Metodologia Do Ensino Do Futsal e Futebol
Metodologia Do Ensino Do Futsal e Futebol
Metodologia Do Ensino Do Futsal e Futebol
de Futsal e Futebol
2016
Copyright © UNIASSELVI 2016
Elaboração:
Prof. Paulo Cesar do Nascimento Salvador
796
S182mSalvador; Paulo César do NascimentoMetodologia de
Ensino de Futsal e Futebol / Paulo César do Nascimento Salvador:
UNIASSELVI, 2016.
210 p. : il.
ISBN 978-85-515-0024-8
Impresso por:
Apresentação
Caro acadêmico, seja bem-vindo a mais uma disciplina do nosso curso!
III
NOTA
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – CONHECENDO O FUTEBOL E O FUTSAL ........................................................... 1
VII
UNIDADE 2 – DEFESA E ATAQUE ................................................................................................... 67
VIII
TÓPICO 2 – AS REGRAS APLICADAS AO FUTSAL ................................................................. 165
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 165
2 NOÇÕES BÁSICAS DE REGRAS NO FUTSAL ........................................................................ 165
RESUMO DO TÓPICO 2 ................................................................................................................... 182
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 183
IX
X
UNIDADE 1
CONHECENDO O FUTEBOL E O
FUTSAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Esta unidade tem por objetivos proporcionar a você:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No final de cada um deles você
encontrará atividades que visam à compreensão dos conteúdos apresentados.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Olá, acadêmico! Seja bem-vindo ao nosso caderno de estudos. Você está
tendo o primeiro contato com o conteúdo que será abordado durante a disciplina,
e já que é nosso início, juntos vamos viajar um pouquinho ao passado para conhecer
as raízes dessa modalidade que tanto fascina a nós, brasileiros, e o mundo. O
objetivo deste tópico é conhecermos a história de como surgiu o futebol e suas
transformações ao longo do tempo, até chegar aos formatos que conhecemos e
praticamos na atualidade. Venha comigo para esta jornada pelo tempo e conheça
as curiosidades, peculiaridades e evolução desse esporte. Veremos desde quando
não havia como gravar imagens ou áudios e ficaram apenas as lendas; passaremos
pelo início de tudo, quando o tempo da informação era muito diferente do de
agora, quando uma foto contava a história de um jogo e de uma nação; vamos
passar pelo período de ouro do rádio e dos cronistas esportivos, na época de um
futebol brasileiro sem ganâncias e sem títulos e quando tudo virou ouro, como já
disse o célebre e imortal Nelson Rodrigues (2013, p. 132):
O triunfo, na Suécia, em 58, foi para nós tão importante como a Primeira
Missa. Começava o Brasil. Nós nos inaugurávamos. Tudo o que ficava
para trás era o pré-Brasil. E basta comparar. Até 58, o brasileiro não
ganhava nem cuspe a distância. O sujeito dormia enrolado na derrota
como num cobertor. Ninguém acreditava no Brasil, nem o Brasil
acreditava em si mesmo. E, por isso, eu lhes digo que A Primeira
Missa, de Portinari, é inexata. Aqueles índios de biquíni, o umbigo
à mostra, não deviam estar na tela, ou por outra: — podiam estar,
mas de calções, chuteiras e camisa amarela. Lapso de Portinari não
pôr o Feola, sem boné e contrito, com aqueles pernões monumentais e
aquela barriga tão plástica. O principal papel do escrete de 58 foi o de
profeta do grande Brasil.
3
UNIDADE 1 | CONHECENDO O FUTEBOL E O FUTSAL
O Epyskiros era jogado na Grécia antiga e existe uma referência a este jogo
no livro de Homero, chamado Sphairomachia, este livro trata somente de esportes
com bola. Existem muitas similaridades entre o futebol atual e o Epyskiros, que era
jogado com os pés em um campo retangular por duas equipes compostas por 11
jogadores (GOULART, 2014). Porém, podia-se jogar com mais jogadores e parece
ter havido um jogo em Esparta, no século I a.C., com 17 jogadores de cada lado. O
objetivo era arremessar uma bola feita de bexiga de gado, cheia de ar e areia, entre
as balizas que ficavam no fundo de cada lado do campo (GOULART, 2014).
4
TÓPICO 1 | HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DO FUTEBOL
O campo deveria medir 120 por 180 metros e nas duas pontas seriam
instalados dois arcos retangulares chamados de gol. A bola era
de couro e enchida com ar. Com regras claras e objetivas, o futebol
começou a ser praticado por estudantes e filhos da nobreza inglesa. Aos
poucos foi se popularizando. No ano de 1848, numa conferência em
Cambridge, estabeleceu-se um único código de regras para o futebol.
No ano de 1871 foi criada a figura do guarda-redes (goleiro), que seria
o único que poderia colocar as mãos na bola e deveria ficar próximo ao
gol para evitar a entrada da bola. Em 1875 foi estabelecida a regra do
tempo de 90 minutos e em 1891 foi estabelecido o pênalti, para punir a
falta dentro da área [...] No ano de 1897, uma equipe de futebol inglesa
chamada Corinthians fez uma excursão fora da Europa, contribuindo
para difundir o futebol em diversas partes do mundo. Disponível em:
<http://www.suapesquisa.com/futebol/> Acesso em: 20 jul. 2016.
6
TÓPICO 1 | HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DO FUTEBOL
7
UNIDADE 1 | CONHECENDO O FUTEBOL E O FUTSAL
Ao que parece, os ingleses não imaginavam que tanta história iria surgir
a partir daquela reunião, a pretensão nem era essa, eles só queriam criar um
movimento associativo para regularizar um futebol que vinha sendo jogado de
diferentes formas pelo país (STEIN, 2013). Segundo Duarte (1998), o calcio que saiu
da Itália por volta do século XVII, chegou na Inglaterra, foi adaptado e exportado
para a França em 1872, para Suíça em 1879, Bélgica em 1880, Dinamarca, Holanda e
Alemanha em 1889, à própria Itália em 1893, e chegou ao Brasil em 1894.
8
TÓPICO 1 | HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DO FUTEBOL
A Primeira Guerra Mundial fez com que a evolução crescente que ocorria
no futebol ficasse estagnada por um período. Porém, foi na primeira grande guerra
também que aconteceu uma das histórias mais bonitas de fair-play do futebol.
Foi na trégua de Natal de 1914. Um soldado inglês que estava nas trincheiras
resolveu levantar, atravessar a ‘terra de ninguém’ e pedir um cigarro do lado
alemão. Ali começou uma conversa que se transformaria em uma partida de
futebol entre alemães e ingleses. Em plena época de guerra o espírito futebolista
se uniu ao espírito natalino para celebrar um breve momento de paz. Há ainda
outros relatos de jogos ao redor da zona de guerra nas cartas que os soldados
enviavam às famílias (STEIN, 2013).
9
UNIDADE 1 | CONHECENDO O FUTEBOL E O FUTSAL
DICAS
Caro acadêmico, tire algum tempo para ver um pouco mais sobre a história do
futebol. São várias as fontes em que você pode encontrar matérias interessantes, mas deixo
como sugestão a matéria publicada no site Trivela em 2013.
Disponível em: <http://trivela.uol.com.br/a-linha-do-tempo-do-futebol-os-principais-fatos-
de-150-anos-de-historia/>.
10
TÓPICO 1 | HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DO FUTEBOL
DICAS
Em uma única enciclopédia não caberia toda a história do futebol. Hoje em dia
temos diversos livros, variadas bibliografias e diversas fontes. Se você tem mais curiosidade
acerca dos fatos históricos da modalidade, busque conhecer o livro de Duarte (1998): Todas
as copas do mundo.
11
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, vimos que:
• A FIFA, federação que rege o futebol em nível mundial, foi fundada em 1904
em Zurique, na Suíça.
12
AUTOATIVIDADE
( ) Pelé, que depois seria considerado o ‘rei do futebol”, surge para o mundo
da bola.
( ) O Soule é praticado na França e o Calcio na Itália.
( ) Acontece a primeira Copa do Mundo de futebol e o Uruguai torna-se
campeão.
( ) O primeiro registro de um jogo de futebol feminino ocorreu na Inglaterra.
( ) O Brasil torna-se tricampeão na Copa realizada no México.
( ) Um marco para a paz durante a Primeira Guerra Mundial.
13
14
UNIDADE 1
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Olá, acadêmico, vamos agora aprender um pouco sobre o histórico da
modalidade de futsal. No Brasil, este esporte é bem conhecido e popularizado,
jogado em todas as regiões do país. No mundo ele é praticado nos mais diferentes
cantos do planeta, demonstrando um crescimento em todos os continentes,
podendo destacar a Austrália, na Oceania, e o Irã, na Ásia.
15
UNIDADE 1 | CONHECENDO O FUTEBOL E O FUTSAL
O futebol de salão cresceu muito nas décadas seguintes, e até mesmo o rei
do futebol – Pelé – parece ter praticado o esporte antes de se tornar um expoente
nos gramados e na Seleção. Porém, não de maneira organizada e coerente, o que
talvez tenha dificultado também o apelo midiático a este esporte. Tanto que não se
sabe muito sobre estórias do futebol de salão nesse período. No entanto, no final da
década de 80 e começo da década de 90, a FIFA resolveu incorporar a modalidade
e organizá-la. Há quem diga que isso não acarretou em benefícios, porém, o que se
sabe é que o esporte teve um crescimento exponencial desde então (SOARES, 2006).
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TÓPICO 2 | HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DO FUTSAL
A modalidade que até então era conhecida por futebol de salão passou a
se chamar Futsal. Existe certa rixa entre as confederações e órgãos que regem o
esporte. No começo, era a Federação Internacional de Futebol de Salão (FIFUSA)
que regia o futebol de salão, nome que foi alterado para futsal porque a FIFA proibia
o uso do termo futebol, mas a FIFA mesmo adotou o nome futsal posteriormente.
Algumas confederações e alguns países não aceitaram muito bem que a FIFA
regesse o esporte, o que gerou uma divisão e fez com que esses problemas políticos
atrapalhassem o crescimento e o desenvolvimento da modalidade. Atualmente,
o Futebol de Salão tem como federação nacional a Confederação Nacional de
Futebol de Salão (CNFS), filiada à Associação Mundial de Futsal (AMF), cuja sede
situa-se no Paraguai. O Futsal, por sua vez, em sua forma mais difundida, hoje é
administrado, no Brasil, pela Confederação Brasileira de Futsal (CBFS), através da
CBF, filiada à FIFA (CBFS, 2015).
17
UNIDADE 1 | CONHECENDO O FUTEBOL E O FUTSAL
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TÓPICO 2 | HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DO FUTSAL
DICAS
Caro acadêmico, tire alguns minutos para ver o vídeo dos melhores momentos
da final da copa do mundo realizada no Brasil, em 2008. Segue o link: <https://www.
youtube.com/watch?v=ynda_PQe_CM>.
3 FUTSAL FEMININO
O futsal feminino tem recebido mais atenção na atualidade, mas ainda há
muito o que melhorar e necessita de muito apoio para poder crescer. São muitas
as barreiras que precisam ser quebradas, como a do preconceito e a falta de espaço
na mídia. A necessidade de um maior apoio por parte da FIFA também é evidente.
Já aconteceram seis campeonatos mundiais de futsal feminino e, assim como no
masculino, o Brasil é hegemônico, apesar da desvalorização da modalidade no
país, vencendo todas as edições anuais até agora entre os anos de 2010 a 2015. Na
Espanha e em Portugal a modalidade já possui uma boa organização e estrutura.
Esses países são os dois grandes adversários do Brasil nas competições, com duas
e três medalhas de prata, respectivamente.
19
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, vimos que:
• No Rio de Janeiro aconteceu o que parece ter sido a primeira competição oficial
do Brasil, o ‘Torneio Apresentação’, em 1955.
20
AUTOATIVIDADE
1 O futsal parece ter sido uma modalidade que surgiu de uma adaptação do
futebol. Não se sabe ao certo as origens do futsal. O que se sabe é que ele
é um esporte mais recente, e começou a ser jogado nas quadras de outros
esportes coletivos, como o basquetebol. Considerando o que você aprendeu
neste tópico sobre a história do futsal, RELACIONE as sentenças abaixo com
suas respectivas datas prováveis.
a) 1930
b) 1940
c) 1950
d) 1955
e) 1956
f) 1982
g) 1989
h) 2000
i) 2010
21
22
UNIDADE 1
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Vamos começar um novo tópico, com o objetivo de estudarmos as principais
características das duas modalidades que são o foco da nossa disciplina. Vamos
aprender sobre como estes esportes são jogados, com um olhar mais focado na
demanda física imposta sobre os atletas. Em que intensidade são disputados os
jogos? Quais são as exigências sobre o organismo? O que precisa ser aprimorado com
o treinamento para que os jogadores consigam disputar esses esportes em alto nível
ou para atingir um melhor rendimento? Vamos buscar um melhor entendimento
sobre estas e outras questões que estão envolvidas na prática do futebol e do
futsal. Começaremos analisando o futebol e suas principais características físicas
e fisiológicas, depois veremos estas questões sobre o futsal. Abordaremos também
as principais diferenças entre estas duas modalidades. Vamos juntos nos estudos
deste novo tópico para aprimorar nosso conhecimento sobre estes esportes, que
fazem parte dos conteúdos das aulas de Educação Física e que podem ser uma
futura área de atuação para você, como educador físico.
