2.PDF Pratica de Filosofia

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APRESENTAÇÃO

Esta coletânea de protocolos experimentais didáticos em Fisiologia é o


resultado de um empreendimento coletivo do Departamento de Fisiologia e
Biofísica do ICB-USP. Colaboraram em sua confecção alunos de pós-graduação de
nosso departamento, bem como alguns docentes que participaram na supervisão
de alunos vinculados ao Programa de Apoio ao Ensino (PAE), na redação de alguns
protocolos aqui contidos, ou na coordenação do projeto.
Na etapa conclusiva desse empreendimento, um especial esforço foi dirigido
no sentido de selecionar, uniformizar e depurar os protocolos a serem incluídos na
primeira edição desta coletânea. No entanto, o resultado final não é ainda
satisfatoriamente homogêneo e isento de incorreções. Além disso, concebido como
um projeto aberto e em constante aperfeiçoamento, é esperada a contribuição de
todos que queiram sugerir a adição de novos protocolos, a ampliação dos já
existentes, ou a indicação de erros conceituais, metodológicos, gramaticais e
tipográficos.
O objetivo essencial deste projeto não se constituiu, meramente, em
produzir mais uma compilação de aulas práticas em Fisiologia. É nosso intuito,
principalmente, colocar à disposição de todos um conjunto de protocolos
experimentais, em sua maioria de baixo custo e de fácil execução, que nos motive
a empregar, com interesse e regularidade crescentes, esse importante recurso
didático no ensino da Fisiologia. Tal esforço poderia beneficiar não só os alunos de
graduação que cursam nossas disciplinas, mas também os nossos pós-graduandos,
os quais poderiam se envolver com maior profundidade nesse tipo de atividade
didática, não só auxiliando e participando das aulas práticas, mas também
contribuindo para o enriquecimento e a criação de novos protocolos didáticos. Tão
importante quanto aprender Fisiologia, nossos alunos precisam também aprender
a ensiná-la.
A lista de Colaboradores, aos quais agradecemos, inclui os nomes daqueles
que mais diretamente contribuíram para os protocolos experimentais selecionados
para esta primeira edição. Desculpando-se pela eventual omissão de nomes que
deveriam tomar parte nessa lista, sempre aberta, esperamos contar com a
participação de todos aqueles que queiram colaborar com a continuidade e o
aprimoramento deste projeto.

Marcus Vinícius C. Baldo


Janeiro de 2002
3

COLABORADORES

Alessandra Crescenzi
Alexandre H. Kihara
Eliane Comoli
Francisco Lacaz Vieira
Gerhard Malnic
Kellen Brunaldi
Lisete C. Michelini
Luiz Eduardo Ribeiro do Valle
Luiz Renato Rodrigues Carreiro
Marcus Vinícius C. Baldo
Maria Teresa Carthery
Maria Tereza Nunes
Raif Musa Aziz
Renata Hydee Hasue
Rosângela A. Santos
Silvia Cristina Figueira
Sônia M. L. Sanioto
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SUMÁRIO

BIOFÍSICA _____________________________________________________________ 5
Modelo Hidráulico do Potencial de Membrana _________________________________ 6
Hemólise em Glóbulos Vermelhos __________________________________________ 11
NEUROFISIOLOGIA ____________________________________________________ 15
Percepção Visual _______________________________________________________ 16
Sensibilidade Proprioceptiva______________________________________________ 23
Sensibilidade Somestésica ________________________________________________ 26
Percepção Auditiva _____________________________________________________ 29
Movimentos Oculares ___________________________________________________ 33
Eletromiografia da Atividade Mastigatória ___________________________________ 40
FISIOLOGIA DIGESTÓRIA ______________________________________________ 46
Regulação Neural da Atividade Motora do Trato Gastrointestinal e da Salivação _____ 47
FISIOLOGIA RENAL ___________________________________________________ 51
Estudo da Função Renal Humana __________________________________________ 52
Estudo da Função Renal em Ratos _________________________________________ 57
FISIOLOGIA CARDIOVASCULAR ________________________________________ 63
Registro Não Invasivo da Pressão Arterial Humana ____________________________ 64
Esfigmomanometria em Humanos __________________________________________ 66
Eletrocardiografia (ECG) em Humanos _____________________________________ 69
FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA____________________________________________ 71
Controle da Respiração __________________________________________________ 72
FISIOLOGIA ENDÓCRINA ______________________________________________ 74
Hipo e Hipertireoidismo Induzidos em Ratos _________________________________ 75
Hormônios Sexuais e Castração em Ratos ____________________________________ 77
ÍNDICE REMISSIVO ____________________________________________________ 79
ANEXOS ______________________________________________________________ 84
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido _________________________________ 86
Parecer da Comissão de Ética em Pesquisa com Seres Humanos – ICB-USP _________ 88
5

BIOFÍSICA

Cronômetro eletromagnético
Cronômetro eletromagnético
6

MODELO HIDRÁULICO DO POTENCIAL DE M EMBRANA


I OBJETIVOS A força difusional pode ser expressa
como:
Compreensão de alguns
aspectos do comportamento elétrico
das células, particularmente o R T [ I ] ic
Fdiff = ln
conceito de potencial de membrana, z F [ I ] ec
sua gênese e sua importância na
modulação de certas funções da
célula viva. que é conhecida como equação de
Nernst, onde R é a constante
universal dos gases, T a temperaura
II FUNDAMENTOS na escala Kelvin, z a valência do íon,
F a constante de Faraday, os
A diferença de concentração de subíndices ic e ec referem-se a
um íon através de uma membrana, intracelular e extracelular
associada à seletividade iônica dos respectivamente e I refere-se ao íon
canais, pode dar origem a uma que está sendo considerado. A força
diferença de potencial elétrico. A elétrica, por sua vez, é dada por:
Figura 1A representa o modelo
biológico de uma célula hipotética que
contém um único canal de Na+ (célula Fel = z F ∆Ψ
de Na+) ou apenas um canal de K+
(célula de K+).
Na célula de Na+ o íon Na+
onde ∆Ψ é a diferença de potencial
está em equilíbrio no interior do
elétrico entre o interior e o exterior da
canal, pois está sendo submetido a
duas forças iguais e opostas: uma célula, z é a valencia do íon e F é o
número de Faraday (F= 96500
força difusional dada pelo gradiente
C/mol.a).
químico de Na+ e uma força elétrica,
dada pelo gradiente elétrico,
direcionada para o interior da célula.
7

(A) (B) (C)

Figura 1 – Modelo biológico, elétrico e hidráulico que descreve a gênese do potencial de repouso.

Quando um dado tipo de íon Podemos também fazer uma


(Na , K+ ou Cl-) atinge o equilíbrio
+
representação hidráulica com
através da membrana ou de seu canal reservatórios de área muito grande e
específico, a força difusional sobre ele a altura da coluna d’água
iguala-se à força elétrica, sendo nula numericamente igual ao potenciais de
a força resultante sobre o íon. equilíbrio, como mostra a Figura 1C.
Na Figura 1B temos o modelo Observe que estamos tratando do
elétrico correspondente ao modelo potencial de equilíbrio da célula, e
biológico. A célula de Na+ é portanto não há correntes elétricas
representada por uma bateria com nos modelos elétricos, e nem fluxos
FEM (força eletromotriz) igual a ENa de água nos modelos hidráulicos.
em série com uma resistência RNa . A O modelo descrito acima
célula de K+ é representada por uma descreve razoavelmente bem o
bateria com FEM = EK. Observe que a balanço de forças através da
bateria ENa é voltada para dentro da membrana quando uma célula
célula enquanto que a bateria EK é contém na membrana canais iônicos
voltada para fora. Como indica o de apenas um tipo. Numa célula real,
modelo elétrico, não há corrente no entanto, a membrana possui
passando pelos elementos do circuito, canais com diferentes seletividades
estando os mesmos em “aberto”, ou iônicas. Neste caso, como tais canais
seja, desconectados de outros combinam-se para gerar uma
elementos.
8

diferença de potencial através da manutenção de uma baixa


+
membrana? concentração de Na (8 mM) e alta
A associação de canais concentração de K+ (140 mM) no
inseridos numa mesma célula com interior da célula é feita por uma
diferentes seletividades iônicas pode bomba iônica, que retira,
dar origem a uma diferença de continuamente, íons Na+ e recoloca
potencial estacionária através da íons K+ no citoplasma.
membrana (Vm). Na Figura 2, temos No modelo biológico da Figura
os três modelos (o biológico, o 2 vemos que, sobre o íon Na+, atuam
elétrico e o hidráulico) para uma duas forças, uma difusional e outra
célula com dois canais inseridos na elétrica, que o movem para dentro da
sua membrana, um canal de Na+ e célula, enquanto o íon K+ está sendo
um de K+. movido por uma força difusional para
Neste caso, o equilíbrio entre fora e uma força elétrica dirigida para
as forças elétrica e difusional é dentro da célula.
rompido, dando lugar a um regime No modelo hidráulico
estacionário, onde as forças equivalente, também mostrado na
difusionais agentes nos íons Na e K+
+
Figura 2, as baterias são substituídas
vencem as respectivas forças por dois reservatórios de grande área
elétricas. Isto faz com que os íons de base, cujas alturas correspondem
Na+ entrem continuamente na célula aos potenciais de equilíbrio de Na+ e
e os íons K+ saiam da célula, por seus de K+, respectivamente. Esses
respectivos canais. A tendência agora reservatórios são interligados por
é um aumento da concentração tubos que oferecem resistência à
intracelular de Na+ e uma diminuição passagem de água, sendo que,
da concentração de K+. No entanto, quanto maior o diâmetro da seção
isto não acontece porque a reta e quanto menor o comprimento

Figura 2 – Modelo biológico, elétrico e hidráulico para uma célula com 2 canais na membrana.
9

do tubo, menor é a resistência dos III MATERIAL


mesmos à passagem de água. O
capacitor é representado pelo - 2 baldes (10, 50 ou 100
reservatório central cujo diâmetro é litros);
muito menor que os diâmetros dos - 1 garrafa plástica de
reservatórios que representam refrigerante (1 ou 2 litros);
potenciais de equilíbrio. Vamos ver - 2 mangueiras de borracha de
então o funcionamento dos canais igual comprimento.
iônicos utilizando para tal o modelo - 2 presílias (prendedor de
hidráulico. roupa, “jacarés”);
No modelo hidráulico - água
correspondente temos 3 reservatórios
como mostra a Figura 2: no
reservatório da esquerda IV PROCEDIMENTO
representamos a bateria ENa por meio
de um nível de água fixo, maior que
A. Montagem do modelo hidraúlico:
zero e, neste caso, igual a +74,4
Fazer um oríficio na borda inferior de
metros (+74,4 mV). O reservatório do
cada balde, e na garrafa 2 orifícios
lado direito representa a bateria EK
em lados opostos. Conectar as
do modelo elétrico, com nível de 86,6
mangueiras (seguir Figura 2). Um
metros abaixo de zero (-86,6 mV).
balde será a bateria de Na (ENa) e o
Cada reservatório lateral tem um
outro a bateria de K (EK). A garrafa
dispositivo que fixa seus níveis nos
será o potencial de membrana (Vm).
valores indicados na figura. Os
Inicialmente fazer as conexões entre
sistemas de manutenção de nível são
os baldes e a garrafa, coloncando as
indicados na Figura 2 por círculos
presílias nas mangueiras. Preencher
com setas e correspondem a bombas
os baldes com água, sendo o nível do
iônicas Na/K da célula viva.
balde ENa maior que o nível do balde
Vamos supor que, inicialmente,
EK. Como os níveis dos baldes podem
os reservatórios não estão
diminuir, um aluno será encarregado
interconectados e o reservatório
da reposição de água. Este aluno será
central está vazio. Ao refazermos as
denominado de ‘bomba iônica’.
ligações, um fluxo de água
dependente do tempo é estabelecido
através dos tubos resistivos. O nível B. Retirar as presílias, permitindo
do reservatório central (capacitor) desta forma o fluxo de água dos
aumenta até atingir uma altura de baldes para a garrafa Vm. Verificar
equilíbrio correspondente ao potencial qual o nível de água na garrafa, se
da membranam, e um fluxo de água este está mais próximo do nível da
estacionário entre os dois ENa ou EK.
reservatórios laterais é estabelecido.
C. Colocar a presília na mangueira
proveniente do balde EK, eliminando-
se totalmente o fluxo de água deste
10

compartimento para a garrafa. simulamos uma célula apenas


+
Verificar o nível do Vm. permeável a K . Como podemos
calcular o Vm, e a qual estado de
ativação celular esta condição mais se
D. Colocar a presília na mangueira
aproxima?
proveniente do balde ENa, eliminando-
se totalmente o fluxo de água deste
4- No procedimento E, um novo nível
compartimento para a garrafa.
de Vm era obtido quando o fluxo do
Verificar o nível do Vm.
balde ENa ou EK para a garrafa era
parcialmente eliminado. Remetendo-
E. Repetir B e C, porém sem eliminar se ao modelo elétrico, qual parâmetro
totalmente os fluxos dos baldes para elétrico foi alterado?
Vm.
5- Baseando-se no modelo hidraúlico,
como você despolarizaria a
V QUESTÕES PARA membrana celular?
APROFUNDAMENTO
6- Baseando-se no modelo hidraúlico,
1- Baseando-se no resultado obtido como você hiperpolarizaria a
em B, podemos afirmar que para 2 membrana celular?
especíes iônicas, cujos valores de
condutância são similares, aquela que
apresentar uma maior diferença entre
a concentração intra e extracelular
contribuirá mais para o Vm? VI REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Justifique.

2- No procedimento C, ao Koester, J. Membrane Potential. In:


eliminarmos totalmente a contribuição Essentials of Neural Science
do balde EK para o nível da garrafa, and Behavior. Eds E. R. Kandel &
simulamos uma célula apenas J. H. Schwartz. Norwalk, Appleton
permeável a Na+. Como podemos & Lange, 1995.
calcular o Vm, e a qual estado de
ativação celular esta condição mais se Procópio-Araújo, J. Gênese do
aproxima? Potencial de Membrana. In:
Fisiologia. Ed. M. M. Aires. 2a ed.,
3- No procedimento D, ao Rio de Janeiro, Guanabara Koogan,
eliminarmos totalmente a contribuição 1999.
do balde ENa para o nível da garrafa,
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HEMÓLISE EM GLÓBULOS VERMELHOS

I OBJETIVOS da natureza da membrana


plasmática, em particular de seus
Analisar a osmose e o constituintes e das relações destes
equilíbrio osmótico através da com o citoesqueleto, e (ii) do volume
membrana plasmática de hemácias. de líquido presente no
Analisar o fenômeno de osmose. compartimento celular.
Discutir os conceitos de osmolaridade A hemácia se comporta,
e tonicidade de soluções. portanto, como um micro-osmômetro,
devido ao fato de sua membrana ser
permeável à água e muito pouco
II FUNDAMENTOS permeável aos solutos,
principalmente cátions. Solutos não-
As hemácias, ou glóbulos iônicos hidrossolúveis atravessam a
vermelhos, são células anucleadas, membrana mais ou menos facilmente,
metabolicamente ativas, capazes de dependendo do tamanho molecular.
sintetizar ATP por via anaeróbica. O Variações na pressão osmótica da
ATP é utilizado, dentre outros solução externa, induzidas pela
sistemas, pela ATPase-Na-K da adição de um soluto impermeante,
membrana plasmática como fonte de levam a alterações do volume celular
energia para o bombeamento de Na+ devido ao movimento de água entre
do interior celular para o meio os compartimentos intra e
externo e de K+ em sentido contrário. extracelular, até que uma nova
Esse transporte é responsável, condição de equilíbrio osmótico seja
primariamente, pela manutenção de estabelecida. A forma bicôncava
uma composição iônica celular permite às hemácias variarem de
distinta daquela do meio banhante volume, principalmente aumentarem
extracelular. As hemácias encontram- de volume, dentro de uma certa
se em equilíbrio osmótico com esse faixa, sem que haja danos à
meio extracelular. Assim, alterações membrana plasmática.
da pressão osmótica do fluido Ultrapassando-se um volume crítico,
extracelular com solutos quando a hemácia atinge a forma
impermeantes levam a rápidos esférica, um aumento subsequente de
ajustes de volume celular decorrentes volume acarreta alterações drásticas
da entrada ou saída de água do da membrana, com aumento da
interior da célula. permeabilidade e vazamento do
Observados ao microscópio, os conteúdo celular. Esse fenômeno é
glóbulos vermelhos banhados pelo denominado de hemólise.
plasma sanguíneo, ou por solução A pressão osmótica intracelular
isotônica artificial (p. ex. uma solução pode ser expressa pela relação de
de NaCl a 150 mM), apresentam-se van’t Hoff: π = RTC, onde C é a
como discos bicôncavos. Essa forma concentração do soluto, R é a
depende de dois fatores principais: (i) constante dos gases, e T é a
12

temperatura absoluta. Lembrando


que a concentração de uma A partir das Eq. I e II podemos
substância é dada pelo número de obter:
moles (n) dividido pelo volume da
solução, a relação de van’t Hoff pode
ser reescrita da seguinte forma:
ρ RTn i
V =a+
ρ RTn i π i ( 2)
π i (1) =
(V − a ) (Equação III)
(Equação I)
Da Eq. III concluímos que o
volume celular é função linear de
π = pressão osmótica 1/π i(2). Isso significa que quanto
ρ = coeficiente osmótico maior o valor de 1/π i(2), maior será o
ni = número de moles do soluto i. volume celular. Mas para se aumentar
V = volume celular o valor de 1/π i(2), tem-se que
a = volume celular não ocupado por diminuir o valor de π i(2), ou seja,
água diminuir a pressão osmótica
R = constante dos gases extracelular tornando-a, portanto,
T= temperatura absoluta hipotônica em relação à célula (Figura
1).
Os índices (1) e (2) indicam,
respectivamente, os compartimentos
intracelular e extracelular. O índice i
se refere a solutos impermeantes. III MATERIAL
No equilíbrio osmótico, as
pressões osmóticas intra e - seringa estéril de 3 ou 5 ml
extracelulares são iguais. - garrote
Consideranco-se, em uma primeira - algodão
aproximação, que todos os solutos - álcool
são impermeantes, podemos escrever - 20 tubos de ensaio de 15 ml
a condição de equilíbrio: com estante para tubos
- água destilada
- NaCl
π i ( 1) = π i ( 2 ) - sacarose
- uréia
- pipetas de 10 ml
(Equação II) - heparina
- centrífuga
13

a
π i(2)
1/π
Figura 1 – Regressão linear para valores hipotéticos do volume celular (V) obtidos em
função do inverso da pressão osmótica extracelular (πi(2)). A extrapolação da reta permite
obter o intercepto com o eixo das ordenadas, o qual fornece o valor do volume celular não
ocupado por água (a).

