Tese Ceramicos
Tese Ceramicos
Tese Ceramicos
2009
Albert Einstein
o júri
Presidente
Professor Doutor Joaquim Manuel Vieira
Professor catedrático do Departamento de Engenharia Cerâmica e do Vidro da Universidade de
Aveiro
A todos eles, para além de dedicar estas breves palavras e um cantinho deste
trabalho, eu quero dizer:
Muito Obrigado!
Em primeiro lugar, porque nunca serão os últimos, aos meus pais, José
Eduardo e Edite Vieira, e aos meus irmãos, Marta Rodrigues, e Mário
Rodrigues, pelo apoio, força e coragem incondicionais, mesmo a muitos
quilómetros de distância. Mas principalmente pela educação que sempre me
deram, em que reina o sentido crítico e onde nunca se emprega a palavra
desistir. Sem o vosso apoio nada disto seria possível, a vós dedico este
trabalho.
palavras-chave Barbotina de Porcelana; Reologia; Enchimento de Alta pressão; Cantos
Levantados; Fissuras; Bolhas de Ar
ÍNDICE
Objectivos ................................................................................................................................................................ 1
vii
viii
ix
ÍNDICE DE FIGURAS
x
xi
Figura 58 – Percentagem de defeitos encontrados no pires Carré Cap. Lungo cozido, obtido por enchimento
sob pressão a partir de barbotina com pré-extrusão dos componentes, a 18 bar e com dois moldes distintos. ...... 83
Figura 59 – Evolução da densidade aparente (g/cm3) das peças secas, obtidas a partir da suspensão normal de
produção e da que foi preparada após extrusão prévia do caulino Vialpo, processadas por enchimento sob
pressão a 18 bar com o molde novo. ....................................................................................................................... 84
Figura 60 – Evolução da flecha do pires Carré Cap. Lungo, após secagem e cozedura, processado a partir de
suspensão normal de produção e da que foi preparada após extrusão prévia do caulino Vialpo, conformado a
18 bar com o molde corrigido. .................................................................................................................................. 85
Figura 61 – Percentagem de defeitos encontrados após cozedura do pires Carré Cap. Lungo, obtido a partir de
suspensão normal de produção e da que foi preparada após extrusão prévia do caulino Vialpo, conformado a
18 bar com molde novo. ........................................................................................................................................... 85
Figura 62 – Ensaio de flexão em três pontos. .........................................................................................................103
Figura 63 – Esquema representativo da montagem para a determinação da densidade aparente em óleo. ..........110
xii
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 – Características da água da Vista Alegre e da Iberpastas usadas na diluição das lastras....................... 53
Tabela 2 – Características da barbotina em produção e dos provetes processados por enchimento. ..................... 63
Tabela 3 – Redimensionamento das condições de diluição da barbotina. ............................................................... 68
Tabela 4 – Características da barbotina, diluída com dois tipos de água, e dos provetes processados por
enchimento. .............................................................................................................................................................. 71
Tabela 5 – Características da barbotina em função do tempo de repouso em agitação lenta e dos provetes,
processados por enchimento. ................................................................................................................................... 73
Tabela 6 – Características da barbotina de produção e da que foi preparada com acréscimo de 2% de argila
Magnum e dos provetes processados por enchimento............................................................................................. 77
Tabela 7 – Características dos provetes processados por enchimento, a partir de suspensões preparadas com
diferentes feldspatos (Indiano em substituição de Rio Piron). .................................................................................. 79
Tabela 8 – Características da barbotina e dos provetes com extrusão prévia de toda a pasta. ............................... 81
Tabela 9 – Caracterização da barbotina e dos provetes obtidos em condições normais de produção e a partir
de suspensão preparada com caulino Vialpo pré-extrudido, processados por enchimento a 18 bar com molde
novo. ......................................................................................................................................................................... 83
Tabela 10 – Exemplo de quadro usado na escolha de peças. ............................................................................... 112
Tabela 11 – Exemplo de registo de inventariação de defeitos. ............................................................................... 112
xiii
ÍNDICE DE ANEXOS
xiv
Optimização da Barbotina para Enchimento de Alta Pressão de Artigos de Porcelana
Objectivos
Este trabalho tem como objectivo optimizar as características reológicas de uma
barbotina a usar no processo de enchimento de alta pressão de artigos de porcelana,
através do estudo da influência de parâmetros relevantes. Pretende-se aumentar a
qualidade do produto final, diminuindo a ocorrência de defeitos comuns como cantos
levantados nas peças, bolhas de ar e fissuras.
Os parâmetros operativos em estudo foram: (i) diluição da barbotina com dois tipos
de água; (ii) temperatura da barbotina ao longo do processo; (iii) tempo de agitação na
preparação e acerto; (iv) tempo de repouso da barbotina; (v) alterações de constituintes e
(vi) método de preparação da barbotina.
Para avaliar o efeito de cada variável fez-se a caracterização do produto final. Para
minorar o número de variáveis a controlar escolheu-se uma peça, pires Carré Cappuccino
Lungo.
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Optimização da Barbotina para Enchimento de Alta Pressão de Artigos de Porcelana
1 CARACTERIZAÇÃO DA
EMPRESA
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Optimização da Barbotina para Enchimento de Alta Pressão de Artigos de Porcelana
Vista Alegre Espanha, SA. Representa o Grupo em Espanha e, além de possuir lojas
próprias (uma em Madrid e outra em Galiza) e espaços de venda no El Corte Inglês,
efectua a comercialização dos produtos nos canais armazenistas e retalhistas daquele
país.
Porcelana Vista Alegre do Brasil, Lda. Adquirida em 1998, esta empresa, localizada
na cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, produz e comercializa produtos Vista
Alegre em todo o Brasil e países da América Latina. Possui uma Loja de Fábrica, junto da
unidade fabril, e uma loja Vista Alegre, numa das mais prestigiadas zonas comerciais de
São Paulo.
A Vista Alegre Atlantis, SA é uma empresa com aproximadamente 2500 colaboradores
que concentra as áreas de negócio de:
(i) Produção de loiça em porcelana, unidade fabril da Vista Alegre, dedica-se à
produção de louça para uso doméstico e decorativo. Está localizada em Ílhavo, a
cerca de 6 km de Aveiro, numa área denominada no PDM como Área de Pré-
Existência e dispõe de um terreno com uma área de 58987 m2.
A capacidade instalada é de 3.000.000 peças/ano para uso doméstico e 600.000
peças/ano para uso decorativo.
(ii) Produção de loiça de forno, na unidade fabril de Taboeira, em Aveiro.
(iii) Produção de loiça em faiança, na unidade fabril de Aradas, em Aveiro.
(iv) Produção de cristal e vidro manual, na unidade fabril da Marinha Grande.
(v) Lojas próprias.
Lojas Vista Alegre: a criação do actual conceito de Lojas Vista Alegre surgiu nos anos
50, com o aparecimento da loja no Largo do Chiado, em Lisboa. Esta rede de lojas está
vocacionada para a venda de artigos em porcelana de gama alta e edições especiais, e
tem hoje 24 lojas.
Lojas Parceiro: são lojas que não pertencem à rede de retalho próprio da Vista Alegre
Atlantis, mas com as quais o Grupo tem relações privilegiadas. Existem 15 Lojas Parceiro
Vista Alegre Atlantis.
6
Optimização da Barbotina para Enchimento de Alta Pressão de Artigos de Porcelana
2 PRODUTOS E PROCESSOS
PRODUTIVOS
2.1 Porcelana
Define-se como porcelana um produto cerâmico denso e de cor branca, com um teor
elevado de fase cristalina (mulite), porosidade aberta nula, translúcido e cozido em
atmosfera redutora.
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2.1.3 Projecto
O início do processo de desenvolvimento de um produto cabe à área de design, mais
especificamente ao CADE (Centro de Desenvolvimento da Empresa). O crescimento de
uma ideia ocorre tendo em conta as tendências do mercado e os gostos dos clientes.
Depois de se ter traduzido para o papel as várias versões do produto, tem de se
seleccionar um dos projectos que se espera melhor cumprir os desígnios da empresa.
Seguidamente faz-se um projecto preliminar do produto e do processo com a ajuda das
secções de desenho e de formistas / moldistas, constrói-se o modelo e faz-se um estudo
técnico sobre os requisitos de produção do novo produto, nomeadamente o desenho de
contra moldes.
2.1.4 Modelação
Nesta fase procura-se traduzir o esboço da peça em papel, numa forma real,
construindo-se um modelo em gesso. Este modelo irá ser testado na produção em pasta
de porcelana, sofrendo, se necessário, ajustes contínuos até se obter o produto desejado.
Cabe também a esta secção a projecção total do processo de desenvolvimento de
esculturas, ou seja, as peças iniciam o seu ciclo de projecção na fase de modelação. O
que se procura obter nestas situações é a tradução da realidade numa peça de arte em
porcelana.
A criação de esculturas requer uma capacidade artística extremamente apurada. A
paixão, o engenho e a sensibilidade são atributos essenciais deste tipo de profissionais.
Todas as peças são modeladas com uma dimensão cerca de 15% superior ao
tamanho final, uma vez que sofrem retracções significativas durante o seu processamento:
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Optimização da Barbotina para Enchimento de Alta Pressão de Artigos de Porcelana
Planeamento Moldes
(Porcelana, Faiança e
louça de forno)
Acabamento
Lavagem e preparação
do molde
Secagem
Acessórios
(Aparadeiras, alpiotas, Moldes para MEAP
Moldes ventosas)
Gestão da Produção
Peneiração, desferrização
e filtro prensagem
Extrusão Diluição
Secagem
Acabamento
Chacotagem
Vidragem Vidro
Cozedura do vidrado
Escolha do branco
Cozedura do decorado
Escolha e embalagem
Expedição
2.1.6.1 Conformação
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Optimização da Barbotina para Enchimento de Alta Pressão de Artigos de Porcelana
O processo de enchimento sob pressão é utilizado em peças planas que têm uma
forma irregular, e baseia-se na capacidade de escoamento da água através do molde sob
uma pressão aplicada. Neste processo a suspensão é injectada através do tubo de
enchimento para o interior do molde, sob elevada pressão, forçando a saída da água e a
compactação das partículas (figura 5).
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Optimização da Barbotina para Enchimento de Alta Pressão de Artigos de Porcelana
2.1.6.2 Secagem
2.1.6.3 Acabamento
2.1.6.4 Chacotagem
2.1.6.5 Vidragem
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Optimização da Barbotina para Enchimento de Alta Pressão de Artigos de Porcelana
Depois de vidradas, as peças terão que ser limpas em certas zonas (remoção de
vidrado), por exemplo no frete ou nas beiras (parte inferior das peças), para impedir a sua
colagem nas placas refractárias durante a cozedura de alto fogo.
2.1.6.6 Cozedura
C + Fe2O3 ↔ 2FeO+CO2
(i) Fase de aquecimento até aos 900ºC, durante a qual não é influente o tipo de
atmosfera;
(ii) Período de oxidação, entre 900ºC e 1000ºC, durante o qual o carbono é queimado
por combinação com o oxigénio, antes do início da vitrificação, isto é, antes de os
poros serem preenchidos pela fase líquida que vai sendo gerada no processo de
sinterização;
(iii) Período de redução, entre 1000ºC e a temperatura máxima de queima, durante o
qual os poros são fechados gradualmente pela fase líquida. A atmosfera redutora é
importante para realçar a brancura das peças. Uma outra razão para a necessidade
de uma atmosfera redutora é a de prevenir a formação de porosidade secundária, a
qual poderá ser originada pela decomposição térmica dos iões de ferro trivalentes;
(iv) Período de arrefecimento em que a atmosfera pode ser neutra ou oxidante.
A Vista Alegre possui dois fornos de cozedura: túnel de vagonas, tradicional, de ciclo
longo, para as peças ocas e chávenas; outro de cozedura rápida para as peças planas
(pratos e pires).
O produto cozido, dito em Branco, é escolhido a 100% de acordo com critérios de
qualidade definidos.
Nesta secção, também designada por Escolha Industrial, as peças sofrem um controlo
a 100%. É um processo manual em que as peças são escolhidas e classificadas de acordo
com os defeitos existentes. De facto, a escolha não se limita a encontrar defeitos, mas
também na adequação/encaminhamento das peças aos diferentes processos decorativos,
uma vez que existem peças cujo defeito pode ser mascarado utilizando determinada
decoração.
Assim, as peças que podem ser aproveitadas são classificadas por classes:
(i) Escolha de 1ª;
(ii) Escolha de 2ª;
(iii) Segundo fogo;
(iv) Lapidário;
(v) Refugo.
As peças são também sujeitas à operação de polimento que, como o nome indica, tem
o objectivo de polir eventuais superfícies que depois de cozidas se tornarão irregulares.
Este trabalho é feito com o auxílio de pequenas máquinas polidoras, manobradas
manualmente. O polimento é praticado a 100% nas peças de porcelana não vidradas,
‘’biscuit’’, que depois de cozidas se apresentam bastante ásperas.
Uma outra operação realizada nesta secção é a roçagem, que tem por objectivo polir o
frete e outras superfícies não vidradas que poderão ter ficado contaminadas durante a
cozedura.
Nas peças que são registadas como de 2º fogo, é colocada uma pasta misturada com
vidro, própria para cobrir eventuais defeitos. As peças são levadas novamente ao forno de
alto fogo.
Uma vez escolhidas, as peças são transportadas para os armazéns de branco onde
aguardam até à entrada em produção.
Na Fábrica de Porcelana da Vista Alegre existem três armazéns com peças brancas:
um armazém automático, onde se encontram armazenadas as existências menos rotativas
e os excessos de stock, um armazém denominado 1008, destinado a abastecer o
supermercado. Finalmente, o supermercado contém as referências mais rotativas,
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Optimização da Barbotina para Enchimento de Alta Pressão de Artigos de Porcelana
On glaze
In glaze
Pasta
2.1.7.1 Lavagem
A fase inicial da decoração consiste na lavagem (apenas com água) ou limpeza das
peças, com a finalidade de retirar o pó que se acumula durante a sua armazenagem e que
dificultará a aderência das decorações. As peças que vão ser decoradas por filagem são
limpas a seco, sendo as restantes lavadas na máquina (onde recircula água durante um
dia). Após a lavagem, as peças são colocadas em carros de transporte e seguem para
uma das formas de decoração: estamparia, filagem, pintura manual e pintura à pistola.
