Embargos de Declaração Prequestionamento
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Apelação nº xxxx
1 Art. 186, CPC. A Defensoria Pública gozará de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais.
Constituição Federal
- artigo 5º, IV (liberdade de expressã o);
- artigo 5º, XVI (direito de reuniã o);
- artigo 5º, XVII (liberdade de Associaçã o);
- artigo 182, caput (direito à cidade).
No entanto, com a devida vênia, o v. acó rdã o deixou de encarar a problemá tica
apresentada na presente Açã o Civil Pú blica, uma vez que nã o se pronunciou explicitamente
sobre a violaçã o dos preceitos supracitados, incidindo em omissã o, conforme se passa a
expor.
Portanto, ao invés de ter sido utilizada de forma “a limitar (ou tentar) uma
interpretação meramente subjetiva”, conforme constou do v. acó rdã o, a aplicaçã o da
proporcionalidade, desacompanhada de uma explicaçã o sobre o raciocínio utilizado, fez
com que se tornasse mero argumento para justificar uma conclusã o já pré-constituída e,
data maxima venia, inconsistente com a prova dos autos.
Como se vê, houve omissã o no v. acó rdã o embargado, a teor do que prescreve o
artigo 489, pará grafo 2º, do Có digo de Processo Civil: “No caso de colisão entre normas, o
juiz deve justificar o objeto e os critérios gerais da ponderação efetuada, enunciando as
razões que autorizam a interferência na norma afastada e as premissas fáticas que
fundamentam a conclusão”.
Demonstrada, portanto, a omissã o do v. acó rdã o no que tange aos outros direitos em
jogo, que nã o apenas o direito de liberdade de reuniã o, bem como à s demais premissas que
embasaram a aplicaçã o do método ponderativo. Da mesma forma, resta comprovada a
contradiçã o no que tange à utilizaçã o do princípio da proporcionalidade para justificar
excessos da Administraçã o Pú blica, e nã o o contrá rio.
2 Afonso da Silva, Virgílio. O Proporcional e o Razoável. Revista dos Tribunais 798, 2002. p. 31.
Ora, os pedidos da presente Açã o Civil Pú blica visam proteger e garantir o exercício
de direitos previstos na Convençã o Americana de Direitos Humanos, Tratado Internacional
ratificado pelo Brasil e de status jurídico diferenciado, superior à legislaçã o federal,
conforme reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal com base no previsto pelo §3º do
art. 5º da Constituiçã o Federal4.
3 § 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituiçã o nã o excluem outros decorrentes do regime e dos
princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a Repú blica Federativa do Brasil seja
parte.
4 Os tratados e convençõ es internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serã o equivalentes
à s emendas constitucionais.
5 Corte IDH, Caso Gelman vs. Uruguai, Sentença de Mérito e reparaçõ es, § 193.
Ora, conforme demonstrado por esta Defensoria, com amplo lastro probató rio, a
força policial do Estado brasileiro vem impedindo e dispersando, de forma violenta,
manifestaçõ es populares no Estado de Sã o Paulo, mesmo quando os manifestantes agem
pacificamente.
6 CIDH, A Filiaçã o Obrigató ria de Jornalistas, Opiniã o Consultiva OC-5/85. Serie A, No. 5, par. 70: “Liberdade
de expressã o é uma pedra angular na existência de uma sociedade democrá tica. É indispensá vel para a
formaçã o da opiniã o pú blica e para que a comunidade, na hora de exercer suas opçõ es, esteja suficientemente
informada. É por isso que, é possível afirmar que uma sociedade que nã o está bem informada, nã o é
plenamente livre. A liberdade de expressã o é portanto nã o só um direito dos indivíduos mas da pró pria
sociedade”
7 Disponível em: <https://nacoesunidas.org/onu-divulga-relatorio-sobre-direitos-dos-manifestantes-contra-
abusos-policiais/>
V – DOS PEDIDOS
Termos em que,
Pede deferimento.