Gaseificação de Cavaco de Eucalipto em Água Super Critica
Gaseificação de Cavaco de Eucalipto em Água Super Critica
Gaseificação de Cavaco de Eucalipto em Água Super Critica
Salvador
2020
ANE CAROLINE PEREIRA BORGES
Salvador
2020
B732 Borges, Ane Caroline Pereira.
Gaseificação de cavaco de eucalipto em água supercrítica na
presença do catalisador NiFe2O4 / Ane Caroline Pereira Borges. –
Salvador, 2020.
176 f.: il. color.
CDD.: 541.393
TERMO DE APROVAÇÃO
Aos meus pais, Analice e André, pelo amor e confiança, por serem meu maior exemplo
de dedicação e trabalho, e por sempre incentivarem a busca pelos meus ideais;
Ao meu irmão, Luan, pelo afeto, companheirismo e auxílio nas atividades sempre que
necessário;
Minha avó Alice e minha tia avó Julia, pelo amor e orações;
Ao meu marido Pierre, por toda cumplicidade, amor, incentivo, positivismo, apoio para
eu continuar lutando para alcançar minhas metas;
Aos meus orientadores, Prof. Silvio, Profa. Carine e Prof. Ednildo, por todo apoio,
incentivo, confiança e paciência ao longo de toda a jornada;
À Profa. Heloysa Andrade, por abrir as portas do LABCAT para a realização de análises,
como também por todo apoio e auxílio nos trabalhos desenvolvidos;
Aos Prof. Jude Onwuidili e Andy Ingram por me receberem na Aston University e
University of Birmingham (UoB) e por abrir as portas dos laboratórios para condução dos
experimentos, caracterização. Além de todo ensino, apoio e parceria durante e após o
desenvolvimento da pesquisa;
À CAPES pelo apoio financeiro;
Aos meus queridos amigos do LEN, especialmente Marcela, Yamilet, Márcia, Airton,
pelo companheirismo, conhecimentos compartilhados, e por todos os momentos de
descontração, tornando a longa jornada muito mais prazerosa;
Aos amigos que fiz durante o período do doutorando sanduíche em Birmingham, Ravenna
Matos e Douglas Soares, por serem tão receptivos, companheiros, pela alegria do dia a dia e
pela disposição em ajudar quando necessário;
Aos meus amigos queridos, pela compreensão nos momentos que não pude estar presente
por estar totalmente absorvida pelas coisas que tinha a fazer;
A todos que de alguma forma participaram do desenvolvimento desta dissertação.
A Deus pelo dom da vida e por sempre iluminar meu caminho e me dar vontade/forças
para continuar lutando pelos meus sonhos.
BORGES, Ane Caroline Pereira. Gaseificação de cavaco de eucalipto em água supercrítica na
presença do catalisador NiFe2O4. 2020. 176 p. Tese (Doutorado) - Centro Interdisciplinar de
Energia e Ambiente, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2020.
RESUMO
O cavaco de eucalipto representa 30% dos resíduos sólidos gerados na indústria de papel e
celulose, cujo aproveitamento térmico para geração de hidrogênio ou gases combustíveis pode
ser viabilizado por gaseificação em água supercrítica, uma técnica promissora, mas ainda pouco
investigada. A gaseificação em água supercrítica tem como principal vantagem a conversão de
biomassa úmida, eliminando o custo da etapa de secagem preliminar, comum em outros tipos
de gaseificação. Dada a escassez de dados na literatura sobre a gaseficação de cavaco de
eucalipto em água supercrítica, a presente tese buscou se aprofundar tanto no estudo
experimental quanto na modelagem/simulação da cinética química desse processo. O
desempenho da gaseificação de eucalipto em água supercrítica foi avaliado em um reator em
batelada, para identificação dos principais parâmetros operacionais (temperatura e tempo de
residência) que afetam a produção de hidrogênio. O catalisador escolhido foi a ferrita de níquel
(NiFe2O4), utilizada na gaseificação do cavaco de eucalipto em água supercrítica a 450 e 500
ºC em três diferentes tempos de residência (30, 45 e 60 min). Os dados experimentais
originalmente medidos serviram para a proposição de um modelo cinético capaz de prever a
concentração dos gases produtos. A presença da NiFe2O4 proporcionou um aumento de 45% na
produção de hidrogênio quando comparados testes sem catalisador com testes usando 2 g de
NiFe2O4. Isto contribuiu para uma redução significativa do resíduo sólido e aumentou a
porcentagem de derivados de fenol nos produtos líquidos orgânicos. A maior concentração
molar de H2 (23%) foi obtida a 450 ºC, usando-se 2 g de catalisador e 60 minutos de tempo de
residência. Os testes realizados após recuperação e reciclo da ferrita de níquel confirmaram o
bom desempenho catalítico do catalisador sintetizado pelo método de combustão, com
conversão mínima de 86% após o terceiro reciclo. O modelo proposto não foi capaz de
descrever com boa exatidão os efeitos da temperatura nas concentrações dos produtos gasosos
(H2, CO, CH4 e CO2), indicando a necessidade de melhoria das estimativas iniciais dos
parâmetros. A partir dos dados experimentais foi possível obter informações sobre as rotas de
formação do hidrogênio, que se originou principalmente pela reação de reforma a vapor, reação
de deslocamento gás d’água e pela reação de decomposição do produto intermediário. De modo
geral, os resultados sugerem que a ferrita de níquel apresenta uma atividade catalítica
significativa na reação de deslocamento gás d’água e de reforma a vapor, que favorece a
produção de hidrogênio na gaseificação em água supercrítica.
ABSTRACT
Eucalyptus chips represent 30% of the solid waste generated in the paper and cellulose industry,
whose thermal use for generation of hydrogen or combustible gases can be possible by
gasification in supercritical water, a promising alternative but it still little investigated. The
main advantage of supercritical water gasification is the convertion of wet biomass, avoiding
the costly preliminary drying process, as in conventional gasification. Given the scarcity of data
of gasification of eucalyptus wood chips in supercritical water in the literature, the present thesis
sought to deepen both in the experimental study and modelling of the chemical kinetics of this
process. The performance of eucalyptus gasification in supercritical water was evaluated in a
batch reactor, evaluating the effect of the main operational parameters (temperature, residence
time, catalyst) on hydrogen production. Nickel iron oxide (NiFe2O4) was used in the supercrital
water gasification of eucalyptus wood chips at 450 and 500 ºC and at three different residence
times (30, 45 and 60 min). The originally measured experimental data was used to propose a
kinetic model capable of predicting the concentration of product gases. The presence of
NiFe2O4 enhanced 45 % in hydrogen production when tests without catalyst were compared to
tests using 2 g of NiFe2O4. This contributed to a significant reduction in solid waste and
increasing the percentage of phenol derivatives in organic liquid products. The highest H2 mol
% (23%) was at 450 ºC, using 2 g of catalyst and 60 min of residence time. The tests performed
using the recovered and recycled nickel iron oxide confirmed the good catalytic performance
of this catalyst synthesized by the combustion method, providing a minimum conversion of
86% after the third recline. The proposed model was unable to accurately describe the effects
of the temperature on concentrations of the gaseous products (H2, CO, CH4 and CO2), indicating
the need to improve the initial estimates of the parameters. From the experimental data it was
possible to obtain information on the hydrogen formation routes, which originated mainly by
the steam reform reaction, water-gas shift reaction and the intermediate decomposition reaction.
In general, the results suggest that the NiFe2O4 catalyst presented significant catalytic activity
in water gas shift and steam reforming reactions to produce hydrogen in supercritical water
gasification.
Keywords: supercritical water gasification, hydrogen production, nickel iron oxide, kinetic
model, heterogeneous catalyst, eucalyptus chip.
LISTA DE FIGURAS
CZ Teor de Cinzas
DCM Diclorometano
Ea Energia de ativação
GC Cromatografia gasosa
K Constante de equilíbrio
k Constante de velocidade
MV Teor de voláteis
Pc Pressão crítica
T Temperatura
Tc Temperatura crítica
TG Análise termogravimétrica
CAPÍTULO 1.
INTRODUÇÃO
A busca por fontes de energia renováveis é um desafio em todo o mundo, entre as quais
se destaca a biomassa, que pode ser usada para produção de hidrogênio como combustível. O
processo de gaseificação de biomassa é uma das alternativas para se obter hidrogênio, mas a
matéria prima utilizada deve ter baixo teor de umidade. A gaseificação é um processo de
conversão termoquímica de um sólido em gás combustível, que mantém de 70-80% da energia
do combustível original. O processo ocorre a temperaturas elevadas (700-1500 °C) e na
presença de um agente de gaseificação (ar ou oxigênio, vapor e dióxido de carbono). No
entanto, durante o processo de gaseificação, uma parte do combustível não é convertida em gás,
mantendo-se como um produto de condensação (alcatrão) (HERNÁNDEZ; BALLESTEROS;
ARANDA, 2013). A qualidade e a quantidade de contaminantes estão relacionadas ao tipo de
biomassa utilizada, ao tipo de reator e às as condições operacionais do processo de gaseificação.
A formação de alcatrão é um dos principais problemas da gaseificação de biomassa, pois
provoca incrustação e entupimento nas linhas e equipamentos. Além disso, pode ocorrer a
polimerização do alcatrão em altas temperaturas, a produção de compostos policíclicos, em
casos extremos, até fuligem, e a desativação do catalisador (DEVI; PTASINSKI; JANSSEN,
2003; DUDYNSKI et al. 2015). Portanto, a remoção/redução de alcatrão na gaseificação é um
objetivo a ser alcançado.
Uma tecnologia promissora para garantir uma menor formação de alcatrão e elevado
rendimento de hidrogênio é a gaseificação de biomassa em água supercrítica (Supercritical
Water Gasification - SCWG). A principal diferença entre SCWG e as outras tecnologias de
gaseificação é o meio utilizado, água supercrítica e gás inerte e/ou vapor, respectivamente.
Devido à elevada solubilidade dos produtos orgânicos em água na condição supercrítica, a
reatividade aumenta, inibindo significativamente a formação de coque e de alcatrão, o que
melhora o desempenho do processo. A velocidade da reação de polimerização desses produtos
se reduz pelo fato de estarem diluídos, devido à solvatação das espécies originárias em água
supercrítica (KRUSE, 2009). Essa vantagem torna a tecnologia de gaseificação em água
supercrítica tecnicamente mais atrativa, pois é um processo que proporciona elevado
rendimento e forma pouco alcatrão, além de poder converter biomassa úmida, o que diminui os
custos de pré-tratamento. Entretanto, SCWG é um processo a elevadas pressões, que implica
em custo de capital elevado devido à necessidade de equipamentos robustos capazes de suportar
20
pelo menos 250 bar a temperaturas acima de 374 oC. Por essas razões, a avaliação criteriosa da
viabilidade tecnico-econômica deve ser feita caso a caso, para que os parâmetros operacionais
e seus efeitos sejam adequadamente compreendidos para cada tipo de biomassa a gaseificar.
Nesse contexto, o objetivo geral desta tese é o estudo do processo de gaseificação de
cavaco de eucalipto em água supercrítica, na presença de um catalisador heterogêneo preparado
para atuar na reação de deslocamento gás d’água (water-gas shift - WGS), com foco na maior
produção de hidrogênio.
1.1 JUSTIFICATIVA
derivados de petróleo. Em todos esses casos, as emissões de gases de efeito estufa são
relevantes. Apenas 4% de hidrogênio é produzido a partir de fontes renováveis
(PARTHASARATHY; NARAYANAN, 2014), apesar de sua utilização proporcionar a
diminuição de impactos ambientais.
A eletrólise da água tem sido uma maneira tradicional de produzir hidrogênio gasoso.
