Questões ENEM - Linguagens

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Ano: 2021 Banca: INEP Órgão: ENEM Prova: INEP - 2021 - ENEM - Exame

Nacional do Ensino Médio - Primeiro Dia e Segundo Dia - Digital

Estudo da FGV mostra que robôs infestam debate político no Brasil

Um estudo divulgado pela Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação


Getulio Vargas afirma que perfis automatizados em redes sociais já são usados em larga
escala no debate político no Brasil — e não para aprimorá-lo. Segundo a pesquisa, esses
robôs “se converteram em uma potencial ferramenta para a manipulação de debates nas
redes sociais”.

“Nas discussões políticas, os robôs têm sido usados por todo o espectro partidário não
apenas para conquistar seguidores, mas também para conduzir ataques a opositores e
forjar discussões artificiais. Eles manipulam debates, criam e disseminam notícias falsas
e influenciam a opinião pública, postando e replicando mensagens em larga escala. O
estudo demonstra de forma clara o potencial danoso dessa prática para a disputa política
e o debate público”, diz o diretor da FGV/DAPP, Marco Aurélio Ruediger.

O estudo conclui que os robôs buscam imitar o comportamento humano e se passar


como tal, de maneira a interferir em debates espontâneos e criar discussões forjadas.
“Com esse tipo de manipulação, os robôs criam a falsa sensação de amplo apoio político
a certa proposta, ideia ou figura pública.”

Para a FGV, a participação ostensiva de robôs no ambiente virtual tornou urgente a


necessidade de identificar suas atividades e, consequentemente, diferenciar quais
debates são legítimos e quais são forjados

GROSSMANN, L. O. Disponível em: www.convergenciadigital.com.br. Acesso em: 25


ago. 2017.

O texto descreve características de uma tecnologia de informação e comunicação


contemporânea, que têm se mostrado difíceis de identificar por causa da utilização de

A) linguagens comuns.
B) diferentes redes sociais.
C) informações falsas.
D) opiniões políticas.
E) figuras públicas.

Ano: 2021 Banca: INEP Órgão: ENEM Prova: INEP - 2021 - ENEM - Exame
Nacional do Ensino Médio - Primeiro Dia e Segundo Dia - Digital
O gramático tem uma percepção muito estrita da língua. Ele se vê como alguém que tem
de defender a língua da mudança. O problema é que eles, ao se esforçarem para que as
pessoas obedeçam às normas da língua, não viram que estavam dando um cala-boca no
cidadão brasileiro. Como se dissessem: “Tem de falar e escrever de acordo com as
regras. Não fale errado!”. E as pessoas, com medo de não conseguir, falam e escrevem
pouco. O dono da língua é o falante, não o gramático. Aprendemos com o falante a
língua como ele fala e procuramos saber por que está falando de um jeito ou de outro.
Dizer que está falando errado não é uma atitude científica, de descoberta. A linguística
substituiu o cala-boca ao prazer da descoberta científica. Foi só com a linguística que se
ampliou o olhar e se passou a considerar que qualquer assunto é digno de estudo.
Entrevista de Ataliba de Castilho. Pesquisa Fapesp, n. 259, set. 2017 (adaptado).

Com base na tese defendida na conclusão do texto, infere-se a intenção do autor de

A) atribuir à gramática os desvios do português brasileiro.


B) defender uma atitude política diante das regras da língua.
C) contrapor o trabalho do linguista às prescrições gramaticais.
D) contribuir para reverter a escassez de produções textuais no país.
E) isentar o falante da responsabilidade de seguir as normas linguísticas.

Ano: 2021 Banca: INEP Órgão: ENEM Prova: INEP - 2021 - ENEM - Exame
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Dias depois da morte de D. Mariquinha, Seu Lula, todo de luto, reuniu os negros no
pátio da casa-grande e falou para eles. A voz não era mais aquela voz mansa de outros
tempos. Agora Seu Lula era o dono de tudo. O feitor, o negro Deodato, recebera as suas
instruções aos gritos. Seu Lula não queria vadiação naquele engenho. Agora, todas as
tardes, os negros teriam que rezar as ave-marias. Negro não podia mais andar de reza
para S. Cosme e S. Damião. Aquilo era feitiçaria. [...]

