisquer medidas
Código Penal: art. 20-31 que, sem a criação de outros esquemas
Código Processo Penal: art. 69-111 alternativos e compensatórios, se
traduzam na prática numa “anulação”,
Controle de Leitura “revogação” pura e simples.
A locução direitos fundamentais é
CONSTITUIÇÃO FEDERAL reservada aos direitos consagrados em
diplomas normativos de cada Estado,
TÍTULO II Constitucionalização enquanto a expressão direitos
Dos Direitos e Garantias Fundamentais humanos é empregada para designar
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS pretensões de respeito à pessoa
humana, inseridas em documentos de
O que se entende por direitos direito internacional.
fundamentais depende do
Historicidade entendimento de uma sociedade em um
determinado tempo, variam de acordo TEORIA DOS STATUS (Georg Jellinek)
com o correr da história, não são O indivíduo é detentor de deveres perante o
conceitos herméticos e fechados. Estado. O indivíduo não está em uma posição
Há uma variação no tempo e no espaço. de ter direitos exigíveis perante o Estado, mas
São direitos sem conteúdo econômico Status passivo pelo contrário, está em uma posição de
Inalienabilidade patrimonial, não podem ser (ou status subordinação perante ele (por exemplo,
comercializados ou permutados. subjectionis) alistamento eleitoral e voto).
Trata-se de um status de sujeição do
São sempre exigíveis, não é porque indivíduo perante o Estado.
Imprescritibilidade não foram exercidos que deixam de
pertencer ao indivíduo. O indivíduo goza de um espaço de liberdade
diante das ingerências do Estado. Não pode
O indivíduo pode não exercer os seus Status negativo haver influência estatal na liberdade do
Irrenunciabilidade direitos, mas não pode renunciar a eles. (ou status indivíduo.
Também deve ser relativizada pela vida libertatis) Estão localizados principalmente no art. 5º da
moderna. Constituição.
Não são direitos absolutos. Se houver Status positivo O indivíduo tem o direito de exigir do
Relatividade um choque entre os direitos (ou status Estado determinadas prestações materiais
fundamentais, serão resolvidos por um civitatis) ou jurídicas.
juízo de ponderação ou pela aplicação
do princípio da proporcionalidade. Status ativo O indivíduo possui competências para
(ou status da influenciar a formação da vontade estatal.
Personalidade Os direitos fundamentais não se cidadania Status em que o indivíduo tem de participar,
transmitem. ativa) influenciar nas escolhas políticas do Estado
Concorrência e Os direitos fundamentais são direitos incluindo, sobretudo, os direitos políticos.
cumulatividade que podem ser exercidos ao mesmo
tempo. DIMENSÕES (OU GERAÇÕES) DE DIREITOS FUNDAMENTAIS
Os direitos fundamentais são 1a Têm como titular o indivíduo e são oponíveis, sobretudo,
universais, independentemente de as ao Estado, impondo-lhe diretamente um dever de
nações terem assinado a declaração, abstenção (caráter negativo).
devem ser reconhecidos em todo o Ligados ao valor liberdade.
Universalidade planeta, independentemente, da cultura, Direitos civis e políticos.
política e sociedade.
OBS: os RELATIVISTAS CULTURAIS 2a Ligados à igualdade material.
afirmam que os direitos fundamentais Direitos sociais, econômicos e culturais.
não podem ser universais, porque 3a Ligados à fraternidade (ou solidariedade).
devem ser reconhecidos na medida da Direitos relacionados ao desenvolvimento (ou
cultura de cada sociedade. progresso), ao meio ambiente, à autodeterminação dos
Não se pode retroceder nos avanços povos, bem como o direito de propriedade sobre o
patrimônio comum da humanidade e o direito de

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DIA 2 / 2

comunicação. foca-no-resumo-direitos-humanos1.pdf
Os direitos de terceira dimensão são direitos CAPÍTULO I
transindividuais destinados à proteção do gênero DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
humano. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros resi-
4a Direitos à democracia, informação e pluralismo - DIP
dentes no País (STF: abrange não residentes e apátridas) a in-
Paulo Bonavides observa que esses direitos compendiam
violabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segu-
o futuro da cidadania e correspondem à derradeira fase
rança e à propriedade, nos termos seguintes:
da institucionalização do Estado social, sendo
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos
imprescindíveis para a realização e legitimidade da
termos desta Constituição;
globalização política.
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma
5a Paulo Bonavides: direito à paz, enquanto axioma da coisa senão em virtude de lei;
democracia participativa e supremo direito da III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento de-
humanidade, como um direito fundamental de quinta sumano ou degradante;
dimensão. IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo VEDADO O
ANONIMATO;
DIMENSÃO OBJETIVA DIMENSÃO SUBJETIVA V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo,
além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
Direito fundamental como Direito fundamental dentro de VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo as-
NORMA COGENTE E IRRADI- uma relação jurídica, conside- segurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na
ANTE, como norte e limite rando-se um titular e um forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
considerando-se o direito de destinatário, de forma con- VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência
forma abstrata. creta. religiosa nas entidades civis e militares de internação coleti-
Reflexos importantes va;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença reli-
- Eficácia irradiante da CF. giosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar
- Imposição ao Estado do de- para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-
ver de proteção dos direitos se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
fundamentais IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica
- Definição de limites de inter- e de comunicação, INDEPENDENTEMENTE DE CENSURA OU LI-
pretação e de aplicação de CENÇA;
normas, com procedimentos X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a
formais que respeitem os direi- imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo
tos materiais. dano material ou moral decorrente de sua violação;
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo
Refere-se à aplicação Estado penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de fla-
EFICÁCIA dos direitos funda- x grante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, duran-
VERTICAL mentais na relação Particular te o dia, por determinação judicial;
entre o Estado e os XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações
particulares. telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no
último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a
Refere-se à aplicação Particular lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução
EFICÁCIA dos direitos funda- x processual penal;
HORIZONTAL mentais na relação Particular
entre os particulares.
SIGILO BANCÁRIO
Refere-se à aplicação Os órgãos poderão requerer informações bancárias
dos direitos funda- diretamente das instituições financeiras?
mentais na relação Particular
POLÍCIA NÃO. É necessária autorização judicial.
EFICÁCIA entre os particulares, x
DIAGONAL sendo que, tais parti- Particular Vulnerável NÃO. É necessária autorização judicial (STJ HC
culares estão em nível 160.646/SP, Dje 19/09/2011).
de desigualdade, ha- Exceção: É lícita a requisição pelo Ministério
vendo uma parte mais Público de informações bancárias de contas
vulnerável. MP de titularidade de órgãos e entidades
públicas, com o fim de proteger o
Eficácia em relação aos particulares decor-
patrimônio público, não se podendo falar
EFICÁCIA rente da incidência do direito fundamental
em quebra ilegal de sigilo bancário (STJ. 5ª
VERTICAL COM à tutela jurisdicional.
Turma. HC 308.493-CE, j. em 20/10/2015).
REPERCUSSÃO O direito fundamental será efetivado me-
LATERAL diante a atuação judicial (o juiz tutela um TCU NÃO. É necessária autorização judicial (STF MS
direito não protegido pelo legislador). 22934/DF, DJe de 9/5/2012).
https://focanoresumo.files.wordpress.com/2015/07/ Exceção: O envio de informações ao TCU

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DIA 2 / 3

relativas a operações de crédito originárias Súmula 164-STF: No processo de desapropriação, são devidos
de recursos públicos não é coberto pelo juros compensatórios desde a antecipada imissão de posse,
sigilo bancário (STF. MS 33340/DF, j. em ordenada pelo juiz, por motivo de urgência.
26/5/2015). Súmula 476-STF: Desapropriadas as ações de uma sociedade, o
poder desapropriante, imitido na posse, pode exercer, desde
SIM, com base no art. 6º da LC 105/2001. O
logo, todos os direitos inerentes aos respectivos títulos.
Receita repasse das informações dos bancos para o
Súmula 378-STF: Na indenização por desapropriação incluem-
Federal Fisco não pode ser definido como sendo
se honorários do advogado do expropriado.
"quebra de sigilo bancário".
Súmula 416-STF: Pela demora no pagamento do preço da de-
Fisco SIM, desde que regulamentem, no âmbito de sapropriação NÃO CABE indenização complementar além dos
estadual, suas esferas de competência, o art. 6º da LC juros.
distrital, 105/2001, de forma análoga ao Decreto Súmula 561-STF: Em desapropriação, é devida a correção mo-
municipal Federal 3.724/2001. netária até a data do efetivo pagamento da indenização, de-
vendo proceder-se à atualização do cálculo, ainda que por
SIM (seja ela federal ou estadual/distrital) (art.
mais de uma vez.
CPI 4º, § 1º da LC 105/2001).
Súmula 617-STF: A base de cálculo dos honorários de advoga-
Prevalece que CPI municipal não pode.
do em desapropriação é a diferença entre a oferta e a indeni-
*Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br
zação, corrigidas ambas monetariamente.
Súmula 652-STF: Não contraria a Constituição o art. 15, § 1º, do
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão,
Dl. 3.365/41 (Lei da Desapropriação por utilidade pública) - o
atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
art. 15 do Decreto-Lei 3.365/41 prevê a possibilidade de imissão
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado
provisória na posse em caso de urgência; para o STF, a imissão
o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;
provisória não viola o princípio da justa e prévia indenização
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz,
(art. 5º, XXIV, da CF/88).
podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, perma-
necer ou dele sair com seus bens; STJ
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em lo-
Súmula 12-STJ: Em desapropriação, são cumuláveis juros com-
cais abertos ao público, INDEPENDENTEMENTE DE AUTORIZA-
pensatórios e moratórios.
ÇÃO, desde que não frustrem outra reunião anteriormente con-
Os JUROS COMPENSATÓRIOS em desapropriação, somente in-
vocada para o mesmo local, sendo apenas EXIGIDO PRÉVIO
cidem até a data da expedição do precatório original. Tal en-
AVISO à autoridade competente;
tendimento está agora também confirmado pelo § 12 do art.
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, veda-
100 da CF, com a redação dada pela EC 62/09. Sendo assim, não
da a de caráter paramilitar;
ocorre, no atual quadro normativo, hipótese de cumulação de
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de coopera-
juros moratórios e juros compensatórios, eis que se tratam de
tivas INDEPENDEM DE AUTORIZAÇÃO, sendo vedada a inter-
encargos que incidem em períodos diferentes: os juros com-
ferência estatal em seu funcionamento;
pensatórios têm incidência até a data da expedição de pre-
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvi-
catório, enquanto que os MORATÓRIOS somente incidirão
das ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exi-
se o precatório expedido não for pago no prazo constitucio-
gindo-se, no primeiro caso (dissolução), o trânsito em julgado;
nal (STJ. 1ª Seção. REsp 1118103/SP). Assim, a única forma de se
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permane-
interpretar esse enunciado é no sentido de que essa cumulação
cer associado;
de que trata a súmula não se refere ao mesmo período, mas sim
XXI - as entidades associativas, QUANDO EXPRESSAMENTE
a momentos de tempo diferentes
AUTORIZADAS, têm legitimidade para representar seus filia-
Súmula 56-STJ: Na desapropriação para instituir servidão admi-
dos judicial ou extrajudicialmente;
nistrativa são devidos os juros compensatórios pela limitação
XXII - é garantido o direito de propriedade;
de uso da propriedade.
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
Súmula 67-STJ: Na desapropriação, cabe a atualização mone-
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação
tária, ainda que por mais de uma vez, independente do decur-
por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social,
so de prazo superior a 1 ano entre o cálculo e o efetivo paga-
mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados
mento da indenização.
os casos previstos nesta Constituição;
Súmula 69-STJ: Na desapropriação DIRETA, os juros compen-
satórios são devidos desde a antecipada imissão na posse e, na
SÚMULAS SOBRE DESAPROPRIAÇÃO desapropriação INDIRETA, a partir da efetiva ocupação do
STF imóvel.
Súmula 102-STJ: A incidência dos juros moratórios sobre os
Súmula 23-STF: Verificados os pressupostos legais para o licen- compensatórios, nas ações expropriatórias, não constitui anato-
ciamento da obra, NÃO o IMPEDE a declaração de utilidade cismo vedado em lei.
pública para desapropriação do imóvel, mas o valor da obra Súmula 113-STJ: Os juros compensatórios, na desapropria-
não se incluirá na indenização, quando a desapropriação for ção DIRETA, incidem A PARTIR DA IMISSÃO NA POSSE, calcu-
efetivada. lados sobre o valor da indenização, corrigido monetariamente.
Súmula 157-STF: É necessária prévia autorização do presi- Súmula 114-STJ: Os juros compensatórios, na desapropria-
dente da república para desapropriação, pelos estados, de em- ção INDIRETA, incidem A PARTIR DA OCUPAÇÃO, calculados
presa de energia elétrica. sobre o valor da indenização, corrigido monetariamente

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DIA 2 / 4

Súmula 131-STJ: Nas ações de desapropriação incluem-se no XXVI - a PEQUENA PROPRIEDADE RURAL, assim definida em lei,
cálculo da verba advocatícia as parcelas relativas aos juros com- desde que trabalhada pela família, não será objeto de penho-
pensatórios e moratórios, devidamente corrigidas. ra para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade
Súmula 141-STJ: Os honorários de advogado em desapropria- produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu de-
ção direta são calculados sobre a diferença entre a indeniza- senvolvimento;
ção e a oferta, corrigidas monetariamente.
Súmula 354-STJ: A invasão do imóvel É CAUSA DE SUSPEN- A pequena propriedade rural é impenhorável (art. 5º, XXVI, da
SÃO do processo expropriatório para fins de reforma agrária. CF/88 e o art. 833, VIII, do CPC) MESMO QUE A DÍVIDA EXE-
CUTADA NÃO SEJA ORIUNDA DA ATIVIDADE PRODUTIVA
do imóvel. De igual modo, a pequena propriedade rural é impe-
JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ
nhorável MESMO QUE O IMÓVEL NÃO SIRVA DE MORADIA
EDIÇÃO N. 127: INTERVENÇÃO DO ESTADO NA ao executado e à sua família. Desse modo, para que o imóvel ru-
PROPRIEDADE PRIVADA ral seja impenhorável, nos termos do art. 5º, XXVI, da CF/88 e do
1) O ato de tombamento geral não precisa individualizar os art. 833, VIII, do CPC, é necessário que cumpra apenas dois re-
bens abarcados pelo tombo, pois as restrições impostas pelo quisitos cumulativos:
Decreto-Lei n. 25/1937 se estendem à totalidade dos imóveis 1) seja enquadrado como pequena propriedade rural, nos
pertencentes à área tombada. termos definidos pela lei; e
2) Inexistindo ofensa à harmonia estética de conjunto 2) seja trabalhado pela família.
arquitetônico tombado, não há falar em demolição de STJ. 3ª Turma. REsp 1591298-RJ (Info 616).
construção acrescida.
3) O tombamento do Plano Piloto de Brasília abrange o seu XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, pu-
singular conceito urbanístico e paisagístico, que expressa e blicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros
forma a própria identidade da capital federal. pelo tempo que a lei fixar;
4) A indenização pela limitação administrativa ao direito de XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
edificar, advinda da criação de área non aedificandi, a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à
somente é devida se imposta sobre imóvel urbano e desde reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades
que fique demonstrado o prejuízo causado ao proprietário da desportivas;
área. b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das
5) É indevido o direito à indenização s e o imóvel obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos in-
expropriado foi adquirido após a imposição de limitação térpretes e às respectivas representações sindicais e associativas;
administrativa, porque se supõe que as restrições de uso e XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilé-
gozo da propriedade já foram consideradas na fixação do preço gio temporário para sua utilização, bem como proteção às cria-
do imóvel. ções industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empre-
6) As restrições relativas à exploração da mata atlântica sas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social
estabelecidas pelo Decreto n. 750/1993 constituem mera e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País;
limitação administrativa, e não desapropriação indireta, XXX - é garantido o direito de herança;
sujeitando-se, portanto, à prescrição quinquenal. XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País
7) A indenização referente à cobertura vegetal deve ser será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos
calculada em separado do valor da terra nua quando filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei
comprovada a exploração dos recursos vegetais de forma lícita e pessoal do "de cujus";
anterior ao processo interventivo na propriedade. XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consu-
8) Nas hipóteses em que ficar demonstrado que a servidão de midor (direito do consumidor é princípio da ordem econômica);
passagem abrange área superior àquela prevista na escritura XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos infor-
pública, impõe-se o dever de indenizar, sob pena de violação do mações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou
princípio do justo preço. geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsa-
9) Os juros compensatórios incidem pela simples perda bilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à
antecipada da posse, no caso de desapropriação, e pela segurança da sociedade e do Estado;
limitação da propriedade, no caso de servidão XXXIV - são a todos assegurados, INDEPENDENTEMENTE DO
administrativa nos termos da Súmula n. 56/STJ. PAGAMENTO DE TAXAS:
10) Não incide imposto de renda sobre os valores a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direi-
indenizatórios recebidos pelo particular em razão de tos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
servidão administrativa instituída pelo Poder Público. b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa
11) Admite-se a possibilidade de construções que não afetem a de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;
prestação do serviço público na faixa de servidão (art. 3º do XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão
Decreto n. 35.851/1954). ou ameaça a direito (princípio inafastabilidade de jurisdição)

XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade compe- Ações relativas à disciplina e competições
tente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao esportivas
proprietário indenização ulterior, se houver dano (REQUISI-
ÇÃO); Ato administrativo que contrarie Súmula
Vinculante (art. 7°, §1°, Lei 11417)

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DIA 2 / 5

EXCEÇÕES AO Indeferimento da informação de dados e) cruéis;


PRINCÍPIO pessoais ou omissão em atender este XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de
INAFASTABILIDADE pedido para que nasça o interesse de agir acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
DE JURISDIÇÃO no HD XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e
moral;
Indeferimento de pedido perante o INSS L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam
ou omissão em atender o pedido permanecer com seus filhos durante o período de amamentação;
administrativo para obtenção de LI - NENHUM BRASILEIRO SERÁ EXTRADITADO, salvo o natu-
benefício previdenciário ralizado, em caso de crime comum, praticado antes da natu-
ralização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
perfeito e a coisa julgada;
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; Nato: nunca
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização
que lhe der a lei, assegurados: Naturalizado
a) a plenitude de defesa; • Crime comum – praticado antes da naturali-
EXTRADIÇÃO
b) o sigilo das votações; zação
c) a soberania dos veredictos; • Tráfico de drogas – a qualquer tempo
d) a competência para o julgamento dos crimes DOLOSOS Estrangeiro não será extraditado por crime
contra a vida (competência mínima); político ou de opinião.
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena
sem prévia cominação legal;
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; EXTRADIÇÃO Entrega de uma pessoa para outro país sobe-
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e rano para que lá seja julgado
liberdades fundamentais; DEPORTAÇÃO Devolução de sujeito que entrou ou permane-
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e impres- ceu no país de forma irregular
critível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei (mandado
constitucional de criminalização); Medida coercitiva de retirada forçada de um
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de EXPULSÃO estrangeiro que atentou contra a ordem ju-
graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entor- rídica
pecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como cri-
mes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os execu- LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime
tores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; político ou de opinião;
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela auto-
grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constituci- ridade competente;
onal e o Estado Democrático (mandado constitucional de crimi- LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o
nalização); devido processo legal;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos
Racismo acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla de-
CRIMES fesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
Ação de grupos armados, civis ou militares, LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por mei-
IMPRESCRITÍVEIS
contra a ordem constitucional e o Estado os ilícitos;
Democrático LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em jul-
gado de sentença penal condenatória;
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, poden-
do a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento CADH: Art. 8, 2: Toda pessoa acusada de delito tem direito a que
de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra se presuma sua inocência enquanto não se comprove legal-
eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferi- mente sua culpa.
do;
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identifica-
outras, as seguintes:
ção criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei;
a) privação ou restrição da liberdade;
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se
b) perda de bens;
esta não for intentada no prazo legal (ação penal privada subsi-
c) multa;
diária da pública);
d) prestação social alternativa;
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais
e) suspensão ou interdição de direitos;
quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
XLVII - não haverá penas:
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por or-
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada (modalidade fu-
dem escrita e fundamentada de autoridade judiciária compe-
zilamento), nos termos do art. 84, XIX;
tente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propri-
b) de caráter perpétuo;
amente militar, definidos em lei;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;

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DIA 2 / 6

LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre se- trimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada
rão comunicados imediatamente ao juiz competente e à famí- má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
lia do preso ou à pessoa por ele indicada; LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratui-
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o ta aos que comprovarem insuficiência de recursos (modelo pú-
de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da fa- blico de assistência jurídica);
mília e de advogado; LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, as-
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença;
sua prisão ou por seu interrogatório policial; LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na for-
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autorida- ma da lei:
de judiciária; a) o registro civil de nascimento;
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a b) a certidão de óbito;
lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data,
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidada-
pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação nia.
alimentícia e a do depositário infiel; Previsão constitucional de ISENÇÃO DE CUSTAS
• Habeas Corpus
SV25: É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que • Habeas Data
seja a modalidade de depósito. • Ação Popular (salvo se comprovada má-fé do autor)
• Exercício da cidadania
STF: o art. 7º, item 7, da CADH teria ingressado no sistema ju-
• Direito de petição
rídico nacional com status supralegal, inferior à CF/1988, mas
• Obtenção de certidões
superior à legislação interna, a qual não mais produziria qual-
quer efeito naquilo que conflitasse com a sua disposição de ve- LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegu-
dar a prisão civil do depositário infiel. EFICÁCIA PARALISANTE rados a razoável duração do processo e os meios que garantam
a celeridade de sua tramitação.
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias funda-
LXVIII - conceder-se-á HABEAS CORPUS sempre que alguém so-
mentais têm APLICAÇÃO IMEDIATA.
frer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua
liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
LXIX - conceder-se-á MANDADO DE SEGURANÇA para prote- CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS QUANTO
ger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou AO GRAU DE APLICABILIDADE (José Afonso da Silva)
habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso São aquelas que desde a sua entrada em
de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica vigor, produz os seus efeitos, sem que
no exercício de atribuições do Poder Público; Normas de para isso seja necessária a intervenção do
LXX - o MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO pode ser impe- eficácia plena legislador ordinário. Exatamente por essa
trado por: sua “autossuficiência” elas são normas de
a) partido político com representação no Congresso Nacional; APLICABILIDADE DIRETA, IMEDIATA e
b) organização sindical, entidade de classe ou associação le- INTEGRAL.
galmente constituída e em funcionamento há pelo menos 1 ano,
em defesa dos interesses de seus membros ou associados; São normas que possuem, inicialmente, as
LXXI - conceder-se-á MANDADO DE INJUNÇÃO sempre que a mesmas características das normas de
falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos eficácia plena, mas que guardam a
direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas ine- peculiaridade de poderem ter sua eficácia
rentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania; restringida. Daí serem normas de
LXXII - conceder-se-á HABEAS DATA: APLICABILIDADE DIRETA, IMEDIATA e
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à Normas de NÃO INTEGRAL (podem ser restringidas).
pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de da- eficácia contida A restrição das normas de eficácia contida
dos de entidades governamentais ou de caráter público; pode acontecer de três formas:
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por 1) por meio do legislador infraconstitucional
processo sigiloso, judicial ou administrativo; (art. 5º, XIII e art. 95, parágrafo único, IV);
2) por outras normas constitucionais (arts.
136 a 141: vigência de estado de sítio e
estado de defesa);
HD MS
3) através de conceitos jurídicos
Conhecimento de informações Conhecimento de informações indeterminados, como bons costumes,
relativas à pessoa do impetran- relativas a terceiros utilidade pública etc. (art. 5º, XXIV e XXV).
te
Não conseguem produzir de imediato
todos os seus efeitos. Será necessária uma
LXXIII - qualquer CIDADÃO (capacidade eleitoral ativa) é parte força integrativa a ser exercida ou pelo
legítima para propor AÇÃO POPULAR que vise a anular ato lesi- legislador infraconstitucional ou por outro
vo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado parti- órgão a quem a norma atribua tal
cipe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao pa- incumbência. Possuem, assim,
Normas de APLICABILIDADE INDIRETA, MEDIATA e

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DIA 2 / 7

eficácia limitada REDUZIDA. programática tem o condão de impedir que


Subespécies sejam editadas normas contrárias ao seu
a) Normas definidoras de princípio espírito, é dizer: as normas programáticas
institutivo ou organizativo: são normas por servem de parâmetro para o controle de
meio das quais o constituinte originário traça constitucionalidade.
as linhas mestras de uma determinada A norma programática serve, ainda, como
instituição, delimitando sua estrutura e diretriz interpretativa da Constituição, vez
atribuições, as quais, contudo, só serão que o intérprete não pode desprezar seu
detalhadas por meio de lei. Essas normas comando quando da interpretação do texto
podem ser impositivas ou facultativas. constitucional.
Impositivas são aquelas normas que *Tabelas feitas com base nas aulas do Marcello Novelino
determinam que o legislador crie a
mencionada norma integrativa. Ex.: art. 20, § § 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não ex-
2º, art. 32, § 4º (“Lei federal disporá sobre a cluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela ado-
utilização, pelo Governo do Distrito Federal, tados, ou dos tratados internacionais em que a República Federa-
das polícias civil e militar e do corpo de tiva do Brasil seja parte.
bombeiros militar.”) § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos
Facultativas ou permissivas são normas que humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso
não impõem ao legislador o dever de editar Nacional, em 2 turnos, por 3/5 dos votos dos respectivos mem-
normas integrativas, mas apenas criam a bros, serão equivalentes às emendas constitucionais – 2C, 2T,
possibilidade de elas serem elaboradas. Ex.: 3/5
art. 22, parágrafo único (“Lei complementar
poderá autorizar os Estados a legislar sobre TRATADOS INCORPORADOS COM STATUS DE EC
questões específicas das matérias
relacionadas neste artigo.”) Convenção de Nova Iorque sobre os Direitos das Pessoas com
b) Normas definidoras de princípio Deficiência
programático: são normas nas quais o Protocolo facultativo à Convenção de Nova Iorque sobre os Di-
constituinte não regulou diretamente as reitos das Pessoas com Deficiência
matérias nelas traçadas, limitando-se a
estabelecer diretrizes (programas) a serem Tratado de Marrakesh
implementados pelos poderes instituídos,
visando à realização dos fins do Estado. INCORPORAÇÃO DOS TRATADOS INTERNACIONAIS
Disciplinam interesses econômico-sociais de
que são exemplos a realização da justiça Antes da EC/45 Após EC/45
social, a valorização do trabalho, o combate Status supralegal Rito normal:
ao analfabetismo etc. TRATADOS
status suprale-
As normas programáticas não têm como INTERNACIONAIS DE
gal
destinatários os indivíduos, mas sim os DIREITOS HUMANOS
órgãos estatais, no sentido de que eles Rito de EC: sta-
devem concretizar os programas nelas tus de EC
traçados. São normas que caracterizam uma DEMAIS TRATADOS Status legal
constituição como sendo dirigente. INTERNACIONAIS
Não produzem todos os seus efeitos no
momento da promulgação da
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Inter-
Constituição. Contudo, isso não significa
nacional a cuja criação tenha manifestado adesão.
que tais normas sejam desprovidas de
eficácia jurídica até o momento em que os
programas nelas definidos sejam
implementados. SÚMULAS SOBRE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
Embora não produzam seus plenos efeitos STF
de imediato, elas possuem o que se chama
de EFICÁCIA NEGATIVA (eficácia meio), que Súmula vinculante 1-STF: Ofende a garantia constitucional do
se desdobra em eficácia paralisante e eficácia ato jurídico perfeito a decisão que, sem ponderar as circunstân-
impeditiva. cias do caso concreto, desconsidera a validez e a eficácia de
EFICÁCIA PARALISANTE: é a propriedade acordo constante do termo de adesão instituído pela Lei Com-
jurídica que as normas programáticas têm de plementar nº 110/2001.
revogar as disposições legais contrárias Súmula vinculante 25-STF: É ilícita a prisão civil de depositário
aos seus comandos, ou seja, as normas infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito.
infraconstitucionais anteriores não serão Súmula 654-STF: A garantia da irretroatividade da lei, previs-
recepcionadas se com ela incompatíveis. ta no art. 5º, XXXVI, da Constituição da República, NÃO É invo-
EFICÁCIA IMPEDITIVA: a norma cável pela entidade estatal que a tenha editado.

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DIA 2 / 8

STJ TEORIAS SOBRE O INÍCIO DA PERSONALIDADE


Súmula 2-STJ: Não cabe o habeas data (CF, art. 5º, LXXII, letra A personalidade jurídica se inicia com o
"a") se não houve recusa de informações por parte da autori- NATALISTA nascimento com vida.
dade administrativa CC/02 O nascituro não teria direitos, mas apenas
Súmula 280-STJ: O art. 35 do Decreto-Lei n° 7.661, de 1945, expectativa de direitos.
que estabelece a prisão administrativa, foi revogado pelos
CONCEPCIONISTA A personalidade jurídica se inicia com a
incisos LXI e LXVII do art. 5° da Constituição Federal de 1988.
STJ e concepção.
Súmula 403-STJ: Independe de prova do prejuízo a indeniza-
CONVENÇÃO O nascituro teria personalidade jurídica.
ção pela publicação não autorizada da imagem de pessoa com
AMERICANA
fins econômicos ou comerciais.
Súmula 419-STJ: Descabe a prisão civil do depositário infiel. PERSONALIDADE Nascituro teria personalidade jurídica su-
Súmula 444-STJ: É vedada a utilização de inquéritos policiais CONDICIONAL jeita a condição suspensiva.
e ações penais em curso para agravar a pena-base.
Art. 3 São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os
CÓDIGO CIVIL atos da vida civil os menores de 16 anos.

Art. 4 São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira


PRINCÍPIOS NORTEADORES DO CC/02 de os exercer:
Impõe justiça e boa-fé nas relações civis I - os maiores de 16 e menores de 18 anos;
("pacta sunt servanda"). II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
ETICIDADE No contrato tem que agir de boa-fé em to- III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não pu-
das as suas fases. derem exprimir sua vontade;
Corolário desse princípio é o princípio da IV - os pródigos.
boa-fé objetiva. Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por
legislação especial.
Impõe soluções viáveis, operáveis e sem
grandes dificuldades na aplicação do di- Art. 5 A menoridade cessa aos 18 anos completos, quando a
OPERABILIDADE reito. A regra tem que ser aplicada de pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
modo simples. Exemplo: princípio da con- Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade
cretude pelo qual deve-se pensar em solu- (EMANCIPAÇÃO):
cionar o caso concreto de maneira mais efe- I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro,
tiva. mediante instrumento público, INDEPENDENTEMENTE DE
Impõe prevalência dos valores coletivos HOMOLOGAÇÃO JUDICIAL, ou por sentença do juiz, ouvido o
SOCIABILIDADE sobre os individuais, respeitando os direi- tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos – serão regis-
tos fundamentais da pessoa humana. Ex: trados em registro público;
princípio da função social do contrato, da II - pelo casamento;
propriedade. III - pelo exercício de emprego público efetivo;
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de
PARTE GERAL
relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com
LIVRO I
16 anos completos tenha economia própria.
DAS PESSOAS
TÍTULO I
DAS PESSOAS NATURAIS A Emancipação antecipa a capacidade, mas não a maioridade.
CAPÍTULO I
DA PERSONALIDADE E DA CAPACIDADE JDC3 A redução do limite etário para a definição da capaci-
Art. 1 TODA PESSOA É CAPAZ de direitos e deveres na ordem dade civil aos 18 anos não altera o disposto no art. 16, I, da
civil. Lei n. 8.213/91, que regula específica situação de dependência
econômica para fins previdenciários e outras situações similares
Art. 2 A personalidade civil da pessoa começa do nascimento de proteção, previstas em legislação especial.
com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos JDC397 A emancipação por concessão dos pais ou por sentença
do nascituro. do juiz está sujeita à desconstituição por vício de vontade.
JDC530 A emancipação, por si só, não elide a incidência do
JDC1 A proteção que o Código defere ao nascituro alcança o ECA.
natimorto no que concerne aos direitos da personalidade, tais
como: nome, imagem e sepultura. Art. 6 A existência da pessoa natural termina com a morte; pre-
JDC2 Sem prejuízo dos direitos da personalidade nele assegura- sume-se esta, quanto aos AUSENTES, nos casos em que a lei au-
dos, o art. 2º do Código Civil não é sede adequada para toriza a abertura de sucessão definitiva.
questões emergentes da reprogenética humana, que deve
ser objeto de um estatuto próprio. Art. 7 Pode ser declarada a morte presumida, SEM DECRETA-
ÇÃO DE AUSÊNCIA:

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DIA 2 / 9

I - se for extremamente provável a morte de quem estava em pe- CC LRP


rigo de vida;
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, SERÃO REGISTRADOS SERÃO REGISTRADOS
não for encontrado até 2 anos após o término da guerra. I - os nascimentos, casamentos I - os nascimentos;
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, e óbitos; II - os casamentos;
somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e II - a emancipação por outorga III - os óbitos;
averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do faleci- dos pais ou por sentença do IV - as emancipações;
mento. juiz; V - as interdições;
III - a interdição por incapaci- VI - as sentenças declaratórias
dade absoluta ou relativa; de ausência;
MORTE PRESUMIDA
IV - a sentença declaratória de VII - as opções de nacionali-
COM DECRETAÇÃO DE SEM DECRETAÇÃO DE ausência e de morte presumi- dade;
AUSÊNCIA AUSÊNCIA da. VIII - as sentenças que deferi-
rem a legitimação adotiva.
Nos casos em que a lei autori- Extremamente provável a mor-
za a abertura de sucessão de- te de quem estava em perigo SERÃO AVERBADOS SERÃO AVERBADOS
finitiva: de vida; I - das sentenças que decreta- a) as sentenças que decidirem
- 10 anos após a abertura da Desaparecido em campanha ou rem a nulidade ou anulação do a nulidade ou anulação do ca-
sucessão provisória feito prisioneiro, não for en- casamento, o divórcio, a sepa- samento, o desquite e o resta-
- ausente conta 80 anos de contrado até 2 anos após o ração judicial e o restabeleci- belecimento da sociedade con-
idade, e que de 5 datam as úl- término da guerra. mento da sociedade conjugal; jugal;
timas notícias dele II - dos atos judiciais ou extra- b) as sentenças que julgarem
judiciais que declararem ou re- ilegítimos os filhos concebi-
conhecerem a filiação; dos na constância do casamen-
JDC614 Os efeitos patrimoniais da presunção de morte posterior
to e as que declararem a filia-
à declaração da ausência são aplicáveis aos casos do art. 7º, de
ção legítima;
modo que, se o presumivelmente morto reaparecer nos 10
c) os casamentos de que re-
anos seguintes à abertura da sucessão, receberá igualmente
sultar a legitimação de filhos
os bens existentes no estado em que se acharem.
havidos ou concebidos ante-
riormente;
Art. 8 (COMORIÊNCIA) Se dois ou mais indivíduos falecerem na d) os atos judiciais ou extraju-
mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comori- diciais de reconhecimento de
entes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente filhos ilegítimos;
mortos. e) as escrituras de adoção e os
atos que a dissolverem;
Art. 9 Serão registrados em registro público: f) as alterações ou abreviatu-
I - os nascimentos, casamentos e óbitos; ras de nomes.
II - a emancipação por outorga dos pais ou por sentença do
juiz;
CAPÍTULO II
III - a interdição por incapacidade absoluta ou relativa;
DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE
IV - a sentença declaratória de ausência e de morte presumida.
Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da
personalidade são INTRANSMISSÍVEIS e IRRENUNCIÁVEIS, não
Art. 10. Far-se-á averbação em registro público:
podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.
I - das sentenças que decretarem a nulidade ou anulação do ca-
samento, o divórcio, a separação judicial e o restabelecimento
da sociedade conjugal; JDC4 O exercício dos direitos da personalidade pode sofrer li-
II - dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou re- mitação voluntária, desde que não seja permanente nem ge-
conhecerem a filiação; ral.
JDC139 Os direitos da personalidade podem sofrer limitações,
ainda que não especificamente previstas em lei, não podendo
JDC272 Não é admitida em nosso ordenamento jurídico a
ser exercidos com abuso de direito de seu titular, contraria-
adoção por ato extrajudicial, sendo indispensável a atuação
mente à boa-fé objetiva e aos bons costumes.
jurisdicional, inclusive para a adoção de maiores de dezoito
JDC274 Os direitos da personalidade, regulados de maneira
anos.
não-exaustiva pelo Código Civil, são expressões da cláusula
JDC273 Tanto na adoção bilateral quanto na unilateral, quan-
geral de tutela da pessoa humana, contida no art. 1º, inc. III,
do não se preserva o vínculo com qualquer dos genitores origi-
da Constituição (princípio da dignidade da pessoa humana). Em
nários, deverá ser averbado o cancelamento do registro ori-
caso de colisão entre eles, como nenhum pode sobrelevar os
ginário de nascimento do adotado, lavrando-se novo regis-
demais, deve-se aplicar a técnica da ponderação.
tro. Sendo unilateral a adoção, e sempre que se preserve o vín-
JDC531 A tutela da dignidade da pessoa humana na sociedade
culo originário com um dos genitores, deverá ser averbada a
da informação inclui o direito ao esquecimento.
substituição do nome do pai ou mãe naturais pelo nome do pai
JDC532 É permitida a disposição gratuita do próprio corpo
ou mãe adotivos.
com objetivos exclusivamente científicos, nos termos dos
arts. 11 e 13 do Código Civil.

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DIA 2 / 10

Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a dispo-


Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito sição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para de-
da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de pois da morte.
outras sanções previstas em lei. Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revo-
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para gado a qualquer tempo.
requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente,
ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o 4° grau. JDC277 O art. 14 do Código Civil, ao afirmar a validade da dis-
posição gratuita do próprio corpo, com objetivo científico ou al-
JJDC5 truístico, para depois da morte, determinou que a manifestação
I) As disposições do art. 12 têm caráter geral e aplicam -se, expressa do doador de órgãos em vida prevalece sobre a
inclusive, às situações previstas no art. 20, excepcionados os vontade dos familiares, portanto, a aplicação do art. 4º da Lei
casos expressos de legitimidade para requerer as medidas n. 9.434/97 ficou restrita à hipótese de silêncio do potencial
nele estabelecidas; doador.
II) as disposições do art. 20 do novo Código Civil têm a finalida- JDC402 O art. 14, parágrafo único, do Código Civil, fundado no
de específica de regrar a projeção dos bens personalíssimos nas consentimento informado, não dispensa o consentimento
situações nele enumeradas. Com exceção dos casos expressos dos adolescentes para a doação de medula óssea prevista no
de legitimação que se conformem com a tipificação preconizada art. 9º, § 6º, da Lei n. 9.434/1997 por aplicação analógica dos
nessa norma, a ela podem ser aplicadas subsidiariamente as re- arts. 28, § 2º (alterado pela Lei n. 12.010/2009), e 45, § 2º, do
gras instituídas no art. 12 ECA.
JDC140 A primeira parte do art. 12 do Código Civil refere-se às
técnicas de tutela específica, aplicáveis de ofício, enunciadas no Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco
art. 461 do Código de Processo Civil, devendo ser interpretada de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica.
com resultado extensivo.
JDC275 O rol dos legitimados de que tratam os arts. 12, pa-
JDC403 O Direito à inviolabilidade de consciência e de crença,
rágrafo único, e 20, parágrafo único, do Código Civil também
previsto no art. 5º, VI, da Constituição Federal, aplica-se também
compreende o companheiro.
à pessoa que se nega a tratamento médico, inclusive transfusão
DC398 As medidas previstas no art. 12, parágrafo único, do
de sangue, com ou sem risco de morte, em razão do tratamento
Código Civil podem ser invocadas por qualquer uma das pes-
ou da falta dele, desde que observados os seguintes critérios:
soas ali mencionadas de forma concorrente e autônoma.
a) capacidade civil plena, excluído o suprimento pelo represen-
JDC399 Os poderes conferidos aos legitimados para a tutela
tante ou assistente;
post mortem dos direitos da personalidade, nos termos dos arts.
b) manifestação de vontade livre, consciente e informada; e
12, parágrafo único, e 20, parágrafo único, do CC, não com-
c) oposição que diga respeito exclusivamente à própria pes-
preendem a faculdade de limitação voluntária.
soa do declarante.
JDC400 Os parágrafos únicos dos arts. 12 e 20 asseguram legiti-
JDC533 O paciente plenamente capaz poderá deliberar sobre
midade, por direito próprio, aos parentes, cônjuge ou compa-
todos os aspectos concernentes a tratamento médico que possa
nheiro para a tutela contra lesão perpetrada post mortem.
lhe causar risco de vida, seja imediato ou mediato, salvo as situ-
JDC613 A liberdade de expressão não goza de posição prefe-
ações de emergência ou no curso de procedimentos médicos ci-
rencial em relação aos direitos da personalidade no ordena-
rúrgicos que não possam ser interrompidos.
mento jurídico brasileiro.

Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos


Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição
o prenome e o sobrenome.
do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da in-
tegridade física, ou contrariar os bons costumes.
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para O transgênero tem direito fundamental subjetivo à alteração
fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial. de seu prenome e de sua classificação de gênero no registro
civil, não se exigindo, para tanto, nada além da manifestação
de vontade do indivíduo, o qual poderá exercer tal faculdade
JDC6 A expressão “exigência médica” contida no art. 13 refere-
tanto pela via judicial como diretamente pela via administrativa.
se tanto ao bem-estar físico quanto ao bem-estar psíquico
Essa alteração deve ser averbada à margem do assento de
do disponente
nascimento, vedada a inclusão do termo “transgênero”. Nas
JDC276 O art. 13 do Código Civil, ao permitir a disposição do
certidões do registro não constará nenhuma observação
próprio corpo por exigência médica, autoriza as cirurgias de
sobre a origem do ato, vedada a expedição de certidão de
transgenitalização, em conformidade com os procedimentos
inteiro teor, salvo a requerimento do próprio interessado ou por
estabelecidos pelo Conselho Federal de Medicina, e a conse-
determinação judicial. Efetuando-se o procedimento pela via
quente alteração do prenome e do sexo no Registro Civil.
judicial, caberá ao magistrado determinar de ofício ou a
JDC401 Não contraria os bons costumes a cessão gratuita de
requerimento do interessado a expedição de mandados
direitos de uso de material biológico para fins de pesquisa
específicos para a alteração dos demais registros nos órgãos
científica, desde que a manifestação de vontade tenha sido
públicos ou privados pertinentes, os quais deverão preservar o
livre, esclarecida e puder ser revogada a qualquer tempo,
sigilo sobre a origem dos atos. STF. Plenário. RE 670422/RS, Rel.
conforme as normas éticas que regem a pesquisa científica e o
Min. Dias Toffoli, julgado em 15/8/2018 (repercussão geral) (Info
respeito aos direitos fundamentais.
911).

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DIA 2 / 11

O direito dos transexuais à retificação do prenome e do JDC405 As informações genéticas são parte da vida privada e
sexo/gênero no registro civil não é condicionado à exigência não podem ser utilizadas para fins diversos daqueles que moti-
de realização da cirurgia de transgenitalização. STJ. 4ª Turma. varam seu armazenamento, registro ou uso, salvo com autoriza-
REsp 1.626.739-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em ção do titular.
9/5/2017 (Info 608). JDC576 O direito ao esquecimento pode ser assegurado por
tutela judicial inibitória.

Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ
em publicações ou representações que a exponham ao desprezo
público, ainda quando não haja intenção difamatória. EDIÇÃO N. 137: DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE - I
1) O exercício dos direitos da personalidade pode sofrer
Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em limitação voluntária, DESDE QUE NÃO SEJA PERMANENTE
propaganda comercial. NEM GERAL. (Enunciado n. 4 da I Jornada de Direito Civil do
CJF)
2) A pretensão de reconhecimento de ofensa a direito da
JDC278 A publicidade que divulgar, sem autorização, qualidades
personalidade É IMPRESCRITÍVEL.
inerentes a determinada pessoa, ainda que sem mencionar seu
3) A ampla liberdade de informação, opinião e crítica jornalística
nome, mas sendo capaz de identificá-la, constitui violação a
reconhecida constitucionalmente à imprensa não é um direito
direito da personalidade.
absoluto, encontrando limitações, tais como a preservação
dos direitos da personalidade.
Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da 4) No tocante às pessoas públicas, apesar de o grau de
proteção que se dá ao nome. resguardo e de tutela da imagem não ter a mesma extensão
daquela conferida aos particulares, já que comprometidos com a
Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração publicidade, restará configurado o abuso do direito de uso
da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação da imagem quando se constatar a vulneração da intimidade
de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a expo- ou da vida privada.
sição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser 5) Independe de prova do prejuízo a indenização pela
proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que publicação não autorizada de imagem de pessoa com fins
couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilida- econômicos ou comerciais. (Súmula n. 403/STJ)
de, ou se se destinarem a fins comerciais. 6) A divulgação de fotografia em periódico (impresso ou digital)
Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são para ilustrar matéria acerca de manifestação popular de cunho
partes legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os as- político-ideológico ocorrida em local público não tem intuito
cendentes ou os descendentes (CAD). econômico ou comercial, mas tão-somente informativo,
ainda que se trate de sociedade empresária, não sendo o caso
JDC279 A proteção à imagem deve ser ponderada com ou- de aplicação da Súmula n. 403/STJ.
tros interesses constitucionalmente tutelados, especialmente 7) A publicidade que divulgar, sem autorização, qualidades
em face do direito de amplo acesso à informação e da liberdade inerentes a determinada pessoa, ainda que sem mencionar
de imprensa. Em caso de colisão, levar-se-á em conta a notorie- seu nome, mas sendo capaz de identificá-la, constitui
dade do retratado e dos fatos abordados, bem como a veracida- violação a direito da personalidade. (Enunciado n. 278 da IV
de destes e, ainda, as características de sua utilização (comercial, Jornada de Direito Civil do CJF)
informativa, biográfica), privilegiando-se medidas que não res- 8) O uso e a divulgação, por sociedade empresária, de imagem
trinjam a divulgação de informações. de pessoa física fotografada isoladamente em local público, em
meio a cenário destacado, sem nenhuma conotação ofensiva ou
vexaminosa, configura dano moral decorrente de violação do
ART. 12, §ÚNICO ART. 20, §ÚNICO
direito à imagem por ausência de autorização do titular.
Trata de direitos da personali- Trata apenas dos direitos da 9) O uso não autorizado da imagem de menores de idade
dade em geral. É a regra. personalidade relacionamos a gera dano moral in re ipsa.
imagem e danos morais. 10) A tutela da dignidade da pessoa humana na sociedade da
informação inclui o direito ao esquecimento, ou seja, o direito
Legitimados: CAD e colaterais Legitimados: CAD.
de não ser lembrado contra sua vontade, especificamente no
até 4° grau
tocante a fatos desabonadores à honra. (Vide Enunciado n.
531 da IV Jornada de Direito Civil do CJF)
Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a 11) Quando os registros da folha de antecedentes do réu são
requerimento do interessado, adotará as providências necessárias muito antigos, admite-se o afastamento de sua análise
para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma. desfavorável, em aplicação à teoria do direito ao
esquecimento.
JDC404 A tutela da privacidade da pessoa humana compreen-
EDIÇÃO N. 138: DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE - II
de os controles espacial, contextual e temporal dos próprios
1) O dano moral extrapatrimonial atinge direitos de
dados, sendo necessário seu expresso consentimento para tra-
personalidade do grupo ou da coletividade como realidade
tamento de informações que versem especialmente o estado de
massificada, não sendo necessária a demonstração de da dor,
saúde, a condição sexual, a origem racial ou étnica, as convic-
da repulsa, da indignação, tal qual fosse um indivíduo isolado.
ções religiosas, filosóficas e políticas.

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DIA 2 / 12

2) A imunidade conferida ao advogado para o pleno exercício sa exercer ou continuar o mandato, ou se os seus poderes forem
de suas funções não possui caráter absoluto, devendo insuficientes.
observar os parâmetros da legalidade e da razoabilidade,
não abarcando violações de direitos da personalidade, Art. 24. O juiz, que nomear o curador, fixar-lhe-á os poderes e
notadamente da honra e da imagem de outras partes ou de obrigações, conforme as circunstâncias, observando, no que for
profissionais que atuem no processo. aplicável, o disposto a respeito dos tutores e curadores.
3) A voz humana encontra proteção nos direitos da
personalidade, seja como direito autônomo ou como parte Art. 25. O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado
integrante do direito à imagem ou do direito à identidade judicialmente, ou de fato por mais de 2 anos antes da declaração
pessoal. da ausência, será o seu legítimo curador.
4) O reconhecimento do estado de filiação é DIREITO § 1o Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente in-
PERSONALÍSSIMO, INDISPONÍVEL E IMPRESCRITÍVEL, cumbe aos pais ou aos descendentes, nesta ordem, não haven-
assentado no princípio da dignidade da pessoa humana. do impedimento que os iniba de exercer o cargo.
5) A regra no ordenamento jurídico é a imutabilidade do § 2o Entre os descendentes, os mais próximos precedem os mais
prenome, um direito da personalidade que designa o indivíduo remotos.
e o identifica perante a sociedade, cuja modificação revela-se § 3o Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a es-
possível, no entanto, nas hipóteses previstas em lei, bem colha do curador.
como em determinados casos admitidos pela jurisprudência.
6) O transgênero tem direito fundamental subjetivo à JDC97 No que tange à tutela especial da família, as regras do
alteração de seu prenome e de sua classificação de gênero Código Civil que se referem apenas ao cônjuge devem ser es-
no registro civil, exigindo-se, para tanto, nada além da tendidas à situação jurídica que envolve o companheiro,
manifestação de vontade do indivíduo, em respeito aos como, por exemplo, na hipótese de nomeação de curador dos
princípios da identidade e da dignidade da pessoa humana, bens do ausente
inerentes à personalidade.
7) É possível a modificação do nome civil em decorrência do
Cônjuge (não separado judicialmente ou de
direito à dupla cidadania, de forma a unificar os registros à luz
fato por mais de 2 anos)/companheiro
dos princípios da verdade real e da simetria.
CURADOR DOS
8) A continuidade do uso do sobrenome do ex-cônjuge, à Pais
BENS DO
exceção dos impedimentos elencados pela legislação civil,
AUSENTE Descendentes
afirma-se como direito inerente à personalidade, integrando-
se à identidade civil da pessoa e identificando-a em seu entorno Curador nomeador pelo juiz
social e familiar.
9) O direito ao nome, enquanto atributo dos direitos da Seção II
personalidade, torna possível o restabelecimento do nome de Da Sucessão Provisória
solteiro após a dissolução do vínculo conjugal em decorrência Art. 26. Decorrido 1 ano da arrecadação dos bens do ausente,
da morte. ou, se ele deixou representante ou procurador, em se passando 3
10) Em caso de uso indevido do nome da pessoa com intuito anos, poderão os interessados requerer que se declare a ausência
comercial, o dano moral é in re ipsa. e se abra provisoriamente a sucessão.
11) Não se exige a prova inequívoca da má-fé da publicação
(actual malice), para ensejar a indenização pela ofensa ao nome Art. 27. Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se con-
ou à imagem de alguém. sideram interessados:
12) Os pedidos de remoção de conteúdo de natureza ofensiva a I - o cônjuge não separado judicialmente;
direitos da personalidade das páginas de internet, seja por meio II - os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários;
de notificação do particular ou de ordem judicial, dependem da III - os que tiverem sobre os bens do ausente direito depen-
localização inequívoca da publicação (Universal Resource dente de sua morte;
Locator - URL), correspondente ao material que se pretende IV - os credores de obrigações vencidas e não pagas.
remover.
Art. 28. A sentença que determinar a abertura da sucessão pro-
CAPÍTULO III visória SÓ PRODUZIRÁ EFEITO 180 DIAS DEPOIS DE PUBLICA-
DA AUSÊNCIA DA pela imprensa; mas, logo que passe em julgado, proceder-
Seção I se-á à abertura do testamento, se houver, e ao inventário e
Da Curadoria dos Bens do Ausente partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido.
Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela § 1o Findo o prazo a que se refere o art. 26, e não havendo inte-
haver notícia, se não houver deixado representante ou procurador ressados na sucessão provisória, cumpre ao Ministério Público
a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de requerê-la ao juízo competente.
qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a au- § 2o Não comparecendo herdeiro ou interessado para requerer o
sência, e nomear-lhe-á curador. inventário até 30 dias depois de passar em julgado a sentença
que mandar abrir a sucessão provisória, proceder-se-á à arreca-
Art. 23. Também se declarará a ausência, e se nomeará curador, dação dos bens do ausente pela forma estabelecida nos arts.
quando o ausente deixar mandatário que não queira ou não pos- 1.819 a 1.823.

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DIA 2 / 13

Art. 29. Antes da partilha, o juiz, quando julgar conveniente, orde- Art. 39. Regressando o ausente nos 10 anos seguintes à abertura
nará a conversão dos bens móveis, sujeitos a deterioração ou a da sucessão definitiva, ou algum de seus descendentes ou ascen-
extravio, em imóveis ou em títulos garantidos pela União. dentes, aquele ou estes haverão só os bens existentes no esta-
do em que se acharem, os sub-rogados em seu lugar, ou o
Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do au- preço que os herdeiros e demais interessados houverem recebi-
sente, darão garantias da restituição deles, mediante penhores do pelos bens alienados depois daquele tempo.
ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos. Parágrafo único. Se, nos 10 anos a que se refere este artigo, o
§ 1o Aquele que tiver direito à posse provisória, mas não pu- ausente não regressar, e nenhum interessado promover a su-
der prestar a garantia exigida neste artigo, será excluído, man- cessão definitiva, os bens arrecadados passarão ao domínio
tendo-se os bens que lhe deviam caber sob a administração do do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas res-
curador, ou de outro herdeiro designado pelo juiz, e que preste pectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da Uni-
essa garantia. ão, quando situados em território federal.
§ 2o Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge (CAD), uma
vez provada a sua qualidade de herdeiros, poderão, independen- CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
temente de garantia, entrar na posse dos bens do ausente.
CAPÍTULO II
Art. 31. Os imóveis do ausente só se poderão alienar, não sendo
DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
por desapropriação, ou hipotecar, quando o ordene o juiz, para
Seção I
lhes evitar a ruína.
Disposições Gerais
Art. 26. A cooperação jurídica internacional será regida por trata-
Art. 32. Empossados nos bens, os sucessores provisórios ficarão
do de que o Brasil faz parte e observará:
representando ativa e passivamente o ausente, de modo que con-
I - o respeito às garantias do devido processo legal no Estado
tra eles correrão as ações pendentes e as que de futuro àquele
requerente;
forem movidas.
II - a igualdade de tratamento entre nacionais e estrangeiros, re-
sidentes ou não no Brasil, em relação ao acesso à justiça e à tra-
Art. 33. O descendente, ascendente ou cônjuge (CAD) que for su-
mitação dos processos, assegurando-se assistência judiciária
cessor provisório do ausente, fará seus todos os frutos e rendi-
aos necessitados;
mentos dos bens que a este couberem; os outros sucessores,
III - a publicidade processual, exceto nas hipóteses de sigilo pre-
porém, deverão capitalizar metade desses frutos e rendimen-
vistas na legislação brasileira ou na do Estado requerente;
tos, segundo o disposto no art. 29, de acordo com o representan-
IV - a existência de autoridade central para recepção e transmis-
te do Ministério Público, e prestar anualmente contas ao juiz
são dos pedidos de cooperação;
competente.
V - a espontaneidade na transmissão de informações a autorida-
Parágrafo único. Se o ausente aparecer, e ficar provado que a au-
des estrangeiras.
sência foi voluntária e injustificada, perderá ele, em favor do su-
§ 1o Na ausência de tratado, a cooperação jurídica internacional
cessor, sua parte nos frutos e rendimentos.
poderá realizar-se com base em reciprocidade, manifestada por
via diplomática.
Art. 34. O excluído, segundo o art. 30, da posse provisória poderá,
§ 2o NÃO SE EXIGIRÁ A RECIPROCIDADE referida no § 1 o para
justificando falta de meios, requerer lhe seja entregue metade
HOMOLOGAÇÃO DE SENTENÇA ESTRANGEIRA.
dos rendimentos do quinhão que lhe tocaria.
§ 3o Na cooperação jurídica internacional não será admitida a
prática de atos que contrariem ou que produzam resultados in-
Art. 35. Se durante a posse provisória se provar a época exata do
compatíveis com as normas fundamentais que regem o Estado
falecimento do ausente, considerar-se-á, nessa data, aberta a su-
brasileiro.
cessão em favor dos herdeiros, que o eram àquele tempo.
§ 4o O Ministério da Justiça exercerá as funções de autoridade
central na ausência de designação específica.
Art. 36. Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a existência, de-
pois de estabelecida a posse provisória, cessarão para logo as
Art. 27. A cooperação jurídica internacional terá por objeto:
vantagens dos sucessores nela imitidos, ficando, todavia, obriga-
I - citação, intimação e notificação judicial e extrajudicial;
dos a tomar as medidas assecuratórias precisas, até a entrega
II - colheita de provas e obtenção de informações;
dos bens a seu dono.
III - homologação e cumprimento de decisão;
IV - concessão de medida judicial de urgência;
Seção III
V - assistência jurídica internacional;
Da Sucessão Definitiva
VI - qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida
Art. 37. 10 anos depois de passada em julgado a sentença que
pela lei brasileira.
concede a abertura da sucessão provisória, poderão os interes-
sados requerer a sucessão definitiva e o levantamento das
Seção II
cauções prestadas.
Do Auxílio Direto
Art. 28. Cabe auxílio direto quando a medida NÃO DECORRER
Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, pro-
DIRETAMENTE de decisão de autoridade jurisdicional estran-
vando-se que o ausente conta 80 anos de idade, e que de 5 da-
geira a ser submetida a juízo de delibação no Brasil.
tam as últimas notícias dele.

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DIA 2 / 14

Art. 29. A solicitação de auxílio direto será encaminhada pelo ór- Art. 39. O pedido passivo de cooperação jurídica internacional
gão estrangeiro interessado à autoridade central, cabendo ao Es- será recusado se configurar manifesta ofensa à ordem públi-
tado requerente assegurar a autenticidade e a clareza do pedi- ca.
do.
Art. 40. A cooperação jurídica internacional para execução de
Art. 30. Além dos casos previstos em tratados de que o Brasil faz decisão estrangeira dar-se-á por meio de carta rogatória ou de
parte, o auxílio direto terá os seguintes objetos: ação de homologação de sentença estrangeira, de acordo com
I - obtenção e prestação de informações sobre o ordenamento o art. 960.
jurídico e sobre processos administrativos ou jurisdicionais
findos ou em curso; Art. 41. Considera-se autêntico o documento que instruir pedido
II - colheita de provas, salvo se a medida for adotada em pro- de cooperação jurídica internacional, inclusive tradução para a lín-
cesso, em curso no estrangeiro, de competência exclusiva de gua portuguesa, quando encaminhado ao Estado brasileiro por
autoridade judiciária brasileira; meio de autoridade central ou por via diplomática, dispensando-
III - qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proi- se ajuramentação, autenticação ou qualquer procedimento de
bida pela lei brasileira. legalização.
Parágrafo único. O disposto no caput não impede, quando neces-
Art. 31. A autoridade central brasileira comunicar-se-á direta- sária, a aplicação pelo Estado brasileiro do princípio da reciproci-
mente com suas congêneres e, se necessário, com outros órgãos dade de tratamento.
estrangeiros responsáveis pela tramitação e pela execução de pe-
didos de cooperação enviados e recebidos pelo Estado brasileiro, TÍTULO III
respeitadas disposições específicas constantes de tratado. DA COMPETÊNCIA INTERNA
CAPÍTULO I
Art. 32. No caso de auxílio direto para a prática de atos que, se- DA COMPETÊNCIA
gundo a lei brasileira, não necessitem de prestação jurisdicional, a Seção I
autoridade central adotará as providências necessárias para seu Disposições Gerais
cumprimento. Art. 42. As causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz
nos limites de sua competência, ressalvado às partes o direito
Art. 33. Recebido o pedido de auxílio direto passivo, a autoridade de instituir juízo arbitral, na forma da lei.
central o encaminhará à Advocacia-Geral da União, que requererá
em juízo a medida solicitada. Art. 43. Determina-se a competência no MOMENTO DO RE-
Parágrafo único. O Ministério Público requererá em juízo a medi- GISTRO OU DA DISTRIBUIÇÃO da petição inicial, sendo irrele-
da solicitada quando for autoridade central. vantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorri-
das posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciá-
Art. 34. Compete ao juízo federal do lugar em que deva ser exe- rio ou alterarem a competência absoluta.
cutada a medida apreciar pedido de auxílio direto passivo que Art. 44. Obedecidos os limites estabelecidos pela Constituição
demande prestação de atividade jurisdicional. Federal, a competência é determinada pelas normas previstas
neste Código ou em legislação especial, pelas normas de organi-
Seção III zação judiciária e, ainda, no que couber, pelas constituições dos
Da Carta Rogatória Estados.
Art. 36. O procedimento da carta rogatória perante o STJ É DE
JURISDIÇÃO CONTENCIOSA e deve assegurar às partes as ga- FPPC236. (art. 44) O art. 44 não estabelece uma ordem de preva-
rantias do devido processo legal. lência, mas apenas elenca as fontes normativas sobre compe-
§ 1o A defesa restringir-se-á à discussão quanto ao atendimento tência, devendo ser observado o art. 125, § 1º, da Constituição
dos requisitos para que o pronunciamento judicial estrangeiro Federal
produza efeitos no Brasil.
§ 2o Em qualquer hipótese, é vedada a revisão do mérito do
Art. 45. Tramitando o processo perante outro juízo, os autos se-
pronunciamento judicial estrangeiro pela autoridade judiciária
rão remetidos ao juízo federal competente se nele intervier a Uni -
brasileira.
ão, suas empresas públicas, entidades autárquicas e fundações,
ou conselho de fiscalização de atividade profissional, na quali-
Seção IV
dade de parte ou de terceiro interveniente, exceto as ações:
Disposições Comuns às Seções Anteriores
I - de recuperação judicial, falência, insolvência civil e aciden-
Art. 37. O pedido de cooperação jurídica internacional oriundo
te de trabalho;
de autoridade brasileira competente será encaminhado à autori-
II - sujeitas à justiça eleitoral e à justiça do trabalho.
dade central para posterior envio ao Estado requerido para lhe
§ 1o Os autos não serão remetidos se houver pedido cuja apre-
dar andamento.
ciação seja de competência do juízo perante o qual foi pro-
posta a ação.
Art. 38. O pedido de cooperação oriundo de autoridade brasileira
§ 2o Na hipótese do § 1o, o juiz, ao não admitir a cumulação de
competente e os documentos anexos que o instruem serão enca-
pedidos em razão da incompetência para apreciar qualquer de-
minhados à autoridade central, acompanhados de tradução para
les, não examinará o mérito daquele em que exista interesse
a língua oficial do Estado requerido.
da União, de suas entidades autárquicas ou de suas empresas
públicas.

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DIA 2 / 15

§ 3o O juízo federal restituirá os autos ao juízo estadual SEM ção, o inventário, a partilha e o cumprimento de disposições tes-
SUSCITAR CONFLITO se o ente federal cuja presença ensejou a tamentárias.
remessa for excluído do processo.
Art. 50. A ação em que o incapaz for réu será proposta no foro
Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real de domicílio de seu representante ou assistente.
sobre BENS MÓVEIS será proposta, em regra, no foro de domi-
cílio do RÉU. Art. 51. É competente o foro de domicílio do réu para as causas
§ 1o Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro em que seja autora a União.
de qualquer deles. Parágrafo único. Se a União for a demandada, a ação poderá
§ 2o Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele po- ser proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência
derá ser demandado onde for encontrado ou no foro de do- do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa
micílio do autor. ou no Distrito Federal.
§ 3o Quando o réu não tiver domicílio ou residência no Brasil, a
ação será proposta no foro de domicílio do autor, e, se o autor Art. 52. É competente o foro de domicílio do réu para as causas
também residir fora do Brasil, a ação será proposta em qual- em que seja autor Estado ou o Distrito Federal.
quer foro. Parágrafo único. Se Estado ou o Distrito Federal for o deman-
§ 4o Havendo 2 ou mais réus com diferentes domicílios, serão de- dado, a ação poderá ser proposta no foro de domicílio do au-
mandados no foro de qualquer deles, à escolha do autor. tor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda,
§ 5o A EXECUÇÃO FISCAL será proposta no foro de domicílio do no de situação da coisa ou na capital do respectivo ente federa-
réu, no de sua residência ou no do lugar onde for encontrado. do.

Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre IMÓVEIS Art. 53. É competente o foro:
é competente o foro de SITUAÇÃO DA COISA. I - para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e
§ 1o O autor pode optar pelo foro de DOMICÍLIO DO RÉU ou reconhecimento ou dissolução de união estável:
pelo FORO DE ELEIÇÃO se o litígio NÃO RECAIR sobre direito a) de domicílio do guardião de filho incapaz;
de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz;
de terras e de nunciação de obra nova. c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no anti-
§ 2o A ação possessória imobiliária será proposta no foro de si- go domicílio do casal;
tuação da coisa, cujo juízo tem COMPETÊNCIA ABSOLUTA. d) de domicílio da vítima de violência doméstica e familiar,
nos termos da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da
Penha) (LEI 13894/19)
AÇÕES FUNDADAS EM DIREITO REAL SOBRE IMÓVEIS CFJ 108: A competência prevista nas alíneas do art. 53, I, do CPC
não é de foros concorrentes, mas de foros subsidiários.
REGRA EXCEÇÃO
II - de domicílio ou residência do alimentando, para a ação em
Foro de SITUAÇÃO DA COISA Foro de DOMICÍLIO DO RÉU que se pedem alimentos;
ou pelo foro DE ELEIÇÃO se o III - do lugar:
litígio NÃO RECAIR sobre: a) onde está a sede, para a ação em que for ré pessoa jurídica;
- Direito de propriedade b) onde se acha agência ou sucursal, quanto às obrigações que a
- Vizinhança pessoa jurídica contraiu;
- Servidão c) onde exerce suas atividades, para a ação em que for ré socieda-
- Divisão e demarcação de ter- de ou associação sem personalidade jurídica;
ras d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe
-Nunciação de obra nova exigir o cumprimento;
AÇÕES POSSESSÓRIAS: Foro de SITUAÇÃO DA COISA (com- e) de residência do idoso, para a causa que VERSE SOBRE DI-
petência ABSOLUTA) REITO PREVISTO NO RESPECTIVO ESTATUTO;
f) da sede da serventia notarial ou de registro, para a ação de
reparação de dano por ato praticado em razão do ofício;
Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o
IV - do lugar do ato ou fato para a ação:
competente para o inventário, a partilha, a arrecadação, o
a) de reparação de dano;
cumprimento de disposições de última vontade, a impugnação ou
b) em que for réu administrador ou gestor de negócios alhei-
anulação de partilha extrajudicial e para todas as ações em que
os;
o espólio for réu, AINDA QUE O ÓBITO TENHA OCORRIDO NO
V - de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de
ESTRANGEIRO.
reparação de dano sofrido em razão de delito ou acidente de
Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía domicílio
veículos, INCLUSIVE AERONAVES.
certo, é competente:
I - o foro de situação dos bens imóveis;
Seção II
II - havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes;
Da Modificação da Competência
III - não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos
Art. 54. A competência relativa poderá modificar-se pela cone-
bens do espólio.
xão ou pela continência, observado o disposto nesta Seção.
Art. 49. A ação em que o ausente for réu será proposta no foro
de seu último domicílio, também competente para a arrecada-

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DIA 2 / 16

Art. 55. Reputam-se conexas 2 ou mais ações quando lhes for


comum o pedido ou a causa de pedir. ABUSIVIDADE DA CLÁUSULA DE ELEIÇÃO DE FORO
§ 1o Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão
conjunta, salvo se um deles já houver sido sentenciado. ANTES DA CITAÇÃO APÓS A CITAÇÃO
§ 2o Aplica-se o disposto no caput: Pode ser reputada ineficaz DE Cabe ao réu alegar na contes-
I - à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento re- OFÍCIO pelo juiz tação, sob pena de preclusão.
lativa ao mesmo ato jurídico;
II - às execuções fundadas no mesmo título executivo.
FPPC237. (art. 55, §2º, I e II) O rol do art. 55, § 2º, I e II, é exem- SÚMULAS SOBRE COMPETÊNCIA
plificativo. Súmula 1-STJ: O foro do domicílio ou da residência do
§ 3o Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que alimentando é o competente para a ação de investigação de
POSSAM GERAR RISCO DE PROLAÇÃO DE DECISÕES CONFLI- paternidade, quando cumulada com a de alimentos
TANTES OU CONTRADITÓRIAS caso decididos separadamente, Súmula 33-STJ: A incompetência relativa não pode ser
MESMO SEM CONEXÃO ENTRE ELES. [Teoria Materialista – declarada de ofício.
Conexão por Prejudicialidade] O CPC/2015 prevê uma exceção a essa súmula no § 3º do art. 63
“§ 3º Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se
Súmula 235-STJ: A conexão não determina a reunião dos pro- abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que
cessos, se um deles já foi julgado. determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio
do réu.” Assim, em regra, a incompetência relativa não pode
ser reconhecida de ofício pelo juiz, ou seja, a própria parte
Art. 56. Dá-se a continência entre 2 ou mais ações quando hou-
prejudicada é quem deverá alegar. EXCEÇÃO: o foro de eleição
ver identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o pe-
é uma regra de incompetência relativa. Mesmo assim, ela
dido de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais.
pode ser reconhecida de ofício pelo magistrado se o foro de
eleição for abusivo.
Art. 57. Quando houver continência e a ação continente tiver
Súmula 206-STJ: A existência de vara privativa, instituída por lei
sido proposta anteriormente, no processo relativo à ação con-
estadual, não altera a competência territorial resultante das leis
tida será proferida sentença sem resolução de mérito, caso
de processo.
contrário, as ações serão necessariamente reunidas.
Os Estados-Membros, suas autarquias e fundações, não possu-
em foro privilegiado (privativo) na capital, podendo ser deman-
Art. 58. A reunião das ações propostas em separado far-se-á no
dados em qualquer comarca do seu território onde a obrigação
juízo prevento, onde serão decididas simultaneamente.
tenha que ser satisfeita (art. 53, III, “d”, do CPC 2015). Assim,
NÃO É VÁLIDA LEI ESTADUAL QUE PREVEJA FORO PRIVATI-
Art. 59. O REGISTRO OU A DISTRIBUIÇÃO da petição inicial tor-
VO NA CAPITAL PARA AS DEMANDAS INTENTADAS CON-
na prevento o juízo.
TRA O ESTADO-MEMBRO. Vale ressaltar, no entanto, que se o
autor propuser a ação na capital do Estado, esta deverá tra-
REGISTRO/ Determina a competência mitar na Vara Especializada da Fazenda Pública.
DISTRIBUIÇÃO
Previne o juízo

Art. 60. Se o imóvel se achar situado em mais de um Estado, co- SÚMULAS SOBRE COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL
marca, seção ou subseção judiciária, a competência territorial do STF
juízo prevento estender-se-á sobre a totalidade do imóvel.
Súmula vinculante 27-STF: Compete à Justiça Estadual julgar
Art. 61. A ação acessória será proposta no juízo competente para causas entre consumidor e concessionária de serviço público de
a ação principal. telefonia, quando a Anatel não seja litisconsorte passiva ne-
cessária, assistente nem opoente.
Art. 62. A competência determinada em razão da matéria, da Súmula 501-STF: Compete a justiça ordinária estadual o pro-
pessoa ou da função é inderrogável por convenção das partes. cesso e o julgamento, em ambas as instâncias, das causas de
acidente do trabalho, ainda que promovidas contra a união,
Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão suas autarquias, empresas públicas ou sociedades de economia
do valor e do território (COMPETÊNCIA RELATIVA), elegendo mista.
foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações. Súmula 508-STF: Compete a justiça estadual, em ambas as
§ 1o A eleição de foro só produz efeito quando constar de ins- instâncias, processar e julgar as causas em que for parte o Ban-
trumento escrito e aludir expressamente a determinado ne- co do Brasil, S.A..
gócio jurídico. Súmula 516-STF: O Serviço Social da Indústria (SESI) está sujei-
§ 2o O foro contratual OBRIGA OS HERDEIROS E SUCESSORES to a jurisdição da justiça estadual.
das partes. Súmula 556-STF: É competente a justiça comum (justiça esta-
§ 3o Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, dual) para julgar as causas em que é parte sociedade de eco-
pode ser reputada ineficaz DE OFÍCIO pelo juiz, que determina- nomia mista.
rá a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu. As sociedades de economia mista, ainda que mantidas pela Uni-
§ 4o Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de ão, não são julgadas pela Justiça Federal. Houve uma opção do
eleição de foro na contestação, sob pena de preclusão. constituinte de não incluir tais empresas estatais no rol do art.

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DIA 2 / 17

109 da CF/88. Súmula 32-STJ: Compete à Justiça Federal processar justifica-


ções judiciais destinadas a instruir pedidos perante entidades
STJ
que nela tem exclusividade de foro, ressalvada a aplicação do
Súmula 15-STJ: Compete à Justiça Estadual processar e julgar art. 15, II, da Lei 5010/66.
os litígios decorrentes de acidente do trabalho. Súmula 66-STJ: Compete à Justiça Federal processar e julgar
Válida, mas apenas nos casos de ação proposta contra o INSS execução fiscal promovida por conselho de fiscalização pro-
pleiteando benefício decorrente de acidente de trabalho. fissional.
Súmula 34-STJ: Compete à Justiça Estadual processar e julgar Súmula 82-STJ: Compete à Justiça Federal, excluídas as recla-
causa relativa a mensalidade escolar, cobrada por estabeleci- mações trabalhistas, processar e julgar os feitos relativos à
mento particular de ensino. movimentação do FGTS.
Súmula 42-STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar Súmula 150-STJ: Compete à Justiça Federal decidir sobre a
e julgar as causas cíveis em que é parte sociedade de econo- existência de interesse jurídico que justifique a presença, no
mia mista e os crimes praticados em seu detrimento. processo, da união, suas autarquias ou empresas públicas.
Súmula 55-STJ: Tribunal Regional Federal não é competente Súmula 173-STJ: Compete à Justiça Federal processar e julgar o
para julgar recurso de decisão proferida por juiz estadual não pedido de reintegração em cargo público federal, ainda que o
investido de jurisdição federal. servidor tenha sido dispensado antes da instituição do regime
Súmula 137-STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar jurídico único
e julgar ação de servidor público municipal, pleiteando direitos Súmula 254-STJ: A decisão do Juízo Federal que exclui da rela-
relativos ao vinculo estatutário. ção processual ente federal não pode ser reexaminada no Juí-
Súmula 161-STJ: É da competência da Justiça Estadual autori- zo Estadual.
zar o levantamento dos valores relativos ao PIS / PASEP e Súmula 324-STJ: Compete à Justiça Federal processar e julgar
FGTS, em decorrência do falecimento do titular da conta. ações de que participa a Fundação Habitacional do Exército,
Súmula 218-STJ: Compete à Justiça dos Estados processar e equiparada à entidade autárquica federal, supervisionada pelo
julgar ação de servidor estadual decorrente de direitos e Ministério do Exército.
vantagens estatutárias no exercício de cargo em comissão. Súmula 349-STJ: Compete à Justiça Federal ou aos juízes com
Súmula 224-STJ: Excluído do feito o ente federal, cuja presença competência delegada o julgamento das execuções fiscais de
levara o Juiz Estadual a declinar da competência, deve o Juiz contribuições devidas pelo empregador ao FGTS.
Federal restituir os autos e não suscitar conflito. Súmula 365-STJ: A intervenção da União como sucessora da
Súmula 270-STJ: O protesto pela preferência de crédito, apre- Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA) desloca a competência
sentado por ente federal em execução que tramita na Justiça para a Justiça Federal ainda que a sentença tenha sido pro-
Estadual, não desloca a competência para a Justiça Federal. ferida por Juízo estadual.
Súmula 363-STJ: Compete à Justiça estadual processar e julgar Súmula 570-STJ: Compete à Justiça Federal o processo e julga-
a ação de cobrança ajuizada por profissional liberal contra mento de demanda em que se discute a ausência de ou o obs-
cliente. táculo ao credenciamento de instituição particular de ensino su-
Súmula 505-STJ: A competência para processar e julgar as de- perior no Ministério da Educação como condição de expedição
mandas que têm por objeto obrigações decorrentes dos contra- de diploma de ensino a distância aos estudantes.
tos de planos de previdência privada firmados com a Fundação
Rede Ferroviária de Seguridade Social – REFER é da Justiça es-
tadual.
Súmula 506-STJ: A Anatel não é parte legítima nas demandas
SÚMULAS SOBRE COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ELEITORAL
entre a concessionária e o usuário de telefonia decorrentes de
relação contratual. Súmula 368-STJ: Compete à Justiça comum estadual processar
Súmula 553-STJ: Nos casos de empréstimo compulsório so- e julgar os pedidos de retificação de dados cadastrais da Justiça
bre o consumo de energia elétrica, é competente a Justiça Eleitoral.
estadual para o julgamento de demanda proposta exclusiva- Súmula 374-STJ: Compete à Justiça Eleitoral processar e julgar
mente contra a Eletrobrás. Requerida a intervenção da União a ação para anular débito decorrente de multa eleitoral
no feito após a prolação de sentença pelo juízo estadual, os au -
tos devem ser remetidos ao Tribunal Regional Federal compe-
SÚMULAS SOBRE COMPETÊNCIA PELO FORO
tente para o julgamento da apelação se deferida a intervenção.
DA SITUAÇÃO DA COISA

SÚMULAS SOBRE COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL STF

STF Súmula 363-STF: A pessoa jurídica de direito privado pode ser


demandada no domicílio da agência, ou estabelecimento, em
Súmula 517-STF: As sociedades de economia mista só tem foro que se praticou o ato.
na justiça federal, quando a união intervém como assistente ou
opoente. STJ
Súmula 689-STF: O segurado pode ajuizar ação contra a insti- Súmula 11-STJ: A presença da União ou de qualquer de seus
tuição previdenciária perante o juízo federal do seu domicílio entes, na ação de usucapião especial, não afasta a competên-
ou nas varas federais da Capital do Estado-Membro. cia do foro da situação do imóvel.
STJ Súmula 238-STJ: A avaliação da indenização devida ao proprie-
tário do solo, em razão de alvará de pesquisa mineral, é proces-

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DIA 2 / 18

sada no Juízo Estadual da situação do imóvel § 2o Os atos concertados entre os juízes cooperantes poderão
Súmula 376-STJ: Compete à turma recursal processar e julgar consistir, além de outros, no estabelecimento de procedimento
o mandado de segurança contra ato de juizado especial. para:
I - a prática de citação, intimação ou notificação de ato;
II - a obtenção e apresentação de provas e a coleta de depoimen-
Seção III
tos;
Da Incompetência
III - a efetivação de tutela provisória;
Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada
IV - a efetivação de medidas e providências para recuperação e
como questão preliminar de contestação.
preservação de empresas;
§ 1o A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer
V - a facilitação de habilitação de créditos na falência e na recu-
tempo e grau de jurisdição e deve ser declarada de ofício.
peração judicial;
§ 2o Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá imedia-
VI - a centralização de processos repetitivos;
tamente a alegação de incompetência.
VII - a execução de decisão jurisdicional.
§ 3o Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos se-
§ 3o O pedido de cooperação judiciária pode ser realizado entre
rão remetidos ao juízo competente.
órgãos jurisdicionais de diferentes ramos do Poder Judiciário.
§ 4o Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão
os efeitos de decisão proferida pelo juízo incompetente até
que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente. FPPC4. (art. 69, § 1º) A carta arbitral tramitará e será proces-
[TRANSLATIO IUDICI] sada no Poder Judiciário de acordo com o regime previsto no
Código de Processo Civil, respeitada a legislação aplicável.
FPPC5. (art. 69, § 3º) O pedido de cooperação jurisdicional po-
FPPC238. (art. 64, caput e §4º) O aproveitamento dos efeitos
derá ser realizado também entre o árbitro e o Poder Judiciá-
de decisão proferida por juízo incompetente aplica-se tanto à
rio.
competência absoluta quanto à relativa. TRANSLATIO IUDICI
FPPC488. (art. 64, §§3º e 4º; art. 968, §5º; art. 4º; Lei 12.016/2009)
No mandado de segurança, havendo equivocada indicação LIVRO III
da autoridade coatora, o impetrante deve ser intimado para DOS SUJEITOS DO PROCESSO
emendar a petição inicial e, caso haja alteração de competên- TÍTULO I
cia, o juiz remeterá os autos ao juízo competente DAS PARTES E DOS PROCURADORES
CAPÍTULO I
DA CAPACIDADE PROCESSUAL
Art. 65. Prorrogar-se-á a competência relativa se o réu não
Art. 70. Toda pessoa que se encontre NO EXERCÍCIO DE SEUS
alegar a incompetência em preliminar de contestação.
DIREITOS tem capacidade para estar em juízo.
Parágrafo único. A incompetência relativa pode ser alegada
pelo Ministério Público nas causas em que atuar.
Art. 71. O incapaz será representado ou assistido por seus pais,
por tutor ou por curador, na forma da lei.
Art. 66. Há conflito de competência quando:
I - 2 ou mais juízes se declaram competentes;
Art. 72. O juiz nomeará CURADOR ESPECIAL ao:
II - 2 ou mais juízes se consideram incompetentes, atribuindo um
I - incapaz, se não tiver representante legal ou se os interesses
ao outro a competência;
deste colidirem com os daquele, ENQUANTO DURAR A INCA-
III - entre 2 ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião
PACIDADE;
ou separação de processos.
II - réu preso revel, bem como ao réu revel citado por edital ou
Parágrafo único. O juiz que não acolher a competência declinada
com hora certa, ENQUANTO NÃO FOR CONSTITUÍDO ADVO-
deverá suscitar o conflito, salvo se a atribuir a outro juízo.
GADO.
Parágrafo único. A curatela especial será exercida pela Defenso-
CAPÍTULO II
ria Pública, nos termos da lei.
DA COOPERAÇÃO NACIONAL
Art. 67. Aos órgãos do Poder Judiciário, estadual ou federal, es-
pecializado ou comum, em todas as instâncias e graus de jurisdi- Incapaz sem representante
ção, inclusive aos tribunais superiores, incumbe o dever de recíp- legal ENQUANTO
roca cooperação, por meio de seus magistrados e servidores. DURAR A
Incapaz quando há colidên-
INCAPACIDADE
cia de interesses com seu
Art. 68. Os juízos poderão formular entre si pedido de coopera- CURADORIA
representante legal
ção para prática de qualquer ato processual. ESPECIAL
Réu preso revel ENQUANTO NÃO
Art. 69. O pedido de cooperação jurisdicional deve ser pronta- FOR
Réu revel citado por edital
mente atendido, prescinde de forma específica e pode ser exe- CONSTITUÍDO
cutado como: Réu revel citado com hora ADVOGADO
I - auxílio direto; certa
II - reunião ou apensamento de processos; Exercida pela Defensoria Pública – art. 4°, XVI, LC 80/94 e
III - prestação de informações; art. 72, parágrafo único do NCPC.
IV - atos concertados entre os juízes cooperantes.
§ 1o As cartas de ordem, precatória e arbitral seguirão o regime
Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro
previsto neste Código.
para propor ação que verse sobre direito real imobiliário, SALVO

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DIA 2 / 19

quando casados sob o regime de SEPARAÇÃO ABSOLUTA de § 3o O gerente de filial ou agência presume-se autorizado pela
bens. pessoa jurídica estrangeira a receber citação para qualquer pro-
§ 1o Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a cesso.
ação: § 4o Os Estados e o Distrito Federal poderão ajustar compro-
I - que verse sobre direito real imobiliário, SALVO quando casa- misso recíproco para prática de ato processual por seus pro-
dos sob o regime de SEPARAÇÃO ABSOLUTA de bens; curadores em favor de outro ente federado, mediante convê-
II - resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou nio firmado pelas respectivas procuradorias.
de ato praticado por eles;
III - fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem FPPC383. (art. 75, §4º) As autarquias e fundações de direito
da família; público estaduais e distritais também poderão ajustar com-
IV - que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a promisso recíproco para prática de ato processual por seus
extinção de ônus sobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges. procuradores em favor de outro ente federado, mediante con-
§ 2o Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do au- vênio firmado pelas respectivas procuradorias
tor ou do réu somente é indispensável nas hipóteses de com-
posse ou de ato por ambos praticado.
Art. 76. Verificada a incapacidade processual ou a irregularida-
§ 3o Aplica-se o disposto neste artigo à união estável comprova-
de da representação da parte, o juiz SUSPENDERÁ O PROCES-
da nos autos.
SO e designará PRAZO RAZOÁVEL para que seja sanado o vício.
§ 1o Descumprida a determinação, caso o processo esteja na ins-
AÇÕES FUNDADAS EM DIREITO REAL SOBRE IMÓVEIS tância originária:
REGRA EXCEÇÃO I - o processo será extinto, se a providência couber ao autor;
II - o réu será considerado revel, se a providência lhe couber;
Indispensável consentimento Dispensável consentimento se III - o terceiro será considerado revel ou excluído do processo,
do cônjuge/companheiro casados sob regime de separa- dependendo do polo em que se encontre.
ção absoluta de bens § 2o Descumprida a determinação em fase recursal perante tri-
AÇÕES POSSESSÓRIAS bunal de justiça, tribunal regional federal ou tribunal superior, o
relator:
REGRA EXCEÇÃO I - não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recor-
Dispensável consentimento do Indispensável consentimento rente;
cônjuge/companheiro no caso de COMPOSSE ou de II - determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a
ATO POR AMBOS PRATICADO providência couber ao recorrido.

Art. 74. O consentimento previsto no art. 73 pode ser suprido CÓDIGO PENAL
judicialmente quando for negado por um dos cônjuges sem jus-
to motivo, ou quando lhe seja impossível concedê-lo. TEORIAS DA CONDUTA
Parágrafo único. A falta de consentimento, quando necessário
e não suprido pelo juiz, INVALIDA o processo. Idealizada por Von Liszt, Beling, Rad-
bruch.
Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente: Início do século XIX.
I - a União, pela Advocacia-Geral da União, diretamente ou medi- TEORIA Marcadas pelos ideais positivistas.
ante órgão vinculado; CAUSALISTA Segue o método empregado pelas ciên-
II - o Estado e o Distrito Federal, por seus procuradores; (Causal-Naturalista/ cias naturais
III - o Município, por seu prefeito ou procurador; Clássica/ Naturalísti- Crime: (Teoria tripartite) - Fato típico
IV - a autarquia e a fundação de direito público, por quem a lei do ca/ Mecanicista) (conduta), Ilicitude e Culpabilidade
ente federado designar; Conduta: Movimento corporal voluntá-
V - a massa falida, pelo administrador judicial; rio que produz uma modificação no
VI - a herança jacente ou vacante, por seu curador; mundo exterior, perceptível pelos senti-
VII - o espólio, pelo inventariante; dos.
VIII - a pessoa jurídica, por quem os respectivos atos constitutivos Experimentação
designarem ou, não havendo essa designação, por seus diretores; Idealizada por Edmund Mezger.
IX - a sociedade e a associação irregulares e outros entes organi- Desenvolvida nas primeiras décadas do
zados sem personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber a TEORIA século XX.
administração de seus bens; NEOKANTISTA Tem base causalista
X - a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou (Causal-Valorativa/ Fundamenta-se em uma visão neoclássi-
administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instala- Neoclássica/ ca, marcada pela superação do positi-
da no Brasil; Normativista) vismo, introduzindo a racionalização do
XI - o condomínio, pelo administrador ou síndico. método
§ 1o Quando o inventariante for dativo, os sucessores do fale- Conduta: Comportamento humano vo-
cido serão intimados no processo no qual o espólio seja parte. luntário causador de um resultado.
§ 2o A sociedade ou associação sem personalidade jurídica NÃO Valoração
PODERÁ opor a irregularidade de sua constituição quando de-
mandada. Criada por Hans Welzel.

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DIA 2 / 20

Meados do século XX (1930 – 1960). bens jurídicos. Proteger os valores es-


Percebe que o dolo e a culpa estavam in- senciais à convivência social harmônica.
seridos no substrato errado (não devem Conduta: Comportamento humano vo-
integrar a culpabilidade). luntário causador de relevante e intolerá-
TEORIA FINALISTA Conduta: Comportamento humano vo- vel lesão ou perigo de lesão ao bem ju-
(Ôntico- luntário psiquicamente dirigido a um fim rídico tutelado.
Fenomenológica) (toda conduta é orientada por um que-
JAKOBS (ESCOLA DE BONN)
rer).
CRIME: fato típico (conduta), ilícito e
OBS: Para Welzel, toda consciência é in-
culpável (imputabilidade, potencial
tencional.
consciência da ilicitude e exigibilidade
OBS: Retira do dolo seu elemento nor-
de conduta diversa).
mativo (consciência da ilicitude).
OBS: Para Jakobs, o Direito Penal deve vi-
OBS: Culpabilidade formada apenas
sar primordialmente à reafirmação da
por elementos normativos (potencial
FUNCIONALISMO norma violada e ao fortalecimento das
consciência da ilicitude, exigibilidade
SISTÊMICO expectativas de seus destinatários.
de conduta diversa, imputabilidade).
(Monista/ Missão do Direito Penal: Assegurar a
OBS: Dolo normativo (consciência da ili-
Radical) vigência do sistema. Está relativamente
citude) passa a ser dolo natural/valora-
vinculada à noção de sistemas sociais
tivamente neutro (dolo sem consciência
(Niklas Luhmann).
da ilicitude).
Conduta: Comportamento humano vo-
Dica: supera-se a cegueira do causalismo
luntário causador de um resultado vio-
com um finalismo vidente.
lador do sistema, frustrando as expecta-
Desenvolvida por Wessels, tendo como tivas normativas.
principal adepto Jescheck. OBS: Ação é produção de resultado evi-
A pretensão desta teoria não é substituir tável pelo indivíduo (teoria da evitabili-
as teorias clássica e finalista, mas acres- dade individual).
TEORIA SOCIAL DA centar-lhes uma nova dimensão, qual OBS: O agente é punido porque violou a
AÇÃO seja, a relevância social do comporta- norma e a pena visa reafirmar a norma
mento. violada.
Conduta: Comportamento humano vo-
luntário psiquicamente dirigido a um fim,
TEORIA Conduta: Movimento corporal voluntário
socialmente reprovável.
CAUSALISTA que produz uma modificação no mundo ex-
OBS: para esta teoria, o dolo e a culpa
terior, perceptível pelos sentidos.
integram o fato típico (finalismo), mas
são novamente analisados no juízo da TEORIA Conduta: Comportamento humano volun-
culpabilidade (causalismo). NEOKANTISTA tário causador de um resultado.

Ganham força e espaço na década de TEORIA Conduta: Comportamento humano volun-


1970, discutidas com ênfase na Alema- FINALISTA tário psiquicamente dirigido a um fim (toda
nha. conduta é orientada por um querer).
FUNCIONALISMO Buscam adequar a dogmática penal
TEORIA SOCIAL Conduta: Comportamento humano volun-
Teorias aos fins do Direito Penal.
DA AÇÃO tário psiquicamente dirigido a um fim, soci-
Funcionalistas Percebem que o Direito Penal tem neces-
almente reprovável.
sariamente uma missão e que seus insti-
tutos devem ser compreendidos de acor- FUNCIONALISMO Conduta: Comportamento humano volun-
do com essa missão – (edificam o Direito TELEOLÓGICO tário causador de relevante e intolerável le-
Penal a partir da função que lhe é confe- são ou perigo de lesão ao bem jurídico
rida). tutelado.
Conclusão: a conduta deve ser com-
FUNCIONALISMO Conduta: Comportamento humano volun-
preendida de acordo com a missão con-
SISTÊMICO tário causador de um resultado violador
ferida ao direito penal.
do sistema, frustrando as expectativas nor-
ROXIN (ESCOLA DE MUNIQUE) mativas.
CRIME: fato típico (conduta), ilícito e
REPROVÁVEL (imputabilidade, poten- Erro sobre elementos do tipo
FUNCIONALISMO cial consciência da ilicitude, exigibili- Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de
TELEOLÓGICO dade de conduta diversa e necessidade crime exclui o dolo (SEMPRE), mas permite a punição por cri-
(Dualista/ da pena). me culposo, se previsto em lei.
Moderado/ OBS: Roxin busca a reconstrução do Di-
Da Política Criminal/ reito Penal com base em critérios po-
ERRO DE TIPO ERRO DE PROIBIÇÃO
Valorativo) lítico-criminais.
Missão do Direito Penal: proteção de Inevitável: exclui dolo e culpa Inevitável: isenta o agente de

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DIA 2 / 21

pena do lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa


consciência.
Evitável: pune a culpa, se pre- Evitável: diminui a pena
vista em lei Coação irresistível e obediência hierárquica
O agente NÃO SABE o que O agente SABE o que faz, Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em
faz. mas pensa que sua conduta estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de su-
é lícita perior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem.

Erro sobre os elementos objeti- Erro quanto à ilicitude da con-


Causa legal de EXCLUSÃO DA CULPABILIDADE por inexigibi-
vos do tipo duta
lidade de conduta diversa.
Má interpretação sobre os FA- Afasta a POTENCIAL CONS-
TOS CIÊNCIA DA ILICITUDE. Exclusão de ilicitude
Não há erro sobre a situação Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato :
fática, mas não há a exata I - em estado de necessidade;
compreensão sobre os LIMI- II - em legítima defesa;
TES JURÍDICOS DA LICITUDE III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercí-
da conduta. cio regular de direito.
Exclui CRIME Exclui PENA Excesso punível
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses des-
te artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo.
Descriminantes putativas
§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justifi-
cado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se exis- O rol do art. 23 não é taxativo, pois admite causas supralegais,
tisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando como consentimento do ofendido.
o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo. As fontes das causas de justificação são:
- A lei (estrito cumprimento de dever legal e exercício regular de
direito),
O ERRO sobre os PRESSUPOSTOS FÁTICOS deve ser tratado
- A necessidade (estado de necessidade e legítima defesa)
como erro de tipo ou de proibição?
- A falta de interesse (consentimento do ofendido).
O erro sobre os pressupostos fáticos
Os efeitos das causas excludentes de antijuridicidade se es-
deve equiparar-se a ERRO DE TIPO. Se
tendem à esfera extrapenal. (CPP, art. 65. Faz coisa julgada
TEORIA LIMITADA inevitável, exclui dolo e culpa; se evitá-
no cível a sentença penal que reconhecer ter sido o ato pratica-
DA vel, pune a culpa. Prevista na exposição
do em estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito
CULPABILIDADE de motivos do CP.
cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito).
(prevalece no Apesar de previso no art. 20, §1° que o
Brasil) agente fica isento de pena, a conse-
quência será a exclusão da tipicidade RELAÇÃO ENTRE TIPICIDADE E ILICITUDE
(ausência de dolo e culpa).
VON BELING (1906)
TEORIA EXTREMADA Equipara-se a erro de proibição. Se A tipicidade não tem qualquer re-
DA CULPABILIDADE inevitável, isenta o agente de pena; se lação com a ilicitude.
evitável, diminui a pena. TEORIA DA AUTONOMIA CUIDADO: excluída a ilicitude o
OU ABSOLUTA fato permanece típico.
TEORIA EXTREMADA De acordo com essa teoria, o art. 20,
INDEPENDÊNCIA Ex: Fulano mata Beltrano – temos
“SUI GENERIS” DA §1°, CP, reúne as duas teorias anteriores,
um fato típico. Comprovado que
CULPABILIDADE seguindo a extremada, quando o erro é
Fulano agiu em legítima defesa,
inevitável, e a limitada, quando o erro é
exclui a ilicitude, mas permanece o
evitável.
fato típico.

Erro determinado por terceiro MAYER (1915)


§ 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. A existência de fato típico gera
Erro sobre a pessoa presunção de ilicitude.
§ 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é prati- - Relativa dependência.
cado NÃO ISENTA de pena. Não se consideram, neste caso, as CUIDADO: excluída a ilicitude, o
condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra fato permanece típico.
quem o agente queria praticar o crime. Ex: Fulano mata Beltrano. Compro-
TEORIA DA va a tipicidade, presume-se a ilici-
Erro sobre a ilicitude do fato (ERRO DE PROIBIÇÃO) INDICIARIEDADE OU tude. Fulano tem que provar que
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro so- RATIO COGNOSCENDI agiu em legítima defesa. Compro-
bre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitá- Adotada no Brasil vando, desaparece a ilicitude, mas
vel, poderá diminuí-la de 1/6 a 1/3. o fato continua típico.
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente De acordo com a maioria da dou-
atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quan- trina, o Brasil seguiu a TEORIA DA

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INDICIARIEDADE, isto é, provada Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando MO-
a tipicidade, presume-se relati- DERADAMENTE dos MEIOS NECESSÁRIOS, repele injusta
vamente a ilicitude, provocando agressão, atual OU IMINENTE, a direito seu ou de outrem.
inversão do ônus da prova nas Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput des-
descriminantes. te artigo, considera-se também em legítima defesa o agente de
segurança pública que repele agressão ou risco de agressão a
MEZGER (1930) vítima mantida refém durante a prática de crimes. (LEI
TEORIA DA ABSOLUTA A ilicitude é essência da tipicida- 13964/19)
DEPENDÊNCIA OU de, numa relação de absoluta de-
RATIO ESSENDI pendência.
Não exige saída cômoda (commodus discessus).
CUIDADO: excluída a ilicitude, ex-
clui-se o fato típico (tipo total in- O uso moderado é dos meios necessários e não dos meios dis-
justo). poníveis.
Chega no mesmo resultado da 3ª
teoria, mas por outro caminho. TÍTULO III
De acordo com essa teoria, o tipo DA IMPUTABILIDADE PENAL
penal é composto de elementos Inimputáveis
positivos (explícitos) e elementos Art. 26 – [CRITÉRIO BIOPSICOLÓGICO] É isento de pena o
negativos (implícitos). agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental
TEORIA DOS ELEMENTOS ATENÇÃO: para que o fato seja incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão,
NEGATIVOS DO TIPO típico, é preciso praticar os ele- inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de
mentos positivos do tipo, e não determinar-se de acordo com esse entendimento. (Causa de ex-
praticar os elementos negativos clusão da culpabilidade)
do tipo. Redução de pena
Ex: matar alguém. Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de 1/3 a 2/3, se
Elementos positivos: matar alguém. o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por de-
Elementos negativos: estado ne- senvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteira-
cessidade/legítima defesa. mente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determi-
nar-se de acordo com esse entendimento.
Estado de necessidade
Menores de 18 anos
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pra-
Art. 27 - [CRITÉRIO BIOLÓGICO] Os menores de 18 anos
tica o fato para salvar de PERIGO ATUAL, que não provocou
são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas esta-
por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio
belecidas na legislação especial.
ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável
exigir-se.
Emoção e paixão
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha
Art. 28 - NÃO EXCLUEM a imputabilidade penal:
o dever legal de enfrentar o perigo.
I - a emoção ou a paixão;
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito
Embriaguez
ameaçado, a pena poderá ser reduzida de 1/3 a 2/3.
II - a embriaguez, VOLUNTÁRIA OU CULPOSA, pelo álcool
ou substância de efeitos análogos.
Exige saída cômoda (commodus discessus). § 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez com-
Perigo iminente não configura estado de necessidade. pleta, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao
tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de enten-
der o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com
TEORIA DIFERENCIADORA TEORIA UNITÁRIA esse entendimento.
CPM arts. 39 e 45 CP art. 24, §2° § 2º - A pena pode ser reduzida de 1/3 a 2/3, se o agente,
Estado de necessidade justifi- Estado de necessidade justifi- por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não
cante cante possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade
Exclui a ilicitude Exclui a ilicitude de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acor -
Bem jurídico: vale + ou = (vida) Bem jurídico: vale + ou = (vida) do com esse entendimento.
Bem sacrificado: vale – (patri- Bem sacrificado: vale – (patri-
mônio) mônio) Quando se fala em embriaguez, trabalha-se com a TEORIA DA
AÇÃO LIVRE NA CAUSA (“ACTIO LIBERA IN CAUSA”), segun-
Estado de necessidade excul- #E no caso do bem protegido
do a qual na embriaguez, o livre-arbítrio não é aferido no mo-
pante valer menos que o bem sacri-
mento da prática da conduta, mas sim se ação foi livre no
Exclui a culpabilidade ficado? Pode servir como dimi-
momento da ingestão da substância.
Bem jurídico: vale - (patrimô- nuição de pena.
nio)
Bem sacrificado: vale + (vida) TÍTULO IV
DO CONCURSO DE PESSOAS

Legítima defesa

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Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime MÉDIA / LIMITADA dependentemente da culpabilidade e
incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabi-
(PREVALECE) da punibilidade do agente.
lidade. (TEORIA UNITÁRIA)
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena TEORIA DA Para punir o partícipe, basta que o
pode ser diminuída de 1/6 a 1/3. ACESSORIEDADE fato principal seja típico, ilícito e cul-
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime MÁXIMA pável.
menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será au- (EXTREMADA)
mentada até 1/2 (metade), na hipótese de ter sido previsível o
resultado mais grave. TEORIA DA Para punir o partícipe, o fato principal
HIPERACESSORIEDADE deve ser típico, ilícito, culpável e pu-
A codelinquência será configurada quando houver reconheci- nível.
mento da prática da mesma infração por todos os agentes.
Depende de cinco requisitos para sua configuração: Circunstâncias incomunicáveis
a) pluralidade de agentes culpáveis; Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições
b) relevância causal das condutas para a produção do resultado; de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.
c) vínculo subjetivo;
d) unidade de infração penal para todos os agentes; e Casos de impunibilidade
e) existência de fato punível. Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio,
salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o
crime não chega, pelo menos, a ser tentado (PARTICIPAÇÃO
CONCURSO DE AGENTES
IMPUNÍVEL)
O crime é único para todos os con-
correntes. CÓDIGO PROCESSO PENAL
Regra no CP.
A pena será aplicada na medida da
TÍTULO V
culpabilidade de cada agente. O juiz
DA COMPETÊNCIA
TEORIA MONISTA fixará a pena levando em consideração
Art. 69. Determinará a competência jurisdicional:
(UNITÁRIA OU circunstâncias relacionadas ao fato, à
I - o lugar da infração (TEORIA DO RESULTADO);
IGUALITÁRIA) vítima e ao agente.
II - o domicílio ou residência do réu;
Segundo Luiz Regis Prado, o CP adotou
III - a natureza da infração;
a teoria monista de forma matizada
IV - a distribuição;
ou temperada, já que estabeleceu cer-
V - a conexão ou continência;
tos graus de participação e um verda-
VI - a prevenção;
deiro reforço do princípio constitucional
VII - a prerrogativa de função.
da individualização da pena.
TEORIA PLURALISTA A cada um dos agentes se atribui con- CAPÍTULO I
(TEORIA DA duta, razão pela qual cada um responde DA COMPETÊNCIA PELO LUGAR DA INFRAÇÃO
CUMPLICIDADE- por delito autônomo. Haverá tantos Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lu-
DELITO DISTINTO ou crimes quanto sejam os agentes que gar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa,
TEORIA DA concorrem para o fato. pelo lugar em que for praticado o último ato de execução. (TEO-
AUTONOMIA DA Cada um responde pelo seu crime. Ado- RIA DO RESULTADO)
CONCORRÊNCIA) tada pelo CP em casos excepcionais. § 1o Se, iniciada a execução no território nacional, a infração
Tem-se um crime para os executores se consumar fora dele, a competência será determinada pelo lu-
do núcleo e outro aos que não o rea- gar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de execu -
lizam, mas concorrem de qualquer ção.
TEORIA DUALISTA modo. Divide a responsabilidade dos § 2o Quando o último ato de execução for praticado fora do
autores e dos partícipes. território nacional, será competente o juiz do lugar em que o cri-
Crime único para autores principais me, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu
(participação primária) e outro crime resultado.
único para os autores secundários/par- § 3o Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais
tícipes (participação secundária). jurisdições, ou quando incerta a jurisdição por ter sido a infração
consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições, a
competência firmar-se-á pela prevenção.
PUNIÇÃO DO PARTÍCIPE
TEORIA DA Para punir o partícipe, basta que o ART. 6º DO CP ART. 70, CAPUT, DO CPP
ACESSORIEDADE fato principal seja típico. Adotou a teoria da ubiquida- Adotou a teoria do resultado.
MÍNIMA de (mista).
TEORIA DA Para punir o partícipe, basta que o Lugar do crime é local em Lugar do crime é o local em
ACESSORIEDADE fato principal seja típico e ilícito, in- que... que se consumou a infração,
· ocorreu a ação ou omis- ou, no caso de tentativa, o lu-

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DIA 2 / 24

são (no todo ou em parte) gar em que for praticado o úl-


· bem como onde se pro- timo ato de execução. CAPÍTULO V
duziu ou deveria produzir- DA COMPETÊNCIA POR CONEXÃO OU CONTINÊNCIA
se o resultado. Art. 76. A competência será determinada pela conexão:
I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido pra-
Regra destinada a resolver a Regra destinada a resolver ticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou por
competência no caso de cri- crimes envolvendo o territó- várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lu-
mes envolvendo o território rio de duas ou mais comarcas gar, ou por várias pessoas, umas contra as outras;
de dois ou mais países (confli- (ou seções judiciárias) apenas II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para
to internacional de jurisdição). dentro do Brasil (conflito inter- facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou
no de competência territorial). vantagem em relação a qualquer delas;
Define o se o Brasil será com- Define qual o juízo competente III- quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas
petente para julgar o fato no no caso de crimes plurilocais. circunstâncias elementares influir na prova de outra infração.
caso de crimes à distância.
*Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br CONEXÃO
POR SIMULTANEIDADE: ocorrendo duas
Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente,
ou mais infrações, houverem sido pratica-
praticada em território de duas ou mais jurisdições, a competên-
das, ao mesmo tempo, por várias pesso-
cia firmar-se-á pela prevenção.
as reunidas,
INTERSUBJETIVA
CONCURSAL: ocorrendo duas ou mais in-
CAPÍTULO II frações, houverem sido praticadas por vá-
DA COMPETÊNCIA PELO DOMICÍLIO OU RESIDÊNCIA DO RÉU rias pessoas em concurso, embora di-
Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a com- verso o tempo e o lugar
petência regular-se-á pelo domicílio ou residência do réu. POR RECIPROCIDADE: ocorrendo duas
§ 1o Se o réu tiver mais de uma residência, a competência ou mais infrações, houverem sido pratica-
firmar-se-á pela prevenção. das por várias pessoas, umas contra as
§ 2o Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu outras
paradeiro, será competente o juiz que primeiro tomar conheci-
mento do fato. TELEOLÓGICA: no mesmo caso, houverem
sido umas praticadas para facilitar as ou-
Art. 73. Nos casos de EXCLUSIVA AÇÃO PRIVADA, o quere- tras
lante poderá preferir o foro de domicílio ou da residência do OBJETIVA
CONSEQUENCIAL: no mesmo caso, hou-
réu, ainda quando conhecido o lugar da infração. verem sido umas praticadas para ocultar,
conseguir impunidade ou vantagem em
CAPÍTULO III relação a qualquer delas
DA COMPETÊNCIA PELA NATUREZA DA INFRAÇÃO
Art. 74. A competência pela natureza da infração será regu- Quando a prova de uma infração ou de
lada pelas leis de organização judiciária, salvo a competência pri- INSTRUMENTAL qualquer de suas circunstâncias elementa-
vativa do Tribunal do Júri. res influir na prova de outra infração.
§ 1º Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes
previstos nos arts. 121, §§ 1º e 2º, 122, parágrafo único, 123, 124, Art. 77. A competência será determinada pela continência
125, 126 e 127 do Código Penal, consumados ou tentados. quando:
§ 2o Se, iniciado o processo perante um juiz, houver desclas- I CONTINÊNCIA SUBJETIVA - duas ou mais pessoas forem
sificação para infração da competência de outro, a este será re- acusadas pela mesma infração;
metido o processo, salvo se mais graduada for a jurisdição do pri- II CONTINÊNCIA OBJETIVA - no caso de infração cometida
meiro, que, em tal caso, terá sua competência prorrogada. nas condições previstas nos arts. 51, § 1o, 53, segunda parte, e 54
§ 3o Se o juiz da pronúncia desclassificar a infração para ou- do Código Penal.
tra atribuída à competência de juiz singular, observar-se-á o dis-
posto no art. 410; mas, se a desclassificação for feita pelo pró- CONTINÊNCIA
prio Tribunal do Júri, a seu presidente caberá proferir a sen-
tença (art. 492, § 2o). SUBJETIVA Duas ou mais pessoas forem acusadas pela
mesma infração
CAPÍTULO IV Concurso formal
DA COMPETÊNCIA POR DISTRIBUIÇÃO OBJETIVA
Art. 75. A precedência da distribuição fixará a competência Aberratio ictus
quando, na mesma circunscrição judiciária, houver mais de um Aberratio criminis
juiz igualmente competente.
Parágrafo único. A distribuição realizada para o efeito da
Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou
concessão de fiança ou da decretação de prisão preventiva ou de
continência, serão observadas as seguintes regras:
qualquer diligência anterior à denúncia ou queixa prevenirá a da
ação penal.

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I - no concurso entre a competência do júri e a de outro exclua a competência do júri, remeterá o processo ao juízo com-
órgão da jurisdição comum, prevalecerá a competência do petente.
júri;
Il - no concurso de jurisdições da mesma categoria Art. 82. Se, não obstante a conexão ou continência, forem
a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada instaurados processos diferentes, a autoridade de jurisdição pre-
a pena mais grave; valente deverá avocar os processos que corram perante os outros
b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior juízes, salvo se já estiverem com sentença definitiva. Neste
número de infrações, se as respectivas penas forem de igual gra- caso, a unidade dos processos só se dará, ulteriormente, para o
vidade; efeito de soma ou de unificação das penas.
c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros ca-
sos; CAPÍTULO VI
III - no concurso de jurisdições de diversas categorias, pre- DA COMPETÊNCIA POR PREVENÇÃO
dominará a de maior graduação; Art. 83. Verificar-se-á a competência por prevenção toda
IV - no concurso entre a jurisdição comum e a especial, vez que, concorrendo dois ou mais juízes igualmente compe-
prevalecerá esta. tentes ou com jurisdição cumulativa, um deles tiver antecedi-
do aos outros na prática de algum ato do processo ou de medi-
Art. 79. A conexão e a continência importarão unidade de da a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da de-
processo e julgamento, salvo: núncia ou da queixa (arts. 70, § 3o, 71, 72, § 2o, e 78, II, c).
I - no concurso entre a jurisdição comum e a militar;
II - no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de CAPÍTULO VII
menores. DA COMPETÊNCIA PELA PRERROGATIVA DE FUNÇÃO
§ 1o Cessará, EM QUALQUER CASO, a unidade do proces- Art. 84. A competência pela prerrogativa de função é do STF,
so, se, em relação a algum corréu, sobrevier o caso previsto no do STJ, dos TRFs e TJs dos Estados e do Distrito Federal, relativa-
art. 152 (doença mental sobreveio à infração) mente às pessoas que devam responder perante eles por crimes
§ 2o A unidade do processo não importará a do julga- comuns e de responsabilidade.
mento, se houver corréu foragido que não possa ser julgado à
revelia, ou ocorrer a hipótese do art. 461. Art. 85. Nos processos por crime contra a honra, em que fo-
rem querelantes as pessoas que a Constituição sujeita à jurisdição
Art. 80. Será facultativa a separação dos processos quando do STF e dos Tribunais de Apelação, àquele ou a estes caberá o
as infrações tiverem sido praticadas em circunstâncias de tempo julgamento, quando oposta e admitida a exceção da verdade.
ou de lugar diferentes, ou, quando pelo excessivo número de
acusados e para não lhes prolongar a prisão provisória, ou por Art. 86. Ao STF competirá, privativamente, processar e julgar:
outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente a separação. I - os seus ministros, nos crimes comuns;
II - os ministros de Estado, salvo nos crimes conexos com os
SEPARAÇÃO FACULTATIVA SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA do Presidente da República;
III - o procurador-geral da República, os desembargadores
Quando as infrações tiverem Concurso entre a jurisdição co- dos Tribunais de Apelação, os ministros do Tribunal de Contas e
sido praticadas em circunstân- mum e a militar os embaixadores e ministros diplomáticos, nos crimes comuns e
cias de tempo ou de lugar dife- de responsabilidade.
rentes
Quando pelo excessivo número Concurso entre a jurisdição co- Art. 87. Competirá, originariamente, aos Tribunais de Apela-
de acusados e para não lhes mum e o juízo de menores ção o julgamento dos governadores ou interventores nos Estados
prolongar a prisão provisória, (ECA) ou Territórios, e prefeito do Distrito Federal, seus respectivos se-
ou por outro motivo relevante, cretários e chefes de Polícia, juízes de instância inferior e órgãos
Sobrevier doença mental em do Ministério Público.
o juiz reputar conveniente a se-
relação a um corréu
paração.
Houver corréu foragido
CAPÍTULO VIII
Não houver número mínimo de DISPOSIÇÕES ESPECIAIS
jurados no tribunal do júri (es- Art. 88. No processo por crimes praticados fora do territó-
touro de urna) rio brasileiro, será competente o juízo da Capital do Estado
onde houver por último residido o acusado. Se este nunca ti-
Art. 81. Verificada a reunião dos processos por conexão ou ver residido no Brasil, será competente o juízo da Capital da
continência, ainda que no processo da sua competência própria República.
venha o juiz ou tribunal a proferir sentença absolutória ou que
desclassifique a infração para outra que não se inclua na sua com- Art. 89. Os crimes cometidos em qualquer embarcação nas
petência, continuará competente em relação aos demais pro- águas territoriais da República, ou nos rios e lagos fronteiriços,
cessos. bem como a bordo de embarcações nacionais, em alto-mar, serão
Parágrafo único. Reconhecida inicialmente ao júri a compe- processados e julgados pela justiça do primeiro porto brasileiro
tência por conexão ou continência, o juiz, se vier a desclassificar a em que tocar a embarcação, após o crime, ou, quando se
infração ou impronunciar ou absolver o acusado, de maneira que afastar do País, pela do último em que houver tocado.

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Art. 90. Os crimes praticados a bordo de aeronave nacional, importando a qualificação do órgão expedidor.
dentro do espaço aéreo correspondente ao território brasileiro,
ou ao alto-mar, ou a bordo de aeronave estrangeira, dentro do
espaço aéreo correspondente ao território nacional, serão proces- SÚMULAS SOBRE COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL
sados e julgados pela justiça da comarca em cujo território se STF
verificar o pouso após o crime, ou pela da comarca de onde
houver partido a aeronave. Súmula vinculante 36-STF: Compete à Justiça Federal comum
processar e julgar civil denunciado pelos crimes de falsificação
Art. 91. Quando incerta e não se determinar de acordo com e de uso de documento falso quando se tratar de falsifica-
as normas estabelecidas nos arts. 89 e 90, a competência se fir- ção da Caderneta de Inscrição e Registro (CIR) ou de Cartei-
mará pela prevenção. ra de Habilitação de Amador (CHA), ainda que expedidas
pela Marinha do Brasil.

SÚMULAS SOBRE COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL STJ

STF Súmula 122-STJ: Compete à Justiça Federal o processo e jul-


gamento unificado dos crimes conexos de competência fe-
Súmula 498-STF: Compete a justiça dos estados, em ambas as
deral e estadual, não se aplicando a regra do art. 78, II, "a", do
instâncias, o processo e o julgamento dos crimes contra a eco-
Código de Processo Penal.
nomia popular.
Súmula 147-STJ: Compete à Justiça Federal processar e julgar
Súmula 522-STF: Salvo ocorrência de tráfico com o exterior,
os crimes praticados contra funcionário público federal,
quando, então, a competência será da Justiça Federal, com-
quando relacionados com o exercício da função.
pete a justiça dos estados o processo e o julgamento dos cri-
Súmula 165-STJ: Compete à Justiça Federal processar e julgar
mes relativos a entorpecentes.
crime de falso testemunho cometido no processo trabalhis-
STJ ta.
Súmula 200-STJ: O juízo federal competente para processar e
Súmula 38-STJ: Compete à Justiça Estadual Comum, na vigên-
julgar acusado de crime de uso de passaporte falso é o do lu-
cia da Constituição de 1988, o processo por contravenção pe-
gar onde o delito se consumou.
nal, ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou in-
Súmula 208-STJ: Compete à justiça federal processar e julgar
teresse da União ou de suas entidades.
prefeito municipal por desvio de verba sujeita a prestação
E se a contravenção penal for conexa com crime federal? Ha-
de contas perante órgão federal.
verá a cisão dos processos, de forma que o crime será julgado
Súmula 528-STJ: Compete ao juiz federal do local da apreen-
pela Justiça Federal e a contravenção pela Justiça Estadual (STJ.
são da droga remetida do exterior pela via postal processar e
CC 20454/RO).
julgar o crime de tráfico internacional.
Exceção na qual a Justiça Federal julgaria contravenção
penal: contravenção penal praticada por pessoa com foro
privativo no Tribunal Regional Federal. SÚMULAS SOBRE COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA MILITAR
Súmula 42-STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e
STJ
julgar as causas cíveis em que é parte sociedade de economia
mista e os crimes praticados em seu detrimento. Súmula 53-STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e
Súmula 62-STJ: Compete à Justiça Estadual processar e julgar o julgar civil acusado de prática de crime contra instituições milita-
crime de falsa anotação na carteira de trabalho e previdência so- res estaduais.
cial, atribuído à empresa privada. Súmula 78-STJ: Compete à Justiça Militar processar e julgar po-
Info 554, STJ: o STJ decidiu que compete à Justiça Federal(e não licial de corporação estadual, ainda que o delito tenha sido
à Justiça Estadual) processar e julgar o crime caracterizado pela praticado em outra unidade federativa.
omissão de anotação de vínculo empregatício na CTPS (art. 297,
§ 4º, do CP). Esse mesmo raciocínio pode ser aplicado para a fal-
SÚMULA SOBRE CONFLITO DE COMPETÊNCIA
sa anotação na CTPS (art. 297, § 3º do CP).
Súmula 104-STJ: Compete à Justiça Estadual o processo e jul- Súmula 555-STF: É competente o Tribunal de Justiça para julgar
gamento dos crimes de falsificação e uso de documento falso conflito de jurisdição entre juiz de direito do estado e a justiça
relativo a estabelecimento particular de ensino. militar local
Súmula 107-STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar
e julgar crime de estelionato praticado mediante falsificação
SÚMULAS SOBRE PRERROGATIVA DE FUNÇÃO
das guias de recolhimento das contribuições previdenciárias,
quando não ocorrente lesão à autarquia federal. Súmula vinculante 45-STF: A competência constitucional do
Súmula 140-STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de
e julgar crime em que o indígena figure como autor ou viti- função estabelecido exclusivamente pela Constituição esta-
ma. dual.
Súmula 209-STJ: Compete à justiça estadual processar e julgar Súmula 451-STF: A competência especial por prerrogativa de
prefeito por desvio de verba transferida e incorporada ao pa- função não se estende ao crime cometido após a cessação
trimônio municipal. definitiva do exercício funcional
Súmula 546-STJ: A competência para processar e julgar o crime Súmula 702-STF: A competência do Tribunal de Justiça para jul-
de uso de documento falso é firmada em razão da entidade gar Prefeitos restringe-se aos crimes de competência da Justiça
ou órgão ao qual foi apresentado o documento público, não comum estadual; nos demais casos, a competência originária ca-

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DIA 2 / 27

berá ao respectivo tribunal de segundo grau. sendo deprecada ao juízo onde fixa nova residência somente a
Súmula 704-STF: Não viola as garantias do juiz natural, da am- supervisão e o acompanhamento do cumprimento da medida
pla defesa e do devido processo legal a atração por continência imposta.
ou conexão do processo do co-réu ao foro por prerrogativa de 19) A ofensa indireta, genérica ou reflexa praticada em detri-
função de um dos denunciados mento de bens, serviços ou interesse da União, de suas entida-
des autárquicas ou empresas públicas federais não atrai a com-
JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ petência da Justiça Federal (art. 109, IV, da CF/88).

EDIÇÃO N. 72: COMPETÊNCIA CRIMINAL


TÍTULO VI
1) Compete ao Superior Tribunal de Justiça o julgamento de
DAS QUESTÕES E PROCESSOS INCIDENTES
revisão criminal quando a questão objeto do pedido revisio-
CAPÍTULO I
nal tiver sido examinada anteriormente por esta Corte.
DAS QUESTÕES PREJUDICIAIS
2) A mera previsão do crime em tratado ou convenção inter-
Art. 92. Se a decisão sobre a existência da infração depender
nacional NÃO ATRAI a competência da Justiça Federal, com
da solução de controvérsia, que o juiz repute séria e fundada, SO-
base no art. 109, inciso V, da CF/88, sendo imprescindível que a
BRE O ESTADO CIVIL DAS PESSOAS, o curso da ação penal FI-
conduta tenha ao menos potencialidade para ultrapassar os
CARÁ SUSPENSO até que no juízo cível seja a controvérsia diri-
limites territoriais.
mida por sentença passada em julgado, sem prejuízo, entretanto,
3) O fato de o delito ser praticado pela internet NÃO ATRAI, au-
da inquirição das testemunhas e de outras provas de natureza
tomaticamente, a competência da Justiça Federal, sendo ne-
urgente.
cessário demonstrar a internacionalidade da conduta ou de seus
Parágrafo único. Se for o crime de ação pública, o Ministério
resultados.
Público, quando necessário, promoverá a ação civil ou prossegui-
4) Não há conflito de competência entre Tribunal de Justiça e
rá na que tiver sido iniciada, com a citação dos interessados.
Turma Recursal de Juizado Especial Criminal de um mesmo Esta-
do, já que a Turma Recursal não possui qualidade de Tribunal
Art. 93. Se o reconhecimento da existência da infração penal
e a este é subordinada administrativamente.
depender de decisão sobre QUESTÃO DIVERSA DO ESTADO CI-
5) É relativa a nulidade decorrente da inobservância da compe-
VIL DAS PESSOAS, da competência do juízo cível, e se neste hou-
tência penal por prevenção, que deve ser alegada em momento
ver sido proposta ação para resolvê-la, o juiz criminal PODERÁ,
oportuno, sob pena de preclusão.
desde que essa questão seja de difícil solução e não verse so-
6) A competência é determinada pelo lugar em que se consu-
bre direito cuja prova a lei civil limite, SUSPENDER o curso do
mou a infração (art. 70 do CPP), sendo possível a sua modifica-
processo, após a inquirição das testemunhas e realização das
ção na hipótese em que outro local seja o melhor para a for-
outras provas de natureza urgente.
mação da verdade real.
§ 1o O juiz marcará o prazo da suspensão, que poderá ser
7) Compete ao Tribunal Regional Federal ou ao Tribunal de Justi-
razoavelmente prorrogado, se a demora não for imputável à par-
ça decidir os conflitos de competência entre juizado especial e
te. Expirado o prazo, sem que o juiz cível tenha proferido decisão,
juízo comum da mesma seção judiciária ou do mesmo Estado.
o juiz criminal fará prosseguir o processo, retomando sua com-
9) Inexistindo conexão probatória, não é da Justiça Federal a
petência para resolver, de fato e de direito, toda a matéria da
competência para processar e julgar crimes de competência da
acusação ou da defesa.
Justiça Estadual, ainda que os delitos tenham sido descobertos
§ 2o Do despacho que denegar a suspensão NÃO CABERÁ
em um mesmo contexto fático.
RECURSO.
10) No concurso de infrações de menor potencial ofensivo,
§ 3o Suspenso o processo, e tratando-se de crime de ação
afasta-se a competência dos Juizados Especiais quando a
pública, incumbirá ao Ministério Público intervir imediatamente
soma das penas ultrapassar 2 anos.
na causa cível, para o fim de promover-lhe o rápido andamento.
11) Compete à Justiça Federal processar e julgar crimes relativos
ao desvio de verbas públicas repassadas pela União aos municí-
pios e sujeitas à prestação de contas perante órgão federal. Recurso da decisão que DENEGA a Irrecorrível
13) As atribuições da Polícia Federal não se confundem com as suspensão
regras de competência constitucionalmente estabelecidas para a Recurso da decisão que CONCEDE a RESE (art. 582, XVI,
Justiça Federal (arts. 108, 109 e 144, §1°, da CF/88), sendo possí- suspensão CPP)
vel que uma investigação conduzida pela Polícia Federal seja
processada perante a Justiça Estadual.
Art. 94. A suspensão do curso da ação penal, nos casos
14) Compete a Justiça Comum Estadual processar e julgar crime
dos artigos anteriores, será decretada pelo juiz, de ofício ou a
em que o índio figure como autor ou vítima, desde que não
requerimento das partes.
haja ofensa a direitos e a cultura indígenas, o que atrai a compe-
tência da Justiça Federal.
16) Há conflito de competência, e não de atribuição, sempre QUESTÃO PREJUDICIAL Envolve estado civil das pessoas.
que a autoridade judiciária se pronuncia a respeito da con- OBRIGATÓRIA Suspensão obrigatória do proces-
trovérsia, acolhendo expressamente as manifestações do Mi- so.
nistério Público. Não envolve estado civil das pes-
18) A mudança de domicílio pelo condenado que cumpre pena soas.
restritiva de direitos ou que seja beneficiário de livramento con- QUESTÃO PREJUDICIAL Suspensão facultativa do processo.
dicional não tem o condão de modificar a competência da FACULTATIVA O juiz marcará prazo para a suspen-
execução penal, que permanece com o juízo da condenação, são, que poderá ser prorrogado.

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Findando, o juiz criminal prossegui- Art. 103. No STF e nos Tribunais de Apelação, o juiz que se
rá no processo, retomando sua julgar suspeito deverá declará-lo nos autos e, se for revisor, pas-
competência para resolver, de fato sar o feito ao seu substituto na ordem da precedência, ou, se for
e de direito, toda a matéria relator, apresentar os autos em mesa para nova distribuição.
§ 1o Se não for relator nem revisor, o juiz que houver de
QUESTÃO PREJUDICIAL São aquelas que pertencem ao dar-se por suspeito, deverá fazê-lo verbalmente, na sessão de jul-
HOMOGÊNEA (PRÓPRIA mesmo ramo do direito da ação gamento, registrando-se na ata a declaração.
ou IMPERFEITA) principal, como a exceção da verda- § 2o Se o presidente do tribunal se der por suspeito, compe-
de tirá ao seu substituto designar dia para o julgamento e presidi-lo.
QUESTÃO PREJUDICIAL São aquelas que pertencem a ra- § 3o Observar-se-á, quanto à arguição de suspeição pela
HETEROGÊNEA PERFEITA mos diferentes do direito, como parte, o disposto nos arts. 98 a 101, no que lhe for aplicável, aten-
ou JURISDICIONAL) nos casos de anulação do casamen- dido, se o juiz a reconhecer, o que estabelece este artigo.
to no crime de bigamia § 4o A suspeição, não sendo reconhecida, será julgada pelo
tribunal pleno, funcionando como relator o presidente.
§ 5o Se o recusado for o presidente do tribunal, o relator
CAPÍTULO II
será o vice-presidente.
DAS EXCEÇÕES
Art. 95. Poderão ser opostas as exceções de:
Art. 104. Se for arguida a suspeição do órgão do Ministé-
I - suspeição;
rio Público, o juiz, depois de ouvi-lo, decidirá, SEM RECURSO,
II - incompetência de juízo;
podendo antes admitir a produção de provas no prazo de 3
III - litispendência;
dias.
IV - ilegitimidade de parte;
V - coisa julgada.
Art. 105. As partes poderão também arguir de suspeitos os
peritos, os intérpretes e os serventuários ou funcionários de justi-
Art. 96. A arguição de suspeição precederá a qualquer ou-
ça, decidindo o juiz de plano e SEM RECURSO, à vista da matéria
tra, salvo quando fundada em motivo superveniente.
alegada e prova imediata.
Art. 97. O juiz que espontaneamente afirmar suspeição de-
Art. 106. A suspeição dos jurados deverá ser arguida oral-
verá fazê-lo por escrito, declarando o motivo legal, e remeterá
mente, decidindo de plano do presidente do Tribunal do Júri, que
imediatamente o processo ao seu substituto, intimadas as partes.
a rejeitará se, negada pelo recusado, não for imediatamente
comprovada, o que tudo constará da ata.
Art. 98. Quando qualquer das partes pretender recusar o
juiz, deverá fazê-lo em petição assinada por ela própria ou por
Art. 107. Não se poderá opor suspeição às autoridades
procurador com poderes especiais, aduzindo as suas razões
policiais nos atos do inquérito, mas deverão elas declarar-se
acompanhadas de prova documental ou do rol de testemunhas.
suspeitas, quando ocorrer motivo legal.
Art. 99. Se reconhecer a suspeição, o juiz sustará a marcha
Art. 108. A exceção de incompetência do juízo poderá ser
do processo, mandará juntar aos autos a petição do recusante
oposta, verbalmente ou por escrito, no prazo de defesa.
com os documentos que a instruam, e por despacho se declarará
§ 1o Se, ouvido o Ministério Público, for aceita a declinatória,
suspeito, ordenando a remessa dos autos ao substituto.
o feito será remetido ao juízo competente, onde, ratificados os
atos anteriores, o processo prosseguirá.
Art. 100. Não aceitando a suspeição, o juiz mandará autuar
§ 2o Recusada a incompetência, o juiz continuará no feito,
em apartado a petição, dará sua resposta dentro em 3 dias, po-
fazendo tomar por termo a declinatória, se formulada verbalmen-
dendo instruí-la e oferecer testemunhas, e, em seguida, determi-
te.
nará sejam os autos da exceção remetidos, dentro em 24 horas,
ao juiz ou tribunal a quem competir o julgamento.
Art. 109. Se em qualquer fase do processo o juiz reconhecer
§ 1o Reconhecida, preliminarmente, a relevância da arguição,
motivo que o torne incompetente, declara-lo-á nos autos, haja ou
o juiz ou tribunal, com citação das partes, marcará dia e hora para
não alegação da parte, prosseguindo-se na forma do artigo ante-
a inquirição das testemunhas, seguindo-se o julgamento, inde-
rior.
pendentemente de mais alegações.
§ 2o Se a suspeição for de manifesta improcedência, o juiz
Art. 110. Nas exceções de litispendência, ilegitimidade de
ou relator a rejeitará liminarmente.
parte e coisa julgada, será observado, no que lhes for aplicável, o
disposto sobre a exceção de incompetência do juízo.
Art. 101. Julgada procedente a suspeição, ficarão NULOS
§ 1o Se a parte houver de opor mais de uma dessas exce-
os atos do processo principal, pagando o juiz as custas, no caso
ções, deverá fazê-lo numa só petição ou articulado.
de erro inescusável; rejeitada, evidenciando-se a malícia do exci-
§ 2o A exceção de coisa julgada somente poderá ser
piente, a este será imposta a multa de duzentos mil-réis a dois
oposta em relação ao fato principal, que tiver sido objeto da
contos de réis.
sentença.
Art. 102. Quando a parte contrária reconhecer a procedência
Art. 111. As exceções serão processadas em AUTOS APAR-
da arguição, poderá ser sustado, a seu requerimento, o processo
TADOS e NÃO SUSPENDERÃO, em regra, o andamento da
principal, até que se julgue o incidente da suspeição.
ação penal.

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DIA 3 / 1

XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, 1/3


a mais do que o salário normal;
Dia 3
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário,
com a duração de 120 dias;
Constituição Federal: art. 6-17 Os prazos da licença-adotante não podem ser inferiores ao
Código Civil: art. 40-114 prazo da licença-gestante, o mesmo valendo para as respectivas
Código Processo Civil: art. 77-102 prorrogações. Em relação à licença-adotante, não é possível
Código Penal: art. 32-52 fixar prazos diversos em função da idade da criança
Código Processo Penal: art. 112-196 adotada. STF. Plenário. RE 778889/PE (repercussão geral) (Info
817).
Controle de Leitura
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante in-
CONSTITUIÇÃO FEDERAL centivos específicos, nos termos da lei;
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no
CAPÍTULO II mínimo de 30 dias, nos termos da lei;
DOS DIREITOS SOCIAIS XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de nor-
(direitos de 2a dimensão) mas de saúde, higiene e segurança;
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insa-
trabalho, a moradia, o transporte (EC 90/15), o lazer, a seguran- lubres ou perigosas, na forma da lei;
ça, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a XXIV - aposentadoria;
assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nasci-
mento até 5 anos de idade em creches e pré-escolas;
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de
outros que visem à melhoria de sua condição social: trabalho;
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;
ou sem justa causa, nos termos de LC, que preverá indenização XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do em-
compensatória, dentre outros direitos; pregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado,
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; quando incorrer em dolo ou culpa;
III - FGTS; XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de tra-
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, ca- balho, com prazo prescricional de 5 anos para os trabalhado-
paz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua fa- res urbanos e rurais, até o limite de 2 anos após a extinção do
mília com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, contrato de trabalho;
higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e
que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vincula- de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado
ção para qualquer fim; civil;
V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do tra- XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e
balho; critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência;
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e in-
ou acordo coletivo; telectual ou entre os profissionais respectivos;
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre
percebem remuneração variável; a menores de 18 e de qualquer trabalho a menores de 16
VIII - 13° terceiro salário com base na remuneração integral ou anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de 14 anos;
no valor da aposentadoria; XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo
IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; empregatício permanente e o trabalhador avulso.
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua re- Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores
tenção dolosa; domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII,
XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da re- XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e,
muneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da em- atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a simpli-
presa, conforme definido em lei; ficação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e
XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiarida-
de baixa renda nos termos da lei; des, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem
XIII - duração do trabalho normal não superior a 8 horas diá- como a sua integração à previdência social.
rias e 44 semanais, facultada a compensação de horários e a
redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de DIREITOS DOS TRABALHADORES DOMÉSTICOS
trabalho;
EFICÁCIA PLENA EFICÁCIA LIMITADA
XIV - jornada de 6 horas para o trabalho realizado em turnos
ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; • Salário-mínimo • Relação de emprego
XV - repouso semanal remunerado, PREFERENCIALMENTE aos • Irredutibilidade do protegida contra despedida ar-
domingos; salário bitrária ou sem justa causa, nos
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no míni- • Garantia de salário, termos de lei complementar,
mo, em 50% à do normal; nunca inferior ao mínimo, para que preverá indenização com-

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DIA 3 / 2

os que percebem remuneração pensatória, dentre outros direi- IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando
variável; tos; de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio
• 13° salário • Seguro-desemprego do sistema confederativo da representação sindical respectiva, in-
• Proteção do salário • FGTS dependentemente da contribuição prevista em lei;
na forma da lei, constituindo • Remuneração do tra-
crime sua retenção dolosa balho noturno superior à do Contribuição CONFEDERATIVA Contribuição SINDICAL
• Duração do trabalho diurno
normal não superior a oito ho- • Salário-família Prevista na 1ª parte do art. 8º, Prevista na 2ª parte do art. 8º,
ras diárias e quarenta e quatro • Assistência gratuita IV, da CF/88. IV, da CF/88.
semanais, facultada a compen- aos filhos e dependentes desde
Também chamada de Também chamada de
sação de horários e a redução o nascimento até 5 anos de
“contribuição de assembleia”. “imposto sindical”, expressão
da jornada, mediante acordo idade em creches e pré-escolas
incorreta porque não é
ou convenção coletiva de tra- • Seguro contra aci-
imposto.
balho; dentes de trabalho, a cargo do
• Repouso semanal re- empregador, sem excluir a in- NÃO é tributo. ERA considerada um TRIBUTO.
munerado, preferencialmente denização a que este está obri- ERA uma contribuição
aos domingos; gado, quando incorrer em dolo parafiscal (ou especial).
• Remuneração do ser- ou culpa
Fixada pela assembleia geral do Era instituída por meio de lei
viço extraordinário superior, no
sindicato (obrigação ex (obrigação ex lege).
mínimo, em 50% à do normal;
voluntate).
• Férias anuais + 1/3
• Licença à gestante DIREITOS REGULAMENTA- É VOLUNTÁRIA. ERA COMPULSÓRIA.
• Licença-paternidade DOS PELA LC 150/15 A contribuição confederativa é ERA paga por todos aqueles
• Aviso prévio considerada como voluntária que faziam parte de uma
• Redução dos riscos porque somente é paga pelas determinada categoria
inerentes ao trabalho, por meio pessoas que resolveram econômica ou profissional, ou
de normas de saúde, higiene e (optaram) se filiar ao sindicato. de uma profissão liberal, em
segurança A contribuição confederativa de favor do sindicato
• Aposentadoria que trata o art. 8º, IV, da representativo da mesma
• Reconhecimento das Constituição, só é exigível dos categoria ou profissão ou,
convenções e acordos coletivos filiados ao sindicato respectivo inexistindo este, à Federação
de trabalho (SV 40): correspondente à mesma
• Proibição de diferen- Súmula vinculante 40: A categoria econômica ou
ça de salários, de exercício de contribuição confederativa de profissional.
funções e de critério de admis- que trata o artigo 8º, IV, da Não havia jeito: se o indivíduo
são por motivo de sexo, idade, Constituição Federal, só é fosse metalúrgico, p. ex., ele
cor ou estado civil; exigível dos filiados ao sindicato tinha que pagar a
• Proibição de qual- respectivo. contribuição sindical, mesmo
quer discriminação que não fosse filiado ao
• Proibição de trabalho sindicato. ERA um tributo.
noturno, perigoso ou insalubre
São compatíveis com a Constituição Federal os dispositivos
a menores de dezoito e de
da Lei nº 13.467/2017 (Reforma Trabalhista) que
qualquer trabalho a menores
extinguiram a obrigatoriedade da contribuição sindical e
de 16 anos, salvo na condição
condicionaram o seu pagamento à prévia e expressa
de aprendiz, a partir de 14
autorização dos filiados. STF. Plenário. ADI 5794/DF, Rel. Min.
anos
Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Luiz Fux, julgado em 29/6/2018 (Info
908).
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o
*Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br
seguinte:
I - a lei NÃO PODERÁ exigir autorização do Estado para a fun-
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a
dação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competen-
sindicato;
te, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações
organização sindical;
coletivas de trabalho;
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical ,
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas
em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou
organizações sindicais;
econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos tra-
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do
balhadores ou empregadores interessados, não podendo ser in-
registro da candidatura a cargo de direção ou representação sin-
ferior à área de um Município;
dical e, se eleito, ainda que suplente, até 1 ano após o final do
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos
mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.
ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou ad-
ministrativas;

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DIA 3 / 3

Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à orga- da pessoa, que decide adquirir, para si, uma
nização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, aten- SECUNDÁRIA nova nacionalidade. A isso se dá o nome
didas as condições que a lei estabelecer. (derivada, de naturalização.
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos traba- adquirida ou Atenção: esse ato voluntário pode ser expres-
lhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os in- voluntária) so ou tácito.
teresses que devam por meio dele defender. A pessoa se torna nacional naturalizado.
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá
*Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br
sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se
lei.
houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos
os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta
Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empre-
Constituição.
gadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interes-
§ 2º A lei NÃO PODERÁ estabelecer distinção entre brasileiros
ses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e
natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constitui-
deliberação.
ção.
Art. 11. Nas empresas de mais de 200 empregados, é assegura-
da a eleição de um representante destes com a finalidade exclu- § 3º São PRIVATIVOS DE BRASILEIRO NATO os cargos:
siva de promover-lhes o entendimento direto com os empre- I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
gadores. II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
CAPÍTULO III IV - de Ministro do STF;
DA NACIONALIDADE V - da carreira diplomática;
Art. 12. São brasileiros: VI - de oficial das Forças Armadas.
I - natos: VII - de Ministro de Estado da Defesa
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de
O Conselho da República tem em sua composição 6 brasileiros
pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu
natos
país (JUS SOLI);
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasi- § 4º - Será declarada a PERDA DA NACIONALIDADE do brasilei-
leira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República ro que:
Federativa do Brasil (JUS SANGUINI); I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe bra- virtude de atividade nociva ao interesse nacional;
sileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:
competente OU venham a residir na República Federativa do a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei es-
Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a mai- trangeira;
oridade, pela nacionalidade brasileira (JUS SANGUINI); b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao
II - naturalizados: brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, para permanência em seu território ou para o exercício de di-
exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas reitos civis;
residência por 1 ano ininterrupto e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na Re- Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Fede-
pública Federativa do Brasil há mais de 15 anos ininterruptos e rativa do Brasil.
sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade § 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o
brasileira. hino, as armas e o selo nacionais.
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter
símbolos próprios.
É aquela que resulta de um fato natural (o
nascimento).
CAPÍTULO IV
A pessoa se torna nacional nato.
DOS DIREITOS POLÍTICOS
Critérios para atribuição da nacionalidade ori-
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio univer-
ginária:
Nacionalidade sal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e,
a) Critério territorial (jus soli): se a pes-
ORIGINÁRIA nos termos da lei, mediante:
soa nascer no território do país, será
(primária, I - plebiscito;
considerada nacional deste.
atribuída ou II - referendo;
b) Critério sanguíneo (jus sanguinis): a
involuntária) III - iniciativa popular.
pessoa irá adquirir a nacionalidade de seus
ascendentes, não importando que tenha
nascido no território de outro país. REFERENDO PLEBISCITO
No Brasil, adota-se, como regra, o critério
Formas de consulta popular sobre determinado assunto.
do jus soli, havendo, no entanto, situações
nas quais o critério sanguíneo é aceito. Autorizado pelo Congresso Convocado pelo Congresso
Nacional (art. 49, XV, CF). Nacional (art. 49, XV, CF).
Nacionalidade É aquela decorrente de um ato voluntário

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DIA 3 / 4

Decreto legislativo. tituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um
único período subsequente.
Primeiro faz a lei ou ato Primeiro pergunta-se ao § 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da Repúbli-
administrativo e depois povo para depois fazer a lei ca, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos
pergunta para o povo. ou ato administrativo. devem renunciar aos respectivos mandatos até 6 meses antes
do pleito.
§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o
Lei 9709/98. cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o 2° grau ou
Art. 2o Plebiscito e referendo são consultas formuladas ao por adoção, do Presidente da República, de Governador de Esta-
povo para que delibere sobre matéria de acentuada rele- do ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os
vância, de natureza constitucional, legislativa ou adminis- haja substituído dentro dos 6 meses anteriores ao pleito, salvo se
trativa. já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
§ 1o O PLEBISCITO é convocado com anterioridade a ato le-
gislativo ou administrativo, cabendo ao povo, pelo voto, Súmula 6, TSE: São inelegíveis para o cargo de chefe do Execu-
aprovar ou denegar o que lhe tenha sido submetido. tivo o cônjuge e os parentes, indicados no § 7º do art. 14 da
§ 2o O REFERENDO é convocado com posterioridade a ato Constituição Federal, do titular do mandato, salvo se este, ree-
legislativo ou administrativo, cumprindo ao povo a respectiva legível, tenha falecido, renunciado ou se afastado definitiva-
ratificação ou rejeição. mente do cargo até seis meses antes do pleito.

Art. 3o Nas questões de relevância nacional, de competência


do Poder Legislativo ou do Poder Executivo, e no caso do § § 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condi-
o ções:
3 do art. 18 da Constituição Federal, o plebiscito e o refe-
I - se contar menos de 10 anos de serviço, deverá afastar-se da
rendo são convocados mediante decreto legislativo, por
atividade;
proposta de 1/3, no mínimo, dos membros que compõem
II - se contar mais de 10 anos de serviço, será agregado pela
qualquer das Casas do Congresso Nacional, de conformidade
autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no
com esta Lei.
ato da diplomação, para a inatividade.
Art. 10. O plebiscito ou referendo, convocado nos termos da
§ 9º LC estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos
presente Lei, será considerado aprovado ou rejeitado por
de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a
MAIORIA SIMPLES, de acordo com o resultado homologa-
moralidade para exercício de mandato considerada vida pregres-
do pelo Tribunal Superior Eleitoral.
sa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições con-
Art. 11. O referendo pode ser convocado no prazo de 30
tra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de
dias, a contar da promulgação de lei ou adoção de medida
função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta.
administrativa, que se relacione de maneira direta com a con-
§ 10. (AIME) O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a
sulta popular.
Justiça Eleitoral no prazo de 15 dias contados da diplomação,
instruída a ação com provas de abuso do poder econômico,
§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são: corrupção ou fraude.
I - obrigatórios para os maiores de 18 anos; § 11. A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo
II - facultativos para: de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou
a) os analfabetos; de manifesta má-fé.
b) os maiores de 70 anos;
c) os maiores de 16 e menores de 18 anos. Art. 15. É VEDADA A CASSAÇÃO de direitos políticos, cuja perda
§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, du- ou suspensão só se dará nos casos de:
rante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos. I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em
§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei: julgado (em virtude de atividade nociva ao interesse nacio-
I - a nacionalidade brasileira; nal);
II - o pleno exercício dos direitos políticos; II - incapacidade civil absoluta;
III - o alistamento eleitoral; III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto du-
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição (6 meses antes do rarem seus efeitos;
pleito); IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação
V - a filiação partidária (6 meses antes do pleito); alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
VI - a idade mínima de: V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
a) 35 anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Se-
nador;
Súmula 9, TSE: A suspensão de direitos políticos decorrente de
b) 30 anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do
condenação criminal transitada em julgado cessa com o cum-
Distrito Federal;
primento ou a extinção da pena, independendo de reabilita-
c) 21 anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Dis-
ção ou de prova de reparação dos danos.
trital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
d) 18 anos para Vereador.
§ 4º São inelegíveis os inalistáveis (estrangeiro e conscrito) e Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor
os analfabetos. na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do ocorra até 1 ano da data de sua vigência.
Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou subs-

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DIA 3 / 5

SÚMULA SOBRE DIREITOS POLÍTICOS válidos em cada uma delas; ou


b) tiverem elegido pelo menos 11 Deputados Federais distribuí-
Súmula vinculante 18-STF: A dissolução da sociedade ou do
dos em pelo menos 1/3 das unidades da Federação;
vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibi-
III - na legislatura seguinte às eleições de 2026:
lidade prevista no § 7º do artigo 14 da Constituição Federal
a) obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no
mínimo, 2,5% dos votos válidos, distribuídos em pelo menos
CAPÍTULO V 1/3 das unidades da Federação, com um mínimo de 1,5% dos
DOS PARTIDOS POLÍTICOS votos válidos em cada uma delas; ou
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de parti- b) tiverem elegido pelo menos 13 Deputados Federais distribuí-
dos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime demo- dos em pelo menos 1/3 das unidades da Federação.
crático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa
humana e observados os seguintes preceitos:
I - caráter nacional; DIREITO A RECURSOS DO APOIAMENTO MÍNIMO PARA
II - proibição de recebimento de recursos financeiros de enti- FUNDO PARTIDÁRIO E REGISTRAR O ESTATUTO
dade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes; ACESSO GRATUITO AO
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral; RÁDIO E À TELEVISÃO
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei. 3% dos votos válidos para CD Período de 2 anos
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir 1/3 das unidades da Federa- Eleitores NÃO filiados
sua estrutura interna e estabelecer regras sobre escolha, formação ção, com um mínimo de 2% 0,5% votos dados na para a CD
e duração de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua OU 1/3 dos Estados (9E), com um
organização e funcionamento e para adotar os critérios de esco- pelo menos 15 Deputados Fe- mínimo de 0,1% do eleitorado
lha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, derais em cada um
VEDADA A SUA CELEBRAÇÃO NAS ELEIÇÕES PROPORCIO- 1/3 das unidades da Federa-
NAIS, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas ção.
em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo
seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade parti-
§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de organiza-
dária.
ção paramilitar.
EC97/17 - Art. 2º A vedação à celebração de coligações nas § 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos
eleições proporcionais, prevista no § 1º do art. 17 da Constitui- previstos no § 3º deste artigo é assegurado o mandato e facul-
ção Federal, aplicar-se-á a partir das eleições de 2020. tada a filiação, SEM PERDA DO MANDATO, a outro partido
§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade ju- que os tenha atingido, NÃO SENDO essa filiação CONSIDERA-
rídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no TSE DA para fins de distribuição dos recursos do fundo partidário
§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e e de acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão.
acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei, os parti-
dos políticos que alternativamente: CÓDIGO CIVIL
I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no
mínimo, 3% dos votos válidos, distribuídos em pelo menos 1/3
TÍTULO II
das unidades da Federação, com um mínimo de 2% dos votos
DAS PESSOAS JURÍDICAS
válidos em cada uma delas; ou
CAPÍTULO I
II - tiverem elegido pelo menos 15 Deputados Federais distribu-
DISPOSIÇÕES GERAIS
ídos em pelo menos 1/3 das unidades da Federação.
Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou ex-
terno, e de direito privado.
EC97/17
Art. 3º O disposto no § 3º do art. 17 da Constituição Federal Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
quanto ao acesso dos partidos políticos aos recursos do fundo I - a União;
partidário e à propaganda gratuita no rádio e na televisão apli- II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
car-se-á a partir das eleições de 2030. III - os Municípios;
Parágrafo único. Terão acesso aos recursos do fundo partidário e IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;
à propaganda gratuita no rádio e na televisão os partidos políti- V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
cos que: Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídi-
I - na legislatura seguinte às eleições de 2018: cas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito
a) obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento,
mínimo, 1,5% dos votos válidos, distribuídos em pelo menos pelas normas deste Código.
1/3 das unidades da Federação, com um mínimo de 1% dos
votos válidos em cada uma delas; ou
JDC141 A remissão do art. 41, parágrafo único, do Código Civil
b) tiverem elegido pelo menos 9 Deputados Federais distribuí-
às pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado es-
dos em pelo menos 1/3 das unidades da Federação;
trutura de direito privado”, diz respeito às fundações públicas
II - na legislatura seguinte às eleições de 2022:
e aos entes de fiscalização do exercício profissional.
a) obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no
mínimo, 2% dos votos válidos, distribuídos em pelo menos 1/3
das unidades da Federação, com um mínimo de 1% dos votos

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DIA 3 / 6

Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Es- ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição
tados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo no registro.
direito internacional público.
Art. 46. O registro declarará:
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civil- I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo
mente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualida- social, quando houver;
de causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo con- II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e
tra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa dos diretores;
ou dolo (RESPONSABILIDADE OBJETIVA) III - o modo por que se administra e representa, ativa e passiva-
mente, judicial e extrajudicialmente;
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração,
I - as associações; e de que modo;
II - as sociedades; V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas
III - as fundações. obrigações sociais;
IV - as organizações religiosas; VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do
V - os partidos políticos. seu patrimônio, nesse caso.
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada (EIRE-
LI). Art. 47. Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores,
§ 1o São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o exercidos nos limites de seus poderes definidos no ato consti-
funcionamento das organizações religiosas, sendo VEDADO ao tutivo.
poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos
atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento. JDC145 O art. 47 não afasta a aplicação da teoria da aparência.
§ 2o As disposições concernentes às associações aplicam-se subsi-
diariamente às sociedades que são objeto do Livro II da Parte Es-
Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as deci-
pecial deste Código.
sões se tomarão pela maioria de votos dos presentes, salvo se o
§ 3o Os partidos políticos serão organizados e funcionarão con-
ato constitutivo dispuser de modo diverso.
forme o disposto em lei específica.
Parágrafo único. Decai em 3 anos o direito de anular as deci-
sões a que se refere este artigo, quando violarem a lei ou esta-
JDC142 Os partidos políticos, os sindicatos e as associações tuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude.
religiosas possuem natureza associativa, aplicando-se-lhes o
Código Civil. Art. 49. Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a
JDC143 A liberdade de funcionamento das organizações religi- requerimento de qualquer interessado, nomear-lhe-á administra-
osas não afasta o controle de legalidade e legitimidade dor provisório.
constitucional de seu registro, nem a possibilidade de reexa-
me, pelo Judiciário, da compatibilidade de seus atos com a lei e Art. 49-A. A pessoa jurídica não se confunde com os seus sócios,
com seus estatutos. associados, instituidores ou administradores (LEI 13874/19)
JDC144 A relação das pessoas jurídicas de direito privado Parágrafo único. A autonomia patrimonial das pessoas jurídicas
constante do art. 44, incs. I a V, do Código Civil não é exausti- é um instrumento lícito de alocação e segregação de riscos,
va. estabelecido pela lei com a finalidade de estimular
JDC280 Por força do art. 44, § 2º, consideram-se aplicáveis às empreendimentos, para a geração de empregos, tributo, renda e
sociedades reguladas pelo Livro II da Parte Especial, exceto às li- inovação em benefício de todos. (LEI 13874/19)
mitadas, os arts. 57 e 60, nos seguintes termos:
a) em havendo previsão contratual, é possível aos sócios de- Art. 50. TEORIA MAIOR DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONA-
liberar a exclusão de sócio por justa causa, pela via extraju- LIDADE JURÍDICA. Em caso de abuso da personalidade jurídi-
dicial, cabendo ao contrato disciplinar o procedimento de ex- ca, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão
clusão, assegurado o direito de defesa, por aplicação analógica patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Mi-
do art. 1.085; nistério Público quando lhe couber intervir no processo, descon-
b) as deliberações sociais poderão ser convocadas por inici - siderá-la para que os efeitos de certas e determinadas rela-
ativa de sócios que representem 1/5 do capital social, na ções de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de
omissão do contrato. A mesma regra aplica-se na hipótese administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados
de criação, pelo contrato, de outros órgãos de deliberação direta ou indiretamente pelo abuso.(LEI 13874/19)
colegiada. § 1º Para os fins do disposto neste artigo, DESVIO DE
FINALIDADE é a utilização da pessoa jurídica com o propósito
de lesar credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direi-
natureza.(LEI 13874/19)
to privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo
§ 2º Entende-se por CONFUSÃO PATRIMONIAL a ausência de
registro, precedida, quando necessário, de autorização ou
separação de fato entre os patrimônios, caracterizada por:
aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas
I - cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do
as alterações por que passar o ato constitutivo.
sócio ou do administrador ou vice-versa;(LEI 13874/19)
Parágrafo único. Decai em 3 anos o direito de anular a consti-
II - transferência de ativos ou de passivos sem efetivas
tuição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do
contraprestações, exceto os de valor proporcionalmente
insignificante; e(LEI 13874/19)

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DIA 3 / 7

III - outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial. § 1o Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a
(LEI 13874/19) averbação de sua dissolução.
§ 3º O disposto no caput e nos §§ 1º e 2º deste artigo também § 2o As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se,
se aplica à extensão das obrigações de sócios ou de no que couber, às demais pessoas jurídicas de direito privado.
administradores à pessoa jurídica.(LEI 13874/19) § 3o Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da
§ 4º A mera existência de grupo econômico sem a presença inscrição da pessoa jurídica.
dos requisitos de que trata o caput deste artigo não autoriza a
desconsideração da personalidade da pessoa jurídica.(LEI Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção
13874/19) dos direitos da personalidade.
§ 5º Não constitui desvio de finalidade a mera expansão ou a
alteração da finalidade original da atividade econômica JDC286 Os direitos da personalidade são direitos inerentes e es-
específica da pessoa jurídica (LEI 13874/19) senciais à pessoa humana, decorrentes de sua dignidade, não
sendo as pessoas jurídicas titulares de tais direitos
JDC7 Só se aplica a desconsideração da personalidade jurídica
quando houver a prática de ato irregular e, limitadamente, CAPÍTULO II
aos administradores ou sócios que nela hajam incorrido. DAS ASSOCIAÇÕES
JDC51 A teoria da desconsideração da personalidade jurídica – Art. 53. Constituem-se as associações pela UNIÃO DE PESSOAS
disregard doctrine – fica positivada no novo Código Civil, manti- que se organizem para FINS NÃO ECONÔMICOS.
dos os parâmetros existentes nos microssistemas legais e na Parágrafo único. NÃO HÁ, entre os associados, direitos e obriga-
construção jurídica sobre o tema. ções recíprocos.
JDC145 Nas relações civis, interpretam-se restritivamente os
parâmetros de desconsideração da personalidade jurídica pre-
JDC534 As associações podem desenvolver atividade econô-
vistos no art. 50 (desvio de finalidade social ou confusão patri-
mica, desde que não haja finalidade lucrativa.
monial).
JDC615 As associações civis podem sofrer transformação, fusão,
JDC281 A aplicação da teoria da desconsideração, descrita no
incorporação ou cisão.
art. 50 do Código Civil, prescinde da demonstração de insol-
vência da pessoa jurídica.
JDC282 O encerramento irregular das atividades da pessoa Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá:
jurídica, por si só, não basta para caracterizar abuso da per- I - a denominação, os fins e a sede da associação;
sonalidade jurídica. II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associ-
JDC283 É cabível a desconsideração da personalidade jurídica ados;
denominada “inversa” para alcançar bens de sócio que se va- III - os direitos e deveres dos associados;
leu da pessoa jurídica para ocultar ou desviar bens pessoais, IV - as fontes de recursos para sua manutenção;
com prejuízo a terceiros – positivado com o NCPC V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deli-
JDC284 As pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrati- berativos;
vos ou de fins não econômicos estão abrangidas no conceito VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e
de abuso da personalidade jurídica. para a dissolução.
JDC285 A teoria da desconsideração, prevista no art. 50 do VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respec-
Código Civil, PODE SER INVOCADA PELA PESSOA JURÍDICA, tivas contas.
EM SEU FAVOR.
JDC406 A desconsideração da personalidade jurídica alcança os Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto
grupos de sociedade quando estiverem presentes os pressu- poderá instituir categorias com vantagens especiais.
postos do art. 50 do Código Civil e houver prejuízo para os cre -
dores até o limite transferido entre as sociedades. JDC577 A possibilidade de instituição de categorias de associa-
dos com vantagens especiais admite a atribuição de pesos di-
ferenciados ao direito de voto, desde que isso não acarrete a
DESCONSIDERAÇÃO Atinge bens da empresa que estão
sua supressão em relação a matérias previstas no art. 59 do CC.
“COMUM” em nome dos sócios
DESCONSIDERAÇÃO Atinge bens dos sócios que estão em Art. 56. A qualidade de associado É INTRANSMISSÍVEL, se o es-
INVERSA nome da empresa tatuto não dispuser o contrário.
DESCONSIDERAÇÃO Atinge bens da empresa controla- Parágrafo único. Se o associado for titular de quota ou fração ide-
INDIRETA dora que estão em nome da contro- al do patrimônio da associação, a transferência daquela NÃO IM-
lada/coligada PORTARÁ, DE PER SI, na atribuição da qualidade de associado
ao adquirente ou ao herdeiro, salvo disposição diversa do es-
DESCONSIDERAÇÃO Atinge bens do sócio oculto que es- tatuto.
EXPANSIVA tão em nome de terceiro (“laranja”)
DESPERSONALIZAÇÃO Dissolução da pessoa jurídica Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa
causa, assim reconhecida em procedimento que assegure direito
de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto.
Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a
autorização para seu funcionamento, ela subsistirá para os fins
de liquidação, até que esta se conclua.

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DIA 3 / 8

Art. 58. Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direi- VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direi-
to ou função que lhe tenha sido legitimamente conferido, a não tos humanos;
ser nos casos e pela forma previstos na lei ou no estatuto. IX – atividades religiosas;

Art. 59. Compete privativamente à assembleia geral: JDC8 A constituição de fundação para fins científicos, educacio-
I – destituir os administradores; nais ou de promoção do meio ambiente está compreendida no
II – alterar o estatuto. Código Civil, art. 62, parágrafo único.
Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem os incisos I JDC9 Deve ser interpretado de modo a excluir apenas as fun-
e II deste artigo é exigido deliberação da assembleia especial- dações com fins lucrativos.
mente convocada para esse fim, cujo quorum será o estabeleci-
do no estatuto, bem como os critérios de eleição dos administra-
Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a
dores.
ela destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor,
incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou
Art. 60. A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma
semelhante.
do estatuto, garantido a 1/5 dos associados o direito de pro-
movê-la.
Art. 64. Constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos,
o instituidor é obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou ou-
Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimô-
tro direito real, sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serão
nio líquido, depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou fra-
registrados, em nome dela, por mandado judicial.
ções ideais referidas no parágrafo único do art. 56, será destinado
à entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou,
Art. 65. Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do pa-
omisso este, por deliberação dos associados, à instituição munici-
trimônio, em tendo ciência do encargo, formularão logo, de acor-
pal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes.
do com as suas bases (art. 62), o estatuto da fundação projetada,
§ 1o Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação
submetendo-o, em seguida, à aprovação da autoridade compe-
dos associados, podem estes, antes da destinação do remanes-
tente, com recurso ao juiz.
cente referida neste artigo, receber em restituição, atualizado o
Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo assi-
respectivo valor, as contribuições que tiverem prestado ao patri-
nado pelo instituidor, ou, não havendo prazo, em 180 dias, a
mônio da associação.
incumbência caberá ao Ministério Público.
§ 2o Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou
no Território, em que a associação tiver sede, instituição nas con-
Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado
dições indicadas neste artigo, o que remanescer do seu patrimô-
onde situadas.
nio se devolverá à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da
§ 1º Se funcionarem no Distrito Federal ou em Território, caberá o
União.
encargo ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.
§ 2o Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o
JDC407 A obrigatoriedade de destinação do patrimônio líquido encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público.
remanescente da associação à instituição municipal, estadual ou
federal de fins idênticos ou semelhantes, em face da omissão do Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mis-
estatuto, possui caráter subsidiário, devendo prevalecer a ter que a reforma:
vontade dos associados, desde que seja contemplada enti- I - seja deliberada por 2/3 dos competentes para gerir e repre-
dade que persiga fins não econômicos. sentar a fundação;
II - não contrarie ou desvirtue o fim desta;
CAPÍTULO III III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo
DAS FUNDAÇÕES máximo de 45 dias, findo o qual ou no caso de o Ministério Pú-
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escri- blico a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do inte-
tura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, es- ressado.
pecificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a ma-
neira de administrá-la. Art. 68. Quando a alteração não houver sido aprovada por vota-
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para ção unânime, os administradores da fundação, ao submeterem o
fins de: estatuto ao órgão do Ministério Público, requererão que se dê
I – assistência social; ciência à minoria vencida para impugná-la, se quiser, em 10 dias.
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artísti-
co; Art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que
III – educação; visa a fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do
IV – saúde; Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá a ex-
V – segurança alimentar e nutricional; tinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e pro- contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação,
moção do desenvolvimento sustentável; designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante.
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alter-
nativas, modernização de sistemas de gestão, produção e di- TÍTULO III
vulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos; Do Domicílio

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DIA 3 / 9

Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabe- Marinha/Aeronáutica Sede do comando
lece a sua residência com ânimo definitivo.
Marítimo Onde o navio estiver matriculado

JDC408 Para efeitos de interpretação da expressão “domicílio” Preso Onde cumpre a sentença
do art. 7º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro,
deve ser considerada, nas hipóteses de litígio internacional Art. 77. O agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangei-
relativo a criança ou adolescente, a residência habitual des- ro, alegar extraterritorialidade sem designar onde tem, no país, o
tes, pois se trata de situação fática internacionalmente aceita e seu domicílio, poderá ser demandado no Distrito Federal ou no
conhecida. último ponto do território brasileiro onde o teve.

Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, Art. 78. Nos contratos escritos, poderão os contratantes especifi-
onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qual- car domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos e obriga-
quer delas. ções deles resultantes (domicílio de eleição)

Art. 72. É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações LIVRO II


concernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida. DOS BENS
Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em lugares diver- TÍTULO ÚNICO
sos, cada um deles constituirá domicílio para as relações que lhe Das Diferentes Classes de Bens
corresponderem. CAPÍTULO I
Dos Bens Considerados em Si Mesmos
Art. 73. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não te- Seção I
nha residência habitual, o lugar onde for encontrada. Dos Bens Imóveis
Art. 74. Muda-se o domicílio, transferindo a residência, com a in- Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar
tenção manifesta de o mudar. natural ou artificialmente.
Parágrafo único. A prova da intenção resultará do que declarar a
pessoa às municipalidades dos lugares, que deixa, e para onde JDC11 Não persiste no novo sistema legislativo a categoria dos
vai, ou, se tais declarações não fizer, da própria mudança, com as bens imóveis por acessão intelectual, não obstante a expres-
circunstâncias que a acompanharem. são “tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente”,
constante da parte final do art. 79 do Código Civil
Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é:
I - da União, o Distrito Federal;
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:
II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais;
I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;
III - do Município, o lugar onde funcione a administração munici-
II - o direito à sucessão aberta.
pal;
IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as
Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis:
respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domi-
I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua
cílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos.
unidade, forem removidas para outro local;
§ 1o Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares
II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para
diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos
nele se reempregarem.
nele praticados.
§ 2o Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro,
Seção II
haver-se-á por domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obriga-
Dos Bens Móveis
ções contraídas por cada uma das suas agências, o lugar do esta-
Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio
belecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder.
(semoventes), ou de remoção por força alheia, sem alteração
da substância ou da destinação econômico-social.
Art. 76. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público,
o militar, o marítimo e o preso.
Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais:
Parágrafo único. O domicílio do incapaz é o do seu representante
I - as energias que tenham valor econômico;
ou assistente; o do servidor público, o lugar em que exercer per-
II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspon-
manentemente suas funções; o do militar, onde servir, e, sendo da
dentes;
Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se encon-
III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas
trar imediatamente subordinado; o do marítimo, onde o navio es-
ações.
tiver matriculado; e o do preso, o lugar em que cumprir a senten-
ça.
Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto
não forem empregados, conservam sua qualidade de móveis; re-
DOMICÍLIO NECESSÁRIO adquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum
Incapaz Representante ou assistente prédio.

Servidor público Onde exerce permanentemente as Seção III


funções Dos Bens Fungíveis e Consumíveis
Militar Onde servir

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DIA 3 / 10

Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por tar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do
outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. caso.

Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa des- Art. 95. Apesar de ainda não separados do bem principal, os
truição imediata da própria substância, sendo também consi- frutos e produtos podem ser objeto de negócio jurídico.
derados tais os destinados à alienação.
Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessá-
Seção IV rias.
Dos Bens Divisíveis § 1o São VOLUPTUÁRIAS as de mero deleite ou recreio, que
Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alte- não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem
ração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou mais agradável ou sejam de elevado valor.
prejuízo do uso a que se destinam. § 2o São ÚTEIS as que aumentam ou facilitam o uso do bem.
§ 3o São NECESSÁRIAS as que têm por fim conservar o bem ou
Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisí- evitar que se deteriore.
veis por determinação da lei ou por vontade das partes.
Art. 97. Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou
Seção V acréscimos sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprie-
Dos Bens Singulares e Coletivos tário, possuidor ou detentor.
Art. 89. São singulares os bens que, embora reunidos, se consi-
deram de per si, independentemente dos demais. CAPÍTULO III
Dos Bens Públicos
Art. 90. Constitui UNIVERSALIDADE DE FATO a pluralidade de Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes
bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros
destinação unitária. são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.
Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade podem
ser objeto de relações jurídicas próprias. JDC287 O critério da classificação de bens indicado no art.
98 do Código Civil não exaure a enumeração dos bens pú-
JDC288 A pertinência subjetiva não constitui requisito im- blicos, podendo ainda ser classificado como tal o bem perten-
prescindível para a configuração das universalidades de fato cente a pessoa jurídica de direito privado que esteja afetado à
e de direito. prestação de serviços públicos

Art. 91. Constitui UNIVERSALIDADE DE DIREITO o complexo de Art. 99. São bens públicos:
relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômi- I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas,
co. ruas e praças;
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados
Pluralidade de bens singulares a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual,
UNIVERSALIDADE DE FATO que, pertinentes à mesma pes- territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;
soa, tenham destinação unitá- III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas ju-
ria rídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real,
de cada uma dessas entidades.
UNIVERSALIDADE Complexo de relações jurídicas, Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se
DE DIREITO de uma pessoa, dotadas de va- dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito
lor econômico público a que se tenha dado estrutura de direito privado.

CAPÍTULO II Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso


Dos Bens Reciprocamente Considerados especial são INALIENÁVEIS, enquanto conservarem a sua qua-
Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concre - lificação, na forma que a lei determinar.
tamente; acessório, aquele cuja existência supõe a do principal
(princípio da gravitação jurídica) Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, ob-
servadas as exigências da lei.
Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes in-
tegrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao servi- Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.
ço ou ao aformoseamento de outro.
Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser GRATUITO
JDC535 Para a existência da pertença, o art. 93 do Código Civil ou RETRIBUÍDO, conforme for estabelecido legalmente pela enti-
NÃO EXIGE elemento subjetivo como requisito para o ato de dade a cuja administração pertencerem.
destinação.
LIVRO III
Dos Fatos Jurídicos
Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem princi-
TÍTULO I
pal NÃO ABRANGEM AS PERTENÇAS, salvo se o contrário resul-
Do Negócio Jurídico
CAPÍTULO I

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DIA 3 / 11

Disposições Gerais dos negócios jurídicos diversas daquelas previstas em lei(LEI


Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: 13874/19)
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; JDC409 Os negócios jurídicos devem ser interpretados não só
III - forma prescrita ou não defesa em lei. conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração, mas
também de acordo com as práticas habitualmente adotadas en-
Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes NÃO PODE tre as partes.
ser invocada pela outra em benefício próprio, nem aproveita
aos cointeressados capazes, salvo se, neste caso, for indivisível
Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia INTER-
o objeto do direito ou da obrigação comum.
PRETAM-SE ESTRITAMENTE.

Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto não invalida o ne-


gócio jurídico se for relativa, ou se cessar antes de realizada a CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
condição a que ele estiver subordinado.
CAPÍTULO II
Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de DOS DEVERES DAS PARTES E DE SEUS PROCURADORES
forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir. Seção I
Dos Deveres
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é Art. 77. Além de outros previstos neste Código, SÃO DEVERES
essencial à VALIDADE dos negócios jurídicos que visem à consti- das partes, de seus procuradores e de todos aqueles que de qual-
tuição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais quer forma participem do processo:
sobre imóveis de valor superior a 30 vezes o maior salário I - expor os fatos em juízo conforme a verdade;
mínimo vigente no País. II - não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cien-
tes de que são destituídas de fundamento;
Art. 109. No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não va- III - não produzir provas e não praticar atos inúteis ou desne-
ler sem instrumento público, este é da substância do ato. cessários à declaração ou à defesa do direito;
IV - cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de nature-
Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu za provisória ou final, e não criar embaraços à sua efetivação;
autor haja feito a reserva mental de não querer o que mani- V - declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos
festou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento. autos, o endereço residencial ou profissional onde receberão
intimações, atualizando essa informação sempre que ocorrer
Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias qualquer modificação temporária ou definitiva;
ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de VI - não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou
vontade expressa. direito litigioso.
§ 1o Nas hipóteses dos incisos IV e VI, o juiz advertirá qualquer
Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à inten- das pessoas mencionadas no caput de que sua conduta poderá
ção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da lingua- ser punida como ATO ATENTATÓRIO À DIGNIDADE DA JUSTI-
gem. ÇA.
§ 2o A violação ao disposto nos incisos IV e VI constitui ato aten-
JDC421 Os contratos coligados devem ser interpretados segun- tatório à dignidade da justiça, devendo o juiz, sem prejuízo das
do os critérios hermenêuticos do Código Civil, em especial os sanções criminais, civis e processuais cabíveis, aplicar ao respon-
dos arts. 112 e 113, considerada a sua conexão funcional. sável multa de até 20% do valor da causa, de acordo com a gra-
vidade da conduta.
§ 3o Não sendo paga no prazo a ser fixado pelo juiz, a multa
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme
prevista no § 2o será inscrita como dívida ativa da União ou do
a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.
Estado após o trânsito em julgado da decisão que a fixou, e sua
§ 1º A interpretação do negócio jurídico deve lhe atribuir o
execução observará o procedimento da execução fiscal, rever-
sentido que:(LEI 13874/19)
tendo-se aos fundos previstos no art. 97.
I - for confirmado pelo comportamento das partes posterior à
§ 4o A multa estabelecida no § 2o poderá ser fixada independente-
celebração do negócio;(LEI 13874/19)
mente da incidência das previstas nos arts. 523, § 1o, e 536, § 1o.
II - corresponder aos usos, costumes e práticas do mercado
§ 5o Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a
relativas ao tipo de negócio;(LEI 13874/19)
multa prevista no § 2o poderá ser fixada em até 10 vezes o va-
III - corresponder à boa-fé;(LEI 13874/19)
lor do salário-mínimo.
IV - for mais benéfico à parte que não redigiu o dispositivo, se
§ 6o Aos advogados públicos ou privados e aos membros da
identificável; e(LEI 13874/19)
Defensoria Pública e do Ministério Público NÃO SE APLICA o
V - corresponder a qual seria a razoável negociação das partes
disposto nos §§ 2o a 5o, devendo eventual responsabilidade dis-
sobre a questão discutida, inferida das demais disposições do
ciplinar ser apurada pelo respectivo órgão de classe ou corre-
negócio e da racionalidade econômica das partes, consideradas
gedoria, ao qual o juiz oficiará.
as informações disponíveis no momento de sua celebração.(LEI
§ 7o Reconhecida violação ao disposto no inciso VI, o juiz determi-
13874/19)
nará o restabelecimento do estado anterior, podendo, ainda, proi-
§ 2º As partes poderão livremente pactuar regras de
bir a parte de falar nos autos até a purgação do atentado, sem
interpretação, de preenchimento de lacunas e de integração
prejuízo da aplicação do § 2o.

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DIA 3 / 12

§ 8o O representante judicial da parte não pode ser compelido Se v.c for irrisório, possível fixação em até 10x s-m
a cumprir decisão em seu lugar.
+ indenização + honorários advocatícios + despesas

ATO ATENTATÓRIO À DIGNIDADE DA JUSTIÇA Art. 96. O valor das sanções impostas ao litigante de má-fé
REVERTERÁ EM BENEFÍCIO DA PARTE CONTRÁRIA
Não cumprir com exatidão as Praticar inovação ilegal no
decisões jurisdicionais e criar estado de fato de bem ou di-
embaraços à sua efetivação reito litigioso. Seção III
Das Despesas, dos Honorários Advocatícios e das Multas
Aplicação de multa de até 20% v.c Art. 82. Salvo as disposições concernentes à gratuidade da justi-
Se v.c for irrisório, possível fixação em até 10x s-m ça, incumbe às partes prover as despesas dos atos que realizarem
ou requererem no processo, antecipando-lhes o pagamento,
Não aplicação aos advogados públicos ou privados, DP e MP. desde o início até a sentença final ou, na execução, até a ple-
na satisfação do direito reconhecido no título.
Art. 78. É vedado às partes, a seus procuradores, aos juízes, aos § 1o Incumbe ao AUTOR adiantar as despesas relativas a ato cuja
membros do Ministério Público e da Defensoria Pública e a realização o juiz determinar de ofício ou a requerimento do
qualquer pessoa que participe do processo empregar expressões Ministério Público, quando sua intervenção ocorrer como fis-
ofensivas nos escritos apresentados. cal da ordem jurídica.
§ 1o Quando expressões ou condutas ofensivas forem manifesta- § 2o A sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as des-
das oral ou presencialmente, o juiz advertirá o ofensor de que não pesas que antecipou.
as deve usar ou repetir, sob pena de lhe ser cassada a palavra.
§ 2o De ofício ou a requerimento do ofendido, o juiz determinará Art. 83. O autor, brasileiro ou estrangeiro, que residir fora do
que as expressões ofensivas sejam riscadas e, a requerimento do Brasil ou deixar de residir no país ao longo da tramitação de
ofendido, determinará a expedição de certidão com inteiro teor processo PRESTARÁ CAUÇÃO suficiente ao pagamento das
das expressões ofensivas e a colocará à disposição da parte inte- custas e dos honorários de advogado da parte contrária nas
ressada. ações que propuser, se não tiver no Brasil bens IMÓVEIS que
lhes assegurem o pagamento.
Seção II § 1o NÃO SE EXIGIRÁ A CAUÇÃO de que trata o caput:
Da Responsabilidade das Partes por Dano Processual I - quando houver dispensa prevista em acordo ou tratado in-
Art. 79. Responde por perdas e danos aquele que litigar de ternacional de que o Brasil faz parte;
má-fé como autor, réu ou interveniente. II - na execução fundada em título extrajudicial e no cumpri-
mento de sentença;
Art. 80. Considera-se LITIGANTE DE MÁ-FÉ aquele que: III - na reconvenção.
I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei § 2o Verificando-se no trâmite do processo que se desfalcou a ga-
ou fato incontroverso; rantia, poderá o interessado exigir reforço da caução, justificando
II - alterar a verdade dos fatos; seu pedido com a indicação da depreciação do bem dado em ga-
III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal; rantia e a importância do reforço que pretende obter.
IV - opuser resistência injustificada ao andamento do proces-
so; JDPC4 A entrada em vigor de acordo ou tratado internacio-
V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou nal, que estabeleça dispensa da caução prevista no art. 83, §
ato do processo; 1º, I, do CPC, impõe a liberação da caução previamente pres-
VI - provocar incidente manifestamente infundado; tada.
VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protela-
tório.
Art. 84. As despesas abrangem as custas dos atos do processo, a
Art. 81. De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante
indenização de viagem, a remuneração do assistente técnico e a
de má-fé a pagar multa, que deverá ser superior a 1% e inferior
diária de testemunha.
a 10% do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária
pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários ad-
Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao
vocatícios e com todas as despesas que efetuou.
advogado do vencedor (honorários de sucumbência).
§ 1o Quando forem 2 ou mais os litigantes de má-fé, o juiz conde-
§ 1o São DEVIDOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS na reconven-
nará cada um na proporção de seu respectivo interesse na causa
ção, no cumprimento de sentença, provisório ou definitivo, na
ou solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a parte
execução, resistida ou não, e nos recursos interpostos, cumu-
contrária.
lativamente.
§ 2o Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa
§ 2o Os honorários serão fixados entre o mínimo de 10% e o
poderá ser fixada em até 10 vezes o valor do salário-mínimo.
máximo de 20% sobre o valor da condenação, do proveito eco-
§ 3o O valor da indenização será fixado pelo juiz ou, caso não seja
nômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor
possível mensurá-lo, liquidado por arbitramento ou pelo procedi-
atualizado da causa, atendidos:
mento comum, nos próprios autos.
I - o grau de zelo do profissional;
II - o lugar de prestação do serviço;
LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ III - a natureza e a importância da causa;
Aplicação de multa de >1% < 10% v.c IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para
o seu serviço.

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DIA 3 / 13

§ 3o Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, a fixação dos mento de sentença serão acrescidas no valor do débito principal,
honorários observará os critérios estabelecidos nos incisos I a IV para todos os efeitos legais.
do § 2o e os seguintes percentuais: § 14. Os honorários constituem direito do advogado e TÊM
I - mínimo de 10 e máximo de 20% sobre o valor da condena- NATUREZA ALIMENTAR, com os mesmos privilégios dos crédi-
ção ou do proveito econômico obtido até 200 salários-mínimos; tos oriundos da legislação do trabalho, sendo VEDADA a com-
II - mínimo de 8 e máximo de 10% sobre o valor da condenação pensação em caso de sucumbência parcial.
ou do proveito econômico obtido acima de 200 salários-míni- § 15. O advogado pode requerer que o pagamento dos honorá-
mos até 2.000 salários-mínimos; rios que lhe caibam seja efetuado em favor da sociedade de ad-
III - mínimo de 5 e máximo de 8% sobre o valor da condenação vogados que integra na qualidade de sócio, aplicando-se à hipó-
ou do proveito econômico obtido acima de 2.000 salários-míni- tese o disposto no § 14.
mos até 20.000 salários-mínimos; § 16. Quando os honorários forem fixados em quantia certa, os
IV - mínimo de 3 e máximo de 5% sobre o valor da condenação juros moratórios incidirão a partir da data do trânsito em julgado
ou do proveito econômico obtido acima de 20.000 salários- da decisão.
mínimos até 100.000 salários-mínimos; § 17. Os honorários serão devidos quando o advogado atuar
V - mínimo de 1 e máximo de 3% sobre o valor da condenação em causa própria.
ou do proveito econômico obtido acima de 100.000 salários- § 18. Caso a decisão transitada em julgado seja omissa quanto ao
mínimos. direito aos honorários ou ao seu valor, é cabível ação autônoma
§ 4o Em qualquer das hipóteses do § 3o: para sua definição e cobrança.
I - os percentuais previstos nos incisos I a V devem ser aplica- § 19. Os advogados públicos perceberão honorários de su-
dos desde logo, quando for líquida a sentença; cumbência, nos termos da lei.
II - não sendo líquida a sentença, a definição do percentual,
nos termos previstos nos incisos I a V, somente ocorrerá quando FPPC7. (art. 85, § 18; art. 1.026, § 3º, III) O pedido, quando omi-
liquidado o julgado; tido em decisão judicial transitada em julgado, pode ser ob-
III - não havendo condenação principal ou não sendo possível jeto de ação autônoma.
mensurar o proveito econômico obtido, a condenação em hono- FPPC8. (arts. 85, § 18, 1.026, § 3º, III) Fica superado o enunciado
rários dar-se-á sobre o valor atualizado da causa; 453 da súmula do STJ após a entrada em vigor do CPC (“Os ho-
IV - será considerado o salário-mínimo vigente quando prolatada norários sucumbenciais, quando omitidos em decisão transitada
sentença líquida ou o que estiver em vigor na data da decisão de em julgado, não podem ser cobrados em execução ou em ação
liquidação. própria”).
§ 5o Quando, conforme o caso, a condenação contra a Fazenda FPPC239. (arts. 85, caput, 334, 335) Fica superado o enunciado
Pública ou o benefício econômico obtido pelo vencedor ou o va- n. 472 da súmula do STF (“A condenação do autor em honorá-
lor da causa for superior ao valor previsto no inciso I do § 3 o, a fi- rios de advogado, com fundamento no art. 64 do Código de
xação do percentual de honorários deve observar a faixa inicial e, Processo Civil, depende de reconvenção”), pela extinção da no-
naquilo que a exceder, a faixa subsequente, e assim sucessiva- meação à autoria.
mente. FPPC240. (arts. 85, § 3º, e 910) São devidos honorários nas
§ 6o Os limites e critérios previstos nos §§ 2o e 3o aplicam-se in- execuções fundadas em título executivo extrajudicial contra
dependentemente de qual seja o conteúdo da decisão, inclu- a Fazenda Pública, a serem arbitrados na forma do § 3º do art.
sive aos casos de improcedência ou de sentença sem resolu- 85.
ção de mérito. FPPC241. (art. 85, caput e § 11). Os honorários de sucumbên-
§ 7o NÃO SERÃO DEVIDOS honorários no cumprimento de cia recursal serão somados aos honorários pela sucumbên-
sentença contra a Fazenda Pública que enseje expedição de cia em primeiro grau, observados os limites legais
precatório, desde que não tenha sido impugnada. FPPC242. (art. 85, § 11). Os honorários de sucumbência recursal
§ 8o Nas causas em que for inestimável ou irrisório o proveito são devidos em decisão unipessoal ou colegiada
econômico ou, ainda, quando o valor da causa for muito baixo, FPPC243. (art. 85, § 11). No caso de provimento do recurso de
o juiz fixará o valor dos honorários por apreciação equitativa, apelação, o tribunal redistribuirá os honorários fixados em pri-
observando o disposto nos incisos do § 2o. meiro grau e arbitrará os honorários de sucumbência recursal
§ 9o Na ação de indenização por ato ilícito contra pessoa, o per- FPPC244. (art. 85, § 14) Ficam superados o enunciado 306 da sú-
centual de honorários incidirá sobre a soma das prestações venci- mula do STJ (“Os honorários advocatícios devem ser compensa-
das acrescida de 12 prestações vincendas. dos quando houver sucumbência recíproca, assegurado o direi-
§ 10. Nos casos de perda do objeto, os honorários serão devidos to autônomo do advogado à execução do saldo sem excluir a
por quem deu causa ao processo. legitimidade da própria parte”) e a tese firmada no REsp Repeti-
§ 11. O tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários fi- tivo n. 963.528/PR, após a entrada em vigor do CPC, pela ex-
xados anteriormente levando em conta o trabalho adicional rea- pressa impossibilidade de compensação
lizado em grau recursal, observando, conforme o caso, o disposto FPPC384. (art. 85, §19) A lei regulamentadora não poderá su-
nos §§ 2o a 6o, sendo vedado ao tribunal, no cômputo geral da fi- primir a titularidade e o direito à percepção dos honorários
xação de honorários devidos ao advogado do vencedor, ultra- de sucumbência dos advogados públicos
passar os respectivos limites estabelecidos nos §§ 2 o e 3o para FPPC621. (arts.85, §14, 771, 833, § 2º) Ao cumprimento de sen-
a fase de conhecimento. tença do capítulo relativo aos honorários advocatícios, aplicam-
§ 12. Os honorários referidos no § 11 são cumuláveis com multas se as hipóteses de penhora previstas no §2º do art. 833, em ra-
e outras sanções processuais, inclusive as previstas no art. 77. zão da sua natureza alimentar.
§ 13. As verbas de sucumbência arbitradas em embargos à exe- JDPC5 Ao proferir decisão parcial de mérito ou decisão par-
cução rejeitados ou julgados improcedentes e em fase de cumpri-

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cial fundada no art. 485 do CPC, condenar-se-á proporcional- nas à fase de conhecimento.
mente o vencido a pagar honorários ao advogado do vence-
dor, nos termos do art. 85 do CPC. Art. 91. As despesas dos atos processuais praticados a requeri-
JDPC6 A fixação dos honorários de sucumbência por aprecia- mento da Fazenda Pública, do Ministério Público ou da Defen-
ção equitativa só é cabível nas hipóteses previstas no § 8º soria Pública serão pagas ao final pelo vencido.
do art. 85 do CPC. § 1o As perícias requeridas pela Fazenda Pública, pelo Ministé-
JDPC7 A ausência de resposta ao recurso pela parte contrá- rio Público ou pela Defensoria Pública poderão ser realizadas
ria, por si só, não tem o condão de afastar a aplicação do por entidade pública ou, havendo previsão orçamentária, ter
disposto no art. 85, § 11, do CPC. os valores adiantados por aquele que requerer a prova.
JDPC8 Não cabe majoração de honorários advocatícios em § 2o Não havendo previsão orçamentária no exercício financeiro
agravo de instrumento, salvo se interposto contra decisão para adiantamento dos honorários periciais, eles serão pagos no
interlocutória que tenha fixado honorários na origem, res- exercício seguinte ou ao final, pelo vencido, caso o processo
peitados os limites estabelecidos no art. 85, §§ 2º, 3º e 8º, do se encerre antes do adiantamento a ser feito pelo ente públi-
CPC co.
CJF 118: É cabível a fixação de honorários advocatícios na ação
de produção antecipada de provas na hipótese de resistência Art. 92. Quando, a requerimento do réu, o juiz proferir senten-
da parte requerida na produção da prova. ça sem resolver o mérito, o autor não poderá propor nova-
mente a ação sem pagar ou depositar em cartório as despesas e
Art. 86. Se cada litigante for, em parte, vencedor e vencido, serão os honorários a que foi condenado.
proporcionalmente distribuídas entre eles as despesas.
Parágrafo único. Se um litigante sucumbir em parte mínima do Art. 93. As despesas de atos adiados ou cuja repetição for neces-
pedido, o outro responderá, por inteiro, pelas despesas e pelos sária ficarão a cargo da parte, do auxiliar da justiça, do órgão do
honorários. Ministério Público ou da Defensoria Pública ou do juiz que, sem
justo motivo, houver dado causa ao adiamento ou à repetição.
Art. 87. Concorrendo diversos autores ou diversos réus, os venci-
dos respondem proporcionalmente pelas despesas e pelos hono- Art. 94. Se o assistido for vencido, o assistente será condenado
rários. ao pagamento das custas em proporção à atividade que houver
§ 1o A sentença deverá distribuir entre os litisconsortes, de forma exercido no processo.
expressa, a responsabilidade proporcional pelo pagamento das
verbas previstas no caput. Art. 95. Cada parte adiantará a remuneração do assistente técni-
§ 2o Se a distribuição de que trata o § 1 o não for feita, os vencidos co que houver indicado, sendo a do perito adiantada pela parte
responderão solidariamente pelas despesas e pelos honorários. que houver requerido a perícia ou rateada quando a perícia
for determinada de ofício ou requerida por ambas as partes.
Art. 88. Nos procedimentos de jurisdição voluntária, as despe- § 1o O juiz poderá determinar que a parte responsável pelo paga-
sas serão adiantadas pelo requerente e rateadas entre os inte- mento dos honorários do perito deposite em juízo o valor corres -
ressados. pondente.
§ 2o A quantia recolhida em depósito bancário à ordem do juízo
Art. 89. Nos juízos divisórios, não havendo litígio, os interessados será corrigida monetariamente e paga de acordo com o art. 465, §
pagarão as despesas proporcionalmente a seus quinhões. 4o .
§ 3o Quando o pagamento da perícia for de responsabilidade
Art. 90. Proferida sentença com fundamento em desistência, em de beneficiário de gratuidade da justiça, ela poderá ser:
renúncia ou em reconhecimento do pedido, as despesas e os ho- I - custeada com recursos alocados no orçamento do ente pú-
norários serão pagos pela parte que desistiu, renunciou ou reco- blico e realizada por servidor do Poder Judiciário ou por órgão
nheceu. público conveniado;
§ 1o Sendo parcial a desistência, a renúncia ou o reconhecimento, II - paga com recursos alocados no orçamento da União, do
a responsabilidade pelas despesas e pelos honorários será pro- Estado ou do Distrito Federal, no caso de ser realizada por
porcional à parcela reconhecida, à qual se renunciou ou da qual particular, hipótese em que o valor será fixado conforme tabela
se desistiu. do tribunal respectivo ou, em caso de sua omissão, do Conselho
§ 2o Havendo transação e nada tendo as partes disposto quanto Nacional de Justiça.
às despesas, estas serão divididas igualmente. § 4o Na hipótese do § 3o, o juiz, após o trânsito em julgado da de-
§ 3o Se a transação ocorrer antes da sentença, as partes ficam cisão final, oficiará a Fazenda Pública para que promova, contra
dispensadas do pagamento das custas processuais remanes- quem tiver sido condenado ao pagamento das despesas proces-
centes, se houver. suais, a execução dos valores gastos com a perícia particular ou
§ 4o Se o réu reconhecer a procedência do pedido e, simultane- com a utilização de servidor público ou da estrutura de órgão pú-
amente, cumprir integralmente a prestação reconhecida, os ho- blico, observando-se, caso o responsável pelo pagamento das
norários serão reduzidos pela metade. despesas seja beneficiário de gratuidade da justiça, o disposto no
art. 98, § 2o.
§ 5o Para fins de aplicação do § 3 o, É VEDADA a utilização de re-
JDPC9 Aplica-se o art. 90, § 4º, do CPC ao reconhecimento da
cursos do fundo de custeio da Defensoria Pública.
procedência do pedido feito pela Fazenda Pública nas ações re-
lativas às prestações de fazer e de não fazer.
JDPC10 O benefício do § 4º do art. 90 do CPC aplica-se ape- FPPC622. (arts.95, §4º e 98, §§2º, 3º e 7º) A execução prevista no

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§4º do art. 95 também está sujeita à condição suspensiva de autônoma para sua definição e cobrança.”
exigibilidade prevista no §3º do art. 98. Dessa forma, mesmo não tendo havido condenação em honorá-
rios advocatícios e ainda que a sentença tenha transitado em
Art. 96. O valor das sanções impostas ao litigante de má-fé RE- julgado, é possível a propositura de ação autônoma para sua
VERTERÁ EM BENEFÍCIO DA PARTE CONTRÁRIA, e o valor das definição e cobrança.
sanções impostas aos serventuários pertencerá ao Estado ou à Súmula 462-STJ: Nas ações em que representa o Fundo de Ga-
União. rantia do Tempo de Serviço (FGTS), a Caixa Econômica Federal
(CEF) não está isenta de reembolsar as custas pela parte ven-
Art. 97. A União e os Estados podem criar fundos de moderniza- cedora.
ção do Poder Judiciário, aos quais serão revertidos os valores das Súmula 488-STJ: O parágrafo 2º do art. 6º da Lei 9.469/97, que
sanções pecuniárias processuais destinadas à União e aos Esta- obriga à repartição dos honorários advocatícios, é inaplicável a
dos, e outras verbas previstas em lei. acordos ou transações celebrados em data anterior à sua vigên-
cia.
SÚMULAS SOBRE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
E DESPESAS PROCESSUAIS JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ
STF EDIÇÃO N. 128: DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - I
1) O marco temporal para a aplicação das normas do Código de
Súmula vinculante 47-STF: Os honorários advocatícios incluí-
Processo Civil de 2015, a respeito da fixação e da distribuição
dos na condenação ou destacados do montante principal devi-
dos honorários de sucumbência, É A DATA DA PROLAÇÃO DE
do ao credor consubstanciam verba de natureza alimentar
SENTENÇA/ACÓRDÃO que as impõe.
cuja satisfação ocorrerá com a expedição de precatório ou re-
2) Não se aplica a regra do art. 85, § 2º, do CPC/2015,
quisição de pequeno valor, observada ordem especial restrita
direcionada ao arbitramento dos honorários advocatícios
aos créditos dessa natureza.
sucumbenciais, na hipótese em que a sentença tiver sido
Súmula 257-STF: São cabíveis honorários de advogado na ação
proferida na vigência do antigo diploma processual civil.
regressiva do segurador contra o causador do dano.
3) É inviável o arbitramento de honorários advocatícios de
Súmula 450-STF: São devidos honorários de advogado sempre
sucumbência, diretamente pelo Superior Tribunal de Justiça -
que vencedor o beneficiário de justiça gratuita.
STJ, com base no art. 85 do Código de Processo Civil de 2015,
Súmula 616-STF: É permitida a cumulação da multa contratual
sob pena de configurar supressão de grau de jurisdição e de
com os honorários de advogado, após o advento do Código de
desvirtuar a competência recursal da Corte.
Processo Civil vigente.
4) Somente nos recursos interpostos contra decisão
STJ publicada a partir de 18 de março de 2016 será possível o
arbitramento de honorários sucumbenciais recursais, na
Súmula 14-STJ: Arbitrados os honorários advocatícios em per-
forma do art. 85, § 11, do NCPC.
centual sobre o valor da causa, a correção monetária incide a
5) O § 11 do art. 85 do CPC/2015, que disciplinou a hipótese de
partir do respectivo ajuizamento.
majoração da verba honorária em grau de recurso, tem
Súmula 201-STJ: Os honorários advocatícios não podem ser fi-
dupla funcionalidade: atender à justa remuneração do
xados em salários-mínimos.
patrono pelo trabalho adicional na fase recursal e inibir o
Súmula 232-STJ: A Fazenda Pública, quando parte no proces-
exercício abusivo do direito de recorrer.
so, fica sujeita à exigência do depósito prévio dos honorá-
6) Os honorários recursais não têm autonomia nem existência
rios do perito.
independente da sucumbência fixada na origem e
Súmula 326-STJ: Na ação de indenização por dano moral, a
representam um acréscimo ao ônus estabelecido
condenação em montante inferior ao postulado na inicial não
previamente, motivo por que na hipótese de descabimento ou
implica sucumbência recíproca.
de ausência de fixação anterior, não haverá falar em honorários
Súmula 345-STJ: São devidos honorários advocatícios pela Fa-
recursais.
zenda Pública nas execuções individuais de sentença proferida
7) Para a majoração de honorários advocatícios na instância
em ações coletivas, ainda que não embargadas.
recursal, não é exigível a comprovação de trabalho adicional
Súmula 421-STJ: Os honorários advocatícios não são devidos à
do advogado, que será considerado apenas para a
Defensoria Pública quando ela atua contra a pessoa jurídica
quantificação de tal verba.
de direito público à qual pertença.
8) Os honorários recursais incidem apenas quando houver a
STF - Após as ECs 45/2004, 74/2013 e 80/2014, passou a ser
instauração de novo grau recursal e não a cada recurso
permitida a condenação do ente federativo em honorários
interposto no mesmo grau de jurisdição.
advocatícios em demandas patrocinadas pela Defensoria Pú-
9) Os honorários recursais de que trata o art. 85, § 11, do
blica, diante de autonomia funcional, administrativa e orça-
CPC/2015, são aplicáveis tanto nas hipóteses de não
mentária da Instituição. STF. Plenário. AR 1937 AgR, Rel. Min.
conhecimento integral quanto de não provimento do
Gilmar Mendes, julgado em 30/06/2017
recurso.
Súmula 453-STJ: Os honorários sucumbenciais, quando omiti-
11) O art. 85, § 7º, do CPC/2015 não afasta a aplicação do
dos em decisão transitada em julgado, não podem ser cobrados
entendimento consolidado na Súmula 345 do STJ, de modo que
em execução ou em ação própria.
são devidos honorários advocatícios nos procedimentos
Superada, em parte, com o novo CPC. • Vide o art. 85, § 18 do
individuais de cumprimento de sentença decorrente de ação
CPC 2015: “Caso a decisão transitada em julgado seja omissa
coletiva, ainda que não impugnados e promovidos em
quanto ao direito aos honorários ou ao seu valor, é cabível ação

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litisconsórcio. (Tese julgada sob o rito do art. 1.039 do A gratuidade da justiça passou a poder ser concedida a
CPC/2015 - TEMA 973) estrangeiro não residente no Brasil após a entrada em vigor do
CPC/2015. STJ. Corte Especial. Pet 9.815-DF, Rel. Min. Luis Felipe
EDIÇÃO N. 129: DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - II
Salomão, julgado em 29/11/2017 (Info 622).
1) Os honorários advocatícios têm natureza alimentar, sendo
possível a penhora de verbas remuneratórias para o seu pa- § 1o A gratuidade da justiça compreende:
gamento. I - as taxas ou as custas judiciais;
2) O § 8º do art. 85 do Código de Processo Civil de 2015 II - os selos postais;
transmite regra excepcional, de aplicação subsidiária, em que se III - as despesas com publicação na imprensa oficial, dispen-
permite a fixação dos honorários sucumbenciais por critério de sando-se a publicação em outros meios;
equidade, para as hipóteses em que, havendo ou não IV - a indenização devida à testemunha que, quando empregada,
condenação: receberá do empregador salário integral, como se em serviço esti-
(I) o proveito econômico obtido pelo vencedor seja inestimável vesse;
ou irrisório; ou V - as despesas com a realização de exame de código genético -
(II) o valor da causa seja muito baixo. DNA e de outros exames considerados essenciais;
3) Não é possível a compensação de honorários advocatícios VI - os honorários do advogado e do perito e a remuneração do
quando a sua fixação ocorrer na vigência do CPC/2015 - art. intérprete ou do tradutor nomeado para apresentação de versão
85, § 14. em português de documento redigido em língua estrangeira;
4) A majoração da verba honorária sucumbencial recursal, VII - o custo com a elaboração de memória de cálculo, quando
prevista no art. 85, § 11, do CPC/2015, pressupõe a existência exigida para instauração da execução;
cumulativa dos seguintes requisitos: VIII - os depósitos previstos em lei para interposição de recurso,
a) decisão recorrida publicada a partir de 18.03.2016, data de para propositura de ação e para a prática de outros atos proces-
entrada em vigor do novo Código de Processo Civil; suais inerentes ao exercício da ampla defesa e do contraditório;
b) recurso não conhecido integralmente ou não provido, IX - os emolumentos devidos a notários ou registradores em de-
monocraticamente ou pelo órgão colegiado competente; e corrência da prática de registro, averbação ou qualquer outro ato
c) condenação em honorários advocatícios desde a origem notarial necessário à efetivação de decisão judicial ou à continui-
no feito em que interposto o recurso. dade de processo judicial no qual o benefício tenha sido concedi-
5) Quando devida a verba honorária recursal, mas, por omissão, do.
o relator deixar de aplicá-la em decisão monocrática, poderá o § 2o A concessão de gratuidade NÃO AFASTA a responsabilida-
colegiado arbitrá-la ex officio, por se tratar de matéria de de do beneficiário pelas despesas processuais e pelos honorá-
ordem pública, que independe de provocação da parte. rios advocatícios decorrentes de sua sucumbência.
6) O recurso interposto pelo vencedor para ampliar a § 3o Vencido o beneficiário, as obrigações decorrentes de sua su-
condenação - que não seja conhecido, rejeitado ou desprovido - cumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e
não implica honorários de sucumbência recursal para a parte somente poderão ser executadas se, nos 5 anos subsequentes
contrária. ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor de-
7) Por critério de simetria, não é cabível a condenação da monstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de
parte vencida ao pagamento de honorários advocatícios em recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-
favor do Ministério Público nos autos de ação civil pública se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário.
ou de ação coletiva, salvo comprovada má-fé. § 4o A concessão de gratuidade não afasta o dever de o benefi-
8) São devidos honorários advocatícios nas reclamações ciário pagar, ao final, as multas processuais que lhe sejam im-
julgadas a partir da vigência do Código de Processo Civil de postas.
2015, quando angularizada a relação processual. § 5o A gratuidade poderá ser concedida em relação a algum ou
10) São devidos honorários advocatícios no cumprimento de a todos os atos processuais, ou consistir na redução percentual
sentença, haja ou não impugnação, depois de escoado o prazo de despesas processuais que o beneficiário tiver de adiantar no
para pagamento voluntário, que se inicia após a intimação do curso do procedimento.
advogado da parte executada. (Súmula n. 517/STJ) § 6o Conforme o caso, o juiz poderá conceder direito ao parcela-
11) Não é possível a modificação do valor de verba mento de despesas processuais que o beneficiário tiver de adian-
honorária fixada em sentença transitada em julgado, sob tar no curso do procedimento.
pena de ofensa à coisa julgada. § 7o Aplica-se o disposto no art. 95, §§ 3o a 5o, ao custeio dos
12) São devidos honorários advocatícios sucumbenciais pelo emolumentos previstos no § 1o, inciso IX, do presente artigo, ob-
exequente em virtude do acolhimento total ou parcialmente de servada a tabela e as condições da lei estadual ou distrital respec-
exceção de pré-executividade. tiva.
13) Em embargos de terceiro, quem deu causa à constrição in- § 8o Na hipótese do § 1o, inciso IX, havendo dúvida fundada
devida deve arcar com os honorários advocatícios. (Súmula n. quanto ao preenchimento atual dos pressupostos para a conces-
303/STJ) são de gratuidade, o notário ou registrador, após praticar o ato,
pode requerer, ao juízo competente para decidir questões nota-
riais ou registrais, a revogação total ou parcial do benefício ou
Seção IV
a sua substituição pelo parcelamento de que trata o § 6o deste
Da Gratuidade da Justiça
artigo, caso em que o beneficiário será citado para, em 15 dias,
Art. 98. A pessoa natural ou JURÍDICA, brasileira ou ESTRAN-
manifestar-se sobre esse requerimento.
GEIRA, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as
despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à
gratuidade da justiça, na forma da lei. FPPC623. (art.98, §1º, VIII e §4º) O deferimento de gratuidade de

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DIA 3 / 17

justiça não afasta a imposição de multas processuais, mas de tutela de urgência.


apenas DISPENSA SUA EXIGÊNCIA COMO CONDIÇÃO PARA
INTERPOSIÇÃO DE RECURSOS. Art. 100. Deferido o pedido, a parte contrária poderá oferecer
FPPC624. (arts.98-102 e 337, XIII; Lei 13.140/2015) As regras que impugnação na contestação, na réplica, nas contrarrazões de re-
dispõem sobre a gratuidade da justiça e sua impugnação são curso ou, nos casos de pedido superveniente ou formulado por
aplicáveis ao procedimento de mediação e conciliação judi- terceiro, por meio de petição simples, a ser apresentada no prazo
cial. de 15 dias, nos autos do próprio processo, sem suspensão de seu
curso.
Parágrafo único. Revogado o benefício, a parte arcará com as
Súmula 481-STJ: Faz jus ao benefício da justiça gratuita a pes-
despesas processuais que tiver deixado de adiantar e pagará, em
soa jurídica com ou sem fins lucrativos que demonstrar sua
caso de má-fé, até o décuplo de seu valor a título de multa, que
impossibilidade de arcar com os encargos processuais.
será revertida em benefício da Fazenda Pública estadual ou fede-
ral e poderá ser inscrita em dívida ativa.
As sanções aplicáveis ao litigante de má-fé são aquelas taxativa-
mente previstas pelo legislador, não comportando interpretação Art. 101. Contra a decisão que INDEFERIR a gratuidade ou a
extensiva. que acolher pedido de sua revogação caberá agravo de ins-
Assim, apesar de reprovável, a conduta desleal, ímproba, de trumento, exceto quando a questão for resolvida na sentença,
uma parte beneficiária da assistência judiciária gratuita não contra a qual caberá apelação.
acarreta, por si só, a revogação do benefício, atraindo, tão § 1o O recorrente estará dispensado do recolhimento de custas
somente, a incidência das penas expressamente cominadas no até decisão do relator sobre a questão, preliminarmente ao
texto legal. julgamento do recurso.
A revogação do benefício da assistência judiciária gratuita - § 2o Confirmada a denegação ou a revogação da gratuidade, o re-
importante instrumento de democratização do acesso ao Poder lator ou o órgão colegiado determinará ao recorrente o recolhi-
Judiciário - pressupõe prova da inexistência ou do desapare- mento das custas processuais, no prazo de 5 dias, sob pena de
cimento do estado de miserabilidade econômica, não estan- não conhecimento do recurso.
do atrelada à forma de atuação da parte no processo.
STJ. 3ª Turma. REsp 1663193/SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julga- Decisão CONCEDE justiça gratuita Impugnação – art. 100,
do em 20/02/2018. CPC
Decisão NEGOU justiça gratuita
Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado
Agravo de instrumento
na petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de Decisão REVOGOU justiça gratuita
terceiro no processo ou em recurso.
§ 1o Se superveniente à primeira manifestação da parte na ins- Decisão indeferiu o pedido de re- Preliminar de Apelação
tância, o pedido poderá ser formulado por petição simples, nos vogação deduzida na impugnação ou Contrarrazões – art.
autos do próprio processo, e NÃO SUSPENDERÁ seu curso. (art. 100, CPC) e manteve a con- 1009, §1° CPC.
§ 2o O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos au- cessão da justiça gratuita
tos elementos que evidenciem a falta dos pressupostos legais
para a concessão de gratuidade, devendo, antes de indeferir o Art. 102. Sobrevindo o trânsito em julgado de decisão que revo-
pedido, determinar à parte a comprovação do preenchimento ga a gratuidade, a parte deverá efetuar o recolhimento de to-
dos referidos pressupostos. das as despesas de cujo adiantamento foi dispensada, inclusi-
§ 3o Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida ve as relativas ao recurso interposto, se houver, no prazo fixa-
exclusivamente por pessoa natural. do pelo juiz, sem prejuízo de aplicação das sanções previstas em
§ 4o A assistência do requerente por advogado particular não im- lei.
pede a concessão de gratuidade da justiça. Parágrafo único. Não efetuado o recolhimento, o processo
§ 5o Na hipótese do § 4o, o recurso que verse exclusivamente so- será extinto sem resolução de mérito, tratando-se do autor, e,
bre valor de honorários de sucumbência fixados em favor do ad- nos demais casos, não poderá ser deferida a realização de ne-
vogado de beneficiário estará sujeito a preparo, salvo se o pró- nhum ato ou diligência requerida pela parte enquanto não efetu-
prio advogado demonstrar que tem direito à gratuidade. ado o depósito.
§ 6o O direito à gratuidade da justiça é pessoal, NÃO SE ESTEN-
DENDO a litisconsorte ou a sucessor do beneficiário, salvo re-
CÓDIGO PENAL
querimento e deferimento expressos.
§ 7o Requerida a concessão de gratuidade da justiça em recurso,
o recorrente estará dispensado de comprovar o recolhimento TÍTULO V
do preparo, incumbindo ao relator, neste caso, apreciar o reque- DAS PENAS
rimento e, se indeferi-lo, fixar prazo para realização do recolhi- CAPÍTULO I
mento. DAS ESPÉCIES DE PENA
Art. 32 - As penas são:
I - privativas de liberdade (PPL);
FPPC385. (art. 99, § 2º) Havendo risco de perecimento do direi-
II - restritivas de direitos (PRD);
to, o poder do juiz de exigir do autor a comprovação dos pres-
III - de multa.
supostos legais para a concessão da gratuidade não o desin-
cumbe do dever de apreciar, desde logo, o pedido liminar
SEÇÃO I

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DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE (PPL) de autorizada, permanecendo recolhido durante o período notur-
Reclusão e detenção no e nos dias de folga.
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime § 2º - O condenado será transferido do regime aberto, se
fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime praticar fato definido como crime DOLOSO, se frustrar os fins
semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a re- da execução ou se, podendo, não pagar a multa cumulativa-
gime fechado. mente aplicada.
§ 1º - Considera-se:
a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento Regime especial
de segurança máxima ou média; Art. 37 - As mulheres cumprem pena em estabelecimento
b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrí- próprio, observando-se os deveres e direitos inerentes à sua con-
cola, industrial ou estabelecimento similar; dição pessoal, bem como, no que couber, o disposto neste Capí-
c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado tulo.
ou estabelecimento adequado.
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executa- Direitos do preso
das em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, Art. 38 - O preso conserva todos os direitos não atingidos
observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de pela perda da liberdade, impondo-se a todas as autoridades o
transferência a regime mais rigoroso: respeito à sua integridade física e moral.
a) o condenado a pena superior a 8 anos deverá começar a
cumpri-la em regime fechado; Trabalho do preso
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a Art. 39 - O trabalho do preso será SEMPRE remunerado,
4 anos e não exceda a 8, poderá, desde o princípio, cumpri-la sendo-lhe garantidos os benefícios da Previdência Social.
em regime semi-aberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou in- Legislação especial
ferior a 4 anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime Art. 40 - A legislação especial regulará a matéria prevista nos
aberto. arts. 38 e 39 deste Código, bem como especificará os deveres e
§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento direitos do preso, os critérios para revogação e transferência dos
da pena far-se-á com observância dos critérios previstos no regimes e estabelecerá as infrações disciplinares e corresponden-
art. 59 deste Código (circunstâncias judiciais). tes sanções.
§ 4o O condenado por crime contra a administração públi-
ca terá a progressão de regime do cumprimento da pena condi- Superveniência de doença mental
cionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do Art. 41 - O condenado a quem sobrevém doença mental
produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais. deve ser recolhido a hospital de custódia e tratamento psiqui-
átrico ou, à falta, a outro estabelecimento adequado.
Regras do regime fechado
Art. 34 - O condenado será submetido, no início do cumpri- Detração
mento da pena, a exame criminológico de classificação para Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na
individualização da execução. medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho no período diur- ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de interna-
no e a isolamento durante o repouso noturno. ção em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anteri-
§ 2º - O trabalho será em comum dentro do estabeleci- or.
mento, na conformidade das aptidões ou ocupações anteriores
do condenado, desde que compatíveis com a execução da pena. SEÇÃO II
§ 3º - O trabalho externo é admissível, no regime fecha- DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS (PRD)
do, em serviços ou obras públicas. Penas restritivas de direitos
Art. 43. As penas restritivas de direitos são:
Regras do regime semi-aberto I (PP) - prestação pecuniária;
Art. 35 - Aplica-se a norma do art. 34 deste Código, caput, II (PBV)- perda de bens e valores;
(exame criminológico de classificação para individualização da III (LFS)- limitação de fim de semana.
execução) ao condenado que inicie o cumprimento da pena em IV (PSC) - prestação de serviço à comunidade ou a entida-
regime semi-aberto. des públicas;
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho em comum du- V (ITD)- interdição temporária de direitos;
rante o período diurno, em colônia agrícola, industrial ou estabe-
lecimento similar. Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e
§ 2º - O trabalho externo é admissível, bem como a fre- substituem as privativas de liberdade, quando:
qüência a cursos supletivos profissionalizantes, de instrução I – aplicada pena privativa de liberdade (PPL) não superior
de segundo grau ou superior. a 4 anos e o crime não for cometido com violência ou grave
ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o
Regras do regime aberto crime for culposo;
Art. 36 - O regime aberto baseia-se na autodisciplina e sen- II – o réu não for reincidente em crime doloso;
so de responsabilidade do condenado. III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a
§ 1º - O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem personalidade do condenado, bem como os motivos e as circuns-
vigilância, trabalhar, freqüentar curso ou exercer outra ativida-

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tâncias indicarem que essa substituição seja suficiente (circuns- pendente o efetivo trânsito em EREsp 1.619.087-SC, julgado
tâncias judiciais favoráveis) julgado do processo, não em 14/6/2017 (Info 609).
§ 2o Na condenação igual ou inferior a 1 ano, a substituição ofende o princípio constituci-
pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direi- onal da presunção de inocên-
tos; se superior a 1 ano, a pena privativa de liberdade pode ser cia. STF. 1ª Turma. HC 141978
substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por AgR, julgado em 23/06/2017.
2 restritivas de direitos. *Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
§ 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a
substituição, desde que, em face de condenação anterior, a me- Conversão das penas restritivas de direitos
dida seja socialmente recomendável e a reincidência não se te- Art. 45. Na aplicação da substituição prevista no artigo ante-
nha operado em virtude da prática do mesmo crime (não seja rior, proceder-se-á na forma deste e dos arts. 46, 47 e 48.
reincidente específico) § 1o A PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA consiste no pagamento
§ 4o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa em dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública
de liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado ou privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz,
da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade não inferior a 1 salário mínimo nem superior a 360 salários
a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventu-
direitos, respeitado o saldo mínimo de 30 dias de detenção ou al condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os
reclusão. beneficiários.
Em caso de descumprimento injustificado da pena restritiva § 2o No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do
de direitos (ex: prestação pecuniária), o CP prevê, como conse- beneficiário, a prestação pecuniária pode consistir em prestação
quência, a reconversão da pena restritiva de direitos em pri- de outra natureza.
vativa de liberdade. Logo, o juiz não deve decretar o arresto § 3o A PERDA DE BENS E VALORES pertencentes aos conde-
dos bens do condenado como forma de cumprimento forçado nados dar-se-á, ressalvada a legislação especial, em favor do
da pena substitutiva. A possibilidade de reconversão da pena já Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor terá como teto – o
é a medida que, por força normativa, atribui coercividade à que for maior – o montante do prejuízo causado ou do pro-
pena restritiva de direitos. STJ. 6ª Turma. REsp 1699665-PR, Rel. vento obtido pelo agente ou por terceiro, em consequência da
Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 07/08/2018 prática do crime.
(Info 631).
Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas
A reconversão da pena restritiva de direitos em pena privativa
Art. 46. A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE ou a
de liberdade depende da ocorrência dos requisitos legais (des-
entidades públicas é aplicável às condenações superiores a 6
cumprimento das condições impostas pelo juiz da condenação),
meses de privação da liberdade.
não cabendo ao condenado, que nem sequer iniciou o cumpri-
§ 1o A prestação de serviços à comunidade ou a entidades
mento da pena, escolher ou decidir a forma como pretende
públicas consiste na atribuição de tarefas gratuitas ao condena-
cumprir a sanção, pleiteando aquela que lhe parece mais cômo-
do.
da ou conveniente. STJ. 6ª Turma. REsp 1524484-PE, Rel. Min.
§ 2o A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em enti-
Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 17/5/2016 (Info 584).
dades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabe-
§ 5o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, lecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais.
por outro crime, o juiz da execução penal decidirá sobre a conver- § 3o As tarefas a que se refere o § 1 o serão atribuídas confor-
são, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao condenado me as aptidões do condenado, devendo ser cumpridas à razão de
cumprir a pena substitutiva anterior. 1 hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo a não
prejudicar a jornada normal de trabalho.
Crime doloso: PPL não superior a 4 anos + § 4o Se a pena substituída for superior a 1 ano, é facultado
crime cometido sem violência ou grave ame- ao condenado cumprir a pena substitutiva em menor tempo (art.
aça à pessoa 55), nunca inferior à metade da pena privativa de liberdade fi-
xada.
Crime culposo: qualquer que seja a PPL apli-
Conversão PPL
cada
em PRD Interdição temporária de direitos
Não reincidente em crime doloso Art. 47 - As penas de INTERDIÇÃO TEMPORÁRIA DE DI-
OBS: Mesmo reincidente, o juiz pode substi- REITOS são:
tuir se a medida for socialmente recomenda- I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pú-
da e não seja reincidente específico blica, bem como de mandato eletivo;
II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício
Circunstâncias judiciais favoráveis
que dependam de habilitação especial, de licença ou autorização
do poder público;
EXECUÇÃO PROVISÓRIA DE PRD III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir
veículo (revogado tacitamente pelo CTB)
STF STJ
IV – proibição de frequentar determinados lugares.
A execução provisória de Não é possível a execução da V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou
pena restritiva de direitos im- pena restritiva de direitos an- exame públicos.
posta em condenação de se- tes do trânsito em julgado da
gunda instância, ainda que condenação. STJ. 3ª Seção.

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INTERDIÇÃO TEMPORÁRIA EFEITOS DA CONDENAÇÃO c) concedida a suspensão condicional da pena.


DE DIREITOS (NÃO AUTOMÁTICOS) § 2º - O desconto não deve incidir sobre os recursos indis-
pensáveis ao sustento do condenado e de sua família.
I - proibição do exercício I - a perda de cargo, fun-
de cargo, função ou atividade ção pública ou mandato ele- Conversão da Multa e revogação
pública, bem como de manda- tivo: Modo de conversão.
to eletivo; a) quando aplicada PPL Art. 51. Transitada em julgado a sentença condenatória, a
II - proibição do exercí- por tempo ≥1 ano, nos crimes multa será executada perante o juiz da execução penal e será
cio de profissão, atividade ou praticados com abuso de po- considerada dívida de valor, aplicáveis as normas relativas à
ofício que dependam de habili- der ou violação de dever para dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às cau-
tação especial, de licença ou com a Administração Pública; sas interruptivas e suspensivas da prescrição. (LEI 13964/19)
autorização do poder público; b) quando for aplicada
III - suspensão de autori- PPL por tempo > a 4 anos nos
EXECUÇÃO DA PENA DE MULTA
zação ou de habilitação para demais casos.
dirigir veículo (revogado tacita- II - a incapacidade para o ANTES DA LEI 13964/19 DEPOIS DA LEI 13964/19
mente pelo CTB) exercício do poder familiar, da
Transitada em julgado a A multa será EXECUTADA
IV – proibição de fre- tutela ou da curatela nos cri-
sentença condenatória, a multa PERANTE O JUIZ DA
quentar determinados lugares. mes dolosos sujeitos à pena
será considerada dívida de EXECUÇÃO PENAL e será
V - proibição de inscre- de reclusão cometidos contra
valor, aplicando-se-lhes as considerada dívida de valor,
ver-se em concurso, avaliação outrem igualmente titular do
normas da legislação relativa aplicáveis as normas relativas à
ou exame públicos. mesmo poder familiar, contra
à dívida ativa da Fazenda dívida ativa da Fazenda Pública.
filho, filha ou outro descenden-
Pública, inclusive no que
te ou contra tutelado ou cura-
concerne às causas
telado;
interruptivas e suspensivas da
III - a inabilitação para
prescrição.
dirigir veículo, quando utiliza-
do como meio para a prática STF Reação legislativa: é uma
de crime doloso. forma de "ativismo
Quem executa a pena de
congressual" com o objetivo de
multa?
Limitação de fim de semana o Congresso Nacional reverter
• Prioritariamente: o MP, na
Art. 48 - A LIMITAÇÃO DE FIM DE SEMANA consiste na situações de autoritarismo
vara de execução penal,
obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por 5 ho- judicial ou de comportamento
aplicando-se a LEP.
ras diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento antidialógico por parte do STF,
• Caso o MP se mantenha
adequado. estando, portanto, amparado
inerte por mais de 90 dias
Parágrafo único - Durante a permanência PODERÃO ser mi- no princípio da separação de
após ser devidamente
nistrados ao condenado cursos e palestras ou atribuídas ativida- poderes. O ativismo
intimado: a Fazenda Pública
des educativas. congressual consiste na
irá executar, na vara de
participação mais efetiva e
execuções fiscais, aplicando-
SEÇÃO III intensa do Congresso Nacional
se a Lei nº 6.830/80.
DA PENA DE MULTA nos assuntos constitucionais.
STF. Plenário. ADI 3150/DF, Rel.
Multa – SISTEMA BIFÁSICO (circunstâncias judiciais + O legislador pode, por emenda
para acórdão Min. Roberto
possibilidades financeiras do acusado) constitucional ou lei ordinária,
Barroso, julgado em 12 e
Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo superar a jurisprudência. Trata-
13/12/2018 (Info 927).STF.
penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada em dias- se de uma reação legislativa à
Plenário. AP 470/MG, Rel. Min.
multa. Será, no mínimo, de 10 e, no máximo, de 360 dias-mul- decisão da Corte
Roberto Barroso, julgado em
ta. Constitucional com o objetivo
12 e 13/12/2018 (Info 927).
§ 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não poden- de reversão jurisprudencial. No
do ser inferior a 1/30 do maior salário mínimo mensal vigente- caso de reversão
ao tempo do fato, nem superior a 5 vezes esse salário. jurisprudencial proposta por
§ 2º - O valor da multa será atualizado, quando da execução, lei ordinária, a lei que
pelos índices de correção monetária. frontalmente colidir com a
jurisprudência do STF nasce
Pagamento da multa com presunção relativa de
Art. 50 - A multa deve ser paga dentro de 10 dias depois inconstitucionalidade, de
de transitada em julgado a sentença. A requerimento do con- forma que caberá ao legislador
denado e conforme as circunstâncias, o juiz pode permitir que o o ônus de demonstrar,
pagamento se realize em parcelas mensais. argumentativamente, que a
§ 1º - A cobrança da multa pode efetuar-se mediante des- correção do precedente se
conto no vencimento ou salário do condenado quando: afigura legítima. Para ser
a) aplicada isoladamente; considerada válida, o
b) aplicada cumulativamente com pena restritiva de di- Congresso Nacional deverá
reitos (PRD); comprovar que as premissas

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fáticas e jurídicas sobre as § 5o Recebidas as informações, e depois de ouvido o procu-


quais se fundou a decisão do rador-geral, o conflito será decidido na primeira sessão, salvo se a
STF no passado não mais instrução do feito depender de diligência.
subsistem. O Poder Legislativo § 6o Proferida a decisão, as cópias necessárias serão remeti-
promoverá verdadeira hipótese das, para a sua execução, às autoridades contra as quais tiver sido
de mutação constitucional pela levantado o conflito ou que o houverem suscitado.
via legislativa.
https://www.dizerodireito.com.br/2015/10/ Art. 117. O Supremo Tribunal Federal, mediante avocatória,
superacao-legislativa-da-jurisprudencia.html
restabelecerá a sua jurisdição, sempre que exercida por qualquer
dos juízes ou tribunais inferiores.
Suspensão da execução da multa CAPÍTULO V
Art. 52 - É suspensa a execução da pena de multa, se so- DA RESTITUIÇÃO DAS COISAS APREENDIDAS
brevém ao condenado doença mental. Art. 118. Antes de transitar em julgado a sentença final, as
coisas apreendidas não poderão ser restituídas enquanto inte-
CÓDIGO PROCESSO PENAL ressarem ao processo.

CAPÍTULO III Art. 119. As coisas a que se referem os arts. 74 e 100 do


DAS INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS Código Penal não poderão ser restituídas, mesmo depois de
Art. 112. O juiz, o órgão do Ministério Público, os serventuá- transitar em julgado a sentença final, salvo se pertencerem ao
rios ou funcionários de justiça e os peritos ou intérpretes abster- lesado ou a terceiro de boa-fé.
se-ão de servir no processo, quando houver incompatibilidade ou
impedimento legal, que declararão nos autos. Se não se der a Art. 120. A restituição, quando cabível, poderá ser ORDE-
abstenção, a incompatibilidade ou impedimento poderá ser ar- NADA PELA AUTORIDADE POLICIAL ou juiz, mediante termo
guido pelas partes, seguindo-se o processo estabelecido para a nos autos, desde que não exista dúvida quanto ao direito do
exceção de suspeição. reclamante.
§ 1o Se duvidoso esse direito, o pedido de restituição au-
CAPÍTULO IV tuar-se-á em apartado, assinando-se ao requerente o prazo de
DO CONFLITO DE JURISDIÇÃO 5 dias para a prova. Em tal caso, SÓ O JUIZ CRIMINAL poderá
Art. 113. As questões atinentes à competência resolver-se- decidir o incidente.
ão não só pela exceção própria, como também pelo conflito posi- § 2o O incidente autuar-se-á também em apartado e só a
tivo ou negativo de jurisdição. autoridade judicial o resolverá, se as coisas forem apreendidas
em poder de terceiro de boa-fé, que será intimado para alegar e
Art. 114. Haverá conflito de jurisdição: provar o seu direito, em prazo igual e sucessivo ao do reclamante,
I - quando duas ou mais autoridades judiciárias se consi- tendo um e outro 2 dias para arrazoar.
derarem competentes, ou incompetentes, para conhecer do § 3o Sobre o pedido de restituição será SEMPRE ouvido o
mesmo fato criminoso; Ministério Público.
II - quando entre elas surgir controvérsia sobre unidade de § 4o Em caso de dúvida sobre quem seja o verdadeiro
juízo, junção ou separação de processos. dono, o juiz remeterá as partes para o juízo cível, ordenando o
depósito das coisas em mãos de depositário ou do próprio tercei-
Art. 115. O conflito poderá ser suscitado: ro que as detinha, se for pessoa idônea.
I - pela parte interessada; § 5o Tratando-se de coisas facilmente deterioráveis, serão
II - pelos órgãos do Ministério Público junto a qualquer avaliadas e levadas a leilão público, depositando-se o dinheiro
dos juízos em dissídio; apurado, ou entregues ao terceiro que as detinha, se este for pes-
III - por qualquer dos juízes ou tribunais em causa. soa idônea e assinar termo de responsabilidade.

Art. 116. Os juízes e tribunais, sob a forma de representação, Art. 121. No caso de apreensão de coisa adquirida com os
e a parte interessada, sob a de requerimento, darão parte escrita proventos da infração, aplica-se o disposto no art. 133 e seu pa-
e circunstanciada do conflito, perante o tribunal competente, ex- rágrafo.
pondo os fundamentos e juntando os documentos comprobató-
rios. Art. 122. Sem prejuízo do disposto no art. 120 (restituição),
§ 1o Quando negativo o conflito, os juízes e tribunais pode- as coisas apreendidas serão alienadas nos termos do disposto
rão suscitá-lo nos próprios autos do processo. no art. 133 deste Código. (LEI 13964/19)
§ 2o Distribuído o feito, se o conflito for positivo, o relator
poderá determinar imediatamente que se suspenda o anda- Art. 123. Fora dos casos previstos nos artigos anteriores, se
mento do processo. dentro no prazo de 90 dias, a contar da data em que transitar
§ 3o Expedida ou não a ordem de suspensão, o relator requi- em julgado a sentença final, condenatória ou absolutória, os
sitará informações às autoridades em conflito, remetendo-lhes objetos apreendidos não forem reclamados ou não pertence-
cópia do requerimento ou representação. rem ao réu, serão vendidos em leilão, depositando-se o saldo à
§ 4o As informações serão prestadas no prazo marcado pelo disposição do juízo de ausentes.
relator.
Art. 124. Os instrumentos do crime, cuja perda em favor da
União for decretada, e as coisas confiscadas, de acordo com o

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disposto no art. 100 do Código Penal, serão inutilizados ou reco- § 2º O valor apurado deverá ser recolhido ao Fundo Peniten-
lhidos a museu criminal, se houver interesse na sua conservação. ciário Nacional, exceto se houver previsão diversa em lei especial.
(LEI 13964/19)
Art. 124-A. Na hipótese de decretação de perdimento de obras
de arte ou de outros bens de relevante valor cultural ou ar- Art. 133-A. O juiz poderá autorizar, constatado o interesse
tístico, se o crime não tiver vítima determinada, poderá haver público, a utilização de bem sequestrado, apreendido ou
destinação dos bens a museus públicos. (LEI 13964/19) sujeito a qualquer medida assecuratória pelos órgãos de
segurança pública previstos no art. 144 da Constituição Federal,
CAPÍTULO VI do sistema prisional, do sistema socioeducativo, da Força
DAS MEDIDAS ASSECURATÓRIAS Nacional de Segurança Pública e do Instituto Geral de Perícia,
(Medidas cautelares de natureza patrimonial) para o desempenho de suas atividades. (LEI 13964/19)
Art. 125. Caberá o SEQUESTRO dos bens imóveis, adquiri- § 1º O órgão de segurança pública participante das ações de
dos pelo indiciado com os proventos da infração, ainda que já investigação ou repressão da infração penal que ensejou a
tenham sido transferidos a terceiro. constrição do bem terá prioridade na sua utilização. (LEI
13964/19)
Art. 126. Para a decretação do sequestro, bastará a existên- § 2º Fora das hipóteses anteriores, demonstrado o interesse
cia de INDÍCIOS veementes da PROVENIÊNCIA ILÍCITA dos público, o juiz poderá autorizar o uso do bem pelos demais
bens. órgãos públicos. (LEI 13964/19)
§ 3º Se o bem a que se refere o caput deste artigo for veículo,
Art. 127. O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Pú- embarcação ou aeronave, o juiz ordenará à autoridade de
blico ou do ofendido, ou mediante representação da autoridade trânsito ou ao órgão de registro e controle a expedição de
policial, poderá ordenar o sequestro, em qualquer fase do pro- certificado provisório de registro e licenciamento em favor do
cesso ou ainda antes de oferecida a denúncia ou queixa. órgão público beneficiário, o qual estará isento do pagamento
de multas, encargos e tributos anteriores à disponibilização do
Art. 128. Realizado o sequestro, o juiz ordenará a sua ins- bem para a sua utilização, que deverão ser cobrados de seu
crição no Registro de Imóveis. responsável. (LEI 13964/19)
§ 4º Transitada em julgado a sentença penal condenatória
Art. 129. O sequestro autuar-se-á em apartado e admitirá com a decretação de perdimento dos bens, ressalvado o direito
embargos de terceiro. do lesado ou terceiro de boa-fé, o juiz poderá determinar a
transferência definitiva da propriedade ao órgão público be-
Art. 130. O sequestro poderá ainda ser embargado: neficiário ao qual foi custodiado o bem.(LEI 13964/19)
I - pelo acusado, sob o fundamento de não terem os bens
sido adquiridos com os proventos da infração; Art. 134. A HIPOTECA LEGAL sobre os imóveis do indiciado
II - pelo terceiro, a quem houverem os bens sido transferi- poderá ser requerida pelo ofendido em qualquer fase do pro-
dos a título oneroso, sob o fundamento de tê-los adquirido de cesso, desde que haja certeza da infração e indícios suficientes
boa-fé. da autoria.
Parágrafo único. Não poderá ser pronunciada decisão
nesses embargos antes de passar em julgado a sentença con- Art. 135. Pedida a especialização mediante requerimento,
denatória. em que a parte estimará o valor da responsabilidade civil, e desig-
nará e estimará o imóvel ou imóveis que terão de ficar especial-
Art. 131. O sequestro será levantado: mente hipotecados, o juiz mandará logo proceder ao arbitramen-
I - se a ação penal não for intentada no prazo de 60 dias, to do valor da responsabilidade e à avaliação do imóvel ou imó-
contado da data em que ficar concluída a diligência; veis.
II - se o terceiro, a quem tiverem sido transferidos os bens, § 1o A petição será instruída com as provas ou indicação das
prestar caução que assegure a aplicação do disposto no art. 74, provas em que se fundar a estimação da responsabilidade, com a
II, b, segunda parte, do Código Penal; relação dos imóveis que o responsável possuir, se outros tiver,
III - se for julgada extinta a punibilidade ou absolvido o além dos indicados no requerimento, e com os documentos com-
réu, por sentença transitada em julgado. probatórios do domínio.
§ 2o O arbitramento do valor da responsabilidade e a avalia-
Art. 132. Proceder-se-á ao sequestro dos bens móveis se, ção dos imóveis designados far-se-ão por perito nomeado pelo
verificadas as condições previstas no art. 126, não for cabível a juiz, onde não houver avaliador judicial, sendo-lhe facultada a
medida regulada no Capítulo Xl do Título Vll deste Livro. consulta dos autos do processo respectivo.
§ 3o O juiz, ouvidas as partes no prazo de 2 dias, que corre-
Art. 133. Transitada em julgado a sentença condenatória, rá em cartório, poderá corrigir o arbitramento do valor da respon-
o juiz, de ofício ou a requerimento do interessado ou do Ministé- sabilidade, se lhe parecer excessivo ou deficiente.
rio Público, determinará a avaliação e a venda dos bens em lei- § 4o O juiz autorizará somente a inscrição da hipoteca do
lão público cujo perdimento tenha sido decretado. (LEI imóvel ou imóveis necessários à garantia da responsabilidade.
13964/19) § 5o O valor da responsabilidade será liquidado definiti-
§ 1º Do dinheiro apurado, será recolhido aos cofres públicos vamente após a condenação, podendo ser requerido novo arbi-
o que não couber ao lesado ou a terceiro de boa-fé. (LEI tramento se qualquer das partes não se conformar com o arbitra-
13964/19) mento anterior à sentença condenatória.

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DIA 3 / 23

§ 6o Se o réu oferecer caução suficiente, em dinheiro ou § 4o Quando a indisponibilidade recair sobre dinheiro, inclusive
em títulos de dívida pública, pelo valor de sua cotação em Bolsa, moeda estrangeira, títulos, valores mobiliários ou cheques emiti-
o juiz poderá deixar de mandar proceder à inscrição da hipo- dos como ordem de pagamento, o juízo determinará a conversão
teca legal. do numerário apreendido em moeda nacional corrente e o de-
pósito das correspondentes quantias em conta judicial.
Art. 136. O ARRESTO do imóvel poderá ser decretado de § 5o No caso da alienação de veículos, embarcações ou aerona-
início, revogando-se, porém, se no prazo de 15 dias não for ves, o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou ao equivalente ór-
promovido o processo de inscrição da hipoteca legal. gão de registro e controle a expedição de certificado de registro e
licenciamento em favor do arrematante, ficando este livre do pa-
Art. 137. Se o responsável não possuir bens imóveis ou os gamento de multas, encargos e tributos anteriores, sem prejuízo
possuir de valor insuficiente, poderão ser arrestados bens mó- de execução fiscal em relação ao antigo proprietário.
veis suscetíveis de penhora, nos termos em que é facultada a hi- § 6o O valor dos títulos da dívida pública, das ações das socieda-
poteca legal dos imóveis. des e dos títulos de crédito negociáveis em bolsa será o da cota-
§ 1o Se esses bens forem coisas fungíveis e facilmente dete- ção oficial do dia, provada por certidão ou publicação no órgão
rioráveis, proceder-se-á na forma do § 5o do art. 120. oficial.
§ 2o Das rendas dos bens móveis poderão ser fornecidos re-
cursos arbitrados pelo juiz, para a manutenção do indiciado e de CAPÍTULO VII
sua família. DO INCIDENTE DE FALSIDADE
Art. 145. Arguida, por escrito, a falsidade de documento
Art. 138. O processo de especialização da hipoteca e do ar- constante dos autos, o juiz observará o seguinte processo:
resto correrão em auto apartado. I - mandará autuar em apartado a impugnação, e em segui-
da ouvirá a parte contrária, que, no prazo de 48 horas, oferecerá
Art. 139. O depósito e a administração dos bens arrestados resposta;
ficarão sujeitos ao regime do processo civil. II - assinará o prazo de 3 dias, sucessivamente, a cada uma
das partes, para prova de suas alegações;
Art. 140. As garantias do ressarcimento do dano alcança- III - conclusos os autos, poderá ordenar as diligências que
rão também as despesas processuais e as penas pecuniárias, entender necessárias;
tendo preferência sobre estas a reparação do dano ao ofendido. IV - se reconhecida a falsidade por decisão irrecorrível, man-
dará desentranhar o documento e remetê-lo, com os autos do
Art. 141. O arresto será levantado ou cancelada a hipote- processo incidente, ao Ministério Público.
ca, se, por sentença irrecorrível, o réu for absolvido ou julgada
extinta a punibilidade. Art. 146. A arguição de falsidade, feita por procurador, exige
poderes especiais.
Art. 142. Caberá ao Ministério Público promover as medidas
estabelecidas nos arts. 134 e 137, se houver interesse da Fazenda Art. 147. O juiz poderá, de ofício, proceder à verificação da
Pública, ou se o ofendido for pobre e o requerer. falsidade.

Art. 143. Passando em julgado a sentença condenatória, Art. 148. Qualquer que seja a decisão, NÃO FARÁ COISA
serão os autos de hipoteca ou arresto remetidos ao juiz do cí- JULGADA em prejuízo de ulterior processo penal ou civil.
vel (art. 63).
CAPÍTULO VIII
Art. 144. Os interessados ou, nos casos do art. 142, o Minis- DA INSANIDADE MENTAL DO ACUSADO
tério Público poderão requerer no juízo cível, contra o responsá-
vel civil, as medidas previstas nos arts. 134, 136 e 137. O incidente de insanidade mental é prova pericial constituída
em favor da defesa. Logo, não é possível determiná-lo compul-
Art. 144-A. O juiz determinará a alienação antecipada para pre- soriamente na hipótese em que a defesa se oponha à sua reali-
servação do valor dos bens sempre que estiverem sujeitos a zação. STF. 2ª Turma. HC 133.078/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia, jul-
qualquer grau de deterioração ou depreciação, ou quando gado em 6/9/2016 (Info 838).
houver dificuldade para sua manutenção.
§ 1o O leilão far-se-á preferencialmente por meio eletrônico.
Art. 149. Quando houver dúvida sobre a integridade men-
§ 2o Os bens deverão ser vendidos pelo valor fixado na avaliação
tal do acusado, o juiz ordenará, de ofício ou a requerimento do
judicial ou por valor maior. Não alcançado o valor estipulado pela
Ministério Público, do defensor, do curador, do ascendente, des-
administração judicial, será realizado novo leilão, em até 10 dias
cendente, irmão ou cônjuge do acusado, seja este submetido a
contados da realização do primeiro, podendo os bens ser aliena-
exame médico-legal.
dos por valor não inferior a 80% do estipulado na avaliação ju-
§ 1o O exame poderá ser ordenado ainda na fase do in-
dicial.
quérito, mediante representação da autoridade policial ao juiz
§ 3o O produto da alienação ficará depositado em conta vincula-
competente.
da ao juízo até a decisão final do processo, procedendo-se à sua
§ 2o O juiz nomeará curador ao acusado, quando determi-
conversão em renda para a União, Estado ou Distrito Federal, no
nar o exame, ficando SUSPENSO O PROCESSO, se já iniciada a
caso de condenação, ou, no caso de absolvição, à sua devolu-
ação penal, salvo quanto às diligências que possam ser preju-
ção ao acusado.
dicadas pelo adiamento.

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DIA 3 / 24

SISTEMAS DE AVALIAÇÃO DAS PROVAS


Art. 150. Para o efeito do exame, o acusado, se estiver preso,
será internado em manicômio judiciário, onde houver, ou, se esti- ÍNTIMA CERTEZA MORAL PERSUASÃO
ver solto, e o requererem os peritos, em estabelecimento adequa- CONVICÇÃO DO LEGISLADOR, RACIONAL, LIVRE
do que o juiz designar. SISTEMA CONVENCIMENTO
§ 1o O exame não durará mais de 45 dias, salvo se os pe- TARIFÁRIO MOTIVADO
ritos demonstrarem a necessidade de maior prazo. Desnecessária Juiz fica vinculado O juiz tem livre
§ 2o Se não houver prejuízo para a marcha do processo, o motivação aos critérios fixados convicção, devendo
juiz poderá autorizar sejam os autos entregues aos peritos, para pelo legislador motivar a decisão
facilitar o exame.
Aplicado no Júri em Exame de corpo de Regra no Brasil
Art. 151. Se os peritos concluírem que o acusado era, ao relação aos jurados delito nas infrações
tempo da infração, irresponsável nos termos do art. 22 do que deixam
Código Penal, o processo prosseguirá, com a presença do cura- vestígios
dor.
Súmula 74-STJ: Para efeitos penais, o reconhecimento da me-
Art. 152. Se se verificar que a doença mental sobreveio à noridade do réu requer prova por documento hábil
infração o processo continuará suspenso até que o acusado se
restabeleça, observado o § 2o do art. 149.
CAPÍTULO I
§ 1o O juiz poderá, nesse caso, ordenar a internação do
DISPOSIÇÕES GERAIS
acusado em manicômio judiciário ou em outro estabelecimento
Art. 155. PRINCÍPIO DO LIVRE CONVENCIMENTO MOTI-
adequado.
VADO - O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da
§ 2o O processo retomará o seu curso, desde que se restabe-
prova produzida em contraditório judicial, não podendo fun-
leça o acusado, ficando-lhe assegurada a faculdade de reinquirir
damentar sua decisão exclusivamente nos elementos informa-
as testemunhas que houverem prestado depoimento sem a sua
tivos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares,
presença.
não repetíveis e antecipadas (elementos migratórios).
Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas
DOENÇA MENTAL serão observadas as restrições estabelecidas na lei civil.
ANTES DA INFRAÇÃO PENAL APÓS A INFRAÇÃO PENAL
ELEMENTOS MIGRATÓRIOS NO CPP
Processo continuará com a Processo continuará suspenso
presença de curador até que o acusado se são as de iminente perecimento, que são
restabeleça colhidas durante o inquérito policial por in-
PROVAS viabilidade lógica da sua realização na fase
Art. 153. O incidente da insanidade mental processar-se-á IRREPETÍVEIS processual: por exemplo, a constatação da
em auto apartado, que só depois da apresentação do laudo, embriaguez para os efeitos do arti-
será apenso ao processo principal. go 306, CTB.
PROVAS pautadas pela necessidade e urgência,
Art. 154. Se a insanidade mental sobrevier no curso da exe- CAUTELARES como a interceptação telefônica, por exem-
cução da pena, observar-se-á o disposto no art. 682. plo.

TÍTULO VII INCIDENTE DE instaurado perante o juiz, mesmo durante


DA PROVA PRODUÇÃO o trâmite do inquérito, já fixando a preven-
ANTECIPADA DE ção. Cabe ao juiz convocar as futuras par-
PRINCÍPIOS DO DIREITO PROBATÓRIO
PROVA tes do processo e promover o respeito ao
CONTRADITÓRIO A prova produzida por uma das partes contraditório e ampla defesa. Exemplo: oi-
admite contraprova tiva de uma testemunha que está prestes a
deixar o país ou prestes a morrer.
COMUNHÃO Produzidas, as provas passam a per-
https://professorlfg.jusbrasil.com.br/artigos/121928539/o-que-se-entende-por-
tencer ao processo
elementos-migratorios-no-processo-penal
Regra: as provas devem ser produzidas
oralmente Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sen-
ORALIDADE Subprincípios: do, porém, facultado ao juiz de ofício:
-Concentração (produção probatório I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produ-
em única audiência) ção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes,
-Imediação (contato do juiz com a observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da
prova) medida;
II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir
NÃO Acusado não é obrigado a produzir sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre
AUTOINCRIMINAÇÃO provas contra si. ponto relevante.

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DIA 3 / 25

Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ
do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em
violação a normas constitucionais ou legais. EDIÇÃO N. 105: PROVAS NO PROCESSO PENAL - I
§ 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das 1) As provas inicialmente produzidas na esfera inquisitorial e
ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade reexaminadas na instrução criminal, com observância do
entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser ob- contraditório e da ampla defesa, não violam o art. 155 do
tidas por uma fonte independente das primeiras. Código de Processo Penal - CPP visto que eventuais
§ 2o Considera-se fonte independente aquela que por si só, irregularidades ocorridas no inquérito policial NÃO
seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios da investi- CONTAMINAM a ação penal dele decorrente.
gação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato 2) Perícias e documentos produzidos na fase inquisitorial são
objeto da prova. revestidos de eficácia probatória sem a necessidade de serem
§ 3o Preclusa a decisão de desentranhamento da prova de- repetidos no curso da ação penal por se sujeitarem ao
clarada inadmissível, esta será inutilizada por decisão judicial, fa- contraditório diferido.
cultado às partes acompanhar o incidente. 4) A propositura da ação penal exige tão somente a presença
§ 5º O juiz que conhecer do conteúdo da prova declarada de indícios mínimos de materialidade e de autoria, de modo
inadmissível NÃO PODERÁ proferir a sentença ou acórdão. que a certeza deverá ser comprovada durante a instrução
(LEI 13964/19) probatória, prevalecendo o princípio do in dubio pro
societate na fase de oferecimento da denúncia.
5) A incidência da qualificadora rompimento de obstáculo,
TEORIAS A RESPEITO DAS PROVAS ILÍCITAS
prevista no art. 155, § 4º, I, do Código Penal, está condicionada
TEORIA DOS FRUTOS DA Provas derivadas das ilícitas de- à comprovação por laudo pericial, salvo em caso de
ÁRVORE ENVENENADA OU vem ser consideradas ilícitas desaparecimento dos vestígios, quando a prova testemunhal, a
DA PROVA ILÍCITA POR por derivação confissão do acusado ou o exame indireto poderão lhe suprir a
DERIVAÇÃO falta.
6) É válido e revestido de eficácia probatória o testemunho
Demonstrando-se que a prova
prestado por policiais envolvidos em ação investigativa ou
derivada da ilícita seria produ-
responsáveis por prisão em flagrante, quando estiver em
TEORIA DA DESCOBERTA zida de qualquer modo, inde-
harmonia com as demais provas dos autos e for colhido sob
INEVITÁVEL pendente da prova ilícita ori-
o crivo do contraditório e da ampla defesa.
ginária, tal prova deve ser con-
7) O reconhecimento fotográfico do réu, quando ratificado em
siderada válida.
juízo, sob a garantia do contraditório e ampla defesa, pode servir
Se os elementos de informa- como meio idôneo de prova para fundamentar a condenação.
ção forem adquiridos de fon- 8) A folha de antecedentes criminais é documento hábil e
TEORIA DA DESCOBERTA te autônoma, que não guarde suficiente a comprovar os maus antecedentes e a
INDEPENDENTE relação de dependência, nem reincidência, não sendo necessária a apresentação de
decorra de prova ilícita, tais certidão cartorária.
dados probatórios são admissí- 10) O registro audiovisual de depoimentos colhidos no âmbito
veis do processo penal dispensa sua degravação ou transcrição,
em prol dos princípios da razoável duração do processo e da ce-
Se durante a diligência proba-
leridade processual, salvo comprovada demonstração de neces-
TEORIA DO ENCONTRO tória, for acidentalmente des-
sidade.
FORTUITO DE PROVAS coberta outra prova, em regra,
ela será aproveitada, desde que EDIÇÃO N. 111: PROVAS NO PROCESSO PENAL - II
não exista desvio de finalidade 1) É possível o arrolamento de testemunhas pelo assistente
na diligência. de acusação (art. 271 do Código de Processo Penal), desde que
respeitado o limite de 5 pessoas previsto no art. 422 do CPP.
É legítima a apreensão de ele-
2) O réu não tem direito subjetivo de acompanhar, por siste-
mentos probatórios quando, a
ma de videoconferência, audiência de inquirição de testemu-
despeito de não se tratar da fi-
nhas realizada, presencialmente, perante o Juízo natural da cau-
DOUTRINA DA VISÃO nalidade prevista no mandado
sa, por ausência de previsão legal, regulamentar e principiológi-
ABERTA de busca e apreensão, o objeto
ca.
da apreensão é encontrado à
3) Em delitos sexuais, comumente praticados às ocultas, a
plena vista do agente policial.
palavra da vítima possui especial relevância, desde que esteja
Não se aplica a teoria da prova em consonância com as demais provas acostadas aos autos.
ilícita por derivação se o nexo 4) Nos delitos praticados em ambiente doméstico e familiar, ge-
TEORIA DA TINTA DILUÍDA, causal entre a prova primária ralmente praticados à clandestinidade, sem a presença de teste-
DO NEXO CAUSAL e a secundária for atenuado munhas, a palavra da vítima possui especial relevância, nota-
ATENUADO OU DA em virtude do decurso do damente quando corroborada por outros elementos probatórios
MANCHA PURGADA tempo, de circunstâncias su- acostados aos autos.
pervenientes, da menor rele- 5) É possível a antecipação da colheita da prova testemunhal,
vância da ilegalidade. com base no art. 366 do CPP, nas hipóteses em que as teste-
munhas são policiais, tendo em vista a relevante probabilida-
de de esvaziamento da prova pela natureza da atuação pro-

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DIA 3 / 26

fissional, marcada pelo contato diário com fatos criminosos. rastreamento das evidências utilizadas em processos judiciais,
STF: É incabível a produção antecipada de prova testemunhal registrar quem teve acesso ou realizou o manuseio desta
fundamentada na simples possibilidade de esquecimento dos evidência. No que diz respeito à preservação das informações
fatos, sendo necessária a demonstração do risco de perecimen- coletadas a cadeia de custódia possibilita documentar a
to da prova a ser produzida (art. 225 do CPP). Não serve como cronologia das evidências, quem foram os responsáveis por
justificativa a alegação de que as testemunhas são policiais res- seu manuseio, garantir a inviolabilidade do material, lacrar
ponsáveis pela prisão, cuja própria atividade contribui, por si só, as evidências, restringir acesso, tudo isso visando à perda da
para o esquecimento das circunstâncias que cercam a apuração confiança do elemento (com)probatório, seja em qual área
da suposta autoria de cada infração penal. STF. 2ª Turma. HC for.
130038/DF, Rel.Min. Dias Toffoli, julgado em 3/11/2015 (Info No processo penal, como não poderia deixar de ser, por
806). envolver instrumento processual que pode culminar com a
6) Não há cerceamento de defesa quando a decisão que in- restrição da liberdade de locomoção do cidadão, o
defere oitiva de testemunhas residentes em outro país for tema preservação das fontes de prova ganha ainda maior
devidamente fundamentada. importância e, nesse contexto, a preservação da cadeia de
7) É ilícita a prova colhida mediante acesso aos dados armaze- custódia probatória segue mesma sorte. A sua preservação, em
nados no aparelho celular, relativos a mensagens de texto, verdade, é erigida a verdadeira “condição de validade da
SMS, conversas por meio de aplicativos (WhatsApp), e obtida prova”.
diretamente pela polícia, sem prévia autorização judicial. https://blog.ebeji.com.br/o-que-e-quebra-da-cadeia-de-custodia/
8) É desnecessária a realização de perícia para a identificação
de voz captada nas interceptações telefônicas, salvo quando
Qual a consequência da quebra da cadeia de custódia (break
houver dúvida plausível que justifique a medida.
on the chain of custody)? Sem dúvida deve ser a proibição de
9) É necessária a realização do exame de corpo de delito para
valoração probatória com a consequente exclusão física dela
comprovação da materialidade do crime quando a conduta
e de toda a derivada.
deixar vestígios, entretanto, o laudo pericial será substituído
por outros elementos de prova na hipótese em que as evidên- https://www.conjur.com.br/2015-jan-16/limite-penal-importancia-cadeia-custo-

cias tenham desaparecido ou que o lugar se tenha tornado im- dia-prova-penal

próprio ou, ainda, quando as circunstâncias do crime não permi-


tirem a análise técnica. Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável
10) O laudo toxicológico definitivo é imprescindível para a con- o exame de corpo de delito, direto ou indireto, NÃO PODEN-
figuração do crime de tráfico ilícito de entorpecentes, sob DO SUPRI-LO A CONFISSÃO DO ACUSADO.
pena de se ter por incerta a materialidade do delito e, por conse- Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à realização do exame de
guinte, ensejar a absolvição do acusado. corpo de delito quando se tratar de crime que envolva:
11) É possível, em situações excepcionais, a comprovação da I - violência doméstica e familiar contra mulher;
materialidade do crime de tráfico de drogas pelo laudo de II - violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com
constatação provisório, desde que esteja dotado de certeza deficiência.
idêntica à do laudo definitivo e que tenha sido elaborado
por perito oficial, em procedimento e com conclusões equi- Art. 158-A. Considera-se CADEIA DE CUSTÓDIA o conjunto de
valentes. todos os procedimentos utilizados para manter e documentar
12) É prescindível a apreensão e a perícia de arma de fogo para a a história cronológica do vestígio coletado em locais ou em
caracterização de causa de aumento de pena prevista no art. vítimas de crimes, para rastrear sua posse e manuseio a partir
157, § 2º-A, I, do Código Penal, quando evidenciado o seu em- de seu reconhecimento até o descarte. (LEI 13964/19)
prego por outros meios de prova. § 1º O início da cadeia de custódia dá-se com a preservação do
local de crime ou com procedimentos policiais ou periciais
nos quais seja detectada a existência de vestígio. (LEI 13964/19)
CAPÍTULO II
§ 2º O agente público que reconhecer um elemento como de
DO EXAME DE CORPO DE DELITO, DA CADEIA DE CUSTÓDIA E
potencial interesse para a produção da prova pericial fica
DAS PERÍCIAS EM GERAL
responsável por sua preservação. (LEI 13964/19)
A cadeia de custódia da prova consiste no caminho que deve ser § 3º Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou
percorrido pela prova até a sua análise pelo magistrado, sendo latente, constatado ou recolhido, que se relaciona à infração
certo que qualquer interferência indevida durante esse trâmite penal. (LEI 13964/19)
processual pode resultar na sua imprestabilidade (STJ. 5ª Turma.
RHC 77.836/PA, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em Art. 158-B. A cadeia de custódia compreende o rastreamento do
05/02/2019). vestígio nas seguintes etapas: (LEI 13964/19)
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. É dever do Estado a disponibilização da I - reconhecimento: ato de distinguir um elemento como de
integralidade das conversas advindas nos autos de forma emprestada, sendo potencial interesse para a produção da prova pericial; (LEI
inadmissível a seleção pelas autoridades de persecução de partes dos áudios
13964/19)
interceptados. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/ II - isolamento: ato de evitar que se altere o estado das coisas,
565e8a413d0562de9ee4378402d2b481>. Acesso em: 26/12/2019 devendo isolar e preservar o ambiente imediato, mediato e
relacionado aos vestígios e local de crime; (LEI 13964/19)
Cadeia de Custódia é o processo de documentar a história III - fixação: descrição detalhada do vestígio conforme se
cronológica da evidência, esse processo visa a garantir o encontra no local de crime ou no corpo de delito, e a sua posição
na área de exames, podendo ser ilustrada por fotografias,

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DIA 3 / 27

filmagens ou croqui, sendo indispensável a sua descrição no § 3º O recipiente só poderá ser aberto pelo perito que vai
laudo pericial produzido pelo perito responsável pelo proceder à análise e, motivadamente, por pessoa autorizada.
atendimento; (LEI 13964/19) (LEI 13964/19)
IV - coleta: ato de recolher o vestígio que será submetido à § 4º Após cada rompimento de lacre, deve se fazer constar na
análise pericial, respeitando suas características e natureza;(LEI ficha de acompanhamento de vestígio o nome e a matrícula do
13964/19) responsável, a data, o local, a finalidade, bem como as
V - acondicionamento: procedimento por meio do qual cada informações referentes ao novo lacre utilizado.(LEI 13964/19)
vestígio coletado é embalado de forma individualizada, de § 5º O lacre rompido deverá ser acondicionado no interior do
acordo com suas características físicas, químicas e biológicas, para novo recipiente.(LEI 13964/19)
posterior análise, com anotação da data, hora e nome de quem
realizou a coleta e o acondicionamento; (LEI 13964/19) Art. 158-E. Todos os Institutos de Criminalística deverão ter uma
VI - transporte: ato de transferir o vestígio de um local para o central de custódia destinada à guarda e controle dos
outro, utilizando as condições adequadas (embalagens, veículos, vestígios, e sua gestão deve ser vinculada diretamente ao órgão
temperatura, entre outras), de modo a garantir a manutenção de central de perícia oficial de natureza criminal.(LEI 13964/19)
suas características originais, bem como o controle de sua posse; § 1º Toda central de custódia deve possuir os serviços de
(LEI 13964/19) protocolo, com local para conferência, recepção, devolução de
VII - recebimento: ato formal de transferência da posse do materiais e documentos, possibilitando a seleção, a classificação e
vestígio, que deve ser documentado com, no mínimo, a distribuição de materiais, devendo ser um espaço seguro e
informações referentes ao número de procedimento e unidade de apresentar condições ambientais que não interfiram nas
polícia judiciária relacionada, local de origem, nome de quem características do vestígio.(LEI 13964/19)
transportou o vestígio, código de rastreamento, natureza do § 2º Na central de custódia, a entrada e a saída de vestígio
exame, tipo do vestígio, protocolo, assinatura e identificação de deverão ser protocoladas, consignando-se informações sobre a
quem o recebeu; (LEI 13964/19) ocorrência no inquérito que a eles se relacionam.
VIII - processamento: exame pericial em si, manipulação do § 3º Todas as pessoas que tiverem acesso ao vestígio armazenado
vestígio de acordo com a metodologia adequada às suas deverão ser identificadas e deverão ser registradas a data e a hora
características biológicas, físicas e químicas, a fim de se obter o do acesso.(LEI 13964/19)
resultado desejado, que deverá ser formalizado em laudo § 4º Por ocasião da tramitação do vestígio armazenado, todas as
produzido por perito; (LEI 13964/19) ações deverão ser registradas, consignando-se a identificação do
IX - armazenamento: procedimento referente à guarda, em responsável pela tramitação, a destinação, a data e horário da
condições adequadas, do material a ser processado, guardado ação.(LEI 13964/19)
para realização de contraperícia, descartado ou transportado,
com vinculação ao número do laudo correspondente; (LEI Art. 158-F. Após a realização da perícia, o material deverá ser
13964/19) devolvido à central de custódia, devendo nela permanecer.(LEI
X - descarte: procedimento referente à liberação do vestígio, 13964/19)
respeitando a legislação vigente e, quando pertinente, mediante Parágrafo único. Caso a central de custódia não possua espaço ou
autorização judicial. (LEI 13964/19) condições de armazenar determinado material, deverá a autorida-
de policial ou judiciária determinar as condições de depósito do
Art. 158-C. A coleta dos vestígios deverá ser realizada referido material em local diverso, mediante requerimento do di-
preferencialmente por perito oficial, que dará o retor do órgão central de perícia oficial de natureza criminal. (LEI
encaminhamento necessário para a central de custódia, mesmo 13964/19)
quando for necessária a realização de exames complementares.
(LEI 13964/19) Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão
§ 1º Todos vestígios coletados no decurso do inquérito ou realizados por perito oficial, portador de diploma de curso superi-
processo devem ser tratados como descrito nesta Lei, ficando or.
órgão central de perícia oficial de natureza criminal responsável § 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2
por detalhar a forma do seu cumprimento. pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior prefe-
§ 2º É proibida a entrada em locais isolados bem como a rencialmente na área específica, dentre as que tiverem habilitação
remoção de quaisquer vestígios de locais de crime antes da técnica relacionada com a natureza do exame
liberação por parte do perito responsável, sendo tipificada § 2o Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de
como fraude processual a sua realização. (LEI 13964/19) bem e fielmente desempenhar o encargo.
§ 3o Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de
Art. 158-D. O recipiente para acondicionamento do vestígio será acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação
determinado pela natureza do material. (LEI 13964/19) de quesitos e indicação de assistente técnico.
§ 1º Todos os recipientes deverão ser selados com lacres, com § 4o O assistente técnico atuará a partir de sua admissão
numeração individualizada, de forma a garantir a inviolabilidade e pelo juiz e após a conclusão dos exames e elaboração do laudo
a idoneidade do vestígio durante o transporte. (LEI 13964/19) pelos peritos oficiais, sendo as partes intimadas desta decisão.
§ 2º O recipiente deverá individualizar o vestígio, preservar § 5o Durante o curso do processo judicial, é permitido às
suas características, impedir contaminação e vazamento, ter partes, quanto à perícia:
grau de resistência adequado e espaço para registro de I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a pro-
informações sobre seu conteúdo. (LEI 13964/19) va ou para responderem a quesitos, desde que o mandado de
intimação e os quesitos ou questões a serem esclarecidas sejam

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encaminhados com antecedência mínima de 10 dias, podendo Parágrafo único. Em qualquer caso, serão arrecadados e au-
apresentar as respostas em laudo complementar; tenticados todos os objetos encontrados, que possam ser úteis
II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pa- para a identificação do cadáver.
receres em prazo a ser fixado pelo juiz ou ser inquiridos em au-
diência. Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito,
§ 6o Havendo requerimento das partes, o material probató- por haverem desaparecido os vestígios, a PROVA TESTEMU-
rio que serviu de base à perícia será disponibilizado no ambiente NHAL PODERÁ SUPRIR-LHE A FALTA (exame de corpo de delito
do órgão oficial, que manterá sempre sua guarda, e na presença indireto)
de perito oficial, para exame pelos assistentes, salvo se for impos-
sível a sua conservação. Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame
§ 7o Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a exame comple-
uma área de conhecimento especializado, poder-se-á designar a mentar por determinação da autoridade policial ou judiciária,
atuação de mais de um perito oficial, e a parte indicar mais de de ofício, ou a requerimento do Ministério Público, do ofendido
um assistente técnico. ou do acusado, ou de seu defensor.
§ 1o No exame complementar, os peritos terão presente o
Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descre- auto de corpo de delito, a fim de suprir-lhe a deficiência ou reti -
verão minuciosamente o que examinarem, e responderão aos ficá-lo.
quesitos formulados. § 2o Se o exame tiver por fim precisar a classificação do deli-
Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo to no art. 129, § 1o, I, do Código Penal, deverá ser feito logo que
máximo de 10 dias, podendo este prazo ser prorrogado, em decorra o prazo de 30 dias, contado da data do crime.
casos excepcionais, a requerimento dos peritos. § 3o A falta de exame complementar poderá ser suprida
pela prova testemunhal.
Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito em
qualquer dia e a qualquer hora. Art. 169. Para o efeito de exame do local onde houver sido
praticada a infração, a autoridade providenciará imediatamente
Art. 162. A autópsia será feita pelo menos 6 horas depois para que não se altere o estado das coisas até a chegada dos pe -
do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de mor- ritos, que poderão instruir seus laudos com fotografias, desenhos
te, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que ou esquemas elucidativos.
declararão no auto. Parágrafo único. Os peritos registrarão, no laudo, as altera-
Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o ções do estado das coisas e discutirão, no relatório, as conse -
simples exame externo do cadáver, quando não houver infra- quências dessas alterações na dinâmica dos fatos.
ção penal que apurar, ou quando as lesões externas permitirem
precisar a causa da morte e não houver necessidade de exame in- Art. 170. Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão
terno para a verificação de alguma circunstância relevante. material suficiente para a eventualidade de nova perícia. Sempre
que conveniente, os laudos serão ilustrados com provas fotográfi-
Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavérico, a cas, ou microfotográficas, desenhos ou esquemas.
autoridade providenciará para que, em dia e hora previamente
marcados, se realize a diligência, da qual se lavrará auto circuns- Art. 171. Nos crimes cometidos com destruição ou rompi-
tanciado. mento de obstáculo a subtração da coisa, ou por meio de es-
Parágrafo único. O administrador de cemitério público ou calada, os peritos, além de descrever os vestígios, indicarão com
particular indicará o lugar da sepultura, sob pena de desobediên- que instrumentos, por que meios e em que época presumem ter
cia. No caso de recusa ou de falta de quem indique a sepultura, sido o fato praticado.
ou de encontrar-se o cadáver em lugar não destinado a inuma-
ções, a autoridade procederá às pesquisas necessárias, o que Art. 172. Proceder-se-á, quando necessário, à avaliação de
tudo constará do auto. coisas destruídas, deterioradas ou que constituam produto do cri-
me.
Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografados na posição Parágrafo único. Se impossível a avaliação direta, os peritos
em que forem encontrados, bem como, na medida do possível, procederão à avaliação por meio dos elementos existentes nos
todas as lesões externas e vestígios deixados no local do cri- autos e dos que resultarem de diligências.
me.
Art. 173. No caso de incêndio, os peritos verificarão a causa
Art. 165. Para representar as lesões encontradas no cadáver, e o lugar em que houver começado, o perigo que dele tiver resul-
os peritos, quando possível, juntarão ao laudo do exame provas tado para a vida ou para o patrimônio alheio, a extensão do dano
fotográficas, esquemas ou desenhos, devidamente rubricados. e o seu valor e as demais circunstâncias que interessarem à eluci-
dação do fato.
Art. 166. Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver
exumado, proceder-se-á ao reconhecimento pelo Instituto de Art. 174. No exame para o reconhecimento de escritos,
Identificação e Estatística ou repartição congênere ou pela inquiri- por comparação de letra, observar-se-á o seguinte:
ção de testemunhas, lavrando-se auto de reconhecimento e de I - a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o escrito
identidade, no qual se descreverá o cadáver, com todos os sinais será intimada para o ato, se for encontrada;
e indicações. II - para a comparação, poderão servir quaisquer docu-
mentos que a dita pessoa reconhecer ou já tiverem sido judici-

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almente reconhecidos como de seu punho, ou sobre cuja autenti-


cidade não houver dúvida; CAPÍTULO III
III - a autoridade, quando necessário, requisitará, para o DO INTERROGATÓRIO DO ACUSADO
exame, os documentos que existirem em arquivos ou estabe- É nula a “entrevista” realizada pela autoridade policial com o
lecimentos públicos, ou nestes realizará a diligência, se daí não investigado, durante a busca e apreensão em sua residência,
puderem ser retirados; sem que tenha sido assegurado ao investigado o direito à
IV - quando não houver escritos para a comparação ou prévia consulta a seu advogado e sem que ele tenha sido co-
forem insuficientes os exibidos, a autoridade mandará que a municado sobre seu direito ao silêncio e de não produzir
pessoa escreva o que lhe for ditado. Se estiver ausente a pes- provas contra si mesmo.
soa, mas em lugar certo, esta última diligência poderá ser feita Trata-se de um “interrogatório travestido de entrevista”, ha-
por precatória, em que se consignarão as palavras que a pessoa vendo violação do direito ao silêncio e à não autoincriminação.
será intimada a escrever. STF. 2ª Turma. Rcl 33711/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado
em 11/6/2019 (Info 944).
Art. 175. Serão sujeitos a exame os instrumentos emprega-
dos para a prática da infração, a fim de se lhes verificar a nature-
Art. 185. O acusado que comparecer perante a autoridade
za e a eficiência.
judiciária, no curso do processo penal, será qualificado e interro-
gado na presença de seu defensor, constituído ou nomeado.
Art. 176. A autoridade e as partes poderão formular quesitos
§ 1o O interrogatório do réu preso será realizado, em sala
até o ato da diligência.
própria, no estabelecimento em que estiver recolhido, desde
que estejam garantidas a segurança do juiz, do membro do
Art. 177. No exame por precatória, a nomeação dos peri-
Ministério Público e dos auxiliares bem como a presença do
tos far-se-á no juízo deprecado. Havendo, porém, no caso de
defensor e a publicidade do ato
ação privada, acordo das partes, essa nomeação poderá ser
§ 2o Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada,
feita pelo juiz deprecante.
de ofício ou a requerimento das partes, poderá realizar o inter-
Parágrafo único. Os quesitos do juiz e das partes serão
rogatório do réu preso por sistema de videoconferência ou
transcritos na precatória.
outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em
tempo real, desde que a medida seja necessária para atender a
Art. 178. No caso do art. 159, o exame será requisitado pela
uma das seguintes finalidades:
autoridade ao diretor da repartição, juntando-se ao processo o
I - prevenir risco à segurança pública, quando exista fun-
laudo assinado pelos peritos.
dada suspeita de que o preso integre organização criminosa ou
de que, por outra razão, possa fugir durante o deslocamento;
Art. 179. No caso do § 1o do art. 159, o escrivão lavrará o
II - viabilizar a participação do réu no referido ato proces-
auto respectivo, que será assinado pelos peritos e, se presente ao
sual, quando haja relevante dificuldade para seu comparecimento
exame, também pela autoridade.
em juízo, por enfermidade ou outra circunstância pessoal;
Parágrafo único. No caso do art. 160, parágrafo único, o lau-
III - impedir a influência do réu no ânimo de testemunha
do, que poderá ser datilografado, será subscrito e rubricado em
ou da vítima, desde que não seja possível colher o depoimento
suas folhas por todos os peritos.
destas por videoconferência, nos termos do art. 217 deste Códi-
go;
Art. 180. Se houver divergência entre os peritos, serão con-
IV - responder à gravíssima questão de ordem pública
signadas no auto do exame as declarações e respostas de um e
§ 3o Da decisão que determinar a realização de interrogató-
de outro, ou cada um redigirá separadamente o seu laudo, e a
rio por videoconferência, as partes serão intimadas com 10 dias
autoridade nomeará um terceiro; se este divergir de ambos, a au-
de antecedência.
toridade poderá mandar proceder a novo exame por outros peri-
§ 4o Antes do interrogatório por videoconferência, o preso
tos.
poderá acompanhar, pelo mesmo sistema tecnológico, a realiza-
ção de todos os atos da audiência única de instrução e julgamen-
Art. 181. No caso de inobservância de formalidades, ou no
to de que tratam os arts. 400, 411 e 531 deste Código.
caso de omissões, obscuridades ou contradições, a autoridade ju-
§ 5o Em qualquer modalidade de interrogatório, o juiz ga-
diciária mandará suprir a formalidade, complementar ou esclare-
rantirá ao réu o direito de entrevista prévia e reservada com o
cer o laudo.
seu defensor; se realizado por videoconferência, fica também ga-
Parágrafo único. A autoridade poderá também ordenar que
rantido o acesso a canais telefônicos reservados para comunica-
se proceda a novo exame, por outros peritos, se julgar convenien-
ção entre o defensor que esteja no presídio e o advogado presen-
te.
te na sala de audiência do Fórum, e entre este e o preso.
§ 6o A sala reservada no estabelecimento prisional para a re-
Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo
alização de atos processuais por sistema de videoconferência será
aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte.
fiscalizada pelos corregedores e pelo juiz de cada causa, como
também pelo Ministério Público e pela Ordem dos Advogados do
Art. 183. Nos crimes em que não couber ação pública, ob-
Brasil.
servar-se-á o disposto no art. 19.
§ 7o Será requisitada a apresentação do réu preso em juízo
nas hipóteses em que o interrogatório não se realizar na forma
Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz
prevista nos §§ 1o e 2o deste artigo.
ou a autoridade policial negará a perícia requerida pelas partes,
quando não for necessária ao esclarecimento da verdade.

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DIA 3 / 30

§ 8o Aplica-se o disposto nos §§ 2o, 3o, 4o e 5o deste artigo, Art. 192. O interrogatório do mudo, do surdo ou do surdo-
no que couber, à realização de outros atos processuais que de- mudo será feito pela forma seguinte:
pendam da participação de pessoa que esteja presa, como acare- I - ao surdo serão apresentadas por escrito as perguntas, que
ação, reconhecimento de pessoas e coisas, e inquirição de teste- ele responderá oralmente;
munha ou tomada de declarações do ofendido. II - ao mudo as perguntas serão feitas oralmente, respon-
§ 9o Na hipótese do § 8o deste artigo, fica garantido o acom- dendo-as por escrito;
panhamento do ato processual pelo acusado e seu defensor. III - ao surdo-mudo as perguntas serão formuladas por escri-
§ 10. Do interrogatório deverá constar a informação so- to e do mesmo modo dará as respostas.
bre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem al- Parágrafo único. Caso o interrogando não saiba ler ou escre-
guma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável ver, intervirá no ato, como intérprete e sob compromisso, pessoa
pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. habilitada a entendê-lo.

Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado Art. 193. Quando o interrogando não falar a língua nacional,
do inteiro teor da acusação, o acusado será informado pelo juiz, o interrogatório será feito por meio de intérprete.
antes de iniciar o interrogatório, do seu direito de permanecer
calado e de não responder perguntas que lhe forem formuladas Art. 195. Se o interrogado não souber escrever, não puder
Parágrafo único. O silêncio, que não importará em confis- ou não quiser assinar, tal fato será consignado no termo.
são, não poderá ser interpretado em prejuízo da defesa
Art. 196. A todo tempo o juiz poderá proceder a novo inter-
Art. 187. O interrogatório será constituído de duas partes: rogatório de ofício ou a pedido fundamentado de qualquer das
sobre a pessoa do acusado e sobre os fatos. partes.
§ 1o Na primeira parte o interrogando será perguntado sobre
a residência, meios de vida ou profissão, oportunidades sociais,
lugar onde exerce a sua atividade, vida pregressa, notadamente
se foi preso ou processado alguma vez e, em caso afirmativo, qual
o juízo do processo, se houve suspensão condicional ou condena-
ção, qual a pena imposta, se a cumpriu e outros dados familiares
e sociais.
§ 2o Na segunda parte será perguntado sobre:
I - ser verdadeira a acusação que lhe é feita;
II - não sendo verdadeira a acusação, se tem algum motivo
particular a que atribuí-la, se conhece a pessoa ou pessoas a
quem deva ser imputada a prática do crime, e quais sejam, e se
com elas esteve antes da prática da infração ou depois dela;
III - onde estava ao tempo em que foi cometida a infração e
se teve notícia desta;
IV - as provas já apuradas
V - se conhece as vítimas e testemunhas já inquiridas ou por
inquirir, e desde quando, e se tem o que alegar contra elas;
VI - se conhece o instrumento com que foi praticada a infra-
ção, ou qualquer objeto que com esta se relacione e tenha sido
apreendido;
VII - todos os demais fatos e pormenores que conduzam à
elucidação dos antecedentes e circunstâncias da infração;
VIII - se tem algo mais a alegar em sua defesa.

Art. 188. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará


das partes se restou algum fato para ser esclarecido, formulando
as perguntas correspondentes se o entender pertinente e re-
levante.

Art. 189. Se o interrogando negar a acusação, no todo ou em


parte, poderá prestar esclarecimentos e indicar provas.

Art. 190. Se confessar a autoria, será perguntado sobre os


motivos e circunstâncias do fato e se outras pessoas concorreram
para a infração, e quais sejam.

Art. 191. Havendo mais de um acusado, serão interrogados


separadamente.

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DIA 4 / 1

§ 1o Proclamado o resultado da consulta plebiscitária, sendo fa-


Dia 4 vorável à alteração territorial prevista no caput, o projeto de lei
complementar respectivo será proposto perante qualquer das
Casas do Congresso Nacional.
Constituição Federal: art. 18-36
§ 2o À Casa perante a qual tenha sido apresentado o projeto de
Código Civil: art. 115-188
lei complementar referido no parágrafo anterior compete proce-
Código Processo Civil: art. 103-149
der à audiência das respectivas Assembleias Legislativas.
Código Penal: art. 53-76
§ 3o Na oportunidade prevista no parágrafo anterior, as respec-
Código Processo Penal: art. 197-250
tivas Assembleias Legislativas opinarão, sem caráter vinculati-
Controle de Leitura vo, sobre a matéria, e fornecerão ao Congresso Nacional os de-
talhamentos técnicos concernentes aos aspectos administrati-
vos, financeiros, sociais e econômicos da área geopolítica afeta-
CONSTITUIÇÃO FEDERAL da.
§ 4o O Congresso Nacional, ao aprovar a lei complementar, to-
TÍTULO III mará em conta as informações técnicas a que se refere o parág-
Da Organização do Estado rafo anterior.
CAPÍTULO I Art. 5o O plebiscito destinado à criação, à incorporação, à fusão
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA e ao desmembramento de Municípios, será convocado pela As-
Art. 18. A organização político-administrativa da República Fe- sembleia Legislativa, de conformidade com a legislação federal e
derativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito estadual.
Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta
Art. 6o Nas demais questões, de competência dos Estados, do
Constituição.
Distrito Federal e dos Municípios, o plebiscito e o referendo se-
§ 1º Brasília é a Capital Federal.
rão convocados de conformidade, respectivamente, com a
§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação,
Constituição Estadual e com a Lei Orgânica.
transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem
Art. 7o Nas consultas plebiscitárias previstas nos arts. 4o e 5o en-
serão reguladas em LC.
tende-se por população diretamente interessada tanto a do
§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou
território que se pretende desmembrar, quanto a do que so-
desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem no-
frerá desmembramento; em caso de fusão ou anexação, tanto
vos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da
a população da área que se quer anexar quanto a da que rece-
população diretamente interessada, através de plebiscito, e
berá o acréscimo; e a vontade popular se aferirá pelo percentual
do Congresso Nacional, por LC.
que se manifestar em relação ao total da população consultada.
§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento
de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período
determinado por LC Federal, e dependerão de consulta pré- Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e
via, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envol- aos Municípios:
vidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los,
apresentados e publicados na forma da lei. embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus
representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada,
na forma da lei, a colaboração de interesse público;
CRIAÇÃO, INCORPORAÇÃO, CRIAÇÃO, INCORPORAÇÃO,
II - recusar fé aos documentos públicos;
FUSÃO E FUSÃO E
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.
DESMEMBRAMENTO DE DESMEMBRAMENTO DE
ESTADOS MUNICÍPIOS
JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ
Aprovação da população dire- Lei estadual, dentro do período
tamente interessada, através de determinado por LC Federal EDIÇÃO N. 79: ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
plebiscito INDIRETA
1) Aplica-se a prescrição quinquenal do Decreto n.
LC Divulgação dos Estudos de Via- 20.910/32 às empresas públicas e às sociedades de econo-
bilidade Municipal mia mista responsáveis pela prestação de serviços públicos
Consulta prévia às populações próprios do Estado e que não exploram atividade econômi-
dos Municípios envolvidos, ca.
mediante plebiscito 2) Inexiste direito à incorporação de vantagens decorrentes do
exercício de cargo em comissão ou função de confiança na ad-
ministração pública indireta.
Lei 9709/98. 3) As autarquias possuem autonomia administrativa, finan-
Art. 4o A incorporação de Estados entre si, subdivisão ou des- ceira e personalidade jurídica própria, distinta da entidade
membramento para se anexarem a outros, ou formarem novos política à qual estão vinculadas, razão pela qual seus dirigentes
Estados ou Territórios Federais, dependem da aprovação da têm legitimidade passiva para figurar como autoridades coa-
população diretamente interessada, por meio de plebiscito toras em Mandados de Segurança.
realizado na mesma data e horário em cada um dos Estados, 4) As empresas públicas e as sociedades de economia mista
e do Congresso Nacional, por lei complementar, ouvidas as prestadoras de serviços públicos possuem legitimidade ativa
respectivas Assembleias Legislativas.

