Internet Das Coisas

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Internet das coisas

TECNOLOGIA DA PRODUÇÃO

GEMERSON PEREIRA SANTOS


GESTÃO DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL
NOITE

Introdução

A IoT (Internet of Things, Internet das coisas), algumas vezes referida como
a Internet dos objetos, mudará tudo, inclusive nós mesmos. Isso pode parecer uma
declaração arrojada, mas considere o impacto que a Internet já teve na educação,
na comunicação, nos negócios, na ciência, no governo e na humanidade.
Claramente, a Internet é uma das criações mais importantes e poderosas de toda a
história humana. Agora, considere que a IoT representa a próxima evolução da
Internet, dando um grande salto na capacidade de coletar, analisar e distribuir
dados que nós podemos transformar em informações, conhecimento e, por fim,
sabedoria. Nesse contexto, a IoT se torna bem importante. Já há projetos da IoT
em desenvolvimento prometendo fechar a lacuna entre ricos e pobres, melhorar a
distribuição dos recursos do mundo para aqueles que mais precisam deles e nos
ajudar a entender nosso planeta para podermos ser mais proativos e menos
reativos. Mesmo assim, existem várias barreiras que ameaçam diminuir o
desenvolvimento da IoT, incluindo a transição para IPv6, ter um conjunto comum
de padrões e desenvolver fontes de energia para milhões, até mesmo bilhões, de
sensores minúsculos. No entanto, à medida que empresas, governos,
organizações de normas técnicas e instituições acadêmicas trabalham juntos para
solucionar esses desafios, a IoT continuará a progredir. Portanto, o objetivo deste
artigo é ensinar a você sobre termos simples para possibilitar o entendimento da
IoT e de seu potencial para mudar tudo o que conheccemos hoje.

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GESTÃO DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL
NOITE

A indústria mundial tem passado por transformações ao longo dos últimos


séculos. A cada grande mudança a história denomina de Revolução Industrial.
Para entender o atual estágio da Indústria 4.0, vale relembrar um pouco das
Revoluções anteriores. A Indústria 1.0, foi marcada pela Revolução Industrial do
Século 19, onde a força mecânica, caracterizada pelo advento da máquina a vapor,
fez história, pois viabilizou um grande crescimento das capacidades produtivas e
de transporte. No início dos anos 1900, com o advento da produção em massa,
onde foi possível multiplicar mais uma vez as capacidades produtivas, destaque
para o setor automobilístico (Modelo “T” - Ford), estava ali presente mais uma
Revolução: a Indústria 2.0, marcada pela especialização da mão de obra e
eficiência operacional, onde o ritmo de fabricação era ditado pelas linhas de
produção (transportadores contínuos). As estratégias de gestão da manufatura,
com ênfase na qualidade e produtividade também iniciaram o seu desenvolvimento
durante a Indústria 2.0. Mas, nos anos 1960, já se iniciava mais um processo de
grande transformação, onde a tecnologia digital abre um universo de possibilidades
de automação. Os sistemas de integração do projeto à manufatura (CAD/CAM),
bem como a figura do PLC – Controlador Lógico Programável ganham espaço e
permitem o desenvolvimento de soluções automatizadas (ex.: centros de
usinagem, transelevadores), aumentando mais uma vez as capacidades
operacionais com eficiência. Este período ficou caracterizado pela Indústria 3.0 e
marca a Revolução Digital.

A Indústria 4.0 exige atualmente um profissional de engenharia e serviços


que precisa estar atento aos seguintes aspectos:

