Aula 05 A 06 Constitucional

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Disciplina: Direito Constitucional

Professor: Mateus Silveira

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Direitos Políticos – art. 14 ao 16 da CF/88.
São instrumentos por meio dos quais a CF garante o exercício da Soberania Popular.
Democracia direta – sem representantes;
Democracia representativa – o povo elege representantes;
Democracia semidireta ou participativa – sistema híbrido com democracia representativa e com
alguns dispositivos de democracia direta (art. 1º, parágrafo único e art. 14, I, II e III c/c art. 5º, LXXIII, ambos
da CF/88).
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor
igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular.
Sufrágio: Direito a participar do pleito eleitoral, ele será universal.
Voto: Meio pelo qual se exerce o sufrágio, características: Direto, Secreto, Universal e Periódico – não
está no art. 14 - (art. 60, § 4º, da CF). Com valor igual para todos, que trata-se de uma cláusula pétrea
implícita na CF, assim como o povo sendo o titular do poder constituinte e o próprio art. 60, da CF.
Iniciativa Popular: para propor projetos de Lei Ordinária e Lei Complementar, art. 61, § 2º, da CF:
Projeto Federal de iniciativa popular: será proposta junto a Câmara dos deputados e subscrito por mo
mínimo 1% do eleitorado nacional; de pelo menos 5 estados; e ao menos 0,3% dos eleitores de cada um
dos estados;
Projeto Estadual de iniciativa popular: deverá ser regulada por uma Lei Ordinária (art. 27, § 4º da
CF/88);
Projeto Municipal de iniciativa popular: será subscrita por no mínimo 5% do eleitorado (art. 29, XIII da
CF/88);
Direito Político Positivo (Direito de Sufrágio).
Sufrágio é o direito de votar e ser votado. Capacidade eleitoral ativa (direito de votar, capacidade de
ser eleitor, alistabilidade) e Capacidade eleitoral passiva (direito de ser votado, elegibilidade).
O exercício do sufrágio ativo ocorre pelo voto que tem como pressupostos: alistamento eleitoral
(título de eleitor); nacionalidade brasileira ou português equiparado (art. 12, § 1º, CF/88); idade mínima
de 16 anos; não ser conscrito.
§ 1º - O alistamento eleitoral e o voto são:
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
II - facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
§ 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar
obrigatório, os conscritos.
§ 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei:
I - a nacionalidade brasileira;
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
V - a filiação partidária;
VI - a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de
paz;
d) dezoito anos para Vereador.
§ 4º - São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
Os inalistáveis são os estrangeiros e os conscritos (aqueles que forem alistados ou recrutados)
enquanto estiverem no serviço.
§ 5º - O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os
houver sucedido ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período
subseqüente. (Parágrafo com redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997)
Inelegibilidade relativa em razão da função para obter um 3º mandato – art. 14, § 5º, da CF/88.
§ 6º - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito
Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
Inelegibilidade em razão da função para concorrer a outro cargo – art. 14, § 6º, da CF/88. Candidatura a
outro cargo – art. 14, § 6º da CF.
Trata-se da desincompatibilização, ou seja, o futuro candidato desvencilha-se do cargo para não
incorrer em inelegibilidade.
§ 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins,
até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do
Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito,
salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
Inelegibilidade Reflexa – art. 14, § 7º da CF.
São parentes do chefe do executivo que ficam inelegíveis.
Inelegibilidade relativa em relação ao parentesco – art. 14, § 7º, da CF/88.
Súmula Vinculante nº 18
- A DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE OU DO VÍNCULO CONJUGAL, NO CURSO DO MANDATO, NÃO AFASTA A
INELEGIBILIDADE PREVISTA NO § 7º DO ARTIGO 14 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
§ 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará
automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.
§ 9º - Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de
proteger a probidade administrativa, a moralidade para o exercício do mandato, considerada a vida
pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder
econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta.
(Parágrafo com redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 4, de 1994)
DIREITOS POLÍTICOS NEGATIVOS
Inelegibilidades são circunstâncias (Constitucionais ou previstas em LC) que impedem o cidadão do
exercício total ou parcial da capacidade eleitoral passiva, ou seja, capacidade para se eleger.
As inelegibilidades buscam proteger o exposto no art. 14, § 9º, da CF/88.
§ 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da
diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.
§ 11 - A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na forma
da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.
Os parágrafos 10 e 11 se referem a Ação de impugnação de mandato eletivo (AIME).
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; (Perda)
II - incapacidade civil absoluta; (Suspensão)
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; (Suspensão)
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
(Perda)
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. (Suspensão)
Perda ou Suspensão dos direitos políticos (art. 15).
Perdas dos Direitos Políticos: cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado (art.
15, I), Recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa (art. 15, IV) – a maioria da
doutrina entende que é caso de suspensão - e perda da nacionalidade brasileira em virtude de aquisição de
outra (art. 12, § 4º, II).
Suspensão dos Direitos Políticos: incapacidade civil absoluta (art. 15, II), condenação criminal
transitada em julgado (art. 15, III), improbidade administrativa nos termos do art. 37, § 4º (art. 15, V).
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à
eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência.
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à
eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência. (Artigo com redação dada pela Emenda
Constitucional nº 4, de 1993)

Princípio da anterioridade eleitoral.