Além disso, os processos fotolíticos são outra opção viável se a eficiência desta tecnologia for
aprimorada para suportar os custos econômicos. Os tradicionais processos de gaseificação
também são outra maneira possível, contudo estão limitados a matérias primas com baixos
teores de umidade. Para contornar esse problema, uma alternativa é a gaseificação com água
supercrítica (SCWG), uma tecnologia promissora para produzir o gás hidrogênio com uma
elevada eficiência a partir de biomassa úmida (KRUSE, 2009).
A gaseificação de biomassa em água supercrítica é um processo relativamente novo,
pouco estudado, quando comparado com a gaseificação tradicional, sobretudo quando se trata
do processamento da biomassa in natura. Embora a gaseificação em água supercrítica aumente
a seletividade de produção de hidrogênio, são necessárias altas temperaturas e pressões, que é
uma das principais desvantagens da SCWG, pois eleva o custo de capital, tendo em vista que
equipamentos mais robustos são necessários para suportar tais condições operacionais. Na
ausência de catalisadores, as reações ocorrem em níveis de pressão e temperatura ainda mais
altos. Por isso, o uso de catalisadores é de grande importância para que o processo de
gaseificação em água supercrítica seja conduzido em condições mais amenas, com aumento do
rendimento do processo de produção de hidrogênio, e se torne economicamente viável.
O presente trabalho propôs a utilização de um catalisador heterogêneo à base de óxido de
níquel e ferro (ferrita de níquel) para o processo de gaseificação de cavaco de eucalipto em água
supercrítica. Mesmo sendo um catalisador bastante sintetizado, devido a sua alta magnetização,
resistividade elétrica, atividade eletroquímica e estrutura magnética (DOPPLER et al. 1988;
MALTHA et al. 1994, COSTA et al. 2006a, PATIL et al. 2008), a ferrita de níquel ainda não foi
avaliada na SCWG do cavaco de eucalipto. Além disso, optou-se por trabalhar com um
catalisador de óxido misto que fosse de baixo custo e com boa estabilidade térmica.
Por ser um processo ainda relativamente novo, ainda são poucos os modelos matemáticos
desenvolvidos para gaseificação em água supercrítica. Boa parte dos existentes concentra-se
nos compostos modelo, não considerando a biomassa real. Especificamente sobre o cavaco de
eucalipto, não existem modelos específicos para a SCWG disponíveis na literatura. A
interferência dos componentes da biomassa fornece uma compreensão mais profunda da
22
conversão da biomassa real. Diante disso, para um melhor entendimento da cinética, a partir
dos resultados experimentais, a presente tese propôs um modelo cinético que previsse a
concentração dos gases produtos.
1.2 OBJETIVOS
A tese está organizada em sete capítulos, sendo este Capítulo 1 introdutório, com os
objetivos gerais e específicos, e a estrutura da tese.
O Capítulo 2 apresenta a fundamentação teórica e uma revisão de literatura sobre a
gaseificação de biomassa em água supercrítica, discutindo-se os seguintes tópicos: efeitos dos
parâmetros operacionais (temperatura, catalisador, tempo de residência, pressão, concentração,
tamanho de partícula); limitações operacionais; catálise em fluidos supercrítico (catálise
23
• Periódicos
BORGES, A. C. P.; ONWUDILI, J. A.; ANDRADE, H. M. C.; ALVES, C. T.; INGRAM, A.;
VIEIRA DE MELO, S. A. B., TORRES, E. A. Catalytic properties and recycling of NiFe2O4
catalyst for hydrogen production by supercritical water gasification of eucalyptus wood chips.
Energies 13 (2020) 4553, https://doi.org/10.3390/en13174553.
24
• Eventos Internacionais
FCH2 - Fuel Cell & Hydrogen Technical Conference (2017) (Resumo / Banner):
BORGES, A. C. P.; ALVES, C. T. ; FIUZA, R. ; ANDRADE, H. M. C. ; INGRAM, A. ; Vieira
de Melo, S.A.B. ; TORRES, E. A. Heterogenous catalyst, NiFe2O4, for the water gas shift
(WGS) reaction to improve hydrogen yields. In: FCH2 – Fuel Cell & Hydrogen Technical
Conference, 2017, Birmingham.
25
CAPÍTULO 2
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E REVISÃO DA LITERATURA
Acima da sua temperatura crítica (Tc = 374 ºC) e da sua pressão crítica (Pc = 22,1 MPa),
a água supercrítica (supercritical water - SCW) apresenta propriedades mais próximas ao vapor
de água, como a viscosidade e a difusividade, e também características mais semelhantes às da
água líquida, como a densidade (Tabela 1). Essas características contribuem para que a água
26
supercrítica penetre mais facilmente nos poros da biomassa proporcionando reações mais
rápidas e efetivas.
Fluido
supercrítico 100-800 0,05-0,1 0,01-0,1
Devido aos efeitos das condições de temperatura e pressão utilizadas para obtenção da
água no estado supercrítico, observa-se uma mudança no comportamento dielétrico da água,
permitindo que a água supercrítica atue como solvente para compostos apolares. Nas condições
supercríticas, a constante dielétrica é reduzida, o que possibilita que a água solubilize
compostos orgânicos, podendo ser empregada como meio reacional na gaseificação de
biomassa em água supercrítica (MATSUMURA et al. 2005; ZHANG; CHAMPAGNE; XU,
2011). Além disso, trata-se de um solvente não tóxico, não inflamável, abundante e de baixo
custo. Por isso, há grande vantagens em se usar a água supercrítica como solvente, ao invés de
solventes orgânicos comuns.
Na região supercrítica, a alta temperatura mantém a viscosidade próxima às observadas
nos gases, aumentando as taxas de difusão, o que contribui para uma grande taxa de dissolução
de compostos, e consequentemente melhores condições de operação com maiores rendimentos.
A alta pressão mantém a densidade do fluido próxima à dos líquidos, aumentando a
condutividade térmica (BOUKIS et al. 2003). Essas mudanças fazem da água supercrítica uma
boa opção como solvente para muitas reações, como gaseificação, oxidação, etc.
Quando a água está em condições supercríticas, à pressão constante, o aumento da
temperatura e a redução da densidade ocasionam o enfraquecimento das ligações de hidrogênio
das suas moléculas e consequentemente a constante dielétrica diminui (SHAW et al. 1991;
SCHMIEDER et al. 2000). Essa redução da constante dielétrica provoca alteração na
capacidade de solubilidade da água. Assim, a água nas condições supercríticas se torna capaz
de dissolver completamente muitos compostos orgânicos, resultando em um meio reacional
27
homogêneo (LEE; KIM; IHM, 2002; OSADA et al. 2006), o que possibilita reações rápidas de
compostos orgânicos (MATSUMURA, 2002; YOSHIDA et al. 2003).
A principal diferença entre a SCWG e as outras técnicas de gaseificação está na
termoquímica relacionada ao meio utilizado (água supercrítica, gás e/ou vapor inerte). Em torno
do seu ponto crítico, a água apresenta alto produto iônico [H+] [OH-] ~ 10-11 (mol/L)2
(MATSUMURA et al. 2005). Devido à alta concentração de íons H+ e OH-, a água pode atuar
efetivamente nas reações orgânicas como catalisador ácido ou básico, contribuindo na
degradação dos componentes da biomassa. Os macroconstituintes da biomassa lignocelulósica
(lignina, celulose e hemicelulose) se dissolvem na água supercrítica. Estes constituintes são
subdivididos em açúcares simples, que são gaseificados com o aumento da temperatura e da
pressão, enquanto os compostos fenólicos presentes na estrutura da lignina são reformados para
gases simples, como H2, CO, CO2 e CH4 (FANG et al. 2008; KRUSE, 2008).
Segundo Lacho-Perez et al., (2015), o processo SCWG pode ser classificado em três
regiões de operação conforme as temperaturas de reação, indicadas na Tabela 2. A Região I (T
> 500 °C) é a região supercrítica de altíssima temperatura. É a região em que mais se converte
biomassa em hidrogênio, além de produzir quase nada de alcatrão. Não é necessário o uso de
catalisador, pois a elevadas temperaturas a reação de shift é favorecida, aumentando a rápida
conversão de hidrogênio. No entanto, também é utilizado catalisador quando se deseja melhorar
ainda mais o rendimento de H2 e na conversão de carbono, evitando-se a formação de carvão.
outros gases de
Baixas temperaturas (T < Tc) X moléculas orgânicas
menores
Fonte: Adaptado de Basu e Mettanat (2009)
Tc (H2O) = 374 °C
A Região II (Tc < T < 500 ºC) é a região supercrítica de alta temperatura. É favorável para
conversão em gás rico em metano e com alto rendimento de alcatrão, devido às condições de
repolimerização dos produtos hidrolíticos. É necessário o uso de catalisador de metais nobres
28
Segundo Reddy et al. (2014), algumas das principais reações que ocorrem durante a
gaseificação de biomassa em água supercrítica são as reações de hidrólise, reforma a vapor,
metanação e de deslocamento gás d’água, como demonstrado nas equações (1) a (10). As
composições dos produtos gasosos estão relacionadas às características e à concentração de
biomassa utilizada, às condições de processo e ao tipo de reator. Reddy et al. (2014) mostraram
que o rendimento do gás hidrogênio e a eficiência são maiores para uma menor concentração
de biomassa, enquanto as de metano e dióxido de carbono aumentam, assim como os teores de
alcatrão e carvão.
𝐶𝐻𝑥 𝑂𝑦 + (2 − 𝑦) 𝐻2 𝑂 → 𝐶𝑂2 + (2 − 𝑦 + 𝑥⁄2) 𝐻2 (1)
𝐶𝐻𝑥 𝑂𝑦 + (1 − 𝑦) 𝐻2 𝑂 → 𝐶𝑂2 + (1 − 𝑦 + 𝑥⁄2) 𝐻2 (2)
Hidrólise da celulose:
(𝐶6 𝐻10 𝑂5 )𝑛 + 𝑛𝐻2 𝑂 → 𝑛𝐶6 𝐻12 𝑂6 (3)
Reação de reforma da glicose:
𝐶6 𝐻12 𝑂6 → 6𝐶𝑂 + 6𝐻2 (4)
Hidrólise da lignina:
(𝐶10 𝐻10 𝑂3 )𝑛 + 𝐻2 𝑂 → 𝑛𝐶10 𝐻12 𝑂4 → 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑓𝑒𝑛ó𝑙𝑖𝑐𝑜𝑠 (5)
Reforma a vapor:
𝐶𝑜𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜 𝑓𝑒𝑛ó𝑙𝑖𝑐𝑜 + 𝐻2 𝑂 → 𝐶𝑂 + 𝐶𝑂2 + 𝐻2 (6)
Reação de deslocamento gás d’água (WGS):
𝐶𝑂 + 𝐻2 𝑂 → 𝐶𝑂2 + 𝐻2 (7)
Reação de metanação do CO:
𝐶𝑂 + 3𝐻2 → 𝐶𝐻4 + 𝐻2 𝑂 (8)
Reação de metanação do CO2:
𝐶𝑂2 + 4𝐻2 → 𝐶𝐻4 + 2𝐻2 𝑂 (9)
Reação de hidrogenação:
𝐶𝑂 + 2𝐻2 → 𝐶𝐻4 + 0,5𝑂2 (10)
2.1.1.1 Temperatura
Uma quantidade elevada de biomassa tem um efeito negativo sobre o rendimento dos
gases e causa problemas de obstrução no reator (LU et al. 2006). A grande quantidade de
matéria prima impossibilita que a gaseificação seja completa, provocando a formação de
alcatrão e fuligem durante o processo. Não ocorrendo a gaseificação completa, há uma redução
do rendimento dos produtos gasosos que, segundo Matsumura et al. (2005), pode ser explicada
pela saturação da parede do reator com a biomassa adsorvida. Essa saturação pode ser devido
à não homogeinização da mistura, mas também devido ao acúmulo de cinzas nas paredes do
reator. Além disso, o tamanho das partículas também pode favorecer o acúmulo da matéria no
leito reacional e, consequemente, interefir na composição dos produtos gasosos. A saturação de
biomassa ou o acúmulo de cinzas nas paredes do reator podem interferir na troca de calor, na
adsorção dos gases formados e, consequentemente, na redução do rendimento do produto
gasoso.