2.1.7.2 Decoração
2.1.7.2.1 Estampagem
2.1.7.2.2 Filagem
A filagem é uma pintura sobre o vidrado que consiste em traçar bandas nas peças
(figura 13). Na Fábrica de Porcelana da Vista Alegre, a filagem é essencialmente manual,
existindo no entanto máquinas para filagem automática. De facto, os elevados tempos de
preparação, nomeadamente para a troca de tintas, reduzem a eficiência do processo
automatizado. Nesta técnica, as tintas mais utilizadas são à base de ouro, prata e platina.
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Optimização da Barbotina para Enchimento de Alta Pressão de Artigos de Porcelana
A filagem manual é feita utilizando um tornilho, onde se pousam as peças que irão ser
rodadas lentamente, á medida que o operário fila com um pincel.
A cozedura do decorado pode ser feita em dois tipos de fornos: a mufla e o forno de
grande fogo. A mufla é um forno especial que funciona a uma temperatura de 860ºC /
900ºC, suportável pela maior parte das cores. Daí que, relativamente à cozedura de
grande fogo, a palete de cores seja muito mais variada, embora de menor durabilidade. As
decorações cozidas na mufla são as decorações ‘’on glaze’’. O forno de grande fogo
funciona a temperaturas da ordem dos 1300ºC. As decorações de grande fogo são
chamdas ‘’in glaze’’.
No fabrico de decorado, a mesma peça pode passar várias vezes num ou em vários
fornos, uma vez que certas decorações são compostas por várias operações de
decoração.
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Optimização da Barbotina para Enchimento de Alta Pressão de Artigos de Porcelana
2.1.7.4 Escolha
Esta é a fase final do circuito de fabrico, onde as peças já decoradas são escolhidas e
embaladas. É feito um controlo visual a 100%, com o objectivo de retirar todas as peças
com defeito e de as enviar para recuperação, nos casos em que tal seja possível.
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Optimização da Barbotina para Enchimento de Alta Pressão de Artigos de Porcelana
3 FUNDAMENTOS TEÓRICOS
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Optimização da Barbotina para Enchimento de Alta Pressão de Artigos de Porcelana
a) b) c) d)
l2 = (2∆Pν/rµ)t (Equação 2)
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Optimização da Barbotina para Enchimento de Alta Pressão de Artigos de Porcelana
3.3.2.1 Viscosidade
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Optimização da Barbotina para Enchimento de Alta Pressão de Artigos de Porcelana
3.3.2.2 Tixotropia
D 1 2 3
τ
Figura 18 – Efeito da variação da velocidade de corte, D, com a tensão de corte, τ, na
tixotropia de uma suspensão de argila.
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Optimização da Barbotina para Enchimento de Alta Pressão de Artigos de Porcelana
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Optimização da Barbotina para Enchimento de Alta Pressão de Artigos de Porcelana
Uma vez que a intensidade destas forças atractivas é influenciada pelas propriedades
características da água e dos sólidos, é necessário adicionar várias quantidades e
combinar os mecanismos de acção dos desfloculantes, com o objectivo de produzir uma
desfloculação óptima.
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Optimização da Barbotina para Enchimento de Alta Pressão de Artigos de Porcelana
No caso de pastas cerâmicas com silicatos, um período mais longo de repouso pode
conduzir a uma exposição mais completa da superfície interna dos grãos pela água
circundante e, como consequência, há aumento de viscosidade.
As alterações também se podem verificar no sistema água – sólidos – desfloculante
durante o tempo de repouso. Desde que a barbotina tenha mais tempo disponível para
troca de catiões é possível que a viscosidade possa diminuir. Os efeitos podem disfarçar-
se mutuamente, de tal modo que não seja possível fazer uma avaliação [4].
3.6 Matérias-primas
3.6.1 Caulino
O caulino define-se como uma rocha composta por minerais do grupo da caulinite
(geralmente caulinite e haloisite), associados ou não a outros minerais, e que apresentam
pelo menos uma das seguintes propriedades: resistência piroscópica elevada e grau de
brancura maior ou igual a 76%. Na prática, traduz-se num material que coze branco ou
quase branco, e é altamente refractário, ou seja, resiste, sem fundir, a elevadas
temperaturas.
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Optimização da Barbotina para Enchimento de Alta Pressão de Artigos de Porcelana
3.6.2 Feldspato
A utilização dos feldspatos na indústria cerâmica deve-se principalmente à sua acção
fundente. Permite a formação de uma fase líquida a temperatura mais baixa. Ao arrefecer,
a fase líquida, transforma-se em vidro que liga os grãos formadores do corpo cerâmico, de
modo a conferir-lhe a desejada resistência mecânica.
Os feldspatos de superior qualidade possuem baixos teores em ferro e titânio, a fim de
não conferir coloração ao produto, e também reduzidos teores em cálcio e magnésio, em
simultâneo com altas concentrações de alcalis, para possuírem elevada fusibilidade [11].
O feldspato diminui a densidade dos corpos cerâmicos quando estes são cozidos
abaixo de 1100ºC, mas acima desta temperatura o feldspato funde e contribui para
aumentar a densidade. O feldspato causa contracção considerável no intervalo 1140ºC-
1350ºC devido à acentuada fusão e vitrificação.
A distribuição dimensional de grãos do feldspato moído tem influência fundamental na
fusão e transparência. Quanto mais fino for o material mais elevada será a vitrificação [12].
3.6.3 Quartzo
O quartzo é um óxido de silício cristalino, muito abundante na natureza. O quartzo é
largamente utilizado como matéria-prima cerâmica, quer em pastas quer em vidrados.
Como acontece com outras matérias-primas, a sua pureza condiciona o tipo de aplicação.
O quartzo é designado de inerte, na medida em que é menos alterado pela acção do calor.
Por isso, atrasa a consolidação estrutural mas garante solidez estrutural antes da cozedura
e facilita a libertação de água (com menor deformação) durante a secagem.
É estruturalmente constituído pela associação de tetraédros de sílica que partilham
entre si, na totalidade, os oxigeniões de cada vértice e podem apresentar polimorfismos
(tridimite e cristobalite). Os polimorfismos da sílica são termodinamicamente estáveis em
determinadas condições de pressão e temperatura, podendo transformar-se noutros de
forma mais ou menos rápida. À pressão normal, o quartzo é estável abaixo de 870ºC, a
tridimite entre 870 e 1470ºC e a cristobalite acima desta temperatura. A transição de uma
fase estável a baixa temperatura para outra de alta temperatura acarreta aumento de
volume (expansão), ou seja, estas transformações de fase são acompanhadas de
variações dimensionais, e devem-se ao facto dos vários polimorfismos possuírem
densidades diferentes. Estas variações dimensionais podem acarretar problemas de
estabilidade mecânica nas peças e merece especial cuidado no processamento de
cerâmicos argilosos.
3.7 Secagem
Do ponto de vista industrial, a operação de secagem é uma das fases mais delicadas
de todo o processo produtivo cerâmico, visto que a esta etapa estão associadas perdas de
massa e variações dimensionais dos corpos.
