Manual Do Brigadista

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO

INTRODUÇÃO

No momento em que modernas organizações aprimoram-se na qualidade de seus


produtos e serviços, a Sprink, também atribuída dessa filosofia, galga mais um importante
degrau nessa trajetória de bem servir, com a realização deste grande objetivo, o Manual do
Brigadista de Incêndio, antigo anseio de abnegados Brigadistas de Incêndio que sempre
esmeraram-se na difusão da cultura escrita na empresa.
Assim, esta obra consolidou conhecimentos técnicos acumulados por longos anos,
compilando experiências profissionais de inúmeros Brigadistas de Incêndio que, no decorrer de
suas vidas, contribuíram para o aperfeiçoamento de procedimentos básicos, imprescindíveis ao
desempenho de nossa atividade.
O Manual do Brigadista de Incêndio possui uma estrutura didática que facilita o
aprendizado do profissional que está iniciando a sua carreira. Ilustrado com figuras e fotos,
apresenta, de forma objetiva e prática, as técnicas essenciais utilizadas pela Sprinke mostra
como empregar equipamentos durante atividades operacionais, o que será de extrema valia para
os Brigadistas de Incêndio e para todos aqueles que atuam na área emergencial.
Os conceitos contidos nesta obra são necessários para permitir o competente desempenho
profissional dos Brigadistas de Incêndio, que são partícipes da célula básica da estrutura
operacional nas atividades emergenciais, lembrando sempre que o Brigadista de Incêndio não
trabalha isolado, tendo cada um sua função definida e voltada ao trabalho em equipe.
Entretanto, o Brigadista de Incêndio que desejar ser um bom profissional não pode se
limitar ao conhecimento teórico deste manual, o qual não será suficiente para um desempenho
ideal. O profissional responsável, além do conhecimento teórico, deverá possuir capacitação
física, exercer a prática constante nas operações de equipamentos e viaturas e atender às
emergências dentro do tempo - crítico adequado. Essas são as premissas básicas para se forjar
um Brigadista de Incêndio plenamente seguro, a fim de atender aos anseios da comunidade, com
profissionalismo, responsabilidade e confiabilidade.
É importante destacar que o Manual de Fundamentos será um catalisador de mudanças,
estabelecendo uma doutrina de trabalho na Sprink e servindo também como alicerce para o
desenvolvimento dos procedimentos operacionais que integram o sistema de Comando de
Operações em Emergências (SICOE), uma nova metodologia de gerenciamento de grandes
ocorrências, que implantará planos particulares de intervenção (PPI) e procedimentos
operacionais padrão (POP).
Com esta publicação a Sprink se propõe ao aperfeiçoamento constantes de sua atividade,

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esperando a contribuição dos leitores na apresentação de sugestões e críticas para o
aprimoramento desta obra, que tem como meta a melhoria na prestação de serviços à
comunidade, dando ênfase à educação pública, através de ações preventivas.
Nossos agradecimentos aos Brigadistas de Incêndio da Sprinklers, que contribuíram para
que este trabalho se tornasse realidade.

Capítulo 1

COMPORTAMENTO DO FOGO

OBJETIVOS

Explicar o processo de combustão conforme teoria do tetraedro do fogo.


Explicar a teoria de uma explosão tipo "backdraft"
Definir as seguintes fases do fogo: fase inicial / queima livre / "flashover" /
queima lenta.
Definir os três métodos de transferência de calor.
Definir os três pontos de temperatura.
Demonstrar os métodos de extinção de incêndios.
Definir as formas de combustão.

1. INTRODUÇÃO

O efetivo controle e extinção de um incêndio requerem um entendimento da natureza


química e física do fogo. Isso inclui informações sobre fontes de calor, composição e
características dos combustíveis e as condições necessárias para a combustão.
Combustão é uma reação química de oxidação, auto-sustentável, com liberação de luz,
calor, fumaça e gases.
Para efeito didático, adota-se o tetraedro (quatro faces) para exemplificar e explicar a
combustão, atribuindo-se, a cada face, um dos elementos essenciais da combustão.
A figura 1.1 representa a união dos quatro elementos essenciais do fogo que são:

• Calor

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• Combustível
• Comburente
• Reação em cadeia
Fig. 1.1 - Os elementos essenciais da combustão.

2. CALOR

Forma de energia que eleva a temperatura, gerada da transformação de outra energia,


através de processo físico ou químico.
Pode ser descrito como uma condição da matéria em movimento, isto é, movimentação
ou vibração das moléculas que compõem a matéria. As moléculas estão constantemente em
movimento. Quando um corpo é aquecido, a velocidade das moléculas aumenta e o calor
(demonstrado pela variação de temperatura) também aumenta. (Fig.1.2)
Fig.1.2 - Esquema da movimentação das moléculas em um corpo aquecido.

O calor é gerado pela transformação de outras formas de energia, quais sejam:

• energia química
( a quantidade de calor gerado pelo processo de combustão);

• energia elétrica
( o calor gerado pela passagem de eletricidade através de um condutor, como um fio
elétrico ou um aparelho eletrodoméstico);

• energia mecânica
( o calor gerado pelo atrito de dois corpos);

• energia nuclear
(o calor gerado pela quebra ou fusão de átomos). (Fig.1.3)
Fig.1.3 - Quatro tipos de fonte de calor.

2.1. EFEITOS DO CALOR

O calor é uma forma de energia que produz efeitos físicos e químicos nos corpos e
efeitos fisiológicos nos seres vivos. Em conseqüência do aumento de intensidade de calor, os

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corpos apresentarão sucessivas modificações, inicialmente físicas e depois químicas. Assim, por
exemplo, ao aquecermos um pedaço de ferro, este, inicialmente, aumenta sua temperatura e, a
seguir, o seu volume. Mantido o processo de aquecimento, o ferro muda de cor, perde a forma,
até atingir o seu ponto de fusão, quando se transforma de sólido em líquido. Sendo ainda
aquecido, gaseifica-se e queima em contato com o oxigênio, transformando-se em outra
substância.

Elevação da temperatura

Este fenômeno se desenvolve com maior rapidez nos corpos considerados bons
condutores de calor, como os metais; e, mais vagarosamente, nos corpos tidos como maus
condutores de calor, como por exemplo, o amianto. Por ser mau condutor de calor, o amianto é
utilizado na confecção de materiais de combate a incêndio, como roupas, capas e luvas de
proteção ao calor. (O amianto vem sido substituído por outros materiais, por apresentar
características cancerígenas)
O conhecimento sobre a condutibilidade de calor dos diversos materiais é de grande valia
na prevenção de incêndio. Aprendemos que materiais combustíveis nunca devem permanecer
em contato com corpos bons condutores, sujeitos a uma fonte de aquecimento. (Fig. 1.4)
Fig. 1.4 - Exposição a uma fonte de calor provoca aumento na temperatura.

Aumento de volume

Todos os corpos - sólidos, líquidos ou gasosos - se dilatam e se contraem conforme o


aumento ou diminuição da temperatura. A atuação do calor não se faz de maneira igual sobre
todos os materiais. Alguns problemas podem decorrer dessa diferença. Imaginemos, por
exemplo, uma viga de concreto de 10m exposta a uma variação de temperatura de 700C. A essa
variação, o ferro, dentro da viga, aumentará seu comprimento cerca de 84mm, e o concreto,
42mm. (Fig. 1.5)
Fig. 1.5 - O calor dilata os corpos.

Com isso o ferro tende a deslocar-se no concreto, que perde a capacidade de sustentação,
enquanto que a viga "empurra" toda a estrutura que sustenta em, pelo menos, 42mm.
Os materiais não resistem a variações bruscas de temperatura. Por exemplo, ao jogarmos
água em um corpo superaquecido, este se contrai de forma rápida e desigual, o que lhe causa

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rompimentos e danos. Pode ocorrer um enfraquecimento deste corpo, chegando até a um
colapso, isto é, ao surgimento de grandes rupturas internas que fazem com que o material não
mais se sustente. (Mudanças bruscas de temperatura, como as relatadas acima, são causas
comuns de desabamentos de estruturas).
A dilatação dos líquidos também pode produzir situações perigosas, provocando
transbordamento de vasilhas, rupturas de vasos contendo produtos perigosos, etc.
A dilatação dos gases provocada por aquecimento acarreta risco de explosões físicas,
pois, ao serem aquecidos até 273ºC, os gases duplicam de volume; a 546ºC o seu volume é
triplicado, e assim sucessivamente. Sob a ação de calor, os gases liqüefeitos comprimidos
aumentam a pressão no interior dos vasos que os contêm, pois não tem para onde se expandir.
Se o aumento de temperatura não cessar, ou se não houver dispositivos de segurança que
permitam escape dos gases, pode ocorrer uma explosão, provocada pela ruptura das paredes do
vaso e pela violenta expansão dos gases. Os vapores de líquidos (inflamáveis ou não) se
comportam como os gases.

Mudança do estado físico da matéria

Com o aumento do calor, os corpos tendem a mudar seu estado físico: alguns sólidos se
transformam-se em líquido (liquefação), líquidos se transformam em gases (gaseificação) e há
sólidos que se transformam diretamente em gases (sublimação). Isso se deve ao fato de que o
calor faz com que haja maior espaço entre as moléculas e estas, separando-se, mudam o estado
físico da matéria.
No gelo, as moléculas vibram pouco e estão bem juntas; com o calor, elas adquirem
velocidade e maior espaçamento, transformando um sólido (gelo) em líquido (água). (Fig. 1.6)
Fig. 1.6 - Mudança de um estado físico de um corpo.

Mudança do estado químico da matéria

Mudança química é aquela em que ocorre a transformação de uma substância em outra.


A madeira, quando aquecida, não libera moléculas de madeira em forma de gases, e sim outros
gases, diferentes, em sua composição, das moléculas originais de madeira. Essas moléculas são
menores e mais simples, por isso têm grande capacidade de combinar com outras moléculas, as
de oxigênio, por exemplo. Podem produzir também gases venenosos ou explosões. (Fig. 1.7)
Fig. 1.7 - Transformação de uma substância química em outra pelo calor.

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Efeitos fisiológicos do calor

O calor é a causa direta da queima e de outras formas de danos pessoais. Danos causados
pelo calor incluem desidratação, insolação, fadiga e problemas para o aparelho respiratório, além
de queimaduras, que nos casos mais graves (1º, 2º e 3º graus) podem levar até a morte.

2.2. PROPAGAÇÃO DO CALOR

O calor pode se propagar de três diferentes maneiras: condução, convecção e irradiação.


Como tudo na natureza tende ao equilíbrio, o calor é transferido de objetos com temperatura
mais alta para aqueles com temperatura mais baixa. O mais frio de dois objetos absorverá calor
até que esteja com a mesma quantidade de energia do outro.

Condução

Condução é a transferência de calor através de um corpo sólido de molécula a molécula.


Colocando-se, por exemplo, a extremidade de uma barra de ferro próxima a uma fonte de calor,
as moléculas desta extremidade absorverão calor; elas vibrarão mais vigorosamente e se
chocarão com as moléculas vizinhas, transferindo-lhes calor. (Fig. 1.8)
Fig. 1.8 - Transferência de calor através de um corpo.
Essas moléculas vizinhas, por sua vez, passarão adiante a energia calorífica, de modo que
o calor será conduzido ao longo da barra para a extremidade fria. Na condução, o calor passa de
molécula a molécula, mas nenhuma molécula é transportada com o calor.
Quando dois ou mais corpos estão em contato, o calor é conduzido através deles como se
fossem um só corpo.

Convecção

É a transferência de calor pelo movimento ascendente de massas de gases ou de líquidos


dentro de si próprios.
Quando a água é aquecida num recipiente de vidro, pode-se observar um movimento,
dentro do próprio líquido, de baixo para cima. À medida que a água é aquecida, ela se expande
e fica menos densa (mais leve) provocando um movimento para cima. Da mesma forma o ar
aquecido se expande e tende a subir para as partes mais altas do ambiente, enquanto o ar frio

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toma lugar nos níveis mais baixos. Em incêndio de edifícios, essa é a principal forma de
propagação de calor para andares superiores, quando os gases aquecidos encontram caminho
através de escadas, poços de elevadores, etc. (Fig. 1.9)
Fig. 1.9 - Movimentação de massas gasosas transporta o calor para cima e
horizontalmente nos andares.

Irradiação

É a transmissão de calor por ondas de energia calorífica que se deslocam através do


espaço. As ondas de calor propagam-se em todas as direções, e a intensidade com que os corpos
são atingidos aumenta ou diminui à medida que estão mais próximos ou mais afastados da fonte
de calor. (Fig. 1.10)
Fig. 1.10 - ondas caloríficas atingem os objetos, aquecendo-os.

Um corpo mais aquecido emite ondas de energia calorífica para um outro mais frio até
que ambos tenham a mesma temperatura. O Brigadista de Incêndio deve estar atento aos
materiais ao redor de uma fonte que irradie calor para protegê-los, a fim de que não ocorram
novos incêndios. Para se proteger, o Brigadista de Incêndio deve utilizar roupas apropriadas e
água (como escudo).

2.3. PONTOS DE TEMPERATURA

Os combustíveis são transformados pelo calor, e a partir desta transformação, é que


combinam com o oxigênio, resultando a combustão. Essa transformação desenvolve-se em
temperaturas diferentes, à medida que o material vai sendo aquecido. (Fig. 1.11)
Fig. 1.11 - A progressão na temperatura produz os pontos de fulgor, de combustão e de
ignição.

Com o aquecimento, chega-se a uma temperatura em que o material começa a liberar


vapores, que se incendeiam se houver uma fonte externa de calor. Neste ponto chamado "Ponto
de Fulgor", as chamas não se mantêm, devido à pequena quantidade de vapores. Prosseguindo
no aquecimento, atinge-se uma temperatura em que os gases desprendidos do material, ao
entrarem em contato com uma fonte externa de calor, iniciam a combustão, e continuam a
queimar sem o auxílio daquela fonte. Esse ponto é chamado de "Ponto de Combustão".

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Continuando o aquecimento, atinge-se um ponto no qual o combustível, exposto ao ar, entra em
combustão sem que haja fonte externa de calor. Esse ponto é chamado de "Ponto de Ignição".
(Fig.1.11)

3. COMBUSTÍVEL

É toda a substância capaz de queimar e alimentar a combustão. É o elemento que serve


de campo de propagação ao fogo.
Os combustíveis podem ser sólidos, líquidos ou gasosos, e a grande maioria precisa
passar pelo estado gasoso para então, combinar com o oxigênio. A velocidade da queima de um
combustível depende de sua capacidade de combinar com o oxigênio sob a ação do calor e da
sua fragmentação (área de contato com o oxigênio).

3.1. COMBUSTÍVEIS SÓLIDOS

A maioria dos combustíveis sólidos transformam-se em vapores e, então, reagem com o


oxigênio. Outros sólidos (ferro, parafina, cobre, bronze) primeiro transformam-se em líquidos, e
posteriormente em gases, para então se queimarem. (Fig. 1.12)
Fig. 1.12 - Combustível sólido.
Quanto maior a superfície exposta, mais rápido será o aquecimento do material e,
consequentemente, o processo de combustão. Como exemplo: uma barra de aço exigirá muito
calor para queimar, mas, se transformada em palha de aço, queimará com facilidade. Assim
sendo, quanto maior a fragmentação do material, maior será a velocidade da combustão.

3.2. COMBUSTÍVEIS LÍQUIDOS

Os líquidos inflamáveis têm algumas propriedades físicas que dificultam a extinção do


calor, aumentando o perigo para os Brigadistas de Incêndio.
Os líquidos assumem a forma do recipiente que os contem. Se derramados, os líquidos
tornam a forma do piso, fluem e se acumulam nas partes mais baixas.
Tomando como base o peso da água, cujo litro pesa 1 quilograma, classificamos os
demais líquidos como mais leves ou mais pesados. É importante notar que a maioria dos

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líquidos inflamáveis são mais leves que água e, portanto, flutuam sobre esta.
Outra propriedade a ser considerada é a solubilidade do líquido, ou seja, sua capacidade
de misturar-se a água. Os líquidos derivados do petróleo (conhecidos como hidrocarbonetos)
têm pouca solubilidade, ao passo que líquidos como álcool, acetona (conhecidos como solventes
polares) têm grande solubilidade, isto é, podem ser diluídos até um ponto em que a mistura
(solvente polar + água) não seja inflamável.
A volatilidade, que é a facilidade com que os líquidos liberam vapores, também é de
grande importância, porque quanto mais volátil for o líquido, maior a possibilidade de haver
fogo, ou mesmo explosão. Chamamos de voláteis os líquidos que liberam vapores a
temperaturas menores que 20ºC. (Fig. 1.13)
Fig. 1.13 - Líquidos combustíveis são identificados como no recipiente da figura.

3.3. COMBUSTÍVEIS GASOSOS

Os gases não têm volume definido, tendendo, rapidamente, a ocupar todo o recipiente em
que estão contidos. (Fig. 1.14)
Fig. 1.14 - Os combustíveis gasosos são armazenados em recipientes, sob pressão.

Se o peso do gás é menor que a do ar, o gás tende a subir e dissipar-se. Mas, se o peso do
gás é maior que o do ar, o gás permanece próximo ao solo e caminha na direção do vento,
obedecendo os contornos do terreno.
Para o gás queimar, há necessidade de que esteja em uma mistura ideal com o ar
atmosférico, e, portanto, se estiver numa concentração fora de determinados limites, não
queimará. Cada gás, ou vapor, tem seus limites próprios. Por exemplo, se num ambiente há
menos de 1,4% ou mais de 7,6% de vapor de gasolina, não haverá combustão, pois a
concentração de vapor de gasolina nesse local está fora do que se chama de mistura ideal, ou
limites de inflamabilidade; isto é, ou a concentração deste vapor é inferior ou é superior aos
limites de inflamabilidade. (Fig. 1.15-A)

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LIMITES DE INFLAMABILIDADE

Combustíveis Concentração

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Limite inferior Limite superior

Metano 1,4% 7,6%


.....................................................................................................................................................
.............
Propano 5% 17%
.....................................................................................................................................................
.............
Hidrogênio 4% 75%
.....................................................................................................................................................
............
Acetileno 2% 100%

Fig.1.15-A - Tabela com limites de inflamabilidade de alguns gases.

3.4. PROCESSO DE QUEIMA

O início da combustão requer a conversão do combustível para o estado gasoso, o que se


dará por aquecimento. O combustível pode ser encontrado nos três estados da matéria: sólido,
líquido ou gasoso. Gases combustíveis sólidos, pela pirólise. Pirólise é a decomposição química
de uma matéria ou substância através do calor. (Fig. 1.15-B)

PIRÓLISE

Temperatura Reação
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200ºC Produção de vapor d'água, dióxido de carbono e ácidos


acético e fórmico.
.....................................................................................................................................................
..............

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200ºC - 280ºC Ausência de vapor d'água - pouca quantidade de monóxido
de carbono - a reação ainda está absorvendo calor.
.....................................................................................................................................................
...............
280ºC - 500ºC A reação passa a liberar calor, gases inflamáveis e
partículas; há a carbonização dos materiais (o que também
liberará calor).
.....................................................................................................................................................
...............
acima de 500ºC Na presença do carvão, os combustíveis sólidos são
decompostos, quimicamente, com maior velocidade.

Fig. 1.15-B - Pirólise.

Materiais combustíveis podem ser encontrados no estado sólido, líquido ou gasoso.


Como regra geral, os materiais combustíveis queimam no estado gasoso. Submetidos ao calor,
os sólidos e os líquidos combustíveis se transformam em gás para se inflamarem. Como exceção
e como casos raros, há o enxofre e os metais alcalinos (potássio, cálcio, magnésio, etc.), que se
queimam diretamente no estado sólido.

4. COMBURENTE

É o elemento que possibilita vida às chamas e intensifica a combustão. O mais comum é


que o oxigênio desempenhe esse papel.
A atmosfera é composta por 21% de oxigênio, 78% de nitrogênio e 1% de outros gases.
Em ambientes com a composição normal do ar, a queima desenvolve-se com velocidade e de
maneira completa. Notam-se chamas. Contudo, a combustão consome o oxigênio do ar num
processo contínuo. Quando a porcentagem do oxigênio do ar do ambiente passa de 21% para a
faixa compreendida entre 16% e 8%, a queima torna-se mais lenta, notam-se brasas e não mais
chamas. Quando o oxigênio contido no ar do ambiente atinge concentração menor que 8%, não
há combustão. (Fig. 1.16)
Fig. 1.16 - O comburente mais comum : oxigênio.

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5. REAÇÃO EM CADEIA

A reação em cadeia torna a queima auto-sustentável. O calor irradiado das chamas atinge
o combustível e este é decomposto em partículas menores, que se combinam com o oxigênio e
queimam, irradiando outra vez calor para o combustível, formando um ciclo constante. (Fig.
1.17)
Fig. 1.17 - O calor age em um corpo, decompondo-o em partes cada vez menores.

6. FASES DO FOGO

Se o fogo ocorre em área ocupada por pessoas, há grandes chances de que o fogo seja
descoberto no início e a situação resolvida. Mas se ocorrer quando a edificação estiver deserta e
fechada, o fogo continuará crescendo até ganhar grandes proporções. Essa situação pode ser
controlada com a aplicação dos procedimentos básicos de ventilação (vide capítulo 12).
O incêndio pode ser melhor entendido se estudarmos seus três estágios de
desenvolvimento.

6.1. FASE INICIAL

Nesta primeira fase, o oxigênio contido no ar não está significativamente reduzido e o


fogo está produzindo vapor d'água (H2O), dióxido de carbono (CO2), monóxido de carbono
(CO) e outros gases. Grande parte do calor está sendo consumido no aquecimento dos
combustíveis, e a temperatura do ambiente, neste estágio, está ainda pouco acima do normal. O
calor está sendo gerado e evoluirá com o aumento do fogo. (Fig. 1.18)
Fig. 1.18 - Na fase inicial não há alterações drásticas no ambiente, mas já há indícios de
calor, fumaça e danos causados pelas chamas.

6.2. QUEIMA LIVRE

Durante esta fase, o ar, rico em oxigênio é arrastado para dentro do ambiente pelo efeito
da convecção, isto é, o ar quente "sobe" e sai do ambiente. Isto força a entrada de ar fresco pelas
aberturas nos pontos mais baixos do ambiente. (Fig. 1.19)
Fig. 1.19 - Na queima livre o fogo aumenta rapidamente, usando muito oxigênio, e eleva

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a quantidade de calor.

Os gases aquecidos espalham-se preenchendo o ambiente e, de cima para baixo, forçam o


ar frio a permanecer junto ao solo; eventualmente, causam a ignição dos combustíveis nos níveis
mais altos do ambiente. Este ar aquecido é uma das razões pelas quais os Brigadistas de
Incêndio devem se manter abaixados e usar o equipamento de proteção respiratória. Uma
inspiração desse ar superaquecido pode queimar os pulmões. Neste momento, a temperatura nas
regiões superiores (nível do teto) pode exceder 700ºC.

"Flashover"

Na fase de queima livre, o fogo aquece gradualmente todos os combustíveis do ambiente.


Quando determinados combustíveis atingem seu ponto de ignição, simultaneamente, haverá uma
queima instantânea e concomitante desses produtos, o que poderá provocar uma explosão
ambiental, ficando toda a área envolvida pelas chamas. Esse fenômeno é conhecido como
"Flashover". (Fig. 1.20)
Fig. 1.20 - O ambiente fica tomado pelas chamas quando ocorre o "flashover".

6.3. QUEIMA LENTA

Como nas fases anteriores, o fogo continua a consumir o oxigênio, até atingir um ponto
onde o comburente é insuficiente para sustentar a combustão. Nesta fase, as chamas podem
deixar de existir se não houver ar suficiente para mantê-las (na faixa de 8% a 0% de oxigênio).
O fogo é normalmente reduzido a brasas, o ambiente torna-se completamente ocupado por
fumaça densa e os gases se expandem. Devido a pressão interna ser maior que a externa, os
gases saem por todas as fendas em forma de lufadas, que podem ser observadas em todos os
pontos do ambiente. E esse calor intenso reduz os combustíveis a seus componentes básicos,
liberando, assim, vapores combustíveis. (Fig. 1.21)
Fig. 1.21 - A "queima lenta" identifica-se pela fumaça densa, pelo fogo reduzido a brasas
e pela redução da presença de oxigênio.

"Backdraft"

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A combustão é definida como oxidação, que é uma reação química na qual o oxigênio
combina-se com outros elementos.
O carbono é um elemento naturalmente abundante, presente, entre outros materiais, na
madeira. Quando a madeira queima, o carbono combina com o oxigênio para formar dióxido de
carbono (CO2), ou monóxido de carbono (CO). quando o oxigênio é encontrado em
quantidades menores, o carbono livre (C) é liberado, o que pode ser notado na cor preta da
fumaça.
Na fase de queima lenta em um incêndio, a combustão é incompleta porque não há
oxigênio suficiente para sustentar o fogo. Contudo, o calor da queima livre permanece, e as
partículas de carbono não queimadas (bem como outros gases inflamáveis, produtos da
combustão) estão prontas para incendiar-se rapidamente assim que o oxigênio for suficiente. Na
presença de oxigênio, esse ambiente explodirá. A essa explosão chamamos "Backdraft".
(Figs.1.22-A e 1.22-B)
Fig. 1.22-A - As condições do ambiente alertam para a iminência de um "backdraft".

Fig. 1.22-B - A entrada de ar rico em oxigênio provocará a explosão ambiental.

A ventilação adequada permite que a fumaça e os gases combustíveis superaquecidos


sejam retirados do ambiente. Ventilação inadequada suprirá abundante e perigosamente o local
com o elemento que faltava (oxigênio), provocando uma explosão ambiental (vide cap. 12).
As condições a seguir podem indicar uma situação de "backdraft":
• fumaça sob pressão, num ambiente fechado;

• fumaça escura, tornando-se densa, mudando de cor (cinza e amarelada) e saindo do ambiente
em forma de lufadas;

• calor excessivo (nota-se pela temperatura na porta);

• pequenas chamas ou inexistência destas;

• resíduos da fumaça impregnando o vidro das janelas;

• pouco ruído;

• movimento de ar para o interior do ambiente quando alguma abertura é feita (em alguns

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casos ouve-se o ar assoviando ao passar pelas frestas).

7. FORMAS DE COMBUSTÃO

As combustões podem ser classificadas conforme a sua velocidade em: completa,


incompleta, espontânea e explosão.
Dois elementos são preponderantes na velocidade da combustão: o comburente e o
combustível. A velocidade da combustão variará de acordo com a porcentagem do oxigênio no
ambiente e as características físicas e químicas do combustível.

7.1. COMBUSTÃO COMPLETA

É aquela em que a queima produz calor e chamas e se processa em ambiente rico em


oxigênio. (Fig. 1.23)
Fig. 1.23 - Combustão completa ocorre onde há oxigênio abundante.

7.2. COMBUSTÃO INCOMPLETA

É aquela em que a queima produz calor e pouca ou nenhuma chama, e se processa em


ambiente pobre em oxigênio. (Fig. 1.24)
Fig. 1.24 - Produção de calor e poucas chamas caracterizam a combustão incompleta.

7.3. COMBUSTÃO ESPONTÂNEA

É o que ocorre, por exemplo, quando do armazenamento de certos vegetais que, pela
ação de bactérias fermentam. A fermentação produz calor e libera gases que podem incendiar.
Alguns materiais entram em combustão sem fonte externa de calor (materiais com baixo ponto
de ignição); outros entram em combustão à temperatura ambiente (20ºC), como o fósforo
branco. Ocorre também na mistura de determinadas substâncias químicas, quando a combinação
gera calor e libera gases em quantidade suficiente para iniciar combustão. Por exemplo, água +

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sódio. (Figs. 1.25-A, 1.25-B e 1.25-C)

Fig.1.25-A - Cereais mal armazenados fermentam e se incendeiam espontaneamente.

Fig.1.25-B - O fósforo branco entra em combustão se for exposto ao ar atmosférico.

Fig.1.25-C - O contato da água com o sódio inicia o processo de combustão.

7.4. EXPLOSÃO

É a queima de gases (ou partículas sólidas), em altíssima velocidade, em locais


confinados, com grande liberação de energia e deslocamento de ar. Combustíveis líquidos,
acima da temperatura de fulgor, liberam gases que podem explodir (num ambiente fechado) na
presença de uma fonte de calor. (Fig. 1.26)
Fig. 1.26 - Na explosão há grande liberação de energia e deslocamento de ar.

8. MÉTODOS DE EXTINÇÃO DO FOGO

Os métodos de extinção do fogo baseiam-se na eliminação de um ou mais dos elementos


essenciais que provocam o fogo.

8.1. RETIRADA DO MATERIAL

É a forma mais simples de se extinguir um incêndio. Baseia-se na retirada do material


combustível, ainda não atingido, da área de propagação do fogo, interrompendo a alimentação
da combustão. Método também denominado corte ou remoção do suprimento do
combustível.
Ex: fechamento de válvula ou interrupção de vazamento de combustível líquido ou
gasoso, retirada de materiais combustíveis do ambiente em chamas, realização de aceiro, etc.
(Fig. 1.27)

_______________________________________________________
16
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
Fig. 1.27 - Retirada do material é um do métodos de extinção de incêndio.

8.2. RESFRIAMENTO

É o método mais utilizado. Consiste em diminuir a temperatura do material combustível


que está queimando, diminuindo, consequentemente, a liberação de gases ou vapores
inflamáveis. A água é o agente extintor mais usado, por Ter grande capacidade de absorver
calor e ser facilmente encontrado na natureza.
A redução da temperatura está ligada à quantidade e a forma de aplicação da água (jatos),
de modo que ela absorva mais calor que o incêndio é capaz de produzir.
É inútil o emprego de água onde queimam combustíveis com baixo ponto de combustão
(menos de 20ºC), pois a água resfria até a temperatura ambiente e o material continuará
produzindo gases combustíveis. (Fig. 1.28)
Fig. 1.28 - Retirada do calor (resfriamento) é um dos métodos de extinção de incêndio.

8.3. ABAFAMENTO

Consiste em diminuir ou impedir o contato do oxigênio com o material combustível.


Não havendo comburente para reagir com o combustível, não haverá fogo.
Como exceção estão os materiais que têm oxigênio em sua composição e queimam sem
necessidade do oxigênio do ar, como os peróxidos orgânicos e o fósforo branco.
Conforme já vimos anteriormente, a diminuição do oxigênio em contato com o
combustível vai tornando a combustão mais lenta até a concentração de oxigênio chegar próxima
de 8%, onde não haverá mais combustão. Colocar uma tampa sobre um recipiente contendo
álcool em chamas, ou colocar um copo voltado de boca para baixo sobre uma vela acesa, são
duas experiências práticas que mostram que o fogo se apagará tão logo se esgote o oxigênio em
contato com o combustível.
Pode-se abafar o fogo com uso de materiais diversos, como areia, terra, cobertores, vapor
d'água, espuma, pós, gases especiais, etc. (Figs. 1.29-A, 1.29-B e 1.29-C)
Fig. 1.29-A - As chamas estão "vivas" enquanto há oxigênio suficiente.

Fig. 1.29-B - Abafamento é isolar o combustível em chamas do comburente.

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
Fig. 1.29-C - Como resultado da falta do oxigênio, temos a extinção do fogo.

8.4. QUEBRA DA REAÇÃO EM CADEIA

Certos agentes extintores, quando lançados sobre o fogo, sofrem ação do calor, reagindo
sobre a área das chamas, interrompendo assim a "reação em cadeia" (extinção química). Isso
ocorre porque o oxigênio comburente deixa de reagir com os gases combustíveis. Essa reação só
ocorre quando há chamas visíveis. (Fig. 1.30)
Fig. 1.30 - Quebra da reação em cadeia consiste em ligar, quimicamente, agentes
extintores aos radicais livres produzidos na combustão.

9. CLASSIFICAÇÃO DOS INCÊNDIOS E MÉTODOS DE EXTINÇÃO

Os incêndios são classificados de acordo com os materiais neles envolvidos, bem como a
situação em que se encontram. Essa classificação é feita para determinar o agente extintor
adequado para o tipo de incêndio específico. Entendemos como agentes extintores todas as
substâncias capazes de eliminar um ou mais dos elementos essenciais do fogo, cessando a
combustão.
Essa classificação foi elaborada pela NFPA (National Fire Protection Assiciation -
Associação Nacional de Proteção a Incêndios/EUA), adotada pela IFSTA (International Fire
Service Training Association - Associação Internacional para o Treinamento de
Bombeiros/EUA) e também adotada pela Sprinklers.

9.1. INCÊNDIO CLASSE "A"

Incêndio envolvendo combustíveis sólidos comuns, como papel, madeira, pano borracha
(Fig. 1.31)
Fig. 1.31 - O incêndio classe "A", como o da madeira, atinge em superfície e
profundidade.

É caracterizada pelas cinzas e brasas que deixam como resíduos e por queimar se dá na
superfície e em profundidade.

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO

Método de extinção

Necessita de resfriamento para a sua extinção, isto é, do uso de água ou soluções que a
contenham em grande porcentagem, a fim de reduzir a temperatura do material em combustão,
abaixo do seu ponto de ignição. (Fig. 1.32)
Fig. 1.32 - Para extinguir o incêndio classe "A", resfriar é a melhor opção.

O emprego de pós químicos irá apenas retardar a combustão, não agindo na queima em
profundidade.

9.2. INCÊNDIO CLASSE "B"

Incêndio envolvendo líquidos inflamáveis, graxas e gases combustíveis. (Fig. 1.33)


Fig. 1.33 - A queima de combustíveis líquidos ou gasosos é denominada incêndio classe
"B".

É caracterizado por não deixar resíduos e queimar apenas na superfície exposta e não em
profundidade.

Método de extinção

Necessita para a sua extinção do abafamento ou da interrupção (quebra) da reação em


cadeia. No caso de líquidos muito aquecidos (ponto da ignição), é necessário resfriamento. (Fig.
1.34)
Fig. 1.34 - O abafamento por espuma destaca-se como o método mais eficaz no combate
ao incêndio classe "B".

9.3. INCÊNDIO CASSE "C"

Incêndio envolvendo equipamentos energizados. É caracterizado pelo risco de vida que


oferece ao Brigadista de Incêndio. (Fig. 1.35)
Fig. 1.35 - Um motor elétrico queimado, ainda ligado, classifica o fogo como classe "C".

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
Método de extinção

Para a sua extinção necessita de agente extintor que não conduza a corrente elétrica e
utilize o princípio de abafamento ou da interrupção (quebra) da reação em cadeia. (Fig. 1.36)
Fig. 1.36 - Lançar um agente que não conduza eletricidade num incêndio classe "C"(por
exemplo, CO2).

Esta classe de incêndio pode ser mudada para "A", se for interrompido o fluxo elétrico.
Deve-se ter cuidado com equipamentos (televisores, por exemplo) que acumulam energia
elétrica, pois estes continuam energizados mesmo após a interrupção da corrente elétrica.

9.4. INCÊNDIO CLASSE "D"

Incêndio envolvendo metais combustíveis pirofóricos (magnésio, selênio, antimônio,


lítio, potássio, alumínio fragmentado, zinco, titânio, sódio, zircônio). É caracterizada pela
queima em altas temperaturas e por reagir com agentes extintores comuns (principalmente os
que contenham água). (Fig. 1.37)
Fig. 1.37 - Lítio e cádmio (em baterias) e magnésio (em motores) são exemplos de
metais combustíveis.

Método de extinção

Para a sua extinção, necessita de agentes extintores especiais que se fundam em contato
com o metal combustível, formando uma espécie de capa que o isola do ar atmosférico,
interrompendo a combustão pelo princípio de abafamento.
Os pós especiais são compostos dos seguintes materiais: cloreto de sódio, cloreto de
bário, monofosfato de amônia, grafite seco (Fig. 1.38)
Fig. 1.38 - A utilização de pós químicos especiais é eficaz no combate ao fogo classe
"D".

O princípio da retirada do material também é aplicável com sucesso nesta classe de


incêndio.

Capítulo 2

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO

EXTINTORES PORTÁTEIS

OBJETIVOS

Identificar os agentes extintores mais comuns para as diferentes classes de incêndio.

Identificar os diversos tipos de extintores


.
Demonstrar conhecimento sobre a operação dos extintores.

Identificar os extintores apropriados às respectivas classes de incêndio.

Conhecer os extintores obsoletos, mas ainda em uso.

Conhecer princípios básicos de inspeção e manutenção.

1. INTRODUÇÃO

Extintores são recipientes metálicos que contêm em seu interior agente extintor para o
combate imediato e rápido a princípios de incêndio. Podem ser portáteis ou sobre rodas,
conforme o tamanho e a operação. Os extintores portáteis também são conhecidos
simplesmente por extintores e os extintores sobre rodas como carretas.
Classificam-se conforme a classe de incêndio a que se destinam: "A", "B", "C" e "D".
para cada classe de incêndio há um ou mais extintores adequados.

Todo o extintor possui, em seu corpo, rótulo de identificação facilmente localizável. O


rótulo traz informações sobre as classes de incêndio para as quais o extintor é indicado e
instruções de uso. (Fig. 2.1)
Fig. 2.1 - Identificação das classes de incêndio nos rótulos dos extintores.

Êxito no emprego dos extintores dependerá de:

• fabricação de acordo com as normas técnicas (ABNT);

_______________________________________________________
21
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO

• distribuição apropriada dos aparelhos;

• inspeção periódica da área a proteger;

• manutenção adequada e eficiente;

• pessoal habilitado no manuseio correto.

Os extintores devem conter uma carga mínima de agente extintor em seu interior,
chamada de UNIDADE EXTINTORA e que é especificada em norma.

2. AGENTES EXTINTORES

2.1. ÁGUA

É o agente extintor mais abundante na natureza. Age principalmente por resfriamento,


devido a sua propriedade de absorver grande quantidade de calor. Atua também por abafamento
(dependendo da forma como é aplicada, neblina, jato contínuo, etc.). A água é o agente extintor
mais empregado, em virtude do seu baixo custo e da facilidade de obtenção. Em razão da
existência de sais minerais em sua composição química, a água conduz eletricidade e seu
usuário, em presença de materiais energizados, pode sofrer choque elétrico. Quando utilizada
em combate a fogo em líquidos inflamáveis, há o risco de ocorrer o transbordamento do líquido
que está queimando ou mesmo um "boil over", aumentando, assim a área de incêndio. (Fig. 2.2)
Fig. 2.2 - O jato dirigido diretamente ao líquido causa transbordamento.

2.2. ESPUMA

A espuma pode ser química ou mecânica conforme seu processo de transformação.


Química, se resultou da reação entre as soluções aquosas de sulfato de alumínio e bicarbonato de
sódio; mecânica, se a espuma foi produzida pelo batimento da água, LGE (líquido gerador de
espuma) e ar.

_______________________________________________________
22
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
A rigor, a espuma é mais uma das formas de aplicação da água, pois constitui-se de um
aglomerado de bolhas de ar ou gás (CO2) envoltas por película de água. Mais leve que todos os
líquidos inflamáveis, é utilizada para extinguir incêndios por abafamento e, por conter água,
possui uma ação secundária de resfriamento.