2.1.1.3 Pressão
2.1.1.5 Catalisador
Esta seção descreve os principais desafios enfrentados pelos pesquisadores que trabalham
com a gaseificação em água supercrítica, tais como corrosão, obstrução das linhas e desativação
do catalisador, e algumas possíveis soluções que podem ser adotadas para superá-los. Além
disso, pode-se citar o alto custo de capital, a recuperação de catalisadores homogêneos e a ação
das paredes do reator como catalisador.
Ambas as reações necessitam de uma elevada energia para que ocorram no sentido direto.
Logo, apenas a altas temperaturas é possível obter uma conversão significativa. Entretanto,
operar em tais condições aumenta o custo associado com o processo devido ao gasto com
equipamentos apropriados e energia para compressão e aquecimento. Isso se deve,
principalmente, ao processo de SCWG, uma vez que seu meio reacional, a água, possui um alto
calor específico (GUO et al. 2010; AZADI; FARNOOD, 2011). A utilização de catalisadores
em uma reação pode não apenas reduzir sua energia de ativação, mas também minimizar a
produção de produtos indesejados como o coque, e de compostos intermediários, aumentando
a seletividade do produto desejado, além de fragmentar as cadeias de certos compostos
orgânicos para facilitar sua reatividade (CORREA; KRUSE, 2018).
Um bom catalisador para a gaseificação de biomassa em água supercrítica deve ser capaz
de ajudar a quebrar as ligações C-C, de permitir o rápido equilíbrio durante a reação de água-
gás (WGS - reação de shift) e hidrogenação (PETERSON et at. 2008), e de acelerar a
fragmentação da ligação C-O. O catalisador deve ser capaz de auxiliar na gaseificação dos
intermediários reativos, que são rapidamente formados a partir da reação de hidrólise dos
componentes da biomassa, para evitar a geração de materiais poliméricos. Fatores como
estabilidade, vida útil, eficiência e custo afetam a seleção de um catalisador. Sabe-se que o uso
de catalisador pode aumentar o custo operacional devido ao seu alto valor. Por isso, é de
interesse o uso de catalisador de baixo custo e de fácil separação dos produtos.
Há uma vasta literatura voltada para o estudo e a aplicação de catalisadores, tanto
homogêneos (GUO et al. 2010; DING et al. 2014; GE, JIN, GUO, 2014; SHEIKHDAVOODI
et al. 2015), quanto heterogêneos (YOSHIDA; OSHIMA; MATSUMURA, 2004;
YAMAGUCHI et al. 2009; GUO et al. 2010; LU; LI; GUO, 2014) na SCWG. Catalisadores
homogêneos encontram-se dispersos na mesma fase que os reagentes, geralmente líquida, e por
isso apresentam diversas desvantagens quando comparados com os heterogêneos,
principalmente por causar corrosão, entupimento e incrustação dos equipamentos, além de
posterior necessidade de processos de separação para sua recuperação, o que representa custo
adicional.
Yoshida, Oshima e Matsumura (2004) gaseificaram lignina e celulose utilizando
catalisador de níquel em um reator em batelada em água supercrítica a 400 ºC, 25 MPa e 25min
de tempo de residência. A eficiência da gaseificação foi baixa quando se utilizou pouca
quantidade de catalisador (0,04 g). Contudo, aumentar a quantidade de catalisador de 0,04 para
0,08 g levou a um notável aumento da eficiência de gaseificação de hidrogênio (59%), o que
36
Uma solução para este problema pode ser a inserção de estabilizadores metálicos para
repelir a impregnação de carbono, dispersar o Ni e evitar a mudança de fase (LU; LI; GUO,
2014). Jin et al. (2017) mostraram que catalisadores bimetálicos de Zn-Ni e Cu-Ni são mais
estáveis e conduzem a um maior rendimento de gás hidrogênio na gaseificação supercrítica de
furfural.
Esforços têm sido empreendidos para descobrir meios de tornar o Ni de Raney mais
seletivo para a formação de H2. Azadi e Farnood (2011) mostraram que encerrar a reação antes
que se complete é uma das formas de se obter o rendimento de H2 maior que o de CH4, apesar
da elevada possibilidade de impregnação do catalisador por carbono. Outra forma viável de
aumentar a produção de hidrogênio é adicionar metais como estanho, molibdênio ou ferro,
alterando a superfície do catalisador ao criar locais defeituosos e ligas com o Ni, que
funcionarão como inibidores da metanação (HUBER; SHABAKER; DUMESIC, 2003).
Contudo, o meio mais utilizado para aumentar essa seletividade é utilizando suportes
porosos e resistentes, nos quais o catalisador encontra-se disperso. Nesse sentido, Lu et al.
(2014) testaram suportes de Al2O3 impregnados com alguns óxidos. Constataram que o suporte
de CeO2/Al2O3 foi o que obteve melhor resultado quanto à seletividade e a conversão de H2,
seguido pelo La2O3/Al2O3, enquanto os de ZrO2/Al2O3, Al2O3 e MgO/Al2O3 não apresentaram
uma diferença tão expressiva entre si, apesar de todos terem tido desempenho superior à
amostra sem suporte. Além disso, foi observado que o CeO2/Al2O3 conferiu um aumento de
estabilidade do catalisador devido à capacidade do CeO2 de reagir com o carbono impregnado,
oxidando-o. Em outro estudo, Kang et al. (2016) estabeleceram a sequência do melhor para o
pior suporte para catalisador de níquel aplicado na SCWG da lignina para geração de H2: Al2O3
> TiO2 > carvão ativado > ZrO2 > MgO.
É possível perceber que a facilidade de modificar os catalisadores metálicos (como o de
Ni) para alcançar o produto desejado é o que os leva a serem mais utilizados em processos
industriais. Entretanto, vale ressaltar que, além das alterações químicas feitas no catalisador,
tanto as nuances da alimentação quanto as condições operacionais afetam fortemente a reação
(AZADI; FARNOOD, 2011).
40
Os óxidos não são comumente utilizados como catalizadores na SCWG. Os poucos que
já foram estudados para esta função são CaO, ZrO2, CeO2 e RuO2. Apesar de ter uma atividade
menor que os catalisadores homogêneos, como o hidróxido de sódio, segundo Watanabe;
Inomata; Arai (2002), o óxido de zircônio é altamente seletivo para a produção de H2 e atua
como um inibidor da metanação. Por exemplo, o óxido de zircônio garantiu a produção de duas
vezes mais H2 em comparação com os resultados obtidos da gaseificação não-catalítica de
glicose e celulose.
Recentemente, misturas de óxidos decorrentes da associação entre eles, formando os
óxidos mistos, têm chamado atenção. Estes óxidos são facilmente identificados pois contêm
mais de um cátion em sua estrutura, que pode ser bimetálica, trimetálica, etc. Os óxidos mistos
possuem uma ampla gama de aplicabilidade na área de saúde, na indústria química e em centros
de pesquisa acadêmica. Di et al. (2017) mostraram que é possível remover fármacos e poluentes
como o arsênio com a utilização de óxidos mistos metálicos à base de Zn-Fe para a
descontaminação de efluentes. Já Ali et al. (2015) produziram e analisaram a eficiência
eletroquímica de eletrodos dos nano óxidos mistos Ca3Co2O6, CaMnO3 e Ca2CuO3 para super
capacitores.
A maior aplicabilidade destes óxidos se encontra na catálise heterogênea, tanto como
catalisadores, quanto como suportes, devido às suas propriedades únicas, entre as quais podem
ser citadas a elevada seletividade em um meio reacional, a porosidade, a área superficial, o
poder regenerativo e a resistência a altas temperaturas e ambientes quimicamente agressivos,
além do comportamento redox e ácido-básico, e serem relativamente baratos (COPELAND et
al. 2013; GARRIDO et al. 2013).
Catalisadores sintetizados a partir de óxidos mistos têm apresentado valores de atividade
superiores aos dos óxidos comuns em várias reações orgânicas. Óxidos mistos também têm sido
utilizados em reações de deslocamento gás d’água, como foi o caso do CuO/ZnO/Nb2O5
utilizado por Silva et al. (2018), e em reações de decomposição de metano para a produção de
H2, como o óxido de perovskita LaNiO3 ou o óxido de NiAl2O4. García-Sancho et al. (2018),
após testar vários catalisadores com Ni, observaram que os suportados por óxidos mistos Mg-
Al apresentaram maior atividade catalítica para a decomposição do metano e menor
contaminação dos sítios ativos.
41
• Precipitação
• Co-precipitação
• Método de Impregnação
Este processo é um dos mais simples de operar e o mais comum para a síntese de
catalisadores suportados, principalmente quanto aos aplicados à SCWG, como mostram Shirai
et al. (2014) ao sintetizarem Ru suportado em grafite para a conversão supercrítica de resíduo
de etanol da produção de eucalipto. Consta em colocar a solução precursora da fase ativa em
contato com o suporte, geralmente óxidos metálicos, penetrando em seus poros sem, no entanto,
dependendo de qual seja o suporte, esses óxidos metálicos poderem ou não interagir
quimicamente com a superfície destes. O catalisador adquire a morfologia, textura e resistência
mecânica do suporte. As etapas de secagem, calcinação e escolha do agente ativo são de extrema
43
• Método de combustão
O método de combustão é uma técnica simples e rápida para obter materiais com
propriedades físicas e químicas desejáveis, de alta estabilidade térmica e com baixo custo de
produção. Assim, a reação de combustão pode atingir temperaturas elevadas suficientes para
garantir a cristalização, produzindo pós quimicamente homogêneos de elevada pureza, que são
muitas vezes constituídos por partículas nanométricas (COSTA et al. 2006a; PATIL, 2008;
ALVES et al. 2013).
44
O catalisador é sintetizado a partir da reação de combustão dos sais dos metais de interesse
e um combustível. A ureia é um exemplo de combustível bastante utilizado para este tipo de
reação, pelo fato de proporcionar pouca formação de gases e por possuir baixo poder de
redução. Outra vantagem desse método é que não necessita uma fonte externa para conduzir a
reação, pois o calor necessário é fornecido pela própria reação (COSTA et al. 2006a; PATIL,
2008; ALVES et al. 2013).
Nesse método, durante o procedimento, a mistura é aquecida e, quando atinge uma certa
temperatura, entra em ignição através da reação de combustão autossustentada e rápida,
resultando em um pó seco e fino. Os subprodutos gasosos da combustão inibem a aglutinação
das partículas por funcionarem como barreiras que evitam seu contato umas com as outras,
facilitando a operação (MOKKELBOST et al. 2004; COSTA et al. 2006a). Por utilizar
reagentes hidratados como agente oxidante, a mistura é mais facilmente homogeneizada e, após
a combustão, resulta em um produto também mais homogêneo.
Diante da revisão da literatura sobre as características dos catalisadores homogêneos e
heterogêneos, decidiu-se na presente trabalhar com um catalisador heterogêneo que se
adequasse às informações da revisão de literatura, fosse de baixo custo e que proprocionasse
também inovação ao trabalho. Por isso escolheu-se a ferrita de níquel (NiFe2O4) para ser
utilizado como catalisdor na gaseificação do cavaco de eucalipto em água supercrítica. Para que
o catalisador apresentasse alta estabilidade térmica, propriedades químicas e físicas desejáveis,
e ao mesmo tempo utilizando um método de síntese rápido e de baixo custo de produção,
escolheu-se o método de combustão.
