I Prova - DA

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Universidade Federal Rural do Sem-Árido – UFERSA

Centro Multidisciplinar de Pau dos Ferros


Disciplina: Direito Ambiental
Professor: Jorge Luís de Oliveira Pinto Filho

Aluno: Ingrid Eduarda Alves Paiva Turma: 01

I Avaliação

1 – Os princípios fundamentais do Direito Ambiental têm grande relevância por


formarem o alicerce do sistema jurídico em questão e orientarem a integração,
harmonização e interpretação das normas legais quando aplicadas ao caso
concreto. Dentre eles, destacamos o Princípio da Participação Popular na Proteção
do Meio Ambiente. Discorra sobre o Princípio da Participação Popular na
Proteção do Meio Ambiente e mencione pelo menos dois mecanismos de
participação direta da população no controle da qualidade ambiental reconhecidos
pelo Direito brasileiro. Cite 2 exemplos destes mecanismos (2,0).

O princípio da participação popular no Direito Ambiental é a materialização do poder


político que emana do povo aplicada às questões relativas ao Meio Ambiente. Nesse
princípio de participação assegura ao cidadão o direito à informação a participação na
elaboração das políticas públicas ambientais, assegurando os mecanismos judiciais,
legislativos e administrativos que efetivem o princípio. Na esfera legislativa, é possível
a utilização de mecanismos de participação direta tendo como tema a legislação
ambiental, assim como é deferida a iniciativa popular em tais hipóteses (art. 14, incisos,
CRFB).

Uns dos mecanismos de participação direta da população na proteção da qualidade


ambiental, encontrados no Direito brasileiro:

O primeiro é pela participação no processo legislativo, mediante iniciativa popular (art.


61, caput, da CF), referendo sobre leis (art. 14, II, da CF) ou pela atuação por meio de
representantes da sociedade civil em órgãos colegiados com competência normativa,
como o CONAMA, na forma do art. 6º, II, da Lei nº 6.938/81. Já o segundo é pela
participação da população diretamente na formulação e execução de políticas
ambientais, por intermédio da atuação de representantes da sociedade civil em órgãos
colegiados responsáveis pela formulação de diretrizes e pelo acompanhamento da
execução de políticas públicas, mediante discussão de estudos de impacto ambiental em
audiências públicas (Resolução nº 1 CONAMA art. 11 §2º) e o terceiro mecanismo de
participação popular na proteção do meio ambiente se dá por meio do Poder Judiciário,
com a utilização dos diversos instrumentos processuais disponíveis, como a ação
popular (Lei nº 4.717/1965).

Uns exemplos desse mecanismo foi a audiência pública em relação ao desastre do


Brumadinho-MG com o Vale, o Ministério Público Estadual e representantes de
atingidos do desastre da barragem da Mina do Córrego do Feijão. A audiência se deu
no dia 21 de novembro de 2019, onde houve protestos em frente ao TJMG. Também
houve uma audiência publica no desastre de Mariana-MG que teve como objetivo
principal esclarecer as causas do acidente, os efeitos provocados pelo vazamento e
analisar as providências que estão sendo adotadas para minimizar a dor dos atingidos e
recompor o ambiente degradado.

2) - O Ministério Público Federal ingressa com ação civil pública, objetivando


embargar obra, sob alegação de agressão ao meio ambiente, em particular por
envolver operação nuclear. Que provas inequívocas V, como juiz federal, exigiria
para eventual deferimento de antecipação dos efeitos da tutela? Cite 1 exemplo
deste acontecimento (2,0).

Para haja a embargada de uma obra, particularmente em antecipação dos efeitos da


tutela, os princípios iniciais é mostrar que a especifica obra oferece riscos. Esses riscos
podem ser concretos ou presumidos, presunção essa que pode ocorrer no desrespeito aos
requisitos legais e administrativos para a instalação da obra.

