História Do Ciclismo Santa Maria Da Feira
História Do Ciclismo Santa Maria Da Feira
História Do Ciclismo Santa Maria Da Feira
EM
SANTA MARIA DA FEIRA
Falar sobre o ciclismo feirense, numa publicação F.C. do Porto, destacando-se a vitória num contrarrelógio
que não pretende ser um tratado histórico, obrigará de 100kms entre Porto-Vila do Conde-Porto-Vila do
sempre a um resumo dos maiores eventos e figuras, Conde-Porto, ao saudoso Fernando Jorge Moreira, que
de tantos eventos, estórias e figuras, que compõem a se iniciava no F.C. Porto. Manuel dos Santos ia para as
longa e profícua história do ciclismo em Santa Maria da provas de bicicleta e arrastava atrás de si camionetas
Feira. cheias de gente para o ver correr.
De facto, em Santa Maria da Feira, há uma forte
ligação umbilical à modalidade. Neste trabalho, MANUEL DOS SANTOS
destacam-se apenas alguns pormenores, correndo o
risco de ser injusto com a maioria dos muitos que ao Manuel Dos Santos, conseguiu as suas primeiras
longo dos anos construíram a modalidade, e retrata-se vitórias com uma “pasteleira” pesando cerca de 20kgs,
uma nova página do ciclismo feirense. até que na loja do Paulino, que ainda hoje existe no
O ciclismo feirense nasceu em S. João de Ver lugar de S. João, junto à estação da C.P. onde na altura
na década de 30, num tempo em que possuir uma funcionava a sede do Sporting Clube de S. João de Ver e
bicicleta, era como ter um Lamborghini nos dias de hoje. da Sociedade Columbófila, alguns sanjoanenses decidiram
Em 1933/34, surgiu Manuel Santos a vencer várias fazer uma coleta para oferecer uma “ máquina “ ao amigo.
provas populares, tendo a particularidade de correr A “máquina” veio de França para o primeiro campeão
sempre com a camisola do Sporting Clube de S. João de feirense, tratando-se se de uma bicicleta André Leducq
Ver. Só no final da sua carreira é que vestiu outra; a do (com aros em madeira) uma autêntica maravilha.
*Técnico Superior de História Câmara Municipal de Santa Maria da Feira. Historiador. Investigador CEGOT - Centro de Estudos em Geografia e Ordenamento do Território
- Unidade de Investigação e Desenvolvimento das Universidades de Coimbra, Porto e Minho. Doutorado em Turismo, Lazer e Cultura - Ramo Património e Cultura pela Faculdade de Letras
da Universidade de Coimbra. Professor Convidado Universidad Rey Juan Carlos – Madrid. 9
que viria a dar frutos, pois S. João de Ver, Travanca, S. Paio
de Oleiros e Santa Maria da Feira, foram e ainda são, as
freguesia e Concelho que mais ciclistas deram ao ciclismo
nacional.
Neste artigo gostaria de destacar os 6 vencedores
da Volta a Portugal em Bicicleta: Sousa Cardos, Mário
Silva, Joaquim Andrade, Fernando Mendes, Sousa
Santos e Fernando Carvalho, este último tratado noutro
local.
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José Sousa Cardoso, nasceu no dia 10 de janeiro
de 1937, no lugar da Lavandeira, freguesia de S. João
de Ver – Santa Maria da Feira. Exerceu a atividade de
industrial de cortiça.
Como ciclista, representou sempre o F. C. Porto.
Fê-lo durante 13 anos. Foi também treinador da
Juventude F. C. Porto.
Tinha 21 anos quando participou na 1.ª Volta a
Portugal. Era o ano de 1957. Em 1958 alcançou o 2.º
lugar. Em 1959 o azar surgiu-lhe na Serra do Marão.
Tendo-se “esbarrado”, viu-se forçado a abandonar
a prova, ele quando seguia em 2.º lugar. Em 1960
sagrou-se o vencedor da Volta a Portugal. Em 1959
correu na Vuelta (Espanha), tendo ganho uma etapa e
três prémios de montanha. Correu com o famosíssimo
Bahamontes… participou em mais Vueltas. E no
Tour (França), integrou-se numa equipa formada por
corredores de várias nacionalidades. Obteve o 10.º
lugar na Volta à França do Futuro. Bélgica e Brasil foram
ainda países onde representou Portugal.
Foi seis vezes campeão nacional por equipas.
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MÁRIO SILVA Bom trepador e contrarrelogista, venceu a Volta a
Portugal em 1961, conseguindo ainda, para além desta
vitória, um 3.º, dois 4.º, dois 6.º, um 7.º e um 10.º
lugar. Venceu três etapas tendo obtido um 1.º e um 3.º
lugar no Prémio da Montanha.
Chegou a correr com o inesquecível Joaquim
Agostinho, 3 voltas a Portugal e 2 campeonatos do
Mundo.
Ganhou o Grande Prémio de Futebol Clube do Porto,
o Prémio Robbialac, Riopele, Nocal (Angola). Venceu
a volta à Rodésia. Foi 2.º na Clássica Porto-Lisboa.
Participou cinco vezes na Vuelta (Espanha) e, por duas
vezes, no Tour do Futuro; e também esteve presente
nos Jogos Olímpicos de Roma de 1960, que integrava
duas provas: contrarrelógio por equipas e em linha.
Participou ainda nos Campeonatos do Mundo: em S.
Sebastian (Espanha) – 1965; na Alemanha (1966); em
Itália (1968), e na Bélgica (1969). Foi Rei da montanha
em 1962, tendo vencido a Volta o José Pacheco (Sto.
Tirso). Consagrou-se campeão regional, nacional de
pista (perseguição). E diversas vezes campeão nacional
por equipas. Treinou a equipa Fagor e a do F. C. do
Alegria e Juventude Porto.
Há um pormenor curioso na carreira de Mário Silva.
Para poder participar na Volta a Portugal, que ganhou,
Mário Pereira da Silva é natural de Caldas de teve de dar uns “saltos” substanciais… em 1961 era
S. Jorge onde nasceu no dia 5 de outubro de 1910. amador Júnior. Nesse mesmo ano, passou a amador
Venceu a Volta a Portugal em 1961. Sénior. Como tal, não tinham ordenado. E nesse mesmo
Representou o F.C. Porto, tendo vencido várias ano ainda passou a “independente”, precisamente 8
provas, entre as quais um Circuito Rio Maior, alcançando dias antes da Volta, a fim de nela poder participar. Pôde,
ainda um 3.º lugar no Porto – Lisboa em 1967. assim, ser o vencedor da Volta a Portugal em 1961!
Participou na Volta à Espanha, onde obteve um Mário Silva, em Portugal, representou sempre o
23.º e 34.º lugar, e na Volta à França do Futuro, onde F. C. Porto. Em Moçambique, representou a Fagor (1970),
obteve um 2.º lugar no Prémio da Montanha. da qual era treinador e corredor. Aí, ganhou o Prémio Fagor.
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Presentemente não está ligado ao ciclismo, apesar de Joaquim Pereira de Andrade, nasceu no dia 14 de
gostar sempre da modalidade, que procura acompanhar junho de 1945, em Travanca, Santa Maria da Feira.
em algumas etapas da Volta a Portugal e noutras Provas. Casado, tem três filhos. Todos praticaram ciclismo.
O filho mais velho, também Joaquim Andrade é o recordista
JOAQUIM ANDRADE do Guiness Book com mais Voltas nacionais concluídas
e atual Diretor Desportivo da Vito-Feirense-Blackjack. O
2.º filho, o José Andrade e a mais nova, Liliana Andrade
tiveram também um percurso interessante no ciclismo.
Tem já dois netos a seguirem as pisadas, Pedro Andrade,
Campeão Nacional de Estrada e Hugo Andrade. Joaquim
Andrade venceu a Volta a Portugal em 1969, competindo
com o saudoso Joaquim Agostinho.
Joaquim de Andrade iniciou-se na Ovarense, onde se
encontrava o José Vieira. Era treinador o Sousa Santos.
Para além da Ovarense, esteve no Sangalhos, no F. C.
do Porto, Coelima, Fagor (Angola), Coimbrões, Águias de
Alpiarça. Marcou ainda presença na Gitane e Flandria
(França) onde alcançou algumas vitórias. Participou
no Tour (França), em duas Vueltas (Espanha), na Volta
ao Luxemburgo, Normandia, no Midi Libre (França), na
Dauphinée Liberée (provas de preparação para o Tour), e
noutras clássicas. Participou no Campeonato do Mundo
de Profissionais de 1972.
Joaquim Andrade, foi também campeão nacional
de rampa, pista, e fundo, várias vezes. Ganhou o
Grande Prémio do Comércio do Porto, quase já no fim
da sua carreira. Venceu também a Volta do Nordeste
Transmontano. Na volta ao Brasil, triunfou em duas
etapas. Em Angola, ganhou os Prémios Fagor e o Nocal.
Participou em 17 Voltas a Portugal, continuando a ser
o que sempre foi: afável, atencioso e bem-disposto,
marcando presença como Diretor Desportivo das
antigas equipas de ciclismo do Feirense, em seniores e
profissionais, fincando naturalmente ligado às mais belas
paginas do ciclismo santamariano.
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FERNANDO MENDES se notabilizou como um dos melhores corredores do
nosso ciclismo. A prová-lo, está a cobiça de equipas
estrangeiras, pelos quais disputou muitíssimas provas
internacionais e várias voltas a Espanha e França.
Devido às conhecidas transfor
mações socio-
-económicas operadas no nosso país, após o 25 de Abril
de 1974, Fernando Mendes ao regressar ao ciclismo
lusíada é forçado a abandonar o ciclismo profissional
para regressar a um amadorismo que de verdade
apenas tinha o nome! Ao ingressar no F. C. Porto, muita
gente lhe chamou velho. Todavia, o valoroso estradista
acabou de desmentir tamanho descrédito.
A sua vinda para o F. C. do Porto partiu do momento
em que determinado número de associados e simpati
zantes azuis-brancos tudo fizeram pois que ingressasse
no clube, após a saída do Benfica.
Nesse ano ao serviço do Futebol Clube do Porto,
Fernando Mendes venceu o Circuito de Santarém, o
Grande Prémio Duas Rodas, o Grande Prémio Clock, 2.º
classificado na Volta ao Algarve, e foi Campeão Nacional
1
de Estrada. Conquistou a 40.ª Volta a Portugal – 1978
mas suposto Doping de Mendes dá a Vitória a Belmiro2.
