Um Projeto de Espiritualidade Integral - Caio Fábio PDF
Um Projeto de Espiritualidade Integral - Caio Fábio PDF
Um Projeto de Espiritualidade Integral - Caio Fábio PDF
Dedico este livro a meu amigo Alípio dos Santos e sua família,
como expressão de minha gratidão a Deus pela maneira prática como
eles têm manifesto sua espiritualidade.
SOBRE O AUTOR
A BUSCA DO SAGRADO
Intimista-oriental
Judaica
Grega
ESPIRITUALIDADES CRISTÃS
Da Igreja Primitiva
Da Patrística
Essa tensão foi tão forte que, praticamente até aos nossos dias, a
maior parte dos pensadores e dos filósofos cristãos ainda teologizam
com as categorias aristotélicas, e boa parte dos movimentos
carismáticos teologizam com as categorias platônicas.
Da Idade Média
Da Igreja Reformada
Pietista
Ortodoxa
Liberal
Carismática
Teologia da Libertação
O SAGRADO ENCARNADO
A gênese da espiritualidade
Ele não está falando da sua segunda vinda, porque a sua segunda
vinda não é para alguns de seus discípulos; é para todos. A sua segunda
vinda encerra a morte, e o Mestre está aqui dizendo que eles não vão
morrer antes de ver o Reino. Significa que, depois que vissem, iriam
morrer. Ele não está falando da escatologia plenificada, totalizada; ele
está falando de uma situação relativa, pré- escatológica, de um ensaio,
de uma pré-estréia, de uma maquete; está falando de um protótipo, de
uma demonstração sumariada e sintetizada do que significa a vida no
Reino. Porque a vida no Reino é a vida da espiritualidade integral.
Espiritualidade se dá na história
Mateus 16:13 diz que eles estavam indo para as bandas do norte,
extremo norte de Israel, as bandas de Cesaréia de Filipe.
Recapitulando...
A fisionomia da espiritualidade
- Olhe - disse eu - tem uma que... não diga para ninguém, mas eu
sei. Saiu da mão dele. Você quer pegar nela?
- Eu quero!
- Então peguei nessa pedra, onde você está sentada - disse a ela.
E, extasiado, Davi conclui: "E no seu templo tudo diz: glória". Não
era o templo de Jerusalém, pois ainda não havia sido construído. Ele
descrevia o templo cósmico cuja liturgia era feita com os fenômenos da
natureza. A natureza é mestra espiritual de insuplantável didática,
ensina Jesus. Por isso, ele manda olhar pardais, manda ver como os
lírios crescem, manda tirar lições da natureza.
Chegou um dia em que ele disse aos pastores: "A vida de vocês está
sem energia, porque há um monte de cipós arrancando a energia toda
de vocês. Tirem os cipós!" Foi o que ele viu, ali, entrando no mato ao
lado do acampamento.
Acabou o culto, e fui para a porta, pensando: "Mas que coisa boa!"
Eu não sou do tipo que gosta de ir para a porta ficar ali naquele "dói-
munheca, dói-munheca, dói-munheca". Mas, naquela noite, havia uma
compensação: um pé de jasmim, perto da porta.
- Como disse?
- Nada, nada...
Cultura é espiritualidade
Vou dizer uma coisa que, para alguns, talvez pareça uma heresia.
Quando a gente chegar lá no céu, vocês vão saber se era heresia ou não.
Vou para lá, porém, com a consciência tranqüilíssima.
- Você não pode mais cantar isso, porque isso não é do Senhor! A
maioria dos hinos sacros, que a gente canta, é folclore europeu; e, lá,
eles são cantados com outra intenção.
Tomou a palavra!
É centrada na cruz
Obedece ao Evangelho
Diz Mateus 17:5: "A ele ouvi". Não há outras vozes; outros ruídos
têm de cessar. Têm-se apenas de ouvir a voz das vozes: a voz de Jesus.
Espiritualidade que não assume a forma e a encarnação da voz de Jesus
não é espiritualidade; não importa o quanto você jejue, quanto tempo
você fique trancado em seu quarto escuro; não importa se o "gueto" de
oração do qual você participa, ora com as mãos erguidas; não importa
se você fala em línguas; não importa o que você faça. O que importa é
se você ouve; se ouve a sua palavra, e não só se lê o que ele disse, mas
se lê também seu modo de viver. O que importa mesmo é se você
convida este projeto dos desejos de Jesus a tornar-se carne na sua
existência. Ouvir, por outro lado, não é apenas assentar-se
dominicalmente nos bancos dos templos; não é, apenas, ir a encontros.
Ouvir Jesus, na Escritura, é encarnar.
O que tem de gente apavorada por aí, você não pode nem
imaginar. Apavorada! Por causa de um Deus - desculpe a expressão -
quase diabólico. Punitivo, estraçalhador, vingativo; mesquinho,
egoísta, miserável. Não é o Deus vivo e verdadeiro.
Que coisa linda! A voz do Pai não tem de apavorar ninguém. Você
pode levantar-se e encher-se de liberdade e alegria na presença de
Deus. A espiritualidade que povoa o mundo com anjos que mais
parecem fantasmas, não é espiritualidade cristã.