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UNIDADE 1 | CONHECENDO O FUTEBOL E O FUTSAL
DICAS
Tire algum tempo para assistir alguns vídeos no Youtube de algumas partidas
de futebol. Deixo como sugestão o vídeo dos 10 gols mais bonitos da última Copa do Mundo,
em 2014, no Brasil. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Cny6dMGXtaw>.
DICAS
24
TÓPICO 3 | CARACTERIZAÇÃO DOS JOGOS DE FUTEBOL E FUTSAL
E
IMPORTANT
Deve ficar claro para você, caro acadêmico, que estas intensidades e distâncias
percorridas são variáveis, e dependem principalmente do nível competitivo, da posição e
estratégia tática e da categoria em que o jogo é realizado, ou seja, dependente da idade do atleta.
25
UNIDADE 1 | CONHECENDO O FUTEBOL E O FUTSAL
26
TÓPICO 3 | CARACTERIZAÇÃO DOS JOGOS DE FUTEBOL E FUTSAL
TUROS
ESTUDOS FU
O treinamento técnico e a elaboração das atividades para este fim serão tratadas
no último tópico desta unidade. Os cuidados e os princípios que norteiam o treinamento no
futebol, inclusive o tático, serão abordados na Unidade 2.
27
UNIDADE 1 | CONHECENDO O FUTEBOL E O FUTSAL
possui cinco jogadores, sendo um deles o goleiro. Outro ponto que deve ficar claro é
o tempo de jogo, que consiste em 40 minutos cronometrados, ou seja, sempre que a
bola sai do campo de jogo ou o árbitro para a partida por algum motivo, o cronômetro
é pausado. Estes 40 minutos são divididos em dois tempos de 20 minutos e estima-se
que uma partida dure em média 70 minutos (RODRIGUES, 2008).
Dito isto, você já consegue agora formar um cenário mais claro do jogo em
sua mente. A posição tática desempenhada influencia diretamente o deslocamento
dos jogadores. Podemos perceber que para ocupar os espaços da quadra em
diferentes situações de jogo, os praticantes precisam alterar o ritmo constantemente,
precisando também alterar o sentido da corrida nas diferentes ações efetuadas e em
diferentes distâncias (ARINS; SILVA, 2007). Vale ressaltar que cada jogador possui
níveis de solicitação metabólica específica durante a realização dos jogos, o que
resulta em demandas físicas e fisiológicas diferenciadas (ARAÚJO et al., 1996).
Outra questão que podemos levantar, meu caro cursista, é que o futsal
tem sido caracterizado pela combinação de ações de intensidades elevadas,
intercaladas com períodos de recuperação variáveis durante uma partida, e
assim, sob o ponto de vista fisiológico, é uma modalidade que depende das
variáveis relacionadas ao metabolismo aeróbio e anaeróbio de fornecimento de
energia (RODRIGUES, 2008).
NOTA
28
TÓPICO 3 | CARACTERIZAÇÃO DOS JOGOS DE FUTEBOL E FUTSAL
NOTA
Ainda é importante que fique claro para você, retomando mais uma vez os
conceitos da Fisiologia do Exercício, que os sistemas de produção de energia trabalhem
juntos sempre, em menor ou maior proporção e participação, e que não existe 100% de
energia produzida por um só sistema. Entretanto, nas atividades de curta duração e rápida
execução, como o chute, a produção de energia anaeróbia será bem maior, porque este
sistema produz energia de maneira mais rápida quando comparado ao aeróbio, que produz
uma quantidade maior de energia, mas leva mais tempo para tal (POWERS; HOWLEY, 2005).
Outro ponto que você precisa entender sobre o futsal é a razão trabalho-
repouso, que tem sido considerada de 1:1 (BARBERO ÁLVAREZ et al., 2008), sendo
que o trabalho significa a distância percorrida em média, alta ou máxima velocidade,
e repouso significa que o jogador se encontra parado, caminhando ou trotando.
ATENCAO
Vale ressaltar que nosso organismo possui três sistemas de produção de energia.
O sistema aeróbio é dependente do O2, sendo o que mais produz em quantidade por molécula
de substrato, tem capacidade ilimitada de produzir energia. Entretanto, por possuir um número
maior de reações, é o mais lento. Em contraposição, temos o sistema anaeróbio, que vai produzir
energia de maneira muito rápida (poucas reações), mas em menor quantidade. Este sistema se
divide em dois: anaeróbio alático, sem produção de lactato e utilizando a fosfocreatina e/ou os
fosfatos de alta energia armazenados no músculo; ou anaeróbio lático, com produção de lactato
sanguíneo e utilizando a via glicolítica (POWERS; HOWLEY, 2005).
29
UNIDADE 1 | CONHECENDO O FUTEBOL E O FUTSAL
Caro acadêmico, imagine agora uma partida de futsal, imagine que você
está na arquibancada assistindo aos jogadores correrem para o ataque e para
a defesa, sucessivamente tentando marcar gol ou defender sua própria baliza.
Vamos comentar sobre o que estamos “vendo” do lado de fora da quadra. Os
atletas estão dando seu máximo para alcançarem o objetivo da vitória. Isso
faz com que eles realizem esforços máximos constantemente e que entre esses
esforços eles recuperem um pouco, em baixa intensidade. Vemos também os
jogadores acelerando ao máximo muitas vezes e com máximas desacelerações
que acontecem continuamente, o que vai exigir um elevado trabalho muscular,
em particular o excêntrico. Para isso os atletas devem possuir um bom nível de
potência muscular, alta porcentagem de fibras do tipo II e habilidade de resistir
à fadiga para que possam executar essas ações explosivas requeridas no jogo
(MEDINA et al., 2002).
DICAS
Assista a alguns vídeos de partidas de futsal oficiais com um novo olhar e com
esse novo conhecimento, buscando focar nessas peculiaridades do jogo que discutimos
acima. Como dica, segue o link do vídeo da final do Gran Prix de Futsal entre Brasil e Rússia em
2013, que está disponível no Youtube: <https://www.youtube.com/watch?v=BTydOwRTHgA>.
E
IMPORTANT
30
TÓPICO 3 | CARACTERIZAÇÃO DOS JOGOS DE FUTEBOL E FUTSAL
Você pode observar que quase metade do tempo total do jogo de futsal,
aproximadamente 72 minutos, é parado. Em outras palavras, podemos pensar
que é uma pausa para que os atletas possam se recuperar dos esforços mais
intensos e, como já dito anteriormente, existe uma razão de praticamente 1:1
entre os esforços e pausas.
90
86,4
80
%FCmáx
70
60
50
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 MÉDIA
Jogo
FONTE: Rodrigues (2008, p. 67)
31
UNIDADE 1 | CONHECENDO O FUTEBOL E O FUTSAL
90
80
79,2
%VO₂máx
70
60
50
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 MÉDIA
Jogo
FONTE: Rodrigues (2008, p. 69)
32
TÓPICO 3 | CARACTERIZAÇÃO DOS JOGOS DE FUTEBOL E FUTSAL
No que diz respeito aos aspectos físicos, podemos considerar que o futebol
e o futsal têm como principais aspectos associados ao rendimento os componentes
de capacidade e potência aeróbia e anaeróbia e, de acordo com Silva et al. (2012),
apesar da predominância aeróbia, a aptidão anaeróbia demonstrada em ações de
potência muscular está relacionada com atividades decisivas das partidas, como
sprints, saltos, chutes e tackles.
33
UNIDADE 1 | CONHECENDO O FUTEBOL E O FUTSAL
Por outro lado, o estudo de Baroni, Couto e Leal Junior (2011) objetivou
avaliar e comparar os parâmetros de capacidade e potência aeróbia de atletas
brasileiros de futebol e futsal. Esta investigação avaliou um número considerável
de jogadores (367 de futebol e 186 de futsal) em ambas as modalidades, durante
os anos de 2003 e 2007, participantes das séries A, B e C do futebol brasileiro ou da
Liga Nacional de Futsal. Foi utilizado como avaliação o teste de Ergoespirometria
no Instituto de Medicina do Esporte e Ciências Aplicadas ao Movimento Humano
da Universidade de Caxias do Sul. Este trabalho traz informações importantes e
ressalta algumas diferenças que vamos analisar um pouco mais a fundo.
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UNIDADE 1 | CONHECENDO O FUTEBOL E O FUTSAL
ATENCAO
36
TÓPICO 3 | CARACTERIZAÇÃO DOS JOGOS DE FUTEBOL E FUTSAL
37
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, vimos que:
38
AUTOATIVIDADE
39
40
UNIDADE 1
TÓPICO 4
1 INTRODUÇÃO
É interessante perceber que a técnica esportiva é o melhor ‘custo
benefício’ ao realizar um determinado movimento. Da mesma forma, Weineck
(1999), em seu livro Treinamento ideal, definiu a técnica esportiva como sendo os
procedimentos desenvolvidos na prática que permitem a execução de uma tarefa
da forma mais objetiva e econômica possível. Ainda, Soares (2006), em seu livro
Treinamento técnico nas posições táticas do futsal, diz compreender a técnica
esportiva como o conjunto de ações e fundamentos técnicos de uma atividade
esportiva específica, cujo desenvolvimento permite ao atleta a sua execução com
objetividade, mínimo desgaste e máximo sucesso.
41
UNIDADE 1 | CONHECENDO O FUTEBOL E O FUTSAL
ATENCAO
42
TÓPICO 4 | PROCESSOS DE ENSINO DA TÉCNICA NO FUTEBOL E NO FUTSAL
Como você já deve saber, os jogadores de linha são divididos por posição
de jogo. Temos os defensores, laterais, jogadores de meio de campo e atacantes.
Independentemente da posição, todos estes necessitarão de domínio apropriado
dos fundamentos elencados acima. Os fundamentos individuais são utilizados
pelos jogadores com objetivo de realizar um gesto motor sem ajuda do companheiro,
como o nome já diz, de forma individual (ARRUDA; BOLAÑOS, 2010).
2.1 A CONDUÇÃO
Segundo Leal (2001), é a ação que o jogador realiza após receber e dominar
a bola, movimentando-se com ela no chão, em qualquer direção, com o objetivo
de chegar à baliza adversária ou a uma determinada zona do campo para melhor
dar sequência ao jogo, utilizando outros fundamentos, como o drible, um passe
ou uma finalização. A condução ainda pode ser simples, quando a bola corre
afastada do corpo em toques longos, ou complexa, quando são usados vários
toques curtos sucessivos para manter a bola bem próxima ao corpo, geralmente
utilizada quando há oponentes por perto ou quando busca-se finalizar a gol. A
condução complexa já pode envolver outras habilidades técnicas, como o drible,
por exemplo. A condução pode ser realizada com qualquer parte do corpo, menos
as mãos, mas geralmente é realizada com os pés.
2.2 O DRIBLE
É o gesto motor em que o jogador está com a posse de bola e tem a intenção
de superar o oponente (ARRUDA; BOLAÑOS, 2010). O drible, para muitos, faz parte
do espetáculo do esporte e é um dos fundamentos mais difíceis de se adquirir e de se
ensinar, e para outros, faz parte do talento nato de cada um. Por outro lado, Arruda e
Bolaños (2010) dividem esta habilidade em simples e complexos também. Os simples
são quando os jogadores buscam, com um toque na bola ou um movimento para
esquerda ou direita, superar o adversário. Nos dribles complexos serão utilizados
vários toques na bola e diferentes movimentos com o corpo na tentativa de ludibriar
o oponente e superá-lo no terreno de jogo. O drible é uma arte e, dessa forma, é
uma das habilidades mais complexas de serem ensinadas. Juntamente com este
43
UNIDADE 1 | CONHECENDO O FUTEBOL E O FUTSAL
fundamento vem a finta. Para alguns, a finta é um fundamento específico, mas ela
estará sempre atrelada a um drible, seja portando a bola ou não. Para Leal (2001),
é a ação realizada imediatamente antes do drible, do passe ou da finalização. É a
realização de um movimento que não é o verdadeiro ou não é o objetivo final, com
a intenção de iludir o adversário e criar um espaço no campo de jogo que não estava
liberado previamente.
2.3 O CHUTE
É a ação de golpear a bola com um dos pés objetivando fazê-la entrar na baliza
adversária, conquistando o gol, o momento mais épico do futebol (LEAL, 2001).