E o feitor Deodato, com a proteção do senhor, começou a tratar a escravatura como um


carrasco. O chicote cantava no lombo dos negros, sem piedade. Todos os dias chegavam
negros chorando aos pés de D. Amélia, pedindo valia, proteção contra o chicote do
Deodato. A fama da maldade do feitor espalhara-se pela várzea. O senhor de engenho
do Santa Fé tinha um escravo que matava negro na peia. [...] E o Santa Fé foi ficando
assim o engenho sinistro da várzea.

RÊGO, J. L. Fogo morto. Rio de Janeiro: José Olympio, 1989.

A condição dos trabalhadores escravizados do Santa Fé torna-se exponencialmente


aflitiva após a morte da senhora do engenho. Nessa passagem, o sofrimento a que se
submetem é intensificado pela reação à

A) mania do novo senhor de se dirigir a eles aos gritos.


B) saudade do afeto antes dispensado por D. Mariquinha.
C) privação sumária de suas crenças e práticas ritualísticas.
D) inércia moral de D. Amélia ante as imposições do marido.
E) reputação do Santa Fé de lugar funesto a seus moradores

Ano: 2021 Banca: INEP Órgão: ENEM Prova: INEP - 2021 - ENEM - Exame
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Os cuidados com o corpo vão se tornando uma exigência na modernidade e implicam a
convergência de uma série de elementos: as tecnologias, para tanto, vão se
desenvolvendo de maneira acelerada; o mercado dos produtos e serviços voltados para o
corpo vai se expandindo; a higiene que fundamentava esses cuidados vai sendo
substituída pelos prazeres do “corpo”, implicação lógica do processo de secularização,
no qual há a identificação da personalidade dos indivíduos com sua aparência. Por todas
essas circunstâncias, o cuidado com o corpo transforma-se numa ditadura do corpo, um
corpo que corresponda à expectativa desse tempo, um corpo que seja trabalhado
arduamente e do qual os vestígios de naturalidade sejam eliminados.
SILVA, A. M. Corpo, ciência e mercado: reflexões acerca da gestação de um novo
arquétipo da felicidade. Campinas: Autores Associados; Florianópolis: UFSC, 2001.

O fenômeno social identificado, em relação à presença do corpo na sociedade, indica


que

A) as tecnologias, o mercado dos produtos e serviços e a higiene criaram uma


ditadura do corpo.
B) os cuidados com o corpo na modernidade reforçam a naturalidade da
personalidade do indivíduo.
C) a expansão das tecnologias de cuidado reduz o impacto desempenhado pelos
padrões estéticos na construção da imagem corporal.
D) o enfraquecimento atual dos padrões de beleza favorece o crescimento do
mercado de produtos e serviços voltados aos cuidados estéticos.
E) os padrões estéticos desempenham uma importante função social à medida que
induzem à melhoria dos indicadores de saúde na população.

Ano: 2021 Banca: INEP Órgão: ENEM Prova: INEP - 2021 - ENEM - Exame
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A masculinidade, assim como a feminilidade, é uma construção histórica e cultural. Em
nossa cultura, a dança caracteriza-se, no sentido geral, como um universo
predominantemente feminino. Homens que dançam são geralmente considerados
homossexuais, por não se enquadrarem dentro das normas culturais hegemônicas de
gênero e sexualidade. Por outro lado, demonstram a não existência de um único tipo de
masculinidade, enfatizando que as identidades humanas são múltiplas e plurais. No
contexto da dança, as representações hegemônicas de gênero e as regulações sociais que
essas impõem não se manifestam de forma igual em todas as modalidades de dança.
Persiste essa forte representação cultural ocidental que associa o balé à feminilidade e à
homossexualidade. Em outras danças, ela não se revela tão forte, e os homens não
aparecem em menor número, como nas tradicionais danças folclóricas ou no moderno
hip hop.
ANDREOLI, G. S. Representações de masculinidade na dança contemporânea.
Movimento, n. 1, 2011 (adaptado).

No que tange à identidade de gênero masculina, a dança e suas modalidades expressam


o(a)

A) padronização da inserção dos homens nessas manifestações corporais.


B) identificação de como essas práticas regulam uma única masculinidade.
C) reconhecimento das diferentes masculinidades.
D) contestação das normas sociais pelo balé.
E) reforço de uma feminilidade hegemônica.
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Disponível em: www.vidasimples.uol.com.br. Acesso em: 6 dez. 2017 (adaptado).

A apropriação das informações produzidas na imagem do GPS, nesse texto, tem o


propósito de

A) reafirmar a necessidade do uso de aparelhos eletrônicos na escolha de rotas.


