Aula 05 A 06 Constitucional
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AUTOADMINISTRAÇÃO PODER QUE TEM DE PODER QUE TEM DE PODER QUE TEM DE
CAPTAR SUA RECEITA E CAPTAR SUA RECEITA E CAPTAR SUA RECEITA E
PARA GERIR SUAS PARA GERIR SUAS PARA GERIR SUAS
DESPESAS. DESPESAS. DESPESAS.
REORGANIZAÇÃO TERRITORIAL DOS ENTES FEDERADOS
Art. 18, § 3º - Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a
outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente
interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.
- Cisão ou Subdivisão: um ente subdivide o seu território dando origem a outros entes. O ente inicial deixa
de existir e surgem dois ou mais estados novos.
- Desmembramento: acontece quando um ou mais Estados cedem parte de seu território, assim, podem
acontecer dois fenômenos distintos:
* Desmembramento-formação: Uma parte de um ente se desmembra formando um novo ente. O ente
inicial continua existindo e agora temos um ente completamente novo.
* Desmembramento-anexação: Uma parte de um ente se desmembra, porém, ao invés de formar um novo
ente, ela é anexada por outro existente. O ente inicial continua existindo e não temos a formação de um
ente novo, mas um aumento territorial do outro
- Fusão: Dois ou mais entes se agregam e assim formam um ente novo. Os entes iniciais deixam de existir, é
o ato de incorporar-se entre si.
Reorganização territorial de estados e territórios federais:
Para possibilitar a fusão, cisão e o desmembramento, os arts. 18, § 3º c/c o art. 48, VI, ambos da CF/88,
estabeleceram alguns requisitos:
1º) Plebiscito com a população diretamente interessada (ADI 2.650, STF), a consulta é requisito essencial,
pois a rejeição por qualquer dos entes envolvidos inviabiliza o prosseguimento da reorganização territorial;
2º) Propositura do projeto de LC pelo Congresso Nacional, caso o plebiscito seja favorável a reorganização,
qualquer casa do CN deverá propor uma LC (art. 4º, § 1º, da Lei nº 9.709/98).
3º) Audiência das Assembleias legislativas: A casa que receber primeiramente o projeto de LC deve ouvir
as assembleias legislativas (se tivermos mais de uma) envolvidas. Contudo a opinião (parecer) da AL não é
vinculativo, podendo prosseguir o projeto de LC contra a vontade do legislativo estadual;
4º) Aprovação do CN: Após a audiência não vinculativa das Assembleias legislativas envolvidas, cabe ao CN
deliberar sobre o projeto de LC. Destaca-se que o plebiscito realizado junto com a população envolvida
vincula a propositura da LC e não a sua aprovação, deste modo, a o projeto de LC com a reorganização pode
ser rejeitada pelo CN ou vetado pelo Pres. da República.
EMENTA Ação direta de inconstitucionalidade. Artigo 7º da Lei 9.709/98. Alegada violação do art. 18, § 3º, da
Constituição. Desmembramento de estado-membro e município. Plebiscito. Âmbito de consulta. Interpretação da
expressão “população diretamente interessada”. População da área desmembranda e da área remanescente. Alteração
da Emenda Constitucional nº 15/96: esclarecimento do âmbito de consulta para o caso de reformulação territorial de
municípios. Interpretação sistemática. Aplicação de requisitos análogos para o desmembramento de estados. Ausência
de violação dos princípios da soberania popular e da cidadania. Constitucionalidade do dispositivo legal. Improcedência
do pedido. 1. Após a alteração promovida pela EC 15/96, a Constituição explicitou o alcance do âmbito de consulta para
o caso de reformulação territorial de municípios e, portanto, o significado da expressão “populações diretamente
interessadas”, contida na redação originária do § 4º do art. 18 da Constituição, no sentido de ser necessária a consulta
a toda a população afetada pela modificação territorial, o que, no caso de desmembramento, deve envolver tanto a
população do território a ser desmembrado, quanto a do território remanescente. Esse sempre foi o real sentido da
exigência constitucional - a nova redação conferida pela emenda, do mesmo modo que o art. 7º da Lei 9.709/98,
apenas tornou explícito um conteúdo já presente na norma originária. (...) 6. Ação direta julgada improcedente.