1 Fernando Mendes também perdeu a vitória na Volta a
Fernando Mendes dos Reis Dias, natural de Rio Portugal, embora não tenha tido um controlo positivo na
Meão – Feira, onde nasceu em 1946. Começou a 40.ª edição da prova.
praticar ciclismo em 1963. A Volta a Portugal de 1978 terminou em ambiente
Natural de Rio Meão. Homem simples que um de suspeições em torno da vitória de Fernando Mendes,
dia en
veredou pela prática do ciclismo envergando por alegadas irregularidades cometidas no processo de
a camisola duma coletividade que foi, sem favor, dos recolha da urina para a análise antidoping no controlo
mais prestigiados no meio velocipédico nacional - a efetuado no final da 163 e antepenúltima etapa, em
Ovarense. Mais tarde transferiu-se para o Benfica onde Mangualde. Todas essas suspeitas se confirmaram
14
quanto aos resultados finais da Volta, e não só em Equipas representadas: Ovarense (durante 3 anos);
relação ao vencedor, pois além de Fernando Mendes Benfica (11 anos); nesta equipa, teve licença para
(que apanhou ainda um mês de suspensão), também correr também em equipas estrangeiras. E efetivamente
foram desclassificados Américo Silva e Joaquim Colaço. alinhou na Flandria (Bélgica); Frisol (Holanda); CAS
Participou em várias competições internacionais: (Espanha); SEM (França); Teka (Espanha). Representou
Tour (França); Giro (Itália); Vuelta (Espanha); Volta ainda o F. C. do Porto, ZALA (Felgueiras), Coimbrões,
ao Luxemburgo; Bélgica, África do Sul; Angola, Nocal Coelima.
(Angola), Rodésia, etc. Representou a seleção nacional em vários
Em 1974 foi o grande vencedor da Volta a Portugal, campeonatos do mundo.
foi Campeão Nacional, e triunfou na clássica Porto- Depois de ter abandonado a competição, em 1980,
Lisboa. É recordista desta prova, tendo ganho as edições ano em representava a equipa dos Calçados Zala,
de 1972, 73 e 74. Fernan
do Mendes manteve-se liga
do ao mundo das
Ganhou ainda muitos outros Grandes Prémios em rodas, tendo sido treinador de várias equipas. A sua
provas nacionais (Robbialac; Philips; Clock; Casal; maior conquista, como treinador, aconteceu em 1990,
Abimota) etc. ao serviço da Ruquita-Feirense, com a qual venceu a
O vencedor da Volta a Portugal de 1974, Fernando Volta a Portugal por intermédio de Fernando Carvalho.
Mendes (Benfica) despediu-se do mundo velocipédico, Depois de concluir a carreira como ciclista e
aos 55 anos. A rivalidade com o seu amigo Joaquim treinador profissional, revelou uma certa predileção pelas
Agostinho (Sporting) foi transposta para as estradas camadas mais jovens e aquando do seu falecimento era
despertando em todos os portugueses a enorme paixão um dos monitores da Escola de Ciclismo que Fernando
pelo ciclismo. Agora, Fernando Mendes juntou-se, na Carvalho criara, na qual as suas palavras continuavam a
eternidade, ao compadre e amigo de sempre . 3
ser ouvidas com bastante apreço por todos os alunos.
Ao serviço dos encarnados, foi o grande rival de
Joaquim Agostinho e juntos marcaram uma geração de
ciclistas que fizeram história no ciclismo nacional. Por
essa altura a modalidade vivia envolvida numa mística
imposta pela presença do Benfica, Sporting e F.C. Porto
nas estradas nacionais, a qual tanto se reclama nos dias
de hoje. A rivalidade entre Fernando Mendes e Joaquim
Agostinho era sã e só existia na estrada, fora dela a
amizade sempre prevale
ceu, pois também Agostinho
era padrinho de Pedro Agostinho Mendes, um dos filhos
de Fernando Mendes.
15
JOAQUIM SOUSA SANTOS (Filho) 2012. Era filho do famoso Joaquim Sousa Santos, que
obteve dois segundos lugares na Volta a Portugal e que
foi vencedor da Clássica Porto/Lisboa.
Era médico, licenciado pela universidade de Coimbra,
sendo praticante-estudante, atingindo o máximo no 5.º e
6.º ano de Medicina.
Quanto a treinos e a estudo, procurava ter um horário
para poder treinar. Nos fins de semana, deslocava-se de
Coimbra a S. João de Ver em bicicleta, servindo isso de
treino. Ida e Volta eram 200 quilómetros. Era tudo uma
questão de MÉTODO E DISCIPLINA”.
Tinha sete anos quando o seu professor do Ensino
Primário o levou à Volta a Portugal em miniatura,
realizada em Espinho, tendo obtido o 2.º lugar. Como
prémio recebeu uma panela e uma cafeteira (…)
quando tinha 16 anos, estando ao serviço do Fogueira/
Sangalhos, foi campeão nacional. No ano seguinte,
participou na Volta a Portugal. Representou o Sangalhos
(duas Voltas a Portugal), União de Coimbra (uma Volta a
Portugal e 4.º lugar), Bombarralense (duas Voltas); e o
F. C. Porto (uma Volta a Portugal).
Ao serviço do F. C. Porto, venceu a Volta a Portugal.
Participou ainda na Volta a Catalunha (13.º lugar); Volta
a Málaga (3.º lugar); e Perpignan (França). Teve vários
convites das Ex-Colónias, Brasil, Venezuela, África do
Sul, para além de Espanha. Não pode aceitá-los, devido
a ser estudante e a época de exames (junho-julho)
coincidia com muitas dessas provas, o que não lhe
permitia nelas poder participar.
Joaquim Sousa Santos, nasceu no dia 13 de Como clínico, deu o seu enorme contributo a
outubro, de 1955, no lugar da Giesteira, Freguesia diferentes equipas e modalidades do Clube Desportivo
de S. João de Ver (Feira) e faleceu a 17 de agosto de Feirense.
16
Sousa Santos com o autor deste texto em plena Viagem Medieval de 2010. Foto de Sergio Miguel Santos, Jornal A Bola
17
CICLISMO EM SANTA MARIA DA FEIRA
Desde os finais da década de 50, que os aficionados do ciclismo se habituaram a ver na então Vila da Feira, os
melhores corredores do panorama velocipédico nacional, com a organização do Circuito da Vila da Feira, pelo Jornal
Notícias da Feira e pelo Clube Desportivo Feirense.
18
Notícias da Feira, 29 de junho de 1959, n.º 85
19
O primeiro vencedor desta prova, que acabaria 1960, Azevedo Maia, F.C. Porto; 1961, Alves
por bisar foi o incontornável Alves Barbosa, o primeiro Barbosa, Sangalhos; 1962, Ernesto Coelho, F.C.
corredor a vencer por três vezes a Volta a Portugal em Porto; 1963, Artur Carreira, Sangalhos; 1974,
bicicleta, e que morreu a 29 de setembro de 2018. Custódio Gomes, F.C. Porto. O último circuito, realizou-
O antigo ciclista, que ao longo da carreira apenas se no ano da Revolução, período que fez com que o
representou apenas o Sangalhos, venceu as edições de profissionalismo nesta modalidade fosse extinto,
1951, 1956 e 1958 da Volta a Portugal e terminou levando a que um elevado número de ciclistas passasse
no 10.º lugar a Volta a França de 1956, bisou neste grandes dificuldades.
circuito.
Da lista dos vencedores do Circuito Ciclista da Vila
da Feira, constam os seguintes corredores:
1959, Alves Barbosa, Sangalhos.
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As competições profissionais regressaram a Rafael Silva, Efapel-Glassdrive, para em 2015 voltar a
Santa Maria da Feira, fruto do elevado empenho receber a designação de Volta às Terras de Santa Maria-
da secção de ciclismo do Clube Desportivo Troféu Fernando Mendes, e gravar a letras de ouro, estes
Feirense, com a realização da Volta ao Concelho da conquistadores: 2015, José Fernandes Anicolor-Cycling
Feira, e que teve os seguintes vencedores: Team Mortágua; 2016- Luís Gomes Liberty Seguros/
1985, José Dias, Alguerra; 1986, José Carglass e 2017 – Angel Rebollido W52-Futebol Clube
Ferreira, Alguerra; 1987, António Pinto, Sicasal- do Porto. Esta edição está inserida nas comemorações
Torreense; 1988, Orlando Neves, Ruquita- do centenário do Clube Desportivo Feirense
Feirense; 1989, António Pinto, Sicasal-Torreense; Como temos vindo a verificar, desde muito cedo que
1990, Manuel Cunha, Avibom-Valouro-Lousa. os feirenses se habituaram a ter ciclistas no pelotão
A partir de 1991, a prova ganha a designação nacional. Direi que porventura é a localidade do país
de Volta às Terras de Santa Maria Troféu Fernando com a maior presença sem interrupções de ciclistas no
Mendes, homenageando assim este antigo corredor pelotão profissional. Não é o Concelho com mais vitórias
santamariano na Volta a Portugal, título que pertence ao Cartaxo:
Seguiram-se em 1992, Joaquim Andrade, Sicasal- nove vitórias de quatro ciclistas naturais do Concelho na
Acral; 1993, Joaquim Andrade, Imporbor-Feirense; prova rainha do ciclismo português, José Maria Nicolau
1994, não se realizou; 1995, Carlos Carneiro, Sicasal- e Alfredo Trindade repartem quatro triunfos, Francisco
Acral; 1996, Jesus Blanco Vilar, Espanha, W52-Paredes Valada (1966) e o recordista Marco Chagas (1982,
Móvel; 1997, José Rosa, LA Alumínios-Pecol; 1998, 1983, 1985 e 1986) venceram Volta a Portugal, no
Renato Silva,Barbot-Gondomar;1999, Cesar Garcia, entanto Santa Maria da Feira, é sem dúvida o Concelho
Espanha, Recer-Boavista; 2000, Pedro Cardoso, Maia- com mais ciclistas diferentes que conquistaram a
MSS; 2001, Youri Soukorv, Mda, LA Pecol-Águias de Volta a Portugal, seis, desde José Sousa Cardoso, no
Alpiarça; 2002, Cândido Barbosa, LA Pecol-Bombarral; já longínquo ano de 1960, a Fernando Carvalho, em
2003, Bruno Castanheira, LA Pecol-Bombarral; 2004, 1990.
Luís Pinheiro, LA Pecol; 2005, Cândido Barbosa, Liberty Se os ciclistas sempre abundaram, em equipas,
Seguros; 2006, Tiago Machado, Carvalhelhos-Boavista; também nunca existiu escassez, uma vez que
2007, José Mendes, S.L. Benfica; 2008, Jorge Teixeira, praticamente, desde finais dos anos setenta que a
Casactiva-Quinta das Arcas; 2009, Hugo Sancho, presença de equipas oriundas do concelho da Feira tem
Mortágua-DR Seguros; 2010, Marco Coelho, Liberty sido permanente, sobretudo em relação aos escalões
Seguros-Santa Maria da Feira; 2011, André Cardoso, de formação, por exemplo o centro de Cultura e Recreio
Tavira-Prio; 2012, José Mendes, LA Alumínios Antarte. do Orfeão da Feira com o chamado Ciclismo Juvenil,
Em 2013 e 2014 esta clássica do ciclismo português dos 6 aos 14 anos, que rapidamente se destacaria,
tomou o nome de Grande Prémio Liberty Seguros-Volta participando em provas, em todo o país, e acumulando
às Terras de Santa Maria e teve os seguintes vencedores: prémios ao longo dos anos. Muitos destes ciclistas
2013, Délio Fernandez, OFM-Quinta da Lixa; 2014, ingressaram mais tarde no Arrifanense!
