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TRABALHO E

SOCIABILIDADE

Adriana A. Ferreira
Emancipação humana
por meio do trabalho
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Identificar os principais fundamentos antropológicos da constituição


do ser social e das relações na sociedade contemporânea.
 Reconhecer o processo emancipatório do ser social por meio das
relações de trabalho.
 Definir o mundo do trabalho como espaço de pertencimento e
humanização.

Introdução
O profissional de Serviço Social deve pautar o seu trabalho na perspectiva
emancipatória do sujeito e estar comprometido com os princípios fun-
damentais e éticos da profissão. Por esse motivo, desvendar a natureza
do ser social e a sua relação com o trabalho possibilita reconhecer o
potencial humano e o seu processo de emancipação. Por meio das rela-
ções humanas e sociais, é possível identificar o poder libertador do labor,
como caminho concreto para a superação das forças que tensionam as
relações entre capital e trabalho na sociedade.
Neste capítulo, vamos destacar os fundamentos antropológicos do
ser social e as suas relações em sociedade, com foco nas relações de
trabalho como espaço de pertencimento, de humanização e de eman-
cipação do sujeito.
2 Emancipação humana por meio do trabalho

Fundamentos antropológicos da constituição


do ser social e das relações na sociedade
contemporânea
Para entender a complexidade das relações do sujeito com o mundo, devemos
iniciar nossa análise sobre o trabalho, identificando-o como uma atividade
sensível do ser social, que revela a sua humanidade no palco das relações
de produção. Roberto da DaMatta (1983), a partir do olhar antropológico,
descreve que a visão social do trabalho se apresenta como um plano em que
o sujeito é capaz de formar-se a si próprio. Trata-se, portanto, de uma das
dimensões da vida humana, vivenciada no cenário cotidiano contemporâneo
(Figura 1).

Figura 1. Grupo de pessoas trabalhando na construção civil.


Fonte: LongJon/Shutterstock.com.

A antropologia, na busca pela essência humana, procura desvelar o


lugar do homem no universo, a sua origem e o seu destino. Ao nos refe-
rirmos à sua essência, estamos situando-o em si mesmo, na sua natureza
Emancipação humana por meio do trabalho 3

como animal racional dotado de instinto de autopreservação, para a sua


sobrevivência e consciência, que o permite transformar a natureza por
meio do trabalho. Possui identidades, singularidades, sentimentos, desejos
e aspirações que o fazem suprir as suas necessidades, realizar sonhos e
alcançar realizações.

A palavra antropologia vem do grego anthropos (homem) + logos (razão, estudo,


pensamento). Trata-se da ciência cujo objetivo é o estudo sobre o homem e a huma-
nidade de maneira totalizante, que abrange todas as suas dimensões.
A palavra sociedade, por sua vez, denota o conjunto de pessoas que compartilham
propósitos, gostos, preocupações e costumes, e que interagem entre si, constituindo
uma comunidade. A sociedade é objeto de estudo da antropologia.

O homem não consegue viver sozinho — a sua essência é ser social,


compartilhar a sua existência com outros seres por meio da faculdade da
linguagem. No passado, viveu na pólis (modelo da antiga cidade grega, que
compreende a noção de cidade-Estado), o que nos permite dizer que é um ser
político que, naturalmente, buscou viver em sociedade, de forma organizada.
Transcende pela esfera espiritual por meio de ritos e mitos, cria culturas e
formas de representação, dando significado àquilo que cria.
Por meio de uma atitude reflexiva, os homens são capazes de “usar a
história para fazer história” (HABERMAS, 1987). Por volta do ano de 1490,
conforme pode ser observado abaixo, na Figura 2, Leonardo da Vinci, pintor
italiano, desenhou a representação de homem chamado Vitruviano como
um tratado da arquitetura masculina, que descreve as dimensões do corpo
masculino pormenorizado. Essa obra contribuiu para a análise antropológica
do homem.
4 Emancipação humana por meio do trabalho

Figura 2. Representação do Homem Vitruviano (desenho de Leonardo da Vinci).


Fonte: Janka Dharmasena/iStock/Thinkstock.