IV PROCEDIMENTO uréia 0,3 e 0,6 M; sacarose 0,3 e 0,6


M. A cada um dos tubos de ensaio
As hemácias serão expostas a adicionar 100 µl de sangue e agitar
soluções de sacarose, uréia e NaCl suavemente.
em diferentes concentrações, sendo Examinar os tubos, logo após a
observado o grau de turbidez das adição de sangue, contra um fundo
suspensões. Em seguida, as soluções branco contendo letras impressas.
serão centrifugadas, sendo suas Anotar a transparência das soluções.
colorações comparadas antes e após Centrifugar os tubos e compará-los
a centrifugação. novamente quando à transparência,
Coletar sangue humano (2 ml) anotando as diferenças.
e adicionar um anticoagulante
(heparina, 25 unidades por ml de
sangue, ou 0,2 mg de oxalato de Na+
por ml de sangue). Preparar uma V QUESTÕES PARA
bateria de 11 tubos de ensaio APROFUNDAMENTO
contendo soluções de NaCl em
concentrações crescentes, obtidas 1- Como os vários tubos se
pela mistura de água e NaCl 150 mM apresentam em relação à turbidez da
nas seguintes proporções solução?
volumétricas: 0:10, 1:9, 2:8, 3:7, 4:6, 2- Como a turbidez da solução
5:5, 6:4, 7:3, 8:2, 9:1 e 10:0. se relaciona com a concentração do
Homogeneizar as misturas. soluto?
Em outros tubos de ensaio 3- Como a turbidez da solução
colocar 10 ml de cada uma das se relaciona com a natureza do soluto
seguintes soluções: NaCl 0,5 e 1,0 M; (NaCl, uréia ou sacarose)?
14

4- Como se explica a influência VI REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


da natureza do soluto sobre o
resultado observado? Procópio-Araújo, J. Transporte de
5- O que muda na aparência Água e Osmose. In: Fisiologia.
das soluções depois de realizada a Ed. M. M. Aires. Rio de Janeiro,
centrifugação? Guanabara Koogan, 1999.
6- Quais soluções mudam após
a centrifugação e por quê?
Lacaz-Vieira, F. & Malnic, G.
Biofísica. Rio de Janeiro,
Guanabara-Koogan, 1981.
15

NEUROFISIOLOGIA

Miógrafo de Helmholtz
16

PERCEPÇÃO V ISUAL
I OBJETIVOS contém vasos sangüíneos e é
responsável pela nutrição das
1- Demonstrar a ocorrência estruturas oculares. Sobre os dois
de reflexos pupilares; terços posteriores da coróide repousa
2- Demonstrar a existência do a retina, camada complexa que
ponto cego e da trama vascular, contém os receptores sensoriais
evidenciando o mecanismo de sensíveis à luz (fotoceptores) e
preenchimento; circuitos neurais envolvidos no
3- Evidenciar as diferenças processamento inicial da informação
entre o processamento realizado pela visual.
visão central e periférica.

II FUNDAMENTOS

O processo evolutivo forneceu


complexidade suficiente à estruturas
visuais de certas espécies animais a
ponto de várias características
poderem ser extraídas da informação
luminosa, tais como a discriminação
Figura 1 – Esquema de um corte
de forma, detecção da polarização da sagital do olho humano.
luz, percepção de profundidade, e
visão cromática (discriminação de
A saída do nervo óptico e a
cores). Essas características não são
entrada dos vasos sangüíneos no olho
extraídas individualmente, e em série,
ocorrem um pouco medial e
da radiação luminosa incidente, mas
superiormente ao seu polo posterior,
são processadas simultaneamente e
em uma região denominada disco
em paralelo por subsistemas visuais,
óptico. Como não existem
analogamente ao que ocorre nos
fotoceptores nessa região, a porção
demais sistemas sensoriais.
de imagem projetada sobre ela não é
As principais estruturas
detectada e processada, e por isso é
oculares são mostradas na Figura 1. A
denominada de ponto cego. A mácula
esclera, camada externa que protege
lútea, localizada no polo posterior do
o globo ocular, torna-se transparente
globo ocular, delimita a fóvea central,
em sua porção anterior, formando a
caracterizada pela presença exclusiva
córnea. Internamente à esclera
de cones, um dos dois tipos de
localiza-se a coróide, camada que
fotoceptores existentes na retina. A
17

fóvea é a região de maior acuidade distância mínima é denominada ponto


visual, sendo que movimentos próximo, e situa-se, em adultos
oculares são organizados de maneira jovens, em torno de 10 cm. A perda
complexa com o objetivo de projetar gradual da elasticidade do cristalino,
as imagens de interesse sobre essa ao longo dos anos, conduz a um
região da retina. aumento da distância que define o
Além da retina, que codifica a ponto próximo, e constitui-se em uma
informação visual em um padrão de condição denominada presbiopia.
descarga neuronal, o olho necessita Pequenas alterações no diâmetro
de um componente óptico que ântero-posterior do globo ocular ou
permita a projeção adequada de uma no raio de curvatura da córnea são
imagem sobre aquela camada suficientes para produzir vários tipos
fotoceptora. Essa imagem é de erros de refração (miopia,
focalizada pela córnea e pelo hipermetropia, astigmatismo), onde o
cristalino, ambos exemplos de lentes processo de acomodação não se
convexas e convergentes. A superfície realiza de maneira satisfatória.
anterior da córnea apresenta o maior A intensidade da luz que incide
poder refrator do sistema óptico do sobre os olhos varia numa faixa
olho, situado em torno de +48 extremamente grande, desde, por
dioptrias. O cristalino, no entanto, é o exemplo, a luminosidade apresentada
responsável pelo processo de por uma estrela distante, até
acomodação, por meio do qual um intensidades 10 bilhões de vezes
objeto pode ter sua imagem maiores observadas em um dia claro.
focalizada sobre a retina O sistema visual utiliza um conjunto
independentemente de sua distância de mecanismos capazes de lidar com
ao olho. Como a distância entre a essa ampla faixa de intensidades, o
pupila e a retina é constante, a qual inclui recursos puramente
acomodação é obtida por meio de ópticos além de processos neuronais
alterações da distância focal desse e fotoquímicos. A quantidade de luz
sistema óptico. A distância focal pode que atinge a retina é controlada pela
ser alterada por intermédio de ajustes íris que, devido à quantidade de
na espessura do cristalino efetuados pigmento que possui, é impermeável
pela contração ou relaxamento dos à luz. O diâmetro da pupila humana,
músculos ciliares. Esses músculos variando, aproximadamente, entre 2
encontram-se sob controle e 8 mm, permite uma variação de 16
autonômico originado no núcleo de vezes na intensidade luminosa que
Edinger-Westphal, no mesencéfalo, atinge a retina, já que essa
cujos neurônios pré-ganglionares intensidade é proporcional à área
fazem parte do nervo oculomotor, III atravessada pela luz. O controle do
par craniano. Para objetos localizados diâmetro pupilar é exercido pela
muito próximos ao olho, mesmo uma inervação simpática e parassimpática,
intensa contração dos músculos essa última responsável pela alça
ciliares não é suficiente para permitir eferente dos reflexos pupilares direto
uma acomodação adequada. Essa (constrição da pupila em resposta à
18

iluminação do mesmo olho) e retinianas e talâmicas, o córtex


consensual (constrição da pupila em estriado possui um mapa completo da
resposta à iluminação do olho retina, preservando aquilo que se
contralateral). denomina de organização
O sistema visual pode ser retinotópica. A fóvea, região retiniana
caracterizado por sua capacidade em de maior acuidade visual, ocupa uma
discriminar estímulos separados grande parte desse mapa
espacialmente, ou seja, sua resolução retinotópico, de maneira semelhante
espacial. Para uma imagem projetada à organização de outras modalidades
na região da fóvea, a menor distância sensoriais em que as regiões de
entre dois estímulos necessária para maior acuidade possuem uma
que eles possam ser vistos como representação cortical majoritária
distintos é da ordem de 1 minuto de (por exemplo, a representação da
arco (a uma distância de 1 metro, por face e das mãos no córtex
exemplo, duas linhas precisam estar somestésico).
separados por 0,29 mm para que
possam ser percebidos como objetos
distintos). III MATERIAL
A resolução espacial do
sistema visual depende de inúmeros - lanterna
fatores relacionados tanto às - régua
características do estímulo, como, por - lápis
exemplo, sua intensidade, quanto às - cartões 1 e 2 (Anexo 1)
características do próprio sistema
visual. A organização morfo-funcional
da retina possui um papel IV PROCEDIMENTO
fundamental no que se refere à
acuidade visual, principalmente em Reflexo pupilar direto
função da distribuição espacial de
Um voluntário deverá estar
cones e bastonetes, de suas
posicionado em um ambiente não
diferenças fisiológicas e das
muito iluminado, preferencialmente
interações neurais ao longo da
sentado, com os olhos abertos. O
circuitaria retiniana.
experimentador, munido de uma
Os axônios das células
lanterna pequena, deverá iluminar
ganglionares correm ao longo da
por alguns segundos um dos olhos do
superfície interna da retina e juntam-
voluntário. Uma forma adequada de
se para formar o nervo óptico, II par
proceder é, mantendo a lanterna
de nervos cranianos. Em mamíferos,
acesa a uns 15 cm da face do
o nervo óptico projeta-se
voluntário, aplicar o foco de luz sobre
primariamente ao núcleo geniculado
seu olho por alguns segundos,
lateral (NGL), no tálamo, e daí para o
afastando em seguida também por
córtex visual primário, no lobo
alguns segundos, repetindo então o
occipital. Como resultado de uma
procedimento (Figura 2). Durante a
projeção ordenada das aferências
aplicação do foco de luz sobre o olho
19

do voluntário, o experimentador e a ser executado é exatamente o


demais observadores deverão notar o mesmo que o descrito acima, exceto
que acontece com o diâmetro pupilar que desta vez deverá ser observado o
do respectivo olho (olhos claros diâmetro pupilar do olho não
facilitam a observação do fenômeno). iluminado.
Também deverá ser observado o que
acontece com o diâmetro pupilar
quando o foco de luz é retirado Mecanismo de preenchimento
daquele olho.
Fixe seu olho esquerdo sobre o
símbolo +, na Figura 3, mantendo o
olho direito fechado (se preferir usar
o olho direito, gire a figura em 180o,
posicionando o símbolo + à esquerda
do círculo). Sem desviar a fixação do
olhar do símbolo +, afaste e aproxime
a figura de seu rosto, prestando a
atenção no círculo preto. Existe uma
posição específica da figura, a uma
certa distância de seu rosto, em que
algo acontece com o círculo.
Determine essa distância, inclusive
medindo-a com uma régua.

Figura 3 – Estímulo visual utilizado na


pesquisa do ponto cego.

Repita o mesmo procedimento


Figura 2 – Procedimento utilizado na anterior, utilizando agora a Figura 4:
pesquisa dos reflexos pupilares direto e fixando o olho esquerdo no símbolo +
consensual.
(ou girando a figura em 180o caso
queira utilizar o olho direito), afaste e
Reflexo pupilar consensual aproxime a figura de seu rosto até
que algo aconteça com a grade
Aproveitando a boa vontade do perfurada, desenhada à esquerda da
mesmo voluntário, o experimentador figura. O que acontece com a grade
deverá impedir, com a própria mão, perfurada? Por quê?
que a luz da lanterna, ao iluminar um
dos olhos, atinja o outro olho do
voluntário (Figura 2). O procedimento
20

Figura 4 – Estímulo visual utilizado para


evidenciar o fenômeno de preenchimento.

Dirija-se a um ambiente pouco


iluminado, e coloque-se
preferencialmente à frente de uma
parede branca. Ilumine um dos olhos
com a lanterna posicionada
obliquamente próxima à órbita, em
sua região temporal (Figura 5).
Enquanto olha em frente para parede,
faça movimentos delicados com a Figura 6 – Fundoscopia evidenciando, além
lanterna até que possa observar uma do disco óptico e da fóvea, a trama vascular,
cuja sombra pode ser vista por meio da
imagem semelhante à apresentada na
manobra aqui descrita.
Figura 6. Essa é uma imagem da
trama vascular de seu próprio olho.
Mais rigorosamente, é uma imagem
da sombra, projetada em sua retina,
Visão central e periférica
da trama vascular que a recobre.
Peça a um voluntário para se
sentar em uma cadeira, mantendo
seu olhar fixado em algum ponto à
sua frente. Permanecendo de pé atrás
da cadeira (Figura 7), segurando na
mão algum objeto ignorado pelo
voluntário, o experimentador deverá
ir lentamente conduzindo o objeto ao
longo de um círculo imaginário ao
redor da cabeça do voluntário, a
partir da região posterior do campo
visual do voluntário (maior
Figura 5 – Manobra empregada na
excentricidade visual), para posições
visualização da sombra retiniana de sua mais anteriores desse campo visual
própria trama vascular. A lanterna deve ser (menores excentricidades visuais). O
colocada em movimento fazendo o foco de ponto de partida deverá ser uma
luz oscilar sobre o olho. posição na qual o voluntário ainda
não pode ver o objeto. Previamente
instruído, o voluntário deverá indicar,
ao longo da realização do movimento
21

pelo experimentador, o instante em Repita o mesmo procedimento


que detecta a presença do objeto em anterior, mas tenha à sua disposição
seu campo visual. Nesse instante, o um conjunto de pequenos objetos
experimentador deve interromper o idênticos (por exemplo, canetas) mas
movimento do objeto, mantendo-o com cores diferentes. Escolha um
naquela posição, e perguntar ao objeto de uma determinada cor,
voluntário se, além de detectar a ignorada pelo voluntário, e conduza-o
presença do objeto, é também capaz lentamente de maiores para menores
de identificar sua natureza (borracha, excentricidade visuais (Figura 7), até
apontador, relógio, etc...). Caso o que o voluntário indique ter detectado
voluntário ainda não possa identificá- a presença do objeto em seu campo
lo, continue o movimento ao longo do visual. Interrompendo o movimento,
círculo imaginário até que o pergunte ao voluntário qual a cor do
voluntário reporte a correta objeto detectado, mesmo que não
identificação do objeto. tenha certeza de sua identificação.
Continue então o movimento até que
o voluntário reporte uma identificação
mais segura da cor do objeto. Repita
esse procedimento diversas vezes,
aleatorizando a cor do objeto, e
anotando as respostas dadas, pois
acertos casuais podem ocorrer
mesmo que não correspondam a uma
percepção correta.
Um outro procedimento que
poderíamos realizar no laboratório,
mas que se tornaria mais interessante
em uma noite estrelada (dependendo
da companhia, é claro) é o seguinte:
olhando para o céu estrelado, procure
encontrar uma estrela bem pouco
brilhante (em termos mais técnicos,
com baixa luminância). Compare o
que acontece ao olhar diretamente
para ela (visão central), e ao fixar o
Figura 7 – Procedimento utilizado na olhar em um outro ponto no céu, mas
exploração do campo visual. Pode ser ainda mantendo a mesma estrela em
empregado para evidenciar diferenças, em seu campo visual (visão periférica).
regiões centrais e periféricas do campo,
Com persistência e um pouco de
quanto ao poder de resolução espacial e
resolução cromática. Ilustra também a
sorte, você poderá localizar uma
diferença perceptiva entre os processos de estrelinha que, surpreendentemente,
detecção e identificação de um estímulo. só enxergará se não olhar
diretamente para ela! Ou seja, verá a
estrelinha somente em seu campo
22

visual periférico. O que acontece com de percepção visual podem explicar


o brilho aparente da estrela nas duas esses achados?
condições de observação (visão 5- Com relação à sondagem da
central e periférica)? Como você visão central e periférica, qual a
explicaria essa diferença? diferença, em sua opinião, entre os
processos perceptivos de detecção e
identificação? Por que o voluntário é
V QUESTÕES PARA inicialmente capaz de detectar a
APROFUNDAMENTO presença do objeto, embora tenha
dificuldade em identificá-lo? Em quais
1- Como são chamados os excentricidades visuais (maiores ou
reflexos pupilares que ocorrem no menores) é mais provável a correta
olho que recebe um estímulo identificação do objeto pelo
luminoso e no olho contralateral? voluntário? Qual a razão fisiológica
Quando apenas um dos olhos foi dessa diferença entre maiores e
estimulado, o que ocorreu com o menores excentricidades visuais
outro olho? Por quê ? quanto à capacidade de identificação
de um objeto?
2- Como se chamam os
efetores responsáveis pela alteração 6- Ainda com relação às
do diâmetro pupilar? Identifique os diferenças entre visão central e
elementos desse arco reflexo. Para periférica, a detecção da presença do
que serve o reflexo pupilar? objeto no campo visual é
acompanhada da correta identificação
3- Em relação à pesquisa do de sua cor? Por quê? Qual a razão
ponto cego, o que acontece com o fisiológica das possíveis diferenças
círculo preto quando a figura se entre maiores e menores
encontra naquela posição específica? excentricidades visuais?
Qual é a causa fisiológica desse
fenômeno? Por que não notamos esse
fenômeno em nosso dia-a-dia já que, VI REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
na maior parte do tempo, algum
objeto em nosso campo visual Baldo, M. V. C. & Hamassaki-Britto, D.
encontra-se nessa posição? Visão. In: Fisiologia. Ed. M. M.
Aires. 2a ed., Rio de Janeiro,
4- Em relação à observação da Guanabara Koogan, 1999. p. 255-
trama vascular, por que essa 276.
manipulação nos permite ver uma
imagem que normalmente não Kandel, E. R., Schwartz, J. H, Jessel,
vemos? Ainda mais intrigante, por T. M. Perception (Section VI). In:
que não percebemos rotineiramente
Essentials of Neural Science
essa sombra da trama vascular, já and Behavior. Norwalk, Appleton
que ela recobre boa parte de nossa & Lange, 1995. p. 365-484.
retina? Quais mecanismos fisiológicos
23

SENSIBILIDADE P ROPRIOCEPTIVA
I OBJETIVOS estirado, ocorre um aumento no
comprimento das fibras musculares
1- Demonstrar os mecanismos extrafusais, e paralelamente ocorre o
envolvidos na transmissão nervosa do tracionamento da região equatorial do
estímulo proprioceptivo; fuso neuromuscular, onde estão
localizados os receptores de
2- Demonstrar os diferentes níveis de estiramento. Os receptores de
integração do estímulo proprioceptivo estiramento podem ser de dois tipos:
no SNC; em cadeia nuclear e em saco nuclear.
A deformação mecânica desses
3- Demonstrar a influência do sistema receptores é captada por terminações
proprioceptivo no controle da nervosas aferentes. As terminações
motricidade. nervosas aferentes podem também
ser de dois tipos: as primárias (ou
ânulo-espirais) e as secundárias (ou
II FUNDAMENTOS em inflorescência). A informação
proprioceptiva captada pelas
A propriocepção, ou percepção terminações nervosas aferentes
da posição e do movimento do primárias e secundárias serão
próprio corpo, é uma modalidade conduzidas até o sistema nervoso
sensorial importante para que o central pelas fibras aferentes Ia e II,
indivíduo possa se locomover respectivamente.
espacialmente e interagir com o meio Na substância cinzenta da
ambiente de forma eficaz. Por medula espinhal, as fibras aferentes
exemplo, os receptores sensoriais Ia fazem sinapse com os
articulares e musculares levam motoreurônios alfa, que inervam as
informações até o sistema nervoso fibras extrafusais do músculo
central sobre a posição dos membros, estirado, responsáveis pela contração
os receptores dos tendões informam muscular. As fibras aferentes
sobre a tensão da contração muscular proprioceptivas também emitem
e os receptores dos fusos ramos colaterais que ascendem pelo
neuromusculares informam sobre funículo posterior da medula espinhal
comprimento muscular a todo em direção ao córtex cerebral
instante. somestésico, onde poderá se tornar
O reflexo de estiramento é consciente. Indivíduos com sífilis em
assim chamado pois tem início com o estágio adiantado podem apresentar
estiramento das fibras musculares e uma síndrome chamada tabes
resulta na contração do músculo dorsalis, caractericzada por lesão no
estirado. Quando o músculo é funículo posterior e conseqüente
24

perda da propriocepção dos membros Orientações ao auxiliar:


cuja inervação foi acometida. 1) Tracionar a corda levando a uma
extensão do cotovelo esquerdo do
voluntário para que seja observada
III MATERIAL
sua capacidade de acompanhar os
movimentos com o lado direito. Voltar
- vibrador
à posição inicial.
- venda para os olhos
- corda (ou barbante) de 60 cm de 2) Segurar com certa firmeza a corda
comprimento durante a aplicação do estímulo
vibratório.
3) Observar as alterações na tensão
IV PROCEDIMENTO da corda.
O voluntário deve permanecer
Orientações ao experimentador:
de olhos vendados sentado em uma
cadeira. Os cotovelos devem 1) Localizar a região do tendão do
permanecer semifletidos e apoiados bíceps braquial e aplicar o estímulo
sobre uma mesa. O experimentador vibratório.
deve passar a corda ou barbante pela O experimentador deve então
palma da mão esquerda do voluntário pedir ao voluntário que acompanhe
e prender as extremidades da corda precisamente com o braço direito
na perna da mesa. A corda deve ser qualquer movimento que o braço
ajustada de modo a manter-se esquerdo fizer nas seguinte situações:
levemente tracionada na posição se a) O auxiliar deve tracionar a
semiflexão do cotovelo esquerdo. Um corda de modo a estender o
auxiliar deve segurar a corda perto da cotovelo do voluntário e em
extremidade presa à mesa. seguida voltar à posição
inicial.
Orientações ao voluntário:
b) O experimentador deve
1) Acompanhar precisamente com o
aplicar o estímulo viratório
braço direito qualquer movimento que sobre a região do tendão
o braço esquerdo fizer. do bíceps braquial esquerdo
2) Estar ciente de que será aplicado do voluntário por
um estímulo vibratório na região do aproximadamente 30
tendão muscular. segundos. O auxiliar deve
manter a corda sob leve
3) Estar atento e relatar qualquer
tensão.
sensação obtida durante todo o
experimento. c) O voluntário e o auxiliar
devem relatar suas
sensações durante o
experimento.
25

4- O que aconteceria se este


mesmo experimento fosse feito
V QUESTÕES PARA usando-se um voluntário com tabes
APROFUNDAMENTO dorsalis?