1. Conectividade: é a capacidade dos sistemas físicos da cadeia de suprimentos (estações de


trabalho, peças de reposição etc.), pessoas e fábricas em se conectarem e se comunicarem
uns com os outros por meio da Internet das Coisas, construindo um ambiente “Cyber-Físico”. A
IMAM Consultoria acompanha anualmente, desde os anos 1990, o desenvolvimento da Cyber-
Factory da Yamazaki Mazak, no Japão, onde nota-se que a automação do chão de fábrica é
importante, mas não é necessariamente o único caminho para a integração.
2. Virtualização (Simulação, 3D etc.): é o projeto virtual da fábrica inteligente (Cyber-Factory)
que é desenvolvido a partir das informações obtidas em tempo real, por meio de sistemas de
monitoramento dos processos e operações;
3. Descentralização: é a capacidade dos sistemas “cyber-físicos” dentro das fábricas
inteligentes, para analisar dados e tomar decisões de forma independente (autônoma) – ex:
análise de processo em tempo real para se tomar decisões rápidas;
4. Qualidade autônoma: é a consequência natural da descentralização. A autonomia dos
sistemas “cyber-físicos” que envolve: monitoramento, previsão de falhas, planos de
manutenção, ações corretivas etc. impacta diretamente na melhor qualidade de produtos e
serviços;
5. Foco no Serviço: é integrar a oferta de serviços ao cliente, via internet, ao ambiente “Cyber-
Físico”, agilizando assim o atendimento de suas necessidades;
6. Modularidade: é a fábrica inteligente facilmente adaptável as demandas do mercado e
flexível por meio de módulos individuais.

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GESTÃO DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL
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Em 2003, havia aproximadamente 6,3 bilhões de pessoas vivendo no


planeta e 500 milhões de dispositivos conectados à Internet.3 Ao dividir o número
de dispositivos conectados pela população mundial, descobrimos que existia
menos de um (0,08) dispositivo por pessoa. Com base na definição do Cisco IBSG,
a IoT não existia em 2003, pois o número de itens conectados era relativamente
pequeno considerando que dispositivos ubíquos, como smartphones, estavam
sendo apresentados. Por exemplo, Steve Jobs, CEO da Apple, não revelou o
iPhone até 9 de janeiro de 2007 na conferência Macworld.4 O crescimento
explosivo de smartphones e tablets levou o número de dispositivos conectados à
Internet até 12,5 bilhões em 2010, à medida que a população humana chegou a 6,8
bilhões, tornando o número de dispositivos conectados por pessoa superior a 1
(exatamente 1,84) pela primeira vez na história

Metodologia

Em janeiro de 2009, uma equipe de pesquisadores da China estudou os dados de roteamento da


Internet em intervalos de seis meses, de dezembro de 2001 a dezembro de 2006. De maneira
semelhante às propriedades da lei de Moore, suas descobertas mostraram que a Internet dobra de
tamanho a cada 5,32 anos. Utilizando esse número juntamente com o número de dispositivos
conectados à Internet em 2003 (500 milhões, como determinado pela Forrester Research) e a
população mundial de acordo com o U.S. Census Bureau, o Cisco IBSG estimou o número de
dispositivos conectados por pessoa.6 Refinando ainda mais esses números, o Cisco IBSG estima que
a IoT "nasceu" entre 2008 e 2009 (ver Figura 1). Hoje, a IoT está bem encaminhada, à medida que
iniciativas como o Planetary Skin da Cisco, a grade e os veículos inteligentes continuam a
progredir.7

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Olhando para o futuro, o Cisco IBSG prevê que haverá 25 bilhões de


dispositivos conectados à Internet até 2015 e 50 bilhões até 2020. É importante
observar que essas estimativas não consideram os avanços rápidos da tecnologia
da Internet ou de dispositivos; os números apresentados têm por base o que
conhecemos atualmente.

As revoluções não param aí e hoje vivemos a Indústria 4.0, caracterizada


pelos incríveis avanços da tecnologia da informação ao longo de toda a Cadeia de
Suprimentos. A Internet das Coisas que viabiliza, cada vez mais, as trocas de
informações em tempo real é uma das grandes responsáveis por esta nova
revolução. Mas vale a pena destacar aqui a evolução do conceito de “Fábrica
Inteligente”, onde a integração em tempo real com as demandas e a flexibilidade de
responder forma ágil e eficiente marcam mais esta revolução. Foi na Alemanha que
o termo “Industry 4.0” foi empregado pela primeira vez e são justamente os
Alemães que se encontram na vanguarda desta revolução industrial. Em resumo,
quando se fala em Indústria 4.0, refere-se a sistemas cyber-físicos que tem
capacidade para autodiagnostico, autoconfiguração e auto otimização e que
possibilita dedicar as atividades mais nobres e complexas para as pessoas. Estas
verdadeiras “redes inteligentes”, serão incorporadas às cadeias de suprimentos e
consequentemente aos ambientes de manufatura.

