Direito Das Sucessoes Materia Casos Praticos
Direito Das Sucessoes Materia Casos Praticos
Direito Das Sucessoes Materia Casos Praticos
APRESENTAÇÕES POWERPOINT
(Matéria + Casos Práticos)
2019/2020
Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa
Licenciatura em Direito
1. Introdução
1.1. Introdução: noções gerais
1.2. Introdução: (breve) enquadramento histórico
1.3. Introdução: (breve) caracterização do sistema sucessório português
1.4. Introdução: fontes do Direito das Sucessões
2
1. Introdução
3
Introdução
1.1. Noções gerais
4
Introdução
1.1. Noções gerais
5
Introdução
1.1. Noções gerais
Povos germânicos:
Direito Romano:
FONTES:
13
Introdução
1.4. Fontes do Direito das Sucessões
16
Introdução
1.4. Fontes do Direito das Sucessões
18
Noção e âmbito da sucessão
2.1. Introdução
Mas há excepções:
– p. ex., no legado a sucessão é a título singular não obstante ser
mortis causa;
– na fusão de uma sociedade dá-se a transmissão global do seu
património, não obstante tratar-se de um negócio entre vivos.
20
Noção e âmbito da sucessão
2.1. Introdução
Em todo o caso, há situações em que pode não ser fácil essa distinção,
sobretudo naqueles casos em que a produção dos efeitos próprios do acto
jurídico em causa surge associada à morte do titular do direito e é duvidoso
saber se a morte é a causa da modificação subjectiva na relação jurídica.
Também aqui a doação é em vida, uma vez que o donatário adquire logo um direito
sobre os bens doados.
Não se trata de uma doação sujeita a termo, como a anterior, mas sujeita a termo e a
condição.
Partilha em vida:
Mas há certos direitos pessoais de natureza civil ou processual, que não visam a
satisfação de necessidades económicas e que não são avaliáveis
pecuniariamente, que são objecto de devolução sucessória.
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Noção e âmbito da sucessão
2.3. Âmbito / objecto da sucessão
32
3. Modalidades / espécies de sucessão
33
Modalidades / espécies de sucessão
3.1. Fontes / títulos da vocação sucessória
De acordo com o art. 2026.º do CC, a sucessão é deferida por lei, testamento
ou contrato, sendo estes os títulos da vocação sucessória.
Por força do art. 2027.º, a sucessão legal pode ser legítima (deferida por lei
supletiva) ou legitimária (resultante de lei imperativa), consoante possa ou
não ser afastada pela vontade do seu autor.
Por seu lado, a sucessão voluntária pode ser contratual (se tem na base um
contrato, só admitida em certos casos) ou testamentária (se na sua base
está um testamento).
A sucessão legitimária é deferida por lei e não pode ser afastada pela
vontade do autor da sucessão.
Diz respeito à porção de bens de que o de cujus não pode dispor por estar
destinada por lei aos herdeiros legitimários (art. 2157.º).
36
Modalidades / espécies de sucessão
3.1. Fontes / títulos da vocação sucessória
Tem por base um testamento, definido no art. 2179.º, n.º 1, como o acto
unilateral e revogável pelo qual uma pessoa dispõe, para depois da morte,
de todos os seus bens ou de parte deles.
Importa agora determinar não a que título se sucede, mas no que se sucede.
Por outro lado, é também qualificado como herdeiro o que sucede numa
quota do património do falecido.
Não há aqui uma sucessão em bens certos e determinados, mas sim num
conjunto indeterminado de bens.
40
Muito obrigado pela Vossa atenção
3
Modalidades / espécies de sucessão
3.2. Objecto da sucessão. O herdeiro e o legatário (continuação)
***
3) Direito de acrescer
O direito de acrescer é conferido por lei aos herdeiros (herdeiros legais: art.
2137.º, n.º 2; herdeiros testamentários: art. 2301.º, n.º 1).Os legatários,
sucedendo em bens certos e determinados, só gozam do direito de acrescer
se tiverem sido nomeados em relação ao mesmo objeto (art. 2302.º). 8
Modalidades / espécies de sucessão
3.2. Objecto da sucessão. O herdeiro e o legatário (continuação)
4) Aponibilidade de termo
De acordo com o art. 2243.º não é possível o testador (ou o doador mortis causa, nos
casos em que são admitidos os pactos sucessórios) instituir um herdeiro a termo,
quer suspensivo quer resolutivo. Mas, já poderá nomear um legatário a termo inicial
ou suspensivo (n.º 1 do art. 2243.º), que apenas suspende a execução da disposição,
não impedindo que o nomeado adquira direito ao legado.
