Os 3 Povos Pré-Colombianos
Os 3 Povos Pré-Colombianos
Os 3 Povos Pré-Colombianos
Maias
Origens
Política
O rei, conhecido como “ajaw”, era a autoridade máxima da cidade e era enxergado por
seus súditos como uma manifestação dos deuses. Seu poder era transmitido de
maneira patrilinear, ou seja, a linhagem real era paterna. Eventualmente, os reis maias
poderiam ser mulheres. Isso acontecia se o rei nomeado não tivesse idade suficiente
ou caso estivesse ausente, lutando em uma guerra, por exemplo.
Uma parte importante da cultura dos maias estava relacionada com os sacrifícios
humanos. Esses povos acreditavam que o sangue humano era fundamental para o
funcionamento do Universo, logo, os sacrifícios eram uma forma de agradar aos
deuses e de evitar que o caos reinasse. Assim, o sacrifício humano tinha uma grande
importância religiosa.
Sociedade e Cultura
A sociedade maia era hierarquizada, assim, existiam diferentes grupos sociais, cada
um com papéis e importâncias específicos na sociedade. O maior grupo da sociedade
maia eram os camponeses, responsáveis pela agricultura e pela produção de
alimentos. Havia ainda uma nobreza, responsável por cargos relacionados à
administração das cidades-estado e pelo sacerdócio religioso. Por fim, havia o rei,
chamado de “ajaw”, que era autoridade máxima de cada cidade.
Os maias acreditavam que o mundo funcionava de maneira cíclica. Dessa forma, o fim
de uma fase representava o início de outra fase distinta. Possuíam um sistema de
calendário duplo, no qual havia um calendário solar e um calendário sagrado. O
primeiro era conhecido como “haab” e possuía 18 meses de 20 dias cada mais 5 dias,
considerados dias de azar, totalizando 365 dias.
Por último, vale destacar que os maias ficaram conhecidos por terem desenvolvido um
sistema de escrita baseado em hieróglifos. Parte importante do conhecimento que se
tem sobre a escrita e outros aspectos da cultura maia provém de três códices
(manuscritos antigos), que foram levados para a Europa. Esses códices são
chamados de Dresden, Madrid e Paris.
Religião
Os maias acreditavam em diversos deuses, portanto, sua religião era politeísta. Esses
povos acreditavam que seus deuses habitavam um local chamado Tamoanchan,
paraíso que fazia parte da cosmovisão de vários povos da Mesoamérica. Acreditavam
ainda que diferentes locais da natureza eram sagrados e possuíam diversos espíritos.
Cada cidade maia possuía um deus específico.
Decadência
Astecas
Origens
Sociedade e cultura
A sociedade asteca era rigidamente dividida, com o imperador acima de todos, pois
era considerado um representante dos deuses.
Os astecas tinham grande apreço pela astronomia, e essa função fazia parte das
obrigações dos sacerdotes. A observação dos astros trouxe aos astecas grandes
conhecimentos, que lhes permitiram formular dois calendários. O que era utilizado no
cotidiano chamava-se xiuhpohualli, e o segundo, que tinha valor religioso, ficou
conhecido como tonalpohualli.
Economia
A partir delas, eles produziam itens variados, mas o milho era o principal item
cultivado. Os astecas também produziam feijões, pimentas, tomates, goiabas,
mamões etc. Também se alimentavam da carne de perus e peixes, por exemplo.
Os astecas existiram como povo e império com poder centralizado até o ano de 1521.
A ruína dos astecas iniciou-se com a chegada dos espanhóis na região, em 1519. Os
espanhóis eram liderados por Hernán Cortés e encontraram o Império Asteca, à época
governado por Montezuma II, bastante enfraquecido por rebeliões que aconteciam.
Religião
Os astecas acreditavam que Tezcatlipoca era o deus mais poderoso. Outros deuses
importantes dos astecas eram Tlaloc, deus que representava a água e a fertilidade;
Quetzacoatl, versão asteca de uma divindade maia e considerado o deus do
aprendizado; Huitzilopochtli, deus da guerra e o responsável por guiar os astecas até
Tenochtitlán.
Na religião asteca, o sacrifício humano era algo extremamente importante, pois era
uma ferramenta que eles acreditavam ser necessária para manter os deuses
satisfeitos e o sol brilhando. Os sacrifícios astecas aconteciam a partir da retirada do
coração humano. A origem dessa prática pode estar relacionada com os toltecas, uma
vez que existem evidências desse povo que retratam a prática.
A justificativa para a realização dos sacrifícios pelos astecas é encontrada nos mitos
de fundação desse povo. Segundo esses mitos, o deus asteca Quetzacoatl ofereceu o
próprio coração em um ato de autossacrifício. Sendo assim, a realização de sacrifícios
humanos era um ato de dívida aos deuses e uma forma de manter o sol (Tonatiuh) em
funcionamento.
Decadência
Incas
Origens
A região andina, local onde se desenvolveu a Civilização Inca, era habitada por grupos
humanos desde aproximadamente 4.500 a.C. e, antes dos incas, havia abrigado uma
outra grande civilização conhecida como chavín, em torno de 900 a.C. e 200 a.C. Os
incas (chamados de quéchua) dominavam a região de Cuzco desde, pelo menos, o
ano 1000, porém, a partir do século XV, iniciaram um processo
de centralização e conquista territorial.
