Resumo Neuroanatomia
Resumo Neuroanatomia
Resumo Neuroanatomia
Neuroanatomia
Tamires Cristina
2012.1
2
SUMÁRIO
1. Medula Macroscópica 4
2. Medula Microscópica 5
4. Bulbo 12
5. Ponte 13
6. Mesencéfalo 14
7. Cerebelo - Macroscopia 15
8. Cerebelo - Microscopia 17
9. Diencéfalo - Macroscopia 21
23
10. Hipotálamo - Microscopia
25
11. Subtálamo e Epitálamo - Microscopia
26
12. Tálamo - Microscopia
28
13. Meninges - Liquor
14. Vascularização do SNC e Barreiras Encefálicas 32
1. Medula Macroscópica
No canal vertebral, sem ocupá-lo totalmente (~ 45cm).
Limites: bulbo, ao nível do forame magno e ~ L2. Medula Cone Medular Filamento
terminal. Aglomerado de raízes em torno do filamento e do cone medular + meninges = Cauda
equina.
Sulcos longitudinais: sulco mediano posterior, septo mediano posterior, fissura mediana
anterior, sulco lateral anterior, sulco lateral posterior e sulco intermédio posterior/septo
intermédio posterior (região cervical e até T6). Nos sulcos laterais – conexão com filamentos
radiculares – raízes ventrais e dorsais Nervo espinhal, depois do gânglio espinhal (neurônios
sensitivos pseudo-unipolares).
Três colunas/cornos na parte branca – fibras mielínicas: anterior, lateral (T1 a L2) e posterior.
Ritmo diferente de crescimento entre medula e coluna, a partir do 4º mês de vida intrauterina.
Regra (há controvérsias): de C2 a T10 soma 2 ao processo espinhoso = segmento medular. T11
e T12 – sobre as vértebras lombares e L1 sobre as vértebras sacrais.
Área da pele inervada por uma só raiz nervosa posterior/dorsal – dermátomo. Ex.: doença que
segue trajetória de dermátomo – herpes-zóster.
Meninges da medula
Dura-mater (só a parte meníngea, periosteal não) – paquimeninge (+espessa), fibras colágenas
– forma o saco dural (~ S2) e forma o epineuro que cobre os nervos;
Aracnoide – trabéculas que se unem à Pia. Espaço subdural (entre esta e a Dura) é virtual
(onde ficam as veias cerebrais superiores. Ruptura: Hematoma Subdural);
Anestesias epidurais ou peridurais: no espaço epidural. Perfura: pele, tela subcutânea, lig.
Interespinhoso e lig. Amarelo. Percebe-se o ponto quando diminui a resistência.
2. Medula Microscópica
Termos importantes: Substância branca e cinzenta, núcleo, córtex, tracto, fascículo, lemnisco,
funículo, decussação, comissura, fibras de projeção e de associação.
Substância cinzenta
6
Corno posterior: funções sensitivas (núcleo marginal, substância gelatinosa – portão da dor – e
núcleo próprio);
Corno lateral (T1 a L2): Neurônios pré-ganglionares do SNAS – saem pela raiz anterior;
Neurônios
Coluna anterior – grupo medial e lateral. Medial: em toda a extensão da medula e inerva
musculatura axial; Lateral: só nas intumescências e inerva a musculatura dos membros (mais
medial, parte proximal; mais lateral, parte distal).
Substância Branca
Quando seccionamos uma fibra mielínica, o segmento distal sofre degeneração Walleriana. Se
a área de degeneração localiza-se abaixo da secção, o tracto é descendente, e vice-versa.
Vias descendentes
Origem: córtex ou tronco, até a medula. Alguns fazem sinapse com neurônios pré-ganglionares
(vias descendentes viscerais). Outros terminam na coluna posterior (modulam impulsos
sensoriais).
Vias piramidais
Inclui: cortico-espinhal anterior e lateral. Vão até a coluna anterior da medula, diretamente ou
por interneurônios. Até o bulbo – cortico-espinhal. Após a decussação das pirâmides, uma
parte cruza (cortico-espinhal lateral), outra cruza em alguma região da medula (cortico-
espinhal anterior) e outra não cruza (Trato de Barnes).
Vias extrapiramidais
Rubro-espinhal: liga-se aos neurônios lateralmente na coluna anterior – motricidade distal dos
membros. Facilitam os neurônios motores flexores.
Vestíbulo-espinhal: lateral (se origina no núcleo vestibular lateral - fibras descem sem cruzar –
facilitam neurônios motores extensores que mantém a postura ereta) e medial (origem no
núcleo vestibular medial – fibras homo e contralaterais – facilitação dos neurônios motores
flexores – controle da posição da cabeça).
Vias ascendentes
Filamentos da raiz dorsal – grupo lateral (vão ao ápice da coluna posterior) e medial (vão à face
medial da coluna posterior). Antes de irem pra coluna posterior – emitem ramos ascendentes
e descendentes, que também terminam na coluna posterior, geralmente – uma parte termina
no bulbo (fascículos grácil e cuneiforme).
Vias ascendentes: ramos ascendentes de fibras da raiz dorsal (grácil e cuneiforme) ou axônios
de neurônios cordonais de projeção.
Funículo posterior
Fascículo grácil (medial) e cuneiforme (lateral). Separados pelo septo intermédio posterior.
Formados pelos ramos ascendentes das fibras do grupo medial da raiz dorsal.
Grácil – em toda a medula – impulsos dos membros inferiores e parte inferior do tronco.
Cuneiforme – a partir de T6 – impulsos dos membros superiores e parte superior do tronco.
Funículo anterior
Funículo lateral
Abaixo de L2, não tem esse tracto, as fibras sobem, então, ao nível de L2 e fazem
sinapse no núcleo torácico posterior. Acima de C8, as fibras sobem pelo fascículo
cuneiforme até alcançarem o cuneiforme acessório.
Bulbo
Limite inferior: com a medula a nível do forame magno. Limite superior: sulco bulbo-pontino.
Percorrida por sulcos longitudinalmente que continuam da medula – delimitam em áreas
anterior, lateral e posterior.
10
Ponte
Ventral ao cerebelo, repousa sobre a parte basilar do occipital e o dorso da sela túrcica do
esfenóide.
Base – estrias transversais – feixe de fibras – formam o pedúnculo cerebelar médio, cujo limite
com a ponte: nervo trigêmeo, V par (raiz sensitiva, maior, e raiz motora, menor).
Do sulco bulbo-pontino emerge, de medial pra lateral: o nervo abducente (VI par), nervo facial
(VII par), nervo intermédio (raiz sensitiva do VII par) e o nervo vestíbulo-coclear (VIII par).
Quarto ventrículo
Continua pra baixo com o canal central do bulbo, e pra cima com o aqueduto cerebral
(comunica o 3º com o 4º ventrículo).
O 4º ventrículo se prolonga pros lados nos recessos laterais, na superfície dorsal do pedúnculo
cerebelar inferior. Estes recessos se comunicam com o espaço subaracnoide pelas aberturas
laterais do 4º ventrículo. Há também uma abertura mediana do 4º ventrículo. Por estas
aberturas, o liquor passa para o espaço subaracnoide.
Assoalho do 4º ventrículo – dorso da ponte e porção aberta do bulbo. Percorrido pelo sulco
mediano, que tem de cada lado, a eminência medial, limitada lateralmente pelo sulco
11
limitante (separa os núcleos motores, mediais, dos sensitivos, laterais), que forma as fóveas
superior e inferior.
Medialmente à fóvea superior – eminência medial se dilata – colículo facial (fibras do nervo
facial contornando o núcleo do nervo abducente).
Parte caudal da eminência medial – trígono do hipoglosso (com seu núcleo), medialmente e o
trígono do vago (com seu núcleo), lateralmente.
Lateral ao sulco limitante, em direção aos recessos laterais – área vestibular, com os núcleos
vestibulares do VII par.
Teto do 4º ventrículo
Véu medular superior, parte do nódulo do cerebelo, véu medular inferior, tela corioide (epitélio
ependimário + pia-mater – emite projeções que se invaginam na cavidade ventricular para
formar o plexo corióide) do 4º ventrículo.
Plexo corioide – produção do liquor.
Mesencéfalo
Limite com o cérebro: plano que liga os corpos mamilares à comissura posterior.
É atravessado pelo aqueduto cerebral.
4. BULBO
a) Núcleo ambíguo – motor – dele saem as fibras dos pares IX, X e XI à musculatura da
laringe e faringe;
b) Núcleo do hipoglosso – motor – fibras pra musculatura da língua – estão no trígono do
hipoglosso;
c) Núcleo dorsal do vago – motor parassimpático – contém neurônios pré-ganglionares –
corresponde à coluna lateral da medula – está
no trígono do vago;
d) Núcleos vestibulares – sensitivos – penetram
pela porção vestibular do VIII par – na área
vestibular do assoalho do 4º ventrículo;
e) Núcleo do tracto solitário – sensitivo – fibras
entram pelo VII, IX e X – antes disso, tem um
trajeto descendente no trato solitário – relação
com a gustação;
f) Núcleo do tracto espinhal do trigêmeo – sensibilidade de quase toda a cabeça pelos
nervos V, VII, IX e X – os 3 últimos: sensibilidade geral do pavilhão e conduto auditivo
externo – corresponde à substância gelatinosa da medula;
g) Núcleo salivatório inferior – fibras pré-ganglionares – saem pelo nervo IX – inerva a
parótida.