A ocorrência de gradientes térmicos e de humidade durante o processo de eliminação
da água dá lugar ao aparecimento de tensões mecânicas, susceptíveis de gerar defeitos
nos produtos, deformações e fissuras, que inutilizam ou baixam os níveis de qualidade.
A velocidade a que decorre o processo de secagem depende de factores externos
(temperatura, humidade relativa e velocidade de circulação do ar, área de superfície
exposta e pressão total) e de factores internos (natureza física, estrutura, teor de
humidade, temperatura e espessura do sólido).
Os sistemas de secagem destinam-se a eliminar o líquido de processamento presente
nos produtos conformados, nas matérias-primas ou nos sistemas que vão ser submetidos
a operações de conformação. No primeiro caso é importante manter a integridade física
dos produtos, devendo evitar-se o aparecimento de fissuras e empenos, e no segundo
devem ser preservadas certas propriedades físicas, determinantes do sucesso das
operações de processamento posteriores [1].
Neste processo é importante conhecer o comportamento dimensional da pasta, para se
poder estabelecer um plano de secagem, pois quando as variações dimensionais terminam
o resto da água é eliminada facilmente. As argilas têm curvas de retracção variáveis com a
sua natureza, distribuição dimensional, grau de empacotamento das partículas, etc. As
pastas cerâmicas retraem menos que as argilas puras, porque contêm materiais não
plásticos.
Um dos problemas frequentes no processo de secagem é a ocorrência de empenos.
Há várias causas associadas ao surgimento deste defeito, frequentemente múltiplas e
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Optimização da Barbotina para Enchimento de Alta Pressão de Artigos de Porcelana
3.8 Sinterização
42
Optimização da Barbotina para Enchimento de Alta Pressão de Artigos de Porcelana
4 MATERIAIS E MÉTODOS
Para ângulos ditos "construtivos" obtém-se uma risca que permite calcular o valor de d,
constituindo o conjunto das interacções o esqueleto estrutural característico de cada
mineral ou fase cristalina. Torna-se assim, possível identificar a natureza mineralógica das
amostras.
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Optimização da Barbotina para Enchimento de Alta Pressão de Artigos de Porcelana
4.2.2 Bolhas de Ar
Inicialmente recolheu-se a peça seleccionada para efectuar a caracterização
microscópica e análise mineralógica da mesma. Introduziu-se a peça no forno de
chacotagem e, de seguida, preparou-se a amostra para observação microestrutural.
As amostras foram observadas por S.E.M., sendo escolhidas zonas representativas
das características a registar. Algumas das características observadas que importa
salientar são: (i) estrutura superficial da amostra; (ii) morfologia de grãos e poros.
Para fazer a análise mineralógica retirou-se uma peça seca da produção que foi
preparada de duas formas distintas: (i) moagem de todo o material que constitui a peça
seca e recolha de amostra de pó para analisar; (ii) recolha e análise separada de camadas
distintas da peça seca, em particular da periferia e do interior.
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Optimização da Barbotina para Enchimento de Alta Pressão de Artigos de Porcelana
4.2.3 Fissuras
20
15
Pressão (bar)
10
Curva a 12 bar
5
Curva a 18 bar
0
0 20 40 60 80 100
Tempo (s)
48
Optimização da Barbotina para Enchimento de Alta Pressão de Artigos de Porcelana
Após conformação, secaram-se as peças por dois processos diferentes: (i) secagem
em ambiente aberto (secagem lenta) e (ii) num secador industrial, com humidade e
temperatura controlada (secagem rápida).
ESPECIFICAÇÃO DA QUALIDADE
Carré
Barbotina
Reologia:
Densidade : (1710 - 1720 g/l)
TF4 (>100 s)
G0 (230 - 270)
G1 (130 - 150)
Tix (100 - 120)
Patamar 1 Patamar 2
Pressão pasta (bar) : (±5 bar) Pressão pasta (bar) : (±5 bar) Cavidades p/ molde: 3
Chacote Vidragem
Refª Forno: Automática Manual X
Tempª Anel (ºC): (±10ºC)
50
Optimização da Barbotina para Enchimento de Alta Pressão de Artigos de Porcelana
Tanque em Betão
S L
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Optimização da Barbotina para Enchimento de Alta Pressão de Artigos de Porcelana
Para avaliar o efeito desta variável, a pasta foi recebida em lastras filtroprensadas. De
seguida diluíram-se as lastras com dois tipos de água: água da Vista Alegre (VA) e água
da Iberpastas, cujas características se resumem na tabela 1.
Água
Parâmetros Água VA
Iberpastas
pH 8,2 8,1
Condutividade, eléctrica a 20ºc (µS/cm) 448 411
Sólidos dissolvidos totais (mg/l) 246 206
Dureza total (mg/l CaCO3) 92 75
Cloretos (mg/l) 31 40
Fez-se uma análise prévia sobre quais dos constituintes da barbotina poderiam
exercer maior influência na ocorrência dos defeitos que se pretende minorar. Após esta
análise concluiu-se alterar a quantidade relativa de componentes argilosos da pasta ou o
tipo de feldspato.
A fracção argilosa tem influência em todo o processo, nomeadamente no
comportamento reológico da barbotina, resistência mecânica em cru, espessura de parede,
plasticidade, etc. O feldspato, para além da alteração do comportamento reológico, tem
ainda influência no índice piroplástico.
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Optimização da Barbotina para Enchimento de Alta Pressão de Artigos de Porcelana
5 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO
DE RESULTADOS
56
Optimização da Barbotina para Enchimento de Alta Pressão de Artigos de Porcelana
A barbotina contém partículas que formam agregados difíceis de destruir por simples
diluição. Se estes agregados forem arrastados para os cantos tendem a orientam-se
preferencialmente nesta zona, originando deformações na secagem.
A zona lateral da peça tem espessura variável, ou seja, a espessura diminui do interior
para a periferia. Por isso tende a sofrer maior retracção nas zonas de maior massa
(espessura), que tendem a puxar os cantos e causam o seu levantamento.
Este defeito agrava-se com o aumento da pressão de conformação, uma vez aumenta
a velocidade de difusão da água do interior do molde para a periferia, que arrasta mais
facilmente as partículas mais pequenas (argilosas). Aumenta a tendência para segregação
e orientação preferencial das partículas argilosas, inimiga duma evolução homogénea.
Durante a sinterização pode verificar-se alguma correcção do problema mas o defeito
tende a persistir.
Porcelana
10000
9000
8000
Intensidade(CPS)
(CPS)
7000 Quartzo
Quartzo
Caulinite
Caulinite
6000
Muscovite
Muscovite
Intencity
5000 Microline
Microclina
4000
3000
2000
1000
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80
2θ (º) (deg)
Two-Theta
58
Optimização da Barbotina para Enchimento de Alta Pressão de Artigos de Porcelana
5.1.2 Bolhas de Ar
A figura 32, obtida por S.E.M., mostra a microestrutura típica da zona superficial da
amostra. A figura 33 revela a microestrutura da região central da peça, no local de união
das duas paredes. A figura 34 mostra a microestrutura da zona periférica.
