ZIMBABWE

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 10

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE DIREITO

CURSO DE DIREITO

VAHANLE GENTO AMADE

O PRIMEIRO ESTADO DO ZIMBABWE (1250 – 1450)

NAMPULA

2020
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE DIREITO

CURSO DE DIREITO

VAHANLE GENTO AMADE

O PRIMEIRO ESTADO DO ZIMBABWE ( 1250 – 1450)

Trabalho de carácter avaliativo da cadeira de


Direito Agrário, referente ao 2º semestre,
curso de Direito, 3º ano. Turma Única,
Leccionada pelo Docente: MA. Coutinho
Quanhiua.

NAMPULA

2020

II
Índice
Introdução...................................................................................................................................1

1.O ESTADO DO ZIMBABWE (1250-1450)...........................................................................2

2. Classes sociais no Estado do Zimbabwe.................................................................................2

2.1. Organização político-administrativa do grande Zimbabwe.................................................2

2.2. Actividades Económicas no Estado do Zimbabwe..............................................................3

2.3. Agricultura...........................................................................................................................3

2.4. Pastorícia..............................................................................................................................3

2.5 Mineração.............................................................................................................................3

2.6. O comércio...........................................................................................................................4

2.6 Decadência do Estado de Zimbabwe....................................................................................5

Conclusão....................................................................................................................................6

Bibliografia.................................................................................................................................7
Introdução
O Presente trabalho da cadeira de Direito Agrário tem como tema, o primeiro Estado
do Zimbwabwe, desta forma importa saber que o Estado de Zimbabwe existiu,
aproximadamente entre 1250 e 1450.a classe dominante fez rodear as suas habitações de
amuralhas de pedra conhecidos por Madzimbabwe (singular Zimbabwe). Essas amuralhadas
não traduziam apenas uma ostensiva demonstração de poder, mas também tinham a função de
protegê-la militarmente. Na capital, grande Zimbabwe concentrou-se grande parte do poder
político e económico. Havia aí vários recintos circundados por pedra, na planície e na colina,
igualmente grande cidade de caniço, cujos vestígios arqueológicos cobrem hoje uma
importante superfície. Além do grande Zimbabwe, são conhecidos vários centros regionais
igualmente circundados por muros de pedra como Manyikeni.

Situado a 50Km da Baia de Vilanculos e a 450 do Grande Zimbabwe, Manyikeni


insere-se pela sua arquitectura, materiais arqueológicos e datações absolutas. As investigações
mostraram que foi continuamente habitado entre 1170-1610. A construção de amuralhado
data do século XIII.

O trabalho tem como objectivo geral fazer uma análise do primeiro Estado do
Zimbabwe, e quanto aos objectivos específicos fazer uma descrição deste Estado, razoes de
criação, e as razões da sua decadência, ou seja causas de extinção do mesmo, em termos gerai.

1
1.O ESTADO DO ZIMBABWE (1250-1450)
O Estado de Zimbabwe existiu, aproximadamente, entre 1250 e 1450, eclipsando os
centros de poder do vale de Limpopo. Tomou este nome porque, na cidade capital e noutros
centros de poder, a aristocracia fez rodear as suas habitações de amuralhados de pedras
conhecidos por madzimbabwe (singular Zimbabwe). Esses amuralhados eram uma ostensiva
demonstração de poder1.

O grande Zimbabwe é pois um complexo de amuralhados de pedra situados na região


leste do Zimbabwe perto da fronteira com Moçambique. Pensa-se que este complexo constitui
a capital de um estado conhecido como o Primeiro Grande Zimbabwe, que floresceu no
planalto central daquela região. As condições geográficas favoráveis como a savana, a
inexistência de mosca tsé-tsé, sem paludismo, nem florestas e pântanos e a pluviosidade
normal para a agricultura variada permitiram a existência de comunidades de pastores e
agricultores.2

2. Classes sociais no Estado do Zimbabwe


Entre os Karangas do planalto do Zimbabwe, desenvolveu-se uma aristocracia, no seio
das famílias alargas, clãs e tribos. Os velhos, fundadores das famílias tinham tarefas
importantes. A população produzia, os chefes armazenavam e organizavam tarefas produtivas,
pois restava-lhes muito tempo para observarem o ciclo da natureza, que permitia-lhes ter
conhecimento a cerca do tempo e prazo das sementeiras.3

O melhoramento das técnicas agrícolas e consequente aumento da produção permitiu


aos chefes a afastarem-se das tarefas agrícolas ao longo de um processo que durou centenas
de anos, os velhos aumentaram o seu prestígio, tinham autoridade religiosa e exigiam tributos
das populações submetidas. Assim os chefes detinham as melhores terras além de reclamarem
a pose das minas e o controle do comércio4.