1- Na situação 1, como é
possível que o voluntário saiba, sem o
auxílio da visão, os movimentos VI REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
executados pelo braço tracionado? E
como é possível que ele acompanhe Baldo, M. V. C. Propriocepção. In:
com precisão os movimentos com o Fisiologia. Ed. M. M. Aires.
braço direito? Guanabara Koogan, 1999. p. 231-
238.
2- O que foi observado na
situação 2 do experimento? Como isto Pearson, K. & Gordon, J. Spinal
se explica, levando em consideração reflexes. In: Principles of Neural
o relato das sensações do voluntário? Science. Ed. E. R. Kandel, J. H
Schwartz, T. M. Jessel. McGraw-
3- Como se explicam as Hill, 2000. pp 713-736.
sensações relatadas pelo auxiliar
durante a execução da situação 2?
26

SENSIBILIDADE SOMESTÉSICA
I OBJETIVOS (estímulo mecânico), a via sensorial
da visão é ativada e o estímulo é
1- Caracterizar a distribuição percebido no córtex visual como um
dos receptores sensoriais cutâneos. borrão de luz.
2- Demonstrar as diferentes Porém, um estímulo de
densidades de inervação sensorial intensidade constante sobre um
cutânea. receptor faz com que haja diminuição
3- Demonstrar as diferentes do potencial gerador. Por isso, a
densidades de inervação sensorial freqüência de disparo do neurônio
cutânea. sensorial pode também diminuir com
4- Demonstrar o fenômeno de o tempo, conseqüentemente
adaptação sensorial. diminuindo a percepção deste
estímulo. Este mecanismo é
denominado adaptação sensorial.
II FUNDAMENTOS Outra propriedade importante
do sistema sensorial é permitir a
A percepção sensorial começa localização do estímulo. Cada
quando um determinado estímulo neurônio é responsável pela
ativa uma estrutura especializada: o inervação sensorial de uma
receptor sensorial. De forma geral, o determinada área somática periférica,
estímulo é codificado pelo receptor e a esta área chamamos campo
sensorial e transmitido pela via receptivo. Essa determinada área
sensorial para o sistema nervoso somática possui um conjunto de
central, onde é interpretado, podendo neurônios que a representam no
participar da emissão de uma córtex cerebral. Assim, podemos
resposta do organismo. Estímulos de localizar, com maior ou menor grau
diferentes naturezas (químico, de precisão, e sem o auxílio da visão,
mecânico, térmico, luminoso, sonoro, uma pontada de agulha em qualquer
entre outros) são captados pelos parte do nosso corpo. As fibras
receptores sensoriais específicos, sensoriais mantém uma correlação
evocando sensações distintas na topográfica entre a região periférica
maior parte das vezes. inervada e a área de representação
Tal especificidade é uma desta região no córtex cerebral.
propriedade de toda a via sensorial, Assim, a estimulação de um
desde o receptor até a área da determinado ponto na pele ativa a
interpretação do estímulo, no córtex região correspondente no córtex
cerebral. Os cones e bastonetes da cerebral, permitindo sua localização.
retina, por exemplo, são
especializados em responder a um
estímulo luminoso. Quando o globo
ocular é pressionado com um dedo
27

III MATERIAL dois pontos da pele. Você deve tocar


com os clipes metálicos (um por vez,
- caneta esferográfica. não importa a ordem), as seguintes
- lápis apontado. regiões da pele:
- régua . - polpa digital do polegar,
- papel em branco.
- clipes metálicos abertos, com - lateral do braço,
distâncias variadas entre suas - região interescapular.
extremidades: 0,5 cm, 1,0 cm, 2,0
cm, 5,0 cm e 10 cm. Tome cuidado para tocar a pele com
- três recipientes com água, com ambas as extremidades do clipe
diâmetro igual ou maior que 20 cm. simultaneamente. Anote os resultados
para cada região.

IV PROCEDIMENTO
Adaptação sensorial
Mapeamento dos receptores
sensoriais cutâneos Você deverá encher um
recipiente com água à temperatura
Com a caneta esferográfica e a ambiente, outro com água quente
régua deverá ser demarcada, na face (40o aproximadamente) e o terceiro
ventral do antebraço de um colega, com água fria (10o
uma área quadrangular de 3,0 cm X aproximadamente). Um voluntário irá
3,0 cm dividida em quadrados de 0,5 mergulhar a mão esquerda no
cm X 0,5 cm. Em um papel em recipiente com água quente e a mão
branco você irá fazer o mesmo direita no recipiente com água fria ao
desenho. Peça para que o colega mesmo tempo, permanecendo por
permaneça de olhos fechados. Com a um minuto. Em seguida deverá
ponta do lápis, você irá tocar os mergulhar ambas as mãos no
vários pontos do antebraço do colega, recipiente com água à temperatura
sempre com a mesma pressão, e este ambiente e descrever a sensação.
deve relatar o que sente: frio, calor,
pressão ou dor. Anote as sensações
do colega no mapa reproduzido na V QUESTÕES PARA
folha de papel. APROFUNDAMENTO

1- Com relação ao
Distância entre dois pontos mapeamento dos receptores
discrimináveis sensoriais cutâneos, o que se pode
concluir acerca da distribuição dos
O voluntário para este diferentes receptores sensoriais na
experimento deve permanecer de pele humana? Explique. Considerando
olhos fechados e deve relatar, a cada que a temperatura da ponta do lápis
estímulo, se sente o toque em um ou é constante, como se explica o fato
28

do voluntário relatar algumas vezes 3- Qual o mecanismo neural


que sente frio e outras não durante o responsável pela sensação térmica
experimento? relatada pelo voluntário na última
manipulação sensorial realizada?
2- Em relação à medida da
distância mínima entre dois pontos
percebidos como distintos, explique VI REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
os resultados observados nas
diferentes regiões do corpo Baldo, M. V. C. Somestesia. In:
pesquisadas. Que importância Fisiologia. Ed. M. M. Aires. 2a ed.,
funcional possuem esses achados? Rio de Janeiro, Guanabara Koogan,
1999. p. 217-230.
29

PERCEPÇÃO AUDITIVA
I OBJETIVOS ouvido humano percebe sons cuja a
freqüência varia de 16 à 20000 Hz. A
1- Evidenciar os mecanismos intensidade de um som é a energia
envolvidos na localização de um resultante do movimento vibratório e
estímulo acústico. é medida em decibel (dB). Indivíduos
2- Demonstrar a ocorrência de com audição normal precisam de uma
reflexos auditivos. intensidade de 0 a 25 dB para ouvir
3- Demonstrar as vias de um tom puro apresentado em um
condução de estímulos auditivos (via ambiente com isolamento acústico.
óssea e via aérea). O ouvido humano apresenta
4- Demonstrar o limiar três compartimentos:
absoluto auditivo em diferentes Ouvido Externo: constituído
faixas de freqüências e intensidades. pelo pavilhão auricular da orelha, pelo
conduto auditivo externo e pela
membrana timpânica.
II FUNDAMENTOS Ouvido Médio: compartimento
que contém a cavidade timpânica, a
O som é uma modificação de cadeia ossicular, composta por três
pressão que ocorre em meios ossículos (martelo, bigorna e estribo)
elásticos, propagando-se em forma que estão mantidos em posição por
de ondas mecânicas longitudinais e uma série de ligamentos muito
tridimensionais. Resulta de um delgados e por dois músculos: o
movimento ordenado e vibratório de tensor do tímpano e o estapédio.
partículas materiais, gerando Quando um estímulo sonoro
compressões e rarefações sucessivas apresenta intensidade superior a 70-
nos meios sólido, líquido e gasoso. 90 dB acima do limiar de audição de
Esse movimento pode ser percebido um indivíduo, um circuito nervoso
como som desde que apresente denominado arco reflexo estapédio-
determinadas características físicas, coclear entra em ação. Nesse circuito,
às quais o ouvido humano é sensível. o nervo facial provoca a contração
Freqüência e intensidade são reflexa dos músculos do ouvido
dois parâmetros que caracterizam o médio, impedindo a propagação de
som. A mudança da intensidade de um estímulo que poderia lesar as
um som nos faz considerá-lo como estruturas do ouvido interno. Como o
mais "forte" ou "fraco". A freqüência nervo facial também inerva os
das ondas sonoras nos faz reconhecer músculos da face, pode também ser
alguns sons como graves e outros deflagrada a oclusão ocular,
como agudos. A freqüência de um caracterizando o que se denomina de
som é expressa em hertz (Hz) reflexo cócleo-palpebral.
(número de oscilações completas da Ouvido Interno: é constituído
onda sonora em um segundo). O pelo labirinto ósseo (vestíbulo, cóclea,
30

canais semicirculares) e pelo labirinto fortes nas quais o indivíduo refere


membranoso (ducto e saco desconforto).
endolinfático, sáculo, utrículo, ductos
semicirculares e ducto coclear). Nesta
última estrutura, encontra-se o órgão III MATERIAL
de Corti, que contém as células
ciliadas internas e externas, as quais - FUNDAMENTAL (para realização dos
se constituem nos receptores procedimentos A, B e C):
auditivos. - diapasão (de preferência de
As perdas auditivas podem ter uma freqüência grave entre 70 e 100
diferentes características, Hz)
dependendo das localizações das - qualquer objeto que possa
lesões no ouvido. Se estas lesões ser utilizado para a produção de sons
ocorrerem no ouvido médio, teremos de alta intensidade.
perdas chamadas de condutivas; se
ocorrerem na cóclea ou VIII nervo - OPCIONAL (para a realização dos
craniano, serão denominadas perdas procedimentos D e E):
neurosensoriais; e se ocorrerem no - audiômetro
SNC, serão chamadas perdas - aparelho de som e fones de
centrais. Os testes de diapasão ouvido
podem ser utilizados clinicamente
para se detectar qual a origem de
uma perda auditiva, ou seja, se ela se IV PROCEDIMENTO
dá por lesões no ouvido externo e
médio, ou no interno. A) Localização do Som
O audiômetro é um aparelho
que permite estimular o ouvido Um voluntário deve
humano com sons cujas freqüência e permanecer sentado em uma cadeira
intensidade são controladas. Além com os olhos fechados e sem mover a
disso, essa estimulação envolve tons cabeça. Outro aluno fará vibrar o
puros, ou seja, constituídos por uma diapasão em diferentes distâncias e
única freqüência (sons esses locais em relação ao plano sagital do
raramente encontrados na natureza). voluntário. (Em todos os
O principal objetivo dos testes experimentos em que o diapasão for
audiométricos é obter o limiar mínimo utilizado, os alunos devem tentar
auditivo do indivíduo (limiar utilizar aproximadamente a mesma
absoluto), ou seja, o som mais fraco, força para fazê-lo vibrar, a fim de que
de uma determinada freqüência, que a intensidade do som seja semelhante
ele pode detectar em 50% das vezes nas diversas manipulações).
em que os estímulos foram Anotar os resultados, registrando a
apresentados. O campo dinâmico da posição dos estímulos em relação à
audição inicia-se no limiar do cabeça, e observar se o voluntário foi
indivíduo e termina na zona de capaz de identificar com precisão o
desconforto (intensidades muito local de origem do estímulo sonoro.
31

ouvidos e repetir o experimento.


B) Limiares de Condução Aérea e Repetir o procedimento alternando-se
Óssea o ouvido tapado.

B1) Teste de Schwabach C) Reflexo Cócleo-Palpebral


Um voluntário deve
permanecer sentado em uma cadeira Um voluntário deve
com os olhos fechados e sem mover a permanecer sentado em uma cadeira
cabeça. Outro aluno deve fazer vibrar olhando para frente. Subitamente
o diapasão e colocar seu cabo em outro aluno deverá realizar um ruído
contato com o processo mastóideo do alto com o auxílio de algum
voluntário. O tempo de audição deve instrumento ou ferramenta (uma
ser medido e registrado em colher e uma panela, por exemplo)
segundos. A seguir, o aluno deve próximo ao pavilhão auditivo do
fazer o diapasão vibrar novamente e mesmo. Observar e descrever o que
deve colocá-lo próximo ao pavilhão ocorre ao ouvir subitamente um som
auditivo. Novamente o tempo de de alta intensidade.
audição deve ser medido e registrado
em segundos. Comparar o tempo de D) Audiometria
audição nas duas manipulações.
O audiomêtro deverá ser ligado
B2) Teste de Rinne e um voluntário colocará os fones de
Um voluntário deve ouvido enquanto outro apresentará
permanecer sentado em uma cadeira sons de diferentes freqüências,
com os olhos fechados sem mover a primeiramente no ouvido direito e
cabeça. Outro aluno deve fazer vibrar posteriormente no esquerdo. Ao ouvir
o diapasão e colocar seu cabo em os estímulos, o indivíduo deverá
contato com o processo mastóideo do levantar a mão do lado
voluntário. Assim que o voluntário correspondente. Para cada freqüência
referir não mais estar ouvindo o apresentada deverá ser registrada a
diapasão, aproxime-o do seu pavilhão intensidade mínima que o voluntário é
auditivo. Descreva o fenômeno capaz de ouvir 50% dos estímulos
observado . apresentados. Essa intensidade será
obtida iniciando-se a apresentação
B3) Teste de Weber com intensidades elevadas e
Um voluntário deve reduzindo-se até que o indivíduo
permanecer sentado em uma cadeira refira não ouvir mais o estímulo. A
com os olhos fechados sem mover a partir dessa intensidade apresentar 4
cabeça. Outro aluno deve fazer vibrar tons puros dessa freqüência e
o diapasão e colocar seu cabo em registrar a intensidade na qual o
contato com o alto da cabeça. Deve- indivíduo indicar ter ouvido dois
se registrar em que ouvido o som é desses estímulos. Sugere-se que
melhor ouvido. Posteriormente, o sejam testadas freqüências entre 100
voluntário deverá tapar um dos e 15000 hz. Cada grupo deverá
32

construir um gráfico com as 5- Discuta a integração


freqüências testadas apresentadas no sensório-motora a partir do reflexo
eixo X e as intensidades no eixo Y. cócleo-palpebral. Quais as vias
aferentes e eferentes deste reflexo?
E) Retroalimentação auditiva Qual a importância dessa resposta?

Um voluntário deverá colocar 6- Em que faixa de


fones de ouvido ligados a um freqüências a sensibilidade do ouvido
aparelho de som, que deve estar humano é maior?
reproduzindo uma música em baixa
intensidade, enquanto inicia a leitura 7- Que interpretações podem
de um texto em voz alta. Sem que o ser cogitadas acerca da seleção de
voluntário perceba, outro aluno uma maior sensibilidade nessa faixa
deverá ir aumentando de freqüências intensidades?
gradativamente a intensidade da
música. Descrever o que ocorre com 8- Que fenômeno foi
a leitura do indivíduo. observado no experimento E? Qual a
importância desse mecanismo na vida
cotidiana?

V QUESTÕES PARA
APROFUNDAMENTO
VI REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1- No experimento A, qual a
diferença entre os estímulos que Baldo, M. V. C. Audição. In:
tornou possível a discriminação entre Fisiologia. Ed. M. M. Aires.
as fontes de estímulos sonoros? Guanabara Koogan, 1999. p. 239-
246.
2- Que informações podem ser
obtidas com base nos resultados dos Kelly, J.P. Auditory System. In:
testes de diapasão dos experimentos Principles of Neural Science.
do item B? Ed. E. R. Kandel, J. H Schwartz, T.
M. Jessel. McGraw-Hill, 2000.
3- No experimento B3
verificou-se alguma diferença entre a
realização do experimento com um
dos ouvidos tapados ou não? Como
esta diferença poderia ser explicada?

4- Em que tipo de condução


(óssea ou aérea) o limiar auditivo é
menor?
33

MOVIMENTOS O CULARES
I OBJETIVOS demais músculos oculares extrínsecos
são inervados pelo oculomotor, III
Estudar a origem, organização par de nervos cranianos, responsável
e função dos diversos movimentos também pela inervação do músculo
realizados pelos olhos. levantador da pálpebra superior. Há
cinco classes básicas de movimentos
oculares, servindo a diferentes
II FUNDAMENTOS propósitos, e organizados por
diferentes sistemas neurais que
Os movimentos do globo ocular compartilham os mesmos
são executados por um conjunto de 6 motoneurônios que inervam os
músculos. O músculo oblíquo superior músculos extrínsecos do olho. A
é inervado pelo nervo troclear, IV par Tabela 1 resume as principais funções
craniano, enquanto o reto lateral é dessas classes de movimentos
inervado pelo abducente, VI par. Os oculares.

