Ação de Alimentos e Guarda CC Tutela de Urgência

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Giordhan Reis OAB/BA 26.

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Daniela Santos Rios OAB/BA 35.778
EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA 1ª VARA DE FAMÍLIA
COMARCA DE PORTO DE SEGURO/ESTADO DA BAHIA.

HELENA CAROLINA PORTELA DE SOUZA ZUB, brasileira, menor impúbere (02 anos), neste ato representada
por sua genitora GIOVANNA PORTELA ERNESTO ESTEVES, brasileira, solteira, desempregada, portadora do
documento de identidade RG nº 20.031.860-85 SSP/BA, inscrita no CPF/MF nº 858.061.575-55, residente e domiciliada
na Rua Princesa Isabel, nº 15, Bairro Areião, Porto Seguro – BA, CEP 45.810-000, tel: 73 – 9985-55771, por seu(s)
advogada devidamente constituídos pelo instrumento de mandato anexo, nos termos do art. 39 do CPC/1973 e art. 287 do
NCPC/2015 (documento 1), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO DE ALIMENTOS E GUARDA CC TUTELA DE URGÊNCIA

Em face de ELTON LENNON DE SOUZA ZUB, brasileiro, solteiro, profissão ignorada requerendo oportunidade para
sanar o feita com a apresentação dos dados pelo requerido, portador da carteira de identidade nº 12.886.945-0 SSP/PR e
do CPF nº 070.662.509-90, residente e domiciliado Rua Canário, Bairro Vila Pinheiro (Capivarí), Jaguariaíva, Paraná,
CEP 84.200-000, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:

PRELIMINARMENTE

I. DA JUSTIÇA GRATUITA

A autora não possui condições de pagar as custas e despesas do processo sem prejuízo próprio ou de sua família,
conforme declaração de hipossuficiência anexa, sob égide no Novo Código de Processo Civil, art. 98 e seguintes e pelo
artigo 5º, LXXIV da Constituição Federal. Desse modo, a autora faz jus à concessão da gratuidade de Justiça. Insta
ressaltar que entender de outra forma seria impedir os mais humildes de ter acesso à Justiça, garantia maior dos cidadãos
no Estado Democrático de Direito.

I. DOS FATOS

Conforme faz prova na certidão de nascimento em anexo, a requerente é filha legítima do requerido, fruto de
relacionamento amoroso entre o requerido e sua genitora, que viveram algum tempo em união estável.

Desde a separação dos genitores em 21 de setembro de 2016 a menor está sob os cuidados de sua genitora, que possui
guarda unilateral de fato, uma vez que reside nesta cidade, Porto Seguro/BA.

Atualmente a representante legal não trabalha e está grávida de um segundo filho do requerido, atualmente com
aproximadas 30 semanas de gestação na data de hoje 20/10/2016, e vem enfrentando dificuldades em manter o
mesmo padrão de vida de sua filha desde a separação do casal.

A criação da requerente não deve recair somente sobre a responsabilidade de sua genitora, que são muitas e notórias,
como por exemplo: alimentação, vestuário, moradia, assistência médica e odontológica, educação, dentre outras. a1
Pá gin
A situação financeira do requerido é estável e privilegiada, sendo filho de empresários locais no ramo da indústria
madeireira consoante comprovante anexo e segundo informações de testemunhas que serão oportunamente arroladas, o
requerido exerce função dentro da empresa, percebendo remuneração variável de cerca de R$ 3.000,00 (três mil reais)
mensais com gastos pessoais e de acordo com suas necessidades. O requerido tem nível de vida privilegiado sendo que
este ano adquiriu um estúdio de som particular em casa por cerca de R$ 10.000,00 (dez mil reais), uma guitarra elétrica
por cerca de R$ 7.000,00 (sete mil reais), ou seja, o requerido dispende valores altíssimos para a prática de um hobby,

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posto que não é músico profissional, todavia, quando procurado pela representante legal da requerente, este se negou a
prestar auxílio superior ao valor de R$ 365,00 (trezentos e sessenta e cinco reais), valor este insuficiente para manutenção
da menor e dos cuidados gestacionais com o nascituro, não restando alternativa se não a propositura da presente ação.

