EJA Viver Aprender 4 GuiadoEducador
EJA Viver Aprender 4 GuiadoEducador
EJA Viver Aprender 4 GuiadoEducador
Aprender
Educação de
Jovens e Adultos
4
Guia do Educador
Presidente da República Federativa do Brasil
Fernando Henrique Cardoso
Ministro da Educação
Paulo Renato Souza
Secretário Executivo
Luciano Oliva Patrício
Viver,
Aprender
Educação de
Jovens e Adultos
4
Guia do Educador
Brasília, 2001
Ação Educativa Assessoria, Pesquisa e Informação
Diretoria: Marilia Pontes Sposito, Luiz Eduardo W. Wanderley, Pedro Pontual, Nilton Bueno Fischer, Vicente Rodriguez
Edição: Cláudia Lemos Vóvio (coordenadora), Mayra Patrícia Moura e Vera Masagão Ribeiro
Autores: Conceição Cabrini, Gerda Maisa Jensen, Hugo Luiz de M. Montenegro, Katsue Hamada e Zenun, Luciana Marques Ferraz,
Margarete A.A. Mendes, Maria Amábile Mansutti, Maria Suely de Oliveira, Roberto Giansanti
Agradecimentos:
Educadores que aplicaram o livro: Adriana N. Moreni, Alessandra D. Moreira, Antonia M. Vieira, Arnaldo P. do Nascimento, Celeste
A.B. Cardoso, Cleide T. Mendes, Dalva Kubinek, Darcy A.C. Moschetti, Dulcinéia B.B. Santos, Eliane D’Antonio, Elizabeth S. da
Silva, Francisco F. dos Santos, Irene A.V. da Silva, José V. de Carvalho, Juanice R. Marques, Lucia P.F. da Silva, Maria P.S.L. Matos,
Marta R. de Souza, Patrícia B. Damasio, Soraia V. dos Santos e Vera M. Zanardi
Vários autores.
ISBN 85-86382-05-1
Apoio:
IAF – Fundação Interamericana
ICCO – Organização Intereclesiástica para Cooperação ao Desenvolvimento
EZE – Associação Evangélica de Cooperação e Desenvolvimento
Apresentação
Professor,
Este livro que você está recebendo faz parte de uma coleção de materiais di-
dáticos para Educação de Jovens e Adultos, composta de quatro livros para os
estudantes e guias para o educador. Abrange as áreas de Língua Portuguesa,
Matemática e Estudos da Sociedade e da Natureza.
Com o apoio e financiamento do Ministério da Educação – MEC, no âmbito
do Programa de Educação de Jovens e Adultos, esse material foi produzido por
Ação Educativa Assessoria, Pesquisa e Informação. Baseado na Proposta cur-
ricular para o 1 o segmento do ensino fundamental, elaborada pela mesma insti-
tuição, este trabalho tem a intenção de contribuir para a melhoria do processo
de aprendizagem nessa modalidade de ensino.
Com essa iniciativa, decorrente da necessidade de material didático específi-
co, apontada pelos professores que atuam na área, e também do empenho polí-
tico que vem reduzindo as taxas de analfabetismo no País, o MEC pretende que
seja colocado à disposição das Secretarias Estaduais e Municipais de Educação,
ONGs e demais instituições que atendem a esse alunado mais um importante
instrumento de apoio ao trabalho dos professores em salas de aula.