Substância Branca
a) Fibras arqueadas internas – algumas são axônios de neurônios dos núcleos grácil e
cuneiforme, outras são fibras olivo-cerebelares;
b) Fibras arqueadas externas (ventral e dorsal) – penetram no cerebelo pelo pedúnculo
cerebelar inferior.
Fibras longitudinais
Formação reticular
5. Ponte
Parte ventral ou base da ponte, e parte dorsal ou tegmento da ponte (semelhante ao bulbo e
ao tegmento do mesencéfalo). No limite entre a base a ponte – fibras mielínicas transversas –
corpo trapezóide.
Parte dorsal
2. Núcleos dos nervos facial e abducente – as fibras do nervo facial fazem uma curvatura
em torno do núcleo abducente formando o
joelho interno do nervo facial;
3. Núcleo salivatório superior e núcleo lacrimal –
dão origem a fibras pré-ganglionares, que
emergem do n. intermédio – inervação das gl.
Submandibular, sublingual e lacrimal;
4. Núcleos do nervo trigêmio – além do núcleo do
tracto espinhal, núcleo sensitivo principal
(continuação do núcleo do tracto espinhal; se
estende para formar o núcleo do tracto
mesencefálico), núcleo do tracto mesencefálico
e núcleo motor (para os mm. mastigadores).
Dos núcleos sensitivos - lemnisco trigeminal.
Aqui, surge também o lemnisco espinhal – união dos tractos espino-talâmicos anterior e
lateral. Há também a decussação do pedúnculo cerebelar superior (único com fibras
eferentes).
6. Mesencéfalo
Colículo superior – camada superposta de subst. branca e cinzenta. Suas conexões:
a) Fibras que vem da retina – o atingem pelo trato óptico e braço do colículo superior;
b) Fibras que vem do córtex occipital – o atingem pela radiação óptica e braço do colículo
superior;
15
Colículo inferior – subst. cinzenta – núcleo do colículo inferior. Recebe fibras auditivas do
lemnisco lateral e vai até o corpo geniculado medial. Algumas fibras cruzam na comissura do
colículo inferior.
Subst. Cinzenta homóloga – núcleos dos nervos III (ao nível do colículo superior), IV e V (só o
núcleo do tracto mesencefálico – informações proprioceptivas).
Complexo oculomotor – parte somática (atravessam o núcleo rubro e emergem na
fossa interpeduncular) e visceral (núcleo de Edinger-Westphal – neurônios pré-
ganglionares, cujas fibras fazem sinapse no gânglio ciliar – inervação do m. ciliar e
esfíncter da pupila – reflexo do diâmetro da pupila).
Subst. cinzenta própria – núcleo rubro (envolvido pelo pedúnculo cerebelar superior) –
motricidade somática. Recebe fibras do cerebelo e do córtex e gera o tracto rubro-espinhal –
inervação da musculatura distal dos membros. Liga-se também ao complexo olivar inferior –
fibras rubro-olivares – rubro-olivo-cerebelar.
Fibras descendentes passam pela base do pedúnculo e as fibras ascendentes pelo tegmento
(os 4 lemniscos e o pedúnculo cerebelar superior, que a nível do colículo inferior, decussa – o
lemnisco lateral termina a nível do colículo inferior).
E em toda a extensão do tegmento – fascículo longitudinal medial.
7. Cerebelo Macroscópico
Aspectos anatômicos
16
Formado por: Vérmis e dois hemisférios. Vérmis é pouco separado dos hemisférios na parte
superior, mas na parte inferior tem sulcos evidentes.
8. Cerebelo Microscópico
Córtex cerebelar
Conexões do cerebelo
As fibras que entram no cerebelo se dirigem ao córtex – fibras musgosas (terminações das
outras fibras que entram no cerebelo) e fibras trepadeiras (axônios de neurônios do complexo
olivar inferior – se enrolam nos dendritos das células de Purkinje – ação excitadora).
Fibras musgosas – emitem ramos colaterais – sinapses excitatórias com os neurônios dos
núcleos centrais – atingem a camada granular – se ramificam – sinapses excitatórias com
células granulares, que através das fibras paralelas se ligam às células de Purkinje, que inibem
os neurônios dos núcleos centrais.
As células de Purkinje são moduladas também por: células de Golgi, em cesto e estreladas –
usam o GABA – incluindo Purkinje. As células granulares usam glutamato.
Zona medial – Vérmis; Zona intermédia paravermiana; Zona lateral – maior parte dos
hemisférios.
Os axônios das células de Purkinje da zona medial se dirigem ao núcleo fastigial, os da zona
intermédia ao núcleo interpósito e os da zona lateral para o núcleo denteado.
Conexões extrínsecas
O cerebelo recebe várias informações, que são processadas e se dá a resposta por meio de vias
eferentes que vão influenciar os neurônios motores, do seu próprio lado – quando não são
homolaterais, cruzam duas vezes. Lesão de hemisfério cerebelar sintomas do mesmo lado.
Conexões aferentes
As fibras aferentes terminam como fibras trepadeiras (origem no complexo olivar inferior) e
musgosas (origem nos núcleos vestibulares, medula e núcleos pontinos).
Fibras pontinas (ponto-cerebelares) têm origem nos núcleos pontinos, entram pelo pedúnculo
médio e vai para o córtex do neocerebelo. Informações oriundas do córtex.
Conexões eferentes
fibras eferentes saem dos núcleos centrais do cerebelo, sofrendo influência das células de
Purkinje das 3 zonas longitudinais.
Axônios das células de Purkinje da zona medial – sinapse nos núcleos fastigiais, de onde sai o
tracto fastigiobulbar – fastígio-vestibular (faz sinapse nos núcleos vestibulares neurônios
motores pelo tracto vestíbulo-espinhal) e fastígio-reticular (sinapse na formação reticular
neurônios motores pelo tracto retículo-espinhal). Os neurônios motores são do grupo medial
da coluna anterior em ambos – controlam musculatura axial e proximal dos membros –
manter equilíbrio e postura.
Axônios das células de Purkinje – sinapse no núcleo denteado tálamo do lado oposto
áreas motoras do córtex (via dento-tálamo-cortical cortico-espinhal) – controla musculatura
distal dos membros.
Aspectos funcionais
Lesões do cerebelo ataxias – falta de coordenação dos movimentos voluntários, por erros
na força, extensão e direção do movimento. Para controlar o movimento: etapa de
planejamento do movimento e de correção.
Aprendizagem motora
Quando a mesma atividade motora é feita várias vezes – é mais rápida e com menos erros.
Fibras olivo-cerebelares chegam como fibras trepadeiras ao córtex cerebelar e faz sinapses
com células de Purkinje (e podem modular a excitabilidade destas células). O mecanismo
celular parece ser uma forma de depressão a longo prazo (DLP).
Correlações anatomoclínicas
Geralmente tem lesão global com todos estes sintomas – semelhante à embriaguez aguda –
pelo efeito tóxico do álcool sobre as células de Purkinje.
Síndromes cerebelares
Síndrome do arquicerebelo
Síndrome do paleocerebelo
21
Síndrome do neocerebelo
Lesão do vérmis – perda do equilíbrio, com base alargada e alterações na marcha (marcha
atáxica) – afeta o tronco.
Lesão dos hemisférios – manifestam-se nos membros do lado lesado – incoordenação dos
movimentos a parte das extremidades afetadas depende do local da lesão.
9. Diencéfalo Macroscópico
3º Ventrículo
Sulco hipotalâmico – vai do aqueduto até o forame interventricular. Acima – tálamo; abaixo –
hipotálamo. Unindo os dois tálamos – aderência intertalâmica.
Tálamo
Hipotálamo
Epitálamo
Destaque para a glândula pineal – repousa sobre o teto do mesencéfalo. A base do corpo
pineal se prende anteriormente a dois feixes de fibras transversais – comissura posterior (num
ponto em que o aqueduto se liga ao 3º ventrículo – limite entre o mesencéfalo e o diencéfalo)
e a comissura das habênulas (entre os trígonos da habênula, entre a glândula pineal e o tálamo
– continua de cada lado com as estrias medulares do tálamo). A tela corioide do 3º ventrículo
se insere lateralmente nas estrias medulares e posteriormente na comissura das habênulas.
Subtálamo
Esta área pré-frontal tem relações com o comportamento emocional – conexões com
hipotálamo direta ou indiretamente através do núcleo dorsomedial do tálamo.
Recebe informações sobre a atividade das vísceras por conexões com o núcleo do tracto
solitário, por fibras solitário-talâmicas.
Hipotálamo controla o SNA agindo direta (dos núcleos do hipotálamo, terminam nos núcleos
da coluna eferente visceral geral do tronco ou na coluna lateral da medula – fibras hipotálamo-
espinhais) ou indiretamente (através da formação reticular) sobre os neurônios pré-
ganglionares do SNAS e SNAP.
Conexões sensoriais
Recebe informações dos mamilos e órgãos genitais. Há também conexões diretas do córtex
olfatório e retina com o hipotálamo (tracto retino-hipotalâmico, que termina no núcleo
supraquiasmáico ritmos circadianos).
Conexões monoaminérgicas
Funções do hipotálamo
7. Regulação da diurese
25
Relações hipotálamo-hipofisárias
A regulação do hipotálamo se faz por fatores de liberação e inibição - com exceção do fator de
inibição da prolactina (dopamina), que é uma monoamina, todos são peptídeos.
Subtálamo
O núcleo subtalâmico tem conexões bidirecionais com o globo pálido pelo circuito pálido-
subtálamo-palidal, importante para regulação da motricidade somática. Lesões – hemibalismo
(movimentos anormais das extremidades, violentos, levando o paciente à exaustão).
Epitálamo
Estrias medulares – fibras originadas na área septal e que terminam nos núcleos da habênula
do mesmo lado ou lado oposto, cruzando-se na comissura das habênulas. Os núcleos da
habênula ligam-se ao núcleo interpeduncular do mesencéfalo pelo fascículo retroflexo (faz
parte do circuito que liga estruturas do sistema límbico ao mesencéfalo).
Comissura posterior – constituída por fibras, como as que vão da área pré-tectal de um lado
para o núcleo de Edinger-Westphal, do lado oposto, intervindo no reflexo consensual. Tumores
da glândula pineal que comprimem esta comissura podem lesar estas fibras e abolir este
reflexo, mas neste caso, o reflexo fotomotor direto pode estar normal.
Glândula pineal
A pineal apresenta concreções calcárias que aumentam com a idade – importância radiológica
– são opacas ao raio X – permite localizar a pineal e as mudanças de sua posição em processos
patológicos que comprimem a glândula.
A luz inibe e o escuro ativa a pineal – secreta melatonina (síntese a partir da serotonina) – pela
liberação cíclica de melatonina sincroniza os ritmos circadianos com o ciclo dia/noite, e a
pineal tem ação antigonadotrópica – Tumores da pineal podem levar à puberdade precoce.
Basicamente composto de substância cinzenta, com vários núcleos, mas na superfície dorsal –
lâmina de substância branca, se estendendo até a face lateral – lâmina medular externa. Entre
esta e a cápsula interna – lateralmente, o núcleo reticular do tálamo.
Grupo anterior
Está no tubérculo anterior, limitado pelo Y da lâmina medular interna. Recebem fibras do
fascículo mamilo-talâmico e projetam fibras para o giro do cíngulo – relação com o
comportamento emocional.
27
Grupo posterior
Grupo lateral
Grupo mediano
Grupo medial
Relações tálamo-corticais
As conexões entre um grupo talâmico e uma área cortical geralmente é recíproca – fibras
tálamo-corticais e cortico-talâmicas – as radiações talâmicas – parte da cápsula interna.
Existem os núcleos talâmicos específicos que atingem locais determinados do córtex e núcleos
talâmicos inespecíficos, cuja estimulação modifica os potenciais elétricos de grandes áreas do
28
Funções do tálamo
Dura-mater
Pregas da dura-mater
Cavidades da dura-mater
Em algumas áreas, os folhetos se separam, formando cavidades. Ex.: cavo trigeminal – contém
o gânglio trigeminal. Outras cavidades são revestidas de endotélio e contém sangue – seios da
dura-mater – ao longo da inserção das pregas da dura-mater.
Seios da dura-mater
Canais venosos revestidos de endotélio, paredes finas (embora mais rígidas que as das veias) e
não se colabam quando seccionadas. Alguns têm expansões laterais – lacunas sanguíneas. O
sangue das veias do encéfalo e do bulbo ocular seios veias jugulares internas.
Seios da abóbada:
a) Seio sagital superior – percorre a margem de inserção da
foice do cérebro, terminando na confluência dos seios
(seio sagital superior, reto, occipital e início dos
transversos direito e esquerdo);
b) Seio sagital inferior – na margem livre da foice do
cérebro, terminando no seio reto;
c) Seio reto – na linha de união entre a foice do cérebro e a
tenda do cerebelo. Formado pela junção do sagital
inferior e a veia cerebral magna;
d) Seio transverso – de cada lado, ao longo da inserção da
tenda do cerebelo no occipital, da confluência até a parte
petrosa do temporal – onde passa a ser chamado seio
sigmóide;
e) Seio sigmóide – continuação do transverso até o forame
jugular – continuando com a veia jugular interna;
f) Seio occipital – ao longo da margem de inserção da foice do cerebelo.
Seios da base:
a) Seio cavernoso – de cada lado do corpo do esfenóide e da sela túrcica. Recebe sangue
das veias oftálmica superior e central da retina. Drena para os seios petroso superior e
inferior. Comunica-se com o lado oposto pelo seio intercavernoso. Atravessado pela
artéria carótida interna, nervo VI e na parede lateral – nervos III, IV e ramos 1 e 2 do V
– separados do sangue do seio pelo endotélio.
Aneurismas da carótida ao nível do seio podem comprimir os nervos citados –
distúrbios do movimento ocular. Perfuração da carótida – fístula carótido-cavernosa
dilatação aumenta pressão no seio inverte a circulação nas veias que
desembocam, como veias oftálmicas protusão do bulbo ocular, que pulsa
(exoftálmico pulsátil).
Infecções superficiais na face podem se propagar ao seio cavernoso pelas
comunicações entra as veias oftálmicas e a veia angular (drena a região nasal);
b) Seio intercavernoso – entre os seios cavernosos, envolvendo a hipófise;
30
Aracnoide
Separa-se da dura pelo espaço subdural – virtual – com líquido. Separa-se da pia-mater pelo
espaço subaracnoide – líquor – comunicação entre esse espaço da medula e encéfalo. Possui
as trabéculas aracnoideas – atravessam o espaço para se ligarem a pia-mater.
Cisternas subaracnóideas
Pia-mater
pulsações das artérias. Os espaços perivasculares acompanham os vasos mais calibrosos até
uma certa distância e terminam se fundindo com a adventícia do vaso. As arteríolas são
envolvidas até o nível capilar por pés vasculares dos astrócitos do tecido nervoso.
Liquor
O liquor é formado pelos plexos corioides – uma pequena parte se forma pelo epêndima das
paredes ventriculares e vasos da leptomeninge. Sua formação envolve transporte ativo de Na e
Cl, acompanhado de água para manter equilíbrio osmótico. Existem plexos corioides nos
ventrículos laterais (corno inferior e parte central) e no teto do 3º e 4º. Do 4º, pelas aberturas
mediana e laterais, o liquor atinge o espaço subaracnoide, sendo absorvido no sangue pelas
granulações aracnoideas – como estas predominam no sagital superior, a circulação se faz de
baixo para cima. Existem também granulações nos prolongamentos da dura-mater que
acompanham as raízes dos nervos espinhais.
Hidrocefalia
Não comunicante – mais frequentes. Obstrução no trajeto do liquor – pode ocorrer no forame
interventricular, aqueduto, nas aberturas mediana e laterais ou na incisura da tenda
(impedindo a passagem do liquor do compartimento infra para o supratentorial) e geram
dilatações ventriculares acima dessa obstrução.
Para drenar este líquido – um cateter, ligando um dos ventrículos à veia jugular interna, átrio
direito ou cavidade peritoneal.
Hipertensão craniana
32
Pelo crânio ser uma cavidade completamente fechada, não permitindo expansão do seu
conteúdo. Assim, quando há aumento do volume de algum componente – aumento da
pressão intracraniana: dor de cabeça, e podem ocorrer também hérnias de tecido nervoso.
Quando houver suspeita de hipertensão craniana exame de fundo de olho. O nervo óptico é
envolvido por um prolongamento do espaço subaracnóideo, levando à compressão do nervo
óptico obliteração da veia central da retina que passa em seu interior ingurgitamento
das veias da retina com edema da papila óptica.
Hérnias intracranianas
Hérnias das tonsilas – Processo expansivo na fossa posterior – empurra as tonsilas do cerebelo
pelo forame magno – comprime o bulbo – lesão dos centros respiratório e vasomotor. Pode
ser também em uma punção lombar em pacientes com hipertensão intracraniana – súbita
diminuição da pressão liquórica.
Lesões das artérias meníngeas (especialmente a média) acúmulo de sangue entre a dura-
mater e os ossos do crânio – hematoma extradural – cresce separando a dura-mater do osso e
empurrando o tecido nervoso pro outro lado.
Sistema nervoso exige suprimento permanente e elevado de oxigênio e glicose (não pode ser
sustentado por metabolismo anaeróbio) – precisa de um fluxo sanguíneo intenso. Diminuição
da circulação cerebral não é tolerada por muito tempo – pode ter lesões irreversíveis – áreas
filogeneticamente mais recentes se lesam primeiro que as antigas e por último, o centro
respiratório do bulbo. Não há circulação linfática.
A pressão venosa varia muito pouco, podendo até ser retirada desta fórmula. Lesões que
diminuem o calibre dos vasos – mais graves em hipotensos.
viscosidade do sangue e calibre dos vasos cerebrais (regulado por fatores humorais, como o
CO2, um vasodilatador e nervosos – SNA).
O fluxo sanguíneo é maior onde tem mais sinapses – na substância cinzenta, tem mais que na
branca, por ter mais atividade metabólica. No córtex tem diferenças dos fluxos nas diversas
áreas, mas tendem a diminuir durante o sono e o fluxo varia com o estado funcional –
atividade celular libera CO2, que aumenta o calibre vascular – pode justificar o aumento do
fluxo a depender do estado funcional.
Vascularização do encéfalo
O encéfalo é irrigado pelas artérias vertebrais e carótidas internas – na base do crânio formam
o polígono de Willis. As artérias cerebrais têm paredes finas em relação às veias de mesmo
calibre – propensão à hemorragia. A túnica média tem menos fibras musculares e a túnica
elástica interna é mais espessa e tortuosa, que em outras áreas – protege o tecido nervoso,
amortecendo o choque da onda sistólica, além dos espaços perivasculares contendo liquor e
da tortuosidade.
