Cenário de Armazém Geral No SAP - SAP Blogs
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Gabriel Andrade
February 27, 2014 8 minute read
Processo
O processo de Armazém Geral é um processo peculiar, para o qual não existe um cenário standard, pois somente no
Brasil temos tantas obrigações fiscais e legislação específica para esse regime.
O objetivo deste processo é efetuar a saída, emissão fiscal e retorno para e de armazéns de terceiros sob o regime
fiscal de Armazém Geral.
Vou descrever o cenário da empresa, para que possam entender qual foi a necessidade que gerou o desenho desse
cenário.
A empresa é um fornecedor automotivo, com processo de JIT/JIS (Just in Time, Just in Sequence), fornecendo
diretamente para montadora.
Para quem não conhece o JIT ou JIS, é basicamente o seguinte… não se trabalha com estoque de produtos
acabados, e também o estoque de materia prima é mantido ao mínimo. Quando a montadora começa a fabricar um
automóvel, ela dispara uma mensagem eletrônica aos fornecedores, e eles então tem algumas horas para produzir e
entregar o produto. Quando há JIS, o produto deve também ser entregue na sequencia exata em que foi pedido.
Como a planta da montadora ficava um pouco longe (demorava mais de X minutos para um caminhão transitar da
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planta até a montadora) para o processo JIT, então exigiram que fosse utilizado um Armazém Geral, aonde seria feito
um pequeno estoque (por Kanban), e a chamada JIT/JIS seria feita para o Armazém Geral, o qual ficaria mais
próximo da montadora.
A solução que eu, em conjunto com um MM, CO e ABAP chegamos foi a seguinte…
Requisitos
Emitir NF-es de venda da empresa, com CNPJ da empresa, porém a partir do Armazém Geral, o qual não é uma filial
da empresa – pois a mercadoria teria que sair do Armazém Geral para a montadora
Para isso, a empresa terceira, dona do Armazém, deve estar devidamente matriculada como Armazém Geral na
JUCESP (no caso de SP)
“Conforme pareceres internos da fiscalização estadual, a remessa para armazenamento somente poderá ocorrer
quando o estabelecimento armazenador for registrado como depósito fechado ou armazém geral, não sendo mais
possível a remessa para armazenamento com benefício do ICMS quando destinada a estabelecimentos com registro
apenas de transportadora.”
Deposito Fechado = local/espaço de terceiros ou próprio, onde apenas e tão somente a empresa mantem a guarda
dos seus produtos, sendo este uma filial do próprio estabelecimento.
Armazém Geral = é o estabelecimento de terceiros, onde tem por objeto a guarda e conservação de
mercadorias e bens recebidos de terceiros, mediante cobrança pelos serviços prestados.
1) A não incidência do ICMS nas operações, dentro do Estado, tanto na remessa para armazenagem quanto
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no retorno ao estabelecimento. Art. 7º, Inciso I e III do RICMS/2000-SP
2) A suspensão do IPI dentro ou interestadual tanto na remessa para armazenagem quanto no retorno ao
estabelecimento. Art. 43, Inciso III do RIPI/2010
O Armazém Geral deve estar preparado para controlar e emitir retorno com base no conhecido como “FIFO
de NF” (obrigação do Fiel Depositário, não do depositante). Ou seja:
– O Armazém Geral tem que emitir a NF de Retorno Simbólico com o saldo quebrado em 2 linhas de SUA
NF-e 5.907: uma de 10 pcs a 10,00 e outra 2 pcs a 15,00.
Ou tem a opção de citar isso em seu corpo da NF, o que implicaria em LONGOS textos e depois di culdades
para a empresa depositante digitar a entrada 1.907 (ou futuramente implementar a entrada automática por
XML, que ca impossibilitada se for texto contínuo em corpo de NF). Por isso a primeira opção foi escolhida.
Por determinação do departamento fiscal, o cenário deveria ser configurado conforme as seguintes orientações:
NF-es para o Armazém Geral teriam que ser enviadas com o CFOP 5905/AA (Outras Saídas – Remessa para
Armazém Geral)
OBS: Nessa remessa, foi definido pela Controladoria que a emissão dessa NF-e seria feita com o valor do custo
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standard.