6) Outros efeitos:
– 2096.º (só os herdeiros estão sujeitos às sanções por sonegação dos bens da herança);
– 2058.º, n.º 1 (só os herdeiros gozam do direito de aceitar ou repudiar heranças de sucessíveis chamados sem a
haver aceitado ou repudiado - transmissão do direito de aceitar);
– 71.º, n.º 2 (só os herdeiros têm legitimidade para requerer providências face aos direitos de personalidade de
pessoas falecidas);
– 2171.º (é primeiramente sobre os herdeiros que, face aos legatários, são reduzidas as liberalidades
testamentárias inoficiosas);
– 2080.º (o cargo de cabeça-de-casal é atribuído, na falta de cônjuge sobrevivo ou testamenteiro, aos herdeiros, só9
sendo atribuído aos legatários no caso de herança distribuída em legados, nos termos do art. 2081.º), etc.
Modalidades / espécies de sucessão
A vida digital depois da morte
10
4. O fenómeno sucessório
11
O fenómeno sucessório
Introdução
13
O fenómeno sucessório
4.1. A morte como pressuposto da sucessão
B) A morte presumida
A morte como pressuposto da sucessão é a morte física ou natural e, em
princípio, a morte certa. Mas pode também ser a chamada morte presumida (arts.
114.º e ss.), que tem lugar quando uma pessoa está ausente sem notícias
durante um certo período de tempo.
Antes de ser declarada a morte presumida podem ocorrer dois períodos, sendo
diverso o estatuto jurídico do ausente: a curadoria provisória e a curadoria
definitiva.
Curadoria provisória (art. 89.º): quando haja necessidade de prover acerca da
administração dos bens de quem desapareceu sem que dele se saiba parte e
sem ter deixado representante legal ou procurador, deve o tribunal nomear-lhe
curador provisório.
Curadoria definitiva (arts. 99.º a 113.º do Código Civil): decorridos 2 anos sem se
saber do ausente, se este não tiver deixado representante legal nem procurador
bastante, ou 5 anos, no caso contrário, pode o Ministério Público ou algum dos
interessados requerer a justificação de ausência, onde se estabelecerá a
curadoria definitiva. 16
O fenómeno sucessório
4.1. A morte como pressuposto da sucessão
C) A comoriência
Isto é, para alguém ser chamado à sucessão tem que ainda existir no
momento da morte do autor da sucessão.
CASO PRÁTICO
20
O fenómeno sucessório
4.2. A designação sucessória
Em último lugar, surge a sucessão legítima. Nos termos do art. 2131.º, ela só
existirá se o autor da sucessão não tiver disposto dos seus bens por
testamento ou pacto sucessório (nos casos admitidos por lei), ou se essa
disposição não for válida ou eficaz ou se apenas tiver disposto em parte.
Dentro da sucessão legítima, o art. 2133.º fixa a hierarquia de sucessíveis
legítimos, definindo as classes de sucessíveis. 24
O fenómeno sucessório
4.2. A designação sucessória
28
O fenómeno sucessório
4.3. A abertura da sucessão
Depois, para o cálculo da legítima. Art. 2162.º, n.º 1: dispõe que se tenha em
conta o valor dos bens existentes no património do autor da sucessão à data
da sua morte, no momento da abertura da sucessão.
4. O fenómeno sucessório
(…)
2
4.4. A vocação sucessória
3
O fenómeno sucessório
4.4. A vocação sucessória: terminologia
B) Conceito e conteúdo
Há 2 grandes orientações:
• doutrina da aquisição ipso iure; e
• doutrina da aquisição mediante aceitação.
5
O fenómeno sucessório
4.4. A vocação sucessória: conceito / conteúdo
Pela doutrina da aquisição automática, ipso iure, o chamado, por força da própria
vocação, adquire a titularidade dos direitos hereditários, ingressa na titularidade
das relações jurídicas transmissíveis do falecido.
A aquisição sucessória resulta automaticamente da vocação sucessória. Basta
ser chamado à sucessão para que as relações jurídicas do falecido adquiram um
novo titular, não sendo necessário qualquer outro acto adicional ao chamamento.
Não será, assim, necessária a aceitação para que se verifique a aquisição
sucessória.
Não é esta doutrina que vale no nosso ordenamento jurídico (art. 2050.º, n.º 1).
De facto, a aquisição sucessória só se dá após a aceitação e por força dela,
vigorando, portanto, a doutrina da aquisição mediante aceitação.
A aceitação não tem um papel meramente de confirmação da aquisição
sucessória, mas um papel verdadeiramente constitutivo.
O chamamento não atribui, assim, automaticamente ao chamado a aquisição dos
bens, conferindo-lhe antes o direito de aceitar ou repudiar a herança. 6
O fenómeno sucessório
4.4. A vocação sucessória: pressupostos
8
O fenómeno sucessório
4.4. A vocação sucessória: a existência
(2.º pressuposto)
Para o chamado já existir, é preciso que tenha personalidade jurídica. Há, porém,
algumas situações que podem levantar dúvidas quanto ao preenchimento deste
pressuposto, uma vez que o chamado não tem ainda personalidade jurídica,
parecendo que há vocação sucessória em relação a quem ainda não existe.
Este não tem uma personalidade jurídica plena, que só se adquire com o
nascimento completo e com vida (art. 66.º, n.º 1), mas uma personalidade
reduzida, como que limitada ou fracionária.