A antropologia filosófica afirma que toda a produção da existência hu-


mana é transformada pelo homem, ser de práxis, que cria o seu mundo e a
sua história por meio de uma ação social transformadora e consciente. Esse
processo implica as dimensões objetiva e subjetiva da atividade realizada
pelo trabalho. O homem produz e transforma materialmente a natureza e a si
próprio, ao mesmo tempo.
A práxis, pressuposto fundamental da concepção marxista de homem,
é considerada um conjunto de trocas antropológicas que determina que o
Emancipação humana por meio do trabalho 5

sistema de produção forma o homem pelo processo de trabalho. Marx (1980)


conceitua a práxis como uma prática crítica da realidade; crítica que se
transforma em poder material, em força ativa e efetiva. A práxis possibilita
sair da abstração filosófica que deixa intacta a vida. O mundo real é, portanto,
transformado pelo homem consciente e crítico da realidade, que se apresenta
em constante transformação.
Nos últimos séculos, o mundo experimentou mudanças radicais que
deram outras configurações à sociedade e às relações econômicas, humanas
e culturais. As transformações que ocorrem no palco da sociedade não são
cristalizadas, mas estão acontecendo a cada dia no nosso meio social, e somos
constantemente afetados por elas. Bauman (2001), ao descrever a realidade da
vida em sociedade pós-moderna, reconhece que o nosso tempo é um tempo
fluido, que não tem dimensão espacial. Saímos da sociedade de produtores,
caracterizada pelas relações de confiança, duradouras, de longo prazo, para a
sociedade de consumidores, que se distingue pela reconstrução dos vínculos
humanos, em que predominam o desapego, as ligações superficiais com
foco nas relações de consumo, cuja tônica está na produção de mercadorias.
Os sujeitos desse tempo também são considerados mercadorias de con-
sumo. O mercado passa a ser uma categoria central das relações. Sujeitos
se vendem e são seduzidos pelo consumo feroz, o que os torna membros
autênticos desse modelo de sociedade. É uma vida de incertezas, contradições
e deslocamentos, incluindo as relações de trabalho e os modos de produção,
pois a nova ordem impõe novas formas de vida.

A tecnologia, uma das invenções do homem, integra a rede de emaranhados do campo


das relações humanas. Encurta distâncias e cria condições de acesso mais rápido às
informações, correspondendo, portanto, a dispositivos típicos da sociedade de controle,
que se integram aos meios de produção e atendem às demandas de forma mais rápida
e produtiva, ao encontro do ritmo e das exigências da sociedade contemporânea.

Como consequência do mundo capitalista, é mais provável que os novos


modelos e ambientes de trabalho não permitam às pessoas a construção de
narrativas e experiências coerentes para as suas vidas, o que poderá impedir
a humanização e a formação do caráter, entendido como um valor ético que
6 Emancipação humana por meio do trabalho

atribuímos aos nossos próprios desejos e às nossas relações com os outros,


como diz Sennet (2010).
Diante dessa realidade, torna-se necessário fazer uma releitura constante
do terreno sócio-histórico em que as metamorfoses do mundo e, consequente-
mente, do mundo do trabalho, incluindo a reestruturação produtiva, impactam
o mundo dos homens e o seu processo emancipatório.

Processo emancipatório do ser social


por meio das relações de trabalho
Entre as mais distintas formas de relações sociais do homem, a atividade
humana por meio do trabalho distingue-se pela sua existência individual e
social. Homens e mulheres são humanizados por meio do trabalho porque
são encarregados pela produção material da sociedade, cumprindo, assim, a
sua função social, ou seja, a conversão da natureza em produtos sociais.
Reconhecer a base do marxismo é fundamental para orientar, sob aspectos
conceituais e de interpretação da realidade, as relações sociais. Isso requer
identificar como se concebe o ser social em Marx, uma vez que as relações
em sociedade se constroem pela ação do homem com os outros homens.
O homem se torna um ser social mediado pela organização do trabalho,
sendo a atividade humana consciente e com prévia ideação da lida, reconhecida
por Marx como atividade teleológica. Dessa forma, o trabalho se apresenta
como atividade humana que guarda em si a teleologia, possibilitando ao
ser humano projetar o resultado do seu ofício antes mesmo de realizá-lo,
tornando-o concreto pelo próprio processo, mediante condições reais que o
viabilizam (MARX, 1980).