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DIA 4 / 2

ad causam para a propositura de pedido de suspensão, quan- § 1º É assegurada, nos termos da lei, à União, aos Estados, ao
do na defesa de interesse público primário. Distrito Federal e aos Municípios a participação no resultado
5) A universidade federal, organizada sob o regime autárquico, da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídri-
não possui legitimidade para figurar no polo passivo de de- cos para fins de geração de energia elétrica e de outros recur-
manda que visa à repetição de indébito de valores relativos à sos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar
contribuição previdenciária por ela recolhidos e repassados à territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação finan-
União. ceira por essa exploração. (EC 102/19)
6) Os Conselhos de Fiscalização Profissionais possuem natu- § 2º A faixa de até 150 KM de largura, ao longo das fronteiras
reza jurídica de autarquia, sujeitando-se, portanto, ao regime terrestres, designada como faixa de fronteira, é considerada
jurídico de direito público. fundamental para defesa do território nacional, e sua ocupa-
7) O benefício da isenção do preparo, conferido aos entes pú- ção e utilização serão reguladas em lei.
blicos previstos no art. 4º, caput, da Lei n. 9.289/1996, é inapli-
cável aos Conselhos de Fiscalização Profissional. (Tese julgada SÚMULAS SOBRE BENS PÚBLICOS
sob rito do art. 543-C do CPC/73 TEMA 625)
STF
8) O arquivamento provisório previsto no art. 20 da Lei n.
10.522/2002, dirigido aos débitos inscritos como dívida ativa da Súmula 477-STF: As concessões de terras devolutas situadas na
União pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional ou por ela faixa de fronteira, feitas pelos estados, autorizam, apenas, o
cobrados, não se aplica às execuções fiscais movidas pelos uso, permanecendo o domínio com a União, ainda que se
conselhos de fiscalização profissional ou pelas autarquias mantenha inerte ou tolerante, em relação aos possuidores.
federais. (Súmula n. 583/STJ) (Tese julgada sob rito do art. 543- OBS: são bens da União apenas as terras devolutas indispensá-
C do CPC/73 TEMAS 636 e 612) veis à defesa das fronteiras (art. 20, II, da CF/88).
9) Os créditos das autarquias federais preferem aos créditos da Súmula 479-STF: As margens dos rios navegáveis são domínio
Fazenda estadual desde que coexistam penhoras sobre o mes- público, insuscetíveis de expropriação e, por isso mesmo, ex-
mo bem. (Súmula n. 497/STJ) (Tese julgada sob o rito do art. cluídas de indenização.
543-C do CPC/73 TEMA 393) Segundo o STJ, o entendimento exposto na súmula 479 do STF
10) As agências reguladoras podem editar normas e regula- não é absoluto e deve ser mitigado quando comprovado que
mentos no seu âmbito de atuação quando autorizadas por o particular possui um justo título sobre a área desapropri-
lei. anda. Assim, o particular desapropriado poderá receber indeni-
11) NÃO É POSSÍVEL a aplicação de sanções pecuniárias por zação por eventuais benfeitorias situadas em terrenos marginais
sociedade de economia mista, facultado o exercício do po- dos rios navegáveis quando as tiver realizado em imóvel de seu
der de polícia fiscalizatório. domínio, assim reconhecido, legitimamente, pelo Poder Público.
Caso não possua justo título, logicamente, não serão indenizá-
CAPÍTULO II veis as benfeitorias (STJ AgRg no REsp 1302118/MG, julgado em
DA UNIÃO 17/05/2012).
Art. 20. São BENS DA UNIÃO: Súmula 480-STF: Pertencem ao domínio e administração da
I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser União, nos termos dos artigos 4, IV, e 186, da Constituição Fe-
atribuídos; deral de 1967, as terras ocupadas por silvícolas.
II - as TERRAS DEVOLUTAS indispensáveis à defesa das fron- De acordo com o art. 20, XI, da CF/88, são bens da União as ter -
teiras, das fortificações e construções militares, das vias fede- ras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
rais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em Súmula 650-STF: Os incisos I e XI do art. 20 da Constituição
lei; Federal não alcançam terras de aldeamentos extintos, ainda
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos que ocupadas por indígenas em passado remoto.
de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam As terras ocupadas, em passado remoto, por aldeamentos indí-
de limites com outros países, ou se estendam a território es- genas não são bens da União (STF AI-AgR 307401/SP).
trangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos margi- STJ
nais e as praias fluviais;
IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros Súmula 103-STJ: Incluem-se entre os imóveis funcionais que
países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, podem ser vendidos os administrados pelas forças armadas e
excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto ocupados pelos servidores civis.
aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental Súmula 496-STJ: Os registros de propriedade particular de imó-
federal, e as referidas no art. 26, II; veis situados em terrenos de marinha não são oponíveis à Uni-
V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona ão.
econômica exclusiva; Os terrenos de marinha pertencem à União, por uma imposição
VI - o mar territorial; legal, desde a época em que o Estado brasileiro foi criado. A CF/
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos; 88 apenas manteve essa situação (art. 20, VII, da CF/88). Logo,
VIII - os potenciais de energia hidráulica; não tem qualquer validade o título de propriedade outorga-
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo; do a particular de bem imóvel situado em terreno de mari-
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológi- nha ou acrescido. Quando a União faz o procedimento de de-
cos e pré-históricos; marcação do terreno de marinha, ela declara que todos os imó-
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. veis existentes naquela determinada faixa são da União e os
eventuais títulos de propriedade de particulares são também
declarados nulos. Não é nem sequer necessário que a União aju-

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íze uma ação específica de anulação dos registros de proprieda-


de dos ocupantes de terrenos de marinha. Basta o procedimen- Art. 21. Compete à União:
to de demarcação. I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de orga-
nizações internacionais;
II - declarar a guerra e celebrar a paz;
JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ III - assegurar a defesa nacional;
EDIÇÃO N. 124: BENS PÚBLICOS IV - permitir, nos casos previstos em LC, que forças estrangeiras
1) Os bens integrantes do acervo patrimonial de sociedades de transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporari-
economia mista sujeitos a uma destinação pública equiparam- amente;
se a bens públicos, sendo, portanto, insuscetíveis de serem V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a interven-
adquiridos por meio de usucapião. ção federal;
2) Os imóveis administrados pela Companhia Imobiliária de VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material
Brasília - Terracap são públicos e, portanto, insuscetíveis de bélico;
aquisição por meio de usucapião. VII - emitir moeda;
3) O imóvel vinculado ao Sistema Financeiro de Habitação - VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as
SFH, porque afetado à prestação de serviço público, deve ser operações de natureza financeira, especialmente as de crédi-
tratado como bem público, não podendo, pois, ser objeto de to, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de pre-
usucapião. vidência privada;
4) É possível reconhecer a usucapião do domínio útil de bem IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordena-
público sobre o qual tinha sido, anteriormente, instituída ção do território e de desenvolvimento econômico e social;
enfiteuse, pois, nessa circunstância, existe apenas a substituição X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;
do enfiteuta pelo usucapiente, não havendo qualquer prejuízo XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou
ao Estado. permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei,
5) É incabível a modificação unilateral pela União do valor do que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um ór-
domínio pleno de imóvel aforado, incidindo somente a correção gão regulador e outros aspectos institucionais
monetária na atualização anual do pagamento do foro na XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão
enfiteuse de seus bens (art. 101 do Decreto-Lei n. 9760/1946). ou permissão:
6) As concessões de terras devolutas situadas na faixa de a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens;
fronteira, feitas pelos Estados, autorizam, apenas, o uso, b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveita-
permanecendo o domínio com a União, ainda que se mento energético dos cursos de água, em articulação com os
mantenha inerte ou tolerante, em relação aos possuidores. Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos;
(Súmula n. 477/STF) c) a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura aeropor-
7) Terras em faixas de fronteira e aquelas sem registro imobiliário tuária;
NÃO SÃO, POR SI SÓ, TERRAS DEVOLUTAS, cabendo ao ente d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre por-
federativo comprovar a titularidade desses terrenos. tos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os
8) O descumprimento de encargo estabelecido em lei que limites de Estado ou Território;
determinara a doação de bem público enseja, por si só, a sua e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e interna-
desconstituição. cional de passageiros;
9) A ocupação indevida de bem público configura MERA f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;
DETENÇÃO, de natureza precária, insuscetível de retenção ou XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Públi-
indenização por acessões e benfeitorias. (Súmula n. 619/STJ) co do Distrito Federal e dos Territórios e a Defensoria Pública
10) Construção ou atividade irregular em bem de uso comum do dos Territórios;
povo revela dano presumido à coletividade, dispensada prova XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia penal a polícia
de prejuízo em concreto. militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal,
11) Os registros de propriedade particular de imóveis situados bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a
em terrenos de marinha não são oponíveis à União. (Súmula n. execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio; (EC
496/ STJ) (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/73 - 104/19)
TEMA 419) XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geo-
grafia, geologia e cartografia de âmbito nacional;
XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diver-
1) particular invade imóvel 2) particular invade imóvel sões públicas e de programas de rádio e televisão;
público e deseja proteção público e deseja proteção XVII - conceder anistia;
possessória em face do possessória em face de outro XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as cala-
PODER PÚBLICO: PARTICULAR: midades públicas, especialmente as secas e as inundações;
Não terá direito à proteção Terá direito, em tese, à prote- XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos
possessória. Não poderá ção possessória. É possível o hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso;
exercer interditos possessó- manejo de interditos possessó- XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusi-
rios porque, perante o Poder rios em litígio entre particulares ve habitação, saneamento básico e transportes urbanos;
Público, ele EXERCE MERA sobre bem público dominical, XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de
DETENÇÃO. pois entre ambos a disputa será viação;
relativa à posse. XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e
*Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br
de fronteiras;

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XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer Competência Privativa da Competência Concorrente
natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a la- União
vra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e
o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos Diretrizes e bases da educação Educação, ensino
os seguintes princípios e condições: nacional
a) toda atividade nuclear em território nacional somente será ad-
mitida para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso XXV - registros públicos;
Nacional; XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;
b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercializa- XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as
ção e a utilização de radioisótopos para a pesquisa e usos modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas
médicos, agrícolas e industriais; e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios,
c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, co- obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas
mercialização e utilização de radioisótopos de meia-vida igual e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III;
ou inferior a 2 horas; XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima,
d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da defesa civil e mobilização nacional;
existência de culpa (teoria do risco integral); XXIX - propaganda comercial.
XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho; Parágrafo único. LC poderá autorizar os Estados a legislar so-
XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da bre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.
atividade de garimpagem, em forma associativa.
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Dis-
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: trito Federal e dos Municípios:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições
marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; democráticas e conservar o patrimônio público;
II - desapropriação; II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garan-
III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tia das pessoas portadoras de deficiência;
tempo de guerra; III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifu- histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens
são; naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
V - serviço postal; IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de
VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou
metais; cultural;
VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciên-
valores; cia, à tecnologia, à pesquisa e à inovação;
VIII - comércio exterior e interestadual; VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qual-
IX - diretrizes da política nacional de transportes; quer de suas formas;
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
aérea e aeroespacial; VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abasteci-
XI - trânsito e transporte; mento alimentar;
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia; IX - promover programas de construção de moradias e a me-
XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização; lhoria das condições habitacionais e de saneamento básico;
XIV - populações indígenas; X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginali-
XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de zação, promovendo a integração social dos setores desfavoreci-
estrangeiros; dos;
XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de
para o exercício de profissões; pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus
XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Fe- territórios;
deral e dos Territórios e da Defensoria Pública dos Territórios, XII - estabelecer e implantar política de educação para a segu-
bem como organização administrativa destes; rança do trânsito.
XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia naci- Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a coo-
onais; peração entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Muni -
XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança cípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-
popular; estar em âmbito nacional.
XX - sistemas de consórcios e sorteios;
XXI -normas gerais de organização, efetivos, material bélico, ga- Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal le-
rantias, convocação, mobilização, inatividades e pensões das polí- gislar concorrentemente sobre (não inclui Município):
cias militares e dos corpos de bombeiros militares (EC 103/19); I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e
XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e urbanístico;
ferroviária federais; II - orçamento;
XXIII - seguridade social; III - juntas comerciais;
XXIV - diretrizes e bases da educação nacional; IV - custas dos serviços forenses;
V - produção e consumo;

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VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa União.


do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e OBS: a doutrina conceitua os crimes de responsabilidade como
controle da poluição; sendo “infrações político-administrativas”. No entanto, o STF en-
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico tende que, para fins de competência legislativa, isso é maté-
e paisagístico; ria que se insere no direito penal e processual, de forma que
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consu- a competência é da União
midor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, tu- Súmula vinculante 49-STF: Ofende o princípio da livre con-
rístico e paisagístico; corrência lei municipal que impede a instalação de estabeleci-
IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pes- mentos comerciais do mesmo ramo em determinada área
quisa, desenvolvimento e inovação; Súmula 419-STF: Os municípios tem competência para regu-
X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas lar o horário do comércio local, desde que não infrinjam leis
causas; estaduais ou federais válidas.
XI - procedimentos em matéria processual; Súmula 645-STF: É competente o Município para fixar o horá-
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde; rio de funcionamento de estabelecimento comercial.
Súmula 722-STF: São da competência legislativa da União a
Seguridade Social Previdência Social definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento
das respectivas normas de processo e julgamento.
Competência privativa Competência concorrente
da União STJ
Súmula 19-STJ: A fixação do horário bancário, para atendi-
XIII - assistência jurídica e Defensoria pública; mento ao público, é da competência da União.
XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de OBS: os Municípios podem legislar sobre medidas que propici-
deficiência; em segurança, conforto e rapidez aos usuários de serviços ban-
XV - proteção à infância e à juventude; cários (STF ARE 691591 AgR/RS, julgado em 18/12/2012)
XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da Uni-
CAPÍTULO III
ão limitar-se-á a estabelecer normas gerais.
DOS ESTADOS FEDERADOS
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições
NÃO EXCLUI a competência suplementar dos Estados.
e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes
exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas
sejam vedadas por esta Constituição (competência residual)
peculiaridades.
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante conces-
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais SUS-
são, os SERVIÇOS LOCAIS DE GÁS CANALIZADO, na forma da
PENDE a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regula-
mentação.
SÚMULAS SOBRE COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS § 3º Os Estados poderão, mediante LC, instituir regiões metropoli-
STF tanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por
agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organiza-
Súmula vinculante 2-STF: É inconstitucional a lei ou ato nor- ção, o planejamento e a execução de funções públicas de interes-
mativo estadual ou distrital que disponha sobre sistemas de se comum.
consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias.
Segundo o STF, a expressão “sistema de sorteios” constante do Art. 26. Incluem-se entre os BENS DOS ESTADOS:
art. 22, XX, da CF/88 alcança os jogos de azar, as loterias e si- I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes
milares, dando interpretação que veda a edição de legislação e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decor-
estadual sobre a matéria, diante da competência privativa da rentes de obras da União;
União (ADI 3895, j. em 04/06/2008). II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu
Súmula Vinculante 38-STF: É competente o município para fi- domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios
xar o horário de funcionamento de estabelecimento comerci- ou terceiros;
al. III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
Lei municipal pode dispor sobre: IV - as TERRAS DEVOLUTAS não compreendidas entre as da Uni -
a) Horário de funcionamento de estabelecimento comercial: SIM ão.
(SV 38).
b) Horário de funcionamento dos bancos (horário bancário): Art. 27. O número de Deputados à Assembleia Legislativa cor-
NÃO (Súmula 19 do STJ). responderá ao triplo da representação do Estado na Câmara
c) Medidas que propiciem segurança, conforto e rapidez aos dos Deputados e, atingido o número de 36, será acrescido de
usuários de serviços bancários: SIM. tantos quantos forem os Deputados Federais acima de 12.
Súmula Vinculante 39-STF: Compete privativamente à União § 1º Será de 4 anos o mandato dos Deputados Estaduais, apli-
legislar sobre vencimentos dos membros das polícias civil e mili- cando-se-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleito-
tar e do corpo de bombeiros militar do Distrito Federal. ral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato,
Súmula Vinculante 46-STF: A definição dos crimes de respon- licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas.
sabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de pro- § 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de
cesso e julgamento são da competência legislativa privativa da iniciativa da Assembleia Legislativa, na razão de, no máximo,

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75% daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados Fe- estabelecidos na respectiva Lei Orgânica e os seguintes limites
derais, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, máximos (20% a 75% dos Deputados Estaduais).
153, III, e 153, § 2º, I. VII - o total da despesa com a remuneração dos Vereadores não
§ 3º Compete às Assembleias Legislativas dispor sobre seu regi- poderá ultrapassar o montante de 5% da receita do Município;
mento interno, polícia e serviços administrativos de sua secretaria, VIII - INVIOLABILIDADE DOS VEREADORES por suas opiniões,
e prover os respectivos cargos. palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição
§ 4º A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo do Município;
estadual.
VEREADORES
DEPUTADOS ESTADUAIS
Imunidade formal Imunidade material
Imunidade formal Imunidade material
NÃO gozam Possuem, mas desde que
Podem ser de duas espécies: São invioláveis, civil e relacionada ao mandato e por
a) Em relação à prisão penalmente, por quaisquer de manifestações promovidas
b) Em relação ao processo suas opiniões, palavras e votos dentro do Município.
andamento da ação
Requisitos:
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
1) que as opiniões, palavras e
votos tenham relação como o
Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado,
exercício do mandato; e
para mandato de 4 anos, realizar-se-á no primeiro domingo de
2) que tenham sido proferidas
outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outu-
na circunscrição (dentro dos
bro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do térmi-
limites territoriais) do
no do mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá em 1°
Município.
de janeiro do ano subsequente, observado, quanto ao mais, o
disposto no art. 77.
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
§ 1º Perderá o mandato o Governador que assumir outro car-
go ou função na administração pública direta ou indireta, res- IX - proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança, si-
salvada a posse em virtude de concurso público e observado o milares, no que couber, ao disposto nesta Constituição para os
disposto no art. 38, I, IV e V. membros do Congresso Nacional e na Constituição do respectivo
§ 2º Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos Estado para os membros da Assembleia Legislativa;
Secretários de Estado serão fixados por lei de iniciativa da As- X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça;
sembleia Legislativa, observado o que dispõem os arts. 37, XI, XI - organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câma-
39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. ra Municipal;
XII - cooperação das associações representativas no planejamento
CAPÍTULO IV municipal;
Dos Municípios XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse específi-
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em 2 co do Município, da cidade ou de bairros, através de manifesta-
turnos, com o interstício mínimo de 10 dias, e aprovada por ção de, pelo menos, 5% do eleitorado;
2/3 dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, aten- XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, parág-
didos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constitui- rafo único. (art. 28, §1°)
ção do respectivo Estado e os seguintes preceitos:
Lei Orgânica do Município não é fruto do Poder Constituinte Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo Municipal, in-
Derivado Decorrente. cluídos os subsídios dos Vereadores e excluídos os gastos com
I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para inativos, não poderá ultrapassar os seguintes percentuais, relati-
mandato de 4 anos, mediante pleito direto e simultâneo realiza- vos ao somatório da receita tributária e das transferências previs-
do em todo o País; tas no § 5o do art. 153 e nos arts. 158 e 159, efetivamente realiza-
II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro do no exercício anterior (7% a 3,5%).
domingo de outubro do ano anterior ao término do mandato dos § 1o A Câmara Municipal não gastará mais de 70% de sua recei-
que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77 (segundo tur- ta com folha de pagamento, incluído o gasto com o subsídio de
no), no caso de Municípios com mais de 200 mil ELEITORES; seus Vereadores.
III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro do § 2o Constitui CRIME DE RESPONSABILIDADE DO PREFEITO
ano subsequente ao da eleição; Municipal:
IV - para a composição das Câmaras Municipais, será observado o I - efetuar repasse que supere os limites definidos neste artigo;
limite máximo de 9 a 55 vereadores II - não enviar o repasse até o dia 20 de cada mês; ou
V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários III - enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei Orça-
Municipais fixados por lei de iniciativa da Câmara Municipal, mentária.
observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e
§ 3o Constitui CRIME DE RESPONSABILIDADE DO PRESIDEN-
153, § 2º, I;
TE DA CÂMARA MUNICIPAL o desrespeito ao § 1 o deste artigo
VI - o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas
(gastar mais de 70% da receita da Câmara com folha de paga-
Câmaras Municipais em cada legislatura para a subsequente, ob-
mento)
servado o que dispõe esta Constituição, observados os critérios

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Art. 30. Compete aos Municípios: BA, TCM/GO e TCM/PA. Rio deJaneiro e TCM/São Paulo.
I - legislar sobre assuntos de interesse local; *Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que cou-
ber; CAPÍTULO V
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS
como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de Seção I
prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei; DO DISTRITO FEDERAL
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação es- Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios,
tadual; reger-se-á por lei orgânica, votada em 2 turnos com interstício
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de conces- mínimo de 10 dias, e aprovada por 2/3 da Câmara Legislativa,
são ou permissão, os serviços públicos de interesse local, in- que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta
cluído o de TRANSPORTE COLETIVO, que tem caráter essenci- Constituição.
al;
Lei Orgânica do DF é fruto do Poder Constituinte Derivado
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do
Decorrente. STF (ADI 3756)
Estado, programas de educação infantil e de ensino funda-
mental; § 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislati-
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do vas reservadas aos Estados e Municípios.
Estado, serviços de atendimento à saúde da população; § 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador, observadas
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territo- as regras do art. 77, e dos Deputados Distritais coincidirá com a
rial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento dos Governadores e Deputados Estaduais, para mandato de igual
e da ocupação do solo urbano; duração.
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, § 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o
observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual. disposto no art. 27.
§ 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Dis-
Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Le- trito Federal, da polícia civil, da polícia penal, da polícia militar e
gislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos siste- do corpo de bombeiros militar (EC 104/19)
mas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na for-
ma da lei. Seção II
§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com DOS TERRITÓRIOS
o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Municí- Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciá-
pio ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, ria dos Territórios.
onde houver. § 1º Os Territórios poderão ser divididos em Municípios (DF
§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as não pode), aos quais se aplicará, no que couber, o disposto no
contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de Capítulo IV deste Título.
prevalecer por decisão de 2/3 dos membros da Câmara Muni- § 2º As contas do Governo do Território serão submetidas ao
cipal. Congresso Nacional, com parecer prévio do TCU
§ 3º As contas dos Municípios ficarão, durante 60 dias, anualmen- § 3º Nos Territórios Federais com mais de 100 mil habitantes,
te, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e aprecia- além do Governador nomeado na forma desta Constituição, ha-
ção, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da verá órgãos judiciários de 1a e 2a instância, membros do Minis-
lei. tério Público e defensores públicos federais; a lei disporá sobre
§ 4º É VEDADA a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de as eleições para a Câmara Territorial e sua competência deliberati-
Contas Municipais. va.

CAPÍTULO VI
Tribunais de Contas DOS Tribunal de Contas DO
DA INTERVENÇÃO
MUNICÍPIOS MUNICÍPIO
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Fe-
Órgão estadual que atua na Órgão municipal que atua na deral, exceto para:
fiscalização das contas de fiscalização das contas de um I - manter a integridade nacional;
todos os Municípios de único Município. II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federa-
determinado Estado. ção em outra;
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
Atua como órgão auxiliar de Atua como órgão auxiliar de
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas uni-
todas as Câmaras Municipais uma única Câmara Municipal
dades da Federação;
de determinado Estado no no exercício do controle
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
exercício do controle externo externo sobre determinado
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de 2 anos
sobre os respectivos Município.
consecutivos, salvo motivo de força maior;
Municípios daquele Estado.
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas
A CF/88 permite que os A CF/88 proíbe que sejam nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei;
Estados criem novos Tribunais criados novos Tribunais de VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judici-
de Contas dos Municípios. Contas Municipais. al;
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitu-
Atualmente, existem três: TCM/ Atualmente, existem dois: TCM/ cionais (PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS SENSÍVEIS):

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DIA 4 / 8

a) forma republicana, sistema representativo e regime demo- no Estado/DF para garantir Legislativo estadual que estiver
crático; o livre exercício de qualquer sendo coagido/impedido, deverá
b) direitos da pessoa humana; dos Poderes nas unidades solicitar (“pedir”) ao Presidente da
c) autonomia municipal; da Federação. República que intervenha no
d) prestação de contas da administração pública, direta e indire- Estado.
ta. Se o Poder Judiciário estiver sendo
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impos- coagido/impedido, deve solicitar
tos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na providências ao STF. Se o STF
manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços concordar com o pedido, irá
públicos de saúde. requisitar do Presidente da
República a intervenção (a
PRINCÍPIOS CLÁUSULA PÉTREA requisição é vinculante).
CONSTITUCIONAIS O Decreto de intervenção também
SENSÍVEIS será submetido à apreciação do
CN, no prazo de 24 horas.
Forma republicana Forma federativa
6) A União poderá intervir A decretação da intervenção de-
Sistema representativo
no Estado/DF para prover penderá de requisição do STF, do
Regime democrático (garantir) a execução de or- STJ ou do TSE.
dem ou decisão judicial que Assim, o STF, o STJ ou o TSE, a de-
esteja sendo desrespeitada. pender de qual ordem/decisão judi-
FORMA DE GOVERNO República
cial esteja sendo descumprida,
FORMA DE ESTADO Federação irá requisitar do Presidente da Re-
pública a intervenção federal. Assim,
SISTEMA DE GOVERNO Presidencialismo
p. ex., se a decisão do TSE é que foi
REGIME DE GOVERNO Democracia descumprida, o Presidente desta
Corte irá requisitar a intervenção ao
Presidente da República.
INTERVENÇÃO FEDERAL
E se o Estado/DF estiver descum-
HIPÓTESES PROCEDIMENTO prindo uma decisão de juiz ou Tri-
bunal de 2ª instância?
1) manter a integridade na- O Presidente da República, ao per-
Nesse caso, o Tribunal local deverá
cional. ceber a ocorrência de alguma des-
fazer uma representação ao Tribu-
sas hipóteses, deverá decretar
2) repelir invasão nal Superior competente (STF, STJ
a intervenção, mesmo que não
estrangeira ou de uma ou TSE) solicitando a intervenção.
tenha sido solicitada por nin-
unidade da Federação em Se o Tribunal Superior concordar,
guém. A INTERVENÇÃO SERÁ
outra. ele irá requisitar ao Presidente da
DECRETADA DE OFÍCIO (DE
República a intervenção.
3) pôr termo (acabar) a FORMA ESPONTÂNEA).
Para saber qual o Tribunal Superi-
grave comprometimento da O Presidente decreta a interven-
or será competente deverá ser
ordem pública. ção por meio de um Decreto Pre-
analisada a matéria discutida e
sidencial deverá trazer as regras
4) reorganizar as finanças para quem seria dirigido o eventu-
sobre a intervenção (amplitude,
do Estado/DF caso ele al recurso.
prazo, condições). No Decreto, o
tenha: Obs.: NÃO é necessária a apreci-
Presidente poderá nomear um in-
a) suspendido o pagamento ação pelo CN tendo em vista
terventor para administrar o Esta-
da dívida fundada por mais que a intervenção foi determi-
do, caso entenda necessário.
de dois anos consecutivos, nada pelo Poder Judiciário em
O Decreto deverá ser submetido à
salvo motivo de força julgamento de ação judicial.
apreciação do Congresso Nacio-
maior;
nal, no prazo de 24 horas. A dou- 7) A União poderá intervir A decretação da intervenção de-
b) deixado de entregar aos
trina chama isso de “controle po- no Estado/DF para prover penderá de provimento (decisão
Municípios as receitas
lítico” da intervenção. Se o Con- (garantir) a execução de lei julgando procedente), pelo STF, de
tributárias, dentro dos prazos
gresso não estiver funcionando, o federal que esteja sendo representação do Procurador-
estabelecidos em lei.
Presidente do Senado deverá fazer desrespeitada. Geral da República.
uma convocação extraordinária. Assim, verificando a ocorrência de
8) A União poderá intervir
Antes de decretar a intervenção, o uma dessas duas hipóteses, o PGR
no Estado/DF para assegu-
Presidente consultará o Conselho deverá propor uma representação
rar a observância dos princí-
da República e o Conselho de De- de inconstitucionalidade interven-
pios constitucionais sensí-
fesa Nacional, sendo tais manifes- tiva (ação direta de inconstituci-
veis, que são os seguintes:
tações apenas opinativas (não vin- onalidade interventiva) junto ao
a) forma republicana, siste-
culantes). STF.
ma representativo e regime
Se o STF julgar a ação procedente,
5) A União poderá intervir Se o Poder Executivo ou democrático;

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DIA 4 / 9

b) direitos da pessoa huma- deverá levar ao conhecimento do CONGRESSO Nacional ou pela Assembleia Legislativa, o decreto
na; Presidente da República para que limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa
c) autonomia municipal; este, no prazo improrrogável de medida bastar ao restabelecimento da normalidade.
d) prestação de contas da até 15 dias, tome as seguintes § 4º Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afasta-
administração pública, dire- providências: das de seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal.
ta e indireta. a) expeça decreto de intervenção;
e) aplicação do mínimo exi- b) nomeie, nesse mesmo decreto, CÓDIGO CIVIL
gido da receita resultante o interventor (se couber). Vale res-
de impostos estaduais, saltar que nem sempre haverá a CAPÍTULO II
compreendida a provenien- nomeação de interventor. Da Representação
te de transferências, na ma- O procedimento está previsto na Art. 115. Os poderes de representação conferem-se por lei ou
nutenção e desenvolvimen- Lei 12.562/2011. pelo interessado.
to do ensino (25%) e nas Obs.1: a decretação da interven-
ações e serviços públicos de ção é vinculada, cabendo ao Pre- Art. 116. A manifestação de vontade pelo representante, nos limi-
saúde. sidente a mera formalização da tes de seus poderes, produz efeitos em relação ao representado.
decisão tomada pelo STF.
Obs.2: o decreto deve limitar-se a Art. 117. Salvo se o permitir a lei ou o representado, é ANULÁVEL
suspender a execução do ato im- o negócio jurídico que o representante, no seu interesse ou
pugnado, se essa medida for sufici- por conta de outrem, celebrar consigo mesmo.
ente para o restabelecimento da Parágrafo único. Para esse efeito, tem-se como celebrado pelo re-
normalidade. presentante o negócio realizado por aquele em quem os poderes
Obs.3: NÃO é necessário que a houverem sido subestabelecidos.
intervenção seja apreciada pelo
Congresso Nacional. Art. 118. O representante é obrigado a provar às pessoas, com
*Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br quem tratar em nome do representado, a sua qualidade e a ex-
tensão de seus poderes, sob pena de, não o fazendo, responder
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a Uni- pelos atos que a estes excederem.
ão nos Municípios localizados em Território Federal, exceto
quando: Art. 119. É anulável o negócio concluído pelo representante em
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por 2 anos conflito de interesses com o representado, se tal fato era ou devia
consecutivos, a dívida fundada; ser do conhecimento de quem com aquele tratou.
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei; Parágrafo único. É de 180 dias, a contar da conclusão do negó-
III – não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita munici- cio ou da cessação da incapacidade, o prazo de decadência
pal na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e para pleitear-se a anulação prevista neste artigo.
serviços públicos de saúde;
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para Art. 120. Os requisitos e os efeitos da representação legal são os
assegurar a observância de princípios indicados na Constitui- estabelecidos nas normas respectivas; os da representação volun-
ção Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou tária são os da Parte Especial deste Código.
de decisão judicial.
CAPÍTULO III
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: Da Condição, do Termo e do Encargo
I - no caso do art. 34, IV (garantir o livre exercício dos Poderes), Art. 121. Considera-se CONDIÇÃO a cláusula que, derivando ex-
de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo co- clusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negó-
acto ou impedido, ou de requisição do STF, se a coação for exer- cio jurídico a EVENTO FUTURO E INCERTO.
cida contra o Poder Judiciário;
II - no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de Art. 122. São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias
requisição do STF, do STJ ou do TSE; à lei, à ordem pública ou aos bons costumes; entre as condi-
III – ADI INTERVENTIVA - de provimento, pelo STF, de repre- ções defesas se incluem as que privarem de todo efeito o ne-
sentação do Procurador-Geral da República, na hipótese do art. gócio jurídico, ou o sujeitarem ao puro arbítrio de uma das
34, VII (princípios constitucionais sensíveis), e no caso de recu- partes.
sa à execução de lei federal.
§ 1º O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o Art. 123. INVALIDAM os negócios jurídicos que lhes são subordi-
prazo e as condições de execução e que, se couber, nomeará o nados:
interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacio- I - as condições física ou juridicamente impossíveis, QUANDO
nal ou da Assembleia Legislativa do Estado, no prazo de 24 ho- SUSPENSIVAS;
ras. II - as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita;
§ 2º Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a As- III - as condições incompreensíveis ou contraditórias.
sembleia Legislativa, far-se-á convocação extraordinária, no
mesmo prazo de 24 horas. Art. 124. Têm-se por INEXISTENTES as condições impossíveis,
§ 3º Nos casos do art. 34, VI (prover a execução de lei federal, quando resolutivas, e as de não fazer coisa impossível.
ordem ou decisão judicial) e VII (princípios constitucionais
sensíveis), ou do art. 35, IV, DISPENSADA A APRECIAÇÃO PELO

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DIA 4 / 10

SUSPENSIVA INVALIDA O NEGÓCIO Art. 136. O ENCARGO não suspende a aquisição nem o exercí-
CONDIÇÃO JURÍDICO cio do direito, salvo quando expressamente imposto no negó-
IMPOSSÍVEL cio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva.
RESOLUTIVA CONSIDERA-SE INEXISTENTE
Art. 137. Considera-se NÃO ESCRITO o encargo ilícito ou im-
Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condi- possível, salvo se constituir o motivo determinante da libera-
ção suspensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá ad- lidade, caso em que se INVALIDA o negócio jurídico.
quirido o direito, a que ele visa.
ENCARGO ILÍCITO/IMPOSSÍVEL NÃO ESCRITO
Art. 126. Se alguém dispuser de uma coisa sob condição suspen-
siva, e, pendente esta, fizer quanto àquela novas disposições, es- ENCARGO ILÍCITO/IMPOSSÍVEL INVALIDA O NJ
tas não terão valor, realizada a condição, se com ela forem in- (motivo determinante da liberalidade)
compatíveis.
CONDIÇÃO TERMO ENCARGO
Art. 127. Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não rea-
lizar, vigorará o negócio jurídico, podendo exercer-se desde a Evento futuro e Evento futuro e Cláusula acessória à
conclusão deste o direito por ele estabelecido. INCERTO CERTO liberalidade
Quando suspensiva: Quando suspensivo: NÃO impede a
Art. 128. Sobrevindo a condição resolutiva, extingue-se, para suspende a NÃO impede a aquisição nem o
todos os efeitos, o direito a que ela se opõe; mas, se aposta a aquisição e o aquisição do exercício do direito
um negócio de execução continuada ou periódica, a sua realiza- exercício do direito direito, mas, apenas - gera direito
ção, salvo disposição em contrário, não tem eficácia quanto aos o seu exercício - adquirido
atos já praticados, desde que compatíveis com a natureza da con- gera direito
dição pendente e conforme aos ditames de boa-fé. adquirido.

Art. 129. Reputa-se verificada, quanto aos efeitos jurídicos, a con-


CAPÍTULO IV
dição cujo implemento for maliciosamente obstado pela parte a
Dos Defeitos do Negócio Jurídico
quem desfavorecer, considerando-se, ao contrário, não verificada
Seção I
a condição maliciosamente levada a efeito por aquele a quem
Do Erro ou Ignorância
aproveita o seu implemento.
Art. 138. São ANULÁVEIS os negócios jurídicos, quando as decla-
rações de vontade emanarem de erro substancial que poderia
Art. 130. Ao titular do direito eventual, nos casos de condição
ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das cir-
suspensiva ou resolutiva, é permitido praticar os atos destina-
cunstâncias do negócio.
dos a conservá-lo.

Art. 131. O TERMO inicial suspende o exercício, mas não a JDC12 Na sistemática do art. 138, é irrelevante ser ou não es-
aquisição do direito. cusável o erro, porque o dispositivo adota o princípio da
confiança.
Art. 132. Salvo disposição legal ou convencional em contrário,
computam-se os prazos, excluído o dia do começo, e incluído o Art. 139. O ERRO é SUBSTANCIAL quando:
do vencimento. -C+F I - interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da de-
§ 1o Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-á pror- claração, ou a alguma das qualidades a ele essenciais;
rogado o prazo até o seguinte dia útil. II - concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a
§ 2o Meado considera-se, em qualquer mês, o seu 15° dia. quem se refira a declaração de vontade, desde que tenha influí-
§ 3o Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do nesta de modo relevante;
do de início, ou no imediato, se faltar exata correspondência. III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da
§ 4o Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto. lei, for o motivo ÚNICO OU PRINCIPAL do negócio jurídico.

Art. 133. Nos testamentos, presume-se o prazo em favor do her- Art. 140. O falso motivo SÓ VICIA a declaração de vontade
deiro, e, nos contratos, em proveito do devedor, salvo, quanto a quando expresso como razão determinante.
esses, se do teor do instrumento, ou das circunstâncias, resultar
que se estabeleceu a benefício do credor, ou de ambos os contra- Art. 141. A transmissão errônea da vontade por meios interpostos
tantes. é anulável nos mesmos casos em que o é a declaração direta.

Art. 134. Os negócios jurídicos entre vivos, sem prazo, são exequí- Art. 142. O erro de indicação da pessoa ou da coisa, a que se
veis desde logo, salvo se a execução tiver de ser feita em lugar di- referir a declaração de vontade, não viciará o negócio quando,
verso ou depender de tempo. por seu contexto e pelas circunstâncias, se puder identificar a
coisa ou pessoa cogitada.
Art. 135. Ao termo inicial e final aplicam-se, no que couber, as dis-
posições relativas à condição suspensiva e resolutiva. Art. 143. O erro de cálculo apenas autoriza a retificação da de-
claração de vontade.

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DIA 4 / 11

Art. 144. O erro não prejudica a validade do negócio jurídico Art. 156. Configura-se o ESTADO DE PERIGO quando alguém,
quando a pessoa, a quem a manifestação de vontade se dirige, se premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua famí-
oferecer para executá-la na conformidade da vontade real do lia, de grave dano conhecido pela outra parte, ASSUME OBRI-
manifestante. GAÇÃO EXCESSIVAMENTE ONEROSA.
Seção II Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família
Do Dolo do declarante, o juiz decidirá segundo as circunstâncias.
Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando
este for a sua causa. JDC148 Ao “estado de perigo” (art. 156) aplica-se, por analogia, o
disposto no § 2º do art. 157.
Art. 146. O DOLO ACIDENTAL só obriga à satisfação das perdas
e danos, e é acidental quando, a seu despeito, o negócio seria
Seção V
realizado, embora por outro modo.
Da Lesão
Art. 157. Ocorre a LESÃO quando uma pessoa, sob premente ne-
Art. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional
cessidade, ou por inexperiência, se obriga a PRESTAÇÃO MA-
de uma das partes a respeito de fato ou qualidade que a outra
NIFESTAMENTE DESPROPORCIONAL ao valor da prestação
parte haja ignorado, constitui omissão dolosa, provando-se que
oposta.
sem ela o negócio não se teria celebrado.
§ 1o Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valo-
res vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico.
Art. 148. Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo
§ 2o Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido su-
de terceiro, se a parte a quem aproveite dele tivesse ou devesse
plemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a re-
ter conhecimento; em caso contrário, ainda que subsista o negó-
dução do proveito.
cio jurídico, o terceiro responderá por todas as perdas e danos
da parte a quem ludibriou.
JDC149 Em atenção ao princípio da conservação dos contratos,
Art. 149. O dolo do representante legal de uma das partes só a verificação da lesão deverá conduzir, sempre que possí-
obriga o representado a responder civilmente até a importân- vel, à revisão judicial do negócio jurídico e não à sua anula-
cia do proveito que teve; se, porém, o dolo for do representan- ção, sendo dever do magistrado incitar os contratantes a se-
te convencional, o representado responderá solidariamente guir as regras do art. 157, § 2º, do Código Civil de 2002.
com ele por perdas e danos. JDC150 A lesão de que trata o art. 157 do Código Civil NÃO
EXIGE DOLO DE APROVEITAMENTO.
Art. 150. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma JDC290 A lesão acarretará a anulação do negócio jurídico
pode alegá-lo para anular o negócio, ou reclamar indenização quando verificada, na formação deste, a desproporção mani-
(DOLO BILATERAL ou ENANTIOMÓRFICO) festa entre as prestações assumidas pelas partes, NÃO SE
PRESUMINDO a premente necessidade ou a inexperiência
Seção III do lesado.
Da Coação JDC291 Nas hipóteses de lesão previstas no art. 157 do Código
Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser Civil, pode o lesionado optar por não pleitear a anulação do ne-
tal que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e gócio jurídico, deduzindo, desde logo, pretensão com vista à re-
considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus BENS. visão judicial do negócio por meio da redução do proveito do
Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à fa- lesionador ou do complemento do preço.
mília do paciente, o juiz, com base nas circunstâncias, decidirá se JDC410 A inexperiência a que se refere o art. 157 não deve ne-
houve coação. cessariamente significar imaturidade ou desconhecimento
em relação à prática de negócios jurídicos em geral, poden-
Art. 152. No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a ida- do ocorrer também quando o lesado, ainda que estipule contra-
de, a condição, a saúde, o temperamento do paciente e todas as tos costumeiramente, não tenha conhecimento específico so-
demais circunstâncias que possam influir na gravidade dela. bre o negócio em causa.

Art. 153. Não se considera coação a ameaça do exercício nor- ESTADO DE PERIGO LESÃO
mal de um direito, nem o simples temor reverencial.
Premido da NECESSIDADE DE Sob PREMENTE NECESSIDA-
Art. 154. Vicia o negócio jurídico a coação exercida por tercei- SALVAR-SE, ou a pessoa de DE, ou por INEXPERIÊNCIA,
ro, se dela tivesse ou devesse ter conhecimento a parte a que sua família, de grave dano co- se obriga a PRESTAÇÃO MA-
aproveite, e esta responderá solidariamente com aquele por nhecido pela outra parte, AS- NIFESTAMENTE DESPROPOR-
perdas e danos. SUME OBRIGAÇÃO EXCESSI- CIONAL ao valor da prestação
VAMENTE ONEROSA. oposta.
Art. 155. Subsistirá o negócio jurídico, se a coação decorrer de Exige dolo de aproveitamento Não exige dolo de
terceiro, sem que a parte a que aproveite dela tivesse ou de- aproveitamento
vesse ter conhecimento; mas o autor da coação responderá
por todas as perdas e danos que houver causado ao coacto.
Seção VI
Da Fraude Contra Credores
Seção IV
Art. 158. Os negócios de TRANSMISSÃO GRATUITA DE BENS
Do Estado de Perigo
OU REMISSÃO DE DÍVIDA, se os praticar o devedor já insolven-

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DIA 4 / 12

te, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore,


poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesi- Art. 164. Presumem-se, porém, de boa-fé e valem os negócios
vos dos seus direitos. ordinários indispensáveis à manutenção de estabelecimento
§ 1o Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insu- mercantil, rural, ou industrial, ou à subsistência do devedor e de
ficiente. sua família.
§ 2o Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem
pleitear a anulação deles. Art. 165. Anulados os negócios fraudulentos, a vantagem resul-
tante reverterá em proveito do acervo sobre que se tenha de efe-
JDC151 O ajuizamento da ação pauliana pelo credor com ga- tuar o concurso de credores.
rantia real (art. 158, § 1º) prescinde de prévio reconhecimen- Parágrafo único. Se esses negócios tinham por único objeto atri-
to judicial da insuficiência da garantia. buir direitos preferenciais, mediante hipoteca, penhor ou anticre-
JDC292 Para os efeitos do art. 158, § 2º, a anterioridade do se, sua invalidade importará somente na anulação da preferência
crédito é determinada pela causa que lhe dá origem, inde- ajustada.
pendentemente de seu reconhecimento por decisão judicial.
SÚMULA SOBRE FRAUDE CONTRA CREDORES
Anterioridade da dívida Súmula 195-STJ: Em embargos de terceiro não se anula ato ju-
rídico, por fraude contra credores.
Eventus damni (prejuízo aos credores)
FRAUDE CONTRA Com a entrada em vigor do CPC/2015, há entendimento doutri-
CREDORES Consilium fraudis (intenção de prejudicar nário favorável à possibilidade de formulação de pedido de anu-
Requisitos credores ou conluio entre alienante e lação de ato jurídico por fraude contra credores em sede de Em-
adquirente do bem) bargos de Terceiro. O Enunciado 133 da II Jornada de Direito
OBS: nos casos de disposição gratuita de Processual Civil (2018) espelha essa visão: É admissível a formu-
bens ou remissão de dívida, basta lação de reconvenção em resposta aos embargos de terceiro, in-
comprovar o evento danoso aos credores, clusive para o propósito de veicular pedido típico de ação paulia-
dispensando-se a comprovação de na, nas hipóteses de fraude contra credores.
consilium fraudis • Para fins de prova de concurso, contudo, o entendimento mais
seguro é continuar apontando que a súmula permanece válido.
O ato jurídico praticado tenha levado o
devedor à insolvência
CAPÍTULO V
Da Invalidade do Negócio Jurídico
PRESSUPOSTOS DA FRAUDE CONTRA CREDORES Art. 166. É NULO o negócio jurídico quando:
No caso de alienação onerosa: Na alienação gratuita ou I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
Eventus damni + consilium remissão de dívida: II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;
fraudis Exige-se apenas o eventus III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilíci-
damni. to;
*Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br
IV - não revestir a forma prescrita em lei;
V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essen-
Art. 159. Serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do cial para a sua validade;
devedor insolvente, quando a insolvência for notória, ou hou- VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
ver motivo para ser conhecida do outro contratante. VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a práti-
ca, sem cominar sanção.
Art. 160. Se o adquirente dos bens do devedor insolvente ainda
não tiver pago o preço e este for, aproximadamente, o corrente, JDC616 Os requisitos de validade previstos no Código Civil são
desobrigar-se-á depositando-o em juízo, com a citação de to- aplicáveis aos negócios jurídicos processuais, observadas as
dos os interessados. regras processuais pertinentes.
Parágrafo único. Se inferior, o adquirente, para conservar os bens,
poderá depositar o preço que lhes corresponda ao valor real. Art. 167. É NULO o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o
que se dissimulou, se válido for na substância e na forma.
Art. 161. A ação, nos casos dos arts. 158 e 159, poderá ser intenta- § 1o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:
da contra o devedor insolvente, a pessoa que com ele celebrou a I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas di-
estipulação considerada fraudulenta, ou terceiros adquirentes que versas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmi-
hajam procedido de má-fé. tem;
II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não
Art. 162. O credor quirografário, que receber do devedor insol- verdadeira;
vente o pagamento da dívida ainda não vencida, ficará obrigado III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-
a repor, em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o datados.
concurso de credores, aquilo que recebeu. § 2o Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos
contraentes do negócio jurídico simulado.
Art. 163. Presumem-se fraudatórias dos direitos dos outros cre-
dores as garantias de dívidas que o devedor insolvente tiver
JDC152 Toda simulação, inclusive a inocente, é invalidante.
dado a algum credor.

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DIA 4 / 13

JDC153 Na simulação relativa, o negócio simulado (aparente) é Art. 176. Quando a anulabilidade do ato resultar da falta de auto-
nulo, mas o dissimulado será válido se não ofender a lei rização de terceiro, será validado se este a der posteriormente.
nem causar prejuízos a terceiros.
JDC293 Na simulação relativa, o aproveitamento do negócio Art. 177. A anulabilidade não tem efeito antes de julgada por
jurídico dissimulado não decorre tão-somente do afastamento sentença, nem se pronuncia de ofício; só os interessados a po-
do negócio jurídico simulado, mas do necessário preenchi- dem alegar, e aproveita exclusivamente aos que a alegarem, sal-
mento de todos os requisitos substanciais e formais de vali- vo o caso de solidariedade ou indivisibilidade.
dade daquele.
JDC294 Sendo a simulação uma causa de nulidade do negócio Art. 178. É de 4 anos o prazo de decadência para pleitear-se a
jurídico, pode ser alegada por uma das partes contra a outra. anulação do negócio jurídico, contado:
JDC578 Sendo a simulação causa de nulidade do negócio jurídi- I - no caso de coação, do dia em que ela cessar;
co, sua alegação prescinde de ação própria. II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo
ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico;
III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapaci-
Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alega-
dade.
das por qualquer interessado, ou pelo Ministério Público, quando
lhe couber intervir.
Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado ato é anulá-
Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo
vel, sem estabelecer prazo para pleitear-se a anulação, será este
juiz, quando conhecer do negócio jurídico ou dos seus efeitos e
de 2 anos, a contar da data da conclusão do ato.
as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda
que a requerimento das partes.
JDC538 No que diz respeito a terceiros eventualmente preju-
Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirma- dicados, o prazo decadencial de que trata o art. 179 do Códi-
ção, nem convalesce pelo decurso do tempo. go Civil não se conta da celebração do negócio jurídico, mas
da ciência que dele tiverem.
JDC545 O prazo para pleitear a anulação de venda de ascen-
JDC536 Resultando do negócio jurídico nulo consequências pa-
dente a descendente sem anuência dos demais descendentes e/
trimoniais capazes de ensejar pretensões, é possível, quanto a
ou do cônjuge do alienante é de 2 anos, contados da ciência do
estas, a incidência da prescrição.
ato, que se presume absolutamente, em se tratando de
JDC537 A previsão contida no art. 169 não impossibilita que,
transferência imobiliária, a partir da data do registro de
excepcionalmente, negócios jurídicos nulos produzam efei-
imóveis.
tos a serem preservados quando justificados por interesses
merecedores de tutela.
Art. 180. O menor, entre 16 e 18 anos, não pode, para eximir-se
de uma obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocul-
Art. 170. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisi-
tou quando inquirido pela outra parte, ou se, no ato de obrigar-
tos de outro, subsistirá este quando o fim a que visavam as
se, declarou-se maior.
partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem
previsto a nulidade.
Art. 181. Ninguém pode reclamar o que, por uma obrigação anu-
lada, pagou a um incapaz, se não provar que reverteu em provei-
JDC13 O aspecto objetivo da convenção requer a existência do to dele a importância paga.
suporte fático no negócio a converter-se.
Art. 182. Anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as partes ao
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anu- estado em que antes dele se achavam, e, não sendo possível res-
lável o negócio jurídico: tituí-las, serão indenizadas com o equivalente.
I - por incapacidade relativa do agente;
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, Art. 183. A invalidade do instrumento NÃO INDUZ a do negó-
lesão ou fraude contra credores. cio jurídico sempre que este puder provar-se por outro meio.

Art. 172. O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de
salvo direito de terceiro. um negócio jurídico não o prejudicará na parte válida, se esta for
separável; a invalidade da obrigação principal implica a das
Art. 173. O ato de confirmação deve conter a substância do negó- obrigações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação
cio celebrado e a vontade expressa de mantê-lo. principal.

Art. 174. É escusada a confirmação expressa, quando o negócio já TÍTULO II


foi cumprido em parte pelo devedor, ciente do vício que o in- Dos Atos Jurídicos Lícitos
quinava. Art. 185. Aos atos jurídicos lícitos, que não sejam negócios jurídi-
cos, aplicam-se, no que couber, as disposições do Título anterior.
Art. 175. A confirmação expressa, ou a execução voluntária de
negócio anulável, nos termos dos arts. 172 a 174, importa a ex- TÍTULO III
tinção de todas as ações, ou exceções, de que contra ele dispu- Dos Atos Ilícitos
sesse o devedor.

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DIA 4 / 14

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligên- Art. 103. A parte será representada em juízo por advogado regu-
cia ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ain- larmente inscrito na OAB.
da que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Parágrafo único. É lícito à parte postular em causa própria quan-
do tiver habilitação legal.
JDC159 O dano moral, assim compreendido todo dano extra-
patrimonial, não se caracteriza quando há mero aborreci- Art. 104. O advogado não será admitido a postular em juízo sem
mento inerente a prejuízo material. procuração, salvo para evitar preclusão, decadência ou prescrição,
JDC411 O descumprimento de contrato pode gerar dano ou para praticar ato considerado urgente.
moral quando envolver valor fundamental protegido pela § 1o Nas hipóteses previstas no caput, o advogado deverá, inde-
Constituição Federal de 1988. pendentemente de caução, exibir a procuração no prazo de 15
JDC550 A quantificação da reparação por danos extrapatrimo- dias, prorrogável por igual período por despacho do juiz.
niais não deve estar sujeita a tabelamento ou a valores fixos. § 2o O ato não ratificado será considerado INEFICAZ relativa-
JDC551 Nas violações aos direitos relativos a marcas, patentes e mente àquele em cujo nome foi praticado, respondendo o advo-
desenhos industriais, será assegurada a reparação civil ao seu ti- gado pelas despesas e por perdas e danos.
tular, incluídos tanto os danos patrimoniais como os danos ex-
trapatrimoniais. Art. 105. A procuração geral para o foro, outorgada por instru-
mento público ou particular assinado pela parte, habilita o ad-
vogado a praticar todos os atos do processo, exceto receber cita-
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que,
ção, confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, de-
ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo
sistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, receber,
seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costu-
dar quitação, firmar compromisso e assinar declaração de hipos-
mes. ABUSO DE DIREITO.
suficiência econômica, que devem constar de cláusula específica.
§ 1o A procuração pode ser assinada digitalmente, na forma da lei.
JDC37 A responsabilidade civil decorrente do abuso do direito § 2o A procuração deverá conter o nome do advogado, seu núme-
independe de culpa e fundamenta-se somente no critério ro de inscrição na OAB e endereço completo.
objetivo-finalístico – a responsabilidade civil é objetiva § 3o Se o outorgado integrar sociedade de advogados, a procura-
JDC412 As diversas hipóteses de exercício inadmissível de uma ção também deverá conter o nome dessa, seu número de registro
situação jurídica subjetiva, tais como supressio, tu quoque, na OAB e endereço completo.
surrectio e venire contra factum proprium, são concreções § 4o Salvo disposição expressa em sentido contrário constante do
da boa-fé objetiva. próprio instrumento, a procuração outorgada na fase de co-
JDC413 Os bons costumes previstos no art. 187 do CC possu- nhecimento é eficaz para todas as fases do processo, inclusive
em natureza subjetiva, destinada ao controle da moralidade para o cumprimento de sentença.
social de determinada época, e objetiva, para permitir a sindi-
cância da violação dos negócios jurídicos em questões não Art. 106. Quando postular em causa própria, incumbe ao advoga-
abrangidas pela função social e pela boa-fé objetiva. do:
JDC414 A cláusula geral do art. 187 do Código Civil tem funda- I - declarar, na petição inicial ou na contestação, o endereço, seu
mento constitucional nos princípios da solidariedade, devi- número de inscrição na OAB e o nome da sociedade de advoga-
do processo legal e proteção da confiança, e aplica-se a to- dos da qual participa, para o recebimento de intimações;
dos os ramos do direito. II - comunicar ao juízo qualquer mudança de endereço.
JDC539 O abuso de direito é uma categoria jurídica autônoma § 1o Se o advogado descumprir o disposto no inciso I, o juiz orde -
em relação à responsabilidade civil. Por isso, o exercício abusi- nará que se supra a omissão, no prazo de 5 dias, antes de deter-
vo de posições jurídicas desafia controle independentemen- minar a citação do réu, sob pena de indeferimento da petição.
te de dano. § 2o Se o advogado infringir o previsto no inciso II, serão conside-
JDC617 O abuso do direito impede a produção de efeitos do radas válidas as intimações enviadas por carta registrada ou meio
ato abusivo de exercício, na extensão necessária a evitar sua eletrônico ao endereço constante dos autos.
manifesta contrariedade à boa-fé, aos bons costumes, à função
econômica ou social do direito exercido. Art. 107. O advogado tem direito a:
I - examinar, em cartório de fórum e secretaria de tribunal, MES-
Art. 188. Não constituem atos ilícitos: MO SEM PROCURAÇÃO, autos de qualquer processo, indepen-
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de dentemente da fase de tramitação, assegurados a obtenção de
um direito reconhecido; cópias e o registro de anotações, salvo na hipótese de segredo
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a de justiça, nas quais apenas o advogado constituído terá aces-
pessoa, a fim de remover perigo iminente. so aos autos;
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente II - requerer, como procurador, vista dos autos de qualquer pro-
quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, cesso, pelo prazo de 5 dias;
não excedendo os limites do indispensável para a remoção do III - retirar os autos do cartório ou da secretaria, pelo prazo le-
perigo. gal, sempre que neles lhe couber falar por determinação do juiz,
nos casos previstos em lei.
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL § 1o Ao receber os autos, o advogado assinará carga em livro ou
documento próprio.
CAPÍTULO III
DOS PROCURADORES

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DIA 4 / 15

§ 2o Sendo o prazo comum às partes, os procuradores poderão solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento da
retirar os autos somente em conjunto ou mediante prévio sentença.
ajuste, por petição nos autos. § 2o O requerimento de limitação INTERROMPE o prazo para
§ 3o Na hipótese do § 2o, é lícito ao procurador retirar os autos manifestação ou resposta, que recomeçará da intimação da deci-
para obtenção de cópias, pelo prazo de 2 a 6 horas, indepen- são que o solucionar.
dentemente de ajuste e sem prejuízo da continuidade do prazo.
§ 4o O procurador perderá no mesmo processo o direito a que se FPPC10. (arts. 113, §§ 1º e 2º, art. 240, § 1º). Em caso de des -
refere o § 3o se não devolver os autos tempestivamente, salvo se membramento do litisconsórcio multitudinário, a interrupção
o prazo for prorrogado pelo juiz. da prescrição retroagirá à data de propositura da demanda
§ 5º O disposto no inciso I do caput deste artigo aplica-se inte- original.
gralmente a processos eletrônicos (Lei 13.793/19) FPPC116. (arts. 113, §1º, e 139, VI) Quando a formação do litis-
consórcio multitudinário for prejudicial à defesa, o juiz po-
CAPÍTULO IV derá substituir a sua limitação pela ampliação de prazos,
DA SUCESSÃO DAS PARTES E DOS PROCURADORES sem prejuízo da possibilidade de desmembramento na fase de
Art. 108. No curso do processo, somente é lícita a sucessão vo- cumprimento de sentença.
luntária das partes nos casos expressos em lei. FPPC117. (arts. 113 e 312) Em caso de desmembramento do
litisconsórcio multitudinário ativo, os efeitos mencionados
Art. 109. A alienação da coisa ou do direito litigioso por ato en- no art. 240 são considerados produzidos desde o protocolo
tre vivos, a título particular, NÃO ALTERA a legitimidade das originário da petição inicial.
partes. FPPC386. (art. 113, §1º; art. 4º) A limitação do litisconsórcio fa-
§ 1o O adquirente ou cessionário NÃO PODERÁ ingressar em ju- cultativo multitudinário acarreta o desmembramento do pro-
ízo, sucedendo o alienante ou cedente, sem que o consinta a cesso.
parte contrária. FPPC387. (art. 113, §1º; art. 4º) A limitação do litisconsórcio
§ 2o O adquirente ou cessionário poderá intervir no processo multitudinário não é causa de extinção do processo.
como ASSISTENTE LITISCONSORCIAL do alienante ou ceden-
te.
Art. 114. O litisconsórcio será NECESSÁRIO por disposição de
§ 3o Estendem-se os efeitos da sentença proferida entre as par-
lei ou quando, pela natureza da relação jurídica controverti-
tes originárias ao adquirente ou cessionário.
da, a EFICÁCIA da sentença depender da CITAÇÃO DE TODOS
que devam ser litisconsortes.
Art. 110. Ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se-á a
sucessão pelo seu espólio ou pelos seus sucessores, observado o
Art. 115. A sentença de mérito, quando proferida sem a inte-
disposto no art. 313, §§ 1o e 2o.
gração do contraditório, será:
I - NULA, se a decisão deveria ser uniforme em relação a todos
Art. 111. A parte que revogar o mandato outorgado a seu advo-
que deveriam ter integrado o processo (litisconsórcio neces-
gado constituirá, no mesmo ato, outro que assuma o patrocínio
sário e unitário);
da causa.
II - INEFICAZ, nos outros casos, apenas para os que não foram
Parágrafo único. Não sendo constituído novo procurador no pra-
citados.
zo de 15 dias, observar-se-á o disposto no art. 76.
Parágrafo único. Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o
juiz determinará ao autor que requeira a citação de todos que
Art. 112. O advogado poderá renunciar ao mandato a qualquer
devam ser litisconsortes, dentro do prazo que assinar, sob pena
tempo, provando, na forma prevista neste Código, que comuni-
de extinção do processo.
cou a renúncia ao mandante, a fim de que este nomeie sucessor.
§ 1o Durante os 10 dias seguintes, o advogado continuará a re-
Art. 116. O litisconsórcio será UNITÁRIO quando, pela natureza
presentar o mandante, desde que necessário para lhe evitar
da relação jurídica, o juiz tiver de DECIDIR o mérito DE MODO
prejuízo
UNIFORME PARA TODOS os litisconsortes.
§ 2o Dispensa-se a comunicação referida no caput quando a
procuração tiver sido outorgada a vários advogados e a parte
continuar representada por outro, apesar da renúncia. FPPC11. (arts. 116 e 124). O litisconsorte unitário, integrado ao
processo a partir da fase instrutória, tem direito de especificar,
TÍTULO II pedir e produzir provas, sem prejuízo daquelas já produzidas,
DO LITISCONSÓRCIO sobre as quais o interveniente tem o ônus de se manifestar na
Art. 113. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo proces- primeira oportunidade em que falar no processo.
so, em conjunto, ativa ou passivamente, quando: FPPC118. (art. 116[58]) O litisconsorte unitário ativo, uma vez
I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações convocado, pode optar por ingressar no processo na condi-
relativamente à lide; ção de litisconsorte do autor ou de assistente do réu.
II - entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de FPPC119. (arts. 116 e 259, III; art. 7 º da lei 7.347/198560-
pedir; 61) Em caso de relação jurídica plurilateral que envolva
III - ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato diversos titulares do mesmo direito, o juiz deve convocar,
ou de direito. por edital, os litisconsortes unitários ativos incertos e
§ 1o O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao indeterminados (art. 259, III), cabendo-lhe, na hipótese de di-
número de litigantes na fase de conhecimento, na liquidação de ficuldade de formação do litisconsórcio, oficiar ao Ministé-
sentença ou na execução, quando este comprometer a rápida rio Público, à Defensoria Pública ou a outro legitimado para

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DIA 4 / 16

que possa propor a ação coletiva. I - pelo estado em que recebeu o processo ou pelas declarações e
pelos atos do assistido, foi impedido de produzir provas susce-
tíveis de influir na sentença;
Art. 117. Os litisconsortes serão considerados, em suas relações
II - desconhecia a existência de alegações ou de provas das
com a parte adversa, como litigantes distintos, exceto no litis-
quais o assistido, por dolo ou culpa, não se valeu.
consórcio unitário, caso em que os atos e as omissões de um
não prejudicarão os outros, mas os poderão beneficiar.
Seção III
Art. 118. Cada litisconsorte tem o direito de promover o anda-
Da Assistência Litisconsorcial
mento do processo, e todos devem ser intimados dos respecti-
Art. 124. Considera-se litisconsorte da parte principal o assistente
vos atos.
sempre que a sentença influir na relação jurídica entre ele e o
adversário do assistido.
LITISCONSÓRCIO LITISCONSÓRCIO
NECESSÁRIO UNITÁRIO CAPÍTULO II
EFICÁCIA da sentença depen- O juiz tiver de DECIDIR o méri- DA DENUNCIAÇÃO DA LIDE
der da CITAÇÃO DE TODOS to DE MODO UNIFORME Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qual-
PARA TODOS quer das partes:
I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domí-
nio foi transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer
TÍTULO III
os direitos que da evicção lhe resultam;
DA INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a in-
CAPÍTULO I
denizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no
DA ASSISTÊNCIA
processo.
Seção I
§ 1o O direito regressivo será exercido por ação autônoma
Disposições Comuns
quando a denunciação da lide for indeferida, deixar de ser pro-
Art. 119. Pendendo causa entre 2 ou mais pessoas, o terceiro JU-
movida ou não for permitida.
RIDICAMENTE INTERESSADO em que a sentença seja favorável
§ 2o Admite-se UMA ÚNICA DENUNCIAÇÃO SUCESSIVA, pro-
a uma delas poderá intervir no processo para assisti-la.
movida pelo denunciado, contra seu antecessor imediato na ca-
Parágrafo único. A assistência será admitida em qualquer proce-
deia dominial ou quem seja responsável por indenizá-lo, não po-
dimento e em todos os graus de jurisdição, recebendo o assis-
dendo o denunciado sucessivo promover nova denunciação,
tente o processo no estado em que se encontre.
hipótese em que eventual direito de regresso será exercido por
ação autônoma.
FPPC388. (arts. 119 e 138) O assistente simples pode requerer
a intervenção de amicus curiae.
FPPC120. (art. 125, §1º, art. 1.072, II) A ausência de denunciação
da lide gera apenas a preclusão do direito de a parte pro-
Art. 120. Não havendo impugnação no prazo de 15 dias, o pe- movê-la, sendo possível ação autônoma de regresso.
dido do assistente será deferido, salvo se for caso de rejeição FPPC121. (art. 125, II, art. 128, parágrafo único) O cumprimento
liminar. da sentença diretamente contra o denunciado é admissível
Parágrafo único. Se qualquer parte alegar que falta ao requerente em qualquer hipótese de denunciação da lide fundada no inciso
interesse jurídico para intervir, o juiz decidirá o incidente, SEM II do art. 125.
SUSPENSÃO do processo.

Art. 126. A citação do denunciado será requerida na petição inici-


Seção II
al, se o denunciante for autor, ou na contestação, se o denuncian-
Da Assistência Simples
te for réu, devendo ser realizada na forma e nos prazos previstos
Art. 121. O assistente simples atuará como auxiliar da parte
no art. 131.
principal, exercerá os mesmos poderes e sujeitar-se-á aos mes-
mos ônus processuais que o assistido.
Art. 127. Feita a denunciação pelo autor, o denunciado poderá
Parágrafo único. Sendo revel ou, de qualquer outro modo, omis-
assumir a posição de litisconsorte do denunciante e acrescentar
so o assistido, o assistente será considerado seu substituto
novos argumentos à petição inicial, procedendo-se em seguida à
processual.
citação do réu.
Art. 122. A assistência simples NÃO OBSTA a que a parte princi-
Art. 128. Feita a denunciação pelo réu:
pal reconheça a procedência do pedido, desista da ação, renuncie
I - se o denunciado contestar o pedido formulado pelo autor, o
ao direito sobre o que se funda a ação ou transija sobre direitos
processo prosseguirá tendo, na ação principal, em litisconsór-
controvertidos.
cio, denunciante e denunciado;
II - se o denunciado for revel, o denunciante pode deixar de
FPPC389. (art. 122) As hipóteses previstas no art. 122 são mera- prosseguir com sua defesa, eventualmente oferecida, e abster-
mente exemplificativas se de recorrer, restringindo sua atuação à ação regressiva;
III - se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor na
Art. 123. Transitada em julgado a sentença no processo em que ação principal, o denunciante poderá prosseguir com sua defe-
interveio o assistente, este não poderá, em processo posterior, sa ou, aderindo a tal reconhecimento, pedir apenas a proce-
discutir a justiça da decisão, salvo se alegar e provar que: dência da ação de regresso.

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DIA 4 / 17

Parágrafo único. Procedente o pedido da ação principal, pode o rídica pode ser aplicado ao processo falimentar.
autor, se for o caso, requerer o cumprimento da sentença tam-
bém contra o denunciado, nos limites da condenação deste na
Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as
ação regressiva.
fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sen-
tença e na execução fundada em título executivo extrajudicial.
Art. 129. Se o denunciante for vencido na ação principal, o juiz
§ 1o A instauração do incidente será imediatamente comunicada
passará ao julgamento da denunciação da lide.
ao distribuidor para as anotações devidas.
Parágrafo único. Se o denunciante for vencedor, a ação de de-
§ 2o Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsidera-
nunciação não terá o seu pedido examinado, sem prejuízo da
ção da personalidade jurídica for requerida na petição inicial, hi-
condenação do denunciante ao pagamento das verbas de sucum-
pótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica.
bência em favor do denunciado.
§ 3o A instauração do incidente SUSPENDERÁ o processo, salvo
se requerida na petição inicial.
FPPC122. (art. 129) Vencido o denunciante na ação principal e § 4o O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pres-
não tendo havido resistência à denunciação da lide, não cabe supostos legais específicos para desconsideração da personalida-
a condenação do denunciado nas verbas de sucumbência. de jurídica.

CAPÍTULO III FPPC248. (art. 134, § 2º; art. 336) Quando a desconsideração da
DO CHAMAMENTO AO PROCESSO personalidade jurídica for requerida na petição inicial, incumbe
Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo ao sócio ou a pessoa jurídica, na contestação, impugnar não
réu: somente a própria desconsideração, mas também os demais
I - do afiançado, na ação em que o fiador for réu; pontos da causa
II - dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns
deles;
Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será
III - dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de
citado para manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo
um ou de alguns o pagamento da dívida comum.
de 15 dias.

Art. 131. A citação daqueles que devam figurar em litisconsór-


Art. 136. Concluída a instrução, se necessária, o incidente será re-
cio passivo será requerida pelo réu na contestação e deve ser
solvido por decisão interlocutória.
promovida no prazo de 30 dias, sob pena de ficar sem efeito o
Parágrafo único. Se a decisão for proferida pelo relator, cabe
chamamento.
agravo interno.
Parágrafo único. Se o chamado residir em outra comarca, se-
ção ou subseção judiciárias, ou em lugar incerto, o prazo será de
2 meses. FPPC390. (arts. 136, caput, 1.015, IV, 1.009, §3º) Resolvida a des-
consideração da personalidade jurídica na sentença, caberá
Art. 132. A sentença de procedência valerá como título executivo apelação.
em favor do réu que satisfizer a dívida, a fim de que possa exigi-
la, por inteiro, do devedor principal, ou, de cada um dos codeve- Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a
dores, a sua quota, na proporção que lhes tocar. oneração de bens, havida em fraude de execução, será INEFICAZ
em relação ao requerente.
CAPÍTULO IV
DO INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA JDPC11 Aplica-se o disposto nos arts. 133 a 137 do CPC às hi-
PERSONALIDADE JURÍDICA póteses de desconsideração indireta e expansiva da perso-
Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídi- nalidade jurídica.
ca será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público,
quando lhe couber intervir no processo.
§ 1o O pedido de desconsideração da personalidade jurídica ob- DESCONSIDERAÇÃO Atinge bens da empresa que estão
servará os pressupostos previstos em lei. “COMUM” em nome dos sócios
§ 2o Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de DESCON- DESCONSIDERAÇÃO Atinge bens dos sócios que estão
SIDERAÇÃO INVERSA da personalidade jurídica. INVERSA em nome da empresa
DESCONSIDERAÇÃO Atinge bens da empresa controla-
FPPC123. (art. 133) É desnecessária a intervenção do Ministé-
INDIRETA dora que estão em nome da contro-
rio Público, como fiscal da ordem jurídica, no incidente de
lada/coligada;
desconsideração da personalidade jurídica, salvo nos casos
em que deva intervir obrigatoriamente, previstos no art. 178. DESCONSIDERAÇÃO Atinge bens do sócio oculto que
FPPC247. (art. 133) Aplica-se o incidente de desconsideração EXPANSIVA estão em nome de terceiro (“laran-
da personalidade jurídica no processo falimentar. ja”)
CJF 110: A instauração do incidente de desconsideração da per-
DESPERSONALIZAÇÃO Dissolução da pessoa jurídica
sonalidade jurídica NÃO SUSPENDERÁ a tramitação do pro-
cesso de execução e do cumprimento de sentença em face
dos executados originários. CAPÍTULO V
CJF 111: O incidente de desconsideração da personalidade ju- DO AMICUS CURIAE

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DIA 4 / 18

Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a RELEVÂNCIA DA IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, man-
MATÉRIA, a ESPECIFICIDADE DO TEMA OBJETO DA DEMAN- damentais ou sub-rogatórias necessárias para assegurar o
DA ou a REPERCUSSÃO SOCIAL DA CONTROVÉRSIA, poderá, cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham
por DECISÃO IRRECORRÍVEL, de ofício ou a requerimento das por objeto prestação pecuniária (PODER GERAL DE EFETIVA-
partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a ÇÃO);
participação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade es- V - promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferenci-
pecializada, com representatividade adequada, no prazo de 15 almente com auxílio de conciliadores e mediadores judiciais;
dias de sua intimação. VI - dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produ-
§ 1o A intervenção de que trata o caput NÃO IMPLICA alteração ção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do con-
de competência nem autoriza a interposição de recursos, res- flito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito;
salvadas a oposição de embargos de declaração e a hipótese VII - exercer o poder de polícia, requisitando, quando necessário,
do § 3o. força policial, além da segurança interna dos fóruns e tribunais;
§ 2o Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admi- VIII - determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal
tir a intervenção, definir os poderes do amicus curiae. das partes, para inquiri-las sobre os fatos da causa, hipótese em
§ 3o O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o inci- que não incidirá a pena de confesso;
dente de resolução de demandas repetitivas (IRDR). IX - determinar o suprimento de pressupostos processuais e o sa-
neamento de outros vícios processuais;
FPPC127. (art. 138) A representatividade adequada exigida do X - quando se deparar com diversas demandas individuais re-
amicus curiae não pressupõe a concordância unânime da- petitivas, oficiar o Ministério Público, a Defensoria Pública e,
queles a quem representa. na medida do possível, outros legitimados a que se referem o
FPPC128. (art. 138; art. 489, § 1º, IV) No processo em que há in- art. 5° da Lei n 7.347, de 24 de julho de 1985, e o art. 82 da Lei n o
tervenção do amicus curiae, a decisão deve enfrentar as ale- 8.078, de 11 de setembro de 1990, para, se for o caso, promover
gações por ele apresentadas, nos termos do inciso IV do § 1º a propositura da ação coletiva respectiva.
do art. 489. Parágrafo único. A dilação de prazos prevista no inciso VI so-
FPPC249. (art. 138) A intervenção do amicus curiae é cabível no mente pode ser determinada antes de encerrado o prazo re-
mandado de segurança. gular.
FPPC391. (art. 138, §3º) O amicus curiae pode recorrer da de-
cisão que julgar recursos repetitivos. FPPC12. (arts. 139, IV, 523, 536 e 771) A aplicação das medidas
FPPC392. (arts. 138 e 190) As partes não podem estabelecer, atípicas sub-rogatórias e coercitivas é cabível em qualquer
em convenção processual, a vedação da participação do obrigação no cumprimento de sentença ou execução de título
amicus curiae” executivo extrajudicial. Essas medidas, contudo, serão aplicadas
FPPC393. (arts. 138, 926, §1º, e 927, §2º) É cabível a interven- de forma subsidiária às medidas tipificadas, com observação
ção de amicus curiae no procedimento de edição, revisão e do contraditório, ainda que diferido, e por meio de decisão à luz
cancelamento de enunciados de súmula pelos tribunais. do art. 489, § 1º, I e II.
FPPC394. (art. 138, § 1º, 489, §1º, IV, 1022, II, art. 10) As partes JDPC13 O art. 139, VI, do CPC autoriza o deslocamento para o
podem opor embargos de declaração para corrigir vício da futuro do termo inicial do prazo.
decisão relativo aos argumentos trazidos pelo amicus curi- FPPC129. (art. 139, VI, e parágrafo único) A autorização legal
ae. para ampliação de prazos pelo juiz não se presta a afastar pre-
FPPC395. (art. 138, caput) Os requisitos objetivos exigidos clusão temporal já consumada.
para a intervenção do amicus curiae são alternativos. FPPC251. (art. 139, VI) O inciso VI do art. 139 do CPC aplica-se
FPPC575. (art.138) Verificada a relevância da matéria, a reper- ao processo de improbidade administrativa.
cussão social da controvérsia ou a especificidade do tema obje- FPPC396. (art. 139, IV; art. 8º) As medidas do inciso IV do art.
to da demanda, o juiz poderá promover a ampla divulgação do 139 podem ser determinadas de ofício, observado o art. 8º.
processo, inclusive por meio dos cadastros eletrônicos dos tri-
bunais e do Conselho Nacional de Justiça, para incentivar a par-
VULNERABILIDADE PROCESSUAL: é caracterizada pela susceti-
ticipação de mais sujeitos na qualidade de amicus curiae.
bilidade do litigante, que o impede de praticar atos processuais
JDPC12 É cabível a intervenção de amicus curiae (art. 138 do
em razão de uma limitação involuntária.
CPC) no procedimento do Mandado de Injunção (Lei n.
13.300/2016). INTERROGATÓRIO INFORMAL: termo utilizado para distinguir
o ato do juiz que determina o comparecimento da parte para
TÍTULO IV prestar esclarecimento a respeito dos fatos da causa, em
DO JUIZ E DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA qualquer fase do processo, do depoimento pessoal, meio de
CAPÍTULO I prova produzido em audiência a fim de obter uma confissão.
DOS PODERES, DOS DEVERES E DA RESPONSABILIDADE DO JUIZ Sendo um ato informal, a parte não está sujeita à pena de con-
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste fesso.
Código, incumbindo-lhe:
I - assegurar às partes igualdade de tratamento; Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna
II - velar pela duração razoável do processo; ou obscuridade do ordenamento jurídico.
III - prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos casos pre-
da justiça e indeferir postulações meramente protelatórias; vistos em lei.

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Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas par- servado o dever de revelação, as partes celebrantes de con-
tes, sendo-lhe vedado conhecer de questões não suscitadas a venção de arbitragem podem afastar, de comum acordo, de
cujo respeito a lei exige iniciativa da parte. forma expressa e por escrito, hipótese de impedimento ou
suspeição do árbitro
Art. 142. Convencendo-se, pelas circunstâncias, de que autor e
réu se serviram do processo para praticar ato simulado ou conse-
guir fim vedado por lei, o juiz proferirá decisão que impeça os ob- Súmula 72-STF: No julgamento de questão constitucional, vin-
jetivos das partes, aplicando, de ofício, as penalidades da liti- culada a decisão do Tribunal Superior Eleitoral, não estão impe-
gância de má-fé. didos os ministros do Supremo Tribunal Federal que ali tenham
funcionado no mesmo processo, ou no processo originário.
Art. 143. O juiz responderá, civil e regressivamente, por perdas e
danos quando: Art. 145. Há suspeição do juiz:
I - no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude; I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus
II - recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência advogados;
que deva ordenar de ofício ou a requerimento da parte. II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na
Parágrafo único. As hipóteses previstas no inciso II somente se- causa antes ou depois de iniciado o processo, que aconselhar al-
rão verificadas depois que a parte requerer ao juiz que determi- guma das partes acerca do objeto da causa ou que subministrar
ne a providência e o requerimento não for apreciado no pra- meios para atender às despesas do litígio;
zo de 10 dias. III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de
seu cônjuge ou companheiro ou de parentes destes, em linha reta
CAPÍTULO II até o 3° grau, inclusive;
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO IV - interessado no julgamento do processo em favor de qual-
Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer quer das partes.
suas funções no processo: § 1o Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo,
I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como sem necessidade de declarar suas razões.
perito, funcionou como membro do Ministério Público ou § 2o Será ilegítima a alegação de suspeição quando:
prestou depoimento como testemunha; I - houver sido provocada por quem a alega;
II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo profe- II - a parte que a alega houver praticado ato que signifique mani-
rido decisão; festa aceitação do arguido.
III - quando nele estiver postulando, como defensor público,
advogado ou membro do Ministério Público, seu cônjuge ou Art. 146. No prazo de 15 dias, a contar do conhecimento do
companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, fato, a parte alegará o impedimento ou a suspeição, em petição
em linha reta ou colateral, até o 3° grau, inclusive; específica dirigida ao juiz do processo, na qual indicará o funda-
IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou mento da recusa, podendo instruí-la com documentos em que se
companheiro, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha fundar a alegação e com rol de testemunhas.
reta ou colateral, até o 3° grau, inclusive; § 1o Se reconhecer o impedimento ou a suspeição ao receber a
V - quando for sócio ou membro de direção ou de administra- petição, o juiz ordenará imediatamente a remessa dos autos a seu
ção de pessoa jurídica parte no processo; substituto legal, caso contrário, determinará a autuação em
VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador apartado da petição e, no prazo de 15 dias, apresentará suas ra-
de qualquer das partes; zões, acompanhadas de documentos e de rol de testemunhas, se
VII - em que figure como parte instituição de ensino com a houver, ordenando a remessa do incidente ao tribunal.
qual tenha relação de emprego ou decorrente de contrato de § 2o Distribuído o incidente, o relator deverá declarar os seus efei-
prestação de serviços; tos, sendo que, se o incidente for recebido:
VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advoca- I - sem efeito suspensivo, o processo voltará a correr;
cia de seu cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou II - com efeito suspensivo, o processo permanecerá suspenso até
afim, em linha reta ou colateral, até o 3° grau, inclusive, mesmo o julgamento do incidente.
que patrocinado por advogado de outro escritório; § 3o Enquanto não for declarado o efeito em que é recebido o in-
IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado. cidente ou quando este for recebido com efeito suspensivo, a tu-
§ 1o Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verifica quan- tela de urgência será requerida ao substituto legal.
do o defensor público, o advogado ou o membro do Ministério § 4o Verificando que a alegação de impedimento ou de suspeição
Público já integrava o processo antes do início da atividade ju- é improcedente, o tribunal rejeita-la-á.
dicante do juiz. § 5o Acolhida a alegação, tratando-se de impedimento ou de ma-
§ 2o É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracteri- nifesta suspeição, o tribunal condenará o juiz nas custas e remete-
zar impedimento do juiz. rá os autos ao seu substituto legal, podendo o juiz recorrer da de-
§ 3o O impedimento previsto no inciso III também se verifica no cisão.
caso de mandato conferido a membro de escritório de advocacia § 6o Reconhecido o impedimento ou a suspeição, o tribunal fixará
que tenha em seus quadros advogado que individualmente os- o momento a partir do qual o juiz não poderia ter atuado.
tente a condição nele prevista, mesmo que não intervenha dire- § 7o O tribunal decretará a nulidade dos atos do juiz, se praticados
tamente no processo. quando já presente o motivo de impedimento ou de suspeição.

FPPC489. (art. 144; art. 145; arts. 13 e 14 da Lei 9.307/1996) Ob- Art. 147. Quando 2 ou mais juízes forem parentes, consanguí-
neos ou afins, em linha reta ou colateral, até o 3° grau, inclusive,

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DIA 4 / 20

o primeiro que conhecer do processo impede que o outro às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao com-
nele atue, caso em que o segundo se escusará, remetendo os au- portamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e
tos ao seu substituto legal. suficiente para reprovação e prevenção [TEORIA MISTA,
ECLÉTICA OU UNIFICADORA] do crime:
Art. 148. Aplicam-se os motivos de impedimento e de suspei- I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;
ção: II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites pre-
I - ao membro do Ministério Público; vistos;
II - aos auxiliares da justiça; III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de li-
III - aos demais sujeitos imparciais do processo. berdade;
§ 1o A parte interessada deverá arguir o impedimento ou a sus- IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada,
peição, em petição fundamentada e devidamente instruída, na por outra espécie de pena, se cabível.
primeira oportunidade em que lhe couber falar nos autos.
§ 2o O juiz mandará processar o incidente em separado e SEM TEORIAS DAS PENAS
SUSPENSÃO DO PROCESSO, ouvindo o arguido no prazo de 15
dias e facultando a produção de prova, quando necessária. TEORIA ABSOLUTA A imposição de pena é a retribuição ao
§ 3o Nos tribunais, a arguição a que se refere o § 1 o será discipli- OU RETRIBUTIVA autor de um crime pelo fato cometido.
nada pelo regimento interno. Não visa qualquer efeito social
§ 4o O disposto nos §§ 1 o e 2o não se aplica à arguição de impe- TEORIA RELATIVA A imposição de pena visa evitar futuros
dimento ou de suspeição de testemunha. OU PREVENTIVA crimes. Meio de proteção social.
TEORIA MISTA, A imposição da pena tem função retributi-
CÓDIGO PENAL
ECLÉTICA OU va e preventiva
UNIFICADORA Art. 59, CP.
CAPÍTULO II
DA COMINAÇÃO DAS PENAS
Penas privativas de liberdade TEORIAS DA PREVENÇÃO
Art. 53 - As penas privativas de liberdade têm seus limites GERAL POSITIVA Reforça ou conserva a crença das
estabelecidos na sanção correspondente a cada tipo legal de cri- (dirige-se à penas na validade da norma
me. sociedade)
NEGATIVA Poder de intimidação da pena, que
Penas restritivas de direitos impediria a prática de crimes
Art. 54 - As penas restritivas de direitos são aplicáveis, inde- ESPECIAL POSITIVA Ressocialização
pendentemente de cominação na parte especial, em substituição (dirige-se ao
à pena privativa de liberdade, fixada em quantidade inferior a 1 NEGATIVA Segregação, inocuização
agente)
ano, ou nos crimes culposos.

Art. 55. As penas restritivas de direitos referidas nos incisos SÚMULAS SOBRE APLICAÇÃO DA PENA
III (LFS), IV (PSC), V (ITD) e VI do art. 43 terão a mesma dura- STF
ção da pena privativa de liberdade substituída, ressalvado o
disposto no § 4o do art. 46. Súmula 718-STF: A opinião do julgador sobre a gravidade em
abstrato do crime não constitui motivação idônea para a im-
Art. 56 - As penas de interdição, previstas nos incisos I e II do posição de regime mais severo do que o permitido segundo a
art. 47 deste Código, aplicam-se para todo o crime cometido no pena aplicada.
exercício de profissão, atividade, ofício, cargo ou função, sempre Súmula 719-STF: A imposição do regime de cumprimento
que houver violação dos deveres que lhes são inerentes. mais severo do que a pena aplicada permitir exige motivação
idônea.
Art. 57 - A pena de interdição, prevista no inciso III do art. 47 STJ
deste Código (suspensão de autorização ou de habilitação
para dirigir veículo), aplica-se aos crimes culposos de trânsito. Súmula 171-STJ: Cominadas cumulativamente, em lei especial,
penas privativa de liberdade e pecuniária, é defeso a substitui-
Pena de multa ção da prisão por multa
Art. 58 - A multa, prevista em cada tipo legal de crime, tem Súmula 231-STJ: A incidência da circunstância atenuante NÃO
os limites fixados no art. 49 e seus parágrafos deste Código. PODE conduzir à redução da pena abaixo do mínimo legal
Parágrafo único - A multa prevista no parágrafo único do art. Súmula 241-STJ: A reincidência penal não pode ser conside-
44 e no § 2º do art. 60 deste Código aplica-se independente- rada como circunstância agravante e, simultaneamente,
mente de cominação na parte especial. como circunstância judicial.
Súmula 269-STJ: É admissível a adoção do regime prisional se-
CAPÍTULO III miaberto aos reincidentes condenados a pena ≤ a 4 anos se
DA APLICAÇÃO DA PENA favoráveis as circunstâncias judiciais.
Fixação da pena Súmula 440-STJ: Fixada a pena-base no mínimo legal, é veda-
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos anteceden- do o estabelecimento de regime prisional mais gravoso do
tes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, que o cabível em razão da sanção imposta, com base apenas
na gravidade abstrata do delito.

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DIA 4 / 21

Súmula 444-STJ: É vedada a utilização de inquéritos policiais ramos da psiquiatria ou da psicologia.


e ações penais em curso para agravar a pena-base 14) O expressivo prejuízo causado à vítima justifica o aumento
Súmula 545-STJ: Quando a confissão for utilizada para a forma- da pena-base, em razão das consequências do crime.
ção do convencimento do julgador, o réu fará jus à atenuante 15) O comportamento da vítima em contribuir ou não para a
prevista no artigo 65, III, d, do Código Penal. prática do delito não acarreta o aumento da pena-base, pois
Súmula 630-STJ: A incidência da atenuante da confissão espon- a circunstância judicial é neutra e não pode ser utilizada em
tânea no crime de tráfico ilícito de entorpecentes exige o reco- prejuízo do réu.
nhecimento da traficância pelo acusado, não bastando a
mera admissão da posse ou propriedade para uso próprio.
Critérios especiais da pena de multa
Súmula 636-STJ: A folha de antecedentes criminais é docu-
Art. 60 - Na fixação da pena de multa o juiz deve atender,
mento suficiente a comprovar os maus antecedentes e a reinci-
principalmente, à situação econômica do réu.
dência.
§ 1º - A multa pode ser aumentada até o triplo, se o juiz
considerar que, em virtude da situação econômica do réu, é inefi-
JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ caz, embora aplicada no máximo.
Multa substitutiva
EDIÇÃO N. 26: APLICAÇÃO DA PENA -
§ 2º - A pena privativa de liberdade aplicada, não superior a
CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS
6 meses, pode ser substituída pela de multa, observados os cri-
1) O aumento da pena-base em virtude das circunstâncias judi-
térios dos incisos II e III do art. 44 deste Código (não reincidente
ciais desfavoráveis (art. 59 CP) depende de fundamentação
em crime doloso e circunstâncias judiciais favoráveis).
concreta e específica que extrapole os elementos inerentes ao
tipo penal.
Circunstâncias agravantes
2) Não há ilegalidade na análise conjunta das circunstâncias
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena,
judiciais comuns aos corréus, desde que seja feita de forma
quando não constituem ou qualificam o crime:
fundamentada e com base nas semelhanças existentes.
I - a reincidência;
3) A culpabilidade normativa, que engloba a consciência da
II - ter o agente cometido o crime:
ilicitude e a exigibilidade de conduta diversa e que constitui
a) por motivo fútil ou torpe;
elementar do tipo penal, não se confunde com a circunstân-
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a
cia judicial da culpabilidade (art. 59 do CP), que diz respeito
impunidade ou vantagem de outro crime;
à demonstração do grau de reprovabilidade ou censurabili-
c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou
dade da conduta praticada.
outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do
4) A premeditação do crime evidencia maior culpabilidade
ofendido;
do agente criminoso, autorizando a majoração da pena-base.
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou
5) O prazo de 5 anos do art. 64, I, do Código Penal, afasta os
outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo
efeitos da reincidência, mas não impede o reconhecimento
comum;
de maus antecedentes.
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge -
STF: Após o prazo de 5 anos previsto no art. 64, I, do CP, cessam
CADI;
não apenas os efeitos decorrentes da reincidência, mas também
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de rela-
quaisquer outras valorações negativas por condutas pretéritas
ções domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com
praticadas pelo agente.
violência contra a mulher na forma da lei específica;
6) Os atos infracionais não podem ser considerados maus
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a
antecedentes para a elevação da pena-base, tampouco para
cargo, ofício, ministério ou profissão;
a reincidência.
h) contra criança, MAIOR de 60 anos, enfermo ou mulher
7) Os atos infracionais podem ser valorados negativamente na
grávida;
circunstância judicial referente à personalidade do agente.
i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da
8) Os atos infracionais não podem ser considerados como
autoridade;
personalidade desajustada ou voltada para a criminalidade
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qual-
para fins de exasperação da pena-base.
quer calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido;
OBS: A prática de atos infracionais anteriores serve para justifi-
l) em estado de embriaguez preordenada (aplica-se a teo-
car a decretação ou manutenção da prisão preventiva como
ria da actio libera in causa)
garantia da ordem pública, considerando que indicam que a
personalidade do agente é voltada à criminalidade, havendo
Agravantes no caso de concurso de pessoas
fundado receio de reiteração (STJ, RHC 63.855-M)
Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente
10) O registro decorrente da aceitação de transação penal
que:
pelo acusado não serve para o incremento da pena-base aci-
I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige
ma do mínimo legal em razão de maus antecedentes, tam-
a atividade dos demais agentes;
pouco para configurar a reincidência.
II - coage ou induz outrem à execução material do crime;
12) Havendo diversas condenações anteriores com trânsito
III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito
em julgado, não há bis in idem se uma for considerada
à sua autoridade ou não-punível em virtude de condição ou qua-
como maus antecedentes e a outra como reincidência.
lidade pessoal;
13) Para valoração da personalidade do agente é dispensável a
IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou
existência de laudo técnico confeccionado por especialistas nos
promessa de recompensa.

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(estrangeiro) (Brasil) tes


Reincidência
Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete
novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, CONSEQUÊNCIAS DA REINCIDÊNCIA
no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime ante- Agravante (art. 61, I do CP)
rior.
Torna mais gravoso o regime inicial de cumprimento de pena
Art. 64 - Para efeito de reincidência: (art. 33, § 2º do CP);
I - NÃO PREVALECE a condenação anterior, se entre a O reincidente em crime doloso não tem direito à substituição da
DATA DO CUMPRIMENTO ou EXTINÇÃO da pena e a infração pena privativa de liberdade por restritiva de direitos (art. 44, II);
posterior tiver decorrido período de tempo superior a 5 anos,
computado o período de prova da suspensão ou do livramen- O reincidente em crime doloso não tem direito à suspensão
to condicional, se não ocorrer revogação; condicional da pena – sursis (art. 77, I), salvo se condenado ape-
II - não se consideram os crimes militares próprios e po- nas a pena de multa (§ 1º do art. 77);
líticos. O réu reincidente não poderá ser beneficiado com o privilégio
no furto (art. 155, § 2º), na apropriação indébita (art. 170), no es-
REINCIDÊNCIA telionato (art. 171, § 1º) e na receptação (art. 180, § 5º, do CP);

FICTA/PRESUMIDA REAL A reincidência impede a concessão da transação penal e da sus-


pensão condicional do processo (arts. 76, § 2º, I e 89, caput da
Para ser considerado reincidente Verifica-se a reincidência
Lei nº 9.099/95);
basta a prática de novo crime, quando o agente comete
depois de sentença penal con- novo crime depois de ter No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproxi-
denatória com trânsito em jul- cumprido pena pelo delito mar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes,
gado, mesmo não tendo o réu anterior. entendendo-se como tais as que resultam dos motivos determi-
cumprido a pena do crime ante- nantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência
rior. Adotado pelo CP. (art. 67 do CP);
Influencia no tempo necessário para a concessão do livramento
REINCIDÊNCIA condicional (art. 83);
CRIME CONTRAVENÇÃO O prazo da prescrição executória aumenta em 1/3 se o conde-
nado é reincidente (art. 110) (obs.: não influencia na prescrição
“Art. 63 C.P. - Verifica-se a rein- “Art. 7º LCP. - Verifica-se a
da pretensão punitiva);
cidência quando o agente co- reincidência quando o agente
mete novo crime, depois de pratica uma contravenção de- É causa de interrupção da prescrição executória (art. 117, VI);
transitar em julgado a sentença pois de passar em julgado a
É causa de revogação do sursis (art. 81, I e § 1º), do livramento
que, no País ou no estrangeiro, sentença que o tenha conde-
condicional (art. 86, I e II, e art. 87) e da reabilitação, se a conde-
o tenha condenado por crime nado, no Brasil ou no estran-
nação for a pena que não seja de multa (art. 95).
anterior.” geiro, por qualquer crime, ou, CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Folha de antecedentes criminais é um documento válido para comprovar
no Brasil, por motivo de con- maus antecedentes ou reincidência. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/033cc385728c51d97360020ed57776f0>
travenção.”

Crime-crime Crime-contravenção Circunstâncias atenuantes


Contravenção-contravenção Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena:
I - ser o agente menor de 21, na data do fato, ou maior de
70 anos, na data da sentença;
II - o desconhecimento da lei;
III - ter o agente:
a) cometido o crime por motivo de relevante valor social
SENTENÇA PENAL NOVA INFRAÇÃO CONSEQUÊNCIA ou moral;
CONDENATÓRIA PENAL b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência,
DEFINITIVA logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as consequências,
ou ter, ANTES DO JULGAMENTO, reparado o dano;
Crime (Brasil ou Crime Reincidente (art.
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em
estrangeiro) 63, CP)
cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a in-
Crime (Brasil ou Contravenção Reincidente (art. 7, fluência de violenta emoção, provocada por ato injusto da
estrangeiro) LCP) vítima;
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a
Contravenção Penal Contravenção Reincidente (art. 7,
autoria do crime;
(Brasil) LCP)
e) cometido o crime sob a influência de multidão em tu-
Contravenção Penal Crime Maus anteceden- multo, se não o provocou.
(Brasil) tes

Contravenção Penal Contravenção Penal Maus anteceden- com agravante da promessa de re-
compensa.

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DIA 4 / 23

Possível compensação com agravante da reincidência. ção da agravante da reincidência com a atenuante da confissão
da CONFISSÃO espontânea. (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC)
com agravante da violência contra
10) Nos casos em que há múltipla reincidência, é inviável a com-
mulher.
pensação integral entre a reincidência e a confissão – Tribunais
Superiores vem mitigando e aplicando de acordo com o caso
CONFISSÃO concreto
Admite a prática do crime
SIMPLES Cálculo da pena
Total: confessa a prática de todo o crime Art. 68 - SISTEMA TRIFÁSICO - A pena-base será fixada
Parcial: confessa a prática de parte do crime atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida se-
rão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por
QUALIFICADA Confessa a prática do crime, mas levanta a seu último, as causas de diminuição e de aumento.
favor uma excludente de culpabilidade ou ili- Parágrafo único - No concurso de causas de aumento ou de
citude diminuição previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se a
Ex: réu é acusado de roubo; ele confessa a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, toda-
subtração do bem, negando, porém, o empre- via, a causa que mais aumente ou diminua.
DE CRIME go de violência ou grave ameaça contra a víti-
DIVERSO ma. Dessa forma, confessou a prática de crime 1a Fase: circunstâncias judiciais
diverso, qual seja, furto. Assim, não deverá in- SISTEMA
2a Fase: atenuantes e agravantes
cidir a atenuante da confissão espontânea, TRIFÁSICO
considerando que o réu não reconheceu a au- 3a Fase: causas de diminuição e de aumento
toria do fato típico imputado.
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
Agravantes e atenuantes Causas de aumento e de
diminuição
Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de cir-
cunstância relevante, anterior ou posterior ao crime, embora São consideradas na 2a fase do São consideradas na 3a fase do
não prevista expressamente em lei (Atenuante inominada) cálculo da pena. cálculo da pena.
Coculpabilidade pode ser atenuante inominada. Localizadas, em regra, na Parte Localizadas na Parte Geral e na
Geral do CP. Legislação extra- Parte Especial do CP, bem
Concurso de circunstâncias agravantes e atenuantes vagante também pode prevê. como na legislação extravagan-
Art. 67 - No concurso de agravantes e atenuantes, a pena te.
deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias pre-
Não há previsão legal do Existe previsão legal do quan-
ponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos MO-
quantum de aumento ou dimi- tum.
TIVOS determinantes do crime, da PERSONALIDADE do agente
nuição (fica a critério do juiz).
e da REINCIDÊNCIA.
Agravante e atenuante devem As causas de aumento e de di-
JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ respeitar os limites mínimo e minuição de pena podem ex-
máximo previsto em lei. trapolar os limites previstos no
EDIÇÃO N. 29: APLICAÇÃO DA PENA preceito secundário.
AGRAVANTES E ATENUANTES
2) Em observância ao critério trifásico da dosimetria da pena es-
tabelecido no art. 68 do Código Penal - CP, não é possível a CONCURSO ENTRE CAUSA DE AUMENTO E DE DIMINUIÇÃO
compensação entre institutos de fases distintas. Duas causa de aumento Aplicadas isoladamente
4) Incide a atenuante prevista no art. 65, inciso III, alínea d, do CP genéricas (Princípio da incidência
na chamada CONFISSÃO QUALIFICADA, hipótese em que o au- isolada)
tor confessa a autoria do crime, embora alegando causa ex-
cludente de ilicitude ou culpabilidade. Duas causa de diminuição Aplicadas cumulativamente
5) A condenação transitada em julgado pelo CRIME DE PORTE genéricas (Princípio da incidência
DE SUBSTÂNCIA ENTORPECENTE PARA USO PRÓPRIO NÃO cumulativa)
gera reincidência – STF: A CONDENAÇÃO PRÉVIA POR POR- Causas de aumento e causa Aplicadas cumulativamente:
TE DE DROGAS PARA CONSUMO PRÓPRIO NÃO GERA REIN- de diminuição 1° aumenta
CIDÊNCIA (ambas genéricas) 2° diminui
7) Diante do reconhecimento de mais de uma qualificadora,
somente uma enseja o tipo qualificado, enquanto as outras Duas causas de aumento Juiz limita-se a um só aumen-
devem ser consideradas circunstâncias agravantes, na hipóte- específicas to, prevalecendo a que mais
se de previsão legal, ou, de forma residual, como circunstância aumenta
judicial do art. 59 do Código Penal. Duas causas de diminuição Juiz limita-se a uma só dimi-
8) A agravante da reincidência pode ser comprovada com a fo- específicas nuição, prevalecendo a que
lha de antecedentes criminais, não sendo obrigatória a apre- mais diminua
sentação de certidão cartorária.
9) É possível, na segunda fase do cálculo da pena, a compensa- Causas de aumento e causa Aplicadas cumulativamente:

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DIA 4 / 24

de 1° aumenta ção de suas matérias-primas), e o crime do art. 55 da Lei n.


diminuição 2° diminui 9.605/98 (que protege o meio ambiente, proibindo a extração
(ambas específicas) de recursos minerais), não havendo conflito aparente de normas
já que protegem bens jurídicos distintos.
Causa de aumento genérica e Aplica, isoladamente, os dois
4) O aumento decorrente do concurso formal deve se dar de
específica aumentos
acordo com o número de infrações.
Causa de diminuição genérica Aplica, cumulativamente, as 5) A apreensão de mais de uma arma de fogo, acessório ou
e específica duas diminuições munição, em um mesmo contexto fático, não caracteriza con-
curso formal ou material de crimes, mas delito único.
Concurso material 6) O benefício da suspensão do processo não é aplicável em re-
Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou lação às infrações penais cometidas em concurso material, con-
omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, apli- curso formal ou continuidade delitiva, quando a pena mínima
cam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em cominada, seja pelo somatório, seja pela incidência da majoran-
que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de te, ultrapassar o limite de um (01) ano. (Súmula n. 243/STJ)
reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela. SISTEMA DO 7) No concurso de crimes, o cálculo da prescrição da preten-
CÚMULO MATERIAL são punitiva é feito considerando cada crime isoladamente,
§ 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido NÃO SE COMPUTANDO O ACRÉSCIMO decorrente do con-
aplicada pena privativa de liberdade, não suspensa, por um dos curso formal, material ou da continuidade delitiva.
crimes, para os demais será incabível a substituição de que 8) No caso de concurso de crimes, a pena considerada para
trata o art. 44 deste Código. fins de competência e transação penal será o resultado da
§ 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o soma ou da exasperação das penas máximas cominadas ao
condenado cumprirá simultaneamente as que forem compatí- delito.
veis entre si e sucessivamente as demais.
Crime continuado – TEORIA DA FICÇÃO JURÍDICA
Concurso formal Art. 71 - CRIME CONTINUADO GENÉRICO - Quando o
Art. 70 - CONCURSO FORMAL PRÓPRIO - Quando o agen- agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois
te, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais cri- ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tem-
mes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas ca- po, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem
bíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro,
qualquer caso, de um 1/6 até 1/2. SISTEMA DA EXASPERA- aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a
ÇÃO. mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um
CONCURSO FORMAL IMPRÓPRIO - As penas apli- 1/6 a 2/3. SISTEMA DA EXASPERAÇÃO.
cam-se, entretanto, cumulativamente, se a AÇÃO OU OMISSÃO Parágrafo único – CRIME CONTINUADO ESPECÍFICO - Nos
É DOLOSA e os CRIMES CONCORRENTES RESULTAM DE DE- CRIMES DOLOSOS, contra VÍTIMAS DIFERENTES, COMETIDOS
SÍGNIOS AUTÔNOMOS, consoante o disposto no artigo anterior. COM VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA À PESSOA, poderá o juiz,
SISTEMA DO CÚMULO MATERIAL. considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e
Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria ca- a personalidade do agente, bem como os motivos e as circuns-
bível pela regra do art. 69 deste Código. tâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou
a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras do
parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código.
CONCURSO MATERIAL BENÉFICO: ocorre quando o aumento
da pena resultante da fração do concurso formal é maior do que
a soma das penas no concurso material, neste caso, apesar dos Súmula 711-STF: A lei penal mais grave aplica-se ao crime con-
crimes serem cometidos em uma única ação as penas serão so- tinuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à
madas. cessação da continuidade ou da permanência.

JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ

EDIÇÃO N. 23: CONCURSO FORMAL EDIÇÃO N. 17: CRIME CONTINUADO - I


1) O roubo praticado contra vítimas diferentes em um único 1) Para a caracterização da continuidade delitiva é impres-
contexto configura o concurso formal (PRÓPRIO) e não cri- cindível o preenchimento de requisitos de ordem objetiva -
me único, ante a pluralidade de bens jurídicos ofendidos. mesmas condições de tempo, lugar e forma de execução - e
Segundo decidiu o STJ em caso de roubo praticado no interior de ordem subjetiva - unidade de desígnios ou vínculo subje-
de ônibus o fato de a conduta ter ocasionado violação de patri- tivo entre os eventos (TEORIA MISTA OU OBJETIVO-SUBJE-
mônios distintos (o da empresa de transporte coletivo e o do TIVA).
cobrador não descaracteriza a ocorrência de crime único se to- 2) A continuidade delitiva, em regra, não pode ser reconhe-
dos os bens subtraídos estavam na posse do cobrador. cida quando se tratarem de delitos praticados em período
2) A distinção entre o concurso formal próprio e o impróprio superior a 30 dias.
relaciona-se com o elemento subjetivo do agente, ou seja, a 3) A continuidade delitiva pode ser reconhecida quando se
existência ou não de desígnios autônomos. tratarem de delitos ocorridos em comarcas limítrofes ou
3) É possível o concurso formal entre o crime do art. 2º da Lei n. próximas.
8.176/91 (que tutela o patrimônio da União, proibindo a usurpa- 4) A continuidade delitiva não pode ser reconhecida quando

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DIA 4 / 25

se tratarem de delitos cometidos com modos de execução


diversos. Multas no concurso de crimes
5) Não há crime continuado quando configurada habitualida- Art. 72 - No concurso de crimes, as penas de multa são apli-
de delitiva ou reiteração criminosa. cadas distinta e integralmente. SISTEMA DO CÚMULO MATE-
8) O estupro e atentado violento ao pudor cometidos contra RIAL.
a mesma vítima e no mesmo contexto devem ser tratados STJ: "Na hipótese da aplicação da pena de multa no crime conti-
como crime único, após a nova disciplina trazida pela Lei n. nuado, não é aplicável a regra do artigo 72, do Código Penal”
12.015/09.
9) É possível reconhecer a continuidade delitiva entre estupro e Erro na execução (ABERRATIO ICTUS) - Atinge mesmo
atentado violento ao pudor quando praticados contra vítimas bem jurídico
diversas ou fora do mesmo contexto, desde que presentes os Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de
requisitos do artigo 71 do Código Penal. execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia
10) A Lei n. 12.015/09, ao incluir no mesmo tipo penal os delitos ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse pra-
de estupro e atentado violento ao pudor, possibilitou a caracte- ticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º
rização de crime único ou de crime continuado entre as condu- do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a pes-
tas, devendo retroagir para alcançar os fatos praticados antes da soa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70
sua vigência, por se tratar de norma penal mais benéfica. deste Código (concurso formal)
11) No concurso de crimes, a pena considerada para fins de
fixação da competência do Juizado Especial Criminal será o Resultado diverso do pretendido (ABERRATIO CRIMINIS)-
resultado da soma, no caso de concurso material, ou da Atinge bem jurídico diverso
exasperação, na hipótese de concurso formal ou crime con- Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por aci-
tinuado, das penas máximas cominadas aos delitos. dente ou erro na execução do crime, sobrevém resultado di-
EDIÇÃO N. 20: CRIME CONTINUADO - II verso do pretendido, o agente responde por culpa, se o fato é
1) Para a caracterização da continuidade delitiva, são consi- previsto como crime culposo; se ocorre também o resultado
derados crimes da mesma espécie aqueles previstos no mes- pretendido, aplica-se a regra do art. 70 deste Código (concurso
mo tipo penal. formal)
2) É possível o reconhecimento de crime continuado entre os
delitos de apropriação indébita previdenciária (art. 168-A do Limite das penas
CP) e de sonegação de contribuição previdenciária (art.337- Art. 75. O tempo de cumprimento das penas privativas de
A do CP). liberdade não pode ser superior a 40 anos. (LEI 13964/19)
3) Presentes as condições do art. 71 do Código Penal, deve ser § 1º Quando o agente for condenado a penas privativas de
reconhecida a continuidade delitiva no crime de peculato-des- liberdade cuja soma seja superior a 40 anos, devem elas ser
vio. unificadas para atender ao limite máximo deste artigo. (LEI
4) Não é possível reconhecer a continuidade delitiva entre os 13964/19)
crimes de roubo (art. 157 do CP) e de latrocínio (art. 157, § § 2º - Sobrevindo condenação por fato posterior ao início do
3º, segunda parte, do CP) porque apesar de serem do mes- cumprimento da pena, far-se-á nova unificação, desprezando-se,
mo gênero não são da mesma espécie. para esse fim, o período de pena já cumprido.
5) Não é possível reconhecer a continuidade delitiva entre os
crimes de roubo (art. 157 do CP) e de extorsão (art. 158 do TEMPO DE CUMPRIMENTO PPL
CP), pois são infrações penais de espécies diferentes.
ANTES DA LEI 13964/19 DEPOIS DA LEI 13964/19
6) Admite-se a continuidade delitiva nos crimes contra a
vida. 30 anos 40 anos
8) Na continuidade delitiva prevista no caput do art. 71 do CP, o
aumento se faz em razão do número de infrações praticadas Novatio legis in pejus (não
e de acordo com a seguinte correlação: 1/6 para duas infrações; retroage)
1/5 para três; 1/4 para quatro; 1/3 para cinco; 1/2 para seis; 2/3
para sete ou mais ilícitos. Concurso de infrações
9) Na continuidade delitiva específica, prevista no parágrafo úni- Art. 76 - No concurso de infrações, executar-se-á primeira-
co do art. 71 do CP, o aumento fundamenta-se no número de mente a pena mais grave.
infrações cometidas e nas circunstâncias judiciais do art. 59
do CP. CÓDIGO PROCESSO PENAL
10) Caracterizado o concurso formal e a continuidade delitiva
entre infrações penais, aplica-se somente o aumento relativo
CAPÍTULO IV
à continuidade, sob pena de bis in idem.
DA CONFISSÃO
12) No crime continuado, a pena de multa deve ser aplicada
Art. 197. O valor da confissão se aferirá pelos critérios ado-
mediante o critério da exasperação, tendo em vista a inaplica-
tados para os outros elementos de prova, e para a sua aprecia-
bilidade do art. 72 do CP.
ção o juiz deverá confrontá-la com as demais provas do pro-
13) O reconhecimento dos pressupostos do crime continuado,
cesso, verificando se entre ela e estas existe compatibilidade ou
notadamente as condições de tempo, lugar e maneira de execu-
concordância.
ção, demanda dilação probatória, incabível na via estreita do ha-
beas corpus.

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DIA 4 / 26

Art. 198. O silêncio do acusado não importará confissão, LEI DE DROGAS 5


mas poderá constituir elemento para a formação do convenci-
mento do juiz (parte final não recepcionada pela CF/88) PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO 3

Art. 199. A confissão, quando feita fora do interrogatório, CLASSIFICAÇÃO


será tomada por termo nos autos, observado o disposto no art.
195. NUMERÁRIAS Arroladas pelas partes e
compromissadas
Art. 200. A confissão será DIVISÍVEL e RETRATÁVEL, sem EXTRANUMERÁRIAS Ouvidas por iniciativa do juiz; em regra,
prejuízo do livre convencimento do juiz, fundado no exame das compromissadas (art. 209)
provas em conjunto.
INFORMANTES Não prestam o compromisso.
CAPÍTULO V PRÓPRIAS Ouvida especificamente sobre os fatos
DO OFENDIDO delituosos
Art. 201. Sempre que possível, o ofendido será qualifica-
do e perguntado sobre as circunstâncias da infração, quem seja IMPRÓPRIA, Presta depoimento sobre um ato da
ou presuma ser o seu autor, as provas que possa indicar, to- INSTRUMENTÁRIA persecução criminal.
mando-se por termo as suas declarações. OU FEDATÁRIA
§ 1o Se, intimado para esse fim, deixar de comparecer sem LAUDADORES Prestam declarações sobre os
motivo justo, o ofendido poderá ser conduzido à presença da antecedentes do infrator
autoridade
§ 2o O ofendido será comunicado dos atos processuais relati- TESTEMUNHAS DE Agentes infiltrados
vos ao ingresso e à saída do acusado da prisão, à designação COROA
de data para audiência e à sentença e respectivos acórdãos que INÓCUA Pessoa que nada sabe para elucidar a
a mantenham ou modifiquem. causa. Não será computada com
§ 3o As comunicações ao ofendido deverão ser feitas no en- testemunha (art. 209, § 2º).
dereço por ele indicado, admitindo-se, por opção do ofendido,
o uso de meio eletrônico.
Art. 202. TODA PESSOA poderá ser testemunha.
§ 4o Antes do início da audiência e durante a sua realização,
será reservado espaço separado para o ofendido.
Art. 203. A testemunha fará, sob palavra de honra, a pro-
§ 5o Se o juiz entender necessário, poderá encaminhar o
messa de dizer a verdade do que souber e lhe for perguntado,
ofendido para atendimento multidisciplinar, especialmente nas
devendo declarar seu nome, sua idade, seu estado e sua residên-
áreas psicossocial, de assistência jurídica e de saúde, a expensas
cia, sua profissão, lugar onde exerce sua atividade, se é parente, e
do ofensor ou do Estado.
em que grau, de alguma das partes, ou quais suas relações com
§ 6o O juiz tomará as providências necessárias à preservação
qualquer delas, e relatar o que souber, explicando sempre as ra-
da intimidade, vida privada, honra e imagem do ofendido, poden-
zões de sua ciência ou as circunstâncias pelas quais possa avaliar-
do, inclusive, determinar o segredo de justiça em relação aos da-
se de sua credibilidade.
dos, depoimentos e outras informações constantes dos autos a
seu respeito para evitar sua exposição aos meios de comunicação.
Art. 204. O depoimento será prestado oralmente, não sen-
do permitido à testemunha trazê-lo por escrito.
CAPÍTULO VI
Parágrafo único. Não será vedada à testemunha, entretan-
DAS TESTEMUNHAS
to, breve consulta a apontamentos.
CARACTERÍSTICAS DA PROVA TESTEMUNHAL
JUDICIALIDADE Testemunha é a pessoa que presta Art. 205. Se ocorrer dúvida sobre a identidade da testemu-
depoimento perante o magistrado nha, o juiz procederá à verificação pelos meios ao seu alcance,
podendo, entretanto, tomar-lhe o depoimento desde logo.
ORALIDADE Admite consulta a apontamentos
OBJETIVIDADE Evitar emissão de opinião pessoal Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da obriga-
ção de depor. Poderão, entretanto, recusar-se a fazê-lo o ascen-
INDIVIDUALIDADE Cada testemunha será ouvida de forma dente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que
individual desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusa-
RETROSPECTIVIDADE Narrará fatos com o qual já teve do, salvo quando não for possível, por outro modo, obter-se
contato ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias.

Art. 207. São PROIBIDAS de depor as pessoas que, em ra-


NÚMERO DE TESTEMUNHAS zão de função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar se-
PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO gredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem
8 dar o seu testemunho.
1a FASE DO JÚRI
PROCEDIMENTO COMUM SUMÁRIO Art. 208. Não se deferirá o compromisso a que alude o art.
203 aos doentes e deficientes mentais e aos menores de 14
2a FASE DO JÚRI anos, nem às pessoas a que se refere o art. 206.

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DIA 4 / 27

Parágrafo único. A adoção de qualquer das medidas previs-


Art. 209. O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir ou- tas no caput deste artigo deverá constar do termo, assim como os
tras testemunhas, além das indicadas pelas partes. motivos que a determinaram.
§ 1o Se ao juiz parecer conveniente, serão ouvidas as pesso-
as a que as testemunhas se referirem [TESTEMUNHAS REFERI- Art. 218. Se, regularmente intimada, a testemunha deixar de
DAS] comparecer sem motivo justificado, o juiz poderá requisitar à
§ 2o Não será computada como testemunha a pessoa que autoridade policial a sua apresentação ou determinar seja
nada souber que interesse à decisão da causa. conduzida por oficial de justiça, que poderá solicitar o auxílio
da força pública.
Art. 210. As testemunhas serão inquiridas cada uma de per
si, de modo que umas não saibam nem ouçam os depoimentos Art. 219. O juiz poderá aplicar à testemunha faltosa a multa
das outras, devendo o juiz adverti-las das penas cominadas ao prevista no art. 453, sem prejuízo do processo penal por crime de
falso testemunho. desobediência, e condená-la ao pagamento das custas da diligên-
Parágrafo único. Antes do início da audiência e durante a sua cia.
realização, serão reservados espaços separados para a garantia da
incomunicabilidade das testemunhas. Art. 220. As pessoas impossibilitadas, por enfermidade ou
por velhice, de comparecer para depor, serão inquiridas onde
Art. 211. Se o juiz, ao pronunciar sentença final, reconhecer estiverem.
que alguma testemunha fez afirmação falsa, calou ou negou a
verdade, remeterá cópia do depoimento à autoridade policial Art. 221. O Presidente e o Vice-Presidente da República, os
para a instauração de inquérito. senadores e deputados federais, os ministros de Estado, os gover-
Parágrafo único. Tendo o depoimento sido prestado em nadores de Estados e Territórios, os secretários de Estado, os pre-
plenário de julgamento, o juiz, no caso de proferir decisão na feitos do Distrito Federal e dos Municípios, os deputados às As-
audiência (art. 538, § 2), o tribunal (art. 561), ou o conselho de sembleias Legislativas Estaduais, os membros do Poder Judiciário,
sentença, após a votação dos quesitos, poderão fazer apresen- os ministros e juízes dos Tribunais de Contas da União, dos Esta-
tar imediatamente a testemunha à autoridade policial. dos, do Distrito Federal, bem como os do Tribunal Marítimo serão
inquiridos em local, dia e hora previamente ajustados entre
Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas partes di- eles e o juiz.
retamente à testemunha, não admitindo o juiz aquelas que pu- § 1o O Presidente e o Vice-Presidente da República, os
derem induzir a resposta, não tiverem relação com a causa ou im- presidentes do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do
portarem na repetição de outra já respondida [SISTEMA DO Supremo Tribunal Federal poderão optar pela PRESTAÇÃO DE
CROSS EXAMINATION] DEPOIMENTO POR ESCRITO, caso em que as perguntas, formu-
Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz ladas pelas partes e deferidas pelo juiz, lhes serão transmitidas
poderá complementar a inquirição. por ofício.
§ 2o Os militares deverão ser requisitados à autoridade su-
Art. 213. O juiz não permitirá que a testemunha manifeste perior.
suas apreciações pessoais, salvo quando inseparáveis da narra- § 3o Aos funcionários públicos aplicar-se-á o disposto no art.
tiva do fato. 218, devendo, porém, a expedição do mandado ser imediatamen-
te comunicada ao chefe da repartição em que servirem, com indi-
Art. 214. Antes de iniciado o depoimento, as partes poderão cação do dia e da hora marcados
contraditar a testemunha ou arguir circunstâncias ou defeitos,
que a tornem suspeita de parcialidade, ou indigna de fé. O juiz Art. 222. A testemunha que morar fora da jurisdição do juiz
fará consignar a contradita ou arguição e a resposta da testemu- será inquirida pelo juiz do lugar de sua residência, expedindo-se,
nha, mas só excluirá a testemunha ou não lhe deferirá com- para esse fim, carta precatória, com prazo razoável, intimadas as
promisso nos casos previstos nos arts. 207 e 208. partes.
§ 1o A expedição da precatória NÃO SUSPENDERÁ a ins-
Art. 215. Na redação do depoimento, o juiz deverá cingir-se, trução criminal.
tanto quanto possível, às expressões usadas pelas testemunhas, § 2o Findo o prazo marcado, poderá realizar-se o julgamen-
reproduzindo fielmente as suas frases. to, mas, a todo tempo, a precatória, uma vez devolvida, será
junta aos autos.
Art. 216. O depoimento da testemunha será reduzido a ter- § 3o Na hipótese prevista no caput deste artigo, a oitiva de
mo, assinado por ela, pelo juiz e pelas partes. Se a testemunha testemunha poderá ser realizada por meio de videoconferên-
não souber assinar, ou não puder fazê-lo, pedirá a alguém que o cia ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e ima-
faça por ela, depois de lido na presença de ambos. gens em tempo real, permitida a presença do defensor e poden-
do ser realizada, inclusive, durante a realização da audiência de
Art. 217. Se o juiz verificar que a presença do réu poderá instrução e julgamento.
causar humilhação, temor, ou sério constrangimento à testemu-
nha ou ao ofendido, de modo que prejudique a verdade do de- SÚMULAS SOBRE PRECATÓRIA
poimento, fará a inquirição por videoconferência e, somente
na impossibilidade dessa forma, determinará a retirada do STF
réu, prosseguindo na inquirição, com a presença do seu defen- Súmula 155-STF: É relativa a nulidade do processo criminal
sor. por falta de intimação da expedição de precatória para inqui-

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DIA 4 / 28

rição de testemunha. não se tratar de exigência, mas apenas recomendação, sendo


válido o ato quando realizado de forma diversa da prevista em
STJ
lei. STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1444634/SP, Rel. Min. Joel Ilan
Súmula 273-STJ: Intimada a defesa da expedição da carta pre- Paciornik, julgado em 01/06/2017. STJ. 6ª Turma. AgRg no AREsp
catória, torna-se desnecessária intimação da data da audiên- 1054280/PE, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em
cia no juízo deprecado. 06/06/2017.
ATENÇÃO: se o réu for assistido pela Defensoria Pública e, na
sede do juízo deprecado a Instituição estiver instalada e estrutu- Art. 227. No reconhecimento de objeto, proceder-se-á com
rada, será obrigatória a intimação da Defensoria acerca do dia as cautelas estabelecidas no artigo anterior, no que for aplicável.
do ato processual designado, sob pena de nulidade (STF RHC
106394/MG, j. em 30/10/2012). Art. 228. Se várias forem as pessoas chamadas a efetuar o
reconhecimento de pessoa ou de objeto, cada uma fará a prova
Art. 222-A. As cartas rogatórias SÓ serão expedidas se em separado, evitando-se qualquer comunicação entre elas.
demonstrada previamente a sua imprescindibilidade, arcando
a parte requerente com os custos de envio. CAPÍTULO VIII
Parágrafo único. Aplica-se às cartas rogatórias o disposto DA ACAREAÇÃO
nos §§ 1o e 2o do art. 222 deste Código. Art. 229. A acareação será admitida entre acusados, entre
acusado e testemunha, entre testemunhas, entre acusado ou tes-
Art. 223. Quando a testemunha não conhecer a língua naci- temunha e a pessoa ofendida, e entre as pessoas ofendidas, sem-
onal, será nomeado intérprete para traduzir as perguntas e res- pre que divergirem, em suas declarações, sobre fatos ou cir-
postas. cunstâncias relevantes.
Parágrafo único. Tratando-se de mudo, surdo ou surdo- Parágrafo único. Os acareados serão reperguntados, para
mudo, proceder-se-á na conformidade do art. 192. que expliquem os pontos de divergências, reduzindo-se a termo
o ato de acareação.
Art. 224. As testemunhas comunicarão ao juiz, dentro de 1
ano, qualquer mudança de residência, sujeitando-se, pela simples Art. 230. Se ausente alguma testemunha, cujas declarações
omissão, às penas do não-comparecimento. divirjam das de outra, que esteja presente, a esta se darão a co-
nhecer os pontos da divergência, consignando-se no auto o que
Art. 225. Se qualquer testemunha houver de ausentar-se, ou, explicar ou observar. Se subsistir a discordância, expedir-se-á pre-
por enfermidade ou por velhice, inspirar receio de que ao tempo catória à autoridade do lugar onde resida a testemunha ausente,
da instrução criminal já não exista, o juiz poderá, de ofício ou a transcrevendo-se as declarações desta e as da testemunha pre-
requerimento de qualquer das partes, tomar-lhe antecipadamen- sente, nos pontos em que divergirem, bem como o texto do refe-
te o depoimento. rido auto, a fim de que se complete a diligência, ouvindo-se a tes-
temunha ausente, pela mesma forma estabelecida para a teste-
CAPÍTULO VII munha presente. Esta diligência só se realizará quando não im-
DO RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS porte demora prejudicial ao processo e o juiz a entenda con-
Art. 226. Quando houver necessidade de fazer-se o reco- veniente.
nhecimento de pessoa, proceder-se-á pela seguinte forma:
I - a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será convi- CAPÍTULO IX
dada a descrever a pessoa que deva ser reconhecida; DOS DOCUMENTOS
II - a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será colo- Art. 231. Salvo os casos expressos em lei, as partes poderão
cada, se possível, ao lado de outras que com ela tiverem qual- apresentar documentos em qualquer fase do processo.
quer semelhança, convidando-se quem tiver de fazer o reconheci-
mento a apontá-la; Art. 232. Consideram-se documentos quaisquer escritos,
III - se houver razão para recear que a pessoa chamada para instrumentos ou papéis, públicos ou particulares.
o reconhecimento, por efeito de intimidação ou outra influência, Parágrafo único. À fotografia do documento, devidamente
não diga a verdade em face da pessoa que deve ser reconhecida, autenticada, se dará o mesmo valor do original.
a autoridade providenciará para que esta não veja aquela;
IV - do ato de reconhecimento lavrar-se-á auto pormenori- Art. 233. As cartas particulares, interceptadas ou obtidas por
zado, subscrito pela autoridade, pela pessoa chamada para proce- meios criminosos, não serão admitidas em juízo.
der ao reconhecimento e por duas testemunhas presenciais. Parágrafo único. As cartas poderão ser exibidas em juízo
Parágrafo único. O disposto no n° III deste artigo não terá pelo respectivo destinatário, para a defesa de seu direito, ainda
aplicação na fase da instrução criminal ou em plenário de julga- que não haja consentimento do signatário.
mento.
Art. 234. Se o juiz tiver notícia da existência de documento
O art. 226 do CPP estabelece formalidades para o reconheci- relativo a ponto relevante da acusação ou da defesa, providencia-
mento de pessoas (reconhecimento pessoal). Vale ressaltar, no rá, independentemente de requerimento de qualquer das partes,
entanto, que as disposições contidas no art. 226 do CPP con- para sua juntada aos autos, se possível.
figuram uma recomendação legal, e não uma exigência ab-
soluta. Assim, a inobservância das formalidades legais para o
reconhecimento pessoal do acusado não enseja nulidade, por

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DIA 4 / 29

Art. 235. A letra e firma dos documentos particulares serão § 1o Se houver ordem de prisão, constará do próprio texto
submetidas a exame pericial, quando contestada a sua autentici- do mandado de busca.
dade. § 2o Não será permitida a apreensão de documento em po-
der do defensor do acusado, salvo quando constituir elemento
Art. 236. Os documentos em língua estrangeira, sem prejuí- do corpo de delito.
zo de sua juntada imediata, serão, se necessário, traduzidos por
tradutor público, ou, na falta, por pessoa idônea nomeada pela Art. 244. A busca pessoal independerá de mandado, no
autoridade. caso de prisão ou quando houver fundada suspeita de que a
pessoa esteja na posse de arma proibida ou de objetos ou pa-
Art. 237. As públicas-formas só terão valor quando conferi- péis que constituam corpo de delito, ou quando a medida for
das com o original, em presença da autoridade. determinada no curso de busca domiciliar.

Art. 238. Os documentos originais, juntos a processo findo, Art. 245. As buscas domiciliares serão executadas de dia,
quando não exista motivo relevante que justifique a sua conser- salvo se o morador consentir que se realizem à noite, e, antes de
vação nos autos, poderão, mediante requerimento, e ouvido o penetrarem na casa, os executores mostrarão e lerão o mandado
Ministério Público, ser entregues à parte que os produziu, ficando ao morador, ou a quem o represente, intimando-o, em seguida, a
traslado nos autos. abrir a porta.
§ 1o Se a própria autoridade der a busca, declarará previa-
CAPÍTULO X mente sua qualidade e o objeto da diligência.
DOS INDÍCIOS § 2o Em caso de desobediência, será arrombada a porta e
Art. 239. Considera-se indício a circunstância conhecida e forçada a entrada.
provada, que, tendo relação com o fato, autorize, por indu- § 3o Recalcitrando o morador, será permitido o emprego de
ção, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias. força contra coisas existentes no interior da casa, para o descobri-
mento do que se procura.
CAPÍTULO XI § 4o Observar-se-á o disposto nos §§ 2o e 3o, quando ausen-
DA BUSCA E DA APREENSÃO tes os moradores, devendo, neste caso, ser intimado a assistir à
Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal. diligência qualquer vizinho, se houver e estiver presente.
§ 1o Proceder-se-á à busca domiciliar, quando fundadas ra- § 5o Se é determinada a pessoa ou coisa que se vai procurar,
zões a autorizarem, para: o morador será intimado a mostrá-la.
a) prender criminosos; § 6o Descoberta a pessoa ou coisa que se procura, será ime-
b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios crimino- diatamente apreendida e posta sob custódia da autoridade ou de
sos; seus agentes.
c) apreender instrumentos de falsificação ou de contrafação § 7o Finda a diligência, os executores lavrarão auto circuns-
e objetos falsificados ou contrafeitos; tanciado, assinando-o com 2 testemunhas presenciais, sem pre-
d) apreender armas e munições, instrumentos utilizados na juízo do disposto no § 4o.
prática de crime ou destinados a fim delituoso;
e) descobrir objetos necessários à prova de infração ou à de- Art. 246. Aplicar-se-á também o disposto no artigo anterior,
fesa do réu; quando se tiver de proceder a busca em compartimento habitado
f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em aposento ocupado de habitação coletiva ou em comparti-
ou em seu poder, quando haja suspeita de que o conhecimento mento não aberto ao público, onde alguém exercer profissão ou
do seu conteúdo possa ser útil à elucidação do fato; atividade.
g) apreender pessoas vítimas de crimes;
h) colher qualquer elemento de convicção. Art. 247. Não sendo encontrada a pessoa ou coisa procura-
§ 2o Proceder-se-á à busca pessoal quando houver fundada da, os motivos da diligência serão comunicados a quem tiver so-
suspeita de que alguém oculte consigo arma proibida ou objetos frido a busca, se o requerer.
mencionados nas letras b a f e letra h do parágrafo anterior.
Art. 248. Em casa habitada, a busca será feita de modo que
Art. 241. Quando a própria autoridade policial ou judiciária não moleste os moradores mais do que o indispensável para o
não a realizar pessoalmente, a busca domiciliar deverá ser prece- êxito da diligência.
dida da expedição de mandado.
Art. 249. A busca em mulher será feita por outra mulher, se
Art. 242. A busca poderá ser determinada de ofício ou a não importar retardamento ou prejuízo da diligência.
requerimento de qualquer das partes.
Art. 250. A autoridade ou seus agentes poderão penetrar no
Art. 243. O mandado de busca deverá: território de jurisdição alheia, ainda que de outro Estado, quando,
I - indicar, o mais precisamente possível, a casa em que será para o fim de apreensão, forem no seguimento de pessoa ou coi-
realizada a diligência e o nome do respectivo proprietário ou mo- sa, devendo apresentar-se à competente autoridade local, an-
rador; ou, no caso de busca pessoal, o nome da pessoa que terá tes da diligência ou após, conforme a urgência desta.
de sofrê-la ou os sinais que a identifiquem; § 1o Entender-se-á que a autoridade ou seus agentes vão
II - mencionar o motivo e os fins da diligência; em seguimento da pessoa ou coisa, quando:
III - ser subscrito pelo escrivão e assinado pela autoridade a) tendo conhecimento direto de sua remoção ou transporte,
que o fizer expedir. a seguirem sem interrupção, embora depois a percam de vista;

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DIA 4 / 30

b) ainda que não a tenham avistado, mas sabendo, por infor-


mações fidedignas ou circunstâncias indiciárias, que está sendo
removida ou transportada em determinada direção, forem ao seu
encalço.
§ 2o Se as autoridades locais tiverem fundadas razões para
duvidar da legitimidade das pessoas que, nas referidas diligências,
entrarem pelos seus distritos, ou da legalidade dos mandados
que apresentarem, poderão exigir as provas dessa legitimidade,
mas de modo que não se frustre a diligência.

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DIA 5 / 1

Súmula 615-STJ: Não pode ocorrer ou permanecer a inscri-


Dia 5 ção do município em cadastros restritivos fundada em irre-
gularidades na gestão anterior quando, na gestão sucessora,
são tomadas as providências cabíveis à reparação dos danos
Constituição Federal: art. 37-43 eventualmente cometidos .
Código Civil: art. 189-232
Código Processo Civil: art. 150-187
SÚMULAS SOBRE CONSELHOS PROFISSIONAIS
Código Penal: art. 77-99
Código Processo Penal: art. 251-310 Súmula 79-STJ: Os bancos comerciais não estão sujeitos a
registro nos Conselhos Regionais de Economia
Controle de Leitura Súmula 120-STJ: O oficial de farmácia, inscrito no conselho
regional de farmácia, pode ser responsável técnico por drogaria.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL Súmula 275-STJ: O auxiliar de farmácia não pode ser
responsável técnico por farmácia ou drogaria.
Súmula 413-STJ: O farmacêutico pode acumular a
CAPÍTULO VII
responsabilidade técnica por uma farmácia e uma drogaria ou
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
por duas drogarias.
SÚMULAS SOBRE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Súmula 561-STJ: Os conselhos regionais de Farmácia possuem
STF atribuição para fiscalizar e autuar as farmácias e drogarias
quanto ao cumprimento da exigência de manter profissional
Súmula vinculante 13-STF: A nomeação de cônjuge, compa- legalmente habilitado (farmacêutico) durante todo o período de
nheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até funcionamento dos respectivos estabelecimentos.
o 3° grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da
mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou
assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ
confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pú- EDIÇÃO N. 135: CONSELHOS PROFISSIONAIS - I
blica direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos 1) Os conselhos de fiscalização profissionais possuem natureza
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o jurídica de autarquia, sujeitando-se, portanto, ao regime
ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição jurídico de direito público.
Federal. 2) Com a suspensão da redação dada pela Emenda
A norma que impede nepotismo no serviço público não alcança Constitucional n. 19/1998 ao caput do art. 39 da Constituição
servidores de provimento efetivo. STF. Plenário. ADI 524/ES Federal de 1988, no julgamento da Medida Cautelar em Ação
(Info 786). Direta de Inconstitucionalidade n. 2.135/DF, o regime jurídico
Não haverá nepotismo se a pessoa nomeada possui um paren- dos conselhos profissionais deve ser, obrigatoriamente, o
te no órgão, mas sem influência hierárquica sobre a nomea- estatutário.
ção. STF. 2ª Turma. Rcl 18564/SP (Info 815). 3) Os servidores dos conselhos de fiscalização profissional
A nomeação do cônjuge de prefeito para o cargo de Secretário submetem-se ao regime jurídico único, de modo que a
Municipal por se tratar de cargo público de natureza política aposentadoria ocorrida após a publicação das decisões
por si só, não caracteriza ato de improbidade administrativa. proferidas nas ADI n. 1.717/DF e ADI n. 2.135/DF, esta última em
STF. 2ª Turma. Rcl 22339 AgR/SP (Info 914). sede de liminar, segue o regime estatutário.
Súmula 6-STF: A revogação ou anulação, pelo Poder Executivo, 4) Os conselhos de fiscalização profissionais não podem
de aposentadoria, ou qualquer outro ato aprovado pelo Tribunal registrar seus veículos como oficiais porque compõem a
de Contas, não produz efeitos antes de aprovada por aquele administração pública indireta e o §1º do art. 120 do Código
tribunal, ressalvada a competência revisora do judiciário. de Trânsito Brasileiro - CTB autoriza apenas o registro de
Súmula 8-STF: Diretor de sociedade de economia mista pode veículos oficiais da administração direta.
ser destituído no curso do mandato 5) Os conselhos profissionais têm poder de polícia para
Súmula 346-STF: A administração pública pode declarar a nuli- fiscalizar as profissões regulamentadas, inclusive no que
dade dos seus próprios atos. concerne à cobrança de anuidades e à aplicação de sanções.
Súmula 473-STF: A administração pode anular seus próprios 6) A partir da vigência da Lei n. 12.514/2011, o fato gerador para
atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque a cobrança de anuidades de órgão de fiscalização profissional é
deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de o registro no conselho e não mais o efetivo exercício da
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adqui- profissão.
ridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial 7) As anuidades devidas aos conselhos profissionais
STJ constituem contribuição de interesse das categorias
profissionais, de natureza tributária, sujeita a lançamento de
Súmula 525-STJ: A Câmara de vereadores não possui persona- ofício.
lidade jurídica, apenas personalidade judiciária, somente po- 8) O prazo prescricional para cobrança de anuidades pagas
dendo demandar em juízo para defender os seus direitos insti- aos conselhos profissionais tem início somente quando o
tucionais. OBS: personalidade judiciária não é ampla e ela só total da dívida inscrita atingir o valor mínimo
pode demandar em juízo para defender os seus direitos institu- correspondente a 4 anuidades, conforme disposto no art. 8º
cionais (aqueles relacionados ao funcionamento, autonomia e da Lei n. 12.514/2011.
independência do órgão). 9) A Ordem dos Advogados do Brasil - OAB, embora possua

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DIA 5 / 2

natureza jurídica especialíssima, submete-se ao disposto no art. preenchimento dos requisitos previstos no art. 15, § 3º, da Lei n.
8º da Lei n. 12.514/2011, que determina que os conselhos de 5.991/1973, c/c o art. 28 do Decreto n. 74.170/1974,
classe somente executarão dívida de anuidade quando o total entendimento que deve ser aplicado até a entrada em vigor da
do valor inscrito atingir o montante mínimo correspondente a Lei n. 13.021/2014. (Tese julgada sob o rito do art. 1036 do CPC/
4 anuidades. 2015 - TEMA 727)
10) Compete a Justiça Federal processar e julgar execução fiscal 10) Não estão sujeitas a registro perante o respectivo Conselho
promovida por Conselho de Fiscalização Profissional. (Súmula n. Regional de Medicina Veterinária, nem à contratação de
66/STJ) profissionais nele inscritos como responsáveis técnicos, as
11) Não se aplica o art. 20 da Lei n. 10.552/2002, que determina pessoas jurídicas que explorem as atividades de comercialização
o arquivamento provisório das execuções de pequeno valor, às de animais vivos e de venda de medicamentos veterinários, pois
execuções fiscais propostas pelos conselhos regionais de não são atividades reservadas à atuação privativa de médico
fiscalização profissional. veterinário.
12) Em execução fiscal ajuizada por conselho de fiscalização 11) Não há comando normativo que obrigue a inscrição de
profissional, seu representante judicial possui a prerrogativa de professores e de mestres de artes marciais, ou mesmo de
ser pessoalmente intimado. (Tese julgada sob o rito do art. 1.039 danças, de capoeira e de ioga, nos Conselhos de Educação
do CPC/2015 - TEMA 580) Física, porquanto, à luz do que dispõe o art. 3º da Lei n.
9.696/1998, essas atividades não são próprias dos profissionais
EDIÇÃO N. 136: CONSELHOS PROFISSIONAIS - II
de educação física.
1) O registro no conselho de fiscalização profissional está
12) O registro de restaurantes e de bares no Conselho Regional
vinculado à atividade básica ou à natureza dos serviços
de Nutrição e a presença de profissional técnico (nutricionista)
prestados pela empresa, por força do que dispõe o art. 1º da Lei
não são obrigatórios, pois a atividade básica desses
n. 6.839/1980.
estabelecimentos não é a fabricação de alimentos destinados ao
2) A atividade fiscalizatória exercida pelos conselhos
consumo humano (art. 18 do Decreto n. 84. 444/1980), nem se
profissionais, decorrente da delegação do poder de polícia,
aproxima do conceito de saúde trazido pela legislação
está inserida no âmbito do direito administrativo, não
específica.
podendo ser considerada relação de trabalho e, de
consequência, não está incluída na esfera de competência da
Justiça Trabalhista. Seção I
3) O benefício da isenção do preparo, conferido aos entes DISPOSIÇÕES GERAIS
públicos previstos no art. 4º, caput, da Lei n. 9.289/1996, é Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos
inaplicável aos conselhos de fiscalização profissional. (Tese Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-
julgada sob o rito do art. 1.036 do CPC/2015 - TEMA 625) pios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, mo-
4) A atividade de músico é manifestação artística protegida pela ralidade, publicidade e eficiência (LIMPE) e, também, ao seguinte:
garantia da liberdade de expressão, de modo que a exigência de I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos
inscrição na Ordem dos Músicos do Brasil - OMB, bem como de brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei,
pagamento de anuidade para o exercício de tal profissão, torna- assim como aos estrangeiros, na forma da lei;
se incompatível com a Constituição Federal de 1988. II - a investidura em cargo ou emprego público depende de
5) As empresas de factoring convencional não precisam ser aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas
registradas nos conselhos regionais de administração, visto que e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo
suas atividades são de natureza eminentemente mercantil, ou ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações
seja, não envolvem gestões estratégicas, técnicas e programas para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
de execução voltados a um objetivo e ao desenvolvimento de exoneração;
empresa. III - o prazo de validade do concurso público será de até 2
6) O exame de suficiência instituído pela Lei n. 12.249/2010, que anos, prorrogável uma vez, por igual período;
alterou o art. 12, § 2º, do Decreto-Lei n. 9.295/1946, será exigido IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convoca-
de contadores e de técnicos em contabilidade que completarem ção, aquele aprovado em concurso público de provas ou de pro-
o curso após a vigência daquela lei. vas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concur-
7) O ato do Conselho de Contabilidade, que requisita dos sados para assumir cargo ou emprego, na carreira;
contadores e dos técnicos livros e fichas contábeis de seus V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por ser-
clientes, não viola os princípios da privacidade e do sigilo vidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão,
profissional, já que visa à fiscalização da atividade contábil dos a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, con-
profissionais nele inscritos. dições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se ape-
8) Os Conselhos Regionais de Farmácia possuem atribuição para nas às atribuições de direção, chefia e assessoramento;
fiscalizar e autuar as farmácias e as drogarias quanto ao VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associa-
cumprimento da exigência de manter profissional legalmente ção sindical;
habilitado (farmacêutico) durante todo o período de VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites
funcionamento dos respectivos estabelecimentos. (Súmula n. definidos em lei específica;
561/STJ) (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/1973 - VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos
TEMA 715) para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios
9) É facultado aos técnicos de farmácia, regularmente inscritos de sua admissão;
no Conselho Regional de Farmácia, a assunção de
responsabilidade técnica por drogaria, independentemente do

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DIA 5 / 3

IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo deter- XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras,
minado para atender a necessidade temporária de excepcio- serviços, compras e alienações serão contratados mediante pro-
nal interesse público; cesso de licitação pública que assegure igualdade de condições a
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obriga-
trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados ções de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta,
por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qua-
assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem dis- lificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cum-
tinção de índices; primento das obrigações.
XI - TETO REMUNERATÓRIO - a remuneração e o subsídio dos XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Dis -
ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da adminis- trito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funciona-
tração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer mento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específi-
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu- cas, terão recursos prioritários para a realização de suas ativida-
nicípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes des e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilha-
políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, mento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou
percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pes- convênio.
soais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o § 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campa-
subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do STF, aplicando- nhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informa-
se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos tivo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes,
Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governa- símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de au-
dor no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados toridades ou servidores públicos.
Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsí- § 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará
dio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a a nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos
90,25% do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do STF, termos da lei.
no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos mem- § 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na
bros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defenso- administração pública direta e indireta, regulando especialmen-
res Públicos; te (Administração dialógica):
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em
Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Exe- geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao
cutivo; usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer es- dos serviços;
pécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informa-
do serviço público; ções sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público XXXIII;
não serão computados nem acumulados para fins de concessão III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou
de acréscimos ulteriores; abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública.
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e em- § 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a sus-
pregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos inci- pensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a in-
sos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, disponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma
§ 2º, I; e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
XVI - É VEDADA A ACUMULAÇÃO remunerada de cargos pú- § 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos prati-
blicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, cados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuí-
observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: zos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimen-
a) a de 2 cargos de professor; to.
b) a de 1 cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) a de 2 cargos ou empregos privativos de profissionais de Ação de reparação de danos à Fazenda é PRESCRITÍVEL
saúde, com profissões regulamentadas; Pública decorrentes de ilícito civil (STF RE 669069/MG).
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções
e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades é PRESCRITÍVEL
Ação de ressarcimento decorrente de
de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, (devem ser propostas
ato de improbidade administrativa
direta ou indiretamente, pelo poder público; no prazo do art. 23 da
praticado com CULPA
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, LIA).
dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência Ação de ressarcimento decorrente de é IMPRESCRITÍVEL
sobre os demais setores administrativos, na forma da lei; ato de improbidade administrativa (§ 5º do art. 37 da CF/
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e praticado com DOLO 88).
autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de
*Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br
economia mista e de fundação, cabendo à LC, neste último caso,
definir as áreas de sua atuação; § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a cria- prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que
ção de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anteri- seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado
or, assim como a participação de qualquer delas em empresa o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou
privada; culpa (RESPONSABILIDADE OBJETIVA).

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DIA 5 / 4

Teoria do RISCO Teoria do RISCO INTEGRAL § 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remunerató-
ADMINISTRATIVO rios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de
caráter indenizatório previstas em lei.
A responsabilidade do Estado é A responsabilidade do Estado § 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo,
objetiva (a vítima lesada não é objetiva (a vítima lesada não fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu
precisa provar culpa). precisa provar culpa). âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Or-
O Estado poderá eximir- Não admite excludentes gânica, como limite único, o subsídio mensal dos Desembarga-
se do dever de indenizar caso de responsabilidade. dores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a 90,25% do
prove alguma causa excludente Mesmo que o Estado prove subsídio mensal dos Ministros do STF, não se aplicando o dis-
de responsabilidade: que houve caso fortuito, força posto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e
a) caso fortuito ou força maior; maior, culpa exclusiva da Distritais e dos Vereadores.
b) culpa exclusiva da vítima; vítima ou culpa exclusiva de § 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser re-
c) culpa exclusiva de terceiro. terceiro, ainda assim será adaptado para exercício de cargo cujas atribuições e respon-
condenado a indenizar. sabilidades sejam compatíveis com a limitação que tenha sofri-
do em sua capacidade física ou mental, enquanto permanecer
É adotada como regra no É adotada no Direito nesta condição, desde que possua a habilitação e o nível de
Direito brasileiro. brasileiro, de forma escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida a remu-
excepcional, em alguns casos. neração do cargo de origem.(EC 103/19)
A doutrina diverge sobre quais § 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de
seriam estas hipóteses. contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública,
Para fins de concurso, existe inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o
um caso no qual o STJ já rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de
afirmou expressamente que se contribuição.(EC 103/19)
acolhe o risco integral: dano § 15. É vedada a complementação de aposentadorias de
ambiental (REsp 1.374.284). servidores públicos e de pensões por morte a seus dependentes
*Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br que não seja decorrente do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40
ou que não seja prevista em lei que extinga regime próprio de
A teor do disposto no art. 37, § 6º, da Constituição Federal, a previdência social.(EC 103/19)
ação por danos causados por agente público deve ser
ajuizada contra o Estado ou a pessoa jurídica de direito Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e
privado prestadora de serviço público, sendo parte ilegítima fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as se-
para a ação o autor do ato, assegurado o direito de regresso guintes disposições:
contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. STF. Plenário. I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distri-
RE 1027633/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 14/8/2019 tal, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;
(repercussão geral) (Info 947). TEORIA DA DUPLA GARANTIA. II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo,
emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remu-
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante neração;
de cargo ou emprego da administração direta e indireta que pos- III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibili-
sibilite o acesso a informações privilegiadas. dade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, em-
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos ór- prego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eleti-
gãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser vo, e, não havendo compatibilidade, pode optar pela sua re-
ampliada mediante contrato (CONTRATO DE GESTÃO), a ser muneração;
firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de
por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para to-
entidade, cabendo à lei dispor sobre: dos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
I - o prazo de duração do contrato; V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdência
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, social, permanecerá filiado a esse regime, no ente federativo
obrigações e responsabilidade dos dirigentes; de origem (EC 103/19)
III - a remuneração do pessoal.
§ 9º O disposto no inciso XI (teto remuneratório) aplica-se às SÚMULAS SOBRE CONCURSO
empresas públicas e às sociedades de economia mista, e suas
subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do STF
Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas Súmula vinculante 43-STF: É inconstitucional toda modalida-
de pessoal ou de custeio em geral. de de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem pré-
§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposenta- via aprovação em concurso público destinado ao seu provimen-
doria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remune - to, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente
ração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os car- investido.
gos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eleti- Súmula vinculante 44-STF: Só por lei se pode sujeitar a exame
vos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomea- psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público.
ção e exoneração. Súmula 15-STF: Dentro do prazo de validade do concurso, o
candidato aprovado tem o direito à nomeação, quando o car-
go for preenchido sem observância da classificação.

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DIA 5 / 5

Súmula 16-STF: Funcionário nomeado por concurso tem direi- 11) É vedada a realização de novo teste de aptidão física em
to à posse. concurso público no caso de incapacidade temporária, salvo
Súmula 17-STF: A nomeação de funcionário sem concurso previsão expressa no edital.
pode ser desfeita antes da posse. É constitucional a remarcação do teste de aptidão física de
Súmula 683-STF: O limite de idade para a inscrição em con- candidata que esteja grávida à época de sua realização,
curso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da Consti- independentemente da previsão expressa em edital do
tuição, quando possa ser justificado pela natureza das atri- concurso público. STF. Plenário. RE 1058333/PR (repercussão
buições do cargo a ser preenchido. geral).
Súmula 684-STF: É inconstitucional o veto não motivado à É constitucional a remarcação de curso de formação para o
participação de candidato a concurso público. cargo de agente penitenciário feminino de candidata que
esteja lactante à época de sua realização,
STJ
independentemente da previsão expressa em edital do
Súmula 266-STJ: O diploma ou habilitação legal para o exercí- concurso público. STJ. 1ª Turma. RMS 52.622-MG (Info 645).
cio do cargo deve ser exigido na posse e não na inscrição 13) O candidato não pode ser eliminado de concurso público,
para o concurso público na fase de investigação social, em virtude da existência de
Súmula 377-STJ: O portador de visão monocular tem direito termo circunstanciado, inquérito policial ou ação penal sem
de concorrer, em concurso público, às vagas reservadas aos trânsito em julgado ou extinta pela prescrição da pretensão
deficientes. punitiva.
Súmula 466-STJ: O titular da conta vinculada ao FGTS tem o di- 14) O entendimento de que o candidato não pode ser eliminado
reito de sacar o saldo respectivo quando declarado nulo seu de concurso público, na fase de investigação social, em virtude
contrato de trabalho por ausência de prévia aprovação em da existência de termo circunstanciado, inquérito policial ou
concurso público. ação penal sem trânsito em julgado ou extinta pela prescrição da
Súmula 552-STJ: O portador de surdez unilateral não se qua- pretensão punitiva não se aplica aos cargos cujos ocupantes
lifica como pessoa com deficiência para o fim de disputar as agem stricto sensu em nome do Estado, como o de delegado
vagas reservadas em concursos públicos. de polícia.
15) O candidato não pode ser eliminado de concurso público,
JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ na fase de investigação social, em virtude da existência de
registro em órgãos de proteção ao crédito.
EDIÇÃO N. 09: CONCURSOS PÚBLICOS - I 16) O candidato pode ser eliminado de concurso público
1) A banca examinadora pode exigir conhecimento sobre quando omitir informações relevantes na fase de
legislação superveniente à publicação do edital, desde que investigação social.
vinculada às matérias nele previstas.
17) O termo inicial do prazo decadencial para a impetração de
2) O Poder Judiciário não analisa critérios de formulação e
mandado de segurança, na hipótese de exclusão do candidato
correção de provas em concursos públicos, salvo nos casos
do concurso público, é o ato administrativo de efeitos
de ilegalidade ou inobservância das regras do edital.
concretos e não a publicação do edital, ainda que a causa de
3) A limitação de idade, sexo e altura para o ingresso na
pedir envolva questionamento de critério do edital.
carreira militar é válida desde que haja previsão em lei
18) O termo inicial do prazo decadencial para a impetração
específica e no edital do concurso público.
de mandado segurança, na hipótese em que o candidato
4) Somente a lei pode estabelecer limites de idade nos
aprovado em concurso público não é nomeado, é o término
concursos das Forças Armadas, sendo vedado, diante do
do prazo de validade do concurso.
princípio constitucional da reserva legal, que a lei faculte tal
19) O encerramento do concurso público não conduz à perda
regulamentação a atos administrativos expedidos pela Marinha,
do objeto do mandado de segurança que busca aferir suposta
Exército ou Aeronáutica.
ilegalidade praticada em alguma das etapas do processo
5) A aferição do cumprimento do requisito de idade deve se
seletivo.
dar no momento da posse no cargo público e não no
momento da inscrição. EDIÇÃO N. 11: CONCURSOS PÚBLICOS - II
6) O edital é a lei do concurso e suas regras vinculam tanto a 1) O candidato aprovado dentro do número de vagas
Administração Pública quanto os candidatos. previsto no edital tem direito subjetivo a ser nomeado no
7) O portador de visão monocular tem direito de concorrer, em prazo de validade do concurso.
concurso público, às vagas reservadas aos deficientes. (Súmula n. 2) A desistência de candidatos convocados, dentro do prazo
377 do STJ) de validade do concurso, gera direito subjetivo à nomeação
8) A exigência de exame psicotécnico é legítima quando para os seguintes, observada a ordem de classificação e a
prevista em lei e no edital, a avaliação esteja pautada em quantidade de vagas disponibilizadas.
critérios objetivos, o resultado seja público e passível de 3) A abertura de novo concurso, enquanto vigente a validade do
recurso. certame anterior, confere direito líquido e certo a eventuais
9) Constatada a ilegalidade do exame psicotécnico, o candidatos cuja classificação seja alcançada pela divulgação das
candidato deve ser submetido a nova avaliação, pautada por novas vagas.
critérios objetivos e assegurada a ampla defesa. OBS: O surgimento de novas vagas ou a abertura de novo
10) A exigência de teste de aptidão física é legítima quando concurso para o mesmo cargo, durante o prazo de validade do
prevista em lei, guarde relação de pertinência com as atividades certame anterior, não gera automaticamente o direito à
a serem desenvolvidas, esteja pautada em critérios objetivos e nomeação dos candidatos aprovados fora das vagas
seja passível de recurso. previstas no edital, ressalvadas as hipóteses de preterição

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DIA 5 / 6

arbitrária e imotivada por parte da administração, caracterizada deve ser feita na inscrição definitiva e não na posse.
por comportamento tácito ou expresso do Poder Público capaz 17) A prorrogação do prazo de validade de concurso público
de revelar a inequívoca necessidade de nomeação do aprovado é ato discricionário da Administração, sendo vedado ao Poder
durante o período de validade do certame a ser demonstrada de Judiciário o reexame dos critérios de conveniência e
forma cabal pelo candidato. Assim, o direito subjetivo à oportunidade adotados.
nomeação do candidato aprovado em concurso público exsurge
EDIÇÃO N. 15: CONCURSOS PÚBLICOS - III
nas seguintes hipóteses:
1) A Administração atua com discricionariedade na escolha
a) quando a aprovação ocorrer dentro do número de vagas
das regras do edital de concurso público, desde que
dentro do edital;
observados os preceitos legais e constitucionais.
b) quando houver preterição na nomeação por não observância
2) A exoneração de servidor público em razão da anulação do
da ordem de classificação; e
concurso pressupõe a observância do devido processo legal, do
c) quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo concurso
contraditório e da ampla defesa.
durante a validade do certame anterior, e ocorrer a preterição de
3) O candidato que possui qualificação superior à exigida no
candidatos de forma arbitrária e imotivada por parte da
edital está habilitado a exercer o cargo a que prestou concurso
administração nos termos acima. STF. Plenário. RE 837311/PI
público, nos casos em que a área de formação guardar
(repercussão geral) (Info 811).
identidade.
4) O candidato aprovado fora do número de vagas previsto
4) O Ministério Público possui legitimidade para propor ação
no edital possui mera expectativa de direito à nomeação,
civil pública com o objetivo de anular concurso realizado
que se convola em direito subjetivo caso haja preterição na
sem a observância dos princípios estabelecidos na
convocação, observada a ordem classificatória.
Constituição Federal.
OBS: O candidato aprovado em concurso público fora do
5) A nomeação tardia do candidato por força de decisão
número de vagas tem direito subjetivo à nomeação caso
judicial não gera direito à indenização.
surjam novas vagas durante o prazo de validade do certame,
6) O servidor não tem direito à indenização por danos morais
haja manifestação inequívoca da administração sobre a
em face da anulação de concurso público eivado de vícios.
necessidade de seu provimento e não tenha restrição
7) O militar aprovado em concurso público e convocado para a
orçamentária. STJ. 1ª Seção. MS 22.813-DF (Info 630).
realização de curso de formação tem direito ao afastamento
5) A simples requisição ou a cessão de servidores públicos não é
temporário do serviço ativo na qualidade de agregado.
suficiente para transformar a expectativa de direito do
8) O provimento originário de cargos públicos deve se dar na
candidato aprovado fora do número de vagas em direito
classe e padrão iniciais da carreira, conforme a legislação vigente
subjetivo à nomeação, porquanto imprescindível a comprovação
na data da nomeação do servidor.
da existência de cargos vagos.
9) A Administração Pública pode promover a remoção de
6) O candidato aprovado fora do número de vagas previsto
servidores concursados, sem que isso caracterize, por si só,
no edital possui mera expectativa de direito à nomeação,
preterição aos candidatos aprovados em novo concurso
que se convola em direito subjetivo caso haja preterição em
público.
virtude de contratações precárias e comprovação da
10) Há preterição de candidatos aprovados se as vagas
existência de cargos vagos.
regionalizadas estabelecidas no edital de concurso público
7) Não ocorre preterição na ordem classificatória quando a
forem preenchidas por remoção lançada posteriormente ao
convocação para próxima fase ou a nomeação de candidatos
início do certame.
com posição inferior se dá por força de cumprimento de ordem
11) O candidato aprovado dentro do número de vagas que
judicial.
requer transferência para o final da lista de classificados
8) A surdez unilateral não autoriza o candidato a concorrer às
passa a ter mera expectativa de direito à nomeação.
vagas reservadas às pessoas com deficiência.
10) O candidato sub judice não possui direito subjetivo à EDIÇÃO N. 103: CONCURSO PÚBLICO - IV
nomeação e à posse, mas à reserva da respectiva vaga até 1) O Poder Judiciário não pode substituir a banca
que ocorra o trânsito em julgado da decisão que o examinadora do certame e tampouco se imiscuir nos
beneficiou. critérios de atribuição de notas e de correção de provas,
11) A nomeação ou a convocação para determinada fase de visto que sua atuação se restringe ao controle jurisdicional
concurso público após considerável lapso temporal entre da legalidade do concurso público e da observância do
uma fase e outra, sem a notificação pessoal do interessado, princípio da vinculação ao edital.
viola os princípios da publicidade e da razoabilidade, não 2) A divulgação, ainda que a posteriori, dos critérios de correção
sendo suficiente a publicação no Diário Oficial. das provas dissertativas ou orais não viola, por si só, o princípio
12) Não se aplica a TEORIA DO FATO CONSUMADO na da igualdade, desde que os mesmos parâmetros sejam aplicados
hipótese em que o candidato toma posse em virtude de uniforme e indistintamente a todos os candidatos.
decisão liminar, salvo situações fáticas excepcionais. OBS: As informações constantes dos espelhos de provas
13) É legítimo estabelecer no edital de concurso público critério subjetivas representam a motivação do ato administrativo,
de regionalização. consistente na atribuição de nota ao candidato. Essa motivação
14) É legítimo estabelecer no edital de concurso público deve ser apresentada anteriormente ou concomitante à prática
limite de candidatos que serão convocados para as próximas do ato administrativo, pois caso se permita a motivação
etapas do certame (Cláusula de Barreira). posterior, isso pode dar ensejo para que se fabriquem, forjem ou
16) Nos concursos públicos para ingresso na Magistratura ou criem motivações. STJ. 2ª Turma. RMS 49.896-RS, Rel. Min. Og
no Ministério Público a comprovação dos requisitos exigidos Fernandes, julgado em 20/4/2017 (Info 603).
3) O provimento originário em concurso público não permite

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DIA 5 / 7

a invocação do instituto da remoção para acompanhamento 11) O Estado não responde civilmente por atos ilícitos
de cônjuge ou companheiro, em razão do prévio praticados por foragidos do sistema penitenciário, salvo
conhecimento das normas expressas no edital do certame. quando os danos decorrem direta ou imediatamente do ato
4) A administração pública pode anular, a qualquer tempo, o de fuga.
ato de provimento efetivo flagrantemente inconstitucional, 12) A despeito de situações fáticas variadas no tocante ao
pois o decurso do tempo não possui o condão de convalidar descumprimento do dever de segurança e vigilância contínua
os atos administrativos que afrontem a regra do concurso das vias férreas, a responsabilização da concessionária é uma
público. constante, passível de ser elidida tão somente quando
5) A investidura em cargo público efetivo submete-se a exigência cabalmente comprovada a culpa exclusiva da vítima. (Tese
de prévio concurso público, sendo vedado o provimento julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/73 - Tema 517)
mediante transposição, ascensão funcional, acesso ou 13) No caso de atropelamento de pedestre em via férrea,
progressão. *(VIDE SÚMULA VINCULANTE N. 43/STF) configura-se a concorrência de causas, impondo a redução da
6) Na hipótese de abertura de novo concurso público dentro do indenização por dano moral pela metade, quando: (i) a
prazo de validade do certame anterior, o termo inicial do prazo concessionária do transporte ferroviário descumpre o dever
decadencial para a impetração do mandado de segurança por de cercar e fiscalizar os limites da linha férrea, mormente em
candidatos remanescentes é a data da publicação do novo locais urbanos e populosos, adotando conduta negligente no
edital. tocante às necessárias práticas de cuidado e vigilância tendentes
7) A nomeação ou a posse tardia de candidato aprovado em a evitar a ocorrência de sinistros; e (ii) a vítima adota conduta
concurso público, por força de decisão judicial, não configura imprudente, atravessando a via férrea em local inapropriado.
preterição ou ato ilegítimo da Administração Pública a (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/73 - Tema 518)
justificar uma contrapartida indenizatória, salvo situação de 14) Não há nexo de causalidade entre o prejuízo sofrido por
arbitrariedade flagrante. investidores em decorrência de quebra de instituição financeira e
8) A nomeação tardia de candidatos aprovados em concurso a suposta ausência ou falha na fiscalização realizada pelo Banco
público, por meio de decisão judicial, à qual atribuída Central no mercado de capitais.
eficácia retroativa, não gera direito às promoções e às 15) A existência de lei específica que rege a atividade militar (Lei
progressões funcionais que alcançariam caso a nomeação n. 6.880/1980) não isenta a responsabilidade do Estado pelos
houvesse ocorrido a tempo e a modo. danos morais causados em decorrência de acidente sofrido
10) A contratação de servidores sem concurso público, quando durante as atividades militares.
realizada com base em lei municipal autorizadora, descaracteriza 16) Em se tratando de responsabilidade civil do Estado por
o ato de improbidade administrativa, em razão da ausência de rompimento de barragem, é possível a comprovação de
dolo genérico do gestor público. prejuízos de ordem material por prova exclusivamente
testemunhal, diante da impossibilidade de produção ou
EDIÇÃO N. 61: RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
utilização de outro meio probatório.
2) O termo inicial da prescrição para o ajuizamento de ações
17) É possível a cumulação de benefício previdenciário com
de responsabilidade civil em face do Estado por ilícitos
indenização decorrente de responsabilização civil do Estado por
praticados por seus agentes é a data do trânsito em julgado
danos oriundos do mesmo ato ilícito.
da sentença penal condenatória.
18) Nas ações de responsabilidade civil do Estado, é
3) As ações indenizatórias decorrentes de violação a direitos
desnecessária a denunciação da lide ao suposto agente
fundamentais ocorridas durante o regime militar são
público causador do ato lesivo.
imprescritíveis, não se aplicando o prazo quinquenal previsto
no art. 1º do Decreto n. 20.910/1932.
4) O prazo prescricional das ações indenizatórias ajuizadas Seção II
contra a Fazenda Pública é quinquenal (Decreto n. DOS SERVIDORES PÚBLICOS
20.910/1932), tendo como termo a quo a data do ato ou fato do
qual originou a lesão ao patrimônio material ou imaterial. (Tese Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/73 - Tema 553) instituirão conselho de política de administração e remuneração
5) A responsabilidade civil do Estado por condutas omissivas de pessoal, integrado por servidores designados pelos respecti-
é subjetiva, devendo ser comprovados a negligência na vos Poderes (EC 19/98) – Dispositivo suspenso pela ADI 2135-4
atuação estatal, o dano e o nexo de causalidade.
6) Há responsabilidade civil do Estado nas hipóteses em que Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
a omissão de seu dever de fiscalizar for determinante para a instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e
concretização ou o agravamento de danos ambientais. planos de carreira para os servidores da administração pública di-
7) A Administração Pública pode responder civilmente pelos reta, das autarquias e das fundações públicas.
danos causados por seus agentes, ainda que estes estejam § 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais compo-
amparados por causa excludente de ilicitude penal. nentes do sistema remuneratório observará:
8) É objetiva a responsabilidade civil do Estado pelas lesões I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade
sofridas por vítima baleada em razão de tiroteio ocorrido entre dos cargos componentes de cada carreira;
policiais e assaltantes. II - os requisitos para a investidura;
9) O Estado possui responsabilidade objetiva nos casos de III - as peculiaridades dos cargos
morte de custodiado em unidade prisional. § 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de
10) O Estado responde objetivamente pelo suicídio de preso governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores
ocorrido no interior de estabelecimento prisional. públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos re-

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quisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a ce- § 9º É vedada a incorporação de vantagens de caráter tempo-
lebração de convênios ou contratos entre os entes federados. rário ou vinculadas ao exercício de função de confiança ou de
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o dis- cargo em comissão à remuneração do cargo efetivo (EC 103/19)
posto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX,
XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores ti-
admissão quando a natureza do cargo o exigir. tulares de cargos efetivos terá caráter contributivo e solidário,
mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servido-
Salário-mínimo res ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios
que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial.(EC 103/19)
Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que per- § 1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência
cebem remuneração variável social será aposentado: (EC 103/19)
13° salário I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em
que estiver investido, quando insuscetível de readaptação,
Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno hipótese em que será obrigatória a realização de avaliações
Salário-família periódicas para verificação da continuidade das condições que
ensejaram a concessão da aposentadoria, na forma de lei do
Duração do trabalho normal não superior a 8 horas diárias e respectivo ente federativo; (EC 103/19)
quarenta e 44 semanais, facultada a compensação de horários e II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo
a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de contribuição, aos 70 anos de idade, ou aos 75 anos de idade,
de trabalho na forma de lei complementar;
Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos
LC 152/15
Remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em
Art. 2º Serão aposentados compulsoriamente, com proventos
50% à do normal
proporcionais ao tempo de contribuição, aos 75 anos de idade:
Férias + 1/3 I - os servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Esta-
dos, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autar-
Licença à gestante
quias e fundações;
Licença-paternidade II - os membros do Poder Judiciário;
III - os membros do Ministério Público;
Proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incenti-
IV - os membros das Defensorias Públicas;
vos específicos, nos termos da lei
V - os membros dos Tribunais e dos Conselhos de Contas.
Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas Parágrafo único. Aos servidores do Serviço Exterior Brasileiro, re-
de saúde, higiene e segurança gidos pela Lei nº 11.440, de 29 de dezembro de 2006, o dispos-
to neste artigo será aplicado progressivamente à razão de 1 ano
Proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de
adicional de limite para aposentadoria compulsória ao fim de
critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado
cada 2 anos, a partir da vigência desta Lei Complementar, até o
civil
limite de 75 anos previsto no caput.

§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os


III - no âmbito da União, aos 62 anos de idade, se mulher, e aos
Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais
65 anos de idade, se homem, e, no âmbito dos Estados, do
serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em
Distrito Federal e dos Municípios, na idade mínima estabele-
parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adici-
cida mediante emenda às respectivas Constituições e Leis Or-
onal, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie re-
gânicas, observados o tempo de contribuição e os demais requi-
muneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37,
sitos estabelecidos em lei complementar do respectivo ente fede-
X e XI.
rativo.(EC 103/19)
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-
§ 2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores ao
pios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor remu-
valor mínimo a que se refere o § 2º do art. 201 ou superiores ao
neração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o
limite máximo estabelecido para o Regime Geral de Previdência
disposto no art. 37, XI.
Social, observado o disposto nos §§ 14 a 16.(EC 103/19)
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anu-
§ 3º As regras para cálculo de proventos de aposentadoria serão
almente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e
disciplinadas em lei do respectivo ente federativo.(EC 103/19)
empregos públicos.
§ 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-
para concessão de benefícios em regime próprio de
pios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários proveni-
previdência social, ressalvado o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-
entes da economia com despesas correntes em cada órgão, au-
C e 5º.(EC 103/19)
tarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de pro-
§ 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do
gramas de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvi-
respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição
mento, modernização, reaparelhamento e racionalização do servi-
diferenciados para aposentadoria de servidores com
ço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de pro-
deficiência, previamente submetidos a avaliação biopsicossocial
dutividade.
realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar.(EC
§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em car-
103/19)
reira poderá ser fixada nos termos do § 4º (subsídio).

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§ 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do tituição Federal pressupõe consideração de cada um dos vín-
respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição culos formalizados, afastada a observância do teto remune-
diferenciados para aposentadoria de ocupantes do cargo de ratório quanto ao somatório dos ganhos do agente público.
agente penitenciário, de agente socioeducativo ou de policial STF. Plenário. RE 612975/MT e RE 602043/MT (repercussão ge-
dos órgãos de que tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso ral) (Info 862).
XIII do caput do art. 52 e os incisos I a IV do caput do art. 144.(EC
103/19) “Subtraído o montante que exceder o teto e subteto previsto no
§ 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do artigo 37, inciso XI, da Constituição Federal, tem-se o valor que
respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição vale como base para o Imposto de Renda e para a contribuição
diferenciados para aposentadoria de servidores cujas previdenciária”. STF. Plenário. RE 675978/SP (repercussão geral)
atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes (Info 781).
químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou
associação desses agentes, vedada a caracterização por § 12. Além do disposto neste artigo, serão observados, em regime
categoria profissional ou ocupação.(EC 103/19) próprio de previdência social, no que couber, os requisitos e crité-
§ 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima rios fixados para o Regime Geral de Previdência Social.(EC
reduzida em 5 anos em relação às idades decorrentes da 103/19)
aplicação do disposto no inciso III do § 1º, desde que § 13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de
comprovem tempo de efetivo exercício das funções de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
magistério na educação infantil e no ensino fundamental e exoneração, de outro cargo temporário, inclusive mandato
médio fixado em lei complementar do respectivo ente eletivo, ou de emprego público, o Regime Geral de Previdência
federativo.(EC 103/19) Social.(EC 103/19)
§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
MULHER 57 anos instituirão, por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo,
PROFESSOR regime de previdência complementar para servidores públicos
HOMEM 60 anos ocupantes de cargo efetivo, observado o limite máximo dos
benefícios do Regime Geral de Previdência Social para o valor
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos das aposentadorias e das pensões em regime próprio de
acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção previdência social, ressalvado o disposto no § 16.(EC 103/19)
de mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio de § 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14
previdência social, aplicando-se outras vedações, regras e oferecerá plano de benefícios somente na modalidade
condições para a acumulação de benefícios previdenciários contribuição definida, observará o disposto no art. 202 e será
estabelecidas no Regime Geral de Previdência Social.(EC efetivado por intermédio de entidade fechada de previdência
103/19) complementar ou de entidade aberta de previdência
§ 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quando se tratar complementar.(EC 103/19)
da única fonte de renda formal auferida pelo dependente, o § 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto
benefício de pensão por morte será concedido nos termos de lei nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressa-
do respectivo ente federativo, a qual tratará de forma do no serviço público até a data da publicação do ato de institui-
diferenciada a hipótese de morte dos servidores de que trata o § ção do correspondente regime de previdência complementar.
4º-B decorrente de agressão sofrida no exercício ou em razão da § 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cálcu-
função.(EC 103/19) lo do benefício previsto no § 3° serão devidamente atualizados,
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar- na forma da lei.
lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios esta- § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias
belecidos em lei. e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regi-
municipal será contado para fins de aposentadoria, observado me geral de previdência social de que trata o art. 201, com per-
o disposto nos §§ 9º e 9º-A do art. 201, e o tempo de serviço centual igual ao estabelecido para os servidores titulares de car-
correspondente será contado para fins de disponibilidade. (EC gos efetivos.
103/19) § 19. Observados critérios a serem estabelecidos em lei do res-
§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem pectivo ente federativo, o servidor titular de cargo efetivo que
de tempo de contribuição fictício. tenha completado as exigências para a aposentadoria volun-
§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos pro- tária e que opte por permanecer em atividade poderá fazer
ventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da acumula- jus a um abono de permanência equivalente, no máximo, ao
ção de cargos ou empregos públicos, bem como de outras ativi- valor da sua contribuição previdenciária, até completar a ida-
dades sujeitas a contribuição para o regime geral de previdência de para aposentadoria compulsória.(EC 103/19)
social, e ao montante resultante da adição de proventos de inati- § 20. É vedada a existência de mais de um regime próprio de
vidade com remuneração de cargo acumulável na forma desta previdência social e de mais de um órgão ou entidade gestora
Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre nome- desse regime em cada ente federativo, abrangidos todos os
ação e exoneração, e de cargo eletivo. poderes, órgãos e entidades autárquicas e fundacionais, que
serão responsáveis pelo seu financiamento, observados os
Nos casos autorizados constitucionalmente de acumulação de critérios, os parâmetros e a natureza jurídica definidos na lei
cargos, empregos e funções, a incidência do art. 37, XI, da Cons- complementar de que trata o § 22.(EC 103/19)
§ 21. (REGOVADO EC 103/19)

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§ 22. Vedada a instituição de novos regimes próprios de previdên- § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servi-
cia social, lei complementar federal estabelecerá, para os que já dor estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporci-
existam, normas gerais de organização, de funcionamento e de onal ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em
responsabilidade em sua gestão, dispondo, entre outros aspectos, outro cargo.
sobre:(EC 103/19) § 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obriga-
I - requisitos para sua extinção e consequente migração para o tória a avaliação especial de desempenho por comissão institu-
Regime Geral de Previdência Social;(EC 103/19) ída para essa finalidade.
II - modelo de arrecadação, de aplicação e de utilização dos
recursos;(EC 103/19) SÚMULAS SOBRE SERVIDORES PÚBLICOS
III - fiscalização pela União e controle externo e social;(EC
103/19) STF
IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial;(EC 103/19) Súmula vinculante 3-STF: Nos processos perante o Tribunal de
V - condições para instituição do fundo com finalidade Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa
previdenciária de que trata o art. 249 e para vinculação a ele dos quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato
recursos provenientes de contribuições e dos bens, direitos e administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreci-
ativos de qualquer natureza;(EC 103/19) ação da legalidade do ato de concessão inicial de aposenta-
VI - mecanismos de equacionamento do deficit atuarial;(EC doria, reforma e pensão.
103/19) EXCEÇÃO: será necessário garantir contraditório e ampla defesa
VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do regime, se tiverem se passados mais de 5 anos desde a concessão ini-
observados os princípios relacionados com governança, controle cial e o TC ainda não examinou a legalidade do ato.
interno e transparência;(EC 103/19) OBS: esse prazo de 5 anos é contado a partir da data da chega-
VIII - condições e hipóteses para responsabilização daqueles que da, ao TCU do processo administrativo de concessão inicial da
desempenhem atribuições relacionadas, direta ou indiretamente, aposentadoria, reforma ou pensão (STF. 1ª Turma. MS 26.069).
com a gestão do regime;(EC 103/19) Súmula vinculante 4-STF: Salvo os casos previstos na Consti-
IX - condições para adesão a consórcio público;(EC 103/19) tuição, o salário mínimo não pode ser usado como indexa-
X - parâmetros para apuração da base de cálculo e definição de dor de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de
alíquota de contribuições ordinárias e extraordinárias(EC 103/19) empregado, nem ser substituído por decisão judicial
Súmula vinculante 15-STF: O cálculo de gratificações e outras
Art. 41. São estáveis após 3 anos de efetivo exercício os servi- vantagens não incide sobre o abono utilizado para se atingir o
dores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de salário mínimo do servidor público.
concurso público. Súmula vinculante 16-STF: Os arts. 7º, IV, e 39, § 3º (redação
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: da EC 19/98), da Constituição, referem-se ao total da remunera-
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; ção percebida pelo servidor.
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegura- Súmula vinculante 20-STF: A Gratificação de Desempenho de
da ampla defesa; Atividade Técnico-Administrativa - GDATA, instituída pela Lei
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desem- 10.404/2002, deve ser deferida aos inativos nos valores corres-
penho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. pondentes a 37,5 pontos no período de fevereiro a maio de
2002 e, nos termos do artigo 5º, parágrafo único, da Lei
Em virtude de sentença judicial transi- 10.404/2002, no período de junho de 2002 até a conclusão dos
tada em julgado; efeitos do último ciclo de avaliação a que se refere o artigo 1º
da Medida Provisória 198/2004, a partir da qual passa a ser de
Mediante processo administrativo em
60 pontos.
que lhe seja assegurada ampla defesa;
Súmula vinculante 33-STF: Aplicam-se ao servidor público, no
Mediante procedimento de avaliação que couber, as regras do Regime Geral de Previdência Social
SERVIDOR PÚBLICO periódica de desempenho, na forma de sobre aposentadoria especial de que trata o artigo 40, pa-
ESTÁVEL SÓ lei complementar, assegurada ampla de- rágrafo 4º, inciso III (atividades exercidas sob condições espe-
PERDERÁ O CARGO fesa. ciais que prejudiquem a saúde ou a integridade física), da Cons-
tituição Federal, até edição de lei complementar específica
Art. 169, §4°: Para cumprir o limite de
Súmula vinculante 34-STF: A Gratificação de Desempenho de
gastos previstos em LC
Atividade de Seguridade Social e do Trabalho - GDASST, instituí-
Art. 198, §6°: O agente comunitário de da pela Lei 10.483/2002, deve ser estendida aos inativos no va-
saúde ou de agente de combate às en- lor correspondente a 60 pontos, desde o advento da Medida
demias poderá perder o cargo em caso Provisória 198/2004, convertida na Lei 10.971/2004, quando tais
de descumprimento dos requisitos es- inativos façam jus à paridade constitucional (EC 20/1998,
pecíficos, fixados em lei, para o seu 41/2003 e 47/2005).
exercício. Súmula vinculante 37-STF: Não cabe ao Poder Judiciário,
que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor servidores públicos sob fundamento de isonomia
estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se Súmula vinculante 42-STF: É inconstitucional a vinculação do
estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indeniza- reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou municipais a
ção, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade índices federais de correção monetária
com remuneração proporcional ao tempo de serviço. Súmula vinculante 51-STF: O reajuste de 28,86%, concedido

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aos servidores militares pelas Leis 8.622/1993 e 8.627/1993, es- 3) É indevida a devolução ao erário de valores recebidos de
tende-se aos servidores civis do Poder Executivo, observadas as boa-fé, por servidor público ou pensionista, em decorrência
eventuais compensações decorrentes dos reajustes diferencia- de erro administrativo operacional ou nas hipóteses de
dos concedidos pelos mesmos diplomas legais. equívoco ou má interpretação da lei pela administração
Súmula vinculante 55 STF: O direito ao auxílio-alimentação pública. (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/73 - Tema
não se estende aos servidores inativos. 531)
Súmula 20-STF: É necessário processo administrativo, com 4) É de 200 horas mensais o divisor adotado como parâmetro
ampla defesa, para demissão de funcionário admitido por para o pagamento de horas extras aos servidores públicos
concurso. federais, cujo cálculo é obtido dividindo-se as 40 horas semanais
Súmula 21-STF: Funcionário em estágio probatório não pode (art. 19 da Lei n. 8.112/90) por 6 dias úteis e multiplicando-se o
ser exonerado nem demitido sem inquérito ou sem as formali- resultado por 30 (total de dias do mês).
dades legais de apuração de sua capacidade 9) A lei que cria nova gratificação ao servidor sem promover
Súmula 22-STF: O estágio probatório não protege o funcioná- reestruturação ou reorganização da carreira não tem aptidão
rio contra a extinção do cargo para absorver índice de reajuste geral.
Súmula 36-STF: Servidor vitalício está sujeito à aposentado- 10) A fixação ou alteração do sistema remuneratório e a
ria compulsória, em razão da idade. supressão de vantagem pecuniária são atos comissivos
Súmula 39-STF: À falta de lei, funcionário em disponibilidade únicos e de efeitos permanentes, que modificam a situação
não pode exigir, judicialmente, o seu aproveitamento, que fica jurídica do servidor e não se renovam mensalmente.
subordinado ao critério de conveniência da administração. 11) A contagem do prazo decadencial para a impetração de
Súmula 47-STF: Reitor de universidade não é livremente de- mandado de segurança contra ato que fixa ou altera sistema
missível pelo presidente da república durante o prazo de sua remuneratório ou suprime vantagem pecuniária de servidor
investidura público inicia-se com a ciência do ato impugnado.
Súmula 359-STF: Ressalvada a revisão prevista em lei, os pro- 12) Não cabe o pagamento da ajuda de custo prevista no art.
ventos da inatividade regulam-se pela lei vigente ao tempo em 53 da Lei n. 8.112/90 ao servidor público que participou de
que o militar, ou o servidor civil, reuniu os requisitos neces- concurso de remoção.
sários 13) É devida ao servidor público aposentado a conversão em
Súmula 567-STF: A Constituição, ao assegurar, no § 3º do art. pecúnia da licença-prêmio não gozada, ou não contada em
102, a contagem integral do tempo de serviço público federal, dobro para aposentadoria, sob pena de enriquecimento ilícito da
estadual ou municipal para os efeitos de aposentadoria e dispo- administração.
nibilidade não proíbe à União, aos Estados e aos Municípios 14) O prazo prescricional de 5 anos para converter em pecúnia
mandarem contar, mediante lei, para efeito diverso, tempo de licença-prêmio não gozada ou utilizada como lapso temporal
serviço prestado a outra pessoa de direito público interno. para jubilamento tem início no dia posterior ao ato de registro
Súmula 671-STF: Os servidores públicos e os trabalhadores em da aposentadoria pelo Tribunal de Contas.
geral têm direito, no que concerne à URP de abril/maio de 1988, 16) O termo inicial da prescrição do direito de pleitear a
apenas ao valor correspondente a 7/30 de 16,19% sobre os ven- indenização por férias não gozadas é o ato de aposentadoria
cimentos e salários pertinentes aos meses de abril e maio de do servidor.
1988, não cumulativamente, devidamente corrigido até o efetivo
EDIÇÃO N. 76: SERVIDOR PÚBLICO - II
pagamento.
1) É legítimo o ato da Administração que promove o
Súmula 672-STF: O reajuste de 28,86%, concedido aos servido-
desconto dos dias não trabalhados pelos servidores públicos
res militares pelas Leis 8.622/93 e 8.627/93, estende-se aos ser-
participantes de movimento grevista.
vidores civis do Poder Executivo, observadas as eventuais com-
2) É vedado o cômputo do tempo do curso de formação para
pensações decorrentes dos reajustes diferenciados concedidos
efeito de promoção do servidor público, sendo, contudo,
pelos mesmos diplomas legais
considerado tal período para fins de progressão na carreira.
Súmula 682-STF: Não ofende a Constituição a correção mo-
3) O tempo de serviço prestado às empresas públicas e
netária no pagamento com atraso dos vencimentos de servido-
sociedades de economia mista somente pode ser computado
res públicos.
para efeitos de aposentadoria e disponibilidade.
Súmula 726-STF: Para efeito de aposentadoria especial de pro-
4) O direito de transferência ex officio entre instituições de
fessores, não se computa o tempo de serviço prestado fora da
ensino congêneres conferido a servidor público federal da
sala de aula. EXCEÇÃO: professores que estejam desempenhan-
administração direta se estende aos empregados públicos
do as atividades de direção de unidade escolar ou coordenação
integrantes da administração indireta.
e assessoramento pedagógico. 6) A pensão por morte do servidor público federal é devida
STJ até a idade limite de 21 anos do dependente, salvo se
inválido, não cabendo postergar o benefício para os
Súmula 378-STJ: Reconhecido o desvio de função, o servidor universitários com idade até 24 anos, ante a ausência de
faz jus às diferenças salariais decorrentes previsão normativa.
7) Não é possível o registro de penas nos assentamentos
JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ funcionais dos servidores públicos quando verificada a
ocorrência da prescrição da pretensão punitiva do Estado,
EDIÇÃO N. 73: SERVIDOR PÚBLICO - REMUNERAÇÃO
por força do entendimento do Supremo Tribunal Federal de
2) Não compete ao Poder Judiciário equiparar ou reajustar
que o art. 170 da Lei n. 8.112/90 viola a Constituição Federal.
os valores do auxílio-alimentação dos servidores públicos.
8) A abertura de concurso de remoção pela administração revela

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DIA 5 / 12

que a existência de vaga a ser preenchida pelo servidor § 2º - Os incentivos regionais compreenderão, além de outros, na
aprovado é de interesse público. forma da lei:
9) A investidura originária não se enquadra no conceito de I - igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de custos e
deslocamento para fins da concessão da licença para preços de responsabilidade do Poder Público;
acompanhar cônjuge com exercício provisório. II - juros favorecidos para financiamento de atividades prioritárias;
10) É lícita a cassação de aposentadoria de servidor público, não III - isenções, reduções ou diferimento temporário de tributos fe-
obstante o caráter contributivo do benefício previdenciário. derais devidos por pessoas físicas ou jurídicas;
11) O termo inicial para o pagamento dos proventos integrais IV - prioridade para o aproveitamento econômico e social dos
devidos na conversão da aposentadoria proporcional por tempo rios e das massas de água represadas ou represáveis nas regiões
de serviço em aposentadoria integral por invalidez é a data do de baixa renda, sujeitas a secas periódicas.
requerimento administrativo. § 3º - Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, a União incentivará a
12) A concessão de aposentadoria especial aos servidores recuperação de terras áridas e cooperará com os pequenos e
públicos será regulada pela Lei n. 8.213/91, enquanto não médios proprietários rurais para o estabelecimento, em suas gle-
editada a lei complementar prevista no art. 40, § 4º, da bas, de fontes de água e de pequena irrigação.
CF/88.
13) A limitação da carga horária semanal para servidores CÓDIGO CIVIL
públicos profissionais de saúde que acumulam cargos deve ser
de 60 horas semanais. TÍTULO IV
A acumulação de cargos públicos de profissionais da área de Da Prescrição e da Decadência
saúde, prevista no art. 37, XVI da CF/88, não se sujeita ao limite CAPÍTULO I
de 60 horas semanais previsto em norma infraconstitucional, Da Prescrição
pois inexiste tal requisito na Constituição Federal. O único Seção I
requisito estabelecido para a acumulação é a Disposições Gerais
compatibilidade de horários no exercício das funções, cujo Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a
cumprimento deverá ser aferido pela administração pública. qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os
STF. 1ª Turma. RE 1176440/DF (Info 937). STF. 2ª Turma. RMS arts. 205 e 206.
34257 AgR. STJ. 1ª Seção. REsp 1767955/RJ, Rel. Min. Og
Fernandes, julgado em 27/03/2019.
JDC14
1) O início do prazo prescricional ocorre com o surgimento da
Seção III pretensão, que decorre da exigibilidade do direito subjetivo;
DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS 2) O art. 189 diz respeito a casos em que a pretensão nasce
TERRITÓRIOS imediatamente após a violação do direito absoluto ou da obri-
Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros gação de não fazer.
Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e dis- JDC579 Nas pretensões decorrentes de doenças profissionais
ciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Terri- ou de caráter progressivo, o cômputo da prescrição iniciar-
tórios. se-á somente a partir da ciência inequívoca da incapacidade
§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e do indivíduo, da origem e da natureza dos danos causados.
dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposi-
ções do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, ca -
Art. 190. A exceção prescreve no mesmo prazo em que a pre-
bendo a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art.
tensão.
142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos
respectivos governadores.
§ 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito Fede- JDC415 O art. 190 do Código Civil refere-se apenas às exce-
ral e dos Territórios aplica-se o que for fixado em lei específica do ções impróprias (dependentes/não autônomas). As exceções
respectivo ente estatal. propriamente ditas (independentes/autônomas) são imprescrití-
§ 3º Aplica-se aos militares dos Estados, do Distrito Federale dos veis.
Territórios o disposto no art. 37, inciso XVI (acumulação de car-
gos), com prevalência da atividade militar (EC 101/2019) Art. 191. A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e
só valerá, sendo feita, sem prejuízo de terceiro, depois que a
Seção IV prescrição se consumar; tácita é a renúncia quando se presume
DAS REGIÕES de fatos do interessado, incompatíveis com a prescrição.
Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular sua
ação em um mesmo complexo geoeconômico e social, visando a JDC295 A revogação do art. 194 do Código Civil pela Lei n.
seu desenvolvimento e à redução das desigualdades regionais. 11.280/2006, que determina ao juiz o reconhecimento de ofício
§ 1º - LC disporá sobre: da prescrição, não retira do devedor a possibilidade de renúncia
I - as condições para integração de regiões em desenvolvimento; admitida no art. 191 do texto codificado.
II - a composição dos organismos regionais que executarão, na JDC581 A decretação ex officio da prescrição ou da deca-
forma da lei, os planos regionais, integrantes dos planos nacionais dência deve ser precedida de oitiva das partes.
de desenvolvimento econômico e social, aprovados juntamente
com estes.
Art. 192. Os prazos de prescrição não podem ser alterados por
acordo das partes.

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DIA 5 / 13

importe impugnação do débito contratual ou de cártula repre-


Art. 193. A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de sentativa do direito do credor, é causa interruptiva da prescri-
jurisdição, pela parte a quem aproveita. ção.
JDC417 O art. 202, I, do CC deve ser interpretado sistematica-
Art. 195. Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm mente com o art. 219, § 1º, do CPC, de modo a se entender que
ação contra os seus assistentes ou representantes legais, que de- o efeito interruptivo da prescrição produzido pelo despacho
rem causa à prescrição, ou não a alegarem oportunamente. que ordena a citação é retroativo até a data da propositura
da demanda.
Art. 196. A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a cor-
rer contra o seu sucessor.
Art. 203. A prescrição pode ser interrompida por qualquer inte-
ressado.
Seção II
Das Causas que Impedem ou Suspendem a Prescrição
Art. 204. A interrupção da prescrição por um credor não apro-
Art. 197. NÃO CORRE A PRESCRIÇÃO:
veita aos outros; semelhantemente, a interrupção operada con-
I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal;
tra o codevedor, ou seu herdeiro, não prejudica aos demais coo-
II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar;
brigados.
III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores,
§ 1o A interrupção por um dos credores solidários aproveita
durante a tutela ou curatela.
aos outros; assim como a interrupção efetuada contra o devedor
solidário envolve os demais e seus herdeiros.
JDC296 Não corre a prescrição entre os companheiros, na cons- § 2o A interrupção operada contra um dos herdeiros do deve-
tância da união estável. dor solidário não prejudica os outros herdeiros ou devedores,
Art. 198. TAMBÉM NÃO CORRE A PRESCRIÇÃO: senão quando se trate de obrigações e direitos indivisíveis.
I - contra os absolutamente incapazes; § 3o A interrupção produzida contra o principal devedor prejudica
II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos o fiador.
Estados ou dos Municípios;
III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, A suspensão da prescrição em A interrupção por um dos
em tempo de guerra. favor de um dos credores soli- credores solidários aproveita
dários, só aproveitam os ou- aos outros; assim como a in-
Art. 199. NÃO CORRE IGUALMENTE A PRESCRIÇÃO: tros se a obrigação for indivi- terrupção efetuada contra o
I - pendendo condição suspensiva; sível. devedor solidário envolve os
II - não estando vencido o prazo; demais e seus herdeiros.
III - pendendo ação de evicção.
Seção IV
Art. 200. Quando a ação se originar de fato que deva ser apura-
Dos Prazos da Prescrição
do no juízo criminal, não correrá a prescrição antes da respec-
Art. 205. A prescrição ocorre em 10 anos, quando a lei não lhe
tiva sentença definitiva.
haja fixado prazo menor.

Art. 201. Suspensa a prescrição em favor de um dos credores soli-


Art. 206. Prescreve:
dários, só aproveitam os outros se a obrigação for indivisível.
§ 1o Em 1 ano:
I - a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres
Seção III
destinados a consumo no próprio estabelecimento, para o paga-
Das Causas que Interrompem a Prescrição
mento da hospedagem ou dos alimentos;
Art. 202. A INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO, que somente po-
II - a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste
derá ocorrer uma vez, dar-se-á:
contra aquele, contado o prazo:
I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a
a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil,
citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei
da data em que é citado para responder à ação de indeniza-
processual;
ção proposta pelo terceiro prejudicado, ou da data que a este
II - por protesto, nas condições do inciso antecedente (protesto
indeniza, com a anuência do segurador;
judicial);
b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da
III - por protesto cambial;
pretensão;
IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inven-
III - a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuá-
tário ou em concurso de credores;
rios judiciais, árbitros e peritos, pela percepção de emolumen-
V - por qualquer ATO JUDICIAL que constitua em mora o de-
tos, custas e honorários;
vedor;
IV - a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bens que
VI - por qualquer ATO INEQUÍVOCO, ainda que extrajudicial,
entraram para a formação do capital de sociedade anônima, con-
que importe reconhecimento do direito pelo devedor.
tado da publicação da ata da assembleia que aprovar o laudo;
Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da
V - a pretensão dos credores não pagos contra os sócios ou aci-
data do ato que a interrompeu, ou do último ato do processo
onistas e os liquidantes, contado o prazo da publicação da ata de
para a interromper.
encerramento da liquidação da sociedade.
§ 2o Em 2 anos, a pretensão para haver prestações alimentares, a
JDC416 A propositura de demanda judicial pelo devedor, que partir da data em que se vencerem.

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DIA 5 / 14

§ 3o Em 3 anos: Art. 207. Salvo disposição legal em contrário, NÃO SE APLICAM à


I - a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústi- decadência as normas que impedem, suspendem ou inter-
cos; rompem a prescrição.
II - a pretensão para receber prestações vencidas de rendas
temporárias ou vitalícias; Art. 208. Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 (os rela-
III - a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer pres- tivamente incapazes e as pessoas jurídicas têm ação contra os
tações acessórias, pagáveis, em períodos não maiores de 1 ano, seus assistentes ou representantes legais, que derem causa à de-
com capitalização ou sem ela; cadência, ou não a alegarem oportunamente) e 198, inciso I (não
IV - a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem cau- corre contra absolutamente incapaz).
sa;
V - a pretensão de reparação civil; Art. 209. É NULA a renúncia à decadência fixada em lei.
VI - a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebi-
dos de má-fé, correndo o prazo da data em que foi deliberada a Art. 210. Deve o juiz, de ofício, conhecer da decadência, quando
distribuição; estabelecida por lei.
VII - a pretensão contra as pessoas em seguida indicadas por vio-
lação da lei ou do estatuto, contado o prazo: Art. 211. Se a decadência for convencional, a parte a quem apro-
a) para os fundadores, da publicação dos atos constitutivos da so- veita pode alegá-la em qualquer grau de jurisdição, mas o juiz
ciedade anônima; não pode suprir a alegação.
b) para os administradores, ou fiscais, da apresentação, aos só-
cios, do balanço referente ao exercício em que a violação tenha SÚMULAS SOBRE PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
sido praticada, ou da reunião ou assembleia geral que dela deva
tomar conhecimento; STF
c) para os liquidantes, da primeira assembleia semestral posterior Súmula 150-STF: Prescreve a execução no mesmo prazo de
à violação; prescrição da ação
VIII - a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, Súmula 154-STF: Simples vistoria NÃO INTERROMPE a
a contar do vencimento, ressalvadas as disposições de lei especial; prescrição
IX - a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do ter-
ceiro prejudicado, no caso de seguro de responsabilidade civil STJ
obrigatório - DPVAT. Súmula 106-STJ: Proposta a ação no prazo fixado para o seu
§ 4o Em 4 anos, a pretensão relativa à tutela, a contar da data da exercício, a demora na citação, por motivos inerentes ao
aprovação das contas. mecanismo da justiça, não justifica o acolhimento da arguição
§ 5o Em 5 anos: de prescrição ou decadência
I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de Súmula 547-STJ: Nas ações em que se pleiteia o ressarcimento
instrumento público ou particular; dos valores pagos a título de participação financeira do
II - a pretensão dos profissionais liberais em geral, procurado- consumidor no custeio de construção de rede elétrica, o
res judiciais, curadores e professores pelos seus honorários, prazo prescricional é de 20 anos na vigência do Código Civil de
contado o prazo da conclusão dos serviços, da cessação dos res- 1916. Na vigência do Código Civil de 2002, o prazo é de 5 anos
pectivos contratos ou mandato; se houver previsão contratual de ressarcimento e de 3 anos na
III - a pretensão do vencedor para haver do vencido o que des- ausência de cláusula nesse sentido, observada a regra de
pendeu em juízo. transição disciplinada em seu art. 2.028.

JDC418 O prazo prescricional de 3 anos para a pretensão relati- TÍTULO V


va a aluguéis aplica-se aos contratos de locação de imóveis Da Prova
celebrados com a administração pública. Art. 212. Salvo o negócio a que se impõe forma especial, o fato
JDC420 Não se aplica o art. 206, § 3º, V, do Código Civil às pre - jurídico pode ser provado mediante:
tensões indenizatórias decorrentes de acidente de trabalho, após I - confissão;
a vigência da Emenda Constitucional n. 45, incidindo a regra do II - documento;
art. 7º, XXIX, da Constituição da República. III - testemunha;
JDC580 É de 3 anos, pelo art. 206, § 3º, V, do CC, o prazo pres- IV - presunção;
cricional para a pretensão indenizatória da seguradora contra V – perícia.
o causador de dano ao segurado, pois a seguradora sub-
roga-se em seus direitos.
JDC157 O termo “confissão” deve abarcar o conceito lato de
depoimento pessoal, tendo em vista que este consiste em
Responsabilidade civil Responsabilidade meio de prova de maior abrangência, plenamente admissível no
EXTRACONTRATUAL CONTRATUAL ordenamento jurídico brasileiro.
(reparação civil) (inadimplemento contratual) JDC297 O documento eletrônico tem valor probante, desde
que seja apto a conservar a integridade de seu conteúdo e
3 anos (art. 206, § 3º, V, do CC). 10 anos (art. 205 do CC).
idôneo a apontar sua autoria, independentemente da tecno-
logia empregada.
CAPÍTULO II JDC298 Os arquivos eletrônicos incluem-se no conceito de “re-
Da Decadência produções eletrônicas de fatos ou de coisas” do art. 225 do

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DIA 5 / 15

Código Civil, aos quais deve ser aplicado o regime jurídico da Art. 218. Os traslados e as certidões considerar-se-ão instrumen-
prova documental. tos públicos, se os originais se houverem produzido em juízo
como prova de algum ato.
Art. 213. NÃO TEM EFICÁCIA a confissão se provém de quem
Art. 219. As declarações constantes de documentos assinados
não é capaz de dispor do direito a que se referem os fatos con-
presumem-se verdadeiras em relação aos signatários.
fessados.
Parágrafo único. Não tendo relação direta, porém, com as dispo-
Parágrafo único. Se feita a confissão por um representante, so-
sições principais ou com a legitimidade das partes, as declara-
mente é eficaz nos limites em que este pode vincular o represen-
ções enunciativas não eximem os interessados em sua veraci-
tado.
dade do ônus de prová-las.
Art. 214. A confissão é IRREVOGÁVEL, mas pode ser anulada se
Art. 220. A anuência ou a autorização de outrem, necessária à va-
decorreu de erro de fato ou de coação.
lidade de um ato, provar-se-á do mesmo modo que este, e cons-
tará, sempre que se possa, do próprio instrumento.
Art. 215. A escritura pública, lavrada em notas de tabelião, é do-
cumento dotado de fé pública, fazendo prova plena.
Art. 221. O instrumento particular, feito e assinado, ou somente
§ 1o Salvo quando exigidos por lei outros requisitos, a escritura
assinado por quem esteja na livre disposição e administração de
pública deve conter:
seus bens, prova as obrigações convencionais de qualquer valor;
I - data e local de sua realização;
mas os seus efeitos, bem como os da cessão, não se operam, a
II - reconhecimento da identidade e capacidade das partes e de
respeito de terceiros, antes de registrado no registro público.
quantos hajam comparecido ao ato, por si, como representantes,
Parágrafo único. A prova do instrumento particular pode suprir-se
intervenientes ou testemunhas;
pelas outras de caráter legal.
III - nome, nacionalidade, estado civil, profissão, domicílio e resi-
dência das partes e demais comparecentes, com a indicação,
Art. 222. O telegrama, quando lhe for contestada a autenticidade,
quando necessário, do regime de bens do casamento, nome do
faz prova mediante conferência com o original assinado.
outro cônjuge e filiação;
IV - manifestação clara da vontade das partes e dos intervenien-
Art. 223. A cópia fotográfica de documento, conferida por tabeli-
tes;
ão de notas, valerá como prova de declaração da vontade, mas,
V - referência ao cumprimento das exigências legais e fiscais ine-
impugnada sua autenticidade, deverá ser exibido o original.
rentes à legitimidade do ato;
Parágrafo único. A prova não supre a ausência do título de
VI - declaração de ter sido lida na presença das partes e demais
crédito, ou do original, nos casos em que a lei ou as circuns-
comparecentes, ou de que todos a leram;
tâncias condicionarem o exercício do direito à sua exibição.
VII - assinatura das partes e dos demais comparecentes, bem
como a do tabelião ou seu substituto legal, encerrando o ato.
Art. 224. Os documentos redigidos em língua estrangeira serão
§ 2o Se algum comparecente não puder ou não souber escrever,
traduzidos para o português para ter efeitos legais no País.
outra pessoa capaz assinará por ele, a seu rogo.
§ 3o A escritura será redigida na língua nacional.
Art. 225. As reproduções fotográficas, cinematográficas, os regis-
§ 4o Se qualquer dos comparecentes não souber a língua nacional
tros fonográficos e, em geral, quaisquer outras reproduções me-
e o tabelião não entender o idioma em que se expressa, deverá
cânicas ou eletrônicas de fatos ou de coisas fazem prova plena
comparecer tradutor público para servir de intérprete, ou, não o
destes, se a parte, contra quem forem exibidos, não lhes impug-
havendo na localidade, outra pessoa capaz que, a juízo do tabeli-
nar a exatidão.
ão, tenha idoneidade e conhecimento bastantes.
§ 5o Se algum dos comparecentes não for conhecido do tabelião,
Art. 226. Os livros e fichas dos empresários e sociedades provam
nem puder identificar-se por documento, deverão participar do
contra as pessoas a que pertencem, e, em seu favor, quando, es-
ato pelo menos 2 testemunhas que o conheçam e atestem sua
criturados sem vício extrínseco ou intrínseco, forem confirmados
identidade.
por outros subsídios.
Parágrafo único. A prova resultante dos livros e fichas não é bas-
JDC158 A amplitude da noção de “prova plena” (isto é, “comple- tante nos casos em que a lei exige escritura pública, ou escrito
ta”) importa presunção relativa acerca dos elementos indica- particular revestido de requisitos especiais, e pode ser ilidida pela
dos nos incisos do § 1º, devendo ser conjugada com o disposto comprovação da falsidade ou inexatidão dos lançamentos.
no parágrafo único do art. 219.
Art. 227. Parágrafo único. QUALQUER QUE SEJA O VALOR DO
Art. 216. Farão a mesma prova que os originais as certidões textu- NEGÓCIO JURÍDICO, a prova testemunhal é admissível como
ais de qualquer peça judicial, do protocolo das audiências, ou de subsidiária ou complementar da prova por escrito.
outro qualquer livro a cargo do escrivão, sendo extraídas por ele,
ou sob a sua vigilância, e por ele subscritas, assim como os trasla- Art. 228. NÃO PODEM SER ADMITIDOS COMO TESTEMUNHAS:
dos de autos, quando por outro escrivão consertados. I - os menores de 16 anos;
IV - o interessado no litígio, o amigo íntimo ou o inimigo ca-
Art. 217. Terão a mesma força probante os traslados e as certi- pital das partes;
dões, extraídos por tabelião ou oficial de registro, de instrumen- V - os cônjuges, os ascendentes, os descendentes e os colate-
tos ou documentos lançados em suas notas. rais, até o 3° grau de alguma das partes, por consanguinidade,
ou afinidade.

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§ 1o Para a prova de fatos que só elas conheçam, pode o juiz Art. 153. O escrivão ou o chefe de secretaria atenderá, preferen-
admitir o depoimento das pessoas a que se refere este artigo. cialmente, à ordem cronológica de recebimento para publicação
§ 2o A pessoa com deficiência poderá testemunhar em igual- e efetivação dos pronunciamentos judiciais.
dade de condições com as demais pessoas, sendo-lhe assegu- § 1o A lista de processos recebidos deverá ser disponibilizada, de
rados todos os recursos de tecnologia assistiva. forma permanente, para consulta pública.
§ 2o Estão excluídos da regra do caput:
Art. 231. Aquele que se nega a submeter-se a exame médico ne- I - os atos urgentes, assim reconhecidos pelo juiz no pronuncia-
cessário não poderá aproveitar-se de sua recusa. mento judicial a ser efetivado;
II - as preferências legais.
Art. 232. A recusa à perícia médica ordenada pelo juiz poderá su- § 3o Após elaboração de lista própria, respeitar-se-ão a ordem
prir a prova que se pretendia obter com o exame. cronológica de recebimento entre os atos urgentes e as preferên-
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL cias legais.
§ 4o A parte que se considerar preterida na ordem cronológica
poderá reclamar, nos próprios autos, ao juiz do processo, que re-
CAPÍTULO III
quisitará informações ao servidor, a serem prestadas no prazo de
DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA
2 dias.
Art. 149. São auxiliares da Justiça, além de outros cujas atribui-
§ 5o Constatada a preterição, o juiz determinará o imediato cum-
ções sejam determinadas pelas normas de organização judiciária,
primento do ato e a instauração de processo administrativo disci-
o escrivão, o chefe de secretaria, o oficial de justiça, o perito, o
plinar contra o servidor.
depositário, o administrador, o intérprete, o tradutor, o media-
dor, o conciliador judicial, o partidor, o distribuidor, o contabilis- JDPC14 A ordem cronológica do art. 153 do CPC não será reno-
ta e o regulador de avarias. vada quando houver equívoco atribuível ao Poder Judiciário no
cumprimento de despacho ou decisão.
Seção I
Do Escrivão, do Chefe de Secretaria e do Oficial de Justiça Art. 154. Incumbe ao oficial de justiça:
Art. 150. Em cada juízo haverá um ou mais ofícios de justiça, cujas I - fazer pessoalmente citações, prisões, penhoras, arrestos e de-
atribuições serão determinadas pelas normas de organização ju- mais diligências próprias do seu ofício, sempre que possível na
diciária. presença de 2 testemunhas, certificando no mandado o ocorrido,
com menção ao lugar, ao dia e à hora;
Art. 151. Em cada comarca, seção ou subseção judiciária haverá, II - executar as ordens do juiz a que estiver subordinado;
no mínimo, tantos oficiais de justiça quantos sejam os juízos. III - entregar o mandado em cartório após seu cumprimento;
IV - auxiliar o juiz na manutenção da ordem;
Art. 152. Incumbe ao escrivão ou ao chefe de secretaria: V - efetuar avaliações, quando for o caso;
I - redigir, na forma legal, os ofícios, os mandados, as cartas pre- VI - certificar, em mandado, proposta de autocomposição
catórias e os demais atos que pertençam ao seu ofício; apresentada por qualquer das partes, na ocasião de realização
II - efetivar as ordens judiciais, realizar citações e intimações, bem de ato de comunicação que lhe couber.
como praticar todos os demais atos que lhe forem atribuídos pe- Parágrafo único. Certificada a proposta de autocomposição
las normas de organização judiciária; prevista no inciso VI, o juiz ordenará a intimação da parte con-
III - comparecer às audiências ou, não podendo fazê-lo, designar trária para manifestar-se, no prazo de 5 dias, sem prejuízo do
servidor para substituí-lo; andamento regular do processo, entendendo-se o SILÊNCIO
IV - manter sob sua guarda e responsabilidade os autos, não per- COMO RECUSA.
mitindo que saiam do cartório, exceto:
a) quando tenham de seguir à conclusão do juiz; Art. 155. O escrivão, o chefe de secretaria e o oficial de justiça
b) com vista a procurador, à Defensoria Pública, ao Ministério Pú- são responsáveis, civil e regressivamente, quando:
blico ou à Fazenda Pública; I - sem justo motivo, se recusarem a cumprir no prazo os atos im-
c) quando devam ser remetidos ao contabilista ou ao partidor; postos pela lei ou pelo juiz a que estão subordinados;
d) quando forem remetidos a outro juízo em razão da modifica- II - praticarem ato nulo com dolo ou culpa.
ção da competência;
V - fornecer certidão de qualquer ato ou termo do processo, in- Seção II
dependentemente de despacho, observadas as disposições refe- Do Perito
rentes ao segredo de justiça; Art. 156. O juiz será assistido por perito quando a prova do fato
VI - praticar, de ofício, os atos meramente ordinatórios. depender de conhecimento técnico ou científico.
§ 1o O juiz titular editará ato a fim de regulamentar a atribuição § 1o Os peritos serão nomeados entre os profissionais legal-
prevista no inciso VI. mente habilitados e os órgãos técnicos ou científicos devida-
§ 2o No impedimento do escrivão ou chefe de secretaria, o juiz mente inscritos em cadastro mantido pelo tribunal ao qual o juiz
convocará substituto e, não o havendo, nomeará pessoa idônea está vinculado.
para o ato. § 2o Para formação do cadastro, os tribunais devem realizar con-
sulta pública, por meio de divulgação na rede mundial de compu-
FPPC130. (art. 152, V; art. 828) A obtenção da certidão prevista tadores ou em jornais de grande circulação, além de consulta di-
no art. 828 independe de decisão judicial. reta a universidades, a conselhos de classe, ao Ministério Público,
à Defensoria Pública e à OAB, para a indicação de profissionais ou
de órgãos técnicos interessados.

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DIA 5 / 17

§ 3o Os tribunais realizarão avaliações e reavaliações periódicas III - realizar a interpretação simultânea dos depoimentos das par-
para manutenção do cadastro, considerando a formação profissi- tes e testemunhas com deficiência auditiva que se comuniquem
onal, a atualização do conhecimento e a experiência dos peritos por meio da Língua Brasileira de Sinais, ou equivalente, quando
interessados. assim for solicitado.
§ 4o Para verificação de eventual impedimento ou motivo de sus- Art. 163. Não pode ser intérprete ou tradutor quem:
peição, nos termos dos arts. 148 e 467, o órgão técnico ou cien- I - não tiver a livre administração de seus bens;
tífico nomeado para realização da perícia informará ao juiz os no- II - for arrolado como testemunha ou atuar como perito no pro-
mes e os dados de qualificação dos profissionais que participarão cesso;
da atividade. III - estiver inabilitado para o exercício da profissão por sentença
§ 5o Na localidade onde não houver inscrito no cadastro dispo- penal condenatória, enquanto durarem seus efeitos.
nibilizado pelo tribunal, a nomeação do perito é de livre esco-
lha pelo juiz e deverá recair sobre profissional ou órgão técnico Art. 164. O intérprete ou tradutor, oficial ou não, é obrigado a
ou científico comprovadamente detentor do conhecimento ne- desempenhar seu ofício, aplicando-se-lhe o disposto nos arts. 157
cessário à realização da perícia. e 158.

Art. 157. O perito tem o dever de cumprir o ofício no prazo que Seção V
lhe designar o juiz, empregando toda sua diligência, podendo es- Dos Conciliadores e Mediadores Judiciais
cusar-se do encargo alegando motivo legítimo. Art. 165. Os tribunais criarão centros judiciários de solução con-
§ 1o A escusa será apresentada no prazo de 15 dias, contado da sensual de conflitos, responsáveis pela realização de sessões e au-
intimação, da suspeição ou do impedimento supervenientes, sob diências de conciliação e mediação e pelo desenvolvimento de
pena de renúncia ao direito a alegá-la. programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a autocom-
§ 2o Será organizada lista de peritos na vara ou na secretaria, com posição.
disponibilização dos documentos exigidos para habilitação à con- § 1o A composição e a organização dos centros serão definidas
sulta de interessados, para que a nomeação seja distribuída de pelo respectivo tribunal, observadas as normas do Conselho Naci-
modo equitativo, observadas a capacidade técnica e a área de co- onal de Justiça.
nhecimento. § 2o O CONCILIADOR, que atuará preferencialmente nos casos
em que NÃO HOUVER VÍNCULO ANTERIOR entre as partes,
Art. 158. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações PODERÁ SUGERIR SOLUÇÕES para o litígio, sendo vedada a uti-
inverídicas responderá pelos prejuízos que causar à parte e fica- lização de qualquer tipo de constrangimento ou intimidação para
rá inabilitado para atuar em outras perícias no prazo de 2 a 5 que as partes conciliem.
anos, independentemente das demais sanções previstas em lei, § 3o O MEDIADOR, que atuará preferencialmente nos casos em
devendo o juiz comunicar o fato ao respectivo órgão de classe que HOUVER VÍNCULO ANTERIOR entre as partes, auxiliará aos
para adoção das medidas que entender cabíveis. interessados a compreender as questões e os interesses em con-
flito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da comu-
Seção III nicação, identificar, por si próprios, soluções consensuais que ge-
Do Depositário e do Administrador rem benefícios mútuos.
Art. 159. A guarda e a conservação de bens penhorados, arresta-
dos, sequestrados ou arrecadados serão confiadas a depositário FPPC397. (Arts. 165 a 175; Lei 9.099/1995, Lei 10.259/2001, Lei
ou a administrador, não dispondo a lei de outro modo. 12.153/2009) A estrutura para autocomposição, nos Juizados
Especiais, deverá contar com a conciliação e a mediação.
Art. 160. Por seu trabalho o depositário ou o administrador per-
ceberá remuneração que o juiz fixará levando em conta a situação
dos bens, ao tempo do serviço e às dificuldades de sua execução. CONCILIADOR MEDIADOR
Parágrafo único. O juiz poderá nomear um ou mais prepostos Não houver vínculo anterior Houver vínculo anterior
por indicação do depositário ou do administrador.
Poderá sugerir soluções Auxiliará a compreender as
Art. 161. O depositário ou o administrador responde pelos prejuí- questões e os interesses em
zos que, por dolo ou culpa, causar à parte, perdendo a remune- conflito
ração que lhe foi arbitrada, mas tem o direito a haver o que legiti-
mamente despendeu no exercício do encargo. Art. 166. A conciliação e a mediação são informadas pelos princí-
Parágrafo único. O depositário infiel responde civilmente pelos pios da independência, da imparcialidade, da autonomia da
prejuízos causados, sem prejuízo de sua responsabilidade penal e vontade, da confidencialidade, da oralidade, da informalidade
da imposição de sanção por ato atentatório à dignidade da e da decisão informada.
justiça. § 1o A confidencialidade estende-se a todas as informações pro-
duzidas no curso do procedimento, cujo teor não poderá ser utili-
Seção IV zado para fim diverso daquele previsto por expressa deliberação
Do Intérprete e do Tradutor das partes.
Art. 162. O juiz nomeará intérprete ou tradutor quando necessá- § 2o Em razão do dever de sigilo, inerente às suas funções, o con-
rio para: ciliador e o mediador, assim como os membros de suas equipes,
I - traduzir documento redigido em língua estrangeira; não poderão divulgar ou depor acerca de fatos ou elementos
II - verter para o português as declarações das partes e das teste- oriundos da conciliação ou da mediação.
munhas que não conhecerem o idioma nacional;

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DIA 5 / 18

§ 3o Admite-se a aplicação de técnicas negociais, com o objeti- § 2o Inexistindo acordo quanto à escolha do mediador ou concili-
vo de proporcionar ambiente favorável à autocomposição. ador, haverá distribuição entre aqueles cadastrados no registro
§ 4o A mediação e a conciliação serão regidas conforme a livre do tribunal, observada a respectiva formação.
autonomia dos interessados, inclusive no que diz respeito à § 3o Sempre que recomendável, haverá a designação de mais de
definição das regras procedimentais. um mediador ou conciliador.

FPPC576. (arts.166, §4º; 354, parágrafo único; art. 3º, §1º, da Lei Art. 169. Ressalvada a hipótese do art. 167, § 6o, o conciliador e o
13.140/15) Admite-se a solução parcial do conflito em au- mediador receberão pelo seu trabalho remuneração prevista em
diência de conciliação ou mediação tabela fixada pelo tribunal, conforme parâmetros estabelecidos
FPPC577. (arts.166, § 4º; 696; art. 2º, II e V da Lei 13.140/2015) A pelo Conselho Nacional de Justiça.
realização de sessões adicionais de conciliação ou mediação de- § 1o A mediação e a conciliação podem ser realizadas como traba-
pende da concordância de ambas as partes. lho voluntário, observada a legislação pertinente e a regulamen-
tação do tribunal.
§ 2o Os tribunais determinarão o percentual de audiências não re-
Art. 167. Os conciliadores, os mediadores e as câmaras privadas
muneradas que deverão ser suportadas pelas câmaras privadas
de conciliação e mediação serão inscritos em cadastro nacional e
de conciliação e mediação, com o fim de atender aos processos
em cadastro de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal,
em que deferida gratuidade da justiça, como contrapartida de seu
que manterá registro de profissionais habilitados, com indicação
credenciamento.
de sua área profissional.
§ 1o Preenchendo o requisito da capacitação mínima, por meio de
Art. 170. No caso de impedimento, o conciliador ou mediador o
curso realizado por entidade credenciada, conforme parâmetro
comunicará imediatamente, de preferência por meio eletrônico, e
curricular definido pelo Conselho Nacional de Justiça em conjunto
devolverá os autos ao juiz do processo ou ao coordenador do
com o Ministério da Justiça, o conciliador ou o mediador, com o
centro judiciário de solução de conflitos, devendo este realizar
respectivo certificado, poderá requerer sua inscrição no cadastro
nova distribuição.
nacional e no cadastro de tribunal de justiça ou de tribunal regio-
Parágrafo único. Se a causa de impedimento for apurada quando
nal federal.
já iniciado o procedimento, a atividade será interrompida, la-
§ 2o Efetivado o registro, que poderá ser precedido de concurso
vrando-se ata com relatório do ocorrido e solicitação de distribui-
público, o tribunal remeterá ao diretor do foro da comarca, seção
ção para novo conciliador ou mediador.
ou subseção judiciária onde atuará o conciliador ou o mediador
os dados necessários para que seu nome passe a constar da res-
Art. 171. No caso de impossibilidade temporária do exercício da
pectiva lista, a ser observada na distribuição alternada e aleatória,
função, o conciliador ou mediador informará o fato ao centro,
respeitado o princípio da igualdade dentro da mesma área de
preferencialmente por meio eletrônico, para que, durante o perío-
atuação profissional.
do em que perdurar a impossibilidade, não haja novas distribui-
§ 3o Do credenciamento das câmaras e do cadastro de conciliado-
ções
res e mediadores constarão todos os dados relevantes para a sua
atuação, tais como o número de processos de que participou, o
Art. 172. O conciliador e o mediador ficam impedidos, pelo pra-
sucesso ou insucesso da atividade, a matéria sobre a qual versou
zo de 1 ano, contado do término da última audiência em que
a controvérsia, bem como outros dados que o tribunal julgar rele-
atuaram, de assessorar, representar ou patrocinar qualquer
vantes.
das partes.
§ 4o Os dados colhidos na forma do § 3o serão classificados siste-
maticamente pelo tribunal, que os publicará, ao menos anual-
Art. 173. Será excluído do cadastro de conciliadores e mediado-
mente, para conhecimento da população e para fins estatísticos e
res aquele que:
de avaliação da conciliação, da mediação, das câmaras privadas
I - agir com dolo ou culpa na condução da conciliação ou da me-
de conciliação e de mediação, dos conciliadores e dos mediado-
diação sob sua responsabilidade ou violar qualquer dos deveres
res.
decorrentes do art. 166, §§ 1o e 2o;
§ 5o Os conciliadores e mediadores judiciais cadastrados na forma
II - atuar em procedimento de mediação ou conciliação, apesar de
do caput, se advogados, estarão impedidos de exercer a advo-
impedido ou suspeito.
cacia nos juízos em que desempenhem suas funções.
§ 1o Os casos previstos neste artigo serão apurados em processo
§ 6o O tribunal poderá optar pela criação de quadro próprio de
administrativo.
conciliadores e mediadores, a ser preenchido por concurso públi-
§ 2o O juiz do processo ou o juiz coordenador do centro de conci-
co de provas e títulos, observadas as disposições deste Capítulo.
liação e mediação, se houver, verificando atuação inadequada do
mediador ou conciliador, poderá afastá-lo de suas atividades por
FPPC625. (art.167, §3º) O sucesso ou insucesso da mediação ou até 180 dias, por decisão fundamentada, informando o fato ime-
da conciliação não deve ser apurado apenas em função da diatamente ao tribunal para instauração do respectivo processo
celebração de acordo. administrativo.

Art. 168. As partes podem escolher, de comum acordo, o conci- Art. 174. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
liador, o mediador ou a câmara privada de conciliação e de medi- criarão câmaras de mediação e conciliação, com atribuições rela-
ação. cionadas à solução consensual de conflitos no âmbito admi-
§ 1o O conciliador ou mediador escolhido pelas partes poderá ou nistrativo, tais como:
não estar cadastrado no tribunal. I - dirimir conflitos envolvendo órgãos e entidades da administra-
ção pública;

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DIA 5 / 19

II - avaliar a admissibilidade dos pedidos de resolução de confli- aplicando-se a regulamentação anterior aos prazos iniciados
tos, por meio de conciliação, no âmbito da administração pública; sob a vigência do CPC de 1973
III - promover, quando couber, a celebração de termo de ajusta-
mento de conduta.
Art. 181. O membro do Ministério Público será civil e regressiva-
mente responsável quando agir com dolo ou fraude no exercício
FPPC398. (Art. 174 e Lei 13.140/2015) As câmaras de mediação de suas funções.
e conciliação têm competência para realização da conciliação e
da mediação, no âmbito administrativo, de conflitos judiciais e TÍTULO VI
extrajudiciais DA ADVOCACIA PÚBLICA
Art. 182. Incumbe à Advocacia Pública, na forma da lei, defender
Art. 175. As disposições desta Seção não excluem outras formas e promover os interesses públicos da União, dos Estados, do
de conciliação e mediação extrajudiciais vinculadas a órgãos insti- Distrito Federal e dos Municípios, por meio da representação ju-
tucionais ou realizadas por intermédio de profissionais indepen- dicial, em todos os âmbitos federativos, das pessoas jurídicas de
dentes, que poderão ser regulamentadas por lei específica. direito público que integram a administração direta e indireta.
Parágrafo único. Os dispositivos desta Seção aplicam-se, no que
couber, às câmaras privadas de conciliação e mediação. Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e
suas respectivas autarquias e fundações de direito público goza-
TÍTULO V rão de prazo em dobro para todas as suas manifestações pro-
DO MINISTÉRIO PÚBLICO cessuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pes-
Art. 176. O Ministério Público atuará na defesa da ordem jurídi- soal.
ca, do regime democrático e dos interesses e direitos sociais e § 1o A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio
individuais indisponíveis. eletrônico.
§ 2o Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando
Art. 177. O Ministério Público exercerá o direito de ação em con- a lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para o ente
formidade com suas atribuições constitucionais. público.

Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 FPPC400. (art. 183) O art. 183 se aplica aos processos que trami-
dias, intervir como FISCAL DA ORDEM JURÍDICA nas hipóteses tam em autos eletrônicos.
previstas em lei ou na Constituição Federal e nos processos que FPPC401. (art. 183, § 1º) Para fins de contagem de prazo da Fa-
envolvam: zenda Pública nos processos que tramitam em autos eletrôni-
I - interesse público ou social; cos, não se considera como intimação pessoal a publicação
II - interesse de incapaz; pelo Diário da Justiça Eletrônico.
III - litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana. FPPC578. (art. 183,§1º) Em razão da previsão especial do § 1º do
Parágrafo único. A participação da Fazenda Pública NÃO CON- art. 183, estabelecendo a intimação pessoal da Fazenda Pública
FIGURA, POR SI SÓ, hipótese de intervenção do Ministério por carga, remessa ou meio eletrônico, a ela não se aplica o dis-
Público. posto no § 1º do art. 269.

Art. 179. Nos casos de intervenção como fiscal da ordem jurídi-


Art. 184. O membro da Advocacia Pública será civil e regressiva-
ca, o Ministério Público:
mente responsável quando agir com dolo ou fraude no exercício
I - terá vista dos autos depois das partes, sendo intimado de to-
de suas funções
dos os atos do processo;
II - poderá produzir provas, requerer as medidas processuais
TÍTULO VII
pertinentes e recorrer.
DA DEFENSORIA PÚBLICA
Art. 185. A Defensoria Pública exercerá a orientação jurídica, a
CJF 112: A intervenção do Ministério Público como fiscal da or- promoção dos direitos humanos e a defesa dos direitos indivi-
dem jurídica não inviabiliza a celebração de negócios proces- duais e coletivos dos necessitados, em todos os graus, de forma
suais. integral e gratuita.

Art. 180. O Ministério Público gozará de prazo em dobro para Art. 186. A Defensoria Pública gozará de prazo em dobro para
manifestar-se nos autos, que terá início a partir de sua intima- todas as suas manifestações processuais.
ção pessoal, nos termos do art. 183, § 1 o (carga, remessa ou meio § 1o O prazo tem início com a intimação pessoal do defensor
eletrônico) público, nos termos do art. 183, § 1o (A intimação pessoal far-se-á
§ 1o Findo o prazo para manifestação do Ministério Público sem o por carga, remessa ou meio eletrônico)
oferecimento de parecer, o juiz requisitará os autos e dará anda-
O CPC/15 não prevê que intimação pessoal do defensor público
mento ao processo.
dar-se-á com a remessa dos autos com vista. A LC 80/94 prevê
§ 2o Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando
no art. 128, I.
a lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para o Mi-
nistério Público. § 2o A requerimento da Defensoria Pública, o juiz determinará
a intimação pessoal da parte patrocinada quando o ato pro-
cessual depender de providência ou informação que somente
FPPC399. (arts. 180 e 183) Os arts. 180 e 183 somente se apli-
por ela possa ser realizada ou prestada.
cam aos prazos que se iniciarem na vigência do CPC de 2015,

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DIA 5 / 20

§ 3o O disposto no caput (prazo em dobro) aplica-se aos escritó- c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensal-
rios de prática jurídica das faculdades de Direito reconhecidas mente, para informar e justificar suas atividades.
na forma da lei e às entidades que prestam assistência jurídica
gratuita em razão de convênios firmados com a Defensoria Públi- Art. 79 - A sentença poderá especificar outras condições a
ca. que fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato
§ 4o Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando e à situação pessoal do condenado.
a lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para a Defen-
soria Pública. Art. 80 - A suspensão NÃO SE ESTENDE às penas restriti-
vas de direitos nem à multa.
FPPC626. (arts.186, §§ 2º e 3º, e 223, §§ 1º e 2º) O requerimento
previsto no §2º do art. 186, formulado pela Defensoria Pública Revogação obrigatória
ou pelas entidades mencionadas no §3º do art. 186, constitui Art. 81 - A suspensão SERÁ REVOGADA se, no curso do
justa causa para os fins do §2º do art. 223, quanto ao prazo em prazo, o beneficiário:
curso. I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime DO-
JDPC15 Aplicam-se às entidades referidas no § 3º do art. 186 do LOSO;
CPC as regras sobre intimação pessoal das partes e suas teste- II - frustra, embora solvente, a execução de pena de mul-
munhas (art. 186, § 2º; art. 455, § 4º, IV; art. 513, § 2º, II e art. ta ou não efetua, sem motivo justificado, a reparação do
876, § 1º, II, todos do CPC). dano;
III - descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código
(PSC ou LFS)
Art. 187. O membro da Defensoria Pública será civil e regressiva-
Revogação facultativa
mente responsável quando agir com dolo ou fraude no exercício
§ 1º - A suspensão PODERÁ SER REVOGADA se o condena-
de suas funções.
do descumpre qualquer outra condição imposta ou é irrecorri-
velmente condenado, por crime culposo ou por contravenção,
CÓDIGO PENAL a pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos.
Prorrogação do período de prova
CAPÍTULO IV § 2º - Se o beneficiário está sendo processado por outro cri-
DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA me ou contravenção, considera-se prorrogado o prazo da sus-
Requisitos da suspensão da pena pensão até o julgamento definitivo.
Art. 77 - A execução da PPL, não superior a 2 anos, poderá § 3º - Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao in-
ser suspensa, por 2 a 4 anos, desde que: vés de decretá-la, prorrogar o período de prova até o máximo,
I - o condenado não seja reincidente em crime doloso; se este não foi o fixado.
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e
personalidade do agente, bem como os motivos e as circuns- Cumprimento das condições
tâncias autorizem a concessão do benefício (circunstâncias judici- Art. 82 - Expirado o prazo sem que tenha havido revogação,
ais favoráveis); considera-se extinta a pena privativa de liberdade.
III - Não seja indicada ou cabível a substituição por PRD.
§ 1º - A condenação anterior a pena de multa NÃO IMPE- SISTEMAS DO SURSIS
DE a concessão do benefício.
§ 2o A execução da pena privativa de liberdade, não superior FRANCO BELGA ANGLO-AMERICANO PROBATION OF
a 4 anos, poderá ser suspensa, por 4 a 6 anos, desde que o con- Probation System FIRST OFFENDERS
denado seja maior de 70 anos de idade, ou razões de saúde ACT
justifiquem a suspensão. O réu é processa- O réu é processado O réu é processado
do
Súmula 499-STF: Não obsta a concessão do "sursis" condena-
É reconhecido cul- É reconhecido culpado ------------------
ção anterior a pena de multa.
pado

Art. 78 - Durante o prazo da suspensão, o condenado ficará Existe condenação ------------------ ------------------
sujeito à observação e ao cumprimento das condições estabeleci- Suspende-se a Suspende-se o pro- Suspende-se o
das pelo juiz. execução da pena cesso evitando a im- processo sem o
§ 1º - No 1° ano do prazo, deverá o condenado prestar ser- posição da pena reconhecimento
viços à comunidade (PSC) (art. 46) ou submeter-se à limitação da culpa
de fim de semana (LFS) (art. 48).
§ 2° Se o condenado houver reparado o dano, salvo impos- OBS: Foi adotado OBS: Não tem previ- OBS: Adotado pelo
sibilidade de fazê-lo, e se as circunstâncias do art. 59 deste Códi- pelo Brasil para são legal no nosso Brasil para discipli-
go lhe forem inteiramente favoráveis (circunstâncias judiciais fa- disciplinar o “sur- país. nar a suspensão
voráveis), o juiz poderá substituir a exigência do parágrafo an- sis” (art. 77, CP). condicional do
terior pelas seguintes condições, APLICADAS CUMULATIVA- processo (art. 89,
MENTE: lei 9099/95).
a) proibição de frequentar determinados lugares;
b) proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem
autorização do juiz;

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DIA 5 / 21

CAPÍTULO V
DO LIVRAMENTO CONDICIONAL Especificações das condições
Requisitos do livramento condicional Art. 85 - A sentença especificará as condições a que fica su-
Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao bordinado o livramento.
condenado a PPL ≥2a, desde que:
I - cumprida + de 1/3 da pena se o condenado não for rein- Revogação do livramento
cidente em crime doloso e tiver bons antecedentes; Art. 86 - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser
Se reincidente em crime culposo, tem que cumprir + de 1/3 e condenado a pena privativa de liberdade, em sentença irre-
não + de 1/2. corrível:
I - por crime cometido durante a vigência do benefício;
II - cumprida + de 1/2 se o condenado for reincidente em
II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84 des-
crime doloso;
te Código.
III – comprovado: (LEI 13964/19)
a) bom comportamento durante a execução da pena; (LEI
Revogação facultativa
13964/19)
Art. 87 - O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o
b) não cometimento de falta grave nos últimos 12 meses;
liberado deixar de cumprir qualquer das obrigações constantes
(LEI 13964/19)
da sentença, ou for irrecorrivelmente condenado, por crime ou
c) bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído; e (LEI
contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade.
13964/19)
d) aptidão para prover a própria subsistência mediante traba-
Efeitos da revogação
lho honesto; (LEI 13964/19)
Art. 88 - Revogado o livramento, não poderá ser novamen-
IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de
te concedido, e, salvo quando a revogação resulta de condena-
fazê-lo, o dano causado pela infração;
ção por outro crime anterior àquele benefício, não se desconta
V - cumpridos + de 2/3 da pena, nos casos de condenação
na pena o tempo em que esteve solto o condenado.
por crime hediondo, prática de tortura, tráfico ilícito de entorpe-
centes e drogas afins, tráfico de pessoas e terrorismo, se o apena-
Extinção
do NÃO for REINCIDENTE ESPECÍFICO em crimes dessa natu-
Art. 89 - O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquan-
reza.
to não passar em julgado a sentença em processo a que responde
Parágrafo único - Para o condenado por CRIME DOLOSO,
o liberado, por crime cometido na vigência do livramento.
COMETIDO COM VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA À PESSOA, a
concessão do livramento ficará também subordinada à constata-
Art. 90 - Se até o seu término o livramento não é revogado,
ção de condições pessoais que façam presumir que o liberado
considera-se extinta a pena privativa de liberdade.
não voltará a delinquir.

Súmula 617, STJ: A ausência de suspensão ou revogação do li-


+1/3 Não reincidente em crime DOLOSO e
vramento condicional antes do término do período de prova en-
bons antecedentes
seja a extinção da punibilidade pelo integral cumprimento da
LIVRAMENTO
+1/2 Reincidente em crime DOLOSO pena.
CONDICIONAL
Crimes hediondos e equiparados e
não ser reincidente específico LIVRAMENTO CONDICIONAL
+2/3
Associação para o tráfico (art. 44, pa- Requisitos O condenado deve ter:
rágrafo único, da Lei 11343/06) OBJETIVOS 1) sido sentenciado a uma pena privativa
de liberdade igual ou superior a 2 anos;
2) reparado o dano causado com o crime,
REQUISITOS LIVRAMENTO CONDICIONAL
salvo se for impossível fazê-lo;
ANTES DA LEI 13964/19 DEPOIS DA LEI 13964/19 3) cumprido parte da pena, quantidade que
irá variar conforme ele seja reincidente ou
III - comprovado III - comprovado:
não:
comportamento a) BOM comportamento
• condenado não reincidente em crime doloso
SATISFATÓRIO durante a durante a execução da pena;
e com bons antecedentes: basta cumprir mais
execução da pena, bom b) não cometimento de falta
de 1/3 (livramento condicional SIMPLES);
desempenho no trabalho que grave nos últimos 12 meses;
• condenado reincidente em crime doloso:
lhe foi atribuído e aptidão c) bom desempenho no
deve cumprir mais de 1/2 (livramento
para prover à própria trabalho que lhe foi atribuído;
condicional QUALIFICADO);
subsistência mediante e
• condenado por crime hediondo ou
trabalho honesto; d) aptidão para prover a
equiparado, se não for reincidente
própria subsistência mediante
específico em crimes dessa natureza: deve
trabalho honesto;
cumprir mais de 2/3 (livramento
condicional ESPECÍFICO);
Soma de penas • condenado por crime hediondo ou
Art. 84 - As penas que correspondem a infrações diversas equiparado, se for reincidente específico em
devem somar-se para efeito do livramento.

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DIA 5 / 22

crimes dessa natureza: não terá direito a § 4º Na sentença condenatória, o juiz deve declarar o valor da
livramento condicional. diferença apurada e especificar os bens cuja perda for
decretada. (LEI 13964/19)
O condenado deve ter: § 5º Os instrumentos utilizados para a prática de crimes por or-
1) bom comportamento carcerário a ser ganizações criminosas e milícias deverão ser declarados perdi-
comprovado pelo diretor da unidade dos em favor da União ou do Estado, dependendo da Justiça
prisional; onde tramita a ação penal, ainda que não ponham em perigo a
2) bom desempenho no trabalho que lhe segurança das pessoas, a moral ou a ordem pública, nem ofe-
foi atribuído; reçam sério risco de ser utilizados para o cometimento de no-
Requisitos 3) aptidão para prover a própria vos crimes. (LEI 13964/19)
SUBJETIVOS subsistência mediante trabalho honesto;
4) para o condenado por crime doloso, Art. 92 - São também efeitos da condenação (NÃO AUTO-
cometido com violência ou grave ameaça à MÁTICOS):
pessoa a concessão do livramento ficará I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo:
também subordinada àconstatação de a) quando aplicada PPL por tempo ≥1 ano, nos crimes pra-
condições pessoais que façam presumir ticados com abuso de poder ou violação de dever para com a
que o liberado não voltará a delinquir. Administração Pública;
*Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br b) quando for aplicada PPL por tempo > a 4 anos nos de-
mais casos.
CAPÍTULO VI II – a incapacidade para o exercício do poder familiar, da
DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO tutela ou da curatela nos crimes dolosos sujeitos à pena de re-
Efeitos genéricos e específicos clusão cometidos contra outrem igualmente titular do mesmo
Art. 91 - São efeitos da condenação (AUTOMÁTICOS): poder familiar, contra filho, filha ou outro descendente ou
I - tornar certa a OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR o dano cau- contra tutelado ou curatelado
sado pelo crime; III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado
II - a PERDA em favor da União, ressalvado o direito do le- como meio para a prática de crime doloso.
sado ou de terceiro de boa-fé: Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não são
a) dos INSTRUMENTOS do crime, desde que consistam em automáticos, devendo ser motivadamente declarados na senten-
coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua ça.
fato ilícito;
b) do PRODUTO do crime ou de qualquer bem ou valor que
Crime praticado por intermédio de automóvel é denominado
constitua proveito auferido pelo agente com a prática do fato cri-
DELITO DE CIRCULAÇÃO
minoso.
§ 1o Poderá ser decretada a perda de bens ou valores equiva-
lentes ao produto ou proveito do crime quando estes não forem São efeitos não automáticos São PRD na modalidade in-
encontrados ou quando se localizarem no exterior. da condenação (art. 92, CP): terdição temporária de
§ 2o Na hipótese do § 1o, as medidas assecuratórias previstas direitos (art. 47, CP)
na legislação processual poderão abranger bens ou valores equi- - A perda de cargo, função pú- - Proibição do exercício de
valentes do investigado ou acusado para posterior decretação de blica ou mandato eletivo cargo, função ou atividade
perda. - incapacidade para o exercí- pública, bem como de man-
cio do poder familiar, da tutela dato eletivo
Art. 91-A. Na hipótese de condenação por infrações às quais a lei ou da curatela nos crimes dolo- - Proibição do exercício de
comine pena máxima superior a 6 anos de reclusão, poderá ser sos sujeitos à pena de reclusão profissão, atividade ou ofício
decretada a perda, como produto ou proveito do crime, dos cometidos contra outrem igual- que dependam de habilitação
bens correspondentes à diferença entre o valor do patrimônio mente titular do mesmo poder especial, de licença ou autori-
do condenado e aquele que seja compatível com o seu familiar, contra filho, filha ou zação do poder público
rendimento lícito. (LEI 13964/19) outro descendente ou contra - Suspensão de autorização
§ 1º Para efeito da perda prevista no caput deste artigo, entende- tutelado ou curatelado ou de habilitação para dirigir
se por patrimônio do condenado todos os bens: - A inabilitação para dirigir ve- veículo
I - de sua titularidade, ou em relação aos quais ele tenha o ículo, quando utilizado como - Proibição de frequentar
domínio e o benefício direto ou indireto, na data da infração meio para a prática de crime determinados lugares
penal ou recebidos posteriormente; e (LEI 13964/19) doloso. - Proibição de inscrever-se
II - transferidos a terceiros a título gratuito ou mediante em concurso, avaliação ou
contraprestação irrisória, a partir do início da atividade criminal. exame públicos.
(LEI 13964/19)
§ 2º O condenado poderá demonstrar a inexistência da SÚMULAS SOBRE EFEITOS DA CONDENAÇÃO
incompatibilidade ou a procedência lícita do patrimônio.
Súmula 631-STJ: O indulto extingue os efeitos primários da
§ 3º A perda prevista neste artigo deverá ser requerida
condenação (pretensão executória), mas NÃO ATINGE OS EFEI-
expressamente pelo Ministério Público, por ocasião do
TOS SECUNDÁRIOS, penais ou extrapenais.
oferecimento da denúncia, com indicação da diferença apurada.
(LEI 13964/19)

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DIA 5 / 23

EFEITOS DA CONDENAÇÃO TÍTULO VI


DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA
O efeito principal (primário) da condenação
SISTEMA DO DUPLO SISTEMA VICARIANTE OU
é impor ao condenado uma sanção penal.
PRINCIPAIS BINÁRIO UNITÁRIO
Efeito principal (primário) = sanção penal.
(PRIMÁRIOS)
A sanção penal divide-se em: a) pena; b) O semi-imputável cumpriria Ao semi-imputável será aplica-
medida de segurança. inicialmente a pena privativa da a pena reduzida de 1/3 a
de liberdade e, ao seu final, 2/3 OU a medida de seguran-
PENAIS se mantida a presença da pe- ça, conforme seja mais ade-
Alguns exemplos: reincidência (art. 63), riculosidade, seria submetido quado ao caso.
causa de revogação do sursis (art. 77, I e § a uma medida de segurança Adotado pelo CP.
1º), causa de revogação do livramento
*Explicações retiradas do site https://blog.ebeji.com.br/o-cp-brasileiro-adota-o-
condicional (art. 86), causa de conversão da sistema-vicariante-ou-duplo-binario/
pena restritiva de direitos em privativa de
liberdade (art. 44, § 5º), impossibilita a Espécies de medidas de segurança
transação penal e concessão de suspensão Art. 96. As medidas de segurança são:
SECUNDÁRIOS condicional do processo (arts. 76 e 89 da Lei I - Internação em hospital de custódia e tratamento psiqui-
nº 9.099/95) etc. átrico ou, à falta, em outro estabelecimento adequado;
EXTRAPENAIS II - sujeição a tratamento ambulatorial.
a) Genéricos: art. 91 do CP; Parágrafo único - Extinta a punibilidade, não se impõe
b) Específicos: art. 92 do CP; medida de segurança nem subsiste a que tenha sido imposta.
c) Previstos em “leis” especiais (exs: art. 15,
III, CF; art. 83 da Lei de Licitações; art. 181, MS DETENTIVA MS RESTRITIVA
da Lei de Falências).
Internação Tratamento ambulatorial
*Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br
Crimes apenados com Crimes apenados com DETEN-
CAPÍTULO VII RECLUSÃO ÇÃO, salvo se a periculosidade
DA REABILITAÇÃO do agente justificar a aplicação
Reabilitação de internação
Art. 93 - A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas
em sentença definitiva, assegurando ao condenado O SIGILO Imposição da medida de segurança para inimputável
DOS REGISTROS sobre o seu processo e condenação. Art. 97 - Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua
Parágrafo único - A reabilitação poderá, também, atingir os internação (art. 26). Se, todavia, o fato previsto como crime for
efeitos da condenação, previstos no art. 92 deste Código, veda- punível com detenção, poderá o juiz submetê-lo a tratamento
da reintegração na situação anterior, nos casos dos incisos I ambulatorial.
(perda de cargo, função pública ou mandato eletivo) e II (incapa- Prazo
cidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela) do § 1º - A internação, ou tratamento ambulatorial, será por
mesmo artigo. tempo INDETERMINADO, perdurando enquanto não for averi-
guada, mediante perícia médica, a cessação de periculosidade. O
Art. 94 - A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 prazo mínimo deverá ser de 1 a 3 anos.
anos do dia em que for extinta, de qualquer modo, a pena ou Perícia médica
terminar sua execução, computando-se o período de prova da § 2º - A perícia médica realizar-se-á ao termo do prazo míni-
suspensão e o do livramento condicional, se não sobrevier re- mo fixado e deverá ser repetida de ano em ano, ou a qualquer
vogação, desde que o condenado: tempo, se o determinar o juiz da execução.
I - tenha tido domicílio no País no prazo acima referido (2 Desinternação ou liberação condicional
anos); § 3º - A desinternação, ou a liberação, SERÁ SEMPRE CON-
II - tenha dado, durante esse tempo, demonstração efetiva e DICIONAL devendo ser restabelecida a situação anterior se o
constante de bom comportamento público e privado; agente, antes do decurso de 1 ano, pratica fato indicativo de
III - tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demons- persistência de sua periculosidade (o fato não precisa ser típico)
tre a absoluta impossibilidade de o fazer, até o dia do pedido, ou § 4º - Em qualquer fase do tratamento ambulatorial, poderá
exiba documento que comprove a renúncia da vítima ou novação o juiz determinar a internação do agente, se essa providência for
da dívida. necessária para fins curativos.
Parágrafo único - Negada a reabilitação, poderá ser requeri-
da, a qualquer tempo, desde que o pedido seja instruído com no- Substituição da pena por medida de segurança para o semi-
vos elementos comprobatórios dos requisitos necessários. imputável
Art. 98 - Na hipótese do parágrafo único do art. 26 deste
Art. 95 - A reabilitação será revogada, de ofício ou a re- Código e necessitando o condenado de especial tratamento cura-
querimento do Ministério Público, se o reabilitado for condena- tivo, a pena privativa de liberdade pode ser substituída pela
do, como reincidente, por decisão definitiva, a pena que não internação, ou tratamento ambulatorial, pelo prazo mínimo
seja de multa. de 1 a 3 anos, nos termos do artigo anterior e respectivos §§ 1º a
4º.

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DIA 5 / 24

PRAZO MÁXIMO DA MEDIDA DE SEGURANÇA II - ele próprio houver desempenhado qualquer dessas
funções ou servido como testemunha;
STF STJ III - tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunci-
30 anos Prazo igual ao da pena máxima ando-se, de fato ou de direito, sobre a questão;
abstratamente cominada pelo IV - ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou
crime afim em linha reta ou colateral até o 3° grau, inclusive, for parte
ou diretamente interessado no feito.
Direitos do internado
Art. 253. Nos juízos coletivos, não poderão servir no mesmo
Art. 99 - O internado será recolhido a estabelecimento dota-
processo os juízes que forem entre si parentes, consanguíneos ou
do de características hospitalares e será submetido a tratamento.
afins, em linha reta ou colateral até o 3° grau, inclusive.

INIMPUTÁVEL SEMI-IMPUTÁVEL Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, po-
Absolvição imprópria Condenação derá ser recusado por qualquer das partes:
*Não interrompe o prazo I - se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer de-
prescricional les;
II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, esti-
Impõe-se medida de segurança Impõe-se pena, reduzida de ver respondendo a processo por fato análogo, sobre cujo ca-
1/3 a 2/3. ráter criminoso haja controvérsia;
OBS: caso seja necessário, o III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo, ou
juiz pode impor medida de se- afim, até o 3° grau, inclusive, sustentar demanda ou responder
gurança a processo que tenha de ser julgado por qualquer das partes;
MS não gera reincidência MS, caso imposta, IV - se tiver aconselhado qualquer das partes;
gera reincidência V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qual-
quer das partes;
VI - se for sócio, acionista ou administrador de sociedade
SÚMULAS SOBRE MEDIDA DE SEGURANÇA interessada no processo.
STF
Art. 255. O impedimento ou suspeição decorrente de pa-
Súmula 422-STF: A absolvição criminal não prejudica a medida rentesco por afinidade cessará pela dissolução do casamento
de segurança, quando couber, ainda que importe privação da que lhe tiver dado causa, salvo sobrevindo descendentes; mas,
liberdade. ainda que dissolvido o casamento sem descendentes, não
Súmula 520-STF: Não exige a lei que, para requerer o exame funcionará como juiz o sogro, o padrasto, o cunhado, o genro
a que se refere o art. 777 do Código de Processo Penal, tenha o ou enteado de quem for parte no processo.
sentenciado cumprido mais de metade do prazo da medida
de segurança imposta. Art. 256. A suspeição não poderá ser declarada nem reco-
Súmula 525-STF: A medida de segurança não será aplicada nhecida, quando a parte injuriar o juiz ou de propósito der motivo
em segunda instância, quando só o réu tenha recorrido. para criá-la.
STJ
CAPÍTULO II
Súmula 527-STJ: O tempo de duração da medida de segurança DO MINISTÉRIO PÚBLICO
não deve ultrapassar o limite máximo da pena Art. 257. Ao Ministério Público cabe:
abstratamente cominada ao delito praticado (STF: não pode I - promover, privativamente, a ação penal pública, na
ultrapassar 30 anos) forma estabelecida neste Código; e
II - fiscalizar a execução da lei.
CÓDIGO PROCESSO PENAL
Art. 258. Os órgãos do Ministério Público não funcionarão
nos processos em que o juiz ou qualquer das partes for seu côn-
TÍTULO VIII
juge, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colate-
DO JUIZ, DO MINISTÉRIO PÚBLICO, DO ACUSADO E DEFENSOR,
ral, até o 3° grau, inclusive, e a eles se estendem, no que lhes for
DOS ASSISTENTES E AUXILIARES DA JUSTIÇA
aplicável, as prescrições relativas à suspeição e aos impedimentos
CAPÍTULO I
dos juízes.
DO JUIZ
Art. 251. Ao juiz incumbirá prover à regularidade do proces-
so e manter a ordem no curso dos respectivos atos, podendo, SÚMULA SOBRE MP
para tal fim, requisitar a força pública. Súmula 701-STF: No mandado de segurança impetrado pelo
Ministério Público contra decisão proferida em processo penal,
Art. 252. O juiz não poderá exercer jurisdição no processo é obrigatória a citação do réu como litisconsorte passivo.
em que:
I - tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consanguí-
CAPÍTULO III
neo ou afim, em linha reta ou colateral até o 3° grau, inclusive,
DO ACUSADO E SEU DEFENSOR
como defensor ou advogado, órgão do Ministério Público,
autoridade policial, auxiliar da justiça ou perito;

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DIA 5 / 25

Art. 259. A impossibilidade de identificação do acusado com Art. 264. Salvo motivo relevante, os advogados e solicitado-
o seu verdadeiro nome ou outros qualificativos não retardará a res serão obrigados, sob pena de multa de cem a quinhentos mil-
ação penal, quando certa a identidade física. A qualquer tem- réis, a prestar seu patrocínio aos acusados, quando nomeados
po, no curso do processo, do julgamento ou da execução da sen- pelo Juiz.
tença, se for descoberta a sua qualificação, far-se-á a retificação,
por termo, nos autos, sem prejuízo da validade dos atos prece- Art. 265. O defensor não poderá abandonar o processo se-
dentes. não por motivo imperioso, comunicado previamente o juiz,
sob pena de multa de 10 a 100 salários mínimos, sem prejuízo
Art. 260. Se o acusado não atender à intimação para o inter- das demais sanções cabíveis.
rogatório (expressão não recepcionada pela CF/88), reconheci- § 1o A audiência poderá ser adiada se, por motivo justifi-
mento ou qualquer outro ato que, sem ele, não possa ser realiza- cado, o defensor não puder comparecer.
do, a autoridade poderá mandar conduzi-lo à sua presença. § 2o Incumbe ao defensor provar o impedimento até a
Parágrafo único. O mandado conterá, além da ordem de abertura da audiência. Não o fazendo, o juiz não determinará
condução, os requisitos mencionados no art. 352, no que lhe for o adiamento de ato algum do processo, devendo nomear de-
aplicável. fensor substituto, ainda que provisoriamente ou só para o
efeito do ato.
O STF entendeu que a condução coercitiva viola a liberdade de
locomoção. Art. 266. A constituição de defensor independerá de ins-
A condução coercitiva viola o princípio da não culpabilidade trumento de mandato, se o acusado o indicar por ocasião do
(ou da presunção de inocência), previsto no art. 5º, LVII, da CF/ interrogatório.
88.
A condução coercitiva desrespeita a dignidade da pessoa hu- Art. 267. Nos termos do art. 252, não funcionarão como de-
mana. fensores os parentes do juiz.
A condução coercitiva é ilegítima mesmo que o investigado
tenha sido previamente intimado para comparecer à Delega- CAPÍTULO IV
cia para interrogatório e tenha se recusado. Assim, mesmo DOS ASSISTENTES
que seja obedecida rigorosamente a cautela do art. 260, ainda Art. 268. Em todos os termos da ação pública, poderá inter-
assim a condução coercitiva para interrogatório será indevida. vir, como assistente do Ministério Público, o ofendido ou seu re-
Isso porque a CF/88 e os tratados internacionais, ao preverem o presentante legal, ou, na falta, qualquer das pessoas menciona-
direito do investigado ao silêncio, asseguram também a ele, das no Art. 31 (CADI).
como decorrência, o direito de ausência ao interrogatório.
Condução coercitiva pode ser adotada para outras hipóte- Art. 269. O assistente será admitido enquanto não passar
ses: Para que a condução coercitiva seja legítima, ela deve des- em julgado a sentença e receberá a causa no estado em que se
tinar-se à prática de um ato ao qual a pessoa tem o dever de achar.
comparecer, ou, ao menos, que possa ser legitimamente
obrigada a comparecer. Art. 270. O corréu no mesmo processo não poderá intervir
Exemplo 1: condução coercitiva quando houver dúvida so- como assistente do Ministério Público.
bre a identidade civil do investigado.
Exemplo 2: condução coercitiva para fazer a qualificação do Art. 271. Ao assistente será permitido propor meios de
investigado (1ª fase do interrogatório). prova, requerer perguntas às testemunhas, aditar o libelo e os
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Inconstitucionalidade da condução coerci- articulados, participar do debate oral e arrazoar os recursos in-
tiva para interrogatório. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: terpostos pelo Ministério Público, ou por ele próprio, nos casos
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/ dos arts. 584, § 1, e 598.
1f74a54f39b3123ad272ca0a06e7463f Acesso em: 31/01/2019
§ 1o O juiz, ouvido o Ministério Público, decidirá acerca da
realização das provas propostas pelo assistente.
Art. 261. Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragi- § 2o O processo prosseguirá independentemente de nova
do, será processado ou julgado sem defensor. intimação do assistente, quando este, intimado, deixar de compa-
Parágrafo único. A defesa técnica, quando realizada por de- recer a qualquer dos atos da instrução ou do julgamento, sem
fensor público ou dativo, será sempre exercida através de ma- motivo de força maior devidamente comprovado.
nifestação fundamentada.
Art. 272. O Ministério Público será ouvido previamente
Art. 262. Ao acusado menor dar-se-á curador. sobre a admissão do assistente.

Art. 263. Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á nomeado de- Art. 273. Do despacho que admitir, ou não, o assistente,
fensor pelo juiz, ressalvado o seu direito de, a todo tempo, no- NÃO CABERÁ RECURSO, devendo, entretanto, constar dos autos
mear outro de sua confiança, ou a si mesmo defender-se, caso o pedido e a decisão.
tenha habilitação.
Parágrafo único. O acusado, que não for pobre, será obri-
SÚMULAS SOBRE ASSISTENTE
gado a pagar os honorários do defensor dativo, arbitrados pelo
juiz. Súmula 210-STF: O assistente do Ministério Público pode re-
correr, inclusive extraordinariamente, na ação penal, nos ca-
sos dos arts. 584, parágrafo 1º e 598 do Código de Processo Pe-

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DIA 5 / 26

nal. § 2º As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz a


Súmula 448-STF: O prazo para o assistente recorrer, supletiva- requerimento das partes ou, quando no curso da investigação
mente, começa a correr imediatamente após o transcurso do criminal, por representação da autoridade policial ou mediante
prazo do Ministério Público. requerimento do Ministério Público. (LEI 13964/19)
OBS: Se o assistente já estava habilitado nos autos o prazo de § 3º Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de
recurso será de 5 dias; Se ainda não estava habilitado: o prazo ineficácia da medida, o juiz, ao receber o pedido de medida
será de 15 dias. cautelar, determinará a intimação da parte contrária, para se
manifestar no prazo de 5 dias, acompanhada de cópia do
requerimento e das peças necessárias, permanecendo os autos
CAPÍTULO V
em juízo, e os casos de urgência ou de perigo deverão ser
DOS FUNCIONÁRIOS DA JUSTIÇA
justificados e fundamentados em decisão que contenha
Art. 274. As prescrições sobre suspeição dos juízes esten-
elementos do caso concreto que justifiquem essa medida
dem-se aos serventuários e funcionários da justiça, no que lhes
excepcional. (LEI 13964/19)
for aplicável.
§ 4º No caso de descumprimento de qualquer das obrigações
impostas, o juiz, mediante requerimento do Ministério
CAPÍTULO VI
Público, de seu assistente ou do querelante, poderá substituir
DOS PERITOS E INTÉRPRETES
a medida, impor outra em cumulação, ou, em último caso,
Art. 275. O perito, ainda quando não oficial, estará sujeito à
decretar a prisão preventiva, nos termos do parágrafo único do
disciplina judiciária.
art. 312 deste Código. (LEI 13964/19)
§ 5º O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a
Art. 276. As partes não intervirão na nomeação do perito.
medida cautelar ou substituí-la quando verificar a falta de
motivo para que subsista, bem como voltar a decretá-la, se
Art. 277. O perito nomeado pela autoridade será obrigado a
sobrevierem razões que a justifiquem. (LEI 13964/19)
aceitar o encargo, sob pena de multa de cem a quinhentos mil-
§ 6º A prisão preventiva somente será determinada quando não
réis, salvo escusa atendível.
for cabível a sua substituição por outra medida cautelar, ob-
Parágrafo único. Incorrerá na mesma multa o perito que,
servado o art. 319 deste Código, e o não cabimento da substi-
sem justa causa, provada imediatamente:
tuição por outra medida cautelar deverá ser justificado de for-
a) deixar de acudir à intimação ou ao chamado da autorida-
ma fundamentada nos elementos presentes do caso concreto, de
de;
forma individualizada. (LEI 13964/19)
b) não comparecer no dia e local designados para o exame;
c) não der o laudo, ou concorrer para que a perícia não seja
feita, nos prazos estabelecidos. DECRETAÇÃO DE MEDIDAS CAUTELARES

ANTES DA LEI 13964/19 DEPOIS DA LEI 13964/19


Art. 278. No caso de não-comparecimento do perito, sem
justa causa, a autoridade poderá determinar a sua condução. Serão decretadas pelo juiz, de Serão decretadas pelo juiz a
ofício ou a requerimento das requerimento das partes ou,
Art. 279. Não poderão ser peritos: partes ou, quando no curso da quando no curso da
I - os que estiverem sujeitos à interdição de direito mencio- investigação criminal, por investigação criminal, por
nada nos n°. I e IV do art. 69 do Código Penal; representação da autoridade representação da autoridade
II - os que tiverem prestado depoimento no processo ou policial ou mediante policial ou mediante
opinado anteriormente sobre o objeto da perícia; requerimento do Ministério requerimento do Ministério
III - os analfabetos e os menores de 21 anos. Público. Público.

O juiz não poderá mais decretar as medidas cautelares de ofício.


Art. 280. É extensivo aos peritos, no que lhes for aplicável, o
disposto sobre suspeição dos juízes. Ressalvados os casos de Ressalvados os casos de
urgência ou de perigo de urgência ou de perigo de
Art. 281. Os intérpretes são, para todos os efeitos, equipara- ineficácia da medida, o juiz, ao ineficácia da medida, o juiz,
dos aos peritos. receber o pedido de medida ao receber o pedido de
cautelar, determinará a medida cautelar, determinará
TÍTULO IX intimação da parte contrária, a intimação da parte
DA PRISÃO, DAS MEDIDAS CAUTELARES E acompanhada de cópia do contrária, para se manifestar
DA LIBERDADE PROVISÓRIA requerimento e das peças no prazo de 5 dias,
Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deve- necessárias, permanecendo os acompanhada de cópia do
rão ser aplicadas observando-se a: autos em juízo. requerimento e das peças
I - necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação necessárias, permanecendo os
ou a instrução criminal e, nos casos expressamente previstos, autos em juízo, e os casos de
para evitar a prática de infrações penais; urgência ou de perigo
II - adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias deverão ser justificados e
do fato e condições pessoais do indiciado ou acusado. fundamentados em decisão
§ 1o As medidas cautelares poderão ser aplicadas isolada ou que contenha elementos do
cumulativamente. caso concreto que justifiquem
essa medida excepcional.

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DIA 5 / 27

Ao receber o pedido de medida cautelar, o juiz deverá intimar a PRISÃO EM FLAGRANTE


parte contrária, para se manifestar no prazo de 5 dias.
ANTES DA LEI 13964/19 DEPOIS DA LEI 13964/19
Os casos de urgência ou de perigo deverão ser justificados e
fundamentados em decisão Ninguém poderá ser preso Ninguém poderá ser preso
senão em flagrante delito ou senão em flagrante delito ou
No caso de descumprimento No caso de descumprimento
por ordem escrita e por ordem escrita e
de qualquer das obrigações de qualquer das obrigações
fundamentada da autoridade fundamentada da autoridade
impostas, o juiz, de ofício ou impostas, o juiz, mediante
judiciária competente, em judiciária competente, em
mediante requerimento do requerimento do Ministério
decorrência de sentença decorrência de prisão
Ministério Público, de seu Público, de seu assistente ou
condenatória transitada em cautelar ou em virtude de
assistente ou do querelante, do querelante, poderá
julgado ou, no curso da condenação criminal
poderá substituir a medida, substituir a medida, impor
investigação ou do processo, transitada em julgado.
impor outra em cumulação, ou, outra em cumulação, ou, em
em virtude de prisão
em último caso, decretar a último caso, decretar a prisão
temporária ou prisão
prisão preventiva (art. 312, preventiva, nos termos do
preventiva.
parágrafo único). parágrafo único do art. 312
deste Código.
Art. 284. Não será permitido o emprego de força, salvo a
EM CASO DE DESCUMPRIMENTO, o juiz não poderá mais, de indispensável no caso de resistência ou de tentativa de fuga do
ofício, substituir a medida, impor outra em cumulação ou preso.
decretar a prisão preventiva.

O juiz poderá revogar a O juiz poderá, de ofício ou a Art. 285. A autoridade que ordenar a prisão fará expedir o
medida cautelar ou substituí-la pedido das partes, revogar a respectivo mandado.
quando verificar a falta de medida cautelar ou substituí- Parágrafo único. O mandado de prisão:
motivo para que subsista, bem la quando verificar a falta de a) será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade;
como voltar a decretá-la, se motivo para que subsista, b) designará a pessoa, que tiver de ser presa, por seu nome,
sobrevierem razões que a bem como voltar a decretá-la, alcunha ou sinais característicos;
justifiquem. se sobrevierem razões que a c) mencionará a infração penal que motivar a prisão;
justifiquem. d) declarará o valor da fiança arbitrada, quando afiançável a
infração;
Quando faltar motivo para que subsista a medida cautelar e) será dirigido a quem tiver qualidade para dar-lhe execu-
imposta ou quando sobrevierem razões que a justifique, o juiz ção.
poderá, de ofício, revogá-la ou substituí-la, respectivamente.

A prisão preventiva será A prisão preventiva somente Art. 286. O mandado será passado em duplicata, e o execu-
determinada quando não for será determinada quando tor entregará ao preso, logo depois da prisão, um dos exemplares
cabível a sua substituição por não for cabível a sua com declaração do dia, hora e lugar da diligência. Da entrega de-
outra medida cautelar substituição por outra verá o preso passar recibo no outro exemplar; se recusar, não
medida cautelar, observado o souber ou não puder escrever, o fato será mencionado em decla-
art. 319 deste Código, e o não ração, assinada por duas testemunhas.
cabimento da substituição
por outra medida cautelar Art. 287. Se a infração for inafiançável, a falta de exibição
deverá ser justificado de do mandado não obstará a prisão, e o preso, em tal caso, será
forma fundamentada nos imediatamente apresentado ao juiz que tiver expedido o man-
elementos presentes do caso dado, para a realização de audiência de custódia. (LEI
concreto, de forma 13964/19)
individualizada.
ANTES DA LEI 13964/19 DEPOIS DA LEI 13964/19
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante Se a infração for inafiançável, a Se a infração for inafiançável,
delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade ju- falta de exibição do mandado a falta de exibição do
diciária competente, em decorrência de prisão cautelar ou em não obstará à prisão, e o preso, mandado não obstará a
virtude de condenação criminal transitada em julgado. (LEI em tal caso, será prisão, e o preso, em tal caso,
13964/19) imediatamente apresentado ao será imediatamente
§ 1o As medidas cautelares previstas neste Título não se aplicam juiz que tiver expedido o apresentado ao juiz que tiver
à infração a que não for isolada, cumulativa ou alternativa- mandado. expedido o mandado, para a
mente cominada pena privativa de liberdade. realização de audiência de
§ 2o A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a qualquer custódia.
hora, respeitadas as restrições relativas à inviolabilidade do domi-
cílio.
Art. 288. Ninguém será recolhido à prisão, sem que seja exi-
bido o mandado ao respectivo diretor ou carcereiro, a quem será
entregue cópia assinada pelo executor ou apresentada a guia ex-

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DIA 5 / 28

pedida pela autoridade competente, devendo ser passado recibo Art. 291. A prisão em virtude de mandado entender-se-á fei-
da entrega do preso, com declaração de dia e hora. ta desde que o executor, fazendo-se conhecer do réu, lhe apre-
Parágrafo único. O recibo poderá ser passado no próprio sente o mandado e o intime a acompanhá-lo.
exemplar do mandado, se este for o documento exibido.
Art. 292. Se houver, ainda que por parte de terceiros, resis-
Art. 289. Quando o acusado estiver no território nacional, tência à prisão em flagrante ou à determinada por autoridade
fora da jurisdição do juiz processante, será deprecada a sua pri- competente, o executor e as pessoas que o auxiliarem poderão
são, devendo constar da precatória o inteiro teor do mandado. usar dos meios necessários para defender-se ou para vencer a re-
§ 1o Havendo urgência, o juiz poderá requisitar a prisão por sistência, do que tudo se lavrará auto subscrito também por duas
qualquer meio de comunicação, do qual deverá constar o moti- testemunhas.
vo da prisão, bem como o valor da fiança se arbitrada. Parágrafo único. É vedado o uso de algemas em mulheres
§ 2o A autoridade a quem se fizer a requisição tomará as precau- grávidas durante os atos médico-hospitalares preparatórios
ções necessárias para averiguar a autenticidade da comunicação. para a realização do parto e durante o trabalho de parto, bem
§ 3o O juiz processante deverá providenciar a remoção do preso como em mulheres durante o período de puerpério imediato.
no prazo máximo de 30 dias, contados da efetivação da medida.
Art. 293. Se o executor do mandado verificar, com seguran-
Art. 289-A. O juiz competente providenciará o imediato re- ça, que o réu entrou ou se encontra em alguma casa, o morador
gistro do mandado de prisão em banco de dados mantido pelo será intimado a entregá-lo, à vista da ordem de prisão. Se não for
CNJ para essa finalidade. obedecido imediatamente, o executor convocará 2 testemunhas
§ 1o Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão determina- e, sendo dia, entrará à força na casa, arrombando as portas, se
da no mandado de prisão registrado no Conselho Nacional de preciso; sendo noite, o executor, depois da intimação ao mo-
Justiça, ainda que fora da competência territorial do juiz que o ex- rador, se não for atendido, fará guardar todas as saídas, tor-
pediu. nando a casa incomunicável, e, logo que amanheça, arromba-
§ 2o Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão decretada, rá as portas e efetuará a prisão.
ainda que sem registro no Conselho Nacional de Justiça, adotan- Parágrafo único. O morador que se recusar a entregar o réu
do as precauções necessárias para averiguar a autenticidade do oculto em sua casa será levado à presença da autoridade, para
mandado e comunicando ao juiz que a decretou, devendo este que se proceda contra ele como for de direito.
providenciar, em seguida, o registro do mandado na forma do ca-
put deste artigo. Art. 294. No caso de prisão em flagrante, observar-se-á o
§ 3o A prisão será imediatamente comunicada ao juiz do local de disposto no artigo anterior, no que for aplicável.
cumprimento da medida o qual providenciará a certidão extraída
do registro do Conselho Nacional de Justiça e informará ao juízo Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a prisão especial, à
que a decretou. disposição da autoridade competente, quando sujeitos a prisão
§ 4o O preso será informado de seus direitos, nos termos do inci- antes de condenação definitiva:
so LXIII do art. 5 da Constituição Federal e, caso o autuado não I - os ministros de Estado;
informe o nome de seu advogado, será comunicado à Defensoria II - os governadores ou interventores de Estados ou Territó-
Pública. rios, o prefeito do Distrito Federal, seus respectivos secretários, os
§ 5o Havendo dúvidas das autoridades locais sobre a legitimidade prefeitos municipais, os vereadores e os chefes de Polícia;
da pessoa do executor ou sobre a identidade do preso, aplica-se III - os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de
o disposto no § 2 do art. 290 deste Código. Economia Nacional e das Assembleias Legislativas dos Estados;
§ 6o O CNJ regulamentará o registro do mandado de prisão a que IV - os cidadãos inscritos no "Livro de Mérito";
se refere o caput deste artigo. V – os oficiais das Forças Armadas e os militares dos Estados,
do Distrito Federal e dos Territórios;
Art. 290. Se o réu, sendo perseguido, passar ao território de VI - os magistrados;
outro município ou comarca, o executor poderá efetuar-lhe a pri- VII - os diplomados por qualquer das faculdades superiores
são no lugar onde o alcançar, apresentando-o imediatamente à da República;
autoridade local, que, depois de lavrado, se for o caso, o auto VIII - os ministros de confissão religiosa;
de flagrante, providenciará para a remoção do preso. IX - os ministros do Tribunal de Contas;
§ 1o - Entender-se-á que o executor vai em perseguição do X - os cidadãos que já tiverem exercido efetivamente a fun-
réu, quando: ção de jurado, salvo quando excluídos da lista por motivo de in-
a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem interrupção, em- capacidade para o exercício daquela função;
bora depois o tenha perdido de vista; XI - os delegados de polícia e os guardas-civis dos Estados e
b) sabendo, por indícios ou informações fidedignas, que o Territórios, ativos e inativos.
réu tenha passado, há pouco tempo, em tal ou qual direção, pelo § 1o A prisão especial, prevista neste Código ou em outras
lugar em que o procure, for no seu encalço. leis, consiste exclusivamente no recolhimento em local distin-
§ 2o Quando as autoridades locais tiverem fundadas razões to da prisão comum.
para duvidar da legitimidade da pessoa do executor ou da legali - § 2o Não havendo estabelecimento específico para o preso
dade do mandado que apresentar, poderão pôr em custódia o especial, este será recolhido em cela distinta do mesmo esta-
réu, até que fique esclarecida a dúvida. belecimento.
§ 3o A cela especial poderá consistir em alojamento cole-
tivo, atendidos os requisitos de salubridade do ambiente, pela

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DIA 5 / 29

concorrência dos fatores de aeração, insolação e condicionamen- ÇÃO; já a Lei 11343/06 exige prévia AUTORIZA-
to térmico adequados à existência humana. ÇÃO JUDICIAL.
§ 4o O preso especial não será transportado juntamente
com o preso comum.
Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o agente
§ 5o Os demais direitos e deveres do preso especial serão os
em flagrante delito enquanto não cessar a permanência.
mesmos do preso comum.
Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ou-
Art. 296. Os inferiores e praças de pré, onde for possível, se-
virá esta o condutor e colherá, desde logo, sua assinatura, entre-
rão recolhidos à prisão, em estabelecimentos militares, de acordo
gando a este cópia do termo e recibo de entrega do preso. Em
com os respectivos regulamentos.
seguida, procederá à oitiva das testemunhas que o acompanha-
rem e ao interrogatório do acusado sobre a imputação que lhe é
Art. 297. Para o cumprimento de mandado expedido pela
feita, colhendo, após cada oitiva suas respectivas assinaturas, la-
autoridade judiciária, a autoridade policial poderá expedir tantos
vrando, a autoridade, afinal, o auto.
outros quantos necessários às diligências, devendo neles ser fiel-
§ 1o Resultando das respostas fundada a suspeita contra o
mente reproduzido o teor do mandado original.
conduzido, a autoridade mandará recolhê-lo à prisão, exceto no
caso de livrar-se solto ou de prestar fiança, e prosseguirá nos atos
Art. 299. A captura poderá ser requisitada, à vista de manda-
do inquérito ou processo, se para isso for competente; se não o
do judicial, por qualquer meio de comunicação, tomadas pela au-
for, enviará os autos à autoridade que o seja.
toridade, a quem se fizer a requisição, as precauções necessárias
§ 2o A falta de testemunhas da infração não impedirá o
para averiguar a autenticidade desta.
auto de prisão em flagrante; mas, nesse caso, com o condutor,
deverão assiná-lo pelo menos 2 pessoas que hajam testemunha-
Art. 300. As pessoas presas provisoriamente ficarão separa-
do a apresentação do preso à autoridade.
das das que já estiverem definitivamente condenadas, nos termos
§ 3o Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou
da lei de execução penal.
não puder fazê-lo, o auto de prisão em flagrante será assinado
Parágrafo único. O militar preso em flagrante delito, após a
por 2 testemunhas, que tenham ouvido sua leitura na presença
lavratura dos procedimentos legais, será recolhido a quartel da
deste.
instituição a que pertencer, onde ficará preso à disposição das au-
§ 4o Da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá
toridades competentes.
constar a informação sobre a existência de filhos, respectivas
idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato
CAPÍTULO II
de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela
DA PRISÃO EM FLAGRANTE
pessoa presa.
Art. 301. Qualquer do povo poderá (flagrante facultativo)
e as autoridades policiais e seus agentes deverão (flagrante
Art. 305. Na falta ou no impedimento do escrivão, qualquer
compulsório) prender quem quer que seja encontrado em fla-
pessoa designada pela autoridade lavrará o auto, depois de pres-
grante delito.
tado o compromisso legal.

Art. 302. Considera-se em FLAGRANTE DELITO quem:


Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se en-
I - está cometendo a infração penal (Flagrante Próprio)
contre serão comunicados imediatamente ao juiz competente,
II - acaba de cometê-la (Flagrante Próprio)
ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendi-
indicada.
do ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser
autor da infração (Flagrante Impróprio/Irreal/Quase-Flagran-
te) Juiz
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, Comunicação imediata da
MP
objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração prisão
(Flagrante Presumido/Ficto) Família do preso

OUTRAS ESPÉCIES DE FLAGRANTES § 1o Em até 24 horas após a realização da prisão, será en-
caminhado ao juiz competente o auto de prisão em flagrante e,
Flagrante A autoridade policial antecede o início da exe- caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia
Esperado cução delitiva integral para a Defensoria Pública.
Flagrante O agente é induzido a cometer o delito.
Preparado S145/STF: Não há crime quando a preparação Em até 24 horas após a pri- Juiz
ou do flagrante pela polícia torna impossível sua são, encaminha-se o auto de
Defensoria Pública (cópia inte-
Provocado consumação prisão em flagrante
gral)
Flagrante A autoridade policial tem a faculdade de aguar-
Prorrogado dar o momento mais adequado para realizar a § 2o No mesmo prazo (até 24 horas após a realização da
ou Diferido prisão, ainda que sua atitude implique na poster- prisão), será entregue ao preso, mediante recibo, a nota de
gação da intervenção. Previsto na Lei 12850/13, culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome
Lei 11343/06 e Lei 9613/98. do condutor e os das testemunhas.
OBS: A Lei 12850/13 exige prévia COMUNICA-

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DIA 5 / 30

Art. 307. Quando o fato for praticado em presença da auto- de uma autoridade judicial a presença do acusado, seu
ridade, ou contra esta, no exercício de suas funções, constarão do (magistrado) que irá analisar advogado constituído ou
auto a narração deste fato, a voz de prisão, as declarações que fi- se os direitos fundamentais membro da Defensoria Pú-
zer o preso e os depoimentos das testemunhas, sendo tudo assi- dessa pessoa foram blica e o membro do Minis-
nado pela autoridade, pelo preso e pelas testemunhas e remetido respeitados (ex.: se não houve tério Público, e, nessa au-
imediatamente ao juiz a quem couber tomar conhecimento do tortura) se a prisão em flagrante diência, o juiz deverá, fun-
fato delituoso, se não o for a autoridade que houver presidido o foi legal ou se deve ser relaxada damentadamente:
auto. (art. 310, I, do CPP) e se a prisão I - relaxar a prisão ilegal; ou
cautelar (antes do trânsito em II - converter a prisão em
Art. 308. Não havendo autoridade no lugar em que se tiver julgado) deve ser decretada (art. flagrante em preventiva,
efetuado a prisão, o preso será logo apresentado à do lugar mais 310, II) ou se o preso poderá quando presentes os requisi-
próximo. receber a liberdade provisória tos constantes do art. 312
(art. 310, III) ou medida cautelar deste Código, e se revelarem
Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá ser posto em liber- diversa da prisão (art. 319). inadequadas ou insuficientes
dade, depois de lavrado o auto de prisão em flagrante. CAVALCANTE, Márcio André as medidas cautelares diver-
Lopes. A falta da audiência de sas da prisão; ou
Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no custódia enseja nulidade da III - conceder liberdade pro-
prazo máximo de até 24 horas após a realização da prisão, o prisão preventiva? O preso visória, com ou sem fiança.
juiz deverá promover AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA com a presen- deverá ser colocado em
ça do acusado, seu advogado constituído ou membro da De- liberdade?. Buscador Dizer o
fensoria Pública e o membro do Ministério Público, e, nessa Direito, Manaus. Disponível em:
audiência, o juiz deverá, fundamentadamente: (LEI 13964/19) <https://www.buscadordizerodir
§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, eito.com.br/jurisprudencia/detal
que o agente praticou o fato em qualquer das condições hes/
constantes dos incisos I, II ou III do caput do art. 23 do Decreto- 05ae14d7ae387b93370d142d82
Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal) (legítima 220f1b>. Acesso em:
defesa), poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado 26/12/2019
liberdade provisória, mediante termo de comparecimento
obrigatório a todos os atos processuais, sob pena de revogação. Se o juiz verificar, pelo auto de Se o juiz verificar, pelo auto
(LEI 13964/19) prisão em flagrante, que o de prisão em flagrante, que
§ 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que agente praticou o fato nas o agente praticou o fato em
integra organização criminosa armada ou milícia, ou que condições constantes qualquer das condições
porta arma de fogo de uso restrito, DEVERÁ DENEGAR A dos incisos I a III do caput do constantes dos incisos I, II ou
LIBERDADE PROVISÓRIA, com ou sem medidas cautelares. (LEI art. 23 do Decreto-Lei n o 2.848, III do caput do art. 23 do
13964/19) de 7 de dezembro de 1940 - Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
§ 3º A autoridade que deu causa, sem motivação idônea, à Código Penal, poderá, dezembro de 1940 (Código
não realização da audiência de custódia no prazo estabelecido fundamentadamente, conceder Penal) (legítima defesa),
no caput deste artigo (24 horas após recebimento do auto de ao acusado liberdade provisória, poderá,
prisão em flagrante) responderá administrativa, civil e mediante termo de fundamentadamente,
penalmente pela omissão. (LEI 13964/19) comparecimento a todos os conceder ao acusado
§ 4º Transcorridas 24 horas após o decurso do prazo esta- atos processuais, sob pena de liberdade provisória,
belecido no caput deste artigo, a NÃO REALIZAÇÃO de audiên- revogação. mediante termo de
cia de custódia sem motivação idônea ENSEJARÁ também a ILE- comparecimento obrigatório
GALIDADE DA PRISÃO, a ser relaxada pela autoridade compe- a todos os atos processuais,
tente, sem prejuízo da possibilidade de imediata decretação sob pena de revogação.
de prisão preventiva. (LEI 13964/19) Se o agente é REINCIDENTE
ou que INTEGRA
AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA ----------------------------------- ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA
----------------------- ARMADA OU MILÍCIA, ou
ANTES DA LEI 13964/19 DEPOIS DA LEI 13964/19
que PORTA ARMA DE FOGO
Não havia previsão legal. Passou a ser previsto de DE USO RESTRITO, DEVERÁ
Era prevista na Convenção forma expressa no CPP DENEGAR A LIBERDADE
Americana de Direitos Humanos PROVISÓRIA, com ou sem
(CADH) e no Pacto Internacional medidas cautelares.
de Direitos Civis e Políticos
A falta da audiência de custódia Transcorridas 24 horas após
Audiência de custódia consiste Após receber o auto de pri- não enseja nulidade da prisão o decurso do prazo, a NÃO
no direito que a pessoa presa são em flagrante, no prazo preventiva, superada que foi a REALIZAÇÃO de audiência de
possui de ser conduzida máximo de até 24 horas prisão em flagrante, devendo custódia sem motivação
(levada), sem demora (CNJ após a realização da prisão, ser este novo título de prisão idônea ENSEJARÁ também a
adotou o máximo de 24h: o juiz deverá promover AU- aquele a merecer o exame da ILEGALIDADE DA PRISÃO, a
Resolução 213/15), à presença DIÊNCIA DE CUSTÓDIA com legalidade e necessidade. STJ. 6ª ser relaxada pela autoridade

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DIA 5 / 31

Turma. RHC 99.091/AL, Rel. Min. competente, sem prejuízo da violação da Súmula Vinculante n. 11 do STF, quando
Nefi Cordeiro, julgado em possibilidade de imediata devidamente justificada a necessidade do uso de algemas
04/09/2018. decretação de prisão pelo segregado.
CAVALCANTE, Márcio André preventiva. Ademais, 10) Não há nulidade na hipótese em que o magistrado, de
Lopes. A falta da audiência de autoridade que deu causa, ofício, sem prévia provocação da autoridade policial ou do
custódia enseja nulidade da sem motivação idônea, à órgão ministerial, converte a prisão em flagrante em preventiva,
prisão preventiva? O preso não realização da audiência quando presentes os requisitos previstos no art. 312 do Código
deverá ser colocado em de custódia no prazo de Processo Penal - CPP.
liberdade?. Buscador Dizer o estabelecido responderá 11) Com a superveniência de decretação da prisão preventiva
Direito, Manaus. Disponível em: administrativa, civil e ficam prejudicadas as alegações de ilegalidade da segregação
<https://www.buscadordizerodir penalmente pela omissão. em flagrante, tendo em vista a formação de novo título
eito.com.br/jurisprudencia/detal ensejador da custódia cautelar.
hes/
05ae14d7ae387b93370d142d82
220f1b>. Acesso em:
26/12/2019

JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ


EDIÇÃO N. 120: DA PRISÃO EM FLAGRANTE
1) Não há crime, quando a preparação do flagrante pela
polícia torna impossível a sua consumação. (Súmula n.
145/STF)
2) O tipo penal descrito no art. 33 da Lei n. 11.343/2006 é de
ação múltipla e de natureza permanente, razão pela qual a
prática criminosa se consuma, por exemplo, a depender do caso
concreto, nas condutas de "ter em depósito", "guardar",
"transportar" e "trazer consigo", antes mesmo da atuação
provocadora da polícia, o que afasta a tese defensiva de
flagrante preparado.
3) No FLAGRANTE ESPERADO, a polícia tem notícias de que
uma infração penal será cometida e passa a monitorar a
atividade do agente de forma a aguardar o melhor momento
para executar a prisão, não havendo que se falar em
ilegalidade do flagrante.
4) No tocante ao FLAGRANTE RETARDADO ou à AÇÃO
CONTROLADA, a ausência de autorização judicial não tem o
condão de tornar ilegal a prisão em flagrante postergado,
vez que o instituto visa a proteger o trabalho investigativo,
afastando a eventual responsabilidade criminal ou
administrava por parte do agente policial.
5) Para a lavratura do auto de prisão em flagrante é
despicienda a elaboração do laudo toxicológico definitivo, o
que se depreende da leitura do art. 50, §1º, da Lei n.
11.343/2006, segundo o qual é suficiente para tanto a
confecção do laudo de constatação da natureza e da
quantidade da droga.
6) Eventual nulidade no auto de prisão em flagrante devido à
ausência de assistência por advogado somente se verifica caso
não seja oportunizado ao conduzido o direito de ser
assistido por defensor técnico, sendo suficiente a
lembrança, pela autoridade policial, dos direitos do preso
previstos no art. 5º, LXIII, da Constituição Federal.
7) Uma vez decretada a prisão preventiva, fica superada a tese
de excesso de prazo na comunicação do flagrante.
8) Realizada a conversão da prisão em flagrante em preventiva,
fica superada a alegação de nulidade porventura existente em
relação à ausência de audiência de custódia.
9) Não há nulidade da audiência de custódia por suposta

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DIA 9 / 1

bros do Senado Federal, para mandato de 2 anos, permitida a


recondução.
Dia 9
§ 2º A destituição do PGR, por iniciativa do Presidente da Re-
pública, deverá ser precedida de autorização da maioria abso-
Constituição Federal: art. 127-144 luta do Senado Federal.
Código Civil: art 462-537 § 3º Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e
Código Processo Civil: art. 311-342 Territórios formarão lista tríplice dentre integrantes da carreira,
Código Penal: art. 161-183 na forma da lei respectiva, para escolha de seu Procurador-Geral,
Código Processo Penal: art. 447-497 que será nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato
de 2 anos, permitida 1 recondução.
Controle de Leitura § 4º Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Federal e
Territórios poderão ser destituídos por deliberação da maioria
absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei complementar
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
respectiva.
§ 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é
CAPÍTULO IV facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a
DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Públi-
SEÇÃO I co, observadas, relativamente a seus membros:
DO MINISTÉRIO PÚBLICO I - as seguintes GARANTIAS:
Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essenci- a) vitaliciedade, após 2 anos de exercício, não podendo perder o
al à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa cargo senão por sentença judicial transitada em julgado;
da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses so- b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, medi-
ciais e individuais indisponíveis. ante decisão do órgão colegiado competente do Ministério Públi-
§ 1º São PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS do Ministério Público a co, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada
UNIDADE, a INDIVISIBILIDADE e a INDEPENDÊNCIA FUNCIO- ampla defesa;
NAL. c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, § 4º, e
§ 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º,
administrativa, podendo, observado o disposto no art. 169, pro- I;
por ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e ser- II - as seguintes VEDAÇÕES:
viços auxiliares, provendo-os por concurso público de provas ou a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorá-
de provas e títulos, a política remuneratória e os planos de carrei- rios, percentagens ou custas processuais;
ra; a lei disporá sobre sua organização e funcionamento. b) exercer a advocacia;
§ 3º O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;
dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentá- d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra fun-
rias. ção pública, salvo uma de magistério;
§ 4º Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta e) exercer atividade político-partidária;
orçamentária dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes or- f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribui-
çamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de conso- ções de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressal-
lidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados vadas as exceções previstas em lei.
na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites § 6º Aplica-se aos membros do Ministério Público o disposto no
estipulados na forma do § 3º. art. 95, parágrafo único, V [QUARENTENA DE SAÍDA – 3 ANOS].
§ 5º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for enca-
minhada em desacordo com os limites estipulados na forma do § Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
3º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para I - promover, PRIVATIVAMENTE, a ação penal pública, na for-
fins de consolidação da proposta orçamentária anual. ma da lei;
§ 6º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos ser-
haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que viços de relevância pública aos direitos assegurados nesta Cons-
extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamen- tituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia;
tárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a
créditos suplementares ou especiais. proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e
de outros interesses difusos e coletivos;
Art. 128. O Ministério Público abrange: IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou representa-
I - o MPU, que compreende: ção para fins de intervenção da União e dos Estados, nos casos
a) o MPF; previstos nesta Constituição;
b) o MPT; V - defender judicialmente os direitos e interesses das popula-
c) o MPM; ções indígenas;
d) o MPDFT; VI - expedir notificações nos procedimentos administrativos de
II - os MPE’s. sua competência, requisitando informações e documentos para
§ 1º O MPU tem por chefe o PGR, nomeado pelo Presidente da instruí-los, na forma da lei complementar respectiva;
República dentre integrantes da carreira, maiores de 35 anos, VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma
após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos mem- da lei complementar mencionada no artigo anterior;

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DIA 9 / 2

VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de bilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos pro-
inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas porcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções adminis-
manifestações processuais; trativas, assegurada ampla defesa;
IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que IV rever, de ofício ou mediante provocação, os processos dis-
compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representa- ciplinares de membros do Ministério Público da União ou dos
ção judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas. Estados julgados há menos de 1 ano;
§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações civis pre- V elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar
vistas neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipóte- necessárias sobre a situação do Ministério Público no País e as
ses, segundo o disposto nesta Constituição e na lei. atividades do Conselho, o qual deve integrar a mensagem previs-
§ 2º As funções do Ministério Público só podem ser exercidas por ta no art. 84, XI.
integrantes da carreira, que deverão residir na comarca da res- § 3º O Conselho escolherá, em VOTAÇÃO SECRETA, 1 Correge-
pectiva lotação, salvo autorização do chefe da instituição. dor nacional, dentre os membros do Ministério Público que o
§ 3º O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á median- integram, VEDADA A RECONDUÇÃO, competindo-lhe, além das
te concurso público de provas e títulos, assegurada a participação atribuições que lhe forem conferidas pela lei, as seguintes:
da OAB em sua realização, exigindo-se do bacharel em direito, I receber reclamações e denúncias, de qualquer interessado, rela-
no mínimo, 3 anos de atividade jurídica e observando-se, nas tivas aos membros do Ministério Público e dos seus serviços auxi-
nomeações, a ordem de classificação. liares;
§ 4º Aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o disposto no II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e cor-
art. 93. reição geral;
§ 5º A distribuição de processos no Ministério Público será imedi- III requisitar e designar membros do Ministério Público, dele-
ata. gando-lhes atribuições, e requisitar servidores de órgãos do Mi-
nistério Público.
Art. 130. Aos membros do Ministério Público junto aos Tribunais § 4º O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados
de Contas aplicam-se as disposições desta seção pertinentes a di- do Brasil oficiará junto ao Conselho.
reitos, vedações e forma de investidura. § 5º Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do Ministério
Público, competentes para receber reclamações e denúncias de
Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) qualquer interessado contra membros ou órgãos do Ministério
compõe-se de 14 membros nomeados pelo Presidente da Repú- Público, inclusive contra seus serviços auxiliares, representando
blica, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Se- diretamente ao Conselho Nacional do Ministério Público.
nado Federal, para um mandato de 2 anos, admitida 1 recon-
dução, sendo: SÚMULAS SOBRE MINISTÉRIO PÚBLICO
I o Procurador-Geral da República, que o preside;
II 4 membros do MPU, assegurada a representação de cada uma STF
de suas carreiras; Súmula 643-STF: O Ministério Público tem legitimidade para
III 3 membros do MPE’s; promover ação civil pública cujo fundamento seja a ilegalidade
IV 2 juízes, indicados um pelo STF e outro pelo STJ; de reajuste de mensalidades escolares.
V 2 advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Súmula 701-STF: No mandado de segurança impetrado pelo
Advogados do Brasil; Ministério Público contra decisão proferida em processo penal,
VI 2 cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, indi- é obrigatória a citação do réu como litisconsorte passivo.
cados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Fede-
ral. STJ
§ 1º Os membros do Conselho oriundos do Ministério Público se- Súmula 99-STJ: O Ministério Público tem legitimidade para
rão indicados pelos respectivos Ministérios Públicos, na forma da recorrer no processo em que oficiou como fiscal da lei, ainda
lei. que não haja recurso da parte.
§ 2º Compete ao CNMP o controle da atuação administrativa Súmula 116-STJ: A Fazenda Pública e o Ministério Público têm
e financeira do Ministério Público e do cumprimento dos de- prazo em dobro para interpor agravo regimental no Superior
veres funcionais de seus membros, cabendo lhe: Tribunal de Justiça.
I zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério OBS: a súmula vale para o processo civil, mas não para o
Público, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua processo penal. No âmbito penal, o Ministério Público não
competência, ou recomendar providências; goza de prazo em dobro, sendo intempestivo o recurso de agra-
II zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou me- vo regimental interposto fora do quinquídio previsto no art. 258
diante provocação, a legalidade dos atos administrativos pra- do Regimento Interno do STJ (AgInt no REsp 1658578/MT, Rel.
ticados por membros ou órgãos do Ministério Público da União Min. Ribeiro Dantas, julgado em 24/04/2018).
e dos Estados, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar pra- Súmula 189-STJ: É desnecessária a intervenção do Ministério
zo para que se adotem as providências necessárias ao exato Público nas execuções fiscais.
cumprimento da lei, sem prejuízo da competência dos Tribunais Súmula 226-STJ: O Ministério Público tem legitimidade para
de Contas; recorrer na ação de acidente do trabalho, ainda que o segu-
III receber e conhecer das reclamações contra membros ou ór- rado esteja assistido por advogado.
gãos do Ministério Público da União ou dos Estados, inclusive Súmula 234-STJ: A participação de membro do Ministério Pú-
contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da competência blico na fase investigatória criminal não acarreta o seu impe-
disciplinar e correicional da instituição, podendo avocar pro- dimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia.
cessos disciplinares em curso, determinar a remoção, a disponi- Súmula 329-STJ: O Ministério Público tem legitimidade para

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DIA 9 / 3

propor ação civil pública em defesa do patrimônio público. se também, no que couber, o disposto no art. 93 e no inciso II do
art. 96 desta Constituição Federal.
Seção II
Art. 135. Os servidores integrantes das carreiras disciplinadas nas
DA ADVOCACIA PÚBLICA
Seções II e III deste Capítulo serão remunerados na forma do art.
Art. 131. A Advocacia-Geral da União (AGU) é a instituição que,
39, § 4º.
diretamente ou através de órgão vinculado, representa a Uni-
ão, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei
complementar que dispuser sobre sua organização e funciona- SÚMULAS SOBRE DEFENSORIA PÚBLICA
mento, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico Súmula 421-STJ: Os honorários advocatícios não são devidos à
do Poder Executivo. Defensoria Pública quando ela atua contra a pessoa jurídica de
§ 1º A AGU tem por chefe o Advogado-Geral da União, de livre direito público à qual pertença
nomeação pelo Presidente da República dentre cidadãos mai-
ores de 35 anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada.
§ 2º O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição de Em caso de ação patrocinada pela Defensoria Pública contra
que trata este artigo far-se-á mediante concurso público de pro- o respectivo ente (ex: ação patrocinada pela DPU contra a
vas e títulos. União), caso o Poder Público seja sucumbente, ele deverá
§ 3º Na execução da dívida ativa de natureza tributária, a repre- pagar honorários advocatícios em favor da Instituição?
sentação da União cabe à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacio- STJ: NÃO STF: SIM
nal, observado o disposto em lei.
Súmula 421-STJ: Os honorários Após as ECs 45/2004, 74/2013 e
Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, or- advocatícios não são devidos à 80/2014, passou a ser permitida
ganizados em carreira, na qual o ingresso dependerá de concurso Defensoria Pública quando ela a condenação do ente
público de provas e títulos, com a participação da OAB em todas atua contra a pessoa jurídica federativo em honorários
as suas fases, exercerão a representação judicial e a consultoria de direito público à qual advocatícios em demandas
jurídica das respectivas unidades federadas. pertença. patrocinadas pela Defensoria
Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é asse- Pública, diante de autonomia
gurada ESTABILIDADE após 3 anos de efetivo exercício, medi- funcional, administrativa e
ante avaliação de desempenho perante os órgãos próprios, após orçamentária da Instituição.
relatório circunstanciado das corregedorias. STF. Plenário. AR 1937 AgR, Rel.
Min. Gilmar Mendes, julgado
SEÇÃO III em 30/06/2017.
DA ADVOCACIA *Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br
Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justi-
TÍTULO V
ça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício
Da Defesa do Estado e Das Instituições Democráticas
da profissão, nos limites da lei.
CAPÍTULO I
DO ESTADO DE DEFESA E DO ESTADO DE SÍTIO
SEÇÃO IV
Seção I
DA DEFENSORIA PÚBLICA
DO ESTADO DE DEFESA
Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essen-
Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho
cial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como ex-
da República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar esta-
pressão e instrumento do regime democrático, fundamental-
do de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em
mente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos huma-
locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz so-
nos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos
cial ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucio-
direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita,
nal ou atingidas por calamidades de grandes proporções na
aos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta
natureza.
Constituição Federal.
§ 1º O decreto que instituir o estado de defesa determinará o
§ 1º LC organizará a Defensoria Pública da União e do Distrito Fe-
tempo de sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas e
deral e dos Territórios e prescreverá normas gerais para sua orga-
indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a vigo-
nização nos Estados, em cargos de carreira, providos, na classe
rarem, dentre as seguintes:
inicial, mediante concurso público de provas e títulos, assegurada
I - restrições aos direitos de:
a seus integrantes a garantia da inamovibilidade e vedado o
a) reunião, ainda que exercida no seio das associações;
exercício da advocacia fora das atribuições institucionais.
b) sigilo de correspondência;
§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autono-
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica;
mia funcional e administrativa e a iniciativa de sua proposta
II - ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos , na
orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes
hipótese de calamidade pública, respondendo a União pelos da-
orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, § 2º.
nos e custos decorrentes.
§ 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públicas da União
§ 2º O tempo de duração do estado de defesa não será superi-
e do Distrito Federal.
or a 30 dias, podendo ser prorrogado uma vez, por igual perío-
§ 4º São princípios institucionais da Defensoria Pública a unida-
do, se persistirem as razões que justificaram a sua decretação.
de, a indivisibilidade e a independência funcional, aplicando-
§ 3º Na vigência do estado de defesa:

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DIA 9 / 4

I - a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo exe- da durante o estado de defesa), só poderão ser tomadas contra
cutor da medida, será por este comunicada imediatamente ao as pessoas as seguintes medidas:
juiz competente, que a relaxará, se não for legal, facultado ao I - obrigação de permanência em localidade determinada;
preso requerer exame de corpo de delito à autoridade policial; II - detenção em edifício não destinado a acusados ou conde-
II - a comunicação será acompanhada de declaração, pela auto- nados por crimes comuns;
ridade, do estado físico e mental do detido no momento de sua III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência,
autuação; ao sigilo das comunicações, à prestação de informações e à li-
III - a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser su- berdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei;
perior a 10 dias, salvo quando autorizada pelo Poder Judiciá- IV - suspensão da liberdade de reunião;
rio; V - busca e apreensão em domicílio;
IV - É VEDADA A INCOMUNICABILIDADE DO PRESO. VI - intervenção nas empresas de serviços públicos;
§ 4º Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o Presi- VII - requisição de bens.
dente da República, dentro de 24 horas, submeterá o ato com a Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a difu-
respectiva justificação ao Congresso Nacional, que decidirá por são de pronunciamentos de parlamentares efetuados em suas
maioria absoluta. Casas Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa.
§ 5º Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será convocado,
extraordinariamente, no prazo de 5 dias. ESTADO DE DEFESA ESTADO DE SÍTIO
§ 6º O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de 10 dias
contados de seu recebimento, devendo continuar funcionando - Preservar ou prontamente - Comoção grave de reper-
enquanto vigorar o estado de defesa. restabelecer, em locais restri- cussão nacional ou ocorrência
§ 7º Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de defesa. tos e determinados, a ordem de fatos que comprovem a ine-
pública ou a paz social amea- ficácia de medida tomada du-
Seção II çadas por grave e iminente rante o estado de defesa.
DO ESTADO DE SÍTIO instabilidade institucional ou PRAZO: 30 + 30 + 30 + ...
Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho atingidas por calamidades de
- Declaração de estado de
da República e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao grandes proporções na natu-
guerra ou resposta a agres-
Congresso Nacional autorização para decretar o estado de sí- reza.
são armada estrangeira.
tio nos casos de: - PRAZO: 30 + 30 dias
PRAZO: tempo que perdurar a
I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de guerra ou a agressão armada
fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante estrangeira
o estado de defesa;
II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão ar- I - restrições aos direitos de: I - obrigação de permanência
mada estrangeira. a) reunião, ainda que exercida em localidade determinada;
Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar autoriza- no seio das associações; II - detenção em edifício não
ção para decretar o estado de sítio ou sua prorrogação, relatará b) sigilo de correspondência; destinado a acusados ou con-
os motivos determinantes do pedido, devendo o Congresso Naci- c) sigilo de comunicação tele- denados por crimes comuns;
onal decidir por maioria absoluta. gráfica e telefônica; III - restrições relativas à invio-
II - ocupação e uso temporário labilidade da correspondência,
Art. 138. O decreto do estado de sítio indicará sua duração, as de bens e serviços públicos ao sigilo das comunicações, à
normas necessárias a sua execução e as garantias constitucionais prestação de informações e à
que ficarão suspensas, e, depois de publicado, o Presidente da liberdade de imprensa, radiodi-
República designará o executor das medidas específicas e as áreas fusão e televisão, na forma da
abrangidas. lei;
§ 1º - O estado de sítio, no caso do art. 137, I (comoção grave de IV - suspensão da liberdade
repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a de reunião;
ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa), não V - busca e apreensão em do-
poderá ser decretado por mais de 30 dias, nem prorrogado, micílio;
de cada vez, por prazo superior; no do inciso II (declaração de VI - intervenção nas empresas
estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira), po- de serviços públicos;
derá ser decretado por todo o tempo que perdurar a guerra VII - requisição de bens.
ou a agressão armada estrangeira.
§ 2º - Solicitada autorização para decretar o estado de sítio du - Seção III
rante o recesso parlamentar, o Presidente do Senado Federal, de DISPOSIÇÕES GERAIS
imediato, convocará extraordinariamente o Congresso Nacional Art. 140. A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes parti-
para se reunir dentro de 5 dias, a fim de apreciar o ato. dários, designará Comissão composta de 5 de seus membros
§ 3º - O Congresso Nacional permanecerá em funcionamento até para acompanhar e fiscalizar a execução das medidas referen-
o término das medidas coercitivas. tes ao estado de defesa e ao estado de sítio.

Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com funda- Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, cessa-
mento no art. 137, I (comoção grave de repercussão nacional ou rão também seus efeitos, sem prejuízo da responsabilidade pelos
ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida toma- ilícitos cometidos por seus executores ou agentes.

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DIA 9 / 5

Parágrafo único. Logo que cesse o estado de defesa ou o estado como, na forma da lei e com prevalência da atividade militar, no
de sítio, as medidas aplicadas em sua vigência serão relatadas art. 37, inciso XVI, alínea "c";
pelo Presidente da República, em mensagem ao Congresso Naci- X - a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os limites
onal, com especificação e justificação das providências adotadas, de idade, a estabilidade e outras condições de transferência do
com relação nominal dos atingidos e indicação das restrições militar para a inatividade, os direitos, os deveres, a remuneração,
aplicadas. as prerrogativas e outras situações especiais dos militares, consi-
deradas as peculiaridades de suas atividades, inclusive aquelas
CAPÍTULO II cumpridas por força de compromissos internacionais e de guerra.
DAS FORÇAS ARMADAS
Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Art. 143. O serviço militar é obrigatório nos termos da lei.
Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais perma- § 1º Às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir serviço
nentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na dis- alternativo aos que, em tempo de paz, após alistados, alegarem
ciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, imperativo de consciência, entendendo-se como tal o decorrente
e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes de crença religiosa e de convicção filosófica ou política, para se
constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da eximirem de atividades de caráter essencialmente militar.
ordem. § 2º As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do serviço
§ 1º LC estabelecerá as normas gerais a serem adotadas na orga- militar obrigatório em tempo de paz, sujeitos, porém, a outros
nização, no preparo e no emprego das Forças Armadas. encargos que a lei lhes atribuir.
§ 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições discipli-
nares militares. CAPÍTULO III
§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, DA SEGURANÇA PÚBLICA
aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as se- Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e res-
guintes disposições: ponsabilidade de todos, é exercida para a preservação da or-
I - as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas ine- dem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio,
rentes, são conferidas pelo Presidente da República e asseguradas através dos seguintes órgãos:
em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva ou reformados, I - polícia federal;
sendo-lhes privativos os títulos e postos militares e, juntamente II - polícia rodoviária federal;
com os demais membros, o uso dos uniformes das Forças Arma- III - polícia ferroviária federal;
das; IV - polícias civis;
II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
público civil permanente, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, VI - polícias penais federal, estaduais e distrital. (EC 104/19)
inciso XVI, alínea "c", será transferido para a reserva, nos termos § 1º A polícia federal (PF), instituída por lei como órgão perma-
da lei; nente, organizado e mantido pela União e estruturado em carrei-
III - o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em ra, destina-se a:
cargo, emprego ou função pública civil temporária, não eletiva, I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou
ainda que da administração indireta, ressalvada a hipótese previs- em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de
ta no art. 37, inciso XVI, alínea "c", ficará agregado ao respectivo suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como
quadro e somente poderá, enquanto permanecer nessa situação, outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual
ser promovido por antiguidade, contando-se-lhe o tempo de ser- ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispu-
viço apenas para aquela promoção e transferência para a reserva, ser em lei;
sendo depois de dois anos de afastamento, contínuos ou não, II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e dro-
transferido para a reserva, nos termos da lei; gas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação
IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve; fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de
O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou competência;
modalidade, é vedado aos policiais civis e a todos os III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de
servidores públicos que atuem diretamente na área de fronteiras;
segurança pública. STF. Plenário. ARE 654432/GO, Rel. orig. IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciá-
Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, ria da União.
julgado em 5/4/2017 (repercussão geral) (Info 860). § 2º A polícia rodoviária federal (PRF), órgão permanente, orga-
nizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-
V - o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filia-
se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias
do a partidos políticos;
federais.
VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno
§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e
do oficialato ou com ele incompatível, por decisão de tribunal mi -
mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na for-
litar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal es-
ma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais.
pecial, em tempo de guerra;
§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de car-
VII - o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena pri-
reira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções
vativa de liberdade superior a dois anos, por sentença transitada
de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto
em julgado, será submetido ao julgamento previsto no inciso an-
as militares.
terior;
§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preser-
VIII - aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII, XII,
vação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares,
XVII, XVIII, XIX e XXV, e no art. 37, incisos XI, XIII, XIV e XV, bem

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DIA 9 / 6

além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de ati- Art. 466. Se a promessa de contrato for unilateral, o credor, sob
vidades de defesa civil. pena de ficar a mesma sem efeito, deverá manifestar-se no prazo
§ 5º-A. Às polícias penais, vinculadas ao órgão administrador nela previsto, ou, inexistindo este, no que lhe for razoavelmente
do sistema penal da unidade federativa a que pertencem, cabe a assinado pelo devedor.
segurança dos estabelecimentos penais. (EC 104/19)
§ 6º As polícias militares e os corpos de bombeiros militares, for- Seção IX
ças auxiliares e reserva do Exército subordinam-se, juntamente Do Contrato com Pessoa a Declarar
com as polícias civis e as polícias penais estaduais e distrital, aos Art. 467. No momento da conclusão do contrato, pode uma das
Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. partes reservar-se a faculdade de indicar a pessoa que deve ad-
(EC 104/19) quirir os direitos e assumir as obrigações dele decorrentes.
§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos ór-
gãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a Art. 468. Essa indicação deve ser comunicada à outra parte no
eficiência de suas atividades. prazo de 5 dias da conclusão do contrato, se outro não tiver
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais des- sido estipulado.
tinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, confor- Parágrafo único. A aceitação da pessoa nomeada não será eficaz
me dispuser a lei. se não se revestir da mesma forma que as partes usaram para o
§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos ór- contrato.
gãos relacionados neste artigo será fixada na forma do § 4º do
art. 39. Art. 469. A pessoa, nomeada de conformidade com os artigos an-
§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem tecedentes, adquire os direitos e assume as obrigações decorren-
pública e da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas tes do contrato, a partir do momento em que este foi celebrado.
vias públicas:
I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de trân- Art. 470. O contrato será eficaz somente entre os contratantes
sito, além de outras atividades previstas em lei, que assegurem ao originários:
cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e I - se não houver indicação de pessoa, ou se o nomeado se re-
II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos cusar a aceitá-la;
Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades executivos e II - se a pessoa nomeada era insolvente, e a outra pessoa o des-
seus agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma da conhecia no momento da indicação.
lei
Art. 471. Se a pessoa a nomear era incapaz ou insolvente no
CÓDIGO CIVIL momento da nomeação, o contrato produzirá seus efeitos entre
os contratantes originários.
Seção VIII
CAPÍTULO II
Do Contrato Preliminar
Da Extinção do Contrato
Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve
Seção I
conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado.
Do Distrato
Art. 472. O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o
JDC435 O contrato de promessa de permuta de bens imóveis é contrato.
título passível de registro na matrícula imobiliária.

JDC584 Desde que não haja forma exigida para a substância do


Art. 463. Concluído o contrato preliminar, com observância do contrato, admite-se que o distrato seja pactuado por forma li-
disposto no artigo antecedente, e desde que dele não conste vre.
cláusula de arrependimento, qualquer das partes terá o direito
de exigir a celebração do definitivo, assinando prazo à outra para
Art. 473. A RESILIÇÃO UNILATERAL, nos casos em que a lei ex-
que o efetive.
pressa ou implicitamente o permita, opera mediante denúncia
Parágrafo único. O contrato preliminar deverá ser levado ao re-
notificada à outra parte.
gistro competente.
Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das
partes houver feito investimentos consideráveis para a sua
JDC30 A disposição do parágrafo único do art. 463 do novo execução, a denúncia unilateral só produzirá efeito depois de
Código Civil deve ser interpretada como fator de eficácia pe- transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto dos
rante terceiros. investimentos.

Art. 464. Esgotado o prazo, poderá o juiz, a pedido do interessa- Seção II


do, suprir a vontade da parte inadimplente, conferindo caráter Da Cláusula Resolutiva
definitivo ao contrato preliminar, salvo se a isto se opuser a na- Art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito;
tureza da obrigação. a tácita depende de interpelação judicial.

Art. 465. Se o estipulante não der execução ao contrato prelimi- JDC436 A cláusula resolutiva expressa produz efeitos extinti-
nar, poderá a outra parte considerá-lo desfeito, e pedir perdas vos independentemente de pronunciamento judicial.
e danos.

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DIA 9 / 7

Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a reso- das com o contrato.
lução do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, ca- JDC440 É possível a revisão ou resolução por excessiva one-
bendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e da- rosidade em contratos aleatórios, desde que o evento super-
nos. veniente, extraordinário e imprevisível não se relacione com
a álea assumida no contrato.
JDC31 As perdas e danos mencionados no art. 475 do novo
Código Civil dependem da imputabilidade da causa da pos- Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a
sível resolução. modificar equitativamente as condições do contrato.
JDC437 A resolução da relação jurídica contratual também
pode decorrer do inadimplemento antecipado.
JDC367 Em observância ao princípio da conservação do con-
JDC586 Para a caracterização do adimplemento substancial (tal
trato, nas ações que tenham por objeto a resolução do pacto
qual reconhecido pelo Enunciado 361 da IV Jornada de Direito
por excessiva onerosidade, pode o juiz modificá-lo equitativa-
Civil - CJF), levam-se em conta tanto aspectos quantitativos
mente, desde que ouvida a parte autora, respeitada sua vonta-
quanto qualitativos.
de e observado o contraditório.

Seção III
Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma
Da Exceção de Contrato não Cumprido
das partes, poderá ela pleitear que a sua prestação seja reduzida,
Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes
ou alterado o modo de executá-la, a fim de evitar a onerosidade
de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do
excessiva.
outro.
TÍTULO VI
Art. 477. Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma
Das Várias Espécies de Contrato
das partes contratantes diminuição em seu patrimônio capaz
CAPÍTULO I
de COMPROMETER ou TORNAR DUVIDOSA A PRESTAÇÃO
Da Compra e Venda
pela qual se obrigou, PODE A OUTRA RECUSAR-SE À PRESTA-
Seção I
ÇÃO que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compe-
Disposições Gerais
te ou dê garantia bastante de satisfazê-la.
Art. 481. Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes
se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pa-
JDC438 477 A EXCEÇÃO DE INSEGURIDADE, prevista no art. gar-lhe certo preço em dinheiro.
477, também pode ser oposta à parte cuja conduta põe, ma-
nifestamente em risco, a execução do programa contratual. Art. 482. A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obriga-
tória e perfeita, desde que as partes acordarem no objeto e no
Seção IV preço.
Da Resolução por Onerosidade Excessiva
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a Art. 483. A compra e venda pode ter por objeto coisa atual ou
prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, futura. Neste caso, ficará sem efeito o contrato se esta não vier
com extrema vantagem para a outra, em virtude de aconteci- a existir, salvo se a intenção das partes era de concluir contra-
mentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pe- to aleatório.
dir a resolução do contrato [TEORIA DA IMPREVISÃO]. Os
efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação. Art. 484. Se a venda se realizar à vista de amostras, protótipos ou
modelos, entender-se-á que o vendedor assegura ter a coisa as
JDC176 A menção à imprevisibilidade e à extraordinariedade, qualidades que a elas correspondem.
insertas no art. 478 do Código Civil, deve ser interpretada não Parágrafo único. Prevalece a amostra, o protótipo ou o modelo,
somente em relação ao fato que gere o desequilíbrio, mas se houver contradição ou diferença com a maneira pela qual se
também em relação às consequências que ele produz. descreveu a coisa no contrato.
JDC177 Em atenção ao princípio da conservação dos negó-
cios jurídicos, o art. 478 do Código Civil de 2002 deverá con- Art. 485. A fixação do preço pode ser deixada ao arbítrio de ter-
duzir, sempre que possível, à revisão judicial dos contratos e ceiro, que os contratantes logo designarem ou prometerem de-
não à resolução contratual. signar. Se o terceiro não aceitar a incumbência, ficará sem efeito o
JDC365 A extrema vantagem do art. 478 deve ser interpreta- contrato, salvo quando acordarem os contratantes designar outra
da como elemento acidental da alteração das circunstân- pessoa.
cias, que comporta a incidência da resolução ou revisão do
negócio por onerosidade excessiva, independentemente de sua Art. 486. Também se poderá deixar a fixação do preço à taxa de
demonstração plena. mercado ou de bolsa, em certo e determinado dia e lugar.
JDC366 O fato extraordinário e imprevisível causador de
onerosidade excessiva é aquele que não está coberto objeti- Art. 487. É lícito às partes fixar o preço em função de índices ou
vamente pelos riscos próprios da contratação. parâmetros, desde que suscetíveis de objetiva determinação.
JDC439 A revisão do contrato por onerosidade excessiva funda-
da no Código Civil deve levar em conta a natureza do objeto Art. 488. Convencionada a venda sem fixação de preço ou de cri-
do contrato. Nas relações empresariais, observar-se-á a sofisti- térios para a sua determinação, se não houver tabelamento ofici-
cação dos contratantes e a alocação de riscos por eles assumi-

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DIA 9 / 8

al, entende-se que as partes se sujeitaram ao preço corrente nas Art. 497. Sob pena de nulidade, não podem ser comprados,
vendas habituais do vendedor. ainda que em hasta pública:
Parágrafo único. Na falta de acordo, por ter havido diversidade de I - pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores, os
preço, prevalecerá o termo médio. bens confiados à sua guarda ou administração;
II - pelos servidores públicos, em geral, os bens ou direitos da
JDC441 Na falta de acordo sobre o preço, não se presume pessoa jurídica a que servirem, ou que estejam sob sua adminis-
concluída a compra e venda. O parágrafo único do art. 488 so- tração direta ou indireta;
mente se aplica se houverem diversos preços habitualmente III - pelos juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e
praticados pelo vendedor, caso em que prevalecerá o termo outros serventuários ou auxiliares da justiça, os bens ou direitos
médio. sobre que se litigar em tribunal, juízo ou conselho, no lugar onde
servirem, ou a que se estender a sua autoridade;
IV - pelos leiloeiros e seus prepostos, os bens de cuja venda este -
Art. 489. NULO é o contrato de compra e venda, quando se deixa
jam encarregados.
ao arbítrio exclusivo de uma das partes a fixação do preço.
Parágrafo único. As proibições deste artigo estendem-se à ces-
são de crédito.
Art. 490. Salvo cláusula em contrário, ficarão as despesas de escri-
tura e registro a cargo do comprador, e a cargo do vendedor as
Art. 498. A proibição contida no inciso III do artigo antecedente,
da tradição.
não compreende os casos de compra e venda ou cessão entre co-
erdeiros, ou em pagamento de dívida, ou para garantia de bens já
Art. 491. Não sendo a venda a crédito, o vendedor não é obriga-
pertencentes a pessoas designadas no referido inciso.
do a entregar a coisa antes de receber o preço.

Art. 499. É LÍCITA a compra e venda entre cônjuges, com rela-


Art. 492. Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm
ção a bens excluídos da comunhão.
por conta do vendedor, e os do preço por conta do compra-
dor.
Art. 500. Se, na venda de um imóvel, se estipular o preço por me-
§ 1o Todavia, os casos fortuitos, ocorrentes no ato de contar, mar-
dida de extensão [AD MENSURAM], ou se determinar a respec-
car ou assinalar coisas, que comumente se recebem, contando,
tiva área, e esta não corresponder, em qualquer dos casos, às di-
pesando, medindo ou assinalando, e que já tiverem sido postas
mensões dadas, o comprador terá o direito de exigir o comple-
à disposição do comprador, correrão por conta deste.
mento da área, e, não sendo isso possível, o de reclamar a reso-
§ 2o Correrão também por conta do comprador os riscos das
lução do contrato ou abatimento proporcional ao preço.
referidas coisas, se estiver em mora de as receber, quando pos-
§ 1o Presume-se que a referência às dimensões foi simples-
tas à sua disposição no tempo, lugar e pelo modo ajustados.
mente enunciativa, quando a diferença encontrada não exce-
der de 1/20 da área total enunciada, ressalvado ao comprador o
Art. 493. A tradição da coisa vendida, na falta de estipulação ex-
direito de provar que, em tais circunstâncias, não teria realizado o
pressa, dar-se-á no lugar onde ela se encontrava, ao tempo da
negócio.
venda.
§ 2o Se em vez de falta houver excesso, e o vendedor provar que
tinha motivos para ignorar a medida exata da área vendida, cabe-
Art. 494. Se a coisa for expedida para lugar diverso, por ordem do
rá ao comprador, à sua escolha, completar o valor corresponden-
comprador, por sua conta correrão os riscos, uma vez entregue a
te ao preço ou devolver o excesso.
quem haja de transportá-la, salvo se das instruções dele se afastar
§ 3o Não haverá complemento de área, nem devolução de ex-
o vendedor.
cesso, se o imóvel for vendido como coisa certa e discrimina-
da [AD CORPUS], tendo sido apenas enunciativa a referência
Art. 495. Não obstante o prazo ajustado para o pagamento, se
às suas dimensões, ainda que não conste, de modo expresso, ter
antes da tradição o comprador cair em insolvência, poderá o ven-
sido a venda ad corpus.
dedor sobrestar na entrega da coisa, até que o comprador lhe dê
caução de pagar no tempo ajustado.
Art. 501. Decai do direito de propor as ações previstas no artigo
antecedente o vendedor ou o comprador que não o fizer no pra-
Art. 496. É ANULÁVEL a venda de ascendente a descendente,
zo de 1 ano, a contar do registro do título.
salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expres-
Parágrafo único. Se houver atraso na imissão de posse no imóvel,
samente houverem consentido.
atribuível ao alienante, a partir dela fluirá o prazo de decadência.
Parágrafo único. Em ambos os casos, DISPENSA-SE O CONSEN-
TIMENTO do cônjuge se o regime de bens for o da SEPARAÇÃO
Art. 502. O vendedor, salvo convenção em contrário, responde
OBRIGATÓRIA.
por todos os débitos que gravem a coisa até o momento da tradi-
ção.
JDC177 Por erro de tramitação, que retirou a segunda hipótese
de anulação de venda entre parentes (venda de descendente Art. 503. Nas coisas vendidas conjuntamente, o defeito oculto de
para ascendente), deve ser desconsiderada a expressão “em uma NÃO AUTORIZA A REJEIÇÃO DE TODAS.
ambos os casos”, no parágrafo único do art. 496.
JDC368 O prazo para anular venda de ascendente para des- Art. 504. Não pode um condômino em coisa indivisível vender
cendente é decadencial de 2 anos (art. 179 do Código Civil). a sua parte a estranhos, se outro consorte a quiser, tanto por
tanto. O condômino, a quem não se der conhecimento da venda,
poderá, depositando o preço, haver para si a parte vendida a es-

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DIA 9 / 9

tranhos, se o requerer no prazo de 180 dias, sob pena de deca-


dência.
Parágrafo único. Sendo muitos os condôminos, preferirá o que ti-
ver benfeitorias de maior valor e, na falta de benfeitorias, o Subseção III
de quinhão maior. Se as partes forem iguais, haverão a parte Da PREEMPÇÃO ou PREFERÊNCIA
vendida os comproprietários, que a quiserem, depositando previ- Art. 513. A preempção, ou preferência, impõe ao comprador a
amente o preço. obrigação de oferecer ao vendedor a coisa que aquele vai
vender, ou dar em pagamento, para que este use de seu direi-
JDC623 Ainda que sejam muitos os condôminos, não há di- to de prelação na compra, tanto por tanto.
reito de preferência na venda da fração de um bem entre Parágrafo único. O prazo para exercer o direito de preferência
dois coproprietários, pois a regra prevista no art. 504, parágra- não poderá exceder a 180 dias, se a coisa for móvel, ou a 2
fo único, do Código Civil, visa somente a resolver eventual con- anos, se imóvel.
corrência entre condôminos na alienação da fração a estranhos
ao condomínio. Art. 514. O vendedor pode também exercer o seu direito de pre-
lação, intimando o comprador, quando lhe constar que este vai
vender a coisa.
Seção II
Das Cláusulas Especiais à Compra e Venda
Art. 515. Aquele que exerce a preferência está, sob pena de a per-
Subseção I
der, obrigado a pagar, em condições iguais, o preço encontrado,
Da RETROVENDA
ou o ajustado.
Art. 505. O vendedor de coisa imóvel pode reservar-se o direito
de recobrá-la no prazo máximo de decadência de 3 anos, res-
Art. 516. Inexistindo prazo estipulado, o direito de preempção
tituindo o preço recebido e reembolsando as despesas do
caducará, se a coisa for móvel, não se exercendo nos 3 dias, e,
comprador, inclusive as que, durante o período de resgate, se
se for imóvel, não se exercendo nos 60 dias subsequentes à
efetuaram com a sua autorização escrita, ou para a realização de
data em que o comprador tiver notificado o vendedor.
benfeitorias necessárias.

Art. 506. Se o comprador se recusar a receber as quantias a que DIREITO DE PREFERÊNCIA


faz jus, o vendedor, para exercer o direito de resgate, as deposita- BEM MÓVEL BEM IMÓVEL
rá judicialmente.
Parágrafo único. Verificada a insuficiência do depósito judicial, Não exceder 180 dias Não exceder 2 anos
não será o vendedor restituído no domínio da coisa, até e en- Não existindo prazo estipula- Não existindo prazo estipulado:
quanto não for integralmente pago o comprador. do: 3 dias, após a notificação 60 dias, após a notificação do
do vendedor pelo comprador vendedor pelo comprador
Art. 507. O direito de retrato, que É CESSÍVEL E TRANSMISSÍ-
VEL a herdeiros e legatários, poderá ser exercido contra o ter-
Art. 517. Quando o direito de preempção for estipulado a favor
ceiro adquirente.
de dois ou mais indivíduos em comum, só pode ser exercido em
relação à coisa no seu todo. Se alguma das pessoas, a quem ele
Art. 508. Se a duas ou mais pessoas couber o direito de retrato
toque, perder ou não exercer o seu direito, poderão as demais
sobre o mesmo imóvel, e só uma o exercer, poderá o comprador
utilizá-lo na forma sobredita.
intimar as outras para nele acordarem, prevalecendo o pacto em
favor de quem haja efetuado o depósito, contanto que seja inte-
Art. 518. Responderá por perdas e danos o comprador, se alienar
gral.
a coisa sem ter dado ao vendedor ciência do preço e das van-
tagens que por ela lhe oferecem. Responderá solidariamente o
Subseção II
adquirente, se tiver procedido de má-fé.
Da Venda a Contento e da Sujeita a Prova
Art. 509. A venda feita a contento do comprador entende-se rea-
Art. 519. Se a coisa expropriada para fins de necessidade ou utili-
lizada sob condição suspensiva, ainda que a coisa lhe tenha sido
dade pública, ou por interesse social, não tiver o destino para
entregue; e não se reputará perfeita, enquanto o adquirente
que se desapropriou, ou não for utilizada em obras ou servi-
não manifestar seu agrado.
ços públicos, caberá ao expropriado direito de preferência, pelo
preço atual da coisa
Art. 510. Também a venda sujeita a prova presume-se feita sob a
condição suspensiva de que a coisa tenha as qualidades assegu-
radas pelo vendedor e seja idônea para o fim a que se destina. JDC592 O art. 519 do Código Civil derroga o art. 35 do Decreto-
Lei n. 3.365/1941 naquilo que ele diz respeito a cenários de tre-
Art. 511. Em ambos os casos, as obrigações do comprador, que destinação ilícita. Assim, ações de retrocessão baseadas em
recebeu, sob condição suspensiva, a coisa comprada, são as de alegações de tredestinação ilícita não precisam, quando jul-
mero comodatário, enquanto não manifeste aceitá-la. gadas depois da incorporação do bem desapropriado ao pa-
trimônio da entidade expropriante, resolver-se em perdas e
Art. 512. Não havendo prazo estipulado para a declaração do danos.
comprador, o vendedor terá direito de intimá-lo, judicial ou extra-
judicialmente, para que o faça em prazo improrrogável. Art. 520. O direito de preferência NÃO se pode ceder nem passa
aos herdeiros.

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DIA 9 / 10

Art. 529. Na venda sobre documentos, a tradição da coisa é


substituída pela entrega do seu título representativo e dos ou-
DIREITO DE É CESSÍVEL E TRANSMISSÍVEL a her- tros documentos exigidos pelo contrato ou, no silêncio deste, pe-
RETRATO deiros e legatários los usos.
Parágrafo único. Achando-se a documentação em ordem, não
DIREITO DE NÃO CESSÍVEL E TRANSMISSÍVEL pode o comprador recusar o pagamento, a pretexto de defeito
PREFERÊNCIA aos herdeiros de qualidade ou do estado da coisa vendida, salvo se o defeito já
DIREITO DE NÃO SE TRANSMITE os herdeiros do houver sido comprovado.
REVOGAR A DOAÇÃO doador
Art. 530. Não havendo estipulação em contrário, o pagamento
Morrendo o locador ou locatário, deve ser efetuado na data e no lugar da entrega dos documentos.
LOCAÇÃO TRANSFERE-SE aos herdeiros por
TEMPO DETERMINADO Art. 531. Se entre os documentos entregues ao comprador figurar
apólice de seguro que cubra os riscos do transporte, correm estes
Subseção IV à conta do comprador, salvo se, ao ser concluído o contrato, ti-
Da Venda com Reserva de Domínio vesse o vendedor ciência da perda ou avaria da coisa.
Art. 521. Na venda de coisa móvel, pode o vendedor reservar
para si a propriedade, até que o preço esteja integralmente pago. Art. 532. Estipulado o pagamento por intermédio de estabeleci-
mento bancário, caberá a este efetuá-lo contra a entrega dos do-
Art. 522. A cláusula de reserva de domínio será estipulada por cumentos, sem obrigação de verificar a coisa vendida, pela
escrito e depende de registro no domicílio do comprador para qual não responde.
valer contra terceiros. Parágrafo único. Nesse caso, somente após a recusa do estabele-
cimento bancário a efetuar o pagamento, poderá o vendedor pre-
Art. 523. Não pode ser objeto de venda com reserva de domínio tendê-lo, diretamente do comprador.
a coisa insuscetível de caracterização perfeita, para estremá-la de
outras congêneres. Na dúvida, decide-se a favor do terceiro ad- SÚMULAS SOBRE COMPRA E VENDA
quirente de boa-fé.
STF
Art. 524. A transferência de propriedade ao comprador dá-se no Súmula 166-STF: É inadmissível o arrependimento no compro-
momento em que o preço esteja integralmente pago. Todavia, misso de compra e venda sujeito ao regime do Dec.-Lei 58, de
pelos riscos da coisa responde o comprador, a partir de quan- 10.12.1937.
do lhe foi entregue. Súmula 167-STF: Não se aplica o regime do Dec.-Lei 58, de
10.12.1937, ao compromisso de compra e venda não inscrito no
Art. 525. O vendedor somente poderá executar a cláusula de registro imobiliário, salvo se o promitente vendedor se obrigou
reserva de domínio após constituir o comprador em mora, a efetuar o registro.
mediante protesto do título ou interpelação judicial. Súmula 168-STF: Para os efeitos do Dec.-Lei 58, de 10.12.1937,
admite-se a inscrição imobiliária do compromisso de compra e
Art. 526. Verificada a mora do comprador, poderá o vendedor venda no curso da ação.
mover contra ele a competente ação de cobrança das prestações Súmula 412-STF: No compromisso de compra e venda com
vencidas e vincendas e o mais que lhe for devido; ou poderá recu- cláusula de arrependimento, a devolução do sinal, por quem o
perar a posse da coisa vendida. deu, ou a sua restituição em dobro, por quem o recebeu, exclui
indenização maior a título de perdas e danos, salvo os juros
Art. 527. Na segunda hipótese do artigo antecedente, é facultado moratórios e os encargos do processo.
ao vendedor reter as prestações pagas até o necessário para co- Súmula 413-STF: O compromisso de compra e venda de imó-
brir a depreciação da coisa, as despesas feitas e o mais que de di- veis, ainda que não loteados, dá direito a execução compulsó-
reito lhe for devido. O excedente será devolvido ao comprador; e ria, quando reunidos os requisitos legais.
o que faltar lhe será cobrado, tudo na forma da lei processual.
STJ
Art. 528. Se o vendedor receber o pagamento à vista, ou, posteri- Súmula 76-STJ: A falta de registro do compromisso de compra
ormente, mediante financiamento de instituição do mercado de e venda de imóvel não dispensa a prévia interpelação para
capitais, a esta caberá exercer os direitos e ações decorrentes do constituir em mora o devedor.
contrato, a benefício de qualquer outro. A operação financeira e a Súmula 84-STJ: É admissível a oposição de embargos de ter-
respectiva ciência do comprador constarão do registro do contra- ceiro fundados em alegação de posse advinda do compromisso
to. de compra e venda de imóvel, ainda que desprovido do regis-
tro.
JDC178 Na interpretação do art. 528, devem ser levadas em Súmula 239-STJ: O direito à adjudicação compulsória não se
conta, após a expressão “a benefício de”, as palavras “seu crédi- condiciona ao registro do compromisso de compra e venda no
to, excluída a concorrência de”, que foram omitidas por mani- cartório de imóveis.
festo erro material.
JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ
Subseção V
Da Venda Sobre Documentos EDIÇÃO N. 107: DOS CONTRATOS DE PROMESSA DE COM-

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DIA 9 / 11

PRA E VENDA E DE COMPRA E VENDA DE BENS IMÓVEIS - I obra no prazo.


1) Na hipótese de descumprimento do prazo de entrega do 4) A pretensão ao recebimento de valores pagos, que não foram
imóvel objeto de contrato de compromisso de compra e venda restituídos diante de rescisão de contrato de compra e venda de
ou de compra e venda, é possível cumular a cláusula penal de- imóvel, submete-se ao prazo prescricional decenal previsto no
corrente da mora com a indenização por lucros cessantes pela art. 205 do Código Civil/2002.
não fruição do imóvel, pois aquela tem natureza moratória, en- 5) Na hipótese de rescisão do contrato de promessa de compra
quanto esta tem natureza compensatória. e venda de imóvel por iniciativa do comprador, os juros de
ATENÇÃO: A cláusula penal moratória tem a finalidade de inde- mora devem incidir a partir do trânsito em julgado, visto
nizar pelo adimplemento tardio da obrigação, e, em regra, esta- que inexiste mora anterior do promitente vendedor.
belecida em valor equivalente ao locativo, afasta-se sua cumu- 6) No caso de rescisão de contratos envolvendo compra e venda
lação com lucros cessantes. STJ. 2ª Seção. REsp 1498484-DF, de imóveis por culpa do comprador, é razoável ao vendedor que
Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 22/05/2019 (recurso a retenção seja arbitrada entre 10% e 25% dos valores pagos,
repetitivo) (Info 651). conforme as circunstâncias de cada caso, avaliando-se os prejuí-
2) A inexecução do contrato de promessa de compra e venda ou zos suportados.
de compra e venda, consubstanciada na ausência de entrega do 7) Incide a prescrição trienal sobre a pretensão de restituição
imóvel na data acordada, acarreta, além da indenização corres- dos valores pagos a título de comissão de corretagem ou de
pondente à cláusula penal moratória, o pagamento de indeniza- serviço de assistência técnico-imobiliária (SATI), ou atividade
ção por lucros cessantes. congênere (artigo 206, § 3º, IV, CC).
3) É possível a inversão da cláusula penal moratória em favor 8) É abusiva a cobrança pelo promitente-vendedor do serviço
do consumidor, na hipótese de inadimplemento do promi- de assessoria técnico-imobiliária ou atividade congênere, vincu-
tente vendedor, consubstanciado na ausência de entrega do lado à celebração de promessa de compra e venda de imóvel.
imóvel no prazo pactuado. 9) É válida cláusula contratual que transfere ao promitente-
4) Há presunção de prejuízo do promitente comprador a via- comprador a obrigação de pagar a comissão de corretagem
bilizar a condenação por lucros cessantes pelo descumpri- nos contratos de promessa de compra e venda de unidade au-
mento do prazo para entrega de imóvel objeto de contrato tônoma em regime de incorporação imobiliária, desde que pre-
de compromisso de compra e venda ou de compra e venda. viamente informado o preço total da aquisição da unidade
5) Em caso de rescisão de contrato de compra e venda de imó- autônoma, com o destaque do valor da comissão de correta-
vel, a correção monetária do valor correspondente às parcelas gem.
pagas, para efeitos de restituição, incide a partir de cada de- 10) A posse decorrente do contrato de promessa de compra e
sembolso. venda de imóvel não induz usucapião, exceto se verificada a
6) Não é abusiva a cláusula de cobrança de juros compensató- conversão da posse não própria em própria, momento a par-
rios incidente em período anterior à entrega das chaves no tir do qual o possuidor passa a se comportar como se dono fos -
contrato de promessa de compra e venda ou de compra e ven- se.
da de imóveis em construção sob o regime de incorporação 11) A cobrança de resíduos inflacionários, em contrato de pro-
imobiliária. messa de compra e venda firmado com construtora, só é possí-
7) Decretada a resolução do contrato de compra e venda de vel na periodicidade anual e desde que expressamente pac-
imóvel, com a restituição das parcelas pagas pelo comprador, o tuada.
retorno das partes ao estado anterior implica o pagamento
de indenização pelo tempo em que o comprador ocupou o CAPÍTULO II
bem, desde a data em que a posse lhe foi transferida. Da Troca ou Permuta
9) Havendo compromisso de compra e venda não levado a re- Art. 533. Aplicam-se à troca as disposições referentes à compra e
gistro, a responsabilidade pelas despesas de condomínio pode venda, com as seguintes modificações:
recair tanto sobre o promitente vendedor quanto sobre o pro- I - salvo disposição em contrário, cada um dos contratantes paga-
missário comprador, dependendo das circunstâncias de cada rá por metade as despesas com o instrumento da troca;
caso concreto. II - é ANULÁVEL a troca de valores desiguais entre ascendentes e
10) O promitente comprador do imóvel e o proprietário/promi- descendentes, sem consentimento dos outros descendentes e do
tente vendedor são contribuintes responsáveis pelo paga- cônjuge do alienante.
mento do IPTU.
EDIÇÃO N. 110: DOS CONTRATOS DE PROMESSA DE COM- CAPÍTULO III
PRA E VENDA E DE COMPRA E VENDA DE BENS IMÓVEIS - II Do Contrato Estimatório
1) A hipoteca firmada entre a construtora e o agente financeiro, Art. 534. Pelo contrato estimatório, o consignante entrega bens
anterior ou posterior à celebração da promessa de compra e móveis ao consignatário, que fica autorizado a vendê-los, pagan-
venda, NÃO TEM EFICÁCIA perante os adquirentes do imó- do àquele o preço ajustado, salvo se preferir, no prazo estabele-
vel. (Súmula n. 308/STJ) cido, restituir-lhe a coisa consignada.
2) Não é aplicável a Súmula n. 308/STJ nos casos envolvendo
contratos de aquisição de imóveis não submetidos ao Siste- JDC32 No contrato estimatório (art. 534), o consignante trans-
ma Financeiro de Habitação - SFH. fere ao consignatário, temporariamente, o poder de aliena-
3) A indenização deferida a título de lucros cessantes em decor- ção da coisa consignada com opção de pagamento do pre-
rência do atraso na entrega de imóvel objeto de contrato de ço de estima ou sua restituição ao final do prazo ajustado.
compra e venda será o montante equivalente ao aluguel que
o comprador deixaria de pagar ou que auferiria caso recebesse a

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DIA 9 / 12

Art. 535. O consignatário não se exonera da obrigação de pagar FPPC35. (art. 311) As vedações à concessão de tutela provi-
o preço, se a restituição da coisa, em sua integridade, se tor- sória contra a Fazenda Pública limitam-se às tutelas de ur-
nar impossível, ainda que por fato a ele não imputável. gência
FPPC422. (art. 311) A tutela de evidência é compatível com
Art. 536. A coisa consignada não pode ser objeto de penhora ou os procedimentos especiais.
sequestro pelos credores do consignatário, enquanto não pago FPPC423. (arts. 311; 995, parágrafo único; 1.012, §4º; 1.019, inci-
integralmente o preço. so I; 1.026, §1º; 1.029, §5º) Cabe tutela de evidência recursal
JDPC47 A probabilidade do direito constitui requisito para
Art. 537. O consignante não pode dispor da coisa antes de lhe ser concessão da tutela da evidência fundada em abuso do direi-
restituída ou de lhe ser comunicada a restituição. to de defesa ou em manifesto propósito protelatório da
parte contrária.
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL JDPC48 É admissível a tutela provisória da evidência, prevista
no art. 311, II, do CPC, também em casos de tese firmada em
TÍTULO III repercussão geral ou em súmulas dos tribunais superiores.
DA TUTELA DA EVIDÊNCIA JDPC50 A eficácia da produção antecipada de provas não está
condicionada a prazo para a propositura de outra ação.
TUTELA DE EVIDÊNCIA TUTELA DE EVIDÊNCIA
PUNITIVA DOCUMENTADA/
PROPRIAMENTE DITA TUTELA DE EVIDÊNCIA – POSSÍVEL DECISÃO LIMINAR
Quando ficar caracterizado o A tutela de evidência docu- II - as ALEGAÇÕES DE FATO III - se tratar de PEDIDO REI-
abuso do direito de defesa ou mentada pode ser de três es- PUDEREM SER COMPROVA- PERSECUTÓRIO fundado em
o manifesto propósito protela- pécies: DAS APENAS DOCUMENTAL- prova documental adequada
tório da parte (i) fundada em precedente MENTE e HOUVER TESE fir- do contrato de depósito, caso
obrigatório; mada em julgamento de CA- em que será decretada a or-
(ii) fundada em contrato de SOS REPETITIVOS OU EM SÚ- dem de entrega do objeto cus-
depósito MULA VINCULANTE; todiado, sob cominação de
(iii) fundada na ausência de multa;
contraprova documental sufici-
ente.
LIVRO VI
DA FORMAÇÃO, DA SUSPENSÃO E DA EXTINÇÃO DO PROCESSO
JDPC49 A tutela da evidência pode ser concedida em manda- TÍTULO I
do de segurança. DA FORMAÇÃO DO PROCESSO
CJF 135: É admissível a concessão de tutela da evidência fun- Art. 312. Considera-se proposta a ação quando a petição inici-
dada em tese firmada em incidente de assunção de competên- al for protocolada, todavia, a propositura da ação só produz
cia (IAC). quanto ao réu os efeitos mencionados no art. 240 depois que
for validamente citado.
Art. 311. A TUTELA DA EVIDÊNCIA será concedida, indepen-
dentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco TÍTULO II
ao resultado útil do processo, quando: DA SUSPENSÃO DO PROCESSO
I - ficar caracterizado o ABUSO DO DIREITO DE DEFESA ou o Art. 313. Suspende-se o processo:
MANIFESTO PROPÓSITO PROTELATÓRIO DA PARTE; I - pela morte ou pela perda da capacidade processual de qual-
II - as ALEGAÇÕES DE FATO PUDEREM SER COMPROVADAS quer das partes, de seu representante legal ou de seu procurador;
APENAS DOCUMENTALMENTE e HOUVER TESE firmada em jul- II - pela convenção das partes (suspensão máxima por 6 meses);
gamento de CASOS REPETITIVOS OU EM SÚMULA VINCULAN- III - pela arguição de impedimento ou de suspeição;
TE; IV- pela admissão de IRDR;
III - se tratar de PEDIDO REIPERSECUTÓRIO fundado em prova V - quando a sentença de mérito (suspensão máxima por 1 ano):
documental adequada do contrato de depósito, caso em que será a) depender do julgamento de outra causa ou da declaração
decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob comina- de existência ou de inexistência de relação jurídica que consti-
ção de multa; tua o objeto principal de outro processo pendente;
IV - a PETIÇÃO INICIAL for instruída com PROVA DOCUMENTAL b) tiver de ser proferida somente após a verificação de deter-
SUFICIENTE DOS FATOS CONSTITUTIVOS do direito do autor, a minado fato ou a produção de certa prova, requisitada a outro
que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável. juízo;
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá VI - por motivo de força maior;
decidir liminarmente. VII - quando se discutir em juízo questão decorrente de acidentes
e fatos da navegação de competência do Tribunal Marítimo;
FPPC34. (art. 311, I) Considera-se abusiva a defesa da Adminis- VIII - nos demais casos que este Código regula.
tração Pública, sempre que contrariar entendimento coinciden- IX - pelo parto ou pela concessão de adoção, quando a advoga-
te com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo da responsável pelo processo constituir a única patrona da causa
do próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer (suspensão por 30 dias);
ou súmula administrativa, salvo se demonstrar a existência de X - quando o advogado responsável pelo processo constituir o
distinção ou da necessidade de superação do entendimento. único patrono da causa e tornar-se pai (suspensão por 8 dias)

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DIA 9 / 13

§ 1o Na hipótese do inciso I, o juiz suspenderá o processo, nos Art. 317. Antes de proferir decisão sem resolução de mérito, o
termos do art. 689. juiz deverá conceder à parte oportunidade para, se possível, cor-
§ 2o Não ajuizada ação de habilitação, ao tomar conhecimento rigir o vício.
da morte, o juiz determinará a suspensão do processo e ob- PARTE ESPECIAL
servará o seguinte: LIVRO I
I - falecido o réu, ordenará a intimação do autor para que pro- DO PROCESSO DE CONHECIMENTO E DO CUMPRIMENTO DE
mova a citação do respectivo espólio, de quem for o sucessor SENTENÇA
ou, se for o caso, dos herdeiros, no prazo que designar, de no TÍTULO I
mínimo 2 e no máximo 6 meses; DO PROCEDIMENTO COMUM
II - falecido o autor e sendo transmissível o direito em litígio, CAPÍTULO I
determinará a intimação de seu espólio, de quem for o sucessor DISPOSIÇÕES GERAIS
ou, se for o caso, dos herdeiros, pelos meios de divulgação que Art. 318. Aplica-se a todas as causas o procedimento comum, sal-
reputar mais adequados, para que manifestem interesse na suces- vo disposição em contrário deste Código ou de lei.
são processual e promovam a respectiva habilitação no prazo de- Parágrafo único. O procedimento comum aplica-se subsidiari-
signado, sob pena de extinção do processo sem resolução de amente aos demais procedimentos especiais e ao processo de
mérito. execução.
§ 3o No caso de morte do procurador de qualquer das partes, ain-
da que iniciada a audiência de instrução e julgamento, o juiz de- CAPÍTULO II
terminará que a parte constitua novo mandatário, no prazo de 15 DA PETIÇÃO INICIAL
dias, ao final do qual extinguirá o processo sem resolução de Seção I
mérito, se o autor não nomear novo mandatário, ou ordenará Dos Requisitos da Petição Inicial
o prosseguimento do processo à revelia do réu, se falecido o pro- Art. 319. A petição inicial indicará:
curador deste. I - o juízo a que é dirigida;
§ 4o O prazo de suspensão do processo nunca poderá exceder 1 II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união
ano nas hipóteses do inciso V (depender do julgamento de outra estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pesso-
causa/após verificação de determinado fato) e 6 meses naquela as Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço
prevista no inciso II (convenção das partes). eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu;
§ 5o O juiz determinará o prosseguimento do processo assim que III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
esgotados os prazos previstos no § 4o. IV - o pedido com as suas especificações;
§ 6o No caso do inciso IX (parto/adoção), o período de suspensão V - o valor da causa;
será de 30 dias, contado a partir da data do parto ou da conces- VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade
são da adoção, mediante apresentação de certidão de nascimen- dos fatos alegados;
to ou documento similar que comprove a realização do parto, ou VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de
de termo judicial que tenha concedido a adoção, desde que haja conciliação ou de mediação.
notificação ao cliente. § 1o Caso não disponha das informações previstas no inciso II,
§ 7o No caso do inciso X (tornar-se pai), o período de suspensão poderá o autor, na petição inicial, requerer ao juiz diligências
será de 8 dias, contado a partir da data do parto ou da concessão necessárias a sua obtenção.
da adoção, mediante apresentação de certidão de nascimento ou § 2o A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta
documento similar que comprove a realização do parto, ou de de informações a que se refere o inciso II, for possível a citação
termo judicial que tenha concedido a adoção, desde que haja no- do réu.
tificação ao cliente. § 3o A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento
ao disposto no inciso II deste artigo se a obtenção de tais infor-
Art. 314. Durante a suspensão é vedado praticar qualquer ato mações tornar impossível ou excessivamente oneroso o aces-
processual, podendo o juiz, todavia, determinar a realização de so à justiça.
atos urgentes a fim de evitar dano irreparável, salvo no caso
de arguição de impedimento e de suspeição.
FPPC281. (art. 319, III) A indicação do dispositivo legal não é
requisito da petição inicial e, uma vez existente, não vincula
Art. 315. Se o conhecimento do mérito depender de verificação
o órgão julgador.
da existência de fato delituoso, o juiz pode determinar a sus-
FPPC282. (arts. 319, III e 343) Para julgar com base em enqua-
pensão do processo até que se pronuncie a justiça criminal.
dramento normativo diverso daquele invocado pelas partes, ao
§ 1o Se a ação penal não for proposta no prazo de 3 meses,
juiz cabe observar o dever de consulta, previsto no art. 10.
contado da intimação do ato de suspensão, cessará o efeito
FPPC283. (arts. 319, §1º, 320, 396) Aplicam-se os arts. 319, § 1º,
desse, incumbindo ao juiz cível examinar incidentemente a
396 a 404 também quando o autor não dispuser de docu-
questão prévia.
mentos indispensáveis à propositura da ação.
§ 2o Proposta a ação penal, o processo ficará suspenso pelo
FPPC424. (art. 319; art. 15, Lei 11.419/2006) Os parágrafos do
prazo máximo de 1 ano, ao final do qual aplicar-se-á o disposto
art. 319 devem ser aplicados imediatamente, inclusive para
na parte final do § 1o.
as petições iniciais apresentadas na vigência do CPC-1973.
JDPC44 É requisito da petição inicial da tutela cautelar requerida
TÍTULO III
em caráter antecedente a indicação do valor da causa.
DA EXTINÇÃO DO PROCESSO
Art. 316. A extinção do processo dar-se-á por sentença.

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DIA 9 / 14

Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos in- Art. 325. O PEDIDO será ALTERNATIVO quando, pela natureza
dispensáveis à propositura da ação. da obrigação, o devedor puder cumprir a prestação de mais
de um modo.
Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os Parágrafo único. Quando, pela lei ou pelo contrato, a escolha
requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irre- couber ao devedor, o juiz lhe assegurará o direito de cumprir a
gularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, deter- prestação de um ou de outro modo, ainda que o autor não te-
minará que o autor, no prazo de 15 dias, a emende ou a com- nha formulado pedido alternativo.
plete, INDICANDO COM PRECISÃO o que deve ser corrigido
ou completado. CJF 109: Na hipótese de cumulação alternativa, acolhido inte-
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz IN- gralmente um dos pedidos, a sucumbência deve ser suportada
DEFERIRÁ a petição inicial. pelo réu.

FPPC284. (art. 321; 968, §3º) Aplica-se à ação rescisória o dis- Art. 326. É lícito formular mais de um PEDIDO em ordem SUB-
posto no art. 321. SIDIÁRIA, a fim de que o juiz conheça do posterior, quando
FPPC425. (arts. 321, 106, § 1°) Ocorrendo simultaneamente as não acolher o anterior.
hipóteses dos art. 106, § 1°, e art. 321, caput, o prazo de emen- Parágrafo único. É lícito formular mais de um pedido, alternati-
da será único e de 15 dias. vamente, para que o juiz acolha um deles.

Seção II FPPC287. (art. 326) O pedido subsidiário somente pode ser


Do Pedido apreciado se o juiz não puder examinar ou expressamente
Art. 322. O pedido DEVE SER CERTO. rejeitar o principal.
§ 1o Compreendem-se no principal os juros legais, a correção FPPC288. (art. 326) Quando acolhido o pedido subsidiário, o
monetária e as verbas de sucumbência, inclusive os honorá- autor tem interesse de recorrer em relação ao principal.
rios advocatícios.
§ 2o A interpretação do pedido considerará o conjunto da postu-
Art. 327. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o
lação e observará o princípio da boa-fé.
mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja
conexão.
FPPC285. (art. 322, §2º) A interpretação do pedido e dos atos § 1o São REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE DA CUMULAÇÃO
postulatórios em geral deve levar em consideração a vontade que:
da parte, aplicando-se o art. 112 do Código Civil. I - os pedidos sejam compatíveis entre si;
FPPC286. (art. 322, §2º; art. 5º). Aplica-se o §2º do art. 322 à in- II - seja competente para conhecer deles o mesmo juízo;
terpretação de todos os atos postulatórios, inclusive da contes- III - seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedi-
tação e do recurso. mento.
§ 2o Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de pro-
Art. 323. Na ação que tiver por objeto cumprimento de obriga- cedimento, será admitida a cumulação se o autor empregar o
ção em prestações sucessivas, essas serão consideradas incluí- procedimento comum, sem prejuízo do emprego das técnicas
das no pedido, independentemente de declaração expressa processuais diferenciadas previstas nos procedimentos espe-
do autor, e serão incluídas na condenação, enquanto durar a ciais a que se sujeitam um ou mais pedidos cumulados, que
obrigação, se o devedor, no curso do processo, deixar de pagá-las não forem incompatíveis com as disposições sobre o procedi-
ou de consigná-las. mento comum.
§ 3o O inciso I do § 1 o não se aplica às cumulações de pedidos
FPPC505. (art. 323; Lei 8.245/1991) Na ação de despejo cumula- de que trata o art. 326 (pedidos subsidiários)
da com cobrança, julgados procedentes ambos os pedidos, são
passíveis de execução, além das parcelas vencidas indicadas na FPPC289. (art. 327, § 1º, II) Se houver conexão entre pedidos cu-
petição inicial, as que se tornaram exigíveis entre a data de pro- mulados, a incompetência relativa NÃO IMPEDIRÁ A CUMU-
positura da ação e a efetiva desocupação do imóvel locado. LAÇÃO, em razão da modificação legal da competência
JDPC86 As prestações vincendas até o efetivo cumprimento FPPC506. (art. 327, §2º) A expressão “procedimentos especiais”
da obrigação incluem-se na execução de título executivo a que alude o §2º do art. 327 engloba aqueles previstos na le-
extrajudicial (arts. 323 e 318, parágrafo único, do CPC). gislação especial

Art. 324. O pedido DEVE SER DETERMINADO. Art. 328. Na obrigação indivisível com pluralidade de credores,
§ 1o É lícito, porém, formular pedido genérico: aquele que não participou do processo receberá sua parte, dedu-
I - nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens zidas as despesas na proporção de seu crédito.
demandados;
II - quando não for possível determinar, desde logo, as conse- Art. 329. O autor poderá:
quências do ato ou do fato; I - ATÉ A CITAÇÃO, aditar ou alterar o pedido ou a causa de
III - quando a determinação do objeto ou do valor da conde- pedir, INDEPENDENTEMENTE DE CONSENTIMENTO DO RÉU;
nação depender de ato que deva ser praticado pelo réu. II - ATÉ O SANEAMENTO DO PROCESSO, aditar ou alterar o
§ 2o O disposto neste artigo aplica-se à reconvenção. pedido e a causa de pedir, COM CONSENTIMENTO DO RÉU,
assegurado o contraditório mediante a possibilidade de mani-

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DIA 9 / 15

festação deste no prazo mínimo de 15 dias, facultado o re- Art. 332. Nas causas que DISPENSEM A FASE INSTRUTÓRIA, o
querimento de prova suplementar. juiz, INDEPENDENTEMENTE DA CITAÇÃO DO RÉU, julgará limi-
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo à reconven- narmente improcedente o pedido que contrariar:
ção e à respectiva causa de pedir. I - enunciado de súmula do STF ou do STJ;
II - acórdão proferido pelo STF ou pelo STJ em julgamento de
JDPC35 Considerando os princípios do acesso à justiça e da se- recursos repetitivos;
gurança jurídica, persiste o interesse de agir na propositura de III - entendimento firmado em incidente de resolução de de-
ação declaratória a respeito da questão prejudicial incidental, a mandas repetitivas (IRDR) ou de incidente de assunção de
ser distribuída por dependência da ação preexistente, inexistin- competência (IAC);
do litispendência entre ambas as demandas (arts. 329 e 503, § IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito
1º, do CPC) local.
§ 1o O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o
pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou
Seção III
de prescrição.
Do Indeferimento da Petição Inicial
§ 2o Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsi-
Art. 330. A petição inicial será INDEFERIDA quando:
to em julgado da sentença, nos termos do art. 241.
I - for inepta;
§ 3o Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 dias.
II - a parte for manifestamente ilegítima;
§ 4o Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento
III - o autor carecer de interesse processual;
do processo, com a citação do réu, e, se não houver retratação,
IV - não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321.
determinará a citação do réu para apresentar contrarrazões, no
§ 1o Considera-se INEPTA a petição inicial quando:
prazo de 15 dias.
I - lhe faltar pedido ou causa de pedir;
II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais
FPPC146. (art. 332, I; art. 927, IV) Na aplicação do inciso I do art.
em que se permite o pedido genérico;
332, o juiz observará o inciso IV do caput do art. 927.
III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclu-
FPPC507. (art. 332; Lei n.º 9.099/1995) O art. 332 aplica-se ao
são;
sistema de Juizados Especiais.
IV - contiver pedidos incompatíveis entre si.
FPPC508. (art. 332, § 3º; Lei 9.099/1995; Lei 10.259/2001; Lei
§ 2o Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação de-
12.153/2009) Interposto recurso inominado contra sentença
corrente de empréstimo, de financiamento ou de alienação de
que julga liminarmente improcedente o pedido, o juiz pode re-
bens, o autor terá de, sob pena de inépcia, discriminar na peti-
tratar-se em 5 dias
ção inicial, dentre as obrigações contratuais, aquelas que pre-
JDPC22 Em causas que dispensem a fase instrutória, é possí-
tende controverter, além de quantificar o valor incontroverso
vel o julgamento de improcedência liminar do pedido que
do débito.
contrariar decisão do STF em controle concentrado de cons-
§ 3o Na hipótese do § 2o, o valor incontroverso deverá continuar a
titucionalidade ou enunciado de súmula vinculante.
ser pago no tempo e modo contratados.

FPPC292. (arts. 330 e 321; art. 4º) Antes de indeferir a petição Quando há dispensa da fase instrutória
inicial, o juiz deve aplicar o disposto no art. 321 – possibili- Independe de citação do réu
tar a correção
FPPC290. (art. 330, §§ 2º e 3º) A enumeração das espécies de Cabe Apelação
contrato previstas no § 2º do art. 330 é exemplificativa. Cabe juízo de retratação

IMPROCEDÊNCIA Hipóteses:
Art. 331. Indeferida a petição inicial, o autor poderá APELAR,
LIMINAR DO a) Pedido contrário à Súmula do STF/STJ
facultado ao juiz, no prazo de 5 dias, retratar-se.
PEDIDO b) Pedido contrário a julgamento de re-
§ 1o Se não houver retratação, o juiz mandará citar o réu para res-
curso repetitivo pelo STF/STJ
ponder ao recurso.
c) Pedido contrário ao entendimento fir-
§ 2o Sendo a sentença reformada pelo tribunal, o prazo para a
mado em IRDR
contestação começará a correr da intimação do retorno dos au-
d) Pedido contrário ao entendimento fir-
tos, observado o disposto no art. 334.
mado em IAC
§ 3o Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsi-
e) Pedido contrário à súmula do TJ local
to em julgado da sentença.
f) Prescrição
g) Decadência
FPPC291. (art. 331) Aplicam-se ao procedimento do mandado
de segurança os arts. 331 e parágrafos e 332, §3º do CPC
CAPÍTULO IV
FPPC293. (arts. 331, 332, § 3º, 1.010, § 3º) Se considerar intem-
DA CONVERSÃO DA AÇÃO INDIVIDUAL EM AÇÃO COLETIVA
pestiva a apelação contra sentença que extingue o processo
Art. 333. (VETADO).
sem resolução de mérito ou julga liminarmente improcedente o
pedido, não pode o juízo a quo retratar-se.
CAPÍTULO V
DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU DE MEDIAÇÃO
CAPÍTULO III Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais
DA IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz

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DIA 9 / 16

designará audiência de conciliação ou de mediação com ante- cutido na ação não se enquadrar em tais situações.
cedência mínima de 30 dias, devendo ser citado o réu com JDPC25 As audiências de conciliação ou mediação, inclusive
pelo menos 20 dias de antecedência. dos juizados especiais, poderão ser realizadas por videocon-
§ 1o O conciliador ou mediador, onde houver, atuará necessaria- ferência, áudio, sistemas de troca de mensagens, conversa on-
mente na audiência de conciliação ou de mediação, observando line, conversa escrita, eletrônica, telefônica e telemática ou ou-
o disposto neste Código, bem como as disposições da lei de or- tros mecanismos que estejam à disposição dos profissionais da
ganização judiciária. autocomposição para estabelecer a comunicação entre as par-
§ 2o Poderá haver mais de uma sessão destinada à conciliação e tes.
à mediação, não podendo exceder a 2 meses da data de realiza- JDPC26 A multa do § 8º do art. 334 do CPC não incide no caso
ção da primeira sessão, desde que necessárias à composição das de não comparecimento do réu intimado por edital.
partes. CJF 121: Não cabe aplicar multa a quem, comparecendo à
§ 3o A intimação do autor para a audiência será feita na pessoa audiência do art. 334 do CPC, apenas manifesta desinteresse
de seu advogado. na realização de acordo, salvo se a sessão foi designada unica-
§ 4o A audiência não será realizada: mente por requerimento seu e não houver justificativa para a al-
I - se AMBAS AS PARTES manifestarem, expressamente, de- teração de posição.
sinteresse na composição consensual;
II - quando não se admitir a autocomposição.
CAPÍTULO VI
§ 5o O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na
DA CONTESTAÇÃO
autocomposição, e o réu deverá fazê-lo, por petição, apresentada
Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no
com 10 dias de antecedência, contados da data da audiência.
prazo de 15 dias, cujo termo inicial será a data:
§ 6o Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da au-
I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última ses-
diência deve ser manifestado por todos os litisconsortes.
são de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou,
§ 7o A audiência de conciliação ou de mediação pode realizar-se
comparecendo, não houver autocomposição;
por meio eletrônico, nos termos da lei.
II - do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de
§ 8o O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à
conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando
audiência de conciliação é considerado ATO ATENTATÓRIO À
ocorrer a hipótese do art. 334, § 4o, inciso I;
DIGNIDADE DA JUSTIÇA e será sancionado com multa de até
III - prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi feita a
2% da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa,
citação, nos demais casos.
REVERTIDA EM FAVOR DA UNIÃO OU DO ESTADO.
§ 1o No caso de litisconsórcio passivo, ocorrendo a hipótese do
§ 9o As partes devem estar acompanhadas por seus advogados
art. 334, § 6o, o termo inicial previsto no inciso II será, para cada
ou defensores públicos.
um dos réus, a data de apresentação de seu respectivo pedido
§ 10. A parte poderá constituir representante, por meio de procu-
de cancelamento da audiência.
ração específica, com poderes para negociar e transigir.
§ 2o Quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4 o, inciso II, haven-
§ 11. A autocomposição obtida será reduzida a termo e homolo-
do litisconsórcio passivo e o autor desistir da ação em relação
gada por sentença.
a réu ainda não citado, o prazo para resposta correrá da data
§ 12. A pauta das audiências de conciliação ou de mediação será
de intimação da decisão que homologar a desistência.
organizada de modo a respeitar o intervalo mínimo de 20 mi-
nutos entre o início de uma e o início da seguinte.
FPPC510. (art. 335; arts. 21 e 27 da Lei 9.099/1995) Frustrada a
tentativa de autocomposição na audiência referida no art. 21 da
FPPC295. (arts. 334, § 12 357, §9º, 1.046). As regras sobre inter - Lei 9.099/1995, configura prejuízo para a defesa a realização
valo mínimo entre as audiências do CPC só se aplicam aos pro- imediata da instrução quando a citação não tenha ocorrido
cessos em que o ato for designado após sua vigência com a antecedência mínima de 15 dias.
FPPC509. (art. 334; Lei n.º 9.099/1995) Sem prejuízo da adoção CJF 122: O prazo de contestação é contado a partir do primeiro
das técnicas de conciliação e mediação, não se aplicam no âm- dia útil seguinte à realização da audiência de conciliação ou
bito dos juizados especiais os prazos previstos no art. 334. mediação, ou da última sessão de conciliação ou mediação, na
FPPC585. (art.334, §12) O intervalo mínimo entre as audiên- hipótese de incidência do art. 335, inc. I, do CPC.
cias de mediação ou de conciliação não se confunde com o CJF 124: Não há preclusão consumativa do direito de apre-
tempo de duração da sessão. sentar contestação, se o réu se manifesta, antes da data da
FPPC628. (arts.334, 695, 190 e 191) As partes podem celebrar audiência de conciliação ou de mediação, quanto à incom-
negócios jurídicos processuais na audiência de conciliação petência do juízo.
ou mediação.
JDPC6 Há interesse recursal no pleito da parte para impugnar a
Art. 336. [PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE] Incumbe ao réu
multa do art. 334, § 8º, do CPC por meio de apelação, embora
alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as
tenha sido vitoriosa na demanda.
razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e
JDPC23 Na ausência de auxiliares da justiça, o juiz poderá reali-
especificando as provas que pretende produzir.
zar a audiência inaugural do art. 334 do CPC, especialmente se a
hipótese for de conciliação.
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:
JDPC24 Havendo a Fazenda Pública publicizado ampla e previa-
I - inexistência ou nulidade da citação;
mente as hipóteses em que está autorizada a transigir, pode o
II - incompetência absoluta e relativa;
juiz dispensar a realização da audiência de mediação e concilia-
III - incorreção do valor da causa;
ção, com base no art. 334, § 4º, II, do CPC, quando o direito dis-
IV - inépcia da petição inicial;

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V - perempção;
VI - litispendência; FPPC42. (art. 339) O dispositivo aplica-se mesmo a procedi-
VII - coisa julgada; mentos especiais que não admitem intervenção de tercei-
VIII - conexão; ros, bem como aos juizados especiais cíveis, pois se trata de
IX - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de mecanismo saneador, que excepciona a estabilização do
autorização; processo.
X - convenção de arbitragem; FPPC44. (art. 339) A responsabilidade a que se refere o art. 339
XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual; é subjetiva.
XII - falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como CJF 123: Aplica-se o art. 339 do CPC à autoridade coatora in-
preliminar; dicada na inicial do mandado de segurança e à pessoa ju-
XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de justi- rídica que compõe o polo passivo.
ça.
§ 1o Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se
Art. 340. Havendo alegação de incompetência relativa ou abso-
reproduz ação anteriormente ajuizada.
luta, a contestação poderá ser protocolada no foro de domicí-
§ 2o Uma ação é idêntica a outra quando possui as mesmas par-
lio do réu, fato que será imediatamente comunicado ao juiz da
tes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido.
causa, preferencialmente por meio eletrônico.
§ 3o Há litispendência quando se repete ação que está em cur-
§ 1o A contestação será submetida a livre distribuição ou, se o réu
so.
houver sido citado por meio de carta precatória, juntada aos au-
§ 4o Há coisa julgada quando se repete ação que já foi decidida
tos dessa carta, seguindo-se a sua imediata remessa para o juízo
por decisão transitada em julgado.
da causa.
§ 5o Excetuadas a CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM e a INCOM-
§ 2o Reconhecida a competência do foro indicado pelo réu, o juízo
PETÊNCIA RELATIVA, o juiz conhecerá de ofício das matérias
para o qual for distribuída a contestação ou a carta precatória
enumeradas neste artigo.
será considerado prevento.
§ 6o A ausência de alegação da existência de convenção de ar-
§ 3o Alegada a incompetência nos termos do caput, será suspen-
bitragem, na forma prevista neste Capítulo, implica aceitação da
sa a realização da audiência de conciliação ou de mediação, se ti -
jurisdição estatal e renúncia ao juízo arbitral.
ver sido designada.
§ 4o Definida a competência, o juízo competente designará nova
Art. 338. Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou
data para a audiência de conciliação ou de mediação.
não ser o responsável pelo prejuízo invocado, o juiz facultará
ao autor, em 15 dias, a alteração da petição inicial para substi-
tuição do réu. FPPC426. (art. 340, § 2°) O juízo para o qual foi distribuída a
Parágrafo único. Realizada a substituição, o autor reembolsará as contestação ou a carta precatória só será considerado preven-
despesas e pagará os honorários ao procurador do réu excluído, to se o foro competente for o local onde foi citado.
que serão fixados entre 3 e 5% do valor da causa ou, sendo este
irrisório, nos termos do art. 85, § 8o. Art. 341. Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente
sobre as alegações de fato constantes da petição inicial, presu-
FPPC152. (arts. 338, caput; 339, §§ 1º e 2º; 350 e 351) O autor mindo-se verdadeiras as não impugnadas, salvo se:
terá prazo único para requerer a substituição ou inclusão de réu I - não for admissível, a seu respeito, a confissão;
(arts. 338, caput; 339, §§ 1º e 2º), bem como para a manifesta - II - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento
ção sobre a resposta (arts. 350 e 351) que a lei considerar da substância do ato;
FPPC296. (arts. 338 e 339) Quando conhecer liminarmente e III - estiverem em contradição com a defesa, considerada em
de ofício a ilegitimidade passiva, o juiz facultará ao autor a al- seu conjunto.
teração da petição inicial, para substituição do réu, nos termos Parágrafo único. O ônus da impugnação especificada dos fatos
dos arts. 339 e 340, sem ônus sucumbenciais. NÃO SE APLICA ao DEFENSOR PÚBLICO, ao advogado dativo
FPPC511. (art. 338, caput; art. 339; Lei n. 12.016/2009) – A técnica e ao curador especial.
processual prevista nos arts. 338 e 339 pode ser usada, no que
couber, para possibilitar a correção da autoridade coatora, Art. 342. Depois da contestação, só é lícito ao réu deduzir novas
bem como da pessoa jurídica, no processo de mandado de alegações quando:
segurança. I - relativas a direito ou a fato superveniente;
II - competir ao juiz conhecer delas de ofício;
III - por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em
Art. 339. Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu in-
qualquer tempo e grau de jurisdição.
dicar o sujeito passivo da relação jurídica discutida sempre que
tiver conhecimento, sob pena de arcar com as despesas processu-
ais e de indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de CÓDIGO PENAL
indicação.
§ 1o O autor, ao aceitar a indicação, procederá, no prazo de 15 CAPÍTULO III
dias, à alteração da petição inicial para a substituição do réu, DA USURPAÇÃO
observando-se, ainda, o parágrafo único do art. 338. Alteração de limites
§ 2o No prazo de 15 dias, o autor pode optar por alterar a peti- Art. 161 - Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer
ção inicial para incluir, como litisconsorte passivo, o sujeito outro sinal indicativo de linha divisória, para apropriar-se, no todo
indicado pelo réu. ou em parte, de coisa imóvel alheia:
Pena - detenção, de 1 a 6 meses, e multa.

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§ 1º - Na mesma pena incorre quem: CAPÍTULO V


Usurpação de águas DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA
I - desvia ou represa, em proveito próprio ou de outrem, Apropriação indébita
águas alheias; Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a
Esbulho possessório posse ou a detenção:
II - invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou me- Pena - reclusão, de 1 a 4 anos, e multa.
diante concurso de mais de duas pessoas, terreno ou edifício Aumento de pena
alheio, para o fim de esbulho possessório. § 1º - A pena é aumentada de 1/3, quando o agente rece-
§ 2º - Se o agente usa de violência, incorre também na pena beu a coisa:
a esta cominada. I - em depósito necessário;
§ 3º - Se a propriedade é particular, e não há emprego de vi- II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário,
olência, somente se procede mediante queixa. inventariante, testamenteiro ou depositário judicial;
III - em razão de ofício, emprego ou profissão.
Supressão ou alteração de marca em animais
Art. 162 - Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado ou Apropriação indébita previdenciária
rebanho alheio, marca ou sinal indicativo de propriedade: Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as con-
Pena - detenção, de 6 meses a 3 anos, e multa. tribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal
ou convencional:
CAPÍTULO IV Pena – reclusão, de 2 a 5 anos, e multa.
DO DANO § 1o Nas mesmas penas incorre quem deixar de:
Dano I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importân-
Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia: cia destinada à previdência social que tenha sido descontada de
Pena - detenção, de 1 a 6 meses, ou multa. pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do
Dano qualificado público;
Parágrafo único - Se o crime é cometido: II – recolher contribuições devidas à previdência social que
I - com violência à pessoa ou grave ameaça; tenham integrado despesas contábeis ou custos relativos à venda
II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o de produtos ou à prestação de serviços;
fato não constitui crime mais grave III - pagar benefício devido a segurado, quando as respecti-
III - contra o patrimônio da União, de Estado, do Distrito Fe- vas cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela
deral, de Município ou de autarquia, fundação pública, empresa previdência social.
pública, sociedade de economia mista ou empresa concessioná- § 2o É EXTINTA A PUNIBILIDADE se o agente, espontanea-
ria de serviços públicos; mente, declara, confessa e efetua o pagamento das contribui-
IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para ções, importâncias ou valores e presta as informações devidas
a vítima: à previdência social, na forma definida em lei ou regulamen-
Pena - detenção, de 6 meses a 3 anos, e multa, além da to, ANTES DO INÍCIO DA AÇÃO FISCAL.
pena correspondente à violência. § 3o É facultado ao juiz DEIXAR DE APLICAR A PENA ou
APLICAR SOMENTE A DE MULTA se o agente for primário e de
Não há previsão de dano culposo bons antecedentes, desde que:
I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes
de oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição social
Introdução ou abandono de animais em propriedade alheia
previdenciária, inclusive acessórios; ou
Art. 164 - Introduzir ou deixar animais em propriedade
II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessó-
alheia, sem consentimento de quem de direito, desde que o fato
rios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdên-
resulte prejuízo:
cia social, administrativamente, como sendo o mínimo para o
Pena - detenção, de 15 dias a 6 meses, ou multa.
ajuizamento de suas execuções fiscais.
§ 4o A faculdade prevista no § 3 o deste artigo não se aplica aos
Dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou histórico
casos de parcelamento de contribuições cujo valor, inclusive dos
Art. 165 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada
acessórios, seja superior àquele estabelecido, administrativamen-
pela autoridade competente em virtude de valor artístico, arqueo-
te, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções
lógico ou histórico:
fiscais.
Pena - detenção, de 6 meses a 2 anos, e multa.

Alteração de local especialmente protegido A apropriação indébita previdenciária é uma espécie de cri-
Art. 166 - Alterar, sem licença da autoridade competente, o me tributário
aspecto de local especialmente protegido por lei: A apropriação indébita previdenciária (art. 168-A do CP) é crime
Pena - detenção, de 1 mês a 1 ano, ou multa. omissivo material (e não formal), de modo que, por força do
princípio da isonomia, aplica-se a ele também a SV 24 (STJ. 6ª
Ação penal Turma. HC 270.027/RS, julgado em 05/08/2014)
Art. 167 - Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu parágra-
fo e do art. 164, somente se procede mediante queixa. A prescrição da pretensão punitiva do crime de apropriação
indébita previdenciária (art. 168-A do CP) permanece suspensa
enquanto a exigibilidade do crédito tributário estiver sus-
pensa em razão de decisão de antecipação dos efeitos da tu-

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tela no juízo cível. Isso porque a decisão cível acerca da exigibi- VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em
lidade do crédito tributário repercute diretamente no reconheci- poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento.
mento da própria existência do tipo penal, visto ser o crime de § 3º - A pena aumenta-se de 1/3, se o crime é cometido em
apropriação indébita previdenciária um delito de natureza mate- detrimento de entidade de direito público ou de instituto de
rial, que pressupõe, para sua consumação, a realização do lança- economia popular, assistência social ou beneficência.
mento tributário definitivo.STJ. 5ª Turma. RHC 51596-SP, Rel. Estelionato contra idoso
Min. Felix Fischer, julgado em 3/2/2015 (Info 556). § 4o Aplica-se a pena em dobro se o crime for cometido
contra idoso.
§ 5º Somente se procede mediante representação, salvo
Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força
se a vítima for: (LEI 13964/19)
da natureza
I - a Administração Pública, direta ou indireta; (LEI
Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu
13964/19)
poder por erro, caso fortuito ou força da natureza:
II - criança ou adolescente; (LEI 13964/19)
Pena - detenção, de 1 mês a 1 ano, ou multa.
III - pessoa com deficiência mental; ou (LEI 13964/19)
Parágrafo único - Na mesma pena incorre:
IV - maior de 70 anos de idade ou incapaz. (LEI 13964/19)
Apropriação de tesouro
I - quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no
todo ou em parte, da quota a que tem direito o proprietário do AÇÃO PENAL NO CRIME DE ESTELIONATO
prédio; ANTES DA LEI DEPOIS DA LEI 13964/19
Apropriação de coisa achada 13964/19
II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total
ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo pos- Ação penal pública REGRA Ação penal pública
suidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro no pra- INCONDICIONADA CONDICIONADA à
zo de quinze dias. representação da vítima

Ação penal pública


Art. 170 - Nos crimes previstos neste Capítulo, aplica-se o
INCONDICIONADA quando
disposto no art. 155, § 2º.
EXCEÇÃO a vítima for:
I - a Administração Pública,
CAPÍTULO VI
direta ou indireta;
DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES
II - criança ou adolescente;
Estelionato
III - pessoa com deficiência
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita,
mental; ou
em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro,
IV - maior de 70 anos de
mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:
idade ou incapaz.
Pena - reclusão, de 1 a 5 anos, e multa, de quinhentos mil réis
a dez contos de réis.
§ 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o A jurisprudência NÃO aplica o princípio da insignificância no
prejuízo, o juiz pode aplicar a pena conforme o disposto no art. estelionato envolvendo o INSS, sob o argumento de que esse
155, § 2º (substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí- tipo de conduta contribui negativamente com o déficit da Previ-
la de 1/3 a 2/3, ou aplicar somente a pena de multa). dência. Defende-se que, não obstante ser ínfimo o valor obtido
§ 2º - Nas mesmas penas incorre quem: com o estelionato praticado, se a prática de tal crime se tornar
Disposição de coisa alheia como própria comum, sem qualquer repressão penal da conduta, certamente
I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em se agravará a situação da Previdência, responsável pelos paga-
garantia coisa alheia como própria; mentos das aposentadorias e dos demais benefícios dos traba-
Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria lhadores brasileiros. Daí porque se conclui que é elevado o grau
II - vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa de reprovabilidade da conduta praticada. Desse modo, o princí-
própria inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que pio da insignificância não pode ser aplicado para abrigar condu-
prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em prestações, ta cuja lesividade transcende o âmbito individual e abala a esfe-
silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias; ra coletiva. STF. 1ª Turma. HC 111918, Rel. Min. Dias Toffoli, jul-
Defraudação de penhor gado em 29/05/2012. STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 627891/
III - defrauda, mediante alienação não consentida pelo cre- RN, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 17/11/2015.
dor ou por outro modo, a garantia pignoratícia, quando tem a
posse do objeto empenhado; Não se aplica o princípio da insignificância para esteliona-
Fraude na entrega de coisa to envolvendo o seguro-desemprego considerando que se
IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa trata de bem protegido a partir do interesse público.
que deve entregar a alguém; STF. 1ª Turma. HC 108674, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em
Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro 28/08/2012.
V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou O STF já decidiu que não deve ser aplicado o princípio da in-
lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as consequências da significância em caso de estelionato envolvendo o FGTS por-
lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou valor de que a conduta do agente é dotada de acentuado grau de repro-
seguro; vabilidade, “na medida em que a fraude foi perpetrada contra
Fraude no pagamento por meio de cheque programa social do governo que beneficia inúmeros trabalhado-

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DIA 9 / 20

res”. Essa circunstância, aliada à expressividade financeira do va- ESTELIONATO MEDIANTE EMISSÃO Foro do local da RECU-
lor auferido pela paciente à época dos fatos, inibe a aplicabilida- DE CHEQUE SEM FUNDOS SA
de do postulado da insignificância ao caso concreto. STF. 1ª Tur-
ma. HC 110845, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 10/04/2012.
“GATO” ALTERAÇÃO DO SISTEMA DE
O estelionato previdenciário é crime “permanente” ou “ins- MEDIÇÃO
tantâneo de efeitos permanentes”?
• Quando praticado pelo próprio beneficiário: é PERMANEN- O agente desvia a energia O agente altera o sistema de
TE. elétrica de sua fonte natural medição, mediante fraude,
• Quando praticado por terceiro diferente do beneficiário: é por meio de ligação para que aponte resultado
INSTANTÂNEO DE EFEITOS PERMANENTES. clandestina, sem passar pelo menor do que o real consumo.
STF. 1ª Turma. HC 102049, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em medidor.
22/11/2011. STJ. 6ª Turma. HC 190071/RJ, Rel. Min. Maria There-
za de Assis Moura, julgado em 02/05/2013. Trata-se de FURTO. Trata-se de ESTELIONATO.

Não extingue a punibilidade do crime de estelionato previden- No furto, a fraude tem por A fraude tem por finalidade
ciário (art. 171, § 3º, do CP) a devolução à Previdência Social, an- objetivo diminuir a vigilância fazer com que a vítima incida
tes do recebimento da denúncia, da vantagem percebida ilicita- da vítima e possibilitar a em erro e, voluntariamente,
mente. subtração da coisa (inversão da entregue o objeto ao agente
O fato de o agente ter pago integralmente o prejuízo trará posse). criminoso, baseada em uma
algum benefício penal? SIM. O agente poderá ter direito de re- O bem é retirado sem que a falsa percepção da realidade.
ceber o benefício do arrependimento posterior, tendo sua pena vítima perceba que está sendo A concessionária sabe que está
reduzida de 1/3 a 2/3 (art. 16 do CP). STJ. 6ª Turma. REsp despojada de sua posse. fornecendo energia elétrica
1380672-SC, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em A concessionária não sabe que para aquele consumidor, mas a
24/3/2015 (Info 559). está fornecendo energia fraude faz com que ela não
elétrica para aquele indivíduo. perceba que ele está pagando
Ele está desviando (subtraindo) menos do que deveria.
SÚMULAS SOBRE ESTELIONATO a energia da rede.
STF CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Adulterar o sistema de medição da energia elétrica para pagar menos que o
devido: estelionato (não é furto mediante fraude). Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: <https://
www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/11704817e347269b7254e744b5e22dac>
Súmula 246-STF: Comprovado não ter havido fraude, não se
configura o crime de emissão de cheque sem fundos Duplicata simulada
Súmula 521-STF: O foro competente para o processo e julga- Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não
mento dos crimes de estelionato, sob a modalidade da emis- corresponda à mercadoria vendida, em quantidade ou qualidade,
são dolosa de cheque sem provisão de FUNDOS, é o do LO- ou ao serviço prestado.
CAL onde se deu a RECUSA do pagamento pelo sacado. Pena - detenção, de 2 a 4 anos, e multa.
Súmula 554-STF: O pagamento de cheque emitido sem provi- Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá aquele que
são de fundos, após o recebimento da denúncia, NÃO OBSTA falsificar ou adulterar a escrituração do Livro de Registro de Dupli-
AO PROSSEGUIMENTO DA AÇÃO PENAL. OBS: a referida sú- catas.
mula não se aplica ao estelionato no seu tipo fundamental (art.
171, caput) (STJ. 5ª Turma. HC 280.089-SP, Rel. Min. Jorge Mussi, Abuso de incapazes
julgado em 18/2/2014). Art. 173 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, de necessi-
dade, paixão ou inexperiência de menor, ou da alienação ou debi-
STJ
lidade mental de outrem, induzindo qualquer deles à prática de
Súmula 17-STJ: Quando o falso se exaure no estelionato, ato suscetível de produzir efeito jurídico, em prejuízo próprio ou
sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido. de terceiro:
Súmula 24-STJ: Aplica-se ao crime de estelionato, em que figu- Pena - reclusão, de 2 a 6 anos, e multa.
re como vítima entidade autárquica da previdência social, a qua-
lificadora do § 3º, do art. 171 do Código Penal. Induzimento à especulação
Súmula 48-STJ: Compete ao juízo do local da obtenção da Art. 174 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, da inexpe-
VANTAGEM ilícita processar e julgar crime de estelionato co- riência ou da simplicidade ou inferioridade mental de outrem, in-
metido mediante FALSIFICAÇÃO de cheque. duzindo-o à prática de jogo ou aposta, ou à especulação com tí-
Súmula 73-STJ: A utilização de papel moeda grosseiramente tulos ou mercadorias, sabendo ou devendo saber que a operação
falsificado configura, em tese, o crime de estelionato, da compe- é ruinosa:
tência da Justiça Estadual. Pena - reclusão, de 1 a 3 anos, e multa.
Súmula 244-STJ: Compete ao foro do local da RECUSA proces-
sar e julgar o crime de estelionato mediante cheque sem pro- Fraude no comércio
visão de FUNDOS. Art. 175 - Enganar, no exercício de atividade comercial, o ad-
quirente ou consumidor:
I - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsi-
ESTELIONATO MEDIANTE Juízo do local da OB-
ficada ou deteriorada;
FALSIFICAÇÃO DE CHEQUE TENÇÃO DA VANTA-
II - entregando uma mercadoria por outra:
GEM ILÍCITA
Pena - detenção, de 6 meses a 2 anos, ou multa.

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DIA 9 / 21

§ 1º - Alterar em obra que lhe é encomendada a qualidade


ou o peso de metal ou substituir, no mesmo caso, pedra verda- Fraude à execução
deira por falsa ou por outra de menor valor; vender pedra falsa Art. 179 - Fraudar execução, alienando, desviando, destruin-
por verdadeira; vender, como precioso, metal de ou outra quali- do ou danificando bens, ou simulando dívidas:
dade: Pena - detenção, de 6 meses a 2 anos, ou multa.
Pena - reclusão, de 1 a 5 anos, e multa. Parágrafo único - Somente se procede mediante queixa.
§ 2º - É aplicável o disposto no art. 155, § 2º.
JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ
Outras fraudes
Art. 176 - Tomar refeição em restaurante, alojar-se em hotel EDIÇÃO N. 84: CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO - III -
ou utilizar-se de meio de transporte sem dispor de recursos para ESTELIONATO
efetuar o pagamento: 2) O princípio da insignificância é INAPLICÁVEL ao crime de
Pena - detenção, de 15 dias a 2 meses, ou multa. estelionato quando cometido contra a administração
Parágrafo único - Somente se procede mediante represen- pública, uma vez que a conduta ofende o patrimônio
tação, e o juiz pode, conforme as circunstâncias, deixar de aplicar público, a moral administrativa e a fé pública, possuindo
a pena. elevado grau de reprovabilidade.
4) O delito de estelionato previdenciário (art. 171, § 3º do
Fraudes e abusos na fundação ou administração de socieda- CP), praticado pelo próprio beneficiário, tem natureza de
de por ações crime permanente uma vez que a ofensa ao bem jurídico
Art. 177 - Promover a fundação de sociedade por ações, fa- tutelado é reiterada, iniciando-se a contagem do prazo
zendo, em prospecto ou em comunicação ao público ou à assem- prescricional com o último recebimento indevido da
bléia, afirmação falsa sobre a constituição da sociedade, ou ocul- remuneração.
tando fraudulentamente fato a ela relativo: 5) O delito de estelionato previdenciário, praticado para que
Pena - reclusão, de 1 a 4 anos, e multa, se o fato não consti- terceira pessoa se beneficie indevidamente, é crime
tui crime contra a economia popular. instantâneo com efeitos permanentes, iniciando-se a
§ 1º - Incorrem na mesma pena, se o fato não constitui crime contagem do prazo prescricional a partir da primeira parcela
contra a economia popular: do pagamento relativo ao benefício indevido.
I - o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade por ações, 6) Aplica-se a regra da continuidade delitiva (art. 71 do CP)
que, em prospecto, relatório, parecer, balanço ou comunicação ao ao crime de estelionato previdenciário praticado por
público ou à assembléia, faz afirmação falsa sobre as condições terceiro, que após a morte do beneficiário segue recebendo
econômicas da sociedade, ou oculta fraudulentamente, no todo o benefício regularmente concedido ao segurado, como se
ou em parte, fato a elas relativo; este fosse, sacando a prestação previdenciária por meio de
II - o diretor, o gerente ou o fiscal que promove, por qual - cartão magnético todos os meses.
quer artifício, falsa cotação das ações ou de outros títulos da soci- 7) A devolução à Previdência Social da vantagem percebida
edade; ilicitamente, antes do recebimento da denúncia, NÃO
III - o diretor ou o gerente que toma empréstimo à socieda- EXTINGUE A PUNIBILIDADE do crime de estelionato
de ou usa, em proveito próprio ou de terceiro, dos bens ou have- previdenciário, podendo, eventualmente, caracterizar
res sociais, sem prévia autorização da assembléia geral; arrependimento posterior, previsto no art. 16 do CP.
IV - o diretor ou o gerente que compra ou vende, por conta 8) O ressarcimento integral do dano no crime de estelionato,
da sociedade, ações por ela emitidas, salvo quando a lei o permi- na sua forma fundamental (art. 171, caput, do CP), não
te; enseja a extinção da punibilidade, salvo nos casos de
V - o diretor ou o gerente que, como garantia de crédito so- emissão de cheque sem fundos, em que a reparação ocorra
cial, aceita em penhor ou em caução ações da própria sociedade; antes do oferecimento da denúncia (art. 171, § 2º, VI, do CP).
VI - o diretor ou o gerente que, na falta de balanço, em de- 9) O delito de estelionato é consumado no local em que se
sacordo com este, ou mediante balanço falso, distribui lucros ou verifica o prejuízo à vítima.
dividendos fictícios;
VII - o diretor, o gerente ou o fiscal que, por interposta pes- CAPÍTULO VII
soa, ou conluiado com acionista, consegue a aprovação de conta DA RECEPTAÇÃO
ou parecer; Receptação
VIII - o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV, V e VII; Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar,
IX - o representante da sociedade anônima estrangeira, au- em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de
torizada a funcionar no País, que pratica os atos mencionados nos crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, rece-
ns. I e II, ou dá falsa informação ao Governo. ba ou oculte:
§ 2º - Incorre na pena de detenção, de seis meses a dois Pena - reclusão, de 1 a 4 anos, e multa.
anos, e multa, o acionista que, a fim de obter vantagem para si ou Receptação qualificada
para outrem, negocia o voto nas deliberações de assembléia ge- § 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em
ral. depósito, desmontar, montar, remontar, vender, expor à venda,
ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no
Emissão irregular de conhecimento de depósito ou "warrant" exercício de atividade comercial ou industrial, coisa que deve
Art. 178 - Emitir conhecimento de depósito ou warrant, em saber ser produto de crime:
desacordo com disposição legal: Pena - reclusão, de 3 a 8 anos, e multa.
Pena - reclusão, de 1 a 4 anos, e multa.

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DIA 9 / 22

§ 2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito do pa- Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se
rágrafo anterior, qualquer forma de comércio irregular ou o crime previsto neste título é cometido em prejuízo:
clandestino, inclusive o exercício em residência. I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
§ 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;
pela desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio crimi-
noso: Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anterio-
Pena - detenção, de 1 mês a 1 ano, ou multa, ou ambas as res:
penas. I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral,
§ 4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido ou quando haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa;
isento de pena o autor do crime de que proveio a coisa. II - ao estranho que participa do crime.
§ 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual
juiz, tendo em consideração as circunstâncias, deixar de aplicar a ou superior a 60 anos
pena. Na receptação dolosa aplica-se o disposto no § 2º do art.
155 (substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de CÓDIGO PROCESSO PENAL
1/3 a 2/3, ou aplicar somente a pena de multa).
§ 6º - Tratando-se de bens do patrimônio da União, de Esta-
Seção IX
do, do Distrito Federal, de Município ou de autarquia, fundação
Da Composição do Tribunal do Júri e da Formação do Conselho
pública, empresa pública, sociedade de economia mista ou em-
de Sentença
presa concessionária de serviços públicos, aplica-se em dobro a
Art. 447. O Tribunal do Júri é composto por 1 juiz togado,
pena prevista no caput deste artigo.
seu presidente e por 25 jurados que serão sorteados dentre os
alistados, 7 dos quais constituirão o Conselho de Sentença em
CTB. cada sessão de julgamento.
Art. 278-A. O condutor que se utilize de veículo para a práti-
ca do crime de receptação, descaminho, contrabando, previs- Art. 448. São impedidos de servir no mesmo Conselho:
tos nos arts. 180, 334 e 334-A do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de I – marido e mulher;
dezembro de 1940 (Código Penal), condenado por um desses II – ascendente e descendente;
crimes em decisão judicial transitada em julgado, terá cassa- III – sogro e genro ou nora;
do seu documento de habilitação ou será proibido de obter IV – irmãos e cunhados, durante o cunhadio;
a habilitação para dirigir veículo automotor pelo prazo de 5 V – tio e sobrinho;
anos. (Lei nº 13.804/2019) VI – padrasto, madrasta ou enteado.
§ 1º O condutor condenado poderá requerer sua reabilitação, § 1o O mesmo impedimento ocorrerá em relação às pesso-
submetendo-se a todos os exames necessários à habilitação, as que mantenham união estável reconhecida como entidade fa-
na forma deste Código.(Lei nº 13.804/2019) miliar.
§ 2º No caso do condutor preso em flagrante na prática dos cri- § 2o Aplicar-se-á aos jurados o disposto sobre os impedi-
mes de que trata o caput deste artigo, poderá o juiz, em qual- mentos, a suspeição e as incompatibilidades dos juízes togados.
quer fase da investigação ou da ação penal, se houver necessi-
dade para a garantia da ordem pública, como medida cautelar, Art. 449. Não poderá servir o jurado que:
de ofício, ou a requerimento do Ministério Público ou ainda me- I – tiver funcionado em julgamento anterior do mesmo
diante representação da autoridade policial, decretar, em deci- processo, independentemente da causa determinante do jul-
são motivada, a suspensão da permissão ou da habilitação para gamento posterior;
dirigir veículo automotor, ou a proibição de sua obtenção.(Lei II – no caso do concurso de pessoas, houver integrado o
nº 13.804/2019) Conselho de Sentença que julgou o outro acusado;
III – tiver manifestado prévia disposição para condenar ou
Receptação de animal absolver o acusado.
Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter
em depósito ou vender, com a finalidade de produção ou de co- Art. 450. Dos impedidos entre si por parentesco ou relação
mercialização, semovente domesticável de produção, ainda que de convivência, servirá o que houver sido sorteado em primeiro
abatido ou dividido em partes, que deve saber ser produto de cri- lugar.
me:
Pena - reclusão, de 2 a 5 anos, e multa. Art. 451. Os jurados excluídos por impedimento, suspei-
ção ou incompatibilidade SERÃO CONSIDERADOS PARA A
CAPÍTULO VIII CONSTITUIÇÃO DO NÚMERO LEGAL EXIGÍVEL para a realiza-
DISPOSIÇÕES GERAIS ção da sessão.
Art. 181 - É ISENTO DE PENA quem comete qualquer dos
crimes previstos neste título, em prejuízo [ESCUSA ABSOLUTÓ- Art. 452. O mesmo Conselho de Sentença poderá conhe-
RIA – EXCLUDENTE DE PUNIBILIDADE]: cer de mais de um processo, no mesmo dia, se as partes o
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal; aceitarem, hipótese em que seus integrantes deverão prestar
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legíti- novo compromisso.
mo ou ilegítimo, seja civil ou natural.
Seção X
Da reunião e das sessões do Tribunal do Júri

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DIA 9 / 23

Art. 453. O Tribunal do Júri reunir-se-á para as sessões de § 2o O julgamento será realizado mesmo na hipótese de a
instrução e julgamento nos períodos e na forma estabelecida pela testemunha não ser encontrada no local indicado, se assim for
lei local de organização judiciária. certificado por oficial de justiça.

Art. 454. Até o momento de abertura dos trabalhos da Art. 462. Realizadas as diligências referidas nos arts. 454 a
sessão, o juiz presidente decidirá os casos de isenção e dispensa 461 deste Código, o juiz presidente verificará se a urna contém as
de jurados e o pedido de adiamento de julgamento, mandando cédulas dos 25 jurados sorteados, mandando que o escrivão pro-
consignar em ata as deliberações. ceda à chamada deles.

Art. 455. Se o Ministério Público não comparecer, o juiz Art. 463. Comparecendo, pelo menos, 15 jurados, o juiz
presidente adiará o julgamento para o primeiro dia desimpedido presidente declarará instalados os trabalhos, anunciando o pro-
da mesma reunião, cientificadas as partes e as testemunhas. cesso que será submetido a julgamento.
Parágrafo único. Se a ausência não for justificada, o fato será § 1o O oficial de justiça fará o pregão, certificando a diligên-
imediatamente comunicado ao Procurador-Geral de Justiça com a cia nos autos.
data designada para a nova sessão. § 2o Os jurados excluídos por impedimento ou suspeição
SERÃO COMPUTADOS PARA A CONSTITUIÇÃO DO NÚMERO
Art. 456. Se a falta, sem escusa legítima, for do advogado LEGAL.
do acusado, e se outro não for por este constituído, o fato será
imediatamente comunicado ao presidente da seccional da OAB, Art. 464. Não havendo o número referido no art. 463 deste
com a data designada para a nova sessão. Código (pelo menos 15), proceder-se-á ao sorteio de tantos su-
§ 1o Não havendo escusa legítima, o julgamento será plentes quantos necessários, e designar-se-á nova data para a
adiado somente 1 vez, devendo o acusado ser julgado quan- sessão do júri.
do chamado novamente.
§ 2o Na hipótese do § 1o deste artigo, o juiz intimará a De- Art. 465. Os nomes dos suplentes serão consignados em ata,
fensoria Pública para o novo julgamento, que será adiado remetendo-se o expediente de convocação, com observância do
para o primeiro dia desimpedido, observado o prazo mínimo disposto nos arts. 434 e 435 deste Código.
de 10 dias.
Art. 466. Antes do sorteio dos membros do Conselho de
Art. 457. O julgamento não será adiado pelo não compa- Sentença, o juiz presidente esclarecerá sobre os impedimentos, a
recimento do acusado solto, do assistente ou do advogado do suspeição e as incompatibilidades constantes dos arts. 448 e 449
querelante, que tiver sido regularmente intimado. deste Código.
§ 1o Os pedidos de adiamento e as justificações de não § 1o O juiz presidente também advertirá os jurados de que,
comparecimento deverão ser, salvo comprovado motivo de força uma vez sorteados, não poderão comunicar-se entre si e com
maior, previamente submetidos à apreciação do juiz presidente outrem, nem manifestar sua opinião sobre o processo, sob
do Tribunal do Júri. pena de exclusão do Conselho e multa, na forma do § 2 o do art.
§ 2o Se o acusado preso não for conduzido, o julgamento 436 deste Código.
será adiado para o primeiro dia desimpedido da mesma reunião, § 2o A incomunicabilidade será certificada nos autos pelo
salvo se houver pedido de dispensa de comparecimento subs- oficial de justiça.
crito por ele e seu defensor.
Art. 467. Verificando que se encontram na urna as cédulas
Art. 458. Se a testemunha, sem justa causa, deixar de relativas aos jurados presentes, o juiz presidente sorteará 7 dentre
comparecer, o juiz presidente, sem prejuízo da ação penal pela eles para a formação do Conselho de Sentença.
desobediência, aplicar-lhe-á a multa prevista no § 2o do art. 436
deste Código. Art. 468. À medida que as cédulas forem sendo retiradas da
urna, o juiz presidente as lerá, e a defesa e, depois dela, o Minis-
Art. 459. Aplicar-se-á às testemunhas a serviço do Tribunal tério Público poderão recusar os jurados sorteados, até 3 cada
do Júri o disposto no art. 441 deste Código. parte, sem motivar a recusa (1o defesa; 2o MP).
Parágrafo único. O jurado recusado imotivadamente por
Art. 460. Antes de constituído o Conselho de Sentença, as qualquer das partes será excluído daquela sessão de instrução e
testemunhas serão recolhidas a lugar onde umas não possam ou- julgamento, prosseguindo-se o sorteio para a composição do
vir os depoimentos das outras. Conselho de Sentença com os jurados remanescentes.

Art. 461. O julgamento não será adiado se a testemunha Art. 469. Se forem 2 ou mais os acusados, as recusas pode-
deixar de comparecer, salvo se uma das partes tiver requerido rão ser feitas por um só defensor.
a sua intimação por mandado, na oportunidade de que trata o § 1o A separação dos julgamentos somente ocorrerá se,
art. 422 deste Código, declarando não prescindir do depoimen- em razão das recusas, não for obtido o número mínimo de 7
to e indicando a sua localização. jurados para compor o Conselho de Sentença.
§ 1o Se, intimada, a testemunha não comparecer, o juiz § 2o Determinada a separação dos julgamentos, será julga-
presidente SUSPENDERÁ os trabalhos e mandará conduzi-la do em primeiro lugar o acusado a quem foi atribuída a auto-
ou adiará o julgamento para o primeiro dia desimpedido, or- ria do fato ou, em caso de coautoria, aplicar-se-á o critério de
denando a sua condução. preferência disposto no art. 429 deste Código.

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DIA 9 / 24

Art. 470. Desacolhida a arguição de impedimento, de sus- Art. 475. O registro dos depoimentos e do interrogatório
peição ou de incompatibilidade contra o juiz presidente do Tribu- será feito pelos meios ou recursos de gravação magnética, ele-
nal do Júri, órgão do Ministério Público, jurado ou qualquer funci- trônica, estenotipia ou técnica similar, destinada a obter maior fi-
onário, o julgamento NÃO SERÁ SUSPENSO, devendo, entretan- delidade e celeridade na colheita da prova.
to, constar da ata o seu fundamento e a decisão. Parágrafo único. A transcrição do registro, após feita a de-
gravação, constará dos autos.
Art. 471. Se, em consequência do impedimento, suspeição,
incompatibilidade, dispensa ou recusa, não houver número para Seção XII
a formação do Conselho, o julgamento será adiado para o pri- Dos Debates
meiro dia desimpedido, após sorteados os suplentes, com obser- Art. 476. Encerrada a instrução, será concedida a palavra ao
vância do disposto no art. 464 deste Código. Ministério Público, que fará a acusação, nos limites da pro-
núncia ou das decisões posteriores que julgaram admissível a
Art. 472. Formado o Conselho de Sentença, o presidente, le- acusação, sustentando, se for o caso, a existência de circuns-
vantando-se, e, com ele, todos os presentes, fará aos jurados a tância agravante.
seguinte exortação: § 1o O assistente falará depois do Ministério Público.
Em nome da lei, concito-vos a examinar esta causa com im- § 2o Tratando-se de ação penal de iniciativa privada, falará
parcialidade e a proferir a vossa decisão de acordo com a vossa em primeiro lugar o querelante e, em seguida, o Ministério Públi-
consciência e os ditames da justiça. co, salvo se este houver retomado a titularidade da ação, na for-
Os jurados, nominalmente chamados pelo presidente, res- ma do art. 29 deste Código.
ponderão: § 3o Finda a acusação, terá a palavra a defesa.
Assim o prometo. § 4o A acusação poderá replicar e a defesa treplicar, sen-
Parágrafo único. O jurado, em seguida, receberá cópias do admitida a reinquirição de testemunha já ouvida em ple-
da pronúncia ou, se for o caso, das decisões posteriores que jul- nário.
garam admissível a acusação e do relatório do processo.
Art. 477. O tempo destinado à acusação e à defesa será
Seção XI de 1h30min para cada, e de 1h para a réplica e outro tanto
Da Instrução em Plenário para a tréplica.
Art. 473. [SISTEMA DO CROSS-EMAXINATION] Prestado o § 1o Havendo mais de um acusador ou mais de um defensor,
compromisso pelos jurados, será iniciada a instrução plenária combinarão entre si a distribuição do tempo, que, na falta de
quando o juiz presidente, o Ministério Público, o assistente, o acordo, será dividido pelo juiz presidente, de forma a não exceder
querelante e o defensor do acusado tomarão, sucessiva e dire- o determinado neste artigo.
tamente, as declarações do ofendido, se possível, e inquirirão as § 2o Havendo mais de 1 acusado, o tempo para a acusação
testemunhas arroladas pela acusação. e a defesa será acrescido de 1h e elevado ao dobro o da réplica
§ 1o Para a inquirição das testemunhas arroladas pela defe- e da tréplica (2h), observado o disposto no § 1o deste artigo.
sa, o defensor do acusado formulará as perguntas antes do Minis-
tério Público e do assistente, mantidos no mais a ordem e os cri - Art. 478. Durante os debates as partes não poderão, sob
térios estabelecidos neste artigo. pena de nulidade, fazer referências:
§ 2o [SISTEMA PRESIDENCIALISTA] Os jurados poderão I – à decisão de pronúncia, às decisões posteriores que
formular perguntas ao ofendido e às testemunhas, por intermé- julgaram admissível a acusação ou à determinação do uso de
dio do juiz presidente . algemas COMO ARGUMENTO DE AUTORIDADE que benefici-
§ 3o As partes e os jurados poderão requerer acareações, re- em ou prejudiquem o acusado;
conhecimento de pessoas e coisas e esclarecimento dos peritos, II – ao silêncio do acusado ou à ausência de interrogató-
bem como a leitura de peças que se refiram, exclusivamente, às rio por falta de requerimento, em seu prejuízo.
provas colhidas por carta precatória e às provas cautelares, ante-
cipadas ou não repetíveis. Art. 479. Durante o julgamento não será permitida a lei-
tura de documento ou a exibição de objeto que não tiver sido
Art. 474. A seguir será o acusado interrogado, se estiver pre- juntado aos autos com a antecedência mínima de 3 dias úteis ,
sente, na forma estabelecida no Capítulo III do Título VII do Livro I dando-se ciência à outra parte.
deste Código, com as alterações introduzidas nesta Seção. Parágrafo único. Compreende-se na proibição deste artigo a
§ 1o O Ministério Público, o assistente, o querelante e o leitura de jornais ou qualquer outro escrito, bem como a exibição
defensor, nessa ordem, poderão formular, diretamente, per- de vídeos, gravações, fotografias, laudos, quadros, croqui ou
guntas ao acusado. (1° MP; 2° Assistente; 3° Querelante; 4 De- qualquer outro meio assemelhado, cujo conteúdo versar sobre a
fensor) matéria de fato submetida à apreciação e julgamento dos jurados.
§ 2o Os jurados formularão perguntas por intermédio do
juiz presidente. Art. 480. A acusação, a defesa e os jurados poderão, a qual-
§ 3o Não se permitirá o uso de algemas no acusado du- quer momento e por intermédio do juiz presidente, pedir ao ora-
rante o período em que permanecer no plenário do júri, salvo dor que indique a folha dos autos onde se encontra a peça por
se absolutamente necessário à ordem dos trabalhos, à segu- ele lida ou citada, facultando-se, ainda, aos jurados solicitar-lhe,
rança das testemunhas ou à garantia da integridade física dos pelo mesmo meio, o esclarecimento de fato por ele alegado.
presentes. § 1o Concluídos os debates, o presidente indagará dos jura-
dos se estão habilitados a julgar ou se necessitam de outros es-
clarecimentos.

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DIA 9 / 25

§ 2o Se houver dúvida sobre questão de fato, o presidente Art. 484. A seguir, o presidente lerá os quesitos e indagará
prestará esclarecimentos à vista dos autos. das partes se têm requerimento ou reclamação a fazer, devendo
§ 3o Os jurados, nesta fase do procedimento, terão acesso qualquer deles, bem como a decisão, constar da ata.
aos autos e aos instrumentos do crime se solicitarem ao juiz pre- Parágrafo único. Ainda em plenário, o juiz presidente expli-
sidente. cará aos jurados o significado de cada quesito.

Art. 481. Se a verificação de qualquer fato, reconhecida Art. 485. Não havendo dúvida a ser esclarecida, o juiz presi-
como essencial para o julgamento da causa, não puder ser reali- dente, os jurados, o Ministério Público, o assistente, o querelante,
zada imediatamente, o juiz presidente dissolverá o Conselho, o defensor do acusado, o escrivão e o oficial de justiça dirigir-se-
ordenando a realização das diligências entendidas necessárias. ão à sala especial a fim de ser procedida a votação.
Parágrafo único. Se a diligência consistir na produção de § 1o Na falta de sala especial, o juiz presidente determi-
prova pericial, o juiz presidente, desde logo, nomeará perito e for- nará que o público se retire, permanecendo somente as pes-
mulará quesitos, facultando às partes também formulá-los e indi- soas mencionadas no caput deste artigo.
car assistentes técnicos, no prazo de 5 dias. § 2o O juiz presidente advertirá as partes de que não será
permitida qualquer intervenção que possa perturbar a livre mani-
Seção XIII festação do Conselho e fará retirar da sala quem se portar incon-
Do Questionário e sua Votação venientemente.
Art. 482. O Conselho de Sentença será questionado sobre
MATÉRIA DE FATO e se o acusado deve ser absolvido. Art. 486. Antes de proceder-se à votação de cada quesito, o
Parágrafo único. Os quesitos serão redigidos em proposi- juiz presidente mandará distribuir aos jurados pequenas cédulas,
ções afirmativas, simples e distintas, de modo que cada um feitas de papel opaco e facilmente dobráveis, contendo 7 delas a
deles possa ser respondido com suficiente clareza e necessária palavra sim, 7 a palavra não.
precisão. Na sua elaboração, o presidente levará em conta os ter-
mos da pronúncia ou das decisões posteriores que julgaram ad- Art. 487. Para assegurar o sigilo do voto, o oficial de justi-
missível a acusação, do interrogatório e das alegações das partes. ça recolherá em urnas separadas as cédulas correspondentes aos
votos e as não utilizadas
Art. 483. Os QUESITOS serão formulados na seguinte or-
dem, indagando sobre: Art. 488. Após a resposta, verificados os votos e as cédulas
I – a materialidade do fato; não utilizadas, o presidente determinará que o escrivão registre
II – a autoria ou participação; no termo a votação de cada quesito, bem como o resultado do
III – se o acusado deve ser absolvido; julgamento.
IV – se existe causa de diminuição de pena alegada pela Parágrafo único. Do termo também constará a conferência
defesa; das cédulas não utilizadas.
V – se existe circunstância qualificadora ou causa de au-
mento de pena reconhecidas na pronúncia ou em decisões Art. 489. As decisões do Tribunal do Júri serão tomadas por
posteriores que julgaram admissível a acusação. maioria de votos.
§ 1o A resposta negativa, de mais de 3 jurados, a qualquer
dos quesitos referidos nos incisos I e II do caput deste artigo en- Art. 490. Se a resposta a qualquer dos quesitos estiver em
cerra a votação e implica a absolvição do acusado contradição com outra ou outras já dadas, o presidente, explican-
§ 2o Respondidos afirmativamente por mais de 3 jurados os do aos jurados em que consiste a contradição, submeterá nova-
quesitos relativos aos incisos I e II do caput deste artigo será for- mente à votação os quesitos a que se referirem tais respostas
mulado quesito com a seguinte redação: Parágrafo único. Se, pela resposta dada a um dos quesitos,
O jurado absolve o acusado? o presidente verificar que ficam prejudicados os seguintes, assim
§ 3o Decidindo os jurados pela condenação, o julgamento o declarará, dando por finda a votação.
prossegue, devendo ser formulados quesitos sobre:
I – causa de diminuição de pena alegada pela defesa; Art. 491. Encerrada a votação, será o termo a que se refere o
II – circunstância qualificadora ou causa de aumento de art. 488 deste Código assinado pelo presidente, pelos jurados e
pena, reconhecidas na pronúncia ou em decisões posteriores que pelas partes.
julgaram admissível a acusação. Seção XIV
§ 4o Sustentada a desclassificação da infração para outra Da sentença
de competência do juiz singular, será formulado quesito a res- Art. 492. Em seguida, o presidente proferirá sentença que:
peito, para ser respondido após o 2o ou 3o quesito, conforme o I – no caso de condenação:
caso. a) fixará a pena-base;
§ 5o Sustentada a tese de ocorrência do crime na sua for- b) considerará as circunstâncias agravantes ou atenuantes
ma tentada ou havendo divergência sobre a tipificação do de- alegadas nos debates;
lito, sendo este da competência do Tribunal do Júri, o juiz for- c) imporá os aumentos ou diminuições da pena, em aten-
mulará quesito acerca destas questões, para ser respondido ção às causas ADMITIDAS PELO JÚRI;
após o 2° quesito. d) observará as demais disposições do art. 387 deste Códi-
§ 6o Havendo mais de um crime ou mais de um acusado, os go;
quesitos serão formulados em séries distintas. e) mandará o acusado recolher-se ou recomendá-lo-á à
prisão em que se encontra, se presentes os requisitos da prisão
preventiva, ou, no caso de condenação a uma pena igual ou

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DIA 9 / 26

superior a 15 anos de reclusão , determinará a execução provi - igual ou superior a 15 anos


sória das penas, com expedição do mandado de prisão, se for de reclusão, determinará a
o caso, sem prejuízo do conhecimento de recursos que vierem execução provisória das
a ser interpostos; (LEI 13964/19) penas, com expedição do
f) estabelecerá os efeitos genéricos e específicos da con- mandado de prisão, se for o
denação; caso, sem prejuízo do
II – no caso de absolvição: conhecimento de recursos
a) mandará colocar em liberdade o acusado se por outro que vierem a ser interpostos;
motivo não estiver preso;
b) revogará as medidas restritivas provisoriamente de- O presidente poderá,
cretadas; excepcionalmente, deixar de
c) imporá, se for o caso, a medida de segurança cabível autorizar a execução
(absolvição imprópria). ---------------------------------- provisória das penas se
§ 1o Se houver desclassificação da infração para outra, de ------------------------ houver questão substancial
competência do juiz singular, ao presidente do Tribunal do cuja resolução pelo tribunal
Júri caberá proferir sentença em seguida, aplicando-se, quan- ao qual competir o julgamento
do o delito resultante da nova tipificação for considerado possa plausivelmente levar à
pela lei como infração penal de menor potencial ofensivo, o revisão da condenação.
disposto nos arts. 69 e seguintes da Lei n o 9.099, de 26 de setem- A apelação interposta contra
bro de 1995. decisão condenatória do Júri
§ 2o Em caso de desclassificação, o crime conexo que não a uma pena igual ou superior
seja doloso contra a vida será julgado pelo juiz presidente do a 15 anos de reclusão NÃO
Tribunal do Júri, aplicando-se, no que couber, o disposto no § 1 o TERÁ EFEITO SUSPENSIVO.
deste artigo. ---------------------------------- Excepcionalmente, poderá
§ 3º O presidente poderá, excepcionalmente, deixar de ------------------------ atribuir efeito suspensivo
autorizar a execução provisória das penas de que trata a quando verificado
alínea e do inciso I do caput deste artigo, se houver questão cumulativamente que o
substancial cuja resolução pelo tribunal ao qual competir o recurso:
julgamento possa plausivelmente levar à revisão da I - não tem propósito
condenação. (LEI 13964/19) meramente protelatório; e
§ 4º A apelação interposta contra decisão condenatória do II - levanta questão
Tribunal do Júri a uma pena igual ou superior a 15 anos de substancial e que pode
reclusão NÃO TERÁ EFEITO SUSPENSIVO. (LEI 13964/19) resultar em absolvição,
§ 5º Excepcionalmente, poderá o tribunal atribuir efeito anulação da sentença, novo
suspensivo à apelação de que trata o § 4º deste artigo, quando julgamento ou redução da
verificado cumulativamente que o recurso: (LEI 13964/19) pena para patamar inferior a
I - não tem propósito meramente protelatório; e (LEI 15 anos de reclusão.
13964/19)
II - levanta questão substancial e que pode resultar em
absolvição, anulação da sentença, novo julgamento ou Art. 493. A sentença será lida em plenário pelo presidente
redução da pena para patamar inferior a 15 anos de reclusão. antes de encerrada a sessão de instrução e julgamento.
(LEI 13964/19)
§ 6º O pedido de concessão de efeito suspensivo poderá ser Seção XV
feito incidentemente na apelação ou por meio de petição em Da Ata dos Trabalhos
separado dirigida diretamente ao relator, instruída com cópias da Art. 494. De cada sessão de julgamento o escrivão lavrará
sentença condenatória, das razões da apelação e de prova da ata, assinada pelo presidente e pelas partes.
tempestividade, das contrarrazões e das demais peças necessárias
à compreensão da controvérsia. (LEI 13964/19) Art. 495. A ata descreverá fielmente todas as ocorrências,
mencionando obrigatoriamente:
I – a data e a hora da instalação dos trabalhos;
SENTENÇA NO TRIBUNAL DO JÚRI II – o magistrado que presidiu a sessão e os jurados presen-
ANTES DA LEI 13964/19 DEPOIS DA LEI 13964/19 tes;
III – os jurados que deixaram de comparecer, com escusa ou
Em seguida, o presidente Em seguida, o presidente sem ela, e as sanções aplicadas;
proferirá sentença que no caso proferirá sentença que no caso IV – o ofício ou requerimento de isenção ou dispensa;
de condenação mandará o de condenação mandará o V – o sorteio dos jurados suplentes;
acusado recolher-se ou acusado recolher-se ou VI – o adiamento da sessão, se houver ocorrido, com a indi-
recomendá-lo-á à prisão em recomendá-lo-á à prisão em cação do motivo;
que se encontra, se presentes que se encontra, se presentes VII – a abertura da sessão e a presença do Ministério Público,
os requisitos da prisão os requisitos da prisão do querelante e do assistente, se houver, e a do defensor do acu-
preventiva; preventiva, ou, no caso de sado;
condenação a uma pena

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DIA 9 / 27

VIII – o pregão e a sanção imposta, no caso de não compare- por ciúmes, assim como analisar se referido sentimento, no caso
cimento; concreto, qualifica o crime.
IX – as testemunhas dispensadas de depor; 3) Na fase de pronúncia, cabe ao Tribunal do Júri a resolução de
X – o recolhimento das testemunhas a lugar de onde umas dúvidas quanto à aplicabilidade de excludente de ilicitude.
não pudessem ouvir o depoimento das outras; 4) A exclusão de qualificadora constante na pronúncia só
XI – a verificação das cédulas pelo juiz presidente; pode ocorrer quando manifestamente improcedente e
XII – a formação do Conselho de Sentença, com o registro descabida, sob pena de usurpação da competência do
dos nomes dos jurados sorteados e recusas; Tribunal do Júri.
XIII – o compromisso e o interrogatório, com simples refe- 5) A complementação do número regulamentar mínimo de 15
rência ao termo; jurados por suplentes de outro plenário do mesmo Tribunal do
XIV – os debates e as alegações das partes com os respecti- Júri, por si só, não enseja nulidade do julgamento.
vos fundamentos; 6) Viola o princípio da soberania dos veredictos a anulação
XV – os incidentes; parcial de decisão proferida pelo Conselho de Sentença
XVI – o julgamento da causa; acerca da qualificadora sem a submissão do réu a novo Júri.
XVII – a publicidade dos atos da instrução plenária, das dili- 7) A ausência do oferecimento das alegações finais em
gências e da sentença. processos de competência do Tribunal do Júri NÃO
ACARRETA NULIDADE, uma vez que a decisão de pronúncia
Art. 496. A falta da ata sujeitará o responsável a sanções encerra juízo provisório acerca da culpa.
administrativa e penal. 8) A simples leitura da pronúncia no Plenário do Júri não
leva à nulidade do julgamento, que somente ocorre se a
Seção XVI referência for utilizada como argumento de autoridade que
Das Atribuições do Presidente do Tribunal do Júri beneficie ou prejudique o acusado.
Art. 497. São atribuições do juiz presidente do Tribunal do 9) Na intimação pessoal do réu acerca de sentença de
Júri, além de outras expressamente referidas neste Código: pronúncia ou condenatória do Júri, a ausência de
I – regular a polícia das sessões e prender os desobedientes; apresentação do termo de recurso ou a não indagação
II – requisitar o auxílio da força pública, que ficará sob sua sobre sua intenção de recorrer não gera nulidade do ato.
exclusiva autoridade; 10) A sentença de pronúncia deve limitar-se à indicação da
III – dirigir os debates, intervindo em caso de abuso, excesso materialidade do delito e aos indícios de autoria para evitar
de linguagem ou mediante requerimento de uma das partes; nulidade por excesso de linguagem e para não influenciar o
IV – resolver as questões incidentes que não dependam de ânimo do Conselho de Sentença.
pronunciamento do júri; 11) É possível rasurar trecho ínfimo da sentença de pronúncia
V – nomear defensor ao acusado, quando considerá-lo para afastar eventual nulidade decorrente de excesso de
indefeso, podendo, neste caso, dissolver o Conselho e designar linguagem.
novo dia para o julgamento, com a nomeação ou a constituição 12) Reconhecida a nulidade da pronúncia por excesso de
de novo defensor; linguagem, outra decisão deve ser proferida, visto que o
VI – mandar retirar da sala o acusado que dificultar a realiza- simples envelopamento e desentranhamento da peça
ção do julgamento, o qual prosseguirá sem a sua presença; viciada não é suficiente.
VII – suspender a sessão pelo tempo indispensável à realiza- 13) A competência para o processo e julgamento do latrocínio
ção das diligências requeridas ou entendidas necessárias, manti- é do juiz singular e não do Tribunal do Júri (Súmula n.
da a incomunicabilidade dos jurados; 603/STF).
VIII – interromper a sessão por tempo razoável, para proferir 14) Compete ao Tribunal do Júri decretar, motivadamente,
sentença e para repouso ou refeição dos jurados; como efeito da condenação, a perda do cargo ou função
IX – decidir, de ofício, ouvidos o Ministério Público e a defe- pública, inclusive de militar quando o fato não tiver relação com
sa, ou a requerimento de qualquer destes, a arguição de extinção o exercício da atividade na caserna.
de punibilidade; 15) A pronúncia é causa interruptiva da prescrição, ainda
X – resolver as questões de direito suscitadas no curso do que o Tribunal do Júri venha a desclassificar o crime.
julgamento; (Súmula n. 191/STJ)
XI – determinar, de ofício ou a requerimento das partes ou
de qualquer jurado, as diligências destinadas a sanar nulidade ou EDIÇÃO N. 78: TRIBUNAL DO JÚRI - II
a suprir falta que prejudique o esclarecimento da verdade; 1) O emprego de algemas deve ser medida excepcional e a
XII – regulamentar, durante os debates, a intervenção de utilização delas em plenário de júri depende de motivada
uma das partes, quando a outra estiver com a palavra, podendo decisão judicial, sob pena de configurar constrangimento
conceder até 3 minutos para cada aparte requerido, que serão ilegal e de anular a sessão de julgamento. (VIDE SÚMULA
acrescidos ao tempo desta última. VINCULANTE N. 11)
2) Compete às instâncias ordinárias, com base no cotejo fático
carreado aos autos, absolver, pronunciar, desclassificar ou
impronunciar o réu, sendo vedado em sede de recurso especial
JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ
o revolvimento do acervo fático-probatório - Súmula n. 7/STJ.
EDIÇÃO N. 75: TRIBUNAL DO JÚRI - I 3) As nulidades existentes na decisão de pronúncia devem
1) O ciúme, sem outras circunstâncias, NÃO CARACTERIZA ser arguidas no momento oportuno e por meio do recurso
motivo torpe. próprio, sob pena de preclusão.
2) Cabe ao Tribunal do Júri decidir se o homicídio foi motivado 4) A leitura em plenário do júri dos antecedentes criminais

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DIA 9 / 28

do réu não se enquadra nos casos apresentados pelo art.


478, incisos I e II, do Código de Processo Penal, inexistindo
óbice à sua menção por quaisquer das partes.
5) O exame de controvérsia acerca do elemento subjetivo do
delito é reservado ao Tribunal do Júri, juiz natural da causa.
6) É NULA a decisão que determina o desaforamento de
processo da competência do júri sem audiência da defesa
(Súmula n. 712/STF).
7) Eventuais nulidades ocorridas em Plenário do Júri,
decorrentes de impedimento ou suspeição de jurados,
devem ser arguidas no momento oportuno, sob pena de
preclusão.
8) É ABSOLUTA A NULIDADE do julgamento, pelo júri, por
falta de quesito obrigatório (Súmula n. 156/STF).
9) Após as modificações no rito do Tribunal do Júri introduzidas
pela Lei n. 11.689/2008, o quesito genérico de absolvição (art.
483, III, do CPP) não pode ser tido como contraditório em
relação ao reconhecimento da autoria e da materialidade do
crime.
10) Possíveis irregularidades na quesitação devem ser
arguidas após a leitura dos quesitos e a explicação dos
critérios pelo Juiz presidente, sob pena de preclusão (art.
571, inciso VIII, do CPP).
11) É NULO o julgamento quando os quesitos forem
apresentados com má redação ou quando forem
formulados de modo complexo, a ponto de causarem
perplexidade ou de dificultarem o entendimento dos
jurados.
12) O efeito devolutivo da apelação contra decisões do Júri
é adstrito aos fundamentos da sua interposição. (Súmula n.
713/STF).
13) Não viola o princípio da soberania dos vereditos a
cassação da decisão do Tribunal do Júri manifestamente
contrária à prova dos autos.
14) A soberania do veredicto do Tribunal do Júri não impede a
desconstituição da decisão por meio de revisão criminal.

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DIA 10 / 1

pela existência de órgão admi- do à disposição do sujeito pas-


Dia 10 nistrativo de fiscalização, dota- sivo.
do de estrutura e pessoal com-
petente para tanto.
Constituição Federal: art. 145-155
Código Civil: art 538-652
SÚMULAS SOBRE TAXA
Código Processo Civil: art. 343-368
Código Penal: art. 184-234-B Súmula vinculante 12-STF: A cobrança de taxa de matrícula
Código Processo Penal: art. 513-573 nas universidades públicas viola o disposto no art. 206, inciso IV,
da Constituição Federal.
Controle de Leitura OBS1: Aplicando-se o raciocínio da SV 12, as universidades pú-
blicas também não podem cobrar taxa para inscrição em pro-
CONSTITUIÇÃO FEDERAL cesso seletivo seriado (aquele "vestibular" que ocorre, de forma
contínua, durante todo o ensino médio. Nesse sentido: STF. 1ª
Turma. AI 748944 AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em
CAPÍTULO I
05/08/2014.
DO SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
OBS2: SV 12 não se aplica para cursos de extensão e em tais ca-
Seção I
sos poderá haver cobrança de taxa de matrícula.
DOS PRINCÍPIOS GERAIS
OBS3: "a garantia constitucional da gratuidade de ensino não
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
obsta a cobrança por universidades públicas de mensalidade em
poderão instituir os seguintes tributos:
cursos de especialização." (STF. Plenário. RE 597854/GO, Rel.
I – impostos;
Min. Edson Fachin, julgado em 26/4/2017. Repercussão geral.
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela
Info 862).
utilização, efetiva OU potencial, de serviços públicos específi-
Súmula vinculante 19-STF: A taxa cobrada exclusivamente em
cos E divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua dis-
razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento
posição;
ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis,
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
NÃO VIOLA o art. 145, II, da CF.
§ 1º Sempre que possível, os IMPOSTOS terão caráter pessoal
Súmula vinculante 29-STF: É constitucional a adoção, no cál-
e serão graduados segundo a capacidade econômica do con-
culo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cál-
tribuinte, facultado à administração tributária, especialmente
culo própria de determinado imposto, desde que não haja in-
para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados
tegral identidade entre uma base e outra.
os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendi-
Súmula vinculante 41-STF: O serviço de iluminação pública
mentos e as atividades econômicas do contribuinte
NÃO PODE ser remunerado mediante taxa. OBS: os Municípios
§ 2º As taxas NÃO PODERÃO ter base de cálculo própria de
poderão instituir contribuição para custeio desse serviço (art.
impostos.
149-A da CF/88) - COSIP
Súmula 595-STF: É inconstitucional a taxa municipal de con-
Taxas e contribuições de melhorias são tributos vinculados. servação de estradas de rodagem cuja base de cálculo seja
Medida Provisória poderá instituir ou majorar IMPOSTOS idêntica a do imposto territorial rural.
Súmula 665-STF: É constitucional a Taxa de Fiscalização dos
PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA. Segundo enten- Mercados de Títulos e Valores Mobiliários instituída pela Lei
dimento do STF, na ADI 948/GO, a aplicação do princípio da ca- 7.940/89.
pacidade contributiva não deve se limitar somente aos impos- Súmula 667-STF: Viola a garantia constitucional de acesso à ju-
tos, podendo ser estendido as demais espécies tributárias, sem- risdição a taxa judiciária calculada sem limite sobre o valor da
pre que as particularidades dessas exações permitirem. causa.
O princípio encontra aplicação plena aos tributos com fato ge-
rador não vinculado, quais sejam, os impostos e, normalmente,
também os empréstimos compulsórios e as contribuições. A taxa é um tributo bilateral, contraprestacional, sinalag-
mático ou vinculado. Isso porque a taxa é um tributo vinculado
As custas, a taxa judiciária e os emolumentos constituem es- a uma atividade estatal específica, ou seja, a Administração Pú-
pécie tributária, são taxas, segundo a jurisprudência iterativa blica só pode cobrar se, em troca, estiver prestando um serviço
do STF. (ADI 1.145/PB) público ou exercendo poder de polícia. Há, portanto, obriga-
A regularidade do exercício do poder de polícia é imprescindí- ções de ambas as partes. O poder público tem a obrigação de
vel para a cobrança da taxa de localização e fiscalização prestar o serviço ou exercer poder de polícia e o contribuinte a
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br de pagar a taxa correspondente.
Quem pode instituir taxa? A União, os Estados, o DF e os
TAXA DE POLÍCIA TAXA DE SERVIÇO Municípios. Trata-se de tributo de competência comum. A taxa
será instituída de acordo com a competência de cada ente.
O poder de polícia deve ser O serviço pode ser efetiva ou *Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
EFETIVAMENTE realizado, não potencialmente utilizado pelo
se admitindo poder de polícia contribuinte, podendo a taxa Art. 146. Cabe à LC:
"potencial", podendo o exercí- ser cobrada a partir do mo- I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributá-
cio da atividade ser constatada mento que o serviço é coloca- ria, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;

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DIA 10 / 2

II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; cas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, ob-
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tribu- servado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo
tária, especialmente sobre: do previsto no art. 195, § 6º (Contribuição social para seguridade
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em rela- social: só pode ser exigida após decorridos 90 dias da data da pu-
ção aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respec- blicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se
tivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b"), relativamente às
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tri- contribuições a que alude o dispositivo.
butários; § 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios insti-
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo pratica- tuirão, por meio de lei, contribuições para custeio de regime
do pelas sociedades cooperativas. próprio de previdência social, cobradas dos servidores ativos,
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as dos aposentados e dos pensionistas, que poderão ter alíquo-
microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusi- tas progressivas de acordo com o valor da base de contribui-
ve regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previs- ção ou dos proventos de aposentadoria e de pensões. (EC
to no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 103/19)
e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239. § 1º-A. Quando houver deficit atuarial, a contribuição
Parágrafo único. A LC de que trata o inciso III, d (tratamento dife- ordinária dos aposentados e pensionistas poderá incidir sobre o
renciado e favorecido para ME e EPP), também poderá instituir valor dos proventos de aposentadoria e de pensões que supere
um regime único de arrecadação dos impostos e contribui- o salário-mínimo. (EC 103/19)
ções da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, § 1º-B. Demonstrada a insuficiência da medida prevista no § 1º-A
observado que: para equacionar o deficit atuarial, é facultada a instituição de
I - será opcional para o contribuinte; contribuição extraordinária, no âmbito da União, dos servidores
II - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento públicos ativos, dos aposentados e dos pensionistas. (EC 103/19)
diferenciadas por Estado; § 1º-C. A contribuição extraordinária de que trata o § 1º-B
III - o recolhimento será unificado e centralizado e a distribui- deverá ser instituída simultaneamente com outras medidas
ção da parcela de recursos pertencentes aos respectivos entes para equacionamento do deficit e vigorará por período
federados será imediata, vedada qualquer retenção ou condicio- determinado, contado da data de sua instituição. (EC 103/19)
namento; § 2º As contribuições sociais (CS) e de intervenção no domínio
IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser econômico (CIDE) de que trata o caput deste artigo:
compartilhadas pelos entes federados, adotado cadastro nacio- I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação;
nal único de contribuintes. II - incidirão também sobre a importação de produtos estran-
geiros ou serviços;
Art. 146-A. LC poderá estabelecer critérios especiais de tributa- III - poderão ter alíquotas:
ção, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência, a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou
sem prejuízo da competência de a União, por lei, estabelecer nor- o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro;
mas de igual objetivo. b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada.
§ 3º A pessoa natural destinatária das operações de importa-
Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os impostos ção poderá ser equiparada a pessoa jurídica, na forma da lei.
estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumu- § 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão
lativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem uma única vez.
os impostos municipais.
SÚMULAS SOBRE CONTRIBUIÇÕES
Art. 148. A União, mediante LC, poderá instituir empréstimos
compulsórios (EC): STF
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de ca- Súmula Vinculante 40-STF: A contribuição confederativa de
lamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; que trata o artigo 8º, IV, da Constituição Federal, só é exigível
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de dos filiados ao sindicato respectivo.
relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, Súmula 659-STF: É legítima a cobrança da COFINS, do PIS e do
III, "b" (princípio da anterioridade). FINSOCIAL sobre as operações relativas a energia elétrica,
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de em- serviços de telecomunicações, derivados de petróleo,
préstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamen- combustíveis e minerais do País.
tou sua instituição. Súmula 732-STF: É constitucional a cobrança da contribuição
do salário-educação, seja sob a Carta de 1969, seja sob a
Tributos que devem ser dispostos por LC: Constituição Federal de 1988, e no regime da Lei 9.424/96.
1 - Imposto Residual;
STJ
2 - Contribuição Social Residual;
3 - Empréstimo Compulsório; Súmula 77-STJ: A Caixa Econômica Federal é parte ilegítima
4 - Imposto Sobre Grandes Fortunas (IGF). para figurar no polo passivo das ações relativas às contribuições
Os demais são instituídos por meio de LO. para o fundo PIS/PASEP.
Súmula 351-STJ: A alíquota de contribuição para o Seguro de
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribui- Acidente do Trabalho (SAT) é aferida pelo grau de risco
ções sociais (CS), de intervenção no domínio econômico desenvolvido em cada empresa, individualizada pelo seu CNPJ,
(CIDE) e de interesse das categorias profissionais ou econômi- ou pelo grau de risco da atividade preponderante quando

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DIA 10 / 3

houver apenas um registro. a) [PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE TRIBUTÁRIA] em rela-


Súmula 396-STJ: A Confederação Nacional da Agricultura tem ção a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da
legitimidade ativa para a cobrança da contribuição sindical rural. lei que os houver instituído ou aumentado ;
Súmula 423-STJ: A contribuição para financiamento da b) [PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE ANUAL] no mesmo exer-
Seguridade Social – Cofins incide sobre as receitas cício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu
provenientes das operações de locação de bens móveis. ou aumentou ;
Súmula 458-STJ: A contribuição previdenciária incide sobre a Súmula vinculante 50-STF: Norma legal que altera o prazo de
comissão paga ao corretor de seguros, independentemente da recolhimento da obrigação tributária não se sujeita ao princí-
existência de contrato de trabalho. pio da anterioridade
Súmula 468-STJ: A base de cálculo do PIS, até a edição da MP c) [PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE NONAGESIMAL, PRIVILE-
n. 1.212/1995, era o faturamento ocorrido no sexto mês anterior GIADA, QUALIFICADA OU ANTERIORIDADE ESPECÍFICA] antes
ao do fato gerador. de decorridos 90 dias da data em que haja sido publicada a lei
Súmula 499-STJ: As empresas prestadoras de serviços estão que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b ;
sujeitas às contribuições ao Sesc e Senac, salvo se integradas IV - utilizar tributo com efeito de confisco;
noutro serviço social.
A multa moratória, embora não seja tributo, não pode ter
Súmula 508-STJ: A isenção da Cofins concedida pelo artigo 6º,
um importe que lhe confira característica confiscatória, invi-
II, da LC 70/91 às sociedades civis de prestação de serviços
abilizando inclusive o recolhimento de futuros tributos.
profissionais foi revogada pelo artigo 56 da Lei 9.430/96.
Súmula 516-STJ: A contribuição de intervenção no domínio V - [PRINCÍPIO DA LIMITAÇÃO DE TRÁFEGO] estabelecer limi-
econômico para o Incra (Decreto-Lei nº 1.110/1970), devida por tações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos
empregadores rurais e urbanos, não foi extinta pelas Leis ns. interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de
7.787/1989, 8.212/1991 e 8.213/1991, não podendo ser pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público ;
compensada com a contribuição ao INSS. VI - INSTITUIR IMPOSTOS sobre:
a) [IMUNIDADE RECÍPROCA] patrimônio, renda ou serviços,
uns dos outros;
Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir
CONTRIBUIÇÃO, na forma das respectivas leis, para o CUS- As empresas concessionárias de serviço público NÃO gozam de
TEIO DO SERVIÇO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA (COSIP), observa- imunidade tributária recíproca, considerando que são empre-
do o disposto no art. 150, I e III. sas privadas que desempenham tais atividades em busca do lu-
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se cro.
refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica. A imunidade tributária gozada pela Ordem dos Advogados
do Brasil é da espécie recíproca (art. 150, VI, “a” da CF/88), na
Súmula vinculante 41-STF: O serviço de iluminação pública não medida em que a OAB desempenha atividade própria de Estado
pode ser remunerado mediante taxa. (defesa da Constituição, da ordem jurídica do Estado democráti-
co de direito, dos direitos humanos, da justiça social, bem como
As instituições de assistência social são imunes apenas ao paga-
a seleção e controle disciplinar dos advogados). STF. Plenário. RE
mento de impostos e de contribuições para a seguridade social.
259976 AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgado em 23/03/2010.
NÃO HÁ IMUNIDADE AO PAGAMENTO DE CONTRIBUIÇÃO
STF. Plenário. RE 405267, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em
PARA ILUMINAÇÃO PÚBLICA.
06/09/2018.

Seção II As Caixas de Assistência de Advogados encontram-se tutela-


DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR das pela imunidade recíproca prevista no art. 150, VI, “a”, da
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contri- Constituição Federal. STF. Plenário. RE 405267/MG, Rel. Min.
buinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e Edson Fachin, julgado em 6/9/2018 (Info 914).
aos Municípios: Os Correios gozam de imunidade tributária recíproca, razão
I - [PRINCÍPIO DA LEGALIDADE] exigir ou aumentar tributo pela qual os Municípios não podem cobrar ISS sobre a presta-
sem lei que o estabeleça; ção dos serviços postais. STJ. 2ª Turma.REsp 1.642.250-SP, Rel.
Medida Provisória poderá instituir ou majorar IMPOSTOS Min. Herman Benjamin, julgado em 16/3/2017 (Info 602).
II - [PRINCÍPIO DA IGUALDADE TRIBUTÁRIA OU VEDAÇÃO DE Não se pode aplicar a imunidade tributária recíproca se o
PRIVILÉGIO ODIOSO] instituir tratamento desigual entre con- bem está desvinculado de finalidade estatal. STF. Plenário. RE
tribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibi- 434251/RJ, rel. orig. Min. Joaquim Barbosa, red. p/ o ac. Min.
da qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou Cármen Lúcia, julgado em 19/4/2017 (Info 861).
função por eles exercida, independentemente da denomina-
ção jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos A imunidade tributária recíproca alcança a autarquia que pres-
ta serviço público remunerado por meio de tarifas. Assim, o
“Autolimitação do poder fiscal, por meio da Constituição ou de
simples fato de haver a cobrança de tarifas não descaracteriza a
lei formal, consistente na permissão, destituída de razoabilidade,
regra imunizante. STF. 1ª Turma. RE 741938 AgR, Rel. Min. Dias
para que alguém deixe de pagar os tributos que incidem generi-
Toffoli, julgado em 05/08/2014. STF. 2ª Turma. RE 482814 AgR,
camente sobre todos os contribuintes ou recebe benefícios
Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 29/11/2011.
inextensíveis aos demais”
III - cobrar tributos: A imunidade tributária recíproca não exonera o sucessor das
obrigações tributárias relativas aos fatos jurídicos tributários
ocorridos antes da sucessão (aplicação “retroativa” da imunida-

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DIA 10 / 4

de tributária). STF. Plenário. RE 599176/PR, Rel. Min. Joaquim A imunidade tributária constante do art. 150, VI, “d”, da
Barbosa, julgado em 5/6/2014 (repercussão geral) (Info 749). Constituição Federal (CF), aplica-se ao livro eletrônico (“e-
book”), inclusive aos suportes exclusivamente utilizados para
A imunidade tributária recíproca reconhecida à Empresa Brasilei-
fixá-lo (RE 330817/RJ).
ra de Correios e Telégrafos — ECT alcança o IPTU incidente so-
bre imóveis de sua propriedade, bem assim os por ela utilizados. A imunidade da alínea “d” do inciso VI do art. 150 da CF/88 al-
STF. Plenário. RE 773992/BA, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em cança componentes eletrônicos destinados, exclusivamente,
15/10/2014 (repercussão geral). a integrar unidade didática com fascículos (RE 595676/RJ).
ECT goza de imunidade tributária recíproca mesmo quando Jornais: Os jornais gozam de imunidade, mesmo que conte-
realiza o transporte de bens e mercadorias. STF. Plenário. RE nham publicidade em seu corpo (anúncios, classificados etc.),
627051/PE, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 12/11/2014 (reper- considerando que isso constitui fonte de renda necessária para
cussão geral)(Info 767). continuar a difusão da cultura (Ricardo Alexandre); Contudo, al-
gumas vezes, junto com o jornal vêm alguns folhetos separa-
Os veículos automotores pertencentes aos Correios são imunes
dos contendo publicidade de supermercados, lojas etc. Tais
à incidência do IPVA por força da imunidade tributária recípro-
encartes publicitários não são parte integrante (indissociável)
ca (art. 150, VI, “a”, da CF/88). STF. Plenário. ACO 879/PB, (Info
do jornal e não se destinam à difusão da cultura (possuem finali-
769).
dade apenas comercial), razão pela qual NÃO gozam de imu-
b) [IMUNIDADE RELIGIOSA] templos de qualquer culto; nidade (RE 213.094/ES).
Deve abranger não somente os prédios destinados ao culto,
Filmes e papéis fotográficos: Súmula 657-STF - A imunidade
mas, também, o patrimônio, a renda e os serviços relacionados
prevista no art. 150, VI, “d”, da Constituição Federal abrange os
com as finalidades essenciais das entidades nelas menciona-
filmes e papeis fotográficos necessários à publicação de jornais
das (RE 325.822)
e periódicos.
Não cabe à entidade religiosa demonstrar que utiliza o bem de Listas telefônicas: SÃO imunes.
acordo com suas finalidades institucionais, ao contrário, compe- Papel para propaganda: NÃO é imune.
te à Administração tributária demonstrar a eventual tredes- Chapas de impressão: NÃO são imunes.
tinação do bem gravado pela imunidade. (ARE 800.395 AgR) Serviços de distribuição de livros, jornais e periódicos: NÃO
são imunes
Os cemitérios que consubstanciam extensões de entidades de
Serviços de composição gráfica: NÃO são imunes.
cunho religioso estão abrangidos pela garantia contemplada
no art. 150 da Constituição do Brasil. Impossibilidade da inci- e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no
dência de IPTU em relação a eles. Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores bra-
sileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros
A imunidade tributária conferida pelo art. 150, VI, b, é restrita bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os con -
aos templos de qualquer culto religioso, não se aplicando à tenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas
maçonaria, em cujas lojas não se professa qualquer religião. de leitura a laser.
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusi- § 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos
ve suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III,
das instituições de educação e de assistência social, sem fins c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e
lucrativos, atendidos os requisitos da lei; V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previs-
Súmula 730 do STF. "A imunidade tributária conferida a institui- tos nos arts. 155, III, e 156, I.
ções de assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, c,
da Constituição, somente alcança as entidades fechadas de NÃO SE APLICA O PRINCÍPIO NÃO SE APLICA O PRINCÍPIO
previdência social privada se não houver contribuição dos DA ANTERIORIDADE DA NOVENTENA
beneficiários."
EC para atender despesas ex- EC para atender despesas extra-
Súmula Vinculante 52: ainda quando alugado a terceiros, per- traordinárias ordinárias
manece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das II II
entidades referidas pelo art. 150, VI, “c”, da Constituição Federal, IE IE
desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para IPI IR
as quais tais entidades foram constituídas IOF IOF
OBS: apesar da súmula referir-se à imunidade do art. 150, VI, “c”, IEG IEG
seu enunciado também se aplica à imunidade religiosa prevista Fixação da BC do IPVA e IPTU
no art. 150, VI, “b” (imunidade religiosa: “templos de qualquer
Súmula Vinculante 50: Norma legal que ALTERA O PRAZO DE
culto”). Nesse sentido: STF. 2ª Turma. ARE 694453/DF, Rel. Min.
RECOLHIMENTO de obrigação tributária não se sujeita ao
Ricardo Lewandowski, DJe 09/08/2013.
princípio da anterioridade.
A IMUNIDADE TRIBUTÁRIA SUBJETIVA aplica-se a seus bene- A anterioridade da súmula entende-se como sendo a anteriori-
ficiários na posição de contribuinte de direito, mas não na dade anual e a anterioridade nonagesimal.
de simples contribuinte de fato, sendo irrelevante, para a veri-
ficação da existência do beneplácito constitucional, a repercus- § 2º A vedação do inciso VI, "a" (imunidade recíproca), é extensi-
são econômica do tributo envolvido. (RE 608872/MG) va às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo
d) [IMUNIDADE CULTURAL] livros, jornais, periódicos e o pa- Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos ser-
pel destinado a sua impressão

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viços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decor- Súmula 336-STF: A imunidade da autarquia financiadora, quan-
rentes. to ao contrato de financiamento, não se estende a compra e
§ 3º As vedações do inciso VI, "a" (imunidade recíproca), e do pa- venda entre particulares, embora constantes os dois atos de
rágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos um só instrumento.
serviços, relacionados com exploração de atividades econô- Súmula 591-STF: A imunidade ou a isenção tributária do com-
micas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos prador não se estende ao produtor, contribuinte do imposto
privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de sobre produtos industrializados.
preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente Súmula 657-STF: A imunidade prevista no art. 150, VI, d, da CF
comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à publica-
bem imóvel. ção de jornais e periódicos.
§ 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", com- Súmula 730-STF: A imunidade tributária conferida a instituições
preendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacio- de assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, c, da
nados com as finalidades essenciais das entidades nelas menci- Constituição, somente alcança as entidades fechadas de previ-
onadas. dência social privada se não houver contribuição dos benefi-
§ 5º A lei determinará medidas para que os consumidores sejam ciários.
esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias
e serviços. STJ
§ 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálcu- Súmula 352-STJ: A obtenção ou a renovação do Certificado de
lo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, rela- Entidade Beneficente de Assistência Social (Cebas) não exime a
tivos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser conce- entidade do cumprimento dos requisitos legais supervenien-
dido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que tes.
regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o cor- Súmula 612-STJ: O certificado de entidade beneficente de as-
respondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no sistência social (CEBAS), no prazo de sua validade, possui na-
art. 155, § 2.º, XII, g. tureza declaratória para fins tributários, retroagindo seus
§ 7º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tribu- efeitos à data em que demonstrado o cumprimento dos requisi-
tária a condição de responsável pelo pagamento de imposto tos estabelecidos por lei complementar para a fruição da imuni-
ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, dade.
assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga,
caso não se realize o fato gerador presumido.
Art. 151. É VEDADO à União:
I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território
São aquelas que existiriam ainda que a CF/ nacional ou que implique distinção ou preferência em relação
88 não as previsse em seu texto, uma vez a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de
que são fundamentais para a observância outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a
IMUNIDADES dos princípios contidos na nossa Carta Mag- promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre
ONTOLÓGICAS na de 1988, quais sejam, da isonomia e do as diferentes regiões do País;
pacto federativo. Estão, sobremaneira, relacio- II - tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Esta-
nadas às cláusulas pétreas da nossa CF/88, afir- dos, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a remune-
mando-as ainda mais. ração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em ní-
São aquelas que se destinam a proteger veis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus
princípios presentes expressamente na CF/ agentes;
88, mas são decorrentes da vontade política III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados,
do legislador constitucional, e não em virtu- do Distrito Federal ou dos Municípios [VEDAÇÃO ÀS ISEN-
IMUNIDADES de da falta de capacidade contributiva dos be- ÇÕES HETERÔNOMAS]
POLÍTICAS neficiários. Como exemplo, temos a imunidade
conferida aos templos de qualquer culto (imu- Art. 152. É VEDADO aos Estados, ao Distrito Federal e aos Mu-
nidade religiosa), conferida em razão de uma nicípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços,
vontade política do legislador frente aos inte- de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou desti-
resses religiosos que vigoram no nosso país e no (não se aplica à União)
na nossa sociedade, expressamente cristã.
Seção III
DOS IMPOSTOS DA UNIÃO
SÚMULAS SOBRE IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
STF I - (II) importação de produtos estrangeiros;
II – (IE) exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou na-
Súmula vinculante 52-STF: Ainda quando alugado a tercei- cionalizados;
ros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qual- III - (IR) renda e proventos de qualquer natureza;
quer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da CF, desde IV - (IPI) produtos industrializados;
que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as V – (IOF) operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a tí-
quais tais entidades foram constituídas tulos ou valores mobiliários;
Súmula 75-STF: Sendo vendedora uma autarquia, a sua imuni- VI - (ITR) propriedade territorial rural;
dade fiscal não compreende o imposto de transmissão "inter VII - (IGF) grandes fortunas, nos termos de lei complementar.
vivos", que é encargo do comprador.

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DIA 10 / 6

§ 1º É facultado ao Poder Executivo (por meio de decreto), Súmula 498-STJ: Não incide imposto de renda sobre a indeni-
atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, ALTE- zação por danos morais. STJ: verbas recebidas a título de indeni-
RAR AS ALÍQUOTAS dos impostos enumerados nos incisos I (II), zação por danos morais não representam acréscimo patrimonial.
II (IE), IV (IPI) e V (IOF). Súmula 556-STJ: É indevida a incidência de imposto de renda
§ 2º O imposto de renda (IR): sobre o valor da complementação de aposentadoria pago por
I - será informado pelos critérios da generalidade, da universali- entidade de previdência privada e em relação ao resgate de
dade e da progressividade, na forma da lei; contribuições recolhidas para referidas entidades patrocinadoras
no período de 1º/1/1989 a 31/12/1995, em razão da isenção
SÚMULAS SOBRE IR concedida pelo art. 6º, VII, b, da Lei n. 7.713/1988, na redação
anterior à que lhe foi dada pela Lei n. 9.250/1995.
STF
Súmula 590-STJ: Constitui acréscimo patrimonial a atrair a in-
Súmula 93-STF: Não está isenta do imposto de renda a ativi- cidência do Imposto de Renda, em caso de liquidação de entida-
dade profissional do arquiteto. de de previdência privada, a quantia que couber a cada parti-
Súmula 584-STF: Ao imposto de renda calculado sobre os ren- cipante, por rateio do patrimônio, superior ao valor das res-
dimentos do ano-base, aplica-se a lei vigente no exercício fi- pectivas contribuições à entidade em liquidação, devidamente
nanceiro em que deve ser apresentada a declaração. atualizadas e corrigidas.
OBS: A doutrina critica esse enunciado. Isso porque o IR está su- Súmula 598-STJ: É desnecessária a apresentação de laudo
jeito ao princípio da anterioridade anual. Logo, se uma lei majo- médico oficial para o reconhecimento judicial da isenção do Im-
ra o IR, ela somente poderia ser exigida no exercício financeiro posto de Renda, desde que o magistrado entenda suficiente-
seguinte ao da sua publicação. O STJ também possui preceden- mente demonstrada a doença grave por outros meios de
tes afastando a Súmula 584 (ex: STJ. 2ª Turma. AgRg no Ag prova.
1363478/MS, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 15/03/2011). Súmula 627-STJ: O contribuinte faz jus à concessão ou à
Apesar das críticas da doutrina, o STF afirma que a Súmula 584 manutenção da isenção do imposto de renda, não se lhe
continua válida. O fato gerador do imposto de renda, na visão exigindo a demonstração da contemporaneidade dos
do STF, somente ocorre em 31 de dezembro do ano. Por isso, sintomas da doença nem da recidiva da enfermidade.
em regra, não viola o princípio da irretroatividade a edição de lei
editada nos últimos dias mesmo que se aplique ao seu ano de § 3º O imposto sobre produtos industrializados (IPI):
edição. No entanto, esse entendimento do STF, cristalizado na I - será SELETIVO, em função da essencialidade do produto;
Súmula 584, foi construído e vale para as hipóteses em que o II - será NÃO-CUMULATIVO, compensando-se o que for devido
imposto de renda tenha função meramente fiscal em cada operação com o montante cobrado nas anteriores;
(arrecadatória), o que é a regra geral. Esse enunciado, contudo, III - não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao
não se aplica ao caso do art. 1º, I, da Lei nº 7.988/89 porque exterior.
nesta hipótese o imposto de renda incidia sobre exportações IV - terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de
incentivadas pelo Governo, ou seja, o tributo aí tinha função capital pelo contribuinte do imposto, na forma da lei.
extrafiscal. Nesse sentido: STF. RE 183130, Rel. p/ Acórdão Min.
Teori Zavascki, julgado em 25/09/2014.
SÚMULAS SOBRE IPI
Súmula 586-STF: Incide imposto de renda sobre os juros reme-
tidos para o exterior, com base em contrato de mútuo. STF
Súmula 587-STF: Incide imposto de renda sobre o pagamento
Súmula 591-STF: A imunidade ou a isenção tributária do com-
de serviços técnicos contratados no exterior e prestados no Bra-
prador não se estende ao produtor, contribuinte do imposto
sil.
sobre produtos industrializados.
STJ
STJ
Súmula 125-STJ: O pagamento de férias não gozadas por ne-
Súmula 411-STJ: É devida a correção monetária ao creditamen-
cessidade do serviço não está sujeito à incidência do Imposto
to do IPI quando há oposição ao seu aproveitamento decorrente
de Renda.
de resistência ilegítima do Fisco
Súmula 136-STJ: O pagamento de licença-prêmio não gozada
Súmula 494-STJ: O benefício fiscal do ressarcimento do crédito
por necessidade do serviço não está sujeito ao Imposto de
presumido do IPI relativo às exportações incide mesmo quan-
Renda.
do as matérias-primas ou os insumos sejam adquiridos de
Súmula 215-STJ: A indenização recebida pela adesão a progra-
pessoa física ou jurídica não contribuinte do PIS/PASEP.
ma de incentivo à demissão voluntária não está sujeita à inci-
Súmula 495-STJ: A aquisição de bens integrantes do ativo per-
dência do Imposto de Renda.
manente da empresa não gera direito a creditamento de IPI.
Súmula 262-STJ: Incide o Imposto de Renda sobre o resultado
das aplicações financeiras realizadas pelas cooperativas.
Súmula 386-STJ: São isentas de Imposto de Renda as indeniza- JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ
ções de férias proporcionais e o respectivo adicional.
EDIÇÃO N. 118: IPI - I
Súmula 447-STJ: Os Estados e o Distrito Federal são partes le-
1) O fato gerador do Imposto sobre Produtos Industrializados -
gítimas na ação de restituição de imposto retido na fonte pro-
IPI, incidente sobre mercadoria importada, é o desembaraço
posta por seus servidores.
aduaneiro (art. 46, I, do Código Tributário Nacional - CTN),
Súmula 463-STJ: Incide Imposto de Renda sobre os valores
sendo irrelevante se o bem é adquirido a título de compra e
percebidos a título de indenização por horas extraordinárias tra-
venda ou de arrendamento, incidindo o tributo sobre a base
balhadas, ainda que decorrentes de acordo coletivo.

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DIA 10 / 7

de cálculo proporcional nos casos de ingresso do bem em


caráter temporário no território nacional, nos termos do art. 79 § 5º O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou
da Lei n. 9.430/1996. instrumento cambial, sujeita-se exclusivamente à incidência do
2) Os produtos importados estão sujeitos a uma nova IOF, devido na operação de origem; a alíquota mínima será de
incidência do IPI quando de sua saída do estabelecimento 1%, assegurada a transferência do montante da arrecadação nos
importador na operação de revenda, mesmo que não seguintes termos:
tenham sofrido industrialização no Brasil. I – 30% para o Estado, o Distrito Federal ou o Território, conforme
3) Não incide o IPI sobre alimentos e outras preparações a origem;
utilizadas na alimentação de cães e gatos quando II – 70% para o Município de origem.
acondicionados e comercializados em embalagens com peso
superior a 10 kg (dez quilos).
4) Não incide Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI nos
serviços de composição e de impressão gráfica.
5) Combustíveis, lubrificantes e energia elétrica, embora OURO
consumidos durante o processo de industrialização, não podem
ATIVO FINANCEIRO NÃO ATIVO FINANCEIRO
ser considerados como matéria-prima, insumos ou produtos
intermediários, para o fim de inclusão no cálculo do crédito Incide apenas IOF Incide ICMS
presumido de IPI.
6) Não incide Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
SÚMULAS SOBRE IOF
sobre a venda de produtos, na hipótese em que ocorre
roubo ou furto de mercadoria, antes da entrega ao STF
comprador, porquanto não configurado o fator gerador,
Súmula 664-STF: É inconstitucional o inciso V do art. 1º da Lei
com a efetivação da operação mercantil.
8.033/90, que instituiu a incidência do imposto nas operações
7) A ficção jurídica prevista no art. 11 da Lei n. 9.779/1999 não
de crédito, câmbio e seguros – IOF sobre saques efetuados em
alcança situação reveladora de isenção do Imposto sobre
caderneta de poupança.
Produtos Industrializados - IPI que a antecedeu.
8) Não se admite interpretação extensiva do art. 11 da Lei n. STJ
9.779/1999 para permitir o creditamento, após a sua vigência,
Súmula 185-STJ: Nos depósitos judiciais, não incide o imposto
dos produtos finais não tributados, pois o benefício somente foi
sobre operações financeiras.
reconhecido pela lei para os produtos finais isentos ou sujeitos
ao regime de alíquota zero.
9) É legítima a aplicação das alíquotas previstas na Resolução da Art. 154. A União poderá instituir:
Comissão de Incentivo à Exportação - CIEX 02/1979, para fins de I - mediante LC, impostos não previstos no artigo anterior,
cálculo do crédito-prêmio do IPI. desde que sejam NÃO-CUMULATIVOS e não tenham fato ge-
10) Em se tratando de ressarcimento de crédito-prêmio de IPI, a rador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta
liquidação da sentença se dará por artigos, oportunidade em Constituição;
que a parte deverá apresentar toda a documentação suficiente à II - (IEG) na iminência ou no caso de guerra externa, impostos
comprovação da efetiva operação de exportação, bem como do extraordinários, COMPREENDIDOS OU NÃO EM SUA COMPE-
ingresso de divisas no País, sem o que não se habilita à fruição TÊNCIA TRIBUTÁRIA, os quais serão suprimidos, gradativa-
do benefício, mesmo estando ele reconhecido na sentença. mente, cessadas as causas de sua criação.

Seção IV
§ 4º O imposto sobre propriedade territorial rural (ITR):
DOS IMPOSTOS DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL
I - SERÁ PROGRESSIVO e terá suas alíquotas fixadas de forma
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir
a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas;
impostos sobre:
O ITR é um imposto progressivo: quanto mais alto for o valor do I - (ITCMD) transmissão causa mortis e doação, de quaisquer
objeto que recebe o gravame tributário, maior será a alíquota e, bens ou direitos;
portanto, o ônus imputado ao contribuinte. II - (ICMS) operações relativas à circulação de mercadorias e so-
II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, bre prestações de serviços de transporte interestadual e inter -
quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel; municipal e de comunicação, ainda que as operações e as pres-
III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim op- tações se iniciem no exterior;
tarem, na forma da lei, desde que não implique redução do im- III - (IPVA) propriedade de veículos automotores.
posto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal. § 1º O ITCMD:
STJ: "Não incide IPTU, mas ITR , sobre imóvel localizado na I - relativamente a bens imóveis e respectivos direitos, compete
área urbana do Município, desde que comprovadamente uti- ao Estado da situação do bem, ou ao Distrito Federal
lizado em exploração extrativa, vegetal, agrícola, pecuária II - relativamente a bens móveis, títulos e créditos, compete ao
ou agroindustrial (art. 15 do DL 57 /1966)" Estado onde se processar o inventário ou arrolamento, ou ti-
ver domicílio o doador, ou ao Distrito Federal;
III - terá competência para sua instituição regulada por LC:
SÚMULAS SOBRE ITR a) se o doador tiver domicílio ou residência no exterior;
Súmula 139-STJ: Cabe à Procuradoria da Fazenda Nacional pro- b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou
por execução fiscal para cobrança de crédito relativo ao ITR. teve o seu inventário processado no exterior;

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DIA 10 / 8

IV - terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal; ALÍQUOTA MÍNIMA ALÍQUOTA MÁXIMA
Iniciativa: 1/3 Iniciativa: Maioria Absoluta
ITCMD
BEM IMÓVEL BEM MÓVEL Aprovação: Maioria Absoluta Aprovação: 2/3

Estado da situação do bem Estado onde se processa o


VI - salvo deliberação em contrário dos Estados e do Distrito Fe-
inventário ou do domicílio do
deral, nos termos do disposto no inciso XII, "g", as alíquotas in-
doador
ternas, nas operações relativas à circulação de mercadorias e
nas prestações de serviços, não poderão ser inferiores às pre-
SÚMULAS SOBRE ITCMD vistas para as operações interestaduais;
VII - nas operações e prestações que destinem bens e serviços
Súmula 112-STF: O imposto de transmissão "causa mortis" é
a consumidor final, CONTRIBUINTE OU NÃO do imposto, lo-
devido pela alíquota vigente ao tempo da abertura da
calizado em outro Estado, ADOTAR-SE-Á A ALÍQUOTA INTE-
sucessão.
RESTADUAL e caberá ao Estado de localização do destinatário
Súmula 113-STF: O imposto de transmissão "causa mortis" é
o imposto correspondente à diferença entre a alíquota inter-
calculado sobre o valor dos bens na data da avaliação.
na do Estado destinatário e a alíquota interestadual;
Súmula 114-STF: O imposto de transmissão "causa mortis" não
VIII - a responsabilidade pelo recolhimento do imposto cor-
é exigível antes da homologação do cálculo.
respondente à diferença entre a alíquota interna e a interesta-
Súmula 115-STF: Sobre os honorários do advogado contratado
dual será atribuída:
pelo inventariante, com a homologação do juiz, não incide o
a) ao destinatário, quando este for contribuinte do imposto;
imposto de transmissão "causa mortis".
b) ao remetente, quando o destinatário não for contribuinte
Súmula 331-STF: É legítima a incidência do imposto de
do imposto;
transmissão "causa mortis" no inventário por morte
IX - INCIDIRÁ também:
presumida
a) sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do ex-
Súmula 590-STF: Calcula-se o imposto de transmissão "causa
terior por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contri-
mortis" sobre o saldo credor da promessa de compra e venda
buinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade,
de imóvel, no momento da abertura da sucessão do promitente
assim como sobre o serviço prestado no exterior, cabendo o
vendedor.
imposto ao Estado onde estiver situado o domicílio ou o esta-
belecimento do destinatário da mercadoria, bem ou serviço;
§ 2º O ICMS atenderá ao seguinte: b) sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem
I - SERÁ NÃO-CUMULATIVO, compensando-se o que for devi- fornecidas com serviços não compreendidos na competência
do em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou tributária dos Municípios;
prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores X - NÃO INCIDIRÁ:
pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal; a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior,
II - a isenção ou não-incidência, salvo determinação em contrá- nem sobre serviços prestados a destinatários no exterior, as-
rio da legislação: segurada a manutenção e o aproveitamento do montante do im-
a) NÃO IMPLICARÁ CRÉDITO para compensação com o mon- posto cobrado nas operações e prestações anteriores;
tante devido nas operações ou prestações seguintes;
As operações que destinem mercadorias para o exterior não são
b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações an-
isentas de ICMS e sim IMUNES.
teriores;
III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das merca- b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo,
dorias e dos serviços; inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele
derivados, e energia elétrica;
c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5º (quando
IPI ICMS
for ativo financeiro – só incide IOF);
 SERÁ seletivo  PODERÁ SER seletivo d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades
 Será não-cumulativo  Será não-cumulativo de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre
e gratuita;
IV - resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da XI - não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante
República ou de 1/3 dos Senadores, aprovada pela maioria abso- do IPI, quando a operação, realizada entre contribuintes e re-
luta de seus membros, estabelecerá as alíquotas aplicáveis às lativa a produto destinado à industrialização ou à comerciali-
operações e prestações, interestaduais e de exportação; zação, configure fato gerador dos dois impostos;
V - é facultado ao Senado Federal: XII - CABE À LC:
a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, medi- a) definir seus contribuintes;
ante resolução de iniciativa de 1/3 e aprovada pela maioria b) dispor sobre substituição tributária;
absoluta de seus membros; c) disciplinar o regime de compensação do imposto;
b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver d) fixar, para efeito de sua cobrança e definição do estabeleci-
conflito específico que envolva interesse de Estados, mediante mento responsável, o local das operações relativas à circulação
resolução de iniciativa da maioria absoluta e aprovada por de mercadorias e das prestações de serviços;
2/3 de seus membros; e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o
exterior, serviços e outros produtos além dos mencionados no
inciso X, "a";

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DIA 10 / 9

f) prever casos de manutenção de crédito, relativamente à re- Súmula 574-STF: Sem lei estadual que a estabeleça, é ilegítima
messa para outro Estado e exportação para o exterior, de ser- a cobrança do imposto de circulação de mercadorias sobre o
viços e de mercadorias; fornecimento de alimentação e bebidas em restaurante ou esta-
g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e belecimento similar.
do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais Súmula 662-STF: É legítima a incidência do ICMS na comerci-
serão concedidos e revogados. alização de exemplares de obras cinematográficas, gravados em
h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o im- fitas de videocassete.
posto incidirá uma única vez, qualquer que seja a sua finalida-
de, hipótese em que não se aplicará o disposto no inciso X, b; STJ
i) fixar a base de cálculo, de modo que o montante do impos- Súmula 95-STJ: A redução da alíquota do imposto sobre produ-
to a integre, também na importação do exterior de bem, mer- tos industrializados ou do imposto de importação não implica
cadoria ou serviço. redução do ICMS.
§ 3º À exceção do ICMS e o II e IE, nenhum outro imposto po- Súmula 129-STJ: O exportador adquire o direito de transferên-
derá incidir sobre operações relativas a energia elétrica, servi- cia de crédito do ICMS quando realiza a exportação do produto
ços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e não ao estocar a matéria-prima.
e minerais do País. Súmula 135-STJ: O ICMS não incide na gravação e distribuição
§ 4º Na hipótese do inciso XII, h (combustíveis e lubrificantes), ob- de filmes e videoteipes.
servar-se-á o seguinte: Súmula 155-STJ: O ICMS incide na importação de aeronave,
I - nas operações com os lubrificantes e combustíveis deriva- por pessoa física, para uso próprio.
dos de petróleo, o imposto caberá ao ESTADO ONDE OCOR- Súmula 163-STJ: O fornecimento de mercadorias com a simul-
RER O CONSUMO; tânea prestação de serviços em bares, restaurantes e estabeleci-
II - nas operações interestaduais, entre contribuintes, com gás mentos similares constitui fato gerador do ICMS a incidir so-
natural e seus derivados, e lubrificantes e combustíveis não bre o valor total da operação.
incluídos no inciso I deste parágrafo, o imposto será repartido Súmula 166-STJ: Não constitui fato gerador do ICMS o sim-
entre os Estados de origem e de destino, mantendo-se a mes- ples deslocamento de mercadoria de um para outro estabeleci-
ma proporcionalidade que ocorre nas operações com as de- mento do mesmo contribuinte.
mais mercadorias; Súmula 198-STJ: Na importação de veículo por pessoa física,
III - nas operações interestaduais com gás natural e seus deri- destinado a uso próprio, incide o ICMS.
vados, e lubrificantes e combustíveis não incluídos no inciso I Súmula 237-STJ: Nas operações com cartão de crédito, os en-
deste parágrafo, destinadas a não contribuinte, o imposto ca- cargos relativos ao financiamento não são considerados no cál-
berá ao Estado de origem; culo do ICMS.
IV - as alíquotas do imposto serão definidas mediante delibera- Súmula 334-STJ: O ICMS não incide no serviço dos provedo-
ção dos Estados e Distrito Federal, nos termos do § 2º, XII, g, res de acesso à Internet.
observando-se o seguinte: Súmula 350-STJ: O ICMS não incide sobre o serviço de habili-
a) serão uniformes em todo o território nacional, podendo ser tação de telefone celular.
diferenciadas por produto; Súmula 391-STJ: O ICMS incide sobre o valor da tarifa de ener-
b) poderão ser específicas, por unidade de medida adotada, gia elétrica correspondente à demanda de potência efetivamen-
ou ad valorem, incidindo sobre o valor da operação ou sobre o te utilizada.
preço que o produto ou seu similar alcançaria em uma venda em Súmula 395-STJ: O ICMS incide sobre o valor da venda a prazo
condições de livre concorrência; constante da nota fiscal.
c) poderão ser reduzidas e restabelecidas, não se lhes aplican- Súmula 431-STJ: É ilegal a cobrança de ICMS com base no va-
do o disposto no art. 150, III, b (princípio da anterioridade). lor da mercadoria submetido ao regime de pauta fiscal.
ICMS-COMBUSTÍVEIS: incide a anterioridade especial (nona- Súmula 432-STJ: As empresas de construção civil não estão
gesimal) no que se refere à diminuição e restabelecimento obrigadas a pagar ICMS sobre mercadorias adquiridas como in-
de alíquotas sumos em operações interestaduais.
§ 5º As regras necessárias à aplicação do disposto no § 4º, inclusi- Súmula: 433-STJ: O produto semielaborado, para fins de inci-
ve as relativas à apuração e à destinação do imposto, serão esta- dência de ICMS, é aquele que preenche cumulativamente os três
belecidas mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, requisitos do art. 1º da Lei Complementar n. 65/1991.
nos termos do § 2º, XII, g. Súmula 457-STJ: Os descontos incondicionais nas operações
mercantis não se incluem na base de cálculo do ICMS.
Súmula 509-STJ: É lícito ao comerciante de boa-fé aproveitar
SÚMULAS SOBRE ICMS
os créditos de ICMS decorrentes de nota fiscal posteriormente
STF declarada inidônea, quando demonstrada a veracidade da com-
pra e venda.
Súmula vinculante 32-STF: O ICMS não incide sobre alienação
de salvados de sinistro pelas seguradoras.
Súmula vinculante 48-STF: Na entrada de mercadoria importa- JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ
da do exterior, é legítima a cobrança do ICMS por ocasião do
EDIÇÃO N. 121: ICMS
desembaraço aduaneiro.
1) Não é possível a inclusão de crédito presumido de ICMS
Súmula 573-STF: Não constitui fato gerador do ICMS a saída
na base de cálculo do imposto de renda da pessoa jurídica -
física de máquinas, utensílios e implementos a título de como-
IRPJ e da contribuição social sobre o lucro líquido - CSLL.
dato.
2) O crédito presumido de ICMS não integra a base de cálculo

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DIA 10 / 10

da contribuição para o programa de integração social - PIS e da que se refere ao período posterior à sua alienação
contribuição para o financiamento da seguridade social - CO-
FINS. CÓDIGO CIVIL
3) O ICMS não compõe a base de cálculo para a incidência do
PIS e da COFINS.
CAPÍTULO IV
4) É legítima a inclusão da subvenção econômica instituída pela
Da Doação
Lei n. 10.604/2002 na base de cálculo do ICMS sobre a energia
Seção I
elétrica, uma vez que se enquadra no conceito do termo "valor
Disposições Gerais
da operação", à luz do disposto nos arts. 12, XII, e 13, VII e § 1°,
Art. 538. Considera-se doação o contrato em que uma pessoa,
da Lei Complementar n. 87/1996.
por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vanta-
6) Diante do que dispõe a legislação que disciplina as conces-
gens para o de outra.
sões de serviço público e da peculiar relação envolvendo o Es-
tado-concedente, a concessionária e o consumidor, esse último
tem legitimidade para propor ação declaratória c/c repetição de JDC549 A promessa de doação no âmbito da transação cons-
indébito na qual se busca afastar, no tocante ao fornecimento titui obrigação positiva e perde o caráter de liberalidade
de energia elétrica, a incidência do ICMS sobre a demanda con- previsto no art. 538 do Código Civil.
tratada e não utilizada.
7) Nos casos em que a substituta tributária (a montadora/fabri- Art. 539. O doador pode fixar prazo ao donatário, para declarar se
cante de veículos) não efetua o transporte nem o engendra por aceita ou não a liberalidade. Desde que o donatário, ciente do
sua conta e ordem, o valor do frete não deve ser incluído na prazo, não faça, dentro dele, a declaração, entender-se-á que
base de cálculo do ICMS, ante o disposto no art. 13, § 1º, inciso aceitou, se a doação não for sujeita a encargo.
II, alínea "b", da Lei Complementar n. 87/1996.
8) Não incide ICMS sobre serviço de transporte interestadual Art. 540. A doação feita em contemplação do merecimento do
de mercadorias destinadas ao exterior. donatário não perde o caráter de liberalidade, como não o
9) As operações de importação de bacalhau (peixe seco e salga- perde a doação remuneratória, ou a gravada, no excedente ao
do, espécie do gênero pescado), provenientes de países signatá- valor dos serviços remunerados ou ao encargo imposto.
rios do GATT - General Agreement on Tariffs and Trade, realiza-
das até 30 de abril de 1999, são isentas de recolhimento do Art. 541. A doação far-se-á por escritura pública ou instrumen-
ICMS. to particular.
10) O Estado de Minas Gerais por meio do Decreto n. 27.281, de Parágrafo único. A doação verbal SERÁ VÁLIDA, se, versando so-
27.08.1987, que ratificou o Convênio n. 29, de 18.08.1987, revo- bre bens móveis e de pequeno valor, se lhe seguir incontinenti
gou expressamente a isenção do ICMS ao peixe seco e salgado a tradição.
nacional, assim, em consequência, finda a isenção do produto
nacional, encerra-se, igualmente, no Estado, o benefício conce- JDC 622 Para a análise do que seja bem de pequeno valor, nos
dido ao bacalhau importado de país signatário do GATT, não termos do que consta do art. 541, parágrafo único, do Código
sendo aplicável o entendimento firmado pelo REsp 871.760/BA, Civil, deve-se levar em conta o patrimônio do doador
julgado sob o regime dos recursos repetitivos.
11) A isenção do ICMS para pescados no âmbito do Estado de
Art. 542. A doação feita ao nascituro valerá, sendo aceita pelo
Pernambuco foi extinta em 13.3.1997 pelo Decreto estadual n.
seu representante legal.
19.631, que efetivou a revogação autorizada pelo Convênio
ICMS 102/1995, de modo que, a partir de então, não há falar em
Art. 543. Se o donatário for absolutamente incapaz, dispensa-se a
benefício fiscal em favor do similar importado de país signatário
aceitação, desde que se trate de doação pura.
do GATT para referida unidade da federação.
13) O valor pago pelo consumidor final a título de seguro de ga-
Art. 544. A doação de ascendentes a descendentes, ou de um
rantia estendida não integra a base de cálculo do ICMS inciden-
cônjuge a outro, importa adiantamento do que lhes cabe por he-
te sobre a operação de compra e venda de mercadoria.
rança (adiantamento de legítima)

§ 6º O IPVA: Art. 545. A doação em forma de subvenção periódica ao benefici-


I - terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal; ado extingue-se morrendo o doador, salvo se este outra coisa
II - poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e dispuser, mas não poderá ultrapassar a vida do donatário.
utilização.
Art. 546. A doação feita em contemplação de casamento futuro
A notificação do contribuinte para o recolhimento do IPVA per- com certa e determinada pessoa, quer pelos nubentes entre si,
fectibiliza a constituição definitiva do crédito tributário, inici- quer por terceiro a um deles, a ambos, ou aos filhos que, de futu-
ando-se o prazo prescricional para a execução fiscal no dia se- ro, houverem um do outro, não pode ser impugnada por falta
guinte à data estipulada para o vencimento da exação. de aceitação, e só ficará sem efeito se o casamento não se re-
alizar.
SÚMULAS SOBRE IPVA
Art. 547. O doador pode estipular que os bens doados voltem ao
Súmula 585-STJ: A responsabilidade solidária do ex-proprietá- seu patrimônio, se sobreviver ao donatário.
rio, prevista no art. 134 do Código de Trânsito Brasileiro – CTB,
não abrange o IPVA incidente sobre o veículo automotor, no

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DIA 10 / 11

Parágrafo único. Não prevalece cláusula de reversão em favor Art. 559. A revogação por qualquer desses motivos deverá ser
de terceiro. pleiteada dentro de 1 ano, a contar de quando chegue ao co-
nhecimento do doador o fato que a autorizar, e de ter sido o do-
Art. 548. É NULA a doação de todos os bens sem reserva de par- natário o seu autor.
te, ou renda suficiente para a subsistência do doador.
Art. 560. O direito de revogar a doação NÃO SE TRANSMITE
Art. 549. NULA é também a doação quanto à parte que exceder à aos herdeiros do doador, nem prejudica os do donatário. Mas
de que o doador, no momento da liberalidade, poderia dispor em aqueles podem prosseguir na ação iniciada pelo doador, conti-
testamento. nuando-a contra os herdeiros do donatário, se este falecer depois
de ajuizada a lide.
Art. 550. A doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice pode ser
anulada pelo outro cônjuge, ou por seus herdeiros necessários, Art. 561. No caso de homicídio doloso do doador, a ação caberá
até 2 anos depois de dissolvida a sociedade conjugal. aos seus herdeiros, exceto se aquele houver perdoado.

Art. 551. Salvo declaração em contrário, a doação em comum a Art. 562. A doação onerosa pode ser revogada por inexecução
mais de uma pessoa entende-se distribuída entre elas por igual. do encargo, se o donatário incorrer em mora. Não havendo pra-
Parágrafo único. Se os donatários, em tal caso, forem marido e zo para o cumprimento, o doador poderá notificar judicialmente
mulher, subsistirá na totalidade a doação para o cônjuge sobrevi- o donatário, assinando-lhe prazo razoável para que cumpra a
vo. obrigação assumida.

Art. 552. O doador não é obrigado a pagar juros moratórios, Art. 563. A revogação por ingratidão não prejudica os direitos
nem é sujeito às consequências da evicção ou do vício redibi- adquiridos por terceiros, nem obriga o donatário a restituir os
tório. Nas doações para casamento com certa e determinada frutos percebidos antes da citação válida; mas sujeita-o a pagar
pessoa, o doador ficará sujeito à evicção, salvo convenção em os posteriores, e, quando não possa restituir em espécie as coisas
contrário. doadas, a indenizá-la pelo meio termo do seu valor.

Art. 553. O donatário é obrigado a cumprir os encargos da doa- Art. 564. Não se revogam por ingratidão:
ção, caso forem a benefício do doador, de terceiro, ou do inte- I - as doações puramente remuneratórias;
resse geral. II - as oneradas com encargo já cumprido;
Parágrafo único. Se desta última espécie for o encargo, o Ministé- III - as que se fizerem em cumprimento de obrigação natural;
rio Público poderá exigir sua execução, depois da morte do doa- IV - as feitas para determinado casamento.
dor, se este não tiver feito.

Art. 554. A doação a entidade futura caducará se, em 2 anos, CAPÍTULO V


esta não estiver constituída regularmente. Da Locação de Coisas
Art. 565. Na locação de coisas, uma das partes se obriga a ceder à
Seção II outra, por tempo determinado ou não, o uso e gozo de COISA
Da Revogação da Doação NÃO FUNGÍVEL, mediante certa retribuição.
Art. 555. A doação pode ser revogada por ingratidão do donatá-
rio, ou por inexecução do encargo. Art. 566. O locador é obrigado:
I - a entregar ao locatário a coisa alugada, com suas pertenças,
Art. 556. Não se pode renunciar antecipadamente o direito de em estado de servir ao uso a que se destina, e a mantê-la nesse
revogar a liberalidade por ingratidão do donatário. estado, pelo tempo do contrato, salvo cláusula expressa em con-
trário;
Art. 557. Podem ser revogadas por INGRATIDÃO as doações: II - a garantir-lhe, durante o tempo do contrato, o uso pacífico da
I - se o donatário atentou contra a vida do doador ou cometeu coisa.
crime de homicídio DOLOSO contra ele;
II - se cometeu contra ele ofensa física; Art. 567. Se, durante a locação, se deteriorar a coisa alugada,
III - se o injuriou gravemente ou o caluniou; sem culpa do locatário, a este caberá pedir redução proporci-
IV - se, podendo ministrá-los, recusou ao doador os alimentos onal do aluguel, ou resolver o contrato, caso já não sirva a coi-
de que este necessitava. sa para o fim a que se destinava.

JDC33 O novo Código Civil estabeleceu um novo sistema para a Art. 568. O locador resguardará o locatário dos embaraços e tur-
revogação da doação por ingratidão, pois o rol legal previsto bações de terceiros, que tenham ou pretendam ter direitos sobre
no art. 557 deixou de ser taxativo, admitindo, excepcional- a coisa alugada, e responderá pelos seus vícios, ou defeitos, ante-
mente, outras hipóteses. riores à locação.

Art. 569. O locatário é obrigado:


Art. 558. Pode ocorrer também a revogação quando o ofendido,
I - a servir-se da coisa alugada para os usos convencionados ou
nos casos do artigo anterior, for o cônjuge, ascendente, descen-
presumidos, conforme a natureza dela e as circunstâncias, bem
dente, ainda que adotivo, ou irmão do doador.
como tratá-la com o mesmo cuidado como se sua fosse;

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DIA 10 / 12

II - a pagar pontualmente o aluguel nos prazos ajustados, e, em Art. 578. Salvo disposição em contrário, o locatário goza do di-
falta de ajuste, segundo o costume do lugar; reito de retenção, no caso de benfeitorias necessárias, ou no
III - a levar ao conhecimento do locador as turbações de terceiros, de benfeitorias úteis, se estas houverem sido feitas com ex-
que se pretendam fundadas em direito; presso consentimento do locador.
IV - a restituir a coisa, finda a locação, no estado em que a rece-
beu, salvas as deteriorações naturais ao uso regular. DIREITO DE RETENÇÃO DO LOCATÁRIO

Art. 570. Se o locatário empregar a coisa em uso diverso do ajus- BENFEITORIAS NECESSÁRIAS BENFEITORIAS ÚTEIS
tado, ou do a que se destina, ou se ela se danificar por abuso do Em qualquer caso Somente se o locador consentir
locatário, poderá o locador, além de rescindir o contrato, exigir expressamente
perdas e danos.

Art. 571. Havendo prazo estipulado à duração do contrato, an-


tes do vencimento não poderá o locador reaver a coisa aluga-
da, senão ressarcindo ao locatário as perdas e danos resultan-
SÚMULAS SOBRE LOCAÇÕES
tes, nem o locatário devolvê-la ao locador, senão pagando,
proporcionalmente, a multa prevista no contrato. STF
Parágrafo único. O locatário gozará do direito de retenção, en- Súmula 158-STF: Salvo estipulação contratual averbada no re-
quanto não for ressarcido. gistro imobiliário, não responde o adquirente pelas benfeitorias
do locatário.
Art. 572. Se a obrigação de pagar o aluguel pelo tempo que faltar Súmula 374-STF: Na retomada para construção mais útil, não é
constituir indenização excessiva, será facultado ao juiz fixá-la em necessário que a obra tenha sido ordenada pela autoridade pú-
bases razoáveis. blica (art. 52, Lei nº 8.245/91)
Súmula 409-STF: Ao retomante, que tenha mais de um prédio
Art. 573. A locação por tempo determinado cessa de pleno di- alugado, cabe optar entre eles, salvo abuso de direito
reito findo o prazo estipulado, independentemente de notifi- Súmula 410-STF: Se o locador, utilizando prédio próprio para
cação ou aviso. residência ou atividade comercial, pede o imóvel locado para
uso próprio, diverso do que tem o por ele ocupado, não está
Art. 574. Se, findo o prazo, o locatário continuar na posse da coisa obrigado a provar a necessidade, que se presume. (art. 47, Lei
alugada, sem oposição do locador, presumir-se-á prorrogada a nº 8.245/91)
locação pelo mesmo aluguel, mas sem prazo determinado. Súmula 442-STF: A inscrição do contrato de locação no registro
de imóveis, para a validade da cláusula de vigência contra o ad-
Art. 575. Se, notificado o locatário, não restituir a coisa, pagará, quirente do imóvel, ou perante terceiros, dispensa a transcri-
enquanto a tiver em seu poder, o aluguel que o locador arbitrar, e ção no registro de títulos e documentos
responderá pelo dano que ela venha a sofrer, embora provenien- Súmula 449-STF: O valor da causa, na consignatória de alu-
te de caso fortuito. guel, corresponde a uma anuidade. (art. 58, III, Lei nº 8.245/91)
Parágrafo único. Se o aluguel arbitrado for manifestamente exces- Súmula 483-STF: É dispensável a prova da necessidade, na re-
sivo, poderá o juiz reduzi-lo, mas tendo sempre em conta o seu tomada do prédio situado em localidade para onde o proprietá-
caráter de penalidade. rio pretende transferir residência, salvo se mantiver, também, a
anterior, quando dita prova será exigida (art. 47, Lei nº
JDC180 A regra do parágrafo único do art. 575 do novo Código 8.245/91)
Civil, que autoriza a limitação pelo juiz do aluguel-pena arbitra- Súmula 486-STF: Admite-se a retomada para sociedade da qual
do pelo locador, aplica-se também ao aluguel arbitrado pelo co- o locador, ou seu cônjuge, seja sócio, com participação predo-
modante, autorizado pelo art. 582, 2ª parte, do novo Código Ci- minante no capital social.
vil.
STJ

Art. 576. Se a coisa for alienada durante a locação, o adquiren- Súmula 214-STJ: O fiador na locação não responde por obriga-
te NÃO FICARÁ OBRIGADO A RESPEITAR O CONTRATO, se ções resultantes de aditamento ao qual não anuiu.
nele não for consignada a cláusula da sua vigência no caso de Regra: mesmo sem cláusula expressa, o fiador responde em
alienação, e não constar de registro. caso de prorrogação automática do contrato.
§ 1o O registro a que se refere este artigo será o de Títulos e Do- Exceção: o fiador poderá fazer constar uma cláusula no
cumentos do domicílio do locador, quando a coisa for móvel; e contrato dizendo que não responderá se houver prorrogação
será o Registro de Imóveis da respectiva circunscrição, quando automática do contrato.
imóvel. Súmula 268-STJ: O fiador que não integrou a relação processu-
§ 2o Em se tratando de imóvel, e ainda no caso em que o loca- al na ação de despejo não responde pela execução do julgado
dor não esteja obrigado a respeitar o contrato, não poderá Súmula 335-STJ: Nos contratos de locação, É VÁLIDA a cláusu-
ele despedir o locatário, senão observado o prazo de 90 dias la de renúncia à indenização das benfeitorias e ao direito de
após a notificação. retenção (art. 35, Lei nº 8.245/91)

Art. 577. Morrendo o locador ou o locatário, TRANSFERE-SE CAPÍTULO VI


aos seus herdeiros a locação por tempo determinado. Do Empréstimo

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DIA 10 / 13

Seção I Art. 590. O mutuante pode exigir garantia da restituição, se antes


Do Comodato do vencimento o mutuário sofrer notória mudança em sua situa-
Art. 579. O COMODATO é o empréstimo gratuito de coisas não ção econômica.
fungíveis. Perfaz-se com a tradição do objeto.
Art. 591. [MÚTUO FENERATÍCIO] Destinando-se o mútuo a fins
Art. 580. Os tutores, curadores e em geral todos os administrado- econômicos, presumem-se devidos juros, os quais, sob pena
res de bens alheios não poderão dar em comodato, sem autoriza- de redução, não poderão exceder a taxa a que se refere o art.
ção especial, os bens confiados à sua guarda. 406, permitida a capitalização anual.

Art. 581. Se o comodato não tiver prazo convencional, presumir- JDC34 No novo Código Civil, quaisquer contratos de mútuo
se-lhe-á o necessário para o uso concedido; não podendo o co- destinados a fins econômicos presumem-se onerosos (art.
modante, salvo necessidade imprevista e urgente, reconhecida 591), ficando a taxa de juros compensatórios limitada ao dis-
pelo juiz, suspender o uso e gozo da coisa emprestada, antes de posto no art. 406, com capitalização anual.
findo o prazo convencional, ou o que se determine pelo uso ou-
torgado.
Art. 592. Não se tendo convencionado expressamente, o prazo do
mútuo será:
Art. 582. O comodatário é obrigado a conservar, como se sua pró-
I - até a próxima colheita, se o mútuo for de produtos agrícolas,
pria fora, a coisa emprestada, não podendo usá-la senão de acor-
assim para o consumo, como para semeadura;
do com o contrato ou a natureza dela, sob pena de responder por
II - de 30 dias, pelo menos, se for de dinheiro;
perdas e danos. O comodatário constituído em mora, além de
III - do espaço de tempo que declarar o mutuante, se for de qual-
por ela responder, pagará, até restituí-la, o aluguel da coisa
quer outra coisa fungível.
que for arbitrado pelo comodante.

Art. 583. Se, correndo risco o objeto do comodato juntamente COMODATO • Gratuito
com outros do comodatário, antepuser este a salvação dos seus • Coisa INFUngível
abandonando o do comodante, responderá pelo dano ocorrido, MÚTUO • Coisa FUngível
ainda que se possa atribuir a caso fortuito, ou força maior.
CAPÍTULO VII
Art. 584. O comodatário NÃO PODERÁ JAMAIS RECOBRAR do
Da Prestação de Serviço
comodante as despesas feitas com o uso e gozo da coisa em-
Art. 593. A prestação de serviço, que não estiver sujeita às leis tra-
prestada.
balhistas ou a lei especial, reger-se-á pelas disposições deste Ca-
pítulo.
Art. 585. Se 2 ou mais pessoas forem simultaneamente comoda-
tárias de uma coisa, ficarão solidariamente responsáveis para
Art. 594. Toda a espécie de serviço ou trabalho lícito, material ou
com o comodante.
imaterial, pode ser contratada mediante retribuição.

Seção II
Do Mútuo JDC541 O contrato de prestação de serviço pode ser gratuito.
Art. 586. O MÚTUO é o empréstimo de coisas fungíveis. O mu-
tuário é obrigado a restituir ao mutuante o que dele recebeu em Art. 595. No contrato de prestação de serviço, quando qualquer
coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade. das partes não souber ler, nem escrever, o instrumento poderá
ser assinado a rogo e subscrito por 2 testemunhas.
Art. 587. Este empréstimo transfere o domínio da coisa empres-
tada ao mutuário, por cuja conta correm todos os riscos dela Art. 596. Não se tendo estipulado, nem chegado a acordo as par-
desde a tradição. tes, fixar-se-á por arbitramento a retribuição, segundo o costume
do lugar, o tempo de serviço e sua qualidade.
Art. 588. O mútuo feito a pessoa menor, sem prévia autorização
daquele sob cuja guarda estiver, NÃO PODE ser reavido nem do Art. 597. A retribuição pagar-se-á depois de prestado o serviço,
mutuário, nem de seus fiadores. se, por convenção, ou costume, não houver de ser adiantada, ou
paga em prestações.
Art. 589. Cessa a disposição do artigo antecedente:
I - se a pessoa, de cuja autorização necessitava o mutuário para Art. 598. A prestação de serviço não se poderá convencionar
contrair o empréstimo, o ratificar posteriormente; por mais de 4 anos, embora o contrato tenha por causa o paga-
II - se o menor, estando ausente essa pessoa, se viu obrigado a mento de dívida de quem o presta, ou se destine à execução de
contrair o empréstimo para os seus alimentos habituais; certa e determinada obra. Neste caso, decorridos 4 anos, dar-se-
III - se o menor tiver bens ganhos com o seu trabalho. Mas, em tal á por findo o contrato, ainda que não concluída a obra.
caso, a execução do credor não lhes poderá ultrapassar as forças;
IV - se o empréstimo reverteu em benefício do menor; Art. 599. Não havendo prazo estipulado, nem se podendo inferir
V - se o menor obteve o empréstimo maliciosamente. da natureza do contrato, ou do costume do lugar, qualquer das
partes, a seu arbítrio, mediante prévio aviso, pode resolver o con-
trato.
Parágrafo único. Dar-se-á o aviso:

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DIA 10 / 14

I - com antecedência de 8 dias, se o salário se houver fixado por prestador opção entre continuá-lo com o adquirente da proprie-
tempo de um mês, ou mais; dade ou com o primitivo contratante.
II - com antecipação de 4 dias, se o salário se tiver ajustado por
semana, ou quinzena; CAPÍTULO VIII
III - de véspera, quando se tenha contratado por menos de 7 Da Empreitada
dias. Art. 610. O empreiteiro de uma obra pode contribuir para ela só
com seu trabalho ou com ele e os materiais.
Art. 600. Não se conta no prazo do contrato o tempo em que o § 1o A obrigação de fornecer os materiais NÃO SE PRESUME;
prestador de serviço, por culpa sua, deixou de servir. resulta da lei ou da vontade das partes.
§ 2o O contrato para elaboração de um projeto não implica a
Art. 601. Não sendo o prestador de serviço contratado para certo obrigação de executá-lo, ou de fiscalizar-lhe a execução.
e determinado trabalho, entender-se-á que se obrigou a todo e
qualquer serviço compatível com as suas forças e condições. Art. 611. Quando o empreiteiro fornece os materiais, correm por
sua conta os riscos até o momento da entrega da obra, a conten-
Art. 602. O prestador de serviço contratado por tempo certo, ou to de quem a encomendou, se este não estiver em mora de rece-
por obra determinada, não se pode ausentar, ou despedir, sem ber. Mas se estiver, por sua conta correrão os riscos.
justa causa, antes de preenchido o tempo, ou concluída a
obra. Art. 612. Se o empreiteiro só forneceu mão-de-obra, todos os ris -
Parágrafo único. Se se despedir sem justa causa, terá direito à re- cos em que não tiver culpa correrão por conta do dono.
tribuição vencida, mas responderá por perdas e danos. O mes-
mo dar-se-á, se despedido por justa causa. Art. 613. Sendo a empreitada unicamente de lavor (art. 610), se a
coisa perecer antes de entregue, sem mora do dono nem culpa
Art. 603. Se o prestador de serviço for despedido sem justa causa, do empreiteiro, este perderá a retribuição, se não provar que a
a outra parte será obrigada a pagar-lhe por inteiro a retribuição perda resultou de defeito dos materiais e que em tempo reclama-
vencida, e por metade a que lhe tocaria de então ao termo legal ra contra a sua quantidade ou qualidade.
do contrato.
Art. 614. Se a obra constar de partes distintas, ou for de natureza
Art. 604. Findo o contrato, o prestador de serviço tem direito a das que se determinam por medida, o empreiteiro terá direito a
exigir da outra parte a declaração de que o contrato está findo. que também se verifique por medida, ou segundo as partes em
Igual direito lhe cabe, se for despedido sem justa causa, ou se ti- que se dividir, podendo exigir o pagamento na proporção da
ver havido motivo justo para deixar o serviço. obra executada.
§ 1o Tudo o que se pagou presume-se verificado.
Art. 605. Nem aquele a quem os serviços são prestados, poderá § 2o O que se mediu presume-se verificado se, em 30 dias, a
transferir a outrem o direito aos serviços ajustados, nem o presta- contar da medição, não forem denunciados os vícios ou defei-
dor de serviços, sem aprazimento da outra parte, dar substituto tos pelo dono da obra ou por quem estiver incumbido da sua fis-
que os preste. calização.

Art. 606. Se o serviço for prestado por quem não possua título Art. 615. Concluída a obra de acordo com o ajuste, ou o costume
de habilitação, ou não satisfaça requisitos outros estabelecidos do lugar, o dono é obrigado a recebê-la. Poderá, porém, rejeitá-
em lei, não poderá quem os prestou cobrar a retribuição nor- la, se o empreiteiro se afastou das instruções recebidas e dos pla-
malmente correspondente ao trabalho executado. Mas se des- nos dados, ou das regras técnicas em trabalhos de tal natureza.
te resultar benefício para a outra parte, o juiz atribuirá a quem o
prestou uma compensação razoável, desde que tenha agido com Art. 616. No caso da segunda parte do artigo antecedente, pode
boa-fé. quem encomendou a obra, em vez de enjeitá-la, recebê-la com
Parágrafo único. Não se aplica a segunda parte deste artigo, abatimento no preço.
quando a proibição da prestação de serviço resultar de lei de or-
dem pública. Art. 617. O empreiteiro é obrigado a pagar os materiais que rece-
beu, se por imperícia ou negligência os inutilizar.
Art. 607. O contrato de prestação de serviço acaba com a morte
de qualquer das partes. Termina, ainda, pelo escoamento do Art. 618. Nos contratos de empreitada de edifícios ou outras
prazo, pela conclusão da obra, pela rescisão do contrato median- construções consideráveis, o empreiteiro de materiais e execução
te aviso prévio, por inadimplemento de qualquer das partes ou responderá, durante o prazo irredutível de 5 anos, pela solidez
pela impossibilidade da continuação do contrato, motivada por e segurança do trabalho, assim em razão dos materiais, como
força maior. do solo.
Parágrafo único. Decairá do direito assegurado neste artigo o
Art. 608. Aquele que aliciar pessoas obrigadas em contrato es- dono da obra que não propuser a ação contra o empreiteiro,
crito a prestar serviço a outrem pagará a este a importância que nos 180 dias seguintes ao aparecimento do vício ou defeito.
ao prestador de serviço, pelo ajuste desfeito, houvesse de caber
durante 2 anos (tutela externa do contrato) JDC181 O prazo referido no art. 618, parágrafo único, do Códi-
go Civil refere-se unicamente à garantia prevista no caput, sem
Art. 609. A alienação do prédio agrícola, onde a prestação dos prejuízo de poder o dono da obra, com base no mau cumpri-
serviços se opera, não importa a rescisão do contrato, salvo ao mento do contrato de empreitada, demandar perdas e danos

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DIA 10 / 15

Art. 627. Pelo contrato de depósito recebe o depositário um obje-


Art. 619. Salvo estipulação em contrário, o empreiteiro que se in- to móvel, para guardar, até que o depositante o reclame.
cumbir de executar uma obra, segundo plano aceito por quem a
encomendou, não terá direito a exigir acréscimo no preço, ain- Art. 628. O contrato de depósito é gratuito, exceto se houver
da que sejam introduzidas modificações no projeto, a não ser convenção em contrário, se resultante de atividade negocial ou
que estas resultem de instruções escritas do dono da obra. se o depositário o praticar por profissão.
Parágrafo único. Ainda que não tenha havido autorização es- Parágrafo único. Se o depósito for oneroso e a retribuição do de-
crita, o dono da obra é obrigado a pagar ao empreiteiro os au- positário não constar de lei, nem resultar de ajuste, será determi-
mentos e acréscimos, segundo o que for arbitrado, se, sempre nada pelos usos do lugar, e, na falta destes, por arbitramento.
presente à obra, por continuadas visitas, não podia ignorar o
que se estava passando, e nunca protestou. Art. 629. O depositário é obrigado a ter na guarda e conservação
da coisa depositada o cuidado e diligência que costuma com o
Art. 620. Se ocorrer diminuição no preço do material ou da mão que lhe pertence, bem como a restituí-la, com todos os frutos e
de obra superior a 1/10 do preço global convencionado, poderá acrescidos, quando o exija o depositante.
este ser revisto, a pedido do dono da obra, para que se lhe asse-
gure a diferença apurada. Art. 630. Se o depósito se entregou fechado, colado, selado, ou
lacrado, nesse mesmo estado se manterá.
Art. 621. Sem anuência de seu autor, não pode o proprietário
da obra introduzir modificações no projeto por ele aprovado, Art. 631. Salvo disposição em contrário, a restituição da coisa
ainda que a execução seja confiada a terceiros, a não ser que, deve dar-se no lugar em que tiver de ser guardada. As despe-
por motivos supervenientes ou razões de ordem técnica, fique sas de restituição correm por conta do depositante.
comprovada a inconveniência ou a excessiva onerosidade de
execução do projeto em sua forma originária. Art. 632. Se a coisa houver sido depositada no interesse de tercei-
Parágrafo único. A proibição deste artigo não abrange altera- ro, e o depositário tiver sido cientificado deste fato pelo deposi -
ções de pouca monta, ressalvada sempre a unidade estética tante, não poderá ele exonerar-se restituindo a coisa a este, sem
da obra projetada. consentimento daquele.

Art. 622. Se a execução da obra for confiada a terceiros, a respon- Art. 633. Ainda que o contrato fixe prazo à restituição, o depositá-
sabilidade do autor do projeto respectivo, desde que não assuma rio entregará o depósito logo que se lhe exija, salvo se tiver o di-
a direção ou fiscalização daquela, ficará limitada aos danos resul- reito de retenção a que se refere o art. 644, se o objeto for judi-
tantes de defeitos previstos no art. 618 e seu parágrafo único. cialmente embargado, se sobre ele pender execução, notificada
ao depositário, ou se houver motivo razoável de suspeitar que a
Art. 623. Mesmo após iniciada a construção, pode o dono da coisa foi dolosamente obtida.
obra suspendê-la, desde que pague ao empreiteiro as despesas
e lucros relativos aos serviços já feitos, mais indenização razoável, Art. 634. No caso do artigo antecedente, última parte, o depositá-
calculada em função do que ele teria ganho, se concluída a obra. rio, expondo o fundamento da suspeita, requererá que se recolha
o objeto ao Depósito Público.
Art. 624. Suspensa a execução da empreitada sem justa causa,
responde o empreiteiro por perdas e danos. Art. 635. Ao depositário será facultado, outrossim, requerer de-
pósito judicial da coisa, quando, por motivo plausível, não a possa
Art. 625. Poderá o empreiteiro suspender a obra: guardar, e o depositante não queira recebê-la.
I - por culpa do dono, ou por motivo de força maior;
II - quando, no decorrer dos serviços, se manifestarem dificul- Art. 636. O depositário, que por força maior houver perdido a coi-
dades imprevisíveis de execução, resultantes de causas geológi- sa depositada e recebido outra em seu lugar, é obrigado a entre-
cas ou hídricas, ou outras semelhantes, de modo que torne a em- gar a segunda ao depositante, e ceder-lhe as ações que no caso
preitada excessivamente onerosa, e o dono da obra se opuser tiver contra o terceiro responsável pela restituição da primeira.
ao reajuste do preço inerente ao projeto por ele elaborado, ob-
servados os preços; Art. 637. O herdeiro do depositário, que de boa-fé vendeu a coisa
III - se as modificações exigidas pelo dono da obra, por seu depositada, é obrigado a assistir o depositante na reivindica-
vulto e natureza, forem desproporcionais ao projeto aprovado, ção, e a restituir ao comprador o preço recebido.
ainda que o dono se disponha a arcar com o acréscimo de
preço. Art. 638. Salvo os casos previstos nos arts. 633 e 634, não poderá
o depositário furtar-se à restituição do depósito, alegando não
Art. 626. NÃO SE EXTINGUE o contrato de empreitada pela mor- pertencer a coisa ao depositante, ou opondo compensação, exce-
te de qualquer das partes, salvo se ajustado em consideração to se noutro depósito se fundar.
às qualidades pessoais do empreiteiro.
Art. 639. Sendo dois ou mais depositantes, e divisível a coisa, a
CAPÍTULO IX cada um só entregará o depositário a respectiva parte, salvo se
Do Depósito houver entre eles solidariedade.
Seção I
Do Depósito Voluntário

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DIA 10 / 16

Art. 640. Sob pena de responder por perdas e danos, não pode- Art. 651. O depósito necessário NÃO SE PRESUME GRATUITO.
rá o depositário, sem licença expressa do depositante, servir-se da Na hipótese do art. 649, a remuneração pelo depósito está incluí -
coisa depositada, nem a dar em depósito a outrem. da no preço da hospedagem.
Parágrafo único. Se o depositário, devidamente autorizado, confi-
ar a coisa em depósito a terceiro, será responsável se agiu com O depósito voluntário É GRA- O depósito necessário NÃO SE
culpa na escolha deste. TUITO, exceto se houver con- PRESUME GRATUITO
venção em contrário
Art. 641. Se o depositário se tornar incapaz, a pessoa que lhe as-
sumir a administração dos bens diligenciará imediatamente resti-
Art. 652. Seja o depósito voluntário ou necessário, o depositário
tuir a coisa depositada e, não querendo ou não podendo o depo-
que não o restituir quando exigido será compelido a fazê-lo me-
sitante recebê-la, recolhê-la-á ao Depósito Público ou promoverá
diante prisão não excedente a 1 ano, e ressarcir os prejuízos.
nomeação de outro depositário.

Art. 642. O depositário não responde pelos casos de força mai- SV 25, STF: É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer
or; mas, para que lhe valha a escusa, terá de prová-los. que seja a modalidade de depósito.

Art. 643. O depositante é obrigado a pagar ao depositário as des- CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
pesas feitas com a coisa, e os prejuízos que do depósito provie-
rem.
CAPÍTULO VII
DA RECONVENÇÃO
Art. 644. O depositário poderá reter o depósito até que se lhe
Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para
pague a retribuição devida, o líquido valor das despesas, ou dos
manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou
prejuízos a que se refere o artigo anterior, provando imediata-
com o fundamento da defesa.
mente esses prejuízos ou essas despesas.
§ 1o Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa
Parágrafo único. Se essas dívidas, despesas ou prejuízos não fo-
de seu advogado, para apresentar resposta no prazo de 15 dias.
rem provados suficientemente, ou forem ilíquidos, o depositário
§ 2o A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que
poderá exigir caução idônea do depositante ou, na falta desta, a
impeça o exame de seu mérito não obsta ao prosseguimento do
remoção da coisa para o Depósito Público, até que se liquidem.
processo quanto à reconvenção.
§ 3o A reconvenção pode ser proposta contra o autor e tercei-
Art. 645. O depósito de coisas fungíveis, em que o depositário se
ro.
obrigue a restituir objetos do mesmo gênero, qualidade e quanti-
§ 4o A reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsór-
dade, regular-se-á pelo disposto acerca do mútuo.
cio com terceiro.
§ 5o Se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá
Art. 646. O depósito voluntário provar-se-á por escrito.
afirmar ser titular de direito em face do substituído, e a re-
convenção deverá ser proposta em face do autor, também na
Seção II
qualidade de substituto processual.
Do Depósito Necessário
§ 6o O réu pode propor reconvenção independentemente de
Art. 647. É depósito necessário:
oferecer contestação.
I - o que se faz em desempenho de obrigação legal;
II - o que se efetua por ocasião de alguma calamidade, como o
incêndio, a inundação, o naufrágio ou o saque. FPPC45. (art. 343) Para que se considere proposta a reconven-
ção, não há necessidade de uso desse nomen iuris, ou dedu-
Art. 648. O depósito a que se refere o inciso I do artigo antece- ção de um capítulo próprio. Contudo, o réu deve manifestar
dente, reger-se-á pela disposição da respectiva lei, e, no silêncio inequivocamente o pedido de tutela jurisdicional QUALITA-
ou deficiência dela, pelas concernentes ao depósito voluntário. TIVA ou QUANTITATIVAMENTE MAIOR que a simples im-
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se aos de- procedência da demanda inicial.
pósitos previstos no inciso II do artigo antecedente, podendo es- FPPC46. (art. 343, § 3º) A reconvenção pode veicular pedido
tes certificarem-se por qualquer meio de prova. de declaração de usucapião, ampliando subjetivamente o
processo, desde que se observem os arts. 259, I, e 328, § 1º, II.
Art. 649. Aos depósitos previstos no artigo antecedente é equipa- Ampliação do Enunciado 237 da Súmula do STF
rado o das bagagens dos viajantes ou hóspedes nas hospedarias FPPC629. (arts.343, §3º, 231, §1º e 350) Se o réu reconvier contra
onde estiverem. o autor e terceiro, o prazo de contestação à reconvenção, para
Parágrafo único. Os hospedeiros responderão como depositários, ambos, iniciar-se-á após a citação do terceiro.
assim como pelos furtos e roubos que perpetrarem as pessoas CJF 120: Deve o juiz determinar a emenda também na recon-
empregadas ou admitidas nos seus estabelecimentos. venção, possibilitando ao reconvinte, a fim de evitar a sua
rejeição prematura, corrigir defeitos e/ou irregularidades.
Art. 650. Cessa, nos casos do artigo antecedente, a responsabili-
dade dos hospedeiros, se provarem que os fatos prejudiciais Súmula 258-STF: É admissível reconvenção em ação declarató-
aos viajantes ou hóspedes não podiam ter sido evitados. ria

CAPÍTULO VIII
DA REVELIA

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DIA 10 / 17

Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e Art. 353. Cumpridas as providências preliminares ou não havendo
presumir-se-ão verdadeiras as ALEGAÇÕES DE FATO formula- necessidade delas, o juiz proferirá julgamento conforme o estado
das pelo autor. do processo, observando o que dispõe o Capítulo X.

Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 CAPÍTULO X
se: DO JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO
I - havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação; Seção I
II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis; Da Extinção do Processo
III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento Art. 354. Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos arts.
que a lei considere indispensável à prova do ato; 485 e 487, incisos II e III, o juiz proferirá sentença.
IV - as alegações de fato formuladas pelo autor forem inve- Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput pode dizer
rossímeis ou estiverem em contradição com prova constante respeito a apenas parcela do processo, caso em que será im-
dos autos. pugnável por agravo de instrumento.

Art. 346. Os prazos contra o revel que não tenha patrono nos au- FPPC154. (art. 354, parágrafo único; art. 1.015, XIII) É cabível
tos fluirão da data de publicação do ato decisório no órgão agravo de instrumento contra ato decisório que indefere
oficial. parcialmente a petição inicial ou a reconvenção
Parágrafo único. O revel poderá intervir no processo em qual-
quer fase, recebendo-o no estado em que se encontrar.
Seção II
Do JULGAMENTO ANTECIPADO DO MÉRITO
Súmula 231-STF: O revel, em processo civil, pode produzir pro- Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo
vas, desde que compareça em tempo oportuno. sentença com resolução de mérito, quando:
I - não houver necessidade de produção de outras provas;
CAPÍTULO IX II - o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não
DAS PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES E DO SANEAMENTO houver requerimento de prova, na forma do art. 349.
Art. 347. Findo o prazo para a contestação, o juiz tomará, confor-
me o caso, as providências preliminares constantes das seções FPPC297. (art. 355) O juiz que promove julgamento antecipado
deste Capítulo. do mérito por desnecessidade de outras provas não pode pro-
ferir sentença de improcedência por insuficiência de provas
JDPC29 A estabilidade do saneamento não impede a produ- JDPC27 Não é necessário o anúncio prévio do julgamento do
ção de outras provas, cuja necessidade se origine de circuns- pedido nas situações do art. 355 do CPC.
tâncias ou fatos apurados na instrução.
Seção III
Seção I Do JULGAMENTO ANTECIPADO PARCIAL DO MÉRITO
Da Não Incidência dos Efeitos da Revelia Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou
Art. 348. Se o réu não contestar a ação, o juiz, verificando a mais dos pedidos formulados ou parcela deles:
inocorrência do efeito da revelia previsto no art. 344, ordenará I - mostrar-se incontroverso;
que o autor especifique as provas que pretenda produzir, se II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos
ainda não as tiver indicado. do art. 355.
§ 1o A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhe-
Art. 349. Ao réu revel será lícita a produção de provas, contrapos- cer a existência de obrigação líquida ou ilíquida.
tas às alegações do autor, desde que se faça representar nos au- § 2o A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação
tos a tempo de praticar os atos processuais indispensáveis a essa reconhecida na decisão que julgar parcialmente o mérito, INDE-
produção. PENDENTEMENTE DE CAUÇÃO, ainda que haja recurso contra
essa interposto.
Seção II § 3o Na hipótese do § 2o, se houver trânsito em julgado da deci-
Do Fato Impeditivo, Modificativo ou Extintivo do Direito do Autor são, a execução será definitiva.
Art. 350. Se o réu alegar fato impeditivo, modificativo ou extinti- § 4o A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcial-
vo do direito do autor, este será ouvido no prazo de 15 dias, mente o mérito poderão ser processados em autos suplemen-
permitindo-lhe o juiz a produção de prova. tares, a requerimento da parte ou a critério do juiz.
§ 5o A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por
Seção III AGRAVO DE INSTRUMENTO.
Das Alegações do Réu
Art. 351. Se o réu alegar qualquer das matérias enumeradas no FPPC512. (art. 356) A decisão ilíquida referida no §1º do art. 356
art. 337, o juiz determinará a oitiva do autor no prazo de 15 dias, somente é permitida nos casos em que a sentença também pu-
permitindo-lhe a produção de prova. der sê-la
FPPC513. (art. 356; Lei 8.245/1991) Postulado o despejo em cu-
Art. 352. Verificando a existência de irregularidades ou de vícios mulação com outro(s) pedido(s), e estando presentes os requisi-
sanáveis, o juiz determinará sua correção em prazo nunca su- tos exigidos pelo art. 356, o juiz deve julgar parcialmente o
perior a 30 dias. mérito de forma antecipada, para determinar a desocupação do
imóvel locado

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DIA 10 / 18

FPPC630. (arts.356, 57 e 58) A necessidade de julgamento simul- FPPC299. (arts. 357, §3º, e 191) O juiz pode designar audiência
tâneo de causas conexas ou em que há continência não impe- também (ou só) com objetivo de ajustar com as partes a fi-
de a prolação de decisões parciais. xação de calendário para fase de instrução e decisão.
CJF 117: O art. 356 do CPC pode ser aplicado nos julgamentos FPPC300. (arts. 357, §7º) O juiz poderá ampliar ou restringir o
dos tribunais. número de testemunhas a depender da complexidade da cau-
CJF 125: A decisão parcial de mérito não pode ser modifica- sa e dos fatos individualmente considerados.
da senão em decorrência do recurso que a impugna. FPPC427. (art. 357, §2º) A proposta de SANEAMENTO CON-
CJF 126: O juiz pode resolver parcialmente o mérito, em rela- SENSUAL feita pelas partes pode agregar questões de fato
ção à matéria não afetada para julgamento, nos processos até então não deduzidas.
suspensos em razão de recursos repetitivos, repercussão ge- FPPC428. (art. 357, §3°, 329) A integração e o esclarecimento
ral, incidente de resolução de demandas repetitivas ou inci- das alegações nos termos do art. 357, §3°, não se confundem
dente de assunção de competência. com o aditamento do ato postulatório previsto no art. 329.
CJF 127: O juiz pode homologar parcialmente a delimitação FPPC631. (arts.357, §§ 2º e 3º e 493) A existência de sanea-
consensual das questões de fato e de direito, após consulta mento negocial ou compartilhado não afasta a incidência
às partes, na forma do art. 10 do CPC. do art. 493.
CJF 128: Exceto quando reconhecida sua nulidade, a convenção
Seção IV das partes sobre o ônus da prova afasta a redistribuição por
Do Saneamento e da Organização do Processo parte do juiz.
Art. 357. Não ocorrendo nenhuma das hipóteses deste Capítulo, JDPC28 Os incisos do art. 357 do CPC não exaurem o conteúdo
deverá o juiz, em decisão de saneamento e de organização do possível da decisão de saneamento e organização do processo.
processo:
I - resolver as questões processuais pendentes, se houver;
Súmula 424-STF: Transita em julgado o despacho saneador de
II - delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a ativi-
que não houve recurso, excluídas as questões deixadas, explícita
dade probatória, especificando os meios de prova admitidos;
ou implicitamente, para a sentença.
III - definir a distribuição do ônus da prova, observado o art.
373;
IV - delimitar as questões de direito relevantes para a decisão CAPÍTULO XI
do mérito; DA AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO
V - designar, se necessário, audiência de instrução e julga- Art. 358. No dia e na hora designados, o juiz declarará aberta a
mento. audiência de instrução e julgamento e mandará apregoar as par-
§ 1o Realizado o saneamento, as partes têm o direito de pedir es- tes e os respectivos advogados, bem como outras pessoas que
clarecimentos ou solicitar ajustes, no prazo comum de 5 dias, dela devam participar.
findo o qual a decisão se torna estável.
§ 2o As partes podem apresentar ao juiz, para homologação, deli- Art. 359. Instalada a audiência, o juiz tentará conciliar as partes,
mitação consensual das questões de fato e de direito a que se independentemente do emprego anterior de outros métodos
referem os incisos II e IV, a qual, se homologada, vincula as de solução consensual de conflitos, como a mediação e a arbi-
partes e o juiz. tragem.
§ 3o Se a causa apresentar complexidade em matéria de fato ou
de direito, deverá o juiz designar audiência para que o sanea- FPPC429. (art. 359) A arbitragem a que se refere o art. 359 é
mento seja feito em cooperação com as partes, oportunidade aquela regida pela Lei 9.307/1996.
em que o juiz, se for o caso, convidará as partes a integrar ou es-
clarecer suas alegações. Art. 360. O juiz exerce o poder de polícia, incumbindo-lhe:
§ 4o Caso tenha sido determinada a produção de prova testemu- I - manter a ordem e o decoro na audiência;
nhal, o juiz fixará prazo comum não superior a 15 dias para que II - ordenar que se retirem da sala de audiência os que se com-
as partes apresentem rol de testemunhas. portarem inconvenientemente;
§ 5o Na hipótese do § 3o, as partes devem levar, para a audiência III - requisitar, quando necessário, força policial;
prevista, o respectivo rol de testemunhas. IV - tratar com urbanidade as partes, os advogados, os membros
§ 6o O número de testemunhas arroladas não pode ser superior do Ministério Público e da Defensoria Pública e qualquer pessoa
a 10, sendo 3, no máximo, para a prova de cada fato. que participe do processo;
§ 7o O juiz poderá limitar o número de testemunhas levando V - registrar em ata, com exatidão, todos os requerimentos apre-
em conta a complexidade da causa e dos fatos individualmente sentados em audiência.
considerados.
§ 8o Caso tenha sido determinada a produção de prova pericial, o Art. 361. As provas orais serão produzidas em audiência, ou-
juiz deve observar o disposto no art. 465 e, se possível, estabele- vindo-se nesta ordem, preferencialmente:
cer, desde logo, calendário para sua realização. I - o perito e os assistentes técnicos, que responderão aos que-
§ 9o As pautas deverão ser preparadas com intervalo mínimo de sitos de esclarecimentos requeridos no prazo e na forma do art.
1 hora entre as audiências. 477, caso não respondidos anteriormente por escrito;
II - o autor e, em seguida, o réu, que prestarão depoimentos
FPPC298. (art. 357, §3º) A audiência de saneamento e organiza- pessoais;
ção do processo em cooperação com as partes poderá ocorrer III - as testemunhas arroladas pelo autor e pelo réu, que serão in-
independentemente de a causa ser complexa quiridas.

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DIA 10 / 19

Parágrafo único. Enquanto depuserem o perito, os assistentes das as partes, exceto quando houver ato de disposição para
técnicos, as partes e as testemunhas, não poderão os advogados cuja prática os advogados não tenham poderes.
e o Ministério Público intervir ou apartear, sem licença do § 3o O escrivão ou chefe de secretaria trasladará para os autos có-
juiz. pia autêntica do termo de audiência.
§ 4o Tratando-se de autos eletrônicos, observar-se-á o disposto
FPPC430. (art. 361, parágrafo único) A necessidade de licença neste Código, em legislação específica e nas normas internas dos
concedida pelo juiz, prevista no parágrafo único do art. 361, É tribunais.
APLICÁVEL TAMBÉM AOS DEFENSORES PÚBLICOS. § 5o A audiência poderá ser integralmente gravada em imagem e
em áudio, em meio digital ou analógico, desde que assegure o
rápido acesso das partes e dos órgãos julgadores, observada a le-
Art. 362. A audiência poderá ser adiada:
gislação específica.
I - por convenção das partes;
§ 6o A gravação a que se refere o § 5o também pode ser realiza-
II - se não puder comparecer, por motivo justificado, qualquer
da diretamente por qualquer das partes, INDEPENDENTE-
pessoa que dela deva necessariamente participar;
MENTE DE AUTORIZAÇÃO JUDICIAL.
III - por atraso injustificado de seu início em tempo superior a
30 minutos do horário marcado.
Art. 368. A audiência será pública, ressalvadas as exceções legais.
§ 1o O impedimento deverá ser comprovado até a abertura da
audiência, e, não o sendo, o juiz procederá à instrução.
§ 2o O juiz poderá dispensar a produção das provas requeridas
pela parte cujo advogado ou defensor público não tenha
CÓDIGO PENAL
comparecido à audiência, aplicando-se a mesma regra ao Mi-
nistério Público.
§ 3o Quem der causa ao adiamento responderá pelas despesas TÍTULO III
acrescidas. DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL
CAPÍTULO I
Art. 363. Havendo antecipação ou adiamento da audiência, o juiz, DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE INTELECTUAL
de ofício ou a requerimento da parte, determinará a intimação Violação de direito autoral
dos advogados ou da sociedade de advogados para ciência da Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe são conexos:
nova designação. Pena – detenção, de 3 meses a 1 ano, ou multa.
§ 1o Se a violação consistir em reprodução total ou parcial,
Art. 364. Finda a instrução, o juiz dará a palavra ao advogado do com intuito de lucro direto ou indireto, por qualquer meio ou
autor e do réu, bem como ao membro do Ministério Público, se processo, de obra intelectual, interpretação, execução ou fono-
for o caso de sua intervenção, sucessivamente, pelo prazo de 20 grama, sem autorização expressa do autor, do artista intérprete
minutos para cada um, prorrogável por 10 minutos, a critério ou executante, do produtor, conforme o caso, ou de quem os re-
do juiz. presente:
§ 1o Havendo litisconsorte ou terceiro interveniente, o prazo, que Pena – reclusão, de 2 a 4 anos, e multa.
formará com o da prorrogação um só todo, dividir-se-á entre os § 2o Na mesma pena do § 1o incorre quem, com o intuito de
do mesmo grupo, se não convencionarem de modo diverso. lucro direto ou indireto, distribui, vende, expõe à venda, alu-
§ 2o Quando a causa apresentar questões complexas de fato ou ga, introduz no País, adquire, oculta, tem em depósito, origi-
de direito, o debate oral poderá ser substituído por razões fi- nal ou cópia de obra intelectual ou fonograma reproduzido
nais escritas, que serão apresentadas pelo autor e pelo réu, bem com violação do direito de autor, do direito de artista intérprete
como pelo Ministério Público, se for o caso de sua intervenção, ou executante ou do direito do produtor de fonograma, ou, ain-
em prazos sucessivos de 15 dias, assegurada vista dos autos. da, aluga original ou cópia de obra intelectual ou fonograma, sem
a expressa autorização dos titulares dos direitos ou de quem os
Art. 365. A audiência é una e contínua, podendo ser excepcio- represente.
nal e justificadamente cindida na ausência de perito ou de § 3o Se a violação consistir no oferecimento ao público,
testemunha, desde que haja concordância das partes. mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer outro
Parágrafo único. Diante da impossibilidade de realização da ins- sistema que permita ao usuário realizar a seleção da obra ou
trução, do debate e do julgamento no mesmo dia, o juiz marcará produção para recebê-la em um tempo e lugar previamente
seu prosseguimento para a data mais próxima possível, em pauta determinados por quem formula a demanda, com intuito de lu-
preferencial. cro, direto ou indireto, sem autorização expressa, conforme o
caso, do autor, do artista intérprete ou executante, do produtor
Art. 366. Encerrado o debate ou oferecidas as razões finais, o juiz de fonograma, ou de quem os represente:
proferirá sentença em audiência ou no prazo de 30 dias. Pena – reclusão, de 2 a 4 anos, e multa.
§ 4o O disposto nos §§ 1o, 2o e 3o não se aplica quando se tra-
Art. 367. O servidor lavrará, sob ditado do juiz, termo que conte- tar de exceção ou limitação ao direito de autor ou os que lhe são
rá, em resumo, o ocorrido na audiência, bem como, por extenso, conexos, em conformidade com o previsto na Lei nº 9.610, de 19
os despachos, as decisões e a sentença, se proferida no ato. de fevereiro de 1998, nem a cópia de obra intelectual ou fonogra-
§ 1o Quando o termo não for registrado em meio eletrônico, o juiz ma, em um só exemplar, para uso privado do copista, sem intuito
rubricar-lhe-á as folhas, que serão encadernadas em volume pró- de lucro direto ou indireto.
prio.
§ 2o Subscreverão o termo o juiz, os advogados, o membro do SÚMULAS SOBRE VIOLAÇÃO DE DIREITOS AUTORAIS
Ministério Público e o escrivão ou chefe de secretaria, dispensa-

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DIA 10 / 20

Súmula 502-STJ: Presentes a materialidade e a autoria, afigura- Pena - detenção, de 1 mês a 1 ano, e multa, além da pena
se típica, em relação ao crime previsto no artigo 184, parágrafo correspondente à violência.
2º, do Código Penal, a conduta de expor à venda CDs e DVDs
piratas. Paralisação de trabalho, seguida de violência ou perturbação
Súmula 574-STJ: Para a configuração do delito de violação de da ordem
direito autoral e a comprovação de sua materialidade, é sufici- Art. 200 - Participar de suspensão ou abandono coletivo de
ente a perícia realizada por amostragem do produto apreen- trabalho, praticando violência contra pessoa ou contra coisa:
dido, nos aspectos externos do material, e é desnecessária a Pena - detenção, de 1 mês a 1 ano, e multa, além da pena
identificação dos titulares dos direitos autorais violados ou correspondente à violência.
daqueles que os representem. Parágrafo único - Para que se considere coletivo o abando-
no de trabalho é indispensável o concurso de, pelo menos, 3
empregados.
Caput: ação penal privada.
§§ 1º e 2º (ex.: venda de DVD pirata): Paralisação de trabalho de interesse coletivo
AÇÃO PENAL NOS Art. 201 - Participar de suspensão ou abandono coletivo de
ação pública incondicionada.
CRIMES PREVISTOS NO trabalho, provocando a interrupção de obra pública ou serviço de
ART. 184 DO CP § 3º: ação penal pública condicionada. interesse coletivo:
Pena - detenção, de 6 meses a 2 anos, e multa.
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
Invasão de estabelecimento industrial, comercial ou agrícola.
Usurpação de nome ou pseudônimo alheio Sabotagem
Art. 186. Procede-se mediante: Art. 202 - Invadir ou ocupar estabelecimento industrial, co-
I – queixa, nos crimes previstos no caput do art. 184; mercial ou agrícola, com o intuito de impedir ou embaraçar o
II – ação penal pública incondicionada, nos crimes previstos curso normal do trabalho, ou com o mesmo fim danificar o es-
nos §§ 1o e 2o do art. 184; tabelecimento ou as coisas nele existentes ou delas dispor:
III – ação penal pública incondicionada, nos crimes cometi- Pena - reclusão, de 1 a 3 anos, e multa.
dos em desfavor de entidades de direito público, autarquia, em-
presa pública, sociedade de economia mista ou fundação instituí- Frustração de direito assegurado por lei trabalhista
da pelo Poder Público; Art. 203 - Frustrar, mediante fraude ou violência, direito as-
IV – ação penal pública condicionada à representação, nos segurado pela legislação do trabalho:
crimes previstos no § 3o do art. 184. Pena - detenção de 1 ano a 2 anos, e multa, além da pena
correspondente à violência.
TÍTULO IV § 1º Na mesma pena incorre quem:
DOS CRIMES CONTRA I - obriga ou coage alguém a usar mercadorias de determi-
A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO nado estabelecimento, para impossibilitar o desligamento do ser-
Atentado contra a liberdade de trabalho viço em virtude de dívida;
Art. 197 - Constranger alguém, mediante violência ou II - impede alguém de se desligar de serviços de qualquer
grave ameaça: natureza, mediante coação ou por meio da retenção de seus do-
I - a exercer ou não exercer arte, ofício, profissão ou in- cumentos pessoais ou contratuais.
dústria, ou a trabalhar ou não trabalhar durante certo período § 2º A pena é aumentada de 1/6 a 1/3 se a vítima é menor
ou em determinados dias: de 18 anos, idosa, gestante, indígena ou portadora de defi-
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da ciência física ou mental.
pena correspondente à violência;
II - a abrir ou fechar o seu estabelecimento de trabalho, ou a Frustração de lei sobre a nacionalização do trabalho
participar de parede ou paralisação de atividade econômica: Art. 204 - Frustrar, mediante fraude ou violência, obrigação
Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano, e multa, além da pena legal relativa à nacionalização do trabalho:
correspondente à violência. Pena - detenção, de 1 mês a 1 ano, e multa, além da pena
correspondente à violência.
Atentado contra a liberdade de contrato de trabalho e boi-
cotagem violenta Exercício de atividade com infração de decisão administrativa
Art. 198 - Constranger alguém, mediante violência ou grave Art. 205 - Exercer atividade, de que está impedido por deci-
ameaça, a celebrar contrato de trabalho, ou a não fornecer a são administrativa:
outrem ou não adquirir de outrem matéria-prima ou produto in- Pena - detenção, de 3 meses a 2 anos, ou multa.
dustrial ou agrícola:
Pena - detenção, de 1 mês a 1 ano, e multa, além da pena Aliciamento para o fim de emigração
correspondente à violência. Art. 206 - Recrutar trabalhadores, mediante fraude, com o
fim de levá-los para território estrangeiro.
Atentado contra a liberdade de associação Pena - detenção, de 1 a 3 anos e multa.
Art. 199 - Constranger alguém, mediante violência ou grave
ameaça, a participar ou deixar de participar de determinado Aliciamento de trabalhadores de um local para outro do ter-
sindicato ou associação profissional: ritório nacional

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Art. 207 - Aliciar trabalhadores, com o fim de levá-los de


uma para outra localidade do território nacional: Súmula 608-STF: No crime de estupro, praticado mediante vio-
Pena - detenção de 1 a 3 anos, e multa. lência real, a ação penal é pública incondicionada
§ 1º Incorre na mesma pena quem recrutar trabalhadores
fora da localidade de execução do trabalho, dentro do território
nacional, mediante fraude ou cobrança de qualquer quantia do A Súmula 608 do STF prevê que “no crime de estupro, praticado
trabalhador, ou, ainda, não assegurar condições do seu retorno mediante violência real, a ação penal é pública incondicionada.”
ao local de origem. O entendimento dessa súmula pode ser aplicado
§ 2º A pena é aumentada de 1/6 a 1/3 se a vítima é menor independentemente da existência da ocorrência de lesões
de 18 anos, idosa, gestante, indígena ou portadora de defi- corporais nas vítimas de estupro. A violência real se
ciência física ou mental. caracteriza não apenas nas situações em que se verificam
lesões corporais, mas sempre que é empregada força física
TÍTULO V contra a vítima, cerceando-lhe a liberdade de agir segundo a
DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO sua vontade. Assim, se os atos foram praticados sob grave
RELIGIOSO E CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS ameaça, com imobilização de vítimas, uso de força física e, em
CAPÍTULO I alguns casos, com mulheres sedadas, trata-se de crime de
DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO estupro que se enquadra na Súmula 608 do STF e que, portanto,
Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele re- a ação é pública incondicionada. STF. 2ª Turma. RHC 117978,
lativo Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 05/06/2018 (Info 905).
Art. 208 - Escarnecer de alguém publicamente, por motivo A Súmula 608 do STF permaneceu válida mesmo após o
de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia advento da Lei nº 12.015/2009. Assim, em caso de estupro
ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou ob- praticado mediante violência real, a ação penal é pública
jeto de culto religioso: incondicionada mesmo após a Lei nº 12.015/2009. STF. 1ª
Pena - detenção, de 1 mês a 1 ano, ou multa. Turma. HC 125360/RJ, rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min.
Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é au- Alexandre de Moraes, julgado em 27/2/2018 (Info 892).
mentada de 1/3, sem prejuízo da correspondente à violência.
Violação sexual mediante fraude
CAPÍTULO II
Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso
DOS CRIMES CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS
com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou
Impedimento ou perturbação de cerimônia funerária
dificulte a livre manifestação de vontade da vítima:
Art. 209 - Impedir ou perturbar enterro ou cerimônia funerá-
Pena - reclusão, de 2 a 6 anos.
ria:
Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de obter van-
Pena - detenção, de 1 mês a 1 ano, ou multa.
tagem econômica, aplica-se também multa.
Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é au-
mentada de 1/3, sem prejuízo da correspondente à violência.
Importunação sexual
Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato
Violação de sepultura
libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a
Art. 210 - Violar ou profanar sepultura ou urna funerária:
de terceiro:
Pena - reclusão, de 1 a 3 anos, e multa.
Pena – reclusão, de 1 a 5 anos, se o ato não constitui crime mais
grave
Destruição, subtração ou ocultação de cadáver
Art. 211 - Destruir, subtrair ou ocultar cadáver ou parte dele:
Assédio sexual
Pena - reclusão, de 1 a 3 anos, e multa.
Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter
vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente
Vilipêndio a cadáver
da sua condição de superior hierárquico ou ascendência ine-
Art. 212 - Vilipendiar cadáver ou suas cinzas:
rentes ao exercício de emprego, cargo ou função (decorrentes
Pena - detenção, de 1 a 3 anos, e multa.
de relação de trabalho).
Pena – detenção, de 1 a 2 anos.
TÍTULO VI
§ 2o A pena é aumentada em até 1/3 se a vítima é menor
DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
de 18 anos.
CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL
CAPÍTULO I- A
Estupro
DA EXPOSIÇÃO DA INTIMIDADE SEXUAL
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave amea-
(LEI 13772/2018)
ça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com
Registro não autorizado da intimidade sexual
ele se pratique outro ato libidinoso:
Art. 216-B. Produzir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer
Pena - reclusão, de 6 a 10 anos.
meio, conteúdo com cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso
§ 1 Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou
de caráter íntimo e privado sem autorização dos participan-
se a vítima é menor de 18 ou maior de 14 anos:
tes:
Pena - reclusão, de 8 a 12 anos.
Pena - detenção, de 6 meses a 1 ano, e multa.
§ 2o Se da conduta resulta morte:
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem realiza monta-
Pena - reclusão, de 12 a 30 anos
gem em fotografia, vídeo, áudio ou qualquer outro registro com

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DIA 10 / 22

o fim de incluir pessoa em cena de nudez ou ato sexual ou libidi- em 26/06/2019.


noso de caráter íntimo.
Em caso de estupro de vulnerável praticado contra duas ou mais
CAPÍTULO II vítimas, mediante violência presumida, não há continuidade
DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL delitiva específica (art. 71, parágrafo único, do CP). Isso porque
a violência de que trata a continuidade delitiva especial é a
real, não abarcando a violência presumida. STJ. 5ª Turma. HC
Súmula 593-STJ: O crime de estupro de vulnerável se configura
232709/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 25/10/2016.
com a conjunção carnal ou prática de ato libidinoso com menor
de 14 anos, sendo irrelevante eventual consentimento da A jurisprudência do STJ entende que, nas hipóteses de estupro
vítima para a prática do ato, sua experiência sexual anterior ou praticado com violência presumida, não incide a regra do
existência de relacionamento amoroso com o agente concurso material nem da continuidade delitiva específica.
Neste caso, deverá ser aplicada a continuidade delitiva sim-
ples (art. 71, caput, do CP), desde que estejam preenchidos, cu-
A experiência sexual anterior e a eventual
mulativamente, os requisitos de ordem objetiva (pluralidade de
homossexualidade do ofendido, assim como não
ações, mesmas condições de tempo, lugar e modo de execução)
desnaturam (descaracterizam) o crime sexual praticado
e o de ordem subjetiva, assim entendido como a unidade de de-
contra menor de 14 anos, NÃO SERVEM também para
sígnios ou o vínculo subjetivo havido entre os eventos delituo-
JUSTIFICAR A DIMINUIÇÃO DA PENA-BASE, A TÍTULO DE
sos. STJ. 6ª Turma. REsp 1602771/MG, Rel. Min. Rogerio Schietti
COMPORTAMENTO DA VÍTIMA. STJ. 6ª Turma. REsp 897.734-
Cruz, julgado em 17/10/2017.
PR, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 3/2/2015 (Info 555).
A conduta de contemplar lascivamente, sem contato físico,
ESTUPRO BILATERAL: ocorre o “estupro bilateral” quando dois
mediante pagamento, menor de 14 anos desnuda em motel
menores de 14 anos praticam conjunção carnal ou outro ato
pode permitir a deflagração da ação penal para a apuração do
libidinoso entre si
delito de estupro de vulnerável. STJ. 5ª Turma. RHC 70976-MS,
“EXCEÇÃO DE ROMEU E JULIETA”: Trata-se de uma tese Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 2/8/2016 (Info 587).
defensiva segundo a qual se o agente praticasse sexo
O agente que passa as mãos nas coxas e seios da vítima me-
consensual (conjunção carnal ou ato libidinoso) com uma
nor de 14 anos, por dentro de sua roupa, pratica, em tese, o
pessoa menor de 14 anos, não deveria ser condenado se a
crime de estupro de vulnerável (art. 217-A do CP). Não impor-
diferença entre o agente e a vítima não fosse superior a 5
ta que não tenha havido penetração vaginal (conjunção carnal).
anos. A “exceção de Romeu e Julieta” não é aceita pela
STF. 1ª Turma. RHC 133121/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red.
jurisprudência, ou seja, mesmo que a diferença entre autor e
p/o acórdão Min. Edson Fachin julgado em 30/8/2016 (Info 837).
vítima seja menor que 5 anos, mesmo que o sexo seja
consensual e mesmo que eles sejam namorados, há crime. A consumação do delito de estupro de vulnerável (art. 217-A do
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br Código Penal) dá-se não apenas quando há conjunção carnal,
mas sim todas as vezes em que houver a prática de qualquer
Estupro de vulnerável ato libidinoso com menor de 14 anos. No caso, o agente dei-
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidino- tou-se por cima da vítima com o membro viril à mostra, após re-
so com menor de 14 anos: tirar-lhe as calças, o que de per si, configura ato libidinoso para
Pena - reclusão, de 8 a 15 anos. a consumação do delito de estupro de vulnerável. O STJ entende
§ 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no que é inadmissível que o Julgador de forma manifestamente
caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, contrária à lei e utilizando-se dos princípios da razoabilidade e
NÃO TEM O NECESSÁRIO DISCERNIMENTO para a prática do da proporcionalidade, reconheça a forma tentada do delito, em
ato, ou que, por qualquer outra causa, NÃO PODE OFERECER razão da alegada menor gravidade da conduta. STJ. 6ª Turma.
RESISTÊNCIA. REsp 1353575-PR, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em
§ 3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave 5/12/2013 (Info 533).
Pena - reclusão, de 10 a 20 anos.
Para que o crime seja considerado consumado, não é indispen-
§ 4o Se da conduta resulta morte:
sável que o ato libidinoso praticado seja invasivo (introdução do
Pena - reclusão, de 12 a 30 anos.
membro viril nas cavidades da vítima). Logo, toques íntimos
§ 5º As penas previstas no caput e nos §§ 1 º, 3º e 4º deste artigo
podem servir para consumar o delito. STJ. 6ª Turma. REsp
aplicam-se independentemente do consentimento da vítima
1309394-RS, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em
ou do fato de ela ter mantido relações sexuais anteriormente
05/02/2015 (Info 555).
ao crime.
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br

O crime de estupro de vulnerável é material Corrupção de menores


Art. 218. Induzir alguém menor de 14 anos a satisfazer a lascí-
Não é possível a desclassificação da figura do estupro de
via de outrem:
vulnerável (art. 217-A do CP) para o crime do art. 215-A do
Pena - reclusão, de 2 a 5 anos.
CP (importunação sexual). Isso porque o tipo penal do art.
215-A é praticado sem violência ou grave ameaça e o delito do
Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescen-
art. 217-A inclui a presunção absoluta de violência ou grave
te
ameaça, por se tratar de menor de 14 anos. STJ. 3ª Seção. AgRg
na RvCr 4.969/DF, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado

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DIA 10 / 23

Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de 14 anos, IV – de 1/3 a 2/3, se o crime é praticado:
ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidi- Estupro coletivo
noso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem: a) mediante concurso de 2 ou mais agentes;
Pena - reclusão, de 2 a 4 anos. Estupro corretivo
b) para controlar o comportamento social ou sexual da
Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração vítima
sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável.
Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra CAPÍTULO V
forma de exploração sexual alguém menor de 18 anos ou que, DO LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE PESSOA PARA FIM DE
por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA DE
discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou difi- EXPLORAÇÃO SEXUAL
cultar que a abandone: Mediação para servir a lascívia de outrem
Pena - reclusão, de 4 a 10 anos. Art. 227 - Induzir alguém a satisfazer a lascívia de outrem:
§ 1o Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econô- Pena - reclusão, de 1 a 3 anos.
mica, aplica-se também multa. § 1o Se a vítima é maior de 14 e menor de 18 anos, ou se
§ 2o Incorre nas mesmas penas: o agente é seu ascendente, descendente, cônjuge ou compa-
I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com al- nheiro, irmão, tutor ou curador ou pessoa a quem esteja confiada
guém menor de 18 e maior de 14 anos na situação descrita no para fins de educação, de tratamento ou de guarda:
caput deste artigo; Pena - reclusão, de 2 a 5 anos.
II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que § 2º - Se o crime é cometido com emprego de violência, gra-
se verifiquem as práticas referidas no caput deste artigo. ve ameaça ou fraude:
§ 3o Na hipótese do inciso II do § 2o, constitui efeito obrigatório Pena - reclusão, de 2 a 8 anos, além da pena correspondente
da condenação a cassação da licença de localização e de fun- à violência.
cionamento do estabelecimento. § 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se
também multa.
Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerá-
vel, de cena de sexo ou de pornografia Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração
Art. 218-C. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou sexual
expor à venda, distribuir, publicar ou divulgar, por qualquer meio Art. 228. Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra
– inclusive por meio de comunicação de massa ou sistema de forma de exploração sexual, facilitá-la, impedir ou dificultar que
informática ou telemática –, fotografia, vídeo ou outro registro alguém a abandone:
audiovisual que contenha cena de estupro ou de estupro de Pena - reclusão, de 2 a 5 anos, e multa.
vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua prática, ou, § 1o Se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão,
sem o consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou
pornografia: empregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma,
Pena – reclusão, de 1 a 5 anos, se o fato não constitui crime mais obrigação de cuidado, proteção ou vigilância:
grave. Pena - reclusão, de 3 a 8 anos.
Aumento de pena § 2º - Se o crime, é cometido com emprego de violência, gra-
§ 1º A pena é aumentada de 1/3 a 2/3 se o crime é praticado ve ameaça ou fraude:
por agente que mantém ou tenha mantido relação íntima de Pena - reclusão, de 4 a 10 anos, além da pena corresponden-
afeto com a vítima ou com o fim de vingança ou humilhação. te à violência.
Exclusão de ilicitude § 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se
§ 2º Não há crime quando o agente pratica as condutas também multa.
descritas no caput deste artigo em publicação de natureza
jornalística, científica, cultural ou acadêmica com a adoção de Casa de prostituição
recurso que impossibilite a identificação da vítima, ressalvada Art. 229. Manter, por conta própria ou de terceiro, estabele-
sua prévia autorização, caso seja maior de 18 anos. cimento em que ocorra exploração sexual, haja, ou não, intuito de
lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente:
CAPÍTULO IV Pena - reclusão, de 2 a 5 anos, e multa.
DISPOSIÇÕES GERAIS
Ação penal Rufianismo
Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, Art. 230 - Tirar proveito da prostituição alheia, participan-
procede-se mediante ação penal pública INCONDICIONADA. do diretamente de seus lucros ou fazendo-se sustentar, no todo
ou em parte, por quem a exerça:
Aumento de pena Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Art. 226. A pena é aumentada: § 1o Se a vítima é menor de 18 e maior de 14 anos ou se o cri-
I – de 1/4, se o crime é cometido com o concurso de 2 ou me é cometido por ascendente, padrasto, madrasta, irmão,
mais pessoas; enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou
II – de 1/2, se o agente é ascendente, padrasto ou ma- empregador da vítima, ou por quem assumiu, por lei ou outra for-
drasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, pre- ma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância:
ceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título Pena - reclusão, de 3 a 6 anos, e multa.
tiver autoridade sobre ela

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DIA 10 / 24

§ 2o Se o crime é cometido mediante violência, grave ameaça, DE RESPONSABILIDADE DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS
fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação Art. 513. Os crimes de responsabilidade dos funcionários
da vontade da vítima: públicos, cujo processo e julgamento competirão aos juízes de
Pena - reclusão, de 2 a 8 anos, sem prejuízo da pena correspon- direito, a queixa ou a denúncia será instruída com documentos
dente à violência. ou justificação que façam presumir a existência do delito ou
com declaração fundamentada da impossibilidade de apre-
Promoção de migração ilegal sentação de qualquer dessas provas.
Art. 232-A. Promover, por qualquer meio, com o fim de obter
vantagem econômica, a entrada ilegal de estrangeiro em Art. 514. Nos CRIMES AFIANÇÁVEIS, estando a denúncia
território nacional ou de brasileiro em país estrangeiro: ou queixa em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a
Pena - reclusão, de 2 a 5 anos, e multa. notificação do acusado, para responder por escrito, dentro do
§ 1º Na mesma pena incorre quem promover, por qualquer meio, prazo de 15 dias (defesa prévia)
com o fim de obter vantagem econômica, a saída de Parágrafo único. Se não for conhecida a residência do acu-
estrangeiro do território nacional para ingressar ilegalmente em sado, ou este se achar fora da jurisdição do juiz, ser-lhe-á nomea-
país estrangeiro. do defensor, a quem caberá apresentar a resposta preliminar.
§ 2º A pena é aumentada de 1/6 a 1/3 se:
I - o crime é cometido com violência; ou Art. 515. No caso previsto no artigo anterior, durante o pra-
II - a vítima é submetida a condição desumana ou degradante. zo concedido para a resposta, os autos permanecerão em cartó-
§ 3º A pena prevista para o crime será aplicada sem prejuízo rio, onde poderão ser examinados pelo acusado ou por seu de-
das correspondentes às infrações conexas. fensor.
Parágrafo único. A resposta poderá ser instruída com docu-
CAPÍTULO VI mentos e justificações.
DO ULTRAJE PÚBLICO AO PUDOR
Ato obsceno Art. 516. O juiz rejeitará a queixa ou denúncia, em despa-
Art. 233 - Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto cho fundamentado, se convencido, pela resposta do acusado ou
ou exposto ao público: do seu defensor, da inexistência do crime ou da improcedência
Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano, ou multa. da ação.

Escrito ou objeto obsceno Art. 517. Recebida a denúncia ou a queixa, será o acusa-
Art. 234 - Fazer, importar, exportar, adquirir ou ter sob sua do citado, na forma estabelecida no Capítulo I do Título X do Li-
guarda, para fim de comércio, de distribuição ou de exposição vro I.
pública, escrito, desenho, pintura, estampa ou qualquer objeto
obsceno: Art. 518. Na instrução criminal e nos demais termos do pro-
Pena - detenção, de 6 meses a 2 anos, ou multa. cesso, observar-se-á o disposto nos Capítulos I e III, Título I, deste
Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem: Livro.
I - vende, distribui ou expõe à venda ou ao público qualquer
dos objetos referidos neste artigo; CAPÍTULO III
II - realiza, em lugar público ou acessível ao público, repre- DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS CRIMES
sentação teatral, ou exibição cinematográfica de caráter obsceno, DE CALÚNIA E INJÚRIA, DE COMPETÊNCIA DO JUIZ SINGULAR
ou qualquer outro espetáculo, que tenha o mesmo caráter; Art. 519. No processo por crime de calúnia ou injúria, para
III - realiza, em lugar público ou acessível ao público, ou pelo o qual não haja outra forma estabelecida em lei especial, obser-
rádio, audição ou recitação de caráter obsceno. var-se-á o disposto nos Capítulos I e III, Titulo I, deste Livro, com
as modificações constantes dos artigos seguintes.
CAPÍTULO VII
DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 520. Antes de receber a queixa, o juiz oferecerá às par-
Aumento de pena tes oportunidade para se reconciliarem, fazendo-as comparecer
Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título a pena é aumenta- em juízo e ouvindo-as, separadamente, SEM A PRESENÇA DOS
da SEUS ADVOGADOS, não se lavrando termo.
III – de 1/2 a 2/3, se do crime resulta gravidez;
IV – de 1/3 a 2/3, se o agente transmite à vítima doença Art. 521. Se depois de ouvir o querelante e o querelado, o
sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber ser juiz achar provável a reconciliação, promoverá entendimento
portador, ou se a vítima é idosa ou pessoa com deficiência. entre eles, na sua presença.

Art. 234-B. Os processos em que se apuram crimes definidos nes- Art. 522. No caso de reconciliação, depois de assinado pelo
te Título correrão em segredo de justiça. querelante o termo da desistência, a queixa será arquivada.

CÓDIGO PROCESSO PENAL Art. 523. Quando for oferecida a exceção da verdade ou da
notoriedade do fato imputado, o querelante poderá contestar a
exceção no prazo de 2 dias, podendo ser inquiridas as teste-
TÍTULO II
munhas arroladas na queixa, ou outras indicadas naquele prazo,
DOS PROCESSOS ESPECIAIS
em substituição às primeiras, ou para completar o máximo legal.
CAPÍTULO II
DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS CRIMES

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DIA 10 / 25

CAPÍTULO IV Art. 530-E. Os titulares de direito de autor e os que lhe são


DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS CRIMES conexos serão os fiéis depositários de todos os bens apreendidos,
CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL devendo colocá-los à disposição do juiz quando do ajuizamento
Art. 524. No processo e julgamento dos crimes contra a pro- da ação.
priedade IMATERIAL, observar-se-á o disposto nos Capítulos I e
III do Título I deste Livro, com as modificações constantes dos ar- Art. 530-F. Ressalvada a possibilidade de se preservar o cor -
tigos seguintes. po de delito, o juiz poderá determinar, a requerimento da vítima,
a destruição da produção ou reprodução apreendida quando não
Art. 525. No caso de haver o crime deixado vestígio, a houver impugnação quanto à sua ilicitude ou quando a ação pe-
queixa ou a denúncia não será recebida se não for instruída nal não puder ser iniciada por falta de determinação de quem
com o exame pericial dos objetos que constituam o corpo de seja o autor do ilícito.
delito.
Art. 530-G. O juiz, ao prolatar a sentença condenatória,
Art. 526. Sem a prova de direito à ação, não será recebida poderá determinar a destruição dos bens ilicitamente produ-
a queixa, nem ordenada qualquer diligência preliminarmente zidos ou reproduzidos e o perdimento dos equipamentos
requerida pelo ofendido. apreendidos, desde que precipuamente destinados à produção
e reprodução dos bens, em favor da Fazenda Nacional, que deve-
Art. 527. A diligência de busca ou de apreensão será rea- rá destruí-los ou doá-los aos Estados, Municípios e Distrito Fede-
lizada por 2 peritos nomeados pelo juiz, que verificarão a exis- ral, a instituições públicas de ensino e pesquisa ou de assistência
tência de fundamento para a apreensão, e quer esta se realize, social, bem como incorporá-los, por economia ou interesse públi-
quer não, o laudo pericial será apresentado dentro de 3 dias co, ao patrimônio da União, que não poderão retorná-los aos ca-
após o encerramento da diligência. nais de comércio.
Parágrafo único. O requerente da diligência poderá impug-
nar o laudo contrário à apreensão, e o juiz ordenará que esta se Art. 530-H. As associações de titulares de direitos de autor
efetue, se reconhecer a improcedência das razões aduzidas pelos e os que lhes são conexos poderão, em seu próprio nome, funci-
peritos. onar como assistente da acusação nos crimes previstos no art.
184 do Código Penal, quando praticado em detrimento de qual-
Art. 528. Encerradas as diligências, os autos serão conclusos quer de seus associados.
ao juiz para homologação do laudo.
Art. 530-I. Nos crimes em que caiba ação penal pública in-
Art. 529. Nos crimes de ação privativa do ofendido, não condicionada ou condicionada, observar-se-ão as normas cons-
será admitida queixa com fundamento em apreensão e em tantes dos arts. 530-B, 530-C, 530-D, 530-E, 530-F, 530-G e 530-H.
perícia, se decorrido o prazo de 30 dias, após a homologação
do laudo. CAPÍTULO V
Parágrafo único. Será dada vista ao Ministério Público dos DO PROCESSO SUMÁRIO
autos de busca e apreensão requeridas pelo ofendido, se o crime Art. 531. Na audiência de instrução e julgamento, a ser re-
for de ação pública e não tiver sido oferecida queixa no prazo fi - alizada no prazo máximo de 30 dias, proceder-se-á à tomada de
xado neste artigo. declarações do ofendido, se possível, à inquirição das testemu-
nhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressal-
Art. 530. Se ocorrer prisão em flagrante e o réu não for vado o disposto no art. 222 deste Código, bem como aos esclare-
posto em liberdade, o prazo a que se refere o artigo anterior cimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pes-
será de 8 dias. soas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado e proce-
dendo-se, finalmente, ao debate.
Art. 530-A. O disposto nos arts. 524 a 530 será aplicável aos
crimes em que se proceda mediante queixa. Art. 532. Na instrução, poderão ser inquiridas até 5 teste-
Art. 530-B. Nos casos das infrações previstas nos §§ 1 o, 2o e munhas arroladas pela acusação e 5 pela defesa.
o
3 do art. 184 do Código Penal, a autoridade policial procederá à
apreensão dos bens ilicitamente produzidos ou reproduzidos, em Art. 533. Aplica-se ao procedimento sumário o disposto nos
sua totalidade, juntamente com os equipamentos, suportes e ma- parágrafos do art. 400 deste Código
teriais que possibilitaram a sua existência, desde que estes se des-
tinem precipuamente à prática do ilícito. Art. 534. As alegações finais SERÃO ORAIS, concedendo-
se a palavra, respectivamente, à acusação e à defesa, pelo prazo
Art. 530-C. Na ocasião da apreensão será lavrado termo, as- de 20 minutos, prorrogáveis por mais 10, proferindo o juiz, a
sinado por 2 ou mais testemunhas, com a descrição de todos os seguir, sentença.
bens apreendidos e informações sobre suas origens, o qual deve- § 1o Havendo mais de um acusado, o tempo previsto para
rá integrar o inquérito policial ou o processo. a defesa de cada um será individual.
§ 2o Ao assistente do Ministério Público, após a manifesta-
Art. 530-D. Subsequente à apreensão, será realizada, por pe- ção deste, serão concedidos 10 minutos, prorrogando-se por
rito oficial, ou, na falta deste, por pessoa tecnicamente habilitada, igual período o tempo de manifestação da defesa.
perícia sobre todos os bens apreendidos e elaborado o laudo que
deverá integrar o inquérito policial ou o processo.

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DIA 10 / 26

Art. 535. Nenhum ato será adiado, salvo quando impres- Parágrafo único. No curso do processo, e depois de subirem
cindível a prova faltante, determinando o juiz a condução coer- os autos conclusos para sentença, o juiz poderá, dentro em 5
citiva de quem deva comparecer. dias, requisitar de autoridades ou de repartições todos os esclare-
cimentos para a restauração.
Art. 536. A testemunha que comparecer será inquirida, inde-
pendentemente da suspensão da audiência, observada em Art. 545. Os selos e as taxas judiciárias, já pagos nos autos
qualquer caso a ordem estabelecida no art. 531 deste Código. originais, não serão novamente cobrados.

Art. 538. Nas infrações penais de menor potencial ofensivo, Art. 546. Os causadores de extravio de autos responderão
quando o juizado especial criminal encaminhar ao juízo comum pelas custas, em dobro, sem prejuízo da responsabilidade crimi-
as peças existentes para a adoção de outro procedimento, OB- nal.
SERVAR-SE-Á O PROCEDIMENTO SUMÁRIO previsto neste Ca-
pítulo. Art. 547. Julgada a restauração, os autos respectivos va-
lerão pelos originais.
CAPÍTULO VI Parágrafo único. Se no curso da restauração aparecerem
DO PROCESSO DE RESTAURAÇÃO DE AUTOS EXTRAVIADOS OU os autos originais, nestes continuará o processo, apensos a
DESTRUÍDOS eles os autos da restauração.
Art. 541. Os autos originais de processo penal extraviados
ou destruídos, em primeira ou segunda instância, serão restaura- Art. 548. Até à decisão que julgue restaurados os autos, a
dos. sentença condenatória em execução continuará a produzir efei-
§ 1o Se existir e for exibida cópia autêntica ou certidão do to, desde que conste da respectiva guia arquivada na cadeia
processo, será uma ou outra considerada como original. ou na penitenciária, onde o réu estiver cumprindo a pena, ou de
§ 2o Na falta de cópia autêntica ou certidão do processo, o registro que torne a sua existência inequívoca.
juiz mandará, de ofício, ou a requerimento de qualquer das par-
tes, que: CAPÍTULO VII
a) o escrivão certifique o estado do processo, segundo a sua DO PROCESSO DE APLICAÇÃO DE MEDIDA DE SEGURANÇA
lembrança, e reproduza o que houver a respeito em seus proto- POR FATO NÃO CRIMINOSO
colos e registros; Art. 549. Se a autoridade policial tiver conhecimento de
b) sejam requisitadas cópias do que constar a respeito no fato que, embora não constituindo infração penal, possa de-
Instituto Médico-Legal, no Instituto de Identificação e Estatística terminar a aplicação de medida de segurança (Código Penal,
ou em estabelecimentos congêneres, repartições públicas, peni- arts. 14 e 27), deverá proceder a inquérito, a fim de apurá-lo e
tenciárias ou cadeias; averiguar todos os elementos que possam interessar à verificação
c) as partes sejam citadas pessoalmente, ou, se não forem da periculosidade do agente.
encontradas, por edital, com o prazo de 10 dias, para o proces-
so de restauração dos autos. Art. 550. O processo será promovido pelo Ministério Pú-
o blico, mediante requerimento que conterá a exposição sucinta do
§ 3 Proceder-se-á à restauração na 1a instância, ainda que
fato, as suas circunstâncias e todos os elementos em que se fun-
os autos se tenham extraviado na segunda.
dar o pedido.
Art. 542. No dia designado, as partes serão ouvidas, mencio-
Art. 551. O juiz, ao deferir o requerimento, ordenará a inti-
nando-se em termo circunstanciado os pontos em que estiverem
mação do interessado para comparecer em juízo, a fim de ser in-
acordes e a exibição e a conferência das certidões e mais repro-
terrogado.
duções do processo apresentadas e conferidas.

Art. 552. Após o interrogatório ou dentro do prazo de 2


Art. 543. O juiz determinará as diligências necessárias para a
dias, o interessado ou seu defensor poderá oferecer alega-
restauração, observando-se o seguinte:
ções.
I - caso ainda não tenha sido proferida a sentença, reinqui-
Parágrafo único. O juiz nomeará defensor ao interessado
rir-se-ão as testemunhas podendo ser substituídas as que ti-
que não o tiver.
verem falecido ou se encontrarem em lugar não sabido;
II - os exames periciais, quando possível, serão repetidos, e
Art. 553. O Ministério Público, ao fazer o requerimento inici-
de preferência pelos mesmos peritos;
al, e a defesa, no prazo estabelecido no artigo anterior, poderão
III - a prova documental será reproduzida por meio de cópia
requerer exames, diligências e arrolar até 3 testemunhas.
autêntica ou, quando impossível, por meio de testemunhas;
IV - poderão também ser inquiridas sobre os atos do proces-
Art. 554. Após o prazo de defesa ou a realização dos exames
so, que deverá ser restaurado, as autoridades, os serventuários, os
e diligências ordenados pelo juiz, de ofício ou a requerimento das
peritos e mais pessoas que tenham nele funcionado;
partes, será marcada audiência, em que, inquiridas as testemu-
V - o Ministério Público e as partes poderão oferecer teste-
nhas e produzidas alegações orais pelo órgão do Ministério Públi-
munhas e produzir documentos, para provar o teor do processo
co e pelo defensor, dentro de 10 minutos para cada um, o juiz
extraviado ou destruído.
proferirá sentença.
Parágrafo único. Se o juiz não se julgar habilitado a proferir
Art. 544. Realizadas as diligências que, salvo motivo de for-
a decisão, designará, desde logo, outra audiência, que se realizará
ça maior, deverão concluir-se dentro de 20 dias, serão os autos
dentro de 5 dias, para publicar a sentença.
conclusos para julgamento.

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DIA 10 / 27

rente a formalidade cuja observância só à parte contrária in-


Art. 555. Quando, instaurado processo por infração penal, o teresse [PRINCÍPIO DA BOA-FÉ]
juiz, absolvendo ou impronunciando o réu, reconhecer a existên-
cia de qualquer dos fatos previstos no art. 14 ou no art. 27 do Art. 566. Não será declarada a nulidade de ato processual
Código Penal, aplicar-lhe-á, se for caso, medida de segurança. que não houver influído na apuração da verdade substancial
ou na decisão da causa [PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE
LIVRO III DAS FORMAS]
DAS NULIDADES E DOS RECURSOS EM GERAL
TÍTULO I Art. 567. A incompetência do juízo ANULA SOMENTE OS
DAS NULIDADES ATOS DECISÓRIOS, devendo o processo, quando for declarada a
Art. 563. NENHUM ato será declarado nulo, se da nulidade nulidade, ser remetido ao juiz competente.
não resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa [PAS DE
NULLITÉ SANS GRIEF] Art. 568. A nulidade por ilegitimidade do representante
da parte poderá ser a todo tempo sanada, mediante ratificação
Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos: dos atos processuais.
I - por incompetência, suspeição ou suborno do juiz;
II - por ilegitimidade de parte; Art. 569. As omissões da denúncia ou da queixa, da re-
III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes: presentação, ou, nos processos das contravenções penais, da
a) a denúncia ou a queixa e a representação e, nos proces- portaria ou do auto de prisão em flagrante, poderão ser su-
sos de contravenções penais, a portaria ou o auto de prisão em pridas a todo o tempo, antes da sentença final.
flagrante;
b) o exame do corpo de delito nos crimes que deixam Art. 570. A falta ou a nulidade da citação, da intimação
vestígios, ressalvado o disposto no Art. 167; ou notificação estará sanada, desde que o interessado compa-
c) a nomeação de defensor ao réu presente, que o não ti- reça, antes de o ato consumar-se, embora declare que o faz
ver, ou ao ausente, e de curador ao menor de 21 anos; para o único fim de arguí-la. O juiz ordenará, todavia, a suspen-
d) a intervenção do Ministério Público em todos os ter- são ou o adiamento do ato, quando reconhecer que a irregulari-
mos da ação por ele intentada e nos da intentada pela parte dade poderá prejudicar direito da parte.
ofendida, quando se tratar de crime de ação pública; Art. 571. As nulidades deverão ser arguidas:
e) a citação do réu para ver-se processar, o seu interrogató- I - as da instrução criminal dos processos da competência do
rio, quando presente, e os prazos concedidos à acusação e à júri, nos prazos a que se refere o art. 406 (prazo da resposta à
defesa; acusação – 10 dias);
f) a sentença de pronúncia, o libelo e a entrega da respecti- II - as da instrução criminal dos processos de competência
va cópia, com o rol de testemunhas, nos processos perante o Tri- do juiz singular e dos processos especiais, salvo os dos Capítulos
bunal do Júri; V e Vll do Título II do Livro II, nos prazos a que se refere o art. 500
g) a intimação do réu para a sessão de julgamento, pelo III - as do processo sumário, no prazo a que se refere o
Tribunal do Júri, quando a lei não permitir o julgamento à re- art. 537, ou, se verificadas depois desse prazo, logo depois de
velia; aberta a audiência e apregoadas as partes;
h) a intimação das testemunhas arroladas no libelo e na con- IV - as do processo regulado no Capítulo VII do Título II do
trariedade, nos termos estabelecidos pela lei; Livro II, logo depois de aberta a audiência;
i) a presença pelo menos de 15 jurados para a constituição V - as ocorridas posteriormente à pronúncia, logo depois
do júri; de anunciado o julgamento e apregoadas as partes (art. 447);
j) o sorteio dos jurados do conselho de sentença em nú- VI - as de instrução criminal dos processos de competência
mero legal e sua incomunicabilidade; do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais de Apelação, nos
k) os quesitos e as respectivas respostas; prazos a que se refere o art. 500;
l) a acusação e a defesa, na sessão de julgamento; VII - se verificadas após a decisão da primeira instância,
m) a sentença; nas razões de recurso ou logo depois de anunciado o julga-
n) o recurso de oficio, nos casos em que a lei o tenha es- mento do recurso e apregoadas as partes;
tabelecido; VIII - as do julgamento em plenário, em audiência ou em
o) a intimação, nas condições estabelecidas pela lei, para sessão do tribunal, logo depois de ocorrerem.
ciência de sentenças e despachos de que caiba recurso;
p) no Supremo Tribunal Federal e nos Tribunais de Apelação, Art. 572. As nulidades previstas no art. 564, III, d (interven-
o quorum legal para o julgamento; ção do MP) e e, segunda parte (prazos concedidos à defesa e à
IV - por omissão de formalidade que constitua elemento acusação), g (intimação sessão de julgamento, pelo Júri) e h (inti-
essencial do ato. mação das testemunhas arroladas no libelo e na contrariedade), e
V - em decorrência de decisão carente de fundamentação. IV (omissão de formalidade que constitua elemento essencial do
(LEI 13964/19) ato), considerar-se-ão sanadas:
Parágrafo único. Ocorrerá ainda a nulidade, por deficiên- I - se não forem arguidas, em tempo oportuno, de acordo
cia dos quesitos ou das suas respostas, e contradição entre es- com o disposto no artigo anterior;
tas. II - se, praticado por outra forma, o ato tiver atingido o
seu fim;
Art. 565. NENHUMA das partes poderá arguir nulidade a III - se a parte, ainda que tacitamente, tiver aceito os seus
que haja dado causa, ou para que tenha concorrido, ou refe- efeitos.

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DIA 10 / 28

11) Na intimação pessoal do réu acerca de sentença de


Art. 573. Os atos, cuja nulidade não tiver sido sanada, na pronúncia ou condenatória, a ausência de apresentação do
forma dos artigos anteriores, serão renovados ou retificados. termo de recurso ou a não indagação sobre sua intenção de
§ 1o A nulidade de um ato, uma vez declarada, causará a recorrer não gera nulidade do ato.
dos atos que dele diretamente dependam ou sejam conse- 12) A inquirição das testemunhas pelo Juiz antes que seja
quência [PRINCÍPIO DA CAUSALIDADE (EFEITO EXPANSIVO)] oportunizada às partes a formulação das perguntas, com a
§ 2o O juiz que pronunciar a nulidade declarará os atos a inversão da ordem prevista no art. 212 do Código de Processo
que ela se estende. Penal, constitui nulidade relativa.
13) A falta de comunicação ao acusado sobre o direito de
SÚMULAS SOBRE NULIDADES permanecer em silêncio é causa de nulidade relativa, cujo
reconhecimento depende da comprovação do prejuízo.
Súmula 523-STF: No processo penal, a falta da defesa constitui
14) A ausência do oferecimento das alegações finais em
nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se hou-
processos de competência do Tribunal do Júri não acarreta
ver prova de prejuízo para o réu.
nulidade, uma vez que a decisão de pronúncia encerra juízo
Súmula 706-STF: É relativa a nulidade decorrente da inobser-
provisório acerca da culpa.
vância da competência penal por prevenção.
15) As nulidades existentes na decisão de pronúncia devem
Súmula 707-STF: Constitui nulidade a falta de intimação do de-
ser arguidas no momento oportuno e por meio do recurso
nunciado para oferecer contra-razões ao recurso interposto da
próprio, sob pena de preclusão.
rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de defensor
16) A instauração de inquérito policial em momento anterior à
dativo.
constituição definitiva do crédito tributário não é causa de
Súmula 708-STF: É NULO o julgamento da apelação se, após a
nulidade da ação penal, se evidenciado que o tributo foi
manifestação nos autos da renúncia do único defensor, o réu
constituído antes de sua propositura.
não foi previamente intimado para constituir outro.
18) A utilização da técnica de motivação per relationem não
JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ enseja a nulidade do ato decisório, desde que o julgador se
reporte a outra decisão ou manifestação dos autos e as adote
EDIÇÃO N. 69: NULIDADES NO PROCESSO PENAL
como razão de decidir.
1) A decretação da nulidade de ato processual requer prova
19) São nulas as provas obtidas por meio da extração de
inequívoca do prejuízo suportado pela parte, em face do
dados e de conversas privadas registradas em correio
princípio pas de nullité sans grief, previsto no art. 563 do Código
eletrônico e redes sociais (v.g. whatsapp e facebook) sem a
de Processo Penal.
prévia autorização judicial.
2) As nulidades surgidas no curso da investigação preliminar
não atingem a ação penal dela decorrente.
3) As irregularidades relativas ao reconhecimento pessoal
do acusado não ensejam nulidade, uma vez que as
formalidades previstas no art. 226 do CPP são meras
recomendações legais.
4) A ausência de intimação pessoal da Defensoria Pública ou
do defensor dativo sobre os atos do processo gera, via de
regra, a sua nulidade.
5) A nulidade decorrente da ausência de intimação - seja a
pessoal ou por diário oficial - da data de julgamento do recurso
não pode ser arguida a qualquer tempo, sujeitando-se à
preclusão temporal.
6) O defensor dativo que declinar expressamente da
prerrogativa referente à intimação pessoal dos atos processuais
não pode arguir nulidade quando a comunicação ocorrer por
meio da imprensa oficial.
7) A ausência de intimação da defesa sobre a expedição de
precatória para oitiva de testemunha é causa de nulidade
relativa.
8) A falta de intimação do defensor acerca da data da audiência
de oitiva de testemunha no juízo deprecado não enseja
nulidade processual, desde que a defesa tenha sido
cientificada da expedição da carta precatória.
9) A inversão da ordem prevista no art. 400 do CPP, que trata do
interrogatório e da oitiva de testemunhas de acusação e de
defesa, não configura nulidade quando o ato for realizado por
carta precatória, cuja expedição não suspende o processo
criminal.
10) O falecimento do único advogado, ainda que não
comunicado o fato ao tribunal, poderá dar ensejo à nulidade
das intimações realizadas em seu nome.

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DIA 10 / 29

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DIA 11 / 1

gislação municipal. STJ. 1ª Seção. REsp


Dia 11 1112646/SP, Rel. Min. Herman Benjamin,
julgado em 26/08/2009.

Constituição Federal: art. 156-162 *Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br


Código Civil: art 653-756
Código Processo Civil: art. 369-463 PROGRESSIVIDADE FISCAL PROGRESSIVIDADE
Código Penal: art. 235-288-A EXTRAFISCAL
Código Processo Penal: art. 574-603
A EC 29/2000 autorizou, no art. Segundo o art. 182, § 4º, da CF,
Controle de Leitura 156, § 1º, I, da CF/88, que as é facultado ao Poder Público
alíquotas do IPTU sejam pro- municipal, mediante lei espe-
gressivas em razão do valor cífica para área incluída no
CONSTITUIÇÃO FEDERAL do imóvel. plano diretor, exigir, nos ter-
No que concerne à progressivi- mos da lei federal, do proprie-
Seção V dade de alíquotas com base no tário do solo urbano não edifi-
DOS IMPOSTOS DOS MUNICÍPIOS valor do imóvel, devem ser ob- cado, subutilizado ou não utili-
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: servados os seguintes requisi- zado, que promova seu ade-
I – (IPTU) propriedade predial e territorial urbana; tos e características: quado aproveitamento.
II – (ITBI) transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato a) somente é legítima a partir A previsão desse art. 182, § 4º,
oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de do advento da EC 29, de 13 já constava do texto originá-
direitos reais sobre imóveis, EXCETO OS DE GARANTIA, bem de setembro de 2000 - confor- rio da CF/88 não decorrendo
como cessão de direitos a sua aquisição; me a Súmula 668, STF de emenda.
III - (ISSQN) serviços de qualquer natureza, não compreendidos b) tem objetivo fiscal, pois, ao No caso de o particular não
no art. 155, II (ICMS), definidos em lei complementar. aumentar as alíquotas inciden- atender à exigência do Poder
§ 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refe- tes sobre os imóveis mais vali- Público, o próprio dispositivo
re o art. 182, § 4º, inciso II, o IPTU poderá: osos - presumivelmente per- prevê um conjunto de provi-
I – ser PROGRESSIVO em razão do valor do imóvel; e tencentes a pessoas de maior dências sucessivas. A segunda
II – ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o capacidade econômica-, visa a delas, logo após o parcelamen-
uso do imóvel. incrementar a arrecadação, to ou edificação compulsórios,
retirando mais de quem mais é a adoção de IPTU progressi-
IPTU pode pagar; vo no tempo:
c) deve-se ater aos limites do a) Tem objetivo extrafiscal,
CARACTERÍSTICAS REAL: incide sobre uma coisa (proprieda- razoável, sob pena de incidir pois o escopo da regra é esti-
de imobiliária urbana) em efeito confiscatório, vedado mular o cumprimento da
DIRETO: o próprio contribuinte é quem pelo art. 150, IV, da CF/1988. função social da propriedade
suporta o encargo financeiro da tributa- por meio de um agravamento
ção (não há repercussão econômica) da carga tributária suportada
pelo proprietário do solo urba-
FISCAL: a função precípua deste imposto no que não promove seu ade-
é a arrecadação (imposto fiscal). Vale res- quado aproveitamento. A arre-
saltar, no entanto, que, em alguns casos, cadação advinda de tal situa-
ele poderá assumir também um caráter ção é mero efeito colateral do
extrafiscal (forma de estimular o cumpri- tributo.
mento da função social da propriedade); b) O parâmetro para a pro-
PROGRESSIVO: pode ser progressivo no gressividade não é o valor do
tempo caso a propriedade não esteja imóvel, mas, sim, o passar do
cumprindo sua função social (art. 182, § tempo sem o adequado apro-
4º), além de poder ser progressivo em ra- veitamento do solo urbano.
zão do valor do imóvel (art. 156, § 1º, I); Na PROGRESSIVIDADE FIS- Na PROGRESSIVIDADE EX-
O IPTU incide sobre imóveis urbanos. CAL prevista no art. 156, § 1º, I, TRAFISCAL, prevista no art.
O ITR recai sobre imóveis rurais. da CF, quanto mais valioso o 182, § 4º, II, da CF, quanto mais
Assim, em regra, o ITR incide apenas sobre imóvel, maior a alíquota inci- tempo mantida a situação
imóveis rurais. Se o imóvel for urbano, o im- dente. agressiva à finalidade social
posto devido é o IPTU. da propriedade, maior será a
IPTU x ITR Exceção: Segundo o STJ, incide o ITR (e alíquota aplicável no lança-
não o IPTU) sobre imóveis comprova- mento do lPTU.
damente utilizados para exploração ex- *Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
trativa, vegetal, agrícola, pecuária ou
agroindustrial, ainda que localizados
em áreas consideradas urbanas pela le-

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DIA 11 / 2

O IPTU incide sobre: Súmula 160-STJ: É defeso, ao município, atualizar o IPTU, me-
diante decreto, em percentual superior ao índice oficial de cor-
1) Imóveis localizados na 2) Imóveis localizados na
reção monetária.
zona urbana área urbanizável ou de
Súmula 397-STJ: O contribuinte do IPTU é notificado do lan-
expansão urbana
çamento pelo envio do carnê ao seu endereço.
Locais onde possuem, no São loteamentos aprovados Súmula 399-STJ: Cabe à legislação municipal estabelecer o su-
mínimo, 2 dos melhoramentos pelos órgãos competentes e jeito passivo do IPTU.
do § 1º do art. 32 do CTN. destinados à habitação, à Súmula 614-STJ: O locatário não possui legitimidade ativa
indústria ou ao comércio. para discutir a relação jurídico-tributária de IPTU e de taxas refe-
Art. 32 (...) Não possuem os 2 dos rentes ao imóvel alugado nem para repetir indébito desses tri-
§ 1º Para os efeitos deste melhoramentos do § 1º, mas butos.
imposto, entende-se como mesmo assim irão ser objeto Súmula 626-STJ: A incidência do IPTU sobre imóvel situado em
zona urbana a definida em lei de IPTU, desde que previstas área considerada pela lei local como urbanizável ou de expan-
municipal; observado o na lei municipal. Isso porque são urbana não está condicionada à existência dos melhora-
requisito mínimo da existência são áreas que o CTN autorizou mentos elencados no art. 32, § 1º, do CTN.
de melhoramentos indicados que a lei municipal
em pelo menos 2 (dois) dos considerasse como urbanas, § 2º O ITBI:
incisos seguintes, construídos apesar de não terem os I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorpo-
ou mantidos pelo Poder melhoramentos. rados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capi-
Público: tal, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente
I - meio-fio ou calçamento, Art. 32 (...) de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica,
com canalização de águas § 2º A lei municipal pode salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adqui-
pluviais; considerar urbanas as áreas rente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação
II - abastecimento de água; urbanizáveis, ou de expansão de bens imóveis ou arrendamento mercantil;
III - sistema de esgotos urbana, constantes de II - compete ao Município da situação do bem.
sanitários; loteamentos aprovados pelos
IV - rede de iluminação órgãos competentes,
SÚMULAS SOBRE ITBI
pública, com ou sem destinados à habitação, à
posteamento para distribuição indústria ou ao comércio, Súmula 75-STF: Sendo vendedora uma autarquia, a sua
domiciliar; mesmo que localizados fora imunidade fiscal não compreende o imposto de transmissão
V - escola primária ou posto de das zonas definidas nos termos "inter vivos", que é encargo do comprador.
saúde a uma distância máxima do parágrafo anterior. Súmula 110-STF: O imposto de transmissão "inter vivos" não
de 3 (três) quilômetros do incide sobre a construção, ou parte dela, realizada pelo
imóvel considerado. adquirente, mas sobre o que tiver sido construído ao tempo da
alienação do terreno.
*Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br Súmula 470-STF: O imposto de transmissão "inter vivos" não
incide sobre a construção, ou parte dela, realizada,
SÚMULAS SOBRE IPTU inequivocamente, pelo promitente comprador, mas sobre o
valor do que tiver sido construído antes da promessa de venda.
STF Súmula 656-STF: É inconstitucional a lei que estabelece
Súmula vinculante 52-STF: Ainda quando alugado a tercei- alíquotas progressivas para o imposto de transmissão inter
ros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qual- vivos de bens imóveis – ITBI com base no valor venal do
quer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da CF, desde imóvel
que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as
quais tais entidades foram constituídas. § 3º Em relação ao ISSQN, cabe à LC:
Súmula 539-STF: É constitucional a lei do município que reduz I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas;
o IPTU sobre imóvel ocupado pela residência do proprietário, II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o
que não possua outro. exterior.
Súmula 583-STF: Promitente-comprador de imóvel residencial III – regular a forma e as condições como isenções, incentivos
transcrito em nome de autarquia é contribuinte do IPTU. • Váli- e benefícios fiscais serão concedidos e revogados.
da, mas para isso, o promitente-comprador deverá estar previs-
to na lei municipal como contribuinte do imposto (Súmula 399- DF pode instituir ISS
STJ).
Súmula 589-STF: É inconstitucional a fixação de adicional
progressivo do IPTU em função do número de imóveis do SÚMULAS SOBRE ISS
contribuinte. STF
Súmula 668-STF: É inconstitucional a lei municipal que tenha
estabelecido, antes da Emenda Constitucional 29/2000, alíquo- Súmula vinculante 31-STF: É inconstitucional a incidência do
tas progressivas para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS sobre ope-
cumprimento da função social da propriedade urbana rações de locação de bens móveis.
Súmula 588-STF: O ISS não incide sobre os depósitos, as co-
STJ missões e taxas de desconto, cobrados pelos estabelecimentos

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DIA 11 / 3

bancários. PERTENCEM AOS MUNICÍPIOS


Súmula 663-STF: Os §§ 1º e 3º do art. 9º do DL 406/68 foram
IR 100%
recebidos pela Constituição.
ITR 50% ou 100% se ficar responsável por fiscalizar e cobrar
STJ
IPVA 50%
Súmula 138-STJ: O ISS incide na operação de arrendamento
mercantil de coisas móveis. ICMS 25%
Há incidência de ISS no caso de leasing?
No caso de leasing financeiro: SIM (há a prestação de um Parágrafo único. As parcelas de receita pertencentes aos Municí-
serviço de financiamento). pios, relativas ao ICMS, serão creditadas conforme os seguintes
No caso de leasing operacional: NÃO (há apenas uma locação). critérios:
STF. Plenário. RE 547245, Rel. Min. Eros Grau, julgado em I – 3/4, no mínimo, na proporção do valor adicionado nas ope-
02/12/2009. rações relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de
Súmula 156-STJ: A prestação de serviço de composição gráfica, serviços, realizadas em seus territórios;
personalizada e sob encomenda, ainda que envolva forneci- II - até 1/4, de acordo com o que dispuser lei estadual ou, no
mento de mercadorias, está sujeita, apenas, ao ISS. caso dos Territórios, lei federal.
Súmula 167-STJ: O fornecimento de concreto, por empreitada,
para construção civil, preparado no trajeto até a obra em beto-
As participações dos Municípios na arrecadação do ICMS são
neiras acopladas a caminhões, é prestação de serviço, sujei-
determinadas pelos valores adicionados nas operações rela-
tando-se apenas à incidência do ISS.
tivas às prestações de serviços e circulação de mercadorias
Súmula 274-STJ: O ISS incide sobre o valor dos serviços de as-
ocorridas nos territórios municipais e por outros critérios fi-
sistência médica, incluindo-se neles as refeições, os medicamen-
xados em lei estadual
tos e as diárias hospitalares.
1º Critério: 3/4 desse valor [18,75% dos 25%] será entregue a
Súmula 424-STJ: É legítima a incidência de ISS sobre os servi-
cada municipal na proporção das operações e prestações de
ços bancários congêneres da lista anexa ao DL nº 406/1968 e à
serviço feitas em seus respectivos territórios.
LC n. 56/1987.
2º Critério: 1/4 desse valor [6,25% dos 25%] o constituinte
Súmula 524-STJ: No tocante à base de cálculo, o ISSQN incide
deixou em aberto o critério, pois deverá ser definido por lei
apenas sobre a taxa de agenciamento quando o serviço presta-
estadual ou, no caso de território, lei Federal.
do por sociedade empresária de trabalho temporário for de in-
termediação, devendo, entretanto, englobar também os valores
dos salários e encargos sociais dos trabalhadores por ela contra- Art. 159. A União entregará:
tados nas hipóteses de fornecimento de mão de obra. I - do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e pro-
ventos de qualquer natureza (IR) e sobre produtos industrializa-
dos (IPI), 49%, na seguinte forma:
Seção VI
a) 21,5% ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito
DA REPARTIÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS
Federal;
Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal:
b) 22,5% ao Fundo de Participação dos Municípios;
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda
c) 3%, para aplicação em programas de financiamento ao setor
e proventos de qualquer natureza (IR), incidente na fonte, sobre
produtivo das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, atra-
rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarqui-
vés de suas instituições financeiras de caráter regional, de acordo
as e pelas fundações que instituírem e mantiverem;
com os planos regionais de desenvolvimento, ficando assegura-
II – 20% do produto da arrecadação do imposto que a União
da ao semiárido do Nordeste a metade dos recursos destina-
instituir no exercício da competência que lhe é atribuída pelo
dos à Região, na forma que a lei estabelecer;
art. 154, I.
d) 1% ao Fundo de Participação dos Municípios, que será en-
tregue no primeiro decêndio do mês de dezembro de cada
Art. 158. Pertencem aos Municípios:
ano;
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda
e) 1% ao Fundo de Participação dos Municípios, que será en-
e proventos de qualquer natureza (IR), incidente na fonte, sobre
tregue no primeiro decêndio do mês de julho de cada ano;
rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarqui-
II - do produto da arrecadação do imposto sobre produtos indus-
as e pelas fundações que instituírem e mantiverem;
trializados (IPI), 10% aos Estados e ao Distrito Federal, propor-
II – 50% do produto da arrecadação do imposto da União sobre a
cionalmente ao valor das respectivas exportações de produ-
propriedade territorial rural (ITR), relativamente aos imóveis neles
tos industrializados.
situados, cabendo a totalidade na hipótese da opção a que se
III - do produto da arrecadação da contribuição de intervenção no
refere o art. 153, § 4º, III;
domínio econômico prevista no art. 177, § 4º (CIDE), 29% para os
III - 50% do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre
Estados e o Distrito Federal, distribuídos na forma da lei, ob-
a propriedade de veículos automotores licenciados em seus terri-
servada a destinação a que se refere o inciso II, c, do referido pa-
tórios (IPVA);
rágrafo (financiamento de programas de infraestrutura de trans-
IV – 25% do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre
portes).
operações relativas à circulação de mercadorias e sobre presta-
§ 1º Para efeito de cálculo da entrega a ser efetuada de acordo
ções de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
com o previsto no inciso I, excluir-se-á a parcela da arrecadação
comunicação (ICMS)
do imposto de renda e proventos de qualquer natureza per-

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DIA 11 / 4

tencente aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, I – ao pagamento de seus créditos, inclusive de suas autarqui-
nos termos do disposto nos arts. 157, I, e 158, I. as;
§ 2º A nenhuma unidade federada poderá ser destinada par- II – ao cumprimento do disposto no art. 198, § 2º, incisos II e III
cela superior a 20% do montante a que se refere o inciso II, (aplicação em serviço de saúde).
devendo o eventual excedente ser distribuído entre os demais
participantes, mantido, em relação a esses, o critério de partilha Art. 161. Cabe à LC:
nele estabelecido. I - definir valor adicionado para fins do disposto no art. 158, pa-
§ 3º Os Estados entregarão aos respectivos Municípios 25% rágrafo único, I;
dos recursos que receberem nos termos do inciso II (10% IPI), II - estabelecer normas sobre a entrega dos recursos de que trata
observados os critérios estabelecidos no art. 158, parágrafo único, o art. 159, especialmente sobre os critérios de rateio dos fundos
I e II. previstos em seu inciso I, objetivando promover o equilíbrio soci-
§ 4º Do montante de recursos de que trata o inciso III que cabe a oeconômico entre Estados e entre Municípios;
cada Estado (29% CIDE), 25% serão destinados aos seus Municí- III - dispor sobre o acompanhamento, pelos beneficiários, do cál-
pios, na forma da lei a que se refere o mencionado inciso. culo das quotas e da liberação das participações previstas nos
arts. 157, 158 e 159.
REPARTIÇÃO DE RECEITAS Parágrafo único. O Tribunal de Contas da União efetuará o cálculo
das quotas referentes aos fundos de participação a que alude o
OURO COMO 30% - E/DF/T inciso II.
ATIVO 70% - M
FINANCEIRO Art. 162. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
100% - E/DF/M incidente na fonte, sobre ren- divulgarão, até o último dia do mês subsequente ao da arrecada-
IR dimentos pagos, a qualquer título, por eles, ção, os montantes de cada um dos tributos arrecadados, os recur-
suas autarquias e pelas fundações que institu- sos recebidos, os valores de origem tributária entregues e a en-
írem e mantiverem tregar e a expressão numérica dos critérios de rateio.
Parágrafo único. Os dados divulgados pela União serão discrimi-
50% - M nados por Estado e por Município; os dos Estados, por Município.
ITR 100% - M (quando o M optar por fiscalizar e
cobrar, desde que não implique redução do
CÓDIGO CIVIL
imposto ou qualquer outra forma de renúncia
fiscal)
CAPÍTULO X
IPVA 50% - M Do Mandato
ICMS 25% - M Seção I
Disposições Gerais
21,5% - FPE Art. 653. Opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem
22,5% - FPM poderes para, em seu nome, praticar atos ou administrar inte-
IR e IPI 3% - aplicação em programas de financia- resses. A procuração é o instrumento do mandato.
mento ao setor produtivo das Regiões Norte,
Nordeste e Centro-Oeste, através de suas ins- Art. 654. Todas as pessoas capazes são aptas para dar procura-
tituições financeiras de caráter regional, de ção mediante instrumento particular, que valerá desde que tenha
acordo com os planos regionais de desenvol- a assinatura do outorgante.
vimento, ficando assegurada ao semiárido do § 1o O instrumento particular deve conter a indicação do lugar
Nordeste a metade dos recursos destinados à onde foi passado, a qualificação do outorgante e do outorgado, a
Região, na forma que a lei estabelecer data e o objetivo da outorga com a designação e a extensão dos
1% - FPM (entregue no primeiro decêndio do poderes conferidos.
mês de dezembro de cada ano) § 2o O terceiro com quem o mandatário tratar poderá exigir que
1% - FPM (entregue no primeiro decêndio do a procuração traga a firma reconhecida.
mês de julho de cada ano)
10% - E/DF Art. 655. Ainda quando se outorgue mandato por instrumento
IPI 25% do que o E/DF receber será repassado ao público, pode substabelecer-se mediante instrumento parti-
M cular.

29% - E/DF
JDC182 O mandato outorgado por instrumento público previsto
CIDE 25% do que o E/DF receber será repassado ao
no art. 655 do Código Civil somente admite substabelecimen-
M
to por instrumento particular quando a forma pública for fa-
cultativa e não integrar a substância do ato.
Art. 160. É VEDADA a retenção ou qualquer restrição à entrega
e ao emprego dos recursos atribuídos, nesta seção, aos Esta-
Art. 656. O mandato pode ser expresso ou tácito, verbal ou es-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios, neles compreendi-
crito.
dos adicionais e acréscimos relativos a impostos.
Parágrafo único. A vedação prevista neste artigo NÃO IMPEDE a
União e os Estados de condicionarem a entrega de recursos:

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DIA 11 / 5

Art. 657. A outorga do mandato está sujeita à forma exigida por


lei para o ato a ser praticado. Não se admite mandato verbal Seção II
quando o ato deva ser celebrado por escrito. Das Obrigações do Mandatário
Art. 667. O mandatário é obrigado a aplicar toda sua diligência
Art. 658. O mandato PRESUME-SE GRATUITO quando não hou- habitual na execução do mandato, e a indenizar qualquer prejuízo
ver sido estipulada retribuição, exceto se o seu objeto correspon- causado por culpa sua ou daquele a quem substabelecer, sem au-
der ao daqueles que o mandatário trata por ofício ou profissão torização, poderes que devia exercer pessoalmente.
lucrativa. § 1o Se, não obstante proibição do mandante, o mandatário se fi-
Parágrafo único. Se o mandato for oneroso, caberá ao mandatário zer substituir na execução do mandato, responderá ao seu consti-
a retribuição prevista em lei ou no contrato. Sendo estes omissos, tuinte pelos prejuízos ocorridos sob a gerência do substituto, em-
será ela determinada pelos usos do lugar, ou, na falta destes, por bora provenientes de caso fortuito, salvo provando que o
arbitramento. caso teria sobrevindo, ainda que não tivesse havido substabe-
lecimento.
Art. 659. A aceitação do mandato pode ser tácita, e resulta do § 2o Havendo poderes de substabelecer, só serão imputáveis ao
começo de execução. mandatário os danos causados pelo substabelecido, se tiver
agido com culpa na escolha deste ou nas instruções dadas a ele.
Art. 660. O mandato pode ser especial a um ou mais negócios de- § 3o Se a proibição de substabelecer constar da procuração, os
terminadamente, ou geral a todos os do mandante. atos praticados pelo substabelecido não obrigam o mandante,
salvo ratificação expressa, que retroagirá à data do ato.
Art. 661. O mandato em termos gerais só confere poderes de § 4o Sendo omissa a procuração quanto ao substabelecimento, o
administração. procurador será responsável se o substabelecido proceder culpo-
§ 1o Para alienar, hipotecar, transigir, ou praticar outros quaisquer samente.
atos que exorbitem da administração ordinária, depende a procu-
ração de poderes especiais e expressos. Art. 668. O mandatário é obrigado a dar contas de sua gerência
§ 2o O poder de transigir não importa o de firmar compromis- ao mandante, transferindo-lhe as vantagens provenientes do
so. mandato, por qualquer título que seja.