Este material didático foi produzido por Ação Educativa, como mais uma
contribuição para o campo da Educação de Jovens e Adultos. Desde 1980, a
equipe que integra essa instituição vem dedicando-se a produzir subsídios peda-
gógicos e materiais didáticos para programas de educação popular e escolarização
de jovens e adultos, sempre respondendo a demandas de movimentos sociais e
populares, sindicatos e sistemas públicos de ensino. Nessa produção incluem-
se, por exemplo, os materiais didáticos Poronga (1981) e O ribeirinho (1984),
que integraram projetos educativos de grupos populares da Amazônia; Ler, es-
crever, contar (1988), que reportou a experiência levada a cabo junto a movi-
mentos de saúde em Diadema – SP; ou Educação ambiental (1992), produzido
e utilizado no âmbito do Movimento de Atingidos por Barragens em Santa Cata-
rina e Rio Grande do Sul. Em todas essas experiências, constatamos que tais ma-
teriais puderam transcender o contexto dos grupos que os demandaram origi-
nalmente, servindo de diversas maneiras a outros grupos com projetos educativos
afins. Todos esses materiais tiveram sua história e, por meio delas, pudemos
aprender tanto a importância de que haja disponível uma multiplicidade de ma-
teriais de referência apoiando a prática dos educadores, como o valor dos mui-
tos trabalhos nessa linha que nos influenciaram diretamente, impulsionando o
aperfeiçoamento de nossas propostas pedagógicas.
A coleção Viver, aprender, que ora apresentamos, da mesma forma responde
a uma demanda, que foi gerada pela divulgação das orientações expressas na
publicação Educação de jovens e adultos: proposta curricular para o 1 o segmento
do ensino fundamental, desenvolvida por Ação Educativa no ano de 1996 e dis-
tribuída nacionalmente numa publicação co-editada com o Ministério da Edu-
cação e Cultura e apoiada pela UNESCO. Diversos grupos que vêm utilizando
a Proposta Curricular como uma referência em suas práticas educativas junto a
jovens e adultos expressaram interesse em dispor de materiais didáticos que os
apoiassem nesse sentido. Especialmente junto a grupos comunitários que atuam
nas zonas Leste e Sul da cidade de São Paulo, tivemos a oportunidade de desen-
volver um trabalho de cooperação mais próximo, oferecendo materiais didáti-
cos que foram sendo elaborados experimentalmente e aperfeiçoados a partir das
sugestões das educadoras que os utilizaram em suas salas de aula. Desse modo,
além de o trabalho dos autores e editores envolvidos na elaboração dos livros e
dos consultores que analisaram suas versões preliminares, essa coleção contou
com a colaboração insubstituível dessas educadoras que muito nos ajudaram na
adequação do material à realidade de seu trabalho educativo com jovens e adultos
dos setores populares.
Essa soma de esforços para que esta coleção respondesse, de maneira compe-
tente e inovadora, às necessidades de educadores e alunos jovens e adultos só
foi possível graças aos recursos obtidos por Ação Educativa por meio de convê-
nio com o Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação do MEC. Conta-
mos, também, com o apoio complementar de agências de cooperação interna-
cionais, particularmente da ICCO (Holanda), EZE (Alemanha) e IAF (EUA), que
já vinham apoiando projetos de Ação Educativa.
Entendemos que esse material didático assim como a proposta curricular em
que se baseia possam ser utilizados como insumos para a melhoria de progra-
mas educativos dirigidos aos jovens e adultos, somando-se a outros materiais e
propostas já elaborados por equipes pedagógicas que atuam nesse campo nas
mais diversas regiões do país. Nosso desejo é que a coleção Viver, aprender seja
também estímulo à elaboração de novos materiais, que deverão enriquecer a
história da educação de jovens e adultos no Brasil e, dessa forma, ajudar-nos
também a continuamente nos aperfeiçoar e, no futuro, estarmos aptos a supe-
rar as limitações que esse material certamente encerra, a despeito das intenções
e reais esforços de todos os agentes que se envolveram em sua elaboração.
Sumário
Introdução ........................................................................................................ 1
Dicas de como usar este livro ............................................................... 1
Os objetivos de aprendizagem .............................................................. 4
Orientações didáticas para o trabalho com a Língua Portuguesa .... 9
Orientações didáticas para o trabalho com a Matemática ............... 20
Mais dicas para o educador .................................................................. 22
Muitos dos temas tratados nos livros anteriores dessa coleção abordam as-
suntos pertinentes a essa temática e você pode recorrer a eles para complemen-
tar as atividades desenvolvidas a partir desse volume. O conjunto 1 aborda di-
versas dimensões da identidade do educando, sua história de vida, seus espaços
de vivência e o próprio corpo; contém também informações sobre direitos tra-
balhistas e a situação educacional brasileira. O conjunto 2 aborda as diversas
fases da vida e focaliza os direitos das crianças, dos adolescentes e dos idosos,
além de problemas específicos das mulheres e sua luta pela igualdade. No conjunto 3 o
tema central é o meio ambiente que remete a muitos problemas que envolvem responsa-
bilidade dos poderes públicos e dos cidadãos.
Linguagem oral
Leitura
• Utilizar a leitura com diferentes objetivos: ler para estudar, para buscar
informações, ler para orientar a ação, para se distrair, por prazer etc.
Escrita
Medidas
• Obter medidas com precisão fazendo uso de instrumentos como fita mé-
trica, balanças, termômetros.
Geometria
Introdução à estatística
Leitura
Em cada um dos livros desta coleção propusemos atividades com diferen-
tes tipos de textos e diferentes objetivos de leitura. Nesse livro retomamos o es-
tudo dos textos jornalísticos como as notícias e as chamadas e incorporamos
outros como as entrevistas, os editoriais e os artigos de opinião. Os artigos e
editoriais são textos que impõem alguns obstáculos aos alunos, pois exigem uma
atitude crítica do leitor que deve, além de compreender sua mensagem, desvelar
as intenções de seu autor, buscar informações sobre os assuntos abordados e
estabelecer relações entre o que está sendo dito, a realidade que observam e o
contexto social mais amplo.
Os textos informativos que compõem as unidades temáticas, como os rela-
tos históricos, textos científicos, depoimentos, ensaios e reportagens, também
1 Angela B. Kleiman organizou num artigo aspectos essenciais para que o educador planeje a leitura
de textos informativos em sala de aula. Ver: KLEIMAN, A. B., MORAES, S. E. Leitura e interdisciplinaridade:
tecendo redes nos projetos da escola. Campinas: Mercado de Letras, 1999.
Ortografia
A aprendizagem da ortografia depende em grande medida da tomada de
consciência por parte dos alunos das regularidades e irregularidades do sistema
Pontuação
Na linguagem oral as modulações vocais e gestuais — os silêncios, as pau-
sas, as expressões faciais, a mudança de tom de voz — são recursos que colabo-
ram na transmissão do que se quer dizer. Na linguagem escrita é preciso lançar
Análise lingüística
Esse tópico de conteúdo refere-se ao domínio de certos elementos lingüísticos
que garantem a coerência (desenvolvimento temático) e da coesão (relações en-
tre as partes) nos textos, por exemplo, a concordância nominal e verbo-nomi-
nal, o uso dos tempos verbais etc. O estudo de diferentes modalidades de texto
e a reflexão sobre a produção escrita dos próprios alunos são as melhores opor-
tunidades para que eles reflitam sobre tais elementos lingüísticos e sua função
nos textos. Além disso, nesse livro há atividades que problematizam a aplicação
de regras relativas à flexão e à substituição de palavras.
Retomamos também nesse livro o exercício de inferir significados de pala-
vras nos textos em que aparecem, bem como o uso do dicionário.
Quando avaliar
Outro equívoco freqüente relativo à avaliação é a visão de que é algo que
deve ser realizado apenas no final de alguma etapa do processo de ensino e apren-
dizagem. Na verdade, a avaliação só terá um valor educativo para o aluno e para
o educador se for encarada como algo processual, que integra a prática educativa
do início ao fim. Muitos autores, procurando enfatizar essa dimensão proces-
sual, distinguem três modalidades de avaliação, de acordo com o momento em
que ocorrem.
Conteúdos que dizem respeito a fatos e Questionários, provas escritas, chamada oral.
informações que precisam ser memorizados e
estão relacionados a conceitos e processos, por
exemplo datas, nomes de lugares, elementos que
fazem parte de processos etc.