Ramos da basilar:
Circunda o quiasma óptico e o túber cinéreo. Formado por: partes proximais das artérias
cerebrais anterior, média e posterior, pela comunicante anterior e pelas comunicantes
posteriores. Este polígono é sede de muitas variações.
Para uma circulação colateral adequada, é importante: rapidez com que se instala a obstrução,
estado da parede arterial e idade da pessoa.
Geralmente as veias não acompanham as artérias e são maiores e mais calibrosas. Drenam
para os seios da dura-mater (ligam-se às veias extracranianas por veias emissárias). Não
possuem válvulas, tendo seu fluxo ajudado pela gravidade.
O leito venoso é maior que o arterial, portanto com fluxo mais lento. A pressão venosa é mais
baixa e varia pouco pela distensibilidade das veias e seios.
Veias do cérebro
Sistema venoso superficial – Veias que drenam o córtex e a substância branca adjacente e
anastomosam-se na superfície do cérebro – veias cerebrais superficiais – desembocam nos
seios.
Veias cerebrais superficiais superiores – vêm da face medial e metade superior da face súpero-
lateral – desemboca no seio sagital superior.
Veias cerebrais superficiais inferiores – vêm da metade inferior da face súpero-lateral e da face
inferior – termina nos seios da base e no seio transverso. Destaque para a v. cerebral média
superficial (percorre o sulco lateral e termina, em geral, no seio cavernoso).
Sistema venoso profundo – drenam: corpo estriado, cápsula interna, diencéfalo e parte do
centro branco medular. Destaque para a v. cerebral magna – confluência das cerebrais
internas, desembocando no seio reto.
Angiografia cerebral
36
Vascularização da medula
A artéria espinhal anterior – confluência de dois curtos ramos vindos das vertebrais. Localiza-
se ao longo da fissura mediana anterior até o cone medular. Irrigam as colunas e funículos
anterior e lateral.
Artérias radiculares – derivam dos ramos espinhais das artérias segmentares do pescoço e
tronco, que entram nos forames intervertebrais com os nervos espinhais – dão origem às
artérias radiculares anterior (anastomoses com a espinhal anterior) e posterior (anastomose
com as espinhais posteriores).
Barreiras Encéfalicas
Onde não há barreiras: corpo pineal, área postrema, neuro-hipófise e plexos corioides – área
de função endócrina.
Alguns processos como infecções ou traumatismos podem gerar “ruptura” parcial da barreira.
A permeabilidade da barreira hemoencefálica é maior quando em contato com soluções
hipertônicas, como a uréia.
Neurópilo – espaço no SNC entre os vasos e os corpos dos neurônios e células gliais –
preenchido por prolongamentos dos neurônios e células gliais, com pequeno espaço
intercelular.
Capilar cerebral – formado pelo endotélio e membrana basal, e em torno, os pés vasculares
dos astrócitos. Admite-se que a barreira está no endotélio. Motivos:
a) Células endoteliais são unidas por junções que impedem a passagem de moléculas;
b) Não existem fenestrações e são raras as vesículas pinocíticas;
c) As células endoteliais não são contráteis. Não possuem filamentos, que na presença de
histamina, se contraem, aumentando a permeabilidade.
Está nos plexos corioides. Seus capilares não participam. Destaque para o epitélio ependimário
que reveste os plexos corioides – possui junções, impedindo a passagem de moléculas.
Hemisférios separados pela fissura longitudinal do cérebro, cujo assoalho – corpo caloso.
Cavidades: ventrículos laterais.
Sulco pré-central, sulco frontal superior e inferior, o giro pré-central (área motora
principal), os giros frontais superior, médio e inferior (subdividido pelos ramos
ascendente e anterior do sulco lateral em: orbital, triangular e opercular – as 2 últimas
– área de Broca – centro da palavra falada), os sulcos temporal superior e inferior, os
giros temporais superior, médio e inferior (limitado com o sulco occipito-temporal, na
face inferior), sulco pós-central, sulco intraparietal (separa o lóbulo parietal superior
do inferior – este têm os giros supramarginal e angular), giro pós-central (área
sensitiva).
Ventrículos laterais
Sulcos e giros
40
Camadas da superfície para o interior: camada molecular (rica em fibras de direção horizontal
e poucos neurônios, destaque para as células horizontais ou de Cajal), granular externa,
piramidal externa, granular interna, piramidal interna (ou ganglionar) e de células fusiformes
(ou multiformes).
Fibras de associação ou de projeção. As de projeção aferentes têm origem talâmica (as que se
originam nos núcleos específicos terminam na camada granular interna) ou extratalâmica (da
formação reticular ou fibras colinérgicas – se distribuem a todo o córtex – as dos núcleos
inespecíficos do tálamo também se distribuem difusamente – ação ativadora – parte do SARA).
Uma só área motora primária no lobo frontal e várias áreas sensitivas primárias nos demais
lobos. Cada tipo de sensibilidade especial tem uma área primária correspondente, enquanto
todas as formas de sensibilidade geral convergem para uma única – a área somestésica.
Área somestésica
42
Área visual
Área auditiva
Área vestibular
No lobo parietal, próximo à área somestésica correspondente à face. Tem mais relação com a
área de projeção da sensibilidade do que com a auditiva. Os receptores do vestíbulo são
propioceptores especiais – informam sobre a posição e o movimento da cabeça.
Área olfatória
Área gustativa
As principais conexões aferentes são com o tálamo (recebe informações do cerebelo), área
somestésica, pré-motora e motora suplementar. E gera a maioria das fibras dos tratos cortico-
espinhal e cortico-nuclear.
Recebem aferências das áreas primárias e repassam as informações para outras áreas do
córtex. Para reconhecer um objeto etapa de sensação (em uma área sensitiva de projeção,
ou área primária) e de interpretação (ou gnosia – áreas de associação secundárias). Lesões das
áreas primárias deficiências sensoriais (surdez, cegueira), já das áreas secundárias
agnosias – perda da capacidade de reconhecer objetos.
Existem agnosias visuais, auditivas, somestésicas. Tipos especiais de agnosias visual e auditiva
– defeitos da linguagem – cegueira verbal e surdez verbal, respectivamente – as pessoas
perdem a capacidade de reconhecer os símbolos visuais ou sonoros que constituem a
linguagem escrita ou falada.
As áreas secundárias não são simétricas – lesões da mesma área – sintomatologia diferente
dos dois lados. Ex.: lesão da área auditiva secundária no hemisfério esquerdo – afasia, se for
no direito – amusia (dificuldade de compreensão de sons musicais).
Lesões dessas áreas apraxia – incapacidade de executar certos atos voluntários, sem déficit
motor – a lesão está na área de planejamento e não na de execução.
a) Área motora suplementar – parte mais alta da área 6, na face medial do giro frontal
superior. Relação com a concepção ou planejamento de sequências complexas de
movimentos, ativada com a área motora primária quando os movimentos são
executados. Mas quando a pessoa repete mentalmente a sequência dos movimentos,
a área motora suplementar é ativada sozinha. Recebe conexões do estriado, também
envolvido no planejamento motor;
b) Área pré-motora – no lobo frontal, na frente da área motora primária, ocupa a área 6,
na face lateral. Menos excitável que a área motora primária. As respostas obtidas são
menos localizadas, envolvem grupos musculares maiores. Lesão paresia. Tem
projeções para a formação reticular (onde se origina o trato retículo-espinhal), para a
44
área motora primária e recebe aferências do cerebelo (via tálamo) e outras áreas de
associação do córtex. Pela via cortico-retículo-espinhal, coloca o corpo em uma
postura preparatória para realizar movimentos mais delicados;
c) Área de Broca – partes opercular e triangular do giro frontal inferior, áreas 44 e parte
da 45 de Brodmann – atividade motora da expressão da linguagem. Lesões déficits
de linguagem – afasias.
Área pré-frontal
Parte anterior não-motora do lobo frontal. Recebe fibras das outras áreas de associação,
ligando-se também ao sistema límbico – destaque para as conexões recíprocas com o núcleo
dorsomedial do tálamo. Pode ter relação com algum tipo de memória recente. Lobotomia pré-
frontal - secção da conexão desta área com o núcleo dorsomedial – melhora da ansiedade e
depressão – deixam de reagir a circunstâncias que determinam alegria ou tristeza – perdem a
capacidade de decidir sobre o comportamento mais adequado para cada situação.
Área temporoparietal
Áreas límbicas
Estas áreas estão ligadas pelo fascículo longitudinal superior ou arqueado. Lesões destas
áreas todas afasias.
Também chamados gânglios da base, são: núcleo caudado, núcleo lentiforme (putâmen e
globo pálido) – sendo estes 3 chamados corpo estriado –, claustrum, corpo amigdaloide,
núcleo accumbens e o núcleo basal de Meynert.
Núcleo caudado
Núcleo lentiforme
Não aparece na superfície ventricular. Medialmente tem relação com a cápsula interna (o
separa do núcleo caudado e do tálamo), lateralmente tem relação com o córtex da ínsula (do
qual é separado por substância branca e pelo claustrum).
Dividido em putâmen e globo pálido pela lâmina medular lateral. O putâmen situa-se
lateralmente e é > globo pálido, medialmente este tem coloração mais clara pelas fibras
mielínicas que o atravessam – dividido em partes externa e interna pela lâmina medular
medial. O putâmen tem mais afinidades (estrutural e funcional) com o núcleo caudado.
Putamen + Globo pálido = Estriado.
