MTM AP Geometria Analítica Posições Entre Retas

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 7

POSIÇÕES ENTRE RETAS

Ao imaginarmos duas retas distintas, podemos imaginá-las no plano ou no espaço.


Quando as imaginamos no plano, dizemos que elas são coplanares, ou sejam ambas as
retas estão contidas no mesmo plano. No nosso caso, o plano que estamos trabalhando
é o plano cartesiano. Estando no mesmo plano, podemos imaginar algumas situações:
as retas podem “se cortar”, podem não ter nenhum ponto em comum ou até mesmo
ter todos os pontos em comum. Você consegue imaginar alguma outra situação? Se a
resposta for sim, analise novamente e veja se não se encaixa em nenhuma das opções
anteriores pois são as únicas possíveis no plano.

Recorrentemente os matemáticos tem buscado o auxílio da álgebra para estudar


a geometria, principalmente no plano cartesiano. Aqui não será diferente. Devemos
recordar que toda reta possui uma equação que representa ela no plano cartesiano e
será por meio das equações dessas retas que identificaremos a posição de uma reta
em relação a outra. Com base nos coeficientes seremos capazes de classificar duas
retas em paralelas distintas, paralelas coincidentes, concorrentes perpendiculares ou
concorrentes oblíquas. Mas antes de tudo, vamos relembrar os significados destes
conceitos:

Duas retas, 𝑟 e 𝑠, são ditas paralelas distintas quando não possuem nenhum ponto
em comum, ou seja, se o ponto 𝐴 pertence a reta 𝑟, então ele não pertence a reta 𝑠.
Em contraponto com isso, as retas paralelas coincidentes são as retas que possuem
todos os pontos em comum, ou seja, qualquer que seja o ponto pertencente a reta 𝑟 ele
também pertence a reta 𝑠.

Duas retas, 𝑟 e 𝑠, são ditas concorrentes quando possuem um ponto em comum,


ou seja, se o ponto 𝐴 pertence a reta 𝑟, então ele também pertence a reta 𝑠 e é o único
que pertence as duas simultaneamente. Quando o ângulo formado pela interseção de
duas retas é igual à 90º, dizemos que elas são perpendiculares. Quando é diferente de
90º, dizemos que elas são oblíquas;

Relembrado os conceitos acima, vamos aprender como podemos identificar a posição


relativa de duas retas analisando apenas a sua equação. Vamos esboçar no plano
cartesiano as retas cujas equações são 𝑟: 4𝑥+6𝑦+3=0 e .

www.biologiatotal.com.br 1
Circunferência no Plano Cartesiano

Primeiramente devemos notar que a equação de uma reta está na forma reduzida e a
outra na forma geral. Sempre quando quisermos realizar a comparação de dois objetos,
devemos sempre os representar do mesmo modo. No caso das retas, devemos utilizar
sempre a equação reduzida: 𝑦 = 𝑎𝑥 + 𝑏, uma vez que utilizaremos os coeficientes para
estabelecer a posição relativa entre duas retas.

A reta 𝑠 já se encontra na forma reduzida ., ao colocarmos a reta 𝑟 na


forma reduzida teremos . Você consegue identificar alguma relação entre
as duas equações? Exato! Ambas as retas possuem o valor do coeficiente angular igual à
. Isso irá definir quando duas retas serão paralelas: o mesmo coeficiente angular.
Podemos adotar a seguinte definição para retas paralelas no plano: Dizemos que as
retas, 𝑟 e 𝑠, são paralelas quando possuem o mesmo coeficiente angular.

OBS: As retas 𝑟 e 𝑠 são também chamadas de paralelas distintas. Pois os seus


coeficiente lineares são diferentes.

Já as retas paralelas coincidentes não há tanto segredo. Vamos considerar as retas


𝑚: −4𝑥+2𝑦−8=0 e 𝑛: 𝑦=2𝑥+4. Ao esboçarmos essas retas no plano cartesiano,
perceberemos que teremos apenas uma reta, uma vez que estas equações geram
a mesma reta. As retas coincidentes podem também ser chamadas de paralelas
coincidentes. Isso ocorre pois tanto o coeficiente angular e o coeficiente linear das retas
são iguais.

Por outro lado, temos também as retas concorrentes, que terá relação com a distinção
entre os coeficientes angulares de duas retas. Neste caso, elas têm um ponto em comum.
Vamos esboçar as retas 𝑝: 𝑦=−𝑥+2 e 𝑞: 𝑦=−2𝑥+3. Por terem coeficientes angulares
distintos, as retas não serão paralelas e se interceptarão em um determinado ponto,
aqui chamado 𝐴. Diremos então que as retas 𝑟 e 𝑠 são concorrentes quando possuem
coeficientes angulares distintos.

2
Circunferência no Plano Cartesiano
Neste momento, o objetivo será apenas o ponto de interseção. Em outro momento
buscaremos analisar o ângulo formado entre as retas. Por enquanto, além de
identificarmos que as retas p e q são concorrentes, queremos determinar o ponto em
que elas se interceptam, para isso não tem muito segredo, basta igualar as equações
das duas retas em questão, resultando:

−𝑥 +2 = −2𝑥 +3

Você deve estar se perguntando: Por quê? Vamos lá! Para um ponto 𝑃 = (𝑥, 𝑦) do plano,
podemos verificar se ele satisfaz a equação de uma determinada reta. Para isso, ao
substituirmos o valor de 𝑥 do ponto 𝑃 na equação da reta, o valor de 𝑦 obtido deve
coincidir com a segunda coordenada do ponto 𝑃. No caso de retas concorrentes, existe
um único ponto que satisfaz ambas as equações simultaneamente, ou seja, existe um
ponto 𝐼 = (𝑥0, 𝑦0) que ao substituirmos 𝑥0 nas duas equações resultará no mesmo 𝑦0.
Contudo, esse ponto não nos é dado, então, ao igualarmos as duas equações, estamos
buscando o valor de 𝑥0 que quando substituído nas duas equações resulta no mesmo
𝑦0.