(ADI 2650, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 24/08/2011, DJe-218 DIVULG 16-11-2011 PUBLIC
17-11-2011 EMENT VOL-02627-01 PP-00001 RTJ VOL-00220- PP-00089 RT v. 101, n. 916, 2012, p. 465-508)
Reorganização Territorial de Municípios:
Art. 18, § 4º, da CF - A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão
por lei estadual, dentro do período determinado por lei complementar federal, e dependerão de consulta
prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de
Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei (Parágrafo com redação dada pela
Emenda Constitucional nº 15, de 1996).
Portanto para fusão, cisão e/ou desmembramento de municípios são necessários:
1º) LC federal mencionada no § 4º do art. 18 da CF, prevendo o período para criação e a incorporação de
municípios, assim como seu procedimento;
2º) Estudo de viabilidade municipal, deve ser apresentado, publicado e divulgado na forma da lei;
3º) Plebiscito: será realizado após o estudo de viabilidade com a população dos Municípios envolvidos, a
ser convocado pela AL, conforme legislação federal e estadual;
4º) Lei estadual: que criará ou incorporará o município dentro do período fixado na LC federal.
A LC citada no § 4º do art. 18 da CF, não foi realizada até o presente momento, deste modo, não temos
uma LC regulando a criação de novos municípios, contudo foi editada a EC nº 57/2008 que acrescentou o
art. 96 da ADCT e que convalidou os municípios que foram criados, fundidos, incorporados ou
desmembrados até 31/12/2006. Assim, segundo a EC os municípios anteriores à EC 15/96 e a 31/12/2006,
são constitucionais.
Porém, persiste a inconstitucionalidade por omissão, uma vez que não há a LC exigida pela norma
constitucional de eficácia limitada (art. 18, § 4º, da CF).
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter
com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a
colaboração de interesse público;
II - recusar fé aos documentos públicos;
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.
BENS PÚBLICOS (Art. 20 – UF e Art. 26 – Estados)
UNIÃO E ESTADOS: Terras Devolutas são aquelas que nunca tiveram proprietários ou foram devolvidas,
ficando sem dono, passam então a integrar o patrimônio público.
Em regra são dos estados; Só serão da União se indispensáveis: à defesa das fronteiras, fortificações e
construções militares ou vias federais de comunicação; ou à preservação ambiental.
ILHAS FLUVIAIS E LACUSTRES: Em regra são bens dos estados; a exceção é que serão bens da União
quando fizerem limite com outros países.
Águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito: em regra são dos estados;
serão da União, se na forma da lei, decorrerem de obras da União.
- Lagos, rios e demais águas correntes: em regra são dos estados; serão da União se banhar mais de um
estado, se fizerem limite com países ou se deles provierem ou se estenderem e também serão bens da
união os terrenos marginais destes e as praias fluviais.
- União, Estados e Municípios: Ilhas Costeiras e Oceânicas serão dos Municípios quando forem sede do
Município, salvo se for afetada por serviço público ou unidade ambiental federal (nestes casos serão da
União); dos Estados quando estiverem e seu domínio; da União os demais casos possíveis. Também
poderão ser de terceiros.
- São bens somente da União: tds que atualmente lhe pertencem ou os que lhe vierem a ser atribuídos;
praias marítimas, os terrenos de marinha e seus acrescidos; o mar territorial; os recursos naturais da
plataforma continental e da zona econômica exclusiva; os recursos minerais, inclusive do subsolo; os
potenciais de energia hidráulica;
Cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-histórico; as terras tradicionalmente
ocupadas por índios.
É assegurado aos entes federativos, bem como, a órgãos da adm. Direta da União, participação nos
resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia
elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou
zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração.
Faixa de Fronteira – faixa de 150km de largura ao longo das fronteiras terrestres são fundamentais
para a defesa do território nacional, e a sua ocupação e utilização serão reguladas em lei.
São bens da União – art. 20 da CF;
São bens dos Estados – art. 26 da CF;
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:
I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na
forma da lei, as decorrentes de obras da União;
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio
da União, Municípios ou terceiros;
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.
