Monografia Fábulas e Ensino
Monografia Fábulas e Ensino
Monografia Fábulas e Ensino
O homem deixou de ser somente o homem que fala e se tornou o ser que escreve
e lê.
( GEORGES GUSDORF)
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................10
6 METODOLOGIA.............................................................................................25
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................31
REFERÊNCIAS..........................................................................................................32
ANEXOS....................................................................................................................34
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RESUMO
O presente estudo tem como objetivo fazer uma reflexão sobre alguns aspectos da
linguagem e seu ensino, bem como sobre as novas concepções de língua e de linguagem e
ainda fazer uma breve análise a respeito da relevância da implantação do trabalho com os
gêneros textuais na sala de aula nas 3 primeiras séries do ensino fundamental I. Fazemos
ainda algumas considerações a respeito do ensino de gramática nas aulas de língua
portuguesa e como a leitura é e poderia ser ensinada a fim de criar bons leitores e ainda
vemos também algumas concepções de gramática apontados por Irandé Antunes.
Estudamos outros teóricos como Paulo Freire, Ângela Kleiman, dentre outros. Neste
trabalho fazemos uma breve reflexão cerca do uso dos gêneros do discurso no ensino de
Língua Portuguesa. Apontamos como projeto de intervenção pedagógica o trabalho com o
gênero fabula, pois, consideramos a fabula um gênero relevante para ser trabalhado nas
séries iniciais, pois além de trabalharmos questões da ordem da leitura, da escrita e da
gramática, podemos trabalhar a noção de valores com os nossos alunos.
ABSTRACT
This study aims to make a reflectioon on some aspects of language and its teaching,
and the new conceptions of language and language and still make a brief analysis regarding
the relevance of the implementation of working with textual genres in the classroom 3 class
in elementary school first grade I. we have a few considerations on the teaching of grammar
in English classes, and how reading is taught and could be to create good readers and yet
we also see some conceptions of grammar identified by Irandé Antunes. We studied other
theorists as Paulo Freire, Angela Kleiman, among others. In this paper we give a brief
discussion about the use of genres of discourse in the teaching of Portuguese. Pointed out
as the pedagogical intervention project working with the gender fabulous, therefore, consider
the fabulous a genre relevant to working in the initial grades, as well as work issues in the
order of reading, writing, and grammar, can work the concept of values with our students.
1 INTRODUÇÃO
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Onde se fará breve reflexão sobre a importância do trabalho com gêneros textuais
na sala de aula e elegemos o gênero fabula como proposta de intervenção
pedagógica, além disso, na parte final deste trabalho será sugerida uma seqüência
didática que pode ser usada por profissionais que se interessam em ajudar os
alunos a se tornarem sujeitos mais conscientes e capazes de interagir com/através
da linguagem, sobretudo através da linguagem escrita, que é a de mais prestigio na
sociedade.
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Infelizmente nas séries iniciais a leitura nem sempre tem um lugar privilegiado
na sala de aula. As aulas de língua portuguesa por muito tempo foram confundidas
com o estudo de um único componente da língua: a gramática, especificamente a
normativa, que na verdade não atendia às reais necessidades comunicativas de
falantes nativos, seu estudo se concentrava em exercícios de memorização de
funções sintáticas e nomenclaturas que na vida real nunca era utilizada pelos
usuários da língua. Vale ressaltar que O mercado está cheio de livros didáticos
desprovidos de sustentação filosófica e teórica e, muitas vezes, ainda conta com a
falta de preparo do educador para desenvolver corretamente esta prática. Muitas
vezes o texto é usado para realização de exercícios gramaticais, Antunes (2007, p.
42) afirma que,
internalizada. Pois, conforme afirma Antunes (2007) a gramática é uma das partes
constitutivas da língua, quer dizer faz a língua ser o que é. Nunca pode ser uma
questão de escolha, algo que pode ser ou deixar de ser obrigatório. Simplesmente é,
faz parte.
A segunda acepção relativa à gramática postulada por Antunes (2007, p.
30), refere-se à mesma como um “conjunto de normas que regulam o uso da norma
culta”. Nesse segundo sentido a autora declara que “a gramática é particularizada,
ou seja, não abarca toda a realidade da língua, pois contempla apenas aqueles usos
considerados aceitáveis na ótica da língua prestigiada.”.
