Dons de Elocução
Dons de Elocução
Dons de Elocução
1. O DOM DE PROFECIA
Existem alguns equívocos no meio evangélico a respeito do significado da
profecia enquanto dom. Isso porque há confusão entre a profecia no Antigo
Testamento, o ministério profético e o dom propriamente dito. O profeta da
Antiga Aliança era um arauto de Yahweh, e falava pela inspiração do
próprio Deus, por isso declarava: “assim diz o Senhor”. A mensagem
profética canônica, conforme registrada nas Escrituras, foi soprada por
Deus (II Tm. 3.16,17), os escritores sagrados falaram da parte de Deus,
movidos pelo Espírito (I Pe. 1.20,21). Não se pode confundir também o
dom com o ministério profético, que se encontra em Ef. 4.11, por trata-se
de uma capacitação dada por Deus à liderança, para orientar a partir da
revelação de Deus, fundamentada nas Escrituras. O ministério profético
tem relação é um ofício, residente naquele que o realiza, em conformidade
com a Palavra de Deus. Em relação ao dom de profecia, este é considerado
o maior dos três dons de elocução, sendo citado vinte e duas vezes em I Co.
11-14. O dom de profecia (gr. propheteia) não é previsão do futuro, antes
tem a função de edificação, exortação e consolação no corpo de Cristo. A
edificação diz respeito à “construção” da igreja do Senhor Jesus, a
manifestação desse dom acontece para que a igreja possa crescer em
maturidade. A exortação é uma palavra de encorajamento, para que
permaneçamos firmes no Senhor. A consolação diz respeito ao ânimo dado
à igreja para enfrentar os momentos de adversidade e perseguição. Aquele
que é usado por Deus no dom da profecia tem controle sobre este (I Co.
14.32), isso quer dizer que a pessoa trabalha em conjunto com o Espírito
Santo. Existe também uma normatização em relação ao uso: que falem dois
ou três e os demais julguem (I Co. 14.29). Há uma distinção entre o dom de
profecia e o de falar em línguas, o primeiro é para os que creem, e o último
um sinal para os descrentes, quando há compreensão, conforme aconteceu
no dia de Pentecostes (At. 2).
CONCLUSÃO
Os dons têm sempre como premissa a edificação, nunca a confusão ou
elitização de quem é usado pelo Espírito. No caso dos dons de elocução, o
dom de variedade de línguas edifica apenas aquele que as fala, enquanto
que o dom de profecia edifica a igreja. O dom de línguas pode ser um sinal
negativo para os descrentes, a menos que haja quem interprete, para que
esses sejam convencidos da manifestação divina no meio da igreja. A
motivação principal para a busca dos dons, e a sua valorização, depende no
nível de edificação dos membros da igreja, em sua totalidade.
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
CONCLUSÃO
Ainda que haja muitas pessoas em diversas igrejas que não aceitem a
atualidade do batismo com o Espírito Santo e dos dons espirituais — os
chamados “cessacionistas” — Deus continua abençoando os crentes com
suas dádivas. Portanto, não podemos desprezar o dom de profecia, o de
falar em línguas estranhas e o de interpretá-las. Porém, façamos tudo
conforme a Bíblia: com sabedoria, decência e ordem (1Co 14.39,40).
Agindo dessa forma, Deus usará os seus filhos para que sejam portadores
das manifestações gloriosas dos céus. [Comentário: Com o acesso livre à
informação, temos uma gama de escritores cessacionistas lidos e seguidos
por pentecostais, à exemplo dos escritores Benjamin Breckinridge
Warfield, Richard Gaffin , John F. MacArthur e Daniel B. Wallace. No
Brasil, Augustus Nicodemus está entre os cessacionistas. Esta é uma
discussão que não terá fim, independente disto, o Espírito Santo continua
operando e abençoando crentes com suas dádivas. O Falar em Línguas tem
sido discutido desde o início do século passado, com o advento do
pentecostalismo. Para uns, o dom de línguas é imprescindível. Quem não o
tem, é tachado de crente carnal, desprovido da presença do Espírito Santo.
Para outros, tudo não passa de um mal-entendido. O tal dom teria sido
distribuído apenas para a primeira geração de cristãos, e que, portanto, não
estaria disponível hoje (cessacionistas). O Rev Hernandes Dias Lopes,
Pastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Vitória-ES, escreve o seguinte
em seu Blog: “As Escrituras afirmam que certos dons estariam destinados
a cessar, entre eles, os dons de língua e de profecia. Isto está claro. Não
há o que discutir. Mas quando isso ocorrerá? Paulo afirma que as línguas
somente cessarão “quando vier o que é perfeito”. Os cessacionistas creem
que isso aconteceu quando o cânon sagrado foi finalizado, isto é, quando
as Escrituras foram terminadas. Uma vez que já temos acesso a toda
verdade exposta em suas páginas, já não precisaríamos do dom de línguas,
ou mesmo de qualquer outro dom espiritual. Embora o argumento pareça
sólido, não resiste a uma apreciação mais profunda. Paulo não está
referindo-se às Escrituras, e sim ao segundo advento de Cristo, quando
finalmente o“veremos face a face”. Segundo Paulo, a visão que temos de
Cristo mediante as Escrituras equivale ao reflexo de um espelho. Quando
Ele Se manifestar em glória, já não precisaremos nem mesmo das
Escrituras, muito menos dos dons espirituais.” Isto posto, este proeminente
expositor presbiteriano é daqueles de linha reformada que crê na atualidade
dos dons espirituais para igreja hoje. O referido Pastor prossegue: “Qual a
sua importância em nossa vida? Paulo diz que “o que fala em língua
edifica-se a si mesmo” (1 Co.14:4a). No lugar onde antes havia uma
fortaleza espiritual que servia de base operacional para o inimigo, agora é
edificada uma catedral de louvor e adoração a Deus. O livre fluxo do
Espírito promove a demolição de tais fortalezas. Nossos pensamentos são
levados cativos à obediência de Cristo. Nossa vontade submetida ao Seu
senhorio. Todos os demais dons espirituais têm como objetivo o bem
coletivo. O dom de línguas é o único que visa a edificação do indivíduo.
Porém, somos desafiados a dar um passo além, na direção do outro, para
que este também seja edificado pelo nosso dom. Mas como alguém poderia
ser edificado por um dom que visa a minha própria edificação? Como
alguém seria edificado sem que entendesse uma palavra do que eu
dissesse?” (3) Parafraseando, sejamos uma catedral de louvor e adoração a
Deus!] “NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e
isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Graça e Paz a todos que estão em Cristo!
Francisco Barbosa