Figura 33 – Imagem obtida por microscopia electrónica de varrimento (SEM) da zona de união
da amostra de porcelana conformada por enchimento sob pressão (centro).
60
Optimização da Barbotina para Enchimento de Alta Pressão de Artigos de Porcelana
A análise da zona superficial (figura 32) revela claramente o local de união das
paredes de formação da peça, comprovadamente de maior porosidade como confirmado
no teste de absorção de anilina. Durante a cozedura, o ar retido nos poros tende a
libertar-se mas se encontra zonas mais densas tende a ficar aprisionado, gerando bolhas.
Este defeito agrava-se se o vidrado tiver um ponto de amolecimento inferior, pois funde
mais cedo e impermeabiliza a peça precocemente, impedindo o escape do ar.
Comparando a figura 33 com a figura 34, é visível uma diferença organizacional e
granulométrica das partículas no local de união das paredes (centro da amostra)
relativamente à observada na periferia. Na figura 33, correspondente ao local de união,
podem ser observados grãos de maior dimensão do que na zona periférica (figura 34).
Aqui, a microestrutura é mais organizada e é visível maior orientação preferencial das
partículas.
Na tentativa de esclarecer estas diferenças, foi ainda efectuada análise de difracção de
raios X dos pós retirados destas zonas distintas (figura 35). A análise revela as mesmas
fases, mas é perceptível o aumento da intensidade das riscas de difracção do quartzo na
amostra de pó retirada da zona de união das paredes, o que confirma as indesejadas
heterogeneidades composicionais em zonas distintas da peça. O enriquecimento relativo
em quartzo pode ser lido como resultante do empobrecimento da fracção argilosa, que terá
migrado para a região periférica, de acordo com a hipótese formulada anteriormente.
12000
10000 Centro
Intensidade (CPS)
Periferia
8000
6000
4000
2000
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
2θ (º)
5.1.3 Fissuras
O aparecimento de fissuras pode ter várias causas. Pode ser provocado por secagem
desajustada da peça ou ainda por deficiente manuseamento no seu acabamento.
Em produção, verificou-se que este defeito não tinha expressão após secagem, ou
seja, a principal causa deste problema parece residir no manuseamento de acabamento e
está directamente relacionado com a reduzida resistência mecânica da peça nesta altura.
A resistência mecânica da peça, para além de afectada por razões composicionais, é
dependente de factores operativos: reologia da barbotina (adequada densidade,
viscosidade e tixotropia), pressão e tempo de conformação, para garantir uma boa
compactação e elevada densidade aparente em seco. Em geral, barbotinas pouco fluidas e
com elevada tixotropia tendem a desenvolver flocos, mais difíceis de empacotar de forma
compacta, o que origina abaixamento da resistência mecânica da peça. O uso de baixas
pressões e tempos curtos de conformação pode impedir a completa compactação da peça,
potenciando o aumento de porosidade e o consequente abaixamento de resistência
mecânica.
62
Optimização da Barbotina para Enchimento de Alta Pressão de Artigos de Porcelana
350
300
Amplitude de rotação (G 0 - ºGall)
250
200
150
100
50
0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5
A figura 37 mostra a evolução dos valores da flecha das peças, após secagem e
cozedura, obtidas com a barbotina normal de produção em função da pressão de
enchimento e do tipo de secagem. Os valores da flecha, tanto em cru como após
cozedura, são muito superiores aos limites estabelecidos e o problema agrava-se com o
aumento da pressão de conformação. A 18 bar de pressão, as partículas mais finas
(argilosas) são mais facilmente arrastadas para a superfície do molde pelo fluxo de
escoamento da água de conformação, tendendo a segregar e adquirir orientação
preferencial. A orientação das partículas gera retracções diferenciais na secagem e
cozedura e agrava o risco de empeno. A segregação aumenta localmente a porosidade, no
caso concreto na zona de formação da parede e o gás retido potencia o surgimento de
bolhas de ar.
É visível que se obtêm melhores resultados com o processo de secagem rápida, o que
era previsível atendendo a que a secagem em condições ambiente, apesar de mais lenta,
decorre sob inferior humidade relativa do ar, ou seja, de forma mais agressiva para a
superfície das peças.
4,00
Secagem lenta
3,50
Secagem rápida
Flecha (mm)
3,00
2,50
2,00
1,50
12 bar Após 18 bar Após 12 bar Após 18 bar Após
secagem secagem cozedura cozedura
Pressão (bar)
Figura 37 – Evolução da flecha do pires Carré Cap. Lungo, após secagem e cozedura
processado a partir de barbotina normal de produção em função da pressão de enchimento
(12 e 18 bar) e do tipo de secagem.
64
Optimização da Barbotina para Enchimento de Alta Pressão de Artigos de Porcelana
60
50
Percentagem de defeitos
12 Bar
40
18 bar
30
20
10
0
Cantos levantados Bolhas de ar Fissuras
Tipo de Defeito
Figura 38 – Percentagem de defeitos encontrados, após cozedura, no pires Carré Cap. Lungo,
obtido a partir de barbotina normal de produção por enchimento a 12 e 18 bar e com
secagem rápida.
ESPECIFICAÇÃO DA QUALIDADE
Carré
Barbotina
Reologia:
Densidade : (1710 - 1720 g/l)
TF4 (>100 s)
G0 (230 - 270)
G1 (130 - 150)
Tix (100 - 120)
Patamar 1 Patamar 2
Pressão pasta (bar) : 18 (±5 bar) Pressão pasta (bar) : - (±5 bar) Cavidades p/ molde: 3
Chacote Vidragem
Refª Forno: Automática Manual X
Tempª Anel (ºC): (±10ºC)
Figura 39 – Ficha técnica do pires Pires Carré Cappuccino Lungo obtida de acordo com as
exigências do cliente.
66
Optimização da Barbotina para Enchimento de Alta Pressão de Artigos de Porcelana
250
230
Amplitude de rotação (G 0-ºGall)
Adição de
210 desfloculante
190
170
150
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
1730
1725
1720
Densidade (g/l)
1715
1710
1705
1700
12-Out
27-Out
12-Set
27-Set
11-Nov
15-Mai
30-Mai
15-Fev
13-Ago
28-Ago
14-Jul
29-Jul
16-Jan
31-Jan
14-Jun
29-Jun
1-Jan
1-Mar
16-Mar
31-Mar
15-Abr
30-Abr
68
Optimização da Barbotina para Enchimento de Alta Pressão de Artigos de Porcelana
290
270
Amplitude de rotação (G 0 - ºGall)
250
230
210
190
170
150
12-Out
27-Out
12-Set
27-Set
11-Nov
15-Mai
30-Mai
15-Fev
14-Jul
29-Jul
13-Ago
28-Ago
1-Jan
16-Jan
31-Jan
14-Jun
29-Jun
1-Mar
16-Mar
31-Mar
15-Abr
7,4
7,1
6,8
Espessura da parede (mm)
6,5
6,2
5,9
5,6
5,3
5
12-Out
27-Out
12-Set
27-Set
11-Nov
15-Mai
30-Mai
13-Ago
28-Ago
15-Fev
14-Jul
29-Jul
1-Jan
16-Jan
31-Jan
1-Mar
16-Mar
31-Mar
14-Jun
29-Jun
15-Abr
30-Abr
350
300
Amplitude de rotação (G 0 - ºGall)
250
200
Água Iberpastas
150
Água Vista Alegre
100
50
2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0
70
Optimização da Barbotina para Enchimento de Alta Pressão de Artigos de Porcelana
Tabela 4 – Características da barbotina, diluída com dois tipos de água, e dos provetes
processados por enchimento.
