Hermetismo
Hermetismo
Hermetismo
Franz Bardon
Dedico esta obra em afetuosa amizade à minha fiel colaboradora e querida aluna, se
nhora Otti V.
Prefácio da segunda edição
A primeira edição da presente obra esgotou se poucos meses depois do lançamento, o que
afinal já estava previsto, em função do seu conteúdo tão especial e rico.
A fim de contentar os demais interessados nesta obra, mesmo depois de tão pouco te
mpo o autor decidiu lançar, de comum acordo com o editor, uma segunda edição com apres
entação total¬mente nova.
O livro "O Caminho do Adepto" não permaneceu restrito aos muitos buscadores alemães,
ele também chegou âs mãos de vários cientistas de outros estados a países da Europa, preo
cupados com o verdadeiro caminho da plenitude. Mesmo em outras partes do mundo,
como p.e. a América, a Austrália e a Ásia, a obra também se impôs em pouco tempo, o que se
deve à ampla difusão promo¬vida pela Editora Bauer. Todos os felizes proprietários do l
ivro com certeza sentir se ão muito gratos a ela por isso. O autor tam¬bém expressa aq
ui seus efusivos agradecimentos ao senhor Her¬mann Bauer pelo grande entusiasmo co
m que ele se prontificou a publicar a obra.
O autor também aproveita a oportunidade da segunda edição de sua primeira obra para ag
radecer a todos os leitores a interes¬sados as inúmeras cartas de reconhecimento a c
onsideração que recebeu. Ele considera o enorme interesse demonstrado pelas suas obr
as, tornadas públicas graças à ordem expressa da Providência Divina, como a mais bela re
compensa pelo seu trabalho abnegado. Sua profissão não é a de um escritor, mas sim a d
e médico, área na qual já é bastante conceituado. A missão a ele atribuída pela Providência
vina consiste principalmente em guiar todos os buscadores da verdade pelo caminh
o que leva à plenitude, com a ajuda de seus livros. Ele só não poderá ocupar se dos dese
jos pessoais de cada um individualmente, devido à falta de tempo, o que certamente
os leitores acharão compreensível.
Dentre as muitas cartas recebidas pelo autor há algumas nas quais os interessados
afirmam que gostariam de pular etapas, ou de realizar só aqueles exercícios que lhes
são mais agradáveis. O fato disso não ser correto do ponto de vista hermético já foi vária
vezes mencionado expressamente pelo próprio autor na obra, onde ele enfatiza que
assim não só se semearia o fracasso, mas também se poderiam provocar muitos danos.
Os exercícios básicos publicados nessa obra promovem o desenvolvimento do corpo, da
alma a do espírito; os resultados colaterais desses exercícios práticos, as assim cham
adas capacida¬des ocultas, podem ser úteis ao aprendiz na medida em que, se ele quis
er, poderá aperfeiçoar sua existência terrena, pois todo ser humano possui desejos, id
eais a objetivos diferentes. Portanto, quem trabalhar de modo prático a conscienci
oso em cada uma das etapas, terá condições de resolver também suas questões materiais de m
odo bastante favorável.
O autor deseja a todos uma proteção divina verdadeira, muita paciência a perseverança, a
um grande amor ao trabalho tão pra¬zeiroso com a ciência hermética. Desejo também que a s
egunda edição de sua primeira obra chegue logo às mãos daqueles que têm uma grande fome de
saber.
Maio de 1957
Otti Votavova
Índice
Franz Bardon 1
O GRANDE SEGREDO DO TETRAGRAMMATON 14
Sobre os Elementos 14
O Princípio do Fogo 16
O Princípio da Água 16
O Princípio do Ar 17
O Princípio da Terra 17
A Luz 18
O Akasha, ou o Princípio Etérico 18
Karma, a Lei de Causa a Efeito 18
O Corpo Humano 19
Dieta 21
Polaridade 22
O Plano Material Denso ou o Mundo Material Denso 24
A Alma ou o Corpo Astral 25
O Plano Astral 28
O Espírito 30
O Plano Mental 30
Verdade 32
Religião 33
Deus 34
Ascese 35
SEGUNDA PARTE 37
GRAU I 37
Instrução Mágica do Espírito (I) 38
Controle do Pensamento, Disciplina do Pensamento, 38
Domínio do Pensamento 38
Instrução Mágica da Alma (I) 41
Introspecção ou Auto Conhecimento 41
Instrução Mágica do Corpo (I) 43
O Corpo Material ou Carnal 43
O Mistério da Respiração 43
Assimilação Consciente de Nutrientes 45
A Magia da Água 45
Resumo de Todos os Exercícios do Grau I 48
GRAU II 49
Auto Sugestão ou o Mistério do Subconsciente 49
Instrução Mágica do Espírito (II) 51
Exercícios de Concentração 51
a) visuais 51
b) auditivos 52
C) sensoriais 52
d) olfativos 53
e) gustativos 53
Instrução Mágica do Alma (II) 54
Equilíbrio Mágico Astral ou dos Elementos 54
Transformação do Caráter ou Enobrecimento da Alma 54
Instrução Mágica do Corpo (II) 56
Respiração Consciente pelos Poros 56
O Domínio do Corpo na Vida Prática 57
Resumo de todos os exercícios do grau II 59
GRAU III 60
Instrução Mágíca do Espírito (III) 61
Concentração do pensamento em duas ou três idéias simultaneamente 61
Concentração do pensamento em objetos, paisagens e lugares 61
Concentração do pensamento em animais e pessoas 62
Instrução Mágica da Alma (III) 64
Respiração dos Elementos no Corpo Inteiro 64
a) fogo 64
b) ar 65
c) água 66
d) terra 66
Instrução Mágico do Corpo (III) 68
Represamento da Energia Vital 68
a) através da respiração pulmonar e pelos poros do corpo inteiro 68
b) nas diversas partes do corpo 69
APÊNDICE AO GRAU III. 70
Impregnação de Ambientes 70
Biomagnetismo 71
Resumo de todos os exercícios do grau III 77
GRAU IV 78
Instrução Mágica do espírito (IV) 78
Transposição da Consciência para o Exterior 78
a) em objetos 78
b) em animais 79
c) em pessoas 79
Instrução Mágica do Alma (IV) 81
Represamento dos Elementos nas Diversas Partes do Corpo 81
Instrução Mágica do Corpo (IV) 84
Rituais a as Possibilidades de sua Aplicação Prática 84
Resumo de todos os exercícios do grau IV 88
GRAU V 89
Instrução Mágica do Espírito (V) 90
Magia em Ambientes 90
Instrução Mágica do Alma (V) 93
Projeção dos Elementos para o Exterior 93
a) através do próprio corpo e represados pelo plexo solar 93
b) represados pelas mãos 94
Projeção Externa sem passar pelo Corpo 95
Instrução Mágica do Corpo (V) 99
Preparação para o Manuseio Passivo do Invisível 99
a) libertação da própria mão 99
Manuseio Passivo 100
a) com o próprio espírito protetor 100
b) como os mortos e outros seres 103
Resumo de todos os exercícios do grau v 105
GRAU VI 106
Instrução Mágica do Espírito (VI) 106
Meditação Sobre o Próprio Espírito 106
Conscientização dos Sentidos no Espírito 108
Instrução Mágica do Alma (VI) 109
Preparação para o Domínio do Princípio do Akasha 109
Provocação Consciente de Estados de Transe Através do akasha 109
Domínio dos Elementos através de um 110
Ritual Individual Extraído do Akasha 110
Instrução Mágica do Corpo (VI) 112
Reconhecimento Consciente de Seres de Diversos Tipos 112
C) espectros 115
Resumo de todos os exercícios do grau VI 119
GRAU VII 120
Instrução Mágica do espírito (VII) 120
Análise do Espírito em Relação à Prática 120
Instrução mágica da Alma (VII) 122
O desenvolvimento dos sentidos com a ajuda dos elementos a dos condensadores fluíd
icos 122
a) clarividência 122
A Clarividência Mágica 124
b) clariaudiência 127
C) sensitividade 128
Instrução Mágica do Corpo (VII) 131
Geração ou Criação de Elementares 133
Método 1: 133
Método 2: 135
Método 3: 142
Método 4: 144
Vitalização Mágica de Imagens 144
Resumo de todos os exercícios do grau VII 147
GRAU VIII 148
Instrução Mágica do Espírito (VIII) 148
Preparação para a Viagem Mental 148
A Prática da Viagem Mental 149
a) em ambientes fechados 149
b) em trajetos curtos 150
C) visitas a conhecidos, parentes, etc. 151
Instrução Mágica do alma (VIII) 153
O Grande "Agora 153
Sem Apego ao Passado 154
Perturbações de Concentração como Compasso do Equilíbrio Mágico 154
O Domínio dos Fluidos Elétrico a Magnético 155
O Domínio do Fluido ELÉTRICO Método Indutivo 155
O Domínio do Fluido MAGNÉTICO Método Indutivo 156
O Domínio do Fluido ELÉTRICO Método Dedutivo 157
O Domínio do Fluido MAGNÉTICO Método Dedutivo 157
lnstrução mágica do Corpo (VIII) 159
Influência Mágica através dos Elementos 159
A Influência através do Elemento Fogo 160
A Influência através do Elemento Ar 161
A Influência através do Elemento Água 161
A Influência através do Elemento Terra 161
Condensadores Fluídicos 162
a) CONDENSADORES SIMPLES 164
b) CONDENSADORES COMPOSTOS 165
1) Para o elemento fogo: 166
2) Para o elemento ar: 166
Condensadores Fluídicos para Espelhos Mágicos 167
d) Preparação de espelhos mágicos 168
Resumo de todos os exercícios do grau VIII 171
GRAU IX 172
Instrução Mágica do espírito (IX) 172
Grupo 1. Paralisia do Princípio do Fogo 172
Grupo 2. Paralisia do Princípio do Ar 172
Grupo 3. Paralisia do Princípio da Água 172
Grupo 4. Paralisia do Princípio da Terra 172
A Prática da Clarividência com Espelhos Mágicos 173
a) A visão através do tempo e do espaço 173
b) O carregamento do espelho mágico 175
c) Diversos trabalhos de projeção através do espelho mágico 175
c.1) O Espelho Mágico como Portal de Passagem a todos os Planos 175
c.2) O Espelho Mágico como Meio Auxiliar para o Contato com Energias, Entidades, e
tc. 176
c.3) O Espelho Mágico como Meio de Influência sobre Si Mesmo ou Outras Pessoas
177
c.4) O Espelho Mágico como Emissor a Receptor 178
c.6) O Espelho Mágico como Instrumento de Irradiação em Impregnações de Ambientes, Tratame
nto de Doentes, etc. 180
c.7) O Espelho Mágico como Instrumento de Proteção contra Influências Prejudiciais a Ind
esejadas 181
c.8) O Espelho Mágico como Instrumento de Projeção de todas as Energias, Seres, Imagen
s, etc. 182
c.9) O Espelho Mágico como Instrumento de Visão à Distância 183
c.10) O Espelho Mágico como um Meio Auxiliar na Pesquisa do Passado, Presente a Fu
turo 184
Instrução Mágica da Alma (IX) 186
A Separação Consciente do Corpo Astral do Corpo Material Denso 186
A impregnação do corpo astral com as quatro características divinas básicas 190
Instrução Mágica do Corpo (IX) 191
Tratamento de Doentes através do fluido Eletromagnético 191
O Carregamento Mágico de Talismãs, amuletos e Pedras Preciosas 194
1. Carregamento pela simples vontade, em conexão com a imaginação. 196
2. Carregamento através do represamento da energia vital determinado com a impregn
ação do desejo. 197
3. Carregamento através do encantamento de elementais, elementares ou outros
seres que deverão produzir o efeito desejado. 198
4. Carregamento através de rituais individuais ou tradicionais. 198
5. Carregamento através de fórmulas mágicas, mantras, tantras, etc. 199
6. Carregamento através do represamento de elementos. 199
7. Carregamento através dos fluidos elétrico ou magnético. 200
8. Carregamento por meio do represamento de energia luminosa. 200
9. Carregamento por meio de uma esfera eletromagnética volt 200
10. Carregamento através de uma operação mágico-sexual. 201
A Realização de Desejos através de Esferas Eletromagnéticas no Akasha, a assim chamada "
Voltização" 202
Resumo de todos os exercícios do grau IX 204
GRAU X 205
Instrução mágica do espírito (X) 205
A Elevação do Espírito aos Planos mais Elevados 205
Instrução mágica da Alma (X) 211
A Ligação Consciente com seu Deus Pessoal 211
O Relacionamento com as Divindades 215
Instrução mágica do corpo (X) 215
Métodos para a Obtenção de Capacidades Mágicas 215
BRAHMA e SHAKTI 215
Sugestão 216
Telepatia 217
Hipnose 217
A Hipnose em Massa dos Faquires 218
Leitura do Pensamento 219
Psicometria 219
Influência na Memória 220
A Intervenção no Akasha 221
Impregnação de Ambientes à Distância 222
Mensagens pelo Ar 222
A Exteriorização 223
A Invisibilidade Mágica 224
Práticas com Elementos 226
Fenômenos de Levitação 227
Fenômenos da Natureza 229
O Poder sobre a Vida e a Morte 229
Resumo de todos os exercícios do grau X 231
Conclusão 232
O Autor 234
Introdução
Quem porventura pensa em encontrar nesta obra só uma coleção de receitas com as quais
poderá alcançar fama, riqueza e poder sem nenhum esforço, ou então tenciona derrotar seu
s inimi¬gos, com certeza vai se decepcionar a desistir de ler este livro.
Muitas seitas a escolas espirituais vêem no termo "magia" nada além de simples feitiça
ria a pactos com os poderes obscuros. Por isso não é de se admirar quando a simples
menção da palavra já provoca uma espécie de horror em certas pessoas. Os prestigi¬tadores,
mágicos de palco, charlatães, ou como são chamados, fazem um mau use do conceito de m
agia, o que até hoje contribuiu muito para que esse conhecimento mágico fosse sempre
tratado com um certo desdém.
Já nos tempos antigos os magos eram considerados grandes iniciados; até a palavra "m
agia" provém deles. Os assim chamados "mágicos" não são iniciados, mas só forjadores de mi
stérios que geralmente se aproveitam da ignorância a da credulidade de um indivíduo, o
u de todo um povo, para alcançar seus objetivos egoístas através da farsa a da mentira
. Mas o verdadeiro mago despre¬za esse procedimento.
Na realidade a magia é uma ciência divina. Na verdadeira
acepção da palavra, ela é o conhecimento de todos os conhecimen¬tos, pois nos ensina com
o conhecer a utilizar as leis universais.