ORGANIZAÇÃO DO ESTADO (FEDERAÇÃO) – art. 18 a 36 da CF/88.
Indissolubilidade do vínculo federativo. A federação não reconhece o dir. de secessão.
Entes federativos: União, Estados, DF e Municípios.
Os estados-membros podem incorporar-se entre si, se subdividirem ou desmembrarem para se
anexarem a outros ou formarem novos Estados ou territórios federais (art. 18, § 3º).
Os Municípios (art. 18, § 4º).
Os territórios federais integram a União e serão regulados por LC (art. 18, § 2º).
CARACTERÍSTICAS IMPORTANTE DO MODELO FEDERATIVO:
1) Os entes federados possuem Autonomia e todos eles juntos unidos formando a Rep. Fed. do Brasil
possuem Soberania;
2) Há 2 esferas governamentais no Estado Federal: 1- Gov. Central (UF); 2- Gov. Estaduais (Estados
membros);
3) Forma federativa brasileira é Cláusula Pétrea (Art. 60, § 4º, I da CF);
4) Autonomia dos Estados-membros e proibição de Secessão aos entes federados;
5) Senadores representam os Estados e o DF;
6) STF é um tribunal da federação que tem competência para julgar eventuais conflitos de competências
entre os entes federados.
Art. 18 da CF. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União,
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
O Brasil adota como forma de Estado a Federação, que se dá com a formação de entidades autônomas
que são as seguintes: União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
Brasília é a capital federal (art. 18, § 1º), o Distrito Federal não pode ser confundido com território
federal, o DF é uma entidade autônoma da federação, ou seja, um ente federado e o território não é
autônomo, pois integra a União.
As 4 unidades possuem autonomia e não soberania. A Soberania que é o poder supremo que o Estado
brasileiro possui nos limites do seu território, não se sujeitando a nenhum outro poder de igual ou superior
magnitude.
A 4 características que tocam os entes da federação:
- Autogoverno: capacidade de os entes escolherem seus governantes sem interferência de outros entes;
- Auto-organização: capacidade de instituírem suas próprias constituições (estados) ou leis (municípios e do
DF);
- Autolegislação: capacidade de elaborarem suas próprias leis através de um processo legislativo próprio, no
entanto devem obedecer as diretrizes legais federais, pois há uma rigidez Constitucional;
- Auto-administração: capacidade de se administrarem de forma independente, tomando suas próprias
decisões executivas e legislativas (captar receitas e gerir despesas).
AUTONOMIA ESTADO MUNICÍPIO DISTRITO FEDERAL
AUTO-ORGANIZAÇÃO 1) CONSTITUIÇÃO 1) LEI ORGÂNICA; 1) LEI ORGÂNICA;
ESTADUAL; 2) VOTADA EM 2 TURNOS, 2) VOTADA EM 2 TURNOS,
INTERVALO DE 10 DIAS INTERVALO DE 10
ENTRE OS TURNOS, 2/3 DIAS ENTRE OS
DOS MEMBROS. TURNOS E 2/3 DOS
MEMBROS.

AUTOGOVERNO 1) GOVERNADOR (30 1) PREFEITO (21 ANOS NA 1) GOVERNADOR (30


ANOS DE IDADE NA DATA DATA DA POSSE); ANOS DE IDADE NA DATA
DA POSSE); MANDATO MANDATO DE 4 ANOS C/ 1 DA POSSE); MANDADTO
DE 4 ANOS C/ 1 REELEIÇÃO; SUBSÍDIOS DE 4 ANOS C/ 1
REELEIÇÃO; SUBSÍDIOS FIXADOS PELA CV; ELEIÇÕS REELEIÇÃO; SUBSÍDIOS
FIXADOS PELA AL; C/ + DE 200 MIL FIXADOS PELA CL;
SISTEMA ELEITORAL ELEUTORES MAIORIA SISTEMA ELEITORAL
MAJORITÁRIO COM ABSOLUTA; =OU – DE 200 MAJORITÁRIO COM
MAIORIA ABSOLUTA. MIL ELEITORES MAIORIA MAIORIA ABSOLUTA.
SIMPLES.
AUTONOMIA ESTADO MUNICÍPIO DISTRITO FEDERAL

AUTOLEGISLAÇÃO ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA CÂMARA DE CÂMARA LEGISLATIVA –


– DEPUTADO ESTADUAL VEREADORES – DEPUTADO DISTRITAL (21
(21 ANOS); SUBSÍDIOS VEREADORES (18 ANOS ANOS); SUBSÍDIOS
FIXADOS PELA NA DATA DA POSSE). FIXADOS PELA
ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA SUBSÍDIOS FIXADOS PELA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA
C/ TETO DE 75% DO CV SENDO QUE POSSUI C/ TETO DE 75% DO
SUBSÍDIO FIXADO PELO TETO DE 20% A 75% DO SUBSÍDIO FIXADO PELO
DEPUTADO FEDERAL. SUBSÍDIO FIXADO PARA DEPUTADO FEDERAL.
SEM LIMITE DE DEPUTADO ESTADUAL SEM LIMITE DE
REELEIÇÕES. (DEPENDENDO O Nº DE REELEIÇÕES.
HABITANTES VI DA
CF/88).