Se o Ministério Público Federal tenha alegado risco concreto de agressão ao meio


ambiente, como juiz federal exigiria uma documentação dos órgãos de fiscalização
ambiental, um documento como laudo de constatação, auto de infração, ou seja, uma
documentação certificando a ocorrência do dano ou sua iminência, ou até mesmo um
parecer de engenheiro ambiental opinando pela ocorrência da lesão ou seu risco.
Caso o Ministério tenha alegado risco presumido de agressão ao meio ambiente, exigiria
alguma prova, como a comprovação de ausência de concessão ou permissão da União
Federal para o desenvolvimento da atividade, caso esta seja uma daquelas previstas na
alínea “b”, inciso XXIII, art. 21 da Constituição Federal; comprovação de ausência do
RIMA – Relatório de Impacto Ambiental, Licenciamento de previa e instalação.

Assim, sendo comprovada a alguma ausência dos requisitos para a instalação da obra,
como juiz federal, consideraria presente prova inequívoca para a concessão da
antecipação dos efeitos da tutela.

Um exemplo desse acontecimento é a Lagoa de Extremoz no Estado do Rio Grande do


Norte, O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) está movendo uma ação
civil pública contra o Município de Extremoz e o Instituto de Defesa do Meio Ambiente
do Rio Grande do Norte (Idema) para que a Justiça potiguar determine a adoção de
medidas para garantir a preservação da lagoa. Os principais pedidos ministeriais na ação
são para que a Justiça determinou ao órgão ambiental e à Prefeitura um prazo de 30
dias paraa realizarem a delimitação da área de preservação permanente da lagoa de
Extremoz e um levantamento completo de todas as ocupações irregulares na área; que
embarguem as obras inacabadas situadas na área de preservação e que o município se
abstenha de conceder novos alvarás de funcionamento aos empreendimentos, além de
proibir qualquer nova atividade ou estabelecimento, seja comercial ou
residencial. Como também que a Prefeitura elabore e execute um Plano de Recuperação
de Área Degradada (PRAD) de acordo com o termo de referência a ser expedido pelo
Idema.

Tudo isso é com o objetivo de evitar a ampliação dos danos ambientais ocasionados na
área, sob pena de multa a ser fixada por esse juízo, estando qualquer nova instalação
ameaçada de demolição imediata, considerando-se como nova a construção iniciada
após a data da publicação da decisão proibitiva, caso concedida.

3) - Comente se a expressão a seguir é correta: o município é competente para


legislar sobre o meio ambiente, juntamente com a União e o Estado-membro, no
limite do seu interesse local e desde que esse regramento seja harmônico com a
disciplina estabelecida pelos demais entes federados. Contudo, mesmo que ausente
ou lacunosa a legislação da União ou dos Estados-membros, é vedado ao
município, sob pena de inconstitucionalidade, editar lei dispensando o estudo
prévio de impacto ambiental para a instalação de obra ou atividade
potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente. Cite 1
exemplo desta incongruência (2,0).

É constitucional a lei municipal, regulamentada por decreto que o município é


competente para legislar sobre o meio ambiente e controle da poluição quando se tratar
de um interesse local. Pois, a competência da União para legislar sobre normas gerais
não exclui a competência de suplementar dos Estados. Isso significa que os Estados-
membros podem complementar a legislação federal editada pela União. Obviamente, as
normas estaduais não podem contrair as normais gerais elaboradas pela União. Se caso,
União ainda não tiver editado as normas gerais sobre um assunto, os Estados exercerão
a competência legislativa plena, para atender as suas peculiaridades.
Então, o município pode legislar sobre os assuntos no Art. 24, desde que atenda as
peculiaridades municipais ou de interesse local. No Art. 30 Compete aos municípios
relata a explicação acima.
Uma invasão da competência da União pelo Município foi verificada na Cidade de
Santos que seria para legislar sobre transporte de animais, matéria exaustivamente
disciplinada no âmbito federal. Sob a justificativa de criar mecanismo legislativo de
proteção aos animais, o legislador municipal impôs restrição desproporcional. Esta
desproporcionalidade fica evidente quando se analisa o arcabouço normativo federal
que norteia a matéria, tendo em vista a gama de instrumentos estabelecidos para
garantir, de um lado, a qualidade dos produtos destinados ao consumo pela população,
já do outro, a existência digna e a ausência de sofrimento dos animais, tanto no
transporte quanto no seu abate. Portanto, a conversão de julgamento do referendo à
medida cautelar em decisão de mérito e arguições de descumprimento de preceito
fundamental julgadas procedentes.

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