10
O fenómeno sucessório
4.4. A vocação sucessória: a existência
(2.º pressuposto)
11
O fenómeno sucessório
4.4. A vocação sucessória: a existência
(2.º pressuposto)
12
O fenómeno sucessório
4.4. A vocação sucessória: a capacidade sucessória
(3.º pressuposto)
Pontos a analisar:
1) Princípios gerais;
2) Incapacidades sucessórias;
3) Declaração judicial de indignidade
4) Efeitos da indignidade
5) Reabilitação do indigno
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O fenómeno sucessório
4.4. A vocação sucessória: a capacidade sucessória
(3.º pressuposto)
1) Princípios gerais
14
O fenómeno sucessório
4.4. A vocação sucessória: a capacidade sucessória
(3.º pressuposto)
2) As incapacidades sucessórias
2 tipos de incapacidades:
A inexistência.
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O fenómeno sucessório
4.4. A vocação sucessória: a capacidade sucessória
(3.º pressuposto)
17
O fenómeno sucessório
4.4. A vocação sucessória: acórdão do STJ (análise)
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Muito obrigado pela Vossa atenção
CASOS PRÁTICOS
2
Modos da vocação sucessória
3
O fenómeno sucessório
4.4. A vocação sucessória: modos da vocação
A) originária ou subsequente;
C) directa ou indirecta.
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O fenómeno sucessório
4.4. A vocação sucessória: modos da vocação
5
O fenómeno sucessório
4.4. A vocação sucessória: modos da vocação
Falamos deste direito quer por referência à sucessão legal (cfr. artigos 2137.º, n.º
2, 2143.º e 2157.º), quer na sucessão testamentária (cfr. artigos 2301.º a 2307.º).
Para que o direito de acrescer actue, é preciso que se verifique a falta ou repúdio
de herdeiros ou de legatários e, por isso, a quota que lhe cabia encontra-se vaga.
Por outro lado, não podem verificar-se certas circunstâncias: não pode verificar-
se um caso de substituição directa (I), de vontade do autor da sucessão contrária
ao acrescer (II), de direito de representação (III), de transmissão do direito de
aceitar ou repudiar a sucessão (IV) ou ainda se se tratar de um legado de
natureza estritamente pessoal (V).
12
A herança jacente
(cfr. artigos 2046.º a 2049.º do CC)
13
O fenómeno sucessório
4.5. A herança jacente
Como tal, importa saber o que sucede nesta fase em que houve o
chamamento, mas ainda não existiu resposta ao mesmo por parte do
chamado.
Herança vaga: a herança deferida ao Estado, por o de cuius ter falecido sem
testamento e não haver herdeiros legítimos das categorias ou classes
sucessórias anteriores.
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O fenómeno sucessório
4.5. A herança jacente
Artigo 2047.º, n.º 1, do CC: o sucessível chamado à herança, sem a ter aceitado
ou repudiado, pode adoptar providências acerca da administração dos bens, se
do retardamento das providências puderem resultar prejuízos.
17
O fenómeno sucessório
4.6. A aceitação e o repúdio da herança
(ii) é tácita quando resulta de factos concludentes, segundo as regras gerais (artigo
217.º, n.º 1).
A aceitação pode ser pura e simples ou a beneficio de inventário, nos termos dos
artigos 2052.º e 2053.º.
(i) a aceitação a benefício de inventário significa que o herdeiro declara que aceita a
herança, mas reserva o direito de só receber o valor líquido da herança depois de
pagos os encargos – com isso o herdeiro obtém, além da inventariação dos bens da
herança e da liquidação e partilha, uma separação, face aos credores da herança,
dos bens desta relativamente ao seu património pessoal;
(ii) na aceitação pura e simples o herdeiro aceita a herança sem qualquer processo
de inventário.
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O fenómeno sucessório
4.6. A aceitação e o repúdio da herança
NOTAS adicionais:
(i) o repúdio é um acto formal;
(ii) se o chamado for casado, o repúdio da herança ou legado só pode ser feito com o
consentimento de ambos os cônjuges, salvo se vigorar entre os cônjuges o regime de
separação de bens (artigo 1683.º);
(iii) regime (excepcional) de sub-rogação dos credores previsto no artigo 2067.º. 20
CASOS PRÁTICOS
21
CASO PRÁTICO
Sobreviveu-lhe o pai (Artur), o irmão (Carlos) e a mulher (Daniela), com quem era
casado no regime de separação de bens.
Considerando que:
(i) Eduardo morreu sem ter aceitado ou repudiado a herança do seu pai Bruno
(ele foi chamado à herança, mas, perturbado como estava, acabou por se
esquecer de a aceitar ou repudiar) e
(ii) Francisco (neto de Bruno) é indigno em relação ao seu pai Eduardo,
Artur
†
Carlos Bruno Daniela
Eduardo
Francisco
23
CASO PRÁTICO
De salientar, ainda, que António teve um terceiro filho, Duarte, que faleceu há 5
anos atrás. Duarte, por sua vez, deixou 2 filhas (Mafalda e Matilde, netas de
António).