JDC183 Para os casos em que o parágrafo primeiro do art. 661 Art. 669. O mandatário NÃO PODE COMPENSAR os prejuízos a
exige poderes especiais, a procuração deve conter a identifica- que deu causa com os proveitos que, por outro lado, tenha gran-
ção do objeto. jeado ao seu constituinte.

Art. 670. Pelas somas que devia entregar ao mandante ou recebeu


Art. 662. Os atos praticados por quem não tenha mandato, ou o
para despesa, mas empregou em proveito seu, pagará o manda-
tenha sem poderes suficientes, são INEFICAZES em relação àque-
tário juros, desde o momento em que abusou.
le em cujo nome foram praticados, salvo se este os ratificar.
Parágrafo único. A ratificação há de ser expressa, ou resultar
Art. 671. Se o mandatário, tendo fundos ou crédito do mandante,
de ato inequívoco, e retroagirá à data do ato.
comprar, em nome próprio, algo que devera comprar para o
mandante, por ter sido expressamente designado no mandato,
Art. 663. Sempre que o mandatário estipular negócios expressa-
terá este ação para obrigá-lo à entrega da coisa comprada.
mente em nome do mandante, será este o único responsável; fi-
cará, porém, o mandatário pessoalmente obrigado, se agir no
Art. 672. Sendo 2 ou mais os mandatários nomeados no mesmo
seu próprio nome, ainda que o negócio seja de conta do man-
instrumento, qualquer deles poderá exercer os poderes outor-
dante.
gados, se não forem expressamente declarados conjuntos, nem
especificamente designados para atos diferentes, ou subordina-
Art. 664. O mandatário tem o direito de reter, do objeto da ope-
dos a atos sucessivos. Se os mandatários forem declarados
ração que lhe foi cometida, quanto baste para pagamento de
conjuntos, não terá eficácia o ato praticado sem interferência
tudo que lhe for devido em consequência do mandato.
de todos, salvo havendo ratificação, que retroagirá à data do
ato.
JDC184 Da interpretação conjunta desses dispositivos, extrai-se
que o mandatário tem o direito de reter, do objeto da operação Art. 673. O terceiro que, depois de conhecer os poderes do man-
que lhe foi cometida, tudo o que lhe for devido em virtude do datário, com ele celebrar negócio jurídico exorbitante do manda-
mandato, incluindo-se a remuneração ajustada e o reembolso de to, não tem ação contra o mandatário, salvo se este lhe prometeu
despesas. ratificação do mandante ou se responsabilizou pessoalmente.

Art. 665. O mandatário que exceder os poderes do mandato, ou Art. 674. Embora ciente da morte, interdição ou mudança de es-
proceder contra eles, será considerado mero gestor de negó- tado do mandante, deve o mandatário concluir o negócio já
cios, enquanto o mandante lhe não ratificar os atos. começado, se houver perigo na demora.

Art. 666. O maior de 16 e menor de 18 anos não emancipado Seção III


PODE ser mandatário, mas o mandante não tem ação contra ele Das Obrigações do Mandante
senão de conformidade com as regras gerais, aplicáveis às obri- Art. 675. O mandante é obrigado a satisfazer todas as obriga-
gações contraídas por menores. ções contraídas pelo mandatário, na conformidade do man-

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DIA 11 / 6

dato conferido, e adiantar a importância das despesas necessá-


rias à execução dele, quando o mandatário lho pedir. Art. 687. Tanto que for comunicada ao mandatário a nomeação de
outro, para o mesmo negócio, considerar-se-á revogado o man-
Art. 676. É obrigado o mandante a pagar ao mandatário a remu- dato anterior.
neração ajustada e as despesas da execução do mandato, ainda
que o negócio não surta o esperado efeito, salvo tendo o Art. 688. A renúncia do mandato será comunicada ao mandante,
mandatário culpa. que, se for prejudicado pela sua inoportunidade, ou pela falta de
tempo, a fim de prover à substituição do procurador, será indeni-
Art. 677. As somas adiantadas pelo mandatário, para a execução zado pelo mandatário, salvo se este provar que não podia conti-
do mandato, vencem juros desde a data do desembolso. nuar no mandato sem prejuízo considerável, e que não lhe era
dado substabelecer.
Art. 678. É igualmente obrigado o mandante a ressarcir ao man-
datário as perdas que este sofrer com a execução do mandato, Art. 689. São válidos, a respeito dos contratantes de boa-fé, os
sempre que não resultem de culpa sua ou de excesso de po- atos com estes ajustados em nome do mandante pelo mandatá-
deres. rio, enquanto este ignorar a morte daquele ou a extinção do
mandato, por qualquer outra causa.
Art. 679. Ainda que o mandatário contrarie as instruções do man-
dante, se não exceder os limites do mandato, ficará o mandante Art. 690. Se falecer o mandatário, pendente o negócio a ele co-
obrigado para com aqueles com quem o seu procurador contra- metido, os herdeiros, tendo ciência do mandato, avisarão o man-
tou; mas terá contra este ação pelas perdas e danos resultantes dante, e providenciarão a bem dele, como as circunstâncias exigi-
da inobservância das instruções. rem.

Art. 680. Se o mandato for outorgado por 2 ou mais pessoas, e Art. 691. Os herdeiros, no caso do artigo antecedente, devem li-
para negócio comum, cada uma ficará solidariamente responsá- mitar-se às medidas conservatórias, ou continuar os negócios
vel ao mandatário por todos os compromissos e efeitos do man- pendentes que se não possam demorar sem perigo, regu-
dato, salvo direito regressivo, pelas quantias que pagar, contra lando-se os seus serviços dentro desse limite, pelas mesmas nor-
os outros mandantes. mas a que os do mandatário estão sujeitos.

Art. 681. O mandatário tem sobre a coisa de que tenha a posse Seção V
em virtude do mandato, direito de retenção, até se reembolsar do Do Mandato Judicial
que no desempenho do encargo despendeu. Art. 692. O mandato judicial fica subordinado às normas que lhe
dizem respeito, constantes da legislação processual, e, supletiva-
Seção IV mente, às estabelecidas neste Código.
Da Extinção do Mandato
Art. 682. Cessa o mandato: CAPÍTULO XI
I - pela revogação ou pela renúncia; Da Comissão
II - pela morte ou interdição de uma das partes; Art. 693. O contrato de comissão tem por objeto a aquisição ou a
III - pela mudança de estado que inabilite o mandante a conferir venda de bens pelo comissário, em seu próprio nome, à conta
os poderes, ou o mandatário para os exercer; do comitente.
IV - pelo término do prazo ou pela conclusão do negócio.
Art. 694. O comissário fica diretamente obrigado para com as
Art. 683. Quando o mandato contiver a cláusula de irrevogabilida- pessoas com quem contratar, sem que estas tenham ação contra
de e o mandante o revogar, pagará perdas e danos. o comitente, nem este contra elas, salvo se o comissário ceder
seus direitos a qualquer das partes.
Art. 684. Quando a cláusula de irrevogabilidade for condição de
um negócio bilateral, ou tiver sido estipulada no exclusivo interes- Art. 695. O comissário é obrigado a agir de conformidade com as
se do mandatário, a revogação do mandato será INEFICAZ. ordens e instruções do comitente, devendo, na falta destas, não
podendo pedi-las a tempo, proceder segundo os usos em casos
Art. 685. Conferido o mandato com a cláusula "em causa pró- semelhantes.
pria", a sua revogação NÃO TERÁ EFICÁCIA, nem se extingui- Parágrafo único. Ter-se-ão por justificados os atos do comissário,
rá pela morte de qualquer das partes, ficando o mandatário se deles houver resultado vantagem para o comitente, e ainda no
dispensado de prestar contas, e podendo transferir para si os caso em que, não admitindo demora a realização do negócio, o
bens móveis ou imóveis objeto do mandato, obedecidas as for- comissário agiu de acordo com os usos.
malidades legais.
Art. 696. No desempenho das suas incumbências o comissário é
Art. 686. A revogação do mandato, notificada somente ao manda- obrigado a agir com cuidado e diligência, não só para evitar
tário, não se pode opor aos terceiros que, ignorando-a, de boa- qualquer prejuízo ao comitente, mas ainda para lhe proporcio-
fé com ele trataram; mas ficam salvas ao constituinte as ações nar o lucro que razoavelmente se podia esperar do negócio.
que no caso lhe possam caber contra o procurador. Parágrafo único. Responderá o comissário, salvo motivo de força
Parágrafo único. É IRREVOGÁVEL o mandato que contenha po- maior, por qualquer prejuízo que, por ação ou omissão, ocasionar
deres de cumprimento ou confirmação de negócios enceta- ao comitente.
dos, aos quais se ache vinculado.

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Art. 697. O comissário não responde pela insolvência das pesso- CAPÍTULO XII
as com quem tratar, exceto em caso de culpa e no do artigo se- Da Agência e Distribuição
guinte. Art. 710. Pelo CONTRATO DE AGÊNCIA, uma pessoa assume, em
caráter não eventual e sem vínculos de dependência, a obriga-
Art. 698. Se do contrato de comissão constar a cláusula del cre- ção de promover, à conta de outra, mediante retribuição, a rea-
dere, RESPONDERÁ o comissário SOLIDARIAMENTE com as lização de certos negócios, em zona determinada, caracteri-
pessoas com que houver tratado em nome do comitente, caso zando-se a DISTRIBUIÇÃO quando o agente tiver à sua dispo-
em que, salvo estipulação em contrário, o comissário tem direito sição a coisa a ser negociada.
a remuneração mais elevada, para compensar o ônus assumi- Parágrafo único. O proponente pode conferir poderes ao agente
do. para que este o represente na conclusão dos contratos.

Art. 699. Presume-se o comissário autorizado a conceder dila- Art. 711. SALVO AJUSTE, o proponente não pode constituir, ao
ção do prazo para pagamento, na conformidade dos usos do lu- mesmo tempo, mais de um agente, na mesma zona, com
gar onde se realizar o negócio, se não houver instruções diversas idêntica incumbência; nem pode o agente assumir o encargo de
do comitente. nela tratar de negócios do mesmo gênero, à conta de outros pro-
ponentes.
Art. 700. Se houver instruções do comitente proibindo prorroga-
ção de prazos para pagamento, ou se esta não for conforme os Art. 712. O agente, no desempenho que lhe foi cometido, deve
usos locais, poderá o comitente exigir que o comissário pague in- agir com toda diligência, atendo-se às instruções recebidas do
continenti ou responda pelas consequências da dilação concedi- proponente.
da, procedendo-se de igual modo se o comissário não der ciência
ao comitente dos prazos concedidos e de quem é seu beneficiá- Art. 713. Salvo estipulação diversa, todas as despesas com a
rio. agência ou distribuição correm a cargo do agente ou distribui-
dor.
Art. 701. Não estipulada a remuneração devida ao comissário,
será ela arbitrada segundo os usos correntes no lugar. Art. 714. Salvo ajuste, o agente ou distribuidor terá direito à re-
muneração correspondente aos negócios concluídos dentro de
Art. 702. No caso de morte do comissário, ou, quando, por motivo sua zona, ainda que sem a sua interferência.
de força maior, não puder concluir o negócio, será devida pelo
comitente uma remuneração proporcional aos trabalhos realiza- Art. 715. O agente ou distribuidor tem direito à indenização se o
dos. proponente, sem justa causa, cessar o atendimento das propostas
ou reduzi-lo tanto que se torna antieconômica a continuação do
Art. 703. Ainda que tenha dado motivo à dispensa, terá o co- contrato.
missário direito a ser remunerado pelos serviços úteis presta-
dos ao comitente, ressalvado a este o direito de exigir daquele os Art. 716. A remuneração será devida ao agente também quando o
prejuízos sofridos. negócio deixar de ser realizado por fato imputável ao proponen-
te.
Art. 704. Salvo disposição em contrário, pode o comitente, a qual-
quer tempo, alterar as instruções dadas ao comissário, enten- Art. 717. Ainda que dispensado por justa causa, terá o agente
dendo-se por elas regidos também os negócios pendentes. direito a ser remunerado pelos serviços úteis prestados ao
proponente, sem embargo de haver este perdas e danos pelos
Art. 705. Se o comissário for despedido sem justa causa, terá di- prejuízos sofridos.
reito a ser remunerado pelos trabalhos prestados, bem como a
ser ressarcido pelas perdas e danos resultantes de sua dispensa. Art. 718. Se a dispensa se der sem culpa do agente, terá ele direi -
to à remuneração até então devida, inclusive sobre os negócios
Art. 706. O comitente e o comissário são obrigados a pagar ju- pendentes, além das indenizações previstas em lei especial.
ros um ao outro; o primeiro pelo que o comissário houver adian-
tado para cumprimento de suas ordens; e o segundo pela mora Art. 719. Se o agente não puder continuar o trabalho por motivo
na entrega dos fundos que pertencerem ao comitente. de força maior, terá direito à remuneração correspondente aos
serviços realizados, cabendo esse direito aos herdeiros no caso de
Art. 707. O crédito do comissário, relativo a comissões e despe- morte.
sas feitas, goza de privilégio geral, no caso de falência ou in-
solvência do comitente. Art. 720. Se o contrato for por tempo indeterminado, qualquer
das partes poderá resolvê-lo, mediante aviso prévio de 90
Art. 708. Para reembolso das despesas feitas, bem como para re- dias, desde que transcorrido prazo compatível com a natureza
cebimento das comissões devidas, tem o comissário direito de e o vulto do investimento exigido do agente.
retenção sobre os bens e valores em seu poder em virtude da co- Parágrafo único. No caso de divergência entre as partes, o juiz de-
missão. cidirá da razoabilidade do prazo e do valor devido.

Art. 709. São aplicáveis à comissão, no que couber, as regras so- Art. 721. Aplicam-se ao contrato de agência e distribuição, no que
bre mandato. couber, as regras concernentes ao mandato e à comissão e as
constantes de lei especial.

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Código, os preceitos constantes da legislação especial e de trata-


CAPÍTULO XIII dos e convenções internacionais.
Da Corretagem
Art. 722. Pelo contrato de corretagem, uma pessoa, não ligada a JDC369 Diante do preceito constante no art. 732 do Código Ci-
outra em virtude de mandato, de prestação de serviços ou vil, teleologicamente e em uma visão constitucional de unidade
por qualquer relação de dependência, obriga-se a obter para do sistema, quando o contrato de transporte constituir uma
a segunda um ou mais negócios, conforme as instruções recebi- relação de consumo, aplicam-se as normas do Código de De-
das. fesa do Consumidor que forem mais benéficas a este.

Art. 723. O corretor é obrigado a executar a mediação com dili-


Art. 733. Nos contratos de transporte cumulativo, cada transpor-
gência e prudência, e a prestar ao cliente, espontaneamente, to-
tador se obriga a cumprir o contrato relativamente ao respectivo
das as informações sobre o andamento do negócio.
percurso, respondendo pelos danos nele causados a pessoas e
Parágrafo único. Sob pena de responder por perdas e danos, o
coisas.
corretor prestará ao cliente todos os esclarecimentos acerca da
§ 1o O dano, resultante do atraso ou da interrupção da viagem,
segurança ou do risco do negócio, das alterações de valores e de
será determinado em razão da totalidade do percurso.
outros fatores que possam influir nos resultados da incumbência.
§ 2o Se houver substituição de algum dos transportadores no de-
correr do percurso, a responsabilidade solidária estender-se-á
Art. 724. A remuneração do corretor, se não estiver fixada em lei,
ao substituto.
nem ajustada entre as partes, será arbitrada segundo a natureza
do negócio e os usos locais.
Seção II
Do Transporte de Pessoas
Art. 725. A remuneração é devida ao corretor uma vez que tenha
Art. 734. O transportador responde pelos danos causados às
conseguido o resultado previsto no contrato de mediação, ou
pessoas transportadas e suas bagagens, salvo motivo de força
ainda que este não se efetive em virtude de arrependimento
maior, sendo NULA qualquer cláusula excludente da responsa-
das partes.
bilidade.
Parágrafo único. É lícito ao transportador exigir a declaração do
Art. 726. Iniciado e concluído o negócio diretamente entre as
valor da bagagem a fim de fixar o limite da indenização.
partes, nenhuma remuneração será devida ao corretor; mas
se, por escrito, for ajustada a corretagem com exclusividade,
Art. 735. A responsabilidade contratual do transportador por aci-
terá o corretor direito à remuneração integral, ainda que rea-
dente com o passageiro NÃO É ELIDIDA por culpa de terceiro,
lizado o negócio sem a sua mediação, salvo se comprovada
contra o qual tem ação regressiva.
sua inércia ou ociosidade.
Art. 736. Não se subordina às normas do contrato de transporte o
Art. 727. Se, por não haver prazo determinado, o dono do negó-
feito gratuitamente, por amizade ou cortesia.
cio dispensar o corretor, e o negócio se realizar posteriormente,
Parágrafo único. Não se considera gratuito o transporte quando,
como fruto da sua mediação, a corretagem lhe será devida; igual
embora feito sem remuneração, o transportador auferir van-
solução se adotará se o negócio se realizar após a decorrência do
tagens indiretas.
prazo contratual, mas por efeito dos trabalhos do corretor.

Art. 728. Se o negócio se concluir com a intermediação de mais JDC559 Observado o Enunciado 369 do CJF, no transporte aé-
de um corretor, a remuneração será paga a todos em partes reo, nacional e internacional, a responsabilidade do trans-
iguais, salvo ajuste em contrário. portador em relação aos passageiros gratuitos, que viajarem
por cortesia, é objetiva, devendo atender à integral repara-
Art. 729. Os preceitos sobre corretagem constantes deste Código ção de danos patrimoniais e extrapatrimoniais.
não excluem a aplicação de outras normas da legislação especial.
Art. 737. O transportador está sujeito aos horários e itinerários
CAPÍTULO XIV previstos, sob pena de responder por perdas e danos, salvo moti-
Do Transporte vo de força maior.
Seção I
Disposições Gerais Art. 738. A pessoa transportada deve sujeitar-se às normas esta-
Art. 730. Pelo contrato de transporte alguém se obriga, mediante belecidas pelo transportador, constantes no bilhete ou afixadas à
retribuição, a transportar, de um lugar para outro, pessoas ou vista dos usuários, abstendo-se de quaisquer atos que causem in-
coisas. cômodo ou prejuízo aos passageiros, danifiquem o veículo, ou di-
ficultem ou impeçam a execução normal do serviço.
Art. 731. O transporte exercido em virtude de autorização, per- Parágrafo único. Se o prejuízo sofrido pela pessoa transportada
missão ou concessão, rege-se pelas normas regulamentares e for atribuível à transgressão de normas e instruções regulamenta-
pelo que for estabelecido naqueles atos, sem prejuízo do dispos- res, o juiz reduzirá equitativamente a indenização, na medida em
to neste Código. que a vítima houver concorrido para a ocorrência do dano.

Art. 732. Aos contratos de transporte, em geral, são aplicáveis, Art. 739. O transportador não pode recusar passageiros, salvo
quando couber, desde que não contrariem as disposições deste os casos previstos nos regulamentos, ou se as condições de
higiene ou de saúde do interessado o justificarem.

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que venha desacompanhada dos documentos exigidos por lei ou


Art. 740. O passageiro tem direito a rescindir o contrato de regulamento.
transporte antes de iniciada a viagem, sendo-lhe devida a resti-
tuição do valor da passagem, desde que feita a comunicação Art. 748. Até a entrega da coisa, pode o remetente desistir do
ao transportador em tempo de ser renegociada. transporte e pedi-la de volta, ou ordenar seja entregue a outro
§ 1o Ao passageiro é facultado desistir do transporte, mesmo destinatário, pagando, em ambos os casos, os acréscimos de des-
depois de iniciada a viagem, sendo-lhe devida a restituição do pesa decorrentes da contra-ordem, mais as perdas e danos que
valor correspondente ao trecho não utilizado, desde que pro- houver.
vado que outra pessoa haja sido transportada em seu lugar.
§ 2o Não terá direito ao reembolso do valor da passagem o Art. 749. O transportador conduzirá a coisa ao seu destino, to-
usuário que deixar de embarcar, salvo se provado que outra mando todas as cautelas necessárias para mantê-la em bom esta-
pessoa foi transportada em seu lugar, caso em que lhe será do e entregá-la no prazo ajustado ou previsto.
restituído o valor do bilhete não utilizado.
§ 3o Nas hipóteses previstas neste artigo, o transportador terá di- Art. 750. A responsabilidade do transportador, limitada ao valor
reito de reter até 5% da importância a ser restituída ao passagei- constante do conhecimento, começa no momento em que ele, ou
ro, a título de multa compensatória. seus prepostos, recebem a coisa; termina quando é entregue ao
destinatário, ou depositada em juízo, se aquele não for encontra-
Art. 741. Interrompendo-se a viagem por qualquer motivo alheio do.
à vontade do transportador, AINDA QUE EM CONSEQUÊNCIA
DE EVENTO IMPREVISÍVEL, fica ele obrigado a concluir o Art. 751. A coisa, depositada ou guardada nos armazéns do trans-
transporte contratado em outro veículo da mesma categoria, portador, em virtude de contrato de transporte, rege-se, no que
ou, com a anuência do passageiro, por modalidade diferente, couber, pelas disposições relativas a depósito.
à sua custa, correndo também por sua conta as despesas de
estada e alimentação do usuário, durante a espera de novo Art. 752. Desembarcadas as mercadorias, o transportador não é
transporte. obrigado a dar aviso ao destinatário, se assim não foi conven-
cionado, dependendo também de ajuste a entrega a domicí-
Art. 742. O transportador, uma vez executado o transporte, tem lio, e devem constar do conhecimento de embarque as cláusulas
direito de retenção sobre a bagagem de passageiro e outros de aviso ou de entrega a domicílio.
objetos pessoais deste, para garantir-se do pagamento do valor
da passagem que não tiver sido feito no início ou durante o per- Art. 753. Se o transporte não puder ser feito ou sofrer longa
curso. interrupção, o transportador solicitará, incontinenti, instru-
ções ao remetente, e zelará pela coisa, por cujo perecimento
Seção III ou deterioração responderá, salvo força maior.
Do Transporte de Coisas § 1o Perdurando o impedimento, sem motivo imputável ao trans-
Art. 743. A coisa, entregue ao transportador, deve estar caracte- portador e sem manifestação do remetente, poderá aquele depo-
rizada pela sua natureza, valor, peso e quantidade, e o mais sitar a coisa em juízo, ou vendê-la, obedecidos os preceitos legais
que for necessário para que não se confunda com outras, deven- e regulamentares, ou os usos locais, depositando o valor.
do o destinatário ser indicado ao menos pelo nome e endere- § 2o Se o impedimento for responsabilidade do transportador,
ço. este poderá depositar a coisa, por sua conta e risco, mas só pode-
rá vendê-la se perecível.
Art. 744. Ao receber a coisa, o transportador emitirá conhecimen- § 3o Em ambos os casos, o transportador deve informar o reme-
to com a menção dos dados que a identifiquem, obedecido o dis- tente da efetivação do depósito ou da venda.
posto em lei especial. § 4o Se o transportador mantiver a coisa depositada em seus pró-
Parágrafo único. O transportador poderá exigir que o remetente prios armazéns, continuará a responder pela sua guarda e conser-
lhe entregue, devidamente assinada, a relação discriminada das vação, sendo-lhe devida, porém, uma remuneração pela custódia,
coisas a serem transportadas, em 2 vias, uma das quais, por ele a qual poderá ser contratualmente ajustada ou se conformará aos
devidamente autenticada, ficará fazendo parte integrante do co- usos adotados em cada sistema de transporte.
nhecimento.
Art. 754. As mercadorias devem ser entregues ao destinatário, ou
Art. 745. Em caso de informação inexata ou falsa descrição no do- a quem apresentar o conhecimento endossado, devendo aquele
cumento a que se refere o artigo antecedente, será o transporta- que as receber conferi-las e apresentar as reclamações que tiver,
dor indenizado pelo prejuízo que sofrer, devendo a ação respecti- sob pena de decadência dos direitos.
va ser ajuizada no prazo de 120 dias, a contar daquele ato, sob Parágrafo único. No caso de perda parcial ou de avaria não per-
pena de decadência. ceptível à primeira vista, o destinatário conserva a sua ação
contra o transportador, desde que denuncie o dano em 10
Art. 746. Poderá o transportador recusar a coisa cuja embalagem dias a contar da entrega.
seja inadequada, bem como a que possa pôr em risco a saúde das
pessoas, ou danificar o veículo e outros bens. Art. 755. Havendo dúvida acerca de quem seja o destinatário, o
transportador deve depositar a mercadoria em juízo, se não lhe
Art. 747. O transportador deverá obrigatoriamente recusar a coi- for possível obter instruções do remetente; se a demora puder
sa cujo transporte ou comercialização não sejam permitidos, ou ocasionar a deterioração da coisa, o transportador deverá vendê-
la, depositando o saldo em juízo.

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Art. 756. No caso de transporte cumulativo, todos os transporta- Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos, inde-
dores respondem solidariamente pelo dano causado perante o pendentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará
remetente, ressalvada a apuração final da responsabilidade entre na decisão as razões da formação de seu convencimento.
eles, de modo que o ressarcimento recaia, por inteiro, ou propor-
cionalmente, naquele ou naqueles em cujo percurso houver ocor- Art. 372. [PROVA EMPRESTADA] O juiz poderá admitir a utili-
rido o dano. zação de prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe o
valor que considerar adequado, observado o contraditório.
SÚMULAS SOBRE TRANSPORTE
FPPC52. (art. 372) Para a utilização da prova emprestada, faz-se
STF
necessária a observância do contraditório no processo de
Súmula 35-STF: Em caso de acidente do trabalho ou de trans- origem, assim como no processo de destino, considerando-se
porte, a concubina tem direito de ser indenizada pela morte do que, neste último, a prova mantenha a sua natureza originá-
amásio, se entre eles não havia impedimento para o matrimô- ria.
nio. JDPC 30 É admissível a prova emprestada, ainda que não
Atualmente a forma correta de ler essa súmula é a seguinte: “Em haja identidade de partes, nos termos do art. 372 do CPC.
caso de acidente do trabalho ou de transporte, o(a) companhei-
ro(a) tem direito de ser indenizado (a) pela morte da pessoa
É admissível, assegurado o contraditório, a prova empresta-
com quem vivia em união estável”.
da vinda de processo do qual não participaram as partes do
Súmula 151-STF: Prescreve em 1 ano a ação do segurador sub-
processo para o qual a prova será trasladada. A prova em-
rogado para haver indenização por extravio ou perda de carga
prestada não pode se restringir a processos em que figurem
transportada por navio.
partes idênticas, sob pena de se reduzir excessivamente sua
Súmula 161-STF: Em contrato de transporte, é inoperante a
aplicabilidade sem justificativa razoável para isso. Quando se diz
cláusula de não indenizar.
que deve assegurar o contraditório, significa que a parte deve
Súmula 187-STF: A responsabilidade contratual do transporta-
ter o direito de se insurgir contra a prova trazida e de impugná-
dor, pelo acidente com o passageiro, não é elidida por culpa
la. STJ. Corte Especial. EREsp 617428-SP, Rel. Min. Nancy Andrig-
de terceiro, contra o qual tem ação regressiva.
hi, julgado em 4/6/2014 (Info 543).
STJ
Quais são os fundamentos que justificam a aceitação da
Súmula 109-STJ: O reconhecimento do direito a indenização, prova emprestada?
por falta de mercadoria transportada via marítima, independe -Princípio da economia processual;e
de vistoria. -Princípio da busca da verdade possível, uma vez que nem sem-
Súmula 145-STJ: No transporte desinteressado, de simples cor- pre será possível produzir a prova novamente.
tesia, o transportador só será civilmente responsável por da-
A prova emprestada ingressa no processo com que nature-
nos causados ao transportado quando incorrer em dolo ou
za? A prova que veio de outro processo entra no processo atual
culpa grave.
como “prova documental”, independentemente da natureza
que ela tinha no processo originário.
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL *Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br

CAPÍTULO XII Art. 373. [DISTRIBUIÇÃO ESTÁTICA DO ÔNUS DA PROVA] O


DAS PROVAS ônus da prova incumbe:
Seção I I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
Disposições Gerais II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo
Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos os meios le- ou extintivo do direito do autor.
gais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não es- § 1o [DISTRIBUIÇÃO DINÂMICA DO ÔNUS DA PROVA] Nos ca-
pecificados neste Código, para provar a verdade dos fatos em sos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacio-
que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na con- nadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir
vicção do juiz. o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obten-
ção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da
FPPC50. (art. 369; art. 370, caput) Os destinatários da prova são prova de modo diverso, desde que o faça por decisão funda-
aqueles que dela poderão fazer uso, sejam juízes, partes ou de- mentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se
mais interessados, não sendo a única função influir eficaz- desincumbir do ônus que lhe foi atribuído
mente na convicção do juiz. Art. 1.015. Cabe AGRAVO DE INSTRUMENTO contra as deci-
FPPC301. (art. 369) Aplicam-se ao processo civil, por analogia, sões interlocutórias que versarem sobre: XI - redistribuição do
as exceções previstas nos §§1º e 2º do art. 157 do Código de ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º ;
Processo Penal, afastando a ilicitude da prova § 2o [PROVA DIABÓLICA] A decisão prevista no § 1o deste artigo
não pode gerar situação em que a desincumbência do encar-
Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, go pela parte seja impossível ou excessivamente difícil
determinar as provas necessárias ao julgamento do mérito. § 3o A distribuição diversa do ônus da prova também pode
Parágrafo único. O juiz indeferirá, em decisão fundamentada, as ocorrer por convenção das partes, salvo quando:
diligências inúteis ou meramente protelatórias. I - recair sobre direito indisponível da parte;

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II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do III - admitidos no processo como incontroversos;
direito. IV - em cujo favor milita presunção legal de existência ou de
§ 4o A convenção de que trata o § 3 o pode ser celebrada antes veracidade.
ou durante o processo.
Art. 375. O juiz aplicará as regras de experiência comum submi-
FPPC632. (arts.373, §1º e 10) A redistribuição de ofício do nistradas pela observação do que ordinariamente acontece e, ain-
ônus de prova deve ser precedida de contraditório. da, as regras de experiência técnica, ressalvado, quanto a estas,
o exame pericial.

PROVA UNILATERALMENTE PROVA BILATERALMENTE Art. 376. A parte que alegar direito municipal, estadual, estran-
DIABÓLICA DIABÓLICA geiro ou consuetudinário provar-lhe-á o teor e a vigência, se
Ocorre quando a prova é Ocorre quando a prova é assim o juiz determinar.
diabólica para a parte que diabólica para ambas as
tinha o ônus de produzi-la partes, ou seja, é impossível Art. 377. A carta precatória, a carta rogatória e o auxílio direto
(segundo as regras do art. 373 ou muito difícil para ambas as SUSPENDERÃO O JULGAMENTO DA CAUSA no caso previsto
do CPC), no entanto, é uma partes. no art. 313, inciso V, alínea “b” (suspende-se o processo quando a
prova possível de ser juntada sentença de mérito tiver de ser proferida somente após a verifica-
pela outra parte. ção de determinado fato ou a produção de certa prova, requisita-
da a outro juízo), quando, tendo sido requeridos antes da deci-
Neste caso, o juiz poderá Neste caso, não haverá são de saneamento, a prova neles solicitada for imprescindí-
inverter o ônus, inversão do ônus por conta vel.
determinando que a prova da prova diabólica. Parágrafo único. A carta precatória e a carta rogatória não devol-
seja produzida pela outra Não se pode simplesmente vidas no prazo ou concedidas sem efeito suspensivo poderão
parte que não tinha transferir a prova diabólica de ser juntadas aos autos a qualquer momento.
inicialmente o ônus de juntá-la. uma parte para a outra.
Isso está previsto no § 1º do Art. 378. Ninguém se exime do dever de colaborar com o Poder
art. 373. Judiciário para o descobrimento da verdade.
§ 1º (...) diante de § 2º A decisão prevista no § 1º
peculiaridades da causa deste artigo não pode gerar FPPC51. (art. 378; art. 379) A compatibilização do disposto nes-
relacionadas à impossibilidade situação em que a tes dispositivos com o art. 5º, LXIII, da CF/1988, assegura à par-
ou à excessiva dificuldade de desincumbência do encargo te, exclusivamente, o direito de não produzir prova contra si
cumprir o encargo nos termos pela parte seja impossível ou em razão de reflexos no ambiente penal.
do caput (...) poderá o juiz excessivamente difícil.
atribuir o ônus da prova de Art. 379. Preservado o direito de não produzir prova contra si
modo diverso (...) própria, incumbe à parte:
*Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br I - comparecer em juízo, respondendo ao que lhe for interrogado;
II - colaborar com o juízo na realização de inspeção judicial que
INVERSÃO DO ÔNUS DA DISTRIBUIÇÃO DINÂMICA for considerada necessária;
PROVA DO ÔNUS DA PROVA III - praticar o ato que lhe for determinado.

É uma mudança prévia e É uma mudança das regras de


JDPC 31 A compatibilização do disposto nos arts. 378 e 379 do
abstrata das regras de ônus da ônus da prova que se dá no
CPC com o art. 5º, LXIII, da CF/1988, assegura à parte, exclusi-
prova. caso concreto, com base na
vamente, o direito de não produzir prova contra si quando
análise de quem está em
houver reflexos no ambiente penal.
melhores condições de
produzir a prova.
Art. 380. Incumbe ao terceiro, em relação a qualquer causa:
O juiz não tem ampla Há uma ingerência mais ampla I - informar ao juiz os fatos e as circunstâncias de que tenha co-
liberdade na distribuição do do juiz na distribuição do ônus nhecimento;
ônus da prova. Não existe a da prova entre as partes que II - exibir coisa ou documento que esteja em seu poder.
possibilidade de se inverter o permitirá, inclusive, o exame e a Parágrafo único. Poderá o juiz, em caso de descumprimento, de-
ônus de apenas um fato, por distribuição de cada fato terminar, além da imposição de multa, outras medidas indutivas,
exemplo. específico isoladamente. coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias.
Ex: art. 6º, VIII, do CDC. Ex: hipóteses 2 e 3 do § 1º do
art. 373 do CPC (veja Seção II
novamente acima). Da Produção Antecipada da Prova
*Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br Art. 381. A produção antecipada da prova será admitida nos
casos em que:
Art. 374. Não dependem de prova os fatos: I - haja fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou
I - notórios; muito difícil a verificação de certos fatos na pendência da
II - afirmados por uma parte e confessados pela parte contrá- ação;
ria;

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II - a prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a auto- 382, § 4º, do CPC, não impede a alegação pelo réu de maté-
composição ou outro meio adequado de solução de conflito; rias defensivas conhecíveis de ofício.
III - o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar
o ajuizamento de ação. Art. 383. Os autos permanecerão em cartório durante 1 mês
§ 1o O arrolamento de bens observará o disposto nesta Seção para extração de cópias e certidões pelos interessados.
quando tiver por finalidade apenas a realização de documen- Parágrafo único. Findo o prazo, os autos serão entregues ao pro-
tação e não a prática de atos de apreensão. movente da medida.
§ 2o A produção antecipada da prova é da competência do juí-
zo do foro onde esta deva ser produzida ou do foro de domi- Seção III
cílio do réu. Da Ata Notarial
§ 3o A produção antecipada da prova NÃO PREVINE a competên- Art. 384. A existência e o modo de existir de algum fato po-
cia do juízo para a ação que venha a ser proposta. dem ser atestados ou documentados, a requerimento do inte-
§ 4o O juízo estadual tem competência para produção antecipa- ressado, mediante ata lavrada por tabelião.
da de prova requerida em face da União, de entidade autárquica Parágrafo único. Dados representados por imagem ou som gra-
ou de empresa pública federal se, na localidade, não houver vados em arquivos eletrônicos poderão constar da ata notarial.
vara federal.
§ 5o Aplica-se o disposto nesta Seção àquele que pretender justifi- Seção IV
car a existência de algum fato ou relação jurídica para simples do- Do Depoimento Pessoal
cumento e sem caráter contencioso, que exporá, em petição cir- Art. 385. Cabe à parte requerer o depoimento pessoal da ou-
cunstanciada, a sua intenção. tra parte, a fim de que esta seja interrogada na audiência de ins-
trução e julgamento, sem prejuízo do poder do juiz de ordená-
FPPC9. A decisão que não redistribui o ônus da prova NÃO É lo de ofício.
IMPUGNÁVEL POR AGRAVO DE INSTRUMENTO, conforme § 1o Se a parte, pessoalmente intimada para prestar depoimento
dispõem os arts. 381, § 1º, e 1.022, havendo preclusão na ausên- pessoal e advertida da pena de confesso, não comparecer ou,
cia de protesto, na forma do art. 1.022, §§ 1º e 2º. comparecendo, se recusar a depor, o juiz aplicar-lhe-á a pena.
FPPC633. (art.381). Admite-se a produção antecipada de pro- § 2o É vedado a quem ainda não depôs assistir ao interrogatório
va proposta pelos legitimados ao ajuizamento das ações co- da outra parte.
letivas, inclusive para facilitar a autocomposição ou permitir § 3o O depoimento pessoal da parte que residir em comarca, se-
a decisão sobre o ajuizamento ou não da demanda. ção ou subseção judiciária diversa daquela onde tramita o proces-
FPPC634. (art.381) Se, na pendência do processo, ocorrer a hi- so poderá ser colhido por meio de videoconferência ou outro
pótese do art. 381, I ou II, poderá ser antecipado o momento recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo
procedimental de produção da prova, seguindo-se o regramen- real, o que poderá ocorrer, inclusive, durante a realização da au-
to próprio do meio de prova requerido e não o procedimento diência de instrução e julgamento.
dos arts. 381 a 383.
JDPC51 Havendo registro judicial ou autorização expressa do JDPC33 No depoimento pessoal, o advogado da contraparte
juízo sucessório competente, nos autos do procedimento de formulará as perguntas diretamente ao depoente.
abertura, registro e cumprimento de testamento, sendo todos
os interessados capazes e concordes, poderão ser feitos o in-
Art. 386. Quando a parte, sem motivo justificado, deixar de res-
ventário e a partilha por escritura pública.
ponder ao que lhe for perguntado ou empregar evasivas, o juiz,
CJF 129: É admitida a exibição de documentos como objeto
apreciando as demais circunstâncias e os elementos de prova, de-
de produção antecipada de prova, nos termos do art. 381 do
clarará, na sentença, se houve recusa de depor.
CPC.

FPPC635. (arts.386, 9º e 10) Antes de decidir sobre a conduta


Art. 382. Na petição, o requerente apresentará as razões que jus-
da parte no depoimento pessoal, deverá o magistrado sub-
tificam a necessidade de antecipação da prova e mencionará
meter o tema a contraditório para evitar decisão surpresa.
com precisão os fatos sobre os quais a prova há de recair.
§ 1o O juiz determinará, de ofício ou a requerimento da parte, a
citação de interessados na produção da prova ou no fato a ser Art. 387. A parte responderá pessoalmente sobre os fatos articu-
provado, salvo se inexistente caráter contencioso. lados, não podendo servir-se de escritos anteriormente prepa-
§ 2o O juiz não se pronunciará sobre a ocorrência ou a inocor- rados, permitindo-lhe o juiz, todavia, a consulta a notas breves,
rência do fato, nem sobre as respectivas consequências jurídi- desde que objetivem completar esclarecimentos.
cas.
§ 3o Os interessados poderão requerer a produção de qualquer Art. 388. A parte não é obrigada a depor sobre fatos:
prova no mesmo procedimento, desde que relacionada ao mes- I - criminosos ou torpes que lhe forem imputados;
mo fato, salvo se a sua produção conjunta acarretar excessiva II - a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigi-
demora. lo;
§ 4o Neste procedimento, NÃO SE ADMITIRÁ DEFESA OU RE- III - acerca dos quais não possa responder sem desonra pró-
CURSO, salvo contra decisão que indeferir totalmente a pro- pria, de seu cônjuge, de seu companheiro ou de parente em
dução da prova pleiteada pelo requerente originário. grau sucessível;
IV - que coloquem em perigo a vida do depoente ou das pes-
soas referidas no inciso III.
JDPC32 A vedação à apresentação de defesa prevista no art.

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Parágrafo único. Esta disposição NÃO SE APLICA ÀS AÇÕES DE Art. 397. O pedido formulado pela parte conterá:
ESTADO E DE FAMÍLIA. I - a individuação, tão completa quanto possível, do documento
ou da coisa;
Seção V II - a finalidade da prova, indicando os fatos que se relacionam
Da Confissão com o documento ou com a coisa;
Art. 389. Há confissão, judicial ou extrajudicial, quando a parte III - as circunstâncias em que se funda o requerente para afirmar
admite a verdade de fato contrário ao seu interesse e favorá- que o documento ou a coisa existe e se acha em poder da parte
vel ao do adversário. contrária.

Art. 390. A confissão judicial pode ser espontânea ou provoca- Art. 398. O requerido dará sua resposta nos 5 dias subsequentes
da. à sua intimação.
§ 1o A confissão ESPONTÂNEA pode ser feita pela própria parte Parágrafo único. Se o requerido afirmar que não possui o docu-
ou por representante com poder especial. mento ou a coisa, o juiz permitirá que o requerente prove, por
§ 2o A confissão PROVOCADA constará do termo de depoimen- qualquer meio, que a declaração não corresponde à verdade.
to pessoal.
Art. 399. O juiz não admitirá a recusa se:
Art. 391. A confissão judicial faz prova contra o confitente, não I - o requerido tiver obrigação legal de exibir;
prejudicando, todavia, os litisconsortes. II - o requerido tiver aludido ao documento ou à coisa, no pro-
Parágrafo único. Nas ações que versarem sobre bens imóveis ou cesso, com o intuito de constituir prova;
direitos reais sobre imóveis alheios, a confissão de um cônju- III - o documento, por seu conteúdo, for comum às partes.
ge ou companheiro não valerá sem a do outro, salvo se o re-
gime de casamento for o de separação absoluta de bens. Art. 400. Ao decidir o pedido, o juiz admitirá como verdadeiros
os FATOS que, por meio do documento ou da coisa, a parte pre-
Art. 392. NÃO VALE como confissão a admissão, em juízo, de tendia provar se:
fatos relativos a direitos indisponíveis. I - o requerido não efetuar a exibição nem fizer nenhuma de-
§ 1o A confissão será INEFICAZ se feita por quem não for capaz claração no prazo do art. 398;
de dispor do direito a que se referem os fatos confessados. II - a recusa for havida por ilegítima.
§ 2o A confissão feita por um representante somente é eficaz nos Parágrafo único. Sendo necessário, o juiz pode adotar medidas
limites em que este pode vincular o representado. indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias para que
o documento seja exibido.
Art. 393. A confissão é IRREVOGÁVEL, mas pode ser anulada se
decorreu de erro de fato ou de coação.
FPPC54. (art. 400, parágrafo único; art. 403, parágrafo único)
Parágrafo único. A legitimidade para a ação prevista no caput é
Fica superado o enunciado 372 da súmula do STJ (“Na ação de
exclusiva do confitente e pode ser transferida a seus herdei-
exibição de documentos, não cabe a aplicação de multa comi-
ros se ele falecer após a propositura.
natória”) após a entrada em vigor do CPC, pela expressa possi-
bilidade de fixação de multa de natureza coercitiva na ação
Art. 394. A confissão extrajudicial, quando feita oralmente, só terá
de exibição de documento.
eficácia nos casos em que a lei não exija prova literal.

Art. 395. A confissão é, em regra, INDIVISÍVEL, não podendo a Art. 401. Quando o documento ou a coisa estiver em poder de
parte que a quiser invocar como prova aceitá-la no tópico que a terceiro, o juiz ordenará sua citação para responder no prazo de
beneficiar e rejeitá-la no que lhe for desfavorável, porém cindir- 15 dias.
se-á quando o confitente a ela aduzir fatos novos, capazes de
constituir fundamento de defesa de direito material ou de re- Art. 402. Se o terceiro negar a obrigação de exibir ou a posse do
convenção. documento ou da coisa, o juiz designará audiência especial, to-
mando-lhe o depoimento, bem como o das partes e, se necessá-
Seção VI rio, o de testemunhas, e em seguida proferirá decisão.
Da Exibição de Documento ou Coisa
Art. 396. O juiz pode ordenar que a parte exiba documento ou Art. 403. Se o terceiro, sem justo motivo, se recusar a efetuar a
coisa que se encontre em seu poder. exibição, o juiz ordenar-lhe-á que proceda ao respectivo depósito
em cartório ou em outro lugar designado, no prazo de 5 dias,
impondo ao requerente que o ressarça pelas despesas que tiver.
FPPC53. (art. 396) Na ação de exibição não cabe a fixação,
Parágrafo único. Se o terceiro descumprir a ordem, o juiz expedi-
nem a manutenção de multa quando a exibição for reco-
rá mandado de apreensão, requisitando, se necessário, força poli-
nhecida como impossível.
cial, sem prejuízo da responsabilidade por crime de desobediên-
FPPC518. (art. 396) Em caso de exibição de documento ou coisa
cia, pagamento de multa e outras medidas indutivas, coercitivas,
em caráter antecedente, a fim de que seja autorizada a produ-
mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para assegurar a
ção, tem a parte autora o ônus de adiantar os gastos necessá-
efetivação da decisão.
rios, salvo hipóteses em que o custeio incumbir ao réu
CJF 119: É admissível o ajuizamento de ação de exibição de
Art. 404. A parte e o terceiro se escusam de exibir, em juízo, o
documentos, de forma autônoma, inclusive pelo procedi-
documento ou a coisa se:
mento comum do CPC (art. 318 e seguintes).
I - concernente a negócios da própria vida da família;
II - sua apresentação puder violar dever de honra;

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DIA 11 / 14

III - sua publicidade redundar em desonra à parte ou ao terceiro, II - a autoria estiver identificada por qualquer outro meio le-
bem como a seus parentes consanguíneos ou afins até o 3° grau, gal de certificação, inclusive eletrônico, nos termos da lei;
ou lhes representar perigo de ação penal; III - não houver impugnação da parte contra quem foi produzi-
IV - sua exibição acarretar a divulgação de fatos a cujo respei- do o documento.
to, por estado ou profissão, devam guardar segredo;
V - subsistirem outros motivos graves que, segundo o prudente Art. 412. O documento particular de cuja autenticidade não se
arbítrio do juiz, justifiquem a recusa da exibição; duvida prova que o seu autor fez a declaração que lhe é atri-
VI - houver disposição legal que justifique a recusa da exibição. buída.
Parágrafo único. Se os motivos de que tratam os incisos I a VI do Parágrafo único. O documento particular admitido expressa ou
caput disserem respeito a apenas uma parcela do documento, a tacitamente é indivisível, sendo vedado à parte que pretende
parte ou o terceiro exibirá a outra em cartório, para dela ser extra- utilizar-se dele aceitar os fatos que lhe são favoráveis e recusar os
ída cópia reprográfica, de tudo sendo lavrado auto circunstancia- que são contrários ao seu interesse, salvo se provar que estes não
do. ocorreram.

Seção VII Art. 413. O telegrama, o radiograma ou qualquer outro meio de


Da Prova Documental transmissão tem a mesma força probatória do documento parti-
Subseção I cular se o original constante da estação expedidora tiver sido as-
Da Força Probante dos Documentos sinado pelo remetente.
Art. 405. O documento público faz prova não só da sua for- Parágrafo único. A firma do remetente poderá ser reconhecida
mação, mas também dos fatos que o escrivão, o chefe de secre- pelo tabelião, declarando-se essa circunstância no original depo-
taria, o tabelião ou o servidor declarar que ocorreram em sua sitado na estação expedidora.
presença.
Art. 414. O telegrama ou o radiograma presume-se conforme
Art. 406. Quando a lei exigir instrumento público como da com o original, provando as datas de sua expedição e de seu re-
substância do ato, nenhuma outra prova, por mais especial cebimento pelo destinatário.
que seja, pode suprir-lhe a falta.
Art. 415. As cartas e os registros domésticos provam contra
Art. 407. O documento feito por oficial público incompetente ou quem os escreveu quando:
sem a observância das formalidades legais, sendo subscrito pelas I - enunciam o recebimento de um crédito;
partes, tem a mesma eficácia probatória do documento parti- II - contêm anotação que visa a suprir a falta de título em fa-
cular. vor de quem é apontado como credor;
III - expressam conhecimento de fatos para os quais não se exi-
Art. 408. As declarações constantes do documento particular es- ja determinada prova.
crito e assinado ou somente assinado presumem-se verdadeiras
em relação ao signatário. Art. 416. A nota escrita pelo credor em qualquer parte de docu-
Parágrafo único. Quando, todavia, contiver declaração de ciência mento representativo de obrigação, ainda que não assinada, faz
de determinado fato, o documento particular prova a ciência, prova em benefício do devedor.
mas não o fato em si, incumbindo o ônus de prová-lo ao interes- Parágrafo único. Aplica-se essa regra tanto para o documento
sado em sua veracidade. que o credor conservar em seu poder quanto para aquele que se
achar em poder do devedor ou de terceiro.
Art. 409. A data do documento particular, quando a seu respeito
surgir dúvida ou impugnação entre os litigantes, provar-se-á por Art. 417. Os livros empresariais provam contra seu autor, sen-
todos os meios de direito. do lícito ao empresário, todavia, demonstrar, por todos os meios
Parágrafo único. Em relação a terceiros, considerar-se-á datado o permitidos em direito, que os lançamentos não correspondem à
documento particular: verdade dos fatos.
I - no dia em que foi registrado;
II - desde a morte de algum dos signatários; Art. 418. Os livros empresariais que preencham os requisitos
III - a partir da impossibilidade física que sobreveio a qualquer exigidos por lei provam a favor de seu autor no LITÍGIO ENTRE
dos signatários; EMPRESÁRIOS.
IV - da sua apresentação em repartição pública ou em juízo;
V - do ato ou do fato que estabeleça, de modo certo, a anteriori- Art. 419. A escrituração contábil é INDIVISÍVEL, e, se dos fatos
dade da formação do documento. que resultam dos lançamentos, uns são favoráveis ao interesse de
seu autor e outros lhe são contrários, ambos serão considerados
Art. 410. Considera-se autor do documento particular: em conjunto, como unidade.
I - aquele que o fez e o assinou;
II - aquele por conta de quem ele foi feito, estando assinado; Art. 420. O juiz pode ordenar, a requerimento da parte, a EXIBI-
III - aquele que, mandando compô-lo, não o firmou porque, con- ÇÃO INTEGRAL dos livros empresariais e dos documentos do ar-
forme a experiência comum, não se costuma assinar, como livros quivo:
empresariais e assentos domésticos. I - na liquidação de sociedade;
II - na sucessão por morte de sócio;
Art. 411. Considera-se autêntico o documento quando: III - quando e como determinar a lei.
I - o tabelião reconhecer a firma do signatário;

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Art. 421. O juiz pode, de ofício, ordenar à parte a EXIBIÇÃO § 1o Os originais dos documentos digitalizados mencionados no
PARCIAL dos livros e dos documentos, extraindo-se deles a suma inciso VI deverão ser preservados pelo seu detentor até o final
que interessar ao litígio, bem como reproduções autenticadas. do prazo para propositura de ação rescisória.
§ 2o Tratando-se de cópia digital de título executivo extrajudicial
EXIBIÇÃO INTEGRAL DOS EXIBIÇÃO PARCIAL DOS ou de documento relevante à instrução do processo, o juiz pode-
LIVROS EMPRESARIAIS LIVROS EMPRESARIAIS rá determinar seu depósito em cartório ou secretaria.
A requerimento da parte Juiz pode determinar de ofí-
cio Art. 426. O juiz apreciará fundamentadamente a fé que deva me-
Só em caso de:
recer o documento, quando em ponto substancial e sem ressalva
- liquidação da sociedade
contiver entrelinha, emenda, borrão ou cancelamento.
- sucessão por morte de só-
cio
Art. 427. Cessa a fé do documento público ou particular
- outros casos previstos em
sendo-lhe declarada judicialmente a falsidade.
lei.
Parágrafo único. A falsidade consiste em:
I - formar documento não verdadeiro;
Art. 422. Qualquer reprodução mecânica, como a fotográfica, a
II - alterar documento verdadeiro.
cinematográfica, a fonográfica ou de outra espécie, tem aptidão
para fazer prova dos fatos ou das coisas representadas, se a sua
Art. 428. Cessa a fé do documento particular quando:
conformidade com o documento original não for impugnada
I - for impugnada sua autenticidade e enquanto não se com-
por aquele contra quem foi produzida.
provar sua veracidade;
§ 1o As fotografias digitais e as extraídas da rede mundial de com-
II - assinado em branco, for impugnado seu conteúdo, por
putadores fazem prova das imagens que reproduzem, devendo,
preenchimento abusivo.
se impugnadas, ser apresentada a respectiva autenticação ele-
Parágrafo único. Dar-se-á abuso quando aquele que recebeu do-
trônica ou, não sendo possível, realizada perícia.
cumento assinado com texto não escrito no todo ou em parte
§ 2o Se se tratar de fotografia publicada em jornal ou revista, será
formá-lo ou completá-lo por si ou por meio de outrem, violando
exigido um exemplar original do periódico, caso impugnada a ve-
o pacto feito com o signatário.
racidade pela outra parte.
§ 3o Aplica-se o disposto neste artigo à forma impressa de mensa-
Art. 429. Incumbe o ônus da prova quando:
gem eletrônica.
I - se tratar de falsidade de documento ou de preenchimento
abusivo, à parte que a arguir;
Art. 423. As reproduções dos documentos particulares, fotográfi-
II - se tratar de impugnação da autenticidade, à parte que pro-
cas ou obtidas por outros processos de repetição, valem como
duziu o documento.
certidões sempre que o escrivão ou o chefe de secretaria certificar
sua conformidade com o original.
Subseção II
Da Arguição de Falsidade
Art. 424. A cópia de documento particular tem o mesmo valor
Art. 430. A falsidade deve ser suscitada na contestação, na réplica
probante que o original, cabendo ao escrivão, intimadas as partes,
ou no prazo de 15 dias, contado a partir da intimação da juntada
proceder à conferência e certificar a conformidade entre a cópia e
do documento aos autos.
o original.
Parágrafo único. Uma vez arguida, a falsidade será resolvida
como questão incidental, salvo se a parte requerer que o juiz
Art. 425. Fazem a mesma prova que os originais:
a decida como questão principal, nos termos do inciso II do art.
I - as certidões textuais de qualquer peça dos autos, do protocolo
19.
das audiências ou de outro livro a cargo do escrivão ou do chefe
de secretaria, se extraídas por ele ou sob sua vigilância e por ele
Art. 431. A parte arguirá a falsidade expondo os motivos em que
subscritas;
funda a sua pretensão e os meios com que provará o alegado.
II - os traslados e as certidões extraídas por oficial público de ins-
trumentos ou documentos lançados em suas notas;
Art. 432. Depois de ouvida a outra parte no prazo de 15 dias,
III - as reproduções dos documentos públicos, desde que autenti-
será realizado o exame pericial.
cadas por oficial público ou conferidas em cartório com os res-
Parágrafo único. Não se procederá ao exame pericial se a par-
pectivos originais;
te que produziu o documento concordar em retirá-lo.
IV - as cópias reprográficas de peças do próprio processo judicial
declaradas autênticas pelo advogado, sob sua responsabilidade
Art. 433. A declaração sobre a falsidade do documento, quando
pessoal, se não lhes for impugnada a autenticidade;
suscitada como questão principal, constará da parte dispositiva
V - os extratos digitais de bancos de dados públicos e privados,
da sentença e sobre ela incidirá também a autoridade da coisa
desde que atestado pelo seu emitente, sob as penas da lei, que as
julgada.
informações conferem com o que consta na origem;
VI - as reproduções digitalizadas de qualquer documento público
Subseção III
ou particular, quando juntadas aos autos pelos órgãos da justiça e
Da Produção da Prova Documental
seus auxiliares, pelo Ministério Público e seus auxiliares, pela De-
Art. 434. Incumbe à parte instruir a petição inicial ou a contesta-
fensoria Pública e seus auxiliares, pelas procuradorias, pelas re-
ção com os documentos destinados a provar suas alegações.
partições públicas em geral e por advogados, ressalvada a alega-
Parágrafo único. Quando o documento consistir em reprodução
ção motivada e fundamentada de adulteração.
cinematográfica ou fonográfica, a parte deverá trazê-lo nos ter-

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DIA 11 / 16

mos do caput, mas sua exposição será realizada em audiência, notarial


intimando-se previamente as partes.
Art. 440. O juiz apreciará o valor probante do documento ele-
Art. 435. É lícito às partes, em qualquer tempo, juntar aos au-
trônico não convertido, assegurado às partes o acesso ao seu
tos documentos novos, quando destinados a fazer prova de fa-
teor.
tos ocorridos depois dos articulados ou para contrapô-los aos
que foram produzidos nos autos.
Art. 441. Serão admitidos documentos eletrônicos produzidos e
Parágrafo único. Admite-se também a juntada posterior de
conservados com a observância da legislação específica.
documentos formados após a petição inicial ou a contestação,
bem como dos que se tornaram conhecidos, acessíveis ou dis-
Seção IX
poníveis após esses atos, cabendo à parte que os produzir
Da Prova Testemunhal
comprovar o motivo que a impediu de juntá-los anteriormen-
Subseção I
te e incumbindo ao juiz, em qualquer caso, avaliar a conduta
Da Admissibilidade e do Valor da Prova Testemunhal
da parte de acordo com o art. 5o.
Art. 442. A prova testemunhal É SEMPRE ADMISSÍVEL, não dis-
pondo a lei de modo diverso.
Art. 436. A parte, intimada a falar sobre documento constante
dos autos, poderá:
Art. 443. O juiz indeferirá a inquirição de testemunhas sobre
I - impugnar a admissibilidade da prova documental;
fatos:
II - impugnar sua autenticidade;
I - já provados por documento ou confissão da parte;
III - suscitar sua falsidade, com ou sem deflagração do incidente
II - que só por documento ou por exame pericial puderem ser
de arguição de falsidade;
provados.
IV - manifestar-se sobre seu conteúdo.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II (impugnar sua au-
Art. 444. Nos casos em que a lei exigir prova escrita da obriga-
tenticidade) e III (suscitar sua falsidade), a impugnação deverá ba-
ção, é admissível a prova testemunhal quando houver começo
sear-se em argumentação específica, NÃO SE ADMITINDO ALE-
de prova por escrito, emanado da parte contra a qual se preten-
GAÇÃO GENÉRICA DE FALSIDADE.
de produzir a prova.

Art. 437. O réu manifestar-se-á na contestação sobre os docu-


Art. 445. Também se admite a prova testemunhal quando o cre-
mentos anexados à inicial, e o autor manifestar-se-á na réplica so-
dor não pode ou não podia, moral ou materialmente, obter a pro-
bre os documentos anexados à contestação.
va escrita da obrigação, em casos como o de parentesco, de de-
§ 1o Sempre que uma das partes requerer a juntada de documen-
pósito necessário ou de hospedagem em hotel ou em razão das
to aos autos, o juiz ouvirá, a seu respeito, a outra parte, que dis -
práticas comerciais do local onde contraída a obrigação.
porá do prazo de 15 dias para adotar qualquer das posturas indi-
cadas no art. 436.
Art. 446. É lícito à parte provar com testemunhas:
§ 2o Poderá o juiz, a requerimento da parte, dilatar o prazo para
I - nos contratos simulados, a divergência entre a vontade real
manifestação sobre a prova documental produzida, levando em
e a vontade declarada;
consideração a quantidade e a complexidade da documentação.
II - nos contratos em geral, os vícios de consentimento.
Art. 438. O juiz requisitará às repartições públicas, em qualquer
Art. 447. Podem depor como testemunhas todas as pessoas, ex-
tempo ou grau de jurisdição:
ceto as incapazes, impedidas ou suspeitas.
I - as certidões necessárias à prova das alegações das partes;
§ 1o São incapazes:
II - os procedimentos administrativos nas causas em que forem
I - o interdito por enfermidade ou deficiência mental;
interessados a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios
II - o que, acometido por enfermidade ou retardamento men-
ou entidades da administração indireta.
tal, ao tempo em que ocorreram os fatos, não podia discerni-los,
§ 1o Recebidos os autos, o juiz mandará extrair, no prazo máximo
ou, ao tempo em que deve depor, não está habilitado a transmitir
e IMPRORROGÁVEL de 1 mês, certidões ou reproduções foto-
as percepções;
gráficas das peças que indicar e das que forem indicadas pelas
III - o que tiver menos de 16 anos;
partes, e, em seguida, devolverá os autos à repartição de origem.
IV - o cego e o surdo, quando a ciência do fato depender dos
§ 2o As repartições públicas poderão fornecer todos os documen-
sentidos que lhes faltam.
tos em meio eletrônico, conforme disposto em lei, certificando,
§ 2o São impedidos:
pelo mesmo meio, que se trata de extrato fiel do que consta em
I - o cônjuge, o companheiro, o ascendente e o descendente
seu banco de dados ou no documento digitalizado.
em qualquer grau e o colateral, até o 3° grau, de alguma das
Seção VIII partes, por consanguinidade ou afinidade, salvo se o exigir o in-
Dos Documentos Eletrônicos teresse público ou, tratando-se de causa relativa ao estado da
Art. 439. A utilização de documentos eletrônicos no processo pessoa, não se puder obter de outro modo a prova que o juiz
convencional dependerá de sua conversão à forma impressa e repute necessária ao julgamento do mérito;
da verificação de sua autenticidade, na forma da lei. II - o que é parte na causa;
III - o que intervém em nome de uma parte, como o tutor, o
representante legal da pessoa jurídica, o juiz, o advogado e
FPPC636. (arts.439, 440, 369 e 584) As conversas registradas por
outros que assistam ou tenham assistido as partes.
aplicativos de mensagens instantâneas e redes sociais podem ser
§ 3o São suspeitos:
admitidas no processo como prova, independentemente de ata
I - o inimigo da parte ou o seu amigo íntimo;

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DIA 11 / 17

II - o que tiver interesse no litígio. de a sua inquirição se houver demonstração de efetivo pre-
§ 4o Sendo necessário, pode o juiz admitir o depoimento das juízo.
testemunhas menores, impedidas ou suspeitas.
§ 5o Os depoimentos referidos no § 4o serão prestados indepen-
Art. 451. Depois de apresentado o rol de que tratam os §§ 4 o e
dentemente de compromisso, e o juiz lhes atribuirá o valor que
5o do art. 357, a parte só pode substituir a testemunha:
possam merecer.
I - que falecer;
II - que, por enfermidade, não estiver em condições de depor;
I - o interdito por enfermidade ou deficiência III - que, tendo mudado de residência ou de local de trabalho,
mental; não for encontrada.
II - o que, acometido por enfermidade ou re-
tardamento mental, ao tempo em que ocorre- Art. 452. Quando for arrolado como testemunha, o juiz da causa:
INCAPAZES ram os fatos, não podia discerni-los, ou, ao I - declarar-se-á impedido, se tiver conhecimento de fatos que
tempo em que deve depor, não está habilitado possam influir na decisão, caso em que será vedado à parte que
a transmitir as percepções; o incluiu no rol desistir de seu depoimento;
III - o que tiver menos de 16 anos; II - se nada souber, mandará excluir o seu nome.
IV - o cego e o surdo, quando a ciência do
fato depender dos sentidos que lhes faltam. Art. 453. As testemunhas depõem, na audiência de instrução e
I - o cônjuge, o companheiro, o ascendente e julgamento, perante o juiz da causa, exceto:
o descendente em qualquer grau e o colate- I - as que prestam depoimento antecipadamente;
ral, até o 3° grau, de alguma das partes, por II - as que são inquiridas por carta.
consanguinidade ou afinidade, salvo se o exigir § 1o A oitiva de testemunha que residir em comarca, seção ou
o interesse público ou, tratando-se de causa re- subseção judiciária diversa daquela onde tramita o processo po-
IMPEDIDOS lativa ao estado da pessoa, não se puder obter derá ser realizada por meio de videoconferência ou outro re-
de outro modo a prova que o juiz repute neces- curso tecnológico de transmissão e recepção de sons e imagens
sária ao julgamento do mérito; em tempo real, o que poderá ocorrer, inclusive, durante a audiên-
II - o que é parte na causa; cia de instrução e julgamento.
III - o que intervém em nome de uma parte, § 2o Os juízos deverão manter equipamento para a transmissão e
como o tutor, o representante legal da pes- recepção de sons e imagens a que se refere o § 1o.
soa jurídica, o juiz, o advogado e outros que
Art. 454. São inquiridos em sua residência ou onde exercem
assistam ou tenham assistido as partes.
sua função:
SUSPEITOS I - o inimigo da parte ou o seu amigo íntimo; I - o presidente e o vice-presidente da República;
II - o que tiver interesse no litígio. II - os ministros de Estado;
III - os ministros do STF, os conselheiros do CNJ e os ministros
Art. 448. A testemunha não é obrigada a depor sobre fatos: do STJ, do STM, do TSE, do TST e do TCU;
I - que lhe acarretem grave dano, bem como ao seu cônjuge ou IV - o PGR e os conselheiros do CNMP;
companheiro e aos seus parentes consanguíneos ou afins, em li- V - o AGU, o procurador-geral do Estado, o procurador-geral
nha reta ou colateral, até o 3° grau; do Município, o defensor público-geral federal e o defensor
II - a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigi- público-geral do Estado;
lo. VI - os senadores e os deputados federais;
VII - os governadores dos Estados e do Distrito Federal;
Art. 449. Salvo disposição especial em contrário, as testemunhas VIII - o prefeito;
devem ser ouvidas na sede do juízo. IX - os deputados estaduais e distritais;
Parágrafo único. Quando a parte ou a testemunha, por enfermi- X - os desembargadores dos TJ, dos TRF, dos TRT e dos TRE e os
dade ou por outro motivo relevante, estiver impossibilitada de conselheiros dos TCE e do Distrito Federal;
comparecer, mas não de prestar depoimento, o juiz designará, XI - o PGJ;
conforme as circunstâncias, dia, hora e lugar para inquiri-la. XII - o embaixador de país que, por lei ou tratado, concede
idêntica prerrogativa a agente diplomático do Brasil.
Subseção II § 1o O juiz solicitará à autoridade que indique dia, hora e local
Da Produção da Prova Testemunhal a fim de ser inquirida, remetendo-lhe cópia da petição inicial ou
Art. 450. O rol de testemunhas conterá, sempre que possível, o da defesa oferecida pela parte que a arrolou como testemunha.
nome, a profissão, o estado civil, a idade, o número de inscrição § 2o Passado 1 mês sem manifestação da autoridade, o juiz de-
no Cadastro de Pessoas Físicas, o número de registro de identida- signará dia, hora e local para o depoimento, preferencialmen-
de e o endereço completo da residência e do local de trabalho. te na sede do juízo.
§ 3o O juiz também designará dia, hora e local para o depoimento,
FPPC519. (art. 450; art. 319, §1º; art. 6º) Em caso de impossibili- quando a autoridade não comparecer, injustificadamente, à ses-
dade de obtenção ou de desconhecimento das informações re- são agendada para a colheita de seu testemunho no dia, hora e
lativas à qualificação da testemunha, a parte poderá requerer ao local por ela mesma indicados.
juiz providências necessárias para a sua obtenção, salvo em ca-
Art. 455. Cabe ao advogado da parte informar ou intimar a
sos de inadmissibilidade da prova ou de abuso de direito.
testemunha por ele arrolada do dia, da hora e do local da au-
JDPC34 A qualificação incompleta da testemunha só impe-
diência designada, dispensando-se a intimação do juízo.

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DIA 11 / 18

§ 1o A intimação deverá ser realizada por carta com aviso de § 2o As testemunhas devem ser tratadas com urbanidade, não se
recebimento, cumprindo ao advogado juntar aos autos, com lhes fazendo perguntas ou considerações impertinentes, capcio-
antecedência de pelo menos 3 dias da data da audiência, có- sas ou vexatórias.
pia da correspondência de intimação e do comprovante de re- § 3o As perguntas que o juiz indeferir serão transcritas no termo,
cebimento. se a parte o requerer.
§ 2o A parte pode comprometer-se a levar a testemunha à au-
diência, independentemente da intimação de que trata o § 1 o, FPPC156. (art. 459, caput) Não configura induzimento, cons-
presumindo-se, caso a testemunha não compareça, que a parte tante do art. 466, caput, a utilização de técnica de arguição di-
desistiu de sua inquirição. reta no exercício regular de direito.
§ 3o A inércia na realização da intimação a que se refere o § 1 o im- FPPC157. (art. 459 § 1º) Deverá ser facultada às partes a formula-
porta desistência da inquirição da testemunha. ção de perguntas de esclarecimento ou complementação decor-
§ 4o A intimação será feita pela via judicial quando: rentes da inquirição do juiz.
I - for frustrada a intimação prevista no § 1o deste artigo; FPPC158. (art. 459, § 3º) Constitui direito da parte a transcrição
II - sua necessidade for devidamente demonstrada pela parte de perguntas indeferidas pelo juiz.
ao juiz;
III - figurar no rol de testemunhas servidor público ou militar,
Art. 460. O depoimento poderá ser documentado por meio de
hipótese em que o juiz o requisitará ao chefe da repartição ou ao
gravação.
comando do corpo em que servir;
§ 1o Quando digitado ou registrado por taquigrafia, estenotipia
IV - a testemunha houver sido ARROLADA pelo Ministério Pú-
ou outro método idôneo de documentação, o depoimento será
blico ou PELA DEFENSORIA PÚBLICA;
assinado pelo juiz, pelo depoente e pelos procuradores.
V - a testemunha for uma daquelas previstas no art. 454.
§ 2o Se houver recurso em processo em autos não eletrônicos, o
§ 5o A testemunha que, intimada na forma do § 1 o ou do § 4o, dei-
depoimento somente será digitado quando for impossível o envio
xar de comparecer sem motivo justificado será conduzida e res-
de sua documentação eletrônica.
ponderá pelas despesas do adiamento.
§ 3o Tratando-se de autos eletrônicos, observar-se-á o disposto
neste Código e na legislação específica sobre a prática eletrônica
Art. 456. O juiz inquirirá as testemunhas separada e sucessiva-
de atos processuais.
mente, primeiro as do autor e depois as do réu, e providenciará
para que uma não ouça o depoimento das outras.
Art. 461. O juiz pode ordenar, de ofício ou a requerimento da
Parágrafo único. O juiz poderá alterar a ordem estabelecida no
parte:
caput SE AS PARTES CONCORDAREM.
I - a inquirição de testemunhas referidas nas declarações da
parte ou das testemunhas;
Art. 457. Antes de depor, a testemunha será qualificada, declarará
II - a acareação de 2 ou mais testemunhas ou de alguma delas
ou confirmará seus dados e informará se tem relações de paren-
com a parte, quando, sobre fato determinado que possa influir
tesco com a parte ou interesse no objeto do processo.
na decisão da causa, divergirem as suas declarações.
§ 1o É lícito à parte contraditar a testemunha, arguindo-lhe a inca-
§ 1o Os acareados serão reperguntados para que expliquem os
pacidade, o impedimento ou a suspeição, bem como, caso a tes-
pontos de divergência, reduzindo-se a termo o ato de acareação.
temunha negue os fatos que lhe são imputados, provar a contra-
§ 2o A acareação pode ser realizada por videoconferência ou
dita com documentos ou com testemunhas, até 3, apresentadas
por outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens
no ato e inquiridas em separado.
em tempo real.
§ 2o Sendo provados ou confessados os fatos a que se refere o §
1o, o juiz dispensará a testemunha ou lhe tomará o depoimento
Art. 462. A testemunha pode requerer ao juiz o pagamento da
como informante.
despesa que efetuou para comparecimento à audiência, devendo
§ 3o A testemunha pode requerer ao juiz que a escuse de depor,
a parte pagá-la logo que arbitrada ou depositá-la em cartório
alegando os motivos previstos neste Código, decidindo o juiz de
dentro de 3 dias.
plano após ouvidas as partes.
Art. 463. O depoimento prestado em juízo é considerado servi-
Art. 458. Ao início da inquirição, a testemunha prestará o com-
ço público.
promisso de dizer a verdade do que souber e lhe for pergunta-
Parágrafo único. A testemunha, quando sujeita ao regime da le-
do.
gislação trabalhista, não sofre, por comparecer à audiência, perda
Parágrafo único. O juiz advertirá à testemunha que incorre em
de salário nem desconto no tempo de serviço.
sanção penal quem faz afirmação falsa, cala ou oculta a verdade.

Art. 459. [SISTEMA DO CROSS-EXAMINATION] As perguntas CÓDIGO PENAL


serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha, co-
meçando pela que a arrolou, não admitindo o juiz aquelas que TÍTULO VII
puderem induzir a resposta, não tiverem relação com as questões DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA
de fato objeto da atividade probatória ou importarem repetição CAPÍTULO I
de outra já respondida. DOS CRIMES CONTRA O CASAMENTO
§ 1o O juiz poderá inquirir a testemunha tanto antes quanto de- Bigamia
pois da inquirição feita pelas partes. Art. 235 - Contrair alguém, sendo casado, novo casamen-
to:
Pena - reclusão, de 2 a 6 anos.

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DIA 11 / 19

§ 1º - Aquele que, não sendo casado, contrai casamento CAPÍTULO III


com pessoa casada, conhecendo essa circunstância, é punido DOS CRIMES CONTRA A ASSISTÊNCIA FAMILIAR
com reclusão ou detenção, de 1 a 3 anos. Abandono material
§ 2º - Anulado por qualquer motivo o primeiro casamento, Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência
ou o outro por motivo que não a bigamia, considera-se inexis- do cônjuge, ou de filho menor de 18 anos ou inapto para o tra-
tente o crime. balho, ou de ascendente inválido ou maior de 60 anos, não lhes
proporcionando os recursos necessários ou faltando ao paga-
Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento mento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada
Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer descendente ou
outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja ascendente, gravemente enfermo:
casamento anterior: Pena - detenção, de 1 a 4 anos e multa, de 1 a 10 vezes o
Pena - detenção, de 6 meses a 2 anos. maior salário mínimo vigente no País.
Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do con- Parágrafo único - Nas mesmas penas incide quem, sendo
traente enganado e não pode ser intentada senão depois de solvente, frustra ou ilide, de qualquer modo, inclusive por aban-
transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou dono injustificado de emprego ou função, o pagamento de pen-
impedimento, anule o casamento. são alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada.

Ação Penal Privada Personalíssima Entrega de filho menor a pessoa inidônea


Art. 245 - Entregar filho menor de 18 anos a pessoa em cuja
companhia saiba ou deva saber que o menor fica moral ou mate-
Conhecimento prévio de impedimento
rialmente em perigo:
Art. 237 - Contrair casamento, conhecendo a existência de
Pena - detenção, de 1 a 2 anos.
impedimento que lhe cause a nulidade absoluta:
§ 1º - A pena é de 1 a 4 anos de reclusão, se o agente pratica
Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano.
delito para obter lucro, ou se o menor é enviado para o exterior.
§ 2º - Incorre, também, na pena do parágrafo anterior quem,
Simulação de autoridade para celebração de casamento
embora excluído o perigo moral ou material, auxilia a efetivação
Art. 238 - Atribuir-se falsamente autoridade para celebração
de ato destinado ao envio de menor para o exterior, com o fito de
de casamento:
obter lucro.
Pena - detenção, de 1 a 3 anos, se o fato não constitui crime
mais grave.
Abandono intelectual
Art. 246 - Deixar, sem justa causa, de prover à instrução
Simulação de casamento
primária de filho em idade escolar:
Art. 239 - Simular casamento mediante engano de outra
Pena - detenção, de 15 dias a 1 mês, ou multa.
pessoa:
Pena - detenção, de 1 a 3 anos, se o fato não constitui ele-
Art. 247 - Permitir alguém que menor de 18 anos, sujeito a
mento de crime mais grave.
seu poder ou confiado à sua guarda ou vigilância:
I - frequente casa de jogo ou mal-afamada, ou conviva com
CAPÍTULO II
pessoa viciosa ou de má vida;
DOS CRIMES CONTRA O ESTADO DE FILIAÇÃO
II - frequente espetáculo capaz de pervertê-lo ou de ofen-
Registro de nascimento inexistente
der-lhe o pudor, ou participe de representação de igual natureza;
Art. 241 - Promover no registro civil a inscrição de nascimen-
III - resida ou trabalhe em casa de prostituição;
to inexistente:
IV - mendigue ou sirva a mendigo para excitar a comiseração
Pena - reclusão, de 2 a 6 anos.
pública:
Pena - detenção, de 1 a 3 meses, ou multa.
Parto suposto. Supressão ou alteração de direito inerente ao
estado civil de recém-nascido
CAPÍTULO IV
Art. 242 - Dar parto alheio como próprio; registrar como
DOS CRIMES CONTRA O
seu o filho de outrem; ocultar recém-nascido ou substituí-lo, su-
PÁTRIO PODER, TUTELA CURATELA
primindo ou alterando direito inerente ao estado civil:
Induzimento a fuga, entrega arbitrária ou sonegação de in-
Pena - reclusão, de 2 a 6 anos.
capazes
Parágrafo único - Se o crime é praticado por motivo de reco-
Art. 248 - Induzir menor de 18 anos, ou interdito, a fugir do
nhecida nobreza:
lugar em que se acha por determinação de quem sobre ele exerce
Pena - detenção, de 1 a 2 anos, podendo o juiz deixar de
autoridade, em virtude de lei ou de ordem judicial; confiar a ou-
aplicar a pena.
trem sem ordem do pai, do tutor ou do curador algum menor de
18 anos ou interdito, ou deixar, sem justa causa, de entregá-lo a
Sonegação de estado de filiação
quem legitimamente o reclame:
Art. 243 - Deixar em asilo de expostos ou outra instituição de
Pena - detenção, de 1 mês a 1 ano, ou multa.
assistência filho próprio ou alheio, ocultando-lhe a filiação ou atri-
buindo-lhe outra, com o fim de prejudicar direito inerente ao es-
Subtração de incapazes
tado civil:
Art. 249 - Subtrair menor de 18 anos ou interdito ao poder
Pena - reclusão, de 1 a 5 anos, e multa.
de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou de ordem ju-
dicial:

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DIA 11 / 20

Pena - detenção, de 2 meses a 2 anos, se o fato não constitui Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano.
elemento de outro crime.
§ 1º - O fato de ser o agente pai ou tutor do menor ou cura - Fabrico, fornecimento, aquisição posse ou transporte de ex-
dor do interdito não o exime de pena, se destituído ou tempora- plosivos ou gás tóxico, ou asfixiante
riamente privado do pátrio poder, tutela, curatela ou guarda. Art. 253 - Fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar, sem
§ 2º - No caso de restituição do menor ou do interdito, se licença da autoridade, substância ou engenho explosivo, gás tóxi-
este não sofreu maus-tratos ou privações, o juiz pode deixar de co ou asfixiante, ou material destinado à sua fabricação:
aplicar pena. Pena - detenção, de 6 meses a 2 anos, e multa.

TÍTULO VIII Inundação


DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA Art. 254 - Causar inundação, expondo a perigo a vida, a inte-
CAPÍTULO I gridade física ou o patrimônio de outrem:
DOS CRIMES DE PERIGO COMUM Pena - reclusão, de 3 a 6 anos, e multa, no caso de dolo, ou
Incêndio detenção, de 6 meses a 2 anos, no caso de culpa.
Art. 250 - Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a inte-
gridade física ou o patrimônio de outrem: Perigo de inundação
Pena - reclusão, de 3 a 6 anos, e multa. Art. 255 - Remover, destruir ou inutilizar, em prédio próprio
Aumento de pena ou alheio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patri -
§ 1º - As penas aumentam-se de 1/3: mônio de outrem, obstáculo natural ou obra destinada a impedir
I - se o crime é cometido com intuito de obter vantagem pe- inundação:
cuniária em proveito próprio ou alheio; Pena - reclusão, de 1 a 3 anos, e multa.
II - se o incêndio é:
a) em casa habitada ou destinada a habitação; Desabamento ou desmoronamento
b) em edifício público ou destinado a uso público ou a obra Art. 256 - Causar desabamento ou desmoronamento, expon-
de assistência social ou de cultura; do a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de ou-
c) em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de trans- trem:
porte coletivo; Pena - reclusão, de 1 a 4 anos, e multa.
d) em estação ferroviária ou aeródromo; Modalidade culposa
e) em estaleiro, fábrica ou oficina; Parágrafo único - Se o crime é culposo:
f) em depósito de explosivo, combustível ou inflamável; Pena - detenção, de 6 meses a 1 ano.
g) em poço petrolífico ou galeria de mineração;
h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta. Subtração, ocultação ou inutilização de material de salva-
Incêndio culposo mento
§ 2º - Se culposo o incêndio, é pena de detenção, de 6 me- Art. 257 - Subtrair, ocultar ou inutilizar, por ocasião de incên-
ses a 2 anos. dio, inundação, naufrágio, ou outro desastre ou calamidade, apa-
relho, material ou qualquer meio destinado a serviço de combate
Explosão ao perigo, de socorro ou salvamento; ou impedir ou dificultar ser-
Art. 251 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou o pa- viço de tal natureza:
trimônio de outrem, mediante explosão, arremesso ou simples Pena - reclusão, de 2 a 5 anos, e multa.
colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos
análogos: Formas qualificadas de crime de perigo comum
Pena - reclusão, de 3 a 6 anos, e multa. Art. 258 - Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão
§ 1º - Se a substância utilizada não é dinamite ou explosivo corporal de natureza grave, a pena privativa de liberdade é au-
de efeitos análogos: mentada de metade; se resulta morte, é aplicada em dobro. No
Pena - reclusão, de 1 a 4 anos, e multa. caso de culpa, se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-
Aumento de pena se de metade; se resulta morte, aplica-se a pena cominada ao
§ 2º - As penas aumentam-se de 1/3, se ocorre qualquer homicídio culposo, aumentada de 1/3.
das hipóteses previstas no § 1º, I, do artigo anterior, ou é visada
ou atingida qualquer das coisas enumeradas no nº II do mesmo Difusão de doença ou praga
parágrafo. Art. 259 - Difundir doença ou praga que possa causar dano a
Modalidade culposa floresta, plantação ou animais de utilidade econômica:
§ 3º - No caso de culpa, se a explosão é de dinamite ou Pena - reclusão, de 2 a 5 anos, e multa.
substância de efeitos análogos, a pena é de detenção, de seis me- Modalidade culposa
ses a dois anos; nos demais casos, é de detenção, de três meses a Parágrafo único - No caso de culpa, a pena é de detenção,
um ano. de um a seis meses, ou multa.

Uso de gás tóxico ou asfixiante CAPÍTULO II


Art. 252 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou o pa- DOS CRIMES CONTRA A
trimônio de outrem, usando de gás tóxico ou asfixiante: SEGURANÇA DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO
Pena - reclusão, de 1 a 4 anos, e multa. E TRANSPORTE E OUTROS SERVIÇOS PÚBLICOS
Modalidade Culposa Perigo de desastre ferroviário
Parágrafo único - Se o crime é culposo: Art. 260 - Impedir ou perturbar serviço de estrada de ferro:

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DIA 11 / 21

I - destruindo, danificando ou desarranjando, total ou parci- Pena - reclusão, de 1 a 5 anos, e multa.


almente, linha férrea, material rodante ou de tração, obra-de-arte Parágrafo único - Aumentar-se-á a pena de 1/3 até a 1/2,
ou instalação; se o dano ocorrer em virtude de subtração de material essencial
II - colocando obstáculo na linha; ao funcionamento dos serviços.
III - transmitindo falso aviso acerca do movimento dos veícu-
los ou interrompendo ou embaraçando o funcionamento de te- Interrupção ou perturbação de serviço telegráfico, telefônico,
légrafo, telefone ou radiotelegrafia; informático, telemático ou de informação de utilidade pública
IV - praticando outro ato de que possa resultar desastre: Art. 266 - Interromper ou perturbar serviço telegráfico, radi-
Pena - reclusão, de 2 a 5 anos, e multa. otelegráfico ou telefônico, impedir ou dificultar-lhe o restabeleci-
Desastre ferroviário mento:
§ 1º - Se do fato resulta desastre: Pena - detenção, de 1 a 3 anos, e multa.
Pena - reclusão, de 4 a 12 anos e multa. o
§ 1 Incorre na mesma pena quem interrompe serviço telemático
§ 2º - No caso de culpa, ocorrendo desastre:
ou de informação de utilidade pública, ou impede ou dificulta-lhe
Pena - detenção, de 6 meses a 2 anos.
o restabelecimento.
§ 3º - Para os efeitos deste artigo, entende-se por estrada de
ferro qualquer via de comunicação em que circulem veículos de § 2o Aplicam-se as penas em dobro se o crime é cometido por
tração mecânica, em trilhos ou por meio de cabo aéreo. ocasião de calamidade pública.

Atentado contra a segurança de transporte marítimo, fluvial CAPÍTULO III


ou aéreo DOS CRIMES CONTRA A SAÚDE PÚBLICA
Art. 261 - Expor a perigo embarcação ou aeronave, própria Epidemia
ou alheia, ou praticar qualquer ato tendente a impedir ou dificul- Art. 267 - Causar epidemia, mediante a propagação de ger-
tar navegação marítima, fluvial ou aérea: mes patogênicos:
Pena - reclusão, de 2 a 5 anos. Pena - reclusão, de 10 a 15 anos.
Sinistro em transporte marítimo, fluvial ou aéreo § 1º - Se do fato resulta morte, a pena é aplicada em dobro.
§ 1º - Se do fato resulta naufrágio, submersão ou encalhe de § 2º - No caso de culpa, a pena é de detenção, de 1 a 2 anos,
embarcação ou a queda ou destruição de aeronave: ou, se resulta morte, de 2 a 4 anos.
Pena - reclusão, de 4 a 12 anos.
Prática do crime com o fim de lucro Infração de medida sanitária preventiva
§ 2º - Aplica-se, também, a pena de multa, se o agente prati- Art. 268 - Infringir determinação do poder público, destinada
ca o crime com intuito de obter vantagem econômica, para si ou a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa:
para outrem. Pena - detenção, de 1 mês a 1 ano, e multa.
Modalidade culposa Parágrafo único - A pena é aumentada de 1/3, se o agente
§ 3º - No caso de culpa, se ocorre o sinistro: é funcionário da saúde pública ou exerce a profissão de médico,
Pena - detenção, de 6 meses a 2 anos. farmacêutico, dentista ou enfermeiro.

Atentado contra a segurança de outro meio de transporte Omissão de notificação de doença


Art. 262 - Expor a perigo outro meio de transporte público, Art. 269 - Deixar o médico de denunciar à autoridade pública
impedir-lhe ou dificultar-lhe o funcionamento: doença cuja notificação é compulsória:
Pena - detenção, de 1 a 2 anos. Pena - detenção, de 6 meses a 2 anos, e multa.
§ 1º - Se do fato resulta desastre, a pena é de reclusão, de 2
a 5 anos. Envenenamento de água potável ou de substância alimentí-
§ 2º - No caso de culpa, se ocorre desastre: cia ou medicinal
Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano. Art. 270 - Envenenar água potável, de uso comum ou parti-
cular, ou substância alimentícia ou medicinal destinada a consu-
Forma qualificada mo:
Art. 263 - Se de qualquer dos crimes previstos nos arts. 260 a Pena - reclusão, de 10 a 15 anos.
262, no caso de desastre ou sinistro, resulta lesão corporal ou § 1º - Está sujeito à mesma pena quem entrega a consumo
morte, aplica-se o disposto no art. 258. ou tem em depósito, para o fim de ser distribuída, a água ou a
substância envenenada.
Arremesso de projétil Modalidade culposa
Art. 264 - Arremessar projétil contra veículo, em movimento, § 2º - Se o crime é culposo:
destinado ao transporte público por terra, por água ou pelo ar: Pena - detenção, de 6 meses a 2 anos.
Pena - detenção, de 1 a 6 meses.
Parágrafo único - Se do fato resulta lesão corporal, a pena é Corrupção ou poluição de água potável
de detenção, de seis meses a dois anos; se resulta morte, a pena é Art. 271 - Corromper ou poluir água potável, de uso comum
a do art. 121, § 3º, aumentada de um terço. ou particular, tornando-a imprópria para consumo ou nociva à
saúde:
Atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública Pena - reclusão, de 2 a 5 anos.
Art. 265 - Atentar contra a segurança ou o funcionamento de Modalidade culposa
serviço de água, luz, força ou calor, ou qualquer outro de utilida- Parágrafo único - Se o crime é culposo:
de pública: Pena - detenção, de 2 meses a 1 ano.

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DIA 11 / 22

tância aromática, anti-séptica, conservadora ou qualquer outra


Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de substân- não expressamente permitida pela legislação sanitária:
cia ou produtos alimentícios Pena - reclusão, de 1 a 5 anos, e multa.
Art. 272 - Corromper, adulterar, falsificar ou alterar substân-
cia ou produto alimentício destinado a consumo, tornando-o no- Invólucro ou recipiente com falsa indicação
civa à saúde ou reduzindo-lhe o valor nutritivo: Art. 275 - Inculcar, em invólucro ou recipiente de produtos
Pena - reclusão, de 4 a 8 anos, e multa. alimentícios, terapêuticos ou medicinais, a existência de substân-
§ 1º-A - Incorre nas penas deste artigo quem fabrica, vende, cia que não se encontra em seu conteúdo ou que nele existe em
expõe à venda, importa, tem em depósito para vender ou, de quantidade menor que a mencionada:
qualquer forma, distribui ou entrega a consumo a substância ali- Pena - reclusão, de 1 a 5 anos, e multa.
mentícia ou o produto falsificado, corrompido ou adulterado.
§ 1º - Está sujeito às mesmas penas quem pratica as ações Produto ou substância nas condições dos dois artigos anteri-
previstas neste artigo em relação a bebidas, com ou sem teor al- ores
coólico. Art. 276 - Vender, expor à venda, ter em depósito para ven-
Modalidade culposa der ou, de qualquer forma, entregar a consumo produto nas con-
§ 2º - Se o crime é culposo: dições dos arts. 274 e 275.
Pena - detenção, de 1 a 2 anos, e multa. Pena - reclusão, de 1 a 5 anos, e multa.

Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de pro- Substância destinada à falsificação


duto destinado a fins terapêuticos ou medicinais Art. 277 - Vender, expor à venda, ter em depósito ou ceder
Art. 273 - Falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto substância destinada à falsificação de produtos alimentícios, tera-
destinado a fins terapêuticos ou medicinais: pêuticos ou medicinais
Pena - reclusão, de 10 a 15 anos, e multa. Pena - reclusão, de 1 a 5 anos, e multa.
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem importa, vende,
expõe à venda, tem em depósito para vender ou, de qualquer for- Outras substâncias nocivas à saúde pública
ma, distribui ou entrega a consumo o produto falsificado, corrom- Art. 278 - Fabricar, vender, expor à venda, ter em depósito
pido, adulterado ou alterado. para vender ou, de qualquer forma, entregar a consumo coisa ou
§ 1º-A - Incluem-se entre os produtos a que se refere este substância nociva à saúde, ainda que não destinada à alimentação
artigo os medicamentos, as matérias-primas, os insumos farma- ou a fim medicinal:
cêuticos, os cosméticos, os saneantes e os de uso em diagnóstico. Pena - detenção, de 1 a 3 anos, e multa.
§ 1º-B - Está sujeito às penas deste artigo quem pratica as Modalidade culposa
ações previstas no § 1º em relação a produtos em qualquer das Parágrafo único - Se o crime é culposo:
seguintes condições: Pena - detenção, de 2 meses a 1 ano.
I - sem registro, quando exigível, no órgão de vigilância sani-
tária competente; Medicamento em desacordo com receita médica
II - em desacordo com a fórmula constante do registro pre- Art. 280 - Fornecer substância medicinal em desacordo com
visto no inciso anterior; receita médica:
III - sem as características de identidade e qualidade admiti- Pena - detenção, de 1 a 3 anos, ou multa.
das para a sua comercialização; Modalidade culposa
IV - com redução de seu valor terapêutico ou de sua ativida- Parágrafo único - Se o crime é culposo:
de; Pena - detenção, de 2 meses a 1 ano.
V - de procedência ignorada;
O STJ decidiu que é inconstitucional a pena (preceito secundá- Exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica
rio) do art. 273, § 1º-B, V, do CP. Em substituição a ela, deve-se Art. 282 - Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de
aplicar ao condenado a pena prevista no caput do art. 33 da Lei médico, dentista ou farmacêutico, sem autorização legal ou exce-
11.343/2006, com possibilidade de incidência da causa de di- dendo-lhe os limites:
minuição de pena do respectivo § 4º. Corte especial. AI no HC Pena - detenção, de 6 meses a 2 anos.
239363-PR, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em Parágrafo único - Se o crime é praticado com o fim de lucro,
26/2/2015 (Info 559). aplica-se também multa.
OBS: o STJ, em entendimento Sumulado, proíbe a combina-
ção de leis, entretanto, no julgamento acima, acabou por Charlatanismo
combinar leis penais (lex tertia) Art. 283 - Inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou
infalível:
VI - adquiridos de estabelecimento sem licença da autorida-
Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano, e multa.
de sanitária competente.
Modalidade culposa
Curandeirismo
§ 2º - Se o crime é culposo:
Art. 284 - Exercer o curandeirismo:
Pena - detenção, de 1 a 3 anos, e multa.
I - prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitual-
mente, qualquer substância;
Emprego de processo proibido ou de substância não permi-
II - usando gestos, palavras ou qualquer outro meio;
tida
III - fazendo diagnósticos:
Art. 274 - Empregar, no fabrico de produto destinado a con-
Pena - detenção, de 6 meses a 2 anos.
sumo, revestimento, gaseificação artificial, matéria corante, subs-

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Parágrafo único - Se o crime é praticado mediante remune- REFORMATIO IN PEJUS mite reformar para piorar sua situa-
ração, o agente fica também sujeito à multa. ção.

Forma qualificada O recorrente apresentará as razões


Art. 285 - Aplica-se o disposto no art. 258 aos crimes previs- DIALETICIDADE recursais, de forma a permitir a par-
tos neste Capítulo, salvo quanto ao definido no art. 267. te contrária apresentar contrarra-
zões.
TÍTULO IX O recorrente pode complementar as
DOS CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA razões recursais quando a decisão
Incitação ao crime impugnada for alterada pelo juiz:
Art. 286 - Incitar, publicamente, a prática de crime: COMPLEMENTARIEDADE - Provimento de ED apresentados
Pena - detenção, de 3 a 6 meses, ou multa. pela parte contrária
- Correção ex officio de erros for-
Apologia de crime ou criminoso mais/materiais
Art. 287 - Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou
de autor de crime: DUPLO GRAU DE Não há previsão expressa na CF/88.
Pena - detenção, de 3 a 6 meses, ou multa. JURISDIÇÃO Tem previsão na Convenção Ameri-
cana de Direitos Humanos.
Associação Criminosa
Art. 288. Associarem-se 3 ou mais pessoas, para o FIM ES- Incidentes ao processo/procedi-
PECÍFICO DE COMETER CRIMES: mento, sem extinguir qualquer eta-
Pena - reclusão, de 1 a 3 anos DECISÕES pa procedimental: em regra, irre-
Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade (1/2) se INTERLOCUTÓRIAS corríveis. Quando recorríveis, são
a associação é armada ou se houver a participação de criança SIMPLES questionadas por Recurso em Sen-
ou adolescente. tido Estrito. Exemplos: recebimento
de denúncia ou queixa, indeferi-
Constituição de milícia privada mento de habilitação de assistente,
Art. 288-A. Constituir, organizar, integrar, manter ou custear or- e exceção de incompetência.
ganização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão com
a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos neste Códi- Põem fim a uma etapa do processo
go: DECISÕES e são recorríveis via Recurso em
Pena - reclusão, de 4 a 8 anos. INTERLOCUTÓRIAS Sentido Estrito. Exemplos: decisão
MISTAS de pronúncia e acerca de exceção
de coisa julgada, litispendência e le-
CÓDIGO PROCESSO PENAL
gitimidade da parte, quando acolhi-
das
TÍTULO II
DOS RECURSOS EM GERAL DECISÕES DEFINITIVAS, São recorríveis por apelação.
OU COM FORÇA DE
PRINCÍPIOS
DEFINITIVAS
VOLUNTARIEDADE A parte só recorrerá se lhe for con-
DESPACHOS E EXCEÇÃO São irrecorríveis.
veniente
DE SUSPEIÇÃO
UNIRRECORRIBILIDADE/ Para cada decisão caberá apenas
SINGULARIDADE um recurso (regra)
SÚMULAS SOBRE RECURSOS
A interposição de um recurso no lu-
STF
gar de outro pode ser conhecido
FUNGIBILIDADE como o recurso adequado. Instru- Súmula 160-STF: É NULA a decisão do tribunal que acolhe,
mentalidade das formas. contra o réu, nulidade não arguida no recurso da acusação,
Ausência de má-fé ressalvados os casos de recurso de ofício (princípio da non
Ausência de erro grosseiro reformatio in pejus)
OBS: O art. 617 do CPP proíbe que a situação do réu seja
Os recursos na esfera penal são ta-
agravada quando apenas ele recorre. Desse modo, ainda que
xativamente previstos em lei.
haja nulidade absoluta no processo, esta não poderá ser
TAXATIVIDADE OBS: RESE – rol taxativo, mas ad-
reconhecida em prejuízo ao réu se apenas a defesa houver
mite interpretação extensiva; não
recorrido. Essa é a inteligência do enunciado 160 do STF (STJ HC
admite interpretação analógica
233.856/SP, julgado em 15/10/2013).
Se o Tribunal ao qual foi endereça- Súmula 431-STF: É NULO o julgamento de recurso criminal, na
CONVERSÃO do o recurso for incompetente, po- segunda instância, sem prévia intimação, ou publicação da
derá encaminhá-lo ao órgão com- pauta, salvo em habeas corpus.
petente. OBS: Como regra geral, a falta de intimação do defensor para a
sessão de julgamento é causa de nulidade. Contudo, o STF e o
PROIBIÇÃO Recurso exclusivo da defesa não ad-
STJ podem deixar de declarar a nulidade do julgamento se

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DIA 11 / 24

esse vício não foi alegado no momento oportuno (STF HC SENTENÇA que CONCEDER HABEAS COR-
110954, julgado em 22/05/2012). PUS;
Em regra, a defesa não precisa ser intimada da sessão de
ABSOLVER desde logo o réu com funda-
julgamento do habeas corpus. No entanto, o impetrante poderá
mento na existência de circunstância que
requerer expressamente que seja comunicado dessa data para
exclua o crime ou isente o réu de pena;
realizar sustentação oral. Nesse caso, se não for intimado,
haverá nulidade. RECURSO DE Decisão CONCESSIVA de REABILITAÇÃO;
A intimação pessoal da Defensoria Pública quanto à data de OFÍCIO
Indeferimento liminar pelo relator, no Tri-
julgamento de habeas corpus só é necessária se houver
bunal, da ação de revisão criminal, quan-
pedido expresso para a realização de sustentação oral (STF.
do o pedido não estiver suficientemente
2ª Turma. HC 134.904/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em
instruído;
13/9/2016. Info 839).
Súmula 705-STF: A renúncia do réu ao direito de apelação, Nos crimes contra a economia popular,
manifestada sem a assistência do defensor, não impede o está sujeita a recurso de ofício a sentença
conhecimento da apelação por este interposta. OBS: deve de absolvição e a deliberação que arquiva
prevalecer a vontade de quem detém os conhecimentos os autos do inquérito
técnicos e visualiza a viabilidade recursal, prestigiando-se o
princípio do duplo grau de jurisdição e da ampla defesa (HC Art. 575. Não serão prejudicados os recursos que, por erro,
235.498/SP, julgado em 12/06/2012). falta ou omissão dos funcionários, não tiverem seguimento ou
Súmula 709-STF: Salvo quando nula a decisão de primeiro não forem apresentados dentro do prazo.
grau, o acórdão que provê o recurso contra a rejeição da
denúncia vale, desde logo, pelo recebimento dela. Art. 576. O Ministério Público NÃO PODERÁ DESISTIR de
STJ recurso que haja interposto.

Súmula 267-STJ: A interposição de recurso, sem efeito Art. 577. O recurso poderá ser interposto pelo Ministério
suspensivo, contra decisão condenatória não obsta a expedição Público, ou pelo querelante, ou pelo réu, seu procurador ou
de mandado de prisão. seu defensor.
Súmula 347-STJ: O conhecimento de recurso de apelação do Parágrafo único. Não se admitirá, entretanto, recurso da
réu independe de sua prisão parte que não tiver interesse na reforma ou modificação da
Súmula 604-STJ: O mandado de segurança não se presta para decisão.
atribuir efeito suspensivo a recurso criminal interposto pelo
Ministério Público. Art. 578. O recurso será interposto por petição ou por ter-
Já que não cabe mandado de segurança, qual seria o mo nos autos, assinado pelo recorrente ou por seu representan-
instrumento cabível a ser manejado pelo MP? O Ministério te.
Público poderia propor uma medida cautelar para tentar § 1o Não sabendo ou não podendo o réu assinar o nome, o
obter efeito suspensivo do recurso. É o que ocorre, por termo será assinado por alguém, a seu rogo, na presença de 2
exemplo, no caso do RESE e dos recursos especial e testemunhas.
extraordinário. Nesse sentido: É admissível o ajuizamento de § 2o A petição de interposição de recurso, com o despacho
ação cautelar inominada para atribuir efeito suspensivo a do juiz, será, até o dia seguinte ao último do prazo, entregue ao
recurso em sentido estrito interposto pelo Ministério Público escrivão, que certificará no termo da juntada a data da entrega.
contra decisão que substituiu a prisão preventiva da Paciente § 3o Interposto por termo o recurso, o escrivão, sob pena de
pela domiciliar. Inaplicável, ao caso, a Súmula n.º 604 do suspensão por 10 a 30 dias, fará conclusos os autos ao juiz, até o
Superior Tribunal de Justiça, que é específica ao proibir o uso do dia seguinte ao último do prazo.
mandado de segurança como via de atribuição de efeito
suspensivo a recurso criminal da Acusação. STJ. 6ª Turma. HC Art. 579. Salvo a hipótese de má-fé, a parte não será pre-
468.526/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 13/11/2018. judicada pela interposição de um recurso por outro
Parágrafo único. Se o juiz, desde logo, reconhecer a impro-
CAPÍTULO I priedade do recurso interposto pela parte, mandará processá-lo
DISPOSIÇÕES GERAIS de acordo com o rito do recurso cabível.
Art. 574. Os recursos serão voluntários, excetuando-se os
seguintes casos, em que deverão ser INTERPOSTOS, DE OFÍCIO, - Ligado à instrumentalidade das formas
pelo juiz:
I - da SENTENÇA que CONCEDER HABEAS CORPUS (não Requisitos:
PRINCÍPIO DA
abrange acórdão concessivo); - Ausência de má-fé
FUNGIBILIDADE
II - da que ABSOLVER desde logo o réu com fundamento - Ausência de erro grosseiro (STJ: necessária
(teoria do recurso
na existência de circunstância que exclua o crime ou isente o existência de dúvida objetiva quanto ao re-
indiferente ou teo-
réu de pena, nos termos do art. 411. curso cabível na hipótese)
ria do tanto vale)
- Interposição do recurso errado no prazo
do recurso correto
PRINCÍPIO DA O recurso interposto corretamente será
CONVOLAÇÃO convolado (mudado) em outro, por ser mais

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DIA 11 / 25

benéfico ao recorrente. XXI - que mantiver ou substituir a medida de segurança, nos


casos do art. 774 (revogado pela LEP – cabível Agravo em Exe-
cução);
Art. 580. No caso de concurso de agentes (Código Penal,
XXII - que revogar a medida de segurança (revogado pela
art. 25), a decisão do recurso interposto por um dos réus, se
LEP – cabível Agravo em Execução);
fundado em motivos que não sejam de caráter exclusivamen-
XXIII - que deixar de revogar a medida de segurança, nos ca-
te pessoal, aproveitará aos outros. [EFEITO EXTENSIVO DAS
sos em que a lei admita a revogação (revogado pela LEP – cabível
DECISÕES JUDICIAIS FAVORÁVEIS]
Agravo em Execução);
XXIV - que converter a multa em detenção ou em prisão
Esse dispositivo NÃO PODE SER APLICADO QUANDO: simples (revogado tacitamente pela CF/88).
a) o réu que estiver requerendo a extensão da decisão não XXV - que recusar homologação à proposta de acordo de não
participar da mesma relação jurídico-processual daquele persecução penal, previsto no art. 28-A desta Lei. (LEI 13964/19)
que foi beneficiado. O requerente será, neste caso, parte
ilegítima;
Exaustivas (taxativas)
b) se invoca extensão da decisão para outros processos que
Hipóteses de cabimento do
não foram examinados pelo órgão julgador. Isso porque, Admitem interpretação extensiva
RESE
neste caso, o que o requerente está pretendendo é obter a
Não admitem interpretação
transcendência dos motivos determinantes para outro processo,
analógica
o que não é admitido pela jurisprudência do STF.
STF. 1ª Turma. HC 137728 EXTN/PR, Rel. Min. Dias Toffoli,
julgado em 30/5/2017 (Info 867). É cabível RESE para impugnar decisão que indefere produção
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br antecipada de prova, nas hipóteses do art. 366 do CPP. A deci-
são que indefere a produção antecipada de provas com base
CAPÍTULO II no art. 366 deve ser encarada, para fins de recurso, como
DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO (RESE) sendo uma decisão que “ordena a suspensão do processo” e,
Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, des- além disso, determina se haverá ou não a produção das pro-
pacho ou sentença: vas. Logo, enquadra-se no inciso XVI do art. 581 do CPP. STJ.
I - que não receber a denúncia ou a queixa; 3ª Seção. EREsp 1630121-RN, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fon-
II - que concluir pela incompetência do juízo; seca, julgado em 28/11/2018 (Info 640).
III - que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspei-
O inciso I prevê que é cabível o recurso em sentido estrito con-
ção;
tra a decisão que “não receber a denúncia ou a queixa”. Por
IV – que pronunciar o réu;
meio de interpretação extensiva, a jurisprudência admite tam-
V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidô-
bém o RESE contra a decisão que não recebe o aditamento da
nea a fiança, indeferir requerimento de prisão preventiva ou
denúncia ou da queixa.
revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão
em flagrante; Não existe previsão de recurso em sentido estrito contra a deci-
VII - que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor; são que concede, nega ou revoga a suspensão condicional do
VIII - que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, processo (“sursis processual”). Apesar disso, o STJ admite a inter-
extinta a punibilidade; posição de RESE nesses casos com base em uma interpretação
IX - que indeferir o pedido de reconhecimento da prescri- extensiva do inciso XI (que conceder, negar ou revogar a sus-
ção ou de outra causa extintiva da punibilidade; pensão condicional da pena).
X - que conceder ou negar a ordem de HC;
É cabível RESE contra decisão que revoga medida cautelar
XI - que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional
diversa da prisão. STJ. 6ª Turma. REsp 1628262/RS, Rel. Min. Se-
da pena (revogado pela LEP – cabível Agravo em Execução);
bastião Reis Júnior, julgado em 13/12/2016 (Info 596).
XII - que conceder, negar ou revogar livramento condicional
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
(revogado pela LEP – cabível Agravo em Execução);
XIII - que anular o processo da instrução criminal, no todo Art. 582 - Os recursos serão sempre para o Tribunal de
ou em parte; Apelação, salvo nos casos V (conceder, negar, arbitrar, cassar ou
XIV - que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir; julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de prisão preven-
XV - que denegar a apelação ou a julgar deserta; tiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a pri-
XVI - que ordenar a suspensão do processo, em virtude são em flagrante), X (conceder ou negar a ordem de HC) e XIV
de questão prejudicial; (incluir jurado na lista geral ou desta o excluir).
XVII - que decidir sobre a unificação de penas (revogado Parágrafo único. O recurso, no caso do no XIV (incluir jurado
pela LEP – cabível Agravo em Execução); na lista geral ou desta o excluir), será para o presidente do Tribu-
XVIII - que decidir o incidente de falsidade; nal de Apelação.
XIX - que decretar medida de segurança, depois de transitar
a sentença em julgado (revogado pela LEP – cabível Agravo em Art. 583. Subirão nos próprios autos os recursos:
Execução); I - quando interpostos de oficio;
XX - que impuser medida de segurança por transgressão de II - nos casos do art. 581, I (não receber a denúncia ou a
outra (revogado pela LEP – cabível Agravo em Execução); queixa), III (julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição),
IV (pronunciar o réu), VI, VIII (decretar a prescrição ou julgar, por

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DIA 11 / 26

outro modo, extinta a punibilidade) e X (conceder ou negar a or-


dem de HC); Art. 591. Os recursos serão apresentados ao juiz ou tribunal
III - quando o recurso não prejudicar o andamento do ad quem, dentro de 5 dias da publicação da resposta do juiz a
processo. quo, ou entregues ao Correio dentro do mesmo prazo.
Parágrafo único. O recurso da pronúncia subirá em trasla-
do, quando, havendo 2 ou mais réus, qualquer deles se confor- Art. 592. Publicada a decisão do juiz ou do tribunal ad quem,
mar com a decisão ou todos não tiverem sido ainda intimados da deverão os autos ser devolvidos, dentro de 5 dias, ao juiz a quo.
pronúncia.

Art. 584. Os recursos TERÃO EFEITO SUSPENSIVO nos ca- CAPÍTULO III
sos de perda da fiança, de concessão de livramento condicio- DA APELAÇÃO
nal e dos ns. XV (denegar a apelação ou a julgar deserta), XVII Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 dias:
(decidir sobre a unificação de penas) e XXIV (converter a multa I - das sentenças definitivas de condenação ou absolvição
em detenção ou em prisão simples) do art. 581. proferidas por juiz singular;
§ 1o Ao recurso interposto de sentença de impronúncia ou II - das decisões definitivas, ou com força de definitivas,
no caso do no VIII do art. 581 (decretar a prescrição ou julgar, por proferidas por juiz singular nos casos não previstos no Capítu-
outro modo, extinta a punibilidade), aplicar-se-á o disposto nos lo anterior;
arts. 596 e 598. III - das decisões do Tribunal do Júri, quando (recurso de
§ 2o O recurso da pronúncia suspenderá tão-somente o fundamentação vinculada):
julgamento. a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia;
§ 3o O recurso do despacho que julgar quebrada a fiança b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa
suspenderá unicamente o efeito de perda da metade do seu ou à decisão dos jurados;
valor. c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena
ou da medida de segurança;
Art. 585. O réu não poderá recorrer da pronúncia senão de- d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à
pois de preso, salvo se prestar fiança, nos casos em que a lei a ad- prova dos autos.
mitir. § 1o Se a sentença do juiz-presidente for contrária à lei ex-
pressa ou divergir das respostas dos jurados aos quesitos, o
Art. 586. O recurso voluntário poderá ser interposto no pra- tribunal ad quem fará a devida retificação.
zo de 5 dias. § 2o Interposta a apelação com fundamento no n o III, c (erro
Parágrafo único. No caso do art. 581, XIV (incluir jurado na ou injustiça na aplicação da sanção), deste artigo, o tribunal ad
lista geral ou desta o excluir), o prazo será de 20 dias, contado da quem, se lhe der provimento, retificará a aplicação da pena ou
data da publicação definitiva da lista de jurados. da medida de segurança.
§ 3o Se a apelação se fundar no n o III, d (contrária às provas
Art. 587. Quando o recurso houver de subir por instrumen- dos autos), deste artigo, e o tribunal ad quem se convencer de
to, a parte indicará, no respectivo termo, ou em requerimento que a decisão dos jurados é manifestamente contrária à prova
avulso, as peças dos autos de que pretenda traslado. dos autos, dar-lhe-á provimento para sujeitar o réu a novo jul-
Parágrafo único. O traslado será extraído, conferido e con- gamento; não se admite, porém, pelo mesmo motivo, segun-
certado no prazo de 5 dias, e dele constarão sempre a decisão da apelação.
recorrida, a certidão de sua intimação, se por outra forma não for § 4o Quando cabível a apelação, não poderá ser usado o
possível verificar-se a oportunidade do recurso, e o termo de in- RESE, ainda que somente de parte da decisão se recorra.
terposição.
Art. 596. A apelação da sentença absolutória não impedirá
Art. 588. Dentro de 2 dias, contados da interposição do re- que o réu seja posto imediatamente em liberdade.
curso, ou do dia em que o escrivão, extraído o traslado, o fizer Parágrafo único. A apelação não suspenderá a execução da
com vista ao recorrente, este oferecerá as razões e, em seguida, medida de segurança aplicada provisoriamente.
será aberta vista ao recorrido por igual prazo.
Parágrafo único. Se o recorrido for o réu, será intimado do Art. 597. A apelação de sentença condenatória TERÁ EFEI-
prazo na pessoa do defensor. TO SUSPENSIVO, salvo o disposto no art. 393, a aplicação provi-
sória de interdições de direitos e de medidas de segurança (arts.
Art. 589. Com a resposta do recorrido ou sem ela, será o re- 374 e 378), e o caso de suspensão condicional de pena.
curso concluso ao juiz, que, dentro de 2 dias, reformará (juízo de
retratação) ou sustentará o seu despacho, mandando instruir o Art. 598. Nos crimes de competência do Tribunal do Júri, ou
recurso com os traslados que lhe parecerem necessários. do juiz singular, se da sentença não for interposta apelação pelo
Parágrafo único. Se o juiz reformar o despacho recorrido, a Ministério Público no prazo legal, o ofendido ou qualquer das
parte contrária, por simples petição, poderá recorrer da nova pessoas enumeradas no art. 31 (CADI), ainda que não se tenha
decisão, se couber recurso, não sendo mais lícito ao juiz mo- habilitado como assistente, poderá interpor apelação, que
dificá-la. Neste caso, independentemente de novos arrazoados, não terá, porém, efeito suspensivo.
subirá o recurso nos próprios autos ou em traslado. Parágrafo único. O prazo para interposição desse recurso
será de 15 dias e correrá do dia em que terminar o do Ministério
Art. 590. Quando for impossível ao escrivão extrair o trasla- Público.
do no prazo da lei, poderá o juiz prorrogá-lo até o dobro.

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conhecimento do recurso de apelação tempestivamente


APELAÇÃO interposto.
3) O conhecimento de recurso de apelação do réu independe
ASSISTENTE HABILITADO 5 dias
de sua prisão. (Súmula 347/STJ)
TÉCNICO
NÃO HABILITADO 15 dias 4) Verificada a inércia do advogado constituído para
apresentação das razões do apelo criminal, o réu deve ser
Art. 599. As apelações poderão ser interpostas quer em rela- intimado para nomear novo patrono, antes que se proceda à
ção a todo o julgado, quer em relação a parte dele. indicação de defensor para o exercício do contraditório.
5) NÃO CABE mandado de segurança para conferir efeito
Art. 600. Assinado o termo de apelação, o apelante e, depois suspensivo ativo a recurso em sentido estrito interposto
dele, o apelado terão o prazo de 8 dias cada um para oferecer contra decisão que concede liberdade provisória ao acusado.
razões, salvo nos processos de contravenção, em que o prazo 6) O efeito devolutivo da apelação contra decisões do Júri é
será de 3 dias. adstrito aos fundamentos da sua interposição. (Súmula
§ 1o Se houver assistente, este arrazoará, no prazo de 3 713/STF)
dias, após o Ministério Público. 7) A ausência de contrarrazões ao recurso em sentido estrito
§ 2o Se a ação penal for movida pela parte ofendida, o Mi- interposto contra decisão que rejeita a denúncia enseja nulidade
nistério Público terá vista dos autos, no prazo de 3 dias. absoluta do processo desde o julgamento pelo Tribunal de
§ 3o Quando forem dois ou mais os apelantes ou apelados, origem.
os prazos serão comuns. 8) Aplica-se o princípio da fungibilidade à apelação
§ 4o Se o apelante declarar, na petição ou no termo, ao inter- interposta quando cabível o recurso em sentido estrito,
por a apelação, que deseja arrazoar na superior instância serão os desde que demonstrada a ausência de má-fé, de erro
autos remetidos ao tribunal ad quem onde será aberta vista às grosseiro, bem como a tempestividade do recurso.
partes, observados os prazos legais, notificadas as partes pela pu- 9) A decisão do juiz singular que encaminha recurso em sentido
blicação oficial. estrito sem antes proceder ao juízo de retratação é mera
irregularidade e não enseja nulidade absoluta.
10) O adiamento do julgamento da apelação para a sessão
RESE APELAÇÃO
subsequente não exige nova intimação da defesa.
Prazo de interposição 5 5 11) Inexiste nulidade no julgamento da apelação ou do recurso
em sentido estrito quando o voto de Desembargador impedido
Prazo para razões 2 8
não interferir no resultado final.
12) O acórdão que julga recurso em sentido estrito deve ser
Art. 601. Findos os prazos para razões, os autos serão reme- atacado por meio de recurso especial, configurando erro
tidos à instância superior, com as razões ou sem elas, no prazo grosseiro a interposição de recurso ordinário em habeas corpus.
de 5 dias, salvo no caso do art. 603, segunda parte, em que o 13) O julgamento de apelação por órgão fracionário de tribunal
prazo será de 30 dias. composto majoritariamente por juízes convocados não viola o
§ 1o Se houver mais de um réu, e não houverem todos sido princípio constitucional do juiz natural.
julgados, ou não tiverem todos apelado, caberá ao apelante pro- 14) É nulo o julgamento da apelação se, após a manifestação
mover extração do traslado dos autos, o qual deverá ser remetido nos autos da renúncia do único defensor, o réu não foi
à instância superior no prazo de 30 dias, contado da data da en- previamente intimado para constituir outro. (Súmula 708/STF)
trega das últimas razões de apelação, ou do vencimento do prazo 15) A renúncia do réu ao direito de apelação, manifestada sem a
para a apresentação das do apelado. assistência do defensor, NÃO IMPEDE o conhecimento da ape-
§ 2o As despesas do traslado correrão por conta de quem o lação por este interposta. (Súmula 705/STF)
solicitar, salvo se o pedido for de réu pobre ou do Ministério
Público.

Art. 602. Os autos serão, dentro dos prazos do artigo anteri-


or, apresentados ao tribunal ad quem ou entregues ao Correio,
sob registro.

Art. 603. A apelação subirá nos autos originais e, a não ser


no Distrito Federal e nas comarcas que forem sede de Tribunal de
Apelação, ficará em cartório traslado dos termos essenciais do
processo referidos no art. 564, III.

JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ


EDIÇÃO N. 66: APELAÇÃO E RECURSO EM SENTIDO ESTRITO
1) O efeito devolutivo amplo da apelação criminal autoriza o
Tribunal de origem a conhecer de matéria não ventilada nas
razões recursais, desde que não agrave a situação do
condenado.
2) A apresentação extemporânea das razões não impede o

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disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabele-


cerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de
Dia 12
fomento.
§ 3º O Poder Executivo publicará, até 30 dias após o encerramen-
Constituição Federal: art. 163-192 to de cada bimestre, relatório resumido da execução orçamentá-
Código Civil: art. 757-817 ria.
Código Processo Civil: art. 464-501 § 4º Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previs-
Código Penal: art. 289-311-A tos nesta Constituição serão elaborados em consonância com o
Código Processo Penal: art. 609-646 plano plurianual (PPA) e apreciados pelo Congresso Nacional.
§ 5º A lei orçamentária anual (LOA) compreenderá:
Controle de Leitura I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fun-
dos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclu-
sive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
II - o orçamento de investimento das empresas em que a União,
direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com
CAPÍTULO II direito a voto;
DAS FINANÇAS PÚBLICAS III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as en-
Seção I tidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou in-
NORMAS GERAIS direta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos
Art. 163. LC disporá sobre: pelo Poder Público.
I - finanças públicas; § 6º O projeto de lei orçamentária (LOA) será acompanhado de
II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e
fundações e demais entidades controladas pelo Poder Público; despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsí-
III - concessão de garantias pelas entidades públicas; dios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia.
IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública; § 7º Os orçamentos previstos no § 5º, I (orçamento fiscal) e II (or-
V - fiscalização financeira da administração pública direta e indi- çamento de investimento), deste artigo, compatibilizados com o
reta; plano plurianual (PPA), terão entre suas FUNÇÕES A DE REDU-
VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da ZIR DESIGUALDADES INTER-REGIONAIS, segundo critério po-
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; pulacional.
VII - compatibilização das funções das instituições oficiais de § 8º A lei orçamentária anual (LOA) não conterá dispositivo es-
crédito da União, resguardadas as características e condições tranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se in-
operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional. cluindo na proibição a autorização para abertura de créditos
suplementares e contratação de operações de crédito, ainda
Art. 164. A competência da União para emitir moeda será exercida que por antecipação de receita, nos termos da lei.
exclusivamente pelo banco central. § 9º Cabe à LC:
§ 1º É vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamen- I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a ela -
te, empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou enti- boração e a organização do plano plurianual (PPA), da lei de dire-
dade que não seja instituição financeira. trizes orçamentárias (LDO) e da lei orçamentária anual (LOA);
§ 2º O banco central poderá comprar e vender títulos de emissão II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da ad-
do Tesouro Nacional, com o objetivo de regular a oferta de moe- ministração direta e indireta bem como condições para a institui-
da ou a taxa de juros. ção e funcionamento de fundos.
§ 3º As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no III - dispor sobre critérios para a execução equitativa, além de
banco central; as dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios procedimentos que serão adotados quando houver impedimen-
e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por tos legais e técnicos, cumprimento de restos a pagar e limitação
ele controladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados os das programações de caráter obrigatório, para a realização do
casos previstos em lei. disposto nos §§ 11 e 12 do art. 166. (EC 100/2019)
§ 10 A administração tem o dever de executar as programações
Seção II orçamentárias, adotando os meios e as medidas necessários, com
DOS ORÇAMENTOS o propósito de garantir a efetiva entrega de bens e serviços à
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: sociedade (EC 100/2019)
I - o plano plurianual (PPA); § 11. O disposto no § 10 deste artigo, nos termos da lei de diretri-
II - as diretrizes orçamentárias (LDO); zes orçamentárias: (EC 102/2019)
III - os orçamentos anuais (LOA) I - subordina-se ao cumprimento de dispositivos constitucionais e
§ 1º A lei que instituir o plano plurianual (PPA) estabelecerá, de legais que estabeleçam metas fiscais ou limites de despesas e não
forma regionalizada, as DIRETRIZES, OBJETIVOS e METAS da impede o cancelamento necessário à abertura de créditos
administração pública federal para as despesas de capital e ou- adicionais; (EC 102/2019)
tras delas decorrentes e para as relativas aos programas de II - não se aplica nos casos de impedimentos de ordem técnica
duração continuada. devidamente justificados; (EC 102/2019)
§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias (LDO) compreenderá as ME- III - aplica-se exclusivamente às despesas primárias discricionárias.
TAS e PRIORIDADES da administração pública federal, incluindo § 12. Integrará a lei de diretrizes orçamentárias, para o exercício a
as despesas de capital para o exercício financeiro subsequen- que se refere e, pelo menos, para os 2 exercícios subsequentes,
te, orientará a elaboração da lei orçamentária anual (LOA), anexo com previsão de agregados fiscais e a proporção dos

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recursos para investimentos que serão alocados na lei a) com a correção de erros ou omissões; ou
orçamentária anual para a continuidade daqueles em andamento. b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.
(EC 102/2019) § 4º As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias
§ 13. O disposto no inciso III do § 9º e nos §§ 10, 11 e 12 deste (LDO) não poderão ser aprovadas quando incompatíveis com
artigo aplica-se exclusivamente aos orçamentos fiscal e da o plano plurianual (PPA).
seguridade social da União. (EC 102/2019) § 5º O Presidente da República poderá enviar mensagem ao
§ 14. A lei orçamentária anual poderá conter previsões de Congresso Nacional para propor modificação nos projetos a
despesas para exercícios seguintes, com a especificação dos que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na
investimentos plurianuais e daqueles em andamento. (EC Comissão mista, da parte cuja alteração é proposta.
102/2019) § 6º Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes orça-
§ 15. A União organizará e manterá registro centralizado de proje- mentárias e do orçamento anual serão enviados pelo Presidente
tos de investimento contendo, por Estado ou Distrito Federal, da República ao Congresso Nacional, nos termos da lei comple-
pelo menos, análises de viabilidade, estimativas de custos e infor- mentar a que se refere o art. 165, § 9º.
mações sobre a execução física e financeira (EC 102/2019) § 7º Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que
não contrariar o disposto nesta seção, as demais normas relativas
Estabelecerá, de forma regionalizada, as DIRETRIZES, OB- ao processo legislativo.
JETIVOS e METAS da administração pública federal para § 8º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição
PPA as despesas de capital e outras delas decorrentes e do projeto de lei orçamentária anual (LOA), ficarem sem despesas
para as relativas aos programas de duração continua- correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, medi-
da. ante créditos especiais ou suplementares, com prévia e espe-
cífica autorização legislativa.
Compreenderá as METAS e PRIORIDADES da administra- § 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão
ção pública federal, incluindo as despesas de capital aprovadas no limite de 1,2% da receita corrente líquida prevista
LDO para o exercício financeiro subsequente, orientará a no projeto encaminhado pelo Poder Executivo, sendo que a me-
elaboração da LOA, disporá sobre as alterações na le- tade deste percentual será destinada a ações e serviços públi-
gislação tributária e estabelecerá a política de aplica- cos de saúde.
ção das agências financeiras oficiais de fomento. § 10. A execução do montante destinado a ações e serviços públi-
Compreende: cos de saúde previsto no § 9º, inclusive custeio, será computada
LOA I - o orçamento fiscal para fins do cumprimento do inciso I do § 2º do art. 198, vedada
II - o orçamento de investimento a destinação para pagamento de pessoal ou encargos sociais.
III - o orçamento da seguridade social § 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das pro-
gramações a que se refere o § 9º deste artigo, em montante cor-
respondente a 1,2% da receita corrente líquida realizada no exer-
Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às dire-
cício anterior, conforme os critérios para a execução equitativa da
trizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais
programação definidos na lei complementar prevista no § 9º do
serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na
art. 165.
forma do regimento comum.
§ 12. A garantia de execução de que trata o § 11 deste artigo
§ 1º Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e
aplica-se também às programações incluídas por todas as
Deputados:
emendas de iniciativa de bancada de parlamentares de Estado
I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste ar-
ou do Distrito Federal, no montante de até 1% da receita cor-
tigo e sobre as contas apresentadas anualmente pelo Presidente
rente líquida realizada no exercício anterior. (EC 100/2019)
da República;
§ 13. As programações orçamentárias previstas nos §§ 11 e 12
II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacio-
deste artigo não serão de execução obrigatória nos casos dos
nais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição e exercer o
impedimentos de ordem técnica.(EC 100/2019)
acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da
§ 14. Para fins de cumprimento do disposto nos §§ 11 e 12 deste
atuação das demais comissões do Congresso Nacional e de suas
artigo, os órgãos de execução deverão observar, nos termos da lei
Casas, criadas de acordo com o art. 58.
de diretrizes orçamentárias, cronograma para análise e verificação
§ 2º As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que so-
de eventuais impedimentos das programações e demais
bre elas emitirá parecer, e apreciadas, na forma regimental, pelo
procedimentos necessários à viabilização da execução dos
Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.
respectivos montantes.(EC 100/2019)
§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual (LOA)
§ 16. Quando a transferência obrigatória da União para a
ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser apro-
execução da programação prevista nos §§ 11 e 12 deste artigo for
vadas caso:
destinada a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios,
I - sejam compatíveis com o plano plurianual (PPA) e com a lei
independerá da adimplência do ente federativo destinatário e
de diretrizes orçamentárias (LDO);
não integrará a base de cálculo da receita corrente líquida
II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os
para fins de aplicação dos limites de despesa de pessoal de
provenientes de anulação de despesa, excluídas as que incidam
que trata o caput do art. 169.(EC 100/2019)
sobre:
§ 17. Os restos a pagar provenientes das programações
a) dotações para pessoal e seus encargos;
orçamentárias previstas nos §§ 11 e 12 poderão ser considerados
b) serviço da dívida;
para fins de cumprimento da execução financeira até o limite de
c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municí-
0,6% da receita corrente líquida realizada no exercício anterior,
pios e Distrito Federal; ou
para as programações das emendas individuais, e até o limite de
III - sejam relacionadas:

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DIA 12 / 3

0,5%, para as programações das emendas de iniciativa de Art. 167. São vedados:
bancada de parlamentares de Estado ou do Distrito Federal.(EC I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orça-
100/2019) mentária anual (LOA);
§ 18. Se for verificado que a reestimativa da receita e da despesa II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações dire-
poderá resultar no não cumprimento da meta de resultado fiscal tas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais;
estabelecida na lei de diretrizes orçamentárias, os montantes III - a realização de operações de créditos que excedam o
previstos nos §§ 11 e 12 deste artigo poderão ser reduzidos em montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas
até a mesma proporção da limitação incidente sobre o conjunto mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade
das demais despesas discricionárias.(EC 100/2019) precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta;
§ 19. Considera-se equitativa a execução das programações de IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou
caráter obrigatório que observe critérios objetivos e imparciais despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação
e que atenda de forma igualitária e impessoal às emendas dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação
apresentadas, independentemente da autoria.(EC 100/2019) de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para
§ 20. As programações de que trata o § 12 deste artigo, quando manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de
versarem sobre o início de investimentos com duração de mais de atividades da administração tributária, como determinado, res-
1 exercício financeiro ou cuja execução já tenha sido iniciada, pectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação
deverão ser objeto de emenda pela mesma bancada estadual, a de garantias às operações de crédito por antecipação de receita,
cada exercício, até a conclusão da obra ou do previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste ar -
empreendimento(EC 100/2019) tigo;
V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia
Art. 166-A. As emendas individuais impositivas apresentadas autorização legislativa e sem indicação dos recursos corres-
ao projeto de lei orçamentária anual poderão alocar recursos pondentes;
a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios por meio de: (EC VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de
105/19) recursos de uma categoria de programação para outra ou de
I - transferência especial; ou (EC 105/19) um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;
II - transferência com finalidade definida. (EC 105/19) VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;
§ 1o Os recursos transferidos na forma do caput deste artigo VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de re-
não integrarão a receita do Estado, do Distrito Federal e dos cursos dos orçamentos fiscal e da seguridade social para su-
Municípios para fins de repartição e para o cálculo dos limites prir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e
da despesa com pessoal ativo e inativo, nos termos do § 16 do fundos, inclusive dos mencionados no art. 165, § 5º;
art. 166, e de endividamento do ente federado, vedada, em IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia
qualquer caso, a aplicação dos recursos a que se refere o caput autorização legislativa.
deste artigo no pagamento de: (EC 105/19) X - a transferência voluntária de recursos e a concessão de
I - despesas com pessoal e encargos sociais relativas a ativos e empréstimos, inclusive por antecipação de receita, pelos Go-
inativos, e com pensionistas; e (EC 105/19) vernos Federal e Estaduais e suas instituições financeiras, para pa-
II - encargos referentes ao serviço da dívida. (EC 105/19) gamento de despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista,
§ 2o Na transferência especial a que se refere o inciso I do caput dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
deste artigo, os recursos: (EC 105/19) XI - a utilização dos recursos provenientes das contribuições
I - serão repassados diretamente ao ente federado sociais de que trata o art. 195, I, a, e II, para a realização de des-
beneficiado, independentemente de celebração de convênio pesas distintas do pagamento de benefícios do regime geral
ou de instrumento congênere; (EC 105/19) de previdência social de que trata o art. 201.
II - pertencerão ao ente federado no ato da efetiva XII - na forma estabelecida na lei complementar de que trata o §
transferência financeira; e (EC 105/19) 22 do art. 40, a utilização de recursos de regime próprio de
III - serão aplicadas em programações finalísticas das áreas de previdência social, incluídos os valores integrantes dos fundos
competência do Poder Executivo do ente federado beneficiado, previstos no art. 249, para a realização de despesas distintas do
observado o disposto no § 5o deste artigo. (EC 105/19) pagamento dos benefícios previdenciários do respectivo fun-
§ 3o O ente federado beneficiado da transferência especial a que do vinculado àquele regime e das despesas necessárias à sua
se refere o inciso I do caput deste artigo poderá firmar organização e ao seu funcionamento; (EC 103/19)
contratos de cooperação técnica para fins de subsidiar o XIII - a transferência voluntária de recursos, a concessão de avais,
acompanhamento da execução orçamentária na aplicação dos as garantias e as subvenções pela União e a concessão de
recursos. (EC 105/19) empréstimos e de financiamentos por instituições financeiras
§ 4o Na transferência com finalidade definida a que se refere o federais aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios na
inciso II do caput deste artigo, os recursos serão: (EC 105/19) hipótese de descumprimento das regras gerais de organização e
I - vinculados à programação estabelecida na emenda de funcionamento de regime próprio de previdência social (EC
parlamentar; e (EC 105/19) 103/19)
II - aplicados nas áreas de competência constitucional da § 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exer-
União. (EC 105/19) cício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no
§ 5o Pelo menos 70% das transferências especiais de que trata plano plurianual (PPA), ou sem lei que autorize a inclusão, sob
o inciso I do caput deste artigo deverão ser aplicadas em despe- pena de crime de responsabilidade.
sas de capital, observada a restrição a que se refere o inciso II do § 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no
§ 1o deste artigo (EC 105/19) exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato
de autorização for promulgado nos últimos 4 meses daquele

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DIA 12 / 4

exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, § 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo ante-
serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro sub- rior fará jus a indenização correspondente a 1 mês de remune-
sequente. ração por ano de serviço.
§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admi- § 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anterio-
tida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as res será considerado extinto, vedada a criação de cargo, em-
decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, prego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo
observado o disposto no art. 62. prazo de 4 anos.
§ 4º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pe- § 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedeci-
los impostos a que se referem os arts. 155 (impostos estaduais) e das na efetivação do disposto no § 4º.
156 (impostos municipais), e dos recursos de que tratam os arts.
157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a prestação de garantia ou con- TÍTULO VII
tragarantia à União e para pagamento de débitos para com Da Ordem Econômica e Financeira
esta. CAPÍTULO I
§ 5º A transposição, o remanejamento ou a transferência de DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA
recursos de uma categoria de programação para outra pode- Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do traba-
rão ser admitidos, no âmbito das atividades de ciência, tecnologia lho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a to-
e inovação, com o objetivo de viabilizar os resultados de projetos dos existência digna, conforme os ditames da justiça social,
restritos a essas funções, mediante ato do Poder Executivo, sem observados os seguintes princípios:
necessidade da prévia autorização legislativa prevista no inciso VI I - soberania nacional;
deste artigo. II - propriedade privada;
III - função social da propriedade;
Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, IV - livre concorrência;
compreendidos os créditos suplementares e especiais, destinados V - DEFESA DO CONSUMIDOR;
aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Pú- VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento
blico e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e
de cada mês, em duodécimos, na forma da lei complementar a serviços e de seus processos de elaboração e prestação;
que se refere o art. 165, § 9º. VII - redução das desigualdades regionais e sociais;
VIII - busca do pleno emprego;
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno por-
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exce- te (EPP) constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua
der os limites estabelecidos em lei complementar. sede e administração no País.
§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remu- Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qual-
neração, a criação de cargos, empregos e funções ou alteração quer atividade econômica, independentemente de autorização de
de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.
de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da admi-
nistração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e man- Art. 172. A lei disciplinará, com base no interesse nacional, os in-
tidas pelo poder público, só poderão ser feitas: vestimentos de capital estrangeiro, incentivará os reinvestimentos
I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para aten- e regulará a remessa de lucros.
der às projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela de-
correntes; Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a ex-
II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orça- ploração direta de atividade econômica pelo Estado só será
mentárias (LDO), ressalvadas as empresas públicas e as socieda- permitida quando necessária aos imperativos da segurança
des de economia mista. nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos
§ 2º Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar referida em lei.
neste artigo para a adaptação aos parâmetros ali previstos, serão § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da
imediatamente suspensos todos os repasses de verbas federais sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explo-
ou estaduais aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios rem atividade econômica de produção ou comercialização de
que não observarem os referidos limites. bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:
§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela
neste artigo, durante o prazo fixado na lei complementar referida sociedade;
no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas priva-
adotarão as seguintes providências: das, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerci-
I - redução em pelo menos 20% das despesas com cargos em ais, trabalhistas e tributários;
comissão e funções de confiança; III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e aliena-
II - exoneração dos servidores não estáveis. ções, observados os princípios da administração pública;
§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de adminis-
não forem suficientes para assegurar o cumprimento da deter- tração e fiscal, com a participação de acionistas minoritários;
minação da lei complementar referida neste artigo, O SERVIDOR V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilida-
ESTÁVEL PODERÁ PERDER O CARGO, desde que ato normativo de dos administradores.
motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcio- § 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista
nal, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pes- não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do
soal. setor privado.

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DIA 12 / 5

§ 3º A lei regulamentará as relações da empresa pública com o § 4º Não dependerá de autorização ou concessão o aproveita-
Estado e a sociedade. mento do potencial de energia renovável de capacidade redu-
§ 4º - lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à zida.
dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao
aumento arbitrário dos lucros. Art. 177. Constituem MONOPÓLIO DA UNIÃO:
§ 5º A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos diri- I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e
gentes da pessoa jurídica, estabelecerá a responsabilidade desta, outros hidrocarbonetos fluidos;
sujeitando-a às punições compatíveis com sua natureza, nos atos II - a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro;
praticados contra a ordem econômica e financeira e contra a eco- III - a importação e exportação dos produtos e derivados bási-
nomia popular. cos resultantes das atividades previstas nos incisos anteriores;
IV - o transporte marítimo do petróleo bruto de origem naci-
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econô- onal ou de derivados básicos de petróleo produzidos no País,
mica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscaliza- bem assim o transporte, por meio de conduto, de petróleo bruto,
ção, incentivo e planejamento, sendo este DETERMINANTE para seus derivados e gás natural de qualquer origem;
o setor público e INDICATIVO para o setor privado. V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento,
§ 1º A lei estabelecerá as diretrizes e bases do planejamento do a industrialização e o comércio de minérios e minerais nuclea-
desenvolvimento nacional equilibrado, o qual incorporará e com- res e seus derivados, com exceção dos radioisótopos cuja pro-
patibilizará os planos nacionais e regionais de desenvolvimento. dução, comercialização e utilização poderão ser autorizadas
§ 2º A lei apoiará e estimulará o cooperativismo e outras for- sob regime de permissão, conforme as alíneas b e c do inciso
mas de associativismo. XXIII do caput do art. 21 desta Constituição Federal.
§ 3º O Estado favorecerá a organização da atividade garimpeira § 1º A União poderá contratar com empresas estatais ou pri-
em cooperativas, levando em conta a proteção do meio ambiente vadas a realização das atividades previstas nos incisos I a IV
e a promoção econômico-social dos garimpeiros. deste artigo observadas as condições estabelecidas em lei.
§ 4º As cooperativas a que se refere o parágrafo anterior terão § 2º A lei a que se refere o § 1º disporá sobre:
prioridade na autorização ou concessão para pesquisa e lavra I - a garantia do fornecimento dos derivados de petróleo em todo
dos recursos e jazidas de minerais garimpáveis, nas áreas o território nacional;
onde estejam atuando, e naquelas fixadas de acordo com o art. II - as condições de contratação;
21, XXV, na forma da lei. III - a estrutura e atribuições do órgão regulador do monopólio
da União;
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente § 3º A lei disporá sobre o transporte e a utilização de materiais ra-
ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de dioativos no território nacional.
licitação, a prestação de serviços públicos. § 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio
Parágrafo único. A lei disporá sobre: econômico (CIDE) relativa às atividades de importação ou co-
I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de mercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus de-
serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua rivados e álcool combustível deverá atender aos seguintes requi-
prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização sitos:
e rescisão da concessão ou permissão; I - a alíquota da contribuição poderá ser:
II - os direitos dos usuários; a) diferenciada por produto ou uso;
III - política tarifária; b) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se
IV - a obrigação de manter serviço adequado. lhe aplicando o disposto no art. 150,III, b (anterioridade);
II - os recursos arrecadados serão destinados:
Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool
os potenciais de energia hidráulica constituem propriedade dis- combustível, gás natural e seus derivados e derivados de petró-
tinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e leo;
PERTENCEM À UNIÃO, garantida ao concessionário a proprie- b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a
dade do produto da lavra. indústria do petróleo e do gás;
§ 1º A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveita- c) ao financiamento de programas de infraestrutura de transpor-
mento dos potenciais a que se refere o "caput" deste artigo so- tes.
mente poderão ser efetuados mediante autorização ou con-
cessão da União, no interesse nacional, por brasileiros ou em- Art. 178. A lei disporá sobre a ordenação dos transportes aéreo,
presa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sua sede e aquático e terrestre, devendo, quanto à ordenação do transporte
administração no País, na forma da lei, que estabelecerá as con- internacional, observar os acordos firmados pela União, atendido
dições específicas quando essas atividades se desenvolverem em o princípio da reciprocidade.
faixa de fronteira ou terras indígenas. Parágrafo único. Na ordenação do transporte aquático, a lei esta-
§ 2º - É assegurada participação ao proprietário do solo nos belecerá as condições em que o transporte de mercadorias na ca-
resultados da lavra, na forma e no valor que dispuser a lei. botagem e a navegação interior poderão ser feitos por embarca-
§ 3º A autorização de pesquisa será SEMPRE POR PRAZO ções estrangeiras.
DETERMINADO, e as autorizações e concessões previstas neste
artigo não poderão ser cedidas ou transferidas, total ou parci- Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
almente, sem prévia anuência do poder concedente. dispensarão às microempresas (ME) e às empresas de pequeno
porte (EPP), assim definidas em lei, tratamento jurídico dife-
renciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas obri-

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DIA 12 / 6

gações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou Município pode desapropria imóvel rural, desde que não seja
pela eliminação ou redução destas por meio de lei. para fins de reforma agrária
§ 1º As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em
Art. 180. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
dinheiro.
promoverão e incentivarão o turismo como fator de desenvol-
§ 2º O decreto que declarar o imóvel como de interesse social,
vimento social e econômico.
para fins de reforma agrária, autoriza a União a propor a ação de
desapropriação.
Art. 181. O atendimento de requisição de documento ou informa-
§ 3º Cabe à LC estabelecer procedimento contraditório especial,
ção de natureza comercial, feita por autoridade administrativa ou
de rito sumário, para o processo judicial de desapropriação.
judiciária estrangeira, a pessoa física ou jurídica residente ou do-
§ 4º O orçamento fixará anualmente o volume total de títulos da
miciliada no País dependerá de autorização do Poder competente.
dívida agrária, assim como o montante de recursos para atender
ao programa de reforma agrária no exercício.
§ 5º São ISENTAS DE IMPOSTOS federais, estaduais e municipais
CAPÍTULO II
as operações de transferência de imóveis desapropriados para
DA POLÍTICA URBANA
fins de reforma agrária.
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo
Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em
Art. 185. São insuscetíveis de desapropriação para fins de re-
lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das fun-
forma agrária:
ções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitan-
I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei,
tes.
desde que seu proprietário não possua outra;
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigató-
II - a propriedade produtiva.
rio para cidades com mais de 20 mil habitantes, é o instru-
Parágrafo único. A lei garantirá tratamento especial à propriedade
mento básico da política de desenvolvimento e de expansão
produtiva e fixará normas para o cumprimento dos requisitos re-
urbana.
lativos a sua função social.
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando
atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade
expressas no plano diretor. JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ
§ 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com EDIÇÃO N. 46: DESAPROPRIAÇÃO
prévia e justa indenização em dinheiro. 1) A indenização referente à cobertura vegetal deve ser
§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei espe- calculada em separado do valor da terra nua quando
cífica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei comprovada a exploração dos recursos vegetais de forma lícita
federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subuti- e anterior ao processo expropriatório.
lizado ou não utilizado, que promova seu adequado aprovei- 2) As regras dispostas nos arts. 19 e 33 do CPC, quanto à
tamento, sob pena, sucessivamente, de: responsabilidade pelo adiantamento dos honorários periciais, se
I - parcelamento ou edificação compulsórios; aplicam às demandas indenizatórias por desapropriação
II -IPTU progressivo no tempo; indireta, eis que regidas pelo procedimento comum.
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida 3) Nas ações de desapropriação incluem-se no cálculo da
pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, verba advocatícia as parcelas relativas aos juros
com prazo de resgate de até 10 anos, em parcelas anuais, iguais compensatórios e moratórios, devidamente corrigidas
e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros (Súmula n. 131/STJ)
legais. 4) A intervenção do Ministério Público nas ações de
desapropriação de imóvel rural para fins de reforma agrária É
Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até OBRIGATÓRIA, porquanto presente o interesse público.
250m2, por 5 anos, ininterruptamente e sem oposição, utili- 5) A ação de desapropriação direta ou indireta, em regra, não
zando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o pressupõe automática intervenção do Ministério Público,
domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano exceto quando envolver, frontal ou reflexamente, proteção ao
ou rural. meio ambiente, interesse urbanístico ou improbidade
§ 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos administrativa.
ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do es- 6) A imissão provisória na posse do imóvel objeto de
tado civil. desapropriação, caracterizada pela urgência, prescinde de
§ 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor avaliação prévia ou de pagamento integral, exigindo apenas
mais de uma vez. o depósito judicial nos termos do art. 15, § 1º, do Decreto-Lei
§ 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião. n. 3.365/1941.
8) Na desapropriação para instituir servidão administrativa são
CAPÍTULO III devidos os juros compensatórios pela limitação de uso da
DA POLÍTICA AGRÍCOLA E FUNDIÁRIA E DA REFORMA AGRÁRIA propriedade. (Súmula n. 56/STJ)
Art. 184. COMPETE À UNIÃO desapropriar por interesse social, 10) Na desapropriação direta, os juros compensatórios são
para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja devidos desde a antecipada imissão na posse e, na
cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indeni- desapropriação indireta, a partir da efetiva ocupação do
zação em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação imóvel, calculados, nos dois casos, sobre o valor da indenização
do valor real, resgatáveis no prazo de até 20 anos, a partir do 2° corrigido monetariamente.
ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei. 11) Na desapropriação, a base de cálculo dos juros

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DIA 12 / 7

compensatórios é a diferença entre os 80% do preço ofertado e Decreto nº 3.365/41.


o valor do bem definido judicialmente. 12) São aplicáveis às desapropriações indiretas os limites
12) Nas hipóteses em que o valor da indenização fixada percentuais de honorários advocatícios constantes do art. 27, §
judicialmente for igual ou inferior ao valor ofertado 1º, do Decreto-Lei n. 3.365/1941.
inicialmente, a base de cálculo para os juros compensatórios e 13) O prazo para resgate dos TDAs complementares expedidos
moratórios deve ser os 20% que ficaram indisponíveis para o para o pagamento de diferença apurada entre o preço do
expropriado. imóvel fixado na sentença e o valor ofertado na inicial pelo
13) O termo inicial dos juros moratórios em desapropriações é o expropriante tem como termo a quo a data da imissão
dia 1º de janeiro do exercício seguinte àquele em que o provisória na posse, de acordo com o prazo máximo de vinte
pagamento deveria ser feito. (Tese julgada sob o rito do art. anos para pagamento da indenização estabelecido pelo art. 184
543-C do CPC/73 - TEMA 210) da CF/88.
14) Nas ações de desapropriação NÃO HÁ CUMULAÇÃO DE 14) O promitente comprador tem legitimidade ativa para
JUROS MORATÓRIOS E JUROS COMPENSATÓRIOS, eis que propor ação cujo objetivo é o recebimento de verba
se trata de encargos que incidem em períodos diferentes: os indenizatória decorrente de ação desapropriatória, ainda
juros compensatórios têm incidência até a data da que a transferência de sua titularidade não tenha sido
expedição do precatório original, enquanto que os efetuada perante o registro geral de imóveis.
moratórios somente incidirão se o precatório expedido não 15) O possuidor titular do imóvel desapropriado tem direito ao
for pago no prazo constitucional.(Tese julgado sob o rito do levantamento da indenização pela perda do seu direito
art. 543-C do CPC/73 - Temas 210 e 211) possessório.
16) Nas desapropriações realizadas por concessionária de
EDIÇÃO N. 49: DESAPROPRIAÇÃO - II
serviço público, não sujeita a regime de precatório, a regra
1) O valor da indenização por desapropriação deve ser
contida no art. 15-B do Decreto-Lei n. 3.365/41 é
contemporâneo à data da avaliação do perito judicial.
inaplicável, devendo os juros moratórios incidir a partir do
2) Em se tratando de desapropriação, a prova pericial para a
trânsito em julgado da sentença.
fixação do justo preço somente é dispensável quando há
17) A ação de desapropriação indireta prescreve em 20 anos,
expressa concordância do expropriado com o valor da oferta
nos termos da Súmula 119 do STJ e na vigência do Código Civil
inicial.
de 1916, e em 10 anos sob a égide do Código Civil de 2002,
3) Em ação de desapropriação, é possível ao juiz determinar a
observando-se a regra de transição disposta no art. 2.028 do
realização de perícia avaliatória, ainda que os réus tenham
CC/2002.
concordado com o valor oferecido pelo Estado.
4) A revelia do desapropriado não implica aceitação tácita da
oferta, não autorizando a dispensa da avaliação, conforme Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade ru-
Súmula n. 118 do extinto Tribunal Federal de Recursos. ral atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exi-
5) Se, em procedimento de desapropriação por interesse gência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
social, constatar-se que a área medida do bem é maior do I - aproveitamento racional e adequado;
que a escriturada no Registro de Imóveis, o expropriado II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e
receberá indenização correspondente à área registrada, preservação do meio ambiente;
ficando a diferença depositada em Juízo até que, III - observância das disposições que regulam as relações de
posteriormente, se complemente o registro ou se defina a trabalho;
titularidade para o pagamento a quem de direito. IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e
6) Na desapropriação é devida a indenização correspondente dos trabalhadores.
aos danos relativos ao fundo de comércio.
7) A imissão provisória na posse não deve ser condicionada ao FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE
depósito prévio do valor relativo ao fundo de comércio
URBANA RURAL
eventualmente devido.
8) A invasão do imóvel É CAUSA DE SUSPENSÃO do A propriedade urbana cumpre Requisitos:
processo expropriatório para fins de reforma agrária sua função social quando aten- I - aproveitamento racional e
(Súmula n. 354/STJ). de às exigências fundamen- adequado;
9) Não incide imposto de renda sobre as verbas decorrentes tais de ordenação da cidade II - utilização adequada dos re-
de desapropriação (indenização, juros moratórios e juros expressas no plano diretor. cursos naturais disponíveis e
compensatórios), seja por necessidade ou utilidade pública, seja preservação do meio ambiente;
por interesse social, por não constituir ganho ou acréscimo III - observância das disposi-
patrimonial. (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/73 - ções que regulam as relações
TEMA 397) de trabalho;
10) O valor dos honorários advocatícios em sede de IV - exploração que favoreça o
desapropriação deve respeitar os limites impostos pelo artigo bem-estar dos proprietários e
27, § 1º, do Decreto-lei 3.365/41 qual seja: entre 0,5% e 5% da dos trabalhadores.
diferença entre o valor proposto inicialmente pelo imóvel e
a indenização imposta judicialmente. (Tese julgada sob o rito Art. 187. A política agrícola será planejada e executada na forma
do art. 543-C do CPC/73 - TEMA 184) da lei, com a participação efetiva do setor de produção, envolven-
11) O pedido de desistência na ação expropriatória afasta a do produtores e trabalhadores rurais, bem como dos setores de
limitação dos honorários estabelecida no art. 27, § 1º, do

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comercialização, de armazenamento e de transportes, levando em Art. 757. Pelo contrato de seguro, o segurador se obriga, medi-
conta, especialmente: ante o pagamento do prêmio, a GARANTIR INTERESSE LE-
I - os instrumentos creditícios e fiscais; GÍTIMO do segurado, relativo a pessoa ou a coisa, contra ris-
II - os preços compatíveis com os custos de produção e a garantia cos predeterminados.
de comercialização; Parágrafo único. Somente pode ser parte, no contrato de seguro,
III - o incentivo à pesquisa e à tecnologia; como segurador, entidade para tal fim legalmente autorizada.
IV - a assistência técnica e extensão rural;
V - o seguro agrícola; JDC185 A disciplina dos seguros do Código Civil e as normas da
VI - o cooperativismo; previdência privada que impõem a contratação exclusivamente
VII - a eletrificação rural e irrigação; por meio de entidades legalmente autorizadas não impedem a
VIII - a habitação para o trabalhador rural. formação de grupos restritos de ajuda mútua, caracterizados
§ 1º Incluem-se no planejamento agrícola as atividades agroin- pela autogestão.
dustriais, agropecuárias, pesqueiras e florestais. JDC370 Nos contratos de seguro por adesão, os riscos prede-
§ 2º Serão compatibilizadas as ações de política agrícola e de re- terminados indicados no art. 757, parte final, devem ser inter-
forma agrária. pretados de acordo com os arts. 421, 422, 424, 759 e 799 do
Código Civil e 1º, inc. III, da Constituição Federal.
Art. 188. A destinação de terras públicas e devolutas será compa-
tibilizada com a política agrícola e com o plano nacional de refor-
Art. 758. O contrato de seguro prova-se com a exibição da
ma agrária.
apólice ou do bilhete do seguro, e, na falta deles, por docu-
§ 1º A alienação ou a concessão, a qualquer título, de terras públi-
mento comprobatório do pagamento do respectivo prêmio.
cas com área superior a 2500 hectares a pessoa física ou jurídi-
ca, ainda que por interposta pessoa, dependerá de prévia apro-
Art. 759. A emissão da apólice deverá ser precedida de proposta
vação do Congresso Nacional.
escrita com a declaração dos elementos essenciais do interesse a
§ 2º Excetuam-se do disposto no parágrafo anterior as aliena-
ser garantido e do risco.
ções ou as concessões de terras públicas para fins de reforma
agrária.
Art. 760. A apólice ou o bilhete de seguro serão nominativos, à
ordem ou ao portador, e mencionarão os riscos assumidos, o
Art. 189. Os beneficiários da distribuição de imóveis rurais pela re-
início e o fim de sua validade, o limite da garantia e o prêmio de -
forma agrária receberão títulos de domínio ou de concessão de
vido, e, quando for o caso, o nome do segurado e o do beneficiá-
uso, inegociáveis pelo prazo de 10 anos.
rio.
Parágrafo único. O título de domínio e a concessão de uso serão
Parágrafo único. No seguro de pessoas, a apólice ou o bilhete
conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independente-
não podem ser ao portador.
mente do estado civil, nos termos e condições previstos em lei.

Art. 190. A lei regulará e limitará a aquisição ou o arrendamento APÓLICE


de propriedade rural por pessoa física ou jurídica estrangeira e SEGURO DE COISAS SEGURO DE PESSOAS
estabelecerá os casos que dependerão de autorização do Con-
gresso Nacional. • Nominativos • À ordem
• À ordem • Nominativos
Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou • Ao portador
urbano, possua como seu, por 5 anos ininterruptos, sem oposi-
ção, área de terra, em zona rural, não superior a 50 hectares, Art. 761. Quando o risco for assumido em cosseguro, a apólice in-
tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo dicará o segurador que administrará o contrato e representará os
nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. demais, para todos os seus efeitos.
Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por
usucapião. Art. 762. NULO será o contrato para garantia de risco proveni-
ente de ATO DOLOSO do segurado, do beneficiário, ou de repre-
CAPÍTULO IV sentante de um ou de outro.
DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
Art. 192. O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a Art. 763. Não terá direito a indenização o segurado que estiver
promover o desenvolvimento equilibrado do País e a servir aos em mora no pagamento do prêmio, se ocorrer o sinistro antes
interesses da coletividade, em todas as partes que o compõem, de sua purgação.
abrangendo as cooperativas de crédito, será regulado por leis
complementares que disporão, inclusive, sobre a participação do JDC371 A mora do segurado, sendo de escassa importância,
capital estrangeiro nas instituições que o integram. não autoriza a resolução do contrato, por atentar ao princí-
pio da boa-fé objetiva.
CÓDIGO CIVIL JDC376 Para efeito de aplicação do art. 763 do Código Civil, a
resolução do contrato depende de prévia interpelação.
CAPÍTULO XV
DO SEGURO A mora, no contrato de seguro, é classificada como ex
Seção I persona (e não ex re)
Disposições Gerais

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Art. 769. O segurado é obrigado a comunicar ao segurador, logo


MORA EX RE MORA EX PERSONA que saiba, todo incidente suscetível de agravar consideravelmen-
(MORA AUTOMÁTICA) (MORA PENDENTE) te o risco coberto, sob pena de perder o direito à garantia, se
provar que silenciou de má-fé.
Determinadas obrigações Outras obrigações possuem § 1o O segurador, desde que o faça nos 15 dias seguintes ao
possuem mora ex re, ou seja, mora ex persona, ou seja, recebimento do aviso da agravação do risco sem culpa do se-
se o devedor não cumprir a exigem a interpelação gurado, poderá dar-lhe ciência, por escrito, de sua decisão de
obrigação no dia certo do judicial ou extrajudicial do resolver o contrato.
vencimento, considera-se que devedor para que este possa § 2o A resolução só será eficaz 30 dias após a notificação, de-
ele está, automaticamente, em ser considerado em mora. vendo ser restituída pelo segurador a diferença do prêmio.
mora. Apenas depois dessa
A mora ocorre de pleno notificação é que o credor Art. 770. Salvo disposição em contrário, a diminuição do risco no
direito, independentemente estará desautorizado a cumprir curso do contrato não acarreta a redução do prêmio estipula-
de notificação. suas obrigações contratuais. do; mas, se a redução do risco for considerável, o segurado
Aplica-se a máxima dies poderá exigir a revisão do prêmio, ou a resolução do contrato.
interpellat pro homine: o dia
interpela pelo homem (o termo Art. 771. Sob pena de perder o direito à indenização, o segurado
interpela no lugar do credor). participará o sinistro ao segurador, logo que o saiba, e tomará as
*Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br providências imediatas para minorar-lhe as consequências.
Parágrafo único. Correm à conta do segurador, até o limite fixado
Art. 764. Salvo disposição especial, o fato de se não ter verificado no contrato, as despesas de salvamento consequente ao sinistro.
o risco, em previsão do qual se faz o seguro, não exime o segu-
rado de pagar o prêmio. Art. 772. A mora do segurador em pagar o sinistro obriga à atuali-
zação monetária da indenização devida segundo índices oficiais
Art. 765. O segurado e o segurador são obrigados a guardar na regularmente estabelecidos, sem prejuízo dos juros moratórios.
conclusão e na execução do contrato, a mais estrita boa-fé e ve-
racidade, tanto a respeito do objeto como das circunstâncias e Art. 773. O segurador que, ao tempo do contrato, sabe estar pas-
declarações a ele concernentes. sado o risco de que o segurado se pretende cobrir, e, não obstan-
te, expede a apólice, pagará em dobro o prêmio estipulado.
JDC542 A recusa de renovação das apólices de seguro de
vida pelas seguradoras em razão da idade do segurado é Art. 774. A recondução tácita do contrato pelo mesmo prazo,
discriminatória e atenta contra a função social do contrato. mediante expressa cláusula contratual, não poderá operar mais
JDC543 Constitui abuso do direito a modificação acentuada das de 1 vez.
condições do seguro de vida e de saúde pela seguradora quan-
do da renovação do contrato. Art. 775. Os agentes autorizados do segurador presumem-se seus
representantes para todos os atos relativos aos contratos que
Art. 766. Se o segurado, por si ou por seu representante, fizer de- agenciarem.
clarações inexatas ou omitir circunstâncias que possam influir na
aceitação da proposta ou na taxa do prêmio, perderá o direito à Art. 776. O segurador é obrigado a pagar em dinheiro o prejuí-
garantia, além de ficar obrigado ao prêmio vencido. zo resultante do risco assumido, salvo se convencionada a repo-
Parágrafo único. Se a inexatidão ou omissão nas declarações não sição da coisa.
resultar de má-fé do segurado, o segurador terá direito a resol-
ver o contrato, ou a cobrar, mesmo após o sinistro, a diferença do Art. 777. O disposto no presente Capítulo aplica-se, no que cou-
prêmio. ber, aos seguros regidos por leis próprias.

Seção II
JDC372 Em caso de negativa de cobertura securitária por do-
Do Seguro de Dano
ença preexistente, cabe à seguradora comprovar que o se-
Art. 778. Nos seguros de dano, a garantia prometida NÃO PODE
gurado tinha conhecimento inequívoco daquela.
ultrapassar o valor do interesse segurado no momento da
JDC585 Impõe-se o pagamento de indenização do seguro mes-
conclusão do contrato, sob pena do disposto no art. 766, e sem
mo diante de condutas, omissões ou declarações ambíguas do
prejuízo da ação penal que no caso couber.
segurado que não guardem relação com o sinistro.
Art. 779. O risco do seguro compreenderá todos os prejuízos re-
Art. 767. No seguro à conta de outrem, o segurador pode opor ao sultantes ou consequentes, como sejam os estragos ocasionados
segurado quaisquer defesas que tenha contra o estipulante, por para evitar o sinistro, minorar o dano, ou salvar a coisa.
descumprimento das normas de conclusão do contrato, ou de pa-
gamento do prêmio. Art. 780. A vigência da garantia, no seguro de coisas transporta-
das, começa no momento em que são pelo transportador recebi-
Art. 768. O segurado perderá o direito à garantia se agravar in- das, e cessa com a sua entrega ao destinatário.
tencionalmente o risco objeto do contrato.
Art. 781. A indenização não pode ultrapassar o valor do inte-
resse segurado no momento do sinistro, e, EM HIPÓTESE AL-

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GUMA, o limite máximo da garantia fixado na apólice, SALVO ação ou a transação não retiram do segurado o direito à ga-
em caso de MORA do segurador. rantia, sendo apenas ineficazes perante a seguradora.
JDC544 O seguro de responsabilidade civil facultativo garante
Art. 782. O segurado que, na vigência do contrato, pretender ob- dois interesses, o do segurado contra os efeitos patrimoniais
ter novo seguro sobre o mesmo interesse, e contra o mesmo risco da imputação de responsabilidade e o da vítima à indeniza-
junto a outro segurador, deve previamente comunicar sua inten- ção, ambos destinatários da garantia, com pretensão própria e
ção por escrito ao primeiro, indicando a soma por que pretende independente contra a seguradora.
segurar-se, a fim de se comprovar a obediência ao disposto no JDC546 O § 2º do art. 787 do Código Civil deve ser interpretado
art. 778. em consonância com o art. 422 do mesmo diploma legal, não
obstando o direito à indenização e ao reembolso.
Art. 783. Salvo disposição em contrário, o seguro de um interesse
por menos do que valha acarreta a redução proporcional da inde-
Art. 788. Nos seguros de responsabilidade legalmente obriga-
nização, no caso de sinistro parcial.
tórios, a indenização por sinistro será paga pelo segurador di-
retamente ao terceiro prejudicado.
Art. 784. Não se inclui na garantia o sinistro provocado por vício
Parágrafo único. Demandado em ação direta pela vítima do
intrínseco da coisa segurada, não declarado pelo segurado.
dano, o segurador não poderá opor a exceção de contrato
Parágrafo único. Entende-se por vício intrínseco o defeito pró-
não cumprido pelo segurado, sem promover a citação deste
prio da coisa, que se não encontra normalmente em outras da
para integrar o contraditório.
mesma espécie.
Seção III
Art. 785. Salvo disposição em contrário, admite-se a transferên-
Do Seguro de Pessoa
cia do contrato a terceiro com a alienação ou cessão do inte-
Art. 789. Nos seguros de pessoas, o capital segurado é livremen-
resse segurado.
te estipulado pelo proponente, que pode contratar mais de um
§ 1o Se o instrumento contratual é nominativo, a transferência
seguro sobre o mesmo interesse, com o mesmo ou diversos se-
só produz efeitos em relação ao segurador mediante aviso es-
guradores.
crito assinado pelo cedente e pelo cessionário.
§ 2o A apólice ou o bilhete à ordem só se transfere por endosso
Art. 790. No seguro sobre a vida de outros, o proponente é
em preto, datado e assinado pelo endossante e pelo endossatá-
obrigado a declarar, sob pena de falsidade, o seu interesse
rio.
pela preservação da vida do segurado.
Parágrafo único. Até prova em contrário, presume-se o interesse,
Art. 786. Paga a indenização, o segurador sub-roga-se, nos limi-
quando o segurado é cônjuge, ascendente ou descendente do
tes do valor respectivo, nos direitos e ações que competirem ao
proponente (CAD).
segurado contra o autor do dano.
§ 1o SALVO DOLO, a sub-rogação não tem lugar se o dano foi
causado pelo cônjuge do segurado, seus descendentes ou as- JDC186 O companheiro deve ser considerado implicitamente
cendentes, consanguíneos ou afins. incluído no rol das pessoas tratadas no art. 790, parágrafo úni-
§ 2o É INEFICAZ qualquer ato do segurado que diminua ou ex- co, por possuir interesse legítimo no seguro da pessoa do outro
tinga, em prejuízo do segurador, os direitos a que se refere companheiro.
este artigo.
Art. 791. Se o segurado não renunciar à faculdade, ou se o seguro
JDC552 Constituem danos reflexos reparáveis as despesas su- não tiver como causa declarada a garantia de alguma obrigação,
portadas pela operadora de plano de saúde decorrentes de é lícita a substituição do beneficiário, por ato entre vivos ou
complicações de procedimentos por ela não cobertos. de última vontade.
Parágrafo único. O segurador, que não for cientificado oportu-
namente da substituição, desobrigar-se-á pagando o capital
Art. 787. No seguro de responsabilidade civil, o segurador ga-
segurado ao antigo beneficiário.
rante o pagamento de perdas e danos devidos pelo segurado a
terceiro.
Art. 792. Na falta de indicação da pessoa ou beneficiário, ou se
§ 1o Tão logo saiba o segurado das consequências de ato seu, sus-
por qualquer motivo não prevalecer a que for feita, o capital se-
cetível de lhe acarretar a responsabilidade incluída na garantia,
gurado será pago por metade ao cônjuge não separado judi-
comunicará o fato ao segurador.
cialmente, e o restante aos herdeiros do segurado, obedecida
§ 2o É defeso ao segurado reconhecer sua responsabilidade ou
a ordem da vocação hereditária.
confessar a ação, bem como transigir com o terceiro prejudi-
Parágrafo único. Na falta das pessoas indicadas neste artigo, se-
cado, ou indenizá-lo diretamente, sem anuência expressa do
rão beneficiários os que provarem que a morte do segurado
segurador.
os privou dos meios necessários à subsistência.
§ 3o Intentada a ação contra o segurado, dará este ciência da lide
ao segurador.
§ 4o Subsistirá a responsabilidade do segurado perante o ter- JDC374 No contrato de seguro, o juiz deve proceder com
ceiro, se o segurador for insolvente. equidade, atentando às circunstâncias reais, e não a probabili-
dades infundadas, quanto à agravação dos riscos.

JDC373 Embora sejam defesos pelo § 2º do art. 787 do Código


Civil, o reconhecimento da responsabilidade, a confissão da

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DIA 12 / 11

Art. 793. É válida a instituição do companheiro como benefi- Art. 802. Não se compreende nas disposições desta Seção a ga-
ciário, se ao tempo do contrato o segurado era separado judicial- rantia do reembolso de despesas hospitalares ou de tratamento
mente, ou já se encontrava separado de fato. médico, nem o custeio das despesas de luto e de funeral do se-
gurado.
Art. 794. No seguro de vida ou de acidentes pessoais para o caso
de morte, o capital estipulado não está sujeito às dívidas do SÚMULAS SOBRE SEGURO
segurado, nem se considera herança para todos os efeitos de
direito. STF
Súmula 188-STF: O segurador tem ação regressiva contra o
Art. 795. É NULA, no seguro de pessoa, qualquer transação para causador do dano, pelo que efetivamente pagou, até ao limite
pagamento reduzido do capital segurado. previsto no contrato de seguro.

Art. 796. O prêmio, no seguro de vida, será conveniado por prazo STJ
limitado, ou por toda a vida do segurado. Súmula 101-STJ: A ação de indenização do segurado em grupo
Parágrafo único. Em qualquer hipótese, no seguro individual, o contra a seguradora prescreve em 1 ano.
segurador não terá ação para cobrar o prêmio vencido, cuja Súmula 229-STJ: O pedido do pagamento de indenização à se-
falta de pagamento, nos prazos previstos, acarretará, confor- guradora SUSPENDE o prazo de prescrição até que o segurado
me se estipular, a resolução do contrato, com a restituição da tenha ciência da decisão.
reserva já formada, ou a redução do capital garantido proporci- OBS: o prazo prescricional é suspenso a partir do pedido admi-
onalmente ao prêmio pago. nistrativo de recebimento da indenização securitária, voltando a
correr a partir da ciência inequívoca do segurado quanto à recu-
Art. 797. No seguro de vida para o caso de morte, é lícito esti- sa da seguradora à cobertura securitária. Vale ressaltar, contudo,
pular-se um prazo de carência, durante o qual o segurador não que o “pedido de reconsideração” apresentado na via admi-
responde pela ocorrência do sinistro. nistrativa não tem o condão de suspender a contagem do pra-
Parágrafo único. No caso deste artigo o segurador é obrigado a zo prescricional (STJ. 4ª Turma. AgInt no AREsp 1116585/SP, Rel.
devolver ao beneficiário o montante da reserva técnica já forma- Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 08/02/2018).
da. Súmula 278-STJ: O termo inicial do prazo prescricional, na ação
de indenização, é a data em que o segurado teve ciência ine-
Art. 798. O beneficiário não tem direito ao capital estipulado quívoca da incapacidade laboral.
quando o segurado se suicida nos primeiros 2 anos de vigência Súmula 402-STJ: O contrato de seguro por danos pessoais
inicial do contrato, ou da sua recondução depois de suspenso, compreende danos morais, salvo cláusula expressa de exclu-
observado o disposto no parágrafo único do artigo antecedente. são
Parágrafo único. Ressalvada a hipótese prevista neste artigo, é Súmula 465-STJ: Ressalvada a hipótese de efetivo agravamento
NULA a cláusula contratual que exclui o pagamento do capi- do risco, a seguradora não se exime do dever de indenizar
tal por suicídio do segurado. em razão da transferência do veículo sem a sua prévia comuni-
cação.
Art. 799. O segurador não pode eximir-se ao pagamento do se- Súmula 529-STJ: No seguro de responsabilidade civil facultati-
guro, ainda que da apólice conste a restrição, se a morte ou a vo, não cabe o ajuizamento de ação pelo terceiro prejudicado
incapacidade do segurado provier da utilização de meio de direta e exclusivamente em face da seguradora do apontado
transporte mais arriscado, da prestação de serviço militar, da causador do dano.
prática de esporte, ou de atos de humanidade em auxílio de Súmula 537-STJ: Em ação de reparação de danos, a seguradora
outrem. denunciada, se aceitar a denunciação ou contestar o pedido do
autor, pode ser condenada, direta e solidariamente junto
Art. 800. Nos seguros de pessoas, o segurador NÃO PODE SUB- com o segurado, ao pagamento da indenização devida à vítima,
ROGAR-SE nos direitos e ações do segurado, ou do beneficiário, nos limites contratados na apólice.
contra o causador do sinistro. Súmula 610-STJ: O suicídio não é coberto nos 2 primeiros
anos de vigência do contrato de seguro de vida, ressalvado o
Art. 801. O seguro de pessoas pode ser estipulado por pessoa direito do beneficiário à devolução do montante da reserva téc-
natural ou jurídica em proveito de grupo que a ela, de qualquer nica formada.
modo, se vincule. Súmula 616-STJ: A indenização securitária é devida quando
§ 1o O estipulante não representa o segurador perante o grupo ausente a comunicação prévia do segurado acerca do atraso
segurado, e é o único responsável, para com o segurador, pelo no pagamento do prêmio, por constituir requisito essencial
cumprimento de todas as obrigações contratuais. para a suspensão ou resolução do contrato de seguro
§ 2o A modificação da apólice em vigor dependerá da anuência Súmula 620-STJ: A embriaguez do segurado não exime a
expressa de segurados que representem 3/4 do grupo. seguradora do pagamento da indenização prevista em contrato
de seguro de vida.
JDC375 No seguro em grupo de pessoas, exige-se o quórum Súmula 632-STJ: Nos contratos de seguros regidos pelo Código
qualificado de 3/4 do grupo, previsto no § 2º do art. 801 do Civil a correção monetária sobre indenização securitária inci-
Código Civil, apenas quando as modificações impuserem novos de a partir da contratação até o efetivo pagamento.
ônus aos participantes ou restringirem seus direitos na apólice
em vigor.
No SEGURO DE VIDA No SEGURO DE AUTOMÓVEL

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DIA 12 / 12

(seguro de pessoas) é (seguro de bens) celebrado cide desde a data do evento danoso.
devida a indenização por uma empresa com a
securitária mesmo que o seguradora, é devida a
JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ
acidente que vitimou o indenização securitária se o
segurado tenha decorrido condutor do veículo estava EDIÇÃO N. 02: PLANOS DE SAÚDE - I
de seu estado de embriagado? 2) É possível aferir a abusividade das cláusulas dos planos e se-
embriaguez? guros privados de saúde celebrados antes da Lei n. 9.656/98, em
virtude da natureza contratual de trato sucessivo, não havendo
SIM. É vedada a exclusão de • Em regra: NÃO.
que se falar em retroação do referido diploma normativo.
cobertura do seguro de vida • Exceção: será devido o paga-
3) É abusiva a cláusula contratual de plano de saúde que limita
na hipótese de sinistro ou mento da indenização se o se-
no tempo a internação hospitalar do segurado (Súmula n. 302/
acidente decorrente de atos gurado conseguir provar que
STJ).
praticados pelo segurado o acidente ocorreria mesmo
4) É abusiva a cláusula contratual que exclui da cobertura do
em estado de embriaguez. que o condutor não estivesse
plano de saúde o custeio de prótese necessária ao pleno res-
STJ. (Info 604). embriagado.
tabelecimento da saúde do segurado, em procedimento ci-
STJ. (Info 625). Não é devida a indenização se-
rúrgico coberto pelo plano.
curitária decorrente de contrato
5) É abusiva a cláusula contratual que exclua da cobertura do
de seguro de automóvel quando
plano de saúde algum tipo de procedimento ou medicamento
o causador do sinistro (condutor
necessário para assegurar o tratamento de doenças previstas
do veículo segurado) estiver em
pelo referido plano.
estado de embriaguez, salvo se o
6) É abusiva a cláusula contratual que exclua da cobertura do
segurado demonstrar que o in-
plano de saúde o tratamento de AIDS ou de doenças infecto-
fortúnio ocorreria independente-
contagiosas.
mente dessa circunstância.
7) É abusiva a cláusula contratual que exclui da cobertura do
STJ. (Info 594).
plano de saúde o fornecimento de medicamento para quimi-
*Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br
oterapia tão somente pelo fato de ser ministrado em ambi-
ente domiciliar.
SÚMULAS SOBRE DPVAT 8) É abusiva cláusula contratual que prevê reajuste de mensali-
Súmula 246-STJ: O valor do seguro obrigatório deve ser dedu- dade de plano de saúde em decorrência exclusiva de mudan-
zido da indenização judicialmente fixada. ça de faixa etária do segurado.
Súmula 257-STJ: A falta de pagamento do prêmio do seguro Em regra, é válida a cláusula prevista em contrato de seguro-
obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automo- saúde que autoriza o aumento das mensalidades do seguro
tores de Vias Terrestres (DPVAT) não é motivo para a recusa do quando o usuário completar 60 anos de idade
pagamento da indenização. Exceções. Essa cláusula será abusiva quando:
Súmula 278-STJ: O termo inicial do prazo prescricional, na ação a) não respeitar os limites e requisitos estabelecidos na Lei
de indenização, é a data em que o segurado teve ciência ine- 9.656/98; ou
quívoca da incapacidade laboral. b) aplicar índices de reajuste desarrazoados ou aleatórios,
Súmula 405-STJ: A ação de cobrança do seguro obrigatório que onerem em demasia o segurado.
DPVAT prescreve em 3 anos. STJ. 4ª Turma. REsp 1381606-DF, Rel. originária Min. Nancy An-
Súmula 426-STJ: Os juros de mora na indenização do seguro drighi, Rel. para acórdão Min. João Otávio de Noronha, julgado
DPVAT fluem a partir da citação. em 7/10/2014 (Info 551).
Súmula 474-STJ: A indenização do seguro DPVAT, em caso de 9) É ilícita a recusa de cobertura de atendimento, sob a alegação
invalidez parcial do beneficiário, será paga de forma proporcio- de doença preexistente à contratação do plano, se a operadora
nal ao grau da invalidez não submeteu o paciente a prévio exame de saúde e não com-
Súmula 540-STJ: Na ação de cobrança do seguro DPVAT, cons- provou a sua má-fé.
titui faculdade do autor escolher entre os foros do seu domicílio, 10) O período de carência contratualmente estipulado em con-
do local do acidente ou ainda do domicílio do réu. tratos de seguro-saúde não prevalece em situações emergenci-
Súmula 544-STJ: É válida a utilização de tabela do Conselho ais.
Nacional de Seguros Privados para estabelecer a proporcionali- Súmula 597-STJ: A cláusula contratual de plano de saúde que
dade da indenização do seguro DPVAT ao grau de invalidez prevê carência para utilização dos serviços de assistência médica
também na hipótese de sinistro anterior a 16/12/2008, data da nas situações de emergência ou de urgência é considerada
entrada em vigor da Medida Provisória n. 451/2008 abusiva se ultrapassado o prazo máximo de 24 horas conta-
Súmula 573-STJ: Nas ações de indenização decorrentes de se- do da data da contratação.
guro DPVAT, a ciência inequívoca do caráter permanente da in- EDIÇÃO N. 04: PLANOS DE SAÚDE - II
validez, para fins de contagem do prazo prescricional, depende 1) A injusta recusa de plano de saúde à cobertura securitária en-
de laudo médico, exceto nos casos de invalidez permanente seja reparação por dano moral.
notória ou naqueles em que o conhecimento anterior resulte 2) A operadora de plano de saúde responde por falhas nos servi-
comprovado na fase de instrução. ços prestados por profissional credenciado.
Súmula 580-STJ: A correção monetária nas indenizações do 3) O reembolso das despesas efetuadas pela internação em hos-
seguro DPVAT por morte ou invalidez, prevista no § 7º do art. 5º pital não conveniado pode ser admitido em casos especiais ou
da Lei nº 6.194/1974, redação dada pela Lei nº 11.482/2007, in- de urgência.

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4) A cirurgia para redução do estômago (gastroplastia), indicada o acidente causador de dano pessoal provocado por veículo au-
como tratamento para obesidade mórbida, é um procedimento tomotor de via terrestre ou por sua carga, não importando se
essencial à sobrevida do segurado, revelando-se ilegítima a ne- em movimento ou não.
gativa do plano de saúde em cobrir as despesas da intervenção 4) A indenização decorrente do seguro obrigatório (DPVAT) deve
médica. ser apurada com base no valor do salário mínimo vigente na
5) É assegurado ao aposentado o direito de manter sua con- data do evento danoso, observada a atualização monetária até o
dição de beneficiário de plano privado de assistência à saú- dia do pagamento.
de, com as mesmas coberturas assistenciais de que gozava 6) Em situações de invalidez parcial, é correta a utilização de ta-
quando da vigência do contrato de trabalho, desde que te- bela do Conselho Nacional dos Seguros Privados (CNSP) para re-
nha contribuído pelo prazo mínimo de 10 anos e assuma seu dução proporcional da indenização do seguro obrigatório (DP-
pagamento integral. VAT).
6) É assegurado ao trabalhador demitido sem justa causa o 7) No caso de reembolso de despesas de assistência médica e
direito de manter a condição de beneficiário de plano priva- suplementares (DAMS), não há como ser adotada a tabela do
do de assistência à saúde pelo período previsto no § 1º do Conselho Nacional dos Seguros Privados (CNSP) que limita o
art. 30 da Lei n. 9.656/98, nas mesmas condições de cobertu- teto indenizatório a valor inferior ao máximo previsto em lei para
ra assistencial de que gozava quando da vigência do contra- o seguro obrigatório (DPVAT).
to de trabalho, desde que assuma o pagamento integral. 8) No caso de reembolso de despesas de assistência médica e
7) É possível a resilição unilateral do contrato de prestação de suplementares (DAMS), enquanto não houver permissão legal
plano de saúde de natureza coletiva, pois o artigo 13, parágrafo para adoção de uma tabela de referência que delimite as indeni-
único, II, b, da Lei n. 9.656/98, o qual impede a denúncia unilate- zações a serem pagas pelas seguradoras, o valor máximo previs-
ral do contrato de plano de saúde, aplica-se exclusivamente a to em lei não pode ser reduzido por resoluções.
contratos individuais ou familiares.
EDIÇÃO N. 10: SEGURO
8) Prescreve em 1 ano o prazo para ajuizamento de ação que
1) A seguradora não pode se eximir do dever de indenizar,
visa a discutir validade de cláusula contratual reguladora de rea-
alegando omissão de doenças preexistentes por parte do se-
juste de prêmios mensais pagos a seguro de saúde, nos termos
gurado, se dele não exigiu exames clínicos prévios, salvo
do art. 206, § 1º, II, b, do Código Civil.
quando restar comprovado que ele agiu de má-fé.
9) O prazo prescricional aplicável às demandas em que se
2) O simples atraso no pagamento de prestação do prêmio do
pleiteiam revisão de cláusula abusiva em contratos de plano
seguro não importa em desfazimento automático do contra-
de saúde é de 10 anos, nos termos do art. 205 do Código Civil.
to, sendo necessária, ao menos, a prévia constituição em mora
EDIÇÃO N. 06: SEGURO OBRIGATÓRIO (DPVAT) - I do contratante pela seguradora, mediante interpelação.
2) A ação de cobrança da complementação do seguro obrigató- 3) A ocorrência do suicídio antes do prazo bienal previsto no
rio (DPVAT) prescreve em 3 anos a contar do pagamento feito a art. 798, caput, do CC/2002 não exime, por si só, a segurado-
menor. ra do dever de indenizar, sendo imprescindível a comprova-
3) Nos casos de invalidez permanente, o termo inicial do pra- ção da premeditação por parte do segurado, ônus que recai
zo prescricional da ação de cobrança do seguro obrigatório sobre a seguradora.
(DPVAT) é a data em que o segurado teve ciência inequívoca Súmula 610-STJ: O suicídio não é coberto nos 2 primeiros
da incapacidade laboral. anos de vigência do contrato de seguro de vida, ressalvado o
4) A verificação da data em que o segurado teve ciência inequí- direito do beneficiário à devolução do montante da reserva téc-
voca da incapacidade laboral, para fins de contagem do prazo nica formada.
prescricional da ação de cobrança do seguro obrigatório (DP- 4) O pedido do pagamento de indenização à seguradora sus-
VAT), demanda reexame fático-probatório, o que é vedado em pende o prazo de prescrição até que o segurado tenha ciência
sede de Recurso Especial. da decisão. (Súmula n. 229/STJ)
5) O pedido do pagamento de indenização à seguradora sus- 6) O pedido dirigido à seguradora para que reconsidere indeni-
pende o prazo prescricional da ação de cobrança do seguro zação securitária NÃO SUSPENDE o prazo prescricional de ação
obrigatório (DPVAT) até que o segurado tenha ciência da de- em que se pleiteia a indenização denegada.
cisão. 7) O conceito de acidente pessoal delimitado em cláusula de
6) Em ação de cobrança objetivando indenização decorrente de contrato de seguro não pode ser interpretado em sede de recur-
seguro obrigatório (DPVAT), constitui faculdade do autor esco- so especial tendo em vista o óbice da Súmula 5/STJ.
lher entre os seguintes foros para ajuizamento da ação: o do lo- 8) Ressalvada a hipótese de efetivo agravamento do risco, a se-
cal do acidente ou o do seu domicílio (parágrafo único do art. guradora não se exime do dever de indenizar em razão da trans-
100 do Código de Processo Civil), bem como, ainda, o do domi- ferência do veículo sem a sua prévia comunicação. (Súmula n.
cílio do réu (art. 94 do mesmo diploma). (Tese julgada sob o rito 465/STJ)
do art. 543-C do CPC/ 1973 - Tema 606) 9) É abusiva a negativa de renovação ou a modificação súbita
8) As seguradoras integrantes do consórcio do seguro obrigató- do contrato de seguro de vida, mantido sem alterações ao longo
rio (DPVAT) são solidariamente responsáveis pelo pagamento dos anos, por ofensa aos princípios da boa-fé objetiva, da coo-
das indenizações securitárias. peração, da confiança e da lealdade.
10) Em ação de reparação de danos, a seguradora possui legiti-
EDIÇÃO N. 08: SEGURO OBRIGATÓRIO (DPVAT) - II
midade para figurar no polo passivo da demanda em litisconsór-
1) As seguradoras integrantes do consórcio do seguro DPVAT
cio com o segurado, apontado causador do dano.
são solidariamente responsáveis pelo pagamento das indeniza-
ções securitárias. EDIÇÃO N. 53: LOCAÇÃO DE IMÓVEIS URBANOS
2) O fato gerador da cobertura do seguro obrigatório (DPVAT) é 1) O Código de Defesa do Consumidor não é aplicável aos

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contratos locatícios regidos pela Lei n. 8.245/91 20) Nas ações de despejo, o direito de retenção por benfeitorias
2) É inadmissível a oposição de embargos de terceiros em exe- deve ser exercido no momento em que apresentada a contesta-
cução de sentença prolatada em ação de despejo, ressalvada a ção; admitindo-se, ainda, que a matéria seja alegada por meio
hipótese de comprovada sublocação legítima, com ausência de de reconvenção.
intimação do sublocatário. 21) O contrato de locação com cláusula de vigência, ainda
3) Na ação de despejo por falta de pagamento, não se admite a que não averbado junto ao registro de imóveis, não pode ser
cumulação do pedido de purgação da mora com o ofereci- denunciado pelo adquirente do bem, caso dele tenha tido
mento de contestação, motivo pelo qual não se faz obrigatório ciência inequívoca antes da aquisição.
o depósito dos valores tidos por incontroversos. 22) O prazo prescricional da pretensão de cobrança de aluguéis
4) É indispensável a notificação pessoal do locatário por meio e acessórios do contrato de locação é de 3 anos - art. 206, § 3º,
de mandado de despejo, no qual conste o prazo de 30 dias dis- I, do CC/2002, sujeitando-se o termo inicial à entrada em vigor
posto no art. 74 da Lei n. 8.245/91, para que proceda à desocu- do referido Código, nos termos do art. 2.028.
pação do imóvel em execução provisória.
EDIÇÃO N. 95: DO SEGURO DE PESSOA - I
5) A Lei n. 12.112/2009, que alterou regras e procedimentos so-
1) É desnecessário o prévio requerimento administrativo
bre locação de imóvel urbano, por se tratar de norma processual
para liquidação de sinistro no contrato de seguro de vida.
tem aplicação imediata, inclusive a processos em curso.
2) Para fins de cobertura contratual, há clara diferenciação entre
6) Havendo mais de um locatário, é válida a fiança prestada por
cobertura por invalidez funcional (Invalidez Funcional Permanen-
um deles em relação aos demais, o que caracteriza fiança recíp-
te Total por Doença - IFPD) e por invalidez laboral (Invalidez La-
roca.
borativa Permanente Total por Doença - ILPD).
7) É válida a penhora de bem de família pertencente a fiador
3) O suicídio cometido nos 2 primeiros anos de vigência do
de contrato de locação. (Súmula n. 549/STJ) (Tese julgada sob o
contrato de seguro de vida é risco não coberto, ressalvado o
rito do art. 543-C do CPC/1973 - Tema 708)
direito do beneficiário ao ressarcimento do montante da re-
8) É impenhorável o único imóvel residencial do devedor que
serva técnica já formada.
esteja locado a terceiros, desde que a renda obtida com a lo-
4) Nas indenizações securitárias, a correção monetária incide
cação seja revertida para a subsistência ou a moradia da sua
desde a data da celebração do contrato até o dia do efetivo
família. (Súmula n. 486/STJ)
pagamento do seguro.
9) O fiador que não integrou a relação processual na ação de
5) O simples atraso no pagamento das prestações do contrato
despejo não responde pela execução do julgado. (Súmula n.
de seguro de vida não determina a suspensão ou a resolução
268/STJ)
automática da cobertura, exigindo-se a prévia constituição
10) Se o fiador não participou da ação de despejo, a inter-
do segurado em mora pela seguradora, mediante notificação
rupção da prescrição para a cobrança dos alugueis e acessó-
ou interpelação, mostrando-se indevida a negativa de paga-
rios não o atinge.
mento da indenização correspondente.
11) Na vigência da Lei n. 8.245/91, havendo mais de um locador
6) A concessão de aposentadoria por invalidez pelo Instituto Na-
ou locatário, presume-se a existência de solidariedade entre eles,
cional do Seguro Social - INSS não comprova, de forma abso-
salvo estipulação contratual em contrário, nos termos do art. 2º
luta, a incapacidade total e permanente para efeito de con-
do referido diploma.
cessão de indenização de seguro privado, sendo permitido à se-
12) Nas ações de despejo, renovatória ou revisional o recurso de
guradora requerer a realização de perícia para atestar a real in-
apelação terá apenas efeito devolutivo, nos termos do art. 58, V,
capacidade do segurado.
da Lei n. 8.245/1991.
7) O fato de o militar beneficiário de seguro privado ter sido re-
13) Em casos excepcionais, o relator pode atribuir efeito suspen-
formado em razão de incapacidade total e permanente para o
sivo à apelação interposta nas ações de despejo, renovatória ou
serviço militar não implica, necessariamente, o direito à per-
revisional art. 558, parágrafo único, do CPC.
cepção de indenização securitária decorrente de contrato de
14) O art. 19 da Lei n. 8.245/91, ao regular a revisão judicial do
seguro.
aluguel, consagrou a adoção da teoria da imprevisão no âmbito
8) É devida a indenização do seguro de vida aos beneficiários do
das locações urbanas, disponibilizando aos contratantes instru-
policial (militar, civil ou federal) que falece, dentro ou fora do ho-
mento jurídico para a manutenção do equilíbrio econômico do
rário ou do local de serviço, desde que no estrito cumprimento
contrato.
de suas obrigações legais.
15) O prazo máximo de prorrogação do contrato locatício
9) A embriaguez do segurado, por si só, não exime o segura-
não residencial estabelecido em ação renovatória é de 5
dor do pagamento de indenização prevista em contrato de
anos.
seguro de vida, sendo necessária a prova de que o agravamen-
16) O direito à indenização pelo fundo de comércio - art. 52, §
to de risco dela decorrente influiu decisivamente na ocorrência
3º, da Lei n. 8.245/91 - está intrinsecamente ligado ao exercício
do sinistro.
da ação renovatória prevista no art. 51 do referido diploma.
SEGURO DE VIDA: É vedada a exclusão de cobertura do segu-
17) A locação de imóvel urbano para a exploração de serviço
ro de vida na hipótese de sinistro ou acidente decorrente de
de estacionamento não afasta a incidência do Lei n.
atos praticados pelo segurado em estado de embriaguez.
8.245/91.
SEGURO DE BENS:
18) Nos contratos de locação, é válida a cláusula de renúncia
Em regra: NÃO é devida a indenização securitária se o condutor
à indenização das benfeitorias e ao direito de retenção. (Sú-
do veículo estava embriagado.
mula n. 335/STJ)
Exceção: será devido o pagamento da indenização se o segura-
19) Aplicam-se, por analogia, os direitos de indenização e reten-
do conseguir provar que o acidente ocorreria mesmo que o con-
ção previstos no art. 35 da Lei de Locações às acessões edifica-
dutor não estivesse embriagado.
das no imóvel locado.

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10) A ausência de habilitação para dirigir caracteriza-se como Art. 803. Pode uma pessoa, pelo contrato de constituição de ren-
mera infração administrativa, não configurando, por si só, o da, obrigar-se para com outra a uma prestação periódica, a tí-
agravamento intencional do risco por parte do segurado, apto a tulo gratuito.
afastar a obrigação de indenizar da seguradora.
11) A oferta de seguro de vida por companhia seguradora vincu- Art. 804. O contrato pode ser também a título oneroso, entre-
lada à instituição financeira, dentro de agência bancária, implica gando-se bens móveis ou imóveis à pessoa que se obriga a satis-
responsabilidade solidária da empresa de seguros e do banco fazer as prestações a favor do credor ou de terceiros.
perante o consumidor.
12) É possível, excepcionalmente, atribuir ao estipulante a res- Art. 805. Sendo o contrato a título oneroso, pode o credor, ao
ponsabilidade pelo pagamento da indenização securitária, como contratar, exigir que o rendeiro lhe preste garantia real, ou fide-
nas hipóteses de mau cumprimento de suas obrigações contra- jussória.
tuais ou de criação nos segurados de legítima expectativa de ser
ele o responsável por esse pagamento. Art. 806. O contrato de constituição de renda será feito a prazo
certo, ou por vida, PODENDO ULTRAPASSAR A VIDA DO DE-
EDIÇÃO N. 98: DO SEGURO DE PESSOA - II VEDOR MAS NÃO A DO CREDOR, seja ele o contratante, seja
1) No contrato de seguro de vida, o segurado tem livre escolha terceiro.
para designar o beneficiário da apólice, devendo referida opção
ser observada no momento do pagamento da indenização secu- Art. 807. O contrato de constituição de renda requer escritura
ritária. pública.
2) A má-fé do segurado na contratação do seguro necessita
ser comprovada, não podendo a seguradora se eximir do de- Art. 808. É NULA a constituição de renda em favor de pessoa já
ver de indenizar, alegando omissão de informações sobre falecida, ou que, nos 30 dias seguintes, vier a falecer de molés-
doenças preexistentes, se não exigiu do segurado a realiza- tia que já sofria, quando foi celebrado o contrato.
ção de exames clínicos antes da contratação.
3) Em decorrência da aplicação analógica do parágrafo único Art. 809. Os bens dados em compensação da renda caem, desde
do art. 15 da Lei n. 9.656/1998, que dispõe sobre os planos e a tradição, no domínio da pessoa que por aquela se obrigou.
seguros privados de assistência à saúde, é abusiva a cláusula
que estabelece fatores de aumento do prêmio do seguro de Art. 810. Se o rendeiro, ou censuário, deixar de cumprir a obriga-
vida de acordo com a faixa etária após o segurado completar ção estipulada, poderá o credor da renda acioná-lo, tanto para
60 anos de idade e ter mais de 10 anos de vínculo contratual. que lhe pague as prestações atrasadas como para que lhe dê ga-
4) É de 1 ano o prazo prescricional para a propositura de rantias das futuras, sob pena de rescisão do contrato.
ação objetivando a revisão de cláusulas contratuais, a resti-
tuição de prêmios e a indenização por danos morais em vir- Art. 811. O credor adquire o direito à renda dia a dia, se a presta-
tude de conduta supostamente abusiva da seguradora que ção não houver de ser paga adiantada, no começo de cada um
se recusou a renovar seguro de vida em grupo, nos termos dos períodos prefixos.
do art. 206, § 1º, II, b, do Código Civil de 2002.
6) Na hipótese de seguro de vida em grupo contratado pela em- Art. 812. Quando a renda for constituída em benefício de 2 ou
pregadora, a situação do empregado é a de segurado e não de mais pessoas, sem determinação da parte de cada uma, entende-
beneficiário, portanto, a prescrição do direito de vindicar a co- se que os seus direitos são iguais; e, salvo estipulação diversa, não
bertura é de 1 ano, ao teor do art. 178, § 6º, II, do Código Civil adquirirão os sobrevivos direito à parte dos que morrerem.
de 1916 e da Súmula n. 101 do STJ.
7) É de 10 anos o prazo prescricional para a propositura da Art. 813. A renda constituída por título gratuito pode, por ato
ação pelo terceiro beneficiário em desfavor da seguradora, do instituidor, ficar isenta de todas as execuções pendentes e
nos termos do art. 205 do Código Civil de 2002. futuras.
8) A medida cautelar de exibição de documentos interrompe a Parágrafo único. A isenção prevista neste artigo prevalece de
prescrição ânua da ação que postula a restituição de prêmios pleno direito em favor dos montepios e pensões alimentícias.
pagos pelo segurado participante de apólice de seguro de vida
em grupo. CAPÍTULO XVII
9) Não é abusiva a cláusula contratual que prevê a possibilida- Do Jogo e da Aposta
de de não renovação automática do seguro de vida em grupo Art. 814. As dívidas de jogo ou de aposta NÃO OBRIGAM A PA-
por qualquer dos contratantes, desde que haja prévia notifica- GAMENTO; mas não se pode recobrar a quantia, que volunta-
ção da outra parte em prazo razoável. riamente se pagou, salvo se foi ganha por dolo, ou se o per-
10) É abusiva a negativa de renovação ou a modificação súbita dente é menor ou interdito.
do contrato de seguro de vida, mantido sem alterações ao longo § 1o Estende-se esta disposição a qualquer contrato que encubra
dos anos, por ofensa aos princípios da boa-fé objetiva, da coo- ou envolva reconhecimento, novação ou fiança de dívida de jogo;
peração, da confiança e da lealdade. mas a nulidade resultante não pode ser oposta ao terceiro de
11) No seguro de vida em grupo, em regra, a estipulante quali- boa-fé.
fica-se como mera mandatária dos segurados, e não como ter- § 2o O preceito contido neste artigo tem aplicação, ainda que se
ceira para fins da relação securitária. trate de jogo não proibido, só se excetuando os jogos e apostas
legalmente permitidos.
CAPÍTULO XVI § 3o Excetuam-se, igualmente, os prêmios oferecidos ou prometi-
Da Constituição de Renda dos para o vencedor em competição de natureza esportiva, inte-

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lectual ou artística, desde que os interessados se submetam às § 5o Quando a perícia for inconclusiva ou deficiente, o juiz po-
prescrições legais e regulamentares. derá reduzir a remuneração inicialmente arbitrada para o traba-
lho.
Art. 815. Não se pode exigir reembolso do que se emprestou § 6o Quando tiver de realizar-se por carta, poder-se-á proceder à
para jogo ou aposta, no ato de apostar ou jogar. nomeação de perito e à indicação de assistentes técnicos no juí-
zo ao qual se requisitar a perícia.
Art. 816. As disposições dos arts. 814 e 815 não se aplicam aos
contratos sobre títulos de bolsa, mercadorias ou valores, em Art. 466. O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe
que se estipulem a liquidação exclusivamente pela diferença entre foi cometido, independentemente de termo de compromisso.
o preço ajustado e a cotação que eles tiverem no vencimento do § 1o Os assistentes técnicos são de confiança da parte e não es-
ajuste. tão sujeitos a impedimento ou suspeição.
§ 2o O perito deve assegurar aos assistentes das partes o acesso e
Art. 817. O sorteio para dirimir questões ou dividir coisas comuns o acompanhamento das diligências e dos exames que realizar,
considera-se sistema de partilha ou processo de transação, con- com prévia comunicação, comprovada nos autos, com antece-
forme o caso. dência mínima de 5 dias

Art. 467. O perito pode escusar-se ou ser recusado por impedi-


mento ou suspeição.
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
Parágrafo único. O juiz, ao aceitar a escusa ou ao julgar proce-
dente a impugnação, nomeará novo perito.
Seção X
Da Prova Pericial Art. 468. O perito pode ser substituído quando:
Art. 464. A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avali- I - faltar-lhe conhecimento técnico ou científico;
ação (EVA). II - sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo no prazo
§ 1o O juiz indeferirá a perícia quando: que lhe foi assinado.
I - a prova do fato não depender de conhecimento especial de § 1o No caso previsto no inciso II, o juiz comunicará a ocorrência à
técnico; corporação profissional respectiva, podendo, ainda, impor multa
II - for desnecessária em vista de outras provas produzidas; ao perito, fixada tendo em vista o valor da causa e o possível pre -
III - a verificação for impraticável. juízo decorrente do atraso no processo.
§ 2o De ofício ou a requerimento das partes, o juiz poderá, em § 2o O perito substituído restituirá, no prazo de 15 dias, os valo-
substituição à perícia, determinar a produção de prova técnica res recebidos pelo trabalho não realizado, sob pena de ficar im-
simplificada, quando o ponto controvertido for de menor pedido de atuar como perito judicial pelo prazo de 5 anos.
complexidade. § 3o Não ocorrendo a restituição voluntária de que trata o § 2 o, a
§ 3o A PROVA TÉCNICA SIMPLIFICADA consistirá apenas na in- parte que tiver realizado o adiantamento dos honorários poderá
quirição de especialista, pelo juiz, sobre ponto controvertido da promover execução contra o perito, na forma dos arts. 513 e se-
causa que demande especial conhecimento científico ou técnico. guintes deste Código, com fundamento na decisão que determi-
§ 4o Durante a arguição, o especialista, que deverá ter formação nar a devolução do numerário.
acadêmica específica na área objeto de seu depoimento, poderá
valer-se de qualquer recurso tecnológico de transmissão de sons Art. 469. As partes poderão apresentar quesitos suplementares
e imagens com o fim de esclarecer os pontos controvertidos da durante a diligência, que poderão ser respondidos pelo perito
causa. previamente ou na audiência de instrução e julgamento.
Parágrafo único. O escrivão dará à parte contrária ciência da jun-
Art. 465. O juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia tada dos quesitos aos autos.
e fixará de imediato o prazo para a entrega do laudo.
§ 1o Incumbe às partes, dentro de 15 dias contados da intima- Art. 470. Incumbe ao juiz:
ção do despacho de nomeação do perito: I - indeferir quesitos impertinentes;
I - arguir o impedimento ou a suspeição do perito, se for o caso; II - formular os quesitos que entender necessários ao esclareci-
II - indicar assistente técnico; mento da causa.
III - apresentar quesitos.
§ 2o Ciente da nomeação, o perito apresentará em 5 dias: Art. 471. As partes podem, de comum acordo, escolher o peri-
I - proposta de honorários; to, indicando-o mediante requerimento, desde que:
II - currículo, com comprovação de especialização; I - sejam plenamente capazes;
III - contatos profissionais, em especial o endereço eletrônico, II - a causa possa ser resolvida por autocomposição.
para onde serão dirigidas as intimações pessoais. § 1o As partes, ao escolher o perito, já devem indicar os respecti-
§ 3o As partes serão intimadas da proposta de honorários para, vos assistentes técnicos para acompanhar a realização da perícia,
querendo, manifestar-se no prazo comum de 5 dias, após o que que se realizará em data e local previamente anunciados.
o juiz arbitrará o valor, intimando-se as partes para os fins do art. § 2o O perito e os assistentes técnicos devem entregar, respectiva-
95. mente, laudo e pareceres em prazo fixado pelo juiz.
§ 4o O juiz poderá autorizar o pagamento de até 50% dos hono- § 3o A perícia consensual substitui, para todos os efeitos, a
rários arbitrados a favor do perito no início dos trabalhos, deven- que seria realizada por perito nomeado pelo juiz.
do o remanescente ser pago apenas ao final, depois de entre-
gue o laudo e prestados todos os esclarecimentos necessários.
FPPC637. (art.471) A escolha consensual do perito não impede

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DIA 12 / 17

as partes de alegarem o seu impedimento ou suspeição em ra- Art. 478. Quando o exame tiver por objeto a autenticidade ou a
zão de fato superveniente à escolha. falsidade de documento ou for de natureza médico-legal, o peri-
to será escolhido, de preferência, entre os técnicos dos esta-
belecimentos oficiais especializados, a cujos diretores o juiz au-
Art. 472. O juiz poderá dispensar prova pericial quando as par-
torizará a remessa dos autos, bem como do material sujeito a
tes, na inicial e na contestação, apresentarem, sobre as questões
exame.
de fato, pareceres técnicos ou documentos elucidativos que
§ 1o Nas hipóteses de gratuidade de justiça, os órgãos e as re-
considerar suficientes.
partições oficiais deverão cumprir a determinação judicial
com preferência, no prazo estabelecido.
Art. 473. O laudo pericial deverá conter:
§ 2o A prorrogação do prazo referido no § 1 o pode ser requerida
I - a exposição do objeto da perícia;
motivadamente.
II - a análise técnica ou científica realizada pelo perito;
§ 3o Quando o exame tiver por objeto a autenticidade da letra e
III - a indicação do método utilizado, esclarecendo-o e demons-
da firma, o perito poderá requisitar, para efeito de comparação,
trando ser predominantemente aceito pelos especialistas da área
documentos existentes em repartições públicas e, na falta destes,
do conhecimento da qual se originou;
poderá requerer ao juiz que a pessoa a quem se atribuir a autoria
IV - resposta conclusiva a todos os quesitos apresentados pelo
do documento lance em folha de papel, por cópia ou sob ditado,
juiz, pelas partes e pelo órgão do Ministério Público.
dizeres diferentes, para fins de comparação.
§ 1o No laudo, o perito deve apresentar sua fundamentação em
linguagem simples e com coerência lógica, indicando como al-
Art. 479. O juiz apreciará a prova pericial de acordo com o dis-
cançou suas conclusões.
posto no art. 371, indicando na sentença os motivos que o leva-
§ 2o É vedado ao perito ultrapassar os limites de sua designação,
ram a considerar ou a deixar de considerar as conclusões do lau-
bem como emitir opiniões pessoais que excedam o exame técni-
do, levando em conta o método utilizado pelo perito.
co ou científico do objeto da perícia.
§ 3o Para o desempenho de sua função, o perito e os assistentes
Art. 480. O juiz determinará, de ofício ou a requerimento da par-
técnicos podem valer-se de todos os meios necessários, ouvindo
te, a realização de nova perícia quando a matéria não estiver sufi-
testemunhas, obtendo informações, solicitando documentos que
cientemente esclarecida.
estejam em poder da parte, de terceiros ou em repartições públi-
§ 1o A segunda perícia tem por objeto os mesmos fatos sobre os
cas, bem como instruir o laudo com planilhas, mapas, plantas, de-
quais recaiu a primeira e destina-se a corrigir eventual omissão ou
senhos, fotografias ou outros elementos necessários ao esclareci-
inexatidão dos resultados a que esta conduziu.
mento do objeto da perícia.
§ 2o A segunda perícia rege-se pelas disposições estabelecidas
para a primeira.
Art. 474. As partes terão ciência da data e do local designados
§ 3o A segunda perícia NÃO SUBSTITUI a primeira, cabendo ao
pelo juiz ou indicados pelo perito para ter início a produção da
juiz apreciar o valor de uma e de outra.
prova.

Seção XI
Art. 475. Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de
Da Inspeção Judicial
uma área de conhecimento especializado, o juiz poderá nomear
Art. 481. O juiz, de ofício ou a requerimento da parte, pode, em
mais de 1 perito, e a parte, indicar mais de um assistente técnico.
qualquer fase do processo, inspecionar pessoas ou coisas, a fim
de se esclarecer sobre fato que interesse à decisão da causa.
Art. 476. Se o perito, por motivo justificado, não puder apresentar
o laudo dentro do prazo, o juiz poderá conceder-lhe, por uma
Art. 482. Ao realizar a inspeção, o juiz poderá ser assistido por
vez, prorrogação pela metade do prazo originalmente fixado.
um ou mais peritos.
Art. 477. O perito protocolará o laudo em juízo, no prazo fixado
Art. 483. O juiz irá ao local onde se encontre a pessoa ou a coisa
pelo juiz, pelo menos 20 dias antes da audiência de instrução e
quando:
julgamento.
I - julgar necessário para a melhor verificação ou interpretação
§ 1o As partes serão intimadas para, querendo, manifestar-se so-
dos fatos que deva observar;
bre o laudo do perito do juízo no prazo comum de 15 dias, po-
II - a coisa não puder ser apresentada em juízo sem consideráveis
dendo o assistente técnico de cada uma das partes, em igual pra-
despesas ou graves dificuldades;
zo, apresentar seu respectivo parecer.
III - determinar a reconstituição dos fatos.
§ 2o O perito do juízo tem o dever de, no prazo de 15 dias, escla-
Parágrafo único. As partes têm sempre direito a assistir à ins-
recer ponto:
peção, prestando esclarecimentos e fazendo observações que
I - sobre o qual exista divergência ou dúvida de qualquer das par-
considerem de interesse para a causa.
tes, do juiz ou do órgão do Ministério Público;
II - divergente apresentado no parecer do assistente técnico da
Art. 484. Concluída a diligência, o juiz mandará lavrar auto cir-
parte.
cunstanciado, mencionando nele tudo quanto for útil ao julga-
§ 3o Se ainda houver necessidade de esclarecimentos, a parte re-
mento da causa.
quererá ao juiz que mande intimar o perito ou o assistente técni-
Parágrafo único. O auto poderá ser instruído com desenho, gráfi-
co a comparecer à audiência de instrução e julgamento, formu-
co ou fotografia.
lando, desde logo, as perguntas, sob forma de quesitos.
§ 4o O perito ou o assistente técnico será intimado por meio ele-
CAPÍTULO XIII
trônico, com pelo menos 10 dias de antecedência da audiência.
DA SENTENÇA E DA COISA JULGADA

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DIA 12 / 18

Seção I STJ
Disposições Gerais
Art. 485. O juiz NÃO RESOLVERÁ O MÉRITO quando: Súmula 240-STJ: A extinção do processo, por abandono da
I - indeferir a petição inicial; causa pelo autor, depende de requerimento do réu.
II - o processo ficar parado durante mais de 1 ano por negli-
gência das partes; - a parte será intimada pessoalmente para su- FPPC47. (art. 485, VII) A competência do juízo estatal deverá
prir a falta no prazo de 5 dias. ser analisada previamente à alegação de convenção de arbi-
III - por não promover os atos e as diligências que lhe incum- tragem
bir, o autor abandonar a causa por mais de 30 dias; - a parte FPPC48. (art. 485, VII) A alegação de convenção de arbitragem
será intimada pessoalmente para suprir a falta no prazo de 5 dias. deverá ser examinada à luz do princípio da competência-
IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de competência.
desenvolvimento válido e regular do processo; FPPC153. (art. 485, VII) A superveniente instauração de proce-
V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou dimento arbitral, se ainda não decidida a alegação de con-
de coisa julgada; venção de arbitragem, também implicará a suspensão do
VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse proces- processo, à espera da decisão do juízo arbitral sobre a sua pró-
sual; pria competência.
VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitra- FPPC434. (art. 485, VII) O reconhecimento da competência
gem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua competência; pelo juízo arbitral é causa para a extinção do processo judici-
VIII - homologar a desistência da ação; al sem resolução de mérito.
IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada in- FPPC435. (arts. 485, VII, 1015, III) CABE AGRAVO DE INSTRU-
transmissível por disposição legal; e MENTO contra a decisão do juiz que, diante do reconheci-
X - nos demais casos prescritos neste Código. mento de competência pelo juízo arbitral, se recusar a extin-
§ 1o Nas hipóteses descritas nos incisos II (paralisação por mais de guir o processo judicial sem resolução de mérito.
1 ano por negligência) e III (abandono da causa por mais de 30 FPPC520. (art. 485, §7º; Lei 9.099/1995; Lei 12.153/2009) Inter-
dias), a parte será intimada pessoalmente para suprir a falta posto recurso inominado contra sentença sem resolução de
no prazo de 5 dias. mérito, o juiz pode se retratar em 5 dias
§ 2o No caso do § 1 o, quanto ao inciso II (paralisação por mais de
1 ano por negligência), as partes pagarão proporcionalmente as Art. 486. O pronunciamento judicial que não resolve o mérito
custas, e, quanto ao inciso III (abandono da causa por mais de 30 não obsta a que a parte proponha de novo a ação.
dias), o autor será condenado ao pagamento das despesas e dos § 1o No caso de extinção em razão de litispendência e nos casos
honorários de advogado. dos incisos I, IV, VI e VII do art. 485, a propositura da nova ação
§ 3o O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos depende da correção do vício que levou à sentença sem resolu-
IV, V, VI e IX, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto ção do mérito.
não ocorrer o trânsito em julgado. § 2o A petição inicial, todavia, não será despachada sem a prova
§ 4o Oferecida a contestação, o autor NÃO PODERÁ, SEM O do pagamento ou do depósito das custas e dos honorários de
CONSENTIMENTO do réu, DESISTIR da ação. advogado.
§ 5o A desistência da ação pode ser apresentada ATÉ A SENTEN- § 3o Se o autor der causa, por 3 vezes, a sentença fundada em
ÇA. abandono da causa, não poderá propor nova ação contra o
§ 6o Oferecida a contestação, a extinção do processo por réu com o mesmo objeto, ficando-lhe ressalvada, entretanto, a
abandono da causa pelo autor DEPENDE DE REQUERIMENTO possibilidade de alegar em defesa o seu direito (perempção)
DO RÉU.
§ 7o Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam
os incisos deste artigo, o juiz terá 5 dias para retratar-se. Litispendência
Indeferir a petição inicial
Ausência de pressupostos de cons-
A PROPOSITURA DA Ausência de pressupostos de consti-
tituição e de desenvolvimento váli-
NOVA AÇÃO DEPENDE tuição e de desenvolvimento válido e
do e regular do processo
DA CORREÇÃO DO VÍ- regular do processo
JUIZ CONHECERÁ DE
Perempção, de litispendência ou de CIO QUE LEVOU À SEN-
OFÍCIO ENQUANTO NÃO Ausência de legitimidade ou de inte-
coisa julgada TENÇA SEM RESOLU-
OCORRER O TRÂNSITO resse processual
ÇÃO DO MÉRITO
EM JULGADO Ausência de legitimidade ou de in-
Acolher a alegação de existência de
teresse processual
convenção de arbitragem ou quando
Morte da parte, a ação for conside- o juízo arbitral reconhecer sua com-
rada intransmissível petência

Art. 487. HAVERÁ RESOLUÇÃO DE MÉRITO quando o juiz:


STF
I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na recon-
Súmula 216-STF: Para decretação da absolvição de instância venção;
pela paralisação do processo por mais de 30 dias, é necessário II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de
que o autor, previamente intimado, não promova o decadência ou prescrição;
andamento da causa III - homologar:

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DIA 12 / 19

a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na de casos repetitivos, o tribunal deverá enfrentar todos os argu-
ação ou na reconvenção; mentos contrários e favoráveis à tese jurídica discutida, inclusive
b) a transação; os suscitados pelos interessados
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconven- FPPC306. (art. 489, § 1º, VI). O precedente vinculante não será
ção. seguido quando o juiz ou tribunal distinguir o caso sob jul-
Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1o do art. 332 (im- gamento, demonstrando, fundamentadamente, tratar-se de
procedência liminar), a prescrição e a decadência não serão re- situação particularizada por hipótese fática distinta, a impor
conhecidas sem que antes seja dada às partes oportunidade solução jurídica diversa.
de manifestar-se. FPPC303. (art. 489, §1º) As hipóteses descritas nos incisos do §1º
do art. 499 são exemplificativas.
FPPC160. (art. 487, I) A sentença que reconhece a extinção da FPPC307. (arts. 489, §1º, 1.013, §3º, IV) Reconhecida a insufi-
obrigação pela confusão é de mérito. ciência da sua fundamentação, o tribunal decretará a nulida-
FPPC161. (art. 487, II) É de mérito a decisão que rejeita a alega- de da sentença e, preenchidos os pressupostos do §3º do art.
ção de prescrição ou de decadência. 1.013, decidirá desde logo o mérito da causa.
FPPC521. (art. 487, parágrafo único; arts. 210 e 211 do Código FPPC308. (arts. 489, § 1º, 1.046). Aplica-se o art. 489, § 1º, a to-
Civil) Apenas a decadência fixada em lei pode ser conhecida dos os processos pendentes de decisão ao tempo da entrada
de ofício pelo juiz. em vigor do CPC, ainda que conclusos os autos antes da sua
vigência.
Art. 488. Desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre FPPC309. (art. 489) O disposto no § 1º do art. 489 do CPC é apli-
que a decisão for favorável à parte a quem aproveitaria even- cável no âmbito dos Juizados Especiais.
tual pronunciamento nos termos do art. 485. FPPC522. (art. 489, inc. I; arts. 931 e 933) O relatório nos julga-
mentos colegiados tem função preparatória e deverá indicar
Seção II as questões de fato e de direito relevantes para o julgamen-
Dos Elementos e dos Efeitos da Sentença to e já submetidas ao contraditório.
Art. 489. São elementos essenciais da sentença: FPPC523. (art. 489, §1º, inc. IV) O juiz é obrigado a enfrentar to-
I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação das as alegações deduzidas pelas partes capazes, em tese, de in-
do caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro das firmar a decisão, não sendo suficiente apresentar apenas os fun-
principais ocorrências havidas no andamento do processo; damentos que a sustentam.
II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de FPPC524. (art. 489, §1º, IV; art. 985, I) O art. 489, §1º, IV, não obri-
fato e de direito; ga o órgão julgador a enfrentar os fundamentos jurídicos dedu-
III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais zidos no processo e já enfrentados na formação da decisão pa-
que as partes lhe submeterem. radigma, sendo necessário demonstrar a correlação fática e
§ 1o NÃO SE CONSIDERA FUNDAMENTADA qualquer decisão jurídica entre o caso concreto e aquele já apreciado
judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: JDPC37 Aplica-se aos juizados especiais o disposto nos pa-
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato rágrafos do art. 489 do CPC.
normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão
decidida; Art. 490. O juiz resolverá o mérito acolhendo ou rejeitando, no
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar todo ou em parte, os pedidos formulados pelas partes.
o motivo concreto de sua incidência no caso;
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer Art. 491. Na ação relativa à obrigação de pagar quantia, ainda
outra decisão; que formulado pedido genérico, a decisão definirá desde
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no proces- logo a extensão da obrigação, o índice de correção monetá-
so capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo jul- ria, a taxa de juros, o termo inicial de ambos e a periodicidade
gador; da capitalização dos juros, se for o caso, salvo quando:
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, I - não for possível determinar, de modo definitivo, o montante
sem identificar seus fundamentos determinantes nem de- devido;
monstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles funda- II - a apuração do valor devido depender da produção de prova
mentos; de realização demorada ou excessivamente dispendiosa, assim re-
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou conhecida na sentença.
precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência § 1o Nos casos previstos neste artigo, seguir-se-á a apuração do
de distinção no caso em julgamento ou a superação do enten- valor devido por liquidação.
dimento. § 2o O disposto no caput também se aplica quando o acórdão al-
§ 2o No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o obje- terar a sentença.
to e os critérios gerais da ponderação efetuada, enunciando as ra-
zões que autorizam a interferência na norma afastada e as pre- Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa
missas fáticas que fundamentam a conclusão. da pedida, bem como condenar a parte em quantidade superi-
§ 3o A decisão judicial deve ser interpretada a partir da conju- or ou em objeto diverso do que lhe foi demandado.
gação de todos os seus elementos e em conformidade com o Parágrafo único. A decisão deve ser certa, ainda que resolva
princípio da boa-fé. relação jurídica condicional.

FPPC305. (arts. 489, § 1º, IV, 984, §2º, 1.038, § 3º). No julgamento Decisão Citra petita: não examina em toda a sua amplitude o

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DIA 12 / 20

pedido formulado na inicial Súmula 344-STJ: A liquidação por forma diversa da estabeleci-
da na sentença não ofende a coisa julgada.
Decisão Ultra petita: juiz vai além do pedido do autor, dando
mais do que fora pedido.
Seção III
Decisão Extra petita: quando a providência jurisdicional deferi- Da Remessa Necessária
da é diversa da que foi postulada Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produ-
zindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a senten-
ça:
FPPC525. (art. 492; art. 497; art. 139, inc. IV;) A produção do re-
I - proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os
sultado prático equivalente pode ser determinada por decisão
Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direi-
proferida na fase de conhecimento.
to público;
II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à
Art. 493. Se, depois da propositura da ação, algum fato constitu- execução fiscal.
tivo, modificativo ou extintivo do direito influir no julgamento do § 1o Nos casos previstos neste artigo, não interposta a apelação
mérito, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a no prazo legal, o juiz ordenará a remessa dos autos ao tribu-
requerimento da parte, no momento de proferir a decisão. nal, e, se não o fizer, o presidente do respectivo tribunal avocá-
Parágrafo único. Se constatar de ofício o fato novo, o juiz ouvi- los-á.
rá as partes sobre ele antes de decidir. § 2o Em qualquer dos casos referidos no § 1 o, o tribunal julgará a
remessa necessária.
Art. 494. Publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la: § 3o Não se aplica a remessa necessária quando a condenação
I - para corrigir-lhe, de ofício ou a requerimento da parte, ine- ou o proveito econômico obtido na causa for de valor certo e
xatidões materiais ou erros de cálculo; líquido inferior a:
II - por meio de embargos de declaração. I - 1.000 salários-mínimos para a União e as respectivas autar-
quias e fundações de direito público;
Art. 495. A decisão que condenar o réu ao pagamento de pres- II - 500 salários-mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as
tação consistente em dinheiro e a que determinar a conversão respectivas autarquias e fundações de direito público e os Muni-
de prestação de fazer, de não fazer ou de dar coisa em prestação cípios que constituam capitais dos Estados;
pecuniária valerão como título constitutivo de hipoteca judi- III - 100 salários-mínimos para todos os demais Municípios e
ciária. respectivas autarquias e fundações de direito público.
§ 1o A decisão produz a hipoteca judiciária: § 4o Também não se aplica a remessa necessária quando a sen-
I - embora a condenação seja genérica; tença estiver fundada em:
II - ainda que o credor possa promover o cumprimento provi- I - súmula de tribunal superior;
sório da sentença ou esteja pendente arresto sobre bem do II - acórdão proferido pelo STF ou pelo STJ em julgamento de
devedor; recursos repetitivos;
III - mesmo que impugnada por recurso dotado de efeito sus- III - entendimento firmado em IRDR ou de IAC;
pensivo. IV - entendimento coincidente com orientação vinculante fir-
§ 2o A hipoteca judiciária poderá ser realizada mediante apre- mada no âmbito administrativo do próprio ente público, con-
sentação de cópia da sentença perante o cartório de registro imo- solidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa.
biliário, independentemente de ordem judicial, de declaração
expressa do juiz ou de demonstração de urgência.
FPPC164. (art. 496) A sentença arbitral contra a Fazenda Pú-
§ 3o No prazo de até 15 dias da data de realização da hipoteca, a
blica NÃO ESTÁ SUJEITA À REMESSA NECESSÁRIA.
parte informá-la-á ao juízo da causa, que determinará a intimação
FPPC311. (arts. 496 e 1.046) A regra sobre remessa necessária
da outra parte para que tome ciência do ato.
é aquela vigente ao tempo da publicação em cartório ou dis-
§ 4o A hipoteca judiciária, uma vez constituída, implicará, para o
ponibilização nos autos eletrônicos da sentença ou, ainda,
credor hipotecário, o direito de preferência, quanto ao paga-
quando da prolação da sentença em audiência, de modo que
mento, em relação a outros credores, observada a prioridade no
a limitação de seu cabimento no CPC não prejudica as re-
registro.
messas determinadas no regime do art. 475 do CPC/1973.
§ 5o Sobrevindo a reforma ou a invalidação da decisão que impôs
FPPC312. (art. 496) O inciso IV do §4º do art. 496 do CPC aplica-
o pagamento de quantia, a parte responderá, independentemen-
se ao procedimento do mandado de segurança.
te de culpa (responsabilidade objetiva), pelos danos que a outra
FPPC432. (art. 496, §1º) A interposição de apelação parcial
parte tiver sofrido em razão da constituição da garantia, devendo
NÃO IMPEDE a remessa necessária.
o valor da indenização ser liquidado e executado nos próprios au-
FPPC433. (arts. 496, §4º, IV, 6º, 927, §5º) Cabe à Administração
tos.
Pública dar publicidade às suas orientações vinculantes, prefe-
rencialmente pela rede mundial de computadores.
FPPC310. (art. 495) Não é título constitutivo de hipoteca judi-
ciária a decisão judicial que condena à entrega de coisa dis-
tinta de dinheiro. SÚMULAS SOBRE REEXAME NECESSÁRIO
STF
Súmula 318-STJ: Formulado pedido certo e determinado, so- Súmula 423-STF: Não transita em julgado a sentença por
mente o autor tem interesse recursal em arguir o vício da sen- haver omitido o recurso "ex-oficio", que se considera interposto
tença ilíquida "ex-lege".

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DIA 12 / 21

STJ Pena - reclusão, de 3 a 12 anos, e multa.


§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria
Súmula 45-STJ: No reexame necessário, é defeso, ao tribunal, ou alheia, importa ou exporta, adquire, vende, troca, cede, em-
agravar a condenação imposta à Fazenda Pública. presta, guarda ou introduz na circulação moeda falsa.
Súmula 253-STJ: O art. 557 do CPC, que autoriza o relator a § 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira,
decidir o recurso, alcança o reexame necessário. moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação, depois de co-
Súmula 325-STJ: A remessa oficial devolve ao Tribunal o nhecer a falsidade, é punido com detenção, de 6 meses a 2 anos,
reexame de todas as parcelas da condenação suportadas pela e multa.
Fazenda Pública, inclusive dos honorários de advogado. § 3º - É punido com reclusão, de 3 a 15 anos, e multa, o fun-
Súmula 490-STJ: A dispensa de reexame necessário, quando o cionário público ou diretor, gerente, ou fiscal de banco de emis-
valor da condenação ou do direito controvertido for inferior a são que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou emissão:
60 salários mínimos, não se aplica a sentenças ilíquidas. I - de moeda com título ou peso inferior ao determinado em
lei;
Seção IV II - de papel-moeda em quantidade superior à autorizada.
Do Julgamento das Ações Relativas às Prestações de Fazer, de § 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular
Não Fazer e de Entregar Coisa moeda, cuja circulação não estava ainda autorizada.
Art. 497. Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou
de não fazer, o juiz, se procedente o pedido, concederá a tutela NÃO SE APLICA O INSTITUTO DO ARREPENDIMENTO
específica ou determinará providências que assegurem a ob- POSTERIOR AO CRIME DE MOEDA FALSA. No crime de
tenção de tutela pelo resultado prático equivalente. moeda falsa — cuja consumação se dá com a falsificação da
Parágrafo único. Para a concessão da tutela específica destinada moeda, sendo irrelevante eventual dano patrimonial imposto a
a inibir a prática, a reiteração ou a continuação de um ilícito, ou a terceiros —, a vítima é a coletividade como um todo, e o bem
sua remoção, é irrelevante a demonstração da ocorrência de jurídico tutelado é a fé pública, que não é passível de
dano ou da existência de culpa ou dolo. reparação. Desse modo, os crimes contra a fé pública,
semelhantes aos demais crimes não patrimoniais em geral,
FPPC526. (art. 497, caput; art. 537, caput, §3º) A multa aplicada são incompatíveis com o instituto do arrependimento
por descumprimento de ordem protetiva, baseada no art. 22, posterior, dada a impossibilidade material de haver reparação
incisos I a V, da Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), é passível do dano causado ou a restituição da coisa subtraída. STJ. 6ª
de cumprimento provisório, nos termos do art. 537, §3º. Turma. REsp 1242294-PR, Rel. originário Min. Sebastião Reis
Júnior, Rel. para acórdão Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em
Art. 498. Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, 18/11/2014 (Info 554).
ao conceder a tutela específica, fixará o prazo para o cumpri- *Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
mento da obrigação.
Parágrafo único. Tratando-se de entrega de coisa determinada Crimes assimilados ao de moeda falsa
pelo gênero e pela quantidade, o autor individualizá-la-á na peti- Art. 290 - Formar cédula, nota ou bilhete representativo de
ção inicial, se lhe couber a escolha, ou, se a escolha couber ao réu, moeda com fragmentos de cédulas, notas ou bilhetes verdadei-
este a entregará individualizada, no prazo fixado pelo juiz. ros; suprimir, em nota, cédula ou bilhete recolhidos, para o fim de
restituí-los à circulação, sinal indicativo de sua inutilização; resti-
Art. 499. A obrigação somente será convertida em perdas e da- tuir à circulação cédula, nota ou bilhete em tais condições, ou já
nos se o autor o requerer ou se impossível a tutela específica recolhidos para o fim de inutilização:
ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente. Pena - reclusão, de 2 a 8 anos, e multa.
Parágrafo único - O máximo da reclusão é elevado a 12 anos
Art. 500. A indenização por perdas e danos dar-se-á sem prejuí- e multa, se o crime é cometido por funcionário que trabalha na
zo da multa fixada periodicamente para compelir o réu ao cum- repartição onde o dinheiro se achava recolhido, ou nela tem fácil
primento específico da obrigação. ingresso, em razão do cargo.

Art. 501. Na ação que tenha por objeto a emissão de declaração Petrechos para falsificação de moeda
de vontade, a sentença que julgar procedente o pedido, uma vez Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gra-
transitada em julgado, produzirá todos os efeitos da declaração tuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou
não emitida. qualquer objeto especialmente destinado à falsificação de moeda:
Pena - reclusão, de 2 a 6 anos, e multa.

CÓDIGO PENAL
Se o agente que possui o aparelho destinado à falsificação
da moeda o utiliza e efetivamente cria uma cédula falsa, ele
TÍTULO X
responderá pelo crime do art. 291 em concurso com o delito
DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA
de moeda falsa (art. 289 do CP)?
CAPÍTULO I
Conforme explica Cleber Masson (ob. cit., p. 470), existem duas
DA MOEDA FALSA
posições sobre o tema:
Moeda Falsa
1ª corrente: SIM. O agente deve ser responsabilizado pelo
Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda
crime de pretrechos para falsificação de moeda (art. 291)
metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no estrangei-
em concurso material com o delito de moeda falsa (art. 289
ro:

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DIA 12 / 22

do CP). É a posição do próprio Masson e do Rogério Greco. § 5o Equipara-se a atividade comercial, para os fins do inciso
Trata-se da corrente majoritária. III do § 1o, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino,
2ª corrente: NÃO. Incide o princípio da consunção, resultando inclusive o exercido em vias, praças ou outros logradouros públi-
na absorção do crime-meio (art. 291) pelo crime-fim, que é o de cos e em residências.
moeda falsa (art. 289). Foi defendida por Nelson Hungria.
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
Petrechos de falsificação
Art. 294 - Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar ob-
Emissão de título ao portador sem permissão legal jeto especialmente destinado à falsificação de qualquer dos pa-
Art. 292 - Emitir, sem permissão legal, nota, bilhete, ficha, péis referidos no artigo anterior:
vale ou título que contenha promessa de pagamento em dinheiro Pena - reclusão, de 1 a 3 anos, e multa.
ao portador ou a que falte indicação do nome da pessoa a quem
deva ser pago: Art. 295 - Se o agente é funcionário público, e comete o
Pena - detenção, de 1 a 6 meses, ou multa. crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de 1/6.
Parágrafo único - Quem recebe ou utiliza como dinheiro CAPÍTULO III
qualquer dos documentos referidos neste artigo incorre na pena DA FALSIDADE DOCUMENTAL
de detenção, de 15 dias a 3 meses, ou multa. Falsificação do selo ou sinal público
Art. 296 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:
CAPÍTULO II I - selo público destinado a autenticar atos oficiais da União,
DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS de Estado ou de Município;
Falsificação de papéis públicos II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito públi-
Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: co, ou a autoridade, ou sinal público de tabelião:
I – selo destinado a controle tributário, papel selado ou qual- Pena - reclusão, de 2 a 6 anos, e multa.
quer papel de emissão legal destinado à arrecadação de tributo; § 1º - Incorre nas mesmas penas:
II - papel de crédito público que não seja moeda de curso le- I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado;
gal; II - quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em
III - vale postal; prejuízo de outrem ou em proveito próprio ou alheio.
IV - cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa eco- III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, lo-
nômica ou de outro estabelecimento mantido por entidade de di- gotipos, siglas ou quaisquer outros símbolos utilizados ou identi-
reito público; ficadores de órgãos ou entidades da Administração Pública.
V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento § 2º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime
relativo a arrecadação de rendas públicas ou a depósito ou cau- prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de 1/6.
ção por que o poder público seja responsável;
VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa de trans- Falsificação de documento público
porte administrada pela União, por Estado ou por Município: Art. 297 - FALSIFICAR, no todo ou em parte, documento
Pena - reclusão, de 2 a 8 anos, e multa. público, ou ALTERAR documento público verdadeiro:
§ 1o Incorre na mesma pena quem: Pena - reclusão, de 2 a 6 anos, e multa.
I – usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis falsifi- § 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime
cados a que se refere este artigo; prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de 1/6.
II – importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, § 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento
guarda, fornece ou restitui à circulação selo falsificado destinado público o emanado de entidade paraestatal, o título ao porta-
a controle tributário; dor ou transmissível por endosso, as ações de sociedade co-
III – importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, man- mercial, os LIVROS MERCANTIS e o TESTAMENTO PARTICU-
tém em depósito, guarda, troca, cede, empresta, fornece, porta LAR.
ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no § 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir:
exercício de atividade comercial ou industrial, produto ou merca- I – na folha de pagamento ou em documento de informa-
doria: ções que seja destinado a fazer prova perante a previdência
a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a controle social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obriga-
tributário, falsificado; tório;
b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação tributária II – na CTPS do empregado ou em documento que deva pro-
determina a obrigatoriedade de sua aplicação. duzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou di-
§ 2º - Suprimir, em qualquer desses papéis, quando legíti- versa da que deveria ter sido escrita;
mos, com o fim de torná-los novamente utilizáveis, carimbo ou si- III – em documento contábil ou em qualquer outro docu-
nal indicativo de sua inutilização: mento relacionado com as obrigações da empresa perante a pre-
Pena - reclusão, de 1 a 4 anos, e multa. vidência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter
§ 3º - Incorre na mesma pena quem usa, depois de alterado, constado.
qualquer dos papéis a que se refere o parágrafo anterior. § 4o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documen-
§ 4º - Quem usa ou restitui à circulação, embora recibo de tos mencionados no § 3o, nome do segurado e seus dados pesso-
boa-fé, qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se re- ais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de
ferem este artigo e o seu § 2º, depois de conhecer a falsidade ou prestação de serviços.
alteração, incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos, De quem é a competência para julgar o crime de omissão de
ou multa. anotação de vínculo empregatício na CTPS (art. 297, § 4º, do
CP)?

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DIA 12 / 23

* STJ: Justiça FEDERAL. O sujeito passivo primário do crime Art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no exercício de fun-
omissivo do art. 297, § 4.º, do Diploma Penal, é o Estado, e, ção pública, firma ou letra que o não seja:
eventualmente, de forma secundária, o particular, terceiro preju- Pena - reclusão, de 1 a 5 anos, e multa, se o documento é
dicado, com a omissão das informações, referentes ao vínculo público; e de 1 a 3 anos, e multa, se o documento é particular.
empregatício e a seus consectários da CTPS. Cuida-se, portanto
de delito que ofende de forma direta os interesses da União, Certidão ou atestado ideologicamente falso
atraindo a competência da Justiça Federal, nos termos do art. Art. 301 - Atestar ou certificar falsamente, em razão de fun-
109, IV, da CF/88. Nesse sentido: STJ. 3ª Seção. CC 145567/PR , ção pública, fato ou circunstância que habilite alguém a obter car-
Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 27/04/2016. go público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou
* 1ª Turma do STF: Justiça ESTADUAL. Nesse sentido: 1ª Tur- qualquer outra vantagem:
ma. Ag.Reg. na Pet 5084, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em Pena - detenção, de 2 meses a 1 ano.
24/11/2015 . Falsidade material de atestado ou certidão
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
§ 1º - Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certidão,
ou alterar o teor de certidão ou de atestado verdadeiro, para pro-
Falsificação de documento particular va de fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo pú-
Art. 298 - FALSIFICAR, no todo ou em parte, documento blico, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qual-
particular ou ALTERAR documento particular verdadeiro: quer outra vantagem:
Pena - reclusão, de 1 a 5 anos, e multa. Pena - detenção, de 3 meses a 2 anos.
Falsificação de cartão § 2º - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se,
Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equipara-se além da pena privativa de liberdade, a de multa.
a documento particular o CARTÃO DE CRÉDITO ou DÉBITO.
Falsidade de atestado médico
Falsidade ideológica Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, ates-
Art. 299 - OMITIR, em documento público ou particular, de- tado falso:
claração que dele devia constar, ou NELE INSERIR ou fazer in- Pena - detenção, de 1 mês a 1 ano.
serir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro,
o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verda- aplica-se também multa.
de sobre fato juridicamente relevante:
Pena - reclusão, de 1 a 5 anos, e multa, se o documento é Reprodução ou adulteração de selo ou peça filatélica
público, e reclusão de 1 a 3 anos, e multa, se o documento é par- Art. 303 - Reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica que te-
ticular. nha valor para coleção, salvo quando a reprodução ou a alteração
Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e co- está visivelmente anotada na face ou no verso do selo ou peça:
mete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou Pena - detenção, de 1 a 3 anos, e multa.
alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a Parágrafo único - Na mesma pena incorre quem, para fins de
pena de 1/6. comércio, faz uso do selo ou peça filatélica.

Uso de documento falso


NÃO É TÍPICA A CONDUTA DE INSERIR, EM CURRÍCULO
Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados
LATTES, DADO QUE NÃO CONDIZ COM A REALIDADE.
ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302:
Isso não configura falsidade ideológica (art. 299 do CP) porque:
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.
1) currículo Lattes não é considerado documento por ser ele-
trônico e não ter assinatura digital;
2) currículo Lattes é passível de averiguação e, portanto, não é Súmula 546-STJ: A competência para processar e julgar o crime
objeto material de falsidade ideológica. Quando o documento de uso de documento falso é firmada em razão da entidade
é passível de averiguação, o STJ entende que não há crime ou órgão ao qual foi apresentado o documento público, não
de falsidade ideológica mesmo que o agente tenha nele inseri- importando a qualificação do órgão expedidor.
do informações falsas. STJ. 6ª Turma. RHC 81451-RJ, Rel. Min.
Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 22/8/2017 (Info 610). É possível a condenação pelo crime de uso de documento
É ATÍPICA a mera declaração falsa de estado de pobreza rea- falso (art. 304 do CP) com fundamento em documentos e
lizada com o intuito de obter os benefícios da justiça gratui- testemunhos constantes do processo, acompanhados da
ta. A conduta de firmar ou usar declaração de pobreza falsa em confissão do acusado, sendo DESNECESSÁRIA A PROVA PE-
juízo, com a finalidade de obter os benefícios da gratuidade de RICIAL para a comprovação da materialidade do crime, especi-
justiça, não é crime, pois aludida manifestação não pode ser almente se a defesa não requereu, no momento oportuno, a re-
considerada documento para fins penais, já que é passível de alização do referido exame. O crime de uso de documento falso
comprovação posterior, seja por provocação da parte contrária se consuma com a simples utilização de documento compro-
seja por aferição, de ofício, pelo magistrado da causa. STJ. 6ª vadamente falso, dada a sua natureza de delito formal.
Turma. HC 261074-MS, Rel. Min. Marilza Maynard (Desembarga- STJ. 5ª Turma. HC 307586-SE, Rel. Min. Walter de Almeida Gui-
dora convocada do TJ-SE), julgado em 5/8/2014 (Info 546). lherme (Desembargador convocado do TJ/SP), julgado em
25/11/2014 (Info 553).
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
Falso reconhecimento de firma ou letra
Supressão de documento

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DIA 12 / 24

Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio


ou de outrem, ou em prejuízo alheio, documento público ou par- Art. 310 - Prestar-se a figurar como proprietário ou possui-
ticular verdadeiro, de que não podia dispor: dor de ação, título ou valor pertencente a estrangeiro, nos casos
Pena - reclusão, de 2 a 6 anos, e multa, se o documento é em que a este é vedada por lei a propriedade ou a posse de tais
público, e reclusão, de 1 a 5 anos, e multa, se o documento é par - bens:
ticular. Pena - detenção, de 6 meses a 3 anos, e multa.

CAPÍTULO IV Adulteração de sinal identificador de veículo automotor


DE OUTRAS FALSIDADES Art. 311 - Adulterar ou remarcar número de chassi ou qual-
Falsificação do sinal empregado no contraste de metal preci- quer sinal identificador de veículo automotor, de seu componente
oso ou na fiscalização alfandegária, ou para outros fins ou equipamento:
Art. 306 - Falsificar, fabricando-o ou alterando-o, marca ou Pena - reclusão, de 3 a 6 anos, e multa.
sinal empregado pelo poder público no contraste de metal preci- § 1º - Se o agente comete o crime no exercício da função
oso ou na fiscalização alfandegária, ou usar marca ou sinal dessa pública ou em razão dela, a pena é aumentada de 1/3
natureza, falsificado por outrem: § 2º - Incorre nas mesmas penas o funcionário público que
Pena - reclusão, de 2 a 6 anos, e multa. contribui para o licenciamento ou registro do veículo remarcado
Parágrafo único - Se a marca ou sinal falsificado é o que usa ou adulterado, fornecendo indevidamente material ou informação
a autoridade pública para o fim de fiscalização sanitária, ou para oficial.
autenticar ou encerrar determinados objetos, ou comprovar o
cumprimento de formalidade legal: CAPÍTULO V
Pena - reclusão ou detenção, de 1 a 3 anos, e multa. DAS FRAUDES EM CERTAMES DE INTERESSE PÚBLICO
Fraudes em certames de interesse público
Falsa identidade Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de
Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilida-
para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para de do certame, conteúdo sigiloso de:
causar dano a outrem: I - concurso público;
Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano, ou multa, se o fato não II - avaliação ou exame públicos;
constitui elemento de crime mais grave. III - processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou
IV - exame ou processo seletivo previstos em lei:
Súmula 522-STJ: A conduta de atribuir-se falsa identidade pe- Pena - reclusão, de 1 a 4 anos, e multa.
rante autoridade policial É TÍPICA, ainda que em situação de § 1o Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, por
alegada autodefesa. qualquer meio, o acesso de pessoas não autorizadas às informa-
ções mencionadas no caput.
§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à administração públi-
Art. 307 Art. 304
ca:
Falsa identidade Uso de documento falso
Pena - reclusão, de 2 a 6 anos, e multa.
Consiste na simples Aqui, há obrigatoriamente o § 3o Aumenta-se a pena de 1/3 se o fato é cometido por funci-
atribuição de falsa uso de documento falso. onário público.
identidade, sem a
utilização de documento CÓDIGO PROCESSO PENAL
falso.

Ex.: ao ser parado em uma Ex.: ao ser parado em uma blitz, o CAPÍTULO V
blitz, o agente afirma que agente, João Lima, afirma que DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS RECURSOS EM SENTIDO
seu nome é Pedro Silva, seu nome é Pedro Silva e ESTRITO E DAS APELAÇÕES, NOS TRIBUNAIS DE APELAÇÃO
quando, na verdade, ele é apresenta o RG falsificado com Art. 609. Os recursos, apelações e embargos serão julga-
João Lima. este nome. dos pelos Tribunais de Justiça, câmaras ou turmas criminais,
*Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br de acordo com a competência estabelecida nas leis de organiza-
ção judiciária.
Art. 308 - Usar, como próprio, passaporte, título de eleitor, Parágrafo único. Quando NÃO FOR UNÂNIME a decisão de
caderneta de reservista ou qualquer documento de identidade 2a instância, DESFAVORÁVEL ao réu, admitem-se EMBARGOS
alheia ou ceder a outrem, para que dele se utilize, documento INFRINGENTES E DE NULIDADE, que poderão ser opostos den-
dessa natureza, próprio ou de terceiro: tro de 10 dias, a contar da publicação de acórdão, na forma do
Pena - detenção, de 4 meses a 2 anos, e multa, se o fato não art. 613. Se o desacordo for parcial, os embargos serão restri-
constitui elemento de crime mais grave. tos à matéria objeto de divergência.

Fraude de lei sobre estrangeiro Art. 610. Nos recursos em sentido estrito, com exceção
Art. 309 - Usar o estrangeiro, para entrar ou permanecer no do de habeas corpus, e nas apelações interpostas das senten-
território nacional, nome que não é o seu: ças em processo de contravenção ou de crime a que a lei co-
Pena - detenção, de 1 a 3 anos, e multa. mine pena de detenção, os autos irão imediatamente com vista
Parágrafo único - Atribuir a estrangeiro falsa qualidade para ao procurador-geral pelo prazo de 5 dias, e, em seguida, passa-
promover-lhe a entrada em território nacional: rão, por igual prazo, ao relator, que pedirá designação de dia para
Pena - reclusão, de 1 a 4 anos, e multa. o julgamento.

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DIA 12 / 25

Parágrafo único. Anunciado o julgamento pelo presidente, e § 1o O requerimento será apresentado pelo relator e julga-
apregoadas as partes, com a presença destas ou à sua revelia, o do, independentemente de revisão, na primeira sessão.
relator fará a exposição do feito e, em seguida, o presidente con- § 2o Se não preenchidas as condições enumeradas neste ar-
cederá, pelo prazo de 10 minutos, a palavra aos advogados ou tigo, o relator indeferirá desde logo o requerimento.
às partes que a solicitarem e ao procurador-geral, quando o re-
querer, por igual prazo. CAPÍTULO VII
DA REVISÃO
Art. 612. Os recursos de habeas corpus, designado o rela- REVISÃO CRIMINAL AÇÃO RESCISÓRIA
tor, serão julgados na 1a sessão.
Pode ser interposta a Deve ser interposta até o
Art. 613. As apelações interpostas das sentenças proferidas qualquer tempo após o prazo de 2 anos após o
em processos por crime a que a lei comine pena de reclusão, trânsito em julgado (não há trânsito em julgado.
deverão ser processadas e julgadas pela forma estabelecida no prazo de decadência para
Art. 610, com as seguintes modificações: ajuizar a revisão).
I - exarado o relatório nos autos, passarão estes ao revisor, Só pode ser ajuizada em favor A ação rescisória pode ser
que terá igual prazo para o exame do processo e pedirá designa- do condenado (só existe revisão proposta pelo autor ou pelo
ção de dia para o julgamento; criminal pro reo; não existe réu.
II - os prazos serão ampliados ao dobro; revisão criminal pro societate).
III - o tempo para os debates será de 1/4 de hora.
*Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br

Art. 614. No caso de impossibilidade de observância de Art. 621. A revisão dos processos findos será admitida:
qualquer dos prazos marcados nos arts. 610 e 613, os motivos da I - quando a sentença condenatória for contrária ao texto
demora serão declarados nos autos. expresso da lei penal ou à evidência dos autos;
II - quando a sentença condenatória se fundar em depoi-
Art. 615. O tribunal decidirá por maioria de votos. mentos, exames ou documentos comprovadamente falsos;
§ 1o Havendo empate de votos no julgamento de recursos, III - quando, após a sentença, se descobrirem novas pro-
se o presidente do tribunal, câmara ou turma, não tiver tomado vas de inocência do condenado ou de circunstância que deter-
parte na votação, proferirá o voto de desempate; no caso con- mine ou autorize diminuição especial da pena.
trário, prevalecerá a decisão mais favorável ao réu.
§ 2o O acórdão será apresentado à conferência na primeira Art. 622. A revisão poderá ser requerida em qualquer
sessão seguinte à do julgamento, ou no prazo de duas sessões, tempo, ANTES da extinção da pena ou APÓS.
pelo juiz incumbido de lavrá-lo. Parágrafo único. Não será admissível a reiteração do pedi-
do, salvo se fundado em novas provas.
Art. 616. No julgamento das apelações poderá o tribunal,
câmara ou turma proceder a novo interrogatório do acusado, Art. 623. A revisão poderá ser pedida pelo próprio réu ou
reinquirir testemunhas ou determinar outras diligências. por procurador legalmente habilitado ou, no caso de morte do
réu, pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
Art. 617. O tribunal, câmara ou turma atenderá nas suas de-
cisões ao disposto nos arts. 383, 386 e 387, no que for aplicável, Art. 624. As revisões criminais serão processadas e julgadas:
não podendo, porém, ser agravada a pena, quando somente o I - pelo Supremo Tribunal Federal, quanto às condenações
réu houver apelado da sentença [PRINCÍPIO DO NON REFOR- por ele proferidas;
MATIO IN PEJUS OU EFEITO PRODRÔMICO DA SENTENÇA] II - pelo Tribunal Federal de Recursos, Tribunais de Justiça ou
de Alçada, nos demais casos.
Art. 618. Os regimentos dos Tribunais de Apelação estabele- § 1o No Supremo Tribunal Federal e no Tribunal Federal de
cerão as normas complementares para o processo e julgamento Recursos o processo e julgamento obedecerão ao que for estabe-
dos recursos e apelações. lecido no respectivo regimento interno.
CAPÍTULO VI § 2o Nos Tribunais de Justiça ou de Alçada, o julgamento
DOS EMBARGOS será efetuado pelas câmaras ou turmas criminais, reunidas em
Art. 619. Aos acórdãos proferidos pelos Tribunais de Apela- sessão conjunta, quando houver mais de uma, e, no caso contrá-
ção, câmaras ou turmas, poderão ser opostos embargos de de- rio, pelo tribunal pleno.
claração, no prazo de 2 dias contados da sua publicação, quan- § 3o Nos tribunais onde houver quatro ou mais câmaras ou
do houver na sentença ambiguidade, obscuridade, contradição turmas criminais, poderão ser constituídos dois ou mais grupos
ou omissão. de câmaras ou turmas para o julgamento de revisão, obedecido o
que for estabelecido no respectivo regimento interno.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
Art. 625. O requerimento será distribuído a um relator e a
CPP JUIZADOS
um revisor, devendo funcionar como relator um desembarga-
2 dias 5 dias dor que não tenha pronunciado decisão em qualquer fase do
processo.
Art. 620. Os embargos de declaração serão deduzidos em § 1o O requerimento será instruído com a certidão de ha-
requerimento de que constem os pontos em que o acórdão é ver passado em julgado a sentença condenatória e com as pe-
ambíguo, obscuro, contraditório ou omisso. ças necessárias à comprovação dos fatos arguidos.

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§ 2o O relator poderá determinar que se apensem os autos - alterar a classificação da infração (juízo rescindente juízo resci-
originais, se daí não advier dificuldade à execução normal da sen- sório)
tença. - absolver o réu (juízo rescindente juízo rescisório)
§ 3o Se o relator julgar insuficientemente instruído o pedi- - modificar a pena (juízo rescindente juízo rescisório) ou
do e inconveniente ao interesse da justiça que se apensem os au- - anular o processo (nesse caso, só haverá juízo rescindente por-
tos originais, indeferi-lo-á in limine, dando recurso para as câ- que o processo será devolvido à 1ª instância onde lá será profe-
maras reunidas ou para o tribunal, conforme o caso (art. 624, rida nova sentença).
parágrafo único). *Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
§ 4o Interposto o recurso por petição e independentemente
de termo, o relator apresentará o processo em mesa para o julga-
mento e o relatará, sem tomar parte na discussão.
§ 5o Se o requerimento não for indeferido in limine, abrir-se- JUÍZO RESCINDENTE JUÍZO RESCISÓRIO
á vista dos autos ao procurador-geral, que dará parecer no prazo (JUÍZO REVIDENTE OU DE (JUÍZO REVISÓRIO OU DE
de 10 dias. Em seguida, examinados os autos, sucessivamente, CASSAÇÃO) REFORMA):
em igual prazo, pelo relator e revisor, julgar-se-á o pedido na ses-
Haverá juízo rescindente quando o Haverá juízo rescisório
são que o presidente designar.
Tribunal desconstituir a decisão quando o Tribunal, após
impugnada. desconstituir a decisão
Art. 626. Julgando procedente a revisão, o tribunal poderá
impugnada, proferir uma
ALTERAR A CLASSIFICAÇÃO da infração, ABSOLVER o réu, MO-
nova decisão em
DIFICAR A PENA ou ANULAR O PROCESSO.
substituição àquela que foi
Parágrafo único. De qualquer maneira, não poderá ser
rescindida.
agravada a pena imposta pela decisão revista (veda reformatio
*Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br
in pejus)

Art. 627. A absolvição implicará o restabelecimento de to- SÚMULA SOBRE REVISÃO CRIMINAL
dos os direitos perdidos em virtude da condenação, devendo o Súmula 393-STF: Para requerer revisão criminal, o condenado
tribunal, se for caso, impor a medida de segurança cabível. não é obrigado a recolher-se à prisão

Art. 628. Os regimentos internos dos Tribunais de Apelação


estabelecerão as normas complementares para o processo e jul- JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ
gamento das revisões criminais. EDIÇÃO N. 63: REVISÃO CRIMINAL
1) A revisão criminal não é meio adequado para reapreciação
Art. 629. À vista da certidão do acórdão que cassar a senten- de teses já afastadas por ocasião da condenação definitiva.
ça condenatória, o juiz mandará juntá-la imediatamente aos au- 2) O julgamento superveniente da revisão criminal prejudica,
tos, para inteiro cumprimento da decisão. por perda de objeto, a análise do habeas corpus
anteriormente impetrado.
Art. 630. O tribunal, SE O INTERESSADO O REQUERER, po- 3) Não é cabível habeas corpus como sucedâneo recursal ou
derá reconhecer o direito a uma justa indenização pelos prejuí- para substituir eventual revisão criminal.
zos sofridos. 4) O julgamento pelo Supremo Tribunal Federal de habeas
§ 1o Por essa indenização, que será liquidada no juízo cível, corpus impetrado contra decisão proferida em recurso especial
responderá a União, se a condenação tiver sido proferida pela jus- não afasta, por si só, a competência do Superior Tribunal
tiça do Distrito Federal ou de Território, ou o Estado, se o tiver de Justiça para processar e julgar posterior revisão criminal.
sido pela respectiva justiça. 5) É assegurada à defesa a sustentação oral em sessão de
§ 2o A indenização não será devida: julgamento de revisão criminal.
a) se o erro ou a injustiça da condenação proceder de ato 6) A aplicação do princípio do favor rei veda a revisão
ou falta imputável ao próprio impetrante, como a confissão ou criminal pro societate.
a ocultação de prova em seu poder; 7) A Turma Recursal é o órgão competente para o julgamento
b) se a acusação houver sido meramente privada. de revisão criminal ajuizada em face de decisões proferidas
pelos Juizados Especiais.
Art. 631. Quando, no curso da revisão, falecer a pessoa, cuja 8) É possível a correção da dosimetria da pena em sede de
condenação tiver de ser revista, o presidente do tribunal nomea- revisão criminal.
rá curador para a defesa. 9) A soberania do veredicto do Tribunal do Júri não impede a
desconstituição da decisão por meio de revisão criminal.
No julgamento da revisão criminal, se o Tribunal decidir des- 10) O ajuizamento de revisão criminal não importa em
constituir a decisão impugnada, diz-se que houve juízo rescin- interrupção da execução definitiva da pena, tendo em vista
dente. a ausência de efeito suspensivo.
Se, além de desconstituir a decisão impugnada, o próprio 11) O réu possui capacidade postulatória para propor
Tribunal proferir uma outra decisão em substituição àquela revisão criminal, nos termos do art. 623 do CPP, que foi
que foi rescindida, diz-se que houve juízo rescisório. recepcionado pela Constituição Federal de 1988 e não foi
revogado pela Lei n. 8.906/94 Estatuto da Advocacia.
Dessa feita, julgando procedente a revisão (juízo rescindente), o
12) Na revisão criminal prevista no art. 105, I, e, da CF, apenas a
Tribunal poderá:
questão federal anteriormente decidida por esta Corte Superior

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DIA 12 / 27

pode ser examinada.


13) O acolhimento da pretensão revisional, nos moldes do art. Art. 642. O escrivão, ou o secretário do tribunal, que se ne-
621, I, do CPP, é excepcional e limita-se às hipóteses em que a gar a dar o recibo, ou deixar de entregar, sob qualquer pretexto, o
contradição à evidência dos autos seja manifesta, dispensando instrumento, será suspenso por 30 dias. O juiz, ou o presidente
a interpretação ou análise subjetiva das provas produzidas. do Tribunal de Apelação, em face de representação do testemu-
14) A mudança de orientação jurisprudencial e a nhante, imporá a pena e mandará que seja extraído o instrumen-
interpretação controvertida a respeito de determinado to, sob a mesma sanção, pelo substituto do escrivão ou do secre-
dispositivo legal NÃO SÃO FUNDAMENTOS IDÔNEOS para tário do tribunal. Se o testemunhante não for atendido, poderá
a propositura de revisão criminal. reclamar ao presidente do tribunal ad quem, que avocará os au-
15) A justificação criminal é via adequada à obtenção de tos, para o efeito do julgamento do recurso e imposição da pena.
prova nova para fins de subsidiar eventual ajuizamento de
revisão criminal. Art. 643. Extraído e autuado o instrumento, observar-se-á o
16) A revisão criminal não pode ser fundamentada no disposto nos arts. 588 a 592, no caso de RESE, ou o processo es-
arrolamento de novas testemunhas, tampouco na reinquirição tabelecido para o recurso extraordinário, se deste se tratar.
daquelas já ouvidas no processo de condenação.
17) A retratação da vítima ou das testemunhas constituem Art. 644. O tribunal, câmara ou turma a que competir o jul-
provas novas aptas a embasar pedido de revisão criminal. gamento da carta, se desta tomar conhecimento, mandará pro-
18) O atraso no julgamento da revisão criminal provocado cessar o recurso, ou, se estiver suficientemente instruída, decidirá
exclusivamente pela defesa não caracteriza excesso de prazo. logo, de meritis.

Art. 645. O processo da carta testemunhável na instância su-


CAPÍTULO VIII
perior seguirá o processo do recurso denegado.
DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Art. 637. O recurso extraordinário NÃO TEM EFEITO SUS-
Art. 646. A carta testemunhável NÃO TERÁ EFEITO SUS-
PENSIVO, e uma vez arrazoados pelo recorrido os autos do tras-
PENSIVO.
lado, os originais baixarão à primeira instância, para a execução
da sentença.

Art. 638. O recurso extraordinário e o recurso especial se-


rão processados e julgados no STF e no STJ na forma estabeleci-
da por leis especiais, pela lei processual civil e pelos respectivos
regimentos internos. (LEI 13964/19)

RE e REsp

ANTES DA LEI 13964/19 DEPOIS DA LEI 13964/19

O recurso extraordinário será O recurso extraordinário e o


processado e julgado no recurso especial serão
Supremo Tribunal Federal na processados e julgados no STF
forma estabelecida pelo e no STJ na forma estabelecida
respectivo regimento interno. por leis especiais, pela lei
processual civil e pelos
respectivos regimentos
internos.

CAPÍTULO IX
DA CARTA TESTEMUNHÁVEL
Art. 639. Dar-se-á carta testemunhável:
I - da decisão que denegar o recurso;
II - da que, admitindo embora o recurso, obstar à sua ex-
pedição e seguimento para o juízo ad quem.

Art. 640. A carta testemunhável será requerida ao escrivão,


ou ao secretário do tribunal, conforme o caso, nas 48 horas se-
guintes ao despacho que denegar o recurso, indicando o reque-
rente as peças do processo que deverão ser trasladadas.

Art. 641. O escrivão, ou o secretário do tribunal, dará recibo


da petição à parte e, no prazo máximo de 5 dias, no caso de
RESE, ou de 60 dias, no caso de recurso extraordinário, fará en-
trega da carta, devidamente conferida e concertada.

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disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabele-


cerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de
Dia 12
fomento.
§ 3º O Poder Executivo publicará, até 30 dias após o encerramen-
Constituição Federal: art. 163-192 to de cada bimestre, relatório resumido da execução orçamentá-
Código Civil: art. 757-817 ria.
Código Processo Civil: art. 464-501 § 4º Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previs-
Código Penal: art. 289-311-A tos nesta Constituição serão elaborados em consonância com o
Código Processo Penal: art. 609-646 plano plurianual (PPA) e apreciados pelo Congresso Nacional.
§ 5º A lei orçamentária anual (LOA) compreenderá:
Controle de Leitura I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fun-
dos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclu-
sive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
II - o orçamento de investimento das empresas em que a União,
direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com
CAPÍTULO II direito a voto;
DAS FINANÇAS PÚBLICAS III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as en-
Seção I tidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou in-
NORMAS GERAIS direta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos
Art. 163. LC disporá sobre: pelo Poder Público.
I - finanças públicas; § 6º O projeto de lei orçamentária (LOA) será acompanhado de
II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e
fundações e demais entidades controladas pelo Poder Público; despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsí-
III - concessão de garantias pelas entidades públicas; dios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia.
IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública; § 7º Os orçamentos previstos no § 5º, I (orçamento fiscal) e II (or-
V - fiscalização financeira da administração pública direta e indi- çamento de investimento), deste artigo, compatibilizados com o
reta; plano plurianual (PPA), terão entre suas FUNÇÕES A DE REDU-
VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da ZIR DESIGUALDADES INTER-REGIONAIS, segundo critério po-
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; pulacional.
VII - compatibilização das funções das instituições oficiais de § 8º A lei orçamentária anual (LOA) não conterá dispositivo es-
crédito da União, resguardadas as características e condições tranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se in-
operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional. cluindo na proibição a autorização para abertura de créditos
suplementares e contratação de operações de crédito, ainda
Art. 164. A competência da União para emitir moeda será exercida que por antecipação de receita, nos termos da lei.
exclusivamente pelo banco central. § 9º Cabe à LC:
§ 1º É vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamen- I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a ela -
te, empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou enti- boração e a organização do plano plurianual (PPA), da lei de dire-
dade que não seja instituição financeira. trizes orçamentárias (LDO) e da lei orçamentária anual (LOA);
§ 2º O banco central poderá comprar e vender títulos de emissão II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da ad-
do Tesouro Nacional, com o objetivo de regular a oferta de moe- ministração direta e indireta bem como condições para a institui-
da ou a taxa de juros. ção e funcionamento de fundos.
§ 3º As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no III - dispor sobre critérios para a execução equitativa, além de
banco central; as dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios procedimentos que serão adotados quando houver impedimen-
e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por tos legais e técnicos, cumprimento de restos a pagar e limitação
ele controladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados os das programações de caráter obrigatório, para a realização do
casos previstos em lei. disposto nos §§ 11 e 12 do art. 166. (EC 100/2019)
§ 10 A administração tem o dever de executar as programações
Seção II orçamentárias, adotando os meios e as medidas necessários, com
DOS ORÇAMENTOS o propósito de garantir a efetiva entrega de bens e serviços à
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: sociedade (EC 100/2019)
I - o plano plurianual (PPA); § 11. O disposto no § 10 deste artigo, nos termos da lei de diretri-
II - as diretrizes orçamentárias (LDO); zes orçamentárias: (EC 102/2019)
III - os orçamentos anuais (LOA) I - subordina-se ao cumprimento de dispositivos constitucionais e
§ 1º A lei que instituir o plano plurianual (PPA) estabelecerá, de legais que estabeleçam metas fiscais ou limites de despesas e não
forma regionalizada, as DIRETRIZES, OBJETIVOS e METAS da impede o cancelamento necessário à abertura de créditos
administração pública federal para as despesas de capital e ou- adicionais; (EC 102/2019)
tras delas decorrentes e para as relativas aos programas de II - não se aplica nos casos de impedimentos de ordem técnica
duração continuada. devidamente justificados; (EC 102/2019)
§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias (LDO) compreenderá as ME- III - aplica-se exclusivamente às despesas primárias discricionárias.
TAS e PRIORIDADES da administração pública federal, incluindo § 12. Integrará a lei de diretrizes orçamentárias, para o exercício a
as despesas de capital para o exercício financeiro subsequen- que se refere e, pelo menos, para os 2 exercícios subsequentes,
te, orientará a elaboração da lei orçamentária anual (LOA), anexo com previsão de agregados fiscais e a proporção dos

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recursos para investimentos que serão alocados na lei a) com a correção de erros ou omissões; ou
orçamentária anual para a continuidade daqueles em andamento. b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.
(EC 102/2019) § 4º As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias
§ 13. O disposto no inciso III do § 9º e nos §§ 10, 11 e 12 deste (LDO) não poderão ser aprovadas quando incompatíveis com
artigo aplica-se exclusivamente aos orçamentos fiscal e da o plano plurianual (PPA).
seguridade social da União. (EC 102/2019) § 5º O Presidente da República poderá enviar mensagem ao
§ 14. A lei orçamentária anual poderá conter previsões de Congresso Nacional para propor modificação nos projetos a
despesas para exercícios seguintes, com a especificação dos que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na
investimentos plurianuais e daqueles em andamento. (EC Comissão mista, da parte cuja alteração é proposta.
102/2019) § 6º Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes orça-
§ 15. A União organizará e manterá registro centralizado de proje- mentárias e do orçamento anual serão enviados pelo Presidente
tos de investimento contendo, por Estado ou Distrito Federal, da República ao Congresso Nacional, nos termos da lei comple-
pelo menos, análises de viabilidade, estimativas de custos e infor- mentar a que se refere o art. 165, § 9º.
mações sobre a execução física e financeira (EC 102/2019) § 7º Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que
não contrariar o disposto nesta seção, as demais normas relativas
Estabelecerá, de forma regionalizada, as DIRETRIZES, OB- ao processo legislativo.
JETIVOS e METAS da administração pública federal para § 8º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição
PPA as despesas de capital e outras delas decorrentes e do projeto de lei orçamentária anual (LOA), ficarem sem despesas
para as relativas aos programas de duração continua- correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, medi-
da. ante créditos especiais ou suplementares, com prévia e espe-
cífica autorização legislativa.
Compreenderá as METAS e PRIORIDADES da administra- § 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão
ção pública federal, incluindo as despesas de capital aprovadas no limite de 1,2% da receita corrente líquida prevista
LDO para o exercício financeiro subsequente, orientará a no projeto encaminhado pelo Poder Executivo, sendo que a me-
elaboração da LOA, disporá sobre as alterações na le- tade deste percentual será destinada a ações e serviços públi-
gislação tributária e estabelecerá a política de aplica- cos de saúde.
ção das agências financeiras oficiais de fomento. § 10. A execução do montante destinado a ações e serviços públi-
Compreende: cos de saúde previsto no § 9º, inclusive custeio, será computada
LOA I - o orçamento fiscal para fins do cumprimento do inciso I do § 2º do art. 198, vedada
II - o orçamento de investimento a destinação para pagamento de pessoal ou encargos sociais.
III - o orçamento da seguridade social § 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das pro-
gramações a que se refere o § 9º deste artigo, em montante cor-
respondente a 1,2% da receita corrente líquida realizada no exer-
Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às dire-
cício anterior, conforme os critérios para a execução equitativa da
trizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais
programação definidos na lei complementar prevista no § 9º do
serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na
art. 165.
forma do regimento comum.
§ 12. A garantia de execução de que trata o § 11 deste artigo
§ 1º Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e
aplica-se também às programações incluídas por todas as
Deputados:
emendas de iniciativa de bancada de parlamentares de Estado
I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste ar-
ou do Distrito Federal, no montante de até 1% da receita cor-
tigo e sobre as contas apresentadas anualmente pelo Presidente
rente líquida realizada no exercício anterior. (EC 100/2019)
da República;
§ 13. As programações orçamentárias previstas nos §§ 11 e 12
II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacio-
deste artigo não serão de execução obrigatória nos casos dos
nais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição e exercer o
impedimentos de ordem técnica.(EC 100/2019)
acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da
§ 14. Para fins de cumprimento do disposto nos §§ 11 e 12 deste
atuação das demais comissões do Congresso Nacional e de suas
artigo, os órgãos de execução deverão observar, nos termos da lei
Casas, criadas de acordo com o art. 58.
de diretrizes orçamentárias, cronograma para análise e verificação
§ 2º As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que so-
de eventuais impedimentos das programações e demais
bre elas emitirá parecer, e apreciadas, na forma regimental, pelo
procedimentos necessários à viabilização da execução dos
Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.
respectivos montantes.(EC 100/2019)
§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual (LOA)
§ 16. Quando a transferência obrigatória da União para a
ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser apro-
execução da programação prevista nos §§ 11 e 12 deste artigo for
vadas caso:
destinada a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios,
I - sejam compatíveis com o plano plurianual (PPA) e com a lei
independerá da adimplência do ente federativo destinatário e
de diretrizes orçamentárias (LDO);
não integrará a base de cálculo da receita corrente líquida
II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os
para fins de aplicação dos limites de despesa de pessoal de
provenientes de anulação de despesa, excluídas as que incidam
que trata o caput do art. 169.(EC 100/2019)
sobre:
§ 17. Os restos a pagar provenientes das programações
a) dotações para pessoal e seus encargos;
orçamentárias previstas nos §§ 11 e 12 poderão ser considerados
b) serviço da dívida;
para fins de cumprimento da execução financeira até o limite de
c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municí-
0,6% da receita corrente líquida realizada no exercício anterior,
pios e Distrito Federal; ou
para as programações das emendas individuais, e até o limite de
III - sejam relacionadas:

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DIA 12 / 3

0,5%, para as programações das emendas de iniciativa de Art. 167. São vedados:
bancada de parlamentares de Estado ou do Distrito Federal.(EC I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orça-
100/2019) mentária anual (LOA);
§ 18. Se for verificado que a reestimativa da receita e da despesa II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações dire-
poderá resultar no não cumprimento da meta de resultado fiscal tas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais;
estabelecida na lei de diretrizes orçamentárias, os montantes III - a realização de operações de créditos que excedam o
previstos nos §§ 11 e 12 deste artigo poderão ser reduzidos em montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas
até a mesma proporção da limitação incidente sobre o conjunto mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade
das demais despesas discricionárias.(EC 100/2019) precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta;
§ 19. Considera-se equitativa a execução das programações de IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou
caráter obrigatório que observe critérios objetivos e imparciais despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação
e que atenda de forma igualitária e impessoal às emendas dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação
apresentadas, independentemente da autoria.(EC 100/2019) de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para
§ 20. As programações de que trata o § 12 deste artigo, quando manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de
versarem sobre o início de investimentos com duração de mais de atividades da administração tributária, como determinado, res-
1 exercício financeiro ou cuja execução já tenha sido iniciada, pectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação
deverão ser objeto de emenda pela mesma bancada estadual, a de garantias às operações de crédito por antecipação de receita,
cada exercício, até a conclusão da obra ou do previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste ar -
empreendimento(EC 100/2019) tigo;
V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia
Art. 166-A. As emendas individuais impositivas apresentadas autorização legislativa e sem indicação dos recursos corres-
ao projeto de lei orçamentária anual poderão alocar recursos pondentes;
a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios por meio de: (EC VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de
105/19) recursos de uma categoria de programação para outra ou de
I - transferência especial; ou (EC 105/19) um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;
II - transferência com finalidade definida. (EC 105/19) VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;
§ 1o Os recursos transferidos na forma do caput deste artigo VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de re-
não integrarão a receita do Estado, do Distrito Federal e dos cursos dos orçamentos fiscal e da seguridade social para su-
Municípios para fins de repartição e para o cálculo dos limites prir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e
da despesa com pessoal ativo e inativo, nos termos do § 16 do fundos, inclusive dos mencionados no art. 165, § 5º;
art. 166, e de endividamento do ente federado, vedada, em IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia
qualquer caso, a aplicação dos recursos a que se refere o caput autorização legislativa.
deste artigo no pagamento de: (EC 105/19) X - a transferência voluntária de recursos e a concessão de
I - despesas com pessoal e encargos sociais relativas a ativos e empréstimos, inclusive por antecipação de receita, pelos Go-
inativos, e com pensionistas; e (EC 105/19) vernos Federal e Estaduais e suas instituições financeiras, para pa-
II - encargos referentes ao serviço da dívida. (EC 105/19) gamento de despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista,
§ 2o Na transferência especial a que se refere o inciso I do caput dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
deste artigo, os recursos: (EC 105/19) XI - a utilização dos recursos provenientes das contribuições
I - serão repassados diretamente ao ente federado sociais de que trata o art. 195, I, a, e II, para a realização de des-
beneficiado, independentemente de celebração de convênio pesas distintas do pagamento de benefícios do regime geral
ou de instrumento congênere; (EC 105/19) de previdência social de que trata o art. 201.
II - pertencerão ao ente federado no ato da efetiva XII - na forma estabelecida na lei complementar de que trata o §
transferência financeira; e (EC 105/19) 22 do art. 40, a utilização de recursos de regime próprio de
III - serão aplicadas em programações finalísticas das áreas de previdência social, incluídos os valores integrantes dos fundos
competência do Poder Executivo do ente federado beneficiado, previstos no art. 249, para a realização de despesas distintas do
observado o disposto no § 5o deste artigo. (EC 105/19) pagamento dos benefícios previdenciários do respectivo fun-
§ 3o O ente federado beneficiado da transferência especial a que do vinculado àquele regime e das despesas necessárias à sua
se refere o inciso I do caput deste artigo poderá firmar organização e ao seu funcionamento; (EC 103/19)
contratos de cooperação técnica para fins de subsidiar o XIII - a transferência voluntária de recursos, a concessão de avais,
acompanhamento da execução orçamentária na aplicação dos as garantias e as subvenções pela União e a concessão de
recursos. (EC 105/19) empréstimos e de financiamentos por instituições financeiras
§ 4o Na transferência com finalidade definida a que se refere o federais aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios na
inciso II do caput deste artigo, os recursos serão: (EC 105/19) hipótese de descumprimento das regras gerais de organização e
I - vinculados à programação estabelecida na emenda de funcionamento de regime próprio de previdência social (EC
parlamentar; e (EC 105/19) 103/19)
II - aplicados nas áreas de competência constitucional da § 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exer-
União. (EC 105/19) cício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no
§ 5o Pelo menos 70% das transferências especiais de que trata plano plurianual (PPA), ou sem lei que autorize a inclusão, sob
o inciso I do caput deste artigo deverão ser aplicadas em despe- pena de crime de responsabilidade.
sas de capital, observada a restrição a que se refere o inciso II do § 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no
§ 1o deste artigo (EC 105/19) exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato
de autorização for promulgado nos últimos 4 meses daquele

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DIA 12 / 4

exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, § 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo ante-
serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro sub- rior fará jus a indenização correspondente a 1 mês de remune-
sequente. ração por ano de serviço.
§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admi- § 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anterio-
tida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as res será considerado extinto, vedada a criação de cargo, em-
decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, prego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo
observado o disposto no art. 62. prazo de 4 anos.
§ 4º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pe- § 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedeci-
los impostos a que se referem os arts. 155 (impostos estaduais) e das na efetivação do disposto no § 4º.
156 (impostos municipais), e dos recursos de que tratam os arts.
157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a prestação de garantia ou con- TÍTULO VII
tragarantia à União e para pagamento de débitos para com Da Ordem Econômica e Financeira
esta. CAPÍTULO I
§ 5º A transposição, o remanejamento ou a transferência de DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA
recursos de uma categoria de programação para outra pode- Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do traba-
rão ser admitidos, no âmbito das atividades de ciência, tecnologia lho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a to-
e inovação, com o objetivo de viabilizar os resultados de projetos dos existência digna, conforme os ditames da justiça social,
restritos a essas funções, mediante ato do Poder Executivo, sem observados os seguintes princípios:
necessidade da prévia autorização legislativa prevista no inciso VI I - soberania nacional;
deste artigo. II - propriedade privada;
III - função social da propriedade;
Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, IV - livre concorrência;
compreendidos os créditos suplementares e especiais, destinados V - DEFESA DO CONSUMIDOR;
aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Pú- VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento
blico e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e
de cada mês, em duodécimos, na forma da lei complementar a serviços e de seus processos de elaboração e prestação;
que se refere o art. 165, § 9º. VII - redução das desigualdades regionais e sociais;
VIII - busca do pleno emprego;
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno por-
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exce- te (EPP) constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua
der os limites estabelecidos em lei complementar. sede e administração no País.
§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remu- Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qual-
neração, a criação de cargos, empregos e funções ou alteração quer atividade econômica, independentemente de autorização de
de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.
de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da admi-
nistração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e man- Art. 172. A lei disciplinará, com base no interesse nacional, os in-
tidas pelo poder público, só poderão ser feitas: vestimentos de capital estrangeiro, incentivará os reinvestimentos
I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para aten- e regulará a remessa de lucros.
der às projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela de-
correntes; Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a ex-
II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orça- ploração direta de atividade econômica pelo Estado só será
mentárias (LDO), ressalvadas as empresas públicas e as socieda- permitida quando necessária aos imperativos da segurança
des de economia mista. nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos
§ 2º Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar referida em lei.
neste artigo para a adaptação aos parâmetros ali previstos, serão § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da
imediatamente suspensos todos os repasses de verbas federais sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explo-
ou estaduais aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios rem atividade econômica de produção ou comercialização de
que não observarem os referidos limites. bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:
§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela
neste artigo, durante o prazo fixado na lei complementar referida sociedade;
no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas priva-
adotarão as seguintes providências: das, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerci-
I - redução em pelo menos 20% das despesas com cargos em ais, trabalhistas e tributários;
comissão e funções de confiança; III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e aliena-
II - exoneração dos servidores não estáveis. ções, observados os princípios da administração pública;
§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de adminis-
não forem suficientes para assegurar o cumprimento da deter- tração e fiscal, com a participação de acionistas minoritários;
minação da lei complementar referida neste artigo, O SERVIDOR V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilida-
ESTÁVEL PODERÁ PERDER O CARGO, desde que ato normativo de dos administradores.
motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcio- § 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista
nal, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pes- não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do
soal. setor privado.

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DIA 12 / 5

§ 3º A lei regulamentará as relações da empresa pública com o § 4º Não dependerá de autorização ou concessão o aproveita-
Estado e a sociedade. mento do potencial de energia renovável de capacidade redu-
§ 4º - lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à zida.
dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao
aumento arbitrário dos lucros. Art. 177. Constituem MONOPÓLIO DA UNIÃO:
§ 5º A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos diri- I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e
gentes da pessoa jurídica, estabelecerá a responsabilidade desta, outros hidrocarbonetos fluidos;
sujeitando-a às punições compatíveis com sua natureza, nos atos II - a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro;
praticados contra a ordem econômica e financeira e contra a eco- III - a importação e exportação dos produtos e derivados bási-
nomia popular. cos resultantes das atividades previstas nos incisos anteriores;
IV - o transporte marítimo do petróleo bruto de origem naci-
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econô- onal ou de derivados básicos de petróleo produzidos no País,
mica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscaliza- bem assim o transporte, por meio de conduto, de petróleo bruto,
ção, incentivo e planejamento, sendo este DETERMINANTE para seus derivados e gás natural de qualquer origem;
o setor público e INDICATIVO para o setor privado. V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento,
§ 1º A lei estabelecerá as diretrizes e bases do planejamento do a industrialização e o comércio de minérios e minerais nuclea-
desenvolvimento nacional equilibrado, o qual incorporará e com- res e seus derivados, com exceção dos radioisótopos cuja pro-
patibilizará os planos nacionais e regionais de desenvolvimento. dução, comercialização e utilização poderão ser autorizadas
§ 2º A lei apoiará e estimulará o cooperativismo e outras for- sob regime de permissão, conforme as alíneas b e c do inciso
mas de associativismo. XXIII do caput do art. 21 desta Constituição Federal.
§ 3º O Estado favorecerá a organização da atividade garimpeira § 1º A União poderá contratar com empresas estatais ou pri-
em cooperativas, levando em conta a proteção do meio ambiente vadas a realização das atividades previstas nos incisos I a IV
e a promoção econômico-social dos garimpeiros. deste artigo observadas as condições estabelecidas em lei.
§ 4º As cooperativas a que se refere o parágrafo anterior terão § 2º A lei a que se refere o § 1º disporá sobre:
prioridade na autorização ou concessão para pesquisa e lavra I - a garantia do fornecimento dos derivados de petróleo em todo
dos recursos e jazidas de minerais garimpáveis, nas áreas o território nacional;
onde estejam atuando, e naquelas fixadas de acordo com o art. II - as condições de contratação;
21, XXV, na forma da lei. III - a estrutura e atribuições do órgão regulador do monopólio
da União;
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente § 3º A lei disporá sobre o transporte e a utilização de materiais ra-
ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de dioativos no território nacional.
licitação, a prestação de serviços públicos. § 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio
Parágrafo único. A lei disporá sobre: econômico (CIDE) relativa às atividades de importação ou co-
I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de mercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus de-
serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua rivados e álcool combustível deverá atender aos seguintes requi-
prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização sitos:
e rescisão da concessão ou permissão; I - a alíquota da contribuição poderá ser:
II - os direitos dos usuários; a) diferenciada por produto ou uso;
III - política tarifária; b) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se
IV - a obrigação de manter serviço adequado. lhe aplicando o disposto no art. 150,III, b (anterioridade);
II - os recursos arrecadados serão destinados:
Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool
os potenciais de energia hidráulica constituem propriedade dis- combustível, gás natural e seus derivados e derivados de petró-
tinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e leo;
PERTENCEM À UNIÃO, garantida ao concessionário a proprie- b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a
dade do produto da lavra. indústria do petróleo e do gás;
§ 1º A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveita- c) ao financiamento de programas de infraestrutura de transpor-
mento dos potenciais a que se refere o "caput" deste artigo so- tes.
mente poderão ser efetuados mediante autorização ou con-
cessão da União, no interesse nacional, por brasileiros ou em- Art. 178. A lei disporá sobre a ordenação dos transportes aéreo,
presa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sua sede e aquático e terrestre, devendo, quanto à ordenação do transporte
administração no País, na forma da lei, que estabelecerá as con- internacional, observar os acordos firmados pela União, atendido
dições específicas quando essas atividades se desenvolverem em o princípio da reciprocidade.
faixa de fronteira ou terras indígenas. Parágrafo único. Na ordenação do transporte aquático, a lei esta-
§ 2º - É assegurada participação ao proprietário do solo nos belecerá as condições em que o transporte de mercadorias na ca-
resultados da lavra, na forma e no valor que dispuser a lei. botagem e a navegação interior poderão ser feitos por embarca-
§ 3º A autorização de pesquisa será SEMPRE POR PRAZO ções estrangeiras.
DETERMINADO, e as autorizações e concessões previstas neste
artigo não poderão ser cedidas ou transferidas, total ou parci- Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
almente, sem prévia anuência do poder concedente. dispensarão às microempresas (ME) e às empresas de pequeno
porte (EPP), assim definidas em lei, tratamento jurídico dife-
renciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas obri-

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DIA 12 / 6

gações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou Município pode desapropria imóvel rural, desde que não seja
pela eliminação ou redução destas por meio de lei. para fins de reforma agrária
§ 1º As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em
Art. 180. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
dinheiro.
promoverão e incentivarão o turismo como fator de desenvol-
§ 2º O decreto que declarar o imóvel como de interesse social,
vimento social e econômico.
para fins de reforma agrária, autoriza a União a propor a ação de
desapropriação.
Art. 181. O atendimento de requisição de documento ou informa-
§ 3º Cabe à LC estabelecer procedimento contraditório especial,
ção de natureza comercial, feita por autoridade administrativa ou
de rito sumário, para o processo judicial de desapropriação.
judiciária estrangeira, a pessoa física ou jurídica residente ou do-
§ 4º O orçamento fixará anualmente o volume total de títulos da
miciliada no País dependerá de autorização do Poder competente.
dívida agrária, assim como o montante de recursos para atender
ao programa de reforma agrária no exercício.
§ 5º São ISENTAS DE IMPOSTOS federais, estaduais e municipais
CAPÍTULO II
as operações de transferência de imóveis desapropriados para
DA POLÍTICA URBANA
fins de reforma agrária.
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo
Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em
Art. 185. São insuscetíveis de desapropriação para fins de re-
lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das fun-
forma agrária:
ções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitan-
I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei,
tes.
desde que seu proprietário não possua outra;
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigató-
II - a propriedade produtiva.
rio para cidades com mais de 20 mil habitantes, é o instru-
Parágrafo único. A lei garantirá tratamento especial à propriedade
mento básico da política de desenvolvimento e de expansão
produtiva e fixará normas para o cumprimento dos requisitos re-
urbana.
lativos a sua função social.
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando
atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade
expressas no plano diretor. JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ
§ 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com EDIÇÃO N. 46: DESAPROPRIAÇÃO
prévia e justa indenização em dinheiro. 1) A indenização referente à cobertura vegetal deve ser
§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei espe- calculada em separado do valor da terra nua quando
cífica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei comprovada a exploração dos recursos vegetais de forma lícita
federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subuti- e anterior ao processo expropriatório.
lizado ou não utilizado, que promova seu adequado aprovei- 2) As regras dispostas nos arts. 19 e 33 do CPC, quanto à
tamento, sob pena, sucessivamente, de: responsabilidade pelo adiantamento dos honorários periciais, se
I - parcelamento ou edificação compulsórios; aplicam às demandas indenizatórias por desapropriação
II -IPTU progressivo no tempo; indireta, eis que regidas pelo procedimento comum.
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida 3) Nas ações de desapropriação incluem-se no cálculo da
pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, verba advocatícia as parcelas relativas aos juros
com prazo de resgate de até 10 anos, em parcelas anuais, iguais compensatórios e moratórios, devidamente corrigidas
e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros (Súmula n. 131/STJ)
legais. 4) A intervenção do Ministério Público nas ações de
desapropriação de imóvel rural para fins de reforma agrária É
Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até OBRIGATÓRIA, porquanto presente o interesse público.
250m2, por 5 anos, ininterruptamente e sem oposição, utili- 5) A ação de desapropriação direta ou indireta, em regra, não
zando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o pressupõe automática intervenção do Ministério Público,
domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano exceto quando envolver, frontal ou reflexamente, proteção ao
ou rural. meio ambiente, interesse urbanístico ou improbidade
§ 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos administrativa.
ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do es- 6) A imissão provisória na posse do imóvel objeto de
tado civil. desapropriação, caracterizada pela urgência, prescinde de
§ 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor avaliação prévia ou de pagamento integral, exigindo apenas
mais de uma vez. o depósito judicial nos termos do art. 15, § 1º, do Decreto-Lei
§ 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião. n. 3.365/1941.
8) Na desapropriação para instituir servidão administrativa são
CAPÍTULO III devidos os juros compensatórios pela limitação de uso da
DA POLÍTICA AGRÍCOLA E FUNDIÁRIA E DA REFORMA AGRÁRIA propriedade. (Súmula n. 56/STJ)
Art. 184. COMPETE À UNIÃO desapropriar por interesse social, 10) Na desapropriação direta, os juros compensatórios são
para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja devidos desde a antecipada imissão na posse e, na
cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indeni- desapropriação indireta, a partir da efetiva ocupação do
zação em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação imóvel, calculados, nos dois casos, sobre o valor da indenização
do valor real, resgatáveis no prazo de até 20 anos, a partir do 2° corrigido monetariamente.
ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei. 11) Na desapropriação, a base de cálculo dos juros

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DIA 12 / 7

compensatórios é a diferença entre os 80% do preço ofertado e Decreto nº 3.365/41.


o valor do bem definido judicialmente. 12) São aplicáveis às desapropriações indiretas os limites
12) Nas hipóteses em que o valor da indenização fixada percentuais de honorários advocatícios constantes do art. 27, §
judicialmente for igual ou inferior ao valor ofertado 1º, do Decreto-Lei n. 3.365/1941.
inicialmente, a base de cálculo para os juros compensatórios e 13) O prazo para resgate dos TDAs complementares expedidos
moratórios deve ser os 20% que ficaram indisponíveis para o para o pagamento de diferença apurada entre o preço do
expropriado. imóvel fixado na sentença e o valor ofertado na inicial pelo
13) O termo inicial dos juros moratórios em desapropriações é o expropriante tem como termo a quo a data da imissão
dia 1º de janeiro do exercício seguinte àquele em que o provisória na posse, de acordo com o prazo máximo de vinte
pagamento deveria ser feito. (Tese julgada sob o rito do art. anos para pagamento da indenização estabelecido pelo art. 184
543-C do CPC/73 - TEMA 210) da CF/88.
14) Nas ações de desapropriação NÃO HÁ CUMULAÇÃO DE 14) O promitente comprador tem legitimidade ativa para
JUROS MORATÓRIOS E JUROS COMPENSATÓRIOS, eis que propor ação cujo objetivo é o recebimento de verba
se trata de encargos que incidem em períodos diferentes: os indenizatória decorrente de ação desapropriatória, ainda
juros compensatórios têm incidência até a data da que a transferência de sua titularidade não tenha sido
expedição do precatório original, enquanto que os efetuada perante o registro geral de imóveis.
moratórios somente incidirão se o precatório expedido não 15) O possuidor titular do imóvel desapropriado tem direito ao
for pago no prazo constitucional.(Tese julgado sob o rito do levantamento da indenização pela perda do seu direito
art. 543-C do CPC/73 - Temas 210 e 211) possessório.
16) Nas desapropriações realizadas por concessionária de
EDIÇÃO N. 49: DESAPROPRIAÇÃO - II
serviço público, não sujeita a regime de precatório, a regra
1) O valor da indenização por desapropriação deve ser
contida no art. 15-B do Decreto-Lei n. 3.365/41 é
contemporâneo à data da avaliação do perito judicial.
inaplicável, devendo os juros moratórios incidir a partir do
2) Em se tratando de desapropriação, a prova pericial para a
trânsito em julgado da sentença.
fixação do justo preço somente é dispensável quando há
17) A ação de desapropriação indireta prescreve em 20 anos,
expressa concordância do expropriado com o valor da oferta
nos termos da Súmula 119 do STJ e na vigência do Código Civil
inicial.
de 1916, e em 10 anos sob a égide do Código Civil de 2002,
3) Em ação de desapropriação, é possível ao juiz determinar a
observando-se a regra de transição disposta no art. 2.028 do
realização de perícia avaliatória, ainda que os réus tenham
CC/2002.
concordado com o valor oferecido pelo Estado.
4) A revelia do desapropriado não implica aceitação tácita da
oferta, não autorizando a dispensa da avaliação, conforme Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade ru-
Súmula n. 118 do extinto Tribunal Federal de Recursos. ral atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exi-
5) Se, em procedimento de desapropriação por interesse gência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
social, constatar-se que a área medida do bem é maior do I - aproveitamento racional e adequado;
que a escriturada no Registro de Imóveis, o expropriado II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e
receberá indenização correspondente à área registrada, preservação do meio ambiente;
ficando a diferença depositada em Juízo até que, III - observância das disposições que regulam as relações de
posteriormente, se complemente o registro ou se defina a trabalho;
titularidade para o pagamento a quem de direito. IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e
6) Na desapropriação é devida a indenização correspondente dos trabalhadores.
aos danos relativos ao fundo de comércio.
7) A imissão provisória na posse não deve ser condicionada ao FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE
depósito prévio do valor relativo ao fundo de comércio
URBANA RURAL
eventualmente devido.
8) A invasão do imóvel É CAUSA DE SUSPENSÃO do A propriedade urbana cumpre Requisitos:
processo expropriatório para fins de reforma agrária sua função social quando aten- I - aproveitamento racional e
(Súmula n. 354/STJ). de às exigências fundamen- adequado;
9) Não incide imposto de renda sobre as verbas decorrentes tais de ordenação da cidade II - utilização adequada dos re-
de desapropriação (indenização, juros moratórios e juros expressas no plano diretor. cursos naturais disponíveis e
compensatórios), seja por necessidade ou utilidade pública, seja preservação do meio ambiente;
por interesse social, por não constituir ganho ou acréscimo III - observância das disposi-
patrimonial. (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/73 - ções que regulam as relações
TEMA 397) de trabalho;
10) O valor dos honorários advocatícios em sede de IV - exploração que favoreça o
desapropriação deve respeitar os limites impostos pelo artigo bem-estar dos proprietários e
27, § 1º, do Decreto-lei 3.365/41 qual seja: entre 0,5% e 5% da dos trabalhadores.
diferença entre o valor proposto inicialmente pelo imóvel e
a indenização imposta judicialmente. (Tese julgada sob o rito Art. 187. A política agrícola será planejada e executada na forma
do art. 543-C do CPC/73 - TEMA 184) da lei, com a participação efetiva do setor de produção, envolven-
11) O pedido de desistência na ação expropriatória afasta a do produtores e trabalhadores rurais, bem como dos setores de
limitação dos honorários estabelecida no art. 27, § 1º, do

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DIA 12 / 8

comercialização, de armazenamento e de transportes, levando em Art. 757. Pelo contrato de seguro, o segurador se obriga, medi-
conta, especialmente: ante o pagamento do prêmio, a GARANTIR INTERESSE LE-
I - os instrumentos creditícios e fiscais; GÍTIMO do segurado, relativo a pessoa ou a coisa, contra ris-
II - os preços compatíveis com os custos de produção e a garantia cos predeterminados.
de comercialização; Parágrafo único. Somente pode ser parte, no contrato de seguro,
III - o incentivo à pesquisa e à tecnologia; como segurador, entidade para tal fim legalmente autorizada.
IV - a assistência técnica e extensão rural;
V - o seguro agrícola; JDC185 A disciplina dos seguros do Código Civil e as normas da
VI - o cooperativismo; previdência privada que impõem a contratação exclusivamente
VII - a eletrificação rural e irrigação; por meio de entidades legalmente autorizadas não impedem a
VIII - a habitação para o trabalhador rural. formação de grupos restritos de ajuda mútua, caracterizados
§ 1º Incluem-se no planejamento agrícola as atividades agroin- pela autogestão.
dustriais, agropecuárias, pesqueiras e florestais. JDC370 Nos contratos de seguro por adesão, os riscos prede-
§ 2º Serão compatibilizadas as ações de política agrícola e de re- terminados indicados no art. 757, parte final, devem ser inter-
forma agrária. pretados de acordo com os arts. 421, 422, 424, 759 e 799 do
Código Civil e 1º, inc. III, da Constituição Federal.
Art. 188. A destinação de terras públicas e devolutas será compa-
tibilizada com a política agrícola e com o plano nacional de refor-
Art. 758. O contrato de seguro prova-se com a exibição da
ma agrária.
apólice ou do bilhete do seguro, e, na falta deles, por docu-
§ 1º A alienação ou a concessão, a qualquer título, de terras públi-
mento comprobatório do pagamento do respectivo prêmio.
cas com área superior a 2500 hectares a pessoa física ou jurídi-
ca, ainda que por interposta pessoa, dependerá de prévia apro-
Art. 759. A emissão da apólice deverá ser precedida de proposta
vação do Congresso Nacional.
escrita com a declaração dos elementos essenciais do interesse a
§ 2º Excetuam-se do disposto no parágrafo anterior as aliena-
ser garantido e do risco.
ções ou as concessões de terras públicas para fins de reforma
agrária.
Art. 760. A apólice ou o bilhete de seguro serão nominativos, à
ordem ou ao portador, e mencionarão os riscos assumidos, o
Art. 189. Os beneficiários da distribuição de imóveis rurais pela re-
início e o fim de sua validade, o limite da garantia e o prêmio de -
forma agrária receberão títulos de domínio ou de concessão de
vido, e, quando for o caso, o nome do segurado e o do beneficiá-
uso, inegociáveis pelo prazo de 10 anos.
rio.
Parágrafo único. O título de domínio e a concessão de uso serão
Parágrafo único. No seguro de pessoas, a apólice ou o bilhete
conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independente-
não podem ser ao portador.
mente do estado civil, nos termos e condições previstos em lei.

