Como Construir Um Telescópio - Joaquim Garcia
Como Construir Um Telescópio - Joaquim Garcia
Como Construir Um Telescópio - Joaquim Garcia
GARCIA
EDITORIAL
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PRESENCA
FICHA TE:CNICA Titulo Original: COMO CONSTRUIR Autor: Joaquim Garcia Copyright ©, 1979, Lisboa, Joaquim lmpressao e Acabamento: Tipografia I." cdicao, Lisboa. 19XO. 2." cdicao , Lisbon. 19X6 Reservados EDITORIAL Rua Augusto todos
Presenca.
Lda.
A mem6ria
a autor agradece a JOSE DA CRUZ MADALENa a colaboracso prestada na revisao do texto, a RUI FREITAS MORNA pelo auxilio prestado na eleboraceo do capitulo dedicado a Associacces de Astr6nomos Amadores e possibilidades de trabalho util.
INTRODUC;AO
gosto pela Astronomia surge pouco a pouco, entre semethence do que tem acontecido por todo 0 mundo. Para a/em de uma curiosidade pelo Cosmos, retlexo da epoce em que vivemos, muitas pessoas experimentam um anseio mais proiundo, que as leva niio so ao campo da leitura especializada, como ate decisiio de procurer meios de ob-
nos,
serveciio.
Uma iniclecso estronomice pode comecer simples vista desarmada ou com uns biruiculos, e muito pode ser conseguido; ldentitlceciio de estre/as e constelscoes, movimento de planetas, locetizeciio e contagem de «estre/as cedentes», etc. Mas, se a curiosidade nao for passageira, nao terders que a obtencso de um telescopio se tome verdadeira obsessiio. Contudo, 0 preco de um instrumento de potencie media, que permita efectuar observeciies com interesse, nao est« ao slcance da grande maioria. Ter-se-a de encontrar outra soluciia! Sera possivel construir um telescopio? Torna-se necesserio, antes de meis, um livro guia. Uma visits pelas livrarias mostrere a diticuldede. Em lingua portuguesa nao existe qualquer manual editado sobre o assunto. Mesmo ume edit;ao estrangeira nao se encontrere
tecitmente.
9
Pretendemos, com 0 aparecimento deste trebelho, divulgar os ensinsmentos necesserios para que qua/quer pessoe, niio inlciede em optics pretice, mas com um pouco de habilidade, seja eapaz de construir um telescoplo, que posse trezer setlsieciio aos seus enseios, com um minima de despess, para stem do prazer de uma realiza<;ao pessoal. Existe a ideia errada de que e impossivel 0 fabrico de pecos de optics de precisiio, por meios rudimentares. Construir um telescopic nao podemos dizer que seja tarefa iecit. Afirmamos, no entente. que mais de uma centena de pessoas 0 tem conseguido com indicecoes nosses, e isto parece-nos de facto uma garantia equi!o que nos propomos ensiner etreves da leitura atenta deste manual. Do acolhimento dispensedo, se podere pensar num trabalho em contlnueciio, eom maior desenvolvimento, abordando, ate, outros tipos de telescopios. Oxala 0 livro posse, por pouco que se]e, contribuir para o desenvolvimento do Amadorismo Astronomico em Portugal. Essa seria a nossa maior settstecso. Joaquim Garcia
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ALGUNS
CONSELHOS
Antes de se iniciar 0 trabalho, convlra saber se se dlspoe ou nao de urn minimo de condlcoes lndlspensave!s, que sao: 1 - Local de trabalho 2 - Alguma ferramenta 3 - Disposlcao firme para cerca de 100 horas de trabalho meticuloso 4 - Pressuposlcao de que 0 leitor tern conhecimentos de optlca a nivel liceal. 1 - Para local de trabalho necessita-se de uma dependencla fechada, resguardada de vento, po, etc. Assim, urn simples telheiro ou alpendre nao pode servir, mas nao se va pensar que sera necessarlo urn laboratorlo, com alto grau de condlcoes. para se conseguir 0 que se pretende. Muitos astronornos amadores tern construido os seus telescoplos, utilizando como local uma simples cozinha ou marquise. Recomendamos de preferencla uma dlvlsao da casa com chao de mosaico ou cimento, em virtude da necessidade de utilizar agua. Em relacao a ferramenta, pens amos naquela que em casa de pessoas que' gostam de fazer trabalhos manuais, pequenas reparacoes. etc. 11 2-
e vulgar
3 - De facto. uma centena de horas de trabalho serao necessarlas, mas garantimos que elas serao larqarnente compensadas dadas as possibilidades de observacao que permite um telescopic de potencla media. como 0 que nos propomos ensinar a construir. Apesar da delicadeza do assunto, nao nos' parece que possa desencorajar todos aqueles que se sintam decidldos a aceitar, consigo proprlos, 0 desafio a uma realizacao invulgar. 4 - Nao incluimos nocoes de optica qeometrica. por considerarmos que saem do ambito deste manual. Recomendamos. pois, uma revisao desta materia a nivel liceal.
12
Fundamentalmente, existem dois tipos distintos de telescoplos: Telescoplos de Refrac9ao - refractores ou -Iunetas-: Telescoplos de Heflexao - reflectores ou -telescoplos-. 1 - Os refractores, ou lunetas astronomlcas. sao instrumentos em que 0 seu elemento optico principal. a objectiva, uma lente acrornatlca, constitufda geralmente por dols vidros optlcos, que, dado 0 seu preco e dificuldades de construcao, esta fora do alcance do amador iniciado. , 2 - Os reflectores, ou telescoplos, sao instrumentos em que 0 elemento optlco principal, a objectiva, um espelho. Nestes ultirnos, so ha uma superffcie optlca a talhar, em vez de quatro, mas, para alern disso, quando comparamos dois aparelhos da mesma potencla, isto e. com objectivas do mesmo dlarnetro, sobressai imediatamente a vantagem do reflector, quer sob 0 ponto de vista das dlmensoes (muito mais reduzldas), quer da possibilidade de uma montagem rnecanlca mais simples e, acima de tudo, menos dispendiosa. Esquematicamente, poderemos resumir 0 que atras se disse: Exemplificaremos com um telescoplo de 150 mm de abertura (dlametro da objectiva).
13
REFRACTOR OU LUNETA
[
12345-
:
Ocular
Figura 1
Quatro superficies optlcas 2.25 metros de extensao de tubo Aparelho dificil de transportar Obriga a uma montagem robusta. e portanto mais pesada Dificuldade de obtencao de vidro optlco
REFLECTOR OU TELESCOPIO
/
123414
Esp.tho
Principot {Obj.ctivo)
Esp.tho
S.cundcirio
Figura 2
Uma superflcie optlca 1,30 metros de extensao (cerca de metade) Considera-se portatll Montagem mais ligeira
Relativamente aos refractores nem tudo sao desvantagens. Um refractor permite um alinhamento dos componentes opticos que se mantern Inalteravel desde que se use com um minimo de cuidado. Por outro lado, tratando-se de urn tubo fechado. ha uma maior estabilidade de imagem. Contudo, estes aspectos positivos nao justificam, no nosso entender, uma opcao por este tipo de telescopic. Propomo-nos, pois, neste simples livro de tnlclacao, fornecer as Indicacoes necessarlas para a construcao de um telescopic reflector com um espelho de 150 mm de diametro e 1300 mm de dlstancla focal.
15
II -
Apos a OP<;:30 por um telescopio reflector, resta-nos indicar 0 tipo de telescopio a construir. Existem formas variadas de telescoplos reflectores mas o mais simples e sem duvlda 0 telescopic de Newton. Isaac Newton apresentou a Academia das Ciencias de Londres em 1668 0 primeiro telescopio de espelhos, dar a deslqnacao de «Telescoplo de Newton». Os elementos 6pticos de um telescopic de Newton sao os seguintes: (fig. 3) Espelho principal concave (esferlco ou parab6lico) (1); Espelho secundario (plano) (2); Ocular (modelo Ramsden) (3).
I~
CD
Figura 3
2
17
Como podemos ver no desenho, 0 espelho principal destlna-se a recolher a luz que nos chega dos objectos afastados, e a formar imagens. Para que essas imagens possam ser observadas, Newton inventou 0 seguinte dispositivo: um pequeno espelho plano, inclinado a 45 graus, e colocado na frente do espelho principal. Desta forma, as imagens sao desviadas para 0 exterior do tubo, tornando-se possivel a sua observacao. A ocular permite a visao detalhada dessas mesmas imagens, como seda ideia na figura 3. Ver Capitulo VI (Construc;:ao de oculares). Para alern dos elementos optlcos, 0 telescopic tera de ter um «TUBO" que 0 elemento mecanlco de proteccao e fixacao desses mesmos elementos, e um dispositivo de suporte e pontaria do «TUBO" a que chamamos MONTAGEM. Trataremos de cada um destes elementos 'do conjunto com 0 pormenor necessarlo, de forma a resolver as dificuldades que possam surgir durante a construcao do telescop!o.
Figura 4
18
III -
CONSTRUCAO
DA BANCADA
DE TRABALHO
A bancada, cuja construcao propomos, feita de tubos e uni6es de ferro galvanizado, material que pensamos ser facll de adquirir em qualquer zona do Pars. Ela tem uma dupla finalidade: alern de servir para trabalhar as pecas optlcas, sera depois 0 proprio dispositivo de suporte e pontaria do TUBO do telescoplo. a MONTAGEM CO:ll0 e corrente desiqna-la. Para a sua construcao sao necessaries os seguintes matertals: (fig. 5) 1 Flange de 2" 0 (2 polegadas de dtametro) (1) 1 Cotovelo de 90° de 2" 0 (2) 1 Tubo de 2" 0 e 90 cm de comprimento (3) 6 Parafusos de ferro ou latao de '/4" 3 Pecas de madeira, de preferencla contraplacado au aglomerado de boa qualidade (4) Disco de madeira corn 25 em 0 e 2 cm de espessura. (5) A peca em cotovelo nao tem interesse de momento. Ela servlra mais tarde para a MONTAGEM do telescoplo.