Conteúdos que dizem respeito ao fato do aluno Trabalhos em grupo, projetos, realização de
saber cumprir procedimentos, seguir etapas, por pesquisas, debates e outras atividades nas quais o
exemplo saber a técnica operatória da adição, educador possa observar a utilização de
localizar ruas em plantas e guias, observar a procedimentos e a capacidade de seguir etapas e
configuração dos textos e levantar hipóteses sobre utilizar instrumentos para realização de alguma
seu conteúdo etc. ação.
Formas de registro
Há diversas formas de registrar as informações obtidas por meio dessas várias
formas de avaliação. A seguir, apresentamos algumas delas e alguns modelos que
podem ser adaptados de acordo com suas preferências.
Pastas e portifólios
As pastas e os portifólios são instrumentos que se prestam para arquivar in-
formações obtidas em avaliações diagnósticas, de processo e de resultados. Es-
ses instrumentos consistem em arquivar atividades acompanhadas do registro
de seus objetivos e de observações feitas pelo educador durante sua realização.
Cada aluno deve ter sua pasta, na qual arquiva, depois que o educador tenha
registrado suas observações, as atividades, provas ou trabalhos que realizou em
sala de aula.
Ao final de uma etapa de ensino, o educador pode utilizá-las para obter
informações sobre o processo de aprendizagem dos alunos e quais resultados
foram obtidos. O conteúdo dessas pastas retratam todo percurso do aluno: o
ponto de partida, suas dificuldades e seus avanços e prestam-se também para que
os alunos realizem auto-avaliações sobre aprendizagem que realizaram num dado
período.
– localizar informações; X
– posicionar-se criticamente X
em relação à intenção de (dificuldade
seus autores. em defender
posições próprias)
É capaz de: Sim Com Não Sim Com Não Sim Com Não
ajuda ajuda ajuda
Observações do educador:
Observações do aluno:
Aprender a aprender
Há ainda outras formas de organizar informações que subsidiem a avalia-
ção, além de atividades especialmente destinadas a esse fim, como provas, tra-
balhos, pesquisas etc. O fundamental é contar com alguma forma de registro,
O QUE É CIDADANIA
Justiça social
Correção das desigualdades e das injustiças sociais e a facilitação do acesso
de todo cidadão a bens e serviços necessários para sua realização como ser hu-
mano. Redistribuição da renda, criação de empregos, garantia de educação, de
saúde, de moradia e de proteção ao meio ambiente também contribuem para a
maior justiça social. Somente desse modo o cidadão terá condição de exercer sua
cidadania como consumidor e também como produtor de bens e de serviços.
Pluralismo
O respeito às diferenças constitui um eixo fundamental da democracia nos
campos social, político, intelectual e religioso. A participação decorre da liber-
dade de expor idéias e do reconhecimento de quem ninguém possui a verdade
absoluta. Saber respeitar as diferenças, talvez seja a tarefa mais difícil para uma
sociedade acostumada à dominação e ao centralismo. É, no entanto, no exercí-
cio do diálogo, da mediação e da incorporação de atitudes não violentas dentro
da casa e no espaço público que poderemos melhorar a convivência.
Solidariedade
Exigência da democracia moderna, a solidariedade supõe a identificação das
pessoas com o grupo em que estão inseridas e a criação de laços com este mes-
mo grupo. É uma relação de responsabilidades entre pessoas unidas por interes-
ses comuns, cuja base está no fato de cada elemento do grupo sentir-se social e
moralmente compromissado a apoiar os outros.
Desenvolvimento sustentado
Significa crescimento econômico, com justiça social e respeito ao meio am-
biente. É necessário que todos participem dos benefícios do desenvolvimento
tecnológico com igualdade de oportunidades. Desenvolvimento sustentado quer
dizer também investimento planejado, busca de alternativas no campo produti-
vo e melhoria da qualidade de vida.
