Os 3 Povos Pré-Colombianos

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Os três povos pré-colombianos

Maias
Origens

Os maias foram uma civilização mesoamericana desenvolvida pelos povos maias e


conhecida pelo seu logossilabário, o mais sofisticado e desenvolvido sistema de
escrita da América pré-colombiana , bem como por sua arte, arquitetura, matemática,
calendário e sistema astronômico. A civilização maia se desenvolveu em uma área
que abrange o sudeste do México, toda a Guatemala  e Belize e as partes ocidentais
de Honduras e El Salvador. Essa região consiste nas planícies do norte, que
abrangem a Península de Lucatã, e as montanhas da Sierra Madre, que partem do
estado mexicano de Chiapas, atravessam o sul da Guatemala e seguem para El
Salvador e as planícies do sul da planície litoral do Pacífico. O termo abrangente
"maia" é um termo coletivo moderno que se refere aos povos da região; no entanto, o
termo não era usado pelas próprias populações indígenas, pois nunca houve um
senso comum de identidade ou unidade política entre essas populações distintas.[

Política

Os maias organizavam-se sob a forma de cidades-estado. Dessa forma, não


havia centralização política, o que fez com que essa civilização nunca possuísse um
império com fronteiras estabelecidas. Apesar disso, havia uma zona específica sob a
influência da cultura maia.

As cidades-estado maias realizavam comércio e mantinham relações bélicas entre si.


Assim, eram comuns guerras entre essas elas, buscando impor domínio sobre as
outras. De tempos em tempos, uma nova cidade maia passava a exercer domínio
sobre parte da região. Como exemplo, podem ser mencionadas as cidades-estado
de Tikal e Calakmul.

O rei, conhecido como “ajaw”, era a autoridade máxima da cidade e era enxergado por
seus súditos como uma manifestação dos deuses. Seu poder era transmitido de
maneira patrilinear, ou seja, a linhagem real era paterna. Eventualmente, os reis maias
poderiam ser mulheres. Isso acontecia se o rei nomeado não tivesse idade suficiente
ou caso estivesse ausente, lutando em uma guerra, por exemplo.
Uma parte importante da cultura dos maias estava relacionada com os sacrifícios
humanos. Esses povos acreditavam que o sangue humano era fundamental para o
funcionamento do Universo, logo, os sacrifícios eram uma forma de agradar aos
deuses e de evitar que o caos reinasse. Assim, o sacrifício humano tinha uma grande
importância religiosa.

O historiador Nicholas J. Saunders, no entanto, mostrou que o sacrifício humano tinha


também um papel muito relevante na política maia. Como forma de obter prestígio
social e político, os reis organizavam milícias de guerreiros especializados em capturar
governantes e pessoas influentes de outras cidades para que fossem sacrificados|1|.

Podem ser destacadas algumas cidades-estado maias,


como Copán, Tikal, Palenque, Calakmul, Bonampak, Mayapán e Chichen Itzá.
Segundo alguns historiadores, Chichen Itzá era uma cidade híbrida que mesclava a
cultura maia e tolteca.

Sociedade e Cultura

A sociedade maia era hierarquizada, assim, existiam diferentes grupos sociais, cada
um com papéis e importâncias específicos na sociedade. O maior grupo da sociedade
maia eram os camponeses, responsáveis pela agricultura e pela produção de
alimentos. Havia ainda uma nobreza, responsável por cargos relacionados à
administração das cidades-estado e pelo sacerdócio religioso. Por fim, havia o rei,
chamado de “ajaw”, que era autoridade máxima de cada cidade.

Os maias acreditavam que o mundo funcionava de maneira cíclica. Dessa forma, o fim
de uma fase representava o início de outra fase distinta. Possuíam um sistema de
calendário duplo, no qual havia um calendário solar e um calendário sagrado. O
primeiro era conhecido como “haab” e possuía 18 meses de 20 dias cada mais 5 dias,
considerados dias de azar, totalizando 365 dias.

O calendário religioso era conhecido como “tzolkin”. Nele havia 20 semanas de 13


dias cada. A junção dos dois calendários criava um período cíclico que se estendia
durante 52 anos. Esse sistema de calendário maia é bem semelhante ao sistema de
calendário dos astecas. Em virtude desse complexo sistema de calendário, os maias
também possuíam amplos conhecimentos em Astronomia.

