AGRICULTURA
AGRICULTURA
AGRICULTURA
GRUPO: A1/1B
TEMA: AGRICULTURA
CADEIRA: GEOGRAFIA
Prof.___________________________
Felismina Jacinto
Quando o homem aprendeu a usar a força do boi e dos ventos, inventou o arado e dominou os
processos de fundição, acelerou o desenvolvimento da agricultura e concomitantemente o
caminho da urbanização. No século XVIII, o crescimento populacional aliado à urbanização,
acelerada pelo novo modo de produção capitalista, possibilitava, pela primeira vez na
história, que a agricultura passasse de atividade fornecedora de alimentos para atividade
lucrativa. Ao lado da revolução industrial começou também uma revolução agrícola. O
sistema de produção agrícola, baseado numa forma de produção milenar, cujos avanços
incorporados tinham sido muito pequenos em relação ao tempo transcorrido, estava entrando
numa nova fase de incorporação crescente de novos conhecimentos.
Capa/contracapa;
Índice;
Introdução;
Desenvolvimento/conteúdo;
Conclusão e suas respetivas referencias bibliográficas.
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AGRICULTURA
Agricultura é o conjunto de técnicas utilizadas para cultivar plantas com o objetivo de obter
alimentos, bebidas, fibras, energia, matéria-prima para roupas, construções, medicamentos,
ferramentas, ou apenas para contemplação estética (paisagismo).
Etimologia e terminologia
O prefixo agro tem origem no verbete latino agru que significa "terra cultivada ou
cultivável". A palavra "agricultura" vem do latim agricultūra, composta por ager (campo,
território) e cultūra (cultivo), no sentido estrito de cultivo do solo.
BREVE HISTORIAL
O início das atividades agrícolas separa o período neolítico do imediatamente anterior, o
período da idade da pedra lascada. Como são anteriores à história escrita, os primórdios da
agricultura são obscuros, mas admite-se que ela tenha surgido independentemente em
diferentes lugares do mundo, provavelmente nos vales e várzeas fluviais habitados por
antigas civilizações. Entre dez e doze mil anos atrás, durante a pré-história, no período do
neolítico ou período da pedra polida, alguns indivíduos de povos caçadores-coletores notaram
que alguns grãos que eram coletados da natureza para a sua alimentação poderiam ser
enterrados, isto é, "semeados" a fim de produzir novas plantas iguais às que os originaram.
Os primeiros sistemas de cultivo e de criação apareceram em algumas regiões pouco
numerosas e relativamente pouco extensas do planeta. Essas primeiras formas de agricultura
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eram certamente praticadas perto de moradias e aluviões das vazantes dos rios, ou seja, terras
já fertilizadas que não exigiam, portanto, desmatamento.
Essa prática permitiu o aumento da oferta de alimento dessas pessoas, as plantas começaram
a ser cultivadas muito próximas umas das outras. Isso porque elas podiam produzir frutos,
que eram facilmente colhidos quando maduros, o que permitia uma maior produtividade das
plantas cultivadas em relação ao seu habitat natural. Logo, as frequentes e perigosas buscas à
procura de alimentos eram evitadas. Com o tempo, foram selecionados entre os grãos
selvagens aqueles que possuíam as características que mais interessavam aos primeiros
agricultores, tais como tamanho, produtividade, sabor e outras. Assim surgiu o cultivo das
primeiras plantas domesticadas, entre as quais se inclui o trigo e a cevada. Durante o período
neolítico, as principais áreas agrícolas estavam localizadas nos vales dos rios Nilo (Egito),
Tigre e Eufrates (Mesopotâmia, atualmente conhecida como Iraque) e rios Amarelo e Azul
(China).
Há 5 000 anos, quando a agricultura neolítica atingia apenas o Atlântico, o mar do Norte, o
Báltico, a Sibéria, o vale do Ganges a grande floresta equatorial africana, as regiões mais
próximas desse centro, na Ásia ocidental, na Europa oriental e na África setentrional, já
estavam há muito tempo cultivadas e percorridas pelos rebanhos. O rio Nilo transbordava a
cada ano entre julho e outubro. Os cultivos de vazante eram feitos após o recuo das águas,
quando os solos estavam embebidos e enriquecidos pelos depósitos de aluviões, e a colheita
acontecia na primavera. Há registros de cultivos em pelo menos três regiões diferentes do
mundo em épocas distintas: Mesopotâmia (possivelmente pela cultura Natufiana), América
Central (pelas culturas pré-colombianas) e nas bacias hidrográficas da China e da Índia.
AGRICULTURA MODERNA
A partir do século XX, a agricultura intensiva aumentou a produtividade. Substituiu
fertilizantes sintéticos e pesticidas por mão-de-obra, mas causou o aumento da poluição da
água e, muitas vezes, envolveu subsídios agrícolas. Nos últimos anos, tem havido uma reação
contra os efeitos ambientais da agricultura convencional, resultando em movimentos
agrícolas orgânicos, regenerativos e sustentáveis.
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China e na Índia e o crescimento populacional ameaçam a segurança alimentar em muitas
partes do mundo.