Claustrum
Entre o córtex da ínsula e o núcleo lentiforme. Separa-se do primeiro pela cápsula extrema e
do segundo pela cápsula externa.
Sequência da lateral pra medial: córtex da ínsula – cápsula extrema – claustrum – cápsula
externa – putâmen – lâmina medular lateral – parte externa do globo pálido – lâmina medular
medial – parte interna do globo pálido – cápsula interna – tálamo – 3º ventrículo.
Corpo amigdaloide
Situada no pólo temporal, em relação com a cauda do núcleo caudado. Faz parte do sistema
límbico.
Núcleo accumbens
Na região de união do putâmen com a cabeça do núcleo caudado – área chamada de corpo
estriado ventral.
Na base do cérebro, entre a substância perfurada anterior e o globo pálido – região chamada
substância inominata. Contém neurônios ricos em acetilcolina.
Fibras de projeção: fórnix (une hipocampo ao corpo mamilar) e cápsula interna (contém a
maioria das fibras que entram e saem do córtex cerebral). Acima: coroa radiada. Perna
anterior da cápsula – entre a cabeça do núcleo caudado e o núcleo lentiforme. Perna posterior
– entre o núcleo lentiforme e o tálamo (onde passa o trato cortico-espinhal, radiações óptica e
auditiva). O encontro das 2 pernas – joelho da cápsula (onde passa o trato cortico-nuclear).
Lesões = hemiplegia e/ou parestesia do lado oposto.
Fibras comissurais, pois fazem a união entre áreas simétricas dos hemisférios.
Corpo estriado
As funções são exercidas por um ciclo básico que o liga ao córtex cerebral – modificado por
circuitos subsidiários.
Através deste circuito, o corpo estriado influencia não só a execução do movimento, mas o
planejamento motor (importante as projeções pra área suplementar do córtex). Portanto, seus
neurônios se ativam antes e durante os movimentos.
Parkinson
Tronco Encefálico
Hipotálamo
Várias funções como regulação dos processos motivacionais e dos fenômenos emocionais. É o
coordenador e integrador dos processos emocionais. Estimulações ou lesões – respostas
emocionais complexas, como raiva, medo, placidez. Lesão do núcleo ventromedial –
agressividade. Estimulação de algumas áreas – prazer – participação no componente central.
Tálamo
Área pré-frontal
Sistema Límbico
Grande lobo límbico – na face medial dos hemisférios – giro do cíngulo, giro para-hipocampal
e hipocampo. Atua na regulação dos processos emocionais e do SNA – contém o lobo límbico e
estruturas subcorticais.
a) Corpo (ou núcleo) amigdaloide: no lobo temporal, perto do úncus, tem relação com a
cauda do núcleo caudado. Tem numerosos subnúcleos. A maioria de suas fibras
eferentes – estria terminal – termina principalmente no hipotálamo;
50
b) Área septal: abaixo do rostro do corpo caloso, anterior à lâmina terminal e à comissura
anterior. Tem núcleos septais. Projeções para o hipotálamo e formação reticular pelo
feixe prosencefálico medial;
c) Núcleos mamilares: nos corpos mamilares. Projeções: fascículos mamilo-talâmicos e
mamilo-tegmentar (pra formação reticular);
d) Núcleos anteriores do tálamo: no tubérculo anterior do tálamo. Recebem fibras dos
núcleos mamilares e se projetam para o giro do cíngulo;
e) Núcleos habenulares: no trígono das habênulas, no epitálamo. Recebem fibras pela
estria medular e se projetam para o núcleo interpeduncular do mesencéfalo.
Conexões Aferentes
Conexões eferentes
Através delas, o sistema límbico participa dos mecanismos efetuadores, que desencadeiam o
componente periférico e expressivo dos processos emocionais, e controlam a atividade do SNA
– por conta de conexões com o hipotálamo e a formação reticular do mesencéfalo. As
conexões com esta última se fazem através das seguintes fibras: feixe prosencefálico medial,
fascículo mamilo-tegmentar e estria medular. Como o hipotálamo e a formação reticular têm
conexões diretas com os neurônios pré-ganglionares do SNA, estas vias permitem ao sistema
límbico controlar o sistema autônomo.
Em humanos, quadros semelhantes já foram vistos, por ablação bilateral do lobo temporal,
para tratamento de formas agressivas da epilepsia.
Corpo amigdaloide
Área septal
Giro do cíngulo
Hipocampo
Mecanismos da memória
Memória imediata: dura alguns segundos. Memória recente: retenção de memória durante
horas ou dias, lábil e é comprometida em situações patológicas. Memória remota ou
permanente: retenção da memória por vários anos, muito estável e se mantém inalterada após
danos cerebrais graves.
Síndrome de Korsakoff – Degeneração dos corpos mamilares causada pelo alcoolismo crônico e
o principal sintoma é a amnésia anterógrada.
Doença de Alzheimer – Perda gradual da memória recente. Causas: degeneração dos neurônios
colinérgicos do núcleo basal de Meynert – perda de fibras colinérgicas, que tem ação
moduladora sobre a atividade dos neurônios do sistema límbico e do neocórtex relacionados
com a memória; degeneração seletiva de dois grupos de neurônios do sistema límbico – um,
no hipocampo, nas áreas que geram as principais fibras eferentes e o outro, na área entorrinal,
no giro para-hipocampal, que constitui a porta de entrada das vias, que do neocórtex se
dirigem a este giro e daí, para o hipocampo.
A formação reticular é dividida em uma zona magnocelular, com células grandes, em seus 2/3
mediais, e uma zona parvocelular, com células pequenas e que ocupam o terço lateral. A zona
magnocelular dá origem às vias ascendentes e descendentes, sendo a zona efetuadora.
1. Conexões com o cérebro: por via talâmica e extratalâmica. E várias áreas do córtex
cerebral, do hipotálamo, e do sistema límbico enviam fibras descendentes à formação
reticular;
2. Conexões com o cerebelo: ocorrem nos dois sentidos;
3. Conexões com a medula: através das fibras rafe-espinhais e as fibras que constituem o
trato retículo-espinhal. A formação reticular recebe informações da medula pelas
fibras espino-reticulares;
4. Conexões com núcleos dos nervos cranianos: os impulsos que entram pelos nervos
cranianos sensitivos ganham a formação reticular pelas fibras que a ela se dirigem a
partir de seus núcleos.
SARA: O córtex cerebral tem uma atividade elétrica espontânea, que pode ser
detectada colocando-se eletrodos em sua superfície (eletrocorticograma) ou no
próprio crânio (EEG). Existem os traçados de sono (sincronizados) e os traçados de
vigília (dessincronizados). Secções na transição entre o bulbo e a medula ou no
mesencéfalo, entre os dois colículos, resultavam em um cérebro isolado (contendo
apenas um traçado de sono) e um encéfalo isolado (mantendo o ritmo normal de sono
e vigília), respectivamente.
Na formação reticular, existe um sistema de fibras
ascendentes que se projetam no córtex cerebral e sobre
ele tem uma ação ativadora – SARA, que age através das
conexões da formação reticular com núcleos
inespecíficos do tálamo. Além de seguirem suas vias
específicas, os impulsos sensoriais que chegam ao SNC
pelos nervos espinhais e cranianos passam também à
formação reticular e ativam o SARA. Isso ocorre através
de ramos colaterais que se destacam das vias
específicas, mas principalmente através de fibras
espino-reticulares ou das conexões dos núcleos dos
nervos cranianos com a formação reticular.
Indivíduos acordam quando submetidos a fortes estímulos sensoriais, como um ruído
alto. Isso se deve não à chegada de impulsos nervosos na área auditiva do córtex, mas
à ativação de todo o córtex pelo SARA, o qual é ativado por fibras que se destacam da
própria via auditiva.
O próprio córtex, por vias cortico-reticulares, é capaz de ativar a formação reticular,
mantendo sua própria ativação. Assim, podemos, até certo ponto, inibir o sono.
54
4. Controle do SNA
Para o controle do SNA – sistema límbico e hipotálamo, que têm projeções para a
formação reticular, a qual se liga aos neurônios pré-ganglionares do SNA.
5. Controle neuroendócrino
Estímulos elétricos da formação reticular do mesencéfalo – liberação de ACTH e ADH.
No controle hipotalâmico da liberação de vários hormônios adeno-hipofisários estão
envolvidos mecanismos noradrenérgicos e serotoninérgicos, o que envolve a formação
reticular, onde se originam muitas fibras contendo essas monoaminas que se dirigem
ao hipotálamo.
Considerações anatomoclínicas
origem nos fusos neuromusculares. Assim como os nervos cutâneos que não são puramente
sensitivos, apresentando fibras eferentes viscerais para as glândulas sudoríparas, músculos
eretores dos pelos e vasos superficiais.
3.3. Dermátomos
Dermátomo é o território cutâneo inervado por fibras de uma única raiz dorsal. Recebe o
nome da raiz que o inerva. Conhecendo-se a distribuição dos nervos periféricos e o mapa de
dermátomos, pode-se determinar se a lesão foi em um nervo periférico, medula ou raízes
espinhais (Figura abaixo).
Herpes-Zóster: o vírus acomete especificamente as raízes dorsais dores e vesículas na área
que corresponde ao dermátomo da raiz envolvida.
3.4. Relação entre as raízes ventrais e os territórios de inervação motora
Campo radicular motor é o território inervado por uma única raiz ventral. Os músculos podem
ser uni (ex.: intercostais) ou plurirradiculares (a maioria), conforme recebam inervação de uma
ou mais raízes.