A arquitetura e a matemática dos maias também são bastante famosas. A arquitetura


foi responsável pelo desenvolvimento de grandes construções em toda a
Mesoamérica, as quais se destacam hoje como sítios arqueológicos, visitados por
milhões de pessoas anualmente. Já a matemática maia ficou conhecida por ser
bastante sofisticada e complexa, destacando-se o fato de conhecerem o número zero,
um feito que pouquíssimos povos conseguiram.

Por último, vale destacar que os maias ficaram conhecidos por terem desenvolvido um
sistema de escrita baseado em hieróglifos. Parte importante do conhecimento que se
tem sobre a escrita e outros aspectos da cultura maia provém de três códices
(manuscritos antigos), que foram levados para a Europa. Esses códices são
chamados de Dresden, Madrid e Paris.
Religião

Os maias acreditavam em diversos deuses, portanto, sua religião era politeísta. Esses
povos acreditavam que seus deuses habitavam um local chamado Tamoanchan,
paraíso que fazia parte da cosmovisão de vários povos da Mesoamérica. Acreditavam
ainda que diferentes locais da natureza eram sagrados e possuíam diversos espíritos.
Cada cidade maia possuía um deus específico.

Como mencionado, os maias acreditavam na importância dos sacrifícios humanos,


portanto, diversos sacrifícios eram realizados como forma de manter os deuses
satisfeitos e o Universo em funcionamento. Os sacrificados, em geral, eram
prisioneiros de guerra ou pessoas que se entregavam para serem sacrificadas.

Esses rituais aconteciam com grande violência. As principais formas utilizadas de


sacrifício eram a decapitação e a retirada do coração da pessoa enquanto estivesse
viva. A prática religiosa dos maias também possuía cultos de transe, que aconteciam a
partir do consumo de um cigarro narcótico e de bebidas alucinógenas. Esse tipo de
ritual era restrito à elite.

Entre os diversos deuses maias, podem ser citados Itzamná, deus criador do


Universo; Kinich Ahau, deus Sol; Chac, deus relacionado com a água; Bolon Tza’cab,
deus relacionado ao cetro; Ah Puch, deus da morte; e Ix Chel, a senhora do arco-íris.

Decadência

Após o período de auge da civilização maia, iniciou-se sua fase de decadência,


conhecida como Período Pós-Clássico. Os historiadores não sabem explicar
especificamente o que causou a decadência maia, mas são sugeridos alguns motivos,
como: falta de alimentos em virtude do esgotamento da terra e da superpopulação,
desastres naturais, doenças e ataques estrangeiros.

Independente dos motivos, os historiadores apontam que determinados locais maias


sofreram um severo esvaziamento populacional, com grupos de pessoas mudando-se
em massa para outras localidades da Mesoamérica. Quando os europeus chegaram à
região no começo do século XVI, esse processo de decadência maia ainda estava em
curso.

Astecas

Origens

Os astecas faziam parte dos povos mexicas, que se estabeleceram na região do Vale


do México por volta do século XIII. As lendas afirmam que os astecas (mexicas)
migraram de uma região lendária chamada Aztlán (supostamente no norte ou noroeste
do México) até a região central do México conduzidos por Huitzilopochtli, deus asteca
conhecido por possuir uma serpente de fogo.

Um marco importante da história sobre as origens dos astecas é a fundação de sua


capital, a cidade de Tenochtitlán, em 1325. Os astecas estabeleceram-se na região de
Tenochtitlán a partir da construção de um templo feito de bambu. A escolha do local
para o estabelecimento dos mexicas ocorreu a partir de uma determinação de
sacerdotes, que avistaram um presságio (sinal enviado pelos deuses): uma águia
pousada em um cacto devorando uma serpente.

Sociedade e cultura
A sociedade asteca era rigidamente dividida, com o imperador acima de todos, pois
era considerado um representante dos deuses.

Abaixo dele encontrava-se a aristocracia composta por militares, sacerdotes e altos


funcionários públicos. Na base da sociedade estavam os artesãos, os comerciantes,
os camponeses e os escravos.

Os camponeses tinham o direito de ocupar e usar a terra, mas estavam sujeitos ao


pagamento de um imposto coletivo e ao trabalho gratuito na construção de obras
públicas.

Os astecas tinham grande apreço pela astronomia, e essa função fazia parte das
obrigações dos sacerdotes. A observação dos astros trouxe aos astecas grandes
conhecimentos, que lhes permitiram formular dois calendários. O que era utilizado no
cotidiano chamava-se xiuhpohualli, e o segundo, que tinha valor religioso, ficou
conhecido como tonalpohualli.