21
Paulo Silva, vence uma prova ao serviço do Arrifanense
O Mini-ciclismo do Orfeão foi, na época, um marco no ciclismo juvenil, com provas e vitórias em todo o país. Nesta equipa começaram
a sua atividade de ciclista muitos que se destacaram na modalidade
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Paulo Silva, iniciou a sua carreira no Orfeão da Feira, aqui ao lado de Joaquim Agostinho
Porém o Núcleo Desportivo de Travanca destacou- Mais do que colecionar títulos nos escalões de
se neste período, tendo tido como um dos fundadores e formação, em várias vertentes da modalidade, sendo
primeiro presidente um homem da terra (da Feira e, de provavelmente a mais eclética equipa de ciclismo
Travanca) uma figura incontornável do ciclismo feirense do concelho, deu ao ciclismo profissional inúmeros
e da modalidade no geral: Abel Matos, apoiado pelo ciclistas, como Carlos Pinho, Eduardo Familiar, David
vencedor da Volta a Portugal em Bicicleta de 1969, Assunção, Eduardo Correia, Joaquim Andrade ou Pedro
Joaquim Andrade Andrade, entre outros.
23
Travanca – Sá Portela, equipa onde
nasceram mutos dos ciclistas que mais
tarde representaram o Feirense
24
Mais recente, não podemos deixar de referir a Escola João de Ver. São incontáveis os sucessos deste clube,
de Ciclismo Fernando Carvalho, então liderada por com uma extensa lista de ciclistas que passaram pelo
este ex-ciclista, e por onde passaram no seu processo projeto, por exemplo o campeoníssimo Rui Costa, numa
formativo, por exemplo, Tiago Machado e Nelson Oliveira. equipa desde cedo liderada por Fernando Vasco Costa,
Mas sem dúvida que o exemplo que nos saltará ladeado até há não muito tempo e durante muitos anos
mais fresco na memória, é o do Sport Ciclismo São por Manuel Correia.
Rui Costa Rui Costa, a maior referência do ciclismo português da atualidade. 3 tapas no Tour de France (2011, 2013); conquista da classificação
geral: Four Days of Dunkirk (2009); Vuelta a la Comunidad de Madrid (2011); Volta à Suíça (2012, 2013, 2014); Campeonato Mundial UCI (2013);
Grand Prix Cycliste de Montréal (2011) ; Campeonato Nacional de Estrada (2015) e Campeonato Nacional de Contrarrelógio (2013). Presentemente
representa a UAE Team Emirates. É Comendador da Ordem do Infante D. Henrique
25
Por fim o Clube Desportivo Feirense. Entre 1984 e Silva, com a alcunha de “Salazar”. De qualquer forma,
1986, só com formação, e entre 1987 e 1993 com conjuntamente com Abel Matos, e com o auxílio de
uma equipa profissional. Quem viveu essa época, ou outros feirenses, como o falecido Manuel Sá, Joaquim
quem é curioso pela história da modalidade, certamente Andrade (vencedor da Volta de 1969), ou Fernando
se lembra dos equipamentos do Feirense, com os Mendes (que ganhou a Volta de 1974), treinador à data
patrocínios da Philips, da Imporbor, mas mais do que da vitória de Fernando Carvalho na Volta, formaram uma
tudo, dos calçados Ruquita, empresa então comandada das maiores equipas dos anos 80/90.
por outra das maiores figuras da Vila da Feira, Luís
26
Curiosamente, não são muitas as presenças da Volta a Assim, Santa Maria da Feira recebeu a caravana da
Portugal, em Santa Maria da Feira. Mas são tradicionais as Volta a Portugal poucas vezes: 1988 – Contra-relógio
Voltas às Terras de Santa Maria, que já tiveram uma maior e a partida da 1.ª etapa; 1989: uma chegada na 3ª
dimensão da que têm hoje, etapas de outras competições, etapa, um contrarrelógio individual na 4ª etapa e uma
alguns campeonatos nacionais e alguns Circuitos perdidos partida na 5ª etapa; 2003: uma partida na 8ª etapa;
no tempo como o de Tarei (onde também chegou a existir 2004: uma chegada na 6ª etapa e dia de descanso.
uma equipa) ou o da Vila da Feira, onde o mestre Alves
Barbosa arrebatou a vitória em 1961.
Contra-relógio Individual, Santa Maria da Feira – Santa Maria da Feira (6,5 Km). Na 1.ª Etapa da edição 50 da Volta a Portugal em Bicicleta.
Jorge Silva da Sicasal, obteve o melhor tempo. Nesta edição o grande vencedor foi o inglês Cayn Theakston.
27
Jorge Silva da Sicasal-Torreense, na sequência da vitória do Contra-relógio em Santa Maria da Feira, em 1988, envergou
a camisola amarela das mãos de um apaixonado pelo ciclismo, Alfredo Henriques, Presidente da Câmara Municipal de
Santa Maria da Feira.
Por essa altura os sucessos do Feirense no ciclismo, Lisboa, Grande Prémio Correio da Manhã, entre outros.
onde também foi treinador o grande Emídio Pinto, não se Ainda em 2003 realizou-se, sob minha proposta, na 65ª
resumiam à vitória de Carvalho na Volta. Dois segundos edição da Volta a Portugal, uma Homenagem aos seis
lugares na mesma competição, em 1991 por Orlando vencedores da Volta a Portugal, naturais do concelho de
Rodrigues e em 1992 por Quintino Rodrigues, pontuam Santa Maria da Feira, homenagem essa concretizada
no palmarés da equipa, para além de vitórias em antes da partida da 8ª etapa que ligou Santa Maria da
muitas outras competições e etapas, designadamente Feira a Fafe, na distância de 188,6 km.
clássicas infelizmente já desaparecidas como o Porto-
28
Homenagem aos seis vencedores da Volta a Portugal, naturais do concelho de Santa Maria da Feira, iniciativa promovida pelo autor do presente
texto, que desde a primeira hora contou com a extraordinária colaboração do Município de Santa Maria da Feira.
29
Ceia Medieval da Caravana da Volta a Portugal de 2004, contou com a presença entre outras personalidades da ex. Miss Portugal Ana Maria Lucas.
Em 2004 Santa Maria da Feira, voltou a receber a para a caravana da Volta a Portugal (esse momento
prova mais importante do ciclismo português, com uma ainda hoje é recordado, por quem participou), uma vez
chegada e o tradicional dia de descanso que ocorreu que usufruíram de uma lauta ceia medieval, realizada
em plena Viagem Medieval em Terra de Santa Maria. no Castelo da Feira.
Este momento constituiu-se numa belíssima jornada
30
Percurso do ciclismo do Clube Desportivo Feirense
1984
Em Dezembro de 1983 foi apresentada uma nova já tinha presidido ao Clube Desportivo Feirense. A equipa
equipa de ciclismo, a do Clube Desportivo Feirense, orientada por Abel Matos era constituída inicialmente
para a época de 1984, no escalão de juniores, com a pelos jovens ciclistas Luís Santos, Manuel Grilo, José
designação de Feirense – Calçado Ruquita, contando Leite, António Araújo, David Assunção e António Gomes.
com o total apoio do feirense Luís Gomes da Silva, que
Luís Gomes da Silva, o principal obreiro das páginas escritas a letras de oiro no Ciclismo do Feirense.
31
Nesta época, a equipa Feirense–Ruquita conquistou o 1.º lugar por equipas no Campeonato Nacional de Fundo,
realizado em São João das Lampas.
Uma das primeiras conquistas da então nova equipa Feirense-Ruquita, acompanhados de grandes entusiastas do ciclismo.
32
O entusiasmo em redor da equipa de ciclismo a participação da equipa no desfile na Festa mais
do Feirense era tão elevado que implicava mesmo emblemática do Concelho, a Festa das Fogaceiras.
1985
33
Manuel Grilo, um dos primeiros campeões do Feirense
34
1986
Equipa de ciclismo de formação do Feirense-Ruquita em 1986. Da esquerda para a direita: Manuel Grilo, José Coelho, António Gomez, Leonel
Seabra, Luís Santos, Armando Gomes e Orlando Neves.
35
Em 1986, a equipa Feirense-Ruquita-Ferluz competiu no escalão de seniores, tendo Orlando Neves ganho o II
Grande Prémio Reginorde, em Trás-os-Montes e António Gomes conquistado a II Volta ao Concelho de Alcochete.
1987
Na época de 1987, o Clube Desportivo Feirense competiu pela primeira vez na categoria de profissionais, com a
designação de Feirense-Ruquita, orientada por Abel Matos.
Equipa do Feirense, que integrava os irmãos Ferraro, Renato e Renan, sendo este último o primeiro ciclista brasileiro a profissionalizar-se e a
participar no Tour. Integravam ainda ao plantel António Costa Araújo; Joaquim Carvalho, António Gomes, Manuel Gomes, Manuel Grilo, Edgar Pereira,
e Luís Santos Renan Ferraro, Renato Ferraro e Edgar Pereira.
Treinadores: Fernando Mendes e Abel Matos
36
Da esquerda para a direita: Antonino Araújo, José Leite, Manuel Grilo, David Assunção, António Gomez e Luís Santos.
Plantel: Antonino Costa Araújo, Joaquim Carvalho, António Gomes, Manuel Gomes, Manuel Grilo, Edgar Pereira,
Luís Santos, Renan Ferraro, Renato Ferraro e Orlando Neves. Treinadores: Fernando Mendes e Abel Matos.
37
Na Volta a Portugal de 1987, que teve 16 etapas,
o ciclista Renato Ferraro venceu a 9.ª etapa, que ligou
Estremoz a Alpiarça na distância de 153 Km, quando
Raul Terebentino do Olhanense envergava a camisola
amarela. Venceu a Volta, Manuel Cunha, da Sicasal-
Torreense, com 73h 26 m e 46 s à média horária de
36.768 km/h. Orlando Neves do Feirense-Ruquita
classificou-se num excelente 4.º lugar a 5’06” do
vencedor e conquistou a camisola da Juventude. A equipa
Feirense-Ruquita foi 4ª classificada colectivamente
nesta sua primeira participação na Volta.
38
Ainda na mesma época, António Araújo venceu 3ª etapa da Volta Portugal Odrinhas-Odrinhas (58 km);
a Volta a Gaia e por seu turno Orlando Neves foi 2.º classificado na 8ª etapa da Volta Portugal, Castelo
selecionado para os Mundiais de Ciclismo de 1987 da de Vide – Manteigas (197 km); Luís Santos: foi 1.º
Áustria, representando a Seleção Nacional de Portugal. classificado na 7.ª etapa da Volta ao Algarve.