Considerando que:
(i) Beatriz repudiou a herança,
(ii) Duarte deserdou Mafalda,
(iii) António fez um testamento, no qual dispôs da sua quota disponível a
favor da Comunidade Vida e Paz (apoio aos sem abrigo),
Proceda à partilha da herança de António, tendo em conta que o valor dos bens
deixados ascende a € 180.000. 24
†
António
25
Muito obrigado pela Vossa atenção
CASOS PRÁTICOS
2
Introdução
• a habilitação de sucessores;
• a petição da herança;
• a administração da herança;
• a alienação da herança;
• a liquidação e partilha da herança.
3
A herança adquirida:
A) habilitação de sucessores
4
O fenómeno sucessório
A herança adquirida: A) habilitação de sucessores
A lei faculta ao sucessor alguns meios para fazer prova da sua qualidade
de herdeiro ou legatário, ou seja, para se habilitar enquanto tal.
Meio extrajudicial de habilitação que não visa (ou pode não visar) apenas a
habilitação de sucessores, mas também a partilha e os respectivos registos.
Meios judiciais
A habilitação como incidente da instância consagrada nos artigos 351.º a 357.º
do CPC.
Por força da Lei n.º 117/2019 (processo de inventário), pode ocorrer a habilitação
de interessados no âmbito de inventário judicial, se falecer algum interessado
directo na partilha antes de concluído o inventário (v. artigo 1089.º do CPC).
8
A herança adquirida:
B) petição da herança
(cfr. artigos 2075.º a 2078.º do CC)
9
O fenómeno sucessório
A herança adquirida: B) petição da herança
Regime jurídico:
3) A acção pode ser intentada a todo o tempo (artigo 2075.º, n.º 2), mas
importa ter em atenção os seguintes limites:
13
O fenómeno sucessório
A administração da herança
3 hipóteses:
1.º Cabeça-de-casal
A solução normal estabelecida pelo CC para a administração da herança é o
chamado cabeçalato, tendo como órgão o cabeça-de-casal (artigo 2079.º).
3.º Testamenteiro
Pode também existir um outro órgão da administração da herança, previsto
nos artigos 2320.º e ss. [v. também artigo 2080.º, n.º 1, al. b)], que é o
testamenteiro. O testador pode nomear uma ou mais pessoas que fiquem
encarregadas de vigiar o cumprimento do seu testamento ou de o executar,
no todo ou em parte. É o que o artigo 2320.º chama de testamentaria. 15
O fenómeno sucessório
A administração da herança
17
O fenómeno sucessório
A administração da herança
O testador pode nomear um herdeiro ou um legatário; mas também a sua escolha pode recair sobre um
terceiro (artigo 2321.º, n.º 2). O nomeado também pode recusar a testamentaria por meio de declaração
perante notário (artigos 2322.º e 2324.º). NOTA: a aceitação ou recusa da testamentaria é independente da
aquisição sucessória.
O nomeado que aceitou a testamentaria só pode ser dela escusado nos casos previstos para a escusa do
cabeça-de-casal (artigo 2330.º). O testamenteiro pode ser judicialmente removido se não cumprir com
prudência e zelo os deveres do seu cargo ou mostrar incompetência no seu desempenho (artigo 2331.º, n.º
1, do CC, e artigo 1044.º do CPC).
A testamentaria não é transmissível, em vida ou por morte, nem é delegável, mas o testamenteiro pode
servir-se de auxiliares na execução do cargo, nos mesmos termos em que o procurador o pode fazer (artigo
2334.º).
O testamenteiro não é apenas instituído para exercer o cargo de cabeça-de-casal. A existir, ele pode exercer
esse cargo, mas as suas atribuições são mais amplas, cabendo ao testador conferir-lhe tais funções (artigo
2325.º). De modo diferente também com o que sucede com o cabeça-de-casal, é possível a nomeação de 18
mais do que um testamenteiro (artigos 2320.º e 2329.º).
O fenómeno sucessório
A administração da herança
20
O fenómeno sucessório
A alienação da herança
23
CASO PRÁTICO
A partilha da herança
A) O direito de exigir a partilha
B) Modalidades da partilha – o processo de inventário
C) Operações de partilha da herança
D) Efeitos e natureza da partilha
E) Impugnação e invalidade da partilha
F) Partilha adicional e emenda à partilha
CASOS PRÁTICOS
2
A liquidação e os encargos da herança
[cfr. artigos 2068.º a 2074.º (encargos da herança) + artigos 2097.º a 2100.º (liquidação da
herança)]
3
A liquidação e os encargos da herança
Introdução
4
A liquidação e os encargos da herança
A) Os encargos da herança (1/3)
5 tipos de encargos:
i) despesas com o funeral e sufrágios do seu autor;
ii) encargos com a testamentária;
iii) encargos com administração e liquidação do património hereditário;
iv) dívidas do falecido; e
v) legados
5
A liquidação e os encargos da herança
A) Os encargos da herança (2/3)
6
A liquidação e os encargos da herança
A) Os encargos da herança (3/3)
3 notas adicionais:
Isto não impede, porém, que certos bens da herança estejam afectos à
satisfação de certos encargos.