Em 2015, a produção agrícola da China foi a maior do mundo, seguida pela União Europeia,
a Índia e os Estados Unidos. Os economistas medem a produtividade total dos fatores da
agricultura e, por essa medida, a agricultura nos Estados Unidos é aproximadamente 1,7
vezes mais produtiva do que em 1948.
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O cultivo é baseado na policultura e realizado a partir de técnicas rudimentares em pequenas
propriedades e sem auxílio de máquinas ou de processo de adubagem.
Técnicas de baixo impacto ambiental são utilizadas nesse sistema, como a rotação de
culturas, uso de adubo verde (biológico) e compostagem de matéria orgânica.
3. Agricultura Comercial
Chamada de "agricultura moderna" ou de mercado, nesse tipo de atividade pratica-se a
monocultura (cultivo de um tipo de alimento).
4. Permacultura
Designa o processo agrícola integrado ao meio ambiente que envolve a produção de plantas
semipermanentes e permanentes, considerando, sobretudo, os aspetos energéticos e
paisagísticos.
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Por outro lado, o tipo de agricultura praticada em grande parte do país constitui uma ameaça
à sustentabilidade ambiental devido aos fatores de produção utilizados. Apesar dos esforços
do Governo em apostar em projetos, como a revolução verde, ainda estamos muito longe dos
objetivos de desenvolvimento sustentável no sector agrícola nacional.
Tecnologias conectadas e soluções baseadas em dados estão a ser desenhadas para melhorar a
produtividade e proteger as culturas de animais selvagens, pragas e variações do clima. Essa
nova abordagem baseada em dados sinaliza que a agricultura não é mais apenas grandes
maquinarias e a intuição dos trabalhadores agrícolas.
No início de 2018, por exemplo, havia já 82 startups de agritech a operar em toda a África,
apresentando um aumento de 110% no número deste tipo de startups nos últimos dois anos.
Apenas em 2017, esses empreendimentos levantaram US$ 13,2 milhões em financiamento,
representando um aumento de 121% em relação a 2016.
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Em primeiro lugar, não é possível deixar de destacar o projeto da Dirce Abdala, de
tratamento e venda de fruta desidratada que foi o grande vencedor do MOZEFO Young
Leaders Business Challenge, uma iniciativa da Fundação Soico – FUNDASO que busca
conectar startups de base tecnológica, lideradas por jovens e impulsionar projetos de
inovação, orientados para o contexto moçambicano. Reconhecer publicamente as boas
práticas empresariais, incentivando a excelência é uma aposta fundamental para e promover o
desenvolvimento de empresas inovadoras.
Por outro lado, o MOZGROW foi criado para desempenhar um papel preponderante no
fortalecimento e modernização do sector e do tecido empresarial agrícola. Uma plataforma de
agronegócio, que junta todos intervenientes da cadeia produtiva, industrial e comercial, da
terra até à mesa, o MOZFGROW visa divulgar as potencialidades e oportunidades de
investimento no sector do agronegócio no país, acreditando no potencial económica desta
atividade e na capacidade transformadora do diálogo produtivo com todos os atores
envolvidos.
A agricultura é, de longe, o sector mais inclusivo do nosso continente, oferecendo o mais alto
potencial para uma transformação socioeconómica sustentável e escalável. O aumento dos
investimentos resultará não apenas no incremento da produtividade agrícola, mas também na
redução da fome e da pobreza. Gerar as condições necessárias para que o sector seja atraente
para novos empreendedores agrícolas, especialmente jovens, é o caminho que devemos
trilhar.
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Dentro das diferentes atividades a produção de alimentos para o consumo constitui a base
principal da estrutura produtiva do sector familiar. De acordo com o TIA/2002, existe uma
diversidade de produtos alimentares praticados; nesta diversidade, o milho e a mandioca
ocupam posições preponderantes da área cultivada, sendo o milho cultivado por cerca de 80%
das explorações e a mandioca por 76%. Apenas 3.3% das pequenas explorações têm bovinos
e cerca de 11% utilizam tração animal, 71% criam galinhas, 27% caprinos e 16% suínos.
Dos produtos florestais e faunísticos, destacam-se o corte de lenha e estacas que são
praticados por cerca de 46% e 30% das pequenas e médias explorações respetivamente.
No concernente ao uso de meios de produção e serviços, apenas cerca de 11% usam rega
dentro das pequenas explorações; em termos do uso de insumos, somente 3.7% das pequenas
explorações utilizam fertilizantes e 6.7% utilizam pesticidas; cerca de 16% das explorações
contratam mão de obra.
Os serviços de extensão ainda são limitados, de um total de 128 distritos no país, apenas 55
estão cobertos por serviços públicos de extensão; apesar do reforço que estes serviços
recebem da contribuição das ONGs a sua cobertura ainda é relativamente fraca. Segundo o
TIA 2002, o número total de extensionistas dos serviços públicos é 485, enquanto a rede de
extensão das ONGs é composta por 350 extensionistas.
1. O TIA mostra que a área mediana cultivada per capita varia de 0.3 (Norte e Centro) a
0.4 (Sul), isto é uma indicação de que a utilização regional da terra é desigual; no Sul
as famílias possuem maior área cultivada per capita, do que no Centro e Norte do
país.
2. Apesar da produção de culturas alimentares ser importante em todas as regiões;
existem algumas diferenças no tipo de culturas, o que pode ser explicado pelas
diferenças agroecologias, assim como diferenças socioculturais. A proporção de
famílias que produzem milho e mandioca é dominante em todas as regiões, enquanto
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que a batata doce é uma cultura importante no Centro e no Sul do país. No Sul, o
amendoim é uma cultura importante, enquanto que no Centro, o arroz é uma cultura
praticada por uma proporção significante dos AFRs e encontra-se concentrada nas
províncias da Zambézia e Sofala.
3. Entretanto, no Norte a mapira é cultivada por quase metade dos AFRs.
4. A produção de culturas de rendimento pelos AFRs é mais concentrada no Centro e no
Norte. Nessas regiões o cultivo de algodão e gergelim apresentam-se importantes,
enquanto que o tabaco mostra-se ser relevante no Centro, mais concretamente na
província de Tete. O girassol, é mais cultivado na província de Manica.
5. A criação de galinhas é dominante em todas as regiões, enquanto que a criação de
bovinos é concentrada no Sul, principalmente nas províncias de Gaza e Inhambane. A
província de Tete apresenta-se em segundo lugar em termos de efetivos bovinos. Em
geral, o Norte caracteriza-se por uma proporção inferior de AFRs que possuem
animais.
6. O uso de tração animal é concentrado no Sul (41%), no Norte o uso de tração animal é
limitado, principalmente devido a presença da mosca Tsé-tsé e condições
edafoclimáticos.
7. O uso de insumos agrícolas modernos, como sejam os fertilizantes e pesticidas é
extremamente baixo e focalizado nas culturas de algodão, tabaco e hortícolas
(principalmente nas zonas peri -urbanas). Também registam-se diferenças regionais
em termos de uso de fertilizantes e pesticidas; no Norte cerca de 12% de explorações
usaram pesticidas; no Centro 3.9% das explorações usaram fertilizantes.
A utilização de rega, é mais concentrada na região Sul com cerca de 28% de explorações,
seguida da região Centro com (10.5%) e o Norte com (3.5%).
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Caracterização das potencialidades
O país possui condições naturais para a longo prazo desenvolver um sector agrário
diversificado e dinâmico. Duma maneira geral, essas condições são as seguintes:
Uma superfície de 799.380 km2, com uma fronteira terrestre de 4.330 km e uma
extensão da costa de 2.400 km.
Cerca de 36 milhões de hectares (ha) de terra arável, dos quais menos de 10% são
cultivados 3.3 milhões de hectares irrigáveis, dos quais somente cerca de 50.000
(0,13%) são atualmente irrigados.
Cerca de 78% da superfície do País é ocupada por florestas e a área coberta de floresta
potencialmente produtiva, contendo espécies de valor comercial, é de cerca de 20
milhões de hectares. Esta área correspondente a cerca de 24% da superfície total do
país. O volume comercial existente nesta área é de cerca de 22 milhões de metros
cúbicos de árvores em pé com um DAP6 acima de 40 cm.
Cerca de 9 milhões de hectares de parques nacionais e áreas de reservas de fauna
bravia.
Das 104 bacias hidrográficas existentes, 15 são particularmente importantes e 9 destas
são secções terminais de rios internacionais. O escoamento médio anual é estimado
em 216 milhões de m3 de água, dos quais apenas 100 milhões têm origem em chuvas
que ocorrem em Moçambique.
Do ponto de vista do potencial agro-geológico para agricultura, Moçambique possui dez (10)
zonas agro-geológicas com diferentes aptidões, as quais em geral, são definidas
principalmente pela precipitação e tipo de solos.
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CONCLUSÃO
O sector agrário no País é constituído essencialmente pelo sector familiar. É um sector
heterogéneo, que pratica uma diversidade de atividades agro-silvo-pecuárias; emprega mais
de 80% da população que pratica uma agricultura de subsistência caracterizada pela fraca
utilização de tecnologias modernas. Estes factos enfatizam a necessidade de que a estratégia
de desenvolvimento tenha em conta o crescimento económico e a segurança alimentar. Isso é
consistente com abordagem de desenvolvimento na perspetiva de vários documentos
orientadores, principalmente o PARPA.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOLNIC, Bruce R. “Crescimento Económico, Instrumento para a Redução da Pobreza em
Moçambique: Quadro Analítico para uma Estratégia de Crescimento”. In: ROLIM, Gabinete
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176....14 pág.
NEGRÃO José (2001). Para que o PARPA Resulte. Uma reflexão Epistemológica sobre um
processo candente. Maputo.
MADER (2003). Visão do Sector Agrário em Moçambique para o período 2005-2010 (Não
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Bloch, Marc. Les caractères originaux de l’histoire rurale française. Paris: A. Colin, 1952.
link.
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