Outros resultados: Manuel Grilo foi 2.º classificado na
1988
39
Nesta época o Feirense destacou-se em toda Volta a Portugal em Bicicleta: 2.º classificado no Prémio
a linha, tendo Manuel Correia ganho o 10º Grande da Juventude da Volta a Portugal em Bicicleta. Na
Prémio “Jornal de Notícias”, tendo vencido a 1.ª etapa, sequência destes bons resultados foi convocado para a
venceu o Grande Prémio Aveiro – Vilar Formoso, foi 2.º Selecção Nacional.
Classificado Premio de Cantanhede; 7.º classificado
Manuel Correia um dos melhores Diretores Desportivos do ciclismo português, nesta época esteve em destaque.
40
Orlando Neves foi outro ciclista em destaque nesta Luís Santos da Ruquita-Feirense venceu a 10.ª
época, vencendo a IV Volta ao Concelho de Santa etapa da Volta a Portugal, que ligou Gouveia a Manteigas
Maria da Feira, venceu a 6.ª Etapa Grande Prémio na distância de 142 Km. O vencedor da prova foi Cayn
Teakston do Louletano-vale do Lobo com 69h08m20s,
O Jogo; 2.º classificado Prémio a Bola; 8.º Classificado
com a média de 38,274 km/h. Manuel Correia foi o
Grande Prémio Correio da Manhã; 3.º Classificado
melhor ciclista da Ruquita-Feirense em 7.º lugar a
Lisboa-Porto; 3.º classificado na 7.ª Etapa da Volta a
04’09”. Luís Santos venceu ainda a Volta a Gaia, foi
Portugal (Loulé-Redondo, 245 km). A excelente época 5.º classificado na 5.ª etapa/parte A do G.P. Ciclismo de
foi premiada com a participação na Corrida da Paz Torres Vedras, (Troféu Joaquim Agostinho) C.R.I. (9km)
disputada na Checoslováquia, em representação da Setúbal-Palmela; foi 1.º classificado na 10.ª etapa da
Seleção Nacional. Volta a Portugal, Gouveia-Manteigas (142 km).
41
Manuel Grilo teve também uma excelente época. Joaquim Carvalho foi 1.º classificado no Prémio de
Foi 1.º classificado na 1.ª etapa da Volta ao Algarve; Albergaria e 7.º classificado no Grande Prémio Correio
4.º classificado na 3.ª etapa do GP Ciclismo de Torres da Manhã.
Vedras, (Troféu Joaquim Agostinho) Torres Vedras-
Vila Franca de Xira (149 Km) 5.º classificado na 4.ª
etapa do GP Ciclismo de Torres Vedras, (Troféu Joaquim
Agostinho), Azambuja-Benavente (217 km).
42
Carlos Pereira sagrou-se vice-campeão nacional António Silva, foi 3.º Classificado Grande Prémio do
de fundo de profissionais, Vice-Campeão Nacional de Minho.
Estrada; foi o vencedor da 5.ª Etapa do Grande Prémio
Jornal de Notícias; 5.º classificado da 4.ª Etapa da Volta
a Portugal (Marinha Grande- Sintra, 178 km).
Ainda durante esta época nos Campeonatos Nacionais de Pista, realizados no Estádio Municipal de Alpiarça, a equipa
Ruquita-Feirense conquistou o título Campeão Nacional de Pista para equipas profissionais. Luís Santos foi Campeão
Nacional de Pista em Profissionais, Carlos Pereira foi Campeão Nacional de Velocidade em Profissionais, Joaquim Carvalho
foi Campeão Nacional de Critério em Profissionais e Paulo Silva foi Campeão Nacional de Velocidade em Seniores.
43
1989 Plantel Profissional: Joaquim Carvalho, Manuel
Correia, Viriato Duarte, José Mendes, Orlando Neves,
Na época de 1989, a equipa Ruquita-Philips- Carlos Pereira, Slawomir Pietruszewsky, António Silva,
Feirense competiu nos escalões de profissionais e de Paulo Silva e Luís Moreira. Directores desportivos:
seniores. Fernando Mendes e Abel Matos.
Equipas de Ciclismo da Ruquita-Philips-Feirense em Profissionais no ano de 1989. Da esquerda para a direita: Joaquim Carvalho, Viriato Duarte,
António Silva, Paulo Silva, Orlando Neves, Luís Moreira, Manuel Correia, Carlos Pereira e José Mendes.
44
A época de 1989 voltou a ser extremamente profícua Joaquim Carvalho foi o 1.º classificado no Alfena-
em termos de resultados, quer nos profissionais, quer Sobrado; 1.º na 3.ª etapa Grande Prémio de Gondomar;
nos seniores. 8.º na Volta às Terras de Santa Maria e Campeão
Carlos Pinho foi o vencedor da XVII Volta à Ilha
Nacional de Critério Individual.
da Madeira em Bicicleta, prova para seniores, em
representação de uma seleção de Santa Maria da Feira.
Equipas de Ciclismo da Ruquita-Philips-Feirense em Seniores no ano de 1989. Da esquerda para a direita: Jorge Mendes, Carlos França, Vítor
Leite, Paulo Pinto e Eduardo Familiar.
45
Orlando Neves venceu o Prémio da Juventude
do Grande Prémio Jornal de Notícias e foi Campeão
Nacional de Velocidade.
Viriato Duarte foi o Vencedor do Prólogo Grande
Prémio do Minho.
46
A Volta a Portugal de 1989 teve 19 etapas, onde
Orlando Neves da Ruquita-Philips-Feirense venceu a 1.ª
etapa que ligou Macedo de Cavaleiros a Vila Real (168,8
km) envergando a amarela o ciclista Delmino Pereira
do Boavista. A etapa n.º 16 que ligou Vilar Formoso a
Mangualde (153,2 km), foi conquistada por Slawomir
Pietruszewsky da Ruquita-Philips-Feirense, quando
Cássio Freitas do Louletano envergava a amarela.
Todavia quem conquistou a Volta a Portugal foi Joaquim
Gomes da Sicasal-Acral com 76h51m25s. Na 51ª
Volta a Portugal em Bicicleta, Viriato Duarte da Ruquita-
Philips-Feirense foi o melhor da equipa classificando-se
no 19º lugar da geral. Viriato Duarte foi 2º classificado
na 19ª etapa que ligou Macedo de Cavaleiros à Senhora
da Graça, só atrás de Santiago Portillo da Zahor.
De registar nesta época ainda a conquista por parte
da Ruquita-Philips-Feirense do título nacional da prova
perseguição por equipas.
1990
47
A equipa profissional era constituída pelos ciclistas O plantel sénior integrava os seguintes corredores:
Orlando Neves, Carlos Pereira, José Mendes, Viriato Jorge Mendes, Eduardo Familiar, Carlos França, Vítor
Duarte, Paulo Silva, Fernando Carvalho, Manuel Neves, Leite, José Rocha, Sérgio Ferreira e ainda os ciclistas,
Benjamim Carvalho, Vítor Teresinho, Amílcar Neves, que representaram o Travanca na época anterior, Carlos
Alberto Carvalho, Carlos Coelho e Fernando Valente. Pinho, Manuel Peixoto e Vítor Soares. O treinador era o
Posteriormente juntaram-se os polacos Slawomir feirense Joaquim Andrade, antiga glória do ciclismo.
Pietruszewski e Dulas Andrezej. Diretor desportivo: A Ruquita-Philips-Feirense iniciou bem a época,
Fernando Mendes e Joaquim Andrade; Diretor Desportivo com a vitória de Paulo Silva no Troféu RDP/Algarve. O
Adjunto: Abel Matos. mesmo Paulo Silva venceu ainda a 3.ª etapa do Prémio
de Cantanhede.
O ciclista José Andrade, da Ruquita-Philips-
Feirense, sagrava-se campeão nacional de juniores em
ciclocrosse.
Carlos Pinho, a jovem revelação desta época José Andrade em plana prova de ciclocrosse
48
No III G. P. Tensai o feirense Carlos Pereira foi o 9º O ainda ciclista sénior Carlos Pinho, da Ruquita-
classificado. Philips-Feirense, sagrou-se Campeão Nacional de
No G.P. Correio da Manhã, Fernando Valente foi o 4º Rampa. Na categoria de Juniores, José Andrade
classificado a 32 segundos do vencedor da prova, Pedro classificou-se em 3º lugar. Carlos Pinho venceu ainda
Silva da Recer-Boavista. a Rampa Internacional de Sintra batendo todos os
Na VI Volta ao Concelho de Santa Maria da Feira, ciclistas profissionais.
Fernando Carvalho venceu o prólogo e correu na 1ª
Já no final da época, no 3º Grande Prémio de
etapa de camisola amarela, mas não conseguiu manter
Gondomar, o polaco Dulas Andrezej foi o grande vencedor
a liderança nesta prova, uma vez que o ciclista Manuel
desta prova e a equipa Ruquita-Philips-Feirense também
Cunha da Avibom-Valouro-Lousa venceu o contrarrelógio
venceu a classificação coletiva, terminando a época em
de 7 km na 4ª e última etapa e foi o grande vencedor final.
beleza.
Na XVI Volta ao Algarve, Fernando Carvalho foi o
grande vencedor desta importante prova do calendário
velocipédico nacional. Fernando Valente foi o vencedor
das Metas Volantes. Por equipas a Ruquita-Philips-
Feirense foi a 3ª classificada.
Na Volta ao Alentejo o ciclista feirense Vítor
Teresinho venceu a classificação das Metas Volantes e
o Prémio da Combatividade.
Na Clássica das Beiras, prova para ciclistas
seniores, a equipa Ruquita-Philips-Feirense esteve em
bom plano, conquistando a vitória coletiva, tendo Carlos
Pinho ganho o Prémio da Montanha.
Na clássica Lisboa-Porto, Slawomir Pietruszewski
classificou-se em 3º lugar e a Ruquita-Philips-Feirense
foi a equipa vencedora.
Em seniores, na Volta a Alicante (Espanha), Carlos
Pinho venceu o Prémio da Montanha e Jorge Mendes
venceu a etapa que finalizou em Alicante.
Na Volta aos Três Concelhos, prova realizada na
região de Setúbal, Carlos Pinho foi o grande vencedor
da prova tendo a Ruquita-Philips-Feirense ganho
coletivamente.
Efetivamente a época continuaria a ser de ouro,
Dulas Andrzej venceu a 1ª Etapa do Troféu Joaquim Agostinho; Prólogo
culminando com a conquista da Volta a Portugal, da Volta a Portugal em Bicicleta; Foi o Vencedor do III Grande Prémio de
qual falaremos mais à frente. Gondomar.
49
Fernando Carvalho foi o grande vencedor da 52ª Volta a Portugal em Bicicleta, em 1990.