2.3. PÓ QUÍMICO SECO

Os pós químicos secos são substâncias constituídas de bicarbonato de sódio, bicarbonato


de potássio ou cloreto de potássio, que, pulverizadas, formam uma nuvem de pó sobre o fogo,
extinguindo-o por quebra da reação em cadeia e por abafamento. O pó deve receber um
tratamento anti-hidroscópico para não umedecer evitando assim a solidificação no interior do
extintor.
Para o combate a incêndios de classe "D", utilizamos pós à base de cloreto de sódio,
cloreto de bário, monofosfato de amônia ou grafite seco.

2.4. GÁS CARBÔNICO (CO2)

Também conhecido como dióxido de carbono ou CO2, é um gás mais denso (mais
pesado) que o ar, sem cor, sem cheiro, não condutor de eletricidade e não venenoso (mas
asfixiante). Age principalmente por abafamento, tendo, secundariamente, ação de resfriamento.
Por não deixar resíduos nem ser corrosivo é um agente extintor apropriado para combater
incêndios em equipamentos elétricos e eletrônicos sensíveis (centrais telefônicas e
computadores).

2.5. COMPOSTOS HALOGENADOS (HALON)

São compostos químicos formados por elementos halogêneos (flúor, cloro, bromo e
iodo).
Atuam na quebra de reação em cadeia devido às suas propriedades específicas e, de
forma secundária, por abafamento. São ideais para o combate a incêndios em equipamentos
elétricos e eletrônicos sensíveis, sendo mais eficiente que o CO2.
Assim como o CO2, os compostos halogenados se dissipam com facilidade em locais

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23
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
abertos, perdendo seu poder de extinção.

3. EXTINTORES PORTÁTEIS

São aparelhos de fácil manuseio, destinados a combater princípios de incêndio. Recebem


o nome do agente extintor que transportam em seu interior (por exemplo: extintor de água,
porque contém água em seu interior).

Os extintores podem ser:

• Extintor de água:
Pressurizado.
Pressão injetada.
Manual, tipo costal ou cisterna.

• Extintor de espuma:
Mecânica (pressurizado).
Mecânica (pressão injetada).
Química.

• Extintor de pó químico seco:


Pressurizado.
Pressão injetada.

• Extintor de gás carbônico

• Extintor de halogenado

3.1. EXTINTOR DE ÁGUA (PRESSURIZADO) (Fig. 2.3)

Fig. 2.3 - Extintor de água pressurizado.


_______________________________________________________________

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
CARACTERÍSTICAS

Capacidade 10 litros
................................................................................................................................
Unidade extintora 10 litros
................................................................................................................................
Aplicação incêndio Classe "A"
................................................................................................................................
Alcance do jato 10 metros
................................................................................................................................
Tempo de descarga 60 segundos
................................................................................................................................
Funcionamento: a pressão interna expele água quando o gatilho é acionado.

Método de operação
(Figs. 2.4, 2.5, 2.6 e 2.7)

Fig. 2.4 - Levar o extintor ao local do fogo e posicionar-se em segurança.

Fig. 2.5 - Puxar o pino de segurança.

Fig. 2.6 - Empunhar a mangueira e acionar o gatilho.

Fig. 2.7 - Dirigir o jato para a base do fogo.

3.2. EXTINTOR DE ÁGUA (BOMBA MANUAL)


.
CARACTERÍSTICAS

Capacidade 10 a 20 litros
................................................................................................................................
Aplicação incêndio Classe "A"
................................................................................................................................
Tempo de descarga e alcance conforme o operador

_______________________________________________________
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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
................................................................................................................................
Funcionamento: a pressão é produzida manualmente.

TIPO COSTAL

É preso às costas do operador por alças. O esguicho já é acoplado à bomba. Opera-se


com as duas mãos: uma controla o jato d'água e a outra, com movimento de "vai e vem", aciona
a bomba. (Fig. 2.8)

Fig. 2.8 - Extintor de água - tipo costal.

Método de operação
(Figs. 2.9, 2.10 e 2.11)

Fig. 2.9 - Colocar o extintor às costas.

Fig. 2.10 - Empurrar o esguicho com movimento de "vai e vem".

Fig. 2.11 - Dirigir o jato para a base do fogo.

TIPO CISTERNA

É acionado com aparelho apoiado no solo. O operador firma com os pés o extintor: com
uma das mãos faz funcionar a bomba e com a outra dirige o jato d'água. É um extintor obsoleto,
pois há outros tipos mais eficientes e práticos. (Fig. 2.12)

Fig. 2.12 - Extintor de água - tipo cisterna.

Método de operação
(Figs. 2.13, 2.14 e 2.15)

Fig. 2.13 - Levar o extintor ao local do fogo e posicionar-se em segurança.

Fig. 2.14 - Empunhar o esguicho e a alça da bomba.

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO

Fig.2.15 - Acionar a bomba dirigindo o jato para a base do fogo.

3.3. EXTINTOR DE ESPUMA MECÂNICA (PRESSURIZADO) ( Fig. 2.16)

Fig. 2.16 - Extintor de espuma mecânica - Pressurizado.

CARACTERÍSTICAS
Capacidade 9 litros (mistura de água e LGE)
...............................................................................................................................
Unidade extintora 9 litros
...............................................................................................................................
Aplicação incêndios classes "A" e "B"
...............................................................................................................................
Alcance médio do jato 5 metros
...............................................................................................................................
Tempo de descarga 60 segundos
...............................................................................................................................
Funcionamento: A mistura de água e LGE já está sob pressão, sendo expelida quando
acionado o gatilho;
ao passar pelo esguicho lançador, ocorrem o arrastamento do ar atmosférico e o
batimento, formando a espuma.

Método de operação
(Figs. 2.17, 2.18, 2.19 e 2.20)

Fig. 2.17 - Levar o extintor ao local do fogo e colocar-se em segurança.

Fig. 2.18 - Girar e puxar o pino de segurança.

Fig. 2.19 - Empunhar o gatilho e o esguicho.

Fig. 2.20 - Lançar a espuma sobre um anteparo.

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
3.4. EXTINTOR DE ESPUMA MECÂNICA (PRESSÃO INJETADA) ( Fig.2.21)

Fig. 2.21 - Extintor de espuma mecânica - pressão injetada

CARACTERÍSTICAS
Capacidade 9 litros (mistura de água e LGE)
...............................................................................................................................
Unidade extintora 9 litros
...............................................................................................................................
Aplicação incêndios classes "A" e "B"
...............................................................................................................................
Alcance médio do jato 5 metros
...............................................................................................................................
Tempo de descarga 60 segundos
...............................................................................................................................
Funcionamento: Há um cilindro de gás comprimido acoplado ao corpo do extintor que
sendo aberto, pressuriza-o, expelindo a mistura de água e LGE quando acionado o
gatilho. A mistura, passando pelo esguicho lançador, se combina com o ar atmosférico e
sofre o batimento, formando a espuma.

Método de operação
(Fig. 2.22, 2.23, 2.24 e 2.25)

Fig. 2.22 - Ir ao local e colocar-se em segurança.

Fig. 2.23 - Abrir o registro do cilindro lateral e retirar o lacre.

Fig. 2.24 - Empunhar o gatilho e o esguicho.

Fig. 2.25 - Lançar a espuma contra o anteparo.

3.5. EXTINTOR DE ESPUMA QUÍMICA (Fig. 2.26)

Fig. 2.26 - Extintor de espuma química. Em desuso no mercado.

_______________________________________________________
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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO

CARACTERÍSTICAS
Capacidade 10 litros (total dos reagentes)
...............................................................................................................................
Unidade extintora 10 litros
...............................................................................................................................
Aplicação incêndios classes "A" e "B"
...............................................................................................................................
Alcance médio do jato 7,5 metros
...............................................................................................................................
Tempo de descarga 60 segundos
...............................................................................................................................
Funcionamento: Com a inversão do extintor colocando-o de "cabeça para baixo", os
reagentes, soluções aquosas de sulfato de alumínio e bicarbonato de sódio, entram em
contato e reagem quimicamente, formando a espuma. Depois de iniciado o
funcionamento não é possível interromper.

Cuidados: Deve-se verificar periodicamente se o bico deste tipo de extintor está


desobstruído e se a tampa está corretamente rosqueada. Evitar incliná-lo
desnecessariamente.

Método de operação
(Figs. 2.27, 2.28 e 2.29)

Fig. 2.27 - Levar o extintor (sem movimentos bruscos) ao local do fogo e posicionar-se
em segurança.

Fig. 2.28 - Inverter a posição do extintor.


Fig. 2.29 - Lançar a espuma sobre um anteparo.

3.6. EXTINTOR DE PÓ QUÍMICO SECO ( PRESSURIZADO) (Fig. 2.30)

Fig. 2.30 - Extintor de pó químico pressurizado.

_______________________________________________________
29
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO

CARACTERÍSTICAS
Capacidade 1, 2, 4, 6, 8 e 12 Kg
...............................................................................................................................
Unidade extintora 4Kg
...............................................................................................................................
Aplicação incêndios classes "B" e "C". Classe
"D", utilizando pó químico seco
especial.
...............................................................................................................................
Alcance médio do jato 5 metros
...............................................................................................................................
Tempo de descarga 15 segundos para extintor de 4 Kg,
25 segundos para extintor de 12 Kg.
...............................................................................................................................
Funcionamento: O pó sob pressão é expelido quando o gatilho é acionado.

Método de operação
( Figs.2.31, 2.32, e 2.33)

Fig. 2.31 - Manter-se ereto ao transportar o extintor.

Fig. 2.32 - Quebrar o lacre e retirar o pino de segurança.

Fig. 2.33 - Dirigir o jato para a base do fogo, com movimento lateral para a esquerda e
direita.

3.7. EXTINTOR DE PÓ QUÍMICO SECO ( PRESSÃO INJETADA) (Fig. 2.34)

Fig. 2.34 - Extintor de pó químico seco - pressão injetada.

CARACTERÍSTICAS

_______________________________________________________
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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
Capacidade 4, 6, 8 e 12 Kg
...............................................................................................................................
Unidade extintora 04 Kg
...............................................................................................................................
Aplicação incêndios classes "B" e "C". Classe
"D", utilizando PQS especial
...............................................................................................................................
Alcance médio do jato 5 metros
...............................................................................................................................
Tempo de descarga 15 segundos, para o extintor de 4 Kg,
e 25 segundos para o extintor de 12 Kg.
...............................................................................................................................
Funcionamento: Junto ao corpo do extintor há um cilindro de gás comprimido acoplado.
Este, ao ser aberto, pressuriza o extintor, expelindo o pó quando o gatilho é acionado.

Método de operação
( Figs. 2.35, 2.36, 2.37 e 2.38)

Fig. 2.35 - Dirigir-se ao local do fogo e posicionar-se em segurança.

Fig. 2.36 - Abrir o registro do cilindro lateral.

Fig. 2.37 - Empunhar a mangueira e o gatilho.


Fig. 2.38 - Dirigir o jato para a base do fogo, com movimentos laterais.

3.8. EXTINTOR DE GÁS CARBÔNICO (CO2) (Fig. 2.39)

Fig. 2.39 - Extintor de gás carbônico.

CARACTERÍSTICAS
Capacidade 2, 4 e 6 Kg
...............................................................................................................................
Unidade extintora 6 Kg

_______________________________________________________
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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
...............................................................................................................................
Aplicação incêndios classes "B" e "C".
...............................................................................................................................
Alcance médio do jato 2,5 metros
...............................................................................................................................
Tempo de descarga 25 segundos
...............................................................................................................................
Funcionamento: O gás armazenado sob pressão e liberado quando acionado o gatilho.

Cuidados: Segurar pelo punho do difusor, quando da operação.

Método de operação
( Figs. 2.40, 2.41, 2.42 e 2.43)

Fig. 2.40 - Ao levantar o extintor, elevá-lo acima de obstáculos no chão.

Fig. 2.41 - Quebrar o lacre e retirar o pino de segurança.

Fig. 2.42 - Empunhar o gatilho e o difusor.

Fig. 2.43 - Movimento do difusor visto de cima.

3.9. EXTINTOR DE HALON (COMPOSTO HALOGENADO) (Fig. 2.44)

Fig. 2.44 - Extintor de halon.

CARACTERÍSTICAS
Capacidade 1, 2, 4 e 6 Kg
...............................................................................................................................
Unidade extintora 2 Kg
...............................................................................................................................
Aplicação incêndios classes "B" e "C".
...............................................................................................................................

_______________________________________________________
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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
Alcance médio do jato 3,5 metros
...............................................................................................................................
Tempo de descarga 15 segundos, para o extintor de 2 Kg.
...............................................................................................................................
Funcionamento: O gás sob pressão é liberado quando acionado o gatilho. O halon é
pressurizado pela ação de outro gás (expelente), geralmente nitrogênio.

Método de operação
( Figs. 2.45, 2.46, 2.47 e 2.48)

Fig. 2.45 - Levar o extintor e posicionar-se em segurança próximo ao fogo.

Fig. 2.46 - Retirar o lacre de segurança.

Fig. 2.47 - Acionar o gatilho.

Fig. 2.48 - Dirigir o jato para a base do fogo, com movimentos laterais.

4. EXTINTORES SOBRE RODAS (CARRETAS)

São aparelhos com maior quantidade de agente extintor, montados sobre rodas para
serem conduzidos com facilidade.
As carretas recebem o nome do agente extintor que transportam, como os extintores
portáteis.
Devido ao seu tamanho e a sua capacidade de carga, a operação destes aparelhos obriga o
emprego de pelo menos dois operadores.
As carretas podem ser:

• De água;
• De espuma mecânica;
• De espuma química;
• De pó químico seco;
• De gás carbônico.

_______________________________________________________
33
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO

4.1. CARRETA DE ÁGUA (Fig. 2.49)

Fig. 2.49 - Carreta de água.

CARACTERÍSTICAS
Capacidade 74 a 150 litros
...............................................................................................................................
Aplicação incêndio classe "A"
...............................................................................................................................
Alcance médio do jato 13 metros
...............................................................................................................................
Tempo de descarga para 75 litros 180 segundos
...............................................................................................................................
Funcionamento: Acoplado ao corpo da carreta há um cilindro de gás comprimido que,
quando aberto, pressuriza-a, expelindo a água após acionado o gatilho.

Método de operação
( Figs. 2.50, 2.51, 2.52 e 2.53)

Fig. 2.50 - Conduzir a carreta, equilibrando o peso sobre o eixo das rodas.

Fig. 2.51 - Retirar a mangueira do suporte.

Fig. 2.52 - Pressurizar a carreta, abrindo o registro do cilindro de gás.

Fig. 2.53 - Dirigir o jato para a base do fogo.

4.2. CARRETA DE ESPUMA MECÂNICA (Fig. 2.54)

Fig. 2.54 - Carreta de espuma mecânica.

CARACTERÍSTICAS

_______________________________________________________
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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
Capacidade 75 a 150 litros (mistura de água e
LGE)
...............................................................................................................................
Aplicação incêndios classes "A" e "B"
...............................................................................................................................
Alcance médio do jato 7,5 metros
...............................................................................................................................
Tempo de descarga para 75 litros 180 segundos
...............................................................................................................................
Funcionamento: Há um cilindro de gás comprimido acoplado ao corpo do extintor que,
sendo aberto, pressuriza-o, expelindo a mistura de água e LGE, quando acionado o
gatilho. No esguicho lançador é adicionado ar à pré mistura, ocorrendo batimento,
formando espuma.

Método de operação
(Figs. 2.55, 2.56, 2.57 e 2.58)

Fig. 2.55 - Conduzir a carreta observando o terreno para evitar acidentes.

Fig. 2.56 - Retirar a mangueira do suporte.

Fig. 2.57 - Pressurizar a carreta, abrindo o registro do cilindro de gás.

Fig. 2.58 - Lançar a espuma contra anteparo.

4.3. CARRETA DE ESPUMA QUÍMICA(Fig. 2.59)

CARACTERÍSTICAS
Capacidade 75 a 150 litros (total dos reagentes)
...............................................................................................................................
Aplicação incêndios classes "A" e "B"
...............................................................................................................................

_______________________________________________________
35
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
Alcance médio do jato 13 metros
...............................................................................................................................
Tempo de descarga para 75 litros 120 segundos
...............................................................................................................................
Funcionamento: Com o tombamento do aparelho e a abertura do registro a solução dos
reagentes (sulfato de alumínio e bicarbonato de sódio) entram em contato e reagem
formando a espuma química. Depois de iniciado o funcionamento, não é possível
interromper a descarga.

Método de operação
(Figs. 2.60, 2.61, 2.62 e 2.63)

Fig. 2.60 - Conduzir a carreta com cuidado.

Fig. 2.61 - Retirar a mangueira do suporte.

Fig. 2.62 - Inclinar o aparelho até o chão e abrir o registro da câmara interna.

Fig. 2.63 - Lançar a espuma contra o anteparo.

4.4. CARRETA DE PÓ QUÍMICO SECO (Fig. 2.64)

Fig. 2.64 - Carreta de pó químico seco.

CARACTERÍSTICAS
Capacidade 20 Kg a 100 Kg
...............................................................................................................................
Aplicação incêndios classes "B" e "C". Classe
"D", utilizando PQS especial.
...............................................................................................................................
Tempo de descarga para 20 Kg 120 segundos
...............................................................................................................................
Funcionamento: Junto ao corpo do extintor há um cilindro de gás comprimido que, ao

_______________________________________________________
36
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
ser aberto, pressuriza-o expelindo o pó quando o gatilho é acionado.

Método de operação
( Figs.2.65, 2.66, 2.67 e 2.68)
Fig. 2.65 - Transportar a carreta em segurança.

Fig. 2.66 - Retirar a mangueira do suporte.

Fig. 2.67 - Pressurizar a carreta.

Fig. 2.68 - Dirigir o jato para a base do fogo.

4.5. CARRETA DE GÁS CARBÔNICO (Fig. 2.69)

Fig. 2.69 - Carreta de gás carbônico.

CARACTERÍSTICAS
Capacidade 25 Kg a 50 Kg
...............................................................................................................................
Aplicação incêndios classes "B" e "C".
...............................................................................................................................
Alcance médio do jato 3 metros
...............................................................................................................................
Tempo de descarga para 30 Kg 60 segundos
...............................................................................................................................
Funcionamento: O gás carbônico, sob pressão é liberado quando acionado o gatilho.

Método de operação
( Figs. 2.70, 2.71, 2.72 e 2.73)

Fig. 2.70 - Levar a carreta próximo ao fogo e posicionar-se em segurança.

_______________________________________________________
37
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
Fig. 2.71 - Retirar a mangueira do suporte.

Fig. 2.72 - Abrir o registro da carreta.

Fig. 2.73 - Movimentação do difusor visto de cima.

5. EXTINTORES OBSOLETOS

Os extintores de soda - ácido, carga líquida e espuma química, apesar de ainda


encontrados, não mais são fabricados por causa das seguintes desvantagens:

• Após iniciada, a descarga do extintor não pode ser interrompida.

• O agente é corrosivo.

• Esses extintores são potencialmente perigosos para o operador durante o uso. Se a descarga
do jato for bloqueada, a pressão interna do cilindro poderá exceder 20 Kg/cm² (300 lb/pol²)
e, eventualmente, explodir, causando sérias lesões ou morte ao operador.

O extintor manual de água tipo cisterna, em virtude da dificuldade de operação e da


existência de extintores mais eficientes caiu em desuso.

6. MANUTENÇÃO E INSPEÇÃO

A manutenção começa com o exame periódico e completo dos extintores e termina com a
correção dos problemas encontrados, visando um funcionamento seguro e eficiente. É realizada
através de inspeções, onde são verificados: localização, acesso, visibilidade, rótulo de
identificação, lacre e selo da ABNT, peso, danos físicos, obstrução no bico ou na mangueira,
peças soltas ou quebradas e pressão nos manômetros.

INSPEÇÕES

_______________________________________________________
38
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
Semanais: Verificar acesso, visibilidade e sinalização.

Mensais: Verificar se o bico ou a mangueira estão obstruídos. Observar a pressão do


manômetro (se houver), o lacre e o pino de segurança.

Semestrais: Verificar o peso do extintor de CO2 e do cilindro de gás comprimido,


quando houver. Se o peso do extintor estiver abaixo de 90% do especificado, recarregar.

Anuais: Verificar se não há dano físico no extintor, avaria no pino de segurança e no


lacre. Recarregar o extintor.

Quinqüenais: Fazer o teste hidrostático , que é a prova a que se submete o extintor a


cada 5 anos ou toda vez que o aparelho sofrer acidentes, tais como: batidas, exposição a
temperaturas altas, ataques químicos ou corrosão. Deve ser efetuado por pessoal habilitado e
com uma pressão de 2,5 vezes a pressão de trabalho, isto é, se a pressão de trabalho é de 14
Kgf/cm², a pressão de prova será de 35 Kgf/cm². Este teste é precedido por uma minuciosa
observação do aparelho, para verificar a existência de danos físicos.

7. QUADRO RESUMO DE EXTINTORES

Incêndio Agente Extintor

Água PQS CO2 Halon Espuma


Espuma
Química Mecânica

Classe "A" pouco pouco pouco pouco pouco


eficiente eficiente eficiente eficiente
eficiente eficiente

Classe "B" Não eficiente eficiente eficiente


eficiente eficiente

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
Classe "C" Não eficiente* eficiente eficiente Não
Não

Classe "D" Não PQS** Não Não Não Não


especial

Unidade
Extintora 10 litros 4Kg 6Kg 2Kg*** 10 litros
9 litros

Alcance
médio do jato10m 5m 2,5m 3,5m 7,5m 5m

Tempo de
Descarga 60seg 15seg 25seg 15seg 60seg 60seg

Método de
Extinção Resfriamento Quebra da Abafamento Químico Abafamento
Abafamento
reação em (resfriamento) (abafamento) (resfriamento)
(resfria-
cadeia mento)
(abafamento)

Observações: *Em equipamentos cujos componentes são sensíveis, o uso de PQS não é
indicado.
**Para incêndio classe "D", usar somente PQS especial.
***Unidade extintora especificada pelo CB.

Capítulo 3

CABOS, VOLTAS E NÓS

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
OBJETIVOS

Capacitar o profissional na área de segurança para o correta manuseio e trabalho com


cabos, voltas e nós, dentro dos padrões e técnicas empregados mundialmente.

Identificar o nó adequado para o emprego específico a cada necessidade.

Executar vários tipos de nós básicos, essenciais ao serviço de bombeiros.

Demonstrar conhecimento na aplicação dos nós apropriados, para içamento ou descida


de equipamentos e materiais destinados ao serviço de bombeiros, em condições de segurança.

Manter os cabos em condições de pronto emprego através de sua inspeção e adequado


acondicionamento.

1. INTRODUÇÃO

Este capítulo tem por finalidade colaborar com a formação ou reciclagem de


profissionais da área de segurança através da visualização de algumas aplicações práticas de
cabos, voltas e nós, as quais são simples, úteis e extremamente necessárias em situações de
emergência.
O conteúdo deste capítulo inicia um estudo, não tendo a pretensão de esgotar o assunto.
O segredo para se obter habilidades com cabos, voltas e nós é a prática. Para aprimoramento
profissional, portanto, faz-se necessário um treinamento constante.

2. GLOSSÁRIO DE TERMOS TÉCNICOS

Com o objetivo de facilitar o entendimento deste capítulo, segue um glossário dos


principais termos técnicos utilizados no manuseio com cabos.

• Aduchar - trata-se do acondicionamento de um cabo, visando seu pronto emprego.


• Bitola - diâmetro nominal apresentado por um cabo, expresso em milímetros ou polegadas.
• Cabo - conjunto de cordões produzidos com fibras naturais ou sintéticas, torcidos ou
trançados entre si.

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41
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
• Cabo Guia - cabo utilizado para direcionar os içamentos ou decidas de vítimas, objetos ou
equipamentos.
• Carga de Ruptura - exprime a tensão mínima necessária para romper-se em cabo.
• Carga de Segurança de Trabalho - corresponde a 20% da carga de ruptura. É o esforço a
que um cabo poderá ser submetido, considerando-se o coeficiente de segurança 5. Carga
máxima a que se deve submeter um cabo.
• Cabo de Sustentação - cabo principal onde se realiza um trabalho.
• Coçado - cabo ferido, puído em conseqüência de atrito.
• Laçada - forma pela qual se prende temporariamente um cabo, podendo ser desfeita
facilmente.
• Nó - entrelaçamento das partes de um ou mais cabos, formando uma massa uniforme.
• Peso - relação entre a quantidade de quilos (Kg) por metro (m) de um cabo.
• Tesar - esticar um cabo; ato de aplicar tensão ao cabo.

3. PARTES DE UM CABO

Para facilitar a manipulação de um cabo, faz-se necessário identificar suas principais


partes: (Fig. 3.1)
Fig. 3.1 - Identificação das partes de um cabo.

Alça - é uma volta ou curva em forma de "U" realizada em um cabo.


Cabo - conjunto de cordões produzidos com fibras naturais ou sintéticas, torcidos ou
trançados entre si.
Chicote - extremos livres de um cabo, nos quais normalmente se realiza uma falcaça.
Falcaça - arremate realizado no extremo de um cabo, para que o mesmo não desacoche.
É a união dos cordões dos chicotes do cabo por meio de um fio, a fim de evitar o seu
distorcimento. Nos cabos de fibra sintética pode ser feita queimando-se as extremidades dos
chicotes.
Seio (ou Anel) - volta em que as partes de um mesmo cabo se cruzam.
Vivo (ou Firme)é a parte localizada entre o chicote e a extremidade fixa do cabo.

4. CONSTITUIÇÃO DOS CABOS

Considerando que todos os equipamentos dos serviços da Sprinklers, trabalham próximos


ao limite máximo de sua capacidade, é necessário que cada um possa conhecer algumas

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42
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
características técnicas do material, materiais constitutivos, tipos de cabos, etc.

4.1. Cabos de Fibra de Origem Natural

Da natureza é possível extrair fibras destinadas à fabricação de cabos. Ao conjunto de


fibras dá-se o nome de fios, os quais por sua vez formam os cordões e por fim os cabos
propriamente ditos.
As fibras de origem natural mais utilizadas na fabricação de cabos são: manilha, sisal,
juta, algodão e cânhamo. (Fig. 3.2)
Fig. 3.2 - Cabos de fibra natural.

Geralmente os cabos de fibra natural levam o nome da planta da qual a fibra foi obtida.
Com o objetivo de aumentar a durabilidade do cabo, preservando-o contra o calor e a umidade,
os mesmos são impregnados com óleo durante sua manufatura, o que lhes confere um aumento
de 10% no peso.

4.2. Cabos de Fibra de Origem Sintética

Com matérias plásticas fabricadas pelo homem, e que possam ser esticadas em forma de
fios, produzem-se cabos de excelente qualidade. As fibras sintéticas mais utilizadas na
confecção de cabos são os polímeros derivados de petróleo, como por exemplo o poliéster, a
poliamida, o polietileno e o polipropileno. (Fig. 3.3)
Fig. 3.3 - Cabo de fibra sintética.

Os cabos de fibra sintética, quando comparados aos cabos de fibra natural de mesmo
diâmetro, apresentam maior resistência, maior elasticidade e duram mais.

4.3. Tipos de Cabos

Os cabos são designados de acordo com a combinação de seus elementos constitutivos.


Basicamente são divididos em torcidos e trançados.
• Os cabos torcidos, normalmente não apresentam elasticidade, sendo portanto considerados
estáticos. (Fig.3.4)
Fig. 3.4 - Cabo torcido.

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43
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
• Os cabos trançados, por apresentarem coeficiente variável de elasticidade, são, na maioria
das vezes, dinâmicos. (Fig. 3.5)
Fig. 3.5 - Cabo trançado.

5. PRINCIPAIS NÓS, VOLTAS E LAÇADAS

5.1. Meia Volta

Sua principal função é servir como base ou parte de outros nós. Pode aparecer
espontaneamente, caso o cabo seja mal acondicionado. Neste caso, convém desfazê-la de
imediato, pois, depois de apertada, é difícil de ser desfeita. (Figs. 3.6 e 3.7)

Fig. 3.6 - O chicote cruza sobre o cabo...


Fig. 3.7 - ...passando por dentro do anel.

5.2. Nó Direito

Método empregado para unir dois cabos de mesmo diâmetro pelo chicote. Desfaz-se por
si mesmo se os cabos apresentarem diâmetros diferentes. Para sua realização, entrelaçam-se os
chicotes dos cabos a serem emendados e, ato contínuo, entrelaçam-se os chicotes novamente, de
forma que os mesmos saiam em sentidos opostos, perfazendo um nó perfeitamente simétrico.
(Figs. 3.8, 3.9 e 3.10)

Fig. 3.8 - Entrelaçam-se os chicotes...


Fig. 3.9 - ...enrolam-se novamente em sentido oposto e tem-se...
Fig. 3.10 - ...o nó direito.

5.3. Escota Singelo e Duplo

É utilizado para unir dois cabos de diâmetros diferentes pelos chicotes. Conforme pode-
se observar nas figuras 3.11, 3.12, 3.13, faz-se uma alça com o cabo de maior diâmetro.

Fig. 3.11

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44
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
Fig. 3.12
Fig. 3.13

Em seguida, com o cabo de menor diâmetro, envolve-se a alça formada anteriormente,


travando-se por baixo dele mesmo. O que difere o nó da escota singelo do duplo é o maior nível
de segurança apresentado pelo segundo. (Figs. 3.14-A e 3.14-B)

Fig. 3.14-A
Fig. 3.14-B

5.4. Volta do Fiel

São dois cortes dados um contra o outro, de modo que o chicote e o vivo saiam por entre
eles, em sentido contrário. Trata-se de um nó de fixação ou ancoragem, de fácil confecção e alta
confiabilidade. De acordo com a situação específica, pode-se ter a necessidade de realizá-lo pelo
seio ou pelo chicote.

Volta do Fiel pelo Seio (Figs. 3.15 à 3.19)

Fig. 3.15
Fig. 3.16
Fig. 3.17
Fig. 3.18
Fig. 3.19

Volta do Fiel pelo Chicote (Figs. 3.20 à 3.22)

Fig. 3.20
Fig. 3.21
Fig. 3.22

5.5. Lais de Guia

Nó utilizado para formar uma alça fixa e que, portanto, não corre como um laço. Após

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45
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
predeterminar o tamanho da alça, faz-se um seio no cabo. Entra-se com o chicote por dentro do
seio formado anteriormente em situação contrária à passagem do chicote pelo seio (se o seio
tiver o chicote por cima, entra-se por baixo; se o seio formado tiver o chicote saindo por baixo,
entra-se por cima). Feito isso, dá-se uma volta por trás do vivo do cabo, entrando-se novamente
no seio formado e ajustando-se o nó. (Figs. 3.23 a 3.25)

Fig. 3.23
Fig. 3.24
Fig. 3.25

5.6. Catau Duplicador de Força

O catau duplicador de força, também conhecido como "carioca" ou "nó de


caminhoneiro", permite duplicar a força e apertar suficientemente qualquer cabo de amarração
ou outro objeto que se queira firmar. É formado por uma alça no vivo do cabo e um seio no
chicote, conforme mostram as figuras 3.26 à 3.31.

Fig. 3.26
Fig. 3.27
Fig. 3.28
Fig. 3.29
Fig. 3.30
Fig. 3.31

6. APLICAÇÕES PRÁTICAS

O içamento (ou mesmo a descida) de materiais e equipamentos dos serviços de


bombeiros pode ser realizado com a utilização de cabos e aplicação de voltas e nós básicos.
Estes nós e voltas são empregados na fixação de praticamente todos os materiais e equipamentos
utilizados nos serviços prestados pela Sprinklers.
A seguir, apresentam-se algumas das aplicações práticas consagradas internacionalmente.

6.1. Içamento de Croque

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46
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
Deve-se realizar uma volta do fiel no croque e, partindo para a extremidade metálica,
fazer cotes em torno do equipamento. (Figs. 3.32 e 3.33)

Fig. 3.32
Fig. 3.33

6.2. Içamento de Machado

Fixa-se o corpo do machado com uma volta do fiel e, em seguida, dá-se um cote na
extremidade do cabo do equipamento. (Fig. 3.34)

Fig. 3.34

6.3. Içamento de Escada Simples ou de Gancho

Realiza-se um lais de guia com uma alça suficientemente grande para envolver os banzos
da escada. Coloca-se a alça formada entre o 3º e 4º degraus da escada, lançando-a conforme
demonstrado nas figuras 3.35 à 3.39.

Fig. 3.35
Fig. 3.36
Fig. 3.37
Fig. 3.38
Fig. 3.39

6.4. Içamento de Mangueira Despressurizada

Dobra-se a mangueira conforme demonstrado nas figuras 3.40 e 3.41.

Fig. 3.40
Fig. 3.41

Faz-se uma volta do fiel envolvendo a mangueira e o corpo do esguicho. Finaliza-se a


fixação com um cote próximo ao ponto de dobra.

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47
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
6.5. Içamento de Mangueira Pressurizada

Faz-se uma volta do fiel envolvendo a mangueira pressurizada antes da conexão com o
esguicho. Finaliza-se a fixação com um cote na extremidade do esguicho. (Fig. 3.42)

Fig. 3.42

6.6. Içamento de Extintores Portáteis

Aplica-se uma volta do fiel, envolvendo-se o corpo do extintor, e finaliza-se com um cote
junto à válvula do mesmo. (Fig. 3.43)

Fig. 3.43

6.7. Içamento de Exaustores e Motogeradores

Deve-se realizar a fixação de exaustores e/ou de motogeradores utilizando-se de um lais


de guia ou de uma volta do fiel, conforme o caso. Convém o emprego de um cabo guia para
direcionamento do equipamento içado, utilizando-se dos mesmos nós. (Figs. 3.44 e 3.45)
Fig. 3.44
Fig. 3.45

7. ACONDICIONAMENTO DE CABOS

O acondicionamento de cabos poderá ocorrer de várias formas e, dentre elas, podemos


citar o aduchamento em voltas completas e paralelas e o acondicionamento em bolsas.
No primeiro caso, deve-se realizar voltas com o comportamento de uma abertura de
braços ou de um gabarito fixo, de forma que todas as voltas possuam o mesmo tamanho. Em
um dos chicotes faz-se uma alça e, com o outro chicote, ao término do acondicionamento,
fazem-se voltas em torno da massa do cabo, conforme demonstrado nas figuras 3.48 à 3.52.

Fig. 3.46
Fig. 3.47

_______________________________________________________
48
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
Fig. 3.48
Fig. 3.49
Fig. 3.50
Fig. 3.51
Fig. 3.52

Uma outra maneira de se acondicionar cabos é em sacolas de lona (ou bolsas). Este
método apresenta-se extremamente prático, tanto no momento de acondicionamento, como
também durante o seu emprego. O único inconveniente deste método é o fato de inexistir
circulação de ar no interior de sacolas de lona. Caso o cabo se molhe, e permaneça
acondicionado na sacola, será rapidamente danificado.
Por outro lado, este método assegura que o cabo permanecerá livre de cocas e outras
torções, as quais prejudicam o desenvolvimento das atividades dos Brigadistas de Incêndio, e
que será sacado de maneira ordenada, devendo, para tanto, ter um de seus chicotes fixado no
fundo da bolsa.
As dimensões da bolsa devem ser compatíveis com o volume dos cabos a serem
acondicionados. (Fig. 3.53).
Fig. 3.53

8. CARGA DE RUPTURA (CR) E CARGA DE SEGURANÇA DE TRABALHO (CST)

A fim de desenvolver com segurança os trabalhos da Sprinklers, é necessário saber que


todo cabo possui uma Carga de Ruptura (CR), que depende da qualidade da matéria-prima
utilizada em sua fabricação.
A Carga de Ruptura é dimensionada em conformidade com a tensão a que pode ser
submetido um cabo. No entanto, para o seu pronto emprego, faz-se necessária a utilização de
voltas e nós, os quais modificam o vetor de força e, por conseguinte, a resistência do cabo. Com
o objetivo de suprir eventuais deficiências em virtude dos nós e voltas empregadas, faz-se uso do
fator "5" para definição da Carga de Segurança de Trabalho, ou seja, a Carga de Segurança de
Trabalho é igual a 1/5 (20%) da Carga de Ruptura de um cabo. Por exemplo, um cabo cuja CR
é igual a 3.000Kgf deve ser utilizado para tensões não superiores a 600 Kgf.
A tabela 3.1 apresenta dados comparativos da Carga de Ruptura de cabos com um mesmo
diâmetro e com resistências distintas, em razão da matéria-prima utilizada.
As voltas e nós realizados em um cabo reduzem sensivelmente a sua resistência.

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49
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
Nenhum nó, volta ou laçada, pode ser tão resistente quando o próprio cabo, pois no vivo do cabo
o esforço é distribuído uniformemente pelos cordões e, no ponto da amarração, há dobras, mais
ou menos acentuadas, e distorções que ocasionam sobrecargas de esforço.

DIÂMETRO CIRCUNFERÊNC SISAL NYLON


NOMINAL IA
(pol)
(pol)
Peso por Peso por
Carga de Carga de
metro metro
ruptura ruptura
(Kg) (Kg)
(Kgf) (Kgf)

1/4 3/4 0.030 0.024


280 750
3/8 1 1/8 0.660 0.065
580 2.080
1/2 1 1/2 0.100 0.100
1.100 3.000
3/4 2 1/4 0.260 0.210
2.100 6.700
1 3 0.410 0.390
3.950 11.500

Tabela 3.1 - Comparação da Carga de Ruptura de cabos de mesmo diâmetro e feitos com
matéria-prima distinta.
A resistência aproximada de alguns tipos de amarrações em relação à porcentagem da
resistência do próprio cabo, é dada na tabela 3.2. As porcentagens foram obtidas de experiências
feitas com cabos novos.
Cabe salientar que os valores adotados para estas situações não são somados quando
determinada Carga de Segurança de Trabalho (CST). Adota-se, sempre, somente o maior
esforço na redução para determinação da CST.

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50
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
VOLTA OU NÓ RESISTÊNCIA
Meia Volta 45%
Nó Direito 45%
Nó de Escota 55%
Volta do Fiel 60%
Lais de Guia 60%

Tabela 3.2 - Resistência dos diferentes tipos de amarrações, em comparação com a


resistência do próprio cabo.

9. INSPEÇÃO DE CABOS

A fim de manter um cabo em condições de uso, faz-se necessário que os cabos sejam
criteriosamente inspecionados antes, durante e após sua utilização, mesmo porque de sua
integridade vai depender a segurança dos envolvidos (agentes e vítimas) e o sucesso ou
insucesso da missão.
A inspeção deve ser levada a efeito como se fosse uma leitura em toda a extensão do
cabo, objetivando verificar a presença de cortes, abrasões, nódoas e quaisquer outras
irregularidades.
Cabos não aprovados durante as inspeções devem ser inutilizados, pois o seu
aproveitamento poderia vir a colocar em risco a integridade física da equipe de salvamento e
também de outros envolvidos.
Ao se examinar o aspecto externo de um cabo, deve-se observar a existência de sortes,
fibras rompidas, ataque por produtos químicos, decomposição, desgaste anormal, etc.
Ao se realizar um exame interno do cabo, deve-se atentar para rompimento de cordões,
decomposição de fibras, nódoas, ação de fungos (bolor), etc.