Não há diferença entre magia a misticismo, ou qualquer outro conceito com esse nome, q
uando se trata da verdadeira iniciação. Sem se considerar o nome que essa ou aquela
visão de mundo the dá, ela deve ser realizada seguindo as mesmas bases, as mesmas le
is universais. Levando em conta as leis universais da polaridade entre o bem e o
mal, ativo a passivo, luz a sombra, toda ciência pode ser aplicada para objetivos
maléficos ou benéficos.
Como p.e. uma faca que normalmente só deve ser utilizada para cortar o pão, nas mãos d
e um assassino pode transformar se numa arma perigosa. As determinantes são sempre
as particularidades do ca¬ráter de cada indivíduo. Essa afirmação vale também para todos o
âmbitos do conhecimento secreto.
Neste livro, escolhi para meus alunos, como símbolo da ini¬ciação a do conhecimento mais
elevados, a denominação "magia". Muitos leitores sabem que o tarô não é só um jogo de cart
s destinado à adivinhação, mas sim um livro simbólico iniciático que contém grandes segredo
. A primeira carta desse livro repre¬senta o mago, que configura o domínio dos eleme
ntos a apresenta a chave para o primeiro arcano, o mistério cujo nome é impronun-ciáve
l, o "Tetragrammaton", o JOD HE VAU HE cabalístico. É por isso que a porta da iniciação é
o mago, e o próprio leitor desta obra poderá reconhecer a grande gama de aplicações dess
a carta e o quanto ela é significativa.
Em nenhuma obra publicada até agora o verdadeiro signifi¬cado da primeira carta do t
arô foi tão claramente descrito como neste meu livro. Este sistema, montado com o ma
ior cuidado e a mais extrema ponderação, não é um método especulativo, mas o resultado pos
itivo de trinta anos de pesquisa, de exercícios práticos e de repetidas comparações com
muitos outros sistemas das mais diversas lojas maçônicas, sociedades secretas a de s
abedoria ori¬ental, acessíveis somente aos excepcionalmente dotados a alguns raros e
leitos. Portanto é bom lembrar partindo da minha pró¬pria prática a indo de encontro
à prática de muitos, que com cer¬teza ele já foi aprovado, sobretudo pelos meus alunos,
a conside¬rado o melhor a mais útil dos sistemas.
Mesmo assim ainda não foi dito a também não quero afirmar que este livro descreve todo
s os problemas da magia ou do misticismo; se quiséssemos escrever tudo sobre esse
conhecimento tão elevado, então teríamos que preencher compêndios inteiros. Mas com toda
a certeza pode se dizer que esta obra é realmente a porta de entrada para a verda
deira iniciação, a primeira chave para a utilização das leis universais.
Também não nego que em obras de diversos autores podemos encontrar aqui a ali alguns
trechos explicativos, mas dificilmente o leitor encontrará uma descrição tão precisa da
primeira carta do tarô num único livro.
Não poupei esforços no sentido de ser o mais claro possível em cada etapa do curso tom
ando as grandes verdades acessíveis a qualquer um, apesar de ter encontrado dificu
ldades para colocá las em palavras simples, a fim de que fossem compreendidas por
todos. Se esse meu esforço deu resultados, é uma constatação que deixo a critério dos leit
ores. Em alguns casos precisei deliberada¬mente repetir certas afirmações para enfatiz
ar alguns trechos espe¬cialmente importantes a poupar o leitor de um eventual trab
alho de folhear constantemente o livro.
Muitas vezes já ouvi pessoas se queixarem de que interessa¬dos a alunos das ciências o
cultas não teriam oportunidade de se¬rem iniciados pessoalmente por um mestre ou gur
u, a que por causa disso o acesso ao verdadeiro conhecimento só seria possível para
os excepcionalmente dotados ou abençoados. Muitos dos verdadeiros buscadores seria
m obrigados a consultar pilhas de li¬vros para pelo menos aqui a ali conseguir pes
car alguma pérola de verdade. Portanto, quem se preocupa seriamente com a própria ev
olução a deseja obter esse conhecimento sagrado, não só por pura curiosidade ou pela sat
isfação de suas paixões mais imedia¬tas, encontrárá nesta obra o guia certo da iniciação. N
ini¬ciado encarnado, por mais elevado que seja o seu grau de inicia¬ção, pode oferecer
ao aluno mais para o seu começo de aprendi¬zado do que é oferecido neste livro. Caso o
aluno sincero a leitor atencioso encontre neste livro o que ele até hoje procurou
em vão, então a obra cumpriu totalmente a sua missão.
O autor
A figura do Mago
A alma está dividida de acordo com os elementos, de maneira tão precisa quanto o cor
po. As funções, forças a características anímicas têm também sua morada na alma, elas forma
eterminados centros, analogamente a todos os elementos, a que a filosofia hindu
chama de "Lotus" (conhecidos também por "chakras", N.T.). Na doutrina hindu o desp
ertar desses Lotus é chamado de Kundalini-Yoga. Não pretendo fazer aqui um relato de
talhado sobre os lotus ou centros, pois qualquer pessoa poderá conhecê-los na litera
tura especializada. (Ver: Gregorius, "Magische Erweckung der Chakras im Ãtherkõrper
des Menschen" = Despertar Mágico dos Chakras no Corpo Astral do Homem.) Vou mencio
ná-los rápida a superficialmente dizendo que o centro mais baixo é o assim chamado Mul
adhara ou centro da Terra a localiza-se na parte inferior da coluna. O centro se
guinte é o da água a localiza-se na região dos órgãos sexuais, a na terminologia hindu é ch
mado de Swadhistana.
O centro do fogo, como ponto central da alma, encontra-se na região do umbigo e é ch
amado de Manipura. O centro do ar, elemento equilibrador, encontra-se na região do
coração e é chamado de Anahata; o centro do éter ou princípio do Akasha está na região do
coço a chama-se Visudha. Um outro centro, da vontade, da razão a do intelecto locali
za-se entre as sobrancelhas e é chamado de Ajna.
O centro mais elevado a divino é o lotus das mil folhas, chamado de Sahasara, do q
ual nascem a são influenciadas todas as forças dos outros centros. Iniciando-se no c
entro superior, mais elevado, descendo ao longo das costas até o centro mais baixo
, o da terra, como se fosse um canal, temos o assim chamado Sushumna, ou nosso já
conhecido princípio do Akasha, que faz a ligação entre todos os centros a os regula. F
alarei mais adiante do despertar da força espiral de cada um dos centros.
Na descrição da alma precisamos descobrir a conexão dos elementos com a sua polaridade
"plus"(+) e "minus"(-) a tentar retratá-la com clareza. Podemos ver que tanto o c
orpo quanto a alma, com suas atuações, vivem a trabalham, mantêm-se ou destróem-se segun
do as leis imutáveis do magneto quadripolar, portanto do mistério do Tetragrammaton.
Se o aprendiz da iniciação meditar sobre isso com cuidado, terá uma visão clara da função d
corpo a também da alma, e poderá imaginar corretamente as suas interações mútuas segundo
as leis primordiais.
O Plano Astral
É muitas vezes definido como a quarta dimensão; não foi criado a partir dos quatro ele
mentos, mas é um grau de densidade do princípio de Akasha, portanto de que tudo o qu
e já aconteceu no passado, acontece no presente a acontecerá no futuro, no mundo mat
erial, enfim, tudo o que contém sua origem, sua regulamentação e sua existência.
Como já referimos, em sua forma mais sutil o Akasha é o nosso velho conhecido éter, no
qual, entre outras coisas, propagam-se as ondas elétricas a magnéticas. Ele é também a
esfera das vibrações, de onde se originam a luz, o som, a cor, o ritmo, e com estes
toda a vida que existe. Como o Akasha é a origem de todo ser, naturalmente nele há o
reflexo de tudo, Le., de tudo o que já aconteceu no passado, acontece no presente
a acontecerá no futuro. É por isso que consideramos o plano astral como a emanação do e
terno, sem começo nem fim, a que portanto é isento de espaço a de tempo. O iniciado qu
e consegue alcançar esse plano encontra tudo nele, mesmo quando se tratam de fatos
ocorridos no passado, que ocorrem no presente ou ocorrerão no futuro. A amplitude
do alcance da sua percepção depende do seu grau de aperfeiçoamento.
O plano astral é definido pela maioria das religiões, pelos ocultistas a espirituali
stas como o "além". Mas para o iniciado torna-se claro que não existe um aquém ou um a
lém, e é por isso que ele não teme a morte, cujo conceito lhe é estranho. Se porventura,
através do trabalho de decomposição dos elementos ou de uma súbita ruptura dissolver-se
a matriz astral, que é a matéria aglutinante entre o corpo material denso e o corpo
astral, instala-se aquilo que chamamos geralmente de morte, mas que na realidad
e é só uma passagem do mundo terreno ao mundo astral. Baseado nessa lei, o iniciado
não conhece o medo da morte, pois ele sabe que não irá para o desconhecido.
Através do controle dos elementos ele também pode, além de muitas outras coisas, tenta
r soltar sua matriz astral a produzir a separação espontânea do corpo astral de seu in
vólucro terreno. Desse modo ele consegue visitar, com seu corpo astral, as regiões m
ais distantes, viajar aos mais diferentes planos, a muito mais. Quanto a isso ex
istem lendas sobre santos que foram vistos em vários lugares ao mesmo tempo, onde
até exerciam suas atividades.
O plano astral possui diversos tipos de habitantes. São sobretudo as pessoas que já
deixaram o mundo terreno a que habitam o grau de densidade correspondente ao seu
grau de amadurecimento espiritual, o que de acordo com as religiões é chamado de céu
ou inferno, mas que os iniciados interpretam só simbolicamente. Quanto mais perfei
to, nobre a puro o ser, tanto mais puro a sutil o grau de densidade do plano ast
ral em que ele ficará. O seu corpo astral vai se dissolvendo aos poucos, adaptando
-se ao grau de vibração do respectivo patamar do plano astral, até tornar-se idêntico a
ele. Essa identificação depende portanto do amadurecimento a da perfeição espirituais al
cançados no mundo terreno pelo ser em questão.
Além disso o plano astral é habitado por muitos outros seres, dos quais cito apenas
alguns. Assim temos, por exemplo, os seres elementais, que têm só uma ou algumas pou
cas características, de acordo com as oscilações predominantes dos elementos. Eles se
mantêm pelo mesmo tipo de oscilação do homem, que ele envia ao plano astral; dentre es
ses seres há inclusive alguns que alcançaram um certo grau de inteligência. Alguns mag
os utilizam-se dessas forças inferiores para seus objetivos egoístas. Outro tipo de
ser são as chamadas larvas, atraídas à vida consciente ou inconscientemente pelo pensa
mento através da matriz astral.
Na verdade elas não são seres concretos, mas somente formas que se mantêm vivas pelas
paixões do mundo animal, no patamar mais baixo do mundo astral. Seu impulso de aut
o-preservação pode trazê-las à esfera daquelas pessoas cujas paixões têm o poder de atraí-l
Elas querem despertar, direta ou indiretamente, as paixões adormecidas no homem e
atiçá-las. Caso essas formas consigam induzir uma pessoa a essas paixões, então elas se
nutrem, mantêm a fortalecem com a irradiação provocada pela paixão no homem. Uma pessoa
muito carregada por essas paixões traz consigo, na esfera mais baixa de seu plano
astral, todo um exército dessas larvas. A luta contra elas é acirrada, e no campo d
a magia a do domínio dos elementos, esse é um componente importante. Sobre isso entr
arei em detalhes no capítulo que trata da introspecção. Além disso, ainda existem elemen
tais a larvas que podem ser criados por meios mágico-artificiais. Entrarei em deta
lhes sobre esse assunto na parte prática do livro.
Mais um tipo de ser com o qual muitas vezes o iniciado poderá se deparar no plano
astral, são os seres dos quatro elementos puros. No elemento fogo eles se chamam s
alamandras, no elemento ar, silfos, no elemento água, ninfas ou ondinas, a no elem
ento terra, gnomos. Esses seres estabelecem, por assim dizer, a ligação entre o plan
o astral a os elementos terrenos. Como se faz a ligação com esses seres, como se pod
e dominá-los, o que se pode conseguir através deles, são assuntos que deixaremos para
serem tratados na parte prática desta obra, a aos quais dedicarei um capítulo especi
al chamado "A Magia dos Elementos".
Existem ainda vários outros seres, como sátiros, fadas, anõezinhos aguadeiros, etc., q
ue poderiam ser aqui citados. Por mais que isso tudo possa se parecer aos contos
de fadas, existem, no plano astral, exatamente as mesmas realidades que no plan
o terreno.
Ao estabelecer a ligação com esses seres, o iniciado, através da sua vidência, consegue
vê-los a qualquer momento que desejar, eliminando assim qualquer dúvida sobre a sua
existência. É por isso que o iniciado deve primeiro amadurecer a aprender a provar a
s coisas para depois poder julgar por si mesmo.
O Espírito
Como já dissemos antes, o homem foi criado à semelhança de Deus e é constituído de corpo,
alma a espírito. Nos capítulos anteriores ficamos sabendo que o corpo e a alma serve
m somente como um invólucro ou uma vestimenta para o espírito, a são portanto passagei
ros. É por isso que só o espírito é a parte imortal do homem e a sua imagem semelhante a
Deus. Não é fácil analisar e colocar em palavras exatas algo divino, imortal a eterno
. Mas como em qualquer outro problema podemos, nesse caso, nos valer da ajuda da
chave do magneto quadripolar.
Do princípio primordial mais elevado (o Akasha), da fonte primordial de toda a exi
stência, da matéria espiritual primordial, surgiu o espírito, o "eu" espiritual com as
quatro características específicas dos elementos, próprias do espírito imortal criado à s
emelhança de Deus.
O princípio do fogo, a parte impulsiva, é a vontade. O princípio aéreo revela-se no inte
lecto (razão), o princípio aquoso na vida ou no sentimento, e o princípio da terra na
comunhão de todos os outros três elementos na consciência do "eu".
Todas as outras características do espírito possuem esses quatro princípios primordiai
s como base. A parte típica do quarto princípio, portanto do Princípio Etérico (Akasha),
em seu aspecto mais elevado revela-se na fé, a na forma mais baixa no impulso da
auto-preservação. Cada um dos quatro princípios-elementos aqui citados ainda possui mu
itos aspectos positivos ou negativos, de acordo com a lei da analogia da polarid
ade ou dos elementos. Todos juntos formam o "eu", ou o espírito. Assim podemos atr
ibuir a força, o poder e a paixão ao princípio do fogo; a memória, o poder de discernime
nto a de julgamento à parte aérea do espírito, a consciência e a intuição à sua parte aquos
e o egoísmo, o impulso de auto-preservação a de reprodução à sua parte terrena.