19
CD
Figura 5
esquema da figura 6 mostra a maneira de aparafusar as pecas de madeira. Convern desenhar uma circunfer€mcia em escala 1: 1, e dividi-Ia em tres partes. Sobre 0 desenho, ensalar a colocacao das pecas marcando cuidadosamente a poslcao dos parafusos no tubo. Podem-se abrir roscas no tubo, ou entao introduzir os parafusos de dentro para fora e apertar com porcas de orelhas.
Figura 7
Figura 6
20
Ter-se-a em seguida de aparafusar a flange ao tampo da bancada como se mostra na figura 7. Os tres calces em forma de T, figura 8, sao destinados a s'3gurar as pecas 6pticas na bancada. Devem ser construidos em aluminio ou latao.
Figura 8
Adquirir, tarnbern, plastlco grosso para forrar 0 tampo da bancada. forro deve ser bem esticado em toda a volta, e as pontas seguras com tachas pela parte inferior. Falta somente aparafusar os calces a bancada. Recomendamos parafusos de latao, para nao enferrujarem (fig. 9).
Figura 9
21
A figura 10 mostra a bancada conclulda. Se, durante a fase de trabalho dos vidros que vamos descrever no capitulo seguinte, sentir necessidade de a lastrar para evitar oscllacoes, pode faze-to empregando sacos de plastico contendo areia ou cascalho. Deve amarrar os sacos 0 mais baixo possfvel, junto aos pes. Na figura 11, em vez de areia utilizaram-se discos de chumbo.
Figura
11
22
IV -
REALIZACAO
DO ESPElHO
PRINCIPAL
1)
MATERIAlS
Disco de vidro Sao necessartos dois discos de vidro. 1 disco eom 15 em de diarnetro e 2,8 a 2,5 em de espessura; 1 disco com. 15 em de diarnetro e 1,7 a 1,5 em de espessura mais espesso vai servir para 0 futuro espelho e 0 mais fino de ferramenta. A sua obtencao pode ser eonseguida por eneomenda num vidraeeiro.
Figura 12
23
Outra maneira de se conseguir a aqulslcao deste material. por um prec;:o mais econ6mico. e procurar vidros de vigias em casas que vendam sucata de navios. Claro €Jue so por simples acaso as vigias terao 0 dlametro requerido. 0 que vai obrigar ao seu corte para as dirnensoes convenientes. Esse trabalho pode ser conseguido com 0 auxilio de uma ferramenta simples que se descrevera na alinea 2. pag. 25. deste capitulo. Nao importa que os vidros estejam riscados ou com falhas nos bordos. desde que as falhas nao atinjam a zona que vamos aproveitar e os riscos nao sejam muito fundos. Abrasivos Para 0 trabalho de desbaste e esmerilagem do vidro, encontrarn-se no mercado varlos produtos: Carborundum - carboneto de slllcio SiC - obtido industrialmente em forno electrico. E um po cinzento - escuro ou esverdeado conforme a qualidade. Os graos sao calibrados por meio de peneiras. cujo nurnero de malhas por polegada quadrada define comercialmente a sua qranulacao. Assim. para desbaste aconselhamos comec;:ar com Carborundum 90 ou 100. pols carborundum mais qrcsso. isto de numeracao inferior. provoca irregularidades no vldro, que depois VaG necessitar de imenso trabalho para serem corrigidas. Descreveremos. a seu tempo. a maneira de efectuar as operacoes de des baste e esmerllagem. Por agora. interessa comprar as seguintes quantidades de Carborundum:
e.
Alern do Carborundum e ainda possivel encontrar Esrneril no mercado, mas com menos interesse, visto que tem um grau de dureza menor. Nao havendo as qranulacoes indicadas, poder-se-ao comprar interrnedlas, mas nao adquirir Carborundum mais baixo que 80, para iniciar 0 trabalho. Ha dificuldades em comprar pequenas porcoes das qranulacoes mais finas, porquanto normal mente as firmas insistem em vender latas de meio quilo. Carborundum n.DS 600 e 800 pode ser substituido por
um outro produto chamado Aloxite. As qranulacoes a empregar sao as seguintes: Em substltulcao do Carborundum n." 600 - Aloxite 125 au Em substituicao do Carborundum n." 800 - Aloxite 75 au Atencao a nurneracao das Aloxites, pols a 125 e a maior calibre e a 50 a mais fina. Poder-se-ao encontrar estes produtos nos seguintes cais e firmas: HARKER AND SUMNER LTD. Lisboa - Largo do Corpo Santo, 8 a 14 Porto - Rua de Ceuta, 38 a 48 CASA CAPUCHO Lisboa - Largo do Corpo Santo, 14, B, C. DeE Portimao - Quinta do Amparo, Lote 54
95 50 de
10-
2)
A ferramenta que vamos descrever destina-se a cortar discos de vidro. Ha, portanto, como os desenhos da figura 13 mostram, que construir quatro pecas essenciais: Um disco de madeira com 0 diametro do espelho (15 em), e cerea de 1,5 em de espessura. (1) Um aro metallco que sera pregado a peca anterior. (2)
25
Uma peca de madeira, que serve para guiar a fresa na parte inicial do trabalho (3). Uma travessa para apoio das maos, de forma a poder movimentar-se a fresa. (4)
® -------------~
Figura 13
Algumas recornendacoes importantes: o disco de madeira, quando possivel, deve ser torneado, pois e necessarlo que esteja bem circular. Nao dispondo de torno, proceder do seguinte modo: Determinar 0 centro do disco, furando-o em seguida. Pregar 0 disco a uma bancada, como se indica na figura 14, e construir tarnbern uma pequena pega. A um bloco de madeira colar uma tira de lixa grossa e deixar secar. Rodar rapidamente 0 disco utilizando a pega. Apoiar 0 bloco de lixa contra o bordo do disco. Desta forma se regularizam os defeitos. aro metallco pode ser construido a partir de chapa de ferro ou de latao, e as suas dirnensoes serao as seguintes:
Figura 14
26
aro tera de ser perfeitamente cortado e pregado no bordo do disco sem deixar folgas. Chamamos a atencao para a maneira de efectuar a pestana de remate (ver figura 15). Tratando-se de latao poder-se-a fazer uma soldadura a topo. Com uma tesoura apropriada cortar pequenos trlanqulos. por forma a criar urn dentado em volta para se eonseguir urn corte mais rapido. A peca guia deve ser exeeutada de molde a permitir que a fresa rode sem atrito excesslvo. mas nao podera Hear folgada de forma a permitir oscltacoes que inutilizariam 0 trabalho. A travessa de apolo devera ter 0 comprimento de 40 em e a seccao 2 x 4 cm. As extremidades podem ter as arestas arredondadas para se agarrar com maior comodidade.
Pestana
de remote
Figura 15
27
MODO
DE PROCEDER
1.° - Segurar 0 vidro a bancada par meio de calces. devidamente aparafusados, e entre 0 vidro e a bancada interpor um cartao (como se mostra na figura 16). 2.° - Verificar se os calces da peca quia tern a altura suficiente. para que esta fique levantada cerca de 15 mm do vidro. 3.° - A peca guia sera fixada a bancada com grampos de carpinteiro ou entao com parafusos e porcas. 4.° - A fresa entrara justa na cavidade da peca guia e. quando baixada, ficara em contacto com 0 vidro. 5.° - Pequenas quantidades de Carborundum n." 80 e aqua serao colocados junto dos dentes da fresa, a qual estara pronta para iniciar 0 corte. 6.° - 0 movimento efectuar e alternado, rodando a fresa ora para a direita ora para a esquerda. e num percurso em que os braces do operador 0 possam fazer sem grande esforco nem movimentos bruscos. 7.° - Para alern do movimento descrito, devera 0 operador rodar em torno da bancada. A conjuqacao dos dois rnovimentos leva a um trabalho mais perfeito.
RECOMENDACCES Ap6s 0 lnicio do trabalho, a fresa retirada da peca guia a fim de evitar nela se deposite. Para se poder apreciar 0 trabalho, 5 mm acima do vidro. Um pau de f6sforo ou urn palito, verificar a profundidade do corte. Ouando ja nao necessitamos da peca guia. nao deve ser nunca que 0 carborundum levante a fresa uns podem servir para este atingir 2 a 3 mm
28
Figura
16
29
todo
sistema,
0
lavando vidro
corte ja efectuado.
Fixar de novo
a fresa
fresa nao salte. Por cada hora de trabalho junto para uma limpeza completa. Para retirar verticalmente, a fresa, rodar primeiro que
0
desrnontar e so depois
con-
puxar cor-
para evitar
Com a utlllzacao
de Carborundum
corte se Iaca
por igual
uma zona mais funda que outra, devers em torno da bancada, e perfeitamente
de Circular
tara
regu-
um pouco mais de pressao forma se cheqara lar e com um corte de 1 a 2 kg. Ap6s as arestas terminar conforme
S6 desta
Para um tra-
ha que esmerilar
18, efectuando
se pode ver
na figura
urn bisel de 2 a 3 mm, incllnado Convern para esta operacao borundum entre os de seccao pelo menos 15 em. Esta devera constantemente
3 x 2 em, e com
comprimento
de
Mergulhar
vidro estale.
30
Figura
1"8
3)
DES BASTE -
1.· fase
Alguns conselhos parecem-nos de grande interesse para a execucao do trabalho que a seguir propomos tratar: o desbaste do espelho principal. Se a bancada serviu para cortar os discos de vidro. deve ser limpa cuidadosamente de vestfgios de lama de vidro e carborundum (convern lembrar que um s6 grao de carborundum grosse pode inutilizar 0 trabalho de muitas horas). Deve tambern substituir 0 forro de plastico do tampo da bancada. . Ap6s as operacoes de limpeza acirna descrita. colocar nos calces a ferramenta (0 disco mais fino). e sobre esta
o -espelho-.