44
TÓPICO 4 | PROCESSOS DE ENSINO DA TÉCNICA NO FUTEBOL E NO FUTSAL
2.4 O CABECEIO
Este fundamento técnico é, segundo Leal (2001), o ato de golpear a bola
com a cabeça, seja com propósito de rechaçar, de realizar um passe ou de finalizar
a gol. Este gesto motor pode ser utilizado de maneira defensiva ou ofensiva. Pode
ser realizado em ações de interceptação buscando afastar a bola ou antecipar a
jogada, ou numa situação de ataque pode servir como um passe ou em direção
ao gol. Para Arruda e Bolaños (2010), para o desempenho do cabeceio de maneira
adequada é preciso, antes do contato com a bola, ter adequada percepção, decisão
e capacidade de execução. Estes autores classificam o cabeceio quanto à:
2.5 O DESARME
Evidentemente, uma equipe só conseguirá atacar se estiver com a posse
de bola. Por isso o desarme é um fundamento técnico de extrema importância. É
o ato de tomar a bola do oponente, ou seja, o famoso ‘roubar a bola’ na linguagem
do futebol (LEAL, 2001). Alguns aspectos podem ser treinados quando se pensa
na qualidade do desarme. A coordenação de movimento e a noção espaço-tempo
precisam ser bem aprimoradas para retirar a bola do adversário sem cometer
infração ou sofrer o drible. O posicionamento atento, com o corpo em equilíbrio e
semiflexionado, e a aproximação rápida também são necessários. Juntamente com
o desarme vêm outras duas qualidades técnicas necessárias para o bom futebol, a
interceptação e a antecipação. A interceptação é a ação em que o jogador impede
que a bola chegue em seu destino, modificando a direção da bola, evitando
que o oponente controle ou efetue um passe (ARRUDA; BOLAÑOS, 2010). Já
a antecipação refere-se à modificação da posição do defensor em relação ao
oponente com o objetivo de impedir que este fique de posse da bola. Para realizar
bem esta qualidade técnica é preciso ter uma boa velocidade de reação e visão
periférica (ARRUDA; BOLAÑOS, 2010).
45
UNIDADE 1 | CONHECENDO O FUTEBOL E O FUTSAL
2.6 O PASSE
Para Leal (2001), é a ação de enviar a bola a um companheiro ou a um
determinado espaço vazio do campo. Para Arruda e Bolaños (2010), é uma
ação técnico-tática que faz a comunicação entre dois ou mais componentes da
mesma equipe realizada em diferentes direções e trajetórias e com a utilização de
diversas superfícies de contato. Geralmente, executada com os pés, porém, pode
ser realizada com outras partes do corpo, como a cabeça, peito, ombro.
• Curtos
Distância • Médios
• Longos
• Rasteira
Altura • Média
• Alta
• Frente
PASSE • Trás
Direção
• Horizontal
• Diagonal
• Um toque
Quantidade • Dois toques
• Mais de dois toques
• Diferentes partes do pé
Contato
• Especiais (cabeça, ombro etc.)
Segundo Leal (2001), a bola pode ser controlada com o peito, com a coxa,
com a cabeça e com partes diferentes dos pés. O controle é uma habilidade técnica
complexa porque, na maioria das vezes, não é realizado parado, e tem que ser
executado ao estar correndo, ou durante um salto, sob pressão do marcador,
ou seja, em qualquer situação, se a bola chega ao jogador, ele deve ter domínio
suficiente sobre ela para controlá-la, caso contrário será desarmado ou terá sua
tentativa de dar sequência ao jogo frustrada. O controle é condição de base para
a realização de qualquer jogada no futebol.
46
TÓPICO 4 | PROCESSOS DE ENSINO DA TÉCNICA NO FUTEBOL E NO FUTSAL
DICAS
Tire um tempo para ver alguns vídeos que podem auxiliar no entendimento do
conteúdo relacionado à técnica do futebol e ao treinamento destas qualidades. Como dica,
deixo a sugestão de assistir aos vídeos do professor Próspero Brum Paoli, da Universidade
Federal de Viçosa. Segue o link: <https://www.youtube.com/watch?v=LQDnPybg33o>.
• Físico
• Técnico
• Tático
• Psicológico e suas particularidades.
47
UNIDADE 1 | CONHECENDO O FUTEBOL E O FUTSAL
DICAS
48
TÓPICO 4 | PROCESSOS DE ENSINO DA TÉCNICA NO FUTEBOL E NO FUTSAL
49
UNIDADE 1 | CONHECENDO O FUTEBOL E O FUTSAL
De acordo com Vargas et al. (2012), o ensino do futebol pode ser realizado
por três métodos, principalmente: o global, o analítico e o integrado. O método
global consiste no aprender a jogar a partir do jogo, utilizando a complexidade e
a dinâmica do jogo no conteúdo a ser ministrado.
Quanto ao método integrado, Vargas et al. (2012) reiteram que este tem por
base uma concepção de método de ensino de jogos desportivos que considera como
principal objetivo o desenvolvimento da capacidade cognitiva do indivíduo, pois é
capaz de aproximar o treinamento à realidade do jogo por meio de jogos educativos,
pois os exercícios são realizados com propósitos didáticos e desempenhados com
objetivos previamente definidos (GRAÇA; MESQUITA, 2007).
50
TÓPICO 4 | PROCESSOS DE ENSINO DA TÉCNICA NO FUTEBOL E NO FUTSAL
51
UNIDADE 1 | CONHECENDO O FUTEBOL E O FUTSAL
FONTE: O autor
52
TÓPICO 4 | PROCESSOS DE ENSINO DA TÉCNICA NO FUTEBOL E NO FUTSAL
rápida em contra-ataque (um dos objetivos da defesa, após roubar a bola, é tentar
fazer o gol nas traves pequenas).
DICAS
Fica como dica de leitura o trabalho de Vargas et al. (2012) Métodos de ensino-
aprendizado-treinamento no futebol e no futsal. Você poderá acessar na íntegra através do
link:<http://universidadedofutebol.com.br/metodos-de-ensino-aprendizado-treinamento-
no-futebol-e-no-futsal/>.
TUROS
ESTUDOS FU
53
UNIDADE 1 | CONHECENDO O FUTEBOL E O FUTSAL
De acordo com Melo e Melo (2006), no futsal, assim como em qualquer outra
modalidade esportiva, existem movimentos básicos para executar com um menor
gasto energético e com a máxima precisão. Estes movimentos são considerados
as ações técnicas dos participantes. Estes autores estabelecem os seguintes
fundamentos técnicos divididos em técnica individual e técnica do goleiro:
54
TÓPICO 4 | PROCESSOS DE ENSINO DA TÉCNICA NO FUTEBOL E NO FUTSAL
• Pegada
• Passe • Marcação • Colocação da barreira
• Defesa alta
• Domínio • Cabeceio • Tempo de reação
• Defesa baixa
• Condução • Antecipação • Técnica dos jogadores de
• Fechar ângulo
• Drible • Deslocamento linha
• Saída de gol
• Chute
• Reposição
Para Mutti (2003), o passe e o chute são as técnicas básicas do futsal. Não é
possível aceitar que um esporte coletivo, cujo objetivo é fazer gols, seja praticado
sem que os jogadores façam troca de bola e finalização ao gol contrário. Mutti
(2003) ainda diz que o passe é o meio de comunicação entre os jogadores de uma
equipe, é o que possibilita o jogo em conjunto e a progressão das jogadas.
Os tipos de passe são: curtos, longos e por elevação. Pode-se passar a bola
usando os pés – o lado interno e o externo, o dorso, a planta e o calcanhar; as
coxas, os ombros, o peito e a cabeça (MUTTI, 2003).
O principal objetivo do futsal é o gol. Para que isso ocorra é preciso que a
bola seja arremessada na meta e, como o dito popular: balance as redes. Assim, a
melhor maneira para atingir esse objetivo é através do chute. Para Mutti (2003),
o chute é o movimento mais importante do futsal. Seus princípios básicos são
semelhantes ao do passe, porém, é preciso que o jogador tenha um maior controle
da direção e da força aplicada na bola.
55
UNIDADE 1 | CONHECENDO O FUTEBOL E O FUTSAL
Costa (2003) elenca que para obter sucesso com um bom chute é preciso:
estar em equilíbrio, visão de jogo, perceber a distância do gol adversário para
imprimir velocidade e força adequada à bola, firmeza e objetivo no chute. Este
autor ainda classifica o chute de acordo com a trajetória, podendo ser rasteiro,
meia altura ou alto; sendo os tipos da maneira simples, de bico, bate-pronto,
voleio e por cobertura.
NOTA
Mutti (2003) ressalta que o segredo de uma boa recepção está no relaxamento
dos músculos e na coordenação entre o movimento de recuo e a chegada da bola.
56
TÓPICO 4 | PROCESSOS DE ENSINO DA TÉCNICA NO FUTEBOL E NO FUTSAL
Uma das técnicas que pode ser considerada como o nível mais alto para
a prática do futsal é o drible. O drible é, muitas vezes, mais apreciado e mais
comemorado do que um gol. O drible é a parte artística do esporte e, provavelmente,
se você é um adepto de esportes coletivos, muitas vezes já pensou: “Nossa, como
aquele jogador fez isso?!”
Para Mutti (2003), o drible é uma ação individual com bola que consiste
numa combinação de recursos variados, como equilíbrio, velocidade, agilidade,
descontração muscular, ritmo, improvisação, entre outros, com o objetivo de
ultrapassar o adversário mantendo o domínio da bola. Para executar um bom
drible é preciso ter aprimorada uma outra técnica que está associada a esta, a
condução. A condução é a forma como o jogador progride com a bola no terreno
de jogo (MELO; MELO, 2006). Para Costa (2003), o drible pode acontecer de
forma simples ou complexa, como os dribles clássicos, por exemplo, o ‘chapéu
ou lençol’, que é quando a bola é passada por cima do adversário, ou a ‘meia lua’,
quando a bola é passada por um lado e o atleta pelo outro lado do opositor.
ATENCAO
A marcação, no futsal, pode ser realizada no jogador que está com a bola e
nos que estão sem a bola. Para realizá-la nos que não estão portando a bola deve-se
seguir alguns princípios. Posicionar-se próximo do oponente; acompanhá-lo em sua
movimentação e não fixar o olhar na bola (MUTTI, 2003). Para marcar o portador
da bola existe um gesto técnico muito importante, que é o combate. No combate ou
desarme, afinal é na tentativa de “desarmar” o adversário e retomar a posse de bola,
busca-se fazer com que o oponente se direcione para a lateral de jogo para poder
apertar o cerco e fazer com que este tenha menor ângulo para o gol. Para Mutti (2003),
o segredo mais importante no combate é realizar o desarme somente quando estiver
com o corpo bem próximo do corpo do adversário, pois do contrário fica difícil se
recuperar, uma vez que uma perna fique estendida e a outra servindo de apoio.
58
TÓPICO 4 | PROCESSOS DE ENSINO DA TÉCNICA NO FUTEBOL E NO FUTSAL
Costa (2003) ressalta que a marcação pode ser realizada de duas maneiras,
passiva e ativa. A marcação passiva é uma ação que não intenciona roubar a bola
do adversário, observando o que o mesmo irá fazer, portando-se passivamente em
quadra e cercando o oponente. A marcação ativa é a ação que procura atacar ou
roubar a bola do adversário no menor tempo possível, pressionando a recepção
da equipe adversária e induzindo ao erro, seja no ataque ou na defesa.
DICAS
59
UNIDADE 1 | CONHECENDO O FUTEBOL E O FUTSAL
1. Método parcial
2. Método global
3. Método misto
60
TÓPICO 4 | PROCESSOS DE ENSINO DA TÉCNICA NO FUTEBOL E NO FUTSAL
Quanto ao método misto, pelo que o nome já diz, é uma junção dos dois
outros métodos. É o mais utilizado por parte dos profissionais envolvidos com
a modalidade. A grande vantagem é a flexibilidade de utilizar as diferentes
ferramentas de ensino conforme for mais apropriado à situação. A desvantagem
pode estar ligada ao planejamento, visto que o professor deve ter um grande
controle, para que a alternância de exercícios não se torne confusa e prejudique a
aprendizagem de certa habilidade (COSTA, 2003).
FONTE: O autor
61
UNIDADE 1 | CONHECENDO O FUTEBOL E O FUTSAL
FONTE: O autor
DICAS
LEITURA COMPLEMENTAR
Como ensinar jogos coletivos ou “Para uma teoria dos Jogos Desportivos
Coletivos”
Alcides Scaglia
62
TÓPICO 4 | PROCESSOS DE ENSINO DA TÉCNICA NO FUTEBOL E NO FUTSAL
Júlio Garganta, em seu já clássico texto “Para uma teoria dos Jogos
Desportivos Coletivos”, que abre o livro “O ensino dos Jogos Coletivos”, levanta
pontos interessantes para uma discussão, os quais podem ser considerados o
cerne das novas tendências em pedagogia do esporte.
63
UNIDADE 1 | CONHECENDO O FUTEBOL E O FUTSAL
64
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, vimos que:
65
AUTOATIVIDADE
a) ( ) V-F-V-F
b) ( ) V-F-F-F
c) ( ) F-F-V-V
d) ( ) F-F-F-V.