3.5. Unidade motora e sensitiva
Unidade motora é um neurônio motor + seu axônio + todas as fibras musculares inervadas por
ele. É aplicado apenas aos neurônios motores somáticos. São as menores unidades funcionais
do sistema motor.
Unidade sensitiva um neurônio sensitivo +
todas suas ramificações e receptores.
3.6. Eletromiografia
Estudo da atividade elétrica dos músculos
estriados esqueléticos durante a contração
muscular. Colocam-se eletrodos sobre a pele,
ou inserem-se eletrodos sob a forma de
agulhas nos músculos a serem estudados.
Podem-se registrar as características dos
potenciais elétricos que resultam da atividade
das unidades motoras do músculo em estudo.
Permite avaliar o número de unidades
motoras sob o controle voluntário existentes
no músculo, assim como o tamanho dessas
unidades. Permite distinguir ainda, as
afecções que afetam o músculo daquelas que
afetam o neurônio.
Origem na região olfatória de cada fossa nasal atravessa a lâmina crivosa do etmoide
bulbo olfatório. Exclusivamente sensitivo.
2. Nervo óptico – II:
Origem na retina penetra no crânio pelo canal óptico une-se com o lado oposto
formando o quiasma (cruzamento parcial) trato óptico corpo geniculado lateral.
Exclusivamente sensitivo.
3. Nervos oculomotor, troclear e abducente – III, IV e VI:
Nervos motores que penetram na órbita pela fissura orbital superior músculos extrínsecos
elevador da pálpebra, reto superior, inferior, medial, oblíquo inferior (III), oblíquo superior
(IV) e reto lateral (VI).
O nervo III também tem inervação pré-ganglionar dos músculos intrínsecos do bulbo ocular
(ciliar e esfíncter da pupila).
4. Nervo trigêmeo – V:
Nervo misto raiz sensitiva e motora. A raiz sensitiva formada pelos prolongamentos dos
neurônios sensitivos localizados no gânglio trigeminal parte petrosa do temporal. Seus
prolongamentos periféricos nervo oftálmico, maxilar e mandibular sensibilidade geral de
grande parte da cabeça impulsos exteroceptivos (origem na pele da face e fronte,
conjuntiva ocular, dentes, 2/3 anteriores da língua, maior parte da dura-mater) e
proprioceptivos (origem nos músculos mastigadores e na ATM). A raiz motora se distribui aos
músculos mastigadores.
5. Nervo facial – VII:
Relações com o nervo VIII e estruturas do ouvido médio e interno, além da parótida. Emerge
do sulco bulbo-pontino por uma raiz motora (o nervo facial) e uma raiz sensitiva e visceral
(nervo intermédio) penetram no meato acústico interno encurva-se para trás, formando
um joelho externo, onde existe um gânglio sensitivo (gânglio geniculado) distribui ramos
para os músculos mímicos, músculos estilo-hiodeo e ventre posterior do músculo digástrico.
Também inerva as glândulas lacrimal, submandibular e sublingual, além da sensibilidade
gustativa nos 2/3 anteriores da língua.
6. Nervo vestíbulo-coclear – VIII:
Exclusivamente sensitivo. Penetra na ponte na porção lateral do sulco bulbo-pontino, entre a
emergência do nervo VII e o flóculo do cerebelo no ângulo ponto-cerebelar.
A parte vestibular fibras com origem nos neurônios sensitivos do gânglio vestibular
impulsos relacionados com o equilíbrio, originados em receptores da porção vestibular do
ouvido interno. A parte coclear fibras com origem nos neurônios sensitivos do gânglio
espiral impulsos relacionados com a audição, originados no órgão espiral (de Corti),
receptor da audição, situado na cóclea.
Lesões neste nervo diminuição da audição, vertigem, alterações no equilíbrio, enjoo e
nistagmo. Tumores formados por células de Schwann (neurinomas) quando crescem, podem
comprimir o nervo VIII, além dos nervos VII e intermédio. Frequentemente o neurinoma cresce
no ângulo ponto-cerebelar, podendo comprimir também o nervo V e o pedúnculo cerebelar
médio (Síndrome do ângulo ponto-cerebelar).
7. Nervo glossofaríngeo – IX:
63
Nervo misto. No seu trajeto, através do forame jugular, o nervo apresenta dois gânglios:
superior (jugular) e inferior (petroso), formados por neurônios sensitivos. Ao sair do crânio,
tem trajeto descendente, ramificando-se na raiz da língua e faringe.
Responsável pela sensibilidade geral e gustativa do 1/3 posterior da língua, faringe, úvula,
tonsila, tuba auditiva, além do seio e corpo carotídeos. Existem ainda fibras eferentes viscerais
gerais que terminam no gânglio óptico daí saem fibras do nervo aurículo-temporal que vão
inervar a glândula parótida.
Lesões deste nervo: nevralgia crises dolorosas se manifesta na laringe e 1/3 posterior da
língua, podendo irradiar para o ouvido.
8. Nervo vago – X:
O maior dos nervos cranianos. É misto e essencialmente visceral. Emerge do sulco lateral
posterior do bulbo emerge do crânio pelo forame jugular, percorre o pescoço e o tórax,
terminando no abdome emite ramos que inervam a laringe e a faringe, formando plexos
viscerais com inervação autônoma das vísceras torácicas e abdominais.
Possui dois gânglios sensitivos: superior (jugular) e inferior (nodoso). Entre os gânglios, reúne-
se ao vago, o ramo interno do nervo acessório.
9. Nervo acessório – XI:
Formado por uma raiz craniana (bulbar) e uma raiz espinhal (emergem dos 5 ou 6 primeiros
segmentos cervicais da medula e formam um tronco comum) penetra no crânio pelo
forame magno a este tronco, se une a raiz craniana o tronco comum atravessa o forame
jugular divide-se em ramo interno (contém as fibras da raiz craniana e se junta ao vago e
distribui-se com ele) e externo (tem as fibras da raiz espinhal, tem trajeto próprio e inerva os
músculo trapézio e esternocleiodomastoideo).
10. Nervo hipoglosso – XII:
Essencialmente motor. Emerge do sulco lateral anterior do bulbo. Inerva os músculos
intrínsecos e extrínsecos da língua.
Lesões deste nervo: paralisia da musculatura de uma das metades da língua. A protrusão da
língua desvio para o lado lesado por ação da musculatura do lado normal não
contrabalançada.
11. Inervação da língua:
Nervos responsáveis: V, VII, IX e XII.
a) Nervo V: sensibilidade geral (temperatura, dor, pressão e tato) nos 2/3 anteriores;
b) Nervo VII: sensibilidade gustativa nos 2/3 anteriores;
c) Nervo IX: sensibilidade geral e gustativa no 1/3 posterior;
d) Nervo XII: motricidade.
Apenas 3 nervos chegam à língua XII, IX e o lingual (ramo da divisão mandibular do V). As
fibras do nervo VII chegam à língua pelo nervo lingual, incorporando-se a ele por uma
anastomose nervo corda do tímpano.
Somático Sistema da vida de relação, relaciona o organismo com o meio. A parte aferente
conduz aos centros nervosos, impulsos originados em receptores periféricos, informando
sobre o que se passa no meio. A parte eferente leva aos músculos esqueléticos comandos
resultando em movimentos que levam a um maior relacionamento ou integração com o meio
externo.
Visceral Ou da vida vegetativa inervação das estruturas viscerais integração da
atividade das vísceras no sentido da manutenção da homeostase do meio interno.
Componente aferente conduz impulsos com origem nos receptores das vísceras;
componente eferente traz impulsos até as estruturas viscerais, terminando em glândulas,
músculos lisos e cardíaco.
SNA apenas o componente eferente do sistema nervoso visceral. Divide-se em simpático e
parassimpático.
1. Sistema Nervoso Visceral aferente
Os impulsos aferentes viscerais, antes de entrarem no SNC, passam por gânglios sensitivos. No
caso dos impulsos que penetram pelos nervos espinhais, estes gânglios gânglios espinhais.
Grande parte das fibras viscerais conduz impulsos inconscientes importante para a
realização de vários reflexos viscerais ou víscero-somáticos. Muitos impulsos viscerais tornam-
se conscientes sede, fome, plenitude gástrica ou dor.
A sensibilidade visceral difere da somática por ser mais difusa, não permitindo localização
precisa; a secção da pele é dolorosa, a de uma víscera não; a distensão de uma víscera dói, já a
da pele, não; certos processos inflamatórios ou irritativos de vísceras e órgãos internos dão
manifestações dolorosas em territórios cutâneos dor referida.
2. Sistema Nervoso Somático eferente X Visceral eferente ou autônomo
Sistema nervoso somático eferente músculos estriados esqueléticos (voluntário); SNA
músculo cardíaco, liso e glândula (involuntário).
Número de neurônios que ligam o SNC ao órgão efetuador: SNSomático Só um, o neurônio
motor somático (cujo corpo, na medula, está na coluna anterior). SNA 2, um deles tem o
corpo no SNC, o outro tem seu corpo no SNP. Corpos de neurônios fora do SNC se agrupam,
formando gânglios. Os que tem seus corpos fora pós-ganglionares; aqueles que têm seus
corpos dentro do SNC pré-ganglionares (na medula ou tronco).