1
SERRA, Carlos, História de Moçambique parte II-primeiras sociedades sedentárias e Impacto dos
Mercadores, 1886-1930, Vol. II, 2a edição, Livraria UEM, Maputo, 2000, pp.34-35
2
MUSSA, Carlos, História 12a Classe - Programa Actualizado, Texto Editores, Maputo, pág.44
3
FERREIRA, Rita, Fixação Portuguesa e a Historia Pré-colonial de Moçambique, Lisboa, 1982. p. 83.
4
https://colegiomoz.blogspot.com/2017/11/os-khoisan.html?m=1 acesso em 10/11/2020
2
2.1. Organização político-administrativa do grande Zimbabwe
O grande Zimbabwe, onde vivia o rei era o centro político ligado a diversos
madzimbabwe (pequenas casas de pedras) regionais onde viviam os chefes provinciais. Ali
discutia-se os problemas do Estado e diziam que dialogavam com os espíritos dos mortos.
Para acumular riquezas os chefes exigiam ou cobravam tributos de diferentes formas:

 Prestação de serviços nas minas de ouro e na caça dos elefantes;


 Impostos sobre as mercadorias, pagos pelos mercadores em trânsito pelo território;
 Oferta simbólica aos deuses, paga através dos chefes;
 Dias forçados nas terras dos chefes.

Os militares, funcionários e chefes viviam de trabalhos da campesina, os artesãos que


trabalhavam o ouro, o cobre e o ferro, bem como os mercadores, dependiam dos chefes
supremos.5

2.2. Actividades Económicas no Estado do Zimbabwe


No Estado do Zimbabwe, as populações tinham como actividade económica básica a
agricultura que por sua vez era complementada pela pastorícia e a mineração.

2.3. Agricultura
Neste Estado, melhoraram a alimentação e produziam excedentes. Nem todos os
homens eram agricultores, alguns especializaram-se, é o caso dos artesãos, sendo estes
abastecidos em alimentos pelos agricultores. Produziam cereais com a mapira e a mexoeira,
ou seja, o desenvolvimento da produção criou grupos sociais com diferentes funções:
agricultores, artesãos e pastores.6

2.4. Pastorícia
A actividade agrícola era acompanhada pela criação de gado, onde criavam bois e
carneiros. Uma parte do gado era herdada pelos membros da aristocracia, em grande número,
chegando a atingir milhares de cabeças.

5
SERRA, Carlos, História de Moçambique parte II-primeiras sociedades sedentárias e Impacto dos
Mercadores, 1886-1930, Vol. II, 2a edição, Livraria UEM, Maputo, 2000, pp.34-35.
6
MUSSA, Carlos, História 12a Classe - Programa Actualizado, Texto Editores, Maputo, pág.48.

3
2.5 Mineração
A grande riqueza mineira que encontrava-se na região permitiu a estes povos uma
extracção relativamente fácil de ouro, ferro, cobre e de estanho. Mas também, a posse de ferro
significava maior poderio militar como armas mais poderosas e possibilidade de conquistar
novas terras, com a produção de ferro desenvolveu-se a arte do ferreiro, que tornava a
sociedade do Zimbabwe privilegiada. O trabalho dos metais era muito praticado, o cobre e o
ouro eram os mais trabalhados para fins comerciais e para uso da aristocracia7.

2.6. O comércio
O comércio não originou o Estado do Zimbabwe, mas ele desempenhou um papel
importante ao criar condições para o alargamento do padrão de consumo e incentivar as
ambições territoriais dos chefes. A necessidade de quantidades cada vez mais elevadas de
ouro, para responder à grande procura, contribuiu para a procura inevitável de soluções que
não eram possíveis dentro dos limites dos pequenos territórios linhageiros ou ciânicos. As
anexações e as alianças políticas entre comunidades foram provavelmente decisivas no
processo de delimitação de fronteiras do Estado do Zimbabwe.8

O comércio a longa distância permitiu o enriquecimento dos chefes das comunidades


onde a exploração mineira era intensa. Foi, pois, o ouro e o comércio que permitiram o
enriquecimento de certos chefes e, consequentemente, o desenvolvimento do seu poder
político.9 A possibilidade de as aldeias fazerem trocas de cereais, gado e sal, além de objectos
de adorno (missangas e conchas) e, de instrumentos de ferro lentamente, começaram a
desenvolver o comércio com o exterior. As primeiras trocas comerciais realizaram-se
provavelmente nos séculos IX-X. Começaram a vender o ouro e cobre em mercados do
oceano Índico. Através dos swahilis da costa oriental mantiveram contactos indirectos com
mercadores árabes, indianos e chineses e enviaram agentes para todos os portos da costa.10

O ouro era extraído das minas e exportado para a Costa, dai para mercados da Arábia e
da Índia. O contacto com os mercadores islamizados, nos séculos XI-XII, trouxe novas
técnicas no campo da produção, fixação do algodão e da confecção de vestuários. Isto foi de
grande importância para o desenvolvimento, organização e manutenção do poder político. A

7
https://colegiomoz.blogspot.com/2017/11/os-khoisan.html?m=1 acesso em 10/11/2020
8
SERRA, Carlos, História de Moçambique parte II-primeiras sociedades sedentárias e Impacto dos
Mercadores, 1886-1930, Vol. II, 2a edição, Livraria UEM, Maputo, 2000, pp.34-35
9
MUSSA, Carlos, História 12a Classe - Programa Actualizado, Texto Editores, Maputo, pág.47.
10
PEREIRA, José Luís Barbosa, Pré-história, 12a classe, Longman Moçambique, Maputo, 2010. Pág. 119.
4
produção mineira de ouro e o seu comércio eram controlados pela aristocracia a partir do
grande Zimbabwe, a capital11

