16) Síntese de Lipídeos
16) Síntese de Lipídeos
16) Síntese de Lipídeos
São vias endergônicas que demandam energia e promovem a redução dos intermediários
(consomem ATP e usam NADPH como agente redutor).
No caso dos lipídeos o processo de síntese é diferente do processo de degradação, ou seja, enzimas,
intermediários e compartimentos diferentes da via catabólica. Nesse caso, o ácido graxo vai
aumentando em pares de carbono e o potencial redutor vai sendo consumido, ao contrário da b-
oxidação, ou seja a ideia geral é inversa.
Biotina se une a HCO3 com o gasto de ATP e depois o HCO3 que estava unido a biotina passa para o
Acetil-CoA com que ela reage e forma malonil-CoA e libera a biotina, isso ocorre em um complexo
enzimático.
A síntese de ácidos graxos ocorre num complexo chamado: complexo ácido graxo sintase (estrutura
quaternária), se liga ao malonil (do malonil-CoA) composto de acetil+HCO3 e Acetil (do Acetil-CoA) esse
complexo catalisa algumas reações.
1) Malonil libera a carboxila na forma de CO2 e ocorre condensação do acetil com o acetil
que restou após a liberação da carboxila (dois acetis unidos cada um com dois carbonos
ligados à extremidade do ACP).
2) Redução carbolina: usa o potencial redutor do NADPH formando NADP e reduzindo a
molécula que é reorganizada formando uma hidroxila (OH).
3) Desidratação: hidroxila liberada na forma de água e forma uma ligação dupla (instauração)
entre carbonos.
4) Redução da instauração: usa novamente o potencial redutor do NADPH formando NADP e
reduzindo a molécula, removendo a insaturação entre os carbonos.
5) A etapa inicial termina com 4C. Depois incorpora dois carbonos que vem do malonil a
cadeia crescente liberando CO2. O processo se repete 7 vezes até formar um ácido graxo
de 16 carbonos (palmitato) que é liberado.
O ACP tem uma cadeia bem longa e flexível com o SH na extremidade. É importante que seja flexível
pois o intermediário é sempre preso na extremidade SH e depois é transferido de um sítio catalítico para
outro sem soltar do ACP, por ela ser flexível, pode se movimentar e permitir a ligação do substrato a
outro sítio catalítico. As reações ocorrem sempre presas ao ACP. A vantagem do intermediário se
manter preso ao ACP, diferente de outros que são liberados, é que se os ácidos graxos fossem sendo
liberados, se teria na célula vários componentes anfipáticos (ácido graxo) que possuem grande
tendência a formação de micelas, assim iria dificultar a ligação dos intermediários ao sítio catalítico das
outras enzimas. Ele não sendo liberado o processo é facilitado.
Essa síntese ocorre a partir de acetil-CoA, contudo esse processo não ocorre na mitocôndria, então é
preciso um mecanismo de transporte do grupo Acetil-CoA. Ele é produzido na mitocôndria, mas não
existe nenhum canal que consiga transportá-lo para o citosol.
O acetil-CoA entra no CAC pela ação da citrato sintase unindo com o oxaloacetato e forma citrato, este
poderia continuar no CAC se a demanda de energia fosse alta, mas ele pode também ser transportado
para o citosol. No citosol, com o gasto de ATP, uso de uma CoA do citosol e pela ação de uma enzima
chamada citrato liase, esse citrato é transformado em oxaloacetato e libera acetil-CoA. O acetil-CoA
liberado pode ser usado para a síntese de ácidos graxos. O oxaloacetato pode formar malato e ser
devolvido para a matriz mitocondrial, onde ele repõe intermediários do ciclo, ou então o malato pode
formar piruvato que vai ser lançado para a matriz mitocondrial e pode virar oxaloacetato pela piruvato
carboxilase.
Regulação:
Esses ácidos graxos nem sempre ficam na forma de 16 carbonos saturados. Ele pode ser alvo de
sistemas enzimáticos diferentes para aumento da cadeia com um mecanismo semelhante ao de síntese
(doação de 2C pelo malonil). Ele também pode ser levado a forma monoinsaturada ou poliinsaturada
pela enzima acil-CoA-graxo desidrogenase. Ácidos graxos essenciais são ingeridos.
Um glicerol 3-fosfato (vem de uma dihidroxiacetona fosfato ou de um glicerol) recebe dois ácidos graxos
e forma fosfatidato que é a forma mais simples possível de um fosfolipídio (contém glicerol esterificado
com dois ácidos graxos e um grupo fosfato).
Esse fosfatidato pode sofrer alterações: pode ocorrer a ligação de um grupo polar ao fosfato formando
um glicerofosfolipídeo ou então pode ocorrer a substituição do grupo fosfato por um terceiro ácido graxo
formando um triacilglicerol.
Esses lipídeos são formados nos hepatócitos e podem ser transportados em lipoproteínas
(contém também lipídios esteroidais).
Como podem ser produzidos os esteróides.
Colesterol:
Ocorre em 4 estágios :
As etapas de formação dos esteróides são semelhantes até formar o escaleno e depois variam
bastante.
Na primeira etapa tem a ação de uma enzima chamada HMG-CoA redutase. Ela é regulada por insulina
e hormônio tireoidiano (estimulada) e glucagon (inibe síntese de colesterol), a presença de esteróides
diminui a síntese de esteroides (em parte autorregulada por isso).
Esses lipídeos são formados nos hepatócitos e podem ser transportados em lipoproteínas (contém
também lipídios esteroidais).
Lipoproteínas: os componentes apolares são carregados no centro, componentes anfipáticos na
superfície, juntamente com proteínas que são responsáveis pela sinalização de qual vai ser o destino
dessas lipoproteínas.
LDL e VLDL: são produzidas no fígado e lançadas na circulação, vão parar em tecidos extra hepáticos
por interação dessas proteínas com proteínas expostas no endotélio de capilares nesses outros tecidos,
assim vão ser capturadas, processadas parcialmente, o resto é liberado ou produzidas nesse tecido
extra hepático, então tem-se um ciclo de lipídeos entre tecidos diferentes.
Assimilação do colesterol na célula: com receptores para LDL (para apoB-100, proteína na superfície
dessa lipoproteína). Ocorre a digestão enzimática e os receptores não são digeridos.