O primeiro calendário apresentava 18 meses de 20 dias mais 5 dias adicionais


(considerados dias agourentos), o que totalizava 365 dias. O segundo possuía 13
meses de 20 dias, totalizando 260 dias. A combinação dos dois calendários gerava
uma data específica diferente durante um período de 52 anos. O final desse período
era considerado um período de azar, e seu reinício era celebrado.

Na organização familiar, os destaques vão para o fato de existirem parteiras


especializadas que eram devotas de Chalchiutlicue, a deusa da maternidade. As
mulheres ficavam na casa de seus pais até por volta dos 15 anos, idade em que
geralmente se casavam, enquanto os homens casavam-se por volta do 20 anos. Os
homens astecas só poderiam casar-se com mais de uma mulher se tivessem condição
de sustentá-las, e o adultério na sociedade asteca era punido com a morte – tanto
para homens quanto para as mulheres.

Economia

A economia dos astecas girava em torno, principalmente, do que a agricultura


fornecia. O cultivo agrícola dos astecas era considerado muito próspero, e os
historiadores atribuem isso à técnica de cultivo utilizada: as chinampas. Nessa técnica,
os astecas desenvolviam ilhas artificiais nos canais do lago Texcoco utilizando
material orgânico do fundo do lago.

A partir delas, eles produziam itens variados, mas o milho era o principal item
cultivado. Os astecas também produziam feijões, pimentas, tomates, goiabas,
mamões etc. Também se alimentavam da carne de perus e peixes, por exemplo.

Conquistas dos astecas

Os astecas existiram como povo e império com poder centralizado até o ano de 1521.
A ruína dos astecas iniciou-se com a chegada dos espanhóis na região, em 1519. Os
espanhóis eram liderados por Hernán Cortés e encontraram o Império Asteca, à época
governado por Montezuma II, bastante enfraquecido por rebeliões que aconteciam.

Os espanhóis organizaram um grande exército a partir da aliança com outros povos,


como os tlaxcaltecas, e atacaram a cidade de Tenochtitlán, conquistando-a em 1521.
Com a conquista dos astecas, os espanhóis foram gradativamente conquistando
outros povos da região e implantando as bases de sua colonização.

Religião

Os astecas possuíam uma região politeísta, portanto acreditavam em mais de um


deus. A religião asteca, mas não só ela, absorveu elementos de outras culturas
mesoamericanas. Um exemplo da influência de outras culturas na religião asteca era
o deus Quetzacoatl, conhecido pelos maias como Kukulkán.

Os astecas acreditavam que Tezcatlipoca era o deus mais poderoso. Outros deuses
importantes dos astecas eram Tlaloc, deus que representava a água e a fertilidade;
Quetzacoatl, versão asteca de uma divindade maia e considerado o deus do
aprendizado; Huitzilopochtli, deus da guerra e o responsável por guiar os astecas até
Tenochtitlán.

Na religião asteca, o sacrifício humano era algo extremamente importante, pois era
uma ferramenta que eles acreditavam ser necessária para manter os deuses
satisfeitos e o sol brilhando. Os sacrifícios astecas aconteciam a partir da retirada do
coração humano. A origem dessa prática pode estar relacionada com os toltecas, uma
vez que existem evidências desse povo que retratam a prática.

A justificativa para a realização dos sacrifícios pelos astecas é encontrada nos mitos
de fundação desse povo. Segundo esses mitos, o deus asteca Quetzacoatl ofereceu o
próprio coração em um ato de autossacrifício. Sendo assim, a realização de sacrifícios
humanos era um ato de dívida aos deuses e uma forma de manter o sol (Tonatiuh) em
funcionamento.
Decadência

Os astecas entraram em decadência a partir de 1519, quando os espanhóis chegaram


à região do Vale do México liderados pelo espanhol Hernán Cortés. Os
desentendimentos entre esses dois povos levaram a um confronto que foi responsável
pela conquista da cidade Tenochtitlán em 1521.

Incas

Origens

A região andina, local onde se desenvolveu a Civilização Inca, era habitada por grupos
humanos desde aproximadamente 4.500 a.C. e, antes dos incas, havia abrigado uma
outra grande civilização conhecida como chavín, em torno de 900 a.C. e 200 a.C. Os
incas (chamados de quéchua) dominavam a região de Cuzco desde, pelo menos, o
ano 1000, porém, a partir do século XV, iniciaram um processo
de centralização e conquista territorial.

O surgimento oficial do Império Inca aconteceu, segundo os historiadores, com o


reinado do Sapa Inca (termo em quéchua para imperador) Pachacuti. Durante seu
reinado, os incas iniciaram a conquista territorial da região andina, processo que foi
continuado por outros imperadores incas.