As ferritas são materiais que apresentam estabilidade térmica e química, de baixo custo e
de fácil processamento. O método mais convencional para produção de ferritas é o método
cerâmico, um método físico que consiste na mistura dos óxidos por moagem, cujo produto final
apresenta pouca homogeneidade, baixa produtividade e presença de fases não desejadas
(AKTHER et al. 2007).
Como exemplos de métodos não convencionais que vêm sendo utilizados podem-se citar
a co-precipitação (LI; LIU; GAO, 2009; MAAZ et al. 2009), a reação de combustão (COSTA;
MORELLI; KIMINAMI, 2004; COSTA et al. 2006), e o método sol-gel (LI; LIU; GAO, 2009).
A escolha do método de preparação das ferritas é muito importante, pois afeta as suas
características magnéticas e elétricas, como também sua composição, estrutura do catalisador
e, consequentemente, a atividade catalítica do sistema. Assim, a síntese por reação de
combustão apresenta-se como uma alternativa para obtenção de ferritas com alto grau de
pureza, pó uniforme, e com a vantagem de ser um método eficaz e de melhor viabilidade.
Na presente tese, a ferrita de níquel foi escolhida como catalisador heterogêneo para a
gaseificação do cavaco de eucalipto em água supercrítica por se tratar de um óxido misto com
alta estabilidade térmica, e devido ao método de síntese escolhido, método de combustão,
porporcionará que o catalisador sintetizado apresente estrutura mesoporosa, o que facilitará a
adsorção durante as reações, além de ser um catalisador cujo uso na gaseificação de cavaco de
eucalipto em água supercrítica é inédito.
A Tabela 3 apresenta os mais recentes estudos experimentais de gaseificação de biomassa
em água supercrítica, com e sem catalisador. Analisando a Tabela 3, observa-se que apenas um
47
trabalho foi realizado usando o resíduo de eucalipto como matéria prima previamente, o
trabalho de Shirai et al. (2014), que faz uso do Ru/C como catalisador. A tabela também revela
que nenhum trabalho foi realizado previamente utilizando a ferrita de níquel como catalisador
na gaseificação em água supercrítica com o cavaco de eucalipto ou com qualquer outra
biomassa. Isto motivou ainda mais a realização do presente trabalho. Mas para o melhor
entendimento da cinética do processo, também foi necessário propor um modelo matemático
que avaliasse os principais produtos intermediários formados durante as reações.
48
Tabela 3- Artigos experimentais sobre SCWG de biomassa publicados nos últimos 6 anos (continua)
Pressão Tempo de
Biomassa Temperatura (ºC) Catalisador Referência
(MPa) residência (min)
Resíduo de comida 420-480 26-30 40 Ni/Al2O3; Ni/9La-Al2O3 Su et al., 2020
Bagaço de cana-de-
açúcar e casca de frutas 300-500 22-25 50 Ni Raney Kumar e Reddy, 2019
cítricas
Resíduo de óleo de Ru/Al2O3; Ni-Si-Al2O3;
375-675 23-25 15-60 Nanda et al. 2019
cozinha K2CO3; Na2CO3
550-850 23-30 1-15 - Chen et al. 2019
Resíduo de comida
400-450 32-50 60 trona; K2CO3; cinzas de algas Duman et al. 2018
Ni/MgO; Zn/MgO suportados
400 25 30 Mastuli et al. 2019
Folha de palmeira- e dopado
dendem NiO/MgO; CuO/MgO;
380 22,1 8-32 Mastuli et al. 2017
ZnO/MgO
Ni/rGO; Cu/rGO; Co/rGO; Zafarghandi, Hadi e
355-405 28 30
Mn/rGO; Cr/rGO Sabet, 2019
Samiee-Zafarghandi et
Microalga chlorella sp 355-405 17,5-26,5 15-45 NiO/SiO2; MnO2/SiO2
al. 2018a
Samiee-Zafarghandi et
380 22,5 30 -
al. 2018b
300-550 21-23 40-70 Ru/Al2O3; Ni-Si-Al2O3 Nanda et al. 2018
Palha de trigo
300-500 23-25 15-45 - Nanda et al. 2016a
Bagaço de cana-de-
600-750 23-25 5-20 K2CO3; Na2CO3; Ni-Raney Cao et al. 2018
açúcar
FeCl3; ZnCl2; Ni/Si-Al2O3;
Areia betuminosa 550-700 23 15-60 Rana et al. 2018
Ru/Al2O3
49
Tabela 3- Artigos experimentais sobre SCWG de biomassa publicados nos últimos (continua)
Tempo de
Pressão
Biomassa Temperatura (ºC) residência Catalisador Referência
(MPa)
(min)
KOH; K2CO3; NaOH;
Água residuais do moinho de 530 25 20 Casademont et al. 2018
Na2CO3
azeitona
400-600 25 30-150 s Ni/Al2O3; Ru/Al2O3 Ekin e Akgün, 2018
Amrullah e Matsumura,
Lamas de depuração 500-600 25 5-60 s -
2018
Palha de milho 650 22,5 30 - Chen et al. 2018
Alga verde (scenedesmus
550 25 45 - Molino et al. 2017a
dimorphus)
Lixiviado de aterros de
550 25 20-60 Ni/Al2O3 Molino et al. 2017b
resíduos sólidos urbanos
Microalga marinha Ni-Fe-Al2O3; Ru-Ni-
400-440 25 5-30 Norouzi et al. 2017
(enteromorpha interstinalis) Fe/Al2O3
Na2CO3; K2CO3 KOH; Nanda, Dalai e Kozinski,
Phleum pratense 450-650 23-25 15-45
NaOH 2016
Alga marinha (cladophora Safari, Norouzi e
380-460 27 5-30 Algal hydrochar
glomerata) Tavasoli, 2016
Casca de amêndoa/palha de 440 25 15 - Salimi et al. 2016
cevada/caule de canola,
palha de arroz, casca de noz, 440 25 15 - Safari et al. 2015
palha de trigo
Na2CO3; K2CO3; No-
Farinha de canola/palha de
650 26 50 Ce/Al2O3; Ni/Al2O3; Kang et al. 2016
trigo/pheleum pratense
Ru/Al2O3
50
Tabela 3- Artigos experimentais sobre SCWG de biomassa publicados nos últimos 6 anos (continua)
Tempo de
Pressão
Biomassa Temperatura (ºC) residência Catalisador Referência
(MPa)
(min)
Na2CO3; K2CO3; No-
Farinha de canola/palha de
650 26 50 Ce/Al2O3; Ni/Al2O3; Kang et al. 2016
trigo/pheleum pratense
Ru/Al2O3
Licor negro 600-700 25 22,5 - Blasio et al. 2016
Microalga (acutodesmus
600-690 28 140-150 s - Elsayed et al. 2016
obliquus)
Resíduo do tratamento Louw, Schwarz e Burger,
450 27 15-120 Ni/Al2O3-SiO2; K2CO3
primário da industria de papel 2016
Estrume de cavalo 400-600 23-25 15-45 NaOH; Na2CO3; K2CO3 Nanda et al. 2016b
Casca de banana; casca de
coco; casca de limão; casca
de laranja; casca de aloe vera; 400-600 23-25 15-45 NaOH; K2CO3 Nanda et al. 2016c
casca de abacaxi; bagaço da
cana-de-açúcar
Palha de arroz 400-440 26 10-30 - Salimi et al. 2016
Microalga verde (Chlorella
vulgaris; scenedesmus 385 26 15 Ni/Al2O3; Ni Raney Tiong et al. 2016
quadricauda)
Serragem de pinheiro;
500-600 20-42,5 60 K2CO3 Cengiz et al. 2016
serragem de abeto
51
Tabela 3- Artigos experimentais sobre SCWG de biomassa publicados nos últimos 6 anos (conclusão)
Tempo de
Biomassa Temperatura (ºC) Pressão (MPa) Catalisador Referência
residência (min)
Ni/Al2O3; Ru/Al2O3;
300-550 23-25 20-60 Nanda et al. 2016d
NaOH; KOH
Pinheiro Ni/CeO2-Al2O3; KOH;
400-550 - 30 CaMg(CO₃)₂; (Mg, Ding et al. 2014
Fe)₂SiO4
300-500 23-25 15-45 - Nanda et al. 2016a
Cachos de frutas 380 24 8 - Sivasangar et al. 2015
Bagaço 400 24 15 Ni-Cu/Al2O3 Mehrani et al. 2015
Polpa de fruta 400-600 25 0-60 Ru/C Elif e Nezihe, 2016
Resíduo de eucalipto 400 37 5 Ru/C Shirai et al. 2014
LiOH; KOH;NaOH;
Casca de amendoim 400 22-24 20 Ca(OH)2; Na2CO3; K2CO3; Jin et al. 2014
Ni Raney
Na2CO3; K2CO3; Ca(OH)2;
Carvão 750 23-26,5 5 Ge, Jin e Guo, 2014
NaOH; KOH
52
O modelo cinético mostrou que pode predizer resultados experimentais para uma
variedade de biomassa. Os resultados mostram que as espécies intermediárias são as
principais fontes de CO, CO2 e CH4 e que o H2 é formado principalmente via reação de
reforma a vapor para tempos de residência curtos e via reação de deslocamento gás d’água
para tempo de residência mais longos.
O modelo cinético desenvolvido por Jin et al. (2015) foi usado para descrever a
gaseificação de lignito de alta umidade para produção de hidrogênio. O modelo foi
utilizado para ajustar os dados experimentais obtidos da gaseificação do lignito em água
supercrítica em um reator tubular operando a 560 ºC, 25 MPa, tempo de residência
variando de 4,66 a 14,41 segundos e concentração de 5%.
Para modelagem, 7 reações foram consideradas como as principais rotas de
gaseificação do lignito em água supercrítica (Apêndice B). Visando minimizar a
complexidade do processo foram omitidas reações de alguns intermediários e os
principais produtos gasosos considerados foram o H2, CO, CH4 e CO2. As constantes de
equilíbrio foram determinadas utilizando o método dos mínimos quadrados.
A validação do modelo foi comprovada pela previsão da composição do produto
gasoso. A partir do modelo foi possível obter informações sobre as rotas de
formação/consumo do hidrogênio, que se originou principalmente pela reação de reforma
57
CAPÍTULO 3.
CARACTERIZAÇÃO DO CAVACO DE EUCALIPTO
O teor de carbono fixo (𝐶𝐹) é obtido através de uma medida indireta. Considera-se
que o teor de carbono fixo é a fração mássica que foi queimada, formando CO2 e H2O.
Para a determinação do teor de 𝐶𝐹 é utilizada a Equação 16:
𝑂 = oxigênio (%).
García et al. (2012) abordam a vantagem vinculada ao alto teor de compostos voláteis
uma vez que, associado com um elevado teor de carbono fixo, é responsável pelo aumento
do poder calorífico da biomassa. Além disso, um alto teor de voláteis torna fácil sua
ignição e aumenta sua reatividade.
Enquanto isso, o resultado encontrado para os compostos voláteis é notável, o que
significa que, se por um lado provavelmente esse tipo de biomassa entra em ignição
facilmente, por outro, pode produzir uma quantidade elevada de alcatrão. Uma vez que o
alcatrão pode causar sérios danos mecânicos no equipamento, deve-se buscar sempre a
mínima produção possível deste subproduto. KRUSE et al. (2008) ressaltam os benefícios
da utilização da rota supercrítica da gaseificação hidrotérmica de biomassa. Nas
condições supercríticas, o alcatrão é altamente solúvel em água (meio reacional), o que
evita a sua polimerização.
3.2.3 EDX
Cavaco de
Elementos Eucalipto
(%)
Ca 28,02
Fe 15,59
K 11,68
Si 10,72
Zn 10,02
Al 9,46
Cu 5,89
Ti 5,69
S 2,93
3.2.5 TG
3.3 CONCLUSÕES
A etapa de caracterização do cavaco de eucalipto permitiu conhecer as principais
características da biomassa a ser utilizada nos testes de gaseificação em água supercrítica.