B) demonstrar a eficiência da tecnologia na resolução de problemas humanos.
C) estimular a reflexão sobre o poder de controlar os rumos da vida.
D) comprovar a aplicabilidade dos recursos digitais na reconfiguração de trajetos.
E) destacar a incerteza das emoções vividas pelo coração humano.

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Pessoal intransferível
Escute, meu chapa: um poeta não se faz com versos. É o risco, é estar sempre a perigo
sem medo, é inventar o perigo e estar sempre recriando dificuldades pelo menos
maiores, é destruir a linguagem e explodir com ela. Nada no bolso e nas mãos. Sabendo:
perigoso, divino, maravilhoso.

Poetar é simples, como dois e dois são quatro sei que a vida vale a pena etc. Difícil é
não correr com os versos debaixo do braço. Difícil é não cortar o cabelo quando a barra
pesa. Difícil, pra quem não é poeta, é não trair a sua poesia, que, pensando bem, não é
nada, se você está sempre pronto a temer tudo; menos o ridículo de declamar versinhos
sorridentes. E sair por aí, ainda por cima sorridente mestre de cerimônias, “herdeiro” da
poesia dos que levaram a coisa até o fim e continuam levando, graças a Deus.

E fique sabendo: quem não se arrisca não pode berrar. Citação: leve um homem e um
boi ao matadouro. O que berrar mais na hora do perigo é o homem, nem que seja o boi.
Adeusão.

TORQUATO NETO. Melhores poemas de Torquato Neto. São Paulo: Global, 2018.

Expoente da poesia produzida no Brasil na década de 1970 e autor de composições


representativas da Tropicália, Torquato Neto mobiliza, nesse texto,

A) gírias e expressões coloquiais para criticar a linguagem adornada da tradição


literária então vigente.
B) intenções satíricas e humorísticas para delinear uma concepção de poesia voltada
para a felicidade dos leitores.
C) frases de efeito e interpelações ao leitor para ironizar as tentativas de adequação
do poema ao gosto do público.
D) recursos da escrita em prosa e noções do senso comum para enfatizar as
dificuldades inerentes ao trabalho do poeta.
E) referências intertextuais e anedóticas para defender a importância de uma atitude
destemida ante os riscos da criação poética.

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Caso pluvioso

A chuva me irritava. Até que um dia

descobri que maria é que chovia.

A chuva era maria. E cada pingo

de maria ensopava o meu domingo.


E meus ossos molhando, me deixava

como terra que a chuva lavra e lava.

E eu era todo barro, sem verdura...

maria, chuvosíssima criatura!

Ela chovia em mim, em cada gesto,

pensamento, desejo, sono, e o resto.

Era chuva fininha e chuva grossa,

Matinal e noturna, ativa... Nossa!

ANDRADE, C. D. Viola de bolso. Rio de Janeiro: José Olympio, 1952 (fragmento).

Considerando-se a exploração das palavras “maria” e “chuvosíssima” no poema,


conclui-se que tal recurso expressivo é um(a)

A) registro social típico de variedades regionais.


B) variante particular presente na oralidade.
C) inovação lexical singularizante da linguagem literária.
D) marca de informalidade característica do texto literário.
E) traço linguístico exclusivo da linguagem poética.

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Carlos é hoje um homem dividido, Mário, e isso graças às suas cartas.

Às vezes ele torce pelas palmeiras paródicas do Oswald de Andrade (a ninguém cá da


terra passou despercebido o título que quer dar ao seu primeiro livro de poemas —
Minha terra tem palmeiras). Às vezes não quer esquecer o gélido cinzel de Bilac e a
prosa clássica dos decadentistas franceses, e à noite, ao ouvir o chamado da moça-
fantasma, fica cismando ismálias em decassílabos rimados. Às vezes sucumbe ao trato
cristão da condição humana e, à sombra dos rodapés de Tristão de Ataíde, tem uma
recaída jacksoniana. Às vezes não sabe se prefere o barulho do motor do carro em
disparada, ou se fica contemplando o sinal vermelho que impõe stop ao trânsito e
silêncio ao cidadão. Às vezes entoa loas à vida besta, que devia jazer para sempre
abandonada em Itabira. Mas na maioria das vezes sai saracoteando ironicamente pela
rua macadamizada da poesia, que nem um pernóstico malandro escondido por detrás
dos óculos e dos bigodes, ou melhor, que nem a foliona negra que você tanto admirou
no Rio de Janeiro por ocasião das bacanais de Momo.