66
UNIDADE 2
DEFESA E ATAQUE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Esta unidade tem por objetivo que você adquira conhecimentos sobre:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. Você encontrará atividades que
visam a compreensão dos conteúdos apresentados no final de cada tópico.
67
68
UNIDADE 2
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Olá, caros acadêmicos! Sejam bem-vindos novamente à nossa disciplina
de Metodologia do Ensino de Futsal e Futebol. Estamos iniciando uma nova
unidade e convido vocês a estudarem comigo a tática no futebol. Nesta unidade,
estudaremos os aspectos táticos envolvidos na prática do futebol e do futsal,
os princípios de jogo destes esportes e as questões que envolvem os sistemas
defensivos e ofensivos. Neste primeiro tópico trataremos do futebol, com foco no
questionamento: como defender?
Muitos dizem que um bom time começa por uma boa defesa ou que o
melhor ataque é uma boa defesa. Portanto, neste primeiro tópico, especificamente,
vamos aprender os aspectos táticos que envolvem os sistemas de defesa,
lembrando que alguns dos principais conceitos técnicos e físicos já foram vistos
na unidade anterior e são requisitos para uma boa aprendizagem neste assunto.
Veremos a evolução tática do esporte, vamos estudar os princípios táticos de
defesa no futebol e analisaremos como podemos aplicar estes conhecimentos
para o trabalho com a modalidade.
69
UNIDADE 2 | DEFESA E ATAQUE
ATAQUE
o goleiro
No. de
jogadores na
"linha de
ataque"
No. de
jogadores na
linha de
"meio-campo"
DEFESA
No. de
Esquema Tático (1-3-5-2)
jogadores na
linha de defesa
2.1 A EVOLUÇÃO
Leitão (2009) fez uma síntese sobre como ocorreram as alterações nos
padrões táticos adotados com o passar do tempo. Segundo ele, o futebol era
muito mais ofensivo no início de sua história, sendo que os jogadores eram mais
‘estáticos’, em esquemas com sete ou oito jogadores com funções de ataque.
O futebol evoluiu muito no nível tático. Alguns podem pensar que o esporte
regrediu pelo fato de ter passado de muito ofensivo e cheio de gols para o de
grandes disputas pelo terreno de jogo e poucos gols. Drubscky (2003) acredita que o
futebol ganhou em riqueza de detalhes táticos se comparado ao jogo do passado. As
mudanças nas regras, as imposições físicas, técnicas e táticas transformaram o jogo,
que tinha amplos espaços no campo, para um de muito choque, esperteza e detalhes.
70
TÓPICO 1 | SISTEMAS TÁTICOS NO FUTEBOL: COMO DEFENDER?
71
UNIDADE 2 | DEFESA E ATAQUE
72
TÓPICO 1 | SISTEMAS TÁTICOS NO FUTEBOL: COMO DEFENDER?
E
IMPORTANT
Vale a pena ressaltar que nos últimos anos ocorreram diversas mudanças no
padrão tático, nos modelos de jogos adotados e no perfil de movimentação dos jogadores
dentro de campo. Podemos afirmar que o futebol ganhou em dinamismo e complexidade.
Atualmente, muitas das equipes de alto rendimento alteram o padrão tático conforme a
necessidade do jogo, da competição, do adversário etc. O que veremos a partir de agora
serão os princípios norteadores que cercam as estratégias táticas, independentemente do
modelo adotado.
Como você já pode ter notado, estamos usando as palavras esquema, padrão
e modelo de jogo como sinônimos. Existem algumas peculiaridades e poderíamos
diferenciar cada um desses conceitos, mas passaremos a estudar agora que,
independentemente do padrão, modelo ou esquema, os princípios norteadores que
vão guiar os atletas/jogadores dentro de campo são de extrema importância para o
aprendizado e assimilação da tática no futebol (LEITÃO, 2009).
Ataque Ataque
Transições Transições
Como já foi dito, existem princípios ofensivos e defensivos. Bom, vamos nos
concentrar, por enquanto, nos princípios táticos defensivos. De acordo com Costa
et al. (2009), podemos classificar os princípios táticos de jogo de três formas: gerais,
operacionais e estruturais ou fundamentais.
FUNDAMENTAIS
Defesa
Contenção
Cobertura defensiva
Equilíbrio
Concentração
Unidade defensiva
FONTE: O autor
A unidade defensiva está circulada porque foi sugerida por Costa et al.
(2009) para complementar a proposta comumente utilizada dos outros quatro
princípios. Agora, veremos um resumo do proposto por Costa et al. (2009) e Costa
et al. (2011) do que seriam cada um destes princípios de defesa e de que forma
eles orientam as ações dentro de campo.
74
TÓPICO 1 | SISTEMAS TÁTICOS NO FUTEBOL: COMO DEFENDER?
Você pode observar na figura anterior que Costa et al. (2011) demonstra
uma possível situação de jogo e a aplicação de todos os princípios de defesa pelo
time que estaria defendendo. Observe que as setas indicam qual dos princípios
estaria sendo executado pelos jogadores envolvidos nesta situação imaginária.
Você pode se perguntar: como é possível aplicar estes conceitos nos treinos
diários e/ou no ensino do futebol para atletas e alunos?
75
UNIDADE 2 | DEFESA E ATAQUE
FONTE: O autor
76
TÓPICO 1 | SISTEMAS TÁTICOS NO FUTEBOL: COMO DEFENDER?
o que pode/deve fazer parte do planejamento também. Assim, o início deve ocorrer
com atividades com complexidade reduzida, ou seja, menor número de elementos
(jogadores) ou variáveis (toques na bola, espaço etc.) envolvidas. Essa complexidade
será incrementada conforme o planejado e a aquisição por parte dos participantes
ocorra. Ressalta-se ainda que a progressão estrutural poderá fazer parte tanto de uma
sessão de treino como de uma planificação em longo prazo, por exemplo, diferentes
categorias (sub 13 ou sub 15) (NASCIMENTO, 2011).
FONTE: O autor
77
UNIDADE 2 | DEFESA E ATAQUE
FONTE: O autor
DICAS
Deixo como conselho a você, caro acadêmico, que busque mais leituras para
entender melhor os aspectos que envolvem a teoria e a prática do que vimos neste tópico.
Como sugestão, leia o artigo de Baquete (2011): O papel dos jogos no treinamento da equipe.
Disponível em: <http://universidadedofutebol.com.br/o-papel-dos-jogos-no-treinamento-
da-equipe/>. Aliás, o site traz inúmeras leituras relacionadas bem interessantes para quem
tiver maior interesse.
78
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, vimos que:
• A tática pode ser definida como o conjunto de métodos utilizados para alcançar
um objetivo em comum.
• O futebol passou por uma série de transformações nos padrões táticos adotados.
No início da história do esporte, a tática das equipes era mais ofensiva e com um
número reduzido de jogadores de defesa. Com o tempo, o número de jogadores
de defesa e meio campo aumentou, o que tornou o futebol mais dinâmico e
complexo.
• Existem princípios táticos de jogo que podem ser tanto defensivos quanto
ofensivos, e permitem ao jogador conhecer os conceitos básicos do jogo.
79
AUTOATIVIDADE
2 Com base no conteúdo que você aprendeu neste tópico sobre os princípios
táticos fundamentais defensivos e sobre a proposta da progressão estrutural
como metodologia de ensino, elabore uma atividade que utilize estes
conceitos para ensinar os princípios da contenção e do equilíbrio dentro de
uma sessão de treino.
80
UNIDADE 2 TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Olá, caro acadêmico! Voltamos neste segundo tópico para falar sobre os
sistemas táticos no futebol. No tópico anterior tratamos sobre a tática com o foco
no sistema defensivo, neste tópico vamos aprender sobre a tática e os sistemas
ofensivos que estão relacionados a esta temática no futebol. Este tópico também
começa com uma questão: como atacar?
81
UNIDADE 2 | DEFESA E ATAQUE
Arruda e Bolaños (2010) afirmam que entre as tendências atuais do ensino dos
esportes de equipe se destaca a teoria estruturalista. A teoria estruturalista guia-
se pela estrutura do jogo, tendo como base a resolução de problemas, integrando
formas e jogadas dentro de um contexto de disciplina tática e hábitos de jogo.
FUNDAMENTAIS
Ataque
Infiltração
Cobertura ofensiva
Mobilidade
Espaço
Unidade ofensiva
FONTE: O autor
Arruda e Bolaños (2010) destacam alguns pontos principais que devem ser
observados na fase ofensiva do futebol. Estes autores destacam que é preciso ter o
controle da bola, para ter domínio das ações ofensivas durante o ataque; amplitude
de jogo, ou seja, encontrar os espaços dentro do campo adversário para jogar
utilizando as laterais; e mobilidade, que segundo os autores são as movimentações
com mudanças de ritmo e direção buscando a aproximação da área adversária.
82
TÓPICO 2 | SISTEMAS TÁTICOS NO FUTEBOL: COMO ATACAR?
83
UNIDADE 2 | DEFESA E ATAQUE
Note que o autor ressalta que o ensino dos esportes de equipe pode
ser tanto no meio competitivo de “espetáculo esportivo” quanto no ensino da
Educação Física nas escolas. Quanto ao que foi dito acima, destacamos a última
frase que trata sobre o ensino dos JDC com o foco na lógica interna ou na natureza
do jogo. Vejamos agora o que Costa e Nascimento (2004, p. 51) dizem sobre isso:
84
TÓPICO 2 | SISTEMAS TÁTICOS NO FUTEBOL: COMO ATACAR?
Podemos perceber, na figura acima, que nas diferentes fases de jogo existem
diferentes momentos para orientar as ações de tomada de decisão. Segundo Lima
(2014), é preciso criar situações de estabilização do jogo, criando espaços no campo
contrário, buscando manter a posse de bola o maior tempo possível e desestabilizar
a defesa adversária criando situações para finalizar o gol. O mesmo autor diz que
um bom modelo de jogo terá uma boa organização ofensiva que vai buscar criar
espaços e desequilibrar a estrutura adversária na busca do gol.
E
IMPORTANT
86
TÓPICO 2 | SISTEMAS TÁTICOS NO FUTEBOL: COMO ATACAR?
87
UNIDADE 2 | DEFESA E ATAQUE
(GARGANTA DA SILVA, 1998). Se o trabalho for realizado com não atletas, que
só pretendem praticar a modalidade, também é preciso que ocorra uma adaptação
da exigência de assimilação e aplicação dos princípios e de um modelo de jogo
para a realidade na qual se estará inserido (DRUBSCKY, 2003).
88
TÓPICO 2 | SISTEMAS TÁTICOS NO FUTEBOL: COMO ATACAR?
89
UNIDADE 2 | DEFESA E ATAQUE
DICAS
Caro acadêmico, reserve agora alguns minutos para ver o vídeo realizado como
trabalho da disciplina de Futebol no curso de Ciências do Desporto na Universidade de Évora.
Este vídeo traz alguns exemplos de aplicação dos princípios táticos em situações reais de
jogo. Segue o link: <https://www.youtube.com/watch?v=OkWReRsBHRE>.
90
TÓPICO 2 | SISTEMAS TÁTICOS NO FUTEBOL: COMO ATACAR?
DICAS
Utilize alguns minutos para ver um vídeo que mostra diferentes gols no futebol.
Busque analisar o vídeo procurando descobrir as maneiras que foram utilizadas para criar os
espaços e os tipos de finalização que foram realizados. Disponível em: <https://www.youtube.
com/watch?v=VmkkN5kDqVk>.
92
TÓPICO 2 | SISTEMAS TÁTICOS NO FUTEBOL: COMO ATACAR?
E
IMPORTANT
Entre as estratégias que podem ser adotadas para o ensino do futebol com
foco no aprimoramento do sistema ofensivo e das jogadas de ataque, os jogos
conceituais são uma boa opção para o treinamento em conjunto dos aspectos
físicos, técnicos e táticos com um objetivo bem definido.
Na figura anterior, temos dois exemplos de exercícios que podem ser usados
no treinamento ofensivo utilizando os jogos conceituais. Estes exercícios partem
de uma progressão estrutural e podem ser encaixados dentro de um planejamento
para o ensino dos princípios e conceitos táticos do futebol. Na primeira atividade,
parte esquerda da figura, temos um exercício de 4 x 4 + 2 coringas (que serão
jogadores ‘neutros’ jogando para quem estiver com a posse da bola). Note que
neste exercício são utilizadas quatro balizas pequenas e os jogadores do time ‘X’
atacam os gols marcados com um X enquanto os do time ‘O’ atacam os outros
dois gols. Entre os objetivos da atividade estão os de: Manutenção da posse de
bola, criar opções/linhas de passe, passes em profundidade no ataque e criar
oportunidades de finalização. Este exercício ainda fará com que os participantes
aprendam a reconhecer os momentos de transição na direção do jogo.
93
UNIDADE 2 | DEFESA E ATAQUE
Veremos a proposta de uma sessão de treino, que irá utilizar tanto exercícios
de jogos conceituais como de séries de exercícios. As atividades que compõem
as séries de exercícios vão possuir um objetivo, obviamente, mas estariam mais
próximas da metodologia parcial de ensino através de circuitos ou drills, como dito
anteriormente. Assim, uma atividade de séries de exercícios pode se encaixar no
ensino de algum conceito ou princípio tático, mas vai ser realizada de maneira um
pouco mais fragmentada que o todo, não a partir do jogo e sim de uma situação
mais específica e técnica (NASCIMENTO, 2011; VARGAS et al., 2012).
94
TÓPICO 2 | SISTEMAS TÁTICOS NO FUTEBOL: COMO ATACAR?
• Organização ofensiva.
• Organização defensiva.
• Transição da defesa para o ataque.
• Transição do ataque para a defesa.
95
UNIDADE 2 | DEFESA E ATAQUE
Perceba que esta seria uma atividade mais próxima do método parcial.
Fez parte da fase inicial do treino. Note que não há oposição e que o objetivo
principal foi treinar o passe curto e longo e a finalização. Foi realizado logo
após um aquecimento e alongamento. Os jogadores A, B, C e os jogadores D, E,
F passam a bola entre eles e depois fazem um passe longo, aéreo para o outro
lado do campo, depois correm até uma área determinada para receber um passe
do treinador e realizar a finalização de primeira. Importante a exigência do uso
das duas pernas nas ações. Outro ponto destacado pelo autor foi uma cobrança
técnica na execução dos passes e dos chutes. Observe a demonstração.
96
TÓPICO 2 | SISTEMAS TÁTICOS NO FUTEBOL: COMO ATACAR?
NOTA
97
UNIDADE 2 | DEFESA E ATAQUE
99
UNIDADE 2 | DEFESA E ATAQUE
Domingo Domingo
Quinta
(Avaliação Qualitativa)
(Avaliação Qualitativa)
Competição
Competição
Grande
Quarta fracção do
<jogar>.
Sexta
Dinâmica
Fracção
Intermédia
Completa Pequena Sábado
Terça fracção do
do <jogar> Predisposi-
Segunda Recuperação <jogar> ção para o
Activa jogo
100
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, vimos que:
• Destaca-se que o futebol consiste em três fases durante o jogo: a fase defensiva;
a fase de transição (que pode ser defensiva ou ofensiva); e a fase ofensiva.
101
AUTOATIVIDADE
2 Com base no conteúdo que você aprendeu neste tópico, sobre as possibilidades
de ensino/treinamento tático no futebol, elabore uma breve discussão sobre
os métodos de ensino, as possibilidades e suas aplicações.
102
UNIDADE 2 TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, passaremos a estudar o Futsal e suas nuances táticas. Até
o momento vínhamos estudando sobre os aspectos táticos que estão envolvidos
no futebol de campo, mas de agora em diante vamos “entrar na quadra de jogo”
para estudar a tática e sua relação com o futsal. Como era chamado antigamente,
e muitos ainda se referem dessa maneira nos dias de hoje, o futebol de salão ou
indoor soccer, hoje chamado oficialmente de Futsal (FIFA, 2016), vai apresentar
algumas semelhanças com o futebol de campo. Vamos estudar a modalidade com
base nas semelhanças e diferenças.
Os alas: Os alas, como o nome mesmo já diz, são jogadores que geralmente
jogam pelos lados da quadra. Novamente traçando um paralelo, seriam os
jogadores de meio de campo no caso do futebol. São jogadores com funções
importantes para compor o sistema defensivo, mas que também têm liberdade
para atacar e criar as jogadas de finalização na meta adversária. De acordo com
Henrique (2013), os alas são os responsáveis pela construção das jogadas e têm a
tarefa de marcar e atacar.
O pivô: O pivô vai ser o jogador mais ofensivo no futsal, o jogador de ataque,
com mais funções relacionadas ao ataque do que à defesa. Vai ser o último homem
a compor a defesa de um sistema defensivo no futsal, o pivô não estará desobrigado
de ajudar em ações defensivas, mas seu principal objetivo é jogar próximo da área
adversária, na busca de finalizar as jogadas e marcar gols para sua equipe.
104
TÓPICO 3 | SISTEMAS TÁTICOS NO FUTSAL: COMO DEFENDER?
PIVÔ
ALA
ALA FIXO
• Central: Precisa ser forte, possuir um bom chute de média e longa distância,
com um bom passe e uma boa visão de jogo em sua totalidade.
• Pivô: Tem que ser forte, com um ótimo domínio de bola e boa visão de jogo
curto de tabelas e passes rápidos.
105
UNIDADE 2 | DEFESA E ATAQUE
106
TÓPICO 3 | SISTEMAS TÁTICOS NO FUTSAL: COMO DEFENDER?
Sistema 3 x 1
107
UNIDADE 2 | DEFESA E ATAQUE
Sistema 2 x 1 x 1
108
TÓPICO 3 | SISTEMAS TÁTICOS NO FUTSAL: COMO DEFENDER?
Sistema 4 x 0
109
UNIDADE 2 | DEFESA E ATAQUE
Mutti (2003) afirma que este sistema exige uma constante movimentação
dos jogadores em quadra, e devido a esta alternância de movimentos e posições, a
marcação fica muito dificultada. Este sistema ainda oferece uma ampla opção de
jogadas e cria bons espaços vazios no ataque, no qual a equipe pode tirar proveito
se avançar em velocidade (NAVARRO; ALMEIDA, 2008).
Sistema 3 x 2
As modificações que ocorreram nas regras nos últimos anos fizeram com
que este sistema surgisse. Estamos falando da possibilidade do goleiro atuar como
um jogador de linha, jogando fora de sua própria área de meta ou sendo substituído
por outro jogador em determinados momentos do jogo (MUTTI, 2003).
Por isso este sistema também é conhecido como goleiro linha ou ainda 5 x
0, 1 x 2 x 2, 2 x 3 e 1 x 4, de acordo com o posicionamento adotado pelos jogadores
na quadra (NAVARRO; ALMEIDA, 2008). Como podemos observar na figura
anterior, o goleiro linha pode jogar como último homem do sistema (Figura A) ou
aberto numa das alas (Figura B). É necessário que este jogador seja um dos atletas
de confiança do treinador, porque esta estratégia geralmente é utilizada nos
110
TÓPICO 3 | SISTEMAS TÁTICOS NO FUTSAL: COMO DEFENDER?
TUROS
ESTUDOS FU
Vale lembrar que o objetivo do próximo tópico será abordar de maneira mais
aprofundada os assuntos relacionados aos sistemas ofensivos no futsal. Dessa forma, ainda
voltaremos com este assunto mais à frente, quando falaremos das possibilidades de jogo
ofensivo na modalidade.
E
IMPORTANT
Vale lembrar, caros acadêmicos, que os sistemas táticos no futsal são divididos
em sistemas defensivos e sistemas ofensivos. Independentemente disso, existe um desenho
tático ou uma disposição tática dos jogadores em quadra. Em outras palavras, a forma como
os jogadores estarão posicionados em quadra nos momentos de defesa ou de ataque.
111
UNIDADE 2 | DEFESA E ATAQUE
• Marcação individual
• Sistema de marcação em zona
• Marcação mista
112
TÓPICO 3 | SISTEMAS TÁTICOS NO FUTSAL: COMO DEFENDER?
113
UNIDADE 2 | DEFESA E ATAQUE
114
TÓPICO 3 | SISTEMAS TÁTICOS NO FUTSAL: COMO DEFENDER?
115
UNIDADE 2 | DEFESA E ATAQUE
116
TÓPICO 3 | SISTEMAS TÁTICOS NO FUTSAL: COMO DEFENDER?
DICAS
118
TÓPICO 3 | SISTEMAS TÁTICOS NO FUTSAL: COMO DEFENDER?
Podemos notar que existe uma série de movimentações táticas de defesa que
vão acompanhar cada movimentação ofensiva do adversário. Essas movimentações
precisam ser bem treinadas, de maneira organizada, para que a equipe tenha
automatizadas as possibilidades de como evitar que o adversário se aproxime de sua
própria meta. Percebam que esses foram apenas alguns exemplos de toda uma rede
complexa de movimentações que precisam ser sincronizadas durante as partidas.
119
UNIDADE 2 | DEFESA E ATAQUE
120
TÓPICO 3 | SISTEMAS TÁTICOS NO FUTSAL: COMO DEFENDER?
121
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, vimos que:
• Entre os sistemas defensivos, três são mais utilizados pelas equipes em seus
treinamentos e jogos: a marcação individual, marcação mista e marcação por
zona.
122
AUTOATIVIDADE
2 Com base nos conteúdos apresentados neste tópico sobre os sistemas táticos
no futsal, apresente um exemplo de atividade para o treino da marcação por
zona.
123
124
UNIDADE 2
TÓPICO 4
1 INTRODUÇÃO
Caros acadêmicos, estamos chegando ao final de mais uma unidade.
Nós estudamos até agora a tática no futebol e os sistemas de jogo, conteúdos
e possibilidades relacionados aos momentos defensivos e ofensivos. Vimos
também, no tópico anterior, a tática no futsal, as posições de jogo, os sistemas
defensivos e ofensivos de jogo no futsal e as possibilidades de ensino dos aspectos
relacionadas à defesa no futsal.
Bons estudos!
125
UNIDADE 2 | DEFESA E ATAQUE
DICAS
Reserve alguns minutos para ver um vídeo didático que trata sobre manobras
ofensivas no futsal. Preste atenção na linguagem empregada e nas possibilidades apresentadas,
pois serão de grande valia para a compreensão do tema deste tópico. Disponível em: <https://
www.youtube.com/watch?v=O_YMqlM5YLo>.
126
TÓPICO 4 | SISTEMAS TÁTICOS NO FUTSAL: COMO ATACAR?
127
UNIDADE 2 | DEFESA E ATAQUE
Para Manta (2013), este padrão tem alguma indefinição quanto aos sistemas
de jogo, pois os posicionamentos são híbridos e abarcam todos os sistemas, face
à dinâmica e movimento constante dos jogadores. No exemplo da figura acima
temos a seguinte opção a partir de uma movimentação de padrão redondo: O
jogador de ataque nº 5 vai fazer um apoio ao jogador nº 3 de posse da bola, que
faz um passe curto para o primeiro, o atleta nº 5 pisa na bola e passa para o ala nº
2 que fez uma movimentação para receber o passe em profundidade, o nº 5 gira
o corpo e infiltra com possibilidade de finalização, o jogador nº 4 entra pela ala
oposta como uma segunda opção de passe para finalização na segunda trave. O
nº 3 permanece na cobertura.
128
TÓPICO 4 | SISTEMAS TÁTICOS NO FUTSAL: COMO ATACAR?
defensor contrário. Logo, este deve retornar para a posição daquele que recebeu a
bola, que vai conduzir em direção ao meio e realizar a mesma movimentação. Estes
movimentos fazem o desenho de um “8” em quadra, e daí o nome do padrão. É um
dos primeiros a ser ensinado nas categorias iniciais, pela sua menor complexidade.
129
UNIDADE 2 | DEFESA E ATAQUE
E
IMPORTANT
130
TÓPICO 4 | SISTEMAS TÁTICOS NO FUTSAL: COMO ATACAR?
131
UNIDADE 2 | DEFESA E ATAQUE
DICAS
Essa é outra opção de padrão de jogo que pode ser utilizado no ensino-
aprendizagem do futsal. Segundo Mutti (2003), este padrão de movimentação
envolve os quatro jogadores de linha que se movimentam simultaneamente. O
jogador, de posse da bola, a conduz para o meio e passa para um companheiro
do lado oposto; em seguida, avança rapidamente pelo meio e desvia sua trajetória
para a lateral contrária da que tocou a bola. Perceba, na figura a seguir, que como
este rodízio envolve o pivô, ele é um complemento dos anteriores que estávamos
analisando com troca de posição com o pivô.
132
TÓPICO 4 | SISTEMAS TÁTICOS NO FUTSAL: COMO ATACAR?
Segundo Mutti (2003), este padrão é um dos mais utilizados no futsal atual,
caracterizando-se pela colocação de quatro jogadores na armação da jogada e
consiste em diferentes movimentações, mesclando as que são utilizadas nos outros
rodízios já citados. O autor ainda cita que não existe um único movimento que deve
ser repetido sistematicamente, e sim uma variação de movimentos sempre com os
quatro jogadores da equipe, portanto não há um atacante fixo na quadra ofensiva,
o que faz com que o padrão seja conhecido por “jogar sem o pivô”.
133
UNIDADE 2 | DEFESA E ATAQUE
134
TÓPICO 4 | SISTEMAS TÁTICOS NO FUTSAL: COMO ATACAR?
ala oposta e se deslocar nessa direção após um breve apoio pelo meio. O jogador
nº 5, de posse da bola, terá duas opções de passe, na paralela para o nº 3 ou um
passe de elevação na diagonal longa para o nº 2. Importante ressaltar que o nº 4
deve ficar realizando a cobertura ofensiva.
4 POSSIBILIDADES DE TREINAMENTO
São diversas as possibilidades que o profissional que for trabalhar com a
modalidade vai ter em mãos para o ensino/treinamento deste esporte. As fontes
citadas no tópico, as sugestões de vídeos ou leituras darão um bom suporte aos
interessados. No decorrer do assunto, enquanto estava tratando de cada tema,
como os padrões de jogo, por exemplo, buscamos trazer exemplos de diversas
atividades práticas, como as opções de finalização de jogada de cada padrão, que
já trazem diversos conteúdos relacionados e opções de treinamento ofensivo no
futsal. Para não ser muito repetitivo e desgastante, a seguir trazemos apenas um
exemplo de atividades de treino, assim podemos aguçar a curiosidade e o interesse
daqueles que estão mais envolvidos com este esporte e auxiliar a compreensão de
todos que estão estudando esta disciplina.
135
UNIDADE 2 | DEFESA E ATAQUE
LEITURA COMPLEMENTAR
O futebol tem em sua essência oito princípios táticos de jogo, sendo estes
divididos em princípios táticos defensivos e ofensivos. Os princípios táticos
defensivos são:
136
TÓPICO 4 | SISTEMAS TÁTICOS NO FUTSAL: COMO ATACAR?
2. Cobertura defensiva: Ação de um jogador dar apoio ao jogador que vai realizar
a contenção com objetivo de ser obstáculo imediato ao adversário caso esse
realize um drible sobre o jogador que deu o 1º combate.
137
UNIDADE 2 | DEFESA E ATAQUE
Contenção ou cobertura
defensiva, dependente do
Equilíbrio sistema defensivo adotado.
Mobilidade
138
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, vimos que:
139
AUTOATIVIDADE
140
UNIDADE 3
REGRAS E ADAPTAÇÕES
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos principais. Em cada um deles ha-
verá atividades visando à compreensão dos conteúdos apresentados.
141
142
UNIDADE 3
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Caros acadêmicos, chegamos à última unidade do nosso caderno de
estudos. Ao se aproximar do fim da nossa disciplina, lembramos os conteúdos
que já estudamos durante este período. Vimos assuntos relacionados à história
das duas modalidades, os aspectos técnicos e táticos do futebol e do futsal e as
possibilidades de ensino. Porém, podemos perceber que ainda faltam alguns
tópicos a serem abordados, para sermos mais precisos, as regras que envolvem
estes dois esportes. Além disso, estamos passando por um período de tempo
que marcou a história esportiva do Brasil, os Jogos Olímpicos de 2016, que
aconteceram no Rio de Janeiro. Dessa forma, precisamos nos atentar para
um importante assunto que também foi foco nesse período, ou seja, os Jogos
Paralímpicos, a inclusão dos deficientes no meio esportivo.
143
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES
144
TÓPICO 1 | AS REGRAS APLICADAS AO FUTEBOL
de hoje. A prática do esporte era bem diferente da que ocorre na atualidade, por
exemplo: não se podia tocar a bola para frente, não existiam goleiros e o jogo com
a mão era permitido. Não existia árbitro nas partidas e nem a penalidade máxima
ocorria. O jornalista Leandro Stein (2013) apresenta um resumo dos principais
acontecimentos a partir da criação da Football Association, em 1863.
1865 – As traves passam a ter uma fita entre elas, para delimitar a altura
do gol. O protótipo do travessão, instituído apenas dez anos depois.
1866 – Os passes para frente foram legalizados, desde que três
adversários estivessem entre o recebedor e o gol. Aí nasceu a regra do
impedimento. Além disso, pegar a bola com as mãos no ar passou a ser
proibido, tornando cabeçadas e matadas no peito comuns.
1869 – Nasce o tiro de meta. Antes, a bola que saísse pela linha de
fundo era do time que a pegasse primeiro, ganhando uma cobrança
de falta.
1871 – Apenas um jogador passa a poder pegar a bola com as mãos.
Nasce o goleiro.
1872 – Os goleiros só podem pegar a bola com as mãos no próprio
campo. Os escanteios são introduzidos.
1874 – Os árbitros passam a existir, um para cada lado do campo.
Antes, as discussões sobre as jogadas eram feitas pelos capitães. No
mesmo ano, os times passam a trocar de campo depois do intervalo, o
que acontecia a cada gol.
1877 – O tempo de jogo é fixado em 90 minutos.
1891 – Os pênaltis são introduzidos. Podem ser cobrados de qualquer
posição a 12 jardas do gol. A criação se deu depois que um jogador
espalmou uma bola no último minuto de um jogo da Copa da
Inglaterra. Também naquele ano, um novo árbitro passou a entrar em
campo e os dois que já existiam passaram a atuar como assistentes. E
os gols ganharam redes.
1892 – Foram criados os acréscimos, depois que um goleiro chutou a
bola para fora do campo, a fim de evitar a cobrança do pênalti. Quando
a bola foi devolvida, o tempo já tinha acabado.
1895 – Os laterais passam a ser dos oponentes do time que tocou a bola
por último. Antes, eram de quem pegasse a bola primeiro.
1902 – As áreas foram criadas.
1904 – A lei da vantagem passa a ser aplicada pelos árbitros.
1907 – Um jogador não pode estar impedido em seu próprio campo.
1912 – Os goleiros têm suas ações com a mão delimitadas à própria
área. Além disso, eles precisam vestir uniformes diferentes aos dos
companheiros (STEIN, 2013).
DICAS
Caso queiras saber mais sobre a história do futebol e a evolução das regras,
acesse os sites a seguir. Seguem os links:
<http://www.bbc.com/sport/football/25958046>
<http://trivela.uol.com.br/ano-a-ano-as-principais-mudancas-feitas-nas-regras-do-futebol/>.
145
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES
DICAS
E
IMPORTANT
Lembre-se de que ao todo o futebol atual possui 17 regras. Todas elas serão
explicadas na sequência. Sendo:
3 – Número de 4 – Equipamento dos
1 – O campo de jogo 2 – A bola
jogadores jogadores
6 – Os árbitros 7 – Duração da 8 – Início e reinício
5 – O árbitro
assistentes partida de jogo
9 – Bola em jogo e 12 – Faltas e
10 – Gol marcado 11 – Impedimento
fora de jogo incorreções
15 – Arremesso
13 – Tiros livres 14 – Tiro penal 16 – Tiro de meta
lateral
17 – Tiro de canto
146
TÓPICO 1 | AS REGRAS APLICADAS AO FUTEBOL
CÍRCULO
LINHA DE
L
CENTRAL
MEIO-CAMPO
BANDEIRINHA
L
PONTO CENTRAL
ERA
(opcional)
LAT
HA
LIN
MARCA
ÁREA PENAL
OPCIONAL
LINHA DE META
MARCA OPCIONAL
Raio:
120m
9,15m
:
Máx
to -
n
rime
9,15m
p
Com
11m 16,5m
5,5m 1m raio
147
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES
NOTA
Interessante lembrar que o jogo de futebol, no seu início, não tinha o padrão
da meta com os tamanhos das traves e o travessão, como é hoje em dia. Em 1865 estipulou-
se a colocação de uma fita ligando as duas traves, o que dez anos depois virou o chamado
travessão. Outra curiosidade é que também não havia a posição de goleiro para defender
essas metas.
FIGURA 75 - AS METAS
Regra 2 – A bola
A partida será reiniciada com bola ao chão, executado com uma nova
bola, do local onde a primeira bola se danificou, a menos que o jogo
tenha sido paralisado com a bola dentro da área de meta. Neste caso,
o árbitro executará ‘o bola ao chão’ na linha da área de meta paralela à
linha de meta, no ponto mais próximo do local onde a bola substituída
se encontrava quando o jogo foi paralisado. Se a bola estourar ou se
danificar durante a execução de um tiro penal ou de tiro do ponto
penal, após ser chutada para frente e antes de tocar em qualquer
jogador, no travessão ou nos postes da meta: o tiro será repetido. Se a
bola estourar ou se danificar em um momento em que não esteja em
jogo (tiro de saída, tiro de meta, tiro de canto, tiro livre, tiro penal ou
arremesso lateral), a partida será reiniciada conforme as regras.
E
IMPORTANT
A bola não poderá ser trocada durante a partida sem autorização do árbitro.
Poderão ser usadas bolas adicionais ao redor do campo para o uso durante a partida, mas
todas devem seguir as especificações estabelecidas.
De acordo com a CBF (2016), uma partida será jogada por duas equipes,
cada uma formada por no máximo 11 jogadores, dos quais um jogará como
goleiro. A partida não começará se uma das equipes tiver menos de sete jogadores.
Em competições oficiais poderão ser realizadas no máximo três substituições por
equipe e o regulamento da competição irá instituir o número de substitutos que
poderão ser relacionados para o jogo. Em outros casos, como partidas amistosas
ou jogos de categorias menores, por exemplo, poderão ser realizadas seis
substituições ou mais, desde que o árbitro seja avisado antes de começar o jogo e
seja acordado entre as equipes.
NOTA
O site da Globo (2016) traz uma informação interessante sobre a alteração feita
pela FIFA para a regra 3: “Após a lista da equipe ter sido entregue, mas antes do pontapé inicial,
um jogador titular expulso poderá ser substituído por um substituto inscrito (esse substituto não
poderá ser substituído; a equipe ainda poderá realizar o número completo de substituições,
conforme as regras atuais)”.
A CBF (2016) ainda traz dois apontamentos sobre as alterações feitas na regra 3. Deverá ser
tiro livre direto (ou pênalti) se um substituto/integrante da equipe/jogador expulso interferir
na jogada. Se algo/alguém (além de um jogador) tocar na bola que estiver entrando no gol,
o árbitro validará o gol se a bola entrar no gol e o toque não impedir os defensores de jogar
a bola (salvo no gol dos adversários).
DICAS
150
TÓPICO 1 | AS REGRAS APLICADAS AO FUTEBOL
E
IMPORTANT
Regra 5 – O árbitro
De acordo com a CBF (2016) e a FIFA (2016), cada partida será dirigida
por um árbitro, que terá autoridade total para fazer cumprir as regras do jogo.
O árbitro fará cumprir as regras do jogo e suas decisões são finais em relação à
partida. Deverá controlar a partida em cooperação com os árbitros assistentes
e, quando possível, com o quarto árbitro. Perceba que o regimento de normas
do futebol dá poderes totais ao árbitro quanto ao controle da partida. Este, por
151
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES
sua vez, deve tomar atitudes para garantir o bom andamento do jogo aplicando
todo o conjunto de regras estipuladas. Deverá tomar decisões em relação aos
equipamentos dos jogadores, em relação ao tempo da partida, as interrupções, os
fatores extracampo (por exemplo, a falta de energia), a qualidade dos materiais
necessários para o andamento do jogo, como a verificação das bolas e das redes
nas traves, entre outras peculiaridades que possam ocorrer. O árbitro, sempre
que necessário, poderá tomar uma decisão em conjunto com os assistentes. Veja
na figura a seguir alguns dos principais gestos do árbitro durante a partida.
Quando um gol for marcado e não houver dúvida quanto à decisão, o árbitro
e o árbitro assistente deverão estabelecer contato visual e o árbitro assistente deverá,
então, correr rapidamente 25-30 m pela linha lateral em direção à linha de meio-
campo, sem levantar sua bandeira.
153
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES
E
IMPORTANT
Vale lembrar que a FIFA (2016) adicionou, no conjunto de regras atual, que dois
árbitros assistentes adicionais deveriam estar envolvidos durante os jogos, e auxiliariam nas
seguintes observações: verificar se a bola passou inteira pela linha do gol; qual a equipe tem
o direito de tiro de meta ou tiro de canto; e, nas cobranças de pênaltis, verificar se o goleiro
se moveu antes de a bola ser tocada pelo adversário.
154
TÓPICO 1 | AS REGRAS APLICADAS AO FUTEBOL
Uma moeda será lançada pelo árbitro e a equipe vencedora escolhe o lado
que vai começar atacando, a outra equipe realiza o tiro de saída. Até que a bola
entre em jogo, os jogadores da equipe adversária devem estar a pelo menos 9,15
m de distância da bola, ou seja, fora do círculo central. Uma mudança recente
realizada pela FIFA (2016) é de que a bola pode ser tocada para qualquer direção
no tiro de saída, não mais necessitando ser tocada para frente no primeiro
momento. O jogador que realizar o tiro de saída não poderá tocar novamente na
bola antes que ela seja tocada por alguém antes.
E
IMPORTANT
155
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES
De acordo com a CBF (2016), um gol será marcado quando a bola ultrapassar
totalmente a linha de meta, entre os postes de meta e por baixo do travessão, desde
que a equipe que marcou o gol não tenha cometido previamente nenhuma infração
às regras do jogo. A equipe que marcar o maior número de gols numa partida será
considerada vencedora. Se ambas as equipes marcarem o mesmo número de gols
ou não marcarem nenhum, a partida será considerada empatada.