AUTOADMINISTRAÇÃO PODER QUE TEM DE PODER QUE TEM DE PODER QUE TEM DE
CAPTAR SUA RECEITA E CAPTAR SUA RECEITA E CAPTAR SUA RECEITA E
PARA GERIR SUAS PARA GERIR SUAS PARA GERIR SUAS
DESPESAS. DESPESAS. DESPESAS.
REORGANIZAÇÃO TERRITORIAL DOS ENTES FEDERADOS
Art. 18, § 3º - Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a
outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente
interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.
- Cisão ou Subdivisão: um ente subdivide o seu território dando origem a outros entes. O ente inicial deixa
de existir e surgem dois ou mais estados novos.
- Desmembramento: acontece quando um ou mais Estados cedem parte de seu território, assim, podem
acontecer dois fenômenos distintos:
* Desmembramento-formação: Uma parte de um ente se desmembra formando um novo ente. O ente
inicial continua existindo e agora temos um ente completamente novo.
* Desmembramento-anexação: Uma parte de um ente se desmembra, porém, ao invés de formar um novo
ente, ela é anexada por outro existente. O ente inicial continua existindo e não temos a formação de um
ente novo, mas um aumento territorial do outro
- Fusão: Dois ou mais entes se agregam e assim formam um ente novo. Os entes iniciais deixam de existir, é
o ato de incorporar-se entre si.
Reorganização territorial de estados e territórios federais:
Para possibilitar a fusão, cisão e o desmembramento, os arts. 18, § 3º c/c o art. 48, VI, ambos da CF/88,
estabeleceram alguns requisitos:
1º) Plebiscito com a população diretamente interessada (ADI 2.650, STF), a consulta é requisito essencial,
pois a rejeição por qualquer dos entes envolvidos inviabiliza o prosseguimento da reorganização territorial;
2º) Propositura do projeto de LC pelo Congresso Nacional, caso o plebiscito seja favorável a reorganização,
qualquer casa do CN deverá propor uma LC (art. 4º, § 1º, da Lei nº 9.709/98).
3º) Audiência das Assembleias legislativas: A casa que receber primeiramente o projeto de LC deve ouvir
as assembleias legislativas (se tivermos mais de uma) envolvidas. Contudo a opinião (parecer) da AL não é
vinculativo, podendo prosseguir o projeto de LC contra a vontade do legislativo estadual;
4º) Aprovação do CN: Após a audiência não vinculativa das Assembleias legislativas envolvidas, cabe ao CN
deliberar sobre o projeto de LC. Destaca-se que o plebiscito realizado junto com a população envolvida
vincula a propositura da LC e não a sua aprovação, deste modo, a o projeto de LC com a reorganização pode
ser rejeitada pelo CN ou vetado pelo Pres. da República.
EMENTA Ação direta de inconstitucionalidade. Artigo 7º da Lei 9.709/98. Alegada violação do art. 18, § 3º, da
Constituição. Desmembramento de estado-membro e município. Plebiscito. Âmbito de consulta. Interpretação da
expressão “população diretamente interessada”. População da área desmembranda e da área remanescente. Alteração
da Emenda Constitucional nº 15/96: esclarecimento do âmbito de consulta para o caso de reformulação territorial de
municípios. Interpretação sistemática. Aplicação de requisitos análogos para o desmembramento de estados. Ausência
de violação dos princípios da soberania popular e da cidadania. Constitucionalidade do dispositivo legal. Improcedência
do pedido. 1. Após a alteração promovida pela EC 15/96, a Constituição explicitou o alcance do âmbito de consulta para
o caso de reformulação territorial de municípios e, portanto, o significado da expressão “populações diretamente
interessadas”, contida na redação originária do § 4º do art. 18 da Constituição, no sentido de ser necessária a consulta
a toda a população afetada pela modificação territorial, o que, no caso de desmembramento, deve envolver tanto a
população do território a ser desmembrado, quanto a do território remanescente. Esse sempre foi o real sentido da
exigência constitucional - a nova redação conferida pela emenda, do mesmo modo que o art. 7º da Lei 9.709/98,
apenas tornou explícito um conteúdo já presente na norma originária. (...) 6. Ação direta julgada improcedente.
(ADI 2650, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 24/08/2011, DJe-218 DIVULG 16-11-2011 PUBLIC
17-11-2011 EMENT VOL-02627-01 PP-00001 RTJ VOL-00220- PP-00089 RT v. 101, n. 916, 2012, p. 465-508)
Reorganização Territorial de Municípios:
Art. 18, § 4º, da CF - A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão
por lei estadual, dentro do período determinado por lei complementar federal, e dependerão de consulta
prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de
Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei (Parágrafo com redação dada pela
Emenda Constitucional nº 15, de 1996).
Portanto para fusão, cisão e/ou desmembramento de municípios são necessários:
1º) LC federal mencionada no § 4º do art. 18 da CF, prevendo o período para criação e a incorporação de
municípios, assim como seu procedimento;
2º) Estudo de viabilidade municipal, deve ser apresentado, publicado e divulgado na forma da lei;
3º) Plebiscito: será realizado após o estudo de viabilidade com a população dos Municípios envolvidos, a
ser convocado pela AL, conforme legislação federal e estadual;
4º) Lei estadual: que criará ou incorporará o município dentro do período fixado na LC federal.
A LC citada no § 4º do art. 18 da CF, não foi realizada até o presente momento, deste modo, não temos
uma LC regulando a criação de novos municípios, contudo foi editada a EC nº 57/2008 que acrescentou o