Essa remessa não pode ser feita por Saida de Mercadorias do SAP, pois temos que ter controle do estoque em poder
de terceiros. Por isso, esse cenário foi feito em MM, utilizando-se a transação MB1B com um tipo de movimento novo
criado especialmente para esse cenário, o qual emite automaticamente a NF-e de transferência após transferir do
estoque da planta para um local de depósito simbolizando o AG.
NF-es quando material fosse retornar fisicamente do AG para a empresa, deveriam ser emitidas pelo AG com CFOP
5906/AA (Outras Saídas – Retorno de Armazém Geral), e dado entrada com CFOP 1906/AA para a empresa
A NF-e de Venda será emitida pelo departamento de faturamento da empresa, e o DANFE enviado ou impresso
remotamente em uma impressora no AG, para que o mesmo possa acompanhar a carga.
Conforme solicitado pelo departamento fiscal, essas NF-es teriam uma nova Série, para diferenciá-las das NF-es de
venda comum, feitas sem Armazém Geral.
CFOPs utilizados:
Essa NF-e deve conter um texo em suas observações, mencionando a circunstância em que os produtos serão
retirados do AG, bem como o Endereço, CNPJ, e IE do AG.
O AG também deverá indicar, no verso dessa nota, a data da efetiva saída da mercadoria, bem como o número,
a série e data da Nota Fiscal de Retorno simbólico (mencionada abaixo)
Importante: como os produtos são enviados para o Armazém Geral, mas faturados pela planta da empresa, o
movimento de mercadoria no ato da Venda deve sair de um estoque da planta e não do estoque do AG. Como a NF-
e de Retorno Simbólico não é imediata, para que o faturamento não parasse, foi sugerido e aprovado a criação de
um novo estoque dentro da planta, o qual poderia ficar negativo.
Foi criado um novo estoque dentro do SAP para não “bagunçar” o estoque aonde o apontamento do produto final é
feito.
a) Estoque Final Produção aonde o apontamento é feito (1010) -> envio para estoque do AG (AG01)
b) Faturamento é feito a partir de outro estoque (1015), o qual pode e irá ficar negativo (temporariamente)
c) Quando as NF-es de Retorno Simbólico emitidas pelo AG chegam na empresa, os produtos são transferidos do
estoque AG01 para o estoque 1015, cobrindo assim o valor negativo
No momento da saída efetiva da mercadoria do AG, eles emitirão a Nota Fiscal de Retorno Simbólico, em nome da
empresa depositante, sem destaque do valor dos impostos, que conterá, além dos demais requisitos previstos na
legislação, os seguintes:
– O valor da mercadoria, que corresponderá àquele atribuído por ocasião de sua entrada no armazém geral
– A natureza da operação: “Outras Saídas – Retorno Simbólico de Armazém Geral”, com CFOP 5907/AA e
escriturada pela empresa com CFOP 1907/AA
– O número, a série, e a data da Nota Fiscal emitida pela empresa
– O nome do titular, o endereço e os números no CNPJ e da Inscrição Estadual, do estabelecimento a que se
destinar a mercadoria
– A data da efetiva saída das mercadorias do seu estabelecimento.
OBS: Posteriormente, o departamento fiscal/contábil/controladoria acordou com o AG que essas notas de Retorno
Simbólico poderiam ser emitidas até o final do dia útil, não tendo necessidade de serem emitidas imediatamente após
o faturamento para a Montadora
Esse passo é feito também pela MB1B, com um tipo de movimento também criado especi camente para
isso, oFollow RSS feed
qual fará a transferência Like
para o estoque de faturamento que está temporariamente negativo (1015), e
também irá criar a NF-e de entrada.
Vendas
Só por curiosidade, vou expor aqui como acontece a parte da Venda da empresa para a Montadora, quando
chega a chamada JIT/JIS.
Esse sinal JIT/JIS chega no sistema MES (Manufacturing Execution System – sistema de chão de fabrica)
da empresa. Assim que esse sinal chega, o sistema gera um arquivo com essas informações (materiais e
quantidades que devemos entregar). Esse arquivo é integrado no SAP através de uma interface Z, a qual
cria um documento de fornecimento, como se fosse a VL10E.