10. CUIDADOS COM OS CABOS

Para prolongar a vida útil de um cabo, e empregá-lo em condições de segurança, deve-se


seguir algumas regras básicas:

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51
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
• Não friccionar o cabo contra arestas vivas e superfícies abrasivas.
• Não submeter o cabo a tensões desnecessárias.
• Evitar o contato do cabo com areia, terra, graxas e óleos.
• Evitar arrastar o cabo sobre superfícies ásperas.
• Não ultrapassar a Carga de Segurança de Trabalho durante o tensionamento do cabo.
• Lavar o cabo após o uso, em caso de necessidade.
• Não guardar cabos úmidos. Caso necessário, secá-los na sombra, em local arejado.

Seria interessante que cada cabo possuísse uma ficha, onde deveriam ser lançadas as
descrições de todas as atividades que com ele foram praticadas, para que, após determinado
período, fosse descarregado, evitando, desta maneira, a ocorrência de eventuais acidentes.
Os cabos de fibra natural são susceptíveis à ação de microorganismos, umidade e a outros
fatores que acabam por deteriorá-los.
Os cabos de fibra sintética não são tão susceptíveis às ações acima mencionadas. No
entanto, também apresentam limitações, como, por exemplo, a não resistência a contato direto
com produtos químicos.

Capítulo 4

ENTRADAS FORÇADAS

OBJETIVOS

Identificar e conhecer o uso de ferramentas manuais.

Conhecer os métodos de operação de cada ferramenta e equipamento de entradas


forçadas.

Conhecer os métodos de execução de entradas forçadas, objetivando o uso mais eficaz


das ferramentas e causando o mínimo de danos possível.

1. INTRODUÇÃO

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52
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO

Entrada forçada é o ato de adentrar em um recinto fechado utilizando-se de meios não


convencionais. Deve-se tentar causar o menor dano possível, evitando ao máximo o
arrombamento.
Existem diferentes métodos de entradas forçadas que podem der utilizados para se
retirar um único obstáculo. Cabe ao bombeiro optar por aquele que causará menor dano e for
mais rápido.
Entende-se por obstáculo toda obstrução que impede a passagem do profissional.
Lembrar: O MELHOR MÉTODO DE ENTRADA NEM SEMPRE ESTÁ À MOSTRA. O
PROFISSIONAL DEVE PROCURÁ-LO.

2. FECHADURA

Consiste de uma lingüeta dentro de uma caixa de metal, que é encaixada no batente da
porta. Neste, há um rebaixo onde a porta encosta. (Fig. 4.1)
Fig. 4.1 - Esquema da fechadura de porta.

2.1. Fechadura do Tipo Tambor Não Cilíndrico Saliente

Caso a fechadura seja tipo tambor não cilíndrico e esteja saliente, deve-se usar um
martelo e, com batidas sucessivas, forçá-lo a entrar, empurrando-o. A seguir, introduzindo-se
uma chave de fenda no vazio deixado pelo tambor, força-se a lingüeta para dentro da caixa da
fechadura. (Figs. 4.2-A, 4.2-B e 4.2-C)
Fig. 4.2-A - Bater com martelo no tambor não cilíndrico.
Fig. 4.2-B - Deslocar o tambor com uma ponteira ou punção, se necessário.
Fig. 4.2-C - Retirar o tambor totalmente. Em seguida, forçar a lingüeta da fechadura
com uma chave de fenda.

2.2. Fechadura do Tipo Tambor Cilíndrico Saliente

Usa-se uma chave de grifo ou alicate de pressão para girar o cilindro, quebrando, desta
forma, o parafuso de fixação do tambor e soltando o cilindro, e força-se a lingüeta para dentro
da fechadura. (Figs. 4.3-A e 4.3-B)
Fig. 4.3-A - Girar tambor com chave de grifo ou alicate de pressão.

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53
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
Fig. 4.3-B - Continuar girando até soltar o tambor, repetindo o procedimento de uso da
chave de fenda, empurrando a lingüeta para dentro da caixa da fechadura.

2.3. Fechadura do Tipo Tambor Rente

Se o tambor não estiver saliente, coloca-se um punção no meio do tambor e, batendo com
um martelo, empurra-se o punção para que saia do lado interno. Com uma chave de fenda
introduzida no vazio deixado pelo tambor, força-se a lingüeta para dentro da fechadura. Usa-se
este processo para qualquer formato de tambor. (Figs. 4.4-A e 4.4-B)
Fig. 4.4-A - Bater com um punção o tambor de fechadura rente à porta.
Fig. 4.4-B - Soltar o tambor rente com um punção. Em seguida, forçar a lingüeta para
dentro da fechadura.

2.4. Fechadura Embutida

Se a fechadura estiver na maçaneta, utiliza-se uma alavanca pé-de-cabra, encaixando-a


entre a porta e a maçaneta, forçando-a . A partir daí, surgem duas situações:

• O tambor sai com a maçaneta - neste caso, utilizando-se a chave de fenda, procede-se como
já descrito;
• O tambor permanece e a maçaneta sai - caso típico de "tambor saliente". (Fig. 4.5)
Fig. 4.5 - Utilizar pé-de-cabra para retirar fechadura embutida na maçaneta.

2.5. Cadeados e Correntes

Cadeados e correntes podem ser cortados com o emprego do corta a frio, ou cunha
hidráulica de corte, tipo Lukas. (Figs. 4.6-A e 4.6-B)
Fig. 4.6-A - Mecanismo interno de funcionamento do cadeado.
Fig. 4.6-B - Cortar cadeado com corta frio.

3. PORTAS

Antes de forçar qualquer porta, o profissional deve sentir o calor usando o tato (mãos).
As portas podem estar aquecidas a grandes temperaturas, o que deve exigir todo cuidado para

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
sua abertura, porque será possível encontrar situações em que pode ocorrer até mesmo uma
explosão (backdraft) devido às condições extremas do ambiente.
O profissional encarregado de abrir a porta deve conhecer várias condições, para não
incorrer no erro de uma abertura perigosa, tanto para o pessoal como para o controle do
incêndio. 9Figs. 4.7-A e 4.7-B)
Fig. 4.7-A - Antes de fazer uma abertura, observar as condições do ambiente...
Fig. 4.7-B - ... para não provocar uma explosão ambiental!

O primeiro cuidado com portas aquecidas é abri-las parcialmente, observando as


condições do ambiente: lufadas de fumaça escura, pequenos focos com labaredas baixas e
intenso calor não indicativos de possível explosão ambiental. Neste caso, cientificar
prontamente o chefe imediato. Em incêndio em locais confinados, toda a abertura,
principalmente de portas, deve ser feita com esse cuidado.

3.1. Portas Comuns

Podem ser com painéis de vidro, de sarrafos, maciças, ocas ou mistas. (Figs. 4.8-A, 4.8-
B, 4.8-C e 4.8-D)
Fig. 4.8-A - Geralmente, as portas são de madeira.
Fig. 4.8-B - Estabelecimentos comerciais são guarnecidos por portas de aço.
Fig. 4.8-C - A maioria dos edifícios tem uma porta de vidro na entrada.
Fig. 4.8-D - Portas de garagem são resistentes e pesadas.

As dobradiças e os batentes devem ser verificados para determinar o sentido da abertura,


que não pode ser para dentro ou para fora do ambiente.

Abertura para dentro do ambiente

Sabe-se que uma porta abre para dentro do ambiente pelo fato de não se ver suas
dobradiças, embora a parte conhecida como batedeira (parte do batente onde a porta encosta)
fique à mostra. Para verificar se existem trincos, deve-se forçar a porta de cima até embaixo, do
lado da fechadura. A porta apresentará resistência nos pontos em que se encontra presa ou
batente, ou seja, onde há trincos. (Figs. 4.9-A e 4.9-B)
Fig. 4.9-A - Para verificar a existência de trincos, forçar a porta acima e ...
Fig. 4.9-B - ...abaixo da fechadura.

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO

A ponta de uma alavanca é colocada entre o batente e a porta, imediatamente acima ou


abaixo da fechadura. Para se colocar a ponta da alavanca neste local, usa-se a machadinha para
lascar a batedeira e expor o encontro da porta com o rebaixo do batente. Isto feito, força-se a
outra extremidade da alavanca na direção da parede, afastando-a do batente. Nesta fresta,
insere-se outra alavanca, forçando-a na direção da porta até abri-la. Repetir a operação para os
demais trincos, se houver. (Fig. 4.10)
Fig. 4.10 - Uma alavanca força a porta na direção do batente e a outra força a porta para
dentro.

No caso de não existir batedeira (encosto), o encontro da porta com o batente estará à
mostra, bastando a utilização das alavancas para abrir a porta.

Abertura para fora do ambiente

O mais comum é que as dobradiças estejam à mostra. Neste caso, ao se retirarem os


pinos com a lâmina do machado, martelo e formão, a porta, ou janela, se soltará. Em seguida
usam-se duas alavancas juntas e, alternando movimentos com elas, afasta-se a porta do batente,
retirando-a . (Fig. 4.11)
Fig. 4.11 - Com a lâmina do machado, pode-se extrair pinos das dobradiças.

Não estando as dobradiças à mostra, usa-se alavanca encaixada imediatamente acima ou


abaixo da fechadura, forçando-se a ponta desta na direção da parede, até o desencaixe da
lingüeta. Repetir a operação para os demais trincos, se houver. (Fig. 4.12)
Fig. 4.12 - Lâmina de machado entre a porta e o batente, forçando a abertura, como uma
alavanca.

Portas duplas

São portas com duas folhas, geralmente uma delas fixada ao piso, na travessa do batente
ou em ambos, e a outra é amparada por ela.
Para abri-las, utiliza-se o mesmo processo usado em porta de uma folha, com a ressalva
de que, nas portas duplas, a alavanca será encaixada entre as duas folhas. (Fig. 4.13)
Fig. 4.13 - Alavanca entre as folhas de uma porta dupla.

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
3.2. Portas de enrolar

São feitas de metal e são abertas empurrando-as de baixo para cima. Estas portas
geralmente têm dois tipos de trava: uma junto ao chão e outra nas laterais.
A trava junto ao chão pode ser eliminada de diferentes maneiras:
• Se for um cadeado que prende a porta à argola fixada ao chão e se ela estiver à mostra, será
cortada com o corta a frio.
• Se for uma trava tipo cilindro que prende a porta à argola e se estiver à mostra, bate-se com
um malho no lado oposto da entrada da chave na fechadura o que deslocará o cilindro,
destravando a porta.
• Se for um cadeado ou uma chave tipo cilindro que não está à mostra, libera-se a porta das
travas laterais e coloca-se uma alavanca grande, ou a cunha hidráulica, entre a porta e o piso,
próximo à fechadura. Força-se a porta para cima, o que fará com que a argola desprenda-se
do chão.
• Se houver dificuldade no desenvolvimento dos métodos anteriores, pode-se cortar a porta em
volta da trava com o moto abrasivo ou com o martelete pneumático. Após a abertura da
porta, retirar o pedaço que ficou no chão, para evitar acidentes. (Figs. 4.14-A e 4.14-B)
Fig. 4.14-A - Portas de aço podem ser abertas com malho...
Fig. 4.14-B - ... ou com um moto abrasivo.

• Existindo hastes horizontais, cortam-se suas pontas com o moto abrasivo, o mais próximo
dos trilhos quanto for possível. O profissional saberá onde estão as hastes, tomando por base
uma linha horizontal que parte da fechadura até o trilho. (Fig. 4.15)
Fig. 4.15 - Porta de aço vista de dentro do ambiente.

3.3. Portas de Placa que Abrem sobre a Cabeça (BASCULANTE)

São constituídas de uma única placa com eixos horizontais nas suas laterais, que
possibilitam sua abertura em movimento circular para cima. Seu sistema de fechamento é na
parte inferior, junto ao solo, podendo haver travas nas laterais e até mesmo na parte superior,
dependendo da exigência do usuário. Para sua abertura, são utilizados os mesmos métodos
empregados na abertura das portas de enrolar, tomando-se o cuidado de forçar a porta no seu
sentido de abertura.
Todas as portas que abrem sobre a cabeça devem ser escoradas, após abertas. (Fig. 4.16)
Fig. 4.16 - Após abrir porta de garagem, deve-se mantê-la aberta com escora.

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO

3.4. Portas Corta-Fogo

São portas que projetam a edificação contra a propagação do fogo.


Quanto à forma de deslocamento, podem ser verticais ou convencionais (abertura
circular). As portas de deslocamento vertical e horizontal permanecem abertas, fechando-se
automaticamente quando o calor atua no seu mecanismo de fechamento.
Estes tipos de portas não necessitam ser forçadas, pois abrem-se naturalmente com o
esforço no sentido de seu deslocamento.
As portas corta-fogo convencionais são dotadas de dobradiças e lingüeta e, em certas
circunstâncias, abrem para o exterior da edificação. Nestes casos, possuem maçaneta apenas do
lado interno.

• Se a dobradiça estiver à mostra, deve-se retirar o pino da mesma com uma talhadeira e
martelo, ou cortar a parte da dobradiça com o moto-abrasivo, e retirar a porta, tomando
cuidado para que não caia sobre o profissional. (Fig. 4.17)
Fig. 4.17 - Cortar as dobradiças da porta corta-fogo com o moto-abrasivo.

• Se a porta for de uma folha, a lingüeta poderá estar à mostra. Neste caso, pode-se forçá-la
para fora com uma alavanca colocada entre a porta e o batente, imediatamente acima ou
abaixo da fechadura, fazendo a lingüeta soltar do seu encaixe, ou ainda, com o moto-
abrasivo, cortar a lingüeta da fechadura. (Fig. 4.18)
Fig. 4.18 - Se as dobradiças da porta corta-fogo não estiverem à mostra, usar uma
alavanca.

• Se a porta for de duas folhas ou a lingüeta estiver escondida pela batedeira, pode-se com
moto-abrasivo, cortar partes desta betedeira, e, logo após, a lingüeta. (Fig. 4.19)
Fig. 4.19 - Para abrir portas corta-fogo de duas folhas, usar moto-abrasivo.

3.5. Portas Metálicas

Portas metálicas de fechamento circular (convencional)

As portas de uma folha que abrem para fora do ambiente são tratadas de forma idêntica

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
às portas corta-fogo. Quando abrem para dentro do ambiente têm à mostra a batedeira metálica
que deve ser cortada com o moto-abrasivo, bem como a lingüeta que aparece. (Fig. 4.20)
Fig. 4.20 - Cortar a betedeira e a lingüeta da porta metálica para abri-la.

As portas de duas folhas, podem abrir para dentro ou para fora do ambiente, sendo uma
destas folhas fixadas no piso e na travessa do batente e a outra amparada por esta, trancada por
um trinco horizontal. Com o moto-abrasivo corta-se a batedeira e o trinco, o qual será
localizado pela resistência oferecida. (Fig. 4.21)
Fig. 4.21 - Na porta metálica dupla, posicionar a ferramenta de corte no centro.

Portas metálicas de fechamento horizontal

As portas de uma folha são difíceis de serem forçadas porque, em sua grande maioria,
seu sistema de fechamento está por dentro da edificação, protegido por uma aba de alvenaria
externa.
Nestes casos, deve-se que efetuar a abertura na chapa com moto-abrasivo.
As portas de duas folhas fechadas por corrente e cadeado podem ser abertas facilmente
com o corta a frio. (Fig. 4.22)
Fig. 4.22 - Se houver dificuldade na abertura de porta metálica, cortar a folha em volta
da fechadura.

4. PAINÉIS DE VIDRO

4.1. Painéis de Vidro Comum

O profissional deve posicionar-se acima e ao lado do painel a ser quebrado, para não ser
atingido pelos cacos.
Deve utilizar uma ferramenta longa (machado, croque) para manter-se afastado e bater no
tampo de vidro, conservando suas mãos acima do ponto de impacto, utilizando a escada sempre
que necessário. (Fig. 4.23)
Fig. 4.23 - Posicionar-se acima e ao lado do vidro a ser quebrado, em segurança.

Utilizando a lâmina do machado, deve-se retirar os pedaços de vidro que ficarem nos
caixilhos da moldura, para que não venham a ferir os profissionais, nem tampouco danificar o

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
material (mangueira, por exemplo) que irá passar pela entrada. Após a operação, o profissional
deve remover os cacos para local apropriado. (Fig. 4.24)
Fig. 4.24 - Retirar os cacos de vidro do caixilho da moldura com o machado.

Quando necessário, o profissional deverá colocar fita adesiva no vidro, em toda sua área,
deixando as pontas da fita coladas em toda a volta da moldura. Ao ser quebrado o vidro, os
cacos não cairão, ficando coladas na fita, evitando acidentes. Para retirar os cacos, soltam-se as
pontas das fitas coladas na moldura, de cima para baixo. (Figs. 4.25-A e 4.25-B)
Fig. 4.25-A - Colocar fitas adesivas em vidros...
Fig. 4.25-B - ... quando a queda dos cacos for um risco para os transeuntes ou
profissionais.

Sempre que quebrar vidros, o profissional deverá usar o EPI necessário (viseira, luva,
capacete, capa e bota com a boca fechada, evitando, assim, a penetração de vidro em seu
interior).

4.2. Painéis de Vidro Temperado

O vidro temperado sofre um tratamento especial que o torna mais flexível e resistente ao
choque, à pressão, ao impacto e às variações de temperatura. Para quebrar um painel de vidro
temperado o profissional deve procurar pontos de fissuras para forçá-los. Estes pontos
localizam-se nas proximidades da fixação do painel à parede (dobradiças, pinos).
Com uma ferramenta longa (machado, croque) deve bater com as laterais ou com as
pontas como punção em um dos pontos de fissura, posicionando-se acima e ao lado do painel,
conservando as mãos acima do ponto de impacto.
Quando quebrado, este vidro fragmenta-se repentinamente em pedaços cúbicos pequenos.
Após a quebra, os cacos devem ser removidos para local apropriado.
Quando necessário, o profissional pode utilizar fita adesiva para impedir que os cacos
caiam. (Figs. 4.26-A e 4.26-B)
Fig. 4.26-A - O painel de vidro temperado funciona como parede e para quebrá-lo...
Fig. 4.26-B - ... usar uma ferramenta longa, atingindo pontos de fissura.

5. PORTAS DE VIDRO

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
5.1. Portas de Vidro Comum

O painel de vidro estará circundado por uma moldura, na qual se encontram a fechadura
e as dobradiças.
Esta porta é semelhante à porta comum. O painel de vidro, porém, irá partir-se se sofrer
impacto, torção ou compressão. Por isso, os métodos que podem ser utilizados para abrir a
porta, sem quebrar o painel de vidro, são: forçar com chave de grifo o tambor da fechadura, se
este for cilíndrico e saliente, e retirar os pinos das dobradiças, se a porta abrir para fora do
ambiente e estas estiverem à mostra.
Se não for possível a utilização dos métodos anteriores, o profissional deverá utilizar o
método de quebrar painéis de vidro, usando sempre EPI. (Fig. 4.27)
Fig. 4.27 - Quando a porta for de vidro comum, acertar o centro com força.

5.2. Portas de Vidro Temperado

Estas portas têm custo bem superior ao das portas comuns e, assim, sempre que possível,
deve-se utilizar outros métodos de entrada forçada, antes de quebrar o painel.
Primeiramente, verificar se é possível forçar com chave de grifo, o tambor da fechadura,
se este for cilíndrico e saliente. Se não for possível, pode-se cortar a lingüeta da fechadura, que
neste tipo de porta geralmente está à mostra, com o moto-abrasivo ou arco de serra.
Para quebrar o painel de uma porta de vidro temperado, utiliza-se a mesma técnica
empregada para quebrar painel de vidro comum, batendo, porém com a ferramenta escolhida
próximo às dobradiças ou fechaduras, e utilizando o EPI necessário. (Fig. 4.28)
Fig. 4.28 - Golpear as portas de vidro temperado próximo às dobradiças e fechadura.

6. VITRÔS E JANELAS

Janelas e vitrôs são colocados nas aberturas das paredes para permitir que o ar e a
luminosidade entrem.
Neste manual não será feita distinção entre vitrô e janela. Ambos receberão a
denominação de janela.

6.1. Janelas com Painéis de Vidro

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
Para realizar a entrada forçada em janelas com painéis de vidro, deve-se forçar
levemente, com uma alavanca, a moldura, no sentido de sua abertura. Se não houver êxito, o
vidro deve ser quebrado como descrito em técnica de forçar painéis de vidro, pois a reposição do
vidro é mais fácil que a do caixilho. Em seguida, liberam-se os trincos ou trancas que seguram a
moldura e abre-se a janela, se necessário. (Fig. 4.29)
Fig. 4.29 - Janela de vidro temperado sendo quebrada.

6.2. Janelas de Deslocamento Horizontal e Vertical

Janelas de madeira ou metálicas que têm deslocamento horizontal ou vertical devem ser
formadas com uma alavanca pequena, introduzida entre a folha e o batente, ou entre as folhas, se
for o caso. Se o trinco não ceder, ficará à mostra pelo esforço sofrido ou pela deformação do
caixilho. Caso não se consiga liberar o trinco com as mãos ou com chave de fenda, deve-se
romper o mesmo com pé-de-cabra, alavanca ou outra ferramenta apropriada a abrir a janela.
(Fig. 4.30)
Fig. 4.30 - Após fazer a abertura , o profissional alcança o trinco com a mão.

6.3. Janelas de Duas Folhas de Abertura Circular (convencional)

Janelas de duas folhas de madeira ou de metal de abertura circular horizontal podem ter a
dobradiça à mostra.
Retirando-se os pinos da dobradiça, as folhas sairão. Se as dobradiças não estiverem à
mostra, deve-se introduzir duas alavancas entre as folhas, uma abaixo e outra acima, e forçá-las
no sentido da batedeira. Isso ficará com que a folha sem o trinco se solte. (Fig. 4.31)
Fig. 4.31 - Forçando-se a abertura pelo centro, o trinco solta e a janela abre.

6.4. Grades

As grades de proteção das janelas serão cortadas com um moto-abrasivo, cunhas


hidráulicas ou retiradas da parede com alavanca. (Fig. 4.32)
Fig. 4.32 - Grades em janelas são removidas com moto-abrasivo ou alavancas.

7. PAREDES

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
São obras de alvenaria ou outro material que vedam externamente as edificações ou as
dividem, internamente, em compartimentos.

PAREDE ESTRUTURAL
• É aquela que faz parte da estrutura da edificação, sendo responsável por sua estabilidade. Na
medida do possível, não se deve efetuar a entrada forçada por paredes estruturais.

PAREDE DE VEDAÇÃO
• Normalmente de tijolos ou blocos, serve para vedar e compartimentar o ambiente, não
fazendo parte da estrutura da edificação.
• Em meio às paredes de vedação, existem colunas e vigas de sustentação, as quais não devem
ser forçadas.

7.1. Paredes de Alvenaria

A abertura de paredes, lajes e pisos de alvenaria é chamada de arrombamento. O


arrombamento em parede de alvenaria pode ser feito com malho, talhadeira, alavanca e martelete
hidráulico de pneumático.
A parte superior da abertura deve ser feita em arco, com menor raio possível, suficiente
para permitir a passagem do profissional e material. (Fig. 4.33)
Fig. 4.33 - Para o arrombamento de paredes de alvenaria, pode-se usar o malho, a
talhadeira e a alavanca.

8. PISOS

Basicamente os pisos são de concreto ou de madeira.

8.1. Pisos de concreto

A necessidade de se realizar a entrada forçada através do piso de concreto deve ser


cuidadosamente avaliada, porque o piso isola a propagação do fogo. Esse procedimento cria
riscos aos profissionais e é de difícil execução.
Pode-se utilizar o martelete (britadeira) para quebrar a laje com maior rapidez ou, na falta
deste, utilizar malho, talhadeira, picareta ou alavanca. (Fig. 4.34)

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
Fig. 4.34 - O arrombamento de piso de concreto é feito com picareta, martelete, malho,
talhadeira ou alavanca.

8.2. Piso de Madeira

O piso de madeira é encontrado em algumas edificações antigas. É formado por tábuas,


revestidas ou não, que se apoiam em vigas também de madeira.
Para fazer a entrada forçada neste piso, deve-se introduzir a alavanca ou outra ferramenta
na fresta da extremidade da tábua, forçando-a para cima. Na abertura produzida pela retirada da
parte da tábua, introduzir outra alavanca, mais próxima possível da viga, forçando a tábua para
cima. Proceder assim até que a tábua desprenda-se totalmente da viga. Retirando a primeira
tábua, as demais sairão facilmente, ao se bater nelas com um martelo ou outra ferramenta, de
baixo para cima.
Encontrando dificuldade em visualizar a fresta, pode-se cortar as tábuas com um
machado, tomando cuidado para não cortar a viga, o que comprometeria a estabilidade do piso.
(Figs. 4.35-A, 4.35-B e 4.35-C)
Fig. 4.35-A - Determinar o ponto do corte, localizar as vigas e cortar o piso.
Fig. 4.35-B - Remover a cobertura do piso com a ponta do machado-picareta.
Fig. 4.35-C - Cortar o sobpiso, isto é, o madeiramento sob o piso.

9. TELHADOS

O profissional deve analisar a edificação para ter certeza de sua estabilidade.


Rachaduras, sons característicos e superaquecimentos em estruturas metálicas são alguns sinais
de comprometimento da estrutura e da inviabilidade de forçar entrada pelo teto (devido a
colapso iminente).
O profissional deve chegar ao telhado em segurança e verificar:

• O tipo de telha - as mais comuns são de barro cozido e de fibrocimento (as quais são
maiores, mais pesadas e fixadas às travessas do telhado por parafuso ou pregos).
• O superaquecimento da telha - isto indicará que sob ela existe grande quantidade de calor e,
se for removida, chamas e gases sairão pela abertura.
• Que existe sob as telhas - a existência de laje e outros obstáculos pode tornar inviável a
entrada. (Fig. 4.36)

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
Fig. 4.36 - Verificar o que há entre o telhado e o forro antes de forçar entrada.

Para andar no telhado, o profissional deve pisar sobre os degraus da escada de gancho,
colocada sobre os degraus da escada de gancho, colocada sobre o telhado. Isto dará uma melhor
distribuição de peso, evitando que o bombeiro quebre o telhado e caia dentro do ambiente. (Fig.
4.37)
Fig. 4.37 - Andar sobre a escada de gancho quando estiver sobre telhado.

Para retirar uma telha de barro cozido, deve-se levantar a camada de telhas que está sobre
ela e puxá-la lateralmente. (Fig. 4.38)
Fig. 4.38 - Levantar a camada anterior e puxar as telhas lateralmente.

Para retirar as telhas de fibrocimento, o profissional deve desparafusá-las das travessas do


telhado e puxá-las no sentido longitudinal. (Fig. 4.39)
Fig. 4.39 - Retirar as telhas de fibrocimento puxando-as após soltá-las.

As telhas também podem ser quebradas ou cortadas utilizando-se, para isto, machado,
moto-abrasivo ou outra ferramenta.
Para descer ao ambiente, o profissional deve utilizar escada de gancho, a qual ficará no
local até que o profissional providencie outra via de fuga do ambiente. (Fig. 4.40)
Fig. 4.40 - A escada de gancho serve como meio de fuga.

10. FORROS

Os forros podem ser feitos de sarrafo, gesso, cerâmica, painéis de metal ou aglomerados.
Para retirá-los, o profissional deve puxá-los para baixo com uma alavanca ou o croque,
forçando depois os sarrafos que lhes dão sustentação. (Fig. 4.41)
Fig. 4.41 - Retirar o ferro, puxando-o com croque. Posicionar-se em segurança.

11. DIVISÓRIA

Utilizadas para compartimentar ambientes, são muito empregadas em prédio de


escritórios.

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO

11.1. Divisórias Comuns

Para fazer a entrada forçada em divisórias de gesso, madeira ou aglomerados, deve-se


introduzir uma alavanca entre o caixilho e a placa, próximo ao piso. Outra alavanca deve ser
colocada no mesmo encaixe, na parte de cima da placa. A seguir, forçar as alavancas em direção
ao caixilho e a placa sairá do seu encaixe. (Fig. 4.42)
Fig. 4.42 - Profissional forçando divisória com alavanca.

O profissional deve estar atento à fiação elétrica no interior da divisória, e desligar a


chave elétrica do ambiente.

11.2. Divisórias de Metal

As divisórias de metal são fixadas em colunas de madeira, por parafusos, e em colunas de


metal, por parafusos, arrebites ou soldas.
Quando não for possível retirar os painéis soltando os parafusos com a chave de fenda,
ou retirando os arrebites com martelo ou talhadeira, pode-se utilizar o moto-abrasivo para cortar
a chapa, sempre que possível, próximo às colunas, onde é menor a vibração. (Fig. 4.43)
Fig. 4.43 - Força-se divisória de metal desparafusando, tirando arrebites ou cortando com
moto-abrasivo.

12. CERCAS

As cercas podem ser de madeira, metal, alvenaria (muro) e telas de arame.


Ao invés de entrar por cercas, há sempre a possibilidade de transpô-las. O procedimento
a ser tomado ficará a cargo do comandante da operação, que analisará a situação, levando em
consideração os seguintes aspectos:

• Material a ser transposto com os profissionais;

• Urgência do serviço;

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
• Facilidade na operação e na recuperação do local depois dos trabalhos. (Fig. 4.44)
Fig. 4.44 - Nas situações em que se necessita transpor cercas, pode-se usar escadas, cabo-
da-vida com mosquetão e a carroceria da viatura.

Os portões destas cercas são normalmente trancados com correntes e cadeados, que
podem ser cortados com o corta a frio.

12.1. Cercas de Madeira

São constituídas de tábuas pregadas em travessas. Para efetuar abertura, despregam-se as


tábuas com o uso de alavanca ou martelo. (Fig. 4.45)
Fig. 4.45 - Bombeiro forçando abertura em cerca de madeira, com alavanca.

12.2. Cercas de Metal (Grades)

Quando as grades forem fixadas às colunas por parafusos, deve-se utilizar chave de fenda
e/ou chave inglesa para retirá-los, soltando toda a grade. Se as grades forem soldadas nas
colunas, utiliza-se moto-abrasivo ou cunha hidráulica para afastá-las, de preferência próximo às
colunas, onde há menor vibração e a eficiência no corte é maior. (Fig. 4.46)
Fig. 4.46 - Corte de grades de metal com moto-abrasivo.

12.3. Cercas de Alvenaria (Muros)

Se o muro for alto e suficientemente seguro para fazer uma abertura que permita a
entrada do homem e do material, aplica-se o mesmo método de arrombamento da parede de
alvenaria. Se não houver segurança suficiente, é aconselhável retirar todos os tijolos entre duas
colunas. (Fig. 4.47)
Fig. 4.47 - Retirar os tijolos de parede arrombada, quando houver risco de queda destes.

12.4. Cercas de Tela ou Arame

O arame ou tela deve ser cortado com alicate ou corta a frio próximo de uma das estacas
ou colunas que o sustenta. O profissional deve permanecer do lado oposto da tensão, para que
não venha a ser ferido pelo deslocamento do arame ou tela.
Após o corte dos fios da cerca, deve-se puxá-los para junto da estaca que os mantêm

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
presos, para evitar acidentes ou danos materiais. (Fig. 4.48)
Fig. 4.48 - Telas podem ser abertas com o corta a frio.

13. FERRAMENTAS

Para que o profissional execute entradas forçadas, necessita de ferramentas e


equipamentos que tornem isto possível, bem como conhecer sua nomenclatura e emprego. (Fig.
4.49)
Fig. 4.49 - Ferramentas usadas em entradas forçadas:
1. Gerador Lukas;
2. Moto-abrasivo;
3. Eletrocorte;
4. Oxicorte;
5. Extensor Lukas;
6. Pinça ou cortador Lukas;
7. Marreta;
8. Arco de serra;
9. Martelete pneumático e acessórios;
10. Martelete hidráulico e acessórios;
11. Alavanca Quic-bar ou Cyborg;
12. Punção;
13. Talhadeira;
14. Alavanca tipo "pé-de-cabra";
15. Alavancas;
16. Chave de fenda;
17. Alicate;
18. Chave de grifo;
19. Chave inglesa;
20. Martelo;
21. Corta-a-frio;
22. Machado;
23. Malho;
24. Picareta;
25. Croque;

_______________________________________________________
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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
26. Extensão do croque.

13.1. Alavanca

Barra de ferro rígida que se emprega para mover ou levantar objetos pesados. Apresenta-
se em diversos tamanhos ou tipos.

Alavanca de unha

Alavanca utilizadas nas operações que necessitam muito esforço. Possui uma
extremidade achatada e curva que possibilita o levantamento de grandes pesos, e um corte em
"V" para a retirada de pregos.

Alavanca pé-de-cabra

Possui uma extremidade achatada e fendida, à semelhança de um pé-de-cabra. É muito


utilizada no forçamento de portas e janelas por ter pouca espessura, o que possibilita entrar em
pequenas fendas.

Alavanca de extremidade curva

Também denomina-se alavanca em "S". possui extremidades curvas, sendo uma afilada e
outra achatada.

Alavanca multiuso

Possui uma extremidade afilada e chata formando uma lâmina, em cuja lateral estende-se
um punção, em cujo topo há uma superfície chata. Na outra extremidade há uma unha afilada
com entalhe em "V".

13.2. Alicate

Ferramenta destinada ao aperto de pequenas porcas, corte de fios metálicos e pregos


finos.

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69
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO

Alicate de pressão

Ferramenta destinada a prender-se a superfícies cilíndricas, possibilitando a rotação das


mesmas e possuindo regulagem para aperto.

13.3. Arco de serra

Ferramenta constituída de uma armação metálica de formato curvo que sustenta uma
serra laminar. Destina-se a efetuar cortes de metais.

13.4. Chave de fenda

Ferramenta destinada a encaixar-se na fenda da cabeça do parafuso, com finalidade de


aperta-lo ou desaperta-lo.

13.5. Chave de grifo

Ferramenta dentada, destinada a apertar ou segurar peças tubulares.

13.6. Chave inglesa

Substitui, em certos casos, as chaves de boca fixa. É utilizada para apertar ou desapertar
parafusos e porcas com cabeças de tamanhos diferentes, pois sua boca é regulável.

13.7. Corta-a-frio

Ferramenta para cortar telas, correntes, cadeados e outras peças metálicas.

13.8. Croque

É constituído de uma haste, normalmente de madeira ou plástico rígido, tendo na sua


extremidade uma peça metálica com uma ponta e uma fisga.

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70
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO

13.9. Cunha hidráulica

Equipamento composto por duas sapatas expansíveis, formando uma cunha, que abre e
fecha hidraulicamente. Presta-se a afastar certos obstáculos.

13.10. Eletrocorte

Aparelho destinado ao corte de chapas metálicas.

13.11. Machado

Ferramenta composta de uma cunha de ferro cortante fixada em um cabo de madeira,


podendo ter na outra extremidade formato de ferramentas diversas.

13.12. Malho

Ferramenta similar a um martelo de grande tamanho, empregado no trabalho de


arrombamento.

13.13. Martelete hidráulico e pneumático

Ferramenta que serve para cortar ou perfurar metais e cortar, perfurar ou triturar
alvenaria.

13.14. Martelo

Ferramenta de ferro, geralmente com um cabo de madeira, que se destina a causar


impacto onde for necessário.

13.15. Motor de bombeamento de óleo hidráulico

Aparelho destinado à compressão de óleo hidráulico, para o funcionamento das


ferramentas de corte, alargamento e extensão.

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71
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
13.16. Moto-abrasivo

Aparelho com motor que, mediante fricção, produz cortes em materiais metálicos e em
alvenarias.

13.17. Oxicorte

Aparelho destinado ao corte de barras e chapas metálicas.

13.18. Picareta

Ferramenta de aço com duas pontas, sendo uma pontiaguda e a outra achatada. É
adaptada a um cabo de madeira e empregada nos serviços de escavações, demolições e na
abertura de passagem por obstáculo de alvenaria.

13.19. Punção

Ferramenta de ferro ou aço, pontiaguda, destinada a furar ou empurrar peças metálicas,


com uso de martelo.

13.20. Talhadeira

Ferramenta de ferro ou aço, com ponta achatada, destinada a cortar alvenaria, com uso de
martelo.

14. CUIDADOS

Alguns cuidados básicos devem ser tomados ao efetuar uma entrada forçada:

• Verificar e estabilidade da edificação ou estrutura antes de entrar;


• Verificar se portas e janelas encontram-se abertas, antes de forçá-las;
• Transportar ferramentas com segurança;
• Identificar atmosfera explosiva. Na dúvida, agir como se fosse;
• Manter-se em segurança, quando estiver quebrando vidros, e remover todos os cacos;

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
• Escorar todas as "portas que abrem acima da cabeça", bem como as portas corta-fogo, após a
abertura;
• Utilizar o EPI completo;
• Manter pessoas afastadas durante a operação;
• Desligar a chave elétrica quando houver fiação no obstáculo;
• Lembrar que uma abertura grande normalmente é mais eficaz e mais segura que várias
pequenas;
• Verificar a existência de animais de guarda no interior do imóvel e tomar as precauções
devidas;
• Não deixar pontas ou obstáculos que causem ferimentos.

Capítulo 5

MANGUEIRA DE INCÊNDIO

OBJETIVOS

Identificar as dimensões, tipos, quantidades e uso das mangueiras utilizadas pela


Sprinklers
.
Identificar os acessórios de mangueira.

realizar, individualmente ou em equipe, com linha não inferior a 38mm, as seguintes


manobras:

adentrar em uma estrutura;

subir por uma escada interna para um piso superior;

subir por uma escada externa para um piso superior;

levar a linha para um piso superior através de içamento por cabo;

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73
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
efetuar limpeza, inspeção e verificação de avarias em mangueiras, esguichos e
acessórios;

executar os condicionamentos de mangueiras e demonstrar suas finalidades;


executar métodos de acoplamento de uso de mangueiras nas redes de incêndio das
edificações;

armar linha e substituir uma linha avariada.

Proteger e conservar as mangueiras e juntas de união em todas as situações de uso.

1. INTRODUÇÃO

É o equipamento de combate a incêndio, constituído de um duto flexível dotado de juntas


de união, destinado a conduzir água sob pressão.
O revestimento do duto é um tubo de borracha que impermeabiliza a mangueira,
evitando que a água saia do seu interior. É vulcanizada a uma capa de fibra.
A capa do duto flexível é uma lona, confeccionada de fibras naturais ou sintéticas, que
permite à mangueira suportar alta pressão de trabalho, tração e as difíceis condições do serviço
do profissional.
Juntas de união são peças metálicas, fixadas nas extremidades das mangueiras, que
servem para unir lances entre si ou ligá-los a outros equipamentos hidráulicos, após apoiada
nos encaixes.

A Sprinkadota como padrão as juntas de união de engate rápido tipo storz. (Fig. 5.1)
Fig. 5.1 - Juntas de união tipo storz.

Empatação de mangueira é o nome dado à fixação, sob pressão, da junta de união de


engate rápido no duto.
Lance de mangueira é a fração de mangueira que vai de uma a outra junta de união. Por
conveniência de manuseio, transporte e combate a incêndio, o lance padrão da Sprinké de 15
metros. (Fig. 5.2)
Fig. 5.2 - Lance de mangueira de 15metros.

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
Linha de mangueira é conjunto de mangueiras acopladas, formando um sistema para
conduzir a água.

