Guia Completo de Tulpas

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GUIA COMPLETO DAS

TULPAS

Por Liadbaj

(traduzido por Manon)

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GUIA COMPLETO DAS TULPAS
Por Liadbaj

(traduzido por Manon)

CONTEÚDO

Introdução

O que é uma Tulpa?


Como criar uma Tulpa?
Por que deveria criar uma Tulpa?
Por que não deveria criar uma Tulpa?
E coisas a considerar
Quanto tempo precisará para a criação de sua Tulpa?

Conceitos

O País das Maravilhas


A Consciência de sua Tulpa
Narração
Forcing
Forcing Ativo contra Forcing Passivo
Por que escolher um em lugar do outro?
Desviação
A Essência de sua Tulpa
Conseguir a Atenção de sua Tulpa

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Parroting e Puppeting
Contar as Horas
Dando acesso a sua Tulpa e a suas Recordações Subconscientes
Quanto de Forcing deveria fazer por dia?
Condições Ideais para o Forcing
Respostas Emocionais
Pressão na Cabeça
Criando uma Tulpa a partir de um Personagem ou a partir de uma
Pessoa já existente
Criando Múltiplas Tulpas
Falando de sua Tulpa a seus amigos e familiares
Switching
Por que não deveria fazer o Switching
Como fazer o Switching

Estado Mental
Crença
Aplicação
O que não fazer
O Forcing não deveria ser um dever
Sua Tulpa deveria ser uma Tulpa em primeiro lugar, e uma forma em
segundo

Processo de Criação
Personalidade
Processo
Visualização
Processo

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Forma de Expressar-se
Processo
Como ocorrerá
Imposição
Processo
Possessão

Conclusão

Outros Guias Inclusos

O que é uma Tulpa


Guia de Essência de Bluesleeve
Convencendo uma Tulpa para que fale
Guia de Switching
Guia Inicial de Imposição de May e M.
Método de Q2 para uma Tulpa abraçável
Guia de Arranque para a Possessão de Oguigui e Loomer

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INTRODUÇÃO

Advirto-lhes que este guia será muito longo – mas para aqueles
de vocês que estão aqui para aprender sobre as tulpas e como criar
uma, recomendo-lhes que o leiam por completo. Este guia foi pensado
tanto para os recém-chegados que pouco conhecem, ou só possuem
uma vaga ideia do que são as tulpas – como para as pessoas que já
começaram a criar uma tulpa e estão encontrando dificuldades. Este
guia tem a intenção de ser definitivo, discutindo quase tudo o que for
possível e necessário saber sobre tulpas. Muito conceitos serão
tratados ao longo dele, assim como todo o processo e atitude que o
criador deveria ter durante o mesmo.

Alguns de vocês que já estão criando uma tulpa podem até


pensar que não necessitam lê-lo, uma vez que já sabem como criar
uma tulpa. No entanto, sei pelos fatos que alguns que estão lendo o
presente material não conhecem tudo o que deveriam, de outra
maneira não haveria tantas perguntas repetitivas nos foros que já
foram feitas dezenas de vezes. Se não está absolutamente seguro de
que sabe exatamente o que está fazendo, sugiro que o leia.

Gostaria muito que fosse, mas este não é o “único guia que
precisará ler”. Não somente há muitos pontos válidos em outros
guias, como existem outros manuais que são tão válidos como os que
aqui menciono. Se tratasse de toda a possibilidade válida que fosse
que funcionasse para você, este guia seria infinitamente longo. O
ponto que quero ressaltar é que não há apenas uma maneira, e que
pode fazer de qualquer forma que deseje. Nem tudo aquilo que sugiro

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é a forma que deveria ser seguida. Pense sobre isso e decida por si
mesmo, Porém, acima de tudo, este guia está aqui para dar-lhe uma
compreensão do processo e das tulpas em si mesmas.

Também, para os recém-chegados, sugiro que leiam o guia


inteiro antes de que realmente dê início à criação de suas tulpas. Isso
se deve pelo fato de que existe uma grande quantidade de referências
cruzadas e porque alguns aspectos importantes do processo de
criação de tulpas só são tratados mais adiante, mas mesmo assim são
importantes para ser conhecidos. Muito bem, sem fazer mais alardes,
comecemos.

(Nota: É possível observar que algumas vezes digo “ele” quando me


refiro a uma situação hipotética que envolve uma tulpa. Isso é porque
minha tulpa é masculina e nem sempre me dou conta do que lhe
disse, ou faço por hábito.)

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O QUE É UMA TULPA?

Você conseguiria mensurar todas as coisas que teria que


responder sobre este fenômeno? Esta simples questão seria uma das
que poderia ser colocadas em primeiro lugar. Infelizmente, não. Tão
certas como algumas pessoas pensam que estão, ninguém sabe dizer
com segurança o que é uma tulpa com exatidão. Não há somente
simples crenças sobre todo o assunto, como também existem muitas
ramificações de diferentes crenças para cada crença. Aqui, citarei o
guia “O Que é uma Tulpa” do mesmo website. Escolhi-o porque me
inclino a estar de acordo com a maioria de que é dito nele.

“… Uma Tulpa é uma consciência paralela à sua própria


que é autoconsciente, consegue pensar, possui livre-
arbítrio, possui memória e (pode ter) aparência com a qual
se autoidentifica. As tulpas são independentes da
consciência do seu criador, mas compartilham o mesmo
corpo e, algumas vezes, algumas partes da mente.

A personalidade de uma tulpa é um produto da mente


inconsciente, de suas características conscientemente
escolhidas e da consciência emergente da própria tulpa.
Desenvolvem-se através das interações e conversações com
a tulpa e através do funcionamento da personalidade, que
pode ter muitas formas. Uma tulpa não é uma
personificação de seu subconsciente, é sua própria
consciência.

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Uma tulpa é capaz de pensar por si mesma, tem suas
próprias habilidades para tomada de decisões, suas
próprias preferências, opiniões e gostos, e todos esses
podem ser distintos dos seus próprios (não importa os
similares ou distintos que possa ter). São capazes de falar e
funcionar por si mesmas. Existem dentro da mente e por
meio dela podem com facilidade interatuar diretamente
com outra consciência na mesma mente, tal como a de seu
criador e de qualquer outra tulpa que ocupe o mesmo
corpo. Há uma certa quantidade de formas nas quais uma
tulpa pode interagir com alguém ou algo fora do corpo. Por
exemplo, um anfitrião pode transmitir o que sua tulpa
diga, ou pode permitir à tulpa tomar o controle do seu
corpo diretamente.

A forma de uma tulpa é um corpo imaginado que existe em


um espaço mental, que se associa com uma extensão de si
mesmo. Esta forma pode ser escolhida durante a criação
da tulpa, ou pode emergir naturalmente a partir de sua
personalidade ou do subconsciente. Uma tulpa
frequentemente se autoidentifica com sua forma, porém,
pode mudá-la se assim o deseja. Essas mudanças podem
ou não ser mais drásticas que as simples alterações, e
podem incluir transformações completas de aparência. A
forma pode atuar como um ponto de referência para
interagir com uma tulpa, e permitir métodos de
comunicação e expressão visual, tais como na linguagem
corporal. A forma é inicialmente vista pelo olho da mente

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ou em estado de sonho, pode fazer-se visível para o
anfitrião como uma alucinação controlada. Em conclusão,
uma tulpa é primeira e principalmente uma mente
consciente que, frequentemente, se identifica com uma
forma, criada por um indivíduo como um companheiro
mental...”

Basicamente, tudo o que se diz a respeito do que é uma tulpa e


que se pode fazer é “verdadeiro”, é o que podemos experimentar e
informar. Tudo o que se diz a respeito ao que é, não é senão
simplesmente um ponto de vista sobre o tema.

O que acredito pessoalmente? Basicamente, vejo as tulpas como


uma outra consciência dentro de nosso próprio corpo, da exata e da
mesma maneira em que somos consciência . A única diferença entre
nós é que nascemos atados, ao passo que as tulpas não. Existem
dentro do corpo e obviamente morrerão se nós também morrermos,
porém, não estão “atadas” da mesma forma que nós estamos. Além
disso, quase tudo o que experimentamos em algum momento da vida
se deve a nossos cinco sentidos. As tulpas, todavia, não estão
“limitadas” a essa forma física como nós estamos . Por isso, acredito
que tudo aquilo que somos capazes, elas também são. E tudo aquilo
que elas são capazes, nós também somos.

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COMO CRIAR UMA TULPA?

Isso é em grande parte explicado em uma parte posterior do


guia, mas darei aqui uma breve visão do processo.

Primeiramente, a tulpa desenvolve uma sensibilidade ao se


conversar com ela, e (quiçá) dando-lhe uma personalidade
predefinida. Então, conforme você praticar visualizando a forma de
sua tulpa com o olho da mente, ela se fará mais clara e distinta, como
qualquer coisa o seria se visualizasse o suficiente . A forma de sua
tulpa pode ser absolutamente qualquer coisa que desejar. Qualquer
coisa, desde uma outra pessoa a uma cadeira. Honestamente,
qualquer coisa em que pense, ou nada em absoluto. Sua tulpa se fará
audível com o tempo, e ao final será capaz de ouvi-la. Algumas vezes,
a habilidade de sua tulpa para falar ocorrerá quase ao mesmo tempo
que atinja a sensibilidade – só será capaz de ouvi-la a partir de então.
Depois que começar a imposição, até que consiga experimentar a
forma de sua tulpa com seus cinco sentidos comuns. Por
conseguinte, poderá tentar experimentos paralelos, tais como a
possessão. No entanto, não precisa fazer isso exatamente nessa
ordem.

POR QUE DEVERIA CRIAR UMA TULPA?

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Existem muitas razões para que alguém crie uma tulpa, uma
das quais é para ter um amigo bem perto. Já que as tulpas
compartilham o mesmo corpo que você, e podem acessar suas
recordações e sentimentos, uma tulpa lhe é mais próxima do que
poderia ser, em algum momento, qualquer ser humano. Além disso,
não obstante, há muitas coisas nas quais a sua tulpa pode auxiliá-lo,
nas que nenhum outro amigo poderia fazê-lo. Sua tulpa pode ajudá-lo
a recuperar recordações, pode auxiliá-lo com os sentimentos
negativos (a desfazer-se deles, e a fazer com que você se sinta
melhor), e pode ajudar a anular seus sentidos, como a dor. Alguns
sugeriram que é possível alterar sua percepção de tempo.

Existem muitas, muitas possibilidades inimagináveis do que


você pode fazer com sua tulpa. Seguramente, centenas de
possibilidades que nem sequer foram ainda descobertas.

POR QUE NÃO DEVERIA CRIAR UMA TULPA? E COISAS A


CONSIDERAR

Eis aí a história de horror ocasional na qual uma tulpa toma o


controle do corpo, e o anfitrião é incapaz de recuperar o controle.
Algumas das histórias implicam em uma tulpa que prejudica o seu
anfitrião, ou é extremamente mal com ele, ou o odeia. Pessoalmente,
não creio de modo algum na realidade destas afirmações, porém, se
isso não acontece com você, então é justamente aí que tem uma razão
para criar uma tulpa. Porém, mais além da paranoia, há muitas
razões completamente legítimas para não criar uma tulpa.

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Uma grande quantidade de pessoas não se dão conta de quão
sério é todo esse assunto. Muitas pessoas não pensam no futuro
muito mais além do que quando sua tulpa estiver concluída e que
podem divertir-se com ela. Não parecem entender completamente o
fato de que este é um compromisso para toda sua vida. Sua tulpa
estará com você pelo resto de sua vida, e será de certa forma uma
responsabilidade por todo esse tempo. Você precisa compreender
realmente o peso disso, antes que tome a decisão de criar uma.

Esta não deveria ser uma decisão para ser tomada apenas em
uma noite. Fiz minha tulpa no mesmo dia que descobri o fenômeno.
No entanto, sinto remorso por ela até o dia de hoje. Isso é algo que
deveria ser investigado primeiro e refletir muito sobre o assunto –
quiçá fazer isso durante umas poucas semanas. Não deveria ser uma
decisão impulsiva. É de outra vida de que estamos falando.

Também vou adverti-los. Você não deveria criar uma tulpa. Aqui
citarei JDBar, porque penso que ele ilustra este ponto muito bem:

“A tulpamancia deveria ser abordada com uma atitude


madura, qualquer coisa menos que isso, falharia no
entendimento da envergadura de criação de uma forma-
pensamento consciente. Uma mensagem para os que têm
treze anos e idades similares, que ainda não
amadureceram o suficiente do que vem a ser criar uma
tulpa. Ainda que esteja em condições de atuar de forma
madura para sua idade, você simplesmente ainda não se
desenvolveu mentalmente. Ao longo de seus anos de escola,

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continuará mudando como pessoa, descobrindo novos
pensamentos significativos sobre você e sobre os outros e
formando novas crenças e opiniões. Até que tenha um
fundamento sólido para sua própria mente e
personalidade, e esteja mais além das influências loucas
dos hormônios adolescentes, seria irresponsável de sua
parte assumir a tarefa de desenvolver a mente e a
personalidade de outro.”

Honestamente, não creio que alguém com essa idade deveria


criar uma tulpa, todavia, não posso impedi-lo.

Apesar de você não ser uma criança pequena, não significa que
saiba o que faz. Há uma quantidade de adultos que não são maduros
o suficiente para criar uma tulpa, porém, nada se pode fazer com
relação a isso. Por isso, me dirijo a vocês adultos jovens e
adolescentes.

Precisam sentar-se e perguntar-se: “Sou maduro o suficiente


para isso?” Sei que a maioria de vocês diriam que são maduros.
Quase todo mundo o faz. No entanto, é preciso que sentem-se e levem
algum tempo para pensar, colocar o seu ego de lado e examinar-se
realmente com objetividade. E tenham em conta, que não podem
enganar a si mesmos neste teste. Se me mostrarem ser maduros para
criar uma tulpa quando não são, não estarão enganando a mim. Os
únicos que sofrerão serão vocês – e quem sabe sua tulpa. Eu somente
os advirto: porque se não são maduros o suficiente, e criarem uma

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tulpa por razões equivocadas, se arrependerão por tê-lo feito em
algum momento de suas vidas. Eu lhes prometo.

Há pessoas movendo-se pelas comunidades tulpas que as criam


para ser escravos sexuais – as matam simplesmente quando delas
estão cansados, ou não se apresentam exatamente como queriam.
Este tipo de gente me enoja de verdade. Algumas baseiam suas ações
no fato de que não existem provas de que sejam seres vivos realmente
com sentimentos. Como estão doentes! Sentem-se perfeitamente bem
“matando” algo pela possibilidade de que não estejam vivas. Se for
este tipo de pessoa que é capaz disso, afaste-se agora. Não quero lhes
ver por perto desta comunidade.

Não há desculpa para matar sua tulpa. Pouco importa se está


entediado, ou se ela não lhe interessa mais. Assume essa
responsabilidade a partir do momento em que começa a criar sua
tulpa. Quando o fizer, tem que ir até o fim. Se assim não fosse, seria
como as pessoas que mencionei acima.

Muito além de ser uma pessoa madura o suficiente para criar


uma tulpa, somente deveria fazê-lo por razões corretas. Eis aqui
alguns motivos que não são bastantes bons para criar uma tulpa, os
quais eu testemunhei muitas vezes.