Objectivo Água Vista Alegre Água Iberpastas
Densidade (g/l) 1713-1723 1708 1710
Amplitude de rotação
220-280 295 285
Reologia (G0 (ºGall))
Taça Ford (s) >70 92 93
Tixotropia (ºGall) 95-120 95 100
Temperatura (ºC) - 31,5 32,0
Espessura da parede (mm) >6 6,74 6,77
Resistência Mecânica Seco
25-31 22,16 20,09
(kgf/cm2)
Índice Piroplástico (x10-6) 25-29 26,51 27,51
Retracção total (%) 12,8-13,8 12,24 12,98
A figura 45 mostra valores da flecha das peças, após secagem e cozedura, obtidas
com barbotinas preparadas com tipos de água distintos e em função da pressão de
enchimento. É visível que os valores da flecha são semelhantes quando se comparam
peças obtidas a partir de barbotinas preparadas com águas de diferente proveniência, o
que reforça a correcção do ajuste prévio das características reológicas. Por outro lado,
resulta óbvia a conclusão de que a flecha é menor quando se aplica uma menor pressão
de enchimento (12 bar), porque se minimizam os fenómenos de segregação e orientação
preferencial de partículas sólidas.
3,50
2,50
2,00
1,50
1,00
12 bar Após 18 bar Após 12 bar Após 18 bar Após
Secagem Secagem cozedura cozedura
Pressão (bar)
Figura 45 – Evolução da flecha do pires Carré Cap. Lungo, após secagem e cozedura
processado a partir de barbotina diluída com dois tipos de água (Vista Alegre e Iberpastas)
em função da pressão de enchimento (12 e 18 bar).
45
40
12 bar Água Vista Alegre 12 bar Água Iberpastas
35
Percentagem de Defeitos
25
20
15
10
0
Cantos levantados Bolha de ar Fissuras
Tipo de Defeito
Figura 46 – Percentagem de defeitos encontrados após cozedura no pires Carré Cap. Lungo,
obtido por enchimento sob pressão (12 e 18 bar) a partir de barbotina diluída com água da
Vista Alegre e da Iberpastas.
72
Optimização da Barbotina para Enchimento de Alta Pressão de Artigos de Porcelana
1,605
12 bar
1,601
Densidade Aparente (g/cm3)
18 bar
1,597
1,593
1,589
1,585
3 5 7 9 11 13 15
Dias
Figura 47 – Evolução da densidade aparente (g/cm3) das peças secas, obtidas por
enchimento sob pressão a 12 e 18 bar, em função do tempo de repouso da barbotina.
A figura 48 mostra a evolução dos valores da flecha das peças após secagem e
cozedura, obtidas a partir da suspensão deixada em repouso com agitação lenta por
tempos distintos (5, 9 e 15 dias) e conformadas por enchimento sob pressão a 12 e 18 bar.
As peças mais densas em verde (processadas com suspensão deixada em repouso por
mais tempo) tenderão a sinterizar mais intensamente e, com isso, sofrer maior retracção e
deformação. Por isso aumenta o número de peças com cantos levantados. O melhor
resultado foi conseguido com a suspensão em repouso durante apenas 5 dias,
exactamente aquela que apresentava maior ângulo de rotação (G0 (ºGall)) (ver tabela 5).
3,50
2,50
2,00
1,50
1,00
12 bar Após secagem 18 bar Após secagem 12 bar Após cozedura 18 bar Após cozedura
Pressão (bar)
Figura 48 – Evolução da flecha do pires Carré Cap. Lungo, após secagem e cozedura
processado a partir de suspensão deixada em repouso com agitação lenta por tempos
distintos em função da pressão de enchimento (12 e 18 bar).
20
5 dias - 12 bar
16
Percentagem de defeitos
9 dias - 12 bar
12
15 dias - 12 bar
0
Cantos levantados Bolha de ar Fissuras
Tipos de Defeito
Figura 49 – Percentagem de defeitos encontrados após cozedura no pires Carré Cap. Lungo,
obtidos por enchimento sob pressão a partir de barbotina deixada em repouso com agitação
lenta durante 5, 9 e 15 dias, processados a 12 bar.
74
Optimização da Barbotina para Enchimento de Alta Pressão de Artigos de Porcelana
70
5 dias - 18 bar
60
9 dias - 18 bar
Percentagemde defeitos
50
15 dias - 18 bar
40
30
20
10
0
Cantos levantados Bolha de ar Fissuras
Tipo deDefeito
Figura 50 – Percentagem de defeitos encontrados após cozedura no pires Carré Cap. Lungo,
obtidos por enchimento sob pressão a partir de barbotina deixada em repouso com agitação
lenta durante 5, 9 e 15 dias, processados a 18 bar.
32
30
28
Temperatura (ºC)
26
24
22
18
Nov-07 Jan-08 Fev-08 Abr-08 Jun-08 Jul-08 Set-08 Out-08
Tempo (Mês)
Optou-se por aumentar o teor de argila Magnum em 2% uma vez que é esta argila que
confere plasticidade à pasta, apenas em 2% porque a barbotina utilizada no enchimento
tradicional é a mesma do enchimento sob pressão, apenas diferindo no ajuste das
características reológicas. Uma vez que é esperada uma diminuição da taxa de formação
de parede, torna-se problemático no enchimento tradicional pois implica maior tempo de
conformação, logo moldes de gesso com mais humidade e, no limite, redução do número
diário de enchimentos.
76
Optimização da Barbotina para Enchimento de Alta Pressão de Artigos de Porcelana
350
300
Amplitude de rotação (G 0 - ºGall)
250
200
150
Produção
100
Produção + 2% de argilosos
50
0
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4
A figura 53 mostra a evolução da densidade aparente (g/cm3) das peças secas, obtidas
a partir da barbotina de produção e da formulada com mais 2% de argila Magnum. Como
se pode verificar, o acréscimo de 2% de argila Magnum causa maior grau de compactação
das partículas e, consequentemente, aumenta a resistência mecânica da peça em verde e
após secagem, com impacto favorável na redução da ocorrência de formação de fissuras
por manuseamento no acabamento das peças secas.
1,602
12 bar
Densidade Aparente (g/cm3)
1,599
18 bar
1,596
1,593
1,590
Produção 2% Argila Magnum
Ensaio
Figura 53 – Evolução da densidade aparente (g/cm3) das peças secas, obtidas com barbotina
de produção e de outra que contempla aumento de 2% de argila Magnum, por enchimento
sob pressão a 12 e 18 bar.