2. CLASSIFICAÇÃO DE MANGUEIRAS

As mangueiras de incêndio podem ser classificadas de três formas:

2.1. Quanto às Fibras de que São Feitas as Lonas

As mangueiras podem ser de fibras naturais ou fibras sintéticas. As fibras naturais são
oriundas de vegetais. As sintéticas são fabricadas na indústria, a partir de substâncias químicas.
As fibras sintéticas apresentam diversas vantagens sobre as naturais, tais como: peso
reduzido, maior resistência à pressão, ausência de fungos, manutenção mais fácil, baixa absorção
de água, etc. Pelos motivos acima, são normalmente utilizadas pela Sprinklers.

2.2. Quanto à Disposição das Lonas

As mangueiras podem ser classificadas quanto à disposição das lonas em mangueiras de


lona simples, de lona dupla e de lona revestida por material sintético.
As mangueiras do tipo lona simples são constituídas de um tubo de borracha, envolvido
por uma camada têxtil, que forma a lona. (Fig. 5.3)
Fig. 5.3 - Mangueira do tipo lona simples.

As mangueiras do tipo lona dupla são constituídas de um tubo de borracha envolvido por
duas camadas têxteis sobrepostas. (Fig. 5.4)
Fig. 5.4 - Mangueira do tipo lona dupla.

As mangueiras do tipo lona revestida por material sintético são constituídas de um tubo
de borracha, envolvido por uma ou duas camadas têxteis revestidas externamente por material
sintético. Esse tipo de material permite à mangueira ter maior resistência aos efeitos destrutivos
de ácidos, graxas, abrasivos e outros agentes agressores. (Fig. 5.5)
Fig. 5.5 - Mangueira do tipo lona revestida.

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75
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO

2.3. Quanto ao Diâmetro


As mangueiras classificam-se também quanto ao seu diâmetro, sendo normalmente
utilizadas pela Sprinkas de 38, 63, 75 e 100mm. (Fig. 5.6)
Fig. 5.6 - o diâmetro das mangueiras pode ser 38, 63, 75 ou 100 milímetros.

3. CONSERVAÇÃO E MANUTENÇÃO

3.1. Antes do Uso Operacional

• As mangueiras novas devem ser retiradas da embalagem de fábrica, armazenadas em local


arejado, livre de umidade e mofo, protegidas da exposição direta de raios solares. Devem ser
guardadas em prateleiras apropriadas e acondicionadas em espiral.

• Os lances acondicionados por muito tempo, (mais de 3 meses), sem manuseio, em veículos,
abrigos de hidrantes ou prateleiras, devem ser substituídos ou novamente acondicionados, de
modo a evitar a formação de vincos nos pontos de dobra (que diminuem sensivelmente a
resistência das mangueiras).

• Deve-se testar as juntas de engate rápido antes da distribuição das mangueiras para o uso
operacional, através de acoplamento com outras juntas.

• Lembrar que as mangueiras foram submetidas a todos os testes necessários para seu uso
seguro, quando do recebimento, após a compra.

3.2. Durante o Uso Operacional

• As mangueiras de incêndio não devem ser arrastadas sobre superfícies ásperas: entulhos,
quinas de paredes, bordas de janelas, telhado ou muros, principalmente quando cheias de
água, pois o atrito ocasiona maior desgaste e cortes da lona na mangueira.

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
• Não devem ser colocadas em contato com superfícies excessivamente aquecidas, pois, com o
calor, as fibras derretem e a mangueira poderá romper-se.

• Não devem entrar em contato com substâncias que possam atacar o duto da mangueira, tais
como derivados de petróleo, ácidos, etc. (Fig. 5.7)
Fig. 5.7 - Mangueira atacada por ácido.

• As juntas de engate rápido não devem sofrer qualquer impacto, pois isto pode impedir seu
perfeito acoplamento. (Fig. 5.8)
Fig. 5.8 - Junta de união amassada.

• Devem ser usadas as passagens de nível para impedir que o veículo passe sobre a mangueira,
ocasionando interrupção do fluxo d'água, e golpes de aríete, que podem danificar as
mangueiras e outros equipamentos hidráulicos, além de dobrar prejudicialmente, o duto
interno.

• As mangueiras sob pressão devem ser dispostas de modo a formarem seios e nunca ângulos
(que diminuem o fluxo normal de água e podem danificar as mangueiras). (Fig. 5.9)
Fig. 5.9 - Ângulos diminuem a pressão e prejudicam a mangueira. Dispor a mangueira
em curvas suaves (seios).

• Evitar mudanças bruscas de pressão interna, provocadas pelo fechamento rápido de


expedições ou esguichos. Mudanças bruscas de pressão interna podem danificar mangueiras
e outros equipamentos.

3.3. Após o Uso Operacional

• Ao serem recolhidas, as mangueiras devem sofrer rigorosa inspeção visual na lona e juntas
de união. As reprovadas devem der separadas.

• As mangueiras aprovadas, se necessário, serão lavadas com água pura e escova de cerdas
macias.

• Nas mangueiras atingidas por óleo, graxas, ácidos ou outros agentes, admite-se o emprego de
água morna, sabão neutro ou produto recomendado pelo fabricante.

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77
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO

• Após a lavagem, as mangueiras devem ser colocadas para secar. Podem ser suspensas por
uma das juntas de união ou por uma dobra no meio, ficando as juntas de união para baixo, ou
ainda estendidas em plano inclinado, sempre à sombra e em local ventilado. Pode-se ainda
utilizar um estrado de secagem. (Fig. 5.10)
Fig. 5.10 - Após o serviço, inspecionar, lavar e secar as mangueiras.

• Depois de completamente secas, devem ser armazenadas com os cuidados anteriormente


descritos.

4. FORMAS DE ACONDICIONAR MANGUEIRAS

São maneiras de dispor as mangueiras, em função da sua utilização:

• Em espiral: própria para o armazenamento, devido ao fato de apresentar uma dobra suave,
que provoca pouco desgaste no duto. Uso desaconselhável em operação de incêndio, tendo
em vista a demora ao estendê-la e a inconveniência de lançá-la, o que pode causar avarias na
junta de união. (Fig. 5.11)
Fig. 5.11 - Acondicionamento em espiral.

• Aduchada: é de fácil manuseio, tanto no combate a incêndio, como no transporte. O


desgaste do duto é pequeno por ter apenas uma dobra. (Fig. 5.12)
Fig. 5.12 - Mangueira aduchada.

• Em ziguezague: acondicionamento próprio para uso de linhas prontas, na parte superior da


viatura (em compartimentos específicos). O desgaste do duto é maior devido ao número de
dobras. Ver item 3.1. (Figs. 5.13-A e 5.13-B)
Fig. 5.13-A - Ziguezague deitado.
Fig. 5.13-B - Ziguezague em pé.

4.1. Acondicionamento em Espiral

• Estender a mangueira ao solo, retirando as torções que surgirem.

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO

• Enrolar a partir de uma extremidade em direção à outra, mantendo as voltas paralelas e


justas.

• Para enrolar aproximadamente 40 (quarenta) cm antes da outra empatação.

• Colocar a junta sobre o rolo, ficando a mangueira em condições de ser transportada. (Fig.
5.14)
Fig. 5.14 - Profissional acondicionando mangueira em espiral.

4.2. Acondicionamento "Aduchada"

A partir da mangueira sobreposta

POR DOIS PROFISSIONAIS

PREPARAÇÃO

• A mangueira deve ficar totalmente estendida no solo e as torções, que porventura ocorrerem,
devem ser eliminadas.

• Uma das extremidades deve ser conduzida e colocada de modo que fique sobre a outra,
mantendo uma distância de 90cm entre as juntas de união, ficando a mangueira sobreposta.

ADUCHAMENTO

• Enrolar, começando pela dobra, tendo o cuidado de manter as voltas ajustadas.

• Para ajustar as voltas é necessário que outro profissional evite folgas na parte interna.
• Parar de enrolar quando atingir a junta de união da parte interna e trazer a outra junta de
união sobre as voltas. (Figs. 5.15-A, 5.15-B e 5.15-C)
Fig. 5.15-A - Após estender e sobrepor o lance, sem torções, inicia-se o aduchamento.
Fig. 5.15-B - Um profissional aducha e o outro "acerta" a mangueira.
Fig.5.15-C - Aduchamento acabado.

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO

POR UM PROFISSIONAL

• Emprega-se o mesmo método que o realizado por dois profissionais.

• O mesmo profissional que enrola a mangueira retira as folgas que aparecem na parte interna.
(Fig. 5.16)
Fig. 5.16 - Profissional aduchando mangueira sozinho.

A partir da mangueira esticada

PREPARAÇÃO

• Estender a mangueira no solo sem torções.

• Numa das extremidades, dobra-se a empatação por sobre a mangueira.

ADUCHAMENTO

• A partir de um ponto 50cm fora do centro e mais próximo à extremidade dobrada, enrolar a
mangueira na direção da outra ponta.

• Enrolar até que a empatação da extremidade dobrada esteja fora do chão (no topo do rolo).
A partir daí, deitar o rolo no solo e completar a volta da extremidade estendida, sem torcê-la.
(Figs. 5.17-A, 5.17-B e 5.17-C).
Fig. 5.17-A - Inicia-se o aduchamento 50cm atrás do ponto médio da mangueira.
Fig. 5.17-B - O mesmo profissional aducha e "acerta" a mangueira.
Fig. 5.17-C - Profissional ajustando aduchamento.

Aduchamento com alças

Presta-se a facilitar o transporte quando a necessidade de se subir escadas, ou em outras

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
situações nas quais o transporte seja difícil (obstáculos, riscos, etc.).

PREPARAÇÃO

• Colocar as juntas de união no solo, uma do lado da outra, de maneira que a mangueira fique
sem torções, formando linhas paralelas.

• Fazer uma alça, transpondo uma parte sobre a outra a 1,5m da obra original.

• Colocar o ponto médio da alça sobre o local onde as partes cruzarem.

ADUCHAMENTO

• Iniciar o aduchamento na direção das juntas de união e fazer dois rolos lado a lado,
formando uma alça de cada lado.

• Ao término do aduchamento, colocar as juntas no topo dos rolos. Para ajustar as alças, puxar
uma delas, de maneira que uma fique menor que a outra.

• Transpassar a alça maior por dentro da menor, ajustando-a em seguida.

• Transportá-la com as juntas voltadas para frente. (Figs. 5.18-A à 5.18-G)


Fig. 5.18-A - Estender a mangueira em duas seções paralelas.
Fig. 5.18-B - Fazer duas alças, uma maior que a outra.
Fig. 5.18-C - Dobrar a alça sobre a mangueira.
Fig. 5.18-D - Iniciar o aduchamento do ponto onde a alça toca o lance.
Fig. 5.18-E - Regular o tamanho das alças.
Fig. 5.18-F - Passar a alça maior pela menor.
Fig. 5.18-G - Transportar o lance pela alça.

4.3. Acondicionamento em Ziguezague

Usa-se o acondicionamento em ziguezague principalmente para linhas prontas.

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
Ziguezague com a mangueira deitada

• A mangueira é colocada deitada, sobre o estrado da viatura, ficando com a junta da união
para trás, em relação ao veículo.

• Ao atingir a antepara dianteira do compartimento da viatura, dobrar e voltar para trás,


retornando ao atingir o limite traseiro do estrado e assim sucessivamente.

• Posicionar um gomo ao lado do outro, comprimindo-os contra a lateral do compartimento.

• Podem ser acondicionadas conectadas (em linha contínua, formando uma linha pronta), com
vários lances. Deve-se, entretanto, ter o cuidado de fazer com que as uniões permaneçam
todas juntas à extremidade traseira do estrado, facilmente desacopláveis, por meio de dobras
falsas (a mangueira não prossegue até a antepara e, sim, "volta" antes, para que a junta da
união esteja na antepara traseira).

• Sobre as camadas em ziguezague, colocadas sobre o estrado, poderão ser acondicionadas


outras, se necessário. (Figs. 5.19-A, 5.19-B e 5.19-C)
Fig. 5.19-A - Início do acondicionamento ziguezague deitado "FERRADURA".
Fig. 5.19-B - Os gomos devem ficar bem justos.
Fig. 5.19-C - Juntas de união acopladas, na parte de trás do estrado.

Ziguezague com a mangueira

• Este acondicionamento é semelhante ao anterior, alterando-se apenas a posição dos gomos da


mangueira. Enquanto no processo deitado ficam uns ao lado dos outros, no processo "em
pé" os gomos ficam uns sobre os outros. (Fig. 5.20-A)
Fig. 5.20-A - Início do ziguezague em pé com gomos parcialmente sobrepostos e
paralelos.

Ziguezague com a mangueira em pé com gomos paralelos

• O acondicionamento em ziguezague em pé pode ser feito com os gomos colocados

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
parcialmente sobrepostos, distribuindo-se paralelamente sobre o estrado da viatura. (Fig.
5.20-B)
Fig. 5.20-B - Ziguezague em pé com gomos parcialmente sobrepostos e paralelos. Por
isso, as juntas de união não estão na traseira do estrado.

Linha pronta de adutora

• Usa-se, no mínimo, a linha de 63mm para a adutora.

• A mangueira é colocada em ziguezague no estrado do lado oposto à expedição para a linha


pré conectada, com os lances conectados, formando uma linha pronta. (Fig. 5.21)
Fig. 5.21 - Sobre as mangueiras em ziguezague, pode ser acondicionada linha pronta de
adução ou ataque.

Linha pré-conectada

• Uma das juntas de união fica conectada na expedição da viatura designada pela linha pré-
conectada.

• Um profissional irá posicionar a mangueira junto à lateral do estrado.

• Outro profissional a conduz até a antepara traseira do estrado, onde fará uma dobra,
retornando a mangueira até a antepara dianteira do estrado.

• Ao chegar à antepara dianteira, outra dobra será feita, conduzindo a mangueira até a antepara
traseira e assim sucessivamente, até que os lances de mangueira sejam totalmente
acondicionados.

• Normalmente, utilizam-se três lances de mangueiras conectadas, tendo-se o cuidado de


posicionar as juntas de união na antepara traseira do estrado, de forma que fiquem facilmente
desacopláveis. Quando necessário, deve-se fazer dobras falsas para coincidir as juntas com
a antepara traseira.

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
• O esguicho deve ser conectado à junta de união do último lance e também ficará próximo à
antepara traseira. (Figs. 5.22-A, 5.22-B e 5.22-C)
Fig. 5.22-A - Linha pré-conectada acondicionada em ziguezague em pé.
Fig. 5.22-B - Esguicho junto à parte traseira.
Fig. 5.22-C - Pré-conectada estendida e pronta para atacar, imediatamente, o fogo.

5. TRANSPORTE E MANUSEIO

5.1. Em Espiral

Transporte de mangueira em espiral

Deve ser transportada sobre o ombro ou sob o braço, junto ao corpo.


Para transportar sobre o ombro, o profissional deve posicionar o rolo em pé com a junta
de união externa voltada para si e para cima. Abaixado, toma o rolo com as mãos e o coloca
sobre o ombro, de maneira que a junta de união externa fique por baixo e ligeiramente caída
para a frente, firmando o rolo com a mão correspondente ao ombro. (Fig. 5.23)
Fig. 5.23 - Transporte de mangueira sobre o ombro.

No transporte sob o braço, o rolo deve ser posicionado de pé com a junta de união
voltada para frente e para baixo, mantendo o rolo junto ao corpo e sob o braço.(Fig. 5.24)
Fig. 5.24 - Transporte de mangueira sob o braço.

Estendendo mangueira em espiral

Toma-se a junta de união que se acha no centro da espiral com as mãos espalmadas, de
modo a permitir o giro do rolo, enquanto se deixa a extremidade oposta no chão. O profissional
poderá estendê-la caminhando no sentido do seu estendimento. (Fig. 5.25)
Fig. 5.25 - estendendo mangueira em espiral.

5.2. Aduchada

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
Transporte de mangueira aduchada

É o mesmo utilizado para a mangueira em espiral.

Estendendo mangueira aduchada

Para estender a mangueira aduchada, colocar o rolo no solo e expor as juntas de união.
Pisar sobre o duto, próximo à junta externa, e impulsionar o rolo para a frente com o
levantamento brusco da junta interna. Acopla-se a união que estava sob o pé e, segurando a
outra extremidade, caminha-se na direção do estendimento. (Figs. 5.26-A e 5.26-B)
Fig. 5.26-A - Dar impulso para estender o lance e...
Fig. 5.26-B - ...correr na direção do alvo com o esguicho na mão.

5.3. Em Ziguezague

Feixe de mangueira sobre o ombro


Para o emprego da mangueira em ziguezague, montando ou aumentando uma linha,
procede-se da seguinte forma:

Transporte

O profissional coloca o feixe sobre o ombro direito, com a junta de união por baixo e
ligeiramente caída pela frente, sustentando-o com as mãos ou ainda apoiando-o sobre o
antebraço. (Figs. 5.27-A, 5.27-B e 5.27-C)
Fig. 5.27-A - Transporte do feixe de mangueira sobre o ombro.
Fig. 5.27-B - Dois lances transportados sobre o ombro...
Fig. 5.27-C - ...e sobre o antebraço.

Estendendo

Se a mangueira não estiver conectada, fixar uma extremidade a um ponto (através de uma
laçada) próximo ao local de conexão.
Sustentar o feixe, firmando os gomos com as mãos, e avançar em direção ao local

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85
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
desejado, soltando a mangueira. Os gomos serão liberados naturalmente. (Fig. 5.28)
Fig. 5.28 - Estendendo o feixe.

Linha de ataque pronta ou pré-conectada

Para estender linha de ataque pronta ou pré-conectada, acondicionada no veículo, toma-


se sua extremidade e caminha-se em direção ao ponto em que se vai empregá-la. Isso faz com
que a mangueira se desdobre naturalmente, podendo ser reduzida ou aumentada conforme a
necessidade.
Em cada conexão, há necessidade de um profissional, para que as juntas não sejam
batidas e arrastadas.
Este método também pode ser utilizado para estender linha adutora pronta, quando a
situação exigir. (Fig. 5.29-A, 5.29-B e 5.29-C)
Fig. 5.29-A - Assim como na linha pré-conectada, estende-se a linha adutora pronta,
retirando os gomos e os acondicionando sobre o ombro.
Fig. 5.29-B - No estendimento da adutora pronta, o número de profissionais é igual ao...
Fig. 5.29-C - ...número de lances a se usar.

Linha adutora pronta

Para estender uma linha pronta, de 63mm, do local de incêndio ao hidrante (com uma
extremidade da linha no hidrante ou próxima à frente de combate, conforme o sentido de
estendimento desejado: hidrante - local de incêndio ou local de incêndio - hidrante):

• A viatura se desloca para o outro ponto (local de incêndio ou hidrante), estendendo a


mangueira;

• Um profissional, sobre o estrado (liberando a mangueira), facilita o estendimento dos gomos;

• Outro profissional conduz a mangueira ao solo, percorrendo a mesma trajetória da viatura;

• Chegando a viatura no local desejado, a próxima junta de união, sobre o estrado, é


desacoplada do feixe e acoplada no equipamento a que se destina (hidrante ou esguicho).

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
(Figs. 5.30-A e 5.30-B)
Fig. 5.30-A - O AB deixa a adutora próxima ao incêndio e vai até o hidrante.
Fig. 5.30-B - Quando a adutora for do hidrante ao incêndio, poderá ser fixada ao
hidrante, com uma volta completa, sendo liberada após ter sido estendida.

6. ACOPLAMENTO E DESACOPLAMENTO DE MANGUEIRA

O acoplamento de mangueiras é o procedimento de ligar as juntas de união. O


desacoplamento é o procedimento inverso.

6.1. Método de Acoplamento por um Homem

Para um homem acoplar mangueiras, usará o método sobre a coxa. Com o joelho direito
no solo e a mão esquerda sobre a coxa esquerda, segurar uma das juntas da mangueira que deve
ser acoplada e, com a outra mão, sustentando a junta que deve ser ligada à primeira, procurar
encaixar os ressaltos daquela com os alojamentos desta, que se lhe opõe. Isto fará com que as
duas peças fiquem encaixadas pelos ressaltos. Girar, então, a junta da mão direita no sentido
horário, até que os ressaltos encontrem o limite dos alojamentos. Se necessário, usar a chave de
mangueira. Para desacoplar, proceder de modo inverso. (Fig. 5.31)
Fig. 5.31 - Um profissional acoplando mangueiras.

6.2. Método de Acoplamento por dois Homens

O acoplamento das juntas de mangueira pode ser feito por dois homens. Um deles segura
uma das juntas à altura da cintura, usando ambas as mãos, e apresenta a junta ao seu parceiro,
mantendo-a firme. O parceiro, segurando a junta que deve ser conectada à primeira, procura
encaixar os ressaltos daquela com os alojamentos desta, que se lhe opõe. Isto fará com que
todos os ressaltos sejam encaixados. Gira, então, a junta que segura no sentido horário, até que
os dentes encontrem o limite dos alojamentos. Se necessário, o profissional deve usar a chave de
mangueira. Para desacoplar, o processo é inverso. (Fig. 5.32)
Fig. 5.32 - Dois profissionais acoplando mangueiras.

7. MANGOTINHOS

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO

Os mangotinhos são tubos flexíveis de borracha, reforçados para resistir a pressões


elevadas e dotados de esguichos próprios. Apresentam-se, normalmente, em diâmetros de 16, 19
e 25mm, e são acondicionados nos autobombas, em carretéis de alimentação axial, o que permite
desenrolar os mangotinhos e usá-los sem necessidade de acoplamento ou outra manobra.
Pela facilidade de operação, os mangotinhos são usados em incêndios que necessitam
pequena quantidade de água, tais como: cômodos residenciais, pequenas lojas, porões e outros
locais de pequenas dimensões. (Fig. 5.33)
Fig. 5.33 - Mangotinho acondicionado na viatura.

8. ESGUICHOS

São peças que se destinam a dar forma, direção e alcance ao jato d'água, conforme as
necessidades da operação. Os esguichos mais utilizados pela Sprinksão:

• 1- esguicho Canhão;
• 2- esguichos "Pescoço de ganso" (protetor de linha)
• 3- esguichos Universal;
• 4- esguichos Reguláveis;
• 5- esguichos Agulheta;
• 6- esguicho Proporcionador de espuma;
• 7- esguicho Lançador de espuma;(Fig. 5.34)
Fig. 5.34 - Esguichos em uso na Sprinklers.

9. LINHAS DE MANGUEIRA

Linhas de mangueira são os conjuntos de mangueiras acopladas, formando um sistema


para o transporte de água. Dependendo da utilização, podem ser: linha adutora, linha de ataque,
linha direta e linha siamesa.

9.1. Linha Adutora

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO

É aquela destinada a conduzir água de uma fonte de abastecimento para um reservatório.


Por exemplo: de um hidrante para o tanque de viatura, e de uma expedição até o derivante, com
diâmetro mínimo de 63mm. (Fig. 5.35)
Fig. 5.35 - Linha adutora pronta ou linhas de ataque conectadas.

92. Linha de Ataque

É o conjunto de mangueiras utilizado no combate direto ao fogo, isto é, a linha que tem
um esguicho numa das extremidades. Pela facilidade de manobra, utiliza-se, geralmente,
mangueira de 38mm. (Fig.5.36)
Fig. 5.36 - Profissionais utilizando linha de ataque.

9.3. Linha Direta

É a linha de ataque, composta por um ou mais lances de mangueira, que conduz,


diretamente, a água desde um hidrante ou expedição de bomba até o esguicho. (Fig. 5.37)
Fig. 5.37 - Linha de ataque direta.

9.4. Linha Siamesa

A linha siamesa é composta de duas ou mais mangueiras adutoras, destinadas a conduzir


água da fonte de abastecimento para um coletor, e deste, uma única linha, até o esguicho.
Destina-se a aumentar o volume de água a ser utilizada. (Fig. 5.38)
Fig. 5.38 - Linha siamesa abastecendo esguicho canhão.

10. EVOLUÇÕES

Evolução é a manobra com a mangueira efetuada pela guarnição de bomba ou por uma
parte dela.

10.1. Adentrar em uma Estrutura

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO

Para máxima segurança o profissional deve estar alerta para a possibilidade de


"backdraft", "flashover" ou colapso estrutural. Antes mesmo de adentrar em uma estrutura, o
profissional já deve estar atento para o risco de colapso estrutural. São indícios de colapso
estrutural:

• Rachaduras em vigas, colunas, paredes e teto;


• Estalos (sons) característicos de colapso estrutural;
• Grande quantidade de calor em prédio com estrutura metálica.

Ao avançar com uma linha de mangueira dentro de um edifício, o profissional deve:

• Retirar todo o ar da linha antes de entrar na estrutura;


• Permanecer abaixado durante o combate ao fogo;
• Ficar longe de aberturas inexploradas, pois por elas pode sair calor, além de existir o risco
acentuado de quedas acidentais;
• Sentir o calor das portas com as costas da mão, sem luva;
• Manter-se abaixado e afastado do fogo, quando em ataque indireto, e próximo, quando em
ataque direto.

Os ataques direto e indireto serão estudados no capítulo 14 (Técnicas de Combate a


Incêndio). (Fig. 5.39)
Fig. 5.39 - Profissionais adentrando em uma edificação

10.2. Linha Direta na Horizontal

Um profissional auxiliar estende a linha de mangueira, podendo ser ajudado pelo chefe
da linha, que depois irá acoplar o esguicho à mangueira, guarnecendo-a com o auxiliar. (Fig.
5.40)
Fig. 5.40 - Dois profissionais posicionados com uma linha de ataque.

10.3. Linha por Escada Interna

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
O procedimento é semelhante ao descrito para armar a linha direta no plano. O uso das
escadas do próprio edifício, entretanto, obriga o uso de considerável quantidade de mangueiras
para se atingir planos superiores. Contar com um lance de 15m por andar.
Sempre que possível, manter a linha de mangueira do lado da parede externa, para evitar
dobras. (Fig. 5.41)
Fig. 5.41 - Utilização incorreta de linha de ataque em escadas internas.

10.4. Linha Suspensa

Nos casos em que não houver possibilidade ou necessidade de se utilizar a rede de


hidrante do prédio, o auto-plataforma (SK) ou o auto-escada (AE), pode-se utilizar a linha
suspensa para atingir o local sinistrado que esteja em plano superior ao auto-bomba (AB).
Um profissional sobe ao andar desejado, de onde lança um cabo de elevação, que é atado
à extremidade da mangueira com esguicho e içada (no de içar), atentando-se para que as
saliências da edificação não cortem a mangueira. Normalmente, essa altura não deve ultrapassar
12 metros, ficando uma junta apoiada no solo e a outra com a guarnição. Para descer a linha, o
processo é inverso. (Fig. 5.42)
Fig. 5.42 - Linha suspensa.

10.5. Linha a Partir do Hidrante Particular

Tem por finalidade aproveitar o sistema hidráulico de combate a incêndio da edificação e


pode ser empregada em prédios de um ou mais pavimentos, bastando, para isto, acoplar a
expedição do AB ao registro de recalque ou hidrante mais próximo. Com isso, toda a rede ficará
pressurizada, podendo o profissional utilizar qualquer hidrante interno. (Fig. 5.43)
Fig. 5.43 - Uso de hidrante particular.

10.6. Linha em Escada Portátil

Procede-se à armação da linha, cruzando a mangueira sobre o peito, para manter as mãos
livres, sobe pela escada, secundado por outro profissional, que o auxilia a sustentar o peso da
mangueira.
Não ultrapassar o limite de carga da escada.
O limite de carga da escada será visto no capítulo 17 (Escadas Usadas Contra Incêndio).

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91
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
(Fig. 5.44-A e 5.44-B)
Fig. 5.44-A - Dois profissionais empunhando linha de ataque em escada.
Fig. 5.44-B - Auxiliar mantendo mangueira para ataque interior.

10.7. Torre de Água

Consiste em recalcar água com auto-bomba (AB), pela mangueira ou por tubulação, até
um esguicho na extremidade superior do auto-escada (AE) ou do Snorkel ou auto-plataforma
(SK).
Este sistema permite o combate externo a incêndio em edifícios altos e ataque por sobre
as edificações baixas.
Quando necessário, o profissional pode utilizar a linha adutora de AE ou a tubulação do
SK para conduzir a água até o andar desejado e, a partir daí, montar as linhas de ataque. (Fig.
5.45)
Fig. 5.45 - SK lançando água.

10.8. Linha Adutora em Hidrante

O abastecimento do auto-bomba por hidrante, em local de incêndio, consiste basicamente


em conectar o mangote ou o mangueirote da expedição do hidrante à introdução da bomba. O
que deve determinar se será utilizado o mangote ou o mangueirote é a pressão a que a adutora
estará submetida. Se a vazão da bomba for superior à vazão do hidrante, a pressão será negativa
(sucção) na adutora, sendo necessária, neste caso, a utilização do mangote. Ao contrário, se a
vazão do hidrante for superior à da bomba, pode-se utilizar o mangueirote.
A adutora pode ser realizada, também, com mangueiras de 63mm. Faz-se, neste caso, a
mesma restrição feita ao mangueirote, além de esta solução ter maior perda de carga será tratada
no capítulo 7 (Jatos d'água). (Fig. 5.46)
Fig. 5.46 - Abastecimento em hidrante público.

Do hidrante ao incêndio

• A viatura deixa o hidrante as ferramentas necessárias para executar sua manobra, bem como
a extremidade da adutora pronta, que será conectada à sua expedição.

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92
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
• Dirige-se para o local de incêndio, deixando atrás de si a linha estendida.
• Ao chegar no local de incêndio, desconecta a adutora pronta e a conecta na introdução da
bomba.
• Arma as linhas de ataque e recalca água, assim que todo o sistema estiver armado.

Se necessário, um segundo auto-bomba posicionar-se próximo ao hidrante e conecta a


extremidade da adutora à expedição da bomba, o mangote (ou mangueirote) da introdução da
bomba ao hidrante, e recalca água para o outro auto-bomba. (Fig. 5.47)
Fig. 5.47 - Adutora sendo estendida do hidrante para o incêndio.

Do incêndio ao hidrante

• A viatura deixa no local de incêndio os equipamentos necessários para seu combate, bem
como a extremidade da adutora pronta que está no estrado superior da viatura.
• Dirige-se para o hidrante mais próximo, deixando atrás de si a linha adutora estendida.
• Ao chegar no hidrante, conecta a adutora pronta à expedição da bomba.
• Conecta o mangote (ou mangueirote) ao hidrante e na introdução da bomba e recalca água
para o incêndio.

Se necessário, um segundo auto-bomba posiciona-se no local de incêndio, conecta a


extremidade da adutora à introdução da bomba e realça água para as linhas de ataque. (Fig. 5.48)
Fig. 5.48 - Adutora sendo estendida do incêndio para o hidrante.

10.9. Mangueira Rompida

Na impossibilidade de se interromper o fluxo d'água por meios normais, a fim de


substituir a mangueira rompida ou furada, deve-se estrangular a mangueira. Para isto, utiliza-se
o estrangulador de mangueiras, ou fazem duas dobras na mangueira, formando dois ângulos
agudos, e mantendo-os nesta posição com o peso do corpo (Fig. 5.49). Com essa manobra,
interrompe-se o fluxo d'água e troca-se a mangueira rompida.
Fig. 5.49 - Profissionais estrangulando a mangueira.

10.10. Descarga de Mangueira

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO

Consiste na retirada da água que permaneceu no interior da mangueira, após sua


utilização.

• Estender a mangueira no solo, retirando as dobras que porventura apareçam.


• Levantar uma das extremidades sobre o ombro, sustentando-a com ambas as mãos.
• Deslocar-se para outra extremidade do lance, deixando-o para trás, à medida que se avança
vagarosamente. Isto faz com que água escoe pela extremidade da mangueira. (Fig. 5.50)
Fig. 5.50 - Profissional retirando água da mangueira após o uso.

11. FERRAMENTAS

São utensílios para facilitar o acoplamento e desacoplamento de uniões, acessórios ou


abertura e fechamento de registro. (Fig. 5.51)
Fig. 5.51 - 1- chave de mangueira; 2- chave de mangote ou chave de "munhão"; 3-
chave de hidrante tipo "barbará".

11.1. Chave para Mangotinho

Ferramenta que possui boca com formato próprio para aperto e desaperto das conexões
do mangotinho.

11.2. Chave de Mangueira

Destina-se a facilitar o acoplamento e desacoplamento das mangueiras. Apresenta na


parte curva dentes que se encaixam nos ressaltos existentes no corpo da junta de união.

11.3. Estrangulador de Mangueira

Utilizado para permitir contenção no fluxo de água que passa por uma linha de
mangueira, sem que haja a necessidade de parar o funcionamento da bomba ou de fechar
registros, a fim de que se possa alterar o esquema armado, ou substituir equipamento avariado.

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO

12. ACESSÓRIOS HIDRÁULICOS

São peças que permitem a utilização segura de outros equipamentos hidráulicos e a


versatilidade na tática de combate a incêndio. (Fig. 5.52)
Fig. 5.52 - 1- passagem de nível.; 2- redução rosca fêmea de 6 pol. (150mm) para rosca
fêmea 4½ pol.; 3- suplemento de união rosca fêmea.; 4- válvula de retenção horizontal.; 5-
corretor de fios.; 6- adaptação rosca fêmea para engate rápido de 2½ pol. (63mm).; 7- derivante
com 2 expedições de 1½ pol. (38mm).; 8- francaletes.; 9- suporte de mangueira.; 10- redução de
2½ pol. (63mm) para 1½ pol. (38mm) engate rápido.; 11-tampão para hidrante de coluna tipo
"barbará" de 2½ pol (63mm).; 12- derivante com 2 expedições de 2½ pol. (63mm).

12.1. Abraçadeira

É usada quando pequenos cortes ou rompimentos ocorrem na mangueira durante o


funcionamento, ou quando as juntas estão com pequenos vazamentos.

12.2. Adaptação

Peça metálica que permite a conexão de equipamento hidráulico com junta de rosca, com
outro equipamento hidráulico com junta de união tipo engate rápido.

12.3. Coletor

Peça que se destina a conduzir, para uma só linha, água proveniente de duas ou mais
linhas.

12.4. Corretor de Fios (Troca-Fios)

Utilizado na correção de padrões de fios diferentes entre duas juntas do tipo rosca, sendo

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
empregado na rosca macho.

12.5. Derivante

Peça metálica destinada a dividir uma linha de mangueira em outras de igual diâmetro ou
de diâmetro inferior.

12.6. Francalete

Cinto de couro estreito e de comprimento variado dotado de fivela e passador, utilizado


na fixação de mangueiras e outros equipamentos.

12.7. Junta de União

Utilizada para efetuar a conexão de mangueiras, mangotes e mangotinhos entre si e a


outros equipamentos hidráulicos.

12.8. Passagem de Nível

Equipamento confeccionado de metal ou madeira que possui um canal central para a


colocação da mangueira, protegendo-a e permitindo o tráfego de veículos sobre as linhas de
mangueiras dispostas no solo.

12.9. Redução

Peça usada para transformar uma linha (ou expedição) em outra de menor diâmetro.

12.10. Suplemento de União

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
Utilizado na correção de acoplamento de juntas de rosca, quando há encontro de duas
roscas macho ou duas roscas fêmeas.

12.11. Suporte de Mangueira

Utilizado para fixar a linha de mangueira aos degraus de escada.

12.12. Tampão

Os tampões destinam-se a vedar as expedições desprovidas de registro que estejam em


uso, e a proteger a extremidade das uniões contra eventuais golpes que possam danificá-las.

12.13. Válvula de Retenção

Utilizada para permitir uma única direção do fluxo da água, possibilitando que se forme
coluna d'água em operações de sucção e recalque. Pode ser vertical ou horizontal.

CAPÍTULO 6

ABASTECIMENTO

1. INTRODUÇÃO
1.1 Fontes de Abastecimento
As fontes de água para combate à incêndios são: manuseais, reservatórios, viaturas,
sistemas de hidrantes de prédios e da rede pública. Fig 6.1-A; 6.1-B; 6.1-C; 6.1-D e 6.1-E.
1.2 Manuseais
São manuseais: Rios, lagos, córregos, mares, represas, poços, etc.
A utilização de manuseais depende de bombeamento, geralmente através de sucção (que
será estudada posteriormente). A água salgada somente deve ser usada em última instância,
porque danifica os equipamentos de combate à incêndios e o material existente nos locais
sinistrados. Na hipótese do uso da água salgada, todo o equipamento deve ser lavado com água
doce imediatamente após o término do trabalho.

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO

1.3 Reservatórios
Reservatórios são depósitos de água destinados a compensar as variações horárias e
diárias de consumo, manter a reserva a ser utilizada em emergência e/ou manter uma pressão
adequada na rede de distribuição. São reservatórios: as caixas d’água elevadas e subterrâneos.
Do ponto da vista operacional, pode-se ainda considerar como reservatórios as piscinas, fontes
públicas, espelhos d’água, etc.

1.4 Viaturas
Devido ao fato de as cidades não possuírem rede de água para combate à incêndios,
somados as deficiências da rede normal de distribuição, os serviços dos Brigadistas de Incêndio
utiliza viaturas como fontes de abastecimento de água. Para efeito didático, as viaturas são
classificadas conforme apresentado na tabela 4.1

Auto-Bomba (AB)
O AB, a viatura básica, é o principal instrumento dos Brigadistas de Incêndio nas
operações de combate à incêndio.
Todo AB possui grande quantidade e variedade de material especializado e bomba de
incêndios (de 2.000 a 8.000 litros por minuto - lpm) para transporte de água até ao local do
sinistro, o que permitirá a sua utilização de imediato.

Auto-tanque
A função principal do AT, devido à sua maneabilidade, é o abastecimento, tanto do AB
como da jamanta.
Sua principal característica é a capacidade de transporte de 4.000 a 10.000 litros de água.
Poderá, eventualmente, ser utilizado no combate à incêndios, com limitações devido à pequena
capacidade da bomba (de manobra e vasão). Fig 6.3.

Reboque com cavalo-mecânico (jamanta)


A principal característica deste veículo é o transporte de grandes volumes de água
(16.000 litros ou mais) e moto-bomba acoplada. Tem a função de abastecer os AB em locais de
incêndio sem hidrantes adequuados. É, por sua vez, abastecido por AT e carros-pipas. Fig 6.4.

Carros-Pipas
São viaturas para transporte de água pertencentes aos serviços de distribuição de água,

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
públicos ou privados. Quando necessário, a Sprinkutilizq estes veículos.
Ela não tem condições técnicas de combate, mas se prestam, pela maneabilidade e
quantidade de água que comportam ao abastecimento do AB, AT e da jamanta. Tem capacidade
para transporte de 4.000 litros de água ou mais.Fig 6.5.

2. ABASTECIMENTO DE ÁGUA DA CIDADE


A água para abasteciemento da cidade é capitada nos mananseais, represada e purificada
nas estações de tratamento. depois, é conduzida aos reservatórios e, em seguida, à cidade, através
das redes de distribuição. Fig 6.6.

2.1 Tipos de Abastecimento


O abastecimento poderá ser feito de três modos: por bombeamento, por gravidade ou
modo combinado.

Por bombeamento
Uma ou mais bombas cáptam água de um mananseal e a descarregam em estações de
tratamento. Posteriormente, a água é novamente bombeada para o sistema de distribuição. Fig
6.7.