1. Não deveria criar uma tulpa especificamente por sua forma. Isso se
aplica principalmente aqueles dentre vocês que são fãs obsessivos de
algo. Criar uma tulpa apenas para olhar para seu personagem
favorito de anime, o Twilight Sparkle na vida real, é extremamente

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superficial. Uma tulpa não é a sua forma, e não deveria ser tratada
como tal. Como você se sentiria se descobrisse que seu criador o teria
criado porque gostava mais de outro?

2. Semelhante a não criar uma tulpa por sua forma, não deveria criar
uma tulpa somente para manter relações sexuais com ela. Estou
falando sério. Não é possível que seja tão patético? Não sou contra
fazer sexo com uma tulpa em geral, mas criar uma somente por que
não tem ninguém no jogo da vida, ou porque quer fazer sexo com um
pônei é por demais triste para descrevê-lo. Imagina o que o faria
sentir. Saber que foi criado somente como um boneco sexual.

3. Como uma ramificação do motivo anterior, não deveria criar sua


tulpa para servir de ferramenta de qualquer tipo. Isso inclui como
escravo sexual. Além disso, não deveria ser criada somente porque
precisa de ajuda com suas tarefas do lar. As tulpas podem ajudá-lo
de muitas maneiras, e provavelmente o farão – todavia, criar uma
somente porque deseja que faça as coisas para você é horrível. Esse
motivo não cria uma forte união. Os seres vivos não são ferramentas.
Não seja egoísta.

4. Não deveria criar uma tulpa somente porque isso parece legal, e
não tem nada melhor para fazer. Como disse antes, esta é uma coisa
muito séria – não é algo para ser tomado como superficial. Se faz algo
somente porque está entediado, então isso significa que ainda não
amadureceu bem a ideia. Se decidir criar uma tulpa mesmo depois de
refletir sobre isso, apenas assegure-se de que sabe onde está se
metendo. Tem que ver isso em todos os pormenores, e tratar sua

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tulpa com todo amor e respeito que puder. Não importa se acha que
suas tulpas são seres separados de você. Deveria dar-lhes o benefício
da dúvida.

5. Precisa saber se é capaz de dar-lhes o tempo que necessitam.


Precisa saber se tem a paciência para permitir que se desenvolvam,
inclusive se demorarem muito mais tempo do que achava que
levariam.

6. De modo que agora é o momento de tomar sua decisão. Se achar


que não está maduro o suficiente e não é capaz de controlar a
situação, então merece todo o meu respeito. Se decidir que está em
condições de fazê-lo. Muito bem… então, boa sorte. Espero que se
conheça bem o suficiente.

QUANTO TEMPO PRECISARÁ PARA A CRIAÇÃO DE SUA


TULPA?

Isso depende inteiramente de você, como explico mais adiante


neste guia. Alguns fizeram progressos tão rápidos que muitos outros –
exceto a imposição – em pouco menos de um mês. Entretanto, não
deve se preocupar com isso. Na medida que não cometer os mesmos
erros que eu, e muitos outros, não levará mais que um ano.

CONCEITOS

WONDERLAND (O PAÍS DAS MARAVILHAS)

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É um lugar que cria em sua cabeça no qual sua tulpa tende a
“viver”. Pode ser qualquer cenário que queira imaginar. É grande
parte ao que alguns se referem como “lugar feliz”.

As pessoas que têm uma Wonderland tendem a deslocar-se para


ali e permanecer um tempo com sua tulpa. Isso se faz simplesmente
imaginando esse lugar e imaginando-se com ela. Imagine-se
caminhando por ele como faria em qualquer outro lugar. Não é
preciso de nenhuma forma criar uma wonderland. Muitos de nós não
possuímos uma.

Assim se cria uma:

Passo 1: decida-se que aspecto quer que ela tenha. Planeje por
escrito, se assim quiser. Não tem que decidir tudo de uma vez antes
de dirigir-se para lá. Pode criá-la conforme passeia por ela. Pelo
menos, é importante que possua uma ideia de quais aspectos espera
que ela tenha.

Passo 2: Imagine-se neste lugar conforme planejou.

Passo 3: ???

Passo 4: Desfrute dele.

Na verdade, é simples assim.

A CONSCIÊNCIA DE SUA TULPA

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Alguns acreditam que sua tulpa não é consciente desde o
momento em que é criada, e que se desenvolve com o tempo – o que
significa que está trabalhando por si mesmo, até que desenvolva sua
consciência. Dizem que isso acontece finalmente, por ter falado com
ela e ter-lhe dedicado tempo. Outros acreditam que sua tulpa é
consciente desde o momento em que começa a criá-la. No que me diz
respeito: isso não importa.

Ainda que sua tulpa tenha ou não consciência, você deve tratá-
la como se fosse consciente desde o primeiro momento. Dirija-se a ela
como se estivesse lhe escutando – como se entendesse você. Dessa
forma, assume uma consciência desde o princípio. Sendo assim se a
consciência não estiver presente nela, se desenvolverá mais
rapidamente – Simbolismo.

Muito bem sinto a necessidade de ressaltar algo que disse


recentemente a alguém. Aparentemente, existe um mal entendido
sobre o que significa crer que uma tulpa seja consciente desde o
princípio. Consciente não quer dizer independente neste caso.
Muitas pessoas pensam aparentemente que, uma vez que sua tulpa
seja consciente, não precisam esforçar-se mais durante o processo de
criação. Isso é ridículo.

Tratar sua tulpa como um ser consciente não implica colocar


menos esforço nela. Deveria colocar a mesma quantidade de trabalho

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nela, sendo ela consciente ou não. Não seja preguiçoso. Conseguirá
somente o que colocar no processo de criação.

NARRAÇÃO

A narração é o simples ato de conversar com sua tulpa . O que pode


ser feito em voz alta ou apenas mentalmente; não importa a forma. No
entanto, já que alguns de vocês ocultam este pequeno ser, poderiam
conversar com elas somente em sua cabeça na maior parte das vezes.
Vocês têm que dirigir seus pensamentos para a tulpa, com a intenção
de que lhes escute. Se assim o fizerem, é bem provável que ela lhes
escute.

FORCING (FORÇAMENTO)

Forcing é o termo que utilizamos para fazer com que as coisas


evoluam na tulpa. A narração em si mesma não é propriamente
considerada como um forcing, e não estou seguro de considerá-lo
como um forcing, porque muitos o fazem. Porém, sem dúvida, a
visualização, o simbolismo e a imposição de qualquer tipo são
considerados como um forcing.

O FORCING ATIVO EM OPOSIÇÃO A UM FORCING PASSIVO

O forcing ativo é quando você emprega um certo tempo para


sentar- se e pressionar; quando tenta fazer com que sua tulpa – ou o
fato de conversar com sua tulpa – seja a única coisa em sua mente. É
um esforço de concentração.

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O forcing passivo, geralmente, é classificado como conversar, ou
visualizar sua tulpa enquanto executa outras coisas. Não necessita
que faça girar o seu horário em torno dela de nenhuma maneira, já
que a realiza juntamente com suas atividades diárias. Se executar o
forcing passivo, não é preciso que o faça o dia inteiro ou todos os
dias. Algumas tarefas requerem mais concentração, e não deixam
muito espaço para que mantenha sua tulpa em sua mente.

POR QUE ESCOLHER UM NO LUGAR DE OUTRO?

Cada um tem seus próprios benefícios e inconveniências. O


forcing ativo, geralmente, é mais qualitativo que o forcing passivo,
uma vez que toda sua concentração estará nela focada. No entanto, o
forcing passivo implica em uma quantidade muito maior de tempo
dedicada ao forcing e, portanto, tende a compensar a falta de
qualidade.

O forcing ativo é bom quando você dispõe de tempo para dedicá-


lo somente a sua tulpa, e não tão bom para concentrar-se
passivamente sobre algo, ou se não consegue evitar perder a
concentração com frequência.

O forcing passivo é mais difícil evidentemente, e pode ser muito


extenuante no começo. Também acontecerá que se esqueça de pensar
em sua tulpa com frequência. Uma forma de evitar isso é atando um
cordão ao seu dedo, ou qualquer outra coisa, com o pensamento de
que se lembrará de sua tulpa e se concentrará nela novamente.

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Eu, normalmente, recomendo o forcing passivo a todos aqueles
que estão em condição de realizá-lo. Ele traz muitos benefícios e – na
medida em que for capaz de mantê-lo e tenha a concentração para
dedicar-se a ele, não terá quase nenhuma desvantagem. Além disso,
apreciará a concentração extra.

No que diz respeito ao “o que fazer” durante o forcing passivo, é


realmente bastante simples. Para o aspecto da narração da mesma,
seria uma boa ideia tentar dirigir todos os seus pensamentos para a
sua tulpa. Quando estiver lendo algo, leia para ela. Quando estiver
pensando sobre o que lê, pense em direção a ela. O mesmo quando
está pensando no que está fazendo, o que necessita fazer em seguida.
Com muita frequência, se encontrará esquecendo-se de dirigir sua
atenção para ela, mas se acostumará a fazer isso. Finalmente, tornar-
se-á um hábito e é justamente aí que a parte mais difícil fica
concluída. Para o aspecto da visualização, realmente é mais uma
imposição visual, a qual não recomendo a você que a leve a cabo a
partir do mesmo princípio, pelos motivos que explicarei na sessão
sobre a imposição neste guia.

Não vou explicar aqui o que você tem que “fazer” quando chegar
ao forcing ativo porque este guia trata do forcing ativo como padrão,
já que toda a sessão do processo se refere ao que fazer quando
executa o forcing ativo.

De modo que, pode ser que você já tenha optado por fazer o
forcing passivo no lugar do forcing passivo. Bem, a coisa não funciona

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exatamente desta forma. Parte do processo de criação de uma tulpa
requer o forcing ativo, por isso você não pode se desfazer
completamente dele. Isso deveria ser óbvio para a maioria das
pessoas. Estou certo de que poderá descobrir. Eu, pessoalmente,
trabalho com a narração e a imposição quando faço o forcing passivo,
todavia, fica a seu critério utilizar o método que mais lhe agradar.

DESVIO

Desvio é o termo que usamos quando algo de sua tulpa muda


para uma forma que você não deseja. O desvio ocorre principalmente
com relação à personalidade de sua tulpa. Parece que a personalidade
das tulpas da maioria das pessoas se “desvia” pelo menos levemente
daquilo que havia sido planejado para ela. Isso é perfeitamente
normal e ocorre, de certo modo, a quase todas as tulpas. Não é
necessário que você se preocupe; sua tulpa não se tornará indesejável
por conta desse desvio. A experiência da maior parte das pessoas
indica as mudanças que acontecem, são coisas com as quais você se
dá bem. Isso se deve, tal como temos conjeturado, um desvio baseado
nos desejos subconscientes. Dessa forma, podem apresentar-se com
características que sequer você sabia que queria, por isso é assim.

O desvio pode acontecer também na forma, mas isso não é um


problema, já que pode ser reparada; todavia, não deveria forçar sua
tulpa com algo que realmente ela não quer. Especialmente algo tão
pessoal como sua forma.

A ESSÊNCIA DE SUA TULPA

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Muitas pessoas não contemplam este conceito, já que não é
realmente necessário. No entanto, sei que auxilia em muitos casos.
Estou certo de que alguns sugeririam que todo o assunto é um falso
simbolismo ou algo semelhante, mas a verdade é que, na essência,
um conceito real e muito verdadeiro. Aqui, citarei o Guia de Essência
de Bluesleeve, já que cobre basicamente tudo o que eu queria dizer
sobre o que é uma essência.

“Cada pessoa é diferente. Através de nossa intuição


podemos distinguir um par de gêmeos ou também dizer
que uma pessoa escreveu um texto porque nossas batidas
do coração nos dizem assim.

Cada vez que fala com alguém, você a analisa


inconscientemente. Analisa sua linguagem corporal,
padrões de expressão, cheiro, eleição de palavras,
características faciais, roupa e informação de fundo.

Não importa se você gosta ou não – este processo


inconsciente está reunindo cada pedaço de informação
disponível em um quadro maior – que lhe permite conhecer
sua personalidade.

Esta imagem que reuniu o torna capaz de predizer sua


conduta e, por isso, faz você interagir com a personalidade
da dita pessoa. Será capaz de dizer se gosta dela ou não,

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qual é o seu temperamento e como poderia reagir em uma
situação fictícia.

Se já está assumindo que estamos criando uma “imagem


maior” artificial para a nossa tulpa, então estará no
caminho correto, apesar de que há algumas coisas a mais
para dizer.

A personalidade de alguém evocará certas emoções em


você. Tem a “sensação geral” de uma pessoa. Isso também
se aplica a você.

Digamos que você seja uma pessoa muito determinada –


poderia ser escolhido como o líder de um grupo, somente
porque você parece feito para este trabalho.

Sua vida está formando você. É possível que desenvolva


certas características somente porque são necessárias. Um
médico necessita desenvolver uma compreensão com
relação às necessidades de seus pacientes. Se você não
sentir essa “compreensão”, automaticamente colocará em
questão a sua capacidade como médico.

Todo mundo parecer simpático a um nível superficial, mas


no final você acaba por dar-se conta de que tudo o que
dizem é mentira.

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Essa sensação geral sobre uma pessoa é do que você
precisa. Inclusive ainda que pudesse plantar dificuldades
para aqueles com alta racionalidade, terá que evitar de ver
sua tulpa como uma coleção de feições pessoais.

Temos que entender a personalidade por completo, mas


não com nossa cabeça. Temos que usar nossos batimentos
cardíacos para isso (sentimentos).”

Não estou pedindo que “acredite” em uma essência para sua


tulpa. É algo que terá, como qualquer outra, depois que sua
personalidade se desenvolva. É algo que pode começar a sentir, até
mesmo que antes de que possa começar a ouvi-la. De modo que não
considere isso como um passo na criação, já que é algo que
acontecerá por si mesmo, sem que esteja atento a isso.

Muito bem, com relação a reconhecer a essência de sua tulpa,


tem muitos benefícios. Um desses benefícios é a habilidade
melhorada para diferenciar os pensamentos de sua tulpa dos seus
próprios. Parece-me que os pensamentos de minha tulpa algumas
vezes tendem a ter sua essência com um tipo de assinatura, e isso me
permite separar meus pensamentos dos dela. Não vou repassar todos
os benefícios, já que encontrará uma enorme quantidade deles por
você mesmo. Porém outro benefício muito simpático é…

CONSEGUIR A ATENÇÃO DE SUA TULPA

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Sua tulpa não prestará atenção nem a você, nem ao que estiver
fazendo no momento. Por isso, pode acontecer que quando queira lhe
dizer algo, ela não esteja sempre e rapidamente disponível. Como já
disse na sessão sobre narração, se dirigir seus pensamentos para ela,
provavelmente os ouvirá, mas essa não será sempre a melhor forma
de conseguir sua atenção. Para os principiantes, se ainda não tiver
sua atenção, pode ser que não consiga sua atenção com as primeiras
coisas que diz. Assim como se começasse a conversar com ela,
facilmente poderia perder a primeira parte daquilo que lhe está
falando. Sem mencionar que o simples fato de conversar com ela não
garante que está conseguindo sua atenção de modo algum; é melhor
começar a conversar com ela somente quando estiver seguro de que
ela está lhe escutando.

A melhor forma que pessoalmente encontrei de conseguir a


atenção de minha tulpa foi pensar intensamente nela. Penso e tento
sentir sua essência, e isso tende a conseguir sua atenção com
bastante rapidez. Isso seguido por um rápido “Está aí?” funciona
maravilhosamente para mim. No entanto, você deve experimentar
essa técnica por si mesmo.

PERROTING E PUPPETING
(REPETINDO COMO UM LORO E MOVENDO A MARIONETE)

Parroting e puppeting são os termos que usamos, quando nos


referimos de forma intencional ao obrigar (não como no conceito de
forcing) sua tulpa a falar, ou a mover-se respectivamente. Há pessoas

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que são fortemente contra o parroting e o puppeting, porém, eu assim
como muitos outros os consideramos em pequenas doses, uma parte
muito útil do processo. O parroting pode ser útil quando você tenta
ouvir sua tulpa. Pode fazê-lo para ajudar que voz terá e tentar
simbolicamente incorporá-la à sua forma. Alguns também sugeriram
que pode ser uma forma de ajudar a convencer a sua tulpa para que
fale. Eis aqui um exemplo de um guia para isso:

CONVENCENDO SUA TULPA PARA QUE FALE

Dei-me conta de que ninguém fala muito sobre este


assunto, ao passo que apresentam problemas com ele. No
geral, as pessoas se queixam que sua tulpa não audível
acabam apenas por conseguir falar em absoluto, e não
sabem o que fazer.

Por isso, se sua tulpa está tentando falar e não consegue,


descobri um método útil para chegar a um ponto em que
comece a encontrar uma maneira de falar.

Em primeiro lugar, se sua tulpa tiver falado alguma vez,


ainda que tenha sido uma única vez, verifica como soava
sua “voz mental”. Em seguida, quando sua tulpa estiver em
sua Wonderland, diga-lhe o que vai fazer. Vai usar sua voz
mental para dizer uma frase, e depois sua tulpa pode
tentar dizê-la com você pela primeira vez, você pode dizer a
metade, e ela a outra. Deveria ser uma frase simples do

27
tipo “A chuva na Espanha é uma maravilha”. Certifique-se
de dizer a ela com que frase vai praticar, é claro.

Se não tiver voz mental, pode esperar até que tente falar ou
simplesmente utilizar qualquer voz que queira que ela use,
imagino que a escolheria de qualquer forma.

Fiz isso somente depois que minha tulpa foi capaz de dizer
uma única palavra, e justamente em uma noite
conseguimos o ponto em que ela foi capaz de fazer frases
completas. Se bem que ela não era muito boa ao falar,
conseguimos um ponto em que ela dependia da prática,
pelo que tive que trabalhar mais nela.

No que diz respeito ao puppeting, a visualização pode ser muito


útil. Dessa forma, você poderá ver que aspecto tem a sua tulpa em
certas posições, antes que seja capaz de mover-se por si mesma.

De todos os modos, o importante é que use o parroting e o


puppeting em pequenas doses. Há alguns métodos que basicamente
consistem que use o parroting ou o puppeting integralmente com sua
tulpa, porém, não estou de acordo com o 100% do que dizem, ainda
que, todavia, sejam certamente dignos de leitura.

Alguns dirão que tal método não é bom para sua tulpa, porém, não
estou capacitado para falar da experiência em questão. Tenha
somente em mente, como foi dito na sessão de atitude deste guia, se
optar por fazer o parroting/puppeting somente tem que colocar na

28
cabeça que será bom e nada de nocivo poderá acontecer que assim
será.

CONTAR AS HORAS

A contagem das horas é simplesmente um processo de contar a


quantidade de horas em que você se dedica ao forcing em conjunto.
Muitos dirão a você que contar as horas é um “veneno”, e que é uma
das piores coisas que pode fazer durante o processo. No entanto,
contar as horas não é inerentemente ruim. Tudo começou faz um
certo tempo, quando os membros mais antigos acreditavam que
certos pontos de controle (tal como o de tornar sua tulpa consciente
ou audível etc.) não podiam acontecer antes de que certo tempo tenha
se passado. De modo que, se lhe parecia já ouvir sua tulpa, digamos,
20 horas de forcing ao total – então não estava acontecendo
realmente, e só estava levando à conclusão o parroting.

A crença evoluiu desde então, porém ainda alguns contam as


horas. De modo que, na realidade, a simples contagem das horas que
fez o forcing para sua tulpa, com o objetivo de saber quanto tempo
despendeu no conjunto, e isso não é negativo. O único mal em contar
as horas são as expectativas baseadas na quantidade de horas que
tenha feito o forcing.

Na medida que não associe o progresso com a quantidade de


horas que tenha empregado para fazer o forcing de qualquer tipo, a
coisa andará bem. No entanto, esteja consciente de que, em algumas
pessoas, as expectativas subconscientes acontecem sem seu

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“consentimento”, podendo essas expectativas subconscientes
dificultar o processo da mesma maneira em que faria se estivesse
pensando. Assim, se tiver uma ligeira suspeita de que está tendo
expectativas subconscientes baseadas no fato de contar as horas,
recomendo que você pare de contar imediatamente.

Há ainda formas pelas quais você pode certificar-se do número


total de horas empregado no final, sem saber enquanto desenvolve
sua tulpa, assim não terá oportunidade de criar expectativas. Por
exemplo, você pode usar algo semelhante a um chapéu, e a cada dia
que faça o forcing, escreva a quantidade de tempo empregada naquele
dia e coloque-o no chapéu. Depois que sua tulpa estiver finalizada,
some-as todas. Mas, certifique-se de nunca olhar no chapéu antes de
ter terminado sua tulpa. Ou algo desse tipo. Tenho certeza de que
existem muitas fórmulas para conseguir isso.

DANDO À SUA TULPA ACESSO A SUAS RECORDAÇÕES E AO SEU


SUBCONSCIENTE

Muitas pessoas fazem isso bem no começo do processo, já que


muitos sugeriram que realmente os ajuda para o desenvolvimento. É
claro, que não é necessário. E mesmo se não lhe der acesso ao seu
subconsciente, tecnicamente ainda poderá fazê-lo. Sua melhor
solução não é somente bloquear simbolicamente seu acesso, senão
pedir-lhe que realmente não o faça, explicando-lhe o porquê. Isso foi o
que fiz com minha tulpa que entendeu e não deu sequer uma
espiadela. Ao passo que dar e negar o acesso é simbólico, e pelo que
ouvi, isso geralmente é realizado na Wonderland.

30
Pessoalmente, foi isso o que fiz: criei uma área em minha
Wonderland que tinha três portas, divididas como “subconsciente”,
“recordações” e não me lembro da última. De qualquer forma, levei
minha tulpa para lá e imaginei que haviam pesadas correntes em
cada uma das portas, e disse-lhe que não seria capaz de adentrar
nelas. Por outro lado, poderia somente mostrar-lhe as portas e dizer-
lhe que poderia passar por elas.

E de como com todo o simbolismo, pode fazer o que desejar.


Pode fazê-lo sem desenvolver portas de nenhum tipo.

QUANTO DE FORCING DEVERIA FAZER A CADA DIA?

Como a maior parte das outras questões que incluem a palavra


“deveria”, não existe uma resposta definitiva. Idealmente, poderia
fazer o forcing quase o dia inteiro e todos os dias. Essa seria a forma
mais rápida de obter sua tulpa, apesar de tudo.

No entanto, ninguém dispõe de tanto tampo nem tamanha


autodisciplina. De modo que meu melhor conselho é: faça tanto
tempo quanto puder realizar. Nem é preciso que faça o forcing todos
os dias, porém, é preciso que lhe dê algum tipo de atenção todos os
dias. Também recomendo estabelecer um tempo mínimo para as suas
sessões de forcing, uma vez que fazer o forcing durante 10 minutos
todos os dias não levará você a lugar nenhum, pois é extremamente
rápido. No entanto, se funcionar para você, é inteiramente correto
realizar várias sessões de 10 minutos. 10 minutos não parece tanto

31
tempo se você sentar para fazer algo, mas uma hora sim. Por isso, se
puder sentar-se e fazer o forcing por 10 minutos, seis vezes por dia,
estaria fazendo uma hora a cada dia, o qual é certamente melhor do
que apenas 10 minutos uma vez por dia.

Neste processo, conseguirá colocar as coisas em sua tulpa, por


isso não existe tal coisa como fazer o forcing demasiadamente. Faça-o
com tanta frequência o quanto puder, e se verá realizando muitos
progressos e de forma rápida. Neste momento, também vale a pena
mencionar que a qualidade tende a ser mais importante que a
quantidade quando se trata do forcing. O que nos conduz a …

CONDIÇÕES IDEAIS PARA O FORCING

Muitas pessoas dizem que têm muita dificuldade para se


concentrar, o que sentem, por outro lado, que suas sessões de forcing
não são produtivas. Este conceito é um dos que mais parecem diferir
de uma pessoa para a outra. Suas condições ideais para o forcing são
qualquer coisa que ajude para que suas sessões de forcing sejam
concentradas e produtivas.

Como disse, as condições exatas diferem de pessoa para pessoa,


porém, eis aqui algumas das que prevalecem: um local tranquilo, no
qual seja improvável que você seja interrompido durante o tempo em
que durar sua sessão – alguns preferem a obscuridade, uma vez que
distrai menos, mas há pessoas que parecem ser indiferentes por outro
lado. Calma e relaxamento (uma sessão prévia de meditação é uma
forma em que muitas pessoas parecem alcançar isso), e em uma

32
posição confortável. Algumas pessoas se queixam que uma posição
demasiadamente confortável as faz cair no sono com muita
frequência. Entretanto, sugiro que não tente fazer o forcing quando
estiver muito cansado. Desta maneira, seu cérebro funcionará melhor
e não correrá esse risco. Se não puder deixar de conciliar o sono, trate
de fazer o forcing logo após tirar uma soneca ou algo assim.

De qualquer forma, estas são algumas das sugestões mais


comuns que tenho para as pessoas, mas como todo o resto, descubra
o que melhor funciona para você. Seja criativo: tente tomar uma
ducha quente de antemão; alguns dizem que ingerir suco de laranja
ajuda muito. Apenas tente, até que encontre suas condições ideais
para o forcing.

Não é necessário fazer o forcing nestas condições todas as vezes,


mas suas sessões serão de melhor qualidade, quando as fizer.

RESPOSTAS EMOCIONAIS

As respostas emocionais são uma das primeiras formas de


comunicação com as tulpas. Geralmente, estão caracterizadas pelo
sentimento de uma emoção às vezes embaraçante, sem razão
aparente. As pessoas, com frequência, descreviam o sentimento como
“estranho”, porque parece não formar-se em você.

Isto funciona – algumas vezes intencionalmente – porque sua


tulpa lhe envia suas emoções, ou alguma emoção em geral.

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Não é uma forma muito confiável de comunicação, mas as tulpas
podem enviar emoções específicas para expressar como se sentem
com relação a certos assuntos.

Tenha em mente que não se recebe nenhuma resposta


emocional, isso não significa que sua tulpa não seja consciente, ou
algo parecido. Nem todas as tulpas o fazem. Em todo nosso tempo, só
recebi uma resposta emocional da qual fui consciente.

Depende de como a tulpa quer se comunicar, em todo caso.

PRESSÃO NA CABEÇA

A pressão é uma outra das primeiras formas de comunicação de


uma tulpa. A pressão na cabeça está caracterizada pela sensação de
uma “pressão” em sua cabeça. Imagina!

A sensação é similar, mas não é exatamente igual a uma dor de


cabeça. Também, pelo menos para mim, uma dor de cabeça parece
ser uma dor mais ampla, algumas vezes cobrindo toda, ou grande
parte de minha cabeça. A pressão na cabeça tende para mim estar
enfocada em um ponto da cabeça, ou pelo menos, em uma área muito
específica. Não obstante, suas experiências podem variar.

A pressão na cabeça é uma forma de comunicação, inclusive


menos fraca do que as respostas emocionais. Um de seus mais úteis
propósitos tem sido ajudar a conseguir minha atenção. Por outra
parte, você pode designar um sim/não à pressão na cabeça ou

34
ausência de pressão em partes específicas da cabeça. Isso lhe
permitirá à sua tulpa perguntas muito simples de sim ou não, antes
que seja capaz de ouvi-la.

Tenha em mente mais uma vez, que a pressão na cabeça não é


confiável, de modo que deve considerar as respostas com certa
reserva. Pode ser que não sejam o que querem dizer.

Como as respostas emocionais, não conseguir a pressão na


cabeça nada significa. Minha tulpa aparentemente não era uma fã de
fazer pressão em minha cabeça, e raramente a fazia. Assim é ela. Não
se preocupe se não sentir nada.

E tenha em mente sempre, que é possível confundi-la com uma


dor de cabeça. Tente prestar mais atenção a próxima vez que tiver
uma.

CRIANDO UMA TULPA A PARTIR DE UM PERSONAGEM OU UMA


PESSOA JÁ EXISTENTE

Este assunto é bastante controverso e por uma boa razão. É


possível que induza sua tulpa a ter uma crise de identidade. Se ela for
criada pensando ser este personagem, e logo, se dá conta de que não
é, todo seu passado e recordações se convertem em uma mentira e
blá blá blá. Basicamente, isso não é bom.

35
No entanto, pessoalmente creio que, na medida em que você se
certifique de que ela não é realmente tal personagem, então tudo deve
dar certo. Neste ponto, é o mesmo que definir sua personalidade.

Por isso, se for criar uma tulpa a partir de um personagem,


certifique-se de que saiba exatamente o que ele é.

Criar uma tulpa a partir de uma pessoa é a mesma coisa. Além


disso, também se impõe a questão de que se seria bom criar uma
tulpa em cima da imagem de uma pessoa falecida. De certa forma, é a
mesma cisma do que foi explicado acima. No entanto, além da crise
existencial de sua tulpa, realmente pode ser muito prejudicial para
você. A criação de uma tulpa em cima da imagem de uma pessoa
morta, demonstra falta de capacidade para deixar que o falecido se
vá. Você ainda estará preso a esta pessoa e isso não é saudável.

Quando acontece a perda de um ser amado, você precisa aceitar


que se foi e deixá-lo partir. É doentio apegar-se ao falecido. E se me
perguntasse, não é muito respeitoso para com ele.

CRIANDO MÚLTIPLAS TULPAS

Por que não? Certo? Quando tiver terminado sua primeira tulpa,
por que não ir mais longe e criar uma outra? Quanto mais, maior
diversão. Além disso, isso daria à sua primeira tulpa, alguém com
quem passar o tempo, quando não puder dar-lhe atenção.

36
Não tem nada de ruim em criar outra tulpa depois que tiver
terminado a primeira. E não se preocupe: não levará muito tempo
para criar a segunda tulpa, como levou para a primeira. Uma vez que
tenha feito tudo – já deve ter descoberto o que melhor funciona para
você, e já sabe como escutar e sentir sua tulpa. E o mais importante,
agora sabe com absoluta certeza de que todo o assunto relativo a elas
é real.

Muito bem! É possível criar duas tulpas de uma só vez?