E
IMPORTANT
156
TÓPICO 1 | AS REGRAS APLICADAS AO FUTEBOL
Regra 11 – Impedimento
DICAS
Assista ao vídeo sugerido que traz uma breve explicação clara e engraçada
do que é considerado ou não impedimento no futebol. <https://www.youtube.com/
watch?v=H5iox0r6tQY>
157
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES
Quanto ao goleiro, ele está sob as mesmas regras listadas acima quando
está fora de sua área. Quando o goleiro estiver dentro da sua própria área penal
será marcado um tiro livre indireto se este demorar mais de seis segundos para
repor a bola em jogo, voltar a tocar a bola com as mãos sem ter sido tocada por mais
alguém depois de tê-la controlado com as mãos e a colocado em disputa, receber
com as mãos uma cobrança de lateral de um companheiro e, quando um jogador de
sua equipe deliberadamente tocar a bola com os pés e este a receber com as mãos.
Os tiros livres podem ser diretos ou indiretos. A bola deve estar parada
ou imóvel na cobrança de um tiro livre e todos os jogadores adversários devem
estar a uma distância de pelo menos 9,15 m do local. Se um tiro livre for chutado
diretamente na meta adversária será considerado gol, mas se for cobrado um
tiro livre direto dentro da própria meta será marcado um tiro de canto para o
adversário. Isto se aplica também para o tiro livre indireto, mas nesse caso a bola
precisa tocar em mais alguém para ser considerado gol.
158
TÓPICO 1 | AS REGRAS APLICADAS AO FUTEBOL
DICAS
159
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES
DICAS
160
TÓPICO 1 | AS REGRAS APLICADAS AO FUTEBOL
O arremesso lateral deverá ser executado toda vez que a bola sair do
campo de jogo por uma das linhas laterais. O arremesso lateral será concedido à
equipe adversária do último jogador que tocar na bola, antes de esta ultrapassar
totalmente a linha lateral, por terra ou pelo ar. Todos os adversários deverão
estar, no mínimo, 2 m do local da cobrança. Não é permitida a marcação de um
gol de uma cobrança direta de lateral.
E
IMPORTANT
Veja um vídeo que explica o procedimento que deve ser realizado na cobrança
de um lateral: <https://www.youtube.com/watch?v=wwj0tiCbnKo>
DICAS
Assista ao vídeo que explica alguns pontos que devem ser observados na cobrança
de um tiro de meta, por meio do link: <https://www.youtube.com/watch?v=J1KySVzzxos>.
161
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES
DICAS
Reserve um pouco de tempo para ver um breve vídeo que resume as principais
regras que precisam ser entendidas para o jogo de futebol. Disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=3jIDq4Y74ko>.
162
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, vimos que:
• Todos os anos ocorrem reuniões organizadas pela FIFA para debater, analisar
e definir se haverá mudanças nas regras para a temporada seguinte.
• Ao todo são 17 regras principais que fazem parte do compêndio de normas que
regulariza as ações de jogo.
• Para fazer cumprir as regras de jogo durante uma partida existem o árbitro
principal e os árbitros assistentes. Estes deverão fazer com que os jogadores
cumpram as normas estipulas nas 17 regras do jogo.
163
AUTOATIVIDADE
164
UNIDADE 3
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Caros acadêmicos, no tópico anterior vimos um breve histórico das regras
do futebol e analisamos a forma como este conjunto de normas se aplica a tal
modalidade. Neste tópico não será diferente, veremos uma breve introdução
sobre como surgiram as regras e estudaremos os principais assuntos relacionados
com cada regra, porém, agora, a modalidade em foco é o futsal. Como este esporte
é mais novo e recente do que o futebol, a contextualização histórica não será
tão rica, mas, em compensação, as regras serão explanadas da melhor maneira
possível. Infelizmente, para os adeptos da modalidade, o futsal não possui
a mesma organização e riqueza de fontes como o futebol. A própria entidade
que rege o esporte, a FIFA, não disponibiliza em seu site oficial o conjunto de
normas que regem a modalidade. De qualquer forma, vamos estudar o que há
de mais recente até o momento no que se refere às regras do futsal. Neste tópico,
nosso estudo será bem dinâmico, assim seu aprendizado seja aprimorado. Vamos
seguir em frente em mais um tópico de aprendizado para sua formação, afinal,
conhecimento nunca é demais, não é mesmo?
165
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES
A partir de 1989 o futsal passou a ser controlado pela FIFA, o que acontece até
os dias hoje. A história do futsal já estudamos na Unidade 1 deste caderno, e
queremos apenas deixar claro quais os órgãos que gerenciam o esporte, criam e
adaptam as regras do mesmo. Dessa forma, as regras que serão apresentadas a
seguir serão uma apresentação dos principais pontos que precisam ser entendidos
do Livro nacional de regras de 2016 da CBFS (2016).
Essa regra está dividida em partes que tratam sobre a superfície de jogo,
a marcação da superfície, as dimensões e as partes que constituem a quadra.
Quanto à superfície, podemos ver que ela deve ser lisa e nivelada, sem asperezas
ou depressões. O material deve ser de madeira ou material sintético nivelado. As
dimensões fazem da quadra de jogo um retângulo no qual as laterais da quadra
devem ser maiores que as linhas de fundo, chamadas corretamente de linhas de
meta. A quadra será marcada por linhas que delimitam o campo e as áreas.
5m
5m
5m
6m
20m
10m
3m
6m 6m
3m
3m
10m
3m
6m
5m
5m
5m
5m
Espaço Mínimo: 2m
166
TÓPICO 2 | AS REGRAS APLICADAS AO FUTSAL
Nas figuras a seguir vocês poderão ver exemplos didáticos de como devem
ser as metas, que também possuirão uma área de meta com um raio de 6 m, e as
zonas de substituições que devem ser marcadas na quadra de futsal em frente ao
banco de reservas, evitando atrapalhar a área delimitada para a mesa de anotações.
FIGURA 83 - AS METAS NO FUTSAL
2m
3m
0,0
8m
4m
167
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES
Regra 2 – A bola
De acordo com a CBFS (2016), a bola deverá ser esférica, feita de couro
ou outro material macio. O tamanho, ou seja, a circunferência e o peso, variam
de acordo com as categorias de idade dos jogadores. No quadro a seguir são
apresentadas as características que a bola deve ter de acordo com cada categoria.
Adultas, Sub-20,
MASC/FEM 400g a 440g 62cm a 64cm
Sub-17 e Sub-15
DICAS
Quanto à bola, no futsal ela deve se adaptar às características dos alunos e, por
isso, de diferentes tamanhos. Para você, que possivelmente será um professor de Educação
Física no futuro, a importância de adaptar à realidade, ao contexto do aluno, é sempre algo a ser
planejado. Como dica, assista ao vídeo sobre iniciação no futsal para crianças, para que você
possa refletir sobre isso. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Txwnfd2w7YA>
168
TÓPICO 2 | AS REGRAS APLICADAS AO FUTSAL
E
IMPORTANT
Atualmente, umas das regras mais importantes para o resultado final de uma
partida de futsal tem sido a regra número três, que possibilita o esquema de jogo com o
chamado goleiro-linha. Ensinar uma equipe a realizar o goleiro-linha de maneira efetiva é
um desafio para os professores/treinadores de futsal. Porém, é uma ferramenta tática que se
for bem utilizada e treinada pode acarretar em resultados positivos. O goleiro-linha tem sido
muito utilizado nos momentos decisivos da partida, dessa forma, conhecer bem esta regra
específica e saber aplicá-la é algo muito importante para o profissional que estará envolvido
com a modalidade. Veja no link <https://www.youtube.com/watch?v=pAP1jw3oz0c> uma
análise do uso do goleiro-linha numa partida oficial.
169
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES
Regra 5 – Os árbitros
Com relação à regra cinco, quanto aos árbitros de jogo, o caderno de regras
da CBFS (2016) recomenda o seguinte: As partidas serão controladas por dois
árbitros, árbitro principal e árbitro auxiliar, que terão plenos poderes para fazer
cumprir as Regras de Jogo de Futsal. Em caso de divergência de opiniões, a decisão
que prevalecerá deve ser a do árbitro principal. Ainda, haverá um 3º árbitro/
anotador que auxiliará no controle da partida fazendo o papel de mesário.
tempos técnicos, sinalizar as faltas cometidas e se uma das equipes estourou o limite
de faltas, bem como, sinalizar os jogadores que receberem cartões durante a partida.
DICAS
Pedido de Tempo Arremesso de Falta acumulativa Falta acumulativa Tiro livre indireto
Técnico Meta (1) depois de aplicar depois de aplicar
vantagem (1) vantagem (3)
FONTE: CBFS (2016)
171
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES
Ainda, vale lembrar do tempo técnico, ou seja, cada equipe tem direito a
um tempo técnico em cada período de jogo, com duração de 1 (um) minuto. O
tempo técnico não é cumulativo de um período para o outro se não for usado e na
prorrogação não haverá tempo técnico. O tempo suplementar, ou popularmente
conhecido como prorrogação, será estipulado quando um regulamento de
determinada competição determinar que deverá haver um vencedor, e estes
serão dois períodos, de três a cinco minutos cada, determinado no regulamento
da competição. Após o final do tempo normal de uma partida será concedido um
tempo de descanso de cinco minutos antes do início do tempo regulamentar e
não haverá parada entre os dois períodos da prorrogação.
172
TÓPICO 2 | AS REGRAS APLICADAS AO FUTSAL
E
IMPORTANT
Na bola de saída, para que um gol seja válido é preciso que a bola tenha tocado
em qualquer outro jogador, se isso não ocorrer será marcado um tiro de meta.
DICAS
Quanto a esta regra, a bola estará fora de jogo sempre que ultrapassar
uma das linhas laterais ou de meta, que demarcam a quadra pelo solo ou pelo ar,
ou se a partida for interrompida pelo árbitro. Se a bola tocar o teto ou algum outro
equipamento colocado próximo do terreno de jogo, será marcada uma cobrança
de lateral para a equipe adversária do último jogador a chutar a bola. A bola
estará em jogo em qualquer outra situação, até se tocar a trave e permanecer
dentro da quadra ou se tocar um árbitro dentro da quadra de jogo.
173
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES
NOTA
Regra 11 – Impedimento
Acredita-se que esta regra foi mantida só para deixar o paralelo entre o
futsal e o futebol de campo, pois NÃO existe impedimento no futsal.
174
TÓPICO 2 | AS REGRAS APLICADAS AO FUTSAL
• O goleiro permanecer com a bola por mais de quatro segundos em sua quadra
de defesa ou no arremesso de meta.
• O goleiro receber a bola com os pés na sua quadra de defesa após ter colocado a
mesma em jogo sem que tenha tocado em um adversário, na quadra de ataque
ele poderá jogar livremente.
• O goleiro receber a bola com as mãos de um companheiro que tenha realizado
um passe com os pés.
• Se um jogador de linha jogar, perigosamente, impedir o goleiro de lançar a
bola, obstruir o adversário, estando caído prender a bola com as pernas, estar
sem os equipamentos de jogo devidos, usar expressão verbal para enganar o
adversário e sair de quadra para ludibriar o adversário ou os árbitros, deverá
ser marcado um tiro livre indireto. Essas faltas não são cumulativas.
De acordo com a CBFS (2016), existem regras para decidir o que será
falta passível de punição com cartão no futsal, os árbitros deverão se guiar pelas
seguintes normativas:
175
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES
E
IMPORTANT
Vale lembrar que após uma expulsão a equipe deverá ficar com um jogador a
menos por dois minutos cronometrados ou até sofrer o gol. Após esse tempo, poderá restituir
com outro membro da equipe. O jogador expulso não poderá voltar para a partida.
176
TÓPICO 2 | AS REGRAS APLICADAS AO FUTSAL
NOTA
DICAS
Existem muitas formas de uma equipe marcar o gol a partir de um tiro livre. O
professor/treinador poderá usar diferentes jogadas ensaiadas e treinar diferentes maneiras
para tal. É claro que o professor/treinador precisa saber como treinar estes aspectos e dedicar
tempo da aula/treino para que os alunos/jogadores consigam aprimorar essas jogadas. O
entrosamento e a sincronia de movimentos são fundamentais para o sucesso de uma jogada
ensaiada. Como dica, fica o link de um vídeo que aborda estes aspectos: <https://www.
youtube.com/watch?v=kfkBqJMAqZc>.
Sempre que uma equipe cometer uma das infrações que são passíveis
de punição de tiro livre direto dentro de sua área penal, será marcado um
tiro penal. A bola deverá ser colocada na marca penal; o executor da cobrança
identificado; o goleiro deve permanecer sobre a linha de meta entre as traves até
que a cobrança seja executada, mas poderá movimentar-se lateralmente; todos
os outros jogadores devem estar a uma distância mínima de 5 m da bola e atrás
da marca penal.