A produção é uma atividade social. A relação entre os homens, durante o processo de


produção e na troca de atividades, varia de acordo com o nível de desenvolvimento
dos meios inerentes a essa prática. Tais relações se estabelecem, portanto, em condi-
ções históricas determinadas, nas quais os elementos da atividade social de produzir
articulam-se de forma específica.
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Iamamoto e Carvalho (1998, p. 30) afirmam que:

[...] as relações sociais, de acordo com as quais os indivíduos produzem as


relações sociais de produção, alteram-se, transformam-se com a modificação
e o desenvolvimento dos meios materiais de produção, as forças produtivas.
Em sua totalidade, as relações de produção formam o que se chama relações
sociais: a sociedade, e particularmente, uma sociedade num determinado
estágio de desenvolvimento histórico, uma sociedade com um caráter dis-
tintivo particular.

O capital também é uma relação de produção oriunda da sociedade bur-


guesa. Assim, a produção social não trata de criação de objetos materiais, mas
da dinâmica entre pessoas, entre classes sociais que personificam determinadas
categorias econômicas.
Sendo o capital uma relação social, este pressupõe relações antagônicas
entre classes e entre trabalhadores e donos dos meios de produção. Esses últi-
mos estabelecem tratos desiguais e hierarquizados de dominação por meio do
trabalho assalariado, lógica que vai se perpetuando nas relações de produção.
No modelo capitalista, o sujeito é convocado a trabalhar e a estabelecer vínculos
sociais para suprir as suas necessidades. Realiza-se transformando a natureza
em matéria por meio dos processos de produção e mediado pelas relações
sociais, o que explica o caráter elementar do trabalho para a sua existência.

Marx (1980), ao inserir o conceito de teleologia, ou seja, a finalidade a que se destina o


trabalho, explica que o homem não transforma apenas o material sobre o qual opera,
mas imprime a este o projeto que tinha conscientemente em mira, o qual constitui
determinantes do seu modo de operar e de subordinar sua vontade.

De forma sintética, podemos dizer que o salto ontológico que ocorre pelo
processo racional, consciente e proposital do trabalho, locus ou espaço de
realização deste, configura-se no ato de pensar algo (situado no plano das
ideias) e transformá-lo em concreto, material, promovendo a humanidade
do sujeito.
Habermas (1987) propõe uma reflexão a partir da reconstrução da te-
oria de Marx e contribui para a análise de duas importantes categorias: a
8 Emancipação humana por meio do trabalho

linguagem, etapa de racionalidade ao agir comunicativo, que ele considera


como processo antecessor ao trabalho em si, e o conceito de emancipação
humana, que busca compreender as questões práticas da vida em sociedade,
o que ele chamou de mundo da vida (onde as estruturas mudam em função
do aumento da complexidade sistêmica).
A linguagem pode ser compreendida como o meio que possibilita as con-
dições necessárias para o mundo da vida, que fomenta o entendimento mútuo,
a socialização e o estabelecimento de vínculos, a partir das suas funções:
cognitiva, apelativa e expressiva. Estrutura a sua fundamentação teórico-
-crítica a partir da noção iluminista de emancipação humana, em que esta é
o fim, sendo a razão o meio, e cujo fio condutor se dá na articulação entre o
processo de emancipação e a comunicação, por meio da linguagem, que faz
a mediação nas relações em sociedade.
Cabe esclarecer que, para Habermas (1982), a sociedade é definida como
as ordens legítimas das quais os participantes na interação regulam o seu
pertencimento a grupos, assegurando a solidariedade. Entretanto, com o
crescimento acelerado dos sistemas de reprodução material, a sociedade deixou
de atender a sua função social básica, qual seja, a de lugar de realização das
relações morais.
Todo o trabalho contém uma dimensão de conhecimento ético-moral, que
está implicado na sua natureza teleológica e que objetiva agregar valores e
“o dever ser” orientado para o desenvolvimento do comportamento humano
e para as finalidades sociais.
Iamamoto (2001, p. 42) salienta que o trabalho é inseparável do conheci-
mento, das ideias e concepções de mundo, isto é, de formas de pensar a vida real:

O ser que trabalha constrói para si, a partir de sua atividade, modos de agir e
pensar. Ao se relacionar com as circunstâncias objetivamente existentes, se
apropria delas, tendo em vista a consecução de fins propostos pelo sujeito na
criação de objetos capazes de desempenhar funções sociais, fazendo nascer
o seu valor de uso.