A partir dos resultados da análise de espectroscopia de raios-X por dispersão em energia,
observou-se um alto teor de cálcio (28,02%) na composição das cinzas, o que pode vir a
provocar a ocorrência de deposição no reator e posteriormente redução da taxa de
transferência de calor. A quantificação dos macroconstituintes pela deconvolução
subestimou a porcentagem de lignina (5,61 %) e superestimou a porcentagem de
hemicelulse (48,37 %), indicando que o ideal é fazer apenas uma aproximação. Logo,
para garantir uma quantificação mais precisa dos componentes da biomassa, o adequado
é usar o método TAPPI (Technical Association of the Pulp and Paper Industry).
70
CAPÍTULO 4.
SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DO CATALISADOR
Para a síntese do catalisador foram utilizados como matérias primas o nitrato férrico
(Fe(NO3)3.9H2O), o nitrato de níquel (Ni(NO3)2.6H2O) e a ureia (CO(NH2)2).
A síntese e as análises de caracterização do catalisador, antes de realizar os testes
catalíticos, foram conduzidas no Laboratório de Catálise e Materiais (LabCat), localizado
no Instituto de Química da Universidade Federal da Bahia. As análises de microscopia
eletrônica de transmissão (MET) e de varredura (MEV) foram realizadas no Instituto de
Metalurgia da Universidade de Birmingham.
Kλ (19)
𝑇=
Bhkl cosӨ
Onde:
𝑇: tamanho médio do cristalito, em angstrom (Ǻ);
𝐾: fator de forma (comumente =0,9);
𝜆= comprimento de onda da radiação empregada, em angstrom;
𝐵ℎ𝑘𝑙: largura do pico à meia altura, em radianos;
2Ө: ângulo correspondente ao pico utilizado no cálculo.
Para avaliação da estabilidade térmica (já que os testes catalíticos são conduzidos a
temperaturas elevadas) foi realizada a análise termogravimétrica (TG), usando o
equipamento TG / DTA Shimadzu H-50, sob o fluxo constante de nitrogênio. Cerca de
10 mg de amostra foram utilizados, submetidos à taxa de aquecimento de 10 °C/min, na
faixa de temperatura de 25 a 1000 °C.
4.2.1 DRX
três diferentes quantidades de ureia, e concluíram que os pós formados usando mais
quantidade de uréia apresentaram picos de alta intensidade da fase principal NiAl2O4, o
que indica que eram mais cristalinos. De acordo com Zhang e Stangle (1994), isso ocorre
porque o aumento da quantidade de ureia proporciona que uma temperatura mais elevada
seja alcançada durante a síntese.
4.2.2 TPR-H2
4.2.4 TG
4.2.5 EDX
Ferrita de níquel
Elementos (NiFe2O4)
(%)
Fe 63,085
Ni 36,407
Si 0,258
Ce 0,156
Nb 0,094
4.2.6 FTIR
de partícula calculado por MET foi na faixa de 16-24 nm. Esse resultado está em
concordância com o resultado obtido pela equação de Scherrer (18 nm). Esta gama de
valores também é semelhante aos valores encontrados por Costa et al. (2006a) e Chen e
He (2001), que obtiveram uma faixa de 22-29 nm e 5-30 nm, respectivamente, para a
ferrita de níquel.
4.3 CONCLUSÕES
O catalisador ferrita de níquel NiFe2O4 foi investigado para a produção de
hidrogênio por gaseificação supercrítica da água de cavaco de eucalipto. O catalisador foi
sintetizado pelo método da reação de combustão e uma mistura de óxidos contendo
NiFe2O4, Fe2O3 e NiO foi obtida, indicando que a reação não estava completa nas
condições de síntese utilizadas. A difração de raios-X e a análise microscópica
confirmaram a natureza das partículas nanométricas do pó sintetizado, 18 nm e 16-24 nm,
respectivamente. O catalisador sintetizado também demonstrou uma boa estabilidade
térmica e uma área superficial de 32,36 m²/g, valor característico de catalisadores obtidos
a partir da técnica de combustão.
83
CAPÍTULO 5.
GASEIFICAÇÃO EM ÁGUA SUPERCRÍTICA DO CAVACO DE EUCALIPTO
EM REATOR EM BATELADA
A mistura de sólido e produto líquido foi filtrada usando uma bomba de vácuo.
Após separar o resíduo sólido da fase aquosa, a fase orgânica (bio-óleo) foi extraída
usando diclorometano (DCM) como solvente orgânico. O reator foi lavado com 10 mL
de DCM para extrair qualquer produto sólido/alcatrão restante no reator.
89
1
Disponível em < https://www.shimadzu.com/an/toc/lab/toc-l/features.html#415-1>. Acessado em: 29
mai. 2020.
91
Para o teste com melhor resultado (maior formação de hidrogênio), o resíduo sólido
foi recuperado por filtração a vácuo e seco em um forno a vácuo a 105 °C, por 2h, até
obtenção de uma massa constante. A massa do resíduo sólido, contendo catalisador pós-
teste e cinzas foi posteriormente calcinada a 500 ºC, por 2h, para determinar a quantidade
do catalisador recuperado.
Onde:
𝑚(𝑐𝑎𝑟𝑣ã𝑜) = massa de carvão (g);
𝑚(𝑟𝑒𝑠í𝑑𝑜 𝑠ó𝑙𝑖𝑑𝑜) = massa do resíduo sólido (g);
𝑚(𝑐𝑎𝑡𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑜𝑟) = massa do catalisador (g);
𝑚(𝑐𝑖𝑛𝑧𝑎𝑠 𝑛𝑜 𝑐𝑎𝑣𝑎𝑐𝑜) = massa de cinzas no cavaco(g).
Onde:
𝑥𝑖 = composição molar de gás (%);
𝑛𝑖 = número de mols de cada componente (mol);
𝑛(𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙) = soma de todos os mols de cada componente(mol).
80 4,0
Porcentagem molar (%)
70 3,5
Tabela 11- Resultados dos experimentos e os balanços materiais de SCWG de cavaco de eucalipto
Tempo de Cavaco de Resíduo Conversão
Temperatura Catalisador Gás Líquido
Exp. residência eucalipto Sólido de Biomassa
(ºC) (g) (wt%) (wt%)
(min) (g) (wt%) (%)
Teste 1 2,2162 - 38,09 35,94 25,96 64,05
Teste 2 450 2,1995 0,9999 58,28 12,45 29,26 87,54
Teste 3 2,2015 1,9948 53,92 10,89 35,20 89,12
30
Teste 4 2,2211 - 51,55 31,79 16,66 68,21
Teste 5 500 2,2148 1,0085 66,84 20,51 12,64 79,49
Teste 6 2,2060 2,0002 66,98 6,70 26,33 93,30
Teste 7 2,1985 - 36,59 28,25 35,16 71,75
Teste 8 45 450 2,2071 1,0054 52,67 16,65 30,69 83,36
Teste 9 2,2252 1,9975 52,57 7,15 40,27 92,84
Teste 10 2,2031 - 34,34 27,28 38,39 72,73
Teste 11 450 2,2083 1,0009 45,41 15,27 39,42 84,83
Teste 12 2,2019 2,0048 48,19 4,51 47,30 95,49
Teste 13 60 2,2027 - 46,97 26,91 26,12 73,09
Teste 14 500 2,2093 0,9996 64,94 13,77 20,29 85,23
Teste 15 2,2093 1,9996 65,94 4,44 29,62 95,56
Teste 16 400 2,2229 1,9977 41,33 18,91 39,76 81,09
95
Figura 22- Efeito do catalisador NiFe2O4 e do tempo de residência a 450 ºC na composição dos
gases e na eficiência da gaseificação de hidrogênio (EGH) e eficiência da gaseificação de
carbono (EGC)
Figura 23- Influência do catalisador NiFe2O4 nos testes a 500 ºC na eficiência da gaseificação
de hidrogênio (EGH) e eficiência da gaseificação de carbono (EGC)
Figura 24- Balanço material para experimentos a 450 e 500 ºC e 60 min de tempo de residência
Figura 26- Balanço material para SCWG do Cavaco de eucalipto a 450 ºC e 2 g de NiFe2O4 na
eficiência da gaseificação de hidrogênio (EGH) e eficiência da gaseificação de carbono
(EGC)
60% 120%
Balanço de Carbono
50% 100%
na fração molar de H2; 60,4 % na fração molar de CH4; 46,9 % na fração molar de
hidrocarbonetos C2-C4 e uma redução de 31,4 % na fração molar de CO2. Os resultados
obtidos foram diferentes dos encontrados por Susanti et al. (2012), que durante a
gaseificação da glicose em água supercrítica, sem a adição de catalisador, aumentando a
temperatura de 500 para 600 ºC obteve um aumento de 39,3 % de H2 e 18,78 % de CO2,
mas um redução de 84,6 % de CH4.
Os resultados encontrados por Susanti et al. (2012) evidenciam que o aumento da
temperatura favoreceu as reações de reformar a vapor e a reação de deslocamento gás
d’água, já que os principais produtos gasosos obtidos pelos autores foram o hidrogênio e
o dióxido de carbono. Resultados coerentes com os obtidos na literatura por YU, et al.
1993; GUO et al. 2010; LANCHO-PEREZ et al. 2015.
De acordo com os resultados obtidos no presente trabalho, a ferrita de níquel pode
ter favorecido mais a reação de metanação de CO do que a reação de deslocamento gás
d’água, e/ou a decomposição dos produtos intermediários. Isso explica o aumento das
porcentagens molar de CH4 e C2-C4 com o aumento da temperatura para 500 ºC. Segundo
Susanti et al. (2012), para garantir a maior formação de H2 a partir da reação de
deslocamento gás d’água é necessário um grande excesso de água. Desse modo,
proporciona que a água, além de atuar como solvente, também atue como reagente
durante a reação.
%. Os autores Cortright; Davda; Dumesic (2002), Susanti el at. (2012) e Onwuidili (2016)
também observaram aumento da eficiência da gaseificação de carbono e de hidrogênio
aumentou com o aumento da temperatura
Figura 28- Avaliação qualitativa da coloração do produto líquido, que varia de marrom escuro
para os testes sem catalisador e castanho/amarelado para os testes com catalisador.
A quantidade máxima de TOC foi obtida no teste 3 (1621 mg/L), seguida dos testes
realizados sem catalisador a 450 ºC (teste 1, teste 7) e do teste a 400ºC (teste 16).
Comparando os resultados obtidos com os encontrados por Casteloa, Kruse e Fioria
(2014), os valores encontrados na presente tese são muito baixos, pois o valor mais baixo
de TOC que esses autores encontraram foi de ~ 4000 mg/L, após 16 h de tempo de
residência. A quantidade mínima de TOC nessa tese foi de 1275 mg/L, obtida no teste 12
(450 ºC, 2 g de NiFe2O4 e 60 min). Isto pode está relacionado a um maior consumo de
carbono orgânico durante a reação, o que consequentemente proporciona uma menor
formação de resíduo sólido.
Análises semi-quantitativas de cada fração orgânica foram realizadas de acordo
com a metodologia relatada na literatura (WANG et al. 2014; GUO & JIN, 2013; DUAN
et al. 2013) para indicar as concentrações dos componentes identificados no produto
líquido orgânico. A área correspondente a cada composto identificado foi expressa como
uma porcentagem da área total dos picos selecionados nos cromatogramas.
Segundo Onwudili e Williams (2016), os componentes do bio-óleo podem ser
classificados como alifáticos (cetonas, aldeídos, álcoois e ácidos carboxílicos),
alquibenzenos (etilbenzeno, xilenos e vários metil benzenos), fenóis (fenol, fenóis
alquilados) e hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAPs) (naftaleno e naftalenos
alquilados, bifenilos, fluoreno, acenafteno) e outros.