No prólogo, por equipas, em Lisboa, na distância cortar a meta e a conquistar a camisola amarela., dando
de 8,1 km a equipa Ruquita-Philips-Feirense iniciou excelentes indicadores, que culminou com a conquista
da melhor maneira a Volta a Portugal com uma vitória épica da Volta a Portugal, por intermédio de Fernando
coletiva, com o jovem Paulo Silva a ser o primeiro a Carvalho.
50
A equipa Ruquita-Philips–Feirense em 1990, da esquerda para a direita: Fernando Mendes (treinador), Manuel Neves, Carlos Pereira, Paulo
Silva, Viriato Duarte, José Mendes, Fernando Carvalho, Slawomir Pietruszewski, Dulas Andrezej, Vítor Teresinho, Benjamim Carvalho e Abel Matos
(treinador-adjunto).
José Mendes: Prólogo Volta a Carlos Pereira: Prólogo Volta a Portugal em Bicicleta. Slawomir Pietruszewsky foi o 3.º classificado
Portugal em Bicicleta. no Lisboa-Porto.
51
Vítor Teresinho foi o 3.º classificado no Campeonato Fernando Valente foi 3º classificado na 4.ª etapa do Grande
Nacional de Estrada. Prémio Correio da Manhã; 4º Classificação Geral do Grande
Prémio Correio da Manhã.
52
Fernando Carvalho, o grande vencedor da 52ª Volta a Portugal em Bicicleta
A Volta a Portugal de 1990, teve 17 etapas. No Como quer que seja Fernando Car
valho venceu
prólogo, por equipas, em Lisboa, na distância de 8,1 esta Volta com todo o mérito, como o reconheceu o
km, a equipa Ruquita-Philips-Feirense iniciou da melhor próprio Gomes, ainda que a táctica seguida por aquele
maneira a Volta a Portugal com uma vitória colectiva, se tivesse revestido de algum sadismo. O certo é que
com o jovem Paulo Silva a ser o primeiro a cortar a meta o ciclista da Sicasal-Acral pareceu perturbado pela
e a conquistar a camisola amarela, dando excelentes proximi
dade do adversário, descontrolando-se e não
indicadores, que culminaria com a conquista épica da dando, assim, o seu melhor no contrarrelógio, no qual,
Volta a Portugal, por intermédio de Fernando Carvalho. normalmente, não teria sido batido por tal diferença.
Paulo Silva envergou a amarela até à 5.ª etapa, dando o Fernando Carvalho conseguiu aquilo que seu pai,
seu lugar ao colega de equipa Dulas Andrezej na 6ª etapa. Alberto Carvalho, não teve oportunidade de alcançar nos
Na disputadíssima chegada à Figueira da Foz registou-se muitos anos em que se dedicou à prática do ciclismo.
uma queda coletiva que envolveu 17 corredores. Nos primeiros oito dias a camisola amarela esteve na
Fernando Carvalho venceu a 7.ª etapa no posse dos corredores de Santa Maria da Feira. Paulo
contrarrelógio da Marinha Grande na distância de Silva esteve na liderança durante todo o circuito pelas
40,7 km, envergando a amarela durante dois dias, estradas do Sul até à Figueira da Foz, sucedendo-
perdendo-a após a etapa que ligou Tondela a Fundão. lhe Dulas Andrezej e Fernando Carvalho. Seguiu-se-
Quando Joaquim Gomes, na etapa para o Fundão, lhes Joaquim Gomes, que andou de amarelo durante
lançou um ataque espectacular, que lhe permitiu vencer oito etapas consecutivas, até que no último dia
isolado, com uma vantagem de 2m 21s, sobre um foi, estrondosamente, “atirado ao tapete” pelo seu
numeroso grupo perseguidor e arrebatar a camisola antecessor.
amarela a Fernando Carvalho, este limitou-se, a partir Ainda na 16ª etapa, Benjamim Carvalho da Ruquita-
daí, a conservar a segunda posição e a ir baixando, Philips-Feirense, venceu a curta etapa que ligou Gaia à
lenta, mas seguramente, a diferen
ça que era ali de Maia, na distância de 61 km.
escassos 43 segundos. Fernando Carvalho venceu a Volta com 64h39m42s
Aos poucos, um tanto sorrateiro, Fernando Carvalho com a Média: 36,682 Km/h, bem como o Prémio
foi tirando segundos àquela diferença e chegou ao Combinado.
contrarrelógio final, na Maia, apenas a 36 segundos Os ciclistas da Ruquita-Philips-Feirense classifica-
de Joaquim Gomes, desvantagem que anulou nos ram-se nos seguintes lugares: 1º Fernando Carvalho,
derradeiros 21 quilómetros, contra todas as previsões natural de São Paio de Oleiros, 14º Carlos Pereira, natural
que davam o favoritismo a Gomes, previsões que ele de Rio Meão, 16º Manuel Neves, natural de Travanca,
deitou por terra com uma atuação verdadeiramente 20º Dulas Andrezej, polaco, 39º Vítor Teresinho, natural
desastrosa, pois acabou por perder mais 23 segundos. de Paramos, 41º Slawomir Pietruszewski, polaco, 51º
53
A equipa poderosíssima da Ruquita-Philips-Feirense
54
Paulo Silva da Ruquita-Philips-Feirense, envergou a amarela durante várias etapas na Volta a Portugal de 1990
55
Viriato Duarte, natural de São Martinho da Gândara, 53º venceu a Sicasal-Acral com 194 h, 05 m e 44 s, em 2º
Benjamim Carvalho, natural de São João da Madeira, lugar classificou-se a Recer-Boavista a 9,33 m e em 3º
70º José Mendes, natural de Paços de Brandão e 84º lugar a Ruquita-Philips-Feirense a 17,03 minutos.
Paulo Silva, natural de Nogueira do Cravo. Por equipas
56
Jornal A Bola, 16 de agosto de 1990 (aproveitamos para homenagear o Pai Alberto Carvalho, falecido recentemente).
57
A crónica de uma Volta a Portugal empolgante – 1990
O autor do texto, com Alves Barbosa na Volta a Portugal, cuja cobertura desta prova começou precisamente em 1990, ano da vitória de Fernando
Carvalho.
No baile, acabou a dança das cadeiras: Fernando Antes da arrancada para a galopada, poucos trariam
Carva
lho, o camisola 65 da longa serpente colorida, para a peneira de maior cotação o nome de Fernando
chefe de fila de uma equipa (Ruquita-Philips-Feirense) Carvalho, porque falava-se (obviamente) das maiores
esperou o momento exacto para saltar sobre a hipóteses estarem ao alcance de uma das «estrelas» da
massacrada presa e aplicou o golpe de misericórdia num Sicasal-Acral, que o empresário Álvaro Silva colocava ao
Joaquim Gomes que entrou com todo o favoritismo, mas inteiro dispor do técnico Orlando Alexandre. Citavam-se,
acabou por ceder o trono mesmo na hora de defender a mais ou menos por ordem crescente, as capacidades
última tese. potenciais de Joaquim Andrade, António Pinto, Manuel
58
Abreu, Cássio Freitas e, evidentemente, Joaquim Gomes. uma montanha de coroas de louros. Taticamente (e
Havia quem (menos otimista em relação ao exército de os en
tendidos sublinharam isso nos últimos dias da
Torres Vedras) trouxesse à pedra os perfis de Delmino competição) a Sicasal-Acral falhou rotundamente, em
Pereira e Manuel Zeferino, Manuel Cunha e Joaquim especial quando não protegeu Joaquim Gomes das
Salgado, uma remota esperança no saltitar de um nome arremetidas contrárias que, massacrando e desgas
emergindo do emergindo do quase anonimato, talvez tando o vencedor voltista de 89, até produziam colheitas
(quem duvidaria?) um estrangeiro, integrante apres de preciosos segundos que, bem juntinhos, foram
sado, recrutado à linha de pescaria por uma das turmas reduzindo a estilhas o poder anímico do genro de João
cá da casa ou alinhando nas delegações espanholas Roque, desse rapaz de Carnide, com cultura acima da
que a orga
nização (através do diretor de corrida: o vulgaridade, que era o primeiro a não entender em que
jornalista Serafim Ferreira) mandara vir até Por
tugal espécie de complicado jo
go estava sendo inserindo.
para espicaçar qualquer adormecido brio dos nossos Quando se abalou de Viana do Castelo à conquista de
melhores sobre a bicicleta. Afinal, que se viu? Uma der Gaia já Joaquim Gomes tinha a sentença elaborada: e
rota quase aniquilante para a Sicasal-Acral que, certo e foi na própria equipa que o turbilhão levou os sonhos
sabido, viria (no mínimo) obrigar Álvaro Silva e sua direta pelo vento.
«entourage» a muito refletir sobre o leite derramado. Tudo porque essa velha e sagaz raposa que era
Que é como quem diz: em relação à nula produtividade Fernando Mendes, confrontado com as realidades e
recolhida de um investimento que en
volveu fabulosa reparando o mesmo que entrava pelo olhar de qualquer
quantia para o nosso parco meio de vida. Di
nheiros leigo (na Ruquita-Philips-Feirense a única carta jogável
que nada renderam em função de ganhos opulentos: na mesa de ouro era Fernando Carvalho) nela fez a total
nem um só homem da Sicasal-Acral teve o gosto de aposta, começando por criar espirito de corpo na defesa
figurar para a posteridade, para o historial da Volta, no da camisola cor de sol insolitamente conquistada pelo
rol dos vencedores de qualquer classificação individual suplente Paulo Silva na lisboeta Avenida da Liberdade
nesta edi
ção 52 da mais popular prova desportiva e depois, refinando a coesão dos seus comandados,
nacional. Falha de quem? Logicamente que, desfolhado elaborando um plano para que tudo corresse à medida
o malmequer, será fácil atirar as culpas para as costas das validades do filho de Alberto Carvalho: deixar o
de Orlando Alexandre, na verdade um treinador pouco peixe miúdo para os pardalitos, ir tocando serenatas
ousado, muito calmo e sereno mas igualmente fechado debaixo da janela da Sicasal-Acral e, no instante opor
na sua concha, sem a ambição que obriga o cidadão a tuno, conceder a total carta de alforria ao seu “leader”,
viajar num trapézio: ou cai ou vence. Orlando Alexandre de mol
de a que Fernando Carvalho alinhasse para
cometeu o erro (imperdoável, pelos vis
tos) de ter o decisivo contrarrelógio em terreno que conhece de
menosprezado a valia da concorrência, convencido de olhos cerrados. Tinha de resultar em pleno: o moço não
que dispondo de um lote de estradistas, para todos os podia desperdiçar a chance. Tinha a chave do cofre, o
gostos e paladares (trepadores, roladores, «sprinters», segredo estava desvendado, restava abrir a portinha e
aguadeiros) bastaria deixar correr o marfim para abraçar servir-se, pois, a força e a alma de Joaquim Gomes esta
59
vam reduzidos apenas ao muito brio do ainda menino de Philips-Feirense), Manuel Cunha (Avibom-Lousa), Neil
Carnide que mais não podia fazer que constatar que a Stephens (Royal) e Jorge Silva (Sicasal-Acral). Entre
sucessiva dilapidação da vantagem conseguida na serra os mais a mais, a falência notória esteve na pele de
da Estreia tinha de conduzir a um fim pouco airoso para Santiago Portillo (Festina-Lotus) e mesmo de Manuel
o seu sonho. Zeferino, com o triunfador voltista de 81 a perder na
Sintetizando: esteve um técnico por detrás do feito esgrima acesa com o seu sucessor em 87, Manuel
de Fernando Carvalho. Em con
trapartida, Joaquim Cunha subindo um degrau à custa do boavisteiro, que
Gomes perdeu a esperança de marcar segundo triunfo estava longe da forma superior. Veio a bela prova de
consecutivo numa Volta porque os cálculos elaborados Marco Chagas, garantindo um 5. ° lugar que muitos
pelos seus orientadores foram chão que deu uvas. estavam longe de palpitar.