A prirneira fase de des baste tern por fim obter. de uma grosseira. a concavidade do futuro espelho. Dois aspectos sao importantes para um desbaste rapldo e correcto. 1.° - A colocacao em poslcao adequada dos discos urn sobre 0 outro. 2.° - Os movimentos a efectuar. forma
31
,0
Coloca4Yao dos discos 19 indica. 0 «espelho» colocado sobre tem 0 seu centro a cerca de 1 cm do
FERRAMENTA
Figura 19
2.° -
Movimentos
Ha
junto: IIII I-
11- Movimento
Movimento de vaivem Efectuar cerca de uma dezena de movimentos. avancando e recuando 0 -espelho-. mas mantendo sempre 0 seu centro na proximidade do bordo da -ferrarnenta-. A amplitude maxima do movimento esta indicada na figura 20.
32
Figura 20
Movimento de rota(:8o do espelho Antes de se iniciar uma nova serie de movimentos de ~aivem, 0 «espelho» e rod ado de 30 graus (aproximadamente) ~m relacao as rnaos do operador. Ver fig. 21.
n-
I
\
1/
\ \
: ,{i/
/. i
" /I;/;/
I
" /1
Figura 21
33
Movimento it volta da bancada Ap6s efectuar os movimentos I e II. 0 operador dara um passu lateral em tome da bancada e iniciara outra serie de movimentos de vaivern (figura 22).
III -
Ferramenta
Figura 22
A execucao regular destes movimentos provocara um desqacte acentuado da zona central do -espelho» e da zona periferica da « ferramenta». Por este processo tao simples transformam-se duas superficies planas em duas superficies curvas. Uma concava - 0 ESPELHO. e outra convexa - A FERRAMENTA (figura 23).
mais acentuado
Figura 23
34
o operador nao iniciado devera ensaiar os movimentos descritos, utilizando s6 os discos. sem carborundum nem agua. a fim de adquirir pratlca. Ap6s os movimentos ensalados. passa-se a execucao da tarefa.
1.° Deitar sobre 0 disco ferramenta de Carborundum n.O 90. uma col her de cha 2.° Juntar aqua em quanti dade suficiente para molhar todo 0 Carborundum, de modo a formar uma pasta que com o auxlllo dos dedos, ou de uma espatula de madeira. facilmente se espalhe por todo 0 vidro. 3.° Colocar 5.° Iniciar
0
-espelhc-
•.
4.° Posicionar
os dois discos
indicado.
os movimentos
Indicamos ainda que, durante esta fase inicial, 0 operador deve exercer, com as maos, urn certo esforc;:o sobre o -espelho-. para uma maior rapidez de execucao. Importante - A operacao de des baste deve ser interrompida logo que deixe de se ouvir 0 rocar do Carborundum. A ausencla de ruido indica que este ja se encontra muito fragmentado e misturado com p6 de vidro. Insistir em continuar a trabalhar nestas condlcoes pura perda de tempo. Ha que retirar 0 «espelho- de cima da -ferrarnenta-. lavar os dois discos. voltar a montar a ferramenta na bancada, colocar nova dose de Carborundum e aqua e recornecar a operacao. Pode-se interromper em qualquer momento, mas os vidros devem ser deixados limpos e secos. Com as recomendac;:6es referidas normal que 0 trabalho de desgaste leve cerca de duas a tres horas a ser executado.
35
4)
FOCAL
Como determinar 0 momento em que a fase de desbaste se encontra concluida? A 1.· fase do desbaste estara concluida quando se obtiver a concavidade desejada do espelho, cerca de 1 mm de flecha, correspondente dlstancta focal de 1300 mm. Indicamos a seguir tres processos para a deterrnlnacao da focal: Uti Iizando 0 Sol Uti Ijzando um esquadro e uma broea Utilizando um esfer6metro.
Utilizando
Sol
Imaginemos que 0 espelho tem ja uma hora de trabalho, com Carborundum n.O 90, e que se pretende medir a focal. Vamos, entao, proceder do seguinte modo: 1.° - Procurar Sol directamente. urn local onde 0 espelho possa apanhar
2.° - Para que 0 espelho se torne uma superficie reflectora, nesta fase, necessarlo lancar agua sobre ele, a qual se detxara em seguida escorrer sem limpar.
3_0 -
de menores
a imagem ainda,
ou, melhor
5.° - A dlstancta entre 0 espelho e 0 alvo a dlstancla focal do espelho. Por este processo obtemos a focal do espelho com uma precisao de mais ou menos 5 cm, 0 que basta de momento.
36
Figura 24
NOTA um espelho.
..Dlstancla
focal"
ou simplesmente
..Focal" de
Deste modo, flnalizar-se-a a 1." fase de desbaste, quando se obtiver urn valor compreendido entre 1,25 e 1,35 metros. Quando se passar a Carborundum mais fino, a imagem do Sol sera mais nitida, e entao a determlnacao da distancia focal se fara com maior rigor. Utilizando um esquadro e uma broea Observando a figura 25 facilmente se compreende 0 modo de proceder: 1 - Utilizar uma broca com 1 mm de diametro. 2 - Colocar a broca de modo a situar-se segundo um diametro e eom a extremidade nao afiada virada para 0 centro do espelho. 3 - Pousar em seguida 0 esquadro e verifiear se este nao osclla, e se se apoia simultaneamente nos bordos do espelho. Quando assim aconteee, atingiu-se aproximadamente a concavidade requerida.
37
Figura 25
4 - Este processo nao eonduz a uma focal rigorosa. Contudo. um bom auxillo para se poder trabalhar num dia sem Sol.
Utilizando urn esferometro A utillzacao de um esfer6metro (figura 26) so se justifiea para uma oficina de optica, dado 0 seu preco.
Figura 26
38
Modo de proceder:
do esferometro
Oeterminar a circunferencia em que as tres pes assentam. 2 - Calibrar 0 esferornetro sobre uma superffcie plana. (De preferencia colocar 0 ponteiro a zero). 3 - Apoiando 0 esferornetro sobre 0 espelho. verificar a dtferenca de leituras (concavidade do espelho). calcular em seguida a dlstancla da focal correspondente. por intermedlo
1-
da formula fhc-
= ---
h2
4c
+ --
c
em que 4
do esferornetro
5)
2.· fase
A segunda fase de des baste consiste em aperfeicoar as superficies em contacto, de forma a aproxirna-las de calotes esfericas. Pela maneira como se trabalhou, obteve-se uma concavidade na zona central do «espelho» permanecendo a zona periferica quase intacta. Oesta forma nao diminuiu a espessura do disco. 0 que e importante. Com 0 disco ferramenta. passou-se 0 contrario: adelgacou-se nos bordos. ao passo que a zona central se manteve quase intacta. Quando colocadas um sabre 0 outro apresentam a aspecto da Figura 27.
.__ Espelho
Figura
27
39
Passamos agora a descrever as alteracoes a introduzir ~ execuc~o nesta 2.' fase do desbaste. Dois aspectos sao tarnbern importantes: 1.° - A colocacao em posicao adequada dos discos. 2.° - A amplitude da oscilacao.
1~
Colocacao
dos discos
as movimentos a efectuar continuam a ser os mesmos: (vaivern. rotacao do espelho, movimento a volta da bancada). Mas. atencao, agora as discos passam a estar centrados. como se mostra na figura 28.
Figura 28
2-
Amplitude da oscilac;ao
A amplitude da oscllacao. isto e, de quanto 0 espelho deve avancar e recuar no movimento de valvem. tera cere a de 3 em, como se da ideia na figura 29.
Figura 29
40
Continuar a util izar Carborundum 90. No infciO" desta fase de trabalho, pela falta de contacto das duas superficies, forrna-se, na zona central das mesmas, uma bolha de ar que, por vezes, dificulta 0 movimento, prendendo os discos entre si. Quando assim acontec.e, para-se, lavam-se os discos. renova-se a dose de Carborundum e aqua, recornecando de novo. Desta maneira. levar-se-ao pouco a pouco as superficies a contacto. Ha que continuar a vigiar a distancia focal, que tera de infcio tendencia para aumentar, mas vol tara depois a diminuir. Estara terminada a 2.' fase de desbaste quando os dois vidros se mostrarem em contacto e a dlstancia focal estiver compreendida entre 1,33 e 1,27 metros. Se a focal se mostrar superior. ha que continuar com movimentos mais amplos (passando de 3 a 5 cm. movimento valvernl. Se, pelo contra rio. 0 seu valor for inferior a 1.27 m. entao ter-se-a de proceder do seguinte modo: Inverter a posicao dos discos. isto e. colocar 0 espelho no suporte e a -ferrarnentapor cima. 0 operador ira trabalhar com 0 disco -ferrarnenta- tal qual fazia com 0 espelho. Desta forma aumentara de novo a dlstancla focal. 6) ESMERILAGEM
Entende-se por esmerilagem 0 aperfelcoarnento gradual da superffcie optica ate que se encontre capaz de receber polimento. Antes de se iniciar esta nova fase ha que proceder a uma limpeza completa da bancada acessortos. cuidado que se estende aos locais de lavagem dos discos. torneiras em que se mexeu com as rnaos contaminadas de carborundum, etc.
41
as panos de limpeza. que um 56 grao de carborundum qrosso, a partir de agora. constitui uma -ameaca .. a continuacao do trabalho. A fase de esmertlaqem comeca com a utlllzacao do carborundum n.O 120. Ter-se-a nesta fase de acrescentar um 4.° movimento ao espelho para alern dos tres outros ja indicados.
