Prova, 9 Ano, Figuras de Sintaxe

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Escola Comunitária de Fortuna – MA Turno:_________________________

Data:_____/______/______. Turma:________________________
Nome:___________________________________________________ N°:_______
Avaliação de Português

Texto para responder as questões de 1 a 6.


Defenestração
Luis Fernando Verissimo
Certas palavras têm o significado errado. Falácia, por exemplo, devia ser o nome de alguma coisa vagamente vegetal.
As pessoas deveriam criar falácias em todas as suas variedades. A Falácia Amazônica. A misteriosa Falácia Negra.
Hermeneuta deveria ser o membro de uma seita de andarilhos herméticos. Onde eles chegassem, tudo se complicaria.
– Os hermeneutas estão chegando!
– Ih, agora é que ninguém vai entender mais nada…
Os hermeneutas ocupariam a cidade e paralisariam todas as atividades produtivas com seus enigmas e frases
ambíguas. Ao se retirarem deixariam a população prostrada pela confusão. Levaria semanas até que as coisas
recuperassem o seu sentido óbvio. Antes disso, tudo pareceria ter um sentido oculto. (…)
Traquinagem devia ser uma peça mecânica.
– Vamos ter que trocar a traquinagem. E o vetor está gasto.
Mas nenhuma palavra me fascinava tanto quanto defenestração. A princípio foi o fascínio da ignorância. Eu não sabia
o seu significado, nunca lembrava de procurar no dicionário e imaginava coisas. Defenestrar devia ser um ato exótico
praticado por poucas pessoas. Tinha até um certo tom lúbrico.
Galanteadores de calçada deviam sussurrar no ouvido das mulheres:
– Defenestras?
A resposta seria um tapa na cara. Mas algumas… Ah, algumas defenestravam.
Também podia ser algo contra pragas e insetos. As pessoas talvez mandassem defenestrar a casa. Haveria, assim,
defenestradores profissionais. Ou quem sabe seria uma daquelas misteriosas palavras que encerravam os documentos
formais? “Nestes termos, pede defenestração…” Era uma palavra cheia de implicações. Devo até tê-la usado uma ou
outra vez, como em:
– Aquele é um defenestrado.
Dando a entender que era uma pessoa, assim, como dizer? Defenestrada. Mesmo errada, era a palavra exata. Um dia,
finalmente, procurei no dicionário. E aí está o Aurelião que não me deixa mentir. “Defenestração” vem do francês
“defenestration”. Substantivo feminino. Ato de atirar alguém ou algo pela janela.
Ato de atirar alguém ou algo pela janela! Acabou a minha ignorância, mas não a minha fascinação. Um ato como
este só tem nome próprio e lugar nos dicionários por alguma razão muito forte. Afinal, não existe, que eu saiba,
nenhuma palavra para o ato de atirar alguém ou algo pela porta, ou escada abaixo. Por que, então, defenestração?
Talvez fosse um hábito francês que caiu em desuso. Como o rapé. Um vício como o tabagismo ou as drogas,
suprimido a tempo. (…)
Quem entre nós nunca sentiu a compulsão de atirar alguém ou algo pela janela? A basculante foi inventada para
desencorajar a defenestração. Toda a arquitetura moderna, com suas paredes externas de vidro reforçado e sem
aberturas, pode ser uma reação inconsciente a esta volúpia humana, nunca totalmente dominada. Na lua-de-mel, numa
suíte matrimonial no 17º andar.
– Querida…
– Ummm?
– Há uma coisa que preciso lhe dizer…