20 DE NOVEMBRO:
DIA NACIONAL DA CONSCIÊNCIA NEGRA
Sugestões para o
desenvolvimento das atividades
Vendem-se (p. 3)
Esta atividade introdutória tem como objetivo promover uma reflexão por
parte dos alunos, motivando-os a aprofundar seus conhecimentos sobre o tema
central da unidade, a escravidão. Faça uma leitura em voz alta da nota explica-
tiva, que traz a data e o local em que ocorreu essa publicação, e do texto. Após
a leitura, pergunte se eles já conheciam esse tipo de texto e o que acham do fato
de seres humanos serem vendidos por meio de anúncios de jornal do mesmo modo
que os móveis e os utensílios de uma casa.
Você pode aproveitar a oportunidade para averiguar que conhecimentos seus
alunos têm sobre os anúncios classificados, sessão do jornal que desperta o in-
Declaração Universal
dos Direitos Humanos (p. 4)
A viagem (p. 7)
Esse texto traz informações sobre a resistência e luta dos negros contra a
escravidão, trazendo elementos para que os alunos percebam que os escravos não
aceitavam passivamente a escravidão; eles resistiram de várias maneiras a serem
subjugados. O texto traz informações gerais sobre esse tema e aborda especial-
mente a história do Quilombo de Palmares, como exemplo importante dessa luta.
Para auxiliar os alunos na compreensão do texto, explore inicialmente o título
da atividade, as imagens que o ilustram e suas legendas, incentivando os alunos
a contar histórias que conheçam sobre esses personagens.
A Abolição da Escravatura não foi uma decisão individual nem foi um acon-
tecimento que ocorreu da noite para o dia. Transformações sociais, econômicas
e no modo de pensar ocorreram lentamente, ao longo do século XIX, resultan-
do no fim da escravidão. Assim, o objetivo desta atividade é levar os alunos a
perceber que houve um processo, marcado pela luta entre interesses contra e a
favor da escravidão, que culminou na libertação dos escravos no Brasil.
Proponha uma leitura silenciosa do texto. Em seguida, para certificar-se que
os alunos compreenderam as idéias principais do texto, faça as seguintes perguntas
para a classe: Segundo o texto, em que época os escravos ganharam aliados na
luta contra o cativeiro? Quais exemplos do texto mostram que a escravidão não
era mais consenso entre os homens brancos? Quais resultados das pressões con-
tra a escravidão são citados pelo texto? Por que o título do texto é “Rumo à li-
berdade”? Qual a idéia principal do texto?
Você pode copiar uma pergunta de cada vez no quadro de giz para que os
alunos construam uma resposta coletiva. Auxilie-os na organização das idéias e
na escrita da resposta, fazendo as anotações no quadro de giz. Por fim, sugira
que todos copiem as questões no caderno.
Inicie esta atividade lendo o texto introdutório em voz alta. Depois, peça
para um bom leitor da classe fazer uma leitura em voz alta do texto. Anime uma
conversa sobre o tema, sugerindo as questões para debate propostas no livro do
aluno.
Inicie esta atividade questionando os alunos sobre o que eles sabem sobre
o desemprego atual: se é grande ou pequeno o número de desempregados, se
está mais difícil conseguir trabalho, se ocorreram mudanças ou se sempre foi
assim etc.
Analise então a tabela, evidenciando o fato de que as taxas de desemprego
foram aumentando no período de 1989 a 1999.
O desemprego tecnológico e
Brasileiro usa criatividade
para driblar a crise (p. 28 e 29)
Para trabalhar esses dois textos, os alunos podem ser divididos em grupos.
Metade dos grupos lê o primeiro texto e monta o cartaz e a outra metade lê o
segundo texto debate as questões propostas no roteiro de estudo. Depois, cada
grupo apresenta para classe os principais resultados do seu trabalho, seja a co-
lagem, seja o debate sobre questões do roteiro de estudos.
CONSTITUIÇÃO DA
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, 1988
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garan-
tindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. (artigo 5º)
Por fim, peça que os alunos leiam o pequeno fragmento. Questione-os so-
bre o sentido da última frase: “No futuro, o menino de rua será visto como hoje
vemos os escravos”. Pergunte se eles concordam com a opinião do autor, que
chama a atenção para o fato de que hoje a maioria das pessoas considera a es-
cravidão inadmissível, enquanto no passado, ela era vista como algo natural ou
inevitável; provavelmente, no futuro, a maioria das pessoas também achará que
a existência de crianças de rua é algo bárbaro e inadmissível, enquanto hoje,
muitos aceitam essa situação ou a consideram inevitável.