V-
Deslocamento
transversal
OU
«balance»
Consiste no seguinte: ao efectuar-se 0 movimento de valvem, em vez de se fazer passar 0 centro do espelho constantemente sobre 0 centro da ferramenta, passar a deslocar o espelho de forma a afastar-se um pouco para a direita e depots um pouco para a esquerda da ferrarnenta. cerea de 2 em para um e outro lado. Pode dizer-se que 0 movimento de vaivern que se fazia ate aqui segundo uma linha recta passou a fazer-se segundo uma linha quebrada~, coriforrne se mostra na fig. 30.
t,
//---~:':':----""
-,
"\\\
,,
Figura 30
42
A medlda que se trabalha com 0 carborundum n." 120, as duas superficies van ficando com uma esfericidade mais perfeita e as bolhas de ar que surgem, quando se renova o carborundum e a aqua, tendem a desaparecer e a formar pequenos flos. Se assim nao acontece e, pelo contrarlo, uma bolha de ar, com alguns centimetros de dlametro, teimar em manter-se na zona central, ha que continuar a trabalhar ate que desapareca, Convern verificar a dlstancia focal por cada meia hora de trabalho, e proceder a sua correccao se for necessarto. pela forma ja indicada [paq, 41). Apos cerca de duas horas de utilizacao do carborundum n." 120. aproveitar uma paragem para lavar e enxugar o espelho. Em seguida. com 0 auxilio de uma lupa forte. observar como se en contra a superficie. Se esta uniforme. ou se. pelo contrarto, apresenta aqui e ali pequenas covas. na nossa giria -picos». Esses picos terao de desaparecer completamente para poder passar-se ao carborundum seguinte, n." 220. Quando nao houver picos, se a focal estiver proxima de 130 rnrn, e os dois vidros escorregarem sem sacoes um . sobre 0 outro, enquanto se trabalha (prova de boa esferlcidade). se assim acontecer, pode-se avancar. Umanova limpeza de todo 0 material. com especial atencao aos calces da bancada, deve ser feita. As proprias unhasdo operador deverao ser escovadas. Utilizando a partir de agora carborundum n." 220, efectuar novas series de movimentos lquals aos anteriores. mas de menor amplitude (tanto os movimentos longitudinais-valvem, como os transversa is - balance. nao devem ultrapassar 2 em). Continuar a rnedlr a dlstancla focal que ja nao deve sofrer grande alteracao.
43
Observar cuidadosamente 0 que se passa com a superffcie do espelho; ela devers regularizar-se por igual. sem mostrar quaisquer ptcos, ainda que pequenos. Atencao aos bordos. quer do espelho quer da ferramenta. E necessaria que' 0 biselado inicial seja de vez em quando renovado. Nunca os discos devem apresentar arestas vivas que facilmente (devido ao trabalho) se fracturam, e podem dar lugar a riscos. Caso surjam riscos, proceder da maneira seguinte: Examinar com uma lupa se se trata de um risco muito profundo ou nao, No caso de um risco profundo, ter-se-a de voltar ao carborundum n." 120. e trabalhar 0 tempo necessario para que desapareca. Nao deixar de vigiar a focal. Se os riscos nao sao muito profundos utilizar carborundum n.O220. Redobrar de cuidados com a limpeza. Nao ter no local de trabalho senao 0 carborundum em utilizacao. Uma vez que os riscos se deixem de observar a lupa, passar de novo pelas fases ja percorridas. Esperamos que estes percalcos nao surjam e 0 trabalho decorra sem dificuldades. Entao, ap6s uma hora e meia de carborundum n." 220, e altura de passar ao carborundum seguinte, n." 320 ou 400 (conforme 0 que houver no mercado). Outra hora e meia de carborundum 400. Nova verificacao da focal. Passagem ao carborundum n.~ 600, 0 mesmo tempo de trabalho e finalmente ao n." 800. para 0 qual basta meia hora de execuc;:80. Sempre que seja necessarlo interromper. devem lavar-se os dois discos e colocar entre eles uma folha de papel.
44
Nos ulttmos numeros de carborundum bastam alguns minutos de paragem, a meio do trabalho, para que os discos se colem de tal forma que dificilmente se separarao. Se os discos se colarem, proceder da seguinte forma: Utilizar um recipiente onde os discos caibam a vontade. No fundo do mesmo colocar uma bolacha de madeira, cortlca ou borracha para que os discos nao venham a estalar. Cobrir tudo com aqua e levar a lume brando. Ouando a agua atingir cerca de 50 graus centiqrados. (e uma temperatura que as maos ainda suportam) retirar os discos, e procurar separa-los o que normal mente acontece. Nunca empregar processos fisicos violentos, 0 que, na maior parte das vezes, leva a destruicao do material.
7)
CONSTRUCAO DE UM POLIDOR
Ao nfvel elementar deste livro, interessa saber que nao e possivel polir vidro pelo simples processo de esfregar um vidro sobre outro. Torna-se necessario construir um polidor. Um polidor e constituido por um disco de pez e cera, moldado em contacto com 0 espelho. Para a sua construcao, passamos a descrever os materiais a adquirir: % kg de pez laura (em pedra, nao em po): 100 gr de cera virgem; uma folha de papel vegetal e fita gomada; V2 litro de terebintina (aquarras): 4 latas de litro, vazias. Cornecar por limpar as latas cuidadosarnente. Numa delas colocar cerca de 300 gramas de pez e juntar 4 col heres de sopa de terebintina.
45
Em lume bran do deixar derreter lentamente a rnlstura. Com uma vareta de madeira. mexer para homogeneizar. Quando 0 pez estiver liquldo vazar, sem agitar. % do conteudo para outra lata. Nao aproveitar 0 restante, que pede conter impurezas. A cera virgem deve tambern ser derretida e vazada para outra lata, aproveitando-se somente %. As latas devem ser tapadas (com umafolha de papel), para evitar que caiam poeiras dentro. Construir em seguida uma especie de tina. Utillzar. para fundo da tina. 0 disco ferramenta com a face trabalhada virada para cima. Cortar uma tira de papel vegetal com 90 em de comprimento e 7 cm de largura. Enrolar em volta do disco (como mostra a Figura 31) a tira de papel.
DISCO
FERRAMENIA
llaA
DE PAPEL VEGETAL
Figura 31
Apertar bem, e fixar a extremidade com fita gomada. Colocar, debaixo da ferramenta. algumas folhas de papel para que 0 vidro nao fique em contacto com a bancada. Esta deve encontrar-se nivelada. Aquecer nova mente a lata do pez e, quando este estiver derretido, vazar uma pequena porcao para um saco de papel
46
vegetal. como se mostra na figura 32. (Atencao a temperatura da lata. Nao peqar directamente com as maos). Em seguida deixar arrefecer um pouco ate formar uma crosta. Para um arrefecimento mais rapido colocar a amostra dentro de aqua.
2 a 3 cm3
de pez
Figura 32
Figura 33
Entretanto, a lata foi retirada do lume. A amostra serve para se verificar a conslstencla do pez. Apos 114de hora, retirar a amostra da aqua, separa-la do papel vegetal, e proceder em seguida como se mostra na figura 33. A uma forte pressao do polegar, a unha deve penetrar francamente em alguns segundos. Normalmente acontece que a quanti dade de terebintina que se junta de infcio e pouca, e 0 pez mostra-se quebradlco multo rijo. Se assim acontecer, voltar a colocar a lata ao lume. juntar urn pouco mais de tereblntlna, e mexer bem. Proceder a nova amostra. Desta forma, por tentativas, consegue-se 0 grau de conslstencia que interesse. Se, por falta de experlencia. se
47
exagera na quantidade de terebintina e 0 pez fica muito mole, entao sera necessarlo juntar ao conteudo da lata mais algumas pedras de pez para que possa ganhar consistencia. Consequida a amostra nas condicoes desejadas, passar a operacao seguinte. Cornecar por vazar uma pequena quantidade de pez na zona central do vidro e s6 depots em todo 0 bordo. Esperar cerca de dots minutos e so entao encher a tina ate a altura de 1,5 cm aproximadamente. Cobrir com a folha de papel e deixar arrefecer durante 1 hora. Sobre 0 pez ha agora que depositar uma fina cam ada de cera. Aquecer a lata da cera, ate esta ficar completamente liquida. Vazar uma porcao que seja suficiente para cobrir completamente 0 pez. A camada deve ser tao fina quanto
possivel.
Proteger com uma folha de papel e aguardar 4 a 5 horas para que arrefeca completamente, sendo preferivel deixar repousar de um dia para 0 outro, e so entao retirar a banda de papel vegetal. Para se efectuar, em seguida, a prlrneira operacao de prensagem, cornecar por montar 0 polidor na bancada, a qual previamente foi limpa. Sobre 0 polidor colocar uma folha fina de plastico (igualmente limpa) e sobre esta 0 espelho. Adicionar uma sobrecarga de 2 a 3 kg, conforme se mostra na figura 34.
Figura 34
48
A superHcie do polidor acabara por deformar-se moldando-se ao espelho. Se a deforrnacao for muito lenta aumentar a sobrecarga. Ap6s a prensagem, retirar a folha de plastlco. Com urna lamina de barbear aparar a borda do polidor de todo o pez excedente. Figura 35.
Figura 35
Para se saber se 0 polidor ja se encontra perfeitamente adaptado a curvatura do espelho, proceder como se indica. Sobre 0 polidor deitar meia duzla de gotas de aqua, colocando 0 espelho por cima. Se a adaptacao das duas curvaturas perfeita nao flcarn bolhas de ar, ou, se algumas flcam, sao pequenas. Grandes bolhas de ar significam mau contacto das duas superficies, e portanto ha que voltar a prensar durante mais tempo, intercalando entre 0 polldor e 0 espelho uma folha fina de plastlco, como ja se indicou. Sempre que seja necessarlo, aparar a borda do polidor.
49
Importante - Agarrar sempre 0 polidor pelo lado do vidro. Nao colocar os dedos em cima do pez para nao defer. mar a superficie. Uma vez conseguida uma prensagem perfeita, proceder a uma nova operacao. Torna-se necessaria abrir uma serle de canais sobre o polidor, para mais facilmente circular 0 liquido de polimento. Figura 36. Primelro determinar 0 centro do polidor, 0 que se pode fazer com 0 auxilio de uma requa graduada,medindo dois diametros perpendiculares.
/-I
+
r-,
t-,
-.
~
.J..
10m",
1(
J -,
.........