78
Optimização da Barbotina para Enchimento de Alta Pressão de Artigos de Porcelana
30
12 bar Produção
18 bar Produção
25
12 bar 2% Argila Magnum
Percentagem de defeitos
15
10
0
Cantos levantados Bolha de ar Fissuras
Tipos de Defeito
Figura 54 – Percentagem de defeitos encontrados após cozedura no pires Carré Cap. Lungo,
obtidos por enchimento sob pressão a partir de barbotina de produção e de uma nova
preparada com aumento de 2% de argila Magnum, processado a 12 e 18 bar.
40
35
12 bar Rio Piron 18 bar Rio Piron
30
12 bar Indiano 18 bar Indiano
Percentadem de defeitos
25
20
15
10
0
Cantos levantados Bolha de ar Fissuras
Tipo de Defeito
Figura 55 – Percentagem de defeitos encontrados após cozedura no pires Carré Cap. Lungo,
obtidos por enchimento sob pressão a partir de barbotina de produção com alteração do
feldspato Indiano, processados a 12 e 18 bar.
80
Optimização da Barbotina para Enchimento de Alta Pressão de Artigos de Porcelana
Tabela 8 – Características da barbotina e dos provetes com extrusão prévia de toda a pasta.
Produção Extrusão da
Objectivo
Normal formulação
Densidade (g/l) 1713-1723 1710 1712
Amplitude de rotação
220-280 230 250
Reologia (G0 (ºGall))
Taça Ford (s) >70 104 78
Tixotropia (ºGall) 95-120 95 115
Temperatura (ºC) - 28,6 20,7
Espessura da parede (mm) >6 6,5 5,8
Resistência Mecânica Seco
25-31 25,07 30,17
(kgf/cm2)
Índice Piroplástico (x10-6) 25-29 22,31 23,41
Retracção total (%) 12,8-13,8 12,72 12,01
1,666
1,656
Densidade Aparente (g/cm3)
1,646
1,636
1,626
18 bar
1,616
1,606
1,596
Produção normal, Produção normal, Extrusão da formulação, Extrusão da formulação,
Molde Antigo Molde Novo Mode Antigo Molde Novo
Ensaio
Figura 56 – Evolução da densidade aparente (g/cm3) das peças secas, obtidas a partir de
barbotina preparada após extrusão dos componentes, por enchimento sob pressão a 18 bar
com dois moldes distintos.
2,50
Extrusão da formulação - Molde Antigo
1,50
1,00
0,50
0,00
18 bar Após secagem 18 bar Após cozedura
Pressão (bar)
Figura 57 – Evolução da flecha do pires Carré Cap. Lungo, após secagem e cozedura,
processado a partir de suspensão preparada após extrusão prévia da pasta por enchimento a
18 bar com dois moldes distintos.
82
Optimização da Barbotina para Enchimento de Alta Pressão de Artigos de Porcelana
15
Extrusão da formulação, Mode Antigo
Extrusão da formulação, Molde Novo
12
Percentagem de defeitos
0
Cantos levantados Bolha de ar Fissuras
Tipo de Defeito
Figura 58 – Percentagem de defeitos encontrados no pires Carré Cap. Lungo cozido, obtido
por enchimento sob pressão a partir de barbotina com pré-extrusão dos componentes, a 18
bar e com dois moldes distintos.
Produção Extrusão do
Objectivo Normal Caulino
Densidade (g/l) 1713-1723 1710 1712
Amplitude de rotação
220-280 230 270
Reologia (G0 (ºGall))
Taça Ford (s) >70 104 90
Tixotropia (ºGall) 95-120 95 105
Temperatura (ºC) - 28,6 27,0
Espessura da parede (mm) >6 6,5 6,31
Resistência Mecânica Seco
25-31 25,07 20,17
(kgf/cm2)
Índice Piroplástico (x10-6) 25-29 22,31 25,12
Retracção total (%) 12,8-13,8 12,72 12,12
1,630
18 bar
1,625
Densidade Aparente (g/cm3)
1,620
1,615
1,610
1,605
1,600
Produção Normal - Molde Novo Extrusão do Caulino - Molde Novo
Ensaio
Figura 59 – Evolução da densidade aparente (g/cm3) das peças secas, obtidas a partir da
suspensão normal de produção e da que foi preparada após extrusão prévia do caulino
Vialpo, processadas por enchimento sob pressão a 18 bar com o molde novo.
A figura 60 mostra a evolução dos valores da flecha das peças após secagem e
cozedura, obtidas a partir da suspensão normal de produção e da que foi preparada após
extrusão prévia do caulino Vialpo, por enchimento sob pressão a 18 bar com o molde novo.
Os valores estão dentro dos limites estabelecidos.
84
Optimização da Barbotina para Enchimento de Alta Pressão de Artigos de Porcelana
2,50
Produção Normal - Molde Novo
1,50
1,00
0,50
0,00
18 bar Após Secagem 18 bar Após cozedura
Pressão (bar)
Figura 60 – Evolução da flecha do pires Carré Cap. Lungo, após secagem e cozedura,
processado a partir de suspensão normal de produção e da que foi preparada após extrusão
prévia do caulino Vialpo, conformado a 18 bar com o molde corrigido.
8
Produção Normal - Molde Novo
7
Extrusão do Caulino - Molde Novo
6
% absoluta de defeitos
0
Cantos levantados Bolha de ar Fissuras
Defeitos
Figura 61 – Percentagem de defeitos encontrados após cozedura do pires Carré Cap. Lungo,
obtido a partir de suspensão normal de produção e da que foi preparada após extrusão
prévia do caulino Vialpo, conformado a 18 bar com molde novo.
86
Optimização da Barbotina para Enchimento de Alta Pressão de Artigos de Porcelana
6 CONCLUSÕES
A formação de bolhas de ar está longe de estar eliminada, uma vez que concorrem
para o seu aparecimento um vasto conjunto de variáveis, cujos valores são difíceis de
conjugar e corrigir. É um defeito também causado pela segregação de partículas mais finas
nas zonas periféricas do molde, provocada pelas correntes de escoamento da água e
muito dependente das características reológicas da barbotina. É visível uma zona bem
delimitada no interior da amostra, mais porosa, que corresponde à união das paredes.
Quanto maior for o volume de poros, menor será a força de coesão das paredes e
aumenta a probabilidade de ocorrer o defeito de bolha de ar. A compreensão do fenómeno
de formação de bolhas de ar e a sua possível eliminação exigem um estudo aprofundado
dos moldes de resina (volume e formato dos poros, tamanho e distribuição de tamanho),
geometria das peças, forma e localização do canal de enchimento, velocidade e pressões
de enchimento, curvas de cozedura, relações volúmicas entre componentes duros
argilosos e distribuição granulométrica da barbotina.
88
Optimização da Barbotina para Enchimento de Alta Pressão de Artigos de Porcelana
7 BIBLIOGRAFIA
[8] Gomes, Celso Figueiredo, “Argilas – o que são e para que servem”, Fundação
Calouste Gulbenkian, Lisboa.
[9] Vieira, J.M., Monteiro, R. C., Senos, A. M. R., “Introdução aos modelos de
sinterização”. Departamento de Engenharia Cerâmica e do Vidro. 1992.
90
Optimização da Barbotina para Enchimento de Alta Pressão de Artigos de Porcelana
[13] Norton, F.H. “Ceramica fina, tecnología Y aplicaciones”, Edições ómega, S.A.,
Barcelona 1988.