Certa vez, minha esposa e eu fazíamos uma visita, com uma irmã,
em São Paulo. Ao entrarmos no apartamento de um pastor amigo, ela
disse: "Ih, estou sentindo um cheiro de opressão..." Ela via demônios
atrás das cortinas, dos móveis, em todo lado. Aquilo me deu uma
pena... Eu estava sentindo cheiro de amor. O pastor que morava
naquele apartamento era tão bom, como uma família maravilhosa; e a
cortina dele era tão bonita... "Não temais!" Mais são os que estão
conosco do que os que estão com eles. Aleluia! "Mais forte é aquele que
habita em vós do que aquele que está no mundo".
A Trindade não é uma invenção cristã. Ela brota, corre fina, livre,
viva - todavia perceptível - por todo o Velho Testamento, e explode no
Novo. Nunca como uma Teologia Sistemática. A Teologia Sistemática,
sim, é uma invenção nossa. Agora, a Trindade está presente em todo o
Novo Testamento de maneira velada, mas sistematizável.
Pratica Oração
Acontece comunitariamente
Não é autoglorificante
Integraliza a história
Amós, no capítulo 9, verso 7, diz que não foi apenas Israel que teve
um êxodo patrocinado por Deus; que os filisteus tiveram o êxodo deles;
que os etíopes tiveram o êxodo deles. O profeta pergunta: "Vocês estão
cheios de jactância, pensando que o único ato libertário social de Deus
na História foi a favor de vocês? Não, Deus não está preso e
circunscrito às fronteiras de Israel; Deus é Deus libertador da História.
Até os filisteus tiveram um êxodo; tantos outros tiveram um êxodo; e
foram êxodos que o Senhor promoveu, que o Senhor criou".
Cantamos, alegres.
CONSEQÜÊNCIAS PRÁTICAS
Vence o diabo
Sacrifica-se socialmente
“Se não vos fizerdes como crianças”, ensináveis, ainda não estareis
no caminho da espiritualidade integral.
Outro extremo é o exemplo do rapaz que viajou comigo, de
Amsterdã para o Rio de Janeiro. Vinte e poucos anos de idade, ele
vinha com um rei na barriga. Eu disse para mim: “Senhor, ele não está
com um rei na barriga; eu é que estou achando que ele está com um rei
na barriga, mas ele não está. Faz de conta que não está”. Mas eu sabia
que ele estava.
Tentei começar uma conversa com o garoto, mas ele estava, assim,
por cima, o tempo todo; e eu fui ficando sem graça. Não sabia o que
falar.
- Em Niterói.
- O irmão é casado?
- Vinte e quatro.
Enfrenta amargura
Não foi Lameque quem disse que a Caim iriam vingar sete vezes, e
a ele, Lameque, que matara duas pessoas, só porque haviam pisado em
seu calcanhar e arranhado um pouco o seu dedão do pé, iriam vingar
setenta vezes sete?
(Gênesis 4:23-24)
Sair com eles é culto; passar a mão na cabeça deles é culto, beijar a
boquinha, o narizinho, acariciar a orelha deles é culto, na presença do
Senhor. Não negligencie essa área e esse aspecto da sua vida, porque
qualquer espiritualidade integral tem, forçosamente, que abençoar as
crianças. As minhas, as suas e aqueles que estão, como cães, virando
latas, sem donos, nas esquinas.
A ESPIRITUALIDADE DA IGREJA
Diante de tudo o que vimos até aqui, resta uma questão final, uma
questão prática a responder: como “eclesiologizar” a espiritualidade
integral? Na realidade, essa espiritualidade sobre a qual falamos até
aqui é de ar livre. Uma espiritualidade do parque, do estacionamento,
da cozinha. Ela não tem muito jargão eclesiástico. Acontece, no
entanto, que vivemos em uma conjuntura comunitária, que faz bem a
nossa vida, e é uma das dimensões da nossa espiritualidade. Então, a
questão se coloca em como eclesiologizar essa espiritualidade.
Supera tabus
Supera a super-humanidade
Supera o ascetismo
É alguém que crê, como ensinou Paulo, que todas as coisas são
puras para quem anda com o Senhor. O que eu estou querendo dizer-
lhe é que a vida é muito maior do que o que a gente tem feito dela.
A nossa oração sincera é que aquilo que dissemos e que foi para
além do que o Espírito gostaria que tivéssemos dito, seja realmente
esquecido por você. Mas aquilo que dissemos da parte do Senhor,
desejo que o perturbe até que haja transformação.
Se a sua consciência foi fraca para algumas coisas que leu, medite
sobre Romanos 14. Se você é daqueles que comem só legumes, bebem
água e gostam só de vegetais, não julgue a quem come carne e bebe
vinho. Porque tem espaço para todo mundo, no Reino de Deus. João
Batista gostava de um gafanhotinho e de mel silvestre; e Jesus era
acusado de ser glutão, bebedor de vinho e amigo de publicanos e
pecadores (Lucas 7:33-34). A espiritualidade integral é um projeto que
tanto respeita as épocas de nossas consciências em evolução, quanto se
adapta às mais variadas facetas da personalidade e do temperamento
humanos.
Quando Jesus disse “Eu vim para que tenhais vida e vida em
abundância”, ele não se referia a um sentimento bom que invadiria o
coração humano de maneira mágica. Referia-se ao projeto humano
mais plenificante que já se deu na história: o próprio projeto de sua
vida. Daí eu pensar que a vida espiritual integral e abundante e a
própria vida de Jesus sendo buscada como modelo e maquete para as
nossas vidas, mediante a ação do Espírito Santo.
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Versão Digital: W. Costa. https://decretosdafe.blogspot.com