O usuário do faturamento então pode buscar pelo SAP todos os fornecimentos pendentes de
processamento, e assim dar Saida de Mercadoria e Fatura-los rapidamente, pois em uma planta JIT/JIS,
cada segundo conta!
Contabilização
Por definição, o SAP não contabiliza movimentações de estoques entre locais de depósito (no caso, a transferência
para o AG). No principio, os usuários contabilizavam esses valores manualmente no final do mês, baseado nos
relatórios analíticos do SAP (por saldos, totais). Foi desenvolvido um programa Z para contabilização automática
desses movimentos, com base no mesmo conceito.
Sempre depois do fechamento dos estoques (MMPV), e portanto após terem certeza que todas as NF-e de remessa
para armazenagem e retorno simbólico foram emitidas (para o AG, ou do fornecedor AG) e também escrituradas
como NF de entrada pelos usuários com data na respectiva competência, os usuários executam o programa Z e o
executam para o período da competência a ser lançada. O programa então devolve ao usuário o numero do
documento contábil de FI lançado, o qual pode ser consultado posteriormente na FB03 – o qual deve ter, em cada
linha lançada, o histórico e o numero da NF-e de referência.
Esse programa também poderia ser executado diariamente ou até em Job, mas teria que ser sempre
conferido e monitorado, devido à criticidade de termos sempre as informações contábeis lançadas
corretamente e do impacto disso no fechamento.
Conclusão
Esse cenário de Armazém Geral é contemplado pelo standard em outros países, porém no Brasil temos muitos
requerimentos legais, e por isso muitas vezes acabamos tendo que desenvolver programas Z.
Nesse caso o objetivo foi utilizar a menor quantidade de desenvolvimentos Z possivel, porém sempre contemplando
todos os requerimentos legais.
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9 Comments
Former Member
Gabriel
Terei que criar este processo na empresa que estou e não conheço muito bem as customizações
necessarias para o tipo de movimentação que você criou, seria possível você encaminhar algum documento
que possa ajudar.
Grato
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Olá André,
Infelizmente não tenho documentação dessa parte pois eu z a con guração de SD, e a parte de MM foi
feita por outro consultor.
Abraço!
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Former Member
Legal Gabriel
Seria interessante se pudesse dar mais detalhes do que foi feito e/ou mesmo complementar com as telas...
mostrando como ca no sistema os lançamentos.
Abraço
Eduardo Chagas
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Olá
Na próxima semana iniciarei este projeto realizando a con guração em MM e SD, assim que nalizar
compartilho na SCN.
Abraços
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Former Member
olá André e Gabriel, vocês tem mais detalhes sobre este cenário?
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Former Member
Bom dia Gabriel, Você usam IM o WM ?..se vocês usam IM, aonde ficaria o material transferido para o AG?, num
Storage Location diferente, num warehouse diferente, num local de Subcontratado? você tem visibilidade desse
estoque no MD04, MRP Planning?, porque uma consultora, propus criar um cenário parecido ao descrito por você
encima, mais usando um estoque de subcontratado, isso e ruim, porque esse estoque não e considerado no MRP,
MD04, etc...Tem alguma solução melhor? Nós temos que ter visibilidade do estoque e tem que estar disponível, para
MRP...Grato Diego
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Diego,
Utilizamos IM. Conforme exemplo acima, ele ca numa storage location (AG01) e dai pode ter visibilidade
ou nao no MRP, dependendo da sua necessidade.
Att,
Gabriel
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Olá
Poderia indicar como foi feito o controle, no momento da emissão da NF Retorno Simbólico, da informação
da referência do numero da NF e data de emissão pelo qual o produto foi entrado/recebido. Imagino que
este controle de referencia esteja no conjunto do pacote de desenvolvimento "Z"...
Muito obrigado
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Eduardo Santos
Gostaria de saber como ca ou qual a solução para quando for fazer o retorno 542 e o valor do custo
standard estiver diferente pois foi fechado o periodo, para poder entrar novamente com o mesmo valor que
teve quando foi feito o 541.
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