Pelo processo de trabalho, realizado de maneira coletiva, os modos de


pensar e agir vão se estabelecendo e se constituindo também coletivamente, por
meio de uma maneira especificamente humana de se relacionar, na condição
de sujeitos sociais.
O resultado do trabalho cooperativo supera a somatória das forças pro-
dutivas individuais, pela criação de uma nova força, a força coletiva: “[...]
ao cooperar com outros de acordo com um plano de trabalho, desfaz-se o
Emancipação humana por meio do trabalho 9

trabalhador dos limites de sua individualidade e desenvolve a capacidade


de sua espécie” (MARX, 1980, p. 378).
Para compreendermos as relações de trabalho, torna-se necessário situar
que o capitalismo, de acordo com Giddens (2004, p. 60), “[...] é um sistema
de produção de mercadorias centrado na relação entre a propriedade privada
do capital e a mão de obra assalariada, despossuída da propriedade, sendo
esta uma relação que configura o eixo principal do sistema de classes”, do
processo de exploração e alienação.
O trabalho, como motor da vida social, opera a visão ontológica do
homem, da realização individual (espontânea em si) por intermédio do
trabalho, superando o processo de alienação, que se dá de igual forma,
pela consciência (para si). Essa passagem, a partir da reapropriação dos
meios de produção pelos trabalhadores, foi denominada por Marx como
processo de emancipação humana, caracterizada pela forma consciente,
livre, coletiva e universal de trabalhar. Podemos dizer que a emancipação
humana apresenta uma dimensão política do trabalho porque traz consigo
a noção de cooperação e de democracia, pontos que fazem parte do projeto
emancipatório da vida em sociedade.
O trabalho, ao envolver a relação subjetiva com a tarefa realizada pelo
sujeito, pertence ao campo individual e/ou singular, que é expressa pelo exer-
cício da autonomia. A cooperação pertence ao campo coletivo, dentro de uma
dimensão política maior e democrática.
Pode-se inferir que o trabalho está articulado com a ideia de liberdade,
compondo a totalidade imaginada em que se encontra a vida dos sujeitos
sociais, tecida por consciência e relações de solidariedade e de confiança.

Diante das ligações contraditórias que envolvem o trabalho e a sociabilidade humana,


caracterizadas pelas relações fetichistas, ou seja, que transformam as relações sociais,
baseadas nos elementos materiais da natureza com foco na produção de mercadorias,
desfaz-se o caráter mistificador e utópico do processo humanizado do trabalho na
sociedade contemporânea.

Marx (1980), ao integrar uma visão da lógica teórica da política econô-


mica, reconhece que a alienação pelo trabalho só poderia ser abolida por
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meio da superação da propriedade privada, para completa emancipação dos


atributos e sentidos humanos. Mas o sujeito, na forma de coisificação em
que limita as suas expressões existenciais, não é livre. Sob a racionalidade
neoliberal, o trabalhador atende apenas às suas necessidades corporais e
perde a sua capacidade criativa e a sua liberdade, condições necessárias para
o seu projeto emancipatório por meio do trabalho. A liberdade é alcançada
pela emancipação progressiva do sujeito. Emancipar-se é existir a partir
da transcendência da essência humana que, pelo trabalho, satisfaz as suas
necessidades na sua totalidade, por meio das capacidades criativa e produtiva.

Mundo do trabalho como espaço


de pertencimento e de humanização
Marx (1993) infere que o processo de humanização do homem se dá na consti-
tuição das suas experiências a partir do trabalho, que fundamenta a existência
social e que garante a todos uma vida digna de sobrevivência. O trabalho é
considerado uma prática social, pois molda o trabalhador por meio da cul-
tura, dos valores, das crenças e da ideologia, elementos que contribuem para
a construção das identidades individuais e coletivas, por meio das relações
sociais e dos modos de produção trabalhistas.
O trabalho associativo promove o senso de pertencimento e contribui
para a construção de identidades individuais e coletivas, por intermédio dos
processos de subjetivação e humanização. É o sentido de pertencimento, como
crença subjetiva e de origem comum, que projeta o ser humano na condição
de sujeito coletivo (membro de uma comunidade), por meio de representações,
símbolos, valores, medos e aspirações.
Para Bauman (2010), o pertencimento pode ser traduzido como confiança
nos benefícios da solidariedade humana e das instituições que dela brotam,
prometendo servi-la e garantir a sua confiabilidade. Essa construção identitária,
de natureza subjetiva, permeia as relações coletivas de trabalho que, como
classe trabalhadora, reconhece-se pelo valor legítimo construído socialmente,
de representatividade e de luta pelos seus ideais.
Não existe dimensão coletiva sem que se estabeleça uma relação de in-
teresses, de semelhanças e/ou de necessidades recíprocas. Essa dimensão se
constitui a partir do sentido de pertencimento, da efetiva participação e do
desenvolvimento de vínculos.
Cabe situarmos a noção de vínculo como um nexo que estabelece uma
ligação moral entre os homens. A partir da perspectiva psicanalítica,
Emancipação humana por meio do trabalho 11