Do Distrito Federal (art. 32 da CF).
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger-se-á por lei orgânica, votada em dois
turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a
promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição.
§ 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios.
§ 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador, observadas as regras do art. 77, e dos Deputados
Distritais coincidirá com a dos Governadores e Deputados Estaduais, para mandato de igual duração.
§ 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o disposto no art. 27.
§ 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal, das polícias civil e militar e do
corpo de bombeiros militar.
OS TERRITÓRIOS FEDERAIS (art. 33, da CF)
Os territórios não possuem autonomia política, por isso os Governadores não serão eleitos, mas
indicados, sabatinados pelo Senado (art. 52, III, c, da CF) e nomeados pelo Presidente da República (art. 84,
XIV, da CF).
Não elegem Senadores, mas terão a 4 representantes na CD (art. 45, § 2º, da CF), já os Municípios que
porventura sejam criados dentro dos TF, os mesmos possuirão autonomia.
Atenção ao art. 33, § 3º, da CF (TJDFT):
§ 3º Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além do Governador, nomeado na forma
desta Constituição, haverá órgãos judiciários de primeira e segunda instâncias, membros do Ministério
Público e defensores públicos federais; a lei disporá sobre as eleições para a Câmara Territorial e sua
competência deliberativa.
AS COMPETÊNCIAS
As Competências da União: art. 21, apresenta as matérias EXCLUSIVAS (competência material); art. 22,
atribuições PRIVATIVAS de cunho legislativo; art. 23, as competências materiais COMUNS; e art. 24,
atribuições legislativas CONCORRENTES com os estados-membros e o Distrito Federal.
As Competências dos Estados: materiais exclusivas (art. 25, § 2º (gás canalizado); legislativas privativas
(intermunicipal, diante da comp. residual); competências materiais comuns do art. 23; e legislativas
concorrentes do art. 24.
As Competências Municipais: art. 30, I, legislar sobre interesse local; art. 30, II, Suplementar-
complementar a legislação federal e a estadual no que couber; e art. 30, III a IX, atribuições materiais
administrativas.
Comp. Comum: art. 23 da CF/88 (União, Estados, DF e Municípios) ATENÇÃO AO parágrafo único do art. 23.
Princípio da Subsidiariedade: vigora para as competências administrativas comum. Tal princípio diz que
nada será exercido por um poder de nível superior, caso possa ser cumprido por inferior.
Dos Estados Federados
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os
princípios desta Constituição.
§ 3º Compete às Assembleias Legislativas dispor sobre seu regimento interno, polícia e serviços
administrativos de sua secretaria, e prover os respectivos cargos.
“Norma estadual que estabelece ao subsídio mensal pago a deputados estaduais valor correspondente a
75% do subsídio mensal de deputados federais, de modo que qualquer aumento no valor dos subsídios
destes resulte, automaticamente, aumento daqueles. Impossibilidade. Violação ao princípio da autonomia
dos entes federados.” (ADI 3.461, rel. min. Gilmar Mendes, julgamento em 22-5-2014, Plenário, DJE de 25-
8-2014.)
Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador e Estado, para mandato de quatro anos, realizar-se-
á no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo
turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá em
primeiro de janeiro do ano subsequente, observado, quanto ao mais, o disposto no art. 77.
§ 1º Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo ou função na administração pública direta
ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso público e observado o disposto no art. 38, I, IV e V.
§ 2º Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos Secretários de Estado serão fixados por lei de
iniciativa da Assembleia Legislativa, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153,
§ 2º, I.