92
Optimização da Barbotina para Enchimento de Alta Pressão de Artigos de Porcelana
8 ANEXOS
1. Objectivo
Determinação da densidade (d) de uma suspensão.
2. Descrição
2.1. Aparelhos e Utensílios
Piconómetro e balança.
d=Px10 (kg/m3) (Equação 6)
94
Optimização da Barbotina para Enchimento de Alta Pressão de Artigos de Porcelana
1. Objectivo
Determinação da viscosidade de suspensões e da viscosidade de barbotina após
repouso (tixotropia), em viscosímetro Gallenkamp.
2. Descrição
2.1. Aparelhos e Utensílios
Viscosímetro Gallenkamp, cilindros e cronómetro.
1. Objectivo
Determinação da fluidez da suspensão em taça Ford.
2. Descrição
2.1. Aparelhos e Utensílios
Taça Ford e cronómetro.
96
Optimização da Barbotina para Enchimento de Alta Pressão de Artigos de Porcelana
1. Objectivo
Preparar amostras para determinação da distribuição granulométrica.
2. Descrição
2.1. Aparelhos e Utensílios
Balança e copo graduado.
2.2. Modo Operatório
Materiais em suspensão:
2.1.1. Determinar a densidade da suspensão;
2.1.2. Determinar o peso de suspensão (PS) que contém 5g de material seco,
pela fórmula de Brogniart:
S
Peso Seco = ( D − 1000) × (g / l) (Equação 8)
S −1
D
PS = 5 × (g) (Equação 9)
Peso Seco
1. Objectivo
Determinação da espessura da parede da suspensão de barbotina formada sobre
pressão em 4 minutos.
2. Descrição
2.1. Aparelhos e Utensílios
Provete de resina, placa de gesso e paquímetro.
98
Optimização da Barbotina para Enchimento de Alta Pressão de Artigos de Porcelana
1. Objectivo
Medição da temperatura da barbotina nas máquinas de enchimento a alta pressão.
2. Descrição
2.1. Aparelhos e Utensílios
Termómetro, copo graduado.
2.2. Modo Operatório
2.2.1. Ligar o interruptor do termómetro;
2.2.2. Retirar a tampa da sonda;
2.2.3. Recolher a amostra na máquina de enchimento a alta pressão;
2.2.4. Medir a temperatura da barbotina, no momento da recolha da amostra;
2.2.5. Colocar a sonda na suspensão;
2.2.6. Deixar estabilizar a leitura do registador;
2.2.7. Registar o valor da temperatura ºC.
1. Objectivo
Definir o modo de determinar a curva de desfloculação de matérias-primas, pastas e
vidros.
2. Descrição
2.1. Aparelhos e Utensílios
Agitador, Gallenkamp, cronómetro, pipeta ou conta-gotas, taça Ford, balança
analítica, proveta, balão volumétrico 100ml e copo graduado.
2.2. Modo Operatório
2.2.3. Ensaio
(i) Homogeneizar a suspensão no agitador;
(ii) Adicionar o desfloculante, gota a gota, e registar o número total de gotas;
(iii) Agitar a suspensão durante, pelo menos, 30 segundos;
(iv) Efectuar a medição da viscosidade no Gallenkamp e/ou na taça Ford;
(v) Registar os valores de viscosidade e tixotropia;
(vi) A curva termina quando é encontrado um mínimo de viscosidade, ou seja o
valor de viscosidade começa a ser constante e/ou com pequenas
variações.
2.2.4. Resultados
(i) Pesar na balança analítica um mínimo de 10 gotas (NG) de solução (PG) de
desfloculante (P10);
100
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PG
PD = × 10% ( g ) (Equação 10)
NG
N C − PD
% Desfloculante = × 100 (Equação 12)
PS
(v) O resultado final deve ser apresentado sob a forma de uma curva de
desfloculação com percentagem de desfloculante no eixo xx’ e
viscosidade no eixo yy’.
Nota: podem converter-se os valores ºGall para centipoises (unidade SI) com o
auxílio de uma tabela de conversão.
3. Documentos De Referência
Tabela de conversão – ‘Tablas Ceramicas’ - Instituto de Química Técnica Tecnologia
Cerâmica – Universidade de Valência
1. Objectivo
Determinação da percentagem de retracção linear verde-seco, seco-cozido e total.
2. Descrição
2.1. Aparelhos e Utensílios
Molde de gesso, paquímetro, estufa, excicador e forno de cozedura.
l 0 − l1
% ret v - s = × 100 (Equação 13)
l0
l1 − l 2
% ret s - c = × 100 (Equação 14)
l1
l0 − l 2
% ret total = × 100 (Equação 15)
l0
2.2.8. Calcular o valor médio para cada uma das retracções e registar.
102
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F
h
Δy0 d
b l
F/2 F/2
1. Objectivo
Determinação da resistência mecânica à flexão de uma amostra em cru e em cozido.
Determinação do módulo de elasticidade de uma amostra cozida.
2. Descrição
2.1. Aparelhos e Utensílios
Aparelho de módulo de ruptura, paquímetro, moldes de gesso e forno de
cozedura.
104
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8× F ×l 1
MR = × ( Kg / cm 2 ) (Equação 16)
π × d m3 9,8
3× F × l 1
MR = × ( Kg / cm 2 ) (Equação 17)
2×b× h 2
9,8
2.2.6. Para amostras cozidas calcular o módulo de elasticidade (E) através das
equações:
(i) Para provetes cilíndricos:
F ×l3 1
E= × (GPa) (Equação 18)
2,352 × d m × S 9,8
4
1. Objectivo
Determinação da percentagem de absorção de água.
2. Descrição
2.1. Aparelhos e Utensílios
Recipiente metálico, balança, cronómetro, forno de cozedura e pano húmido.
P3 − P2
% AA = × 100 (Equação 20)
P3
3. Definições e Abreviaturas
P2 – Peso da amostra cozida antes da ebulição;
P3 – Peso da amostra cozida depois da ebulição;
%AA – Percentagem de absorção de água.
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1. Objectivo
Definir o modo de executar a determinação do Índice de piroplasticidade de um
material.
2. Descrição
2.1. Aparelhos e Utensílios
Extrusora mecânica, moldes de gesso, paquímetro, estufa a 110 ± 5 ºC, suporte
refractário, forno de cozedura e papel milimétrico.
2.2.5. Após cozedura, contornar a parte de cima do provete sobre uma linha
recta em papel milimétrico;
2.2.6. Medir a altura da flecha (da linha recta ao ponto máximo de curvatura do
provete);
2.2.7. Medir o diâmetro real ou equivalente (no caso de provetes de secção
rectangular) do provete.
3. Resultados
A× B
D=2 (Equação 22)
π
onde, A, B - dimensões de secção quadrada no centro da amostra e D -
diâmetro circular equivalente.
108
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1. Objectivo
Definir o procedimento a seguir na determinação da perda ao rubro na cozedura.
2. Descrição
2.1. Aparelhos e Utensílios
Mufla, forno de cozedura e balança.
Ps − Pc
% PR = ×100 (Equação 23)
Ps
1. Amostras Secas
2. Amostras Cozidas
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m1
ρA = (Equação 25)
m1 + m2
ρH O2
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