No entanto vinha a galope Fernando Carvalho,
com o chefão da Ruquita-Philips-Feirense devotando o
Relógio «dixit»
caminho, as notícias do seu ataque a Joaquim Gomes
fazendo delirar uma larga fatia da multidão que enchia
No contrarrelógio da Maia, o circo abriu com João
literalmente o estádio da Maia: aos sete quilómetros
Costa (Bom Petisco-Tavira), que fez o percurso de
sacava três segundos a Gomes, aos 14 a rapina já ia
21 quilómetros em 32 minutos e 22 segundos. Foi
em meio minuto, aos 21 mil metros passeava como
continuando o desfile até chegar à meta José Ferreira
um lorde, 59 segundos de dianteira sobre o tempo do
(Recer-Boavista) com um tempo melhor: 31m 45s.
monarca do outro império, conquistando assim a Volta
Bem: o carrossel ia conti
nuando a funcionar. Os
a Portugal em Bicicleta.
domadores do aço e da borracha suspirando de alívio,
A 3 de Setembro de 1990, em Reunião Ordinária
arru
mando a mobília para o re
gresso a casa. Dick
a Câmara Municipal de Santa Maria da Feira deliberou
Dekkers (Royal) demorou durante uma hora e 20 no prestar uma homenagem ao vencedor da Volta a
topo da tabela, houve muitas palmas para o «Lau» (com Portugal, Fernando Carvalho, à equipa Ruquita-Philips-
o excelente Venceslau Fernandes garantindo que estava Feirense e a todos os restantes antigos vencedores
dando as últimas pedaladas da sua carreira) ou
tras da Volta a Portugal, com a atribuição da Medalha de
ovaçõezinhas para quantos concluíam o fadário até que Mérito Municipal, pelo contributo valioso que deram à
o axadrezado Joaquim Andrade (29 m 36 s) destronou modalidade e à projecção e divulgação dada ao ciclismo
o belga que veio até cá só para espairecer e ganhar uns santamariano e ao concelho de Santa Maria da Feira.
sprintezinhos. Esta homenagem, pública, decorreu posteriormente
E o máximo do filho de outro campeão (Andrade no dia 29 de setembro de 1990 no Estádio Marcolino
pai foi o vencedor da Volta de 69) iria sucessivamente Castro, no intervalo jogo de futebol Feirense – Sp.
resistindo pe
rante rijos confrontos, outros valorosos Espinho e foi com muito entusiasmo que o muito
espadachins na mesma casa de minutos ou ali público presente aplaudiu durante longo tempo todos
pertinho: Dulas Andrezej e Manuel Neves (Ruquita- os homenageados.
60
Fernando Carvalho termina o Contrarrelógio final no Estádio da Maia, completamente cheio
61
Fernando Carvalho consagrado na cidade da Maia
62
Volta de consagração de Fernando Carvalho e da equipa Ruquita-Philips-Feirense no Estádio Marcolino Castro, em Setembro de 1990
63
Entretanto, ainda em Setembro do mesmo ano, Fernando Carvalho foi também homenageado na sua terra natal,
em São Paio de Oleiros.
1991
Na época de 1991 a equipa feirense competiu em com a designação de Modalusa-Feirense e teria como
profissionais com a designação de Ruquita-Philips e treinador Abel Matos.
teria como treinadores António Brás e Joaquim Andrade, Plantel de Profissionais: Carlos Carneiro, Carlos
pai. Também competiu com uma equipa de seniores Coelho, Eduardo Familiar, Oleg Logvin, Jorge Mendes,
64
Amílcar Neves, Orlando Neves, Orlando Rodrigues,
Alexandre Rodrigues, Alexandre Zinoviev, Carlos Pinho.
Neste ano destacou-se o sénior Quintino Rodrigues,
da Modalusa-Feirense, ao vencedor da Clássica das
Beiras, prova para seniores e ainda o III Grande Prémio
de Albergaria-a-Velha, prova para seniores. Quintino
Rodrigues, esteve também em evidência em Espanha
na Volta a Ourense, em representação da Seleção
Nacional portuguesa de seniores.
Carlos Carneiro, foi também uma das revelações
da equipa: foi 1.º Classificado nas 12 Voltas à Gafa;
1.º Classificado Grande Prémio Costa Azul; Vencedor
da 1.ª etapa do Grande Prémio Correio da Manhã; 1.º
Classificado Grande Prémio Correio da Manhã; Vencedor
4.ª etapa do Grande Prémio A Capital; Vencedor Troféu
E. Leclercq – Santa Maria da Feira.
A Volta a Portugal de 1991, teve 17 etapas e pela
primeira vez com o estatuto de internacional. Teve
como primeiro líder Jorge Mendes da Ruquita-Philips,
após a vitória no contrarrelógio por equipas de Loulé na
distância de 6 km. Orlando Rodrigues que viria a ser a
grande revelação venceu a 15.ª etapa no contrarrelógio
da Lourinhã e a última etapa que ligou Sintra a Lisboa
(147,9 km), mas não chegou para desalojar Jorge Silva
da Sicasal-Acral que venceu com 68h37m20s, à média
horária de 37,368 km. Orlando Rodrigues ficou em
segundo lugar a escassos 23 segundos do vencedor
da Volta e conquistou o Prémio da Juventude. Como
corolário da excelente época, Orlando Rodrigues foi
selecionado para participar nos Mundiais de Estrada de
José Andrade da equipa sénior do Feirense, que tinha como
Ciclismo. patrocinador a Modalusa
65
Orlando Rodrigues, da Ruquita-Philips, uma das grandes revelações da época de desportiva de 1991 e que veio a integrar uma das equipas mais
extraordinárias do ciclismo Mundial, a Banesto de Miguel Indurain.
66
Apesar da excelente época, Luís Gomes da Silva Etiel. A nova equipa de ciclismo profissional do Feirense
anunciava o abandono da fábrica de calçado Ruquita para a época de 1992 teve a designação de Philips-
das competições de ciclismo. Etiel-Feirense. O novo diretor desportivo da equipa
feirense passou a ser o técnico Emídio Pinto. Plantel:
1992
Carlos Carneiro, Manuel Correia, Eduardo Correia,
Apesar da saída da Ruquita, o Clube Desportivo Sérgio Ferreira, Oleg Logvin, Amílcar Neves, Orlando
Feirense continuaria no ciclismo com uma equipa de Neves, Youri Perunovski, Quintino Rodrigues, Alexandre
profissionais, apoiada pela Philips e pelas bicicletas Zinoviev, Fernando Oliveira, Paulo Vieira.
Quintino Rodrigues, o treinador Emídio Pinto, a velha raposa do ciclismo português, Manuel Correia e Carlos Carneiro.
67
Resultados:
Quintino Rodrigues: 1.º Lugar no Grande Prémio da Eduardo Correia: 1.º na 7.ª etapa do Grande Prémio
Marinha Grande; Prémio da Juventude Volta a Portugal O Jogo
em Bicicleta; 2º lugar final na Volta a Portugal em
Bicicleta; vitória na etapa da Senhora da Graça.
68
Alexandre Zinoviev4: 1.º na 7.ª etapa da Volta ao Carlos Carneiro: 2.º classificado Volta às Terras de
Alentejo. Vencedor da 62ª edição da mítica clássica Santa Maria; 3.º classificado Grande Prémio de Pereiro;
Porto – Lisboa de 1992. Vencedor novamente do Grande Prémio Correio da
Manhã; vencedor da 2.ª e 5.ª etapa da Volta à Murtosa;
1.º classificado na Volta às Terras de Santa Maria.
69
Manuel Correia, Carlos Carneiro e Quintino Rodrigues da Philips-Etiel-Feirense
No 14º Grande Prémio Internacional de Torres a etapa rainha que ligou Mirandela à Senhora da Graça
Vedras/Troféu Joaquim Agostinho a equipa Philips-Etiel- na distância de 158km. Este ciclista ficou em segundo
Feirense foi a grande vencedora colectiva desta prova. lugar na classificação final a 58 segundos do vencedor
Na Volta a Portugal de 1992 que teve como vencedor da Volta. Quintino Rodrigues conquistou ainda o Prémio
Cássio Freitas da Recer-Boavista, com 56h32m16s, da Juventude.
destacou-se a vitória de Quintino Rodrigues que venceu
70
1993
A equipa profissional de ciclismo do Feirense para Correia; Andrzej Dulas, Sérgio Ferreira, Luís Moreira,
a nova época de 1993 tinha agora o patrocínio da Quintino Rodrigues, Orlando Neves, Paulo Vieira.
Imporbor, fábrica de bordados. A equipa passava agora a Quintino Rodrigues: foi 1.º na Volta aos Sete –
designar-se Imporbor-Feirense. O director desportivo era Marinha Grande; 3.º GP de Ciclismo Torres Vedras –
Emídio Pinto coadjuvado por Fernando Carvalho. Após Trofeu Joaquim Agostinho; Quintino Rodrigues triunfou
a saída de Emídio Pinto, aquando dos campeonatos na etapa que terminou no Alto da Senhora da Graça, na
nacionais, Eduardo Correia e Fernando Carvalho, 12ª etapa, que ligou Macedo de Cavaleiros a Mondim
assumiram as rédeas do comando da equipa. Plantel: de Basto em 168 km, classificando no 10º lugar final
José Andrade, Joaquim Andrade, Dariusz Bigos, Carlos na 55ª Volta a Portugal em Bicicleta e conquistando
Carneiro, Fernando Carvalho, Manuel Correia, Eduardo novamente o Prémio da Juventude da Volta a Portugal.
71
Quintino Rodrigues, da Imporbor-Feirense, vencedor do Prémio da Juventude da Volta a Portugal de 1993.