Crianças e adolescentes
vivem nos lixões (p. 32)
SAÚDE
Direito à saúde e
Associação de Saúde da
Periferia de São Luís (p. 34 e 35)
Esta atividade abarca o tema direito à educação. Você pode fazer uma lei-
tura em voz alta da parte introdutória, que conta das metas da Conferência
Mundial Educação para Todos. A seguir, oriente-os no trabalho de levantamen-
to de informações sobre cada uma das metas. Você pode dividir a classe em seis
grupos e atribuir uma meta para cada um deles. Primeiro, peça que os grupos
procurem responder as perguntas propostas com as informações que já possuem.
Depois, ajude-os a buscar outras fontes de informação.
O texto a seguir pode auxiliá-lo na compreensão das questões referentes ao
atendimento escolar no Brasil.
EDUCAÇÃO
O Brasil, apesar de ser um país com uma economia forte, é um dos cam-
peões mundiais em má distribuição de renda. Certamente, este é um fator deter-
minante de outras desigualdades sociais. Dificilmente uma sociedade consegue
viver em harmonia quando as diferenças entre ricos e pobres são tão brutais e
por isso é fundamental que os alunos tomem consciência sobre esse problema.
Sugestões para o
desenvolvimento das atividades
Votar é um direito
e um dever do cidadão (p. 44)
Copie no quadro de giz a questão que orienta esta atividade e faça uma lei-
tura em voz alta do boxe explicativo “O que é política?”. Depois, inicie o debate.
Conduza esta parte da atividade de maneira que cada aluno possa se expressar e
seja respeitado em sua opinião, enquanto os demais aguardam o turno da palavra.
Você pode ler esses quadros informativos para os alunos visando provocar
uma discussão sobre o funcionamento da justiça e o acesso da população a ela.
Pergunte se alguém no grupo já moveu algum processo ou acionou o poder ju-
diciário por algum motivo. Como se trata de uma assunto complexo e de gran-
de importância, seria interessante convidar um juiz, um promotor, um advoga-
do, um sindicalista, enfim, alguém que possa conversar com a turma sobre o
assunto.
Sugestões para o
desenvolvimento das atividades
Trata-se de uma questão um tanto difícil, já que não cabe uma interpreta-
ção restrita do tipo “tudo que está no jornal é mentira”, trata-se sim de reco-
nhecer que a seleção do que merece ser notícia é sempre feita de um determina-
do ponto de vista que também define o modo como os fatos são narrados, dis-
postos nas páginas etc. Nas crônicas, há muitos sentidos sutis e, nem sempre, os
alunos que têm pouco contato com esses textos conseguem captar as intenções
do autor. Organize as respostas dos alunos, colocando-as lado a lado no qua-
dro de giz, cuide para que cada um possa dar sua opinião e ouvir a de seus co-
legas. Caso essa discussão seja produtiva, elabore um texto coletivo com os alu-
nos sobre a função dos jornais em nossa sociedade.
2º Como os jornais
parágrafo mostram a realidade?
4. Peça então que leiam esse texto, comentando que seu conteúdo os apoia-
rá na elaboração de uma continuidade para o texto Tragédia brasileira,
5. Leia o texto em voz alta e explore as informações dispostas em cada um dos pa-
rágrafos.
Agora o desafio dos alunos é voltar ao conto Tragédia brasileira e criar uma
continuidade, traçando o destino de Misael. Espera-se que o texto informativo
influencie-os no debate e na decisão sobre como continuar a história.
Os alunos precisam perceber que o sujeito (quem faz a ação) precisa sem-
pre concordar com o verbo e com outras palavras a ele relacionadas. Isso significa
que verbo e sujeito devem concordar em número e pessoa. No exercício, modifi-
camos no título: Ladrões tentam... por Ladrão tenta... Além disso, na frase inicial
tivemos que modificar todas as outras palavras que se relacionavam ao sujeito,
assim em vez de presos (que se referia aos três homens que tentaram roubar o
supermercado) usamos preso, o mesmo em acusados que mudamos para acusado.