8
A liquidação e os encargos da herança
B) Responsabilidade pelos encargos – herança indivisa (2/2)
HERDEIROS
Nos termos do artigo 2071.º, os herdeiros são os responsáveis pelo pagamento
dos encargos da herança. Sendo que os credores da herança só podem pagar-
se pelos bens hereditários (e não por outros). É essa a razão pelo qual se afirma
que que os herdeiros só respondem dentro das forças da herança (intra vires
hereditatis) e não para além delas (ultra vires) pelos seus bens pessoais. A
distinção presente no artigo 2071.º depende do modo de aceitação do herdeiro.
LEGATÁRIOS
Os legatário não respondem, em regra, pelos encargos da herança.
A sua responsabilidade é pelo cumprimento dos legados ou outros encargos que
lhes sejam impostos (art. 2276.º), e sempre dentro dos limites do valor da coisa
legada. Só assim não é se a herança for toda distribuída em legados. Nesta
situação, são os encargos da herança suportados por todos os legatários em
proporção dos seus legados, excepto se o testador houver disposto outra coisa
(art. 2277.º).
9
A liquidação e os encargos da herança
C) Responsabilidade pelos encargos – herança partilhada
Pode acontecer que assim não seja e, neste caso, a responsabilidade dos
herdeiros que, com a herança indivisa respondiam colectivamente,
mantém-se, MAS passa a respeitar a cada herdeiro.
11
A partilha da herança
Introdução
13
A partilha da herança
B) Modalidades da partilha – o processo de inventário (1/2)
17
A partilha da herança
D) Efeitos e natureza da partilha
Cada herdeiro adquire do de cuius os bens que integram a sua quota, tudo
se passando como se esses bens tivessem, desde a morte do de cuius,
imediatamente integrado o seu património.
Está, por isso, a partilha por acordo dos interessados sujeita às regras
gerais da ineficácia e invalidade dos negócios jurídicos.
Artigo 2123.º.
***
Diferente da partilha adicional (que não se confunde com a partilha inicial, sendo
uma nova partilha ainda que complementar da anterior) é a emenda à partilha.
Em caso de ineficácia parcial da partilha é possível proceder-se à emenda da
mesma. A emenda da partilha realizada por acordo dos interessados decorre dos
princípios gerais dos negócios jurídicos.
No caso de partilha em processo de inventário, vide artigo 1126.º do CPC. 20
CASOS PRÁTICOS
21
CASO PRÁTICO
A sucessão legítima
A) Introdução
B) Fundamento
C) Princípios gerais
D) Ordem e classes de sucessíveis
A sucessão legitimária
A) Introdução
B) Natureza jurídica
C) Autonomia
D) Os herdeiros legitimários e a medida da legítima
CASOS PRÁTICOS
2
Das sucessões em especial
3
Das sucessões em especial
A sucessão legal pode ser legítima (deferida por lei supletiva) ou legitimária
(resultante de lei imperativa), consoante possa ou não ser afastada pela vontade
do seu autor. A sucessão voluntária pode ser contratual (se tem na base um
contrato, só admitida em certos casos) ou testamentária (se na sua base está um
testamento).
5
A sucessão legítima
A) Introdução
É supletiva, dado que pode ser afastada quando o autor da sucessão, não tendo
herdeiros legitimários, dispõe da totalidade dos seus bens ou, tendo tais
herdeiros, dispõe da totalidade da quota disponível.
• Numa segunda linha, para evitar hiatos na transmissão dos bens ou que
estes caiam no abandono, pela função social da propriedade e pela
contribuição da sociedade na formação dos bens de cada um dos seus
membros, justifica-se a designação legítima do Estado.
7
A sucessão legítima
C) Princípios gerais
a) Cônjuge e descendentes;
b) Cônjuge e ascendentes;
e) Estado.
9
A sucessão legítima
D) Ordem e classes de sucessíveis (2/9)
O artigo 2133.º, n.º 1, ressalva o disposto no título da adopção, o que quer dizer
que temos de ter em consideração os efeitos sucessórios da adopção.
Nos termos do artigo 1986.º, n.º 1, do CC, o adoptado adquire o estatuto jurídico
de filho do adoptante e integra-se com os seus descendentes na família deste
12
A sucessão legítima
D) Ordem e classes de sucessíveis (5/9)
14
A sucessão legítima
D) Ordem e classes de sucessíveis (7/9)
NOTA:
A afinidade (cfr. artigo 1584.º do CC) não é facto designativo na sucessão legal
comum.
17
A sucessão legitimária
(cfr. artigos 2156.º a 2178.º)
18
A sucessão legitimária
A) Introdução (1/2)
2 concepções possíveis:
• uma que vê no direito à legítima um direito a uma parte dos bens da herança
(pars hereditatis); e
• outra que o vê como um direito a uma parte do valor dos bens (pars
bonorum).