Pichon-Riviere (1988) definiu vínculo como uma estrutura complexa que


inclui um sujeito, um objeto e a sua mútua inter-relação com processos de
comunicação e aprendizagem.
Entretanto, diante do modelo líquido de sociedade contemporânea, descrito
pelo sentimento de pertença, está cada vez mais difícil de ser percebido.
Bauman (2001) introduziu esse termo para se referir à profunda mudança
pela qual a sociedade vem passando, ao dizer que saímos de um modelo
pesado, “sólido” e estável, para um modelo de sociedade líquida, fluida,
instável, difusa, onde até os poderes, as instituições e as relações estão se
“derretendo”, onde as pessoas tornam-se indiferentes e cada um satisfaz
somente os próprios interesses.
As mudanças e contradições da sociedade capitalista pouco permitem
que a humanidade usufrua das facilidades que produz quando inserida no
trabalho e das relações de confiança e de solidariedade, como resultado do
seu movimento. Os elementos necessários à construção de uma identidade (e
pertença) desaparecem tão rapidamente quanto a velocidade das relações de
mercado. Muitos ficam à margem da sociedade.
O ser humano, para estabelecimento da sua existência como ser social,
necessita desenvolver vínculos que lhe deem sentido, nexos, que façam a
ligação do individual para o social, do particular para o coletivo. Esses nexos
contribuem para a preservação da vida, para a promoção da segurança entre os
sujeitos, que necessitam de humanização das relações sociais e de continuação
das gerações futuras.

Pesquisar, acompanhar e examinar dados demográficos da população são ações neces-


sárias para desenvolver uma boa análise de contexto e aproximação com a realidade.
A análise de dados referentes ao trabalho no Brasil (taxa de ocupação de emprego e
taxas de desemprego, por exemplo) contribui para a formação de um estudo crítico
da realidade e para a compreensão da questão social — objeto do Serviço Social.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é o órgão do Governo Federal
responsável pelo levantamento de dados e fonte segura de pesquisa.
Consulte a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), realizada pelo IBGE:

https://goo.gl/0BEHSd
12 Emancipação humana por meio do trabalho

BAUMAN, Z. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.


BAUMAN, Z. Vida a crédito: conversas com Citlali Rovirosa-Madrazo. Rio de Janeiro:
Zahar, 2010.
GIDDENS, A. Consecuencias de la modernidad. 3. ed. Madrid: Alianza, 2004.
HABERMAS, J. Teoria de la acción comunicativa: complementos y estúdios previos.
Madrid: Cátedra, 1982.
HABERMAS, J. Teoria de la acción comunicativa. Madrid: Taurus,1987.
IAMAMOTO, M. V.; CARVALHO, R. Relações sociais e serviço social: esboço de uma
interpretação histórico-metodológica. 12. ed. São Paulo: Cortez, 1998.
IAMAMOTO, M. V. O serviço social na contemporaneidade: trabalho e formação profis-
sional. São Paulo: Cortez, 2001.
MARX, K. O capital: crítica a economia política. Rio de Janeiro. Civilização Brasileira, 1980.
DAMATTA, R. Relativizando: uma introdução à antropologia social. 3. ed. Petrópolis:
Vozes, 1983.
PICHON-RIVIERE, E. Processo grupal. São Paulo: Martins Fontes, 1988.
SENNET, R. A corrosão do caráter: consequências pessoais do trabalho no novo capi-
talismo. 15. ed. Rio de Janeiro: Record, 2010.

Leituras recomendadas
BAUMAN, Z. Comunidade: a busca por segurança no mundo atual. Rio de Janeiro:
Zahar, 2003.
BAUMAN, Z. Vida líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2005.
BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional por Amostragem
de Domicílio: PNAD, População. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/esta-
tistica/pesquisas/pesquisa_resultados.php?id_pesquisa=40>. Acesso em: 13 jul. 2018.
DEJOURS, C. Trabalho vivo: trabalho e emancipação. Brasília: Paralelo 15, 2012. v. 2.
VAZQUEZ, A. S. Filosofia da práxis. 2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
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