Os incas conseguiram construir um império territorialmente muito vasto, que se


estendia por mais de 4 mil quilômetros, desde parte da Colômbia até o norte do Chile
e da Argentina. Os povos conquistados por eles eram obrigados a pagar impostos, e
as regiões dominadas eram integradas ao império por meio da construção de estradas
(os incas possuíram mais de 40 mil quilômetros de estradas), por ordem do Sapa Inca,
e culturalmente absorvidas com o deslocamento de população quéchua para essas
regiões.

O grandioso império dos incas era denominado por eles próprios de Tawantisuyu (o
Império das quatro direções, em quéchua) e era dividido em quatro grandes províncias
chamadas de: Chinchasuyu (norte), Antisuyu (leste), Contisuyu (oeste) e
Collasuyu (sul).

Política
Os incas tinham um governo monárquico e teocrático, onde o imperador inca era a
figura máxima, porque simbolizava o filho do deus do sol. O governo inca também se
baseava em leis simples que valorizavam o trabalho e puniam a ociosidade e o roubo.
Sociedade e cultura

A sociedade inca era dividida em três grupos, que se organizavam hierarquicamente


formando uma pirâmide: na base ficavam os yanaconas, que eram escravos
selecionados para proteger seus senhores; na parte do meio da pirâmide ficavam os
nobres que eram membros da família do Inca ou descendentes dos chefes de clãs; e
os sacerdotes, denominados de “Grande Inca”, ficavam no topo da pirâmide e
realizavam culto ao Sol. Eles eram responsáveis pelos cultos religiosos e pela
educação dos jovens.

Homens casavam aos vinte anos e mulheres aos dezesseis. Eles mesmos escolhiam
com quem casar e ao realizarem a cerimônia recebiam terras para morar.

Aos 10 anos as mulheres passavam por uma seleção. As mais inteligentes e bonitas,
sendo da etnia dos Incas, eram escolhidas e mandadas para Cuzco. Lá eram
educadas por mulheres mais velhas. Algumas se tornavam esposas do imperador ou
de quem ele indicasse, outras permaneciam virgens para participar do culto solar.
Estas se empregavam em fiar e tecer.

O restante do povo era responsável pela produção dos alimentos através da


agricultura. A produção dividia-se em três partes: uma destinada ao culto do Sol, uma
ao Inca e a outra à comunidade. O excedente de produção era armazenado em
celeiros para períodos de fome ou para festejos. Eles contavam também com um
eficiente sistema de irrigação.

No comércio não era utilizada nenhum tipo de moeda, mas sim nas feiras era de
costume trocar alimentos por outros alimentos ou receber alimentos em troca de
serviços prestados. Na maioria das vezes, porém, o povo produzia todo o necessário
para a sua sobrevivência, dispensando a prática comercial. Apesar disso, os Incas
desenvolveram um sistema numérico e um equipamento para auxiliar a contagem: três
cordas indicando a dezena, a centena e a milhar, chamadas de “quipus”. Apenas
alguns funcionários manuseavam os “quipus”.

A educação dos homens também era dada nas escolas de Cuzco, mas não era como
a das mulheres. Era um sistema bem mais severo, não só com aulas sobre a religião,
a história, etc., mas também aprendiam a lutar e fabricar armas além de praticarem
violentos exercícios que por vezes os levavam até a morte. Estes que passavam por
esta educação tinham a sua orelha furada ao terminarem, para indicar que eles faziam
parte de uma elite formada por funcionários que eram chefes valorosos para o Império.

Quanto à sua cultura, praticavam diversas danças, como rituais, cada uma com seu
significado e em ocasião adequada à mesma de acordo com os costumes e crenças.

O chamado “Vale Sagrado dos Incas” localiza-se nas cidades de Pisac e Machu
Picchu, no Peru, prolongando-se por mais de 100km. Encontra-se a uma altura de
2800 metros acima do nível do mar, com temperatura média anual de 18°C. É
chamado assim por ser localizado próximo a Cuzco e ser formado pelas correntezas
do rio Willkanuta (Casa do Sol), além de possuir milenares centros administrativos,
rica flora e fauna, inumeráveis riachos e cachoeiras entre os bosques mais altos do
mundo. Os Incas realizavam uma peregrinação até lá por acreditarem que se tratava
do rio sagrado. Para eles o rio era o espelho da Via-Láctea, sendo que esta era o rio
sagrado no Céu e aquele o rio sagrado aqui na Terra.