Os herdeiros legitimários têm direito a uma porção de bens (a legítima objectiva ou global).
Apurar a medida dessa legítima varia em função da classe e tipo de herdeiro legitimário e do
número de herdeiros legitimários
Só depois de determinada a legítima global é que será possível apurar a legítima que cabe a
cada um dos herdeiros legitimários, isto é, o seu quinhão legitimário (legítima subjectiva).
Várias hipóteses:
(i) Concurso do cônjuge com descendentes
A legítima do cônjuge e dos filhos, em caso de concurso, é de 2/3 da herança (artigo 2159.º, n.º 1).
24
CASO PRÁTICO
António faleceu no mês passado, com sessenta e oito anos de idade, durante um
período de férias que gozava em Albufeira.
a) Desde que nasceu, António sempre residiu em Leiria, cidade onde também casou
com Bárbara, em segundas núpcias de ambos, no passado dia 30 de setembro de
2018, sem celebrar qualquer convenção antenupcial.
À data da morte de António, sobreviveram-lhe a esposa Bárbara, bem como os filhos
do primeiro casamento de António: César e Diana.
António fez testamento, deixando toda a quota disponível, em partes iguais, aos seus
primos Tiago e Xavier.
Faça a partilha dos bens de António sabendo que António deixou um património
pessoal avaliado em € 1.800.000.
HIPÓTESES PRÁTICAS 2
Cálculo da legítima
(cfr. artigo 2162.º)
3
Cálculo da legítima (1/5)
A legítima objectiva ou quota indisponível pode ser de 1/3, 1/2 ou 2/3 (cfr. artigos
2158.º a 2161.º).
A resposta é-nos dada pelo artigo 2162.º, n.º 1, nos termos do qual se estabelece
que:
Artigo 2162.º
Cálculo da legítima
“1. Para o cálculo da legítima, deve atender-se ao valor dos bens existentes no
património do autor da sucessão à data da sua morte, ao valor dos bens doados,
às despesas sujeitas a colação e às dívidas da herança”.
A legítima será, portanto, de metade, 1/3 ou 2/3 de uma massa de cálculo assim
obtida.
4
Cálculo da legítima (2/5)
5
Cálculo da legítima (3/5)
Exemplo:
Caso em que o de cuius:
• deixou bens no valor de 60;
• deixou dívidas no valor de 100; e
• fez doações no valor de 50.
Sobreviveu-lhe um filho.
Para a Escola de Coimbra, o valor total da herança para fixação da legítima é 50:
abate-se primeiro o passivo ao relictum (60 -100); como as dívidas só podem ser
satisfeitas com o activo, converte-se o valor negativo de 40 em 0 e somam-se as
doações (50); a legítima do filho é de 25 (artigo 2159.º, n.º 2).
8
A colação
(cfr. artigos 2104.º a 2118.º)
9
Colação
A) Noção
A colação tem por fundamento uma presunção legal iuris tantum de que o autor
da sucessão quando faz uma doação a um dos filhos (ou a outro descendente
que, na altura, seja um sucessível legitimário prioritário) não pretende avantajá-lo
relativamente aos demais.
Os frutos da coisa doada sujeita a colação devem ser conferidos, mas apenas se
forem percebidos depois da abertura da sucessão (os frutos recebidos em vida
do doador não são conferidos – artigo 2111.º).
Não é objecto de colação a coisa doada que tiver perecido em vida do autor da
sucessão por facto não imputável ao donatário (artigo 2112.º).
Como resulta do artigo 2113.º, o regime da colação que a lei prevê é supletivo,
isto é, o autor da sucessão pode dispensar a doação de colação ou pode até
fixar os termos e os limites em que ela ocorra.
13
Colação
D) Âmbito da obrigação de conferir (2/3)
Regime supletivo legal (artigos 2104.º e 2108.º): na falta de estipulação especial, a doação
está sujeita a colação – o donatário é obrigado a conferir o valor da doação não apenas na sua
legítima, mas também, no que exceder aquela, nas quotas hereditárias a que possa ser
chamado por força de sucessão legítima ou voluntária até onde haja na herança bens
suficientes para igualar todos os herdeiros. Se não houver bens suficientes na herança para
igualar todos os herdeiros, a doação já não precisa de ser conferida a partir daí, só havendo
que reduzir a doação se houver inoficiosidade.
3 situações consoante haja ou não remanescente da herança para igualar a partilha:
(i) se houver remanescente depois do pagamento dos encargos da herança, significa que o
donatário imputa o valor da doação na sua legítima e, no que a exceder, na quota disponível.
Os descendentes não donatários recebem bens do remanescente da herança que permitam
igualar o valor da doação daquele que foi beneficiado com a doação.
(ii) no caso de não haver remanescente na herança, mas houver bens suficientes para
preencher a legítima de todos os herdeiros legitimários, o descendente beneficiário da doação
imputa o valor da mesma na sua legítima e o que exceder na quota disponível. Esgotada esta,
os restantes descendentes apenas recebem o valor da sua legítima; a lei prescinde de uma
igualação da partilha para além das quotas legitimárias.