3mm
/
/'
Figura 36 Figura 37
Com uma agulha de coser marque-ss entao 0 centro, tracando ao de leve urna pequena cruz na cera. Figura 37. Ha agora que marcar uma serie de linhas perpendiculares mas atencao a execucao. As duas primeiras linhas a tracar sao as que pass am proximo do centro. Como se pode ver as linhas nao estao centradas de proposlto. Uma vez todas as linhas marcadas esta-se em condlcoes de abrir os canais no polidor. Indicaremos a seguir 2 processos para 0 fazer.
50
1.° processo Utilizar um ferro de sol dar electrico de 100 a 150 watts, ao qual e necessarlo adaptar uma peca de alumfnio ou latao. conforme lndlcacao da figura 38. Ap6s a peca fixada por rneio de um parafuso e porca, prender 0 ferro num torno de bancada com a Incltnacao que se mostra. Figura 39.
Figura 38
Figura 39
Golocar uma lata por baixo do ferro para receber os pingosde pez. Mantendo 0 polidor vertical e ao mesmo tempo perpendicular peca de alurnfnio. proceder como se mostra na fig. 39. Gomec;:ar a abrir os canais de baixo para cima. Nao exercer grande pressao para que 0 pez nao estale, principalmente no tim do sulco. Avancar a medida que 0 pez se derrete, e guiar com cuidado para nao sair fora dos traces. . A peca de alumfnio nao deve penetrar mais de 5 a 7 mm.
51
2.° processo
Utifizar uma vareta redonda em ferre ou latao de 3 mm de espessura, e cerca de 40 cm de comprimento. Numa das extremidades fixar urn cabo de madeira. Para abrir os canais, aquecer a vareta numa chama durante alguns minutos. Em seguida assentar a vareta score UPl canal a abrir. Retirar puxando ao longo do sulco. limpar a vareta com um pano embebido em tereblntlna. Figura 40. Voltar a aquecer, repetir a operacao abrindo outros sulcos, ate a operacao se encontrar concluida. Para que se possa utilizar 0 polidor falta ainda urna ultima prensagem a quente. Com os cuidados que ja referi-
52
espelha
ate cerca
de 60 qraus
centfgrados. Prensar em seguida, intercalando. entre 0 espelho e 0 polidor, um bocado de tule. Este tecido e feitode uma rede. muito fina. Uma vez prensado, ele vai fazer uma estrutura reticular, que facilltara a circula<;ao do Ifquido de polimento. Sempre que necessarlo. aparar 0 material excedente do bordo do polidor. Pela figura 41 tem-se uma ideia do polidor terminado.
Figura 41
8)
POll MENTO
A operacao de polimento tem por fim consaquir que a superffcie do espelho deixe de apresentar irregularidades tornando-se assim perfeitamente hornoqenea. 53
Uma lamina de vidro esmerilada com carborundum n." 800, vista atraves de um rnlcroscop!o (com arnpliacao de 200 vezes), e ainda uma sucessao de pequenas covas, estrias e fracturas. Apos 0 polimento todas estas imperfeic;:6es des aparecem. Produtos para polimento Existem varias substancias que se utilizam para pollmento do vidro, tais como oxide de ferro, oxide de cerlo, etc. mais facil de obter e 0 oxide de ferro vermelho ou preto, em po. Encontra-se a venda nas drogarias com 0 nome de «rouge para pollr-. Basta compra,\100 gramas. Como 0 oxido de ferro que geralmente se encontra no rnercado contern impurezas que acabariam por riscar 0 espelho, ha necessidade de proceder a sua limpeza. Deitar uma colher de cha de «rouge» num copo e encher com aqua, agitar com uma col her durante um minuto, deixar repousar durante 5 minutos. Com um conta-qotas ou uma pipeta ir retirando a pouco e pouco 0 liquldo da parte superior do copo, vazando-o noutro copo. Parar quando se tiver transferido 1/3 do liquidc. resto do conteudo do primeiro copo, deita-se fora. l.ava-se em seguida 0 copo. e repete-se a operacao anterior. Desta forma obtern-se «rouge» impecavelmente limpo, como se pretende, para 0 trabalho. Quando 0 segundo copo estiver cheio deixar assentar o rouge e deitar fora a aqua com cuidado. Continuando a repetir todo 0 processo acabar-se-a por arranjar 2 a 3 ern' (uma colher de sopa) de rouge de boa qualidade. Para se poder utilizer 0 rouge, convern transferi-Io para um frasco pequeno com conta-gotas.
54
A quanti dade de soluto a preparar e de meia col her de cha de rouge e aqua que chegue para encher quase o frasco. Para iniciar a operacao, agitar 0 frasco, deixando cair sobre 0 espelho uma dezena de gotas. Com 0 dedo espalhar o liquido por toda a superficie. polidor foi previamente fixado bancada, a qual se encontra perfeitamente limpa. Colocar entao 0 espelho sobre o polldor, e iniciar a fase de polimento. Os movimentos a efectuar sao os mesmos que se utilizaram na fase de esmerilagem. Contudo, 0 movimento longitudinal (valvernl, comose depreende pela figura 42, e mais curto (0 espelho nao deve exceder 0 bordo da ferramenta mais de 2,5 ern). A execucao desses movimentos deve ser feita a um ritmo mais lento, 40 a 50 vezes por minuto.
Figura
42
55
atrito agora bastante maior do que 0 sentido durante a utiltzacao do carborundum. Contudo, ha que ter 0 cuidado de nao deixar que ele aumente pois isso significa que 0 polidor corneca a secar, e existe 0 risco de destrui-lo. De facto, a utlllzacao de oxide de ferro permite trabaIhar sem interrupcao cerca de 10 minutes. apos os quais ha que juntar mais uma dezena de gotas (agitando bem 0 conta-gotas, antes de util izar) continuando por outros 10 minutos, e assim por diante. Cada sessao de trabalho nao deve exceder 112 hora. Nos intervalos, lavar 0 polidor em aqua corrente, podendo ser esfregado com uma escova de dentes bastante macia, nao esquecendo que se deve segurar sempre pelo lade do vidro. Um polidor com um bom contacto apresenta-se sem bolhas de ar, e quando se movimenta 0 espelho ve-se 0 11quido circular por toda a superficie. Durante a execucao dos movimentos, 0 espelho deve deslizar suavemente, sem sacoes. Se 0 atrito se mostra irregular, entao 0 contacto nao e perfeito, exigindo nova prensagem. So com um perfeito contacto de toda a superficie e que se consegue realizar um trabalho de precisao. Para se interromper a operacao de polimento de um dia para 0 outro, proceder do modo seguinte: Num recipiente com aqua, mergulhar 0 polidor e em seguida 0 espelho. Reparar se ficam cobertos pela aqua e se estao perfeitamente centrados um sobre 0 outro. Colocar uma tampa para evitar po. Assim pcderao ficar ate nova sessao sem perigo de se colarem. Sao necessarlas cerca de 8 horas de trabalho conseguir uma superficle perfeita. para se
56
Para uma maior uniformidade de polimento par toda a superficie do espelho, convern alternar a posicao do espelho e do polidor. Ap6sfer trabalhado durante % hora com o espelho sobre 0 polidor, inverter a poslcao, fixando agora o espelho bancada e passando a movimentar 0 polidor, e assim sucessivamente. por cad a % hora de execucao. Ap6s 5 a 6 horas de pollmento, com uma lupa forte observar se toda a superffcie esta a pollr-se por igual. ou se ainda ha pequenos picos.
LUZ
Figura 43
A melhor maneira de observar 0 grau de polimento. e em contra luz, sobre fundo escuro, utilizando a lupa. Figura 43. Com um rnlcroscoplo torna-se ainda mais facll observar 0 polimento; utilizar nesse caso a menor das ampliacoes do aparelho. Durante 0 trabalho 0 polidor val-se achatando e forma-se um bordo saliente que tem de ser aparado. 0 dlametro do polidor sempre menor 1,5 a 2 mmque 0 diametro do espelho.
57
Refazer os canais quando se torne necessarlo. assim 0 retlculado do tule. Como dissemos, cerca de 8 horas de polimento sao suficientes. Contudo, reeomendamos que. depots de se deixar de encontrar picos. se trabalhe ainda mais uma hora. como
9)
A superficie do espelho, que se esta a construir, necessita de um rigor tao grande. que se torna impossivel analise-Ia por qualquer processo mecanlco .. Jean Foucault apresentou. em 1859. um processo de grande preclsao para analise de superficies 6pticas .. Ele mostrou que se podia aproveitara seguinte propriedade optics de urn espelho esferico. Todo o raio luminoso que parta do centro de curvature. do espelho eo atinja. reflete-se sem sofrer desvio (fig,ura 44).
Figura 44
58
Na pratica utillza-se uma luz pontual, colocada um pouco afastada do eixo optlco, 0 que torna possivel a observacso da luz reflectida. __ Ao colocar-se a vista perto do ponto A (fig. 45), 0 espelho surge completamente iluminado.
Figura 45
Com uma lamina de barbear pode-se interceptar 0 feixe luminoso no ponto A. Entao, se 0 espelho construido e uma calote esferlca perfeita, apaqar-se-a completamente, mal a lamina se interponha, como se da ideia na figura 46.
Figura 46
59
ponte A? Da maneira
que indicamos
ovon~o do sombre
Figura 47
Se a lamina interceptar 0 feixe luminoso numa posicao mais proxima do espelho que A. B por exemplo, a medida que a lamina avanca sobre 0 feixe luminoso. no espelho e na mesma direccao avanca tambern a sombra. Se a posicao da lamina e C, mais afastada do espelho que A. ao avanco da lamina corresponde 0 avanco da sombra, mas a partir do outro bordo do espelho. Ha que, por tentativas, conseguir posicionar a lamina de tal forma que nao se veja a sombra avancar e ao mais pequeno movimento desta, 0 espelho passa de iluminado a obscuro. Esta assim achado 0 ponto de converqencia de todos os ralos luminosos. ou seja. 0 ponto A. Que acontecera se 0 espelho nao for uma calote esferica perfeita? Neste caso nao e possivel encontrar 0 ponto de converqencia (figura 48) e quando se actuar com a lamina nao
60
5e
consegue que 0 espelho se comporte como no caso anterior. Em vez de se apagar. mancha-se de sombras e luz.:
Figura 48
rnetodo de Foucault permite interpretar os variados aspectos de luz e sornbra que uma superficie optlca pode apresentar, e possibilita a correccao de defeltos que a rnesrna contenha. Por outro lado, a sensibilidade do metoda e tao grande. que possivel detectar desniveis da ordem de 0,00001 mm na superficie. Vamos mostrar alguns exemplos mais vulgares de incorreccoes de superficies esferlcas.
1.° exemplo -
BORDO ABATIDO
Em relacao a uma calote esferica ideal (a ponte ado na figura 48-A) , 0 espelho apresenta 0 bordo deprlmldo, 0 que, em giria de laborat6rio, se chama ..bordo abatldo». A observacao no aparelho Foucault da 0 aspecto da figura 48-B.
61
Figura 48-A
Figura 48-8
Porque? Analise-se 0 metoda com rna is algum detalhe. Actuando com a lamina no ponto A, figura 49, toda a zona central do espelho se apaga. Quanto zona do bordo, s6 0 lado direito do espelho se en contra apagado (para quem olha da posicao B). Tern-se deste modo uma sensacao de relevo como se 0 espelho fosse plano no centro e tivesse 0 bordo em depressao (flgura 49-A).
Zona de bordo
~fl:ii~~\i~
~jjiiIIIII~\
!
®
Figura 49-A
Figura 49
62
Na pratica pensa-se exactarnente asstrri. Tudo se passa como se a luz fosse rasante, vindo da esquerda, iluminando a metade esquerda do bordo, rasando a zona central (sensaC;8o de plano), e nao iluminando a metade direita do bordo. Figura 50.
iluminada
Zona
Figura 50
Nesta slrnpllftcacao que se imagina, um espelho rico perfeito torna-se um espelho plano, nao dando a sombras. (Figura 51).
esfelugar
Figura 51
2.° exemplo -
BURACO CENT.RAL
Este espelho apresenta um buraco central. A luz rasante imaginada nao projecta sombras e sup6e-se sempre vinda da esquerda (Figura 52).
Ob •• r~ao
-Simplica~ao
Figura 52
63
Procure-se agora, a partir de uma observacao, concluir dos defeitos do espelho da figura 53, analisando em separado cada uma das zonas. 1.° S6 a zona central se apresenta manchada, portanto a restante superficie e perfeita. Figura 54.
Figura 53
Figura 54
2.° Na zona central a metade da esquerda esta ilumlnada e a da direita obscura. Conclusao - Neste caso 0 espelho apresenta •. ma zona u central elevada. Fig. 55.
Figura 55
Mais dois exemplos, para se concluir tambern defeitos que os espelhos apresentam. Figuras ~6 e 57.
dos
Figura 57
64
Apresentamos alguns casos mais vulgares. Variadas combinac;oes de formas sao possiveis. mas 0 modo de interpretar e sempre 0 mesmo. Antes de falarmos da correccao de superficies 6pticas. indicaremos a construcao de urn pequeno acess6rio a que chamamos medidor de zonas. Figura 58·A.
Figura 58 A
Como se mostra no desenho, trata-se de uma regua de madeira. com alfinetes espetados dlstancla de 1.5 em. excepto os das extremidades que estao a 1 em. A requa tern uma argola de arame de pendurar no espelho. Torna-se assim facll localizar as zonas a corrigir. Figura 58-B.
Figura 58·B
65
10)
PARA ANALISE
Quando descrevemos 0 processo de analise da superffcie de um espelho por metoda optico, capitulo IV - 9, referimo-nos a uma lamina de barbear para efectuarmos a lntercepcao do feixe luminoso. Figura 45. Falarnos tarnbern de uma luz pontual, mas nao lndtcarnos 0 processo de a obter. Vamos descrever dois aparelhos, um muito rudimentar, outro mais completo, que permltlrao realizar analises ao espelho. primeiro sera mais facil de construir, mas dara mais trabalho a utilizar. Com 0 segundo acontece exactamente 0 contrarlo. As pessoas mais meticulosas, aconselhamos 0 mais aperfelcoado, mais simples, figuras 59, 60 e 61, consta de uma base em madeira (1), que servlra para apolo de um tubo de alurni-
Figura 59
66
Figura 60
,.~. M
P.~o,.,.
,.~. n,'
2x2x15cIIt
o
Figura 61
6.7
nio ou plastico (2). no interior do qual se montara uma lampada de pilha de 3 volts. A zona frontal da larnpada deve ser despolida por meio de lixa muito fina. Um bloeo em madeira (3) servlra de base a uma rlpa (4), Nessa ripa flxar-se-a uma lamina de barbear (5). por meio de um corte. o bloeo (3) deslisa sobre a base (1). Ao tuba de aluminlo (2). convern cortar 0 fundo para mais facilmente se montar a lampada (6). que flcara centrad a 'com um furo de 5 mm a efectuar conforme se mostra na figura 59. Ap6s a expllcacao do segundo aparelho, dar-se-a uma ideia da utlllzacao dos mesmos. modelo mais completo. figuras 62. 63 e 64. permite 0 posieionamento facll da lamina. custa dos parafusos A e B. cuja utlllzacao se descreve no Capitulo IV -12. Para alern de algumas pecas ja indicadas no modelo anterior. ha agora que construir um suporte para a lamina. constitufdo pelas pecas 4. 5 e 6. 0 qual escorreqara encos-
Figura 62
68
Figura 63
69
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Figura 64
70
Ji),egan.O 3. que Ihe serve de guia. e qual se liga de dots elastlcos. que devem ser montados como na figura 63. arnina de barbear e substltulda pela peca n.o 7, construida rC~m latao e apresentando 0 aspecto que 0 desenho mostra. Aspegas n.OS e 5 devem ser executadas em madeira 2 rlja, para que os parafusos possam rodar com melhor ajuste. ~.peca n," 8 servira de suporte ao tubo de aluminio, proporffonando uma maior robustez instalacao da larnpada . .4,.peca n.O 9 e uma tampa construlda em metal ou cartoliha preta para evitar a saida da luz. Q~ desenhos parecem-nos suficientemente elucidativos para n~()necessitarem de mais comentarios.
tado
11)
DE FOUCAULT
Os desenhos da figura 65 mostram a maneira de construir um suporte, destinado a segurar espelho principal, durante os ensaios de analise optlca. A base em madeira rija (1). tem tres apolos. Os dois apoios fixos podem ser em plastlco, ou em borracha (4). O apoio movel (5) pode ser um simples parafuso com um botao, para se poder orientar 0 espelho. A peca n.O 2 deve ser bem pregada e colada base, para que se mantenha firme.
Apeca n.O3 um trlanqulo de ftxacao para maior rigidez. Os tres apoios metallcos para 0 espelho devem ser revestidos de fita isoladora, para evitar riscos sobre este. Espetar tres tachas na peca (2), conforme se mostra no desenho. para encostar a face plana do espelho.
71
"
Jk
.t_lleol '" Apolo8 m a plli.tleo r•••• tldO.
'"
Figura
65
72
Figura 66
12)
DO
Para se poder proceder a ensaios optlcos precisa-se de urna dlvlsao da cas a onde se possa estar quase as escuras, ou entao aguardar que anolteca para poder realizar 0 trabalho. Convira entretanto preparar a dlsposlcao do conjunto interveniente. Necessita-se de dois apoios da mesma altura, um para o aparelho de Foucault, outro para 0 suporte do espelho. Figura 67. A propria bancada pode servir de base ao aparelho de Foucault, e para 0 suporte do espelho serve uma mesa ou outro movel, que tenha a altura necessaria para que 0 espelho fique ao mesmo nfvel do analisador. Os apoios devem manter-se flxos enquanto se procede aos ensaios.
73
Figura 67
Maneira de proceder ao ensaio optico 12Colocar 0 espelho no suporte com a face polida virada para 0 observador. A distancla entre 0 espelho e 0 analisador e igual ao dobro da dlstancla focal, no nosso caso cerca de 2,60 metros, aproximadamente. Com a lampada ligada, procurar orientar 0 espelho de forma a conseguir-se que a luz reflectida va passar nas proximidades da lamina. Utilizar uma folha de papel branco. como alvo, para receber a luz reflectida e, com maior facilidade. orientar o espelho. Quando a luz reflectida passa no ponto (A) entre a lampada e a lamina, 0 observador situado em (B) avista 0 espelho completamente ilumlnado. Figura 68.
3-
4-
5-
Figura 68
74
6-
Quando 0 aparelho de Foucault se encontra a distancla correcta. 0 diarnetro do feixe deluz reflectido tern dimensoes rnlnimas. Figura 69. Com uma tira de papel torna-se facll encontrar 0 foco (poslcao (2). Tern de deslocar-se o aparelho com cuidado de forma que a lamina fique na postcao apropriada.
Figura 69
7-
Quando 0 posicionamento do espelho e do anallsador estiver felto. altura de tapar 0 furo do cilindro que contern a larnpada com uma folha fina de estanho ou alumlnio na qual previamente se faz urn pequeno orlflcto com uma agulha. Figura 70.
~i1id:O
tapando fUfO do cilinclfo
0
Pap.1 de.llanho
Fila gomacla
Figura 70
75
8-
pada, e a folha metallca pode ser segura com fita gomada. 9 - Aproximando a vista da poslcao (B) da figura 68 deve ver-se 0 espelho completamente iluminado e com uma luz uniforme. Nao esquecer de esmerllar a zona frontal da lampada como foi indicado. 10- Se 0 espelho nao se mostrar perfeitamente iluminado, cfeslocar um pouco a folha metalica para melhor centragem do orlficlo com 0 filamento da lampada. Para proceder a ensaios, ver capitulo IV - 13. 11- No caso de se ter construldo 0 aparelho de Foucault mais aperfelcoado, 0 posicionamento da lamina, para a intercepcao do feixe luminoso, esta facilitado pela utillzacao dos parafusos A e B, proporcionando A 0 deslocamento longitudinal e B 0 transversal (figura 63). 12- Aconselha-se de novo a leitura do capitulo IV - 9 no texto respeitante as figutas 43 e 44.