No tronco, se agrupam formando núcleos de origem de alguns nervos cranianos; na medula
T1 a T12, L1 e L2, S2, S3 e S4. Entre T1 e L2 formam a coluna lateral. O axônio do neurônio
pré-ganglionar constitui a fibra pré-ganglionar (com bainha de mielina e neurilema) por
estar antes do gânglio, onde faz sinapse com o neurônio pós-ganglionar. Os corpos dos
neurônios pós-ganglionares estão nos gânglios do SNA. São neurônios multipolares, os
neurônios sensitivos são pseudo-unipolares. O axônio do neurônio pós-ganglionar bainha
de neurilema.
Áreas do telencéfalo e diencéfalo que regulam as funções viscerais hipotálamo e sistema
límbico. Impulsos nelas originadas são levados por fibras especiais e fazem sinapse com os
neurônios pré-ganglionares no tronco e medula por isso a relação entre as alterações
funcionais das vísceras com os distúrbios emocionais.
3. SNAS X SNAP
3.1. Diferenças anatômicas:
a) Posição dos neurônios pré-ganglionares
65
Principal formação anatômica. Formado por uma cadeia de gânglios unidos por ramos
interganglionares. Cada tronco estende-se de cada lado desde a base do crânio até o cóccix
onde termina se unindo ao lado oposto. Os gânglios de cada lado paravertebrais. Na porção
cervical gânglio cervical superior, médio (não visto no homem) e inferior (fundido ao
primeiro torácico cervico-torácico ou estrelado). Na porção torácica, o número de gânglios
< nervos pode haver fusão de gânglios vizinhos. Região lombar 3 a 5 gânglios; sacral 4
a 5 e coccígea gânglio ímpar para o qual convergem os troncos simpáticos dos dois lados.
1.2. Nervos esplâncnicos e gânglios pré-vertebrais
A partir de T5 origem dos nervos esplâncnicos maior, menor e imo trajeto descendente
atravessam o diafragma e penetram na cavidade abdominal terminam nos gânglios pré-
vertebrais (localizados anteriormente à coluna e à aorta abdominal). Existem 2 gânglios
celíacos direito e esquerdo, na origem do tronco celíaco; 2 gânglios aórtico-renais, na
origem das artérias renais; 1 gânglio mesentérico superior e outro inferior, próximo à origem
dessas artérias de mesmo nome. Os nervos esplâncnicos maior e menor terminam,
respectivamente gânglios celíaco e aórtico-renal. Os nervos esplâncnicos são formados por
fibras pré-ganglionares.
1.3. Ramos comunicantes
Unem o tronco simpático aos nervos espinhais. São de 2 tipos brancos e cinzentos.
a) Brancos: ligam a medula ao tronco simpático, formados por fibras pré-ganglionares,
além de fibras viscerais aferentes. Como os neurônios pré-ganglionares só existem de
T1 a L2, as fibras pré-ganglionares emergem só desses níveis ramos brancos só nas
regiões torácica e lombar alta;
b) Cinzentos: ligam o tronco simpático a todos os nervos espinhais, formados de fibras
pós-ganglionares, amielínicas. Nº de gânglios do tronco simpático < nervos espinhais
de um gânglio pode emergir mais de um ramo cinzento.
1.4. Filetes vasculares e nervos cardíacos
Do tronco simpático e gânglios pré-vertebrais filetes nervosos que se unem à adventícia das
artérias e vão com elas até as vísceras; emergem ainda filetes que vão às vísceras
independentemente das artérias nervos cardíacos cervicais superior, médio e inferior. Do
gânglio cervical superior nervo carotídeo interno ramifica-se formando o plexo
carotídeo interno penetra no crânio unido à carótida interna. Dos gânglios pré-vertebrais
filetes se unem à aorta abdominal e seus ramos.
1.5. Localização dos neurônios pré-ganglionares, destino e trajeto das fibras pré-
ganglionares
Corpo do neurônio pré-ganglionar na coluna lateral de T1 a L2 pelas raízes ventrais saem
as fibras pré-ganglionares tronco do nervo espinhal e seu ramo ventral tronco simpático
pelos ramos brancos sinapse com os neurônios pós-ganglionares:
a) Em um gânglio paravertebral do mesmo nível: a fibra saiu pelo ramo branco;
b) Em um gânglio paravertebral acima ou abaixo: as fibras chegam ao gânglio pelos ramos
interganglionares;
c) Em um gânglio pré-vetebral: chegam pelos nervos esplâncnicos.
1.6. Localização dos neurônios pós-ganglionares, destino e trajeto das fibras pós-
ganglionares
67
3. Reflexo lacrimal
Toque da córnea ou corpo estranho no olho aumenta a secreção lacrimal mecanismo de
proteção. Via aferente a do reflexo corneano. Mas as conexões centrais se fazem com o
núcleo lacrimal, de onde saem fibras pré-ganglionares pelo VII par (nervo intermédio)
Impulso chega ao gânglio pterigopalatino glândula lacrimal.
4. Reflexo de piscar
Objeto rapidamente jogado diante do olho resposta reflexa de piscar e não pode ser inibida
voluntariamente. Fibras aferentes da retina vão ao colículo superior saem fibras para o
nervo VII piscar da pálpebra. Se o estímulo for muito intenso impulsos do tecto vão aos
neurônios motores da medula pelo tracto tecto-espinhal resposta motora de proteger o
olho com a mão.
5. Reflexo de movimentação dos olhos por estímulos vestibulares - nistagmo
Objetivo manter a fixação do olhar em um objeto que interessa, quando esta tende a ser
rompida por movimentos do corpo ou da cabeça andar a cavalo, por exemplo o olho se
movimenta no sentido contrário ao do movimento da cabeça.
Os receptores cristas semicirculares do ouvido interno movimentos da cabeça
movimento da endolinfa nos canais semicirculares e deslocamento dos cílios das células
sensoriais das cristas estimula os prolongamentos periféricos dos neurônios do gânglio
vestibular impulsos que seguem pela porção vestibular do nervo VIII núcleos vestibulares
saem fibras que ganham o fascículo longitudinal medial núcleos do III, IV e VI
movimento do olho ao contrário ao da cabeça. Quando o estímulo é exagerado aos canais
semicirculares a endolinfa continua a girar nos canais os olhos desviam-se para um lado
até o máximo de contração dos músculos retos e voltam-se rapidamente à posição anterior e
iniciam outro desvio movimento oscilatório nistagmo.
Outra forma de desencadear o nistagmo corrente de água quente em um meato acústico
externo movimento de convecção da endolinfa e estimulação das cristas. Se for água fria
movimento em sentido oposto.
Lesões vestibulares ou cerebelares nistagmos espontâneos.
6. Reflexo fotomotor direto
Um olho estimulado por um feixe de luz miose. Impulso com origem na retina é conduzido
pelo nervo II quiasma trato óptico corpo geniculado lateral. As fibras não fazem
sinapse no corpo geniculado lateral, mas ganham o braço do colículo superior, terminando na
área pré-tectal saem fibras fazendo sinapse com o núcleo de Edinger-Westphal saem
fibras pré-ganglionares que pelo nervo III vão ao gânglio ciliar saem fibras pós músculo
esfíncter da pupila miose.
7. Reflexo consensual
Estimula-se a retina de um olho com a luz e observa-se a miose do lado oposto. Da área pré-
tectal de um lado para o núcleo de Edinger-Westphal do outro lado.
8. Reflexo do vômito
Várias causas. As mais comuns irritação da mucosa do TGI, como ingestão excessiva de
álcool mecanismo de defesa para não absorver tanto álcool no sangue. Irritação do TGI
estimula visceroceptores impulsos aferentes núcleo do trato solitário saem fibras para
o centro do vômito fibras que ligam áreas responsáveis pelas respostas motoras que
desencadeiam o vômito:
71
3.3.1. Sintomas que se manifestam do mesmo lado da lesão (tratos que não se
cruzam): (1) paralisia espástica com sinal de Babinski, pela lesão do trato
córtico-espinhal lateral; (2) perda da propriocepção consciente e tato
epicrítico pela lesão das fibras dos fascículos grácil e cuneiforme;
3.3.2. Sintomas que se manifestam do lado oposto à lesão (tratos que se
cruzam): (1) perda da sensibilidade térmica e dolorosa pela lesão do trato
espino-talâmico lateral; (2) diminuição do tato protopático e da pressão
por lesão do trato espino-talâmico anterior.
3.4. Siringomielia há formação de uma cavidade no canal central da medula,
levando a uma destruição da substância cinzenta intermédia central e da
comissura branca isso interrompe as fibras dos tratos espino-talâmicos laterais
perda da sensibilidade térmica e dolorosa dos dois lados. Não há alteração da
propriocepção (não atinge o funículo posterior) e mínima alteração tátil. Perda da
sensibilidade térmica e dolorosa com persistência da tátil = dissociação sensitiva. A
siringomielia acomete com mais frequência a intumescência cervical
aparecendo sintomas na extremidade superior dos dois lados. A extremidade
inferior fica com a sensibilidade normal.
3.5. Transecção da medula após um trauma que gere secção completa da medula
choque neurogênico perda da sensibilidade, dos movimentos e do tônus nos
músculos inervados pelos segmentos medulares situados abaixo da lesão. Há
também retenção de urina e fezes. Após um tempo voltam movimentos
73
São vias que levam aos centros nervosos supra-segmentares, os impulsos nervosos originados
nos receptores periféricos.
Receptor (terminação sensível ao estímulo) trajeto periférico (inclui um nervo espinhal ou
craniano e um gânglio sensitivo anexo a este nervo) trajeto central (as fibras que
constituem as vias aferentes se agrupam em feixes) área de projeção cortical (está no
córtex cerebral – impulso consciente – ou cerebelar – impulso inconsciente).