Aponte para os alunos as palavras que foram modificadas e explique que
quando reescreveram a notícia tiveram que passar algumas palavras que esta-
vam no plural (substantivo, verbos, adjetivo, numeral) que se referiam a mais
de uma pessoa, para o singular, referindo-se somente a uma pessoa. Compare
com a frase que vem logo a seguir e desafie-os a dizer como a frase deveria ficar
se somente um cliente tivesse ajudado o ladrão a carregar o cofre.
No exercício 4b os alunos terão que lidar com a concordância nominal, po-
rém, nesse caso, salientamos a concordância de gênero. Assim, os alunos deve-
rão mudar as palavras flexionadas no feminino para o masculino, além de te-
rem que inventar um nome diferente para o personagem da notícia.
Nesse caso o verbo concordou com a expressão a maior parte, isto é, en-
fatizou o conjunto.
Faça correções coletivas das frases que elaboraram e discuta o modo corre-
to de escrevê-las. Nos exercícios 6 e 7 os alunos terão que lidar com a flexão de
tempo dos verbos. Ao falarmos ou escrevermos os verbos podem indicar algo
que está ocorrendo, que já ocorreu ou que vai ocorrer, essas possibilidades são
expressas pelos tempos verbais: presente, pretérito (pretérito perfeito, imperfei-
to e mais que perfeito) e futuro (futuro do presente e do pretérito). Não é preci-
so ensiná-los a conjugar os verbos, esperamos que percebam que essas palavras
modificam-se de acordo com a referência de tempo das frases das quais fazem
parte. Esses exercícios também devem ser corrigidos coletivamente para que você
possa tirar dúvidas e discuti-las com os alunos.
Escreva suas respostas no quadro de giz e então peça que leiam o texto
“IBGE” e, logo a seguir, converse sobre as novas informações que puderam ob-
ter na leitura do texto, comparando-as com as respostas registradas no quadro.
Se for necessário releia o texto em voz alta e coloque no quadro de giz a tabela
que indica como o IBGE realizou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domi-
cílios em 1997.
A seguir, coloque num cartaz ou no quadro de giz a tabela Brasil: pessoas
de 15 anos ou mais de idade, por anos de estudo, segundo grupos de idade. Ini-
cialmente chame a atenção dos alunos para o título da tabela e quais informa-
ções podem obter nela, faça que percebam que a partir do título, redigido de
maneira objetiva, eles podem saber o que está contido na tabela. O passo seguinte
é explicar como a tabela está organizada (linhas e colunas) e como devem lê-la
para obter as respostas para o roteiro de perguntas.
Para ajudá-los a realizar o questionário, especialmente a leitura, escrita e
cálculo de números da ordem dos milhares e milhões, pode-se fazer uso da ta-
bela da numeração ou tabela valor de lugar:
3 0 x 100 = 3000
100 20 9
30 x 20 = 600
30 x 9 = 270
30 3000 600 270
7 x 100 = 700
7 x 20 = 140
7 700 140 63
7 x 9 = 63
4773
1235 59
- 590 10
645 +
- 590 10
55 __
20
C D U D U
2 3 6 7 2 3 6 7
D U
Situação que envolve grandeza contínua Situação que envolve grandeza discreta
Meu filho comeu 3 /4 de uma pizza. João percorreu 3 / 4 de uma estrada que mede
200 km. Quantos km João percorreu?
x 10 x 10 x 10 x 10 x 10 x 10 x 10 x 10
: 10 : 10 : 10 : 10 : 10 : 10 : 10 : 10
Esta atividade também propicia que os alunos aprimorem seu sentido numé-
rico ao perceberem que situações-problema envolvendo os mesmos números e
as mesmas operações podem ter respostas diferentes. O sentido numérico é desen-
volvido quando se tem oportunidade de reconhecer relações entre os números e
de se sentir confiante para utilizá-los e interpretá-los em diferentes situações.