MOVIMENTO OCULAR FUNÇÃO


Sacádico Posiciona o olho de tal forma a projetar uma imagem de
interesse sobre a fóvea.
Perseguição contínua Mantém a imagem de um objeto em movimento sobre a fóvea.

Vergência Ajusta o ângulo entre os eixos ântero-posteriores de ambos os


olhos em função da distância de uma imagem.
Optocinético Utiliza informações visuais também para estabilizar a imagem
sobre a retina durante movimentos da cabeça.
Vestíbulo-ocular Utiliza informações vestibulares para compensar movimentos da
cabeça com movimentos opostos dos olhos.
Tabela 1 - Classificação dos movimentos oculares.

Movimentos oculares podem reflexos que se destinam a manter


ser iniciados e controlados por essa estabilidade destacam-se os
diferentes subsistemas neurais, reflexos optocinético e vestíbulo-
dependendo de sua natureza, ocular.
voluntária ou reflexa. Por exemplo, os O labirinto ósseo é um
movimentos denominados sacádicos conjunto de cavidades localizadas na
são desencadeados por projeções porção petrosa do osso temporal, que
descendentes aos motoneurônios abriga as estruturas auditivas e
oculomotores, originadas no campo vestibulares. No interior do labirinto
ocular frontal do córtex cerebral. No ósseo encontra-se o labirinto
entanto, o processamento adequado membranoso, constituído de uma
da informação visual exige uma monocamada epitelial, e preenchido
estabilidade mínima da imagem que é com endolinfa. O labirinto vestibular
projetada sobre a retina. Dentre os membranoso é composto por dois
34

conjuntos de estruturas: os órgãos reflexo dos olhos para a esquerda,


otolíticos (sáculo e utrículo) e os com a mesma velocidade angular, de
canais semicirculares (anterior, tal forma que, idealmente, a imagem
posterior e horizontal), sendo que projetada sobre a retina permanece
esses três canais formam, imóvel. Assim, rotações da cabeça
aproximadamente, ângulos retos detectadas pelos canais
entre si (Figura 1). Enquanto o sáculo semicirculares darão origem a
e o utrículo são responsáveis pela reflexos vestíbulo-oculares, cuja
detecção da posição estática e de função é organizar os movimentos
movimentos lineares, os canais compensatórios dos olhos, mantendo
semicirculares possuem uma a estabilidade das imagens retinianas.
estrutura destinada à detecção de
movimentos angulares da cabeça.
III MATERIAL

- Régua (30 ou 40 cm)


- Cadeira giratória
- Cartolina (branca e preta)
- Toca-discos (“vitrola”)

IV PROCEDIMENTO

Movimentos sacádicos

Figura 1 – Vista posterior do crânio de um


Simplesmente peça a um
pombo após dissecção do osso temporal, voluntário para executar movimentos
expondo o labirinto ósseo. Podem ser vistos, oculares voluntários. Por exemplo,
bilateralmente, os canais semicirculares peça que ele explore visualmente o
anterior, posterior e horizontal. ambiente ao redor dele
(movimentando apenas os olhos e
O reflexo vestíbulo-ocular é não a cabeça). Durante a execução
desencadeado por movimentos da desses movimentos, observe como
cabeça que tenderiam a deslocar a eles ocorrem (principalmente em
imagem projetada na retina. comparação com os movimentos que
Movimentos oculares compensatórios serão observados no procedimento a
são assim deflagrados a partir da seguir).
informação vestibular, sendo que os
olhos tendem a se mover de tal forma Movimento de perseguição
a anular o deslocamento da imagem contínua
que seria provocado pelo movimento
da cabeça. Por exemplo, um Com uma caneta na mão,
movimento de rotação da cabeça movimente-a à frente do voluntário
para a direita provoca um movimento
35

pedindo que ele acompanhe com os hipermétrope, e execute esse


olhos a ponta da caneta. Observe o procedimento determinando o ponto
padrão do movimento ocular que é próximo de cada um em duas
executado e compare-o com o padrão condições diferentes: usando os
observado no procedimento anterior. respectivos óculos ou lentes de
contato, e sem usá-los. Compare os
valores do ponto próximo de cada um
Movimento de vergência deles, nas duas condições, não só
entre ambos mas também com os
Com uma caneta na mão, valores de um voluntário que com
mantenha-a a uma distância de certeza não apresente erros de
aproximadamente 50 cm à frente do refração e não necessite de lentes
voluntário e na altura de seus olhos. corretivas. Sem óculos ou lentes de
Peça então para que fixe o olhar na contato, quem apresenta um ponto
ponta da caneta, e vá então a próximo maior, o míope ou o
aproximando lentamente dos olhos do hipermétrope? Por quê?
voluntário. Peça também para que o
voluntário informe o momento em
que não consegue mais focalizar a Nistagmo optocinético
ponta da caneta, ou seja, o momento
em que não mais consegue uma Utilizando um toca-discos e
imagem nítida da mesma. Nesse cartolinas branca e preta, monte um
procedimento, várias coisas deverão aparato semelhante ao apresentado
ser observadas. Primeiramente, na Figura 2, onde faixas de cartolina
observe que tipo de movimento preta, com aproximadamente 2 cm de
ocular é executado pelo voluntário largura, são coladas sobre um cilindro
enquanto a caneta é aproximada de de cartolina branca, a intervalos
seus olhos. Observe também o regulares de também 2 cm,
diâmetro pupilar dos olhos enquanto aproximadamente (esse padrão visual
a caneta é aproximada dos olhos do pode também ser facilmente
voluntário. Quais são as semelhanças confeccionado em papel sulfite se um
e diferenças entre esse movimento microcomputador e uma impressora
ocular e os observados nos dois estiverem disponíveis). Coloque o
procedimentos anteriores? cilindro de cartolina sobre o prato de
Quando o voluntário informar um toca-discos, e posicione um
que não é mais capaz de manter uma voluntário sentado à frente do
imagem focalizada, meça a distância aparato. Ligue o toca-discos,
entre a caneta e os olhos do colocando o cilindro para girar,
voluntário. Essa distância é chamada pedindo a um voluntário que procure
de ponto próximo, sendo a menor fixar o olhar sobre o cilindro, sem
distância em que ainda somos executar movimentos com a cabeça.
capazes de manter um objeto em Observe o que acontece com os olhos
foco. Procure entre os colegas algum do voluntário.
que seja míope e outro que seja
36

velocidade dos movimentos oculares


executados pelo voluntário enquanto
é girado na cadeira com uma
velocidade angular aproximadamente
constante (a rotação do voluntário na
cadeira não deve se prolongar além
de uns 20 ou 30 segundos).

Figura 2 – Procedimento empregado na


geração do nistagmo optocinético, onde
podemos notar o padrão visual utilizado
como estímulo (a ser colocado em
movimento giratório) e o posicionamento do
voluntário.

Nistagmo vestíbulo-ocular

Posicione um voluntário
sentado em uma cadeira giratória,
preferencialmente sem rodas ou com
os pés bem fixados, e com seu eixo
de rotação lubrificado. Garanta que as
pernas do voluntário não toquem o
chão (peça ao voluntário que se sente
sobre as pernas cruzadas). Comece a
girar a cadeira, gentilmente, com uma
velocidade angular de,
aproximadamente, 1 rotação por
segundo (1 segundo é
aproximadamente o tempo que
demoramos para falar, em voz alta, a
palavra “Pindamonhangaba”). O
voluntário deverá permanecer de
olhos abertos, olhando para frente, e
sem mover a cabeça, mantida na
posição vertical. Enquanto o
experimentador (ou seu auxiliar) gira
a cadeira (Figura 3), os observadores
devem se posicionar ao seu redor,
atentos aos movimentos oculares Figura 3 – Procedimento utilizado na
apresentados pelo voluntário. Devem geração do nistagmo vestíbulo-ocular.
ser observados o sentido e a
37

Repita a mesma manobra não produza nenhum ruído que possa


descrita anteriormente, mas agora sinalizar a presença ou ausência de
com o voluntário mantendo os olhos movimento. Os ruídos da sala (e dos
fechados. Embora seja uma observadores) também deverão ser
observação mais difícil, procure abolidos ou minimizados, pois servem
identificar, sob as pálpebras do como pistas auditivas, utilizadas pelo
voluntário, a ocorrência de voluntário, para a sua localização
movimentos oculares enquanto é espacial, e portanto como indicadores
girado na cadeira. de seu estado de movimento.
Repita ainda a mesma Uma última manobra constitui-
manobra (preferencialmente com um se na rotação do voluntário por uns
outro voluntário). Gire o voluntário 30 segundos, solicitando a ele que se
um pouco mais rapidamente, levante e ande após a parada brusca
solicitando a ele que segure da cadeira pelo experimentador. Essa
firmemente nos braços da cadeira. manobra deve ser feita com cuidado,
Depois de manter a rotação por uns contando com a ajuda dos
20 a 30 segundos, pare bruscamente observadores que deverão fornecer,
a cadeira em uma posição na qual o se necessário, a devida sustentação
voluntário esteja com seu rosto ao voluntário durante a tentativa de
voltado aos observadores. Peça a marcha.
esses que observem o movimento
ocular que o voluntário apresenta
depois de interrompida a rotação da V QUESTÕES PARA
cadeira, identificando o sentido dos APROFUNDAMENTO
componentes desse movimento
ocular. 1- Qual é a principal diferença
Repita uma vez mais a entre os padrões dos movimentos
manobra de rotação, com o voluntário observados nos procedimentos de
mantendo os olhos fechados. Gire a movimento sacádico e de perseguição
cadeira por alguns segundos até que contínua? Quais são as regiões do
adquira uma certa velocidade, e sistema nervoso central responsáveis
então deixe-a girar sem qualquer pela organização desses dois tipos de
interferência, permitindo que vá movimentos oculares?
desacelerando lenta e
espontaneamente. Solicite 2- Durante a observação dos
previamente ao voluntário que, no movimentos de vergência, o que
instante em que notar a parada acontecia com o diâmetro pupilar?
espontânea da cadeira, levante a Qual a finalidade desse reflexo? Quais
mão, mas ainda mantendo os olhos estruturas neurais são responsáveis
fechados. Para que essa manobra pela organização desse reflexo?
seja bem sucedida, o eixo de rotação
da cadeira deve estar bem lubrificado, 3- Que tipo de lentes
não só para que possa desacelerar (convergentes ou divergentes) são
lentamente, mas também para que
38

utilizadas por pessoas míopes e 5.6- Qual é a


hipermétropes? Por quê? importância fisiológica desse
reflexo vestíbulo-ocular?
4- Na pesquisa do nistagmo 5.7- É possível que o
optocinético, qual fenômeno você reflexo optocinético esteja
observa em relação aos olhos do também participando da
voluntário? Seria possível caracterizar organização desses
esse fenômeno em fases lenta e movimentos oculares? Por
rápida? Como? Qual será a função quê? Como você faria para
fisiológica desse reflexo? O que você demonstrar que há “algo mais”
acha que aconteceria se estivesse além do reflexo optocinético
sentado ao lado da janela de um presente nesses movimentos
ônibus ou trem em movimento, e oculares?
procurasse fixar seu olhar nos postes, 5.8- Como o sentido dos
árvores, ou outros objetos que componentes do movimento
estivessem à beira da estrada? ocular, observado após a
parada brusca da cadeira, se
correlaciona com o sentido dos
5- Em relação às manobras de componentes do movimento
pesquisa do nistagmo vestíbulo- ocular observado durante a
ocular, responda as seguintes rotação do voluntário? Por
questões: quê?
5.1- Em qual direção 5.9- Qual é a razão
(vertical ou horizontal) ocorre o fisiológica para esse
movimento ocular apresentado movimento ocular ocorrer
pelo voluntário? mesmo após a interrupção do
5.2- Como se movimento?
caracterizam os componentes 5.10- Quando se
desse movimento quanto à sua permite que a rotação da
velocidade (rápido ou lento)? cadeira termine gradual e
5.3- Em que sentido espontaneamente, o voluntário
(para a direita ou para a reporta que a cadeira parou de
esquerda) ocorrem esses girar antes ou depois da
componentes rápido e lento? rotação ter realmente
5.4- Como o sentido terminado? Qual é a razão
desses componentes se fisiológica de uma eventual
correlaciona com o sentido de “ilusão” apresentada pelo
rotação da cadeira? voluntário?
5.5- Qual é o 5.11- Quando o
componente (lento ou rápido) voluntário é solicitado a se
associado ao movimento ocular levantar e andar após a
compensatório de origem interrupção brusca da rotação
vestibular? da cadeira, como se caracteriza
a marcha do voluntário? Qual a
39

relação entre o estímulo Baldo, M. V. C. Propriocepção. In:


rotatório e os respectivos Fisiologia. Ed. M. M. Aires. 2a ed.,
efeitos sobre a marcha do Rio de Janeiro, Guanabara Koogan,
voluntário? O que se observa 1999. p. 231-238.
mesmo que ao voluntário,
depois de levantar-se da Kandel, E. R., Schwartz, J. H, Jessel,
cadeira, seja solicitado que não T. M. Perception (Section VI). In:
ande, mas permaneça na Essentials of Neural Science
posição ereta? Por quê? and Behavior. Appleton & Lange,
1995. p. 365-484.

Willis, W. D. The visual system. In:


VI REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Physiology. Eds. R. M. Berne, M.
N. Levy. Mosby, 1998. p. 129-153.
Baldo, M. V. C. & Hamassaki-Britto, D.
Visão. In: Fisiologia. Ed. M. M. Willis, W. D. The auditory and
Aires. 2a ed., Rio de Janeiro, vestibular systems. In:
Guanabara Koogan, 1999. p. 255- Physiology. Eds. R. M. Berne, M.
276. N. Levy. Mosby, 1998. p. 154-177.
40

ELETROMIOGRAFIA DA ATIVIDADE MASTIGATÓRIA

I OBJETIVOS atividade elétrica muscular durante a


contração. Pode, assim, ser utilizado
Observar a atividade na interpretação tanto de eventos
eletromiográfica (EMG) da fisiológicos inerentes ao processo de
musculatura mastigatória durante contração, quanto de manifestações
diversos movimentos mandibulares. patológicas que possam estar
associadas ao processo contrátil.

II FUNDAMENTOS III MATERIAL

O processo de contração em - Eletromiógrafo ou polígrafo


um músculo estriado esquelético (opcionalmente, o Biopac Student
envolve diversas etapas que incluem Lab, da BIOPAC Systems, Inc.,
mecanismos físicos e bioquímicos. Em contendo o módulo de EMG).
termos gerais, a contração se inicia a - Elétrodos de superfície.
partir de um sinal elétrico que, - Martelo neurológico.
percorrendo o neurônio motor, passa - Alimentos de diferentes
por intermédio de uma sinapse consistência tais como: pé-de-
química às fibras musculares, dando moleque, maçã, e goma de mascar.
origem novamente a um impulso - Líquidos: água ou
elétrico que percorre o músculo. É refrigerante.
esse conjunto de impulsos elétricos
gerados em um músculo que irá dar
início aos mecanismos físico-químicos IV PROCEDIMENTO
que caracterizam a contração
muscular. Registro unilateral dos
Embora o evento elétrico músculos masséter e digástrico
relativo a uma única fibra seja de
pequena intensidade, o efeito Nesse procedimento, o par de
cumulativo gerado pela atividade de elétrodos de superfície de um dos
centenas ou milhares de fibras produz canais é colocado sobre o músculo
um sinal suficientemente intenso para masséter, enquanto o outro par é
ser captado por elétrodos de aplicado sobre o músculo digástrico
superfície aplicados à pele. Esse sinal, de um voluntário (Fig. 1). O elétrodo
adequadamente amplificado e de referência pode ser colocado sobre
filtrado, possui um perfil temporal que o processo mastóide.
se correlaciona de maneira bastante
fidedigna a várias características da
41

Movimentos mandibulares
isolados:
A atividade dos dois músculos
deve ser observada nas seguintes
manobras mandibulares solicitadas ao
voluntário:
- abaixamento máximo da
mandíbula (abertura máxima da
boca);
- elevação máxima da
mandíbula (apertar os dentes com
uma força moderada);
- realizar movimentos
Masséter alternados de protrusão e retrusão da
mandíbula;
- realizar movimentos
alternados de lateralização da
mandíbula.
Durante a realização dessas
séries de movimentos mandibulares,
o perfil temporal e a amplitude dos
dois traçados eletromiográficos
deverão ser registrados, sendo que as
diversas fases desses traçados
deverão ser relacionadas aos
respectivos movimentos mandibulares
Digástrico executados (Fig. 2A e 2B).
Figura 1 – Músculos mastigatórios a serem
registrados.
42

Masséter

Depressão Elevação

Digástrico

(A)

Masséter

Protrusão Protrusão

Digástrico

(B)

Figura 2 – Exemplos de traçados de EMG obtidos dos músculos masséter e digástrico


durante movimentos de depressão ou elevação (A) e protrusão (B) da mandíbula (registros
realizados por meio do Biopac Student Lab, BIOPAC Systems, Inc.).
43

Sequência mastigatória: partir da atividade dos dois


Ao voluntário deverá ser então masséteres deverão ser comparados
solicitado que que se prepare para nas seguintes condições:
mastigar e engolir, por exemplo, um - O voluntário deverá realizar
pedaço de pé-de-moleque. O registro os movimentos mastigatórios sobre a
do EMG deverá ser iniciando antes goma de mascar, alternando o lado
que o voluntário leve o alimento à de trabalho e o de balanceio quando
boca, sendo que, após mastigá-lo, solicitado pelo experimentador;
deverá comunicar o instante em que - O voluntário deverá realizar
inicia a deglutição levantando umas uma sequência mastigatória completa
das mãos. O registro do EMG poderá, utilizando um alimento de menor
assim, flagar as diferentes fases de consistência (p. ex., um pedaço de
uma sequência mastigatória: maçã); o regitro dessa sequência
preparação, redução, e pré- mastigatória deverá ser comparada
deglutição. àquela obtida a partir de um alimento
Durante a fase de redução, de maior consistência (p. ex., um
deverão também ser observados os pedaço de pé-de-moleque).
ciclos mastigatórios expressos pelas
atividades dos dois músculos
registrados, sendo comparadas as Registro eletromiográfico
seguintes características dos sinais: do reflexo mentoniano
amplitude, duração, perfil temporal e
fase relativa entre os traçados. Essas Utilizando o martelo
características deverão ser neurológico, o experimentador deverá
observadas, comparadas e discutidas pesquisar corretamente o reflexo
quanto à origem fisiológica de suas mentoniano durante o registro do
diferenças. EMG produzido pelo masséter. A
evidência de que o registro obtido
deve-se à atividade reflexa do
Registro bilateral dos músculo, e não a algum artefato na
músculos masséteres pesquisa do mesmo, deve ser obtida
por meio da delicada percussão do
Nesse procedimento, o par de mento, com o martelo neurológico,
elétrodos de superfície de um dos em algumas outras direções que não
canais é colocado sobre o músculo deflagrem o reflexo miotático no
masséter de um lado, enquanto o músculo masséter. A atividade
outro par é aplicado sobre o músculo observada no registro do EMG deverá
masséter contralateral. O elétrodo de ser discutida quanto ao seu perfil
referência pode ser colocado sobre o temporal, duração e amplitude.
processo mastóide.
A amplitude, o perfil a duração
e a fase relativa do EMG obtido a
44

masséter e digástrico. Naquele


V QUESTÕES PARA registro identificado como masséter
APROFUNDAMENTO direito e esquerdo, identifique o lado
de trabalho e o lado de balanceio.
1- Nas Figuras 3A e 3B identifique Justifique suas respostas. Calcule a
qual dos registros se refere ao par de freqüência e duração média dos ciclos
músculos masséter direito e masséter mastigatórios.
esquerdo, e qual se refere ao par
0.20000
0.15000
0.10000
EMG CH1

0.05000

mV
0.00000
-0.05000
-0.10000
-0.15000
-0.20000
0.20000
0.15000
0.10000
EMG CH2

0.05000

mV
0.00000
-0.05000
-0.10000
-0.15000
-0.20000

0.10000
0.08000
Int. CH1

0.06000

mV
0.04000
0.02000
0.00000

0.10000
0.08000
Int. CH2

0.06000

mV
(A) 0.04000
0.02000
0.00000
9.0000 10.000 11.000 12.000 13.000 14.000 15.000 16.000 17.000 18.000
seconds
0.40000
0.20000
EMG CH1

mV
0.00000
-0.20000
-0.40000

0.60000
0.40000
0.20000
EMG CH2

mV
0.00000
-0.20000
-0.40000

0.15000

0.10000
Int. CH1

mV

0.05000

0.00000

-0.05000
0.15000

0.10000
Int. CH2

mV

0.05000

(B) 0.00000

-0.05000
15.000 20.000 25.000 30.000
seconds

Figura 3 – EMG dos músculos masséter ou digástrico durante atividade mastigatória


(os dois traçados inferiores de cada parte expressam a atividade integrada dos dois
registros superiores, refletindo, portanto, o mesmo processo.
45

2- Quais são os fatores, fisiológicos e VI REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


metodológicos, que podem influenciar
a amplitude do sinal eletromiográfico?
Wester, M. & McMullen W. Biopac
3- Qual é a origem fisiológica dos Student Lab - Complete
movimentos mastigatórios rítmicos? Reference Manual, v. 2.1,
Biopac Systems Inc., Santa
4- Quais são os fatores sensoriais que Barbara, 1997.
modulam a atividade rítmica
mastigatória? Bradley, R. M. Fisiologia oral
básica. Editora Médica
Panamericana, 1986.