13) CORRECC;AODE SUPERFICIES6PTICAS BORDOABATIDO- ~ 0 mais comum dos defeitos. Resulta muitas vezes da utlllzacao de um polidor em mas condicoes. Pode tambem ser 0 resultado de movimentos mal executados. 0 contacto do polidor com 0 espelho deve ser perfeito e, alem dlsso, como ja referimos, 0 bordo do polidor deve ser aparado, a medida que se desenvolve por esmagamento do pez. ANALISE E CORRECC;AO Ha que medir ate onde se estende 0 bordo abatido. Utilizando 0 medidor de zonas que se descreveu, nao ha qualquer dlflculdade, (Figura 58).
76
Se 0 bordo abatido nao ultrapassar 2 a 3 mm e se a restante superficie do espelho esta perfeita, 0 nosso conselho e que se de 0 espelho por terminado. Figura 71. Para alern de 3 mm de bordo abatido tem de se procurar corrigir a superffcie. Fig. 72.
3 mm
Figura 71
Necessita
correcc;oo
Figura 72
Essa correccao consta do seguinte: 1 - Determinar a zona de bordo abatido. ·2- Nas costas do espelho, a caneta de feltro, marcar a circunferencla correspondente. 3 - Colocar 0 espelho na bancada de trabalho. Sobre este deitar llquido de polimento na quanti dade habitual. 4 - Colocar em seguida 0 polidor sobre 0 espelho, de forma a que um dos bordos do polidor se situe a meio da zona do bordo abatido. Executar uma serie de movimentos de valvem, mas efectuando ao mesmo tempo movimentos transversais, entre a borda do espelho e a zona marcada. A mao esquerda exerce uma pequena pressao, enquanto a direita alivia 0 peso do polidor. Figura 73.
77
Carregar
Aliviar
Figura 73
5-
Rodar um pouco 0 polidor em relacao as pr6prias rnaos. e rodar um pouco tarnbern em torno da bancada. Efectuar outras series de movimentos, ate ter efectuado uma rotacao completa (em torno da bancada). Todos os movimentos sao feitos lentamente. Colocar 0 espelho no suporte. Deixar passer algumas horas,analisar de novo. Repetir a operacao ate 0 bordo se reduzir a uma zona de 1 a 1,5 mm de largura. 86 entao dar 0 espelho por concluido.
78
CORRECCAO DE UM .BURACO
1-
CENTRAL ..
2-
Medir a largura do -buraco-. Utilizar um bocado de papel vegetal. 15 x 15 em e sucessivamente dobra-to ao melo, depois em quatro, e ainda pelo vertlce em diagonal. cortando em seguida. com 0 auxlllo de uma tesoura. como se mostra na figura 74.
/
/
/ / / / /
Centro
Figura
74
em papel,
Figura
75
79
Figura 76
3-
45-
67-
As dtrnensoes da -estrela- devem ser tais que as pontes ultrapassem de 1 em 0 diarnetro do -buraco central. e as reentranclas 0.5 em para dentro. Molhar 0 polidor com agua. Colocar a estrela de papel bem centrada sobre 0 polidor. Em seguida par 0 espelho por cima. Figura 76. Prensar com cerca de 2 kg durante 2 a 3 horas. Retirar a estrela de papel, depositar ~Igumas gotas de oxldo de ferro sobre 0 espelho e pollr, como habitualmente. durante duas rotacoes em torno da bancada. Voltar a anallsar, apos aguardar algumas horas, para establlizacao terrnlca do espelho. Repetir 0 trabalho de polimento ate desaparecimento do -buraco •.
80
CORRECCAO 1-
2345-
Medir a largura da elevacao. Desenha-la nas costas do espelho. Colocar 0 polidor na bancada. Depositar llquldo de polir no espelho. Colocar 0 espelho sobre 0 polidor como se mostra na figura 76.
Zona eievado'"
Figura 77
6-
7-
Executar movimentos de valvem, durante os quais a zona elevada do espelho se encontra pr6xima do bordo do polidor. Alern disso, como habitual mente. rodar 0 espelho em relacao as pr6prias maos, deslocando-se ainda 0 operador em torno da bancada. Sempre com movimentos suaves, e sem exercer forca, llrnltar-se-a 0 operador a deslocar 0 espelho. efectuando uma rotacao completa em torno da bancada.
Ter cuidado, pois estes movimentos levarao fatal mente a cavar urn buraco no espelho, caso nao se pare a tempo. Analisar. portanto, a cada rotacao em torno da bancl'lrll'l
6
81
ABATIDO
E BURACO
Neste caso nao existe nada de novo a acrescentar. Cada urn dos defeitos tern de ser tratado em separado. Recomendamos que se inicie a correccao pelo bordo abatido. Analisar frequentemente. Pode mesmo ter acontecido que toda a superficle se tenha alterado. Se 0 -buraco central" ainda permanece, utilizar entao 0 processo da estrela de papel para a sua correccao. Nunca trabalhar mais do que alguns minutos de cada vez e analisar com frequencia. para poder acompanhar gradual mente a evolucao do espelho. A figura 78 mostra 0 aspecto do espelho antes de corrigido.
Figura 78
Colocar 0 espelho na bancada, depois espalhar llquldo de polimento. Sobre 0 espelho colocar 0 polidor de forma a que este sobressaia uns 2 cm do bordo do espelho, figura 79. Exercer uma leve pressao no bordo externo do polidor medida que se trabalha.
82
4-
5-
as movimentos sao os habituais, nao deixando nunca de circular em torno da bancada. Alem disso, ap6s uma serle de movimentos de valvem, rodar 0 espelho em relacao as rnaos do operador. Trabalhar lentamente e nao deixar de anallsar com frequencla.
Circular
Figura 79
83
v-
REALIZACAO
DO ESPELHO SECUNDARIO
1) MATERIAlS Para construir 0 espelho secunda rio necessita-se de um paraleleplpedo rectanqulo de vidro de 32 x 52 mm e 6 a 8 mm de espessura. A primeira vista ter-se-a a Impressao de que bastara comprar um retalho de vidro de montra, com a espessura desejada e construlr, a partir daft 0 espelho. Ha que procurar encontrar vidro opticamente plano. o grau de preclsao que se necessita tem deser quase tao grande como 0 do espelho principal. Os vidros neo podem apresentar riscos. uma vez que se pretende aproveitar as superficies polidas. Cortar bocados de 32 x 52 mm. Quinze ou vinte bocados nao serao demais. Eles vao servir para tazer uma escolha. Nalguns casos encontram-se dols ou tres bocados de boa qualidade, outras vezes, porern, 0 polimento do vidro tao mau que nao serve para 0 tim desejado. Tem de, pacientemente, coleccionar-se .rectangulos. de vidro, escolhendo depois os melhores. Assim. quantos mais se arranjarem mais possibilidades havera de conseguir uma superficie de melhor qualidade.
86
Todavla poderao surgir dificuldades em conseguir-se vldro em boas condlcoes, mesmo depois dum bom mirnero tie tentativas. 0 Apendlce II. no final do livro, ensina a construir superficies planas. Responde. portanto, a um posslvel embaraco na procura atras descrita. Nota importante - ..Os rectanqulos- de vidro devem ser cuidadosamente lavados (agua morna e detergente Iiquido) e guardados. com bocados de papel entre sr. para nao se riscarem. Corte de vidro - Sera utll que se disponha de urn corta-vidros. Nao e necessarlo que a ponta seja em diamante. Ha no mercado corta-vidros com rodas em a90 que sao mais baratos.
2)
ANALISADOR DE SUPERFrCIESPLANAS
Vamos indicar duas maneiras, uma bastante rudimentar, outra um pouco mais aperfeicoada, de construir um analisador de superficies planas. 1.· Processo Arranjar uma pequena caixa com tampa metallca, e tazer um orlflclo para uma torcida, que poderemos fabricar com uma tira de pano de algodao. Encher a caixa ate melo com alcool puro. Juntar ao alcool sal de cozinha (cloreto de s6dio, CI Na), agitar para que 0 sal se dissolva. Juntar mals sal ate que este deixe de dissolver. Tem-se assim a lamparina especial preparada. r Precisa-se de uma tabua, de urn bocado de vidro despolido 12 x 15 cm, de quatro pregos para segurar 0 vldro, e de um bocado de pano ou cartoltna preta 10 x 10 cm.
86
Com este dispositivo (como se mostra na figura 80), em plena escuridao torna-se possfvel observar riscas entre dois «rectangulos» de vidro, postos um sobre 0 outro, depois de serem previamente bem limpos. Oualquer sujidade ou grao de p6 impede que as franjas aparecarn. Claro que a maior dificuldade que este dispositivo apresenta e de 56 funcionar completamente as escuras, e por tsso nao se torna muito pratlco. A lnterpretacao das franjas sera comentada ap6s a descrlcao do segundo aparelho.
2,· Processo Vamos descrever um aparelho de facll construcao permite a observacao das franjas em luz ambiente. Materiais Contraplacado de 5 mm Pregos finos e cola para madeira 2 dobradlcas pequenas que
87
hlmpada avlsadora de Neon 220 volts suporte de lampada metros de flo electrtco de 2 condutores ficha macho Chapa de vidro despotido com 10x 10em. Os desenhos das paginas 89, 90 e 91 sao suficientemente detalhados para nao deixarem duvldas. A chapa de vldro pode ser despolida com carborundum 90. A espessurada chapa entre 2a 3 mm. As duas portas laterals destinam-se a passaqem dos vidros para 0 interior do aparelho. Para melhorar a observacao devem ser fechadas. 0 chao da calxa, ou seja, a peca n.O9, deve ser forrada de flanela preta na face interna. 0 reflector para a lampada pode ser obtido de uma lanterna electrlca inuttllzada, Resta acrescentar que a catxa tern de ser pintada de preto fosco por dentro. Pode, alern dtsso, ser intercalado urn interruptor de passagem na lnstalacao, para evitar ligar e desligar constantemente a ficha.