art. 96 da ADCT e que convalidou os municípios que foram criados, fundidos, incorporados ou
desmembrados até 31/12/2006. Assim, segundo a EC os municípios anteriores à EC 15/96 e a 31/12/2006,
são constitucionais.
Porém, persiste a inconstitucionalidade por omissão, uma vez que não há a LC exigida pela norma
constitucional de eficácia limitada (art. 18, § 4º, da CF).
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter
com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a
colaboração de interesse público;
II - recusar fé aos documentos públicos;
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.
BENS PÚBLICOS (Art. 20 – UF e Art. 26 – Estados)
UNIÃO E ESTADOS: Terras Devolutas são aquelas que nunca tiveram proprietários ou foram devolvidas,
ficando sem dono, passam então a integrar o patrimônio público.
Em regra são dos estados; Só serão da União se indispensáveis: à defesa das fronteiras, fortificações e
construções militares ou vias federais de comunicação; ou à preservação ambiental.
ILHAS FLUVIAIS E LACUSTRES: Em regra são bens dos estados; a exceção é que serão bens da União
quando fizerem limite com outros países.
Águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito: em regra são dos estados;
serão da União, se na forma da lei, decorrerem de obras da União.
- Lagos, rios e demais águas correntes: em regra são dos estados; serão da União se banhar mais de um
estado, se fizerem limite com países ou se deles provierem ou se estenderem e também serão bens da
união os terrenos marginais destes e as praias fluviais.
- União, Estados e Municípios: Ilhas Costeiras e Oceânicas serão dos Municípios quando forem sede do
Município, salvo se for afetada por serviço público ou unidade ambiental federal (nestes casos serão da
União); dos Estados quando estiverem e seu domínio; da União os demais casos possíveis. Também
poderão ser de terceiros.
- São bens somente da União: tds que atualmente lhe pertencem ou os que lhe vierem a ser atribuídos;
praias marítimas, os terrenos de marinha e seus acrescidos; o mar territorial; os recursos naturais da
plataforma continental e da zona econômica exclusiva; os recursos minerais, inclusive do subsolo; os
potenciais de energia hidráulica;
Cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-histórico; as terras tradicionalmente
ocupadas por índios.
É assegurado aos entes federativos, bem como, a órgãos da adm. Direta da União, participação nos
resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia
elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou
zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração.
Faixa de Fronteira – faixa de 150km de largura ao longo das fronteiras terrestres são fundamentais
para a defesa do território nacional, e a sua ocupação e utilização serão reguladas em lei.
São bens da União – art. 20 da CF;
São bens dos Estados – art. 26 da CF;
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:
I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na
forma da lei, as decorrentes de obras da União;
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio
da União, Municípios ou terceiros;
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.
Do Distrito Federal (art. 32 da CF).
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger-se-á por lei orgânica, votada em dois
turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a
promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição.
§ 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios.
§ 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador, observadas as regras do art. 77, e dos Deputados
Distritais coincidirá com a dos Governadores e Deputados Estaduais, para mandato de igual duração.
§ 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o disposto no art. 27.
§ 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal, das polícias civil e militar e do
corpo de bombeiros militar.
OS TERRITÓRIOS FEDERAIS (art. 33, da CF)
Os territórios não possuem autonomia política, por isso os Governadores não serão eleitos, mas
indicados, sabatinados pelo Senado (art. 52, III, c, da CF) e nomeados pelo Presidente da República (art. 84,
XIV, da CF).
Não elegem Senadores, mas terão a 4 representantes na CD (art. 45, § 2º, da CF), já os Municípios que
porventura sejam criados dentro dos TF, os mesmos possuirão autonomia.
Atenção ao art. 33, § 3º, da CF (TJDFT):
§ 3º Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além do Governador, nomeado na forma
desta Constituição, haverá órgãos judiciários de primeira e segunda instâncias, membros do Ministério
Público e defensores públicos federais; a lei disporá sobre as eleições para a Câmara Territorial e sua
competência deliberativa.
AS COMPETÊNCIAS
As Competências da União: art. 21, apresenta as matérias EXCLUSIVAS (competência material); art. 22,
atribuições PRIVATIVAS de cunho legislativo; art. 23, as competências materiais COMUNS; e art. 24,
atribuições legislativas CONCORRENTES com os estados-membros e o Distrito Federal.
As Competências dos Estados: materiais exclusivas (art. 25, § 2º (gás canalizado); legislativas privativas
(intermunicipal, diante da comp. residual); competências materiais comuns do art. 23; e legislativas
concorrentes do art. 24.
As Competências Municipais: art. 30, I, legislar sobre interesse local; art. 30, II, Suplementar-
complementar a legislação federal e a estadual no que couber; e art. 30, III a IX, atribuições materiais
administrativas.