O assunto tornar-se-ia muito extenso se quiséssemos mencionar aqui todas as qualid
ades do espírito em relação aos elementos. Através de um estudo perseverante a uma medit
ação profunda, o futuro iniciado poderá estendê-las por si mesmo, levando em conta as le
is da analogia do magneto quadripolar. É um trabalho
muito gratificante que não deve nunca ser desdenhado, porque sempre produz bons re
sultados a em pouco tempo, garantindo o domínio e o conhecimento dos elementos.
Nos capítulos sobre o corpo, a alma e o espírito descrevi o homem na sua forma mais
completa. Por ocasião da sua iniciação, e por conseqüência na prática mágica, mística a dos
rsos mistérios, o estudante deve estar ciente da necessidade do conhecimento de se
u próprio pequeno universo. A maioria dos escritores excluiu essa parte tão importan
te a até básica dos seus livros, por desconhecê-la ou por outros motivos quaisquer.
O Plano Mental
Assim como o corpo possui o seu plano terreno e o corpo astral ou alma o seu pla
no astral, o espírito também possui o seu plano próprio, chamado de esfera mental ou p
lano mental. É a esfera do espírito, com todas as suas propriedades.
Ambas as esferas, tanto a material densa quanto a astral, surgiram através dos qua
tro elementos, do princípio do Akasha ou das Coisas Primordiais da esfera correspo
ndente. A esfera mental também se formou dessa maneira, partindo do princípio akáshico
do espírito.
O que ocorre com o corpo mental na esfera mental ou espiritual é análogo ao que ocor
re com o corpo astral, isto é, através do trabalho correspondente o espírito forma um
magneto quadripolar dentro de si, a exterioriza o fluido eletromagnético em sua po
laridade, como um fenômeno produzido pelo efeito dos elementos. Assim como o corpo
astral forma uma matriz astral (o assim chamado "astralod") através do fluido ele
tromagnético do mundo astral, o fluido eletromagnético do mundo mental também forma um
a matriz mental, que liga o corpo mental ao corpo astral. Essa matriz mental, ou
"mentalod", a assim chamada matéria mental, é a forma mais sutil do Akasha, que reg
ula a mantém a atividade do espírito no corpo astral. Como já observamos, essa matéria m
ental é ao mesmo tempo eletromagnética a funciona como condutora dos pensamentos a d
as idéias à consciência do espírito, que entra
em atividade através dos corpos astral a material denso. Assim a matriz mental ou
"mentalod" com seu fluido bipolar é a matéria mais sutil que podemos imaginar no cor
po.
A esfera mental é ao mesmo tempo a esfera dos pensamentos, que têm sua origem no mun
do das idéias, portanto no Akasha do espírito. Cada pensamento é antecedido por uma idéi
a básica que assume uma determinada forma segundo a sua característica e chega à consc
iência do "eu" através do princípio etérico, portanto da matriz astral, como forma-pensa
mento ou imagem plástica.
De acordo com isso, o homem não é o criador dos pensamentos; a origem de todo pensam
ento localiza-se na mais elevada esfera do Akasha ou plano mental. O espírito do h
omem é ao mesmo tempo um receptor, uma antena dos pensamentos do mundo das idéias, c
onforme o local ou a situação em que ele se encontra. Como o mundo das idéias é o tudo n
o todo, cada nova idéia e cada nova invenção, em resumo, tudo aquilo que o homem acred
ita ter criado foi extraído desse mundo das idéias. Esse ato de extrair novas idéias d
epende da postura a da maturidade do espírito. Cada pensamento possui em si um ele
mento puro completo, sobretudo quando ele contém idéias abstratas. Se existirem, no
pensamento, diversas combinações do mundo das idéias, então serão muitos os elementos atua
ntes entre si, tanto em sua forma quanto em sua irradiação. Só os pensamentos abstrato
s possuem elementos puros, a também irradiações polares puras, pois eles derivam diret
amente do mundo primordial de uma idéia.
Com base nesse conhecimento podemos perceber que existem pensamentos que, quanto
a suas atuações, são puramente magnéticos, indiferentes a neutros. Relativamente à sua idé
a, na esfera mental cada pensamento possui forma a irradiação (vibração) próprias. Dessa m
aneira o pensamento chega à consciência através do magneto quadripolar, e é por ele guia
do até a sua realização final. Todas as coisas criadas no mundo material denso têm porta
nto sua origem a naturalmente também seu reflexo no mundo das idéias, através do pensa
mento a da consciência do espírito. Quando não se trata diretamente de uma idéia abstrat
a, então são várias as formas de pensamento que podem alcançar uma expressão. Esses pensam
entos são elétricos, magnéticos ou eletro-magnéticos, conforme as características dos elem
entos predominantes.
O plano material denso está ligado ao tempo a ao espaço. O plano astral, a esfera do
espírito passageiro ou imutável, está ligada ao espaço, enquanto a esfera mental é isenta
de espaço a de tempo. A mesma coisa vale para algumas características do espírito. Só a
assimilação de um pensamento no corpo mental através do aglutinante das matrizes ment
al a astral, que na sua forma completa estão ligadas ao tempo a ao espaço, é que preci
sa de um certo tempo para chegar à consciência. O curso dos pensamentos se dá de modo
diferente em cada pessoa, de acordo com a maturidade de seu espírito; quanto mais
madura a espiritualizada a pessoa, tanto mais rápidos serão os seus pensamentos no e
spírito.
Assim como o plano astral possui seus habitantes, o plano mental também os tem. Além
das formas pensamento, eles são sobretudo os falecidos, cujos corpos astrais se d
issolveram através dos elementos, devido à sua maturidade, a que mantêm suas moradias
nas regiões da esfera mental correspondentes a seus graus de evolução.
Além disso a esfera mental é também a esfera dos elementares, que são seres criados cons
ciente ou inconscientemente pelos homens, em função de um pensamento intenso a const
antemente repetido. O ser elementar ainda não é suficientemente denso a ponto de pod
er construir ou assumir um invólucro astral. Sua atuação portanto limita-se à esfera esp
iritual.
A diferença entre uma forma pensamento a um elementar é que a forma pensamento possu
i uma ou várias idéias como origem, enquanto que o elementar é constituído de uma certa
porção de consciência a portanto de um impulso de auto-preservação. Mas no restante ele não
se diferencia muito dos outros seres vivos mentais a pode até ter o mesmo formato
da forma pensamento. O iniciado utiliza-se desses seres elementares de várias mane
iras. Na parte prática deste livro eu explico como um elementar desse tipo é criado,
mantido e utilizado para diversas finalidades.
Ainda há muito a se dizer sobre a esfera mental, principalmente sobre as característ
icas específicas de cada ser individualmente. Mas como estímulo ao trabalho a para e
sclarecimento da esfera mental em linhas gerais, acredito que isso seja o sufici
ente.
Verdade
Abandonaremos agora o microcosmo, portanto o homem com seus corpos terreno, astr
al a mental, a passaremos a tratar de outras questões, cuja solução também preocupa o fu
turo iniciado. Um desses problemas é sobretudo o problema da, verdade. Inúmeros filóso
fos já se ocuparam a ainda se ocupam, e a nós também cabe essa tarefa.
Consideraremos aqui só aquelas verdades cujo conhecimento exato somos obrigados a
dominar. A verdade depende do reconhecimento de cada um, a como não temos todos a
mesma concepção das coisas, também não podemos generalizar essa questão. É por isso que cad
um de nós, se for sincero, possui a sua própria verdade de acordo com o seu grau de
maturidade e a sua concepção das coisas. Só aquele que domina a conhece as leis absol
utas do macro a do microcosmo pode falar de uma verdade absoluta. Certos aspecto
s da verdade absoluta com certeza serão reconhecidos por todos.
Ninguém duvidará da existência de uma vida, uma vontade, uma memória a uma razão; ninguém c
ntestará tais coisas tão evidentes. Nenhum verdadeiro iniciado forçará alguém que não está
icientemente maduro a aceitar a sua verdade, pois a pessoa em questão só passaria a
encará-la de seu próprio ponto de vista. É por isso que seria inútil conversar sobre as
verdades supremas com os não-iniciados, a menos que se tratem de pessoas que desej
am muito conhecê-las, a que portanto estão começando a amadurecer para elas. Todo o re
sto seria profanação, a incorreto do ponto de vista mágico. Lembrem-se das palavras do
grande mestre do cristianismo: "Não joguem pérolas aos porcos!"
À verdade pertence também a distinção correta entre a capacidade, o conhecimento e a sab
edoria. Em todos os campos da existência humana o conhecimento depende da maturida
de, da capacidade de assimilação da memória, da razão a da inteligência, sem considerar se
esse conhecimento foi enriquecido através da leitura, da comunicação ou de outro tipo
qualquer de experiência.
Entre conhecimento a sabedoria existe uma diferença imensa, e é muito mais fácil obter
conhecimento do que sabedoria. A sabedoria não depende nem um pouco do conhecimen
to, apesar de ambos serem, numa certa medida, até idênticos. A fonte da sabedoria es
tá em Deus, a portanto no princípio das coisas primordiais (no Akasha), em todos os
planos do mundo material denso, do astral a do mental.
Portanto, a sabedoria não depende da razão e da memória, ma;; da maturidade, da pureza
a da perfeição da personalidade de cada um. Poderíamos também considerar a sabedoria co
mo uma condição da evolução do "eu". Em função disso a cognição chega a nós não só através
rincipalmente através da intuição ou da inspiração. O grau de sabedoria determina portanto
o grau de evolução da pessoa. Mas com isso não queremos dizer que se deve menosprezar
o conhecimento; muito pelo contrário, o conhecimento e a sabedoria devem andar de
mãos dadas. Por isso o iniciado deverá esforçar-se em evoluir, tanto no seu conhecime
nto quanto na sabedoria, pois nenhum dos dois deve ser negligenciado nesse proce
sso.
Se o conhecimento e a sabedoria andarem lado a lado no processo de evolução, então o i
niciado terá a possibilidade de compreender, reconhecer a utilizar algumas leis do
micro a do macrocosmo, não só do ponto de vista da sabedoria, mas também em seu aspec
to intelectual, portanto dos dois pólos.
Já tomamos conhecimento de uma dentre muitas dessas leis, a primeira chave princip
al, ou seja, o mistério do Tetragrammaton ou do magneto quadripolar, em todos os p
lanos. Como se trata de uma chave universal, ele pode ser empregado na solução de to
dos os problemas, em todas as leis a verdades, em tudo enfim, sob o pressuposto
de que o iniciado saberá usá-lo corretamente. Com o passar do tempo, à medida em que e
le for evoluindo a se aperfeiçoando na ciência hermética, ele passará a conhecer outros
aspectos dessa chave e a assimilá-los como leis imutáveis. Ele não terá que tatear na es
curidão a no desconhecido, mas terá uma luz em suas mãos com a qual poderá romper todas
as trevas da ignorância.
Esta breve descrição deve ser suficiente para que o futuro iniciado saiba como se po
sicionar diante do problema da verdade.
Religião
O mago principiante professará uma religião universal. Ele aprenderá que cada religião p
ossui seus lados bons, mas também seus lados obscuros. Ele conservará para si o melh
or dela a não dará atenção às suas fraquezas. Com isso não queremos dizer que ele deva adot
r todas as religiões, mas que deve dar a devida atenção a cada uma delas, pois cada um
a possui seu próprio princípio divino, quer se trate do cristianismo, do budismo, do
islamismo, etc.
Fundamentalmente ele pode permanecer fiel à sua própria religião. Mas na verdade ele não
se sentirá satisfeito com os dogmas oficiais da sua Igreja, a tentará penetrar mais
profundamente no reino de Deus. Esse é o objetivo da nossa iniciação. O mago deverá cri
ar sua própria visão de mundo de acordo com as leis universais, a esta será sua verdad
eira religião. Ele deverá observar que todo defensor da própria religião, apesar das fra
quezas da mesma, está sempre empenhado em apresentá-la como a melhor de todas. Mas t
oda verdade religiosa é relativa, e a sua compreensão depende da maturidade de cada
indivíduo.
É por isso que sob esse aspecto o iniciado deve aceitar o direito de cada um, e ta
mbém não tentar desviá-lo de sua verdade, criticá-lo ou até julgá-lo. No âmago de sua alma
poderá até apiedar-se dos fanáticos ou dos ateus, mas não deverá demonstrá-lo externamente
Cada um deve agarrar-se àquilo em que acredita a que o deixa feliz a satisfeito.
Se todos adotassem essa prescrição não existiria ódio nem intolerância religiosa, a não hav
ria realmente nenhum motivo para as divergências de opinião. Todas as linhas espirit
ualistas poderiam conviver tranqüilamente, lado a lado.
Mas é diferente quando um buscador, que não se satisfaz com o materialismo nem com o
s dogmas religiosos a anseia pelo alimento espiritual, pede conselhos a instruções a
um iniciado. Nesse caso o iniciado tem o dever de esclarecer esse buscador, lev
ando em conta a sua capacidade de compreensão. O mago não deve poupar tempo nem esfo
rço para transmitir seus tesouros espirituais ao buscador a guiá-lo em direção à luz.
Deus
Desde os tempos primordiais o homem acreditou em algo superior, transcendental,
algo que ele pudesse divinizar, não importando que fosse uma idéia personificada ou
não de Deus. Aquilo que o homem não conseguia assimilar ou compreender ele atribuía a
um poder superior, conforme a sua concepção. Desse modo é que surgiram as divindades d
os povos, tanto as boas quanto as más (demônios). Assim, ao longo do tempo, foram ad
orados deuses, anjos, demiurgos, demônios a espíritos, correspondentes às mentalidades
dos povos em questão, sem que fosse levado em conta o fato de terem vivido efetiv
amente ou só na imaginação das pessoas. Quanto mais se desenvolvia. intelectualmente a
humanidade, tanto menos as pessoas procuravam imagens divinas, principalmente q
uando, com ajuda da ciência, foram sendo explicados muitos fenômenos antigamente atr
ibuídos aos deuses. Precisaríamos escrever muitas obras se quiséssemos entrar nos deta
lhes das diversas idéias de Deus na história dos povos.
Aqui porém estudaremos a idéia de Deus do ponto de vista do mago. Para o homem comum
a idéia de Deus serve como um ponto de apoio ou um suporte para o seu espírito, par
a que este não permaneça no desconhecido, ou não se perca nele. Para ele esse Deus é inc
ompreensível, abstrato a inimaginável. Mas para o mago as coisas não são desse modo; ele
conhece o seu Deus sob todos os aspectos. E não é só porque dedica a essa divindade t
oda a veneração, pois sabe que foi criado à sua imagem, portanto é parte dela, mas também
porque seu maior ideal, seu maior dever a seu objetivo mais sagrado é tomar-se uno
com ela, tornar-se um homem-deus. A ascensão a esse objetivo sublime será descrita
adiante.