1 1 2 1
3)
luz monocromatica
Dado 0 nivel elementar deste Iivro, e porque nos lrnporta escrever urn manual de construcao, nao abordaremos. senao da forma mais simples posslvel, alguns dos fen6menos ffsicos ligados a radiac;ao luminosa (luz). o que poderemos entao dizer sobre lnterferencla? Quando se lanca uma pedra sobre uma superHcie de agua em. repouso, vemos formar-se, em redor do sitio da queda, ondas concentrlcas que se propagam numa vasta 88
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Figura 81
89
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Figura 83
91
area. Imagine-se uma expertenela um pouco mals compltcada. Lamiar ao mesmo tempo duas pedras. Uma observacao atenta mostrara que, a partir dos dole locais de queda, principiam a formar-se ondas que nao tardam a encontrar-se e. curiosamente, podemos ver que em certos pontos as ondas aumentam de altura, mas noutros dasaparecem. . Dizemos que as ondas ao encontrarem-se interferem entre si. Figura 84.
Figura 84
o exemplo que referimos servlra de modelo para podermas dizer que a luz em determinadas condteoes se comports de maneira semelhante. embora de forma multo mals complexa. A luz viaja a 300000 km/s, e as ondas luminosas sao de uma incrivel pequenez, cerca de 2000 por miHmetro. Em resumo, 0 que importa saber e que a junc;ao de ondas luminosas nao conduz sempre a urn reforco de Iuz mas. pelo contrarto, pode conduztr a zonas de obscuridade, franjas por entre zonas brilhantes. Sao estas franjas que nos interessam particularmente. Os desenhos que as frsnjas apresentam elucidam da qualidade 6ptica das superficies em contacto.
92
convtra alnda dizer que a observacao das franjas e muito mais tacil em luz aproximadamente monocromatica, tsto e. em IUl de uma 56 cor. Dal 0 sal dlssolvido na lamparina para que a chama se torne amarela, ou ainda melhor uma lampada de Neon. com uma luz avermelhada. proporcionando franjas mais inten5as.
4)
Poderemos dlzer que dois vidros rigorosamente pianos, postos em contacto e analisados por quaisquer dos dols processos descritos. apresentam franjas que sao segmentos de recta paralelos entre 51. Figura 85.
Figura 85
A mais pequena irregularidade das superficies em contacto, as franjas deixam de ser segmentos de recta para se apresentarem mais ou menos curvas. podendo essas curvas mostrar-se fechadas ou apresentarem desenhos irregulares. conforme 0 microrrelevo que as superffcies apresentem. Figura 86. Tern entao que seleccionar-se pouco a pouco os rnelhores rectaneulos de vldro, ou seja, aqueles que mostrarem menores irregularidades. 93
Figura 86
Comec;a-se por analisar pares de rectanqulos de vldro, pondo de parte aqueles que semostrem em melhores condic;6es. Claro que cada parde vidros permite 4 hip6teses. como se mostra na figura 87.
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0
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I
Figura 87
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Os grupos escolhidos sao por sua vez comparados entre st. para se poder final mente escolher urn ou dols pares que se mostrem em melhores condic;6es. Se a procura tiver resultado. marcar com caneta de feltro as faces escolhidas e passar as operac;6es seguintes. Caso contra rio. ver Apendlce II sobre construcao de superficies planas. . 94
5)
FORMA E DIMENSOES
DO ESPELHO
Pela figura 88 ter-se-a ideia da forma que 0 espelho secundario deve apresentar. para que obstrua 0 menos possivel 0 espelho principal. E isto importante. pois quanto mais luz se roubar a este, menos brilhantes serao as imagens.
Figura 88
espelho secundarlo tera a forma de uma elipse. e sera talhado a partir do paralelepipedo rectanqulo de vidro, previamente escolhido pela maneira que ja foi indicada (ver capitulo V - 4). As dlmensoes da elipse sao as seguintes: eixo menor 30 mm, eixo maior 42 mm (figura 89).
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30
1
+----
42
--_
Figura 89
95
6)
DISPOSITIVO
PARA CONSTRUCAO
DO ESPELHO
Tornear urn bocado de madeira rija de forma a obter urn cilindro com 3 cm de dtarnetro e 20 cm de comprimento. Com uma serra de dentes finos fazer urn corte a 45° (figura 90).
/
JL----L-~_O
/
Figura 90
Com 0 auxlllo de uma folha de lixa aperfelcoar 0 corte. Nesta peca de madeira. e a fim de ser trabalhado para a forma desejada. colocar-se-a 0 bloco de vidro destinado ao espelho secundarto (figura 91).
Figura 91
96
No caso de se terem construfdo superficies planas, utilizar 0 disco mais perfeito, que tera de cortar-se de forma a obter urn rectanqulo de 32 x 52 cm. Encostar 0 bloco de vidro ao cilindro de madeira, orlentando-o da forma como se mostra na figura 92.
Clllndro d. mad.lra
Figura 92
Com uma caneta de feltro marcar sobre 0 vidro (dos dols lados) 0 contorno do cilindro (atencac a lncllnacao indicada a ponteado, figura 93). Com 0 desenho do espelho nas duas faces do vidro esta-se em condlcoes de marcar e cortar os cantos, a fim de facllltar 0 trabalho. Utilizar urn corta-vidros para riscar, e urn alicate de pontas chatas para partir (figura 94).
Figura 93
Figura 94
97
7)
TECNICA DE COLAGEM
A face do vidro que corresponde ao futuro espelho tem mais necessidade de ser protegida e sera, portanto, aquela que vai ficar colada ao cilindro em madeira. Para obter uma boa cola, derreter em lume brando, uma parte de cera de abelha com quatro partes de pez louro; a quantidade a fazer pequena, 15 a 20 centfmetros cublcos (meio copo de agua). Aquecer tarnbern 0 vidro com as devidas precaucoes, num recipiente com agua. Quando 0 vidro estiver quente e a cera e 0 pez derretidos, retirar 0 espelho da agua, enxugar, e proceder colagem. Mergulhar 0 cilindro na cola e mexer urn pouco para aderir ulna boa camada, nao deixar arrefecer e colocar rapldamente 0 espelho na poslcao conveniente apertando com forca e esperar algum tempo para que solidifique. Figura 95. S6 algumas horas depois se pode lnlclar 0 trabalho de desbaste.
Figura 95
98
8)
OBTENCAO
DA FORMA
EUPTICA
DO ESPELHO
Sobre uma chapa de vldro com carborundum 90 e agua. trabalhar pouco a pouco as arestas mais salientes do espelho. procurando que este acompanhe a forma do cilindro. Figura 96. Ha pols que ter cautela para nao desgastar alern do necessario. Manter 0 eixo do cilindro sempre em poslcao horizontal.
Figura 96
Com cuidado e paclencla. consegue-se um contorno bastante perfeito. De vez em quando lavar a chapa e 0 espelho da lama que se forma e empregar nova dose de carborundum. Uma vez terminado 0 trabalho, 0 bordo do espelho pode ser apertetcoado utilizando carborundum 220 ou 350. Para descolar 0 espelho, basta coloca-lo em aqua e aquecer ate 50 aproximadamente. Para retirar a cola. lavar com aquarras ou alcool. Marcar de novo a superficie a espelhar. Proteger 0 vidro com papel macio e guardar ate ao momento da espelhagem.
0
99
VI- CONSTRUC;AO
DE OCULARES
A ocular e 0 elemento 6ptico destinado a ampliar a Imagem dada pelo espelho principal permitindo. desse modo. a observacao em pormenor dessa imagem. A ocular funciona como uma simples lupa, mas enquanto uma lupa nso permite mais do que 2 a 3 aumentos, uma ocular composta. isto com mais de urn elemento, pode chegar a 50 aumentos. tipo de oculares que ensinamos a construir (figura 97) e chamadaocular positiva de Ramsden. Trata-se de uma ocular composta formada por duas lentes plano convexas.
e.
1)
MATERIAlS
Indlcamos seguidamente os materials necessartos para a construcao de tres oculares, nurnero que perrnltlra variar razoavelmente 0 valor da ampliacso a utilizar. Tres berlindes de vidro com as seguintes dlmensoes: 1.°- Entre 32 e 25 mm de dlametro '2.o-Entre 18 e 13mm de dlarnetro 3.°- Entre 12 e 8 mm de diametro
101
Goma laca em palhetas 20 gr. Lentes de oculos biconvexas (figura 98-A) Lentes de oculos plano convexas (figura 98·B) Menisco convergente (figura 98-C) Uma chapa de vidro com cerca de 20 x 40 cm e 3 a 4 mm de espessura.
Lentes plano-convexas
Figura 97
Figura 98
Nota - Todos estes tipos de lentes (corrigem vista cansada) podem servir, mesmo estando riscadas, pols so se pretende aproveitar 0 vidro. Qualquer oculista podera dispensar lentes inutilizadas. Comecar por trabalhar 0 maior dos berlindes. Imagine-se que tern 30 mm de dlametro, Utilizando carborundum 80 e agua esfregar energicamente sobre a chapa de vidro. de modo a obter-se uma face plana. figura 99-A. Depois efectuar uma operacao semelhante do lade oposto. Figura 99-B. Ter-se-a de proceder de forma a que as duas faces tenham 0 mesmo tamanho. . Parar quando a dlstancla entre elas for de 22 mm. Fi· gura 99-C. 102
Figura 99
As rnedlcoes efectuam-se com urn simples compasso de pontas. Figura 99-0. Preparar em seguida duas lentes. com cerca de 4.5 mm de espessura na zona central. Figura 100.
4,5
dlZ7l07Z7z!zJ
4,5
rr1177111;'ll77S
Figura 100
4,5
Com 0 auxilio de urn alicate de pontas chatas -rnordero bordo da lente. Movimentar 0 alicate urn pouco para baixo e para cima. 103