72
Joaquim Andrade foi 1.º classificado na III Volta
às Terras de Santa Maria; Vencedor 4.ªEtapa Grande
Prémio Abimota; Vencedor da 5.ªEtapa Grande Prémio
Jornal de Notícias; 1.º Classificado no Circuito de Tarei;
Vencedor 4.ª Etapa da Volta à Murtosa; 1.º Classificado
Volta à Murtosa; Vencedor da 4.ª etapa da Volta a
Portugal do Futuro 2.º Classificado Volta a Portugal do
Futuro; 3.º Classificado Volta ao Alentejo; 2.º classificado
na 3.ª etapa do Grande Prémio Correio da Manhã.
73
Carlos Carneiro foi 3.º classificado na 3.ª etapa do grande Prémio O Jogo.
Fernando Carvalho foi 3.º classificado na Volta ao Algarve; 1.º classificado Grande Prémio Abimota;
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Fernando Carvalho da Imporbor Feirense venceu o prólogo de Loulé de 6 Km da Volta a Portugal de 1993 e envergou a correspondente camisola
amarela.
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Fernando Carvalho da Imporbor Feirense ainda 14.ª etapa que ligou Calvão à Lourinhã (190,4 km)
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Andrzej Dulas foi 3.º classificado Grande Prémio No final de 1993 foi extinta a secção de ciclismo
Costa Azul; Vencedor 6.ª Etapa Volta ao Alentejo. do Feirense, contra todas aas perspectivas, encerrando-
A Volta a Portugal de 1993 teve 16 etapas e nesta se assim um ciclo de dez anos de ciclismo no Clube
edição, Fernando Carvalho da Imporbor-Feirense venceu Desportivo Feirense, sete dos quais em competições
a 1.ª etapa, o prólogo de Loulé de 6 Km e envergou a profissionais, apesar da equipa estar completamente
correspondente camisola amarela. Venceu ainda a 14.ª estruturada para 1994, sob a designação de Feirense-
etapa que ligou Calvão à Lourinhã (190,4 km). Quintino Imporbor e que integraria os seguintes corredores: José
Rodrigues venceu a 12.ª etapa que ligou Macedo de Andrade, António Araújo, António C. Araújo, Fernando
Cavaleiros à Senhora da Graça (168,7 km). Quatro anos Carvalho, Manuel Correia, José Dias, José Días Reyz,
depois Joaquim Gomes da Recer-Boavista bisou na Volta Sérgio Ferreira, Luís Moreira, Paulo Silva e Carlos
a Portugal com 55h34m32s. Quintino Rodrigues foi o Teixeira. Diretores desportivos: Eduardo Correia. Todavia
melhor classificado da Imporbor-Feirense em 10.º lugar por falta de financiamento, o projecto acabaria de
a 6m53, conquistando ainda o Prémio da Juventude. claudicar.
Última equipa de ciclismo não profissional sob o emblema do Feirense, orientada por Joaquim Andrade
77
Em 2002 foi criada uma secção de Cicloturismo velocipédicas distintas, uma vez que, em finais de
no Clube Desportivo Feirense, que ainda permanece 1993, tinha nascido a União Ciclista de S. João de
bastante activa. Ver. Porém, apenas um ano depois e graças à ação de
Em 2002 foi criada uma secção de Cicloturismo várias personalidades ligadas à modalidade, deu-se a
no Clube Desportivo Feirense, que ainda permanece fusão das duas coletividades, surgindo o Sport Ciclismo
bastante ativa. de S. João de Ver, instituição apostada em dinamizar
Em 2002 foi criada uma secção de Cicloturismo os escalões de formação: Iniciados, Infantis, Juvenis,
no Clube Desportivo Feirense, que ainda permanece Cadetes e Juniores.
bastante ativa. A qualidade do trabalho desenvolvido depressa
despertou a atenção da Câmara Municipal de Santa
Vito-Feirense-BlackJack Maria da Feira, até que em 1998, a autarquia feirense
subscrever, com o Sport Ciclismo de S. João de Ver,
Ao longo dos últimos anos, o Sport Ciclismo de S. o primeiro Protocolo de Desenvolvimento Desportivo,
João de Ver criou e dinamizou, de maneira exemplar, as visando a implementação de uma política de desporto
bases do que habitualmente se designa como “alfobre devidamente definido e com objetivos traçados. Iniciava-
de ciclistas”. Mercê de uma capacidade organizativa se assim, um projeto de grande abrangência, destinado
modelar, assente em critérios exigentes, o Sport a criar um conjunto de condições para a afixação de uma
Ciclismo de S. João de Ver depressa se emancipou, equipa de Sub 23. Em 3 anos, a coletividade respondeu
mostrando o seu valor nas estradas Portuguesas e com qualidade organizativa, excelentes resultados na
além-fronteiras, honrando sempre o nome dos seus formação de jovens ciclistas e muitos êxitos desportivos.
parceiros. Do meticuloso trabalho de formação brotou Foram decisivos os apoios da Autarquia e o E. Leclerc,
já um grande número de Campeões Nacionais e de com empenho pessoal de Alfredo Henriques (Presidente
várias presenças de seus ciclistas nos Campeonatos da Câmara Municipal) e Jacques Oliveira (Administrador
da Europa e do Mundo, bem como temos conseguido do E. Leclerc).
formar profissionais de exceção não só no Ciclismo, Em 2010, a Liberty Seguros passa a ser o principal
mas nas mais variadíssimas áreas. patrocinador do Sport Ciclismo de S. João de Ver,
O ano de 1991 marca o início da prática do assinando um contrato de publicidade válido por quatro
Ciclismo, de forma organizada, na Vila de S. João de anos, tendo como objetivos a alcançar: incentivar
Ver, formando-se a primeira equipa (categorias de a prática desportiva, proporcionando aos jovens as
formação) forjadas nas capacidades do antigo Clube condições essenciais à sua prática e promovendo
Desportivo da Lavandeira, graças ao entusiasmo e à estilos de vida saudáveis, uma vez que a formação
perseverança de antigos ciclistas da Vila. Na temporada de homens e mulheres, para além de desportistas, é
de 1994, registou-se a curiosidade de a Vila de S. crucial. O Ciclismo é, pois, um desporto singular, onde
João de Ver ser representada por duas entidades o esforço, dedicação, respeito e trabalho de equipa
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são ingredientes indispensáveis para alcançar sucesso. Amaro Antunes, Domingos Gonçalves, António Amorim,
A coletividade respondeu com qualidade organizativa e André Cardoso, Vítor Rodrigues, Luís Pinheiro, Edgar
excelentes resultados na formação de jovens atletas. Pinto, André Mourato, Ricardo Vilela, Leonel Coutinho,
Até março de 2013 eram, já, 43 os títulos de campeão David Rodrigues, Samuel Magalhães, entre outros.
nacional, participação de atletas em Campeonatos do Em 2015, surge a nova designação, Moreira
Mundo, da Europa, quer na estrada, quer na pista. Congelados-Feira-KTM. Desde o início com o Sport
Em 2013, a Liberty Seguros prosseguiu com o seu Ciclismo de S. João de Ver, a empresa Congelados
apoio às Equipas do Sport Ciclismo São João de Ver, Moreira, que valoriza o que é português e feito com
reforçando a aposta nas escolas de formação, bem qualidade, passou a primeiro patrocinador do clube
como o seu compromisso na luta por um ciclismo distinguido na Gala da Confederação do Desporto de
sem doping tendo como base os princípios da ética Portugal. Em 2016, acrescentou o Paraciclismo, através
desportiva. Recorde-se que nesta Equipa nasceram os do campeão Ricardo Gomes, e mais corredoras, cadetes,
novos valores do ciclismo Português, nomeadamente, elite e master, com identidade Moreira Congelados-
Rui Costa, André Cardoso, Joni Brandão, José Gonçalves, Feira-Bicicletas Andrade.
Rafael Silva, Luís Afonso, Filipe Cardoso, Fábio Silvestre,
Zé da Silva, desde que foi para França a salto, e onde alcançou sucesso, aproveitava as férias do mês de agosto para acompanhar
os ciclistas da sua terra.
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Após largos anos de interregno, em 2018, o onde foi verdadeiramente feliz, vontade demonstrada
ciclismo feirense abriu uma nova página, na sua longa e pelo Clube Desportivo Feirense, extravasada pelo
vastíssima história. Em ano de centenário do Feirense, dirigente Zé da Silva, há muito, adepto assíduo da
surgiu a vontade de regressar ao ciclismo, modalidade modalidade.
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Com um processo similar ao do F.C. Porto e a continuidade dos escalões de formação, e o Clube
Sporting, numa união de esforços entre um clube Desportivo Feirense, surgiu a Vito-Feirense-Blackjack,
sediado em Albergaria-a-Velha (anterior estrutura da comandada por Joaquim Andrade, filho, ele que havia
LA), o Sport Ciclismo de São João de Ver, que assegurou sido corredor do Feirense em 1993.
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Equipa Profissional
Plantel: Luís Afonso; Leonel Coutinho; Xuban Errazkin Perez; Ricardo Ferreira; Soufiane Haddi; João Matias; Edgar
Pinto; Bernardo Saavedra; Hugo Sancho; Gonçalo Santos, João Santos e João Leite. Treinador: Joaquim Andrade.
82
Equipa de Juniores
Plantel: António Ferreira, Daniel Couto, Diogo Barbosa, Eduardo Cunha, Francisco Gouveia, Henrique Pereira,
Henrique Rodrigues, João António, Leonardo Soares, Luís Cabral e Pedro Andrade. Treinador: Filipe Amorim.
83
Equipa de Cadetes
Plantel: Carlos Petiz, Diogo Faustino, Gabriel Mota, José Macedo, Rafael Pinho e Samuel Oliveira. Treinador: Luís
Gonçalves.
84
Equipa Feminina
Plantel: Ana Costa, Diana Marques, Jéssica Oliveira, Lara Oliveira e Mariana Almeida. Treinador: Luís Gonçalves.
85
Equipa de Escolas
Plantel: David Ferreira, Diogo Oliveira, Gabriel Ferreira, Hugo Andrade, Luís Moreira e Pedro Caetano. Treinador:
Diogo Pinho.
86
A estrutura da equipa Vito-Feirense-Blackjack Seguem-se os resultados da época de 2018:
integrava ainda os seguintes elementos: Team Manager: João Matias vencedor, OMNIUM, 2.ª Prova Taça
Fernando Pinto; Diretor: José da Silva; Diretor Desportivo: de Portugal, Pista; Leonel Coutinho 3.º, geral da Taça
Joaquim Andrade; Diretor Formação: Vasco Costa; de Portugal, Pista; João Matias vencedor da Taça de
Massagistas: Benjamim Carvalho, Francisco Casaca;
Portugal de Pista; António Ferreira 3.º, G.P. Cidade de
Mecânicos: Pedro Pinto, Joaquim Carvalho; Médico:
Fafe, A.C. Minho, Juniores; Mariana Almeida 3.ª, Taça
Dr. Vasco Miguel e Comunicações: Helena Dias.
de Portugal, Juniores Femininas; Soufiane Haddi 3.º,
Em termos de resultados, a equipa Vito-Feirense-
Blackjack começou muito bem a época, uma vez que geral Tour Du Maroc ; António Ferreira 3.º, 2.ª etapa
logo em Janeiro de 2018, nos Campeonatos Nacionais XXIV Volta a Loulé; Segunda melhor equipa, XXIV Volta
de Pista realizados em Sangalhos, João Matias, da Vito- a Loulé, Juniores ; António Ferreira 2.º, XXIV Volta a
Feirense-Blackjack, conquistou dois títulos nacionais, Loulé, Juniores; Edgar Pinto vencedor, 4.ª etapa, 36.ª
em Eliminação e em Perseguição Individual. Volta ao Alentejo, Portalegre.