A síntese da união com Deus consiste em desenvolver as idéias divinas desde os patamar
es mais baixos até os mais elevados, até que se consiga a unificação com o Universal. Ne
sse processo, fica a critério de cada um renunciar à sua própria individualidade ou co
nservá-la. Os grandes mestres que chegaram lá geralmente voltam à Terra com uma determ
inada tarefa ou missão sagrada.
Nessa ascensão, ou elevação, o mago iniciado é também um místico. Só na unificação, caso el
a renunciar à sua individualidade, é que ele se desintegra voluntariamente, o que na
terminologia mística é definido como morte mística.
Como podemos ver, na verdadeira iniciação não existe uma senda mística, a também nenhuma má
ica. Existe somente uma única iniciação verdadeira que liga ambos os conceitos, em con
traposição à maioria das escolas místicas a espiritualistas que se ocupam de imediato do
s problemas mais elevados através da meditação ou outros exercícios espirituais, sem ant
es terem trabalhado os patamares inferiores. É exatamente como alguém que quer começar
com os estudos universitários sem antes ter passado pelos cursos elementares. Em
muitos casos as conseqüências de uma instrução tão unilateral podem ser muito graves, a às
ezes até drásticas, dependendo do grau de envolvimento de cada um.
Muitas vezes o erro pode ser encontrado no fato de que grande parte do material
provém do Oriente, onde o mundo material a astral é encarado como "maya" (ilusão) a qu
ase não é considerado. Não é possível aqui entrar em detalhes, pois esse tema extrapolaria
os limites desta obra. Num desenvolvimento adequadamente planejado a escalonado
, não há desvios nem fracassos, nem conseqüências graves, pois o amadurecimento é lento a
gradual, mas seguro. Se o iniciado escolhe Cristo, Buda, Brahma, A1á ou outro qual
quer como seu conceito de divindade, é uma questão individual; no caso da iniciação o qu
e importa é a idéia em si. O místico puro vai querer nutrir-se somente no amor abrange
nte de seu Deus. Geralmente o iogue também segue só um aspecto divino: o Bhakti Iogu
e segue o caminho do amor a da doação; o Raja e o Hatha Iogue seguem o caminho do do
mínio a da vontade, o Jnana Iogue segue o caminho da sabedoria a da compreensão.
Se encararmos a idéia de Deus do ponto de vista mágico, relativamente aos quatro ele
mentos, o assim chamado Tetragrammaton, o Inexprimível, o Superior, teremos: ao pr
incípio do fogo, corresponde o poder supremo, a força suprema; ao princípio primordial
do ar a sabedoria, a pureza e a clareza, de cujos aspectos sobressai a regulação un
iversal; ao princípio primordial da água corresponde o amor e a vida eterna, a ao pr
incípio primordial da terra o onipresente, a imortalidade, a com ela a eternidade.
Juntos, esses quatro aspectos formam a divindade superior. O caminho em direção a es
sa divindade superior será por nós trilhado na prática, gradualmente, começando na esfer
a mais baixa, até alcançarmos a verdadeira concretização de Deus em nós. Feliz é aquele que
a alcança ainda nessa vida. Ninguém deve temer todo esse esforço, pois todos podem alc
ançar esse objetivo, pelo menos uma vez na vida.
Ascese
Desde os tempos antigos, todas as religiões, seitas, escolas espiritualistas a sis
temas de instrução dão uma grande importância à ascese. Em alguns sistemas do Oriente a as
cese chegou até aos limites do fanatismo, o que pode provocar grandes danos, pois
o exagero nesse caso não é natural nem adequado. Em linhas gerais, a mortificação do cor
po é tão unilateral quanto o desenvolvimento de um único lado do corpo em detrimento d
o outro. Quando a ascese, sob forma de dieta, serve para libertar o corpo de div
ersas mazelas a impurezas, além de eliminar doenças a equilibrar desarmonias, então a
sua utilização é correta. Mas de qualquer maneira devemos protegê-la de todo o exagero.
Quando alguém trabalha duro, fisicamente, é uma loucura suspender a alimentação necessária
à manutenção do corpo, só por causa da ioga ou algum outro exercício místico. Tais extremo
levam inevitavelmente a danos de saúde de graves conseqüências.
O vegetarianismo, na medida em que não é usado como meio para um fim, como p.e. para
a purificação do corpo, não é imprescindível para a evolução ou o progresso espiritual. Um
bstenção temporária de carne ou de alimentos de origem animal pode ser adotada só para d
eterminadas operações mágicas, a também como preparação, mas só por um certo período de tem
mesma coisa vale para a abstenção de relações sexuais.
A idéia de que alguém possa assimilar características animalescas através da ingestão de c
arne é uma grande tolice a tem origem em uma linha espiritualista que não conhece as
verdadeiras leis. O mago não deve dar atenção a esses conceitos.
Para o seu desenvolvimento mágico-místico o mago deve somente manter uma certa moder
ação na comida a na bebida a ter um modo de vida sensato. Não há a determinação de prescriç
xatas nesse caso, pois a escolha do modo de vida mágico é totalmente individual. Cad
a um deve saber o que é mais adequado para si e o que pode prejudicá-lo, e é seu dever
sagrado manter tudo em equilíbrio. Existem três tipos de ascese: 1) A ascese mental
ou espiritual; 2) A ascese anímica ou astral; 3) A ascese material ou corporal. À p
rimeira cabe a disciplina do pensamento, a segunda o enobrecimento da alma através
do domínio das paixões a dos instintos, e a terceira a harmonização do corpo através de u
ma vida moderada a natural. Sem esses três tipos de ascese que devem ser desenvolv
idos simultânea e paralelamente, não se pode nem pensar numa evolução mágica correta. Nenh
um desses três tipos deve ser negligenciado, nenhum deve suplantar o outro, para q
ue o desenvolvimento não se tome unilateral. O método para a realização de todos eles se
rá por mim descrito com mais detalhes na parte prática deste livro.
Antes de finalizar essa primeira parte, que mostrou todos os fundamentos teóricos
da arte mágica, aconselho a todos a não se limitarem a sua simples leitura, mas a fa
zer de tudo o que foi descrito um patrimônio espiritual através da reflexão a da medit
ação intensivas. O futuro mago conseguirá compreender que a ação dos elementos nos diverso
s níveis a esferas condiciona a vida. Podemos ver que as forças trabalham a atuam ta
nto no pequeno quanto no grande, portanto no micro a no macrocosmo, no passageir
o a no eterno. Sob esse ponto de vista não existe morte, na verdadeira acepção da pala
vra, mas tudo continua a viver, a se transformar e a se completar de acordo com
as leis primordiais. É por isso que o mago não teme a morte, pois a morte física é só uma
passagem a uma esfera bem mais sutil, que é o plano astral, e de lá ao plano espirit
ual.
Ele não deverá acreditar num céu nem num inferno. Quem se prende a essas crenças são os sa
cerdotes das diversas religiões, para manter seus fiéis sob a sua tutela. Suas pregações
morais servem para despertar o temor diante do inferno, do fogo eterno, e prome
ter o céu às pessoas boas. Para o homem comum, na
medida em que ele se sente estimulado pela religião, essa visão também tem seus lados
bons, porque pelo menos o temor do castigo no inferno faz com que ele se esforce
em praticar o bem.
Por outro lado, para o mago as leis morais servem para enobrecer a alma e o espíri
to. Só numa alma enobrecida é que as forças universais podem agir, principalmente quan
do o corpo, a alma e o espírito estão instruídos a desenvolvidos.
SEGUNDA PARTE
PRATICA
Instrução Mágica do Espírito, da Alma a do Corpo
GRAU I
Vamos agora entrar na parte prática da iniciação. Não de¬vemos esquecer nunca que o corpo,
a alma e o espírito devem ser instruídos simultaneamente, senão não seria possível obterm
os a mantermos o equilíbrio mágico. Na parte teórica eu já indiquei várias vezes os perigo
s de uma instrução unilateral. Não é aconselhável apressar se, tudo tem o seu tempo. Paciên
ia, perseverança a determinação são condições básicas para o desenvolvimento. O esforço emp
o na própria evolução será mais tarde amplamente recompensado. Quem quiser trilhar os ca
minhos da magia, deve assumir o dever sagrado de exercitar se regularmente.
Devemos ser generosos, amistosos a condescendentes com o próximo, mas severos a du
ros com nós mesmos. Só com esse comportamento é que poderemos ter sucesso na magia. Nu
nca se deve julgar ou criticar os outros sem antes olhar para si mesmo. Não se dev
e conceder a ninguém o acesso ao próprio reino; o mago não deve falar sobre a sua cami
nhada, sua escalada e seu sucesso. O maior poder reside no silêncio, a quanto mais
esse mandamento for obedecido, tanto mais acessíveis a facilita¬dos serão os caminhos
a essas forças. Devemos organizar nos de tal maneira a empregar o máximo tempo possív
el nessa escalada.
Não é necessário permanecer horas tomando cerveja na companhia de pessoas que não têm nada
a dizer. O tempo escorre feito água a não volta nunca. Devemos definir um determina
do período de tempo para tudo isso, mas este deverá ser mantido de qualquer maneira;
as exceções só deverão ser aceitas em casos totalmente inevitáveis. O homem é uma espécie
to apegada aos seus hábitos, a quando se acostuma a um certo horário de exercícios, au
tomaticamente será impelido a cumpri-lo sempre. Assim como se estabelece nele a ne
cessidade de comer, beber a dormir, também os exercícios acabarão por tornar se um hábit
o. Só assim ele poderá ter a certeza de ser bem sucedido. Sem esforço não há recompensa. A
o agrupar as instruções dessa maneira, minha intenção foi considerar as pessoas que estão
sempre muito ocupadas, mas quem tiver uma disponibilidade maior de tempo poderá ex
ecutar dois ou mais exercícios simultaneamente.
GRAU II
Auto Sugestão ou o Mistério do Subconsciente
Antes de passar à descrição de cada um dos exercícios do segundo grau, tentarei explicar
o mistério do subconsciente a seu significado prático. Assim como a consciência norma
l, que possui sua morada na alma a age no corpo, ou melhor, na cabeça através do céreb
ro, o subconsciente também é uma característica da alma e encontra se no cerebelo, ist
o é, na parte posterior da cabeça. Considerando a sua utilização prática na magia, estudar
emos principalmente a função psicológica do cerebelo, portanto, do sub¬consciente.
Em toda pessoa consciente de seus cinco sentidos a esfera da consciência normal es
tá intacta, isto quer dizer que a pessoa está em condições de fazer use contínuo das funçõe
e sua consciência normal. Como constatado pelas nossas pesquisas, não existe uma única
força no Universo, assim como no homem, que não apresente o seu oposto. É por isso qu
e podemos considerar a subconsciência como o oposto da consciência normal. Aquilo qu
e na consciência normal entendemos como pensamento, sentimento, vontade, memória, ra
zão, compreensão, reflete se no nosso subconsciente como um efeito oposto. Do ponto
de vis¬ta prático podemos encarar nosso subconsciente como nosso oponente. A força ins
tintiva, ou o impulso a tudo aquilo que não queremos, como por exemplo, nossas pai
xões incontroláveis, nossos defeitos a fraquezas, nascem justamente dessa esfera da
consciência. Na introspecção, a tarefa do aprendiz é decompor o trabalho dessa subconsciên
cia de acordo com a chave dos elementos ou do magneto quadripolar. É uma tarefa gr
atificante, porque ele consegue uma segurança total através da própria re¬flexão ou meditaç
A subconsciência é também a força impulsionadora de tudo aquilo que não queremos. Por isso
devemos aprender a mudar esse aspecto, de certa forma hostil do nosso eu, para
que ele não só cesse de nos prejudicar, mas pelo contrário, ajude nos a realizar nosso
s desejos. Para a sua realização no mundo material o sub¬consciente precisa de tempo a
de espaço, dois princípios básicos necessários a todas as coisas que devem ser transfer
idas do mundo das origens à realidade concreta. Quando tiramos o tempo e o espaço do
subconsciente, a polaridade oposta cessa de exercer a sua influência em nós, a pode
mos então realizar nossos desejos através desse subconsciente. É nesse seu desligament
o súbito que reside a chave para o use prático da auto sugestão. Quando, por exemplo,
sugerimos ao subconsciente que amanhã, ou num outro instante qualquer, não nos subme
teremos mais a alguma de nossas paixões, como fumar ou beber (ingerir álcool), então o
subconsciente terá tempo suficiente, até o prazo pré determinado, de colocar obstáculos
diretos ou indiretos em nosso caminho. Na maioria dos casos, principalmente num
a vontade fraca ou pouco desenvolvida, o subconsciente quase sempre consegue nos
pegar de surpresa ou provocar um fracasso. Se ao contrário, na impregnação do sub¬consc
iente com um desejo nós lhe subtrairmos o conceito de tempo a espaço, o que passa a
agir em nós é só a sua pane positiva; a consciência normal também entra na conexão e a impr
gnação do desejo apresenta o sucesso esperado. O conhecimento disso e a possibilidad
e da sua ocorrência são muito significativos, a de¬vem ser considerados por ocasião da a
uto sugestão.
A fórmula escolhida para a auto sugestão deve ser obrigatoriamente mantida na forma
presente a no imperativo. Portanto, não se deve dizer: "Eu pretendo parar de fumar
, de beber", mas sim, "Eu não fumo, eu não bebo", ou então: "Não tenho vontade de fumar,
ou de beber", conforme aquilo que se pretende largar ou obter pela sugestão. A ch
ave para a auto sugestão reside na forma presente ou imperativa. Isso deve ser obs
ervado sob todos os aspectos a em todos os momentos se quisermos conquistar o po
der da influência sobre nós mesmos através do subconsciente, com a auto sugestão.
O subconsciente trabalha com mais eficácia a intensidade à noite, quando a pessoa do
rme. No estado de sono, o trabalho da consciência normal é suspenso, a predomina o t
rabalho do sub¬consciente. Por isso, o momento mais propício para a assimilação de uma fór
mula de sugestão é aquele em que o corpo está sono¬lento na cama, pouco antes de adormec
er, mas também logo de¬pois de despertar, quando nos encontramos ainda numa espécie de
meio sono. Com isso não queremos dizer que não há outros mo¬mentos propícios à auto sugest
mas os dois acima citados são os mais convenientes, pois neles o subconsciente to
rna se mais acessível. É por isso que o mago não deve nunca adormecer com pensamentos
depressivos a preocupações que influenciem negativamente o seu subconsciente, pois e
ste continua a trabalhar no mesmo curso de pensamento com o qual a pessoa adorme
ce. Portanto, é bom observar: adormeça sempre com pensamentos positivos a harmônicos,
de sucesso, saúde a paz.