Por gravidade
Quando existe uma fonte de água situada em local mais elevado que o sistema de
distribuição, a gravidade proporciona a pressão necessária à distribuição. Fig 6.8.

Modo combinado
É a utilização dos dois modos: bombeameto e gravidade. Quando o consumo de água é
pequeno, o abastecimento por gravidade pode ser suficiente, não sendo necessário o
bombeamento. Porém, quando o consumo aumenta, o bombeamento é associado ao
abastecimento com a gravidade, para suprir a demanda. Fig 6.9.

2.2 Redes Públicas de Distribuição de Água


As redes públicas de distribuição de água das cidades são do tipo “fechada”, isto é, as
canalizações formam anéis e são interligadas não se podendo estabelecer sentido de escoamento
da água. Fig 6.10.

Manobras D’água

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
Quando temos um grande incêndio, o consumo elevado de água para combate-lo pode
ocasionar o estrangulamento do sistema de distribuição, ainda que a rede seja bem
dimensionada. Para se obter melhor rendimento, efetua-se a manobra d’água, que consiste no
fechamento e abertura de válvulas intermediárias, existentes na rede distribuição, de modo a
canalizar grandes volumes de água para a região onde está ocorrendo um incêndio. Tal
procedimento é feito pelo pessoal da Companhia de Água da localidade, que deve estar em
plantão permanente. Fig 6.11.

2.3 Redes Internas de Edificação


A Rede Interna de Uma Edificação é composta pelo sistema de consumo de água normal
(uso comum pelos ocupantes) e pelo sistema de combate a incêndios (hidrantes e Sprinklers).
É abastecida, geralmente, pela rede de distribuição pública. O abastecimento pode ser por
pressão ou por sucção.

Abastecimento por pressão


A água é pressurizada por gravidade (reservatório elevado), por bombeamento ou por
associação destas formas, de maneira similar ao abasteciemento da rede pública (vide ítem 2.1.)
Fig 6.12.

Abastecimento por Sucção


A água é retirada de um reservatório (ou mananseal) situado abaixo do nível da bomba.
Fig 6.13.

3. HIDRANTES
São dispositivos colocados nas redes de distribuição que permite a captação de água
pelos Brigadistas de Incêndio, especialmente durante o combate à incêndios.

3.1 Hidrantes Públicos


São hidrantes da rede de distribuição pública, para captação de grande quantidade de
água pelos Brigadistas de Incêndio, para o combate à incêndios.
Os hidrantes públicos podem ser de coluna ou subterrâneo.

Hidrantes de Coluna
Hidrantes de Coluna, instalados nos passeios públicos, são dotados de juntas de união
para conexão com mangotes, mangueira ou mangueirotes. O tipo bárbara é o mais utilizado em

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100
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
São Paulo. sua abertura é feita através de um registro de gaveta cujo comando é colocado ao
lado do hidrante. Possui uma expedição de 100m e duas de 63mm.
Tem, sobre os hidrantes subterrâneos a vantagfem de permitir captação de maior volume
de água, além de oferecer visibilidade e não ser facilmente obstruído. As expedições possuem
tampões que exigem uma chave especial para removê-los. Fig 6.14.

Hidrantes Subterrâneos
Hidrantes Subterrâneos são aqueles situados abaixo do nível do solo, com suas partes
(expedição e válvula de paragem) colocadas dentro de uma caixa de alvenaria, fechada por uma
tampa metálica. Fig 6.15.
Na capital de São Paulo, a grande maioria dos hidrantes é deste tipo. São antiquados,
facilmente obstruídos por sujeira e de difícil localização. Para sua utilização, há necessidade do
aparelho de hidrante.

Instalação - Planejamento
A instalação e substituição dos hidrantes é responsabilidade da Companhia de
Distribuidora de Água da região. No Estado de São Paulo, o órgão é - “Cia de Saneamento
Básico do Estado de São Paulo” (SABESP), que dispõe dos recursos necessários para a
aquisição, instalação e substituição dos hidrantes, sendo que a “SABESP” pode delegar esta
responsabilidade, comtratando outras empresas.

Inspeção e Manutenção
A inspeção dos hidrantes é de responsabilidade do Corpo de Bombeiros. Essa inspeção
deve observbar possíveis danos mecânicos e as condições gerais dos hidrantes.
Ao se examinar um aparelho deve-se:

• verificar seu acesso à expedição e válvula de paragem (registro) está livre. Em


caso negativo, desobstruí-lo se possível;
• Testar o hidrante colocando em funcionamento e medindo sua pressão;
• Verificar o Estado de conservação do aparelho observando o estado da pintura e a
possível presença de oxidação (ferrugem), corrosão e danos (principalmente em expedições), etc.
• Na impossibilidade de efetuar a manutenção adequada, solicitar à Comapnhia de
Água a execução do reparo.

3.2 Hidrantes Particulares

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
A finalidade dos hidrantes dos edifícios residenciais e industriais é permitir o início de
combate à incêndios pelos próprios usuários dos prédios, antes da chegada da brigada de
incêndio, e ainda facilitar o serviço destes no recalque de água, principalmente em construções
elevadas. Os hidrantes particulares podem ser alimentados por caixa d’água elevada ou por
sistrema subterrâneos; podem ser de coluna ou de parede. Os hidrantes de coluna são instalados
sobre o piso e, os de parede, dentro de abrigos ou projetados para fora da parede. Podem ser
simples ou múltiplos, se possuírem uma ou mais expedições. Fig 6.16.

Registro de Recalque
O Registro de Recalque é uma extensão da rede hidráulica, constituido de uma conexão
(introdução) e registro de passagem em uma caixa de alvenaria fechada por tampa metálica.
Situa-se abaixo do nível do solo (no passeio), junto a entrada principal da edificação. Figs 6.17-
A e 6.17-B.

4. ABASTECIMENTO EM INCÊNDIOS
O abastecimento de água em quantidade adequada é inprensidível no combate à
incêndios. A falta de água por poucos momentos podem causar a perda do controle do incêndio,
trazendo uma série de conseqüências. O abastecimento pode ser feito a partir de hidrantes
públicos, viaturas de transporte de água ou, ainda, através de sucção em mananseais. Todo
abastecimento a um AB deve ser feito pela introdução da bomba, inclusive quando utilizada
mangueira de 63mm.

4.1 Abastecimento em Hidrantes Públicos


É a forma básica de abastecimento. Utiliza-se o hidrante público como fonte de
abastecimento, acoplando-o ao alto-bomba por meio de mangote ou mangueitore. O uso do
mangueirote será determinado pela vasão do hidrante. Se a vasão do hidrante for superior aquela
exigida para o combate ao incêndio, pode-se utilizar o mangueirote. Caso contrário, deve-se
utilizar mangote. Fig 6.18.

4.2 Abastecimento por viaturas


Quando a rede pública for insuficiente ou inexistente, deve-se utilizar abastecimento
alternativo. Assim o auto-bomba será acoplado, por mangote, ao um alto-tanque ou jamanta.

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102
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
Este tipo de abastecimento utiliza as viaturas de transporte de água pertencentes à
empresa e aos serviços de distribuição de água. Em princípio ocorre a substituição do hidrante
por um AT ou jamanta, que, por sua vez, é abastecimento por AT e o carro-pipa.
A jamanta ou AT funcionará como um reservatório operacional encarregado de
abasteceer o AB e manter o equilíbrio entre o consumo de água que a capacidade de adução
pelas várias viaturas de transporte de água. O AB e a jamanta (ou AT) permanecem fixos
(estacionados) no local.
Todo abastecimento à um AB deve ser feito pela introdução da Bomba, inclusive quando
utilizada mangueira 63mm.
É montado, então, um ciclo de abastecimento alternativo onde as viaturas de transporte
buscam a água em pontos distantes do local do incêndio e a descarregam neste “reservatório
operacional”. O número de viaturas variará devido aos seguintes fatores;

• Tempo de deslocamento da viatura no trajeto entre a fonte de abastecimento e o


local de incêndio (distância e trânsito);
• Tempo de abastecimento de cada viatura ( vazão da fonte utilizada);
• Consumo de água no incêndio (demanda para o combate).

Como a organização tática das viaturas no local é escencial ao combate ao incêndio, sua
movimentação (entrada, permanência e saida) deve ser controlada e efetuada de forma ordenda.
Fig 6.19.
Todas as viaturas devem ser posicionadas de modo a possibilitar a saída rápida, após a
realizarem o abastecimento da reserva operacional. Na medida das possibilidades o trânsito local
deve ser mantido.

4.3 Abastecimento em Mananciais


O abastecimento em manansiais é realizado por sucção por uso de bomba e alguns
acessórios hidráulicos. Figs 6.20-A e 6.20-B.
A bomba (do AB ou do moto-bomba) é posicionado junto ao manansial, tendo acoplado
um mangote com filtro e válvula de retenção.

5. MATERIAIS PARA ABASTECIMENTO

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO

Capítulo 13

PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA

OBJETIVOS

Conhecer os quatro principais riscos respiratórios e à saúde observados em

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
ocorrências de incêndio.
Saber calcular o tempo de autonomia do aparelho autônomo de proteção
respiratória de ar comprimido.
Saber identificar se uma máscara autônoma está em condições de uso imediato.
Efetuar limpeza na máscara autônoma.

1. INTRODUÇÃO

Os Brigadistas de Incêndio devem dispensar atenção especial aos aparelhos de proteção


respiratória. Isto porque os pulmões e as vias respiratórias são mais vulneráveis às agressões
ambientais do que qualquer outra área do corpo. É regra fundamental que ninguém, no
combate a incêndio, entre em uma edificação saturada de fumaça, temperaturas elevadas e
gases, sem estar com equipamento de proteção respiratória. A não-utilização deste equipamento
pode não só causar fracasso das operações como também trazer conseqüências sérias, inclusive
a morte.

2. RISCOS

É fundamental identificar os quatro riscos mais comuns encontrados em incêndios:

• falta de oxigênio;
• temperaturas elevadas;
• fumaça;
• gases tóxicos.

Fig. 13.1 – Riscos à respiração observados em ocorrências de incêndio.

2.1. FALTA DE OXIGÊNIO

O processo de combustão consome oxigênio (O2) e, ao mesmo tempo, produz gases


tóxicos. Estes ocupam o lugar do O2 ou diminuem sua concentração. Quando as concentrações de
O2 estão abaixo de 18%, o corpo humano reage com aumento da freqüência respiratória, como se
estivesse sendo submetido a um esforço físico maior. A Tabela 13.1 mostra os sintomas
causados pela deficiência de O2, considerando diferentes porcentagens do O2 no ar.

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
PORCENTAGEM DE O2 NO AR SINTOMAS

21% Condição normal

17% Alguma perda de coordenação motora. Aumento na freqüência respiratória para


compensar a baixa concentração de O2.

12% Vertigem, dor de cabeça e fadiga.

9% Inconsciência

6% Morte em poucos minutos por parada respiratória e concorrência de parada cardíaca.

NOTA:
• Os dados não podem ser considerados absolutos porque eles não levam em conta as diferentes
capacidade respiratórias e a extensão do tempo de exposição.
• Os sintomas acima ocorrem somente com a redução de O2. Quando a atmosfera está
contaminada com gases tóxicos, poderão ocorrer outros sintomas.
Tabela 13.1 – Efeitos fisiológicos causados pela redução de O2.

2.2. TEMPERATURAS ELEVADAS

A exposição ao ar aquecido pode causar danos ao aparelho respiratório. Quando as


temperaturas excedem 60ºC, pode-se considerar que o calor é excessivo, e quando o ar preenche
rapidamente os pulmões pode causar baixa da pressão sangüínea e danos ao sistema circulatório.
Um dos risco é o edema pulmonar, que pode causar morte por asfixia. O fato de se respirar ar
puro e fresco, logo depois, não torna o dano reversível de imediato.

2.3. FUMAÇA

A fumaça é constituída principalmente por partículas de carbono (C, CO e CO2) em


suspensão. O tamanho das partículas é que determina a quantidade que, quando inalada, irá
penetrar nos pulmões.

2.4. GASES TÓXICOS

Todo Brigadista de Incêndio deve se lembrar de que um incêndio significa exposição a

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
substâncias tóxicas e irritantes. No entanto, ele não pode prever, antecipadamente, quais serão
essas substâncias. A inalação da combinação de substâncias, sejam tóxicas ou irritantes, pode ter
efeitos mais graves do que quando inaladas separadamente. (Fig. 13.2)
A inalação de gases tóxicos pode determinar vários efeitos no corpo humano. Alguns dos
gases causam danos diretamente aos tecidos dos pulmões, mas quando entram na corrente
sangüínea, inibem a capacidade dos glóbulos vermelhos transportarem O2.
Os gases tóxicos em incêndio variam de acordo com quatro fatores:

• Natureza do combustível

• Taxa de aquecimento

• Temperatura dos gases envolvidos

• Concentração do oxigênio.

Monóxido de Carbono (CO)


O monóxido de carbono destaca-se entre os gases tóxicos. A maioria das mortes em
incêndios ocorre por causa do monóxido de carbono (CO). Este gás sem cor e sem odor está
presente em todo incêndio e a queima incompleta é responsável pela formação de grande
quantidade de CO. Como regra, pode-se entender que fumaça escura significa altos níveis de
CO.
A hemoglobina existente no sangue é responsável pela troca gasosa. O CO combina-se com
a hemoglobina de forma irreversível, inutilizando-a. Quando grande parte da hemoglobina do
sangue se combina com CO, pode-se morrer por falta de oxigênio.
Num ambiente, a concentração de 0,05% de monóxido de carbono no ar já é perigosa.
Ainda que a concentração de CO no ambiente seja maior que 1%, não ocorrem sinais que
permitam a fuga do local em tempo hábil.
Em baixos níveis de concentração de CO, ocorrem dor de cabeça e tontura, ante da
incapacitação (que são avisos antecipados). A Tabela 13.2 mostra os efeitos tóxicos de diferentes
níveis de monóxido de carbono no ar. Não são medidas absolutas, porque não mostram as
variações da freqüência ou do tempo de exposição.

Fig. 13.2 – Gases tóxicos emanados de móveis e utensílios domésticos.

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
CO (ppm*) CO NO AR SINTOMAS

100 0,01 Nenhum sintoma


200 0,02 Leve dor de cabeça, podendo ocorrer
outros sintomas.

400 0,04 Dor de cabeça após 1 ou 2 horas.


800 0,08 Dor de cabeça após 45 minutos.
Náuseas, colapso e inconsciência após
2 horas.
1.000 0,10 Risco de ocorrer a inconsciência após
1 hora.
1.600 0,16 Dor de cabeça, tontura, náuseas, após
20 minutos.
3.200 0,32 Dor de cabeça, tontura, náuseas após
5 ou 10 minutos, e inconsciência,
após 30 minutos.
6.400 0,64 Dor de cabeça e tontura após 1 ou 2
minutos, inconsciência, após 10 ou 15
minutos.
12.800 1,28 Inconsciência imediata, perigo de
morte entre 1 e 3 minutos.
*ppm (parte por milhão)
Tabela 13.2 – Efeitos tóxicos do monóxido de carbono (CO).

Além do CO existem outros gases tóxicos e asfixiantes que causam efeitos prejudiciais à
saúde do homem.
Exemplo:

• Cloreto de hidrogênio (HCI)

• Cianeto de hidrogênio (HCN)


• Dióxido de carbono (CO2)

• Óxido de nitrogênio (NO)

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO

• Fosgênio (COCI2)

Atmosferas tóxicas não associadas ao fogo

As indústrias utilizam diversas substâncias químicas, como amônia, cloro, gás carbônico,
etc., que podem vazar, formando uma atmosfera tóxica, sem existir presença de fogo ou de usas
conseqüências.

3. APARELHOS DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA

São aparelhos que anulam a agressividade do ambiente sobre o sistema respiratório.

3.1. MÁSCARA CONTRA GASES (EQUIPAMENTO FILTRANTE)

Consiste em uma máscara de borracha adaptável ao rosto, contendo um filtro que elimina os
agentes nocivos à respiração.
Os filtros são próprios para cada classe de agente, tais como:

• filtro químico para absorção de gases e vapores;

• filtro mecânico para retenção de partículas sólidas em suspensão no ar;

• filtro combinado para gases e vapores (químico) e partículas em suspensão (mecânico);

• filtro específico para monóxido de carbono que possui um catalisador que transforma o CO
em CO2.
Fig. 13.3 – Equipamento filtrante.

Os filtros devem ser próprios para o agente nocivo à respiração. Necessitam de controle
rígido da validade e do tempo em uso, que varia, inclusive, conforme a concentração do agente
no ambiente. Não devem ser utilizados em ambientes com pequena porcentagem de O2, pois
podem causara morte de uma pessoa. Estas graves restrições desaconselham sua utilização nos
serviços de combate a Incêndio e Salvamento. (Fig. 13.3)

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
3.2. APARELHO DE RESPIRAÇÃO COM LINHA DE AR

Aparelho composto de uma peça facial de borracha, adaptável ao rosto, que recebe o ar
fresco de fora do ambiente comprometido por meio de uma mangueira. O ar entra no interior da
peça facial, pelo esforço pulmonar, por meio de maquinário ou reservatório de ar pressurizado.
Embora permita ao bombeiro permanecer por tempo indeterminado no ambiente, tira-lhe
sensivelmente a liberdade de movimentos, por causa dos limites que a mangueira impõe.
Também existe o risco de a mangueira enroscar-se nos escombros, ou sofrer avarias em virtude
do calor ou contato com objetos cortantes. Por essas restrições, seu uso é desaconselhável. (Fig.
13.4)

3.3. APARELHO DE CIRCUITO FECHADO

No aparelho de circuito fechado, o ar expirado é reaproveitado, não sendo lançado para o


ambiente. Trata-se de equipamento composto de uma máscara de borracha adaptável ao rosto,
um reservatório contendo oxigênio e um filtro alcalino para a retenção do ar resultante da
respiração. Embora o equipamento dê maior autonomia ao pessoal, apresenta os seguintes
inconvenientes:

Fig. 13.4 – Aparelho de respiração com linha de ar.

• necessita de pessoal altamente especializado para a manutenção;

• é de alto custo;

• exige maior esforço para respirar;

• o ar a ser inspirado é isento de umidade, o que dá a pessoa uma sensação muito desagradável,
que provoca salivação abundante e, muitas vezes, acessos de tosse.
Por esses motivos, o aparelho de circuito fechado não é utilizado pela Splincklers. (Fig. 13.5)

3.4. APARELHO AUTÔNOMO DE PROTEÇÃO RESPIRAÇÃO DE AR COMPRIMIDO


(MÁSCARA AUTÔNOMA)

Este equipamento é usado pela Splincklers. Ele dá proteção respiratória e proteção e proteção

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
ao rosto do usuário, mas é limitado pela quantidade de ar existente no cilindro.

Fig. 13.5 – Aparelho de respiração de circuito fechado.

Descrição genérica

O cilindro é preso por uma braçadeira à placa do seu suporte e contém ar respirável altamente
comprimido. Abrindo-se o registro do cilindro, o ar comprimido passa pelo redutor de pressão,
onde se expande a uma pressão intermediária de 6 bar (6kgf cm 2). A esta, o ar chega até a
válvula de demanda, que, automaticamente, libera a quantidade de ar necessária para os
pulmões. O ar expirado vai para o exterior através de uma válvula de exalação existente na
máscara facial.
A válvula de demanda pode estar conectada à máscara por meio de uma ligação de rosca ou
em posição intermediária, entre o cilindro e a máscara.
O manômetro permite verificar a pressão do ar existente no cilindro a qualquer tempo, o que
é muito importante durante a utilização, pois permite verificar a pressão do ar existente no
cilindro a qualquer tempo, o que é muito importante durante a utilização, pois permite ao
Brigadista de Incêndio verificações periódicas do tempo de uso que lhe resta, aumentando sua
segurança. (Figs. 13.6-A a 13.6-K).

Fig. 13.6-A – Aparelho autônomo de proteção respiratória de ar comprimido – máscara


autônoma tipo “pressão normal”.
Fig. 13.6-B – e tipo “pressão positiva”.
Fig. 13.6-C – A máscara autônoma tipo “pressão positiva” protege o Brigadista de Incêndio
contra a entrada de gases tóxicos no interior da peça facial.
Fig. 13.6-D – Detalhe do fechamento correto do cinto de suporte do aparelho.
Fig. 13.6-E – Posição do cilindro de ar comprimido.
Fig. 13.6-F – Registro de abertura, para a passagem do ar respirável.
Fig. 13.6-G – Alarme sonoro que anuncia o término do suprimento de ar respirável.
Fig. 13.6-H – Manômetro.
Fig. 13.6-I – Inspeção visual da peça facial e do tubo condutor.
Fig. 13.6-J – Acoplamento do tubo conduto à saída de ar do redutor de pressão, através da
conexão.
Fig. 13.6-k – Verificação dos tirantes.

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
4. UTILIZAÇÃO DA MÁSCARA AUTÔNOMA

4.1. TEMPO DE AUTONOMIA

O tempo de autonomia da máscara autônoma de ar comprimido é condicionado à pressão


do ar, ao volume do cilindro e à atividade (consumo de ar).

CÁLCULO VOLUME x
: PRESSÃO
CONSUMO

Para efeito de cálculo , o Brigadista de Incêndio em atividade consome 50 litros de ar por


minuto.
Exemplo de cálculo:

CILINDRO DE 7 LITROS CARREGADO A 200 BAR


RESERVA DE AR:
= volume do cilindro (V) x pressão (P)
= V x P = 7 x 200 = 1.400 Litros
TEMPO DE USO:
T = 1.400 : 50 = 28 minutos

4.2. COLOCAÇÃO DO EQUIPAMENTO

Antes de o Brigadista de Incêndio colocar o equipamento, deve Ter certeza de seu


perfeito funcionamento. Vários métodos podem ser usados para colocação dos equipamentos
autônomos. Os mais usados na empresa são:

• Método de colocação por sobre a cabeça


• Método de vestir
Os passos necessários para colocação são diferentes, mas, após colocado o equipamento, os
métodos de fixação ao corpo são idênticos.

Fig. 13.7 – A – Segurar o suporte firmemente.

Método de colocação por sobre a cabeça

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
• Ao retirar o equipamento da viatura, verificar a pressão no manômetro.

• O equipamento deve ser colocado no solo, com o cinto aberto, as alças de transporte alargadas
e colocadas para o lado de fora do suporte, para não atrapalhar o Brigadista de Incêndio quando
segurar o cilindro.

• Agachar ou ajoelhar-se na extremidade oposta ao registro do cilindro.

• Segurar o cilindro com as mãos, deixando as alças de transporte para o lado de fora .

• Levantar-se, erguendo o cilindro por sobre a cabeça e deixando que as alças de transporte
passem dos cotovelos.

• Inclinar-se levemente para frente, permitindo ao cilindro ficar nas costas, deixando as alças
caírem naturalmente sobre os ombros.

• Puxar os tirantes de ajuste, certificando-se que as alças caírem naturalmente sobre os ombros.

• Erguer o corpo, fechar e ajustar o cinto de forma que o equipamento acomode-se


confortalvemente.

• A falta de ajuste da alça e do cinto provoca má distribuição de peso.


(Figs. 13.7-A a 13.7-E)

Fig. 13.7-B – Elevá-lo até passar


Fig. 13.7-C – ... pela cabeça.
Fig. 13.7-D – Ajustar as alças do suporte.
Fig. 13.7-E – Fechar e ajustar o cinto do suporte.

Método de vestir

• Ao retirar o equipamento da viatura, verificar a pressão no manômetro.

• Vestir o equipamento, passando um braço por vez através das alças. Colocá-lo no solo, com as
alças alargadas e o cinto aberto.

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO

• Agachar-se próximo à extremidade do registro do cilindro.

• Com a mão direita, segurar a alça que será colocada sobre o ombro direito (ou, com a esquerda,
a que será colocada sobre o ombro esquerdo).

• Levantar-se, colocando a correia no ombro. Durante este movimento, o cotovelo deve passar
por dentro da alça.

• Ajustar as alças e o cinto como descrito no método anterior.

(Figs. 13.8-A, 13.8-B e 13.8-C)

Fig. 13.8-A – Segurar o aparelho pelas alças.


Fig. 13.8-B – Passar uma alça pelo ombro e...
Fig. 13.8-C - ... em seguida, a outra alça.

Colocação da peça facial

• Alargar ao máximo os tirantes da máscara.

• Colocar a peça facial, introduzindo primeiramente o queixo dentro desta e, com as duas mãos,
colocar os tirantes por sobre a cabeça.

• Puxar simultaneamente, os tirantes laterais inferiores para trás, ajustando-os com cuidado para
não danificá-los.

• Certificar-se de que não permaneçam cabelos entre a testa e a máscara.

• Puxar, simultaneamente, os tirantes das têmporas para trás, ajustando-os.

• Colocar o capacete, passando a mangueira de baixa pressão por dentro da jugular.

• Concluir a conexão da peça facial ao cilindro.

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
• Abrir o registro do cilindro.

• Verificar a estanqueidade da máscara facial. Para isso, expirar, fechar o registro do cilindro e,
em seguida, inspirar vagarosa e profundamente.

• Deve-se sentir o rosto sendo succionado e a incapacidade de continuar inspirando. A entra de


ar na máscara significa que ela está mal colocada ou danificada.

• Verificar a válvula de exalação. Para isso, abrir o registro do cilindro, inspirar e expirar. Com
as costas da mão sentir o ar sair pela válvula de exalação. Em caso negativo, expirar com mais
força, isto deverá liberar a válvula. Se, mesmo assim, o ar não sair pela válvula de exalação,
trocar a peça facial.

(Figs. 13.9-A a 13.9-H)

Fig. 13.9-A – Verificar a resistência dos tirantes da peça facial.


Fig. 13.9-B – Alargar ao máximo os tirantes.
Fig. 13.9-C – Colocar a peça facial.
Fig. 13.9-D – Ajustar os tirantes laterais de baixo, de cima e...
Fig. 13.9-E – ... do alto da cabeça.
Fig. 13.9-F – Verificar a vedação da peça facial inspirando e tampando a entrada de ar. “Não
pode ocorrer entrada de ar”.
Fig. 13.9-G – Acoplar a válvula de demanda.
Fig. 13.9-H – A peça facial também pode ser fixada com ganchos no capacete “Gallet”.

5. INSPEÇÃO E CUIDADOS

Os Brigadistas de Incêndio devem inspecionar a máscara autônoma diariamente e limpá-


la após o uso.

5.1. INSPEÇÃO DIÁRIA

O Brigadista de Incêndio deve se equipar com o aparelho, observando:

• Conexão do cilindro ao redutor de pressão.

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO

• Cinta que liga o cilindro ao suporte.

• Alças de transporte e cinto.

• Placa de suporte.

• Conexões das mangueiras.

• Tirantes e peça facial.

• Pressão do cilindro.

• Vedação a alta pressão.

• Volante do cilindro.
• Alarme.

Prova de vedação a alta pressão

• Acoplar a válvula de demanda à mangueira de alta pressão, abrir o registro do cilindro e ler a
pressão indicada no manômetro. Fechar o registro do cilindro. A pressão deve permanecer
inalterada durante um minuto.

• Sempre acionar o botão de descarga para despressurizar o sistema; com isto, consegue-se
desacoplar as conexões com facilidade.

Ensaio do sinal de alarme

• Abrir o registro do cilindro por um curto espaço de tempo e, depois, voltar a fechá-lo.

• Depois, cuidadosamente, liberar o ar pela válvula de demanda, observando o manômetro. O


sinal de alarme deve soar quando a pressão do manômetro for de 40 BAR, com tolerância de +
ou – 55 BAR. O assobio não diminui de intensidade senão quando o ponteiro do manômetro
chegar ao batente.

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO

5.2. LIMPEZA

Lavar a peça facial com detergente neutro e água, pondo-a para secar em local fresco e
ventilado e à sombra. Solvente, tais como acetona, álcool e gasolina, não devem ser usados na
limpeza, pois atacam o visor de acrílico. A limpeza do restante do equipamento é feita com um
pano limpo e úmido. (Fig. 13.10).

Fig. 13.10 – Lavar a peça facial com detergente neutro e água. Desinfetar a peça facial com um
pano limpo e úmido. Secar a peça facial em local arejado e à sombra.

Capítulo 14

TÉCNICA DE EXTINÇÃO DE INCÊNDIO

OBJETIVOS

Utilizar o esguicho, mangueira e agentes extintores apropriados para as


diversas classes de incêndio.
Identificar os perigos resultantes de um incêndio em uma edificação.
Executar a técnica para fuga de emergência.
Desenvolver os procedimentos a serem executados em ocorrência
envolvendo corrente elétrica.
Cortar o fluxo de eletricidade em uma edificação.
Atuar em ocorrências de vazamento de gás, com ou sem fogo.
Utilizar os seguintes métodos de aplicação de água:
Ataque direto
Ataque indireto
Ataque combinado
Descrever as precauções a serem seguidas durante o avanço de linha de
mangueira em local de incêndio.
Identificar os tipos de incêndios em mata e os equipamentos necessários.
Identificar os cuidados necessários no combate a incêndios em mata.

1. INTRODUÇÃO

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO

Técnica de extinção de incêndio é a utilização correta dos meios disponíveis para


extinguir incêndios com maior segurança e com um mínimo de danos durante o combate.
Os Brigadistas de Incêndio devem estar aptos a executar com rapidez e eficiência as
evoluções determinadas pelo comandante da guarnição. Este nível de profissionalização é
alcançado quando há empenho no treinamento por parte das guarnições que trabalham juntas .
a familiaridade com o equipamento de combate a incêndios é obtida através de instrução
constante.

Os Brigadistas de Incêndio devem trabalhar como uma equipe, onde cada um tem sua
missão definida:
• O chefe da equipe toma decisões para o desenvolvimento tático, assiste e
supervisiona os integrantes da guarnição quanto aos procedimentos técnicos (técnica
aplicada).

• O motorista conduz o veículo em segurança com pessoal e equipamento, e opera a


bomba.

• Os chefes de linha e auxiliares armam as linhas determinadas, operamos


esguichos e realizam outras missões, conforme determinação do Comandante.

As técnicas de extinção são determinadas pelas peculiaridades de cada classe e tipo de


incêndio e suas características.
Antes de se iniciar o capítulo propriamente dito, cabe esclarecer que as linhas d’água ou de
ataque devem ser usadas prioritariamente em ataques internos, isto é, por dentro da edificação.
A penetração numa edificação somente deve ser evitada quando houver risco para o pessoal
(possibilidade de desabamento, excesso de calor, falta de visibilidade, perigo de explosão,
presença de produtos perigosos, possibilidade de radiação atômica). Outras situações de ataque
externo constituirão, quase invariavelmente, erros grosseiros.

2. COMBATE A INCÊNDIO “CLASSE A”

Os incêndios classe “A”, isto é, incêndios em combustíveis comuns (papel, madeira,


tecidos) que deixam resíduos característicos (brasa, carvão, cinza), em geral, são extintos por
resfriamento, podendo se utilizar também o abafamento, retirada do material e quebra da reação

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
em cadeia.
A água é o agente extintor mais eficaz para o resfriamento. A aplicação de água será
bem-sucedida se a quantidade utilizada for suficiente para resfriar o combustível que está
queimando para temperaturas que o conduzam abaixo do ponto de combustão.

2.1. ATAQUE DIRETO

O mais eficiente uso de água em incêndio em queima livre é o ataque direto.


A pessoa deve estar próximo ao incêndio, utilizando jato contínuo ou chuveiro (30º ou
menos), sempre concentrando o ataque para a base do fogo, até extingui-lo (Fig. 14.1). Não
jogar mais água que o necessário para a extinção, isto é, quando não mais houver chamas.
Em locais com pouca ou nenhuma ventilação, o bombeiro deve usar jatos intermitentes e
curtos até a extinção. Os jatos não devem ser empregados por muito tempo, sob pena de
perturbar o balanço térmico.
O balanço térmico é o movimento dos gases aquecidos em direção ao teto e a expansão
de vapor d’água em todas as áreas, após a aplicação dos jatos d’água. Se o jato for aplicado por
muito tempo, além do necessário, o vapor começará a se condensar, causando a precipitação de
fumaça ao piso e, por sua vagarosa movimentação, haverá perda da visibilidade, ou seja, os
gases aquecidos que deveriam ficar ao nível do teto tomarão o lugar do ar fresco que deveria
ficar ao nível do chão e vice-versa.

2.2. ATAQUE DIRETO

Este método é chamado de ataque indireto porque o bombeiro faz a estabilização do


ambiente, usando a propriedade de vaporização da água, sem entrar no ambiente. Deve ser
executado quando o ambiente está confinado e com alta temperatura, com ou sem fogo. É
preciso cuidado porque esta pode ser uma situação propícia para o surgimento de uma explosão
ambiental (BACKDRAFT ou FLASHOVER).
Este ataque não deve ser feito enquanto não houver certeza da retirada das vítimas do
local, porque a grande geração de vapor poderia matá-las. Realiza-se dirigindo o jato d’água
para o teto superaquecido, tendo como resultado a produção de aproximadamente 1.700 litros de
vapor, à pressão normal e temperatura superior a 100ºC.
No ataque indireto, o esguicho será acionado por um período de 20 a 30 segundos, no
máximo. Não poderá haver excesso de água, o que causaria distúrbios no balanço térmico.
A quantidade de água a ser empregada em um compartimento deve ser calculada levando

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
em consideração a seguinte fórmula:

Q = 1,5 x volume do ambiente (m3)

Onde:

Q = 1pm (vazão)
volume = área x altura (m3)

EXEMPLO:

Um salão com as seguintes medidas:

largura: 10m

comprimento: 24m

altura: 3m

10m x
24m
240m2 x (área)

3m (altura)
720m3 (volume)

Q = 1,5 x 720 = 1.080

(a vazão neste cálculo terá como unidade lpm).

Fig. 14.1 – Ataque direto.

Essa vazão (Q) deve ser aplicada por 30 segundos.


Um esguicho regulável de 38mm, com 5,5 Kg/cm2 (80psi) de pressão, descarrega

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
aproximadamente 360 lpm; logo, é necessária a utilização de 3 esguichos simultaneamente, 30
segundos, procurando atingir todo o teto do compartimento (1.080 : 360 = 3).
Após a aplicação de água, o Brigadista de Incêndio aguarda a estabilização do ambiente,
isto é, que as labaredas baixem e se reduzam a focos isolados. Isso poderá ser constatado através
dos seguintes sinais:

• não mais se vê a luminosidade das labaredas;

• não mais se ouve o som característico de materiais e combustão.

O processo de estabilização do ambiente será muito rápido e a pessoa perceberá os sinais


logo após a aplicação de água.
A pessoa, após estabilizado o ambiente, deve entrar no local com o esguicho fechado e
extinguir os focos remanescentes através de jatos intermitentes de pequena duração, dirigidos
diretamente à base do fogo. Quando estiver desenvolvendo esta fase, a pessoa deve fazer com
que o volume de água utilizado seja o menor possível.
Quando da aplicação da água por qualquer abertura da edificação, os homens devem se
manter fora da linha da abertura para se protegerem da expulsão de gases quentes e vapor que
sairão através das aberturas. (Fig. 14.2)

Fig. 14.2 – Ataque indireto.

2.3. ATAQUE COMBINADO

quando alguém se depara com um incêndio que está em local confinado, sem risco de
explosão ambiental, mas com superaquecimento do ambiente, que permite a produção de vapor
para auxiliar a extinção (abafamento e resfriamento), usa-se o ataque combinado.
O ataque combinado consiste na técnica da geração de vapor combinada com ataque
direto à base dos materiais em chamas. O esguicho, regulado de 30 a 60 graus, deve ser
movimentado de forma a descrever um círculo, atingindo o teto, a parede, o piso, a parede
oposta e novamente o teto. (Fig. 14.3)
No ataque combinado, os bombeiros devem ficar abaixados com a mangueira sobre o
ombro, o que facilitará a movimentação circular que caracteriza este ataque. Quando não houver
mais geração de vapor, utiliza-se o ataque direto para a extinção dos focos remanescentes.

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
Fig. 14.3 – Ataque combinado.

Lembrar que:

• nunca se deve aplicar água na fumaça.

• A aplicação de água na fumaça não extingue o incêndio, somente causa danos, distúrbios no
balanço térmico, desperdício de água e perda de tempo.

2.4. SELEÇÃO DE LINHAS E JATOS

A técnica de aplicação de água somente será bem-sucedida se a forma e a quantidade


utilizada for adequada e suficiente.
Para isso, a seleção de linhas dependerá das necessidades da situação, tais como:

• volume de água disponível para manobrar as linhas;


• mobilidade exigida;

• tática e técnica escolhida.

Obviamente, seria errado escolher uma linha direta de 38mm, ou ainda o mangotinho, para
atacar um incêndio numa grande ocupação comercial totalmente envolvida pelo fogo. O ataque
não teria o volume nem o alcance necessário. Também é incorreto atacar um dormitório de
residência familiar com uma linha de 63mm, descarregando 940 litros por minuto, ou armar essa
mesma linha não havendo reserva d’água (hidrante público) disponível.
A tabela 14.1 faz uma análise das características dos jatos, o que ajudará na escolha do jato a
ser empregado.

3. COMBATE A INCÊNDIO “CLASSE B”

São incêndios em líquidos e gases inflamáveis que, por terem características próprias,
possuem métodos de extinção distintos.

CARACTERÍSTICA DAS LINHAS DE ATAQUE

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
Tipo Mangotinho 38mm 63mm Canhão
(dimensão) (16 a 25mm) (1 1/2") (2 1/2")

Vazão 39 a 114 lpm 190 a 454 lpm 560 a 946 lpm 1.325 a 7.570 lpm

Alcance do 08 a 15m 08 a 15m 15 a 30m 30 a 60m


jato

Número de 01 01 ou 02 02 a 04 01
pessoas no
esguicho

Mobilidade Excelente Boa Reduzida a Reduzida ou nula


moderada (esguicho/torre
d’água podem ter
mobilidade maior)
Controle de Excelente Bom Moderado Difícil
perdas

Controle de Excelente Excelente Bom Bom


direção

Quando usar Pequenos focos Desenvolvimento A penetração A extensão e


em interiores. do fogo pequeno e com linhas de 1 intensidade do fogo
Não existe contido ou 1/2" é arriscada, impedem a
possibilidade de suficientemente tendo em vista a penetração com
propagação. confinado para ser proporção e linhas manuais.
Limpeza final extinto com intensidade do Abundância de H2O
ou rescaldo. quantidade fogo. (manancial) e
relativamente Há manancial limitação de pessoal.
pequena de água. d’água e pessoal Segurança do pessoal
Ataques rápidos. em quantidade. determina não
Rápidos rearranjos. A segurança do penetrar.
Pessoal suficiente. pessoal exige. Para proteção do
Carga incêndio Para proteção de calor irradiado com
baixa. exposição em alto risco.
Para proteção de calor irradiado Capacidade de
exposição (calor muito grande bombeamento
radiado). permite.

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124
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
A sobrecarga gerada
pela água não vai pôr
em risco de colapso o
piso e as estruturas.
Ataque direto
(interior) não poderá
ser mantido por
muito tempo.

Área efetiva Menor que um De um a três Um piso ou mais Grandes estruturas


estimada compartimento compartimentos totalmente totalmente
envolvido. envolvidas.
Tabela 14.1 – Características das linhas de ataque.

3.1. COMBATE A INCÊNDIOS EM LÍQUIDOS INFLAMANTES

O melhor método de extinção para a maioria dos incêndios em líquidos inflamáveis é o


abafamento, podendo ser utilizado também a quebra da reação em cadeia, a retirada do material
e o resfriamento.
O controle de incêndios em líquidos inflamáveis é o abafamento, podendo ser utilizado
também a quebra da reação em cadeia, a retirada do material e o resfriamento.
O controle de incêndios em líquidos inflamáveis pode ser efetuado “com água”, que
atuará por abafamento e resfriamento. Na extinção por abafamento, a água deverá ser aplicada
como neblina, de forma a ocupar o lugar do oxigênio, que está suprindo a combustão nos
líquidos.
A técnica de resfriamento somente resultará em sucesso se o combustível tiver ponto de
combustão acima da temperatura normal da água (20 ºC). Ao se optar pelo uso de água deve-se ,
sempre, usar o jato chuveiro ou jato neblina. O jato contínuo não deve ser utilizado, pois não
permitirá o abafamento e poderá esparramar o líquido em chamas, aumentando o incêndio.
Para se combater este tipo de incêndio em segurança, deve-se conhecer as propriedades e
características dos líquidos inflamáveis, que, em sua maioria:

• geram vapores inflamáveis à temperatura ambiente (voláteis);

• flutuam na água;

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125
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
• geram eletricidade estática quando fluindo;

• queimam rapidamente por sobre a superfície exposta ao calor;

• liberam durante a queima grande quantidade de calor.

Bleve

Um fenômeno que pode ocorrer em recipiente com líquidos inflamáveis, trazendo


conseqüências danosas, é o BLEVE. (Boiling Liquid Expanding Vapor Explosion).
Quando um recipiente contendo líquido sob pressão interna aumenta (em virtude da
expansão do gás exposto à ação do calor), tendo como resultado a queda de resistência das
paredes do recipiente. Isto pode resultar no rompimento ou no surgimento de fissura. Em ambos
os casos, todo o conteúdo irá vaporizar-se e sair instantaneamente. Essa súbito expansão é uma
explosão. No caso de líquidos inflamáveis, formar-se-á uma grande “bola de fogo”, com enorme
irradiação de calor.
O maior perigo do BLEVE é o arremesso de pedaços do recipiente em todas as direções,
com grande deslocamento de ar. Para se evitar o BLEVE é necessário resfriar exaustivamente
os recipientes que estejam sendo aquecidos por exposição direta ao fogo, ou por calor irradiado.
Este resfriamento deve ser preferencialmente com jato d’água em forma de neblina. (Fig. 14.4)

Fig. 14.4 – Resfriamento de recipiente (neste caso um vagão de trem) que está em chamas e
contém líquido sob pressão. Manter as linhas pela lateral do vagão, resfriando o terço superior.

Resfriando com água

Enquanto a água sem extratos de espuma é pouco eficaz em líquidos voláteis (como
gasolina ou diesel), incêndios em óleos mais pesados (não voláteis) podem ser extintos pela
aplicação de água em forma de neblina, em quantidades suficientes para absorver o calor
produzido. Deve-se estar atento para que não haja transbordamento do líquido e para que não
ocorra o fenômeno conhecido como BOIL OVER. (Fig. 14.5)

Fig. 14.5 – Combate em tanque de combustível com jato neblina.

Boil over

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126
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO

O BOIL OVER pode ser explicado da seguinte maneira:

• Quando se joga água em líquidos de pequena densidade, a água tende a depositar-se no


fundo do recipiente.

• Se a água no fundo do recipiente for submetida a altas temperaturas, pode vaporizar-se. Na


vaporização da água há grande aumento de volume (1 litro de água transforma-se em 1.700
litros de vapor).
• Com o aumento de volume, a água age como êmbolo numa seringa, empurrando o
combustível quente para cima, espalhando-o e arremessando-o a grandes distâncias. (Fig.
14.6)

Fig. 14.6 – Processo que resulta no fenômeno chamado “boil over”.

Antes de ocorrer o BOIL OVER, pode-se identificar alguns sinais característicos:

• através da constatação da onda de calor: dirigindo um jato d’água na lateral do tanque


incendiado, abaixo do nível do líquido, pode-se localizar a extensão da onda de calor,
observando-se onde a água vaporiza-se imediatamente;

• através do som (chiado) peculiar: pouco antes de ocorrer a “explosão”, pode-se ouvir um
“chiado” semelhante ao de um vazamento de vapor de uma chaleira fervendo.

Ao identificar esses sinais, a pessoa deve se comunicar imediatamente com o comandante.


Recebendo ordem de abandonar o local, todos devem se afastar rapidamente.

Varredura com água

A água pode ser utilizada para deslocar combustíveis, que estejam queimando ou não,
para locais onde possam queimar com segurança, ou onde as causas da ignição possam ser mais
facilmente controladas. Evitar que combustíveis possam ir para esgotos, drenos ou locais onde
não seja possível a contenção dos mesmos.
O jato contínuo será projetado de um lado a outro (varredura), empurrando o combustível
para onde se deseja.

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127
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
Derramamento de líquidos combustíveis em via pública também pode causar desastres,
inclusive acidentes de trânsito. O líquido combustível poderá ser removido através de varredura,
adicionando-se um agente emulsificador (LGE sintético ou detergente comum, por exemplo) à
água e evitando, ao mesmo tempo, que o líquido se dirija para o esgoto ou rede pluvial. Pode-se
também utilizar areia e cal. Essas substâncias absorvem o líquido combustível, removendo-o da
via pública e impedindo que alcance a rede de esgoto ou pluvial. (Fig. 14.7)

Fig. 14.7 – Varredura com água.

Substituindo combustíveis por água

A água pode ser empregada para remover combustíveis de encanamentos ou tanques com
vazamentos. Incêndios que são alimentados por vazamentos podem ser extintos pelo
bombeamento de água no próprio encanamento ou por enchimento do tanque com água a um
ponto acima do nível do vazamento. Este deslocamento faz com que o produto combustível
flutue sobre a água (enquanto a aplicação de água for igual ou superior ao vazamento do
produto). O emprego desta técnica se restringe aos líquidos que não se misturam com água e que
flutuam sobre ela. (Fig. 14.8)

3.2. ATENDIMENTO A VAZAMENTO DE GASES INFLAMÁVEIS

O único método seguro de se solucionar a ocorrência de vazamento de gás ou líquido sob


pressão, com ou sem fogo, é a retirada do material.
Como quase todas as edificações utilizam o GLP ou gás natural, é importante que todo
Brigadista de Incêndio conheça os riscos e as técnicas no atendimento de ocorrências
envolvendo estes gases.

Gás natural

O gás natural (gás encanado) é formado principalmente por metano, com pequenas
quantidade de etano, propano, butano e pentano. Este gás é mais leve do que o ar. Assim, tende a
subir e difundir-se na atmosfera; não é tóxico mas é classificado como asfixiante, porque EM
AMBIENTES FECHADOS pode tomar o lugar do ar atmosférico, conduzindo assim à asfixia.
A companhia concessionária local deve ser acionada quando alguma emergência ocorrer.
Incidentes envolvendo o sistema de distribuição de gás natural são freqüentemente

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
acusados por escavação nas proximidades da canalização subterrânea. Neste caso, as viaturas não
devem estacionar próximas ao local, por causa da possibilidade de ignição.

Fig. 14.8 – Substituição de combustíveis líquidos por água.

O pessoal deve estar preparado para o evento de uma explosão e incêndio subsequente. A
primeira preocupação deve ser a evacuação da área vizinha e eliminação de possíveis fontes de
ignição no local. (Fig. 14.9)

Fig. 14.9 – Diferença de densidade do gás natural e do GLP.

GLP engarrafado

O gás liqüefeito de petróleo (GLP) ou gás engarrafado, como é um combustível


armazenado sob pressão, é usado principalmente em residências, em botijões de 13 Kgs. Sua
utilização comercial e industrial é feita com cilindros de maior capacidade, de 20, 45 e 90 Kg.
Este gás é composto principalmente de propano, com pequenas quantidades de butano,
etano propileno e iso-butano. O GLP não tem cheiro natural. Por isso, uma substância odorífica,
denominada MERGAPTANA, lhe é adicionada. O gás não é tóxico, mas é classificado como
asfixiante porque pode deslocar o ar, tomando seu lugar no ambiente, e conduzir à asfixia.
O GLP é cerca de 1,5 vezes mais pesado que o ar, de forma que, normalmente, ocupa os
níveis mais baixos. Todos os recipientes de GLP estão sujeitos à BLEVE quando expostos a
chamas diretas. O GLP é freqüentemente armazenado em um ou mais cilindros (bateria). O
suprimento de gás para uma estrutura pode ser interrompido pelo fechamento de uma válvula de
canalização. Se a válvula estiver inoperante, o fluxo pode ser interrompido retirando-se a válvula
acoplada ao cilindro.
Ao se deparar com fogo em gás inflamável, e não podendo conter o fluxo, o bombeiro
não deverá extinguir o incêndio. Um vazamento será mais grave que a situação anterior, por
reunir condições propícias para uma explosão. Neste caso, o bombeiro deverá apenas controlar o
incêndio.
O gás que vazou e está depositado no ambiente pode ser dissipado por ventilação, ou por
um jato d’água em chuveiro, de no mínimo 360 lpm (esguicho de 38mm com aproximadamente
5,5 Kg/cm2 de pressão), com 60º de abertura, da mesma maneira com que se realiza a ventilação
de um ambiente, usando esguicho.

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
4. COMBATE A INCÊNDIO CLASSE ‘‘C”

A dificuldade na identificação de materiais energizados é um dos grande perigos


enfrentados pela guarnição no atendimento de ocorrência.
Este tipo de incêndio pode ser extinto, com maior facilidade após o corte da energia
elétrica. Assim, o incêndio deixa de ser classe “C”, tornando-se classe “A” ou “B”, podendo
ainda extinguir-se.
Para sua extinção, deve-se utilizar aparelhos extintores não condutores de eletricidade,
com pgs, e HALON. Não se deve utilizar aparelhos extintores de água ou espuma (química ou
mecânica), devido ao perigo de choque elétrico para o operador, que pode causar-lhe a morte.
Pode-se utilizar linhas de mangueiras, desde que se conheça a técnica e se tomem as precauções
necessárias.
No combate (com água) ao fogo em materiais eletrificados, usa-se uma regra simples,
exposta na Figura 14.10.
A água contém impurezas que a tornam condutora; daí, na sua aplicação em incêndios
em materiais energizado, deve-se considerar todos os riscos de o Brigadista de Incêndio levar
um choque elétrico.

Fig. 14.10 – Tabela de aplicação de água em materiais eletrificados.

O Chefe da Operação determinará o uso de água, considerando os fatores:

• voltagem da corrente;

• distância entre o esguicho e o equipamento energizado;

• isolamento elétrico oferecido ao Brigadista de Incêndio, entre os quais luvas de isolamento e


botas de borracha isolante.

Outro problema é a presença de produtos químicos perigosos em instalações e equipamentos


elétricos, o que pode acarretar sérios riscos à saúde e ao meio ambiente. Neste caso, deve-se
tomar as cautelas necessárias para sua extinção, tais como: isolar a área, conhecer as
características e os efeitos do produto e usar EPI (roupas, luvas, proteção respiratória,
capacetes e capa ou roupa apropriada). Incêndio em transformador elétrico que utiliza como
líquido refrigerante o “ASKAREL” (cancerígeno) é exemplo típico. Como medida de

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130
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
segurança, linhas energizadas não devem ser cortadas; apenas técnicos especializados
deverão fazê-lo. A Sprinksomente desligará a eletricidade pela abertura de chave, remoção
de fusível ou desacionamento de disjuntor quando necessário.
Contatos e cooperação com as concessionárias (ELETROPAULO, CIA. Energética de
São Paulo, Cia. Paulista de Força e Luz) são vitais no combate a incêndios classe “C”, para
reduzir o risco à vida e à propriedade.

4.1. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Nas residências, a instalação elétrica é normalmente de tensão (110 e 220 volts). O


método mais simples de interromper o fornecimento da energia é desligar a chave geral da
instalação. (Fig. 14.11)
Deve-se Ter cuidado com o fornecimento de energia à edificação através de instalação
clandestina, pois, mesmo após desligar os dispositivos de entrada de eletricidade, pode haver
energia no local.
Muitas indústrias, edificações comerciais, prédios elevados e complexos de apartamentos
têm equipamentos elétricos que utilizam mais de 600 volts. (Fig. 14.12)

Fig. 14.11 – Cuidado com fogo em locais como quadros de distribuição de luz.

Fig. 14.12 – Quadro de distribuição de energia em indústria/comércio.

Nas portas dos compartimentos que abrigam estes equipamentos (como transformadores
e grandes motores), deve haver uma placa de identificação com a inscrição “ALTA
VOLTAGEM”.
Pode-se ainda encontrar instalações elétricas subterrâneas, isto é, galerias com cabos
elétricos abaixo da superfície. Os riscos mais freqüentes são as explosões, que podem arremessar
tampas de bueiros a grandes distâncias, devido ao acúmulo de gases inflamáveis de centelha de
fusíveis, relês ou curto circuito. Não se deve entrar em bueiros, exceto para efetuar um
salvamento. O combate deve ser efetuado desde a superfície, com o uso de gás carbônico ou pgs.
A água não deve ser aplicada em galerias, em razão da proximidade com o equipamento
elétrico.

4.2. EMERGÊNCIAS COM ELETRICIDADE

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
Em emergência envolvendo eletricidade, alguns procedimentos devem ser seguidos para
manter um ambiente seguro ao serviço dos Brigadistas de Incêndio:

• quando forem encontrados fios caídos, a área ao redor deve ser isolada;

• deve-se tratar todos os fios como energizados e de alta voltagem;

• quando existir o risco de choque elétrico, deve-se usar EPI adequado e


ferramentas isoladas;

• deve-se tomar cuidado ao manusear escadas, mangueiras ou equipamentos


próximos a fios elétricos;

• não se deve tocar em qualquer veículo ou viatura que esteja com fios elétricos,
pois esse procedimento pode resultar em choque elétrico.

5. COMBATE EM INCÊNDIO CLASSE “D”

Incêndios em metais combustíveis (magnésio, selênio, antimônio, lítio, cádmio, potássio,


alumínio, zinco, titânio, sódio, zircônio) exigem, para a sua extinção, agentes que se fundam em
contato com o material ou que retirem o calor destes. Metais combustíveis queimam em
temperaturas extremamente altas e reagem com a água, arremessado partículas. A reação será
tanto maior quanto mais fragmentado estiver o metal.
Estes incêndios podem ser reconhecidos pela cor branca das chamas. Uma camada cinza
poderá cobrir o material, dando a impressão de que não há fogo.
Quando o material estiver em forma de limalha (fragmentado), deve-se isolar a parte que
está queimando do resto por processo mecânico (retirada do material) e utilizar o agente extintor
próprio, cobrindo todo o material em chama.
O maior problema de uma pessoa numa emergência com combustíveis classe “D” é a
obtenção de agentes extintores adequados à situação específica. Isso porque os metais
combustíveis não apresentam um comportamento padrão para um determinado agentes extintor.
Portanto, deve-se agir com extrema cautela nestes casos. O melhor método de extinção é o
abafamento.
Em certas circunstâncias, a água pode ser usada como agente extintor (nas situações
específicas de ligas de magnésio usadas em indústria). Neste caso, a água deve ser utilizada em

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
grandes quantidades, pois a temperatura deste tipo de foto é muito alta e a técnica de extinção
utilizada é o resfriamento.
É importante que se obtenha o máximo de informação sobre o produto em chamas, bem
como se há no local o agente extintor apropriado. (Fig. 14.13)

Fig. 14.13 – Na mecânica de veículos, pode-se encontrar metais pirofóricos que causam
incêndios classe “D”.

6. INCÊNDIO E EMERGÊNCIAS EM AMBIENTES FECHADOS

Operações de combate a incêndio e salvamento podem ocorrer em locais com pouca ou


nenhuma ventilação, tais como: subsolos, depósitos , garagens, residências, escritórios ou outras
dependências. Por isso, é importante saber quais os riscos inerentes a estes ambientes, quando
em chamas:

• Insuficiência de oxigênio, excesso de vapores e gases tóxicos e/ou inflamáveis. Para evitar
estes riscos, é necessário utilizar aparelho autônomo de respiração, mantendo o controle da
quantidade do ar do cilindro. Numa atmosfera com vapores explosivos, não se deve utilizar
equipamentos que produzam faíscas ou superaquecimento.

• Espaço limitado para entrada e saída. Quando o Brigadista de Incêndio estiver equipado
com aparelho de respiração autônoma e, ao entrar ou sair por aberturas pequenas, tiver que
retirar o suporte com cilindro das costas, deverá ter cuidado para que a máscara não saia da
sua face.

• Colapso estrutural e instabilidade de estoques de material.

• Estruturas metálicas aquecidas pelo fogo, tais como vigas e colunas metálicas devem ser
resfriadas, pois cedem rapidamente quando superaquecidas.

• Presença de eletricidade. Antes de um Brigadista de Incêndio entrar num ambiente


confinado, deve-se desligar a energia elétrica.

Um cabo-guia deve ser usado na comunicação entre o Brigadista de Incêndio do lado de fora
da edificação e os Brigadistas de Incêndio no interior da mesma. Este cabo deve estar sempre

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
tenso a fim de que haja, efetivamente, comunicação. Para cada equipe de Brigadistas de Incêndio
que adentrar à estrutura, deve haver um outro do lado fora, responsável pela sua segurança. A
comunicação entre os Brigadistas de Incêndio pode ser feira tanto do interior do ambiente para o
exterior do ambiente, como do exterior para o interior.
É importante que os Brigadistas de Incêndio no interior não fiquem com seus movimentos
limitados pelo cabo. Portanto o Brigadista de Incêndio do exterior não deve prender ou tentar
puxar o companheiro de dentro da edificação, mesmo quando em situação de emergência. Os
códigos a serem usados nestas ocasiões são:

SINAL
SIGNIFICADO
1 puxão Tudo
bem
2 puxões Solte o cabo
3 puxões Retese
o cabo 4 puxões Achei
vítima

Toda comunicação deve ter resposta, portanto, o bombeiro deve acusar, sempre, o
recebimento da mensagem com um puxão, o que quer dizer que entendeu o comunicado. No
caso de não receber resposta, usar o código novamente e, persistindo a falta de resposta, deve
repetir o procedimento mais uma vez. Se, mesmo assim, não obtiver resposta, deve providenciar
socorro imediato ao colega. Do lado de fora, deve
haver uma equipe de segurança predeterminada, para socorrer a equipe de salvamento em uma
emergência. Esta equipe de segurança deve ser composta de dois Brigadistas de Incêndio com
EPI e EPR (máscara autônoma), que acompanharão os trabalhos da equipe de salvamento sob a
supervisão do Chefe da Operação. Um Brigadista de Incêndio deve controlar toda a operação no
interior da edificação, supervisionando o equipamento e o pessoal, anotando missão, nome do
Brigadista de Incêndio e tempo de trabalho de cada elemento. Este procedimento reduz a
possibilidade de um homem ficar esquecido no interior da estrutura ou trabalhar fora da margem
de segurança estabelecida.
Os Brigadistas de Incêndio não devem hesitar em sair da edificação se as condições
internas indicarem a possibilidade de um iminente colapso da estrutura. Ao avançar no interior
da estrutura devem Ter pleno conhecimento da quantidade de ar necessária para o retorno. (Fig.
14.14)
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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO

Fig. 14.14 – Equipe de salvamento entrando em local sinistrado com cabo-guia preso à cintura
dos Brigadistas de Incêndio.

7. SEGURANÇA NA EXTINÇÃO

Durante o serviço, a própria segurança e a dos companheiros deve ser uma preocupação
constante do Brigadista de Incêndio. Uma vez que o Brigadista de Incêndio trabalha em
situações de risco, deve tratar de superá-las com atos seguros (prudência).
Jogar água em fumaça, entrar em locais em chamas, deixando fogo atrás de si, trabalhar
isoladamente e não utilizar o EPI necessário são erros que podem trazer conseqüências
gravíssimas para o Brigadista de Incêndio e para a guarnição.
O uso de EPI é necessário para reduzir a incidência de ferimentos em operações e
também para permitir maior aproximação do fogo, visando sua extinção.
O Brigadista de Incêndio não deve permanecer em poças de líquidos inflamáveis ou de
água com resíduos de líquidos inflamáveis.
Ao se deparar com fogo em válvulas de alívio ou canalização e não puder conter o fluxo
do combustível, o Brigadista de Incêndio não deverá extinguir o incêndio, sob pena de criar o
problema do vazamento, mais que o anterior. No vazamento, os vapores são deverá extinguir o
incêndio, sob pena de criar o problema do vazamento, os vapores são normalmente mais pesados
que o ar e formam “poças” ou “bolsas” de gases em pontos baixos, onde podem se incendiar. Os
Brigadistas de Incêndio devem controlar todas as possíveis fontes de ignição nas proximidades
dos vazamentos de líquidos inflamáveis. Veículos, fósforos, isqueiros, componentes elétricos e
fagulhas de ferramentas poderão prover uma fonte de ignição suficiente para incendiar os
vapores.
O local de ocorrência deve ser isolado e sinalizado adequadamente. Somente os
Brigadistas de Incêndio preparados devem ter acesso ao local sinistrado. A entrada de quaisquer
outras pessoas, inclusive policiais, somente será permitida com a autorização do Comandante
da Operação. Mesmo após a autorização, tais pessoas devem ser acompanhadas por um
Brigadista de Incêndio da empresa.
Quando trabalhando em vias públicas, a pessoa deve interditar somente as faixas de
rolamento necessárias para execução do serviço com segurança, mantendo, se possível, o fluxo
de veículos em outras faixas.
A sinalização durante a noite deve ser feita com objetos luminosos. Sinalização com fogo
(latas com óleo, ou outro combustível queimando) deve ser evitada, uma vez que pode ocasionar

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
incêndio, se houver líquido combustível vazando. A sinalização deve ser feita bem antes do local
sinistrado. Existindo curvas ou declives nas proximidades , posicionar a sinalização antes deles.
A guarnição deverá desembarcar da viatura pelo lado da calçada e trabalhar fora das
faixas com tráfego. Um Brigadista de Incêndio deve fazer a sinalização até a chegada do
policiamento de trânsito. Quando em via pública, se necessário e viável , para garantir a
segurança dos Brigadistas de Incêndio, as viaturas devem estacionar de modo que protejam as
equipes de Brigadistas de Incêndio do fluxo de veículos nas proximidades da ocorrência.

O BRIGADISTA DE INCÊNDIO, EM SERVIÇO, ESTÁ EXPOSTO AOS SEGUINTES


RISCOS:

• cair durante um desabamento de estruturas;

• inalar gases tóxicos;

• cortar-se;

• receber choque elétrico;

• torcer o pé ou joelho;

• escorregar e cair;

• tropeçar e cair;

• queimar-se;

• ficar preso sob objetos pesados, esmagando partes do corpo;

• contaminar-se com produtos químicos perigosos;

• ser atingido por objetos que caem;

• ser atropelado.

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
8. INCÊNDIO EM MATA

A destruição das matas por incêndio, além de causar danos materiais, prejudica o sistema
ecológico e o clima.
A quase totalidade dos incêndios em matas ocorre pela ação humana, que, de forma
inadvertida ou mesmo dolosa, provoca a devastação da natureza. Aliadas à ação do homem, as
situações meteorológicas adversas também contribuem para a ocorrência de incêndios,
principalmente no período de julho a outubro, devido à estiagem e às geadas.
A guarnição designada para o combate deve estar equipada com os materiais específicos ,
estar tecnicamente treinada e possuir a necessária capacitação física. O sucesso da operação
depende do conhecimento do comportamento do fogo e das peculiaridades da extinção deste tipo
de incêndio.

8.1. PARTES DO INCÊNDIO

Para melhor compreensão e estudo, o incêndio em matas é dividido em partes. São elas:

• perímetro: é a borda do fogo. É o comprimento total das margens da área queimando ou


queimada. O perímetro está sempre mudando, até a extinção do fogo.

• cabeça: é a parte do incêndio que se propaga com maior rapidez. A cabeça caminha no
sentido do vento. É onde o fogo queima com maior intensidade. Controlá-la e prevenir a
formação de uma nova cabeça é, geralmente, a questão-chave para o controle do fogo.

• dedo: faixa longa e estreita que se propaga rapidamente a partir do foco principal. Quando
não controlado, dá origem a uma nova cabeça.

• costas ou retaguarda: parte do incêndio que se situa em posição oposta à cabeça. Queima
com pouca intensidade. Pode se propagar contra o vento ou em declives.

• flancos: as duas laterais do fogo que separam a cabeça da retaguarda. A partir dos flancos,
formam-se os dedos. Se houver mudança no vento, os flancos podem se transformar em uma
nova cabeça.

• focos secundários: provocados por fagulhas que o vento leva além da cabeça ou por

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
materiais incandescentes que rolam em declives. Devem ser extintos rapidamente para não se
transformarem em novas cabeças e crescerem em tamanho.

• Bolsa: área não queimada do perímetro. Normalmente espaço não queimado entre os dedos.

• ilha: pequena área, não queimada, dentro do perímetro. (Fig. 14.15)

Fig. 14.15 – Partes de incêndio florestal.

8.2. COMBUSTÍVEIS

São divididos em combustíveis leves, pesados e verdes.


Podem ainda ser classificados conforme as suas respectivas localizações. (Fig. 14.16)

Fig. 14.16 – Combustíveis do incêndio florestal.

São os que queimam com maior facilidade, permitindo uma propagação rápida do fogo.
Fornecem calor para que os combustíveis pesados entrem em combustão e para que os
combustíveis verdes sequem e queimem com facilidade.
São exemplos de combustíveis leves: grama seca, folhas mortas, arbustos e gravetos.

Combustíveis pesados ou de queima lenta.

São os que queimam lentamente em decorrência do seu volume e da umidade que retêm.
São mais difíceis de entrarem em combustão, porém, quando queimam, ardem por longo
período e sua extinção é mais trabalhosa. Troncos e galhos são exemplos de combustíveis
pesados.

Combustíveis verdes

É a vegetação em crescimento. Não é de fácil combustão, porém, grande volume de fogo


pode secá-la rápida e favoravelmente para entrada em combustão.
Certos vegetais, como eucalipto, pinheiro e cedro, possuem óleos em sua constituição
que, uma vez queimados, produzem grande volume de fogo.

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
8.3. FATORES DE PROPAGAÇÃO DE INCÊNDIOS

Os Brigadistas de Incêndio devem estar atento a situações que possam aumentar a


intensidade do gogo e modificar sua direção, fazendo as chamas crescerem subitamente e, até
mesmo, voltarem-se para o local onde ele se encontra, tornando o combate perigoso. Estes
fatores são:

Condições meteorológicas

Todos os aspectos do tempo têm efeito sobre o comportamento do fogo em mata. Alguns
dos fatores que influenciam os incêndios florestais são: vento, temperatura e umidade.

• Vento

Quanto mais forte for o vento, mais rápida será a propagação do incêndio. Isso porque o vento
traz consigo um suprimento adicional de oxigênio. Pode também levar fagulhas além da linha do
fogo e iniciar, com isto, focos secundários. Ventos mudam a direção do fogo rápida e
inadvertidamente. Essas mudanças colocam em risco tanto a segurança no trabalho quanto o
próprio controle do incêndio.
Visto que o sol aquece o solo, o ar junto ao solo aquecido sobe. Assim, as correntes de ar
geralmente erguem-se pelos vales e aclives durante o dia. Durante à tarde e à noite, o solo se
refresca e as correntes de ar invertem sua direção, descendo aos vales e declives. Portanto, é
importante verificar a direção do vento nos vales e declives para que se planeje o ataque ao
incêndio.
Outro dos efeitos do vento no comportamento do fogo é que ele seca os combustíveis, fazendo
com que queimem melhor e mais rapidamente. (Fig. 14.7)

Fig. 14.17 – Influência do vento na propagação de incêndios.

• Temperatura

Os combustíveis pré-aquecidos pelo sol ardem com maior rapidez do que os combustíveis
frios. A temperatura do solo também influi na movimentação das correntes de ar. A
temperatura tem influência direta sobre os Brigadistas de Incêndio, tornando-os mais
estafados e cansados para o combate.

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139
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO

• Umidade

A umidade em forma de vapor d’água está sempre presente no ar. A quantidade de umidade que
está no ar afeta a quantidade que está no combustível. O conteúdo de umidade dos combustíveis
é uma consideração importante no combate a incêndios, visto que os combustíveis leves são os
que têm maior facilidade em umedecer. Úmidos, esses combustíveis queimam lentamente e não
produzem calor suficiente para incendiar os combustíveis pesados, tornando mais lenta a
propagação.

Topografia do terreno

Os acidentes do terreno desempenham um papel importante na propagação do fogo e, ao


contrário das condições meteorológicas, que variam freqüentemente, o terreno é, o terreno é um
fator constante.
Deve-se levar em conta a topografia do terreno no combate a incêndios em matas.

• Aclive

O fogo queima com mais rapidez para cima, porque, no alto, as chamas encontram maior
quantidade de combustível, aliando-se aos gases quentes que produzem a convecção.
• Declive

O fogo é lento porque as correntes de convecção vão no sentido oposto aos combustíveis, não os
aquecendo. Em declives íngremes, troncos incandescentes podem rolar, causando riscos para os
Brigadistas de Incêndio, quer pelo impacto com o material, quer pela possibilidade que este tem
de conduzir o fogo para a retaguarda dos Brigadistas de Incêndio, colocando-os entre duas
frentes.

Fig. 14.18 – A topografia no comportamento do fogo em mata.

8.4. CLASSIFICAÇÃO DOS INCÊNDIOS EM MATA

O sucesso da operação de extinção depende do conhecimento da classifição dos incêndios


em mata. A classificação é feita de acordo com a localização dos combustíveis.

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140
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO

• Incêndio subterrâneo

Quando há queima de combustíveis abaixo do solo, tais como húmus, raízes e turfa. Este
tipo de incêndio é normalmente de combustão lenta e sem chamas, porém, de difícil extinção.

• Incêndio rateiro

Quando há queima de combustíveis de baixa estatura, tais como: vegetação rasteira, folhas e
troncos caídos, arbustos, etc.
Este é o tipo de incêndio que ocorre com maior freqüência, é conhecido também por incêndio de
superfície.

• Incêndio aéreo

Quando há queima de combustíveis que estão acima do solo, tais como galhos, folhas,
musgos, etc. Este tipo de incêndio ocorre geralmente em dias de muito vento e baixa umidade
relativa do ar, e é conhecido também por incêndio de copas.

• Incêndio total

Quando temos todas as formas de incêndio acima descritas. (Fig. 14.19)

Fig.14.19 – incêndio total.

8.5. MÉTODO DE COMBATE

Para extinção de incêndios em matas, há dois métodos que podem ser empregados
isoladamente ou em conjunto.

Ataque direto

Consiste em combater diretamente as chamas no perímetro do incêndio. Para isso.


Utilizam-se ferramentas agrícolas, abafadores e bombas costais.
Dependendo do acesso e fonte de abastecimento, pode-se utilizar moto-bombas e viaturas

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141
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
de incêndio. O método de ataque direto deve ser usado quando o fogo não é muito violento,
permitindo que os bombeiros se aproximem da linha de fogo e, também, quando o incêndio não
está se espalhando rapidamente.

• Abafador

Deve ser aplicado sobre o fogo para extingui-lo, com movimentos de sobe e desce, sem
ultrapassar a linha do corpo. Podem ser confeccionados de ramos verdes e tiras de mangueira.

• Bomba costal

Este equipamento possui, normalmente, reservatório de 20 litros de água e esguicho. A água é


recalcada quando o Brigadista de Incêndio aciona manualmente o pistão.

• Ferramentas agrícolas

São ferramentas comuns, (tais como pá, enxada, enxadão, etc.), utilizadas principalmente para
colocar terra sobre o fogo. (Fig. 14.20)

Ataque indireto

Consiste em combater o fogo a alguma distância do seu perímetro. Este método é


utilizado quando o fogo é de grande intensidade ou está se movendo rapidamente.

Fig.14.20 – Ataque direto em incêndio florestal.


Fig.14.21 – Aeronave aplicando água em incêndio florestal.

Neste método de combate, faz-se o aceiro ou se utiliza de uma barreira natural, e, a partir
da linha construída ou existente, faz-se o fogo de encontro.
O aceiro visa extinguir o incêndio pela retirada do material e deve ser suficientemente
largo para evitar que o fogo se propague para o outro lado. Aceiros mais largos que o necessário,
porém, significam desperdício de tempo e esforços que podem ser vitais em outras frentes.
O aceiro é composto de duas áreas: raspada e tombada. (Fig. 14.22)

Fig.14.21 – Ataque indireto em incêndio florestal

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO

• Área raspada

Consiste em remover a vegetação até que a terra viva seja exposta. Para este serviço são
empregadas ferramentas manuais como enxadas, enxadões e ancinhos ou máquinas como trator
de pá ou com rastelo. Deve-se, na medida do possível, evitar o encontro com vegetação de
grande porte. Caso o encontro com esta vegetação não possa ser evitado, deve-se removê-la com
o emprego de foice, machado ou moto-serra. Toda a vegetação retirada da área raspada, caso não
esteja queimada, deve ser removida em direção à área a preservar, para, mais tarde, evitar uma
grande carga de incêndio pela utilização do fogo de encontro.

• Área tombada

Consiste em se derrubar toda a vegetação em direção ao fogo, visando diminuir o tamanho


das chamas, evitando que elas ultrapassem a área raspada. Dificulta também o transporte de
material incandescente pelo vento.
Utilizam-se, nesta operação, foices, machados e moto-serras.

Fogo de encontro

Técnica utilizada após a execução do aceiro. Consiste em atear fogo na área tombada em
direção ao incêndio, visando alargar o aceiro.
Quando se deixa o fogo queimar até o aceiro, há o perigo de o fogo pular alinha,
devendo-se, sempre que possível, usar o fogo de encontro a partir do aceiro. A queima a partir
do aceiro deve ser feita tão logo este esteja construído e após ordem do Comandante da
Operação.
Cuidados a serem tomados:

• Nunca atear fogo em área maior do que seja possível controlar.

• Atear fogo na direção do incêndio e contra o vento.

• Ficar atento aos focos de incêndio que possam surgir dentro da área protegida.

• Nunca deixar o fogo de encontro se espalhar pelas extremidades do aceiro.

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143
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO

• Ter pessoal para controlar o fogo de encontro.

• Onde for possível, usar o fogo de encontro a partir de uma barreira natural.

Se não houver condições seguras e certas de que o fogo de encontro resolverá, devido ao
vento ou outros óbices, não executar este procedimento.

8.6. RESCALDO

É quando se elimina todos os riscos de reignição do incêndio. É uma fase trabalhosa,


porém, é a única maneira capaz de garantir que o incêndio foi extinto e que não tem mais riscos
de reignição.

Procedimentos para o rescaldo:

• Caminhar por todo o perímetro onde se deu o incêndio e ter certeza de que foi extinto.

• Eliminar toda fonte de calor do perímetro do incêndio.

• Se o rescaldo for trabalhoso, permitir que o combustível queime sob controle.

• Ter certeza de que o aceiro está limpo.

• Cortar ou apagar com água troncos que possam soltar faíscas além do aceiro.

• Extinguir focos esparsos.

• Espalhar todo o material incandescente que não puder ser extinto com água ou terra para
dentro do perímetro (se for o caso, enterrá-lo).

• Colocar todo o combustível roliço em posição que não possa rolar e ultrapassar o aceiro.

8.7. PRESCRIÇÕES GERAIS

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
A extinção de incêndio em mata é um serviço perigoso e exaustivo e requer do Brigadista
de Incêndio uma tenacidade acima do normal.
Toda operação de combate a incêndio deve Ter um Posto de Comando onde haja
condições de comunicação, atendimento em primeiros socorros e viaturas para deslocamentos
rápidos, planejamento e controle da operação.
O incêndio em mata tem um comportamento genérico. Devido à temperatura e à umidade
do ar, ele tem menos intensidade na madrugada e maior intensidade entre às 10:00 e às 18:00
horas. Portanto, seria lógico intensificar o combate durante a madrugada. Porém, deve-se levar
em conta a pouca visibilidade neste horário, o que afeta diretamente a segurança dos bombeiros.
Só uma análise apurada sobre o tipo de vegetação e terreno pode apontar qual o melhor horário
para intensificar os trabalhos. Uma coisa é certa, O COMBATE A INCÊNDIO EM MATAR
DEVE SER FEITO ININTERRUPTAMENTE ATÉ A SUA TOTAL EXTINÇÃO.
O combate deve ser feito em equipes, não devendo nunca o Brigadista de Incêndio
trabalhar isolado. Cada equipe deve possuir rádio capaz de transmitir o andamento do serviço
receber instruções do Comandante da Operação.
Ao se optar pelo ataque indireto, deve-se observar a existência de barreiras já construídas
(como estadas), que devem ser usadas como aceiros.
Ao usar a técnica de fogo de encontro, deve-se calcular o local onde os dois fogos vão se
encontrar. Este local deve ser suficientemente distante da linha de aceiro, para evitar que a
grande quantidade de fuligem produzida seja transportada pelo vento para trás deste ponto,
criando outros focos de incêndio.
Os Brigadistas de Incêndio que vão trabalhar à noite devem chegar ao local do incêndio
antes que escureça para reconhecer o terreno à luz do dia. Chegando ao local, devem,
primeiramente, determinar o caminho para escapar, se for necessário.
O trabalho de extinção em matas é desgastante. O período em serviço não deve exceder
12 horas seguidas e o descanso não deve ser menor que 8 horas.
Os serviços de extinção só devem ser abandonados após rescaldo criterioso, ficando a
área queimada em observação para alerta imediato em caso de reignição.
As equipes de extinção devem Ter apoio do serviço de meteorologia local e de vigias,
que alertarão principalmente sobre as mudanças do vento.
O chefe de cada equipe deve ter constante e rigoroso controle do pessoal e equipamento.
Deve-se prever suficiente quantidade de suprimentos e equipamentos para o período de
combate. Deve-se, também, tomar cuidado quando se trabalha em local de vegetação muito
densa (que atrapalha a movimentação) e quando há grande quantidade de combustíveis entre o
aceiro e o incêndio.

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145
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
Em outros países, com tradição no combate a incêndio, existe um ditado indígena que
diz: “O combatente deve ficar sempre com um pé no preto”, ou seja, com rota de escape pela
área já queimada.

8.8. EQUIPAMENTO PARA O COMBATE A FOGO EM MATA

equipamento de proteção individual

1. Capacete
2. Bandó (protetor posterior do pescoço)
3. Óculos de proteção
4. Capa
5. Luvas
6. Botas

Fig. 14.23 – Equipamento de proteção individual.

Equipamento de proteção coletiva

• Rádios
• Faca/facão
• Material de primeiros socorros no Posto de Comando
• Ambulância com pessoal habilitado
• Binóculo
• Apito
• Cordas (cabos)
• Cantis e reservatório d’água (Fig. 14.24)

Fig. 14.24 – Equipamento de proteção coletiva: 01. Kit de primeiros socorros, 02. Cabos, 03.
Sked, 04. Machado, 05. Gancho para captura de ofídios, 06. Laços para captura de ofídios, 07.
Vasilhame contendo água potável, 08. Cantil, 09. Enxada, 10. Binóculo, 11. Faca e acessórios
multiuso, 12. GPS (Computador para navegação em matas), 13. HT, 14. Bússolas, 15. Bússolas,
16. Caixa de ofídios.

Cada grupo (equipe) normalmente deve ter no mínimo 3 e no máximo 12 elementos,

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
cabendo ao chefe o controle de seu grupo.
A verificação constante de efetivo e de equipamento deve ser prioritária.
Para algumas operações deve-se destacar um vigia que fica longe, com rádio, apito e
binóculos, para evitar que os combatentes sejam envoltos pelo fogo.
Deve-se garantir sempre a segurança individual e coletiva e identificar todas as situações
para garantir o sucesso no combate ao incêndio florestal.
É importante manter sempre contato com o Posto de Comando e elaborar, em todo
ataque, as rotas de fuga.
Deve-se, também, zelar pelo cuidado, manutenção e bom uso das ferramentas de combate
a incêndios em mata (principalmente quando fora da época de fogo em mato, quando deve ser
feitas as previsões de necessidade para preparação para o período crítico).

Capítulo 15

PRIMEIROS SOCORROS

OBJETIVOS

Este capitulo tem por objetivo ensinar aos cabos e Brigadistas de Incêndio da
ESprinklers os conceitos e técnicas básicas de Pronto Socorrismo. Após conhecer as
técnicas e conceitos aqui tratados, o socorrista terá subsídios para proporcionar às
vítimas de acidentes e traumas o suporte básico da vida. Para tanto, aliada à teoria
apresentada neste capítulo, o socorrista deverá receber treinamentos práticos
constantes, sem os quais jamais irá adquirir a segurança necessária para um bom
desempenho no atendimento a acidentados.

“Primeiros Socorros” é capítulo de extrema relevância.


Trata de difundir conhecimentos que são úteis a todos, no dia-a-dia de trabalho e
também em seus lares.

1. Introdução

Primeiros Socorros é o tratamento imediato e provisório ministrado a uma vítima de


trauma ou doença.
Geralmente se presta no próprio local e dura até colocar o paciente sob cuidados médicos.

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147
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
É da maior importância que o socorrista conheça e saiba colocar em prática o suporte
básico da vida. Saber fazer o certo na hora certa pode significar a diferença entre a vida e a
morte para um acidentado. Além disso, os conhecimentos na área podem minimizar os
resultados decorrentes de uma lesão, reduzir o sofrimento da vítima e colocá-la nas melhores
condições para receber o tratamento definitivo.
O domínio das técnicas do suporte básico da vida permitirá que o socorrista identifique o
que há de errado com a vítima; levante ou movimente-a, quando isso for necessário, sem
causar lesões secundárias; e, finalmente, transporte-a e transmita informações sobre seu
estado ao médico que se responsabilizará pela seqüência de seu tratamento.

2. AVALIAÇÃO INICIAL

Antes de qualquer outra atitude no atendimento às vítimas, deve-se obedecer a uma


seqüência padronizada de procedimentos que permitirá determinar qual o principal problema
associado com a lesão ou doença e quais serão as medidas a serem tomadas para corrigi-lo.
Essa seqüência padronizada de procedimentos é conhecida como exame do paciente.
Durante o exame, a vítima deve ser atenta e sumariamente examinada para que, com base nas
lesões sofridas e nos seus sinais vitais, as prioridades do atendimento sejam estabelecidas. O
exame do paciente leva em conta aspectos subjetivos, tais como:

• O local da ocorrência. É seguro? Será necessário movimentar a vítima? Há mais de uma


vítima? Pode-se dar conta de todas as vítimas?

• A vítima. Está consciente? Tenta falar alguma coisa ou aponta para qualquer parte do corpo
dela.

• As testemunhas. Elas estão tentando dar alguma informação? O socorrista deve ouvir o que
dizem a respeito dos momentos que antecederam o acidente.

• Mecanismos da lesão. Há algum objeto caído próximo da vítima, como escada, moto,
bicicleta, andaime, etc? a vítima pode ter sido ferida pelo volante do veículo?

• Deformidades e lesões. A vítima está caída em posição estranha? Ela está queimada? Há
sinais de esmagamento de algum membro?

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148
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
• Sinais. Há sangue nas vestes ou ao redor da vítima? Ela vomitou? Ela está tendo convulsões?

As informações obtidas por esse processo, que não se estende por mais do que alguns
segundos, são extremamente valiosas na seqüência do exame, que é subdividido em duas
partes. A análise primária e secundária do paciente.

2.1. ANÁLISE PRIMÁRIA

A análise primária é uma avaliação realizada sempre que a vítima está inconsciente e é
necessária para se detectar as condições que colocam em risco iminente a vida do paciente. Ela
se desenvolve obedecendo às seguintes etapas:

• determinar inconsciência;
• abrir vias aéreas;
• checar respiração;
• checar circulação;
• checar grandes hemorragias.

Determinar inconsciência

Um paciente consciente significa que a respiração e a circulação estão presentes e, neste


caso, pode-se passar direto para a análise secundária. Porém, se ele está caído ou imóvel no local
do acidente, deve-se constatar a inconsciência, sacudindo o paciente gentilmente pelos ombros e
perguntando: “Ei, você está bem?. (Fig. 15.1)
Deve-se ter cuidado para evitar manipular o paciente mais do que o necessário.

Abrir vias aéreas

Se o paciente não responde a estímulos, realizar a abertura das vias aéreas para que o ar
possa ter livre passagem aos pulmões.
A manobra de abrir as vias aéreas pode ser realizada de dois modos:

LEMBRAR QUE:

UM PACIENTE QUE SE ENCONTRA INCONSCIENTE, COMO RESULTADO DE UM

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
ACIDENTE, É PORTADOR DE TRAUMA NA MEDULA ESPINAL ATÉ PROVA EM
CONTRÁRIO.

Fig. 15.1 – Socorrista constatando inconsciência.

LEMBRAR QUE:

A PRINCIPAL CAUSA DE ASFIXIA EM VÍTIMAS INCONSCIENTES É A PRÓPRIA


LÍNGUA.

Elevação do queixo e rotação da cabeça

Para as vítimas que tem afastada a possibilidade de lesão cervical, o método consiste na
colocação dos dedos, indicador, médio e anular, no maxilar do paciente, com o indicador na
parte central do queixo, que será suavemente empurrado para cima enquanto a palma da outra
mão será colocada na testa, empurrando a cabeça e fazendo-a realizar uma suave rotação. (Fig.
15.2)

Fig. 15.2 – Abrir vias aéreas pela elevação do queixo e rotação de cabeça

Tríplice manobra
Para as vítimas com suspeita de lesão na coluna cervical, o método anterior é contra-
indicado. Para esses casos, deve-se empregar a tríplice manobra, na qual o socorrista,
posicionando-se ajoelhado, atrás da cabeça da vítima, coloca os polegares nas bochechas da
vítima, os indicadores na mandíbula dela e os demais dedos na nuca da vítima e exerce tração
em sua direção. Enquanto traciona, os indicadores, posicionados nos ângulos da mandíbula,
empurram-na para cima. (Fig. 15.3)

Fig. 15.3 – Posição das mãos na cabeça do paciente, e exercendo tração na cabeça. Indicadores
empurrando a mandíbula para cima.

Checar respiração

Após a abertura das vias aéreas, deve-se verificar se o paciente está respirando
espontaneamente. Para realizar essa avaliação, o socorrista deve colocar o seu ouvido bem

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
próximo da boca e do nariz do paciente e olhar, ouvir e sentir a respiração. (Fig. 15.4)

• olhar os movimentos torácicos associados com a respiração. Lembrar que os movimentos


respiratórios no homens são mais pronunciados na região do diafragma, enquanto que , nas
mulheres, esses movimentos são mais notados nas clavículas.

• Ouvir os ruídos característicos da inalação e exalação do ar através do nariz e da boca do


paciente.

• Sentir a exalação do ar através das vias aéreas do paciente.

Fig. 15.4 – Olhar, ouvir e sentir a respiração.

Para determinar a respiração, o socorrista deve gastar de 3 a 5 segundos na avaliação.


Se o paciente estiver respirando espontaneamente, haverá pulso. Descartada a
possibilidade de dificuldades respiratórias, o socorrista deve partir para a verificação de
hemorragias graves. Entretanto, se houver obstrução respiratória, ou se o paciente não respirar
espontaneamente, é necessário agir imediatamente. Os procedimentos necessários serão vistos
mais adiante, neste manual.

Checar circulação

Se o paciente não respirar, deve-se determinar o pulso na artéria carótida. Começar por
localizar no paciente o “pomo de Adão”, colocando o dedo indicador e médio nessa estrutura e
deslizando-os para a lateral do pescoço, entre a traquéia e a parede do músculo ali existente.
Nesse local encontra-se uma depressão, onde poderá ser sentido o pulso carotídeo. (Fig. 15.5)

Fig. 15.5 – Localizando pulso na carótida.

O socorrista não deve posicionar seus dedos no lado oposto àquele em que se encontra.
Além da possibilidade de não se aplicar pressão suficiente, esta estratégia pode pressionar a
traquéia e causar embaraço à passagem do ar ou uma uma convulsão, ou a súbita movimentação
do paciente poderá provocar lesões desnecessárias.
Para checar o pulso carotídeo, deve-se gastar 5 a 10 segundos.

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
Checar a existência de grandes hemorragias
Após constatar a presença de pulso, deve-se procurar por grandes hemorragias e estancá-
las, utilizando qualquer um dos métodos de estancamento que serão que serão ensinados mais à
frente.
Se o paciente estiver respirando adequadamente, tiver pulso e não possuir hemorragias,
ou estas se encontrarem sob controle, pode-se iniciar a análise secundária.
Na realização da análise primária não se deve dispender mais do que 30 segundos.

Considerações especiais

Paciente em decúbito ventral

Para realizar a análise primária em pacientes inconscientes, encontrados em decúbito


ventral, deve-se, antes de tudo, girá-los. Recomenda-se, sempre, o emprego de quatro socorristas
para realizar o rolamento, de forma a preservar a coluna vertebral do paciente. Porém, estando o
socorrista só, e não havendo possibilidade de contar com qualquer pessoa para ajudá-lo, deve
proceder conforme mostram as Figuras 15.6 a 15.9.

Análise primária em bebês

A análise primária em bebês é diferente, em alguns aspectos, daquela realizada em


crianças e adultos.
Primeiramente, a constatação de inconsciência deve ser realizada através da aplicação de
um estímulo levemente doloroso, que provoque choro ou manifestação de desagrado do bebê.
Esse estímulo pode ser levemente doloroso, que provoque choro ou manifestação de desagrado
do bebê. Esse estímulo pode ser um leve toque dado com a unha na sola do pé, conforme
mostrado na Figura 15.10.
A abertura das vias aéreas é realizada da mesma forma, tomando-se cuidado para não
hiperestender demasiadamente a coluna cervical do bebê. (Fig. 15.11)

Fig. 15.6 – Esticar o braço do paciente para cima da cabeça, mantendo as suas pernas retas.

Fig. 15.7 – Segurar a nuca do paciente com uma das mãos e, com a outra, segurá-lo pela axila.

Fig. 15.8 – Girar o paciente, como um bloco, em direção do próprio socorrista.

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO

Fig. 15.9 – Colocar o paciente de costas e reposicionar seu braço.

Múltiplo pacientes

Se o socorrista, no local de ocorrência, tiver que assistir a mais de uma vítima, deve
realizar análise primária e controlar todos os problemas que colocam em risco iminente a vida
dos pacientes, antes de realizar análise secundária em quem quer que seja.

2.2. ANÁLISE SECUNDÁRIA

o principal propósito da análise secundária é descobrir lesões ou problemas diversos que


possam ameaçar a sobrevivência do paciente, se não forem tratados convenientemente. É um
processo sistemático de obter informações e ajudar a tranqüilizar o paciente, seus familiares e
testemunhas que tenham interesse pelo seu estado, e esclarecer que providências estão sendo
tomadas.

• Entrevista – conseguir informações através da observação do local e do


mecanismo da lesão, questionando o paciente, seus parentes e as testemunhas.

• Exame da cabeça aos pés – realizar uma avaliação pormenorizada do paciente,


utilizando os sentidos do tato, da visão, da audição e do olfato.

• Sintomas – são as impressões transmitidas pelo paciente, tais como: tontura,


náusea, dores, etc.

• Sinais – tudo o que se observar no paciente, como, por exemplo, cor de pele,
diâmetro das pupilas, etc.

• Sinais vitais – pulso e respiração.

Entrevista

A análise secundária não é um método fixo e imutável, pelo contrário, ele é flexível e
será conduzido de acordo com as características do acidente e experiência do socorrista.

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
De modo geral, deve-se, nessa fase, conseguir informações como:
Fig. 15.10 – Constatação de inconsciência em bebês.

Fig. 15.11 – Abertura das vias aéreas do bebê.

A constatação da respiração não apresenta diferenças. Porém, o pulso em bebês é tomado


na artéria braquial, conforme pode se visto na Figura 15.2.
Em crianças, a análise primária é igual à realizada em adultos.

Fig. 15.12 – Verificação do pulso braquial.

nome do paciente, sua idade, se é alérgico, se toma algum medicamento, se tem qualquer
problema de saúde, qual sua principal queixa, o que aconteceu, onde estão seus pais ou parentes
(se for uma criança), se tem feito uso de algum medicamento ou se apresenta algum antecedente
clínico relevante para a sua estabilização.

Exame da cabeça aos pés

Esse exame não deverá demorar mais do que 2 ou 3 minutos. O tempo total gasto para
uma análise secundária poderá ser reduzido se um segundo socorrista cuidar de obter os sinais
vitais, enquanto o primeiro socorrista executa o exame do paciente.
Durante o exame, o socorrista deve tomar cuidado para não movimentar
desnecessariamente o paciente, pois lesões de pescoço e coluna espinal, ainda não detectadas,
poderão ser agravadas.
Tomar cuidado para não contaminar o ferimento e/ou agravar lesões. Não explorar dentro
de ferimentos, fraturas e queimaduras. Não puxar roupa ou pele ao redor dessas lesões.
O exame da cabeça aos pés é uma denominação tradicional. Atualmente tem sido
pacífico o entendimento que a avaliação propriamente dita deva começar pelo pescoço, para
detecção de possíveis lesões na coluna cervical. (Fig. 15.13 e15.14)
Ao se proceder a um exame da cabeça aos pés, procurar seguir o método abaixo indicado:

• Avaliar a coluna cervical, procurando deformações e/ou pontos dolorosos.

Fig. 15.13 – Verificação de possíveis lesões na coluna cervical.

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
• Examinar o couro cabeludo, procurando cortes e contusões.

Fig. 15.14 – Exame da cabeça para detectar cortes, contusões, deformações e depressões.

• Checar toda a cabeça, procurando deformações e depressões.

• Examinar os olhos, procurando lesões e avaliando o diâmetro das pupilas, de acordo com a
Tabela 15.1

DIÂMETRO DAS PUPILAS


Observação Causa Provável
Dilatadas, sem reação Inconsciência, choque, parada cardíaca,
hemorragia, lesão na cabeça
Contraídas, sem reação Lesões no sistema nervoso central, abuso de
drogas
Uma dilatada e outra contraída Acidentes vascular cerebral, lesões na cabeça
Embaçadas Choque, coma
Tabela 15.1

• Observar a superfície interior das pálpebras. Se estiverem descoloridas, pálidas, indicam a


possibilidade de hemorragia grave.

• Inspecionar as orelhas e o nariz. Hematoma atrás da orelha ou perda de sangue ou líquido


cefalorraquidiano pelo ouvido e/ou nariz pode significar lesões graves de crânio. (Fig. 15.15)

Fig. 15.15 – Exame das orelhas à procura de hematomas e perda de sangue ou líquido.

• Inspecionar o interior da boca, mantendo-se atento à presença de corpos


estranhos, sangue ou vômito.
(Fig. 15.16)

Fig. 15.16 – Inspeção da boca.


• Observar a traquéia.

• Examinar o tórax, procurando por fraturas e ferimentos.

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155
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO

• Observar a expansão torácica durante a respiração, de acordo com a Tabela 15.2.

• Examinar o abdome, procurando ferimentos e pontos dolorosos. (Fig. 15.17)

TIPOS DE RESPIRAÇÃO

Observação Causa Provável


R Rápida, Superfacial Choque, problemas cardíacos, choque
E insulínico, pneumonia, insolação

S Profunda, Ofegante e Dificultosa Obstrução das vias aéreas, ataque cardíaco,


P doenças pulmonares, lesões nos pulmões
pelo calor

I Roncorosa Acidente vascular cerebral, fratura de crânio,


abuso de drogas ou álcool, obstrução parcial
das vias aéreas

R Crocitante Obstrução das vias aéreas provocadas pelo


calor.

A Gorgolejante Obstrução das vias aéreas, doenças


pulmonares, lesões nos pulmões provocadas
pelo calor

Ç Ruidosa, com chiado Asma, enfisema, obstrução de vias aéreas,


à arritmia cardíaca

O Tosse com sangue Ferimentos no tórax, fraturas de costela,


pulmões perfurados, lesões internas
Tabela 15.2
Fig. 15.17 – Exame do abdome.

• Examinar as costas procurando áreas dolorosas e deformidades. (Fig. 15.18)

• Examinar a bacia procurando fratura.


(Fig. 15.18)

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156
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO

Fig. 15.18 – Exame das costas e bacia.

• Observar lesões óbvias na genitália.

• Examinar ferimentos, fraturas e pontos dolorosos. Checar presença de pulso distal e


sensibilidade neurológica.
(Fig. 15.19-A, 15.19-B, e15.19-C)

Fig. 15.19-A – Exame das pernas.


Fig. 15.19-B – Verificação de pulso distal.
Fig. 15.19-C – Verificação da sensibilidade neurológica.

• Examinar os membros superiores desde o ombro e a clavícula até as pontas dos dedos,
procurando por ferimentos, fraturas e áreas dolorosas. Checar presença de pulso distal e
sensibilidade neurológica. (Fig.15.20

Fig. 15.20 – Verificação da existência de ferimentos, fraturas e áreas dolorosas.

• Inspecionar as costas do paciente, observando hemorragias e/ou lesões óbvias.

SINAIS VITAIS

Neste manual, considerar-se-á como sinais vitais o exame e a constatação de:

• cor e temperatura relativa da pele,

• pulso e

• respiração.

Aliado ao exame da cabeça aos pés, esses sinais são valiosas fontes de informação, que
permitem um diagnóstico provável do que está errado com o paciente e, o que é muito
importante, quais são as medidas que devem ser tomadas para corrigir o problema.
Esses sinais estão esquematizados nas Tabelas 15.3, 15.4 e 15.5.

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157
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO

COR DA PELE
Observação Causa Provável
Vermelha acidente vascular cerebral, hipertensão arterial,
ataque cardíaco, coma diabético
Pálida, Cinzenta choque, ataque cardíaco, hemorragia, colapso
circulatório, choque insulínico
Azulada, Cianótica deficiência respiratória, arritmias, falta de
oxigenação, doenças pulmonares, certos
envenenamentos
Tabela 15.3

TEMPERATURA DA PELE
Observação Causa Provável
Fria, Úmida choque, hemorragia, perda de calor do corpo,
intermação
Fria, Seca Exposição ao frio
Fria, com sudorese excessiva choque, ataque cardíaco
Quente, Seca febre alta, insolação
Quente, Úmida Infecções
Tabela 15.4

TAXA RESPIRATÓRIA POR MINUTO


Norma Adulto 12 a 20
l
Criança (1 a 5 anos) 25 a 28
Criança (5 a 12 anos) 20 a 24
Bebê ( 0 a 1 anos) 30 a 70
Rápida Adulto + 30 (problema sério)
Criança (1 a 5 anos) + 44 (problema sério)
Criança (5 a 12 anos) + 36 (problema sério)
Bebê ( 0 a 1 anos) + 70 (problema sério)
Lenta Adulto - 10 (problema sério)
Criança (1 a 5 anos) - 20 (problema sério)
Criança (5 a 12 anos) -16 (problema sério)
Bebê ( 0 a 1 anos) - 30 (problema sério)
Tabela 15.5

Para medir a taxa respiratória, deve-se contar o número de respirações realizadas pelo paciente
no intervalo de 30 segundas e multiplicar por 2. (Fig. 15.21)

Fig. 15.21 – Verificação da taxa respiratória

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158
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
PULSO

Deve-se determinar se o pulso é normal, rápido ou lento; se o ritmo é regular ou


irregular, e se, quanto à força, ele é forte ou fraco.
Na análise secundária, o pulso deve ser sentido na artéria radial. Caso não seja possível,
procurar determiná-lo na artéria carótida.
Utilizar os dedos indicador, médio e anular para verificar o pulso do paciente. Nunca
verificar pulso através do polegar, pois o socorrista poderá se enganar, sentindo o seu próprio
pulso ao invés do pulso do paciente.
Observar a Tabela 15.6 para determinar a taxa do pulso.

PULSO POR MINUTO


Norma Adulto 60 a 80
l
Criança (1 a 5 anos) 70 a 110
Criança (5 a 12 anos) 65 a 160
Bebê ( 0 a 1 anos) 150 a 180
Rápid Adulto + 80
o
Criança (1 a 5 anos) + 110
Criança (5 a 12 anos) + 160
Bebê ( 0 a 1 anos) + 180
Lento Adulto - 60
Criança (1 a 5 anos) - 70
Criança (5 a 12 anos) - 65
Bebê ( 0 a 1 anos) - 150
Tabela 15.6

Pequenas variações para mais ou para menos devem ser consideras normais, levando-se
em consideração o “stress” do paciente envolvido em um acidente ou com um súbito problema
de saúde.
Considerar como sinal bastante sério, pulsos abaixo de 50 ou acima de 100 por minuto,
em pacientes adultos, e abaixo de 60 batidas por minuto, em crianças.
(Tabs. 15.6 e 15.7)

TIPOS DE PULSO
Rápido e Forte hemorragia interna (estágios iniciais), ataque cardíaco,
hipertensão
Rápido e Fraco choque, fadiga pelo calor, coma diabético, falência do sistema

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159
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
circulatório
Lento e Forte acidente vascular cerebral, fratura de crânio, lesão no sistema
nervoso central
Ausência de pulso parada cardíaca
Tabela 15.7

TOMANDO O PULSO

Ao determinar o pulso por minuto, procurar sentir a sua regularidade e força.


Contar o número de batidas durante 30 segundos e multiplicar por 2. (Fig. 22)

3. RESPIRAÇÃO

Respirar é essencial. Se esse processo básico cessar todas as outras funções vitais também
serão paralisadas.
Com a parada respiratória, o coração em pouco tempo também vai deixar de bater. Quando
isso ocorre, lesões irreversíveis nas células do sistema nervoso central começam a acontecer,
após um período de aproximadamente seis minutos.

3.1. VIAS AÉREAS

Dentro da análise primária, o socorrista deve promover a abertura das vias aéreas e
assegurar, desta forma, a respiração adequada. Utilizar o método de elevação do queixo e
rotação da cabeça para vítima que seguramente tem afastada a possibilidade de lesão cervical.
Caso haja suspeita desse tipo de lesão, optar pela tríplice manobra para prover a ventilação
necessária.
Qualquer desses métodos assegurará adequada abertura das vias aéreas, o que, em muitos
casos, resolverá os problemas de obstrução parcial, principalmente aqueles causados pela própria
língua da vítima.

3.2. IDENTIFICAÇÃO DA PARADA RESPIRATÓRIA

Como já foi descrito na análise primária, o socorrista deve:

• Estabelecer a inconsciência do paciente. Se o socorrista estiver sozinho, deve solicitar ajuda


se confirmar que o paciente está inconsciente.
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160
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO

• Posicionar-se de modo adequado e abrir as vias aéreas do paciente, optando por um dos
métodos vistos, de acordo com a necessidade do paciente.

• Olhar os movimentos do tórax do paciente.

• Ouvir os sons da respiração do paciente.

• Sentir o ar exalado pela boca e pelo nariz do paciente.

• Observar se a pele do rosto do paciente está pálida ou azulada.

• Utilizar de três a cinco segundos para se certificar que o paciente respira.

3.3. RESPIRAÇÃO BOCA-A-BOCA

Essa técnica é, atualmente, o mais eficiente método de prover respiração artificial o


socorrista deve:

• manter as vias aéreas do paciente liberadas, colocando a palma de uma das mãos na testa do
paciente ao mesmo tempo que, com o indicador e o polegar, fecha completamente o nariz do
paciente; (Fig. 15.23)

• cobrir a boca do paciente com sua própria boca; (Fig. 15.24)

• ventilar o paciente, observando ao mesmo tempo a expansão torácica. Essa ventilação durará
de um a um segundo e meio;

• se a primeira tentativa de ventilação falhar, reposicionar a cabeça do paciente e tentar outra


vez;

Fig. 15.23 – Abertura das vias aéreas.


Fig. 15.24 – Brigadista de Incêndio ventilando o paciente.
Fig. 15.25 – Observação da respiração do paciente.

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161
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
• afastar a boca da boca do paciente e observar a exalação do ar. (Fig. 15.25)

• repetir a ventilação;

• se o paciente não iniciar a ventilação espontânea, checar o pulso carotídeo para ver se não
será necessário iniciar a RCP; (Fig. 150.26)

• ventilar uma vez a cada 4 segundos, se o paciente for criança com idade entre 1 a 8 anos;

• ventilar uma vez a cada 3 segundos, se o paciente for bebê, com idade variando entre 0 a 1
ano.

Fig. 15.26 – Verificação do pulso carotídeo.

Boca-nariz

Lesões na boca ou na mandíbula podem inviabilizar a respiração artificial pelo método


boca a boca. Neste caso, o socorrista deve optar pela manobra conhecida como boca-nariz, que
consiste em:

• manter as vias aéreas do paciente abertas, exercendo pressão na testa do paciente com uma
das mãos, e, com outra, pressionando o seu maxilar inferior, de forma a fechar-lhe a boca;
(Fig. 15.27 e 15.28)

• cobrir com a boca o nariz do paciente; (Fig. 15.29)

• ventilar durante um a um segundo e meio;

• abrir a boca do paciente para auxiliar na exalação. (Fig. 15.30)

Boca-máscara

Máscaras faciais são excelentes equipamentos para auxiliar o socorrista durante uma
respiração artificial. Elas permitem reduzir os esforços para manutenção das vias aéreas abertas
e, principalmente, reduzem os problemas de higiene e contágio de doenças transmissíveis,

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162
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
sempre possível quando do contato direto pelo método boca-boca.
A máscara facial pode ser utilizada com ou sem emprego da cânula de Guedel.
Para prover boca-máscara em um paciente, o socorrista deve:

• Posicionar-se atrás da cabeça do paciente e abrir as suas vias aéreas, utilizando-se da tríplice
manobra. Se necessário, limpar as vias aéreas.

• Colocar o equipamento de tal forma que o ápice da máscara ( elas são triangulares) cubra o
nariz do paciente, e a base se posicione entre o queixo do paciente.

• Segurar a máscara firmemente contra a face do paciente enquanto mantiver as suas vias
aéreas abertas. (Fig. 15.31)

• Fazer uma ventilação e observar a expansão torácica do paciente.

• Afastar a boca do orifício de ventilação da máscara para permitir a exalação do paciente.

• Continuar esse ciclo, efetuando a respiração artificial, de acordo com o tipo do paciente.

3.4. OBSTRUÇÃO RESPIRATÓRIO

Ao iniciar a manobra de respiração artificial, o socorrista pode se deparar com uma


resistência ao tentar ventilar. Isso significa que, por qualquer problema, o ar insuflado não está
conseguindo chegar aos pulmões do paciente. Não adianta prosseguir na análise primária, sem
antes corrigir e eliminar a obstrução.

Fig. 15.27 – Abertura das vias aéreas.


Fig. 15.28 – Fechamento da boca da vítima.
Fig. 15.29 – Brigadista de Incêndio ventilando através do nariz.
Fig. 15.30 – Abertura da boca da vítima para que o ar possa ser exalado.
Fig. 15.31 – Posicionamento da máscara para início da ventilação.

Causas de obstrução respiratória

Há muitos fatores que podem causar obstrução das vias aéreas, total ou parcialmente. No

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163
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
nível do suporte básico da vida nós pode-se atuar e corrigir as mais comuns, que são:

• obstrução causada pela língua;

• obstrução causada por corpos estranhos.

Sinais de obstrução respiratória parcial

Uma vítima está tendo obstrução parcial das vias aéreas quando:

• sua respiração é muito dificultosa, com ruídos incomuns;

• embora respire, a cor de sua pele está azulada (cianótica), principalmente ao redor dos lábios,
leito das unhas, lóbulo das orelhas e língua;

• está tossindo.

Nestes casos, a vítima estará consciente e o socorrista apenas irá encorajá-la a tossir,
aguardando que o corpo estranho que vem causando a obstrução seja expelido.

Obstrução respiratória completa

Obstrução causada pela língua

Em situações em que a vítima se encontre inconsciente, com a cabeça flexionada para a


frente ou com algum objeto, como travesseiro por exemplo, sob a nuca, é passível que esteja
sendo sufocada pela sua própria língua, que, caindo para trás, vai obstruir a passagem do ar pela
garganta. (Fig. 15.32)
Em casos como esse, a simples retirada do objeto sob a nuca e a manobra já descrita de
abrir as vias aéreas é suficiente para restabelecer o fluxo normal da respiração.

Fig. 15.32 – Vítima inconsciente com cabeça flexionada para frente.

Fig. 15.33 – Abertura das vias aéreas.

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164
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
Obstrução causada por corpo estranho em vítima inconsciente

Quando constatada a parada respiratória em um paciente e o socorrista, ao iniciar as


manobras de ventilação, sentir resistência à livre circulação do ar, deve repetir a operação de
abrir vias aéreas. Se mesmo após essa Segunda tentativa de abrir vias aéreas o socorrista não
obtiver sucesso, significa que seu paciente está com uma obstrução respiratória completa,
causada por corpo estranho, como por exemplo: pedaço de alimento, moeda, goma de mascar,
prótese dentária, bala, sangue.
Neste casos, não adianta prosseguir com a análise primária. O socorrista tem que
desobstruir as vias aéreas e restabelecer a respiração do paciente. O procedimento adotado pela
Sprinklers, em situações como esta, é a MANOBRA DE HEIMLICH para vítimas
inconscientes. (Fig. 15.34 e 15.35)

Fig. 15.34 – Posicionamento das mãos na MANOBRA DE HEIMLICH para vítimas


inconscientes.

Fig. 15.35 – Brigadista de Incêndio executando a MANOBRA DE HEIMLICH para vítimas


inconscientes.

Para realizá-la o socorrista deverá:

• Posicionar o paciente em decúbito dorsal.

• Ajoelhar-se ao lado do paciente, na altura de suas coxas.

• Colocar a palma de uma das mãos no ponto médio ente o umbigo e a ponta do osso esterno
(apêndice xifóide) do paciente, com os dedos apontando para o queixo do paciente.

• Colocar a outra mão por sobre a primeira e posicionar os ombros de modo a coincidir com o
abdome do paciente.

• Pressionar com as mãos para dentro e para frente, em direção ao diafragma do paciente,
como se o socorrista estivesse tentando empurrar os ombros do paciente.

• Realizar essas compressões abdominais cinco vezes.

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO

• Procurar retirar o corpo estranho, e;

• Realizar duas ventilações. Se não obtiver êxito, repetir a MANOBRA DE HEIMLICH.

Obstrução causada por corpo estranho em vítima consciente

Em vítimas conscientes, o alimento é a principal causa de obstrução das vias aéreas.


Quando esse acidente ocorre, a vítima fica muito nervosa e agitada pela impossibilidade de
respirar e caracteristicamente vai segurar o pescoço e abrir amplamente a boca. Tentará falar e
não conseguirá. (Fig. 15.36)
Para constatar essa obstrução o socorrista deve questionar a vítima: “Você pode falar?”;
“Você está engasgado?”.
Se o paciente confirmar através de movimento afirmativo (como por exemplo,
balançando a cabeça), à última pergunta, o socorrista deve imediatamente iniciar a MANOBRA
DE HEIMLICH para vítimas conscientes.
Para realizá-la, o socorrista deverá:

• Posicionar-se por trás do paciente.

Fig. 15.36 – Vítima consciente com obstrução das vias aéreas.

Fig. 15.37 – Brigadista de Incêndio executando a MANOBRA DE HEIMLICH em uma vítima


consciente.

• Colocar o cotovelo direito na crista ilíaca direita do paciente e fechar a mão direita.

• Com a mão esquerda, encontrar a ponta do osso esterno do paciente e colocar a raiz do
polegar da mão direita dois dedos abaixo desse ponto.

Fig. 15.38 – Brigadista de Incêndio posicionando a mão para realizar a MANOBRA em uma
vítima consciente.

• Envolver a mão direita com a mão esquerda.

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
Fig. 15.39 – Brigadista de Incêndio realizando a manobra em uma vítima consciente.

• Pressionar o abdome do paciente puxando-o para si e para cima CINCO vezes. Essa
compressão deve ser suficiente para erguer o calcanhar do paciente do solo. (Fig. 15.39)

• Observar se o paciente expele o corpo estranho e volta a e espirar normalmente. Em caso de


insucesso, repetir a manobra.

• Se a vítima for excessivamente obesa ou gestante, realizar as compressões no meio do osso


esterno. (Fig. 15.40)

Fig. 15.40 – Brigadista de Incêndio executando a MANOBRA DE HEIMLICH em uma vítima


gestante.

• Se a vítima da obstrução for a própria pessoa a fazer a manobra, deve utilizar-se do espaldar
de uma cadeira. (Fig. 15.41)

Fig. 15.41 – Vítima utilizando-se de uma cadeira para realizar a MANOBRA DE HEIMLICH.

OBS. Deve-se tomar cuidado ao posicionar o braço ao redor da cintura do paciente para não
ocasionar fratura de costela.

Manobra de Heimlich em bebês

O método de desobstrução respiratória por corpo estranho em adultos e crianças não é o


mesmo para bebês.
Para realizar a manobra de Heimlich em bebês, o socorrista deverá, após falhar a
Segunda tentativa de ventilação:

• Segurar o bebê com um dos braços, deixando as costas do pequeno voltadas para cima e a
cabeça mais baixa que o tronco. (Fig. 15.42)

Fig. 15.42 – Bebê posicionado para início da MANOBRA DE HEIMLICH.

• Dar CINCO pancadas com a palma outra mão entre a omoplata do bebê.

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO

Fig. 15.43 – Brigadista de Incêndio dando palmadas entre a omoplata do bebê.

• Girar o bebê de modo que ele fique de frente, ainda mantendo a cabeça mais baixa do que o
tronco, e efetuar CINCO compressões torácicas através da pressão dos dedos indicador e
médio sobre o osso esterno. O ponto ideal para realizar a compressão é obtido colocando-se a
ponta dos dedos cerca de um centímetro abaixo da intersecção entre o esterno e a linha
imaginária que liga os dois mamilos. (Fig. 15.44)

Fig. 15.44 – Brigadista de Incêndio efetuando compressões toráxicas.

• Colocar o bebê em uma superfície plana e tentar retirar o corpo estranho, utilizando-se do
dedo mínimo (Fig. 15.45)

Fig. 15.45 – Brigadista de Incêndio retirando um corpo estranho que está obstruindo as vias
aéreas do bebê.

• Proceder a duas ventilações. Em caso de insucesso, repetir toda a seqüência.

OBS. Não explorar cegamente as vias aéreas de bebês e crianças, pois existe o risco de empurrar
o corpo estranho mais profundamente. Deve-se olhar atentamente o interior da boca do paciente,
antes de tentar segurar e retirar o objeto que está causando a asfixia.

4. PARADA CARDÍACA

Quando o coração pára de bombear sangue para o organismo, as células deixam de receber
oxigênio. Existem órgãos que resistem vivos, até algumas horas, porém, os neurônios do sistema
nervoso central (SNC) não suportam mais do que seis minutos sem serem oxigenados e entram
em processo de necrose. Desta forma, a identificação e a recuperação cardíaca devem ser feitas
de imediato. Caso haja demora na recuperação cardíaca, o SNC pode sofrer lesões graves e
irreversíveis, e o paciente pode, até mesmo, morrer.

4.1. Identificação

• Inconsciência

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
• Ausência de respiração
• Ausência de circulação

12.5. TRATAMENTO

O socorrista deverá iniciar a massagem cardíaca externa o mais cedo possível. Para
realizá-la deve-se:

• Localizar o apêndice xifóide com o dedo indicador da mão esquerda. (Fig. 15.46)

• Colocar dois dedos da mão direita logo acima do indicador da mão esquerda. (Fig. 15.47)

• Após colocar os dois dedos, posicionar a palma da mão esquerda. (Fig. 15.48)

• Posicionar a mão direita sobre a mão esquerda, cruzando os dedos. (Fig. 15.49)

Os ombros do socorrista devem estar paralelos ao osso esterno do paciente e os seus braços
não flexionados.
Somente a região hipotenar da palma da mão toca o esterno do paciente, evitando-se, dessa
forma, pressionar as costelas.
Em adultos a pressão a ser exercida sobre o esterno deverá fazer com que ele desça cerca de
4 a 5 cm.

Fig. 15.46 – Brigadista de Incêndio localizando o apêndice xifóide.

Fig. 15.47 – Brigadista de Incêndio localizando a posição que está dois dedos acima do apêndice
xifóide.

Fig. 15.48 – Brigadista de Incêndio posicionando a palma da mão esquerda.

Fig. 15.49 – Brigadista de Incêndio posicionado para iniciar a massagem cardíaca externa.

Em crianças, com idade entre 1a 8 anos, a pressão deve ser exercida com apenas uma das
mãos, e o esterno deve descer de 2,5 a 4 cm. (Fig. 15.50)

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
Fig. 15.50 – Brigadista de Incêndio realizando a massagem cardíaca externa em uma criança.

Em bebês, com idade variando de 0 a 1 ano, a pressão é realizada com dois dedos,
posicionando-os na interseção do osso esterno com uma linha imaginária ligando os mamilos,
fazendo o esterno descer de 1 a 2,5 cm. (Fig. 15.51)

Fig. 15.51 – Brigadista de Incêndio realizando a massagem cardíaca externa em um bebê.

Nos casos de parada respiratória e cardíaca simultâneas, deve-se intercalar a respiração


artificial com a massagem cardíaca, método conhecido como Reanimação Cardio-Pulmonar ou
RCP, do seguinte modo:

RCP – UM SOCORRISTA

• Adulto – 2 ventilações por 15 massagens de 80 a 100 vezes por minuto.

• Criança – 1 ventilação por 5 massagens de 100 a vezes por minuto.

• Bebê – 1 ventilação por 5 massagens de 100 a 120 vezes por minuto.

RCP – DOIS SOCORRISTAS

• Adulto – 1 ventilação por 5 massagens, de 80 a 100 vezes por minuto.