Art. 190. A lei regulará e limitará a aquisição ou o arrendamento APÓLICE


de propriedade rural por pessoa física ou jurídica estrangeira e SEGURO DE COISAS SEGURO DE PESSOAS
estabelecerá os casos que dependerão de autorização do Con-
gresso Nacional. • Nominativos • À ordem
• À ordem • Nominativos
Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou • Ao portador
urbano, possua como seu, por 5 anos ininterruptos, sem oposi-
ção, área de terra, em zona rural, não superior a 50 hectares, Art. 761. Quando o risco for assumido em cosseguro, a apólice in-
tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo dicará o segurador que administrará o contrato e representará os
nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. demais, para todos os seus efeitos.
Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por
usucapião. Art. 762. NULO será o contrato para garantia de risco proveni-
ente de ATO DOLOSO do segurado, do beneficiário, ou de repre-
CAPÍTULO IV sentante de um ou de outro.
DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
Art. 192. O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a Art. 763. Não terá direito a indenização o segurado que estiver
promover o desenvolvimento equilibrado do País e a servir aos em mora no pagamento do prêmio, se ocorrer o sinistro antes
interesses da coletividade, em todas as partes que o compõem, de sua purgação.
abrangendo as cooperativas de crédito, será regulado por leis
complementares que disporão, inclusive, sobre a participação do JDC371 A mora do segurado, sendo de escassa importância,
capital estrangeiro nas instituições que o integram. não autoriza a resolução do contrato, por atentar ao princí-
pio da boa-fé objetiva.
CÓDIGO CIVIL JDC376 Para efeito de aplicação do art. 763 do Código Civil, a
resolução do contrato depende de prévia interpelação.
CAPÍTULO XV
DO SEGURO A mora, no contrato de seguro, é classificada como ex
Seção I persona (e não ex re)
Disposições Gerais

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DIA 12 / 9

Art. 769. O segurado é obrigado a comunicar ao segurador, logo


MORA EX RE MORA EX PERSONA que saiba, todo incidente suscetível de agravar consideravelmen-
(MORA AUTOMÁTICA) (MORA PENDENTE) te o risco coberto, sob pena de perder o direito à garantia, se
provar que silenciou de má-fé.
Determinadas obrigações Outras obrigações possuem § 1o O segurador, desde que o faça nos 15 dias seguintes ao
possuem mora ex re, ou seja, mora ex persona, ou seja, recebimento do aviso da agravação do risco sem culpa do se-
se o devedor não cumprir a exigem a interpelação gurado, poderá dar-lhe ciência, por escrito, de sua decisão de
obrigação no dia certo do judicial ou extrajudicial do resolver o contrato.
vencimento, considera-se que devedor para que este possa § 2o A resolução só será eficaz 30 dias após a notificação, de-
ele está, automaticamente, em ser considerado em mora. vendo ser restituída pelo segurador a diferença do prêmio.
mora. Apenas depois dessa
A mora ocorre de pleno notificação é que o credor Art. 770. Salvo disposição em contrário, a diminuição do risco no
direito, independentemente estará desautorizado a cumprir curso do contrato não acarreta a redução do prêmio estipula-
de notificação. suas obrigações contratuais. do; mas, se a redução do risco for considerável, o segurado
Aplica-se a máxima dies poderá exigir a revisão do prêmio, ou a resolução do contrato.
interpellat pro homine: o dia
interpela pelo homem (o termo Art. 771. Sob pena de perder o direito à indenização, o segurado
interpela no lugar do credor). participará o sinistro ao segurador, logo que o saiba, e tomará as
*Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br providências imediatas para minorar-lhe as consequências.
Parágrafo único. Correm à conta do segurador, até o limite fixado
Art. 764. Salvo disposição especial, o fato de se não ter verificado no contrato, as despesas de salvamento consequente ao sinistro.
o risco, em previsão do qual se faz o seguro, não exime o segu-
rado de pagar o prêmio. Art. 772. A mora do segurador em pagar o sinistro obriga à atuali-
zação monetária da indenização devida segundo índices oficiais
Art. 765. O segurado e o segurador são obrigados a guardar na regularmente estabelecidos, sem prejuízo dos juros moratórios.
conclusão e na execução do contrato, a mais estrita boa-fé e ve-
racidade, tanto a respeito do objeto como das circunstâncias e Art. 773. O segurador que, ao tempo do contrato, sabe estar pas-
declarações a ele concernentes. sado o risco de que o segurado se pretende cobrir, e, não obstan-
te, expede a apólice, pagará em dobro o prêmio estipulado.
JDC542 A recusa de renovação das apólices de seguro de
vida pelas seguradoras em razão da idade do segurado é Art. 774. A recondução tácita do contrato pelo mesmo prazo,
discriminatória e atenta contra a função social do contrato. mediante expressa cláusula contratual, não poderá operar mais
JDC543 Constitui abuso do direito a modificação acentuada das de 1 vez.
condições do seguro de vida e de saúde pela seguradora quan-
do da renovação do contrato. Art. 775. Os agentes autorizados do segurador presumem-se seus
representantes para todos os atos relativos aos contratos que
Art. 766. Se o segurado, por si ou por seu representante, fizer de- agenciarem.
clarações inexatas ou omitir circunstâncias que possam influir na
aceitação da proposta ou na taxa do prêmio, perderá o direito à Art. 776. O segurador é obrigado a pagar em dinheiro o prejuí-
garantia, além de ficar obrigado ao prêmio vencido. zo resultante do risco assumido, salvo se convencionada a repo-
Parágrafo único. Se a inexatidão ou omissão nas declarações não sição da coisa.
resultar de má-fé do segurado, o segurador terá direito a resol-
ver o contrato, ou a cobrar, mesmo após o sinistro, a diferença do Art. 777. O disposto no presente Capítulo aplica-se, no que cou-
prêmio. ber, aos seguros regidos por leis próprias.

Seção II
JDC372 Em caso de negativa de cobertura securitária por do-
Do Seguro de Dano
ença preexistente, cabe à seguradora comprovar que o se-
Art. 778. Nos seguros de dano, a garantia prometida NÃO PODE
gurado tinha conhecimento inequívoco daquela.
ultrapassar o valor do interesse segurado no momento da
JDC585 Impõe-se o pagamento de indenização do seguro mes-
conclusão do contrato, sob pena do disposto no art. 766, e sem
mo diante de condutas, omissões ou declarações ambíguas do
prejuízo da ação penal que no caso couber.
segurado que não guardem relação com o sinistro.
Art. 779. O risco do seguro compreenderá todos os prejuízos re-
Art. 767. No seguro à conta de outrem, o segurador pode opor ao sultantes ou consequentes, como sejam os estragos ocasionados
segurado quaisquer defesas que tenha contra o estipulante, por para evitar o sinistro, minorar o dano, ou salvar a coisa.
descumprimento das normas de conclusão do contrato, ou de pa-
gamento do prêmio. Art. 780. A vigência da garantia, no seguro de coisas transporta-
das, começa no momento em que são pelo transportador recebi-
Art. 768. O segurado perderá o direito à garantia se agravar in- das, e cessa com a sua entrega ao destinatário.
tencionalmente o risco objeto do contrato.
Art. 781. A indenização não pode ultrapassar o valor do inte-
resse segurado no momento do sinistro, e, EM HIPÓTESE AL-

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DIA 12 / 10

GUMA, o limite máximo da garantia fixado na apólice, SALVO ação ou a transação não retiram do segurado o direito à ga-
em caso de MORA do segurador. rantia, sendo apenas ineficazes perante a seguradora.
JDC544 O seguro de responsabilidade civil facultativo garante
Art. 782. O segurado que, na vigência do contrato, pretender ob- dois interesses, o do segurado contra os efeitos patrimoniais
ter novo seguro sobre o mesmo interesse, e contra o mesmo risco da imputação de responsabilidade e o da vítima à indeniza-
junto a outro segurador, deve previamente comunicar sua inten- ção, ambos destinatários da garantia, com pretensão própria e
ção por escrito ao primeiro, indicando a soma por que pretende independente contra a seguradora.
segurar-se, a fim de se comprovar a obediência ao disposto no JDC546 O § 2º do art. 787 do Código Civil deve ser interpretado
art. 778. em consonância com o art. 422 do mesmo diploma legal, não
obstando o direito à indenização e ao reembolso.
Art. 783. Salvo disposição em contrário, o seguro de um interesse
por menos do que valha acarreta a redução proporcional da inde-
Art. 788. Nos seguros de responsabilidade legalmente obriga-
nização, no caso de sinistro parcial.
tórios, a indenização por sinistro será paga pelo segurador di-
retamente ao terceiro prejudicado.
Art. 784. Não se inclui na garantia o sinistro provocado por vício
Parágrafo único. Demandado em ação direta pela vítima do
intrínseco da coisa segurada, não declarado pelo segurado.
dano, o segurador não poderá opor a exceção de contrato
Parágrafo único. Entende-se por vício intrínseco o defeito pró-
não cumprido pelo segurado, sem promover a citação deste
prio da coisa, que se não encontra normalmente em outras da
para integrar o contraditório.
mesma espécie.
Seção III
Art. 785. Salvo disposição em contrário, admite-se a transferên-
Do Seguro de Pessoa
cia do contrato a terceiro com a alienação ou cessão do inte-
Art. 789. Nos seguros de pessoas, o capital segurado é livremen-
resse segurado.
te estipulado pelo proponente, que pode contratar mais de um
§ 1o Se o instrumento contratual é nominativo, a transferência
seguro sobre o mesmo interesse, com o mesmo ou diversos se-
só produz efeitos em relação ao segurador mediante aviso es-
guradores.
crito assinado pelo cedente e pelo cessionário.
§ 2o A apólice ou o bilhete à ordem só se transfere por endosso
Art. 790. No seguro sobre a vida de outros, o proponente é
em preto, datado e assinado pelo endossante e pelo endossatá-
obrigado a declarar, sob pena de falsidade, o seu interesse
rio.
pela preservação da vida do segurado.
Parágrafo único. Até prova em contrário, presume-se o interesse,
Art. 786. Paga a indenização, o segurador sub-roga-se, nos limi-
quando o segurado é cônjuge, ascendente ou descendente do
tes do valor respectivo, nos direitos e ações que competirem ao
proponente (CAD).
segurado contra o autor do dano.
§ 1o SALVO DOLO, a sub-rogação não tem lugar se o dano foi
causado pelo cônjuge do segurado, seus descendentes ou as- JDC186 O companheiro deve ser considerado implicitamente
cendentes, consanguíneos ou afins. incluído no rol das pessoas tratadas no art. 790, parágrafo úni-
§ 2o É INEFICAZ qualquer ato do segurado que diminua ou ex- co, por possuir interesse legítimo no seguro da pessoa do outro
tinga, em prejuízo do segurador, os direitos a que se refere companheiro.
este artigo.
Art. 791. Se o segurado não renunciar à faculdade, ou se o seguro
JDC552 Constituem danos reflexos reparáveis as despesas su- não tiver como causa declarada a garantia de alguma obrigação,
portadas pela operadora de plano de saúde decorrentes de é lícita a substituição do beneficiário, por ato entre vivos ou
complicações de procedimentos por ela não cobertos. de última vontade.
Parágrafo único. O segurador, que não for cientificado oportu-
namente da substituição, desobrigar-se-á pagando o capital
Art. 787. No seguro de responsabilidade civil, o segurador ga-
segurado ao antigo beneficiário.
rante o pagamento de perdas e danos devidos pelo segurado a
terceiro.
Art. 792. Na falta de indicação da pessoa ou beneficiário, ou se
§ 1o Tão logo saiba o segurado das consequências de ato seu, sus-
por qualquer motivo não prevalecer a que for feita, o capital se-
cetível de lhe acarretar a responsabilidade incluída na garantia,
gurado será pago por metade ao cônjuge não separado judi-
comunicará o fato ao segurador.
cialmente, e o restante aos herdeiros do segurado, obedecida
§ 2o É defeso ao segurado reconhecer sua responsabilidade ou
a ordem da vocação hereditária.
confessar a ação, bem como transigir com o terceiro prejudi-
Parágrafo único. Na falta das pessoas indicadas neste artigo, se-
cado, ou indenizá-lo diretamente, sem anuência expressa do
rão beneficiários os que provarem que a morte do segurado
segurador.
os privou dos meios necessários à subsistência.
§ 3o Intentada a ação contra o segurado, dará este ciência da lide
ao segurador.
§ 4o Subsistirá a responsabilidade do segurado perante o ter- JDC374 No contrato de seguro, o juiz deve proceder com
ceiro, se o segurador for insolvente. equidade, atentando às circunstâncias reais, e não a probabili-
dades infundadas, quanto à agravação dos riscos.

JDC373 Embora sejam defesos pelo § 2º do art. 787 do Código


Civil, o reconhecimento da responsabilidade, a confissão da

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DIA 12 / 11

Art. 793. É válida a instituição do companheiro como benefi- Art. 802. Não se compreende nas disposições desta Seção a ga-
ciário, se ao tempo do contrato o segurado era separado judicial- rantia do reembolso de despesas hospitalares ou de tratamento
mente, ou já se encontrava separado de fato. médico, nem o custeio das despesas de luto e de funeral do se-
gurado.
Art. 794. No seguro de vida ou de acidentes pessoais para o caso
de morte, o capital estipulado não está sujeito às dívidas do SÚMULAS SOBRE SEGURO
segurado, nem se considera herança para todos os efeitos de
direito. STF
Súmula 188-STF: O segurador tem ação regressiva contra o
Art. 795. É NULA, no seguro de pessoa, qualquer transação para causador do dano, pelo que efetivamente pagou, até ao limite
pagamento reduzido do capital segurado. previsto no contrato de seguro.

Art. 796. O prêmio, no seguro de vida, será conveniado por prazo STJ
limitado, ou por toda a vida do segurado. Súmula 101-STJ: A ação de indenização do segurado em grupo
Parágrafo único. Em qualquer hipótese, no seguro individual, o contra a seguradora prescreve em 1 ano.
segurador não terá ação para cobrar o prêmio vencido, cuja Súmula 229-STJ: O pedido do pagamento de indenização à se-
falta de pagamento, nos prazos previstos, acarretará, confor- guradora SUSPENDE o prazo de prescrição até que o segurado
me se estipular, a resolução do contrato, com a restituição da tenha ciência da decisão.
reserva já formada, ou a redução do capital garantido proporci- OBS: o prazo prescricional é suspenso a partir do pedido admi-
onalmente ao prêmio pago. nistrativo de recebimento da indenização securitária, voltando a
correr a partir da ciência inequívoca do segurado quanto à recu-
Art. 797. No seguro de vida para o caso de morte, é lícito esti- sa da seguradora à cobertura securitária. Vale ressaltar, contudo,
pular-se um prazo de carência, durante o qual o segurador não que o “pedido de reconsideração” apresentado na via admi-
responde pela ocorrência do sinistro. nistrativa não tem o condão de suspender a contagem do pra-
Parágrafo único. No caso deste artigo o segurador é obrigado a zo prescricional (STJ. 4ª Turma. AgInt no AREsp 1116585/SP, Rel.
devolver ao beneficiário o montante da reserva técnica já forma- Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 08/02/2018).
da. Súmula 278-STJ: O termo inicial do prazo prescricional, na ação
de indenização, é a data em que o segurado teve ciência ine-
Art. 798. O beneficiário não tem direito ao capital estipulado quívoca da incapacidade laboral.
quando o segurado se suicida nos primeiros 2 anos de vigência Súmula 402-STJ: O contrato de seguro por danos pessoais
inicial do contrato, ou da sua recondução depois de suspenso, compreende danos morais, salvo cláusula expressa de exclu-
observado o disposto no parágrafo único do artigo antecedente. são
Parágrafo único. Ressalvada a hipótese prevista neste artigo, é Súmula 465-STJ: Ressalvada a hipótese de efetivo agravamento
NULA a cláusula contratual que exclui o pagamento do capi- do risco, a seguradora não se exime do dever de indenizar
tal por suicídio do segurado. em razão da transferência do veículo sem a sua prévia comuni-
cação.
Art. 799. O segurador não pode eximir-se ao pagamento do se- Súmula 529-STJ: No seguro de responsabilidade civil facultati-
guro, ainda que da apólice conste a restrição, se a morte ou a vo, não cabe o ajuizamento de ação pelo terceiro prejudicado
incapacidade do segurado provier da utilização de meio de direta e exclusivamente em face da seguradora do apontado
transporte mais arriscado, da prestação de serviço militar, da causador do dano.
prática de esporte, ou de atos de humanidade em auxílio de Súmula 537-STJ: Em ação de reparação de danos, a seguradora
outrem. denunciada, se aceitar a denunciação ou contestar o pedido do
autor, pode ser condenada, direta e solidariamente junto
Art. 800. Nos seguros de pessoas, o segurador NÃO PODE SUB- com o segurado, ao pagamento da indenização devida à vítima,
ROGAR-SE nos direitos e ações do segurado, ou do beneficiário, nos limites contratados na apólice.
contra o causador do sinistro. Súmula 610-STJ: O suicídio não é coberto nos 2 primeiros
anos de vigência do contrato de seguro de vida, ressalvado o
Art. 801. O seguro de pessoas pode ser estipulado por pessoa direito do beneficiário à devolução do montante da reserva téc-
natural ou jurídica em proveito de grupo que a ela, de qualquer nica formada.
modo, se vincule. Súmula 616-STJ: A indenização securitária é devida quando
§ 1o O estipulante não representa o segurador perante o grupo ausente a comunicação prévia do segurado acerca do atraso
segurado, e é o único responsável, para com o segurador, pelo no pagamento do prêmio, por constituir requisito essencial
cumprimento de todas as obrigações contratuais. para a suspensão ou resolução do contrato de seguro
§ 2o A modificação da apólice em vigor dependerá da anuência Súmula 620-STJ: A embriaguez do segurado não exime a
expressa de segurados que representem 3/4 do grupo. seguradora do pagamento da indenização prevista em contrato
de seguro de vida.
JDC375 No seguro em grupo de pessoas, exige-se o quórum Súmula 632-STJ: Nos contratos de seguros regidos pelo Código
qualificado de 3/4 do grupo, previsto no § 2º do art. 801 do Civil a correção monetária sobre indenização securitária inci-
Código Civil, apenas quando as modificações impuserem novos de a partir da contratação até o efetivo pagamento.
ônus aos participantes ou restringirem seus direitos na apólice
em vigor.
No SEGURO DE VIDA No SEGURO DE AUTOMÓVEL

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DIA 12 / 12

(seguro de pessoas) é (seguro de bens) celebrado cide desde a data do evento danoso.
devida a indenização por uma empresa com a
securitária mesmo que o seguradora, é devida a
JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ
acidente que vitimou o indenização securitária se o
segurado tenha decorrido condutor do veículo estava EDIÇÃO N. 02: PLANOS DE SAÚDE - I
de seu estado de embriagado? 2) É possível aferir a abusividade das cláusulas dos planos e se-
embriaguez? guros privados de saúde celebrados antes da Lei n. 9.656/98, em
virtude da natureza contratual de trato sucessivo, não havendo
SIM. É vedada a exclusão de • Em regra: NÃO.
que se falar em retroação do referido diploma normativo.
cobertura do seguro de vida • Exceção: será devido o paga-
3) É abusiva a cláusula contratual de plano de saúde que limita
na hipótese de sinistro ou mento da indenização se o se-
no tempo a internação hospitalar do segurado (Súmula n. 302/
acidente decorrente de atos gurado conseguir provar que
STJ).
praticados pelo segurado o acidente ocorreria mesmo
4) É abusiva a cláusula contratual que exclui da cobertura do
em estado de embriaguez. que o condutor não estivesse
plano de saúde o custeio de prótese necessária ao pleno res-
STJ. (Info 604). embriagado.
tabelecimento da saúde do segurado, em procedimento ci-
STJ. (Info 625). Não é devida a indenização se-
rúrgico coberto pelo plano.
curitária decorrente de contrato
5) É abusiva a cláusula contratual que exclua da cobertura do
de seguro de automóvel quando
plano de saúde algum tipo de procedimento ou medicamento
o causador do sinistro (condutor
necessário para assegurar o tratamento de doenças previstas
do veículo segurado) estiver em
pelo referido plano.
estado de embriaguez, salvo se o
6) É abusiva a cláusula contratual que exclua da cobertura do
segurado demonstrar que o in-
plano de saúde o tratamento de AIDS ou de doenças infecto-
fortúnio ocorreria independente-
contagiosas.
mente dessa circunstância.
7) É abusiva a cláusula contratual que exclui da cobertura do
STJ. (Info 594).
plano de saúde o fornecimento de medicamento para quimi-
*Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br
oterapia tão somente pelo fato de ser ministrado em ambi-
ente domiciliar.
SÚMULAS SOBRE DPVAT 8) É abusiva cláusula contratual que prevê reajuste de mensali-
Súmula 246-STJ: O valor do seguro obrigatório deve ser dedu- dade de plano de saúde em decorrência exclusiva de mudan-
zido da indenização judicialmente fixada. ça de faixa etária do segurado.
Súmula 257-STJ: A falta de pagamento do prêmio do seguro Em regra, é válida a cláusula prevista em contrato de seguro-
obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automo- saúde que autoriza o aumento das mensalidades do seguro
tores de Vias Terrestres (DPVAT) não é motivo para a recusa do quando o usuário completar 60 anos de idade
pagamento da indenização. Exceções. Essa cláusula será abusiva quando:
Súmula 278-STJ: O termo inicial do prazo prescricional, na ação a) não respeitar os limites e requisitos estabelecidos na Lei
de indenização, é a data em que o segurado teve ciência ine- 9.656/98; ou
quívoca da incapacidade laboral. b) aplicar índices de reajuste desarrazoados ou aleatórios,
Súmula 405-STJ: A ação de cobrança do seguro obrigatório que onerem em demasia o segurado.
DPVAT prescreve em 3 anos. STJ. 4ª Turma. REsp 1381606-DF, Rel. originária Min. Nancy An-
Súmula 426-STJ: Os juros de mora na indenização do seguro drighi, Rel. para acórdão Min. João Otávio de Noronha, julgado
DPVAT fluem a partir da citação. em 7/10/2014 (Info 551).
Súmula 474-STJ: A indenização do seguro DPVAT, em caso de 9) É ilícita a recusa de cobertura de atendimento, sob a alegação
invalidez parcial do beneficiário, será paga de forma proporcio- de doença preexistente à contratação do plano, se a operadora
nal ao grau da invalidez não submeteu o paciente a prévio exame de saúde e não com-
Súmula 540-STJ: Na ação de cobrança do seguro DPVAT, cons- provou a sua má-fé.
titui faculdade do autor escolher entre os foros do seu domicílio, 10) O período de carência contratualmente estipulado em con-
do local do acidente ou ainda do domicílio do réu. tratos de seguro-saúde não prevalece em situações emergenci-
Súmula 544-STJ: É válida a utilização de tabela do Conselho ais.
Nacional de Seguros Privados para estabelecer a proporcionali- Súmula 597-STJ: A cláusula contratual de plano de saúde que
dade da indenização do seguro DPVAT ao grau de invalidez prevê carência para utilização dos serviços de assistência médica
também na hipótese de sinistro anterior a 16/12/2008, data da nas situações de emergência ou de urgência é considerada
entrada em vigor da Medida Provisória n. 451/2008 abusiva se ultrapassado o prazo máximo de 24 horas conta-
Súmula 573-STJ: Nas ações de indenização decorrentes de se- do da data da contratação.
guro DPVAT, a ciência inequívoca do caráter permanente da in- EDIÇÃO N. 04: PLANOS DE SAÚDE - II
validez, para fins de contagem do prazo prescricional, depende 1) A injusta recusa de plano de saúde à cobertura securitária en-
de laudo médico, exceto nos casos de invalidez permanente seja reparação por dano moral.
notória ou naqueles em que o conhecimento anterior resulte 2) A operadora de plano de saúde responde por falhas nos servi-
comprovado na fase de instrução. ços prestados por profissional credenciado.
Súmula 580-STJ: A correção monetária nas indenizações do 3) O reembolso das despesas efetuadas pela internação em hos-
seguro DPVAT por morte ou invalidez, prevista no § 7º do art. 5º pital não conveniado pode ser admitido em casos especiais ou
da Lei nº 6.194/1974, redação dada pela Lei nº 11.482/2007, in- de urgência.

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DIA 12 / 13

4) A cirurgia para redução do estômago (gastroplastia), indicada o acidente causador de dano pessoal provocado por veículo au-
como tratamento para obesidade mórbida, é um procedimento tomotor de via terrestre ou por sua carga, não importando se
essencial à sobrevida do segurado, revelando-se ilegítima a ne- em movimento ou não.
gativa do plano de saúde em cobrir as despesas da intervenção 4) A indenização decorrente do seguro obrigatório (DPVAT) deve
médica. ser apurada com base no valor do salário mínimo vigente na
5) É assegurado ao aposentado o direito de manter sua con- data do evento danoso, observada a atualização monetária até o
dição de beneficiário de plano privado de assistência à saú- dia do pagamento.
de, com as mesmas coberturas assistenciais de que gozava 6) Em situações de invalidez parcial, é correta a utilização de ta-
quando da vigência do contrato de trabalho, desde que te- bela do Conselho Nacional dos Seguros Privados (CNSP) para re-
nha contribuído pelo prazo mínimo de 10 anos e assuma seu dução proporcional da indenização do seguro obrigatório (DP-
pagamento integral. VAT).
6) É assegurado ao trabalhador demitido sem justa causa o 7) No caso de reembolso de despesas de assistência médica e
direito de manter a condição de beneficiário de plano priva- suplementares (DAMS), não há como ser adotada a tabela do
do de assistência à saúde pelo período previsto no § 1º do Conselho Nacional dos Seguros Privados (CNSP) que limita o
art. 30 da Lei n. 9.656/98, nas mesmas condições de cobertu- teto indenizatório a valor inferior ao máximo previsto em lei para
ra assistencial de que gozava quando da vigência do contra- o seguro obrigatório (DPVAT).
to de trabalho, desde que assuma o pagamento integral. 8) No caso de reembolso de despesas de assistência médica e
7) É possível a resilição unilateral do contrato de prestação de suplementares (DAMS), enquanto não houver permissão legal
plano de saúde de natureza coletiva, pois o artigo 13, parágrafo para adoção de uma tabela de referência que delimite as indeni-
único, II, b, da Lei n. 9.656/98, o qual impede a denúncia unilate- zações a serem pagas pelas seguradoras, o valor máximo previs-
ral do contrato de plano de saúde, aplica-se exclusivamente a to em lei não pode ser reduzido por resoluções.
contratos individuais ou familiares.
EDIÇÃO N. 10: SEGURO
8) Prescreve em 1 ano o prazo para ajuizamento de ação que
1) A seguradora não pode se eximir do dever de indenizar,
visa a discutir validade de cláusula contratual reguladora de rea-
alegando omissão de doenças preexistentes por parte do se-
juste de prêmios mensais pagos a seguro de saúde, nos termos
gurado, se dele não exigiu exames clínicos prévios, salvo
do art. 206, § 1º, II, b, do Código Civil.
quando restar comprovado que ele agiu de má-fé.
9) O prazo prescricional aplicável às demandas em que se
2) O simples atraso no pagamento de prestação do prêmio do
pleiteiam revisão de cláusula abusiva em contratos de plano
seguro não importa em desfazimento automático do contra-
de saúde é de 10 anos, nos termos do art. 205 do Código Civil.
to, sendo necessária, ao menos, a prévia constituição em mora
EDIÇÃO N. 06: SEGURO OBRIGATÓRIO (DPVAT) - I do contratante pela seguradora, mediante interpelação.
2) A ação de cobrança da complementação do seguro obrigató- 3) A ocorrência do suicídio antes do prazo bienal previsto no
rio (DPVAT) prescreve em 3 anos a contar do pagamento feito a art. 798, caput, do CC/2002 não exime, por si só, a segurado-
menor. ra do dever de indenizar, sendo imprescindível a comprova-
3) Nos casos de invalidez permanente, o termo inicial do pra- ção da premeditação por parte do segurado, ônus que recai
zo prescricional da ação de cobrança do seguro obrigatório sobre a seguradora.
(DPVAT) é a data em que o segurado teve ciência inequívoca Súmula 610-STJ: O suicídio não é coberto nos 2 primeiros
da incapacidade laboral. anos de vigência do contrato de seguro de vida, ressalvado o
4) A verificação da data em que o segurado teve ciência inequí- direito do beneficiário à devolução do montante da reserva téc-
voca da incapacidade laboral, para fins de contagem do prazo nica formada.
prescricional da ação de cobrança do seguro obrigatório (DP- 4) O pedido do pagamento de indenização à seguradora sus-
VAT), demanda reexame fático-probatório, o que é vedado em pende o prazo de prescrição até que o segurado tenha ciência
sede de Recurso Especial. da decisão. (Súmula n. 229/STJ)
5) O pedido do pagamento de indenização à seguradora sus- 6) O pedido dirigido à seguradora para que reconsidere indeni-
pende o prazo prescricional da ação de cobrança do seguro zação securitária NÃO SUSPENDE o prazo prescricional de ação
obrigatório (DPVAT) até que o segurado tenha ciência da de- em que se pleiteia a indenização denegada.
cisão. 7) O conceito de acidente pessoal delimitado em cláusula de
6) Em ação de cobrança objetivando indenização decorrente de contrato de seguro não pode ser interpretado em sede de recur-
seguro obrigatório (DPVAT), constitui faculdade do autor esco- so especial tendo em vista o óbice da Súmula 5/STJ.
lher entre os seguintes foros para ajuizamento da ação: o do lo- 8) Ressalvada a hipótese de efetivo agravamento do risco, a se-
cal do acidente ou o do seu domicílio (parágrafo único do art. guradora não se exime do dever de indenizar em razão da trans-
100 do Código de Processo Civil), bem como, ainda, o do domi- ferência do veículo sem a sua prévia comunicação. (Súmula n.
cílio do réu (art. 94 do mesmo diploma). (Tese julgada sob o rito 465/STJ)
do art. 543-C do CPC/ 1973 - Tema 606) 9) É abusiva a negativa de renovação ou a modificação súbita
8) As seguradoras integrantes do consórcio do seguro obrigató- do contrato de seguro de vida, mantido sem alterações ao longo
rio (DPVAT) são solidariamente responsáveis pelo pagamento dos anos, por ofensa aos princípios da boa-fé objetiva, da coo-
das indenizações securitárias. peração, da confiança e da lealdade.
10) Em ação de reparação de danos, a seguradora possui legiti-
EDIÇÃO N. 08: SEGURO OBRIGATÓRIO (DPVAT) - II
midade para figurar no polo passivo da demanda em litisconsór-
1) As seguradoras integrantes do consórcio do seguro DPVAT
cio com o segurado, apontado causador do dano.
são solidariamente responsáveis pelo pagamento das indeniza-
ções securitárias. EDIÇÃO N. 53: LOCAÇÃO DE IMÓVEIS URBANOS
2) O fato gerador da cobertura do seguro obrigatório (DPVAT) é 1) O Código de Defesa do Consumidor não é aplicável aos

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DIA 12 / 14

contratos locatícios regidos pela Lei n. 8.245/91 20) Nas ações de despejo, o direito de retenção por benfeitorias
2) É inadmissível a oposição de embargos de terceiros em exe- deve ser exercido no momento em que apresentada a contesta-
cução de sentença prolatada em ação de despejo, ressalvada a ção; admitindo-se, ainda, que a matéria seja alegada por meio
hipótese de comprovada sublocação legítima, com ausência de de reconvenção.
intimação do sublocatário. 21) O contrato de locação com cláusula de vigência, ainda
3) Na ação de despejo por falta de pagamento, não se admite a que não averbado junto ao registro de imóveis, não pode ser
cumulação do pedido de purgação da mora com o ofereci- denunciado pelo adquirente do bem, caso dele tenha tido
mento de contestação, motivo pelo qual não se faz obrigatório ciência inequívoca antes da aquisição.
o depósito dos valores tidos por incontroversos. 22) O prazo prescricional da pretensão de cobrança de aluguéis
4) É indispensável a notificação pessoal do locatário por meio e acessórios do contrato de locação é de 3 anos - art. 206, § 3º,
de mandado de despejo, no qual conste o prazo de 30 dias dis- I, do CC/2002, sujeitando-se o termo inicial à entrada em vigor
posto no art. 74 da Lei n. 8.245/91, para que proceda à desocu- do referido Código, nos termos do art. 2.028.
pação do imóvel em execução provisória.
EDIÇÃO N. 95: DO SEGURO DE PESSOA - I
5) A Lei n. 12.112/2009, que alterou regras e procedimentos so-
1) É desnecessário o prévio requerimento administrativo
bre locação de imóvel urbano, por se tratar de norma processual
para liquidação de sinistro no contrato de seguro de vida.
tem aplicação imediata, inclusive a processos em curso.
2) Para fins de cobertura contratual, há clara diferenciação entre
6) Havendo mais de um locatário, é válida a fiança prestada por
cobertura por invalidez funcional (Invalidez Funcional Permanen-
um deles em relação aos demais, o que caracteriza fiança recíp-
te Total por Doença - IFPD) e por invalidez laboral (Invalidez La-
roca.
borativa Permanente Total por Doença - ILPD).
7) É válida a penhora de bem de família pertencente a fiador
3) O suicídio cometido nos 2 primeiros anos de vigência do
de contrato de locação. (Súmula n. 549/STJ) (Tese julgada sob o
contrato de seguro de vida é risco não coberto, ressalvado o
rito do art. 543-C do CPC/1973 - Tema 708)
direito do beneficiário ao ressarcimento do montante da re-
8) É impenhorável o único imóvel residencial do devedor que
serva técnica já formada.
esteja locado a terceiros, desde que a renda obtida com a lo-
4) Nas indenizações securitárias, a correção monetária incide
cação seja revertida para a subsistência ou a moradia da sua
desde a data da celebração do contrato até o dia do efetivo
família. (Súmula n. 486/STJ)
pagamento do seguro.
9) O fiador que não integrou a relação processual na ação de
5) O simples atraso no pagamento das prestações do contrato
despejo não responde pela execução do julgado. (Súmula n.
de seguro de vida não determina a suspensão ou a resolução
268/STJ)
automática da cobertura, exigindo-se a prévia constituição
10) Se o fiador não participou da ação de despejo, a inter-
do segurado em mora pela seguradora, mediante notificação
rupção da prescrição para a cobrança dos alugueis e acessó-
ou interpelação, mostrando-se indevida a negativa de paga-
rios não o atinge.
mento da indenização correspondente.
11) Na vigência da Lei n. 8.245/91, havendo mais de um locador
6) A concessão de aposentadoria por invalidez pelo Instituto Na-
ou locatário, presume-se a existência de solidariedade entre eles,
cional do Seguro Social - INSS não comprova, de forma abso-
salvo estipulação contratual em contrário, nos termos do art. 2º
luta, a incapacidade total e permanente para efeito de con-
do referido diploma.
cessão de indenização de seguro privado, sendo permitido à se-
12) Nas ações de despejo, renovatória ou revisional o recurso de
guradora requerer a realização de perícia para atestar a real in-
apelação terá apenas efeito devolutivo, nos termos do art. 58, V,
capacidade do segurado.
da Lei n. 8.245/1991.
7) O fato de o militar beneficiário de seguro privado ter sido re-
13) Em casos excepcionais, o relator pode atribuir efeito suspen-
formado em razão de incapacidade total e permanente para o
sivo à apelação interposta nas ações de despejo, renovatória ou
serviço militar não implica, necessariamente, o direito à per-
revisional art. 558, parágrafo único, do CPC.
cepção de indenização securitária decorrente de contrato de
14) O art. 19 da Lei n. 8.245/91, ao regular a revisão judicial do
seguro.
aluguel, consagrou a adoção da teoria da imprevisão no âmbito
8) É devida a indenização do seguro de vida aos beneficiários do
das locações urbanas, disponibilizando aos contratantes instru-
policial (militar, civil ou federal) que falece, dentro ou fora do ho-
mento jurídico para a manutenção do equilíbrio econômico do
rário ou do local de serviço, desde que no estrito cumprimento
contrato.
de suas obrigações legais.
15) O prazo máximo de prorrogação do contrato locatício
9) A embriaguez do segurado, por si só, não exime o segura-
não residencial estabelecido em ação renovatória é de 5
dor do pagamento de indenização prevista em contrato de
anos.
seguro de vida, sendo necessária a prova de que o agravamen-
16) O direito à indenização pelo fundo de comércio - art. 52, §
to de risco dela decorrente influiu decisivamente na ocorrência
3º, da Lei n. 8.245/91 - está intrinsecamente ligado ao exercício
do sinistro.
da ação renovatória prevista no art. 51 do referido diploma.
SEGURO DE VIDA: É vedada a exclusão de cobertura do segu-
17) A locação de imóvel urbano para a exploração de serviço
ro de vida na hipótese de sinistro ou acidente decorrente de
de estacionamento não afasta a incidência do Lei n.
atos praticados pelo segurado em estado de embriaguez.
8.245/91.
SEGURO DE BENS:
18) Nos contratos de locação, é válida a cláusula de renúncia
Em regra: NÃO é devida a indenização securitária se o condutor
à indenização das benfeitorias e ao direito de retenção. (Sú-
do veículo estava embriagado.
mula n. 335/STJ)
Exceção: será devido o pagamento da indenização se o segura-
19) Aplicam-se, por analogia, os direitos de indenização e reten-
do conseguir provar que o acidente ocorreria mesmo que o con-
ção previstos no art. 35 da Lei de Locações às acessões edifica-
dutor não estivesse embriagado.
das no imóvel locado.

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DIA 12 / 15

10) A ausência de habilitação para dirigir caracteriza-se como Art. 803. Pode uma pessoa, pelo contrato de constituição de ren-
mera infração administrativa, não configurando, por si só, o da, obrigar-se para com outra a uma prestação periódica, a tí-
agravamento intencional do risco por parte do segurado, apto a tulo gratuito.
afastar a obrigação de indenizar da seguradora.
11) A oferta de seguro de vida por companhia seguradora vincu- Art. 804. O contrato pode ser também a título oneroso, entre-
lada à instituição financeira, dentro de agência bancária, implica gando-se bens móveis ou imóveis à pessoa que se obriga a satis-
responsabilidade solidária da empresa de seguros e do banco fazer as prestações a favor do credor ou de terceiros.
perante o consumidor.
12) É possível, excepcionalmente, atribuir ao estipulante a res- Art. 805. Sendo o contrato a título oneroso, pode o credor, ao
ponsabilidade pelo pagamento da indenização securitária, como contratar, exigir que o rendeiro lhe preste garantia real, ou fide-
nas hipóteses de mau cumprimento de suas obrigações contra- jussória.
tuais ou de criação nos segurados de legítima expectativa de ser
ele o responsável por esse pagamento. Art. 806. O contrato de constituição de renda será feito a prazo
certo, ou por vida, PODENDO ULTRAPASSAR A VIDA DO DE-
EDIÇÃO N. 98: DO SEGURO DE PESSOA - II VEDOR MAS NÃO A DO CREDOR, seja ele o contratante, seja
1) No contrato de seguro de vida, o segurado tem livre escolha terceiro.
para designar o beneficiário da apólice, devendo referida opção
ser observada no momento do pagamento da indenização secu- Art. 807. O contrato de constituição de renda requer escritura
ritária. pública.
2) A má-fé do segurado na contratação do seguro necessita
ser comprovada, não podendo a seguradora se eximir do de- Art. 808. É NULA a constituição de renda em favor de pessoa já
ver de indenizar, alegando omissão de informações sobre falecida, ou que, nos 30 dias seguintes, vier a falecer de molés-
doenças preexistentes, se não exigiu do segurado a realiza- tia que já sofria, quando foi celebrado o contrato.
ção de exames clínicos antes da contratação.
3) Em decorrência da aplicação analógica do parágrafo único Art. 809. Os bens dados em compensação da renda caem, desde
do art. 15 da Lei n. 9.656/1998, que dispõe sobre os planos e a tradição, no domínio da pessoa que por aquela se obrigou.
seguros privados de assistência à saúde, é abusiva a cláusula
que estabelece fatores de aumento do prêmio do seguro de Art. 810. Se o rendeiro, ou censuário, deixar de cumprir a obriga-
vida de acordo com a faixa etária após o segurado completar ção estipulada, poderá o credor da renda acioná-lo, tanto para
60 anos de idade e ter mais de 10 anos de vínculo contratual. que lhe pague as prestações atrasadas como para que lhe dê ga-
4) É de 1 ano o prazo prescricional para a propositura de rantias das futuras, sob pena de rescisão do contrato.
ação objetivando a revisão de cláusulas contratuais, a resti-
tuição de prêmios e a indenização por danos morais em vir- Art. 811. O credor adquire o direito à renda dia a dia, se a presta-
tude de conduta supostamente abusiva da seguradora que ção não houver de ser paga adiantada, no começo de cada um
se recusou a renovar seguro de vida em grupo, nos termos dos períodos prefixos.
do art. 206, § 1º, II, b, do Código Civil de 2002.
6) Na hipótese de seguro de vida em grupo contratado pela em- Art. 812. Quando a renda for constituída em benefício de 2 ou
pregadora, a situação do empregado é a de segurado e não de mais pessoas, sem determinação da parte de cada uma, entende-
beneficiário, portanto, a prescrição do direito de vindicar a co- se que os seus direitos são iguais; e, salvo estipulação diversa, não
bertura é de 1 ano, ao teor do art. 178, § 6º, II, do Código Civil adquirirão os sobrevivos direito à parte dos que morrerem.
de 1916 e da Súmula n. 101 do STJ.
7) É de 10 anos o prazo prescricional para a propositura da Art. 813. A renda constituída por título gratuito pode, por ato
ação pelo terceiro beneficiário em desfavor da seguradora, do instituidor, ficar isenta de todas as execuções pendentes e
nos termos do art. 205 do Código Civil de 2002. futuras.
8) A medida cautelar de exibição de documentos interrompe a Parágrafo único. A isenção prevista neste artigo prevalece de
prescrição ânua da ação que postula a restituição de prêmios pleno direito em favor dos montepios e pensões alimentícias.
pagos pelo segurado participante de apólice de seguro de vida
em grupo. CAPÍTULO XVII
9) Não é abusiva a cláusula contratual que prevê a possibilida- Do Jogo e da Aposta
de de não renovação automática do seguro de vida em grupo Art. 814. As dívidas de jogo ou de aposta NÃO OBRIGAM A PA-
por qualquer dos contratantes, desde que haja prévia notifica- GAMENTO; mas não se pode recobrar a quantia, que volunta-
ção da outra parte em prazo razoável. riamente se pagou, salvo se foi ganha por dolo, ou se o per-
10) É abusiva a negativa de renovação ou a modificação súbita dente é menor ou interdito.
do contrato de seguro de vida, mantido sem alterações ao longo § 1o Estende-se esta disposição a qualquer contrato que encubra
dos anos, por ofensa aos princípios da boa-fé objetiva, da coo- ou envolva reconhecimento, novação ou fiança de dívida de jogo;
peração, da confiança e da lealdade. mas a nulidade resultante não pode ser oposta ao terceiro de
11) No seguro de vida em grupo, em regra, a estipulante quali- boa-fé.
fica-se como mera mandatária dos segurados, e não como ter- § 2o O preceito contido neste artigo tem aplicação, ainda que se
ceira para fins da relação securitária. trate de jogo não proibido, só se excetuando os jogos e apostas
legalmente permitidos.
CAPÍTULO XVI § 3o Excetuam-se, igualmente, os prêmios oferecidos ou prometi-
Da Constituição de Renda dos para o vencedor em competição de natureza esportiva, inte-

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DIA 12 / 16

lectual ou artística, desde que os interessados se submetam às § 5o Quando a perícia for inconclusiva ou deficiente, o juiz po-
prescrições legais e regulamentares. derá reduzir a remuneração inicialmente arbitrada para o traba-
lho.
Art. 815. Não se pode exigir reembolso do que se emprestou § 6o Quando tiver de realizar-se por carta, poder-se-á proceder à
para jogo ou aposta, no ato de apostar ou jogar. nomeação de perito e à indicação de assistentes técnicos no juí-
zo ao qual se requisitar a perícia.
Art. 816. As disposições dos arts. 814 e 815 não se aplicam aos
contratos sobre títulos de bolsa, mercadorias ou valores, em Art. 466. O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe
que se estipulem a liquidação exclusivamente pela diferença entre foi cometido, independentemente de termo de compromisso.
o preço ajustado e a cotação que eles tiverem no vencimento do § 1o Os assistentes técnicos são de confiança da parte e não es-
ajuste. tão sujeitos a impedimento ou suspeição.
§ 2o O perito deve assegurar aos assistentes das partes o acesso e
Art. 817. O sorteio para dirimir questões ou dividir coisas comuns o acompanhamento das diligências e dos exames que realizar,
considera-se sistema de partilha ou processo de transação, con- com prévia comunicação, comprovada nos autos, com antece-
forme o caso. dência mínima de 5 dias

Art. 467. O perito pode escusar-se ou ser recusado por impedi-


mento ou suspeição.
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
Parágrafo único. O juiz, ao aceitar a escusa ou ao julgar proce-
dente a impugnação, nomeará novo perito.
Seção X
Da Prova Pericial Art. 468. O perito pode ser substituído quando:
Art. 464. A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avali- I - faltar-lhe conhecimento técnico ou científico;
ação (EVA). II - sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo no prazo
§ 1o O juiz indeferirá a perícia quando: que lhe foi assinado.
I - a prova do fato não depender de conhecimento especial de § 1o No caso previsto no inciso II, o juiz comunicará a ocorrência à
técnico; corporação profissional respectiva, podendo, ainda, impor multa
II - for desnecessária em vista de outras provas produzidas; ao perito, fixada tendo em vista o valor da causa e o possível pre -
III - a verificação for impraticável. juízo decorrente do atraso no processo.
§ 2o De ofício ou a requerimento das partes, o juiz poderá, em § 2o O perito substituído restituirá, no prazo de 15 dias, os valo-
substituição à perícia, determinar a produção de prova técnica res recebidos pelo trabalho não realizado, sob pena de ficar im-
simplificada, quando o ponto controvertido for de menor pedido de atuar como perito judicial pelo prazo de 5 anos.
complexidade. § 3o Não ocorrendo a restituição voluntária de que trata o § 2 o, a
§ 3o A PROVA TÉCNICA SIMPLIFICADA consistirá apenas na in- parte que tiver realizado o adiantamento dos honorários poderá
quirição de especialista, pelo juiz, sobre ponto controvertido da promover execução contra o perito, na forma dos arts. 513 e se-
causa que demande especial conhecimento científico ou técnico. guintes deste Código, com fundamento na decisão que determi-
§ 4o Durante a arguição, o especialista, que deverá ter formação nar a devolução do numerário.
acadêmica específica na área objeto de seu depoimento, poderá
valer-se de qualquer recurso tecnológico de transmissão de sons Art. 469. As partes poderão apresentar quesitos suplementares
e imagens com o fim de esclarecer os pontos controvertidos da durante a diligência, que poderão ser respondidos pelo perito
causa. previamente ou na audiência de instrução e julgamento.
Parágrafo único. O escrivão dará à parte contrária ciência da jun-
Art. 465. O juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia tada dos quesitos aos autos.
e fixará de imediato o prazo para a entrega do laudo.
§ 1o Incumbe às partes, dentro de 15 dias contados da intima- Art. 470. Incumbe ao juiz:
ção do despacho de nomeação do perito: I - indeferir quesitos impertinentes;
I - arguir o impedimento ou a suspeição do perito, se for o caso; II - formular os quesitos que entender necessários ao esclareci-
II - indicar assistente técnico; mento da causa.
III - apresentar quesitos.
§ 2o Ciente da nomeação, o perito apresentará em 5 dias: Art. 471. As partes podem, de comum acordo, escolher o peri-
I - proposta de honorários; to, indicando-o mediante requerimento, desde que:
II - currículo, com comprovação de especialização; I - sejam plenamente capazes;
III - contatos profissionais, em especial o endereço eletrônico, II - a causa possa ser resolvida por autocomposição.
para onde serão dirigidas as intimações pessoais. § 1o As partes, ao escolher o perito, já devem indicar os respecti-
§ 3o As partes serão intimadas da proposta de honorários para, vos assistentes técnicos para acompanhar a realização da perícia,
querendo, manifestar-se no prazo comum de 5 dias, após o que que se realizará em data e local previamente anunciados.
o juiz arbitrará o valor, intimando-se as partes para os fins do art. § 2o O perito e os assistentes técnicos devem entregar, respectiva-
95. mente, laudo e pareceres em prazo fixado pelo juiz.
§ 4o O juiz poderá autorizar o pagamento de até 50% dos hono- § 3o A perícia consensual substitui, para todos os efeitos, a
rários arbitrados a favor do perito no início dos trabalhos, deven- que seria realizada por perito nomeado pelo juiz.
do o remanescente ser pago apenas ao final, depois de entre-
gue o laudo e prestados todos os esclarecimentos necessários.
FPPC637. (art.471) A escolha consensual do perito não impede

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DIA 12 / 17

as partes de alegarem o seu impedimento ou suspeição em ra- Art. 478. Quando o exame tiver por objeto a autenticidade ou a
zão de fato superveniente à escolha. falsidade de documento ou for de natureza médico-legal, o peri-
to será escolhido, de preferência, entre os técnicos dos esta-
belecimentos oficiais especializados, a cujos diretores o juiz au-
Art. 472. O juiz poderá dispensar prova pericial quando as par-
torizará a remessa dos autos, bem como do material sujeito a
tes, na inicial e na contestação, apresentarem, sobre as questões
exame.
de fato, pareceres técnicos ou documentos elucidativos que
§ 1o Nas hipóteses de gratuidade de justiça, os órgãos e as re-
considerar suficientes.
partições oficiais deverão cumprir a determinação judicial
com preferência, no prazo estabelecido.
Art. 473. O laudo pericial deverá conter:
§ 2o A prorrogação do prazo referido no § 1 o pode ser requerida
I - a exposição do objeto da perícia;
motivadamente.
II - a análise técnica ou científica realizada pelo perito;
§ 3o Quando o exame tiver por objeto a autenticidade da letra e
III - a indicação do método utilizado, esclarecendo-o e demons-
da firma, o perito poderá requisitar, para efeito de comparação,
trando ser predominantemente aceito pelos especialistas da área
documentos existentes em repartições públicas e, na falta destes,
do conhecimento da qual se originou;
poderá requerer ao juiz que a pessoa a quem se atribuir a autoria
IV - resposta conclusiva a todos os quesitos apresentados pelo
do documento lance em folha de papel, por cópia ou sob ditado,
juiz, pelas partes e pelo órgão do Ministério Público.
dizeres diferentes, para fins de comparação.
§ 1o No laudo, o perito deve apresentar sua fundamentação em
linguagem simples e com coerência lógica, indicando como al-
Art. 479. O juiz apreciará a prova pericial de acordo com o dis-
cançou suas conclusões.
posto no art. 371, indicando na sentença os motivos que o leva-
§ 2o É vedado ao perito ultrapassar os limites de sua designação,
ram a considerar ou a deixar de considerar as conclusões do lau-
bem como emitir opiniões pessoais que excedam o exame técni-
do, levando em conta o método utilizado pelo perito.
co ou científico do objeto da perícia.
§ 3o Para o desempenho de sua função, o perito e os assistentes
Art. 480. O juiz determinará, de ofício ou a requerimento da par-
técnicos podem valer-se de todos os meios necessários, ouvindo
te, a realização de nova perícia quando a matéria não estiver sufi-
testemunhas, obtendo informações, solicitando documentos que
cientemente esclarecida.
estejam em poder da parte, de terceiros ou em repartições públi-
§ 1o A segunda perícia tem por objeto os mesmos fatos sobre os
cas, bem como instruir o laudo com planilhas, mapas, plantas, de-
quais recaiu a primeira e destina-se a corrigir eventual omissão ou
senhos, fotografias ou outros elementos necessários ao esclareci-
inexatidão dos resultados a que esta conduziu.
mento do objeto da perícia.
§ 2o A segunda perícia rege-se pelas disposições estabelecidas
para a primeira.
Art. 474. As partes terão ciência da data e do local designados
§ 3o A segunda perícia NÃO SUBSTITUI a primeira, cabendo ao
pelo juiz ou indicados pelo perito para ter início a produção da
juiz apreciar o valor de uma e de outra.
prova.

Seção XI
Art. 475. Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de
Da Inspeção Judicial
uma área de conhecimento especializado, o juiz poderá nomear
Art. 481. O juiz, de ofício ou a requerimento da parte, pode, em
mais de 1 perito, e a parte, indicar mais de um assistente técnico.
qualquer fase do processo, inspecionar pessoas ou coisas, a fim
de se esclarecer sobre fato que interesse à decisão da causa.
Art. 476. Se o perito, por motivo justificado, não puder apresentar
o laudo dentro do prazo, o juiz poderá conceder-lhe, por uma
Art. 482. Ao realizar a inspeção, o juiz poderá ser assistido por
vez, prorrogação pela metade do prazo originalmente fixado.
um ou mais peritos.
Art. 477. O perito protocolará o laudo em juízo, no prazo fixado
Art. 483. O juiz irá ao local onde se encontre a pessoa ou a coisa
pelo juiz, pelo menos 20 dias antes da audiência de instrução e
quando:
julgamento.
I - julgar necessário para a melhor verificação ou interpretação
§ 1o As partes serão intimadas para, querendo, manifestar-se so-
dos fatos que deva observar;
bre o laudo do perito do juízo no prazo comum de 15 dias, po-
II - a coisa não puder ser apresentada em juízo sem consideráveis
dendo o assistente técnico de cada uma das partes, em igual pra-
despesas ou graves dificuldades;
zo, apresentar seu respectivo parecer.
III - determinar a reconstituição dos fatos.
§ 2o O perito do juízo tem o dever de, no prazo de 15 dias, escla-
Parágrafo único. As partes têm sempre direito a assistir à ins-
recer ponto:
peção, prestando esclarecimentos e fazendo observações que
I - sobre o qual exista divergência ou dúvida de qualquer das par-
considerem de interesse para a causa.
tes, do juiz ou do órgão do Ministério Público;
II - divergente apresentado no parecer do assistente técnico da
Art. 484. Concluída a diligência, o juiz mandará lavrar auto cir-
parte.
cunstanciado, mencionando nele tudo quanto for útil ao julga-
§ 3o Se ainda houver necessidade de esclarecimentos, a parte re-
mento da causa.
quererá ao juiz que mande intimar o perito ou o assistente técni-
Parágrafo único. O auto poderá ser instruído com desenho, gráfi-
co a comparecer à audiência de instrução e julgamento, formu-
co ou fotografia.
lando, desde logo, as perguntas, sob forma de quesitos.
§ 4o O perito ou o assistente técnico será intimado por meio ele-
CAPÍTULO XIII
trônico, com pelo menos 10 dias de antecedência da audiência.
DA SENTENÇA E DA COISA JULGADA

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DIA 12 / 18

Seção I STJ
Disposições Gerais
Art. 485. O juiz NÃO RESOLVERÁ O MÉRITO quando: Súmula 240-STJ: A extinção do processo, por abandono da
I - indeferir a petição inicial; causa pelo autor, depende de requerimento do réu.
II - o processo ficar parado durante mais de 1 ano por negli-
gência das partes; - a parte será intimada pessoalmente para su- FPPC47. (art. 485, VII) A competência do juízo estatal deverá
prir a falta no prazo de 5 dias. ser analisada previamente à alegação de convenção de arbi-
III - por não promover os atos e as diligências que lhe incum- tragem
bir, o autor abandonar a causa por mais de 30 dias; - a parte FPPC48. (art. 485, VII) A alegação de convenção de arbitragem
será intimada pessoalmente para suprir a falta no prazo de 5 dias. deverá ser examinada à luz do princípio da competência-
IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de competência.
desenvolvimento válido e regular do processo; FPPC153. (art. 485, VII) A superveniente instauração de proce-
V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou dimento arbitral, se ainda não decidida a alegação de con-
de coisa julgada; venção de arbitragem, também implicará a suspensão do
VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse proces- processo, à espera da decisão do juízo arbitral sobre a sua pró-
sual; pria competência.
VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitra- FPPC434. (art. 485, VII) O reconhecimento da competência
gem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua competência; pelo juízo arbitral é causa para a extinção do processo judici-
VIII - homologar a desistência da ação; al sem resolução de mérito.
IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada in- FPPC435. (arts. 485, VII, 1015, III) CABE AGRAVO DE INSTRU-
transmissível por disposição legal; e MENTO contra a decisão do juiz que, diante do reconheci-
X - nos demais casos prescritos neste Código. mento de competência pelo juízo arbitral, se recusar a extin-
§ 1o Nas hipóteses descritas nos incisos II (paralisação por mais de guir o processo judicial sem resolução de mérito.
1 ano por negligência) e III (abandono da causa por mais de 30 FPPC520. (art. 485, §7º; Lei 9.099/1995; Lei 12.153/2009) Inter-
dias), a parte será intimada pessoalmente para suprir a falta posto recurso inominado contra sentença sem resolução de
no prazo de 5 dias. mérito, o juiz pode se retratar em 5 dias
§ 2o No caso do § 1 o, quanto ao inciso II (paralisação por mais de
1 ano por negligência), as partes pagarão proporcionalmente as Art. 486. O pronunciamento judicial que não resolve o mérito
custas, e, quanto ao inciso III (abandono da causa por mais de 30 não obsta a que a parte proponha de novo a ação.
dias), o autor será condenado ao pagamento das despesas e dos § 1o No caso de extinção em razão de litispendência e nos casos
honorários de advogado. dos incisos I, IV, VI e VII do art. 485, a propositura da nova ação
§ 3o O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos depende da correção do vício que levou à sentença sem resolu-
IV, V, VI e IX, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto ção do mérito.
não ocorrer o trânsito em julgado. § 2o A petição inicial, todavia, não será despachada sem a prova
§ 4o Oferecida a contestação, o autor NÃO PODERÁ, SEM O do pagamento ou do depósito das custas e dos honorários de
CONSENTIMENTO do réu, DESISTIR da ação. advogado.
§ 5o A desistência da ação pode ser apresentada ATÉ A SENTEN- § 3o Se o autor der causa, por 3 vezes, a sentença fundada em
ÇA. abandono da causa, não poderá propor nova ação contra o
§ 6o Oferecida a contestação, a extinção do processo por réu com o mesmo objeto, ficando-lhe ressalvada, entretanto, a
abandono da causa pelo autor DEPENDE DE REQUERIMENTO possibilidade de alegar em defesa o seu direito (perempção)
DO RÉU.
§ 7o Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam
os incisos deste artigo, o juiz terá 5 dias para retratar-se. Litispendência
Indeferir a petição inicial
Ausência de pressupostos de cons-
A PROPOSITURA DA Ausência de pressupostos de consti-
tituição e de desenvolvimento váli-
NOVA AÇÃO DEPENDE tuição e de desenvolvimento válido e
do e regular do processo
DA CORREÇÃO DO VÍ- regular do processo
JUIZ CONHECERÁ DE
Perempção, de litispendência ou de CIO QUE LEVOU À SEN-
OFÍCIO ENQUANTO NÃO Ausência de legitimidade ou de inte-
coisa julgada TENÇA SEM RESOLU-
OCORRER O TRÂNSITO resse processual
ÇÃO DO MÉRITO
EM JULGADO Ausência de legitimidade ou de in-
Acolher a alegação de existência de
teresse processual
convenção de arbitragem ou quando
Morte da parte, a ação for conside- o juízo arbitral reconhecer sua com-
rada intransmissível petência

Art. 487. HAVERÁ RESOLUÇÃO DE MÉRITO quando o juiz:


STF
I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na recon-
Súmula 216-STF: Para decretação da absolvição de instância venção;
pela paralisação do processo por mais de 30 dias, é necessário II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de
que o autor, previamente intimado, não promova o decadência ou prescrição;
andamento da causa III - homologar:

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DIA 12 / 19

a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na de casos repetitivos, o tribunal deverá enfrentar todos os argu-
ação ou na reconvenção; mentos contrários e favoráveis à tese jurídica discutida, inclusive
b) a transação; os suscitados pelos interessados
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconven- FPPC306. (art. 489, § 1º, VI). O precedente vinculante não será
ção. seguido quando o juiz ou tribunal distinguir o caso sob jul-
Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1o do art. 332 (im- gamento, demonstrando, fundamentadamente, tratar-se de
procedência liminar), a prescrição e a decadência não serão re- situação particularizada por hipótese fática distinta, a impor
conhecidas sem que antes seja dada às partes oportunidade solução jurídica diversa.
de manifestar-se. FPPC303. (art. 489, §1º) As hipóteses descritas nos incisos do §1º
do art. 499 são exemplificativas.
FPPC160. (art. 487, I) A sentença que reconhece a extinção da FPPC307. (arts. 489, §1º, 1.013, §3º, IV) Reconhecida a insufi-
obrigação pela confusão é de mérito. ciência da sua fundamentação, o tribunal decretará a nulida-
FPPC161. (art. 487, II) É de mérito a decisão que rejeita a alega- de da sentença e, preenchidos os pressupostos do §3º do art.
ção de prescrição ou de decadência. 1.013, decidirá desde logo o mérito da causa.
FPPC521. (art. 487, parágrafo único; arts. 210 e 211 do Código FPPC308. (arts. 489, § 1º, 1.046). Aplica-se o art. 489, § 1º, a to-
Civil) Apenas a decadência fixada em lei pode ser conhecida dos os processos pendentes de decisão ao tempo da entrada
de ofício pelo juiz. em vigor do CPC, ainda que conclusos os autos antes da sua
vigência.
Art. 488. Desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre FPPC309. (art. 489) O disposto no § 1º do art. 489 do CPC é apli-
que a decisão for favorável à parte a quem aproveitaria even- cável no âmbito dos Juizados Especiais.
tual pronunciamento nos termos do art. 485. FPPC522. (art. 489, inc. I; arts. 931 e 933) O relatório nos julga-
mentos colegiados tem função preparatória e deverá indicar
Seção II as questões de fato e de direito relevantes para o julgamen-
Dos Elementos e dos Efeitos da Sentença to e já submetidas ao contraditório.
Art. 489. São elementos essenciais da sentença: FPPC523. (art. 489, §1º, inc. IV) O juiz é obrigado a enfrentar to-
I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação das as alegações deduzidas pelas partes capazes, em tese, de in-
do caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro das firmar a decisão, não sendo suficiente apresentar apenas os fun-
principais ocorrências havidas no andamento do processo; damentos que a sustentam.
II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de FPPC524. (art. 489, §1º, IV; art. 985, I) O art. 489, §1º, IV, não obri-
fato e de direito; ga o órgão julgador a enfrentar os fundamentos jurídicos dedu-
III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais zidos no processo e já enfrentados na formação da decisão pa-
que as partes lhe submeterem. radigma, sendo necessário demonstrar a correlação fática e
§ 1o NÃO SE CONSIDERA FUNDAMENTADA qualquer decisão jurídica entre o caso concreto e aquele já apreciado
judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: JDPC37 Aplica-se aos juizados especiais o disposto nos pa-
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato rágrafos do art. 489 do CPC.
normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão
decidida; Art. 490. O juiz resolverá o mérito acolhendo ou rejeitando, no
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar todo ou em parte, os pedidos formulados pelas partes.
o motivo concreto de sua incidência no caso;
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer Art. 491. Na ação relativa à obrigação de pagar quantia, ainda
outra decisão; que formulado pedido genérico, a decisão definirá desde
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no proces- logo a extensão da obrigação, o índice de correção monetá-
so capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo jul- ria, a taxa de juros, o termo inicial de ambos e a periodicidade
gador; da capitalização dos juros, se for o caso, salvo quando:
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, I - não for possível determinar, de modo definitivo, o montante
sem identificar seus fundamentos determinantes nem de- devido;
monstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles funda- II - a apuração do valor devido depender da produção de prova
mentos; de realização demorada ou excessivamente dispendiosa, assim re-
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou conhecida na sentença.
precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência § 1o Nos casos previstos neste artigo, seguir-se-á a apuração do
de distinção no caso em julgamento ou a superação do enten- valor devido por liquidação.
dimento. § 2o O disposto no caput também se aplica quando o acórdão al-
§ 2o No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o obje- terar a sentença.
to e os critérios gerais da ponderação efetuada, enunciando as ra-
zões que autorizam a interferência na norma afastada e as pre- Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa
missas fáticas que fundamentam a conclusão. da pedida, bem como condenar a parte em quantidade superi-
§ 3o A decisão judicial deve ser interpretada a partir da conju- or ou em objeto diverso do que lhe foi demandado.
gação de todos os seus elementos e em conformidade com o Parágrafo único. A decisão deve ser certa, ainda que resolva
princípio da boa-fé. relação jurídica condicional.

FPPC305. (arts. 489, § 1º, IV, 984, §2º, 1.038, § 3º). No julgamento Decisão Citra petita: não examina em toda a sua amplitude o

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DIA 12 / 20

pedido formulado na inicial Súmula 344-STJ: A liquidação por forma diversa da estabeleci-
da na sentença não ofende a coisa julgada.
Decisão Ultra petita: juiz vai além do pedido do autor, dando
mais do que fora pedido.
Seção III
Decisão Extra petita: quando a providência jurisdicional deferi- Da Remessa Necessária
da é diversa da que foi postulada Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produ-
zindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a senten-
ça:
FPPC525. (art. 492; art. 497; art. 139, inc. IV;) A produção do re-
I - proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os
sultado prático equivalente pode ser determinada por decisão
Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direi-
proferida na fase de conhecimento.
to público;
II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à
Art. 493. Se, depois da propositura da ação, algum fato constitu- execução fiscal.
tivo, modificativo ou extintivo do direito influir no julgamento do § 1o Nos casos previstos neste artigo, não interposta a apelação
mérito, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a no prazo legal, o juiz ordenará a remessa dos autos ao tribu-
requerimento da parte, no momento de proferir a decisão. nal, e, se não o fizer, o presidente do respectivo tribunal avocá-
Parágrafo único. Se constatar de ofício o fato novo, o juiz ouvi- los-á.
rá as partes sobre ele antes de decidir. § 2o Em qualquer dos casos referidos no § 1 o, o tribunal julgará a
remessa necessária.
Art. 494. Publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la: § 3o Não se aplica a remessa necessária quando a condenação
I - para corrigir-lhe, de ofício ou a requerimento da parte, ine- ou o proveito econômico obtido na causa for de valor certo e
xatidões materiais ou erros de cálculo; líquido inferior a:
II - por meio de embargos de declaração. I - 1.000 salários-mínimos para a União e as respectivas autar-
quias e fundações de direito público;
Art. 495. A decisão que condenar o réu ao pagamento de pres- II - 500 salários-mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as
tação consistente em dinheiro e a que determinar a conversão respectivas autarquias e fundações de direito público e os Muni-
de prestação de fazer, de não fazer ou de dar coisa em prestação cípios que constituam capitais dos Estados;
pecuniária valerão como título constitutivo de hipoteca judi- III - 100 salários-mínimos para todos os demais Municípios e
ciária. respectivas autarquias e fundações de direito público.
§ 1o A decisão produz a hipoteca judiciária: § 4o Também não se aplica a remessa necessária quando a sen-
I - embora a condenação seja genérica; tença estiver fundada em:
II - ainda que o credor possa promover o cumprimento provi- I - súmula de tribunal superior;
sório da sentença ou esteja pendente arresto sobre bem do II - acórdão proferido pelo STF ou pelo STJ em julgamento de
devedor; recursos repetitivos;
III - mesmo que impugnada por recurso dotado de efeito sus- III - entendimento firmado em IRDR ou de IAC;
pensivo. IV - entendimento coincidente com orientação vinculante fir-
§ 2o A hipoteca judiciária poderá ser realizada mediante apre- mada no âmbito administrativo do próprio ente público, con-
sentação de cópia da sentença perante o cartório de registro imo- solidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa.
biliário, independentemente de ordem judicial, de declaração
expressa do juiz ou de demonstração de urgência.
FPPC164. (art. 496) A sentença arbitral contra a Fazenda Pú-
§ 3o No prazo de até 15 dias da data de realização da hipoteca, a
blica NÃO ESTÁ SUJEITA À REMESSA NECESSÁRIA.
parte informá-la-á ao juízo da causa, que determinará a intimação
FPPC311. (arts. 496 e 1.046) A regra sobre remessa necessária
da outra parte para que tome ciência do ato.
é aquela vigente ao tempo da publicação em cartório ou dis-
§ 4o A hipoteca judiciária, uma vez constituída, implicará, para o
ponibilização nos autos eletrônicos da sentença ou, ainda,
credor hipotecário, o direito de preferência, quanto ao paga-
quando da prolação da sentença em audiência, de modo que
mento, em relação a outros credores, observada a prioridade no
a limitação de seu cabimento no CPC não prejudica as re-
registro.
messas determinadas no regime do art. 475 do CPC/1973.
§ 5o Sobrevindo a reforma ou a invalidação da decisão que impôs
FPPC312. (art. 496) O inciso IV do §4º do art. 496 do CPC aplica-
o pagamento de quantia, a parte responderá, independentemen-
se ao procedimento do mandado de segurança.
te de culpa (responsabilidade objetiva), pelos danos que a outra
FPPC432. (art. 496, §1º) A interposição de apelação parcial
parte tiver sofrido em razão da constituição da garantia, devendo
NÃO IMPEDE a remessa necessária.
o valor da indenização ser liquidado e executado nos próprios au-
FPPC433. (arts. 496, §4º, IV, 6º, 927, §5º) Cabe à Administração
tos.
Pública dar publicidade às suas orientações vinculantes, prefe-
rencialmente pela rede mundial de computadores.
FPPC310. (art. 495) Não é título constitutivo de hipoteca judi-
ciária a decisão judicial que condena à entrega de coisa dis-
tinta de dinheiro. SÚMULAS SOBRE REEXAME NECESSÁRIO
STF
Súmula 318-STJ: Formulado pedido certo e determinado, so- Súmula 423-STF: Não transita em julgado a sentença por
mente o autor tem interesse recursal em arguir o vício da sen- haver omitido o recurso "ex-oficio", que se considera interposto
tença ilíquida "ex-lege".

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DIA 12 / 21

STJ Pena - reclusão, de 3 a 12 anos, e multa.


§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria
Súmula 45-STJ: No reexame necessário, é defeso, ao tribunal, ou alheia, importa ou exporta, adquire, vende, troca, cede, em-
agravar a condenação imposta à Fazenda Pública. presta, guarda ou introduz na circulação moeda falsa.
Súmula 253-STJ: O art. 557 do CPC, que autoriza o relator a § 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira,
decidir o recurso, alcança o reexame necessário. moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação, depois de co-
Súmula 325-STJ: A remessa oficial devolve ao Tribunal o nhecer a falsidade, é punido com detenção, de 6 meses a 2 anos,
reexame de todas as parcelas da condenação suportadas pela e multa.
Fazenda Pública, inclusive dos honorários de advogado. § 3º - É punido com reclusão, de 3 a 15 anos, e multa, o fun-
Súmula 490-STJ: A dispensa de reexame necessário, quando o cionário público ou diretor, gerente, ou fiscal de banco de emis-
valor da condenação ou do direito controvertido for inferior a são que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou emissão:
60 salários mínimos, não se aplica a sentenças ilíquidas. I - de moeda com título ou peso inferior ao determinado em
lei;
Seção IV II - de papel-moeda em quantidade superior à autorizada.
Do Julgamento das Ações Relativas às Prestações de Fazer, de § 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular
Não Fazer e de Entregar Coisa moeda, cuja circulação não estava ainda autorizada.
Art. 497. Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou
de não fazer, o juiz, se procedente o pedido, concederá a tutela NÃO SE APLICA O INSTITUTO DO ARREPENDIMENTO
específica ou determinará providências que assegurem a ob- POSTERIOR AO CRIME DE MOEDA FALSA. No crime de
tenção de tutela pelo resultado prático equivalente. moeda falsa — cuja consumação se dá com a falsificação da
Parágrafo único. Para a concessão da tutela específica destinada moeda, sendo irrelevante eventual dano patrimonial imposto a
a inibir a prática, a reiteração ou a continuação de um ilícito, ou a terceiros —, a vítima é a coletividade como um todo, e o bem
sua remoção, é irrelevante a demonstração da ocorrência de jurídico tutelado é a fé pública, que não é passível de
dano ou da existência de culpa ou dolo. reparação. Desse modo, os crimes contra a fé pública,
semelhantes aos demais crimes não patrimoniais em geral,
FPPC526. (art. 497, caput; art. 537, caput, §3º) A multa aplicada são incompatíveis com o instituto do arrependimento
por descumprimento de ordem protetiva, baseada no art. 22, posterior, dada a impossibilidade material de haver reparação
incisos I a V, da Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), é passível do dano causado ou a restituição da coisa subtraída. STJ. 6ª
de cumprimento provisório, nos termos do art. 537, §3º. Turma. REsp 1242294-PR, Rel. originário Min. Sebastião Reis
Júnior, Rel. para acórdão Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em
Art. 498. Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, 18/11/2014 (Info 554).
ao conceder a tutela específica, fixará o prazo para o cumpri- *Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
mento da obrigação.
Parágrafo único. Tratando-se de entrega de coisa determinada Crimes assimilados ao de moeda falsa
pelo gênero e pela quantidade, o autor individualizá-la-á na peti- Art. 290 - Formar cédula, nota ou bilhete representativo de
ção inicial, se lhe couber a escolha, ou, se a escolha couber ao réu, moeda com fragmentos de cédulas, notas ou bilhetes verdadei-
este a entregará individualizada, no prazo fixado pelo juiz. ros; suprimir, em nota, cédula ou bilhete recolhidos, para o fim de
restituí-los à circulação, sinal indicativo de sua inutilização; resti-
Art. 499. A obrigação somente será convertida em perdas e da- tuir à circulação cédula, nota ou bilhete em tais condições, ou já
nos se o autor o requerer ou se impossível a tutela específica recolhidos para o fim de inutilização:
ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente. Pena - reclusão, de 2 a 8 anos, e multa.
Parágrafo único - O máximo da reclusão é elevado a 12 anos
Art. 500. A indenização por perdas e danos dar-se-á sem prejuí- e multa, se o crime é cometido por funcionário que trabalha na
zo da multa fixada periodicamente para compelir o réu ao cum- repartição onde o dinheiro se achava recolhido, ou nela tem fácil
primento específico da obrigação. ingresso, em razão do cargo.

Art. 501. Na ação que tenha por objeto a emissão de declaração Petrechos para falsificação de moeda
de vontade, a sentença que julgar procedente o pedido, uma vez Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gra-
transitada em julgado, produzirá todos os efeitos da declaração tuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou
não emitida. qualquer objeto especialmente destinado à falsificação de moeda:
Pena - reclusão, de 2 a 6 anos, e multa.

CÓDIGO PENAL
Se o agente que possui o aparelho destinado à falsificação
da moeda o utiliza e efetivamente cria uma cédula falsa, ele
TÍTULO X
responderá pelo crime do art. 291 em concurso com o delito
DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA
de moeda falsa (art. 289 do CP)?
CAPÍTULO I
Conforme explica Cleber Masson (ob. cit., p. 470), existem duas
DA MOEDA FALSA
posições sobre o tema:
Moeda Falsa
1ª corrente: SIM. O agente deve ser responsabilizado pelo
Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda
crime de pretrechos para falsificação de moeda (art. 291)
metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no estrangei-
em concurso material com o delito de moeda falsa (art. 289
ro:

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do CP). É a posição do próprio Masson e do Rogério Greco. § 5o Equipara-se a atividade comercial, para os fins do inciso
Trata-se da corrente majoritária. III do § 1o, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino,
2ª corrente: NÃO. Incide o princípio da consunção, resultando inclusive o exercido em vias, praças ou outros logradouros públi-
na absorção do crime-meio (art. 291) pelo crime-fim, que é o de cos e em residências.
moeda falsa (art. 289). Foi defendida por Nelson Hungria.
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
Petrechos de falsificação
Art. 294 - Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar ob-
Emissão de título ao portador sem permissão legal jeto especialmente destinado à falsificação de qualquer dos pa-
Art. 292 - Emitir, sem permissão legal, nota, bilhete, ficha, péis referidos no artigo anterior:
vale ou título que contenha promessa de pagamento em dinheiro Pena - reclusão, de 1 a 3 anos, e multa.
ao portador ou a que falte indicação do nome da pessoa a quem
deva ser pago: Art. 295 - Se o agente é funcionário público, e comete o
Pena - detenção, de 1 a 6 meses, ou multa. crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de 1/6.
Parágrafo único - Quem recebe ou utiliza como dinheiro CAPÍTULO III
qualquer dos documentos referidos neste artigo incorre na pena DA FALSIDADE DOCUMENTAL
de detenção, de 15 dias a 3 meses, ou multa. Falsificação do selo ou sinal público
Art. 296 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:
CAPÍTULO II I - selo público destinado a autenticar atos oficiais da União,
DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS de Estado ou de Município;
Falsificação de papéis públicos II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito públi-
Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: co, ou a autoridade, ou sinal público de tabelião:
I – selo destinado a controle tributário, papel selado ou qual- Pena - reclusão, de 2 a 6 anos, e multa.
quer papel de emissão legal destinado à arrecadação de tributo; § 1º - Incorre nas mesmas penas:
II - papel de crédito público que não seja moeda de curso le- I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado;
gal; II - quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em
III - vale postal; prejuízo de outrem ou em proveito próprio ou alheio.
IV - cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa eco- III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, lo-
nômica ou de outro estabelecimento mantido por entidade de di- gotipos, siglas ou quaisquer outros símbolos utilizados ou identi-
reito público; ficadores de órgãos ou entidades da Administração Pública.
V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento § 2º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime
relativo a arrecadação de rendas públicas ou a depósito ou cau- prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de 1/6.
ção por que o poder público seja responsável;
VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa de trans- Falsificação de documento público
porte administrada pela União, por Estado ou por Município: Art. 297 - FALSIFICAR, no todo ou em parte, documento
Pena - reclusão, de 2 a 8 anos, e multa. público, ou ALTERAR documento público verdadeiro:
§ 1o Incorre na mesma pena quem: Pena - reclusão, de 2 a 6 anos, e multa.
I – usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis falsifi- § 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime
cados a que se refere este artigo; prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de 1/6.
II – importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, § 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento
guarda, fornece ou restitui à circulação selo falsificado destinado público o emanado de entidade paraestatal, o título ao porta-
a controle tributário; dor ou transmissível por endosso, as ações de sociedade co-
III – importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, man- mercial, os LIVROS MERCANTIS e o TESTAMENTO PARTICU-
tém em depósito, guarda, troca, cede, empresta, fornece, porta LAR.
ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no § 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir:
exercício de atividade comercial ou industrial, produto ou merca- I – na folha de pagamento ou em documento de informa-
doria: ções que seja destinado a fazer prova perante a previdência
a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a controle social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obriga-
tributário, falsificado; tório;
b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação tributária II – na CTPS do empregado ou em documento que deva pro-
determina a obrigatoriedade de sua aplicação. duzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou di-
§ 2º - Suprimir, em qualquer desses papéis, quando legíti- versa da que deveria ter sido escrita;
mos, com o fim de torná-los novamente utilizáveis, carimbo ou si- III – em documento contábil ou em qualquer outro docu-
nal indicativo de sua inutilização: mento relacionado com as obrigações da empresa perante a pre-
Pena - reclusão, de 1 a 4 anos, e multa. vidência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter
§ 3º - Incorre na mesma pena quem usa, depois de alterado, constado.
qualquer dos papéis a que se refere o parágrafo anterior. § 4o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documen-
§ 4º - Quem usa ou restitui à circulação, embora recibo de tos mencionados no § 3o, nome do segurado e seus dados pesso-
boa-fé, qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se re- ais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de
ferem este artigo e o seu § 2º, depois de conhecer a falsidade ou prestação de serviços.
alteração, incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos, De quem é a competência para julgar o crime de omissão de
ou multa. anotação de vínculo empregatício na CTPS (art. 297, § 4º, do
CP)?

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DIA 12 / 23

* STJ: Justiça FEDERAL. O sujeito passivo primário do crime Art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no exercício de fun-
omissivo do art. 297, § 4.º, do Diploma Penal, é o Estado, e, ção pública, firma ou letra que o não seja:
eventualmente, de forma secundária, o particular, terceiro preju- Pena - reclusão, de 1 a 5 anos, e multa, se o documento é
dicado, com a omissão das informações, referentes ao vínculo público; e de 1 a 3 anos, e multa, se o documento é particular.
empregatício e a seus consectários da CTPS. Cuida-se, portanto
de delito que ofende de forma direta os interesses da União, Certidão ou atestado ideologicamente falso
atraindo a competência da Justiça Federal, nos termos do art. Art. 301 - Atestar ou certificar falsamente, em razão de fun-
109, IV, da CF/88. Nesse sentido: STJ. 3ª Seção. CC 145567/PR , ção pública, fato ou circunstância que habilite alguém a obter car-
Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 27/04/2016. go público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou
* 1ª Turma do STF: Justiça ESTADUAL. Nesse sentido: 1ª Tur- qualquer outra vantagem:
ma. Ag.Reg. na Pet 5084, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em Pena - detenção, de 2 meses a 1 ano.
24/11/2015 . Falsidade material de atestado ou certidão
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
§ 1º - Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certidão,
ou alterar o teor de certidão ou de atestado verdadeiro, para pro-
Falsificação de documento particular va de fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo pú-
Art. 298 - FALSIFICAR, no todo ou em parte, documento blico, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qual-
particular ou ALTERAR documento particular verdadeiro: quer outra vantagem:
Pena - reclusão, de 1 a 5 anos, e multa. Pena - detenção, de 3 meses a 2 anos.
Falsificação de cartão § 2º - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se,
Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equipara-se além da pena privativa de liberdade, a de multa.
a documento particular o CARTÃO DE CRÉDITO ou DÉBITO.
Falsidade de atestado médico
Falsidade ideológica Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, ates-
Art. 299 - OMITIR, em documento público ou particular, de- tado falso:
claração que dele devia constar, ou NELE INSERIR ou fazer in- Pena - detenção, de 1 mês a 1 ano.
serir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro,
o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verda- aplica-se também multa.
de sobre fato juridicamente relevante:
Pena - reclusão, de 1 a 5 anos, e multa, se o documento é Reprodução ou adulteração de selo ou peça filatélica
público, e reclusão de 1 a 3 anos, e multa, se o documento é par- Art. 303 - Reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica que te-
ticular. nha valor para coleção, salvo quando a reprodução ou a alteração
Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e co- está visivelmente anotada na face ou no verso do selo ou peça:
mete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou Pena - detenção, de 1 a 3 anos, e multa.
alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a Parágrafo único - Na mesma pena incorre quem, para fins de
pena de 1/6. comércio, faz uso do selo ou peça filatélica.

Uso de documento falso


NÃO É TÍPICA A CONDUTA DE INSERIR, EM CURRÍCULO
Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados
LATTES, DADO QUE NÃO CONDIZ COM A REALIDADE.
ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302:
Isso não configura falsidade ideológica (art. 299 do CP) porque:
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.
1) currículo Lattes não é considerado documento por ser ele-
trônico e não ter assinatura digital;
2) currículo Lattes é passível de averiguação e, portanto, não é Súmula 546-STJ: A competência para processar e julgar o crime
objeto material de falsidade ideológica. Quando o documento de uso de documento falso é firmada em razão da entidade
é passível de averiguação, o STJ entende que não há crime ou órgão ao qual foi apresentado o documento público, não
de falsidade ideológica mesmo que o agente tenha nele inseri- importando a qualificação do órgão expedidor.
do informações falsas. STJ. 6ª Turma. RHC 81451-RJ, Rel. Min.
Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 22/8/2017 (Info 610). É possível a condenação pelo crime de uso de documento
É ATÍPICA a mera declaração falsa de estado de pobreza rea- falso (art. 304 do CP) com fundamento em documentos e
lizada com o intuito de obter os benefícios da justiça gratui- testemunhos constantes do processo, acompanhados da
ta. A conduta de firmar ou usar declaração de pobreza falsa em confissão do acusado, sendo DESNECESSÁRIA A PROVA PE-
juízo, com a finalidade de obter os benefícios da gratuidade de RICIAL para a comprovação da materialidade do crime, especi-
justiça, não é crime, pois aludida manifestação não pode ser almente se a defesa não requereu, no momento oportuno, a re-
considerada documento para fins penais, já que é passível de alização do referido exame. O crime de uso de documento falso
comprovação posterior, seja por provocação da parte contrária se consuma com a simples utilização de documento compro-
seja por aferição, de ofício, pelo magistrado da causa. STJ. 6ª vadamente falso, dada a sua natureza de delito formal.
Turma. HC 261074-MS, Rel. Min. Marilza Maynard (Desembarga- STJ. 5ª Turma. HC 307586-SE, Rel. Min. Walter de Almeida Gui-
dora convocada do TJ-SE), julgado em 5/8/2014 (Info 546). lherme (Desembargador convocado do TJ/SP), julgado em
25/11/2014 (Info 553).
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
Falso reconhecimento de firma ou letra
Supressão de documento

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DIA 12 / 24

Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio


ou de outrem, ou em prejuízo alheio, documento público ou par- Art. 310 - Prestar-se a figurar como proprietário ou possui-
ticular verdadeiro, de que não podia dispor: dor de ação, título ou valor pertencente a estrangeiro, nos casos
Pena - reclusão, de 2 a 6 anos, e multa, se o documento é em que a este é vedada por lei a propriedade ou a posse de tais
público, e reclusão, de 1 a 5 anos, e multa, se o documento é par - bens:
ticular. Pena - detenção, de 6 meses a 3 anos, e multa.

CAPÍTULO IV Adulteração de sinal identificador de veículo automotor


DE OUTRAS FALSIDADES Art. 311 - Adulterar ou remarcar número de chassi ou qual-
Falsificação do sinal empregado no contraste de metal preci- quer sinal identificador de veículo automotor, de seu componente
oso ou na fiscalização alfandegária, ou para outros fins ou equipamento:
Art. 306 - Falsificar, fabricando-o ou alterando-o, marca ou Pena - reclusão, de 3 a 6 anos, e multa.
sinal empregado pelo poder público no contraste de metal preci- § 1º - Se o agente comete o crime no exercício da função
oso ou na fiscalização alfandegária, ou usar marca ou sinal dessa pública ou em razão dela, a pena é aumentada de 1/3
natureza, falsificado por outrem: § 2º - Incorre nas mesmas penas o funcionário público que
Pena - reclusão, de 2 a 6 anos, e multa. contribui para o licenciamento ou registro do veículo remarcado
Parágrafo único - Se a marca ou sinal falsificado é o que usa ou adulterado, fornecendo indevidamente material ou informação
a autoridade pública para o fim de fiscalização sanitária, ou para oficial.
autenticar ou encerrar determinados objetos, ou comprovar o
cumprimento de formalidade legal: CAPÍTULO V
Pena - reclusão ou detenção, de 1 a 3 anos, e multa. DAS FRAUDES EM CERTAMES DE INTERESSE PÚBLICO
Fraudes em certames de interesse público
Falsa identidade Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de
Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilida-
para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para de do certame, conteúdo sigiloso de:
causar dano a outrem: I - concurso público;
Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano, ou multa, se o fato não II - avaliação ou exame públicos;
constitui elemento de crime mais grave. III - processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou
IV - exame ou processo seletivo previstos em lei:
Súmula 522-STJ: A conduta de atribuir-se falsa identidade pe- Pena - reclusão, de 1 a 4 anos, e multa.
rante autoridade policial É TÍPICA, ainda que em situação de § 1o Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, por
alegada autodefesa. qualquer meio, o acesso de pessoas não autorizadas às informa-
ções mencionadas no caput.
§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à administração públi-
Art. 307 Art. 304
ca:
Falsa identidade Uso de documento falso
Pena - reclusão, de 2 a 6 anos, e multa.
Consiste na simples Aqui, há obrigatoriamente o § 3o Aumenta-se a pena de 1/3 se o fato é cometido por funci-
atribuição de falsa uso de documento falso. onário público.
identidade, sem a
utilização de documento CÓDIGO PROCESSO PENAL
falso.

Ex.: ao ser parado em uma Ex.: ao ser parado em uma blitz, o CAPÍTULO V
blitz, o agente afirma que agente, João Lima, afirma que DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS RECURSOS EM SENTIDO
seu nome é Pedro Silva, seu nome é Pedro Silva e ESTRITO E DAS APELAÇÕES, NOS TRIBUNAIS DE APELAÇÃO
quando, na verdade, ele é apresenta o RG falsificado com Art. 609. Os recursos, apelações e embargos serão julga-
João Lima. este nome. dos pelos Tribunais de Justiça, câmaras ou turmas criminais,
*Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br de acordo com a competência estabelecida nas leis de organiza-
ção judiciária.
Art. 308 - Usar, como próprio, passaporte, título de eleitor, Parágrafo único. Quando NÃO FOR UNÂNIME a decisão de
caderneta de reservista ou qualquer documento de identidade 2a instância, DESFAVORÁVEL ao réu, admitem-se EMBARGOS
alheia ou ceder a outrem, para que dele se utilize, documento INFRINGENTES E DE NULIDADE, que poderão ser opostos den-
dessa natureza, próprio ou de terceiro: tro de 10 dias, a contar da publicação de acórdão, na forma do
Pena - detenção, de 4 meses a 2 anos, e multa, se o fato não art. 613. Se o desacordo for parcial, os embargos serão restri-
constitui elemento de crime mais grave. tos à matéria objeto de divergência.

Fraude de lei sobre estrangeiro Art. 610. Nos recursos em sentido estrito, com exceção
Art. 309 - Usar o estrangeiro, para entrar ou permanecer no do de habeas corpus, e nas apelações interpostas das senten-
território nacional, nome que não é o seu: ças em processo de contravenção ou de crime a que a lei co-
Pena - detenção, de 1 a 3 anos, e multa. mine pena de detenção, os autos irão imediatamente com vista
Parágrafo único - Atribuir a estrangeiro falsa qualidade para ao procurador-geral pelo prazo de 5 dias, e, em seguida, passa-
promover-lhe a entrada em território nacional: rão, por igual prazo, ao relator, que pedirá designação de dia para
Pena - reclusão, de 1 a 4 anos, e multa. o julgamento.

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DIA 12 / 25

Parágrafo único. Anunciado o julgamento pelo presidente, e § 1o O requerimento será apresentado pelo relator e julga-
apregoadas as partes, com a presença destas ou à sua revelia, o do, independentemente de revisão, na primeira sessão.
relator fará a exposição do feito e, em seguida, o presidente con- § 2o Se não preenchidas as condições enumeradas neste ar-
cederá, pelo prazo de 10 minutos, a palavra aos advogados ou tigo, o relator indeferirá desde logo o requerimento.
às partes que a solicitarem e ao procurador-geral, quando o re-
querer, por igual prazo. CAPÍTULO VII
DA REVISÃO
Art. 612. Os recursos de habeas corpus, designado o rela- REVISÃO CRIMINAL AÇÃO RESCISÓRIA
tor, serão julgados na 1a sessão.
Pode ser interposta a Deve ser interposta até o
Art. 613. As apelações interpostas das sentenças proferidas qualquer tempo após o prazo de 2 anos após o
em processos por crime a que a lei comine pena de reclusão, trânsito em julgado (não há trânsito em julgado.
deverão ser processadas e julgadas pela forma estabelecida no prazo de decadência para
Art. 610, com as seguintes modificações: ajuizar a revisão).
I - exarado o relatório nos autos, passarão estes ao revisor, Só pode ser ajuizada em favor A ação rescisória pode ser
que terá igual prazo para o exame do processo e pedirá designa- do condenado (só existe revisão proposta pelo autor ou pelo
ção de dia para o julgamento; criminal pro reo; não existe réu.
II - os prazos serão ampliados ao dobro; revisão criminal pro societate).
III - o tempo para os debates será de 1/4 de hora.
*Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br

Art. 614. No caso de impossibilidade de observância de Art. 621. A revisão dos processos findos será admitida:
qualquer dos prazos marcados nos arts. 610 e 613, os motivos da I - quando a sentença condenatória for contrária ao texto
demora serão declarados nos autos. expresso da lei penal ou à evidência dos autos;
II - quando a sentença condenatória se fundar em depoi-
Art. 615. O tribunal decidirá por maioria de votos. mentos, exames ou documentos comprovadamente falsos;
§ 1o Havendo empate de votos no julgamento de recursos, III - quando, após a sentença, se descobrirem novas pro-
se o presidente do tribunal, câmara ou turma, não tiver tomado vas de inocência do condenado ou de circunstância que deter-
parte na votação, proferirá o voto de desempate; no caso con- mine ou autorize diminuição especial da pena.
trário, prevalecerá a decisão mais favorável ao réu.
§ 2o O acórdão será apresentado à conferência na primeira Art. 622. A revisão poderá ser requerida em qualquer
sessão seguinte à do julgamento, ou no prazo de duas sessões, tempo, ANTES da extinção da pena ou APÓS.
pelo juiz incumbido de lavrá-lo. Parágrafo único. Não será admissível a reiteração do pedi-
do, salvo se fundado em novas provas.
Art. 616. No julgamento das apelações poderá o tribunal,
câmara ou turma proceder a novo interrogatório do acusado, Art. 623. A revisão poderá ser pedida pelo próprio réu ou
reinquirir testemunhas ou determinar outras diligências. por procurador legalmente habilitado ou, no caso de morte do
réu, pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
Art. 617. O tribunal, câmara ou turma atenderá nas suas de-
cisões ao disposto nos arts. 383, 386 e 387, no que for aplicável, Art. 624. As revisões criminais serão processadas e julgadas:
não podendo, porém, ser agravada a pena, quando somente o I - pelo Supremo Tribunal Federal, quanto às condenações
réu houver apelado da sentença [PRINCÍPIO DO NON REFOR- por ele proferidas;
MATIO IN PEJUS OU EFEITO PRODRÔMICO DA SENTENÇA] II - pelo Tribunal Federal de Recursos, Tribunais de Justiça ou
de Alçada, nos demais casos.
Art. 618. Os regimentos dos Tribunais de Apelação estabele- § 1o No Supremo Tribunal Federal e no Tribunal Federal de
cerão as normas complementares para o processo e julgamento Recursos o processo e julgamento obedecerão ao que for estabe-
dos recursos e apelações. lecido no respectivo regimento interno.
CAPÍTULO VI § 2o Nos Tribunais de Justiça ou de Alçada, o julgamento
DOS EMBARGOS será efetuado pelas câmaras ou turmas criminais, reunidas em
Art. 619. Aos acórdãos proferidos pelos Tribunais de Apela- sessão conjunta, quando houver mais de uma, e, no caso contrá-
ção, câmaras ou turmas, poderão ser opostos embargos de de- rio, pelo tribunal pleno.
claração, no prazo de 2 dias contados da sua publicação, quan- § 3o Nos tribunais onde houver quatro ou mais câmaras ou
do houver na sentença ambiguidade, obscuridade, contradição turmas criminais, poderão ser constituídos dois ou mais grupos
ou omissão. de câmaras ou turmas para o julgamento de revisão, obedecido o
que for estabelecido no respectivo regimento interno.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
Art. 625. O requerimento será distribuído a um relator e a
CPP JUIZADOS
um revisor, devendo funcionar como relator um desembarga-
2 dias 5 dias dor que não tenha pronunciado decisão em qualquer fase do
processo.
Art. 620. Os embargos de declaração serão deduzidos em § 1o O requerimento será instruído com a certidão de ha-
requerimento de que constem os pontos em que o acórdão é ver passado em julgado a sentença condenatória e com as pe-
ambíguo, obscuro, contraditório ou omisso. ças necessárias à comprovação dos fatos arguidos.

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DIA 12 / 26

§ 2o O relator poderá determinar que se apensem os autos - alterar a classificação da infração (juízo rescindente juízo resci-
originais, se daí não advier dificuldade à execução normal da sen- sório)
tença. - absolver o réu (juízo rescindente juízo rescisório)
§ 3o Se o relator julgar insuficientemente instruído o pedi- - modificar a pena (juízo rescindente juízo rescisório) ou
do e inconveniente ao interesse da justiça que se apensem os au- - anular o processo (nesse caso, só haverá juízo rescindente por-
tos originais, indeferi-lo-á in limine, dando recurso para as câ- que o processo será devolvido à 1ª instância onde lá será profe-
maras reunidas ou para o tribunal, conforme o caso (art. 624, rida nova sentença).
parágrafo único). *Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
§ 4o Interposto o recurso por petição e independentemente
de termo, o relator apresentará o processo em mesa para o julga-
mento e o relatará, sem tomar parte na discussão.
§ 5o Se o requerimento não for indeferido in limine, abrir-se- JUÍZO RESCINDENTE JUÍZO RESCISÓRIO
á vista dos autos ao procurador-geral, que dará parecer no prazo (JUÍZO REVIDENTE OU DE (JUÍZO REVISÓRIO OU DE
de 10 dias. Em seguida, examinados os autos, sucessivamente, CASSAÇÃO) REFORMA):
em igual prazo, pelo relator e revisor, julgar-se-á o pedido na ses-
Haverá juízo rescindente quando o Haverá juízo rescisório
são que o presidente designar.
Tribunal desconstituir a decisão quando o Tribunal, após
impugnada. desconstituir a decisão
Art. 626. Julgando procedente a revisão, o tribunal poderá
impugnada, proferir uma
ALTERAR A CLASSIFICAÇÃO da infração, ABSOLVER o réu, MO-
nova decisão em
DIFICAR A PENA ou ANULAR O PROCESSO.
substituição àquela que foi
Parágrafo único. De qualquer maneira, não poderá ser
rescindida.
agravada a pena imposta pela decisão revista (veda reformatio
*Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br
in pejus)

Art. 627. A absolvição implicará o restabelecimento de to- SÚMULA SOBRE REVISÃO CRIMINAL
dos os direitos perdidos em virtude da condenação, devendo o Súmula 393-STF: Para requerer revisão criminal, o condenado
tribunal, se for caso, impor a medida de segurança cabível. não é obrigado a recolher-se à prisão

Art. 628. Os regimentos internos dos Tribunais de Apelação


estabelecerão as normas complementares para o processo e jul- JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ
gamento das revisões criminais. EDIÇÃO N. 63: REVISÃO CRIMINAL
1) A revisão criminal não é meio adequado para reapreciação
Art. 629. À vista da certidão do acórdão que cassar a senten- de teses já afastadas por ocasião da condenação definitiva.
ça condenatória, o juiz mandará juntá-la imediatamente aos au- 2) O julgamento superveniente da revisão criminal prejudica,
tos, para inteiro cumprimento da decisão. por perda de objeto, a análise do habeas corpus
anteriormente impetrado.
Art. 630. O tribunal, SE O INTERESSADO O REQUERER, po- 3) Não é cabível habeas corpus como sucedâneo recursal ou
derá reconhecer o direito a uma justa indenização pelos prejuí- para substituir eventual revisão criminal.
zos sofridos. 4) O julgamento pelo Supremo Tribunal Federal de habeas
§ 1o Por essa indenização, que será liquidada no juízo cível, corpus impetrado contra decisão proferida em recurso especial
responderá a União, se a condenação tiver sido proferida pela jus- não afasta, por si só, a competência do Superior Tribunal
tiça do Distrito Federal ou de Território, ou o Estado, se o tiver de Justiça para processar e julgar posterior revisão criminal.
sido pela respectiva justiça. 5) É assegurada à defesa a sustentação oral em sessão de
§ 2o A indenização não será devida: julgamento de revisão criminal.
a) se o erro ou a injustiça da condenação proceder de ato 6) A aplicação do princípio do favor rei veda a revisão
ou falta imputável ao próprio impetrante, como a confissão ou criminal pro societate.
a ocultação de prova em seu poder; 7) A Turma Recursal é o órgão competente para o julgamento
b) se a acusação houver sido meramente privada. de revisão criminal ajuizada em face de decisões proferidas
pelos Juizados Especiais.
Art. 631. Quando, no curso da revisão, falecer a pessoa, cuja 8) É possível a correção da dosimetria da pena em sede de
condenação tiver de ser revista, o presidente do tribunal nomea- revisão criminal.
rá curador para a defesa. 9) A soberania do veredicto do Tribunal do Júri não impede a
desconstituição da decisão por meio de revisão criminal.
No julgamento da revisão criminal, se o Tribunal decidir des- 10) O ajuizamento de revisão criminal não importa em
constituir a decisão impugnada, diz-se que houve juízo rescin- interrupção da execução definitiva da pena, tendo em vista
dente. a ausência de efeito suspensivo.
Se, além de desconstituir a decisão impugnada, o próprio 11) O réu possui capacidade postulatória para propor
Tribunal proferir uma outra decisão em substituição àquela revisão criminal, nos termos do art. 623 do CPP, que foi
que foi rescindida, diz-se que houve juízo rescisório. recepcionado pela Constituição Federal de 1988 e não foi
revogado pela Lei n. 8.906/94 Estatuto da Advocacia.
Dessa feita, julgando procedente a revisão (juízo rescindente), o
12) Na revisão criminal prevista no art. 105, I, e, da CF, apenas a
Tribunal poderá:
questão federal anteriormente decidida por esta Corte Superior

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DIA 12 / 27

pode ser examinada.


13) O acolhimento da pretensão revisional, nos moldes do art. Art. 642. O escrivão, ou o secretário do tribunal, que se ne-
621, I, do CPP, é excepcional e limita-se às hipóteses em que a gar a dar o recibo, ou deixar de entregar, sob qualquer pretexto, o
contradição à evidência dos autos seja manifesta, dispensando instrumento, será suspenso por 30 dias. O juiz, ou o presidente
a interpretação ou análise subjetiva das provas produzidas. do Tribunal de Apelação, em face de representação do testemu-
14) A mudança de orientação jurisprudencial e a nhante, imporá a pena e mandará que seja extraído o instrumen-
interpretação controvertida a respeito de determinado to, sob a mesma sanção, pelo substituto do escrivão ou do secre-
dispositivo legal NÃO SÃO FUNDAMENTOS IDÔNEOS para tário do tribunal. Se o testemunhante não for atendido, poderá
a propositura de revisão criminal. reclamar ao presidente do tribunal ad quem, que avocará os au-
15) A justificação criminal é via adequada à obtenção de tos, para o efeito do julgamento do recurso e imposição da pena.
prova nova para fins de subsidiar eventual ajuizamento de
revisão criminal. Art. 643. Extraído e autuado o instrumento, observar-se-á o
16) A revisão criminal não pode ser fundamentada no disposto nos arts. 588 a 592, no caso de RESE, ou o processo es-
arrolamento de novas testemunhas, tampouco na reinquirição tabelecido para o recurso extraordinário, se deste se tratar.
daquelas já ouvidas no processo de condenação.
17) A retratação da vítima ou das testemunhas constituem Art. 644. O tribunal, câmara ou turma a que competir o jul-
provas novas aptas a embasar pedido de revisão criminal. gamento da carta, se desta tomar conhecimento, mandará pro-
18) O atraso no julgamento da revisão criminal provocado cessar o recurso, ou, se estiver suficientemente instruída, decidirá
exclusivamente pela defesa não caracteriza excesso de prazo. logo, de meritis.

Art. 645. O processo da carta testemunhável na instância su-


CAPÍTULO VIII
perior seguirá o processo do recurso denegado.
DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Art. 637. O recurso extraordinário NÃO TEM EFEITO SUS-
Art. 646. A carta testemunhável NÃO TERÁ EFEITO SUS-
PENSIVO, e uma vez arrazoados pelo recorrido os autos do tras-
PENSIVO.
lado, os originais baixarão à primeira instância, para a execução
da sentença.

Art. 638. O recurso extraordinário e o recurso especial se-


rão processados e julgados no STF e no STJ na forma estabeleci-
da por leis especiais, pela lei processual civil e pelos respectivos
regimentos internos. (LEI 13964/19)

RE e REsp

ANTES DA LEI 13964/19 DEPOIS DA LEI 13964/19

O recurso extraordinário será O recurso extraordinário e o


processado e julgado no recurso especial serão
Supremo Tribunal Federal na processados e julgados no STF
forma estabelecida pelo e no STJ na forma estabelecida
respectivo regimento interno. por leis especiais, pela lei
processual civil e pelos
respectivos regimentos
internos.

CAPÍTULO IX
DA CARTA TESTEMUNHÁVEL
Art. 639. Dar-se-á carta testemunhável:
I - da decisão que denegar o recurso;
II - da que, admitindo embora o recurso, obstar à sua ex-
pedição e seguimento para o juízo ad quem.

Art. 640. A carta testemunhável será requerida ao escrivão,


ou ao secretário do tribunal, conforme o caso, nas 48 horas se-
guintes ao despacho que denegar o recurso, indicando o reque-
rente as peças do processo que deverão ser trasladadas.

Art. 641. O escrivão, ou o secretário do tribunal, dará recibo


da petição à parte e, no prazo máximo de 5 dias, no caso de
RESE, ou de 60 dias, no caso de recurso extraordinário, fará en-
trega da carta, devidamente conferida e concertada.

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DIA 13 / 1

II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência soci-


al, podendo ser adotadas alíquotas progressivas de acordo
Dia 13
com o valor do salário de contribuição, não incidindo contri-
buição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime
Constituição Federal: art. 193-217 Geral de Previdência Social; (EC 103/19)
Código Civil: art 818-926 III - sobre a receita de concursos de prognósticos.
Código Processo Civil: art. 502-527 IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem
Código Penal: art. 312-337-A a lei a ele equiparar.
Código Processo Penal: art. 647-667/780-809 § 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-
pios destinadas à seguridade social constarão dos respectivos or-
Controle de Leitura çamentos, não integrando o orçamento da União.
§ 2º A proposta de orçamento da seguridade social será ela-
borada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as
metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentá-
TÍTULO VIII rias (LDO), assegurada a cada área a gestão de seus recursos.
Da Ordem Social § 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade
CAPÍTULO I social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o
DISPOSIÇÃO GERAL Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fis-
Art. 193. A ordem social tem como base o primado do trabalho, cais ou creditícios.
e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais. § 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a
manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o dis-
CAPÍTULO II posto no art. 154, I (A União poderá instituir mediante LC, impos-
DA SEGURIDADE SOCIAL tos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumu-
Seção I lativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios
DISPOSIÇÕES GERAIS dos discriminados nesta Constituição).
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integra- § 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social pode-
do de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, rá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente
destinadas a assegurar os direitos relativos à SAÚDE, à PREVI- fonte de custeio total.
DÊNCIA e à ASSISTÊNCIA SOCIAL. § 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, or- ser exigidas após decorridos 90 dias da data da publicação da
ganizar a SEGURIDADE SOCIAL, com base nos seguintes OBJE- lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplican-
TIVOS: do o disposto no art. 150, III, "b" (princípio da anterioridade anu-
I - universalidade da cobertura e do atendimento; al).
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às po- § 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as enti-
pulações urbanas e rurais; dades beneficentes de assistência social que atendam às exi-
III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios gências estabelecidas em lei.
e serviços;
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios;
Apesar de a redação do §7° falar em “isentas”, a doutrina afirma
V - equidade na forma de participação no custeio;
que se trata, efetivamente, de uma hipótese de IMUNIDADE.
VI - diversidade da base de financiamento, identificando-se, em
Não é um caso de “isenção”.
rubricas contábeis específicas para cada área, as receitas e as des-
Os requisitos para o gozo de imunidade hão de estar previstos
pesas vinculadas a ações de saúde, previdência e assistência soci-
em LEI COMPLEMENTAR (RE 566622)
al, preservado o caráter contributivo da previdência social; (EC
103/19)
VII - caráter democrático e descentralizado da administração, § 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e
mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalha- o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que
dores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos ór- exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem
gãos colegiados. empregados permanentes, contribuirão para a seguridade soci-
al mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da co-
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a socieda- mercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos
de, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante re- da lei.
cursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do § 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste
Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições artigo (CS do empregador) poderão ter alíquotas diferenciadas
sociais: em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada mão de obra, do porte da empresa ou da condição estrutural
na forma da lei, incidentes sobre: do mercado de trabalho, sendo também autorizada a adoção
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou de bases de cálculo diferenciadas apenas no caso das alíneas
creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste servi- "b" e "c" do inciso I do caput. (EC 103/19)
ço, mesmo sem vínculo empregatício; § 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o
b) a receita ou o faturamento; sistema único de saúde e ações de assistência social da União
c) o lucro; para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados

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DIA 13 / 2

para os Municípios, observada a respectiva contrapartida de re- III – as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas
cursos. com saúde nas esferas federal, estadual, distrital e municipal;
§ 11. São vedados a moratória e o parcelamento em prazo su- § 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão ad-
perior a 60 meses e, na forma de lei complementar, a remissão e mitir agentes comunitários de saúde e agentes de combate às
a anistia das contribuições sociais de que tratam a alínea "a" do endemias por meio de processo seletivo público, de acordo
inciso I e o inciso II do caput. (EC 103/19) com a natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos
§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os específicos para sua atuação.
quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV § 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial
do caput, serão não-cumulativas. profissional nacional, as diretrizes para os Planos de Carreira e a
§ 13. (REVOGADO EC 103/19) regulamentação das atividades de agente comunitário de saúde e
§ 14. O segurado somente terá reconhecida como tempo de agente de combate às endemias, competindo à União, nos ter-
contribuição ao Regime Geral de Previdência Social a compe- mos da lei, prestar assistência financeira complementar aos Esta-
tência cuja contribuição seja igual ou superior à contribuição dos, ao Distrito Federal e aos Municípios, para o cumprimento do
mínima mensal exigida para sua categoria, assegurado o agru- referido piso salarial.
pamento de contribuições. (EC 103/19) § 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no § 4º do
art. 169 da Constituição Federal, o servidor que exerça funções
Seção II equivalentes às de agente comunitário de saúde ou de agente de
DA SAÚDE combate às endemias poderá perder o cargo em caso de des-
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garanti- cumprimento dos requisitos específicos, fixados em lei, para
do mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução o seu exercício.
do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e
igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e re- Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
cuperação. § 1º As instituições privadas poderão participar de forma com-
plementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste,
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo pre-
cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua re- ferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.
gulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser § 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios
feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pes- ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos.
soa física ou jurídica de direito privado. § 3º - É vedada a participação direta ou indireta de empresas
ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma nos casos previstos em lei.
rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema § 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem
único, organizado de acordo com as seguintes DIRETRIZES: a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de
I - descentralização, com direção única em cada esfera de gover- transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processa-
no; mento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades todo tipo de comercialização.
preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;
III - participação da comunidade. Art. 200. Ao SUS compete, além de outras atribuições, nos ter-
§ 1º O sistema único de saúde será financiado, nos termos do mos da lei:
art. 195, com recursos do orçamento da seguridade social, da I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de interesse para a saúde e participar da produção de medicamen-
outras fontes. tos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros in-
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios apli- sumos;
carão, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde re- II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica,
cursos mínimos derivados da aplicação de percentuais calculados bem como as de saúde do trabalhador;
sobre: III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
I - no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo IV - participar da formulação da política e da execução das
exercício financeiro, não podendo ser inferior a 15%; ações de saneamento básico;
II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arre- V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento cien-
cadação dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de tífico e tecnológico e a inovação;
que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzi - VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle
das as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios; de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consu-
III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da mo humano;
arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recur- VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte,
sos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º. guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos
§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada 5 e radioativos;
anos, estabelecerá: VIII - COLABORAR NA PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE, nele
I - os percentuais de que tratam os incisos II e III do § 2º; compreendido o do trabalho.
II – os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saú-
de destinados aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, e Fornecimento pelo Poder Judiciário de medicamentos não regis-
dos Estados destinados a seus respectivos Municípios, objetivan- trados pela ANVISA
do a progressiva redução das disparidades regionais;

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DIA 13 / 3

1. O Estado não pode ser obrigado a fornecer medicamentos V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao côn-
experimentais. juge ou companheiro e dependentes, observado o disposto no §
2. A ausência de registro na Agência Nacional de Vigilância Sa- 2º.
nitária (Anvisa) impede, como regra geral, o fornecimento de § 1º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados
medicamento por decisão judicial. para concessão de benefícios, ressalvada, nos termos de lei
3. É possível, excepcionalmente, a concessão judicial de me- complementar, a possibilidade de previsão de idade e tempo
dicamento sem registro sanitário, em caso de mora irrazoá- de contribuição distintos da regra geral para concessão de
vel da Anvisa em apreciar o pedido (prazo superior ao previs- aposentadoria exclusivamente em favor dos segurados: (EC
to na Lei 13.411/2016), quando preenchidos três requisitos: 103/19)
a) a existência de pedido de registro do medicamento no Brasil I - com deficiência, previamente submetidos a avaliação
(salvo no caso de medicamentos órfãos para doenças raras e ul- biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e
trarraras); interdisciplinar; (EC 103/19)
b) a existência de registro do medicamento em renomadas II - cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a
agências de regulação no exterior; e agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou
c) a inexistência de substituto terapêutico com registro no Brasil. associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria
4. As ações que demandem fornecimento de medicamentos profissional ou ocupação. (EC 103/19)
sem registro na Anvisa deverão necessariamente ser propos- § 2º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição
tas em face da União. STF. Plenário. RE 657718/MG, rel. orig. ou o rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal in-
Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado ferior ao salário mínimo.
em 22/5/2019 (repercussão geral) (Info 941). § 3º Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo
de benefício serão devidamente atualizados, na forma da lei.
Responsabilidade pelo fornecimento do medicamento ou pela § 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-
realização do tratamento de saúde lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios defi-
Os entes da Federação, em decorrência da competência co- nidos em lei.
mum, são solidariamente responsáveis nas demandas presta- § 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência social,
cionais na área da saúde e, diante dos critérios constitucionais na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante
de descentralização e hierarquização, compete à autoridade ju- de regime próprio de previdência.
dicial direcionar o cumprimento conforme as regras de reparti- § 6º A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá
ção de competências e determinar o ressarcimento a quem su- por base o valor dos proventos do mês de dezembro de cada
portou o ônus financeiro. STF. Plenário. RE 855178 ED/SE, rel. ano.
orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em § 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdên-
23/5/2019 (Info 941). cia social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições:
A concessão dos medicamentos não incorporados em atos nor- I - 65 anos de idade, se homem, e 62 anos de idade, se mulher,
mativos do SUS exige a presença cumulativa dos seguintes re- observado tempo mínimo de contribuição;(EC 103/19)
quisitos: II - 60 anos de idade, se homem, e 55 anos de idade, se
a) Comprovação, por meio de laudo médico fundamentado e mulher, para os trabalhadores rurais e para os que exerçam
circunstanciado expedido por médico que assiste o paciente, da suas atividades em regime de economia familiar, nestes
imprescindibilidade ou necessidade do medicamento, assim incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador
como da ineficácia, para o tratamento da moléstia, dos fármacos artesanal.(EC 103/19)
fornecidos pelo SUS; § 8º O requisito de idade a que se refere o inciso I do § 7º será
b) incapacidade financeira de arcar com o custo do medicamen- reduzido em 5 anos, para o professor que comprove tempo de
to prescrito; efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e
c) existência de registro do medicamento na ANVISA, observa- no ensino fundamental e médio fixado em lei complementar.(EC
dos os usos autorizados pela agência.STJ. 1ª Seção. EDcl no REsp 103/19)
1.657.156-RJ, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em
12/09/2018 (recurso repetitivo) (Info 633). Para efeito de aposentadoria com tempo de contribuição
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br diferenciada para professores, não se computa o tempo de
serviço prestado fora da sala de aula, salvo no caso de
Seção III professores que estejam desempenhando as atividades de
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL direção de unidade escolar ou coordenação e
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma do assessoramento pedagógico.
Regime Geral de Previdência Social, de caráter contributivo e *Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o
equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, na forma da lei, a: (EC
Homem: 65
103/19)
Idade anos
I - cobertura dos eventos de incapacidade temporária ou per-
manente para o trabalho e idade avançada; (EC 103/19) Mulher: 62 anos
II - proteção à maternidade, especialmente à gestante;
APOSENTADORIA Trabalhadores Rurais e Homem: 60
III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego in-
RGPS os que exerçam anos
voluntário;
atividade em regime de
IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos Mulher: 55 anos
economia familiar
segurados de baixa renda;

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DIA 13 / 4

(inclui produtor rural, o contrato de trabalho dos participantes, assim como, à exceção
garimpeiro e pescador) dos benefícios concedidos, não integram a remuneração dos par-
ticipantes, nos termos da lei.
Professor Homem: 60 § 3º É vedado o aporte de recursos a entidade de previdência
anos privada pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, suas
Mulher: 57 anos autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de econo-
mia mista e outras entidades públicas, salvo na qualidade de pa-
trocinador, situação na qual, em hipótese alguma, sua contri-
§ 9º Para fins de aposentadoria, será assegurada a contagem
buição normal poderá exceder a do segurado.
recíproca do tempo de contribuição entre o Regime Geral de
§ 4º Lei complementar disciplinará a relação entre a União, Esta-
Previdência Social e os regimes próprios de previdência social, e
dos, Distrito Federal ou Municípios, inclusive suas autarquias, fun-
destes entre si, observada a compensação financeira, de acordo
dações, sociedades de economia mista e empresas controladas
com os critérios estabelecidos em lei. (EC 103/19)
direta ou indiretamente, enquanto patrocinadores de planos de
§ 9º-A. O tempo de serviço militar exercido nas atividades de que
benefícios previdenciários, e as entidades de previdência comple-
tratam os arts. 42, 142 e 143 e o tempo de contribuição ao
mentar. (EC 103/19)
Regime Geral de Previdência Social ou a regime próprio de
§ 5º A lei complementar de que trata o § 4º aplicar-se-á, no que
previdência social terão contagem recíproca para fins de
couber, às empresas privadas permissionárias ou
inativação militar ou aposentadoria, e a compensação financeira
concessionárias de prestação de serviços públicos, quando
será devida entre as receitas de contribuição referentes aos
patrocinadoras de planos de benefícios em entidades de
militares e as receitas de contribuição aos demais regimes.(EC
previdência complementar. (EC 103/19)
103/19)
§ 6º Lei complementar estabelecerá os requisitos para a
§ 10. Lei complementar poderá disciplinar a cobertura de
designação dos membros das diretorias das entidades fechadas
benefícios não programados, inclusive os decorrentes de
de previdência complementar instituídas pelos patrocinadores de
acidente do trabalho, a ser atendida concorrentemente pelo
que trata o § 4º e disciplinará a inserção dos participantes nos
Regime Geral de Previdência Social e pelo setor privado.(EC
colegiados e instâncias de decisão em que seus interesses sejam
103/19)
objeto de discussão e deliberação. (EC 103/19)
§ 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, se-
rão incorporados ao salário para efeito de contribuição previ-
Seção IV
denciária e consequente repercussão em benefícios, nos casos e
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
na forma da lei.
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela neces-
§ 12. Lei instituirá sistema especial de inclusão previdenciária,
sitar, INDEPENDENTEMENTE DE CONTRIBUIÇÃO à seguridade
com alíquotas diferenciadas, para atender aos trabalhadores
social, e tem por OBJETIVOS:
de baixa renda, inclusive os que se encontram em situação de in-
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adoles-
formalidade, e àqueles sem renda própria que se dediquem ex-
cência e à velhice;
clusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua resi-
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;
dência, desde que pertencentes a famílias de baixa renda.(EC
III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;
103/19)
IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de defi-
§ 13. A aposentadoria concedida ao segurado de que trata o §
ciência e a promoção de sua integração à vida comunitária;
12 terá valor de 1 salário-mínimo.(EC 103/19)
V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pes-
§ 14. É vedada a contagem de tempo de contribuição fictício
soa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não
para efeito de concessão dos benefícios previdenciários e de
possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provi-
contagem recíproca.(EC 103/19)
da por sua família, conforme dispuser a lei.
§ 15. Lei complementar estabelecerá vedações, regras e condições
para a acumulação de benefícios previdenciários.(EC 103/19)
Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social
§ 16. Os empregados dos consórcios públicos, das empresas
serão realizadas com recursos do orçamento da seguridade so-
públicas, das sociedades de economia mista e das suas
cial, previstos no art. 195, além de outras fontes, e organizadas
subsidiárias serão aposentados compulsoriamente, observado o
com base nas seguintes diretrizes:
cumprimento do tempo mínimo de contribuição, ao atingir a
I - descentralização político-administrativa, cabendo a coorde-
idade máxima de que trata o inciso II do § 1º do art. 40, na forma
nação e as normas gerais à esfera federal e a coordenação e a
estabelecida em lei (EC 103/19)
execução dos respectivos programas às esferas estadual e munici-
pal, bem como a entidades beneficentes e de assistência social;
Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter comple-
II - participação da população, por meio de organizações repre-
mentar e organizado de forma autônoma em relação ao regime
sentativas, na formulação das políticas e no controle das ações
geral de previdência social, será facultativo, baseado na consti-
em todos os níveis.
tuição de reservas que garantam o benefício contratado, e regula-
Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal
do por lei complementar.
vincular a programa de apoio à inclusão e promoção social até
§ 1° A lei complementar de que trata este artigo assegurará ao
0,5% de sua receita tributária líquida, vedada a aplicação desses
participante de planos de benefícios de entidades de previdência
recursos no pagamento de:
privada o pleno acesso às informações relativas à gestão de seus
I - despesas com pessoal e encargos sociais;
respectivos planos.
II - serviço da dívida;
§ 2° As contribuições do empregador, os benefícios e as condi-
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada direta-
ções contratuais previstas nos estatutos, regulamentos e planos
mente aos investimentos ou ações apoiados.
de benefícios das entidades de previdência privada não integram

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DIA 13 / 5

§ 2º O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Públi-


CAPÍTULO III co, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da autorida-
DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO de competente.
Seção I § 3º Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensi-
DA EDUCAÇÃO no fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da responsáveis, pela frequência à escola.
família, será promovida e incentivada com a colaboração da soci-
edade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu pre- O Poder Judiciário pode obrigar o Município a fornecer vaga
paro para o exercício da cidadania e sua qualificação para o em creche a criança de até 5 anos de idade. A educação infan-
trabalho. til, em creche e pré-escola, representa prerrogativa constituci-
onal indisponível garantida às crianças até 5 anos de idade,
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes PRIN- sendo um dever do Estado (art. 208, IV, da CF/88). Os Municí-
CÍPIOS: pios, que têm o dever de atuar prioritariamente no ensino
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na es- fundamental e na educação infantil (art. 211, § 2º, da CF/88),
cola; não podem se recusar a cumprir este mandato constitucional,
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensa- juridicamente vinculante, que lhes foi conferido pela Constitui-
mento, a arte e o saber; ção Federal. STF. Decisão monocrática. RE 956475, Rel. Min. Cel-
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coe- so de Mello, julgado em 12/05/2016 (Info 827).
xistência de instituições públicas e privadas de ensino;
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; A garantia constitucional da gratuidade de ensino não obsta
V - valorização dos profissionais da educação escolar, garanti- a cobrança por universidades públicas de mensalidade em
dos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusiva- cursos de especialização. STF. Plenário. RE 597854/GO, Rel.
mente por concurso público de provas e títulos, aos das redes pú- Min. Edson Fachin, julgado em 26/4/2017 (repercussão geral)
blicas; (Info 862).
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei; As atividades de pós-graduação enquadram-se como "ensi-
VII - garantia de padrão de qualidade; no"? NÃO. O conceito de "manutenção e desenvolvimento do
VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da ensino" (art. 212 da CF/88) não abrange as atividades de pós-
educação escolar pública, nos termos de lei federal. graduação. A pós-graduação está relacionada com a pesquisa e
Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhado- extensão.
res considerados profissionais da educação básica e sobre a fixa-
ção de prazo para a elaboração ou adequação de seus planos de Como definir os cursos das universidades que deverão ser
carreira, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e gratuitos?
dos Municípios. • Caso a atividade preponderante do curso seja a "manutenção
e o desenvolvimento do ensino", este curso deverá ser obrigato-
Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-científi- riamente gratuito, nos termos do art. 206, IV, da CF/88.
ca, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obede- • Caso as atividades do curso sejam relacionadas com a pesqui-
cerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa sa e a extensão, então, nesta hipótese, a universidade poderá
e extensão. contar com recursos de origem privada e, portanto, poderá co-
§ 1º É facultado às universidades admitir professores, técnicos brar mensalidades.
e cientistas estrangeiros, na forma da lei.
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se às instituições de pesquisa A mensalidade cobrada pela universidade no curso de pós-
científica e tecnológica. graduação possui natureza jurídica de "taxa" (tributo)?
NÃO. Por serem atividades extraordinárias desempenhadas de
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado modo voluntário pelas universidades, estas mensalidades são
mediante a garantia de: classificadas como TARIFA. Dessa forma, por não ser taxa, a
I - EDUCAÇÃO BÁSICA obrigatória e gratuita dos 4 aos 17 cobrança de mensalidade para os cursos de especialização
anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para to- não está sujeita à legalidade estrita.
dos os que a ela não tiveram acesso na idade própria; SV 12: A cobrança de taxa de matrícula nas universidades públi-
II - progressiva universalização do ensino médio gratuito; cas viola o disposto no art. 206, inciso IV, da Constituição Fede-
III - atendimento educacional especializado aos portadores de ral.
deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;
IV - EDUCAÇÃO INFANTIL, em creche e pré-escola, às crianças Não é possível, atualmente, o ensino domiciliar (homescho-
até 5 anos de idade; oling) como meio lícito de cumprimento, pela família, do
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da dever de prover educação. Não há, na CF/88, uma vedação
criação artística, segundo a capacidade de cada um; absoluta ao ensino domiciliar. A CF/88, apesar de não o prever
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do expressamente, não proíbe o ensino domiciliar. No entanto, o
educando; ensino domiciliar não pode ser atualmente exercido porque
VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educa- não há legislação que regulamente os preceitos e as regras
ção básica, por meio de programas suplementares de material aplicáveis a essa modalidade de ensino. Assim, o ensino domici-
didáticoescolar, transporte, alimentação e assistência à saúde. liar somente pode ser implementado no Brasil após uma regula-
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito É DIREITO PÚ- mentação por meio de lei na qual sejam previstos mecanismos
BLICO SUBJETIVO. de avaliação e fiscalização, devendo essa lei respeitar os manda-

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DIA 13 / 6

mentos constitucionais que tratam sobre educação. STF. Plená-


rio. RE 888815/RS, rel. orig. Min. Roberto Barroso, red. p/ o acór- Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
dão Min. Alexandre de Moraes, julgado em 12/9/2018 (reper- organizarão em regime de colaboração seus sistemas de ensino.
cussão geral) (Info 915). § 1º A União organizará o sistema federal de ensino e o dos Terri-
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
tórios, financiará as instituições de ensino públicas federais e
exercerá, em matéria educacional, função redistributiva e supleti-
Art. 209. O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as se- va, de forma a garantir equalização de oportunidades educacio-
guintes condições: nais e padrão mínimo de qualidade do ensino mediante assistên-
I - cumprimento das normas gerais da educação nacional; cia técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Mu-
II - autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público. nicípios;
§ 2º Os MUNICÍPIOS atuarão prioritariamente no ENSINO
Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino funda- FUNDAMENTAL e na EDUCAÇÃO INFANTIL.
mental, de maneira a assegurar formação básica comum e respei- § 3º Os ESTADOS e o Distrito Federal atuarão prioritariamente
to aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais. no ENSINO FUNDAMENTAL e MÉDIO.
§ 1º O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá § 4º Na organização de seus sistemas de ensino, a União, os Esta-
disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino dos, o Distrito Federal e os Municípios definirão formas de cola-
fundamental. boração, de modo a assegurar a universalização do ensino obri-
§ 2º O ensino fundamental regular será ministrado em língua por- gatório.
tuguesa, assegurada às comunidades indígenas também a utiliza- § 5º A educação básica pública atenderá prioritariamente ao
ção de suas línguas maternas e processos próprios de aprendiza- ensino regular.
gem.
Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de 18%,
e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 25%, no míni-
A CF/88 prevê que “o ensino religioso, de matrícula facultativa,
mo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveni-
constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas
ente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do en-
de ensino fundamental.” (art. 210, § 1º). Diante disso, nas escolas
sino.
públicas são oferecidas aulas de ensino religioso, normalmente
§ 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União
vinculadas a uma religião específica. É o chamado ensino religio-
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, ou pelos Esta-
so confessional. O PGR ajuizou ADI pedindo que fosse conferida
dos aos respectivos Municípios, não é considerada, para efeito
interpretação conforme a Constituição ao art. 33, §§ 1º e 2º da
do cálculo previsto neste artigo, receita do governo que a transfe-
LDB e ao art. 11, § 1º do acordo Brasil-Santa Sé. Na ação, o PGR
rir.
afirmava que não é permitido que se ofereça ensino religioso
§ 2º Para efeito do cumprimento do disposto no "caput" deste ar-
confessional (vinculado a uma religião específica). Para o autor,
tigo, serão considerados os sistemas de ensino federal, estadual e
o ensino religioso deve ser voltado para a história e a doutrina
municipal e os recursos aplicados na forma do art. 213.
das várias religiões, ensinadas sob uma perspectiva laica e deve
§ 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará priorida-
ser ministrado por professores regulares da rede pública de en-
de ao atendimento das necessidades do ensino obrigatório,
sino, e não por pessoas vinculadas às igrejas. O STF julgou im-
no que se refere a universalização, garantia de padrão de qualida-
procedente a ADI e decidiu que O ENSINO RELIGIOSO NAS ES-
de e equidade, nos termos do plano nacional de educação.
COLAS PÚBLICAS BRASILEIRAS PODE TER NATUREZA CON-
§ 4º Os programas suplementares de alimentação e assistência à
FESSIONAL, OU SEJA, PODE SIM SER VINCULADO A RELIGI-
saúde previstos no art. 208, VII, serão financiados com recursos
ÕES ESPECÍFICAS. A partir da conjugação do binômio Laici-
provenientes de contribuições sociais e outros recursos orçamen-
dade do Estado (art. 19, I) e Liberdade religiosa (art. 5º, VI),
tários.
o Estado deverá assegurar o cumprimento do art. 210, § 1º
§ 5º A educação básica pública terá como fonte adicional de
da CF/88, autorizando na rede pública, em igualdade de
financiamento a contribuição social do salário educação, re-
condições o oferecimento de ensino confessional das diver-
colhida pelas empresas na forma da lei.
sas crenças, mediante requisitos formais previamente fixa-
§ 6º As cotas estaduais e municipais da arrecadação da contribui-
dos pelo Ministério da Educação. Assim, deve ser permitido
ção social do salário educação serão distribuídas proporcional-
aos alunos, que expressa e voluntariamente se matricularem, o
mente ao número de alunos matriculados na educação básica
pleno exercício de seu direito subjetivo ao ensino religioso
nas respectivas redes públicas de ensino.
como disciplina dos horários normais das escolas públicas de
ensino fundamental, ministrada de acordo com os princípios de
sua confissão religiosa, por integrantes da mesma, devidamente SAÚDE EDUCAÇÃO
credenciados a partir de chamamento público e, preferencial- U: 15% U: 18%
mente, sem qualquer ônus para o Poder Público. Dessa forma, o
STF entendeu que a CF/88 não proíbe que sejam oferecidas E/DF/M: 25%
aulas de uma religião específica, que ensine os dogmas ou
valores daquela religião. Não há qualquer problema nisso, Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às escolas pú-
desde que se garanta oportunidade a todas as doutrinas religio- blicas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias, confessi-
sas. STF. Plenário.ADI 4439/DF, rel. orig. Min. Roberto Barroso, onais ou filantrópicas, definidas em lei, que:
red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 27/9/2017 I - comprovem finalidade não-lucrativa e apliquem seus exce-
(Info 879). dentes financeiros em educação;
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br

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DIA 13 / 7

II - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola co- V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagísti-
munitária, filantrópica ou confessional, ou ao Poder Público, no co, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e cien-
caso de encerramento de suas atividades. tífico.
§ 1º - Os recursos de que trata este artigo poderão ser destina- § 1º O Poder Público, com a colaboração da comunidade, pro-
dos a bolsas de estudo para o ensino fundamental e médio, na moverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio
forma da lei, para os que demonstrarem insuficiência de recursos, de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropria-
quando houver falta de vagas e cursos regulares da rede pública ção, e de outras formas de acautelamento e preservação.
na localidade da residência do educando, ficando o Poder Público § 2º Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da
obrigado a investir prioritariamente na expansão de sua rede na documentação governamental e as providências para franquear
localidade. sua consulta a quantos dela necessitem.
§ 2º As atividades de pesquisa, de extensão e de estímulo e fo- § 3º A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conheci-
mento à inovação realizadas por universidades e/ou por institui- mento de bens e valores culturais.
ções de educação profissional e tecnológica poderão receber § 4º Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na
apoio financeiro do Poder Público. forma da lei.
§ 5º Ficam tombados todos os documentos e os sítios deten-
Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de tores de reminiscências históricas dos antigos quilombos.
duração DECENAL, com o objetivo de articular o sistema nacio- § 6º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a fundo
nal de educação em regime de colaboração e definir diretrizes, estadual de fomento à cultura até 0,5% de sua receita tributária
objetivos, metas e estratégias de implementação para assegurar a líquida, para o financiamento de programas e projetos culturais,
manutenção e desenvolvimento do ensino em seus diversos ní- vedada a aplicação desses recursos no pagamento de:
veis, etapas e modalidades por meio de ações integradas dos po- I - despesas com pessoal e encargos sociais;
deres públicos das diferentes esferas federativas que conduzam a: II - serviço da dívida;
I - erradicação do analfabetismo; III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamen-
II - universalização do atendimento escolar; te aos investimentos ou ações apoiados.
III - melhoria da qualidade do ensino;
IV - formação para o trabalho; Art. 216-A. O Sistema Nacional de Cultura, organizado em regi-
V - promoção humanística, científica e tecnológica do País. me de colaboração, de forma descentralizada e participativa,
VI - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos institui um processo de gestão e promoção conjunta de políticas
em educação como proporção do produto interno bruto. públicas de cultura, democráticas e permanentes, pactuadas entre
os entes da Federação e a sociedade, tendo por objetivo promo-
Seção II ver o desenvolvimento humano, social e econômico com ple-
DA CULTURA no exercício dos direitos culturais.
Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos § 1º O Sistema Nacional de Cultura fundamenta-se na política
culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incen- nacional de cultura e nas suas diretrizes, estabelecidas no Plano
tivará a valorização e a difusão das manifestações culturais. Nacional de Cultura, e rege-se pelos seguintes princípios (DICA:
§ 1º O Estado protegerá as manifestações das culturas popula- O Sistema fundamenta-se na Política, que está no Plano):
res, indígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos partici- I - diversidade das expressões culturais;
pantes do processo civilizatório nacional. II - universalização do acesso aos bens e serviços culturais;
2º A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta III - fomento à produção, difusão e circulação de conhecimen-
significação para os diferentes segmentos étnicos nacionais. to e bens culturais;
3º A lei estabelecerá o Plano Nacional de Cultura, de duração IV - cooperação entre os entes federados, os agentes públicos e
plurianual, visando ao desenvolvimento cultural do País e à inte- privados atuantes na área cultural;
gração das ações do poder público que conduzem à: V - integração e interação na execução das políticas, programas,
I defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro; projetos e ações desenvolvidas;
II produção, promoção e difusão de bens culturais; VI - complementaridade nos papéis dos agentes culturais;
III formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura em VII - transversalidade das políticas culturais;
suas múltiplas dimensões; VIII - autonomia dos entes federados e das instituições da so-
IV democratização do acesso aos bens de cultura; ciedade civil;
V valorização da diversidade étnica e regional. IX - transparência e compartilhamento das informações;
X - democratização dos processos decisórios com participação
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de e controle social;
natureza MATERIAL e IMATERIAL, tomados individualmente ou XI - descentralização articulada e pactuada da gestão, dos re-
em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à me- cursos e das ações;
mória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, XII - ampliação progressiva dos recursos contidos nos orçamen-
nos quais se incluem: tos públicos para a cultura.
I - as formas de expressão; § 2º Constitui a estrutura do Sistema Nacional de Cultura, nas res-
II - os modos de criar, fazer e viver; pectivas esferas da Federação:
III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas; I - órgãos gestores da cultura;
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espa- II - conselhos de política cultural;
ços destinados às manifestações artístico-culturais; III - conferências de cultura;
IV - comissões intergestores;
V - planos de cultura;

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DIA 13 / 8

VI - sistemas de financiamento à cultura; Art. 824. As obrigações nulas não são suscetíveis de fiança, ex-
VII - sistemas de informações e indicadores culturais; ceto se a nulidade resultar apenas de incapacidade pessoal do
VIII - programas de formação na área da cultura; e devedor.
IX - sistemas setoriais de cultura. Parágrafo único. A exceção estabelecida neste artigo não abran-
§ 3º Lei federal disporá sobre a regulamentação do Sistema Naci- ge o caso de mútuo feito a menor.
onal de Cultura, bem como de sua articulação com os demais sis-
temas nacionais ou políticas setoriais de governo. Art. 825. Quando alguém houver de oferecer fiador, o credor não
§ 4º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão pode ser obrigado a aceitá-lo se não for pessoa idônea, domi-
seus respectivos sistemas de cultura em leis próprias. ciliada no município onde tenha de prestar a fiança, e não
possua bens suficientes para cumprir a obrigação.
Seção III
DO DESPORTO Art. 826. Se o fiador se tornar insolvente ou incapaz, poderá o cre-
Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas for- dor exigir que seja substituído.
mais e não-formais, como direito de cada um, observados:
I - a autonomia das entidades desportivas dirigentes e associa- Seção II
ções, quanto a sua organização e funcionamento; Dos Efeitos da Fiança
II - a destinação de recursos públicos para a promoção priori- Art. 827. O fiador demandado pelo pagamento da dívida tem di-
tária do desporto educacional e, em casos específicos, para a do reito a exigir, até a contestação da lide, que sejam primeiro
desporto de alto rendimento; executados os bens do devedor.
III - o tratamento diferenciado para o desporto profissional e Parágrafo único. O fiador que alegar o benefício de ordem, a
o não- profissional; que se refere este artigo, deve nomear bens do devedor, sitos
IV - a proteção e o incentivo às manifestações desportivas de no mesmo município, livres e desembargados, quantos bas-
criação nacional. tem para solver o débito.
§ 1º O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina
e às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias Art. 828. Não aproveita este benefício ao fiador:
da justiça desportiva, regulada em lei. I - se ele o renunciou expressamente;
§ 2º A justiça desportiva terá o prazo máximo de 60 dias, con- II - se se obrigou como principal pagador, ou devedor solidá-
tados da instauração do processo, para proferir decisão final. rio;
§ 3º O Poder Público incentivará o lazer, como forma de promo- III - se o devedor for insolvente, ou falido.
ção social.
Art. 829. A fiança conjuntamente prestada a um só débito por
CÓDIGO CIVIL mais de uma pessoa importa o compromisso de solidariedade
entre elas, se declaradamente não se reservarem o benefício de
divisão.
CAPÍTULO XVIII
Parágrafo único. Estipulado benefício de divisão, cada fiador res-
DA FIANÇA
ponde unicamente pela parte que, em proporção, lhe couber no
Seção I
pagamento.
Disposições Gerais
Art. 818. Pelo contrato de fiança, uma pessoa garante satisfazer
Art. 830. Cada fiador pode fixar no contrato a parte da dívida que
ao credor uma obrigação assumida pelo devedor, caso este
toma sob sua responsabilidade, caso em que não será por mais
não a cumpra.
obrigado.
Art. 819. A fiança dar-se-á POR ESCRITO, e NÃO admite INTER-
Art. 831. O fiador que pagar integralmente a dívida fica sub-
PRETAÇÃO EXTENSIVA.
rogado nos direitos do credor; mas só poderá demandar a cada
um dos outros fiadores pela respectiva quota.
Art. 820. Pode-se estipular a fiança, ainda que sem consenti-
Parágrafo único. A parte do fiador insolvente distribuir-se-á pelos
mento do devedor ou contra a sua vontade.
outros.
Art. 821. As dívidas futuras podem ser objeto de fiança; mas o
Art. 832. O devedor responde também perante o fiador por to-
fiador, neste caso, não será demandado senão depois que se
das as perdas e danos que este pagar, e pelos que sofrer em
fizer certa e líquida a obrigação do principal devedor.
razão da fiança.
Art. 822. Não sendo limitada, a fiança compreenderá todos os
Art. 833. O fiador tem direito aos juros do desembolso pela
acessórios da dívida principal, inclusive as despesas judiciais,
taxa estipulada na obrigação principal, e, não havendo taxa con-
DESDE A CITAÇÃO do fiador.
vencionada, aos juros legais da mora.
Art. 823. A fiança pode ser de valor inferior ao da obrigação
Art. 834. Quando o credor, sem justa causa, demorar a execução
principal e contraída em condições menos onerosas, e, quando
iniciada contra o devedor, poderá o fiador promover-lhe o anda-
exceder o valor da dívida, ou for mais onerosa que ela, não
mento.
valerá senão até ao limite da obrigação afiançada.

Art. 835. O fiador poderá exonerar-se da fiança que tiver assi-


nado sem limitação de tempo, sempre que lhe convier, fican-

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DIA 13 / 9

do obrigado por todos os efeitos da fiança, durante 60 dias Ainda que a união estável esteja formalizada por meio de escri-
após a notificação do credor. tura pública, é válida a fiança prestada por um dos conviventes
sem a autorização do outro. STJ. 4ª Turma. REsp 1299866-DF,
Art. 836. A obrigação do fiador PASSA AOS HERDEIROS; mas a Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 25/2/2014 (Info 535).
responsabilidade da fiança se limita ao tempo decorrido até a *Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
morte do fiador, e não pode ultrapassar as forças da herança.
SÚMULA SOBRE FIANÇA
Seção III
Da Extinção da Fiança Súmula 214-STJ: O fiador na locação não responde por obriga-
Art. 837. O fiador pode opor ao credor as exceções que lhe fo- ções resultantes de aditamento ao qual não anuiu.
rem pessoais, e as extintivas da obrigação que competem ao Súmula 268-STJ: O fiador que não integrou a relação processu-
devedor principal, se não provierem simplesmente de incapaci- al na ação de despejo não responde pela execução do julgado.
dade pessoal, salvo o caso do mútuo feito a pessoa menor. Súmula 332-STJ: A fiança prestada sem autorização de um dos
cônjuges IMPLICA A INEFICÁCIA TOTAL DA GARANTIA.
Art. 838. O fiador, AINDA QUE SOLIDÁRIO, ficará desobrigado: OBS: não se aplica no caso de união estável (STJ REsp 1299866/
I - se, sem consentimento seu, o credor conceder moratória ao DF, j. em 25/02/2014).
devedor; Súmula 549-STJ: É válida a penhora de bem de família per-
II - se, por fato do credor, for impossível a sub-rogação nos tencente a fiador de contrato de locação.
seus direitos e preferências; OBS: é legítima a penhora de bem de família pertencente a fia-
III - se o credor, em pagamento da dívida, aceitar amigavel- dor de contrato de locação. Isso porque o art. 3º, VII, da Lei
mente do devedor objeto diverso do que este era obrigado a 8.009/90 afirma que a impenhorabilidade do bem de família não
lhe dar, ainda que depois venha a perdê-lo por evicção. se aplica no caso de dívidas do fiador decorrentes do contrato de
locação. O STF decidiu que esse dispositivo é constitucional e não
Art. 839. Se for invocado o benefício da excussão e o devedor, re- viola o direito à moradia. Principal precedente que deu origem à
tardando-se a execução, cair em insolvência, ficará exonerado o súmula: STJ. 2ª Seção. REsp 1.363.368-MS, Rel. Min. Luis Felipe
fiador que o invocou, se provar que os bens por ele indicados Salomão, julgado em 12/11/2014 (recurso repetitivo) (Info 552).
eram, ao tempo da penhora, suficientes para a solução da
dívida afiançada. JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ
EDIÇÃO N. 101: DA FIANÇA - I
A interrupção do prazo prescricional operada contra o deve-
1) O contrato de fiança deve ser interpretado restritivamente,
dor principal prejudica o fiador. Em regra, o ato interruptivo
de modo que a responsabilidade dos fiadores se resume aos
da prescrição apresenta caráter pessoal e somente aproveitará a
termos do pactuado no ajuste original, com o qual expressa-
quem o promover ou prejudicará aquele contra quem for dirigi-
mente consentiram.
do (persona ad personam non fit interruptio). Isso está previsto
2) Existindo, no contrato de locação, cláusula expressa prevendo
no art. 204 do CC. Exceção a esta regra: interrompida a pres-
que os fiadores respondam pelos débitos locativos até a efetiva
crição contra o devedor afiançado, por via de consequência,
entrega do imóvel, subsiste a fiança no período em que referi-
estará interrompida a prescrição contra o fiador em razão
do contrato foi prorrogado, ressalvada a hipótese de exone-
do princípio da gravitação jurídica (o acessório segue o prin-
ração do encargo.
cipal), nos termos do art. 204, § 3º, do CC: § 3º A interrupção
4) Havendo mais de um locatário, é válida a fiança prestada por
produzida contra o principal devedor prejudica o fiador.
um deles em relação aos demais, o que caracteriza fiança recíp-
A interrupção do prazo prescricional operada contra o fia- roca.
dor não prejudica o devedor afiançado, salvo nas hipóteses 7) A fiança prestada sem autorização de um dos cônjuges impli-
em que os devedores sejam solidários. Como regra, a inter- ca a ineficácia total da garantia (Súmula n. 332/STJ), salvo se o
rupção operada contra o fiador não prejudica o devedor afian- fiador emitir declaração falsa, ocultando seu estado civil de
çado. Isso porque o principal não segue a sorte do acessório. casado.
Existe, no entanto, uma exceção: a interrupção em face do fiador 8) A fiança prestada por fiador convivente em união estável,
poderá, sim, excepcionalmente, acabar prejudicando o devedor sem a outorga uxória do outro companheiro, não é nula,
principal nas hipóteses em que a referida relação for reconheci- nem anulável.
da como de devedores solidários, ou seja, caso o fiador tenha 9) A nulidade da fiança só pode ser demandada pelo cônjuge
renunciado ao benefício ou se obrigue como principal pagador que não a subscreveu ou por seus respectivos herdeiros.
ou devedor solidário. STJ. 4ª Turma.STJ. 4ª Turma. REsp 10) A retirada dos sócios-fiadores, per si, não induz à exonera-
1.276.778-MS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em ção automática da fiança, impondo-se, além da comunicação
28/3/2017 (Info 602). da alteração do quadro societário, a formulação de pedido de
É válida a cláusula que estabelece a prorrogação automática da exoneração das garantias mediante notificação extrajudicial ou
fiança com a renovação do contrato principal, cabendo ao fia- ação judicial própria.
dor, acaso intente a sua exoneração, efetuar, no período de 11) A decretação de falência do locatário, sem a denúncia da lo-
prorrogação contratual, a notificação de que reza o art. 835 do cação, nos termos do art. 119, VII, da Lei n. 11.101/2005, não al-
Código Civil. STJ. 3ª Turma. AgRg no REsp 1541364/SC, Rel. Min. tera a responsabilidade dos fiadores junto ao locador.
Marco Aurélio Bellizze, julgado em 01/09/2015. STJ. 4ª Turma. EDIÇÃO N. 104: DA FIANÇA - II
REsp 1374836-MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 2) Admite-se a substituição da garantia em dinheiro por outro
3/10/2013 (Info 534).

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DIA 13 / 10

bem ou por fiança bancária, na fase de execução ou de cumpri- § 3o Se entre um dos devedores solidários e seu credor, extingue
mento de sentença, em hipóteses excepcionais e desde que não a dívida em relação aos codevedores.
ocasione prejuízo ao exequente.
3) É legal a exigência de prestação de garantia pessoal e de Art. 845. Dada a evicção da coisa renunciada por um dos transi-
comprovação da idoneidade cadastral do estudante e do res- gentes, ou por ele transferida à outra parte, não revive a obriga-
pectivo fiador, para a celebração de contrato de financia- ção extinta pela transação; mas ao evicto cabe o direito de re-
mento estudantil vinculado ao Fundo de Financiamento Es- clamar perdas e danos.
tudantil FIES. Parágrafo único. Se um dos transigentes adquirir, depois da tran-
4) Se o fiador não participou da ação de despejo, a interrup- sação, novo direito sobre a coisa renunciada ou transferida, a
ção da prescrição para a cobrança dos aluguéis e acessórios transação feita não o inibirá de exercê-lo.
não o atinge.
5) A fiança bancária não é equiparável ao depósito integral Art. 846. A transação concernente a obrigações resultantes de
do débito exequendo para fins de suspensão da exigibilida- delito NÃO EXTINGUE A AÇÃO PENAL PÚBLICA.
de do crédito tributário, ante a taxatividade do art. 151 do
CTN e o teor do Enunciado Sumular n. 112 desta Corte. (Tese Art. 847. É admissível, na transação, a pena convencional.
julgada sob o rito do art. 543-C/1973 Tema 378)
6) É possível a expedição de Certidão Positiva com Efeitos de Ne- Art. 848. Sendo nula qualquer das cláusulas da transação, nula
gativa CPEN, desde que a carta de fiança seja suficiente para ga- será esta.
rantir o juízo da execução. Parágrafo único. Quando a transação versar sobre diversos direi-
7) A substituição do depósito em dinheiro por fiança bancária na tos contestados, independentes entre si, o fato de não prevale-
execução fiscal sujeita-se à anuência da Fazenda Pública, ressal- cer em relação a um não prejudicará os demais.
vada a comprovação de necessidade de aplicação do princípio
da menor onerosidade. Art. 849. A transação só se anula por dolo, coação, ou erro es-
8) O levantamento da fiança bancária oferecida como garantia sencial quanto à pessoa ou coisa controversa.
da execução fiscal fica condicionado ao trânsito em julgado da Parágrafo único. A transação não se anula por erro de direito a
respectiva ação. respeito das questões que foram objeto de controvérsia entre as
9) É impossível a substituição da carta-fiança por seguro-garan- partes.
tia com prazo de validade determinado.
10) A falta de citação do fiador para a ação de despejo isenta o Art. 850. É NULA a transação a respeito do litígio decidido por
garante da responsabilidade pelas custas e pelas demais despe- sentença passada em julgado, se dela não tinha ciência algum dos
sas judiciais decorrentes daquele processo, sem, entretanto, de- transatores, ou quando, por título ulteriormente descoberto, se
sobrigá-lo dos encargos decorrentes do contrato de fiança. verificar que nenhum deles tinha direito sobre o objeto da transa-
11) É válida a cláusula do contrato bancário que estabelece a ção.
prorrogação automática da fiança com a renovação do con-
trato principal. CAPÍTULO XX
Do Compromisso
Art. 851. É admitido compromisso, judicial ou extrajudicial,
CAPÍTULO XIX
para resolver litígios entre pessoas que podem contratar.
Da Transação
Art. 840. É lícito aos interessados prevenirem ou terminarem o lití-
Art. 852. É vedado compromisso para solução de questões de
gio mediante concessões mútuas.
estado, de direito pessoal de família e de outras que não te-
nham caráter estritamente patrimonial.
Art. 841. Só quanto a direitos patrimoniais de caráter privado
se permite a transação.
Art. 853. Admite-se nos contratos a cláusula compromissória, para
resolver divergências mediante juízo arbitral, na forma estabeleci-
Art. 842. A transação far-se-á por escritura pública, nas obriga-
da em lei especial.
ções em que a lei o exige, ou por instrumento particular, nas
em que ela o admite; se recair sobre direitos contestados em
juízo, será feita por escritura pública, ou por termo nos autos, DEMAIS SÚMULAS SOBRE CONTRATOS
assinado pelos transigentes e homologado pelo juiz. Súmula 35-STJ: Incide correção monetária sobre as prestações
pagas, quando de sua restituição, em virtude da retirada ou ex-
Art. 843. A transação interpreta-se restritivamente, e por ela clusão do participante de plano de consórcio.
não se transmitem, apenas se declaram ou reconhecem direi- Súmula 538-STJ: As administradoras de consórcio têm liberda-
tos. de para estabelecer a respectiva taxa de administração, ainda
que fixada em percentual superior a 10%.
Art. 844. A transação não aproveita, nem prejudica senão aos Súmula 638-STJ: É abusiva a cláusula contratual que restringe
que nela intervierem, ainda que diga respeito a coisa indivisí- a responsabilidade de instituição financeira pelos danos de-
vel. correntes de roubo, furto ou extravio de bem entregue em
§ 1o Se for concluída entre o credor e o devedor, desobrigará garantia no âmbito de contrato de penhor civil.
o fiador.
§ 2o Se entre um dos credores solidários e o devedor, extingue a
TÍTULO VII
obrigação deste para com os outros credores.
Dos Atos Unilaterais

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DIA 13 / 11

CAPÍTULO I Art. 864. Tanto que se possa, comunicará o gestor ao dono do ne-
Da Promessa de Recompensa gócio a gestão que assumiu, aguardando-lhe a resposta, se da es-
Art. 854. Aquele que, por anúncios públicos, se comprometer a pera não resultar perigo.
recompensar, ou gratificar, a quem preencha certa condição, ou
desempenhe certo serviço, contrai obrigação de cumprir o pro- Art. 865. Enquanto o dono não providenciar, velará o gestor pelo
metido. negócio, até o levar a cabo, esperando, se aquele falecer durante
a gestão, as instruções dos herdeiros, sem se descuidar, entretan-
Art. 855. Quem quer que, nos termos do artigo antecedente, fizer to, das medidas que o caso reclame.
o serviço, ou satisfizer a condição, ainda que não pelo interesse
da promessa, poderá exigir a recompensa estipulada. Art. 866. O gestor envidará toda sua diligência habitual na admi-
nistração do negócio, ressarcindo ao dono o prejuízo resultante
Art. 856. Antes de prestado o serviço ou preenchida a condição, de qualquer culpa na gestão.
pode o promitente revogar a promessa, contanto que o faça com
a mesma publicidade; se houver assinado prazo à execução da Art. 867. Se o gestor se fizer substituir por outrem, responderá
tarefa, entender-se-á que renuncia o arbítrio de retirar, du- pelas faltas do substituto, ainda que seja pessoa idônea, sem
rante ele, a oferta. prejuízo da ação que a ele, ou ao dono do negócio, contra ela
Parágrafo único. O candidato de boa-fé, que houver feito des- possa caber.
pesas, terá direito a reembolso. Parágrafo único. Havendo mais de um gestor, solidária será a
sua responsabilidade.
Art. 857. Se o ato contemplado na promessa for praticado por
mais de um indivíduo, terá direito à recompensa o que primei- Art. 868. O gestor responde pelo caso fortuito quando fizer
ro o executou. operações arriscadas, ainda que o dono costumasse fazê-las,
ou quando preterir interesse deste em proveito de interesses
Art. 858. Sendo simultânea a execução, a cada um tocará qui- seus.
nhão igual na recompensa; se esta não for divisível, conferir-se-á Parágrafo único. Querendo o dono aproveitar-se da gestão, será
por sorteio, e o que obtiver a coisa dará ao outro o valor de seu obrigado a indenizar o gestor das despesas necessárias, que tiver
quinhão. feito, e dos prejuízos, que por motivo da gestão, houver sofrido.

Art. 859. Nos concursos que se abrirem com promessa pública Art. 869. Se o negócio for utilmente administrado, cumprirá ao
de recompensa, é condição essencial, para valerem, a fixação dono as obrigações contraídas em seu nome, reembolsando ao
de um prazo, observadas também as disposições dos parágrafos gestor as despesas necessárias ou úteis que houver feito, com
seguintes. os juros legais, desde o desembolso, respondendo ainda pelos
§ 1o A decisão da pessoa nomeada, nos anúncios, como juiz, obri- prejuízos que este houver sofrido por causa da gestão.
ga os interessados. § 1o A utilidade, ou necessidade, da despesa, apreciar-se-á não
§ 2o Em falta de pessoa designada para julgar o mérito dos traba- pelo resultado obtido, mas segundo as circunstâncias da oca-
lhos que se apresentarem, entender-se-á que o promitente se re- sião em que se fizerem.
servou essa função. § 2o Vigora o disposto neste artigo, ainda quando o gestor, em
§ 3o Se os trabalhos tiverem mérito igual, proceder-se-á de acor- erro quanto ao dono do negócio, der a outra pessoa as contas da
do com os arts. 857 e 858. gestão.

Art. 860. As obras premiadas, nos concursos de que trata o artigo Art. 870. Aplica-se a disposição do artigo antecedente, quando a
antecedente, só ficarão pertencendo ao promitente, se assim for gestão se proponha a acudir a prejuízos iminentes, ou redunde
estipulado na publicação da promessa. em proveito do dono do negócio ou da coisa; mas a indenização
ao gestor não excederá, em importância, as vantagens obti-
CAPÍTULO II das com a gestão.
Da Gestão de Negócios
Art. 861. Aquele que, sem autorização do interessado, intervém Art. 871. Quando alguém, na ausência do indivíduo obrigado a
na gestão de negócio alheio, dirigi-lo-á segundo o interesse e alimentos, por ele os prestar a quem se devem, poder-lhes-á
a vontade presumível de seu dono, ficando responsável a este e reaver do devedor a importância, AINDA QUE ESTE NÃO RA-
às pessoas com que tratar. TIFIQUE O ATO.

Art. 862. Se a gestão foi iniciada contra a vontade manifesta ou Art. 872. Nas despesas do enterro, proporcionadas aos usos locais
presumível do interessado, responderá o gestor até pelos casos e à condição do falecido, feitas por terceiro, podem ser cobradas
fortuitos, não provando que teriam sobrevindo, ainda quando da pessoa que teria a obrigação de alimentar a que veio a falecer ,
se houvesse abatido. ainda mesmo que esta não tenha deixado bens.
Parágrafo único. Cessa o disposto neste artigo e no antecedente,
Art. 863. No caso do artigo antecedente, se os prejuízos da gestão em se provando que o gestor fez essas despesas com o simples
excederem o seu proveito, poderá o dono do negócio exigir que intento de bem-fazer.
o gestor restitua as coisas ao estado anterior, ou o indenize da di-
ferença. Art. 873. A ratificação pura e simples do dono do negócio re-
troage ao dia do começo da gestão, e produz todos os efeitos
do mandato.

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DIA 13 / 12

Parágrafo único. Se o enriquecimento tiver por objeto coisa de-


Art. 874. Se o dono do negócio, ou da coisa, desaprovar a gestão, terminada, quem a recebeu é obrigado a restituí-la, e, se a
considerando-a contrária aos seus interesses, vigorará o disposto coisa não mais subsistir, a restituição se fará pelo valor do
nos arts. 862 e 863, salvo o estabelecido nos arts. 869 e 870. bem na época em que foi exigido.

Art. 875. Se os negócios alheios forem conexos ao do gestor, de JDC35 A expressão “se enriquecer à custa de outrem” do art.
tal arte que se não possam gerir separadamente, haver-se-á o 884 do novo Código Civil não significa, necessariamente, que
gestor por sócio daquele cujos interesses agenciar de envolta deverá haver empobrecimento.
com os seus. JDC188 A existência de negócio jurídico válido e eficaz é,
Parágrafo único. No caso deste artigo, aquele em cujo benefício em regra, uma justa causa para o enriquecimento.
interveio o gestor só é obrigado na razão das vantagens que lo- JDC42 A transação, sem a participação do advogado credor dos
grar. honorários, é ineficaz quanto aos honorários de sucumbência
definidos no julgado.
CAPÍTULO III JDC620 A obrigação de restituir o LUCRO DA INTERVENÇÃO ,
Do Pagamento Indevido entendido como a vantagem patrimonial auferida a partir
Art. 876. Todo aquele que recebeu o que lhe não era devido fica da exploração não autorizada de bem ou direito alheio ,
obrigado a restituir; obrigação que incumbe àquele que rece- FUNDAMENTA-SE NA VEDAÇÃO DO ENRIQUECIMENTO
be dívida condicional antes de cumprida a condição. SEM CAUSA.

Art. 877. Àquele que voluntariamente pagou o indevido incum-


Art. 885. A restituição é devida, não só quando não tenha havido
be a prova de tê-lo feito por erro.
causa que justifique o enriquecimento, mas também se esta dei-
xou de existir.
Art. 878. Aos frutos, acessões, benfeitorias e deteriorações sobre-
vindas à coisa dada em pagamento indevido, aplica-se o disposto
Art. 886. Não caberá a restituição por enriquecimento, se a lei
neste Código sobre o possuidor de boa-fé ou de má-fé, conforme
conferir ao lesado outros meios para se ressarcir do prejuízo
o caso.
sofrido.

Art. 879. Se aquele que indevidamente recebeu um imóvel o ti-


ver alienado em boa-fé, por título oneroso, responde somente JDC36 O art. 886 do novo Código Civil não exclui o direito à
pela quantia recebida; mas, se agiu de má-fé, além do valor do restituição do que foi objeto de enriquecimento sem causa nos
imóvel, responde por perdas e danos. casos em que os meios alternativos conferidos ao lesado en-
Parágrafo único. Se o imóvel foi alienado por título gratuito, ou contram obstáculos de fato
se, alienado por título oneroso, o terceiro adquirente agiu de
má-fé, cabe ao que pagou por erro o direito de reivindicação. TÍTULO VIII
Dos Títulos de Crédito
Art. 880. Fica isento de restituir pagamento indevido aquele PRINCÍPIOS
que, recebendo-o como parte de dívida verdadeira, inutilizou
o título, deixou prescrever a pretensão ou abriu mão das ga- O direito de crédito mencionado na cár-
rantias que asseguravam seu direito; mas aquele que pagou tula não existe sem ela, não pode ser
dispõe de ação regressiva contra o verdadeiro devedor e seu transmitido sem a sua tradição e não
fiador. CARTULARIDADE pode ser exigido sem a sua apresenta-
ção.
Art. 881. Se o pagamento indevido tiver consistido no desem- DESMATERIALIZAÇÃO OU LIQUEFAÇÃO
penho de obrigação de fazer ou para eximir-se da obrigação DOS TÍTULOS DE CRÉDITO: crescente cri-
de não fazer, aquele que recebeu a prestação fica na obriga- ação de títulos de crédito magnéticos.
ção de indenizar o que a cumpriu, na medida do lucro obtido. Só terá validade para o direito cambiário,
LITERALIDADE aquilo que está literalmente escrito no tí-
Art. 882. Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida tulo.
prescrita, ou cumprir obrigação judicialmente inexigível.
As relações jurídico cambiais são autôno-
Art. 883. Não terá direito à repetição aquele que deu alguma mas e independentes entre si.
coisa para obter fim ilícito, imoral, ou proibido por lei. Subprincípios:
Parágrafo único. No caso deste artigo, o que se deu reverterá AUTONOMIA -Abstração: com a circulação, o título se
em favor de estabelecimento local de beneficência, a critério desvincula da relação que lhe deu origem.
do juiz. - Inoponibilidade das exceções pessoais
ao terceiro de boa fé: para o credor pri-
CAPÍTULO IV mitivo é possível apresentar a exceção
Do Enriquecimento Sem Causa pessoal, mas não pode para o terceiro de
Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de boa fé.
outrem, será obrigado a restituir o indevidamente auferido,
feita a atualização dos valores monetários. São aqueles criados por uma legisla-
TÍTULOS DE CRÉDITOS ção específica, que os regulamenta.

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DIA 13 / 13

TÍPICOS Exs: letra de câmbio, nota promissória, de quaisquer formalidades, além da entrega do título devidamen-
(NOMINADOS) cheque, duplicata, cédulas e notas de te quitado.
crédito.
Art. 895. Enquanto o título de crédito estiver em circulação, só
São aqueles criados pela vontade dos ele poderá ser dado em garantia, ou ser objeto de medidas
próprios particulares, segundo seus judiciais, e não, separadamente, os direitos ou mercadorias
TÍTULOS DE CRÉDITOS interesses. Isso é permitido, desde que representa.
ATÍPICOS que não violem as regras do Código
(INOMINADOS) Civil. Como não são regulados por Art. 896. O título de crédito não pode ser reivindicado do porta-
uma legislação específica, devem obe- dor que o adquiriu de boa-fé e na conformidade das normas que
decer as normas do Código Civil que disciplinam a sua circulação.
tratam sobre títulos de crédito.
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br Art. 897. O pagamento de título de crédito, que contenha obri-
gação de pagar soma determinada, pode ser garantido por aval.
CAPÍTULO I Parágrafo único. É VEDADO o AVAL PARCIAL.
Disposições Gerais
Art. 887. O título de crédito, documento necessário ao exercício Art. 898. O aval deve ser dado no verso ou no anverso do pró-
do direito literal e autônomo nele contido, somente produz efei- prio título.
to quando preencha os requisitos da lei. § 1o Para a validade do aval, dado no anverso do título, é sufici-
ente a simples assinatura do avalista.
Art. 888. A omissão de qualquer requisito legal, que tire ao es- § 2o Considera-se não escrito o aval cancelado.
crito a sua validade como título de crédito, não implica a invali-
dade do negócio jurídico que lhe deu origem. Art. 899. O avalista equipara-se àquele cujo nome indicar; na falta
de indicação, ao emitente ou devedor final.
Art. 889. Deve o título de crédito conter a data da emissão, a indi - § 1° Pagando o título, tem o avalista ação de regresso contra o
cação precisa dos direitos que confere, e a assinatura do emiten- seu avalizado e demais coobrigados anteriores.
te. § 2o Subsiste a responsabilidade do avalista, ainda que nula a
§ 1o É à vista o título de crédito que não contenha indicação obrigação daquele a quem se equipara, a menos que a nulidade
de vencimento. decorra de vício de forma.
§ 2o Considera-se lugar de emissão e de pagamento, quando
não indicado no título, o domicílio do emitente. Art. 900. O aval posterior ao vencimento produz os mesmos efei-
§ 3o O título poderá ser emitido a partir dos caracteres criados em tos do anteriormente dado.
computador ou meio técnico equivalente e que constem da escri-
turação do emitente, observados os requisitos mínimos previstos Art. 901. Fica validamente desonerado o devedor que paga título
neste artigo. de crédito ao legítimo portador, no vencimento, sem oposição,
salvo se agiu de má-fé.
Art. 890. Consideram-se NÃO ESCRITAS no título a cláusula de Parágrafo único. Pagando, pode o devedor exigir do credor, além
juros, a proibitiva de endosso, a excludente de responsabili- da entrega do título, quitação regular.
dade pelo pagamento ou por despesas, a que dispense a ob-
servância de termos e formalidade prescritas, e a que, além Art. 902. Não é o credor obrigado a receber o pagamento antes
dos limites fixados em lei, exclua ou restrinja direitos e obri- do vencimento do título, e aquele que o paga, antes do venci-
gações. mento, fica responsável pela validade do pagamento.
§ 1o No vencimento, não pode o credor recusar pagamento,
Art. 891. O título de crédito, incompleto ao tempo da emissão, ainda que parcial.
deve ser preenchido de conformidade com os ajustes realizados. § 2o No caso de pagamento parcial, em que se não opera a tradi-
Parágrafo único. O descumprimento dos ajustes previstos neste ção do título, além da quitação em separado, outra deverá ser fir-
artigo pelos que deles participaram, não constitui motivo de opo- mada no próprio título.
sição ao terceiro portador, salvo se este, ao adquirir o título, tiver
agido de má-fé. Art. 903. Salvo disposição diversa em lei especial, regem-se os tí-
tulos de crédito pelo disposto neste Código.
Art. 892. Aquele que, sem ter poderes, ou excedendo os que tem,
lança a sua assinatura em título de crédito, como mandatário ou CAPÍTULO II
representante de outrem, fica pessoalmente obrigado, e, pagan- Do Título ao Portador
do o título, tem ele os mesmos direitos que teria o suposto man - Art. 904. A transferência de título ao portador se faz por simples
dante ou representado. tradição.

Art. 893. A transferência do título de crédito implica a de todos Art. 905. O possuidor de título ao portador tem direito à presta-
os direitos que lhe são inerentes. ção nele indicada, mediante a sua simples apresentação ao deve-
dor.
Art. 894. O portador de título representativo de mercadoria tem o Parágrafo único. A prestação é devida ainda que o título tenha
direito de transferi-lo, de conformidade com as normas que regu- entrado em circulação contra a vontade do emitente.
lam a sua circulação, ou de receber aquela independentemente

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DIA 13 / 14

Art. 906. O devedor só poderá opor ao portador exceção fundada Art. 916. As exceções, fundadas em relação do devedor com os
em direito pessoal, ou em nulidade de sua obrigação. portadores precedentes, somente poderão ser por ele opostas ao
portador, se este, ao adquirir o título, tiver agido de má-fé.
Art. 907. É NULO o título ao portador emitido sem autorização de
lei especial. Art. 917. A cláusula constitutiva de mandato, lançada no endosso,
confere ao endossatário o exercício dos direitos inerentes ao títu-
Art. 908. O possuidor de título dilacerado, porém identificável, lo, salvo restrição expressamente estatuída.
tem direito a obter do emitente a substituição do anterior, medi- § 1o O endossatário de endosso-mandato só pode endossar no-
ante a restituição do primeiro e o pagamento das despesas. vamente o título na qualidade de procurador, com os mesmos
poderes que recebeu.
Art. 909. O proprietário, que perder ou extraviar título, ou for in- § 2o Com a morte ou a superveniente incapacidade do endos-
justamente desapossado dele, poderá obter novo título em juízo, sante, NÃO PERDE EFICÁCIA o endosso-mandato.
bem como impedir sejam pagos a outrem capital e rendimentos. § 3o Pode o devedor opor ao endossatário de endosso-mandato
Parágrafo único. O pagamento, feito antes de ter ciência da ação somente as exceções que tiver contra o endossante.
referida neste artigo, exonera o devedor, salvo se se provar que
ele tinha conhecimento do fato. Art. 918. A cláusula constitutiva de penhor, lançada no endosso,
confere ao endossatário o exercício dos direitos inerentes ao títu-
CAPÍTULO III lo.
Do Título À Ordem § 1o O endossatário de endosso-penhor só pode endossar no-
Art. 910. O endosso deve ser lançado pelo endossante no verso vamente o título na qualidade de procurador.
ou anverso do próprio título. § 2o Não pode o devedor opor ao endossatário de endosso-
§ 1o Pode o endossante designar o endossatário, e para validade penhor as exceções que tinha contra o endossante, salvo se
do endosso, dado no verso do título, é suficiente a simples as- aquele tiver agido de má-fé.
sinatura do endossante.
§ 2o A transferência por endosso completa-se com a tradição Art. 919. A aquisição de título à ordem, por meio diverso do en-
do título. dosso, tem efeito de cessão civil.
§ 3o Considera-se não escrito o endosso cancelado, total ou
parcialmente. Art. 920. O endosso posterior ao vencimento produz os mesmos
efeitos do anterior.
Art. 911. Considera-se legítimo possuidor o portador do título à
ordem com série regular e ininterrupta de endossos, ainda que o CAPÍTULO IV
último seja em branco. Do Título Nominativo
Parágrafo único. Aquele que paga o título está obrigado a verifi- Art. 921. É título nominativo o emitido em favor de pessoa cujo
car a regularidade da série de endossos, mas não a autentici- nome conste no registro do emitente.
dade das assinaturas.
Art. 922. Transfere-se o título nominativo mediante termo, em
Art. 912. Considera-se não escrita no endosso qualquer condi- registro do emitente, assinado pelo proprietário e pelo adquiren-
ção a que o subordine o endossante. te.
Parágrafo único. É NULO o ENDOSSO PARCIAL.
Art. 923. O título nominativo também pode ser transferido por
Art. 913. O endossatário de endosso em branco pode mudá-lo endosso que contenha o nome do endossatário.
para endosso em preto, completando-o com o seu nome ou de § 1o A transferência mediante endosso só tem eficácia perante
terceiro; pode endossar novamente o título, em branco ou em o emitente, uma vez feita a competente averbação em seu re-
preto; ou pode transferi-lo sem novo endosso. gistro, podendo o emitente exigir do endossatário que comprove
a autenticidade da assinatura do endossante.
Art. 914. Ressalvada cláusula expressa em contrário, constante do § 2o O endossatário, legitimado por série regular e ininterrupta de
endosso, não responde o endossante pelo cumprimento da pres- endossos, tem o direito de obter a averbação no registro do emi-
tação constante do título. tente, comprovada a autenticidade das assinaturas de todos os
§ 1o Assumindo responsabilidade pelo pagamento, o endossante endossantes.
se torna devedor solidário. § 3o Caso o título original contenha o nome do primitivo proprie-
§ 2o Pagando o título, tem o endossante ação de regresso contra tário, tem direito o adquirente a obter do emitente novo título,
os coobrigados anteriores. em seu nome, devendo a emissão do novo título constar no re-
gistro do emitente.
Art. 915. O devedor, além das exceções fundadas nas relações
pessoais que tiver com o portador, só poderá opor a este as exce- Art. 924. Ressalvada proibição legal, pode o título nominativo ser
ções relativas à forma do título e ao seu conteúdo literal, à falsi- transformado à ordem ou ao portador, a pedido do proprietário e
dade da própria assinatura, a defeito de capacidade ou de repre- à sua custa.
sentação no momento da subscrição, e à falta de requisito neces-
sário ao exercício da ação. Art. 925. Fica desonerado de responsabilidade o emitente que de
boa-fé fizer a transferência pelos modos indicados nos artigos an-
tecedentes.

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DIA 13 / 15

Art. 926. Qualquer negócio ou medida judicial, que tenha por ob- 3) As duplicatas virtuais possuem força executiva, desde que
jeto o título, só produz efeito perante o emitente ou terceiros, acompanhadas dos instrumentos de protesto por indicação e
uma vez feita a competente averbação no registro do emiten- dos comprovantes de entrega da mercadoria e da prestação
te. do serviço.
4) O devedor do título crédito não pode opor contra o
SÚMULAS SOBRE TÍTULOS DE CRÉDITO endossatário as exceções pessoais que possuía em face do
credor originário, limitando-se tal defesa aos aspectos formais
STF
e materiais do título, salvo na hipótese de má-fé.
Súmula 189-STF: Avais em branco e superpostos consideram- 5) O devedor pode alegar contra a empresa de factoring as
se simultâneos e não sucessivos exceções pessoais originalmente oponíveis contra o emitente do
Súmula 387-STF: A cambial emitida ou aceita com omissões, ou título.
em branco, pode ser completada pelo credor de boa-fé antes da 8) O avalista não responde por dívida estabelecida em título
cobrança ou do protesto. de crédito prescrito, salvo se comprovado que auferiu
Súmula 600-STF: Cabe ação executiva contra o emitente e seus benefício com a dívida.
avalistas, ainda que não apresentado o cheque ao sacado no 9) É válido o aval prestado por pessoa física nas cédulas de
prazo legal, desde que não prescrita a ação cambiária. crédito rural, pois a vedação contida no § 3º do art. 60 do
Decreto-Lei n. 167/67 não alcança o referido título, sendo
STJ
aplicável apenas às notas promissórias e duplicatas rurais.
Súmula 16-STJ: A legislação ordinária sobre crédito rural não 10) A autonomia do aval não se confunde com a abstração
veda a incidência da correção monetária. do título de crédito e, portanto, independe de sua circulação.
Súmula 26-STJ: O avalista do título de crédito vinculado a con- 11) É indevido o protesto de título de crédito prescrito.
trato de mútuo também responde pelas obrigações pactuadas, 14) O protesto indevido de título enseja indenização por
quando no contrato figurar como devedor solidário. dano moral que se configura in re ipsa.
Súmula 60-STJ: É nula a obrigação cambial assumida por pro- 15) A prescrição da pretensão executória de título cambial
curador do mutuário vinculado ao mutuante, no exclusivo inte- não enseja o cancelamento automático de anterior protesto
resse deste. regularmente lavrado e registrado.
Súmula 93-STJ: A legislação sobre cédulas de crédito rural, co- 16) Incumbe ao devedor providenciar o cancelamento do
mercial e industrial admite o pacto de capitalização de juros. protesto após a quitação da dívida, salvo pactuação expressa em
Súmula 299-STJ: É admissível a ação monitória fundada em contrário. (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/73 -
cheque prescrito. Tema 725)
Súmula 370-STJ: Caracteriza dano moral a apresentação an- 17) A vinculação da nota promissória a um contrato retira-
tecipada de cheque pré-datado. lhe a autonomia de título cambial, mas não a sua
Súmula 475-STJ: Responde pelos danos decorrentes de pro- executoriedade, desde que a avença seja liquida, certa e
testo indevido o endossatário que recebe por endosso trans- exigível.
lativo título de crédito contendo vício formal extrínseco ou
EDIÇÃO N. 62: CHEQUE
intrínseco, ficando ressalvado seu direito de regresso contra os
1) Os prazos de apresentação e de prescrição (arts. 33 e 59 da
endossantes e avalistas.
Lei n. 7.357/85) nos cheques pós-datados possuem como termo
Súmula 476-STJ: O endossatário de título de crédito por en-
inicial de contagem a data consignada no espaço reservado para
dosso-mandato só responde por danos decorrentes de pro-
a emissão da cártula. (Tese julgada sob o rito do art. 1.036 do
testo indevido se extrapolar os poderes de mandatário.
CPC/2015 - Tema 945)
Súmula 503-STJ: O prazo para ajuizamento de ação monitória
4) A relação jurídica subjacente ao cheque (causa debendi)
em face do emitente de CHEQUE sem força executiva é quin-
poderá ser discutida nos casos em que não houver a
quenal, a contar do DIA SEGUINTE À DATA DE EMISSÃO es-
circulação do título.
tampada na cártula.
5) O negócio jurídico subjacente à emissão do cheque pode
Súmula 504-STJ: O prazo para ajuizamento de ação monitória
ser discutido em sede de embargos monitórios.
em face do emitente de NOTA PROMISSÓRIA sem força execu-
6) A investigação da causa debendi é admitida nas hipóteses em
tiva é quinquenal, a contar do DIA SEGUINTE AO VENCIMEN-
que o cheque é dado como garantia, bem como nos casos em
TO do título.
que o negócio jurídico subjacente for constituído em flagrante
Súmula 531-STJ: Em ação monitória fundada em cheque pres-
desrespeito à ordem jurídica.
crito ajuizada contra o emitente, é dispensável a menção ao
7) A ação de locupletamento ilícito (art. 61 da Lei n.
negócio jurídico subjacente à emissão da cártula.
7.357/1985) não exige comprovação da causa debendi e
deve ser proposta no prazo de até dois anos contados do fim
JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ do prazo prescricional da execução do cheque.
8) A ação de cobrança prevista no artigo 62 da Lei n. 7357/85
EDIÇÃO N. 56: TÍTULOS DE CRÉDITO
está fundamentada na relação jurídica subjacente ao cheque,
1) Os títulos de crédito com força executiva podem ser
sendo imprescindível a comprovação da causa debendi.
cobrados por meio de processo de conhecimento, execução
9) O foro competente para a execução do cheque é o local do
ou ação monitória.
pagamento - lugar onde se situa a agência bancária em que
2) O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do
o emitente mantém sua conta corrente - sendo irrelevantes
devedor principal do título de crédito prescrito é quinquenal
os locais de domicílio do autor e do réu.
nos termos do art. 206, § 5º, I, do Código Civil,
10) O banco sacado não responde pela emissão de cheques
independetemente da relação jurídica fundamental.

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DIA 13 / 16

sem fundos que geram prejuízos a terceiros. prejudicial incidental se limita à existência, inexistência ou
11) É indevida a inscrição do nome do cotitular de conta modo de ser de situação jurídica, e à autenticidade ou falsi-
bancária conjunta nos órgãos de proteção ao crédito se este não dade de documento
emitiu o cheque sem provisão de fundos. FPPC438. (art. 503, §1º) É desnecessário que a resolução ex-
12) A instituição financeira é responsável pelos danos pressa da questão prejudicial incidental esteja no dispositi-
resultantes de extravio de talonários de cheques utilizados vo da decisão para ter aptidão de fazer coisa julgada.
fraudulentamente por terceiros. FPPC439. (art. 503, §§ 1º e 2º) Nas causas contra a Fazenda Pú-
13) O estabelecimento bancário não está obrigado a verificar blica, além do preenchimento dos pressupostos previstos no
a autenticidade das assinaturas dos endossantes, mas tem o art. 503, §§ 1º e 2º, a coisa julgada sobre a questão prejudicial
dever de atestar a regularidade formal da cadeia de incidental depende de remessa necessária, quando for o
endossos. caso.
14) O protesto de cheque pode ser efetuado após o prazo de FPPC638. (arts.503, §1º, 506 e 115, I) A formação de coisa julga-
apresentação, desde que não escoado o lapso prescricional da da sobre questão prejudicial incidental, cuja resolução como
pretensão executória dirigida contra o emitente (protesto principal exigiria a formação de litisconsórcio necessário
facultativo). unitário, pressupõe contraditório efetivo por todos os legi-
15) A pretensão executiva do cheque dirigida contra os timados, observada a parte final do art. 506.
endossantes deve ser precedida de protesto realizado dentro do
prazo de apresentação (protesto obrigatório). Art. 504. Não fazem coisa julgada:
19) É razoável o valor da compensação por danos morais fixado I - os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance
em até 50 salários mínimos para a hipótese de devolução da parte dispositiva da sentença;
indevida de cheque. II - a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sen-
20) Os juros moratórios decorrentes de dívidas representadas tença.
em cheque devem ser fixados a partir da data da primeira apre-
sentação do título para pagamento, independentemente da co- Art. 505. Nenhum juiz decidirá novamente as questões já decidi-
brança ter sido buscada por meio de ação monitória. das relativas à mesma lide, salvo:
I - se, tratando-se de relação jurídica de trato continuado, sobre-
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL veio modificação no estado de fato ou de direito, caso em que
poderá a parte pedir a revisão do que foi estatuído na sentença;
II - nos demais casos prescritos em lei.
Seção V
Da Coisa Julgada
Art. 506. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é
Art. 502. Denomina-se coisa julgada material a autoridade que
dada, não prejudicando terceiros.
torna imutável e indiscutível a decisão de mérito não mais su-
jeita a recurso.
JDPC36 O disposto no art. 506 do CPC não permite que se inclu-
am, dentre os beneficiados pela coisa julgada, litigantes de ou-
FPPC436. (arts. 502 e 506) Preenchidos os demais pressupostos,
tras demandas em que se discuta a mesma tese jurídica.
a decisão interlocutória e a decisão unipessoal (monocrática)
são suscetíveis de fazer coisa julgada
Art. 507. É vedado à parte discutir no curso do processo as ques-
tões já decididas a cujo respeito se operou a preclusão.
Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito
tem força de lei nos limites da questão principal expressa-
Art. 508. Transitada em julgado a decisão de mérito, conside-
mente decidida.
rar-se-ão deduzidas e repelidas todas as alegações e as defe-
§ 1o O disposto no caput APLICA-SE À RESOLUÇÃO DE QUES-
sas que a parte poderia opor tanto ao acolhimento quanto à
TÃO PREJUDICIAL, decidida expressa e incidentemente no
rejeição do pedido.
processo, se:
I - dessa resolução depender o julgamento do mérito;
CAPÍTULO XIV
II - a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo,
DA LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA
NÃO SE APLICANDO NO CASO DE REVELIA;
Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quan-
III - o juízo tiver competência em razão da matéria e da pes-
tia ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do
soa para resolvê-la como questão principal.
credor ou do devedor:
§ 2o A hipótese do § 1o não se aplica se no processo houver res-
I - por ARBITRAMENTO, quando determinado pela sentença,
trições probatórias ou limitações à cognição que impeçam o
convencionado pelas partes ou exigido pela natureza do objeto
aprofundamento da análise da questão prejudicial.
da liquidação;
II - pelo PROCEDIMENTO COMUM, quando houver necessidade
FPPC165. (art. 503, §§1º e 2º) A análise de questão prejudicial de alegar e provar fato novo.
incidental, desde que preencha os pressupostos dos parágrafos § 1o Quando na sentença houver uma parte líquida e outra
do art. 503, está sujeita à coisa julgada, independentemente ilíquida, ao credor é lícito promover simultaneamente a execu-
de provocação específica para o seu reconhecimento ção daquela (líquida) e, EM AUTOS APARTADOS, a liquidação
FPPC313. (art. 503, §§1º e §2º) São cumulativos os pressupos- desta (ilíquida).
tos previstos nos §1º e seus incisos, observado o §2º do art. 503.
FPPC437. (arts. 503, § 1º, 19) A coisa julgada sobre a questão

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DIA 13 / 17

§ 2o Quando a apuração do valor depender apenas de cálculo Art. 514. Quando o juiz decidir relação jurídica sujeita a condição
aritmético, o credor poderá promover, desde logo, o cumpri- ou termo, o cumprimento da sentença dependerá de demonstra-
mento da sentença. ção de que se realizou a condição ou de que ocorreu o termo.
§ 3o O CNJ desenvolverá e colocará à disposição dos interessados
programa de atualização financeira. Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-
§ 4o Na liquidação é VEDADO discutir de novo a lide ou modifi- se-á de acordo com os artigos previstos neste Título:
car a sentença que a julgou. I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a
exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não
Art. 510. Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes fazer ou de entregar coisa;
para a apresentação de pareceres ou documentos elucidativos, no II - a decisão homologatória de autocomposição judicial;
prazo que fixar, e, caso não possa decidir de plano, nomeará peri- III - a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de
to, observando-se, no que couber, o procedimento da prova peri- qualquer natureza;
cial. IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação
ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular
Art. 511. Na liquidação pelo procedimento comum, o juiz de- ou universal;
terminará a intimação do requerido, na pessoa de seu advogado V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumen-
ou da sociedade de advogados a que estiver vinculado, para, que- tos ou honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial;
rendo, apresentar contestação no prazo de 15 dias, obser- VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado;
vando-se, a seguir, no que couber, o disposto no Livro I da Parte VII - a sentença arbitral;
Especial deste Código. VIII - a sentença estrangeira homologada pelo STJ;
IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do
Art. 512. A liquidação poderá ser realizada na pendência de exequatur à carta rogatória pelo STJ;
recurso, processando-se em autos apartados no juízo de ori- § 1o Nos casos dos incisos VI a IX, o devedor será citado no juízo
gem, cumprindo ao liquidante instruir o pedido com cópias das cível para o cumprimento da sentença ou para a liquidação no
peças processuais pertinentes. prazo de 15 dias.
§ 2o A autocomposição judicial pode envolver sujeito estranho
TÍTULO II ao processo e versar sobre relação jurídica que não tenha sido
DO CUMPRIMENTO DA SENTENÇA deduzida em juízo.
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS FPPC527. (art. 515, inc. V; art. 784, inc. X e XI) Os créditos referi -
Art. 513. O cumprimento da sentença será feito segundo as re- dos no art. 515, inc. V, e no art. 784, inc. X e XI do CPC-2015
gras deste Título, observando-se, no que couber e conforme a na- constituídos ao tempo do CPC-1973 são passíveis de execução
tureza da obrigação, o disposto no Livro II da Parte Especial deste de título judicial e extrajudicial, respectivamente.
Código. JDPC85 Na execução de título extrajudicial ou judicial (art. 515, §
§ 1o O cumprimento da sentença que reconhece o DEVER DE 1º, do CPC) é cabível a citação postal.
PAGAR QUANTIA, provisório ou definitivo, far-se-á a requeri- JDPC87 O acordo de reparação de danos feito durante a sus-
mento do exequente. pensão condicional do processo, desde que devidamente
§ 2o O devedor será intimado para cumprir a sentença: homologado por sentença, é título executivo judicial.
I - pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu advogado constituí-
do nos autos;
Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante:
II - por carta com aviso de recebimento, quando representado
I - os tribunais, nas causas de sua competência originária;
pela Defensoria Pública ou quando não tiver procurador
II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição;
constituído nos autos, ressalvada a hipótese do inciso IV;
III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal
III - por meio eletrônico, quando, no caso do § 1o do art. 246,
condenatória, de sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de
não tiver procurador constituído nos autos
acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo.
IV - por edital, quando, citado na forma do art. 256, tiver sido re-
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente
vel na fase de conhecimento.
poderá optar pelo juízo do atual domicílio do executado, pelo juí-
§ 3o Na hipótese do § 2o, incisos II e III, considera-se realizada a in-
zo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução ou
timação quando o devedor houver mudado de endereço sem
pelo juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer
prévia comunicação ao juízo, observado o disposto no parágrafo
ou de não fazer, casos em que a remessa dos autos do processo
único do art. 274.
será solicitada ao juízo de origem.
§ 4o Se o requerimento a que alude o § 1o for formulado após 1
ano do trânsito em julgado da sentença, a intimação será fei-
ta na pessoa do devedor, por meio de carta com aviso de re- FPPC440. (arts. 516, III e 515, IX). O art. 516, III e o seu parágrafo
cebimento encaminhada ao endereço constante dos autos, único aplicam-se à execução de decisão interlocutória es-
observado o disposto no parágrafo único do art. 274 e no § 3 o trangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória.
deste artigo.
§ 5o O cumprimento da sentença NÃO PODERÁ ser promovido Art. 517. A decisão judicial transitada em julgado PODERÁ
em face do fiador, do coobrigado ou do corresponsável que não SER LEVADA A PROTESTO, nos termos da lei, depois de trans-
tiver participado da fase de conhecimento. corrido o prazo para pagamento voluntário previsto no art.
523.

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DIA 13 / 18

§ 1o Para efetivar o protesto, incumbe ao exequente apresentar § 5o Ao cumprimento provisório de sentença que reconheça obri-
certidão de teor da decisão. gação de fazer, de não fazer ou de dar coisa aplica-se, no que
§ 2o A certidão de teor da decisão deverá ser fornecida no prazo couber, o disposto neste Capítulo.
de 3 dias e indicará o nome e a qualificação do exequente e do
executado, o número do processo, o valor da dívida e a data de FPPC528. (art. 520, §2º; art. 523, §1º) No cumprimento provisório
decurso do prazo para pagamento voluntário. de sentença por quantia certa iniciado na vigência do CPC-1973,
§ 3o O executado que tiver proposto ação rescisória para im- sem garantia da execução, deve o juiz, após o início de vigência
pugnar a decisão exequenda pode requerer, a suas expensas e do CPC-2015 e a requerimento do exequente, intimar o executa-
sob sua responsabilidade, a anotação da propositura da ação do nos termos dos arts. 520, §2º, 523, §1º e 525, caput.
à margem do título protestado. JDPC88 A caução prevista no inc. IV do art. 520 do CPC não
§ 4o A requerimento do executado, o protesto será cancelado pode ser exigida em cumprimento definitivo de sentença.
por determinação do juiz, mediante ofício a ser expedido ao car- Considera-se como tal o cumprimento de sentença transitada
tório, no prazo de 3 dias, contado da data de protocolo do re- em julgado no processo que deu origem ao crédito executado,
querimento, desde que comprovada a satisfação integral da ainda que sobre ela penda impugnação destituída de efeito sus-
obrigação. pensivo.
CJF 136: A caução exigível em cumprimento provisório de
Art. 518. TODAS as questões relativas à validade do procedimen- sentença poderá ser dispensada se o julgado a ser cumprido
to de cumprimento da sentença e dos atos executivos subse- estiver em consonância com tese firmada em IAC
quentes poderão ser arguidas pelo executado nos próprios au-
tos e nestes serão decididas pelo juiz.
Art. 521. A CAUÇÃO prevista no inciso IV do art. 520 PODERÁ
SER DISPENSADA nos casos em que:
Art. 519. Aplicam-se as disposições relativas ao cumprimento da
I - o crédito for de natureza alimentar, independentemente de
sentença, provisório ou definitivo, e à liquidação, no que couber,
sua origem;
às decisões que concederem tutela provisória.
II - o credor demonstrar situação de necessidade;
III – pender o agravo do art. 1.042;
CAPÍTULO II
IV - a sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em
DO CUMPRIMENTO PROVISÓRIO DA SENTENÇA QUE RECO-
consonância com súmula da jurisprudência do STF ou do STJ
NHECE A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA
ou em conformidade com acórdão proferido no julgamento
CERTA
de casos repetitivos.
Art. 520. O cumprimento provisório da sentença impugnada por
Parágrafo único. A exigência de caução será mantida quando
recurso desprovido de efeito suspensivo será realizado da mes-
da dispensa possa resultar manifesto risco de grave dano de
ma forma que o cumprimento definitivo, sujeitando-se ao se-
difícil ou incerta reparação.
guinte regime:
I - corre por iniciativa e responsabilidade do exequente, que
Art. 522. O cumprimento provisório da sentença será requerido
se obriga, se a sentença for reformada, a reparar os danos que
por petição dirigida ao juízo competente.
o executado haja sofrido;
Parágrafo único. Não sendo eletrônicos os autos, a petição será
II - fica sem efeito, sobrevindo decisão que modifique ou anu-
acompanhada de cópias das seguintes peças do processo, cuja
le a sentença objeto da execução, restituindo-se as partes ao
autenticidade poderá ser certificada pelo próprio advogado,
estado anterior e liquidando-se eventuais prejuízos nos mesmos
sob sua responsabilidade pessoal:
autos;
I - decisão exequenda;
III - se a sentença objeto de cumprimento provisório for modifica-
II - certidão de interposição do recurso não dotado de efeito sus-
da ou anulada apenas em parte, somente nesta ficará sem efeito a
pensivo;
execução;
III - procurações outorgadas pelas partes;
IV - o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos
IV - decisão de habilitação, se for o caso;
que importem transferência de posse ou alienação de proprieda-
V - facultativamente, outras peças processuais consideradas ne-
de ou de outro direito real, ou dos quais possa resultar grave
cessárias para demonstrar a existência do crédito.
dano ao executado, dependem de caução suficiente e idônea,
arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos.
CAPÍTULO III
§ 1o No cumprimento provisório da sentença, o executado po-
DO CUMPRIMENTO DEFINITIVO DA SENTENÇA QUE RECONHE-
derá apresentar impugnação, se quiser, nos termos do art. 525.
CE A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE
§ 2o A multa e os honorários a que se refere o § 1 o do art. 523
PAGAR QUANTIA CERTA
são devidos no cumprimento provisório de sentença conde-
Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixa-
natória ao pagamento de quantia certa.
da em liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontro-
§ 3o Se o executado comparecer tempestivamente e depositar o
versa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a reque-
valor, com a finalidade de isentar-se da multa, o ato não será ha-
rimento do exequente, sendo o executado intimado para pa-
vido como incompatível com o recurso por ele interposto.
gar o débito, no prazo de 15 dias, acrescido de custas, se hou-
§ 4o A restituição ao estado anterior a que se refere o inciso II não
ver.
implica o desfazimento da transferência de posse ou da alie-
§ 1o Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo de 15
nação de propriedade ou de outro direito real eventualmente
dias, o débito será acrescido de multa de 10% e, também, de
já realizada, ressalvado, sempre, o direito à reparação dos prejuí-
honorários de advogado de 10%.
zos causados ao executado.

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DIA 13 / 19

§ 2o Efetuado o pagamento parcial no prazo de 15 dias, a multa I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o
e os honorários previstos no § 1o incidirão sobre o restante. processo correu à revelia;
§ 3o Não efetuado tempestivamente o pagamento voluntário, II - ilegitimidade de parte;
será expedido, desde logo, mandado de penhora e avaliação, III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
seguindo-se os atos de expropriação. IV - penhora incorreta ou avaliação errônea;
V - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;
FPPC529. (art. 523; art. 133; art. 134; art. 828; art. 799) As averba- VI - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;
ções previstas nos arts. 799, IX e 828 são aplicáveis ao cumpri- VII - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como
mento de sentença. pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, des-
JDPC Conta-se em dias úteis o prazo do caput do art. 523 do de que supervenientes à sentença.
CPC. § 2o A alegação de impedimento ou suspeição observará o dis-
JDPC92 A intimação prevista no caput do art. 523 do CPC deve posto nos arts. 146 e 148.
contemplar, expressamente, o prazo sucessivo para impug- § 3o Aplica-se à impugnação o disposto no art. 229 (prazo em do-
nar o cumprimento de sentença. bro para litisconsortes com procuradores diferentes).
§ 4o Quando o executado alegar que o exequente, em excesso de
execução, pleiteia quantia superior à resultante da sentença,
Art. 524. O requerimento previsto no art. 523 será instruído com
cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor que entende correto,
demonstrativo discriminado e atualizado do crédito, devendo a
apresentando demonstrativo discriminado e atualizado de seu
petição conter:
cálculo.
I - o nome completo, o número de inscrição no Cadastro de Pes-
§ 5o Na hipótese do § 4o, não apontado o valor correto ou não
soas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do exe-
apresentado o demonstrativo, a impugnação será liminarmente
quente e do executado, observado o disposto no art. 319, §§ 1 o a
rejeitada, se o excesso de execução for o seu único funda-
3o ;
mento, ou, se houver outro, a impugnação será processada, mas
II - o índice de correção monetária adotado;
o juiz não examinará a alegação de excesso de execução.
III - os juros aplicados e as respectivas taxas;
§ 6o A apresentação de impugnação NÃO IMPEDE a prática
IV - o termo inicial e o termo final dos juros e da correção mo-
dos atos executivos, inclusive os de expropriação, podendo o
netária utilizados;
juiz, a requerimento do executado e DESDE QUE GARANTIDO
V - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso;
O JUÍZO com penhora, caução ou depósito suficientes, atribuir-
VI - especificação dos eventuais descontos obrigatórios realiza-
lhe efeito suspensivo, se seus fundamentos forem relevantes e
dos;
se o prosseguimento da execução for manifestamente suscetível
VII - indicação dos bens passíveis de penhora, sempre que
de causar ao executado grave dano de difícil ou incerta repara-
possível.
ção.
§ 1o Quando o valor apontado no demonstrativo aparentemente
§ 7o A concessão de efeito suspensivo a que se refere o § 6 o
exceder os limites da condenação, a execução será iniciada pelo
NÃO IMPEDIRÁ a efetivação dos atos de substituição, de re-
valor pretendido, mas a penhora terá por base a importância
forço ou de redução da penhora e de avaliação dos bens
que o juiz entender adequada.
§ 8o Quando o efeito suspensivo atribuído à impugnação disser
§ 2o Para a verificação dos cálculos, o juiz poderá valer-se de con-
respeito apenas a parte do objeto da execução, esta prosseguirá
tabilista do juízo, que terá o prazo máximo de 30 dias para efe-
quanto à parte restante.
tuá-la, exceto se outro lhe for determinado.
§ 9o A concessão de efeito suspensivo à impugnação deduzida
§ 3o Quando a elaboração do demonstrativo depender de dados
por um dos executados não suspenderá a execução contra os
em poder de terceiros ou do executado, o juiz poderá requisitá-
que não impugnaram, quando o respectivo fundamento disser
los, sob cominação do crime de desobediência.
respeito exclusivamente ao impugnante.
§ 4o Quando a complementação do demonstrativo depender de
§ 10. Ainda que atribuído efeito suspensivo à impugnação, é
dados adicionais em poder do executado, o juiz poderá, a reque-
lícito ao exequente requerer o prosseguimento da execução,
rimento do exequente, requisitá-los, fixando prazo de até 30 dias
oferecendo e prestando, nos próprios autos, caução suficiente e
para o cumprimento da diligência.
idônea a ser arbitrada pelo juiz.
§ 5o Se os dados adicionais a que se refere o § 4 o não forem apre-
§ 11. As questões relativas a fato superveniente ao término do
sentados pelo executado, sem justificativa, no prazo designado,
prazo para apresentação da impugnação, assim como aquelas re-
reputar-se-ão corretos os cálculos apresentados pelo exequente
lativas à validade e à adequação da penhora, da avaliação e dos
apenas com base nos dados de que dispõe.
atos executivos subsequentes, podem ser arguidas por simples
petição, tendo o executado, em qualquer dos casos, o prazo de
JDPC91 Interpreta-se o art. 524 do CPC e seus parágrafos no 15 dias para formular esta arguição, contado da comprovada
sentido de permitir que a parte patrocinada pela Defensoria ciência do fato ou da intimação do ato.
Pública continue a valer-se da contadoria judicial para ela- § 12. Para efeito do disposto no inciso III do § 1 o deste artigo,
borar cálculos para execução ou cumprimento de sentença. CONSIDERA-SE também INEXIGÍVEL a obrigação reconhecida
em título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo
Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 (15 dias) sem considerado inconstitucional pelo STF, ou fundado em aplica-
o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 dias para que ção ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo STF
o executado, INDEPENDENTEMENTE de penhora ou nova inti- como incompatível com a Constituição Federal, em controle de
mação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação. constitucionalidade concentrado ou difuso.
§ 1o Na impugnação, o executado poderá alegar: § 13. No caso do § 12, os efeitos da decisão do STF poderão
ser modulados no tempo, em atenção à segurança jurídica.

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DIA 13 / 20

§ 14. A decisão do STF referida no § 12 DEVE SER ANTERIOR ao


trânsito em julgado da decisão exequenda. Art. 527. Aplicam-se as disposições deste Capítulo ao cumpri-
§ 15. Se a decisão referida no § 12 for proferida APÓS o trânsi- mento provisório da sentença, no que couber.
to em julgado da decisão exequenda, caberá ação rescisória,
cujo prazo será CONTADO DO TRÂNSITO EM JULGADO DA CÓDIGO PENAL
DECISÃO PROFERIDA PELO STF.
TÍTULO XI
FPPC56. (art. 525, § 1º, VII) É cabível alegação de causa modifica- DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
tiva ou extintiva da obrigação na impugnação de executado,
desde que tenha ocorrido após o início do julgamento da apela-
CRIME FUNCIONAL CRIME FUNCIONAL
ção, e, uma vez alegada pela parte, tenha o tribunal superior se
PRÓPRIO IMPRÓPRIO
recusado ou omitido de apreciá-la.
FPPC57. (art. 525, § 1º, VII; art. 535, VI) A prescrição prevista nos A ausência da condição de A ausência da condição de
arts. 525, § 1º, VII e 535, VI, é exclusivamente da pretensão servidor público torna o fato servidor público faz com que o
executiva. atípico (atipicidade absoluta) crime deixe de ser funcional e
FPPC58. (Art. 525, §§ 12 e 13; Art. 535, §§ 5º e 6º) As decisões de passe a ser incriminado por
inconstitucionalidade a que se referem os art. 525, §§ 12 e 13 e outro tipo penal incriminador
art. 535 §§ 5º e 6º devem ser proferidas pelo plenário do STF. (atipicidade relativa)
JDPC94 Aplica-se o procedimento do art. 920 do CPC à impug-
nação ao cumprimento de sentença, com possibilidade de rejei-
SÚMULA SOBRE CRIMES CONTRA
ção liminar nas hipóteses dos arts. 525, § 5º, e 918 do CPC.
A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
JDPC95 O juiz, antes de rejeitar liminarmente a impugnação
ao cumprimento de sentença (art. 525, § 5º, do CPC), deve Súmula 599-STJ: O princípio da insignificância É INAPLICÁVEL
intimar o impugnante para sanar eventual vício, em obser- aos crimes contra a administração pública
vância ao dever processual de cooperação (art. 6º do CPC). EXCEÇÃO: A jurisprudência é pacífica em admitir a aplicação do
FPPC176. (art. 525, § 13) Compete exclusivamente ao STF mo- princípio da insignificância ao crime de descaminho (art. 334
dular os efeitos da decisão prevista no § 13 do art. 525. do CP), que, topograficamente, está inserido no Título XI do
FPPC531. (art. 525, §§ 6º e 11) É possível, presentes os pressu- Código Penal, que trata sobre os crimes contra a Administração
postos do § 6º do art. 525, a concessão de efeito suspensivo Pública.
à simples petição em que se alega fato superveniente ao De acordo com o STJ, “a insignificância nos crimes de descami-
término do prazo de oferecimento da impugnação ao cum- nho tem colorido próprio, diante das disposições trazidas na Lei
primento de sentença. n. 10.522/2002”, o que não ocorre com outros delitos, como o
FPPC530. (art. 525). Após a entrada em vigor do CPC-2015, o peculato etc. (AgRg no REsp 1346879/SC, Rel. Min. Marco Auré-
juiz deve intimar o executado para apresentar impugnação ao lio Bellizze, julgado em 26/11/2013).
cumprimento de sentença, em 15 dias, ainda que sem depósito, OBS: No STF, há julgados admitindo a aplicação do princípio
penhora ou caução, caso tenha transcorrido o prazo para cum- mesmo em outras hipóteses além do descaminho, como foi o
primento espontâneo da obrigação na vigência do CPC-1973 e caso do HC 107370, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em
não tenha àquele tempo garantido o juízo. 26/04/2011 e do HC 112388, Rel. p/ Acórdão Min. Cezar Peluso,
FPPC586. (arts.525; 774, parágrafo único; 771; 918) O ofereci- julgado em 21/08/2012. Segundo o entendimento que preva-
mento de impugnação manifestamente protelatória é ato lece no STF, a prática de crime contra a Administração Públi-
ATENTATÓRIO À DIGNIDADE DA JUSTIÇA que enseja a aplica- ca, por si só, não inviabiliza a aplicação do princípio da in-
ção da multa prevista no parágrafo único do art. 774 do CPC. significância, devendo haver uma análise do caso concreto
JDPC90 Conta-se em dobro o prazo do art. 525 do CPC nos para se examinar se incide ou não o referido postulado.
casos em que o devedor é assistido pela Defensoria Pública.
JDPC93 Da decisão que julga a impugnação ao cumprimento de CAPÍTULO I
sentença cabe apelação, se extinguir o processo, ou agravo DOS CRIMES PRATICADOS
de instrumento, se não o fizer. POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
Art. 526. É lícito ao réu, antes de ser intimado para o cumpri- Peculato
mento da sentença, comparecer em juízo e oferecer em paga- Art. 312 - APROPRIAR-SE o funcionário público de dinheiro,
mento o valor que entender devido, apresentando memória dis- valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de
criminada do cálculo. que tem a posse em razão do cargo, ou DESVIÁ-LO, em provei-
§ 1o O autor será ouvido no prazo de 5 dias, podendo impugnar to próprio ou alheio:
o valor depositado, sem prejuízo do levantamento do depósito a Pena - reclusão, de 2 a 12 anos, e multa.
título de parcela incontroversa. § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, em-
§ 2o Concluindo o juiz pela insuficiência do depósito, sobre a di- bora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o SUBTRAI,
ferença incidirão multa de 10% e honorários advocatícios, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou
também fixados em 10%, seguindo-se a execução com penhora e alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a quali-
atos subsequentes. dade de funcionário.
§ 3o Se o autor não se opuser, o juiz declarará satisfeita a obriga- Peculato culposo
ção e extinguirá o processo. § 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime
de outrem:

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DIA 13 / 21

Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano. Parágrafo único. As penas são aumentadas de 1/3 até 1/2
§ 3º - No caso de peculato culposo, a reparação do dano, se da modificação ou alteração resulta dano para a Administra-
se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se ção Pública ou para o administrado.
lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.
Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento
REPARAÇÃO DO DANO NO PECULATO CULPOSO Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de
que tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo,
ANTES DA SENTENÇA APÓS A SENTENÇA total ou parcialmente:
Extingue a punibilidade Reduz a pena de metade Pena - reclusão, de 1 a 4 anos, se o fato não constitui crime
mais grave.
Peculato mediante erro de outrem
Emprego irregular de verbas ou rendas públicas
Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade
Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diver-
que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem:
sa da estabelecida em lei:
Pena - reclusão, de 1 a 4 anos, e multa.
Pena - detenção, de 1 a 3 meses, ou multa.
Inserção de dados falsos em sistema de informações
Concussão
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a
Art. 316 - EXIGIR, para si ou para outrem, direta ou indireta-
inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados
mente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em
corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Ad-
razão dela, VANTAGEM INDEVIDA:
ministração Pública com o fim de obter vantagem indevida
Pena - reclusão, de 2 a 12 anos, e multa. (LEI 13964/19)
para si ou para outrem ou para causar dano:
Pena – reclusão, de 2 a 12 anos, e multa.
PENA NO CRIME DE CONCUSSÃO
PECULATO ANTES DA LEI 13964/19 DEPOIS DA LEI 13964/19
PECULATO-APROPRIAÇÃO: tem a posse do Reclusão, de 2 a 8 anos, e Reclusão, de 2 a 12 anos, e
bem em virtude do cargo e passa a agir como multa multa
dono.
PRÓPRIO Novatio legis in pejus (não
PECULATO-DESVIO: tem a posse do bem em retroage)
virtude do cargo e o desvia em proveito
próprio ou de terceiro.
Excesso de exação
PECULATO-FURTO: não tem a posse do bem, § 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social
IMPRÓPRIO mas se vale das facilidades do cargo para que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, empre-
subtrair ou concorrer para subtração. ga na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não auto-
riza:
O agente não observa seu dever de cuidado,
Pena - reclusão, de 3 a 8 anos, e multa.
concorrendo para que outrem subtraia, desvie
ou se aproprie do bem. Exigência de taxa ilegal ou inexistente configura concussão.
CULPOSO É infração de menor potencial ofensivo, § 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de
admitindo transação penal e suspensão outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres
condicional do processo. públicos:
Se o agente reparar o dano até a sentença Pena - reclusão, de 2 a 12 anos, e multa.
irrecorrível, extingue a punibilidade; se após
isso, reduz a pena pela metade. A obtenção de lucro fácil e a cobiça constituem elementares
Apropria-se de dinheiro ou qualquer utilidade dos tipos de concussão e corrupção passiva (arts. 316 e 317
ESTELIONATO que, no exercício do cargo, recebeu por erro de do CP), sendo indevido utilizá-las para aumentar a pena-base
outrem. alegando que os “motivos do crime” (circunstância judicial do
art. 59 do CP) seriam desfavoráveis. STJ. 3ª Seção.EDv nos EREsp
O funcionário insere ou facilita a inserção de 1196136-RO, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em
dados falsos, altera ou exclui indevidamente 24/5/2017 (Info 608).
ELETRÔNICO dados corretos nos sistemas informatizados
ou banco de dados da Administração Pública, Em caso de condenação do réu por concussão, na dosimetria
com o fim de obter vantagem indevida para si da pena o juiz pode (e deve) aumentar a pena-base pelo
ou para outrem ou para causar dano. fato de o réu ser policial. Para cometer o crime, basta ser funci-
onário público, mas o grau de reprovabilidade do réu é maior,
tendo em vista que se trata de policial, agente público responsá-
Modificação ou alteração não autorizada de sistema de in-
vel pelo combate à criminalidade. Assim, não é possível nivelar a
formações
concussão de um funcionário público comum com a de um poli-
Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de
cial, de um parlamentar, de um juiz etc. Aquele que está investi-
informações ou programa de informática sem autorização ou soli-
do de parcela de autoridade pública — como é o caso de um
citação de autoridade competente:
juiz, um membro do Ministério Público ou uma autoridade poli-
Pena – detenção, de 3 meses a 2 anos, e multa.

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DIA 13 / 22

cial — deve ser avaliado, no desempenho da sua função, com O agente viola o dever funcional para satisfa-
maior rigor do que as demais pessoas não ocupantes de tais PREVARICAÇÃO zer interesse ou sentimento pessoal, de
cargos. STF. 2ª Turma. RHC 117488 AgR/RJ, Rel. Min. Gilmar modo que não envolve um terceiro corruptor
Mendes, julgado em 1º/10/2013 (Info 722). STF. 1ª Turma. HC
132990/PE, rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o acórdão Min. Edson Facilitação de contrabando ou descaminho
Fachin, julgado em 16/8/2016 (Info 835). Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática
No crime de concussão, a situação de flagrante delito confi- de contrabando ou descaminho (art. 334):
gura-se no momento da exigência da vantagem indevida (e Pena - reclusão, de 3 a 8 anos, e multa.
não no instante da entrega). Isso porque a CONCUSSÃO É CRI-
ME FORMAL, que se consuma com a exigência da vantagem in- Prevaricação
devida. Assim, a entrega da vantagem indevida representa Art. 319 - RETARDAR ou DEIXAR de praticar, indevidamen-
mero exaurimento do crime que já se consumou anteriormente. te, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei,
STJ. 5ª Turma. HC 266460-ES, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fon- para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
seca, julgado em 11/6/2015 (Info 564). Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano, e multa.
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente
Corrupção passiva público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a apa-
Art. 317 - SOLICITAR ou RECEBER, para si ou para outrem, relho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunica-
direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de as- ção com outros presos ou com o ambiente externo:
sumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou ACEITAR pro- Pena: detenção, de 3 meses a 1 ano.
messa de tal vantagem:
Pena – reclusão, de 2 a 12 anos, e multa. Condescendência criminosa
§ 1º - A pena é aumentada de 1/3, se, em consequência da Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de res-
vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de ponsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do
praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao co-
funcional. nhecimento da autoridade competente:
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retar- Pena - detenção, de 15 dias a 1 mês, ou multa.
da ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pe-
dido ou influência de outrem: Advocacia administrativa
Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano, ou multa. Art. 321 - PATROCINAR, direta ou indiretamente, interes-
se privado perante a administração pública, valendo-se da
qualidade de funcionário:
O crime de corrupção passiva consuma-se ainda que a solici-
Pena - detenção, de 1 a 3 meses, ou multa.
tação ou recebimento de vantagem indevida, ou a aceitação
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo:
da promessa de tal vantagem, esteja relacionada com atos
Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano, além da multa.
que formalmente não se inserem nas atribuições do funcio-
nário público, mas que, em razão da função pública, materi-
almente implicam alguma forma de facilitação da prática da PATROCINAR, direta ou indiretamente,
conduta almejada. interesse privado perante a administra-
Ao contrário do que ocorre no crime de corrupção ativa, o tipo ADVOCACIA ção pública, valendo-se da qualidade de
penal de corrupção passiva não exige a comprovação de que ADMINISTRATIVA funcionário
a vantagem indevida solicitada, recebida ou aceita pelo fun- Crime praticado por funcionário público
cionário público esteja causalmente vinculada à prática, contra a administração em geral
omissão ou retardamento de “ato de ofício”. SOLICITAR, EXIGIR, COBRAR ou OBTER,
A expressão “ato de ofício” aparece apenas no caput do art. 333 TRÁFICO DE para si ou para outrem, vantagem ou pro-
do CP, como um elemento normativo do tipo de corrupção ati- INFLUÊNCIA messa de vantagem, a pretexto de influir
va, e não no caput do art 317 do CP, como um elemento norma- em ato praticado por funcionário públi-
tivo do tipo de corrupção passiva. Ao contrário, no que se refere co no exercício da função
a este último delito, a expressão “ato de ofício” figura apenas na Crime praticado por particular contra a ad-
majorante do art 317, § 1.º, do CP e na modalidade privilegiada ministração em geral
do § 2.º do mesmo dispositivo. STJ. 6ª Turma. REsp 1745410-SP,
Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Rel. Acd. Min. Laurita Vaz, julgado SOLICITAR ou RECEBER dinheiro ou qual-
em 02/10/2018 (Info 635). quer outra utilidade, a pretexto de influir
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br EXPLORAÇÃO DE em juiz, jurado, órgão do Ministério Pú-
PRESTÍGIO blico, funcionário de justiça, perito, tra-
CONCUSSÃO Funcionário público exige vantagem indevi- dutor, intérprete ou testemunha
da. Crime contra a administração da justiça

CORRUPÇÃO Funcionário público solicita, recebe ou acei-


Violência arbitrária
PASSIVA ta vantagem indevida.
Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a pre-
CORRUPÇÃO Particular oferece ou promete vantagem in- texto de exercê-la:
ATIVA devida a funcionário público.

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Pena - detenção, de 6 meses a 3 anos, além da pena corres - Médico de hospital particular credenciado/conveniado ao
pondente à violência. SUS (após a Lei 9.983/2000) STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp
1101423/RS, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em
Abandono de função 06/11/2012.
Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permiti -
dos em lei: Estagiário de órgão ou entidade públicos STJ. 6ª Turma. REsp
Pena - detenção, de 15 dias a 1 mês, ou multa. 1303748/AC, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em
§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público: 25/06/2012.
Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano, e multa. *Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de
fronteira: CAPÍTULO II
Pena - detenção, de 1 a 3 anos, e multa. DOS CRIMES PRATICADOS POR
PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado Usurpação de função pública
Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de sa- Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública:
tisfeitas as exigências legais, ou continuar a exercê-la, sem autori- Pena - detenção, de 3 meses a 2 anos, e multa.
zação, depois de saber oficialmente que foi exonerado, removido, Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem:
substituído ou suspenso: Pena - reclusão, de 2 a 5 anos, e multa.
Pena - detenção, de 15 dias a 1 mês, ou multa.
Resistência
Violação de sigilo funcional Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violên-
Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo cia ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a
e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação: quem lhe esteja prestando auxílio:
Pena - detenção, de 6 meses a 2 anos, ou multa, se o fato Pena - detenção, de 2 meses a 2 anos.
não constitui crime mais grave. § 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa:
§ 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: Pena - reclusão, de 1 a 3 anos.
I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e § 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das
empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pes- correspondentes à violência.
soas não autorizadas a sistemas de informações ou banco de da-
dos da Administração Pública; Desobediência
II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário públi-
§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pú- co:
blica ou a outrem: Pena - detenção, de 15 dias a 6 meses, e multa.
Pena – reclusão, de 2 a 6 anos, e multa.
Desacato
Violação do sigilo de proposta de concorrência Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da fun-
Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência pú- ção ou em razão dela:
blica, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo: Pena - detenção, de 6 meses a 2 anos, ou multa.
Pena - Detenção, de 3 meses a 1 ano, e multa.
O crime de desacato é compatível com a Constituição Federal
Funcionário público e com o Pacto de São José da Costa Rica. A figura penal do
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efei- desacato não tolhe o direito à liberdade de expressão, não reti-
tos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remunera- rando da cidadania o direito à livre manifestação, desde que
ção, exerce cargo, emprego ou função pública. exercida nos limites de marcos civilizatórios bem definidos, pu-
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce car- nindo-se os excessos. STF. 2ª Turma.HC 141949/DF, Rel. Min. Gil-
go, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem tra- mar Mendes, julgado em 13/3/2018 (Info 894).
balha para empresa prestadora de serviço contratada ou con- Desacatar funcionário público no exercício da função ou em ra-
veniada para a execução de atividade típica da Administração zão dela continua a ser crime, conforme previsto no art. 331 do
Pública. Código Penal. STJ. 3ª Seção. HC 379.269-MS, Rel. Min. Reynaldo
§ 2º - A pena será aumentada de 1/3 quando os autores Soares da Fonseca, Rel. para acórdão Min. Antônio Saldanha Pa-
dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos lheiro, julgado em 24/5/2017 (Info 607).
em comissão ou de função de direção ou assessoramento de
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
órgão da administração direta, sociedade de economia mista, em-
presa pública ou fundação instituída pelo poder público. Tráfico de Influência
Art. 332 - SOLICITAR, EXIGIR, COBRAR ou OBTER, para si
Diretor de organização social STF. 1ª Turma. HC 138484/DF, ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto
Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 11/9/2018 (Info 915). de influir em ato praticado por funcionário público no exercí-
cio da função:
Administrador de Loteria STJ. 5ª Turma. AREsp 679.651/RJ, Rel.
Pena - reclusão, de 2 a 5 anos, e multa.
Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 11/09/2018.
Parágrafo único - A pena é aumentada da metade (1/2), se
Advogados dativos STJ. 5ª Turma. HC 264.459-SP, Rel. Min. o agente alega ou insinua que a vantagem é também destinada
Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 10/3/2016 (Info 579). ao funcionário.

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DIA 13 / 24

do em conta sua natureza formal.


Corrupção ativa STF. 1ª Turma. HC 121798/BA, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado
Art. 333 - OFERECER ou PROMETER vantagem indevida a em 29/5/2018 (Info 904).
funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou re- *Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
tardar ato de ofício:
Pena – reclusão, de 2 a 12 anos, e multa. Contrabando
Parágrafo único - A pena é aumentada de 1/3, se, em razão Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida
da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato Pena - reclusão, de 2 a 5 anos.
de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional. § 1o Incorre na mesma pena quem:
I - pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando;
Descaminho II - importa ou exporta clandestinamente mercadoria que de-
Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito penda de registro, análise ou autorização de órgão público
ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de competente;
mercadoria III - reinsere no território nacional mercadoria brasileira destinada
Pena - reclusão, de 1 a 4 anos. à exportação;
§ 1o Incorre na mesma pena quem: IV - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qual-
I - pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos quer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de
em lei; atividade comercial ou industrial, mercadoria proibida pela lei
II - pratica fato assimilado, em lei especial, a descaminho; brasileira;
III - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer V - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no
forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de ativi- exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria proibi-
dade comercial ou industrial, mercadoria de procedência es- da pela lei brasileira.
trangeira que introduziu clandestinamente no País ou impor- § 2º - Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos des-
tou fraudulentamente ou que sabe ser produto de introdução te artigo, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino de
clandestina no território nacional ou de importação fraudu- mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em residências.
lenta por parte de outrem; § 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de contrabando é
IV - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no praticado em transporte aéreo, marítimo ou fluvial.
exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de
procedência estrangeira, desacompanhada de documentação
SÚMULAS SOBRE CONTRABANDO/DESCAMINHO
legal ou acompanhada de documentos que sabe serem falsos.
§ 2o Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste Súmula 151-STJ: A competência para o processo e julgamento
artigo, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino de por crime de contrabando ou descaminho define-se pela pre-
mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em residências. venção do juízo federal do lugar da apreensão dos bens
§ 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de descaminho é pra-
ticado em transporte aéreo, marítimo ou fluvial.
CONTRABANDO DESCAMINHO

Compete à Justiça Federal a condução do inquérito que inves- Tipificado no art. 334-A do CP. Tipificado no art. 334 do CP.
tiga o cometimento do delito previsto no art. 334, § 1º, IV, do
Consiste em “importar ou Consiste em “iludir, no todo
Código Penal, na hipótese de venda de mercadoria estrangeira,
exportar mercadoria proibida”. ou em parte, o pagamento de
permitida pela ANVISA, desacompanhada de nota fiscal e sem
direito ou imposto devido
comprovação de pagamento de imposto de importação. STJ.
pela entrada, pela saída ou
Plenário. CC 159680-MG, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca,
pelo consumo de mercadoria”
julgado em 08/08/2018 (Info 631).
Corresponde à conduta de Corresponde à entrada ou à
Compete à Justiça Federal o julgamento dos crimes de contra-
importar ou exportar saída de produtos
bando e de descaminho, ainda que inexistentes indícios de
mercadoria PROIBIDA. PERMITIDOS, todavia elidindo
transnacionalidade na conduta.
Obs: essa proibição pode ser o pagamento do imposto
STJ. 3ª Seção. CC 160748-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, jul-
absoluta ou relativa. devido.
gado em 26/09/2018 (Info 635).
É a fraude utilizada para iludir
O descaminho é crime tributário FORMAL. Logo, para que o pagamento de impostos
seja proposta ação penal por descaminho não é necessária a relacionados com a
prévia constituição definitiva do crédito tributário. importação ou exportação de
Não se aplica a Súmula Vinculante 24 do STF. produtos.
O crime se consuma com a simples conduta de iludir o Estado
NÃO é uma espécie de crime É uma espécie de crime
quanto ao pagamento dos tributos devidos quando da importa-
tributário. tributário.
ção ou exportação de mercadorias. STJ. 6ª Turma. REsp
1.343.463-BA, Rel. para acórdão Min. Rogerio Schietti Cruz, jul- Bem jurídico: a moralidade Bem jurídico protegido:
gado em 20/3/2014 (Info 548). STF. 2ª Turma. HC 122325, Rel. administrativa, a saúde e a interesse do Estado na
Min. Gilmar Mendes, julgado em 27/05/2014. segurança pública. O bem arrecadação dos tributos.
É dispensada a existência de procedimento administrativo juridicamente tutelado vai além Além disso, alguns autores
fiscal com a posterior constituição do crédito tributário para do mero valor pecuniário do apontam que este crime
a configuração do crime de descaminho (art. 334 do CP), ten- imposto elidido, alcançando também protege o controle

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DIA 13 / 25

também o interesse estatal de estatal das importações e das na forma definida em lei ou regulamento, ANTES DO INÍCIO
impedir a entrada e a exportações. DA AÇÃO FISCAL.
comercialização de produtos § 2o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar
proibidos em território nacional. somente a de multa se o agente for primário e de bons antece-
dentes, desde que:
É INAPLICÁVEL o princípio da APLICA-SE o princípio da II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios,
insignificância. insignificância se o valor do seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social,
Exceção: contrabando de tributo cujo pagamento foi administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento
pequena quantidade de iludido não superar R$ 20 mil de suas execuções fiscais.
medicamento para uso próprio (posição majoritária). § 3o Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de
(STJ EDcl no AgRg no REsp pagamento mensal não ultrapassa R$ 1.510,00 reais, o juiz po-
1708371/PR). derá reduzir a pena de 1/3 até 1/2 ou aplicar apenas a de multa.
§ 4o O valor a que se refere o parágrafo anterior será reajus-
NÃO admite suspensão Admite suspensão condicional
tado nas mesmas datas e nos mesmos índices do reajuste dos be-
condicional do processo (a do processo (a pena é de 1 a 4
nefícios da previdência social.
pena é de 2 a 5 anos). anos).
*CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Competência da Justiça Federal. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponí-
vel em:
58ee2794cc87707943624dc8db2ff5a0>
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/
CÓDIGO PROCESSO PENAL

Impedimento, perturbação ou fraude de concorrência


CAPÍTULO X
Art. 335 - Impedir, perturbar ou fraudar concorrência pública
DO HABEAS CORPUS E SEU PROCESSO
ou venda em hasta pública, promovida pela administração fede-
Art. 647. Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém so-
ral, estadual ou municipal, ou por entidade paraestatal; afastar ou
frer ou se achar na iminência de sofrer violência ou coação
procurar afastar concorrente ou licitante, por meio de violência,
ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punição
grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem:
disciplinar.
Pena - detenção, de 6 meses a 2 anos, ou multa, além da
pena correspondente à violência.
Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal:
Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem se abstém
I - quando não houver justa causa;
de concorrer ou licitar, em razão da vantagem oferecida.
II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que
determina a lei;
Inutilização de edital ou de sinal
III - quando quem ordenar a coação não tiver competên-
Art. 336 - Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou cons-
cia para fazê-lo;
purcar edital afixado por ordem de funcionário público; violar ou
IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a co-
inutilizar selo ou sinal empregado, por determinação legal ou por
ação;
ordem de funcionário público, para identificar ou cerrar qualquer
V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos
objeto:
casos em que a lei a autoriza;
Pena - detenção, de 1 mês a 1 ano, ou multa.
VI - quando o processo for manifestamente nulo;
VII - quando extinta a punibilidade.
Subtração ou inutilização de livro ou documento
Art. 337 - Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente, livro
Art. 649. O juiz ou o tribunal, dentro dos limites da sua juris-
oficial, processo ou documento confiado à custódia de funcioná-
dição, fará passar imediatamente a ordem impetrada, nos casos
rio, em razão de ofício, ou de particular em serviço público:
em que tenha cabimento, seja qual for a autoridade coatora.
Pena - reclusão, de 2 a 5 anos, se o fato não constitui crime
mais grave.
Art. 650. Competirá conhecer, originariamente, do pedido
de habeas corpus:
Sonegação de contribuição previdenciária
I - ao Supremo Tribunal Federal, nos casos previstos no
Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social previ-
Art. 101, I, g, da Constituição;
denciária e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas:
II - aos Tribunais de Apelação, sempre que os atos de violên-
I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de docu-
cia ou coação forem atribuídos aos governadores ou intervento-
mento de informações previsto pela legislação previdenciária se-
res dos Estados ou Territórios e ao prefeito do Distrito Federal, ou
gurados empregado, empresário, trabalhador avulso ou trabalha-
a seus secretários, ou aos chefes de Polícia.
dor autônomo ou a este equiparado que lhe prestem serviços;
§ 1o A competência do juiz cessará sempre que a violência
II – deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da
ou coação provier de autoridade judiciária de igual ou superior
contabilidade da empresa as quantias descontadas dos segurados
jurisdição.
ou as devidas pelo empregador ou pelo tomador de serviços;
§ 2o Não cabe o habeas corpus contra a prisão adminis-
III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferi-
trativa, atual ou iminente, dos responsáveis por dinheiro ou va-
dos, remunerações pagas ou creditadas e demais fatos geradores
lor pertencente à Fazenda Pública, alcançados ou omissos em fa-
de contribuições sociais previdenciárias:
zer o seu recolhimento nos prazos legais, salvo se o pedido for
Pena – reclusão, de 2 a 5 anos, e multa.
acompanhado de prova de quitação ou de depósito do alcan-
§ 1o É EXTINTA A PUNIBILIDADE se o agente, espontane-
ce verificado, ou se a prisão exceder o prazo legal.
amente, declara e confessa as contribuições, importâncias ou
valores e presta as informações devidas à previdência social,

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DIA 13 / 26

Art. 651. A concessão do habeas corpus não obstará, nem Art. 658. O detentor declarará à ordem de quem o paciente
porá termo ao processo, desde que este não esteja em conflito estiver preso.
com os fundamentos daquela.
Art. 659. Se o juiz ou o tribunal verificar que já cessou a vio-
Art. 652. Se o habeas corpus for concedido em virtude de lência ou coação ilegal, julgará prejudicado o pedido.
nulidade do processo, este será renovado.
Art. 660. Efetuadas as diligências, e interrogado o pacien-
Art. 653. Ordenada a soltura do paciente em virtude de ha- te, o juiz decidirá, fundamentadamente, dentro de 24 horas.
beas corpus, será condenada nas custas a autoridade que, por § 1o Se a decisão for favorável ao paciente, será logo
má-fé ou evidente abuso de poder, tiver determinado a coação. posto em liberdade, salvo se por outro motivo dever ser man-
Parágrafo único. Neste caso, será remetida ao Ministério Pú- tido na prisão.
blico cópia das peças necessárias para ser promovida a responsa- § 2o Se os documentos que instruírem a petição evidencia-
bilidade da autoridade. rem a ilegalidade da coação, o juiz ou o tribunal ordenará que
cesse imediatamente o constrangimento.
Art. 654. O habeas corpus poderá ser impetrado por qual- § 3o Se a ilegalidade decorrer do fato de não ter sido o
quer pessoa, em seu favor ou de outrem, bem como pelo Minis- paciente admitido a prestar fiança, o juiz arbitrará o valor
tério Público. desta, que poderá ser prestada perante ele, remetendo, neste
§ 1o A petição de habeas corpus conterá: caso, à autoridade os respectivos autos, para serem anexados aos
a) o nome da pessoa que sofre ou está ameaçada de sofrer do inquérito policial ou aos do processo judicial.
violência ou coação e o de quem exercer a violência, coação ou § 4o Se a ordem de habeas corpus for concedida para evi-
ameaça; tar ameaça de violência ou coação ilegal, dar-se-á ao paciente
b) a declaração da espécie de constrangimento ou, em caso salvo-conduto assinado pelo juiz.
de simples ameaça de coação, as razões em que funda o seu te- § 5o Será incontinenti enviada cópia da decisão à autoridade
mor; que tiver ordenado a prisão ou tiver o paciente à sua disposição,
c) a assinatura do impetrante, ou de alguém a seu rogo, a fim de juntar-se aos autos do processo.
quando não souber ou não puder escrever, e a designação das § 6o Quando o paciente estiver preso em lugar que não seja
respectivas residências. o da sede do juízo ou do tribunal que conceder a ordem, o alvará
§ 2o Os juízes e os tribunais têm competência para expedir de soltura será expedido pelo telégrafo, se houver, observadas as
de ofício ordem de habeas corpus, quando no curso de proces- formalidades estabelecidas no art. 289, parágrafo único, in fine,
so verificarem que alguém sofre ou está na iminência de sofrer ou por via postal.
coação ilegal.
Art. 661. Em caso de competência originária do Tribunal de
Art. 655. O carcereiro ou o diretor da prisão, o escrivão, o Apelação, a petição de habeas corpus será apresentada ao secre-
oficial de justiça ou a autoridade judiciária ou policial que emba- tário, que a enviará imediatamente ao presidente do tribunal, ou
raçar ou procrastinar a expedição de ordem de habeas corpus, as da câmara criminal, ou da turma, que estiver reunida, ou primeiro
informações sobre a causa da prisão, a condução e apresentação tiver de reunir-se.
do paciente, ou a sua soltura, será multado na quantia de duzen-
tos mil-réis a um conto de réis, sem prejuízo das penas em que Art. 662. Se a petição contiver os requisitos do art. 654, § 1o,
incorrer. As multas serão impostas pelo juiz do tribunal que julgar o presidente, se necessário, requisitará da autoridade indicada
o habeas corpus, salvo quando se tratar de autoridade judiciária, como coatora informações por escrito. Faltando, porém, qual-
caso em que caberá ao Supremo Tribunal Federal ou ao Tribunal quer daqueles requisitos, o presidente mandará preenchê-lo,
de Apelação impor as multas. logo que lhe for apresentada a petição.
Art. 656. Recebida a petição de habeas corpus, o juiz, se jul-
gar necessário, e estiver preso o paciente, mandará que este Art. 663. As diligências do artigo anterior não serão orde-
lhe seja imediatamente apresentado em dia e hora que desig- nadas, se o presidente entender que o habeas corpus deva ser
nar. indeferido in limine. Nesse caso, levará a petição ao tribunal, câ-
Parágrafo único. Em caso de desobediência, será expedido mara ou turma, para que delibere a respeito.
mandado de prisão contra o detentor, que será processado na
forma da lei, e o juiz providenciará para que o paciente seja tirado Art. 664. Recebidas as informações, ou dispensadas, o ha-
da prisão e apresentado em juízo. beas corpus será julgado na primeira sessão, podendo, entre-
tanto, adiar-se o julgamento para a sessão seguinte.
Art. 657. Se o paciente estiver preso, nenhum motivo escu- Parágrafo único. A decisão será tomada por maioria de vo-
sará a sua apresentação, salvo: tos. Havendo empate, se o presidente não tiver tomado parte
I - grave enfermidade do paciente; na votação, proferirá voto de desempate; no caso contrário,
II - não estar ele sob a guarda da pessoa a quem se atribui prevalecerá a decisão mais favorável ao paciente.
a detenção;
III - se o comparecimento não tiver sido determinado Art. 665. O secretário do tribunal lavrará a ordem que, assi-
pelo juiz ou pelo tribunal. nada pelo presidente do tribunal, câmara ou turma, será dirigida,
Parágrafo único. O juiz poderá ir ao local em que o paciente por ofício ou telegrama, ao detentor, ao carcereiro ou autoridade
se encontrar, se este não puder ser apresentado por motivo de que exercer ou ameaçar exercer o constrangimento.
doença. Parágrafo único. A ordem transmitida por telegrama obede-
cerá ao disposto no art. 289, parágrafo único, in fine.

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DIA 13 / 27

a falta de justa causa (materialidade do crime e indícios de


Art. 666. Os regimentos dos Tribunais de Apelação estabele- autoria), a atipicidade da conduta ou a extinção da
cerão as normas complementares para o processo e julgamento punibilidade.
do pedido de habeas corpus de sua competência originária. 4) O reexame da dosimetria da pena em sede de habeas
corpus somente é possível quando evidenciada flagrante
Art. 667. No processo e julgamento do habeas corpus de ilegalidade e não demandar análise do conjunto probatório.
competência originária do Supremo Tribunal Federal, bem como 5) O habeas corpus é ação de rito célere e de cognição
nos de recurso das decisões de última ou única instância, denega- sumária, não se prestando a analisar alegações relativas à
tórias de habeas corpus, observar-se-á, no que lhes for aplicável, absolvição que demandam o revolvimento de provas.
o disposto nos artigos anteriores, devendo o regimento interno 6) É incabível a impetração de habeas corpus para afastar penas
do tribunal estabelecer as regras complementares. acessórias de perda de cargo público ou graduação de militar
imposta em sentença penal condenatória, por não existir lesão
SÚMULAS SOBRE HC ou ameaça ao direito de locomoção.
7) O habeas corpus não é a via adequada para o exame
Súmula 344-STF: Sentença de primeira instância concessiva de
aprofundado de provas a fim de averiguar a condição
habeas corpus, em caso de crime praticado em detrimento de
econômica do devedor, a necessidade do credor e o eventual
bens, serviços ou interesses da união, está sujeita a recurso "ex
excesso do valor dos alimentos, admitindo-se nos casos de
officio". • Válida. • Vide art. 574, I, do CPP.
flagrante ilegalidade da prisão civil.
Súmula 395-STF: Não se conhece de recurso de habeas corpus
8) Não obstante o disposto no art. 142, § 2º, da CF, admite-se
cujo objeto seja resolver sobre o ônus das custas, por não estar
habeas corpus contra punições disciplinares militares para
mais em causa a liberdade de locomoção.
análise da regularidade formal do procedimento
Súmula 606-STF: Não cabe habeas corpus originário para o
administrativo ou de manifesta teratologia.
Tribunal Pleno de decisão de turma, ou do plenário, proferida
9) A ausência de assinatura do impetrante ou de alguém a seu
em habeas corpus ou no respectivo recurso.
rogo na inicial de habeas corpus inviabiliza o seu
Súmula 692-STF: Não se conhece de habeas corpus contra
conhecimento, conforme o art. 654. § 1º, c, do CPP.
omissão de relator de extradição, se fundado em fato ou direito
10) É cabível habeas corpus preventivo quando há fundado
estrangeiro cuja prova não constava dos autos, nem foi ele
receio de ocorrência de ofensa iminente à liberdade de
provocado a respeito.
locomoção.
Súmula 691-STF: Não compete ao Supremo Tribunal Federal
11) Não cabe habeas corpus contra decisão que denega liminar,
conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do Relator
salvo em hipóteses excepcionais, quando demonstrada flagrante
que, em habeas corpus requerido a Tribunal Superior, indefere a
ilegalidade ou teratologia da decisão impugnada, sob pena de
liminar.
indevida supressão de instância, nos termos da Súmula 691/STF.
• A Súmula 691 pode ser afastada em casos excepcionais,
12) O julgamento do mérito do habeas corpus resulta na perda
quando a decisão atacada se mostrar teratológica,
do objeto daquele impetrado na instância superior, na qual é
flagrantemente ilegal, abusiva ou manifestamente contrária à
impugnada decisão indeferitória da liminar.
jurisprudência do STF (HC 118684, julgado em 03/12/2013).
13) Compete aos Tribunais de Justiça ou aos Tribunais
Súmula 693-STF: Não cabe habeas corpus contra decisão
Regionais Federais o julgamento dos pedidos de habeas
condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em curso
corpus quando a autoridade coatora for Turma Recursal dos
por infração penal a que a pena pecuniária seja a única
Juizados Especiais.
cominada.
14) A jurisprudência do STJ admite a reiteração do pedido
Súmula 694-STF: Não cabe habeas corpus contra a imposição
formulado em habeas corpus com base em fatos ou
da pena de exclusão de militar ou de perda de patente ou de
fundamentos novos.
função pública.
15) O agravo interno não é cabível contra decisão que defere ou
Súmula 695-STF: Não cabe habeas corpus quando já extinta a
indefere pedido de liminar em habeas corpus.
pena privativa de liberdade.
16) O habeas corpus não é via idônea para discussão da pena de
multa ou prestação pecuniária, ante a ausência de ameaça ou
JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ violação à liberdade de locomoção.
17) O habeas corpus não pode ser impetrado em favor de
EDIÇÃO N. 36: HABEAS CORPUS
pessoa jurídica, pois o writ tem por objetivo salvaguardar a
1) O STJ não admite que o remédio constitucional seja
liberdade de locomoção.
utilizado em substituição ao recurso próprio (apelação,
18) A jurisprudência tem excepcionado o entendimento de
agravo em execução, recurso especial), tampouco à revisão
que o habeas corpus não seria adequado para discutir ques-
criminal, ressalvadas as situações em que, à vista da flagrante
tões relativas à guarda e adoção de crianças e adolescentes.
ilegalidade do ato apontado como coator, em prejuízo da
liberdade da paciente, seja cogente a concessão, de ofício,
da ordem de habeas corpus. LIVRO IV
2) O conhecimento do habeas corpus pressupõe prova pré- DA EXECUÇÃO
constituída do direito alegado, devendo a parte demonstrar de
Artigos suprimidos em razão de sua regulamentação pela LEP
maneira inequívoca a pretensão deduzida e a existência do
(Lei 7210)
evidente constrangimento ilegal.
3) O trancamento da ação penal pela via do habeas corpus é
medida excepcional, admissível apenas quando demonstrada LIVRO V

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DIA 13 / 28

DAS RELAÇÕES JURISDICIONAIS COM AUTORIDADE Art. 787. As sentenças estrangeiras deverão ser previamente
ESTRANGEIRA homologadas pelo Supremo Tribunal Federal (STJ) para que
TÍTULO ÚNICO produzam os efeitos do art. 7o do Código Penal.
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 788. A sentença penal estrangeira será homologada,
Art. 780. Sem prejuízo de convenções ou tratados, aplicar-se-á o quando a aplicação da lei brasileira produzir na espécie as
disposto neste Título à homologação de sentenças penais mesmas conseqüências e concorrem os seguintes requisitos:
estrangeiras e à expedição e ao cumprimento de cartas rogatórias I - estar revestida das formalidades externas necessárias,
para citações, inquirições e outras diligências necessárias à segundo a legislação do país de origem;
instrução de processo penal. II - haver sido proferida por juiz competente, mediante citação
regular, segundo a mesma legislação;
Art. 781. As sentenças estrangeiras não serão homologadas, III - ter passado em julgado;
nem as cartas rogatórias cumpridas, se contrárias à ordem IV - estar devidamente autenticada por cônsul brasileiro;
pública e aos bons costumes. V - estar acompanhada de tradução, feita por tradutor público.

Art. 782. O trânsito, por via diplomática, dos documentos Art. 789. O procurador-geral da República, sempre que tiver
apresentados constituirá prova bastante de sua autenticidade. conhecimento da existência de sentença penal estrangeira,
emanada de Estado que tenha com o Brasil tratado de extradição
CAPÍTULO II e que haja imposto medida de segurança pessoal ou pena
DAS CARTAS ROGATÓRIAS acessória que deva ser cumprida no Brasil, pedirá ao Ministro da
Art. 783. As cartas rogatórias serão, pelo respectivo juiz, Justiça providências para obtenção de elementos que o habilitem
remetidas ao Ministro da Justiça, a fim de ser pedido o seu a requerer a homologação da sentença.
cumprimento, por via diplomática, às autoridades estrangeiras § 1o A homologação de sentença emanada de autoridade
competentes. judiciária de Estado, que não tiver tratado de extradição com
o Brasil, dependerá de requisição do Ministro da Justiça.
Art. 784. As cartas rogatórias emanadas de autoridades
§ 2o Distribuído o requerimento de homologação, o relator
estrangeiras competentes não dependem de homologação e
mandará citar o interessado para deduzir embargos, dentro de
serão atendidas se encaminhadas por via diplomática e desde que
10 dias, se residir no Distrito Federal, de 30 dias, no caso
o crime, segundo a lei brasileira, não exclua a extradição.
contrário.
§ 1o As rogatórias, acompanhadas de tradução em língua
§ 3o Se nesse prazo o interessado não deduzir os embargos, ser-
nacional, feita por tradutor oficial ou juramentado, serão,
lhe-á pelo relator nomeado defensor, o qual dentro de 10 dias
após exequatur do presidente do Supremo Tribunal Federal (STJ),
produzirá a defesa.
cumpridas pelo juiz criminal do lugar onde as diligências tenham
de efetuar-se, observadas as formalidades prescritas neste § 4o Os embargos somente poderão fundar-se em dúvida
Código. sobre a autenticidade do documento, sobre a inteligência da
sentença, ou sobre a falta de qualquer dos requisitos
§ 2o A carta rogatória será pelo presidente do Supremo Tribunal
enumerados nos arts. 781 e 788.
Federal (STJ) remetida ao presidente do Tribunal de Apelação do
Estado, do Distrito Federal, ou do Território, a fim de ser § 5o Contestados os embargos dentro de 10 dias, pelo
encaminhada ao juiz competente. procurador-geral, irá o processo ao relator e ao revisor,
observando-se no seu julgamento o Regimento Interno do
§ 3o Versando sobre crime de ação privada, segundo a lei
Supremo Tribunal Federal (STJ)
brasileira, o andamento, após o exequatur, dependerá do
interessado, a quem incumbirá o pagamento das despesas. § 6o Homologada a sentença, a respectiva carta será remetida ao
presidente do Tribunal de Apelação do Distrito Federal, do Estado,
§ 4o Ficará sempre na secretaria do Supremo Tribunal Federal
ou do Território.
(STJ) cópia da carta rogatória.
§ 7o Recebida a carta de sentença, o presidente do Tribunal de
Art. 785. Concluídas as diligências, a carta rogatória será Apelação a remeterá ao juiz do lugar de residência do
devolvida ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STJ), por condenado, para a aplicação da medida de segurança ou da pena
intermédio do presidente do Tribunal de Apelação, o qual, antes acessória, observadas as disposições do Título II, Capítulo III,
de devolvê-la, mandará completar qualquer diligência ou sanar e Título V do Livro IV deste Código.
qualquer nulidade.
Art. 790. O interessado na execução de sentença penal
Art. 786. O despacho que conceder o exequatur marcará, para o estrangeira, para a reparação do dano, restituição e outros efeitos
cumprimento da diligência, prazo razoável, que poderá ser civis, poderá requerer ao Supremo Tribunal Federal (STJ) a sua
excedido, havendo justa causa, ficando esta consignada em ofício homologação, observando-se o que a respeito prescreve o
dirigido ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STJ), Código de Processo Civil.
juntamente com a carta rogatória.
LIVRO VI
CAPÍTULO III DISPOSIÇÕES GERAIS
DA HOMOLOGAÇÃO DAS SENTENÇAS ESTRANGEIRAS Art. 791. Em todos os juízos e tribunais do crime, além das
audiências e sessões ordinárias, haverá as extraordinárias, de
acordo com as necessidades do rápido andamento dos feitos.

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DIA 13 / 29

Art. 792. As audiências, sessões e os atos processuais se- b) da audiência ou sessão em que for proferida a decisão,
rão, em regra, públicos e se realizarão nas sedes dos juízos e tri- se a ela estiver presente a parte;
bunais, com assistência dos escrivães, do secretário, do oficial de c) do dia em que a parte manifestar nos autos ciência inequí-
justiça que servir de porteiro, em dia e hora certos, ou previamen- voca da sentença ou despacho.
te designados.
§ 1o Se da publicidade da audiência, da sessão ou do ato Súmula 310-STF: Quando a intimação tiver lugar na sexta-
processual, puder resultar escândalo, inconveniente grave ou feira, ou a publicação com efeito de intimação for feita
perigo de perturbação da ordem, o juiz, ou o tribunal, câmara, nesse dia, o prazo judicial terá início na segunda-feira
ou turma, poderá, de ofício ou a requerimento da parte ou do imediata, salvo se não houver expediente, caso em que
Ministério Público, determinar que o ato seja realizado a portas começará no primeiro dia útil que se seguir.
fechadas, limitando o número de pessoas que possam estar
presentes.
Art. 799. O escrivão, sob pena de multa de cinquenta a qui-
§ 2o As audiências, as sessões e os atos processuais, em caso
nhentos mil-réis e, na reincidência, suspensão até 30 dias, execu-
de necessidade, poderão realizar-se na residência do juiz, ou em
tará dentro do prazo de 2 dias os atos determinados em lei ou
outra casa por ele especialmente designada.
ordenados pelo juiz.

Art. 793. Nas audiências e nas sessões, os advogados, as


Art. 800. Os juízes singulares darão seus despachos e deci-
partes, os escrivães e os espectadores poderão estar sentados.
sões dentro dos prazos seguintes, quando outros não estiverem
Todos, porém, se levantarão quando se dirigirem aos juízes ou
estabelecidos:
quando estes se levantarem para qualquer ato do processo.
I - de 10 dias, se a decisão for definitiva, ou interlocutória
Parágrafo único. Nos atos da instrução criminal, perante
mista;
os juízes singulares, os advogados poderão requerer senta-
II - de 5 dias, se for interlocutória simples;
dos.
III - de 1 dia, se se tratar de despacho de expediente.
§ 1o Os prazos para o juiz contar-se-ão do termo de conclu-
Art. 794. A polícia das audiências e das sessões compete
são.
aos respectivos juízes ou ao presidente do tribunal, câmara, ou
§ 2o Os prazos do Ministério Público contar-se-ão do ter-
turma, que poderão determinar o que for conveniente à manu-
mo de vista, salvo para a interposição do recurso (art. 798,
tenção da ordem. Para tal fim, requisitarão força pública, que fica-
§ 5o).
rá exclusivamente à sua disposição.
§ 3o Em qualquer instância, declarando motivo justo, po-
derá o juiz exceder por igual tempo os prazos a ele fixados
Art. 795. Os espectadores das audiências ou das sessões não
neste Código.
poderão manifestar-se.
§ 4o O escrivão que não enviar os autos ao juiz ou ao órgão
Parágrafo único. O juiz ou o presidente fará retirar da sala os
do Ministério Público no dia em que assinar termo de conclusão
desobedientes, que, em caso de resistência, serão presos e autua-
ou de vista estará sujeito à sanção estabelecida no art. 799.
dos.
Art. 801. Findos os respectivos prazos, os juízes e os órgãos
Art. 796. Os atos de instrução ou julgamento prosseguirão
do Ministério Público, responsáveis pelo retardamento, perderão
com a assistência do defensor, se o réu se portar inconveniente-
tantos dias de vencimentos quantos forem os excedidos. Na con-
mente.
tagem do tempo de serviço, para o efeito de promoção e
aposentadoria, a perda será do dobro dos dias excedidos.
Art. 797. Excetuadas as sessões de julgamento, que não
serão marcadas para domingo ou dia feriado, os demais atos
Art. 802. O desconto referido no artigo antecedente far-se-á
do processo poderão ser praticados em período de férias, em
à vista da certidão do escrivão do processo ou do secretário do
domingos e dias feriados. Todavia, os julgamentos iniciados
tribunal, que deverão, de ofício, ou a requerimento de qualquer
em dia útil não se interromperão pela superveniência de feri-
interessado, remetê-la às repartições encarregadas do pagamento
ado ou domingo.
e da contagem do tempo de serviço, sob pena de incorrerem, de
pleno direito, na multa de quinhentos mil-réis, imposta por auto-
Art. 798. TODOS OS PRAZOS correrão em cartório e SE-
ridade fiscal.
RÃO CONTÍNUOS E PEREMPTÓRIOS, não se interrompendo
por férias, domingo ou dia feriado.
Art. 803. Salvo nos casos expressos em lei, é proibida a
§ 1o Não se computará no prazo o dia do começo, inclu-
retirada de autos do cartório, ainda que em confiança, sob
indo-se, porém, o do vencimento (-C+F).
pena de responsabilidade do escrivão.
§ 2o A terminação dos prazos será certificada nos autos pelo
escrivão; será, porém, considerado findo o prazo, ainda que omiti-
Art. 804. A sentença ou o acórdão, que julgar a ação, qual-
da aquela formalidade, se feita a prova do dia em que começou a
quer incidente ou recurso, condenará nas custas o vencido.
correr.
§ 3o O prazo que terminar em domingo ou dia feriado
Art. 805. As custas serão contadas e cobradas de acordo
considerar-se-á prorrogado até o dia útil imediato.
com os regulamentos expedidos pela União e pelos Estados.
§ 4o Não correrão os prazos, se houver impedimento do juiz,
força maior, ou obstáculo judicial oposto pela parte contrária.
§ 5o Salvo os casos expressos, os prazos correrão:
a) DA INTIMAÇÃO;

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DIA 13 / 30

Art. 806. Salvo o caso do art. 32, nas ações intentadas medi- III - o número de delinquentes, mencionadas as infrações
ante queixa, nenhum ato ou diligência se realizará, sem que seja que praticaram, sua nacionalidade, sexo, idade, filiação, estado ci-
depositada em cartório a importância das custas. vil, prole, residência, meios de vida e condições econômicas, grau
§ 1o Igualmente, nenhum ato requerido no interesse da de instrução, religião, e condições de saúde física e psíquica;
defesa será realizado, sem o prévio pagamento das custas, IV - o número dos casos de codelinquência;
salvo se o acusado for pobre. V - a reincidência e os antecedentes judiciários;
§ 2o A falta do pagamento das custas, nos prazos fixados VI - as sentenças condenatórias ou absolutórias, bem como
em lei, ou marcados pelo juiz, importará renúncia à diligência as de pronúncia ou de impronúncia;
requerida ou deserção do recurso interposto. VII - a natureza das penas impostas;
§ 3o A falta de qualquer prova ou diligência que deixe de re- VIII - a natureza das medidas de segurança aplicadas;
alizar-se em virtude do não-pagamento de custas não implicará IX - a suspensão condicional da execução da pena, quando
a nulidade do processo, se a prova de pobreza do acusado só concedida;
posteriormente foi feita. X - as concessões ou denegações de habeas corpus.
§ 1o Os dados acima enumerados constituem o mínimo exi-
Art. 807. O disposto no artigo anterior não obstará à facul- gível, podendo ser acrescidos de outros elementos úteis ao servi-
dade atribuída ao juiz de determinar de ofício inquirição de teste- ço da estatística criminal.
munhas ou outras diligências. § 2o Esses dados serão lançados semestralmente em mapa e
remetidos ao Serviço de Estatística Demográfica Moral e Política
Art. 808. Na falta ou impedimento do escrivão e seu substi- do Ministério da Justiça.
tuto, servirá pessoa idônea, nomeada pela autoridade, perante § 3o O boletim individual a que se refere este artigo é dividi-
quem prestará compromisso, lavrando o respectivo termo. do em três partes destacáveis, conforme modelo anexo a este
Código, e será adotado nos Estados, no Distrito Federal e nos Ter-
Art. 809. A estatística judiciária criminal, a cargo do Instituto ritórios. A primeira parte ficará arquivada no cartório policial; a se-
de Identificação e Estatística ou repartições congêneres, terá por gunda será remetida ao Instituto de Identificação e Estatística, ou
base o boletim individual, que é parte integrante dos processos e repartição congênere; e a terceira acompanhará o processo, e, de-
versará sobre: pois de passar em julgado a sentença definitiva, lançados os da-
I - os crimes e as contravenções praticados durante o trimes- dos finais, será enviada ao referido Instituto ou repartição congê-
tre, com especificação da natureza de cada um, meios utilizados e nere.
circunstâncias de tempo e lugar;
II - as armas proibidas que tenham sido apreendidas;

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DIA 14 / 1

contrapartida financeira ou não financeira assumida pelo ente be-


neficiário, na forma da lei.
Dia 14
Art. 219-B. O Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação
Constituição Federal: art.218-250 (SNCTI) será organizado em regime de colaboração entre entes,
Código Civil: art 927-965 tanto públicos quanto privados, com vistas a promover o desen-
Código Processo Civil: art. 528-658 volvimento científico e tecnológico e a inovação.
Código Penal: art. 337-B-359-H § 1º Lei federal disporá sobre as normas gerais do SNCTI.
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios legislarão
Controle de Leitura concorrentemente sobre suas peculiaridades.

CAPÍTULO V
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
DA COMUNICAÇÃO SOCIAL
Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão
CAPÍTULO IV e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não so-
DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO frerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constitui-
Art. 218. O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento ci- ção.
entífico, a pesquisa, a capacitação científica e tecnológica e a ino- § 1º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir em-
vação. baraço à plena liberdade de informação jornalística em qual-
§ 1º A pesquisa científica básica e tecnológica receberá trata- quer veículo de comunicação social, observado o disposto no
mento prioritário do Estado, tendo em vista o bem público e o art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV.
progresso da ciência, tecnologia e inovação. § 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza política,
§ 2º A pesquisa tecnológica voltar-se-á preponderantemente para ideológica e artística.
a solução dos problemas brasileiros e para o desenvolvimento do § 3º Compete à lei federal:
sistema produtivo nacional e regional. I - regular as diversões e espetáculos públicos, cabendo ao Po-
§ 3º O Estado apoiará a formação de recursos humanos nas áreas der Público informar sobre a natureza deles, as faixas etárias a
de ciência, pesquisa, tecnologia e inovação, inclusive por meio do que não se recomendem, locais e horários em que sua apresenta-
apoio às atividades de extensão tecnológica, e concederá aos que ção se mostre inadequada;
delas se ocupem meios e condições especiais de trabalho. II - estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família
§ 4º A lei apoiará e estimulará as empresas que invistam em pes- a possibilidade de se defenderem de programas ou programa-
quisa, criação de tecnologia adequada ao País, formação e aper- ções de rádio e televisão que contrariem o disposto no art. 221,
feiçoamento de seus recursos humanos e que pratiquem sistemas bem como da propaganda de produtos, práticas e serviços que
de remuneração que assegurem ao empregado, desvinculada do possam ser nocivos à saúde e ao meio ambiente.
salário, participação nos ganhos econômicos resultantes da pro- § 4º A propaganda comercial de tabaco, bebidas alcoólicas, agro-
dutividade de seu trabalho. tóxicos, medicamentos e terapias estará sujeita a restrições legais,
§ 5º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular parcela nos termos do inciso II do parágrafo anterior, e conterá, sempre
de sua receita orçamentária a entidades públicas de fomento ao que necessário, advertência sobre os malefícios decorrentes
ensino e à pesquisa científica e tecnológica. de seu uso.
§ 6º O Estado, na execução das atividades previstas no caput , es- § 5º Os meios de comunicação social não podem, direta ou in-
timulará a articulação entre entes, tanto públicos quanto privados, diretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio.
nas diversas esferas de governo. § 6º A publicação de veículo impresso de comunicação indepen-
§ 7º O Estado promoverá e incentivará a atuação no exterior das de de licença de autoridade.
instituições públicas de ciência, tecnologia e inovação, com vistas
à execução das atividades previstas no caput. Art. 221. A produção e a programação das emissoras de rádio e
televisão atenderão aos seguintes princípios:
Art. 219. O mercado interno integra o patrimônio nacional e I - preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e
será incentivado de modo a viabilizar o desenvolvimento cul- informativas;
tural e socioeconômico, o bem-estar da população e a auto- II - promoção da cultura nacional e regional e estímulo à pro-
nomia tecnológica do País, nos termos de lei federal. dução independente que objetive sua divulgação;
Parágrafo único. O Estado estimulará a formação e o fortaleci- III - regionalização da produção cultural, artística e jornalísti-
mento da inovação nas empresas, bem como nos demais entes, ca, conforme percentuais estabelecidos em lei;
públicos ou privados, a constituição e a manutenção de parques e IV - respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.
polos tecnológicos e de demais ambientes promotores da inova-
ção, a atuação dos inventores independentes e a criação, absor- Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão
ção, difusão e transferência de tecnologia. sonora e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou
naturalizados há mais de 10 anos, ou de pessoas jurídicas
Art. 219-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País.
poderão firmar instrumentos de cooperação com órgãos e enti- § 1º Em qualquer caso, pelo menos 70% do capital total e do
dades públicos e com entidades privadas, inclusive para o com- capital votante das empresas jornalísticas e de radiodifusão so-
partilhamento de recursos humanos especializados e capaci- nora e de sons e imagens deverá pertencer, direta ou indireta-
dade instalada, para a execução de projetos de pesquisa, de de- mente, a brasileiros natos ou naturalizados há mais de 10
senvolvimento científico e tecnológico e de inovação, mediante

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DIA 14 / 2

anos, que exercerão obrigatoriamente a gestão das atividades IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade
e estabelecerão o conteúdo da programação. potencialmente causadora de significativa degradação do
§ 2º A responsabilidade editorial e as atividades de seleção e meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se
direção da programação veiculada são privativas de brasileiros dará publicidade;
natos ou naturalizados há mais de 10 anos, em qualquer meio V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de téc-
de comunicação social. nicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a
§ 3º Os meios de comunicação social eletrônica, independente- qualidade de vida e o meio ambiente;
mente da tecnologia utilizada para a prestação do serviço, deve- VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino
rão observar os princípios enunciados no art. 221, na forma de lei e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente;
específica, que também garantirá a prioridade de profissionais VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práti-
brasileiros na execução de produções nacionais. cas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a
§ 4º Lei disciplinará a participação de capital estrangeiro nas em- extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.
presas de que trata o § 1º. § 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a re-
§ 5º As alterações de controle societário das empresas de que tra- cuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução
ta o § 1º serão comunicadas ao Congresso Nacional. técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio
Art. 223. Compete ao Poder Executivo outorgar e renovar conces- ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a
são, permissão e autorização para o serviço de radiodifusão sono- sanções penais e administrativas, independentemente da obriga-
ra e de sons e imagens, observado o princípio da complementa- ção de reparar os danos causados.
ridade dos sistemas privado, público e estatal. § 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra
§ 1º O Congresso Nacional apreciará o ato no prazo do art. 64, § do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são pa-
2º e § 4º, a contar do recebimento da mensagem. trimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, den-
§ 2º A não renovação da concessão ou permissão dependerá tro de condições que assegurem a preservação do meio ambien-
de aprovação de, no mínimo, 2/5 do Congresso Nacional, em te, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.
votação nominal. § 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pe-
§ 3º O ato de outorga ou renovação somente produzirá efeitos le- los Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção
gais após deliberação do Congresso Nacional, na forma dos pa- dos ecossistemas naturais.
rágrafos anteriores. § 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua lo-
§ 4º O cancelamento da concessão ou permissão, antes de ven- calização definida em lei federal, sem o que não poderão ser ins-
cido o prazo, depende de decisão judicial. taladas.
§ 5º O prazo da concessão ou permissão será de 10 anos para as § 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste
emissoras de rádio e de 15 para as de televisão. artigo, não se consideram cruéis as práticas desportivas que
utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais,
PRAZO DA RÁDIO: 10 anos conforme o § 1º do art. 215 desta Constituição Federal, registra-
CONCESSÃO/PERMISSÃO das como bem de natureza imaterial integrante do patrimô-
TV: 15 anos nio cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei es-
pecífica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos.
Art. 224. Para os efeitos do disposto neste capítulo, o Congresso
Nacional instituirá, como seu órgão auxiliar, o Conselho de Comu- SÚMULAS SOBRE MEIO AMBIENTE
nicação Social, na forma da lei.
Súmula 467-STJ: Prescreve em 5 anos, contados do término
CAPÍTULO VI do processo administrativo, a pretensão da Administração Pú-
DO MEIO AMBIENTE blica de promover a execução da multa por infração ambien-
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente tal.
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia Súmula 613-STJ: Não se admite a aplicação da teoria do fato
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade consumado em tema de Direito Ambiental.
o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras OBS: Segundo a teoria do fato consumado, as situações jurídi-
gerações cas consolidadas pelo decurso do tempo, amparadas por deci-
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder são judicial, não devem ser desconstituídas, em razão do princí-
Público: pio da segurança jurídica e da estabilidade das relações sociais
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e (STJ. REsp 709.934/RJ).
prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; Súmula 618-STJ: A inversão do ônus da prova aplica-se às
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio ge- ações de degradação ambiental
nético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e OBS: O PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO pressupõe a inversão do
manipulação de material genético; ônus probatório, competindo a quem supostamente promoveu
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços terri- o dano ambiental comprovar que não o causou ou que a subs-
toriais e seus componentes a serem especialmente protegi- tância lançada ao meio ambiente não lhe é potencialmente lesi-
dos, sendo a ALTERAÇÃO E A SUPRESSÃO PERMITIDAS SO- va. STJ. 2ª Turma. REsp 1.060.753/SP, Rel. Min. Eliana Calmon,
MENTE ATRAVÉS DE LEI, vedada qualquer utilização que com- julgado em 01/12/2009.
prometa a integridade dos atributos que justifiquem sua prote- OBS: A inversão do ônus da prova deve ser também admiti-
ção; da em caso de ação civil pública proposta pelo Ministério
Público pedindo a recomposição e/ou a reparação decorrente

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de degradação ambiental. Isso porque, por mais que o Ministé- II - criação de programas de prevenção e atendimento especiali-
rio Público não possa ser considerado hipossuficiente, ele atua zado para as pessoas portadoras de deficiência física, sensorial ou
em juízo como substituto processual e a vítima (substituída) é mental, bem como de integração social do adolescente e do jo-
toda a sociedade que, em se tratando de dano ambiental, é con- vem portador de deficiência, mediante o treinamento para o tra-
siderada hipossuficiente do ponto de vista de conseguir produ- balho e a convivência, e a facilitação do acesso aos bens e servi-
zir as provas. STJ. 2ª Turma. REsp 1235467/RS, Rel. Min. Herman ços coletivos, com a eliminação de obstáculos arquitetônicos e de
Benjamin, julgado em 20/08/2013. todas as formas de discriminação.
Súmula 623-STJ: As obrigações ambientais possuem natureza § 2º A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e
propter rem, sendo admissível cobrá-las do proprietário ou dos edifícios de uso público e de fabricação de veículos de trans-
possuidor atual e/ou dos anteriores, à escolha do credor. porte coletivo, a fim de garantir acesso adequado às pessoas
OBS: portadoras de deficiência.
• obrigação de reparar o dano ambiental (responsabilidade § 3º O direito a proteção especial abrangerá os seguintes as-
civil pela reparação dos danos ambientais): possui natureza pectos:
propter rem, sendo possível cobrar também do atual I - idade mínima de 14 anos para admissão ao trabalho, obser-
proprietário condutas derivadas de danos provocados pelos vado o disposto no art. 7º, XXXIII;
proprietários antigos. II - garantia de direitos previdenciários e trabalhistas;
• multa ambiental (sanção administrativa): somente poderia III - garantia de acesso do trabalhador adolescente e jovem à
ser cobrada do próprio transgressor, não podendo passar da escola;
pessoa do culpado. IV - garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de
Súmula 629-STJ: Quanto ao dano ambiental, é admitida a ato infracional, igualdade na relação processual e defesa técnica
condenação do réu à obrigação de fazer ou à de não fazer por profissional habilitado, segundo dispuser a legislação tute-
cumulada com a de indenizar. lar específica;
V - obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade
e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento,
CAPÍTULO VII
quando da aplicação de qualquer medida privativa da liberdade;
Da Família, da Criança, do Adolescente, do Jovem e do Idoso
VI - estímulo do Poder Público, através de assistência jurídica, in-
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do
centivos fiscais e subsídios, nos termos da lei, ao acolhimento, sob
Estado.
a forma de guarda, de criança ou adolescente órfão ou abando-
§ 1º O casamento é civil e gratuita a celebração.
nado;
§ 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.
VII - programas de prevenção e atendimento especializado à cri-
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união
ança, ao adolescente e ao jovem dependente de entorpecentes e
estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, de-
drogas afins.
vendo a lei facilitar sua conversão em casamento.
§ 4º A lei punirá severamente o abuso, a violência e a exploração
§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade
sexual da criança e do adolescente.
formada por qualquer dos pais e seus descendentes.
§ 5º A adoção será assistida pelo Poder Público, na forma da lei,
§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são
que estabelecerá casos e condições de sua efetivação por parte
exercidos igualmente pelo homem e pela mulher.
de estrangeiros.
§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio.
§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou
§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e
por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibi-
da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre
das quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos edu-
§ 7º No atendimento dos direitos da criança e do adolescente le-
cacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qual-
var-se-á em consideração o disposto no art. 204.
quer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou priva-
§ 8º A lei estabelecerá:
das.
I - o estatuto da juventude, destinado a regular os direitos dos jo-
§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada
vens;
um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violên-
II - o plano nacional de juventude, de duração decenal, visando à
cia no âmbito de suas relações.
articulação das várias esferas do poder público para a execução
de políticas públicas.
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegu-
rar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta priorida-
Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de 18 anos,
de, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
sujeitos às normas da legislação especial.
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade
e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo
Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos
de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violên-
menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar
cia, crueldade e opressão.
os pais na velhice, carência ou enfermidade.
§ 1º O Estado promoverá programas de assistência integral à saú-
de da criança, do adolescente e do jovem, admitida a participação
Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de am-
de entidades não governamentais, mediante políticas específicas
parar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comu-
e obedecendo aos seguintes preceitos:
nidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes
I - aplicação de percentual dos recursos públicos destinados à
o direito à vida.
saúde na assistência materno-infantil;
§ 1º Os programas de amparo aos idosos serão executados pre-
ferencialmente em seus lares.

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§ 2º Aos maiores de 65 anos é garantida a gratuidade dos I - a Assembleia Legislativa será composta de 17 Deputados se a
transportes coletivos urbanos. população do Estado for inferior a 600 mil habitantes, e de 24,
se igual ou superior a esse número, até 1.500.000,00 mil;
CAPÍTULO VIII II - o Governo terá no máximo 10 Secretarias;
DOS ÍNDIOS III - o Tribunal de Contas terá 3 membros, nomeados, pelo Go-
Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, vernador eleito, dentre brasileiros de comprovada idoneidade e
costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originá- notório saber;
rios sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo IV - o Tribunal de Justiça terá 7 Desembargadores;
à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus V - os primeiros Desembargadores serão nomeados pelo Gover-
bens. nador eleito, escolhidos da seguinte forma:
§ 1º São TERRAS TRADICIONALMENTE OCUPADAS PELOS ÍN- a) 5 dentre os magistrados com mais de 35 anos de idade, em
DIOS as por eles habitadas em caráter permanente, as utiliza- exercício na área do novo Estado ou do Estado originário;
das para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à pre- b) 2 dentre promotores, nas mesmas condições, e advogados de
servação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar comprovada idoneidade e saber jurídico, com 10 anos, no míni-
e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo mo, de exercício profissional, obedecido o procedimento fixado
seus usos, costumes e tradições. na Constituição;
§ 2º As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios (bens de VI - no caso de Estado proveniente de Território Federal, os 5 pri-
uso especial) destinam-se a sua posse permanente, cabendo- meiros Desembargadores poderão ser escolhidos dentre juízes de
lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos la- direito de qualquer parte do País;
gos nelas existentes. VII - em cada Comarca, o primeiro Juiz de Direito, o primeiro
§ 3º O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os po- Promotor de Justiça e o primeiro Defensor Público serão no-
tenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas minerais em meados pelo Governador eleito após concurso público de
terras indígenas só podem ser efetivados com autorização do provas e títulos;
Congresso Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando- VIII - até a promulgação da Constituição Estadual, responderão
lhes assegurada participação nos resultados da lavra, na forma da pela Procuradoria-Geral, pela Advocacia-Geral e pela Defensoria-
lei. Geral do Estado advogados de notório saber, com 35 anos de
§ 4º As terras de que trata este artigo são inalienáveis e indis- idade, no mínimo, nomeados pelo Governador eleito e demissí-
poníveis, e os direitos sobre elas, imprescritíveis. veis "ad nutum";
§ 5º É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras, IX - se o novo Estado for resultado de transformação de Território
salvo, "ad referendum" do Congresso Nacional, em caso de Federal, a transferência de encargos financeiros da União para pa-
catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua população, ou gamento dos servidores optantes que pertenciam à Administra-
no interesse da soberania do País, após deliberação do Congresso ção Federal ocorrerá da seguinte forma:
Nacional, garantido, em qualquer hipótese, o retorno imediato a) no 6° ano de instalação, o Estado assumirá 20% dos encargos
logo que cesse o risco. financeiros para fazer face ao pagamento dos servidores públicos,
§ 6º São nulos e extintos, não produzindo efeitos jurídicos, os ficando ainda o restante sob a responsabilidade da União;
atos que tenham por objeto a ocupação, o domínio e a posse b) no 7° ano, os encargos do Estado serão acrescidos de 30% e,
das terras a que se refere este artigo, ou a exploração das ri- no oitavo, dos restantes 50%;
quezas naturais do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes, X - as nomeações que se seguirem às primeiras, para os cargos
ressalvado relevante interesse público da União, segundo o mencionados neste artigo, serão disciplinadas na Constituição Es-
que dispuser lei complementar, não gerando a nulidade e a tadual;
extinção direito a indenização ou a ações contra a União, sal- XI - as despesas orçamentárias com pessoal não poderão ultra-
vo, na forma da lei, quanto às benfeitorias derivadas da ocu- passar 50% da receita do Estado.
pação de boa fé.
§ 7º Não se aplica às terras indígenas o disposto no art. 174, § 3º Art. 236. Os serviços notariais e de registro são exercidos em
e § 4º. caráter privado, por delegação do Poder Público.
§ 1º Lei regulará as atividades, disciplinará a responsabilidade civil
Art. 232. Os índios, suas comunidades e organizações são par- e criminal dos notários, dos oficiais de registro e de seus prepos-
tes legítimas para ingressar em juízo em defesa de seus direi- tos, e definirá a fiscalização de seus atos pelo Poder Judiciário.
tos e interesses, intervindo o Ministério Público em todos os atos § 2º Lei federal estabelecerá normas gerais para fixação de emo-
do processo. lumentos relativos aos atos praticados pelos serviços notariais e
de registro.
TÍTULO IX § 3º O ingresso na atividade notarial e de registro depende de
Das Disposições Constitucionais Gerais concurso público de provas e títulos, não se permitindo que
Art. 234. É vedado à União, direta ou indiretamente, assumir, em qualquer serventia fique vaga, sem abertura de concurso de pro-
decorrência da criação de Estado, encargos referentes a despe- vimento ou de remoção, por mais de 6 meses.
sas com pessoal inativo e com encargos e amortizações da
dívida interna ou externa da administração pública, inclusive da Art. 237. A fiscalização e o controle sobre o comércio exterior, es-
indireta. senciais à defesa dos interesses fazendários nacionais, serão exer-
cidos pelo Ministério da Fazenda.
Art. 235. Nos 10 primeiros anos da criação de Estado, serão ob-
servadas as seguintes normas básicas: Art. 238. A lei ordenará a venda e revenda de combustíveis de pe-
tróleo, álcool carburante e outros combustíveis derivados de ma-

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térias-primas renováveis, respeitados os princípios desta Consti-


tuição. Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região
do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psi-
Art. 239. A arrecadação decorrente das contribuições para o Pro- cotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na forma da lei
grama de Integração Social, criado pela Lei Complementar nº 7, SERÃO EXPROPRIADAS e destinadas à reforma agrária e a
de 7 de setembro de 1970, e para o Programa de Formação do programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao
Patrimônio do Servidor Público, criado pela Lei Complementar nº proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei,
8, de 3 de dezembro de 1970, passa, a partir da promulgação observado, no que couber, o disposto no art. 5º.
desta Constituição, a financiar, nos termos que a lei dispuser, o Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico
programa do seguro-desemprego, outras ações da previdência apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e
social e o abono de que trata o § 3º deste artigo. (EC 103/19) drogas afins e da exploração de trabalho escravo será confiscado
§ 1º Dos recursos mencionados no caput, no mínimo 28% serão e reverterá a fundo especial com destinação específica, na forma
destinados para o financiamento de programas de da lei.
desenvolvimento econômico, por meio do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social, com critérios de Art. 244. A lei disporá sobre a adaptação dos logradouros, dos
remuneração que preservem o seu valor. (EC 103/19) edifícios de uso público e dos veículos de transporte coletivo
§ 2º Os patrimônios acumulados do Programa de Integração Soci- atualmente existentes a fim de garantir acesso adequado às
al e do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público pessoas portadoras de deficiência, conforme o disposto no art.
são preservados, mantendo-se os critérios de saque nas situações 227, § 2º.
previstas nas leis específicas, com exceção da retirada por motivo
de casamento, ficando vedada a distribuição da arrecadação de Art. 245. A lei disporá sobre as hipóteses e condições em que o
que trata o "caput" deste artigo, para depósito nas contas indivi- Poder Público dará assistência aos herdeiros e dependentes ca-
duais dos participantes. rentes de pessoas vitimadas por crime doloso, sem prejuízo da
§ 3º Aos empregados que percebam de empregadores que con- responsabilidade civil do autor do ilícito.
tribuem para o Programa de Integração Social ou para o Progra-
ma de Formação do Patrimônio do Servidor Público, até dois salá- Art. 246. É vedada a adoção de medida provisória na regulamen-
rios mínimos de remuneração mensal, é assegurado o pagamento tação de artigo da Constituição cuja redação tenha sido alterada
de um salário mínimo anual, computado neste valor o rendimento por meio de emenda promulgada entre 1º de janeiro de 1995 até
das contas individuais, no caso daqueles que já participavam dos a promulgação desta emenda, inclusive.
referidos programas, até a data da promulgação desta Constitui-
ção. Art. 247. As leis previstas no inciso III do § 1º do art. 41 e no § 7º
§ 4º O financiamento do seguro-desemprego receberá uma con- do art. 169 estabelecerão critérios e garantias especiais para a
tribuição adicional da empresa cujo índice de rotatividade da for- perda do cargo pelo servidor público estável que, em decorrência
ça de trabalho superar o índice médio da rotatividade do setor, na das atribuições de seu cargo efetivo, desenvolva atividades exclu-
forma estabelecida por lei. sivas de Estado.
§ 5º Os programas de desenvolvimento econômico financiados na Parágrafo único. Na hipótese de insuficiência de desempenho, a
forma do § 1º e seus resultados serão anualmente avaliados e di- perda do cargo somente ocorrerá mediante processo administra-
vulgados em meio de comunicação social eletrônico e apresenta- tivo em que lhe sejam assegurados o contraditório e a ampla de-
dos em reunião da comissão mista permanente de que trata o § fesa.
1º do art. 166. (EC 103/19)
Art. 248. Os benefícios pagos, a qualquer título, pelo órgão res -
Art. 240. Ficam ressalvadas do disposto no art. 195 as atuais con- ponsável pelo regime geral de previdência social, ainda que à
tribuições compulsórias dos empregadores sobre a folha de salá- conta do Tesouro Nacional, e os não sujeitos ao limite máximo de
rios, destinadas às entidades privadas de serviço social e de for- valor fixado para os benefícios concedidos por esse regime obser-
mação profissional vinculadas ao sistema sindical. varão os limites fixados no art. 37, XI.

Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios Art. 249. Com o objetivo de assegurar recursos para o pagamento
disciplinarão por meio de lei os consórcios públicos e os con- de proventos de aposentadoria e pensões concedidas aos respec-
vênios de cooperação entre os entes federados, autorizando a tivos servidores e seus dependentes, em adição aos recursos dos
gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência respectivos tesouros, a União, os Estados, o Distrito Federal e os
total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à Municípios poderão constituir fundos integrados pelos recursos
continuidade dos serviços transferidos. provenientes de contribuições e por bens, direitos e ativos de
qualquer natureza, mediante lei que disporá sobre a natureza e
Art. 242. O princípio do art. 206, IV, não se aplica às instituições administração desses fundos.
educacionais oficiais criadas por lei estadual ou municipal e exis-
tentes na data da promulgação desta Constituição, que não sejam Art. 250. Com o objetivo de assegurar recursos para o pagamento
total ou preponderantemente mantidas com recursos públicos. dos benefícios concedidos pelo regime geral de previdência soci-
§ 1º O ensino da História do Brasil levará em conta as contribui- al, em adição aos recursos de sua arrecadação, a União poderá
ções das diferentes culturas e etnias para a formação do povo constituir fundo integrado por bens, direitos e ativos de qualquer
brasileiro. natureza, mediante lei que disporá sobre a natureza e administra-
§ 2º O Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janei- ção desse fundo.
ro, será mantido na órbita federal.

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DIA 14 / 6

CÓDIGO CIVIL ção a ordem judicial para que o provedor de hospedagem blo-
queie determinado conteúdo ofensivo na internet.
TÍTULO IX JDC555 "Os direitos de outrem" mencionados no parágrafo
Da Responsabilidade Civil único do art. 927 do Código Civil devem abranger não apenas
CAPÍTULO I a vida e a integridade física, mas também outros direitos, de
Da Obrigação de Indenizar caráter patrimonial ou extrapatrimonial.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar JDC587 O dano à imagem restará configurado quando presen-
dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. te a utilização indevida desse bem jurídico, independente-
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, indepen- mente da concomitante lesão a outro direito da personali-
dentemente de culpa (responsabilidade objetiva), nos casos es- dade, sendo dispensável a prova do prejuízo do lesado ou do
pecificados em lei, ou quando a atividade normalmente desen- lucro do ofensor para a caracterização do referido dano, por se
volvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco tratar de modalidade de dano in re ipsa.
para os direitos de outrem. JDC589 A compensação pecuniária não é o único modo de
reparar o dano extrapatrimonial, sendo admitida a repara-
ção in natura, na forma de retratação pública ou outro
JDC38 A RESPONSABILIDADE FUNDADA NO RISCO DA ATI-
meio.
VIDADE, como prevista na segunda parte do parágrafo único
JDC629 A indenização não inclui os prejuízos agravados,
do art. 927 do novo Código Civil, configura-se quando a ativi-
nem os que poderiam ser evitados ou reduzidos mediante
dade normalmente desenvolvida pelo autor do dano causar
esforço razoável da vítima. Os custos da mitigação devem ser
a pessoa determinada um ônus maior do que aos demais
considerados no cálculo da indenização.
membros da coletividade.
JDC189 Na responsabilidade civil por dano moral causado à
pessoa jurídica, o fato lesivo, como dano eventual, deve ser Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as
devidamente demonstrado. pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-
JDC377 O art. 7º, inc. XXVIII, da Constituição Federal não é im- lo ou não dispuserem de meios suficientes.
pedimento para a aplicação do disposto no art. 927, parágrafo Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá
único, do Código Civil quando se tratar de atividade de risco. ser equitativa, não terá lugar se privar do necessário o inca-
JDC443 O caso fortuito e a força maior somente serão consi- paz ou as pessoas que dele dependem.
derados como excludentes da responsabilidade civil quando
o fato gerador do dano não for conexo à atividade desen- JDC39 A impossibilidade de privação do necessário à pessoa,
volvida. prevista no art. 928, traduz um dever de indenização eqüita-
JDC444 A RESPONSABILIDADE CIVIL PELA PERDA DE CHAN- tiva, informado pelo princípio constitucional da proteção à
CE não se limita à categoria de danos extrapatrimoniais , dignidade da pessoa humana. Como consequência, também os
pois, conforme as circunstâncias do caso concreto, a chance pais, tutores e curadores serão beneficiados pelo LIMITE HU-
perdida pode apresentar também a natureza jurídica de MANITÁRIO DO DEVER DE INDENIZAR, de modo que a pas-
dano patrimonial. A chance deve ser séria e real, não fican- sagem ao patrimônio do incapaz se dará não quando esgo-
do adstrita a percentuais apriorísticos. tados todos os recursos do responsável, mas se reduzidos
JDC445 O dano moral indenizável não pressupõe necessaria- estes ao montante necessário à manutenção de sua dignida-
mente a verificação de sentimentos humanos desagradáveis de.
como dor ou sofrimento. JDC40 O incapaz responde pelos prejuízos que causar de
JDC446 A responsabilidade civil prevista na segunda parte do maneira subsidiária ou excepcionalmente como devedor
parágrafo único do art. 927 do Código Civil deve levar em con- principal, na hipótese do ressarcimento devido pelos adoles-
sideração não apenas a proteção da vítima e a atividade do centes que praticarem atos infracionais nos termos do art. 116
ofensor, mas também a prevenção e o interesse da socieda- do Estatuto da Criança e do Adolescente, no âmbito das medi-
de. das socioeducativas ali previstas.
JDC447 As agremiações esportivas são objetivamente res- JDC41 A ÚNICA HIPÓTESE em que poderá haver responsabi-
ponsáveis por danos causados a terceiros pelas torcidas or- lidade solidária do menor de 18 anos com seus pais é ter
ganizadas, agindo nessa qualidade, quando, de qualquer modo, sido emancipado nos termos do art. 5º, parágrafo único,
as financiem ou custeiem, direta ou indiretamente, total ou par- inc. I, do novo Código Civil.
cialmente. JDC449A indenização equitativa a que se refere o art. 928, pa-
JDC448 A regra do art. 927, parágrafo único, segunda parte, do rágrafo único, do Código Civil não é necessariamente reduzida
CC aplica-se sempre que a atividade normalmente desenvol- sem prejuízo do Enunciado n. 39 da I Jornada de Direito Civil.
vida, mesmo sem defeito e não essencialmente perigosa, in-
duza, por sua natureza, risco especial e diferenciado aos di-
Os incapazes (ex: filhos menores), quando praticarem atos que
reitos de outrem. São critérios de avaliação desse risco, entre
causem prejuízos, terão responsabilidade SUBSIDIÁRIA, CON-
outros, a estatística, a prova técnica e as máximas de expe-
DICIONAL, MITIGADA e EQUITATIVA, nos termos do art. 928
riência.
do CC.
JDC553 Nas ações de responsabilidade civil por cadastra-
É SUBSIDIÁRIA porque apenas ocorrerá quando os seus geni-
mento indevido nos registros de devedores inadimplentes
tores não tiverem meios para ressarcir a vítima.
realizados por instituições financeiras, a responsabilidade ci-
É CONDICIONAL e MITIGADA porque não poderá ultrapassar
vil é objetiva.
o limite humanitário do patrimônio mínimo do infante.
JDC554 Independe de indicação do local específico da informa-
Deve ser EQUITATIVA, tendo em vista que a indenização deverá

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DIA 14 / 7

ser equânime, sem a privação do mínimo necessário para a JDC590 A responsabilidade civil dos pais pelos atos dos filhos
sobrevivência digna do incapaz. menores, prevista no art. 932, inc. I, do Código Civil, não obstan-
A responsabilidade dos pais dos filhos menores será SUBSTITU- te objetiva, pressupõe a demonstração de que a conduta im-
TIVA, EXCLUSIVA e NÃO SOLIDÁRIA. STJ (Info 599). putada ao menor, caso o fosse a um agente imputável, seria
*Informação retirada do site www.dizerodireito.com.br hábil para a sua responsabilização.

Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do in- Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antece-
ciso II do art. 188, não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á dente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pe-
direito à indenização do prejuízo que sofreram. los atos praticados pelos terceiros ali referidos.

Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por


JDC451 A responsabilidade civil por ato de terceiro funda-se
culpa de terceiro, contra este terá o autor do dano ação re-
na responsabilidade objetiva ou independente de culpa, es-
gressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado.
tando superado o modelo de culpa presumida.
Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defe-
sa de quem se causou o dano (art. 188, inciso I).
Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode
Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os reaver o que houver pago daquele por quem pagou, salvo se o
empresários individuais e as empresas respondem indepen- causador do dano for descendente seu, ABSOLUTA ou RELATI-
dentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos VAMENTE INCAPAZ.
postos em circulação (Responsabilidade objetiva)
JDC44 Na hipótese do art. 934, o empregador e o comitente so-
JDC42 O art. 931 amplia o conceito de fato do produto exis- mente poderão agir regressivamente contra o empregado ou
tente no art. 12 do Código de Defesa do Consumidor, im- preposto se estes tiverem causado dano com dolo ou culpa.
putando responsabilidade civil à empresa e aos empresá-
rios individuais vinculados à circulação dos produtos. Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não
JDC43 A responsabilidade civil pelo fato do produto, previs- se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou so-
ta no art. 931 do novo Código Civil, também inclui os riscos bre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem
do desenvolvimento. decididas no juízo criminal.
JDC190 A regra do art. 931 do novo Código Civil não afasta
as normas acerca da responsabilidade pelo fato do produto JDC45 No caso do art. 935, não mais se poderá questionar a
previstas no art. 12 do Código de Defesa do Consumidor, existência do fato ou quem seja o seu autor se essas questões
que continuam mais favoráveis ao consumidor lesado. se acharem categoricamente decididas no juízo criminal.
JDC378 Aplica-se o art. 931 do Código Civil, haja ou não re-
lação de consumo.
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por
JDC562 Aos casos do art. 931 do Código Civil aplicam-se as ex-
este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior.
cludentes da responsabilidade objetiva.

JDC452 A responsabilidade civil do dono ou detentor de animal


Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil (Respon-
é objetiva, admitindo-se a excludente do fato exclusivo de ter-
sabilidade objetiva indireta ou complexa):
ceiro.
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autori-
dade e em sua companhia;
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos
acharem nas mesmas condições; que resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos,
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, servi- cuja necessidade fosse manifesta.
çais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir,
ou em razão dele; JDC556 A responsabilidade civil do dono do prédio ou constru-
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos ção por sua ruína, tratada pelo art. 937 do CC, é objetiva.
onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação,
pelos seus hóspedes, moradores e educandos; Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lança-
do crime, até a concorrente quantia. das em lugar indevido.

JDC191 A instituição hospitalar privada responde, na forma do JDC557 Nos termos do art. 938 do CC, se a coisa cair ou for
art. 932, III, do Código Civil, pelos atos culposos praticados por lançada de condomínio edilício, não sendo possível identifi-
médicos integrantes de seu corpo clínico car de qual unidade, responderá o condomínio, assegurado
JDC450 Considerando que a responsabilidade dos pais pelos o direito de regresso.
atos danosos praticados pelos filhos menores é objetiva, e não
por culpa presumida, ambos os genitores, no exercício do po-
Art. 939. O credor que demandar o devedor antes de vencida a
der familiar, são, em regra, solidariamente responsáveis por
dívida, fora dos casos em que a lei o permita, ficará obrigado a
tais atos, ainda que estejam separados, ressalvado o direito
esperar o tempo que faltava para o vencimento, a descontar os
de regresso em caso de culpa exclusiva de um dos genitores.

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DIA 14 / 8

juros correspondentes, embora estipulados, e a PAGAR AS CUS- OBS: De acordo com o § 4º do art. 533 do CPC/2015, "a presta-
TAS EM DOBRO. ção alimentícia poderá ser fixada tomando por base o salá-
rio-mínimo". Logo, é uma possibilidade e não um dever do ma-
Art. 940. Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou gistrado. Segundo o STJ, o princípio fundamental firmado pela
em parte, sem ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais Súmula 490 do STF, é o de propiciar o ressarcimento mais efi-
do que for devido, ficará obrigado a pagar ao devedor, no pri- caz possível à vítima do ilícito civil, e não o de estabelecer
meiro caso, o DOBRO do que houver cobrado e, no segundo, uma regra imutável quanto ao cálculo do valor a ser pago. As-
o equivalente do que dele exigir, salvo se houver prescrição. sim, se o juiz fixar a indenização com base no salário mínimo vi-
gente na data do pagamento, isso não configura afronta ao alu-
DEMANDAR ANTES DE Ficará obrigado a esperar o venci- dido enunciado a ponto de justificar o cabimento de recurso es-
VENCIDA A DÍVIDA mento, a descontar os juros corres- pecial (AgRg no Ag 1195520/RJ, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em
pondentes, embora estipulados, e a 03/11/2009).
PAGAR AS CUSTAS EM DOBRO. Súmula 491-STF: É indenizável o acidente que cause a morte de
filho menor, ainda que não exerça trabalho remunerado.
DEMANDAR POR Ficará obrigado a pagar ao devedor o
Súmula 492-STF: A empresa locadora de veículos responde, ci-
DÍVIDA JÁ PAGA SEM DOBRO do que houver cobrado
vil e solidariamente com o locatário, pelos danos por este cau-
RESSALVAR AS QUAN-
sados a terceiro, no uso do carro locado.
TIAS RECEBIDAS
Súmula 562-STF: Na indenização de danos materiais decorren-
DEMANDAR POR Ficará obrigado a pagar ao devedor tes de ato ilícito cabe a atualização de seu valor, utilizando-se,
DÍVIDA JÁ PAGA equivalente do que dele exigir para esse fim, dentre outros critérios, os índices de correção mo-
PEDINDO MAIS DO netária.
QUE FOR DEVIDO
STJ

Art. 941. As penas previstas nos arts. 939 e 940 não se aplicarão Súmula 43-STJ: Incide correção monetária sobre dívida por
quando o autor desistir da ação antes de contestada a lide, ato ilícito a partir da data do EFETIVO PREJUÍZO.
salvo ao réu o direito de haver indenização por algum prejuí- Súmula 54-STJ: Os juros moratórios fluem a partir do EVENTO
zo que prove ter sofrido. DANOSO, em caso de responsabilidade extracontratual.
OBS: Na responsabilidade civil extracontratual, se houver a fixa-
Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do di- ção de pensionamento mensal, os juros moratórios deverão ser
reito de outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, contabilizados a partir do vencimento de cada prestação, e não
se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidaria- da data do evento danoso ou da citação. Não se aplica ao caso
mente pela reparação. a súmula 54 do STJ, que somente tem incidência para condena-
Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os auto- ções que são fixadas em uma única parcela. STJ. 4ª Turma. REsp
res os coautores e as pessoas designadas no art. 932. 1.270.983-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
8/3/2016 (Info 580).
Súmula 132-STJ: A ausência de registro da transferência não
JDC453 Na via regressiva, a indenização atribuída a cada agente
implica a responsabilidade do antigo proprietário por dano
será fixada proporcionalmente à sua contribuição para o evento
resultante de acidente que envolva o veículo alienado
danoso.
Súmula 221-STJ: São civilmente responsáveis pelo ressarcimen-
JDC558 São solidariamente responsáveis pela reparação civil,
to de dano, decorrente de publicação pela imprensa, tanto o
juntamente com os agentes públicos que praticaram atos de
autor do escrito quanto o proprietário do veículo de divul-
improbidade administrativa, as pessoas, inclusive as jurídi-
gação.
cas, que para eles concorreram ou deles se beneficiaram di-
Súmula 246-STJ: O valor do seguro obrigatório deve ser dedu-
reta ou indiretamente.
zido da indenização judicialmente fixada.
Súmula 362-STJ: A correção monetária do valor da indeniza-
Art. 943. O direito de exigir reparação e a obrigação de prestá- ção do dano moral incide desde a DATA DO ARBITRAMENTO.
la TRANSMITEM-SE COM A HERANÇA.

CORREÇÃO MONETÁRIA
JDC454 O direito de exigir reparação a que se refere o art. 943
do Código Civil abrange inclusive os danos morais, ainda que DANOS MATERIAIS DANOS MORAIS
a ação não tenha sido iniciada pela vítima.
Efetivo prejuízo Arbitramento

SÚMULAS SOBRE RESPONSABILIDADE CIVIL


JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ
STF
EDIÇÃO N. 125: RESPONSABILIDADE CIVIL - DANO MORAL
Súmula 261-STF: Para a ação de indenização, em caso de ava- 1) A fixação do valor devido à título de indenização por danos
ria, é dispensável que a vistoria se faça judicialmente. morais deve considerar o MÉTODO BIFÁSICO, que conjuga os
Súmula 490-STF: A pensão correspondente a indenização critérios da valorização das circunstâncias do caso e do inte-
oriunda de responsabilidade civil deve ser calculada com base resse jurídico lesado, e minimiza eventual arbitrariedade ao
no salário-mínimo vigente ao tempo da sentença e ajustar-se-á se adotar critérios unicamente subjetivos do julgador, além
às variações ulteriores. de afastar eventual tarifação do dano.

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DIA 14 / 9

2) O DANO MORAL COLETIVO, aferível in re ipsa, é categoria danos individuais, materiais ou imateriais, mas também os
autônoma de dano relacionado à violação injusta e danos sociais, difusos, coletivos e individuais homogêneos a
intolerável de valores fundamentais da coletividade. serem reclamados pelos legitimados para propor ações coleti-
3) É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e vas.
dano moral. (Súmula n. 387/STJ) JDC457 A redução equitativa da indenização tem caráter ex-
4) A legitimidade para pleitear a reparação por danos morais cepcional e somente será realizada quando a amplitude do
é, em regra, do próprio ofendido, no entanto, em certas dano extrapolar os efeitos razoavelmente imputáveis à con-
situações, são colegitimadas também aquelas pessoas que, duta do agente.
sendo muito próximas afetivamente à vítima, são atingidas JDC458 O grau de culpa do ofensor, ou a sua eventual condu-
indiretamente pelo evento danoso, reconhecendo-se, em tais ta intencional, deve ser levado em conta pelo juiz para a quan-
casos, o chamado dano moral reflexo ou em ricochete. tificação do dano moral.
5) Embora a violação moral atinja apenas os direitos subjetivos JDC588 O patrimônio do ofendido não pode funcionar como
do falecido, o espólio e os herdeiros têm legitimidade parâmetro preponderante para o arbitramento de compen-
ativa ad causam para pleitear a reparação dos danos morais sação por dano extrapatrimonial.
suportados pelo de cujus.
6) Os sucessores possuem legitimidade para ajuizar ação de Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o even-
reparação de danos morais em decorrência de perseguição, to danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a
tortura e prisão, sofridos durante a época do regime militar. gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano.
7) O abandono afetivo de filho, em regra, não gera dano
moral indenizável, podendo, em hipóteses excepcionais, se
JDC47 O art. 945 do novo Código Civil, que não encontra cor-
comprovada a ocorrência de ilícito civil que ultrapasse o mero
respondente no Código Civil de 1916, não exclui a aplicação
dissabor, ser reconhecida a existência do dever de indenizar.
da teoria da causalidade adequada.
8) Não há responsabilidade por dano moral decorrente de
JDC459 A conduta da vítima pode ser fator atenuante do nexo
abandono afetivo antes do reconhecimento da paternidade.
de causalidade na responsabilidade civil objetiva.
9) O prazo prescricional da pretensão reparatória de abandono
JDC630 Culpas não se compensam. Para os efeitos do art. 945
afetivo começa a fluir a partir da maioridade do autor.
do Código Civil, cabe observar os seguintes critérios:
10) A pessoa jurídica pode sofrer dano moral, desde que
(i) há diminuição do quantum da reparação do dano causado
demonstrada ofensa à sua honra objetiva.
quando, ao lado da conduta do lesante, verifica-se ação ou
11) A pessoa jurídica de direito público NÃO É titular de
omissão do próprio lesado da qual resulta o dano, ou o seu
direito à indenização por dano moral relacionado à ofensa
agravamento, desde que
de sua honra ou imagem, porquanto, tratando-se de direito
(ii) reportadas ambas as condutas a um mesmo fato, ou ao mes-
fundamental, seu titular imediato é o particular e o
mo fundamento de imputação, conquanto possam ser simultâ-
reconhecimento desse direito ao Estado acarreta a subversão da
neas ou sucessivas, devendo-se considerar o percentual causal
ordem natural dos direitos fundamentais.
do agir de cada um.

CAPÍTULO II
Art. 946. Se a obrigação for indeterminada, e não houver na lei ou
Da Indenização
no contrato disposição fixando a indenização devida pelo inadim-
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.
plente, apurar-se-á o valor das perdas e danos na forma que a lei
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gra-
processual determinar.
vidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamen-
te, a indenização.
Art. 947. Se o devedor não puder cumprir a prestação na espécie
ajustada, substituir-se-á pelo seu valor, em moeda corrente.
JDC46 A possibilidade de redução do montante da indeni-
zação em face do grau de culpa do agente, estabelecida no Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem ex-
parágrafo único do art. 944 do novo Código Civil, deve ser in- cluir outras reparações:
terpretada restritivamente, por representar uma exceção ao I - no pagamento das despesas com o tratamento da vítima,
princípio da reparação integral do dano, não se aplicando às seu funeral e o luto da família;
hipóteses de responsabilidade objetiva. II - na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os
JDC379 O art. 944, caput, do Código Civil não afasta a possi- devia, levando-se em conta a duração provável da vida da vítima.
bilidade de se reconhecer a função punitiva ou pedagógica
da responsabilidade civil.
JDC560 No plano patrimonial, a manifestação do dano reflexo
JDC380 Atribui-se nova redação ao Enunciado n. 46 da I Jorna-
ou por ricochete não se restringe às hipóteses previstas no art.
da de Direito Civil, pela supressão da parte final: não se apli-
948 do Código Civil.
cando às hipóteses de responsabilidade objetiva
JDC455 Embora o reconhecimento dos danos morais se dê, em
numerosos casos, independentemente de prova (in re ipsa), Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor
para a sua adequada quantificação, deve o juiz investigar, sem- indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros
pre que entender necessário, as circunstâncias do caso concre- cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro pre-
to, inclusive por intermédio da produção de depoimento pesso- juízo que o ofendido prove haver sofrido.
al e da prova testemunhal em audiência.
JDC456 A expressão “dano” no art. 944 abrange não só os JDC192 Os danos oriundos das situações previstas nos arts. 949

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DIA 14 / 10

e 950 do Código Civil de 2002 devem ser analisados em conjun- Parágrafo único. Se o ofendido não puder provar prejuízo materi-
to, para o efeito de atribuir indenização por perdas e danos ma- al, caberá ao juiz fixar, equitativamente, o valor da indenização, na
teriais, cumulada com dano moral e estético. conformidade das circunstâncias do caso.

Art. 954. A indenização por ofensa à liberdade pessoal consisti-


Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não
rá no pagamento das perdas e danos que sobrevierem ao ofen-
possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a
dido, e se este não puder provar prejuízo, tem aplicação o dispos-
capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do
to no parágrafo único do artigo antecedente.
tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, inclui-
Parágrafo único. Consideram-se ofensivos da liberdade pesso-
rá pensão correspondente à importância do trabalho para que se
al:
inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu.
I - o cárcere privado;
Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a
II - a prisão por queixa ou denúncia falsa e de má-fé;
indenização seja arbitrada e paga de uma só vez.
III - a prisão ilegal.

JDC48 O parágrafo único do art. 950 do novo Código Civil insti-


SÚMULAS SOBRE DANO MORAL
tui direito potestativo do lesado para exigir pagamento da
indenização de uma só vez, mediante arbitramento do valor STF
pelo juiz, atendidos os arts. 944 e 945 e a possibilidade econô-
Súmula 28-STF: O estabelecimento bancário é responsável pelo
mica do ofensor.
pagamento de cheque falso, ressalvadas as hipóteses de culpa
JDC381 O lesado pode exigir que a indenização sob a forma
exclusiva ou concorrente do correntista. OBS: Segundo entendi-
de pensionamento seja arbitrada e paga de uma só vez, sal-
mento do STF o Código de Defesa do Consumidor é aplicado
vo impossibilidade econômica do devedor, caso em que o juiz
nas relações entre as instituições financeiras e seus clientes (ADI
poderá fixar outra forma de pagamento, atendendo à condição
2591/DF). O CDC afirma que somente a culpa exclusiva do con-
financeira do ofensor e aos benefícios resultantes do pagamento
sumidor (no caso o correntista é que exclui a responsabilidade
antecipado. STJ (Info 561): Nos casos de responsabilidade civil
do fornecedor de serviços (art. 14, § 3º, II). Logo, mesmo haven-
derivada de incapacitação para o trabalho (art. 950 do CC), a
do culpa concorrente do correntista, persistirá a responsabilida-
vítima não tem o direito absoluto de que a indenização por
de do estabelecimento bancário. A culpa concorrente servirá, no
danos materiais fixada em forma de pensão seja arbitrada e
máximo, como fator de atenuação do montante indenizatório.
paga de uma só vez.
STJ
Art. 951. O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no Súmula 227-STJ: A pessoa jurídica pode sofrer dano moral
caso de indenização devida por aquele que, no exercício de ativi- OBS: Segundo o STJ, a pessoa jurídica pode sofrer dano moral,
dade profissional, por negligência, imprudência ou imperícia, cau- desde que haja ofensa à sua honra objetiva, ou seja, ao conceito
sar a morte do paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou de que goza no meio social (REsp 1298689/RS, j. em
inabilitá-lo para o trabalho. 09/04/2013).
OBS: A pessoa jurídica de direito público não tem direito à
JDC460 A responsabilidade subjetiva do profissional da área indenização por danos morais relacionados à violação da honra
da saúde, nos termos do art. 951 do Código Civil e do art. 14, § ou da imagem (STJ REsp 1.258.389-PB, j. em 17/12/2013).
4º, do Código de Defesa do Consumidor, não afasta a sua res- Súmula 281-STJ: A indenização por dano moral não está sujei-
ponsabilidade objetiva pelo fato da coisa da qual tem a guar- ta à tarifação prevista na Lei de Imprensa.
da, em caso de uso de aparelhos ou instrumentos que, por Súmula 313-STJ: Em ação de indenização, procedente o pedi-
eventual disfunção, venham a causar danos a pacientes, sem do, é necessária a constituição de capital ou caução fidejussória
prejuízo do direito regressivo do profissional em relação ao para a garantia de pagamento da pensão, independentemente
fornecedor do aparelho e sem prejuízo da ação direta do pa- da situação financeira do demandado.
ciente, na condição de consumidor, contra tal fornecedor. OBS: O novo CPC (art. 533) autorizou a dispensa de constitui-
ção do referido capital quando o demandado for pessoa ju-
Art. 952. Havendo usurpação ou esbulho do alheio, além da res- rídica de notória capacidade econômica, prevendo uma exce-
tituição da coisa, a indenização consistirá em pagar o valor das ção à parte final do enunciado ("independentemente da situa-
suas deteriorações e o devido a título de lucros cessantes; fal- ção financeira do demandado").
tando a coisa, dever-se-á reembolsar o seu equivalente ao preju- Súmula 370-STJ: Caracteriza dano moral a apresentação an-
dicado. tecipada de cheque pré-datado.
Parágrafo único. Para se restituir o equivalente, quando não exista Súmula 385-STJ: Da anotação irregular em cadastro de prote-
a própria coisa, estimar-se-á ela pelo seu preço ordinário e pelo ção ao crédito, não cabe indenização por dano moral, quan-
de afeição, contanto que este não se avantaje àquele. do preexistente legítima inscrição, ressalvado o direito ao
cancelamento.
Súmula 387-STJ: É lícita a cumulação das indenizações de dano
JDC561 No caso do art. 952 do Código Civil, se a coisa faltar, de -
estético e dano moral.
ver-se-á, além de reembolsar o seu equivalente ao prejudicado,
Súmula 388-STJ: A simples devolução indevida de cheque
indenizar também os lucros cessantes.
caracteriza dano moral.
Súmula 403-STJ: Independe de prova do prejuízo a indeniza-
Art. 953. A indenização por injúria, difamação ou calúnia con- ção pela publicação não autorizada da imagem de pessoa com
sistirá na reparação do dano que delas resulte ao ofendido. fins econômicos ou empresariais.

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DIA 14 / 11

Súmula 624-STJ: É possível cumular a indenização do dano mo- VII - sobre os exemplares da obra existente na massa do editor, o
ral com a reparação econômica da Lei n. 10.559/2002 (Lei da autor dela, ou seus legítimos representantes, pelo crédito funda-
Anistia Política). do contra aquele no contrato da edição;
VIII - sobre o produto da colheita, para a qual houver concorrido
com o seu trabalho, e precipuamente a quaisquer outros créditos,
TÍTULO X
ainda que reais, o trabalhador agrícola, quanto à dívida dos seus
Das Preferências e Privilégios Creditórios
salários.
Art. 955. Procede-se à declaração de insolvência toda vez que
IX - sobre os produtos do abate, o credor por animais
as dívidas excedam à importância dos bens do devedor.

Art. 965. Goza de privilégio geral, na ordem seguinte, sobre os


Art. 956. A discussão entre os credores pode versar quer sobre a
bens do devedor:
preferência entre eles disputada, quer sobre a nulidade, simula-
I - o crédito por despesa de seu funeral, feito segundo a condição
ção, fraude, ou falsidade das dívidas e contratos.
do morto e o costume do lugar;
II - o crédito por custas judiciais, ou por despesas com a arrecada-
Art. 957. Não havendo título legal à preferência, terão os cre-
ção e liquidação da massa;
dores igual direito sobre os bens do devedor comum.
III - o crédito por despesas com o luto do cônjuge sobrevivo e
dos filhos do devedor falecido, se foram moderadas;
Art. 958. Os títulos legais de preferência são os privilégios e os
IV - o crédito por despesas com a doença de que faleceu o deve-
direitos reais.
dor, no semestre anterior à sua morte;
V - o crédito pelos gastos necessários à mantença do devedor fa-
Art. 959. Conservam seus respectivos direitos os credores, hipote-
lecido e sua família, no trimestre anterior ao falecimento;
cários ou privilegiados:
VI - o crédito pelos impostos devidos à Fazenda Pública, no ano
I - sobre o preço do seguro da coisa gravada com hipoteca ou
corrente e no anterior;
privilégio, ou sobre a indenização devida, havendo responsável
VII - o crédito pelos salários dos empregados do serviço domésti-
pela perda ou danificação da coisa;
co do devedor, nos seus derradeiros seis meses de vida;
II - sobre o valor da indenização, se a coisa obrigada a hipoteca
VIII - os demais créditos de privilégio geral.
ou privilégio for desapropriada.

Art. 960. Nos casos a que se refere o artigo antecedente, o deve- CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
dor do seguro, ou da indenização, exonera-se pagando sem opo-
sição dos credores hipotecários ou privilegiados. CAPÍTULO IV
DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHEÇA A
Art. 961. O crédito real prefere ao pessoal de qualquer espécie; EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PRESTAR ALIMENTOS
o crédito pessoal privilegiado, ao simples; e o privilégio espe- Art. 528. No cumprimento de sentença que condene ao paga-
cial, ao geral. mento de prestação alimentícia ou de decisão interlocutória
que fixe alimentos, o juiz, a requerimento do exequente, man-
Art. 962. Quando concorrerem aos mesmos bens, e por título dará INTIMAR o executado PESSOALMENTE para, em 3 dias,
igual, dois ou mais credores da mesma classe especialmente privi- pagar o débito, provar que o fez ou justificar a impossibilida-
legiados, haverá entre eles rateio proporcional ao valor dos res- de de efetuá-lo.
pectivos créditos, se o produto não bastar para o pagamento in- § 1o Caso o executado, no prazo referido no caput (3 dias), não
tegral de todos. efetue o pagamento, não prove que o efetuou ou não apre-
sente justificativa da impossibilidade de efetuá-lo, o JUIZ MAN-
Art. 963. O privilégio especial só compreende os bens sujeitos, DARÁ PROTESTAR o pronunciamento judicial, aplicando-se, no
por expressa disposição de lei, ao pagamento do crédito que que couber, o disposto no art. 517.
ele favorece; e o geral, todos os bens não sujeitos a crédito § 2o Somente a comprovação de fato que gere a IMPOSSIBILI-
real nem a privilégio especial. DADE ABSOLUTA de pagar justificará o inadimplemento.
§ 3o Se o executado não pagar ou se a justificativa apresenta-
Art. 964. Têm privilégio especial: da não for aceita, o juiz, além de mandar protestar o pronun-
I - sobre a coisa arrecadada e liquidada, o credor de custas e des- ciamento judicial na forma do § 1o, DECRETAR-LHE-Á A PRISÃO
pesas judiciais feitas com a arrecadação e liquidação; PELO PRAZO DE 1 A 3 MESES
II - sobre a coisa salvada, o credor por despesas de salvamento; § 4o A prisão será cumprida em REGIME FECHADO, devendo o
III - sobre a coisa beneficiada, o credor por benfeitorias necessá- preso ficar separado dos presos comuns.
rias ou úteis; § 5o O cumprimento da pena não exime o executado do paga-
IV - sobre os prédios rústicos ou urbanos, fábricas, oficinas, ou mento das prestações vencidas e vincendas.
quaisquer outras construções, o credor de materiais, dinheiro, ou § 6o Paga a prestação alimentícia, o juiz suspenderá o cumpri-
serviços para a sua edificação, reconstrução, ou melhoramento; mento da ordem de prisão.
V - sobre os frutos agrícolas, o credor por sementes, instrumentos § 7o O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante
e serviços à cultura, ou à colheita; é o que compreende até as 3 prestações anteriores ao ajuiza-
VI - sobre as alfaias e utensílios de uso doméstico, nos prédios mento da execução e as que se vencerem no curso do processo.
rústicos ou urbanos, o credor de aluguéis, quanto às prestações § 8o O exequente pode optar por promover o cumprimento da
do ano corrente e do anterior; sentença ou decisão desde logo, nos termos do disposto nes-
te Livro, Título II, Capítulo III, caso em que NÃO SERÁ ADMIS-

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DIA 14 / 12

SÍVEL A PRISÃO DO EXECUTADO, e, recaindo a penhora em di- inalienável e impenhorável enquanto durar a obrigação do exe-
nheiro, a concessão de efeito suspensivo à impugnação não cutado, além de constituir-se em patrimônio de afetação.
obsta a que o exequente levante mensalmente a importância § 2o O juiz poderá substituir a constituição do capital pela in-
da prestação. clusão do exequente em folha de pagamento de pessoa ju-
§ 9o Além das opções previstas no art. 516, parágrafo único, o rídica de notória capacidade econômica ou, a requerimento
exequente pode promover o cumprimento da sentença ou deci- do executado, por fiança bancária ou garantia real, em valor a
são que condena ao pagamento de prestação alimentícia no juí- ser arbitrado de imediato pelo juiz.
zo de seu domicílio. § 3o Se sobrevier modificação nas condições econômicas, po-
derá a parte requerer, conforme as circunstâncias, redução ou
CJF 146: O prazo de 3 dias previsto pelo art. 528 do CPC conta- aumento da prestação.
se em dias úteis e na forma dos incisos do art. 231 do CPC, § 4o A prestação alimentícia PODERÁ SER FIXADA TOMANDO
não se aplicando seu § 3º. POR BASE O SALÁRIO-MÍNIMO.
CJF 147: Basta o inadimplemento de uma parcela, no todo ou § 5o Finda a obrigação de prestar alimentos, o juiz mandará liberar
em parte, para decretação da prisão civil prevista no art. 528, o capital, cessar o desconto em folha ou cancelar as garantias
§ 7º, do CPC. prestadas.

Art. 529. Quando o executado for funcionário público, militar, di- SÚMULA SOBRE ALIMENTOS
retor ou gerente de empresa ou empregado sujeito à legislação Súmula 621-stj: os efeitos da sentença que reduz, majora ou
do trabalho, o exequente poderá requerer o desconto em fo- exonera o alimentante do pagamento retroagem à data da
lha de pagamento da importância da prestação alimentícia. citação, VEDADAS A COMPENSAÇÃO E A REPETIBILIDADE.
§ 1o Ao proferir a decisão, o juiz oficiará à autoridade, à empresa
ou ao empregador, determinando, sob pena de crime de desobe- CAPÍTULO V
diência, o desconto a partir da primeira remuneração posteri- DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHEÇA A EXIGIBILI-
or do executado, a contar do protocolo do ofício. DADE DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA
§ 2o O ofício conterá o nome e o número de inscrição no Cadastro PELA FAZENDA PÚBLICA
de Pessoas Físicas do exequente e do executado, a importância a Art. 534. No cumprimento de sentença que impuser à Fazenda
ser descontada mensalmente, o tempo de sua duração e a conta Pública o dever de pagar quantia certa, o exequente apresen-
na qual deve ser feito o depósito. tará demonstrativo discriminado e atualizado do crédito con-
§ 3o Sem prejuízo do pagamento dos alimentos vincendos, o tendo:
débito objeto de execução pode ser descontado dos rendimen- I - o nome completo e o número de inscrição no Cadastro de Pes-
tos ou rendas do executado, de forma parcelada, nos termos do soas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do exe-
caput deste artigo, contanto que, somado à parcela devida, não quente;
ultrapasse 50% de seus ganhos líquidos. II - o índice de correção monetária adotado;
III - os juros aplicados e as respectivas taxas;
FPPC587. (arts.529, §3º; 833, IV e § 2º; 528, §8º) A limitação de IV - o termo inicial e o termo final dos juros e da correção mone-
que trata o §3º do art. 529 não se aplica à execução de dívida tária utilizados;
não alimentar. V - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso;
VI - a especificação dos eventuais descontos obrigatórios realiza-
Art. 530. Não cumprida a obrigação, observar-se-á o disposto dos.
nos arts. 831 e seguintes. § 1o Havendo pluralidade de exequentes, cada um deverá apre-
sentar o seu próprio demonstrativo, aplicando-se à hipótese, se
Art. 531. O disposto neste Capítulo aplica-se aos alimentos defi- for o caso, o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 113.
nitivos ou provisórios. § 2o A multa prevista no § 1o do art. 523 NÃO SE APLICA à Fa-
§ 1o A execução dos alimentos provisórios, bem como a dos ali- zenda Pública.
mentos fixados em sentença ainda não transitada em julgado, se
processa em autos apartados. Art. 535. A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu re-
§ 2o O cumprimento definitivo da obrigação de prestar alimen- presentante judicial, por carga, remessa ou meio eletrônico, para,
tos será processado nos mesmos autos em que tenha sido profe- querendo, no prazo de 30 dias e nos próprios autos, impugnar a
rida a sentença. execução, podendo arguir:
I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o
Art. 532. Verificada a conduta procrastinatória do executado, o processo correu à revelia;
juiz deverá, se for o caso, dar ciência ao Ministério Público dos in- II - ilegitimidade de parte;
dícios da prática do crime de abandono material. III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
IV - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;
Art. 533. Quando a indenização por ato ilícito incluir prestação V - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;
de alimentos, caberá ao executado, a requerimento do exequen- VI - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação,
te, constituir capital cuja renda assegure o pagamento do va- como pagamento, novação, compensação, transação ou prescri-
lor mensal da pensão. ção, desde que supervenientes ao trânsito em julgado da senten-
§ 1o O capital a que se refere o caput, representado por imóveis ça.
ou por direitos reais sobre imóveis suscetíveis de alienação, títulos § 1o A alegação de impedimento ou suspeição observará o dispos-
da dívida pública ou aplicações financeiras em banco oficial, será to nos arts. 146 e 148.

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DIA 14 / 13

§ 2o Quando se alegar que o exequente, em excesso de execução, § 2o O mandado de busca e apreensão de pessoas e coisas será
pleiteia quantia superior à resultante do título, cumprirá à execu- cumprido por 2 oficiais de justiça, observando-se o disposto no
tada declarar de imediato o valor que entende correto, sob art. 846, §§ 1o a 4o, se houver necessidade de arrombamento.
pena de não conhecimento da arguição. § 3o O executado incidirá nas penas de LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ
§ 3o Não impugnada a execução ou rejeitadas as arguições da quando injustificadamente descumprir a ordem judicial, sem
executada: prejuízo de sua responsabilização por crime de desobediência.
I - expedir-se-á, por intermédio do presidente do tribunal com- § 4o No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade
petente, precatório em favor do exequente, observando-se o dis- de obrigação de fazer ou de não fazer, aplica-se o art. 525, no
posto na Constituição Federal; que couber.
II - por ordem do juiz, dirigida à autoridade na pessoa de quem o § 5o O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao cumpri-
ente público foi citado para o processo, o pagamento de obriga- mento de sentença que reconheça deveres de fazer e de não fa-
ção de pequeno valor será realizado no prazo de 2 meses con- zer de natureza não obrigacional.
tado da entrega da requisição, mediante depósito na agência
de banco oficial mais próxima da residência do exequente. FPPC441. (arts. 536, §5º, 537, §5º) O §5º do art. 536 e o §5º do art.
§ 4o Tratando-se de impugnação parcial, a parte não questionada 537 alcançam situação jurídica passiva correlata a direito real.
pela executada será, desde logo, objeto de cumprimento. FPPC442. (arts. 536, §5º, 537, §5º). O §5º do art. 536 e o §5º do
§ 5o Para efeito do disposto no inciso III do caput deste artigo, art. 537 alcançam os deveres legais.
CONSIDERA-SE também INEXIGÍVEL a obrigação reconhecida FPPC533. (art. 536, §3º; art. 774, IV) Se o executado descumprir
em título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo ordem judicial, conforme indicado pelo § 3º do art. 536, incidirá
considerado inconstitucional pelo STF, ou fundado em aplica- a pena por ATO ATENTATÓRIO À DIGNIDADE DA JUSTIÇA
ção ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo STF (art. 774, IV), sem prejuízo da sanção por litigância de má-fé.
como incompatível com a Constituição Federal, em controle de
constitucionalidade concentrado ou difuso.
Art. 537. A multa INDEPENDE de requerimento da parte e po-
§ 6o No caso do § 5o, os efeitos da decisão do STF poderão ser
derá ser aplicada na fase de conhecimento, em tutela provisória
modulados no tempo, de modo a favorecer a segurança jurídica.
ou na sentença, ou na fase de execução, desde que seja suficien-
§ 7o A decisão do STF referida no § 5o deve ter sido proferida
te e compatível com a obrigação e que se determine prazo ra-
antes do trânsito em julgado da decisão exequenda.
zoável para cumprimento do preceito.
§ 8o Se a decisão referida no § 5o for proferida após o trânsito em
§ 1o O juiz poderá, de ofício ou a requerimento, modificar o va-
julgado da decisão exequenda, caberá ação rescisória, cujo
lor ou a periodicidade da multa vincenda ou excluí-la, caso ve-
PRAZO será contado DO TRÂNSITO EM JULGADO DA DECI-
rifique que:
SÃO PROFERIDA PELO STF.
I - se tornou insuficiente ou excessiva;
II - o obrigado demonstrou cumprimento parcial superveniente
FPPC532. (art. 535, § 3º; art. 100, § 5º, Constituição Federal). A da obrigação ou justa causa para o descumprimento.
expedição do precatório ou da RPV depende do trânsito em § 2o O valor da multa será devido ao exequente.
julgado da decisão que rejeita as arguições da Fazenda Públi- § 3º A decisão que fixa a multa é passível de cumprimento
ca executada. provisório, devendo ser depositada em juízo, permitido o levan-
tamento do valor após o trânsito em julgado da sentença favo-
rável à parte.
Diferentemente das obrigações de QUANTIA, o regramento
§ 4o A multa será devida desde o dia em que se configurar o
quanto às obrigações de FAZER, NÃO FAZER e ENTREGAR
descumprimento da decisão e incidirá enquanto não for cumpri-
COISA aplicam-se à Fazenda Pública da mesma forma em
da a decisão que a tiver cominado.
que se aplicam aos particulares.
§ 5o O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao cumpri-
mento de sentença que reconheça deveres de fazer e de não fa-
CAPÍTULO VI zer de natureza não obrigacional.
DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHEÇA A EXIGIBILI-
DADE DE OBRIGAÇÃO DE FAZER, DE NÃO FAZER OU
JDPC96 Os critérios referidos no caput do art. 537 do CPC de-
DE ENTREGAR COISA
vem ser observados no momento da fixação da multa, que não
Seção I
está limitada ao valor da obrigação principal e não pode ter sua
Do Cumprimento de Sentença que Reconheça a Exigibilidade de
exigibilidade postergada para depois do trânsito em julgado.
Obrigação de Fazer ou de Não Fazer
Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibili-
dade de obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de Seção II
ofício ou a requerimento, para a efetivação da tutela específica Do Cumprimento de Sentença que Reconheça a Exigibilidade de
ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente, Obrigação de ENTREGAR COISA
determinar as medidas necessárias à satisfação do exequente. Art. 538. Não cumprida a obrigação de entregar coisa no pra-
§ 1o Para atender ao disposto no caput, o juiz poderá determi- zo estabelecido na sentença, será expedido mandado de busca
nar, entre outras medidas, a imposição de multa, a busca e e apreensão ou de imissão na posse em favor do credor, con-
apreensão, a remoção de pessoas e coisas, o desfazimento de forme se tratar de coisa móvel ou imóvel.
obras e o impedimento de atividade nociva, podendo, caso ne- § 1o A existência de benfeitorias deve ser ALEGADA NA FASE
cessário, requisitar o auxílio de força policial. DE CONHECIMENTO, EM CONTESTAÇÃO, de forma discrimi-
nada e com atribuição, sempre que possível e justificadamen-
te, do respectivo valor.

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DIA 14 / 14

§ 2o O direito de retenção por benfeitorias deve ser exercido dentro de 5 dias, se outro prazo não constar de lei ou do contra-
na contestação, na fase de conhecimento. to, ou para aceitar que o devedor a faça, devendo o juiz, ao des-
§ 3o Aplicam-se ao procedimento previsto neste artigo, no que pachar a petição inicial, fixar lugar, dia e hora em que se fará a en-
couber, as disposições sobre o cumprimento de obrigação de fa- trega, sob pena de depósito.
zer ou de não fazer.
Art. 544. Na contestação, o réu poderá alegar que:
TÍTULO III I - não houve recusa ou mora em receber a quantia ou a coisa de-
DOS PROCEDIMENTOS ESPECIAIS vida;
CAPÍTULO I II - foi justa a recusa;
DA AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO III - o depósito não se efetuou no prazo ou no lugar do pagamen-
Art. 539. Nos casos previstos em lei, poderá o devedor ou ter- to;
ceiro requerer, com efeito de pagamento, a consignação da IV - o depósito não é integral.
quantia ou da coisa devida. Parágrafo único. No caso do inciso IV (depósito não integral), a
§ 1o Tratando-se de obrigação em dinheiro, poderá o valor ser de- alegação somente será admissível se o réu indicar o montante
positado em estabelecimento bancário, oficial onde houver, situa- que entende devido.
do no lugar do pagamento, cientificando-se o credor por carta
com aviso de recebimento, assinado o prazo de 10 dias para a Art. 545. Alegada a insuficiência do depósito, é lícito ao autor
manifestação de recusa. completá-lo, em 10 dias, salvo se corresponder a prestação cujo
§ 2o Decorrido o prazo do § 1o (10 dias), contado do retorno do inadimplemento acarrete a rescisão do contrato.
aviso de recebimento, sem a manifestação de recusa, conside- § 1o No caso do caput, poderá o réu levantar, desde logo, a
rar-se-á o devedor liberado da obrigação, ficando à disposição quantia ou a coisa depositada, com a consequente liberação
do credor a quantia depositada. parcial do autor, prosseguindo o processo quanto à parcela con-
§ 3o Ocorrendo a recusa, manifestada por escrito ao estabeleci- trovertida.
mento bancário, poderá ser proposta, dentro de 1 mês, a ação § 2o A sentença que concluir pela insuficiência do depósito deter-
de consignação, instruindo-se a inicial com a prova do de- minará, sempre que possível, o montante devido e valerá como
pósito e da recusa. título executivo, facultado ao credor promover-lhe o cumpri-
§ 4o Não proposta a ação no prazo do § 3o (1 mês) ficará sem mento nos mesmos autos, após liquidação, se necessária.
efeito o depósito, podendo levantá-lo o depositante.
FPPC61. (art. 545) É permitido ao réu da ação de consignação
Art. 540. Requerer-se-á a consignação no lugar do pagamento,
em pagamento levantar “desde logo” a quantia ou coisa deposi-
cessando para o devedor, à data do depósito, os juros e os riscos,
tada em outras hipóteses além da prevista no § 1º do art. 545
salvo se a demanda for julgada improcedente.
(insuficiência do depósito), desde que tal postura não seja
contraditória com fundamento da defesa.
FPPC59. (art. 540). Em ação de consignação em pagamento,
quando a coisa devida for corpo que deva ser entregue no lugar
em que está, poderá o devedor requerer a consignação no foro Art. 546. Julgado procedente o pedido, o juiz declarará extinta a
em que ela se encontra. A supressão do parágrafo único do art. obrigação e condenará o réu ao pagamento de custas e honorá-
891 do Código de Processo Civil de 1973 é inócua, tendo em vis- rios advocatícios.
ta o art. 341 do Código Civil. Parágrafo único. Proceder-se-á do mesmo modo se o credor re-
ceber e der quitação.

Art. 541. Tratando-se de prestações sucessivas, consignada uma


Art. 547. Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente rece-
delas, pode o devedor continuar a depositar, no mesmo processo
ber o pagamento, o autor requererá o depósito e a citação dos
e sem mais formalidades, as que se forem vencendo, desde que o
possíveis titulares do crédito para provarem o seu direito.
faça em até 5 dias contados da data do respectivo vencimento.
Art. 548. No caso do art. 547:
FPPC60. (art. 541) Na ação de consignação em pagamento que I - não comparecendo pretendente algum, converter-se-á o de-
tratar de prestações sucessivas, consignada uma delas, pode o pósito em arrecadação de coisas vagas;
devedor continuar a consignar sem mais formalidades as que se II - comparecendo apenas um, o juiz decidirá de plano;
forem vencendo, enquanto estiver pendente o processo. III - comparecendo mais de um, o juiz declarará efetuado o
depósito e extinta a obrigação, continuando o processo a cor-
Art. 542. Na petição inicial, o autor requererá: rer unicamente entre os presuntivos credores, observado o
I - o depósito da quantia ou da coisa devida, a ser efetivado no procedimento comum.
prazo de 5 dias contados do deferimento, ressalvada a hipótese
do art. 539, § 3o; FPPC62. (art. 548, III) A regra prevista no art. 548, III, que dispõe
II - a citação do réu para levantar o depósito ou oferecer contes- que, em ação de consignação em pagamento, o juiz declarará
tação. efetuado o depósito extinguindo a obrigação em relação ao de-
Parágrafo único. Não realizado o depósito no prazo do inciso I vedor, prosseguindo o processo unicamente entre os presunti-
(5 dias), o processo será extinto sem resolução do mérito. vos credores, só se aplicará se o valor do depósito não for
controvertido, ou seja, não terá aplicação caso o montante de-
Art. 543. Se o objeto da prestação for coisa indeterminada e a positado seja impugnado por qualquer dos presuntivos credo-
escolha couber ao credor, será este citado para exercer o direito res.

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DIA 14 / 15

FPPC534. (art. 548, inc. III) A decisão a que se refere o inciso III CAPÍTULO III
do art. 548 faz coisa julgada quanto à extinção da obrigação DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS
FPPC535. (art. 548, inc. III) Cabe ação rescisória contra a deci- Seção I
são prevista no inciso III do art. 548. Disposições Gerais
Art. 554. A propositura de uma ação possessória em vez de
outra NÃO OBSTARÁ a que o juiz conheça do pedido e outor-
Art. 549. Aplica-se o procedimento estabelecido neste Capítulo,
gue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos
no que couber, ao resgate do aforamento.
estejam provados [PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE DAS AÇÕES
POSSESSÓRIAS]
CAPÍTULO II
§ 1o No caso de ação possessória em que figure no polo passivo
DA AÇÃO DE EXIGIR CONTAS
grande número de pessoas, serão feitas a citação pessoal dos
Art. 550. Aquele que afirmar ser titular do direito de exigir
ocupantes que forem encontrados no local e a citação por
contas requererá a citação do réu para que as preste ou ofere-
edital dos demais, determinando-se, ainda, a intimação do Mi-
ça contestação no prazo de 15 dias.
nistério Público e, se envolver pessoas em situação de hipos-
§ 1o Na petição inicial, o autor especificará, detalhadamente, as
suficiência econômica, da Defensoria Pública.
razões pelas quais exige as contas, instruindo-a com documen-
§ 2o Para fim da citação pessoal prevista no § 1o, o oficial de jus-
tos comprobatórios dessa necessidade, se existirem.
tiça procurará os ocupantes no local por 1 vez, citando-se por
§ 2o Prestadas as contas, o autor terá 15 dias para se manifestar,
edital os que não forem encontrados.
prosseguindo-se o processo na forma do Capítulo X do Título I
§ 3o O juiz deverá determinar que se dê ampla publicidade da
deste Livro.
existência da ação prevista no § 1o e dos respectivos prazos pro-
§ 3o A impugnação das contas apresentadas pelo réu deverá
cessuais, podendo, para tanto, valer-se de anúncios em jornal ou
ser fundamentada e específica, com referência expressa ao lan-
rádio locais, da publicação de cartazes na região do conflito e de
çamento questionado.
outros meios.
§ 4o Se o réu não contestar o pedido, observar-se-á o disposto no
art. 355 (julgamento antecipado do mérito).
§ 5o A decisão que julgar procedente o pedido condenará o réu FPPC63. (art. 554) No caso de ação possessória em que figure
a prestar as contas no prazo de 15 dias, sob pena de não lhe no polo passivo grande número de pessoas, a ampla divulgação
ser lícito impugnar as que o autor apresentar. prevista no § 3º do art. 554 contempla a inteligência do art. 301,
§ 6o Se o réu apresentar as contas no prazo previsto no § 5 o (15 com a possibilidade de determinação de registro de protesto
dias), seguir-se-á o procedimento do § 2o, caso contrário, o autor para consignar a informação do litígio possessório na matrícula
apresenta-las-á no prazo de 15 dias podendo o juiz determinar a imobiliária respectiva.
realização de exame pericial, se necessário. FPPC17. (arts. 554 e 677) O valor da causa nas ações fundadas
em posse, tais como as ações possessórias, os embargos de ter-
ceiro e a oposição, deve considerar a expressão econômica
FPPC177. (arts. 550, § 5º e 1.015, inc. II) A decisão interlocutória da posse, que não obrigatoriamente coincide com o valor
que julga procedente o pedido para condenar o réu a prestar da propriedade.
contas, por ser de mérito, é recorrível por agravo de instru- FPPC328. (arts. 554 e 565) Os arts. 554 e 565 do CPC aplicam-
mento. se à ação de usucapião coletiva (art. 10 da Lei 10.258/2001) e
ao processo em que exercido o direito a que se referem os §§4º
Art. 551. As contas do réu serão apresentadas na forma adequa- e 5º do art. 1.228, Código Civil, especialmente quanto à necessi-
da, especificando-se as receitas, a aplicação das despesas e os in- dade de ampla publicidade da ação e da participação do Mi-
vestimentos, se houver. nistério Público, da Defensoria Pública e dos órgãos estatais
§ 1o Havendo impugnação específica e fundamentada pelo autor, responsáveis pela reforma agrária e política urbana.
o juiz estabelecerá prazo razoável para que o réu apresente os
documentos justificativos dos lançamentos individualmente im- Art. 555. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de:
pugnados. I - condenação em perdas e danos;
§ 2o As contas do autor, para os fins do art. 550, § 5 o, serão apre- II - indenização dos frutos.
sentadas na forma adequada, já instruídas com os documentos Parágrafo único. Pode o autor requerer, ainda, imposição de me-
justificativos, especificando-se as receitas, a aplicação das despe- dida necessária e adequada para:
sas e os investimentos, se houver, bem como o respectivo saldo. I - evitar nova turbação ou esbulho;
II - cumprir-se a tutela provisória ou final.
Art. 552. A sentença apurará o saldo e constituirá título execu-
tivo judicial. Art. 556. É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o
ofendido em sua posse, demandar a proteção possessória e a
Art. 553. As contas do inventariante, do tutor, do curador, do de- indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbu-
positário e de qualquer outro administrador serão prestadas em lho cometido pelo autor.
apenso aos autos do processo em que tiver sido nomeado.
Parágrafo único. Se qualquer dos referidos no caput for condena- Art. 557. Na pendência de ação possessória É VEDADO, tanto
do a pagar o saldo e não o fizer no prazo legal, o juiz poderá des- ao autor quanto ao réu, propor ação de reconhecimento do
tituí-lo, sequestrar os bens sob sua guarda, glosar o prêmio ou a domínio, exceto se a pretensão for deduzida em face de ter-
gratificação a que teria direito e determinar as medidas executivas ceira pessoa.
necessárias à recomposição do prejuízo.

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DIA 14 / 16

Parágrafo único. NÃO OBSTA à manutenção ou à reintegração Art. 562. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz
de posse a alegação de propriedade ou de outro direito sobre deferirá, SEM OUVIR O RÉU, a expedição do mandado liminar
a coisa. de manutenção ou de reintegração, caso contrário, determinará
que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu
FPPC65. (art. 557) O art. 557 não obsta a cumulação pelo autor para comparecer à audiência que for designada.
de ação reivindicatória e de ação possessória, se os fundamen- Parágrafo único. Contra as pessoas jurídicas de direito público
tos forem distintos. não será deferida a manutenção ou a reintegração liminar
FPPC443. (art. 557) Em ação possessória movida pelo proprietá- sem prévia audiência dos respectivos representantes judiciais.
rio é possível ao réu alegar a usucapião como matéria de
defesa, sem violação ao art. 557 Art. 563. Considerada suficiente a justificação, o juiz fará logo ex-
pedir mandado de manutenção ou de reintegração.
Art. 558. Regem o procedimento de manutenção e de reintegra-
Art. 564. Concedido ou não o mandado liminar de manutenção
ção de posse as normas da Seção II deste Capítulo quando a ação
ou de reintegração, o autor promoverá, nos 5 dias subsequen-
for proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho afir-
tes, a citação do réu para, querendo, contestar a ação no pra-
mado na petição inicial.
zo de 15 dias.
Parágrafo único. Passado o prazo referido no caput (ano e dia),
Parágrafo único. Quando for ordenada a justificação prévia, o
será comum o procedimento, NÃO PERDENDO, contudo, O
prazo para contestar será contado da intimação da decisão que
CARÁTER POSSESSÓRIO.
deferir ou não a medida liminar.
Art. 559. Se o réu provar, em qualquer tempo, que o autor pro-
Art. 565. No LITÍGIO COLETIVO PELA POSSE DE IMÓVEL, quan-
visoriamente mantido ou reintegrado na posse carece de idonei-
do o esbulho ou a turbação afirmado na petição inicial houver
dade financeira para, no caso de sucumbência, responder por
ocorrido há mais de ano e dia, o juiz, antes de apreciar o pedi-
perdas e danos, o juiz designar-lhe-á o prazo de 5 dias para re-
do de concessão da medida liminar, deverá designar audiência
querer caução, real ou fidejussória, sob pena de ser depositada
de mediação, a realizar-se em até 30 dias, que observará o dis-
a coisa litigiosa, ressalvada a impossibilidade da parte econo-
posto nos §§ 2o e 4o.
micamente hipossuficiente.
§ 1o Concedida a liminar, se essa não for executada no prazo
de 1 ano, a contar da data de distribuição, caberá ao juiz de-
FPPC179. (arts. 559 e 139, VI) O prazo de 5 dias para prestar signar audiência de mediação, nos termos dos §§ 2o a 4o deste
caução pode ser dilatado, nos termos do art. 139, inciso VI. artigo.
FPPC180. (art. 559) A prestação de caução prevista no art. 559 § 2o O Ministério Público será intimado para comparecer à au-
poderá ser determinada pelo juiz, caso o réu obtenha a prote- diência, e a Defensoria Pública será intimada sempre que hou-
ção possessória, nos termos no art. 556 ver parte beneficiária de gratuidade da justiça.
§ 3o O juiz poderá comparecer à área objeto do litígio quando sua
AÇÃO DE Deverá ser proposta pela pessoa que presença se fizer necessária à efetivação da tutela jurisdicional.
REINTEGRAÇÃO DE sofreu um esbulho, ou seja, perdeu a § 4o Os órgãos responsáveis pela política agrária e pela política
POSSE posse. urbana da União, de Estado ou do Distrito Federal e de Município
onde se situe a área objeto do litígio poderão ser intimados para
AÇÃO DE Proposta quando a pessoa está a audiência, a fim de se manifestarem sobre seu interesse no pro-
MANUTENÇÃO DE sofrendo uma turbação, isto é, quando cesso e sobre a existência de possibilidade de solução para o con-
POSSE estão sendo praticados contra ela atos flito possessório.
materiais concretos de agressão à § 5o Aplica-se o disposto neste artigo ao litígio sobre propriedade
posse, sem que ela tenha sido ainda de imóvel.
desapossada integralmente.

INTERDITO Ajuizada quando a pessoa estiver FPPC66. (art. 565) A medida liminar referida no art. 565 é hipó-
PROIBITÓRIO sofrendo ameaças de efetiva ofensa à tese de tutela antecipada
posse, sem que tenha havido, contudo,
um ato material concreto.
Art. 566. Aplica-se, quanto ao mais, o procedimento comum.
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br

Seção III
Seção II Do Interdito Proibitório
Da Manutenção e da Reintegração de Posse Art. 567. O possuidor direto ou indireto que tenha justo receio
Art. 560. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em de ser molestado na posse poderá requerer ao juiz que o segure
caso de turbação e reintegrado em caso de esbulho. da turbação ou esbulho iminente, mediante mandado proibitório
em que se comine ao réu determinada pena pecuniária caso
Art. 561. Incumbe ao autor provar: transgrida o preceito.
I - a sua posse;
II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu; Art. 568. Aplica-se ao interdito proibitório o disposto na Seção II
III - a data da turbação ou do esbulho; deste Capítulo.
IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de manu-
tenção, ou a perda da posse, na ação de reintegração.

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CAPÍTULO IV Art. 573. Tratando-se de imóvel georreferenciado, com averbação


DA AÇÃO DE DIVISÃO E DA DEMARCAÇÃO DE TERRAS no registro de imóveis, pode o juiz dispensar a realização de pro-
PARTICULARES va pericial.
Seção I
Disposições Gerais Seção II
Art. 569. Cabe: Da Demarcação
I - ao proprietário a ação de demarcação, para obrigar o seu Art. 574. Na petição inicial, instruída com os títulos da proprieda-
confinante a estremar os respectivos prédios, fixando-se novos li- de, designar-se-á o imóvel pela situação e pela denominação,
mites entre eles ou aviventando-se os já apagados; descrever-se-ão os limites por constituir, aviventar ou renovar e
II - ao condômino a ação de divisão, para obrigar os demais nomear-se-ão todos os confinantes da linha demarcanda.
consortes a estremar os quinhões.
Art. 575. Qualquer condômino é parte legítima para promover
FPPC68. (art. 569) Também possuem legitimidade para a ação a demarcação do imóvel comum, requerendo a intimação dos de-
demarcatória os titulares de direito real de gozo e fruição, mais para, querendo, intervir no processo.
nos limites dos seus respectivos direitos e títulos constitutivos
de direito real. Assim, além da propriedade, aplicam-se os dispo- FPPC517. (art. 375; art. 489, §1°) A decisão judicial que empregar
sitivos do Capítulo sobre ação demarcatória, no que for cabível, regras de experiência comum, sem indicar os motivos pelos
em relação aos direitos reais de gozo e fruição. quais a conclusão adotada decorre daquilo que ordinariamente
FPPC69. (art. 569) Cabe ao proprietário ação demarcatória para acontece, considera-se não fundamentada
extremar a demarcação entre o seu prédio e do confinante, bem
como fixar novos limites, aviventar rumos apagados e a renovar Art. 576. A citação dos réus será feita por correio, observado o
marcos destruídos (art. 1.297 do Código Civil) disposto no art. 247.
Parágrafo único. Será publicado edital, nos termos do inciso III do
Art. 570. É lícita a cumulação dessas ações, caso em que deverá art. 259.
processar-se primeiramente a demarcação total ou parcial da coi-
sa comum, citando-se os confinantes e os condôminos. Art. 577. Feitas as citações, terão os réus o prazo comum de 15
dias para contestar.
FPPC514. (art. 370) O juiz não poderá revogar a decisão que de-
terminou a produção de prova de ofício sem que consulte as Art. 578. Após o prazo de resposta do réu, observar-se-á o pro-
partes a respeito cedimento comum.

Art. 579. Antes de proferir a sentença, o juiz nomeará um ou


Art. 571. A demarcação e a divisão poderão ser realizadas por
mais peritos para levantar o traçado da linha demarcanda.
escritura pública, desde que maiores, capazes e concordes to-
dos os interessados, observando-se, no que couber, os dispositi-
Art. 580. Concluídos os estudos, os peritos apresentarão minucio-
vos deste Capítulo.
so laudo sobre o traçado da linha demarcanda, considerando os
títulos, os marcos, os rumos, a fama da vizinhança, as informações
FPPC515. (art. 371; art. 489, §1°) Aplica-se o disposto no art. 489, de antigos moradores do lugar e outros elementos que coligirem.
§1°, também em relação às questões fáticas da demanda.
FPPC516. (art. 371; art. 369; art. 489, §1°) Para que se considere
FPPC70. (art. 580) Do laudo pericial que traçar a linha demarcan-
fundamentada a decisão sobre os fatos, o juiz deverá analisar to-
da, deverá ser oportunizada a manifestação das partes interessa-
das as provas capazes, em tese, de infirmar a conclusão adotada.
das, em prestígio ao princípio do contraditório e da ampla defe-
sa
Art. 572. Fixados os marcos da linha de demarcação, os confinan-
tes considerar-se-ão terceiros quanto ao processo divisório, fi-
Art. 581. A sentença que julgar procedente o pedido determinará
cando-lhes, porém, ressalvado o direito de vindicar os terrenos de
o traçado da linha demarcanda.
que se julguem despojados por invasão das linhas limítrofes
Parágrafo único. A sentença proferida na ação demarcatória de-
constitutivas do perímetro ou de reclamar indenização correspon-
terminará a restituição da área invadida, se houver, declarando o
dente ao seu valor.
domínio ou a posse do prejudicado, ou ambos.
§ 1o No caso do caput, serão citados para a ação todos os condô-
minos, se a sentença homologatória da divisão ainda não hou-
Art. 582. Transitada em julgado a sentença, o perito efetuará a
ver transitado em julgado, e todos os quinhoeiros dos terrenos
demarcação e colocará os marcos necessários.
vindicados, se a ação for proposta posteriormente.
Parágrafo único. Todas as operações serão consignadas em plan-
§ 2o Neste último caso, a sentença que julga procedente a ação,
ta e memorial descritivo com as referências convenientes para a
condenando a restituir os terrenos ou a pagar a indenização, va-
identificação, em qualquer tempo, dos pontos assinalados, obser-
lerá como título executivo em favor dos quinhoeiros para ha-
vada a legislação especial que dispõe sobre a identificação do
verem dos outros condôminos que forem parte na divisão ou de
imóvel rural.
seus sucessores a título universal, na proporção que lhes tocar, a
composição pecuniária do desfalque sofrido.
Art. 583. As plantas serão acompanhadas das cadernetas de ope-
rações de campo e do memorial descritivo, que conterá:

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I - o ponto de partida, os rumos seguidos e a aviventação dos an- Art. 591. Todos os condôminos serão intimados a apresentar, den-
tigos com os respectivos cálculos; tro de 10 dias, os seus títulos, se ainda não o tiverem feito, e a
II - os acidentes encontrados, as cercas, os valos, os marcos anti- formular os seus pedidos sobre a constituição dos quinhões.
gos, os córregos, os rios, as lagoas e outros;
III - a indicação minuciosa dos novos marcos cravados, dos anti- Art. 592. O juiz ouvirá as partes no prazo comum de 15 dias.
gos aproveitados, das culturas existentes e da sua produção anu- § 1o Não havendo impugnação, o juiz determinará a divisão
al; geodésica do imóvel.
IV - a composição geológica dos terrenos, bem como a qualidade § 2o Havendo impugnação, o juiz proferirá, no prazo de 10 dias,
e a extensão dos campos, das matas e das capoeiras; decisão sobre os pedidos e os títulos que devam ser atendidos na
V - as vias de comunicação; formação dos quinhões.
VI - as distâncias a pontos de referência, tais como rodovias fede-
rais e estaduais, ferrovias, portos, aglomerações urbanas e polos Art. 593. Se qualquer linha do perímetro atingir benfeitorias per-
comerciais; manentes dos confinantes feitas há mais de 1 ano, serão elas res-
VII - a indicação de tudo o mais que for útil para o levantamento peitadas, bem como os terrenos onde estiverem, os quais não se
da linha ou para a identificação da linha já levantada. computarão na área dividenda.

Art. 584. É obrigatória a colocação de marcos tanto na estação Art. 594. Os confinantes do imóvel dividendo podem demandar a
inicial, dita marco primordial, quanto nos vértices dos ângulos, restituição dos terrenos que lhes tenham sido usurpados.
salvo se algum desses últimos pontos for assinalado por aciden- § 1o Serão citados para a ação todos os condôminos, se a senten-
tes naturais de difícil remoção ou destruição. ça homologatória da divisão ainda não houver transitado em jul-
gado, e todos os quinhoeiros dos terrenos vindicados, se a ação
Art. 585. A linha será percorrida pelos peritos, que examinarão os for proposta posteriormente.
marcos e os rumos, consignando em relatório escrito a exatidão § 2o Nesse último caso terão os quinhoeiros o direito, pela mesma
do memorial e da planta apresentados pelo agrimensor ou as di- sentença que os obrigar à restituição, a haver dos outros condô-
vergências porventura encontradas. minos do processo divisório ou de seus sucessores a título univer-
sal a composição pecuniária proporcional ao desfalque sofrido.
Art. 586. Juntado aos autos o relatório dos peritos, o juiz deter-
minará que as partes se manifestem sobre ele no prazo comum Art. 595. Os peritos proporão, em laudo fundamentado, a forma
de 15 dias. da divisão, devendo consultar, quanto possível, a comodidade das
Parágrafo único. Executadas as correções e as retificações que o partes, respeitar, para adjudicação a cada condômino, a preferên-
juiz determinar, lavrar-se-á, em seguida, o auto de demarcação cia dos terrenos contíguos às suas residências e benfeitorias e evi-
em que os limites demarcandos serão minuciosamente descritos tar o retalhamento dos quinhões em glebas separadas.
de acordo com o memorial e a planta. Art. 596. Ouvidas as partes, no prazo comum de 15 dias, sobre
o cálculo e o plano da divisão, o juiz deliberará a partilha.
Art. 587. Assinado o auto pelo juiz e pelos peritos, será proferida Parágrafo único. Em cumprimento dessa decisão, o perito proce-
a sentença homologatória da demarcação. derá à demarcação dos quinhões, observando, além do disposto
nos arts. 584 e 585, as seguintes regras:
Seção III I - as benfeitorias comuns que não comportarem divisão cômoda
Da Divisão serão adjudicadas a um dos condôminos mediante compensação;
Art. 588. A petição inicial será instruída com os títulos de domínio II - instituir-se-ão as servidões que forem indispensáveis em favor
do promovente e conterá: de uns quinhões sobre os outros, incluindo o respectivo valor no
I - a indicação da origem da comunhão e a denominação, a situa- orçamento para que, não se tratando de servidões naturais, seja
ção, os limites e as características do imóvel; compensado o condômino aquinhoado com o prédio serviente;
II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência de todos os III - as benfeitorias particulares dos condôminos que excederem à
condôminos, especificando-se os estabelecidos no imóvel com área a que têm direito serão adjudicadas ao quinhoeiro vizinho
benfeitorias e culturas; mediante reposição;
III - as benfeitorias comuns. IV - se outra coisa não acordarem as partes, as compensações e
as reposições serão feitas em dinheiro.
Art. 589. Feitas as citações como preceitua o art. 576, prosseguir-
se-á na forma dos arts. 577 e 578. Art. 597. Terminados os trabalhos e desenhados na planta os qui-
nhões e as servidões aparentes, o perito organizará o memorial
Art. 590. O juiz nomeará um ou mais peritos para promover a descritivo.
medição do imóvel e as operações de divisão, observada a legis- § 1o Cumprido o disposto no art. 586, o escrivão, em seguida, la-
lação especial que dispõe sobre a identificação do imóvel rural. vrará o auto de divisão, acompanhado de uma folha de pagamen-
Parágrafo único. O perito deverá indicar as vias de comunicação to para cada condômino.
existentes, as construções e as benfeitorias, com a indicação dos § 2o Assinado o auto pelo juiz e pelo perito, será proferida senten-
seus valores e dos respectivos proprietários e ocupantes, as águas ça homologatória da divisão.
principais que banham o imóvel e quaisquer outras informações § 3o O auto conterá:
que possam concorrer para facilitar a partilha. I - a confinação e a extensão superficial do imóvel;
II - a classificação das terras com o cálculo das áreas de cada con-
sorte e com a respectiva avaliação ou, quando a homogeneidade

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das terras não determinar diversidade de valores, a avaliação do


imóvel na sua integridade; Art. 603. Havendo manifestação expressa e unânime pela concor-
III - o valor e a quantidade geométrica que couber a cada condô- dância da dissolução, o juiz a decretará, passando-se imediata-
mino, declarando-se as reduções e as compensações resultantes mente à fase de liquidação.
da diversidade de valores das glebas componentes de cada qui- § 1o Na hipótese prevista no caput, não haverá condenação em
nhão. honorários advocatícios de nenhuma das partes, e as custas
§ 4o Cada folha de pagamento conterá: serão rateadas segundo a participação das partes no capital soci-
I - a descrição das linhas divisórias do quinhão, mencionadas as al.
confinantes; § 2o Havendo contestação, observar-se-á o procedimento co-
II - a relação das benfeitorias e das culturas do próprio quinhoeiro mum, mas a liquidação da sentença seguirá o disposto neste Ca-
e das que lhe foram adjudicadas por serem comuns ou mediante pítulo.
compensação;
III - a declaração das servidões instituídas, especificados os luga- Art. 604. Para apuração dos haveres, o juiz:
res, a extensão e o modo de exercício. I - fixará a data da resolução da sociedade;
II - definirá o critério de apuração dos haveres à vista do disposto
Art. 598. Aplica-se às divisões o disposto nos arts. 575 a 578. no contrato social; e
III - nomeará o perito.
§ 1o O juiz determinará à sociedade ou aos sócios que nela per-
CAPÍTULO V manecerem que depositem em juízo a parte incontroversa dos
DA AÇÃO DE DISSOLUÇÃO PARCIAL DE SOCIEDADE haveres devidos.
Art. 599. A ação de dissolução parcial de sociedade pode ter por § 2o O depósito poderá ser, desde logo, levantando pelo ex-
objeto: sócio, pelo espólio ou pelos sucessores.
I - a resolução da sociedade empresária contratual ou simples § 3o Se o contrato social estabelecer o pagamento dos haveres,
em relação ao sócio falecido, excluído ou que exerceu o direi- será observado o que nele se dispôs no depósito judicial da parte
to de retirada ou recesso; e incontroversa.
II - a apuração dos haveres do sócio falecido, excluído ou que
exerceu o direito de retirada ou recesso; ou Art. 605. A data da resolução da sociedade será:
III - somente a resolução ou a apuração de haveres. I - no caso de falecimento do sócio, a do óbito;
§ 1o A petição inicial será necessariamente instruída com o II - na retirada imotivada, o sexagésimo dia seguinte ao do rece-
contrato social consolidado. bimento, pela sociedade, da notificação do sócio retirante;
§ 2o A ação de dissolução parcial de sociedade pode ter também III - no recesso, o dia do recebimento, pela sociedade, da notifica-
por objeto a sociedade anônima de capital fechado quando ção do sócio dissidente;
demonstrado, por acionista ou acionistas que representem 5% ou IV - na retirada por justa causa de sociedade por prazo determi-
mais do capital social, que não pode preencher o seu fim. nado e na exclusão judicial de sócio, a do trânsito em julgado da
decisão que dissolver a sociedade; e
Art. 600. A ação pode ser proposta: V - na exclusão extrajudicial, a data da assembleia ou da reunião
I - pelo espólio do sócio falecido, quando a totalidade dos suces - de sócios que a tiver deliberado.
sores não ingressar na sociedade;
II - pelos sucessores, após concluída a partilha do sócio falecido; Art. 606. Em caso de omissão do contrato social, o juiz definirá,
III - pela sociedade, se os sócios sobreviventes não admitirem o como critério de apuração de haveres, o valor patrimonial apura-
ingresso do espólio ou dos sucessores do falecido na sociedade, do em balanço de determinação, tomando-se por referência a
quando esse direito decorrer do contrato social; data da resolução e avaliando-se bens e direitos do ativo, tangí-
IV - pelo sócio que exerceu o direito de retirada ou recesso, se veis e intangíveis, a preço de saída, além do passivo também a ser
não tiver sido providenciada, pelos demais sócios, a alteração apurado de igual forma.
contratual consensual formalizando o desligamento, depois Parágrafo único. Em todos os casos em que seja necessária a rea-
de transcorridos 10 dias do exercício do direito; lização de perícia, a nomeação do perito recairá preferencial-
V - pela sociedade, nos casos em que a lei não autoriza a exclusão mente sobre especialista em avaliação de sociedades.
extrajudicial; ou
VI - pelo sócio excluído. Art. 607. A data da resolução e o critério de apuração de haveres
Parágrafo único. O cônjuge ou companheiro do sócio cujo casa- podem ser revistos pelo juiz, a pedido da parte, a qualquer tempo
mento, união estável ou convivência terminou poderá requerer a antes do início da perícia.
apuração de seus haveres na sociedade, que serão pagos à conta
da quota social titulada por este sócio. Art. 608. Até a data da resolução, integram o valor devido ao ex-
sócio, ao espólio ou aos sucessores a participação nos lucros ou
Art. 601. Os sócios e a sociedade serão citados para, no prazo de os juros sobre o capital próprio declarados pela sociedade e, se
15 dias, concordar com o pedido ou apresentar contestação. for o caso, a remuneração como administrador.
Parágrafo único. A sociedade não será citada se todos os seus Parágrafo único. Após a data da resolução, o ex-sócio, o espólio
sócios o forem, mas ficará sujeita aos efeitos da decisão e à ou os sucessores terão direito apenas à correção monetária dos
coisa julgada. valores apurados e aos juros contratuais ou legais.

Art. 602. A sociedade poderá formular pedido de indenização


compensável com o valor dos haveres a apurar.

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Art. 609. Uma vez apurados, os haveres do sócio retirante serão Art. 617. O juiz nomeará inventariante na seguinte ordem:
pagos conforme disciplinar o contrato social e, no silêncio deste, I - o cônjuge ou companheiro sobrevivente, desde que estives-
nos termos do § 2o do art. 1.031 do Código Civil. se convivendo com o outro ao tempo da morte deste;
II - o herdeiro que se achar na posse e na administração do es-
CAPÍTULO VI pólio, se não houver cônjuge ou companheiro sobrevivente ou se
DO INVENTÁRIO E DA PARTILHA estes não puderem ser nomeados;
Seção I III - qualquer herdeiro, quando nenhum deles estiver na posse e
Disposições Gerais na administração do espólio;
Art. 610. Havendo testamento ou interessado incapaz, proce- IV - o herdeiro menor, por seu representante legal;
der-se-á ao inventário judicial. V - o testamenteiro, se lhe tiver sido confiada a administração do
§ 1o Se todos forem capazes e concordes, o inventário e a par- espólio ou se toda a herança estiver distribuída em legados;
tilha poderão ser feitos por escritura pública, a qual constituirá VI - o cessionário do herdeiro ou do legatário;
documento hábil para qualquer ato de registro, bem como para VII - o inventariante judicial, se houver;
levantamento de importância depositada em instituições financei- VIII - pessoa estranha idônea, quando não houver inventariante
ras. judicial.
§ 2o O tabelião somente lavrará a escritura pública se todas as Parágrafo único. O inventariante, intimado da nomeação, pres-
partes interessadas estiverem assistidas por advogado ou por tará, dentro de 5 dias, o compromisso de bem e fielmente de-
defensor público, cuja qualificação e assinatura constarão do ato sempenhar a função.
notarial.
Art. 618. Incumbe ao inventariante:
Art. 611. O processo de inventário e de partilha deve ser instau- I - representar o espólio ativa e passivamente, em juízo ou
rado dentro de 2 meses, a contar da abertura da sucessão, ul- fora dele, observando-se, quanto ao dativo, o disposto no art. 75,
timando-se nos 12 meses subsequentes, podendo o juiz pror- § 1o;
rogar esses prazos, de ofício ou a requerimento de parte. II - administrar o espólio, velando-lhe os bens com a mesma di-
ligência que teria se seus fossem;
Art. 612. O juiz decidirá todas as questões de direito desde que os III - prestar as primeiras e as últimas declarações pessoalmente
fatos relevantes estejam provados por documento, só remetendo ou por procurador com poderes especiais;
para as vias ordinárias as questões que dependerem de outras IV - exibir em cartório, a qualquer tempo, para exame das partes,
provas. os documentos relativos ao espólio;
V - juntar aos autos certidão do testamento, se houver;
Art. 613. Até que o inventariante preste o compromisso, continua- VI - trazer à colação os bens recebidos pelo herdeiro ausente,
rá o espólio na posse do administrador provisório. renunciante ou excluído;
VII - prestar contas de sua gestão ao deixar o cargo ou sempre
Art. 614. O administrador provisório representa ativa e passiva- que o juiz lhe determinar;
mente o espólio, é obrigado a trazer ao acervo os frutos que des- VIII - requerer a declaração de insolvência.
de a abertura da sucessão percebeu, tem direito ao reembolso
das despesas necessárias e úteis que fez e responde pelo dano a Art. 619. Incumbe ainda ao inventariante, ouvidos os interessa-
que, por dolo ou culpa, der causa. dos e com autorização do juiz:
I - alienar bens de qualquer espécie;
Seção II II - transigir em juízo ou fora dele;
Da Legitimidade para Requerer o Inventário III - pagar dívidas do espólio;
Art. 615. O requerimento de inventário e de partilha incumbe a IV - fazer as despesas necessárias para a conservação e o me-
quem estiver na posse e na administração do espólio, no prazo lhoramento dos bens do espólio.
estabelecido no art. 611.
Parágrafo único. O requerimento será instruído com a certidão Art. 620. Dentro de 20 dias contados da data em que prestou
de óbito do autor da herança. o compromisso, o inventariante fará as primeiras declarações,
das quais se lavrará termo circunstanciado, assinado pelo juiz,
Art. 616. Têm, contudo, legitimidade concorrente: pelo escrivão e pelo inventariante, no qual serão exarados:
I - o cônjuge ou companheiro supérstite; I - o nome, o estado, a idade e o domicílio do autor da herança, o
II - o herdeiro; dia e o lugar em que faleceu e se deixou testamento;
III - o legatário; II - o nome, o estado, a idade, o endereço eletrônico e a residên-
IV - o testamenteiro; cia dos herdeiros e, havendo cônjuge ou companheiro supérstite,
V - o cessionário do herdeiro ou do legatário; além dos respectivos dados pessoais, o regime de bens do casa-
VI - o credor do herdeiro, do legatário ou do autor da herança; mento ou da união estável;
VII - o Ministério Público, havendo herdeiros incapazes; III - a qualidade dos herdeiros e o grau de parentesco com o in-
VIII - a Fazenda Pública, quando tiver interesse; ventariado;
IX - o administrador judicial da falência do herdeiro, do legatá- IV - a relação completa e individualizada de todos os bens do es-
rio, do autor da herança ou do cônjuge ou companheiro supérsti- pólio, inclusive aqueles que devem ser conferidos à colação, e dos
te. bens alheios que nele forem encontrados, descrevendo-se:
a) os imóveis, com as suas especificações, nomeadamente local
Seção III em que se encontram, extensão da área, limites, confrontações,
Do Inventariante e das Primeiras Declarações

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DIA 14 / 21

benfeitorias, origem dos títulos, números das matrículas e ônus Seção IV


que os gravam; Das Citações e das Impugnações
b) os móveis, com os sinais característicos; Art. 626. Feitas as primeiras declarações, o juiz mandará citar,
c) os semoventes, seu número, suas espécies, suas marcas e seus para os termos do inventário e da partilha, o cônjuge, o compa-
sinais distintivos; nheiro, os herdeiros e os legatários e intimar a Fazenda Pública,
d) o dinheiro, as joias, os objetos de ouro e prata e as pedras pre- o Ministério Público, se houver herdeiro incapaz ou ausente, e
ciosas, declarando-se-lhes especificadamente a qualidade, o peso o testamenteiro, se houver testamento.
e a importância; § 1o O cônjuge ou o companheiro, os herdeiros e os legatários se-
e) os títulos da dívida pública, bem como as ações, as quotas e os rão citados pelo correio, observado o disposto no art. 247, sendo,
títulos de sociedade, mencionando-se-lhes o número, o valor e a ainda, publicado edital, nos termos do inciso III do art. 259.
data; § 2o Das primeiras declarações extrair-se-ão tantas cópias quantas
f) as dívidas ativas e passivas, indicando-se-lhes as datas, os títu- forem as partes.
los, a origem da obrigação e os nomes dos credores e dos deve- § 3o A citação será acompanhada de cópia das primeiras declara-
dores; ções.
g) direitos e ações; § 4o Incumbe ao escrivão remeter cópias à Fazenda Pública, ao
h) o valor corrente de cada um dos bens do espólio. Ministério Público, ao testamenteiro, se houver, e ao advogado,
§ 1o O juiz determinará que se proceda: se a parte já estiver representada nos autos.
I - ao balanço do estabelecimento, se o autor da herança era em-
presário individual; Art. 627. Concluídas as citações, abrir-se-á vista às partes, em car-
II - à apuração de haveres, se o autor da herança era sócio de so - tório e pelo prazo comum de 15 dias, para que se manifestem
ciedade que não anônima. sobre as primeiras declarações, incumbindo às partes:
§ 2o As declarações podem ser prestadas mediante petição, fir- I - arguir erros, omissões e sonegação de bens;
mada por procurador com poderes especiais, à qual o termo se II - reclamar contra a nomeação de inventariante
reportará. III - contestar a qualidade de quem foi incluído no título de her-
deiro.
Art. 621. Só se pode arguir sonegação ao inventariante depois § 1o Julgando procedente a impugnação referida no inciso I, o juiz
de encerrada a descrição dos bens, com a declaração, por ele mandará retificar as primeiras declarações.
feita, de não existirem outros por inventariar. § 2o Se acolher o pedido de que trata o inciso II, o juiz nomeará
outro inventariante, observada a preferência legal.
Art. 622. O inventariante será removido de ofício ou a requeri- § 3o Verificando que a disputa sobre a qualidade de herdeiro a
mento: que alude o inciso III demanda produção de provas que não a do-
I - se não prestar, no prazo legal, as primeiras ou as últimas decla- cumental, o juiz remeterá a parte às vias ordinárias e sobresta-
rações; rá, até o julgamento da ação, a entrega do quinhão que na parti-
II - se não der ao inventário andamento regular, se suscitar dúvi- lha couber ao herdeiro admitido.
das infundadas ou se praticar atos meramente protelatórios;
III - se, por culpa sua, bens do espólio se deteriorarem, forem di- Art. 628. Aquele que se julgar preterido poderá demandar sua
lapidados ou sofrerem dano; admissão no inventário, requerendo-a antes da partilha.
IV - se não defender o espólio nas ações em que for citado, se § 1o Ouvidas as partes no prazo de 15 dias, o juiz decidirá.
deixar de cobrar dívidas ativas ou se não promover as medidas § 2o Se para solução da questão for necessária a produção de
necessárias para evitar o perecimento de direitos; provas que não a documental, o juiz remeterá o requerente às
V - se não prestar contas ou se as que prestar não forem julgadas vias ordinárias, mandando reservar, em poder do inventariante, o
boas; quinhão do herdeiro excluído até que se decida o litígio.
VI - se sonegar, ocultar ou desviar bens do espólio.
Art. 629. A Fazenda Pública, no prazo de 15 dias, após a vista de
Art. 623. Requerida a remoção com fundamento em qualquer que trata o art. 627, informará ao juízo, de acordo com os dados
dos incisos do art. 622, será intimado o inventariante para, no que constam de seu cadastro imobiliário, o valor dos bens de raiz
prazo de 15 dias, defender-se e produzir provas. descritos nas primeiras declarações.
Parágrafo único. O incidente da remoção correrá em apenso
aos autos do inventário. Seção V
Da Avaliação e do Cálculo do Imposto
Art. 624. Decorrido o prazo, com a defesa do inventariante ou Art. 630. Findo o prazo previsto no art. 627 sem impugnação ou
sem ela, o juiz decidirá. decidida a impugnação que houver sido oposta, o juiz nomeará,
Parágrafo único. Se remover o inventariante, o juiz nomeará ou- se for o caso, perito para avaliar os bens do espólio, se não hou-
tro, observada a ordem estabelecida no art. 617. ver na comarca avaliador judicial.
Parágrafo único. Na hipótese prevista no art. 620, § 1 o, o juiz no-
Art. 625. O inventariante removido entregará imediatamente ao meará perito para avaliação das quotas sociais ou apuração dos
substituto os bens do espólio e, caso deixe de fazê-lo, será com- haveres.
pelido mediante mandado de busca e apreensão ou de imissão
na posse, conforme se tratar de bem móvel ou imóvel, sem preju- Art. 631. Ao avaliar os bens do espólio, o perito observará, no
ízo da multa a ser fixada pelo juiz em montante não superior a que for aplicável, o disposto nos arts. 872 e 873.
3% do valor dos bens inventariados.

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DIA 14 / 22

Art. 632. Não se expedirá carta precatória para a avaliação de


bens situados fora da comarca onde corre o inventário se eles Art. 641. Se o herdeiro negar o recebimento dos bens ou a obri-
forem de pequeno valor ou perfeitamente conhecidos do pe- gação de os conferir, o juiz, ouvidas as partes no prazo comum
rito nomeado. de 15 dias, decidirá à vista das alegações e das provas produzi-
das.
Art. 633. Sendo capazes todas as partes, não se procederá à § 1o Declarada improcedente a oposição, se o herdeiro, no
avaliação se a Fazenda Pública, intimada pessoalmente, con- prazo improrrogável de 15 dias, não proceder à conferência,
cordar de forma expressa com o valor atribuído, nas primeiras o juiz mandará sequestrar-lhe, para serem inventariados e
declarações, aos bens do espólio. partilhados, os bens sujeitos à colação ou imputar ao seu qui-
nhão hereditário o valor deles, se já não os possuir.
Art. 634. Se os herdeiros concordarem com o valor dos bens de- § 2o Se a matéria exigir dilação probatória diversa da documental,
clarados pela Fazenda Pública, a avaliação cingir-se-á aos demais. o juiz remeterá as partes às vias ordinárias, não podendo o her-
deiro receber o seu quinhão hereditário, enquanto pender a de-
Art. 635. Entregue o laudo de avaliação, o juiz mandará que as manda, sem prestar caução correspondente ao valor dos bens so-
partes se manifestem no prazo de 15 dias, que correrá em cartó- bre os quais versar a conferência.
rio.
§ 1o Versando a impugnação sobre o valor dado pelo perito, o juiz Seção VII
a decidirá de plano, à vista do que constar dos autos. Do Pagamento das Dívidas
§ 2o Julgando procedente a impugnação, o juiz determinará que o Art. 642. Antes da partilha, poderão os credores do espólio re-
perito retifique a avaliação, observando os fundamentos da deci- querer ao juízo do inventário o pagamento das dívidas venci-
são. das e exigíveis.
§ 1o A petição, acompanhada de prova literal da dívida, será dis-
Art. 636. Aceito o laudo ou resolvidas as impugnações suscitadas tribuída por dependência e autuada em apenso aos autos do
a seu respeito, lavrar-se-á em seguida o termo de últimas declara- processo de inventário.
ções, no qual o inventariante poderá emendar, aditar ou comple- § 2o Concordando as partes com o pedido, o juiz, ao declarar ha-
tar as primeiras. bilitado o credor, mandará que se faça a separação de dinheiro
ou, em sua falta, de bens suficientes para o pagamento.
Art. 637. Ouvidas as partes sobre as últimas declarações no pra- § 3o Separados os bens, tantos quantos forem necessários para o
zo comum de 15 dias, proceder-se-á ao cálculo do tributo. pagamento dos credores habilitados, o juiz mandará aliená-los,
observando-se as disposições deste Código relativas à expropria-
Art. 638. Feito o cálculo, sobre ele serão ouvidas todas as partes ção.
no prazo comum de 5 dias, que correrá em cartório, e, em segui- § 4o Se o credor requerer que, em vez de dinheiro, lhe sejam ad-
da, a Fazenda Pública. judicados, para o seu pagamento, os bens já reservados, o juiz
§ 1o Se acolher eventual impugnação, o juiz ordenará nova remes- deferir-lhe-á o pedido, concordando todas as partes.
sa dos autos ao contabilista, determinando as alterações que de- § 5o Os donatários serão chamados a pronunciar-se sobre a apro-
vam ser feitas no cálculo. vação das dívidas, sempre que haja possibilidade de resultar delas
§ 2o Cumprido o despacho, o juiz julgará o cálculo do tributo. a redução das liberalidades.

Seção VI Art. 643. Não havendo concordância de todas as partes sobre


Das Colações o pedido de pagamento feito pelo credor, será o pedido reme-
Art. 639. No prazo estabelecido no art. 627, o herdeiro obrigado tido às vias ordinárias.
à colação conferirá por termo nos autos ou por petição à qual o Parágrafo único. O juiz mandará, porém, reservar, em poder do
termo se reportará os bens que recebeu ou, se já não os possuir, inventariante, bens suficientes para pagar o credor quando a dívi-
trar-lhes-á o valor. da constar de documento que comprove suficientemente a obri-
Parágrafo único. Os bens a serem conferidos na partilha, assim gação e a impugnação não se fundar em quitação.
como as acessões e as benfeitorias que o donatário fez, calcular-
se-ão pelo valor que tiverem ao tempo da abertura da suces- Art. 644. O credor de dívida líquida e certa, ainda não vencida,
são. pode requerer habilitação no inventário.
Parágrafo único. Concordando as partes com o pedido referido
Art. 640. O herdeiro que renunciou à herança ou o que dela foi no caput, o juiz, ao julgar habilitado o crédito, mandará que se
excluído não se exime, pelo fato da renúncia ou da exclusão, de faça separação de bens para o futuro pagamento.
conferir, para o efeito de repor a parte inoficiosa, as liberali-
dades que obteve do doador. Art. 645. O legatário é parte legítima para manifestar-se sobre as
§ 1o É lícito ao donatário escolher, dentre os bens doados, tantos dívidas do espólio:
quantos bastem para perfazer a legítima e a metade disponível, I - quando toda a herança for dividida em legados;
entrando na partilha o excedente para ser dividido entre os de- II - quando o reconhecimento das dívidas importar redução dos
mais herdeiros. legados.
§ 2o Se a parte inoficiosa da doação recair sobre bem imóvel que
não comporte divisão cômoda, o juiz determinará que sobre ela FPPC181. (arts. 645, I, 647, parágrafo único, 651) A previsão do
se proceda a licitação entre os herdeiros. parágrafo único do art. 647 é aplicável aos legatários na hipóte-
§ 3o O donatário poderá concorrer na licitação referida no § 2 o e, se do inciso I do art. 645, desde que reservado patrimônio que
em igualdade de condições, terá preferência sobre os herdeiros.

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DIA 14 / 23

garanta o pagamento do espólio. Art. 652. Feito o esboço, as partes manifestar-se-ão sobre esse
no prazo comum de 15 dias, e, resolvidas as reclamações, a par-
tilha será lançada nos autos.
Art. 646. Sem prejuízo do disposto no art. 860, é lícito aos herdei-
ros, ao separarem bens para o pagamento de dívidas, autorizar
Art. 653. A partilha constará:
que o inventariante os indique à penhora no processo em que o
I - de auto de orçamento, que mencionará:
espólio for executado.
a) os nomes do autor da herança, do inventariante, do cônjuge ou
companheiro supérstite, dos herdeiros, dos legatários e dos cre-
Seção VIII
dores admitidos;
Da Partilha
b) o ativo, o passivo e o líquido partível, com as necessárias espe-
Art. 647. Cumprido o disposto no art. 642, § 3 o, o juiz facultará às
cificações;
partes que, no prazo comum de 15 dias, formulem o pedido de
c) o valor de cada quinhão;
quinhão e, em seguida, proferirá a decisão de deliberação da par-
II - de folha de pagamento para cada parte, declarando a quota a
tilha, resolvendo os pedidos das partes e designando os bens que
pagar-lhe, a razão do pagamento e a relação dos bens que lhe
devam constituir quinhão de cada herdeiro e legatário.
compõem o quinhão, as características que os individualizam e os
Parágrafo único. O juiz poderá, em decisão fundamentada, defe-
ônus que os gravam.
rir antecipadamente a qualquer dos herdeiros o exercício dos
Parágrafo único. O auto e cada uma das folhas serão assinados
direitos de usar e de fruir de determinado bem, com a condi-
pelo juiz e pelo escrivão.
ção de que, ao término do inventário, tal bem integre a cota des-
se herdeiro, cabendo a este, desde o deferimento, todos os ônus
Art. 654. Pago o imposto de transmissão a título de morte e jun-
e bônus decorrentes do exercício daqueles direitos.
tada aos autos certidão ou informação negativa de dívida para
com a Fazenda Pública, o juiz julgará por sentença a partilha.
FPPC182. (arts. 647 e 651) Aplica-se aos legatários o disposto no Parágrafo único. A existência de dívida para com a Fazenda
parágrafo único do art. 647, quando ficar evidenciado que os Pública não impedirá o julgamento da partilha, desde que o
pagamentos do espólio não irão reduzir os legados. seu pagamento esteja devidamente garantido.

Art. 648. Na partilha, serão observadas as seguintes regras: FPPC71. (art. 654; art. 300, § 1º) Poderá ser dispensada a ga-
I - a máxima igualdade possível quanto ao valor, à natureza e à rantia mencionada no parágrafo único do art. 654, para efeito
qualidade dos bens; de julgamento da partilha, se a parte hipossuficiente não pu-
II - a prevenção de litígios futuros; der oferecê-la, aplicando-se por analogia o disposto no art.
III - a máxima comodidade dos coerdeiros, do cônjuge ou do 300, § 1º.
companheiro, se for o caso.

Art. 655. Transitada em julgado a sentença mencionada no art.


Art. 649. Os bens insuscetíveis de divisão cômoda que não cou-
654, receberá o herdeiro os bens que lhe tocarem e um formal de
berem na parte do cônjuge ou companheiro supérstite ou no qui-
partilha, do qual constarão as seguintes peças:
nhão de um só herdeiro serão licitados entre os interessados ou
I - termo de inventariante e título de herdeiros;
vendidos judicialmente, partilhando-se o valor apurado, salvo se
II - avaliação dos bens que constituíram o quinhão do herdeiro;
houver acordo para que sejam adjudicados a todos.
III - pagamento do quinhão hereditário;
IV - quitação dos impostos;
FPPC187. (arts. 649, 165, § 2º, 166) No emprego de esforços para V - sentença.
a solução consensual do litígio familiar, são vedadas iniciativas Parágrafo único. O formal de partilha poderá ser substituído
de constrangimento ou intimidação para que as partes con- por certidão de pagamento do quinhão hereditário quando
ciliem, assim como as de aconselhamento sobre o objeto da esse não exceder a 5 vezes o salário-mínimo, caso em que se
causa. transcreverá nela a sentença de partilha transitada em julgado.

Art. 650. Se um dos interessados for NASCITURO, o quinhão Art. 656. A partilha, mesmo depois de transitada em julgado a
que lhe caberá será reservado em poder do inventariante até o sentença, pode ser emendada nos mesmos autos do inventá-
seu nascimento. rio, convindo todas as partes, quando tenha havido erro de fato
na descrição dos bens, podendo o juiz, de ofício ou a requerimen-
Art. 651. O partidor organizará o esboço da partilha de acordo to da parte, a qualquer tempo, corrigir-lhe as inexatidões materi-
com a decisão judicial, observando nos pagamentos a seguinte ais.
ordem:
I - dívidas atendidas; Art. 657. A partilha amigável, lavrada em instrumento público,
II - meação do cônjuge; reduzida a termo nos autos do inventário ou constante de es-
III - meação disponível; crito particular homologado pelo juiz, pode ser anulada por
IV - quinhões hereditários, a começar pelo coerdeiro mais velho. dolo, coação, erro essencial ou intervenção de incapaz, obser-
vado o disposto no § 4o do art. 966.
JDPC52 Na organização do esboço da partilha tratada pelo art. Parágrafo único. O direito à anulação de partilha amigável ex-
651 do CPC, deve-se incluir a meação do companheiro. tingue-se em 1 ano, contado esse prazo:
I - no caso de coação, do dia em que ela cessou;
II - no caso de erro ou dolo, do dia em que se realizou o ato;

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DIA 14 / 24

III - quanto ao incapaz, do dia em que cessar a incapacidade.


CAPÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA
FPPC138. (art. 657; art. 966, §4º; art. 1.068) A partilha amigável
Reingresso de estrangeiro expulso
extrajudicial e a partilha amigável judicial homologada por deci-
Art. 338 - Reingressar no território nacional o estrangeiro
são ainda não transitada em julgado são impugnáveis por ação
que dele foi expulso:
anulatória.
Pena - reclusão, de 1 a 4 anos, sem prejuízo de nova expul-
são após o cumprimento da pena.
Art. 658. É rescindível a partilha julgada por sentença:
I - nos casos mencionados no art. 657; Denunciação caluniosa
II - se feita com preterição de formalidades legais; Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial,
III - se preteriu herdeiro ou incluiu quem não o seja. de processo judicial, instauração de investigação administrativa,
inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra
FPPC137. (art. 658; art. 966, §4º; art. 1.068) Contra sentença alguém (pessoa certa e determinada), imputando-lhe crime de
transitada em julgado que resolve partilha, ainda que homo- que o sabe inocente:
logatória, cabe ação rescisória. Pena - reclusão, de 2 a 8 anos, e multa.
FPPC183. (art. 658) A ação rescisória de partilha com fundamento § 1º - A pena é aumentada de 1/6, se o agente se serve de
na preterição de herdeiro, prevista no inciso III do art. 658, está anonimato ou de nome suposto.
vinculada à hipótese do art. 628, não se confundindo com a ação § 2º - A pena é diminuída de 1/2, se a imputação é de
de petição de herança (art. 1.824 do Código Civil), cujo funda- prática de contravenção.
mento é o reconhecimento do direito sucessório e a restituição
da herança por aquele que não participou, de qualquer forma, Para que seja configurado o crime de denunciação caluniosa
do processo de inventário e partilha. EXIGE-SE DOLO DIRETO. Não há crime de denunciação
caluniosa caso o agente tenha agido com dolo eventual. STF.
CÓDIGO PENAL 2ª Turma. HC 106466/SP, rel. Min. Ayres Britto, 14/2/2012.
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br

CAPÍTULO II-A
Comunicação falsa de crime ou de contravenção
DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A
Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ESTRANGEIRA
a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter
Corrupção ativa em transação comercial internacional
verificado (consciência atual de que o crime inexiste):
Art. 337-B. Prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamen-
Pena - detenção, de 1 a 6 meses, ou multa.
te, vantagem indevida a funcionário público estrangeiro, ou a ter-
ceira pessoa, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato
de ofício relacionado à transação comercial internacional: DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA COMUNICAÇÃO FALSA DE
Pena – reclusão, de 1 a 8 anos, e multa. (ART. 339) CRIME (ART. 340)
Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3, se, em razão O agente imputa a uma O agente comunica a prática
da vantagem ou promessa, o funcionário público estrangeiro re- pessoa determinada ou de um crime ou
tarda ou omite o ato de ofício, ou o pratica infringindo dever fun- determinável a prática de um contravenção mesmo
cional. crime ou contravenção sabendo que ele não existiu.
mesmo sabendo que ela é Aqui o agente não "acusa"
Tráfico de influência em transação comercial internacional inocente. nenhuma pessoa
Art. 337-C. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para (determinada ou
outrem, direta ou indiretamente, vantagem ou promessa de van- determinável).
tagem a pretexto de influir em ato praticado por funcionário pú- *Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br
blico estrangeiro no exercício de suas funções, relacionado a tran-
sação comercial internacional: Auto-acusação falsa
Pena – reclusão, de 2 a 5 anos, e multa. Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexis-
Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/2, se o agente tente ou praticado por outrem:
alega ou insinua que a vantagem é também destinada a funcioná- Pena - detenção, de 3 meses a 2 anos, ou multa.
rio estrangeiro.
Falso testemunho ou falsa perícia
Funcionário público estrangeiro Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verda-
Art. 337-D. Considera-se funcionário público estrangeiro, para de como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em
os efeitos penais, quem, ainda que transitoriamente ou sem re- processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo
muneração, exerce cargo, emprego ou função pública em entida- arbitral:
des estatais ou em representações diplomáticas de país estran- Pena - reclusão, de 2 a 4 anos, e multa.
geiro. § 1o As penas aumentam-se de 1/6 a 1/3, se o crime é pra-
Parágrafo único. Equipara-se a funcionário público estrangei- ticado mediante suborno ou se cometido com o fim de obter
ro quem exerce cargo, emprego ou função em empresas contro- prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em
ladas, diretamente ou indiretamente, pelo Poder Público de país processo civil em que for parte entidade da administração públi-
estrangeiro ou em organizações públicas internacionais. ca direta ou indireta.

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DIA 14 / 25

§ 2o O fato DEIXA DE SER PUNÍVEL se, antes da sentença rádio ou similar, sem autorização legal, em estabelecimento prisi-
no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou onal.
declara a verdade Pena: detenção, de 3 meses a 1 ano.

Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer ou- Exercício arbitrário ou abuso de poder
tra vantagem a testemunha, perito, contador, tradutor ou intér- Art. 350 - (REVOGADO PELA LEI 13869/19)
prete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em de-
poimento, perícia, cálculos, tradução ou interpretação: Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurança
Pena - reclusão, de 3 a 4 anos, e multa. Art. 351 - Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente
Parágrafo único. As penas aumentam-se de 1/6 a 1/3, se o presa ou submetida a medida de segurança detentiva:
crime é cometido com o fim de obter prova destinada a pro- Pena - detenção, de 6 meses a 2 anos.
duzir efeito em processo penal ou em processo civil em que § 1º - Se o crime é praticado a mão armada, ou por mais de
for parte entidade da administração pública direta ou indireta. uma pessoa, ou mediante arrombamento, a pena é de reclusão,
de 2 a 6 anos.
Coação no curso do processo § 2º - Se há emprego de violência contra pessoa, aplica-se
Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de também a pena correspondente à violência.
favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, § 3º - A pena é de reclusão, de 1 a 4 anos, se o crime é prati-
ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir cado por pessoa sob cuja custódia ou guarda está o preso ou o
em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbi- internado.
tral: § 4º - No caso de culpa do funcionário incumbido da custó-
Pena - reclusão, de 1 a 4 anos, e multa, além da pena corres- dia ou guarda, aplica-se a pena de detenção, de 3 meses a 1 ano,
pondente à violência. ou multa.

Exercício arbitrário das próprias razões Evasão mediante violência contra a pessoa
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indiví-
pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite: duo submetido a medida de segurança detentiva, usando de vio-
Pena - detenção, de 15 dias a 1 mês, ou multa, além da pena lência contra a pessoa:
correspondente à violência. Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano, além da pena corres-
Parágrafo único - Se não há emprego de violência, somen- pondente à violência.
te se procede mediante queixa.
Arrebatamento de preso
Art. 346 - Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa própria, Art. 353 - Arrebatar preso, a fim de maltratá-lo, do poder de
que se acha em poder de terceiro por determinação judicial ou quem o tenha sob custódia ou guarda:
convenção: Pena - reclusão, de 1 a 4 anos, além da pena correspondente
Pena - detenção, de 6 meses a 2 anos, e multa. à violência.

Fraude processual Motim de presos


Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de processo Art. 354 - Amotinarem-se presos, perturbando a ordem ou
civil ou administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, disciplina da prisão:
com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito: Pena - detenção, de 6 meses a 2 anos, além da pena corres -
Pena - detenção, de 3 meses a 2 anos, e multa. pondente à violência.
Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir efeito
em processo penal, ainda que não iniciado, as penas aplicam-se Patrocínio infiel
em dobro. Art. 355 - Trair, na qualidade de advogado ou procurador, o
dever profissional, prejudicando interesse, cujo patrocínio, em juí-
Favorecimento pessoal zo, lhe é confiado:
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade públi- Pena - detenção, de 6 meses a 3 anos, e multa.
ca autor de crime a que é cominada pena de reclusão: Patrocínio simultâneo ou tergiversação
Pena - detenção, de 1 a 6 meses, e multa. Parágrafo único - Incorre na pena deste artigo o advogado
§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão: ou procurador judicial que defende na mesma causa, simultânea
Pena - detenção, de 15 dias a 3 meses, e multa. ou sucessivamente, partes contrárias.
§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descenden-
te, cônjuge ou irmão do criminoso, FICA ISENTO DE PENA. Sonegação de papel ou objeto de valor probatório
Art. 356 - Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de resti-
Favorecimento real tuir autos, documento ou objeto de valor probatório, que recebeu
Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de coautoria na qualidade de advogado ou procurador:
ou de receptação, auxílio destinado a tornar seguro o proveito Pena - detenção, de 6 meses a 3 anos, e multa.
do crime:
Pena - detenção, de 1 a 6 meses, e multa. Exploração de prestígio
Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra
Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou faci- utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do Minis-
litar a entrada de aparelho telefônico de comunicação móvel, de

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DIA 14 / 26

tério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intér- Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar ou de promover o
prete ou testemunha: cancelamento do montante de restos a pagar inscrito em valor
Pena - reclusão, de 1 a 5 anos, e multa. superior ao permitido em lei:
Parágrafo único - As penas aumentam-se de 1/3, se o Pena – detenção, de 6 meses a 2 anos.
agente alega ou insinua que o dinheiro ou utilidade também
se destina a qualquer das pessoas referidas neste artigo. Aumento de despesa total com pessoal no último ano do
mandato ou legislatura
Violência ou fraude em arrematação judicial Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete
Art. 358 - Impedir, perturbar ou fraudar arrematação judicial; aumento de despesa total com pessoal, nos cento e oitenta dias
afastar ou procurar afastar concorrente ou licitante, por meio de anteriores ao final do mandato ou da legislatura:
violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem: Pena – reclusão, de 1 a 4 anos.
Pena - detenção, de 2 meses a 1 ano, ou multa, além da
pena correspondente à violência. Oferta pública ou colocação de títulos no mercado
Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover a oferta pública
Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão ou a colocação no mercado financeiro de títulos da dívida pública
de direito sem que tenham sido criados por lei ou sem que estejam registra-
Art. 359 - Exercer função, atividade, direito, autoridade ou dos em sistema centralizado de liquidação e de custódia:
múnus, de que foi suspenso ou privado por decisão judicial: Pena – reclusão, de 1 a 4 anos.
Pena - detenção, de 3 meses a 2 anos, ou multa.
JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ
CAPÍTULO IV
DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS EDIÇÃO N. 57: CRIMES CONTRA A
Contratação de operação de crédito ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação de crédi- 1) O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes
to, interno ou externo, sem prévia autorização legislativa: cometidos contra a Administração Pública, ainda que o valor
Pena – reclusão, de 1 a 2 anos. seja irrisório, porquanto a norma penal busca tutelar não
Parágrafo único. Incide na mesma pena quem ordena, auto- somente o patrimônio, mas também a moral administrativa.
riza ou realiza operação de crédito, interno ou externo: Súmula 599-STJ: O princípio da insignificância É INAPLICÁVEL
I – com inobservância de limite, condição ou montante esta- aos crimes contra a administração pública
belecido em lei ou em resolução do Senado Federal; 2) É possível o agravamento da pena-base nos delitos
II – quando o montante da dívida consolidada ultrapassa o praticados contra a Administração Pública com fundamento
limite máximo autorizado por lei. no elevado prejuízo causado aos cofres públicos, a título de
Inscrição de despesas não empenhadas em restos a pagar consequências do crime.
3) A regularidade contábil atestada pelo Tribunal de Contas não
Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em restos a pa- obsta a persecução criminal promovida pelo Ministério Público,
gar, de despesa que não tenha sido previamente empenhada ou ante o princípio da independência entre as instâncias
que exceda limite estabelecido em lei: administrativa e penal.
Pena – detenção, de 6 meses a 2 anos. 4) A agravante prevista no art. 61, II, g, do Código Penal não é
aplicável nos casos em que o abuso de poder ou a violação de
Assunção de obrigação no último ano do mandato ou legis- dever inerente ao cargo configurar elementar do crime praticado
latura contra a Administração Pública.
Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, 5) Somente após o advento da Lei n. 9.983/2000, que alterou a
nos 2 últimos quadrimestres do último ano do mandato ou le- redação do art. 327 do Código Penal, é possível a equiparação
gislatura, cuja despesa não possa ser paga no mesmo exercício fi- de médico de hospital particular conveniado ao Sistema Único
nanceiro ou, caso reste parcela a ser paga no exercício seguinte, de Saúde - SUS a funcionário público para fins penais.
que não tenha contrapartida suficiente de disponibilidade de cai- 6) Os advogados dativos, nomeados para exercer a defesa de
xa: acusado necessitado nos locais onde não existe Defensoria
Pena - reclusão, de 1 a 4 anos. Pública, são considerados funcionários públicos para fins
penais, nos termos do art. 327 do Código Penal.
Ordenação de despesa não autorizada 7) A notificação do funcionário público, nos termos do art.
Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por lei: 514 do Código de Processo Penal, não é necessária quando a
Pena – reclusão, de 1 a 4 anos. ação penal for precedida de inquérito policial. (Súmula n.
330/STJ)
Prestação de garantia graciosa 8) A prática de crime contra a Administração Pública por
Art. 359-E. Prestar garantia em operação de crédito sem que ocupantes de cargos de elevada responsabilidade ou por
tenha sido constituída contragarantia em valor igual ou superior membros de poder justifica a majoração da pena-base.
ao valor da garantia prestada, na forma da lei: 9) A elementar do crime de peculato se comunica aos
Pena – detenção, de 3 meses a 1 ano. coautores e partícipes estranhos ao serviço público.
10) A consumação do crime de peculato-apropriação (art. 312,
Não cancelamento de restos a pagar caput, 1.ª parte, do Código Penal) ocorre no momento da
inversão da posse do objeto material por parte do
funcionário público.

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DIA 14 / 27

11) A consumação do crime de peculato-desvio (art. 312, e a entrada, ilegalmente, desses equipamentos no país.
caput, 2ª parte, do CP) ocorre no momento em que o 6) É desnecessária a constituição definitiva do crédito
funcionário efetivamente desvia o dinheiro, valor ou outro tributário na esfera administrativa para a configuração dos
bem móvel, em proveito próprio ou de terceiro, ainda que crimes de contrabando e de descaminho.
não obtenha a vantagem indevida. 7) Aplica-se o princípio da insignificância ao crime de
12) A reparação do dano antes do recebimento da denúncia descaminho (art. 334, CP) quando o valor do débito tributário
NÃO EXCLUI o crime de peculato doloso, diante da ausência não ultrapasse o limite de R$ 10.000,00 (dez mil reais), a teor do
de previsão legal, podendo configurar arrependimento disposto no art. 20 da Lei n. 10.522/2002, ressalvados os casos
posterior, nos termos do art. 16 do CP. de habitualidade delitiva. OBS: Hoje, tanto STF quanto STJ
13) A instauração de ação penal individualizada para os crimes entendem que o valor é de R$ 20 mil
de peculato e sonegação fiscal em relação aos valores 8) O pagamento ou o parcelamento dos débitos tributários
indevidamente apropriados não constitui bis in idem. não extingue a punibilidade do crime de descaminho, tendo
14) Compete à Justiça Federal o julgamento do crime de em vista a natureza formal do delito.
peculato se houver possibilidade de utilização da prova do 9) Quando o falso se exaure no descaminho, sem mais
referido delito para elucidar sonegação fiscal consistente na falta potencialidade lesiva, é por este absorvido, como crime-fim,
de declaração à Receita Federal do recebimento dos valores condição que não se altera por ser menor a pena a este
indevidamente apropriados. cominada. (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/73
15) Compete à Justiça Federal processar e julgar desvios de TEMA 933)
verbas públicas transferidas por meio de convênio e sujeitas a 10) O crime de sonegação de contribuição previdenciária,
fiscalização de órgão federal. previsto no art. 337-A do CP, não exige dolo específico para a
16) Não há bilateralidade entre os crimes de corrupção sua configuração.
passiva e ativa, uma vez que estão previstos em tipos penais 11) O crime de sonegação de contribuição previdenciária é
distintos e autônomos, são independentes e a comprovação de NATUREZA MATERIAL e exige a constituição definitiva do
de um deles não pressupõe a do outro. débito tributário perante o âmbito administrativo para
17) No crime de corrupção passiva, é indispensável haver configurar-se como conduta típica.
nexo de causalidade entre a conduta do servidor e a 12) Aplica-se o princípio da insignificância ao crime de
realização de ato funcional de sua competência. sonegação de contribuição previdenciária quando o valor do
18) O crime de corrupção passiva praticado pelas condutas tributo ilidido não ultrapassa o patamar de R$ 10.000,00 (dez mil
de aceitar promessa ou solicitar É FORMAL e se consuma reais) previsto no art. 20 da Lei n. 10.522/2002. OBS: Hoje, tanto
com a mera solicitação ou aceitação da vantagem indevida. STF quanto STJ entendem que o valor é de R$ 20 mil
19) O crime de corrupção ativa É FORMAL E INSTANTÂNEO, 13) O delito de sonegação de contribuição previdenciária
consumando-se com a simples promessa ou oferta de não exige qualidade especial do sujeito ativo, podendo ser
vantagem indevida. cometido por qualquer pessoa, particular ou agente público,
20) Não há flagrante quando a entrega de valores ocorre em inclusive prefeitos.
momento posterior a exigência, pois o crime de concussão é 14) O crime de falso, quando cometido única e exclusivamente
formal e o recebimento se consubstancia em mero para viabilizar a prática do crime de sonegação de contribuição
exaurimento. previdenciária, é por este absorvido, consoante diretrizes do
21) Comete o crime de extorsão e não o de concussão, o princípio penal da consunção.
funcionário público que se utiliza de violência ou grave
ameaça para obter vantagem indevida.
EDIÇÃO N. 81: CRIMES CONTRA A
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - II
1) A competência para o processo e julgamento por crime de
contrabando ou descaminho define-se pela prevenção do juízo
federal do lugar da apreensão dos bens. (Súmula n. 151/STJ)
2) Configura crime de contrabando (art. 334-A, CP) a
importação não autorizada de arma de pressão por ação de
gás comprimido ou por ação de mola, independentemente
do calibre.
3) A importação não autorizada de cigarros ou de gasolina
constitui crime de contrabando, insuscetível de aplicação do
princípio da insignificância.
4) A importação clandestina de medicamentos configura
crime de contrabando, aplicando-se, excepcionalmente, o
princípio da insignificância aos casos de importação não
autorizada de pequena quantidade para uso próprio.
5) Para a caracterização do delito de contrabando de máquinas
programadas para exploração de jogos de azar, é necessária a
demonstração de fortes indícios (e/ou provas) da origem
estrangeira das máquinas ou dos seus componentes eletrônicos

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DIA 15 / 1

Ausência de registro: Ausência de registro: não se


Dia 15 -Não pode pedir a falência de sujeitará ao regime empresarial
outrem
-Não pode pleitear recupera-
Código Civil: art 966-1122 ção judicial própria
Código Processo Civil: art. 659-734 -Não pode participar de licita-
LEI 9507/97 – Habeas Data ção
-Não obtém certidão negativa
Controle de Leitura de débito

CÓDIGO CIVIL Art. 968. A inscrição do empresário far-se-á mediante requeri-


mento que contenha:
LIVRO II I - o seu nome, nacionalidade, domicílio, estado civil e, se casado,
Do Direito de Empresa o regime de bens;
II - a firma, com a respectiva assinatura autógrafa;
TEORIA DOS ATOS DE TEORIA DA EMPRESA
III - o capital;
COMÉRCIO
IV - o objeto e a sede da empresa.
Código Comercial 1850 CC/02 § 1o Com as indicações estabelecidas neste artigo, a inscrição será
tomada por termo no livro próprio do Registro Público de Empre-
Atos de comércio/comerciante Empresa/empresário
sas Mercantis, e obedecerá a número de ordem contínuo para to-
dos os empresários inscritos.
TÍTULO I § 2o À margem da inscrição, e com as mesmas formalidades, serão
Do Empresário averbadas quaisquer modificações nela ocorrentes.
CAPÍTULO I § 3º Caso venha a admitir sócios, o empresário individual po-
Da Caracterização e da Inscrição derá solicitar ao Registro Público de Empresas Mercantis a
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissional- transformação de seu registro de empresário para registro de
mente atividade econômica organizada para a produção ou a sociedade empresária, observado, no que couber, o disposto
circulação de bens ou de serviços. nos arts. 1.113 a 1.115 deste Código.
Parágrafo único. NÃO SE CONSIDERA EMPRESÁRIO quem exer- § 4o O processo de abertura, registro, alteração e baixa do micro-
ce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou ar- empreendedor individual de que trata o art. 18-A da Lei Com-
tística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, plementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, bem como qual-
salvo se o exercício da profissão constituir elemento de em- quer exigência para o início de seu funcionamento deverão ter
presa. trâmite especial e simplificado, preferentemente eletrônico,
opcional para o empreendedor, na forma a ser disciplinada pelo
Profissionalmente Comitê para Gestão da Rede Nacional para a Simplificação do Re-
EMPRESÁRIO – gistro e da Legalização de Empresas e Negócios - CGSIM, de que
Atividade econômica
CARACTERÍSTICAS trata o inciso III do art. 2o da mesma Lei.
Organizada § 5o Para fins do disposto no § 4 o, poderão ser dispensados o uso
da firma, com a respectiva assinatura autógrafa, o capital, requeri-
Produção ou Circulação de bens e serviços
mentos, demais assinaturas, informações relativas à nacionalida-
de, estado civil e regime de bens, bem como remessa de docu-
Profissionais intelectuais mentos, na forma estabelecida pelo CGSIM.
Exceção: quando o exercício da profissão
constitui elemento de empresa. Art. 969. O empresário que instituir sucursal, filial ou agência,
NÃO SUJEIÇÃO AO em lugar sujeito à jurisdição de outro Registro Público de Em-
Exercente de atividade rural.
REGIME presas Mercantis, neste deverá também inscrevê-la, com a pro-
Exceção: quando optar pelo registro na
EMPRESARIAL va da inscrição originária.
Junta Comercial
Parágrafo único. EM QUALQUER CASO, a constituição do esta-
Cooperativas belecimento secundário deverá ser averbada no Registro Públi-
co de Empresas Mercantis da respectiva sede.
Sociedades de Advogados (EOAB)

Art. 970. A lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e


Art. 967. É OBRIGATÓRIA A INSCRIÇÃO do empresário no Re- simplificado ao empresário rural e ao pequeno empresário,
gistro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, AN- quanto à inscrição e aos efeitos daí decorrentes.
TES DO INÍCIO DE SUA ATIVIDADE.
Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua princi-
REGISTRO pal profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o
art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Públi-
OBRIGATÓRIO FACULTATIVO
co de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que,
Empresários em geral Empresário rural depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos,
ao empresário sujeito a registro.
Declaratória Constitutiva

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DIA 15 / 2

sário, nomeará, com a aprovação do juiz, um ou mais geren-


Para o empresário rural a inscrição é facultativa. tes.
§ 1o Do mesmo modo será nomeado gerente em todos os casos
em que o juiz entender ser conveniente.
CAPÍTULO II
§ 2o A aprovação do juiz não exime o representante ou assis-
Da Capacidade
tente do menor ou do interdito da responsabilidade pelos atos
Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que esti-
dos gerentes nomeados.
verem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legal-
mente impedidos.
Art. 976. A prova da emancipação e da autorização do incapaz,
nos casos do art. 974, e a de eventual revogação desta, serão
Condenados a certos crimes previstos na lei (art. inscritas ou averbadas no Registro Público de Empresas Mer-
1011, §1º do CC) cantis.
Servidores públicos federais (art. 117, X da Lei Parágrafo único. O uso da nova firma caberá, conforme o caso, ao
LEGALMENTE gerente; ou ao representante do incapaz; ou a este, quando puder
8112/90)
IMPEDIDOS ser autorizado.
Magistrados (art. 36, I da LC 35/79 – LOMAN)
Membros do Ministério Público (art. 44, III da Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si
Lei 8625/93) ou com terceiros, desde que NÃO tenham CASADO no regime
da COMUNHÃO UNIVERSAL de bens, ou no da SEPARAÇÃO
Militares (art. 29 da Lei 6880/80) OBRIGATÓRIA.

Art. 973. A pessoa legalmente impedida de exercer atividade JDC 204: A proibição de sociedade entre pessoas casadas sob o
própria de empresário, se a exercer, responderá pelas obriga- regime da comunhão universal ou da separação obrigatória só
ções contraídas. atinge as sociedades constituídas após a vigência do Código
Civil de 2002.
Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devi- JDC 205: Adotar as seguintes interpretações ao art. 977:
damente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele (1) a vedação à participação de cônjuges casados nas
enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança. condições previstas no artigo refere-se unicamente a uma
§ 1o Nos casos deste artigo, PRECEDERÁ AUTORIZAÇÃO JUDICI- mesma sociedade;
AL, após exame das circunstâncias e dos riscos da empresa, bem (2) o artigo abrange tanto a participação originária (na
como da conveniência em continuá-la, podendo a autorização constituição da sociedade) quanto a derivada, isto é, fica
ser revogada pelo juiz, ouvidos os pais, tutores ou representan- vedado o ingresso de sócio casado em sociedade de que já
tes legais do menor ou do interdito, sem prejuízo dos direitos ad- participa o outro cônjuge.
quiridos por terceiros.
§ 2o Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o
Art. 978. O empresário casado pode, SEM NECESSIDADE DE
incapaz já possuía, ao tempo da sucessão ou da interdição,
OUTORGA CONJUGAL, QUALQUER QUE SEJA O REGIME DE
desde que estranhos ao acervo daquela, devendo tais fatos
BENS, ALIENAR os imóveis que integrem o patrimônio da em-
constar do alvará que conceder a autorização.
presa ou GRAVÁ-LOS DE ÔNUS REAL.
§ 3o O Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas
Comerciais deverá registrar contratos ou alterações contratuais de
sociedade que envolva sócio incapaz, desde que atendidos, de JDC 6: O empresário individual regularmente inscrito é o
forma conjunta, os seguintes pressupostos: destinatário da norma do art. 978 do Código Civil, que permite
I – o sócio incapaz não pode exercer a administração da socie- alienar ou gravar de ônus real o imóvel incorporado à empresa,
dade; desde que exista, se for o caso, prévio registro de autorização
II – o capital social deve ser totalmente integralizado; conjugal no Cartório de Imóveis, devendo tais requisitos constar
III – o sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o absolu- do instrumento de alienação ou de instituição do ônus real, com
tamente incapaz deve ser representado por seus representantes a consequente averbação do ato à margem de sua inscrição no
legais. Registro Público de Empresas Mercantis
JDC 58: O empresário individual casado é o destinatário da
norma do art. 978 do CCB e não depende da outorga
INCAPAZ
conjugal para alienar ou gravar de ônus real o imóvel
Não pode iniciar atividade empresária utilizado no exercício da empresa, desde que exista prévia
averbação de autorização conjugal à conferência do imóvel
Pode continuar a empresa, por meio de representação/assistên-
ao patrimônio empresarial no cartório de registro de
cia, com autorização judicial
imóveis, com a consequente averbação do ato à margem de
Pode ser sócio, mas: sua inscrição no registro público de empresas mercantis.
- Não pode exercer a administração
- Capital social totalmente integralizado Art. 979. Além de no Registro Civil, serão arquivados e averba-
- Seja assistido/representado dos, no Registro Público de Empresas Mercantis, os pactos e
declarações antenupciais do empresário, o título de doação, he-
Art. 975. Se o representante ou assistente do incapaz for pessoa rança, ou legado, de bens clausulados de incomunicabilidade ou
que, por disposição de lei, não puder exercer atividade de empre- inalienabilidade.

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DIA 15 / 3

exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos re-


Art. 980. A sentença que decretar ou homologar a separação sultados.
judicial do empresário e o ato de reconciliação não podem ser Parágrafo único. A atividade pode restringir-se à realização de um
opostos a terceiros, antes de arquivados e averbados no Re- ou mais negócios determinados.
gistro Público de Empresas Mercantis.
JDC 206: A contribuição do sócio exclusivamente em
TÍTULO I-A prestação de serviços é permitida nas sociedades
DA EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA cooperativas (art. 1.094, I) e nas sociedades simples
Art. 980-A. A EIRELI será constituída por uma única pessoa ti- propriamente ditas (art. 983, 2ª parte).
tular da totalidade do capital social, devidamente integraliza- JDC 474: Os profissionais liberais podem organizar-se sob a
do, que não será inferior a 100 vezes o maior salário-mínimo forma de sociedade simples, convencionando a
vigente no País. responsabilidade limitada dos sócios por dívidas da sociedade, a
§ 1º O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da despeito da responsabilidade ilimitada por atos praticados no
expressão "EIRELI" após a firma ou a denominação social da exercício da profissão.
empresa individual de responsabilidade limitada. JDC 475: Considerando ser da essência do contrato de
§ 2º A pessoa natural que constituir EIRELI somente poderá fi- sociedade a partilha do risco entre os sócios, não desfigura a
gurar em uma única empresa dessa modalidade. sociedade simples o fato de o respectivo contrato social
§ 3º A EIRELI também poderá resultar da concentração das prever distribuição de lucros, rateio de despesas e concurso
quotas de outra modalidade societária num único sócio, inde- de auxiliares.
pendentemente das razões que motivaram tal concentração.
§ 5º Poderá ser atribuída à EIRELI constituída para a prestação
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a
de serviços de qualquer natureza a remuneração decorrente da
sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria
cessão de direitos patrimoniais de autor ou de imagem, nome,
de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais.
marca ou voz de que seja detentor o titular da pessoa jurídica,
Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-
vinculados à atividade profissional.
se empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa.
§ 6º Aplicam-se à EIRELI, no que couber, as regras previstas para
as sociedades limitadas.
§ 7º Somente o patrimônio social da empresa responderá pe- JDC 207: A natureza de sociedade simples da cooperativa, por
las dívidas da empresa individual de responsabilidade limita- força legal, não a impede de ser sócia de qualquer tipo
da, hipótese em que não se confundirá, em qualquer situação, societário, tampouco de praticar ato de empresa.
com o patrimônio do titular que a constitui, ressalvados os ca- JDC 476: Eventuais classificações conferidas pela lei tributária às
sos de fraude. (LEI 13874/19) sociedades não influem para sua caracterização como
empresárias ou simples, especialmente no que se refere ao
registro dos atos constitutivos e à submissão ou não aos
NOME EMPRESARIAL
dispositivos da Lei n. 11.101/2005.
EIRELI Firma ou Denominação
Art. 983. A sociedade empresária deve constituir-se segundo um
TÍTULO II dos tipos regulados nos arts. 1.039 a 1.092; a sociedade simples
Da Sociedade pode constituir-se de conformidade com um desses tipos, e,
SÚMULA SOBRE SOCIEDADES não o fazendo, subordina-se às normas que lhe são próprias.
Parágrafo único. Ressalvam-se as disposições concernentes à so-
STF ciedade em conta de participação e à cooperativa, bem como as
Súmula 265-STF: Na apuração de haveres, não prevalece o ba- constantes de leis especiais que, para o exercício de certas ativi-
lanço não aprovado pelo sócio falecido ou que se retirou dades, imponham a constituição da sociedade segundo determi-
nado tipo.
STJ
Súmula 389-STJ: A comprovação do pagamento do “custo do JDC 57: A opção pelo tipo empresarial não afasta a natureza
serviço” referente ao fornecimento de certidão de assentamen- simples da sociedade.
tos constantes dos livros da companhia é requisito de procedi- JDC 208: As normas do Código Civil para as sociedades em co-
bilidade da ação de exibição de documentos ajuizada em face mum e em conta de participação são aplicáveis independente-
da sociedade anônima. mente de a atividade dos sócios, ou do sócio ostensivo, ser
Súmula 551-STJ: Nas demandas por complementação de ações ou não própria de empresário sujeito a registro (distinção fei-
de empresas de telefonia, admite-se a condenação ao paga- ta pelo art. 982 do Código Civil entre sociedade simples e em-
mento de dividendos e juros sobre capital próprio independen- presária).
temente de pedido expresso. No entanto, somente quando pre- JDC 382: Nas sociedades, o registro observa a natureza da ativi-
vistos no título executivo, poderão ser objeto de cumprimento dade (empresarial ou não – art. 966); as demais questões se-
de sentença. guem as normas pertinentes ao tipo societário adotado (art.
983). São exceções as sociedades por ações e as cooperativas
CAPÍTULO ÚNICO (art. 982, parágrafo único).
Disposições Gerais JDC 477: O art. 983 do Código Civil permite que a sociedade
Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que recipro- simples opte por um dos tipos empresariais dos arts. 1.039 a
camente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o 1.092 do Código Civil. Adotada a forma de sociedade anônima

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ou de comandita por ações, porém ela será considerada empre- Art. 989. Os bens sociais respondem pelos atos de gestão pra-
sária. ticados por qualquer dos sócios, salvo pacto expresso limitati-
vo de poderes, que somente terá eficácia contra o terceiro que o
conheça ou deva conhecer.
Art. 984. A sociedade que tenha por objeto o exercício de ativida-
de própria de empresário rural e seja constituída, ou transforma-
da, de acordo com um dos tipos de sociedade empresária, pode, JDC211: Presume-se disjuntiva a administração dos sócios a
com as formalidades do art. 968, requerer inscrição no Registro que se refere o art. 989.
Público de Empresas Mercantis da sua sede, caso em que, depois
de inscrita, ficará equiparada, para todos os efeitos, à sociedade Art. 990. Todos os sócios respondem SOLIDÁRIA e ILIMITADA-
empresária. MENTE pelas obrigações sociais, excluído do benefício de or-
Parágrafo único. Embora já constituída a sociedade segundo um dem, previsto no art. 1.024, aquele que contratou pela socieda-
daqueles tipos, o pedido de inscrição se subordinará, no que for de.
aplicável, às normas que regem a transformação.
JDC59: Os socio-gestores e os administradores das empresas
Art. 985. A sociedade adquire personalidade jurídica com a são responsáveis subsidiária e ilimitadamente pelos atos ilícitos
inscrição, no registro próprio e na forma da lei, dos seus atos praticados, de má gestão ou contrários ao previsto no contrato
constitutivos (arts. 45 e 1.150). social ou estatuto, consoante estabelecem os arts. 990, 1.009,
1.016, 1.017 e 1.091, todos do Código Civil.
SUBTÍTULO I JDC212: Embora a sociedade em comum não tenha persona-
DA SOCIEDADE NÃO PERSONIFICADA lidade jurídica, o sócio que tem seus bens constritos por
dívida contraída em favor da sociedade, e não participou do
SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS ato por meio do qual foi contraída a obrigação, tem o direi-
to de indicar bens afetados às atividades empresariais para
Da Sociedade em Comum Da Sociedade em Conta de
substituir a constrição.
Participação
Não há desconsideração da personalidade jurídica, pois não é CAPÍTULO II
personificada Da Sociedade em Conta de Participação
Art. 991. Na sociedade em conta de participação, a atividade
CAPÍTULO I constitutiva do objeto social é exercida unicamente pelo sócio
Da Sociedade em Comum ostensivo, em seu nome individual e sob sua própria e exclu-
Art. 986. Enquanto não inscritos os atos constitutivos, reger- siva responsabilidade, participando os demais dos resultados
se-á a sociedade, exceto por ações em organização, pelo dis- correspondentes.
posto neste Capítulo, observadas, subsidiariamente e no que Parágrafo único. Obriga-se perante terceiro tão-somente o só-
com ele forem compatíveis, as normas da sociedade simples. cio ostensivo; e, exclusivamente perante este, o sócio participan-
te, nos termos do contrato social.
JDC 209: O art. 986 deve ser interpretado em sintonia com os
arts. 985 e 1.150, de modo a ser considerada em comum a SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO
sociedade que não tiver seu ato constitutivo inscrito no
SÓCIO OSTENSIVO SÓCIO PARTICIPANTE
registro próprio ou em desacordo com as normas legais
previstas para esse registro (art. 1.150), ressalvadas as Exercer a atividade constitutiva Participa dos resultados
hipóteses de registros efetuados de boa-fé. do objeto social, sob sua pró-
pria e exclusiva responsabilida-
Art. 987. Os sócios, nas relações entre si ou com terceiros, so- de
mente por escrito podem provar a existência da sociedade, Obriga-se perante terceiros Não pode tomar parte nas re-
mas os terceiros podem prová-la de qualquer modo. lações do sócio ostensivo com
Sua falência acarreta a dissolu-
terceiros, sob pena de respon-
ção e liquidação
PROVA DA EXISTÊNCIA DA SOCIEDADE der solidariamente
RELAÇÃO ENTRE SÓCIOS Somente por escrito
Art. 992. A CONSTITUIÇÃO da sociedade em conta de participa-
TERCEIROS Podem provar de qualquer modo ção INDEPENDE de QUALQUER FORMALIDADE e pode provar-
se por todos os meios de direito.
Art. 988. Os bens e dívidas sociais constituem patrimônio es-
pecial, do qual os sócios são titulares em comum. Art. 993. O contrato social produz efeito somente entre os só-
cios, e a eventual inscrição de seu instrumento em qualquer
JDC210: O patrimônio especial a que se refere o art. 988 é registro NÃO CONFERE PERSONALIDADE JURÍDICA à socieda-
aquele afetado ao exercício da atividade, garantidor de ter- de.
ceiro, e de titularidade dos sócios em comum, em face da au- Parágrafo único. Sem prejuízo do direito de fiscalizar a gestão dos
sência de personalidade jurídica. negócios sociais, o sócio participante não pode tomar parte
nas relações do sócio ostensivo com terceiros, sob pena de

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responder solidariamente com este pelas obrigações em que in- originária – art. 998) ou de alteração contratual versando so-
tervier. bre matéria referida no art. 997 (irregularidade superveniente
– art. 999, parágrafo único) conduz à aplicação das regras da
Art. 994. A contribuição do sócio participante constitui, com a do sociedade em comum (art. 986).
sócio ostensivo, patrimônio especial, objeto da conta de partici- JDC478: A integralização do capital social em bens imóveis
pação relativa aos negócios sociais. pode ser feita por instrumento particular de contrato social ou
§ 1o A especialização patrimonial somente produz efeitos em de alteração contratual, ainda que se trate de sociedade sujeita
relação aos sócios. ao registro exclusivamente no registro civil de pessoas jurídicas.
§ 2o A falência do sócio ostensivo acarreta a dissolução da so- JDC479: Na sociedade simples pura (art. 983, parte final, do CC/
ciedade e a liquidação da respectiva conta, cujo saldo consti- 2002), a responsabilidade dos sócios depende de previsão con-
tuirá crédito quirografário. tratual. Em caso de omissão, será ilimitada e subsidiária, confor-
§ 3o Falindo o sócio participante, o contrato social fica sujeito às me o disposto nos arts. 1.023 e 1.024 do CC/2002.
normas que regulam os efeitos da falência nos contratos bilate-
rais do falido.
Art. 998. Nos 30 dias subsequentes à sua constituição, a socie-
dade deverá requerer a inscrição do contrato social no Regis-
Art. 995. Salvo estipulação em contrário, o sócio ostensivo não
tro Civil das Pessoas Jurídicas do local de sua sede.
pode admitir novo sócio sem o consentimento expresso dos
§ 1o O pedido de inscrição será acompanhado do instrumento au-
demais.
tenticado do contrato, e, se algum sócio nele houver sido repre-
sentado por procurador, o da respectiva procuração, bem como,
Art. 996. Aplica-se à sociedade em conta de participação, sub-
se for o caso, da prova de autorização da autoridade competente.
sidiariamente e no que com ela for compatível, o disposto para
§ 2o Com todas as indicações enumeradas no artigo antecedente,
a sociedade simples, e a sua liquidação rege-se pelas normas re-
será a inscrição tomada por termo no livro de registro próprio, e
lativas à prestação de contas, na forma da lei processual.
obedecerá a número de ordem contínua para todas as sociedades
Parágrafo único. Havendo mais de um sócio ostensivo, as respec-
inscritas.
tivas contas serão prestadas e julgadas no mesmo processo.

SUBTÍTULO II JDC215: A sede a que se refere o caput do art. 998 poderá ser a
DA SOCIEDADE PERSONIFICADA da administração ou a do estabelecimento onde se realizam as
CAPÍTULO I atividades sociais.
Da SOCIEDADE SIMPLES
Seção I Art. 999. As MODIFICAÇÕES DO CONTRATO SOCIAL, que te-
Do Contrato Social nham por objeto matéria indicada no art. 997, dependem do
Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, CONSENTIMENTO DE TODOS OS SÓCIOS; as demais podem
particular ou público, que, além de cláusulas estipuladas pelas ser decididas por MAIORIA ABSOLUTA de votos, se o contrato
partes, mencionará: não determinar a necessidade de deliberação unânime.
I - nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos Parágrafo único. Qualquer modificação do contrato social será
sócios, se pessoas naturais, e a firma ou a denominação, naciona - averbada, cumprindo-se as formalidades previstas no artigo ante-
lidade e sede dos sócios, se jurídicas; cedente.
II - denominação, objeto, sede e prazo da sociedade;
III - capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo JDC216: O quórum de deliberação previsto no art. 1.004, pa-
compreender qualquer espécie de bens, suscetíveis de avalia- rágrafo único, e no art. 1.030 é de maioria absoluta do capital
ção pecuniária; representado pelas quotas dos demais sócios, consoante a re-
IV - a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá- gra geral fixada no art. 999 para as deliberações na sociedade
la; simples. Esse entendimento aplica-se ao art. 1.058 em caso de
V - as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição con- exclusão de sócio remisso ou redução do valor de sua quota ao
sista em serviços; montante já integralizado.
VI - as pessoas naturais incumbidas da administração da socieda- JDC384: Nas sociedades personificadas previstas no Código Ci-
de, e seus poderes e atribuições; vil, exceto a cooperativa, é admissível o acordo de sócios, por
VII - a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas; aplicação analógica das normas relativas às sociedades por
VIII - se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas ações pertinentes ao acordo de acionistas.
obrigações sociais. JDC385: A unanimidade exigida para a modificação do contrato
Parágrafo único. É INEFICAZ em relação a terceiros qualquer social somente alcança as matérias referidas no art. 997, prevale-
pacto separado, contrário ao disposto no instrumento do cendo, nos demais casos de deliberação dos sócios, a maioria
contrato. absoluta, se outra mais qualificada não for prevista no contrato.

JDC213: O art. 997, inc. II, não exclui a possibilidade de socie- Art. 1.000. A sociedade simples que instituir sucursal, filial ou
dade simples utilizar firma ou razão social. agência na circunscrição de outro Registro Civil das Pessoas Ju-
JDC214: As indicações contidas no art. 997 não são exausti- rídicas, neste deverá também inscrevê-la, com a prova da inscri-
vas, aplicando-se outras exigências contidas na legislação perti- ção originária.
nente, para fins de registro. Parágrafo único. Em qualquer caso, a constituição da sucursal, fili-
JDC383: A falta de registro do contrato social (irregularidade al ou agência deverá ser averbada no Registro Civil da respectiva
sede.

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§ 2o Prevalece a decisão sufragada por maior número de sócios


Seção II no caso de empate, e, se este persistir, decidirá o juiz.
Dos Direitos e Obrigações dos Sócios § 3o Responde por perdas e danos o sócio que, tendo em alguma
Art. 1.001. As obrigações dos sócios começam imediatamente operação interesse contrário ao da sociedade, participar da deli-
com o contrato, se este não fixar outra data, e terminam quan- beração que a aprove graças a seu voto.
do, liquidada a sociedade, se extinguirem as responsabilidades
sociais. JDC217: Com a regência supletiva da sociedade limitada, pela
lei das sociedades por ações, ao sócio que participar de delibe-
Art. 1.002. O sócio não pode ser substituído no exercício das suas ração na qual tenha interesse contrário ao da sociedade aplicar-
funções, sem o consentimento dos demais sócios, expresso em se-á o disposto no art. 115, § 3º, da Lei n. 6.404/76. Nos demais
modificação do contrato social. casos, incide o art. 1.010, § 3º, se o voto proferido foi decisivo
para a aprovação da deliberação, ou o art. 187 (abuso do direi-
Art. 1.003. A cessão total ou parcial de quota, sem a correspon- to), se o voto não tiver prevalecido.
dente modificação do contrato social com o consentimento
dos demais sócios, não terá EFICÁCIA quanto a estes e à socie -
Art. 1.011. O administrador da sociedade deverá ter, no exercício
dade.
de suas funções, o cuidado e a diligência que todo homem ativo
Parágrafo único. Até 2 anos depois de averbada a modificação
e probo costuma empregar na administração de seus próprios
do contrato, responde o cedente SOLIDARIAMENTE com o
negócios.
cessionário, perante a sociedade e terceiros, pelas obrigações
§ 1o NÃO PODEM SER ADMINISTRADORES, além das pessoas
que tinha como sócio.
impedidas por lei especial, os condenados a pena que vede,
ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou
Art. 1.004. Os sócios são obrigados, na forma e prazo previstos, às
por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, con-
contribuições estabelecidas no contrato social, e aquele que dei-
cussão, peculato; ou contra a economia popular, contra o sis-
xar de fazê-lo, nos 30 dias seguintes ao da notificação pela soci-
tema financeiro nacional, contra as normas de defesa da con-
edade, responderá perante esta pelo dano emergente da mora.
corrência, contra as relações de consumo, a fé pública ou a
Parágrafo único. Verificada a mora, poderá a maioria dos de-
propriedade, enquanto perdurarem os efeitos da condenação.
mais sócios preferir, à indenização, a exclusão do sócio remis-
§ 2o Aplicam-se à atividade dos administradores, no que couber,
so, ou reduzir-lhe a quota ao montante já realizado, apli-
as disposições concernentes ao mandato.
cando-se, em ambos os casos, o disposto no § 1o do art. 1.031.
Art. 1.012. O administrador, nomeado por instrumento em se-
Art. 1.005. O sócio que, a título de quota social, transmitir domí-
parado, deve averbá-lo à margem da inscrição da sociedade, e,
nio, posse ou uso, responde pela evicção; e pela solvência do de-
pelos atos que praticar, antes de requerer a averbação, res-
vedor, aquele que transferir crédito.
ponde pessoal e solidariamente com a sociedade.

Art. 1.006. O sócio, cuja contribuição consista em serviços, não


Art. 1.013. A administração da sociedade, nada dispondo o
pode, salvo convenção em contrário, empregar-se em atividade
contrato social, compete separadamente a cada um dos só-
estranha à sociedade, sob pena de ser privado de seus lucros
cios.
e dela excluído.
§ 1o Se a administração competir separadamente a vários admi-
nistradores, cada um pode impugnar operação pretendida por
Art. 1.007. Salvo estipulação em contrário, o sócio participa
outro, cabendo a decisão aos sócios, por maioria de votos.
dos lucros e das perdas, na proporção das respectivas quotas,
§ 2o Responde por perdas e danos perante a sociedade o adminis-
mas aquele, cuja contribuição consiste em serviços, somente
trador que realizar operações, sabendo ou devendo saber que es-
participa dos lucros na proporção da média do valor das quo-
tava agindo em desacordo com a maioria.
tas.
Art. 1.014. Nos atos de competência conjunta de vários adminis-
Art. 1.008. É NULA a estipulação contratual que exclua qualquer
tradores, torna-se necessário o concurso de todos, salvo nos ca-
sócio de participar dos lucros e das perdas.
sos urgentes, em que a omissão ou retardo das providências pos-
sa ocasionar dano irreparável ou grave.
Art. 1.009. A distribuição de lucros ilícitos ou fictícios acarreta
responsabilidade solidária dos administradores que a realiza-
Art. 1.015. No silêncio do contrato, os administradores podem
rem e dos sócios que os receberem, conhecendo ou devendo co-
praticar todos os atos pertinentes à gestão da sociedade; não
nhecer-lhes a ilegitimidade.
constituindo objeto social, a oneração ou a venda de bens imó-
veis depende do que a maioria dos sócios decidir.
Seção III
Parágrafo único. O excesso por parte dos administradores so-
Da Administração
mente pode ser oposto a terceiros se ocorrer pelo menos uma
Art. 1.010. Quando, por lei ou pelo contrato social, competir
das seguintes hipóteses:
aos sócios decidir sobre os negócios da sociedade, as delibera-
I - se a limitação de poderes estiver inscrita ou averbada no re-
ções serão tomadas por maioria de votos, contados segundo o
gistro próprio da sociedade;
valor das quotas de cada um.
II - provando-se que era conhecida do terceiro;
§ 1o Para formação da maioria absoluta são necessários votos
III - tratando-se de operação evidentemente estranha aos ne-
correspondentes a mais de metade do capital.
gócios da sociedade.

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DIA 15 / 7

ventário anualmente, bem como o balanço patrimonial e o de re-


JDC11: A regra do art. 1.015, parágrafo único, do Código Ci- sultado econômico.
vil deve ser aplicada à luz da teoria da aparência e do prima-
do da boa-fé objetiva, de modo a prestigiar a segurança do JDC63: O nu-proprietário de quotas ou ações gravadas com
tráfego negocial. As sociedades se obrigam perante terceiros de usufruto, quando não regulado no respectivo ato institutivo,
boa-fé. pode exercer o direito de fiscalização da sociedade.
JDC219: Está positivada a teoria ultra vires no Direito brasi-
leiro, com as seguintes ressalvas: Art. 1.021. Salvo estipulação que determine época própria, o sócio
(a) o ato ultra vires não produz efeito apenas em relação à pode, a qualquer tempo, examinar os livros e documentos, e o es-
sociedade; tado da caixa e da carteira da sociedade.
(b) sem embargo, a sociedade poderá, por meio de seu órgão
deliberativo, ratificá-lo; Seção IV
(c) o Código Civil amenizou o rigor da teoria ultra vires, ad- Das Relações com Terceiros
mitindo os poderes implícitos dos administradores para rea- Art. 1.022. A sociedade adquire direitos, assume obrigações e pro-
lizar negócios acessórios ou conexos ao objeto social, os cede judicialmente, por meio de administradores com poderes
quais não constituem operações evidentemente estranhas especiais, ou, não os havendo, por intermédio de qualquer admi-
aos negócios da sociedade; nistrador.
(d) não se aplica o art. 1.015 às sociedades por ações, em virtu-
de da existência de regra especial de responsabilidade dos ad- Art. 1.023. Se os bens da sociedade não lhe cobrirem as dívi-
ministradores (art. 158, II, Lei n. 6.404/76). das, respondem os sócios pelo saldo, na proporção em que
participem das perdas sociais, salvo cláusula de responsabili-
Art. 1.016. Os administradores respondem solidariamente pe- dade solidária.
rante a sociedade e os terceiros prejudicados, por culpa no de-
sempenho de suas funções. JDC10: Nas sociedades simples, os sócios podem limitar suas
responsabilidades entre si, à proporção da participação no capi-
JDC220: É obrigatória a aplicação do art. 1.016 do Código Civil tal social, ressalvadas as disposições específicas.
de 2002, que regula a responsabilidade dos administradores, a JDC61: O termo “subsidiariamente” constante do inc. VIII do art.
todas as sociedades limitadas, mesmo àquelas cujo contrato so- 997 do Código Civil deverá ser substituído por “solidariamente”
cial preveja a aplicação supletiva das normas das sociedades a fim de compatibilizar esse dispositivo com o art. 1.023 do
anônimas. mesmo Código.

Art. 1.017. O administrador que, sem consentimento escrito dos Art. 1.024. Os bens particulares dos sócios não podem ser exe-
sócios, aplicar créditos ou bens sociais em proveito próprio ou de cutados por dívidas da sociedade, senão depois de executa-
terceiros, terá de restituí-los à sociedade, ou pagar o equivalente, dos os bens sociais.
com todos os lucros resultantes, e, se houver prejuízo, por ele
também responderá. Art. 1.025. O sócio, admitido em sociedade já constituída, NÃO
Parágrafo único. Fica sujeito às sanções o administrador que, ten- SE EXIME das dívidas sociais anteriores à admissão.
do em qualquer operação interesse contrário ao da sociedade,
tome parte na correspondente deliberação. Art. 1.026. O credor particular de sócio pode, na insuficiência de
outros bens do devedor, fazer recair a execução sobre o que a
Art. 1.018. Ao administrador é vedado fazer-se substituir no este couber nos lucros da sociedade, ou na parte que lhe tocar
exercício de suas funções, sendo-lhe facultado, nos limites de em liquidação.
seus poderes, constituir mandatários da sociedade, especifica- Parágrafo único. Se a sociedade não estiver dissolvida, pode o
dos no instrumento os atos e operações que poderão praticar. credor requerer a liquidação da quota do devedor, cujo valor,
apurado na forma do art. 1.031, será depositado em dinheiro, no
Art. 1.019. São IRREVOGÁVEIS os poderes do sócio investido juízo da execução, até 90 dias após aquela liquidação.
na administração por cláusula expressa do contrato social,
salvo justa causa, reconhecida judicialmente, a pedido de JDC386: Na apuração dos haveres do sócio devedor, por conse-
qualquer dos sócios. qüência da liquidação de suas quotas na sociedade para paga-
Parágrafo único. São REVOGÁVEIS, a qualquer tempo, os pode- mento ao seu credor (art. 1.026, parágrafo único), não devem
res conferidos a sócio por ato separado, ou a quem não seja ser consideradas eventuais disposições contratuais restritivas à
sócio. determinação de seu valor.
JDC387: A opção entre fazer a execução recair sobre o que ao
PODERES DO SÓCIO ADMINISTRADOR sócio couber no lucro da sociedade ou sobre a parte que lhe to-
car em dissolução orienta-se pelos princípios da menor onerosi-
PREVISÃO CONTRATUAL ATO EM SEPARADO
dade e da função social da empresa.
Irrevogável, salvo justa causa Revogável, a qualquer tempo JDC388: O disposto no art. 1.026 do Código Civil não exclui a
reconhecida judicialmente possibilidade de o credor fazer recair a execução sobre os direi-
tos patrimoniais da quota de participação que o devedor possui
Art. 1.020. Os administradores são obrigados a prestar aos sócios no capital da sociedade.
contas justificadas de sua administração, e apresentar-lhes o in- JDC389: Quando se tratar de sócio de serviço, não poderá haver

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DIA 15 / 8

penhora das verbas descritas no art. 1026, se de caráter alimen- especial, realizado na data da exclusão.
tar. JDC391 A sociedade limitada pode adquirir suas próprias quo-
tas, observadas as condições estabelecidas na Lei das Socieda-
Art. 1.027. Os herdeiros do cônjuge de sócio, ou o cônjuge do des por Ações.
que se separou judicialmente, NÃO podem exigir desde logo a JDC482 Na apuração de haveres de sócio retirante de socieda-
parte que lhes couber na quota social, mas concorrer à divi- de holding ou controladora, deve ser apurado o valor global do
são periódica dos lucros, até que se liquide a sociedade. patrimônio, salvo previsão contratual diversa. Para tanto, deve-
se considerar o valor real da participação da holding ou contro-
Seção V ladora nas sociedades que o referido sócio integra.
Da Resolução da Sociedade em Relação a um Sócio
Art. 1.028. No caso de morte de sócio, liquidar-se-á sua quota, Art. 1.032. A retirada, exclusão ou morte do sócio, NÃO O EXI-
salvo: ME, ou a seus herdeiros, da responsabilidade pelas obrigações
I - se o contrato dispuser diferentemente; sociais anteriores, até 2 anos após averbada a resolução da
II - se os sócios remanescentes optarem pela dissolução da socie- sociedade; nem nos dois primeiros casos, pelas posteriores e em
dade; igual prazo, enquanto não se requerer a averbação.
III - se, por acordo com os herdeiros, regular-se a substituição do
sócio falecido. Seção VI
Da Dissolução
JDC221: Diante da possibilidade de o contrato social permitir o Art. 1.033. Dissolve-se a sociedade quando ocorrer:
ingresso na sociedade do sucessor de sócio falecido, ou de os I - o vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido este e
sócios acordarem com os herdeiros a substituição de sócio fale- sem oposição de sócio, não entrar a sociedade em liquidação,
cido, sem liquidação da quota em ambos os casos, é lícita a par- caso em que se prorrogará por tempo indeterminado;
ticipação de menor em sociedade limitada, estando o capital in- II - o consenso unânime dos sócios;
tegralizado, em virtude da inexistência de vedação no Código III - a deliberação dos sócios, por maioria absoluta, na socieda-
Civil. de de prazo indeterminado;
IV - a falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no pra-
zo de 180 dias;
Art. 1.029. Além dos casos previstos na lei ou no contrato, qual-
V - a extinção, na forma da lei, de autorização para funcionar.
quer sócio pode retirar-se da sociedade; se de prazo INDE-
Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV caso o só-
TERMINADO, mediante notificação aos demais sócios, com an-
cio remanescente, inclusive na hipótese de concentração de
tecedência mínima de 60 dias; se de prazo DETERMINADO,
todas as cotas da sociedade sob sua titularidade, requeira, no
provando judicialmente justa causa.
Registro Público de Empresas Mercantis, a transformação do
Parágrafo único. Nos 30 dias subsequentes à notificação, po-
registro da sociedade para empresário individual ou para EI-
dem os demais sócios optar pela dissolução da sociedade.
RELI, observado, no que couber, o disposto nos arts. 1.113 a
1.115 deste Código.
Art. 1.030. Ressalvado o disposto no art. 1.004 e seu parágrafo
único, pode o sócio ser excluído judicialmente, mediante inici-
Art. 1.034. A sociedade pode ser dissolvida judicialmente, a re-
ativa da maioria dos demais sócios, por falta grave no cumpri-
querimento de qualquer dos sócios, quando:
mento de suas obrigações, ou, ainda, por incapacidade superve-
I - anulada a sua constituição;
niente.
II - exaurido o fim social, ou verificada a sua inexeqüibilidade.
Parágrafo único. Será de pleno direito excluído da sociedade o
sócio declarado falido, ou aquele cuja quota tenha sido liqui-
Art. 1.035. O contrato pode prever outras causas de dissolução,
dada nos termos do parágrafo único do art. 1.026.
a serem verificadas judicialmente quando contestadas.

JDC481 O insolvente civil fica de pleno direito excluído das soci- Art. 1.036. Ocorrida a dissolução, cumpre aos administradores
edades contratuais das quais seja sócio. providenciar imediatamente a investidura do liquidante, e restrin-
gir a gestão própria aos negócios inadiáveis, vedadas novas ope-
Art. 1.031. Nos casos em que a sociedade se resolver em relação a rações, pelas quais responderão solidária e ilimitadamente.
um sócio, o valor da sua quota, considerada pelo montante efeti- Parágrafo único. Dissolvida de pleno direito a sociedade, pode o
vamente realizado, liquidar-se-á, salvo disposição contratual em sócio requerer, desde logo, a liquidação judicial.
contrário, com base na situação patrimonial da sociedade, à
data da resolução, verificada em balanço especialmente levanta- Art. 1.037. Ocorrendo a hipótese prevista no inciso V do art. 1.033
do. (extinção de autorização para funcionar), o Ministério Público,
§ 1o O capital social sofrerá a correspondente redução, salvo se os tão logo lhe comunique a autoridade competente, promoverá
demais sócios suprirem o valor da quota. a liquidação judicial da sociedade, se os administradores não
§ 2o A quota liquidada será paga em dinheiro, no prazo de 90 o tiverem feito nos 30 dias seguintes à perda da autorização,
dias, a partir da liquidação, salvo acordo, ou estipulação contratu- ou se o sócio não houver exercido a faculdade assegurada no pa-
al em contrário. rágrafo único do artigo antecedente.
Parágrafo único. Caso o Ministério Público não promova a li-
JDC62 Com a exclusão do sócio remisso, a forma de reembolso quidação judicial da sociedade nos 15 dias subsequentes ao
das suas quotas, em regra, deve-se dar com base em balanço recebimento da comunicação, a autoridade competente para

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DIA 15 / 9

conceder a autorização nomeará interventor com poderes Art. 1.045. Na sociedade em comandita simples tomam parte só-
para requerer a medida e administrar a sociedade até que seja cios de duas categorias: os COMANDITADOS, pessoas físicas,
nomeado o liquidante. responsáveis SOLIDÁRIA e ILIMITADAMENTE pelas obrigações
sociais; e os COMANDITÁRIOS, obrigados somente pelo valor
Art. 1.038. Se não estiver designado no contrato social, o liqui- de sua quota.
dante será eleito por deliberação dos sócios, podendo a escolha Parágrafo único. O contrato deve discriminar os comanditados e
recair em pessoa estranha à sociedade. os comanditários.
§ 1o O liquidante pode ser destituído, a todo tempo:
I - se eleito pela forma prevista neste artigo, mediante delibera- DICA: O comanditado é um coitado, responde ilimitado.
ção dos sócios;
II - em qualquer caso, por via judicial, a requerimento de um ou
Art. 1.046. Aplicam-se à sociedade em comandita simples as nor-
mais sócios, ocorrendo justa causa.
mas da sociedade em nome coletivo, no que forem compatíveis
§ 2o A liquidação da sociedade se processa de conformidade com
com as deste Capítulo.
o disposto no Capítulo IX, deste Subtítulo.
Parágrafo único. Aos comanditados cabem os mesmos direitos
e obrigações dos sócios da sociedade em nome coletivo.
CAPÍTULO II
Da Sociedade em Nome Coletivo
Art. 1.047. Sem prejuízo da faculdade de participar das delibera-
Art. 1.039. SOMENTE PESSOAS FÍSICAS podem tomar parte na
ções da sociedade e de lhe fiscalizar as operações, não pode o
sociedade em nome coletivo, respondendo todos os sócios, SO-
comanditário praticar qualquer ato de gestão, nem ter o
LIDÁRIA E ILIMITADAMENTE, pelas obrigações sociais.
nome na firma social, sob pena de ficar sujeito às responsabi-
Parágrafo único. Sem prejuízo da responsabilidade perante ter-
lidades de sócio comanditado.
ceiros, podem os sócios, no ato constitutivo, ou por unânime
Parágrafo único. Pode o comanditário ser constituído procura-
convenção posterior, limitar entre si a responsabilidade de
dor da sociedade, para negócio determinado e com poderes
cada um.
especiais.

Art. 1.040. A sociedade em nome coletivo se rege pelas normas


Art. 1.048. Somente após averbada a modificação do contrato,
deste Capítulo e, no que seja omisso, pelas do Capítulo antece-
produz efeito, quanto a terceiros, a diminuição da quota do co -
dente (sociedade simples).
manditário, em consequência de ter sido reduzido o capital social,
sempre sem prejuízo dos credores preexistentes.
Art. 1.041. O contrato deve mencionar, além das indicações refe-
ridas no art. 997, a firma social.
Art. 1.049. O sócio comanditário não é obrigado à reposição de
lucros recebidos de boa-fé e de acordo com o balanço.
Art. 1.042. A administração da sociedade compete exclusiva-
Parágrafo único. Diminuído o capital social por perdas super-
mente a sócios, sendo o uso da firma, nos limites do contrato,
venientes, não pode o comanditário receber quaisquer lucros,
privativo dos que tenham os necessários poderes.
antes de reintegrado aquele.

Art. 1.043. O credor particular de sócio NÃO PODE, antes de


Art. 1.050. No caso de morte de sócio comanditário, a socieda-
dissolver-se a sociedade, pretender a liquidação da quota do
de, salvo disposição do contrato, continuará com os seus suces-
devedor.
sores, que designarão quem os represente.
Parágrafo único. Poderá fazê-lo quando:
I - a sociedade houver sido prorrogada tacitamente;
Art. 1.051. Dissolve-se de pleno direito a sociedade:
II - tendo ocorrido prorrogação contratual, for acolhida judicial-
I - por qualquer das causas previstas no art. 1.044;
mente oposição do credor, levantada no prazo de 90 dias, conta-
II - quando por mais de 180 dias perdurar a falta de uma das
do da publicação do ato dilatório.
categorias de sócio.
Parágrafo único. Na falta de sócio comanditado, os comanditá-
JDC63 Suprimir o art. 1.043 ou interpretá-lo no sentido de que rios nomearão administrador provisório para praticar, durante
só será aplicado às sociedades ajustadas por prazo o período referido no inciso II (180 dias) e sem assumir a condi-
determinado. ção de sócio, os atos de administração.
JDC489 No caso da microempresa, da empresa de pequeno
porte e do microempreendedor individual, dispensados de pu- CAPÍTULO IV
blicação dos seus atos (art. 71 da LC n. 123/2006), os prazos es- Da Sociedade Limitada
tabelecidos no Código Civil contam-se da data do arquivamento Seção I
do documento (termo inicial) no registro próprio. Disposições Preliminares
Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada
Art. 1.044. A sociedade se dissolve de pleno direito por qualquer sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas TODOS RESPON-
das causas enumeradas no art. 1.033 e, se empresária, também DEM SOLIDARIAMENTE PELA INTEGRALIZAÇÃO DO CAPITAL
pela declaração da falência. SOCIAL.
§ 1º A sociedade limitada pode ser constituída por 1 ou mais
CAPÍTULO III pessoas.(LEI 13874/19)
Da Sociedade em Comandita Simples

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DIA 15 / 10

§ 2º Se for unipessoal, aplicar-se-ão ao documento de Art. 1.056. A quota é indivisível em relação à sociedade, salvo
constituição do sócio único, no que couber, as disposições sobre para efeito de transferência, caso em que se observará o dis-
o contrato social(LEI 13874/19) posto no artigo seguinte.
§ 1o No caso de condomínio de quota, os direitos a ela inerentes
somente podem ser exercidos pelo condômino representante, ou
JDC65 A expressão “sociedade limitada” tratada no art. 1.052 e pelo inventariante do espólio de sócio falecido.
seguintes do novo Código Civil deve ser interpretada stricto § 2o Sem prejuízo do disposto no art. 1.052, os condôminos de
sensu, como “sociedade por quotas de responsabilidade quota indivisa respondem solidariamente pelas prestações
limitada”. necessárias à sua integralização.

Art. 1.053. A sociedade limitada rege-se, nas omissões deste Ca- Art. 1.057. Na omissão do contrato, o sócio pode ceder sua
pítulo, pelas normas da SOCIEDADE SIMPLES. quota, total ou parcialmente, a quem seja sócio, independen-
Parágrafo único. O contrato social poderá prever a regência su- temente de audiência dos outros, ou a estranho, se não hou-
pletiva da sociedade limitada pelas normas da SOCIEDADE ver oposição de titulares de mais de 1/4 do capital social.
ANÔNIMA. Parágrafo único. A cessão terá eficácia quanto à sociedade e ter-
ceiros, inclusive para os fins do parágrafo único do art. 1.003, a
JDC64 Criado o conselho de administração na sociedade partir da averbação do respectivo instrumento, subscrito pelos
limitada, não regida supletivamente pela Lei de Sociedade por sócios anuentes.
Ações (art. 1.053, parágrafo único, do Código Civil) e, caso não
haja regramento específico sobre o órgão no contrato, serão CEDER COTA A OUTRO SÓCIO CEDER COTA A ESTRANHO
aplicadas, por analogia, as normas da sociedade anônima.
Total ou parcial Total ou parcial
JDC222 Não se aplica o art. 997, V, à sociedade limitada na
Independente de audiência dos Se não houver oposição de
hipótese de regência supletiva pelas regras das sociedades
demais sócios titulares de mais de 1/4 do
simples.
capital social
JDC223 O parágrafo único do art. 1.053 não significa a
aplicação em bloco da Lei n. 6.404/76 ou das disposições sobre
a sociedade simples. O contrato social pode adotar, nas JDC255 Sociedade limitada. Instrumento de cessão de quotas.
omissões do Código sobre as sociedades limitadas, tanto as Na omissão do contrato social, a cessão de quotas sociais de
regras das sociedades simples quanto as das sociedades uma sociedade limitada pode ser feita por instrumento próprio,
anônimas. averbado no registro da sociedade, independentemente de
alteração contratual, nos termos do art. 1.057 e parágrafo único
Art. 1.054. O contrato mencionará, no que couber, as indicações do Código Civil.
do art. 997, e, se for o caso, a firma social.
Art. 1.058. Não integralizada a quota de sócio remisso, os ou-
Seção II tros sócios podem, sem prejuízo do disposto no art. 1.004 e seu
Das Quotas parágrafo único, tomá-la para si ou transferi-la a terceiros, ex-
Art. 1.055. O capital social divide-se em quotas, iguais ou desi- cluindo o primitivo titular e devolvendo-lhe o que houver pago,
guais, cabendo uma ou diversas a cada sócio. deduzidos os juros da mora, as prestações estabelecidas no con-
§ 1o Pela exata estimação de bens conferidos ao capital social trato mais as despesas.
respondem solidariamente todos os sócios, até o prazo de 5
anos da data do registro da sociedade. Art. 1.059. Os sócios serão obrigados à reposição dos lucros e
§ 2o É VEDADA CONTRIBUIÇÃO que consista em prestação de das quantias retiradas, a qualquer título, ainda que autoriza-
SERVIÇOS. dos pelo contrato, quando tais lucros ou quantia se distribuí-
rem com prejuízo do capital.
JDC12 A regra contida no art. 1.055, § 1º, do Código Civil deve
ser aplicada na hipótese de inexatidão da avaliação de bens Seção III
conferidos ao capital social; a responsabilidade nela prevista não Da Administração
afasta a desconsideração da personalidade jurídica quando Art. 1.060. A sociedade limitada é administrada por uma ou mais
presentes seus requisitos legais. pessoas designadas no contrato social ou em ato separado.
JDC18 O capital social da sociedade limitada poderá ser Parágrafo único. A administração atribuída no contrato a todos
integralizado, no todo ou em parte, com quotas ou ações de os sócios NÃO SE ESTENDE de pleno direito aos que posteri-
outra sociedade, cabendo aos sócios a escolha do critério de ormente adquiram essa qualidade.
avaliação das respectivas participações societárias, diante da
responsabilidade solidária pela exata estimação dos bens Art. 1.061. A designação de administradores não sócios depen-
conferidos ao capital social, nos termos do art. 1.055, § 1º, do derá de aprovação da unanimidade dos sócios, enquanto o capi-
Código Civil. tal não estiver integralizado, e de 2/3, no mínimo, após a inte-
JDC224 A solidariedade entre os sócios da sociedade limitada gralização.
pela exata estimação dos bens conferidos ao capital social
abrange os casos de constituição e aumento do capital e cessa ADMINISTRADOR NÃO SÓCIO
após cinco anos da data do respectivo registro.
CAPITAL NÃO INTEGRALIZADO CAPITAL INTEGRALIZADO

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DIA 15 / 11

Unanimidade dos sócios 2/3


Art. 1.068. A remuneração dos membros do conselho fiscal será
fixada, anualmente, pela assembleia dos sócios que os eleger.
Art. 1.062. O administrador designado em ato separado inves-
tir-se-á no cargo mediante termo de posse no livro de atas da
Art. 1.069. Além de outras atribuições determinadas na lei ou no
administração.
contrato social, aos membros do conselho fiscal incumbem, indi-
§ 1o Se o termo não for assinado nos 30 dias seguintes à desig-
vidual ou conjuntamente, os deveres seguintes:
nação, esta se tornará sem efeito.
I - examinar, pelo menos trimestralmente, os livros e papéis da
§ 2o Nos 10 dias seguintes ao da investidura, deve o adminis-
sociedade e o estado da caixa e da carteira, devendo os adminis-
trador requerer seja averbada sua nomeação no registro com-
tradores ou liquidantes prestar-lhes as informações solicitadas;
petente, mencionando o seu nome, nacionalidade, estado civil,
II - lavrar no livro de atas e pareceres do conselho fiscal o resulta -
residência, com exibição de documento de identidade, o ato e a
do dos exames referidos no inciso I deste artigo;
data da nomeação e o prazo de gestão.
III - exarar no mesmo livro e apresentar à assembleia anual dos
sócios parecer sobre os negócios e as operações sociais do exer-
JDC66 A teor do § 2º do art. 1.062 do Código Civil, o cício em que servirem, tomando por base o balanço patrimonial e
administrador só pode ser pessoa natural. o de resultado econômico;
IV - denunciar os erros, fraudes ou crimes que descobrirem, suge-
Art. 1.063. O exercício do cargo de administrador cessa pela destitui - rindo providências úteis à sociedade;
ção, em qualquer tempo, do titular, ou pelo término do prazo se, fixa- V - convocar a assembleia dos sócios se a diretoria retardar por
do no contrato ou em ato separado, não houver recondução. mais de 30 dias a sua convocação anual, ou sempre que ocorram
§ 1º Tratando-se de sócio nomeado administrador no contra- motivos graves e urgentes;
to, sua destituição somente se opera pela aprovação de titulares VI - praticar, durante o período da liquidação da sociedade, os
de quotas correspondentes a mais da metade do capital social, atos a que se refere este artigo, tendo em vista as disposições es -
salvo disposição contratual diversa (Lei 13792/19) peciais reguladoras da liquidação.
§ 2o A cessação do exercício do cargo de administrador deve ser
averbada no registro competente, mediante requerimento apre- Art. 1.070. As atribuições e poderes conferidos pela lei ao con-
sentado nos 10 dias seguintes ao da ocorrência. selho fiscal não podem ser outorgados a outro órgão da soci-
§ 3o A RENÚNCIA DE ADMINISTRADOR torna-se eficaz, em re- edade, e a responsabilidade de seus membros obedece à regra
lação à sociedade, desde o momento em que esta toma conhe- que define a dos administradores (art. 1.016).
cimento da comunicação escrita do renunciante; e, em relação Parágrafo único. O conselho fiscal poderá escolher para assisti-lo
a terceiros, após a averbação e publicação. no exame dos livros, dos balanços e das contas, contabilista legal-
mente habilitado, mediante remuneração aprovada pela assem-
Art. 1.064. O uso da firma ou denominação social é privativo dos bleia dos sócios.
administradores que tenham os necessários poderes.
Seção V
Art. 1.065. Ao término de cada exercício social, proceder-se-á à Das Deliberações dos Sócios
elaboração do inventário, do balanço patrimonial e do balanço de Art. 1.071. Dependem da deliberação dos sócios, além de outras
resultado econômico. matérias indicadas na lei ou no contrato:
I - a aprovação das contas da administração;
Seção IV II - a designação dos administradores, quando feita em ato se-
Do Conselho Fiscal parado;
Art. 1.066. Sem prejuízo dos poderes da assembleia dos sócios, III - a destituição dos administradores;
pode o contrato instituir conselho fiscal composto de 3 ou IV - o modo de sua remuneração, quando não estabelecido no
mais membros e respectivos suplentes, sócios ou não, resi- contrato;
dentes no País, eleitos na assembleia anual prevista no art. 1.078. V - a modificação do contrato social;
§ 1o Não podem fazer parte do conselho fiscal, além dos inelegí- VI - a incorporação, a fusão e a dissolução da sociedade, ou a ces-
veis enumerados no § 1o do art. 1.011, os membros dos demais sação do estado de liquidação;
órgãos da sociedade ou de outra por ela controlada, os emprega- VII - a nomeação e destituição dos liquidantes e o julgamento das
dos de quaisquer delas ou dos respectivos administradores, o suas contas;
cônjuge ou parente destes até o 3° grau. VIII - o pedido de concordata (recuperação judicial).
§ 2o É assegurado aos sócios minoritários, que representarem
pelo menos 1/5 do capital social, o direito de eleger, separa- Art. 1.072. As deliberações dos sócios, obedecido o disposto no
damente, um dos membros do conselho fiscal e o respectivo art. 1.010, serão tomadas em reunião ou em assembleia, confor-
suplente. me previsto no contrato social, devendo ser convocadas pelos ad-
ministradores nos casos previstos em lei ou no contrato.
Art. 1.067. O membro ou suplente eleito, assinando termo de pos- § 1o A deliberação em assembleia será obrigatória se o núme-
se lavrado no livro de atas e pareceres do conselho fiscal, em que ro dos sócios for superior a 10.
se mencione o seu nome, nacionalidade, estado civil, residência e § 2o Dispensam-se as formalidades de convocação previstas no §
a data da escolha, ficará investido nas suas funções, que exercerá, 3o do art. 1.152, quando todos os sócios comparecerem ou se de-
salvo cessação anterior, até a subsequente assembleia anual. clararem, por escrito, cientes do local, data, hora e ordem do dia.
Parágrafo único. Se o termo não for assinado nos 30 dias seguin-
tes ao da eleição, esta se tornará sem efeito.

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DIA 15 / 12

§ 3o A reunião ou a assembleia tornam-se dispensáveis quan- V - a modificação do contrato social;


do todos os sócios decidirem, por escrito, sobre a matéria que 3/4 DO CAPITAL VI - a incorporação, a fusão e a dissolução
seria objeto delas. SOCIAL da sociedade, ou a cessação do estado de li-
§ 4o No caso de pedido de concordata (recuperação judicial), os quidação;
administradores, se houver urgência e com autorização de ti-
tulares de mais da metade do capital social, podem requerer II - a designação dos administradores,
concordata preventiva. quando feita em ato separado;
§ 5o As deliberações tomadas de conformidade com a lei e o MAIS DE 1/2 DO III - a destituição dos administradores;
contrato vinculam todos os sócios, ainda que ausentes ou dis- CAPITAL SOCIAL IV - o modo de sua remuneração, quando
sidentes. não estabelecido no contrato;
§ 6o Aplica-se às reuniões dos sócios, nos casos omissos no con- VIII - o pedido de concordata.
trato, o disposto na presente Seção sobre a assembleia. MAIORIA DOS Demais casos, quando não exigir maioria
VOTOS DOS mais elevada.
Art. 1.073. A reunião ou a assembleia podem também ser convo- PRESENTES
cadas:
I - por sócio, quando os administradores retardarem a convoca-
ção, por mais de 60 dias, nos casos previstos em lei ou no con- JDC227 O quórum mínimo para a deliberação da cisão da
trato, ou por titulares de mais de 1/5 do capital, quando não sociedade limitada é de 3/4 (três quartos) do capital social.
atendido, no prazo de 8 dias, pedido de convocação fundamen- JDC485 O sócio que participa da administração societária não
tado, com indicação das matérias a serem tratadas; pode votar nas deliberações acerca de suas próprias contas, na
II - pelo conselho fiscal, se houver, nos casos a que se refere o in- forma dos arts. 1.071, I, e 1.074, § 2º, do Código Civil.
ciso V do art. 1.069.
Art. 1.077. Quando houver modificação do contrato, fusão da so-
Art. 1.074. A assembleia dos sócios instala-se com a presença, em ciedade, incorporação de outra, ou dela por outra, terá o sócio
primeira convocação, de titulares de no mínimo 3/4 do capital que dissentiu o direito de retirar-se da sociedade, nos 30 dias
social, e, em segunda, com qualquer número. subsequentes à reunião, aplicando-se, no silêncio do contrato
INSTALAÇÃO DA ASSEMBLEIA DOS SÓCIOS social antes vigente, o disposto no art. 1.031.

PRIMEIRA CONVOCAÇÃO SEGUNDA CONVOCAÇÃO


JDC392 Nas hipóteses do art. 1.077 do Código Civil, cabe aos
3/4 do capital social Qualquer número sócios delimitar seus contornos para compatibilizá-los com os
§ 1o O sócio pode ser representado na assembleia por outro só- princípios da preservação e da função social da empresa,
cio, ou por advogado, mediante outorga de mandato com especi- aplicando-se, supletiva (art. 1.053, parágrafo único) ou
ficação dos atos autorizados, devendo o instrumento ser levado a analogicamente (art. 4º da LICC), o art. 137, § 3º, da Lei das
registro, juntamente com a ata. Sociedades por Ações, para permitir a reconsideração da
§ 2o Nenhum sócio, por si ou na condição de mandatário, pode deliberação que autorizou a retirada do sócio dissidente.
votar matéria que lhe diga respeito diretamente. JDC13 A decisão que decretar a dissolução parcial da sociedade
deverá indicar a data de desligamento do sócio e o critério de
Art. 1.075. A assembleia será presidida e secretariada por sócios apuração de haveres.
escolhidos entre os presentes.
§ 1o Dos trabalhos e deliberações será lavrada, no livro de atas da Art. 1.078. A assembleia dos sócios deve realizar-se ao menos 1
assembleia, ata assinada pelos membros da mesa e por sócios vez por ano, nos 4 meses seguintes à ao término do exercício
participantes da reunião, quantos bastem à validade das delibera- social, com o objetivo de:
ções, mas sem prejuízo dos que queiram assiná-la. I - tomar as contas dos administradores e deliberar sobre o balan-
§ 2o Cópia da ata autenticada pelos administradores, ou pela ço patrimonial e o de resultado econômico;
mesa, será, nos 20 dias subsequentes à reunião, apresentada ao II - designar administradores, quando for o caso;
Registro Público de Empresas Mercantis para arquivamento e III - tratar de qualquer outro assunto constante da ordem do dia.
averbação. § 1o Até 30 dias antes da data marcada para a assembleia, os do-
§ 3o Ao sócio, que a solicitar, será entregue cópia autenticada da cumentos referidos no inciso I deste artigo devem ser postos, por
ata. escrito, e com a prova do respectivo recebimento, à disposição
dos sócios que não exerçam a administração.
Art. 1.076. Ressalvado o disposto no art. 1.061, as deliberações § 2o Instalada a assembleia, proceder-se-á à leitura dos documen-
dos sócios serão tomadas (Lei 13792/19): tos referidos no parágrafo antecedente, os quais serão submeti-
I - pelos votos correspondentes, no mínimo, a 3/4 do capital so- dos, pelo presidente, a discussão e votação, nesta não podendo
cial, nos casos previstos nos incisos V e VI do art. 1.071; tomar parte os membros da administração e, se houver, os do
II - pelos votos correspondentes a mais de metade do capital so- conselho fiscal.
cial, nos casos previstos nos incisos II, III, IV e VIII do art. 1.071; § 3o A aprovação, sem reserva, do balanço patrimonial e do de
III - pela maioria de votos dos presentes, nos demais casos pre- resultado econômico, salvo erro, dolo ou simulação, exonera de
vistos na lei ou no contrato, se este não exigir maioria mais eleva- responsabilidade os membros da administração e, se houver, os
da. do conselho fiscal.
§ 4o Extingue-se em 2 anos o direito de anular a aprovação a
DELIBERAÇÃO DOS SÓCIOS que se refere o parágrafo antecedente.

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DIA 15 / 13

JDC228 As sociedades limitadas estão dispensadas da


publicação das demonstrações financeiras a que se refere o § 3º Seção VII
do art. 1.078. Naquelas de até dez sócios, a deliberação de que Da Resolução da Sociedade em Relação a Sócios Minoritários
trata o art. 1.078 pode dar-se na forma dos §§ 2º e 3º do art. Art. 1.085. Ressalvado o disposto no art. 1.030, quando a maioria
1.072, e a qualquer tempo, desde que haja previsão contratual dos sócios, representativa de mais da metade do capital social,
nesse sentido. entender que um ou mais sócios estão pondo em risco a conti-
nuidade da empresa, em virtude de atos de inegável gravidade,
poderá excluí-los da sociedade, mediante alteração do contrato
Art. 1.079. Aplica-se às reuniões dos sócios, nos casos omissos no
social, desde que prevista neste a exclusão por justa causa.
contrato, o estabelecido nesta Seção sobre a assembleia, obede-
Parágrafo único. Ressalvado o caso em que haja apenas 2 só-
cido o disposto no § 1o do art. 1.072.
cios na sociedade, a exclusão de um sócio somente poderá ser
determinada em reunião ou assembleia especialmente convo-
Art. 1.080. As deliberações infringentes do contrato ou da lei tor-
cada para esse fim, ciente o acusado em tempo hábil para per-
nam ilimitada a responsabilidade dos que expressamente as
mitir seu comparecimento e o exercício do direito de defesa (Lei
aprovaram.
13792/19)

JDC229 A responsabilidade ilimitada dos sócios pelas


JDC67 A quebra do affectio societatis não é causa para a
deliberações infringentes da lei ou do contrato torna
exclusão do sócio minoritário, mas apenas para dissolução
desnecessária a desconsideração da personalidade jurídica, por
(parcial) da sociedade.
não constituir a autonomia patrimonial da pessoa jurídica
JDC17 Na sociedade limitada com dois sócios, o sócio titular de
escudo para a responsabilização pessoal e direta.
mais da metade do capital social pode excluir extrajudicialmente
o sócio minoritário desde que atendidas as exigências materiais
Seção VI e procedimentais previstas no art. 1.085, caput e parágrafo
Do Aumento e da Redução do Capital único, do CC.
Art. 1.081. Ressalvado o disposto em lei especial, integralizadas
as quotas, pode ser o capital aumentado, com a corresponden-
Art. 1.086. Efetuado o registro da alteração contratual, aplicar-se-
te modificação do contrato.
á o disposto nos arts. 1.031 e 1.032.
§ 1o Até 30 dias após a deliberação, terão os sócios preferência
para participar do aumento, na proporção das quotas de que se-
Seção VIII
jam titulares.
Da Dissolução
§ 2o À cessão do direito de preferência, aplica-se o disposto no
Art. 1.087. A sociedade dissolve-se, de pleno direito, por qualquer
caput do art. 1.057.
das causas previstas no art. 1.044.
§ 3o Decorrido o prazo da preferência, e assumida pelos sócios, ou
por terceiros, a totalidade do aumento, haverá reunião ou assem-
CAPÍTULO V
bleia dos sócios, para que seja aprovada a modificação do contra-
Da Sociedade Anônima
to.
Seção Única
Da Caracterização
Art. 1.082. Pode a sociedade reduzir o capital, mediante a cor-
Art. 1.088. Na sociedade anônima ou companhia, o capital di-
respondente modificação do contrato:
vide-se em ações, obrigando-se cada sócio ou acionista so-
I - depois de integralizado, se houver perdas irreparáveis;
mente pelo preço de emissão das ações que subscrever ou ad-
II - se excessivo em relação ao objeto da sociedade.
quirir.
Art. 1.083. No caso do inciso I do artigo antecedente, a redução
do capital será realizada com a diminuição proporcional do valor JDC68 Suprimir os arts. 1.088 e 1.089 do novo Código Civil em
nominal das quotas, tornando-se efetiva a partir da averbação, razão de estar a matéria regulamentada em lei especial.
no Registro Público de Empresas Mercantis, da ata da assembleia
que a tenha aprovado. Art. 1.089. A sociedade anônima rege-se por lei especial, apli-
cando-se-lhe, nos casos omissos, as disposições deste Código.
Art. 1.084. No caso do inciso II do art. 1.082, a redução do capital
será feita restituindo-se parte do valor das quotas aos sócios, ou JDC230 A fusão e a incorporação de sociedade anônima
dispensando-se as prestações ainda devidas, com diminuição continuam reguladas pelas normas previstas na Lei n. 6.404/76,
proporcional, em ambos os casos, do valor nominal das quotas. não revogadas pelo Código Civil (art. 1.089), quanto a esse tipo
§ 1o No prazo de 90 dias, contado da data da publicação da ata societário.
da assembleia que aprovar a redução, o credor quirografário, por
título líquido anterior a essa data, poderá opor-se ao deliberado.
CAPÍTULO VI
§ 2o A redução somente se tornará eficaz se, no prazo estabele-
Da Sociedade em Comandita por Ações
cido no parágrafo antecedente, não for impugnada, ou se pro-
Art. 1.090. A sociedade em comandita por ações tem o capital
vado o pagamento da dívida ou o depósito judicial do respec-
dividido em ações, regendo-se pelas normas relativas à socie-
tivo valor.
dade anônima, sem prejuízo das modificações constantes deste
§ 3o Satisfeitas as condições estabelecidas no parágrafo antece-
Capítulo, e opera sob firma ou denominação.
dente, proceder-se-á à averbação, no Registro Público de Empre-
sas Mercantis, da ata que tenha aprovado a redução.

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DIA 15 / 14

Art. 1.091. Somente o acionista tem qualidade para adminis- Art. 1.097. Consideram-se coligadas as sociedades que, em suas
trar a sociedade e, como diretor, responde SUBSIDIÁRIA e ILI- relações de capital, são controladas, filiadas, ou de simples
MITADAMENTE pelas obrigações da sociedade. participação, na forma dos artigos seguintes.
§ 1o Se houver mais de um diretor, serão solidariamente respon-
sáveis, depois de esgotados os bens sociais. Art. 1.098. É controlada:
§ 2o Os diretores serão nomeados no ato constitutivo da socie- I - a sociedade de cujo capital outra sociedade possua a maio-
dade, sem limitação de tempo, e somente poderão ser destituí- ria dos votos nas deliberações dos quotistas ou da assembleia
dos por deliberação de acionistas que representem no míni- geral e o poder de eleger a maioria dos administradores;
mo 2/3 do capital social. II - a sociedade cujo controle, referido no inciso antecedente, es-
§ 3o O diretor destituído ou exonerado continua, durante 2 teja em poder de outra, mediante ações ou quotas possuídas
anos, responsável pelas obrigações sociais contraídas sob sua por sociedades ou sociedades por esta já controladas.
administração.
Art. 1.099. Diz-se coligada ou filiada a sociedade de cujo capital
Art. 1.092. A assembleia geral não pode, sem o consentimento outra sociedade participa com 10% ou mais, do capital da ou-
dos diretores, mudar o objeto essencial da sociedade, prorro- tra, sem controlá-la.
gar-lhe o prazo de duração, aumentar ou diminuir o capital
social, criar debêntures, ou partes beneficiárias. Art. 1.100. É de simples participação a sociedade de cujo capital
outra sociedade possua menos de 10% do capital com direito
CAPÍTULO VII de voto.
Da Sociedade Cooperativa
Art. 1.093. A sociedade cooperativa reger-se-á pelo disposto no Art. 1.101. Salvo disposição especial de lei, a sociedade não pode
presente Capítulo, ressalvada a legislação especial. participar de outra, que seja sua sócia, por montante superior, se -
gundo o balanço, ao das próprias reservas, excluída a reserva le-
Art. 1.094. São características da sociedade cooperativa: gal.
I - variabilidade, ou dispensa do capital social; Parágrafo único. Aprovado o balanço em que se verifique ter sido
II - concurso de sócios em número mínimo necessário a com- excedido esse limite, a sociedade não poderá exercer o direito de
por a administração da sociedade, sem limitação de número voto correspondente às ações ou quotas em excesso, as quais de-
máximo; vem ser alienadas nos 180 dias seguintes àquela aprovação.
III - limitação do valor da soma de quotas do capital social que
cada sócio poderá tomar; CAPÍTULO IX
IV - INTRANSFERIBILIDADE das quotas do capital a terceiros Da Liquidação da Sociedade
estranhos à sociedade, ainda que por herança; Art. 1.102. Dissolvida a sociedade e nomeado o liquidante na
V - quorum, para a assembleia geral funcionar e deliberar, forma do disposto neste Livro, procede-se à sua liquidação, de
fundado no número de sócios presentes à reunião, e não no conformidade com os preceitos deste Capítulo, ressalvado o dis-
capital social representado; posto no ato constitutivo ou no instrumento da dissolução.
VI - direito de cada sócio a um só voto nas deliberações, tenha ou Parágrafo único. O liquidante, que não seja administrador da soci-
não capital a sociedade, e qualquer que seja o valor de sua parti- edade, investir-se-á nas funções, averbada a sua nomeação no re-
cipação; gistro próprio.
VII - distribuição dos resultados, proporcionalmente ao valor das
operações efetuadas pelo sócio com a sociedade, podendo ser Art. 1.103. Constituem deveres do liquidante:
atribuído juro fixo ao capital realizado; I - averbar e publicar a ata, sentença ou instrumento de dissolu-
VIII - INDIVISIBILIDADE do fundo de reserva entre os sócios, ção da sociedade;
ainda que em caso de dissolução da sociedade. II - arrecadar os bens, livros e documentos da sociedade, onde
quer que estejam;
Art. 1.095. Na sociedade cooperativa, a responsabilidade dos só- III - proceder, nos 15 dias seguintes ao da sua investidura e com
cios pode ser limitada ou ilimitada. a assistência, sempre que possível, dos administradores, à elabo-
§ 1o É limitada a responsabilidade na cooperativa em que o sócio ração do inventário e do balanço geral do ativo e do passivo;
responde somente pelo valor de suas quotas e pelo prejuízo IV - ultimar os negócios da sociedade, realizar o ativo, pagar o
verificado nas operações sociais, guardada a proporção de passivo e partilhar o remanescente entre os sócios ou acionistas;
sua participação nas mesmas operações. V - exigir dos quotistas, quando insuficiente o ativo à solução do
§ 2o É ilimitada a responsabilidade na cooperativa em que o só- passivo, a integralização de suas quotas e, se for o caso, as quan-
cio responde solidária e ilimitadamente pelas obrigações soci- tias necessárias, nos limites da responsabilidade de cada um e
ais. proporcionalmente à respectiva participação nas perdas, repar-
tindo-se, entre os sócios solventes e na mesma proporção, o devi-
Art. 1.096. No que a lei for omissa, aplicam-se as disposições re- do pelo insolvente;
ferentes à sociedade simples, resguardadas as características es- VI - convocar assembleia dos quotistas, cada 6 meses, para apre-
tabelecidas no art. 1.094. sentar relatório e balanço do estado da liquidação, prestando
conta dos atos praticados durante o semestre, ou sempre que ne-
CAPÍTULO VIII cessário;
Das Sociedades CoLigadas VII - confessar a falência da sociedade e pedir concordata, de
acordo com as formalidades prescritas para o tipo de sociedade
liquidanda;

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DIA 15 / 15

VIII - finda a liquidação, apresentar aos sócios o relatório da liqui- CAPÍTULO X


dação e as suas contas finais; Da Transformação, da Incorporação, da Fusão e da Cisão das Soci-
IX - averbar a ata da reunião ou da assembleia, ou o instrumento edades
firmado pelos sócios, que considerar encerrada a liquidação. Art. 1.113. O ato de TRANSFORMAÇÃO independe de dissolu-
Parágrafo único. Em todos os atos, documentos ou publicações, o ção ou liquidação da sociedade, e obedecerá aos preceitos regu-
liquidante empregará a firma ou denominação social sempre se- ladores da constituição e inscrição próprios do tipo em que vai
guida da cláusula "em liquidação" e de sua assinatura individual, converter-se.
com a declaração de sua qualidade.
Art. 1.114. A transformação depende do CONSENTIMENTO DE
Art. 1.104. As obrigações e a responsabilidade do liquidante re- TODOS os sócios, salvo se prevista no ato constitutivo, caso
gem-se pelos preceitos peculiares às dos administradores da soci- em que o dissidente poderá retirar-se da sociedade, aplicando-
edade liquidanda. se, no silêncio do estatuto ou do contrato social, o disposto no
art. 1.031.
Art. 1.105. Compete ao liquidante representar a sociedade e pra-
ticar todos os atos necessários à sua liquidação, inclusive alienar Art. 1.115. A transformação não modificará nem prejudicará,
bens móveis ou imóveis, transigir, receber e dar quitação. em qualquer caso, os direitos dos credores.
Parágrafo único. Sem estar expressamente autorizado pelo Parágrafo único. A falência da sociedade transformada somen-
contrato social, ou pelo voto da maioria dos sócios, não pode te produzirá efeitos em relação aos sócios que, no tipo anteri-
o liquidante gravar de ônus reais os móveis e imóveis, con- or, a eles estariam sujeitos, se o pedirem os titulares de crédi-
trair empréstimos, salvo quando indispensáveis ao pagamen- tos anteriores à transformação, e somente a estes beneficiará.
to de obrigações inadiáveis, nem prosseguir, embora para fa-
cilitar a liquidação, na atividade social. Art. 1.116. Na INCORPORAÇÃO, uma ou várias sociedades são
absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e
Art. 1.106. Respeitados os direitos dos credores preferenciais, pa- obrigações, devendo todas aprová-la, na forma estabelecida
gará o liquidante as dívidas sociais proporcionalmente, sem dis- para os respectivos tipos.
tinção entre vencidas e vincendas, mas, em relação a estas, com
desconto. Art. 1.117. A deliberação dos sócios da sociedade incorporada
Parágrafo único. Se o ativo for superior ao passivo, pode o li- deverá aprovar as bases da operação e o projeto de reforma
quidante, sob sua responsabilidade pessoal, pagar integral- do ato constitutivo.
mente as dívidas vencidas. § 1o A sociedade que houver de ser incorporada tomará conheci-
mento desse ato, e, se o aprovar, autorizará os administradores a
Art. 1.107. Os sócios podem resolver, por maioria de votos, antes praticar o necessário à incorporação, inclusive a subscrição em
de ultimada a liquidação, mas depois de pagos os credores, que o bens pelo valor da diferença que se verificar entre o ativo e o pas-
liquidante faça rateios por antecipação da partilha, à medida em sivo.
que se apurem os haveres sociais. § 2o A deliberação dos sócios da sociedade incorporadora com-
preenderá a nomeação dos peritos para a avaliação do patrimô-
Art. 1.108. Pago o passivo e partilhado o remanescente, convocará nio líquido da sociedade, que tenha de ser incorporada.
o liquidante assembleia dos sócios para a prestação final de con-
tas. Art. 1.118. Aprovados os atos da incorporação, a incorporadora
declarará extinta a incorporada, e promoverá a respectiva aver-
Art. 1.109. Aprovadas as contas, encerra-se a liquidação, e a bação no registro próprio.
sociedade se extingue, ao ser averbada no registro próprio a
ata da assembleia. Art. 1.119. A FUSÃO determina a extinção das sociedades que
Parágrafo único. O dissidente tem o prazo de 30 dias, a contar da se unem, para formar sociedade nova, que a elas sucederá nos
publicação da ata, devidamente averbada, para promover a ação direitos e obrigações.
que couber.
Art. 1.120. A fusão será decidida, na forma estabelecida para os
Art. 1.110. Encerrada a liquidação, o credor não satisfeito só terá respectivos tipos, pelas sociedades que pretendam unir-se.
direito a exigir dos sócios, individualmente, o pagamento do seu § 1o Em reunião ou assembleia dos sócios de cada sociedade, de-
crédito, até o limite da soma por eles recebida em partilha, e a liberada a fusão e aprovado o projeto do ato constitutivo da nova
propor contra o liquidante ação de perdas e danos. sociedade, bem como o plano de distribuição do capital social,
serão nomeados os peritos para a avaliação do patrimônio da so-
Art. 1.111. No caso de liquidação judicial, será observado o dis- ciedade.
posto na lei processual. § 2o Apresentados os laudos, os administradores convocarão reu-
nião ou assembleia dos sócios para tomar conhecimento deles,
Art. 1.112. No curso de liquidação judicial, o juiz convocará, se ne- decidindo sobre a constituição definitiva da nova sociedade.
cessário, reunião ou assembleia para deliberar sobre os interesses § 3o É vedado aos sócios votar o laudo de avaliação do patrimônio
da liquidação, e as presidirá, resolvendo sumariamente as ques- da sociedade de que façam parte.
tões suscitadas.
Parágrafo único. As atas das assembleias serão, em cópia autênti- Art. 1.121. Constituída a nova sociedade, aos administradores in-
ca, apensadas ao processo judicial. cumbe fazer inscrever, no registro próprio da sede, os atos relati-
vos à fusão.

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DIA 15 / 16

Art. 663. A existência de credores do espólio não impedirá a


Art. 1.122. Até 90 dias após publicados os atos relativos à in- homologação da partilha ou da adjudicação, se forem reserva-
corporação, fusão ou cisão, o credor anterior, por ela prejudi- dos bens suficientes para o pagamento da dívida.
cado, poderá promover judicialmente a anulação deles. Parágrafo único. A reserva de bens será realizada pelo valor esti-
§ 1o A consignação em pagamento prejudicará a anulação mado pelas partes, salvo se o credor, regularmente notificado, im-
pleiteada. pugnar a estimativa, caso em que se promoverá a avaliação dos
§ 2o Sendo ilíquida a dívida, a sociedade poderá garantir-lhe a bens a serem reservados.
execução, suspendendo-se o processo de anulação.
§ 3o Ocorrendo, no prazo deste artigo (90 dias), a falência da so- Art. 664. Quando o valor dos bens do espólio for igual ou inferi-
ciedade incorporadora, da sociedade nova ou da cindida, or a 1.000 salários-mínimos, o inventário processar-se-á na
qualquer credor anterior terá direito a pedir a separação dos forma de arrolamento, cabendo ao inventariante nomeado, in-
patrimônios, para o fim de serem os créditos pagos pelos dependentemente de assinatura de termo de compromisso, apre-
bens das respectivas massas. sentar, com suas declarações, a atribuição de valor aos bens do
espólio e o plano da partilha.
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL § 1o Se qualquer das partes ou o Ministério Público impugnar a
estimativa, o juiz nomeará avaliador, que oferecerá laudo em 10
dias.
Seção IX
§ 2o Apresentado o laudo, o juiz, em audiência que designar, deli-
Do Arrolamento
berará sobre a partilha, decidindo de plano todas as reclamações
Art. 659. A partilha amigável, celebrada entre partes capazes,
e mandando pagar as dívidas não impugnadas.
nos termos da lei, será homologada de plano pelo juiz, com
§ 3o Lavrar-se-á de tudo um só termo, assinado pelo juiz, pelo in-
observância dos arts. 660 a 663.
ventariante e pelas partes presentes ou por seus advogados.
§ 1o O disposto neste artigo aplica-se, também, ao pedido de ad-
§ 4o Aplicam-se a essa espécie de arrolamento, no que couber, as
judicação, quando houver herdeiro único.
disposições do art. 672, relativamente ao lançamento, ao paga-
§ 2o Transitada em julgado a sentença de homologação de
mento e à quitação da taxa judiciária e do imposto sobre a trans-
partilha ou de adjudicação, será lavrado o formal de partilha
missão da propriedade dos bens do espólio.
ou elaborada a carta de adjudicação e, em seguida, serão expe-
didos os alvarás referentes aos bens e às rendas por ele abrangi- § 5o Provada a quitação dos tributos relativos aos bens do espólio
dos, intimando-se o fisco para lançamento administrativo do im- e às suas rendas, o juiz julgará a partilha.
posto de transmissão e de outros tributos porventura incidentes,
conforme dispuser a legislação tributária, nos termos do § 2 o do CJF 131: A remissão ao art. 672, feita no art. 664, § 4º, do CPC,
art. 662. consiste em erro material decorrente da renumeração de artigos
durante a tramitação legislativa. A referência deve ser com-
Art. 660. Na petição de inventário, que se processará na forma de preendida como sendo ao art. 662, norma que possui conteúdo
arrolamento sumário, independentemente da lavratura de termos integrativo adequado ao comando expresso e finalístico do art.
de qualquer espécie, os herdeiros: 664, § 4º.
I - requererão ao juiz a nomeação do inventariante que designa-
rem;
Art. 665. O inventário processar-se-á também na forma do art.
II - declararão os títulos dos herdeiros e os bens do espólio, ob-
664 (arrolamento), AINDA QUE HAJA INTERESSADO INCAPAZ,
servado o disposto no art. 630;
desde que concordem todas as partes e o Ministério Público.
III - atribuirão valor aos bens do espólio, para fins de partilha.
Art. 666. Independerá de inventário ou de arrolamento o paga-
Art. 661. Ressalvada a hipótese prevista no parágrafo único do
mento dos valores previstos na Lei n o 6.858, de 24 de novembro
art. 663, não se procederá à avaliação dos bens do espólio
de 1980.
para nenhuma finalidade.
Art. 667. Aplicam-se subsidiariamente a esta Seção as disposições
Art. 662. No arrolamento, não serão conhecidas ou apreciadas
das Seções VII e VIII deste Capítulo.
questões relativas ao lançamento, ao pagamento ou à quitação
de taxas judiciárias e de tributos incidentes sobre a transmissão
Seção X
da propriedade dos bens do espólio.
Disposições Comuns a Todas as Seções
§ 1o A taxa judiciária, se devida, será calculada com base no valor
Art. 668. Cessa a eficácia da tutela provisória prevista nas Se-
atribuído pelos herdeiros, cabendo ao fisco, se apurar em proces-
ções deste Capítulo:
so administrativo valor diverso do estimado, exigir a eventual di-
I - se a ação não for proposta em 30 dias contados da data em
ferença pelos meios adequados ao lançamento de créditos tribu-
que da decisão foi intimado o impugnante, o herdeiro excluído
tários em geral.
ou o credor não admitido;
§ 2o O imposto de transmissão será objeto de lançamento admi-
II - se o juiz extinguir o processo de inventário com ou sem
nistrativo, conforme dispuser a legislação tributária, não ficando
resolução de mérito.
as autoridades fazendárias adstritas aos valores dos bens do es-
pólio atribuídos pelos herdeiros.
Art. 669. São sujeitos à sobrepartilha os bens:
I - sonegados;
II - da herança descobertos após a partilha;
III - litigiosos, assim como os de liquidação difícil ou morosa;

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DIA 15 / 17

IV - situados em lugar remoto da sede do juízo onde se proces-


sa o inventário. Art. 675. Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo
Parágrafo único. Os bens mencionados nos incisos III e IV serão no processo de conhecimento enquanto não transitada em
reservados à sobrepartilha sob a guarda e a administração do julgado a sentença e, no cumprimento de sentença ou no pro-
mesmo ou de diverso inventariante, a consentimento da maioria cesso de execução, até 5 dias depois da adjudicação, da alie-
dos herdeiros. nação por iniciativa particular ou da arrematação, mas SEM-
PRE antes da assinatura da respectiva carta.
Art. 670. Na sobrepartilha dos bens, observar-se-á o processo de Parágrafo único. Caso identifique a existência de terceiro titular
inventário e de partilha. de interesse em embargar o ato, o juiz mandará intimá-lo pesso-
Parágrafo único. A sobrepartilha correrá nos autos do inventá- almente.
rio do autor da herança.
FPPC184. (art. 675) Os embargos de terceiro também são opo-
Art. 671. O juiz nomeará CURADOR ESPECIAL: níveis na fase de cumprimento de sentença e devem obser-
I - ao AUSENTE, se não o tiver; var, quanto ao prazo, a regra do processo de execução.
II - ao INCAPAZ, se concorrer na partilha com o seu represen- FPPC185. (art. 675, parágrafo único) O juiz deve ouvir as partes
tante, desde que exista colisão de interesses. antes de determinar a intimação pessoal do terceiro.
JDPC102 A falta de oposição dos embargos de terceiro pre-
Art. 672. É lícita a cumulação de inventários para a partilha de ventivos no prazo do art. 792, § 4º, do CPC não impede a pro-
heranças de pessoas diversas quando houver: positura dos embargos de terceiro repressivos no prazo do
I - identidade de pessoas entre as quais devam ser repartidos art. 675 do mesmo Código.
os bens;
II - heranças deixadas pelos dois cônjuges ou companheiros;
III - dependência de uma das partilhas em relação à outra. PRAZO PARA OPOSIÇÃO DE EMBARGOS DE TERCEIRO
Parágrafo único. No caso previsto no inciso III, se a dependência Processo de Conhecimento Cumprimento de Sentença
for parcial, por haver outros bens, o juiz pode ordenar a tra- ou Processo de Execução
mitação separada, se melhor convier ao interesse das partes ou à
celeridade processual. Até o trânsito em julgado Até 5 dias depois da adjudica-
ção, da alienação por iniciativa
Art. 673. No caso previsto no art. 672, inciso II, prevalecerão as particular ou da arrematação,
primeiras declarações, assim como o laudo de avaliação, salvo se mas SEMPRE antes da assina-
alterado o valor dos bens. tura da respectiva carta.

CAPÍTULO VII Art. 676. Os embargos serão distribuídos por dependência ao


DOS EMBARGOS DE TERCEIRO juízo que ordenou a constrição e autuados em apartado.
Art. 674. Quem, NÃO SENDO PARTE NO PROCESSO, sofrer Parágrafo único. Nos casos de ato de constrição realizado por
constrição ou ameaça de constrição sobre bens que possua ou carta, os embargos serão oferecidos no juízo deprecado, salvo se
sobre os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo, indicado pelo juízo deprecante o bem constrito ou se já devolvida
poderá requerer seu desfazimento ou sua inibição por meio a carta.
de embargos de terceiro.
§ 1o Os embargos podem ser de terceiro proprietário, inclusive Art. 677. Na petição inicial, o embargante fará a prova sumária de
fiduciário, ou possuidor. sua posse ou de seu domínio e da qualidade de terceiro, ofere-
§ 2o Considera-se terceiro, para ajuizamento dos embargos: cendo documentos e rol de testemunhas.
I - o cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de § 1o É facultada a prova da posse em audiência preliminar de-
bens próprios ou de sua meação, ressalvado o disposto no art. signada pelo juiz.
843; § 2o O possuidor direto pode alegar, além da sua posse, o do-
II - o adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão mínio alheio.
que declara a ineficácia da alienação realizada em fraude à exe- § 3o A citação será pessoal, se o embargado não tiver procura-
cução; dor constituído nos autos da ação principal.
III - quem sofre constrição judicial de seus bens por força de § 4o Será legitimado passivo o sujeito a quem o ato de constrição
desconsideração da personalidade jurídica, de cujo incidente aproveita, assim como o será seu adversário no processo principal
não fez parte; quando for sua a indicação do bem para a constrição judicial.
IV - o credor com garantia real para obstar expropriação judi-
cial do objeto de direito real de garantia, caso não tenha sido FPPC186. (art. 677; art. 678; art. 681) A alusão à “posse” ou a
intimado, nos termos legais dos atos expropriatórios respectivos. “domínio” nos arts. 677, 678 e 681 deve ser interpretada em
consonância com o art. 674, caput, que, de forma abrangente,
CJF 132: O prazo para apresentação de embargos de terceiro admite os embargos de terceiro para afastar constrição ou ame-
tem natureza processual e deve ser contado em dias úteis. aça de constrição sobre bens que possua ou sobre quais tenha
CJF 133: É admissível a formulação de reconvenção em res- “direito incompatível com o ato constritivo”.
posta aos embargos de terceiro, inclusive para o propósito
de veicular pedido típico de ação pauliana, nas hipóteses de Art. 678. A decisão que reconhecer suficientemente provado o
fraude contra credores. domínio ou a posse determinará a suspensão das medidas cons-
tritivas sobre os bens litigiosos objeto dos embargos, bem como

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DIA 15 / 18

a manutenção ou a reintegração provisória da posse, se o embar- Parágrafo único. Distribuída a oposição por dependência, serão
gante a houver requerido. os opostos citados, na pessoa de seus respectivos advogados,
Parágrafo único. O juiz poderá condicionar a ordem de manu- para contestar o pedido no prazo comum de 15 dias.
tenção ou de reintegração provisória de posse à prestação de
caução pelo requerente, ressalvada a impossibilidade da parte Art. 684. Se um dos opostos reconhecer a procedência do pedi-
economicamente hipossuficiente. do, contra o outro prosseguirá o opoente.

Art. 679. Os embargos poderão ser contestados no prazo de 15 Art. 685. Admitido o processamento, a oposição será apensada
dias, findo o qual se seguirá o procedimento comum. aos autos e tramitará simultaneamente à ação originária, sen-
do ambas julgadas pela mesma sentença.
Art. 680. Contra os embargos do CREDOR COM GARANTIA Parágrafo único. Se a oposição for proposta após o início da
REAL, o embargado SOMENTE poderá alegar que: audiência de instrução, o juiz suspenderá o curso do processo
I - o devedor comum é insolvente; ao fim da produção das provas, salvo se concluir que a unida-
II - o título é nulo ou não obriga a terceiro; de da instrução atende melhor ao princípio da duração razoá-
III - outra é a coisa dada em garantia. vel do processo.

Art. 681. Acolhido o pedido inicial, o ato de constrição judicial in- Art. 686. Cabendo ao juiz decidir simultaneamente a ação origi-
devida será cancelado, com o reconhecimento do domínio, da nária e a oposição, desta conhecerá em primeiro lugar (1° Opo-
manutenção da posse ou da reintegração definitiva do bem ou do sição/2° Ação ordinária).
direito ao embargante.
CAPÍTULO IX
JDPC53 Para o reconhecimento definitivo do domínio ou da DA HABILITAÇÃO
posse do terceiro embargante (art. 681 do CPC), é necessária a Art. 687. A habilitação ocorre quando, por falecimento de qual-
presença, no polo passivo dos embargos, do réu ou do executa- quer das partes, os interessados houverem de suceder-lhe no
do a quem se impute a titularidade desse domínio ou dessa processo.
posse no processo principal.
JDPC54 Estando o processo em grau de recurso, o requerimento
de habilitação far-se-á de acordo com o Regimento Interno do
SÚMULAS SOBRE EMBARGOS DE TERCEIRO
respectivo tribunal (art. 687 do CPC).
Súmula 84-STJ: É admissível a oposição de embargos de tercei-
ro fundados em alegação de posse advinda do compromisso de Art. 688. A habilitação pode ser requerida:
compra e venda de imóvel, ainda que desprovido do registro. I - pela parte, em relação aos sucessores do falecido;
Súmula 134-STJ: Embora intimado da penhora em imóvel do II - pelos sucessores do falecido, em relação à parte.
casal, o cônjuge do executado pode opor embargos de ter-
ceiro para defesa de sua meação Art. 689. Proceder-se-á à habilitação nos autos do processo
Súmula 195-STJ: Em embargos de terceiro não se anula ato ju- principal, na instância em que estiver, suspendendo-se, a partir
rídico, por fraude contra credores. de então, o processo.
OBS: Com a entrada em vigor do CPC/2015, há entendimento
doutrinário favorável à possibilidade de formulação de pedido Art. 690. Recebida a petição, o juiz ordenará a citação dos reque-
de anulação de ato jurídico por fraude contra credores em sede ridos para se pronunciarem no prazo de 5 dias.
de Embargos de Terceiro. O Enunciado 133 da II Jornada de Di- Parágrafo único. A citação será pessoal, se a parte não tiver
reito Processual Civil (2018) espelha essa visão: É admissível a procurador constituído nos autos.
formulação de reconvenção em resposta aos embargos de tercei-
ro, inclusive para o propósito de veicular pedido típico de ação Art. 691. O juiz decidirá o pedido de habilitação imediatamente,
pauliana, nas hipóteses de fraude contra credores. salvo se este for impugnado e houver necessidade de dilação
Súmula 303-STJ: Em embargos de terceiro, quem deu causa à probatória diversa da documental, caso em que determinará que
constrição indevida deve arcar com os honorários advocatícios. o pedido seja autuado em apartado e disporá sobre a instrução.
OBS: Afasta-se a aplicação da referida súmula quando o embar-
gado (exequente) opõe resistência às pretensões do terceiro
JDPC55 É cabível apelação contra sentença proferida no proce-
embargante, desafiando o próprio mérito dos embargos. Nesse
dimento especial de habilitação (arts. 687 a 692 do CPC).
sentido: STJ. 1ª Turma. AgRg no REsp 1282370/PE, Rel. Min. Be-
nedito Gonçalves, julgado em 01/03/2012.
Art. 692. Transitada em julgado a sentença de habilitação, o
processo principal retomará o seu curso, e cópia da sentença
CAPÍTULO VIII
será juntada aos autos respectivos.
DA OPOSIÇÃO
Art. 682. Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o
CAPÍTULO X
direito sobre que controvertem autor e réu poderá, ATÉ SER
DAS AÇÕES DE FAMÍLIA
PROFERIDA A SENTENÇA, oferecer oposição contra ambos.
Art. 693. As normas deste Capítulo aplicam-se aos processos
contenciosos de divórcio, separação, reconhecimento e extinção
Art. 683. O opoente deduzirá o pedido em observação aos requi-
de união estável, guarda, visitação e filiação.
sitos exigidos para propositura da ação.

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DIA 15 / 19

Parágrafo único. A ação de alimentos e a que versar sobre inte- Art. 700. A ação monitória pode ser proposta por aquele que
resse de criança ou de adolescente observarão o procedimento afirmar, com base em PROVA ESCRITA SEM EFICÁCIA DE TÍTU-
previsto em legislação específica, aplicando-se, no que couber, as LO EXECUTIVO, ter direito de exigir do devedor capaz:
disposições deste Capítulo. I - o pagamento de QUANTIA EM DINHEIRO;
II - a entrega de COISA FUNGÍVEL ou INFUNGÍVEL ou de BEM
FPPC72. (art. 693) O rol do art. 693 não é exaustivo, sendo apli- MÓVEL ou IMÓVEL;
cáveis os dispositivos previstos no Capítulo X a outras ações de III - o adimplemento de OBRIGAÇÃO DE FAZER ou de NÃO FA-
caráter contencioso envolvendo o Direito de Família. ZER.
§ 1o A prova escrita pode consistir em prova oral documenta-
da, produzida antecipadamente nos termos do art. 381.
Art. 694. Nas ações de família, todos os esforços serão em-
§ 2o Na petição inicial, incumbe ao autor explicitar, conforme o
preendidos para a solução consensual da controvérsia, deven-
caso:
do o juiz dispor do auxílio de profissionais de outras áreas de co -
I - a importância devida, instruindo-a com memória de cálculo;
nhecimento para a mediação e conciliação.
II - o valor atual da coisa reclamada;
Parágrafo único. A requerimento das partes, o juiz pode deter-
III - o conteúdo patrimonial em discussão ou o proveito econômi-
minar a suspensão do processo enquanto os litigantes se sub-
co perseguido.
metem a mediação extrajudicial ou a atendimento multidisci-
§ 3o O valor da causa deverá corresponder à importância prevista
plinar.
no § 2o, incisos I a III.
§ 4o Além das hipóteses do art. 330, a petição inicial será indeferi -
Art. 695. Recebida a petição inicial e, se for o caso, tomadas as
da quando não atendido o disposto no § 2o deste artigo.
providências referentes à tutela provisória, o juiz ordenará a cita-
§ 5o Havendo dúvida quanto à idoneidade de prova documen-
ção do réu para comparecer à audiência de mediação e concilia-
tal apresentada pelo autor, o juiz intimá-lo-á para, querendo,
ção, observado o disposto no art. 694.
emendar a petição inicial, adaptando-a ao procedimento co-
§ 1o O mandado de citação conterá apenas os dados necessá-
mum.
rios à audiência e deverá estar DESACOMPANHADO DE CÓPIA
§ 6o É ADMISSÍVEL ação monitória em face da Fazenda Públi-
DA PETIÇÃO INICIAL, assegurado ao réu o direito de examinar
ca.
seu conteúdo a qualquer tempo.
§ 7o Na ação monitória, admite-se citação por qualquer dos
§ 2o A citação ocorrerá com antecedência mínima de 15 dias da
meios permitidos para o procedimento comum.
data designada para a audiência.
§ 3o A citação será feita na pessoa do réu.
§ 4o Na audiência, as partes deverão estar acompanhadas de FPPC188. (art. 700, § 5º) Com a emenda da inicial, o juiz pode
seus advogados ou de defensores públicos. entender idônea a prova e admitir o seguimento da ação moni-
toria.
FPPC639. (arts.695 e 334, §4º, II) O juiz poderá, excepcional-
mente, dispensar a audiência de mediação ou conciliação Art. 701. Sendo evidente o direito do autor, o juiz deferirá a
nas ações de família, quando uma das partes estiver ampa- expedição de mandado de pagamento, de entrega de coisa
rada por medida protetiva ou para execução de obrigação de fazer ou de não fazer, con-
cedendo ao réu prazo de 15 dias para o cumprimento e o pa-
Art. 696. A audiência de mediação e conciliação poderá dividir- gamento de honorários advocatícios de 5% do valor atribuído à
se em tantas sessões quantas sejam necessárias para viabilizar causa.
a solução consensual, sem prejuízo de providências jurisdicionais § 1o O réu será isento do pagamento de custas processuais se
para evitar o perecimento do direito. cumprir o mandado no prazo.
§ 2o Constituir-se-á de pleno direito o título executivo judicial,
Art. 697. Não realizado o acordo, passarão a incidir, a partir de independentemente de qualquer formalidade, se não realiza-
então, as normas do procedimento comum, observado o art. 335. do o pagamento e não apresentados os embargos previstos no
art. 702, observando-se, no que couber, o Título II do Livro I da
Art. 698. Nas ações de família, o Ministério Público SOMENTE Parte Especial.
INTERVIRÁ QUANDO HOUVER INTERESSE DE INCAPAZ e de- § 3o É cabível ação rescisória da decisão prevista no caput quan-
verá ser ouvido previamente à homologação de acordo. do ocorrer a hipótese do § 2o.
Parágrafo único. O Ministério Público intervirá, quando não for § 4o Sendo a ré Fazenda Pública, não apresentados os embargos
parte, nas ações de família em que figure como parte vítima previstos no art. 702, aplicar-se-á o disposto no art. 496, obser-
de violência doméstica e familiar, nos termos da Lei nº 11.340, vando-se, a seguir, no que couber, o Título II do Livro I da Parte
de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha) (LEI 13894/19) Especial.
§ 5o Aplica-se à ação monitória, no que couber, o art. 916.
Art. 699. Quando o processo envolver discussão sobre fato relaci-
onado a abuso ou a alienação parental, o juiz, ao tomar o depoi - Art. 916. No prazo para embargos, reconhecendo o crédito
mento do incapaz, deverá estar acompanhado por especialista. do exequente e comprovando o depósito de 30% do valor
em execução, acrescido de custas e de honorários de advo-
CAPÍTULO XI gado, o executado poderá requerer que lhe seja permitido
DA AÇÃO MONITÓRIA pagar o restante em até 6 parcelas mensais, acrescidas de
correção monetária e de juros de 1% ao mês.
§ 1o O exequente será intimado para manifestar-se sobre o

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DIA 15 / 20

preenchimento dos pressupostos do caput, e o juiz decidirá o


requerimento em 5 dias. SÚMULAS SOBRE AÇÃO MONITÓRIA
§ 2o Enquanto não apreciado o requerimento, o executado terá
Súmula 247-STJ: O contrato de abertura de crédito em conta-
de depositar as parcelas vincendas, facultado ao exequente seu
corrente, acompanhado do demonstrativo de débito, constitui
levantamento.
documento hábil para o ajuizamento da ação monitória
§ 3o Deferida a proposta, o exequente levantará a quantia depo-
Súmula 282-STJ: Cabe a citação por edital em ação monitória.
sitada, e serão suspensos os atos executivos.
Súmula 292-STJ: A reconvenção é cabível na ação monitória,
§ 4o Indeferida a proposta, seguir-se-ão os atos executivos,
após a conversão do procedimento em ordinário.
mantido o depósito, que será convertido em penhora.
Súmula 299-STJ: É admissível a ação monitória fundada em
§ 5o O não pagamento de qualquer das prestações acarretará
cheque prescrito.
cumulativamente:
Súmula 339-STJ: É cabível ação monitória contra a Fazenda
I - o vencimento das prestações subsequentes e o prossegui-
Pública.
mento do processo, com o imediato reinício dos atos executi-
Súmula 384-STJ: Cabe ação monitória para haver saldo rema-
vos;
nescente oriundo de venda extrajudicial de bem alienado fiduci-
II - a imposição ao executado de multa de 10% sobre o valor
ariamente em garantia.
das prestações não pagas.
Súmula 504-STJ: O prazo para ajuizamento de ação monitória
§ 6o A opção pelo parcelamento de que trata este artigo im-
em face do emitente de nota promissória sem força executiva é
porta renúncia ao direito de opor embargos
quinquenal, a contar do dia seguinte ao vencimento do título.
§ 7o O disposto neste artigo NÃO SE APLICA AO CUMPRIMEN-
Súmula 503-STJ: O prazo para ajuizamento de ação monitória
TO DA SENTENÇA.
em face do emitente de cheque sem força executiva é quinque-
nal, a contar do dia seguinte à data de emissão estampada na
Art. 702. INDEPENDENTEMENTE DE PRÉVIA SEGURANÇA DO cártula.
JUÍZO, o réu poderá opor, nos próprios autos, no prazo previs- Súmula 531-STJ: Em ação monitória fundada em cheque pres-
to no art. 701, EMBARGOS À AÇÃO MONITÓRIA. crito ajuizada contra o emitente, é dispensável a menção ao ne-
§ 1o Os embargos podem se fundar em matéria passível de alega- gócio jurídico subjacente à emissão da cártula.
ção como defesa no procedimento comum.
§ 2o Quando o réu alegar que o autor pleiteia quantia superior à
devida, cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor que entende PRAZO PARA AJUIZAR AÇÃO MONITÓRIA
correto, apresentando demonstrativo discriminado e atualizado CHEQUE SEM FORÇA NOTA PROMISSÓRIA SEM
da dívida. EXECUTIVA FORÇA EXECUTIVA
§ 3o Não apontado o valor correto ou não apresentado o de-
monstrativo, os embargos serão liminarmente rejeitados, se QUINQUENAL
esse for o seu único fundamento, e, se houver outro fundamen- A contar do DIA SEGUINTE À A contar do DIA SEGUINTE
to, os embargos serão processados, mas o juiz deixará de exami- DATA DE EMISSÃO estampada AO VENCIMENTO do título.
nar a alegação de excesso. na cártula.
§ 4o A oposição dos embargos suspende a eficácia da decisão
referida no caput do art. 701 até o julgamento em 1° grau.
CAPÍTULO XII
§ 5o O autor será intimado para responder aos embargos no
DA HOMOLOGAÇÃO DO PENHOR LEGAL
prazo de 15 dias.
Art. 703. Tomado o penhor legal nos casos previstos em lei, re-
§ 6o Na ação monitória ADMITE-SE A RECONVENÇÃO, sendo
quererá o credor, ato contínuo, a homologação.
VEDADO o oferecimento de RECONVENÇÃO À RECONVEN-
§ 1o Na petição inicial, instruída com o contrato de locação ou a
ÇÃO.
conta pormenorizada das despesas, a tabela dos preços e a rela-
§ 7o A critério do juiz, os embargos serão autuados em aparta-
ção dos objetos retidos, o credor pedirá a citação do devedor
do, se parciais, constituindo-se de pleno direito o título executivo
para pagar ou contestar na audiência preliminar que for designa-
judicial em relação à parcela incontroversa.
da.
§ 8o Rejeitados os embargos, constituir-se-á de pleno direito o tí-
§ 2o A homologação do penhor legal poderá ser promovida
tulo executivo judicial, prosseguindo-se o processo em observân-
pela via extrajudicial mediante requerimento, que conterá os re-
cia ao disposto no Título II do Livro I da Parte Especial, no que for
quisitos previstos no § 1o deste artigo, do credor a notário de sua
cabível.
livre escolha.
§ 9o Cabe APELAÇÃO contra a sentença que acolhe ou rejeita
§ 3o Recebido o requerimento, o notário promoverá a notificação
os embargos.
extrajudicial do devedor para, no prazo de 5 dias, pagar o débito
§ 10. O juiz condenará o autor de ação monitória proposta in-
ou impugnar sua cobrança, alegando por escrito uma das causas
devidamente e de má-fé ao pagamento, em favor do réu, de
previstas no art. 704, hipótese em que o procedimento será enca-
multa de até 10% sobre o valor da causa.
minhado ao juízo competente para decisão.
§ 11. O juiz condenará o réu que de má-fé opuser embargos à
§ 4o Transcorrido o prazo sem manifestação do devedor, o notário
ação monitória ao pagamento de multa de até 10% sobre o va-
formalizará a homologação do penhor legal por escritura pública.
lor atribuído à causa, em favor do autor.

FPPC73. (art. 703, §§) No caso de homologação do penhor legal


CJF 134: A apelação contra a sentença que julga improcedentes
promovida pela via extrajudicial, incluem-se nas contas do crédi-
os embargos ao mandado monitório não é dotada de efeito
to as despesas com o notário, constantes do §2º do art. 703.
suspensivo automático (art. 702, § 4º, e 1.012, § 1º, V, CPC).

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DIA 15 / 21

Art. 704. A defesa só pode consistir em: § 1o Oferecido o regulamento da avaria grossa, dele terão vista as
I - nulidade do processo; partes pelo prazo comum de 15 dias, e, não havendo impugna-
II - extinção da obrigação; ção, o regulamento será homologado por sentença.
III - não estar a dívida compreendida entre as previstas em lei § 2o Havendo impugnação ao regulamento, o juiz decidirá no pra-
ou não estarem os bens sujeitos a penhor legal; zo de 10 dias, após a oitiva do regulador.
IV - alegação de haver sido ofertada caução idônea, rejeitada
pelo credor. Art. 711. Aplicam-se ao regulador de avarias os arts. 156 a 158,
no que couber.
Art. 705. A partir da audiência preliminar, observar-se-á o proce-
dimento comum. CAPÍTULO XIV
DA RESTAURAÇÃO DE AUTOS
Art. 706. Homologado judicialmente o penhor legal, consolidar- Art. 712. Verificado o desaparecimento dos autos, eletrônicos ou
se-á a posse do autor sobre o objeto. não, pode o juiz, de ofício, qualquer das partes ou o Ministério
§ 1o Negada a homologação, o objeto será entregue ao réu, res- Público, se for o caso, promover-lhes a restauração.
salvado ao autor o direito de cobrar a dívida pelo procedimento Parágrafo único. Havendo autos suplementares, nesses prosse-
comum, salvo se acolhida a alegação de extinção da obrigação. guirá o processo.
§ 2o Contra a sentença caberá apelação, e, na pendência de recur-
so, poderá o relator ordenar que a coisa permaneça depositada Art. 713. Na petição inicial, declarará a parte o estado do proces-
ou em poder do autor. so ao tempo do desaparecimento dos autos, oferecendo:
I - certidões dos atos constantes do protocolo de audiências do
CAPÍTULO XIII cartório por onde haja corrido o processo;
DA REGULAÇÃO DE AVARIA GROSSA II - cópia das peças que tenha em seu poder;
Art. 707. Quando inexistir consenso acerca da nomeação de um III - qualquer outro documento que facilite a restauração.
regulador de avarias, o juiz de direito da comarca do primeiro
porto onde o navio houver chegado, provocado por qualquer Art. 714. A parte contrária será citada para contestar o pedido no
parte interessada, nomeará um de notório conhecimento. prazo de 5 dias, cabendo-lhe exibir as cópias, as contrafés e as
reproduções dos atos e dos documentos que estiverem em
FPPC75. (art. 707) No mesmo ato em que nomear o regulador da seu poder.
avaria grossa, o juiz deverá determinar a citação das partes inte- § 1o Se a parte concordar com a restauração, lavrar-se-á o auto
ressadas. que, assinado pelas partes e homologado pelo juiz, suprirá o pro -
cesso desaparecido.
§ 2o Se a parte não contestar ou se a concordância for parcial, ob-
Art. 708. O regulador declarará justificadamente se os danos são
servar-se-á o procedimento comum.
passíveis de rateio na forma de avaria grossa e exigirá das partes
envolvidas a apresentação de garantias idôneas para que possam
Art. 715. Se a perda dos autos tiver ocorrido depois da produ-
ser liberadas as cargas aos consignatários.
ção das provas em audiência, o juiz, SE NECESSÁRIO, mandará
§ 1o A parte que não concordar com o regulador quanto à decla-
repeti-las.
ração de abertura da avaria grossa deverá justificar suas razões ao
§ 1o Serão reinquiridas as mesmas testemunhas, que, em caso
juiz, que decidirá no prazo de 10 dias.
de impossibilidade, poderão ser substituídas de ofício ou a re-
§ 2o Se o consignatário não apresentar garantia idônea a critério
querimento.
do regulador, este fixará o valor da contribuição provisória com
§ 2o Não havendo certidão ou cópia do laudo, far-se-á nova perí-
base nos fatos narrados e nos documentos que instruírem a peti-
cia, sempre que possível pelo mesmo perito.
ção inicial, que deverá ser caucionado sob a forma de depósito
§ 3o Não havendo certidão de documentos, esses serão reconsti-
judicial ou de garantia bancária.
tuídos mediante cópias ou, na falta dessas, pelos meios ordinários
§ 3o Recusando-se o consignatário a prestar caução, o regulador
de prova.
requererá ao juiz a alienação judicial de sua carga na forma dos
§ 4o Os serventuários e os auxiliares da justiça não podem eximir-
arts. 879 a 903.
se de depor como testemunhas a respeito de atos que tenham
§ 4o É permitido o levantamento, por alvará, das quantias necessá-
praticado ou assistido.
rias ao pagamento das despesas da alienação a serem arcadas
§ 5o Se o juiz houver proferido sentença da qual ele próprio ou o
pelo consignatário, mantendo-se o saldo remanescente em de-
escrivão possua cópia, esta será juntada aos autos e terá a mesma
pósito judicial até o encerramento da regulação.
autoridade da original.
Art. 709. As partes deverão apresentar nos autos os documentos
Art. 716. Julgada a restauração, seguirá o processo os seus ter-
necessários à regulação da avaria grossa em prazo razoável a ser
mos.
fixado pelo regulador.
Parágrafo único. Aparecendo os autos originais, neles se pros-
seguirá, sendo-lhes apensados os autos da restauração.
Art. 710. O regulador apresentará o regulamento da avaria grossa
no prazo de até 12 meses, contado da data da entrega dos do-
cumentos nos autos pelas partes, podendo o prazo ser estendido FPPC76. (art. 716) Localizados os autos originários, neles devem
a critério do juiz. ser praticados os atos processuais subsequentes, dispensando-
se a repetição dos atos que tenham sido ultimados nos autos da
restauração, em consonância com a garantia constitucional da

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DIA 15 / 22

duração razoável do processo (CF/88, 5º, LXXVIII) e inspiração VI - extinção de usufruto, quando não decorrer da morte do
no art. 964 do Código de Processo Civil Português. usufrutuário, do termo da sua duração ou da consolidação, e de
fideicomisso, quando decorrer de renúncia ou quando ocorrer an-
tes do evento que caracterizar a condição resolutória;
Art. 717. Se o desaparecimento dos autos tiver ocorrido no tribu-
VII - expedição de alvará judicial;
nal, o processo de restauração será distribuído, sempre que possí-
VIII - homologação de autocomposição extrajudicial, de qual-
vel, ao relator do processo.
quer natureza ou valor.
§ 1o A restauração far-se-á no juízo de origem quanto aos atos
Parágrafo único. As normas desta Seção aplicam-se, no que cou-
nele realizados.
ber, aos procedimentos regulados nas seções seguintes.
§ 2o Remetidos os autos ao tribunal, nele completar-se-á a restau-
ração e proceder-se-á ao julgamento.
Seção II
Da Notificação e da Interpelação
Art. 718. Quem houver dado causa ao desaparecimento dos au-
Art. 726. Quem tiver interesse em manifestar formalmente sua
tos responderá pelas custas da restauração e pelos honorários de
vontade a outrem sobre assunto juridicamente relevante po-
advogado, sem prejuízo da responsabilidade civil ou penal em
derá notificar pessoas participantes da mesma relação jurídica
que incorrer.
para dar-lhes ciência de seu propósito.
§ 1o Se a pretensão for a de dar conhecimento geral ao público,
CAPÍTULO XV
mediante edital, o juiz só a deferirá se a tiver por fundada e ne-
DOS PROCEDIMENTOS DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA
cessária ao resguardo de direito.
Seção I
§ 2o Aplica-se o disposto nesta Seção, no que couber, ao protesto
Disposições Gerais
judicial.
Art. 719. Quando este Código não estabelecer procedimento es-
pecial, regem os procedimentos de jurisdição voluntária as dispo-
Art. 727. Também poderá o interessado interpelar o requerido,
sições constantes desta Seção.
no caso do art. 726, para que faça ou deixe de fazer o que o re-
querente entenda ser de seu direito.
Art. 720. O procedimento terá início por provocação do inte-
ressado, do Ministério Público ou da Defensoria Pública, ca-
Art. 728. O requerido será previamente ouvido antes do deferi-
bendo-lhes formular o pedido devidamente instruído com os
mento da notificação ou do respectivo edital:
documentos necessários e com a indicação da providência ju-
I - se houver suspeita de que o requerente, por meio da notifica-
dicial.
ção ou do edital, pretende alcançar fim ilícito;
II - se tiver sido requerida a averbação da notificação em registro
JDPC56 A legitimidade conferida à Defensoria Pública pelo art. público.
720 do CPC compreende as hipóteses de jurisdição voluntária
previstas na legislação extravagante, notadamente no Estatuto Art. 729. Deferida e realizada a notificação ou interpelação, os
da Criança e do Adolescente. autos serão entregues ao requerente.

Art. 721. Serão citados todos os interessados, bem como intima- NOTIFICAÇÃO INTERPELAÇÃO
do o Ministério Público, nos casos do art. 178, para que se ma-
nifestem, querendo, no prazo de 15 dias. MANIFESTAR FORMALMEN- Requerido FAÇA OU DEIXE DE
TE SUA VONTADE a outrem FAZER o que o requerente en-
Art. 722. A Fazenda Pública será sempre ouvida nos casos em sobre assunto juridicamente tenda ser de seu direito.
que tiver interesse. relevante

Art. 723. O juiz decidirá o pedido no prazo de 10 dias. Seção III


Parágrafo único. O juiz NÃO É OBRIGADO A OBSERVAR CRITÉ- Da Alienação Judicial
RIO DE LEGALIDADE ESTRITA, podendo adotar em cada caso a Art. 730. Nos casos expressos em lei, não havendo acordo entre
solução que considerar mais conveniente ou oportuna. os interessados sobre o modo como se deve realizar a aliena-
ção do bem, o juiz, de ofício ou a requerimento dos interessados
FPPC640.(arts.723, parágrafo único, e 489) O disposto no parág- ou do depositário, mandará aliená-lo em leilão, observando-se o
rafo único do art. 723 não exime o juiz de observar o disposto disposto na Seção I deste Capítulo e, no que couber, o disposto
nos §§ 1º e 2º do art. 489 nos arts. 879 a 903.

Seção IV
Art. 724. Da sentença caberá apelação.
Do Divórcio e da Separação Consensuais, da Extinção Consensual
de União Estável e da Alteração do Regime de Bens do Matrimô-
Art. 725. Processar-se-á na forma estabelecida nesta Seção o pe-
nio
dido de:
Art. 731. A homologação do divórcio ou da separação consen-
I - emancipação;
suais, observados os requisitos legais, poderá ser requerida em
II - sub-rogação;
petição assinada por ambos os cônjuges, da qual constarão:
III - alienação, arrendamento ou oneração de bens de crianças
I - as disposições relativas à descrição e à partilha dos bens co-
ou adolescentes, de órfãos e de interditos;
muns;
IV - alienação, locação e administração da coisa comum;
V - alienação de quinhão em coisa comum;

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DIA 15 / 23

II - as disposições relativas à pensão alimentícia entre os cônju- Art. 3° Ao deferir o pedido, o depositário do registro ou do banco
ges; de dados marcará dia e hora para que o requerente tome conhe-
III - o acordo relativo à guarda dos filhos incapazes e ao regi- cimento das informações.
me de visitas; e
IV - o valor da contribuição para criar e educar os filhos. Art. 4° Constatada a inexatidão de qualquer dado a seu respeito,
Parágrafo único. Se os cônjuges não acordarem sobre a parti- o interessado, em petição acompanhada de documentos com-
lha dos bens, far-se-á esta depois de homologado o divórcio, probatórios, poderá requerer sua retificação.
na forma estabelecida nos arts. 647 a 658. § 1° Feita a retificação em, no máximo, 10 dias após a entrada
do requerimento, a entidade ou órgão depositário do registro ou
Art. 732. As disposições relativas ao processo de homologação da informação dará ciência ao interessado.
judicial de divórcio ou de separação consensuais aplicam-se, no § 2° Ainda que não se constate a inexatidão do dado, se o inte-
que couber, ao processo de homologação da extinção consensual ressado apresentar explicação ou contestação sobre o mesmo,
de união estável. justificando possível pendência sobre o fato objeto do dado, tal
explicação será anotada no cadastro do interessado.
Art. 733. O divórcio consensual, a separação consensual e a
extinção consensual de união estável, não havendo nascituro Art. 7° Conceder-se-á habeas data:
ou filhos incapazes e observados os requisitos legais, PODE- I - para assegurar o conhecimento de informações relativas à
RÃO SER REALIZADOS POR ESCRITURA PÚBLICA, da qual pessoa do impetrante, constantes de registro ou banco de da-
constarão as disposições de que trata o art. 731. dos de entidades governamentais ou de caráter público;
§ 1o A escritura NÃO DEPENDE DE HOMOLOGAÇÃO JUDICIAL Se for informações de terceiros – cabe MS
e constitui título hábil para qualquer ato de registro, bem como
II - para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo
para levantamento de importância depositada em instituições fi-
por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
nanceiras.
III - para a anotação nos assentamentos do interessado, de con-
§ 2o O tabelião somente lavrará a escritura se os interessados
testação ou explicação sobre dado verdadeiro mas justificável
estiverem assistidos por advogado ou por defensor público,
e que esteja sob pendência judicial ou amigável.
cuja qualificação e assinatura constarão do ato notarial.
Art. 8° A petição inicial, que deverá preencher os requisitos dos
Art. 734. A alteração do regime de bens do casamento, obser-
arts. 282 a 285 do Código de Processo Civil, será apresentada em
vados os requisitos legais, poderá ser requerida, motivadamen-
2 vias, e os documentos que instruírem a primeira serão reprodu-
te, em petição assinada por AMBOS os cônjuges, na qual serão
zidos por cópia na segunda.
expostas as razões que justificam a alteração, ressalvados os
Parágrafo único. A petição inicial deverá ser instruída com pro-
direitos de terceiros.
va:
§ 1o Ao receber a petição inicial, o juiz determinará a intimação do
I - da recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais
Ministério Público e a publicação de edital que divulgue a preten-
de 10 dias sem decisão;
dida alteração de bens, somente podendo decidir depois de de-
II - da recusa em fazer-se a retificação ou do decurso de mais
corrido o prazo de 30 dias da publicação do edital.
de 15 dias, sem decisão; ou
§ 2o Os cônjuges, na petição inicial ou em petição avulsa, podem
III - da recusa em fazer-se a anotação a que se refere o § 2° do
propor ao juiz meio alternativo de divulgação da alteração do
art. 4° ou do decurso de mais de 15 dias sem decisão.
regime de bens, a fim de resguardar direitos de terceiros.
§ 3o Após o trânsito em julgado da sentença, serão expedidos
mandados de averbação aos cartórios de registro civil e de imó- Recusa ao acesso à Mais de 10 dias sem decisão
veis e, caso qualquer dos cônjuges seja empresário, ao Registro informação
Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins. Recusa em fazer-se a Mais de 15 dias sem decisão
retificação ou anotação
LEI 9507/97 – HABEAS DATA
Art. 9° Ao despachar a inicial, o juiz ordenará que se notifique o
Art. 1º coator do conteúdo da petição, entregando-lhe a segunda via
Parágrafo único. Considera-se de caráter público todo registro apresentada pelo impetrante, com as cópias dos documentos, a
ou banco de dados contendo informações que sejam ou que fim de que, no prazo de 10 dias, preste as informações que jul-
possam ser transmitidas a terceiros ou que não sejam de uso gar necessárias.
privativo do órgão ou entidade produtora ou depositária das
informações. Art. 10. A inicial será desde logo indeferida, quando não for o
caso de habeas data, ou se lhe faltar algum dos requisitos previs-
Art. 2° O requerimento será apresentado ao órgão ou entidade tos nesta Lei.
depositária do registro ou banco de dados e será deferido ou in- Parágrafo único. Do despacho de indeferimento caberá recurso
deferido no prazo de 48 horas. previsto no art. 15 (apelação).
Parágrafo único. A decisão será comunicada ao requerente em
24 horas. Art. 11. Feita a notificação, o serventuário em cujo cartório corra o
feito, juntará aos autos cópia autêntica do ofício endereçado ao
coator, bem como a prova da sua entrega a este ou da recusa,
seja de recebê-lo, seja de dar recibo.

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DIA 15 / 24

c) aos Tribunais Regionais Federais, quando a decisão for proferi-


Art. 12. Findo o prazo a que se refere o art. 9° (10 dias), e ouvido da por juiz federal;
o representante do Ministério Público dentro de 5 dias, os autos d) aos Tribunais Estaduais e ao do Distrito Federal e Territórios,
serão conclusos ao juiz para decisão a ser proferida em cinco dias. conforme dispuserem a respectiva Constituição e a lei que organi-
zar a Justiça do Distrito Federal;
Art. 13. Na decisão, se julgar procedente o pedido, o juiz mar- III - mediante recurso extraordinário ao Supremo Tribunal Federal,
cará data e horário para que o coator: nos casos previstos na Constituição.
I - apresente ao impetrante as informações a seu respeito,
constantes de registros ou bancos de dadas; ou Art. 21. São gratuitos o procedimento administrativo para acesso
II - apresente em juízo a prova da retificação ou da anotação a informações e retificação de dados e para anotação de justi-
feita nos assentamentos do impetrante. ficação, bem como a ação de habeas data.

Art. 14. A decisão será comunicada ao coator, por correio, com O habeas data é a garantia constitucional adequada para a
aviso de recebimento, ou por telegrama, radiograma ou telefone- obtenção dos dados concernentes ao pagamento de tributos
ma, conforme o requerer o impetrante. do próprio contribuinte constantes dos sistemas
Parágrafo único. Os originais, no caso de transmissão telegráfica, informatizados de apoio à arrecadação dos órgãos da
radiofônica ou telefônica deverão ser apresentados à agência ex- administração fazendária dos entes estatais. No caso concreto, o
pedidora, com a firma do juiz devidamente reconhecida. STF reconheceu que o contribuinte pode ajuizar habeas
data para ter acesso às informações relacionadas consigo e que
Art. 15. Da sentença que conceder ou negar o habeas data cabe estejam presentes no sistema SINCOR da Receita Federal. STF.
apelação. Plenário. RE 673707/MG
Parágrafo único. Quando a sentença CONCEDER o habeas data,
o recurso terá EFEITO MERAMENTE DEVOLUTIVO. Súmula 2-STJ: Não cabe o habeas data (CF, art. 5º, LXXII, letra
"a") se não houve recusa de informações por parte da
Art. 16. Quando o habeas data for concedido e o Presidente do autoridade administrativa.
Tribunal ao qual competir o conhecimento do recurso ordenar ao Não é cabível ação de exibição de documentos que tenha por
juiz a suspensão da execução da sentença, desse seu ato caberá objeto a obtenção de informações detidas pela Administração
agravo para o Tribunal a que presida. Pública que não foram materializadas em documentos
(eletrônicos ou não), ainda que se alegue demora na prestação
Art. 17. Nos casos de competência do Supremo Tribunal Federal e dessas informações pela via administrativa. Cabível HD. STJ. 2ª
dos demais Tribunais caberá ao relator a instrução do processo. Turma. REsp 1415741-MG

Art. 18. O pedido de habeas data poderá ser renovado se a de-


cisão denegatória não lhe houver apreciado o mérito.

Art. 19. Os processos de habeas data terão prioridade sobre to-


dos os atos judiciais, exceto HC e MS. Na instância superior, de-
verão ser levados a julgamento na primeira sessão que se seguir à
data em que, feita a distribuição, forem conclusos ao relator.
Parágrafo único. O prazo para a conclusão não poderá exceder
de 24 horas, a contar da distribuição.

Art. 20. O julgamento do habeas data compete:


I - originariamente:
a) ao Supremo Tribunal Federal, contra atos do Presidente da Re-
pública, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Fede-
ral, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da Re-
pública e do próprio Supremo Tribunal Federal;
b) ao Superior Tribunal de Justiça, contra atos de Ministro de Esta-
do ou do próprio Tribunal;
c) aos Tribunais Regionais Federais contra atos do próprio Tribu-
nal ou de juiz federal;
d) a juiz federal, contra ato de autoridade federal, excetuados os
casos de competência dos tribunais federais;
e) a tribunais estaduais, segundo o disposto na Constituição do
Estado;
f) a juiz estadual, nos demais casos;
II - em grau de recurso:
a) ao Supremo Tribunal Federal, quando a decisão denegatória for
proferida em única instância pelos Tribunais Superiores;
b) ao Superior Tribunal de Justiça, quando a decisão for proferida
em única instância pelos Tribunais Regionais Federais;

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DIA 16 / 1

fundadores, cumprir as formalidades legais para revisão dos atos


constitutivos, e juntar ao processo prova regular.
Dia 16
Art. 1.130. Ao Poder Executivo é facultado recusar a autoriza-
Código Civil: art 1123-1224 ção, se a sociedade não atender às condições econômicas, fi-
Código Processo Civil: art. 735-796 nanceiras ou jurídicas especificadas em lei.
LEI 4717/65 – Ação Popular
LEI 13300/16 – Mandado de Injunção Art. 1.131. Expedido o decreto de autorização, cumprirá à socie-
LEI 12016/09 – Mandado de Segurança dade publicar os atos referidos nos arts. 1.128 e 1.129, em 30
dias, no órgão oficial da União, cujo exemplar representará prova
Controle de Leitura para inscrição, no registro próprio, dos atos constitutivos da soci-
edade.
Parágrafo único. A sociedade promoverá, também no órgão ofici-
CÓDIGO CIVIL
al da União e no prazo de 30 dias, a publicação do termo de ins-
crição.
CAPÍTULO XI
Da Sociedade Dependente de Autorização Art. 1.132. As sociedades anônimas nacionais, que dependam
Seção I de autorização do Poder Executivo para funcionar, não se
Disposições Gerais constituirão sem obtê-la, quando seus fundadores pretenderem
Art. 1.123. A sociedade que dependa de autorização do Poder recorrer a subscrição pública para a formação do capital.
Executivo para funcionar reger-se-á por este título, sem prejuízo § 1o Os fundadores deverão juntar ao requerimento cópias au-
do disposto em lei especial. tênticas do projeto do estatuto e do prospecto.
Parágrafo único. A competência para a autorização SERÁ SEM- § 2o Obtida a autorização e constituída a sociedade, proceder-se-
PRE do PODER EXECUTIVO FEDERAL. á à inscrição dos seus atos constitutivos.

Art. 1.124. Na falta de prazo estipulado em lei ou em ato do po- Art. 1.133. Dependem de aprovação as modificações do contrato
der público, será considerada caduca a autorização se a socie- ou do estatuto de sociedade sujeita a autorização do Poder Exe-
dade não entrar em funcionamento nos 12 meses seguintes à cutivo, salvo se decorrerem de aumento do capital social, em vir-
respectiva publicação. tude de utilização de reservas ou reavaliação do ativo.

Art. 1.125. Ao Poder Executivo é facultado, a qualquer tempo, Seção III


cassar a autorização concedida a sociedade nacional ou estran- Da Sociedade Estrangeira
geira que infringir disposição de ordem pública ou praticar atos Art. 1.134. A sociedade estrangeira, qualquer que seja o seu
contrários aos fins declarados no seu estatuto. objeto, não pode, sem autorização do Poder Executivo, funci-
onar no País, ainda que por estabelecimentos subordinados,
Seção II podendo, todavia, ressalvados os casos expressos em lei, ser
Da Sociedade Nacional acionista de sociedade anônima brasileira.
Art. 1.126. É nacional a sociedade organizada de conformidade § 1o Ao requerimento de autorização devem juntar-se:
com a lei brasileira e que tenha no País a sede de sua adminis- I - prova de se achar a sociedade constituída conforme a lei de
tração. seu país;
Parágrafo único. Quando a lei exigir que todos ou alguns só- II - inteiro teor do contrato ou do estatuto;
cios sejam brasileiros, as ações da sociedade anônima revesti- III - relação dos membros de todos os órgãos da administração
rão, no silêncio da lei, a forma nominativa. Qualquer que seja o da sociedade, com nome, nacionalidade, profissão, domicílio e,
tipo da sociedade, na sua sede ficará arquivada cópia autêntica salvo quanto a ações ao portador, o valor da participação de cada
do documento comprobatório da nacionalidade dos sócios. um no capital da sociedade;
IV - cópia do ato que autorizou o funcionamento no Brasil e fixou
Art. 1.127. Não haverá mudança de nacionalidade de socieda- o capital destinado às operações no território nacional;
de brasileira sem o consentimento unânime dos sócios ou aci- V - prova de nomeação do representante no Brasil, com poderes
onistas. expressos para aceitar as condições exigidas para a autorização;
VI - último balanço.
Art. 1.128. O requerimento de autorização de sociedade nacional § 2o Os documentos serão autenticados, de conformidade com a
deve ser acompanhado de cópia do contrato, assinada por todos lei nacional da sociedade requerente, legalizados no consulado
os sócios, ou, tratando-se de sociedade anônima, de cópia, auten- brasileiro da respectiva sede e acompanhados de tradução em
ticada pelos fundadores, dos documentos exigidos pela lei espe- vernáculo.
cial.
Parágrafo único. Se a sociedade tiver sido constituída por escritu- Art. 1.135. É facultado ao Poder Executivo, para conceder a autori-
ra pública, bastará juntar-se ao requerimento a respectiva certi- zação, estabelecer condições convenientes à defesa dos interes-
dão. ses nacionais.
Parágrafo único. Aceitas as condições, expedirá o Poder Executi-
Art. 1.129. Ao Poder Executivo é facultado exigir que se proce- vo decreto de autorização, do qual constará o montante de ca-
dam a alterações ou aditamento no contrato ou no estatuto, pital destinado às operações no País, cabendo à sociedade pro-
devendo os sócios, ou, tratando-se de sociedade anônima, os

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DIA 16 / 2

mover a publicação dos atos referidos no art. 1.131 e no § 1o do § 3o Aceitas as condições pelo representante, proceder-se-á, após
art. 1.134. a expedição do decreto de autorização, à inscrição da sociedade e
publicação do respectivo termo.
Art. 1.136. A sociedade autorizada não pode iniciar sua ativi-
dade antes de inscrita no registro próprio do lugar em que se TÍTULO III
deva estabelecer. Do Estabelecimento
§ 1o O requerimento de inscrição será instruído com exemplar da CAPÍTULO ÚNICO
publicação exigida no parágrafo único do artigo antecedente, DISPOSIÇÕES GERAIS
acompanhado de documento do depósito em dinheiro, em esta- Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo COMPLEXO DE
belecimento bancário oficial, do capital ali mencionado. BENS organizado, para exercício da empresa, por empresário,
§ 2o Arquivados esses documentos, a inscrição será feita por ter- ou por sociedade empresária.
mo em livro especial para as sociedades estrangeiras, com núme-
ro de ordem contínuo para todas as sociedades inscritas; no ter- A doutrina majoritária brasileira considera o estabelecimento
mo constarão: comercial como sendo uma UNIVERSALIDADE DE FATO, ou
I - nome, objeto, duração e sede da sociedade no estrangeiro; seja, um complexo de bens organizado pelo empresário.
II - lugar da sucursal, filial ou agência, no País;
III - data e número do decreto de autorização;
IV - capital destinado às operações no País; JDC233 A sistemática do contrato de trespasse delineada pelo
V - individuação do seu representante permanente. Código Civil nos arts. 1.142 e ss., especialmente seus efeitos
§ 3o Inscrita a sociedade, promover-se-á a publicação determina- obrigacionais, aplica-se somente quando o conjunto de bens
da no parágrafo único do art. 1.131. transferidos importar a transmissão da funcionalidade do esta-
belecimento empresarial.
Art. 1.137. A sociedade estrangeira autorizada a funcionar fica- JDC488 Admite-se a penhora do website e de outros intangíveis
rá sujeita às leis e aos tribunais brasileiros, quanto aos atos ou relacionados com o comércio eletrônico.
operações praticados no Brasil. JDC7 O nome de domínio integra o estabelecimento empresari-
Parágrafo único. A sociedade estrangeira funcionará no território al como bem incorpóreo para todos os fins de direito.
nacional com o nome que tiver em seu país de origem, podendo
acrescentar as palavras "do Brasil" ou "para o Brasil". Art. 1.143. Pode o estabelecimento ser objeto unitário de direi-
tos e de negócios jurídicos, translativos ou constitutivos, que
Art. 1.138. A sociedade estrangeira autorizada a funcionar é sejam compatíveis com a sua natureza.
obrigada a ter, permanentemente, representante no Brasil,
com poderes para resolver quaisquer questões e receber cita- JDC393 A validade da alienação do estabelecimento empresari-
ção judicial pela sociedade. al não depende de forma específica, observado o regime jurídi-
Parágrafo único. O representante somente pode agir perante ter- co dos bens que a exijam.
ceiros depois de arquivado e averbado o instrumento de sua no-
meação.
Art. 1.144. O contrato que tenha por objeto a alienação, o usu-
fruto ou arrendamento do estabelecimento, só produzirá
Art. 1.139. Qualquer modificação no contrato ou no estatuto
efeitos quanto a terceiros DEPOIS DE AVERBADO à margem da
dependerá da aprovação do Poder Executivo, para produzir
inscrição do empresário, ou da sociedade empresária, no Registro
efeitos no território nacional.
Público de Empresas Mercantis, e de publicado na imprensa ofici-
al.
Art. 1.140. A sociedade estrangeira deve, sob pena de lhe ser cas-
sada a autorização, reproduzir no órgão oficial da União, e do Es-
Art. 1.145. Se ao alienante não restarem bens suficientes para
tado, se for o caso, as publicações que, segundo a sua lei nacio-
solver o seu passivo, a eficácia da alienação do estabeleci-
nal, seja obrigada a fazer relativamente ao balanço patrimonial e
mento depende do pagamento de todos os credores, ou do
ao de resultado econômico, bem como aos atos de sua adminis-
consentimento destes, de modo expresso ou tácito, em 30
tração.
dias a partir de sua notificação.
Parágrafo único. Sob pena, também, de lhe ser cassada a autori-
zação, a sociedade estrangeira deverá publicar o balanço patri-
Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo pa-
monial e o de resultado econômico das sucursais, filiais ou agên-
gamento dos débitos anteriores à transferência, DESDE QUE
cias existentes no País.
REGULARMENTE CONTABILIZADOS, continuando o devedor
primitivo SOLIDARIAMENTE obrigado pelo prazo de 1 ano, a
Art. 1.141. Mediante autorização do Poder Executivo, a socie-
partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto
dade estrangeira admitida a funcionar no País pode nacionali-
aos outros, da data do vencimento.
zar-se, transferindo sua sede para o Brasil.
§ 1o Para o fim previsto neste artigo, deverá a sociedade, por seus
representantes, oferecer, com o requerimento, os documentos JDC59 A mera instalação de um novo estabelecimento, em lu-
exigidos no art. 1.134, e ainda a prova da realização do capital, gar antes ocupado por outro, ainda que no mesmo ramo de ati-
pela forma declarada no contrato, ou no estatuto, e do ato em vidade, não implica responsabilidade por sucessão prevista
que foi deliberada a nacionalização. no art. 1.146 do CCB.
§ 2o O Poder Executivo poderá impor as condições que julgar con-
venientes à defesa dos interesses nacionais.

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DIA 16 / 3

Art. 1.147. Não havendo autorização expressa, o alienante do Art. 1.152. Cabe ao órgão incumbido do registro verificar a regu-
estabelecimento não pode fazer concorrência ao adquirente, laridade das publicações determinadas em lei, de acordo com o
nos 5 anos subsequentes à transferência. disposto nos parágrafos deste artigo.
Parágrafo único. No caso de arrendamento ou usufruto do esta- § 1o Salvo exceção expressa, as publicações ordenadas neste Livro
belecimento, a proibição prevista neste artigo persistirá durante serão feitas no órgão oficial da União ou do Estado, conforme o
o prazo do contrato. local da sede do empresário ou da sociedade, e em jornal de
grande circulação.
JDC490 A ampliação do prazo de 5 anos de proibição de con- § 2o As publicações das sociedades estrangeiras serão feitas nos
corrência pelo alienante ao adquirente do estabelecimento, ain- órgãos oficiais da União e do Estado onde tiverem sucursais, filiais
da que convencionada no exercício da autonomia da vontade, ou agências.
pode ser revista judicialmente, se abusiva. § 3o O anúncio de convocação da assembleia de sócios será publi-
cado por 3 vezes, ao menos, devendo mediar, entre a data da pri-
meira inserção e a da realização da assembleia, o prazo mínimo
Art. 1.148. Salvo disposição em contrário, a transferência im-
de 8 dias, para a primeira convocação, e de 5 dias, para as poste-
porta a sub-rogação do adquirente nos contratos estipulados
riores.
para exploração do estabelecimento, se não tiverem caráter
pessoal, podendo os terceiros rescindir o contrato em 90 dias
Art. 1.153. Cumpre à autoridade competente, antes de efetivar
a contar da publicação da transferência, se ocorrer justa causa,
o registro, verificar a autenticidade e a legitimidade do signa-
ressalvada, neste caso, a responsabilidade do alienante.
tário do requerimento, bem como fiscalizar a observância das
prescrições legais concernentes ao ato ou aos documentos apre-
JDC234 Quando do trespasse do estabelecimento empresarial, sentados.
o contrato de locação do respectivo ponto não se transmite au- Parágrafo único. Das irregularidades encontradas deve ser notifi-
tomaticamente ao adquirente cado o requerente, que, se for o caso, poderá saná-las, obedecen-
JDC8 A sub-rogação do adquirente nos contratos de exploração do às formalidades da lei.
atinentes ao estabelecimento adquirido, desde que não possu-
am caráter pessoal, é a regra geral, incluindo o contrato de loca- Art. 1.154. O ato sujeito a registro, ressalvadas disposições espe-
ção. ciais da lei, não pode, antes do cumprimento das respectivas
formalidades, ser oposto a terceiro, salvo prova de que este o
Art. 1.149. A cessão dos créditos referentes ao estabelecimento conhecia.
transferido produzirá efeito em relação aos respectivos deve- Parágrafo único. O terceiro não pode alegar ignorância, desde
dores, desde o momento da publicação da transferência, mas que cumpridas as referidas formalidades.
o devedor ficará exonerado se de boa-fé pagar ao cedente.
CAPÍTULO II
TÍTULO IV DO NOME EMPRESARIAL
Dos Institutos Complementares Art. 1.155. Considera-se nome empresarial a FIRMA OU a DENO-
CAPÍTULO I MINAÇÃO adotada, de conformidade com este Capítulo, para o
Do Registro exercício de empresa.
Art. 1.150. O empresário e a sociedade empresária vinculam-se Parágrafo único. Equipara-se ao nome empresarial, para os efei-
ao Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas tos da proteção da lei, a denominação das sociedades simples,
Comerciais, e a sociedade simples ao Registro Civil das Pesso- associações e fundações.
as Jurídicas, o qual deverá obedecer às normas fixadas para
aquele registro, se a sociedade simples adotar um dos tipos de FIRMA DENOMINAÇÃO
sociedade empresária.
DEVE conter o nome civil do DEVE designar o objeto da
empresário ou dos sócios da empresa e PODE adotar nome
EMPRESÁRIO E Registro Público de Empresas Mer-
sociedade empresária e PODE civil ou qualquer outra ex-
SOCIEDADE EMPRESÁRIA cantis a cargo das Juntas Comerci-
conter ramos de atividade pressão.
ais
Serve de assinatura do empre- Não serve de assinatura do
SOCIEDADE SIMPLES Registro Civil das Pessoas Jurídicas
sário. empresário.

Art. 1.151. O registro dos atos sujeitos à formalidade exigida no Contrata assinando o nome Contrata assinando com o
artigo antecedente será requerido pela pessoa obrigada em lei, e, empresarial nome civil do representante.
no caso de omissão ou demora, pelo sócio ou qualquer interessa-
do. JDC1 Decisão judicial que considera ser o nome empresarial vi-
§ 1o Os documentos necessários ao registro deverão ser apresen- olador do direito de marca não implica a anulação do respectivo
tados no prazo de 30 dias, contado da lavratura dos atos respec- registro no órgão próprio nem lhe retira os efeitos, preservado o
tivos. direito de o empresário alterá-lo.
§ 2o Requerido além do prazo previsto neste artigo, o registro so- JDC60 Os acordos e negócios de abstenção de uso de marcas
mente produzirá efeito a partir da data de sua concessão. entre sociedades empresárias não são oponíveis em face do Ins-
§ 3o As pessoas obrigadas a requerer o registro responderão por tituto Nacional de Propriedade Industrial - INPI, sem prejuízo de
perdas e danos, em caso de omissão ou demora. os litigantes obterem tutela jurisdicional de abstenção entre eles
na Justiça Estadual.

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DIA 16 / 4

Sociedade em comandita por ações


Art. 1.156. O empresário opera sob firma constituída por seu
nome, completo ou abreviado, aditando-lhe, se quiser, designa- DENOMINAÇÃO Sociedade anônima
ção mais precisa da sua pessoa ou do gênero de atividade. Sociedade cooperativa

Art. 1.157. A sociedade em que houver sócios de responsabili- Art. 1.163. O nome de empresário deve distinguir-se de qual-
dade ilimitada operará sob firma, na qual somente os nomes quer outro já inscrito no mesmo registro.
daqueles poderão figurar, bastando para formá-la aditar ao nome Parágrafo único. Se o empresário tiver nome idêntico ao de ou-
de um deles a expressão "e companhia" ou sua abreviatura. tros já inscritos, deverá acrescentar designação que o distinga.
Parágrafo único. Ficam solidária e ilimitadamente responsáveis
pelas obrigações contraídas sob a firma social aqueles que, Art. 1.164. O nome empresarial não pode ser objeto de aliena-
por seus nomes, figurarem na firma da sociedade de que trata ção.
este artigo. Parágrafo único. O adquirente de estabelecimento, por ato en-
tre vivos, pode, se o contrato o permitir, usar o nome do alie-
Art. 1.158. Pode a sociedade limitada adotar firma ou denomi- nante, precedido do seu próprio, com a qualificação de sucessor.
nação, integradas pela palavra final "limitada" ou a sua abreviatu-
ra. JDC72 Suprimir o art. 1.164 do novo Código Civil.
§ 1o A firma será composta com o nome de um ou mais sócios,
desde que pessoas físicas, de modo indicativo da relação social.
Art. 1.165. O nome de sócio que vier a falecer, for excluído ou
§ 2o A denominação deve designar o objeto da sociedade, sen-
se retirar, não pode ser conservado na firma social.
do permitido nela figurar o nome de um ou mais sócios.
§ 3o A omissão da palavra "limitada" determina a responsabi-
Art. 1.166. A inscrição do empresário, ou dos atos constitutivos
lidade solidária e ilimitada dos administradores que assim em-
das pessoas jurídicas, ou as respectivas averbações, no registro
pregarem a firma ou a denominação da sociedade.
próprio, asseguram o uso exclusivo do nome nos limites do
respectivo Estado.
Art. 1.159. A sociedade cooperativa funciona sob denominação
Parágrafo único. O uso previsto neste artigo estender-se-á a todo
integrada pelo vocábulo "cooperativa".
o território nacional, se registrado na forma da lei especial.

Art. 1.160. A sociedade anônima opera sob denominação desig-


nativa do objeto social, integrada pelas expressões "sociedade JDC491 A proteção ao nome empresarial, limitada ao Estado-
anônima" ou "companhia", por extenso ou abreviadamente. Membro para efeito meramente administrativo, estende-se a
Parágrafo único. Pode constar da denominação o nome do funda- todo o território nacional por força do art. 5º, XXIX, da Constitui-
dor, acionista, ou pessoa que haja concorrido para o bom êxito da ção da República e do art. 8º da Convenção Unionista de Paris.
formação da empresa. JDC2 A vedação de registro de marca que reproduza ou imite
elemento característico ou diferenciador de nome empresarial
de terceiros, suscetível de causar confusão ou associação (art.
JDC71 Suprimir o art. 1.160 do Código Civil por estar a matéria
124, V, da Lei n. 9.279/1996), deve ser interpretada restritiva-
regulada mais adequadamente no art. 3º da Lei n. 6.404/76 (dis-
mente e em consonância com o art. 1.166 do Código Civil.
ciplinadora das S.A.) e dar nova redação ao § 2º do art. 1.158, de
modo a retirar a exigência da designação do objeto da socieda-
de. Art. 1.167. Cabe ao prejudicado, a qualquer tempo, ação para
JDC73 Não havendo revogação do art. 1.160 do Código Civil anular a inscrição do nome empresarial feita com violação da lei
nem modificação do § 2º do art. 1.158 do mesmo diploma, é de ou do contrato.
interpretar-se este dispositivo no sentido de não aplicá-lo à de-
nominação das sociedades anônimas e sociedades Ltda., já exis- Art. 1.168. A inscrição do nome empresarial será cancelada, a re-
tentes, em razão de se tratar de direito inerente à sua personali- querimento de qualquer interessado, quando cessar o exercício
dade. da atividade para que foi adotado, ou quando ultimar-se a liqui-
dação da sociedade que o inscreveu.

Art. 1.161. A sociedade em comandita por ações pode, em lu-


CAPÍTULO III
gar de firma, adotar denominação designativa do objeto social,
Dos Prepostos
aditada da expressão "comandita por ações".
Seção I
Disposições Gerais
Art. 1.162. A sociedade em conta de participação NÃO PODE
Art. 1.169. O preposto não pode, sem autorização escrita, fazer-
TER FIRMA OU DENOMINAÇÃO.
se substituir no desempenho da preposição, sob pena de res-
ponder pessoalmente pelos atos do substituto e pelas obriga-
Empresário individual ções por ele contraídas.
Sociedade com sócios de responsabilidade
FIRMA ilimitada Art. 1.170. O preposto, salvo autorização expressa, não pode ne-
Sociedade em comandita simples gociar por conta própria ou de terceiro, nem participar, embora
Sociedade em nome coletivo indiretamente, de operação do mesmo gênero da que lhe foi co-
FIRMA OU EIRELI metida, sob pena de responder por perdas e danos e de serem
DENOMINAÇÃO Sociedade Limitada retidos pelo preponente os lucros da operação.

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DIA 16 / 5

§ 2o É dispensado das exigências deste artigo o pequeno em-


Art. 1.171. Considera-se perfeita a entrega de papéis, bens ou va- presário a que se refere o art. 970.
lores ao preposto, encarregado pelo preponente, se os recebeu
sem protesto, salvo nos casos em que haja prazo para reclama- Art. 1.180. Além dos demais livros exigidos por lei, É INDISPEN-
ção. SÁVEL O DIÁRIO, que pode ser substituído por fichas no caso
de escrituração mecanizada ou eletrônica.
Seção II Parágrafo único. A adoção de fichas não dispensa o uso de livro
Do Gerente apropriado para o lançamento do balanço patrimonial e do de re-
Art. 1.172. Considera-se gerente o preposto permanente no sultado econômico.
exercício da empresa, na sede desta, ou em sucursal, filial ou
agência. Art. 1.181. Salvo disposição especial de lei, os livros obrigatórios
e, se for o caso, as fichas, antes de postos em uso, devem ser au-
Art. 1.173. Quando a lei não exigir poderes especiais, consi- tenticados no Registro Público de Empresas Mercantis.
dera-se o gerente autorizado a praticar todos os atos necessá- Parágrafo único. A autenticação não se fará sem que esteja ins-
rios ao exercício dos poderes que lhe foram outorgados. crito o empresário, ou a sociedade empresária, que poderá fazer
Parágrafo único. Na falta de estipulação diversa, consideram-se autenticar livros não obrigatórios.
solidários os poderes conferidos a dois ou mais gerentes.
Art. 1.182. Sem prejuízo do disposto no art. 1.174, a escrituração
Art. 1.174. As limitações contidas na outorga de poderes, para ficará sob a responsabilidade de contabilista legalmente habilita-
serem opostas a terceiros, dependem do arquivamento e do, salvo se nenhum houver na localidade.
averbação do instrumento no Registro Público de Empresas Mer-
cantis, salvo se provado serem conhecidas da pessoa que tratou Art. 1.183. A escrituração será feita em idioma e moeda corrente
com o gerente. nacionais e em forma contábil, por ordem cronológica de dia,
Parágrafo único. Para o mesmo efeito e com idêntica ressalva, mês e ano, sem intervalos em branco, nem entrelinhas, borrões,
deve a modificação ou revogação do mandato ser arquivada e rasuras, emendas ou transportes para as margens.
averbada no Registro Público de Empresas Mercantis. Parágrafo único. É permitido o uso de código de números ou de
abreviaturas, que constem de livro próprio, regularmente autenti-
Art. 1.175. O preponente responde com o gerente pelos atos que cado.
este pratique em seu próprio nome, mas à conta daquele.
Art. 1.184. No Diário serão lançadas, com individuação, clareza e
Art. 1.176. O gerente pode estar em juízo em nome do preponen- caracterização do documento respectivo, dia a dia, por escrita di-
te, pelas obrigações resultantes do exercício da sua função. reta ou reprodução, todas as operações relativas ao exercício da
empresa.
Seção III § 1o Admite-se a escrituração resumida do Diário, com totais que
Do Contabilista e outros Auxiliares não excedam o período de 30 dias, relativamente a contas cujas
Art. 1.177. Os assentos lançados nos livros ou fichas do preponen- operações sejam numerosas ou realizadas fora da sede do esta-
te, por qualquer dos prepostos encarregados de sua escrituração, belecimento, desde que utilizados livros auxiliares regularmente
produzem, salvo se houver procedido de má-fé, os mesmos efei- autenticados, para registro individualizado, e conservados os do-
tos como se o fossem por aquele. cumentos que permitam a sua perfeita verificação.
Parágrafo único. No exercício de suas funções, os prepostos são § 2o Serão lançados no Diário o balanço patrimonial e o de resul-
pessoalmente responsáveis, perante os preponentes, pelos tado econômico, devendo ambos ser assinados por técnico em
atos culposos; e, perante terceiros, solidariamente com o pre- Ciências Contábeis legalmente habilitado e pelo empresário ou
ponente, pelos atos dolosos. sociedade empresária.

Art. 1.178. Os preponentes são responsáveis pelos atos de quais- Art. 1.185. O empresário ou sociedade empresária que adotar
quer prepostos, praticados nos seus estabelecimentos e relativos o sistema de fichas de lançamentos poderá substituir o livro
à atividade da empresa, ainda que não autorizados por escrito. Diário pelo livro Balancetes Diários e Balanços, observadas as
Parágrafo único. Quando tais atos forem praticados fora do es- mesmas formalidades extrínsecas exigidas para aquele.
tabelecimento, somente obrigarão o preponente nos limites
dos poderes conferidos por escrito, cujo instrumento pode ser Art. 1.186. O livro Balancetes Diários e Balanços será escriturado
suprido pela certidão ou cópia autêntica do seu teor. de modo que registre:
I - a posição diária de cada uma das contas ou títulos contábeis,
CAPÍTULO IV pelo respectivo saldo, em forma de balancetes diários;
Da Escrituração II - o balanço patrimonial e o de resultado econômico, no encer-
Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obriga- ramento do exercício.
dos a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou
não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em Art. 1.187. Na coleta dos elementos para o inventário serão obser-
correspondência com a documentação respectiva, e a levantar vados os critérios de avaliação a seguir determinados:
anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico. I - os bens destinados à exploração da atividade serão avaliados
§ 1o Salvo o disposto no art. 1.180, o número e a espécie de livros pelo custo de aquisição, devendo, na avaliação dos que se des-
ficam a critério dos interessados. gastam ou depreciam com o uso, pela ação do tempo ou outros
fatores, atender-se à desvalorização respectiva, criando-se fundos

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DIA 16 / 6

de amortização para assegurar-lhes a substituição ou a conserva- Art. 1.192. Recusada a apresentação dos livros, nos casos do arti-
ção do valor; go antecedente, serão apreendidos judicialmente e, no do seu §
II - os valores mobiliários, matéria-prima, bens destinados à alie- 1o, ter-se-á como verdadeiro o alegado pela parte contrária
nação, ou que constituem produtos ou artigos da indústria ou co- para se provar pelos livros.
mércio da empresa, podem ser estimados pelo custo de aquisição Parágrafo único. A confissão resultante da recusa pode ser elidida
ou de fabricação, ou pelo preço corrente, sempre que este for in- por prova documental em contrário.
ferior ao preço de custo, e quando o preço corrente ou venal esti-
ver acima do valor do custo de aquisição, ou fabricação, e os bens Art. 1.193. As restrições estabelecidas neste Capítulo ao exame
forem avaliados pelo preço corrente, a diferença entre este e o da escrituração, em parte ou por inteiro, não se aplicam às auto-
preço de custo não será levada em conta para a distribuição de ridades fazendárias, no exercício da fiscalização do pagamento
lucros, nem para as percentagens referentes a fundos de reserva; de impostos, nos termos estritos das respectivas leis especiais.
III - o valor das ações e dos títulos de renda fixa pode ser deter -
minado com base na respectiva cotação da Bolsa de Valores; os Art. 1.194. O empresário e a sociedade empresária são obrigados
não cotados e as participações não acionárias serão considerados a conservar em boa guarda toda a escrituração, correspondência
pelo seu valor de aquisição; e mais papéis concernentes à sua atividade, enquanto não ocorrer
IV - os créditos serão considerados de conformidade com o pre- prescrição ou decadência no tocante aos atos neles consignados.
sumível valor de realização, não se levando em conta os prescri-
tos ou de difícil liquidação, salvo se houver, quanto aos últimos, Art. 1.195. As disposições deste Capítulo aplicam-se às sucursais,
previsão equivalente. filiais ou agências, no Brasil, do empresário ou sociedade com
Parágrafo único. Entre os valores do ativo podem figurar, desde sede em país estrangeiro.
que se preceda, anualmente, à sua amortização:
I - as despesas de instalação da sociedade, até o limite correspon- SÚMULAS SOBRE LIVROS COMERCIAIS
dente a 10% do capital social;
II - os juros pagos aos acionistas da sociedade anônima, no perío- Súmula 260-STF: O exame de livros comerciais, em ação judici-
do antecedente ao início das operações sociais, à taxa não superi- al, fica limitado às transações entre os litigantes.
or a 12% ao ano, fixada no estatuto; Súmula 390-STF: A exibição judicial de livros comerciais pode
III - a quantia efetivamente paga a título de aviamento de estabe- ser requerida como medida preventiva.
lecimento adquirido pelo empresário ou sociedade. Súmula 439-STF: Estão sujeitos a fiscalização tributária ou pre-
videnciária quaisquer livros comerciais, limitado o exame aos
Art. 1.188. O balanço patrimonial deverá exprimir, com fidelidade pontos objeto da investigação.
e clareza, a situação real da empresa e, atendidas as peculiarida-
des desta, bem como as disposições das leis especiais, indicará, DEMAIS SÚMULAS SOBRE DIREITO EMPRESARIAL
distintamente, o ativo e o passivo.
MARCA Súmula 143-STJ: Prescreve em 5 anos a ação
Parágrafo único. Lei especial disporá sobre as informações que
de perdas e danos pelo uso de marca comercial.
acompanharão o balanço patrimonial, em caso de sociedades co-
ligadas. Súmula 28-STJ: O contrato de alienação fidu-
ciária em garantia pode ter por objeto bem
Art. 1.189. O balanço de resultado econômico, ou demonstração que já integrava o patrimônio do devedor.
da conta de lucros e perdas, acompanhará o balanço patrimonial Súmula 72-STJ: A comprovação da mora é im-
e dele constarão crédito e débito, na forma da lei especial. prescindível à busca e apreensão do bem alie-
nado fiduciariamente.
Art. 1.190. Ressalvados os casos previstos em lei, nenhuma auto- Súmula 92-STJ: A terceiro de boa-fé não é
ridade, juiz ou tribunal, sob qualquer pretexto, poderá fazer oponível a alienação fiduciária não anotada
ou ordenar diligência para verificar se o empresário ou a soci- no certificado de registro do veículo automo-
edade empresária observam, ou não, em seus livros e fichas, tor.
as formalidades prescritas em lei. Súmula 233-STJ: O contrato de abertura de
crédito, ainda que acompanhado de extrato da
Art. 1.191. O juiz só poderá autorizar a exibição integral dos li- conta-corrente, NÃO É TÍTULO EXECUTIVO.
vros e papéis de escrituração quando necessária para resolver Súmula 247-STJ: O contrato de abertura de
questões relativas a sucessão, comunhão ou sociedade, admi- crédito em conta-corrente, acompanhado do
nistração ou gestão à conta de outrem, ou em caso de falên- demonstrativo de débito, constitui documento
cia. hábil para o ajuizamento da ação monitória.
§ 1o O juiz ou tribunal que conhecer de medida cautelar ou de Súmula 258-STJ: A nota promissória vinculada
ação pode, a requerimento ou de ofício, ordenar que os livros de a contrato de abertura de crédito não goza de
qualquer das partes, ou de ambas, sejam examinados na presença autonomia em razão da iliquidez do título
do empresário ou da sociedade empresária a que pertencerem, que a originou.
ou de pessoas por estes nomeadas, para deles se extrair o que in- Súmula 259-STJ: A ação de prestação de con-
teressar à questão. tas pode ser proposta pelo titular de conta-cor-
§ 2o Achando-se os livros em outra jurisdição, nela se fará o exa- rente bancária.
me, perante o respectivo juiz. Súmula 283-STJ: As empresas administradoras
de cartão de crédito são instituições financeiras
e, por isso, os juros remuneratórios por elas co-

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DIA 16 / 7

brados não sofrem as limitações da Lei de Usu- TIVA DA POSSE A posse é um poder direto que o indivíduo
ra. tem sobre a coisa, podendo dispor fisica-
Súmula 285-STJ: Nos contratos bancários pos- mente e a possuindo com intenção de ser
teriores ao Código de Defesa do Consumidor dono.
incide a multa moratória nele prevista. Posse = corpus (elemento objetivo) + ani-
Súmula 286-STJ: A renegociação de contrato mus domini (elemento subjetivo)
bancário ou a confissão da dívida não impede a Adotada na configuração da usucapião
possibilidade de discussão sobre eventuais ile-
Ihering
galidades dos contratos anteriores.
Posse é corpus.
Súmula 300-STJ: O instrumento de confissão
Para que haja a configuração da posse, é ne-
de dívida, ainda que originário de contrato de
TEORIA OBJETI- cessário dispor fisicamente da coisa ou
abertura de crédito, constitui título executivo
VA DA POSSE haja possibilidade de querendo, realize a sua
CONTRATOS extrajudicial.
disposição física.
BANCÁRIOS Súmula 322-STJ: Para a repetição de indébito,
Adotada no CC (art. 1196) – o mero com-
nos contratos de abertura de crédito em conta-
portamento em reação à coisa, como se
corrente, não se exige a prova do erro.
fosse dono, induz a posse.
Súmula 379-STJ: Nos contratos bancários não
regidos por legislação específica, os juros mo- Teoria da sociabilidade em relação ao direito
ratórios poderão ser fixados em até 1% ao das coisas, de forma que se analisa com o
mês. TEORIA DA FUN- crivo hermenêutico da função social.
Súmula 381-STJ: Nos contratos bancários, é ÇÃO SOCIAL DA Para que se verifique a posse, deve haver
vedado ao julgador conhecer, de ofício, da POSSE o cumprimento de sua função social, con-
abusividade das cláusulas. sistente em conferir à posse uma utilida-
Súmula 477-STJ: A decadência do art. 26 do de, mormente relacionada ao direito fun-
CDC não é aplicável à prestação de contas para damental de moradia
obter esclarecimentos sobre cobrança de taxas,
tarifas e encargos bancários.
POSSE PRÓPRIA POSSE IMPRÓPRIA
Súmula 479-STJ: As instituições financeiras res-
pondem objetivamente pelos danos gerados Exercida com animus domini Posse subordinada à posse de
por fortuito interno relativo a fraudes e delitos (vontade de ser dono) outra pessoa.
praticados por terceiros no âmbito de opera-
ções bancárias.
POSSE ORIGINÁRIA POSSE DERIVADA
Súmula 530-STJ: Nos contratos bancários, na
impossibilidade de comprovar a taxa de juros Modalidade de posse surgida A aquisição da posse guarda
efetivamente contratada - por ausência de pac- sem qualquer vínculo de vínculo com a posse anterior.
tuação ou pela falta de juntada do instrumento aquisição com o possuidor
aos autos -, aplica-se a taxa média de merca- anterior.
do, divulgada pelo Bacen, praticada nas opera-
A posse é natural, não havendo A posse é adquirida de outro
ções da mesma espécie, salvo se a taxa cobrada
relação com o possuidor ante- possuidor, havendo continui-
for mais vantajosa para o devedor.
rior dade da posse
Súmula 565-STJ: A pactuação das tarifas de
abertura de crédito (TAC) e de emissão de carnê Eventual vínculo que maculava Eventual vício na posse anterior
(TEC), ou outra denominação para o mesmo a posse anterior não se trans- pode afetar a nova posse, a
fato gerador, é válida apenas nos contratos mite ao novo possuidor depender da existência ou não
bancários anteriores ao início da vigência da de boa-fé do novo possuidor
Resolução-CMN n. 3.518/2007, em
30/4/2008. POSSE AD INTERDICTA POSSE AD USUCAPIONEM
Súmula 566-STJ: Nos contratos bancários pos-
teriores ao início da vigência da Resolução-CMN É a posse comum. É a posse qualificada.
n. 3.518/2007, em 30/4/2008, pode ser cobrada Pode ser defendida pelas ações É a posse prolongada no tem-
a tarifa de cadastro no início do relaciona- possessórias. po que pode ensejar a aquisi-
mento entre o consumidor e a instituição fi- ção originária da propriedade
nanceira. em virtude da usucapião
É necessário que não seja in- A posse deve ser própria, exer-
LIVRO III
justa (violência, precariedade e cida com animus domini, man-
Do Direito das Coisas
clandestinidade) perante o sa e pacífica, pelo prazo exigi-
TÍTULO I
oponente do em lei.
Da posse

TEORIAS SOBRE A POSSE POSSE NOVA POSSE VELHA

TEORIA SUBJE- Savigny < 1 ano e 1 dia Pelo menos 1 ano e 1 dia

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DIA 16 / 8

no Cartório de Registro de Imóveis, 30 dias antes da referida


POSSE TRABALHO POSSE COMUM alienação.
A posse do imóvel é utilizada Aquela que não se caracteriza
para fins de moradia, consa- enquanto posse trabalho. CAPÍTULO I
grando a função social da pos- Da Posse e sua Classificação
se. Art. 1.196. Considera-se POSSUIDOR todo aquele que tem de
Art. 1238 e 1242, CC. fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes ineren-
tes à propriedade.
JDC492 A posse constitui direito autônomo em relação à
propriedade e deve expressar o aproveitamento dos bens para JDC236 Considera-se possuidor, para todos os efeitos legais,
o alcance de interesses existenciais, econômicos e sociais mere- também a coletividade desprovida de personalidade jurídi-
cedores de tutela. ca.
JDC563 O reconhecimento da posse por parte do Poder Público
competente anterior à sua legitimação nos termos da Lei n.
JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ 11.977/2009 constitui título possessório.
EDIÇÃO N. 133: DO DIREITO DAS COISAS JDC593 É indispensável o procedimento de demarcação ur-
1) Por se tratar de competência relativa, a ação que se refira a banística para regularização fundiária social de áreas ainda
direitos reais sobre imóvel, excluídos aqueles que não matriculadas no Cartório de Registro de Imóveis, como
expressamente ensejem a competência absoluta do foro em requisito à emissão dos títulos de legitimação da posse e de do-
que situada a coisa (art. 47, § 1°, do CPC/2015), poderá ser mínio.
ajuizada no foro do domicílio do réu ou, se houver, no foro
eleito pelas partes. Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu po-
2) Os motivos que justificam a improrrogabilidade da der, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real,
competência das ações reais imobiliárias cedem diante da NÃO ANULA A INDIRETA, de quem aquela foi havida, podendo
competência conferida ao juízo indivisível da falência que, o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto.
por definição, é um foro de atração para o qual convergem a
discussão de todas as causas e as ações pertinentes a um JDC76 O possuidor direto tem direito de defender a sua posse
patrimônio com universalidade jurídica. contra o indireto, e este, contra aquele.
3) Os herdeiros possuem legitimidade ativa para atuarem
diretamente em juízo em ações de direito real, enquanto não
Art. 1.198. Considera-se DETENTOR aquele que, achando-se em
aberto o inventário, por aplicação do princípio de saisine.
relação de dependência para com outro, conserva a posse em
4) É necessária a citação de ambos os cônjuges nas ações que
nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas.
versem acerca de direitos reais imobiliários, tratando-se de
Parágrafo único. Aquele que começou a comportar-se do modo
hipótese de litisconsórcio passivo necessário.
como prescreve este artigo, em relação ao bem e à outra pessoa,
5) O promitente vendedor que readquire a titularidade do
presume-se detentor, até que prove o contrário.
direito real sobre o bem imóvel anteriormente alienado pode
ser responsabilizado pelos débitos condominiais posteriores
à alienação e contemporâneos à posse do promissário JDC301 É possível a conversão da detenção em posse, desde
comprador, sem prejuízo de ulterior direito de regresso. que rompida a subordinação, na hipótese de exercício em
7) A inexistência de registro imobiliário de imóvel objeto de nome próprio dos atos possessórios.
ação de usucapião não induz presunção de que o bem seja JDC493 O detentor (art. 1.198 do Código Civil) pode, no inte-
público (terras devolutas), cabendo ao Estado provar a resse do possuidor, exercer a autodefesa do bem sob seu po-
titularidade do terreno como óbice ao reconhecimento da der.
prescrição aquisitiva.
8) A usucapião é forma de aquisição originária da Súmula 619-STJ: A ocupação indevida de bem público é mera
propriedade, de modo que não permanecem os ônus reais detenção de bem, inexistindo indenização por benfeitorias.
que gravavam o imóvel antes da sua declaração. Súmula 637-STJ: O ente público detém legitimidade e inte-
9) A citação na ação possessória julgada improcedente não resse para intervir, incidentalmente, na ação possessória entre
interrompe o prazo para aquisição da propriedade por particulares, podendo deduzir qualquer matéria defensiva,
usucapião. inclusive, se for o caso, o domínio.
10) A inexistência de outros bens imóveis no patrimônio de
cônjuge/companheiro sobrevivente não é requisito para o
reconhecimento do direito real de habitação. • A ocupação indevida de bem público configura mera detenção
11) O direito real de habitação pode ser exercido tanto pelo de natureza precária.
cônjuge como pelo companheiro supérstites. • A mera detenção não confere ao detentor os mesmos direitos
12) O direito real de adjudicação somente será exercitável se o do possuidor.
locatário efetuar o depósito do preço do bem e das demais • A mera detenção não gera direito de retenção ou de
despesas de transferência; formular o pedido de adjudicação indenização por acessões e benfeitorias realizadas no bem
no prazo de 6 meses do registro do contrato de compra e público.
venda do imóvel; bem como promover a averbação do contrato
de locação assinado por duas testemunhas na matrícula do bem

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DIA 16 / 9

1) particular invade imóvel 2) particular invade imóvel II - por terceiro sem mandato, dependendo de ratificação.
público e deseja proteção pos- público e deseja proteção
sessória em face do possessória em face de outro JDC77 A posse das coisas móveis e imóveis também pode ser
PODER PÚBLICO: PARTICULAR: transmitida pelo constituto possessório.

Não terá direito à proteção pos- Terá direito, em tese à prote-


sessória. ção possessória. CONSTITUTO POSSESSÓRIO TRADITIO BREVI MANU

Não poderá exercer interditos É possível o manejo de inter- Possuía em seu próprio nome, Possuía em nome alheio, pas-
possessórios porque, perante o ditos possessórios em litígio passa a possuir em nome de sa a possuir em nome próprio
Poder Público, ele exerce mera entre particulares sobre bem outrem
detenção. público dominical, pois entre
ambos a disputa será relativa Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do
à posse. possuidor com os mesmos caracteres.
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
Art. 1.207. O sucessor universal continua de direito a posse do
Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, po- seu antecessor; e ao sucessor singular é facultado unir sua
derá cada uma exercer sobre ela atos possessórios, contanto que posse à do antecessor, para os efeitos legais.
não excluam os dos outros compossuidores.
Art. 1.208. NÃO INDUZEM POSSE os atos de mera permissão
Art. 1.200. É JUSTA a posse que não for violenta, clandestina ou ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os
precária. atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a vio-
lência ou a clandestinidade.
JDC302 Pode ser considerado justo título para a posse de
boa-fé o ato jurídico capaz de transmitir a posse ad usucapi- Art. 1.209. A posse do imóvel faz presumir, até prova contrária, a
onem, observado o disposto no art. 113 do Código Civil das coisas móveis que nele estiverem.

CAPÍTULO III
Art. 1.201. É de BOA-FÉ a posse, se o possuidor ignora o vício,
Dos Efeitos da Posse
ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa.
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em
Parágrafo único. O possuidor com justo título tem por si a pre-
caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de vio-
sunção de boa-fé, salvo prova em contrário, ou quando a lei ex-
lência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.
pressamente não admite esta presunção.
§ 1o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou
restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os
JDC303 Considera-se justo título, para a presunção relativa da atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensá-
boa-fé do possuidor, o justo motivo que lhe autoriza a aquisi- vel à manutenção, ou restituição da posse.
ção derivada da posse, esteja ou não materializado em ins- § 2o Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a ale-
trumento público ou particular. Compreensão na perspectiva gação de propriedade, ou de outro direito sobre a coisa.
da função social da posse.

Art. 1.202. A posse de boa-fé SÓ perde este caráter no caso e ESBULHO Perda TOTAL da posse Ação de reintegração de
desde o momento em que as circunstâncias façam presumir posse
que o possuidor não ignora que possui indevidamente. TURBAÇÃO Perda PARCIAL da Ação de manutenção de
posse posse
Art. 1.203. Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o
mesmo caráter com que foi adquirida.
JDC78 Tendo em vista a não-recepção pelo novo Código Civil
da exceptio proprietatis (art. 1.210, § 2º) em caso de ausência de
JDC237 É cabível a modificação do título da posse – interver-
prova suficiente para embasar decisão liminar ou sentença final
sio possessionis – na hipótese em que o até então possuidor
ancorada exclusivamente no ius possessionis, deverá o pedido
direto demonstrar ato exterior e inequívoco de oposição ao
ser indeferido e julgado improcedente, não obstante eventual
antigo possuidor indireto, tendo por efeito a caracterização
alegação e demonstração de direito real sobre o bem litigioso.
do animus domini.
JDC79 A exceptio proprietatis, como defesa oponível às
ações possessórias típicas, foi abolida pelo Código Civil de
CAPÍTULO II 2002, que estabeleceu a absoluta separação entre os juízos
Da Aquisição da Posse possessório e petitório
Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se tor- JDC238 Ainda que a ação possessória seja intentada além
na possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos de “ano e dia” da turbação ou esbulho, e, em razão disso,
poderes inerentes à propriedade. tenha seu trâmite regido pelo procedimento ordinário (CPC,
art. 924), nada impede que o juiz conceda a tutela possessó -
Art. 1.205. A posse pode ser adquirida: ria liminarmente, mediante antecipação de tutela, desde que
I - pela própria pessoa que a pretende ou por seu represen- presentes os requisitos autorizadores do art. 273, I ou II, bem
tante; como aqueles previstos no art. 461-A e parágrafos, todos do

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DIA 16 / 10

Código de Processo Civil. sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de reten-
JDC239 Na falta de demonstração inequívoca de posse que ção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis.
atenda à função social, deve-se utilizar a noção de “melhor
posse”, com base nos critérios previstos no parágrafo único do JDC81 O direito de retenção previsto no art. 1.219 do Código
art. 507 do Código Civil /1916. Civil, decorrente da realização de benfeitorias necessárias e
JDC494 A faculdade conferida ao sucessor singular de somar ou úteis, também se aplica às acessões (construções e planta-
não o tempo da posse de seu antecessor não significa que, ao ções) nas mesmas circunstâncias.
optar por nova contagem, estará livre do vício objetivo que
maculava a posse anterior. Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as
JDC495 No desforço possessório, a expressão “contanto que o benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção
faça logo” deve ser entendida restritivamente, apenas como a pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias.
reação imediata ao fato do esbulho ou da turbação, cabendo
ao possuidor recorrer à via jurisdicional nas demais hipóteses. Art. 1.221. As benfeitorias compensam-se com os danos, e só
obrigam ao ressarcimento se ao tempo da evicção ainda exis-
Art. 1.211. Quando mais de uma pessoa se disser possuidora, tirem.
manter-se-á provisoriamente a que tiver a coisa, se não estiver
manifesto que a obteve de alguma das outras por modo vicioso. Art. 1.222. O reivindicante, obrigado a indenizar as benfeitorias ao
possuidor de má-fé, tem o direito de optar entre o seu valor atu-
Art. 1.212. O possuidor pode intentar a ação de esbulho, ou a de al e o seu custo; ao possuidor de boa-fé indenizará pelo valor
indenização, contra o terceiro, que recebeu a coisa esbulhada atual.
sabendo que o era.
POSSE DE BOA-FÉ POSSE DE MÁ-FÉ
JDC80 É inadmissível o direcionamento de demanda posses-
Direito aos frutos percebidos, Responde por todos os frutos
sória ou ressarcitória contra terceiro possuidor de boa-fé,
enquanto durar a boa-fé colhidos e percebidos
por ser parte passiva ilegítima diante do disposto no art. 1.212
OBS: tem direito às despesas
do novo Código Civil. Contra o terceiro de boa-fé, cabe tão-
da produção e custeio.
somente a propositura de demanda de natureza real.
Não há responsabilidade pela Responde pela perda e deterio-
Art. 1.213. O disposto nos artigos antecedentes NÃO SE APLICA perda ou deterioração da coisa ração da coisa, ainda que não
ÀS SERVIDÕES NÃO APARENTES, salvo quando os respectivos que não tenha dado causa. tenha dado causa.
títulos provierem do possuidor do prédio serviente, ou da- Possui direito às benfeitorias Possui direito ao ressarcimen-
queles de quem este o houve. necessárias e úteis, podendo to apenas das benfeitorias
reter a coisa pelo valor destas necessárias; não tem direito
Art. 1.214. O possuidor de BOA-FÉ tem direito, enquanto ela du- e levantar as voluptuárias. de retenção nem de levanta-
rar, aos frutos percebidos. mento das voluptuárias.
Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar
a boa-fé devem ser restituídos, depois de deduzidas as despe- Autoriza a usucapião ordinária Impede a usucapião ordinária.
sas da produção e custeio; devem ser também restituídos os fru- (art. 1.242).
tos colhidos com antecipação. Indenizará o reivindicante pelo Indenizará o reivindicante pelo
valor atual. valor atual e o seu custo.
Art. 1.215. Os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos
e percebidos, logo que são separados; os civis reputam-se per-
CAPÍTULO IV
cebidos dia por dia.
Da Perda da Posse
Art. 1.223. Perde-se a posse quando cessa, embora contra a
Art. 1.216. O possuidor de MÁ-FÉ responde por todos os frutos
vontade do possuidor, o poder sobre o bem, ao qual se refere
colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua,
o art. 1.196.
deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu
de má-fé; tem direito às despesas da produção e custeio.
Art. 1.224. Só se considera perdida a posse para quem não pre-
senciou o esbulho, quando, tendo notícia dele, se abstém de
Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou
retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é violentamente
deterioração da coisa, a que não der causa.
repelido.

Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou dete-


rioração da coisa, AINDA QUE ACIDENTAIS, salvo se provar CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do
reivindicante. Seção V
Dos Testamentos e dos Codicilos
Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das Art. 735. Recebendo testamento cerrado, o juiz, se não achar
benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às volup- vício externo que o torne suspeito de nulidade ou falsidade, o
tuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder abrirá e mandará que o escrivão o leia em presença do apresen-
tante.

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DIA 16 / 11

§ 1o Do termo de abertura constarão o nome do apresentante e § 2o Não estando ainda nomeado o curador, o juiz designará de-
como ele obteve o testamento, a data e o lugar do falecimento positário e lhe entregará os bens, mediante simples termo nos
do testador, com as respectivas provas, e qualquer circunstância autos, depois de compromissado.
digna de nota. § 3o Durante a arrecadação, o juiz ou a autoridade policial inquiri-
§ 2o Depois de ouvido o Ministério Público, não havendo dúvidas rá os moradores da casa e da vizinhança sobre a qualificação do
a serem esclarecidas, o juiz mandará registrar, arquivar e cumprir falecido, o paradeiro de seus sucessores e a existência de outros
o testamento. bens, lavrando-se de tudo auto de inquirição e informação.
§ 3o Feito o registro, será intimado o testamenteiro para assinar o § 4o O juiz examinará reservadamente os papéis, as cartas missivas
termo da testamentária. e os livros domésticos e, verificando que não apresentam interes-
§ 4o Se não houver testamenteiro nomeado ou se ele estiver au- se, mandará empacotá-los e lacrá-los para serem assim entregues
sente ou não aceitar o encargo, o juiz nomeará testamenteiro da- aos sucessores do falecido ou queimados quando os bens forem
tivo, observando-se a preferência legal. declarados vacantes.
§ 5o O testamenteiro deverá cumprir as disposições testamentá- § 5o Se constar ao juiz a existência de bens em outra comarca,
rias e prestar contas em juízo do que recebeu e despendeu, ob- mandará expedir carta precatória a fim de serem arrecadados.
servando-se o disposto em lei. § 6o Não se fará a arrecadação, ou essa será suspensa, quando,
iniciada, apresentarem-se para reclamar os bens o cônjuge ou
Art. 736. Qualquer interessado, exibindo o traslado ou a certidão companheiro, o herdeiro ou o testamenteiro notoriamente reco-
de testamento público, poderá requerer ao juiz que ordene o seu nhecido e não houver oposição motivada do curador, de qual-
cumprimento, observando-se, no que couber, o disposto nos pa- quer interessado, do Ministério Público ou do representante da
rágrafos do art. 735. Fazenda Pública.

Art. 737. A publicação do testamento particular poderá ser re- Art. 741. Ultimada a arrecadação, o juiz mandará expedir edital,
querida, depois da morte do testador, pelo herdeiro, pelo legatá- que será publicado na rede mundial de computadores, no sítio do
rio ou pelo testamenteiro, bem como pelo terceiro detentor do tribunal a que estiver vinculado o juízo e na plataforma de editais
testamento, se impossibilitado de entregá-lo a algum dos outros do Conselho Nacional de Justiça, onde permanecerá por 3 meses,
legitimados para requerê-la. ou, não havendo sítio, no órgão oficial e na imprensa da comarca,
§ 1o Serão intimados os herdeiros que não tiverem requerido a por 3 vezes com intervalos de 1 mês, para que os sucessores do
publicação do testamento. falecido venham a habilitar-se no prazo de 6 meses contado
§ 2o Verificando a presença dos requisitos da lei, ouvido o Minis- da primeira publicação.
tério Público, o juiz confirmará o testamento. § 1o Verificada a existência de sucessor ou de testamenteiro
§ 3o Aplica-se o disposto neste artigo ao codicilo e aos testamen- em lugar certo, far-se-á a sua citação, sem prejuízo do edital.
tos marítimo, aeronáutico, militar e nuncupativo. § 2o Quando o falecido for estrangeiro, será também comunicado
§ 4o Observar-se-á, no cumprimento do testamento, o disposto o fato à autoridade consular.
nos parágrafos do art. 735. § 3o Julgada a habilitação do herdeiro, reconhecida a qualidade
do testamenteiro ou provada a identidade do cônjuge ou compa-
Seção VI nheiro, a arrecadação converter-se-á em inventário.
Da Herança Jacente § 4o Os credores da herança poderão habilitar-se como nos inven-
Art. 738. Nos casos em que a lei considere jacente a herança, o tários ou propor a ação de cobrança.
juiz em cuja comarca tiver domicílio o falecido procederá ime-
diatamente à arrecadação dos respectivos bens. Art. 742. O juiz poderá autorizar a alienação:
I - de bens móveis, se forem de conservação difícil ou dispendio-
Art. 739. A herança jacente ficará sob a guarda, a conservação sa;
e a administração de um curador até a respectiva entrega ao II - de semoventes, quando não empregados na exploração de al-
sucessor legalmente habilitado ou até a declaração de vacância. guma indústria;
§ 1o Incumbe ao curador: III - de títulos e papéis de crédito, havendo fundado receio de de -
I - representar a herança em juízo ou fora dele, com intervenção preciação;
do Ministério Público; IV - de ações de sociedade quando, reclamada a integralização,
II - ter em boa guarda e conservação os bens arrecadados e pro- não dispuser a herança de dinheiro para o pagamento;
mover a arrecadação de outros porventura existentes; V - de bens imóveis:
III - executar as medidas conservatórias dos direitos da herança; a) se ameaçarem ruína, não convindo a reparação;
IV - apresentar mensalmente ao juiz balancete da receita e da b) se estiverem hipotecados e vencer-se a dívida, não havendo di-
despesa; nheiro para o pagamento.
V - prestar contas ao final de sua gestão. § 1o Não se procederá, entretanto, à venda se a Fazenda Públi-
§ 2o Aplica-se ao curador o disposto nos arts. 159 a 161. ca ou o habilitando adiantar a importância para as despesas.
§ 2o Os bens com valor de afeição, como retratos, objetos de uso
Art. 740. O juiz ordenará que o oficial de justiça, acompanhado pessoal, livros e obras de arte, só serão alienados depois de de-
do escrivão ou do chefe de secretaria e do curador, arrole os clarada a vacância da herança.
bens e descreva-os em auto circunstanciado.
§ 1o Não podendo comparecer ao local, o juiz requisitará à au- Art. 743. Passado 1 ano da primeira publicação do edital e não
toridade policial que proceda à arrecadação e ao arrolamento havendo herdeiro habilitado nem habilitação pendente, será a
dos bens, com 2 testemunhas, que assistirão às diligências. herança declarada vacante.

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DIA 16 / 12

§ 1o Pendendo habilitação, a vacância será declarada pela mesma Parágrafo único. A legitimidade deverá ser comprovada por do-
sentença que a julgar improcedente, aguardando-se, no caso de cumentação que acompanhe a petição inicial.
serem diversas as habilitações, o julgamento da última.
§ 2o Transitada em julgado a sentença que declarou a vacância, o Art. 748. O Ministério Público SÓ promoverá interdição EM
cônjuge, o companheiro, os herdeiros e os credores só poderão CASO DE DOENÇA MENTAL GRAVE:
reclamar o seu direito por ação direta. I - se as pessoas designadas nos incisos I, II e III do art. 747
não existirem ou não promoverem a interdição;
Seção VII II - se, existindo, forem incapazes as pessoas mencionadas nos
Dos Bens dos Ausentes incisos I e II do art. 747.
Art. 744. Declarada a ausência nos casos previstos em lei, o juiz
mandará arrecadar os bens do ausente e nomear-lhes-á cura- Art. 749. Incumbe ao autor, na petição inicial, especificar os fa-
dor na forma estabelecida na Seção VI, observando-se o disposto tos que demonstram a incapacidade do interditando para ad-
em lei. ministrar seus bens e, se for o caso, para praticar atos da vida ci-
vil, bem como o momento em que a incapacidade se revelou.
Art. 745. Feita a arrecadação, o juiz mandará publicar editais na Parágrafo único. Justificada a urgência, o juiz pode nomear cu-
rede mundial de computadores, no sítio do tribunal a que estiver rador provisório ao interditando para a prática de determinados
vinculado e na plataforma de editais do Conselho Nacional de atos.
Justiça, onde permanecerá por 1 ano, ou, não havendo sítio, no
órgão oficial e na imprensa da comarca, durante 1 ano, reprodu- Art. 750. O requerente deverá juntar laudo médico para fazer
zida de 2 em 2 meses, anunciando a arrecadação e chamando o prova de suas alegações ou informar a impossibilidade de fazê-lo.
ausente a entrar na posse de seus bens.
§ 1o Findo o prazo previsto no edital, poderão os interessados Art. 751. O interditando será citado para, em dia designado, com-
requerer a abertura da sucessão provisória, observando-se o parecer perante o juiz, que o entrevistará minuciosamente acerca
disposto em lei. de sua vida, negócios, bens, vontades, preferências e laços famili-
§ 2o O interessado, ao requerer a abertura da sucessão provi- ares e afetivos e sobre o que mais lhe parecer necessário para
sória, pedirá a citação pessoal dos herdeiros presentes e do convencimento quanto à sua capacidade para praticar atos da
curador e, por editais, a dos ausentes para requererem habili- vida civil, devendo ser reduzidas a termo as perguntas e respos-
tação, na forma dos arts. 689 a 692. tas.
§ 3o Presentes os requisitos legais, poderá ser requerida a conver- § 1o Não podendo o interditando deslocar-se, o juiz o ouvirá no
são da sucessão provisória em definitiva. local onde estiver.
§ 4o Regressando o ausente ou algum de seus descendentes ou § 2o A entrevista poderá ser acompanhada por especialista.
ascendentes para requerer ao juiz a entrega de bens, serão cita- § 3o Durante a entrevista, é assegurado o emprego de recursos
dos para contestar o pedido os sucessores provisórios ou definiti- tecnológicos capazes de permitir ou de auxiliar o interditando a
vos, o Ministério Público e o representante da Fazenda Pública, expressar suas vontades e preferências e a responder às pergun-
seguindo-se o procedimento comum. tas formuladas.
§ 4o A critério do juiz, poderá ser requisitada a oitiva de parentes
Seção VIII e de pessoas próximas.
Das Coisas Vagas
Art. 746. Recebendo do descobridor coisa alheia perdida, o juiz Art. 752. Dentro do prazo de 15 dias contado da entrevista, o in-
mandará lavrar o respectivo auto, do qual constará a descrição do terditando poderá impugnar o pedido.
bem e as declarações do descobridor. § 1o O Ministério Público intervirá como fiscal da ordem jurídi-
§ 1o Recebida a coisa por autoridade policial, esta a remeterá em ca.
seguida ao juízo competente. § 2o O interditando poderá constituir advogado, e, caso não o
§ 2o Depositada a coisa, o juiz mandará publicar edital na rede faça, deverá ser nomeado curador especial.
mundial de computadores, no sítio do tribunal a que estiver vin- § 3o Caso o interditando não constitua advogado, o seu cônjuge,
culado e na plataforma de editais do Conselho Nacional de Justi- companheiro ou qualquer parente sucessível poderá intervir
ça ou, não havendo sítio, no órgão oficial e na imprensa da co - como assistente.
marca, para que o dono ou o legítimo possuidor a reclame, salvo
se se tratar de coisa de pequeno valor e não for possível a pu- Art. 753. Decorrido o prazo previsto no art. 752 (15 dias), o juiz
blicação no sítio do tribunal, caso em que o edital será apenas determinará a produção de prova pericial para avaliação da
afixado no átrio do edifício do fórum. capacidade do interditando para praticar atos da vida civil.
§ 3o Observar-se-á, quanto ao mais, o disposto em lei. § 1o A perícia pode ser realizada por equipe composta por exper-
tos com formação multidisciplinar.
Seção IX § 2o O laudo pericial indicará especificadamente, se for o caso, os
Da Interdição atos para os quais haverá necessidade de curatela.
Art. 747. A interdição pode ser promovida:
I - pelo cônjuge ou companheiro; Art. 754. Apresentado o laudo, produzidas as demais provas e
II - pelos parentes ou tutores; ouvidos os interessados, o juiz proferirá sentença.
III - pelo representante da entidade em que se encontra abri-
gado o interditando; Art. 755. Na sentença que decretar a interdição, o juiz:
IV - pelo Ministério Público.

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DIA 16 / 13

I - nomeará curador, que poderá ser o requerente da interdi-


ção, e fixará os limites da curatela, segundo o estado e o desen- Art. 760. O tutor ou o curador poderá eximir-se do encargo
volvimento mental do interdito; apresentando escusa ao juiz no prazo de 5 dias contado:
II - considerará as características pessoais do interdito, observan- I - antes de aceitar o encargo, da intimação para prestar compro -
do suas potencialidades, habilidades, vontades e preferências. misso;
§ 1o A curatela deve ser atribuída a quem melhor possa aten- II - depois de entrar em exercício, do dia em que sobrevier o mo-
der aos interesses do curatelado. tivo da escusa.
§ 2o Havendo, ao tempo da interdição, pessoa incapaz sob a guar- § 1o Não sendo requerida a escusa no prazo estabelecido neste
da e a responsabilidade do interdito, o juiz atribuirá a curatela a artigo, considerar-se-á renunciado o direito de alegá-la.
quem melhor puder atender aos interesses do interdito e do § 2o O juiz decidirá de plano o pedido de escusa, e, não o admi-
incapaz. tindo, exercerá o nomeado a tutela ou a curatela enquanto não
§ 3o A sentença de interdição será inscrita no registro de pessoas for dispensado por sentença transitada em julgado.
naturais e imediatamente publicada na rede mundial de compu-
tadores, no sítio do tribunal a que estiver vinculado o juízo e na Art. 761. Incumbe ao Ministério Público ou a quem tenha legíti-
plataforma de editais do Conselho Nacional de Justiça, onde per- mo interesse requerer, nos casos previstos em lei, a remoção do
manecerá por 6 meses, na imprensa local, 1 vez, e no órgão ofici- tutor ou do curador.
al, por 3 vezes, com intervalo de 10 dias, constando do edital os Parágrafo único. O tutor ou o curador será citado para contestar
nomes do interdito e do curador, a causa da interdição, os limites a arguição no prazo de 5 dias, findo o qual observar-se-á o pro-
da curatela e, não sendo total a interdição, os atos que o interdito cedimento comum.
poderá praticar autonomamente.
Art. 762. Em caso de extrema gravidade, o juiz poderá suspender
Art. 756. Levantar-se-á a curatela quando cessar a causa que a o tutor ou o curador do exercício de suas funções, nomeando
determinou. substituto interino.
§ 1o O pedido de levantamento da curatela poderá ser feito
pelo interdito, pelo curador ou pelo Ministério Público e será Art. 763. Cessando as funções do tutor ou do curador pelo de-
apensado aos autos da interdição. curso do prazo em que era obrigado a servir, ser-lhe-á lícito re-
§ 2o O juiz nomeará perito ou equipe multidisciplinar para proce- querer a exoneração do encargo.
der ao exame do interdito e designará audiência de instrução e § 1o Caso o tutor ou o curador não requeira a exoneração do en-
julgamento após a apresentação do laudo. cargo dentro dos 10 dias seguintes à expiração do termo, enten-
§ 3o Acolhido o pedido, o juiz decretará o levantamento da inter- der-se-á reconduzido, salvo se o juiz o dispensar.
dição e determinará a publicação da sentença, após o trânsito em § 2o Cessada a tutela ou a curatela, é indispensável a prestação de
julgado, na forma do art. 755, § 3 o, ou, não sendo possível, na im- contas pelo tutor ou pelo curador, na forma da lei civil.
prensa local e no órgão oficial, por 3 vezes, com intervalo de 10
dias, seguindo-se a averbação no registro de pessoas naturais. Seção XI
§ 4o A interdição poderá ser levantada parcialmente quando Da Organização e da Fiscalização das Fundações
demonstrada a capacidade do interdito para praticar alguns atos Art. 764. O juiz decidirá sobre a aprovação do estatuto das
da vida civil. fundações e de suas alterações sempre que o requeira o inte-
ressado, quando:
JDPC57 Todos os legitimados a promover a curatela, cujo rol I - ela for negada previamente pelo Ministério Público ou por
deve incluir o próprio sujeito a ser curatelado, também o são este forem exigidas modificações com as quais o interessado
para realizar o pedido do seu levantamento não concorde;
II - o interessado discordar do estatuto elaborado pelo Minis-
tério Público.
Art. 757. A autoridade do curador estende-se à pessoa e aos
§ 1o O estatuto das fundações deve observar o disposto no Códi-
bens do incapaz que se encontrar sob a guarda e a responsa-
go Civil.
bilidade do curatelado ao tempo da interdição, salvo se o juiz
§ 2o Antes de suprir a aprovação, o juiz poderá mandar fazer no
considerar outra solução como mais conveniente aos interes-
estatuto modificações a fim de adaptá-lo ao objetivo do institui-
ses do incapaz.
dor.
Art. 758. O curador deverá buscar tratamento e apoio apropria-
Art. 765. Qualquer interessado ou o Ministério Público promove-
dos à conquista da autonomia pelo interdito.
rá em juízo a extinção da fundação quando:
I - se tornar ilícito o seu objeto;
Seção X
II - for impossível a sua manutenção;
Disposições Comuns à Tutela e à Curatela
III - vencer o prazo de sua existência.
Art. 759. O tutor ou o curador será intimado a prestar compro-
misso no prazo de 5 dias contado da:
I - nomeação feita em conformidade com a lei; FPPC189. (art. 765) O art. 765 deve ser interpretado em conso-
II - intimação do despacho que mandar cumprir o testamento ou nância com o art. 69 do Código Civil, para admitir a extinção da
o instrumento público que o houver instituído. fundação quando inútil a finalidade a que visa
§ 1o O tutor ou o curador prestará o compromisso por termo em
livro rubricado pelo juiz. Seção XII
§ 2o Prestado o compromisso, o tutor ou o curador assume a ad- Da Ratificação dos Protestos Marítimos e dos Processos Testemu-
ministração dos bens do tutelado ou do interditado. nháveis Formados a Bordo

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DIA 16 / 14

Art. 766. Todos os protestos e os processos testemunháveis for- para que o juiz possa aplicar as normas decorrentes dos arts.
mados a bordo e lançados no livro Diário da Navegação deverão 536 e 537.
ser apresentados pelo comandante ao juiz de direito do primeiro FPPC588. (art.771, parágrafo único) Aplicam-se subsidiariamen-
porto, nas primeiras 24 horas de chegada da embarcação, para te à execução, além do Livro I da Parte Especial, também as dis-
sua ratificação judicial. posições da Parte Geral, do Livro III da Parte Especial e das Dis-
posições Finais e Transitórias.
Art. 767. A petição inicial conterá a transcrição dos termos lança- CJF 148: A reiteração pelo exequente ou executado de maté-
dos no livro Diário da Navegação e deverá ser instruída com có- rias já preclusas pode ensejar a aplicação de multa por con-
pias das páginas que contenham os termos que serão ratificados, duta contrária à boa-fé.
dos documentos de identificação do comandante e das testemu- CJF 149: A falta de averbação da pendência de processo ou da
nhas arroladas, do rol de tripulantes, do documento de registro existência de hipoteca judiciária ou de constrição judicial sobre
da embarcação e, quando for o caso, do manifesto das cargas si- bem no registro de imóveis não impede que o exequente com-
nistradas e a qualificação de seus consignatários, traduzidos, prove a má-fé do terceiro que tenha adquirido a propriedade
quando for o caso, de forma livre para o português. ou qualquer outro direito real sobre o bem.

Art. 768. A petição inicial deverá ser distribuída com urgência e


Art. 772. O juiz pode, em qualquer momento do processo:
encaminhada ao juiz, que ouvirá, sob compromisso a ser prestado
I - ordenar o comparecimento das partes;
no mesmo dia, o comandante e as testemunhas em número
II - advertir o executado de que seu procedimento constitui
mínimo de 2 e máximo de 4, que deverão comparecer ao ato in-
ato atentatório à dignidade da justiça;
dependentemente de intimação.
III - determinar que sujeitos indicados pelo exequente forneçam
§ 1o Tratando-se de estrangeiros que não dominem a língua por-
informações em geral relacionadas ao objeto da execução, tais
tuguesa, o autor deverá fazer-se acompanhar por tradutor, que
como documentos e dados que tenham em seu poder, assi-
prestará compromisso em audiência.
nando-lhes prazo razoável.
§ 2o Caso o autor não se faça acompanhar por tradutor, o juiz de -
verá nomear outro que preste compromisso em audiência.
FPPC536. (art. 772, III; art. 773, parágrafo único) O juiz poderá,
na execução civil, determinar a quebra de sigilo bancário e
FPPC79. (art. 768) Não sendo possível a inquirição tratada no art.
fiscal.
768 sem prejuízo aos compromissos comerciais da embarcação,
o juiz expedirá carta precatória itinerante para a tomada dos de-
poimentos em um dos portos subsequentes de escala. Art. 773. O juiz poderá, de ofício ou a requerimento, determinar
as medidas necessárias ao cumprimento da ordem de entrega
de documentos e dados.
Art. 769. Aberta a audiência, o juiz mandará apregoar os consig-
Parágrafo único. Quando, em decorrência do disposto neste arti-
natários das cargas indicados na petição inicial e outros eventuais
go, o juízo receber dados sigilosos para os fins da execução, o juiz
interessados, nomeando para os ausentes curador para o ato.
adotará as medidas necessárias para assegurar a confidencialida-
de.
Art. 770. Inquiridos o comandante e as testemunhas, o juiz, con-
vencido da veracidade dos termos lançados no Diário da Navega-
Art. 774. Considera-se ATENTATÓRIA À DIGNIDADE DA JUSTI-
ção, em audiência, ratificará por sentença o protesto ou o proces-
ÇA a conduta comissiva ou omissiva do executado que:
so testemunhável lavrado a bordo, dispensado o relatório.
I - frauda a execução;
Parágrafo único. Independentemente do trânsito em julgado, o
II - se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e
juiz determinará a entrega dos autos ao autor ou ao seu advoga-
meios artificiosos;
do, mediante a apresentação de traslado.
III - dificulta ou embaraça a realização da penhora;
IV - resiste injustificadamente às ordens judiciais;
LIVRO II
V - intimado, não indica ao juiz quais são e onde estão os
DO PROCESSO DE EXECUÇÃO
bens sujeitos à penhora e os respectivos valores, nem exibe
TÍTULO I
prova de sua propriedade e, se for o caso, certidão negativa de
DA EXECUÇÃO EM GERAL
ônus.
CAPÍTULO I
Parágrafo único. Nos casos previstos neste artigo, o juiz fixará
DISPOSIÇÕES GERAIS
multa em montante não superior a 20% do valor atualizado do
Art. 771. Este Livro regula o procedimento da execução fundada
débito em execução, a qual será REVERTIDA EM PROVEITO DO
em título extrajudicial, e suas disposições aplicam-se, também,
EXEQUENTE, exigível nos próprios autos do processo, sem prejuí-
no que couber, aos procedimentos especiais de execução, aos
zo de outras sanções de natureza processual ou material.
atos executivos realizados no procedimento de cumprimento de
sentença, bem como aos efeitos de atos ou fatos processuais a
que a lei atribuir força executiva. FPPC537. (art. 774; Lei 6.830/1980). A conduta comissiva ou
Parágrafo único. Aplicam-se subsidiariamente à execução as dis- omissiva caracterizada como atentatória à dignidade da justiça
posições do Livro I da Parte Especial. no procedimento da execução fiscal enseja a aplicação da multa
do parágrafo único do art. 774 do CPC/15.

FPPC444. (arts. 771, parágrafo único, 822 e 823 e 139, IV) Para o
processo de execução de título extrajudicial de obrigação de Art. 775. O exequente tem o direito de desistir de toda a exe-
não fazer, NÃO É necessário propor a ação de conhecimento cução ou de apenas alguma medida executiva.

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DIA 16 / 15

Parágrafo único. Na desistência da execução, observar-se-á o primento de sentença, haja ou não impugnação, depois de es-
seguinte: coado o prazo para pagamento voluntário, que se inicia após
I - serão extintos a impugnação e os embargos que versarem a intimação do advogado da parte executada
apenas sobre questões processuais, pagando o exequente as OBS: Se o credor inicia o cumprimento de sentença, o devedor é
custas processuais e os honorários advocatícios; intimado e paga dentro do prazo de 15 dias, isso é considerado
II - nos demais casos, a extinção dependerá da concordância
pelo STJ como sendo pagamento espontâneo do devedor
do impugnante ou do embargante.

Art. 776. O exequente ressarcirá ao executado os danos que CAPÍTULO II


este sofreu, quando a sentença, transitada em julgado, decla- DAS PARTES
rar inexistente, no todo ou em parte, a obrigação que ensejou Art. 778. Pode promover a execução forçada o credor a quem
a execução. a lei confere título executivo.
§ 1o Podem promover a execução forçada ou nela prosseguir,
Art. 777. A cobrança de multas ou de indenizações decorrentes em sucessão ao exequente originário:
de litigância de má-fé ou de prática de ato atentatório à dignida- I - o Ministério Público, nos casos previstos em lei;
de da justiça será promovida nos próprios autos do processo. II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre
que, por morte deste, lhes for transmitido o direito resultante do
título executivo;
SÚMULAS SOBRE EXECUÇÃO
III - o cessionário, quando o direito resultante do título executivo
Súmula 27-STJ: Pode a execução fundar-se em mais de um títu- lhe for transferido por ato entre vivos;
lo extrajudicial relativos ao mesmo negócio IV - o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencio-
Súmula 46-STJ: Na execução por carta, os embargos do de- nal.
vedor serão decididos no juízo deprecante, salvo se versarem § 2o A sucessão prevista no § 1 o independe de consentimento
unicamente vícios ou defeitos da penhora, avaliação ou aliena- do executado.
ção dos bens.
Súmula 196-STJ: Ao executado que, citado por edital ou por Art. 779. A execução pode ser promovida contra:
hora certa, permanecer revel, será nomeado curador especial, I - o devedor, reconhecido como tal no título executivo;
com legitimidade para apresentação de embargos. II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor;
Súmula 233-STJ: O contrato de abertura de crédito, ainda que III - o novo devedor que assumiu, com o consentimento do cre-
acompanhado de extrato da conta-corrente, NÃO É TÍTULO dor, a obrigação resultante do título executivo;
EXECUTIVO. IV - o fiador do débito constante em título extrajudicial;
Súmula 247-STJ: O contrato de abertura de crédito em conta- V - o responsável titular do bem vinculado por garantia real ao
corrente, acompanhado do demonstrativo de débito, constitui pagamento do débito;
documento hábil para o ajuizamento da ação monitória. VI - o responsável tributário, assim definido em lei.
Súmula 258-STJ: A nota promissória vinculada a contrato de
abertura de crédito não goza de autonomia em razão da ili- JDPC97 A execução pode ser promovida apenas contra o titular
quidez do título que a originou. do bem oferecido em garantia real, cabendo, nesse caso, so-
Súmula 268-STJ: O fiador que não integrou a relação processu- mente a intimação de eventual coproprietário que não tenha
al na ação de despejo não responde pela execução do julgado. outorgado a garantia.
Súmula 300-STJ: O instrumento de confissão de dívida, ainda FPPC445. (art. 779) O fiador judicial também pode ser sujeito
que originário de contrato de abertura de crédito, constitui passivo da execução.
título executivo extrajudicial
Súmula 317-STJ: É definitiva a execução de título extrajudicial,
Art. 780. O exequente pode cumular várias execuções, ainda
ainda que pendente apelação contra sentença que julgue im-
que fundadas em títulos diferentes, quando o executado for o
procedentes os embargos. • Polêmica, mas prevalece que voltou
mesmo e desde que para todas elas seja competente o mes-
a valer com o CPC/2015
mo juízo e idêntico o procedimento.
Súmula 319-STJ: O encargo de depositário de bens penhorados
pode ser expressamente recusado.
CAPÍTULO III
Súmula 328-STJ: Na execução contra instituição financeira, é
DA COMPETÊNCIA
penhorável o numerário disponível, excluídas as reservas bancá-
Art. 781. A execução fundada em título extrajudicial será proces-
rias mantidas no Banco Central.
sada perante o juízo competente, observando-se o seguinte:
Súmula 375-STJ: O reconhecimento da fraude à execução de-
I - a execução poderá ser proposta no foro de domicílio do
pende do registro da penhora do bem alienado ou da prova de
executado, de eleição constante do título ou, ainda, de situa-
má-fé do terceiro adquirente. • Obs.: a Súmula 375 do STJ NÃO
ção dos bens a ela sujeitos;
é aplicada no caso das execuções fiscais de créditos tributários.
II - tendo mais de um domicílio, o executado poderá ser deman-
Súmula 417-STJ: Na execução civil, a penhora de dinheiro na
dado no foro de qualquer deles;
ordem de nomeação de bens não tem caráter absoluto.
III - sendo incerto ou desconhecido o domicílio do executado,
Súmula 451-STJ: É legítima a penhora da sede do estabeleci-
a execução poderá ser proposta no lugar onde for encontrado
mento comercial.
ou no foro de domicílio do exequente;
Súmula 478-STJ: Na execução de crédito relativo a cotas con-
IV - havendo mais de um devedor, com diferentes domicílios, a
dominiais, este tem preferência sobre o hipotecário.
execução será proposta no foro de qualquer deles, à escolha do
Súmula 517-STJ: São devidos honorários advocatícios no cum-
exequente;

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DIA 16 / 16

V - a execução poderá ser proposta no foro do lugar em que se VII - o crédito decorrente de foro e laudêmio;
praticou o ato ou em que ocorreu o fato que deu origem ao títu - VIII - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de
lo, mesmo que nele não mais resida o executado. aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais
como taxas e despesas de condomínio;
Art. 782. Não dispondo a lei de modo diverso, o juiz determinará IX - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos
os atos executivos, e o oficial de justiça os cumprirá. Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, correspondente aos
§ 1o O oficial de justiça poderá cumprir os atos executivos deter- créditos inscritos na forma da lei;
minados pelo juiz também nas comarcas contíguas, de fácil co- X - o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraor-
municação, e nas que se situem na mesma região metropolitana. dinárias de condomínio edilício, previstas na respectiva conven-
§ 2o Sempre que, para efetivar a execução, for necessário o em- ção ou aprovadas em assembleia geral, desde que documental-
prego de força policial, o juiz a requisitará. mente comprovadas;
§ 3o A requerimento da parte, o juiz pode determinar a inclu- XI - a certidão expedida por serventia notarial ou de registro
são do nome do executado em cadastros de inadimplentes. relativa a valores de emolumentos e demais despesas devidas
§ 4o A inscrição será cancelada imediatamente se for efetuado pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas estabelecidas
o pagamento, se for garantida a execução ou se a execução em lei;
for extinta por qualquer outro motivo. XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expres-
§ 5o O disposto nos §§ 3o e 4o aplica-se à execução definitiva de sa, a lei atribuir força executiva.
título judicial. § 1o A propositura de qualquer ação relativa a débito constante
de título executivo NÃO INIBE o credor de promover-lhe a exe-
cução.
FPPC190. (art. 782, § 3º) O art. 782, § 3º, não veda a inclusão
§ 2o Os títulos executivos extrajudiciais oriundos de país estran-
extrajudicial do nome do executado em cadastros de ina-
geiro NÃO DEPENDEM DE HOMOLOGAÇÃO para serem execu-
dimplentes, pelo credor ou diretamente pelo órgão de pro-
tados.
teção ao crédito.
§ 3o O título estrangeiro só terá eficácia executiva quando sa-
FPPC191. (arts. 792, § 4º, 675, caput, parágrafo único) O prazo
tisfeitos os requisitos de formação exigidos pela lei do lugar
de 15 dias para opor embargos de terceiro, disposto no § 4º
de sua celebração e quando o Brasil for indicado como o lu-
do art. 792, é aplicável exclusivamente aos casos de declara-
gar de cumprimento da obrigação.
ção de fraude à execução; os demais casos de embargos de
terceiro são regidos na forma do caput do art. 675
FPPC538. (art. 782, § 4º; 517, § 4º) Aplica-se o procedimento do JDPC100 Interpreta-se a expressão condomínio edilício do art.
§ 4º do art. 517 ao cancelamento da inscrição de cadastro de 784, X, do CPC de forma a compreender tanto os condomínios
inadimplentes do § 4º do art. 782 verticais, quanto os horizontais de lotes, nos termos do art.
JDPC98 O art. 782, § 3º, do CPC não veda a possibilidade de o 1.358-A do Código Civil.
credor, ou mesmo o órgão de proteção ao crédito, fazer a in-
clusão extrajudicial do nome do executado em cadastros de Art. 785. A existência de título executivo extrajudicial não impe-
inadimplentes. de a parte de optar pelo processo de conhecimento, a fim de ob-
JDPC99 A inclusão do nome do executado em cadastros de ter título executivo judicial.
inadimplentes poderá se dar na execução definitiva de títu-
lo judicial ou extrajudicial. FPPC446. (arts. 785 e 700) Cabe ação monitória mesmo quan-
do o autor for portador de título executivo extrajudicial
CAPÍTULO IV JDPC101 É admissível ação monitória, ainda que o autor de-
DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA REALIZAR QUALQUER tenha título executivo extrajudicial.
EXECUÇÃO
Seção I Seção II
Do Título Executivo Da Exigibilidade da Obrigação
Art. 783. A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sem- Art. 786. A execução pode ser instaurada caso o devedor não sa-
pre em título de OBRIGAÇÃO CERTA, LÍQUIDA e EXIGÍVEL. tisfaça a obrigação certa, líquida e exigível consubstanciada em tí-
tulo executivo.
Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais: Parágrafo único. A necessidade de simples operações aritméti-
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debên- cas para apurar o crédito exequendo não retira a liquidez da
ture e o cheque; obrigação constante do título.
II - a escritura pública ou outro documento público assinado
pelo devedor; Art. 787. Se o devedor não for obrigado a satisfazer sua presta-
III - o documento particular assinado pelo devedor e por 2 ção senão mediante a contraprestação do credor, este deverá
testemunhas; provar que a adimpliu ao requerer a execução, sob pena de extin-
IV - o instrumento de transação referendado pelo Ministério ção do processo.
Público, pela Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pe- Parágrafo único. O executado poderá eximir-se da obrigação,
los advogados dos transatores ou por conciliador ou media- depositando em juízo a prestação ou a coisa, caso em que o
dor credenciado por tribunal; juiz não permitirá que o credor a receba sem cumprir a contra-
V - o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou prestação que lhe tocar.
outro direito real de garantia e aquele garantido por caução;
VI - o contrato de seguro de vida em caso de morte;

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DIA 16 / 17

Art. 788. O credor não poderá iniciar a execução ou nela prosse- V - nos demais casos expressos em lei.
guir se o devedor cumprir a obrigação, mas poderá recusar o re- § 1o A alienação em fraude à execução é INEFICAZ em relação
cebimento da prestação se ela não corresponder ao direito ou ao exequente.
à obrigação estabelecidos no título executivo, caso em que po- § 2o No caso de aquisição de bem não sujeito a registro, o tercei-
derá requerer a execução forçada, ressalvado ao devedor o direito ro adquirente tem o ônus de provar que adotou as cautelas ne-
de embargá-la. cessárias para a aquisição, mediante a exibição das certidões per-
tinentes, obtidas no domicílio do vendedor e no local onde se en-
CAPÍTULO V contra o bem.
DA RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL § 3o Nos casos de desconsideração da personalidade jurídica, a
Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presen- fraude à execução VERIFICA-SE A PARTIR DA CITAÇÃO da
tes e futuros para o cumprimento de suas obrigações, salvo as parte cuja personalidade se pretende desconsiderar.
restrições estabelecidas em lei. § 4o Antes de declarar a fraude à execução, o juiz deverá intimar o
terceiro adquirente, que, se quiser, poderá opor embargos de
Art. 790. São sujeitos à execução os bens: terceiro, no prazo de 15 dias.
I - do sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada
em direito real ou obrigação reipersecutória; Art. 793. O exequente que estiver, por direito de retenção, na
II - do sócio, nos termos da lei; posse de coisa pertencente ao devedor não poderá promover a
III - do devedor, ainda que em poder de terceiros; execução sobre outros bens senão depois de excutida a coisa que
IV - do cônjuge ou companheiro, nos casos em que seus bens se achar em seu poder.
próprios ou de sua meação respondem pela dívida;
V - alienados ou gravados com ônus real em fraude à execução; Art. 794. O fiador, quando executado, tem o direito de exigir
VI - cuja alienação ou gravação com ônus real tenha sido anulada que primeiro sejam executados os bens do devedor situados
em razão do reconhecimento, em ação autônoma, de fraude con- na mesma comarca, livres e desembargados, indicando-os por-
tra credores; menorizadamente à penhora.
VII - do responsável, nos casos de desconsideração da personali- § 1o Os bens do fiador ficarão sujeitos à execução se os do deve-
dade jurídica. dor, situados na mesma comarca que os seus, forem insuficientes
à satisfação do direito do credor.
Art. 791. Se a execução tiver por objeto obrigação de que seja § 2o O fiador que pagar a dívida poderá executar o afiançado
sujeito passivo o proprietário de terreno submetido ao regime do nos autos do mesmo processo.
direito de superfície, ou o superficiário, responderá pela dívida, § 3o O disposto no caput não se aplica se o fiador houver re-
exclusivamente, o direito real do qual é titular o executado, nunciado ao benefício de ordem.
recaindo a penhora ou outros atos de constrição exclusivamente
sobre o terreno, no primeiro caso, ou sobre a construção ou a Art. 795. Os bens particulares dos sócios não respondem pelas
plantação, no segundo caso. dívidas da sociedade, senão nos casos previstos em lei.
§ 1o Os atos de constrição a que se refere o caput serão averba- § 1o O sócio réu, quando responsável pelo pagamento da dívida
dos separadamente na matrícula do imóvel, com a identificação da sociedade, tem o direito de exigir que primeiro sejam excu-
do executado, do valor do crédito e do objeto sobre o qual recai tidos os bens da sociedade.
o gravame, devendo o oficial destacar o bem que responde pela § 2o Incumbe ao sócio que alegar o benefício do § 1 o nomear
dívida, se o terreno, a construção ou a plantação, de modo a as- quantos bens da sociedade situados na mesma comarca, livres e
segurar a publicidade da responsabilidade patrimonial de cada desembargados, bastem para pagar o débito.
um deles pelas dívidas e pelas obrigações que a eles estão vincu- § 3o O sócio que pagar a dívida poderá executar a sociedade
ladas. nos autos do mesmo processo.
§ 2o Aplica-se, no que couber, o disposto neste artigo à enfiteuse, § 4o Para a desconsideração da personalidade jurídica é obrigató-
à concessão de uso especial para fins de moradia e à concessão ria a observância do incidente previsto neste Código.
de direito real de uso.
Art. 796. O espólio responde pelas dívidas do falecido, mas, feita
CJF 150: Aplicam-se ao direito de laje os arts. 791, 804 e 889, a partilha, cada herdeiro responde por elas dentro das forças da
III, do CPC. herança e na proporção da parte que lhe coube.

Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é considerada LEI 4717/65 – AÇÃO POPULAR
fraude à execução:
I - quando sobre o bem pender ação fundada em direito real Art. 5°, LXXIII, CF/88 - qualquer cidadão é parte legítima para
ou com pretensão reipersecutória, desde que a pendência do propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao
processo tenha sido averbada no respectivo registro público, patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à
se houver; moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
II - quando tiver sido averbada, no registro do bem, a pen- patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
dência do processo de execução, na forma do art. 828; comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
III - quando tiver sido averbado, no registro do bem, hipoteca sucumbência;
judiciária ou outro ato de constrição judicial originário do
processo onde foi arguida a fraude;
Art. 1º QUALQUER CIDADÃO (comprovação através do títu-
IV - quando, ao tempo da alienação ou da oneração, tramita-
lo de eleitor) será parte legítima para pleitear a anulação ou a
va contra o devedor ação capaz de reduzi-lo à insolvência;

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declaração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio da Uni- c) a ILEGALIDADE DO OBJETO ocorre quando o resultado
ão, do Distrito Federal, dos Estados, dos Municípios, de entidades do ato importa em violação de lei, regulamento ou outro ato
autárquicas, de sociedades de economia mista (Constituição, art. normativo;
141, § 38), de sociedades mútuas de seguro nas quais a União re- d) a INEXISTÊNCIA DOS MOTIVOS se verifica quando a
presente os segurados ausentes, de empresas públicas, de servi- matéria de fato ou de direito, em que se fundamenta o ato, é
ços sociais autônomos, de instituições ou fundações para cuja cri- materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao
ação ou custeio o tesouro público haja concorrido ou concorra resultado obtido;
com mais de 50% do patrimônio ou da receita ânua, de empre- e) o DESVIO DE FINALIDADE se verifica quando o agente
sas incorporadas ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto, explícita
Estados e dos Municípios, e de quaisquer pessoas jurídicas ou en- ou implicitamente, na regra de competência.
tidades subvencionadas pelos cofres públicos.
§ 1º - Consideram-se patrimônio público para os fins refe- Art. 3º Os atos lesivos ao patrimônio das pessoas de direito
ridos neste artigo, os bens e direitos de valor econômico, ar- público ou privado, ou das entidades mencionadas no art. 1º, cu-
tístico, estético, histórico ou turístico. jos vícios não se compreendam nas especificações do artigo ante-
O objeto da ação popular abarca direito difusos, mas não direi- rior, serão anuláveis, segundo as prescrições legais, enquanto
tos individuais homogêneos. compatíveis com a natureza deles.
§ 2º Em se tratando de instituições ou fundações, para cuja
Art. 4º São também NULOS os seguintes atos ou contratos,
criação ou custeio o tesouro público concorra com menos de
praticados ou celebrados por quaisquer das pessoas ou entidades
50% do patrimônio ou da receita ânua, bem como de pessoas ju-
referidas no art. 1º.
rídicas ou entidades subvencionadas, as consequências patrimo-
I - A admissão ao serviço público remunerado, com deso-
niais da invalidez dos atos lesivos terão por limite a repercussão
bediência, quanto às condições de habilitação, das normas le-
deles sobre a contribuição dos cofres públicos.
gais, regulamentares ou constantes de instruções gerais.
§ 3º A prova da cidadania, para ingresso em juízo, será feita
II - A operação bancária ou de crédito real, quando:
com o título eleitoral, ou com documento que a ele corres-
a) for realizada com desobediência a normas legais, regu-
ponda.
lamentares, estatutárias, regimentais ou internas;
§ 4º Para instruir a inicial, o cidadão poderá requerer às en-
b) o valor real do bem dado em hipoteca ou penhor for
tidades, a que se refere este artigo, as certidões e informações
inferior ao constante de escritura, contrato ou avaliação.
que julgar necessárias, bastando para isso indicar a finalidade das
III - A empreitada, a tarefa e a concessão do serviço pú-
mesmas.
blico, quando:
§ 5º As certidões e informações, a que se refere o parágrafo
a) o respectivo contrato houver sido celebrado sem prévia
anterior, deverão ser fornecidas dentro de 15 dias da entrega,
concorrência pública ou administrativa, sem que essa condi-
sob recibo, dos respectivos requerimentos, e só poderão ser utili-
ção seja estabelecida em lei, regulamento ou norma geral;
zadas para a instrução de ação popular.
b) no edital de concorrência forem incluídas cláusulas ou
§ 6º Somente nos casos em que o interesse público, devida-
condições, que comprometam o seu caráter competitivo;
mente justificado, impuser sigilo, poderá ser negada certidão ou
c) a concorrência administrativa for processada em con-
informação.
dições que impliquem na limitação das possibilidades nor-
§ 7º Ocorrendo a hipótese do parágrafo anterior, a ação po-
mais de competição.
derá ser proposta desacompanhada das certidões ou informa-
IV - As modificações ou vantagens, inclusive prorroga-
ções negadas, cabendo ao juiz, após apreciar os motivos do in-
ções que forem admitidas, em favor do adjudicatário, durante
deferimento, e salvo em se tratando de razão de segurança nacio-
a execução dos contratos de empreitada, tarefa e concessão de
nal, requisitar umas e outras; feita a requisição, o processo cor-
serviço público, sem que estejam previstas em lei ou nos respec-
rerá em segredo de justiça, que cessará com o trânsito em jul-
tivos instrumentos.,
gado de sentença condenatória.
V - A compra e venda de bens móveis ou imóveis, nos ca-
sos em que não cabível concorrência pública ou administrativa,
Súmula 365-STF: Pessoa jurídica não tem legitimidade para quando:
propor ação popular a) for realizada com desobediência a normas legais, regu-
lamentares, ou constantes de instruções gerais;
Art. 2º São NULOS os atos lesivos ao patrimônio das enti- b) o preço de compra dos bens for superior ao corrente
dades mencionadas no artigo anterior, nos casos de: no mercado, na época da operação;
a) incompetência; c) o preço de venda dos bens for inferior ao corrente no
b) vício de forma; mercado, na época da operação.
c) ilegalidade do objeto; VI - A concessão de licença de exportação ou importação,
d) inexistência dos motivos; qualquer que seja a sua modalidade, quando:
e) desvio de finalidade. a) houver sido praticada com violação das normas legais e
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade regulamentares ou de instruções e ordens de serviço;
observar-se-ão as seguintes normas: b) resultar em exceção ou privilégio, em favor de exporta-
a) a INCOMPETÊNCIA fica caracterizada quando o ato não dor ou importador.
se incluir nas atribuições legais do agente que o praticou; VII - A operação de redesconto quando sob qualquer as-
b) o VÍCIO DE FORMA consiste na omissão ou na obser- pecto, inclusive o limite de valor, desobedecer a normas legais,
vância incompleta ou irregular de formalidades indispensá- regulamentares ou constantes de instruções gerais.
veis à existência ou seriedade do ato;

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VIII - O empréstimo concedido pelo Banco Central da Re- pectivo representante legal ou dirigente – LEGITIMIDADE PEN-
pública, quando: DULAR ou BIFRONTE/INTERVENÇÃO MÓVEL
a) concedido com desobediência de quaisquer normas le- § 4º O Ministério Público acompanhará a ação, cabendo-
gais, regulamentares, regimentais ou constantes de instruções lhe apressar a produção da prova e promover a responsabili-
gerias: dade, civil ou criminal, dos que nela incidirem, sendo-lhe VEDA-
b) o valor dos bens dados em garantia, na época da ope- DO, em qualquer hipótese, assumir a defesa do ato impugna-
ração, for inferior ao da avaliação. do ou dos seus autores.
IX - A emissão, quando efetuada sem observância das § 5º É facultado a qualquer cidadão habilitar-se como li-
normas constitucionais, legais e regulamentadoras que regem a tisconsorte ou assistente do autor da ação popular.
espécie.
DO PROCESSO
DA COMPETÊNCIA Art. 7º A ação obedecerá ao procedimento ordinário (CPC/15
Art. 5º Conforme a origem do ato impugnado, é competente = procedimento comum), previsto no CPC, observadas as seguin-
para conhecer da ação, processá-la e julgá-la o juiz que, de acor- tes normas modificativas:
do com a organização judiciária de cada Estado, o for para as I - Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:
causas que interessem à União, ao Distrito Federal, ao Estado ou a) além da citação dos réus, a intimação do representante do
ao Município. Ministério Público;
§ 1º Para fins de competência, equiparam-se atos da Uni- b) a requisição, às entidades indicadas na petição inicial, dos
ão, do Distrito Federal, do Estado ou dos Municípios os atos documentos que tiverem sido referidos pelo autor (art. 1º, § 6º),
das pessoas criadas ou mantidas por essas pessoas jurídicas bem como a de outros que se lhe afigurem necessários ao escla-
de direito público, bem como os atos das sociedades de que recimento dos fatos, ficando prazos de 15 a 30 dias para o aten-
elas sejam acionistas e os das pessoas ou entidades por elas dimento.
subvencionadas ou em relação às quais tenham interesse pa- § 1º O representante do Ministério Público providenciará
trimonial. para que as requisições, a que se refere o inciso anterior, sejam
§ 2º Quando o pleito interessar simultaneamente à União e a atendidas dentro dos prazos fixados pelo juiz.
qualquer outra pessoas ou entidade, será competente o juiz das § 2º Se os documentos e informações não puderem ser ofe-
causas da União, se houver; quando interessar simultaneamente recidos nos prazos assinalados, o juiz poderá autorizar prorroga-
ao Estado e ao Município, será competente o juiz das causas do ção dos mesmos, por prazo razoável.
Estado, se houver. II - Quando o autor o preferir, a citação dos beneficiários
§ 3º A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo far-se-á por edital com o prazo de 30 dias, afixado na sede do
para todas as ações, que forem posteriormente intentadas contra juízo e publicado 3 vezes no jornal oficial do Distrito Federal, ou
as mesmas partes e sob os mesmos fundamentos. da Capital do Estado ou Território em que seja ajuizada a ação. A
§ 4º Na defesa do patrimônio público CABERÁ A SUSPEN- publicação será gratuita e deverá iniciar-se no máximo 3 dias
SÃO LIMINAR do ato lesivo impugnado. após a entrega, na repartição competente, sob protocolo, de uma
via autenticada do mandado.
DOS SUJEITOS PASSIVOS DA AÇÃO E DOS ASSISTENTES III - Qualquer pessoa, beneficiada ou responsável pelo ato
Art. 6º A ação será proposta contra as pessoas públicas ou impugnado, cuja existência ou identidade se torne conhecida no
privadas e as entidades referidas no art. 1º, contra as autorida- curso do processo e antes de proferida a sentença final de pri-
des, funcionários ou administradores que houverem autoriza- meira instância, deverá ser citada para a integração do contradi-
do, aprovado, ratificado ou praticado o ato impugnado, ou que, tório, sendo-lhe restituído o prazo para contestação e produção
por omissas, tiverem dado oportunidade à lesão, e contra os be- de provas, Salvo, quanto a beneficiário, se a citação se houver fei-
neficiários diretos do mesmo to na forma do inciso anterior.
Pessoas públicas ou privadas e as IV - O prazo de CONTESTAÇÃO é de 20 dias, prorrogáveis
SUJEITOS PASSIVOS entidades referidas no art. 1º por mais 20, a requerimento do interessado, se particularmente
STJ entende que é hipóte- difícil a produção de prova documental, e será comum a todos os
Autoridades, funcionários ou admi- interessados, correndo da entrega em cartório do mandado cum-
se de litisconsórcio passi-
nistradores prido, ou, quando for o caso, do decurso do prazo assinado em
vo necessário. Resp.
931528/SP Beneficiários diretos edital.
Litisconsórcio V - Caso não requerida, até o despacho saneador, a produ-
NECESSÁRIO e SIMPLES ção de prova testemunhal ou pericial, o juiz ordenará vista às par-
tes por 10 dias, para alegações, sendo-lhe os autos conclusos,
§ 1º Se não houver benefício direto do ato lesivo, ou se for
para sentença, 48 horas após a expiração desse prazo; havendo
ele indeterminado ou desconhecido, a ação será proposta somen-
requerimento de prova, o processo tomará o rito ordinário.
te contra as outras pessoas indicadas neste artigo.
VI - A sentença, quando não prolatada em audiência de ins-
§ 2º No caso de que trata o inciso II, item "b", do art. 4º,
trução e julgamento, deverá ser proferida dentro de 15 dias do
quando o valor real do bem for inferior ao da avaliação, citar-se-
recebimento dos autos pelo juiz.
ão como réus, além das pessoas públicas ou privadas e entidades
Parágrafo único. O proferimento da sentença além do pra-
referidas no art. 1º, apenas os responsáveis pela avaliação inexata
zo estabelecido privará o juiz da inclusão em lista de mereci-
e os beneficiários da mesma.
mento para promoção, durante 2 anos, e acarretará a perda,
§ 3º A pessoas jurídica de direito público ou de direito
para efeito de promoção por antigüidade, de tantos dias
privado, cujo ato seja objeto de impugnação, poderá abster-se
quantos forem os do retardamento, salvo motivo justo, decli-
de contestar o pedido, ou poderá atuar ao lado do autor, des-
de que isso se afigure útil ao interesse público, a juízo do res-

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DIA 16 / 20

nado nos autos e comprovado perante o órgão disciplinar com- das peças necessárias às autoridades ou aos administradores
petente. a quem competir aplicar a sanção.

Art. 8º Ficará sujeita à pena de desobediência, salvo motivo Art. 16. Caso decorridos 60 dias da publicação da senten-
justo devidamente comprovado, a autoridade, o administrador ou ça condenatória de 2a instância, sem que o autor ou terceiro
o dirigente, que deixar de fornecer, no prazo fixado no art. 1º, § promova a respectiva execução, o representante do Ministé-
5º, ou naquele que tiver sido estipulado pelo juiz (art. 7º, n. I, letra rio Público a promoverá nos 30 dias seguintes, sob pena de
"b"), informações e certidão ou fotocópia de documento necessá- falta grave.
rios à instrução da causa.
Parágrafo único. O prazo contar-se-á do dia em que entre- Art. 17. É sempre permitida às pessoas ou entidades refe-
gue, sob recibo, o requerimento do interessado ou o ofício de re- ridas no art. 1º, ainda que hajam contestado a ação, promover,
quisição (art. 1º, § 5º, e art. 7º, n. I, letra "b"). em qualquer tempo, e no que as beneficiar a execução da
sentença contra os demais réus.
Art. 9º Se o autor desistir da ação ou der motiva à absol-
vição da instância, serão publicados editais nos prazos e condi- Art. 18. A sentença terá eficácia de coisa julgada oponível
ções previstos no art. 7º, inciso II, ficando assegurado a QUAL- "erga omnes", exceto no caso de haver sido a ação julgada im-
QUER CIDADÃO, bem como ao representante do Ministério procedente por deficiência de prova; neste caso, qualquer cida-
Público, dentro do prazo de 90 dias da última publicação fei- dão poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, va-
ta, promover o prosseguimento da ação. lendo-se de nova prova.

MP não pode ajuizar AP, mas pode ser AUTOR SUPERVENIEN- Art. 19. A sentença que concluir pela CARÊNCIA ou pela IM-
TE em caso de desistência. PROCEDÊNCIA da ação está sujeita ao duplo grau de jurisdi-
ção, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo
tribunal (REEXAME NECESSÁRIO INVERTIDO; aplicável à ação
Art. 10. As partes só pagarão custas e preparo a final.
de improbidade administrativa); da que julgar a ação proce-
dente caberá apelação, COM EFEITO SUSPENSIVO.
Art. 11. A sentença que, julgando procedente a ação popu-
§ 1º Das decisões interlocutórias cabe agravo de instrumen-
lar, decretar a invalidade do ato impugnado, condenará ao pa-
to.
gamento de perdas e danos os responsáveis pela sua prática e
§ 2º Das sentenças e decisões proferidas contra o autor da
os beneficiários dele, ressalvada a ação regressiva contra os fun-
ação e suscetíveis de recurso, poderá recorrer qualquer cidadão e
cionários causadores de dano, quando incorrerem em culpa.
também o Ministério Público.
Art. 12. A sentença incluirá sempre, na condenação dos
DISPOSIÇÕES GERAIS
réus, o pagamento, ao autor, das custas e demais despesas,
Art. 20. Para os fins desta lei, consideram-se entidades au-
judiciais e extrajudiciais, diretamente relacionadas com a ação e
tárquicas:
comprovadas, bem como o dos honorários de advogado.
a) o serviço estatal descentralizado com personalidade
jurídica, custeado mediante orçamento próprio, independente do
Art. 13. A sentença que, apreciando o fundamento de direito
orçamento geral;
do pedido, julgar a lide manifestamente temerária, condenará o
b) as pessoas jurídicas especialmente instituídas por lei,
autor ao pagamento do décuplo das custas.
para a execução de serviços de interesse público ou social,
custeados por tributos de qualquer natureza ou por outros recur-
Art. 14. Se o valor da lesão ficar provado no curso da causa,
sos oriundos do Tesouro Público;
será indicado na sentença; se depender de avaliação ou perícia,
c) as entidades de direito público ou privado a que a lei
será apurado na execução.
tiver atribuído competência para receber e aplicar contribui-
§ 1º Quando a lesão resultar da falta ou isenção de qualquer
ções parafiscais.
pagamento, a condenação imporá o pagamento devido, com
acréscimo de juros de mora e multa legal ou contratual, se hou-
Art. 21. A ação prevista nesta lei prescreve em 5 anos.
ver.
§ 2º Quando a lesão resultar da execução fraudulenta, simu-
Art. 22. Aplicam-se à ação popular as regras do Código de
lada ou irreal de contratos, a condenação versará sobre a reposi-
Processo Civil, naquilo em que não contrariem os dispositivos
ção do débito, com juros de mora.
desta lei, nem a natureza específica da ação.
§ 3º Quando o réu condenado perceber dos cofres públicos,
a execução far-se-á por desconto em folha até o integral ressarci-
mento do dano causado, se assim mais convier ao interesse públi- É possível a declaração incidental de inconstitucionalidade
co. em Ação Popular, desde que a controvérsia constitucional não
§ 4º A parte condenada a restituir bens ou valores ficará su- figure como pedido, mas sim como causa de pedir,
jeita a sequestro e penhora, desde a prolação da sentença conde- fundamento ou simples questão prejudicial, indispensável à
natória. resolução do litígio principal, em torno da tutela do interesse
público. STJ. 1ª Turma. AgInt no REsp 1352498/DF
Art. 15. Se, no curso da ação, ficar provada a infringência A sentença que concluir pela carência ou pela improcedência de
da lei penal ou a prática de falta disciplinar a que a lei comine ação de improbidade administrativa está sujeita ao reexame
a pena de demissão ou a de rescisão de contrato de trabalho, o necessário, com base na aplicação subsidiária do CPC e por
juiz, "ex-officio", determinará a remessa de cópia autenticada

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DIA 16 / 21

aplicação analógica da primeira parte do art. 19 da Lei nº referidos no art. 2o e, como impetrado, o Poder, o órgão ou a au-
4.717/65. STJ. 1ª Seção. EREsp 1.220.667-MG toridade com atribuição para editar a norma regulamentadora.

REGRA: O STJ entende que é possível aplicar, por analogia, a


primeira parte do art. 19 da Lei nº 4.717/65 paras as sentenças Adoção da TEORIA DA ASSERÇÃO, visto que verificação da
de improcedência de ação civil pública. Nesse sentido: STJ. 2ª legitimidade ad causam é feita a partir daquilo que é narrado na
Turma. AgInt no REsp 1596028/MG inicial.
EXCEÇÃO: Não se admite o cabimento da remessa
necessária, tal como prevista no art. 19 da Lei nº 4.717/65, Art. 4o A petição inicial deverá preencher os requisitos estabele-
nas ações coletivas que versem sobre direitos individuais cidos pela lei processual e indicará, além do órgão impetrado, a
homogêneos. STJ. 3ª Turma. REsp 1.374.232-ES pessoa jurídica que ele integra ou aquela a que está vincula-
do.
Para o cabimento da Ação Popular, basta a ilegalidade do ato
administrativo por ofensa a normas específicas ou desvios dos § 1o Quando não for transmitida por meio eletrônico, a petição
princípios da Administração Pública, dispensando-se a inicial e os documentos que a instruem serão acompanhados de
demonstração de prejuízo material. STJ. 2ª Turma. AgInt no tantas vias quantos forem os impetrados.
AREsp 949.377/MG § 2o Quando o documento necessário à prova do alegado encon-
trar-se em repartição ou estabelecimento público, em poder de
O STF não possui competência originária para processar e
autoridade ou de terceiro, havendo recusa em fornecê-lo por cer-
julgar ação popular, ainda que ajuizada contra atos e/ou
tidão, no original, ou em cópia autêntica, será ordenada, a pedido
omissões do Presidente da República. A competência para
do impetrante, a exibição do documento no prazo de 10 dias,
julgar ação popular contra ato de qualquer autoridade, até
devendo, nesse caso, ser juntada cópia à segunda via da petição.
mesmo do Presidente da República, é, via de regra, do juízo de
§ 3o Se a recusa em fornecer o documento for do impetrado, a
1º grau. STF. Plenário. Pet 5856 AgR
ordem será feita no próprio instrumento da notificação.

LEI 13300/16 – MANDADO DE INJUNÇÃO Art. 5o Recebida a petição inicial, será ordenada:
I - a notificação do impetrado sobre o conteúdo da petição
Art. 5°, LXXI, CF/88 - conceder-se-á mandado de injunção inicial, devendo-lhe ser enviada a segunda via apresentada com
sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 10 dias,
o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das preste informações;
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à II - a ciência do ajuizamento da ação ao órgão de representa -
cidadania; ção judicial da pessoa jurídica interessada, devendo-lhe ser en-
viada cópia da petição inicial, para que, querendo, ingresse no fei-
Se o legislador não edita as normas regulamentadoras to.
necessárias ao exercício dos direitos constitucionais, há, neste
caso, uma omissão inconstitucional, ou seja, um comportamento
Art. 6o A petição inicial será desde logo indeferida quando a im-
omissivo que ofende a própria Constituição. Essa omissão na
petração for manifestamente incabível ou manifestamente im-
edição do regulamento faz com que as normas constitucionais
procedente.
tornem-se inefetivas ("síndrome da inefetividade das normas
Parágrafo único. Da decisão de relator que indeferir a petição ini-
constitucionais"). Os instrumentos para resolver a síndrome da
cial, caberá agravo, em 5 dias, para o órgão colegiado compe-
falta de efetividade das normas constitucionais são: mandado de
tente para o julgamento da impetração.
injunção e ação direta de inconstitucionalidade por omissão.
*https://www.dizerodireito.com.br/2016/06/primeiros-comentarios-lei-1330020
16-lei.html Art. 7o Findo o prazo para apresentação das informações, será
ouvido o Ministério Público, que opinará em 10 dias, após o que,
Art. 1o Esta Lei disciplina o processo e o julgamento dos manda- com ou sem parecer, os autos serão conclusos para decisão.
dos de injunção individual e coletivo, nos termos do inciso LXXI
do art. 5o da Constituição Federal. Art. 8o Reconhecido o estado de mora legislativa, será deferi-
da a injunção para:
I - determinar prazo razoável para que o impetrado promova
Art. 2o Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta
a edição da norma regulamentadora – CORRENTE CONCRE-
TOTAL ou PARCIAL de norma regulamentadora torne inviável
TISTA INTERMEDIÁRIA;
o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das
II - estabelecer as condições em que se dará o exercício dos di-
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cida-
reitos, das liberdades ou das prerrogativas reclamados ou, se for
dania.
o caso, as condições em que poderá o interessado promover ação
Parágrafo único. Considera-se parcial a regulamentação quan-
própria visando a exercê-los, caso não seja suprida a mora legisla-
do forem insuficientes as normas editadas pelo órgão legisla-
tiva no prazo determinado.
dor competente.
Parágrafo único. Será dispensada a determinação a que se refe-
re o inciso I do caput quando comprovado que o impetrado
Art. 3o São legitimados para o mandado de injunção, como im-
deixou de atender, em mandado de injunção anterior, ao pra-
petrantes, as pessoas naturais ou jurídicas QUE SE AFIRMAM
zo estabelecido para a edição da norma.
TITULARES dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas

EFICÁCIA OBJETIVA DA DECISÃO

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DIA 16 / 22

O Poder Judiciário, ao julgar procedente o Art. 10. Sem prejuízo dos efeitos já produzidos, a decisão poderá
mandado de injunção, deverá apenas co- ser revista, a pedido de qualquer interessado, quando sobre-
CORRENTE NÃO municar o Poder, órgão, entidade ou auto- vierem relevantes modificações das circunstâncias de fato ou
CONCRETISTA ridade que está sendo omisso. Foi adotada de direito.
pelo STF (MI 107/DF) até por volta do ano de Parágrafo único. A ação de revisão observará, no que couber, o
2007 procedimento estabelecido nesta Lei.

O Poder Judiciário, ao julgar procedente o Art. 11. A norma regulamentadora superveniente produzirá
mandado de injunção e reconhecer que existe EFEITOS EX NUNC em relação aos beneficiados por decisão
a omissão do Poder Público, deverá editar a transitada em julgado, salvo se a aplicação da norma editada
norma que está faltando ou determinar lhes for mais favorável.
que seja aplicada, ao caso concreto, uma já Parágrafo único. Estará prejudicada a impetração se a norma
existente para outras situações análogas. regulamentadora for editada antes da decisão, caso em que o
I – Quanto à necessidade ou não de con- processo será extinto sem resolução de mérito.
cessão de prazo para o impetrado, a posi-
ção concretista pode ser dividida em: Art. 12. O MANDADO DE INJUNÇÃO COLETIVO pode ser pro-
a) Corrente concretista DIRETA: o Judiciário movido:
deverá implementar uma solução para via- I - pelo Ministério Público, quando a tutela requerida for especi-
bilizar o direito do autor e isso deverá almente relevante para a defesa da ordem jurídica, do regime de-
ocorrer imediatamente (diretamente), não mocrático ou dos interesses sociais ou individuais indisponíveis;
sendo necessária nenhuma outra providência, II - por partido político com representação no Congresso Naci-
CORRENTE onal, para assegurar o exercício de direitos, liberdades e prerroga-
a não ser a publicação do dispositivo da deci-
CONCRETISTA tivas de seus integrantes ou relacionados com a finalidade parti-
são.
b) Corrente concretista INTERMEDIÁRIA: dária;
ao julgar procedente o mandado de injun- III - por organização sindical, entidade de classe ou associação
ção, o Judiciário, antes de viabilizar o di- legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 1
reito, deverá dar uma oportunidade ao ór- ano, para assegurar o exercício de direitos, liberdades e prerroga-
gão omisso para que este possa elaborar a tivas em favor da totalidade ou de parte de seus membros ou as-
norma regulamentadora. Assim, a decisão sociados, na forma de seus estatutos e desde que pertinentes a
judicial fixa um prazo para que o Poder, ór- suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial;
gão, entidade ou autoridade edite a norma IV - pela Defensoria Pública, quando a tutela requerida for espe-
que está faltando. cialmente relevante para a promoção dos direitos humanos e a
defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados, na
II – Quanto às pessoas atingidas pela deci- forma do inciso LXXIV do art. 5o da Constituição Federal.
são, a corrente concretista pode ser dividi- Parágrafo único. Os direitos, as liberdades e as prerrogativas
da em: protegidos por mandado de injunção coletivo são os pertencen-
a) Corrente concretista INDIVIDUAL: a solu- tes, indistintamente, a uma coletividade indeterminada de
ção "criada" pelo Poder Judiciário para sa- pessoas ou determinada por grupo, classe ou categoria.
nar a omissão estatal valerá apenas para o
autor do MI. Art. 13. No mandado de injunção coletivo, a sentença fará coi-
b) Corrente concretista GERAL: a decisão sa julgada limitadamente às pessoas integrantes da coletivi-
que o Poder Judiciário der no mandado de dade, do grupo, da classe ou da categoria substituídos pelo im-
injunção terá efeitos erga omnes e valerá petrante, sem prejuízo do disposto nos §§ 1o e 2o do art. 9o.
para todas as demais pessoas que estiverem Parágrafo único. O mandado de injunção coletivo NÃO INDUZ
na mesma situação. LITISPENDÊNCIA em relação aos individuais, mas os efeitos da
*Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br coisa julgada não beneficiarão o impetrante que não requerer a
DESISTÊNCIA da demanda individual no prazo de 30 dias a con-
Art. 9o A decisão terá eficácia subjetiva limitada às partes e tar da ciência comprovada da impetração coletiva.
produzirá efeitos até o advento da norma regulamentadora –
CONCRETISTA INDIVIDUAL Art. 14. Aplicam-se subsidiariamente ao mandado de injunção as
§ 1o Poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à normas do mandado de segurança, disciplinado pela Lei n o
decisão, quando isso for inerente ou indispensável ao exercício 12.016, de 7 de agosto de 2009, e do Código de Processo Civil,
do direito, da liberdade ou da prerrogativa objeto da impetra- instituído pela Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973, e pela Lei n o
ção – CONCRETISTA GERAL 13.105, de 16 de março de 2015, observado o disposto em seus
§ 2o Transitada em julgado a decisão, seus efeitos poderão ser arts. 1.045 e 1.046.
estendidos aos casos análogos por decisão monocrática do
relator.
§ 3o O indeferimento do pedido por insuficiência de prova não
impede a renovação da impetração fundada em outros elemen-
MANDADO DE INJUNÇÃO ADI POR OMISSÃO
tos probatórios.
Natureza e finalidade Natureza e finalidade.
Trata-se de processo no qual é A finalidade é declarar que há

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DIA 16 / 23

discutido um direito subjetivo. uma omissão, já que não existe LEI 12016/09 – MANDADO DE SEGURANÇA
A finalidade é viabilizar o determinada medida necessária
exercício de um direito. Há, para tornar efetiva uma norma
Art. 5°, LXIX, CF/88 - conceder-se-á mandado de segurança
portanto, controle concreto de constitucional.
para proteger direito líquido e certo, não amparado
constitucionalidade. Estamos diante, portanto, de
por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela
processo objetivo, em que há
ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente
controle abstrato de
de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
constitucionalidade.

Cabimento Cabimento
Art. 1o Conceder-se-á mandado de segurança para PROTEGER
Cabível quando faltar norma Cabível quando faltar norma
DIREITO LÍQUIDO E CERTO, não amparado por habeas corpus
regulamentadora de direitos e regulamentadora relacionada
ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de po-
liberdades constitucionais e com qualquer norma
der, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou hou-
das prerrogativas inerentes à constitucional de eficácia
ver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que
nacionalidade, à soberania e à limitada.
categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.
cidadania.
§ 1o Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os
representantes ou órgãos de partidos políticos e os adminis-
Legitimados ativos Legitimados ativos tradores de entidades autárquicas, bem como os dirigentes
MI individual: pessoas naturais Os legitimados da ADI por de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de
ou jurídicas que se afirmam omissão estão descritos no art. atribuições do poder público, somente no que disser respeito a
titulares dos direitos, das 103 da CF/88. essas atribuições.
liberdades ou das § 2o Não cabe mandado de segurança contra os atos de ges-
prerrogativas. tão comercial praticados pelos administradores de empresas pú-
MI coletivo: estão previstos no blicas, de sociedade de economia mista e de concessionárias de
art. 12 da Lei nº 13.300/2016. serviço público.
Competência Competência § 3o Quando o direito ameaçado ou violado couber a várias pes-
A competência para julgar a Se relacionada com norma da soas, qualquer delas poderá requerer o mandado de segurança.
ação dependerá da autoridade CF/88: STF.
que figura no polo passivo e Se relacionada com norma da Art. 2o Considerar-se-á federal a autoridade coatora se as conse-
que possui atribuição para CE: TJ. quências de ordem patrimonial do ato contra o qual se requer o
editar a norma. mandado houverem de ser suportadas pela União ou entidade
por ela controlada.
Efeitos da decisão Efeitos da decisão
Reconhecido o estado de Declarada a Art. 3o O titular de direito líquido e certo decorrente de direi-
mora legislativa, será deferida inconstitucionalidade por to, em condições idênticas, de terceiro poderá impetrar man-
a injunção para: omissão, o Judiciário dará dado de segurança a favor do direito originário, se o seu titu-
I - determinar prazo razoável ciência ao Poder competente lar não o fizer, no prazo de 30 dias, quando notificado judici-
para que o impetrado para que este adote as almente.
promova a edição da norma providências necessárias. Parágrafo único. O exercício do direito previsto no caput deste
regulamentadora; Se for órgão administrativo, artigo submete-se ao prazo fixado no art. 23 desta Lei (120 dias),
II - estabelecer as condições este terá um prazo de 30 dias contado da notificação.
em que se dará o exercício dos para adotar a medida
direitos, das liberdades ou das necessária. Art. 4o Em caso de urgência, é permitido, observados os requisi-
prerrogativas reclamados ou, Se for o Poder Legislativo, não tos legais, impetrar mandado de segurança por telegrama, radi-
se for o caso, as condições em há prazo. ograma, fax ou outro meio eletrônico de autenticidade com-
que poderá o interessado provada.
promover ação própria § 1o Poderá o juiz, em caso de urgência, notificar a autoridade
visando a exercê-los, caso não por telegrama, radiograma ou outro meio que assegure a autenti-
seja suprida a mora legislativa cidade do documento e a imediata ciência pela autoridade.
no prazo determinado. § 2o O texto original da petição deverá ser apresentado nos 5
Obs: será dispensada a dias úteis seguintes.
determinação a que se refere § 3o Para os fins deste artigo, em se tratando de documento ele-
o inciso I quando comprovado trônico, serão observadas as regras da Infra-Estrutura de Chaves
que o impetrado deixou de Públicas Brasileira - ICP-Brasil.
atender, em mandado de
injunção anterior, ao prazo
Art. 5o NÃO SE CONCEDERÁ MANDADO DE SEGURANÇA
estabelecido para a edição da
quando se tratar:
norma.
I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito sus-
*https://www.dizerodireito.com.br/2016/06/primeiros-comentarios-lei-1330020
pensivo, independentemente de caução;
16-lei.html

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DIA 16 / 24

II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito sus-


pensivo; Art. 8o Será decretada a perempção ou caducidade da medida
III - de decisão judicial transitada em julgado. liminar ex officio ou a requerimento do Ministério Público
quando, concedida a medida, o impetrante criar obstáculo ao
Art. 6o A petição inicial, que deverá preencher os requisitos esta- normal andamento do processo ou deixar de promover, por
belecidos pela lei processual, será apresentada em 2 vias com os mais de 3 dias úteis, os atos e as diligências que lhe cumpri-
documentos que instruírem a primeira reproduzidos na segunda rem.
e indicará, além da autoridade coatora, a pessoa jurídica que esta
integra, à qual se acha vinculada ou da qual exerce atribuições. Art. 9o As autoridades administrativas, no prazo de 48 horas da
o
§ 1 No caso em que o documento necessário à prova do alega- notificação da medida liminar, remeterão ao Ministério ou órgão
do se ache em repartição ou estabelecimento público ou em po- a que se acham subordinadas e ao Advogado-Geral da União ou
der de autoridade que se recuse a fornecê-lo por certidão ou de a quem tiver a representação judicial da União, do Estado, do Mu-
terceiro, o juiz ordenará, preliminarmente, por ofício, a exibição nicípio ou da entidade apontada como coatora cópia autenticada
desse documento em original ou em cópia autêntica e marcará, do mandado notificatório, assim como indicações e elementos
para o cumprimento da ordem, o prazo de 10 dias. O escrivão outros necessários às providências a serem tomadas para a even-
extrairá cópias do documento para juntá-las à segunda via da pe- tual suspensão da medida e defesa do ato apontado como ilegal
tição. ou abusivo de poder.
§ 2o Se a autoridade que tiver procedido dessa maneira for a
própria coatora, a ordem far-se-á no próprio instrumento da noti- Art. 10. A inicial será desde logo indeferida, por decisão motiva-
ficação. da, quando não for o caso de mandado de segurança ou lhe
§ 3o Considera-se autoridade coatora aquela que tenha prati- faltar algum dos requisitos legais ou quando decorrido o prazo
cado o ato impugnado ou da qual emane a ordem para a sua legal para a impetração.
prática. § 1o Do indeferimento da inicial pelo juiz de 1° grau caberá
§ 5o Denega-se o mandado de segurança nos casos previstos apelação e, quando a competência para o julgamento do manda-
pelo art. 267 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código do de segurança couber originariamente a um dos tribunais, do
de Processo Civil. ato do relator caberá agravo para o órgão competente do tribu-
nal que integre.
§ 6o O pedido de mandado de segurança poderá ser renovado
dentro do prazo decadencial, se a decisão denegatória não § 2o O ingresso de litisconsorte ativo NÃO SERÁ ADMITIDO
lhe houver apreciado o mérito. APÓS O DESPACHO DA PETIÇÃO INICIAL.

Art. 11. Feitas as notificações, o serventuário em cujo cartório


Art. 7o Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:
corra o feito juntará aos autos cópia autêntica dos ofícios endere-
I - que se notifique o coator do conteúdo da petição inicial,
çados ao coator e ao órgão de representação judicial da pessoa
enviando-lhe a segunda via apresentada com as cópias dos docu-
jurídica interessada, bem como a prova da entrega a estes ou da
mentos, a fim de que, no prazo de 10 dias, preste as informa-
sua recusa em aceitá-los ou dar recibo e, no caso do art. 4 o desta
ções;
Lei, a comprovação da remessa.
II - que se dê ciência do feito ao órgão de representação judi-
cial da pessoa jurídica interessada, enviando-lhe cópia da inicial
Art. 12. Findo o prazo a que se refere o inciso I do caput do art.
sem documentos, para que, querendo, ingresse no feito;
7o desta Lei, o juiz ouvirá o representante do Ministério Públi-
III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando
co, que opinará, dentro do prazo improrrogável de 10 dias.
houver fundamento relevante e do ato impugnado puder re-
Parágrafo único. Com ou sem o parecer do Ministério Público, os
sultar a ineficácia da medida, caso seja finalmente deferida, sen-
autos serão conclusos ao juiz, para a decisão, a qual deverá ser
do facultado exigir do impetrante caução, fiança ou depósito,
necessariamente proferida em 30 dias.
com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica.
§ 1o Da decisão do juiz de primeiro grau que conceder ou dene- Art. 13. Concedido o mandado, o juiz transmitirá em ofício, por
gar a liminar caberá AGRAVO DE INSTRUMENTO, observado o intermédio do oficial do juízo, ou pelo correio, mediante corres-
disposto no CPC. pondência com aviso de recebimento, o inteiro teor da sentença à
§ 2o NÃO SERÁ CONCEDIDA MEDIDA LIMINAR que tenha por autoridade coatora e à pessoa jurídica interessada.
objeto a compensação de créditos tributários, a entrega de Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o juiz observar o
mercadorias e bens provenientes do exterior, a reclassificação disposto no art. 4o desta Lei.
ou equiparação de servidores públicos e a concessão de au-
mento ou a extensão de vantagens ou pagamento de qual- Art. 14. Da sentença, denegando ou concedendo o mandado,
quer natureza. cabe apelação.
§ 3o Os efeitos da medida liminar, salvo se revogada ou cassada, § 1o Concedida a segurança, a sentença estará sujeita obrigato-
persistirão até a prolação da sentença. riamente ao duplo grau de jurisdição.
§ 4o Deferida a medida liminar, o processo terá prioridade § 2o Estende-se à autoridade coatora o direito de recorrer.
para julgamento. § 3o A sentença que conceder o mandado de segurança pode
o
§ 5 As vedações relacionadas com a concessão de liminares pre- ser executada provisoriamente, salvo nos casos em que for
vistas neste artigo se estendem à tutela antecipada a que se refe- vedada a concessão da medida liminar.
rem os arts. 273 e 461 da Lei n o 5.869, de 11 janeiro de 1973 - § 4o O pagamento de vencimentos e vantagens pecuniárias asse-
Código de Processo Civil. gurados em sentença concessiva de mandado de segurança a ser-

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vidor público da administração direta ou autárquica federal, esta- § 2o O prazo para a conclusão dos autos não poderá exceder
dual e municipal somente será efetuado relativamente às pres- de 5 dias.
tações que se vencerem a contar da data do ajuizamento da
inicial. Art. 21. O MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO pode ser im-
petrado por partido político com representação no Congresso
Art. 15. Quando, a requerimento de pessoa jurídica de direito pú- Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus
blico interessada ou do Ministério Público e para evitar grave le- integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização sindi-
são à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas, o presi- cal, entidade de classe ou associação legalmente constituída e
dente do tribunal ao qual couber o conhecimento do respectivo em funcionamento há, pelo menos, 1 ano, em defesa de direi-
recurso suspender, em decisão fundamentada, a execução da tos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus
liminar e da sentença, dessa decisão caberá agravo, sem efeito membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde
suspensivo, no prazo de 5 dias, que será levado a julgamento na que pertinentes às suas finalidades, DISPENSADA, para tanto,
sessão seguinte à sua interposição. AUTORIZAÇÃO ESPECIAL.
§ 1o Indeferido o pedido de suspensão ou provido o agravo a Parágrafo único. Os direitos protegidos pelo mandado de segu-
que se refere o caput deste artigo, caberá novo pedido de rança coletivo podem ser:
suspensão ao presidente do tribunal competente para conhe- I - COLETIVOS, assim entendidos, para efeito desta Lei, os tran-
cer de eventual recurso especial ou extraordinário. sindividuais, de natureza indivisível, de que seja titular grupo
§ 2o É cabível também o pedido de suspensão a que se refere o § ou categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte con-
1o deste artigo, quando negado provimento a agravo de instru- trária por uma relação jurídica básica;
mento interposto contra a liminar a que se refere este artigo. II - INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS, assim entendidos, para efeito
§ 3o A interposição de agravo de instrumento contra liminar desta Lei, os decorrentes de origem comum e da atividade ou
concedida nas ações movidas contra o poder público e seus situação específica da totalidade ou de parte dos associados
agentes não prejudica nem condiciona o julgamento do pedi- ou membros do impetrante.
do de suspensão a que se refere este artigo.
Art. 22. No mandado de segurança coletivo, a sentença fará coi-
§ 4o O presidente do tribunal poderá conferir ao pedido efei-
sa julgada limitadamente aos membros do grupo ou catego-
to suspensivo liminar se constatar, em juízo prévio, a plausibi-
ria substituídos pelo impetrante.
lidade do direito invocado e a urgência na concessão da me-
dida. § 1o O mandado de segurança coletivo NÃO INDUZ LITISPEN-
DÊNCIA para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julga-
§ 5o As liminares cujo objeto seja idêntico poderão ser suspensas
da não beneficiarão o impetrante a título individual se não reque-
em uma única decisão, podendo o presidente do tribunal esten-
rer a DESISTÊNCIA de seu mandado de segurança no prazo de
der os efeitos da suspensão a liminares supervenientes, mediante
30 dias a contar da ciência comprovada da impetração da segu-
simples aditamento do pedido original.
rança coletiva.
Art. 16. Nos casos de competência originária dos tribunais, cabe- § 2o No mandado de segurança coletivo, a liminar só poderá ser
rá ao relator a instrução do processo, sendo assegurada a defesa concedida após a audiência do representante judicial da pes-
oral na sessão do julgamento do mérito ou do pedido liminar. soa jurídica de direito público, que deverá se pronunciar no
Parágrafo único. Da decisão do relator que conceder ou denegar prazo de 72 horas.
a medida liminar caberá agravo ao órgão competente do tribunal
que integre. O mandado de injunção coletivo não induz litis-
LEI MI pendência em relação aos individuais, mas os
Art. 17. Nas decisões proferidas em mandado de segurança e nos efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impe-
respectivos recursos, quando não publicado, no prazo de 30 dias, trante que não requerer a DESISTÊNCIA da deman-
contado da data do julgamento, o acórdão será substituído pelas da individual no prazo de 30 dias a contar da ciên-
respectivas notas taquigráficas, independentemente de revisão. cia comprovada da impetração coletiva.
O mandado de segurança coletivo não induz litis-
Art. 18. Das decisões em mandado de segurança proferidas em
pendência para as ações individuais, mas os efei-
única instância pelos tribunais cabe recurso especial e extraordi-
LEI MS tos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante
nário, nos casos legalmente previstos, e recurso ordinário, quando
a título individual se não requerer a DESISTÊNCIA
a ordem for denegada.
de seu mandado de segurança no prazo de 30 dias
a contar da ciência comprovada da impetração da
Art. 19. A sentença ou o acórdão que denegar mandado de se-
segurança coletiva.
gurança, sem decidir o mérito, não impedirá que o requerente,
por ação própria, pleiteie os seus direitos e os respectivos efei- As ações coletivas, previstas nos incisos I (difusos)
tos patrimoniais. e II (coletivos) e do parágrafo único do art. 81, não
induzem litispendência para as ações individuais,
Art. 20. Os processos de mandado de segurança e os respectivos CDC mas os efeitos da coisa julgada erga omnes ou
recursos terão prioridade sobre todos os atos judiciais, salvo ultra partes a que aludem os incisos II e III do arti-
habeas corpus. go anterior não beneficiarão os autores das ações
§ 1o Na instância superior, deverão ser levados a julgamento na individuais, se não for requerida sua SUSPEN-
primeira sessão que se seguir à data em que forem conclusos ao SÃO no prazo de 30 dias, a contar da ciência nos
relator. autos do ajuizamento da ação coletiva.

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contrária
Art. 23. O direito de requerer mandado de segurança extin- Súmula 429-STF: A existência de recurso administrativo com
guir-se-á decorridos 120 dias, contados da ciência, pelo inte- efeito suspensivo não impede o uso do mandado de seguran-
ressado, do ato impugnado. ça contra omissão da autoridade.
Súmula 430-STF: Pedido de reconsideração na via administrati-
Art. 24. Aplicam-se ao mandado de segurança os arts. 46 a 49 da va não interrompe o prazo para o mandado de segurança.
Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. Súmula 474-STF: Não há direito líquido e certo, amparado pelo
mandado de segurança, quando se escuda em lei cujos efeitos
Art. 25. Não cabem, no processo de mandado de segurança, a foram anulados por outra, declarada constitucional pelo Supre-
interposição de embargos infringentes e a condenação ao pa- mo Tribunal Federal.
gamento dos honorários advocatícios, sem prejuízo da aplica- Súmula 510-STF: Praticado o ato por autoridade, no exercício
ção de sanções no caso de litigância de má-fé. de competência delegada, contra ela cabe o mandado de segu-
rança ou a medida judicial.
Art. 26. Constitui crime de desobediência, nos termos do art. Súmula 512-STF: Não cabe condenação em honorários de ad-
330 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940, o não vogado na ação de mandado de segurança.
cumprimento das decisões proferidas em mandado de segu- Súmula 623-STF: Não gera por si só a competência originária
rança, sem prejuízo das sanções administrativas e da aplicação do Supremo Tribunal Federal para conhecer do mandado de se-
da Lei no 1.079, de 10 de abril de 1950, quando cabíveis. gurança com base no art. 102, I, n, da Constituição, dirigir-se o
pedido contra deliberação administrativa do tribunal de origem,
SÚMULAS SOBRE MS da qual haja participado a maioria ou a totalidade de seus mem-
bros.
STF Súmula 624-STF: Não compete ao Supremo Tribunal Federal
Súmula 101-STF: O mandado de segurança não substitui a conhecer originariamente de mandado de segurança contra atos
ação popular. de outros tribunais.
Súmula 248-STF: É competente, originariamente, o Supremo Súmula 625-STF: Controvérsia sobre matéria de direito não im-
Tribunal Federal, para mandado de segurança contra ato do Tri- pede concessão de mandado de segurança.
bunal de Contas da União. Súmula 626-STF: A suspensão da liminar em mandado de se-
Súmula 266-STF: Não cabe mandado de segurança contra lei gurança, salvo determinação em contrário da decisão que a de-
em tese. ferir, vigorará até o trânsito em julgado da decisão definitiva de
Súmula 267-STF: Não cabe mandado de segurança contra ato concessão da segurança ou, havendo recurso, até a sua manu-
judicial passível de recurso ou correição. tenção pelo Supremo Tribunal Federal, desde que o objeto da li-
Súmula 268-STF: Não cabe mandado de segurança contra de- minar deferida coincida, total ou parcialmente, com o da impe-
cisão judicial com trânsito em julgado. tração.
Súmula 269-STF: O mandado de segurança não é substitutivo Súmula 629-STF: A impetração de mandado de segurança cole-
de ação de cobrança. tivo por entidade de classe em favor dos associados independe
Súmula 270-STF: Não cabe mandado de segurança para im- da autorização destes.
pugnar enquadramento da Lei 3.780, de 12 de julho de 1960, Súmula 630-STF: A entidade de classe tem legitimação para o
que envolva exame de prova ou de situação funcional complexa. mandado de segurança ainda quando a pretensão veiculada
Súmula 271-STF: Concessão de mandado de segurança não interesse apenas a uma parte da respectiva categoria.
produz efeitos patrimoniais, em relação a período pretérito, Súmula 631-STF: Extingue-se o processo de mandado de segu-
os quais devem ser reclamados administrativamente ou pela via rança se o impetrante não promove, no prazo assinado, a ci-
judicial própria. tação do litisconsorte passivo necessário.
Súmula 272-STF: Não se admite como ordinário recurso extra- Súmula 632-STF: É constitucional lei que fixa o prazo de deca-
ordinário de decisão denegatória de mandado de segurança. dência para a impetração de mandado de segurança.
Súmula 299-STF: O recurso ordinário e o extraordinário inter- STJ
postos no mesmo processo de mandado de segurança, ou de
"habeas corpus", serão julgados conjuntamente pelo Tribunal Súmula 41-STJ: O Superior Tribunal de Justiça não tem compe-
Pleno. tência para processar e julgar, originariamente, mandado de se-
Súmula 304-STF: Decisão denegatória de mandado de segu- gurança contra ato de outros tribunais ou dos respectivos ór-
rança, não fazendo coisa julgada contra o impetrante, não im- gãos.
pede o uso da ação própria. Súmula 105-STJ: Na ação de mandado de segurança não se
Súmula 330-STF: O Supremo Tribunal Federal não é compe- admite condenação em honorários advocatícios.
tente para conhecer de mandado de segurança contra atos Súmula 177-STJ: O Superior Tribunal de Justiça é incompeten-
dos tribunais de justiça dos estados. te para processar e julgar, originariamente, mandado de segu-
Súmula 392-STF: O prazo para recorrer de acórdão concessivo rança contra ato de órgão colegiado presidido por Ministro de
de segurança conta-se da publicação oficial de suas conclu- Estado
sões, e não da anterior ciência à autoridade para cumprimento Súmula 202-STJ: A impetração de segurança por terceiro, con-
da decisão tra ato judicial, não se condiciona à interposição de recurso.
Súmula 405-STF: Denegado o mandado de segurança pela sen- Súmula 212-STJ: A compensação de créditos tributários não
tença, ou no julgamento do agravo, dela interposto, fica sem pode ser deferida em ação cautelar ou por medida liminar cau-
efeito a liminar concedida, retroagindo os efeitos da decisão telar ou antecipatória.
Súmula 213-STJ: O mandado de segurança constitui ação

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adequada para a declaração do direito à compensação tributá- ação, NÃO É POSSÍVEL A SUCESSÃO DE PARTES NO MAN-
ria DADO DE SEGURANÇA, ficando ressalvada aos herdeiros a
Súmula 333-STJ: Cabe mandado de segurança contra ato pra- possibilidade de acesso às vias ordinárias.
ticado em licitação promovida por sociedade de economia 4) O prazo decadencial para a impetração de mandado de segu-
mista ou empresa pública. rança tem início com a ciência inequívoca do ato lesivo pelo
Súmula 376-STJ: Compete à turma recursal processar e julgar o interessado.
mandado de segurança contra ato de juizado especial. 5) A verificação da existência de direito líquido e certo, em sede
Súmula 460-STJ: É incabível o mandado de segurança para de mandado de segurança, não tem sido admitida em recurso
convalidar a compensação tributária realizada pelo contribu- especial, pois é exigido o reexame de matéria fático-probatória,
inte. o que é vedado em razão da Súmula n. 7/STJ.
Súmula 628-STJ: A teoria da encampação é aplicada no man- 6) A ação mandamental não constitui via adequada para o
dado de segurança quando presentes, cumulativamente, os se- reexame das provas produzidas em Processo Administrativo
guintes requisitos: a) existência de vínculo hierárquico entre a Disciplinar PAD.
autoridade que prestou informações e a que ordenou a prática 7) Não cabe mandado de segurança para conferir efeito sus-
do ato impugnado; b) manifestação a respeito do mérito nas pensivo ativo a recurso em sentido estrito interposto contra
informações prestadas; e c) ausência de modificação de com- decisão que concede liberdade provisória ao acusado.
petência estabelecida na Constituição Federal. 9) A impetração de mandado de segurança contra ato judicial é
medida excepcional, admissível somente nas hipóteses em
que se verifica de plano decisão teratológica, ilegal ou abu-
JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ
siva, contra a qual não caiba recurso.
EDIÇÃO N. 43: MANDADO DE SEGURANÇA - I 10) O cabimento de mandado de segurança contra decisão de
1) A indicação equivocada da autoridade coatora não implica órgão fracionário ou de relator do Superior Tribunal de Justiça é
ilegitimidade passiva nos casos em que o equívoco é facil- medida excepcional autorizada apenas em situações de mani-
mente perceptível e aquela erroneamente apontada pertence à festa ilegalidade ou teratologia.
mesma pessoa jurídica de direito público. 12) É incabível mandado de segurança que tem como pedido
3) A teoria da encampação tem aplicabilidade nas hipóteses autônomo a declaração de inconstitucionalidade de norma,
em que atendidos os seguintes pressupostos: subordinação por se caracterizar mandado de segurança contra lei em tese.
hierárquica entre a autoridade efetivamente coatora e a (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/73 TEMA 430)
apontada na petição inicial, discussão do mérito nas infor- 13) É necessária a efetiva comprovação do recolhimento feito a
mações e ausência de modificação da competência. maior ou indevidamente para fins de declaração do direito à
4) O Governador do Estado é parte ilegítima para figurar como compensação tributária em sede de mandado de segurança.
autoridade coatora em mandado de segurança no qual se im- (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/73 TEMA 118) (Sú-
pugna a elaboração, aplicação, anulação ou correção de testes mula n. 213/STJ)
ou questões de concurso público, cabendo à banca examinado- 15) O mandado de segurança não pode ser utilizado com o in-
ra, executora direta da ilegalidade atacada, figurar no polo pas- tuito de obter provimento genérico aplicável a todos os casos
sivo da demanda. futuros de mesma espécie.
9) A impetração de segurança por terceiro, nos moldes da Sú-
EDIÇÃO N. 91: MANDADO DE SEGURANÇA - III
mula n. 202/STJ, fica afastada na hipótese em que a impetrante
1) Os atos do presidente do tribunal que disponham sobre pro-
teve ciência da decisão que lhe prejudicou e não utilizou o re-
cessamento e pagamento de precatório não têm caráter juris-
curso cabível.
dicional (Súmula n. 311/STJ) e, por isso, podem ser combatidos
10) O termo inicial do prazo decadencial para a impetração de
pela via mandamental.
mandado de segurança, na hipótese de exclusão do candida-
2) É incabível mandado de segurança para conferir efeito
to do concurso público, é o ato administrativo de efeitos
suspensivo a agravo em execução interposto pelo Ministério
concretos e não a publicação do edital, ainda que a causa de
Público.
pedir envolva questionamento de critério do edital.
3) O mandado de segurança não pode ser utilizado como
11) O prazo decadencial para impetração mandado de seguran-
meio para se buscar a produção de efeitos patrimoniais pre-
ça contra ato omissivo da Administração renova-se mês a
téritos, uma vez que não se presta a substituir ação de cobran-
mês, por envolver obrigação de trato sucessivo.
ça, nos termos das Súmulas n. 269 e 271 do Supremo Tribunal
14) Admite-se a impetração de mandado de segurança perante
Federal.
os Tribunais de Justiça para o exercício do controle de com-
4) Não configura ação de cobrança a impetração de mandado
petência dos juizados especiais.
de segurança visando a desconstituir ato administrativo que
EDIÇÃO N. 85: MANDADO DE SEGURANÇA - II nega conversão em pecúnia de férias não gozadas, afastando-se
1) Compete à justiça federal comum processar e julgar manda- as restrições previstas nas Súmulas n. 269 e 271 do Supremo Tri-
do de segurança quando a autoridade apontada como coato- bunal Federal.
ra for autoridade federal, considerando-se como tal tam- 5) O mandado de segurança é meio processual adequado para
bém os dirigentes de pessoa jurídica de direito privado in- controle do cumprimento das portarias de concessão de anistia
vestidos de delegação concedida pela União. política, afastando-se as restrições das Súmulas n. 269 e 271 do
2) O impetrante pode desistir da ação mandamental a qual- Supremo Tribunal Federal.
quer tempo antes do trânsito em julgado, independente- 6) O termo inicial do prazo de decadência para impetração de
mente da anuência da autoridade apontada como coatora. mandado de segurança contra aplicação de penalidade discipli-
3) Ante o caráter mandamental e a natureza personalíssima da nar é a data da publicação do respectivo ato no Diário Ofici-

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DIA 16 / 28

al. questionada, mesmo que venha a acontecer,


7) O termo inicial do prazo decadencial para a impetração de posteriormente, o mérito do MS deverá ser julgado, não
ação mandamental contra ato que fixa ou altera sistema re- podendo ser invocado o seu não cabimento ou a perda de
muneratório ou suprime vantagem pecuniária de servidor pú- objeto. STJ. Corte Especial. EDcl no MS 22.157-DF, Rel. Min. Luis
blico e não se renova mensalmente inicia-se com a ciência Felipe Salomão, julgado em 14/03/2019 (Info 650).
do ato impugnado.
Nos casos de anistia política, em sede de mandado de
8) O prazo decadencial para impetração de mandado de segu-
segurança, só é possível a inclusão de juros de mora e correção
rança não se suspende nem se interrompe com a interposi-
monetária na fase executiva quando houver decisão expressa
ção de pedido de reconsideração na via administrativa ou de
nesse sentido. STJ. 1ª Seção. ExeMS 18782-DF, Rel. Min. Mauro
recurso administrativo desprovido de efeito suspensivo.
Campbell Marques, julgado em 12/09/2018 (Info 634).
9) Admite-se a emenda à petição inicial de mandado de se-
gurança para a correção de equívoco na indicação da autori- Em regra, é indispensável a intimação do Ministério Público
dade coatora, desde que a retificação do polo passivo não para opinar nos processos de mandado de segurança,
implique alterar a competência judiciária e que a autoridade conforme previsto no art. 12 da Lei nº 12.016/2009. No entanto,
erroneamente indicada pertença à mesma pessoa jurídica da a oitiva do Ministério Público é desnecessária quando se tratar
autoridade de fato coatora. de controvérsia acerca da qual o tribunal já tenha firmado
10) O Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão jurisprudência. Assim, não há qualquer vício na ausência de
possui legitimidade para figurar no polo passivo de ação man- remessa dos autos ao Parquet que enseje nulidade processual se
damental impetrada com o intuito de ensejar a nomeação em já houver posicionamento sólido do Tribunal. Nesses casos, é
cargos relativos ao quadro de pessoal do Banco Central do Bra- legítima a apreciação de pronto pelo relator. STF. 2ª Turma.
sil BACEN. RMS 32482/DF, rel. orig. Min. Teori Zavaski, red. p/ o ac. Min.
11) As autarquias possuem autonomia administrativa, financeira Edson Fachin, julgado em 21/8/2018 (Info 912).
e personalidade jurídica própria, distinta da entidade política à
O mandado de segurança não é o instrumento processual
qual estão vinculadas, razão pela qual seus dirigentes têm le-
adequado para o controle abstrato de constitucionalidade
gitimidade passiva para figurar como autoridades coatoras
de leis e atos normativos. STF. 2ª Turma. RMS 32.482/DF, rel.
em ação mandamental.
orig. Min. Teori Zavaski, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado
13) A impetração de mandado de segurança interrompe o pra-
em 21/8/2018 (Info 912).
zo prescricional em relação à ação de repetição do indébito tri-
OBS: É possível a declaração incidental de
butário, de modo que somente a partir do trânsito em julgado
inconstitucionalidade, em mandado de segurança, de
do mandamus se inicia a contagem do prazo em relação à ação
quaisquer leis ou atos normativos do Poder Público, desde
ordinária para a cobrança dos créditos indevidamente recolhi-
que a controvérsia constitucional não figure como pedido,
dos.
mas sim como causa de pedir, fundamento ou simples
14) A impetração de mandado de segurança interrompe a
questão prejudicial, indispensável à resolução do litígio
fluência do prazo prescricional no tocante à ação ordinária, o
principal.
qual somente tornará a correr após o trânsito em julgado da
decisão. Os efeitos financeiros, por ocasião da concessão da segurança,
devem retroagir à data de sua impetração, devendo os
valores pretéritos ser cobrados em ação própria. STJ. Corte
A teoria da encampação é o ingresso da au-
Especial. EREsp 1087232/ES, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado
toridade coatora correta ou da pessoa ju-
em 07/12/2016. STJ. 1ª Turma. AgInt no REsp 1481406/GO, Rel.
rídica a que ela pertença no feito para su-
Min. Sérgio Kukina, julgado em 17/04/2018.
primir o vício e, em decorrência permite o
julgamento do mandado de segurança. Se no curso de um processo administrativo federal é praticado
Nesse caso, deve o juiz determinar a emenda ato contrário aos interesses da parte, o prazo de 120 dias para
da inicial ou, na hipótese de erro escusável, impetração de mandado de segurança somente se inicia
TEORIA DA corrigi-lo de ofício, e não extinguir o processo quando a parte for intimada diretamente, na forma do § 3º
ENCAMPAÇÃO sem julgamento do mérito, apesar da autori- do art. 26 da Lei nº 9.784/99. O termo inicial para a formalização
dade coatora ser incorreta poderia prosseguir de mandado de segurança pressupõe a ciência do impetrante,
pela pessoa jurídica. Para aplicar tal teoria ne- nos termos dos arts. 3º e 26 da Lei nº 9.784/99, quando o ato
cessita preencher alguns requisitos: impugnado surgir no âmbito de processo administrativo do qual
A) entre encampante e encampado ocorra seja parte. STF. 1ª Turma. RMS 32487/RS, Rel. Min. Marco
vínculo hierárquico. Aurélio, julgado em 7/11/2017 (Info 884).
B) que o ingresso do encampante não modi-
fique a competência para o julgamento do
mandado de segurança. Cabe mandado de segurança contra ato judicial?
C) as informações prestadas pela autoridade
encampada tenham esclarecido a questão. O que diz a Lei O que diz a O que diz o STJ
12.016/09 súmula
É incabível mandado de segurança contra decisão judicial
Art. 5º Não se Sumula 267- Em regra, não cabe
transitada em julgado (art. 5º, III, da Lei nº 12.016/2009 e
concederá STF: Não cabe mandado de segurança
Súmula nº 268-STF). No entanto, se a impetração do mandado
mandado de mandado de contra decisão judicial da
de segurança for anterior ao trânsito em julgado da decisão

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DIA 16 / 29

segurança segurança qual caiba recurso. Isso


quando se tratar: contra ato porque o MS não pode ser
(...) judicial passível utilizado como sucedâneo
II - de decisão de recurso ou recursal (ou seja, como
judicial da qual correição. substituto de recurso).
caiba recurso Exceção: será cabível MS
com efeito contra decisão judicial
suspensivo; manifestamente eivada de
ilegalidade, teratologia ou
abuso de poder.
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. O mandado de segurança deverá ter seu mérito apreciado
independentemente de superveniente trânsito em julgado da decisão questionada pelo mandamus . Buscador
Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/
bea6cfd50b4f5e3c735a972cf0eb8450>.

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DIA 17 / 1

§ 2o São defesos os atos que não trazem ao proprietário qual-


quer comodidade, ou utilidade, e sejam animados pela inten-
Dia 17
ção de prejudicar outrem.
§ 3o O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de de-
Código Civil: art 1125-1298 sapropriação, por necessidade ou utilidade pública ou interesse
Código Processo Civil: art. 797-861 social, bem como no de requisição, em caso de perigo público
LEI 12562/11 – Representação Interventiva iminente.
LEI 1579/52 – CPI § 4o O proprietário também pode ser privado da coisa se o imó-
LEI 9868/99 – ADI vel reivindicado consistir em extensa área, na posse ininter-
LEI 9882/99 – ADPF rupta e de boa-fé, por mais de 5 anos, de considerável núme-
Lei 11417/06 - SV ro de pessoas, e estas nela houverem realizado, em conjunto
ou separadamente, obras e serviços considerados pelo juiz de
Controle de Leitura interesse social e econômico relevante.
§ 5o No caso do parágrafo antecedente, o juiz fixará a justa in-
denização devida ao proprietário; pago o preço, valerá a senten-
CÓDIGO CIVIL
ça como título para o registro do imóvel em nome dos possuido-
res.
TÍTULO II
Dos Direitos Reais
JDC49 Interpreta-se restritivamente a regra do art. 1.228, § 2º,
CAPÍTULO ÚNICO
do novo Código Civil, em harmonia com o princípio da função
Disposições Gerais
social da propriedade e com o disposto no art. 187.
Art. 1.225. São direitos reais:
JDC82 É constitucional a modalidade aquisitiva de proprie-
I - a propriedade;
dade imóvel prevista nos §§ 4º e 5º do art. 1.228 do novo
II - a superfície;
Código Civil.
III - as servidões;
JDC82 Nas ações reivindicatórias propostas pelo Poder Pú-
IV - o usufruto;
blico, não são aplicáveis as disposições constantes dos §§ 4º
V - o uso;
e 5º do art. 1.228 do novo Código Civil.
VI - a habitação;
JDC83 A defesa fundada no direito de aquisição com base no
VII - o direito do promitente comprador do imóvel;
interesse social (art. 1.228, §§ 4º e 5º, do novo Código Civil)
VIII - o penhor;
deve ser argüida pelos réus da ação reivindicatória, eles pró-
IX - a hipoteca;
prios responsáveis pelo pagamento da indenização.
X - a anticrese.
JDC240 A justa indenização a que alude o § 5º do art. 1.228 não
XI - a concessão de uso especial para fins de moradia;
tem como critério valorativo, necessariamente, a avaliação téc-
XII - a concessão de direito real de uso; e
nica lastreada no mercado imobiliário, sendo indevidos os juros
XIII - a laje.
compensatórios.
JDC241 O registro da sentença em ação reivindicatória, que
Art. 1.226. Os direitos reais sobre coisas móveis, quando consti-
opera a transferência da propriedade para o nome dos possui-
tuídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com
dores, com fundamento no interesse social (art. 1.228, § 5º), é
a tradição.
condicionada ao pagamento da respectiva indenização, cujo
prazo será fixado pelo juiz.
Art. 1.227. Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou trans-
JDC304 São aplicáveis as disposições dos §§ 4º e 5º do art.
mitidos por atos entre vivos, só se adquirem com o registro no
1.228 do Código Civil às ações reivindicatórias relativas a
Cartório de Registro de Imóveis dos referidos títulos (arts. 1.245
bens públicos dominicais, mantido, parcialmente, o Enunciado
a 1.247), salvo os casos expressos neste Código.
83 da I Jornada de Direito Civil, no que concerne às demais clas-
sificações dos bens públicos.
TÍTULO III
JDC305 Tendo em vista as disposições dos §§ 3º e 4º do art.
DA PROPRIEDADE
1.228 do Código Civil, o Ministério Público tem o poder-
CAPÍTULO I
dever de atuar nas hipóteses de desapropriação, inclusive a
Da Propriedade em Geral
indireta, que encerrem relevante interesse público, determinado
Seção I
pela natureza dos bens jurídicos envolvidos.
Disposições Preliminares
JDC306 A situação descrita no § 4º do art. 1.228 do Código Civil
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor
enseja a improcedência do pedido reivindicatório.
da coisa, e o direito de reavê-la (direito de sequela) do poder de
JDC307 Na desapropriação judicial (art. 1.228, § 4º), poderá
quem quer que injustamente a possua ou detenha.
o juiz determinar a intervenção dos órgãos públicos compe-
§ 1o O direito de propriedade deve ser exercido em consonância
tentes para o licenciamento ambiental e urbanístico.
com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que
JDC308 A justa indenização devida ao proprietário em caso
sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei
de desapropriação judicial (art. 1.228, § 5º) somente deverá
especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológi-
ser suportada pela Administração Pública no contexto das
co e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a polui-
políticas públicas de reforma urbana ou agrária, em se tra-
ção do ar e das águas.
tando de possuidores de baixa renda e desde que tenha ha-
vido intervenção daquela nos termos da lei processual. Não

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DIA 17 / 2

sendo os possuidores de baixa renda, aplica-se a orientação do Art. 1.235. O descobridor responde pelos prejuízos causados ao
Enunciado 84 da I Jornada de Direito Civil. proprietário ou possuidor legítimo, quando tiver procedido com
JDC309 O conceito de posse de boa-fé de que trata o art. 1.201 dolo.
do Código Civil não se aplica ao instituto previsto no § 4º do art.
1.228. Art. 1.236. A autoridade competente dará conhecimento da des-
JDC310 Interpreta-se extensivamente a expressão “imóvel coberta através da imprensa e outros meios de informação, so-
reivindicado” (art. 1.228, § 4º), abrangendo pretensões tanto mente expedindo editais se o seu valor os comportar.
no juízo petitório quanto no possessório.
JDC496 O conteúdo do art. 1.228, §§ 4º e 5º, pode ser objeto Art. 1.237. Decorridos 60 dias da divulgação da notícia pela im-
de ação autônoma, não se restringindo à defesa em preten- prensa, ou do edital, não se apresentando quem comprove a
sões reivindicatórias. propriedade sobre a coisa, será esta vendida em hasta pública
JDC508 Verificando-se que a sanção pecuniária mostrou-se e, deduzidas do preço as despesas, mais a recompensa do desco-
ineficaz, a garantia fundamental da função social da propri- bridor, pertencerá o remanescente ao Município em cuja circuns-
edade (arts. 5º, XXIII, da CRFB e 1.228, § 1º, do CC) e a vedação crição se deparou o objeto perdido.
ao abuso do direito (arts. 187 e 1.228, § 2º, do CC) justificam a Parágrafo único. Sendo de diminuto valor, poderá o Município
exclusão do condômino antissocial, desde que a ulterior as- abandonar a coisa em favor de quem a achou.
sembleia prevista na parte final do parágrafo único do art. 1.337
do Código Civil delibere a propositura de ação judicial com esse CAPÍTULO II
fim, asseguradas todas as garantias inerentes ao devido proces- Da Aquisição da Propriedade Imóvel
so legal. Seção I
DA USUCAPIÃO
Art. 1.238. [USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA] Aquele que, por 15
Art. 1.229. A propriedade do solo abrange a do espaço aéreo e
anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um
subsolo correspondentes, em altura e profundidade úteis ao seu
imóvel, adquire-lhe a propriedade, INDEPENDENTEMENTE DE
exercício, não podendo o proprietário opor-se a atividades
TÍTULO E BOA-FÉ; podendo requerer ao juiz que assim o declare
que sejam realizadas, por terceiros, a uma altura ou profundi-
por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório
dade tais, que não tenha ele interesse legítimo em impedi-las.
de Registro de Imóveis.
Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a
Art. 1.230. A propriedade do solo NÃO ABRANGE as jazidas, mi-
10 anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua
nas e demais recursos minerais, os potenciais de energia hi-
moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de cará-
dráulica, os monumentos arqueológicos e outros bens referi-
ter produtivo.
dos por leis especiais.
Parágrafo único. O proprietário do solo tem o direito de explorar
os recursos minerais de emprego imediato na construção civil, JDC312 Observado o teto constitucional, a fixação da área máxi-
desde que não submetidos a transformação industrial, obedecido ma para fins de usucapião especial rural levará em considera-
o disposto em lei especial. ção o módulo rural e a atividade agrária regionalizada.
JDC564 As normas relativas à usucapião extraordinária (art.
Art. 1.231. A propriedade presume-se plena e exclusiva, até 1.238, caput, CC) e à usucapião ordinária (art. 1.242, caput, CC),
prova em contrário. por estabelecerem redução de prazo em benefício do possuidor,
têm aplicação imediata, não incidindo o disposto no art. 2.028
Art. 1.232. Os frutos e mais produtos da coisa pertencem, ainda do Código Civil.
quando separados, ao seu proprietário, salvo se, por preceito ju-
rídico especial, couberem a outrem. Art. 1.239. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou
urbano, possua como sua, por 5 anos ininterruptos, sem oposi-
Seção II ção, área de terra em ZONA RURAL não superior a 50 hecta-
Da Descoberta res, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família,
Art. 1.233. Quem quer que ache coisa alheia perdida há de res- tendo nela sua moradia, ADQUIRIR-LHE-Á A PROPRIEDADE.
tituí-la ao dono ou legítimo possuidor.
Parágrafo único. Não o conhecendo, o descobridor fará por en- JDC313 Quando a posse ocorre sobre área superior aos limites
contrá-lo, e, se não o encontrar, entregará a coisa achada à auto- legais, não é possível a aquisição pela via da usucapião especial,
ridade competente. ainda que o pedido restrinja a dimensão do que se quer usuca-
pir.
Art. 1.234. Aquele que restituir a coisa achada, nos termos do ar- JDC594 É possível adquirir a propriedade de área menor do
tigo antecedente, terá direito a uma recompensa não inferior a que o módulo rural estabelecido para a região, por meio da
5% do seu valor, e à indenização pelas despesas que houver usucapião especial rural.
feito com a conservação e transporte da coisa, se o dono não
preferir abandoná-la.
Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, ÁREA URBANA de até
Parágrafo único. Na determinação do montante da recompensa,
250 m2, por 5 anos ininterruptamente e sem oposição, utili-
considerar-se-á o esforço desenvolvido pelo descobridor para en-
zando-a para sua moradia ou de sua família, ADQUIRIR-LHE-Á O
contrar o dono, ou o legítimo possuidor, as possibilidades que te-
DOMÍNIO, desde que não seja proprietário de outro imóvel urba-
ria este de encontrar a coisa e a situação econômica de ambos.
no ou rural.

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DIA 17 / 3

§ 1o O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao Parágrafo único. Será de 5 anos o prazo previsto neste artigo se o
homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado imóvel houver sido adquirido, onerosamente, com base no re-
civil. gistro constante do respectivo cartório, cancelada posterior-
§ 2o O direito previsto no parágrafo antecedente não será reco- mente, desde que os possuidores nele tiverem estabelecido a
nhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e
econômico (USUCAPIÃO TABULAR)
JDC85 Para efeitos do art. 1.240, caput, do novo Código Civil,
entende-se por "área urbana" o imóvel edificado ou não, JDC86 A expressão “justo título” contida nos arts. 1.242 e 1.260
inclusive unidades autônomas vinculadas a condomínios do Código Civil abrange todo e qualquer ato jurídico hábil, em
edilícios. tese, a transferir a propriedade, independentemente de registro.
JDC314 Para os efeitos do art. 1.240, não se deve computar, JDC569 No caso do art. 1.242, parágrafo único, a usucapião,
para fins de limite de metragem máxima, a extensão compreen- como matéria de defesa, prescinde do ajuizamento da ação
dida pela fração ideal correspondente à área comum. de usucapião, visto que, nessa hipótese, o usucapiente já é o ti-
tular do imóvel no registro.
Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 anos ininterruptamente
e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre IMÓ- Art. 1.243. O possuidor pode, para o fim de contar o tempo
VEL URBANO de até 250m² cuja propriedade divida com ex- exigido pelos artigos antecedentes, acrescentar à sua posse a
cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o dos seus antecessores (art. 1.207), contanto que TODAS sejam
para sua moradia ou de sua família, ADQUIRIR-LHE-Á O DOMÍ- contínuas, pacíficas e, nos casos do art. 1.242, com justo título
NIO INTEGRAL, desde que não seja proprietário de outro e de boa-fé.
imóvel urbano ou rural.
§ 1o O direito previsto no caput não será reconhecido ao mes- JDC317 A ACCESSIO POSSESSIONIS de que trata o art. 1.243,
mo possuidor mais de uma vez. primeira parte, do Código Civil não encontra aplicabilidade
relativamente aos arts. 1.239 e 1.240 do mesmo diploma le-
JDC498 A fluência do prazo de 2 anos previsto pelo art. 1.240-A gal, em face da normatividade do usucapião constitucional
para a nova modalidade de usucapião nele contemplada tem urbano e rural, arts. 183 e 191, respectivamente.
início com a entrada em vigor da Lei n. 12.424/2011. JDC596 O condomínio edilício pode adquirir imóvel por usu-
JDC595 O requisito "abandono do lar" deve ser interpretado capião.
na ótica do instituto da usucapião familiar como abandono
voluntário da posse do imóvel somado à ausência da tutela Art. 1.244. Estende-se ao possuidor o disposto quanto ao deve-
da família, não importando em averiguação da culpa pelo dor acerca das causas que obstam, suspendem ou interrom-
fim do casamento ou união estável. pem a prescrição, as quais também se aplicam à usucapião.
JDC500 A modalidade de usucapião prevista no art. 1.240-A do
Código Civil pressupõe a propriedade comum do casal e
- Comum
compreende todas as formas de família ou entidades famili-
- Posse ad usucapionem por 10 anos
ares, inclusive homoafetivas.
- Justo título. Ex. contrato, compro-
JDC501 As expressões “ex-cônjuge” e “ex-companheiro”,
misso de compra e venda.
contidas no art. 1.240-A do Código Civil, correspondem à situ-
- Boa fé subjetiva (art. 1.201) se o
ação fática da separação, independentemente de divórcio.
possuidor ignora o vício, ou o obs-
JDC502 O conceito de posse direta referido no art. 1.240-A do
táculo que impede a aquisição da
Código Civil não coincide com a acepção empregada no art.
coisa.
1.197 do mesmo Código.
JDC503 É relativa a presunção de propriedade decorrente do - Por posse trabalho
USUCAPIÃO ORDINÁRIA
registro imobiliário, ressalvado o sistema Torrens. - Requisito material - Destinação
ART. 1242, CC
positiva dada à coisa: moradia ou
Art. 1.241. Poderá o possuidor requerer ao juiz seja declarada ad- realização de investimentos de inte-
Não importa o tamanho
quirida, mediante usucapião, a propriedade imóvel. resse social e econômico relevante
do imóvel
Parágrafo único. A declaração obtida na forma deste artigo cons- - Prazo cai para 5 anos
tituirá título hábil para o registro no Cartório de Registro de - Requisito formal: aquisição onero-
Imóveis. sa que foi cancelada. Ex.: compro-
misso de compra e venda que foi re-
gistrado e foi cancelado. Esse requi-
JDC315 O art. 1.241 do Código Civil permite ao possuidor que
sito regra o chamado usucapião ta-
figurar como réu em ação reivindicatória ou possessória formu-
bular.
lar pedido contraposto e postular ao juiz seja declarada adquiri-
O legislador exigiu um justo título
da, mediante usucapião, a propriedade imóvel, valendo a sen-
especial, que consiste no título que
tença como instrumento para registro imobiliário, ressalvados
já esteve registrado em nome do
eventuais interesses de confinantes e terceiros.
possuidor.
Obs. doutrina majoritária exige os
Art. 1.242. [USUCAPIÃO ORDINÁRIA] Adquire também a pro- dois requisitos.
priedade do imóvel aquele que, contínua e incontestadamente,
COM JUSTO TÍTULO E BOA-FÉ, o possuir por 10 anos. - Comum

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DIA 17 / 4

- Posse ad usucapionem por 15 anos FAVELADA) tro imóvel urbano ou rural.


USUCAPIÃO - A boa-fé e o justo título presu- - Não exige justo título e boa fé.
EXTRAORDINÁRIA mem-se de forma absoluta. - Rito sumário
ART. 1238, CC
- Por posse trabalho O proprietário pode ser privado da
- Estabelecimento da moradia ou coisa se:
Não importa o tamanho
realização de investimentos de cará- - um considerável número de pes-
do imóvel
ter produtivo soas
- NÃO PRECISA de boa-fé nem de - estiver por mais de 5 anos
justo título - na posse ininterrupta e de boa-fé
- Prazo cai para 10 anos - de extensa área
- e nela houverem realizado, em
- NÃO SÃO EXIGIDOS O JUSTO TÍ-
conjunto ou separadamente, obras e
USUCAPIÃO TULO E A BOA-FÉ.
serviços considerados pelo juiz de
CONSTITUCIONAL - Imóvel rural até 50 hectares
interesse social e econômico rele-
ESPECIAL RURAL - Posse ad usucapionem por 5 anos
RURAL COLETIVA vante.
(USUCAPIÃO AGRÁRIA - Utilização do imóvel para subsis-
(art. 1.228, §§ e 4º e 5º Neste caso, o juiz fixará a justa inde-
OU PRO LABORE) tência ou trabalho pelo possuidor
do CC) nização devida ao proprietário; pago
ART. 191, CAPUT CF, ou sua família (moradia)
o preço, valerá a sentença como tí-
ART. 1239 CC - Não pode ser proprietário de ou-
tulo para o registro do imóvel em
tro imóvel rural ou urbano
nome dos possuidores.
- Urbana individual Alguns doutrinadores, especial-
USUCAPIÃO - Área urbana não superior a mente civilistas, afirmam que esse
CONSTITUCIONAL OU 250m². instituto tem natureza jurídica de
ESPECIAL URBANA - Posse ad usucapionem por 5 anos “usucapião”. Outros autores, no
(URBANA INDIVIDUAL - Imóvel destinado para moradia do entanto, sustentam que se trata
OU PRO MISERO) possuidor ou de sua família de uma hipótese de “desapropria-
ART. 183 CF, ART. 1240 - Não pode ser proprietário de ou- ção”, considerando a posição to-
CC E ART. 9º ESTATUTO tro imóvel urbano ou rural. pográfica (o § 3º do art. 1.228
DA CIDADE. - Só pode ser reconhecido uma está tratando sobre desapropria-
vez (é requisito apenas da usuca- ção) e o fato de se exigir paga-
pião urbana) mento de indenização.
- É na vara cível e não na de família. Requisitos:
- Posse ad usucapionem por 2 anos a) posse da terra por índio (integra-
- Posse direta. Enunciado 502 – não do ou não)
necessariamente é a posse direita b) por 10 anos consecutivos
do art. 1197. Para dar compatibili- INDÍGENA c) devendo ocupar como se fosse
USUCAPIÃO dade ao fato do artigo permitir a (art. 33 do Estatuto do próprio trecho de terra inferior a 50
ESPECIAL URBANA POR moradia da família. Índio) hectares
ABANDONO DO LAR - Imóvel urbano até 250m². Não é possível a usucapião indí-
ART. 1240-A, CC - Imóvel em copropriedade ou em gena de:
condomínio com o cônjuge ou com- • terras do domínio da União;
panheiro. Obs. qualquer forma de • terras ocupadas por grupos tribais;
família. Enunciado 500 da JDC. • áreas reservadas segundo o Esta-
- Abandono do lar. Obs.: basta ser tuto do Índio;
separação de fato. • terras de propriedade coletiva de
- Utilizar para moradia ou de sua fa- grupo tribal
mília (crítica – exige posse direita e
Trata-se da possibilidade de o réu,
fala que pode ser família)
em uma ação de invalidade de re-
- Não pode ser proprietário de imó-
TABULAR gistro público, alegar a usucapião
vel urbano ou rural
(CONVALESCENÇA em seu favor. O juiz, na mesma
- Somente uma vez
REGISTRAL) (art. 214, § sentença que reconhece a invalida-
- Área urbana – área total dividida 5º, da Lei 6.015/73) de do registro, declara a ocorrência
pelo número de possuidores seja de usucapião, concedendo ao réu a
USUCAPIÃO inferior a 250m2 por possuidor propriedade do bem. A usucapião
ESPECIAL URBANA - Posse ad usucapionem por 5 anos tabular tem relação com a usucapi-
COLETIVA - Núcleos urbanos informais ão ordinária do art. 1.242, parágrafo
ART. 10 DO - Moradia único, porque exige do possuidor
ESTATUTO DA - Impossibilidade de reconheci- justo título e boa-fé
CIDADE mento da área de cada possuidor.
O art. 68 do ADCT da CF/88 confere
(USUCAPIÃO - Não pode ser proprietário de ou-
proteção especial aos territórios

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DIA 17 / 5

ocupados pelos remanescentes qui- Súmula 193-STJ: O direito de uso de linha telefônica pode ser
DE QUILOMBOLAS lombolas: adquirido por usucapião.
(art. 68 do ADCT) Art. 68. Aos remanescentes das co-
munidades dos quilombos que este-
jam ocupando suas terras É RECO- Seção II
NHECIDA A PROPRIEDADE DEFI- Da Aquisição pelo Registro do Título
NITIVA, devendo o Estado emitir- Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o
lhes os títulos respectivos. registro do título translativo no Registro de Imóveis.
O que são as terras dos quilombo- § 1o Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante
las? São as áreas ocupadas pelos continua a ser havido como dono do imóvel.
remanescentes das comunidades § 2o Enquanto não se promover, por meio de ação própria, a de-
dos quilombos e utilizadas por cretação de invalidade do registro, e o respectivo cancelamento, o
este grupo social para a sua re- adquirente continua a ser havido como dono do imóvel.
produção física, social, econômica
e cultural.
JDC87 Considera-se também título translativo, para fins do
O que são remanescentes das co-
art. 1.245 do novo Código Civil, a promessa de compra e ven-
munidades dos quilombos? Existe
da devidamente quitada
uma grande discussão antropológi-
ca sobre isso, mas, de maneira bem
simples, os grupos que hoje são Art. 1.246. O registro É EFICAZ desde o momento em que se
considerados remanescentes de apresentar o título ao oficial do registro, e este o prenotar no
comunidades de quilombos são protocolo.
agrupamentos humanos de afro-
descendentes que se formaram Art. 1.247. Se o teor do registro não exprimir a verdade, poderá o
durante o sistema escravocrata ou interessado reclamar que se retifique ou anule.
logo após a sua extinção. Alguns Parágrafo único. Cancelado o registro, poderá o proprietário rei-
doutrinadores afirmam que esse ins- vindicar o imóvel, independentemente da boa-fé ou do título do
tituto teria natureza jurídica de “usu- terceiro adquirente.
capião”. Essa, contudo, não é a po-
sição que prevalece, considerando JDC 624 A anulação do registro, prevista no art. 1.247 do Código
que o fundamento jurídico para Civil, não autoriza a exclusão dos dados invalidados do teor da
esse direito de propriedade não é matrícula.
a posse mansa, pacífica e por de-
terminado prazo. A fonte desse Seção III
direito é uma decisão do legisla- Da Aquisição por Acessão
dor constituinte. A previsão do art. Art. 1.248. A acessão pode dar-se:
68 do ADCT foi uma forma que o I - por formação de ilhas;
constituinte encontrou de homena- II - por aluvião;
gear “o papel protagonizado pelos III - por avulsão;
quilombolas na resistência ao injus- IV - por abandono de álveo;
to regime escravista” (Min. Rosa We- V - por plantações ou construções.
ber).
*Algumas informações foram retiradas da tabela MODALIDADES DE USUCAPI-
Usucapião e Acessão são modos ORIGINÁRIOS de aquisição da
ÃO do site www.dizerodireito.com.br
propriedade imóvel.

SÚMULAS SOBRE USUCAPIÃO


Subseção I
STF Das Ilhas
Art. 1.249. As ilhas que se formarem em correntes comuns ou par-
Súmula 237-STF: O usucapião pode ser arguido em defesa.
ticulares pertencem aos proprietários ribeirinhos fronteiros, ob-
Súmula 263-STF: O possuidor deve ser citado, pessoalmente,
servadas as regras seguintes:
para a ação de usucapião.
I - as que se formarem no meio do rio consideram-se acrésci-
Súmula 340-STF: Desde a vigência do Código Civil, os bens do-
mos sobrevindos aos terrenos ribeirinhos fronteiros de ambas
minicais, como os demais bens públicos, não podem ser adqui-
as margens, na proporção de suas testadas, até a linha que di-
ridos por usucapião
vidir o álveo em duas partes iguais;
Súmula 391-STF: O confinante certo deve ser citado pessoal-
II - as que se formarem entre a referida linha e uma das margens
mente para a ação de usucapião.
consideram-se acréscimos aos terrenos ribeirinhos fronteiros
STJ desse mesmo lado;
III - as que se formarem pelo desdobramento de um novo braço
Súmula 11-STJ: A presença da União ou de qualquer de seus
do rio continuam a pertencer aos proprietários dos terrenos à
entes, na ação de usucapião especial, não afasta a competên-
custa dos quais se constituíram.
cia do foro da situação do imóvel.

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DIA 17 / 6

Subseção II Art. 1.256. Se de ambas as partes houve má-fé, adquirirá o pro-


Da Aluvião prietário as sementes, plantas e construções, devendo ressarcir
Art. 1.250. Os acréscimos formados, SUCESSIVA e IMPERCEPTI- o valor das acessões.
VELMENTE, por depósitos e aterros naturais ao longo das mar- Parágrafo único. Presume-se má-fé no proprietário, quando o
gens das correntes, ou pelo desvio das águas destas, pertencem trabalho de construção, ou lavoura, se fez em sua presença e
aos donos dos terrenos marginais, SEM INDENIZAÇÃO. sem impugnação sua.
Parágrafo único. O terreno aluvial, que se formar em frente de
prédios de proprietários diferentes, dividir-se-á entre eles, na pro- Art. 1.257. O disposto no artigo antecedente aplica-se ao caso de
porção da testada de cada um sobre a antiga margem. não pertencerem as sementes, plantas ou materiais a quem de
boa-fé os empregou em solo alheio.
Subseção III Parágrafo único. O proprietário das sementes, plantas ou ma-
Da Avulsão teriais poderá cobrar do proprietário do solo a indenização
Art. 1.251. Quando, por FORÇA NATURAL VIOLENTA, uma por- devida, quando não puder havê-la do plantador ou constru-
ção de terra se destacar de um prédio e se juntar a outro, o dono tor.
deste adquirirá a propriedade do acréscimo, se indenizar o
dono do primeiro ou, sem indenização, se, em 1 ano, nin- Art. 1.258. Se a construção, feita parcialmente em solo próprio,
guém houver reclamado. invade solo alheio em proporção não superior à vigésima par-
Parágrafo único. Recusando-se ao pagamento de indenização, o te deste, adquire o construtor de boa-fé a propriedade da
dono do prédio a que se juntou a porção de terra deverá aquies- parte do solo invadido, se o valor da construção exceder o
cer a que se remova a parte acrescida. dessa parte, e responde por indenização que represente, tam-
bém, o valor da área perdida e a desvalorização da área rema-
ALUVIÃO AVULSÃO nescente.
Parágrafo único. Pagando em décuplo as perdas e danos previs-
Acréscimos formados, SUCES- Por FORÇA NATURAL VIO- tos neste artigo, o construtor de má-fé adquire a propriedade
SIVA e IMPERCEPTIVELMEN- LENTA, uma porção de terra se da parte do solo que invadiu, se em proporção à vigésima
TE destacar de um prédio e se parte deste e o valor da construção exceder consideravelmen-
juntar a outro te o dessa parte e não se puder demolir a porção invasora
SEM INDENIZAÇÃO COM INDENIZAÇÃO: adquirirá sem grave prejuízo para a construção.
a propriedade dos acréscimos
se indenizar JDC318 O direito à aquisição da propriedade do solo em favor
SEM INDENIZAÇÃO: se em 1 do construtor de má-fé (art. 1.258, parágrafo único) somente é
ano ninguém tiver reclamado viável quando, além dos requisitos explícitos previstos em lei,
houver necessidade de proteger terceiros de boa-fé.
Subseção IV
Do Álveo Abandonado Art. 1.259. Se o construtor estiver de boa-fé, e a invasão do solo
Art. 1.252. O álveo abandonado de corrente pertence aos propri- alheio exceder a vigésima parte deste, adquire a propriedade
etários ribeirinhos das duas margens, sem que tenham indeni- da parte do solo invadido, e responde por perdas e danos que
zação os donos dos terrenos por onde as águas abrirem novo abranjam o valor que a invasão acrescer à construção, mais o da
curso, entendendo-se que os prédios marginais se estendem até área perdida e o da desvalorização da área remanescente; se de
o meio do álveo. má-fé, é obrigado a demolir o que nele construiu, pagando as
perdas e danos apurados, que serão devidos em dobro.
Subseção V
Das Construções e Plantações
Art. 1.253. Toda construção ou plantação existente em um ter- CAPÍTULO III
reno presume-se feita pelo proprietário e à sua custa, até que Da Aquisição da Propriedade Móvel
se prove o contrário. Seção I
Da Usucapião
Art. 1.254. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno Art. 1.260. Aquele que possuir coisa móvel como sua, contínua e
próprio com sementes, plantas ou materiais alheios, adquire a incontestadamente durante 3 anos, com justo título e boa-fé,
propriedade destes; mas fica obrigado a pagar-lhes o valor, adquirir-lhe-á a propriedade.
além de responder por perdas e danos, se agiu de má-fé.
Art. 1.261. Se a posse da coisa móvel se prolongar por 5 anos,
Art. 1.255. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno produzirá usucapião, independentemente de título ou boa-fé.
alheio perde, em proveito do proprietário, as sementes, plan-
tas e construções; se procedeu de boa-fé, terá direito a indeni- USUCAPIÃO DE BEM MÓVEL
zação.
Parágrafo único. Se a construção ou a plantação exceder consi- ORDINÁRIA EXTRAORDINÁRIA
deravelmente o valor do terreno, aquele que, de boa-fé, plan- 3 anos 5 anos
tou ou edificou, adquirirá a propriedade do solo, mediante
pagamento da indenização fixada judicialmente, se não houver Com justo título e boa-fé Independe de justo título e
acordo. boa-fé

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DIA 17 / 7

Art. 1.262. Aplica-se à usucapião das coisas móveis o disposto nos Art. 1.271. Aos prejudicados, nas hipóteses dos arts. 1.269 e 1.270,
arts. 1.243 e 1.244. se ressarcirá o dano que sofrerem, menos ao especificador de
má-fé, no caso do § 1 o do artigo antecedente, quando irredutível
Seção II a especificação.
Da Ocupação
Art. 1.263. Quem se assenhorear de coisa sem dono para logo Seção VI
lhe adquire a propriedade, não sendo essa ocupação defesa por Da Confusão, da Comissão e da Adjunção
lei. Art. 1.272. As coisas pertencentes a diversos donos, confundidas,
misturadas ou adjuntadas sem o consentimento deles, continuam
Seção III a pertencer-lhes, sendo possível separá-las sem deterioração.
Do Achado do Tesouro § 1o Não sendo possível a separação das coisas, ou exigindo
Art. 1.264. O depósito antigo de coisas preciosas, oculto e de cujo dispêndio excessivo, subsiste indiviso o todo, cabendo a cada
dono não haja memória, será dividido por igual entre o proprie- um dos donos quinhão proporcional ao valor da coisa com que
tário do prédio e o que achar o tesouro casualmente. entrou para a mistura ou agregado.
§ 2o Se uma das coisas puder considerar-se principal, o dono sê-
Art. 1.265. O tesouro pertencerá por inteiro ao proprietário do lo-á do todo, indenizando os outros.
prédio, se for achado por ele, ou em pesquisa que ordenou, ou
por terceiro não autorizado. Art. 1.273. Se a confusão, comissão ou adjunção se operou de
má-fé, à outra parte caberá escolher entre adquirir a propriedade
Art. 1.266. Achando-se em terreno aforado, o tesouro será dividi- do todo, pagando o que não for seu, abatida a indenização que
do por igual entre o descobridor e o enfiteuta, ou será deste por lhe for devida, ou renunciar ao que lhe pertencer, caso em que
inteiro quando ele mesmo seja o descobridor. será indenizado.

Seção IV Art. 1.274. Se da união de matérias de natureza diversa se formar


Da Tradição espécie nova, à confusão, comissão ou adjunção aplicam-se as
Art. 1.267. A propriedade das coisas não se transfere pelos ne- normas dos arts. 1.272 e 1.273.
gócios jurídicos antes da tradição.
Parágrafo único. Subentende-se a tradição quando o transmi- OBJETIVA: mistura de coisas líquidas, impossí-
tente continua a possuir pelo constituto possessório (possuía vel de separá-las
em nome próprio, passa a possuir em nome alheio); quando
cede ao adquirente o direito à restituição da coisa, que se en- SUBJETIVA: modo de extinção de obrigações,
CONFUSÃO
contra em poder de terceiro; ou quando o adquirente já está pela reunião, na mesma pessoa, das qualidades
na posse da coisa, por ocasião do negócio jurídico. de credor e devedor
COMISSÃO Mistura de coisas sólidas, de forma que não se
Art. 1.268. Feita por quem não seja proprietário, a tradição não possam separá-los
aliena a propriedade, exceto se a coisa, oferecida ao público, em
leilão ou estabelecimento comercial, for transferida em circuns- Justaposição de uma coisa à outra, de modo
tâncias tais que, ao adquirente de boa-fé, como a qualquer pes - ADJUNÇÃO que não seja possível separar o acessório do
soa, o alienante se afigurar dono. principal, sem deterioração.
§ 1o Se o adquirente estiver de boa-fé e o alienante adquirir de-
pois a propriedade, considera-se realizada a transferência desde o CAPÍTULO IV
momento em que ocorreu a tradição. Da Perda da Propriedade
§ 2o Não transfere a propriedade a tradição, quando tiver por Art. 1.275. Além das causas consideradas neste Código, perde-se
título um negócio jurídico NULO. a propriedade:
I - por alienação;
Seção V II - pela renúncia;
Da Especificação III - por abandono;
Art. 1.269. Aquele que, trabalhando em matéria-prima em par- IV - por perecimento da coisa;
te alheia, obtiver espécie nova, desta será proprietário, se não V - por desapropriação.
se puder restituir à forma anterior. Parágrafo único. Nos casos dos incisos I e II (alienação e renúncia),
os efeitos da perda da propriedade imóvel serão subordinados
Art. 1.270. Se toda a matéria for alheia, e não se puder reduzir ao registro do título transmissivo ou do ato renunciativo no
à forma precedente, será do especificador de boa-fé a espécie Registro de Imóveis.
nova.
§ 1o Sendo praticável a redução, ou quando impraticável, se a es- JDC565 Não ocorre a perda da propriedade por abandono de
pécie nova se obteve de má-fé, pertencerá ao dono da matéria- resíduos sólidos, que são considerados bens socioambientais,
prima. nos termos da Lei n. 12.305/2012.
§ 2o Em qualquer caso, inclusive o da pintura em relação à tela, da
escultura, escritura e outro qualquer trabalho gráfico em relação à
Art. 1.276. O IMÓVEL URBANO que o proprietário abandonar,
matéria-prima, a espécie nova será do especificador, se o seu va-
com a intenção de não mais o conservar em seu patrimônio, e
lor exceder consideravelmente o da matéria-prima.
que se não encontrar na posse de outrem, poderá ser arrecada-
do, como bem vago, e passar, 3 anos depois, à propriedade do

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DIA 17 / 8

Município ou à do Distrito Federal, se se achar nas respectivas cir- Art. 1.281. O proprietário ou o possuidor de um prédio, em que
cunscrições. alguém tenha direito de fazer obras, pode, no caso de dano imi-
§ 1o O IMÓVEL situado na zona RURAL, abandonado nas mesmas nente, exigir do autor delas as necessárias garantias contra o pre-
circunstâncias, poderá ser arrecadado, como bem vago, e passar, juízo eventual.
3 anos depois, à propriedade da União, onde quer que ele se lo-
calize. Seção II
§ 2o Presumir-se-á de MODO ABSOLUTO a intenção a que se re- Das Árvores Limítrofes
fere este artigo, quando, cessados os atos de posse, deixar o Art. 1.282. A árvore, cujo tronco estiver na linha divisória, pre-
proprietário de satisfazer os ônus fiscais. sume-se pertencer em comum aos donos dos prédios confinan-
tes.
JDC242 A aplicação do art. 1.276 depende do devido processo
legal, em que seja assegurado ao interessado demonstrar a Art. 1.283. As raízes e os ramos de árvore, que ultrapassarem a es-
não-cessação da posse. trema do prédio, poderão ser cortados, até o plano vertical divi-
JDC243 A presunção de que trata o § 2 º do art. 1.276 não pode sório, pelo proprietário do terreno invadido.
ser interpretada de modo a contrariar a norma-princípio do art.
150, inc. IV, da Constituição da República. Art. 1.284. Os frutos caídos de árvore do terreno vizinho perten-
JDC316 Eventual ação judicial de abandono de imóvel, caso cem ao dono do solo onde caíram, se este for de propriedade
procedente, impede o sucesso de demanda petitória. particular.
JDC597 A posse impeditiva da arrecadação, prevista no art.
1.276 do Código Civil, é efetiva e qualificada por sua função so- Seção III
cial. Da Passagem Forçada
Art. 1.285. O dono do prédio que NÃO TIVER ACESSO a via pú-
blica, nascente ou porto, pode, MEDIANTE PAGAMENTO DE
CAPÍTULO V
INDENIZAÇÃO cabal, constranger o vizinho a lhe dar passa-
Dos Direitos de Vizinhança
gem, cujo rumo será judicialmente fixado, se necessário.
§ 1o Sofrerá o constrangimento o vizinho cujo imóvel mais na-
SÚMULA SOBRE DIREITO DE VIZINHANÇA tural e facilmente se prestar à passagem.
Súmula 120-STF: Parede de tijolos de vidro translúcido pode § 2o Se ocorrer alienação parcial do prédio, de modo que uma das
ser levantada a menos de metro e meio do prédio vizinho, não partes perca o acesso a via pública, nascente ou porto, o proprie-
importando servidão sobre ele tário da outra deve tolerar a passagem.
§ 3o Aplica-se o disposto no parágrafo antecedente ainda quando,
antes da alienação, existia passagem através de imóvel vizinho,
Seção I
não estando o proprietário deste constrangido, depois, a dar uma
Do Uso Anormal da Propriedade
outra.
Art. 1.277. O proprietário ou o possuidor de um prédio tem o di-
reito de fazer cessar as interferências prejudiciais à segurança,
ao sossego e à saúde dos que o habitam, provocadas pela utili- JDC88 O direito de passagem forçada, previsto no art. 1.285 do
zação de propriedade vizinha. CC, também é garantido nos casos em que o acesso à via
Parágrafo único. Proíbem-se as interferências considerando-se a pública for insuficiente ou inadequado, consideradas, in-
natureza da utilização, a localização do prédio, atendidas as nor- clusive, as necessidades de exploração econômica.
mas que distribuem as edificações em zonas, e os limites ordiná-
rios de tolerância dos moradores da vizinhança. PASSAGEM FORÇADA SERVIDÃO DE PASSAGEM
Art. 1285. O dono do prédio Art. 1.378. A servidão propor-
JDC319 A condução e a solução das causas envolvendo conflitos
que NÃO TIVER ACESSO a via ciona UTILIDADE para o pré-
de vizinhança devem guardar estreita sintonia com os princípios
pública, nascente ou porto, dio dominante, e GRAVA o
constitucionais da intimidade, da inviolabilidade da vida privada
pode, mediante pagamento prédio serviente, que perten-
e da proteção ao meio ambiente.
de indenização cabal, cons- ce a diverso dono, e constitui-
tranger o vizinho a lhe dar pas- se mediante declaração ex-
Art. 1.278. O direito a que se refere o artigo antecedente não pre- sagem, cujo rumo será judicial- pressa dos proprietários, ou
valece quando as interferências forem justificadas por inte- mente fixado, se necessário por testamento, e subsequen-
resse público, caso em que o proprietário ou o possuidor, causa- te registro no Cartório de Re-
dor delas, pagará ao vizinho indenização cabal. gistro de Imóveis

Art. 1.279. Ainda que por decisão judicial devam ser toleradas Fonte: Lei Fonte: Ato de Vontade, por via
as interferências, poderá o vizinho exigir a sua redução, ou contratual, testamentária.
eliminação, quando estas se tornarem possíveis. Excepcionalmente por usuca-
pião
Art. 1.280. O proprietário ou o possuidor tem direito a exigir do Direito de Vizinhança: Obri- Direito Real: O elemento real
dono do prédio vizinho a demolição, ou a reparação deste, gação propter rem - O ele- se realça na vinculação do pro-
quando ameace ruína, bem como que lhe preste caução pelo mento obrigacional é fornecido prietário como sujeito passivo
dano iminente. pelo conteúdo da obrigação da obrigação

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DIA 17 / 9

NÃO Pode ser usucapido Pode ser usucapido Art. 1.290. O proprietário de nascente, ou do solo onde caem
águas pluviais, satisfeitas as necessidades de seu consumo, não
Dispensa Registro e surgem Requer Registro no Cartório pode impedir, ou desviar o curso natural das águas remanescen-
da existência de contiguidade de Registro de Imóveis, para tes pelos prédios inferiores.
entre os prédios que se constitua
O sujeito é pessoa definida, Os efeitos são erga omnes, Art. 1.291. O possuidor do imóvel superior não poderá poluir as
ou seja, a exigência é feia por e sem qualquer exceção, ou águas indispensáveis às primeiras necessidades da vida dos pos-
contra pessoa que em determi- seja, podem ser exigidos contra suidores dos imóveis inferiores; as demais, que poluir, deverá re-
nado momento é plenamente qualquer pessoa, exceto o pró- cuperar, ressarcindo os danos que estes sofrerem, se não for pos-
determinada, embora essa de- prio titular sível a recuperação ou o desvio do curso artificial das águas.
terminação ocorra de modo in-
direto, pois pode ser o próprio JDC244 O art. 1.291 deve ser interpretado conforme a Constitui-
proprietário, ou possuidor, ou ção, não sendo facultada a poluição das águas, quer sejam
detentor, ou usufrutuário, ou essenciais ou não às primeiras necessidades da vida.
outro
Finalidade: Evitar que a pro- Finalidade: Comunicação Art. 1.292. O proprietário tem direito de construir barragens, açu-
priedade fique sem destina- mais fácil e próxima, conve- des, ou outras obras para represamento de água em seu prédio;
ção ou utilização econômica niência e comodidade se as águas represadas invadirem prédio alheio, será o seu propri-
por conta do encravamento etário indenizado pelo dano sofrido, deduzido o valor do benefí-
cio obtido.
Há diretos e deveres recíprocos O proprietário do prédio domi-
nante desfruta de uma prerro- Art. 1.293. É permitido a quem quer que seja, mediante prévia in-
gativa sobre o prédio serviente, denização aos proprietários prejudicados, construir canais, através
sem que a recíproca seja ver- de prédios alheios, para receber as águas a que tenha direito, in-
dadeira dispensáveis às primeiras necessidades da vida, e, desde que não
Indenização: Condição im- Indenização: Não obrigatória. cause prejuízo considerável à agricultura e à indústria, bem como
posta por lei. para o escoamento de águas supérfluas ou acumuladas, ou a dre-
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
nagem de terrenos.
§ 1o Ao proprietário prejudicado, em tal caso, também assiste di-
Seção IV reito a ressarcimento pelos danos que de futuro lhe advenham da
Da Passagem de Cabos e Tubulações infiltração ou irrupção das águas, bem como da deterioração das
Art. 1.286. Mediante recebimento de indenização que atenda, obras destinadas a canalizá-las.
também, à desvalorização da área remanescente, o proprietário § 2o O proprietário prejudicado poderá exigir que seja subterrâ-
É OBRIGADO A TOLERAR a passagem, através de seu imóvel, de nea a canalização que atravessa áreas edificadas, pátios, hortas,
cabos, tubulações e outros condutos subterrâneos de serviços de jardins ou quintais.
utilidade pública, em proveito de proprietários vizinhos, quando § 3o O aqueduto será construído de maneira que cause o menor
de outro modo for impossível ou excessivamente onerosa. prejuízo aos proprietários dos imóveis vizinhos, e a expensas do
Parágrafo único. O proprietário prejudicado pode exigir que a ins- seu dono, a quem incumbem também as despesas de conserva-
talação seja feita de modo menos gravoso ao prédio onerado, ção.
bem como, depois, seja removida, à sua custa, para outro local do
imóvel. JDC245 Embora omisso acerca da possibilidade de canalização
forçada de águas por prédios alheios, para fins industriais ou
Art. 1.287. Se as instalações oferecerem grave risco, será facul- agrícolas, o art. 1.293 não exclui a possibilidade da canalização
tado ao proprietário do prédio onerado exigir a realização de forçada pelo vizinho, com prévia indenização aos proprietários
obras de segurança. prejudicados.
JDC598 Na redação do art. 1.293, "agricultura e indústria" não
Seção V são apenas qualificadores do prejuízo que pode ser causado
Das Águas pelo aqueduto, mas também finalidades que podem justificar
Art. 1.288. O dono ou o possuidor do prédio inferior É OBRIGA- sua construção.
DO a receber as águas que correm naturalmente do superior,
não podendo realizar obras que embaracem o seu fluxo; porém a Art. 1.294. Aplica-se ao direito de aqueduto o disposto nos arts.
condição natural e anterior do prédio inferior não pode ser agra- 1.286 e 1.287.
vada por obras feitas pelo dono ou possuidor do prédio superior.
Art. 1.295. O aqueduto não impedirá que os proprietários cer-
Art. 1.289. Quando as águas, artificialmente levadas ao prédio quem os imóveis e construam sobre ele, sem prejuízo para a sua
superior, ou aí colhidas, correrem dele para o inferior, poderá o segurança e conservação; os proprietários dos imóveis poderão
dono deste reclamar que se desviem, ou se lhe indenize o pre- usar das águas do aqueduto para as primeiras necessidades da
juízo que sofrer. vida.
Parágrafo único. Da indenização será deduzido o valor do benefí-
cio obtido. Art. 1.296. Havendo no aqueduto águas supérfluas, outros pode-
rão canalizá-las, para os fins previstos no art. 1.293, mediante pa -

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gamento de indenização aos proprietários prejudicados e ao a) a espécie de execução de sua preferência, quando por mais de
dono do aqueduto, de importância equivalente às despesas que um modo puder ser realizada;
então seriam necessárias para a condução das águas até o ponto b) os nomes completos do exequente e do executado e seus nú-
de derivação. meros de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro
Parágrafo único. Têm preferência os proprietários dos imóveis Nacional da Pessoa Jurídica;
atravessados pelo aqueduto. c) os bens suscetíveis de penhora, sempre que possível.
Parágrafo único. O demonstrativo do débito deverá conter:
Seção VI I - o índice de correção monetária adotado;
Dos Limites entre Prédios e do Direito de Tapagem II - a taxa de juros aplicada;
Art. 1.297. O proprietário tem direito a cercar, murar, valar ou ta- III - os termos inicial e final de incidência do índice de correção
par de qualquer modo o seu prédio, urbano ou rural, e pode monetária e da taxa de juros utilizados;
constranger o seu confinante a proceder com ele à demarca- IV - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso;
ção entre os dois prédios, a aviventar rumos apagados e a re- V - a especificação de desconto obrigatório realizado.
novar marcos destruídos ou arruinados, repartindo-se propor-
cionalmente entre os interessados as respectivas despesas. Art. 799. Incumbe ainda ao exequente:
§ 1o Os intervalos, muros, cercas e os tapumes divisórios, tais I - requerer a intimação do credor pignoratício, hipotecário, anti-
como sebes vivas, cercas de arame ou de madeira, valas ou ban- crético ou fiduciário, quando a penhora recair sobre bens grava-
quetas, presumem-se, até prova em contrário, pertencer a ambos dos por penhor, hipoteca, anticrese ou alienação fiduciária;
os proprietários confinantes, sendo estes obrigados, de conformi- II - requerer a intimação do titular de usufruto, uso ou habitação,
dade com os costumes da localidade, a concorrer, em partes quando a penhora recair sobre bem gravado por usufruto, uso ou
iguais, para as despesas de sua construção e conservação. habitação;
§ 2o As sebes vivas, as árvores, ou plantas quaisquer, que servem III - requerer a intimação do promitente comprador, quando a pe-
de marco divisório, só podem ser cortadas, ou arrancadas, de co- nhora recair sobre bem em relação ao qual haja promessa de
mum acordo entre proprietários. compra e venda registrada;
§ 3o A construção de tapumes especiais para impedir a passagem IV - requerer a intimação do promitente vendedor, quando a pe-
de animais de pequeno porte, ou para outro fim, pode ser exigida nhora recair sobre direito aquisitivo derivado de promessa de
de quem provocou a necessidade deles, pelo proprietário, que compra e venda registrada;
não está obrigado a concorrer para as despesas. V - requerer a intimação do superficiário, enfiteuta ou concessio-
nário, em caso de direito de superfície, enfiteuse, concessão de
Art. 1.298. Sendo confusos, os limites, em falta de outro meio, se uso especial para fins de moradia ou concessão de direito real de
determinarão de conformidade com a posse justa; e, não se uso, quando a penhora recair sobre imóvel submetido ao regime
achando ela provada, o terreno contestado se dividirá por partes do direito de superfície, enfiteuse ou concessão;
iguais entre os prédios, ou, não sendo possível a divisão cômoda, VI - requerer a intimação do proprietário de terreno com regime
se adjudicará a um deles, mediante indenização ao outro. de direito de superfície, enfiteuse, concessão de uso especial para
fins de moradia ou concessão de direito real de uso, quando a
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL penhora recair sobre direitos do superficiário, do enfiteuta ou do
concessionário;
VII - requerer a intimação da sociedade, no caso de penhora de
TÍTULO II
quota social ou de ação de sociedade anônima fechada, para o
DAS DIVERSAS ESPÉCIES DE EXECUÇÃO
CAPÍTULO I fim previsto no art. 876, § 7o;
DISPOSIÇÕES GERAIS VIII - pleitear, se for o caso, medidas urgentes;
Art. 797. Ressalvado o caso de insolvência do devedor, em IX - proceder à averbação em registro público do ato de proposi-
que tem lugar o concurso universal, realiza-se a execução no tura da execução e dos atos de constrição realizados, para conhe-
interesse do exequente que adquire, pela penhora, o direito cimento de terceiros.
de preferência sobre os bens penhorados. X - requerer a intimação do titular da construção-base, bem
Parágrafo único. Recaindo mais de uma penhora sobre o mesmo como, se for o caso, do titular de lajes anteriores, quando a pe-
bem, cada exequente conservará o seu título de preferência. nhora recair sobre o direito real de laje;
XI - requerer a intimação do titular das lajes, quando a penhora
Art. 798. Ao propor a execução, incumbe ao exequente: recair sobre a construção-base.
I - instruir a petição inicial com:
a) o título executivo extrajudicial; FPPC447. (arts. 799, 804, 889, VIII e 1.072, I) O exequente deve
b) o demonstrativo do débito atualizado até a data de propositu- providenciar a intimação da União, Estados e Municípios no
ra da ação, quando se tratar de execução por quantia certa; caso de penhora de bem tombado.
c) a prova de que se verificou a condição ou ocorreu o termo, se FPPC448. (arts. 799, VIII) As medidas urgentes previstas no art.
for o caso; 799, VIII, englobam a tutela provisória urgente antecipada.
d) a prova, se for o caso, de que adimpliu a contraprestação que FPPC641. (arts.799, 843, 867, §5, e 889) O exequente deve provi -
lhe corresponde ou que lhe assegura o cumprimento, se o execu- denciar a intimação do coproprietário no caso da penhora de
tado não for obrigado a satisfazer a sua prestação senão median- bem imóvel indivisível ou de direito real sobre bem imóvel indi-
te a contraprestação do exequente; visível
II - indicar: JDPC104 O fornecimento de certidão para fins de averbação
premonitória (art. 799, IX, do CPC) independe de prévio des-

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DIA 17 / 11

pacho ou autorização do juiz. Art. 805. Quando por vários meios o exequente puder promover
a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gra-
voso para o executado.
Art. 800. Nas obrigações alternativas, quando a escolha cou-
Parágrafo único. Ao executado que alegar ser a medida executiva
ber ao devedor, esse será citado para exercer a opção e reali-
mais gravosa incumbe indicar outros meios mais eficazes e menos
zar a prestação dentro de 10 dias, se outro prazo não lhe foi de-
onerosos, sob pena de manutenção dos atos executivos já deter-
terminado em lei ou em contrato.
minados.
§ 1o Devolver-se-á ao credor a opção, se o devedor não a exercer
no prazo determinado.
CAPÍTULO II
§ 2o A escolha será indicada na petição inicial da execução quan-
DA EXECUÇÃO PARA A ENTREGA DE COISA
do couber ao credor exercê-la.
Seção I
Da Entrega de Coisa Certa
Art. 801. Verificando que a petição inicial está incompleta ou
Art. 806. O devedor de obrigação de entrega de coisa certa,
que não está acompanhada dos documentos indispensáveis à
constante de título executivo extrajudicial, será citado para, em
propositura da execução, o juiz determinará que o exequente a
15 dias, satisfazer a obrigação.
corrija, no prazo de 15 dias, sob pena de indeferimento.
§ 1o Ao despachar a inicial, o juiz poderá fixar multa por dia de
atraso no cumprimento da obrigação, ficando o respectivo va-
Art. 802. Na execução, o despacho que ordena a citação, des-
lor sujeito a alteração, caso se revele insuficiente ou excessivo.
de que realizada em observância ao disposto no § 2 o do art. 240,
§ 2o Do mandado de citação constará ordem para imissão na
INTERROMPE a prescrição, ainda que proferido por juízo in-
posse ou busca e apreensão, conforme se tratar de bem imó-
competente.
vel ou móvel, cujo cumprimento se dará de imediato, se o
Parágrafo único. A interrupção da prescrição retroagirá à data
executado não satisfizer a obrigação no prazo que lhe foi de-
de propositura da ação.
signado.
Art. 803. É NULA a execução se:
I - o título executivo extrajudicial não corresponder a obriga- FPPC449. (art. 806 do CPC/1973) O art. 806 do CPC de 1973
ção CERTA, LÍQUIDA e EXIGÍVEL; aplica-se às cautelares propostas antes da entrada em vigor do
II - o executado não for regularmente citado; CPC de 2015.
III - for instaurada antes de se verificar a condição ou de ocor-
rer o termo. Art. 807. Se o executado entregar a coisa, será lavrado o termo
Parágrafo único. A nulidade de que cuida este artigo será pro- respectivo e considerada satisfeita a obrigação, prosseguindo-se
nunciada pelo juiz, de ofício ou a requerimento da parte, IN- a execução para o pagamento de frutos ou o ressarcimento de
DEPENDENTEMENTE DE EMBARGOS À EXECUÇÃO. prejuízos, se houver.

Art. 804. A alienação de bem gravado por penhor, hipoteca ou Art. 808. Alienada a coisa quando já litigiosa, será expedido
anticrese será INEFICAZ em relação ao credor pignoratício, hi- mandado contra o terceiro adquirente, QUE SOMENTE SERÁ
potecário ou anticrético não intimado. OUVIDO APÓS DEPOSITÁ-LA.
§ 1o A alienação de bem objeto de promessa de compra e venda
ou de cessão registrada será INEFICAZ em relação ao promitente Art. 809. O exequente tem direito a receber, além de perdas e
comprador ou ao cessionário não intimado. danos, o valor da coisa, quando essa se deteriorar, não lhe for
§ 2o A alienação de bem sobre o qual tenha sido instituído direito entregue, não for encontrada ou não for reclamada do poder de
de superfície, seja do solo, da plantação ou da construção, será terceiro adquirente.
INEFICAZ em relação ao concedente ou ao concessionário não § 1o Não constando do título o valor da coisa e sendo impossível
intimado. sua avaliação, o exequente apresentará estimativa, sujeitando-a
§ 3o A alienação de direito aquisitivo de bem objeto de promessa ao arbitramento judicial.
de venda, de promessa de cessão ou de alienação fiduciária será § 2o Serão apurados em liquidação o valor da coisa e os prejuízos.
INEFICAZ em relação ao promitente vendedor, ao promitente ce-
dente ou ao proprietário fiduciário não intimado. Art. 810. Havendo benfeitorias indenizáveis feitas na coisa pelo
§ 4o A alienação de imóvel sobre o qual tenha sido instituída enfi- executado ou por terceiros de cujo poder ela houver sido tirada, a
teuse, concessão de uso especial para fins de moradia ou conces- liquidação prévia é obrigatória.
são de direito real de uso será INEFICAZ em relação ao enfiteuta Parágrafo único. Havendo saldo:
ou ao concessionário não intimado. I - em favor do executado ou de terceiros, o exequente o deposi -
§ 5o A alienação de direitos do enfiteuta, do concessionário de di- tará ao requerer a entrega da coisa;
reito real de uso ou do concessionário de uso especial para fins II - em favor do exequente, esse poderá cobrá-lo nos autos do
de moradia será INEFICAZ em relação ao proprietário do respec- mesmo processo.
tivo imóvel não intimado.
§ 6o A alienação de bem sobre o qual tenha sido instituído usufru- Seção II
to, uso ou habitação será INEFICAZ em relação ao titular desses Da Entrega de Coisa Incerta
direitos reais não intimado. Art. 811. Quando a execução recair sobre coisa determinada
pelo gênero e pela quantidade, o executado será citado para
entregá-la individualizada, se lhe couber a escolha.

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DIA 17 / 12

Parágrafo único. Se a escolha couber ao exequente, esse deverá


indicá-la na petição inicial. Art. 820. Se o exequente quiser executar ou mandar executar, sob
sua direção e vigilância, as obras e os trabalhos necessários à rea-
Art. 812. Qualquer das partes poderá, no prazo de 15 dias, im- lização da prestação, terá preferência, em igualdade de condições
pugnar a escolha feita pela outra, e o juiz decidirá de plano ou, de oferta, em relação ao terceiro.
se necessário, ouvindo perito de sua nomeação. Parágrafo único. O direito de preferência deverá ser exercido
no prazo de 5 dias, após aprovada a proposta do terceiro.
Art. 813. Aplicar-se-ão à execução para entrega de coisa incerta,
no que couber, as disposições da Seção I deste Capítulo. Art. 821. Na obrigação de fazer, quando se convencionar que o
executado a satisfaça pessoalmente, o exequente poderá requerer
CAPÍTULO III ao juiz que lhe assine prazo para cumpri-la.
DA EXECUÇÃO DAS OBRIGAÇÕES DE FAZER OU DE NÃO FAZER Parágrafo único. Havendo recusa ou mora do executado, sua
Seção I obrigação pessoal será convertida em perdas e danos, caso em
Disposições Comuns que se observará o procedimento de execução por quantia certa.
Art. 814. Na execução de obrigação de fazer ou de não fazer fun-
dada em título extrajudicial, ao despachar a inicial, o juiz fixará Seção III
multa por período de atraso no cumprimento da obrigação e Da Obrigação de Não Fazer
a data a partir da qual será devida. Art. 822. Se o executado praticou ato a cuja abstenção estava
Parágrafo único. Se o valor da multa estiver previsto no título e obrigado por lei ou por contrato, o exequente requererá ao
for excessivo, o juiz poderá reduzi-lo. juiz que assine prazo ao executado para desfazê-lo.

Seção II Art. 823. Havendo recusa ou mora do executado, o exequente re-


Da Obrigação de Fazer quererá ao juiz que mande desfazer o ato à custa daquele, que
Art. 815. Quando o objeto da execução for obrigação de fazer, o responderá por perdas e danos.
executado será citado para satisfazê-la no prazo que o juiz lhe Parágrafo único. Não sendo possível desfazer-se o ato, a obri-
designar, se outro não estiver determinado no título executivo. gação resolve-se em perdas e danos, caso em que, após a liqui-
dação, se observará o procedimento de execução por quantia cer-
Art. 816. Se o executado não satisfizer a obrigação no prazo ta.
designado, é lícito ao exequente, nos próprios autos do pro-
cesso, requerer a satisfação da obrigação à custa do executa- CAPÍTULO IV
do ou perdas e danos, hipótese em que se converterá em inde- DA EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA
nização. Seção I
Parágrafo único. O valor das perdas e danos será apurado em Disposições Gerais
liquidação, seguindo-se a execução para cobrança de quantia Art. 824. A execução por quantia certa realiza-se pela expropri-
certa. ação de bens do executado, ressalvadas as execuções especiais.

JDPC103 Pode o exequente - em execução de obrigação de Art. 825. A expropriação consiste em:
fazer fungível, decorrente do inadimplemento relativo, vo- I - adjudicação;
luntário e inescusável do executado - requerer a satisfação II - alienação;
da obrigação por terceiro, cumuladamente ou não com per- III - apropriação de frutos e rendimentos de empresa ou de es-
das e danos, considerando que o caput do art. 816 do CPC não tabelecimentos e de outros bens.
derrogou o caput do art. 249 do Código Civil.
Art. 826. Antes de adjudicados ou alienados os bens, o executado
pode, a todo tempo, remir a execução, pagando ou consignan-
Art. 817. Se a obrigação puder ser satisfeita por terceiro, é lícito
do a importância atualizada da dívida, acrescida de juros, custas e
ao juiz autorizar, a requerimento do exequente, que aquele a sa-
honorários advocatícios.
tisfaça à custa do executado.
Parágrafo único. O exequente adiantará as quantias previstas na
proposta que, ouvidas as partes, o juiz houver aprovado. CJF 151: O legitimado pode remir a execução até a lavratura
do auto de adjudicação ou de alienação (CPC, art. 826).
Art. 818. Realizada a prestação, o juiz ouvirá as partes no pra-
zo de 10 dias e, não havendo impugnação, considerará satis- Seção II
feita a obrigação. Da Citação do Devedor e do Arresto
Parágrafo único. Caso haja impugnação, o juiz a decidirá. Art. 827. Ao despachar a inicial, o juiz fixará, de plano, os ho-
norários advocatícios de 10%, a serem pagos pelo executado.
Art. 819. Se o terceiro contratado não realizar a prestação no pra- § 1o No caso de integral pagamento no prazo de 3 dias, o valor
zo ou se o fizer de modo incompleto ou defeituoso, poderá o dos honorários advocatícios será reduzido pela metade.
exequente requerer ao juiz, no prazo de 15 dias, que o autorize a § 2o O valor dos honorários poderá ser elevado até 20%, quan-
concluí-la ou a repará-la à custa do contratante. do rejeitados os embargos à execução, podendo a majoração,
Parágrafo único. Ouvido o contratante no prazo de 15 dias, o caso não opostos os embargos, ocorrer ao final do procedi-
juiz mandará avaliar o custo das despesas necessárias e o conde- mento executivo, levando-se em conta o trabalho realizado pelo
nará a pagá-lo. advogado do exequente.

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Seção III
FPPC450. (arts. 827, §2º, 523, 525, 771, parágrafo único) Aplica-se Da Penhora, do Depósito e da Avaliação
a regra decorrente do art. 827, §2º, ao cumprimento de sentença. Subseção I
FPPC451. (arts. 827, caput e 1º; art. 85, §1º) A regra decorrente Do Objeto da Penhora
do caput e do §1º do art. 827 aplica-se às execuções fundadas Art. 831. A penhora deverá recair sobre tantos bens quantos
em título executivo extrajudicial de obrigação de fazer, não bastem para o pagamento do principal atualizado, dos juros,
fazer e entrega de coisa. das custas e dos honorários advocatícios.

Art. 828. O exequente poderá obter certidão de que a execu- CJF 156: O decurso de tempo entre a avaliação do bem penho-
ção foi admitida pelo juiz, com identificação das partes e do va- rado e a sua alienação não importa, por si só, nova avaliação,
lor da causa, para fins de averbação no registro de imóveis, de a qual deve ser realizada se houver, nos autos, indícios de que
veículos ou de outros bens sujeitos a penhora, arresto ou in- houve majoração ou diminuição no valor.
disponibilidade.
§ 1o No prazo de 10 dias de sua concretização, o exequente de- Art. 832. Não estão sujeitos à execução os bens que a lei con-
verá comunicar ao juízo as averbações efetivadas. sidera impenhoráveis ou inalienáveis.
§ 2o Formalizada penhora sobre bens suficientes para cobrir o va-
lor da dívida, o exequente providenciará, no prazo de 10 dias, o Art. 833. São IMPENHORÁVEIS:
cancelamento das averbações relativas àqueles não penhorados. I - os bens inalienáveis e os declarados, POR ATO VOLUNTÁ-
§ 3o O juiz determinará o cancelamento das averbações, de ofício RIO, não sujeitos à execução;
ou a requerimento, caso o exequente não o faça no prazo. II - os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que
§ 4o PRESUME-SE EM FRAUDE À EXECUÇÃO a alienação ou a guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado va-
oneração de bens efetuada após a averbação. lor ou os que ultrapassem as necessidades comuns correspon-
§ 5o O exequente que promover averbação manifestamente dentes a um médio padrão de vida;
indevida ou não cancelar as averbações nos termos do § 2o in- III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do
denizará a parte contrária, processando-se o incidente em autos executado, salvo se de elevado valor;
apartados. IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as re-
munerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os pe-
FPPC539. (art. 828; art. 799, IX; art. 312) A certidão a que se refe- cúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por li-
re o art. 828 não impede a obtenção e a averbação de certidão beralidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e
da propositura da execução (art. 799) de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorá-
FPPC642. (arts. 828, §§2º e 5º, 515, I, 523 e 771) A decisão do rios de profissional liberal, ressalvado o § 2o;
juiz que reconhecer o direito a indenização, decorrente de in- V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os
devida averbação prevista no art. 828 ou do não cancelamento instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao
das averbações excessivas, é apta a ensejar a liquidação e o exercício da profissão do executado;
posterior cumprimento da sentença, sem necessidade de VI - o SEGURO DE VIDA;
propositura de ação de conhecimento. VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo
se essas forem penhoradas;
VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde
Art. 829. O executado será citado para pagar a dívida no pra-
que trabalhada pela família;
zo de 3 dias, contado da citação.
IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas
§ 1o Do mandado de citação constarão, também, a ordem de
para aplicação compulsória em educação, saúde ou assistên-
penhora e a avaliação a serem cumpridas pelo oficial de justi -
cia social;
ça tão logo verificado o não pagamento no prazo assinalado,
X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o li-
de tudo lavrando-se auto, com intimação do executado.
mite de 40 salários-mínimos;
§ 2o A penhora recairá sobre os bens indicados pelo exequente,
XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos por
salvo se outros forem indicados pelo executado e aceitos pelo
partido político, nos termos da lei;
juiz, mediante demonstração de que a constrição proposta lhe
XII - os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliá-
será menos onerosa e não trará prejuízo ao exequente.
rias, sob regime de incorporação imobiliária, vinculados à
execução da obra.
Art. 830. Se o oficial de justiça não encontrar o executado, ar-
§ 1o A impenhorabilidade NÃO É OPONÍVEL à execução de
restar-lhe-á tantos bens quantos bastem para garantir a exe-
dívida relativa ao próprio bem, inclusive àquela contraída
cução.
para sua aquisição.
§ 1o Nos 10 dias seguintes à efetivação do arresto, o oficial de
§ 2o O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipó-
justiça procurará o executado 2 vezes em dias distintos e, ha-
tese de penhora para pagamento de prestação alimentícia, in-
vendo suspeita de ocultação, realizará a citação com hora cer-
dependentemente de sua origem, bem como às importâncias
ta, certificando pormenorizadamente o ocorrido.
excedentes a 50 salários-mínimos mensais, devendo a constri-
§ 2o Incumbe ao exequente requerer a citação por edital, uma
ção observar o disposto no art. 528, § 8o, e no art. 529, § 3o.
vez frustradas a pessoal e a com hora certa.
§ 3o Incluem-se na impenhorabilidade prevista no inciso V do ca-
§ 3o Aperfeiçoada a citação e transcorrido o prazo de paga-
put os equipamentos, os implementos e as máquinas agrícolas
mento, o arresto converter-se-á em penhora, independente-
pertencentes a pessoa física ou a empresa individual produtora
mente de termo.
rural, exceto quando tais bens tenham sido objeto de financia-

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DIA 17 / 14

mento e estejam vinculados em garantia a negócio jurídico ou Subseção II


quando respondam por dívida de natureza alimentar, traba- Da Documentação da Penhora, de seu Registro e do Depósito
lhista ou previdenciária. Art. 837. Obedecidas as normas de segurança instituídas sob cri-
térios uniformes pelo Conselho Nacional de Justiça, a penhora de
JDPC105 As hipóteses de penhora do art. 833, § 2º, do CPC apli- dinheiro e as averbações de penhoras de bens imóveis e móveis
cam-se ao cumprimento da sentença ou à execução de título podem ser realizadas por meio eletrônico.
extrajudicial relativo a honorários advocatícios, em razão de
sua natureza alimentar. Art. 838. A penhora será realizada mediante auto ou termo, que
CJF 152: O pacto de impenhorabilidade (arts. 190, 200 e 833, I) conterá:
produz efeitos entre as partes, não alcançando terceiros. I - a indicação do dia, do mês, do ano e do lugar em que foi feita;
CJF 153: A penhorabilidade dos bens, observados os critérios II - os nomes do exequente e do executado;
do art. 190 do CPC, pode ser objeto de convenção processual III - a descrição dos bens penhorados, com as suas características;
das partes. IV - a nomeação do depositário dos bens.
CJF 154: O exequente deve providenciar a intimação do copro-
prietário no caso da penhora de bem indivisível ou de direito Art. 839. Considerar-se-á feita a penhora mediante a apreen-
real sobre bem indivisível. são e o depósito dos bens, lavrando-se um só auto se as dili-
gências forem concluídas no mesmo dia.
Parágrafo único. Havendo mais de uma penhora, serão lavrados
Art. 834. Podem ser penhorados, à falta de outros bens, os
autos individuais.
frutos e os rendimentos dos bens inalienáveis.

Art. 840. Serão preferencialmente depositados:


Art. 835. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte
I - as quantias em dinheiro, os papéis de crédito e as pedras e os
ordem:
metais preciosos, no Banco do Brasil, na Caixa Econômica Federal
I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em institui-
ou em banco do qual o Estado ou o Distrito Federal possua mais
ção financeira;
da metade do capital social integralizado, ou, na falta desses esta-
II - títulos da dívida pública da União, dos Estados e do Distrito
belecimentos, em qualquer instituição de crédito designada pelo
Federal com cotação em mercado;
juiz;
III - títulos e valores mobiliários com cotação em mercado;
II - os móveis, os semoventes, os imóveis urbanos e os direitos
IV - veículos de via terrestre;
aquisitivos sobre imóveis urbanos, em poder do depositário judi-
V - bens imóveis;
cial;
VI - bens móveis em geral;
III - os imóveis rurais, os direitos aquisitivos sobre imóveis rurais,
VII - semoventes;
as máquinas, os utensílios e os instrumentos necessários ou úteis
VIII - navios e aeronaves;
à atividade agrícola, mediante caução idônea, em poder do exe-
IX - ações e quotas de sociedades simples e empresárias;
cutado.
X - percentual do faturamento de empresa devedora;
§ 1o No caso do inciso II do caput, se não houver depositário judi-
XI - pedras e metais preciosos;
cial, os bens ficarão em poder do exequente.
XII - direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e ven-
§ 2o Os bens poderão ser depositados em poder do executado
da e de alienação fiduciária em garantia;
nos casos de difícil remoção ou quando anuir o exequente.
XIII - outros direitos.
§ 3o As joias, as pedras e os objetos preciosos deverão ser deposi-
§ 1o É PRIORITÁRIA A PENHORA EM DINHEIRO, podendo o
tados com registro do valor estimado de resgate.
juiz, nas demais hipóteses, alterar a ordem prevista no caput de
acordo com as circunstâncias do caso concreto.
Art. 841. Formalizada a penhora por qualquer dos meios legais,
§ 2o Para fins de substituição da penhora, equiparam-se a di-
dela será imediatamente intimado o executado.
nheiro a fiança bancária e o seguro garantia judicial, desde
§ 1o A intimação da penhora será feita ao advogado do execu-
que em valor não inferior ao do débito constante da inicial,
tado ou à sociedade de advogados a que aquele pertença.
acrescido de 30%.
§ 2o Se não houver constituído advogado nos autos, o execu-
§ 3o Na execução de crédito com garantia real, a penhora recairá
tado será intimado pessoalmente, de preferência por via pos-
sobre a coisa dada em garantia, e, se a coisa pertencer a terceiro
tal.
garantidor, este também será intimado da penhora.
§ 3o O disposto no § 1o não se aplica aos casos de penhora realiza-
da na presença do executado, que se reputa intimado.
Art. 836. Não se levará a efeito a penhora quando ficar evi-
§ 4o Considera-se realizada a intimação a que se refere o § 2 o
dente que o produto da execução dos bens encontrados será
quando o executado houver mudado de endereço sem prévia co-
totalmente absorvido pelo pagamento das custas da execu-
municação ao juízo, observado o disposto no parágrafo único do
ção.
art. 274.
§ 1o Quando não encontrar bens penhoráveis, independente-
mente de determinação judicial expressa, o oficial de justiça
Art. 842. Recaindo a penhora sobre bem imóvel ou direito real
descreverá na certidão os bens que guarnecem a residência ou o
sobre imóvel, será intimado também o cônjuge do executado,
estabelecimento do executado, quando este for pessoa jurídica.
salvo se forem casados em regime de separação absoluta de
§ 2o Elaborada a lista, o executado ou seu representante legal será
bens.
nomeado depositário provisório de tais bens até ulterior determi-
nação do juiz.

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DIA 17 / 15

Art. 843. Tratando-se de penhora de bem indivisível, o equiva- II - descrever os bens móveis, com todas as suas propriedades e
lente à quota-parte do coproprietário ou do cônjuge alheio à características, bem como o estado deles e o lugar onde se en-
execução recairá sobre o produto da alienação do bem. contram;
§ 1o É reservada ao coproprietário ou ao cônjuge não executado a III - descrever os semoventes, com indicação de espécie, de nú-
preferência na arrematação do bem em igualdade de condições. mero, de marca ou sinal e do local onde se encontram;
§ 2o Não será levada a efeito expropriação por preço inferior ao IV - identificar os créditos, indicando quem seja o devedor, qual a
da avaliação na qual o valor auferido seja incapaz de garantir, ao origem da dívida, o título que a representa e a data do vencimen-
coproprietário ou ao cônjuge alheio à execução, o corresponden- to; e
te à sua quota-parte calculado sobre o valor da avaliação. V - atribuir, em qualquer caso, valor aos bens indicados à penho-
ra, além de especificar os ônus e os encargos a que estejam sujei-
FPPC329. (arts. 843, caput e §1º, e 15). Na execução trabalhista tos.
deve ser preservada a quota parte de bem indivisível do copro- § 2o Requerida a substituição do bem penhorado, o executado
prietário ou do cônjuge alheio à execução, sendo-lhe assegura- deve indicar onde se encontram os bens sujeitos à execução, exi-
do o direito de preferência na arrematação do bem em igualda- bir a prova de sua propriedade e a certidão negativa ou positiva
de de condições. de ônus, bem como abster-se de qualquer atitude que dificulte
ou embarace a realização da penhora.
§ 3o O executado somente poderá oferecer bem imóvel em
Art. 844. Para presunção absoluta de conhecimento por tercei-
substituição caso o requeira com a expressa anuência do côn-
ros, cabe ao exequente providenciar a averbação do arresto ou
juge, salvo se o regime for o de separação absoluta de bens.
da penhora no registro competente, mediante apresentação de
§ 4o O juiz intimará o exequente para manifestar-se sobre o re-
cópia do auto ou do termo, independentemente de mandado ju-
querimento de substituição do bem penhorado.
dicial.

Art. 848. As partes poderão requerer a substituição da penhora


Subseção III
se:
Do Lugar de Realização da Penhora
I - ela não obedecer à ordem legal;
Art. 845. Efetuar-se-á a penhora onde se encontrem os bens,
II - ela não incidir sobre os bens designados em lei, contrato ou
ainda que sob a posse, a detenção ou a guarda de terceiros.
ato judicial para o pagamento;
§ 1o A penhora de imóveis, independentemente de onde se locali-
III - havendo bens no foro da execução, outros tiverem sido pe-
zem, quando apresentada certidão da respectiva matrícula, e a
nhorados;
penhora de veículos automotores, quando apresentada certidão
IV - havendo bens livres, ela tiver recaído sobre bens já penhora-
que ateste a sua existência, serão realizadas por termo nos autos.
dos ou objeto de gravame;
§ 2o Se o executado não tiver bens no foro do processo, não sen -
V - ela incidir sobre bens de baixa liquidez;
do possível a realização da penhora nos termos do § 1 o, a execu-
VI - fracassar a tentativa de alienação judicial do bem; ou
ção será feita por carta, penhorando-se, avaliando-se e alie-
VII - o executado não indicar o valor dos bens ou omitir qualquer
nando-se os bens no foro da situação.
das indicações previstas em lei.
Parágrafo único. A penhora pode ser substituída por fiança
Art. 846. Se o executado fechar as portas da casa a fim de obstar
bancária ou por seguro garantia judicial, em valor não inferior
a penhora dos bens, o oficial de justiça comunicará o fato ao
ao do débito constante da inicial, acrescido de 30%
juiz, solicitando-lhe ordem de arrombamento.
§ 1o Deferido o pedido, 2 oficiais de justiça cumprirão o man-
Art. 849. Sempre que ocorrer a substituição dos bens inicialmente
dado, arrombando cômodos e móveis em que se presuma esta-
penhorados, será lavrado novo termo.
rem os bens, e lavrarão de tudo auto circunstanciado, que será
assinado por 2 testemunhas presentes à diligência.
Art. 850. Será admitida a redução ou a ampliação da penhora,
§ 2o Sempre que necessário, o juiz requisitará força policial, a fim
bem como sua transferência para outros bens, se, no curso do
de auxiliar os oficiais de justiça na penhora dos bens.
processo, o valor de mercado dos bens penhorados sofrer altera-
§ 3o Os oficiais de justiça lavrarão em duplicata o auto da ocorrên-
ção significativa.
cia, entregando uma via ao escrivão ou ao chefe de secretaria,
para ser juntada aos autos, e a outra à autoridade policial a quem
Art. 851. Não se procede à segunda penhora, salvo se:
couber a apuração criminal dos eventuais delitos de desobediên-
I - a primeira for anulada;
cia ou de resistência.
II - executados os bens, o produto da alienação não bastar
§ 4o Do auto da ocorrência constará o rol de testemunhas, com a
para o pagamento do exequente;
respectiva qualificação.
III - o exequente desistir da primeira penhora, por serem litigi-
osos os bens ou por estarem submetidos a constrição judicial.
Subseção IV
Das Modificações da Penhora
Art. 852. O juiz determinará a alienação antecipada dos bens
Art. 847. O executado pode, no prazo de 10 dias contado da
penhorados quando:
intimação da penhora, requerer a substituição do bem penho-
I - se tratar de veículos automotores, de pedras e metais preci-
rado, desde que comprove que lhe será menos onerosa e não
osos e de outros bens móveis sujeitos à depreciação ou à de-
trará prejuízo ao exequente.
terioração;
§ 1o O juiz só autorizará a substituição se o executado:
II - houver manifesta vantagem.
I - comprovar as respectivas matrículas e os registros por certidão
do correspondente ofício, quanto aos bens imóveis;

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DIA 17 / 16

Art. 853. Quando uma das partes requerer alguma das medidas FPPC540. (art. 854; Lei n. 6.830/1980) A disciplina procedimental
previstas nesta Subseção, o juiz ouvirá sempre a outra, no prazo para penhora de dinheiro prevista no art. 854 é aplicável ao pro-
de 3 dias, antes de decidir. cedimento de execução fiscal.
Parágrafo único. O juiz decidirá de plano qualquer questão susci- FPPC541 (art. 854, §§ 7º e 8º) – A responsabilidade que trata o
tada. art. 854, § 8º, é objetiva e as perdas e danos serão liquidadas de
forma incidental, devendo ser imediatamente intimada a insti-
Subseção V tuição financeira para preservação do contraditório
Da Penhora de Dinheiro em Depósito ou em Aplicação Financeira
Art. 854. Para possibilitar a penhora de dinheiro em depósito ou
Subseção VI
em aplicação financeira, o juiz, a requerimento do exequente, sem
Da Penhora de Créditos
dar ciência prévia do ato ao executado, determinará às insti-
Art. 855. Quando recair em crédito do executado, enquanto não
tuições financeiras, por meio de sistema eletrônico gerido pela
ocorrer a hipótese prevista no art. 856, considerar-se-á feita a pe-
autoridade supervisora do sistema financeiro nacional, que torne
nhora pela intimação:
indisponíveis ativos financeiros existentes em nome do exe-
I - ao terceiro devedor para que não pague ao executado, seu
cutado, limitando-se a indisponibilidade ao valor indicado na
credor;
execução.
II - ao executado, credor do terceiro, para que não pratique ato
§ 1o No prazo de 24 horas a contar da resposta, de ofício, o juiz
de disposição do crédito.
determinará o cancelamento de eventual indisponibilidade exces-
siva, o que deverá ser cumprido pela instituição financeira em
Art. 856. A penhora de crédito representado por letra de câmbio,
igual prazo.
nota promissória, duplicata, cheque ou outros títulos far-se-á pela
§ 2o Tornados indisponíveis os ativos financeiros do executado,
apreensão do documento, esteja ou não este em poder do execu-
este será intimado na pessoa de seu advogado ou, não o tendo,
tado.
pessoalmente.
§ 1o Se o título não for apreendido, mas o terceiro confessar a
§ 3o Incumbe ao executado, no prazo de 5 dias, comprovar
dívida, será este tido como depositário da importância.
que:
§ 2o O terceiro só se exonerará da obrigação depositando em juí-
I - as quantias tornadas indisponíveis são impenhoráveis;
zo a importância da dívida.
II - ainda remanesce indisponibilidade excessiva de ativos fi-
§ 3o Se o terceiro negar o débito em conluio com o executado, a
nanceiros.
quitação que este lhe der caracterizará fraude à execução.
§ 4o Acolhida qualquer das arguições dos incisos I e II do § 3 o, o
§ 4o A requerimento do exequente, o juiz determinará o compare-
juiz determinará o cancelamento de eventual indisponibilidade ir-
cimento, em audiência especialmente designada, do executado e
regular ou excessiva, a ser cumprido pela instituição financeira em
do terceiro, a fim de lhes tomar os depoimentos.
24 horas.
§ 5o Rejeitada ou não apresentada a manifestação do executado,
Art. 857. Feita a penhora em direito e ação do executado, e não
converter-se-á a indisponibilidade em penhora, sem necessidade
tendo ele oferecido embargos ou sendo estes rejeitados, o exe-
de lavratura de termo, devendo o juiz da execução determinar à
quente ficará sub-rogado nos direitos do executado até a concor-
instituição financeira depositária que, no prazo de 24 horas,
rência de seu crédito.
transfira o montante indisponível para conta vinculada ao juízo da
§ 1o O exequente pode preferir, em vez da sub-rogação, a aliena-
execução.
ção judicial do direito penhorado, caso em que declarará sua von-
§ 6o Realizado o pagamento da dívida por outro meio, o juiz
tade no prazo de 10 dias contado da realização da penhora.
determinará, imediatamente, por sistema eletrônico gerido pela
§ 2o A sub-rogação não impede o sub-rogado, se não receber o
autoridade supervisora do sistema financeiro nacional, a notifica-
crédito do executado, de prosseguir na execução, nos mesmos
ção da instituição financeira para que, em até 24 horas, cance-
autos, penhorando outros bens.
le a indisponibilidade.
§ 7o As transmissões das ordens de indisponibilidade, de seu can-
Art. 858. Quando a penhora recair sobre dívidas de dinheiro a ju-
celamento e de determinação de penhora previstas neste artigo
ros, de direito a rendas ou de prestações periódicas, o exequente
far-se-ão por meio de sistema eletrônico gerido pela autoridade
poderá levantar os juros, os rendimentos ou as prestações à me-
supervisora do sistema financeiro nacional.
dida que forem sendo depositados, abatendo-se do crédito as
§ 8o A instituição financeira será responsável pelos prejuízos cau-
importâncias recebidas, conforme as regras de imputação do pa-
sados ao executado em decorrência da indisponibilidade de ati-
gamento.
vos financeiros em valor superior ao indicado na execução ou
pelo juiz, bem como na hipótese de não cancelamento da indis-
Art. 859. Recaindo a penhora sobre direito a prestação ou a resti-
ponibilidade no prazo de 24 horas, quando assim determinar o
tuição de coisa determinada, o executado será intimado para, no
juiz.
vencimento, depositá-la, correndo sobre ela a execução.
§ 9o Quando se tratar de execução contra partido político, o juiz, a
requerimento do exequente, determinará às instituições financei-
ras, por meio de sistema eletrônico gerido por autoridade super- FPPC643. (Art.859). A intimação prevista no art. 859, para que
visora do sistema bancário, que tornem indisponíveis ativos finan- seja efetuado o depósito de prestação ou restituição (em favor
ceiros somente em nome do órgão partidário que tenha contraí- do executado), deve ser direcionada ao devedor do executado.
do a dívida executada ou que tenha dado causa à violação de di -
reito ou ao dano, ao qual cabe exclusivamente a responsabilidade Art. 860. Quando o direito estiver sendo pleiteado em juízo, a pe-
pelos atos praticados, na forma da lei. nhora que recair sobre ele será averbada, com destaque, nos au-
tos pertinentes ao direito e na ação correspondente à penhora, a

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fim de que esta seja efetivada nos bens que forem adjudicados ou I - a indicação do princípio constitucional que se considera vi-
que vierem a caber ao executado. olado ou, se for o caso de recusa à aplicação de lei federal,
das disposições questionadas;
CJF 155: A penhora a que alude o art. 860 do CPC poderá recair II - a indicação do ato normativo, do ato administrativo, do ato
sobre direito litigioso ainda não reconhecido por decisão transi- concreto ou da omissão questionados;
tada em julgado. III - a prova da violação do princípio constitucional ou da re-
cusa de execução de lei federal;
IV - o pedido, com suas especificações.
Subseção VII
Parágrafo único. A petição inicial será apresentada em 2 vias, de-
Da Penhora das Quotas ou das Ações de
vendo conter, se for o caso, cópia do ato questionado e dos do-
Sociedades Personificadas
cumentos necessários para comprovar a impugnação.
Art. 861. Penhoradas as quotas ou as ações de sócio em socieda-
de simples ou empresária, o juiz assinará prazo razoável, não su-
perior a 3 meses, para que a sociedade: Art. 4o A petição inicial será indeferida liminarmente pelo rela-
I - apresente balanço especial, na forma da lei; tor, quando não for o caso de representação interventiva, fal-
II - ofereça as quotas ou as ações aos demais sócios, observado o tar algum dos requisitos estabelecidos nesta Lei ou for inepta.
direito de preferência legal ou contratual; Parágrafo único. Da decisão de indeferimento da petição inicial
III - não havendo interesse dos sócios na aquisição das ações, caberá AGRAVO, no prazo de 5 dias.
proceda à liquidação das quotas ou das ações, depositando em
juízo o valor apurado, em dinheiro. Art. 5o O STF, por decisão da maioria absoluta de seus mem-
§ 1o Para evitar a liquidação das quotas ou das ações, a sociedade bros, poderá deferir pedido de medida liminar na representa-
poderá adquiri-las sem redução do capital social e com utilização ção interventiva.
de reservas, para manutenção em tesouraria. § 1o O relator poderá ouvir os órgãos ou autoridades responsá-
§ 2o O disposto no caput e no § 1 o não se aplica à sociedade veis pelo ato questionado, bem como o Advogado-Geral da Uni-
anônima de capital aberto, cujas ações serão adjudicadas ao ão (AGU) ou o Procurador-Geral da República (PGR), no prazo co-
exequente ou alienadas em bolsa de valores, conforme o caso. mum de 5 dias.
§ 3o Para os fins da liquidação de que trata o inciso III do caput, o § 2o A liminar poderá consistir na determinação de que se
juiz poderá, a requerimento do exequente ou da sociedade, no- suspenda o andamento de processo ou os efeitos de decisões
mear administrador, que deverá submeter à aprovação judicial a judiciais ou administrativas ou de qualquer outra medida que
forma de liquidação. apresente relação com a matéria objeto da representação in-
§ 4o O prazo previsto no caput poderá ser ampliado pelo juiz, se o terventiva.
pagamento das quotas ou das ações liquidadas:
I - superar o valor do saldo de lucros ou reservas, exceto a legal, e Art. 6o Apreciado o pedido de liminar ou, logo após recebida a
sem diminuição do capital social, ou por doação; ou petição inicial, se não houver pedido de liminar, o relator solicita-
II - colocar em risco a estabilidade financeira da sociedade sim- rá as informações às autoridades responsáveis pela prática do
ples ou empresária. ato questionado, que as prestarão em até 10 dias.
§ 5o Caso não haja interesse dos demais sócios no exercício de di-
§ 1o Decorrido o prazo para prestação das informações, serão
reito de preferência, não ocorra a aquisição das quotas ou das
ouvidos, sucessivamente, o AGU e o PGR, que deverão manifes-
ações pela sociedade e a liquidação do inciso III do caput seja ex-
tar-se, cada qual, no prazo de 10 dias
cessivamente onerosa para a sociedade, o juiz poderá determinar
o leilão judicial das quotas ou das ações. § 2o Recebida a inicial, o relator deverá tentar dirimir o con-
flito que dá causa ao pedido, utilizando-se dos meios que julgar
necessários, na forma do regimento interno.
LEI 12562/11 – REPRESENTAÇÃO INTERVENTIVA

Art. 7o Se entender necessário, poderá o relator requisitar in-


Art. 1o Esta Lei dispõe sobre o processo e julgamento da repre- formações adicionais, designar perito ou comissão de peritos
sentação interventiva prevista no inciso III do art. 36 da Constitui- para que elabore laudo sobre a questão ou, ainda, fixar data para
ção Federal. declarações, em audiência pública, de pessoas com experiência e
autoridade na matéria.
Art. 2o A representação será proposta pelo Procurador-Geral Parágrafo único. Poderão ser autorizadas, a critério do relator, a
da República, em caso de violação aos princípios referidos no manifestação e a juntada de documentos por parte de interessa-
inciso VII do art. 34 da Constituição Federal (princípios consti- dos no processo.
tucionais sensíveis), ou de recusa, por parte de Estado-Mem-
bro, à execução de lei federal. Art. 8o Vencidos os prazos previstos no art. 6 o ou, se for o caso,
realizadas as diligências de que trata o art. 7 o, o relator lançará o
HIPÓTESES QUE AUTORI- Princípios constitucionais sensíveis relatório, com cópia para todos os Ministros, e pedirá dia para jul-
ZAM REPRESENTAÇÃO IN- gamento.
Recusa à execução de lei federal
TERVENTIVA
Art. 9o A decisão sobre a representação interventiva somente
o será tomada se presentes na sessão pelo menos 8 Ministros.
Art. 3 A petição inicial deverá conter:

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Art. 10. Realizado o julgamento, proclamar-se-á a procedência cessária, quando se verificar a existência de indícios veementes
ou improcedência do pedido formulado na representação in- da proveniência ilícita de bens.
terventiva se num ou noutro sentido se tiverem manifestado
pelo menos 6 Ministros. Art. 4º. Constitui crime:
Parágrafo único. Estando ausentes Ministros em número que I - Impedir, ou tentar impedir, mediante violência, ameaça ou
possa influir na decisão sobre a representação interventiva, o assuadas, o regular funcionamento de Comissão Parlamentar de
julgamento será suspenso, a fim de se aguardar o compareci- Inquérito, ou o livre exercício das atribuições de qualquer dos
mento dos Ministros ausentes, até que se atinja o número neces- seus membros.
sário para a prolação da decisão. Pena - A do art. 329 do Código Penal.
II - fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como
Art. 11. Julgada a ação, far-se-á a comunicação às autoridades ou testemunha, perito, tradutor ou intérprete, perante a Comissão
aos órgãos responsáveis pela prática dos atos questionados, e, se Parlamentar de Inquérito:
a decisão final for pela procedência do pedido formulado na Pena - A do art. 342 do Código Penal.
representação interventiva, o Presidente do STF, publicado o
acórdão, leva-lo-á ao conhecimento do Presidente da Repú- Art. 5º. As Comissões Parlamentares de Inquérito apresenta-
blica para, no prazo improrrogável de até 15 dias, dar cumpri- rão relatório de seus trabalhos à respectiva Câmara, concluindo
mento aos §§ 1o e 3o do art. 36 da Constituição Federal. por projeto de resolução.
Parágrafo único. Dentro do prazo de 10 dias, contado a partir do § 1º. Se forem diversos os fatos objeto de inquérito, a comis-
trânsito em julgado da decisão, a parte dispositiva será publicada são dirá, em separado, sobre cada um, podendo fazê-lo antes
em seção especial do Diário da Justiça e do Diário Oficial da Uni- mesmo de finda a investigação dos demais.
ão. § 2º - A incumbência da Comissão Parlamentar de Inquérito
termina com a sessão legislativa em que tiver sido outorgada, sal-
Art. 12. A decisão que julgar procedente ou improcedente o vo deliberação da respectiva Câmara, prorrogando-a dentro da
pedido da representação interventiva é IRRECORRÍVEL, sendo Legislatura em curso.
insuscetível de impugnação por ação rescisória.
Art. 6º. O processo e a instrução dos inquéritos obedecerão
LEI 1579/52 – CPI ao que prescreve esta Lei, no que lhes for aplicável, às normas do
processo penal.

Art. 1o As Comissões Parlamentares de Inquérito, criadas na for-


Art. 6o-A. A Comissão Parlamentar de Inquérito encaminha-
ma do § 3o do art. 58 da Constituição Federal, terão poderes de
rá relatório circunstanciado, com suas conclusões, para as devidas
investigação próprios das autoridades judiciais, além de ou-
providências, entre outros órgãos, ao Ministério Público ou à Ad-
tros previstos nos regimentos da Câmara dos Deputados e do Se-
vocacia-Geral da União, com cópia da documentação, para que
nado Federal, com ampla ação nas pesquisas destinadas a apu-
promovam a responsabilidade civil ou criminal por infrações apu-
rar FATO DETERMINADO e por PRAZO CERTO.
radas e adotem outras medidas decorrentes de suas funções ins-
Parágrafo único. A criação de CPI dependerá de requeri-
titucionais.
mento de 1/3 da totalidade dos membros da Câmara dos De-
putados e do Senado Federal, em conjunto ou separadamente.
CPI E PODERES DE INVESTIGAÇÃO
Art. 2o No exercício de suas atribuições, poderão as Comis- INDEPENDE DE AUTORIZAÇÃO DEPENDE DE
sões Parlamentares de Inquérito determinar diligências que re- JUDICIAL AUTORIZAÇÃO JUDICIAL
putarem necessárias e requerer a convocação de Ministros de
Estado, tomar o depoimento de quaisquer autoridades fede- Notificar testemunhas e Expedir mandado de prisão.
rais, estaduais ou municipais, ouvir os indiciados, inquirir tes- determinar sua condução ATENÇÃO: Pode prender em
temunhas sob compromisso, requisitar da administração pú- coercitiva, as quais terão o flagrante, como qualquer
blica direta, indireta ou fundacional informações e documen- compromisso de dizer a verdade, pessoa do povo. Ex: falso
tos, e transportar-se aos lugares onde se fizer mister a sua sob pena de falso testemunho. testemunho, desacato a
presença. Tem o direito constitucional ao parlamentar.
silêncio. Expedir mandado de busca
Art. 3º. Indiciados e testemunhas serão intimados de acordo Expedir mandado de busca e e apreensão em casa ou
com as prescrições estabelecidas na legislação penal. apreensão não domiciliar. escritório.
Magistrados, Ministros de Expedir mandado de
§ 1o Em caso de não comparecimento da testemunha sem
Estado, membros do MP e outros interceptação telefônica.
motivo justificado, a sua intimação será solicitada ao juiz cri-
parlamentares podem marcar dia ATENÇÃO: Pode requisitar
minal da localidade em que resida ou se encontre, nos termos
e hora para serem ouvidos como extrato telefônico, ou seja,
dos arts. 218 e 219 do Código de Processo Penal.
testemunhas. pode quebrar o sigilo dos
§ 2o O depoente poderá fazer-se acompanhar de advoga- Ouvir investigados ou dados telefônicos (conta, lista
do, ainda que em reunião secreta. indiciados, garantido o direito de ligações).
ao silêncio e a assistência de
Art. 3o-A. Caberá ao presidente da Comissão Parlamentar de advogado.
Inquérito, por deliberação desta, solicitar, em qualquer fase da
investigação, ao juízo criminal competente medida cautelar ne- Realizar perícias, vistorias, Medidas de constrição
exames, diligências externas. judicial (indisponibilidade de

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DIA 17 / 19

bens, arresto, sequestro, LEI 9868/99 – ADI


hipoteca legal).
Apreensão de passaporte. CAPÍTULO I
Proibir saída do território DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE E DA
nacional. AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE
Quebrar sigilo bancário, fiscal Tais diligências, as quais Art. 1o Esta Lei dispõe sobre o processo e julgamento da ação di-
ou de dados. dependem de autorização reta de inconstitucionalidade e da ação declaratória de constituci-
ATENÇÃO: CPI estadual também judicial, são chamadas pelo onalidade perante o Supremo Tribunal Federal.
pode quebrar sigilo bancário ou STF de reserva
fiscal, o que não é possível no constitucional de jurisdição: CAPÍTULO II
caso de CPI municipal. o juiz tem a primeira, a única DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
e a última palavra. Seção I
Da Admissibilidade e do Procedimento da
*Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br
Ação Direta de Inconstitucionalidade
Art. 2o Podem propor a ADI: (Vide artigo 103 da Constituição
1) requerimento subscrito (as-
Federal)
sinado) por, no mínimo, 1/3
I - o Presidente da República;
dos membros daquela Casa Le-
II - a Mesa do Senado Federal;
REQUISITOS PARA CRIAÇÃO gislativa.
III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
DE CPI
2) indicação de fato IV - a Mesa de Assembleia Legislativa ou a Mesa da Câmara Le-
determinado que será objeto gislativa do Distrito Federal;
de apuração; V - o Governador de Estado ou o Governador do Distrito Federal;
VI - o Procurador-Geral da República;
3) temporariedade da comissão
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
parlamentar de inquérito.
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. O investigado pode se recusar a comparecer na sessão da CPI na qual seria
ouvido?. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacio-
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/692baebec3bb4b53d7ebc3b9fabac31b>
nal.
CPI federal, estadual ou dis-
trital (STF ACO 730): SIM. Pode LEGITIMADOS ATIVOS
determinar a quebra de sigilos UNIVERSAIS ESPECIAIS
fiscal, bancário e de dados tele-
fônicos. Podem propor a ADI e a ADC São aqueles dos quais se exige
CPI pode determinar a “que- independentemente da exis- pertinência temática como
CPI municipal: prevalece que tência de pertinência temáti- requisito implícito de legitima-
bra” de sigilos?
não pode. Isso porque os ca ção
Municípios não possuem Poder
Judiciário. Logo, não se pode I - o Presidente da República; IV - a Mesa de Assembléia Le-
dizer que a CPI municipal teria II - a Mesa do Senado Federal; gislativa ou a Mesa da Câmara
os poderes de investigação III - a Mesa da Câmara dos De- Legislativa do Distrito Federal;
próprios das autoridades putados; V - o Governador de Estado
judiciais. VI - o Procurador-Geral da Re- ou o Governador do Distrito
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. O investigado pode se recusar a comparecer na sessão da CPI na qual seria pública; Federal;
ouvido?. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/692baebec3bb4b53d7ebc3b9fabac31b>
VII - o Conselho Federal da Or- IX - confederação sindical ou
dem dos Advogados do Brasil; entidade de classe de âmbito
• decretar o arresto, sequestro VIII - partido político com re- nacional.
ou indisponibilidade de bens presentação no Congresso Na-
dos investigados; cional;
• decretar busca domiciliar;
Limitações aos poderes da
VIII - partido político com re-
CPI • decretar prisões preventivas
presentação no Congresso Na-
A CPI não pode: (vimos acima que é possível a
PRECISAM DE ADVOGADO cional;
prisão em flagrante);
PARA AJUIZAR ADI IX - confederação sindical ou
• decretar interceptação entidade de classe de âmbito
telefônica; nacional.
• investigar atos de conteúdo
jurisdicional. Art. 3o A petição indicará:
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. O investigado pode se recusar a comparecer na sessão da CPI na qual seria I - o dispositivo da lei ou do ato normativo impugnado e os
ouvido?. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/692baebec3bb4b53d7ebc3b9fabac31b> fundamentos jurídicos do pedido em relação a cada uma das im-
pugnações;
II - o pedido, com suas especificações.

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DIA 17 / 20

Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento Seção ii


de procuração, quando subscrita por advogado, será apresentada da MEDIDA CAUTELAR EM ADI
em 2 vias, devendo conter cópias da lei ou do ato normativo im- Art. 10. Salvo no período de recesso, a medida cautelar na ação
pugnado e dos documentos necessários para comprovar a im- direta será concedida por decisão da maioria absoluta dos
pugnação. membros do Tribunal, observado o disposto no art. 22, após a
audiência dos órgãos ou autoridades dos quais emanou a lei
• todas as espécies normativas ou ato normativo impugnado, que deverão pronunciar-se no
do art. 59 da CF/88; prazo de 5 dias.
O que é lei ou ato normativo § 1o O relator, julgando indispensável, ouvirá o AGU e o PGR,
• qualquer outro ato que tenha
para fins de ADI? no prazo de 3 dias.
conteúdo normativo (ex.: reso-
§ 2o No julgamento do pedido de medida cautelar, será faculta-
lução ou deliberação adminis-
da sustentação oral aos representantes judiciais do requerente e
trativa de Tribunal).
das autoridades ou órgãos responsáveis pela expedição do ato,
Um Decreto pode ser considerado ato normativo para os fins na forma estabelecida no Regimento do Tribunal.
do art. 102, I, da CF/88? § 3o Em caso de excepcional urgência, o Tribunal poderá defe-
Decreto que apenas regulamenta uma lei: NÃO. rir a medida cautelar sem a audiência dos órgãos ou das auto-
Decreto autônomo: SIM. ridades das quais emanou a lei ou o ato normativo impugna-
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Não cabe ADI contra decreto regulamentar de lei estadual. Buscador Dizer o
Direito, Manaus. Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/
do.
203cb085a5c2c3faf8e4f60131817256>

Art. 11. Concedida a medida cautelar, o STF fará publicar em


Art. 4o A petição inicial inepta, não fundamentada e a mani-
seção especial do Diário Oficial da União e do Diário da Justi -
festamente improcedente serão liminarmente indeferidas
ça da União a parte dispositiva da decisão, no prazo de 10
pelo relator.
dias, devendo solicitar as informações à autoridade da qual tiver
Parágrafo único. Cabe AGRAVO da decisão que indeferir a peti-
emanado o ato, observando-se, no que couber, o procedimento
ção inicial.
estabelecido na Seção I deste Capítulo.
§ 1o A MEDIDA CAUTELAR, dotada de EFICÁCIA CONTRA TO-
Art. 5o Proposta a ação direta, NÃO SE ADMITIRÁ DESISTÊNCIA.
DOS, será concedida com EFEITO EX NUNC, salvo se o Tribu-
nal entender que deva conceder-lhe eficácia retroativa.
Art. 6o O relator pedirá informações aos órgãos ou às autoridades
§ 2o A concessão da medida cautelar torna aplicável a legisla-
das quais emanou a lei ou o ato normativo impugnado.
ção anterior acaso existente (EFEITO REPRISTINATÓRIO), sal-
Parágrafo único. As informações serão prestadas no prazo de 30
vo expressa manifestação em sentido contrário.
dias contado do recebimento do pedido.

EFEITO REPRISTINATÓRIO INDESEJADO: a lei revogada tam-


Art. 7o NÃO SE ADMITIRÁ INTERVENÇÃO DE TERCEIROS no
bém é eivada do vício de inconstitucionalidade.
processo de ação direta de inconstitucionalidade.
§ 2o O relator, considerando a relevância da matéria e a repre- O autor da ADI deverá impugnar a lei atual e a lei revogada (se
sentatividade dos postulantes, poderá, por despacho irrecorrí- esta contiver o mesmo vício) a fim de evitar uma "eficácia repris-
vel, admitir, observado o prazo fixado no parágrafo anterior, a tinatória indesejada", ou seja, com o objetivo de evitar que
manifestação de outros órgãos ou entidades. aquela decisão do STF seja inútil. Digo inútil porque a lei atual
será declarada inconstitucional, mas "voltará" uma lei com se-
Art. 8o Decorrido o prazo das informações (30 dias), serão ouvi- melhante mácula.
dos, sucessivamente, o AGU e o PGR, que deverão manifestar- "No caso de efeito repristinatório indesejado, ou seja, quando a
se, cada qual, no prazo de 15 dias. lei revogada também for eivada do vício de inconstitucionalida-
de, faz-se necessária a formulação de pedidos sucessivos de
declaração de inconstitucionalidade, tanto do diploma ab-
Art. 9o Vencidos os prazos do artigo anterior, o relator lançará o
rogatório quanto das normas por ele revogadas. Caso a norma
relatório, com cópia a todos os Ministros, e pedirá dia para julga-
anterior não seja impugnada, a ADI não será conhecida." (Manu-
mento.
al de Direito Constitucional. 9ª ed., São Paulo: Método, 2014, p.
§ 1o Em caso de necessidade de esclarecimento de matéria ou cir-
476)
cunstância de fato ou de notória insuficiência das informações
*Informação retirada do site www.dizerodireito.com.br
existentes nos autos, poderá o relator requisitar informações
adicionais, designar perito ou comissão de peritos para que
emita parecer sobre a questão, ou fixar data para, em audiên- Art. 12. Havendo pedido de medida cautelar, o relator, em face da
cia pública, ouvir depoimentos de pessoas com experiência e relevância da matéria e de seu especial significado para a ordem
autoridade na matéria. social e a segurança jurídica, poderá, após a prestação das infor-
mações, no prazo de 10 dias, e a manifestação do AGU e do PGR,
§ 2o O relator poderá, ainda, solicitar informações aos Tribunais
sucessivamente, no prazo de 5 dias, submeter o processo direta-
Superiores, aos Tribunais federais e aos Tribunais estaduais acerca
mente ao Tribunal, que terá a faculdade de julgar definitivamente
da aplicação da norma impugnada no âmbito de sua jurisdição.
a ação.
§ 3o As informações, perícias e audiências a que se referem os pa-
rágrafos anteriores serão realizadas no prazo de 30 dias, contado
da solicitação do relator.

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DIA 17 / 21

ADI DES RESPONSÁVEIS PELA OMISSÃO INCONSTITUCIONAL, que


deverão pronunciar-se no prazo de 5 dias.
CAUTELAR EFEITOS DA DECISÃO
§ 1o A medida cautelar poderá consistir na suspensão da apli-
EX NUNC EX TUNC cação da lei ou do ato normativo questionado, no caso de
omissão parcial, bem como na suspensão de processos judici-
ais ou de procedimentos administrativos, ou ainda em outra
Atos regulamentares
providência a ser fixada pelo Tribunal.
Normas constitucionais originárias § 2o O relator, julgando indispensável, ouvirá o PGR, no prazo de
3 dias.
Leis revogadas
NÃO CABE ADI § 3o No julgamento do pedido de medida cautelar, será faculta-
Normas anteriores à CF/88 da sustentação oral aos representantes judiciais do requerente e
Súmulas das autoridades ou órgãos responsáveis pela omissão inconstitu-
cional, na forma estabelecida no Regimento do Tribunal
Projeto de lei ainda não promulgado
Capítulo II-A Art.12-G. Concedida a medida cautelar, o Supremo Tribunal Fe-
Da Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO) deral fará publicar, em seção especial do Diário Oficial da União
Seção I e do Diário da Justiça da União, a parte dispositiva da decisão no
Da Admissibilidade e do Procedimento da Ação Direta de Incons- prazo de 10 dias, devendo solicitar as informações à autoridade
titucionalidade por Omissão ou ao órgão responsável pela omissão inconstitucional, obser-
Art. 12-A. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade vando-se, no que couber, o procedimento estabelecido na Seção I
por omissão os legitimados à propositura da ação direta de in- do Capítulo II desta Lei.
constitucionalidade e da ação declaratória de constitucionalidade.
Seção III
Art. 12-B. A petição indicará: Da Decisão na Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão
I - a omissão inconstitucional total ou parcial quanto ao cum- Art. 12-H. Declarada a inconstitucionalidade por omissão, com
primento de dever constitucional de legislar ou quanto à ado- observância do disposto no art. 22, será dada ciência ao Poder
ção de providência de índole administrativa; competente para a adoção das providências necessárias.
II - o pedido, com suas especificações. § 1o Em caso de omissão imputável a órgão administrativo, as
Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento providências deverão ser adotadas no prazo de 30 dias, ou em
de procuração, se for o caso, será apresentada em 2 vias, deven- prazo razoável a ser estipulado excepcionalmente pelo Tribu-
do conter cópias dos documentos necessários para comprovar a nal, tendo em vista as circunstâncias específicas do caso e o
alegação de omissão. interesse público envolvido.
§ 2o Aplica-se à decisão da ação direta de inconstitucionalidade
Art. 12-C. A petição inicial inepta, não fundamentada, e a ma-
por omissão, no que couber, o disposto no Capítulo IV desta Lei.
nifestamente improcedente serão liminarmente indeferidas
pelo relator.
Parágrafo único. Cabe agravo da decisão que indeferir a petição MANDADO DE INJUNÇÃO ADI POR OMISSÃO
inicial. Natureza e finalidade Natureza e finalidade.
Trata-se de processo no qual é A finalidade é declarar que
Art. 12-D. Proposta a ação direta de inconstitucionalidade por discutido um direito subjetivo. há uma omissão, já que não
omissão, NÃO SE ADMITIRÁ DESISTÊNCIA A finalidade é viabilizar o exercí- existe determinada medida
cio de um direito. Há, portanto, necessária para tornar efetiva
Art. 12-E. Aplicam-se ao procedimento da ação direta de incons- controle CONCRETO de consti- uma norma constitucional.
titucionalidade por omissão, no que couber, as disposições cons- tucionalidade. Estamos diante, portanto, de
tantes da Seção I do Capítulo II desta Lei. processo objetivo, em que
§ 1o Os demais titulares referidos no art. 2 o desta Lei poderão há controle ABSTRATO de
manifestar-se, por escrito, sobre o objeto da ação e pedir a junta- constitucionalidade.
da de documentos reputados úteis para o exame da matéria, no
Cabimento Cabimento
prazo das informações, bem como apresentar memoriais.
o
Cabível quando faltar norma Cabível quando faltar norma
§ 2 O relator poderá solicitar a manifestação do AGU, que regulamentadora de direitos e regulamentadora relacionada
deverá ser encaminhada no prazo de 15 dias liberdades constitucionais e com qualquer norma consti-
§ 3o O PGR, nas ações em que não for autor, terá vista do das prerrogativas inerentes à tucional de eficácia limita-
processo, por 15 dias, após o decurso do prazo para informa- nacionalidade, à soberania e à da.
ções. cidadania.
Seção II
Da MEDIDA CAUTELAR EM ADO Legitimados ativos Legitimados ativos
Art. 12-F. Em caso de excepcional urgência e relevância da ma- MI individual: pessoas naturais Os legitimados da ADI por
téria, o tribunal, por decisão da maioria absoluta de seus mem- ou jurídicas que se afirmam titu- omissão estão descritos no
bros, observado o disposto no art. 22, poderá conceder medida lares dos direitos, das liberdades art. 103 da CF/88.
cautelar, APÓS A AUDIÊNCIA DOS ÓRGÃOS OU AUTORIDA- ou das prerrogativas.
MI coletivo: estão previstos no

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DIA 17 / 22

art. 12 da Lei nº 13.300/2016. onal.

Competência Competência
A competência para julgar a Se relacionada com norma da Art. 14. A petição inicial indicará:
ação dependerá da autoridade CF/88: STF. I - o dispositivo da lei ou do ato normativo questionado e os fun-
que figura no polo passivo e Se relacionada com norma da damentos jurídicos do pedido;
que possui atribuição para edi- CE: TJ. II - o pedido, com suas especificações;
tar a norma. III - a existência de CONTROVÉRSIA JUDICIAL RELEVANTE so-
bre a aplicação da disposição objeto da ação declaratória.
Efeitos da decisão Efeitos da decisão Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento
Reconhecido o estado de mora Declarada a inconstitucionali- de procuração, quando subscrita por advogado, será apresentada
legislativa, será deferida a injun- dade por omissão, o Judiciá- em 2 vias, devendo conter cópias do ato normativo questionado
ção para: rio dará ciência ao Poder e dos documentos necessários para comprovar a procedência do
I - determinar prazo razoável competente para que este pedido de declaração de constitucionalidade.
para que o impetrado promova adote as providências neces-
a edição da norma regulamenta- sárias. Art. 15. A petição inicial inepta, não fundamentada e a manifes-
dora; Se for órgão administrativo, tamente improcedente serão liminarmente indeferidas pelo
II - estabelecer as condições em este terá um prazo de 30 dias relator.
que se dará o exercício dos di- para adotar a medida neces- Parágrafo único. Cabe AGRAVO da decisão que indeferir a peti-
reitos, das liberdades ou das sária. ção inicial.
prerrogativas reclamados ou, se Se for o Poder Legislativo,
for o caso, as condições em que não há prazo. Art. 16. Proposta a ação declaratória, NÃO SE ADMITIRÁ DESIS-
poderá o interessado promover TÊNCIA.
ação própria visando a exercê-
los, caso não seja suprida a Art. 18. NÃO SE ADMITIRÁ INTERVENÇÃO DE TERCEIROS no
mora legislativa no prazo deter- processo de ação declaratória de constitucionalidade.
minado.
Obs: será dispensada a determi- Art. 19. Decorrido o prazo do artigo anterior, será aberta vista ao
nação a que se refere o inciso I PRG, que deverá pronunciar-se no prazo de 15 dias.
quando comprovado que o im-
petrado deixou de atender, em Art. 20. Vencido o prazo do artigo anterior, o relator lançará o re-
mandado de injunção anterior, latório, com cópia a todos os Ministros, e pedirá dia para julga-
ao prazo estabelecido para a mento.
edição da norma. § 1o Em caso de necessidade de esclarecimento de matéria ou cir-
* Tabela retirada do site dizerodireito.com.br cunstância de fato ou de notória insuficiência das informações
existentes nos autos, poderá o relator requisitar informações
CAPÍTULO III adicionais, designar perito ou comissão de peritos para que
DA AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE emita parecer sobre a questão ou fixar data para, em audiên-
Seção I cia pública, ouvir depoimentos de pessoas com experiência e
Da Admissibilidade e do Procedimento da autoridade na matéria.
Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC)
§ 2o O relator poderá solicitar, ainda, informações aos Tribunais
Art. 13. Podem propor a ação declaratória de constitucionalidade
Superiores, aos Tribunais federais e aos Tribunais estaduais acerca
de lei ou ato normativo federal: (Vide artigo 103 da Constituição
da aplicação da norma questionada no âmbito de sua jurisdição.
Federal)
§ 3o As informações, perícias e audiências a que se referem os pa-
I - o Presidente da República;
rágrafos anteriores serão realizadas no prazo de 30 dias, contado
II - a Mesa da Câmara dos Deputados;
da solicitação do relator.
III - a Mesa do Senado Federal;
IV - o Procurador-Geral da República.
Seção II
Da MEDIDA CAUTELAR EM ADC
CF/88 Art. 21. O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria ab-
I - o Presidente da República; soluta de seus membros, poderá deferir pedido de medida
II - a Mesa do Senado Federal; cautelar na ação declaratória de constitucionalidade, consistente
III - a Mesa da Câmara dos Deputados; na determinação de que os juízes e os Tribunais suspendam o
IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou a Mesa da Câmara Le- julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou
gislativa do Distrito Federal; do ato normativo objeto da ação até seu julgamento definiti-
V - o Governador de Estado ou o Governador do Distrito Fede- vo.
ral; Parágrafo único. Concedida a medida cautelar, o Supremo Tribu-
VI - o Procurador-Geral da República; nal Federal fará publicar em seção especial do Diário Oficial da
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; União a parte dispositiva da decisão, no prazo de 10 dias, deven-
VIII - partido político com representação no Congresso Nacio- do o Tribunal proceder ao julgamento da ação no prazo de cento
nal; e oitenta dias, sob pena de perda de sua eficácia.
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito naci-

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DIA 17 / 23

CAPÍTULO IV vinculados.
DA DECISÃO NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE Caso haja desrespeito, cabe reclamação.
E NA AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE
Art. 22. A decisão sobre a constitucionalidade ou a inconstitucio- Os demais juízes e Tribunais ficam vinculados.
Judiciário
nalidade da lei ou do ato normativo somente será tomada se Caso haja desrespeito, cabe reclamação.
presentes na sessão pelo menos 8 Ministros. A decisão vincula os julgamentos futuros a serem
efetuados monocraticamente pelos Ministros ou
Art. 23. Efetuado o julgamento, proclamar-se-á a constituciona- pelas Turmas do STF. Essa decisão não vincula,
lidade ou a inconstitucionalidade da disposição ou da norma contudo, o Plenário do STF. Assim, se o STF de-
impugnada se num ou noutro sentido se tiverem manifestado cidiu, em controle abstrato, que determinada lei é
pelo menos 6 Ministros, quer se trate de ação direta de in- constitucional, a Corte poderá, mais tarde, mudar
constitucionalidade ou de ação declaratória de constituciona- seu entendimento e decidir que esta mesma lei é
lidade. inconstitucional por conta de mudanças no cená-
Parágrafo único. Se não for alcançada a maioria necessária à de- STF rio jurídico, político, econômico ou social do país.
claração de constitucionalidade ou de inconstitucionalidade, es- Isso se justifica a fim de evitar a "fossilização da
tando ausentes Ministros em número que possa influir no julga- Constituição".
mento, este será suspenso a fim de aguardar-se o compareci- Esta mudança de entendimento do STF sobre a
mento dos Ministros ausentes, até que se atinja o número neces- constitucionalidade de uma norma pode ser deci-
sário para prolação da decisão num ou noutro sentido. dida, inclusive, durante o julgamento de uma re-
clamação constitucional. Nesse sentido: STF. Ple-
Art. 24. Proclamada a constitucionalidade, julgar-se-á impro- nário. Rcl. 4374/PE, rel. Min. Gilmar Mendes,
cedente a ação direta ou procedente eventual ação declarató- 18/4/2013 (Info 702).
ria; e, proclamada a inconstitucionalidade, julgar-se-á proce-
dente a ação direta ou improcedente eventual ação declarató- O Poder Legislativo, em sua função típica de
ria (ADI e ADC são ações de natureza dúplices ou ambivalen- legislar, não fica vinculado.
tes) Isso também tem como finalidade evitar a "fos-
silização da Constituição".
Art. 25. Julgada a ação, far-se-á a comunicação à autoridade ou Assim, o legislador, em tese, pode editar nova lei
ao órgão responsável pela expedição do ato. com o mesmo conteúdo daquilo que foi declara-
do inconstitucional pelo STF.
Art. 26. A decisão que declara a constitucionalidade ou a inconsti- Se o legislador o fizer, não é possível que o inte-
Legislativo
tucionalidade da lei ou do ato normativo em ação direta ou em ressado proponha uma reclamação ao STF pedin-
ação declaratória É IRRECORRÍVEL, ressalvada a interposição do que essa lei seja automaticamente julgada
de embargos declaratórios, NÃO PODENDO, igualmente, SER também inconstitucional (Rcl. 13019 AgR, julgado
OBJETO DE AÇÃO RESCISÓRIA. em 19/02/2014).
Será necessária a propositura de uma nova ADI
Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normati- para que o STF examine essa nova lei e a declare
vo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excep- inconstitucional. Vale ressaltar que o STF pode até
cional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por mesmo mudar de opinião
maioria de 2/3 de seus membros, restringir os efeitos daquela de- *Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br
claração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsi-
to em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado (mo- Eficácia normativa
dulação dos efeitos da decisão) Quando o STF, no controle concentrado de constitucionalidade
(ADI ou ADC), decide que determinada lei é constitucional ou in-
Art. 28. Dentro do prazo de 10 dias após o trânsito em julgado constitucional, ele gera a consequência que se pode denominar
da decisão, o Supremo Tribunal Federal fará publicar em seção es- de eficácia normativa, que significa MANTER ou EXCLUIR (de-
pecial do Diário da Justiça e do Diário Oficial da União a parte dis- clarar nula) a referida norma DO ORDENAMENTO JURÍDICO.
positiva do acórdão.
Parágrafo único. A declaração de constitucionalidade ou de in- Eficácia executiva ou instrumental
constitucionalidade, inclusive a interpretação conforme a A sentença de mérito na ADI ou ADC provoca também um EFEI-
Constituição e a declaração parcial de inconstitucionalidade TO VINCULANTE, consistente em atribuir ao julgado uma for-
sem redução de texto, têm EFICÁCIA CONTRA TODOS E EFEI- ça impositiva e obrigatória em relação aos atos administrati-
TO VINCULANTE em relação aos órgãos do Poder Judiciário e à vos ou judiciais supervenientes. Em outras palavras, os atos
Administração Pública federal, estadual e municipal. administrativos e judiciais que forem praticados depois do julga-
do do STF deverão respeitar aquilo que foi decidido. A isso o
Min. Teori Zavascki chama de eficácia executiva ou instrumen-
Eficácia SUBJETIVA das decisões proferidas pelo STF em ADI,
tal (eficácia vinculante). Em caso de descumprimento dessa
ADC e ADPF
eficácia executiva ou instrumental, a parte prejudicada poderá
Ficam vinculados. ajuizar no STF uma reclamação (art. 102, I, “l” da CF/88).
Particulares
Caso haja desrespeito, cabe reclamação.
Eficácia normativa = efeitos EX TUNC
Executivo Os órgãos e entidades do Poder Executivo ficam A eficácia normativa (declaração de constitucionalidade ou de

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DIA 17 / 24

inconstitucionalidade) opera de forma “ex tunc” (retroativa). Art. 4o A petição inicial será indeferida liminarmente, pelo rela-
Eficácia executiva = efeitos EX NUNC tor, quando não for o caso de ADPF, faltar algum dos requisi-
A eficácia executiva (efeito vinculante) produz efeitos “ex nunc”. tos prescritos nesta Lei ou for inepta.
Assim, o termo inicial da eficácia executiva é o dia de publicação § 1o Não será admitida ADPF quando houver qualquer outro
do acórdão do STF no Diário Oficial (art. 28 da Lei 9.868/1999). meio eficaz de sanar a lesividade (a ADPF é subsidiária).
Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br § 2o Da decisão de indeferimento da petição inicial caberá
AGRAVO, no prazo de 5 dias.
LEI 9882/99 – ADPF
Art. 5o O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria abso-
luta de seus membros, poderá deferir pedido de medida liminar
Art. 1o A argüição prevista no § 1 o do art. 102 da Constituição Fe-
na argüição de descumprimento de preceito fundamental.
deral será proposta perante o Supremo Tribunal Federal, e terá
por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, re- § 1o Em caso de extrema urgência ou perigo de lesão grave,
sultante de ato do Poder Público. ou ainda, em período de recesso, poderá o relator conceder a
Parágrafo único. Caberá também ADPF: liminar, ad referendum do Tribunal Pleno.
I - quando for relevante o fundamento da controvérsia consti- § 2o O relator poderá ouvir os órgãos ou autoridades responsá-
tucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou MU- veis pelo ato questionado, bem como o AGU ou o PGR, no prazo
NICIPAL, INCLUÍDOS OS ANTERIORES À CONSTITUIÇÃO; comum de 5 dias.
Art. 2o Podem propor ADPF: I - os legitimados para a ADI; § 3o A liminar poderá consistir na determinação de que juízes e
§ 1o Na hipótese do inciso II, faculta-se ao interessado, mediante tribunais suspendam o andamento de processo ou os efeitos
representação, solicitar a propositura de argüição de descumpri- de decisões judiciais, ou de qualquer outra medida que apre-
mento de preceito fundamental ao Procurador-Geral da Repúbli- sente relação com a matéria objeto da argüição de descumpri-
ca, que, examinando os fundamentos jurídicos do pedido, decidi- mento de preceito fundamental, salvo se decorrentes da coisa jul-
rá do cabimento do seu ingresso em juízo. gada.

Art. 6o Apreciado o pedido de liminar, o relator solicitará as infor-


PRECEITOS FUNDAMENTAIS
mações às autoridades responsáveis pela prática do ato questio-
(ADPF 405 MC/RJ )
nado, no prazo de 10 dias.
•a separação e independência entre os Poderes; § 1o Se entender necessário, poderá o relator ouvir as partes nos
•o princípio da igualdade; processos que ensejaram a argüição, requisitar informações adici-
onais, designar perito ou comissão de peritos para que emita
•o princípio federativo; parecer sobre a questão, ou ainda, fixar data para declarações, em
audiência pública, de pessoas com experiência e autoridade na
•a garantia de continuidade dos serviços públicos;
matéria.
•os princípios e regras do sistema orçamentário (art. 167, VI e X, § 2o Poderão ser autorizadas, a critério do relator, sustentação
da CF/88) oral e juntada de memoriais, por requerimento dos interessados
•o regime de repartição de receitas tributárias (arts. 34, V e 158, no processo.
III e IV; 159, §§ 3º e 4º; e 160 da CF/88;
Art. 7o Decorrido o prazo das informações, o relator lançará o re-
•a garantia de pagamentos devidos pela Fazenda Pública em latório, com cópia a todos os ministros, e pedirá dia para julga-
ordem cronológica de apresentação de precatórios (art. 100 da mento.
CF/88). Parágrafo único. O Ministério Público, nas argüições que não
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Cabimento de ADPF contra conjunto de decisões judiciais que determinaram
a expropriação de recursos do Estado-membro. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: <https:// houver formulado, terá vista do processo, por 5 dias, após o
www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/f0873a91b499e265ff6d78ff6e8985a0> decurso do prazo para informações.

Art. 3o A petição inicial deverá conter: Art. 8o A decisão sobre a argüição de descumprimento de precei-
I - a indicação do preceito fundamental que se considera vio- to fundamental somente será tomada se presentes na sessão
lado; pelo menos 2/3 dos Ministros.
II - a indicação do ato questionado;
III - a prova da violação do preceito fundamental; Art. 10. Julgada a ação, far-se-á comunicação às autoridades
IV - o pedido, com suas especificações; ou órgãos responsáveis pela prática dos atos questionados,
V - SE FOR O CASO, a comprovação da existência de contro- FIXANDO-SE AS CONDIÇÕES E O MODO DE INTERPRETAÇÃO
vérsia judicial relevante sobre a aplicação do preceito funda- E APLICAÇÃO DO PRECEITO FUNDAMENTAL.
mental que se considera violado.
§ 1o O presidente do Tribunal determinará o imediato cumpri-
Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento
mento da decisão, lavrando-se o acórdão posteriormente.
de mandato, se for o caso, será apresentada em 2 vias, devendo
§ 2o Dentro do prazo de 10 dias contado a partir do trânsito em
conter cópias do ato questionado e dos documentos necessários
julgado da decisão, sua parte dispositiva será publicada em seção
para comprovar a impugnação.
especial do Diário da Justiça e do Diário Oficial da União.
§ 3o A decisão terá EFICÁCIA CONTRA TODOS E EFEITO VIN-
CULANTE relativamente aos demais órgãos do Poder Público.

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DIA 17 / 25

Art. 11. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normati- rentes da coisa julgada.
vo, no processo de argüição de descumprimento de preceito fun-
damental, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de
excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, Lei 11417/06 - SV
por maioria de 2/3 de seus membros, restringir os efeitos daquela
declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu Art. 1o Esta Lei disciplina a edição, a revisão e o cancelamento
trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado de enunciado de súmula vinculante pelo STF e dá outras provi-
(modulação dos efeitos da decisão) dências.

Art. 12. A decisão que julgar procedente ou improcedente o Art. 2o O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por pro-
pedido em argüição de descumprimento de preceito funda- vocação, após reiteradas decisões sobre matéria constitucio-
mental É IRRECORRÍVEL, NÃO podendo ser objeto de AÇÃO nal, editar enunciado de súmula que, a partir de sua publicação
RESCISÓRIA. na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais
órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e in-
Art. 13. Caberá reclamação contra o descumprimento da deci- direta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proce-
são proferida pelo Supremo Tribunal Federal, na forma do seu der à sua revisão ou cancelamento, na forma prevista nesta Lei.
Regimento Interno.
§ 1o O enunciado da súmula terá por objeto a VALIDADE, a IN-
TERPRETAÇÃO e a EFICÁCIA de normas determinadas, acerca
MEDIDA CAUTELAR das quais haja, entre órgãos judiciários ou entre esses e a admi-
A liminar poderá consistir na determina- nistração pública, controvérsia atual que acarrete grave inse-
ção de que se suspenda o andamento de gurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre
REPRESENTAÇÃO processo ou os efeitos de decisões judici- idêntica questão.
INTERVENTIVA ais ou administrativas ou de qualquer § 2o O PGR, nas propostas que não houver formulado, mani-
outra medida que apresente relação com festar-se-á previamente à edição, revisão ou cancelamento de
a matéria objeto da representação inter- enunciado de súmula vinculante.
ventiva. § 3o A edição, a revisão e o cancelamento de enunciado de
súmula com efeito vinculante dependerão de decisão tomada
A MEDIDA CAUTELAR, dotada de EFICÁ-
por 2/3 dos membros do STF, em sessão plenária.
CIA CONTRA TODOS, será concedida com
EFEITO EX NUNC, salvo se o Tribunal en- § 4o No prazo de 10 dias após a sessão em que editar, rever ou
ADI tender que deva conceder-lhe eficácia re- cancelar enunciado de súmula com efeito vinculante, o STF fará
troativa. publicar, em seção especial do Diário da Justiça e do Diário Oficial
A concessão da medida cautelar torna da União, o enunciado respectivo.
aplicável a legislação anterior acaso exis-
tente (EFEITO REPRISTINATÓRIO), salvo Art. 3o São legitimados a propor a edição, a revisão ou o cance-
expressa manifestação em sentido con- lamento de enunciado de súmula vinculante:
trário. I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
A medida cautelar poderá consistir na
III – a Mesa da Câmara dos Deputados;
suspensão da aplicação da lei ou do ato
IV – o Procurador-Geral da República;
normativo questionado, no caso de omis-
V - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
ADO são parcial, bem como na suspensão de
VI - o Defensor Público-Geral da União;
processos judiciais ou de procedimentos
VII – partido político com representação no Congresso Nacional;
administrativos, ou ainda em outra pro-
VIII – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito naci-
vidência a ser fixada pelo Tribunal.
onal;
O Supremo Tribunal Federal, por decisão da IX – a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa
maioria absoluta de seus membros, pode- do Distrito Federal;
rá deferir pedido de medida cautelar na X - o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
ADC ação declaratória de constitucionalidade, XI - os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justiça de Estados
consistente na determinação de que os juí- ou do Distrito Federal e Territórios, os Tribunais Regionais Fe-
zes e os Tribunais suspendam o julgamen- derais, os Tribunais Regionais do Trabalho, os Tribunais Regi-
to dos processos que envolvam a aplica- onais Eleitorais e os Tribunais Militares.
ção da lei ou do ato normativo objeto da
ação até seu julgamento definitivo. LEGITIMADOS ADI/ADC/ LEGITIMADOS SV
A liminar poderá consistir na determina- ADPF
ção de que juízes e tribunais suspendam o I - o Presidente da República; I - o Presidente da República;
andamento de processo ou os efeitos de II - a Mesa do Senado Federal; II - a Mesa do Senado Federal;
ADPF decisões judiciais, ou de qualquer outra III - a Mesa da Câmara dos De- III – a Mesa da Câmara dos De-
medida que apresente relação com a ma- putados; putados;
téria objeto da argüição de descumprimen- IV a Mesa de Assembléia Legis- IV – o Procurador-Geral da Re-
to de preceito fundamental, salvo se decor- lativa ou da Câmara Legislativa pública;

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DIA 17 / 26

do Distrito Federal; V - o Conselho Federal da Or- minando que outra seja proferida com ou sem aplicação da sú-
V o Governador de Estado ou dem dos Advogados do Brasil; mula, conforme o caso.
do Distrito Federal; VI - o Defensor Público-Geral
VI - o Procurador-Geral da Re- da União; Art. 8o O art. 56 da Lei n o 9.784, de 29 de janeiro de 1999, passa
pública; VII – partido político com re- a vigorar acrescido do seguinte § 3o:
VII - o Conselho Federal da Or- presentação no Congresso Na- “Art. 56. § 3o Se o recorrente alegar que a decisão administrativa
dem dos Advogados do Brasil; cional; contraria enunciado da súmula vinculante, caberá à autoridade
VIII - partido político com re- VIII – confederação sindical ou prolatora da decisão impugnada, se não a reconsiderar, explicitar,
presentação no Congresso Na- entidade de classe de âmbito antes de encaminhar o recurso à autoridade superior, as razões
cional; nacional; da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o
IX - confederação sindical ou IX – a Mesa de Assembléia Le- caso.” (NR)
entidade de classe de âmbito gislativa ou da Câmara Legisla-
nacional. tiva do Distrito Federal;
Art. 9o A Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, passa a vigorar
X - o Governador de Estado ou
acrescida dos seguintes arts. 64-A e 64-B:
do Distrito Federal;
“Art. 64-A. Se o recorrente alegar violação de enunciado da sú-
XI - os Tribunais Superiores,
mula vinculante, o órgão competente para decidir o recurso expli-
os Tribunais de Justiça de Es-
citará as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula,
tados ou do Distrito Federal e
conforme o caso.”
Territórios, os Tribunais Regi-
“Art. 64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamação
onais Federais, os Tribunais
fundada em violação de enunciado da súmula vinculante, dar-se-
Regionais do Trabalho, os Tri-
á ciência à autoridade prolatora e ao órgão competente para o
bunais Regionais Eleitorais e
julgamento do recurso, que deverão adequar as futuras decisões
os Tribunais Militares.
administrativas em casos semelhantes, sob pena de responsabili-
zação pessoal nas esferas cível, administrativa e penal.”
§ 1o O Município poderá propor, incidentalmente ao curso de
processo em que seja parte, a edição, a revisão ou o cancelamen- Art. 10. O procedimento de edição, revisão ou cancelamento de
to de enunciado de súmula vinculante, o que não autoriza a sus- enunciado de súmula com efeito vinculante obedecerá, subsidiari-
pensão do processo. amente, ao disposto no Regimento Interno do STF.
§ 2o No procedimento de edição, revisão ou cancelamento de
enunciado da súmula vinculante, o relator poderá admitir, por
decisão irrecorrível, a manifestação de terceiros na questão,
nos termos do Regimento Interno do STF.

Art. 4o A súmula com efeito vinculante tem eficácia imediata,


mas o STF, por decisão de 2/3 dos seus membros, poderá restrin-
gir os efeitos vinculantes ou decidir que só tenha eficácia a partir
de outro momento, tendo em vista razões de segurança jurídica
ou de excepcional interesse público (modulação dos efeitos da
decisão).

Art. 5o Revogada ou modificada a lei em que se fundou a edi-


ção de enunciado de súmula vinculante, o STF, de ofício ou
por provocação, procederá à sua revisão ou cancelamento,
conforme o caso.

Art. 6o A proposta de edição, revisão ou cancelamento de enun-


ciado de súmula vinculante NÃO AUTORIZA A SUSPENSÃO DOS
PROCESSOS em que se discuta a mesma questão.

Art. 7o Da decisão judicial ou do ato administrativo que contrariar


enunciado de súmula vinculante, negar-lhe vigência ou aplicá-lo
indevidamente CABERÁ RECLAMAÇÃO ao STF, sem prejuízo dos
recursos ou outros meios admissíveis de impugnação.
§ 1o CONTRA OMISSÃO ou ATO da administração pública, o
uso da reclamação SÓ SERÁ ADMITIDO APÓS ESGOTAMENTO
DAS VIAS ADMINISTRATIVAS.
§ 2o Ao julgar procedente a reclamação, o STF anulará o ato
administrativo ou cassará a decisão judicial impugnada, deter-

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DIA 18 / 1

Art. 1.306. O condômino da parede-meia pode utilizá-la até ao


meio da espessura, não pondo em risco a segurança ou a separa-
Dia 18
ção dos dois prédios, e avisando previamente o outro condômino
das obras que ali tenciona fazer; não pode sem consentimento do
Código Civil: art 1299-1389 outro, fazer, na parede-meia, armários, ou obras semelhantes,
Código Processo Civil: art. 862-924 correspondendo a outras, da mesma natureza, já feitas do lado
LEI 8987/95 - SERVIÇOS PÚBLICOS oposto.

Controle de Leitura Art. 1.307. Qualquer dos confinantes pode altear a parede divisó-
ria, se necessário reconstruindo-a, para suportar o alteamento; ar-
cará com todas as despesas, inclusive de conservação, ou com
CÓDIGO CIVIL
metade, se o vizinho adquirir meação também na parte aumenta-
da.
Seção VII
Do Direito de Construir Art. 1.308. Não é lícito encostar à parede divisória chaminés, fo-
Art. 1.299. O proprietário pode levantar em seu terreno as cons- gões, fornos ou quaisquer aparelhos ou depósitos suscetíveis de
truções que lhe aprouver, salvo o direito dos vizinhos e os regula- produzir infiltrações ou interferências prejudiciais ao vizinho.
mentos administrativos. Parágrafo único. A disposição anterior não abrange as chaminés
ordinárias e os fogões de cozinha.
Art. 1.300. O proprietário construirá de maneira que o seu prédio
não despeje águas, diretamente, sobre o prédio vizinho. Art. 1.309. São proibidas construções capazes de poluir, ou inuti-
lizar, para uso ordinário, a água do poço, ou nascente alheia, a
Art. 1.301. É defeso abrir janelas, ou fazer eirado, terraço ou va- elas preexistentes.
randa, a menos de 1,5m do terreno vizinho.
§ 1o As janelas cuja visão não incida sobre a linha divisória, Art. 1.310. Não é permitido fazer escavações ou quaisquer obras
bem como as perpendiculares, não poderão ser abertas a me- que tirem ao poço ou à nascente de outrem a água indispensável
nos de 0,75cm. às suas necessidades normais.
§ 2o As disposições deste artigo não abrangem as aberturas
para luz ou ventilação, não maiores de 10cm de largura sobre Art. 1.311. Não é permitida a execução de qualquer obra ou ser-
20cm de comprimento e construídas a mais de 2m de altura viço suscetível de provocar desmoronamento ou deslocação de
de cada piso. terra, ou que comprometa a segurança do prédio vizinho, senão
após haverem sido feitas as obras acautelatórias.
Art. 1.302. O proprietário pode, no lapso de ano e dia após a Parágrafo único. O proprietário do prédio vizinho tem direito a
conclusão da obra, exigir que se desfaça janela, sacada, terra- ressarcimento pelos prejuízos que sofrer, não obstante haverem
ço ou goteira sobre o seu prédio; escoado o prazo, não pode- sido realizadas as obras acautelatórias.
rá, por sua vez, edificar sem atender ao disposto no artigo an-
tecedente, nem impedir, ou dificultar, o escoamento das Art. 1.312. Todo aquele que violar as proibições estabelecidas nes-
águas da goteira, com prejuízo para o prédio vizinho. ta Seção é obrigado a demolir as construções feitas, respondendo
Parágrafo único. Em se tratando de vãos, ou aberturas para luz, por perdas e danos.
seja qual for a quantidade, altura e disposição, o vizinho poderá, a
todo tempo, levantar a sua edificação, ou contramuro, ainda que Art. 1.313. O proprietário ou ocupante do imóvel é obrigado a
lhes vede a claridade. tolerar que o vizinho entre no prédio, mediante prévio aviso,
para:
Art. 1.303. Na zona rural, não será permitido levantar edificações a I - dele temporariamente usar, quando indispensável à repara-
menos de 3m do terreno vizinho. ção, construção, reconstrução ou limpeza de sua casa ou do muro
divisório;
Art. 1.304. Nas cidades, vilas e povoados cuja edificação estiver II - apoderar-se de coisas suas, inclusive animais que aí se en-
adstrita a alinhamento, o dono de um terreno pode nele edificar, contrem casualmente.
madeirando na parede divisória do prédio contíguo, se ela supor- § 1o O disposto neste artigo aplica-se aos casos de limpeza ou
tar a nova construção; mas terá de embolsar ao vizinho metade reparação de esgotos, goteiras, aparelhos higiênicos, poços e
do valor da parede e do chão correspondentes. nascentes e ao aparo de cerca viva.
§ 2o Na hipótese do inciso II, uma vez entregues as coisas busca-
Art. 1.305. O confinante, que primeiro construir, pode assentar a das pelo vizinho, poderá ser impedida a sua entrada no imó-
parede divisória até meia espessura no terreno contíguo, sem vel.
perder por isso o direito a haver meio valor dela se o vizinho a § 3o Se do exercício do direito assegurado neste artigo provier
travejar, caso em que o primeiro fixará a largura e a profundidade dano, terá o prejudicado direito a ressarcimento.
do alicerce.
Parágrafo único. Se a parede divisória pertencer a um dos vizi- CAPÍTULO VI
nhos, e não tiver capacidade para ser travejada pelo outro, não Do Condomínio Geral
poderá este fazer-lhe alicerce ao pé sem prestar caução àquele, Seção I
pelo risco a que expõe a construção anterior. Do Condomínio Voluntário
Subseção I

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DIA 18 / 2

Dos Direitos e Deveres dos Condôminos quem afinal oferecer melhor lanço, preferindo, em condições
Art. 1.314. Cada condômino pode usar da coisa conforme sua iguais, o condômino ao estranho.
destinação, sobre ela exercer todos os direitos compatíveis com a
indivisão, reivindicá-la de terceiro, defender a sua posse e alhear a
respectiva parte ideal, ou gravá-la. Subseção II
Parágrafo único. NENHUM dos condôminos pode alterar a des- Da Administração do Condomínio
tinação da coisa comum, nem dar posse, uso ou gozo dela a Art. 1.323. Deliberando a maioria sobre a administração da coisa
estranhos, sem o consenso dos outros. comum, escolherá o administrador, que poderá ser estranho ao
condomínio; resolvendo alugá-la, preferir-se-á, em condições
Art. 1.315. O condômino é obrigado, na proporção de sua parte, a iguais, o condômino ao que não o é.
concorrer para as despesas de conservação ou divisão da coisa, e
a suportar os ônus a que estiver sujeita. Art. 1.324. O condômino que administrar sem oposição dos ou-
Parágrafo único. Presumem-se iguais as partes ideais dos con- tros presume-se representante comum.
dôminos.
Art. 1.325. A maioria será calculada pelo valor dos quinhões.
Art. 1.316. Pode o condômino eximir-se do pagamento das des- § 1o As deliberações serão obrigatórias, sendo tomadas por mai-
pesas e dívidas, renunciando à parte ideal. oria absoluta.
§ 1o Se os demais condôminos assumem as despesas e as dívidas, § 2o Não sendo possível alcançar maioria absoluta, decidirá o juiz,
a renúncia lhes aproveita, adquirindo a parte ideal de quem re- a requerimento de qualquer condômino, ouvidos os outros.
nunciou, na proporção dos pagamentos que fizerem. § 3o Havendo dúvida quanto ao valor do quinhão, será este avali-
§ 2o Se não há condômino que faça os pagamentos, a coisa co- ado judicialmente.
mum será dividida.
Art. 1.326. Os frutos da coisa comum, não havendo em contrário
Art. 1.317. Quando a dívida houver sido contraída por todos os estipulação ou disposição de última vontade, serão partilhados na
condôminos, sem se discriminar a parte de cada um na obrigação, proporção dos quinhões.
nem se estipular solidariedade, entende-se que cada qual se obri-
gou proporcionalmente ao seu quinhão na coisa comum. Seção II
Do Condomínio Necessário
Art. 1.318. As dívidas contraídas por um dos condôminos em pro- Art. 1.327. O condomínio por meação de paredes, cercas, muros e
veito da comunhão, e durante ela, obrigam o contratante; mas valas regula-se pelo disposto neste Código (arts. 1.297 e 1.298;
terá este ação regressiva contra os demais. 1.304 a 1.307).

Art. 1.319. Cada condômino responde aos outros pelos frutos que Art. 1.328. O proprietário que tiver direito a estremar um imóvel
percebeu da coisa e pelo dano que lhe causou. com paredes, cercas, muros, valas ou valados, tê-lo-á igualmente
a adquirir meação na parede, muro, valado ou cerca do vizinho,
Art. 1.320. A todo tempo será lícito ao condômino exigir a di- embolsando-lhe metade do que atualmente valer a obra e o ter-
visão da coisa comum, respondendo o quinhão de cada um pela reno por ela ocupado (art. 1.297).
sua parte nas despesas da divisão.
§ 1o Podem os condôminos acordar que fique indivisa a coisa Art. 1.329. Não convindo os dois no preço da obra, será este arbi-
comum por prazo não maior de 5 anos, suscetível de prorro- trado por peritos, a expensas de ambos os confinantes.
gação ulterior.
§ 2o Não poderá exceder de 5 anos a indivisão estabelecida Art. 1.330. Qualquer que seja o valor da meação, enquanto aquele
pelo doador ou pelo testador. que pretender a divisão não o pagar ou depositar, nenhum uso
§ 3o A requerimento de qualquer interessado e se graves razões o poderá fazer na parede, muro, vala, cerca ou qualquer outra obra
aconselharem, pode o juiz determinar a divisão da coisa comum divisória.
antes do prazo.
CAPÍTULO VII
Art. 1.321. Aplicam-se à divisão do condomínio, no que couber, as Do Condomínio Edilício
regras de partilha de herança (arts. 2.013 a 2.022). Seção I
Disposições Gerais
Art. 1.322. Quando a coisa for indivisível, e os consortes não qui- Art. 1.331. Pode haver, em edificações, partes que são proprieda-
serem adjudicá-la a um só, indenizando os outros, será vendida e de exclusiva, e partes que são propriedade comum dos condômi-
repartido o apurado, preferindo-se, na venda, em condições nos.
iguais de oferta, o condômino ao estranho, e entre os condômi- § 1o As partes suscetíveis de utilização independente, tais como
nos aquele que tiver na coisa benfeitorias mais valiosas, e, não as apartamentos, escritórios, salas, lojas e sobrelojas, com as respec-
havendo, o de quinhão maior. tivas frações ideais no solo e nas outras partes comuns, sujeitam-
Parágrafo único. Se nenhum dos condôminos tem benfeitorias na se a propriedade exclusiva, podendo ser alienadas e gravadas li-
coisa comum e participam todos do condomínio em partes iguais, vremente por seus proprietários, exceto os abrigos para veícu-
realizar-se-á licitação entre estranhos e, antes de adjudicada a los, que não poderão ser alienados ou alugados a pessoas es-
coisa àquele que ofereceu maior lanço, proceder-se-á à licitação tranhas ao condomínio, salvo autorização expressa na con-
entre os condôminos, a fim de que a coisa seja adjudicada a venção de condomínio.

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DIA 18 / 3

§ 2o O solo, a estrutura do prédio, o telhado, a rede geral de dis- V - o regimento interno.


tribuição de água, esgoto, gás e eletricidade, a calefação e refri- § 1o A convenção poderá ser feita por escritura pública ou por
geração centrais, e as demais partes comuns, inclusive o acesso instrumento particular.
ao logradouro público, são utilizados em comum pelos condô- § 2o São equiparados aos proprietários, para os fins deste artigo,
minos, não podendo ser alienados separadamente, ou dividi- salvo disposição em contrário, os promitentes compradores e os
dos. cessionários de direitos relativos às unidades autônomas.
§ 3o A cada unidade imobiliária caberá, como parte inseparável,
uma fração ideal no solo e nas outras partes comuns, que será JDC248 O quórum para alteração do regimento interno do
identificada em forma decimal ou ordinária no instrumento de condomínio edilício pode ser livremente fixado na convenção.
instituição do condomínio.
§ 4o Nenhuma unidade imobiliária pode ser privada do acesso ao
Art. 1.335. São direitos do condômino:
logradouro público.
I - usar, fruir e livremente dispor das suas unidades;
§ 5o O terraço de cobertura é parte comum, salvo disposição
II - usar das partes comuns, conforme a sua destinação, e con-
contrária da escritura de constituição do condomínio.
tanto que não exclua a utilização dos demais compossuidores;
III - votar nas deliberações da assembleia e delas participar, es-
JDC89 O disposto nos arts. 1.331 a 1.358 do novo Código Civil tando quite.
aplica-se, no que couber, aos condomínios assemelhados, tais
como loteamentos fechados, multipropriedade imobiliária e
JDC566 A cláusula convencional que restringe a permanência de
clubes de campo
animais em unidades autônomas residenciais deve ser valorada
JDC91 A convenção de condomínio ou a assembléia-geral
à luz dos parâmetros legais de sossego, insalubridade e pericu-
podem vedar a locação de área de garagem ou abrigo para
losidade.
veículos a estranhos ao condomínio.
JDC247 No condomínio edilício é possível a utilização exclusiva
de área “comum” que, pelas próprias características da edifica- Art. 1.336. São deveres do condômino:
ção, não se preste ao “uso comum” dos demais condôminos. I - contribuir para as despesas do condomínio na proporção das
suas frações ideais, salvo disposição em contrário na convenção;
II - não realizar obras que comprometam a segurança da edifi-
Art. 1.332. Institui-se o condomínio edilício por ato entre vivos
cação;
ou testamento, registrado no Cartório de Registro de Imóveis,
III - não alterar a forma e a cor da fachada, das partes e esqua-
devendo constar daquele ato, além do disposto em lei especial:
drias externas;
I - a discriminação e individualização das unidades de proprieda-
IV - dar às suas partes a mesma destinação que tem a edifica-
de exclusiva, estremadas uma das outras e das partes comuns;
ção, e não as utilizar de maneira prejudicial ao sossego, salu-
II - a determinação da fração ideal atribuída a cada unidade, rela-
bridade e segurança dos possuidores, ou aos bons costumes.
tivamente ao terreno e partes comuns;
§ 1o O condômino que não pagar a sua contribuição ficará su-
III - o fim a que as unidades se destinam.
jeito aos juros moratórios convencionados ou, não sendo pre-
vistos, os de 1% ao mês e multa de até 2% sobre o débito.
JDC504 A escritura declaratória de instituição e convenção fir- § 2o O condômino, que não cumprir qualquer dos deveres esta-
mada pelo titular único de edificação composta por unidades belecidos nos incisos II a IV, pagará a multa prevista no ato cons-
autônomas é título hábil para registro da propriedade hori- titutivo ou na convenção, não podendo ela ser superior a 5 ve-
zontal no competente registro de imóveis, nos termos dos zes o valor de suas contribuições mensais, independentemen-
arts. 1.332 a 1.334 do Código Civil. te das perdas e danos que se apurarem; não havendo disposi-
ção expressa, caberá à assembleia geral, por 2/3 no mínimo dos
Art. 1.333. A convenção que constitui o condomínio edilício condôminos restantes, deliberar sobre a cobrança da multa.
deve ser subscrita pelos titulares de, no mínimo, 2/3 das fra-
ções ideais e torna-se, desde logo, obrigatória para os titula- JDC505 É nula a estipulação que, dissimulando ou embutindo
res de direito sobre as unidades, ou para quantos sobre elas multa acima de 2%, confere suposto desconto de pontualidade
tenham posse ou detenção. no pagamento da taxa condominial, pois configura fraude à lei
Parágrafo único. Para ser oponível contra terceiros, a convenção (Código Civil, art. 1336, § 1º), e não redução por merecimento.
do condomínio deverá ser registrada no Cartório de Registro
de Imóveis.
Art. 1337. O condômino, ou possuidor, que não cumpre reitera-
damente com os seus deveres perante o condomínio poderá,
Art. 1.334. Além das cláusulas referidas no art. 1.332 e das que os
por deliberação de 3/4 dos condôminos restantes, ser constran-
interessados houverem por bem estipular, a convenção determi-
gido a pagar multa correspondente até ao quíntuplo do valor
nará:
atribuído à contribuição para as despesas condominiais, conforme
I - a quota proporcional e o modo de pagamento das contribui-
a gravidade das faltas e a reiteração, independentemente das
ções dos condôminos para atender às despesas ordinárias e ex-
perdas e danos que se apurem.
traordinárias do condomínio;
Parágrafo único. O condômino ou possuidor que, por seu reitera-
II - sua forma de administração;
do comportamento antissocial, gerar incompatibilidade de
III - a competência das assembleias, forma de sua convocação e
convivência com os demais condôminos ou possuidores, poderá
quorum exigido para as deliberações;
ser constrangido a pagar multa correspondente ao décuplo do
IV - as sanções a que estão sujeitos os condôminos, ou possuido-
valor atribuído à contribuição para as despesas condominiais, até
res;
ulterior deliberação da assembleia.

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DIA 18 / 4

EDIFÍCIO, NO SOLO COMUM


JDC92 As sanções do art. 1.337 do novo Código Civil não po-
dem ser aplicadas sem que se garanta direito de defesa ao Art. 1.342. A realização de obras, em partes comuns, em acrésci-
condômino nocivo. mo às já existentes, a fim de lhes facilitar ou aumentar a utiliza-
ção, depende da aprovação de 2/3 dos votos dos condôminos,
Art. 1.338. Resolvendo o condômino alugar área no abrigo para não sendo permitidas construções, nas partes comuns, suscetíveis
veículos, preferir-se-á, em condições iguais, qualquer dos condô- de prejudicar a utilização, por qualquer dos condôminos, das par-
minos a estranhos, e, entre todos, os possuidores. tes próprias, ou comuns.

JDC320 O direito de preferência de que trata o art. 1.338 deve Art. 1.343. A construção de outro pavimento, ou, no solo co-
ser assegurado não apenas nos casos de locação, mas tam- mum, de outro edifício, destinado a conter novas unidades imo-
bém na hipótese de venda da garagem. biliárias, depende da aprovação da unanimidade dos condômi-
nos.
Art. 1.339. Os direitos de cada condômino às partes comuns são
Art. 1.344. Ao proprietário do terraço de cobertura incumbem as
inseparáveis de sua propriedade exclusiva; são também insepará-
despesas da sua conservação, de modo que não haja danos às
veis das frações ideais correspondentes as unidades imobiliárias,
unidades imobiliárias inferiores.
com as suas partes acessórias.
§ 1o Nos casos deste artigo é proibido alienar ou gravar os bens
Art. 1.345. O adquirente de unidade responde pelos débitos do
em separado.
alienante, em relação ao condomínio, inclusive multas e juros
§ 2o É permitido ao condômino alienar parte acessória de sua uni-
moratórios.
dade imobiliária a outro condômino, só podendo fazê-lo a tercei-
ro se essa faculdade constar do ato constitutivo do condomínio, e
Art. 1.346. É obrigatório o seguro de toda a edificação contra o
se a ela não se opuser a respectiva assembleia geral.
risco de incêndio ou destruição, total ou parcial.
Art. 1.340. As despesas relativas a partes comuns de uso exclusivo
Seção II
de um condômino, ou de alguns deles, incumbem a quem delas
Da Administração do Condomínio
se serve.
Art. 1.347. A assembleia escolherá um síndico, que poderá não
ser condômino, para administrar o condomínio, por prazo não
Art. 1.341. A realização de obras no condomínio depende:
superior a 2 anos, o qual poderá renovar-se.
I - se voluptuárias, de voto de 2/3 dos condôminos;
II - se úteis, de voto da maioria dos condôminos.
Art. 1.348. Compete ao síndico:
§ 1o As obras ou reparações necessárias podem ser realizadas, in-
I - convocar a assembleia dos condôminos;
dependentemente de autorização, pelo síndico, ou, em caso de
II - representar, ativa e passivamente, o condomínio, praticando,
omissão ou impedimento deste, por qualquer condômino.
em juízo ou fora dele, os atos necessários à defesa dos interesses
§ 2o Se as obras ou reparos necessários forem urgentes e impor-
comuns;
tarem em despesas excessivas, determinada sua realização, o
III - dar imediato conhecimento à assembleia da existência de
síndico ou o condômino que tomou a iniciativa delas dará ciência
procedimento judicial ou administrativo, de interesse do condo-
à assembleia, que deverá ser convocada imediatamente.
mínio;
§ 3o Não sendo urgentes, as obras ou reparos necessários, que
IV - cumprir e fazer cumprir a convenção, o regimento interno e
importarem em despesas excessivas, somente poderão ser efe-
as determinações da assembleia;
tuadas após autorização da assembleia, especialmente convo-
V - diligenciar a conservação e a guarda das partes comuns e ze -
cada pelo síndico, ou, em caso de omissão ou impedimento des-
lar pela prestação dos serviços que interessem aos possuidores;
te, por qualquer dos condôminos.
VI - elaborar o orçamento da receita e da despesa relativa a cada
§ 4o O condômino que realizar obras ou reparos necessários será
ano;
reembolsado das despesas que efetuar, não tendo direito à resti-
VII - cobrar dos condôminos as suas contribuições, bem como
tuição das que fizer com obras ou reparos de outra natureza, em-
impor e cobrar as multas devidas;
bora de interesse comum.
VIII - prestar contas à assembleia, anualmente e quando exigidas;
IX - realizar o seguro da edificação.
REALIZAÇÃO DE OBRAS NO CONDOMÍNIO § 1o Poderá a assembleia investir outra pessoa, em lugar do síndi-
VOLUPTUÁRIAS co, em poderes de representação.
§ 2o O síndico pode transferir a outrem, total ou parcialmente,
OBRAS EM ACRÉSCIMO ÀS EXIS- os poderes de representação ou as funções administrativas,
2/3 dos condôminos
TENTES, PARA FACILITAR OU AU- mediante aprovação da assembleia, salvo disposição em con-
MENTAR A UTILIZAÇÃO trário da convenção.
ÚTEIS Maioria dos condôminos
Art. 1.349. A assembleia, especialmente convocada para o fim es-
NECESSÁRIAS Independe de autorização tabelecido no § 2 o do artigo antecedente, poderá, pelo voto da
CONSTRUÇÃO DE OUTRO maioria absoluta de seus membros, destituir o síndico que pra-
PAVIMENTO Unanimidade dos ticar irregularidades, não prestar contas, ou não administrar
condôminos convenientemente o condomínio.
CONSTRUÇÃO DE OUTRO

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DIA 18 / 5

Art. 1.350. Convocará o síndico, anualmente, reunião da assem- SÚMULAS SOBRE CONDOMÍNIO
bleia dos condôminos, na forma prevista na convenção, a fim de
aprovar o orçamento das despesas, as contribuições dos condô- Súmula 260-STJ: A convenção de condomínio aprovada, ainda
minos e a prestação de contas, e eventualmente eleger-lhe o que sem registro, é eficaz para regular as relações entre os
substituto e alterar o regimento interno. condôminos
§ 1o Se o síndico não convocar a assembleia, 1/4 dos condôminos Súmula 478-STJ: Na execução de crédito relativo a cotas con-
poderá fazê-lo. dominiais, este tem preferência sobre o hipotecário
§ 2o Se a assembleia não se reunir, o juiz decidirá, a requerimento
de qualquer condômino. JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ

Art. 1.351. Depende da aprovação de 2/3 os votos dos condômi- EDIÇÃO N. 68: CONDOMÍNIO
nos a alteração da convenção; a mudança da destinação do 1) É POSSÍVEL A PENHORA DO BEM DE FAMÍLIA para assegu-
edifício, ou da unidade imobiliária, depende da aprovação rar o pagamento de dívidas oriundas de despesas condomi-
pela unanimidade dos condôminos. niais do próprio bem.
3) As cotas condominiais possuem NATUREZA PROPTEM
REM, razão pela qual os compradores de imóveis respondem
Alteração da Convenção Mudança da Destinação
pelos débitos anteriores à aquisição.
2/3 Unanimidade 4) Havendo compromisso de compra e venda não levado a re-
gistro, a responsabilidade pelas despesas de condomínio pode
Art. 1.352. Salvo quando exigido quorum especial, as deliberações recair tanto sobre o promitente vendedor quanto sobre o
da assembleia serão tomadas, em primeira convocação, por promissário comprador, dependendo das circunstâncias de
maioria de votos dos condôminos presentes que representem cada caso concreto. (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do
pelo menos 1/2 das frações ideais. CPC/73 - Tema 886)
Parágrafo único. Os votos serão proporcionais às frações ideais no 5) O arrematante só responde pelo saldo remanescente do débi-
solo e nas outras partes comuns pertencentes a cada condômino, to condominial se constar no edital da hasta pública a informa-
salvo disposição diversa da convenção de constituição do condo- ção referente ao ônus incidente sobre o imóvel.
mínio. 6) É indevida a inclusão do arrematante de bem imóvel no cum-
primento de sentença proferida em ação de cobrança de cota
Art. 1.353. Em segunda convocação, a assembleia poderá delibe- condominial, tendo em vista que não participou da fase proces-
rar por maioria dos votos dos presentes, salvo quando exigido sual em que constituído o título executivo.
quorum especial. 7) O prazo prescricional aplicável à pretensão de cobrança de
taxas condominiais é de 5 anos, de acordo com art. 206, § 5º, I,
Art. 1.354. A assembleia não poderá deliberar se todos os con- do Código Civil.
dôminos não forem convocados para a reunião. 9) A convenção do condomínio pode fixar o rateio das contribui-
ções condominiais de maneira diversa da regra da fração ideal
Art. 1.355. Assembleias extraordinárias poderão ser convocadas pertencente a cada unidade.
pelo síndico ou por 1/4 dos condôminos. 10) Nas relações jurídicas estabelecidas entre condomínio e
condôminos NÃO INCIDE O CDC.
Art. 1.356. Poderá haver no condomínio um conselho fiscal, com- 11) O condomínio não é responsável pelo pagamento do IPTU
posto de 3 membros, eleitos pela assembleia, por prazo não su- incidente sobre as áreas comuns e de terceiros, pois não é sua a
perior a 2 anos, ao qual compete dar parecer sobre as contas titularidade do domínio útil, tampouco exerce posse com ani-
do síndico. mus domini.
12) As taxas de manutenção criadas por associações de mo-
Seção III radores não obrigam os não associados ou que a elas não
Da Extinção do Condomínio anuíram. (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/73 -
Art. 1.357. Se a edificação for total ou consideravelmente destruí- Tema 882)
da, ou ameace ruína, os condôminos deliberarão em assembleia 13) Não é lícita a cobrança de tarifa de água no valor do con-
sobre a reconstrução, ou venda, por votos que representem me- sumo mínimo multiplicado pelo número de unidades autô-
tade mais uma das frações ideais. nomas existentes no condomínio quando houver único hi-
§ 1o Deliberada a reconstrução, poderá o condômino eximir-se do drômetro no local. (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do
pagamento das despesas respectivas, alienando os seus direitos a CPC/73 Tema 414)
outros condôminos, mediante avaliação judicial. 14) A legitimidade passiva na ação cautelar de exibição de docu-
§ 2o Realizada a venda, em que se preferirá, em condições iguais mentos é do síndico e não do condomínio.
de oferta, o condômino ao estranho, será repartido o apurado en- 15) O condomínio tem legitimidade ativa para ajuizar ação obje-
tre os condôminos, proporcionalmente ao valor das suas unida- tivando o cumprimento de obrigações e/ou o reconhecimento
des imobiliárias. de vícios de construção nas partes comuns e em unidades autô-
nomas.
Art. 1.358. Se ocorrer desapropriação, a indenização será repartida 16) É possível a reforma ou a utilização exclusiva de área comum
na proporção a que se refere o § 2o do artigo antecedente. de condomínio desde que exista autorização da assembleia ge-
ral.
17) A loja térrea, com acesso próprio à via pública, não concorre

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DIA 18 / 6

com gastos relacionados a serviços que não lhe sejam úteis, sal- III - misto, combinando os sistemas fixo e flutuante.
vo disposição condominial em contrário. § 2º Todos os multiproprietários terão direito a uma mesma
quantidade mínima de dias seguidos durante o ano, podendo
haver a aquisição de frações maiores que a mínima, com o corres-
Seção IV
pondente direito ao uso por períodos também maiores.
Do Condomínio de Lotes
Art. 1.358-A. Pode haver, em terrenos, partes designadas de lotes
Seção II
que são propriedade exclusiva e partes que são propriedade co-
Da Instituição da Multipropriedade
mum dos condôminos.
Art. 1.358-F. Institui-se a multipropriedade por ato entre vivos
§ 1º A fração ideal de cada condômino poderá ser proporcional à
ou testamento, registrado no competente cartório de registro de
área do solo de cada unidade autônoma, ao respectivo potencial
imóveis, devendo constar daquele ato a duração dos períodos
construtivo ou a outros critérios indicados no ato de instituição.
correspondentes a cada fração de tempo.
§ 2º Aplica-se, no que couber, ao condomínio de lotes o disposto
sobre condomínio edilício neste Capítulo, respeitada a legislação
Art. 1.358-G. Além das cláusulas que os multiproprietários decidi-
urbanística.
rem estipular, a convenção de condomínio em multiproprieda-
§ 3º Para fins de incorporação imobiliária, a implantação de
de determinará:
toda a infraestrutura ficará a cargo do empreendedor.
I - os poderes e deveres dos multiproprietários, especialmente
em matéria de instalações, equipamentos e mobiliário do imóvel,
JDC625 A incorporação imobiliária que tenha por objeto o con- de manutenção ordinária e extraordinária, de conservação e lim-
domínio de lotes poderá ser submetida ao regime do patrimô- peza e de pagamento da contribuição condominial;
nio de afetação, na forma da lei especial. II - o número máximo de pessoas que podem ocupar simulta-
neamente o imóvel no período correspondente a cada fração
CAPÍTULO VII-A (LEI 13777/18) de tempo;
DO CONDOMÍNIO EM MULTIPROPRIEDADE III - as regras de acesso do administrador condominial ao imó-
vel para cumprimento do dever de manutenção, conservação e
Time-sharing(multipropriedade): ocorre quando um bem é limpeza;
dividido entre vários proprietários sendo que cada um deles IV - a criação de fundo de reserva para reposição e manutenção
utilizará a coisa, com exclusividade, durante certo(s) perío- dos equipamentos, instalações e mobiliário;
do(s) de tempo por ano, em um sistema de rodízio (CAVAL- V - o regime aplicável em caso de perda ou destruição parcial
CANTE, Márcio André Lopes) ou total do imóvel, inclusive para efeitos de participação no risco
ou no valor do seguro, da indenização ou da parte restante;
VI - as multas aplicáveis ao multiproprietário nas hipóteses de
Seção I
descumprimento de deveres.
Disposições Gerais
Art. 1.358-B. A multipropriedade reger-se-á pelo disposto neste
Art. 1.358-H. O instrumento de instituição da multipropriedade
Capítulo e, de forma supletiva e subsidiária, pelas demais disposi-
ou a convenção de condomínio em multipropriedade poderá es-
ções deste Código e pelas disposições das Leis nºs 4.591, de 16
tabelecer o limite máximo de frações de tempo no mesmo
de dezembro de 1964, e 8.078, de 11 de setembro de 1990 (Códi-
imóvel que poderão ser detidas pela mesma pessoa natural
go de Defesa do Consumidor).
ou jurídica.
Parágrafo único. Em caso de instituição da multipropriedade para
Art. 1.358-C. MULTIPROPRIEDADE é o regime de condomínio
posterior venda das frações de tempo a terceiros, o atendimento
em que cada um dos proprietários de um mesmo imóvel é TI-
a eventual limite de frações de tempo por titular estabelecido no
TULAR DE UMA FRAÇÃO DE TEMPO, à qual corresponde a fa-
instrumento de instituição será obrigatório somente após a venda
culdade de uso e gozo, com exclusividade, da totalidade do
das frações.
imóvel, a ser exercida pelos proprietários de forma alternada.
Parágrafo único. A multipropriedade não se extinguirá automa-
Seção III
ticamente se todas as frações de tempo forem do mesmo
Dos Direitos e das Obrigações do Multiproprietário
multiproprietário.
Art. 1.358-I. São direitos do multiproprietário, além daqueles
previstos no instrumento de instituição e na convenção de con-
Art. 1.358-D. O imóvel objeto da multipropriedade:
domínio em multipropriedade:
I - É INDIVISÍVEL, não se sujeitando a ação de divisão ou de ex-
I - usar e gozar, durante o período correspondente à sua fração
tinção de condomínio;
de tempo, do imóvel e de suas instalações, equipamentos e mo-
II - inclui as instalações, os equipamentos e o mobiliário desti-
biliário;
nados a seu uso e gozo.
II - ceder a fração de tempo em locação ou comodato;
III - alienar a fração de tempo, por ato entre vivos ou por causa
Art. 1.358-E. Cada fração de tempo É INDIVISÍVEL.
de morte, a título oneroso ou gratuito, ou onerá-la, devendo a
§ 1º O período correspondente a cada fração de tempo será
alienação e a qualificação do sucessor, ou a oneração, ser infor-
de, no mínimo, 7 dias, seguidos ou intercalados, e poderá ser:
madas ao administrador;
I - fixo e determinado, no mesmo período de cada ano;
IV - participar e votar, pessoalmente ou por intermédio de re-
II - flutuante, caso em que a determinação do período será re-
presentante ou procurador, desde que esteja quite com as obri-
alizada de forma periódica, mediante procedimento objetivo
gações condominiais, em:
que respeite, em relação a todos os multiproprietários, o princípio
da isonomia, devendo ser previamente divulgado; ou

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DIA 18 / 7

a) assembleia geral do condomínio em multipropriedade, e o Art. 1.358-L. A transferência do direito de multipropriedade e


voto do multiproprietário corresponderá à quota de sua fração de a sua produção de efeitos perante terceiros dar-se-ão na forma
tempo no imóvel; da lei civil e não dependerão da anuência ou cientificação dos
b) assembleia geral do condomínio edilício, quando for o caso, demais multiproprietários.
e o voto do multiproprietário corresponderá à quota de sua fra- § 1º NÃO HAVERÁ DIREITO DE PREFERÊNCIA na alienação de
ção de tempo em relação à quota de poder político atribuído à fração de tempo, salvo se estabelecido no instrumento de ins-
unidade autônoma na respectiva convenção de condomínio edilí- tituição ou na convenção do condomínio em multipropriedade
cio. em favor dos demais multiproprietários ou do instituidor do con-
domínio em multipropriedade.
Art. 1.358-J. São obrigações do multiproprietário, além daque- § 2º O adquirente será SOLIDARIAMENTE RESPONSÁVEL com
las previstas no instrumento de instituição e na convenção de o alienante pelas obrigações de que trata o § 5º do art. 1.358-J
condomínio em multipropriedade: deste Código (§5° foi vetado) caso não obtenha a declaração de
I - pagar a contribuição condominial do condomínio em multi- inexistência de débitos referente à fração de tempo no momento
propriedade e, quando for o caso, do condomínio edilício, ainda de sua aquisição.
que renuncie ao uso e gozo, total ou parcial, do imóvel, das áreas
comuns ou das respectivas instalações, equipamentos e mobiliá- Seção V
rio; Da Administração da Multipropriedade
II - responder por danos causados ao imóvel, às instalações, Art. 1.358-M. A administração do imóvel e de suas instalações,
aos equipamentos e ao mobiliário por si, por qualquer de seus equipamentos e mobiliário será de responsabilidade da pessoa
acompanhantes, convidados ou prepostos ou por pessoas por ele indicada no instrumento de instituição ou na convenção de con-
autorizadas; domínio em multipropriedade, ou, na falta de indicação, de pes-
III - comunicar imediatamente ao administrador os defeitos, soa escolhida em assembleia geral dos condôminos.
avarias e vícios no imóvel dos quais tiver ciência durante a utili- § 1º O administrador exercerá, além daquelas previstas no instru-
zação; mento de instituição e na convenção de condomínio em multi-
IV - não modificar, alterar ou substituir o mobiliário, os equi- propriedade, as seguintes atribuições:
pamentos e as instalações do imóvel; I - coordenação da utilização do imóvel pelos multiproprietários
V - manter o imóvel em estado de conservação e limpeza con- durante o período correspondente a suas respectivas frações de
dizente com os fins a que se destina e com a natureza da res- tempo;
pectiva construção; II - determinação, no caso dos sistemas flutuante ou misto, dos
VI - usar o imóvel, bem como suas instalações, equipamentos períodos concretos de uso e gozo exclusivos de cada multipropri-
e mobiliário, conforme seu destino e natureza; etário em cada ano;
VII - usar o imóvel exclusivamente durante o período corres- III - manutenção, conservação e limpeza do imóvel;
pondente à sua fração de tempo; IV - troca ou substituição de instalações, equipamentos ou mobi-
VIII - desocupar o imóvel, impreterivelmente, até o dia e hora liário, inclusive:
fixados no instrumento de instituição ou na convenção de a) determinar a necessidade da troca ou substituição;
condomínio em multipropriedade, sob pena de multa diária, b) providenciar os orçamentos necessários para a troca ou substi-
conforme convencionado no instrumento pertinente; tuição;
IX - permitir a realização de obras ou reparos urgentes. c) submeter os orçamentos à aprovação pela maioria simples dos
§ 1º Conforme previsão que deverá constar da respectiva con- condôminos em assembleia;
venção de condomínio em multipropriedade, o multiproprietá- V - elaboração do orçamento anual, com previsão das receitas e
rio estará sujeito a: despesas;
I - multa, no caso de descumprimento de qualquer de seus deve- VI - cobrança das quotas de custeio de responsabilidade dos mul-
res; tiproprietários;
II - multa progressiva e perda temporária do direito de utiliza- VII - pagamento, por conta do condomínio edilício ou voluntário,
ção do imóvel no período correspondente à sua fração de tempo, com os fundos comuns arrecadados, de todas as despesas co-
no caso de descumprimento reiterado de deveres. muns.
§ 2º A responsabilidade pelas despesas referentes a reparos § 2º A convenção de condomínio em multipropriedade poderá
no imóvel, bem como suas instalações, equipamentos e mobi- regrar de forma diversa a atribuição prevista no inciso IV do § 1º
liário, será: deste artigo.
I - de todos os multiproprietários, quando decorrentes do uso
normal e do desgaste natural do imóvel; Art. 1.358-N. O instrumento de instituição poderá prever fra-
II - exclusivamente do multiproprietário responsável pelo uso ção de tempo destinada à realização, no imóvel e em suas ins-
anormal, sem prejuízo de multa, quando decorrentes de uso talações, em seus equipamentos e em seu mobiliário, de repa-
anormal do imóvel. ros indispensáveis ao exercício normal do direito de multipro-
priedade.
Art. 1.358-K. Para os efeitos do disposto nesta Seção, são equi- § 1º A fração de tempo de que trata o caput deste artigo poderá
parados aos multiproprietários os promitentes compradores e ser atribuída:
os cessionários de direitos relativos a cada fração de tempo. I - ao instituidor da multipropriedade; ou
II - aos multiproprietários, proporcionalmente às respectivas fra-
Seção IV ções.
Da Transferência da Multipropriedade

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DIA 18 / 8

§ 2º Em caso de emergência, os reparos de que trata o caput des- IV - os procedimentos a serem observados para uso e gozo dos
te artigo poderão ser feitos durante o período correspondente à imóveis e das instalações, equipamentos e mobiliário destinados
fração de tempo de um dos multiproprietários. ao regime da multipropriedade;
V - o número máximo de pessoas que podem ocupar simultanea-
Seção VI mente o imóvel no período correspondente a cada fração de
Disposições Específicas Relativas às Unidades Autônomas de Con- tempo;
domínios Edilícios VI - as regras de convivência entre os multiproprietários e os ocu-
Art. 1.358-O. O condomínio edilício poderá adotar o regime pantes de unidades autônomas não sujeitas ao regime da multi-
de multipropriedade em parte ou na totalidade de suas uni- propriedade, quando se tratar de empreendimentos mistos;
dades autônomas, mediante: VII - a forma de contribuição, destinação e gestão do fundo de
I - previsão no instrumento de instituição; ou reserva específico para cada imóvel, para reposição e manutenção
II - deliberação da maioria absoluta dos condôminos. dos equipamentos, instalações e mobiliário, sem prejuízo do fun-
Parágrafo único. No caso previsto no inciso I do caput deste arti- do de reserva do condomínio edilício;
go, a iniciativa e a responsabilidade para a instituição do regime VIII - a possibilidade de realização de assembleias não presenciais,
da multipropriedade serão atribuídas às mesmas pessoas e obser- inclusive por meio eletrônico;
varão os mesmos requisitos indicados nas alíneas a, b e c e no § IX - os mecanismos de participação e representação dos titulares;
1º do art. 31 da Lei nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964. X - o funcionamento do sistema de reserva, os meios de confir-
mação e os requisitos a serem cumpridos pelo multiproprietário
Art. 1.358-P. Na hipótese do art. 1.358-O, a convenção de condo- quando não exercer diretamente sua faculdade de uso;
mínio edilício deve prever, além das matérias elencadas nos arts. XI - a descrição dos serviços adicionais, se existentes, e as regras
1.332, 1.334 e, se for o caso, 1.358-G deste Código: para seu uso e custeio.
I - a identificação das unidades sujeitas ao regime da multipropri- Parágrafo único. O regimento interno poderá ser instituído por
edade, no caso de empreendimentos mistos; escritura pública ou por instrumento particular.
II - a indicação da duração das frações de tempo de cada unidade
autônoma sujeita ao regime da multipropriedade; Art. 1.358-R. O condomínio edilício em que tenha sido instituído
III - a forma de rateio, entre os multiproprietários de uma mesma o regime de multipropriedade em parte ou na totalidade de suas
unidade autônoma, das contribuições condominiais relativas à unidades autônomas terá necessariamente um administrador
unidade, que, salvo se disciplinada de forma diversa no instru- profissional.
mento de instituição ou na convenção de condomínio em multi- § 1º O prazo de duração do contrato de administração será li-
propriedade, será proporcional à fração de tempo de cada multi- vremente convencionado.
proprietário; § 2º O administrador do condomínio referido no caput deste arti-
IV - a especificação das despesas ordinárias, cujo custeio será go será também o administrador de todos os condomínios em
obrigatório, independentemente do uso e gozo do imóvel e das multipropriedade de suas unidades autônomas.
áreas comuns; § 3º O administrador será mandatário legal de todos os multipro-
V - os órgãos de administração da multipropriedade; prietários, exclusivamente para a realização dos atos de gestão
VI - a indicação, se for o caso, de que o empreendimento conta ordinária da multipropriedade, incluindo manutenção, conserva-
com sistema de administração de intercâmbio, na forma prevista ção e limpeza do imóvel e de suas instalações, equipamentos e
no § 2º do art. 23 da Lei nº 11.771, de 17 de setembro de 2008, mobiliário.
seja do período de fruição da fração de tempo, seja do local de § 4º O administrador poderá modificar o regimento interno
fruição, caso em que a responsabilidade e as obrigações da com- quanto aos aspectos estritamente operacionais da gestão da mul-
panhia de intercâmbio limitam-se ao contido na documentação tipropriedade no condomínio edilício.
de sua contratação; § 5º O administrador pode ser ou não um prestador de serviços
VII - a competência para a imposição de sanções e o respectivo de hospedagem.
procedimento, especialmente nos casos de mora no cumprimento
das obrigações de custeio e nos casos de descumprimento da Art. 1.358-S. Na hipótese de inadimplemento, por parte do multi-
obrigação de desocupar o imóvel até o dia e hora previstos; proprietário, da obrigação de custeio das despesas ordinárias ou
VIII - o quórum exigido para a deliberação de adjudicação da fra- extraordinárias, é cabível, na forma da lei processual civil, a adju-
ção de tempo na hipótese de inadimplemento do respectivo mul- dicação ao condomínio edilício da fração de tempo correspon-
tiproprietário; dente.
IX - o quórum exigido para a deliberação de alienação, pelo con- Parágrafo único. Na hipótese de o imóvel objeto da multiproprie-
domínio edilício, da fração de tempo adjudicada em virtude do dade ser parte integrante de empreendimento em que haja siste-
inadimplemento do respectivo multiproprietário. ma de locação das frações de tempo no qual os titulares possam
ou sejam obrigados a locar suas frações de tempo exclusivamente
Art. 1.358-Q. Na hipótese do art. 1.358-O deste Código, o regi- por meio de uma administração única, repartindo entre si as re-
mento interno do condomínio edilício deve prever: ceitas das locações independentemente da efetiva ocupação de
I - os direitos dos multiproprietários sobre as partes comuns do cada unidade autônoma, poderá a convenção do condomínio edi-
condomínio edilício; lício regrar que em caso de inadimplência:
II - os direitos e obrigações do administrador, inclusive quanto ao I - o inadimplente fique proibido de utilizar o imóvel até a integral
acesso ao imóvel para cumprimento do dever de manutenção, quitação da dívida;
conservação e limpeza; II - a fração de tempo do inadimplente passe a integrar o pool da
III - as condições e regras para uso das áreas comuns; administradora;

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DIA 18 / 9

III - a administradora do sistema de locação fique automatica- IV - a descrição da coisa objeto da transferência, com os elemen-
mente munida de poderes e obrigada a, por conta e ordem do tos indispensáveis à sua identificação.
inadimplente, utilizar a integralidade dos valores líquidos a que o
inadimplente tiver direito para amortizar suas dívidas condomini- Art. 1.363. Antes de vencida a dívida, o devedor, a suas expensas
ais, seja do condomínio edilício, seja do condomínio em multipro- e risco, pode usar a coisa segundo sua destinação, sendo obriga-
priedade, até sua integral quitação, devendo eventual saldo ser do, como depositário:
imediatamente repassado ao multiproprietário. I - a empregar na guarda da coisa a diligência exigida por sua na-
tureza;
Art. 1.358-T. O multiproprietário somente poderá renunciar de II - a entregá-la ao credor, se a dívida não for paga no vencimen-
forma translativa a seu direito de multipropriedade em favor to.
do condomínio edilício.
Parágrafo único. A renúncia de que trata o caput deste artigo só Art. 1.364. Vencida a dívida, e não paga, fica o credor obrigado
é admitida se o multiproprietário estiver em dia com as con- a vender, judicial ou extrajudicialmente, a coisa a terceiros, a
tribuições condominiais, com os tributos imobiliários e, se aplicar o preço no pagamento de seu crédito e das despesas de
houver, com o foro ou a taxa de ocupação. cobrança, e a entregar o saldo, se houver, ao devedor.