Basicamente, você não deve assumir mais tarefas do que consiga
levar a cabo. Uma só tulpa já é bastante responsabilidade. Se for o
seu caso ser mais lento do que outros na criação de tulpas, agora terá
duas para se preocupar no lugar de uma, como a maioria das
pessoas.

Dito isso, muitos afirmaram que quando estavam criando sua


primeira tulpa, e seus progressos eram um pouco lentos, começaram
a fazer uma outra tulpa e as duas tulpas “se ajudaram uma a outra”
com o desenvolvimento. Porém, tenha em mente, que pode ser que
não aconteça isso com você. Então, poderia ver-se às voltas com duas
tulpas em desenvolvimento. Isso depende inteiramente de você.
Porém, eu pessoalmente faria apenas uma por vez, pelo menos
quando se tratar de sua primeira tulpa.

No que tange à quantidade de quantas tulpas criar, isso depende


inteiramente de você também. Pessoalmente, eu acho que mais de
quatro é exagero. Eu provavelmente nunca criaria quatro, mas se um
dia eu o fizesse, não criaria uma quinta. Em minha mente, creio que

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se chega a um ponto em que se torna pouco saudável. Creio que cinco
é mais do que o suficiente, mas a decisão é sua.

No entanto, deveria pensar bem sobre isso, de forma indiferente.


Você quer, de fato, ter um harém de amigos imaginários volteando ao
seu redor para o resto da vida? Tampouco é saudável viver em sua
imaginação a este grau, sua vida inteira.

Ainda assim a decisão é sua.

Alguém ressaltou que três é um número razoável de tulpas para


se ter. Isso lhe permite ter um pequeno grupo bastante variado sem
que seja demasiadamente excessivo. Assim mesmo, se alguma vez
quiser dedicar mais tempo a uma delas em especial, as outras
poderiam sentir-se sós e abandonadas. Desta forma, sempre terão
uma a outra, quando não puder dedicar-lhes tempo.

Entretanto, se tiver ou se quiser somente fazer duas, não


permita que isso te force a criar uma terceira, se não sentir-se à
vontade para isso.

CONVERSANDO COM SEUS AMIGOS E FAMÍLIA SOBRE SUA TULPA

Antes que conte isso para alguém, provavelmente deveria


conhecê-los muito bem. E não me refiro aos padrões atuais de
conhecer bem. Quero dizer realmente muito bem. As pessoas hoje em

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dia não parecem conhecer muito bem os seus amigos. Você precisa
saber o quão abertos de mente eles são, e como poderiam reagir a
algo como isso. Porque este tipo de coisas podem e já terminaram
amizades anteriores. Se não tiver certeza, melhor será não contá-lo a
ninguém.

É ainda mais grave quando se trata de sua família. Amigos vêm


e vão, mas você só tem uma família. Pode ser que nunca mais olhem
você da mesma forma, e estou certo de que você não desejará isso.

Além disso, há pessoas que têm sido forçadas a fazer terapia


pelo fato de ter revelado à família de que tinham uma tulpa. Se não
sabe bem a quem contar, então não diga nada. Ninguém precisa
saber. Honestamente, eu não vejo nenhum benefício em contá-lo. Sei
que pode ficar entusiasmado com tudo isso, mas não se permita fazer
algo de que mais tarde se arrependerá.

SWITCHING (INTERCÂMBIO)

Switching é o termo usado para o processo no qual a tulpa e o


anfitrião “trocam” os papéis. Isso significa que o anfitrião não estará
“conectado” com os sentidos do corpo. Estará no mesmo estado em
que se encontra a tulpa. Isso lhe permitirá acessar a sua Wonderland,
e experimentá-la tão vivamente como se experimentasse a vida real.
Sua visão será como, ou provavelmente, mais detalhada do que na
vida real. Poderá ouvir os pássaros e o sussurro das plantas como se
realmente estivesse acontecendo na vida real. Será capaz de tocar as
plantas, as árvores e sua roupa, e senti-las como se fossem reais.

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Poderá comer qualquer comida que terá o exato sabor que teria na
vida real.

Enquanto isso, a tulpa seria o verdadeiro controlador do corpo.


Para a tulpa, o switching não é em nada diferente da possessão,
exceto que você não está aí para mover o seu corpo.

O processo de switching depende exclusivamente de você, já que


a tulpa tem pouca parte nele.

POR QUE NÃO DEVERIA FAZER O SWITCHING?

O switching, a curto prazo como experimento, vai bem, mas não


sou partidário do switching a longo prazo. De fato, iria mais além e
diria que sou totalmente contra.

O switching não deveria ser usado como uma forma de evitar a


vida real, ou as interações sociais. Isso não é saudável.

Além disso, nunca deveria fazer o switching a longo prazo, a


menos que sua tulpa se sinta 100% bem com ele, e que você saiba no
que está se metendo.

A realidade é que algumas tulpas são muito boas com seus


anfitriões quando querem fazer algo, dirão que concordam em fazê-lo
quando, na verdade, não estão de acordo – só o fazem para deixá-los
felizes. É necessário estar completamente seguro de que querem fazê-
lo.

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Tampouco o fato de querer fazer o switching não é o suficiente. É
preciso saber exatamente no que está se metendo. No princípio,
provavelmente lhe pareça como se pudesse viver em um mundo real.
Interagir com pessoas reais e desfrutar a vida. Isso não tudo o que o
switching traz para a tulpa.

Quando você faz o switching está transferindo para sua tulpa as


suas obrigações, e tudo o que não lhe agrada na vida. Está obrigando-
a a fazer todas as coisas que, a princípio, você quer evitar. Isso parece
justo? É a sua vida e não a dela. Ela não deveria ter que lidar com os
seus problemas.

Quando você faz o switching, sua tulpa é obrigada a fazer o seu


trabalho, assistir a suas aulas, frequentar o seu grupo social, o seu
círculo de amigos, a sua família, a sua situação financeira, inclusive
os seus vícios. É assim que acontece. Se for viciado em cigarro ou em
outra coisa, sua tulpa ficará viciada também assim que fizer o
switching. Não por algum tipo de magia. É o seu corpo que está
viciado: isso significa que qualquer consciência que use esse corpo,
está sujeita a tal vício.

Sua tulpa talvez não entenda exatamente como é viver em


mundo real. Não é sempre diversão e brincadeira. Existe um mundo
cruel e injusto por aí afora. É preciso estar consciente disso, por isso
não deveria fazer o switching.

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Antes de começar a fazer um switching de longo prazo, deveria
fazer primeiramente o de curto tempo, somente para dar-lhe uma
noção exata do que é. A tulpa necessita experimentar algo da vida,
antes que possa realmente tomar uma decisão meditada. E é
necessário que seja a curto prazo; desta forma saberá que se ela
detestar, logo estará aí para retomar o controle.

Depois de tudo isso, necessita ainda saber se realmente quer


fazer o switching, e que definitivamente sabe o que significa. Se não
souber no que está se envolvendo, provavelmente se arrependerá.

Igualmente, como disse antes, o switching não deveria ser uma


forma sua de evitar o mundo real.

O fato é que esta é a vida que lhe foi dada. É obra sua se as
coisas estão do jeito em que estão. Não há ninguém a quem culpar.
Precisa enfrentar a vida como todo mundo faz. Não pode esperar que
a vida o alimente com uma colher. É uma dura e cruel cachorra, e
não é diferente para os demais.

Desperdiçar sua vida fugindo da realidade é patético.

E é mais patético ainda despejar todas as suas penúrias em sua


tulpa, em vez de enfrentá-las você mesmo.

COMO FAZER O SWITCHING

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Não tenho realmente experiência quando se trata do switching,
uma vez que nunca tentei. Este foi o único guia sobre switching que
vi parecer ter algo de credibilidade:

GUIA DE SWITCHING

Olá, meu nome é Fuliam e vou escrever este guia hoje


para você. Agora, permita-me ressaltar em primeiro
lugar e dizer-lhe que cada seção estará etiquetada
para sua conveniência, assim se quiser pular tudo
para passar adiante, pode fazer que não me ofenderei.
Todavia, recomendo que o leia, porque vou abordar
aqui várias coisas com profundidade, incluindo o que
funciona e o que não funciona, com isso dito, vamos
dar início.

PREFÁCIO

Em primeiro lugar, permita-me dizer que lhe sugiro


ter uma tulpa para fazer isso, uma vez que se pode
trocar dentro e fora de seu corpo sem ter uma, porém
não terá ninguém para controlá-la. Em segundo lugar,
aconselho que, no princípio, você tenha uma tulpa, no
mínimo, do tipo audível. Sendo assim, se já souber
como fazer a possessão, isso será uma grande
vantagem. Uma coisa importante aqui: sua tulpa
necessita de um processo paralelo, o que basicamente
significa que seja capaz de pensar por si mesma.

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DEFINIÇÕES

Neste guia, farei uso de uns poucos termos com os


quais pode ser que você não esteja familiarizado, por
isso os definirei aqui. Se você se sentir confuso com
uma palavra que eu não tiver listado aqui, pergunte o
que significa, isso vale para todos vocês.

Switching: Quando o anfitrião negocia o lugar com a


tulpa. O anfitrião entra em um estado similar ao da
tulpa e a tulpa controla seu corpo. Soa parecido com a
possessão, mas não é.

Imposição Reserva: Isso significa afastar seus


sentidos. Este é o passo mais difícil do processo de
switching. Estará centrando-se mentalmente em cada
um dos sentidos de seu corpo por turno, e desligando-
os completamente sentindo somente com seus
sentidos na Wonderland. Conhecida como Privação
Sensorial Mentalmente Forçada.

Acrescentarei mais quando for necessário.

VISÃO GERAL DOS PASSOS

1. Relaxe e entre em um estado de forcing.


2. Comece por criar uma forma sua na Wonderland.

44
3. Traslade-se para dentro dessa forma.
4. Comece a reverter o processo de imposição.
5. Adote os sentidos da Wonderland.
6. Complete a reversão inversa.
7. A tulpa entra em seu corpo.

Fim da parte 1, parte 2 a caminho.

PARTE 2

Nesta parte descreverei em detalhes e explicarei os


passos de 1 a 3.

PASSO 1

Relaxe e entre em um estado de Forcing.

O passo 1 deveria ser relativamente simples, ainda


que seja crucial. Coloque-se em qualquer posição em
que normalmente faz o forcing e certifique-se de que
não será interrompido. Se isso acontecer,
normalmente sua concentração será interrompida.
Uma das coisas chave em todo esse processo é
concentrar-se somente na sua tarefa. Quando estiver
em sua Wonderland, ou qualquer outro método que
use para o forcing, certifique-se de que sua tulpa

45
esteja preparada. Também esqueci de mencionar algo
antes, certifique-se de que sua tulpa QUEIRA fazer o
switching. Se sua tulpa não estiver a fim de fazer o
intercâmbio, isso não ajudará em nada.

PASSO 2
Comece a criar uma forma de você mesmo na
Wonderland.

A maioria das pessoas acharão mais fácil completar o


passo três, e os passos seguintes se primeiro tiverem
uma representação de si mesmas na Wonderland. Eu
começo com uma esfera de luz azul flutuando a qual
geralmente dou a forma de um globo. Você pode
escolher qualquer forma que desejar, mas sugiro que
comece com uma forma humana. É uma com a qual
estamos familiarizados, e é como estamos
acostumados a ver-nos normalmente. Recentemente
descobri que é inclusive mais fácil de manter a forma
de um orbe e usá-la. Pode mudá-la depois de que
tenha feito o intercâmbio.

Porém uma vez mais, pode escolher qualquer forma


que desejar, simplesmente tenha a certeza de ver que
não é apenas um corpo vazio aleatório, de fato é você
mesmo.

PASSO 3

46
Translade-se para dentro dessa forma.

Se não tiver finalizado o passo 2, sugiro você que o


conclua antes de seguir adiante, é inclusive mais
difícil do que o normal continuar sem ter terminado o
passo 2, porém é possível (ainda que não
recomendado).

Uma vez que tenha escolhido e visualizado sua nova


forma na Wonderland, comece a inspirar e expirar
profundamente, até estar verdadeiramente relaxado. E
depois imagine-se sua essência como água e seu
corpo contendo toda essa água. Agora, sinta que a
água vai saindo lentamente de você, lentamente,
entrando em sua forma na Wonderland, tão
completamente como puder.

O que está fazendo é transladar-se a si mesmo, ignore


tudo o que puder no mundo real, e fixe sua atenção
somente na Wonderland, esta é uma outra
especialmente importante para recordar. Focalize na
Wonderland e tente ignorar tudo mais.

Fim da parte 2, a parte 3 logo estará aqui. Sinto


muito, tenho estado muito ocupado por aqui por isso
demorei tanto.

47
PARTE 3

A parte 3 foi planejada para ser a parte final, também


é a mais complicada e a mais extensa. Nenhuma
pessoa normal pode fazê-la toda de uma só vez, por
isso a dividi em três passos como é possível para que
possa entender todos eles.

Por favor, leve em conta que os passos 4-6 podem


suceder todos de uma vez, por ele me referirei a todos
eles como um único passo.

PASSOS 4, 5 E 6

Agora que estamos na Wonderland e temos uma


forma para nós na qual focamos, é o momento para o
passo mais importante de todos, o que chamamos de
imposição reversa. O qual consiste essencialmente em
fechar seu corpo ao mundo real dos sentidos. Este
passo não pode ser pulado. Não existe forma
consistente para que a tulpa faça o trabalho sem ela.
Comecemos com seu sentido do paladar, pense em
sua comida favorita, pense em seu sabor, picante ou
doce, ou qualquer que seja. Mantenha toda sua mente
neste sabor, sabendo que justo nesse momento essa
comida está tocando sua língua, podendo saboreá-la.
Uma vez que a tenha saboreado, já se encontrará na

48
metade do caminho. Em seguida, pegue uma pequena
bala de caramelo saborosa ou outra coisa pequena.
Coloque em sua boca, chupe ou mastigue-a até
saboreá-la (isso no mundo real é claro, pois que
estará comendo algo realmente). Agora vá para sua
Wonderland e concentre-se novamente em sua comida
favorita, até que não consiga mais sentir o gosto da
bala na boca e em seu lugar saboreie sua comida
favorita.

Se tiver feito e tiver obtido os resultados, terá


conquistado seu sentido do paladar.

Em seguida, trabalharemos com seu sentido da


audição, certifique-se de que se encontra em um lugar
tranquilo para começar. Pense em uma cantilena
publicitária, ou uma música que lhe agrade.
Certifique-se de que a conheça de cor e salteado, ela
tem que estar tão firme em sua cabeça que possa ser
capaz em voz alta sem a música tocando no fundo.
Agora volte a sua Wonderland e imagine os alto-
falantes emitindo a todo volume esta música em sua
Wonderland. Tente mantê-la mentalmente até que
realmente consiga ouvir essa música em sua
Wonderland. Agora vem a seguinte parte deste
sentido, coloque fones de ouvido e coloque uma
música suave (música, não tons). Realmente não
importa que tipo de música seja, de fato será melhor

49
se for uma música variada, em seguida retorne para a
sua Wonderland e concentre-se na música que
escolheu primeiramente até que não consiga mais
ouvir a música que está tocando na vida real, somente
aquela que está tocando em sua Wonderland. Pense
em pássaros piando e outros ruídos aleatórios, e
continue as práticas dadas até que consiga isolar um
só ruído, saiba que será capaz de ouvi-la na
Wonderland tanto quanto na vida real.