Antes de se decidir pela aplicação prática da auto sugestão, faça um pequeno colar de cont
as de madeira ou vidro, com cerca de 30 ou 40 contas (ver H. Jürgens, "Die Tesbihs
chnur"). Se tiver dificuldades em conseguir o colar de contas, então use um cordão s
imples no qual poderá fazer uns 30 ou 40 nós; assim o pequeno objeto auxiliar da aut
o sugestão estará pronto. Ele serve basicamente para que não se precise contar o número
de repetições durante a formulação da auto sugestão, a assim desviar a atenção do exercício
e pequeno objeto auxiliar também serve para descobrirmos quantas perturbações surgiram
durante os exercícios de concentração a meditação num determinado intervalo de tempo; par
a isso devemos passar de uma conta a outra ou de um nó a outro a cada interrupção.
A aplicação prática da auto sugestão é muito simples. Depois de formular aquilo que deseja
numa pequena frase, levando em conta a forma presente a imperativa, como por ex
emplo: "Eu me sinto melhor a cada dia que passa", ou então: "Não tenho vontade de be
ber, ou de fumar", ou: "Tenho saúde, estou satisfeito a feliz", você poderá passar à práti
ca em si. Um pouco antes de dormir, pegue o seu cordão de contas ou de nós a repita
a fórmula escolhida a meia voz, bem baixinho ou só em pensamento, como achar melhor,
ou como lhe for mais adequado no momento, e a cada repetição pule para a conta ou nó
seguinte, até chegar ao final do cordão.
Então você saberá exatamente que repetiu a fórmula quarenta vezes. O importante nesse ca
so é visualizar ou materializar plasticamente o seu desejo, isto é, imaginá-lo como se
já estivesse concretizado. Se depois de percorrer pela segunda vez todos os nós ou
as contas de seu cordão você ainda não estiver com sono, continue imaginando que seu d
esejo já se realizou, até adormecer com esse pensamento. Você precisa tentar levar o d
esejo para o sono. Se adormecer durante a repetição da fórmula, sem chegar ao final do
cordão pela segunda vez, mesmo assim terá alcançado totalmente o seu objetivo.
De manhã, quando ainda não despertamos completamente e ainda temos um pouco de tempo
disponível, por termos acordado muito cedo, devemos pegar o cordão a repetir a expe
riência. Existem pessoas que se levantam várias vezes da cama durante a noite, para
urinar ou por outros motivos; assim elas poderão repetir a experiência várias vezes a
alcançarão os resultados com mais rapidez.
Deveríamos ainda mencionar quais os desejos que podem ser realizados através da auto
sugestão. Nesse caso vale uma regra geral: podemos realizar qualquer desejo refer
ente ao espírito, à alma ou ao corpo, por exemplo, o aperfeiçoamento do caráter, o comba
te às características negativas, às fraquezas, às desarmonias, pedir a obtenção da saúde, o
astamento ou a atração de situações diversas, o desenvolvimento de habilidades. De qualq
uer forma, não há a possibilidade da realização de desejos que não tenham nada a ver com a
personalidade, como por exemplo, ganhar prêmios na loteria, etc.
Só devemos escolher outra fórmula quando estivermos plena¬mente satisfeitos com o suce
sso da primeira. Quem se dedicar sistematicamente aos exercícios poderá rapidamente
convencer se da influência favorável da auto sugestão a praticar esse método ao longo de
toda a sua vida.
Instrução Mágica do Espírito (II)
Na instrução mágica do espírito, do primeiro grau, nós aprendemos a controlar e a dominar
nossos pensamentos. Agora pros¬seguiremos, aprendendo a concentrar nosso pensament
o através do aumento da capacidade de concentração e o fortalecimento da força de vontad
e.
Exercícios de Concentração
a) visuais
Coloque alguns objetos à sua frente, por exemplo, um garfo, uma faca, uma cigarrei
ra, um lápis, uma caixa de fósforos, a fixe o pensa¬mento em um deles, durante algum t
empo. Memorize exatamente sua forma a sua cor. Depois feche os olhos a tente ima
ginar esse mesmo objeto tão plasticamente quanto ele é, na realidade. Caso ele lhe f
uja do pensamento, tente chamá-lo de volta. No início você só conseguirá lembrar se dele p
or alguns segundos, mas com alguma perseverança e a repetição constante, de um exercício
a outro o objeto tomar se á cada vez mais nítido, e a fuga e o retorno do pensament
o tornar se ão cada vez mais raros.
Não devemos assustar nos com alguns fracassos iniciais, a se nos cansarmos, devemo
s passar ao objeto seguinte. No começo não se deve praticar o exercício por mais de de
z minutos, mas depois deve se aumentar a sua duração gradativamente até chegar a meia¬ho
ra. Para controlar as perturbações devemos usar o cordão de contas ou de nós descrito no
capítulo sobre a auto sugestão. A cada perturbação devemos passar para a conta ou nó segu
inte, assim saberemos posteriormente quantas perturbações surgiram durante o exercício
. Este será bem sucedido quando conseguirmos fixar um objeto no pensamento, sem in
terrupções, durante cinco minutos.
Depois de superarmos essa etapa podemos prosseguir, tentando imaginar os objetos
com os olhos abertos. Os objetos devem tomar se visíveis diante de nossos olhos c
omo se estivessem sus¬pensos no ar, a tão plásticos a ponto de parecerem palpáveis. Não de
vemos tomar conhecimento de nada que esteja em volta, além do objeto imaginado. Ne
sse caso também devemos controlar as perturbações com a ajuda do colar de contas. O ex
ercício será bem sucedido quando conseguirmos fixar nosso pensamento num objeto susp
enso no ar, sem nenhuma interferência, por no mínimo cinco minutos seguidos.
b) auditivos
Depois da capacidade de concentração visual, vem a capacidade auditiva. Nesse caso a
força de auto sugestão tem no início uma grande importância. Não se pode dizer diretament
e: "Imagine o tic tac de um relógio" ou algo assim, pois sob o conceito "imaginação" e
ntende se normalmente a representação de uma imagem, o que não pode ser dito para os e
xercícios de concentração auditiva. Colocando essa idéia de um modo mais claro, pode¬mos d
izer: "Imagine estar ouvindo o tic tac de um relógio". Para fins elucidativos usar
emos essa expressão; portanto, tente imaginar estar ouvindo o tic tac de um relógio
de parede. Inicialmente você só conseguirá fazê-lo durante alguns segundos, mas com algu
ma persistência esse tempo irá melhorando gradativamente e as perturbações diminuirão. O c
ordão de contas ou de nós também deverá ser usado para o controle. Depois, você deverá tent
r ouvir o tic tac de um relógio de bolso ou de pulso, a ainda, o badalar de sinos,
nas mais diversas modulações. Faça outras experiências de concentração auditiva, como toqu
s de gongo, pancadas de martelo a batidas em madeira; ruídos diversos, como arranhõe
s, arrastamento dos pés, trovões, o barulho suave do vento soprando a até o vento mais
forte de um furacão, o murmúrio da água de uma cachoeira, a ainda, a música de instrume
ntos como o violino e o piano. Neste exercício o importante é concentrar se só auditiv
amente a não permitir a interferência da imaginação plástica. Caso isso aconteça, a imagem
eve ser imediata¬mente afastada; no badalar dos sinos, por exemplo, não deve aparece
r a imagem dos sinos, a assim por diante. O exercício estará completo quando se cons
eguir fixar a imaginação auditiva por no míni¬mo cinco minutos.
C) sensoriais
O exercício seguinte é a concentração na sensação. A sensação escolhida pode ser de frio, c
peso, leveza, fome, sede, e deve ser fixada na mente até se conseguir mantê la, sem
nenhuma imaginação auditiva ou visual, durante pelo menos cinco minutos. Quando for
mos capazes de escolher a de manter qualquer sensação, então poderemos passar ao exercíc
io seguinte.
d) olfativos
Em seguida vem a concentração no olfato. Imaginemos o perfume de algumas flores, com
o rosas, lilases, violetas ou outras, e fixemos essa idéia, sem deixar aparecer a
representação visual dessas flores. A mesma coisa deve ser feita com os mais diverso
s odores desagradáveis. Esse tipo de concentração também deve ser praticado até se consegu
ir escolher qualquer um dos odores e imaginá-lo por pelo menos cinco minutos.
e) gustativos
A última concentração nos sentidos é a do paladar. Sem pensar numa comida ou bebida ou i
maginá la, devemos concentrar¬nos em seu gosto. No início devemos escolher as sensações de
paladar mais básicas, como o doce, o azedo, o amargo e o salgado. Quando tivermos
conseguido firmá las, poderemos passar ao pala-dar dos mais diversos temperos, co
nforme o gosto do aprendiz. Ao aprender a fixar qualquer um deles, segundo a von
tade do aluno, por no mínimo cinco minutos, então o objetivo do exercício terá sido alca
nçado.
Constataremos que esta ou aquela concentração será mais ou menos difícil para um ou outr
o aprendiz, o que é um sinal de que a função cerebral do sentido em questão é deficiente,
ou pelo menos pouco desenvolvida, ou atrofiada. A maioria dos sistemas de aprend
izado só leva em conta uma, duas, ou no máximo três funções. Os exercícios de concentração
zados com os cinco sentidos fortalecem o espírito e a força de vontade; com eles nós a
prendemos não só a controlar todos os sentidos e a desenvolvê los, como também a dominá lo
s totalmente. Eles são de extrema importância para o desenvolvimento mágico, a por iss
o não devem ser desdenhados.
GRAU III
Conhecer, Ousar, Querer a Calar são os quatro pilares principais do templo de Salo
mão, portanto do macro a do microcosmo sobre os quais foi erigida a sagrada ciência
da magia. Relativa¬mente aos quatro elementos, são estas as características básicas que
todo mago deve possuir se quiser alcançar o grau mais elevado desta ciência.
O saber mágico pode ser adquirido por qualquer um através de um estudo intenso, e o
conhecimento de suas leis possibilita ao aprendiz alcançar, gradativamente, o estági
o mais elevado da sabedoria.
Querer: É um aspecto da vontade que só pode ser alcançado com tenacidade, paciência a pe
rsistência no estudo da ciência sagrada a na sua aplicação prática. Quem pretende não só sa
fazer sua curiosidade, mas levar a sério o seu estudo a escalar o caminho que o le
vará às mais luminosas alturas, precisará dispor de uma vontade inquebrantável.
Ousar: Quem não teme sacrifícios nem obstáculos, a também não dá atenção às opiniões dos ou
mantém o objetivo sempre à sua frente sem se importar se terá sucesso ou fracassará, re
ceberá a melhor das recompensas.
Calar: Quem gosta de se gabar a se promover exibindo sua sabedoria, não poderá nunca
ser um verdadeiro mago. Um mago não precisa assumir ares de autoridade, muito pel
o contrário, ele se esforça em não aparecer. Calar é ouro! Quanto mais ele se calar sobr
e as próprias experiências a conhecimentos, sem se isolar das outras pessoas, tanto
mais poderes ele obterá da fonte primordial. Portanto, quem quiser obter o conheci
mento e a sabedoria deverá empenhar se em adotar essas quatro qualidades básicas, se
m as quais ninguém conseguirá alcançar as coisas essenciais da magia sagrada.
GRAU IV
Antes de começar a descrever esses exercícios um pouco mais difíceis do Grau IV volto
a enfatizar que o aluno não deve se precipitar em seu desenvolvimento. Ele deve ga
star o tempo que for preciso para alcançar um sucesso absoluto em seu caminho mágico
. Deve ter o domínio total de todos os exercícios das etapas anteriores, antes de pa
ssar aos subseqüentes.
Instrução Mágica do espírito (IV)
Transposição da Consciência para o Exterior
a) em objetos
Neste capítulo mostrarei a vocês como se transpõe a consciência para o exterior. Devemos
aprender a transpôr a nossa cons¬ciência para qualquer objeto, animal, a ser humano.
Coloque algumas coisas à sua frente, daquelas que você usa todos os dias. Sentado na
posição costumeira, fixe o pensamento num dos objetos por algum tempo, a registre c
om força em sua mente a sua cor, forma a tamanho. Então imagine se transformado no o
bjeto em questão. Você deverá, por assim dizer, sentir se, perceber se como o tal obje
to, assimilando todas as suas características. Você deve sentir se como se estivesse
preso naquele local em que o objeto foi colocado, só podendo libertar se através de
uma intervenção externa. Pense também que agora você passou a exercer, imaginariamente,
as funções daquele objeto.
Através de uma concentração intensa você deverá também observar o ambiente em volta a parti
do ponto de vista do objeto a captar a relação deste com o objeto vizinho. Se por e
xemplo o objeto estiver sobre a mesa, então você deverá tentar sentir a sua relação com es
se outro objeto sobre a mesa assim como com todos os demais que estiverem ali, a
depois com o ambiente em geral. Depois de realizar esse exercício com um dos obje
tos, vá passando ao seguinte a assim por diante. O exercício estará completo quando vo
cê conseguir ligar cada objeto escolhido com a sua própria consciência, de modo a assu
mir a sua forma, seu tamanho a características mantendo se assim por pelo menos ci
nco minutos, sem qualquer interrupção. Nesse caso o próprio corpo deve ser totalmente
esquecido. Para essa transposição concentrativa da consciência prefira objetos maiores
como flores, plantas, arbustos, árvores, a outros. A consciência não conhece o tempo
nem o espaço, portanto ela é um princípio akáshico.
Não se assuste de modo algum com esses exercícios insólitos e nem com eventuais fracas
sos iniciais; com paciência, perseverança a tenacidade você alcançará o sucesso almejado.
Só mais tarde o aprendiz entenderá o significado dos exercícios introdutórios da magia.
b) em animais
Depois de dominada a técnica da transposição da consciência aos objetos inanimados, pass
aremos aos seres vivos. Como já mencionamos anteriormente, a consciência é isenta de t
empo a de espaço, por isso, durante o exercício com os seres vivos, o objeto escolhi
do não precisa estar diretamente à nossa frente. O aluno já deve estar tão instruído a pon
to de imaginar qualquer ser vivo, mesmo que este não esteja presente. Ele deve então
transpor sua consciência à de um gato, um cão, um cavalo, uma vaca, uma cabra, etc. Não
importa o tipo de animal visado, ele poderá ser até uma formiga, um pássaro ou um ele
fante; devemos imaginá-lo primeiro numa posição de imobilidade, depois andando, corren
do, esgueirando se, voando ou nadando, conforme o animal em questão. O aluno deve
ser capaz de transmutar sua consciência a qual¬quer forma desejada a agir de acordo.
Ele deverá manter essa transposição por cinco minutos sem interrupções, caso queira domin
ar esse exercício. Os iniciados que treinam durante muitos anos estão em condições de en
tender qualquer animal a domina-lo conforme a sua vontade.
Com relação a isso, podemos nos lembrar daquelas lendas de lobisomens a outras históri
as semelhantes, onde feiticeiros se trans¬formam em animais. Para o mago, essas le
ndas a histórias fantásticas possuem um significado bem mais profundo. Nesses casos
trata se sem dúvida dos assim chamados magos negros, que para não serem reconhecidos
em seus trabalhos perversos, assumem a forma de qualquer tipo de animal no mund
o invisível. O bom mago sempre avalia essas atitudes, a suas capacidades espiritua
is permitem lhe olhar através desses seres a reconhecer a sua forma original verda
deira. Nossos exercícios preparatórios não têm o propósito de levar o aluno às más ações, m
prepará-lo para a alta magia, onde em certos trabalhos ele terá de assumir formas di
vinas mais elevadas para as quais transporá a sua auto consciência. Ao atingir o pon
to de conseguir assumir, com a própria consciência, qualquer tipo de animal a perman
ecer nessa imaginação sem interrupções ao longo de cinco minutos, então poderemos realizar
a mesma coisa com seres humanos.
c) em pessoas
No início devemos escolher conhecidos, parentes, amigos, pessoas das quais nos lem
bramos bem, sem diferenciar os sexos ou as idades. Devemos aprender a transpor a
nossa consciência ao corpo do outro de modo a sentir a pensar como a pessoa imagi
nada. Das pessoas conhecidas podemos passar às estranhas, aquelas que nunca vimos
antes, a que portanto só podemos imaginar. Finalmente, como objeto da experiência de
vemos escolher pessoas de outras raças a cores. O exercício estará completo quando con
seguirmos transpor nossa consciência a um corpo imaginado, por no mínimo cinco minut
os. Quanto mais tempo conseguirmos mantê-lo assim, tanto melhor.
Através desse exercício o mago adquire o poder de se ligar a qualquer pessoa; ele não
só passa a conhecer os sentimentos e pensamentos da pessoa imaginada, seu passado
a seu presente, como ela pensa, sente a age, mas também consegue influenciá la à vonta
de. Porém nunca se esqueça do ditado: "O homem colhe aquilo que semeia!" Por isso o
mago nunca usará sua influência para o mal, ou para obrigar as pessoas a agirem cont
ra a sua vontade.
O grande poder que ele adquire sobre as pessoas deverá ser usado só para o bem; assi
m ele nunca perderá o seu dom. O mago saberá então porque no Oriente o aluno admira ta
nto o seu mestre, ou guru. Através desse sentimento de admiração pelo seu mestre o alu
no liga se instintivamente à consciência dele, que assim passa a influenciá-lo indiret
amente, possibilitando lhe uma evolução mais rápida a segura. É por isso que os métodos or
ientais de aprendizado sempre consideram um mestre, ou guru, como fator essencia
l para o desenvolvimento do aluno. O famoso Ankhur do Tibet apoia se no mesmo pr
incípio, porém numa seqüência inversa, em que o mestre se liga à consciência do aluno e ass
m lhe transmite o poder e a iluminação. É o mesmo caso dos místicos, em que a transferênci
a é da assim chamada "pneuma".
GRAU V
O sábio Arquimedes disse uma vez: "Mostre me um ponto no Universo a eu tirarei a T
erra de seus eixos". Só muito poucos sabem que essa frase contém um grande mistério oc
ulto, que é justamente aquele da quarta dimensão. Na escola nós aprendemos que tudo po
ssui uma forma; a pedra, a planta, o animal, o homem, enfim, todos os corpos têm u
m comprimento, uma largura a uma altura conhecidos.
Se imaginarmos um cruzamento duplo no meio de uma forma, como por exemplo uma es
fera, então se produzirá um ponto no local da intersecção, o assim chamado ponto de prof
undidade. Foi nesse ponto que Arquimedes pensou ao formular a frase, pois trata
se tanto de um ponto de partida quanto de chega¬da.
Ele é o núcleo de todas as formas. Do ponto de vista desse ponto, todas as formas são
regularmente objetivas, por exemplo, encontram-¬se em seu verdadeiro equilíbrio. É nis
so que reside o segredo da quarta dimensão, portanto do conceito de tempo a de esp
aço, ou da ausência deles, a com isso também do mistério da magia em ambientes. Recomend
a se ao aluno que medite sobre isso, assim ele poderá alcançar profundidades insuspe
itadas a adquirir uma grande intuição como recompensa. Dedicaremos a instrução mágica do e
spírito do quinto grau à magia em ambientes.
Instrução Mágica do Espírito (V)
Magia em Ambientes
Nos exercícios anteriores o aluno adquiriu uma certa capacidade de concentração a apre
ndeu a transpor a sua consciência ou a adaptá la a qualquer forma. Com isso ele terá c
ondições de enxergar mais longe a mais profundamente. As instruções do quinto grau nos m
ostrarão como transpor a consciência ao ponto central de uma for¬ma qualquer, desde o
menor átomo até o Universo mais amplo.
Através disso o aluno aprende não só a entender, assimilar a captar a forma a partir d
e seu ponto central, mas também a dominá la. As capacidades que ele poderá adquirir at
ravés da assimilação dos exercícios que seguem têm um grande significado para a magia, poi
s só através deles ele será capaz de promover o equilíbrio espiritual. Esse equilíbrio esp
iritual é a característica específica básica do princípio do Akasha ou princípio primordial
do espírito. Mas vamos agora voltar aos exercícios práticos.
Assuma sua posição costumeira. Coloque à sua frente alguns objetos maiores, eventualme
nte uma grande esfera, um dado, etc. No início, seria conveniente selecionar algun
s objetos bem compactos.
Fixe um desses objetos por algum tempo, feche os olhos a transponha a sua consciên
cia ao ponto de profundidade, portanto exatamente ao meio do objeto. Imagine se
a sinta se no ponto central desse objeto. A transposição da consciência deve ser tão for
te a ponto de fazer com que você se esqueça do próprio corpo.
Esse exercício é difícil, mas afinal, o treinamento é que cria o mestre! Ninguém deve assu
star se com os fracassos iniciais, mas deve continuar a praticar o exercício com p
erseverança. Como o homem só está acostumado a três dimensões, no começo surgem dificuldade
que vão diminuindo a cada exercício; gradualmente nós vamos nos acostumando à concentração
no ponto de profundidade de qualquer objeto. Ao conseguir realiza-lo por no mínimo
cinco minutos, passe ao exercício seguinte. Depois de ser bem sucedido, vá escolhen
do outros objetos, desta vez não simétricos.
A cada vez você terá de transpor a sua consciência ao meio do objeto a sentir se tão peq
ueno quanto uma sementinha de papoula, ou mesmo um átomo. Depois de conseguir fazê-l
o sem perturbações, passe a outro exercício, que consiste em assimilar a dimensão e a fo
rma do objeto a partir de seu ponto de profundidade. Quanto menor você se imaginar
ali a quanto mais á sua consciência encolher, tanto maior lhe deverá parecer o entorn
o ou a amplitude desse objeto. Para você, esse objeto escolhido deve ser todo um u
niverso, a essa sensação deve ser mantida o máximo de tempo possível. Ao conseguir isso
sem perturbações, tanto com um objeto simétrico quanto assimétrico, então passe para outro
exercício.
O exercício anterior pode ser considerado como bem assimilado quando você tiver tido
sucesso com cada um dos objetos igualmente. Depois de exercitar se bastante na
transposição ao ponto de profundidade você será capaz de olhar através de qualquer objeto
a conhecer intuitivamente a sua estrutura material a espiritual. Ao mesmo tempo
você também será capaz de influenciar qualquer objeto a partir desse ponto de profundi
dade, portanto do núcleo, carregá-lo magicamente e impregnar a sua esfera mental com
um desejo. No quarto grau nós aprendemos a dominar isso através do represamento da
energia vital de fora para dentro; esse grau nos ensina como fazer o mesmo de fo
rma mais penetrante, por exemplo, de dentro para fora.
Um mago deve conseguir realizar a mesma coisa com animais a pessoas. Ele também de
ve ser capaz de faze-lo com aqueles objetos que não se encontram diretamente diant
e de seus olhos. Não há limites para a consciência, ela pode se transportar a qual¬quer
distância, por maior que seja. Ao chegar a esse ponto o aluno deverá passar aos exer
cícios seguintes, cuja finalidade é transpor a consciência ao.próprio corpo, Por exemplo
, à quarta dimensão do corpo, ao pequeno universo ou microcosmo, portanto ao princípio
do Akasha do próprio ser. A prática é a seguinte:
Sente se tranqüilamente em sua posição habitual a feche os olhos. Transponha a sua con
sciência ao meio do seu corpo, isto é, à caixa torácica, onde está o coração, o assim chama
plexo solar. Você deverá sentir se um simples pontinho, um grãozinho de átomo no ponto c
entral de profundidade localizado entre a coluna vertebral externa e a caixa torác
ica anterior que envolve o coração. Esse ponto central é o ponto mais profundo do seu
corpo. Tente permanecer lá, com a sua consciência por pelo menos cinco minutos; para
controlar o tempo use um despertador. Partindo desse ponto, comece a observar o
seu corpo. Quanto mais diminuto você se imaginar tanto maior e mais abrangente lh
e parecerá o entorno de seu corpo, que se assemelhará a um grande universo. Nesse mo
mento então, pense o seguinte: "Eu sou o ponto central de meu corpo, eu sou a ener
gia determinante dele".
As dificuldades iniciais não devem intimidar o aluno. No início talvez ele só consiga
realizar o exercício por alguns segundos, mas com o treino constante esses segundo
s se transformarão em minutos. O aluno deverá ser capaz de manter a sua cons¬ciência nes
se ponto de profundidade por pelo menos cinco minutos.
Ao exercitar se no quinto grau ele deverá conseguir transpor se a esse ponto de pr
ofundidade em qualquer situação ou momento, por¬tanto transpor se ao princípio do Akasha
, e a partir daí reconhecer tudo o que se refere ao seu ser a atuar nele por exemp
lo. Essa transposição da consciência ao próprio princípio do Akasha é o verdadeiro estado m
co de transe, que é o grau anterior à conexão com a consciência cósmica. A prática para ess
conexão com a consciência cósmica será descrita num grau subseqüente.
O estado mágico de transe não deve ser confundido com aquele que é evocado pelos médiuns
espíritas, caso se trate de uma mediunidade espiritual verdadeira. Na maioria das
vezes é criada uma grande farsa para enganar os crédulos. Os verdadeiros médiuns espíri
tas induzem os seus estados de transe através da oração, do canto, ou de alguma meditação,
ou mesmo inversamente através da passividade (vazio mental) do espírito, sobre a qu
al evocam um deslocamento espontâneo da consciência. Nesse esta¬do torna se possível a i
ndução do corpo astral a do corpo material denso, por elementares, desencarnados a o
utros seres inferiores, a manifestações a comportamentos estranhos.
Do ponto de vista hermético essas experiências são encaradas como possessões, mesmo quan
do se tratam de seres de boa índole. Por exemplo: o verdadeiro mago não duvida desse
s fenômenos, quando são experiências espiritualistas autênticas, mas no máximo ele lamenta
rá a sina desses intermediários médiuns. O mago age de outra maneira, conectando se ao
s seres conscientemente. Descreveremos mais detalhes sobre isso num capítulo espec
ial.
GRAU VI
Antes de descrever os exercícios do sexto grau, eu gostaria de enfatizar novamente
que todos os exercícios até agora apresenta¬dos devem estar totalmente dominados para
que o equilíbrio seja mantido, inclusive nas etapas mais avançadas do desenvolvimen
to. Seria totalmente sem sentido pular qualquer uma dessas etapas, ou excluir a
negligenciar qualquer um dos exercícios. Surgiria uma lacuna evidente, a seria mui
to difícil para o aluno recuperar um ou outro exercício depois. Portanto, a conscien
ciosidade é uma pré-condição muito importante para o sucesso!
Instrução Mágica do Espírito (VI)
Meditação Sobre o Próprio Espírito
Nesse grau nós estudaremos a meditação sobre o espírito. Na parte teórica deste livro eu já
descrevi em detalhes o que é a esfera mental e o corpo mental, portanto o espírito.
A missão desse grau é efetuar um retrato do próprio espírito com suas funções, relativament
aos quatro elementos, além de diferenciar essas funções entre si, o que pode ser real
izado através de uma meditação especial. As características do espírito relativas aos quat
ro elementos são as seguintes: a vontade, que está subordinada ao princípio do fogo; o
intelecto, com todos os seus aspectos paralelos, como a razão e a memória, subordin
ado ao princípio do ar; a sensibilidade com todos os seus aspectos, subordinada ao
princípio da água, e a consciência, também com todos os seus aspectos, como interligação d
s três elementos, subordinada ao princípio da terra.
Mergulhe em seu íntimo, com seus pensamentos, observe a si mesmo a às funções do espírito,
a medite sobre isso. Você deverá imaginar claramente cada uma das funções correspondent
es aos ele¬mentos. Tente diferenciar as funções do espírito, i.e., criar uma imagem nítida
delas, a depois siga adiante. Esse exercício preliminar é muito importante, pois co
m ele o mago terá condições de influenciar, dominar, fortalecer ou até desligar essas fu
nções com os respectivos elementos na esfera mental, tanto em si mesmo quanto nos ou
tros. Outro exercício é conscientizar se de todo o corpo mental no corpo astral a ju
nto com este no corpo material denso, como se uma mão estivesse dentro de uma luva
de seda a sobre esta houvesse outra luva mais grossa. A sua mão deverá sentir ambas
as luvas.
Da mesma forma deve ser sentido todo o corpo espiritual; você deverá sentir seu espíri
to no corpo astral sutil a este por seu lado no corpo material denso. Essa sensação é
o espírito. Medite sobre isso em todas as ocasiões. Quando você tiver certeza de que o
seu espírito impregna o corpo anímico e o corpo material denso, capta os a moviment
a os, a que todas as ações são realizadas por ele através desses dois envoltórios, então vo
poderá prosseguir.
Todas as pessoas agem de forma consciente, meio consciente ou quase inconsciente
, obedecendo a um impulso interior ou exterior, sem que elas percebam.
O exercício seguinte as ensinará a agir de forma consciente, no início em pequenas coi
sas, depois nas maiores, a sempre tentando estender a duração de cada ação consciente. C
om a expressão consciente não queremos dizer que estamos envolvidos na ação com o pensam
ento ou com toda a nossa atenção, mas com a imaginação e a sensação de que é o espírito que
com a ajuda da alma a do corpo material denso.
Por exemplo, ao caminhar na rua eu não devo ficar pensando que sou eu quem caminha
, mas que é o meu espírito que o faz, movimentando meus pés astrais e materiais. A mes
ma coisa ocorre com os braços a as outras partes do corpo. Você dominará totalmente es
se exercício depois de conseguir isso por no mínimo dez minutos. Quanto mais tempo v
ocê agüentar, sem manifestações colaterais como tonturas, sensações de cansaço e de fraquez
desequilíbrio, tanto melhor. Por isso o ideal é começarmos primeiro com pequenas ações de
pouca duração e aumenta-¬las gradativamente até nos acostumarmos com essa sintonia a con
seguirmos estendê la sempre que quisermos.
Esse exercício é muito importante pois ele possibilita ao aluno realizar uma ação tanto
espiritual quanto astral em conexão com o corpo material, no caso dele trabalhar c
om a esfera mental ou astral, respectivamente. Uma ação desse tipo é chamada de ação mágica
Agora com certeza o aluno entenderá porque os rituais mágicos realizados por não inic
iados a pessoas sem o conhecimento da magia não surtem efeito, pois elas não possuem
a habilidade de realizar o ritual de forma mágica, por exemplo, não estão preparadas
a sintonizadas a trabalhar de forma mental a astral em conexão com a matéria densa.
Quando por exemplo um magnetizador de cura faz a imposição das mãos ou transmite vibrações
magnéticas a um paciente, mas sem irradiá-lo ao mesmo tempo com as mãos espiritual a
astral, e sem imaginar que a força espiritual está influenciando a irradiando o espíri
to, a força astral influenciando a irradiando o corpo astral e a força material infl
uenciando a irradiando o corpo material do paciente, então seu sucesso será só parcial
, pois o paciente é constituído dessas três partes indissolúveis, o corpo, a alma e o es
pírito. Para o mago é óbvio que o corpo mental só influencia a esfera mental ou o espírito
, o corpo astral só influencia a esfera astral, portanto a alma, e o corpo materia
l só influencia o mundo material. Essa lei deve sempre ser respeitada. Por esse mo
tivo é preciso que o mago aprenda a se sintonizar tanto espiritual quanto animicam
ente a aja sempre em conexão com o espírito ou com a alma. Depois de ter aprendido a
entendido bem esse assunto, a dominar a sua prática ele poderá prosseguir em sua ev
olução.
Conscientização dos Sentidos no Espírito
A próxima lição será a instrução mágica dos sentidos. Primei¬ro, um exercício preliminar im
e; assim como no anterior, nesse exercício você deverá também conscientizar se de que não é
a sua visão material que enxerga as coisas, mas sim a espiritual, que com a ajuda
dos olhos astrais a materiais (físicos) capta o que está à sua volta. Reflita o mais f
reqüentemente possível sobre isso. Você deverá conseguir sintonizar se por no mínimo cinco
minutos na idéia de que o espírito enxerga a vê através dos olhos corporais.
Quanto mais você agüentar, tanto melhor. Repetindo bastante esse exercício, você se torn
ará mestre! Ao conseguir realizá-lo com os olhos, tente faze-lo com os ouvidos, imag
inando que não são os ouvidos materiais que captam as ondas sonoras, mas os ouvidos
espirituais, que com a ajuda dos ouvidos astrais a materiais captam tudo ao redo
r.
Obtendo o mesmo sucesso que conseguiu com os olhos, faça o mesmo com o tato, imagi
nando que o espírito, através do corpo astral a este por seu lado com a ajuda do cor
po material sente os objetos, o calor, o frio, etc. Pratique bastante esses exer
cícios, até chegar a realizá los com os olhos, os ouvidos ou o tato num tempo igualmen
te longo. Se você quiser desenvolver se mais ainda, poderá realizá los também com os out
ros dois sentidos, o olfato e o paladar.
Porém deve se dar uma importância maior aos três sentidos mencionados anteriormente, o
u seja, a visão, a audição e o tato, que são os mais úteis na magia prática. Ao obter o suc
sso correspondente nessa conscientização espiritual dos sentidos, tente, da mesma fo
rma que na concentração dos sentidos, sintonizar dois sentidos ao mesmo tempo em seu
espírito. Em primeiro lugar os olhos a os ouvidos. Tente realizá-lo por no mínimo cin
co minutos sem interrupções; depois sintonize três sentidos ao mesmo tempo, ou seja, o
s olhos, os ouvidos e o tato. Ao conseguir isso, você terá feito um enorme progresso
na evolução mágica. Esse exercício preparatório tem um grande significado para a clarividê
cia, a clariaudiência e a sensitividade, a deve ser bem dominado.
O exercício principal poderá ser encontrado no sétimo grau deste curso.
GRAU VIII
Instrução Mágica do Espírito (VIII)
Preparação para a Viagem Mental
Nesse grau apresentarei um capítulo muito importante para a magia, a que será a viag
em para fora do corpo, o que significa que o corpo mental a depois o astral se d
esligarão do corpo material denso. Todo mago que trabalha seriamente no campo da m
agia deve possuir essa habilidade, pois ela the possibilitará deixar o seu corpo fís
ico a qualquer momento para alcançar os lugares mais longínquos, até países remotos da T
erra, enfim, transportar se a qualquer lugar que desejar. Essa façanha aparentemen
te tão complexa é muito fácil para um mago experiente. Assim como a pomba que deixa o
pombal, o mago sai facilmente de seu corpo físico para se transportar no mesmo ins
tante àquele lugar em que ele quer ver, ouvir a sentir tudo à sua volta. Essa capaci
dade não serve somente para a satisfação da sua curiosidade em saber o que se passa no
local em questão, mas ela contribui também para o bem estar das outras pessoas. A m
atéria não é obstáculo para ele; para o seu espírito não existe tempo nem espaço, e se quis
ele pode viajar ao redor do mundo num único instante.
O desligamento do corpo mental do corpo material the permite não só movimentar se li
vremente em nosso planeta, mas, de acordo com o seu grau de maturidade, poderá tam
bém transpor o seu corpo mental a outras esferas. Assim terá condições de conhecer todo
o Universo, a em caso de necessidade, poderá também em certa medida atuar em todas a
s esferas. É muito emocionante para o mago poder conhecer todo o Universo, portant
o o Macro¬cosmo, pois essa é a meta verdadeira de toda a viagem mental, isto é, espiri
tual. Podemos até ensinar muita coisa teórica sobre essa capacidade a tudo o que se
refere a ela, mas como se trata no nosso caso de uma obra de cunho prático, não perd
eremos tempo descrevendo experiências a vivências, pois afinal o próprio mago terá de pa
ssar por elas para o seu próprio aperfeiçoamento e uma eventual missão. Concentremos p
ortanto nossa atenção à parte prática do desenvolvimento da viagem mental, que na verdad
e é uma transposição de consciência, ou seja, uma transposição espiritual.
Aconselhamos ao aluno assimilar primeiro alguns exercícios preliminares, para de c
erta forma preparar se antes. Um exercício preliminar importante para a viagem men
tal é o seguinte: sente se na sua asana habitual diante de um espelho, em que esta
rá refletido o seu corpo por inteiro. Quem possui um espelho grande não precisa sent
ar se a uma distância muito grande dele, mas quem só tiver um espelho pequeno deverá a
fastar se até que seu corpo se reflita nele por inteiro. Observe a sua imagem refl
etida por alguns momentos, feche os olhos, a imagine a mentalmente. Ao lembrar d
e todas as particularidades de sua imagem gravando as em sua imaginação, prossiga. C
aso isso não ocorra, repita o procedimento até conseguir imaginar em sua mente cada
um dos traços de sua imagem refletida, dando uma atenção especial à cabeça e à expressão do
sto. Ao conseguir, depois de várias repetições do exercício, imaginar a sua imagem refle
tida de modo totalmente fiel ao original, então trans¬ponha a sua consciência a essa i
magem de modo a sentir se pessoal¬mente no interior da mesma. Essa transposição de con
sciência serve para que você aprenda a observar o seu corpo, a partir de sua imagem
refletida no espelho. Tente observar alguns objetos visíveis por trás da imagem refl
etida. Como isso the parecerá muito difícil no começo, você poderá usar a força da sua imag
nação a imaginar com precisão os objetos que estão à sua volta. Com o tempo você será capaz
captar tudo com exatidão logo após a transposição à sua imagem refletida, como se observa
sse as coisas com seus olhos físicos. Habituando se com essa capacidade, você estará m
aduro para a viagem mental propriamente dita.
A Prática da Viagem Mental
O aluno deverá evitar arriscar se nesse exercício sem a cuidadosa preparação anterior ac
ima referida, pois através da libertação da consciência do corpo físico poderão surgir pert
rbações na consciência em pessoas mais fracas. Por isso essa advertência é necessária, a só
ueles alunos que podem afirmar, com a consciência tranqüila, que já dominam totalmente
as etapas anteriores, é que poderão iniciar todos os exercícios subseqüentes sem medo d
e sofrer algum dano à saúde ou à mente.
Para o exercício da viagem mental em si não precisaremos mais do espelho material, p
ois agora trabalharemos do seguinte modo: assuma sua posição asana habitual a conc
entre se em seu espírito. Imagine que ele vê, ouve a percebe tudo, a que total¬mente
independente do tempo a do espaço pode movimentar se tão livremente como se estiv
esse ligado ao corpo material. Deve-mos proceder desse modo antes de qualquer vi
agem mental. Quanto mais profunda for a sua meditação a quanto mais você tiver a sensação
e a certeza de que o seu espírito está totalmente desvinculado a pode sair de seu co
rpo livremente de acordo com a sua vontade, tanto mais rápidos a melhores serão seus
progressos na arte da viagem mental. Caso você obtenha, nessa meditação que consumirá a
penas alguns minutos de sua atenção, a sensação in¬terna de liberdade a desligamento, então
imagine se saindo de seu corpo como se ele fosse uma casca, que depois será coloca
da ao seu lado. Você terá de transpor se ao espírito, com a sua consciência, de tal form
a a sentir se materialmente ao lado de seu corpo, como sé você deslizasse para fora
de um roupão ou de um outro invólucro qualquer. Exatamente desse modo é que deve ser o
procedimento, com a ajuda da imaginação. Afinal a imaginação do seu próprio espírito na fo
ma a tamanho de seu corpo já foi treinada exaustivamente diante da sua imagem refl
etida no espelho.
a) em ambientes fechados
Tente olhar para o seu corpo como se ele não the pertencesse. Tente também repetir vár
ias vezes esse estado de consciência do desligamento assim como sentir se em pé ao l
ado do próprio corpo; para isso a primeira tarefa é a observação precisa do corpo. Exper
imente ver todos os detalhes de seu corpo, como por exemplo a expressão de seu ros
to com os olhos fechados, a respiração tranqüila a regular, a roupa, a cadeira em que
você está sentado, etc. Como já dissemos antes, no início tudo depende da força de sua ima
ginação, mais tarde você não precisará mais imaginar tudo isso. Quando, depois de repetir
várias vezes o exercício, você tiver certeza de estar totalmente consciente ao lado de
seu próprio corpo a observá lo, tente dar atenção à percepção de seu entorno mais amplo. T
nesse caso a imaginação the será muito útil. Depois do exercício volte sempre para o seu
corpo, como se você entrasse novamente no invólucro, desperte a verifique se tudo aq
uilo que você imaginou corresponde à realidade. Você deverá alcançar tanta desenvoltura em
sua imaginação, que o seu espírito imaginado deverá assimilar todos os objetos do ambie
nte com a exatidão e a nitidez dos objetos que você vê com os seus olhos físicos. Se dep
ois de exercitar se bastante você conseguir isso, poderá dar mais um passo no aprend
izado.
Transponha se à lateral de seu corpo, mas não permaneça no mesmo lugar; tente andar de
um lado a outro da sala, como se você estivesse desligado do seu corpo físico. A le
veza e a percepção da ausência de tempo a espaço contribuirão para que você se movimente a
assos bem mais largos do que aqueles aos quais o seu corpo físico está habituado nor
malmente, mas isso deve ser evitado no início para que se alcance uma separação bem cl
ara do corpo mental. O importante é você sempre se ver como se estivesse amarrado à te
rra. Só mais tarde, depois de muito treinamento, é que poderemos usar as leis da esf
era mental. Ao conseguirmos andar de um lado a outro da sala, devemos abrir a po
rta, como se estivéssemos no corpo físico, a tentar sair da sala, passo a passo. Pri
meiro entraremos só na sala ao lado ou no corredor, onde repetiremos a técnica da im
aginação dos objetos, identificando os depois com os objetos reais assim que voltarm
os ao corpo material. Com a certeza de que podemos nos movimentar em nosso corpo
mental a captar as coisas da mesma forma que em nosso corpo físico, estaremos pro
ntos para seguir adiante. A prática cria o mestre, e o segredo da viagem mental re
side só no treinamento. Devo voltar sempre a enfatizar a importância desses exercícios
, pois eles são um estágio preparatório para a separação astral do corpo, conhecida como êx
ase, em que não é só o espírito que se separa do corpo, mas o espírito em conjunto com a a
lma; esse assunto será explicado em detalhes ainda nesse capítulo.
b) em trajetos curtos
Depois de conseguirmos nos movimentar em nossa casa com nosso corpo espiritual d
a mesma forma que com o nosso corpo físico, poderemos nos arriscar a andar pequeno
s trajetos fora de casa. No começo será suficiente fazermos um pequeno passeio até a c
asa do vizinho ou então visitar conhecidos a parentes que moram nas proximidades;
depois visitaremos aquelas pessoas que conhecemos bem. Ao acumularmos alguma exp
eriência através desses exercícios, devemos tentar captar também algumas impressões do ent
orno, que não se limitem aos objetos. A consciência torna se tão aguda a instruída ao lo
ngo dos exercícios, que ela consegue captar em seu corpo mental também as impressões d
os sentidos, como a audição, a visão e o tato, como se estivéssemos naquele local com o
nosso corpo físico. Mas só alcançaremos esses resultados depois de exercícios constantes
na instrução da viagem mental.
C) visitas a conhecidos, parentes, etc.