É desejável que os alunos percebam que para os problemas a e c a resposta
é 20, ou seja, um número inteiro, já que nas situações propostas os restos das
divisões não podem ser divididos. Para os problema d e f a resposta é 21, já que
nas situações propostas o resto deve ser considerado e implica aumentar uma
unidade no quociente da divisão. Para os outros problemas as respostas devem
ser representadas por números racionais, uma vez que nestes casos os restos das
divisões podem continuar a ser divididos. As discussões em grupo poderão au-
xiliar os alunos a chegarem à essas conclusões.
Frações e números
com vírgula no dia-a-dia (p. 115)
2 x 11 + 2 x 10 = 42 22 + 20 = 42
x 10
3,7 —
———> 37
x 9 x 9
33,3 <
— ——— 333
: 10
x 100 x 1000
51,34 ————> 5134 7,514 —
———> 7514
x 8 x 8 x 3 x 3
410,72 <
— ——
— 41072 22,542 <———— 22542
: 100 : 1000
11 4
- 8 2, 7 5
unidade ——>
décimo ——>
centésimo ——>
inteiros 3
ou décimos 30
- 28
décimos 2
ou centésimos 20
- 20
0
7 cm
5 cm
O Sistema de Numeração
Decimal e as medidas (p. 130)
Com o objetivo de fazer uma síntese entre o estudo das medidas e o dos
números, pode-se mostrar para os alunos que os sistemas de medida de compri-
mento, massa e capacidade têm relação com o Sistema de Numeração Decimal.
Construindo a tabela da numeração (evidenciando o valor posicional), eles po-
derão perceber que existe uma equivalência entre as ordens da numeração es-
crita e as unidades de medida de cada sistema. Sem evidentemente preocupar-se
com o domínio da terminologia, é importante que os alunos observem essa equi-
valência e percebam que para passar de uma unidade para outra, num determi-
nado sistema de medida, usa-se as mesmas regras da numeração: multiplicar ou
Nesta atividade explora-se o uso prático que se pode fazer das retas perpendi-
culares e do ângulo reto para localizar um lugar, num mapa. Se houver condições
providencie cópias de mapas do guia da cidade para os alunos interpretarem e
localizarem lugares e ruas conhecidas. Eles também poderão escrever mensagens
com as referências necessárias para que seus colegas façam as identificações.
Esta atividade possibilita uma aproximação inicial dos alunos com a noção
de círculo, a observação de alguns de seus elementos como o raio e o diâmetro
e das relações existentes entre eles.
É bastante comum as pessoas considerarem círculo e circunferência como
sinônimos, entretanto, geometricamente são noções distintas: o círculo é uma
superfície e a circunferência uma linha, ou seja, a circunferência é a linha de fron-
teira do círculo. Neste momento não estamos propondo que se faça essa distin-
ção para os alunos, basta que eles associem o círculo com uma superfície. Tam-
bém é interessante ensiná-los a utilizarem o compasso para desenharem círculos.
A atividade 1 trata de uma situação-problema para a qual os alunos pode-
rão sugerir diferentes procedimentos. O poceiro, geralmente, marca o terreno
usando um pino amarrado a um cordão que tem exatamente o raio que o cír-
culo que irá traçar deve ter e na outra extremidade há outro pino. Primeiro en-
Caso algum aluno aponte esse procedimento, discuta com eles que o cor-
dão usado nesse instrumento é o tamanho do raio do círculo, dobrando seu ta-
manho obtém-se seu diâmetro. Uma outra atividade para lidar com as noções
de diâmetro e raio é a seguinte: peça aos alunos que tracem um círculo num
pedaço de papel, usando para isso um pires, a boca de um copo ou xícara. A
seguir, solicite que recortem-no e dobrem-no ao meio e dobrem-no novamente
como nas figuras abaixo:
raio
diâmetro
raio
9 7 8 85 8 6 3 8 20 5 5