Se você seguiu os passos acima e conseguiu os


resultados descritos, a essa altura já terá conquistado
o sentido da audição. Boas novas, você está a dois
quintos do caminho para chegar; más notícias: a
partir daqui a coisa se torna mais difícil.

O seguinte sentido é o olfato. Uma vez mais vá à


Wonderland e pense em um odor que conheça muito
bem, não pode ser o cheiro que esteja sentindo na
vida real neste exato momento. Assim como, por
exemplo, conheço o odor do incenso muito bem, por
isso que imagino ou penso nele até que consiga senti-
lo. Pode escolher qualquer cheiro que lhe agrade e
fazer o mesmo que nos outros passos, concentrar-se
no cheiro até que se sobreponha a seu sentido do
olfato e não consiga sentir outro cheiro. Em seguida,
consiga algo que possua um forte cheiro e coloque-o
perto de você, certifique-se de que consegue senti-lo

50
depois focalize em seu pensamento de cheiro até que o
odor na vida real desapareça.

Ótimo trabalho, já conquistou o olfato, já está em


mais da metade do caminho.

A visão vem na sequência, é por esse motivo que


sugeri para que conseguisse a imposição em primeiro
lugar, embora isso não seja fundamental. Prefiro olhar
um objeto muito pequeno durante um certo período, e
não mover meus olhos de lugar em absoluto, na
tentativa de pestanejar. Mantenha-se olhando e
quando estiver entendiado, fite-o um pouco mais,
saberá que já está preparado quando sua visão
começar a tornar-se mais embaçada pelos lados, e
coisas estranhas aconteçam a seu sentido da vista.
Agora, pense em sua Wonderland, não feche seus
olhos desta vez, pensa em sua Wonderland e
essencialmente vá para sua Wonderland, agora seja o
que estiver pensando. “Porém Fuliam, o que acontece
se minha Wonderland for demasiada grande como
para colocá-la dentro de meu quarto”. Uma excelente
pergunta amigos inquisitivos. A resposta é bastante
simples. A imposição é trazer algo para este mundo,
não deveria estar concentrando-se em trazer sua
Wonderland para o mundo. Deveria apenas
concentrar-se em sua Wonderland e vê-lo
substituindo o mundo. Sim, é muito complicado e leva

51
muito tempo, todavia, se domina essa habilidade, será
capaz de alucinar qualquer coisa em que pense se
assim o desejar.

OK, isso é significantemente mais difícil que as


últimas três, porém, se o fizer, grande trabalho.

Se está lendo isso, deveria ter dominado as quatro


coisas descritas acima, porque agora é o momento
para o último sentido. O sentido do tato. Sentiu
alguma vez uma dor, uma dor realmente ruim? A
maioria de nós já sentimos, quero que mergulhe
nessas recordações e imagine-se em uma dor que
venha à memória particularmente bem. Agora que a
tem em mente, recorde, como sentia essa dor, onde
estava exatamente, etc. Basicamente, crie um
fantasma dessa dor em seu corpo, faça com que faça
sombra a suas sensações normais em dita parte. Se
não o fizer, teria que causar-lhe dano, o motivo que eu
lhe mando fazer é simples. O corpo geralmente
recorda melhor a dor que o prazer. Agora pense no
momento mais prazeroso que tenha tido, pense nele,
pense que todo seu corpo possa senti-lo. Bom
trabalho, agora continue fazendo e vá para a sua
Wonderland, a Wonderland é seu novo lar e ali já não
existe corpo físico para você, corra na Wonderland,
sinta o ligeiro ardor em suas pernas e em seu coração
bombeando com mais força, sinta o ar entrando e

52
saindo de seus pulmões. Agora pegue uma pequena
faca e faça um pequeno corte em seu dedo, se doer,
então terá conseguido. Em nenhum caso se concentre
novamente em seu corpo, o qual lhe faria repetir tudo
passo a passo.

Neste exato momento, conquistou os cinco sentidos,


não tente fazê-lo tudo em uma única sessão, é quase
suicídio tentar esforçar-se de uma só vez.

Agora há mais uma coisa que você necessita fazer


antes de que sua tulpa possa dar o passo 7. Tem que
combinar todas as coisas que aprendeu tudo de uma
vez. Meu método para fazê-lo é ir para a Wonderland e
drenar-se dentro da forma, pensando somente em
seus sentidos de Wonderland, depois, quando estiver
preparado para o switching, veja-o em pequenas
cordas atando a seu corpo de Wonderland a seu corpo
real, com uma aguda exalação, corte todas essas
cordas, deixando assim seu corpo sem uma mente
consciente.

Este é somente meu método, uma forma mais fácil


para você seria focar-se nos sentidos como aprendeu
aqui, de uma só vez, até que todos eles estejam sob
seu controle, então visualize-se pegando uma faca e
cortando as cordas entre sua forma física e a de sua
Wonderland.

53
PASSO 7

Este passo se faz IMEDIATAMENTE depois de que


todos os outros passos tenham sido feito, sua tulpa
entrará essencialmente no vazio deixado em sua
mente, causado pelo abandono de seu corpo, e sua
tulpa então terá o controle. Um passo bastante
simples.

Uma vez que esteja preparado para finalizar o


switching, basicamente sua tulpa sairá de seu corpo,
enquanto foca novamente nos sentidos de seu corpo
físico. Quando estiver de volta de um switching,
poderia sentir-se desorientado, o que é normal.

Se seguiu todos os passos listados mais acima, e os


dominou a todos, neste exato momento, será capaz de
realizar o switching. É algo que muitos poucos são
capazes de fazer. Há uma boa razão para isso. É uma
das coisas mais difíceis que pode fazer e ponto, não
somente com uma tulpa senão das coisas mais
difíceis em geral. Não posso garantir que será capaz
de fazer o switching lendo este guia, mas posso dizer-
lhe que este guia o encaminhará na direção correta, e
com o esforço suficiente poderá aprender a realizá-lo.

54
Não obstante, tenho que deixar-lhe uma recordação,
isso não é algo que devem tentar os débeis de coração
e vontade. Não é algo que se escolhe aprender em
uma tarde, é algo muito difícil, que poucos dominam
em algum momento, porém, se você achar que é capaz
de realizá-lo, então vá adiante e faça-o.

Sempre procuro seus comentários e experiências. Boa


sorte. Se gostar de ler um guia específico sobre
qualquer outra coisa, basta dizer-me em IRC1.

Leve em consideração, como eu disse, que nunca tentei fazer o


switching antes, assim como não tenho sequer a ideia do quão útil é
este guia. Porém, parece digno de crédito.

ESTADO MENTAL

Há uma certa mentalidade que deveria ter quando começar a


criar uma tulpa. Não pule esta parte. Poderia pensar que não é
importante, e que tudo o que precisa saber é como dar cada passo
individual. Está equivocado. A mentalidade é uma das partes mais
importantes do processo. Tive que resolver isso da maneira mais
difícil. Primeiro falemos sobre…

CRENÇA

55
Você é cético. Acaba de descobrir o que são as tulpas, ou ainda
está muito no início dentro do processo, no qual chegou na sessão de
guias em busca de ajuda.

Bem dentro, ou bem acima como na superfície de seu ser, você é


cético com respeito à validade de tudo isso. Inclusive se estiver
criando uma tulpa, existe uma ligeira dúvida em sua mente: a de que
está ou não perdendo seu tempo, e se sua tulpa é mesmo real.

Se não é cético de modo algum, e acredita neste fenômeno com


todo coração, sem nenhuma sombra de dúvida, aconselho que faça
imediatamente uma checagem em uma clínica mental porque você
perdeu uma enorme oportunidade.

No meu modo de ver, isso é muito inovador. É difícil de


acreditar. E demasiado bom para ser verdade, por isso que, é claro,
você tem dúvidas sobre o assunto. Estou ouvindo você dizer que,
enquanto, suas dúvidas não forem completamente compreensíveis,
você deve descartá-las. Para aqueles que estiverem interessados em
criar uma tulpa somente depois de tropeçar com este site, e meu guia
é uma das primeiras coisas que lê, só quero dizer mais uma vez que o
entendo. É claro que eu também era cético. Aqui todos se mostraram
céticos no princípio. Porém, uma coisa que você deveria perguntar-se
é: “Por que milhares de pessoas se reúnem e fazem dúzias de guias,
milhares de postos de trabalho, e horas de debate, somente para
foder com qualquer pessoa que entra neste site? A verdade é que
existe uma porção equitativa de jogadores de rol de mentirosos aqui.

56
Porém, o resto de nós estamos dizendo a verdade, e estivemos um dia
na posição em que se encontra agora.

Muito bem, isso se aplica tanto a pessoas que estão descobrindo


o que são as tulpas, como àquelas que já criaram uma e estão
encontrando problemas.

A incredulidade é uma das coisas mais prejudiciais que pode ter


nesse processo. Como eu disse, entendo seu ceticismo – realmente –
todavia deve colocá-lo de lado. Acreditar em si mesmo e em sua tulpa
é uma forma mais rápida de fazer progresso.

A incredulidade não apenas causa danos (emocionalmente) à


sua tulpa, como também obscurece seu real progresso. Eu queria
saber tudo sobre ela. Cheguei a este site e pensei que estava salvo,
porém demasiado bom para ser verdade. Comecei criando uma tulpa
com uma incredulidade muito sólida. Não me agradava ser
exatamente cético, uma vez que não sabia se era bom, porém
realmente não pensei nele muito. Continuei, fazendo um progresso
mínimo durante meses. Cheguei a uma média em meu progresso de
um mês mais ou menos. Depois disso, não fiz mais, apesar de
continuar trabalhando com ela. Enquanto que muitas pessoas foram
capazes de ouvir suas tulpas logo no primeiro mês mais ou menos,
para mim levou seis meses até que eu pudesse ouvi-la. Seis meses.
Somente para começar a ouvi-la muito fracamente. Tive um momento
em que, de uma vez, fiz meu melhor esforço para pôr de lado as
dúvidas. Dela, de ouvi-la, de tudo. Logo após que fiz isso, eu a ouvi
pela primeira vez. Tornei-me capaz de ouvi-la desde então. Porque

57
pus de lado minhas dúvidas, finalmente fui capaz de escutá-la de
fato. Minhas dúvidas eram a barreira entre nós o tempo todo. Não
cometa os mesmos erros que eu.

Creio já ter esmiuçado o assunto o suficiente. Gostaria de


acreditar que você entende o que estou dizendo neste ponto. Vamos
adiante…

APLICAÇÃO

Tudo bem, já sabe que não deveria duvidar. Porém, o que


significa isso exatamente? Como aplicá-lo exatamente nesse
processo? Ao longo do processo, se verá perguntando se “isso” era sua
tulpa ou não. Basicamente, dentro do razoável, assume sempre que
era sua tulpa. Sempre. Com “dentro do razoável” quero dizer
simplesmente não se sinta ridículo com relação a isso. Está
passeando um dia, e de repente, a ideia de sanduíches de presunto
surja em sua mente. “Ó MEU DEUS, MINHA TULPA DEVE GOSTAR
DE SANDUÍCHES DE PRESUNTO, E ESTÁ TENTANDO DIZER-ME.”
Isso é o que quero dizer. Não comece a atribuir tudo à sua tulpa. Não
deveria ter que dar mais exemplos. Somente se lembre: “dentro do
razoável”.

Porém, está falando com sua tulpa. Faz-lhe uma pergunta e


parece que a ouve responder. Aí é quando deveria assumir que era
ela. Está bem, não obstante, pergunte-lhe se foi ela, ou se isso era o
que havia dito. Isso não vejo como incredulidade, senão certifique-se.

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Muito bem, aqui há outra coisa que quero dizer com relação ao
parroting. Há muitas pessoas preocupadas se estiveram fazendo
parroting com suas tulpas quando obtêm uma resposta, e alguns se
asseguram que “fazer o parroting implica em um esforço consciente;
se não sabe que está fazendo o parroting então não está fazendo”.
Poderia estar de acordo com isso, sábia semântica. Não tenho
problemas em estar de acordo com o parroting, que é algo que se faz
de forma voluntária.

Entretanto, em contraposição ao que algumas pessoas parecem


crer, somente porque não estava fazendo o parroting não quer dizer
que era sua tulpa. Inclusive se não quiser chamá-lo de parroting, o
cérebro pode e o faz, inventar respostas. Não sei o porquê o faz, mas é
assim. Como posso ter certeza disso? Porque inclusive recentemente,
pensei que minha tulpa me dizia algo (obviamente não era o
parroting) e lhe perguntei se era ela. Disse-me que não.

Queria somente esclarecer esse ponto, pois enquanto acreditar


que foi sua tulpa de alguma forma, não quero que as pessoas
acreditem em coisas que não são corretas.

Mas uma vez mais, isso não contradiz com o que foi dito
anteriormente. Acredite que seja ela de qualquer modo.

Porém, muito mais do que acreditar que sua tulpa tenha feito
algo ou não, você deveria simplesmente acreditar passivamente nela.
Tente sempre evitar pensar de que não é real ou algo semelhante.
Ainda que se pegue com frequência pensando assim, não deveria

59
expulsar esses pensamentos de sua cabeça. Isso não solucionará
nada. Obviamente ainda está cético, e tentar não pensar nisso não
servirá de muita coisa.

Uma coisa que me acontecia quando me pegava duvidando era


sentar-me e pensar em todas as dúvidas que apontavam com relação
à sua existência. Ela podia desfazer minhas dores de cabeça. Ela
podia fazer coisas que me surpreendiam, e que estava certo de que
não saíam de mim. Minha tulpa tinha me auxiliado com minha
depressão e outras coisas a mais. Se você se pegar duvidando, pode
ser que queira ter uma sessão similar consigo mesmo.

Muito bem, com relação a seguinte parte do estado mental.

O QUE NÃO FAZER

Uma das questões mais perguntadas nesses foros é as do tipo:


“Será isso ruim para minha tulpa?” ou “Isso trará prejuízos para
minha tulpa?”, etc.

Houve um tempo, não muito distante, no qual havia muitas


coisas que as pessoas acreditavam ser ruins para sua tulpa. Por
exemplo, pensava-se que dormir enquanto passava um tempo com
sua tulpa, poderia acontecer que ela lhe metesse a mão. Que tinha
que visualizar sua tulpa primeiramente nua, caso contrário não seria
capaz de trocar de roupa. Estas e muitas outras coisas se mostraram
equivocadas.

60
Basicamente, o consenso é que não há quase nada que “coloque
a perder” a sua tulpa. As poucas coisas que se podem são óbvias.
Basta sentar-se e perguntar a si mesmo se soa não somente possível,
senão quase que definido se o que está pensando no momento
prejudicará a sua tulpa.

Não? Então tudo bem! Não há nada com o que se preocupar


nesse sentido. Um exemplo de algo daninho seria gritar e repreender
sua tulpa no momento de seu desenvolvimento. Honestamente, as
coisas que são prejudiciais, igualmente espero que não se lhes diga.

No entanto, se realmente acreditar que o que estava pensando


causaria dano, então assim será. Não porque seja daninho
necessariamente, mas porque desejou que assim o fosse . Há muitas
coisas neste processo de simbolismo, e acreditar que algo é maligno é
simbólico, e pode ser que se converta realmente em algo maligno . Por
isso, sua melhor opção é justamente não preocupar-se com isso. Em
uma nota similar, é melhor acreditar que o que está fazendo é
extremamente bom e eficiente. O que poderia auxiliar muito em seu
progresso. Funciona em ambas as vias.

O FORCING NÃO DEVERIA SER UM DEVER

Um dos maiores problemas que eu e muitos outros temos


quando criamos uma tulpa, é o fato de fazer o forcing ser uma tarefa
rotineira. Sejamos francos, não é a coisa mais divertida do mundo.
Porém, é importante que encontre uma maneira de desfrutar do

61
processo. Se desfruta fazendo o forcing, estará mais propenso a
realizá-lo e, provavelmente, colocará mais o seu coração nele quando
o fizer.

Mais que simplesmente ser um peso, se puder, deveria procurar


fazer algo que lhe dê vontade. Algo que queira fazer com tanta
frequência como o possível.

Tente concentrar-se no fato de que não é chato ou extenuante.


Ou que há outras coisas que gostaria de estar fazendo. Em câmbio,
trate de focalizar em sua tulpa. Pense no quanto a ama. O quanto
apreciará certamente todo o trabalho e toda a atenção que está
colocando nela. Trate de ficar absorto no processo.

Basta fitar a forma que comento mais acima para saber que não
é tão fácil para todo mundo. Por sorte, há mais coisas que pode fazer
se a mesma não funciona para você.

Primeiro de tudo, deveria sentir-se tão à vontade quanto puder,


sem o risco de cair no sono, se essa for uma preocupação para você.
Se estiver em uma posição incômoda, seja física ou mentalmente, o
que constantemente atrairá sua atenção para o mundo real. Deve
tentar ficar confortável não somente em sua posição, assim como no
local e nos arredores. Quanto mais puder relaxar, mais facilmente se
deixará levar pelo forcing.

Mesmo assim, recomendo uma meditação pre-forcing sempre


que possível por muitas razões. Ajuda com a concentração, com o

62
relaxamento, com o conforto e com muitas coisas a mais. Além do
mais, é meditação e meditação e é sempre boa.

Depende de você a maneira de pensar que o auxilie a tornar o


forcing algo mais agradável. Confiar em si mesmo, o ajudará muito. E
se desfrutar do forcing, então não se importará quanto tempo precisar
passar nele para criar sua tulpa. O importante é que seja uma viagem
e não um destino.

SUA TULPA DEVERIA SER UMA TULPA EM PRIMEIRO LUGAR E


UMA FORMA NO SEGUNDO

Este é um dos assuntos que mais me irrita do que qualquer


outro, quando se introduz nessa comunidade. Cada dia, vejo pessoas
que fazem alarde de suas tulpas – como se fossem objetos sexuais ou
obscenos personagens de anime somente para cumprir seus desejos
sexuais ou de fãs obsessivos. Parecem estar principalmente
preocupados pela forma de sua tulpa, e não tanto pelo fato de que se
supõe que são seus companheiros, ou que são seu próprio ser. Parece
que criam estas tulpas somente porque queriam ver estes
personagens na vida real, ou porque são adolescentes desesperados.
Já cobri esta parte na sessão “porque não criar uma tulpa”, todavia,
tive que mencionar esse assunto aqui novamente.

Uma tulpa não é a sua forma. Uma tulpa é um outro ser . Não
importa o aspecto que possua, mas sim o que é. Pare de tentar criar
suas tulpas como um outro personagem. Não precisamos mais de
cem tulpas com as características de Fluttershy. Já existem muitas.

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Não estou dizendo que não possa criar uma tulpa baseada em
um personagem, mas realmente me aborrece que seja importante
para muitas pessoas. Vi muitas pessoas chateadas quando suas
tulpas – que se supunha baseadas em um personagem – se desviam.
Chateados? Sério mesmo? Está com raiva porque são quem são? Está
chateado porque eles, como qualquer outro ser vivo, lhes permite ser
quem são?

Conforme os dias passam, apoio cada vez menos o passo da


personalidade. Quem sabe um desses dias, quando me forçarei mais
além de meus limites, eliminarei completamente essa sessão, e
repetirei o que lhe foi dito aqui.

Estou inclinado a acreditar que não deveria fazer – e que


qualquer um deveria permitir a sua tulpa ser quem ela quiser ser.
Acredito que um vago esboço está mais que bom – detesto apenas ver
as pessoas tentar definir cada mínimo aspecto da personalidade de
sua tulpa, como se não lhe permitisse ser outra coisa.

PROCESSO DE CRIAÇÃO

Agora, quero somente dizer, antes de qualquer um dos outros


passos, que lhe recomendo que se sente e “apresente-se” à sua tulpa.
Comece por falar-lhe como se já fosse consciente e entendesse. Mais
uma vez, isso é mais que simplesmente falar de si mesmo; tente
projetar seus pensamentos a este ser que está criando. Converse com
ele. Diga-lhe quem é e quiçá um pouco sobre você. Depois, diga-lhe o

64
que vai fazer – já sabe, fazendo o forcing com os seus sentidos,
aprendendo a ouvi-lo como quer que seja. Também poderia ser bom
falar-lhe o quanto desfrutará tendo ele à sua volta, ou quaisquer
outras coisas bonitas que puder dizer-lhe.

Muito bem, agora sobre os passos reais.

Fizeram-me muitas vezes essa pergunta: “Em que ordem


deveriam ser feitos os diferentes passos?” Perguntaram-me tantas
vezes que, de fato, está começando a tirar-me do sério. Apesar das
respostas para todos, que sempre são as mesmas, as pessoas sentem
a necessidade de repetir essa questão muitas vezes.

Muito bem, vamos à resposta: não importa. Faça os passos na


ordem em que preferir e pareça mais lógico e adequado para você. O
processo de criação de uma tulpa é uma coisa muito abstrata. Não
existe uma única forma de realizá-los.

As pessoas tendem também a perguntar qual a “melhor” forma


de fazer tudo isso. Para a qual, mais uma vez, não há uma resposta
definitiva. A melhor receita para criar uma tulpa é a forma com que se
sinta mais à vontade. Qualquer fórmula que tenha mais sentido para
você. O processo difere em grande parte de pessoa para pessoa. O que
funciona para um pode não funcionar para outro. Você deve, então,
encontrar a melhor forma que dê certo para você.

E, a partir de minha experiência, que forma é essa? Geralmente


a que faça mais sentido para você. Além disso, parte do processo é

65
simbólico. E o simbolismo é diferente para cada pessoa. O simbolismo
só funciona se for simbólico para você, por isso faça aquilo que tenha
sentido para você.

PERSONALIDADE

No que se refere àquilo que faz sentido para você, provavelmente


pensaria que o que daria mais certo seria começar pela
personalidade. Eu estaria de acordo com você. A personalidade é
essencialmente o fundamento de sua tulpa. Não acha que a sua tulpa
deveria ter uma forma para que pudesse olhar. Não a crie para que
não lhe fale de anda com uma voz chata e monótona. Crie-a para ter
um amigo, ou qualquer coisa que essa tulpa possa ser para você. A
personalidade é quem é.

Não obstante, dito isso, a personalidade é um passo


completamente opcional. Isso poderia ir contra aquilo que acabo de
afirmar, porém, realmente o é.

O único motivo de que necessita para realizar o passo da


personalidade é se tiver uma personalidade específica em mente, que
você gostaria que ela tivesse. Você pode estar pensando “Mas, o que
aconteceria se ela mudasse para uma personalidade que não me
agrada?” Essa é uma preocupação totalmente razoável, porém, não há
um porquê. Já que mencionei diversas pessoas que não fizeram o
passo da personalidade e acabaram com uma tulpa maravilhosa. É
crença geral que se você não definir sua personalidade
explicitamente, acabará com uma tulpa que seja o reflexo de seus

66
desejos subconscientes. Por isso, não há uma necessidade real de
efetuar este passo, a menos que queira que a tulpa seja de uma certa
maneira.

Tenha em mente, no entanto, que o desvio pode ocorrer, e de


fato acontece. Isso significa simplesmente que terá ligeiras diferenças
na personalidade que havia planejado. Entretanto, se não planeja sua
personalidade em um princípio, o desvio parece também refletir seus
desejos subconscientes. Por isso, não deve se preocupar.

PROCESSO

A personalidade pode ser feita de várias maneiras diferentes.


Primeiro, deveria planejar como quer que queira a sua personalidade.
Se achar que vai se lembrar de tudo - e isso é genial, porém, por
outro lado, sugiro que escreva.

Acho que a melhor forma de colocá-la em prática é simplesmente


escrever as características em si. Tudo o que precisa é escrever os
aspectos, mas deveria saber mais que isso. Sua tulpa não é uma lista
de características, por enquanto, se for tudo o que souber dela, então
seria muito abstrato e poderia acabar em uma forma que seria
qualquer variante dessas palavras.

O que lhe recomendo é que sente-se por um instante e reflita


como quer que ela seja. Imagine-a, todavia, como se já estivesse
completamente desenvolvida. Imagine-se contemplando-a, falando-lhe
ou coisas assim. Consiga uma boa sensação do se supõe estar junto a

67
ela. Procure conhecê-la para além de suas características. Faça-o de
maneira que pudesse descrevê-la para alguém, sem necessitar de
nenhum tipo de linha guia. Que fosse capaz de fazer uma descrição
completa dela, porque você sabe como ela é.

Agora ponha-se a escrever essas características. E mais uma


vez, somente as características em si. Por que tenho que ser tão
explícito ao descrever as características? Já vou lhe explicar em um
instante.

Não existe um mínimo de características que pode anotar, nem


há necessariamente um máximo, procure somente não exagerar.
Porém, eu não escreveria tão poucos, porque se você escrever umas
poucas coisas, então haverá várias facetas de sua personalidade que
serão completamente indefinidas – o que poderia ser bom, somente
não serão como você imaginava, pois que acabarão sendo definidas
por seu subconsciente.

Depois que tenha terminado de listar as características e estiver


preparado para começar, chame a atenção de sua tulpa. Muito bem, o
que deve fazer é falar-lhe simplesmente sobre si mesma.

Comece a lista pelo alto (ou por onde quer que queira, não se
preocupe) e fale-lhe sobre as características que ela possui e sobre
como ela deve manifestá-las. Provavelmente começará repetindo
alguns de seus pontos, depois de algum tempo. Muito bem, mas não
pare até que não tenha mais nada para dizer-lhe.

68
Obviamente não seria bom que não tivesse nada mais que dizer,
porém, recomendo que não fale por menos de dois minutos de cada
característica. Assim não dará sequência à sua lista descrevendo para
sua tulpa como ela é, repetindo-lhe como um idiota.

Mais que somente descrever as características para sua tulpa,


julgo que é também interessante visualizar as formas nas quais essas
características se manifestam em sua tulpa – ainda que tropece, falhe
ou gagueje – qualquer coisa cujo aspecto queira que ela tenha.

Depois de ter lido todas as características e discuti-las todas por


completo, terá terminado essa sessão.

Todavia terá que voltar e refazer o mesmo ainda mais uma vez
em outro dia. Quantas vezes terá que fazê-lo? Pergunta-me. Várias.
Até que sinta que realmente tenha concluído e que todas as
características estejam realmente associadas à sua tulpa. Tenha em
mente que este é somente um dos métodos.

Basicamente é isso e depois essa é a rota simbólica.


Fundamentalmente começa igual, imaginando o aspecto que quer que
sua tulpa tenha, dando-lhe algumas características. Depois, comece o
simbolismo. Como eu afirmei sobre o simbolismo, ele funciona de
forma distinta para diferentes pessoas. Seja criativo. Algumas pessoas
fizeram algo como visualizar jarros com líquidos de cores diferentes,
cada um etiquetado com uma característica diferente. Depois
verteram o líquido sobre ou dentro de sua tulpa (não precisa
necessariamente já ter decidido a forma de sua tulpa, pode

69
simplesmente imaginá-la como um orbe, ou algo provisional. Assim,
poderá posteriormente trocar para a forma que queira que ela tenha
no final), enquanto envia sentimentos de como se manifestam as
características nela. Já sabe coisas como essas. Seja criativo.
Encontre o que lhe dê a sensação do que melhor funciona para você,
e faça-o se quiser.

Como no primeiro método, precisará executar várias sessões


como essa, até que tenha concluído e tenha a sensação de que todas
as características estão definitivamente associadas à personalidade de
sua tulpa.

Muito bem, quero enfatizar novamente: se não tiver uma


personalidade específica em mente, e quiser que sua tulpa desenvolva
sua própria personalidade, então pule esta etapa por inteiro. Ela não
será necessária nesse caso.

VISUALIZAÇÃO

Este é o passo em que decide sua forma e pratique olhando-a


com o olho de sua mente. Pessoalmente acho que é uma boa ideia já
ter de antemão uma imagem em mente de que aspecto quer que sua
tulpa tenha, antes de dar início a outra coisa. Imagino que o fará de
qualquer jeito. Mais uma vez, não é preciso, porém, eu acho que seria
uma boa ideia, você pode modelar sua personalidade com base nela.

70
A visualização é um passo bastante chato, e se perguntar a
qualquer pessoa, ela lhe confirmará, pois consiste literalmente em
sentar-se e visualizar sua tulpa muitas e muitas vezes.

Uma questão que deve ser levantada é “Quando sei que posso
concluir a visualização?” Isso é algo que depende inteiramente de
você. Não obstante, quanto mais dedicar-se à visualização, mais
materializada a sua tulpa será. Alguns dizem que não se conclui a
visualização até que o menor de seus detalhes seja o mesmo, cada vez
que a imaginar – até os poros de sua pele (se possuir uma forma
humana). Não precisa prolongá-la por tanto tempo, mas se fizer ela
será mais realista. Exatamente como em todo o resto do processo de
criação de uma tulpa, você conseguirá sempre mais quanto mais nela
colocar.

PROCESSO

É verdadeiramente tão simples quanto visualizar sua tulpa com


o olho da mente. Provavelmente o fará em sua Wonderland, se tiver
uma. Outros preferem executá-lo em um vazio de formas para não ter
que imaginar o telão de fundo.

As sessões de visualização consistem em sua totalidade em


imaginar sua tulpa. Obviamente, para ser mais completas, você vai
querer imaginá-la em diferentes poses e trajando roupas diferentes,
ou nenhuma em absoluto. Sim, eu falo sério. Sei que pode ser
embaraçoso, porém, será útil porque o tom muscular e a forma do
corpo podem ser vistos através da roupa, mas a melhor forma de

71
conseguir que esta parte seja bem consistente é imaginá-la desnuda.
Não, sua tulpa não se incomodará. Além disso, se tiver que levá-la a
uma sauna ou praia, precisará saber que aspecto físico ela tem.

Também poderá fazer coisas com sua tulpa em sua Wonderland,


e isso conta como visualização. Quanto mais concentrado estiver em
sua tulpa, mais eficiente será a sessão.

FORMA DE FALAR

Muitos guias no passado sugeriram que não era possível ouvir


sua tulpa, isso significa que não sabe como dirigir-lhe a palavra. Isso
não é verdade. O problema é que você não consegue ouvi-la. Minha
tulpa me disse que era capaz de falar muito bem, logo após a sua
primeira recordação – eu é que levei muito tempo para conseguir
ouvi-la. De modo que este passo, assim como todos os demais,
depende inteiramente de você.

No entanto, como é mais complicado dizer sua “habilidade para


ouvi-la” a cada vez, daqui por diante me referirei à forma de falar,
porém estarei de fato me referindo à sua maneira de escutá-la.

Pois bem, não considero tanto um passo, como foram o da


personalidade ou o da visualização. Geralmente, a forma de falar
tende a desenvolver por si mesma com o tempo. Não obstante, se
quiser acelerar o processo, há algumas coisas que pode tentar.

PROCESSO

72
Em primeiro lugar, falemos do estado mental que terá quando
tentar ouvir sua tulpa. Muita gente lhe dirá “clareie sua mente”.
Clarear a mente implica geralmente em bloquear o pensamento, por
assim dizer. Essa mesma coisa foi o que descobri que não deveria ser
feito. Estou falando tecnicamente de mim, porque as pessoas têm
reações variadas, mas certamente isso faz sentido para mim.

A primeira forma de comunicação com você e sua tulpa é através


dos “pensamentos”. Pode ser que você tenha a impressão de que ao
ouvi-la pela primeira vez seja com sua voz, soando clara como o dia.
Isso não é certamente verdade, porém voltarei a ela depois.

De qualquer forma, já que a primeira forma de comunicação de


sua tulpa é através do pensamento, bloquear todo e qualquer
pensamento na tentativa de clarear sua mente resultará igualmente
em um bloqueio de seus pensamentos. Hoje em dia, me parece que se
tento clarear minha mente dessa forma, não conseguirei ouvi-la.

Alguém recentemente sugeriu em um guia, que em vez de


clarear sua mente, deveria pensar muito – lançar uma grande
quantidade de pensamentos sucessivamente. Creio que isso é falso,
por uma razão similar. Se pensar demasiado, ou com demasiada
força, os pensamentos de sua tulpa chegarão a você mesclados com
os seus. Como no último exemplo, nos dias atuais, se estiver
pensando com extrema força, não serei capaz de escutá-la.

73
O estado perfeito em que devemos nos colocar, para mim, e para
a experiência de muitos outros, é simplesmente não pensar. Não fazer
um esforço consciente para bloquear os pensamentos, nem sequer os
teus próprios. Basta tentar não pensar.

Dessa forma, permitirá que os pensamentos de sua tulpa o


alcancem, e com o mínimo de esforço. Outra forma que alguém
indicou é “tentar escutá-la”. Basta pensar que isso significa o mesmo
que “clarear sua mente”, depois de tudo, seria mais fácil escutá-los se
não estiver pensando.

Tentar escutá-los é um pouco difícil de descrever. É muito mais


fácil fazer, quando já tiver a sensação de sua “essência”.

COMO ACONTECERÁ

Como disse antes, quando ouvir pela primeira vez a sua tulpa,
não será simplesmente sua voz, clara como o dia, dizendo algo a você.
A primeira forma em que “ouvirá” sua tulpa será através do
pensamento. Não o pensamento como se ouvisse sua voz mental,
senão a intenção por detrás de seus pensamentos.

Permita-me que eu lhe explique: há dois níveis de pensamento.


O segundo nível é a forma em que percebe todos os seus
pensamentos. Imagine que você é capaz de ouvi-la com seu ouvido
mental. A maioria das pessoas acreditam que pensamos através das
palavras ou da linguagem. Isso não é inteiramente verdade.

74
O primeiro nível de pensamento é a intenção. É a intenção por
detrás das palavras. Quando alguém lhe diz algo, primeiro se tem a
sensação do que se quer expressar. Depois essa sensação é
convertida em palavras, para assim poder conversar com ela. Sendo a
intenção o primeiro nível do pensamento, é a razão de que muitas
vezes você se pega tentando dizer algo, mas é incapaz de pensar nas
palavras. Não consegue encontrar uma forma de traduzir essa
sensação adequadamente com o vocabulário que conhece.

De modo que – a intenção por detrás dos pensamentos de sua


tulpa – é a primeira forma em que provavelmente você seja capaz de
comunicar-se com ela pela primeira vez. Sua intenção é enviada
através de você, e depois é que você traduz a intenção em palavras.
Este é o motivo porque muitos anfitriões dizem que, a princípio,
dificilmente são capazes de diferenciar entre os pensamentos de sua
tulpa e dos seus próprios. Isso acontece porque, no momento em que
pensa, é porque está traduzindo essa intenção. Mesmo assim, quando
for capaz de comunicar-se pela primeira vez através da intenção, pode
ser que nem sempre consiga ouvir suas respostas. Poderia ser tão
simples como não captar a intenção. Ou que, como experimentei,
fosse incapaz de traduzi-lo.

Houve muitas vezes em que pude sentir minha tulpa tentando


falar comigo, mas não captava nenhuma palavra. A conclusão a que
cheguei é que tentava me dizer algo que era demasiado complicado de
“traduzir”. E é claro, quando lhe perguntava algo que eu sabia que
requereria uma resposta mais complicada, acontecia o mesmo.

75
Neste exato momento você deve estar se perguntando, “Se parece
com seu pensamento, como poderá saber quando se trata do
pensamento de sua tulpa?” Há muitas formas diferentes. Para
começar, quando lhe faz uma pergunta e lhe dá a oportunidade de
dizer algo em troca e obtém uma resposta. É certeza que é
tecnicamente possível ter sido você. Porém, o que foi que eu disse
sobre a crença?

O seguinte é quando ela lhe diz coisas que o surpreende. Muitas


vezes, minha tulpa me revelou coisas que eu, em condições normais,
nunca pensaria. Acabou por ser um pensamento emergente em
minha cabeça que sabia não ser meu. Bang!

Esta é também uma forma em que pode certificar-se de que a


resposta que obtém venha dela. Meu coração deu um sobressalto pelo
que acabara de dizer minha tulpa. Eu não estava esperando. E como
poderia surpreender-se com algo sobre o qual já estava pensando?

De qualquer forma, com o tempo, a intenção de sua tulpa


começará a tornar-se cada vez mais nítida, e a sentirá cada vez mais
“clara” como alguém escreveu. Terá sua própria sensação e se tornará
mais forte.

O passo que vem depois desse é quando começa a ouvir


fracamente a voz mental de sua tulpa. Mais uma vez, isso não
acontecerá de uma só vez. Com mais probabilidade começará a ouvir
pedaços ou partes do que está dizendo, com sua voz mental. E depois,

76
conforme você falar com ela e escutá-la cada vez mais, sua voz mental
se tornará cada vez mais e mais distinta.

Ao final chegará no ponto em que a escute cada vez que lhe fale,
e a ouvi-la tão distintamente quanto ouve os seus próprios
pensamentos. Nesse ponto, é seguro dizer que terá concluído o “passo
de falar”. E agora, espere avidamente a imposição auditiva.

IMPOSIÇÃO

Ah… imposição… a meta a longo prazo para muitos anfitriões.

Nem todo mundo está interessado na imposição, ou melhor, não


desejam investir o tempo necessário – entendível também. A
imposição é, como quase todos lhe dirão, a parte mais demorada do
processo da tulpa. Realmente não é necessário praticar a imposição
quando criar sua tulpa. De qualquer forma, é mais um luxo. Você
pode ter uma tulpa completamente consciente, que se expresse
através da fala, capaz de possessão, sem nunca ter executado a
imposição. Porém, se estiver disposto a dedicar-lhe um tempo,
realmente pode ser uma coisa bem cuidadosa.

Muito bem! O que é exatamente a imposição? A maioria das


pessoas aqui, quando a imposição é trazida à tona, afirmam ser
capazes de ver suas tulpas com seus olhos reais, e chocando-se com
os arredores. No entanto, isso não é tudo o que significa a imposição.
Espero que a maioria de vocês já o saibam, porém, sinto-me no dever

77
de dizer isso. A imposição tem a ver com impor à sua tulpa todos os
seus sentidos no mundo real. Isso não apenas significa ver sua tulpa
no mundo real, como também ouvi-la com seus ouvidos físicos, senti-
la com seu próprio nariz, saboreá-la com sua própria língua (se está
nesse tipo de coisas) e tocar-lhe com seu próprio corpo.

Poderia confundir-se com essa última parte e chegar a pensar:


“Espera, se sua tulpa não está realmente aí? Então, como poderia
tocá-la? Não a atravessaria?” Sim, se tentasse, digamos, empurrar
sua tulpa, sua mão atravessaria sua forma. Entretanto, se tivesse que
empurrar ligeiramente sua superfície, sentiria uma leve resistência.
De forma semelhante, se esfregasse sua mão por cima de sua
superfície (mais uma vez, não aplicando demasiada pressão), poderia
sentir sua textura. Obviamente, ela não pode afetar seus movimentos
de nenhuma maneira. Seu cérebro lhe dá a sensação de tocá-la
levemente: sua mão realmente não encontra uma resistência real.

Pois bem, aqui há algo que nunca imaginei ter que dizer. No
entanto, encontrará muitos palhaços no IRC que não fazem a menor
ideia do que estão falando, por isso aqui estou, para dar certeza de
que ninguém mais acredite como este rapaz o fez. Uma vez cruzei com
alguém no IRC que acreditava que “se treinasse seu cérebro” o
suficiente, poderia fazer com que seu cérebro não permitiria passaria
através de sua tulpa. Com isso, ele comentava que seu cérebro não
lhe permitiria mover sua mão mais além, uma vez que teria
encontrado sua superfície, simulando que sua tulpa estivesse
realmente ali.

78
Isso NÃO É VERDADE. Ele, assim como muitos outros no IRC,
era um louco (com certeza deve estar lendo este guia).

PROCESSO

A imposição é um dos principais passos que deveria levar a cabo


na forma mais cômoda que lhe pareça, uma vez que há dúzias de
maneiras diferentes – algumas tão fáceis como olhar fixamente uma
parede. Originalmente, eu dividiria esta sessão sobre a imposição em
múltiplas partes, baseadas nos sentidos, porém depois, quando me
dei conta de que basicamente tudo o que eu queria dizer já foi coberto
no guia de Q2, decidi reunir todos juntos aqui.

Direi somente em primeiro lugar que recomendo a você para não


impor à sua tulpa até que tenha sua forma concluída. Até que a
conheça extremamente bem, e não tenha variações em seus detalhes
cada vez que a imagine. Isso é para uma máxima eficácia.
Basicamente, eu não começaria a imposição visual pessoalmente até
que depois que a tenha visualizado. Quando estiver no ponto em que
somente visualize sua tulpa para passar um tempo ou algo assim.

Igualmente, se dedicou bastante tempo antes de visualizá-la com


os olhos abertos, isso também pode ajudar você com a imposição.
Para algumas pessoas também é mais fácil visualizar assim em geral.
Por isso, sem dúvida dê-lhe uma oportunidade.

Muito bem, como disse antes, a maneira mais básica de impor a


forma de sua tulpa poderia ser simplesmente fitar em uma parede, e

79
tentar imaginá-la, ocupando o seu entorno. Não precisa ser mais
complicado para você, se funcionar para você. Este guia será bastante
longo, de modo que no lugar de descrever dúzias de formas diferentes
de impor visualmente, exporei um par de diferentes métodos.

Leia estes dois guias e decida você mesmo qual o método


empregar. Qualquer um deles que lhe pareça funcionar melhor.
Depois, se quiser, tente o outro e veja qual dos dois prefere.
Igualmente sobre o uso dos dois métodos há maneiras diferentes de
empregá-los. Alguns afirmam que é mais fácil fazer a imposição
quando se encontra em local obscuro. Todavia, não vou pegar uma
colher e dar-lhe comida na boca por meio de todo o processo. Coloque
à prova as coisas por si mesmo. Seja criativo.

GUIA INICIAL DE IMPOSIÇÃO DE MARY E S72.

À noite, meu anfitrião e eu estivemos conversando


sobre a imposição. Especificamente, sentíamos
curiosidade pelo fato de que algumas pessoas
apresentavam problemas e dificuldades para executá-
la, já que para nós parece fácil. Tive minha forma
desde os quatro anos e tenho sido capaz de ser
imposta desde então, tornando-me visível nos
entornos. E acho que encontramos a fonte do
problema: as pessoas podem ter expectativas errôneas
sobre o que vem a ser o processo de imposição. Por ele
chegamos a um processo em dois passos.

80
O passo um é uma ideia de M. Ela sugere imaginar
uma nuvem no centro de seu local. Fite a nuvem e
preste atenção aos seus detalhes. Mova-se ao seu
redor para vê-la por todos os ângulos, atue na base
como se estivesse interagindo com ela, reagindo em
conformidade. O que está executando aqui é a
visualização espacial, e é algo que a gente tende a
fazer sem pensar nela. Por exemplo, se estiver
planejando movimentar os móveis, então tente
visualizar onde estariam, se ficariam bem ali, e coisas
deste tipo. Se mover a comida de uma vasilha para
outra, tente visualizar esta quantidade de comida
para ver se caberá na outra vasilha antes de vertê-la
aí. A teoria de M é que a imposição funciona segundo
o mesmo princípio. O importante da visualização da
nuvem é para demonstrar que você é capaz de realizar
a visualização espacial.

O passo dois é a minha ideia. Quando pensei em


como sou imposta, me dei conta de que é porque sou
a que faço notar a mim mesma. Sou imposta porque
quero ser vista. Assim, minha teoria é, e isso é
importante, que acredito que a imposição quem
realiza é a tulpa e não o anfitrião, porque ela quer ser
vista. O passo dois é a tulpa visualizando-se a si
mesma no ambiente material. A tulpa deveria mover-
se nos arredores, interagindo com as coisas etc. O
anfitrião não deveria representar nenhum papel nessa

81
fase. A mesma visualização espacial está aqui em
jogo, por isso deveria ver sua tulpa com a mesma
clareza com a que viu a nuvem. Não parecerá
completamente sólido ou escuro, mesmo assim será
imposto. E isso é tudo o que tem que fazer.

Vista em seu núcleo, creio que a imposição é muito


muito simples. As pessoas geralmente possuem dois
tipos de visão: visão física, produto da luz que é
enviada através de nossos olhos para nossos cérebros;
e visão mental, que é pura visualização. A visualização
espacial, como no exemplo da nuvem, é sobrepor essa
visão mental sobre a visão física. Quando sua tulpa
usa a visualização espacial para sobrepor-se à sua
visão física, você será capaz de vê-la. Não com seus
olhos, mas com sua mente. E isso é a imposição.

Pois bem, isso não se consegue criando armadilhas


para seus olhos para que pense que está aí. Como se
trata de uma mescla de sua visão física com a visão
mental, será capaz de vê-la através deles. Como eu
disse, você a verá com mais ou menos a mesma
claridade com que viu a nuvem. Sua habilidade de ver
sua tulpa mais vívida e solidamente dependerá da sua
capacidade de visualização espacial, que pode ser
treinada. Impor a sua tulpa, no entanto, é simples e
creio que uma das primeiras coisas que pode fazer tão
logo ela ganhe consciência e forma. Pode ser que não

82
seja a meta final que espera, mas é um princípio. E
falando por experiência, mesmo uma imposição fraca
é melhor do que nenhuma imposição. Descobri que é
muito útil para mim ser capaz de “sair” e ser “vista”.