As Competências do Distrito Federal: em regra as competências são as que chamamos de


competências cumulativas, a exceção por ex. do art. 22, XVII, da CF (organização do Poder Judiciário que
será feita pela União).
Competência Legislativa: Privativa, Exclusiva, Concorrente e Suplementar:
Critérios para repartição de competências: predominância do interesse, ou seja, a União faz as coisas
de âmbito nacional, os estados de âmbito regional e os municípios de âmbito local.
Comp. Privativa: Delegável – art. 22 da CF/88; Delegação aos Estados por meio de LC (art. 22, parágrafo
único da CF/88).
Comp. Exclusiva: Não permite delegação – art. 25, §2º e §3º e art. 30, I da CF/88. Atenção a Comp.
Remanescente dos Estados no §1º do art. 25 da CF/88.
Comp. Concorrente: União regras gerais e os Estados e DF especificam a legislação – art. 24, § 1º da CF/88.

Comp. Suplementar/Complementar: Os Estados e o DF complementam as normas gerais realizadas pela


União (art. 24 §s 2º e 3º). Também no caso dos municípios art. 30, II (implícita)da CF/88.

* Atenção ao § 4º do art. 24 da CF/88, efeitos da competência suplementar.


Quanto a Competência privativa da União do art. 22 da CF, temos alguns destaques:
Privativa, Pode delegar, Delegável e Deve haver autorização expressa da CF.
Há 3 requisitos para que haja a delegação: formal, material e implícitos.
FORMAL: União somente poderá efetivar a delegação por meio da edição de LC;
MATERIAL: União não pode delegar toda a matéria contida no inciso, mas tão somente questões
específicas das matérias ali relacionadas;
IMPLÍCITOS: a delegação deve se estender a todos, por força do Princípio Isonômico.
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do
trabalho;
DICA: CAPACETE do PM
C – Civil;
A – Agrário;
P – Penal;
A – Aeronáutico;
C – Comercial;
E – Eleitoral;
T – Trabalho;
E – Espacial;
P – Processual;
M – Marítimo.
Quanto aos Direitos: há 5 direitos que são da legislação concorrente e 10 que são da legislação privativa
da União:
Concorrentes - Tributário, Financeiro, Penitenciário, Econômico e Urbanístico.
TRI FINA PENI ECO URBA
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:

I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;


Quanto ao Direito Processual: É competência legislativa privativa da União; já no tocante aos
procedimentos em matéria processual a competência legislativa é concorrente (art. 24, XI).
Quanto a Seguridade Social: é formada pela saúde + previdência social + assistência social, esse
conjunto como um todo, é de competência legislativa privativa da União (art. 22, XXIII); já a Previdência
Social, bem como a proteção e a defesa da saúde são temas da legislação concorrente (art. 24, XII), pois
cada ente possui o seu regime próprio de previdência e proteger a saúde é algo que merece união de forças
dos entes públicos.
Quanto a Educação: Legislar sobre a educação é competência concorrente; já legislar sobre diretrizes e
bases da educação nacional é privativa da União, até porque, tudo que tiver diretrizes, bases e nacional,
será da competência da União.
COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS
PRIVATIVA DA UNIÃO (ART. 22) COMPETÊNCIA CONCORRENTE (ART. 24)

Seguridade Social PREVIDÊNCIA SOCIAL


(art. 22, XXIII, CF/88) (assim como a proteção e defesa da saúde)
art. 24, XII, CF/88
Diretrizes e bases de educação nacional Educação, cultura, ensino e desporto.
(art. 22, XXIV, CF/88) (art. 24, IX, CF/88)
Direito processual Procedimentos em matéria processual.
(art. 22, I, CF/88) (art. 24, XI, CF/88)
Direito comercial Juntas Comerciais
(art. 22, I, CF/88) (art. 24, III, CF/88)
Direito Penal Direito Penitenciário
(art. 22, I, CF/88) (art. 24, I, CF/88)
B- Competência Material: Competência Exclusiva e Competência Comum.
Comp. Exclusiva: art. 21 da CF/88.

Comp. Comum: art. 23 da CF/88 (União, Estados, DF e Municípios) ATENÇÃO AO parágrafo único do art. 23.
Princípio da Subsidiariedade: vigora para as competências administrativas comum. Tal princípio diz que
nada será exercido por um poder de nível superior, caso possa ser cumprido por inferior.
Dos Estados Federados
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os
princípios desta Constituição.

Art. 27. O número de Deputados à Assembleia Legislativa corresponderá ao triplo da representação do


Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos
forem os Deputados Federais acima de doze.
§ 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando-se-lhes as regras desta
Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença,
impedimentos e incorporação às Forças Armadas.
§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa, na razão
de, no máximo, setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais,
observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.

§ 3º Compete às Assembleias Legislativas dispor sobre seu regimento interno, polícia e serviços
administrativos de sua secretaria, e prover os respectivos cargos.

§ 4º A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual.


Art. 27, § 1º da CF:
“Contraria a CF jungir a atuação da Assembleia Legislativa, quanto à perda de mandato de deputado
estadual, no caso de condenação criminal, aos crimes apenados com reclusão e atentatórios ao decoro
parlamentar. (...) Conflita com o disposto no art. 27, § 1º, do Diploma Maior norma local, ainda que de
envergadura maior – contida na Carta estadual –, que implique limitação à perda do mandato a certas
situações criminais.” (ADI 3.200, rel. min. Marco Aurélio, julgamento em 22-5-2014, Plenário, DJE de 21-10-
2014.)
“(...) embora licenciado para o desempenho de cargo de secretário de estado, nos termos autorizados pelo
art. 56, I, da CR, o membro do Congresso Nacional não perde o mandato de que é titular e mantém, em
consequência, nos crimes comuns, a prerrogativa de foro, ratione muneris, perante o STF.” (Inq 3.357, rel.
min. Celso de Mello, decisão monocrática, julgamento em 25-3-2014, DJE de 22-4-2014.)
Art. 27, § 2º da CF:

“Norma estadual que estabelece ao subsídio mensal pago a deputados estaduais valor correspondente a
75% do subsídio mensal de deputados federais, de modo que qualquer aumento no valor dos subsídios
destes resulte, automaticamente, aumento daqueles. Impossibilidade. Violação ao princípio da autonomia
dos entes federados.” (ADI 3.461, rel. min. Gilmar Mendes, julgamento em 22-5-2014, Plenário, DJE de 25-
8-2014.)
Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador e Estado, para mandato de quatro anos, realizar-se-
á no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo
turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá em
primeiro de janeiro do ano subsequente, observado, quanto ao mais, o disposto no art. 77.

§ 1º Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo ou função na administração pública direta
ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso público e observado o disposto no art. 38, I, IV e V.
§ 2º Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos Secretários de Estado serão fixados por lei de
iniciativa da Assembleia Legislativa, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153,
§ 2º, I.
Dos Municípios

Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez
dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os
princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:

I – eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de quatro anos, mediante pleito
direto e simultâneo realizado em todo o País;
II – eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro domingo de outubro do ano anterior ao
término do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77 no caso de Municípios com
mais de duzentos mil eleitores;

III – posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro do ano subsequente ao da eleição;

IV – para a composição das Câmaras Municipais, será observado o limite máximo de:
NÚMERO DE VEREADORES NÚMERO DE HABITANTES

09 até 15 mil

11 mais de 15 mil até 30 mil

13 mais de 30 mil até 50 mil

15 mais de 50 mil até 80 mil

17 mais de 80 mil até 120 mil

19 mais de 120 mil até 160 mil

21 mais de 160 mil até 300 mil

23 mais de 300 mil até 450 mil

25 mais de 450 mil até 600 mil


NÚMERO DE VEREADORES NÚMERO DE HABITANTES

27 mais de 600 mil até 750 mil


29 mais de 750 mil até 900 mil
31 mais de 900 mil até 1,050 milhão

33 mais de 1,050 milhão até 1,2 milhão

35 mais de 1,2 milhão até 1,350 milhão

37 mais de 1,350 milhão até 1,5 milhão


NÚMERO DE VEREADORES NÚMERO DE HABITANTES
39 mais de 1,5 milhão até 1,8 milhão
41 mais de 1,8 milhão até 2,4 milhões

43 mais de 2,4 milhões até 3 milhões


45 mais de 3 milhões até 4 milhões
47 mais de 4 milhões até 5 milhões
49 mais de 5 milhões até 6 milhões
51 mais de 6 milhões até 7 milhões
53 mais de 7 milhões até 8 milhões
55 mais de 8 milhões
V – subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais fixados por lei de iniciativa da
Câmara Municipal, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;

VI – o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas Câmaras Municipais em cada legislatura para a
subsequente, observado o que dispõe esta Constituição, observados os critérios estabelecidos na respectiva
Lei Orgânica e os seguintes limites máximos: Alíneas “A” até “F”;

VII – o total da despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá ultrapassar o montante de cinco
por cento da receita do município;

VIII – inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na
circunscrição do Município;
"A interpretação da locução ‘no exercício do mandato’ deve prestigiar as diferentes vertentes da atuação
parlamentar, dentre as quais se destaca a fiscalização dos outros Poderes e o debate político. Embora
indesejáveis, as ofensas pessoais proferidas no âmbito da discussão política, respeitados os limites trazidos
pela própria Constituição, não são passíveis de reprimenda judicial. Imunidade que se caracteriza como
proteção adicional à liberdade de expressão, visando a assegurar a fluência do debate público e, em última
análise, a própria democracia. A ausência de controle judicial não imuniza completamente as manifestações
dos parlamentares, que podem ser repreendidas pelo Legislativo. Provimento do recurso, com fixação, em
repercussão geral, da seguinte tese: nos limites da circunscrição do Município e havendo pertinência com o
exercício do mandato, os vereadores são imunes judicialmente por suas palavras, opiniões e votos." (RE
600.063, rel. p/ o ac. min. Roberto Barroso, julgamento em 25-2-2015, Plenário, DJE de 15-5-2015, com
repercussão geral.)
IX – proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança, similares, no que couber, ao disposto nesta
Constituição para os membros do Congresso Nacional e, na Constituição do respectivo Estado, para os
membros da Assembleia Legislativa;
X – julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça;
XI – organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câmara Municipal;
XII – cooperação das associações representativas no planejamento municipal;
XIII – iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros,
através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado;
XIV – perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, parágrafo único. (hoje art. 28, § 1° - EC n°
19/1998)
Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo Municipal, incluídos os subsídios dos Vereadores e
excluídos os gastos com inativos, não poderá ultrapassar os seguintes percentuais, relativos ao somatório
da receita tributária e das transferências previstas no § 5º do art. 153 e nos arts. 158 e 159, efetivamente
realizado no exercício anterior:
Incisos I ao VI;

§ 1º A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por cento de sua receita com folha de pagamento,
incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores.
Art. 29-A da CF
§ 2º Constitui crime de responsabilidade do Prefeito Municipal:
I – efetuar repasse que supere os limites definidos neste artigo;
II – não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou
III – enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei Orçamentária.
§ 3º Constitui crime de responsabilidade do Presidente da Câmara Municipal o desrespeito ao § 1º deste
artigo.
Art. 30 – Traz competências legislativas e materiais dos municípios.

Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle
externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei.

§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos
Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver.
Art. 30, I da CF:
“É competente o Município para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento comercial.” (Súmula
Vinculante 38.)

“Competência do município para legislar em matéria de segurança em estabelecimentos financeiros.


Terminais de autoatendimento.” (ARE 784.981-AgR, rel. min. Rosa Weber, julgamento em 17-3-2015,
Primeira Turma, DJE de 7-4-2015.)