Numa terceira acepção ela afirma que “o termo gramática também é usado
para designar uma perspectiva cientifica ou um método de investigação sobre as
línguas.” Esta perspectiva desencadeou muitos estudos sobre a linguagem, voltados
para os usos reais de uso da língua, surgiram, por exemplo, a “gramática
estruturalista”, a “gramática funcionalista”, a “gramática tradicional”, entre outras.
Como podemos notar não se pode mais falar em gramática, mas sim em
gramáticas, pois são muitas as possibilidades de analise e maiores ainda as
possibilidades dos usos e variações das línguas. A penúltima acepção é da
gramática enquanto “disciplina de estudo”, a que tem, segundo a autora, o maior
índice de uso nos meios escolares, merecendo até. Nos últimos anos, uma carga
horária especifica para o estudo da mesma, “como se saber gramática tivesse
alguma serventia fora das atividades de comunicação.”(Antunes. 2007, p. 32)
A quinta e ultima acepção retrata a gramática como “um compendio
descritivo - normativo sobre a língua” (Antunes. 2007 p. 33). Geralmente, essa
gramática pode adotar um aspecto mais descritivo ou prescritivo. Sendo que no
primeiro caso o estudo se foca na descrição da língua enquanto no segundo caso há
uma gramática que fornece critérios para o uso da língua sob a forma de regras que
norteiam o que se considera como uso ideal/correto da língua.
Antunes (2007) chama a nossa atenção para o fato de as gramáticas serem
produtos humanos, portanto sujeitos a falhas, e que não devem ser tomadas como
verdades absolutas e única fonte de estudo e reflexão. Pois, como o próprio título da
obra sugere, a língua está “muito além da gramática”.
Acredita-se ser relevante que o pedagogo/professor de língua conheça
alguns tipos de gramática e reflita sobre a importância de não priorizar apenas uma
como se fosse única e/ou ideal, como muitos educadores fazem, por despreparo e
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pais ouviram de seus pais as fabulas que vão narrar para seus filhos. Infelizmente
hoje com o avanço dos hipertextos e das tecnologias da informação, muitos pais têm
deixado de contar historias para seus filhos, delegando esta prazerosa e admirável
atividade para a televisão e para o computador. Cabe, portanto, aos profissionais da
educação, resgatar os antigos valores que tanto contribuíram para a formação social
do homem.
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6 METODOLOGIA
2º momento: Explicar aos alunos que a Fábula é uma narrativa alegórica em prosa
ou verso, cujos personagens são geralmente animais, que conclui com uma lição
moral. Salientar que a sua peculiaridade reside fundamentalmente na apresentação
direta das virtudes e defeitos do caráter humano. O espírito é realista e irônico e a
temática é variada: a vitória da bondade sobre a astúcia e da inteligência sobre a
força, a derrota dos presunçosos, sabichões e orgulhosos etc. Mostrar aos alunos
que a fábula comporta duas partes: a narrativa e a moralidade. A primeira trabalha
as imagens, que constituem a forma sensível, o corpo dinâmico e figurativo da ação.
A outra opera com conceitos ou noções gerais, que pretendem ser a verdade
"falando" aos homens.
1º momento: a aula começa com uma conversa informal com os alunos sobre a
presença da fábula em sua vidas, perguntando, entra outras coisas se os seus pais
lhes contam fábulas. Neste momento o professor não deve apresentar um
monologo, ele deve deixar que os alunos contem suas experiências pessoais.
3º momento: Nesta etapa os alunos devem ser divididos em três grupos, cada
grupo deverá receber a cópia de uma das fábulas e deverão identificar os sujeitos da
fábula e sob orientação do professor destacar todos os verbos presentes no texto
-essa é uma oportunidade de contextualizar o ensino de gramática que, apesar de
não poder ter lugar primordial nas aulas de língua materna, não deve ser eliminada
da prática docente, principalmente nessa etapa da vida dos alunos, pois muitos dos
conceitos gramaticais, como a noção de sujeito e predicado, ou de que se trata um
verbo, se não aprendidos agora, talvez nunca mais seja aprendido, pois nas series
seguintes o foque no ensino será voltado para outros aspectos da linguagem.
4º momento: cada grupo deverá, após ler a fábula, escolher um componente para
lê-la para o resto da turma. Após a leitura os grupos deverão, sob orientação e
supervisão do professor(a), reescrever a fabula destinada a cada um, utilizando os
mesmo verbos encontrados, mudando os sujeitos, dando um nova versão para a
estória, porém conservando a moral da fábula anterior.