A requerente já possui a guarda unilateral dada sua extrema dependência, sendo assim, deseja que a guarda continue
requerente e genitora do menor, com o direito de visita livre para o genitor, oportunizando que durante os meses de férias
nos meses de junho/julho, dezembro, janeiro e fevereiro ou enquanto durarem as férias escolares, o requerido possa
conviver com a menor no seu endereço de domicílio, devolvendo-a no domicílio da genitora ao fim das férias.

Diante dos fatos expostos, surgiu a necessidade de se ingressar com a presente demanda para regularizar a guarda
definitiva do(a) menor, bem como regulamentar as visitas do genitor e fixar um valor mensal a título de pensão
alimentícia em favor do(a) menor.

II. DOS FUNDAMENTOS

II.1. DOS ALIMENTOS PROVISÓRIOS

Conforme o art. 4º da Lei 5478/68: “Ao despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos provisórios a serem
pagos pelo devedor, salvo se o credor expressamente declarar que deles não necessita.”

Na hipótese vertente, a autora além de não possuir plano de saúde, se encontra desempregada, passando por graves
dificuldades financeiras, não podendo, destarte, arcar com os custos com alimentação, exames e demais despesas
advindas da gestação, conforme comprovantes em anexo.

Já o réu, é goza de boa estabilidade financeira, mora com a mãe, tem um imóvel de aluguel e dispõe de renda suficiente
para hobbies caros embora não seja músico profissional, tendo uma remuneração média de R$ 3.000,00 (três mil reais)
mensais.

Posto isto, diante do evidente periculum in mora, haja vista que a demandante não tem condições de custear a gravidez,
requer a fixação liminar dos alimentos gravídicos, no importe de R$ 600,00 (seiscentos reais) mensais.

II.2. DOS ALIMENTOS GRAVÍDICOS

Os alimentos gravídicos tem previsão específica na Lei 11804/08 art. 2º, que preconiza: “Os alimentos de que trata esta
Lei compreenderão os valores suficientes para cobrir as despesas adicionais do período de gravidez e que sejam dela
decorrentes, da concepção ao parto, inclusive as referentes a alimentação especial, assistência médica e psicológica,
exames complementares, internações, parto, medicamentos e demais prescrições preventivas e terapêuticas
indispensáveis, a juízo do médico, além de outras que o juiz considere pertinentes.”

Nos termos do art. 6º da Lei 11.804, para a concessão dos alimentos gravídicos, basta a existência de indícios da
paternidade.

Na hipótese vertente não restam dúvidas de que o réu é o pai do nascituro, tendo em vista que a demandante só teve esse
relacionamento em sua vida, relacionamento este que durou mais de 3 anos em que as partes mantinham relações sexuais
habituais e só teve fim quando a gravidez já estava em estado avançado e no mês de agosto de 2016.

Doutra ponta, nos moldes do art. 1694, § 1º do CC, para que qualquer espécie de alimento seja concedida, é necessária a
presença do binômio: necessidade do alimentando e possibilidade do alimentante.

Do presente feito, a gestante está passando por grave dificuldade financeira, não tem plano de saúde, está desempregada.
Já o réu, goza de excelente condição de vida, mora com a mãe, possui renda de aluguel de imóvel, trabalha e tem seus
gastos custeados pela empresa da família com uma renda mínima de R$ 3.000,00 (três mil reais) e vive sozinho em local
de com ótimas condições de moradia.
a1
No eito destas considerações, clarividente a necessidade da gestante em receber alimentos gravídicos durante todo Pá gin
período de gestação, no importe de R$ 600,00 (seiscentos reais) mensais.

II.3 DO DIREITO À PENSÃO ALIMENTÍCIA.

A Lei 5.478/68 dispõe sobre a prestação de alimentos, regulando esta. O artigo 1.696 do diploma Civil diz que:

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“Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes,
recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros.”