“O Município é competente para legislar sobre meio ambiente com União e Estado, no limite de seu
interesse local e desde que tal regramento seja e harmônico com a disciplina estabelecida pelos demais
entes federados (art. 24, VI c/c 30, I e II da CRFB).” (RE 586.224, rel. min. Luiz Fux, julgamento em 5-3-2015,
Plenário, DJE de 8-5-2015, com repercussão geral.)
Art. 30, VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento
à saúde da população;

"Ampliação e melhoria no atendimento à população no Hospital Municipal Souza Aguiar. Dever estatal de
assistência à saúde resultante de norma constitucional. Obrigação jurídico-constitucional que se impõe
aos Municípios (CF, art. 30, VII). Configuração, no caso, de típica hipótese de omissão inconstitucional
imputável ao Município do Rio de Janeiro/RJ. Desrespeito à Constituição provocado por inércia estatal (RTJ
183/818-819). Comportamento que transgride a autoridade da Lei Fundamental da República (RTJ 185/794-
796)." (AI 759.543-AgR, rel. min. Celso de Mello, julgamento em 17-12-2013, Segunda Turma, DJE de 12-2-
2014.)
Art. 30, VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e
controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;

“Instalação de torres de telefonia celular. Competência Legislativa Municipal para disciplinar o uso e a
ocupação do solo urbano.” (RE 632.006-AgR, rel. min. Cármen Lúcia, julgamento em 18-11-2014, Segunda
Turma, DJE de 1º-12-2014.)
§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve anualmente
prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal.

§ 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição de qualquer
contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei.

§ 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais. (Mas a CF não manda
desfazer os tribunais de contas municipais que já existiam, em 1988, por este motivo os TCM’s já
existentes na época que são o do Rio de Janeiro e de São Paulo, permanecem ativos.)
DA INTERVENÇÃO
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
I - manter a integridade nacional;
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
III - por termo a grave comprometimento da ordem pública;
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força
maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição dentro dos prazos
estabelecidos em lei;
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente
de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.
A INTERVENÇÃO FEDERAL:
É medida excepcional e só deve ocorrer nos casos previstos expressamente na Constituição (arts. 34 a
36 da CF/88).
Se materializa por decreto do Presidente da República:

“Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:


X - decretar e executar a intervenção federal;”

A publicação do decreto, torna-se imediatamente eficaz, legitimando os demais atos atinentes à


intervenção, submetendo essa decisão à apreciação do Congresso Nacional no prazo de 24 horas (art. 36, §
1º da CF/88).
Nos casos de intervenções de ofício ou de solicitação do Legislativo ou Executivo coagidos, previstos no
art. 34, I, II, III, IV e V, o Presidente da República ouvirá os Conselhos da República (art. 90, I da CF) e de
Defesa Nacional (art. 91, § 1º, II da CF) que opinarão a respeito. Após, poderá de modo discricionário
decretar a intervenção do Estado-membro.

Nas hipóteses do art. 34, VI e VII (requisição judicial), o controle político será dispensado (art. 36, § 3º,
da CF).

Também no caso do art. 34, IV, por requisição do STF acionado pelo Poder Judiciário Estadual (TJ)
coagido (art. 36, I, da CF).
INTERVENÇÃO FEDERAL COMUM OU INTERVENÇÃO FEDERAL ANÔMALA OU
POSSÍVEL INCOMUM

Art. 34 da CF – Da União nos Estados e Art. 35, da CF – 2º parte – Da União


no DF nos municípios localizados em
território federal
DA INTERVENÇÃO FEDERAL COMUM OU POSSÍVEL:

A) De ofício: art. 34, I, II, III e V da CF;

B) Por solicitação dos poderes: art. 34, IV da CF;

C) Por requisição judicial: art. 34, VI e VII.


Art. 34, IV da CF - IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;

“Intervenção federal. Inexistência de atuação dolosa por parte do Estado. Indeferimento. (...) Decisão
agravada que se encontra em consonância com a orientação desta Corte, no sentido de que o
descumprimento voluntário e intencional de decisão judicial transitada em julgado é pressuposto
indispensável ao acolhimento do pedido de intervenção federal.” (IF 5.050-AgR, rel. min. Ellen Gracie,
julgamento em 6-3-2008, Plenário, DJE de 25-4-2008.)
Art. 34, V, da CF: V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos
estabelecidos em lei;