(ii) no caso de não haver remanescente na herança que permita preencher a legítima dos
herdeiros legitimários, será reduzida por inoficiosidade (na medida do necessário) a doação em
vida sujeita a colação, na parte que excede o valor da legítima do descendente beneficiário da
doação.
14
Colação
D) Âmbito da obrigação de conferir (3/3)
ii) Regime convencional: doação com colação absoluta ou por conta da legítima
O doador pode estipular na doação que esta está sujeita a colação absoluta ou que a
doação é por conta da legítima. Neste caso, haja ou não remanescente na herança
proceder-se-á sempre a uma igualação total, absoluta entre os descendentes
donatários e os restantes descendentes. O donatário está obrigado a conferir todos
os bens doados. Se o valor da doação for superior à legítima do herdeiro donatário (e
que no regime supletivo seria imputado na quota disponível), este, tendo que restituir
os bens doados, pode ver reduzido o valor da sua doação se não existirem bens na
herança que assegurem a igualação.
Quanto ao valor a conferir, o valor dos bens doados é o que eles tiverem à data
da abertura da sucessão (artigo 2109.º, n.º 1).
3 posições na doutrina:
1) Para alguns autores, e como resulta da letra da lei, o cônjuge não está sujeito
a colação + beneficia do regime da colação dos descendentes.
2) Para outros autores, o cônjuge não está sujeito a colação, mas também não
beneficia dela, ou seja, a igualação apenas funciona em relação aos
descendentes.
Ora, o cônjuge não está no mesmo patamar que os filhos que, estes sim, devem
ser tratados de forma igualitária.
19
Imputação (1/2)
Caso contrário, se tal intenção não for demonstrada, a doação deverá imputar-se
na quota indisponível.
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A deserdação
(cfr. artigos 2166.º e 2167.º)
22
Deserdação
Artigo 2166.º:
23
A tutela da legítima
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Tutela da legítima
A) Intangibilidade da legitima e cautela sociniana
A importância da legítima justifica que ela seja, nos termos legais, protegida /
tutelada
O artigo 2163.º proíbe o autor da sucessão de impor encargos sobre a legítima e
também de, contra a vontade dos legitimários, designar os bens que a deverão
integrar.
A partir desta norma estabelece-se um princípio de intangibilidade da legítima
do ponto de vista qualitativo, pois respeita, para além do seu valor, aos bens que
devem caber ao legitimário e à qualidade desses bens, uma vez que eles não
podem ser onerados com encargos.
27
Tutela da legítima
C) A redução de liberalidades inoficiosas (2/3)
A redução abrange:
1) em primeiro lugar as disposições testamentárias a título de herança;
2) em segundo lugar os legados e, por último,
3) as liberalidades feitas em vida (inter vivos ou mortis causa).
28
Tutela da legítima
C) A redução de liberalidades inoficiosas (3/3)
29
HIPÓTESES PRÁTICAS
30
HIPÓTESE PRÁTICA
B, C e D.
31
Muito obrigado pela Vossa atenção
A sucessão testamentária
Noção de testamento
Forma do testamento
Conteúdo do testamento
CASOS PRÁTICOS
2
Noção de testamento
3
A sucessão testamentária
Noção de testamento (1/2)
6
A sucessão testamentária
Requisitos de fundo do testamento (1/4)
O artigo seguinte (2189.º) concretiza depois esta ideia ao prever que são
incapazes de testar os menores não emancipados e os maiores
acompanhados (apenas nos casos em que a sentença de
acompanhamento assim o determine).
Atendendo ao vínculo especial que o testador mantém com uma determinada pessoa,
a lei estabelece certas proibições de testar.
Exemplos:
• disposições feitas por maior acompanhado a favor de acompanhante ou administrador legal de
bens do disponente (artigo 2192.º, n.º 1);
• disposição a favor de médico ou enfermeiro que tratar o testador, ou do sacerdote que lhe prestar
assistência espiritual, se o testamento for feito durante a doença e o seu autor vier a falecer dela
(artigos 2194.º e 2195.º);
• disposições a favor da pessoa com quem o testador casado cometeu adultério (art. 2196.º, n.º 1);
• disposições a favor do notário ou entidade com funções notariais que lavrou o testamento público
ou aprovou o testamento cerrado, ou a favor da pessoa que escreveu este, ou das testemunhas,
abonadores ou intérpretes que intervieram no testamento ou na sua aprovação (artigo 2197.º);
• disposições a favor de qualquer uma das pessoas supra referidas por meio de interposta pessoa
(artigo 2198.º). 8
A sucessão testamentária
Requisitos de fundo do testamento (3/4)
Objecto testamentário
Artigo 2186.º
Fim contrário à lei ou à ordem pública, ou ofensivo dos bons costumes
“É nula a disposição testamentária, quando da interpretação do
testamento resulte que foi essencialmente determinada por um fim
contrário à lei ou à ordem pública, ou ofensivo dos bons costumes”.
10
Forma do testamento
(cfr. artigos 2204.º a 2223.º)
11
A sucessão testamentária
Forma do testamento (1/3)
NOTA 2: face ao artigo 2184.º, não é válido também o testamento per relationem,
ou seja, aquele que dependa de instruções ou recomendações feitas a outrem
secretamente, ou que se reporte a documentos não autênticos, ou não escritos e
assinados pelo testador com data anterior à data do testamento ou
contemporânea desta. 12
A sucessão testamentária
Forma do testamento (2/3)
O testamento público é aquele que é escrito pelo notário no seu livro de notas (art.
2205.º). É, portanto, lavrado no livro de notas para testamentos públicos e para
escrituras de revogação de testamentos do cartório notarial.
• testamento militar;
• testamento marítimo;
• testamento feito a bordo de aeronave; e
• testamento feito em caso de calamidade pública.
15
A sucessão testamentária
Conteúdo do testamento (1/3)
O testamento tem uma função (causa) típica: a disposição por morte dos
bens do testador (art. 2179.º do CC).
16
A sucessão testamentária
Conteúdo do testamento (2/3)
18
Inexistência, nulidade, anulabilidade,
revogação e caducidade do testamento e das
disposições testamentárias
(cfr. artigos 2308.º a 2317.º)
19
A sucessão testamentária
Inexistência, nulidade, anulabilidade… (1/2)
Inexistência: não é referida nos artigos 2308.º e ss., mas, segundo a doutrina, o
testamento pode ser inexistente se não exprimir qualquer vontade do seu autor,
se for falso, se se tratar de testamento não sério, com falta de consciência da
declaração ou com coação física.
22
CASO PRÁTICO 1
B, C e D.
23
CASO PRÁTICO 2
A sucessão contratual
Introdução (breve recapitulação)
Disposições recíprocas dos esposados ou de um a favor do outro
Disposições de terceiros em favor dos esposados
Disposições dos esposados em favor de terceiros
Pactos renunciativos à condição de herdeiro legitimário do cônjuge
Cláusulas de reversão ou fideicomissárias
Sucessão contratual anómala
CASOS PRÁTICOS
2
A sucessão contratual
(cfr. artigo 2028.º + artigos 1700.º e ss.)
3
A sucessão contratual
Introdução (breve recapitulação) (1/3)
Artigo 2028.º, n.º 2: os contratos sucessórios apenas são admitidos nos casos
previstos na lei, sendo nulos todos os demais, sem prejuízo do disposto no n.º 2
do artigo 946.º.
Os pactos sucessórios são, por regra, proibidos e se forem celebrados são nulos
(artigos 286.º e 289.º e ss.).
Não obstante a referida regra geral (os pactos sucessórios são proibidos e se
forem celebrados são nulos), a lei admite alguns contratos sucessórios.
Em todo o caso, e face ao artigo 1701.º, n.º 1, parte final, as liberalidades feitas
por terceiro podem ser revogadas a todo o tempo por mútuo acordo dos
contratantes. Tais disposições contratuais têm um regime de caducidade especial
face à caducidade das disposições mortis causa entre esposados. 8
A sucessão contratual
Disposições dos esposados em favor de terceiros
Nos termos do artigo 1700.º, n.º 1, al. b), a convenção antenupcial pode conter
também a instituição de herdeiro ou a nomeação de legatário em favor de
terceiro, feita por qualquer dos esposados.
As disposições mortis causa em favor de terceiro podem ter carácter
testamentário ou contratual (artigos 1704.º e 1705º).
Se a instituição de herdeiro e a nomeação de legatário feitas por algum dos
esposados na convenção antenupcial forem em favor de pessoas
indeterminadas, ou em favor de pessoa certa e determinada que não intervenha
no acto como aceitante, têm valor testamentário, não produzindo qualquer efeito
se a convenção caducar (art. 1704.º).
MAS: se a instituição de herdeiro e a nomeação de legatário forem em favor de
pessoa certa e determinada, que intervenha como aceitante na convenção
antenupcial, têm valor contratual, sendo-lhe, por isso, aplicável o disposto nos
artigos 1701.º e 1702.º, não produzindo também efeitos se a convenção caducar
(artigo 1705.º, n.º 1). 9
A sucessão contratual
Pactos renunciativos à condição de herdeiro legitimário do cônjuge
10
A sucessão contratual
Cláusulas de reversão ou fideicomissárias
Em geral, nas doações entre vivos, tais cláusulas estão previstas nos artigos
960.º e 961.º (quanto às cláusulas de reversão), e no artigo 962.º (quanto às
fideicomissárias).
11
A sucessão contratual
Sucessão contratual anómala
Há, por isso, um conjunto de bens e valores que fica à margem das regras
sucessórias, estando sujeitos a um regime jurídico paralelo ao sucessório.
12
CASOS PRÁTICOS
13
CASO PRÁTICO 1
CASOS PRÁTICOS
2
CASOS PRÁTICOS
3
CASO PRÁTICO 1
5
Muito obrigado pela Vossa atenção