Dos Municípios
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez
dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os
princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:
I – eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de quatro anos, mediante pleito
direto e simultâneo realizado em todo o País;
II – eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro domingo de outubro do ano anterior ao
término do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77 no caso de Municípios com
mais de duzentos mil eleitores;
IV – para a composição das Câmaras Municipais, será observado o limite máximo de:
NÚMERO DE VEREADORES NÚMERO DE HABITANTES
09 até 15 mil
VI – o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas Câmaras Municipais em cada legislatura para a
subsequente, observado o que dispõe esta Constituição, observados os critérios estabelecidos na respectiva
Lei Orgânica e os seguintes limites máximos: Alíneas “A” até “F”;
VII – o total da despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá ultrapassar o montante de cinco
por cento da receita do município;
VIII – inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na
circunscrição do Município;
"A interpretação da locução ‘no exercício do mandato’ deve prestigiar as diferentes vertentes da atuação
parlamentar, dentre as quais se destaca a fiscalização dos outros Poderes e o debate político. Embora
indesejáveis, as ofensas pessoais proferidas no âmbito da discussão política, respeitados os limites trazidos
pela própria Constituição, não são passíveis de reprimenda judicial. Imunidade que se caracteriza como
proteção adicional à liberdade de expressão, visando a assegurar a fluência do debate público e, em última
análise, a própria democracia. A ausência de controle judicial não imuniza completamente as manifestações
dos parlamentares, que podem ser repreendidas pelo Legislativo. Provimento do recurso, com fixação, em
repercussão geral, da seguinte tese: nos limites da circunscrição do Município e havendo pertinência com o
exercício do mandato, os vereadores são imunes judicialmente por suas palavras, opiniões e votos." (RE
600.063, rel. p/ o ac. min. Roberto Barroso, julgamento em 25-2-2015, Plenário, DJE de 15-5-2015, com
repercussão geral.)
IX – proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança, similares, no que couber, ao disposto nesta
Constituição para os membros do Congresso Nacional e, na Constituição do respectivo Estado, para os
membros da Assembleia Legislativa;
X – julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça;
XI – organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câmara Municipal;
XII – cooperação das associações representativas no planejamento municipal;
XIII – iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros,
através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado;
XIV – perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, parágrafo único. (hoje art. 28, § 1° - EC n°
19/1998)
Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo Municipal, incluídos os subsídios dos Vereadores e
excluídos os gastos com inativos, não poderá ultrapassar os seguintes percentuais, relativos ao somatório
da receita tributária e das transferências previstas no § 5º do art. 153 e nos arts. 158 e 159, efetivamente
realizado no exercício anterior:
Incisos I ao VI;
§ 1º A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por cento de sua receita com folha de pagamento,
incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores.
Art. 29-A da CF
§ 2º Constitui crime de responsabilidade do Prefeito Municipal:
I – efetuar repasse que supere os limites definidos neste artigo;
II – não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou
III – enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei Orçamentária.
§ 3º Constitui crime de responsabilidade do Presidente da Câmara Municipal o desrespeito ao § 1º deste
artigo.
Art. 30 – Traz competências legislativas e materiais dos municípios.
Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle
externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei.
§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos
Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver.
Art. 30, I da CF:
“É competente o Município para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento comercial.” (Súmula
Vinculante 38.)
“O Município é competente para legislar sobre meio ambiente com União e Estado, no limite de seu
interesse local e desde que tal regramento seja e harmônico com a disciplina estabelecida pelos demais
entes federados (art. 24, VI c/c 30, I e II da CRFB).” (RE 586.224, rel. min. Luiz Fux, julgamento em 5-3-2015,
Plenário, DJE de 8-5-2015, com repercussão geral.)
Art. 30, VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento
à saúde da população;
"Ampliação e melhoria no atendimento à população no Hospital Municipal Souza Aguiar. Dever estatal de
assistência à saúde resultante de norma constitucional. Obrigação jurídico-constitucional que se impõe
aos Municípios (CF, art. 30, VII). Configuração, no caso, de típica hipótese de omissão inconstitucional
imputável ao Município do Rio de Janeiro/RJ. Desrespeito à Constituição provocado por inércia estatal (RTJ
183/818-819). Comportamento que transgride a autoridade da Lei Fundamental da República (RTJ 185/794-
796)." (AI 759.543-AgR, rel. min. Celso de Mello, julgamento em 17-12-2013, Segunda Turma, DJE de 12-2-
2014.)
Art. 30, VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e
controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;
“Instalação de torres de telefonia celular. Competência Legislativa Municipal para disciplinar o uso e a
ocupação do solo urbano.” (RE 632.006-AgR, rel. min. Cármen Lúcia, julgamento em 18-11-2014, Segunda
Turma, DJE de 1º-12-2014.)