177
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES
Cronometrista
Árbitro
Executor
Jogadores
Selecionados 3º Árbitro
Goleiro
Defensor
2º Árbitro
Goleiro
Executor
NOTA
Vale lembrar que o tiro penal poderá ocorrer durante o jogo ou no final de
uma partida que precise determinar um vencedor, de acordo com o regulamento. Se a bola
tocar em uma das traves ou no goleiro e entrar, o gol será válido. Se o jogo for para decisão
por pênaltis, a regra determina que três jogadores diferentes de cada equipe realizem as
cobranças de maneira alternada; se persistir o empate as cobranças de tiro penal continuam
pelos demais jogadores até que uma das equipes tenha a vantagem de um gol.
Toda vez que a bola sair pelo alto ou pelo solo por uma das laterais da
quadra ou tocar no teto, será marcado um tiro lateral para a equipe adversária do
último jogador a tocar na bola. Existem algumas regras para a execução do tiro
lateral, de acordo com a CBFS (2016), mas vamos nos concentrar no que realmente
importa para essa regra:
178
TÓPICO 2 | AS REGRAS APLICADAS AO FUTSAL
E
IMPORTANT
DICAS
Veja um vídeo didático que explana um pouco mais os detalhes da Regra 15,
sobre o tiro lateral: <https://www.youtube.com/watch?v=Xn1nBdb9rYE>.
De acordo com a CBFS (2016), será arremesso de meta sempre que a bola
atravessar inteiramente a linha de meta pelo alto ou pelo solo, excluída a parte
compreendida entre os postes e sob o travessão de meta, após ter sido tocada ou
jogada pela última vez por jogador da equipe atacante.
O arremesso de meta deverá ser realizado sempre pelo goleiro com o uso
das mãos e de qualquer lugar da área penal. A bola só estará em jogo quando sair
totalmente da área penal. Os adversários deverão estar preferencialmente fora da
área, mas se o goleiro executar o arremesso, rapidamente poderão estar dentro
da área, desde que não atrapalhem a execução. O goleiro não deverá levar mais
do que quatro segundos para a cobrança. No arremesso de meta sempre valerá a
posição da bola, assim, o goleiro não poderá passar a linha que marca a área penal
se estiver de posse de bola. O gol do arremesso de meta só será válido se tocar em
algum outro jogador antes de entrar na meta.
179
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES
E
IMPORTANT
180
TÓPICO 2 | AS REGRAS APLICADAS AO FUTSAL
DICAS
Acesse o link sugerido a seguir, nele consta um breve vídeo didático que dá um
panorama geral sobre os principais pontos nas regras do futsal.
<https://www.youtube.com/watch?v=Ka_raAT_mMI>
181
RESUMO DO TÓPICO 2
182
AUTOATIVIDADE
183
184
UNIDADE 3
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Caros acadêmicos, chegamos ao último tópico da Unidade 3 e, dessa
forma, o último assunto que abordaremos juntos em nosso caderno de Futebol
e Futsal. Neste último tópico, vamos estudar sobre as possibilidades de inclusão
de deficientes nas modalidades de futsal e futebol. O tema inclusão social está em
alta, e nada mais justo que nós tratemos sobre o assunto.
185
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES
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TÓPICO 3 | ADAPTAÇÃO DOS JOGOS DE FUTEBOL E FUTSAL PARA DEFICIENTES
como o que foi demonstrado por Hallal et al. (2012), de que mais de 80% dos
adolescentes em 55 países diferentes não atingem os 60 minutos diários. Esses
fatores preocupam os profissionais da área e as autoridades políticas cada vez
mais, pois existe uma relação direta do sedentarismo/sobrepeso/obesidade em
adolescentes, com os riscos de desenvolver doenças não contagiosas, como câncer,
diabetes, doenças cardiovasculares e desordens psicológicas (MIDDELBEEK,
BREDA, 2013). Esses problemas relacionados à falta de atividade física também
atingem os deficientes, em maior ou menor proporção, e os esportes podem ser
uma ferramenta no combate ao sedentarismo (STEINHILBER, 2013).
187
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES
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TÓPICO 3 | ADAPTAÇÃO DOS JOGOS DE FUTEBOL E FUTSAL PARA DEFICIENTES
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UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES
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TÓPICO 3 | ADAPTAÇÃO DOS JOGOS DE FUTEBOL E FUTSAL PARA DEFICIENTES
Após essa primeira barreira, aos poucos o aluno deficiente deve ser
incluído nas aulas, por exemplo, se tal aluno não consegue ou tem dificuldade de
jogar com os pés, cria-se uma regra que permita alguns, ou todos, jogarem a bola
com as mãos. Se a dificuldade maior está na locomoção, pode-se criar um futebol
mais estático, como a brincadeira do futebol de mesa.
E
IMPORTANT
191
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES
2.2 O FUTEBOL DE 5
O futebol de cinco é uma modalidade desenvolvida e praticada por
pessoas com deficiência visual. No Brasil, o esporte é gerido pela Confederação
Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais – a CBDV. Internacionalmente, a
organização que cuida da gestão do futebol de cinco é a International Blind Sports
Federation – IBSA ou Federação Internacional de Esportes para Cegos.
DICAS
Assista ao vídeo dos melhores gols que ocorreram na edição dos jogos do
Rio 2016. Se você ainda não teve contato com a modalidade, vai se surpreender com as
habilidades dos jogadores. Segue o link: <https://youtu.be/wzU_A3PyV6I>.
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TÓPICO 3 | ADAPTAÇÃO DOS JOGOS DE FUTEBOL E FUTSAL PARA DEFICIENTES
O jogo tem por base uma semelhança com o futsal e as regras são parecidas.
Porém, as especificidades do futebol de cinco vamos tratar a partir desse ponto.
193
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES
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TÓPICO 3 | ADAPTAÇÃO DOS JOGOS DE FUTEBOL E FUTSAL PARA DEFICIENTES
Caros acadêmicos, esta é mais uma opção de inclusão para deficientes nas
modalidades de futebol e futsal. Na verdade, o que foi apresentado é como o esporte
é jogado oficialmente, mas nada impede que você faça adaptações da maneira de
jogar para adequar à sua realidade. No caso da escola, é muito importante lembrar
do lúdico e do aprendizado através dos jogos e brincadeiras. A criança vai
aprender de maneira mais independente e a retenção do aprendizado será maior
quando ela associar sentimentos bons ao que está praticando. Dessa forma, as aulas
e as práticas devem estar associadas ou serem planejadas de tal maneira que o
aluno, através do lazer e do prazer de realizar tal atividade, queira participar e
aprender cada vez mais aquele conteúdo que será ministrado nas aulas.
DICAS
195
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES
2.3 O GOALBALL
Existe ainda outra modalidade que também é paralímpica e tem algumas
semelhanças com o futebol e o futsal, é o Goalball. É um esporte desenvolvido
para ser praticado por deficientes visuais. Poderíamos dizer, sem menosprezar
a modalidade, que é mais semelhante à brincadeira popular entre as crianças de
gol ao gol. O objetivo do goalball é fazer gols na meta adversária, basicamente são
três jogadores em cada equipe, jogando em um espaço relativamente pequeno (o
tamanho de uma quadra de vôlei, 18 m de comprimento por 9 m de largura), com
o propósito de marcar gol ou defender uma das metas de 9 m de largura e 1,2 m
de altura colocadas uma em cada fundo deste espaço retangular. A bola deste
jogo é parecida com a do basquete, pesando aproximadamente 1,25 kg, e assim
como no futebol de cinco, possui guizos para que os jogadores saibam onde ela
está. O tempo de jogo é de dois períodos de 10 minutos cada, mas o jogo pode
acabar se alguma das equipes abrir mais de 10 gols de diferença. É permitida a
participação de jogadores cegos na classificação de B1, B2 e B3 e todos devem
jogar vendados (CBDV, 2016).
196
TÓPICO 3 | ADAPTAÇÃO DOS JOGOS DE FUTEBOL E FUTSAL PARA DEFICIENTES
DICAS
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UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES
NOTA
LEITURA COMPLEMENTAR
Autor: Como você começou a trabalhar com deficientes? O que te fez decidir por
este trabalho?
Professora: Meu primeiro contato com o público deficiente ocorreu em 2010, quando
atuei como staff pelo município de Pomerode nos PARAJASC, e desde então não
perdi mais o contato e me aprofundei no trabalho com este público. A razão que
me fez seguir esta linha profissional se deve à superação diária que estas pessoas
nos passam, de que a vontade de vencer e ser reconhecido como ser humano capaz
vai muito além da conquista de medalhas, mas sim no rompimento de paradigmas.
Professora: Em 2010 atuei como staff nos Jogos Paradesportivos de Santa Catarina,
foi minha primeira experiência com o paradesporto, e desde então procurei
conhecer melhor os esportes e as competições neste âmbito. Em 2013 fui convidada
novamente a acompanhar a equipe do município de Pomerode nos PARAJASC,
agora como auxiliar técnica. Nos anos de 2014 e 2015 fui novamente aos PARAJASC,
entretanto, neste momento como técnica da equipe do município de Biguaçu, e em
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TÓPICO 3 | ADAPTAÇÃO DOS JOGOS DE FUTEBOL E FUTSAL PARA DEFICIENTES
2016, além de poder acompanhar mais uma edição dos PARAJASC pelo município
de Pomerode, tive a honra de poder acompanhar por quatro dias os Jogos
Paralímpicos Rio 2016, os quais só reafirmaram a certeza de que estou na área de
atuação correta. É muito prazeroso, honroso saber que você, com seu trabalho, lá na
escola pode estar contribuindo para desenvolver um futuro campeão paralímpico e
ainda um futuro cidadão mais preparado, pois, por meio do esporte, da Educação
Física, é possível sim quebrar barreiras e integrar cidadãos.
Autor: Você utiliza alguma atividade que possa ser considerada uma adaptação
do futebol ou futsal nas aulas com seus alunos?
Autor: Se você respondeu sim à pergunta anterior, o que você poderia dizer sobre
suas experiências com os deficientes? Se você respondeu não, você acredita ou vê
possibilidades de adaptar o futebol ou futsal nas suas aulas com deficientes?
Professora: É uma experiência muito válida, rica para ambas as partes, pois
quem tem a deficiência passa a ter mais autoconfiança e passa a ter uma nova
possibilidade de atividade física, seja ela recreacional ou com fins esportivos
para quem não tem, e passa a atuar como guia ou até mesmo tendo a sensação
do deficiente, passa a enxergar aquilo como algo possível, que todos podem ser
capazes de tudo, basta apenas oportunizar.
199
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES
grupo fica muito limitado, pelo tempo e atenção que você dá a ele. Outro público
que também necessitaria de uma aula individualizada seriam os autistas, pois suas
especificidades devem ser tratadas com muita atenção para com o educando. Não
que as aulas em grupo devam ser excluídas, mas que devem ocorrer associadas.
Professora: Para eles, além dos aspectos fisiológicos e biomecânicos que são
melhorados a longo prazo, o principal fator benéfico é o aspecto social, no qual eles
passam a se enxergar como seres humanos capazes. A sociedade passa a integrá-
los sem medo ou preconceito “aparentemente” (no momento atual, quem sabe no
futuro isso aconteça de forma natural), embora o meu maior foco é deixá-los em
evidência como pessoas portadoras de necessidades especiais sim, mas que com
a acessibilidade devida a todos os âmbitos, eles são, sim, integrantes dos cidadãos
ditos “normais”. O que é preciso hoje é oportunizar, valorizar, experimentar, deixar
com que todos, sem exceção, tenham acesso de qualidade à educação, saúde e
esporte, pois com estes polos bem empregados e desenvolvidos, todos os cidadãos
se sentirão íntegros de fato. E para quem atua com eles: O sentimento de honra,
respeito, compromisso de fato em formar um cidadão é que me move. E com este
público este sentimento fica mil vezes mais aflorado.
Autor: O que você recomendaria para os futuros profissionais que estão pensando
em trabalhar com deficientes?
DICAS
Por fim, gostaria de deixar como sugestão de leitura adicional “Uma crônica
sobre o futebol de cinco”, escrita por Guilherme Eler. É uma curta história que relata um dia
normal de um jogador desta modalidade e nos traz uma importante reflexão. Segue o link:
<http://jpress.jornalismojunior.com.br/2015/03/cronica-futebol-5/>.
200
RESUMO DO TÓPICO 3
201
AUTOATIVIDADE
202
REFERÊNCIAS
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crescimento e puberdade de crianças e adolescentes. Revista Paulista de
Pediatria, v. 26, n. 4, p. 383-391, 2008.
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during competition. Journal of Sports Sciences, v. 26, n. 1, p. 63-73, 2008.
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Horizonte: Health, 2003.
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esportiva na escola e no clube. Belo Horizonte: UFMG, 1998.
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SAMPEDRO, J. Fútbol sala. Las acciones del juego. Madrid: Editora Gymmos,
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em diferentes categorias e posições. Motricidade, v. 8, n. 1, p. 14-22, 2012.
209
WAYBACKMACHINE. The history of English Football. 2006. Disponível em:
<http://web.archive.org/web/20061120015715/http://www.the-english-football-
archive.com/football_history.htm>. Acesso em: 21 set. 2016.
210