A arquitetura do povo inca também é um fato notável. Além dos enormes desníveis no
solo da região, aconteciam muitos terremotos, mas este povo foi tão brilhante em suas
construções que até hoje elas permanecem. Tanto os vários quilômetros de estrada
entre as montanhas, quanto o sistema de irrigação, as pontes, dentre muitas outras
construções. A arte destacou-se, como já falamos através dos objetos de ouro,
calçados e tecidos.

Religião

A religião inca era politeísta e aos deuses eram dedicados sacrifícios, festas e
templos. Como todas as sociedades agrícolas, seus mitos, a maneira de contar o
tempo e de se relacionar com o mundo estavam baseados na natureza.

Por isso, assim como os animais e as plantas, o ser humano cumpria o ciclo vital:
nascer, crescer, reproduzir e morrer.

Para o povo inca existiam três mundos que eram independentes, mas se
comunicavam:
Hanan Pacha (mundo de cima): onde está a informação para a agricultura através das
estrelas, nuvens, sol e ventos. As aves e as águas da chuva faziam a comunicação
entre os demais mundos;

Kai Pacha (mundo do meio): ali viviam os seres humanos e os animais e era o espaço
onde acontecia a vida através da união dos líquidos. Exemplo: a água da chuva vinha
do mundo de cima e fertilizava a terra, que proporcionaria o alimento. Os grandes
felinos, como o puma, são os símbolos deste mundo;

Uku Pacha (mundo subterrâneo): onde brota a vida vegetal e onde a vida animal volta
a nascer. A terra é o lugar onde germinam as sementes, mas é a última morada dos
seres humanos e animais. A serpente é o bicho que representa Uku Pacha;

Os mundos também se ligavam através de fluidos como a chicha (bebida fermentada


feita de milho), água e sangue;

A concepção de mundo da civilização inca se baseava na dualidade: noite/dia,


homem/mulher, úmido/seco. Embora opostos, estes elementos se complementavam e
esta dualidade é o que faz movimentar o mundo.

Os incas realizavam sacríficos humanos e de animais a fim de conseguir boas


colheitas e manter o equilíbrio entre os mundos. As grandes cerimônias religiosas se
iniciavam com um combate cujo objetivo era retirar a cobertura da cabeça do
adversário. As vítimas eram despidas e levadas em procissão. Durante a cerimônia, o
sangue dos guerreiros capturados era oferecido aos grandes deuses em copos
especialmente preparados para este propósito.

Decadência

Os incas, assim como havia acontecido com os astecas, tiveram sua decadência
precipitada com a chegada dos espanhóis. Quando os espanhóis chegaram às terras
dos incas, encontraram o império dividido entre os dois filhos de Huayna Capac, o
último Sapa Inca, que havia morrido por volta de 1525 ou 1527.

Seus filhos, Huáscar e Atahualpa, disputavam entre si a sucessão do poder e, por


isso, travaram uma guerra que enfraqueceu o império. Os historiadores registraram,
por exemplo, o acontecimento de uma grande batalha em Quito que levou ao
aprisionamento de Huáscar. O conquistador espanhol Francisco Pizarro aproveitou-se
dessa divisão dos incas e realizou a conquista do império.

O domínio dos espanhóis na região prosseguiu de maneira frágil por algumas décadas
e enfrentou diversas rebeliões. A ocupação dos territórios incas pelos espanhóis levou
à colonização daquela região correspondente ao atual Peru e ao surgimento do Vice-
Reino do Peru.

Bibliografia:

SILVA, Daniel Neves. “Astecas: Localização, características, origens, resumo”;


Historia do mundo. Disponível em: https://www.historiadomundo.com.br/asteca.
Acesso em: 21 de agosto de 2021.

SILVA, Daniel Neves. "Incas"; Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/historia-da-america/incas.htm. Acesso em: 21 de agosto
de 2021.

Ana Paula de Araújo. “Incas”; Infoescola. Disponível em:


https://www.infoescola.com/historia/incas/. Acesso em: 21 de agosto de 2021.

Camila Albuquerque. “Civilização Maia – Deuses, profecias e economia destes povos”.


Disponível em: https://www.estudopratico.com.br/civilizacao-maia-deuses-profecias-e-
economia-destes-povos/. Acesso em: 21 de agosto de 2021.

SILVA, Daniel Neves. “Maias”; Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/historia-da-america/maias.htm. Acesso em: 21 de
agosto de 2021.

Silva, Daniel Neves. “Astecas”; Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/historia-da-america/astecas.htm. Acesso em: 21 de
agosto de 2021.

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