Art. 1.358-U. As convenções dos condomínios edilícios, os me- Art. 1.365. É NULA a cláusula que autoriza o proprietário fidu-
moriais de loteamentos e os instrumentos de venda dos lotes em ciário a ficar com a coisa alienada em garantia, se a dívida não
loteamentos urbanos poderão limitar ou impedir a instituição da for paga no vencimento (PROIBIÇÃO DO PACTO COMISSÓ-
multipropriedade nos respectivos imóveis, vedação que somente RIO)
poderá ser alterada no mínimo pela maioria absoluta dos condô- Parágrafo único. O devedor pode, com a anuência do credor,
minos. dar seu direito eventual à coisa em pagamento da dívida,
após o vencimento desta.
CAPÍTULO VIII
Da Propriedade Resolúvel Possibilidade de o credor ficar com o bem
Art. 1.359. Resolvida a propriedade pelo implemento da condi- PACTO dado em garantia, quando ocorre a
ção ou pelo advento do termo, entendem-se também resolvi- COMISSÓRIO inadimplência do devedor em relação à
dos os direitos reais concedidos na sua pendência, e o proprie- obrigação principal do contrato.
tário, em cujo favor se opera a resolução, pode reivindicar a coisa
do poder de quem a possua ou detenha.
Art. 1.366. Quando, vendida a coisa, o produto não bastar para o
pagamento da dívida e das despesas de cobrança, continuará o
Art. 1.360. Se a propriedade se resolver por outra causa super-
devedor obrigado pelo restante.
veniente, o possuidor, que a tiver adquirido por título anterior à
sua resolução, será considerado proprietário perfeito, restando à
Art. 1.367. A propriedade fiduciária em garantia de bens móveis
pessoa, em cujo benefício houve a resolução, ação contra aquele
ou imóveis sujeita-se às disposições do Capítulo I do Título X do
cuja propriedade se resolveu para haver a própria coisa ou o seu
Livro III da Parte Especial deste Código e, no que for específico, à
valor.
legislação especial pertinente, não se equiparando, para quais-
quer efeitos, à propriedade plena de que trata o art. 1.231.
CAPÍTULO IX
Da Propriedade Fiduciária
Art. 1.368. O terceiro, interessado OU NÃO, que pagar a dívida,
Art. 1.361. Considera-se fiduciária a propriedade resolúvel de
se sub-rogará de pleno direito no crédito e na propriedade fi-
COISA MÓVEL INFUNGÍVEL que o devedor, com escopo de ga-
duciária.
rantia, transfere ao credor.
§ 1o Constitui-se a propriedade fiduciária com o registro do con-
trato, celebrado por instrumento público ou particular, que DIREITO DAS OBRIGAÇÕES PROPRIEDADE FIDUCIÁRIA
lhe serve de título, no Registro de Títulos e Documentos do do- Art. 305. O terceiro não Art. 1.368. O terceiro, interes-
micílio do devedor, ou, em se tratando de veículos, na reparti- interessado, que paga a dívida sado OU NÃO, que pagar a
ção competente para o licenciamento, fazendo-se a anotação em seu próprio nome, tem dívida, SE SUB-ROGARÁ DE
no certificado de registro. direito a reembolsar-se do que PLENO DIREITO no crédito e
§ 2o Com a constituição da propriedade fiduciária, dá-se o pagar; mas NÃO SE SUB- na propriedade fiduciária.
desdobramento da posse, tornando-se o devedor possuidor di- ROGA nos direitos do credor
reto da coisa.
§ 3o A propriedade superveniente, adquirida pelo devedor, torna
Art. 1.368-A. As demais espécies de propriedade fiduciária ou
EFICAZ, desde o arquivamento, a transferência da propriedade
de titularidade fiduciária submetem-se à disciplina específica
fiduciária.
das respectivas leis especiais, somente se aplicando as disposi-
ções deste Código naquilo que não for incompatível com a legis-
Art. 1.362. O contrato, que serve de título à propriedade fiduciária,
lação especial.
conterá:
I - o total da dívida, ou sua estimativa;
II - o prazo, ou a época do pagamento;
III - a taxa de juros, se houver;

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DIA 18 / 10

Alienação fiduciária § 1º A adoção da responsabilidade limitada por fundo de


Alienação fiduciária investimento constituído sem a limitação de responsabilidade
de bens MÓVEIS
de bens MÓVEIS in- somente abrangerá fatos ocorridos após a respectiva mudança
fungíveis e infungí- Alienação
fungíveis quando o em seu regulamento.(LEI 13874/19)
veis quando o cre- fiduciária de
credor fiduciário for § 2º A avaliação de responsabilidade dos prestadores de serviço
dor fiduciário for bens IMÓVEIS
pessoa natural ou ju- deverá levar sempre em consideração os riscos inerentes às
instituição
rídica (sem ser banco) aplicações nos mercados de atuação do fundo de investimento e
financeira
a natureza de obrigação de meio de seus serviços.(LEI 13874/19)
Lei nº 4.728/65 Código Civil de 2002 § 3º O patrimônio segregado referido no inciso III do caput deste
Decreto-Lei nº (arts. 1.361 a 1.368-A) Lei nº 9.514/97 artigo só responderá por obrigações vinculadas à classe
911/69 respectiva, nos termos do regulamento.(LEI 13874/19)
*Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br
Art. 1.368-E. Os fundos de investimento respondem
Art. 1.368-B. A alienação fiduciária em garantia de bem móvel ou diretamente pelas obrigações legais e contratuais por eles
imóvel confere direito real de aquisição ao fiduciante, seu cessi- assumidas, e os prestadores de serviço não respondem por
onário ou sucessor. essas obrigações, mas respondem pelos prejuízos que causarem
Parágrafo único. O credor fiduciário que se tornar proprietário quando procederem com dolo ou má-fé.(LEI 13874/19)
pleno do bem, por efeito de realização da garantia, mediante § 1º Se o fundo de investimento com limitação de
consolidação da propriedade, adjudicação, dação ou outra forma responsabilidade não possuir patrimônio suficiente para
pela qual lhe tenha sido transmitida a propriedade plena, passa a responder por suas dívidas, aplicam-se as regras de insolvência
responder pelo pagamento dos tributos sobre a propriedade e a previstas nos arts. 955 a 965 deste Código.(LEI 13874/19)
posse, taxas, despesas condominiais e quaisquer outros encargos, § 2º A insolvência pode ser requerida judicialmente por credores,
tributários ou não, incidentes sobre o bem objeto da garantia, a por deliberação própria dos cotistas do fundo de investimento,
partir da data em que vier a ser imitido na posse direta do bem. nos termos de seu regulamento, ou pela Comissão de Valores
Mobiliários.(LEI 13874/19)
JDC506 Estando em curso contrato de alienação fiduciária, é
possível a constituição concomitante de nova garantia fidu- Art. 1.368-F. O fundo de investimento constituído por lei
ciária sobre o mesmo bem imóvel, que, entretanto, incidirá so- específica e regulamentado pela Comissão de Valores Mobiliários
bre a respectiva propriedade superveniente que o fiduciante vier deverá, no que couber, seguir as disposições deste Capítulo (LEI
a readquirir, quando do implemento da condição a que estiver 13874/19)
subordinada a primeira garantia fiduciária; a nova garantia po-
derá ser registrada na data em que convencionada e será SÚMULAS SOBRE ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA
eficaz desde a data do registro, produzindo efeito ex tunc.
STF

CAPITULO X Súmula 489-STF: A compra e venda de automóvel não preva-


Do Fundo de Investimento lece contra terceiros, de boa-fé, se o contrato não foi trans-
Art. 1.368-C. O fundo de investimento é uma comunhão de crito no registro de títulos e documentos.
recursos, constituído sob a forma de condomínio de natureza
STJ
especial, destinado à aplicação em ativos financeiros, bens e
direitos de qualquer natureza.(LEI 13874/19) Súmula 28-STJ: O contrato de alienação fiduciária em garantia
§ 1º Não se aplicam ao fundo de investimento as disposições pode ter por objeto bem que já integrava o patrimônio do
constantes dos arts. 1.314 ao 1.358-A deste Código.(LEI devedor
13874/19) Súmula 72-STJ: A comprovação da mora É IMPRESCINDÍVEL à
§ 2º Competirá à Comissão de Valores Mobiliários disciplinar o busca e apreensão do bem alienado fiduciariamente.
disposto no caput deste artigo.(LEI 13874/19) OBS: O credor pode demonstrar a mora do devedor por meio
§ 3º O registro dos regulamentos dos fundos de investimentos de carta registrada com aviso de recebimento. Não mais se
na Comissão de Valores Mobiliários é condição suficiente para exige que a carta registrada seja expedida pelo Cartório de Títu-
garantir a sua publicidade e a oponibilidade de efeitos em los e Documentos. É dispensável que haja o protesto do título.
relação a terceiros. (LEI 13874/19) Súmula 92-STJ: A terceiro de boa-fé não é oponível a aliena-
ção fiduciária não anotada no certificado de registro do veículo
Art. 1.368-D. O regulamento do fundo de investimento poderá, automotor.
observado o disposto na regulamentação a que se refere o § 2º Súmula 138-STJ: O ISS incide na operação de arrendamento
do art. 1.368-C desta Lei, estabelecer: (LEI 13874/19) mercantil de coisas móveis.
I - a limitação da responsabilidade de cada investidor ao valor Súmula 293-STJ: A cobrança antecipada do valor residual ga-
de suas cotas; (LEI 13874/19) rantido (VRG) não descaracteriza o contrato de arrendamento
II - a limitação da responsabilidade, bem como parâmetros de sua mercantil.
aferição, dos prestadores de serviços do fundo de investimento, Súmula 384-STJ: Cabe ação monitória para haver saldo rema-
perante o condomínio e entre si, ao cumprimento dos deveres nescente oriundo de venda extrajudicial de bem alienado fiduci-
particulares de cada um, sem solidariedade; e (LEI 13874/19) ariamente em garantia.
III - classes de cotas com direitos e obrigações distintos, com Súmula 369-STJ: No contrato de arrendamento mercantil (lea-
possibilidade de constituir patrimônio segregado para cada sing), ainda que haja cláusula resolutiva expressa, É NECES-
classe. (LEI 13874/19) SÁRIA A NOTIFICAÇÃO PRÉVIA do arrendatário para constituí-

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DIA 18 / 11

lo em mora. JDC94 As partes têm plena liberdade para deliberar, no con-


Súmula 564-STJ: No caso de reintegração de posse em arren- trato respectivo, sobre o rateio dos encargos e tributos que
damento mercantil financeiro, quando a soma da importân- incidirão sobre a área objeto da concessão do direito de super-
cia antecipada a título de valor residual garantido (VRG) fície.
com o valor da venda do bem ultrapassar o total do VRG
previsto contratualmente, o arrendatário terá direito de re- Art. 1.372. O direito de superfície pode transferir-se a terceiros
ceber a respectiva diferença, cabendo, porém, se estipulado e, por morte do superficiário, aos seus herdeiros.
no contrato, o prévio desconto de outras despesas ou encargos Parágrafo único. Não poderá ser estipulado pelo concedente, a
pactuados. nenhum título, qualquer pagamento pela transferência.

TÍTULO IV Art. 1.373. Em caso de alienação do imóvel ou do direito de su-


Da Superfície perfície, o superficiário ou o proprietário tem direito de prefe-
Art. 1.369. O proprietário pode conceder a outrem o direito de rência, em igualdade de condições.
construir ou de plantar em seu terreno, por TEMPO DETERMI-
NADO, mediante escritura pública devidamente registrada no JDC510 Ao superficiário que não foi previamente notificado pelo
Cartório de Registro de Imóveis. proprietário para exercer o direito de preferência previsto no art.
Parágrafo único. O direito de superfície não autoriza obra no 1.373 do CC é assegurado o direito de, no prazo de 6 meses,
subsolo, salvo se for inerente ao objeto da concessão. contado do registro da alienação, adjudicar para si o bem medi-
ante depósito do preço.
JDC249 A propriedade superficiária pode ser autonomamen-
te objeto de direitos reais de gozo e garantia, cujo prazo não Art. 1.374. Antes do termo final, resolver-se-á a concessão se o
exceda a duração da concessão da superfície, não se lhe aplican- superficiário der ao terreno destinação diversa daquela para que
do o art. 1.474. foi concedida.
JDC250 Admite-se a constituição do direito de superfície por
cisão. Art. 1.375. Extinta a concessão, o proprietário passará a ter a pro-
JDC321 Os direitos e obrigações vinculados ao terreno e, bem priedade plena sobre o terreno, construção ou plantação, inde-
assim, aqueles vinculados à construção ou à plantação formam pendentemente de indenização, se as partes não houverem
patrimônios distintos e autônomos, respondendo cada um de estipulado o contrário.
seus titulares exclusivamente por suas próprias dívidas e obriga-
ções, ressalvadas as fiscais decorrentes do imóvel. Art. 1.376. No caso de extinção do direito de superfície em conse-
JDC568 O direito de superfície abrange o direito de utilizar o quência de desapropriação, a indenização cabe ao proprietário e
solo, o subsolo ou o espaço aéreo relativo ao terreno, na forma ao superficiário, no valor correspondente ao direito real de cada
estabelecida no contrato, admitindo-se o direito de sobreleva- um.
ção, atendida a legislação urbanística.
JDC322 O momento da desapropriação e as condições da con-
SUPERFÍCIE cessão superficiária serão considerados para fins da divisão do
montante indenizatório (art. 1.376), constituindo-se litisconsórcio
CC ESTATUTO DA CIDADE
passivo necessário simples entre proprietário e superficiário.
O proprietário pode conceder O proprietário urbano poderá
a outrem o direito de construir conceder a outrem o direito de Art. 1.377. O direito de superfície, constituído por pessoa ju-
ou de plantar em seu terreno, superfície do seu terreno, por rídica de direito público interno, rege-se por este Código, no
por TEMPO DETERMINADO, TEMPO DETERMINADO OU que não for diversamente disciplinado em lei especial.
mediante escritura pública de- INDETERMINADO, mediante
vidamente registrada no Cartó- escritura pública registrada no TÍTULO V
rio de Registro de Imóveis. cartório de registro de imóveis. Das Servidões
O direito de superfície não au- O direito de superfície abrange CAPÍTULO I
toriza obra no subsolo, salvo o direito de utilizar o solo, o Da Constituição das Servidões
se for inerente ao objeto da subsolo ou o espaço aéreo re- Art. 1.378. A servidão proporciona utilidade para o prédio do-
concessão. lativo ao terreno, na forma es- minante, e grava o prédio serviente, que pertence a diverso
tabelecida no contrato respec- dono, e constitui-se mediante declaração expressa dos propri-
tivo, atendida a legislação ur- etários, ou por testamento, e subsequente registro no Cartó-
banística. rio de Registro de Imóveis.

Art. 1.379. O exercício incontestado e contínuo de uma servi-


Art. 1.370. A concessão da superfície será gratuita ou onerosa; se
dão aparente, por 10 anos, nos termos do art. 1.242, autoriza o
onerosa, estipularão as partes se o pagamento será feito de uma
interessado a registrá-la em seu nome no Registro de Imóveis,
só vez, ou parceladamente.
valendo-lhe como título a sentença que julgar consumado a usu-
capião.
Art. 1.371. O superficiário responderá pelos encargos e tribu-
Parágrafo único. Se o possuidor não tiver título, o prazo da
tos que incidirem sobre o imóvel.
usucapião será de 20 anos.

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DIA 18 / 12

JDC251 O prazo máximo para o usucapião extraordinário de I - quando o titular houver renunciado a sua servidão;
servidões deve ser de 15 anos, em conformidade com o sistema II - quando tiver cessado, para o prédio dominante, a utilidade ou
geral de usucapião previsto no Código Civil. a comodidade, que determinou a constituição da servidão;
III - quando o dono do prédio serviente resgatar a servidão.
CAPÍTULO II
Art. 1.389. Também se extingue a servidão, ficando ao dono do
Do Exercício das Servidões
prédio serviente a faculdade de fazê-la cancelar, mediante a prova
Art. 1.380. O dono de uma servidão pode fazer todas as obras ne-
da extinção:
cessárias à sua conservação e uso, e, se a servidão pertencer a
I - pela reunião dos dois prédios no domínio da mesma pessoa;
mais de um prédio, serão as despesas rateadas entre os respecti-
II - pela supressão das respectivas obras por efeito de contrato,
vos donos.
ou de outro título expresso;
III - pelo não uso, durante 10 anos contínuos.
Art. 1.381. As obras a que se refere o artigo antecedente devem
ser feitas pelo dono do prédio dominante, se o contrário não
dispuser expressamente o título. SÚMULA SOBRE SERVIDÃO
Súmula 415-STF: Servidão de trânsito não titulada, mas tomada
Art. 1.382. Quando a obrigação incumbir ao dono do prédio servi- permanente, sobretudo pela natureza das obras realizadas, con-
ente, este poderá exonerar-se, abandonando, total ou parcial- sidera-se aparente, conferindo direito a proteção possessória
mente, a propriedade ao dono do dominante.
Parágrafo único. Se o proprietário do prédio dominante se recusar
a receber a propriedade do serviente, ou parte dela, caber-lhe-á CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
custear as obras.
Subseção VIII
Art. 1.383. O dono do prédio serviente não poderá embaraçar Da Penhora de Empresa, de Outros Estabelecimentos
de modo algum o exercício legítimo da servidão. e de Semoventes
Art. 862. Quando a penhora recair em estabelecimento comercial,
Art. 1.384. A servidão pode ser removida, de um local para outro, industrial ou agrícola, bem como em semoventes, plantações ou
pelo dono do prédio serviente e à sua custa, se em nada diminuir edifícios em construção, o juiz nomeará administrador-depositá-
as vantagens do prédio dominante, ou pelo dono deste e à sua rio, determinando-lhe que apresente em 10 dias o plano de ad-
custa, se houver considerável incremento da utilidade e não pre- ministração.
judicar o prédio serviente. § 1o Ouvidas as partes, o juiz decidirá.
§ 2o É lícito às partes ajustar a forma de administração e escolher
Art. 1.385. Restringir-se-á o exercício da servidão às necessidades o depositário, hipótese em que o juiz homologará por despacho a
do prédio dominante, evitando-se, quanto possível, agravar o en- indicação.
cargo ao prédio serviente. § 3o Em relação aos edifícios em construção sob regime de incor-
§ 1o Constituída para certo fim, a servidão não se pode ampli- poração imobiliária, a penhora somente poderá recair sobre as
ar a outro. unidades imobiliárias ainda não comercializadas pelo incorpora-
§ 2o Nas servidões de trânsito, a de maior inclui a de menor ônus, dor.
e a menor exclui a mais onerosa. § 4o Sendo necessário afastar o incorporador da administração da
§ 3o Se as necessidades da cultura, ou da indústria, do prédio do- incorporação, será ela exercida pela comissão de representantes
minante impuserem à servidão maior largueza, o dono do servi- dos adquirentes ou, se se tratar de construção financiada, por
ente é obrigado a sofrê-la; mas tem direito a ser indenizado pelo empresa ou profissional indicado pela instituição fornecedora dos
excesso. recursos para a obra, devendo ser ouvida, neste último caso, a co-
missão de representantes dos adquirentes.
Art. 1.386. As servidões prediais são indivisíveis, e subsistem, no
caso de divisão dos imóveis, em benefício de cada uma das por- Art. 863. A penhora de empresa que funcione mediante conces-
ções do prédio dominante, e continuam a gravar cada uma das são ou autorização far-se-á, conforme o valor do crédito, sobre a
do prédio serviente, salvo se, por natureza, ou destino, só se apli- renda, sobre determinados bens ou sobre todo o patrimônio, e o
carem a certa parte de um ou de outro. juiz nomeará como depositário, de preferência, um de seus dire-
tores.
CAPÍTULO III § 1o Quando a penhora recair sobre a renda ou sobre determina-
Da Extinção das Servidões dos bens, o administrador-depositário apresentará a forma de ad-
Art. 1.387. Salvo nas desapropriações, a servidão, uma vez re- ministração e o esquema de pagamento, observando-se, quanto
gistrada, só se extingue, com respeito a terceiros, quando can- ao mais, o disposto em relação ao regime de penhora de frutos e
celada. rendimentos de coisa móvel e imóvel.
Parágrafo único. Se o prédio dominante estiver hipotecado, e a § 2o Recaindo a penhora sobre todo o patrimônio, prosseguirá a
servidão se mencionar no título hipotecário, será também preciso, execução em seus ulteriores termos, ouvindo-se, antes da arrema-
para a cancelar, o consentimento do credor. tação ou da adjudicação, o ente público que houver outorgado a
concessão.
Art. 1.388. O dono do prédio serviente tem direito, pelos meios
judiciais, ao cancelamento do registro, embora o dono do pré- Art. 864. A penhora de navio ou de aeronave não obsta que con-
dio dominante lho impugne: tinuem navegando ou operando até a alienação, mas o juiz, ao
conceder a autorização para tanto, não permitirá que saiam do

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DIA 18 / 13

porto ou do aeroporto antes que o executado faça o seguro usual § 5o As quantias recebidas pelo administrador serão entregues ao
contra riscos. exequente, a fim de serem imputadas ao pagamento da dívida.
§ 6o O exequente dará ao executado, por termo nos autos, quita-
Art. 865. A penhora de que trata esta Subseção somente será de- ção das quantias recebidas.
terminada se não houver outro meio eficaz para a efetivação do
crédito. Subseção XI
Da Avaliação
Subseção IX Art. 870. A avaliação será feita pelo oficial de justiça.
Da Penhora de Percentual de Faturamento de Empresa Parágrafo único. Se forem necessários conhecimentos especia-
Art. 866. Se o executado não tiver outros bens penhoráveis ou se, lizados e o valor da execução o comportar, o juiz nomeará
tendo-os, esses forem de difícil alienação ou insuficientes para avaliador, fixando-lhe prazo não superior a 10 dias para entre-
saldar o crédito executado, o juiz poderá ordenar a penhora de ga do laudo.
percentual de faturamento de empresa.
§ 1o O juiz fixará percentual que propicie a satisfação do crédito Art. 871. Não se procederá à avaliação quando:
exequendo em tempo razoável, mas que não torne inviável o I - uma das partes aceitar a estimativa feita pela outra;
exercício da atividade empresarial. II - se tratar de títulos ou de mercadorias que tenham cotação
§ 2o O juiz nomeará administrador-depositário, o qual submeterá em bolsa, comprovada por certidão ou publicação no órgão ofi-
à aprovação judicial a forma de sua atuação e prestará contas cial;
mensalmente, entregando em juízo as quantias recebidas, com os III - se tratar de títulos da dívida pública, de ações de socieda-
respectivos balancetes mensais, a fim de serem imputadas no pa- des e de títulos de crédito negociáveis em bolsa, cujo valor será
gamento da dívida. o da cotação oficial do dia, comprovada por certidão ou publi-
§ 3o Na penhora de percentual de faturamento de empresa, ob- cação no órgão oficial;
servar-se-á, no que couber, o disposto quanto ao regime de pe- IV - se tratar de veículos automotores ou de outros bens cujo
nhora de frutos e rendimentos de coisa móvel e imóvel. preço médio de mercado possa ser conhecido por meio de
pesquisas realizadas por órgãos oficiais ou de anúncios de ven-
Subseção X da divulgados em meios de comunicação, caso em que caberá a
Da Penhora de Frutos e Rendimentos de Coisa Móvel ou Imóvel quem fizer a nomeação o encargo de comprovar a cotação de
Art. 867. O juiz pode ordenar a penhora de frutos e rendimentos mercado.
de coisa móvel ou imóvel quando a considerar mais eficiente para Parágrafo único. Ocorrendo a hipótese do inciso I deste artigo, a
o recebimento do crédito e menos gravosa ao executado. avaliação poderá ser realizada quando houver fundada dúvida do
juiz quanto ao real valor do bem.
JSPC106 Na expropriação, a apropriação de frutos e rendimen-
tos poderá ser priorizada em relação à adjudicação, se não pre- Art. 872. A avaliação realizada pelo oficial de justiça constará
judicar o exequente e for mais favorável ao executado. de vistoria e de laudo anexados ao auto de penhora ou, em
caso de perícia realizada por avaliador, de laudo apresentado no
prazo fixado pelo juiz, devendo-se, em qualquer hipótese, especi-
Art. 868. Ordenada a penhora de frutos e rendimentos, o juiz no-
ficar:
meará administrador-depositário, que será investido de todos os
I - os bens, com as suas características, e o estado em que se en-
poderes que concernem à administração do bem e à fruição de
contram;
seus frutos e utilidades, perdendo o executado o direito de gozo
II - o valor dos bens.
do bem, até que o exequente seja pago do principal, dos juros,
§ 1o Quando o imóvel for suscetível de cômoda divisão, a avalia-
das custas e dos honorários advocatícios.
ção, tendo em conta o crédito reclamado, será realizada em par-
§ 1o A medida terá eficácia em relação a terceiros a partir da pu-
tes, sugerindo-se, com a apresentação de memorial descritivo, os
blicação da decisão que a conceda ou de sua averbação no ofício
possíveis desmembramentos para alienação.
imobiliário, em caso de imóveis.
§ 2o Realizada a avaliação e, sendo o caso, apresentada a proposta
§ 2o O exequente providenciará a averbação no ofício imobiliário
de desmembramento, as partes serão ouvidas no prazo de 5
mediante a apresentação de certidão de inteiro teor do ato, inde-
dias.
pendentemente de mandado judicial.

Art. 873. É admitida nova avaliação quando:


Art. 869. O juiz poderá nomear administrador-depositário o exe-
I - qualquer das partes arguir, fundamentadamente, a ocorrência
quente ou o executado, ouvida a parte contrária, e, não havendo
de erro na avaliação ou dolo do avaliador;
acordo, nomeará profissional qualificado para o desempenho da
II - se verificar, posteriormente à avaliação, que houve majoração
função.
ou diminuição no valor do bem;
§ 1o O administrador submeterá à aprovação judicial a forma de
III - o juiz tiver fundada dúvida sobre o valor atribuído ao bem na
administração e a de prestar contas periodicamente.
primeira avaliação.
§ 2o Havendo discordância entre as partes ou entre essas e o ad -
Parágrafo único. Aplica-se o art. 480 à nova avaliação prevista no
ministrador, o juiz decidirá a melhor forma de administração do
inciso III do caput deste artigo.
bem.
§ 3o Se o imóvel estiver arrendado, o inquilino pagará o aluguel
Art. 874. Após a avaliação, o juiz poderá, a requerimento do inte-
diretamente ao exequente, salvo se houver administrador.
ressado e ouvida a parte contrária, mandar:
§ 4o O exequente ou o administrador poderá celebrar locação do
móvel ou do imóvel, ouvido o executado.

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DIA 18 / 14

I - reduzir a penhora aos bens suficientes ou transferi-la para ou- § 2o A carta de adjudicação conterá a descrição do imóvel, com
tros, se o valor dos bens penhorados for consideravelmente supe- remissão à sua matrícula e aos seus registros, a cópia do auto de
rior ao crédito do exequente e dos acessórios; adjudicação e a prova de quitação do imposto de transmissão.
II - ampliar a penhora ou transferi-la para outros bens mais valio- § 3o No caso de penhora de bem hipotecado, o executado
sos, se o valor dos bens penhorados for inferior ao crédito do poderá remi-lo até a assinatura do auto de adjudicação,
exequente. oferecendo preço igual ao da avaliação, se não tiver havido
licitantes, ou ao do maior lance oferecido.
Art. 875. Realizadas a penhora e a avaliação, o juiz dará início aos § 4o Na hipótese de falência ou de insolvência do devedor
atos de expropriação do bem. hipotecário, o direito de remição previsto no § 3 o será deferido à
massa ou aos credores em concurso, não podendo o exequente
Seção IV recusar o preço da avaliação do imóvel.
Da Expropriação de Bens
Subseção I Art. 878. Frustradas as tentativas de alienação do bem, será
Da Adjudicação reaberta oportunidade para requerimento de adjudicação, caso
Art. 876. É lícito ao exequente, oferecendo preço não inferior em que também se poderá pleitear a realização de nova
ao da avaliação, requerer que lhe sejam adjudicados os bens avaliação.
penhorados.
§ 1o Requerida a adjudicação, o executado será intimado do Subseção II
pedido: Da Alienação
I - pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu advogado Art. 879. A alienação far-se-á:
constituído nos autos; I - por iniciativa particular;
II - por carta com aviso de recebimento, quando representado II - em leilão judicial eletrônico ou presencial.
pela Defensoria Pública ou quando não tiver procurador
constituído nos autos; Art. 880. Não efetivada a adjudicação, o exequente poderá
III - por meio eletrônico, quando, sendo o caso do § 1 o do art. requerer a alienação por sua própria iniciativa ou por intermédio
246, não tiver procurador constituído nos autos. de corretor ou leiloeiro público credenciado perante o órgão
§ 2o Considera-se realizada a intimação quando o executado judiciário.
houver mudado de endereço sem prévia comunicação ao juízo, § 1o O juiz fixará o prazo em que a alienação deve ser efetivada, a
observado o disposto no art. 274, parágrafo único. forma de publicidade, o preço mínimo, as condições de
§ 3o Se o executado, citado por edital, não tiver procurador pagamento, as garantias e, se for o caso, a comissão de
constituído nos autos, é dispensável a intimação prevista no § corretagem.
1 o. § 2o A alienação será formalizada por termo nos autos, com a
§ 4o Se o valor do crédito for: assinatura do juiz, do exequente, do adquirente e, se estiver
I - inferior ao dos bens, o requerente da adjudicação depositará presente, do executado, expedindo-se:
de imediato a diferença, que ficará à disposição do executado; I - a carta de alienação e o mandado de imissão na posse, quando
II - superior ao dos bens, a execução prosseguirá pelo saldo se tratar de bem imóvel;
remanescente. II - a ordem de entrega ao adquirente, quando se tratar de bem
§ 5o Idêntico direito pode ser exercido por aqueles indicados no móvel.
art. 889, incisos II a VIII, pelos credores concorrentes que hajam § 3o Os tribunais poderão editar disposições complementares
penhorado o mesmo bem, pelo cônjuge, pelo companheiro, pelos sobre o procedimento da alienação prevista neste artigo,
descendentes ou pelos ascendentes do executado. admitindo, quando for o caso, o concurso de meios eletrônicos, e
§ 6o Se houver mais de um pretendente, proceder-se-á a licitação dispor sobre o credenciamento dos corretores e leiloeiros
entre eles, tendo preferência, em caso de igualdade de oferta, o públicos, os quais deverão estar em exercício profissional por não
cônjuge, o companheiro, o descendente ou o ascendente, nessa menos que 3 anos.
ordem. § 4o Nas localidades em que não houver corretor ou leiloeiro
§ 7o No caso de penhora de quota social ou de ação de sociedade público credenciado nos termos do § 3 o, a indicação será de livre
anônima fechada realizada em favor de exequente alheio à escolha do exequente.
sociedade, esta será intimada, ficando responsável por informar
aos sócios a ocorrência da penhora, assegurando-se a estes a FPPC192. (art. 880) Alienação por iniciativa particular realizada
preferência. por corretor ou leiloeiro não credenciado perante o órgão
judiciário não invalida o negócio jurídico, salvo se o
Art. 877. Transcorrido o prazo de 5 dias, contado da última executado comprovar prejuízo.
intimação, e decididas eventuais questões, o juiz ordenará a
lavratura do auto de adjudicação.
Art. 881. A alienação far-se-á em leilão judicial se não
§ 1o Considera-se perfeita e acabada a adjudicação com a
efetivada a adjudicação ou a alienação por iniciativa
lavratura e a assinatura do auto pelo juiz, pelo adjudicatário,
particular.
pelo escrivão ou chefe de secretaria, e, se estiver presente, pelo
§ 1o O leilão do bem penhorado será realizado por leiloeiro
executado, expedindo-se:
público.
I - a carta de adjudicação e o mandado de imissão na posse,
§ 2o Ressalvados os casos de alienação a cargo de corretores de
quando se tratar de bem imóvel;
bolsa de valores, todos os demais bens serão alienados em leilão
II - a ordem de entrega ao adjudicatário, quando se tratar de bem
público.
móvel.

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DIA 18 / 15

§ 1o A publicação do edital deverá ocorrer pelo menos 5 dias


Art. 882. Não sendo possível a sua realização por meio antes da data marcada para o leilão.
eletrônico, o leilão será presencial. § 2o O edital será publicado na rede mundial de computadores,
§ 1o A alienação judicial por meio eletrônico será realizada, em sítio designado pelo juízo da execução, e conterá descrição
observando-se as garantias processuais das partes, de acordo detalhada e, sempre que possível, ilustrada dos bens, informando
com regulamentação específica do Conselho Nacional de Justiça. expressamente se o leilão se realizará de forma eletrônica ou
§ 2o A alienação judicial por meio eletrônico deverá atender aos presencial.
requisitos de ampla publicidade, autenticidade e segurança, com § 3o Não sendo possível a publicação na rede mundial de
observância das regras estabelecidas na legislação sobre computadores ou considerando o juiz, em atenção às condições
certificação digital. da sede do juízo, que esse modo de divulgação é insuficiente ou
§ 3o O leilão presencial será realizado no local designado pelo juiz. inadequado, o edital será afixado em local de costume e
publicado, em resumo, pelo menos 1 vez em jornal de ampla
Art. 883. Caberá ao juiz a designação do leiloeiro público, que circulação local.
poderá ser indicado pelo exequente. § 4o Atendendo ao valor dos bens e às condições da sede do
juízo, o juiz poderá alterar a forma e a frequência da publicidade
Art. 884. Incumbe ao leiloeiro público: na imprensa, mandar publicar o edital em local de ampla
I - publicar o edital, anunciando a alienação; circulação de pessoas e divulgar avisos em emissora de rádio ou
II - realizar o leilão onde se encontrem os bens ou no lugar televisão local, bem como em sítios distintos do indicado no § 2 o.
designado pelo juiz; § 5o Os editais de leilão de imóveis e de veículos automotores
III - expor aos pretendentes os bens ou as amostras das serão publicados pela imprensa ou por outros meios de
mercadorias; divulgação, preferencialmente na seção ou no local reservados à
IV - receber e depositar, dentro de 1 dia, à ordem do juiz, o publicidade dos respectivos negócios.
produto da alienação; § 6o O juiz poderá determinar a reunião de publicações em listas
V - prestar contas nos 2 dias subsequentes ao depósito. referentes a mais de uma execução.
Parágrafo único. O leiloeiro tem o direito de receber do
arrematante a comissão estabelecida em lei ou arbitrada pelo juiz. Art. 888. Não se realizando o leilão por qualquer motivo, o juiz
mandará publicar a transferência, observando-se o disposto no
Art. 885. O juiz da execução estabelecerá o preço mínimo, as art. 887.
condições de pagamento e as garantias que poderão ser Parágrafo único. O escrivão, o chefe de secretaria ou o leiloeiro
prestadas pelo arrematante. que culposamente der causa à transferência responde pelas
despesas da nova publicação, podendo o juiz aplicar-lhe a pena
FPPC193. (arts. 885, 886, II, 891, parágrafo único) Não justifica o de suspensão por 5 dias a 3 meses, em procedimento
adiamento do leilão, nem é causa de nulidade da administrativo regular.
arrematação, a falta de fixação, pelo juiz, do preço mínimo
para a arrematação. Art. 889. Serão cientificados da alienação judicial, com pelo
menos 5 dias de antecedência:
I - o executado, por meio de seu advogado ou, se não tiver
Art. 886. O leilão será precedido de publicação de edital, que
procurador constituído nos autos, por carta registrada, mandado,
conterá:
edital ou outro meio idôneo;
I - a descrição do bem penhorado, com suas características, e,
II - o coproprietário de bem indivisível do qual tenha sido
tratando-se de imóvel, sua situação e suas divisas, com remissão à
penhorada fração ideal;
matrícula e aos registros;
III - o titular de usufruto, uso, habitação, enfiteuse, direito de
II - o valor pelo qual o bem foi avaliado, o preço mínimo pelo
superfície, concessão de uso especial para fins de moradia ou
qual poderá ser alienado, as condições de pagamento e, se for o
concessão de direito real de uso, quando a penhora recair sobre
caso, a comissão do leiloeiro designado;
bem gravado com tais direitos reais;
III - o lugar onde estiverem os móveis, os veículos e os
IV - o proprietário do terreno submetido ao regime de direito de
semoventes e, tratando-se de créditos ou direitos, a identificação
superfície, enfiteuse, concessão de uso especial para fins de
dos autos do processo em que foram penhorados;
moradia ou concessão de direito real de uso, quando a penhora
IV - o sítio, na rede mundial de computadores, e o período em
recair sobre tais direitos reais;
que se realizará o leilão, salvo se este se der de modo presencial,
V - o credor pignoratício, hipotecário, anticrético, fiduciário ou
hipótese em que serão indicados o local, o dia e a hora de sua
com penhora anteriormente averbada, quando a penhora recair
realização;
sobre bens com tais gravames, caso não seja o credor, de
V - a indicação de local, dia e hora de segundo leilão presencial,
qualquer modo, parte na execução;
para a hipótese de não haver interessado no primeiro;
VI - o promitente comprador, quando a penhora recair sobre bem
VI - menção da existência de ônus, recurso ou processo pendente
em relação ao qual haja promessa de compra e venda registrada;
sobre os bens a serem leiloados.
VII - o promitente vendedor, quando a penhora recair sobre
Parágrafo único. No caso de títulos da dívida pública e de títulos
direito aquisitivo derivado de promessa de compra e venda
negociados em bolsa, constará do edital o valor da última
registrada;
cotação.
VIII - a União, o Estado e o Município, no caso de alienação de
bem tombado.
Art. 887. O leiloeiro público designado adotará providências para
Parágrafo único. Se o executado for revel e não tiver
a ampla divulgação da alienação.
advogado constituído, não constando dos autos seu endereço

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DIA 18 / 16

atual ou, ainda, não sendo ele encontrado no endereço com planta e memorial descritivo subscritos por profissional
constante do processo, a intimação considerar-se-á feita por habilitado.
meio do próprio edital de leilão.
Art. 895. O interessado em adquirir o bem penhorado em
Art. 890. Pode oferecer lance quem estiver na livre prestações poderá apresentar, por escrito:
administração de seus bens, com exceção: I - até o início do primeiro leilão, proposta de aquisição do bem
I - dos tutores, dos curadores, dos testamenteiros, dos por valor não inferior ao da avaliação;
administradores ou dos liquidantes, quanto aos bens confiados à II - até o início do segundo leilão, proposta de aquisição do bem
sua guarda e à sua responsabilidade; por valor que não seja considerado vil.
II - dos mandatários, quanto aos bens de cuja administração ou § 1o A proposta conterá, em qualquer hipótese, oferta de
alienação estejam encarregados; pagamento de pelo menos 25% do valor do lance à vista e o
III - do juiz, do membro do Ministério Público e da Defensoria restante parcelado em até 30 meses, garantido por caução
Pública, do escrivão, do chefe de secretaria e dos demais idônea, quando se tratar de móveis, e por hipoteca do
servidores e auxiliares da justiça, em relação aos bens e direitos próprio bem, quando se tratar de imóveis.
objeto de alienação na localidade onde servirem ou a que se § 2o As propostas para aquisição em prestações indicarão o prazo,
estender a sua autoridade; a modalidade, o indexador de correção monetária e as condições
IV - dos servidores públicos em geral, quanto aos bens ou aos de pagamento do saldo.
direitos da pessoa jurídica a que servirem ou que estejam sob sua § 4o No caso de atraso no pagamento de qualquer das
administração direta ou indireta; prestações, incidirá multa de 10% sobre a soma da parcela
V - dos leiloeiros e seus prepostos, quanto aos bens de cuja inadimplida com as parcelas vincendas.
venda estejam encarregados; § 5o O inadimplemento autoriza o exequente a pedir a resolução
VI - dos advogados de qualquer das partes. da arrematação ou promover, em face do arrematante, a
execução do valor devido, devendo ambos os pedidos ser
Art. 891. Não será aceito lance que ofereça preço vil. formulados nos autos da execução em que se deu a arrematação.
Parágrafo único. Considera-se vil o preço inferior ao mínimo § 6o A apresentação da proposta prevista neste artigo não
estipulado pelo juiz e constante do edital, e, não tendo sido suspende o leilão.
fixado preço mínimo, considera-se vil o preço inferior a 50% § 7o A proposta de pagamento do lance à vista SEMPRE
do valor da avaliação. PREVALECERÁ sobre as propostas de pagamento parcelado.
§ 8o Havendo mais de uma proposta de pagamento parcelado:
Art. 892. Salvo pronunciamento judicial em sentido diverso, o I - em diferentes condições, o juiz decidirá pela mais vantajosa,
pagamento deverá ser realizado de imediato pelo arrematante, assim compreendida, sempre, a de maior valor;
por depósito judicial ou por meio eletrônico. II - em iguais condições, o juiz decidirá pela formulada em
§ 1o Se o exequente arrematar os bens e for o único credor, não primeiro lugar.
estará obrigado a exibir o preço, mas, se o valor dos bens exceder § 9o No caso de arrematação a prazo, os pagamentos feitos pelo
ao seu crédito, depositará, dentro de 3 dias, a diferença, sob arrematante pertencerão ao exequente até o limite de seu
pena de tornar-se sem efeito a arrematação, e, nesse caso, crédito, e os subsequentes, ao executado.
realizar-se-á novo leilão, à custa do exequente.
§ 2o Se houver mais de um pretendente, proceder-se-á entre eles CJF 157: No leilão eletrônico, a proposta de pagamento
à licitação, e, no caso de igualdade de oferta, terá preferência o parcelado (art. 895 do CPC), observado o valor mínimo fixado
cônjuge, o companheiro, o descendente ou o ascendente do pelo juiz, deverá ser apresentada até o início do leilão, nos
executado, nessa ordem. termos do art. 886, IV, do CPC.
§ 3o No caso de leilão de bem tombado, a União, os Estados e os
Municípios terão, nessa ordem, o direito de preferência na
Art. 896. Quando o imóvel de incapaz não alcançar em leilão
arrematação, em igualdade de oferta.
pelo menos 80% do valor da avaliação, o juiz o confiará à guarda
e à administração de depositário idôneo, adiando a alienação por
Art. 893. Se o leilão for de diversos bens e houver mais de um
prazo não superior a 1 ano.
lançador, terá preferência aquele que se propuser a arrematá-los
§ 1o Se, durante o adiamento, algum pretendente assegurar,
todos, em conjunto, oferecendo, para os bens que não tiverem
mediante caução idônea, o preço da avaliação, o juiz ordenará a
lance, preço igual ao da avaliação e, para os demais, preço igual
alienação em leilão.
ao do maior lance que, na tentativa de arrematação
§ 2o Se o pretendente à arrematação se arrepender, o juiz impor-
individualizada, tenha sido oferecido para eles.
lhe-á multa de 20% sobre o valor da avaliação, em benefício do
incapaz, valendo a decisão como título executivo.
Art. 894. Quando o imóvel admitir cômoda divisão, o juiz, a
§ 3o Sem prejuízo do disposto nos §§ 1 o e 2o, o juiz poderá
requerimento do executado, ordenará a alienação judicial de
autorizar a locação do imóvel no prazo do adiamento.
parte dele, desde que suficiente para o pagamento do exequente
§ 4o Findo o prazo do adiamento, o imóvel será submetido a novo
e para a satisfação das despesas da execução.
leilão.
§ 1o Não havendo lançador, far-se-á a alienação do imóvel em sua
integridade.
Art. 897. Se o arrematante ou seu fiador não pagar o preço no
§ 2o A alienação por partes deverá ser requerida a tempo de
prazo estabelecido, o juiz impor-lhe-á, em favor do exequente, a
permitir a avaliação das glebas destacadas e sua inclusão no
perda da caução, voltando os bens a novo leilão, do qual não
edital, e, nesse caso, caberá ao executado instruir o requerimento
serão admitidos a participar o arrematante e o fiador remissos.

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DIA 18 / 17

por ação autônoma, em cujo processo o arrematante figurará


Art. 898. O fiador do arrematante que pagar o valor do lance e a como litisconsorte necessário.
multa poderá requerer que a arrematação lhe seja transferida. § 5o O arrematante poderá desistir da arrematação, sendo-lhe
imediatamente devolvido o depósito que tiver feito:
FPPC589. (arts.898; 897) O termo “multa” constante no art. 898 I - se provar, nos 10 dias seguintes, a existência de ônus real ou
refere-se à perda da caução prevista no art. 897 gravame não mencionado no edital;
II - se, antes de expedida a carta de arrematação ou a ordem de
entrega, o executado alegar alguma das situações previstas no §
Art. 899. Será suspensa a arrematação logo que o produto da
1o ;
alienação dos bens for suficiente para o pagamento do credor e
III - uma vez citado para responder a ação autônoma de que trata
para a satisfação das despesas da execução.
o § 4o deste artigo, desde que apresente a desistência no prazo
de que dispõe para responder a essa ação.
Art. 900. O leilão prosseguirá no dia útil imediato, à mesma hora
§ 6o Considera-se ATO ATENTATÓRIO À DIGNIDADE DA
em que teve início, independentemente de novo edital, se for
JUSTIÇA a suscitação infundada de vício com o objetivo de
ultrapassado o horário de expediente forense.
ensejar a desistência do arrematante, devendo o suscitante ser
condenado, sem prejuízo da responsabilidade por perdas e
Art. 901. A arrematação constará de auto que será lavrado de
danos, ao pagamento de multa, a ser fixada pelo juiz e devida ao
imediato e poderá abranger bens penhorados em mais de uma
exequente, em montante não superior a 20% do valor atualizado
execução, nele mencionadas as condições nas quais foi alienado o
do bem.
bem.
§ 1o A ordem de entrega do bem móvel ou a carta de
arrematação do bem imóvel, com o respectivo mandado de FPPC542. (art. 903, caput, §§1º e 4º) Na hipótese de expropriação
imissão na posse, será expedida depois de efetuado o depósito de bem por arrematante arrolado no art. 890, é possível o
ou prestadas as garantias pelo arrematante, bem como realizado desfazimento da arrematação
o pagamento da comissão do leiloeiro e das demais despesas da FPPC644. (art.903, §§3º e 4º) A ação autônoma referida no §4º
execução. do art. 903 com base na alegação de preço vil não pode
§ 2o A carta de arrematação conterá a descrição do imóvel, com invalidar a arrematação.
remissão à sua matrícula ou individuação e aos seus registros, a
cópia do auto de arrematação e a prova de pagamento do Seção V
imposto de transmissão, além da indicação da existência de Da Satisfação do Crédito
eventual ônus real ou gravame. Art. 904. A satisfação do crédito exequendo far-se-á:
I - pela entrega do dinheiro;
Art. 902. No caso de leilão de bem hipotecado, o executado II - pela adjudicação dos bens penhorados.
poderá remi-lo até a assinatura do auto de arrematação,
oferecendo preço igual ao do maior lance oferecido. Art. 905. O juiz autorizará que o exequente levante, até a
Parágrafo único. No caso de falência ou insolvência do devedor satisfação integral de seu crédito, o dinheiro depositado para
hipotecário, o direito de remição previsto no caput defere-se à segurar o juízo ou o produto dos bens alienados, bem como do
massa ou aos credores em concurso, não podendo o exequente faturamento de empresa ou de outros frutos e rendimentos de
recusar o preço da avaliação do imóvel. coisas ou empresas penhoradas, quando:
I - a execução for movida só a benefício do exequente singular, a
Art. 903. Qualquer que seja a modalidade de leilão, assinado o quem, por força da penhora, cabe o direito de preferência sobre
auto pelo juiz, pelo arrematante e pelo leiloeiro, a os bens penhorados e alienados;
arrematação será considerada perfeita, acabada e irretratável, II - não houver sobre os bens alienados outros privilégios ou
ainda que venham a ser julgados procedentes os embargos do preferências instituídos anteriormente à penhora.
executado ou a ação autônoma de que trata o § 4o deste artigo, Parágrafo único. Durante o plantão judiciário, veda-se a
assegurada a possibilidade de reparação pelos prejuízos sofridos. concessão de pedidos de levantamento de importância em
§ 1o Ressalvadas outras situações previstas neste Código, a dinheiro ou valores ou de liberação de bens apreendidos.
arrematação poderá, no entanto, ser:
I - invalidada, quando realizada por preço vil ou com outro Art. 906. Ao receber o mandado de levantamento, o exequente
vício; dará ao executado, por termo nos autos, quitação da quantia
II - considerada ineficaz, se não observado o disposto no art. 804; paga.
III - resolvida, se não for pago o preço ou se não for prestada Parágrafo único. A expedição de mandado de levantamento
a caução. poderá ser substituída pela transferência eletrônica do valor
§ 2o O juiz decidirá acerca das situações referidas no § 1 o, se for depositado em conta vinculada ao juízo para outra indicada pelo
provocado em até 10 dias após o aperfeiçoamento da exequente.
arrematação.
§ 3o Passado o prazo previsto no § 2o sem que tenha havido Art. 907. Pago ao exequente o principal, os juros, as custas e os
alegação de qualquer das situações previstas no § 1 o, será honorários, a importância que sobrar será restituída ao
expedida a carta de arrematação e, conforme o caso, a ordem de executado.
entrega ou mandado de imissão na posse.
§ 4o Após a expedição da carta de arrematação ou da ordem de
entrega, a invalidação da arrematação poderá ser pleiteada

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DIA 18 / 18

Art. 908. Havendo pluralidade de credores ou exequentes, o SÚMULAS SOBRE PRERROGATIVAS PROCESSUAIS DA
dinheiro lhes será distribuído e entregue consoante a ordem das FAZENDA PÚBLICA
respectivas preferências.
§ 1o No caso de adjudicação ou alienação, os créditos que recaem STF
sobre o bem, inclusive os de natureza propter rem, sub-rogam-se Súmula 644-STF: Ao titular do cargo de procurador de autar-
sobre o respectivo preço, observada a ordem de preferência. quia não se exige a apresentação de instrumento de manda-
§ 2o Não havendo título legal à preferência, o dinheiro será to para apresentá-la em juízo
distribuído entre os concorrentes, observando-se a anterioridade
de cada penhora. STJ
Art. 909. Os exequentes formularão as suas pretensões, que Súmula 116-STJ: A Fazenda Pública e o Ministério Público têm
versarão unicamente sobre o direito de preferência e a prazo em dobro para interpor agravo regimental no Superior
anterioridade da penhora, e, apresentadas as razões, o juiz Tribunal de Justiça.
decidirá. OBS: súmula vale para o processo civil, mas não para o processo
penal. No âmbito penal, o Ministério Público não goza de prazo
CAPÍTULO V em dobro, sendo intempestivo o recurso de agravo regimental
DA EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA interposto fora do quinquídio previsto no art. 258 do Regimento
Art. 910. Na execução fundada em título extrajudicial, a Interno do STJ (AgInt no REsp 1658578/MT, Rel. Min. Ribeiro
Fazenda Pública será citada para opor EMBARGOS em 30 dias. Dantas, julgado em 24/04/2018).
§ 1o Não opostos embargos ou transitada em julgado a Súmula 178-STJ: O INSS não goza de isenção do pagamento
decisão que os rejeitar, expedir-se-á precatório ou requisição de custas e emolumentos, nas ações acidentárias e de benefí-
de pequeno valor em favor do exequente, observando-se o cios, propostas na Justiça Estadual.
disposto no art. 100 da Constituição Federal. OBS: O INSS goza de isenção de custas e despesas processuais?
§ 2o Nos embargos, a Fazenda Pública poderá alegar qualquer 1) Se estiver litigando na Justiça Federal: SIM. Lei nº 6.830/80
matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa no processo 2) Se estiver litigando na Justiça Estadual: NÃO. Súmula 178 do
de conhecimento. STJ
§ 3o Aplica-se a este Capítulo, no que couber, o disposto nos Súmula 483-STJ: O INSS não está obrigado a efetuar depósito
artigos 534 e 535. prévio do preparo por gozar das prerrogativas e privilégios da
Fazenda Pública.
SÚMULAS SOBRE EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA OBS: não trata de isenção do pagamento de custas ou despesas
processuais para o INSS. Ela afirma apenas que o INSS não pre-
Súmula 279-STJ: É cabível execução por título extrajudicial
cisa realizar o depósito prévio do preparo, podendo fazer ape-
contra a Fazenda Pública.
nas ao final, caso seja vencido. Em outras palavras, a súmula em
Súmula 487-STJ: O parágrafo único do art. 741 do CPC (art.
questão afirma que se aplica ao INSS o art. 91 do CPC/2015 e o
525, §12° e art. 535, §5° CPC/15) não se aplica às sentenças
art. 1ºA da Lei nº 9.494/97.
transitadas em julgado em data anterior à da sua vigência.

A execução provisória de obrigação de fazer em face da


Fazenda Pública não atrai o regime constitucional dos
precatórios.
Assim, em caso de “obrigação de fazer”, é possível a execução
SÚMULAS SOBRE PRECATÓRIOS provisória contra a Fazenda Pública, não havendo
STF incompatibilidade com a Constituição Federal. Ex: sentença
determinando que a Administração institua pensão por morte
Súmula vinculante 17-STF: Durante o período previsto no pa- para dependente de ex-servidor. STF. Plenário.RE 573872/RS,
rágrafo 1º (atual § 5º) do artigo 100 da Constituição, não inci- Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 24/5/2017 (repercussão
dem juros de mora sobre os precatórios que nele sejam pagos. geral) (Info 866).
Súmula 655-STF: A exceção prevista no art. 100, caput (atual §
1º), da Constituição, em favor dos créditos de natureza alimentí-
CAPÍTULO VI
cia, não dispensa a expedição de precatório, limitando-se a
DA EXECUÇÃO DE ALIMENTOS
isentá-los da observância da ordem cronológica dos preca-
Art. 911. Na execução fundada em título executivo
tórios decorrentes de condenações de outra natureza.
extrajudicial que contenha obrigação alimentar, o juiz
Súmula 733-STF: Não cabe recurso extraordinário contra deci-
mandará citar o executado para, em 3 dias, efetuar o
são proferida no processamento de precatórios.
pagamento das parcelas anteriores ao início da execução e
STJ das que se vencerem no seu curso, provar que o fez ou
justificar a impossibilidade de fazê-lo.
Súmula 144-STJ: Os créditos de natureza alimentícia gozam de
Parágrafo único. Aplicam-se, no que couber, os §§ 2 o a 7o do art.
preferência, desvinculados os precatórios da ordem cronoló-
528.
gica dos créditos de natureza diversa.
Súmula 311-STJ: Os atos do presidente do tribunal que dispo- Art. 528.
nham sobre processamento e pagamento de precatório NÃO § 2o Somente a comprovação de fato que gere a
TÊM CARÁTER JURISDICIONAL impossibilidade absoluta de pagar justificará o
inadimplemento.
§ 3o Se o executado não pagar ou se a justificativa

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DIA 18 / 19

apresentada não for aceita, o juiz, além de mandar protestar


o pronunciamento judicial na forma do § 1 o, decretar-lhe-á a Art. 915. Os embargos serão oferecidos no prazo de 15 dias,
prisão pelo prazo de 1 a 3 meses. contado, conforme o caso, na forma do art. 231.
§ 4o A prisão será cumprida em regime fechado, devendo o § 1o Quando houver mais de um executado, o prazo para cada
preso ficar separado dos presos comuns. um deles embargar conta-se a partir da juntada do respectivo
§ 5o O cumprimento da pena não exime o executado do comprovante da citação, salvo no caso de cônjuges ou de
pagamento das prestações vencidas e vincendas. companheiros, quando será contado a partir da juntada do
§ 6o Paga a prestação alimentícia, o juiz suspenderá o último.
cumprimento da ordem de prisão. § 2o Nas execuções por carta, o prazo para embargos será
§ 7o O débito alimentar que autoriza a prisão civil do contado:
alimentante é o que compreende até as 3 prestações I - da juntada, na carta, da certificação da citação, quando
anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem versarem unicamente sobre vícios ou defeitos da penhora, da
no curso do processo. avaliação ou da alienação dos bens;
II - da juntada, nos autos de origem, do comunicado de que trata
o § 4o deste artigo ou, não havendo este, da juntada da carta
Art. 912. Quando o executado for funcionário público, militar,
devidamente cumprida, quando versarem sobre questões diversas
diretor ou gerente de empresa, bem como empregado sujeito à
da prevista no inciso I deste parágrafo.
legislação do trabalho, o exequente poderá requerer o
§ 3o Em relação ao prazo para oferecimento dos embargos à
desconto em folha de pagamento de pessoal da importância
execução, NÃO SE APLICA o disposto no art. 229 (prazo em
da prestação alimentícia.
dobro quando tiver procuradores diferentes)
§ 1o Ao despachar a inicial, o juiz oficiará à autoridade, à empresa
§ 4o Nos atos de comunicação por carta precatória, rogatória ou
ou ao empregador, determinando, sob pena de crime de
de ordem, a realização da citação será imediatamente informada,
desobediência, o desconto a partir da primeira remuneração
por meio eletrônico, pelo juiz deprecado ao juiz deprecante.
posterior do executado, a contar do protocolo do ofício.
§ 2o O ofício conterá os nomes e o número de inscrição no
Art. 916. No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do
Cadastro de Pessoas Físicas do exequente e do executado, a
exequente e comprovando o depósito de 30% do valor em
importância a ser descontada mensalmente, a conta na qual deve
execução, acrescido de custas e de honorários de advogado, o
ser feito o depósito e, se for o caso, o tempo de sua duração.
executado poderá requerer que lhe seja permitido pagar o
restante em até 6 parcelas mensais, acrescidas de correção
Art. 913. Não requerida a execução nos termos deste Capítulo,
monetária e de juros de 1% ao mês.
observar-se-á o disposto no art. 824 e seguintes, com a ressalva
§ 1o O exequente será intimado para manifestar-se sobre o
de que, recaindo a penhora em dinheiro, a concessão de efeito
preenchimento dos pressupostos do caput, e o juiz decidirá o
suspensivo aos embargos à execução não obsta a que o
requerimento em 5 dias.
exequente levante mensalmente a importância da prestação.
§ 2o Enquanto não apreciado o requerimento, o executado terá de
depositar as parcelas vincendas, facultado ao exequente seu
TÍTULO III
levantamento.
DOS EMBARGOS À EXECUÇÃO
§ 3o Deferida a proposta, o exequente levantará a quantia
Art. 914. O executado, INDEPENDENTEMENTE DE PENHORA,
depositada, e serão suspensos os atos executivos.
DEPÓSITO OU CAUÇÃO, poderá se opor à execução por meio
§ 4o Indeferida a proposta, seguir-se-ão os atos executivos,
de embargos.
mantido o depósito, que será convertido em penhora.
§ 1o Os embargos à execução serão distribuídos por
§ 5o O não pagamento de qualquer das prestações acarretará
dependência, autuados em apartado e instruídos com cópias
cumulativamente:
das peças processuais relevantes, que poderão ser declaradas
I - o vencimento das prestações subsequentes e o
autênticas pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade
prosseguimento do processo, com o imediato reinício dos atos
pessoal.
executivos;
§ 2o Na execução por carta, os embargos serão oferecidos no
II - a imposição ao executado de multa de 10% sobre o valor
juízo deprecante ou no juízo deprecado, mas A
das prestações não pagas.
COMPETÊNCIA PARA JULGÁ-LOS É DO JUÍZO DEPRECANTE,
§ 6o A opção pelo parcelamento de que trata este artigo
salvo se versarem unicamente sobre vícios ou defeitos da
IMPORTA RENÚNCIA ao direito de opor embargos
penhora, da avaliação ou da alienação dos bens efetuadas no
§ 7o O disposto neste artigo NÃO SE APLICA ao cumprimento
juízo deprecado.
da sentença.

FPPC543. (arts. 914-920) Em execução de título executivo


FPPC331. (arts. 916 e 15). O pagamento da dívida objeto de
extrajudicial, o juízo arbitral é o competente para conhecer
execução trabalhista fundada em título extrajudicial pode ser
das matérias de defesa abrangidas pela convenção de
requerido pelo executado nos moldes do art. 916
arbitragem.
FPPC544. (arts. 914-920) Admite-se a celebração de
convenção de arbitragem, ainda que a obrigação esteja Art. 917. Nos embargos à execução, o executado poderá alegar:
representada em título executivo extrajudicial. I - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
CJF 158: A sentença de rejeição dos embargos à execução II - penhora incorreta ou avaliação errônea;
opostos pela Fazenda Pública não está sujeita à remessa III - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;
necessária.

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DIA 18 / 20

IV - retenção por benfeitorias necessárias ou úteis, nos casos EXECUÇÃO JÁ ESTEJA GARANTIDA por penhora, depósito ou
de execução para entrega de coisa certa; caução suficientes.
V - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução; § 2o Cessando as circunstâncias que a motivaram, a decisão
VI - qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa em relativa aos efeitos dos embargos poderá, a requerimento da
processo de conhecimento. parte, ser modificada ou revogada a qualquer tempo, em decisão
§ 1o A incorreção da penhora ou da avaliação poderá ser fundamentada.
impugnada por simples petição, no prazo de 15 dias, contado § 3o Quando o efeito suspensivo atribuído aos embargos disser
da ciência do ato. respeito apenas a parte do objeto da execução, esta prosseguirá
§ 2o Há excesso de execução quando: quanto à parte restante.
I - o exequente pleiteia quantia superior à do título; § 4o A concessão de efeito suspensivo aos embargos
II - ela recai sobre coisa diversa daquela declarada no título; oferecidos por um dos executados não suspenderá a
III - ela se processa de modo diferente do que foi determinado execução contra os que não embargaram quando o respectivo
no título; fundamento disser respeito exclusivamente ao embargante.
IV - o exequente, sem cumprir a prestação que lhe § 5o A concessão de efeito suspensivo não impedirá a efetivação
corresponde, exige o adimplemento da prestação do dos atos de substituição, de reforço ou de redução da penhora
executado; e de avaliação dos bens.
V - o exequente não prova que a condição se realizou.
§ 3o Quando alegar que o exequente, em excesso de execução,
FPPC80. (art. 919, § 1º; art. 969) A tutela antecipada prevista
pleiteia quantia superior à do título, o embargante declarará na
nestes dispositivos pode ser de urgência ou de evidência
petição inicial o valor que entende correto, apresentando
FPPC546. (art. 919, §1º) O efeito suspensivo dos embargos à
demonstrativo discriminado e atualizado de seu cálculo.
execução pode ser requerido e deferido a qualquer
§ 4o Não apontado o valor correto ou não apresentado o
momento do seu trâmite, observados os pressupostos legais.
demonstrativo, os embargos à execução:
FPPC547. (art. 919, §1º) O efeito suspensivo dos embargos à
I - serão liminarmente rejeitados, sem resolução de mérito, se
execução pode ser parcial, limitando-se ao impedimento ou à
o excesso de execução for o seu único fundamento;
suspensão de um único ou de apenas alguns atos executivos.
II - serão processados, se houver outro fundamento, mas o
juiz não examinará a alegação de excesso de execução.
§ 5o Nos embargos de retenção por benfeitorias, o exequente Não possuem efeito suspensivo automático
poderá requerer a compensação de seu valor com o dos frutos ou
Para a concessão de efeito suspensivo:
dos danos considerados devidos pelo executado, cumprindo ao EMBARGOS À
- Requisitos para a concessão de tutela provisó-
juiz, para a apuração dos respectivos valores, nomear perito, EXECUÇÃO
ria
observando-se, então, o art. 464.
- Oferecimento de garantia
§ 6o O exequente poderá a qualquer tempo ser imitido na posse
da coisa, prestando caução ou depositando o valor devido pelas
benfeitorias ou resultante da compensação. Art. 920. Recebidos os embargos:
§ 7o A arguição de impedimento e suspeição observará o disposto I - o exequente será ouvido no prazo de 15 dias
nos arts. 146 e 148. II - a seguir, o juiz julgará imediatamente o pedido ou designará
audiência;
III - encerrada a instrução, o juiz proferirá sentença.
FPPC590. (arts.917, § 3º; 798, parágrafo único) O demonstrativo
de débito a que alude o 3º do art. 917 deverá observar os TÍTULO IV
mesmos requisitos dos incisos do parágrafo único do art. 798. DA SUSPENSÃO E DA EXTINÇÃO DO PROCESSO DE EXECUÇÃO
CAPÍTULO I
Art. 918. O juiz rejeitará liminarmente os embargos: DA SUSPENSÃO DO PROCESSO DE EXECUÇÃO
I - quando intempestivos; Art. 921. Suspende-se a execução:
II - nos casos de indeferimento da petição inicial e de I - nas hipóteses dos arts. 313 e 315, no que couber;
improcedência liminar do pedido; II - no todo ou em parte, quando recebidos com efeito
III - manifestamente protelatórios. suspensivo os embargos à execução;
Parágrafo único. Considera-se conduta atentatória à dignidade III - quando o executado não possuir bens penhoráveis;
da justiça o oferecimento de embargos manifestamente IV - se a alienação dos bens penhorados não se realizar por
protelatórios. falta de licitantes e o exequente, em 15 dias, não requerer a
adjudicação nem indicar outros bens penhoráveis;
FPPC545. (art. 918, incisos e parágrafo único; art. 774, parágrafo V - quando concedido o parcelamento de que trata o art. 916.
único; art. 771; art. 525). Aplicam-se à impugnação, no que § 1o Na hipótese do inciso III (não possuir bens penhoráveis), o
couber, as hipóteses previstas nos incisos I e III do art. 918 e no juiz suspenderá a execução pelo prazo de 1 ano, durante o
seu parágrafo único. qual se suspenderá a prescrição.
§ 2o Decorrido o prazo máximo de 1 ano sem que seja
localizado o executado ou que sejam encontrados bens
Art. 919. Os embargos à execução NÃO TERÃO EFEITO
penhoráveis, o juiz ordenará o arquivamento dos autos.
SUSPENSIVO.
§ 3o Os autos serão desarquivados para prosseguimento da
§ 1o O juiz poderá, a requerimento do embargante, atribuir
execução se a qualquer tempo forem encontrados bens
efeito suspensivo aos embargos quando verificados os requisitos
penhoráveis.
para a concessão da tutela provisória e DESDE QUE A

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DIA 18 / 21

§ 4o Decorrido o prazo de que trata o § 1 o (1 ano) sem I - poder concedente: a União, o Estado, o Distrito Fede-
manifestação do exequente, começa a correr o prazo de ral ou o Município, em cuja competência se encontre o serviço
prescrição intercorrente. público, precedido ou não da execução de obra pública, objeto
§ 5o O juiz, depois de ouvidas as partes, no prazo de 15 dias, de concessão ou permissão;
poderá, de ofício, reconhecer a prescrição (intercorrente) de que II - CONCESSÃO de serviço público: a delegação de sua
trata o § 4o e extinguir o processo. prestação, feita pelo poder concedente, mediante LICITAÇÃO, na
modalidade de CONCORRÊNCIA, à pessoa jurídica ou consór-
FPPC194. (arts. 921, e 771; enunciado 150 da súmula do STF). A cio de empresas que demonstre capacidade para seu desempe-
prescrição intercorrente pode ser reconhecida no nho, por sua conta e risco e por prazo determinado;
procedimento de cumprimento de sentença III - CONCESSÃO de serviço público PRECEDIDA DA EXE-
FPPC195. (art. 921, § 4º; enunciado 314 da súmula do STJ). O CUÇÃO DE OBRA PÚBLICA: a construção, total ou parcial, con-
prazo de prescrição intercorrente previsto no art. 921, § 4º, servação, reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer
tem início automaticamente um ano após a intimação da obras de interesse público, delegada pelo poder concedente, me-
decisão de suspensão de que trata o seu § 1º. diante LICITAÇÃO, na modalidade de CONCORRÊNCIA, à pessoa
FPPC196. (art. 921, § 4º; enunciado 150 da súmula do STF). O jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade
prazo da prescrição intercorrente é o mesmo da ação. para a sua realização, por sua conta e risco, de forma que o in-
FPPC452. (arts. 921, §1 a 5º, 980 e 982) Durante a suspensão do vestimento da concessionária seja remunerado e amortizado
processo prevista no art. 982 não corre o prazo de prescrição mediante a exploração do serviço ou da obra por prazo deter-
intercorrente. minado;
FPPC548. (art. 921, § 3º) O simples desarquivamento dos IV - PERMISSÃO de serviço público: a delegação, a TÍTULO
autos é insuficiente para interromper a prescrição PRECÁRIO, mediante licitação, da prestação de serviços públicos,
feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que de-
monstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e ris-
Art. 922. Convindo as partes, o juiz declarará suspensa a
co.
execução durante o prazo concedido pelo exequente para que o
executado cumpra voluntariamente a obrigação.
Parágrafo único. Findo o prazo sem cumprimento da obrigação, CONCESSÃO PERMISSÃO
o processo retomará o seu curso. Licitação: modalidade Licitação
concorrência
Art. 923. Suspensa a execução, não serão praticados atos
processuais, podendo o juiz, entretanto, salvo no caso de Pessoa jurídica ou consórcio de Pessoa física ou jurídica
arguição de impedimento ou de suspeição, ordenar empresas
Precário
providências urgentes.

CAPÍTULO II LEI 8666/93 LEI 8987/95 LEI 11079/04


DA EXTINÇÃO DO PROCESSO DE EXECUÇÃO Risco da execução é Risco da execução é Risco da execução
Art. 924. Extingue-se a execução quando: da ADMINISTRAÇÃO do CONCESSIONÁ- é COMPARTILHA-
I - a petição inicial for indeferida; PÚBLICA RIO ou PERMISSIO- DO entre a Admi-
II - a obrigação for satisfeita; NÁRIO nistração Pública e
III - o executado obtiver, por qualquer outro meio, a extinção o concessionário
total da dívida;
IV - o exequente renunciar ao crédito;
V - ocorrer a prescrição intercorrente. Art. 3o As concessões e permissões sujeitar-se-ão à fiscali-
zação pelo poder concedente responsável pela delegação, com
Art. 925. A extinção só produz efeito quando declarada por a cooperação dos usuários.
sentença.
Art. 4o A concessão de serviço público, precedida ou não da
execução de obra pública, será formalizada mediante contrato,
LEI 8987/95 - SERVIÇOS PÚBLICOS
que deverá observar os termos desta Lei, das normas pertinentes
e do edital de licitação.
Capítulo I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 5o O poder concedente publicará, previamente ao edi-
Art. 1o As concessões de serviços públicos e de obras pú- tal de licitação, ato justificando a conveniência da outorga de
blicas e as permissões de serviços públicos reger-se-ão pelos concessão ou permissão, caracterizando seu objeto, área e pra-
termos do art. 175 da Constituição Federal, por esta Lei, pelas zo.
normas legais pertinentes e pelas cláusulas dos indispensáveis
contratos. Capítulo II
Parágrafo único. A União, os Estados, o Distrito Federal e os DO SERVIÇO ADEQUADO
Municípios promoverão a revisão e as adaptações necessárias de
Art. 6o TODA concessão ou permissão pressupõe a presta-
sua legislação às prescrições desta Lei, buscando atender as pecu-
ção de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários,
liaridades das diversas modalidades dos seus serviços.
conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no
Art. 2o Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se: respectivo contrato.

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DIA 18 / 22

§ 1o Serviço adequado é o que satisfaz as condições de recaia apenas sobre o imóvel que originou o débito, e não
regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, sobre outros imóveis de propriedade do inadimplente. STJ.
generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das ta- REsp 662.214/RS
rifas.
A divulgação da suspensão no fornecimento de serviço de
§ 2o A atualidade compreende a modernidade das técni-
energia elétrica por meio de emissoras de rádio, dias antes
cas, do equipamento e das instalações e a sua conservação,
da interrupção, satisfaz a exigência de aviso prévio, prevista
bem como a melhoria e expansão do serviço.
no art. 6º, § 3º, da Lei nº 8.987/95. STJ. (Info 598).
§ 3o NÃO SE CARACTERIZA COMO DESCONTINUIDADE
do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou
após prévio aviso, quando: POSSIBILIDADE DE CORTE DE ENERGIA ELÉTRICA EM
I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança VIRTUDE DE INADIMPLEMENTO DO CONSUMIDOR
das instalações; e, DÉBITOS DECORRENTES DO Não se admite o corte para
II - por inadimplemento do usuário, considerado o inte- CONSUMO REGULAR débitos antigos (consolidados)
resse da coletividade. (ATRASO NORMAL DE
A obrigação de pagar a conta
PAGAMENTO)
de energia elétrica é de
É constitucional lei estadual que proíbe que as empresas con-
natureza pessoal (não
cessionárias façam o corte do fornecimento de água e luz por
é propter rem)
falta de pagamento, em determinados dias. STF (Info 928).
DÉBITOS RELACIONADOS COM RECUPERAÇÃO DE
O corte de serviços essenciais, tais como água e energia elétrica,
CONSUMO POR RESPONSABILIDADE DA CONCESSIONÁRIA
pressupõe o inadimplemento de conta regular, sendo inviável,
portanto, a suspensão do abastecimento em razão de débitos RECUPERAÇÃO DE A responsabilidade do
antigos. STJ. AgRg no Ag 1320867/RJ CONSUMO POR consumidor pela fraude deverá
RESPONSABILIDADE ser devidamente apurada,
A obrigação de pagar por serviço de natureza essencial,
ATRIBUÍVEL AO conforme procedimento
tal como água e energia, não é propter rem, mas pessoal, isto
CONSUMIDOR (CORTE estipulado pela ANEEL (agência
é do usuário que efetivamente se utiliza do serviço. STJ. 1ª Tur-
ADMINISTRATIVO POR reguladora), assegurando-se
ma. AgRg no AREsp 45.073/MG
FRAUDE NO MEDIDOR) ampla defesa e contraditório.
Na hipótese de débito estrito de recuperação de consumo efeti-
Deverá ser concedido um aviso
vo por fraude no aparelho medidor atribuída ao consumidor,
prévio ao consumidor;
desde que apurado em observância aos princípios do con-
traditório e da ampla defesa, é possível o corte administrati- A suspensão administrativa do
vo do fornecimento do serviço de energia elétrica, mediante fornecimento do serviço deve
prévio aviso ao consumidor, pelo inadimplemento do consu- ser possibilitada quando não
mo recuperado correspondente ao período de 90 dias ante- forem pagos débitos relativos
rior à constatação da fraude, contanto que executado o corte aos últimos 90 dias da
em até 90 dias após o vencimento do débito, sem prejuí- apuração da fraude, sem
zo do direito de a concessionária utilizar os meios judiciais prejuízo do uso das vias
ordinários de cobrança da dívida, inclusive antecedente aos judiciais ordinárias de
mencionados 90 dias de retroação. STJ. (Info 634). cobrança. Isso porque o
reconhecimento da
É legítima a interrupção do fornecimento de energia elétrica por
possibilidade de corte do
razões de ordem técnica, de segurança das instalações, ou ain-
serviço de energia elétrica
da, em virtude do inadimplemento do usuário, quando houver o
pelas concessionárias deve ter
devido aviso prévio pela concessionária sobre o possível corte
limite temporal de apuração
no fornecimento do serviço. STJ. REsp 1270339/SC
retroativa.
A suspensão do serviço de energia elétrica, por empresa
Deve ser fixado prazo razoável
concessionária, em razão de inadimplemento de unidades
de, no máximo, 90 dias após o
públicas essenciais - hospitais; pronto-socorros; escolas; cre-
vencimento da fatura de
ches; fontes de abastecimento d'água e iluminação pública;
recuperação de consumo, para
e serviços de segurança pública como forma de compelir o
que a concessionária possa
usuário ao pagamento de tarifa ou multa, despreza o inte-
suspender o serviço.
resse da coletividade. STJ. AgRg no AREsp
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. É possível o corte da energia elétrica por fraude no medidor, desde que
cumpridos alguns requisitos. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: <https://www.buscadordizerodi-
A legitimidade do corte no fornecimento do serviço de telefonia reito.com.br/jurisprudencia/detalhes/58d2d622ed4026cae2e56dffc5818a11>

quando inadimplentes entes públicos, desde que a interrupção


Capítulo III
não atinja serviços públicos essenciais para a coletividade,
DOS DIREITOS E OBRIGAÇÕES DOS USUÁRIOS
tais como escolas, creches, delegacias e hospitais.
STJ. EDcl no REsp 1244385/BA Art. 7º. Sem prejuízo do disposto na Lei n o 8.078, de 11 de
setembro de 1990, são direitos e obrigações dos usuários:
Por ser a interrupção no fornecimento de energia elétrica medi- I - receber serviço adequado;
da excepcional, o art. 6º, § 3º, II, da Lei nº 8.987/95 deve ser in- II - receber do poder concedente e da concessionária infor-
terpretado restritivamente, de forma a permitir que o corte mações para a defesa de interesses individuais ou coletivos;

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DIA 18 / 23

III - obter e utilizar o serviço, com liberdade de escolha entre DA LICITAÇÃO


vários prestadores de serviços, quando for o caso, observadas as Art. 14. TODA CONCESSÃO de serviço público, precedida ou
normas do poder concedente. não da execução de obra pública, será objeto de prévia licita-
IV - levar ao conhecimento do poder público e da concessio- ção, nos termos da legislação própria e com observância dos
nária as irregularidades de que tenham conhecimento, referentes princípios da legalidade, moralidade, publicidade, igualdade,
ao serviço prestado; do julgamento por critérios objetivos e da vinculação ao ins-
V - comunicar às autoridades competentes os atos ilícitos trumento convocatório.
praticados pela concessionária na prestação do serviço;
VI - contribuir para a permanência das boas condições dos Art. 15. No julgamento da licitação será considerado um dos
bens públicos através dos quais lhes são prestados os serviços. seguintes critérios:
I - o menor valor da tarifa do serviço público a ser presta-
Art. 7º-A. As concessionárias de serviços públicos, de di- do;
reito público e privado, nos Estados e no Distrito Federal, são II - a maior oferta, nos casos de pagamento ao poder con-
obrigadas a oferecer ao consumidor e ao usuário, dentro do cedente pela outorga da concessão;
mês de vencimento, o mínimo de 6 datas opcionais para esco- III - a combinação, dois a dois, dos critérios referidos nos in-
lherem os dias de vencimento de seus débitos. cisos I, II e VII;
IV - melhor proposta técnica, com preço fixado no edital;
Capítulo IV V - melhor proposta em razão da combinação dos critérios
DA POLÍTICA TARIFÁRIA de menor valor da tarifa do serviço público a ser prestado com
Art. 9o A tarifa do serviço público concedido será fixada o de melhor técnica;
pelo preço da proposta vencedora da licitação e preservada pe- VI - melhor proposta em razão da combinação dos critérios
las regras de revisão previstas nesta Lei, no edital e no contrato. de maior oferta pela outorga da concessão com o de melhor
§ 1o A tarifa NÃO será subordinada à legislação específica técnica; ou
anterior e SOMENTE NOS CASOS EXPRESSAMENTE PREVIS- VII - melhor oferta de pagamento pela outorga após qua-
TOS EM LEI, sua cobrança poderá ser condicionada à existên- lificação de propostas técnicas.
cia de serviço público alternativo e gratuito para o usuário. § 1o A aplicação do critério previsto no inciso III SÓ será ad-
§ 2o Os contratos poderão prever mecanismos de revisão mitida quando previamente estabelecida no edital de licita-
das tarifas, a fim de manter-se o equilíbrio econômico-financeiro. ção, inclusive com regras e fórmulas precisas para avaliação
econômico-financeira.
§ 3o Ressalvados os impostos sobre a renda (IR), a cria-
ção, alteração ou extinção de quaisquer tributos ou encargos § 2o Para fins de aplicação do disposto nos incisos IV, V, VI e
legais, após a apresentação da proposta, quando comprovado VII, o edital de licitação conterá parâmetros e exigências para for-
seu impacto, IMPLICARÁ A REVISÃO da tarifa, para mais ou para mulação de propostas técnicas.
menos, conforme o caso. § 3o O poder concedente recusará propostas manifesta-
o
§ 4 Em havendo alteração unilateral do contrato que afete mente inexequíveis ou financeiramente incompatíveis com os
o seu inicial equilíbrio econômico-financeiro, o poder conce- objetivos da licitação.
dente deverá restabelecê-lo, concomitantemente à alteração. § 4o Em igualdade de condições, será dada preferência à
§ 5º A concessionária deverá divulgar em seu sítio eletrôni- proposta apresentada por empresa brasileira.
co, de forma clara e de fácil compreensão pelos usuários, tabela
com o valor das tarifas praticadas e a evolução das revisões ou re- Art. 16. A outorga de concessão ou permissão NÃO TERÁ
ajustes realizados nos últimos cinco anos. CARÁTER DE EXCLUSIVIDADE, salvo no caso de inviabilidade
técnica ou econômica justificada no ato a que se refere o art. 5o
Art. 10. SEMPRE que forem atendidas as condições do desta Lei.
contrato, considera-se mantido seu equilíbrio econômico-
financeiro. Art. 17. Considerar-se-á desclassificada a proposta que,
para sua viabilização, necessite de vantagens ou subsídios que
Art. 11. No atendimento às peculiaridades de cada serviço não estejam previamente autorizados em lei e à disposição de
público, poderá o poder concedente prever, em favor da con- todos os concorrentes.
cessionária, no edital de licitação, a possibilidade de outras § 1o Considerar-se-á, também, desclassificada a proposta
fontes provenientes de receitas alternativas, complementares, de entidade estatal alheia à esfera político-administrativa do
acessórias ou de projetos associados, com ou sem exclusividade, poder concedente que, para sua viabilização, necessite de
com vistas a favorecer a modicidade das tarifas, observado o dis- vantagens ou subsídios do poder público controlador da referi-
posto no art. 17 desta Lei. da entidade.
Parágrafo único. As fontes de receita previstas neste artigo § 2o Inclui-se nas vantagens ou subsídios de que trata este
serão obrigatoriamente consideradas para a aferição do inicial artigo, qualquer tipo de tratamento tributário diferenciado,
equilíbrio econômico-financeiro do contrato. ainda que em consequência da natureza jurídica do licitante,
que comprometa a isonomia fiscal que deve prevalecer entre to-
Art. 13. As tarifas poderão ser diferenciadas em função das dos os concorrentes.
características técnicas e dos custos específicos provenientes do
atendimento aos distintos segmentos de usuários. Art. 18. O edital de licitação será elaborado pelo poder con-
cedente, observados, no que couber, os critérios e as normas ge-
Capítulo V

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DIA 18 / 24

rais da legislação própria sobre licitações e contratos e conterá, Art. 19. Quando permitida, na licitação, a participação de
especialmente: empresas em consórcio, observar-se-ão as seguintes normas:
I - o objeto, metas e prazo da concessão; I - comprovação de compromisso, público ou particular,
II - a descrição das condições necessárias à prestação ade- de constituição de consórcio, subscrito pelas consorciadas;
quada do serviço; II - indicação da empresa responsável pelo consórcio;
III - os prazos para recebimento das propostas, julgamento III - apresentação dos documentos exigidos nos incisos V e
da licitação e assinatura do contrato; XIII do artigo anterior, por parte de cada consorciada;
IV - prazo, local e horário em que serão fornecidos, aos inte- IV - impedimento de participação de empresas consorcia-
ressados, os dados, estudos e projetos necessários à elaboração das na mesma licitação, por intermédio de mais de um con-
dos orçamentos e apresentação das propostas; sórcio ou isoladamente.
V - os critérios e a relação dos documentos exigidos para a § 1o O licitante vencedor fica obrigado a promover, antes
aferição da capacidade técnica, da idoneidade financeira e da re- da celebração do contrato, a constituição e registro do con-
gularidade jurídica e fiscal; sórcio, nos termos do compromisso referido no inciso I deste ar-
VI - as possíveis fontes de receitas alternativas, complemen- tigo.
tares ou acessórias, bem como as provenientes de projetos asso- § 2o A empresa líder do consórcio é a responsável perante o
ciados; poder concedente pelo cumprimento do contrato de concessão,
VII - os direitos e obrigações do poder concedente e da con- sem prejuízo da responsabilidade solidária das demais consorcia-
cessionária em relação a alterações e expansões a serem realiza- das.
das no futuro, para garantir a continuidade da prestação do servi-
ço; Art. 20. É facultado ao poder concedente, desde que pre-
VIII - os critérios de reajuste e revisão da tarifa; visto no edital, no interesse do serviço a ser concedido, determi-
IX - os critérios, indicadores, fórmulas e parâmetros a serem nar que o licitante vencedor, no caso de consórcio, se constitua
utilizados no julgamento técnico e econômico-financeiro da pro- em empresa antes da celebração do contrato.
posta;
X - a indicação dos bens reversíveis; Art. 21. Os estudos, investigações, levantamentos, projetos,
XI - as características dos bens reversíveis e as condições em obras e despesas ou investimentos já efetuados, vinculados à
que estes serão postos à disposição, nos casos em que houver concessão, de utilidade para a licitação, realizados pelo poder
sido extinta a concessão anterior; concedente ou com a sua autorização, estarão à disposição dos
XII - a expressa indicação do responsável pelo ônus das de- interessados, devendo o vencedor da licitação ressarcir os dispên-
sapropriações necessárias à execução do serviço ou da obra pú- dios correspondentes, especificados no edital.
blica, ou para a instituição de servidão administrativa;
XIII - as condições de liderança da empresa responsável, na Art. 22. É assegurada a qualquer pessoa a obtenção de certi-
hipótese em que for permitida a participação de empresas em dão sobre atos, contratos, decisões ou pareceres relativos à licita-
consórcio; ção ou às próprias concessões.
XIV - nos casos de concessão, a minuta do respectivo contra-
to, que conterá as cláusulas essenciais referidas no art. 23 desta Capítulo VI
Lei, quando aplicáveis; DO CONTRATO DE CONCESSÃO
XV - nos casos de concessão de serviços públicos precedida Art. 23. São cláusulas essenciais do contrato de concessão
da execução de obra pública, os dados relativos à obra, dentre os as relativas:
quais os elementos do projeto básico que permitam sua plena ca- I - ao objeto, à área e ao prazo da concessão;
racterização, bem assim as garantias exigidas para essa parte es- II - ao modo, forma e condições de prestação do serviço;
pecífica do contrato, adequadas a cada caso e limitadas ao valor III - aos critérios, indicadores, fórmulas e parâmetros defini-
da obra; dores da qualidade do serviço;
XVI - nos casos de permissão, os termos do contrato de ade- IV - ao preço do serviço e aos critérios e procedimentos para
são a ser firmado. o reajuste e a revisão das tarifas;
V - aos direitos, garantias e obrigações do poder concedente
Art. 18-A. O edital poderá prever a inversão da ordem das e da concessionária, inclusive os relacionados às previsíveis neces-
fases de habilitação e julgamento, hipótese em que: sidades de futura alteração e expansão do serviço e consequente
I - encerrada a fase de classificação das propostas ou o modernização, aperfeiçoamento e ampliação dos equipamentos e
oferecimento de lances, será aberto o invólucro com os docu- das instalações;
mentos de habilitação do licitante mais bem classificado, para VI - aos direitos e deveres dos usuários para obtenção e utili-
verificação do atendimento das condições fixadas no edital; zação do serviço;
II - verificado o atendimento das exigências do edital, o lici- VII - à forma de fiscalização das instalações, dos equipamen-
tante será declarado vencedor; tos, dos métodos e práticas de execução do serviço, bem como a
III - inabilitado o licitante melhor classificado, serão analisa- indicação dos órgãos competentes para exercê-la;
dos os documentos habilitatórios do licitante com a proposta VIII - às penalidades contratuais e administrativas a que se
classificada em segundo lugar, e assim sucessivamente, até que sujeita a concessionária e sua forma de aplicação;
um licitante classificado atenda às condições fixadas no edital; IX - aos casos de extinção da concessão;
IV - proclamado o resultado final do certame, o objeto será X - aos bens reversíveis;
adjudicado ao vencedor nas condições técnicas e econômicas por XI - aos critérios para o cálculo e a forma de pagamento das
ele ofertadas. indenizações devidas à concessionária, quando for o caso;
XII - às condições para prorrogação do contrato;

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DIA 18 / 25

XIII - à obrigatoriedade, forma e periodicidade da prestação dores e garantidores com quem não mantenha vínculo societário
de contas da concessionária ao poder concedente; direto, para promover sua reestruturação financeira e assegu-
XIV - à exigência da publicação de demonstrações financei- rar a continuidade da prestação dos serviços.
ras periódicas da concessionária; e § 1o Na hipótese prevista no caput, o poder concedente exigirá
XV - ao foro e ao modo amigável de solução das divergên- dos financiadores e dos garantidores que atendam às exigências
cias contratuais. de regularidade jurídica e fiscal, podendo alterar ou dispensar os
Parágrafo único. Os contratos relativos à concessão de servi- demais requisitos previstos no inciso I do parágrafo único do art.
ço público precedido da execução de obra pública deverão, adici- 27.
onalmente: § 2o A assunção do controle ou da administração temporária
I - estipular os cronogramas físico-financeiros de execução autorizadas na forma do caput deste artigo NÃO ALTERARÁ AS
das obras vinculadas à concessão; e OBRIGAÇÕES da concessionária e de seus controladores para
II - exigir garantia do fiel cumprimento, pela concessionária, com terceiros, poder concedente e usuários dos serviços públicos.
das obrigações relativas às obras vinculadas à concessão.
§ 3o Configura-se o controle da concessionária, para os fins
dispostos no caput deste artigo, a propriedade resolúvel de
Art. 23-A. O contrato de concessão poderá prever o empre-
ações ou quotas por seus financiadores e garantidores que
go de mecanismos privados para resolução de disputas decor-
rentes ou relacionadas ao contrato, inclusive a arbitragem, a atendam os requisitos do art. 116 da Lei n o 6.404, de 15 de de-
ser realizada no Brasil e em língua portuguesa, nos termos da Lei zembro de 1976.

no 9.307, de 23 de setembro de 1996. § 4o Configura-se a administração temporária da concessioná-


ria por seus financiadores e garantidores quando, sem a transfe-
Art. 25. Incumbe à concessionária a execução do serviço rência da propriedade de ações ou quotas, forem outorgados
concedido, cabendo-lhe responder por todos os prejuízos cau- os seguintes poderes:
sados ao poder concedente, aos usuários ou a terceiros, sem que I - indicar os membros do Conselho de Administração, a serem
a fiscalização exercida pelo órgão competente exclua ou ate- eleitos em Assembleia Geral pelos acionistas, nas sociedades regi-
nue essa responsabilidade. das pela Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976; ou administrado-
res, a serem eleitos pelos quotistas, nas demais sociedades;
§ 1o Sem prejuízo da responsabilidade a que se refere este
II - indicar os membros do Conselho Fiscal, a serem eleitos pe-
artigo, a concessionária poderá contratar com terceiros o de-
los acionistas ou quotistas controladores em Assembleia Geral;
senvolvimento de atividades inerentes, acessórias ou complemen-
III - exercer poder de veto sobre qualquer proposta submetida à
tares ao serviço concedido, bem como a implementação de proje-
votação dos acionistas ou quotistas da concessionária, que repre-
tos associados.
sentem, ou possam representar, prejuízos aos fins previstos no
§ 2o Os contratos celebrados entre a concessionária e os caput deste artigo;
terceiros a que se refere o parágrafo anterior reger-se-ão pelo IV - outros poderes necessários ao alcance dos fins previstos no
direito privado, não se estabelecendo qualquer relação jurídica caput deste artigo.
entre os terceiros e o poder concedente.
§ 5o A administração temporária autorizada na forma deste ar-
§ 3o A execução das atividades contratadas com terceiros tigo NÃO ACARRETARÁ RESPONSABILIDADE aos financiado-
pressupõe o cumprimento das normas regulamentares da moda- res e garantidores em relação à tributação, encargos, ônus,
lidade do serviço concedido. sanções, obrigações ou compromissos com terceiros, inclusive
com o poder concedente ou empregados.
Art. 26. É ADMITIDA A SUBCONCESSÃO, nos termos pre-
§ 6o O Poder Concedente disciplinará sobre o prazo da adminis-
vistos no contrato de concessão, desde que expressamente au-
tração temporária.
torizada pelo poder concedente.
§ 1o A outorga de subconcessão será SEMPRE precedida de Art. 28. Nos contratos de financiamento, as concessioná-
concorrência. rias poderão oferecer em garantia os direitos emergentes da
§ 2o O subconcessionário se sub-rogará todos os direitos e concessão, até o limite que não comprometa a operacionalização
obrigações da subconcedente dentro dos limites da subconces- e a continuidade da prestação do serviço.
são.
Art. 28-A. Para garantir contratos de mútuo de longo pra-
Art. 27. A transferência de concessão ou do controle soci- zo, destinados a investimentos relacionados a contratos de con-
etário da concessionária sem prévia anuência do poder conce- cessão, em qualquer de suas modalidades, as concessionárias
dente IMPLICARÁ A CADUCIDADE da concessão. poderão ceder ao mutuante, em caráter fiduciário, parcela de
§ 1o Para fins de obtenção da anuência de que trata o caput seus créditos operacionais futuros, observadas as seguintes
deste artigo, o pretendente deverá: condições:
I - atender às exigências de capacidade técnica, idoneidade I - o contrato de cessão dos créditos deverá ser registra-
financeira e regularidade jurídica e fiscal necessárias à assunção do em Cartório de Títulos e Documentos para ter eficácia pe-
do serviço; e rante terceiros;
II - comprometer-se a cumprir todas as cláusulas do contrato II - sem prejuízo do disposto no inciso I do caput deste arti-
em vigor. go, a cessão do crédito não terá eficácia em relação ao Poder
Público concedente senão quando for este formalmente noti-
Art. 27-A. Nas condições estabelecidas no contrato de concessão, ficado;
o poder concedente autorizará a assunção do controle ou da
administração temporária da concessionária por seus financia-

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DIA 18 / 26

III - os créditos futuros cedidos nos termos deste artigo se- Parágrafo único. A fiscalização do serviço será feita por inter-
rão constituídos sob a titularidade do mutuante, independente- médio de órgão técnico do poder concedente ou por entidade
mente de qualquer formalidade adicional; com ele conveniada, e, periodicamente, conforme previsto em
IV - o mutuante poderá indicar instituição financeira para norma regulamentar, por comissão composta de representantes
efetuar a cobrança e receber os pagamentos dos créditos cedidos do poder concedente, da concessionária e dos usuários.
ou permitir que a concessionária o faça, na qualidade de repre-
sentante e depositária; Capítulo VIII
V - na hipótese de ter sido indicada instituição financeira, DOS ENCARGOS DA CONCESSIONÁRIA
conforme previsto no inciso IV do caput deste artigo, fica a con- Art. 31. Incumbe à concessionária:
cessionária obrigada a apresentar a essa os créditos para cobran- I - prestar serviço adequado, na forma prevista nesta Lei, nas
ça; normas técnicas aplicáveis e no contrato;
VI - os pagamentos dos créditos cedidos deverão ser depo- II - manter em dia o inventário e o registro dos bens vincula-
sitados pela concessionária ou pela instituição encarregada da co- dos à concessão;
brança em conta corrente bancária vinculada ao contrato de mú- III - prestar contas da gestão do serviço ao poder conceden-
tuo; te e aos usuários, nos termos definidos no contrato;
VII - a instituição financeira depositária deverá transferir os IV - cumprir e fazer cumprir as normas do serviço e as cláu-
valores recebidos ao mutuante à medida que as obrigações do sulas contratuais da concessão;
contrato de mútuo tornarem-se exigíveis; e V - permitir aos encarregados da fiscalização livre acesso, em
VIII - o contrato de cessão disporá sobre a devolução à con- qualquer época, às obras, aos equipamentos e às instalações inte-
cessionária dos recursos excedentes, sendo vedada a retenção do grantes do serviço, bem como a seus registros contábeis;
saldo após o adimplemento integral do contrato. VI - promover as desapropriações e constituir servidões
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, serão considera- autorizadas pelo poder concedente, conforme previsto no
dos contratos de longo prazo aqueles cujas obrigações tenham edital e no contrato;
prazo médio de vencimento superior a 5 anos. VII - zelar pela integridade dos bens vinculados à prestação
do serviço, bem como segurá-los adequadamente; e
Capítulo VII VIII - captar, aplicar e gerir os recursos financeiros necessá-
DOS ENCARGOS DO PODER CONCEDENTE rios à prestação do serviço.
Art. 29. Incumbe ao poder concedente: Parágrafo único. As contratações, inclusive de mão-de-obra,
I - regulamentar o serviço concedido e fiscalizar permanen- feitas pela concessionária serão regidas pelas disposições de di-
temente a sua prestação; reito privado e pela legislação trabalhista, não se estabelecendo
II - aplicar as penalidades regulamentares e contratuais; qualquer relação entre os terceiros contratados pela concessi-
III - intervir na prestação do serviço, nos casos e condições onária e o poder concedente.
previstos em lei;
IV - extinguir a concessão, nos casos previstos nesta Lei e na Capítulo IX
forma prevista no contrato; DA INTERVENÇÃO
V - homologar reajustes e proceder à revisão das tarifas na Art. 32. O poder concedente poderá intervir na concessão,
forma desta Lei, das normas pertinentes e do contrato; com o fim de assegurar a adequação na prestação do serviço,
VI - cumprir e fazer cumprir as disposições regulamentares bem como o fiel cumprimento das normas contratuais, regula-
do serviço e as cláusulas contratuais da concessão; mentares e legais pertinentes.
VII - zelar pela boa qualidade do serviço, receber, apurar e Parágrafo único. A intervenção FAR-SE-Á POR DECRETO do
solucionar queixas e reclamações dos usuários, que serão cientifi- poder concedente, que conterá a designação do interventor, o
cados, em até trinta dias, das providências tomadas; prazo da intervenção e os objetivos e limites da medida.
VIII - declarar de utilidade pública os bens necessários à exe-
cução do serviço ou obra pública, promovendo as desapropria- Art. 33. Declarada a intervenção, o poder concedente de-
ções, diretamente ou mediante outorga de poderes à conces- verá, no prazo de 30 dias, instaurar procedimento administra-
sionária, caso em que será desta a responsabilidade pelas in- tivo para comprovar as causas determinantes da medida e apurar
denizações cabíveis; responsabilidades, assegurado o direito de ampla defesa.
IX - declarar de necessidade ou utilidade pública, para fins § 1o Se ficar comprovado que a intervenção não obser-
de instituição de servidão administrativa, os bens necessários à vou os pressupostos legais e regulamentares será declarada
execução de serviço ou obra pública, promovendo-a diretamente sua nulidade, devendo o serviço ser imediatamente devolvido à
ou mediante outorga de poderes à concessionária, caso em que concessionária, sem prejuízo de seu direito à indenização.
será desta a responsabilidade pelas indenizações cabíveis; § 2o O procedimento administrativo a que se refere o ca-
X - estimular o aumento da qualidade, produtividade, pre- put deste artigo deverá ser concluído no prazo de até 180 dias,
servação do meio-ambiente e conservação; sob pena de considerar-se inválida a intervenção.
XI - incentivar a competitividade; e
XII - estimular a formação de associações de usuários para Art. 34. Cessada a intervenção, se não for extinta a conces-
defesa de interesses relativos ao serviço. são, a administração do serviço será devolvida à concessionária,
precedida de prestação de contas pelo interventor, que respon-
Art. 30. No exercício da fiscalização, o poder concedente terá derá pelos atos praticados durante a sua gestão.
acesso aos dados relativos à administração, contabilidade, recur-
sos técnicos, econômicos e financeiros da concessionária. Capítulo X
DA EXTINÇÃO DA CONCESSÃO

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DIA 18 / 27

Art. 35. Extingue-se a concessão por: VII - a concessionária não atender a intimação do poder
I - advento do termo contratual; concedente para, em 180 dias, apresentar a documentação re-
II - ENCAMPAÇÃO; lativa a regularidade fiscal, no curso da concessão, na forma
III - CADUCIDADE; do art. 29 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993
IV - rescisão; § 2o A declaração da caducidade da concessão deverá ser
V - anulação; e precedida da verificação da inadimplência da concessionária
VI - falência ou extinção da empresa concessionária e fa- em processo administrativo, assegurado o direito de ampla de-
lecimento ou incapacidade do titular, no caso de empresa indi- fesa.
vidual. § 3o Não será instaurado processo administrativo de ina-
o
§ 1 Extinta a concessão, retornam ao poder concedente dimplência antes de comunicados à concessionária, detalha-
todos os bens reversíveis, direitos e privilégios transferidos ao damente, os descumprimentos contratuais referidos no § 1º
concessionário conforme previsto no edital e estabelecido no deste artigo, dando-lhe um prazo para corrigir as falhas e
contrato. transgressões apontadas e para o enquadramento, nos termos
§ 2o Extinta a concessão, haverá a imediata assunção do contratuais.
serviço pelo poder concedente, procedendo-se aos levanta- § 4o Instaurado o processo administrativo e comprovada a
mentos, avaliações e liquidações necessários. inadimplência, a CADUCIDADE será DECLARADA POR DECRETO
§ 3o A assunção do serviço autoriza a ocupação das insta- do poder concedente, INDEPENDENTEMENTE DE INDENIZA-
lações e a utilização, pelo poder concedente, de todos os bens ÇÃO PRÉVIA, calculada no decurso do processo.
reversíveis. § 5o A indenização de que trata o parágrafo anterior, será
§ 4o Nos casos previstos nos incisos I e II deste artigo, o po- devida na forma do art. 36 desta Lei e do contrato, desconta-
der concedente, antecipando-se à extinção da concessão, proce- do o valor das multas contratuais e dos danos causados pela
derá aos levantamentos e avaliações necessários à determinação concessionária.
dos montantes da indenização que será devida à concessionária, § 6o Declarada a caducidade, NÃO RESULTARÁ para o po-
na forma dos arts. 36 e 37 desta Lei. der concedente QUALQUER espécie de RESPONSABILIDADE
em relação aos encargos, ônus, obrigações ou compromissos com
Art. 36. A reversão no advento do termo contratual far-se- terceiros ou com empregados da concessionária.
á com a indenização das parcelas dos investimentos vincula-
dos a bens reversíveis, ainda não amortizados ou deprecia-
ENCAMPAÇÃO CADUCIDADE
dos, que tenham sido realizados com o objetivo de garantir a
continuidade e atualidade do serviço concedido. Retomada durante o prazo da Inexecução total ou parcial
concessão, por motivo de in- do contrato
Art. 37. Considera-se ENCAMPAÇÃO a retomada do serviço teresse público
pelo poder concedente durante o prazo da concessão, POR
Mediante lei autorizativa Declarada por decreto
MOTIVO DE INTERESSE PÚBLICO, mediante lei autorizativa es-
específica
pecífica e APÓS PRÉVIO PAGAMENTO DA INDENIZAÇÃO, na
forma do artigo anterior. Prévio pagamento da Independentemente de
indenização Indenização prévia
Art. 38. A INEXECUÇÃO total ou parcial do contrato acar-
retará, a critério do poder concedente, a declaração de CADUCI- Art. 39. O contrato de concessão poderá ser rescindido por
DADE da concessão ou a aplicação das sanções contratuais, res- iniciativa da concessionária, no caso de descumprimento das
peitadas as disposições deste artigo, do art. 27, e as normas con- normas contratuais pelo poder concedente, mediante ação ju-
vencionadas entre as partes. dicial especialmente intentada para esse fim.
§ 1o A caducidade da concessão poderá ser declarada Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput deste artigo,
pelo poder concedente quando: os serviços prestados pela concessionária não poderão ser in-
I - o serviço estiver sendo prestado de forma inadequada terrompidos ou paralisados, até a decisão judicial transitada
ou deficiente, tendo por base as normas, critérios, indicadores e em julgado.
parâmetros definidores da qualidade do serviço;
II - a concessionária descumprir cláusulas contratuais ou Capítulo XI
disposições legais ou regulamentares concernentes à conces- DAS PERMISSÕES
são; Art. 40. A permissão de serviço público será formalizada
III - a concessionária paralisar o serviço ou concorrer para mediante CONTRATO DE ADESÃO, que observará os termos
tanto, ressalvadas as hipóteses decorrentes de caso fortuito ou desta Lei, das demais normas pertinentes e do edital de licitação,
força maior; inclusive quanto à precariedade e à revogabilidade unilateral
IV - a concessionária perder as condições econômicas, téc- do contrato pelo poder concedente.
nicas ou operacionais para manter a adequada prestação do ser- Parágrafo único. Aplica-se às permissões o disposto nesta
viço concedido; Lei.
V - a concessionária não cumprir as penalidades impostas
por infrações, nos devidos prazos; Capítulo XII
VI - a concessionária não atender a intimação do poder DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
concedente no sentido de regularizar a prestação do serviço;
e

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DIA 18 / 28

Art. 41. O disposto nesta Lei não se aplica à concessão, e outros títulos mobiliários, com a primeira parcela paga até o úl-
permissão e autorização para o serviço de radiodifusão sono- timo dia útil do exercício financeiro em que ocorrer a reversão.
ra e de sons e imagens. § 6o Ocorrendo acordo, poderá a indenização de que trata o
o
§ 5 deste artigo ser paga mediante receitas de novo contrato
Art. 42. As concessões de serviço público outorgadas anteri- que venha a disciplinar a prestação do serviço.
ormente à entrada em vigor desta Lei consideram-se válidas pelo
prazo fixado no contrato ou no ato de outorga, observado o dis- Art. 43. Ficam extintas todas as concessões de serviços
posto no art. 43 desta Lei. públicos outorgadas sem licitação na vigência da Constituição
§ 1o Vencido o prazo mencionado no contrato ou ato de ou- de 1988.
torga, o serviço poderá ser prestado por órgão ou entidade do Parágrafo único. Ficam também extintas todas as conces-
poder concedente, ou delegado a terceiros, mediante novo con- sões outorgadas sem licitação anteriormente à Constituição
trato. de 1988, cujas obras ou serviços não tenham sido iniciados ou
§ 2o As concessões em caráter precário, as que estiverem que se encontrem paralisados quando da entrada em vigor
com prazo vencido e as que estiverem em vigor por prazo in- desta Lei.
determinado, inclusive por força de legislação anterior, per-
manecerão válidas pelo prazo necessário à realização dos le- Art. 44. As concessionárias que tiverem obras que se encon-
vantamentos e avaliações indispensáveis à organização das li- trem atrasadas, na data da publicação desta Lei, apresentarão ao
citações que precederão a outorga das concessões que as poder concedente, dentro de 180 dias, plano efetivo de conclu-
substituirão, prazo esse que não será inferior a 24 meses. são das obras.
§ 3º As concessões a que se refere o § 2 o deste artigo, inclu- Parágrafo único. Caso a concessionária não apresente o pla-
sive as que não possuam instrumento que as formalize ou que no a que se refere este artigo ou se este plano não oferecer con-
possuam cláusula que preveja prorrogação, terão validade máxi- dições efetivas para o término da obra, o poder concedente po -
ma até o dia 31 de dezembro de 2010, desde que, até o dia 30 de derá declarar extinta a concessão, relativa a essa obra.
junho de 2009, tenham sido cumpridas, cumulativamente, as se-
guintes condições: Art. 45. Nas hipóteses de que tratam os arts. 43 e 44 desta
I - levantamento mais amplo e retroativo possível dos ele- Lei, o poder concedente indenizará as obras e serviços realizados
mentos físicos constituintes da infra-estrutura de bens reversíveis somente no caso e com os recursos da nova licitação.
e dos dados financeiros, contábeis e comerciais relativos à presta- Parágrafo único. A licitação de que trata o caput deste artigo
ção dos serviços, em dimensão necessária e suficiente para a rea- deverá, obrigatoriamente, levar em conta, para fins de avaliação,
lização do cálculo de eventual indenização relativa aos investi- o estágio das obras paralisadas ou atrasadas, de modo a permitir
mentos ainda não amortizados pelas receitas emergentes da con- a utilização do critério de julgamento estabelecido no inciso III do
cessão, observadas as disposições legais e contratuais que regula- art. 15 desta Lei.
vam a prestação do serviço ou a ela aplicáveis nos 20 anos anteri-
ores ao da publicação desta Lei; JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ
II - celebração de acordo entre o poder concedente e o con-
EDIÇÃO N. 13: CORTE NO FORNECIMENTO DE SERVIÇOS
cessionário sobre os critérios e a forma de indenização de eventu-
PÚBLICOS ESSENCIAIS
ais créditos remanescentes de investimentos ainda não amortiza-
1) É legítimo o corte no fornecimento de serviços públicos
dos ou depreciados, apurados a partir dos levantamentos referi-
essenciais quando inadimplente o usuário, desde que precedido
dos no inciso I deste parágrafo e auditados por instituição especi-
de notificação.
alizada escolhida de comum acordo pelas partes; e
2) É legítimo o corte no fornecimento de serviços públicos
III - publicação na imprensa oficial de ato formal de autori-
essenciais por razões de ordem técnica ou de segurança das
dade do poder concedente, autorizando a prestação precária dos
instalações, desde que precedido de notificação.
serviços por prazo de até 6 meses, renovável até 31 de dezembro
3) É ilegítimo o corte no fornecimento de energia elétrica
de 2008, mediante comprovação do cumprimento do disposto
quando puder afetar o direito à saúde e à integridade física
nos incisos I e II deste parágrafo.
do usuário.
§ 4o Não ocorrendo o acordo previsto no inciso II do § 3 o
4) É legítimo o corte no fornecimento de serviços públicos
deste artigo, o cálculo da indenização de investimentos será feito
essenciais quando inadimplente pessoa jurídica de direito
com base nos critérios previstos no instrumento de concessão an-
público, desde que precedido de notificação e a interrupção
tes celebrado ou, na omissão deste, por avaliação de seu valor
não atinja as unidades prestadoras de serviços
econômico ou reavaliação patrimonial, depreciação e amortização
indispensáveis à população.
de ativos imobilizados definidos pelas legislações fiscal e das so-
5) É ilegítimo o corte no fornecimento de serviços públicos
ciedades por ações, efetuada por empresa de auditoria indepen-
essenciais quando inadimplente unidade de saúde, uma vez
dente escolhida de comum acordo pelas partes.
que prevalecem os interesses de proteção à vida e à saúde.
§ 5o No caso do § 4 o deste artigo, o pagamento de eventual 6) É ilegítimo o corte no fornecimento de serviços públicos
indenização será realizado, mediante garantia real, por meio de 4 essenciais quando a inadimplência do usuário decorrer de
parcelas anuais, iguais e sucessivas, da parte ainda não amortiza- débitos pretéritos, uma vez que a interrupção pressupõe o
da de investimentos e de outras indenizações relacionadas à pres- inadimplemento de conta regular, relativa ao mês do
tação dos serviços, realizados com capital próprio do concessio- consumo.
nário ou de seu controlador, ou originários de operações de fi- 7) É ilegítimo o corte no fornecimento de serviços públicos
nanciamento, ou obtidos mediante emissão de ações, debêntures essenciais por débitos de usuário anterior, em razão da
natureza pessoal da dívida.

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DIA 18 / 29

8) É ilegítimo o corte no fornecimento de energia elétrica em


razão de débito irrisório, por configurar abuso de direito e
ofensa aos princípios da proporcionalidade e razoabilidade,
sendo cabível a indenização ao consumidor por danos morais.
9) É ilegítimo o corte no fornecimento de serviços públicos
essenciais quando o débito decorrer de irregularidade no
hidrômetro ou no medidor de energia elétrica, apurada
unilateralmente pela concessionária.
10) O corte no fornecimento de energia elétrica somente pode
recair sobre o imóvel que originou o débito, e não sobre
outra unidade de consumo do usuário inadimplente.

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DIA 19 / 1

Art. 1.393. Não se pode transferir o usufruto por alienação;


mas o seu exercício pode ceder-se por título gratuito ou
Dia 19
oneroso.

Código Civil: art 1390-1510-E Não se transfere por alienação


Código Processo Civil: art. 925-975 USUFRUTO
O seu exercício pode ser cedido a título gratuito
LEI 9784/99 - PROCESSO ADMINISTRATIVO
ou oneroso
Controle de Leitura
CAPÍTULO II
Dos Direitos do Usufrutuário
CÓDIGO CIVIL
Art. 1.394. O usufrutuário tem direito à posse, uso,
administração e percepção dos frutos.
TÍTULO VI
Do Usufruto Art. 1.395. Quando o usufruto recai em títulos de crédito, o
CAPÍTULO I usufrutuário tem direito a perceber os frutos e a cobrar as
Disposições Gerais respectivas dívidas.
Parágrafo único. Cobradas as dívidas, o usufrutuário aplicará, de
Usufruto é o direito real e temporário de usar e fruir (retirar imediato, a importância em títulos da mesma natureza, ou em
frutos e utilidades) coisa alheia (bem móvel ou imóvel), de títulos da dívida pública federal, com cláusula de atualização
forma gratuita, sem alterar-lhe a substância ou destinação monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos.
econômica.
O usufrutuário detém a posse direta do bem. Além disso, Art. 1.396. Salvo direito adquirido por outrem, o usufrutuário faz
como se trata de direito real, ele também possui o poder de seus os frutos naturais, pendentes ao começar o usufruto, sem
sequela, podendo perseguir a coisa aonde quer que ela vá. encargo de pagar as despesas de produção.
Como o usufrutuário detém a posse direta do bem, é óbvio que Parágrafo único. Os frutos naturais, pendentes ao tempo em que
ele pode se valer das ações possessórias caso esteja sendo cessa o usufruto, pertencem ao dono, também sem compensação
ameaçado em sua posse. No entanto, como o usufruto é um das despesas.
direito real e como o usufrutuário detém poder de sequela, a
doutrina e a jurisprudência também admitem que ele ajuíze Art. 1.397. As crias dos animais pertencem ao usufrutuário,
ação reivindicatória – de caráter petitório – com o objetivo de deduzidas quantas bastem para inteirar as cabeças de gado
fazer prevalecer o seu direito sobre o bem, seja contra o nu- existentes ao começar o usufruto.
proprietário, seja contra terceiros.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.202.843-PR, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Art. 1.398. Os frutos civis, vencidos na data inicial do usufruto,
Cueva, julgado em 21/10/2014 (Info 550). pertencem ao proprietário, e ao usufrutuário os vencidos na data
em que cessa o usufruto.
Art. 1.390. O usufruto pode recair em um ou mais bens, móveis
ou imóveis, em um patrimônio inteiro, ou parte deste, Art. 1.399. O usufrutuário pode usufruir em pessoa, ou mediante
abrangendo-lhe, no todo ou em parte, os frutos e utilidades. arrendamento, o prédio, mas não mudar-lhe a destinação
econômica, sem expressa autorização do proprietário.
Art. 1.391. O usufruto de imóveis, quando não resulte de
usucapião, constituir-se-á mediante registro no Cartório de CAPÍTULO III
Registro de Imóveis. Dos Deveres do Usufrutuário
Art. 1.400. O usufrutuário, antes de assumir o usufruto,
Art. 1.392. Salvo disposição em contrário, o usufruto estende-se inventariará, à sua custa, os bens que receber, determinando o
aos acessórios da coisa e seus acrescidos. estado em que se acham, e dará caução, fidejussória ou real, se
§ 1o Se, entre os acessórios e os acrescidos, houver coisas lha exigir o dono, de velar-lhes pela conservação, e entregá-los
consumíveis, terá o usufrutuário o dever de restituir, findo o findo o usufruto.
usufruto, as que ainda houver e, das outras, o equivalente em Parágrafo único. Não é obrigado à caução o doador que se
gênero, qualidade e quantidade, ou, não sendo possível, o seu reservar o usufruto da coisa doada.
valor, estimado ao tempo da restituição.
§ 2o Se há no prédio em que recai o usufruto florestas ou os Art. 1.401. O usufrutuário que não quiser ou não puder dar
recursos minerais a que se refere o art. 1.230, devem o dono e o caução suficiente perderá o direito de administrar o usufruto;
usufrutuário prefixar-lhe a extensão do gozo e a maneira de e, neste caso, os bens serão administrados pelo proprietário,
exploração. que ficará obrigado, mediante caução, a entregar ao usufrutuário
§ 3o Se o usufruto recai sobre universalidade ou quota-parte de o rendimento deles, deduzidas as despesas de administração,
bens, o usufrutuário tem direito à parte do tesouro achado por entre as quais se incluirá a quantia fixada pelo juiz como
outrem, e ao preço pago pelo vizinho do prédio usufruído, para remuneração do administrador.
obter meação em parede, cerca, muro, vala ou valado.
Art. 1.402. O usufrutuário não é obrigado a pagar as
deteriorações resultantes do exercício regular do usufruto.

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DIA 19 / 2

Art. 1.403 Incumbem ao usufrutuário: às importâncias recebidas a aplicação prevista no parágrafo único
I - as despesas ordinárias de conservação dos bens no estado em do art. 1.395;
que os recebeu; VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto
II - as prestações e os tributos devidos pela posse ou rendimento recai (arts. 1.390 e 1.399).
da coisa usufruída.
JDC252 A extinção do usufruto pelo não-uso, de que trata o
Art. 1.404. Incumbem ao dono as reparações extraordinárias e art. 1.410, inc. VIII, independe do prazo previsto no art. 1.389,
as que não forem de custo módico; mas o usufrutuário lhe inc. III
pagará os juros do capital despendido com as que forem
necessárias à conservação, ou aumentarem o rendimento da coisa
Art. 1.411. Constituído o usufruto em favor de duas ou mais
usufruída.
pessoas, extinguir-se-á a parte em relação a cada uma das que
§ 1o Não se consideram módicas as despesas superiores a 2/3 do
falecerem, salvo se, por estipulação expressa, o quinhão desses
líquido rendimento em 1 ano.
couber ao sobrevivente.
§ 2o Se o dono não fizer as reparações a que está obrigado, e que
são indispensáveis à conservação da coisa, o usufrutuário pode
TÍTULO VII
realizá-las, cobrando daquele a importância despendida.
Do Uso
Art. 1.412. O usuário usará da coisa e perceberá os seus frutos,
Art. 1.405. Se o usufruto recair num patrimônio, ou parte deste,
quanto o exigirem as necessidades suas e de sua família.
será o usufrutuário obrigado aos juros da dívida que onerar o
§ 1o Avaliar-se-ão as necessidades pessoais do usuário conforme
patrimônio ou a parte dele.
a sua condição social e o lugar onde viver.
§ 2o As necessidades da família do usuário compreendem as de
Art. 1.406. O usufrutuário é obrigado a dar ciência ao dono de
seu cônjuge, dos filhos solteiros e das pessoas de seu serviço
qualquer lesão produzida contra a posse da coisa, ou os direitos
doméstico.
deste.
Art. 1.413. São aplicáveis ao uso, no que não for contrário à sua
Art. 1.407. Se a coisa estiver segurada, incumbe ao
natureza, as disposições relativas ao usufruto.
usufrutuário pagar, durante o usufruto, as contribuições do
seguro.
TÍTULO VIII
§ 1o Se o usufrutuário fizer o seguro, ao proprietário caberá o
Da Habitação
direito dele resultante contra o segurador.
Art. 1.414. Quando o uso consistir no DIREITO DE HABITAR
§ 2o Em qualquer hipótese, o direito do usufrutuário fica sub-
gratuitamente casa alheia, o titular deste direito não a pode
rogado no valor da indenização do seguro.
alugar, nem emprestar, mas simplesmente ocupá-la com sua
família.
Art. 1.408. Se um edifício sujeito a usufruto for destruído sem
culpa do proprietário, não será este obrigado a reconstruí-lo,
Art. 1.415. Se o direito real de habitação for conferido a mais de
nem o usufruto se restabelecerá, se o proprietário reconstruir
uma pessoa, qualquer delas que sozinha habite a casa não terá
à sua custa o prédio; mas se a indenização do seguro for
de pagar aluguel à outra, ou às outras, mas não as pode inibir
aplicada à reconstrução do prédio, restabelecer-se-á o
de exercerem, querendo, o direito, que também lhes compete,
usufruto.
de habitá-la.

Art. 1.409. Também fica sub-rogada no ônus do usufruto, em


Art. 1.416. São aplicáveis à habitação, no que não for contrário à
lugar do prédio, a indenização paga, se ele for desapropriado, ou
sua natureza, as disposições relativas ao usufruto.
a importância do dano, ressarcido pelo terceiro responsável no
caso de danificação ou perda.
TÍTULO IX
Do Direito do Promitente Comprador
CAPÍTULO IV
Art. 1.417. Mediante promessa de compra e venda, em que se
Da Extinção do Usufruto
não pactuou arrependimento, celebrada por instrumento
Art. 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no
público ou particular, e registrada no Cartório de Registro de
Cartório de Registro de Imóveis:
Imóveis, adquire o promitente comprador direito real à
I - pela renúncia ou morte do usufrutuário;
aquisição do imóvel.
II - pelo termo de sua duração;
III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto
foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo decurso de trinta anos da JDC253 O promitente comprador, titular de direito real (art.
data em que se começou a exercer; 1.417), tem a faculdade de reivindicar de terceiro o imóvel
IV - pela cessação do motivo de que se origina; prometido a venda.
V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts.
1.407, 1.408, 2ª parte, e 1.409; Art. 1.418. O promitente comprador, titular de direito real, pode
VI - pela consolidação; exigir do promitente vendedor, ou de terceiros, a quem os
VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa direitos deste forem cedidos, a outorga da escritura definitiva
arruinar os bens, não lhes acudindo com os reparos de de compra e venda, conforme o disposto no instrumento
conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá preliminar; e, se houver recusa, requerer ao juiz a adjudicação do
imóvel.

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DIA 19 / 3

§ 1o Nos casos de perecimento da coisa dada em garantia, esta se


JDC95 O direito à adjudicação compulsória (art. 1.418 do sub-rogará na indenização do seguro, ou no ressarcimento do
novo Código Civil), quando exercido em face do promitente dano, em benefício do credor, a quem assistirá sobre ela
vendedor, não se condiciona ao registro da promessa de preferência até seu completo reembolso.
compra e venda no cartório de registro imobiliário § 2o Nos casos dos incisos IV e V, só se vencerá a hipoteca antes
do prazo estipulado, se o perecimento, ou a desapropriação recair
sobre o bem dado em garantia, e esta não abranger outras;
TÍTULO X
subsistindo, no caso contrário, a dívida reduzida, com a respectiva
Do Penhor, da Hipoteca e da Anticrese
garantia sobre os demais bens, não desapropriados ou
CAPÍTULO I
destruídos.
Disposições Gerais
Art. 1.419. Nas dívidas garantidas por penhor, anticrese ou
Art. 1.426. Nas hipóteses do artigo anterior, de vencimento
hipoteca, o bem dado em garantia fica sujeito, por vínculo
antecipado da dívida, não se compreendem os juros
real, ao cumprimento da obrigação.
correspondentes ao tempo ainda não decorrido.
Art. 1.420. Só aquele que pode alienar poderá empenhar,
Art. 1.427. Salvo cláusula expressa, o terceiro que presta
hipotecar ou dar em anticrese; só os bens que se podem alienar
garantia real por dívida alheia não fica obrigado a substituí-
poderão ser dados em penhor, anticrese ou hipoteca.
la, ou reforçá-la, quando, sem culpa sua, se perca, deteriore,
§ 1o A propriedade superveniente torna eficaz, desde o registro,
ou desvalorize.
as garantias reais estabelecidas por quem não era dono.
§ 2o A coisa comum a dois ou mais proprietários não pode ser
Art. 1.428. É NULA a cláusula que autoriza o credor
dada em garantia real, na sua totalidade, sem o consentimento de
pignoratício, anticrético ou hipotecário a ficar com o objeto
todos; mas cada um pode individualmente dar em garantia real a
da garantia, se a dívida não for paga no vencimento.
parte que tiver.
Parágrafo único. Após o vencimento, poderá o devedor dar a
coisa em pagamento da dívida.
Art. 1.421. O pagamento de uma ou mais prestações da dívida
não importa exoneração correspondente da garantia, ainda que
esta compreenda vários bens, salvo disposição expressa no JDC626 Não afronta o art. 1.428 do Código Civil, em relações
título ou na quitação. paritárias, o PACTO MARCIANO, cláusula contratual que
autoriza que o credor se torne proprietário da coisa objeto
Art. 1.422. O credor hipotecário e o pignoratício têm o direito da garantia mediante aferição de seu justo valor e
de excutir a coisa hipotecada ou empenhada, e preferir, no restituição do supérfluo (valor do bem em garantia que
pagamento, a outros credores, observada, quanto à hipoteca, a excede o da dívida).
prioridade no registro.
Parágrafo único. Excetuam-se da regra estabelecida neste artigo Art. 1.429. Os sucessores do devedor NÃO PODEM remir
as dívidas que, em virtude de outras leis, devam ser pagas parcialmente o penhor ou a hipoteca na proporção dos seus
precipuamente a quaisquer outros créditos. quinhões; qualquer deles, porém, pode fazê-lo no todo.
Parágrafo único. O herdeiro ou sucessor que fizer a remição fica
Art. 1.423. O credor anticrético tem direito a reter em seu poder sub-rogado nos direitos do credor pelas quotas que houver
o bem, enquanto a dívida não for paga; extingue-se esse direito satisfeito.
decorridos 15 anos da data de sua constituição.
Art. 1.430. Quando, excutido o penhor, ou executada a hipoteca, o
Art. 1.424. Os contratos de penhor, anticrese ou hipoteca produto não bastar para pagamento da dívida e despesas
declararão, sob pena de não terem eficácia: judiciais, continuará o devedor obrigado pessoalmente pelo
I - o valor do crédito, sua estimação, ou valor máximo; restante.
II - o prazo fixado para pagamento;
III - a taxa dos juros, se houver; CAPÍTULO II
IV - o bem dado em garantia com as suas especificações. Do Penhor
Seção I
Art. 1.425. A dívida considera-se vencida: Da Constituição do Penhor
I - se, deteriorando-se, ou depreciando-se o bem dado em Art. 1.431. Constitui-se o penhor pela transferência efetiva da
segurança, desfalcar a garantia, e o devedor, intimado, não a posse que, em garantia do débito ao credor ou a quem o
reforçar ou substituir; represente, faz o devedor, ou alguém por ele, de uma COISA
II - se o devedor cair em insolvência ou falir; MÓVEL, SUSCETÍVEL DE ALIENAÇÃO.
III - se as prestações não forem pontualmente pagas, toda vez Parágrafo único. No penhor rural, industrial, mercantil e de
que deste modo se achar estipulado o pagamento. Neste caso, o veículos, as coisas empenhadas continuam em poder do devedor,
recebimento posterior da prestação atrasada importa renúncia do que as deve guardar e conservar.
credor ao seu direito de execução imediata;
IV - se perecer o bem dado em garantia, e não for substituído; Art. 1.432. O instrumento do penhor deverá ser levado a
V - se se desapropriar o bem dado em garantia, hipótese na registro, por qualquer dos contratantes; o do penhor comum
qual se depositará a parte do preço que for necessária para o será registrado no Cartório de Títulos e Documentos.
pagamento integral do credor.

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DIA 19 / 4

Seção II
Dos Direitos do Credor Pignoratício Art. 1.437. Produz efeitos a extinção do penhor depois de
Art. 1.433. O credor pignoratício tem direito: averbado o cancelamento do registro, à vista da respectiva prova.
I - à posse da coisa empenhada;
II - à retenção dela, até que o indenizem das despesas Seção V
devidamente justificadas, que tiver feito, não sendo ocasionadas Do Penhor Rural
por culpa sua; Subseção I
III - ao ressarcimento do prejuízo que houver sofrido por vício da Disposições Gerais
coisa empenhada; Art. 1.438. Constitui-se o penhor rural mediante instrumento
IV - a promover a execução judicial, ou a venda amigável, se lhe público ou particular, registrado no Cartório de Registro de
permitir expressamente o contrato, ou lhe autorizar o devedor Imóveis da circunscrição em que estiverem situadas as coisas
mediante procuração; empenhadas.
V - a apropriar-se dos frutos da coisa empenhada que se Parágrafo único. Prometendo pagar em dinheiro a dívida, que
encontra em seu poder; garante com penhor rural, o devedor poderá emitir, em favor do
VI - a promover a venda antecipada, mediante prévia autorização credor, cédula rural pignoratícia, na forma determinada em lei
judicial, sempre que haja receio fundado de que a coisa especial.
empenhada se perca ou deteriore, devendo o preço ser
depositado. O dono da coisa empenhada pode impedir a venda Art. 1.439. O penhor agrícola e o penhor pecuário não podem
antecipada, substituindo-a, ou oferecendo outra garantia real ser convencionados por prazos superiores aos das obrigações
idônea. garantidas.
§ 1o Embora vencidos os prazos, permanece a garantia, enquanto
Art. 1.434. O credor não pode ser constrangido a devolver a subsistirem os bens que a constituem.
coisa empenhada, ou uma parte dela, antes de ser § 2o A prorrogação deve ser averbada à margem do registro
integralmente pago, podendo o juiz, a requerimento do respectivo, mediante requerimento do credor e do devedor.
proprietário, determinar que seja vendida apenas uma das coisas,
ou parte da coisa empenhada, suficiente para o pagamento do Art. 1.440. Se o prédio estiver hipotecado, o penhor rural poderá
credor. constituir-se independentemente da anuência do credor
hipotecário, mas não lhe prejudica o direito de preferência, nem
Seção III restringe a extensão da hipoteca, ao ser executada.
Das Obrigações do Credor Pignoratício
Art. 1.435. O credor pignoratício é obrigado: Art. 1.441. Tem o credor direito a verificar o estado das coisas
I - à custódia da coisa, como depositário, e a ressarcir ao dono a empenhadas, inspecionando-as onde se acharem, por si ou por
perda ou deterioração de que for culpado, podendo ser pessoa que credenciar.
compensada na dívida, até a concorrente quantia, a importância
da responsabilidade; Subseção II
II - à defesa da posse da coisa empenhada e a dar ciência, ao Do Penhor Agrícola
dono dela, das circunstâncias que tornarem necessário o exercício Art. 1.442. Podem ser objeto de penhor:
de ação possessória; I - máquinas e instrumentos de agricultura;
III - a imputar o valor dos frutos, de que se apropriar (art. 1.433, II - colheitas pendentes, ou em via de formação;
inciso V) nas despesas de guarda e conservação, nos juros e no III - frutos acondicionados ou armazenados;
capital da obrigação garantida, sucessivamente; IV - lenha cortada e carvão vegetal;
IV - a restituí-la, com os respectivos frutos e acessões, uma vez V - animais do serviço ordinário de estabelecimento agrícola.
paga a dívida;
V - a entregar o que sobeje do preço, quando a dívida for paga, Art. 1.443. O penhor agrícola que recai sobre colheita pendente,
no caso do inciso IV do art. 1.433. ou em via de formação, abrange a imediatamente seguinte, no
caso de frustrar-se ou ser insuficiente a que se deu em garantia.
Seção IV Parágrafo único. Se o credor não financiar a nova safra, poderá o
Da Extinção do Penhor devedor constituir com outrem novo penhor, em quantia máxima
Art. 1.436. Extingue-se o penhor: equivalente à do primeiro; o segundo penhor terá preferência
I - extinguindo-se a obrigação; sobre o primeiro, abrangendo este apenas o excesso apurado na
II - perecendo a coisa; colheita seguinte.
III - renunciando o credor;
IV - confundindo-se na mesma pessoa as qualidades de credor e Subseção III
de dono da coisa; Do Penhor Pecuário
V - dando-se a adjudicação judicial, a remissão ou a venda da Art. 1.444. Podem ser objeto de penhor os animais que integram
coisa empenhada, feita pelo credor ou por ele autorizada. a atividade pastoril, agrícola ou de lacticínios.
§ 1o Presume-se a renúncia do credor quando consentir na
venda particular do penhor sem reserva de preço, quando Art. 1.445. O devedor não poderá alienar os animais empenhados
restituir a sua posse ao devedor, ou quando anuir à sua sem prévio consentimento, por escrito, do credor.
substituição por outra garantia. Parágrafo único. Quando o devedor pretende alienar o gado
§ 2o Operando-se a confusão tão-somente quanto a parte da empenhado ou, por negligência, ameace prejudicar o credor,
dívida pignoratícia, subsistirá inteiro o penhor quanto ao resto.

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DIA 19 / 5

poderá este requerer se depositem os animais sob a guarda de prestação pecuniária, depositará a importância recebida, de
terceiro, ou exigir que se lhe pague a dívida de imediato. acordo com o devedor pignoratício, ou onde o juiz determinar; se
consistir na entrega da coisa, nesta se sub-rogará o penhor.
Art. 1.446. Os animais da mesma espécie, comprados para Parágrafo único. Estando vencido o crédito pignoratício, tem o
substituir os mortos, ficam sub-rogados no penhor. credor direito a reter, da quantia recebida, o que lhe é devido,
Parágrafo único. Presume-se a substituição prevista neste artigo, restituindo o restante ao devedor; ou a excutir a coisa a ele
mas não terá eficácia contra terceiros, se não constar de menção entregue.
adicional ao respectivo contrato, a qual deverá ser averbada.
Art. 1.456. Se o mesmo crédito for objeto de vários penhores, só
Seção VI ao credor pignoratício, cujo direito prefira aos demais, o devedor
Do Penhor Industrial e Mercantil deve pagar; responde por perdas e danos aos demais credores o
Art. 1.447. Podem ser objeto de penhor máquinas, aparelhos, credor preferente que, notificado por qualquer um deles, não
materiais, instrumentos, instalados e em funcionamento, com os promover oportunamente a cobrança.
acessórios ou sem eles; animais, utilizados na indústria; sal e bens
destinados à exploração das salinas; produtos de suinocultura, Art. 1.457. O titular do crédito empenhado só pode receber o
animais destinados à industrialização de carnes e derivados; pagamento com a anuência, por escrito, do credor pignoratício,
matérias-primas e produtos industrializados. caso em que o penhor se extinguirá.
Parágrafo único. Regula-se pelas disposições relativas aos
armazéns gerais o penhor das mercadorias neles depositadas. Art. 1.458. O penhor, que recai sobre título de crédito,
constitui-se mediante instrumento público ou particular ou
Art. 1.448. Constitui-se o penhor industrial, ou o mercantil, endosso pignoratício, com a tradição do título ao credor,
mediante instrumento público ou particular, registrado no regendo-se pelas Disposições Gerais deste Título e, no que
Cartório de Registro de Imóveis da circunscrição onde estiverem couber, pela presente Seção.
situadas as coisas empenhadas.
Parágrafo único. Prometendo pagar em dinheiro a dívida, que Art. 1.459. Ao credor, em penhor de título de crédito, compete o
garante com penhor industrial ou mercantil, o devedor poderá direito de:
emitir, em favor do credor, cédula do respectivo crédito, na forma I - conservar a posse do título e recuperá-la de quem quer que o
e para os fins que a lei especial determinar. detenha;
II - usar dos meios judiciais convenientes para assegurar os seus
Art. 1.449. O devedor não pode, sem o consentimento por escrito direitos, e os do credor do título empenhado;
do credor, alterar as coisas empenhadas ou mudar-lhes a III - fazer intimar ao devedor do título que não pague ao seu
situação, nem delas dispor. O devedor que, anuindo o credor, credor, enquanto durar o penhor;
alienar as coisas empenhadas, deverá repor outros bens da IV - receber a importância consubstanciada no título e os
mesma natureza, que ficarão sub-rogados no penhor. respectivos juros, se exigíveis, restituindo o título ao devedor,
quando este solver a obrigação.
Art. 1.450. Tem o credor direito a verificar o estado das coisas
empenhadas, inspecionando-as onde se acharem, por si ou por Art. 1.460. O devedor do título empenhado que receber a
pessoa que credenciar. intimação prevista no inciso III do artigo antecedente, ou se der
por ciente do penhor, não poderá pagar ao seu credor. Se o fizer,
Seção VII responderá solidariamente por este, por perdas e danos,
Do Penhor de Direitos e Títulos de Crédito perante o credor pignoratício.
Art. 1.451. Podem ser objeto de penhor direitos, suscetíveis de Parágrafo único. Se o credor der quitação ao devedor do título
cessão, sobre coisas móveis. empenhado, deverá saldar imediatamente a dívida, em cuja
garantia se constituiu o penhor.
Art. 1.452. Constitui-se o penhor de direito mediante
instrumento público ou particular, registrado no Registro de Seção VIII
Títulos e Documentos. Do Penhor de Veículos
Parágrafo único. O titular de direito empenhado deverá entregar Art. 1.461. Podem ser objeto de penhor os veículos empregados
ao credor pignoratício os documentos comprobatórios desse em qualquer espécie de transporte ou condução.
direito, salvo se tiver interesse legítimo em conservá-los.
Art. 1.462. Constitui-se o penhor, a que se refere o artigo
Art. 1.453. O penhor de crédito não tem eficácia senão quando antecedente, mediante instrumento público ou particular,
notificado ao devedor; por notificado tem-se o devedor que, em registrado no Cartório de Títulos e Documentos do domicílio
instrumento público ou particular, declarar-se ciente da existência do devedor, e anotado no certificado de propriedade.
do penhor. Parágrafo único. Prometendo pagar em dinheiro a dívida
garantida com o penhor, poderá o devedor emitir cédula de
Art. 1.454. O credor pignoratício deve praticar os atos necessários crédito, na forma e para os fins que a lei especial determinar.
à conservação e defesa do direito empenhado e cobrar os juros e
mais prestações acessórias compreendidas na garantia. Art. 1.463. Não se fará o penhor de veículos sem que estejam
previamente segurados contra furto, avaria, perecimento e
Art. 1.455. Deverá o credor pignoratício cobrar o crédito danos causados a terceiros.
empenhado, assim que se torne exigível. Se este consistir numa

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DIA 19 / 6

Art. 1.464. Tem o credor direito a verificar o estado do veículo X - a propriedade superficiária.
empenhado, inspecionando-o onde se achar, por si ou por pessoa § 1º A hipoteca dos navios e das aeronaves reger-se-á pelo
que credenciar. disposto em lei especial.
§ 2º Os direitos de garantia instituídos nas hipóteses dos incisos
Art. 1.465. A alienação, ou a mudança, do veículo empenhado IX e X do caput deste artigo ficam limitados à duração da
sem prévia comunicação ao credor importa no vencimento concessão ou direito de superfície, caso tenham sido transferidos
antecipado do crédito pignoratício. por período determinado.

Art. 1.466. O penhor de veículos só se pode convencionar pelo Art. 1.474. A hipoteca abrange todas as acessões,
prazo máximo de 2 anos, prorrogável até o limite de igual melhoramentos ou construções do imóvel. Subsistem os ônus
tempo, averbada a prorrogação à margem do registro reais constituídos e registrados, anteriormente à hipoteca, sobre o
respectivo. mesmo imóvel.

Seção IX Art. 1.475. É NULA a cláusula que proíbe ao proprietário


Do Penhor Legal alienar imóvel hipotecado.
Art. 1.467. São credores pignoratícios, independentemente de Parágrafo único. Pode convencionar-se que vencerá o crédito
convenção: hipotecário, se o imóvel for alienado.
I - os hospedeiros, ou fornecedores de pousada ou alimento,
sobre as bagagens, móveis, joias ou dinheiro que os seus Art. 1.476. O dono do imóvel hipotecado pode constituir outra
consumidores ou fregueses tiverem consigo nas respectivas hipoteca sobre ele, mediante novo título, em favor do mesmo
casas ou estabelecimentos, pelas despesas ou consumo que aí ou de outro credor.
tiverem feito;
II - o dono do prédio rústico ou urbano, sobre os bens móveis Art. 1.477. Salvo o caso de insolvência do devedor, o credor da
que o rendeiro ou inquilino tiver guarnecendo o mesmo segunda hipoteca, embora vencida, não poderá executar o
prédio, pelos aluguéis ou rendas. imóvel antes de vencida a primeira.
Parágrafo único. Não se considera insolvente o devedor por faltar
Art. 1.468. A conta das dívidas enumeradas no inciso I do artigo ao pagamento das obrigações garantidas por hipotecas
antecedente será extraída conforme a tabela impressa, prévia e posteriores à primeira.
ostensivamente exposta na casa, dos preços de hospedagem, da
pensão ou dos gêneros fornecidos, sob pena de nulidade do Art. 1.478. Se o devedor da obrigação garantida pela primeira
penhor. hipoteca não se oferecer, no vencimento, para pagá-la, o
credor da segunda pode promover-lhe a extinção,
Art. 1.469. Em cada um dos casos do art. 1.467, o credor poderá consignando a importância e citando o primeiro credor para
tomar em garantia um ou mais objetos até o valor da dívida. recebê-la e o devedor para pagá-la; se este não pagar, o
segundo credor, efetuando o pagamento, se sub-rogará nos
Art. 1.470. Os credores, compreendidos no art. 1.467, podem fazer direitos da hipoteca anterior, sem prejuízo dos que lhe
efetivo o penhor, antes de recorrerem à autoridade judiciária, competirem contra o devedor comum.
sempre que haja perigo na demora, dando aos devedores Parágrafo único. Se o primeiro credor estiver promovendo a
comprovante dos bens de que se apossarem. execução da hipoteca, o credor da segunda depositará a
importância do débito e as despesas judiciais.
Art. 1.471. Tomado o penhor, requererá o credor, ato contínuo,
a sua homologação judicial. Art. 1.479. O adquirente do imóvel hipotecado, desde que não
se tenha obrigado pessoalmente a pagar as dívidas aos credores
Art. 1.472. Pode o locatário impedir a constituição do penhor hipotecários, poderá exonerar-se da hipoteca, abandonando-
mediante caução idônea. lhes o imóvel.

CAPÍTULO III Art. 1.480. O adquirente notificará o vendedor e os credores


Da Hipoteca hipotecários, deferindo-lhes, conjuntamente, a posse do imóvel,
Seção I ou o depositará em juízo.
Disposições Gerais Parágrafo único. Poderá o adquirente exercer a faculdade de
Art. 1.473. Podem ser objeto de hipoteca: abandonar o imóvel hipotecado, até as 24 horas subsequentes à
I - os imóveis e os acessórios dos imóveis conjuntamente com citação, com que se inicia o procedimento executivo.
eles;
II - o domínio direto; Art. 1.481. Dentro em 30 dias, contados do registro do título
III - o domínio útil; aquisitivo, tem o adquirente do imóvel hipotecado o direito
IV - as estradas de ferro; de remi-lo, citando os credores hipotecários e propondo
V - os recursos naturais a que se refere o art. 1.230, importância não inferior ao preço por que o adquiriu.
independentemente do solo onde se acham; § 1o Se o credor impugnar o preço da aquisição ou a importância
VI - os navios; oferecida, realizar-se-á licitação, efetuando-se a venda judicial a
VII - as aeronaves. quem oferecer maior preço, assegurada preferência ao adquirente
VIII - o direito de uso especial para fins de moradia; do imóvel.
IX - o direito real de uso;

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DIA 19 / 7

§ 2o Não impugnado pelo credor, o preço da aquisição ou o preço I - às pessoas de direito público interno (art. 41) sobre os
proposto pelo adquirente, haver-se-á por definitivamente fixado imóveis pertencentes aos encarregados da cobrança, guarda
para a remissão do imóvel, que ficará livre de hipoteca, uma vez ou administração dos respectivos fundos e rendas;
pago ou depositado o preço. II - aos filhos, sobre os imóveis do pai ou da mãe que passar a
§ 3o Se o adquirente deixar de remir o imóvel, sujeitando-o a outras núpcias, antes de fazer o inventário do casal anterior;
execução, ficará obrigado a ressarcir os credores hipotecários da III - ao ofendido, ou aos seus herdeiros, sobre os imóveis do
desvalorização que, por sua culpa, o mesmo vier a sofrer, além delinquente, para satisfação do dano causado pelo delito e
das despesas judiciais da execução. pagamento das despesas judiciais;
§ 4o Disporá de ação regressiva contra o vendedor o adquirente IV - ao coerdeiro, para garantia do seu quinhão ou torna da
que ficar privado do imóvel em consequência de licitação ou partilha, sobre o imóvel adjudicado ao herdeiro reponente;
penhora, o que pagar a hipoteca, o que, por causa de adjudicação V - ao credor sobre o imóvel arrematado, para garantia do
ou licitação, desembolsar com o pagamento da hipoteca pagamento do restante do preço da arrematação.
importância excedente à da compra e o que suportar custas e
despesas judiciais. Art. 1.490. O credor da hipoteca legal, ou quem o represente,
poderá, provando a insuficiência dos imóveis especializados,
Art. 1.484. É lícito aos interessados fazer constar das escrituras o exigir do devedor que seja reforçado com outros.
valor entre si ajustado dos imóveis hipotecados, o qual,
devidamente atualizado, será a base para as arrematações, Art. 1.491. A hipoteca legal pode ser substituída por caução de
adjudicações e remições, dispensada a avaliação. títulos da dívida pública federal ou estadual, recebidos pelo
valor de sua cotação mínima no ano corrente; ou por outra
Art. 1.485. Mediante simples averbação, requerida por ambas garantia, a critério do juiz, a requerimento do devedor.
as partes, poderá prorrogar-se a hipoteca, até 30 anos da data
do contrato. Desde que perfaça esse prazo, só poderá subsistir o Seção III
contrato de hipoteca reconstituindo-se por novo título e novo Do Registro da Hipoteca
registro; e, nesse caso, lhe será mantida a precedência, que então Art. 1.492. As hipotecas serão registradas no cartório do lugar
lhe competir. do imóvel, ou no de cada um deles, se o título se referir a mais
de um.
Art. 1.486. Podem o credor e o devedor, no ato constitutivo da Parágrafo único. Compete aos interessados, exibido o título,
hipoteca, autorizar a emissão da correspondente cédula requerer o registro da hipoteca.
hipotecária, na forma e para os fins previstos em lei especial.
Art. 1.493. Os registros e averbações seguirão a ordem em que
Art. 1.487. A hipoteca pode ser constituída para garantia de forem requeridas, verificando-se ela pela da sua numeração
dívida futura ou condicionada, desde que determinado o valor sucessiva no protocolo.
máximo do crédito a ser garantido. Parágrafo único. O número de ordem determina a prioridade, e
§ 1o Nos casos deste artigo, a execução da hipoteca dependerá esta a preferência entre as hipotecas.
de prévia e expressa concordância do devedor quanto à
verificação da condição, ou ao montante da dívida. Art. 1.494. Não se registrarão no mesmo dia duas hipotecas, ou
§ 2o Havendo divergência entre o credor e o devedor, caberá uma hipoteca e outro direito real, sobre o mesmo imóvel, em
àquele fazer prova de seu crédito. Reconhecido este, o devedor favor de pessoas diversas, salvo se as escrituras, do mesmo dia,
responderá, inclusive, por perdas e danos, em razão da indicarem a hora em que foram lavradas.
superveniente desvalorização do imóvel.
Art. 1.495. Quando se apresentar ao oficial do registro título de
Art. 1.488. Se o imóvel, dado em garantia hipotecária, vier a ser hipoteca que mencione a constituição de anterior, não registrada,
loteado, ou se nele se constituir condomínio edilício, poderá o sobrestará ele na inscrição da nova, depois de a prenotar, até 30
ônus ser dividido, gravando cada lote ou unidade autônoma, se o dias, aguardando que o interessado inscreva a precedente;
requererem ao juiz o credor, o devedor ou os donos, obedecida a esgotado o prazo, sem que se requeira a inscrição desta, a
proporção entre o valor de cada um deles e o crédito. hipoteca ulterior será registrada e obterá preferência.
§ 1o O credor só poderá se opor ao pedido de desmembramento
do ônus, provando que o mesmo importa em diminuição de sua Art. 1.496. Se tiver dúvida sobre a legalidade do registro
garantia. requerido, o oficial fará, ainda assim, a prenotação do pedido. Se
§ 2o Salvo convenção em contrário, todas as despesas judiciais ou a dúvida, dentro em 90 dias, for julgada improcedente, o registro
extrajudiciais necessárias ao desmembramento do ônus correm efetuar-se-á com o mesmo número que teria na data da
por conta de quem o requerer. prenotação; no caso contrário, cancelada esta, receberá o registro
§ 3o O desmembramento do ônus não exonera o devedor o número correspondente à data em que se tornar a requerer.
originário da responsabilidade a que se refere o art. 1.430, salvo
anuência do credor. Art. 1.497. As hipotecas legais, de qualquer natureza, deverão
ser registradas e especializadas.
Seção II § 1o O registro e a especialização das hipotecas legais incumbem
Da Hipoteca Legal a quem está obrigado a prestar a garantia, mas os interessados
Art. 1.489. A lei confere hipoteca: podem promover a inscrição delas, ou solicitar ao Ministério
Público que o faça.

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DIA 19 / 8

§ 2o As pessoas, às quais incumbir o registro e a especialização § 1o É permitido estipular que os frutos e rendimentos do
das hipotecas legais, estão sujeitas a perdas e danos pela imóvel sejam percebidos pelo credor à conta de juros, mas se
omissão. o seu valor ultrapassar a taxa máxima permitida em lei para
as operações financeiras, o remanescente será imputado ao
Art. 1.498. Vale o registro da hipoteca, enquanto a obrigação capital.
perdurar; mas a especialização, em completando 20 anos, deve § 2o Quando a anticrese recair sobre bem imóvel, este poderá
ser renovada. ser hipotecado pelo devedor ao credor anticrético, ou a terceiros,
assim como o imóvel hipotecado poderá ser dado em anticrese.
Seção IV
Da Extinção da Hipoteca Art. 1.507. O credor anticrético pode administrar os bens dados
Art. 1.499. A hipoteca extingue-se: em anticrese e fruir seus frutos e utilidades, mas deverá
I - pela extinção da obrigação principal; apresentar anualmente balanço, exato e fiel, de sua
II - pelo perecimento da coisa; administração.
III - pela resolução da propriedade; § 1o Se o devedor anticrético não concordar com o que se contém
IV - pela renúncia do credor; no balanço, por ser inexato, ou ruinosa a administração, poderá
V - pela remição; impugná-lo, e, se o quiser, requerer a transformação em
VI - pela arrematação ou adjudicação. arrendamento, fixando o juiz o valor mensal do aluguel, o qual
poderá ser corrigido anualmente.
Art. 1.500. Extingue-se ainda a hipoteca com a averbação, no § 2o O credor anticrético pode, salvo pacto em sentido contrário,
Registro de Imóveis, do cancelamento do registro, à vista da arrendar os bens dados em anticrese a terceiro, mantendo, até ser
respectiva prova. pago, direito de retenção do imóvel, embora o aluguel desse
arrendamento não seja vinculativo para o devedor.
Art. 1.501. Não extinguirá a hipoteca, devidamente registrada, a
arrematação ou adjudicação, sem que tenham sido notificados Art. 1.508. O credor anticrético responde pelas deteriorações
judicialmente os respectivos credores hipotecários, que não forem que, por culpa sua, o imóvel vier a sofrer, e pelos frutos e
de qualquer modo partes na execução. rendimentos que, por sua negligência, deixar de perceber.

Seção V Art. 1.509. O credor anticrético pode vindicar os seus direitos


Da Hipoteca de Vias Férreas contra o adquirente dos bens, os credores quirografários e os
Art. 1.502. As hipotecas sobre as estradas de ferro serão hipotecários posteriores ao registro da anticrese.
registradas no Município da estação inicial da respectiva linha. § 1o Se executar os bens por falta de pagamento da dívida, ou
permitir que outro credor o execute, sem opor o seu direito de
Art. 1.503. Os credores hipotecários não podem embaraçar a retenção ao exequente, não terá preferência sobre o preço.
exploração da linha, nem contrariar as modificações, que a § 2o O credor anticrético não terá preferência sobre a indenização
administração deliberar, no leito da estrada, em suas do seguro, quando o prédio seja destruído, nem, se forem
dependências, ou no seu material. desapropriados os bens, com relação à desapropriação.

Art. 1.504. A hipoteca será circunscrita à linha ou às linhas Art. 1.510. O adquirente dos bens dados em anticrese poderá
especificadas na escritura e ao respectivo material de exploração, remi-los, antes do vencimento da dívida, pagando a sua
no estado em que ao tempo da execução estiverem; mas os totalidade à data do pedido de remição e imitir-se-á, se for o
credores hipotecários poderão opor-se à venda da estrada, à de caso, na sua posse.
suas linhas, de seus ramais ou de parte considerável do material
de exploração; bem como à fusão com outra empresa, sempre TÍTULO XI
que com isso a garantia do débito enfraquecer. DA LAJE
Art. 1.510-A. O proprietário de uma construção-base poderá
Art. 1.505. Na execução das hipotecas será intimado o ceder a superfície superior ou inferior de sua construção a fim
representante da União ou do Estado, para, dentro em 15 dias, de que o titular da laje mantenha unidade distinta daquela
remir a estrada de ferro hipotecada, pagando o preço da originalmente construída sobre o solo.
arrematação ou da adjudicação. § 1o O direito real de laje contempla o espaço aéreo ou o
subsolo de TERRENOS PÚBLICOS OU PRIVADOS, tomados em
SÚMULA SOBRE HIPOTECA projeção vertical, como unidade imobiliária autônoma, não
contemplando as demais áreas edificadas ou não pertencentes ao
Súmula 308-STJ: A hipoteca firmada entre a construtora e o proprietário da construção-base.
agente financeiro, anterior ou posterior à celebração da § 2o O titular do direito real de laje responderá pelos encargos e
promessa de compra e venda, não tem eficácia perante os tributos que incidirem sobre a sua unidade.
adquirentes do imóvel § 3o Os titulares da laje, unidade imobiliária autônoma constituída
em matrícula própria, poderão dela usar, gozar e dispor.
CAPÍTULO IV § 4o A instituição do direito real de laje NÃO IMPLICA a
Da Anticrese atribuição de fração ideal de terreno ao titular da laje ou a
Art. 1.506. Pode o devedor ou outrem por ele, com a entrega do participação proporcional em áreas já edificadas.
imóvel ao credor, ceder-lhe o direito de perceber, em § 5o Os Municípios e o Distrito Federal poderão dispor sobre
compensação da dívida, os frutos e rendimentos. posturas edilícias e urbanísticas associadas ao direito real de laje.

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DIA 19 / 9

§ 6o O titular da laje poderá ceder a superfície de sua CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL


construção para a instituição de um SUCESSIVO DIREITO REAL
DE LAJE, desde que haja autorização expressa dos titulares da
LIVRO III
construção-base e das demais lajes, respeitadas as posturas
DOS PROCESSOS NOS TRIBUNAIS E DOS MEIOS DE
edilícias e urbanísticas vigentes.
IMPUGNAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS
TÍTULO I
JDC627 O direito real de laje em terreno privado É PASSÍVEL DA ORDEM DOS PROCESSOS E DOS PROCESSOS DE
DE USUCAPIÃO. COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DOS TRIBUNAIS
CAPÍTULO I
Art. 1.510-B. É expressamente vedado ao titular da laje DISPOSIÇÕES GERAIS
prejudicar com obras novas ou com falta de reparação a Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e
segurança, a linha arquitetônica ou o arranjo estético do mantê-la ESTÁVEL, ÍNTEGRA e COERENTE.
edifício, observadas as posturas previstas em legislação local. § 1o Na forma estabelecida e segundo os pressupostos fixados no
regimento interno, os tribunais editarão enunciados de súmula
Art. 1.510-C. Sem prejuízo, no que couber, das normas aplicáveis correspondentes a sua jurisprudência dominante.
aos condomínios edilícios, para fins do direito real de laje, as § 2o Ao editar enunciados de súmula, os tribunais devem ater-se
despesas necessárias à conservação e fruição das partes que às circunstâncias fáticas dos precedentes que motivaram sua
sirvam a todo o edifício e ao pagamento de serviços de criação.
interesse comum serão partilhadas entre o proprietário da
construção-base e o titular da laje, na proporção que venha a FPPC167. (art. 926) A aplicação dos enunciados das súmulas
ser estipulada em contrato. deve ser realizada a partir dos precedentes que os formaram
§ 1o São partes que servem a todo o edifício: e dos que os aplicaram posteriormente.
I - os alicerces, colunas, pilares, paredes-mestras e todas as partes FPPC314. (arts. 926 e 927, I e V). As decisões judiciais devem
restantes que constituam a estrutura do prédio; respeitar os precedentes do STF, em matéria constitucional,
II - o telhado ou os terraços de cobertura, ainda que destinados e do STJ, em matéria infraconstitucional federal.
ao uso exclusivo do titular da laje; FPPC316. (art. 926). A estabilidade da jurisprudência do
III - as instalações gerais de água, esgoto, eletricidade, tribunal depende também da observância de seus próprios
aquecimento, ar condicionado, gás, comunicações e semelhantes precedentes, inclusive por seus órgãos fracionários.
que sirvam a todo o edifício; e FPPC323. (arts. 926 e 927). A formação dos precedentes
IV - em geral, as coisas que sejam afetadas ao uso de todo o observará os princípios da LEGALIDADE, da SEGURANÇA
edifício. JURÍDICA, da PROTEÇÃO da CONFIANÇA e da ISONOMIA.
§ 2o É assegurado, em qualquer caso, o direito de qualquer FPPC453. (arts. 926 e 1.022, parágrafo único, I) A estabilidade a
interessado em promover reparações urgentes na construção que se refere o caput do art. 926 consiste no dever de os
na forma do parágrafo único do art. 249 deste Código. tribunais observarem os próprios precedentes.
FPPC454. (arts. 926 e 1.022, parágrafo único, I) Uma das
Art. 1.510-D. Em caso de alienação de qualquer das unidades dimensões da coerência a que se refere o caput do art. 926
sobrepostas, terão direito de preferência, em igualdade de consiste em os tribunais não ignorarem seus próprios
condições com terceiros, os titulares da construção-base e da precedentes (dever de autorreferência)
laje, nessa ordem, que serão cientificados por escrito para que se FPPC455. (art. 926) Uma das dimensões do dever de coerência
manifestem no prazo de 30 dias, salvo se o contrato dispuser de significa o dever de não-contradição, ou seja, o dever de os
modo diverso. tribunais não decidirem casos análogos contrariamente às
§ 1o O titular da construção-base ou da laje a quem não se der decisões anteriores, salvo distinção ou superação.
conhecimento da alienação poderá, mediante depósito do FPPC456. (art. 926) Uma das dimensões do dever de
respectivo preço, haver para si a parte alienada a terceiros, se o integridade consiste em os tribunais decidirem em
requerer no prazo decadencial de 180 dias, contado da data de conformidade com a unidade do ordenamento jurídico.
alienação. FPPC457. (art. 926) Uma das dimensões do dever de
§ 2o Se houver mais de uma laje, terá preferência, sucessivamente, integridade previsto no caput do art. 926 consiste na
o titular das lajes ascendentes e o titular das lajes descendentes, observância das técnicas de distinção e superação dos
assegurada a prioridade para a laje mais próxima à unidade precedentes, sempre que necessário para adequar esse
sobreposta a ser alienada. entendimento à interpretação contemporânea do
ordenamento jurídico.
Art. 1.510-E. A ruína da construção-base implica extinção do FPPC458. (926, 927, §1º, e 10) Para a aplicação, de ofício, de
direito real de laje, salvo: precedente vinculante, o órgão julgador deve intimar
I - se este tiver sido instituído sobre o subsolo; previamente as partes para que se manifestem sobre ele.
II - se a construção-base não for reconstruída no prazo de 5 JDPC59 Não é exigível identidade absoluta entre casos para
anos. a aplicação de um precedente, seja ele vinculante ou não,
Parágrafo único. O disposto neste artigo não afasta o direito a bastando que ambos possam compartilhar os mesmos
eventual reparação civil contra o culpado pela ruína. fundamentos determinantes.

Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:

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DIA 19 / 10

I - as decisões do STF em controle concentrado de FPPC175. (art. 927, § 2º) O relator deverá fundamentar a decisão
constitucionalidade; que inadmitir a participação de pessoas, órgãos ou entidades e
II - os enunciados de súmula vinculante; deverá justificar a não realização de audiências públicas
III - os acórdãos em incidente de assunção de competência FPPC315. (art. 927). Nem todas as decisões formam
(IAC) ou de resolução de demandas repetitivas (IRRD) e em precedentes vinculantes.
julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos; FPPC317. (art. 927). O efeito vinculante do precedente
IV - os enunciados das súmulas do STF em matéria decorre da adoção dos mesmos fundamentos determinantes
constitucional e do STJ em matéria infraconstitucional; pela maioria dos membros do colegiado, cujo entendimento
V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais tenha ou não sido sumulado.
estiverem vinculados. FPPC318. (art. 927). Os fundamentos prescindíveis para o
§ 1o Os juízes e os tribunais observarão o disposto no art. 10 e no alcance do resultado fixado no dispositivo da decisão (obiter
art. 489, § 1o (oportunizar às partes para se manifestarem), quando dicta), ainda que nela presentes, não possuem efeito de
decidirem com fundamento neste artigo. precedente vinculante.
§ 2o A alteração de tese jurídica adotada em enunciado de súmula FPPC319. (art. 927). Os fundamentos não adotados ou
ou em julgamento de casos repetitivos poderá ser precedida de referendados pela maioria dos membros do órgão julgador não
audiências públicas e da participação de pessoas, órgãos ou possuem efeito de precedente vinculante
entidades que possam contribuir para a rediscussão da tese. FPPC320. (art. 927). Os tribunais poderão sinalizar aos
§ 3o Na hipótese de alteração de jurisprudência dominante do jurisdicionados sobre a possibilidade de mudança de
Supremo Tribunal Federal e dos tribunais superiores ou daquela entendimento da corte, com a eventual superação ou a
oriunda de julgamento de casos repetitivos, pode haver criação de exceções ao precedente para casos futuros.
modulação dos efeitos da alteração no interesse social e no da FPPC321. (art. 927, § 4º). A modificação do entendimento
segurança jurídica. sedimentado poderá ser realizada nos termos da Lei nº 11.417,
§ 4o A modificação de enunciado de súmula, de jurisprudência de 19 de dezembro de 2006, quando se tratar de enunciado de
pacificada ou de tese adotada em julgamento de casos súmula vinculante; do regimento interno dos tribunais, quando
repetitivos observará a necessidade de fundamentação se tratar de enunciado de súmula ou jurisprudência dominante;
adequada e específica, considerando os princípios da e, incidentalmente, no julgamento de recurso, na remessa
segurança jurídica, da proteção da confiança e da isonomia. necessária ou causa de competência originária do tribunal.
§ 5o Os tribunais darão publicidade a seus precedentes, FPPC322. (art. 927, §4º). A modificação de precedente
organizando-os por questão jurídica decidida e divulgando-os, vinculante poderá fundar-se, entre outros motivos, na
preferencialmente, na rede mundial de computadores. revogação ou modificação da lei em que ele se baseou, ou
em alteração econômica, política, cultural ou social
FPPC2. (arts. 10 e 927, § 1º) Para a formação do precedente, referente à matéria decidida
somente podem ser usados argumentos submetidos ao con- FPPC324. (art. 927). Lei nova, incompatível com o precedente
traditório. judicial, é fato que acarreta a não aplicação do precedente
FPPC55. (art. 927, § 3º) Pelos pressupostos do § 3º do art. 927, a por qualquer juiz ou tribunal, ressalvado o reconhecimento
modificação do precedente tem, como regra, eficácia tem- de sua inconstitucionalidade, a realização de interpretação
poral prospectiva. No entanto, pode haver modulação tem- conforme ou a pronúncia de nulidade sem redução de texto
poral, no caso concreto. FPPC325. (arts. 927 e 15). A modificação de entendimento
FPPC168. (art. 927, I; art. 988, III) Os fundamentos determinantes sedimentado pelos tribunais trabalhistas deve observar a
do julgamento de ação de controle concentrado de sistemática prevista no art. 927, devendo se desincumbir do
constitucionalidade realizado pelo STF caracterizam a ratio ônus argumentativo mediante fundamentação adequada e
decidendi do precedente e possuem efeito vinculante para específica, modulando, quando necessário, os efeitos da decisão
todos os órgãos jurisdicionais. que supera o entendimento anterior.
FPPC169. (art. 927) Os órgãos do Poder Judiciário devem FPPC459. (arts. 927, §1º, 489, §1º, V e VI, e 10) As normas sobre
obrigatoriamente seguir os seus próprios precedentes, sem fundamentação adequada quanto à distinção e superação e
prejuízo do disposto nos § 9º do art. 1.037 e §4º do art. 927 sobre a observância somente dos argumentos submetidos ao
FPPC170. (art. 927, caput) As decisões e precedentes previstos contraditório são aplicáveis a todo o microssistema de
nos incisos do caput do art. 927 são vinculantes aos órgãos formação dos precedentes.
jurisdicionais a eles submetidos. FPPC460. (arts. 927, §1º, 138) O microssistema de aplicação e
FPPC171. (art. 927, II, III e IV; art. 15) Os juízes e tribunais formação dos precedentes deverá respeitar as técnicas de
regionais do trabalho estão vinculados aos precedentes do TST ampliação do contraditório para amadurecimento da tese,
em incidente de assunção de competência em matéria como a realização de audiências públicas prévias e
infraconstitucional relativa ao direito e ao processo do trabalho, participação de amicus curiae.
bem como às suas súmulas. FPPC461. (arts. 927, §2º, e art. 947) O disposto no §2º do art.
FPPC172. (art. 927, § 1º) A decisão que aplica precedentes, 927 aplica-se ao incidente de assunção de competência.
com a ressalva de entendimento do julgador, não é FPPC549. (art. 927; Lei n.º 10.259/2001) – O rol do art. 927 e os
contraditória precedentes da Turma Nacional de Uniformização dos Juizados
FPPC173. (art. 927) Cada fundamento determinante adotado na Especiais Federais deverão ser observados no âmbito dos
decisão capaz de resolver de forma suficiente a questão jurídica Juizados Especiais.
induz os efeitos de precedente vinculante, nos termos do FPPC591. (arts.927, §5º; 950, §3º; 979) O tribunal dará ampla
Código de Processo Civil publicidade ao acórdão que decidiu pela instauração do

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DIA 19 / 11

incidente de arguição de inconstitucionalidade, incidente de REVISIONAL de trato sucessivo, se sobrevier precedente


assunção de competência ou incidente de resolução de contrário, a partir dali a decisão terá que ser
demandas repetitivas, cabendo, entre outras medidas, sua revista.
publicação em seção específica no órgão oficial e indicação
clara na página do tribunal na rede mundial de computadores. Art. 928. Para os fins deste Código, CONSIDERA-SE
JULGAMENTO DE CASOS REPETITIVOS a decisão proferida em:
DEVERES RELACIONADOS AOS PRECEDENTES I - incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR);
II - recursos especial e extraordinário repetitivos.
Art. 926. Os tribunais devem uniformizar Parágrafo único. O julgamento de casos repetitivos tem por
UNIFORMIZAÇÃO sua jurisprudência. objeto questão de direito material ou processual.
Visa evitar divergências internas.
Visa assegurar segurança jurídica. FPPC327. (art. 928, parágrafo único). Os precedentes vinculantes
ESTABILIDADE Para mudança de posicionamento, deve-se podem ter por objeto questão de direito material ou processual
fundamentar de forma adequada.
PUBLICIDADE Art. 926, §5°. Os tribunais darão publicida- CAPÍTULO II
de a seus precedentes... DA ORDEM DOS PROCESSOS NO TRIBUNAL
Art. 929. Os autos serão registrados no protocolo do tribunal no
Art. 926. Os tribunais devem uniformizar dia de sua entrada, cabendo à secretaria ordená-los, com
sua jurisprudência e mantê-la estável, ín- imediata distribuição.
tegra e coerente. Parágrafo único. A critério do tribunal, os serviços de protocolo
Fredie Didier: a coerência e a integridade poderão ser descentralizados, mediante delegação a ofícios de
são pressupostos para que a jurispru- justiça de primeiro grau.
COERÊNCIA E dência seja universalizada. A coerência
INTEGRIDADE pode ser analisada sobre vários aspectos Art. 930. Far-se-á a distribuição de acordo com o regimento
(formal e substancial) e dimensões (exter- interno do tribunal, observando-se a alternatividade, o sorteio
na e interna). eletrônico e a publicidade.
Coerência formal - ligada à noção de não- Parágrafo único. O primeiro recurso protocolado no tribunal
contradição. tornará prevento o relator para eventual recurso subsequente
Coerência substancial - ligada à ideia de interposto no mesmo processo ou em processo conexo.
conexão positiva de sentido
Coerência externa - impõe ao tribunal o Art. 931. Distribuídos, os autos serão imediatamente conclusos
respeito às suas próprias decisões anterio- ao relator, que, em 30 dias, depois de elaborar o voto, restituí-
res, em respeito ao princípio da igualdade. los-á, com relatório, à secretaria.
Impõe o dever de autorreferência, de diá-
logo com os precedentes anteriores. Art. 932. Incumbe ao relator:
Coerência interna - relacionado com a I - dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à
construção do precedente (com o dever de produção de prova, bem como, quando for o caso, homologar
fundamentação). autocomposição das partes;
II - apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos
EFEITOS DOS PRECEDENTES processos de competência originária do tribunal;
III - NÃO CONHECER de recurso inadmissível, prejudicado ou
OBRIGATÓRIO É o efeito vinculante, que impõe que o proce- que não tenha impugnado especificamente os fundamentos
dente deve ser seguido. da decisão recorrida;
É o efeito retórico do precedente. Serve para IV - NEGAR PROVIMENTO a recurso que for contrário a:
PERSUASIVO tentar convencer o juiz de suas razões. a) súmula do STF, do STJ ou do próprio tribunal;
Efeito mínimo que pode ser encontrado em b) acórdão proferido pelo STF ou pelo STJ em julgamento de
qualquer precedente. recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de
Servem para obstar recursos, demandas, etc. demandas repetitivas (IRDR) ou de assunção de competência
OBSTATIVO Alguns precedentes permitem ao relator negar (IAC);
seguimento ou provimento ao recurso, p.ex. V - depois de facultada a apresentação de contrarrazões, DAR
AUTORIZANTE Autorizam, p.ex, a concessão de tutela PROVIMENTO ao recurso se a decisão recorrida for contrária
antecipada. a:
a) súmula do STF, do STJ ou do próprio tribunal;
Decisão do STF em controle de b) acórdão proferido pelo STF ou pelo STJ em julgamento de
constitucionalidade, que seja posterior a recursos repetitivos;
RESCINDENTE decisão judicial, pode autorizar à rescisão da c) entendimento firmado em incidente de resolução de
decisão anterior (art. 525, §15, NCPC). O demandas repetitivas (IRDR) ou de assunção de competência
precedente do STF, nesse caso, tem força (IAC);
rescindente sobre a coisa julgada.
Diante de sentença que regula relação jurídica

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DIA 19 / 12

VI - decidir o incidente de desconsideração da personalidade justificação prévia


jurídica, quando este for instaurado originariamente perante o FPPC648. (art.932, IV, V e VIII) Viola o disposto no art. 932 a
tribunal; previsão em regimento interno de tribunal que estabeleça a
VII - determinar a intimação do Ministério Público, quando for o possibilidade de julgamento monocrático de recurso ou ação
caso; de competência originária com base em “jurisprudência
VIII - exercer outras atribuições estabelecidas no regimento dominante” ou “entendimento dominante”
interno do tribunal. JDPC66 Admite-se a correção da falta de comprovação do
Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o feriado local ou da suspensão do expediente forense,
relator concederá o prazo de 5 dias ao recorrente para que posteriormente à interposição do recurso, com fundamento
seja sanado vício ou complementada a documentação exigível. no art. 932, parágrafo único, do CPC.

FPPC81. (art. 932, V) Por não haver prejuízo ao contraditório, Art. 933. Se o relator constatar a ocorrência de fato
é dispensável a oitiva do recorrido antes do provimento superveniente à decisão recorrida ou a existência de questão
monocrático do recurso, quando a decisão recorrida: apreciável de ofício ainda não examinada que devam ser
(a) indeferir a inicial; considerados no julgamento do recurso, intimará as partes para
(b) indeferir liminarmente a justiça gratuita; ou que se manifestem no prazo de 5 dias.
(c) alterar liminarmente o valor da causa. § 1o Se a constatação ocorrer durante a sessão de julgamento,
FPPC82. (art. 932, parágrafo único; art. 938, § 1º) É DEVER do esse será imediatamente suspenso a fim de que as partes se
relator, e não faculdade, conceder o prazo ao recorrente manifestem especificamente.
para sanar o vício ou complementar a documentação exigível, § 2o Se a constatação se der em vista dos autos, deverá o juiz que
antes de inadmitir qualquer recurso, inclusive os excepcionais. a solicitou encaminhá-los ao relator, que tomará as providências
FPPC83. (art. 932, parágrafo único; art. 76, § 2º; art. 104, § 2º; art. previstas no caput e, em seguida, solicitará a inclusão do feito em
1.029, § 3º) Fica superado o enunciado 115 da súmula do STJ pauta para prosseguimento do julgamento, com submissão
após a entrada em vigor do CPC (“Na instância especial é integral da nova questão aos julgadores.
inexistente recurso interposto por advogado sem procuração nos
autos”)
FPPC197. (art. 932, parágrafo único; 1.029, §3º). Aplica-se o FPPC594. (arts.933; 10) O art. 933 incide no controle
disposto no parágrafo único do art. 932 aos vícios sanáveis de concentrado-abstrato de constitucionalidade.
todos os recursos, inclusive dos recursos excepcionais FPPC595. (art.933, §1º) No curso do julgamento, o advogado
FPPC462. (arts. 932, 489, §1º, V e VI) É NULA, por usurpação de poderá pedir a palavra, pela ordem, para indicar que
competência funcional do órgão colegiado, a decisão do determinada questão suscitada na sessão não foi submetida ao
relator que julgar monocraticamente o mérito do recurso, prévio contraditório, requerendo a aplicação do §1º do art. 933.
sem demonstrar o alinhamento de seu pronunciamento JDPC60 É direito das partes a manifestação por escrito, no prazo
judicial com um dos padrões decisórios descritos no art. 932 de 5 dias, sobre fato superveniente ou questão de ofício na
PPC463. (arts. 932, parágrafo único, 933 e 9º, 10) O parágrafo hipótese do art. 933, § 1º, do CPC, ressalvada a concordância
único do art. 932 e o art. 933 devem ser aplicados aos expressa com a forma oral em sessão.
recursos interpostos antes da entrada em vigor do
CPC/2015 e ainda pendentes de julgamento Art. 934. Em seguida, os autos serão apresentados ao presidente,
FPPC464. (arts. 932 e 1.021; Lei 9.099/1995; Lei 10.259/2001; Lei que designará dia para julgamento, ordenando, em todas as
12.153/2009) A decisão unipessoal (monocrática) do relator em hipóteses previstas neste Livro, a publicação da pauta no órgão
Turma Recursal é impugnável por agravo interno. oficial.
FPPC645. (arts. 932,933(arts. 932,933, 938 e 139) Ao relator se
conferem os poderes e os deveres do art. 139 FPPC649. (arts.934, 935 e 940, caput e §1º) A retomada do
FPPC550. (art. 932, parágrafo único; art. 6º; art. 10; art. 1.029, julgamento após devolução de pedido de vista depende de
§3º; art. 1.033; art.1.035) A inexistência de repercussão geral inclusão em nova pauta, a ser publicada com antecedência
da questão constitucional discutida no recurso mínima de 5 dias, ressalvada a hipótese de o magistrado que
extraordinário É VÍCIO INSANÁVEL, não se aplicando o requereu a vista declarar que levará o processo na sessão
dever de prevenção de que trata o parágrafo único do art. 932, seguinte
sem prejuízo do disposto no art. 1.033.
FPPC551. (art. 932, parágrafo único; art. 6º; art. 10; art. 1.003,
Art. 935. Entre a data de publicação da pauta e a da sessão de
§6º) Cabe ao relator, antes de não conhecer do recurso por
julgamento decorrerá, pelo menos, o prazo de 5 dias, incluindo-
intempestividade, conceder o prazo de 5 dias úteis para que
se em nova pauta os processos que não tenham sido julgados,
o recorrente prove qualquer causa de prorrogação,
salvo aqueles cujo julgamento tiver sido expressamente adiado
suspensão ou interrupção do prazo recursal a justificar a
para a primeira sessão seguinte.
tempestividade do recurso.
§ 1o Às partes será permitida vista dos autos em cartório após
FPPC592. (arts.932, V; 1.019) Aplica-se o inciso V do art. 932 ao
a publicação da pauta de julgamento.
agravo de instrumento.
§ 2o Afixar-se-á a pauta na entrada da sala em que se realizar a
FPCC646. (arts.932, I e 938, §3º) Constatada a necessidade de
sessão de julgamento.
produção de prova em grau de recurso, o relator tem o dever
de conversão do julgamento em diligência.
FPPC647. (arts.932, II, 938 e art. 300, §2°) A tutela provisória FPPC84. (art. 935) A ausência de publicação da pauta gera
pode ser concedida pelo relator liminarmente ou após nulidade do acórdão que decidiu o recurso, ainda que não

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DIA 19 / 13

haja previsão de sustentação oral, ressalvada, apenas, a FPPC651. (arts.937, 947, 976 e 984). É admissível sustentação
hipótese do §1º do art. 1.024, na qual a publicação da pauta oral na sessão de julgamento designada para o juízo de
é dispensável. admissibilidade do incidente de resolução de demandas
FPPC198. (art. 935) Identificada a ausência ou a irregularidade de repetitivas ou do incidente de assunção de competência,
publicação da pauta, antes de encerrado o julgamento, incumbe sendo legitimados os mesmos sujeitos indicados nos arts. 984 e
ao órgão julgador determinar sua correção, procedendo a nova 947, §1º.
publicação JDPC61 Deve ser franqueado às partes sustentar oralmente as
FPPC650. (arts.935 e 1.024, caput e §1º) Os embargos de suas razões, na forma e pelo prazo previsto no art. 937, caput,
declaração, se não submetidos a julgamento na primeira sessão do CPC, no agravo de instrumento que impugne decisão de
subsequente à sua oposição, deverão ser incluídos em pauta resolução parcial de mérito (art. 356, § 5º, do CPC).

Art. 936. Ressalvadas as preferências legais e regimentais, os Art. 938. A questão preliminar suscitada no julgamento será
recursos, a remessa necessária e os processos de competência decidida antes do mérito, deste não se conhecendo caso seja
originária serão julgados na seguinte ordem: incompatível com a decisão.
I - aqueles nos quais houver sustentação oral, observada a § 1o Constatada a ocorrência de vício sanável, inclusive aquele
ordem dos requerimentos; que possa ser conhecido de ofício, o relator determinará a
II - os requerimentos de preferência apresentados até o início realização ou a renovação do ato processual, no próprio
da sessão de julgamento; tribunal ou em 1° grau de jurisdição, intimadas as partes.
III - aqueles cujo julgamento tenha iniciado em sessão anterior; § 2o Cumprida a diligência de que trata o § 1 o, o relator, sempre
e que possível, prosseguirá no julgamento do recurso.
IV - os demais casos. § 3o Reconhecida a necessidade de produção de prova, o
relator converterá o julgamento em diligência, que se realizará
Art. 937. Na sessão de julgamento, depois da exposição da causa no tribunal ou em 1° grau de jurisdição, decidindo-se o recurso
pelo relator, o presidente dará a palavra, sucessivamente, ao após a conclusão da instrução.
recorrente, ao recorrido e, nos casos de sua intervenção, ao § 4o Quando não determinadas pelo relator, as providências
membro do Ministério Público, pelo prazo improrrogável de 15 indicadas nos §§ 1o e 3o poderão ser determinadas pelo órgão
minutos para cada um, a fim de sustentarem suas razões, nas competente para julgamento do recurso.
seguintes hipóteses, nos termos da parte final do caput do art.
1.021:
FPPC332. (arts. 938, §1º, e 15). Considera-se vício sanável,
I - no recurso de apelação;
tipificado no art. 938, §1º, a apresentação da procuração e da
II - no recurso ordinário;
guia de custas ou depósito recursal em cópia, cumprindo ao
III - no recurso especial;
relator assinalar prazo para a parte renovar o ato processual
IV - no recurso extraordinário;
com a juntada dos originais.
V - nos embargos de divergência;
FPPC333. (arts. 938, §1º e 15). Em se tratando de guia de custas e
VI - na ação rescisória, no mandado de segurança e na
depósito recursal inseridos no sistema eletrônico, estando o
reclamação;
arquivo corrompido, impedido de ser executado ou de ser lido,
VIII - no agravo de instrumento interposto contra decisões
deverá o relator assegurar a possibilidade de sanar o vício, nos
interlocutórias que versem sobre tutelas provisórias de
termos do art. 938, §1º.
urgência ou da evidência;
FPPC652. (arts. 938,caput e 939) Cada questão preliminar
IX - em outras hipóteses previstas em lei ou no regimento interno
suscitada será objeto de votação específica no julgamento.
do tribunal.
§ 1o A sustentação oral no incidente de resolução de demandas
repetitivas observará o disposto no art. 984, no que couber. Art. 939. Se a preliminar for rejeitada ou se a apreciação do
§ 2o O procurador que desejar proferir sustentação oral poderá mérito for com ela compatível, seguir-se-ão a discussão e o
requerer, até o início da sessão, que o processo seja julgado em julgamento da matéria principal, sobre a qual deverão se
primeiro lugar, sem prejuízo das preferências legais. pronunciar os juízes vencidos na preliminar.
§ 3o Nos processos de competência originária previstos no
inciso VI, caberá sustentação oral no agravo interno interposto Art. 940. O relator ou outro juiz que não se considerar habilitado
contra decisão de relator que o extinga. a proferir imediatamente seu voto poderá solicitar vista pelo
§ 4o É permitido ao advogado com domicílio profissional em prazo máximo de 10 dias, após o qual o recurso será reincluído
cidade diversa daquela onde está sediado o tribunal realizar em pauta para julgamento na sessão seguinte à data da
sustentação oral por meio de videoconferência ou outro devolução.
recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo § 1o Se os autos não forem devolvidos tempestivamente ou se
real, desde que o requeira até o dia anterior ao da sessão. não for solicitada pelo juiz prorrogação de prazo de no máximo
mais 10 dias, o presidente do órgão fracionário os requisitará
para julgamento do recurso na sessão ordinária subsequente,
FPPC596. (art.937, VIII) Será assegurado às partes o direito de
com publicação da pauta em que for incluído.
sustentar oralmente no julgamento de agravo de instrumento
§ 2o Quando requisitar os autos na forma do § 1 o, se aquele que
que verse sobre tutela provisória e que esteja pendente de
fez o pedido de vista ainda não se sentir habilitado a votar, o
julgamento por ocasião da entrada em vigor do CPC de 2015,
presidente convocará substituto para proferir voto, na forma
ainda que o recurso tenha sido interposto na vigência do CPC
estabelecida no regimento interno do tribunal.
de 1973.

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DIA 19 / 14

Art. 941. Proferidos os votos, o presidente anunciará o resultado unânime no âmbito dos Juizados Especiais
do julgamento, designando para redigir o acórdão o relator FPPC599. (art.942) A revisão do voto, após a ampliação do
ou, se vencido este, o autor do primeiro voto vencedor. colegiado, não afasta a aplicação da técnica de julgamento do
§ 1o O voto poderá ser alterado até o momento da art. 942
proclamação do resultado pelo presidente, salvo aquele já JDPC62 Aplica-se a técnica prevista no art. 942 do CPC no
proferido por juiz afastado ou substituído. julgamento de recurso de apelação interposto em mandado
§ 2o No julgamento de apelação ou de agravo de instrumento, a de segurança.
decisão será tomada, no órgão colegiado, pelo voto de 3 juízes. JDPC63 A técnica de que trata o art. 942, § 3º, I, do CPC aplica-
§ 3o O voto vencido será necessariamente declarado e se à hipótese de rescisão parcial do julgado.
considerado parte integrante do acórdão para todos os fins CJF 137: Se o recurso do qual se originou a decisão embargada
legais, inclusive de pré-questionamento. comportou a aplicação da técnica do art. 942 do CPC, os
declaratórios eventualmente opostos serão julgados com a
FPPC200. (art. 941, § 3º, e 15) Fica superado o enunciado 320 da composição ampliada.
súmula do STJ (“A questão federal somente ventilada no voto vencido
não atende ao requisito do prequestionamento”)
TÉCNICA DE AMPLIAÇÃO DO COLEGIADO
FPPC597. (arts.941, caput; 943) Ainda que o resultado do
julgamento seja unânime, é obrigatória a inclusão no APLICA-SE NÃO SE APLICA
acórdão dos fundamentos empregados por todos os
Apelação IAC
julgadores para dar base à decisão.
FPPC598. (arts.941; 1.021) Cabem embargos de declaração Ação rescisório, quando for IRDR
para suprir a omissão do acórdão que, embora convergente rescindir a sentença
na conclusão, deixe de declarar os fundamentos divergentes.
Agravo de instrumento, Remessa necessária
FPPC653. (art.941) Divergindo os julgadores quanto às razões de
quando houver reforma da
decidir, mas convergindo na conclusão, caberá ao magistrado Não unânime proferido, nos
decisão parcial de mérito
que primeiro deduziu o fundamento determinante vencedor Tribunais, pelo Pleno ou Corte
redigir o acórdão Especial
Apelação interposta em MS Não unânime proferido dos
Art. 942. [TÉCNICA DE AMPLIAÇÃO DO COLEGIADO] Quando o (JDPC62) Juizados (FPPC599)
resultado da APELAÇÃO for não unânime, o julgamento terá
prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de Rescisão parcial do julgado Embargos infringentes
outros julgadores, que serão convocados nos termos (JDPC63) pendentes ao tempo do início
previamente definidos no regimento interno, em número da vigência do CPC (FPPC466)
suficiente para garantir a possibilidade de inversão do
resultado inicial, assegurado às partes e a eventuais terceiros Art. 943. Os votos, os acórdãos e os demais atos processuais
o direito de sustentar oralmente suas razões perante os novos podem ser registrados em documento eletrônico inviolável e
julgadores. assinados eletronicamente, na forma da lei, devendo ser
§ 1o Sendo possível, o prosseguimento do julgamento dar-se-á na impressos para juntada aos autos do processo quando este não
mesma sessão, colhendo-se os votos de outros julgadores que for eletrônico.
porventura componham o órgão colegiado. § 1o Todo acórdão conterá ementa.
§ 2o Os julgadores que já tiverem votado PODERÃO REVER § 2o Lavrado o acórdão, sua ementa será publicada no órgão
SEUS VOTOS por ocasião do prosseguimento do julgamento. oficial no prazo de 10 dias.
§ 3o A técnica de julgamento prevista neste artigo APLICA-SE,
igualmente, ao julgamento não unânime proferido em:
FPPC654. (arts.943, § 1º e 494, I) Erro material identificado na
I - AÇÃO RESCISÓRIA, quando o resultado for a rescisão da
ementa, inclusive decorrente de divergência com o acórdão, é
sentença, devendo, nesse caso, seu prosseguimento ocorrer em
corrigível a qualquer tempo, de ofício ou mediante
órgão de maior composição previsto no regimento interno;
requerimento.
II - AGRAVO DE INSTRUMENTO, quando houver reforma da
decisão que julgar parcialmente o mérito.
§ 4o NÃO SE APLICA o disposto neste artigo ao julgamento: Art. 944. Não publicado o acórdão no prazo de 30 dias, contado
I - do incidente de assunção de competência (IAC) e ao de da data da sessão de julgamento, as notas taquigráficas o
resolução de demandas repetitivas (IRDR); substituirão, para todos os fins legais, independentemente de
II - da remessa necessária; revisão.
III - não unânime proferido, nos tribunais, pelo plenário ou Parágrafo único. No caso do caput, o presidente do tribunal
pela corte especial. lavrará, de imediato, as conclusões e a ementa e mandará
publicar o acórdão.

FPPC466. (art. 942) A técnica do art. 942 não se aplica aos


Art. 946. O agravo de instrumento será julgado antes da apelação
embargos infringentes pendentes ao tempo do início da
interposta no mesmo processo.
vigência do CPC, cujo julgamento deverá ocorrer nos termos
Parágrafo único. Se ambos os recursos de que trata o caput hou-
dos arts. 530 e seguintes do CPC de 1973.
verem de ser julgados na mesma sessão, terá precedência o agra-
FPPC552. (art. 942; Lei n.º 9.099/1995) Não se aplica a TÉCNICA
vo de instrumento.
DE AMPLIAÇÃO DO COLEGIADO em caso de julgamento não

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DIA 19 / 15

CAPÍTULO III Art. 948. Arguida, EM CONTROLE DIFUSO, a inconstitucionalida-


DO INCIDENTE DE ASSUNÇÃO DE COMPETÊNCIA (IAC) de de lei ou de ato normativo do poder público, o relator, após
Art. 947. É admissível a assunção de competência quando o jul- ouvir o Ministério Público e as partes, submeterá a questão à
gamento de RECURSO, de REMESSA NECESSÁRIA ou de pro- turma ou à câmara à qual competir o conhecimento do pro-
cesso de COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA envolver relevante ques- cesso.
tão de direito, com GRANDE REPERCUSSÃO SOCIAL, SEM RE-
PETIÇÃO EM MÚLTIPLOS PROCESSOS. Art. 949. Se a arguição for:
§ 1o Ocorrendo a hipótese de assunção de competência, o relator I - rejeitada, prosseguirá o julgamento;
proporá, de ofício ou a requerimento da parte, do Ministério II - acolhida, a questão será submetida ao plenário do tribunal
Público ou da Defensoria Pública, que seja o recurso, a remessa ou ao seu órgão especial, onde houver.
necessária ou o processo de competência originária julgado pelo Parágrafo único. Os órgãos fracionários dos tribunais NÃO
órgão colegiado que o regimento indicar. SUBMETERÃO ao plenário ou ao órgão especial a arguição de
§ 2o O órgão colegiado julgará o recurso, a remessa necessária inconstitucionalidade quando JÁ HOUVER PRONUNCIAMEN-
ou o processo de competência originária SE RECONHECER INTE- TO DESTES OU DO PLENÁRIO DO STF sobre a questão.
RESSE PÚBLICO na assunção de competência.
§ 3o O acórdão proferido em assunção de competência VINCU- Art. 950. Remetida cópia do acórdão a todos os juízes, o presi-
LARÁ todos os juízes e órgãos fracionários, exceto se houver dente do tribunal designará a sessão de julgamento.
revisão de tese. § 1o As pessoas jurídicas de direito público responsáveis pela edi-
§ 4o Aplica-se o disposto neste artigo quando ocorrer relevante ção do ato questionado poderão manifestar-se no incidente de
questão de direito a respeito da qual seja conveniente a preven- inconstitucionalidade se assim o requererem, observados os pra-
ção ou a composição de divergência entre câmaras ou turmas do zos e as condições previstos no regimento interno do tribunal.
tribunal. § 2o A parte legitimada à propositura das ações previstas no art.
103 da Constituição Federal poderá manifestar-se, por escrito, so-
FPPC201. (arts. 947, 983 e 984) Aplicam-se ao incidente de as- bre a questão constitucional objeto de apreciação, no prazo pre-
sunção de competência as regras previstas nos arts. 983 e 984. visto pelo regimento interno, sendo-lhe assegurado o direito de
FPPC202. (arts. 947, § 1º, 978) O órgão colegiado a que se refere apresentar memoriais ou de requerer a juntada de documen-
o § 1º do art. 947 deve atender aos mesmos requisitos previstos tos.
pelo art. 978. § 3o Considerando a relevância da matéria e a representatividade
FPPC334. (art. 947). Por força da expressão “sem repetição em dos postulantes, o relator poderá admitir, por despacho irre-
múltiplos processos”, NÃO CABE o IAC quando couber julga- corrível, a manifestação de outros órgãos ou entidades.
mento de casos repetitivos.
FPPC467. (arts. 947, 179, 976, §2º, 982, III, 983, caput, 984, II, “a”) FPPC601. (arts.950, §§ 1º e 10) Instaurado o incidente de argui-
O Ministério Público deve ser obrigatoriamente intimado no ção de inconstitucionalidade, as pessoas jurídicas de direito pú-
IAC. blico responsáveis pela edição do ato normativo questionado
FPPC468. (art. 947). O IAC aplica-se em qualquer tribunal. deverão ser intimadas para que tenham ciência do teor do acór-
FPPC469. (Art. 947). A “grande repercussão social”, pressuposto dão do órgão fracionário que o instaurou.
para a instauração do IAC, abrange, dentre outras, repercussão
jurídica, econômica ou política.
FPPC600. (art.947). O IAC pode ter por objeto a solução de re- CISÃO FUNCIONAL DE COMPETÊNCIA: no controle difuso-
levante questão de direito material ou processual. concreto, o pronunciamento do plenário ou do órgão
FPPC655. (arts.947 e 976; CPC/1973, art. 476) Desde que presen- especial irá se restringir à análise da inconstitucionalidade
tes os requisitos de cabimento, os incidentes de uniformiza- da lei em tese (antecedente), sendo o julgamento do caso
ção de jurisprudência pendentes de julgamento na vigência concreto feito pelo órgão fracionário (consequente), o qual
do CPC/2015 deverão ser processados conforme as regras estará vinculado àquele pronunciamento.
*https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/2599313/no-tocante-ao-controle-difuso-de-constitucio-
do IRDR ou do IAC, especialmente as atinentes ao contraditó-
nalidade-o-que-se-entende-pela-cisao-funcional-de-competencia-denise-cristina-manto-
rio vani-cera

CAPÍTULO V
IAC IRDR
DO CONFLITO DE COMPETÊNCIA
É admissível quando o julga- É cabível quando houver, si- Art. 951. O conflito de competência pode ser suscitado por
mento de RECURSO, de RE- multaneamente: qualquer das partes, pelo Ministério Público ou pelo juiz.
MESSA necessária ou de pro- I - EFETIVA REPETIÇÃO DE Parágrafo único. O Ministério Público somente será ouvido
cesso de COMPETÊNCIA ORI- PROCESSOS que contenham nos conflitos de competência relativos aos processos previs-
GINÁRIA envolver relevante controvérsia sobre a mesma tos no art. 178, mas terá qualidade de parte nos conflitos que
questão de direito, com questão unicamente de direi- suscitar.
GRANDE REPERCUSSÃO SO- to;
CIAl, SEM REPETIÇÃO EM II - risco de ofensa à isonomia Art. 952. Não pode suscitar conflito a parte que, no processo,
MÚLTIPLOS PROCESSOS. e à segurança jurídica arguiu incompetência relativa.
Parágrafo único. O conflito de competência não obsta, porém, a
CAPÍTULO IV que a parte que não o arguiu suscite a incompetência.
DO INCIDENTE DE ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE
Art. 953. O conflito será suscitado ao tribunal:

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DIA 19 / 16

I - pelo juiz, por ofício; § 2o A homologação obedecerá ao que dispuserem os tratados


II - pela parte e pelo Ministério Público, por petição. em vigor no Brasil e o Regimento Interno do Superior Tribunal de
Parágrafo único. O ofício e a petição serão instruídos com os do- Justiça.
cumentos necessários à prova do conflito. § 3o A homologação de decisão arbitral estrangeira obedecerá
ao disposto em tratado e em lei, aplicando-se, subsidiariamente,
Art. 954. Após a distribuição, o relator determinará a oitiva dos as disposições deste Capítulo.
juízes em conflito ou, se um deles for suscitante, apenas do susci-
tado. FPPC85. (arts. 960 a 965) Deve prevalecer a regra de direito
Parágrafo único. No prazo designado pelo relator, incumbirá ao mais favorável na homologação de sentença arbitral estran-
juiz ou aos juízes prestar as informações. geira em razão do princípio da máxima eficácia (art. 7º da
Convenção de Nova York – Decreto nº 4.311/2002).
Art. 955. O relator poderá, de ofício ou a requerimento de qual-
quer das partes, determinar, quando o conflito for positivo, o
Art. 961. A decisão estrangeira somente terá eficácia no Brasil
sobrestamento do processo e, nesse caso, bem como no de
após a homologação de sentença estrangeira ou a concessão do
conflito negativo, designará um dos juízes para resolver, em cará-
exequatur às cartas rogatórias, salvo disposição em sentido con-
ter provisório, as medidas urgentes.
trário de lei ou tratado.
Parágrafo único. O relator poderá julgar de plano o conflito de
§ 1o É passível de homologação a decisão judicial definitiva,
competência quando sua decisão se fundar em:
bem como a decisão não judicial que, pela lei brasileira, teria
I - súmula do STF, do STJ ou do próprio tribunal;
natureza jurisdicional.
II - tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em in-
§ 2o A decisão estrangeira poderá ser homologada parcialmen-
cidente de assunção de competência.
te.
§ 3o A autoridade judiciária brasileira poderá deferir pedidos de
Art. 956. Decorrido o prazo designado pelo relator, será ouvido o
urgência e realizar atos de execução provisória no processo de
Ministério Público, no prazo de 5 dias, ainda que as informações
homologação de decisão estrangeira.
não tenham sido prestadas, e, em seguida, o conflito irá a julga-
§ 4o Haverá homologação de decisão estrangeira para fins de exe-
mento.
cução fiscal quando prevista em tratado ou em promessa de reci-
procidade apresentada à autoridade brasileira.
Art. 957. Ao decidir o conflito, o tribunal declarará qual o juízo
§ 5o A sentença estrangeira de divórcio consensual produz efei-
competente, pronunciando-se também sobre a validade dos atos
tos no Brasil, independentemente de homologação pelo STJ.
do juízo incompetente.
§ 6o Na hipótese do § 5o, competirá a qualquer juiz examinar a va-
Parágrafo único. Os autos do processo em que se manifestou o
lidade da decisão, em caráter principal ou incidental, quando essa
conflito serão remetidos ao juiz declarado competente.
questão for suscitada em processo de sua competência.

Art. 958. No conflito que envolva órgãos fracionários dos tribu-


nais, desembargadores e juízes em exercício no tribunal, obser- FPPC553. (art. 961, §1º; art. 23 da Lei 9.307/1996) A sentença
var-se-á o que dispuser o regimento interno do tribunal. arbitral parcial estrangeira submete-se ao regime de homo-
logação
Art. 959. O regimento interno do tribunal regulará o processo e o
julgamento do conflito de atribuições entre autoridade judiciária Art. 962. É passível de execução a decisão estrangeira concessi-
e autoridade administrativa. va de medida de urgência.
§ 1o A execução no Brasil de decisão interlocutória estrangeira
SÚMULAS SOBRE CONFLITO DE COMPETÊNCIA concessiva de medida de urgência dar-se-á por carta rogatória.
§ 2o A medida de urgência concedida sem audiência do réu pode-
Súmula 3-STJ: Compete ao Tribunal Regional Federal dirimir
rá ser executada, desde que garantido o contraditório em mo-
conflito de competência verificado, na respectiva região, entre
mento posterior.
juiz federal e juiz estadual investido de jurisdição federal.
§ 3o O juízo sobre a urgência da medida compete exclusiva-
Súmula 59-STJ: Não há conflito de competência se já existe
mente à autoridade jurisdicional prolatora da decisão estran-
sentença com trânsito em julgado, proferida por um dos juí-
geira.
zos conflitantes.
§ 4o Quando dispensada a homologação para que a sentença es-
Súmula 428-STJ: Compete ao Tribunal Regional Federal decidir
trangeira produza efeitos no Brasil, a decisão concessiva de medi-
os conflitos de competência entre juizado especial federal e juí-
da de urgência dependerá, para produzir efeitos, de ter sua vali-
zo federal da mesma seção judiciária.
dade expressamente reconhecida pelo juiz competente para dar-
lhe cumprimento, dispensada a homologação pelo STJ.
CAPÍTULO VI
DA HOMOLOGAÇÃO DE DECISÃO ESTRANGEIRA E DA CONCES- Art. 963. Constituem requisitos indispensáveis à homologação
SÃO DO EXEQUATUR À CARTA ROGATÓRIA da decisão:
Art. 960. A homologação de decisão estrangeira será requerida I - ser proferida por autoridade competente;
por ação de homologação de decisão estrangeira, salvo disposi- II - ser precedida de citação regular, ainda que verificada a re-
ção especial em sentido contrário prevista em tratado. velia;
§ 1o A decisão interlocutória estrangeira poderá ser executada III - ser eficaz no país em que foi proferida;
no Brasil por meio de carta rogatória. IV - não ofender a coisa julgada brasileira;

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DIA 19 / 17

V - estar acompanhada de tradução oficial, salvo disposição zo, bem como os atos homologatórios praticados no curso da
que a dispense prevista em tratado; execução, estão sujeitos à anulação, nos termos da lei.
VI - não conter manifesta ofensa à ordem pública. § 5º Cabe ação rescisória, com fundamento no inciso V do caput
Parágrafo único. Para a concessão do exequatur às cartas rogató- deste artigo (violar manifestamente norma jurídico), contra deci-
rias, observar-se-ão os pressupostos previstos no caput deste ar- são baseada em enunciado de súmula ou acórdão proferido em
tigo e no art. 962, § 2o. julgamento de casos repetitivos que não tenha considerado a
existência de distinção entre a questão discutida no processo e
Art. 964. Não será homologada a decisão estrangeira na hipóte- o padrão decisório que lhe deu fundamento.
se de competência exclusiva da autoridade judiciária brasilei- § 6º Quando a ação rescisória fundar-se na hipótese do § 5º deste
ra. artigo, caberá ao autor, sob pena de inépcia, demonstrar, funda-
Parágrafo único. O dispositivo também se aplica à concessão do mentadamente, tratar-se de situação particularizada por hipótese
exequatur à carta rogatória. fática distinta ou de questão jurídica não examinada, a impor ou-
tra solução jurídica.
FPPC86. (art. 964; art. 960, § 3 º) Na aplicação do art. 964 conside-
rar-se-á o disposto no parágrafo 3º do art. 960. FPPC203. (art. 966) NÃO SE ADMITE ação rescisória de senten-
ça arbitral.
Art. 965. O cumprimento de decisão estrangeira far-se-á pe- FPPC336. (art. 966) Cabe ação rescisória contra decisão inter-
rante o juízo federal competente, a requerimento da parte, con- locutória de mérito
forme as normas estabelecidas para o cumprimento de decisão FPPC337. (art. 966, §3º) A competência para processar a ação
nacional. rescisória contra capítulo de decisão deverá considerar o órgão
Parágrafo único. O pedido de execução deverá ser instruído com jurisdicional que proferiu o capítulo rescindendo.
cópia autenticada da decisão homologatória ou do exequatur, FPPC338. (art. 966, caput e §3º, 503, §1º) Cabe ação rescisória
conforme o caso. para desconstituir a coisa julgada formada sobre a resolução
expressa da questão prejudicial incidental.
CAPÍTULO VII FPPC554. (art. 966, inc. IV) Na ação rescisória fundada em vio-
DA AÇÃO RESCISÓRIA lação ao efeito positivo da coisa julgada, haverá o rejulga-
Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser mento da causa após a desconstituição da decisão rescin-
rescindida quando: denda.
I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, con- FPPC555. (art. 966, §2º) Nos casos em que tanto a decisão de
cussão ou corrupção do juiz; inadmissibilidade do recurso quanto a decisão recorrida apre-
II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente sentem vícios rescisórios, ambas serão rescindíveis, ainda que
incompetente; proferidas por órgãos jurisdicionais diversos.
III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimen- FPPC602. (arts.966, VII; 381, III) A prova nova apta a embasar
to da parte vencida ou, ainda, de simulação ou colusão entre as ação rescisória pode ser produzida ou documentada por
partes, a fim de fraudar a lei; meio do procedimento de produção antecipada de provas.
IV - ofender a coisa julgada; FPPC656. (art.966, VII) A expressão “prova nova” do inciso VII
V - violar manifestamente norma jurídica; do art. 966 do CPC/2015 engloba todas as provas típicas e
VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada atípicas
em processo criminal ou venha a ser demonstrada na própria
ação rescisória; Art. 967. Têm legitimidade para propor a ação rescisória:
VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, I - quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título uni-
prova nova cuja existência ignorava ou de que não pôde fazer versal ou singular;
uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favo- II - o terceiro juridicamente interessado;
rável; III - o Ministério Público:
VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos au- a) se não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a
tos. intervenção;
§ 1o Há erro de fato quando a decisão rescindenda admitir fato b) quando a decisão rescindenda é o efeito de simulação ou de
inexistente ou quando considerar inexistente fato efetiva- colusão das partes, a fim de fraudar a lei;
mente ocorrido, sendo indispensável, em ambos os casos, que o c) em outros casos em que se imponha sua atuação;
fato não represente ponto controvertido sobre o qual o juiz deve- IV - aquele que não foi ouvido no processo em que lhe era
ria ter se pronunciado. obrigatória a intervenção.
§ 2o Nas hipóteses previstas nos incisos do caput, será rescindível Parágrafo único. Nas hipóteses do art. 178, o Ministério Público
a decisão transitada em julgado que, embora não seja de será intimado para intervir como fiscal da ordem jurídica quando
mérito, impeça: não for parte.
I - nova propositura da demanda; ou
II - admissibilidade do recurso correspondente.
FPPC339. (art. 967, IV; art. 118, Lei n. 12.529/2011; art. 31, Lei n.
§ 3o A ação rescisória pode ter por objeto apenas 1 capítulo da
6.385/1976) O CADE e a CVM, caso não tenham sido intimados,
decisão.
quando obrigatório, para participar do processo (art. 118, Lei n.
§ 4o Os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes
12.529/2011; art. 31, Lei n. 6.385/1976), têm legitimidade para
ou por outros participantes do processo e homologados pelo juí-
propor ação rescisória contra a decisão ali proferida, nos termos
do inciso IV do art. 967.

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Art. 973. Concluída a instrução, será aberta vista ao autor e ao


Art. 968. A petição inicial será elaborada com observância dos re- réu para razões finais, sucessivamente, pelo prazo de 10 dias.
quisitos essenciais do art. 319, devendo o autor: Parágrafo único. Em seguida, os autos serão conclusos ao relator,
I - cumular ao pedido de rescisão, se for o caso, o de novo jul- procedendo-se ao julgamento pelo órgão competente.
gamento do processo;
II - depositar a importância de 5% sobre o valor da causa, que Art. 974. Julgando procedente o pedido, o tribunal rescindirá
se converterá em multa caso a ação seja, por unanimidade de a decisão, proferirá, se for o caso, novo julgamento e deter-
votos, declarada inadmissível ou improcedente. minará a restituição do depósito a que se refere o inciso II do
§ 1o NÃO SE APLICA o disposto no inciso II (depósito de 5% vc) à art. 968.
União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios, às suas Parágrafo único. Considerando, por unanimidade, inadmissível
respectivas autarquias e fundações de direito público, ao Mi- ou improcedente o pedido, o tribunal determinará a reversão,
nistério Público, à Defensoria Pública e aos que tenham obtido em favor do réu, da importância do depósito, sem prejuízo do
o benefício de gratuidade da justiça. disposto no § 2o do art. 82.
§ 2o O depósito previsto no inciso II do caput deste artigo (de-
pósito de 5% vc) não será superior a 1.000 salários-mínimos. Julgada Restitui-se o valor do
§ 3o Além dos casos previstos no art. 330, a petição inicial será Ação Procedente depósito
indeferida quando não efetuado o depósito exigido pelo inciso Rescisória
II do caput deste artigo. Julgada O valor do depósito será
§ 4o Aplica-se à ação rescisória o disposto no art. 332 (casos de Improcedente destinado ao réu
improcedência liminar do pedido).
§ 5o Reconhecida a incompetência do tribunal para julgar a ação Art. 975. O direito à rescisão se extingue em 2 anos contados
rescisória, o autor será intimado para emendar a petição inicial, a do trânsito em julgado DA ÚLTIMA DECISÃO proferida no
fim de adequar o objeto da ação rescisória, quando a decisão processo.
apontada como rescindenda: § 1o Prorroga-se até o primeiro dia útil imediatamente subse-
I - não tiver apreciado o mérito e não se enquadrar na situação quente o prazo a que se refere o caput, quando expirar durante
prevista no § 2o do art. 966; férias forenses, recesso, feriados ou em dia em que não houver
II - tiver sido substituída por decisão posterior. expediente forense.
§ 6o Na hipótese do § 5o, após a emenda da petição inicial, será § 2o Se fundada a ação no inciso VII do art. 966 (obtiver o autor,
permitido ao réu complementar os fundamentos de defesa, e, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência
em seguida, os autos serão remetidos ao tribunal competente. ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe
assegurar pronunciamento favorável), o termo inicial do prazo
FPPC603. (art.968, II) Não se converterá em multa o depósito ini- será a data de descoberta da prova nova, observado o prazo
cial efetuado pelo autor, caso a extinção da ação rescisória se dê máximo de 5 anos, contado do trânsito em julgado da última
por decisão do relator transitada em julgado decisão proferida no processo.
§ 3o Nas hipóteses de simulação ou de colusão das partes, o
prazo começa a contar, para o terceiro prejudicado e para o
Art. 969. A propositura da ação rescisória não impede o cumpri-
Ministério Público, que não interveio no processo, a partir do
mento da decisão rescindenda, ressalvada a concessão de tu-
momento em que têm ciência da simulação ou da colusão.
tela provisória.

Art. 970. O relator ordenará a citação do réu, designando-lhe FPPC341. (arts. 975, §§ 2 º e 3º, e 1.046) O prazo para ajuiza-
prazo nunca inferior a 15 dias nem superior a 30 dias para, mento de ação rescisória é estabelecido pela data do trânsi-
querendo, apresentar resposta, ao fim do qual, com ou sem con- to em julgado da decisão rescindenda, de modo que não se
testação, observar-se-á, no que couber, o procedimento comum. aplicam as regras dos §§ 2 º e 3º do art. 975 do CPC à coisa jul-
gada constituída antes de sua vigência.
Art. 971. Na ação rescisória, devolvidos os autos pelo relator, a
secretaria do tribunal expedirá cópias do relatório e as distribuirá
SÚMULAS SOBRE AÇÃO RESCISÓRIA
entre os juízes que compuserem o órgão competente para o jul-
gamento. STF
Parágrafo único. A escolha de relator recairá, sempre que pos-
Súmula 249-STF: É competente o Supremo Tribunal Federal
sível, em juiz que não haja participado do julgamento rescin-
para a ação rescisória quando, embora não tendo conhecido
dendo.
(não tendo sido provido) do recurso extraordinário, ou havendo
negado provimento ao agravo, tiver apreciado a questão fe-
Art. 972. Se os fatos alegados pelas partes dependerem de prova,
deral controvertida.
o relator poderá delegar a competência ao órgão que proferiu a
Súmula 252-STF: Na ação rescisória, não estão impedidos juí-
decisão rescindenda, fixando prazo de 1 a 3 meses para a devo-
zes que participaram do julgamento rescindendo.
lução dos autos.
Súmula 264-STF: Verifica-se a prescrição intercorrente pela
paralisação da ação rescisória por mais de 5 anos 2 anos.
FPPC340. (art. 972) Observadas as regras de distribuição, o rela- Súmula 514-STF: Admite-se ação rescisória contra sentença
tor pode delegar a colheita de provas para juízo distinto do que transitada em julgado, ainda que contra ela não se tenham es-
proferiu a decisão rescindenda gotado todos os recursos.
Súmula 515-STF: A competência para a ação rescisória não é

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do STF, quando a questão federal, apreciada no recurso extra- sos, nos processos de que possam resultar sanções e nas situa-
ordinário ou no agravo de instrumento, seja diversa da que foi ções de litígio;
suscitada no pedido rescisório. XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalva-
das as previstas em lei;
STJ XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuí-
Súmula 175-STJ: Descabe o depósito prévio nas ações resci- zo da atuação dos interessados;
sórias propostas pelo INSS. XIII - interpretação da norma administrativa da forma que
Súmula 401-STJ: O prazo decadencial da ação rescisória só se melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige,
inicia quando não for cabível qualquer recurso do último VEDADA APLICAÇÃO RETROATIVA de nova interpretação.
pronunciamento judicial.
CAPÍTULO II
DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS
LEI 9784/99 - PROCESSO ADMINISTRATIVO
Art. 3o O administrado tem os seguintes direitos perante a Admi-
nistração, sem prejuízo de outros que lhe sejam assegurados:
CAPÍTULO I I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de
Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo ad- suas obrigações;
ministrativo no âmbito da Administração Federal direta e indire- II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em
ta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administra- que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter
dos e ao melhor cumprimento dos fins da Administração. cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões pro-
§ 1o Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos feridas;
Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no desem- III - formular alegações e apresentar documentos antes da deci-
penho de função administrativa. são, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competen-
§ 2o Para os fins desta Lei, consideram-se: te;
I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo
Administração direta e da estrutura da Administração indireta; quando obrigatória a representação, por força de lei.
II - entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade
jurídica; CAPÍTULO III
III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de poder DOS DEVERES DO ADMINISTRADO
de decisão. Art. 4o São deveres do administrado perante a Administração,
sem prejuízo de outros previstos em ato normativo:
Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos I - expor os fatos conforme a verdade;
princípios da legalidade, finalidade, motivação, RAZOABILI- II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
DADE, PROPORCIONALIDADE, moralidade, ampla defesa, III - não agir de modo temerário;
contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiên- IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar
cia. para o esclarecimento dos fatos.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados,
entre outros, os critérios de: CAPÍTULO IV
I - atuação conforme a lei e o Direito (princípio da juridicidade); DO INÍCIO DO PROCESSO
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia Art. 5o O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a
total ou parcial de poderes ou competências, salvo autoriza- pedido de interessado.
ção em lei;
III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada Art. 6o O requerimento inicial do interessado, salvo casos em
a promoção pessoal de agentes ou autoridades; que for admitida solicitação oral, deve ser formulado por es-
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e crito e conter os seguintes dados:
boa-fé; I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;
V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as II - identificação do interessado ou de quem o represente;
hipóteses de sigilo previstas na Constituição; III - domicílio do requerente ou local para recebimento de comu-
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de nicações;
obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus
estritamente necessárias ao atendimento do interesse público; fundamentos;
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que deter- V - data e assinatura do requerente ou de seu representante.
minarem a decisão; Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa imotivada
VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos di- de recebimento de documentos, devendo o servidor orientar o
reitos dos administrados; interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas.
IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar ade-
quado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos Art. 7o Os órgãos e entidades administrativas deverão elaborar
administrados; modelos ou formulários padronizados para assuntos que impor-
X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de ale- tem pretensões equivalentes.
gações finais, à produção de provas e à interposição de recur -

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Art. 8o Quando os pedidos de uma pluralidade de interessados


tiverem conteúdo e fundamentos idênticos, poderão ser for- DELEGAÇÃO AVOCAÇÃO
mulados em um único requerimento, salvo preceito legal em Independe de hierarquia Órgão hierarquicamente inferior
contrário.

Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divulgarão publica-


CAPÍTULO V
mente os locais das respectivas sedes e, quando conveniente, a
DOS INTERESSADOS
unidade fundacional competente em matéria de interesse especi-
Art. 9o São legitimados como interessados no processo admi-
al.
nistrativo:
I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de
Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o processo ad-
direitos ou interesses individuais ou no exercício do direito de
ministrativo deverá ser iniciado perante a autoridade de menor
representação;
grau hierárquico para decidir.
II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos
ou interesses que possam ser afetados pela decisão a ser ado-
CAPÍTULO VII
tada;
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO
III - as organizações e associações representativas, no tocante a
Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o servi-
direitos e interesses coletivos;
dor ou autoridade que:
IV - as pessoas ou as associações legalmente constituídas quan-
I - tenha interesse direto ou indireto na matéria;
to a direitos ou interesses difusos.
II - tenha participado ou venha a participar como perito, teste-
munha ou representante, ou se tais situações ocorrem quanto
Art. 10. São capazes, para fins de processo administrativo, os
ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o 3° grau;
maiores de 18 anos, ressalvada previsão especial em ato norma-
III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o in-
tivo próprio.
teressado ou respectivo cônjuge ou companheiro.

CAPÍTULO VI
Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento
DA COMPETÊNCIA
deve comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se de
Art. 11. A competência é IRRENUNCIÁVEL e se exerce pelos ór-
atuar.
gãos administrativos a que foi atribuída como própria, SALVO os
Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o impedimen-
casos de DELEGAÇÃO e AVOCAÇÃO legalmente admitidos.
to constitui falta grave, para efeitos disciplinares.

Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não


Art. 20. Pode ser arguida a suspeição de autoridade ou servidor
houver impedimento legal, DELEGAR parte da sua competência
que tenha amizade íntima ou inimizade notória com algum dos
a outros órgãos ou titulares, AINDA QUE ESTES NÃO LHE SE-
interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, pa-
JAM HIERARQUICAMENTE SUBORDINADOS, quando for con-
rentes e afins até o 3° grau.
veniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social,
econômica, jurídica ou territorial.
Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição poderá ser
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à de-
objeto de recurso, SEM EFEITO SUSPENSIVO.
legação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos
presidentes.
CAPÍTULO VIII
DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO PROCESSO
Art. 13. NÃO PODEM SER OBJETO DE DELEGAÇÃO:
Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de
I - a edição de atos de caráter normativo;
forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir.
II - a decisão de recursos administrativos;
§ 1o Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autorida-
vernáculo, com a data e o local de sua realização e a assinatura
de.
da autoridade responsável.
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publica- § 2o Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somente
dos no meio oficial. será exigido quando houver dúvida de autenticidade.
§ 1o O ato de delegação especificará as matérias e poderes § 3o A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá
transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os ser feita pelo órgão administrativo.
objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter res- § 4o O processo deverá ter suas páginas numeradas sequencial-
salva de exercício da atribuição delegada. mente e rubricadas.
§ 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela au-
toridade delegante. Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, no
o horário normal de funcionamento da repartição na qual trami-
§ 3 As decisões adotadas por delegação devem mencionar
tar o processo.
explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas
Parágrafo único. Serão concluídos depois do horário normal os
pelo delegado.
atos já iniciados, cujo adiamento prejudique o curso regular
do procedimento ou cause dano ao interessado ou à Adminis-
Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos
tração.
relevantes devidamente justificados, a AVOCAÇÃO temporária
de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior.

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DIA 19 / 21

Art. 24. Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou Art. 30. São inadmissíveis no processo administrativo as provas
autoridade responsável pelo processo e dos administrados que obtidas por meios ilícitos.
dele participem devem ser praticados no prazo de 5 dias, salvo
motivo de força maior. Art. 31. Quando a matéria do processo envolver assunto de inte-
Parágrafo único. O prazo de 5 dias pode ser dilatado até o do- resse geral, o órgão competente poderá, mediante despacho mo-
bro, mediante comprovada justificação. tivado, abrir período de consulta pública para manifestação de
terceiros, antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo
Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se preferencialmen- para a parte interessada.
te na sede do órgão, cientificando-se o interessado se outro for § 1o A abertura da consulta pública será objeto de divulgação pe-
o local de realização. los meios oficiais, a fim de que pessoas físicas ou jurídicas possam
CAPÍTULO IX examinar os autos, fixando-se prazo para oferecimento de alega-
DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS ções escritas.
Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o processo § 2o O comparecimento à consulta pública não confere, por si,
administrativo determinará a intimação do interessado para ciên- a condição de interessado do processo, mas confere o direito
cia de decisão ou a efetivação de diligências. de obter da Administração resposta fundamentada, que pode-
§ 1o A intimação deverá conter: rá ser comum a todas as alegações substancialmente iguais.
I - identificação do intimado e nome do órgão ou entidade admi-
nistrativa; Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade, dian-
II - finalidade da intimação; te da relevância da questão, poderá ser realizada audiência públi-
III - data, hora e local em que deve comparecer; ca para debates sobre a matéria do processo.
IV - se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou fazer-se re-
presentar; Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas, em matéria rele-
V - informação da continuidade do processo independentemente vante, poderão estabelecer outros meios de participação de ad-
do seu comparecimento; ministrados, diretamente ou por meio de organizações e associa-
VI - indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes. ções legalmente reconhecidas.
§ 2o A intimação observará a antecedência mínima de 3 dias
úteis quanto à data de comparecimento. Art. 34. Os resultados da consulta e audiência pública e de outros
§ 3o A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, meios de participação de administrados deverão ser apresentados
por via postal com aviso de recebimento, por telegrama ou com a indicação do procedimento adotado.
outro meio que assegure a certeza da ciência do interessado.
§ 4o No caso de interessados indeterminados, desconhecidos ou Art. 35. Quando necessária à instrução do processo, a audiência
com domicílio indefinido, a intimação deve ser efetuada por meio de outros órgãos ou entidades administrativas poderá ser realiza-
de publicação oficial. da em reunião conjunta, com a participação de titulares ou repre-
sentantes dos órgãos competentes, lavrando-se a respectiva ata,
§ 5o As intimações serão NULAS quando feitas sem observân-
a ser juntada aos autos.
cia das prescrições legais, mas o comparecimento do adminis-
trado supre sua falta ou irregularidade.
Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha ale-
gado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para
Art. 27. O desatendimento da intimação NÃO IMPORTA o re-
a instrução e do disposto no art. 37 desta Lei.
conhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a direito
pelo administrado.
Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão
Parágrafo único. No prosseguimento do processo, será garantido
registrados em documentos existentes na própria Administração
direito de ampla defesa ao interessado.
responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o
órgão competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção
Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos do processo que
dos documentos ou das respectivas cópias.
resultem para o interessado em imposição de deveres, ônus,
sanções ou restrição ao exercício de direitos e atividades e os
Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da toma-
atos de outra natureza, de seu interesse.
da da decisão, juntar documentos e pareceres, requerer diligên-
cias e perícias, bem como aduzir alegações referentes à matéria
CAPÍTULO X
objeto do processo.
DA INSTRUÇÃO
Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averiguar e com- § 1o Os elementos probatórios deverão ser considerados na
provar os dados necessários à tomada de decisão realizam-se de motivação do relatório e da decisão.
ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo pro- § 2o Somente poderão ser recusadas, mediante decisão funda-
cesso, sem prejuízo do direito dos interessados de propor atua- mentada, as provas propostas pelos interessados quando sejam
ções probatórias. ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias.
§ 1o O órgão competente para a instrução fará constar dos autos
os dados necessários à decisão do processo. Art. 39. Quando for necessária a prestação de informações ou a
o apresentação de provas pelos interessados ou terceiros, serão ex-
§ 2 Os atos de instrução que exijam a atuação dos interessados
pedidas intimações para esse fim, mencionando-se data, prazo,
devem realizar-se do modo menos oneroso para estes.
forma e condições de atendimento.

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DIA 19 / 22

Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, poderá o órgão CAPÍTULO XI


competente, se entender relevante a matéria, suprir de ofício a DO DEVER DE DECIDIR
omissão, não se eximindo de proferir a decisão. Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente emitir
decisão nos processos administrativos e sobre solicitações ou re-
Art. 40. Quando dados, atuações ou documentos solicitados ao clamações, em matéria de sua competência.
interessado forem necessários à apreciação de pedido formulado,
o não atendimento no prazo fixado pela Administração para a Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo, a Ad-
respectiva apresentação implicará arquivamento do processo. ministração tem o prazo de até 30 dias para decidir, salvo
prorrogação por igual período expressamente motivada.
Art. 41. Os interessados serão intimados de prova ou diligência
ordenada, com antecedência mínima de 3 dias úteis, mencio- CAPÍTULO XII
nando-se data, hora e local de realização. DA MOTIVAÇÃO
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com in-
Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão dicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
consultivo, o parecer deverá ser emitido no prazo máximo de I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
15 dias, salvo norma especial ou comprovada necessidade de II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
maior prazo. III - decidam processos administrativos de concurso ou sele-
§ 1o Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emi- ção pública;
tido no prazo fixado, o processo não terá seguimento até a IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo lici-
respectiva apresentação, responsabilizando-se quem der causa tatório;
ao atraso. V - decidam recursos administrativos;
§ 2o Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar de ser VI - decorram de reexame de ofício;
emitido no prazo fixado, o processo poderá ter prosseguimento VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão
e ser decidido com sua dispensa, sem prejuízo da responsabili- ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios ofi-
dade de quem se omitiu no atendimento. ciais;
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalida-
Art. 43. Quando por disposição de ato normativo devam ser pre- ção de ato administrativo.
viamente obtidos laudos técnicos de órgãos administrativos e es- § 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, po-
tes não cumprirem o encargo no prazo assinalado, o órgão res- dendo consistir em declaração de concordância com funda-
ponsável pela instrução deverá solicitar laudo técnico de outro mentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou
órgão dotado de qualificação e capacidade técnica equivalentes. propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato (funda-
mentação aliunde)
Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de ma- § 2o Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser
nifestar-se no prazo máximo de 10 dias, salvo se outro prazo utilizado meio mecânico que reproduza os fundamentos das deci-
for legalmente fixado. sões, desde que não prejudique direito ou garantia dos interessa-
dos.
Art. 45. Em caso de risco iminente, a Administração Pública pode- § 3o A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões
rá motivadamente adotar providências acauteladoras sem a pré- ou de decisões orais constará da respectiva ata ou de termo escri-
via manifestação do interessado. to.

Durante o processo administrativo instaurado para apurar a CAPÍTULO XIII


legalidade de determinada gratificação, a Administração Pública DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS DE EXTINÇÃO DO PROCESSO
pode determinar, com fundamento no poder cautelar previsto Art. 51. O interessado poderá, mediante manifestação escrita,
no art. 45 da Lei nº 9.784/1999, a suspensão do pagamento da desistir total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda,
verba impugnada até a decisão definitiva do órgão sobre a sua renunciar a direitos disponíveis.
validade no âmbito do procedimento aberto. STF. 2ª Turma. § 1o Havendo vários interessados, a desistência ou renúncia atin-
RMS 31973/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 25/2/2014 ge somente quem a tenha formulado.
(Info 737). § 2o A desistência ou renúncia do interessado, conforme o caso,
não prejudica o prosseguimento do processo, se a Adminis-
Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo e a ob- tração considerar que o interesse público assim o exige.
ter certidões ou cópias reprográficas dos dados e documentos
que o integram, ressalvados os dados e documentos de terceiros Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto o processo
protegidos por sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e à quando exaurida sua finalidade ou o objeto da decisão se tornar
imagem. impossível, inútil ou prejudicado por fato superveniente.

Art. 47. O órgão de instrução que não for competente para emitir CAPÍTULO XIV
a decisão final elaborará relatório indicando o pedido inicial, o DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO
conteúdo das fases do procedimento e formulará proposta de de- Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando
cisão, objetivamente justificada, encaminhando o processo à au- eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo
toridade competente. de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos ad-
quiridos.

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DIA 19 / 23

CAPÍTULO XV
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administra- DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO
tivos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários de- Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de ra-
cai em 5 anos, contados da data em que foram praticados, zões de legalidade e de mérito.
salvo comprovada má-fé. § 1o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a deci-
§ 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de de- são, a qual, se não a reconsiderar no prazo de 5 dias, o enca-
cadência contar-se-á da percepção do 1° pagamento. minhará à autoridade superior.
§ 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida § 2o Salvo exigência legal, a interposição de recurso administrati-
de autoridade administrativa que importe impugnação à validade vo independe de caução.
do ato. § 3o Se o recorrente alegar que a decisão administrativa contra-
ria enunciado da súmula vinculante, caberá à autoridade pro-
Qual o prazo de que dispõe a Administração Pública federal latora da decisão impugnada, se não a reconsiderar, explicitar,
para anular um ato administrativo ilegal? antes de encaminhar o recurso à autoridade superior, as ra-
zões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, confor-
me o caso.
Regra 5 anos, contados da data em que o ato foi
praticado.
Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo por 3
Em caso de má-fé. instâncias administrativas, salvo disposição legal diversa.
Se ficar comprovada a má-fé, não haverá prazo,
Exceção 1 ou seja, a Administração Pública poderá anular o Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso administrativo:
ato administrativo mesmo que já tenha se I - os titulares de direitos e interesses que forem parte no pro-
passado mais de 5 anos. cesso;
II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente
Em caso de afronta direta à Constituição Federal. afetados pela decisão recorrida;
O prazo decadencial de 5 anos do art. 54 da Lei III - as organizações e associações representativas, no tocante a
nº 9.784/99 não se aplica quando o ato a ser direitos e interesses coletivos;
anulado afronta diretamente a Constituição IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses
Federal. difusos.
Exceção 2
Trata-se de exceção construída pela
jurisprudência do STF. Não há previsão na lei Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de 10 dias o prazo
desta exceção 2. para interposição de recurso administrativo, contado a partir da
STF. Plenário. MS 26860/DF, Rel. Min. Luiz Fux, ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida.
julgado em 2/4/2014 (Info 741).
§ 1o Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso adminis-
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. É possível a aplicação, por analogia integrativa, do prazo decadencial de 5
anos previsto na Lei do processo administrativo federal para Estados e Municípios que não tiverem leis sobre o trativo deverá ser decidido no prazo máximo de 30 dias, a
tema. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurispru-
dencia/detalhes/92650b2e92217715fe312e6fa7b90d82> partir do recebimento dos autos pelo órgão competente.
§ 2o O prazo mencionado no parágrafo anterior poderá ser pror-
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão
rogado por igual período, ante justificativa explícita.
ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que
apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela
Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de requerimento no qual
própria Administração.
o recorrente deverá expor os fundamentos do pedido de reexa-
me, podendo juntar os documentos que julgar convenientes.
SÚMULAS SOBRE PRESCRIÇÃO
STF Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso NÃO TEM
EFEITO SUSPENSIVO.
Súmula 383-STF: A prescrição em favor da Fazenda Pública re- Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou in-
começa a correr, por 2 anos e meio, a partir do ato interruptivo, certa reparação decorrente da execução, a autoridade recorrida
mas não fica reduzida aquém de 5 anos, embora o titular do ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, dar
direito a interrompa durante a primeira metade do prazo. efeito suspensivo ao recurso.
Súmula 443-STF: A prescrição das prestações anteriores ao pe-
ríodo previsto em lei não ocorre, quando não tiver sido nega- Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para dele co-
do, antes daquele prazo, o próprio direito reclamado, ou a situa- nhecer deverá intimar os demais interessados para que, no prazo
ção jurídica de que ele resulta. de 5 dias úteis, apresentem alegações.
STJ
Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto:
Súmula 85-STJ: Nas relações jurídicas de trato sucessivo em I - fora do prazo;
que a Fazenda Pública figure como devedora, quando não tiver II - perante órgão incompetente;
sido negado o próprio direito reclamado, a prescrição atinge III - por quem não seja legitimado;
apenas as prestações vencidas antes do quinquênio anterior IV - após exaurida a esfera administrativa.
à propositura da ação.
§ 1o Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorrente a autori-
dade competente, sendo-lhe devolvido o prazo para recurso.

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DIA 19 / 24

§ 2o O não conhecimento do recurso NÃO IMPEDE a Adminis- Art. 69-A. Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão
tração de rever de ofício o ato ilegal, desde que não ocorrida ou instância, os procedimentos administrativos em que figure
preclusão administrativa. como parte ou interessado:
I - pessoa com idade igual ou superior a 60 anos;
Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá II - pessoa portadora de deficiência, física ou mental;
confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmen- IV - pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla, ne-
te, a decisão recorrida, se a matéria for de sua competência. oplasia maligna, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante,
Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo puder cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilo-
decorrer gravame à situação do recorrente, este deverá ser cienti- sante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da
ficado para que formule suas alegações antes da decisão. doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radia-
ção, síndrome de imunodeficiência adquirida, ou outra doença
Art. 64-A. Se o recorrente alegar violação de enunciado da súmu- grave, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo
la vinculante, o órgão competente para decidir o recurso explici- que a doença tenha sido contraída após o início do processo.
tará as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, § 1o A pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando
conforme o caso. prova de sua condição, deverá requerê-lo à autoridade adminis-
trativa competente, que determinará as providências a serem
Art. 64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamação cumpridas.
fundada em violação de enunciado da súmula vinculante, dar-se- § 2o Deferida a prioridade, os autos receberão identificação pró-
á ciência à autoridade prolatora e ao órgão competente para o pria que evidencie o regime de tramitação prioritária.
julgamento do recurso, que deverão adequar as futuras decisões
administrativas em casos semelhantes, sob pena de responsabili-
SÚMULAS SOBRE PROCESSO ADMINISTRATIVO
zação pessoal nas esferas cível, administrativa e penal.
STF
Art. 65. Os processos administrativos de que resultem sanções
Súmula vinculante 21-STF: É inconstitucional a exigência de
poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofí-
depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para ad-
cio, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes
missibilidade de recurso administrativo.
suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada.
Parágrafo único. Da revisão do processo NÃO PODERÁ RESUL- STJ
TAR AGRAVAMENTO DA SANÇÃO (PROIBIÇÃO REFORMATI-
Súmula 312-STJ: No processo administrativo para imposição de
ON IN PEJUS)
multa de trânsito, são necessárias as notificações da autuação
e da aplicação da pena decorrente da infração.
CAPÍTULO XVI
Súmula 373-STJ: É ilegítima a exigência de depósito prévio
DOS PRAZOS
para admissibilidade de recurso administrativo.
Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data da cienti-
Súmula: 434-STJ: O pagamento da multa por infração de trân-
ficação oficial, excluindo-se da contagem o dia do começo e
sito não inibe a discussão judicial do débito.
incluindo-se o do vencimento (-C+F)
Súmula 510-STJ: A liberação de veículo retido apenas por
§ 1o Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil transporte irregular de passageiros não está condicionada ao
seguinte se o vencimento cair em dia em que não houver ex- pagamento de multas e despesas.
pediente ou este for encerrado antes da hora normal. Súmula 633-STJ: A Lei 9.784/99, especialmente no que diz res-
§ 2o Os prazos expressos em dias contam-se de modo contínuo. peito ao prazo decadencial para revisão de atos administrati-
§ 3o Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a vos no âmbito da administração pública federal, pode ser apli-
data. Se no mês do vencimento não houver o dia equivalente cada de forma subsidiária aos Estados e municípios se ine-
àquele do início do prazo, tem-se como termo o último dia do xistente norma local e específica regulando a matéria.
mês.

SÚMULAS SOBRE PROCESSO ADMINISTRATIVO


Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente comprovado,
DISCIPLINAR
os prazos processuais NÃO SE SUSPENDEM.
STF
CAPÍTULO XVII
Súmula vinculante 5-STF: A falta de defesa técnica por advo-
DAS SANÇÕES
gado no processo administrativo disciplinar não ofende a
Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por autoridade competen-
Constituição
te, terão natureza pecuniária ou consistirão em obrigação de
Súmula 19-STF: É inadmissível segunda punição de servidor
fazer ou de não fazer, assegurado sempre o direito de defesa.
público, baseada no mesmo processo em que se fundou a pri-
meira.
CAPÍTULO XVIII
Súmula 18-STF: Pela falta residual, não compreendida na absol-
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
vição pelo juízo criminal, é admissível a punição administrati-
Art. 69. Os processos administrativos específicos continuarão a re-
va do servidor público.
ger-se por lei própria, aplicando-se-lhes apenas subsidiariamente
os preceitos desta Lei. STJ
Súmula 591-STJ: É permitida a “prova emprestada” no pro-
cesso administrativo disciplinar, desde que devidamente au-

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DIA 19 / 25

torizada pelo juízo competente e respeitados o contraditório 5) As situações flagrantemente inconstitucionais não se
e a ampla defesa. submetem ao prazo decadencial de 5 anos previsto no art. 54
OBS: A prova que veio de outro processo entra no processo atu- da Lei n. 9.784/1999, não havendo que se falar em convalidação
al como “prova documental”, independentemente da natureza pelo mero decurso do tempo.
que ela tinha no processo originário. 6) O prazo previsto no art. 54 da Lei n. 9.784/1999 para a
OBS: é admitida a utilização no processo administrativo de “pro- administração rever seus atos não pode ser aplicado de forma
va emprestada” do inquérito policial ou do processo penal, des- retroativa, devendo incidir somente após a vigência do referido
de que autorizada pelo juízo criminal e respeitados o contradi- diploma legal.
tório e a ampla defesa (STJ. 1ª Seção. MS 17.472/DF, Rel. Min. 7) A Lei n. 9.784/1999, especialmente no que diz respeito ao
Arnaldo Esteves Lima, julgado em 13/6/2012). prazo decadencial para a revisão de atos administrativos no
OBS: É possível a utilização, em processo administrativo discipli- âmbito da administração pública federal, pode ser aplicada, de
nar, de prova emprestada validamente produzida em processo forma subsidiária, aos estados e municípios, se inexistente
criminal, independentemente do trânsito em julgado da senten- norma local e específica que regule a matéria. (Súmula n.
ça penal condenatória. Isso porque, em regra, o resultado da 633/STJ)
sentença proferida no processo criminal não repercute na ins- 8) Em se tratando de atos de que decorram efeitos
tância administrativa, tendo em vista a independência existente patrimoniais contínuos, como aqueles decorrentes de
entre as instâncias (STJ. 2ª Turma. RMS 33.628-PE, Rel. Min. pagamentos de vencimentos e de pensões, ocorridos após a
Humberto Martins, julgado em 2/4/2013. Info 521). entrada em vigor da Lei n. 9.784/1999, nos quais haja
OBS: É possível utilizar, em processo administrativo disciplinar, pagamento de vantagem considerada irregular pela
na qualidade de “prova emprestada”, a interceptação telefônica administração, o prazo decadencial de 5 anos é contado a
produzida em ação penal desde que a interceptação tenha sido partir da percepção do primeiro pagamento indevido,
feita com autorização do juízo criminal e com observância das consoante o § 1º do art. 54 da Lei n. 9.784/1999.
demais exigências contidas na Lei nº 9.296/1996 (STJ. 3ª Seção. 9) É possível interromper o prazo decadencial com base no
MS 14.140-DF, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 26/9/2012). art. 54, § 2º, da Lei n. 9.784/1999 desde que haja ato
Súmula 592-STJ: O excesso de prazo para a conclusão do pro- concreto, produzido por autoridade competente, em prol da
cesso administrativo disciplinar só causa nulidade se houver revisão do ato administrativo identificado como ilegal, cujo
demonstração de prejuízo à defesa. prazo será fixado a partir da cientificação do interessado.
Súmula 611-STJ: Desde que devidamente motivada e com 10) Os atos administrativos abstratos, como as notas e os
amparo em investigação ou sindicância, é permitida a ins- pareceres da Advocacia-Geral da União - AGU, não configuram
tauração de processo administrativo disciplinar com base atos de autoridade tendentes à revisão das anistias e são,
em denúncia anônima, em face do poder-dever de autotute- portanto, ineficazes para, por si sós, interromper o fluxo
la imposto à Administração. decadencial, nos moldes do art. 54, § 2º, da Lei n. 9.784/1999.
Súmula 635-STJ: Os prazos prescricionais previstos no artigo 11) Por se tratar de hipótese de ato administrativo complexo, a
142 da Lei 8.112/90 iniciam-se na data em que a autoridade decadência prevista no art. 54 da Lei n. 9.784/1999 não se
competente para a abertura do procedimento administrati- consuma no período compreendido entre o ato
vo tomar conhecimento do fato, interrompendo-se com o pri- administrativo concessivo de aposentadoria ou de pensão e
meiro ato de instauração válido, sindicância de caráter punitivo o julgamento de sua legalidade pelo Tribunal de Contas, vez
ou processo disciplinar, e volta a fluir por inteiro após decorri- que tais atos se aperfeiçoam apenas com o registro na Corte de
dos 140 dias desde a interrupção. Contas.
12) O prazo previsto no art. 49 da Lei n. 9.784/1999 é
impróprio, visto que ausente qualquer penalidade ante o seu
JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ
descumprimento.
EDIÇÃO N. 132: DO PROCESSO ADMINISTRATIVO -
LEI N. 9.784/1999
1) No âmbito de recurso ordinário, a decadência
administrativa prevista no art. 54 da Lei n. 9.784/1999 pode ser
reconhecida a qualquer tempo e ex officio, por se tratar de
matéria de ordem pública, sendo indispensável seu
prequestionamento nas instâncias especiais.
2) Diante da ausência de previsão legal, o prazo decadencial de
5 anos do art. 54, caput, da Lei n. 9.784/1999 é insuscetível de
suspensão ou de interrupção, devendo ser observada a regra
do art. 207 do Código Civil.
3) A superveniência da Lei Distrital n. 2.834/2001 não interrompe
a contagem do prazo decadencial iniciado com a publicação da
Lei n. 9.784/1999, uma vez que sua única finalidade é aplicar, no
âmbito do Distrito Federal, as regras previstas na referida lei
federal.
4) O prazo decadencial para que a administração promova a
autotutela, previsto no art. 54 da Lei n. 9.784/1999, aplica-se
tanto aos atos nulos, quanto aos anuláveis.

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DIA 19 / 26

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DIA 20 / 1

gal, tornando aplicável aos casais homoafetivos a celebração


Dia 20 do casamento e a formação do vínculo conjugal. Na Comis-
são "Família e Sucessões", houve mudança de redação da pro-
posta original apenas para objetivar o reconhecimento jurídico
Código Civil: art 1511-1638 do casamento entre pessoas do mesmo sexo em razão de não
Código Processo Civil: art. 976-1020 haver motivo para apenas admitir a união estável à luz da Cons-
LEI 8429/92 - IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA tituição Federal.

Controle de Leitura
Art. 1.515. O casamento religioso, que atender às exigências da
lei para a validade do casamento civil, equipara-se a este, desde
CÓDIGO CIVIL que registrado no registro próprio, produzindo efeitos a partir
da data de sua celebração.
LIVRO IV
Do Direito de Família Art. 1.516. O registro do casamento religioso submete-se aos
TÍTULO I mesmos requisitos exigidos para o casamento civil.
Do Direito Pessoal § 1o O registro civil do casamento religioso deverá ser promo-
SUBTÍTULO I vido dentro de 90 dias de sua realização, mediante comunica-
Do Casamento ção do celebrante ao ofício competente, ou por iniciativa de qual-
CAPÍTULO I quer interessado, desde que haja sido homologada previamen-
Disposições Gerais te a habilitação regulada neste Código. Após o referido prazo,
Art. 1.511. O casamento estabelece comunhão plena de vida, o registro dependerá de nova habilitação.
com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges. § 2o O casamento religioso, celebrado sem as formalidades
exigidas neste Código, terá efeitos civis se, a requerimento do
Art. 1.512. O casamento é civil e gratuita a sua celebração. casal, for registrado, a qualquer tempo, no registro civil, me-
Parágrafo único. A habilitação para o casamento, o registro e a diante prévia habilitação perante a autoridade competente e
primeira certidão serão isentos de selos, emolumentos e cus- observado o prazo do art. 1.532 (90 dias)
tas, para as pessoas cuja pobreza for declarada, sob as penas da § 3o Será NULO o registro civil do casamento religioso se, an-
lei. tes dele, qualquer dos consorciados houver contraído com
outrem casamento civil.
Art. 1.513. É defeso a qualquer pessoa, de direito público ou pri-
vado, interferir na comunhão de vida instituída pela família. SÚMULAS SOBRE CASAMENTO
STF
Art. 1.514. O casamento se realiza no momento em que o homem
e a mulher manifestam, perante o juiz, a sua vontade de estabele- Súmula 305-STF: Acordo de desquite (separação, divórcio ou
cer vínculo conjugal, e o juiz os declara casados. dissolução de união estável) ratificado por ambos os cônjuges
não é retratável unilateralmente.
JDC601 O modelo familiar contemporâneo é resultado de um Súmula 377-STF: No regime de separação legal de bens, co-
processo lento de evolução traçado em meio às transformações municam-se os adquiridos na constância do casamento.
sociais, culturais e econômicas onde a família atua. Apesar da OBS: “No regime de separação legal de bens, comunicam-se os
atual necessidade de adaptação da legislação infraconstitucio- adquiridos na constância do casamento”, desde que comprova-
nal, conforme se depreende da situação abordada e formal- do o esforço comum para sua aquisição. Nesse sentido: STJ. 4ª
mente instruída pela Resolução do CNJ n. 175, optou o legisla- Turma. REsp 1.689.152/SC, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado
dor por não incluir, à moldura da norma civil, as construções fa- em 24/10/2017.
miliares já existentes, formadas por casais homossexuais. Ao STJ
longo da história, a família sempre gozou de um conceito sa-
cralizado, servindo de paradigma a formação patriarcal e sendo Súmula 197-STJ: O divórcio direto (e o indireto) pode ser con-
aceito, exclusivamente, o vínculo heterossexual. Durante o sé- cedido sem que haja prévia partilha dos bens.
culo XX, com a constitucionalização do Direito de Família,
as relações familiares passaram a ser guiadas pelos princí- CAPÍTULO II
pios constitucionais, que primavam pela dignidade da pes- Da Capacidade PARA O CASAMENTO
soa humana a partir da igualdade entre homens e mulheres, Art. 1.517. O homem e a mulher com 16 anos (idade núbil) po-
refletindo em uma repersonalização das relações familiares. dem casar, exigindo-se autorização de ambos os pais, ou de
A finalidade da lei não é tornar a vida imóvel e cristalizá-la, seus representantes legais, enquanto não atingida a maiori-
mas sim permanecer em contato com ela, seguir sua evolu- dade civil.
ção e a ela se adaptar. O Direito tem um papel social a cum- Parágrafo único. Se houver divergência entre os pais, aplica-se o
prir, exigindo que este se adeque às novas situações que se disposto no parágrafo único do art. 1.631 (recorrer ao juiz para
apresentam. O novo modelo da família funda-se sob os pila- solução do desacordo)
res da REPERSONALIZAÇÃO, da AFETIVIDADE, da PLURALI-
DADE e do EUDEMONISMO, incorporando uma nova roupa- JDC512 O art. 1.517 do Código Civil, que exige autorização dos
gem axiológica ao Direito de Família. Sendo assim, visível é a pais ou responsáveis para casamento, enquanto não atingida a
necessidade de interpretação extensiva do citado dispositivo le-

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DIA 20 / 2

maioridade civil, NÃO SE APLICA AO EMANCIPADO. IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes,
irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou cu-
ratelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não esti-
Art. 1.518. ATÉ A CELEBRAÇÃO do casamento podem os pais ou
verem saldadas as respectivas contas.
tutores revogar a autorização.
Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que
não lhes sejam aplicadas as causas suspensivas previstas nos inci-
Art. 1.519. A denegação do consentimento, quando injusta, pode
sos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuí-
ser suprida pelo juiz.
zo, respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a
pessoa tutelada ou curatelada; no caso do inciso II, a nubente de-
Art. 1.520. Não será permitido, EM QUALQUER CASO, o casa-
verá provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez, na
mento de quem não atingiu a idade núbil (16 anos), observado
fluência do prazo.
o disposto no art. 1.517 deste Código (LEI 13811/19)

CAPÍTULO III As causas suspensivas não geram nulidade absoluta nem rela-
Dos Impedimentos tiva do casamento. A sanção principal será patrimonial –
Art. 1.521. NÃO PODEM CASAR: adoção do regime de separação obrigatória (legal) de bens
I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco na-
tural ou civil; Art. 1.524. As causas suspensivas da celebração do casamento
II - os afins em linha reta; podem ser arguidas pelos parentes em linha reta de um dos
III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adota- nubentes, sejam consanguíneos ou afins, e pelos colaterais em
do com quem o foi do adotante; 2° grau, sejam também consanguíneos ou afins.
IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até
o 3° grau inclusive; JDC330 As causas suspensivas da celebração do casamento po-
V - o adotado com o filho do adotante; derão ser arguidas inclusive pelos parentes em linha reta de um
VI - as pessoas casadas; dos nubentes e pelos colaterais em 2° grau, por vínculo decor-
VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio rente de parentesco civil.
ou tentativa de homicídio contra o seu consorte.
CAPÍTULO V
JDC98 O inc. IV do art. 1.521 do novo Código Civil deve ser inter- Do Processo de Habilitação PARA O CASAMENTO
pretado à luz do Decreto-lei n. 3.200/41, no que se refere à Art. 1.525. O requerimento de habilitação para o casamento
possibilidade de casamento entre colaterais de 3º grau. será firmado por ambos os nubentes, de próprio punho, ou, a
seu pedido, por procurador, e deve ser instruído com os seguin-
tes documentos:
Decreto-Lei 3200/41: autoriza o casamento entre tios e sobri-
I - certidão de nascimento ou documento equivalente;
nhos se uma junta médica apontar a inexistência de risco bioló-
II - autorização por escrito das pessoas sob cuja dependência le-
gico – CASAMENTO AVUNCULAR.
gal estiverem, ou ato judicial que a supra;
III - declaração de 2 testemunhas maiores, parentes ou não, que
Art. 1.522. Os impedimentos podem ser opostos, até o mo- atestem conhecê-los e afirmem não existir impedimento que os
mento da celebração do casamento, por qualquer pessoa ca- iniba de casar;
paz. IV - declaração do estado civil, do domicílio e da residência atual
Parágrafo único. Se o juiz, ou o oficial de registro, tiver conheci- dos contraentes e de seus pais, se forem conhecidos;
mento da existência de algum impedimento, será obrigado a de- V - certidão de óbito do cônjuge falecido, de sentença declarató-
clará-lo. ria de nulidade ou de anulação de casamento, transitada em jul-
gado, ou do registro da sentença de divórcio.
Consequência do casamento com impedimento = NULIDADE
ABSOLUTA Art. 1.526. A habilitação será feita pessoalmente perante o ofi-
cial do Registro Civil, com a audiência do Ministério Público.
CAPÍTULO IV Parágrafo único. Caso haja impugnação do oficial, do Ministério
Das causas suspensivas Público ou de terceiro, a habilitação será submetida ao juiz.
Art. 1.523. NÃO DEVEM CASAR:
I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, en- Art. 1.527. Estando em ordem a documentação, o oficial extrairá o
quanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha edital, que se afixará durante 15 dias nas circunscrições do Re-
aos herdeiros; gistro Civil de ambos os nubentes, e, obrigatoriamente, se pu-
blicará na imprensa local, se houver.
Evitar confusão patrimonial. Consequência imposta por lei =
Parágrafo único. A autoridade competente, havendo urgência,
hipoteca legal a favor dos filhos sobre os imóveis dos pais.
poderá dispensar a publicação.
II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo
ou ter sido anulado, até 10 meses depois do começo da viu-
JDC513 O juiz NÃO PODE DISPENSAR, mesmo fundamentada-
vez, ou da dissolução da sociedade conjugal;
mente, a PUBLICAÇÃO do edital de proclamas do casamento,
Evitar confusão sobre a paternidade MAS SIM O DECURSO DO PRAZO.
III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou
decidida a partilha dos bens do casal;

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DIA 20 / 3

Art. 1.528. É dever do oficial do registro esclarecer os nubentes a VI - o prenome, sobrenome, profissão, domicílio e residência atual
respeito dos fatos que podem ocasionar a invalidade do casa- das testemunhas;
mento, bem como sobre os diversos regimes de bens. VII - o regime do casamento, com a declaração da data e do car-
tório em cujas notas foi lavrada a escritura antenupcial, quando o
Art. 1.529. Tanto os impedimentos quanto as causas suspensivas regime não for o da comunhão parcial, ou o obrigatoriamente es-
serão opostos em declaração escrita e assinada, instruída com tabelecido.
as provas do fato alegado, ou com a indicação do lugar onde
possam ser obtidas. Art. 1.537. O instrumento da autorização para casar transcrever-
se-á integralmente na escritura antenupcial.
Art. 1.530. O oficial do registro dará aos nubentes ou a seus re-
presentantes nota da oposição, indicando os fundamentos, as Art. 1.538. A celebração do casamento será imediatamente sus-
provas e o nome de quem a ofereceu. pensa se algum dos contraentes:
Parágrafo único. Podem os nubentes requerer prazo razoável para I - recusar a solene afirmação da sua vontade;
fazer prova contrária aos fatos alegados, e promover as ações ci- II - declarar que esta não é livre e espontânea;
vis e criminais contra o oponente de má-fé. III - manifestar-se arrependido.
Parágrafo único. O nubente que, por algum dos fatos menciona-
Art. 1.531. Cumpridas as formalidades dos arts. 1.526 e 1.527 e dos neste artigo, der causa à suspensão do ato, não será admiti-
verificada a inexistência de fato obstativo, o oficial do registro ex- do a retratar-se no mesmo dia.
trairá o certificado de habilitação.
Art. 1.539. No caso de moléstia grave de um dos nubentes, o
Art. 1.532. A eficácia da habilitação será de 90 dias, a contar da presidente do ato irá celebrá-lo onde se encontrar o impedido,
data em que foi extraído o certificado. sendo urgente, ainda que à noite, perante 2 testemunhas que
saibam ler e escrever.
CAPÍTULO VI § 1o A falta ou impedimento da autoridade competente para pre-
Da Celebração do Casamento sidir o casamento suprir-se-á por qualquer dos seus substitutos
Art. 1.533. Celebrar-se-á o casamento, no dia, hora e lugar previa- legais, e a do oficial do Registro Civil por outro ad hoc, nomeado
mente designados pela autoridade que houver de presidir o ato, pelo presidente do ato.
mediante petição dos contraentes, que se mostrem habilitados § 2o O termo avulso, lavrado pelo oficial ad hoc, será registrado
com a certidão do art. 1.531. no respectivo registro dentro em 5 dias, perante 2 testemunhas,
ficando arquivado.
Art. 1.534. A solenidade realizar-se-á na sede do cartório, com
toda publicidade, a portas abertas, presentes pelo menos 2 tes- Art. 1.540. [CASAMENTO NUNCUPATIVO/EM VIVA VOZ] Quan-
temunhas, parentes ou não dos contraentes, ou, querendo as do algum dos contraentes estiver em IMINENTE RISCO DE VIDA,
partes e consentindo a autoridade celebrante, noutro edifício pú- não obtendo a presença da autoridade à qual incumba presidir o
blico ou particular. ato, nem a de seu substituto, poderá o casamento ser celebrado
§ 1o Quando o casamento for em edifício particular, ficará este na presença de 6 testemunhas, que com os nubentes não te-
de portas abertas durante o ato. nham parentesco em linha reta, ou, na colateral, até 2° grau.
§ 2o Serão 4 as testemunhas na hipótese do parágrafo anterior
(casamento em edifício particular) e se algum dos contraentes Art. 1.541. Realizado o casamento, devem as testemunhas compa-
não souber ou não puder escrever. recer perante a autoridade judicial mais próxima, dentro em 10
dias, pedindo que lhes tome por termo a declaração de:
Art. 1.535. Presentes os contraentes, em pessoa ou por procura- I - que foram convocadas por parte do enfermo;
dor especial, juntamente com as testemunhas e o oficial do regis- II - que este parecia em perigo de vida, mas em seu juízo;
tro, o presidente do ato, ouvida aos nubentes a afirmação de que III - que, em sua presença, declararam os contraentes, livre e es-
pretendem casar por livre e espontânea vontade, declarará efetu- pontaneamente, receber-se por marido e mulher.
ado o casamento, nestes termos: "De acordo com a vontade que § 1o Autuado o pedido e tomadas as declarações, o juiz procederá
ambos acabais de afirmar perante mim, de vos receberdes por às diligências necessárias para verificar se os contraentes podiam
marido e mulher, eu, em nome da lei, vos declaro casados." ter-se habilitado, na forma ordinária, ouvidos os interessados que
o requererem, dentro em 15 dias.
Art. 1.536. Do casamento, logo depois de celebrado, lavrar-se-á o § 2o Verificada a idoneidade dos cônjuges para o casamento, as-
assento no livro de registro. No assento, assinado pelo presidente sim o decidirá a autoridade competente, com recurso voluntário
do ato, pelos cônjuges, as testemunhas, e o oficial do registro, se- às partes.
rão exarados: § 3o Se da decisão não se tiver recorrido, ou se ela passar em jul-
I - os prenomes, sobrenomes, datas de nascimento, profissão, do- gado, apesar dos recursos interpostos, o juiz mandará registrá-la
micílio e residência atual dos cônjuges; no livro do Registro dos Casamentos.
II - os prenomes, sobrenomes, datas de nascimento ou de morte, § 4o O assento assim lavrado retrotrairá os efeitos do casamen-
domicílio e residência atual dos pais; to, quanto ao estado dos cônjuges, à data da celebração.
III - o prenome e sobrenome do cônjuge precedente e a data da § 5o Serão dispensadas as formalidades deste e do artigo antece-
dissolução do casamento anterior; dente, se o enfermo convalescer e puder ratificar o casamento na
IV - a data da publicação dos proclamas e da celebração do casa - presença da autoridade competente e do oficial do registro.
mento;
V - a relação dos documentos apresentados ao oficial do registro;

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DIA 20 / 4

Art. 1.542. O casamento pode celebrar-se mediante procuração, Art. 1.549. A decretação de nulidade de casamento, pelos moti-
por INSTRUMENTO PÚBLICO, com poderes especiais. vos previstos no artigo antecedente, pode ser promovida medi-
§ 1o A revogação do mandato não necessita chegar ao conhe- ante ação direta, por qualquer interessado, ou pelo Ministério
cimento do mandatário; mas, celebrado o casamento sem que Público.
o mandatário ou o outro contraente tivessem ciência da revo-
gação, responderá o mandante por perdas e danos. Art. 1.550. É ANULÁVEL o casamento:
§ 2o O nubente que não estiver em iminente risco de vida poderá I - de quem não completou a idade mínima para casar (16
fazer-se representar no casamento nuncupativo. anos);
§ 3o A eficácia do mandato não ultrapassará 90 dias. II - do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu
§ 4o Só por INSTRUMENTO PÚBLICO se poderá revogar o representante legal;
mandato. III - por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558;
IV - do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívo-
CAPÍTULO VII co, o consentimento;
Das Provas do Casamento V - realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contra-
Art. 1.543. O casamento celebrado no Brasil prova-se pela certi- ente soubesse da revogação do mandato, e não sobrevindo
dão do registro (certidão de casamento) coabitação entre os cônjuges;
Parágrafo único. Justificada a falta ou perda do registro civil, é VI - por incompetência da autoridade celebrante.
admissível qualquer outra espécie de prova. § 1o Equipara-se à revogação a invalidade do mandato judici-
almente decretada.
Art. 1.544. O casamento de brasileiro, celebrado no estrangei- § 2o A pessoa com deficiência mental ou intelectual em idade
ro, perante as respectivas autoridades ou os cônsules brasileiros, núbia poderá contrair matrimônio, expressando sua vontade
deverá ser registrado em 180 dias, a contar da volta de um ou diretamente ou por meio de seu responsável ou curador.
de ambos os cônjuges ao Brasil, no cartório do respectivo domi-
cílio, ou, em sua falta, no 1 o Ofício da Capital do Estado em que Art. 1.551. Não se anulará, por motivo de idade, o casamento
passarem a residir. de que resultou gravidez.

Art. 1.545. O casamento de pessoas que, na posse do estado de Art. 1.552. A anulação do casamento dos menores de 16 anos
casadas, não possam manifestar vontade, ou tenham falecido, será requerida:
não se pode contestar em prejuízo da prole comum, salvo I - pelo próprio cônjuge menor;
mediante certidão do Registro Civil que prove que já era casa- II - por seus representantes legais;
da alguma delas, quando contraiu o casamento impugnado. III - por seus ascendentes.

Art. 1.546. Quando a prova da celebração legal do casamento re- Art. 1.553. O menor que não atingiu a idade núbil poderá, de-
sultar de processo judicial, o registro da sentença no livro do Re- pois de completá-la, confirmar seu casamento, com a autoriza-
gistro Civil produzirá, tanto no que toca aos cônjuges como no ção de seus representantes legais, se necessária, ou com supri-
que respeita aos filhos, todos os efeitos civis desde a data do ca- mento judicial.
samento.
Art. 1.554. Subsiste o casamento celebrado por aquele que,
Art. 1.547. Na dúvida entre as provas favoráveis e contrárias, jul - sem possuir a competência exigida na lei, exercer publica-
gar-se-á pelo casamento, se os cônjuges, cujo casamento se im- mente as funções de juiz de casamentos e, nessa qualidade, ti-
pugna, viverem ou tiverem vivido na posse do estado de casados. ver registrado o ato no Registro Civil.

CAPÍTULO VIII Art. 1.555. O casamento do menor em idade núbil, quando não
Da Invalidade do Casamento autorizado por seu representante legal, só poderá ser anulado
Art. 1.548. É NULO o casamento contraído: II - por INFRINGÊN- se a ação for proposta em 180 dias, por iniciativa do incapaz,
CIA DE IMPEDIMENTO. ao deixar de sê-lo, de seus representantes legais ou de seus her-
deiros necessários.
Art. 1.521. NÃO PODEM CASAR: § 1o O prazo estabelecido neste artigo (180 dias) será contado
I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco na- do dia em que cessou a incapacidade, no primeiro caso; a par-
tural ou civil; tir do casamento, no segundo; e, no terceiro, da morte do in-
II - os afins em linha reta; capaz.
III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adota- § 2o Não se anulará o casamento quando à sua celebração
do com quem o foi do adotante; houverem assistido os representantes legais do incapaz, ou ti-
IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até verem, por qualquer modo, manifestado sua aprovação.
o 3° grau inclusive;
V - o adotado com o filho do adotante; Art. 1.556. O casamento pode ser anulado por vício da vontade,
VI - as pessoas casadas; se houve por parte de um dos nubentes, ao consentir, erro es-
VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicí- sencial quanto à pessoa do outro.
dio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte.
Art. 1.557. Considera-se ERRO ESSENCIAL sobre a pessoa do ou-
tro cônjuge:

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DIA 20 / 5

I - o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, Art. 1.564. Quando o casamento for anulado por culpa de um
sendo esse erro tal que o seu conhecimento ulterior torne insu- dos cônjuges, este incorrerá:
portável a vida em comum ao cônjuge enganado; I - na perda de todas as vantagens havidas do cônjuge inocen-
II - a ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por sua te;
natureza, torne insuportável a vida conjugal; II - na obrigação de cumprir as promessas que lhe fez no con-
III - a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irre- trato antenupcial.
mediável QUE NÃO CARACTERIZE DEFICIÊNCIA ou de molés-
tia grave e transmissível, por contágio ou por herança, capaz de CAPÍTULO IX
pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência. Da Eficácia do Casamento
Art. 1.565. Pelo casamento, homem e mulher assumem mutua-
Art. 1.558. É ANULÁVEL o casamento em virtude de coação, mente a condição de consortes, companheiros e responsáveis pe-
quando o consentimento de um ou de ambos os cônjuges houver los encargos da família.
sido captado mediante fundado temor de mal considerável e § 1o Qualquer dos nubentes, querendo, poderá acrescer ao seu o
iminente para a vida, a saúde e a honra, sua ou de seus famili- sobrenome do outro.
ares. § 2o O planejamento familiar é de livre decisão do casal, com-
petindo ao Estado propiciar recursos educacionais e financeiros
Art. 1.559. SOMENTE O CÔNJUGE que incidiu em erro, ou so- para o exercício desse direito, vedado qualquer tipo de coerção
freu coação, pode demandar a anulação do casamento; mas a por parte de instituições privadas ou públicas.
coabitação, havendo ciência do vício, valida o ato, ressalvada a
ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável JDC99 O art. 1.565, § 2º, do Código Civil não é norma destinada
que não caracterize deficiência ou de moléstia grave e transmissí- apenas às pessoas casadas, mas também aos casais que vivem
vel. em companheirismo, nos termos do art. 226, caput, §§ 3º e 7º,
da Constituição Federal de 1988, e não revogou o disposto na
Art. 1.560. O prazo para ser intentada a ação de anulação do ca- Lei n. 9.263/96.
samento, a contar da data da celebração, é de:
I - 180 dias, no caso do inciso IV do art. 1.550 (incapaz de con-
Art. 1.566. São deveres de ambos os cônjuges:
sentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento);
I - fidelidade recíproca;
II - 2 anos, se incompetente a autoridade celebrante;
II - vida em comum, no domicílio conjugal;
III - 3 anos, nos casos dos incisos I a IV do art. 1.557 (erro essenci-
III - mútua assistência;
al);
IV - sustento, guarda e educação dos filhos;
IV - 4 anos, se houver coação.
V - respeito e consideração mútuos.
§ 1o Extingue-se, em 180 dias, o direito de anular o casamento
dos menores de 16 anos, contado o prazo para o menor do
Art. 1.567. A direção da sociedade conjugal será exercida, em co-
dia em que perfez essa idade; e da data do casamento, para
laboração, pelo marido e pela mulher, sempre no interesse do ca-
seus representantes legais ou ascendentes.
sal e dos filhos.
§ 2o Na hipótese do inciso V do art. 1.550 (realizado pelo manda-
Parágrafo único. Havendo divergência, qualquer dos cônjuges po-
tário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revogação
derá recorrer ao juiz, que decidirá tendo em consideração aqueles
do mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges), o
interesses.
prazo para anulação do casamento é de 180 dias, a partir da
data em que o mandante tiver conhecimento da celebração.
Art. 1.568. Os cônjuges são obrigados a concorrer, na proporção
de seus bens e dos rendimentos do trabalho, para o sustento da
Art. 1.561 [CASAMENTO PUTATIVO] EMBORA ANULÁVEL OU
família e a educação dos filhos, qualquer que seja o regime patri-
MESMO NULO, se contraído de boa-fé por ambos os cônju-
monial.
ges, o casamento, em relação a estes como aos filhos, produz
todos os efeitos até o dia da sentença anulatória.
Art. 1.569. O domicílio do casal será escolhido por ambos os côn-
§ 1o Se um dos cônjuges estava de boa-fé ao celebrar o casamen-
juges, mas um e outro podem ausentar-se do domicílio conjugal
to, os seus efeitos civis só a ele e aos filhos aproveitarão.
para atender a encargos públicos, ao exercício de sua profissão,
§ 2o Se ambos os cônjuges estavam de má-fé ao celebrar o casa-
ou a interesses particulares relevantes.
mento, os seus efeitos civis só aos filhos aproveitarão.
Art. 1.570. Se qualquer dos cônjuges estiver em lugar remoto ou
Art. 1.562. Antes de mover a ação de nulidade do casamento, a
não sabido, encarcerado por mais de 180 dias, interditado judici-
de anulação, a de separação judicial, a de divórcio direto ou a
almente ou privado, episodicamente, de consciência, em virtude
de dissolução de união estável, poderá requerer a parte, com-
de enfermidade ou de acidente, o outro exercerá com exclusivida-
provando sua necessidade, a separação de corpos, que será
de a direção da família, cabendo-lhe a administração dos bens.
concedida pelo juiz com a possível brevidade.
CAPÍTULO X
Art. 1.563. A sentença que decretar a nulidade do casamento
Da Dissolução da Sociedade e do vínculo Conjugal
retroagirá à data da sua celebração, sem prejudicar a aquisi-
Art. 1.571. A sociedade conjugal termina:
ção de direitos, a título oneroso, por terceiros de boa-fé, nem
I - pela morte de um dos cônjuges;
a resultante de sentença transitada em julgado.
II - pela nulidade ou anulação do casamento;
III - pela separação judicial;

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DIA 20 / 6

IV - pelo divórcio. tos que tornem evidente a impossibilidade da vida em comum


§ 1o O casamento válido só se dissolve pela morte de um dos
cônjuges ou pelo divórcio, aplicando-se a presunção estabeleci-
Art. 1.573. Podem caracterizar a impossibilidade da comunhão
da neste Código quanto ao ausente.
de vida a ocorrência de algum dos seguintes motivos:
§ 2o Dissolvido o casamento pelo divórcio direto ou por con-
I - adultério;
versão, o cônjuge poderá manter o nome de casado; salvo, no
II - tentativa de morte;
segundo caso, dispondo em contrário a sentença de separação
III - sevícia ou injúria grave;
judicial.
IV - abandono voluntário do lar conjugal, durante 1 ano contí-
nuo;
JDC514 A EC n. 66/2010 não extinguiu o instituto da separa- V - condenação por crime infamante;
ção judicial e extrajudicial (STJ, REsp 1431370-SP) VI - conduta desonrosa.
JDC571 Se comprovada a resolução prévia e judicial de todas as Parágrafo único. O juiz poderá considerar outros fatos que tor-
questões referentes aos filhos menores ou incapazes, o tabelião nem evidente a impossibilidade da vida em comum.
de notas poderá lavrar escrituras públicas de dissolução conju-
gal.
JDC254 Formulado o pedido de separação judicial com funda-
JDC602 Transitada em julgado a decisão concessiva do divórcio,
mento na culpa (art. 1.572 e/ou art. 1.573 e incisos), o juiz po-
a expedição do mandado de averbação independe do julga-
derá decretar a separação do casal diante da constatação da in-
mento da ação originária em que persista a discussão dos as-
subsistência da comunhão plena de vida (art. 1.511) – que ca-
pectos decorrentes da dissolução do casamento.
racteriza hipótese de “outros fatos que tornem evidente a im-
possibilidade da vida em comum” – sem atribuir culpa a ne-
SEPARAÇÃO DIVÓRCIO nhum dos cônjuges.
(judicial ou extrajudicial)

A separação é modalidade de É forma de dissolução do Art. 1.574. Dar-se-á a separação judicial por mútuo consenti-
extinção da sociedade conjugal, vínculo conjugal e extingue mento dos cônjuges se forem casados por mais de 1 ano e o
pondo fim aos deveres de o próprio vínculo conjugal, manifestarem perante o juiz, sendo por ele devidamente homo-
coabitação e fidelidade, bem pondo termo ao casamento, logada a convenção.
como ao regime de bens (art. refletindo diretamente sobre Parágrafo único. O juiz pode recusar a homologação e não de-
1.571, III, do Código Civil) sem, o estado civil da pessoa e cretar a separação judicial se apurar que a convenção não preser-
no entanto, dissolver o permitindo que os ex- va suficientemente os interesses dos filhos ou de um dos cônju-
casamento. cônjuges celebrem novo ges.
casamento o que não ocorre
com a separação. JDC515 Pela interpretação teleológica da EC n. 66/2010, não há
prazo mínimo de casamento para a separação consensual.
A separação é uma medida O divórcio é, em tese,
JDC516 Na separação judicial por mútuo consentimento, o
temporária e de escolha definitivo. Caso as pessoas
juiz só poderá intervir no limite da preservação do interesse
pessoal dos envolvidos, que divorciadas desejem ficar
dos incapazes ou de um dos cônjuges, permitida a cindibili-
podem optar, a qualquer tempo, novamente juntas, precisam
dade dos pedidos com a concordância das partes, apli-
por restabelecer a sociedade se casar novamente.
cando-se esse entendimento também ao divórcio.
conjugal ou pela sua conversão
definitiva em divórcio.
Art. 1.575. A sentença de separação judicial importa a separa-
*Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br
ção de corpos e a partilha de bens.
Parágrafo único. A partilha de bens poderá ser feita mediante
Art. 1.572. Qualquer dos cônjuges poderá propor a ação de sepa -
proposta dos cônjuges e homologada pelo juiz ou por este de-
ração judicial, imputando ao outro qualquer ato que importe gra-
cidida.
ve violação dos deveres do casamento e torne insuportável a vida
em comum.
§ 1o A separação judicial pode também ser pedida se um dos JDC255 Não é obrigatória a partilha de bens na separação ju-
cônjuges provar ruptura da vida em comum há mais de 1 ano dicial.
e a impossibilidade de sua reconstituição.
§ 2o O cônjuge pode ainda pedir a separação judicial quando o Art. 1.576. A separação judicial põe termo aos deveres de coa-
outro estiver acometido de doença mental grave, manifestada bitação e fidelidade recíproca e ao regime de bens.
após o casamento, que torne impossível a continuação da Parágrafo único. O procedimento judicial da separação caberá
vida em comum, desde que, após uma duração de 2 anos, a somente aos cônjuges, e, no caso de incapacidade, serão repre-
enfermidade tenha sido reconhecida de cura improvável. sentados pelo curador, pelo ascendente ou pelo irmão.
§ 3o No caso do parágrafo 2o, reverterão ao cônjuge enfermo, que
não houver pedido a separação judicial, os remanescentes dos Art. 1.577. Seja qual for a causa da separação judicial e o modo
bens que levou para o casamento, e se o regime dos bens adota- como esta se faça, é lícito aos cônjuges restabelecer, a todo
do o permitir, a meação dos adquiridos na constância da socieda - tempo, a sociedade conjugal, por ato regular em juízo.
de conjugal. Parágrafo único. A reconciliação em nada prejudicará o direito de
terceiros, adquirido antes e durante o estado de separado, seja
JDC100 Na separação, recomenda-se apreciação objetiva de fa- qual for o regime de bens.

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DIA 20 / 7

partilha no momento da separação.


Art. 1.578. O cônjuge declarado culpado na ação de separação 4) Deve ser reconhecido o direito à meação dos valores de-
judicial perde o direito de usar o sobrenome do outro, desde positados em conta vinculada ao Fundo de Garantia de Tempo
que expressamente requerido pelo cônjuge inocente e se a al- de Serviço FGTS auferidos durante a constância da união es-
teração não acarretar: tável ou do casamento celebrado sob o regime da comu-
I - evidente prejuízo para a sua identificação; nhão parcial ou universal de bens, ainda que não sejam sa-
II - manifesta distinção entre o seu nome de família e o dos filhos cados imediatamente após a separação do casal ou que te-
havidos da união dissolvida; nham sido utilizados para aquisição de imóvel pelo casal du-
III - dano grave reconhecido na decisão judicial. rante a vigência da relação.
§ 1o O cônjuge inocente na ação de separação judicial poderá 5) A valorização patrimonial dos imóveis ou das cotas sociais
renunciar, a qualquer momento, ao direito de usar o sobreno- de sociedade limitada, adquiridos antes do casamento ou da
me do outro. união estável, NÃO DEVE INTEGRAR O PATRIMÔNIO CO-
§ 2o Nos demais casos caberá a opção pela conservação do nome MUM A SER PARTILHADO QUANDO DO TÉRMINO DO RELA-
de casado. CIONAMENTO, visto que essa valorização é decorrência de
um fenômeno econômico que dispensa a comunhão de es-
Art. 1.579. O divórcio NÃO MODIFICARÁ os direitos e deveres forços do casal.
dos pais em relação aos filhos. 6) Os valores investidos em previdência privada fechada se
Parágrafo único. Novo casamento de qualquer dos pais, ou de inserem, por analogia, na exceção prevista no art. 1.659, VII,
ambos, não poderá importar restrições aos direitos e deveres pre- do Código Civil de 2002, consequentemente, NÃO INTEGRAM
vistos neste artigo. o patrimônio comum do casal e, portanto, não devem ser
objeto da partilha.
Art. 1.580. Decorrido 1 ano do trânsito em julgado da sentença 7) Após a separação de fato ou de corpos, o cônjuge que estiver
que houver decretado a separação judicial, ou da decisão conces- na posse ou na administração do patrimônio partilhável - seja
siva da medida cautelar de separação de corpos, qualquer das na condição de administrador provisório, seja na de inventarian-
partes poderá requerer sua conversão em divórcio. te - terá o dever de prestar contas ao ex-consorte, enquanto
§ 1o A conversão em divórcio da separação judicial dos cônjuges perdurar o estado de mancomunhão.
será decretada por sentença, da qual não constará referência à 8) Na separação e no divórcio, o fato de certo bem ainda
causa que a determinou. pertencer indistintamente aos ex-cônjuges, por ausência de
§ 2o O divórcio poderá ser requerido, por um ou por ambos os formalização da partilha, não representa automático empe-
cônjuges, no caso de comprovada separação de fato por mais de cilho ao pagamento de indenização pelo uso exclusivo do
2 anos. bem por um deles, desde que a parte que toca a cada um te-
nha sido definida por qualquer meio inequívoco, visto que
JDC517 A EC n. 66/2010 extinguiu os prazos previstos no art. medida diversa poderia importar enriquecimento sem causa.
1.580 do Código Civil, mantido o divórcio por conversão 9) Admite-se o arbitramento de aluguel a um dos cônjuges
por uso exclusivo de bem imóvel comum do casal somente na
Art. 1.581. O divórcio pode ser concedido sem que haja prévia hipótese em que, efetuada a partilha do bem, um dos cônjuges
partilha de bens. permaneça residindo no imóvel.
10) Na ação de divórcio, a audiência de ratificação prevista
no art. 1.122 do Código de Processo Civil de 1973 não é obriga-
CPC. Art. 731. Parágrafo único. Se os cônjuges não acordarem
tória, cabendo ao juiz decidir pela oportunidade de realizá-la,
sobre a partilha dos bens, far-se-á esta depois de homologado
não sendo, portanto, causa de anulação do processo.
o divórcio, na forma estabelecida nos arts. 647 a 658.
11) Comprovada a separação de fato ou judicial entre os ca-
sados, a existência de casamento válido NÃO OBSTA O RE-
Art. 1.582. O pedido de divórcio somente competirá aos cônju- CONHECIMENTO DA UNIÃO ESTÁVEL.
ges.
Parágrafo único. Se o cônjuge for incapaz para propor a ação ou
CAPÍTULO XI
defender-se, poderá fazê-lo o curador, o ascendente ou o ir-
Da Proteção da Pessoa dos Filhos
mão.
Art. 1.583. A guarda será unilateral ou compartilhada.
§ 1o Compreende-se por GUARDA UNILATERAL a atribuída a
JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ um só dos genitores ou a alguém que o substitua (art. 1.584, §
EDIÇÃO N. 113: DA DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE CONJUGAL 5o) e, por GUARDA COMPARTILHADA a responsabilização
E DA UNIÃO ESTÁVEL - I conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e da mãe
1) O divórcio direto (e o indireto) pode ser concedido sem que que não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder fa-
haja prévia partilha dos bens. (Súmula n. 197/STJ) miliar dos filhos comuns.
2) É de 4 anos o prazo decadencial para anular partilha de § 2o Na guarda compartilhada, o tempo de convívio com os fi-
bens em dissolução de sociedade conjugal ou de união está- lhos deve ser dividido de forma equilibrada com a mãe e com o
vel, nos termos do art. 178 do Código Civil. pai, sempre tendo em vista as condições fáticas e os interesses
3) As verbas de natureza trabalhista nascidas e pleiteadas na dos filhos.
constância da união estável ou do casamento celebrado sob § 3º Na guarda compartilhada, a cidade considerada base de
o regime da comunhão parcial ou universal de bens integram o moradia dos filhos será aquela que melhor atender aos interes-
patrimônio comum do casal e, portanto, devem ser objeto da ses dos filhos.

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DIA 20 / 8

§ 5º A guarda unilateral obriga o pai ou a mãe que não a de- § 2o Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à
tenha a supervisionar os interesses dos filhos, e, para possibili- guarda do filho, encontrando-se ambos os genitores aptos a
tar tal supervisão, qualquer dos genitores sempre será parte le- exercer o poder familiar, será aplicada a guarda compartilha-
gítima para solicitar informações e/ou prestação de contas, obje- da, salvo se um dos genitores declarar ao magistrado que não
tivas ou subjetivas, em assuntos ou situações que direta ou indire- deseja a guarda do menor.
tamente afetem a saúde física e psicológica e a educação de seus § 3o Para estabelecer as atribuições do pai e da mãe e os perío-
filhos. dos de convivência sob guarda compartilhada, o juiz, de ofício ou
a requerimento do Ministério Público, poderá basear-se em ori-
JDC335 A guarda compartilhada deve ser estimulada, utilizando- entação técnico-profissional ou de equipe interdisciplinar, que
se, sempre que possível, da mediação e da orientação de equipe deverá visar à divisão equilibrada do tempo com o pai e com a
interdisciplinar. mãe.
JDC603 A distribuição do tempo de convívio na guarda com- § 4o A alteração não autorizada ou o descumprimento imoti-
partilhada deve atender precipuamente ao melhor interesse vado de cláusula de guarda unilateral ou compartilhada poderá
dos filhos, não devendo a divisão de forma equilibrada, a que implicar a redução de prerrogativas atribuídas ao seu detentor.
alude o § 2 do art. 1.583 do Código Civil, representar convivência § 5o Se o juiz verificar que o filho não deve permanecer sob a
livre ou, ao contrário, repartição de tempo matematicamente guarda do pai ou da mãe, deferirá a guarda a pessoa que revele
igualitária entre os pais. compatibilidade com a natureza da medida, considerados, de
JDC604 A divisão, de forma equilibrada, do tempo de convívio preferência, o grau de parentesco e as relações de afinidade e
dos filhos com a mãe e com o pai, imposta na guarda comparti - afetividade.
lhada pelo § 2° do art. 1.583 do Código Civil, não deve ser con- § 6o Qualquer estabelecimento público ou privado é obrigado a
fundida com a imposição do tempo previsto pelo instituto da prestar informações a qualquer dos genitores sobre os filhos des-
GUARDA ALTERNADA, pois esta não implica apenas a divisão tes, sob pena de multa de R$ 200,00 reais a R$ 500,00 reais por
do tempo de permanência dos filhos com os pais, mas tam- dia pelo não atendimento da solicitação.
bém o EXERCÍCIO EXCLUSIVO da guarda pelo genitor que se
encontra na companhia do filho. JDC333 O direito de visita pode ser estendido aos avós e a
JDC605 A guarda compartilhada não exclui a fixação do regi- pessoas com as quais a criança ou o adolescente mantenha
me de convivência. vínculo afetivo, atendendo ao seu melhor interesse.
JDC606 O tempo de convívio com os filhos "de forma equilibra- JDC334 A guarda de fato pode ser reputada como consolida-
da com a mãe e com o pai" deve ser entendido como divisão da diante da estabilidade da convivência familiar entre a cri-
proporcional de tempo, da forma que cada genitor possa se ança ou o adolescente e o terceiro guardião, desde que seja
ocupar dos cuidados pertinentes ao filho, em razão das peculia- atendido o princípio do melhor interesse.
ridades da vida privada de cada um.
Art. 1.585. Em sede de medida cautelar de separação de corpos,
GUARDA Atribuída a um só dos genitores ou a al- em sede de medida cautelar de guarda ou em outra sede de fixa-
UNILATERAL guém que o substitua ção liminar de guarda, a decisão sobre guarda de filhos, mes-
mo que provisória, será proferida preferencialmente após a
Responsabilização conjunta e o exercício
oitiva de ambas as partes perante o juiz, salvo se a proteção
GUARDA de direitos e deveres do pai e da mãe que
aos interesses dos filhos exigir a concessão de liminar sem a
COMPARTILHADA não vivam sob o mesmo teto, concernen-
oitiva da outra parte, aplicando-se as disposições do art. 1.584.
tes ao poder familiar dos filhos comuns.
Não implica apenas a divisão do tempo de Art. 1.586. Havendo motivos graves, poderá o juiz, em qualquer
GUARDA permanência dos filhos com os pais, mas caso, a bem dos filhos, regular de maneira diferente da estabele-
ALTERNADA também o EXERCÍCIO EXCLUSIVO da guar- cida nos artigos antecedentes a situação deles para com os pais.
da pelo genitor que se encontra na com-
panhia do filho. Art. 1.587. No caso de invalidade do casamento, havendo filhos
comuns, observar-se-á o disposto nos arts. 1.584 e 1.586.
Os filhos permanecem no mesmo domicí-
ANINHAMENTO lio que vivia o casal dissolvido, revezando
Art. 1.588. O pai ou a mãe que contrair novas núpcias não perde
OS PAIS em sua companhia.
o direito de ter consigo os filhos, que só lhe poderão ser retirados
por mandado judicial, provado que não são tratados convenien-
Art. 1.584. A guarda, unilateral ou compartilhada, poderá ser: temente.
I – requerida, por consenso, pelo pai e pela mãe, ou por qual-
quer deles, em ação autônoma de separação, de divórcio, de dis-
JDC337 O fato de o pai ou a mãe constituírem nova união
solução de união estável ou em medida cautelar;
não repercute no direito de terem os filhos do leito anterior
II – decretada pelo juiz, em atenção a necessidades específicas
em sua companhia, salvo quando houver comprometimento
do filho, ou em razão da distribuição de tempo necessário ao
da sadia formação e do integral desenvolvimento da perso-
convívio deste com o pai e com a mãe.
nalidade destes.
§ 1o Na audiência de conciliação, o juiz informará ao pai e à mãe
JDC338 A cláusula de não-tratamento conveniente para a
o significado da guarda compartilhada, a sua importância, a simi-
perda da guarda dirige-se a todos os que integram, de modo
litude de deveres e direitos atribuídos aos genitores e as sanções
direto ou reflexo, as novas relações familiares.
pelo descumprimento de suas cláusulas.

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Art. 1.589. O pai ou a mãe, em cuja guarda não estejam os filhos,


poderá visitá-los e tê-los em sua companhia, segundo o que JDC632 Nos casos de reconhecimento de multiparentalidade
acordar com o outro cônjuge, ou for fixado pelo juiz, bem como paterna ou materna, o filho terá direito à participação na
fiscalizar sua manutenção e educação. herança de todos os ascendentes reconhecidos.
Parágrafo único. O direito de visita estende-se a qualquer dos
avós, a critério do juiz, observados os interesses da criança ou
Art. 1.597. Presumem-se concebidos na constância do casa-
do adolescente.
mento os filhos:
I - nascidos 180 dias, pelo menos, depois de estabelecida a
Art. 1.590. As disposições relativas à guarda e prestação de ali-
convivência conjugal;
mentos aos filhos menores estendem-se aos maiores incapazes.
II - nascidos nos 300 dias subsequentes à dissolução da socie-
dade conjugal, por morte, separação judicial, nulidade e anulação
SUBTÍTULO II
do casamento;
Das Relações de Parentesco
III - havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que
CAPÍTULO I
falecido o marido;
Disposições Gerais
IV - havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões
Art. 1.591. São parentes em linha reta as pessoas que estão
excedentários, decorrentes de concepção artificial homóloga;
umas para com as outras na relação de ascendentes e descen-
V - havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que
dentes.
tenha prévia autorização do marido.

Art. 1.592. São parentes em linha colateral ou transversal, até o


4° grau, as pessoas provenientes de um só tronco, sem des- JDC104 No âmbito das técnicas de reprodução assistida envol-
cenderem uma da outra. vendo o emprego de material fecundante de terceiros, o pres-
suposto fático da relação sexual é substituído pela vontade
Art. 1.593. O parentesco é natural ou civil, conforme resulte de (ou eventualmente pelo risco da situação jurídica matrimo-
consanguinidade ou outra origem (abrange parentesco por afini- nial) juridicamente qualificada, gerando presunção absolu-
dade). ta ou relativa de paternidade no que tange ao marido da
mãe da criança concebida, dependendo da manifestação
expressa (ou implícita) da vontade no curso do casamento.
JDC103 O Código Civil reconhece, no art. 1.593, outras es-
JDC106 Para que seja presumida a paternidade do marido
pécies de parentesco civil além daquele decorrente da ado-
falecido, será obrigatório que a mulher, ao se submeter a
ção, acolhendo, assim, a noção de que há também parentes-
uma das técnicas de reprodução assistida com o material
co civil no vínculo parental proveniente quer das técnicas de
genético do falecido, esteja na condição de viúva, sendo
reprodução assistida heteróloga relativamente ao pai (ou
obrigatória, ainda, a autorização escrita do marido para que
mãe) que não contribuiu com seu material fecundante,
se utilize seu material genético após sua morte.
quer da paternidade socioafetiva, fundada na posse do esta-
JDC107 Finda a sociedade conjugal, na forma do art. 1.571, a
do de filho.
regra do inc. IV somente poderá ser aplicada se houver au-
JDC256 A posse do estado de filho (parentalidade socioafe -
torização prévia, por escrito, dos ex-cônjuges para a utiliza-
tiva) constitui modalidade de parentesco civil.
ção dos embriões excedentários, só podendo ser revogada
JDC519 O reconhecimento judicial do vínculo de parentesco
até o início do procedimento de implantação desses embri-
em virtude de socioafetividade deve ocorrer a partir da rela-
ões.
ção entre pai(s) e filho(s), com base na posse do estado de
JDC257 As expressões “fecundação artificial”, “concepção
filho, para que produza efeitos pessoais e patrimoniais.
artificial” e “inseminação artificial”, constantes, respectiva-
mente, dos incs. III, IV e V do art. 1.597 do Código Civil, devem
Art. 1.594. Contam-se, na linha reta, os graus de parentesco pelo ser interpretadas restritivamente, não abrangendo a utiliza-
número de gerações, e, na colateral, também pelo número delas, ção de óvulos doados e a gestação de substituição.
subindo de um dos parentes até ao ascendente comum, e des- JDC258 Não cabe a ação prevista no art. 1.601 do Código Civil
cendo até encontrar o outro parente. se a filiação tiver origem em procriação assistida heteróloga, au-
torizada pelo marido nos termos do inc. V do art. 1.597, cuja
Art. 1.595. Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes paternidade configura presunção absoluta.
do outro pelo vínculo da afinidade. JDC633 É possível ao viúvo ou ao companheiro sobrevivente,
§ 1o O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos o acesso à técnica de reprodução assistida póstuma - por
descendentes e aos irmãos do cônjuge ou companheiro. meio da maternidade de substituição, desde que haja ex-
§ 2o Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolu- presso consentimento manifestado em vida pela sua esposa
ção do casamento ou da união estável (uma vez sogra, sempre ou companheira.
sogra).
Art. 1.598. Salvo prova em contrário, se, antes de decorrido o pra-
CAPÍTULO II
zo previsto no inciso II do art. 1.523 (10 meses), a mulher contrair
Da Filiação
novas núpcias e lhe nascer algum filho, este se presume do pri-
Art. 1.596. Os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou
meiro marido, se nascido dentro dos 300 dias a contar da data
por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas
do falecimento deste e, do segundo, se o nascimento ocorrer
quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação [PRIN-
após esse período e já decorrido o prazo a que se refere o inciso I
CÍPIO DA IGUALDADE ENTRE OS FILHOS]
do art. 1597 (180 dias)

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DIA 20 / 10

II - por escritura pública ou escrito particular, a ser arquivado


Art. 1.599. A prova da impotência do cônjuge para gerar, à em cartório;
época da concepção, ilide a presunção da paternidade. III - por testamento, ainda que incidentalmente manifestado;
IV - por manifestação direta e expressa perante o juiz, ainda
Art. 1.600. Não basta o adultério da mulher, ainda que confes- que o reconhecimento não haja sido o objeto único e principal do
sado, para ilidir a presunção legal da paternidade. ato que o contém.
Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nascimen-
Art. 1.601. Cabe ao marido o direito de contestar a paternidade to do filho ou ser posterior ao seu falecimento, se ele deixar
dos filhos nascidos de sua mulher, sendo tal AÇÃO IMPRESCRI- descendentes.
TÍVEL.
Parágrafo único. Contestada a filiação, os herdeiros do impug- JDC570 O reconhecimento de filho havido em união estável fru-
nante têm direito de prosseguir na ação. to de técnica de reprodução assistida heteróloga "a patre" con-
sentida expressamente pelo companheiro representa a formali-
JDC520 O conhecimento da ausência de vínculo biológico e a zação do vínculo jurídico de paternidade-filiação, cuja constitui-
posse de estado de filho obstam a contestação da paternida- ção se deu no momento do início da gravidez da companheira.
de presumida.
Art. 1.610. O reconhecimento NÃO PODE SER REVOGADO, nem
Art. 1.602. Não basta a confissão materna para excluir a pater- mesmo quando feito em testamento.
nidade.
Art. 1.611. O filho havido fora do casamento, reconhecido por um
Art. 1.603. A filiação prova-se pela certidão do termo de nasci- dos cônjuges, não poderá residir no lar conjugal sem o con-
mento registrada no Registro Civil (certidão de nascimento) sentimento do outro.

JDC108 No fato jurídico do nascimento, mencionado no art. Art. 1.612. O filho reconhecido, enquanto menor, ficará sob a
1.603, compreende-se, à luz do disposto no art. 1.593, a filiação guarda do genitor que o reconheceu, e, se ambos o reconhece-
consanguínea e também a socioafetiva. ram e não houver acordo, sob a de quem melhor atender aos in-
teresses do menor.
Art. 1.604. Ninguém pode vindicar estado contrário ao que resulta
Art. 1.613. São INEFICAZES a condição e o termo apostos ao
do registro de nascimento, salvo provando-se erro ou falsidade
ato de reconhecimento do filho.
do registro.

Art. 1.614. O filho maior não pode ser reconhecido sem o seu
Art. 1.605. Na falta, ou defeito, do termo de nascimento, poderá
consentimento, e o menor pode impugnar o reconhecimento, nos
provar-se a filiação por qualquer modo admissível em direito:
4 anos que se seguirem à maioridade, ou à emancipação.
I - quando houver começo de prova por escrito, proveniente
dos pais, conjunta ou separadamente;
Art. 1.615. Qualquer pessoa, que justo interesse tenha, pode con-
II - quando existirem veementes presunções resultantes de fa-
testar a ação de investigação de paternidade, ou maternida-
tos já certos.

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