“ICMS. Repartição de rendas tributárias. PRODEC. Programa de Incentivo Fiscal de Santa Catarina. Retenção,
pelo Estado, de parte da parcela pertencente aos Municípios. Inconstitucionalidade. RE desprovido. A
parcela do imposto estadual sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, a que se refere o art. 158, IV, da
Carta Magna pertence de pleno direito aos Municípios. O repasse da quota constitucionalmente devida
aos Municípios não pode sujeitar-se à condição prevista em programa de benefício fiscal de âmbito
estadual. Limitação que configura indevida interferência do Estado no sistema constitucional de
repartição de receitas tributárias. ” (RE 572.762, rel. min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 18-6-2008,
Plenário, DJE de 5-9-2008, com repercussão geral.) No mesmo sentido: AI 645.282-ED, rel. min. Cármen
Lúcia, julgamento em 1º-2-2011, Primeira Turma, DJE de 18-2-2011.
Art. 34, VI da CF:
"O descumprimento voluntário e intencional de decisão transitada em julgado configura
pressuposto indispensável ao acolhimento do pedido de intervenção federal. A ausência de
voluntariedade em não pagar precatórios, consubstanciada na insuficiência de recursos para
satisfazer os créditos contra a Fazenda Estadual no prazo previsto no § 1º do art. 100 da
Constituição da República, não legitima a subtração temporária da autonomia estatal,
mormente quando o ente público, apesar da exaustão do erário, vem sendo zeloso, na medida
do possível, com suas obrigações derivadas de provimentos judiciais." (IF 1.917-AgR, rel. min.
Maurício Corrêa, julgamento em 17-3-2004, Plenário, DJ de 3-8-2007.) No mesmo sentido: IF
4.640-AgR, rel. min. Cezar Peluso, julgamento em 29-3-2012, Plenário, DJE de 25-4-2012.
“Precatórios judiciais. Não configuração de atuação dolosa e deliberada do Estado de São Paulo com
finalidade de não pagamento. Estado sujeito a quadro de múltiplas obrigações de idêntica hierarquia.
Necessidade de garantir eficácia a outras normas constitucionais, como, por exemplo, a continuidade de
prestação de serviços públicos. A intervenção, como medida extrema, deve atender à máxima da
proporcionalidade. Adoção da chamada relação de precedência condicionada entre princípios
constitucionais concorrentes.” (IF 298, rel. p/ o ac. min. Gilmar Mendes, julgamento em 3-2-2003, Plenário,
DJ de 27-2-2004.) No mesmo sentido: IF 5.101, IF 5.105, IF 5.106 e IF 5.114, rel. min. Cezar Peluso,
julgamento em 28-3-2012, Plenário, DJE de 6-9-2012.
“Precatórios judiciais. Não configuração de atuação dolosa e deliberada do Estado de São Paulo com
finalidade de não pagamento. Estado sujeito a quadro de múltiplas obrigações de idêntica hierarquia.
Necessidade de garantir eficácia a outras normas constitucionais, como, por exemplo, a continuidade de
prestação de serviços públicos. A intervenção, como medida extrema, deve atender à máxima da
proporcionalidade. Adoção da chamada relação de precedência condicionada entre princípios
constitucionais concorrentes.” (IF 298, rel. p/ o ac. min. Gilmar Mendes, julgamento em 3-2-2003, Plenário,
DJ de 27-2-2004.) No mesmo sentido: IF 5.101, IF 5.105, IF 5.106 e IF 5.114, rel. min. Cezar Peluso,
julgamento em 28-3-2012, Plenário, DJE de 6-9-2012.
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território
Federal, exceto quando:
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada;
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
III – não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do
ensino e nas ações e serviços públicos de saúde;
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de princípios
indicados na Constituição estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.
"Não cabe recurso extraordinário contra acórdão de Tribunal de Justiça que defere pedido de intervenção
estadual em Município." (Súmula 637.)
“As disposições do artigo 35 da CB/88 também consubstanciam preceitos de observância compulsória por
parte dos Estados-membros, sendo inconstitucionais quaisquer ampliações ou restrições às hipóteses de
intervenção." (ADI 336, voto do rel. min. Eros Grau, julgamento em 10-2-2010, Plenário, DJE de 17-9-2010.)
“Intervenção estadual em Município. Súmula 637 do STF. De acordo com a jurisprudência deste Tribunal, a
decisão de Tribunal de Justiça que determina a intervenção estadual em Município tem natureza político-
administrativa, não ensejando, assim, o cabimento do recurso extraordinário.” (AI 597.466-AgR, rel. min.
Joaquim Barbosa, julgamento em 27-11-2007, Segunda Turma, DJE de 1º-2-2008.)
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:
I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou impedido, ou
de requisição do Supremo Tribunal Federal, se a coação for exercida contra o Poder Judiciário;
II - no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de requisição do Supremo Tribunal Federal, do
Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral;
III - de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral da República, na
hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei federal.
IV - (Revogado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 36, II da CF
“Intervenção federal. Legitimidade ativa para o pedido. Interpretação do inciso II do art. 36 da CF de 1988, e
do art. 19, II e III, da Lei 8.038, de 28-5-1990, e art. 350, II e III, do RISTF. A parte interessada na causa
somente pode se dirigir ao Supremo Tribunal Federal, com pedido de intervenção federal, para prover a
execução de decisão da própria corte. Quando se trate de decisão de Tribunal de Justiça, o requerimento de
intervenção deve ser dirigido ao respectivo Presidente, a quem incumbe, se for o caso, encaminhá-lo ao
STF. Pedido não conhecido, por ilegitimidade ativa dos requerentes.” (IF 105-QO, rel. min. Sydney Sanches,
julgamento em 3-8-1992, Plenário, DJ de 4-9-1992.) No mesmo sentido: IF 4.677-AgR, rel. min. Cezar
Peluso, julgamento em 29-3-2012, Plenário, DJE de 20-6-2012.
§ 1º O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se
couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembléia
Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas.
§ 2º Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a Assembléia Legislativa, far-se-á convocação
extraordinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas.
§ 3º Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação pelo Congresso Nacional ou
pela Assembléia Legislativa, o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa
medida bastar ao restabelecimento da normalidade.
§ 4º Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo
impedimento legal.
BOM ESTUDO!!!
PARA O SUCESSO É NECESSÁRIO MUITA DISCIPLINA, FORÇA DE VONTADE E
DEDICAÇÃO.

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