– Fala, amor!
– Sou um defenestrador.
E a noiva, em sua inocência, caminha para a cama:
– Estou pronta para experimentar tudo com você!
Em outra ocasião, uma multidão cerca o homem que acaba de cair na calçada. Entre gemidos, ele aponta para cima e
balbucia:
– Fui defenestrado…
Alguém comenta:
– Coitado. E depois ainda atiraram ele pela janela?
Agora mesmo me deu uma estranha compulsão de arrancar o papel da máquina, amassá-lo e defenestrar esta crônica.
Se ela sair é porque resisti.
1. De acordo com esse texto, o que é defenestração?
a) Dedetizar insetos pelas ruas.
b) Fazer solicitação ao juiz.
c) Galantear alguém nas calçadas.
d) Atirar algo ou alguém pela janela.
e) Uma peça mecânica.
2. Considerando-se o conjunto de informações do texto, o narrador se diz fascinado pela palavra defenestração,
porque:
a) ele desconhecia o significado da palavra.
b) ele imaginava o significado da palavra como algo exótico.
c) ele imaginava o significado da palavra como algo proibido.
d) ele se encantava com a palavra, primeiro por causa dos significados que imaginava para ela, depois por causa do
significado dicionarizado dela.
3. No decorrer do texto, o narrador imaginava possíveis significados para defenestração. Pela ordem, poderíamos dizer
que ele atribuía à palavra os seguintes sentidos:
a) conduta sexual não convencional, dedetização, deferimento.
b) prática ilegal, arrumação, requerimento.
c) xingamento, cuidados domésticos, documento formal.
d) indiscrição, arrumação, providências.
e) conduta imprópria, consertos, aprovação.
4. No trecho “Ou quem sabe seria uma daquelas misteriosas palavras que encerravam os documentos formais”, o
narrador utiliza o termo misteriosas referindo-se:
a) ao fato de que as palavras sempre podem ser utilizadas de várias maneiras.
b) ao fato de que a linguagem formal (jurídica, no caso) utiliza palavras cujo significado é desconhecido pela maioria
das pessoas.
c) ao fato de que as pessoas em geral não se preocupam em ler os documentos formais.
d) ao fato de haver baixo nível de formação escolar neste país.
e) ao fato de as palavras sempre possuírem significados ocultos.
5. Depois de descobrir o real significado de defenestração, o narrador continua fascinado pela palavra porque:
a) o significado dela remete a um ato pouco comum, e ele fica imaginando as razões da existência de tal palavra.
b) ele não havia pensado na possibilidade do significado real.
c) ele não vê utilidade na palavra.
d) ele não se mostra favorável a estrangeirismos.
e) o significado da palavra remete a uma ação que não praticamos em nossa cultura.
6. O período destacado no texto é composto por coordenação e apresenta:
a) duas orações, a primeira é assindética e a segunda sindética alternativa.
b) duas orações, a primeira é assindética e a segunda é sindética adversativa.
c) duas orações, a primeira é sindética e a segunda é assindética adversativa.
d) duas orações, a primeira é assindética e a segunda é sindética explicativa.
7 - Verifique o código em evidência, empregando-o corretamente de acordo com os casos expressos pelas orações a
seguir:
A – coordenada aditiva D – coordenada explicativa
B – coordenada adversativa E – coordenada conclusiva
C – coordenada alternativa

I- ( ) Não fomos ao aniversário, porém trouxemos o presente.


II –( ) Ou tentas se qualificar melhor, ou serás demitido.
III-( ) A garota não compareceu à aula porque estava doente.
IV –( ) Viajamos muito e chegamos exaustos.
V–( ) Não vejo importância neste tema, portanto encerraremos a reunião.
VI–( ) Não gosto de sua atitude, entretanto não lhe trato mal.

Agora, marque a seqüência correta de acordo com a sua resposta acima.


a) B, C, D, A, E, B. c) D, E, D, A, E, B.
b) A, C, D, E, E, B. d) B, C, D, A, B, E.
8. Na oração “PEDRO NÃO JOGA E NEM ASSISTE”, a oração coordenada destacada é classificada em:
a) Coordenada assindética;
b) Coordenada assindética aditiva;
c) Coordenada sindética alternativa;
d) Coordenada sindética aditiva.

9. “Estudamos, logo deveremos passar nos exames”. A oração em destaque é:


a) coordenada explicativa c) coordenada aditiva
b) coordenada adversativa d) coordenada conclusiva

10. Os pais_______ na tv que os desenhos animados______ grande influência sobre seus filhos, mas_________ ,
também, que faz parte da infância.
a) vêm, tem, crêm                              c) vem, tem, crêem   
b) veem, tem, creem d) veem, têm, creem
11. Assinale a alternativa que completa corretamente as frases.
I – Ele sempre ___________ a calma.
II – Os turistas_________ informações pela lnternet.
III – As polícias civil e militar_________ nos motins do presídio.
a) mantêm, obtém, intervém c) mantêm, obtêm, intervêm
b) mantém, obtêm, intervêm d) mantém, obtêm, intervém
12.Assinale as alternativas corretas quanto ao uso do verbo ter nas frases a seguir:
a) Ele têm viajado bastante.
b) Ela têm que revisar a apresentação.
c) Os adultos têm responsabilidades maiores do que as crianças.
d) Meus irmãos tem que pedir desculpas por suas atitudes durante o jantar.

13 - Identifique as figuras de sintaxe presentes nas orações abaixo.


1. Veio sem pinturas, em vestido leve, sandálias coloridas.”
2. Você chegou. Ela não.
3. E correm, e pulam, e dançam.
4. A mim, ninguém me engana.
5. São domingos é movimentada.

a) Silepse de gênero – pleonasmo – polissíndeto – zeugma – elipse.


b) Silepse de gênero – pleonasmo – zeugma – elipse – polissíndeto.
c) polissíndeto – pleonasmo – zeugma – silepse de gênero – elipse.
d) elipse – zeugma – polissíndeto – pleonasmo – silepse de gênero.

Leia a tira abaixo:

14 - A atitude de Romeu em relação a Dalila revela:


a) compaixão.
b) companheirismo.
c) insensibilidade.
d) revolta.

15 – As falas do 2° e 3° quadrinhos apresentam três figuras de sintaxe. São elas, respectivamente:


a) inversão, polissíndeto e zeugma.
b) anáfora, zeugma e elipse.
c) elipse, pleonasmo, zeugma.
d) anáfora, polissíndeto e elipse.
16. Na frase: “O pessoal estão exagerando, me disse ontem um camelô”, encontramos a figura de linguagem
chamada:
a) silepse de pessoa c) assíndeto
b) elipse d) silepse de número

17. Marque a oração que não têm pleonasmo.


a) Vi com meus próprios olhos tudo o que aconteceu.
b) Eu vigio o gado, e ele me vigia a mim. (Frei Luís de Sousa)
c) O velho vigia caiu no sono durante a noite.
d)"Morrerás morte vil da mão de um forte."(Gonçalves Dias)

18. Quais as figuras de sintaxe presentes nos trechos abaixo, respectivamente:


I - “Vi uma estrela tão alta,
Vi uma estrela tão fria!
Vi uma estrela luzindo
Na minha vida vazia”.
II - Trabalha, e teima, e sofre, e lima, e sua! (Olavo Bilac)

a) anáfora e assíndeto.
b) polissíndeto e anáfora.
c) pleonasmo e polissíndeto.
d) anáfora e polissíndeto.

19 -  "Deus não fala comigo, e eu sei que Ele me escuta.” O conectivo “e” pode ser substituído, sem contrariar o
sentido, por:
a) ou b) porque c) porém d) porquanto

20.  Leia atentamente os períodos:


I- Os jogadores ficamos surpresos.
II-Essa gente está furiosa e com medo; por consequência, capazes de tudo.
II-Vossa excelência estava envergonhada.

Os períodos acima contêm, respectiva e sucessivamente, as seguintes figuras de sintaxe:


a) Silepse de pessoa, silepse de gênero, silepse de número.
b) silepse de número,
c) Silepse de número, silepse de pessoa, anacoluto, anacoluto.
d) Silepse de pessoa, silepse de número, silepse de gênero.

GABARITO

BOA PROVA!!!
“Nem todos podem tirar um diploma de curso superior. Mas todos podem ter respeito, alta escala de
valores e as qualidades de espírito que são a verdadeira riqueza de qualquer pessoa.” (Alfred Montapert)

GABARITO

1. D
2. D
3. A
4. B
5. A
6.B
7.A
8.A
9.D
10.D
11.D
12.B
13. D
14.C
15.B
16.D
17.C
18.B
19.D
20.D

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