Para o exemplo anterior, vamos resolver a expressão obtida ao igualar as duas equações
para encontrarmos o valor de 𝑥:

− 𝑥 + 2 = − 2 𝑥 + 3

− 𝑥 + 2 𝑥 = 3 − 2

𝑥 = 1

Agora que encontramos o valor de 𝑥, voltamos em uma das equações da reta para
encontrar 𝑦 e assim obtermos o ponto de interseção.

www.biologiatotal.com.br 3
𝑦 = − 𝑥 + 2
Circunferência no Plano Cartesiano

𝑦 = − 1 + 2

𝑦 = 1

Portanto, o ponto de interseção será 𝐴 = (1, 1), que coincide com o ponto representado
no plano cartesiano. Anteriormente classificamos as retas concorrentes em oblíquas
e perpendiculares. Neste caso, podemos observar que o ângulo 𝛼 é menor que 90º,
logo será obliquo. Por outro lado, para saber se duas retas 𝑟 e 𝑠 são concorrentes e
perpendiculares, temos que a relação dos seus coeficientes angulares (𝑎𝑟 e 𝑎𝑠) deve ser:

Mas será que precisamos ficar refém apenas da representação geométrica? A resposta
é não.

ÂNGULO ENTRE RETAS


Nosso foco agora é no ângulo formado entre duas retas. Para iniciarmos a discussão,
utilizaremos as retas 𝑟: 𝑥−𝑦+2 = 0 e 𝑠: (2− )𝑥−𝑦+5=0. O primeiro passo é sempre
passarmos as retas para suas respectivas equações reduzidas, pois nesta temos
claramente quem são os coeficientes. 𝑟: 𝑦=𝑥+2 e 𝑠: 𝑦=(2− )𝑥+5. Existe uma fórmula
que permite calcular o valor da tangente do ângulo gerado pela interseção de duas
retas, dado por:

Sejam 𝑝: 𝑦 = 𝑚1𝑥+𝑏 e 𝑞: 𝑦 = 𝑚2𝑥+𝑐 duas retas. O valor da tangente do ângulo formado


entre elas será:

4
Agora que temos a fórmula, podemos utilizá-la para as retas 𝑟 e 𝑠, tendo 𝑚1 = 1 e

Circunferência no Plano Cartesiano


𝑚2 = 2− . Substituindo os valores na fórmula, temos:

Podemos tirar o módulo, pois o resultado da fração dá positivo. Em seguida, vamos


racionalizar a fração obtida e simplificar, resultando em:

Portanto, temos que o ângulo 𝜃 é tal que a sua tangente é . Se formos procurar numa
tabela de ângulos notáveis, encontraremos que o valor de tal ângulo é 30º, ou seja,
𝜃=30°, pois 𝑡𝑔(30°) = .

Façamos algumas observações: O encontro de duas retas gera dois ângulos distintos.
Utilizaremos o ângulo que 0°<𝜃< 90°, sempre. Por este motivo, o valor final obtido será
sempre positivo e será possível identificar na tabela de ângulos notáveis qual o ângulo
correspondente aquele valor.

Temos dois casos particulares a serem considerados, quando as retas tem equação
𝑦=𝑘 ou 𝑥=𝑘. No primeiro caso, temos uma reta constante paralela ao eixo 𝑥 e o ângulo
formado entre ela e o eixo 𝑥 é 𝜃=0°. No segundo caso, temos uma reta constante
paralela ao eixo 𝑦 e o ângulo formado entre ela e o eixo 𝑥 é 𝜃=90°.

www.biologiatotal.com.br 5
DISTÂNCIA DE PONTO À RETA
Circunferência no Plano Cartesiano

Quando estávamos trabalhando apenas com pontos no plano cartesiano, introduzimos


um conceito muito importante que era a distância entre dois pontos. Na sequência,
trabalhamos o conceito de retas em variadas formas. O próximo passo será mensurar a
distância de uma reta a um ponto fora dela.

A ideia por trás da fórmula que será apresentada vem da construção de uma reta
que passe pelo ponto P e que seja perpendicular a reta 𝑟 e a intersecciona em um
determinado ponto I. Esse ponto I contido na reta 𝑟 é o ponto que está a uma menor
distância do ponto P do que qualquer outro ponto de 𝑟.

Dados uma reta 𝑟: 𝐴𝑥+𝐵𝑦+𝐶=0 e um ponto 𝑃=(𝑥0, 𝑦0), que não está em 𝑟, podemos
encontrar a distância do ponto 𝐴 até a reta 𝑟 pela fórmula:

EXERCÍCIO RESOLVIDO

Seja 𝑃=(6 , 14) e 𝑟: 4𝑦−3𝑥+2=0. Determine a distância do ponto 𝑃 até 𝑟.

Resolução:

Para obtermos a distância de 𝑃 à 𝑟, devemos utilizar a fórmula de distância de um


ponto à reta:

6
Perceba que a equação da reta deve estar na forma geral, então:

Circunferência no Plano Cartesiano


𝑟: 4𝑦−3𝑥+2 = 0 ⇒ −3𝑥+4𝑦+2 = 0.

Dessa maneira basta substituirmos as informações na fórmula e calcular:

Logo, a distância do ponto 𝑃 = (6, 14) à reta 𝑟: 4𝑦−3𝑥+2 = 0 é 8 𝑢.𝑚..

ANOTAÇÕES

www.biologiatotal.com.br 7

Você também pode gostar