A cada quatro ciclos de 2 ventilações por 15 massageamentos ou dez ciclos de 1 ventilação


por 5 massageamentos, checar o retorno espontâneo de pulso no paciente.
Não interromper a RCP por mais de 7 segundos, e uma vez iniciada só se deve desistir se:

• o paciente tiver em condições de contar com recursos mais avançados e com pessoal apto
para prosseguir no tratamento;

• o socorrista estiver completamente exausto.

5. HEMORRAGIA

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
Hemorragia é a ruptura de vasos sangüíneo, com extravasamento de sangue.
A gravidade da hemorragia se mede pela quantidade de sangue perdido e pela rapidez com
que ele é perdido.
A perda de sangue pode ocasionar o estado de choque e levar a vítima à morte.
A hemorragia divide-se em interna e externa.

5.1. Hemorragia interna

As hemorragias internas são mais difíceis de serem reconhecidas porque o sangue se


acumula nas partes ocas do corpo, tais como: estômago, pulmões, bexiga, cavidade craniana,
cavidade torácica, cavidade abdominal, e etc.

SINTOMAS

O paciente queixa-se de:

• fraqueza;

• sede;

• frio;

• e aparenta ansiedade ou indiferença.

SINAIS

• alteração do nível de consciência ou inconsciência;

• agressividade ou passividade;

• tremores e arrepios do corpo;

• pulso rápido e fraco;

• respiração rápida e artificial;

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO

• pele pálida, fria e úmida;

• sudorese;

• pupilas dilatadas.

IDENTIFICAÇÃO

Além dos sinais e sintomas clínicos, suspeita-se que haja hemorragia interna quando:

• houver acidente por desaceleração (acidente automobilístico);

• houver ferimento por projétil de arma de fogo, faca ou estilete, principalmente no tórax ou
abdome;

• houver acidente em que o corpo suportou grande pressão (soterramento, queda).

Se houver perda de sangue pela boca, nariz e ouvido, existe suspeita de uma hemorragia
no cérebro.
Se a vítima apresentar escarros sanguinolentos, provavelmente a hemorragia será no
pulmão; se vomitar sangue será no estômago; se evacuar sangue, será nos intestinos (úlceras
profundas); e se houver perda de sangue pela vagina, poderá estar ocorrendo um processo
abortivo.
Normalmente estas hemorragias se dão (se não forem por doenças especiais) logo após
acidentes violentos dos quais o corpo suporta pressões muito fortes (colisões, soterramentos,
etc.).

5.2. Hemorragia externa

As hemorragias externas dividem-se em: arterial, venosa e capilar.


Nas hemorragias arteriais, o sangue é vermelho vivo, rico em oxigênio, e a perda é pulsátil,
obedecendo às contrações sistólicas do coração. Esse tipo de hemorragia é particularmente grave
pela rapidez com que a perda de sangue se processa.
As hemorragias venosas são reconhecidas pelo sangue vermelho escuro, pobre em oxigênio,

_______________________________________________________
172
MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
e a perda é de forma contínua e com pouca pressão. São menos graves que as hemorragias
arteriais, porém, a demora no tratamento pode ocasionar sérias complicações.
As hemorragias capilares são as pequenas perdas de sangue, em vasos de pequeno calibre
que recobrem a superfície do corpo. (Fig. 15.52)

Fig. 15.53 – Elevação da área afetada.

Fig. 15.54 – Hemorragia estancada com tamponamento.

Fig. 15.52 – Tipos de hemorragias.

5.3. MÉTODOS PARA DETENÇÃO DE HEMORRAGIAS

• Elevação da região acidentada: pequenas hemorragias nos membros e outras partes do


corpo podem ser diminuídas, ou mesmo estancadas, elevando-se a parte atingida e,
conseqüente, dificultando a chegada do fluxo sangüíneo. (Fig. 15.53)
Não elevar o segmento ferido se isto produzir dor ou se houver suspeita de lesões internas.

• Tamponamento: pequenas, médias e grandes hemorragias podem ser detidas pela obstrução
do fluxo sangüíneo, com as mãos ou, preferencialmente, com um pano limpo ou gaze
esterilizada, fazendo um curativo compressivo. É o melhor método de estancar uma
hemorragia. (Fig. 15.54)

• Compressão arterial: se os métodos anteriores não forem suficientes para estancar a


hemorragia, ou se não for possível comprimir as grandes artérias para diminuir o fluxo
sangüíneo. (Fig. 15.55)

• Torniquete: é uma medida extrema que só deve ser adotada em último caso e se todos os
outros métodos falharem. Consiste em uma faixa de constrição que se aplica a um membro,
acima do ferimento, de maneira tal que se possa apertar até deter a passagem do sangue
arterial. O material a ser utilizado poderá ser o que houver à mão (gravata, lenço, toalha,
suspensório, etc.), não devendo ser inferior à 2,5 cm de largura para não afetar os tecidos.
Deve-se usar um pequeno rolo de gaze sobre a artéria para ajudar a compressão. Uma vez
realizado o torniquete não se deve mais afrouxá-lo. A parte do corpo que ficou sem receber
sangue libera grande quantidade de toxinas e, se o torniquete for afrouxado, estas toxinas

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
vão sobrecarregar os rins, podendo causar maiores danos à vítima. (Fig. 15.56 a 15.58)

Fig. 15.56 – Usar um pequeno rolo de gaze sobre a artéria.

Fig. 15.57 – Apertar até estancar a hemorragia.

Fig. 15.58 – Firmar o torniquete para que não afrouxe.

O torniquete só poderá ser retirado no hospital, quando medidas médicas forem tomadas.

5.4. TRATAMENTO DA HEMORRAGIA INTERNA

Nos casos de hemorragias internas, pouca se pode fazer como primeiros socorros, além
de:

• Deitar o acidentado e elevar os membros inferiores.

• Prevenir o estado de choque.

• Providenciar transporte urgente, pois só em hospital se pode estancar a hemorragia interna.

Fig. 15.59 – Paciente em tratamento contra o choque/

5.5. TRATAMENTO DA HEMORRAGIA EXTERNA

• Deitar a vítima; o repouso da parte ferida ajuda a formação de um coágulo.

• Se o ferimento estiver coberto de roupa, descobri-lo (evitar, porém, o resfriamento do


acidentado).

• Evitar o estado de choque. (Fig. 15.59)

6. FERIMENTO

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
ferimento é toda a lesão pele (corte, perfuração), permitindo um contato do interior do
organismo com o meio externo (propiciando a contaminação). Se não for adequadamente
tratado, pode levar a uma infecção localizada da ferida e mesmo à morte.
Os ferimentos podem ser superficiais ou profundos. Todo ferimento profundo pode levar
ao estado de choque, portanto, seu tratamento consiste em prevenir o choque.

6.1. IDENTIFICAÇÃO

Geralmente os ferimentos são visíveis, causam dor, originam sangramento e são vulneráveis
à infecção.

6.2. TRATAMENTO

• Limpar o ferimento, lavando com água.

• Evitar tocar o ferimento.

• Não remover objetos empalados.

• Cobrir o ferimento com pano limpo.

• Fixar a compressa sem apertá-la demasiadamente.

• Utilizar outro método para estancar a hemorragia, se o tratamento não estancá-la.

• Manter a vítima em repouso.

• Transportar a vítima para um hospital.

Sempre que possível, a extremidade do membro ferido deverá ficar descoberta, para se
observar se a circulação está se processando normalmente (perfusão capilar). (Fig. 15.60 e
15.61)

Fig. 15.60 – Ferimentos por objetos empalados...

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
Fig. 15.61. – ...São imobilizados como se encontram.

6.3. FERIMENTO PROFUNDO NO TÓRAX

Trata-se de lesão que permite que a cavidade torácica fique em contato com o meio
externo, possibilitando entrada e saída de ar respiração e podendo até paralisá-la. Este tipo de
lesão é conhecida como pneumotórax.

Identificação

É possível perceber o ar entrando e saindo do fermento. O ar provoca ruído e bolhas


quando misturado com o sangue de hemorragia.

Tratamento

• Para que os pulmões continuem funcionando, o orifício do ferimento deve ser


fechado, impedindo a entrada do ar.

• Fazer o tamponamento do ferimento com plástico para evitar penetração de ar no


tórax; este tamponamento deve ser colocado sobre o ferimento, no final da expiração da
vítima.

• Fixar o material usado com esparadrapo, em três lados.

• Não usar cinta ou atadura que envolva todo o tórax, pois isto dificulta a
respiração.

• Conduzir a vítima a um hospital. (Fig. 15.62)

Fig. 15.62 – Tamponamento de pnemotórax.

6.4. FERIMENTO PROFUNDO ABDOMINAL

Trata-se de lesão que permite que a cavidade abdominal fique em contato com o meio
externo. Em virtude deste tipo de ferimento, as vísceras ou parte delas podem ficar à mostra.

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO

Identificação

Visualmente é possível ver o ferimento e/ou os órgãos herniados.

Tratamento

• Cobrir o ferimento e as vísceras, se estiverem expostas, com plástico.

• Não recolocar as vísceras no abdome.

• Manter o curativo preso com atadura não muito apertada.

• Conduzir a vítima para um hospital. (Fig. 15.63 e 15.64)

Fig. 15.63 – Compressa sobre as vísceras.

Fig. 15.64 – Curativo com plástico e bandagens (esterelizadas).

7. ESTADO DE CHOQUE

É a falência do sistema circulatório, provocando a interrupção ou alteração no


abastecimento de sangue ao cérebro com acentuada depressão das funções do organismo.
Como se sabe, o sangue leva até as células os nutrientes e oxigênio para a manutenção da
vida, através de pequenos vasos sangüíneos. Quando, por qualquer motivo, isto deixa de
acontecer, as células começam a entrar em sofrimento e, se esta condição não for revertida à
normalidade com urgência, as células acabam morrendo. O sistema nervoso central é o que
menos resiste à falta de oxigenação.
Predispõe ao choque o estado emocional instável, fraqueza geral, nutrição insuficiente,
idade avançada, temor, aflição e preocupação.
Hemorragias, fraturas, esmagamentos e grandes queimaduras são freqüentemente seguidas
de choque.

7.1. IDENTIFICAÇÃO

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
• Pulso é rápido e fraco.

• Aumento da freqüência respiratória.

• Pele fria, úmida e pálida.

• Perfusão capilar lenta ou nula.

• Tremores de frio.

• Tonturas e desmaios.

• Agitação ou depressão do nível de consciência.

• Pupilas dilatadas.

7.2. TRATAMENTO

• Colocar a vítima deitada, atentando, sempre, para a possibilidade de existência de outras


lesões associadas;

• Elevar as pernas da vítima para que chegue maior quantidade de sangue à cabeça e aos
centros nervosos principais;

• Aquecer o paciente, agasalhando-o com cobertores;

• Afrouxar peças de roupa para facilita a circulação;

• Fornecer ar puro, ou oxigênio, se possível.

A vítima deve movimentar-se o mínimo possível. (Fig. 15.65)

Fig. 15.65 – Pessoa em tratamento contra estado de choque.

8. FRATURAS

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Fratura é a ruptura total ou parcial de osso.


Podem ser fechadas ou expostas.

• Fratura fechada: na fratura fechada não há rompimento da pele, ficando o osso no interior
do corpo. (Fig. 15.66)

Fig. 15.66 – Fratura fechada.

• Fratura exposta: fratura na qual há rompimento da pele. Neste tipo de fratura ocorre
simultaneamente um quadro de hemorragia externa, existindo ainda o risco iminente
infecção. (Fig. 15.67)

Fig. 15.67 – Fratura exposta.

8.1. IDENTIFICAÇÃO

• Dor local: uma fratura sempre será acompanhada de uma dor intensa, profunda e localizada,
que aumenta com os movimentos ou pressão.

• Incapacidade funcional: é a incapacidade de se efetuar os movimentos ou a função


principal da parte afetada.

• Deformação ou inchaço: ocorre devido ao deslocamento das seções dos ossos fraturados ou
acúmulo de sangue ou plasma no local. Um método eficiente para se comprovar a existência
da deformação é o de se comparar o membro fraturado com o são.

• Crepitação óssea: é um ruído produzido pelo atrito entre as seções ósseas fraturadas. Este
sinal, embora de grande valor para diagnosticar uma fratura, não deve ser usado como
método de diagnóstico para não agravar a lesão.

• Mobilidade anormal: é a movimentação de uma parte do corpo onde inexiste uma


articulação. Pode-se notar devido à movimentação anormal ou à posição anormal da parte
afetada. Este método, assim como o anterior, não deve ser forçado. No caso de dúvida,
sempre considerar a existência da fratura.

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO

8.2. TRATAMENTO DA FRATURA FECHADA

• Aplicar tração em fraturas de membros sempre que possível.

• Imobilizar a fratura mediante o emprego de talas, dependendo das circunstâncias e


alinhamento do osso.

• Imobilizar também a articulação acima e abaixo da fratura para evitar qualquer


movimento da parte atingida.

• Observar a perfusão nas extremidades dos membros, para verificar se a tala ficou
demasiadamente apertada.

• Verificar presença de pulso distal e sensibilidade.

• Tranqüilizar o acidentado mantendo-o aquecido e na posição mais cômoda


possível.

• Prevenir o estado de choque.

• Remover a vítima em maca.

• Transportar para o hospital.

OBS. Como em qualquer traumatismo grave, a dor e o estado psicológico alterado (stress)
podem causar o choque, devendo o socorrista preveni-lo.
Em fraturas anguladas ou em articulações não se deve tracionar. Imobilizar como estiver.
(Fig. 15.68 e 15.69)

Fig. 15.68 – A fratura fechada dever ser...

Fig. 15.69 – ...alinhada e imobilizada.

8.3. TRATAMENTO DA FRATURA EXPOSTA

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO

Este tipo de fratura é caracterizado pela hemorragia abundante, risco de contaminação,


bem como lesões de grande parte do tecido. As medidas de procedimento são:

• Gentilmente, tentar realinhar o membro.

• Estancar a hemorragia, mediante emprego de um dos métodos de hemostasia.

• Não tentar recolocar o osso no interior da ferida.

• Prevenir a contaminação, mediante assepsia local, mantendo o ferimento coberto com gaze
esterilizada ou com as próprias roupas da vítima (quando não houver gaze).

• Imobilizar com tala comum, no caso de fratura onde os ossos permaneçam no seu
alinhamento, ou empregar a tala inflável, a qual estancará a hemorragia (tamponamento) e
prevenirá a contaminação.

• Se não for possível realinhar a fratura, imobiliazá-la na posição em que estiver.

• Chegar presença de pulso distal e sensibilidade.

• Nos casos em que há ausência de pulso distal e/ou sensibilidade, o transporte urgente para o
hospital é medida prioritária.

• Prevenir o estado de choque tranqüilizando a vítima e evitando que veja o ferimento.

• Remover a vítima em maca.

• Transportar a vítima para o hospital. (Fig. 15.70 a 15.73)

Fig. 15.70 – Ferimento coberto com gaze e imobilizado com tala comum e fixa.

Fig. 15.71 – Brigadista de Incêndio tentando alinhar a fratura gentilmente.

Fig. 15.72 – Brigadista de Incêndio cobrindo ferimento.

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO

Fig. 15.73 – A tala inflável estanca a hemorragia e previne a contaminação.

OBS. Fraturas e deslocamentos na região do ombro (clavícula, omoplata e cabeça de úmero)


devem ser imobilizadas com BANDAGEM TRIANGULAR. (Fig. 15.74A e 15.74B)

Fig. 15.74 – A – Bandagens.

Fig. 15.74 – B – Vítima imobilizada com bandagem triangular.

9. GRANDES TRAUMATISMOS

Não se trata de uma classificação de fratura quanto à forma e, sim, de traumatismos


ocorridos em pontos vitais do corpo humano.
Traumatismo é a lesão resultante de violência externa ao organismo.

9.1. TRAUMA DE CRÂNIO


Lesões na cabeça fazem suspeitar de uma condição neurológica de urgência. Podem
causar hemorragias externas na cavidade craniana que, se não corrigidas de imediato, podem
levar o paciente ao choque e progredirem até a morte.

Identificação

• Ferimentos na cabeça.

• Tontura, sonolência e inconsciência.

• Hemorragia pelo nariz, boca ou ouvido.

• Alteração do ritmo respiratório.

• Hematoma nas pálpebras.

• Saída de líquido cefalorraquidiano pelos ouvidos.

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
• Vômitos e náuseas.

• Falta de controle das funções intestinais.

• Paralisia.

• Perda de reflexos.

• Desvio de um dos olhos.

• Diâmetro das pupilas desiguais.

Tratamento

• Imobilizar a coluna cervical.

• Evitar movimentos bruscos com a cabeça do acidentado.

• Caso haja o extravasamento de sangue ou líquido por um dos ouvidos, facilitar esta saída.

• Prevenir estado de choque.

• Ministrar oxigênio.

• Transportar a vítima em maca com urgência ao hospital. (Fig. 15.75)

Fig. 15.75 – Vítima deitada em “posição de coma”.

9.2. TRAUMA DE COLUNA

Todos os pacientes politraumatizados inconscientes deverão ser considerados como


portadosres de trauma de coluna até prova em contrário. Os traumas de coluna mal conduzidos
podem produzir lesões graves e irreversíveis de medula, com comprometimento neurológico
definitivo. Todo o cuidado deverá ser tomado com estes pacientes para não surgirem lesões
adicionais.

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO

Identificação

• Dor aguda na vértebra atingida.

• Associação do tipo de acidente com a possibilidade da lesão.

• Saliência anormal no local.

• Perda de sensibilidade nos membros.

• Sensação de formigamento dos membros.

• Paralisia.

Tratamento

O tratamento consiste em cuidados na imobilização e no transporte. Tomar todas as


precauções na manipulação da vítima para não converter um trauma de coluna em lesão
medular. De maneira geral, o tratamento consiste em se evitar que a coluna se flexione ou que a
cabeça se mova (coluna cervical), a fim de que não se rompa a medula, devendo ser observados
os seguintes itens:

• imobilizar o pescoço da vítima, aplicando um colar cervical próprio ou improvisado. (Fig.


15.76-A)

Fig. 15.76-A – Brigadista de Incêndio imobilizando o pescoço da vítima, sem provocar uma
extensão excessiva.

• movimentar o paciente em bloco, contando, no mínimo, com três socorristas;

• imobilizar a vítima em plancha rígida;

Fig. 15.76-B – Vítima devidamente imobilizada na plancha curta.

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
Fig. 15.76-C - Vítima sendo colocada na plancha longa.

• se a vítima estiver sentada, usar primeiro uma prancha curta;

• ministrar oxigênio, se disponível;

• transportar o paciente para um hospital. (Fig. 15.76-B a 15.76-E)

Fig. 15.76-D – Vítima sendo imobilizada na plancha longa.

Fig. 15.76-E – Vítima devidamente imobilizada na plancha longa e, pronta para ser colocada na
maca.

9.3. TRAUMA DE BACIA

A bacia é uma estrutura óssea que serve para a sustentação do corpo e a proteção de
órgãos vitais internos, tais como os rins e a bexiga.
Neste tipo de fratura pode existir hemorragia interna.

Identificação

• Perda da mobilidade nos membros inferiores.

• Dor intensa local.

Tratamento

O tratamento consiste em:

• Imobilizar a bacia com plancha longa.

• Tomar as mesmas precauções que nos casos de lesões de coluna.

• Colocar um cobertor dobrado ou um travesseiro entre as pernas da vítima, unindo-as com


faixas.

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO

• Transportar a vítima com urgência para um hospital. (Figs. 15.77-A a 15.77-C)

Fig. 15.77-A – Uso de telas para imobilização.

Fig. 15.77-B – Imobilizar a perna do lado da tala longa e, após isso...

Fig. 15.77-C - ...imobilizar as duas pernas.

9.4. FRATURA DE COSTELA

a costela fraturada pode produzir lesão interna, comprometendo a respiração.

Identificação

• Dor localizada.

• Respiração superficial.

• Dor quando realiza movimentos respiratórios.

• Deformação local.

Tratamento

• Aplicar no mínimo três faixas de imobilização no tórax, em apertar em demasia.

• Movimentar o mínimo possível a vítima.

• Evitar o choque.

• Transportá-la em prancha rígida para um hospital.

10. QUEIMADURAS

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
Queimaduras é u a lesão produzida no tecido de revestimento do organismo por agentes
térmicos, produtos químicos, irradiação ionizante, etc.
O tegumento (pele) tem por finalidade a proteção do corpo contra invasão de
microrganismos, a regulação da temperatura do organismo através da perda de água para o
exterior e a conservação do líquido interno. Desta forma, uma lesão traduzida no tecido
tegumentar irá alterar em maior ou menor grau estes mecanismo, dependendo da sua extensão
(área queimada) e da sua profundidade (grau de queimadura).
Pode-se dividir a queimadura em graus, de acordo com a profundidade.

10.1. GRAUS DE QUEIMADURA

• Primeiro grau: atinge somente a epiderme. Caracteriza-se por dor local e


vermelhidão da área atingida. (Fig. 15.78)

Fig. 15.78 – Queimadura de 1º grau.

• Segundo grau: atinge a epiderme e a derme. Caracteriza-se por dor local,


vermelhidão e formação de bolhas d’água. (Fig. 15.79)

• Terceiro grau: atinge o tecido de revestimento, alcançando o tecido muscular,


podendo chegar até o ósseo. Caracteriza-se pela pele escurecida ou esbranquiçada e as
vítimas podem se queixar de muita dor. Também podem não referenciar dor alguma na área
queimada, por ter havido a destruição dos terminais sensitivos. De todo modo, ao redor de
queimaduras de 3º grau, haverá queimaduras de 2º e de 1º graus, que freqüentemente serão
motivo de fortes dores. (Fig. 15.80)

Fig. 15.79- Queimadura de 2º grau.

Fig. 15.80- queimadura de 3º grau.

10.2. EXTENSÃO DA QUEIMADURA

Para calcular em um adulto a porcentagem aproximada de superfície de pele queimada,


tomamos em conta os seguintes dados, considerando as partes em relação ao todo:

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
Cabeça.................................................................................9%
Pescoço...............................................................................1%
Membros superiores (cada um)...........................................9%
Tórax e abdome.................................................................18%
Costas................................................................................18%
Para crianças, a porcentagem é a seguinte:

Cabeça...............................................................................18%
Membros superiores (cada um)...........................................9%
Tórax e abdome.................................................................18%
Costas e nádegas................................................................18%
Membros Inferiores (cada um incluindo nádegas).............14%

É considerada como sendo grave qualquer queimadura (mesmo que seja de primeiro grau)
que atinja 15% do corpo ou mais. (Fig. 15.81)

Fig. 15.81- Porcentagem da superfície da pele.

10.3. IDENTIFICAÇÃO

As queimaduras pode ser identificada visualmente pelo aspecto do tecido.

10.4. TRATAMENTO EM QUEIMADURAS TÉRMICAS

• Retirar parte da roupa que esteja em volta da área queimada.

• Retirar anéis e pulseiras da vítima, para não estrangularem as extremidades dos


membros, quando incharem.

• As queimaduras de 1º grau podem ser banhadas com água fria para amenizar a
dor.

• Não perfurar as bolhas em queimaduras de 2º grau.

• Não aplicar medicamentos nas queimaduras.

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO

• Cobrir a área queimada com plástico limpo.

• Se a vítima estiver consciente, dar-lhe água.

• Evitar (ou tratar) o estado de choque.

• Transportar a vítima com urgência para um hospital especializado.

10.5. TRATAMENTO EM QUEIMADURAS QUÍMICAS

• Retirar roupa da vítima impregnada com agente químico.

• Lavar o local afetado com água corrente sem esfregá-lo – 5 minutos para ácidos,
15 minutos para álcalis e 20 minutos para cáusticos desconhecidos.

• Se o agente agressor for cal virgem seco, não usar água; removê-lo com escova
macia.

• Nos demais casos, proceder como nas queimaduras térmicas.

11. INTOXICAÇÃO

A intoxicação ou envenenamento ocorre quando o indivíduo entra em contato, ingere ou


aspira substâncias tóxicas de natureza diversa, que possam causar distúrbios funcionais ou
sintomáticos, configurando um quadro clínico sério.
A intoxicação pode resultar em doença grave ou morte em poucas horas, se a vítima não
for socorrida em tempo hábil.
A gravidade de envenenamento depende da suscetibilidade do indivíduo, da quantidade,
tipo e toxicidade da substância introduzida no organismo e do tempo de exposição.

VIAS DE PENETRAÇÃO

• Pele: contato direto com plantas ou substâncias químicas tóxicas.

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
• Boca: ingestão de qualquer tipo de substância tóxica, química ou natural.

• Vias respiratórias: aspiração de vapores ou gases emanados de substâncias


tóxicas.

11.1. IDENTIFICAÇÃO

• Sinais evidentes na boca, pele ou nariz de que a vítima tenha introduzido


substâncias tóxicas para o organismo.

• Hálito com odor estranho.

• Dor, sensação de queimação nas vias de penetração e sistemas correspondentes.

• Sonolência, confusão mental e outras alterações da consciência.

• Estado de coma alternado com períodos de alucinações e delírios.

• Lesões cutâneas, queimaduras intensas com limites bem definidos.

• Depressão da função respiratória.

11.2. TRATAMENTO

NA INTOXICAÇÃO POR CONTATO (pele):

• Para substâncias líquidas, lavar abundantemente o local afetado com água


corrente. Substâncias sólidas devem ser retiradas do local sem friccionar a pele, lavando-a, a
seguir, com água corrente.

NA INTOXICAÇÃO POR INGESTÃO (boca):

• Não provocar vômito se a vítima estiver inconsciente, com convulsões, ou tiver


ingerido venenos cáusticos (ácidos, álcalis e derivados de petróleo).

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
• Quando os ácidos e álcalis são fortes, provocam queimaduras nas fias de
penetração. Nestes casos, deve-se diluir a substância dando água para a vítima beber.

11.3. INTOXICAÇÃO POR MONÓXIDO DE CARBONO (CO)

A intoxicação por monóxido de carbono é um acidente muito comum em casos de


incêndios e em locais fechados onde há queima de combustíveis, como, por exemplo, garagens
de automóveis e banheiros com aquecedores domésticos. O CO é um gás bastante presente no
dia-a-dia da população e suas características principais são não ter odor nem gosto e cor, o que
o torna extremamente perigoso. A intoxicação se dá com a combinação do gás CO com a
hemoglobina do sangue, impedindo que esta leve oxigênio para as células e é conhecida como
asfixia química. O tratamento de casos agudos de intoxicação só pode ser feito em hospitais.
Deve-se, portanto, sempre, levar vítimas de exposição ao CO para o pronto socorro.
Os sintomas de intoxicação por CO são:

• dor de cabeça;

• pele e lábios vermelhos (cor de cereja);

• náuseas e vômitos;

• respiração acelerada;

• vertigens e desmaios.

Tratamento

• Retirar a vítima do ambiente gaseado.

• Liberar as vias aéreas da vítima.

• Ministrar oxigênio, se possível.

• Transportar urgente para hospital.

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
Lembrar que, em qualquer incêndio, por menor que seja, há presença de CO no ambiente.
Portanto, não entrar e não permitir que pessoas adentrem em áreas gaseadas sem proteção
respiratória, através de máscara autônoma (EPR). Máscaras filtrantes e ingestão de leite são
totalmente ineficazes neste caso.
Ao atender ocorrência de intoxicação, o Brigadista de Incêndio deverá ainda manter os
sinais vitais da vítima, evitar o estado de choque e conduzi-la com urgência a um hospital
especializado.

12. ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS

Os envenenamentos são produzidos por picadas ou mordeduras de animais dotados de


glândulas secretoras e aparelho inoculador de veneno. As alterações produzidas por esses
acidentes estão relacionadas à inoculação de uma complexa mistura de enzimas que ocasionam
seqüelas ou até a morte da vítima. Se possível, deve-se capturar ou identificar o animal que
picou a vítima, mas sem perder tempo com esse procedimento. Na dúvida, tratar como se o
animal fosse venenoso.

12.1. IDENTIFICAÇÃO

A vítima apresenta as seguintes características:

• Distúrbios visuais.

• Queda das pálpebras (ptose palpebral).

• Náuseas e vômitos.

• Pequenas marcas causadas pela picada.

• Dor local intensa.

• Inchaço, hematoma e bolhas no local.

• Dificuldades respiratórias.

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
• Convulsões.

• Torpor e inconsciência.

12.2. TRATAMENTO

• Não se deve amarrar ou fazer torniquete. Impedir a circulação do sangue pode produzir
necrose ou gangrena; o sangue deve circular normalmente.

• Lavar a ferida com água e sabão.

• Não se deve cortar o local da picada; alguns venenos podem provocar hemorragias. Os cortes
feitos no local da picada com canivetes e outros objetos não desinfetados, favorecem as
hemorragias e infecções.

• Manter o acidentado deitado em repouso, evitando que ele ande, corra ou se locomova pelo
seus próprios meios. A locomoção facilita a absorção do veneno e os efeitos se agravam.

• Procurar manter a área picada em nível abaixo do coração da vítima.

• Remover anéis, relógios ou jóias, prevenindo assim complicações de correntes de inchaço


que, freqüentemente, ocorrem nestes casos.

• Levar o acidentado imediatamente para centros de tratamento ou serviço de saúde para


receber o soro próprio.

O soro cura somente quando aplicado convenientemente, de acordo com os seguintes itens:

O Soro cura somente quando aplicado convenientemente, de acordo com os seguintes


itens:

• Soro específico.

• Dentro do menor tempo possível.

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MANUAL DO BRIGADISTA DE INCÊNDIO
• Em quantidade suficiente.

13. INSOLAÇÃO E INTERMAÇÃO

São acidentes provocados no organismo pela exposição prolongada ao calor. Diferencia-


se a insolação da intermação, pois a primeira corresponde ao excesso de raios solares agindo
diretamente no indivíduo, enquanto a Segunda traduz a ação do calor em ambientes pouco
arejados, durante um trabalho muscular intenso.
Os fatores abaixo concorrem para o surgimento desses tipos de acidentes:

• Umidade: quanto maior a umidade relativa ao ar , mais difícil será a evaporação cutânea e,
consequentemente, o corpo acumulará maior quantidade de calor.

• Ventilação: sem circulação constante do ar, o resfriamento torna-se difícil, ocasionando


esses acidentes em indivíduos que trabalham em fundições, padarias ou próximos a
caldeiras.

• Condições físicas: o excesso de trabalho aumenta a produção de calor pelo organismo,


enquanto a fadiga muscular acumula substâncias tóxicas nos tecidos. A associação de
ambos predispõem ao acidente.

• Alimentação excessiva: aumenta também a produção de calor corporal.

13.1. IDENTIFICAÇÃO

• Dor de cabeça.

• Náuseas.

• Vômitos.

• Pele seca e quente.

• Tonturas.

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• Inconsciência e coma profundo.

• Elevação da temperatura corporal.

• Insuficiência respiratória.

13.2. TRATAMENTO

• Levar a vítima para local arejado e fresco.

• Deitar a vítima com o tronco ligeiramente elevado.

• Desapertar as roupas da vítima.

• Aplicar compressas de água fria sobre a testa da vítima.

• Banhar a vítima em água fresca, acompanhando sua temperatura a cada 15 minutos, evitando
resfriamento brusco do corpo.

14. DESMAIO E VERTIGEM

O desmaio consiste na perda transitória da consciência e da força muscular, fazendo com


que o paciente caia ao chão. Pode ser causado por vários fatores, como a subnutrição, o cansaço,
excesso de sol, stress. Pode ser precipitado por nervosismo, angústia e emoções fortes, além de
ser intercorrência de muitas outras doenças.
Vertigem consiste nos sinais e sintomas que antecedem o desmaio.

14.1. IDENTIFICAÇÃO

• Tontura.

• Sensação de mal-estar.

• Pele fria, pálida e úmida.

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• Suor frio.

• Perda da consciência.

14.2. TRATAMENTO

Diante de um indivíduo que sofreu desmaio, devemos proceder da seguinte maneira:

• Arejar o ambiente.

• Afrouxar as roupas da vítima.

• Deixar a vítima deitada e, se possível, com as pernas elevadas.

• Não permitir aglomeração no local para não prejudicar a vítima.

14.3. CRISE EPILÉPTICA

A epilepsia é uma doença do sistema nervoso central que se caracteriza por causar crises
de convulsões (ataques) em sua forma mais grave.
Os ataques ou convulsões se caracterizam por:

• Queda abrupta da vítima.

• Perda da consciência.

• Contrações de toda a musculatura corporal.

• Aumento da atividade glandular com salivação abundante e vômitos.

Pode ainda ocorrer o relaxamento dos esfincteres com micção e evacuação involuntárias.
Ao despertar, o doente não se recorda de nada do que aconteceu durante a crise e sente-se
muito cansado, indisposto e sonolento.
A conduta do socorrista no ataque epilético consiste, principalmente, em proteger o
doente e evitar complicações. Deve-se deixar o paciente com roupas leves e desapertadas (as

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contrações musculares aumentam a temperatura corpórea) e virá-lo de lado para que não se
aspire as secreções ou o vômito para os pulmões.
Um cuidado especial deve ser dado à boca, pois o doente pode ferir-se, mordendo a
língua ou as bochechas. Para tanto, interpõe-se um calço (pedaço de pano, por exemplo) entre os
dentes superiores e inferiores, impedindo que eles se fechem. Esta manobra, entretanto, deve ser
cuidadosa, pois o socorrista poderá ser mordido, ou o objeto poderá causar obstrução
respiratória. Cessada a crise, que dura de 1 a 5 minutos, o doente deverá receber limpeza
corpórea, ingerir líquidos e repousar em ambiente silencioso.
É preciso que os curiosos sejam afastados do local, pois esta doença acarreta um grande
senso de inferioridade e a presença de estranhos apenas contribui para a acentuação do problema
psicológico.
Deve-se orientar o paciente para voltar a procurar seu médico, pois haverá necessidade de
ajustar a dose da droga em uso.

15. PARTO DE EMERGÊNCIA

a grande maioria dos partos se resolvem espontaneamente, apenas sendo assistidos pelo
médico ou obstetra. Haverá situações em que o parto acontecerá antes de a parturiente chegar ao
hospital, ou mesmo à caminho dele. Nestes casos, deve-se estar treinado para assistir
(acompanhar) ao parto.
No final da gestação, a parturiente começa a apresentar sinais e sintomas que são
indicativos do início do trabalho de parto.

15.1. IDENTIFICAÇÃO DO PARTO IMINENTE

• Contrações regulares a cada 2 minutos.

• Visualização da cabeça do bebê no canal de nascimento.

• Saída de água pela vagina (ruptura da bolsa das águas).

• Gestante multípara, com vários partos normais.

Nestas condições, o parto está se iniciando.

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15.2. PROCEDIMENTOS GERAIS

• Sem expor a parturiente, ela deverá estar livre de todas as vestimentas que possam obstruir o
canal de nascimento.

• Em hipótese alguma o processo de nascimento do bebê poderá ser impedido, retardado ou


acelerado.

• Sempre o marido, os pais ou outro parente próximo deverá acompanhar, o tempo todo, a
parturiente.

• Não permitir a presença de curiosos. Procurar ser o mais discretos possível e manter ao
máximo a privacidade da gestante.

• Não permitir que a gestante vá ao banheiro se são constados os sinais do parto iminente.

15.3. PROCEDIMENTOS ESPECÍFICOS

• Colocar a parturiente deitada de constas, com os joelhos elevados e as pernas afastadas uma
da outra e pedir-lhe para conter a respiração, fazendo força de expulsão cada vez que sentir
uma contração uterina.

• Quem vai assistir ao parto deverá lavar bem as mãos.

• À medida que o parto progride, ver-se-á cada vez mais a cabeça do feto em cada contração.
Deve-se ter paciência e esperar que a natureza prossiga o parto; nunca se deve tentar puxar a
cabeça da criança para apressar o parto.

• À medida que a cabeça for saindo, deve-se apenas ampará-la com as mãos, sem imprimir
nenhum movimento, que não o de sustentação.

• Depois de sair totalmente, a cabeça da criança fará um pequeno movimento de giro e, então,
sairão rapidamente os ombros e o resto do corpo. Sustentá-lo com cuidado. Nunca puxar a
criança, nem o cordão umbilical; deixar que a mãe expulse naturalmente o bebê.

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Fig. 15.82 – Posição para o parto.

Fig. 15.83 – Apresentação da cabeça do bebê.

• Após o nascimento da criança, limpar apenas o muco do nariz e a boca com gaze ou pano
limpo e assegurar-se de que começou a respirar. Se a criança não chorar ou respirar, segurá-
la de cabeça para baixo, pelas pernas, com cuidado para que não escorregue, e dar alguns
tapinhas nas costas para estimular a respiração. Desta forma, todo o líquido que estiver
impedindo a respiração sairá.

Fig. 15.84 – Saída do bebê desde o interior do útero até as mãos do socorrista.

• Se o bebê ainda assim não respirar, fazer respiração artificial delicadamente, insuflando
apenas o volume suficiente para elevar o tórax da criança, como ocorre em um movimento
respiratório normal.

• Não há necessidade de cortar o cordão umbilical, se o transporte para o hospital demorar


menos de 30 minutos. Porém, se o tempo de transporte for superior a 30 minutos, deitar a
criança de costas e, com um fio previamente fervido, fazer nós no cordão umbilical: o
primeiro a aproximadamente quatro dedos da criança (10 cm) e o segundo nó distante 5 cm
do primeiro. Cortar entre os dois nós com uma tesoura, lâmina ou outro objeto esterilizado.

• O cordão umbilical sairá junto com a placenta, cerca de 20 minutos após o nascimento.

Fig. 15.85 – Local onde o cordão umbilical deve ser cortado.

• Após a saída da placenta, deve-se fazer mensagem suave sobre o abdome da


parturiente para provocar a contração espontânea do útero e diminuir a hemorragia que é
normal após o parto.

• Transportar a mãe e a criança ao hospital para complementação assistencial


médica. Deve-se também transportar a placenta para o médico avaliar se ela saiu
completamente.

CAPÍTULO 16

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INSPEÇÃO DE INCÊNDIO

OBJETIVOS

Conhecer as causas comuns de incêndio e como preveni-lo.


Conhecer os procedimentos de inspeção de incêndio empregados pela SPRINKLERS.
Descrever a importância da inspeção preventiva na elaboração de programas e de relações
públicas da SPRINKLERS
Conhecer os procedimentos de inspeção em edificações residenciais, conforme previsto para
o Código Estadual de Proteção Contra Incêndio e Emergências.
Preparar diagramas ou croquis para registrar a localização de itens concernentes às
operações de pré-planejamento de um combate a incêndio.
Coletar e registrar informações, na forma de um “Relatório de Inspeção de Brigadistas de
Incêndio em uma Edificação”.
Conhecer programas de prevenção de acidentes pessoais.
Identificar riscos especiais de incêndio e fazer recomendações para sua correção.
Identificar equipamentos auxiliares utilizados nos combates a incêndios, tais como: registro
de recalques, bombas de incêndio, válvulas de chuveiros, chuveiros automáticos (Sprinklers),
etc.

1. INTRODUÇÃO

Inspeção é o ato de realizar o levantamento de riscos e de meios de combate a incêndio de


uma edificação, colhendo valiosas informações para a Sprinklers, com o intuito de
formular planos de prevenção e combate a incêndios, além de fornecer orientação ao
proprietário. A prática da inspeção é considerada como a atividade de prevenção mais
importante da Sprinklers.

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