2.6 Decadência do Estado de Zimbabwe


A queda do Estado Zimbabwe deu-se no ano de 1450 quando os árabes passaram a
utilizar o Porto de Sofala, como consequência do fragmento do Zimbabwe e da
implementação da autoridade político- militar portuguesa em Sofala em 1505 e 1507 na Ilha
de Moçambique que associados a seca do Rio Save, ao aumento demográfico, a procura de
terras férteis e sal, e pela fragmentação pela etnia Mutota, a partir do século XV e que
formaram o Estado dos Mwenemutapas.12

Portanto, todas estas construções são formadas por blocos de pedra cortados de modo
a estarem perfeitamente ajustados, sem ter sido usado qualquer material entre elas, como
"cimento". Pensa-se que o Grande Zimbabwe, tal como outras construções similares, não foi
construído inicialmente com a forma actual, mas terá sido ampliado e reconstruído, ao longo
de vários séculos. Para além dos amuralhados, que parecem ter constituído a residência real e,
ao mesmo tempo, uma espécie de fortaleza, encontraram-se vestígios de um grande
aglomerado populacional à volta do monumento, que foi estimada em cerca de 20.000
pessoas, vivendo em casas pequenas, provavelmente construídas de paus, mas cobertas com
argila, como ainda hoje se vêm nas regiões rurais dos países da região.

11
https://colegiomoz.blogspot.com/2017/11/os-khoisan.html?m=1 acesso em 12/11/2020
12
MUSSA, Carlos, História 12a Classe - Programa Actualizado, Texto Editores, Maputo, pág.47.
5
Conclusão
Ao concluir percebe-se que o primeiro Estado do Zimbabwe subsistiu durante os anos
de 1250 até ao ano de 1450, sai a conclusão que o Zimbabwe, (em xona: Zimbabwe, "casa de
pedra") ou Zimbábue, ou Zimbabué, ou, raramente, Zimbabué; oficialmente República do
Zimbabwe; anteriormente designado Rodésia do Sul e, depois, simplesmente Rodésia; é
um país encravado no sul da África, entre os rios Zambeze e Limpopo. É limitado a norte
pela Zâmbia, a norte e a leste por Moçambique, a sul pela África do Sul e a sul e oeste
pelo Botswana. A capital do país é a cidade de Harare.
A descoberta de ouro em 1867 despertou a cobiça dos Ingleses, que acabaram por
ocupar o território, apesar das reivindicações de Portugal, a quem a Grã-Bretanha dirige um
ultimato em 1890. A colónia ficou designada, em 1895, Rodésia em homenagem a Cecil
Rhodes, que promoveu a sua constituição. A parte sul desenvolveu-se mais do que a norte. As
duas Rodésias associaram-se, em 1953, com a Niassalândia para constituírem a Federação da
África Central, na qual a Rodésia do Sul era a parte mais importante. Desfeita a Federação
em 1963, a Niassalândia tornou-se independente com o nome de Malawi e a Rodésia do
Norte com a designação de Zâmbia, mas o Reino Unido negou-se a conceder a autonomia à
Rodésia do Sul por ser governada pela minoria branca: esta decretou unilateralmente a
independência em 1965 e adoptou o regime republicano em 1970. 
Entre os produtos importados por Manyikeni contavam-se missangas de vidro
colorido, porcelanas, louça vidrada e finas garrafas de vidro. De possível manufactura local
foram enxadas, pregos, machados, um elegante gongo, contrapesos de roca feitos de barro
para fiação do algodão e consideráveis quantidades de olaria. Todos esses produtos
assemelhavam-se aos dos centros regionais e aos do próprio grande Zimbabwe. Verifica-se
uma relativa concentração de bens de prestígio (gongo – instrumentos muitas vezes ligados ao
poder real na África central: missangas, porcelanas, lamas e vidros) reservados a classe
dominante.

O abandono ou marginalização de Manyikeni, nos séculos XVI-XVII está relacionado


com a implantação da autoridade político-militar portuguesa em Sofala (1505) e na Ilha de

6
Moçambique (1507), bem como com a fragmentação do Zimbabwe nos Estados Bútua e
Muenemutapa a partir do século XV.

Bibliografia
FERREIRA, Rita, Fixação Portuguesa e a Historia Pré-colonial de Moçambique, Lisboa,
1982.

MUSSA, Carlos, História 12a Classe-Programa Actualizado, Texto Editores, Maputo, 2015.

PEREIRA, José Luís Barbosa, Pré-história, 12a classe, Longman Moçambique, Maputo,
2010;

https://colegiomoz.blogspot.com/2017/11/os-khoisan.html?m=1 acesso em 12/11/2020, pelas


5h06 minutos.

Você também pode gostar