Junge, D. Oral sensorimotor


function. Pacific, Missouri, MDMI,
Inc., 1998.
46

FISIOLOGIA DIGESTÓRIA

Quimógrafo de Ludwig-Baltzar
47

REGULAÇÃO N EURAL DA ATIVIDADE MOTORA DO T RATO


GASTROINTESTINAL E DA SALIVAÇÃO
I OBJETIVOS O sistema nervoso influencia as
atividades motoras e secretoras do
1- Visualizar as estruturas que aparelho gastrointestinal e regulam o
contituem o aparelho gastrointestinal; calibre dos vasos sangüíneos no TGI.
2- Visualizar a atividade motora A inervação simpática eferente para o
do trato gastrointestinal; TGI é efetuada, primariamente, por
3- Demonstrar o efeito da fibras noradrenérgicas pós-
estimulação simpática e ganglionares. A estimulação da
parassimpática sobre a atividade eferência simpática para o TGI inibe a
motora do trato gastrointestinal e a atividade motora da muscular
secreção salivar. externa, mas estimula a contração da
muscular da mucosa e de certos
esfíncteres. Esta estimulação inibe
II FUNDAMENTOS secundariamente as secreções do TGI
em resposta à uma vasoconstricção.
A parede do trato A inervação parassimpática
gastrointestinal (TGI) consiste de eferente para o TGI até o nível do
mucosa, submucosa, muscular cólon tranverso é efetuada por
externa e serosa. Contrações da ramificações do nervo vago. O
muscular externa que, restante do cólon recebe fibras
caracteristicamente, consiste de duas parassimpáticas dos nervos pélvicos
camadas de células de musculo liso por meio do plexo hipogástrico. As
(camada circular interna e fibras parassimpáticas eferentes para
longitudinal externa), misturam os o TGI são predominantemente
conteúdos no lúmen e os colinérgicas. A eferência
impulsionam de maneira controlada parassimpática estimula a atividade
em direção ao ânus. motora e secretora do TGI.
A parede do TGI contém Se as inervações simpática e
muitos neurônios que estão parassimpática para o TGI forem
interconectados. Uma densa rede de eliminadas, muitas das atividades
células neurais na submucosa é motoras e secretoras continuam a
chamada de plexo submucoso (plexo ocorrer, devido ao controle pelo
de Meissner). Entre as camadas Sistema Nervoso Entérico. O Sistema
circular e longitudinal de músculo liso Nervoso Autônomo tem papel
encontra-se o plexo mioentérico importante na modulação das
(plexo de Auerbach). Os plexos atividades motoras e secretoras do
submucoso e mioentérico (plexos TGI.
intramurais) em associação a os
outros neurônios e outros plexos do
TGI, constituem o Sistema Nervoso
Entérico.
48

III MATERIAL uma mesa cirúrgica. Em seguida,


fazer uma incisão no plano sagital
- Ratos machos Wistar albinos mediano, desde a mandíbula até o
com 200 a 250 g; externo. Proceder a dissecção das
- Cânulas de polietileno (ref. n0 estruturas superficiais do pescoço
10); para identificação da veia jugular.
- Éter; Colocar a cânula de polietileno na
- Pentobarbital sódico 3% veia jugular. A cânula é dirigida pelo
(Hypnol), dose de 0,15 mg/Kg por subcutâneo até a região dorsal do
peso corpóreo; animal, onde é exteriorizada,
- Pilocarpina, 0,8 mg/ml heparinizada e vedada. O animal
(parassimpatomimético); recebe água e alimento “ad libitum”
- Noradrenalina, 0,5 µg/ml até o dia seguinte quando são
(simpatomimético); novamente anestesiados e entregues
- Solução de KCl 3 M; aos alunos.
- Heparina;
- Tesoura cirúrgica; A2) Colocar uma folha de papel
- Pinça dente de rato; sobre a bancada. Colocar o animal em
- 1 seringa marcada para o decúbuito dorsal sobre o mesmo.
anestésico; Verificar se o animal está bem
- 1 seringa marcada para o KCl anestesiado, testando o reflexo
marcada; palpebral com uma pinça ou
- 1 seringa com polietileno na pressionando a sua cauda. Com a
agulha para aspiração da saliva; tesoura cirúrgica e segurando a pele
- 2 seringas para injeção de com uma pinça dente-de-rato, fazer
Pilocarpina e de Noradrenalina uma incisão no plano sagital mediano
marcadas; da parede ventral do abdômen.
- Papel para forrar a mesa; Rebater lateralmente a pele e a
- Sacos de lixo; musculatura nas porções inferior e
- Cotonetes. superior do abdômen de modo a
expor ao máximo as vísceras.

B - Observação e manipulação
IV PROCEDIMENTO das vísceras

A - Cirúrgico Observar: salivação, cor das


vísceras em geral, circulação
A1) Os animais são operados mesentérica, motilidade (movimentos
no dia anterior ao da aula. de segmentação e peristálticos).
Inicialmente anestesiar o animal, já Manusear as vísceras com cotonete.
pré-anestesiado com éter, injentando Observar e identificar: esôfago
na veia peniana o Pentobarbital distal, estômago (fundo, corpo e
Sódico 3% na dose de 0,15 mg/Kg. antro), esfíncter pilórico, duodeno
Após a anestesia, colocar o rato em proximal, pâncreas, fígado, intestino
49

delgado, válvula íleo-cecal, céco, V QUESTÕES PARA


cólon. APROFUNDAMENTO

C - Efeito da Pilocarpina sobre


a atividade motora e secretora do TGI 1- Como é a estrutura da
parede do TGI? Descreva-a no
Injetar pela cânula na veia sentido luz-interstício. Como é
jugular 1 ml da solução de constituída a mucosa? Como é
Pilocarpina. Observar de imediato o constituída a muscular externa? O
efeito sobre: motilidade gástrica, que ocorre quando a musculatura
motilidade do delgado e do cólon, circular se contrai, e a longitudinal? A
salivação, circulação mesentérica e a que serve a motilidade do TGI?
cor dos vasos.
2- O que é, e como é
D - Efeito da Noradrenalina constituída, a inervação extrínseca
sobre a atividade motora e secretora para o TGI? Qual é o seu papel na
do TGI regulação da motilidade e das
secreções do TGI?
Injetar pela cânula na veia
jugular 0,5 ml de noradrenalina e 3- Quais são as diferenças
observar os mesmos aspectos do ítem entre o Sistema Nervoso
anterior. Parassimpático e Simpático do TGI
com relação: a) à localização dos
E - Dissecção do trato corpos celulares dos neurônios
gastrointestinal eferentes; b) ao comprimento das
fibras eferentes pós-ganglionares e
Sacrificar o animal, injetando 1 aos neurotransmissores nos gânglios
ml de KCl concentrado pela cânula na sinaptícos; c) as ações gerais sobre a
veia jugular. Dissecar todo o TGI musculatura e as secreções?
desde o esôfago proximal até o cólon
distal. Esticar o TGI sobre o papel de 4- Quais são os nervos
jornal e medi-lo com uma régua. parassimpáticos que inervam o TGI
Calcular as dimensões percentuais do até o nível do cólon transverso,
delgado e do cólon em relação a do inclusive, e o restante do cólon?
trato total. Retirar o fígado e Quais são os principais
identificar o número de lóbulos neurotransmissores excitatórios e
hepáticos. inibitórios?

5- O que é Sistema Nervoso


Entérico ou Intrínseco? O que são e
como são constituídos os plexos
mioentérico e o submucoso?
50

6- Como é regulada a secreção VI REFERÊNCIAS


salivar? Descreva os efeitos da BIBLIOGRÁFICAS
estimulação parassimpática e
simpática sbre a secreção? Kutchai, H. C. The Gastrointestinal
System. In: Physiology. Eds. R.
M. Berne & M. N. Levy. 3rd ed., St.
Louis, Mosby-Year Book, 1993.

Cassola, A. C. Motilidade do Trato


Gastrointestinal. In: Fisiologia.
Ed. M. M. Aires. 2a ed., Rio de
Janeiro, Guanabara Koogan, 1999.
51

FISIOLOGIA RENAL

Colorímetro de Duboscq
52

ESTUDO DA FUNÇÃO R ENAL HUMANA

I OBJETIVOS pelos túbulos renais, estas últimas


avaliadas pelo seu “clearance”
Avaliar alguns parâmetros da fracional. Essas informações são
função renal na situação controle e muito úteis na clínica e, em algumas
em diversas situações experimentais situações, imprenscindíveis para o
como restrição hidríca, sobrecarga diagnóstico e definição da terapêutica
aquosa e uso de dois diferentes a ser instituída.
diuréticos: Furosemide (Lasix) e Por outro lado, a utilização de
Acetazolamida (Diamox). drogas diuréticas nos permite
Deverão ser avaliados os observar como o néfron manipula as
seguintes parâmetros: várias substâncias que chegam até
-Fluxo Urinário ele e como o transporte das mesmas
-pH, PCO 2, [Na+], [K+], [HCO -3] em sítios específicos contribui para a
-Osmolaridade urinária manutenção de homeostase. Com
-Ritmo de Filtração Glomerular (RFG) essa finalidade vamos utilizar
-Clearance de Na+, K+ e HCO-3 diuréticos com sítios e mecanisamos
-Clearance Osmolar de ação distintos e observar a função
-Clearance de água livre (CH2O) renal após a sua aplicação.
-Carga Excretada e Excreção
Fracional de Na+, K+ e HCO-3
-Excreção Fracional de Água III MATERIAL

- Furosemide 40 mg (Lasix);
II FUNDAMENTOS - Acetazolamida 250 mg (Diamox);
- Água destilada;
Utilizando a técnica de - Coletores de urina (1000 ml);
avaliação do Clearance de uma - Frascos de vidro (1, 5, 10 e 50 ml)
substância, podemos obter para colocar as amostras de urina;
informações sobre a função renal, - Papel para forrar a mesa;
através de um procedimento - Sacos de lixo.
extremamente simples e não invasivo.
Para a obtenção dessas informações
são necessárias apenas a medida do IV PROCEDIMENTO
volume urinário e da concentrção
plasmática e urinária da substância Cada grupo de 10 a 15 alunos
em questão. Por meio desse método deverá escolher duas condições
temos informação não apenas sobre o experimentais para realizarem o
evento inicial do processo excretório, estudo da função renal.
o ritmo de filtração glomerular, mas
também sobre a extensão da
reabsorção e excreção de substâncias
53

Condições Experimentais bicarbonato, principalmente no túbulo


proximal).
Restrição Hídrica: O voluntário
deverá suspender a ingestão de água Observações:
desde às 18:00 horas do dia anterior, Todos os voluntários deverão
e a partir desde momento deverá marcar o horário da última micção em
ingerir apenas alimento com baixo casa. Este momento será o início do
teor de água. período controle.
O tempo efetivo (não precisa
Sobrecarga Aquosa: Após a ser exatamente 60 min) de coleta de
coleta de urina para um período urina deve ser rigorosamente
controle, um dos voluntários deverá observado e o volume urinário
ingerir 1,5 a 2 litros de água ou suco, criteriosamente medido antes de
durante aproximadamente 30 separar aliquotas para dosagens de
minutos. As coletas de urina do substâncias, para que não haja erro
primeiro período experimental na avaliação do fluxo urinário.
deverão ser feitas 1 hora após a Não serão feitas as medidas
ingestão completa do liqüído. dos valores plasmáticos, para os
quais serão considerados os valores
Diuréticos: normais:
- No primeiro caso, causaremos uma
inibição do transporte de NaCl no [Na+]plasma = 145mM;
ramo ascendente espesso da alça de [K+]plasma = 4,0mM;
Henle, com Furosemide (40mg). O [HCO-3]plasma = 25 mM;
voluntário deverá ingerir 2 [Creatinina]plasma =1mg/100ml;
comprimidos. O Furosemide é um Osmolaridade plasma = 280mOsm/l.
diurético que atua preferencialmente,
inibindo o cotransporte 1Na+:2Cl-:1K+ Técnicas de Medida:
localizado na membrana luminal do Todo material deve ser
segmento ascendente espesso da alça colocado nos frasquinhos apropriados
de Henle. Este cotransportador utiliza e devidamente identificados para que
o gradiente eletroquímico do Na+ se saiba exatamente sua origem e o
estabelecido pela Na+/K+ ATPase período experimental correspondente.
basolateral. Anote sempre os resultados obtidos
- No segundo caso, iremos inibir a bem como as diluições realizadas.
reabsorção de HCO-3 com - pH e PCO2 e [HCO-3] – Uma amostra
Acetazolamida 250mg. O voluntário de urina coletada deve ser separada
deverá ingerir 2 comprimidos. A para a medida imediata de pH, PCO2
Acetazolamida inibe a ação da enzima e [HCO-3] no analisador de pH
anidrase carbônica (enzima crítica (pHgâmetro), sem diluíção prévia.
para a hidratação do CO2 e formação Não retarde a medida, caso contrário
de ácido carbônico, e, em haverá perda de CO2 da amostra.
conseqüência, para a reabsorção de Volume necessário: 0,5 ml.
54

- Osmolalidade – A osmolalidade relacionar a absorbância com a


(mOsm/ Kg de H2O) da urina (sem concentração de creatinina urinária,
diluíção prévia) é lida no Osmomêtro, deve-se multiplicar a leitura obtida
um aparelho que mede a depressão em absorbância por um Fator de
do ponto de congelamento de fluídos Correção.
biológicos e soluções aquosas. A
amostra urinária apresenta um ponto Determinação da creatinina na
de congelamento mais baixo que o da urina:
água, devido a presença de solutos Rotular um tubo de ensaio e
em maior concentração na urina. adicionar 2 ml de água destilada.
Volume necessário: 0,3 ml. Pipetar a seguir 20 µl de urina
- [Na+] e [K+] – Leitura no Fotômetro (diluíção 1:100).
de Chama, com diluição prévia. Em Acrescentar ao tubo 0,5 ml de
geral, este instrumento aspira a reagente pícrico saturado (1,2%) e
amostra que contém os íons Na+ e K+ duas gotas (0,1 ml) de solução
e, o volume aspirado é pulverizado e alcalina (NaOH 10%).
exposto a uma chama. A diluição Homogeneizar e aguardar 7
necessária irá depender do estado de minutos para a leitura no
hidratação e do uso ou não de espectrofotômetro.
diurético. Na situação controle a O branco é representado por 2
diluição de 1:200 poderá ser ml de água destilada; 0,5 ml de
suficiente. Diluições maiores ou reagente pícrico e 2 gotas de solução
menores poderão ser necessárias alcalina.
dependendo do fluxo urinário (tome Observação:
nota das diluições). O volume Outras diluições maiores ou
necessário é de 3 a 10 ml de urina menores poderão ser necessárias
diluída. dependendo do fluxo urinário. Quanto
- Creatinina – Leitura no maior o fluxo urinário menos
Espectrofotômetro. concentrada estará a creatinina na
Técnica de dosagem da creatinina urina e portanto menor deverá ser a
Princípio: A técnica consiste, diluição feita. Se a diluição for
essencialmente, fazer-se reagir a diferente de 1:100, que é a diluição
creatinina com o ácido pícrico, dando do padrão, o cálculo da concentração
picrato de creatinina que é um urinária de creatinina deverá incluir a
complexo de cor laranja (reação de diluição em relação ao padrão. O
Jaffé). A intensidade da cor resultado obtido será em mg/100ml
desenvolvida é proporcional à (lembrar de considerar a diluição em
concentração de creatinina e pode ser relação ao padrão).
avaliada com auxílio de um
espectrofotômetro. Em geral, este [Creatinina]urina=
instrumento faz incidir um raio de luz = Absorbância520nm x Fator
de comprimento de onda de 520 nm
sobre uma amostra de urina e mede
a quantidade de luz absorvida. Para
55

Determinação do Fator: U C ×V
Rotular 3 tubos e adicionar em RFG =
cada um deles 2 ml de água PC
destilada.
Pipetar em cada tubo, 20 µl da
Onde:
solução padrão de creatinina, com 50
UC = concentração de
mg/100ml.
creatinina na urina
Acrescentar 0,5 ml de ácido
V = fluxo urinário
pícrico e 2 gotas de solução alcalina
PC = concentração de
(2 gotas).
creatinina no plasma
Homogeneizar e aguardar 7
minutos para a leitura no Conhecendo-se o RFG e as
espectrofotômetro.
concentrações de Na+, K+ no plasma
Ler os tubos em 520 nm,
(PNa+ e PK+) e na urina (UNa+ e UK+)
acertando o zero com o branco.
pode-se calcular a Excreção Fracional
O resultado será a média das 3
desses íons, ou seja:
leituras obtidas.