Entendem que isto é apenas uma tendência, muita coisa já está sendo feita
a partir dos desenvolvimentos de aplicativos para a “Internet das Coisas – IoT” e
isso também significa que a complexidade das redes que integram fornecedores,
manufatura e clientes já está crescendo enormemente, deixando muitos
profissionais alienados deste processo de desenvolvimento. A complexidade que
muitos já não conseguem mais acompanhar, que inclui sistemas de otimização,
monitoramento, simulação etc., hoje, ainda está limitada aos projetos ou ainda às
fábricas e/ou armazéns, mas, no cenário da Indústria 4.0, estes limites serão
ampliados para os limites da cadeia de suprimentos e acontecerá provavelmente
mais uma revolução: a Integração Total. Imaginem atualmente o enorme número
de desenvolvedores de sistemas e aplicativos para as mais diferentes demandas
da cadeia de suprimentos, desde sistema de buscas, soluções de projeto (design),
planejamento, compras, suprimentos, passando por sistemas de otimização de
produção, sistemas de roteirização e entrega, enfim, uma verdadeira avalanche de
soluções, responsáveis pelos “ótimos” locais. Agora imagine, integrar isto tudo para
alcançar o “ótimo global”. Alguns desafios, que já vivenciamos no mundo “físico”
(ex.: padronização do contêiner ISO, o palete etc.) também já se começa a
vivenciar no plano digital da Indústria 4.0, onde a padronização da
informação/comunicação é um dos principais desafios. Além disso, infinitas fontes
de dados fornecem um “mar” de informações sobre os diferentes aspectos de uma
fábrica.

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As modernas tecnologias da informação, bem como o desenvolvimento de


profissionais com visão sistêmica e analítica, potencializam os resultados do Big
Data, Cloud Computing etc. e isso, naturalmente, será uma vantagem competitiva
às empresas que primeiro atingirem as melhores práticas. Uma das iniciativas do
Grupo IMAM, com intuito de formar profissionais mais críticos e com maior visão
sistêmica, é o programa “Formação de Analistas em Operações Logísticas”. O foco
é que esses profissionais foquem no “Ótimo Global” e não apenas Local.

Evoluímos porque nos comunicamos Os seres humanos evoluem porque se


comunicam. Por exemplo, depois que o fogo foi descoberto e compartilhado não
precisou ser redescoberto, apenas comunicado. Um exemplo mais moderno é a
descoberta da estrutura de hélice do DNA, as moléculas que carregam informações
genéticas de uma geração para outra. Depois que o artigo foi publicado em um
periódico científico por James Watson e Francis Crick em abril de 1953, a medicina
e a genética conseguiram aproveitar essas informações para dar passos
gigantescos à frente

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Esse princípio de compartilhamento de informações e aproveitamento de


descobertas pode ser compreendido melhor ao examinar como os humanos
processam dados (ver Figura 3). De baixo para cima, as camadas da pirâmide
incluem dados, informações, conhecimento e sabedoria. Os dados são a matéria-
prima processada em informações. Os dados individuais sozinhos não são úteis,
mas em números volumosos eles podem identificar tendências e padrões. Essas e
outras fontes de informações são unidas para formar o conhecimento. Na forma
mais simples, o conhecimento é composto por informações das quais alguém tem
conhecimento. A sabedoria surge do conhecimento somado à experiência. Embora
o conhecimento mude com o tempo, a sabedoria é atemporal e tudo começa com a
aquisição de dados.

Também é importante observar que é uma relação direta entre a entrada


(dados) e a saída (sabedoria). Quanto mais dados são criados, mais conhecimento
e sabedoria as pessoas obtêm. A IoT aumenta consideravelmente a quantidade de
dados disponível para processamento. Isso, juntamente com a capacidade da
Internet de comunicar esses dados, permitirá que as pessoas avancem ainda mais.

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Conclusão

Esse esforço exigirá que empresas, governos, organizações de normas


técnicas e instituições acadêmicas trabalhem juntos em busca de um objetivo
comum. Em seguida, para que a IoT seja aceita pela população em geral, os
provedores de serviços e outros devem disponibilizar aplicativos que ofereçam
valor tangível para as vidas das pessoas. A IoT não deve representar o avanço da
tecnologia só por causa da tecnologia; o setor deve demonstrar valor em termos
humanos. Por fim, a IoT representa a próxima evolução da Internet. Considerando
que os seres humanos avançam e evoluem transformando dados em informações,
conhecimento e sabedoria, a IoT tem o potencial de mudar o mundo como
conhecemos, mas para melhor. A velocidade desse processo depende de nós.

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