109
Para uma melhor avaliação da composição dos bio-óleo formados durante a SCWG
do cavaco de eucalipto, os compostos foram classificados de acordo com Onwudili e
Williams (2016), e “outros” foram classificados como a soma dos compostos
ciclopropano, ciclopropeno e cicloheptatrieno. As Figuras 29, 30 e 31 apresentam os
resultados da fase orgânica para os parâmetros avaliados. A Figura 29 os resultados da
fase orgânica em diferentes temperaturas usando 2 g de NiFe2O4 e 60min; a Figura 30
variando a quantidade de catalisador a 450 ºC e 60min, e a Figura 31 em diferentes tempos
de residência usando 2 g de NiFe2O4 e 450 ºC.
A influência do tempo de residência na composição do bio-óleo também foi
analisada. Esses resultados são apresentados na Figura 29, para os testes realizados
usando 2 g de NiFe2O4 e 60 min. Aumentando o tempo de residência de 30 para 60 min
provocou um aumento de 15,2% de alquilbenzenos, de 4,3% de fenóis e de 12,1% de
ciclopropano, ciclopropeno e cicloheptatrieno (outros), e uma redução de 41,6% de
alifáticos. A quantidade de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAPs) foi muito
inferior com relação aos demais compostos, mas observou-se formação de HAPs a 60min.
70
60
50
40
30
20
10
0
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
70
Composição do bio-óleo (%)
60
50
40
30
20
10
0
Figura 33 - Curvas de TG (a), DTG (b) e DTA (c) do cavaco de eucalipto (▬), catalisador novo
(▬) e resíduo sólidos a 450 ºC (▬ ) e 500 ºC (▬ )
Os resultados da análise de EDX dos resíduos sólido obtidos a 450 e 500 ºC estão
apresentados na Tabela 17. Os resultados revelam que os principais elementos
identificados são os mesmos para o catalisador novo, Ni (cerca de 35%) e Fe (cerca de
63%), e a razão molar de Ni:Fe (4:7) foi a mesma obtida para o catalisador novo,
indicando que o catalisador apresentou boa estabilidade térmica.
100 100
Gaseificação de biomassa(%)
80 80
% mol Gás
60 60
40 40
20 20
0 0
1º ciclo 2º ciclo 3º ciclo
𝐂𝟐 − 𝐂𝟒 𝐂𝐇𝟒
𝐇𝟐 CO
𝐂𝐎𝟐 Conversão de biomassa
Gás (wt %)
a calcinação e só após esta epata que o catalisador é caracterizado, se existir fase metálica
dispersa superficialmente no catalisador, durante a etapa de calcinação em atmosfera
oxidante, os metais serão oxidads novamente.
Figura 35- Padrões de DRX para o catalisador NiFe2O4 novo e após reuso
O pico de difração correspondente a grafite (2θ = 26,7º) (LU et al, 2014), mesmo
com pouca intensidade, foi detectado nos padrões de DRX após a 3ª utilização do
catalisador. A formação de coque na superfície do catalisador NiFe2O4 explica a redução
da gaseificação de biomassa. Portanto, a desativação do catalisador de NiFe2O4 ocorreu
120
5.3 CONCLUSÕES
CAPÍTULO 6.
MODELO CINÉTICO DE APROXIMAÇÃO
6.1 METODOLOGIA
𝐶% (35)
𝐶=
𝑀𝑎𝐶
𝐻% (36)
𝐻=
𝑀𝑎𝐻
𝑂% (37)
𝑂=
𝑀𝑎𝑂
𝑘1 (38)
𝐶𝐻1,36 𝑂0,71 + 𝑛𝐻2 𝑂 → 𝑛𝐶6 𝐻12 𝑂6 + 𝑛𝐶10 𝐻12 𝑂4 + 𝑛𝐶5 𝐻10 𝑂5
126
𝑘2 (39)
Glicose: 𝐶6 𝐻12 𝑂6 → 𝐼𝑛𝑡 (𝐶𝑥 𝐻𝑦 𝑂𝑍 )
𝑘2 (40)
Lignina: 𝐶10 𝐻12 𝑂4 → 𝐼𝑛𝑡 (𝐶𝑥 𝐻𝑦 𝑂𝑍 )
𝑘2 (41)
Xilose: 𝐶5 𝐻10 𝑂5 → 𝐼𝑛𝑡 (𝐶𝑥 𝐻𝑦 𝑂𝑍 )
𝑘3 𝑦 (42)
𝐶𝑥 𝐻𝑦 𝑂𝑍 + (𝑥 − 𝑧)𝐻2 𝑂 → 𝑥𝐶𝑂 + (𝑥 + − 𝑧) 𝐻2
2
𝑘4 𝑦 (43)
𝐶𝑥 𝐻𝑦 𝑂𝑍 + (2𝑥 − 𝑧)𝐻2 𝑂 → 𝑥𝐶𝑂2 + (2𝑥 − 𝑧 + )𝐻2
2
𝑘5 (44)
𝐼𝑛𝑡 → 𝐶𝑂
𝑘6 (45)
𝐼𝑛𝑡 → 𝐶𝑂2
127
𝑘7 (46)
𝐼𝑛𝑡 → 𝐻2
𝑘8 (47)
𝐼𝑛𝑡 → 𝐶𝐻4
𝑘9 (48)
𝐼𝑛𝑡 → 𝑥𝐶
Além da reforma a vapor, a reação de deslocamento gás d’água é uma das principais
vias de formação de hidrogênio. A reação de deslocamento gás d’água foi uma das
reações reversíveis, como mostra na equação a seguir:
𝑘10
𝐶𝑂 + 𝐻2 𝑂 ↔ 𝐶𝑂2 + 𝐻2 (49)
𝑘11
𝐶𝑂 + 3𝐻2 ↔ 𝐶𝐻4 + 𝐻2 𝑂 (50)
Como foi considerado que o sistema era homogêneo, isotérmico e com volume
constante, a cinética dependeu somente das concentrações dos reagentes. Para reações de
primeira ordem, a lei de velocidade foi assumida como:
𝑑[𝐴]
𝑟=− = 𝑘[𝐴][𝐵] (51)
𝑑𝑡
onde [A] e [B] são as concentrações dos reagentes (mol/L), k é a constante de velocidade
específica (L/(mol.min) ou min-1), t é o tempo de reação (min).
De acordo com as reações consideradas nas Equações (38) a (50) e com a equação
da lei de velocidade (Equação 51), realizou-se o balanço molar para cada uma das
espécies:
𝑑𝐶𝑐𝑜
𝑑𝑡
= 𝑥𝑘3 𝐶𝐼𝑛𝑡 𝐶𝐻2𝑂 + 𝑘5 𝐶𝐼𝑛𝑡 − 𝑘10𝑓 𝐶𝐶𝑂 𝐶𝐻2𝑂 + 𝑘10𝑟 𝐶𝐶𝑂2 𝐶𝐻2 − 𝑘11𝑓 𝐶𝐶𝑂 𝐶𝐻2 + 𝑘11𝑟 𝐶𝐶𝐻4 𝐶𝐻2𝑂 (52)
𝑑𝐶𝐶𝑂2 (53)
= 𝑥𝑘4 𝐶𝐼𝑛𝑡 𝐶𝐻2 𝑂 + 𝑘6 𝐶𝐼𝑛𝑡 + 𝑘10𝑓 𝐶𝐶𝑂 𝐶𝐻2𝑂 − 𝑘10𝑟 𝐶𝐶𝑂2 𝐶𝐻2
𝑑𝑡
𝑑𝐶𝐶𝐻4 (54)
= 𝑘8 𝐶𝐼𝑛𝑡 + 𝑘11𝑓 𝐶𝐶𝑂 𝐶𝐻2 − 𝑘11𝑟 𝐶𝐶𝐻4 𝐶𝐻2 𝑂
𝑑𝑡
𝑑𝐶𝐻2 (55)
= (𝑥 + 𝑦⁄2 − 𝑧)𝑘3 𝐶𝐼𝑛𝑡 𝐶𝐻2𝑂 + (2𝑥 − 𝑧 + 𝑦⁄2)𝑘4 𝐶𝐼𝑛𝑡 𝐶𝐻2𝑂 + 𝑘7 𝐶𝐼𝑛𝑡 + 𝑘10𝑓 𝐶𝐶𝑂 𝐶𝐻2𝑂
𝑑𝑡
− 𝑘10𝑟 𝐶𝐶𝑂2 𝐶𝐻2 − 3𝑘11𝑓 𝐶𝐶𝑂 𝐶𝐻2 + 3𝑘11𝑟 𝐶𝐶𝐻4 𝐶𝐻2𝑂
𝑑𝐶𝐻2𝑂 (56)
= −𝑘1 𝐶𝐶𝑎𝑣 𝐶𝐻2𝑂 − (𝑥 − 𝑧)𝑘3 𝐶𝐼𝑛𝑡 𝐶𝐻2𝑂 − (2𝑥 − 𝑧)𝑘4 𝐶𝐼𝑛𝑡 𝐶𝐻2𝑂 − 𝑘10𝑓 𝐶𝐶𝑂 𝐶𝐻2 𝑂
𝑑𝑡
+ 𝑘10𝑟 𝐶𝐶𝑂2 𝐶𝐻2 + 𝑘11𝑓 𝐶𝐶𝑂 𝐶𝐻2 − 𝑘11𝑟 𝐶𝐶𝐻4 𝐶𝐻2𝑂
𝑑𝐶𝐼𝑛𝑡 (57)
= 𝑘2 𝐶𝑚 − 𝑘3 𝐶𝐼𝑛𝑡 𝐶𝐻2 𝑂 − 𝑘4 𝐶𝐼𝑛𝑡 𝐶𝐻2𝑂 − 𝑘9 𝐶𝐼𝑛𝑡
𝑑𝑡
𝑑𝐶𝑚 (58)
= 𝑘1 𝐶𝑐𝑎𝑣 𝐶𝐻2 𝑂 − 𝑘2 𝐶𝑚
𝑑𝑡
129
𝑑𝐶𝑐𝑎𝑣 (59)
= − 𝑘1 𝐶𝑐𝑎𝑣 𝐶𝐻2 𝑂
𝑑𝑡
𝑑𝐶𝑐𝑞 (60)
= 𝑥𝑘9 𝐶𝐼𝑛𝑡
𝑑𝑡
𝑘𝑓
𝑘𝑟 = (63)
𝐾
𝑁𝑇 𝑁𝐶 (64)
2
min Φ = ∑ ∑(𝒄exp, ij − 𝒄calc, ij )
𝒄calc
𝑗=1 𝑖=1
s.a.:
𝑘≥0
𝐸𝑎 (65)
ln(𝑘) = ln(𝐴) − .
𝑅⋅𝑇
Resolução do problema de
otimização representado na
equação X, utilizando o ode15s
para a resolução do sistema de
EDOs e o fmincon para a
otimização
As estimativas inicias das constantes de velocidade para cada reação foram obtidas
a partir da literatura. Devido à falta de dados das constantes de velocidade da xilose,
glicose e lignina para SCWG do cavaco, os dados utilizados para as estimativas iniciais
das constantes de velocidade foram de acordo com os resultados obtidos por Guan, Wei
e Savage (2012). Esses autores propuseram um modelo cinético que descreve a formação
dos produtos gasosos da gaseificação de algas em água supercrítica. O modelo proposto
por Guan, Wei e Savage (2012) não considera a etapa de hidrólise da biomassa para
formação dos monômeros, mas sim a conversão da alga diretamente no produto
132
intermediário. No entanto, por ser um modelo que considera uma biomassa real e por
também trabalhar com as temperaturas de 450 e 500 ºC, optou-se por utilizar os dados
obtidos por Guan, Wei e Savage (2012) como estimativas inicias das constantes de
velocidade.
As estimativas iniciais utilizadas para as constantes de velocidade (k) estão
apresentadas no Apêndice J. Esses foram os valores que proporcionaram melhores
resultados com relação aos cálculos dos parâmetros cinéticos. As estimativas inicias dos
parâmetros a 450 e 500 ºC foram praticamente os mesmos para xilose, glicose e lignina.
Os dados experimentais utilizados para validação do modelo foram os resultados
experimentais obtidos a 450 e 500 ºC sem a ferrita de níquel e estão apresentados na
Tabela 19.
Figura 39 - Gráfico de Paridade dos valores das concentrações experimentais e calculadas para o
cavaco de eucalipto
0,35
Concentração Calculada (mol/L)
0,3
0,25
0,2
0,15
0,1
0,05
0
0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35
Concentração Experimental (mol/L)
(a) 450 ºC
(b) 500 ºC
Analisando os gráficos dinâmicos (Figura 40), observou-se que não foi obtido um
bom resultado da análise de paridade porque o modelo não se comportou como o sistema.
Na Figura 39, nota-se que o modelo estaciona, enquanto o sistema não. Por este motivo,
135
(11,1 kJ/mol), indicando assim que a tendência na maior formação de fenol ocorreu a
partir da lignina.
Analisando os resultados dos parâmetros cinéticos, notou-se que os resultados das
energias de ativação dos monômeros (xilose, glicose, lignina) apresentaram a mesma
ordem de grandeza. Observando os resultados da energia de ativação na Tabela 20,
comparando os resultados das energias de ativação, observou-se que as menores energias
de ativação, para os três monômeros, para formação de H2 foi a reação de reforma a vapor
e a decomposição do fenol. A reforma a vapor incompleta (etapa 3) foi dominante na
glicose (18,3 kJ/mol), enquanto a reforma a vapor completa (etapa 4) foi dominante na
lignina (53,8 kJ/mol). A principal via de formação de H2 para xilose também foi a reforma
a vapor incompleta (33 kJ/mol). A reforma a vapor e a decomposição do fenol
contribuíram de forma semelhante para a produção de H2. Isto indica que, para grande
parte do H2 produzido, os átomos de H foram originários da molécula de água, e não
somente do cavaco de eucalipto.
Os resultados das energias de ativação indicaram que CH4, CO e CO2 se originaram
principalmente da decomposição do fenol, já que as energias de ativação da
decomposição do fenol (Ea5, Ea6, Ea7, Ea8) foram menores que as energias de ativação
A formação direta de CH4 a partir do intermediário foi a reação mais importante para a
formação de CH4 a partir da xilose e glicose. Isto indica a necessidade de um catalisador
para tornar a velocidade da reação de metanação mais competitiva.
Analisando a Tabela 20, foi possível observar que as energias de ativação da reação
de deslocamento gás d’água e de metanação foram as maiores energias de ativação
obtidas. Segundo Guo et al. (2014), as altas energias de ativação para as reações desejadas
de gaseificação indicam que com o aumento da temperatura as constantes de velocidade
de gaseificação aumentariam mais rapidamente que a de formação de coque. Sendo assim,
a gaseificação do cavaco de eucalipto em água supercrítica em temperaturas mais
elevadas vai favorecer a maior formação de gases, como foi observado nos resultados
experimentais desse trabalho.
Para uma análise mais crítica e detalhada dos resultados obtidos na modelagem, é
importante uma melhoria dos parâmetros estimados, consequentemente, a validação do
modelo. Uma alternativa para esta melhoria é a análise de estimabilidade dos parâmetros.
137
6.3 CONCLUSÕES
CAPÍTULO 7.
CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
7.1 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS DE LITERATURA
ALVES, C.T. Transesterificação de óleos e gorduras residuais via rotas metílica e etílica
utilizando o catalisador aluminato de zinco em presença ou não de CO2 supercrítico.
Tese de Doutorado. Escola Politécnica, Universidade Federal da Bahia, 2012.
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catalyst. Fuel processing technology, v. 106, p. 102-107, 2013.
EKIN, K; AKGÜN, M. Biofuel production from olive mill wastewater through its
Ni/Al2O3 and Ru/Al2O3 catalyzed supercritical water gasification. Renewable
Energy, v. 124, p. 155-164, 2018.
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19, p. 8073-8083, 2016.
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ROSILLO-CALLE, F et al. The Biomass Assessment Handbook: Bioenergy for a
sustainable environment. Earthscan, London, 2007.
ROSS, A. B et al. Hydrothermal processing of microalgae using alkali and organic
acids. Fuel, v. 89, n. 9, p. 2234-2243, 2010.
As reações abaixo representam as 7 reações consideradas no modelo cinético de Jin et al., (2015) e as equações do balanço material de cada
componente. Sendo 𝐶10 𝐻9.63 𝑂3.97, representado por 𝐶𝑠 nas equações do balanço material e 𝐶𝑤 representa a água.
𝑘1
𝐶10 𝐻9.63 𝑂3.97 + 6.03𝐻2 𝑂 → 10𝐶𝑂 + 10.845𝐻2 𝑅1
𝑘2
𝐶10 𝐻9.63 𝑂3.97 → 𝐶9 𝐻9.63 𝑂2.97 + 𝐶𝑂 𝑅2
𝑘3
𝐶10 𝐻9.63 𝑂3.97 → 𝐶9 𝐻9.63 𝑂1.97 + 𝐶𝑂2 𝑅3
𝑘4
𝐶10 𝐻9.63 𝑂3.97 → 𝐶9 𝐻5.63 𝑂3.97 + 𝐶𝐻4 𝑅4
𝑘5
𝐶𝑂 + 𝐻2 𝑂 → 𝐶𝑂2 + 𝐻2 𝑅5
𝑘6
𝐶𝑂 + 3𝐻2 → 𝐶𝐻4 + 𝐻2 𝑂 𝑅6
𝑘7
𝐶10 𝐻9.63 𝑂3.97 → 𝐶10 𝐻9.63 𝑂3.97(1) 𝑅7
𝑘𝑓
𝐾= 𝑅8
𝑘𝑟
𝐶𝐻2 . 𝐶𝐶𝑂2
𝐾5 = 𝑅9
𝐶𝐶𝑂 . 𝐶𝐻2𝑂
161
𝐶𝐶𝐻4 . 𝐶𝐻2 𝑂
𝐾6 = 𝑅10
𝐶𝐶𝑂 . 𝐶𝐻32
𝑑𝐶𝐶𝑂
= 10𝑘1 𝐶𝑠 𝐶𝑤 + 𝑘2 𝐶𝑠 − 𝑘5 𝐶𝐶𝑂 𝐶𝑤 + 𝑘5𝑖 𝐶𝐶𝑂2 𝐶𝐻2 − 𝑘6 𝐶𝐶𝑂 𝐶𝐻2 + 𝑘6𝑖 𝐶𝐶𝐻4 𝐶10 𝑅11
𝑑𝑡
𝑑𝐶𝐶𝑂2
= 𝑘3 𝐶𝑠 + 𝑘5 𝐶𝐶𝑂 𝐶𝑤 − 𝑘5𝑖 𝐶𝐶𝑂2 𝐶𝐻2 𝑅12
𝑑𝑡
𝑑𝐶𝐶𝐻4
= 𝑘4 𝐶𝑠 + 𝑘6 𝐶𝐶𝑂 𝐶𝐻2𝑂 − 𝑘6𝑖 𝐶𝐶𝐻4 𝐶𝑤 𝑅13
𝑑𝑡
𝑑𝐶𝐶𝐻2
= 10.845𝑘1 𝐶𝑠 𝐶𝑤 + 𝑘5 𝐶𝐶𝑂 𝐶𝑤 − 𝑘5𝑖 𝐶𝐶𝑂2 𝐶𝐻2 + 3𝑘6𝑖 𝐶𝐶𝐻4 𝐶𝑤 − 3𝑘6 𝐶𝐶𝑂 𝐶𝐻2 𝑅14
𝑑𝑡
𝑑𝐶𝑠
= −𝑘1 𝐶𝑠 𝐶𝑤 − 𝑘7 𝐶𝑠 𝐶𝑤 𝑅15
𝑑𝑡
𝑑𝐶1
= 𝑘7 𝐶𝑠 𝐶𝑤 𝑅16
𝑑𝑡
𝑑𝐶𝑤
= −5.03𝑘2 𝐶𝑠 𝐶𝑤 − 𝑘5 𝐶𝐶𝑂 𝐶𝑤 + 𝑘5𝑖 𝐶𝐶𝑂2 𝐶𝐻2 + 𝑘6 𝐶𝐶𝑂 𝐶𝐻2 − 𝑘6𝑖 𝐶𝐶𝐻4 𝐶𝑤 𝑅17
𝑑𝑡
162
(𝜑𝑥)𝐶𝑂2 (𝜑𝑥)𝐻2
𝐾2 =
(𝜑𝑥)𝐶𝑂 (𝜑𝑥)𝐻2𝑂
𝑃 −2 (𝜑𝑥)𝐶𝐻4 (𝜑𝑥)𝐻2𝑂
𝐾3 = ( )
𝑃0 (𝜑𝑥)𝐶𝑂 (𝜑𝑥)3𝐻2
𝑘1
𝐼𝑛𝑑𝑜𝑙 (𝐶8 𝐻7 𝑁) + 2𝐻2 𝑂 → 𝐴𝑛𝑖𝑙𝑖𝑛𝑎 (𝐶6 𝐻7 𝑁) + 2𝐶𝑂 + 2𝐻2 (𝑅1)
𝑘2
𝐴𝑛𝑖𝑙𝑖𝑛𝑎 (𝐶6 𝐻7 𝑁) + 𝐻2 → 𝐵𝑒𝑛𝑧𝑒𝑛𝑜 (𝐶6 𝐻6 ) + 𝑁𝐻3 (𝑅2)
𝑘3
𝐼𝑛𝑑𝑜𝑙 (𝐶8 𝐻7 𝑁) + 2𝐻2 𝑂 → 𝑇𝑜𝑙𝑢𝑒𝑛𝑜 (𝐶7 𝐻8 ) + 𝑁𝐻3 + 𝐶𝑂2 (𝑅3)
𝑘4
𝑇𝑜𝑙𝑢𝑒𝑛𝑜 (𝐶7 𝐻8 ) + 𝐻2 → 𝐵𝑒𝑛𝑧𝑒𝑛𝑜 (𝐶6 𝐻6 ) + 𝐶𝐻4 (𝑅4)
𝑘5
𝐼𝑛𝑑𝑜𝑙 (𝐶8 𝐻7 𝑁) + 4𝐻2 → 𝐵𝑒𝑛𝑧𝑒𝑛𝑜 (𝐶6 𝐻6 ) + 𝑁𝐻3 + 𝐶2 𝐻6 (𝑅5)
𝑘17 𝐶𝐻 𝐶𝐶𝑂2
𝐾17 = = 2
𝑘17𝑟 𝐶𝐶𝑂 𝐶𝐻2𝑂
164
𝑘1
𝐴𝑙𝑔𝑎𝑒 → 𝐼𝑛𝑡. 1 (1)
𝑘2
𝐴𝑙𝑔𝑎𝑒 → 𝐼𝑛𝑡. 2 (2)
𝑘𝑖1
𝐼𝑛𝑡 𝑖 + 0.57𝐻2 𝑂 → 𝐶𝑂 + 1.43𝐻2 (3)
𝑘𝑖2
𝐼𝑛𝑡 𝑖 + 1.57𝐻2 𝑂 → 𝐶𝑂2 + 2.43𝐻2 (4)
𝑘𝑖3
𝐼𝑛𝑡 𝑖 → 𝐶𝑂 (5)
𝑘𝑖4
𝐼𝑛𝑡 𝑖 → 𝐶𝑂2 (6)
𝑘𝑖5
𝐼𝑛𝑡 𝑖 → 𝐶𝐻4 (7)
𝑘𝑖6
𝐼𝑛𝑡 𝑖 → 𝐻2 (8)
𝑘𝑖7
𝐼𝑛𝑡 𝑖 → 𝐶2 𝐻3 (9)
𝑘𝑖8
𝐼𝑛𝑡 𝑖 → 𝐶ℎ𝑎𝑟 (10)
𝑘3
𝐶𝑂 + 𝐻2 𝑂 → 𝐶𝑂2 + 𝐻2 (11)
𝑘4
𝐶𝑂 + 3𝐻2 → 𝐶𝐻4 + 𝐻2 𝑂 (12)
166
Reação 1. Hidrólise
𝑘1
𝐶𝑒𝑙𝑖𝑙𝑜𝑠𝑒: (𝐶6 𝐻10 𝑂5 ) + 𝑛𝐻2 𝑂 → 𝑛𝐶6 𝐻12 𝑂6
𝑘1
𝐿𝑖𝑛𝑔𝑖𝑛𝑎: (𝐶10 𝐻10 𝑂3 ) + 𝑛𝐻2 𝑂 → 𝑛𝐶10 𝐻12 𝑂4
Deslocamento água-gás:
𝐶𝑂 + 𝐻2 𝑂 ↔ 𝐶𝑂2 + 𝐻2
Metanação:
𝐶𝑂 + 3𝐻2 ↔ 𝐶𝐻4 + 𝐻2 𝑂
168
PROGRAMA PRINCIPAL
% matriz_concentracoes_experimentais_temperatura =
{C_exp_T1,C_exp_T2,C_exp_T3};
matriz_concentracoes_experimentais_temperatura = {C_exp_T2,C_exp_T3};
%% Estimativa inicial dos parâmetros e configuração de busca
estimativa_inicial_parametrosK = 1*[0.998 0.2108 2.07*10^-5 2.69*10^-4 7.63*10^-5
2.73*10^-6 0.00483 5.78*10^-8 0.0235 6.44*10^-4 2.48*10^-4; 1.51 0.708 2.07*10^-5
2.69*10^-4 7.63*10^-5 2.73*10^-6 0.00483 5.78*10^-8 0.0235 3.44*10^-4 7.71*10^-
4]';
% estimativa_inicial_parametrosK = 1.125*ones(length(parametros),length
(temperaturas));
% estimativa_inicial_parametrosK = 3.346*[70 0.006792 0.26947 14.6369 0.23147
0.05867
0.809855 0.03613 0.7694 0.5199 0.1310; 0.1219 0.0681 0.1273 0.0886 0.550 1.20e-3
0.347
1 2 3 0.01]';
limite_inferior_vetor_K = 0.00000001*ones(length(parametros),1); % Limites de busca
inferior
limite_superior_vetor_K = 0.35*[1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1]; % Limites de busca superior
options = optimoptions(@fmincon,'Algorithm','sqp','Display','final');
options.Algorithm = 'interior-point'; options.MaxFunctionEvaluations = 100000;
options.StepTolerance= 1.0000e-35; options.MaxIterations= 30000; options.
CheckGradients = true;options.ConstraintTolerance = 1.0000e-35;
% options.Algorithm = 'sqp'; options.MaxFunctionEvaluations = 10000; options.
StepTolerance= 1.0000e-14; options.MaxIterations= 3000;
options.HessianApproximation =
'lbfgs'; options.CheckGradients = true;options.ConstraintTolerance = 1.0000e-16;
%% Pré alocação de dados
matriz_vetor_K_estimado = ones(length(parametros),length(temperaturas));
quantidade_temperaturas = size(temperaturas);
%% Valores iniciais das concentrações
valores_iniciais_concentracao = [0 0 0 0 5.02 0.949 0.949 4.52 0]'; % Em mol/L
% MONOMERO = Glicose/Xilose/Lignina
% conc_monomero = ones(1,length(temperaturas));
% conc_h2o = ones(1,length(temperaturas));
% conc_biomassa = ones(1,length(temperaturas));
global contador
%% Estimação e validação de dados
for i = 1:length(vetor_temperaturas)
contador = 1;
estimativa_inicial = estimativa_inicial_parametrosK(:,i);
dados_experimentais = matriz_concentracoes_experimentais_temperatura{i};
temperaturas = vetor_temperaturas(i);
[vetor_K_estimado, resultados_FO(i)] = fmincon(@(vetor_K) funcao_objetivo
(vetor_K,valores_iniciais_concentracao,dados_experimentais(1:4,:),
vetor_tempos_residencia,temperaturas,parametros_intermediarios),estimativa_inicial,[],
[],[],[],limite_inferior_vetor_K ,limite_superior_vetor_K,[],options);
[valor , matrizes_concentraccoes_calculadas{i}] =funcao_objetivo(vetor_K_estimado,
170
valores_iniciais_concentracao,dados_experimentais(1:4,:),vetor_tempos_residencia,
temperaturas,parametros_intermediarios);
matriz_vetor_K_estimado(:,i) = vetor_K_estimado;
tempo = [0:0.1:60];
% [eixo_tempo, eixo_concentracoes] = ode45(@(t,y)sistema_edos(t,y,
vetor_K_estimado,temperatura,parametros_intermediarios),tempo',
valores_iniciais_concentracao);
[eixo_tempo, eixo_concentracoes] = ode15s(@(t,y)sistema_edos(t,y,vetor_K_estimado,
temperaturas,parametros_intermediarios),tempo', valores_iniciais_concentracao);
% plotagem do gráfico da dinâmica das concentrações
tamanho = length(componentes_analise);
cor = {'r','g','b','m'};
grafico = figure(1);
for k = 1:tamanho % Dados experimentais
plot(vetor_tempos_residencia',dados_experimentais(k,:),'^','color',cor{k})
hold on
end
legend(componentes_analise)
for k = 1:tamanho % Dados simulados
plot(eixo_tempo, eixo_concentracoes(:,k),'-','color',cor{k})
hold on
end
xlabel('$t \: (min)$','fontsize',14,'Interpreter','latex')
ylabel('$C \: (mol\cdot L^{-1})$','fontsize',14,'Interpreter','latex')
nome_grafico= strcat(pasta_graficos,'Analise_','_dinamica_concentracoes.fig');
savefig(grafico,nome_grafico)
close(grafico)
conc_intermediario(:,i) = eixo_concentracoes(:,6);
conc_monomero(:,i) = eixo_concentracoes(:,7);
conc_biomassa(:,i) = eixo_concentracoes(:,8);
conc_coque(:,i) = eixo_concentracoes(:,9);
matriz_concentracao_calc = matrizes_concentraccoes_calculadas{i};
if i == 1
erro_abs_concentracao_temp1 = abs(matriz_concentracao_calc -
dados_experimentais(1:tamanho,:));
erro_rel_concentracao_temp1 = 100*abs(matriz_concentracao_calc -
dados_experimentais(1:tamanho,:))./dados_experimentais(1:tamanho,:);
else
erro_abs_concentracao_temp2 = abs(matriz_concentracao_calc -
dados_experimentais(1:tamanho,:));
erro_rel_concentracao_temp2 = 100*abs(matriz_concentracao_calc -
dados_experimentais(1:tamanho,:))./dados_experimentais(1:tamanho,:);
end
% grafico2 = figure(2);
% for k = 1:length(vetor_temperaturas) % Dados experimentais
% plot(vetor_temperaturas(k)*ones(1,tamanho),matriz_concentracao_calc(:,
171
k),'x','color',cor{k})
% hold on
% end
% legend(componentes_analise)
% for k = 1:length(vetor_temperaturas) % Dados simulados
% plot(vetor_temperaturas(k)*ones(1,tamanho), dados_experimentais(1:tamanho,
k),'^','color',cor{k})
% hold on
% end
% xlabel('$T \: ({}^{\circ} C)$','fontsize',14,'Interpreter','latex')
% ylabel('$C \: (mol\cdot L^{-1})$','fontsize',14,'Interpreter','latex')
% nome_grafico= strcat(pasta_graficos,'Analise_',tempos_residencia
{i},'_dinamica_concentracoes.fig');
% savefig(grafico2,nome_grafico)
% close(grafico2)
end
global contador
% Cálculo das energias de ativação
for k = 1:length(parametros)
eixo_x = (vetor_temperaturas+273.15).^(-1); % 1/T (K^-1)
eixo_y = log(matriz_vetor_K_estimado(k,:)); % ln(K)
% Regressao e cálculo de R²
% Realiza a regressão com cada ordem de reação, utilizando o
% intervalo escolhido
regressao{k} = fitlm(eixo_x,eixo_y);
R_quadrado_ajustado(k) = regressao{k}.Rsquared.Adjusted;
coeficientes_reta = regressao{k}.Coefficients.Estimate;
vetor_pre_exponencial(k) = exp(coeficientes_reta(1));
vetor_ativacao(k) = R*abs(coeficientes_reta(2));
end
K10r = matriz_vetor_K_estimado(10,:)/3.66;
K11r = matriz_vetor_K_estimado(11,:)/3.26;
figure(1);
plot(eixo_tempo, conc_intermediario(:,1),'-')
hold on
plot(eixo_tempo, conc_intermediario(:,2),'-')
hold on
legend('450 °C','500 °C')
title('Intermediário em função do tempo')
xlabel('$t \: (min)$','fontsize',14,'Interpreter','latex')
172
figure(2);
plot(eixo_tempo, conc_monomero(:,1),'-')
hold on
plot(eixo_tempo, conc_monomero(:,2),'-')
legend('450 °C','500 °C')
title('Monômero em função do tempo')
xlabel('$t \: (min)$','fontsize',14,'Interpreter','latex')
ylabel('$C \: (mol\cdot L^{-1})$','fontsize',14,'Interpreter','latex')
figure(3);
plot(eixo_tempo, conc_biomassa(:,1),'-')
hold on
plot(eixo_tempo, conc_biomassa(:,2),'-')
hold on
legend('450 °C','500 °C')
title('Biomassa em função do tempo')
xlabel('$t \: (min)$','fontsize',14,'Interpreter','latex')
ylabel('$C \: (mol\cdot L^{-1})$','fontsize',14,'Interpreter','latex')
figure(4);
plot(eixo_tempo, conc_coque(:,1),'-')
hold on
plot(eixo_tempo, conc_coque(:,2),'-')
hold on
legend('450 °C','500 °C')
title('Coque em função do tempo')
xlabel('$t \: (min)$','fontsize',14,'Interpreter','latex')
ylabel('$C \: (mol\cdot L^{-1})$','fontsize',14,'Interpreter','latex')
figure(5);
plot(eixo_tempo, conc_intermediario(:,2),'-')
hold on
plot(eixo_tempo, conc_coque(:,2),'-')
hold on
legend('Intermediário','Coque')
title('Intermediário e Coque em função do tempo')
xlabel('$t \: (min)$','fontsize',14,'Interpreter','latex')
ylabel('$C \: (mol\cdot L^{-1})$','fontsize',14,'Interpreter','latex')
______________________________________________________________________
SISTEMA DE EDO
T = temperaturas+273.15;
x = parametros_intermediarios(1);
y = parametros_intermediarios(2);
z = parametros_intermediarios(3);
K1 = parametrosK(1); K2 = parametrosK(2);
K3 = parametrosK(3); K4 = parametrosK(4);
K5 = parametrosK(5); K6 = parametrosK(6);
K7 = parametrosK(7); K8 = parametrosK(8);
K9 = parametrosK(9); K10f = parametrosK(10);
K11f = parametrosK(11); %K10r= parametrosK(11);
% K11r= parametrosK(13);
K10r = K10f/K10;
K11r = K11f/K11;
dCcavacodt = -K1*Ccavaco*Ch2o;
dCcoquedt = x*K9*Cint;
174
end
_________________________________________________________________________________________
FUNÇÃO OBJETIVO