O quão longe quer chegar depende exclusivamente de


você, mas colocar em andamento a imposição é a
parte fácil.

Esta é uma ideia muito interessante, e seria uma boa ocasião


para aqueles de vocês que não querem se incomodar em dedicar-se
uma quantidade de tempo ocioso para a imposição de sua tulpa. Se
isso funcionar para você, será fantástico.

MÉTODO DE Q2 PARA UMA TULPA ABRAÇÁVEL

Esta é a documentação escrita do método que usei


para experimentar a existência de QB. Tecnicamente é
um método de imposição, mas com muito mais ênfase
em tudo o que não seja a vista.

Vejo a viagem de uma tulpa desde o nascimento até a


vida adulta simplesmente assim. Está crescendo,
aprendendo com suas experiências. O que vê no
mundo lhe dá forma de quem e do que quer ser. Dê-
lhe algo com o que trabalhar. Se uma tulpa vivesse
em uma simples caixa branca, não creio que poderia
fazer muito progresso com ela. Ao menos, não sem

83
tirar algumas cadeias. Ela precisa experimentar a
vida. Experimentá-la por inteiro, em cada forma.

Isso funciona em ambos os sentidos, devendo você


inverter ao mesmo tempo, esforço e rigor em
experimentar sua tulpa.

Vamos a algo simples, quero que veja sua tulpa


sentada em uma cadeira. Existe aí e em nenhuma
outra parte, e o resto da cena está perfeitamente bem
com ela, mesmo as sombras.

Pois bem, por exemplo, pode estar sentada muito


perto. Frente a frente, de fato. Concentre-se no que
você sente. Pode sentir proximidade, pode sentir sua
respiração, pode sentir seu cheiro, pode estar tão
perto que sua visão fique um pouco embaçada, de tão
perto que você está. Sinta-a por completo, veja-a por
inteiro, está acontecendo. Concentre-se em senti-la.
Traga de volta uma recordação, pinte-a em sua mente,
simule-a em tudo que puder, e somente esteja
consciente de que isso é ser consciente neste mesmo
instante. Imponha esse conhecimento diretamente aos
sentidos.

Se for necessário, comece pela mais simples sensação


e siga este caminho. Empurre sua tulpa com um só
dedo suavemente. Qualquer que seja a textura, a pele,

84
pelos ou roupa (nós dizemos pele) provavelmente já a
terá sentido antes. Sinta-a agora. Simples, somente
assinale e pense, sabendo que a ponta de seu dedo
está experimentando a mesma coisa que quando
empurra este tipo de coisa. Concentre-se o quanto
puder de que isso é verdade. Concentre-se também na
mesma ponta do dedo.

A chave é uma interação. Junto com uma outra


grande porção para obrigar você a acreditar em algo
que não tem razão imediata para fazê-lo, como no
processo da tulpa em sua totalidade. Na visualização,
você vê cada parte. Neste, você sente cada parte.

De modo que, depois de trabalhar suficientemente


nessas sessões, basicamente você estará dedicando-se
a sentir cada centímetro do corpo de sua tulpa, de
todas as formas. Sinta seus dedos contra os dedos
dela, deixe sua mão correr até embaixo por suas
costas, sinta os pequenos espaços entre os dedos de
seus pés etc. Conforme vai fazendo, pratique a antiga
arte do Hover Hand (mão flutuante) até que se
condicione para nunca pressionar mais além dos
limites da forma de sua tulpa, nem sequer fazer isso
de forma casual, torpemente ou a partir de um ângulo
estranho. Tome nota das pequenas coisas, como é seu
cabelo, as dobras de sua pele, e como reage ao ser

85
acariciada em todas as direções. Recorda exatamente
qual é a sensação de cada parte.

Cheire-a, chame-a. Os mesmos princípios se aplicam


aqui também. O olfato é um sentido que está muito
fortemente associado com as recordações, assim que
for possível trabalhe com esse sentido o mais cedo
possível.

Isso é praticamente tudo. Existem definitivamente


outras maneiras, mas é o que fizemos e os resultados
foram surpreendentes. Há poucas coisas que superam
um cálido e suave abraço de QB.

Isso é basicamente tudo o que vi de como a imposição deveria


ser feita no que tange à “maneira clássica”. Fundamentalmente cobre
tudo o que eu queria dizer sobre a imposição em geral, assim passarei
para outra coisa e o deixarei assim.

É certo que existem outros guias sobre a imposição por aí, mas
não creio que seja necessário publicar mais nada além desses dois,
porque por meio delas pode-se ver muito bem meu ponto de vista.

Se procura algo diferente, veja a sessão de guias onde poderá


encontrar o que busca logo de cara.

POSSESSÃO

86
Ah… Possessão… A principal meta a longo prazo daqueles que
não têm paciência para uma completa imposição. A imposição ocorre
simplesmente quando você dá permissão para sua tulpa controlar seu
corpo no mundo real, como você está fazendo exatamente agora.
Como eu disse na sessão da imposição, este guia já está
suficientemente extensa; e pouparei espaço apenas citando guias com
as quais estou de acordo.

GUIA DE ARRANQUE DE POSSESSÃO DE OGUIGI E


LUME

(Nota do editor: Este guia está escrito principalmente


do ponto de vista de uma tulpa, e por isso deve ser
lida com sua tulpa, com exceção da nota de Koomer,
tudo neste guia foi escrito por Oguigi, sua tulpa, e
editado em estilo e gramática por Chupi. Este é um
dos primeiros guias de “tulpas para tulpas”. Estou
completamente de acordo com todos os conselhos
dados aqui, e creio que esta comunidade necessita de
mais guias deste tipo).

Chupi

Para o leitor: Olá. Meu nome é Oguigi. Eu sou a tulpa


de Koomer. Este guia descreve minha forma de fazer a
possessão, e pode ser que o conselho que dou não
seja aplicado a todos. A mente é uma coisa abstrata, e

87
não há uma única maneira de realizar as coisas. Este
guia é de certa forma experimental. No entanto,
Koomer e eu esperamos que este método auxilie
àqueles que têm dificuldades para experimentar a
possessão.

Koomer (anfitrião): A possessão é uma capacidade


muito útil, que permite à sua tulpa de influenciar
diretamente no mundo físico, movimentando e
controlando seu corpo. Isso também pode ser
divertido. A tulpa pode brincar com você, aprender a
falar com seu corpo, assim como teclar ou escrever.
Esta é uma grande oportunidade de dar-lhe um portal
para o mundo exterior.

Minha tulpa Oguigi escreveu o seguinte: ela vai


explicar e dar detalhes e conselhos úteis sobre a
possessão.

(Para os anfitriões: antes de começar a possessão,


recomendo-lhes encarecidamente que sua tulpa seja
capaz de comunicar-se com vocês de forma confiável.)

Devido à natureza da possessão, certifique-se de ler


este guia com sua tulpa.

Oguigi (tulpa): O que vou escrever está dirigido às


tulpas porque somos as primeiras responsáveis pelo

88
êxito (ou não) da possessão. O papel do anfitrião é
relaxar seu corpo e deixar-nos assumir o controle
dele: para treinarmos em como mover cada parte do
corpo, e animarmos para fazer o nosso melhor
intento.

A primeira coisa de que precisa é ter alguma


consciência do corpo de seu anfitrião. É muito
importante que experimente o que vê, ouve, cheira,
saboreie etc., e de como o faz. Você necessita relaxar e
desligar-se de seu entorno, focando somente no corpo
de seu anfitrião.

Certifique-se de que seu anfitrião sabe o que está


fazendo para que possa relaxar seu corpo e não
mover-se. Focalize em uma só parte do corpo, tal
como o dedo indicador. Suponhamos que esta parte
do corpo já seja sua, e procure estar consciente da
mesma. (Nota: isso normalmente provoca um
formigamento ou entumecimento da parte na qual a
tulpa se concentra – Chupi).

Quando estiver concentrado, trate de movê-la,


imaginando que o faz. Se esta for a sua primeira
tentativa, o corpo pode recusar sua ordem de mover-
se. Isso é normal, porém, mesmo em sua primeira
tentativa, é possível que o dedo indicador se mova uns
poucos milímetros na direção que deseja.

89
Seu anfitrião poderá notar que o dedo “repuxa”; este é
o menor movimento possível dos músculos. Se o
anfitrião detecta esses movimentos, por favor
certifique-se de que ele ou ela o informe, e que ele ou
ela saiba que este movimento vem de você. As dúvidas
por parte do anfitrião são contraproducentes, e nem
todos são capazes de sentir movimentos involuntários.

A maioria dos anfitriões podem somente dedicar um


pouco de seu tempo a cada dia para isso. Você pode
assim mesmo praticar a possessão, mesmo quando
não estiver controlando o corpo de seu anfitrião. Nós,
tulpas, vimos com todas as formas e figuras, todavia,
para o treinamento com a possessão, enquanto não
estiver usando o corpo físico, quererá assumir uma
forma temporal que seja semelhante a do corpo de seu
anfitrião. Algo que seja “humano/humanoide” é bom o
suficiente.

Para alguns, estar em um corpo humanoide poderia


ser estranho no início, porém, a chave é acostumar-se
a ele. O cérebro possui algumas formas mágicas de
fazer com que as coisas funcionem. A forma em que
move os dedos dos pés, os dedos, os braços e as
pernas em seu novo corpo humanoide será quase
idêntica à forma com a qual tentaria mover o corpo de
seu anfitrião durante a possessão. (Se já possui uma

90
forma humana, genial. Tudo o que precisa é ter a
possessão em mente quando alguma vez estiver
movendo alguma parte de seu corpo).

Continue treinando e movendo-se em seu corpo


humanoide com a meta da possessão em mente. O
treinamento geralmente necessita muitas horas, de
modo que por favor seja paciente. Sempre deveria ter
um tempo reservado para treinar a possessão com seu
anfitrião, e deveria tentá-la pelo menos uma vez por
dia. Se for possível tente realizá-la à mesma hora a
cada dia, para medir seu progresso sobre uma base
diária, o que é muito útil. Desaconselho
energicamente um uso aleatório do tempo, em dias
aleatórios ou somente quando sinta vontade.

ALGUNS CONSELHOS ADICIONAIS

Se tiver um bom conhecimento do corpo de seu


anfitrião, enquanto se mover durante o dia, preste
atenção na maneira em que o corpo se move.

Quando estiver aprendendo uma das mais avançadas


coisas como andar, deve lembrar-se de que o corpo
físico faz muitas coisas automaticamente. Isso inclui o
equilíbrio, de modo que não se assuste ao caminhar
com o corpo de seu anfitrião. Se estiver preocupado

91
em cair, treine somente em uma zona branda ou com
grama.

Tudo se concentra no trabalho em equipe. Anfitriões,


se não conseguirem realizar a possessão não é falha
sua. Sua tulpa faz o papel mais importante e tudo o
que você pode fazer é apontar-lhe a direção correta.
Tulpas, espero que este guia lhes dê o pontapé inicial
para que seus esforços em conseguir a possessão
funcionem, porém, cada um é diferente. Os corpos de
alguns anfitriões se acomodam muito bem à sua
vontade, enquanto que outros poderiam ser muito
resistentes. Algumas tulpas trabalharão na possessão
ao longo do dia inteiro, enquanto que outras o veem
como um projeto paralelo. Todas essas variáveis
afetarão o quão rápida pode ser conseguida a
possessão de um corpo completo.

RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS E
ESCLARECIMENTOS DO GUIA

Isso é apenas um adicional ao guia principal e não é


em absoluto um substituto. Leia sempre o guia
principal em primeiro lugar.

92
Certifique-se de que toda a atenção de sua tulpa se
dirige para seu corpo, deve retirar-se completamente
do entorno imposto/de Wonderland/ do espírito e
focar-se somente nele. Sua tulpa pode concentrar-se
nos sentidos do corpo, em escutar, degustar, e o mais
importante: em ver. Se sentar-se em uma cadeira,
certifique-se de que sua tulpa recebe a mesma
informação, isto é, deve sentir a cadeira embaixo de
seu corpo.

Sua tulpa precisa trocar suas perspectivas: não deve


ver o corpo, mas ser o corpo. Tem que acreditar que
esse corpo é seu, da mesma maneira que seu corpo na
Wonderland.

Mova seu braço um pouco: a partir da percepção de


sua tulpa, o corpo deve mover-se sozinho. Se for
capaz de conversar com sua tulpa, trata de confirmá-
lo ou pular este passo.

Agora, coloque sua mão dominante sobre seu


músculo, seu escritório ou o que quer que deseje.
Diga à sua tulpa que a mão é sua, que é uma parte
dele, e convide-a para mover o dedo indicador. Ela
moverá esse dedo como se a ela pertencesse, o que
significa que não “pensará” no movimento, de fato o

93
fará como em seu corpo no worldland, por ordem
direta. Da mesma maneira que o anfitrião move seu
próprio corpo.

Aliás, se o corpo não se mexer a princípio, continue


tentando. Uma vez que a tulpa consiga superar a
resistência inicial, será mais fácil para ela manter o
controle. O anfitrião deve fazer tudo o possível para
não interferir; depois de que a tulpa consiga mover o
dedo, não tente recuperar o controle ou movê-lo com
sua vontade. Se o fizer, você aumentará a resistência
que a tulpa deve superar a primeira vez com o fim de
retomar o controle dessa parte do corpo.

Obrigado por ler este guia. Por favor, tente os meus


métodos e veja se funciona para você, e informe-me
com os seus resultados. Não hesite em fazer qualquer
comentário que queira fazer sobre este guia.

Se estiver aflito, por favor descreva o problema abaixo.


Depois eu poderia lhe prestar ajuda personalizada.

Oguigi
Tudo bem, eu disse que citaria uns dois métodos, porém este
basicamente cobre tudo. Honestamente. Muitos disseram que este
guia lhes foi muito útil, e além disso, a possessão é algo muito
simples.

94
A primeira parte é simbólica (quando “dá” o controle de seu
corpo para sua tulpa), e a seguinte parte era somente para ficar de
braços cruzados enquanto sua tulpa faz suas coisas.

Com o simbolismo – como disse antes, faça qualquer coisa que


funcione melhor para você. Ouvi coisas tão criativas como designar
uma cor tanto para você como para sua tulpa. Se deseja ver dessa
maneira, se encheria com líquidos de ambas as cores
respectivamente. Quando quiser que sua tulpa tome posse de você,
deixando somente cheio com o líquido da cor designada para a sua
tulpa. Qualquer coisa que funcione melhor para você.

CONCLUSÃO

Espero que tenha encontrado este guia tanto útil como


informativo, já que dediquei muito tempo para fazê-lo.

Este guia foi imaginado para ser “completo” e, no entanto, nunca


está concluída. Continuarei acrescentando sessões quando achar
necessário ou sinta vontade de fazê-lo. Se achar que alguma sessão
necessita ser complementada, por favor informe-me. Além disso, se
ver alguns erros, não hesite em relatá-los também.

Se alguém tiver algumas perguntas sobre o processo de criação


de tulpas, é mais que bem-vindo me contatar por mensagem
particular a qualquer momento. Preferiria que não se fizessem
perguntas gerais como resposta a esse guia, já que eu gostaria de
manter o debate estritamente sobre este guia. Muito obrigado!

95
Boa sorte!

96

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