SANTIAGO, S. Contos antológicos de Silviano Santiago. São Paulo: Nova


Alexandria, 2006.

Inspirado nas cartas de Mário de Andrade para Carlos Drummond de Andrade, o autor
dá a esse material uma releitura criativa, atribuindo-lhe um remetente ficcional. O
resultado é um texto de expressividade centrada na

A) hesitação na escolha de um modelo literário ideal.


B) colagem de estilos e estéticas na formação do escritor.
C) confluência de vozes narrativas e de referências biográficas.
D) fragmentação do discurso na origem da representação poética.
E) correlação entre elementos da cultura popular e de origem erudita.

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Indústria cultural da felicidade

Tornou-se perigoso o emprego da palavra felicidade desde seu mau uso pela
propaganda. Os que se negam a usá-la acreditam liberar os demais dos desvios das
falsas necessidades, das bugigangas que se podem comprar em shoppings grã-finos ou
em camelôs na beira da calçada, que, juntos, sustentam a indústria cultural da felicidade
à qual foi reduzido o que, antes, era o ideal ético de uma vida justa. Infelicidade poderia
ser o nome próprio desse novo estado da alma humana que se perdeu de si ao perder-se
do sentido do que está a fazer. Desespero é um termo ainda mais agudo quando se trata
da perda do sentido das ações pela perda da capacidade de reflexão sobre o que se faz.
A felicidade publicitária está ao alcance dos dedos e não promete um depois. Resulta
disso a massa de “desesperados” trafegando como zumbis nos shoppings e nas
farmácias do país em busca de alento.

TIBURI, M. Disponível em: http://revistacult.uol.com.br. Acesso em: 12 nov. 2014


(adaptado).

Ao reprovar a ação da indústria da felicidade e um comportamento humano, o texto


associa a

A) ansiedade recorrente ao lançamento de novidades no mercado.


B) visita frequente ao shopping à resolução de problemas cotidianos.
C) atitude impensada ao atendimento de necessidades emergenciais.
D) postura consumista à crença na promessa ilusória de anúncios publicitários.
E) vantagem econômica à venda de produtos falsificados no mercado ambulante.

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Porta dos Fundos: contrato vitalício


    Diretor: Ian SBF;

    Tempo: 1 h 46 min;

    Brasil, 2016. 

   O primeiro filme do grupo humorístico Porta dos Fundos, conhecido por seus mais de
12 milhões de assinantes no YouTube, estreou para o público brasileiro que curte as
esquetes na internet. O desafio do grupo foi transformar os vídeos curtos em um longa
para o cinema, que, apesar de grande investimento do elenco e dos produtores, não
empolga tanto. O enredo conta com a dupla Rodrigo (F. Porchat) e Miguel (G.
Duvivier), que, vencedores em Cannes, no auge de suas carreiras, decidem assinar um
contrato vitalício em que o ator Rodrigo deverá participar de todos os filmes do
produtor Miguel. A produção do filme maluco conta com o ótimo elenco do Porta dos
Fundos: uma famosa blogueira, um jornalista de fofoca, um agente de celebridades, uma
diretora de elenco radical, um detetive, um ajudante e atores. O ponto forte do filme é
satirizar justamente o mundo das celebridades da internet e do cinema, ou seja, eles
mesmos neste momento.

Disponível em: www.criticasdefilmes.com.br. Acesso em: 12 dez. 2017 (adaptado).

Nesse texto, um trecho que traz uma marca linguística da função avaliativa da resenha é 

A) “Porta dos Fundos: contrato vitalício; Diretor: Ian SBF; Tempo: 1 h 46 min;
Brasil, 2016.”
B) “O primeiro filme do grupo humorístico Porta dos Fundos [...] estreou para o
público brasileiro que curte as esquetes na internet.”
C) “O enredo conta com a dupla Rodrigo (F. Porchat) e Miguel (G. Duvivier) [...]”. 
D) “[...] o ator Rodrigo deverá participar de todos os filmes do produtor Miguel.” 
E) “A produção do filme maluco conta com o ótimo elenco do Porta dos Fundos
[...]”.

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Disponível em: www.ricmais.com.br. Acesso em: 10 nov. 2011 (adaptado).