Visite seus conhecidos a amigos para ver o que estão fazendo naquele momento. Vere
mos, por exemplo, uma pessoa realizar suas tarefas diárias; para isso poderemos in
icialmente usar a força de nossa imaginação. Para saber se aquele ato imaginado corres
ponde à realidade, Le., se a nossa imaginação e a realidade são iguais, só precisamos imag
inar que aquela pessoa que captamos em nosso corpo mental está fazendo alguma cois
a diferente, eventualmente até o oposto do que imaginamos a princípio. Conseguindo i
sso, devemos tentar saber se o ser que captamos o contradiz; em caso positivo, p
odemos afirmar com certeza que um ou outro não são verdadeiros, mas ainda correspond
em só ao imaginário. Então não teremos alcançado o nosso objetivo, a deveremos repetir os
exercícios até conseguirmos diferenciar exatamente a realidade da imaginação. No começo nós
só sentiremos que a imaginação cor¬responde de fato à realidade, pois os sentidos foram de
sligados do corpo com força a transpostos ao corpo mental. Mais tarde não precisarem
os mais temer que isso ocorra, pois já teremos a certeza absoluta a poderemos dife
renciar com precisão se aquilo que vimos, ouvimos ou sentimos no corpo mental é real
ou imaginário. Depois de muito treino essa habilidade torna se corriqueira para q
ualquer mago, a em qualquer lugar para onde ele transpuser o seu corpo mental el
e só captará o que corresponder totalmente às condições pertinentes.
Ao realizarmos progressos, como quando andamos normal¬mente em caminhos extensos s
em sentirmos cansaço, então esta¬remos maduros para nos ocuparmos com a lei da ausência
de tempo a de espaço. Desligue se do seu corpo material denso da forma que acabamo
s de descrever, a imagine se desligado também do tempo a do espaço. Pense que seu co
rpo mental poderá estar naquele mesmo instante em qualquer lugar que você desejar. E
ssa convicção profunda poderá ser alcançada através da meditação constante no corpo mental.
so você deseje estar em algum lugar com o seu corpo mental, será suficiente imaginar
que você já está lá, a isso acontecerá imediatamente. Em distâncias maiores você só conseg
sucesso satisfatório depois de muito treino e muita perseverança, a transposições freqüen
tes. Além disso você deverá escolher lugares conhecidos. Só depois que você tiver a certez
a de conseguir captar tudo com os seus sentidos, em qual¬ quer lugar em que seu co
rpo mental estiver, a qualquer distância e hora do dia, então você poderá começar a escolh
er lugares desconhecidos. As captações dos sentidos no local não the deixarão margem de
dúvida de que aquilo que você viu, ouviu a sentiu corresponde de fato à realidade. Você
terá que exercitar se por muito tempo a com muito empenho para se acostumar com as
impressões desconhecidas. Procure portanto, com o seu corpo mental, regiões tropica
is, costas marítimas, cidades grandes, trans-ponha se ao extremo sul a ao extremo
norte, enfim, a todos os lugares que o atraem a que o seu coração pede para ver.
Depois de exercitar se bastante você conseguirá transpor se rotineiramente a todos o
s lugares, nos quais você poderá ver, ouvir, a sentir tudo.
A viagem mental não serve somente para que captemos o que ocorre no presente, naqu
eles lugares para os quais nos transpomos, mas também para que possamos agir naque
le momento. Assim podemos por exemplo não só ver as doenças com nossos olhos mentais,
mas temos também a possibilidade de tratar dessas doenças no local, com o nosso corp
o mental, ou então usar outros tipos de influências benéficas. Todas as ações a trabalhos
na esfera mental, que aprendemos a realizar anteriormente com a ajuda de um elem
entar, podem ser realizados por nós mesmos através de nosso corpo mental.
E quando finalmente você se sentir em casa no mundo físico inteiro através da viagem m
ental, a esse mundo não puder mais the mostrar nada de novo, então experimente procu
rar outras esferas através de seu corpo mental; tente entrar em contato com os ser
es desses outros mundos a obter aqueles conhecimentos de cuja existência o ser hum
ano mediano nem mesmo suspeita. A ascensão a outras esferas é muito simples. Precisa
mos somente sintonizar nos com a esfera que queremos visitar com o nosso corpo m
ental, a então nos deixarmos levar para cima a verticalmente como que suga¬dos por u
m redemoinho através de um funil. A passagem de nosso mundo material denso a uma o
utra esfera ocorre muito rapidamente, como se voássemos sobre o mundo todo num único
segundo. Nesse caso o mago deverá passar pela sua própria experiência, a por isso é mel
hor não entrar em maiores detalhes sobre esse assunto.
Durante os exercícios de viagem mental o mago poderá sentir, no início, uma sonolência q
uase incontrolável, contra a qual ele deverá se defender energicamente. A sonolência o
corre porque com o desligamento do corpo mental o cordão de ligação, Le., o cordão vital
entre os corpos mental a astral torna se mais frouxo, o que provoca uma transpo
sição de consciência e a conseqüente sonolência. Com o treinamento constante, quando o des
ligamento do corpo mental se tornar um hábito, a sonolência acabará.
O domínio da viagem mental aqui descrita é uma preparação indispensável para o envio do co
rpo astral, cuja descrição a aplicação prática serão apresentadas a seguir, no capítulo "In
ução Mágica da Alma".
Instrução Mágica do alma (VIII)
O Grande "Agora
Quem já chegou até aqui em sua evolução deverá dar a má¬xima atenção ao seu pensamento, pri
ente ao pensamento plástico. A capacidade de concentração despertada em conseqüência dos i
ntensos exercícios evoca imagens penetrantes do Akasha, através do pensamento plástico
; elas são fortemente vitalizadas a tentam se concretizar. Por isso só devemos ter p
ensa-mentos nobres a puros, a devemos tentar transformar nossas eventuais paixões
em qualidades positivas. A alma do mago já deverá ser tão nobre que ele nem mesmo cons
eguirá ter pensa¬mentos negativos ou desejar o mal a alguém. Um mago deve agir de modo
amável, prestativo a solidário, generoso a respeitoso, discreto a silencioso. Deve
estar livre de egoísmo, orgulho e ganância. Essas paixões se refletiriam no Akasha, a
como o princípio do Akasha contém a analogia da harmonia, o próprio Akasha colocaria o
bstáculos no caminho do mago impedindo a sua evolução, ou o que é pior, tornando a impos
sível. Um Progresso posterior estaria então totalmente descartado. É só nos lembrarmos d
o livro de Bulwer, "Zanoni", no qual a guardiã da fonte nada mais é do que o Akasha,
que impede o acesso dos grandes mistérios aos impuros a imaturos. Mesmo se eles o
conseguirem, então o Akasha tentará transformar tal pessoa, deixá la ser dominada pel
a dúvida, ou prendê la a um golpe do destino, para proteger os mistérios de todas as f
ormas possíveis. A um imaturo os mistérios permanecerão sempre ocultos, mesmo se forem
divulgados em centenas de livros.
Um mago verdadeiro desconhece o ódio religioso ou sectário; ele sabe que toda religião
possui seu sistema específico que levará seus devotos a Deus, por isso ele a respei
ta. Ele sabe que toda religião tem erros, mas ele não a julga, pois cada dogma serve
ao estágio de maturidade espiritual de seu adepto. Através da sua evolução o mago passa
rá a ser suficientemente maduro a ponto de enxergar com sua visão espiritual todos o
s pensamentos, todas as ações, todas as atitudes, relativas ao passado, ao presente
ou ao futuro; ele sempre será tentado a julgar o seu semelhante.
Mas com isso ele poderia contrariar as leis a provocar uma desarmonia. Um mago d
esse tipo não possui maturidade suficiente e perceberá que o Akasha anuviará a sua cla
rividência e o Maya o atormentará com ilusões. Ele precisa saber que o bem e o mal têm d
ireito à existência a que cada um tem uma missão a cumprir. Um mago só poderá chamar a ate
nção de uma pessoa ou julgar seus defeitos a fraquezas quando convocado diretamente
para tal, a deverá fazê-lo sem colocar nisso uma crítica. O mago autêntico aceita a vida
como ela é, o bem the traz alegria e o mal the traz o aprendizado, mas ele nunca
se deixa abater. Ele conhece as próprias fraquezas a se esforça em dominá las. Jamais
cultivará o arrependimento ou a culpa, pois estes são pensamentos negativos a portan
to devem ser evitados. É suficiente que ele reconheça seus erros a não os repita novam
ente.
Conclusão
Como mencionei na introdução deste livro, esta obra de iniciação não é um meio para um fim;
não se destina à obtenção de riqueza, poder, glória a fama, mas é um estudo sério sobre o h
m, portanto sobre o microcosmo em relação ao macrocosmo, com as suas leis. Em conseqüênc
ia disso o leitor poderá formar uma perspectiva totalmente nova sobre a magia a nu
nca mais re¬baixá la à condição de feitiçaria e evocação do demônio.
Natural¬mente cada leitor avaliará esta obra de iniciação de um ponto de vista muito ind
ividual. Uma pessoa de visão totalmente materialista, que não acredita em nada a que
não sabe nada sobre o mundo sobrenatural, mas só conhece o mundo material, definirá e
sta obra como simples utopia.
Não é função deste livro despertar alguma crença nessa pessoa ou conquistá la, mudando a su
opinião a convencendo a a adotar outro ponto de vista. Este livro é dedicado princi
palmente àqueles leitores que procuram a mais pura verdade e o conhecimento mais e
levado.
Muitas vezes a pessoa é convencida ou até induzida a seguir alguma direção espiritual, a
passa pela experiência de ver essas diversas tendências tomarem se inimigas, por ca
usa da inveja ou da prepotência. O verdadeiro mago sentirá pena dessas pessoas, seit
as e tendências espirituais (?), mas não deverá odiar, falar mal ou desprezar ninguém; e
le deverá dar a devida atenção a toda a pessoa que também segue ou busca o caminho que l
eva a Deus.
É triste, mas é verdade que os teósofos, espiritualistas, espíritas, ou como todos eles
se chamam, se opõem mutuamente a se tomam inimigos, como se todos os caminhos não le
vassem a Deus. Todas as pessoas que procuram o caminho que leva a Deus deveriam
lembrar se bem das palavras de Cristo, o grande Mestre dos Místicos: "Ame o próximo
como a si mesmo." Essas palavras deve¬riam ser um mandamento sagrado para todo o b
uscador que trilha a senda espiritual.
Muitos seres que tiveram de deixar o nosso mundo material e não tiveram a oportuni
dade de alcançar o verdadeiro conheci¬mento espiritual, alegaram, nas esferas mais e
levadas, que em nossa Terra o verdadeiro conhecimento era, no passado, reservado
só para alguns eleitos, a portanto não estaria disponível para todos. Por causa disso
os Mistérios, ocultos por milhares de anos, são mostrados pela Providência Divina, gr
adualmente, a todo o habitante da Terra que realmente almeja saber a verdade a o
bter o conhecimento.
Os frutos do conhecimento não cairão do céu só através da leitura; a pessoa terá de conquis
los superando muitas dificuldades a obstáculos. Muitos, talvez até a maioria, vão quer
er primeiro convencer se da autenticidade das leis para só depois acreditar nelas
a decidir se enfrentarão o caminho da iniciação. O verdadeiro mago sabe que essa postu
ra do homem está errada. Ele está convencido de que, para acreditar, a pessoa deverá p
rimeiro ser instruída a formada através da iniciação. Com a simples leitura desta obra p
oderemos obter o conhecimento intelectual, mas não obteremos a sabedoria. O conhec
imento pode ser transmitido, mas a sabedoria só pode ser obtida através da experiência
a da vivência. Estes por seu lado dependem da maturidade espiritual de cada um, q
ue também depende do desenvolvimento espiritual conquistado de forma prática no cami
nho da iniciação.
Toda a pessoa que já leu algo sobre o tarô sabe que além da primeira carta, em que os
mistérios egípcios, o berço da sabedoria, é representado pelo mago, ainda existem outras
vinte a uma cartas, chamadas de arcanos maiores. E cada uma dessas outras carta
s possui um sistema próprio de iniciação. Ao lado dos vinte a dois arcanos maiores ain
da existem cinqüenta a seis cartas correspondentes aos arcanos menores, que também s
imbolizam os pequenos mistérios; para cada uma delas há uma explicação a ser dada. Depen
derá exclusivamente da vontade da Providência Divina dar¬ me a possibilidade de escrev
er sobre cada uma das cartas do tarô e publicar esses escritos.
Depois do estudo minucioso desta obra instrutiva o leitor se convencerá de que não s
e pode falar de uma magia branca ou negra, a que não existem diferenças entre magia,
misticismo ou como se chamam todas essas ciências ou tendências.
Na introdução também comentei que toda ciência pode ter finalidades malévolas ou benévolas.
A idéia da existência de uma magia negra deriva do fato das pessoas não terem consegui
do, até hoje, ter uma noção correta do que é magia. Em cada capítulo a seus respectivos mét
dos de instrução repeti várias vezes que esse conhecimento só é destinado a objetivos muit
o nobres.
Além disso enfatizei sempre que ao longo do seu desenvolvimento o mago deveria eno
brecer o seu caráter ao máximo se não quisesse parar na sua evolução, ou o que seria pior
retroceder. O enobrecimento da alma caminha lado a lado com a evolução e o desenvo
lvimento. Quem estiver só preocupado em adquirir capacidades a forças ocultas a vang
loriar¬se delas, terá feito um trabalho inútil, pois a Providência Divina permanecerá inex
plorada em sua obra a cedo ou tarde afastará do caminho essa pessoa que só almeja do
minar as forças ocultas. As capacidades ocultas conseqüência da iniciação, devem ser encar
a¬das como parâmetros do desenvolvimento a só serem usadas para objetivos nobres a aju
da aos semelhantes; por isso deverão permanecer restritas ao mago verdadeiro.
Quem trilhou o caminho da iniciação não precisa mudar a sua visão de mundo em relação à rel
, pois a verdadeira religião já é a prática da iniciação aqui descrita; toda religião poder
colocada em sintonia com esse sistema iniciático.
Antes de entrar no caminho da verdadeira iniciação cada um deverá testar a si mesmo pa
ra saber se pretende considerar a verdadeira iniciação como a sua prática religiosa, c
omo a missão de sua vida, a que ele poderá realizar apesar de todos os obstáculos a di
ficuldades do caminho, que uma vez trilhado, nunca mais o deixará. É óbvio que as cond
ições básicas necessárias para isso são uma perseverança a uma paciência quase sobre-humana
uma vontade férrea e uma enorme discrição sobre os progressos realizados.
A todos os leitores que querem se aperfeiçoar a elegeram esta obra como o seu guia
, desejo muito êxito e a bênção divina.
O Autor