O requerente encontra amparo legal no artigo 1.695 do Código Civil que diz:

“Art. 1.695. São devidos os alimentos quando quem os pretende não tem bens suficientes, nem pode prover, pelo seu
trabalho, à própria mantença, e aquele, de quem se reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque no necessário ao seu
sustento.”

Ademais, o dever de prestação de alimentos está previsto expressamente na Constituição Federal, em seu artigo 229,
sendo dever dos pais satisfazer as necessidades vitais do(a) autor(a), vez que este(a) não pode provê-las por si.

DOS ALIMENTOS PROVISÓRIOS – TUTELA ANTECIPADA.

A Lei 5.478/68 que dispõe sobre a Ação de Alimentos, traz eu seu texto a expressão de alimentos provisórios:

“Art. 4º Ao despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos provisórios a serem pagos pelo
devedor, salvo se o credor expressamente declarar que deles não necessita.”

Assim como o Código Civil de 2002:

“Art. 1.706. Os alimentos provisionais serão fixados pelo juiz, nos termos da lei processual.”

Requer a determinação, de imediato, dos alimentos provisórios, no importe de R$ 600,00 (seiscentos reais) mensais a
serem descontados diretamente em folha de pagamento do requerido;

III. DO PEDIDO

Por derradeiro, restando infrutíferas todas as tentativas para uma saída suasória, não restou à requerente alternativa senão
a propositura da presente ação de alimentos, para que o genitor, ora requerido, seja compelido a contribuir com o
necessário para que a requerente e o nascituro sobrevivam com um mínimo de dignidade e para tanto requer:

a) Designação de audiência prévia de conciliação, nos termos do art. 319, VII, do Novo Código de Processo Civil;

b) A expedição de carta de citação do requerido, acima descrito, para que compareça em audiência a ser designada por
Vossa Excelência, sob pena de confissão quanto a matéria de fato, podendo contestar dentro do prazo legal sob pena de
sujeitar-se aos efeitos da revelia, nos moldes do art. 344 do NCPC/2015;

c) O deferimento dos benefícios da justiça gratuita por ser pobre na acepção jurídica da palavra, não podendo arcar com
as despesas processuais sem privar-se do seu próprio sustento e de sua família;

d) O arbitramento de alimentos provisórios em R$ 1.200,00 (mil e duzentos reais) para a menor a título de alimentos
provisórios e para o nascituro, equivalente a 136,36% do salário-mínimo, a ser depositado na conta-poupança da Caixa
Econômica Federal, Agência 3948, Operação 023, Conta 0017296-2, CPF 858 061 575 55, conta em nome de
GIOVANNA PORTELA ERNESTO ESTEVES;

e) A intimação do representante do Ministério Público para intervir no feito;

f) a procedência da presente ação, condenando-se o requerido na prestação de alimentos definitivos para os menores, na
proporção de em R$ 1.200,00 (mil e duzentos reais), equivalente a 136,36% do salário-mínimo, a ser depositado na conta
conta-poupança da Caixa Econômica Federal, Agência 3948, Operação 023, Conta 0017296-2, CPF 858 061 575 55,
conta em nome de GIOVANNA PORTELA ERNESTO ESTEVES;

g) Seja deferida a guarda definitiva do menor à genitora e regulamentada o direito a visita livre para o genitor, com a1
direito de visita prolongado ao genitor durante as férias escolares (meses dezembro a fevereiro de cada ano); Pá gin

h) Seja condenado o requerido ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, nos moldes do art. 546 do
CPC/2015;

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, que ficam desde já requeridos, ainda que não
especificados.

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Giordhan Reis OAB/BA 26.498
Daniela Santos Rios OAB/BA 35.778

Atribui-se à causa o valor R$ 14.400,00 (quatorze mil e quatrocentos reais), para fins de alçada, nos moldes do art. 292,
III do NCPC/2015.

Nestes Termos.
Pede Deferimento.

Porto Seguro, 20 de outubro de 2016.

Giordhan Reis
OAB/BA 26.498

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Pá gin

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