Qe
50 EF =
Fator = Qf
Absorbância *
Onde:
Qe = carga excretada = U x V
*: Absorbância do padrão (média das Qf = carga filtrada = RFG x P
3 leituras)
Sendo que:
Análise do material coletado U = concentração urinária da
Fluxo urinário (V): para isso substância em questão
você precisará saber o volume P = concentração plasmática
formado (ml) num determinado da substância em questão
espaço detempo (min). Portanto
basta calcular o período de coleta Osmolaridade plasmática e
urinária e medir o volume. O volume urinária (Uosm e Posm): com isso é
colhido dividido pelo espaço de tempo possível calcular o “Clearance”
dará o fluxo (V) em ml/min. Osmolar (Cosm) e o “Clearance” de
Concentrações de Na+, K+, água livre (C H2O) ou Transporte de
HCO-3 e Creatinina na urina e no água pelo coletor (T CH2O).
plasma: através das concentrações
dessas substâncias, pode-se calcular U osmC ×V
o seu “clearance”. O “clearance” de Cosm =
creatinina reflete o ritmo de filtração Posm
glomerular.
56

Como estará o pH e a PCO2 da urina


V QUESTÕES PARA e por quê? Por que a ação diurética
APROFUNDAMENTO do Diamox não é tão potente quanto
a ação do Lasix?

1- Considerando as 4- O que vem a ser “clearance”


características de permeabilidade e de uma substância? O “clearance” de
transporte de solutos e água, nos creatinina mede o Ritmo de Filtração
ramos descendente e ascendente, Glomerular (RFG). Quais as
explique o sistema contracorrente vantagens e desvantagens do uso do
multiplicador, responsável pela “clearance” de creatinina endógena
formação da hipertonicidade medular. para medir o RFG?
Discuta seu papel no mecanismo de
concentração e diluição da urina. 5- Discuta como o fluxo
urinário e o pH da urina interferem no
2- O que deverá acontecer com transporte tubular de solutos.
a osmolaridade do interstício medular
com o uso do diurético Furosemide
(Lasix)? E com a reabsorção de água? VI REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
E por que, no ducto coletor, mesmo
que haja secreção de ADH, a água Aires, M. M. Fisiologia Renal (Seção
não é reabsorvida? 9). In: Fisiologia. Ed. M. M. Aires.
2a ed., Rio de Janeiro, Guanabara
3- Por que o diurético Koogan, 1999.
Acetazoalmida (Diamox), inibindo a
anidrase carbônica, leva a um
aumento da excreção de Na+ e,
consequentemente, no fluxo urinário?
57

ESTUDO DA FUNÇÃO R ENAL EM RATOS


I OBJETIVO osmoticamente diminuindo a
reabsorção de água. O NaCl presente
Avaliar alguns aspectos da no organismo é o principal
função renal, na situação controle e determinante do volume do fluido
após a ingestão de dois diferentes extracelular e muitas aplicações
diuréticos com sítios de ação clínicas dos diuréticos está
distintos: Furosemide (Lasix) e direcionado para reduzir o volume do
Acetazolamida (Diamox). Deverão ser fluido extracelular por diminuição do
calculados: conteúdo de NaCl corporal.
Um grande número de
- Fluxo urinário diuréticos disponíveis para o uso
- pH clínico tem diferentes mecanismos de
- Densidade urinária ação e, portanto, inibe a reabsorção
- Excreção de Na+ e K+ (opcional) tubular em diferentes sítios ao longo
do néfron. O Furosemide (Lasix), por
exemplo, é um diurético que atua,
II FUNDAMENTOS preferencialmente, inibindo o
cotransporte 1Na+:2Cl-:1K+ localizado
A utilização de drogas na membrana luminal do segmento
(diuréticos) nos permite observar ascendente espesso da alça de Henle.
como o néfron manipula as várias Este cotransportador utiliza o
substâncias que chegam até ele e gradiente eletroquímico do Na+
como o transporte das mesmas em estabelecido pela Na+/K+ ATPase
sítios específicos contribui para a basolateral. A Acetozalamida
manutenção da homeostase. (Diamox) inibe a anidrase carbônica,
Os diuréticos são substâncias que é crítica para a reabsorção de
que aumentam o fluxo urinário, assim bicarbonato, principalmente no túbulo
como a excreção urinária de solutos, proximal.
especialmente NaCl. A maioria dos
diuréticos usados clinicamente atuam
diminuindo a taxa de reabsorção nos III MATERIAL
túbulos o que, por sua vez, causa
natriurese (excreção aumentada de - Ratos machos Wistar albinos com
sódio), o qual é acompanhado por 200 a 300g;
cloreto, e isto leva à diurese - Cânulas de polietileno (ref. no. 10
(excreção aumentada de água). para jugular e ref. no. 200 para
Assim, o alto fluxo urinário traquéia e bexiga urinária);
apresentado com o uso de diuréticos, - Nembutal, na dose de 40mg/kg de
na maioria dos casos, ocorre peso corporal ou Inactin na dose de
secundariamente à inibição da 100mg/Kg de peso corporal;
reabsorção tubular de sódio. O sódio - Furosemide 40 mg (Lasix);
remanescente nos túbulos age - Acetazolamida 250 mg (Diamox);
58

- Heparina; Preparação Cirúrgica


- Solçução fisiológica (0,9%); - Coloque o animal em uma mesa
- Água destilada; apropriada, fixando sua patas.
- Tesoura cirúrgica; - Faça uma incisão no plano sagital
- Tesoura de ponta romba; mediano, desde a mandíbula até o
- Tesoura com ponta fina; externo. Proceda-se à dissecção das
- Pinça de relojoeiro; estruturas superficiais do pescoço
- Pinça dente-de-rato; para identificação da veia jugular
- Linha (para amarrar a traquéia e a externa direita ou esquerda e da
veia às rspectivas cânulas); traquéia.
- 1 seringa de 1ml para o anestésico - Isole e canule a traquéia com uma
marcada; cânula de polietileno ref. no. 200 (a
- 1 seringa de 1 ml para o Lasix fim de permitir melhor ventilação ao
marcada; animal)
- 1 seringa de 1ml para o Diamox - Isole e canule uma veia jugular
marcada; externa, conectando-as a uma cânula
- 1 seringa de 20 ml (para aspirar a de polietileno (ref. no. 10). A cânula
secreção que fica retida na traquéia); utilizada deve ser previamente
- Coletores de urina (1000ml); preenchida com soro fisiológico e
- Frascos de vidro (1, 5, 10 e 50 ml) heparina. A cânula da veia jugular
para colocar as amostras de urina; será utilizada para infusão de solução.
- Papel para forrar a mesa; A seguir, faça uma nova incisão no
- Sacos de lixo. plano sagital mediano da parede
ventral do abdômen, restrito a região
pélvica, para o rápido acesso à bexiga
IV PROCEDIMENTO urinária. A bexiga deve ser
exteriorizada e canulada com uma
Contenção do animal cânula de polietileno (ref. no. 200)
- Pese o rato e anote o seu peso. para coleta de amostras de urina.
- Anestesie o animal por injeção Neste caso, não é necessário
endovenosa de Nembutal, na dose de preencher a cânula com soro.
40mg/kg de peso corporal (dilua uma - Após a canulação da bexiga urinária
cápsula de nembutal de 100mg em ponha a extremidade da cânula de
2,5 ml de solução fisiológica. Isso polietileno em frascos adequados, de
fornece uma solução de Nembutal a modo que se possa coletar e medir o
uma concentração final de 40mg/ml. volume de urina expelida durante
Injete 1ml/Kg de peso) ou Inactin, na certo tempo. O fluxo será calculado
dose de 100mg/Kg de peso corporal pela diferença de peso dos frascos,
(dilua o conteúdo de 1g em 10 ml de onde a urina será coletada. Para tal,
água miliQ (deionizada). Isso fornece pesa-se o frasco antes e depois da
uma solução de Inactin a uma coleta de urina; a diferença do peso
concentração final de 10mg/Kg. representa o volume de urina em µl.
Injete 1ml/1Kg de peso).
59

Observação: - Marcar o tempo inicial e a partir daí,


A colocação de uma cânula de coletar a urina durante 30 minutos.
polietileno na bexiga urinária, em Este é o período controle.
termos cirúrgicos, tem a vantagem de - Injetar através da cânula da veia
ser menos traumatizante do que a jugular 0,1 ml Furosemide (Lasix).
canulação do ureter. Mas nesse tipo Um comprimido de Lasix (40 mg)
de preparação, deve-se usar de deve ser dissolvido em 10 ml de água
preferência animais machos e tem-se destilada, ficando numa concentração
várias desvantagens: a bexiga deve de esta droga contém 4 mg/ml.
ser muito bem esvaziada antes de
cada período experimental pois, caso Análise do material coletado
contrário, poderá ocorrer erros por
acúmulo de urina que não foi Todo material deve ser
drenada. Pode-se tentar minimizar colocado nos frasquinhos apropriados
este incoveniente fazendo-se injeção e devidamente identificados para que
de ar na bexiga. Para tal é necessário se saiba exatamente sua origem e o
uma cânula apropriada. Pode ocorrer, período experimental correspondente.
ainda, lesão da parede da bexiga, Anote sempre os resultados obtidos
com conseqüente hematúria, ou um bem como as diluições realizadas.
processo de contração espástica.
a. Fluxo urinário (Fur): o fluxo urinário
Protocolo Experimental é calculado a partir da relação entre
o volume urinário coletado (V), em µl,
Grupo 1 – Acetazolamida 250 e o intervalo de tempo entre as
mg (Diamox) coletas (t), em minutos.
- Após a preparação do animal,
despreze toda a urina coletada até o Fur= V/t (µl/min)
momento.
- Marcar o tempo inicial e a partir daí, b. pH - uma amostra de urina
coletar a urina durante 30 minutos. coletada deve ser separada para a
Este é o período controle. medida imediata de pH através de
- Injetar através da cânula da veia fitas de papel sensíveis a pH. Estas
jugular 0,1 ml de Acetazolamida fitas indicam apenas se o pH está
(Diamox). Um comprimido de Diamox mais ácido ou básico, não fornecendo
(250mg) deve ser disssolvido em 10 com precisão a medida do pH.
ml de água destilada, ficando numa Volume necessário: 10 ml.
concentração de 25 mg/ml.
Outra opção: para uma medida
Grupo 2 – Furosemide 40 mg precisa do pH pode-se utilizar um
(Lasix) analisador de pH (pHgâmetro) (Fig.
- Após a preparação do animal, 1). Este instrumento fornece a
despreze toda a urina coletada até o medida do pH, bem como da PCO2,
momento. PO2 e [HCO -3]. Não retarde a medida,
caso contrário haverá perda de CO2
60

da amostra. Volume necessário: 0,5 aparelho é calibrado em unidades de


ml. Neste caso, o pH é medido a densidade. A densidade do plasma é
partir da diferença de potencial entre 1,012 e a da urina chega a 1,040,
um elétrodo de Ag/AgCl e um quando esta é hipertônica.
elétrodo de referência (contém Observação: a densidade da urina é
solução de KCl). O elétrodo de proporcional a quantidade de solutos
Ag/AgCl esta mergulhado numa presentes na urina. Volume
solução de HCl que se encontra necessário: 25ml.
dentro de um capilar de vidro
especial, cuja membrana é permeável
a H+. O tubo de vidro, contendo o
Ag/AgCl Referência
elétrodo de Ag/AgCl, e o elétrodo de KCl
referência são colocados em contato
com a amostra urinária. Como a
membrana de vidro é permeável ao
íon H+, se a concentração de H+ for
HCl
maior no capilar de vidro do que na Amostra
amostra, há um efluxo desse íon para
a amostra, porém se a concentração Figura 1 – Esquema de um pHâmetro.
for menor, há um influxo para o
capilar. Isso cria uma diferença de Outra opção: Leitura da
potencial (E), na membrana do Osmolalidade. A osmolalidade
capilar, que é proporcional a (mOsm/ Kg de H2O) é lida no
[H+]amostra/[H+]capilar. A voltagem osmomêtro, um aparelho que mede a
medida (E) corresponde ao potencial depressão do ponto de congelamento
de Nerst para o H+: de fluídos biológicos e soluções
aquosas. A amostra urinária
apresenta um ponto de congelamento
E = RT x log ([H+]amostra/[H+]capilar) menor que o da água, devido à
presença de solutos em maior
concentração na urina.
Dessa forma, é medida a [H+]capilar e o Ao redor do tubo contendo a
pH é calculado: pH = - log [H+]capilar amostra urinária esta um banho de
água mais etilenoglicol. A amostra
(alíquota de 0,3 ml) é resfriada
c. densidade da urina – um lentamente, sem agitação, até uma
densímetro é colocado em contato temperatura abaixo do seu ponto de
com a amostra de urina. Este congelamento. Em seguida remove-se
aparelho é calibrado para a densidade o banho e a amostra continua sendo
da água (1,000). Quando a densidade resfriada porque a parede do frasco
da urina for maior do que densidade ainda esta com temperatura baixa. A
da água, o aparelho tende a se sofrer amostra é violentamente agitada e
uma força de flutuação e uma parte formam-se cristais. A temperatura da
maior estará fora da urina. O solução aumenta rapidamente e a
61

leitura da osmolaridade da amostra é fotocélulas captam a luz,


realizada. A osmolalidade é dada transformando-a em corrente. A
diretamente em mOsm/kg de H2O. magnitude da corrente é proporcional
a concentração do íon.
d. [Na+] e [K+] – Opcional - Leitura Diagrama de funcionamento:
no Fotômetro de Chama. É necessário
fazer uma diluição prévia da amostra
Luz
urinária. Em geral, este instrumento emitida
Detector
aspira a amostra que contém os íons Nebulização
pela
amostra
Na+ e K+ e, o volume aspirado é Ar
pulverizado e exposto a uma chama.
A diluição necessária irá depender do Filtro Amplificador Registro
estado de hidratação e do uso ou não Chama
Interferencial

de diurético. Na situação controle a Solução


(Excitação de átomos)

diluição de 1:200 poderá ser Figura 2 – Esquema de um fotômetro de


suficiente. O volume necessário é de chama.
3 a 10 ml de urina diluída.
A concentração de Na+ e K+
urinário é lida no fotômetro de
chama. Neste aparelho, a amostra de V QUESTÕES PARA
urina previamente diluída na APROFUNDAMENTO
proporção 1:200 é aspirada através
de um tubo e atinge um sistema de 1- Considerando as
ar comprimido, formando uma características de permeabilidade e
nuvem. Esse sistema realiza a transporte de solutos e água, nos
dispersão da amostra em pequenas ramos descendente e ascendente,
gotículas, que entram em contato explique o sistema contracorrente
direto com a chama. Nesse momento, multiplicador, responsável pela
a água da amostra evapora e os formação da hipertonicidade medular.
elétrons dos elementos que Discuta seu papel no mecanismo de
permanecem são excitados, concentração e diluição da urina.
ocorrendo uma mudança dos elétrons
de um orbital para outro, devido aos 2- O que deverá acontecer com
ganhos energéticos. Ao retornarem a osmolaridade do interstício medular
para a camada original, esses com o uso do diurético Furosemide
elétrons emitem, sob a forma de luz (Lasix)? E com a reabsorção de água
em um comprimento de onda que ocorre neste segmento? E por
específico para cada elemento, a que ao nível do coletor, mesmo que
energia adquirida. A luz emitida é haja secreção de ADH, a água não é
colimada e selecionada através de reabsorvida com o uso do Lasix?
filtros específicos antes de atingir a
fotocélula. O filtro seleciona 3- Por que o diurético
comprimento de onda emitido pelo Amiloride (Diamox), inibindo a
Na+ e pelo K+. Posteriormente, as anidrase carbônica, leva a um
62

aumento da excreção de Na+ e,


consequentemente, no fluxo urinário? VI REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Como estará o pH na urina e por
quê? Por que a ação diurética do Aires, M. M. Fisiologia Renal (Seção
Diamox não é tão potente quanto a 9). In: Fisiologia. Ed. M. M. Aires.
ação do Lasix? 2a ed., Rio de Janeiro, Guanabara
Koogan, 1999.
4- Discuta como o fluxo
urinário e o pH da urina interferem no
transporte tubular de solutos.
63

FISIOLOGIA CARDIOVASCULAR

Cardiógrafo
64

REGISTRO NÃO I NVASIVO DA PRESSÃO ARTERIAL HUMANA

I OBJETIVOS III MATERIAL


Recentes avanços tecnológicos
- FINAPRES
nos permitem hoje registrar
- Esfigmomanômetro
continuamente, e com fidedignidade,
- Estetoscópio
as ondas de pulso da pressão arterial
- Coluna de mercúrio
(PA) por métodos não invasivos. Tal
- Bacia plástica
procedimento é de grande valia e
- Água e gelo
bastante usado para se obter
informação sobre o controle reflexo
do sistema cardiovascular em
IV PROCEDIMENTO
indivíduos sadios ou portadores de
deficiências autonômicas. São dois os 1a. parte:
objetivos principais desta aula:
1.1) Com o indivíduo sentado, instale
- Promover uma análise crítica das
o manguito no dedo e adapte o
vantagens e desvantagens desta
controlador ao pulso. Conecte o
forma de medida da PA;
sistema ao registrador.
- Propiciar a observação de respostas
1.2) Faça várias manobras (troca do
cardiovasculares (pressão e
manguito ou do dedo em que o
freqüência cardíaca) frente a manguito está ajustado; levantar e
diferentes estímulos os quais
abaixar a mão + o manguito, levantar
ilustrarão e fornecerão substrato à
e abaixar o corpo + mão + manguito,
discussão de mecanismos envolvidos etc) que permitam discutir a
na regulação da PA.
importância da escolha do manguito
apropriado e da posição da mão
durante o registro da PA.
II FUNDAMENTOS
1.3) Adapte o esfigmomanômetro e o
estetoscópio ao braço contralateral e
O Finger Arterial Pressure meça a PA simultaneamente à
(FINAPRES) constitui-se em um
determinação pelo Finapres. Compare
sistema não invasivo para registro
as 2 medidas.
contínuo da PA , que se baseia no
método do "volume-clamp", descrito
2a. parte:
por Penaz em 1973. Consiste de um
Durante monitorização contínua da
pletismógrafo de dedo de dimensões
PA (e da FC), determine os valores
reduzidas, acoplado a um sistema de basais e explique as alterações
"feed-back" para controle do volume
induzidas pelos seguintes
sangüíneo no dedo e a um calibrador
procedimentos:
automático.
65

2.1) Manobra de Valsalva: O aluno 2- Quais os mecanismos que


deverá induzir uma pressão produzem elevação e queda da PA
intratorácica de, aproximadamente, durante a manobra de Valsalva? Que
40 mmHg, da seguinte maneira: respostas reflexas determinam estas
assoprando contra uma coluna de alterações da PA e por quê? Quais
mercúrio em U, fechar a glote, são os receptores sensoriais
mantendo uma pressão de 40 mmHg. envolvidos?

2.2) Imersão em água gelada: O 3- O que aconteceu com a PA


aluno deverá permanecer, pelo tempo durante o procedimento de imersão
que for possível, com a mão e o em água gelada? Por quê?
antebraço, contralaterais ao braço ao
qual se conecta o manguito, 4- Por que o estresse mental
submersos em uma mistura de água induzido pelos cálculos aritméticos
e gelo. altera a PA? Quais são as vias
envolvidas nessa modulação?
2.3) Estresse mental (cálculos
matemáticos): O aluno deverá 5- Durante as manobras respiratórias,
resolver, no papel, cálculos quais foram os efeitos da apnéia e
aritméticos em ordem crescente de hiperventilação sobre a PA? Quais os
dificuldade. receptores sensoriais estimulados?
Explique as respostas obtidas.
2.4) Manobras respiratórias:
- respiração normal: inspirar e
expirar normalmente
- apnéia: fazer uma expiração VI REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
forçada e prender a respiração
durante 20 s.
Michelini, L. C. (coordenadora).
- hiperventilação: inspirar e Fisiologia Cardiovascular (Seção
expirar rapidamente, com a boca
7). In: Fisiologia. Ed. M. M. Aires.
aberta, durante ~ 1 minuto
2a ed., Rio de Janeiro, Guanabara
(respiração “cachorrinho”).
Koogan, 1999.

V QUESTÕES PARA
APROFUNDAMENTO

1- Discuta as vantagens e
desvantagens de cada método
utilizado na medida da PA: FINAPRES
e esfigmomanometria.
66

ESFIGMOMANOMETRIA EM HUMANOS
I OBJETIVOS - definir as etapas e os cuidados a
serem observados para se medir
1- Discutir o mecanismo fisiológico no corretamente a PA;
qual se baseia a medida indireta da - discutir a importância da largura do
pressão arterial (PA); manguito na determinação dos
valores corretos da PA.
2- Fornecer ao estudante subsídios
para uma análise crítica do método
(cuidados a serem observados III MATERIAL
durante a medida, vantagens e
limitações); - Esfigmomanômetro
- Cicloergômetro (opcional)
3- Fornecer elementos sobre
mecanismos envolvidos na regulação
da PA durante exercício físico e IV PROCEDIMENTO
comparar indivíduos com certo grau
de condicionamento físico com outros 1) Em grupos de 4 a 6 pessoas, medir
completamente sedentários. e anotar os valores de pressão
arterial (PA) e a freqüência cardíaca
(FC) dos colegas nas diferentes
II FUNDAMENTOS situações: deitado (D), sentado (S),
em pé (P) (Tabela I).
Rever as bases fisiológicas do
método auscultatório para medida de 2) Escolha um indivíduo do grupo.
pressão arterial, visando: Utilizando o manguito padrão (13 x
- fundamentar o conceito do método; 24 cm) medir novamente a PA com o
- analisar criticamente o método; manguito perfeitamente adaptado ao
- discutir os valores obtidos (máximo antebraço e repetir a medida após se
e mínimo) no indivíduo normal; aumentar artificialmente sua
- compreender a gênese dos sons de circunferência (enrolar tecido ao
Korotkov; antebraço para torná-lo mais
- compreender o mecanismo espesso).
fisiológico em que se baseia a medida
indireta de PA (dinâmica da alteração 3) Repetir a medida da PA e FC com
do regime de fluxo); os indivíduos sentados,
- descrever a seqüência correta para imediatamente após exercício físico
obtenção da medida indireta da PA dinâmico em cicloergômetro: carga =
pelo método auscultatório; comparar 1 kg, 60 rotações por minuto, durante
os métodos auscultatório e 3-5 minutos e compará-los aos
palpatório; valores de repouso (sentado). (Na
falta do cicloergômetro, o exercício
poderá ser substituído por 60
67

segundos de “step” ou polichinelo). com o respectivo condicionamento


Classificar os voluntários em prévio, e anotar os resultados (Tabela
sedentários ou treinados, de acordo II).

PA FC
(mmHg) (bpm)
NOME D S P D S P

média
erro padrão
Tabela I

CONDIÇÃO REPOUSO APÓS EXERCÍCIO


PA (mmHg) FC (bpm) PA (mmHg) FC (bpm)
SEDENTÁRIOS

média
epm
TREINADOS

média
epm
Tabela II

V QUESTÕES PARA você atribui a diferença detectada?


APROFUNDAMENTO Por quê? Por que a largura do
manguito afeta a medida indireta da
1- Em relação ao procedimento 1, PA? Qual a relação ótima entre
compare as medidas obtidas nas largura do manguito/circunferência do
várias posições utilizadas. Você seria antebraço?
capaz de explicar o porque das
diferenças detectadas? 3- Utilizando-se um manguito padrão
(13 x 24 cm) qual seria (e por quê) o
erro observado se o paciente fosse
2- Em relação ao procedimento 2,
compare as medidas obtidas. A que
68

obeso? E se ele fosse excessivamente


magro? E se fosse uma criança?
VI REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
4- No procedimento 3, qual a
alteração média observada na PA e Michelini, L. C. (coordenadora).
Fisiologia Cardiovascular (Seção
na FC após exercício físico dinâmico?
Estas alterações foram semelhantes 7). In: Fisiologia. Ed. M. M. Aires.
para os indivíduos sedentários e 2a ed., Rio de Janeiro, Guanabara
Koogan, 1999.
treinados? Explique por quê.
69

ELETROCARDIOGRAFIA (ECG) EM HUMANOS


I OBJETIVOS T), obtêm-se as alças
correspondentes. Podemos registrar a
- entender a gênese do projeção das alças em um sem
eletrocardiograma (ECG) a partir da número de derivações bipolares. A
despolarização seqüencial do fim de padronizar os estudos dos
miocárdio, identificando a que eixos elétricos através de suas
corresponde cada uma das ondas do projeções existem os sistemas de
ECG; derivações. O mais usado é o das
- correlacionar temporalmente derivações clássicas descritas por
o ECG com as bulhas cardíacas e com Einthoven e que formam o “Triângulo
o aparecimento do pulso na artéria de Einthoven”. As três derivações
radial, visando o estudo da função do clássicas são obtidas registrando as
coração como bomba; seguintes diferenças de potencial (o
- determinar o eixo elétrico elétrodo terra é sempre colocado na
médio instantâneo do coração. Perna D):

DI = Braço D (-) e Braço E (+)


II FUNDAMENTOS DII = Braço D (-) e Perna E (+)
DIII = Braço E (-) e Perna E (+)
O eletrocardiograma (ECG)
consta de 3 principais deflexões, onda A união das linhas de derivação
P, complexo QRS e onda T, além do forma um triângulo equilátero
intervalo P-R (distância entre o início (Triângulo de Einthoven) em cujo
da onda P e o início do complexo centro é representada a origem dos
QRS) e do intervalo S-T (distância eixos elétricos instantâneos.
entre o final do complexo QRS e onda
T).
Considera-se que, a cada III MATERIAL
instante, as forças eletromotrizes do
coração podem ser representadas - Eletrocardiógrado ou polígrafo
pela sua resultante, isto é, um vetor - Estetoscópio
com determinada grandeza, sentido e - FINAPRES
direção, o eixo elétrico instantâneo do
coração. Os eixos elétricos vão variar
de um momento para outro em IV PROCEDIMENTO
grandeza e direção, mas terão
sempre um ponto de origem comum. 1) Registro do ECG
Quando se unem as extremidades dos Conectar os eletrodos de ECG
eixos elétricos instantâneos durante (utilizar as derivações clássicas de
as ativações dos átrios (onda P), dos Einthoven). Registrar em polígrafo ou
ventrículos (complexo QRS) e da eletrocardiógrafo o ECG nas
repolarização dos ventrículos (onda derivações I, II e III simultaneamente
70

ao pulso arterial com o indivíduo em


repouso durante vários ciclos 2- Comparando-se os traçados de
cardíacos (veja o capítulo intitulado ECG obtidos nas 3 diferentes
REGISTRO CONTÍNUO NÃO INVASIVO DA derivações utilizadas, a que se devem
PRESSÃO A RTERIAL HUMANA : MECANISMOS as diferenças de amplitude das ondas
DE REGULAÇÃO DA PRESSÃO A RTERIAL). P, QRS e T? Por que?

- Identificar todas as ondas e 3- Em relação à ausculta cardíaca,


intervalos, medindo a duração de quantos são os ruídos audíveis? Com
cada uma delas. que freqüência ocorrem? Qual a
- Determinar a freqüência cardíaca gênese destas bulhas?
basal.
4- Há correlação temporal entre o
2) Comparação dos traçados do traçado do ECG e as bulhas
ECG obtidos nas 3 derivações e do cardíacas? Identifique no traçado do
ECG com os traçados de pulso da ECG o momento preciso em que elas
pressão arterial. ocorrem. A que fases do ciclo
cardíaco correspondem estes tempos?
- Registre simultaneamente o ECG
nas derivações I, II e III e compare a 5- Identifique as características da
amplitude relativa das ondas. onda de pulso e correlacione-a
- Com um estetoscópio, ausculte os temporalmente com o traçado do
ruídos cardíacos, identificando em ECG. Há alguma correspondência do
que momentos do ECG eles ocorrem pulso arterial com ondas do ECG?
(compare o traçado do ECG com o Qual? Explique o porquê.
registro das bulhas cardíacas).
- Compare os traçados do ECG 6- Utilizando o registro do ECG obtido
(derivação II, por exemplo) e do nas 3 derivações, meça a amplitude
pulso arterial. das ondas (em mV ou em unidades
arbitrárias – mm, por exemplo) e
represente no triângulo de Einthoven
V QUESTÕES PARA como apareceriam as projeções da
APROFUNDAMENTO onda P, do complexo QRS e da onda
T. Trace para cada uma das alças o
1- Em relação ao traçado do ECG (por eixo elétrico médio.
exemplo, derivação II):
- O que significam os intervalos ou VI REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
segmentos isoelétricos que separam
as várias ondas? Rocha-e-Silva, M. As bases
- O espaço entre os vários ciclos fisiológicas do eletrocardiograma.
cardíacos é regular? Há alguma In: Fisiologia. Ed. M. M. Aires. 2a
correspondência com a respiração? ed., Rio de Janeiro, Guanabara
Com a inspiração ou com a Koogan, 1999.
expiração? Por quê?
71

FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA

Pneumógrafo de Marey
72

CONTROLE DA RESPIRAÇÃO
I OBJETIVOS preparação cirúrgica e coleta de
dados experimentais.
- Demonstrar ao aluno conceitos
básicos de mecânica respiratória e de Preparação cirúrgica:
controle da ventilação. Inicialmente, um rato Wistar
- Definir espaço morto anatômico e adulto será anestesiado (ketamina 40
funcional. mg/Kg associado à xilasina 20mg/Kg,
- Discutir os fatores determinantes da ip). Após anestesiado, o rato será
ventilação alveolar. posicionado em decúbito dorsal em
- Demonstrar as ações dos uma mesa cirúrgica e serão
quimiorreceptores periféricos no cuidadosamente separados e
controle da ventilação. identificados por meio de fios
- Demonstrar o reflexo de Hering- cirúrgicos as seguintes estruturas: 1)
Breuer. artérias carótidas comuns (direita e
esquerda); 2) nervos vagos (direito e
esquerdo); 3) traquéia. Será então
II FUNDAMENTOS realizada traqueostomia e um tubo de
polietileno (PE 200 com
O aluno deverá ter aproximadamente 4,5 cm de
conhecimento prévio, fazendo um extensão) será cuidadosamente
revisão geral, da fisiologia respiratória introduzido na traquéia. Sempre que
incluindo as bases da mecânica necessário deverá ser administrado
respiratória e da regulação da doses adicionais de anestésico.
respiração.
Procedimento Experimental:
- Determinar a freqüência
III MATERIAL respiratória basal por minuto (FR) do
animal utilizando um cronômetro.
-Ratos Wistar - Aumentar o espaço morto
-Drogas: ketamina e xilasina anatômico adicionando-se ao tubo
-Mesa cirúrgica para pequenos traqueal uma extensão de
animais aproximadamente 4,5 cm. Após 30
-Material cirúrgico básico segundos na condição de espaço
-Tubo de polietileno (PE 200) aumentado, determinar novamente a
FR.
- Após recuperação do evento
IV PROCEDIMENTO anterior, determinar novamente a FR
basal, procedendo-se então à oclusão
Os alunos poderão ser bilateral das artérias carótidas
divididos em grupos de quatro, e comuns. Após 30 segundos de
cada grupo será responsável pela oclusão, determinar novamente a FR.
73

- Após recuperação da 2- O que se observa após a oclusão


manipulação anterior, determinar a
bilateral das carótidas?
FR basal antes e 30 segundos após a
realização de vagotomia unilateral.
3- Qual o efeito da vagotomia
Explicar a resposta obtida.
unilateral sobre a FR?
- Após nova estabilização das
variáveis fisiológicas, determinar
4- Qual o efeito da vagotomia
novamente a FR antes e 30 após
bilateral sobre a FR? Por quê?
secção do vago remanescente.

VI REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
V QUESTÕES PARA
APROFUNDAMENTO
Zin, W. A. & Rocco, P. R. M. Controle
da respiração. In: Fisiologia. Ed.
1- O que acontece com a FR, e por M. M. Aires. 2a ed., Rio de Janeiro,
que, quando se aumenta o espaço Guanabara Koogan, 1999.
morto anatômico?
74

FISIOLOGIA ENDÓCRINA

Maleta de viagem para


administração rápida de insulina
75

HIPO E HIPERTIREOIDISMO I NDUZIDOS EM RATOS


I OBJETIVOS família das tiouréias, inibem a ação
da peroxidase, por competirem com o
Identificar e descrever as iodo.
alterações morfológicas da glândula Após ingestão, o iodo é
tireóide, em ratos, frente ao reduzido a iodeto e absorvido pelo
hipotireoidismo e hipertireoidismo trato digestivo. Captado da circulação
induzidos. sangüínea pelas células foliculares da
tireóide, é então organificado,
tornando-se parte da molécula de
II FUNDAMENTOS tireoglobulina.

A glândula tireóide é composta


por dois lobos laterais à traquéia, III MATERIAL
unidos por um istmo de parênquima
glandular. É formada por folículos, os - Ratas Wistar
quais são constituídos por células - Metimazol
foliculares que são responsáveis pela - Hormônio tireoidiano (T3)
síntese e secreção dos hormônios - Hidrato de cloral
tireoidianos. Essas células estão - Balança
dispostas de forma a englobar uma - Material cirúrgico
quantidade de colóide rico em
tireoglobulina.
Os hormônios tireoidianos
metabolicamente ativos são a IV PROCEDIMENTO
triiodotironina (T3) e a
tetraiodotironina (T4). Alguns fatores Dividir os animais em 3 grupos:
são cruciais para a síntese e secreção - Grupo controle (sem qualquer
desses hormônios: tratamento).
- iodo: proveniente da dieta, esse - Grupo tratado com metimazol
elemento faz parte das moléculas de (0,03%, adicionado à água de beber).
T3 e T4; - Grupo tratado com hormônio
- tireoglobulina: principal proteína tireoidiano (100 µg/100 g de peso).
sintetizada pela tireóide, contém em
sua estrutura átomos de tirosina, os Após tratamento com as
quais são a matéria prima para a respectivas drogas por 10 dias, os
formação de T3 e T4; animais devem ser submetidos à
- peroxidase: enzima responsável pela anestesia (hidrato de cloral na dose
organificação do iodo, ou seja, a de 0,4 ml/100 g de peso). Em
oxidação simultânea do iodeto com o seguida, são submetidos a
radical tirosil da molécula de cervicotomia de forma a expor a
tireoglobulina. Os fármacos glândula tireóide, a qual deve ser
propiltiouracial e metimazol, da observada e ter sua morfologia
76

descrita em detalhes. A glândula deve 4- Qual o papel representado pelo


então ser removida e pesada, sendo
eixo hipotálamo-hipofisário nos
que todas as características
efeitos induzidos pelas drogas
observadas nos 3 diferentes grupos
utilizadas?
devem ser comparadas entre si e
discutidas. 5- Quais as possíveis consequências
fisiológicas sobre outros órgãos e
sistemas causadas pela
V QUESTÕES PARA administração das drogas
APROFUNDAMENTO utilizadas?

1- Quais são as características


morfológicas da glândula tireóide
VI REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
observadas nos 3 grupos
estudados, e qual a razão das
Bianco, A. C. & Kimura, E. T.
diferenças encontradas?
Fisiologia da glândula tireóide. In:
2- Qual o papel desempenhado pelo Fisiologia. Ed. M. M. Aires. 2a ed.,
hormônios tireoidiano nas Rio de Janeiro, Guanabara Koogan,
alterações observadas? 1999.
3- Qual o papel desempenhado pelo
metimazol nas alterações
observadas?
77

HORMÔNIOS SEXUAIS E CASTRAÇÃO EM RATOS


I OBJETIVOS - Grupo de ratas castradas.
- Grupo de ratos castrados.
Identificar e descrever, em - Grupo de ratas pseudo-operadas.
diversos órgãos, as alterações - Grupo de ratos pseudo-operados.
morfológicas induzidas pela castração - Grupo de ratos tratados com a
ou pela administração de hormônios droga androgênica.
sexuais.
Tratamento com a droga
androgênica Durateston 250:
II FUNDAMENTOS - administrar 25 mg por via
subcutânea, em dias alternados,
O aluno deverá rever os durante 2 semanas.
detalhes fisiológicos da fisiologia
reprodutiva de ratos, machos e Cirurgia dos grupos castrados:
fêmeas. É também importante um - Anestesiar os animais com solução
conhecimento adequado da atividade de hidrato de cloral na dose de 0,4
hipofisária relacionada à esfera sexual ml/100 g de peso).
(secreção de FSH/LH e sua regulação) - Machos: proceder à incisão
como também da atividade endócrina longitudinal de cerca de 2 cm na
observada nos ovários e testículos e altura da linha média do escroto,
representada por hormônios tais removendo-se então os testículos do
como os andrógenos, estrógenos e animal.
progesterona. - Fêmeas: proceder à laparotomia
mediana, removendo-se então os
ovários do animal.
III MATERIAL
Cirurgia dos grupos pseudo-
- Ratas e ratos Wistar operados:
- Droga com atividade androgênica - Proceder às mesmas etapas
(p. ex. “Durateston”) descritas na cirurgia dos grupos
- Hidrato de cloral castrados, com exceção da remoção
- Balança dos respectivos órgãos.
- Material cirúrgico
Observação dos resultados:
- Duas semanas após a realização dos
IV PROCEDIMENTO procedimentos cirúrgicos (prazo que
coincide com a administração da
Dividir os animais em 7 grupos: droga ao grupo tratado com
- Grupo controle de ratas (sem adrógenos), os animais de todos os 7
qualquer tratamento). grupos deverão ser pesados,
- Grupo controle de ratos (sem anestesiados e submetidos a
qualquer tratamento). procedimento cirúrgico adequado
78

para remoção, quando pertinente, estudados, e qual a razão das


dos seguintes órgãos: testículos, diferenças encontradas?
epidídimos, vesículas seminais,
2- Qual o papel desempenhado pela
próstata e útero. Durante o
castração nas alterações
procedimento cirúrgico, o grau de
observadas tanto nos machos
adiposidade dos ratos pertencentes a
quanto nas fêmeas?
diferentes grupos deverá ser
observado para posterior 3- Qual o papel desempenhado pela
comparação. droga androgênica nas alterações
- Os diversos órgão deverão observadas no grupo tratado
ser pesados, e ter suas características quando comparadas aos demais
morfológicas cuidadosamente grupos experimentais?
descritas. As observações realizadas 4- Qual o papel representado pelo
nas ratas castradas, pseudo-castradas
eixo hipotálamo-hipofisário nos
e controles deverão ser comparadas
efeitos induzidos pelos
entre si, discutindo-se o eventual
procedimentos realizados?
efeito do tratamento aplicado a cada
grupo. A mesma comparação e 5- Quais as possíveis conseqüências
respectiva discussão deverá ser fisiológicas sobre outros órgãos e
aplicada às observações realizadas sistemas causadas pelos
nos ratos pertencentes aos grupos procedimentos realizados?
controle, castrado, pseudo-castrado e
submetido à droga androgênica.
VI REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

V QUESTÕES PARA Antunes-Rodrigues, J. & Favaretto,


APROFUNDAMENTO A. L. Sistema reprodutor. In:
Fisiologia. Ed. M. M. Aires. 2a ed.,
Rio de Janeiro, Guanabara Koogan,
1- Quais são as características
1999.
morfológicas dos diversos órgãos
observados nos 7 grupos
79

ÍNDICE REMISSIVO
80

CÓRNEA , 16, 17
A CORÓIDE, 16
CÓRTEX CEREBRAL SOMESTÉSICO , 23
ABDUCENTE, 33 CÓRTEX ESTRIADO , 18
ABSORBÂNCIA , 54 CÓRTEX VISUAL PRIMÁRIO, 18
+ - +
ACETAZOLAMIDA , 52, 53, 57, 59 COTRANSPORTE 1NA :2CL :1K , 57
ÁCIDO PÍCRICO, 54, 55 CREATININA , 54, 55, 56
ACOMODAÇÃO , 17 CRISTALINO , 17
ACUIDADE VISUAL, 17, 18
ADAPTAÇÃO SENSORIAL, 26 D
ALÇA DE HENLE, 53, 57
ANDRÓGENOS, 77 DECIBEL, 29
ANIDRASE CARBÔNICA , 53, 56, 57, 61 DENSIDADE DA URINA , 60
APARELHO GASTROINTESTINAL, 47 DERIVAÇÕES CLÁSSICAS, 69
ATIVIDADE ELÉTRICA MUSCULAR , 40 DERIVAÇÕES I, II E III, 69, 70
ATIVIDADE ELETROMIOGRÁFICA , 40 DIAMOX, 52, 56, 57, 58, 59, 61
ATIVIDADE MOTORA DO TRATO GASTROINTESTINAL, DIFERENÇA DE POTENCIAL ELÉTRICO, 6
47 DIFERENÇA DE POTENCIAL ESTACIONÁRIA ATRAVÉS DA
AUDIOMETRIA , 31 MEMBRANA , 8
AUDIÔMETRO, 30 DISCO ÓPTICO , 16, 20
DISTÂNCIA FOCAL, 17
B DIURESE, 57
DIURÉTICOS, 52, 57
BULHAS CARDÍACAS, 69, 70 DOSAGEM DA CREATININA , 54
DROGAS DIURÉTICAS, 52
DUCTO COCLEAR , 30
C DUCTOS SEMICIRCULARES, 30

CAMPO RECEPTIVO , 26
CAMPO VISUAL, 20, 21, 22 E
CANAIS SEMICIRCULARES, 30, 34
CARGA EXCRETADA , 55 ECG, 69, 70
CARGA FILTRADA , 55 EIXO ELÉTRICO INSTANTÂNEO DO CORAÇÃO , 69
CASTRAÇÃO , 77, 78 EIXO HIPOTÁLAMO -HIPOFISÁRIO , 76, 78
+
CÉLULA DE NA , 6, 7 ELETROCARDIÓGRADO , 69
CÉLULAS CILIADAS INTERNAS E EXTERNAS, 30 ELETROCARDIOGRAMA , 69, 70
CÉLULAS FOLICULARES DA TIREÓIDE, 75 ELÉTRODOS DE SUPERFÍCIE, 40, 43
CÉLULAS GANGLIONARES, 18 EMG, 40, 42, 43
CICLO REPRODUTIVO , 77 EPIDÍDIMOS, 78
CICLOERGÔMETRO , 66 EQUAÇÃO DE NERNST, 6
CICLOS MASTIGATÓRIOS, 43, 44 EQUILÍBRIO OSMÓTICO, 11, 12
CIRCULAÇÃO MESENTÉRICA, 48, 49 ERROS DE REFRAÇÃO , 17, 35
CLEARANCE, 52, 55 ESCLERA, 16
CLEARANCE DE ÁGUA LIVRE (CH2O), 52 ESFIGMOMANOMETRIA , 65
CLEARANCE DE NA + , K+ E HCO-3, 52 ESFIGMOMANÔMETRO, 64, 66
CLEARANCE OSMOLAR, 52 ESPAÇO MORTO ANATÔMICO E FUNCIONAL, 72
CÓLON, 47, 49 ESPECTROFOTÔMETRO , 54, 55
COMPLEXO QRS, 69, 70 ESPECTROFOTÔMETRO, 54
CONDUTO AUDITIVO EXTERNO , 29 ESTAPÉDIO, 29
CONES, 16, 18, 26 ESTETOSCÓPIO, 64, 69
CONSTANTE DE FARADAY, 6 ESTRÓGENOS, 77
CONSTANTE UNIVERSAL DOS GASES, 6 EXCREÇÃO FRACIONAL, 52, 55
CONTRAÇÃO MUSCULAR, 23, 40 EXCREÇÃO FRACIONAL DE ÁGUA , 52
CONTROLE DA VENTILAÇÃO, 72 EXERCÍCIO FÍSICO, 66, 68
81

F IODETO , 75
IODO, 75
FIBRAS AFERENTES IA E II, 23 ÍRIS, 17
FIBRAS EXTRAFUSAIS, 23
FIBRAS MUSCULARES EXTRAFUSAIS, 23 K
FIBRAS NORADRENÉRGICAS PÓS-GANGLIONARES, 47
FINAPRES, 64, 65, 69 KETAMINA , 72
FINGER ARTERIAL PRESSURE, 64
FLUXO URINÁRIO, 52 L
FORÇA DIFUSIONAL, 6, 7, 8
FORÇA ELÉTRICA, 6, 7, 8 LABIRINTO MEMBRANOSO, 30, 33
FORÇA ELETROMOTRIZ, 7 LABIRINTO ÓSSEO, 29, 33, 34
FORÇAS ATRAVÉS DA MEMBRANA , 7 LASIX, 52, 56, 57, 58, 59, 61, 62
FOTOCEPTORES, 16 LIMIAR ABSOLUTO , 29, 30
FOTÔMETRO DE CHAMA , 54, 61 LIMIAR ABSOLUTO AUDITIVO , 29
FÓVEA , 16, 18, 20, 33 LIMIAR DE AUDIÇÃO , 29
FÓVEA CENTRAL, 16
FREQÜÊNCIA CARDÍACA, 64, 66, 70
FREQÜÊNCIA DE UM SOM, 29
M
FUROSEMIDE, 52, 53, 56, 57, 59, 61
MÁCULA LÚTEA , 16
FUSO NEUROMUSCULAR, 23
MANOBRA DE VALSALVA , 65
MANOBRAS RESPIRATÓRIAS, 65
G MECÂNICA RESPIRATÓRIA , 72
MECANISMO DE PREENCHIMENTO , 16
GLÂNDULA TIREÓIDE, 75, 76 MEDULA ESPINHAL, 23
GLOBO OCULAR , 16, 17, 26, 33 MEMBRANA LUMINAL, 53, 57
GLÓBULOS VERMELHOS, 11 MEMBRANA TIMPÂNICA , 29
GRADIENTE ELÉTRICO, 6 MESENCÉFALO , 17
GRADIENTE QUÍMICO, 6 METIMAZOL, 75, 76
MÉTODO AUSCULTATÓRIO, 66
H MÉTODOS NÃO INVASIVOS, 64
MODELO HIDRÁULICO EQUIVALENTE, 8
HCO -3, 52, 53, 55, 59 MOTOREURÔNIOS ALFA , 23
HEMÁCIAS, 11, 13 MOTRICIDADE, 23
HEMÓLISE, 11 MOVIMENTO DE PERSEGUIÇÃO CONTÍNUA , 34
HEPARINA , 12, 13, 58 MOVIMENTOS COMPENSATÓRIOS DOS OLHOS, 34
HEPARINA , 48, 58 MOVIMENTOS MANDIBULARES, 40, 41
HIDRATO DE CLORAL, 75, 77 MOVIMENTOS OCULARES, 17, 33, 34, 36, 37, 38
HIPERTIREOIDISMO , 75 MOVIMENTOS SACÁDICOS , 34
HIPERTONICIDADE MEDULAR, 56, 61 MUSCULAR DA MUCOSA , 47
HIPOTIREOIDISMO , 75 MUSCULATURA MASTIGATÓRIA , 40
HORMÔNIOS SEXUAIS, 77 MÚSCULO DIGÁSTRICO , 40
HORMÔNIOS TIREOIDIANOS, 75 MÚSCULO LEVANTADOR DA PÁLPEBRA SUPERIOR, 33
HYPNOL, 48 MÚSCULO MASSÉTER, 40, 43
MÚSCULOS OCULARES EXTRÍNSECOS, 33
I
N
INACTIN, 57, 58
INERVAÇÃO PARASSIMPÁTICA, 47 NA CL, 11, 12, 13, 53, 57
INERVAÇÃO SIMPÁTICA, 17, 47 NATRIURESE, 57
INTERVALO P-R, 69 NÉFRON, 52, 57
INTERVALO S-T, 69 NEMBUTAL, 57, 58
82

NERVO FACIAL, 29 POTENCIAL DE MEMBRANA , 6, 9


NERVO OCULOMOTOR, 17 POTENCIAL GERADOR, 26
NERVO ÓPTICO, 16, 18 PRESBIOPIA , 17
NERVO VAGO , 47 PRESSÃO ARTERIAL, 64, 66, 70
NERVOS PÉLVICOS, 47 PRESSÃO OSMÓTICA , 11, 12
NISTAGMO OPTOCINÉTICO, 35 PROCESSO MASTÓIDE, 40, 43
NISTAGMO VESTÍBULO- OCULAR, 36 PROGESTERONA , 77
NORADRENALINA , 48, 49 PROPILTIOURACIAL, 75
NÚCLEO DE EDINGER-WESTPHAL, 17 PROPRIOCEPÇÃO, 23, 24
NÚCLEO GENICULADO LATERAL, 18 PRÓSTATA , 78
PUPILA , 17
O
Q
OBLÍQUO SUPERIOR , 33
OCLUSÃO BILATERAL DAS CARÓTIDAS, 73 QUIMIORRECEPTORES PERIFÉRICOS, 72
OCULOMOTOR, 33
ONDA P, 69, 70 R
ONDA T, 69, 70
ONDAS DE PULSO, 64 RADICAL TIROSIL, 75
ONDAS MECÂNICAS, 29 REABSORÇÃO DE ÁGUA , 56, 57, 61
ORGANIZAÇÃO RETINOTÓPICA, 18 REABSORÇÃO DE BICARBONATO , 53, 57
ÓRGÃO DE CORTI, 30 REABSORÇÃO TUBULAR, 57
OSMOLALIDADE, 54, 60, 61 REABSORÇÃO TUBULAR DE SÓDIO, 57
OSMOLARIDADE, 11, 56, 61 REAÇÃO DE JAFFÉ, 54
OSMOLARIDADE URINÁRIA , 52 RECEPTOR SENSORIAL, 26
OSMOMÊTRO, 54 RECEPTORES DOS FUSOS NEUROMUSCULARES, 23
OSMOSE, 11 RECEPTORES DOS TENDÕES, 23
OSSÍCULOS (MARTELO , BIGORNA E ESTRIBO ), 29 RECEPTORES SENSORIAIS ARTICULARES E
OUVIDO HUMANO , 29, 30, 32 MUSCULARES, 23
OVÁRIOS, 77 RECEPTORES SENSORIAIS CUTÂNEOS, 26, 27
REFLEXO CÓCLEO-PALPEBRAL, 29, 32
P REFLEXO DE ESTIRAMENTO , 23
REFLEXO DE HERING- BREUER, 72
PCO2, 52, 53, 56, 59 REFLEXO MENTONIANO , 43
PENTOBARBITAL SÓDICO, 48 REFLEXO PUPILAR CONSENSUAL, 19
PERDAS AUDITIVAS, 30 REFLEXO PUPILAR DIRETO , 18
PEROXIDASE, 75 REFLEXO VESTÍBULO -OCULAR , 34, 38
PH, 52, 53, 56, 57, 59, 60, 62 REFLEXOS OPTOCINÉTICO E VESTÍBULO -OCULAR, 33
PHGÂMETRO, 53, 59 REFLEXOS PUPILARES, 16, 17, 19, 22
PILOCARPINA , 48, 49 REGISTRO CONTÍNUO DA PA, 64
PLETISMÓGRAFO DE DEDO , 64 REGULAÇÃO DA PA, 64, 66
PLEXO DE AUERBACH, 47 RELAÇÃO DE VAN’T HOFF, 11
PLEXO DE MEISSNER, 47 REPRESENTAÇÃO HIDRÁULICA , 7
PLEXO HIPOGÁSTRICO , 47 RESOLUÇÃO ESPACIAL, 18, 21
PLEXO MIOENTÉRICO, 47 RESTRIÇÃO HIDRÍCA , 52
PLEXO SUBMUCOSO, 47 RETINA , 16, 17, 18, 20, 22, 26, 33, 34
PLEXOS INTRAMURAIS, 47 RETO LATERAL, 33
PODER REFRATOR DO SISTEMA ÓPTICO DO OLHO ,, 17 RITMO DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR (RFG), 52
POLÍGRAFO, 40, 69
PONTO CEGO , 16, 19, 22 S
PONTO PRÓXIMO , 17, 35
POSIÇÃO DOS MEMBROS, 23 SACAROSE, 12, 13
POTENCIAL DE EQUILÍBRIO DA CÉLULA , 7 SÁCULO , 30, 34
83

SECREÇÃO SALIVAR, 47, 50 TRAMA VASCULAR, 16, 20, 22


SECREÇÕES DO TGI, 47, 49 TRAQUEOSTOMIA , 72
SENSAÇÃO TÉRMICA , 28 TRATO GASTROINTESTINAL (TGI), 47
SEQUÊNCIA MASTIGATÓRIA , 43 T RIÂNGULO DE EINTHOVEN, 69
SISTEMA CARDIOVASCULAR, 64 TRIIODOTIRONINA (T3), 75
SISTEMA CONTRACORRENTE MULTIPLICADOR , 56, 61 TROCLEAR , 33
S ISTEMA NERVOSO ENTÉRICO, 47, 49 TÚBULO PROXIMAL, 53, 57
SOBRECARGA AQUOSA , 52
S OLUÇÃO DE KCL, 48 U
SOLUÇÃO ISOTÔNICA, 11
SOM, 29, 30, 31, 32 ÚTERO, 78
SONS DE KOROTKOV, 66 UTRÍCULO , 30, 34

T V
TABES DORSALIS, 23, 25 VAGOTOMIA BILATERAL, 73
TÁLAMO , 18 VAGOTOMIA UNILATERAL, 73
TENSOR DO TÍMPANO , 29 VEIA JUGULAR, 48, 49, 58, 59
T ESTE DE RINNE, 31 VEIA PENIANA , 48
T ESTE DE S CHWABACH, 31 VENTILAÇÃO ALVEOLAR, 72
T ESTE DE WEBER, 31 VESÍCULAS SEMINAIS, 78
TESTES DE DIAPASÃO, 30, 32 VISÃO CENTRAL E PERIFÉRICA, 16, 22
TESTÍCULOS, 77, 78 VOLUME CELULAR, 11, 12
TETRAIODOTIRONINA (T4), 75
TIOURÉIAS, 75
TIREOGLOBULINA , 75
X
TIROSINA , 75
XILASINA , 72
TONICIDADE, 11
TONS PUROS, 30, 31
84

ANEXOS
85

Procedimentos Experimentais Didáticos Em Fisiologia Humana

Em junho de 2001 foi realizada uma compilação preliminar de protocolos


experimentais didáticos em fisiologia, os quais requerem a participação de
voluntários humanos. Essa compilação, denominada Procedimentos Experimentais
Didáticos Em Fisiologia Humana, acrescida dos demais documentos necessários, foi
encaminhada à Comissão de Ética em Pesquisa com Seres Humanos do ICB-USP
para respectiva análise. De acordo com o parecer emitido em setembro de 2001, a
referida Comissão aprovou o projeto didático, condicionalmente à observação de
algumas restrições.
Portanto, durante a realização de aulas práticas que envolvam a
participação de seres humanos como voluntários aos procedimentos
experimentais, particularmente quando se tratarem de alunos de graduação ou
pós-graduação, o docente responsável pela aula prática em curso deverá fornecer
todos os esclarecimentos necessários à sua realização, observando também os
cuidados preconizados pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP).
Além disso, os voluntários deverão ler e assinar, individual ou coletivamente, um

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, também identificado e assinado


pelo docente responsável. Um modelo do referido Termo de Consentimento e o
parecer da Comissão de Ética em Pesquisa com Seres Humanos do ICB-USP
sobre esse conjunto de protocolos didáticos encontram-se anexados a seguir.
86

TERMO DE C ONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO


87

Departamento de Fisiologia e Biofísica


Instituto de Ciências Biomédicas
Universidade de São Paulo

Procedimentos Experimentais Didáticos


Em Fisiologia Humana

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Você está sendo convidado a participar como voluntário de um


procedimento experimental, com finalidade didática, que será realizado nas
dependências do Departamento de Fisiologia e Biofísica do ICB-USP.
Esses procedimentos têm por objetivo o estudo da Fisiologia Humana,
visando uma melhor compreensão dos mecanismos e processos subjacentes às
funções do organismo.
Tomando como corretas as informações contidas no questionário que você
preencheu previamente, os experimentos aos quais você será submetido são
destituídos de qualquer risco à sua saúde física ou mental, não fazendo uso de
qualquer procedimento invasivo. Caso você concorde em prosseguir como
voluntário nesses procedimentos, saiba que é livre para interromper sua
participação no momento em que assim desejar, assim como tem o direito de
dirimir quaisquer dúvidas que venham a lhe ocorrer no curso dos experimentos.
Eu li a proposta acima, fui informado sobre os procedimentos a serem
realizados, entendi os benefícios e eventuais riscos, e me proponho a participar
espontaneamente como voluntário em sua realização.

São Paulo, ______de__________________de__________.

Nome do Participante:_________________________________________

Assinatura:__________________________________________________

O presente procedimento didático está sendo conduzido sob supervisão e


responsabilidade de:

________________________________________________
Nome do Docente Responsável

________________________________________________
Assinatura do Docente Responsável
88

PARECER DA C OMISSÃO DE É TICA EM PESQUISA COM S ERES


HUMANOS – ICB-USP
89

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