§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve anualmente
prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal.
§ 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição de qualquer
contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei.
§ 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais. (Mas a CF não manda
desfazer os tribunais de contas municipais que já existiam, em 1988, por este motivo os TCM’s já
existentes na época que são o do Rio de Janeiro e de São Paulo, permanecem ativos.)
DA INTERVENÇÃO
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
I - manter a integridade nacional;
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
III - por termo a grave comprometimento da ordem pública;
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força
maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição dentro dos prazos
estabelecidos em lei;
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente
de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.
A INTERVENÇÃO FEDERAL:
É medida excepcional e só deve ocorrer nos casos previstos expressamente na Constituição (arts. 34 a
36 da CF/88).
Se materializa por decreto do Presidente da República:
Nas hipóteses do art. 34, VI e VII (requisição judicial), o controle político será dispensado (art. 36, § 3º,
da CF).
Também no caso do art. 34, IV, por requisição do STF acionado pelo Poder Judiciário Estadual (TJ)
coagido (art. 36, I, da CF).
INTERVENÇÃO FEDERAL COMUM OU INTERVENÇÃO FEDERAL ANÔMALA OU
POSSÍVEL INCOMUM
“Intervenção federal. Inexistência de atuação dolosa por parte do Estado. Indeferimento. (...) Decisão
agravada que se encontra em consonância com a orientação desta Corte, no sentido de que o
descumprimento voluntário e intencional de decisão judicial transitada em julgado é pressuposto
indispensável ao acolhimento do pedido de intervenção federal.” (IF 5.050-AgR, rel. min. Ellen Gracie,
julgamento em 6-3-2008, Plenário, DJE de 25-4-2008.)
Art. 34, V, da CF: V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos
estabelecidos em lei;
“ICMS. Repartição de rendas tributárias. PRODEC. Programa de Incentivo Fiscal de Santa Catarina. Retenção,
pelo Estado, de parte da parcela pertencente aos Municípios. Inconstitucionalidade. RE desprovido. A
parcela do imposto estadual sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, a que se refere o art. 158, IV, da
Carta Magna pertence de pleno direito aos Municípios. O repasse da quota constitucionalmente devida
aos Municípios não pode sujeitar-se à condição prevista em programa de benefício fiscal de âmbito
estadual. Limitação que configura indevida interferência do Estado no sistema constitucional de
repartição de receitas tributárias. ” (RE 572.762, rel. min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 18-6-2008,
Plenário, DJE de 5-9-2008, com repercussão geral.) No mesmo sentido: AI 645.282-ED, rel. min. Cármen
Lúcia, julgamento em 1º-2-2011, Primeira Turma, DJE de 18-2-2011.
Art. 34, VI da CF:
"O descumprimento voluntário e intencional de decisão transitada em julgado configura
pressuposto indispensável ao acolhimento do pedido de intervenção federal. A ausência de
voluntariedade em não pagar precatórios, consubstanciada na insuficiência de recursos para
satisfazer os créditos contra a Fazenda Estadual no prazo previsto no § 1º do art. 100 da
Constituição da República, não legitima a subtração temporária da autonomia estatal,
mormente quando o ente público, apesar da exaustão do erário, vem sendo zeloso, na medida
do possível, com suas obrigações derivadas de provimentos judiciais." (IF 1.917-AgR, rel. min.
Maurício Corrêa, julgamento em 17-3-2004, Plenário, DJ de 3-8-2007.) No mesmo sentido: IF
4.640-AgR, rel. min. Cezar Peluso, julgamento em 29-3-2012, Plenário, DJE de 25-4-2012.
“Precatórios judiciais. Não configuração de atuação dolosa e deliberada do Estado de São Paulo com
finalidade de não pagamento. Estado sujeito a quadro de múltiplas obrigações de idêntica hierarquia.