1. Vias aferentes que penetram no SNC por nervos
espinhais
1.1. Vias de dor e temperatura
1.1.1. Via filogeneticamente mais recente
neoespino-talâmica tracto espino-talâmico
lateral;
Neurônios I (nos gânglios espinhais nas raízes
dorsais) fazem sinapse com os neurônios II (na
coluna posterior), seus axônios cruzam e
ganham o funículo lateral contralateral; e
fazem sinapse com os neurônios III (no
tálamo, no núcleo ventral póstero-lateral)
seus axônios formam radiações talâmicas que,
pela cápsula interna e coroa radiada, chegam à área somestésica do córtex
(giro pós-central). Essa via é responsável pela sensação de dor aguda e
bem localizada (dor em pontada).
75
Neurônios II (no núcleo dorsal) axônios que se dirigem para o funículo lateral
ipsilateral e inflectem-se para formar o tracto espino-cerebelar posterior pedúnculo
cerebelar inferior cerebelo impulsos
proprioceptivos do tronco e membros
inferiores.
Neurônios II (na base da coluna posterior
e substância cinzenta intermediária)
axônios que se dirigem para o funículo
lateral contralateral e inflectem-se para
formar o tracto espino-cerebelar anterior
pedúnculo cerebelar superior
cerebelo (fibras duplamente cruzadas,
sendo então homolaterais) impulsos
proprioceptivos do tronco e membros
inferiores.
Neurônios II (no núcleo cuneiforme
acessório) impulsos proprioceptivos do
pescoço e membros superiores axônios formam o tracto cuneo-cerebelar
pedúnculo cerebelar inferior cerebelo.
1.5. Vias de sensibilidade visceral
Os impulsos geralmente são inconscientes, mas alguns se tornam conscientes
relacionados com a dor.
Fibras viscerais aferentes que percorrem nervos simpáticos (principalmente)
ganham os nervos espinhais gânglio espinhal medula através do prolongamento
central.
Impulsos relacionados com a dor visceral seguem pelos tractos espino-talâmicos
laterais ipsi e contralaterais.
2. Vias aferentes que penetram no SNC por nervos cranianos
2.1. Vias trigeminais
2.1.1. Via trigeminal exteroceptiva
Neurônios I (nos gânglios sensitivos anexos aos nervos V, VII, IX e X)
prolongamentos centrais tronco encefálico sinapse com os neurônios II.
Neurônios II no núcleo do tracto espinhal (prolongamentos centrais dos nervos VII,
IX e X) ou no núcleo sensitivo principal do V (prolongamentos centrais do V – podem
terminar em um ou outro, ou em ambos – fibras que terminam no núcleo sensitivo
principal são de tato epicrítico. As que terminam no núcleo do tracto espinhal são de
temperatura e dor. As que se bifurcam e terminam em ambos são de tato protopático
e pressão) axônios infletem-se e formam o lemnisco trigeminal sinapse com os
neurônios III.
Neurônios III no núcleo ventral póstero-medial do tálamo radiações talâmicas
córtex.
2.1.2. Via trigeminal proprioceptiva
Neurônios I (não estão em um gânglio, e sim, no núcleo do tracto mesencefálico)
prolongamentos centrais sinapse com neurônios do núcleo motor do V uma
77
parte desses impulsos são levados ao cerebelo e são inconscientes; outros, ao tálamo e
córtex e são conscientes.
2.2. Via gustativa
Impulsos nos 2/3 anteriores da língua nervos lingual e
corda do tímpano nervo intermédio (VII) SNC.
1/3 posterior da língua e epiglote nervos IX e X,
respectivamente SNC.
Neurônios I nos gânglios geniculado (VII), inferior do IX
e inferior do X prolongamentos centrais tronco
trajeto pelo tracto solitário sinapse com os neurônios II.
Neurônios II no núcleo do tracto solitário fibras
solitário-talâmicas sinapse com os neurônios III no
tálamo em ambos os lados.
Neurônios III no núcleo ventral póstero-medial radiações talâmicas área
gustativa do córtex.
2.3. Via olfatória
Neurônios I (as próprias células olfatórias na mucosa olfatória)
prolongamentos centrais atravessam a lâmina crivosa do
etmoide bulbo olfatório sinapse com os neurônios II.
Neurônios II tracto olfatório lateral (geram impulsos
conscientes terminam no córtex) e medial.
A via olfatória é totalmente ipsilateral, não tem passagem pelo
tálamo e a área do córtex é do tipo alo-córtex. As formações
integrantes desta via formam o rinencéfalo.
2.4. Via auditiva
Neurônios I no gânglio espiral na cóclea prolongamento central
porção coclear do nervo VIII ponte sinapse com os neurônios II.
Neurônios II nos núcleos cocleares dorsal e ventral seus axônios
cruzam pro outro lado consumindo o corpo trapezoide, contornam o núcleo
olivar superior e inflectem-se formando o lemnisco lateral contralateral
colículo inferior sinapse com os neurônios III.
Neurônios III axônios vão para o corpo geniculado medial sinapse com
os neurônios IV.
Neurônios IV axônios formam a radiação auditiva cápsula interna
área auditiva do córtex no giro temporal transverso anterior.
Esta via tem muitas fibras ipsi e contralaterais, portanto é difícil a perda
auditiva por lesão em uma só área.
2.5. Vias vestibulares conscientes e inconscientes
Receptores são proprioceptivos informam sobre a posição da cabeça no espaço.
Neurônios I no gânglio vestibular prolongamentos centrais porção vestibular
do nervo VIII sinapse com os neurônios II.
78
Bastonetes para visão com pouca luz o homem tem muito mais
bastonetes. Cones visão com muita luz e visão colorida. A
distribuição não é uniforme, na periferia tem mais bastonetes, vai
aumentando o número de cones à medida que se aproxima da mácula,
até que na fóvea central, só tem cones.
Mácula: área da retina onde a visão é a mais distinta. Os movimentos
reflexos do bulbo ocular fixam sobre as máculas a imagem dos objetos
que nos interessam no campo visual. A visão nas partes periféricas não
maculares é pouco nítida e a percepção das cores é ruim.
2.6.1. Trajeto da via óptica
Nervos ópticos quiasma óptico (decussação parcial) tractos
ópticos corpos geniculados laterais córtex visual.
Retina nasal metade medial da
retina. Retina temporal metade
lateral da retina.
Campo visual: porção lateral
campo temporal se projeta para
a retina nasal. Porção medial
campo nasal se projeta para a
retina temporal.
Na decussação do quiasma fibras
temporais seguem do mesmo lado.
Assim, o tracto tem fibras temporais
ipsilaterais e fibras nasais da retina
contralateral. O córtex direito
percebe os objetos situados à
esquerda.
da via piramidal ou indiretamente, pela via extrapiramidal. Todas as vias que influenciam a
motricidade convergem sobre o neurônio motor que inerva a musculatura esquelética.
Na coluna anterior da medula, os neurônios motores grupo medial (inervação dos músculos
axiais e proximais dos membros) e grupo lateral (inervação da musculatura distal dos
membros).
Organização do movimento voluntário
Etapa de preparação (envolve áreas de associação do córtex, em interação com o cerebelo e o
corpo estriado) termina com a elaboração do programa motor e uma etapa de execução
(envolve as áreas pré-motoras e motoras do córtex e suas ligações diretas e indiretas com os
neurônios motores. Envolve também mecanismos de ajustes e correções no movimento já
iniciado).
Potenciais de preparação em áreas de associação do córtex, como a área motora
suplementar, até um segundo antes do início do movimento ativação das áreas motora e
pré-motora + ativação do corpo estriado e núcleo denteado início do movimento.
Exemplo de organização do movimento: a intenção de realizar o movimento depende das
áreas de associação supramodais do córtex, onde estão armazenadas as informações acerca
das características do movimento essas informações são transmitidas às áreas encarregadas
de elaborar o programa motor (define quais músculos serão contraídos, o grau e a sequência
do movimento) zona lateral do cerebelo (pela via córtico-ponto-cerebelar), corpo estriado e
área motora suplementar o programa motor é enviado à área motora execução do
movimento informações são levadas dos receptores proprioceptivos à zona intermedia do
cerebelo, para que este possa comparar o movimento feito com o programa motor e
promover as correções necessárias, agindo sobre a área motora através da via interpósito-
tálamo-cortical além disso, há a manutenção do equilíbrio e postura envolvimento do
arquicerebelo e zona medial do cerebelo.
Lesões das vias motoras somáticas
- Síndrome do neurônio motor superior maior frequência no AVC que acomete a cápsula
interna ou a área motora do córtex. Após rápido período inicial de paralisia flácida paralisia
espástica, com hipertrofia e hiperreflexia + sinal de Babinski não há hipotrofia muscular;
Obs.: Espasticidade aumento do tônus e exagero dos reflexos. Envolve lesão de outras vias
motoras, como o tracto córtico-retículo-espinhal e córtico-rubro-espinhal pode ser devido
ao aumento na excitabilidade dos motoneurônios alfa e gama, decorrente de lesão de fibras
que normalmente exercem ação inibidora sobre eles.
- Síndrome do neurônio motor inferior ocorre na paralisia infantil há destruição do
neurônio motor inferior situado na coluna anterior da medula ou em núcleos motores de
nervos cranianos paralisia com perda dos reflexos e do tônus muscular (paralisia flácida)
seguindo-se, depois, hipotrofia dos músculos.