De acordo com as intenções comunicativas e os recursos linguísticos que se destacam,


determinadas funções são atribuídas à linguagem. A função que predomina nesse texto é
a conativa, uma vez que ele

A) atua sobre o interlocutor, procurando convencê-lo a realizar sua escolha de


maneira consciente.
B) coloca em evidência o canal de comunicação pelo uso das palavras “corrige” e
“confirma”.
C) privilegia o texto verbal, de base informativa, em detrimento do texto não
verbal.
D) usa a imagem como único recurso para interagir com o público a que se destina.
E) evidencia as emoções do enunciador ao usar a imagem de uma criança.

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   Assim, está nascendo dentro da língua portuguesa, e provavelmente dentro de todas as
demais línguas, uma nova linguagem, a linguagem radiofônica. Como a dos
engenheiros, como a dos gatunos, como a dos amantes, como a usada pela mãe com o
filho que ainda não fala, essa linguagem radiofônica tem suas características próprias
determinadas por exigências ecológicas e técnicas. 

ANDRADE, M. apud PINTO, E. P. O português do Brasil. São Paulo: Edusp, 1981.

Mário de Andrade, ao se referir ao impacto que o rádio teria nas pessoas e


principalmente sobre a linguagem, possibilita uma reflexão acerca

A) das relações sociais específicas da sociedade da época.


B) da relação entre o meio e o contexto social de enunciação.
C) do nascimento das línguas a partir de exigências sociais específicas.
D) das demais línguas do mundo, por possuírem características em comum.
E) da especificidade da linguagem radiofônica, em detrimento de outras linguagens.

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    Durante cinco minutos, a banda norte-americana Atomic Tom deixou de lado


microfones, guitarras, baixo e bateria. Mas eles não fizeram um show acústico como
pode parecer. Eles utilizaram quatro aparelhos de telefone celular, cada um substituindo
um instrumento, por meio de quatro aplicativos diferentes: Shred, Drum Meister, Pocket
Guitar e Microphone. 

   Os quatro membros da banda embarcaram no metrô de Nova Iorque, ligaram seus
celulares e começaram a tocar a música Take me Out sem nenhum tipo de anúncio,
filmando a apresentação com outros aparelhos de telefone. O vídeo resultante foi
sucesso no YouTube com mais de 2 milhões de visualizações.

Disponível em: www.tecmundo.com.br. Acesso em: 6 jun. 2018 (adaptado). 

A apresentação da banda Atomic Tom revela

A) alternativas inusitadas para enfrentar a difícil aquisição de instrumentos musicais


tradicionais.
B) formas descartáveis de produção musical ligadas à efemeridade da sociedade
atual.
C) maneiras inovadoras de ouvir música por meio de aparelhos eletrônicos
portáteis.
D) possibilidades de fazer música decorrentes dos avanços tecnológicos.
E) soluções originais de levar a cultura musical para os meios de transporte.

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TEXTO I
Cinema Novo

O filme quis dizer: “Eu sou o samba”

A voz do morro rasgou a tela do cinema

E começaram a se configurar

Visões das coisas grandes e pequenas

Que nos formaram e estão a nos formar

Todas e muitas: Deus e o diabo, vidas secas, os fuzis,

Os cafajestes, o padre e a moça, a grande feira, o desafio

Outras conversas, outras conversas sobre os jeitos do Brasil

VELOSO, C.; GIL, G. In: Tropicália 2. Rio de Janeiro: Polygram, 1993 (fragmento).

TEXTO II

O cinema brasileiro partiu da consciência do subdesenvolvimento e da necessidade de


superá-lo de maneira total, em sentido estético, filosófico, econômico: superar o
subdesenvolvimento com os meios do subdesenvolvimento. Tropicalismo é o nome
dessa operação; por isso existe um cinema antes e depois do Tropicalismo. Agora nós
não temos mais medo de afrontar a realidade brasileira, a nossa realidade, em todos os
sentidos e a todas as profundidades.

ROCHA, G. Tropicalismo, antropologia, mito, ideograma. In: Revolução do Cinema


Novo. Rio de Janeiro: Alhambra; Embrafilme, 1981 (adaptado).

Uma das aspirações do Cinema Novo, movimento cinematográfico brasileiro dos anos
1960, incorporadas pela letra da canção e detectáveis no texto de Glauber Rocha, está na

A) retomada das aspirações antropofágicas pela prática intertextual.


B) problematização do conceito de arte provocada pela geração tropicalista.
C) materialização do passado como instrumento de percepção do contemporâneo.
D) síntese da cultura popular em sintonia com as manifestações artísticas da época.
E) formulação de uma identidade brasileira calcada na tradição cultural e na crítica
social.

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