Edgar Pinto venceu a 4.ª etapa da 36.ª Volta ao Alentejo, com chegada a Portalegre.
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Jéssica Oliveira vencedora, Encontro de Escolas Juniores, Palmeira, Braga; Diogo Barbosa vencedor,
A.C. Porto, Iniciadas; Mariana Almeida 2.ª, 16.º G.P. última prova Taça de Portugal Juniores, Palmeira,
Roriz-Roubaix, Juniores; Jéssica Oliveira vencedora, Braga; Luís Cabral vencedor, 9.º G.P. Liberty-Volta Ilha
16.º G.P. Roriz-Roubaix, Iniciadas; Terceira melhor de S. Miguel, Juniores; Xuban Errazquin 3.º, 1.ª etapa
equipa, 4.ª prova Taça de Portugal, Juniores, Sobrado, La Vuelta a Madrid; Edgar Pinto vencedor, 1.ª etapa
Valongo; António Ferreira 3.º, 4.ª prova Taça de Portugal, La Vuelta a Madrid; Xuban Errazquin vencedor, Geral
Juniores, Sobrado, Valongo; Melhor equipa da última Juventude, La Vuelta a Madrid, Edgar Pinto vencedor da
prova da Taça de Portugal, Juniores, Palmeira, Braga; Geral La Vuelta a Madrid.
Henrique Rodrigues 2.º, última prova Taça Portugal
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António Ferreira 3.º, G.P. RS Bike Gondar, Pistas; Xuban Errazqui 2.º, Dlouhé Stráne, Course de la
Guimarães, Juniores; Jéssica Oliveira vencedora, G.P. Paix U23; Edgar Pinto 2.º, última etapa 28.º G.P. Jornal
Cidade da Trofa, Iniciadas; Jéssica Oliveira vencedora, de Notícias, 130 anos; Edgar Pinto 2.º, Geral 28.º G.P.
à geral, G.P. Cidade da Trofa, Iniciados; João Matias Jornal de Notícias, 130 anos.
medalha bronze, Dudenhofen, Eliminação, Torneio 4
2º lugar no pódio de Edgar Pinto, da Vito-Feirense-Blackjack na edição de 2018 do 28º Grande Prémio Jornal de Notícias, atrás de António Carvalho,
de S. Paio de Oleiros, da equipa W52-F.C. Porto e de Joni Brandão, de Travanca, da equipa Sporting-Tavira.
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Melhor equipa no 8.º G.P. Vermoim, Maia, em Belmonte; João Matias, 9.º à geral, Nacionais de Estrada,
Juniores; Diogo Barbosa 3.º, 8.º G.P. Vermoim, Maia, Belmonte; Edgar Pinto 4.º, 18.ª Volta a Albergaria, Taça
Juniores; Pedro Andrade vencedor, 8.º G.P. Vermoim, de Portugal Jogos Santa Casa; Vencedores por equipas,
Maia, Juniores; Xuban Errazquin vencedor, 4.ª etapa Nacionais de Estrada, prova de fundo, Juniores; António
39.º G.P. Abimota-Altice, Mortágua; Xuban Errazquin Ferreira 4.º, Nacionais de Estrada, Juniores; Pedro
vencedor, geral Juventude, 39.º G.P. Abimota-Altice; João Andrade campeão nacional estrada, prova de fundo,
Matias vencedor, Metas Autarquias, 39.º G.P. Abimota- Castelo de Vide, Juniores.
Altice; Edgar Pinto 9.º, CRI, Nacionais de Estrada,
Pedro Andrade, da Vito-Feirense-Blackjack, Campeão Nacional de estrada em Juniores, segue as pisadas do avô e do pai.
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Pedro Andrade 2.º, 2.ª etapa G.P. Minho, Juniores; Vedras-Troféu Joaquim Agostinho; Luís Cabral vencedor,
Diogo Barbosa 2.º, última etapa G.P. Minho, Juniores; Taça S. Miguel Estrada, Açores, Juniores; João Matias
Diogo Barbosa 3.º, geral 30.º G.P. Minho, Juniores; vencedor, última etapa G.P. Nacional 2 de Portugal,
Vencedores por equipas, 30.º G.P. Minho, Juniores; Faro; João Matias, 5.ª Etapa Ferreira do Alentejo - Faro
João Matias 2.º, 2.ª etapa 41.º G.P. Internacional Torres (142.8k) Grande Prémio de Portugal N2.
João Matias venceu a 5.ª Etapa Ferreira do Alentejo - Faro (142.8 km) do Grande Prémio de Portugal de 2018.
Henrique Pereira 3.º, Circuito Rio Meão, Juniores; 3.º, 5.ª etapa 80.ª Volta a Portugal Santander, Viseu;
Vencedores por equipas, Circuito Rio Meão, Juniores; Edgar Pinto 2.º, Etapa Senhora da Graça, 80.ª Volta a
Pedro Andrade vencedor, Circuito Rio Meão, Juniores Portugal Santander; Edgar Pinto 4.º, Geral 80.ª Volta a
Pedro Andrade 3.º, Circuito fechado mais antigo de Portugal Santander a 2,20m do vencedor Raúl Alarcón
Portugal, Argoncilhe, Juniores; Edgar Pinto 4.º, 2.ª da W52-F.C. Porto; Xuban Errazquin vencedor, Geral
etapa 80.ª Volta a Portugal Santander; Edgar Pinto 4.º, Juventude 80.ª Volta a Portugal Santander.
3.ª etapa 80.ª Volta a Portugal Santander; João Matias
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Xuban Errazquin, da Vito-Feirense-Blackjack, Camisola Branca da Volta a Portugal em Bicicleta de 2018, símbolo de líder da Juventude.
Terceira melhor equipa no 18.º G.P. Mortágua, Taça geral, 8.º Memorial Ciclistas S. João de Ver, Iniciados;
Portugal; Luís Afonso 4.º. 18.º G.P. Mortágua, Taça Vencedores por equipas, 8.º Memorial Ciclistas S. João
Portugal; João Matias 3.º, Circuito da Moita, Marinha de Ver, Juniores; Vencedores por equipas, 1.ª etapa
Grande 13.ª Volta a Portugal de Juniores; João Matias vencedor
João Santos 2.º, Prova de Eliminação, Circuito da Scratch, Meeting Internacional UCI, Dudenhofen; João
Malveira; João Matias vencedor, Prova de Honra, Pontos, Matias vencedor Eliminação, Meeting Internacional UCI,
Circuito da Malveira; Luís Cabral líder montanha, 1.ª Dudenhofen; João Matias vencedor, Corrida de Pontos,
e 2.ª etapas 13.ª Volta a Portugal de Juniores; João Meeting Internacional UCI, Dudenhofen; João Matias
Matias vice-campeão nacional, Madison, Pista; António vencedor, 3 Dias de Aigle UCI, Suíça, Scratch, Pista e
Ferreira 3.º, 8.º Memorial Ciclistas S. João de Ver, Melhor equipa de Juniores de Portugal, VI Gala Roda na
Juniores Frente, Torres Vedras.
Jéssica Oliveira vencedora, 8.º Memorial Ciclistas Em termos globais, Edgar Pinto fechou 2018 no 5º
S. João de Ver, Iniciadas; Jéssica Oliveira 3.ª na lugar do Ranking Ciclista do Ano 2018, elaborado pela
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Associação Portuguesa de Ciclistas Profissionais (APCP). corredor conciliou de forma exemplar as vertentes de
O corredor da Vito-Feirense-Blackjack protagonizou uma pista e de estrada.
forte época, totalizando 811 pontos no decorrer das Também entre os mais jovens, a Vito-Feirense-Blackjack
competições do calendário português de estrada, com ficou entre os primeiros com Xuban Errazkin a fechar o ano
o primeiro lugar a pertencer a Joni Brandão (Sporting-
em segundo entre os corredores sub-23, mesmo tendo
Tavira).
feito grande parte do seu calendário ao serviço da Seleção
Assim e em ano do Centenário e do regresso do Clube
Espanhola, tendo desta forma poucas oportunidades de
Desportivo Feirense ao ciclismo, a equipa conseguiu
pontuar nas provas do calendário português de estrada.
somar diversas prestações de destaque, finalizando com
João Matias no 13º lugar da tabela nacional, uma boa Nas contas finais do coletivo, a Vito-Feirense-
posição final num ranking que premeia a regularidade Blackjack encerrou a época no 6º lugar do Ranking Equipa
nas provas de estrada e numa temporada em que o do Ano, no qual a vitória pertenceu a Sporting-Tavira.
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2019 - Vito-Feirense-PNB
Para a época de 2019, a equipa profissional Jesus Del Pino, Xuban Errazkin, António Ferreira, João
terá outra designação Vito-Feirense-PNB, e a equipa Matias, Óscar Pelegrí, Rui Emanuel Rodrigues, Bernardo
Profissional integrará os seguintes elementos: Luís Saavedra, João Santos e Bjorn Thurau. A Vito-Feirense-
Afonso, Pedro Andrade, João Barbosa, Filipe Cardoso, PNB, continuará a ser orientada por Joaquim Andrade.
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Foto Humberto Barbosa
A equipa de Sub-23 terá como treinador Filipe e terá os seguintes ciclistas: Daniel Carvalho, Diogo
Amorim e os seguintes corredores: Francisco Faustino, Francisco Gouveia, Henrique Pereira, João
Pereira, José Pereira, Leonardo Soares, Luís Cabral. A António, José Macedo, Miguel Maia, Afonso Eulálio e
equipa de Juniores será orientada por Filipe Amorim António Cunha.
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Idem
A equipa de Cadetes terá como treinador Luis Gonçalves e os seguintes corredores: Carlos Petiz, Diogo
Oliveira, Gabriel Mota, Gonçalo Rocha, João Silva, Nuno Oliveira e Sérgio Magalhães
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Idem
Por último a equipa de Escolas, terá como treinador Manuel Oliveira e o seguinte plantel: Escolas Juvenis: David
Ferreira, Pedro Brandão, Pedro Caetano; Escolas – Infantis: Hugo Andrade, Jéssica Oliveira, João Azevedo e Rafael Maia
e Escolas – Benjamins: Rodrigo Brandão e Salomé Teles.
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Idem
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