5º momento: após ser revisado pelo educador e refeito, caso necessário, os grupos
deverão apresentar ou encenar os textos elaborados pelos mesmos.
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS:
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BAGNO, Marcos et al. Língua Materna, letramento, variação e ensino. São Paulo.
Parábola. 2007.
SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. Trad. Claudia Schiling. Porto alegre. Artemed,
1998.
http://fabulas.esopo.googlepages.com/
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ANEXOS
O leão e o ratinho
Moral
Aquele que, com sinceridade, pede perdão deve ser perdoado [...].
Fábulas de Esopo
"Um camundongo que morava na cidade foi, uma vez, visitar um primo que vivia no
campo. Este era um pouco arrogante e espevitado, mas queria muito bem ao primo,
de maneira que o recebeu com muita satisfação. Ofereceu-lhe o que tinha de
melhor: feijão, toucinho, pão e queijo.
- Adeus, primo, disse o camundongo do campo. Vou voltar para minha casa no
campo.
- Já vai tão cedo? perguntou o da cidade.
- Sim, já vou e não pretendo voltar, concluiu o primeiro."
A Raposa e a Cegonha
"A raposa e a cegonha mantinham boas relações e pareciam ser amigas sinceras.
Certo dia, a raposa convidou a cegonha para jantar e, por brincadeira, botou na
mesa apenas um prato raso contendo um pouco de sopa. Para ela, foi tudo muito
fácil, mas a cegonha pode apenas molhar a ponta do bico e saiu dali com muita
fome.
- Sinto muito, disse a raposa, parece que você não gostou da sopa.
- Não pense nisso, respondeu a cegonha. Espero que, em retribuição a esta visita,
você venha em breve jantar comigo.
No dia seguinte, a raposa foi pagar a visita. Quando sentaram à mesa, o que havia
para o jantar estava contido num jarro alto, de pescoço comprido e boca estreita, no
qual a raposa não podia introduzir o focinho. Tudo o que ela conseguiu foi lamber a
parte externa do jarro.
- Não pedirei desculpas pelo jantar, disse a cegonha, assim você sente no próprio
estomago o que senti ontem.
A Lebre e a Tartaruga
A um sinal dado pelos outros animais, as duas partiram. A lebre saiu a toda
velocidade. Mais adiante, para demonstrar seu desprezo pela rival, deitou-se e tirou
uma soneca.
http://www.clubedobebe.com.br/HomePage/Fabulas/fabulasdeesopo1.htm
O Corvo e o Jarro
"Um corvo, quase morto de sede, foi a um jarro, onde pensou encontrar água.
Quando meteu o bico pela borda do jarro, verificou que só havia um restinho no
fundo. Era difícil alcançá-la com o bico, pois o jarro era muito alto. Depois de várias
tentativas, teve que desistir, desesperado. Surgiu, então, uma idéia, em seu cérebro.
Apanhou um seixo (fragmento de rocha ou pedra) e jogou-o no fundo do jarro. Jogou
mais um e muitos outros. Com alegria verificou que a água vinha, aos poucos, se
aproximando da borda. Jogou mais alguns seixos e conseguiu matar a sede,
salvando a sua vida."
O Cão e o Osso
http://www.clubedobebe.com.br/HomePage/Fabulas/fabulasdeesopo2.htm
O Vento e o Sol
"O vento e o sol estavam disputando qual dos dois era o mais forte. De repente,
viram um viajante que vinha caminhando.
- Sei como decidir nosso caso. Aquele que coseguir fazer o viajante tirar o casaco,
será o mais forte. Você começa, propôs o sol, retirando-se para trás de uma nuvem.
O vento começou a soprar com toda a força. Quanto mais soprava, mais o homem
ajustava o casaco ao corpo. Desesperado, então o vento retirou-se.
O sol saiu de seu esconderijo e brilhou com todo o esplendor sobre o homem, que
logo setiu calor e despiu o paletó."
"Um homem possuía uma gansa que, toda manhã, punha um ovo de ouro.
Vendendo estes ovos preciosos, ele estava acumulando uma grande fortuna.
Quanto mais rico ficava, porém, mais avarento se tornava. Começou a achar que um
ovo só, por dia, era pouco.
"Porque não põe dois ovos, quatro ou cinco?" pensava ele. "Provavelmente, se eu
abrir a barriga desta ave, encontrarei uma centena de ovos e viverei como um
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http://www.clubedobebe.com.br/HomePage/Fabulas/fabulasdeesopo3.htm