Necessidade de garantir eficácia a outras normas constitucionais, como, por exemplo, a continuidade de
prestação de serviços públicos. A intervenção, como medida extrema, deve atender à máxima da
proporcionalidade. Adoção da chamada relação de precedência condicionada entre princípios
constitucionais concorrentes.” (IF 298, rel. p/ o ac. min. Gilmar Mendes, julgamento em 3-2-2003, Plenário,
DJ de 27-2-2004.) No mesmo sentido: IF 5.101, IF 5.105, IF 5.106 e IF 5.114, rel. min. Cezar Peluso,
julgamento em 28-3-2012, Plenário, DJE de 6-9-2012.
“Precatórios judiciais. Não configuração de atuação dolosa e deliberada do Estado de São Paulo com
finalidade de não pagamento. Estado sujeito a quadro de múltiplas obrigações de idêntica hierarquia.
Necessidade de garantir eficácia a outras normas constitucionais, como, por exemplo, a continuidade de
prestação de serviços públicos. A intervenção, como medida extrema, deve atender à máxima da
proporcionalidade. Adoção da chamada relação de precedência condicionada entre princípios
constitucionais concorrentes.” (IF 298, rel. p/ o ac. min. Gilmar Mendes, julgamento em 3-2-2003, Plenário,
DJ de 27-2-2004.) No mesmo sentido: IF 5.101, IF 5.105, IF 5.106 e IF 5.114, rel. min. Cezar Peluso,
julgamento em 28-3-2012, Plenário, DJE de 6-9-2012.
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território
Federal, exceto quando:
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada;
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
III – não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do
ensino e nas ações e serviços públicos de saúde;
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de princípios
indicados na Constituição estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.
"Não cabe recurso extraordinário contra acórdão de Tribunal de Justiça que defere pedido de intervenção
estadual em Município." (Súmula 637.)
“As disposições do artigo 35 da CB/88 também consubstanciam preceitos de observância compulsória por
parte dos Estados-membros, sendo inconstitucionais quaisquer ampliações ou restrições às hipóteses de
intervenção." (ADI 336, voto do rel. min. Eros Grau, julgamento em 10-2-2010, Plenário, DJE de 17-9-2010.)
“Intervenção estadual em Município. Súmula 637 do STF. De acordo com a jurisprudência deste Tribunal, a
decisão de Tribunal de Justiça que determina a intervenção estadual em Município tem natureza político-
administrativa, não ensejando, assim, o cabimento do recurso extraordinário.” (AI 597.466-AgR, rel. min.
Joaquim Barbosa, julgamento em 27-11-2007, Segunda Turma, DJE de 1º-2-2008.)
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:
I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou impedido, ou
de requisição do Supremo Tribunal Federal, se a coação for exercida contra o Poder Judiciário;
II - no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de requisição do Supremo Tribunal Federal, do
Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral;
III - de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral da República, na
hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei federal.
IV - (Revogado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 36, II da CF
“Intervenção federal. Legitimidade ativa para o pedido. Interpretação do inciso II do art. 36 da CF de 1988, e
do art. 19, II e III, da Lei 8.038, de 28-5-1990, e art. 350, II e III, do RISTF. A parte interessada na causa
somente pode se dirigir ao Supremo Tribunal Federal, com pedido de intervenção federal, para prover a
execução de decisão da própria corte. Quando se trate de decisão de Tribunal de Justiça, o requerimento de
intervenção deve ser dirigido ao respectivo Presidente, a quem incumbe, se for o caso, encaminhá-lo ao
STF. Pedido não conhecido, por ilegitimidade ativa dos requerentes.” (IF 105-QO, rel. min. Sydney Sanches,
julgamento em 3-8-1992, Plenário, DJ de 4-9-1992.) No mesmo sentido: IF 4.677-AgR, rel. min. Cezar
Peluso, julgamento em 29-3-2012, Plenário, DJE de 20-6-2012.
§ 1º O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se
couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembléia
Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas.
§ 2º Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a Assembléia Legislativa, far-se-á convocação
extraordinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas.
§ 3º Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação pelo Congresso Nacional ou
pela Assembléia Legislativa, o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa
medida bastar ao restabelecimento da normalidade.
§ 4º Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo
impedimento legal.
BOM ESTUDO!!!
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DEDICAÇÃO.