O grandioso império dos incas era denominado por eles próprios de Tawantisuyu (o
Império das quatro direções, em quéchua) e era dividido em quatro grandes províncias
chamadas de: Chinchasuyu (norte), Antisuyu (leste), Contisuyu (oeste) e
Collasuyu (sul).
Política
Os incas tinham um governo monárquico e teocrático, onde o imperador inca era a
figura máxima, porque simbolizava o filho do deus do sol. O governo inca também se
baseava em leis simples que valorizavam o trabalho e puniam a ociosidade e o roubo.
Sociedade e cultura
Homens casavam aos vinte anos e mulheres aos dezesseis. Eles mesmos escolhiam
com quem casar e ao realizarem a cerimônia recebiam terras para morar.
Aos 10 anos as mulheres passavam por uma seleção. As mais inteligentes e bonitas,
sendo da etnia dos Incas, eram escolhidas e mandadas para Cuzco. Lá eram
educadas por mulheres mais velhas. Algumas se tornavam esposas do imperador ou
de quem ele indicasse, outras permaneciam virgens para participar do culto solar.
Estas se empregavam em fiar e tecer.
No comércio não era utilizada nenhum tipo de moeda, mas sim nas feiras era de
costume trocar alimentos por outros alimentos ou receber alimentos em troca de
serviços prestados. Na maioria das vezes, porém, o povo produzia todo o necessário
para a sua sobrevivência, dispensando a prática comercial. Apesar disso, os Incas
desenvolveram um sistema numérico e um equipamento para auxiliar a contagem: três
cordas indicando a dezena, a centena e a milhar, chamadas de “quipus”. Apenas
alguns funcionários manuseavam os “quipus”.
A educação dos homens também era dada nas escolas de Cuzco, mas não era como
a das mulheres. Era um sistema bem mais severo, não só com aulas sobre a religião,
a história, etc., mas também aprendiam a lutar e fabricar armas além de praticarem
violentos exercícios que por vezes os levavam até a morte. Estes que passavam por
esta educação tinham a sua orelha furada ao terminarem, para indicar que eles faziam
parte de uma elite formada por funcionários que eram chefes valorosos para o Império.
Quanto à sua cultura, praticavam diversas danças, como rituais, cada uma com seu
significado e em ocasião adequada à mesma de acordo com os costumes e crenças.
O chamado “Vale Sagrado dos Incas” localiza-se nas cidades de Pisac e Machu
Picchu, no Peru, prolongando-se por mais de 100km. Encontra-se a uma altura de
2800 metros acima do nível do mar, com temperatura média anual de 18°C. É
chamado assim por ser localizado próximo a Cuzco e ser formado pelas correntezas
do rio Willkanuta (Casa do Sol), além de possuir milenares centros administrativos,
rica flora e fauna, inumeráveis riachos e cachoeiras entre os bosques mais altos do
mundo. Os Incas realizavam uma peregrinação até lá por acreditarem que se tratava
do rio sagrado. Para eles o rio era o espelho da Via-Láctea, sendo que esta era o rio
sagrado no Céu e aquele o rio sagrado aqui na Terra.
A arquitetura do povo inca também é um fato notável. Além dos enormes desníveis no
solo da região, aconteciam muitos terremotos, mas este povo foi tão brilhante em suas
construções que até hoje elas permanecem. Tanto os vários quilômetros de estrada
entre as montanhas, quanto o sistema de irrigação, as pontes, dentre muitas outras
construções. A arte destacou-se, como já falamos através dos objetos de ouro,
calçados e tecidos.
Religião
A religião inca era politeísta e aos deuses eram dedicados sacrifícios, festas e
templos. Como todas as sociedades agrícolas, seus mitos, a maneira de contar o
tempo e de se relacionar com o mundo estavam baseados na natureza.
Por isso, assim como os animais e as plantas, o ser humano cumpria o ciclo vital:
nascer, crescer, reproduzir e morrer.
Para o povo inca existiam três mundos que eram independentes, mas se
comunicavam:
Hanan Pacha (mundo de cima): onde está a informação para a agricultura através das
estrelas, nuvens, sol e ventos. As aves e as águas da chuva faziam a comunicação
entre os demais mundos;
Kai Pacha (mundo do meio): ali viviam os seres humanos e os animais e era o espaço
onde acontecia a vida através da união dos líquidos. Exemplo: a água da chuva vinha
do mundo de cima e fertilizava a terra, que proporcionaria o alimento. Os grandes
felinos, como o puma, são os símbolos deste mundo;
Uku Pacha (mundo subterrâneo): onde brota a vida vegetal e onde a vida animal volta
a nascer. A terra é o lugar onde germinam as sementes, mas é a última morada dos
seres humanos e animais. A serpente é o bicho que representa Uku Pacha;
Decadência
Os incas, assim como havia acontecido com os astecas, tiveram sua decadência
precipitada com a chegada dos espanhóis. Quando os espanhóis chegaram às terras
dos incas, encontraram o império dividido entre os dois filhos de Huayna Capac, o
último Sapa Inca, que havia morrido por volta de 1525 ou 1527.
O domínio dos espanhóis na região prosseguiu de maneira frágil por algumas décadas
e enfrentou diversas rebeliões. A ocupação dos territórios incas pelos espanhóis levou
à colonização daquela região correspondente ao atual Peru e ao surgimento do Vice-
Reino do Peru.
Bibliografia: