Descrição Da Planta e Fenologia

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Culturas da soja e do feijão

Descrição da planta e
Estádios fenológicos
do feijoeiro

Professor: Amilton Ferreira da Silva

Sete Lagoa, Janeiro de 2017


Características Gerais:

 Planta anual

 Herbácea

 Pubescente

 Folhas trifoliadas
Características Gerais:

 Ciclo entre 70 e 120 dias

 Crescimento determinado
 Florescimento - inflorescência na
parte terminal

 Crescimento indeterminado
 Florescimento - emitindo ramos
vegetativos

 Planta C3
Sistema radicular

- Ramificado (pivotante);

- Raiz principal, secundárias, terciárias...;

• - Até 10cm (80%);

- Apresenta nodulação
Sistema radicular
• O Feijão apresenta quatro tipo de raízes:

• Raiz primária (RP) – Origina-se da radícula já presente no


embrião;

• Raízes basais (RB) – Emergem na zona axial, com


aproximadamente 0,4cm, da parte inferior do hipocótilo;

• Raízes adventícias (RA) – As mais superficiais;

• Raízes laterais (RL) – Emergem da RP, das RBs e RAs.


Alçancam volume de solo não explorado pelo eixo principal.
Sistema radicular

• Distribuição varia quanto à:

- Estrutura do solo;
- Porosidade;
- Aeração;
- Capacidade de retenção de umidade do
solo;
- Temperatura;
- Profundidade de adubação.
Caule
• Herbáceo;
• Origina-se a partir do meristema apical do embrião.

• Caule principal
• Nós;
• 1º - ponto de inserção dos cotilédones.
• 2º - ponto de inserção da folha primária.
• 3º - ponto de inserção da 1ª folha trifoliada.
Caule
• Serve para identificação de cultivares;

• Cor;
• Pilosidade;
• Característica da parte terminal;

• Determinado / indeterminado.
Folhas
Simples Compostas *

Primárias Demais folhas

Filotaxia oposta de Tamanho e forma vaiam


formato cordiforme e consideravelmente de
são acuminadas acordo com cultivar e
fatores do ambiente

• *No seu ponto de inserção existem duas estípulas


lanceoladas
Folhas
Inflorescência
- Flores agrupadas em inflorescência tipo rácimos;
- Axilar - (plantas do tipo II, III e IV);
- Terminal - (plantas do tipo I);

• Componentes:

- Eixo
- Pedúnculo e ráquis;
- Brácteas;
- Botões florais.
Flor
• Sua disposição favorece a autofecundação (Autogamia);

• Podem ser brancas, branco-amareladas, róseas,


purpúreas e ainda violetas.

• Florescimento basípeto (tipo I)


• Vagens mais maduras em cima.

• Florescimento acrópeto (tipo II, III, IV)


• Vagens mais maduras em baixo.
Flor

Flor do feijoeiro e partes que a Quilha, no seu interior encontra-se


constituem: (a) asa; (b) estandarte; os órgãos masculino (androceu) e
(c) quilha. feminino (gineceu).

Ilustração: Nicole Manella Camargo Silveira, Embrapa


Flor

Parte exterior da quilha removida, vendo-se no seu interior o carpelo e um estame.


Compõem o carpelo: (a) estilete; (b) estigma; (c) ovário; (d) óvulo. Compõem o estame: (e)
estilete; (f) antera; (g) grão de pólen; (h) tubo polínico.
Ilustração: Nicole Manella Camargo Silveira, Embrapa
Flor

- 90% das cultivares de feijão do grupo comercial


preto apresentam flores de coloração violeta;

- Cultivares de feijão do grupo carioca apresentam


flores de coloração branca, porém alguns têm cor
violeta, devido a introdução do caráter porte ereto.
Fruto
- Legume (vagem);

-Duas valvas, unidas por duas suturas


(dorsal e ventral);

- Sementes prendem-se à sutura ventral;


Fruto

Vagem formada
com os grãos
(óvulos
fecundados e
crescidos).

Ilustração: Nicole Manella Camargo Silveira, Embrapa


Fruto
Semente
• Testa (tegumento)
• Capa protetora da semente.
• Rafe
• Sutura formada pela soldadura
do funículo com os tegumentos.
• Hilo
• Cicatriz deixada pelo funículo
que conecta a semente com a
placenta.
• Micrópila
• Abertura próxima ao hilo
através da qual se realiza a Fonte: avidaeaterra.blogspot.com
absorção de água.
Semente

• Grande variabilidade

- Cor;
- Forma;
- Tamanho;
- e brilho.
Semente

pt.dreamstime.com

www.osul.com.br
Plântula
• Semente - absorção de água e inchamento;

• Alongamento da radícula - rompimento da testa pela parte do


hilo (origina o sistema radicular);

• Hipocótilo se alonga empurrando os cotilédones e o


epicótilo;

• Hipocótilo ereto, cresce até atingir tamanho máximo;

• Folhas primárias se abrem e desenrolam.


Plântula
Hábitos de crescimento do
feijoeiro

Um dos caracteres mais importantes;

Essencial na escolha dos mais adequados para o


plantio nas mais variadas condições de cultivo.
Hábito de crescimento
 Crescimento determinado
 Florescimento inflorescência na parte

terminal.

 Crescimento indeterminado
 Não há presença de inflorescência terminal

(apenas flores axilares) – floração ocorre


da base para o ápice.
Hábito de crescimento
Hábito de crescimento
 Tipo I – determinado arbustivo, com ramificação
ereta e fechada;
 Tipo II – indeterminado, com ramificação ereta e
fechada;
 Tipo III – indeterminado, com ramificação aberta;
 Tipo IV – indeterminado, prostrado ou trepador.

Vilhordo et al. (1980)


Tipo I
Determinado arbustivo

- Planta pouco ramificada, ereta e fechada;

- Espaçamentos menores;

- Menor porte;

- Ciclo precoce;

- Período curto de florescimento (5 a 7 dias).


Tipo I
- Uniformidade de maturação de vagens;

- Caule principal e ramos laterais (inflorescência),


com 5 a 10 entrenós;

- Florescimento basípeto;

- Altura - 30 a 50cm.

Ex: Goiano Precoce / Bolinha / Colibri


Fonte: ARF, O. (2015)
Fonte: ARF, O. (2015)
Tipo II
Indeterminado arbustivo

- Ramificação ereta e fechada;

- Caule ereto com poucos ramos laterais (2 a 3);

- Bom potencial produtivo;

- Boa capacidade de compensação quando têm


redução na população de plantas.
Tipo II
- Ramos curtos;

- Período de florescimento (10 a 15 dias);

- Pouca desuniformidade de maturação de vagens;

- Após floração, plantas continuam crescendo, porém em


ritmo mais lento;

- Ciclo mais longo em relação às do tipo I.

Ex: Jalo Precoce / Ouro / Juriti


Fonte: ARF, O. (2015)
Cultivar Safira
Fonte: ARF, O. (2015)
Tipo III
Indeterminado prostrado

- Grande número de ramificações;


- Ramificações abertas;
- Plantas prostradas / semi-prostradas com ramificações
desenvolvidas;
- Período de florescimento amplo (15 a 20 dias);
- Ciclo mais longo;
- Altamente produtivas.
Tipo III
-Caule principal e laterais podem ter aptidão trepadora;

-Excelente capacidade de compensação em baixas


populações de plantas;

- Constituem a maior parte dos cultivares em uso;

- Desuniformidade de maturação de vagens;

- Após floração, o caule principal e alguns laterais podem se


destacar como GUIAS;

Ex: Carioca / IAC Carioca / IAC Carioca Eté / Pérola


Fonte: ARF, O. (2015)
Fonte: ARF, O. (2015)
Tipo IV
Indeterminado trepador

- Baixo número de ramos laterais em cada nó;

- Ciclo mais longo;

- Colheita parcelada.
Tipo IV
- Ramos laterais pouco desenvolvidos;

- Caule principal (20-30 nós) com até mais de 2m


de altura (comprimento);

- Florescimento persiste por várias semanas;

• Devido ao seu longo período de floração, não é


recomendado que se realize a colheita da planta inteira,
visto que haverão vagens secas e verdes ao mesmo
tempo, na mesma planta.
Tipo IV
ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO
DO FEIJEIRO
ESTÁDIOS FENOLÓGICOS
Estádios fenológicos
• O desenvolvimento do feijoeiro compreende duas
grandes fases distintas:

• Fase vegetativa: vai da germinação até o aparecimento


dos primeiros botões florais.

• Fase reprodutiva: vai da emissão dos botões florais até o


pleno enchimento de vagens e a maturação das
sementes.
Estádios fenológicos

Fernadez et al., 1982.


Estádio V0 - germinação
• Inicio corresponde ao dia da semeadura em solo
úmido;
• Caracterizado pelo aparecimento da radícula;
• Feijão possui grande sensibilidade a falta e/ou
excesso de água após a semeadura;

• Temperaturas <12 ºC reduzem a taxa e a velocidade


de germinação das semente – enquanto, valores
próximos a 25 ºC favorecem.
Estádio V0 - germinação

Absorção água

Raíz primária
Estádio V1 - Emergência

• Caracterizado pela presença dos cotilédones


acima da superfície do solo;

• Ocorre o desdobramento da alça do hipocótilo;

• Alongamento do hipocótilo.
Estádio V1 - Emergência

Fonte: clubephytus.com
Estádio V2
• Folhas primárias (unifolioladas) em posição
horizontal;
• Cotilédones murcham nessa fase;
• Esta etapa dura cerca de 4 dias.

• Tamanho e conformidade das folhas primárias


pode estar relacionada:
• Tamanho da sementes;
• Incidência pragas e fungos de solo;
• Escassez de água;
• Vigor da semente.
Estádio V2

Folhas primárias unifolioladas


Estádio V3
• Inicia-se quando a 1ª folha trifoliolada
encontra-se plenamente desdobrada;

• Cotilédones – encontram-se em fase final de


exaustão e frequentemente já sofreram
abscisão;

• A planta passa a depender diretamente dos


nutrientes do solo;

• Período varia de 5 a 9 dias.


Estádio V3
1ª folha trifoliolada
Estádio V4
• A 3ª folha trifoliada está plenamente desdobrada e tem
início o processo de ramificação da planta;

• A ramificação depende de fatores como genótipo


(características da variedade), condições ambientais,
sistemas de produção adotados e densidade de
semeadura, além de outros;

• Esta etapa levar cerca de 15 dias**, sendo menor nos


cultivares de hábito arbustivo e mais longa no de
habito prostrado e trepadores.
Estádio V4
3ª folha trifoliolada
Estádio R5
• Caracterizado pelo aparecimento dos primeiros botões
florais;

• Nas variedades de hábito de crescimento indeterminado


(II, III e IV) o desenvolvimento vegetativo prossegue,
mediante a emissão de novos nós, ramos e folhas;

• O genótipo, a temperatura, restrições hídricas e


fotoperíodo são os principais elementos determinantes do
momento do aparecimento dos botões florais;

• Dura cerca de 10 dias.


Estádio R5
Estádio R6
• Caracterizado pela abertura das primeiras flores;

• Nas plantas de hábito de crescimento determinado


(TIPO I), a floração tem início no último nó da haste
principal e prossegue em sentido descendente;

• Nas plantas de hábito de crescimento


indeterminado (TIPOS II, III e IV), a abertura das
flores segue sentido ascendente.
Estádio R6

Fonte: www.revistacampoenegocios.com.br
Estádio R7
• Caracterizado pelo aparecimento das primeiras vagens,
apesar da planta continuar emitindo novas flores, por
tempo variável relacionado aos tipos de plantas
correspondentes;

• Nessa etapa, ocorre o crescimento longitudinal da primeira


vagem, até atingir seu comprimento máximo ( cerca de 8
dias);

• Deficiências hídricas nesse estádio proporcionam


diminuição da produção pela redução da fotossíntese e do
metabolismo da planta, pela queda de vagens jovens
(abortamento) e pela retração do tamanho das vagens em
fase de crescimento.
Estádio R7
Estádio R8
• Tem início com o enchimento da primeira vagem;

• A ocorrência de condições climáticas desfavoráveis,


principalmente falta de água e nutrientes, poderão
reduzir a produção, em número e peso de grãos;

• No final da presente etapa, evidencia-se o início do


processo de pigmentação das sementes e em seguida
das vagens.
Estádio R8

Foto: ARAÚJO, Sebastião José de


Estádio R9
• Caracterizado pela mudança da cor das vagens
(amarela ou pigmentada de acordo com a variedade);

• As sementes adquirem sua cor e brilho final;

• O processo de senescência da planta (amarelecimento


e queda das folhas) se acelera;

• Essas alterações ocorrem em cerca de 15 dias;

• Teor de agua das sementes no final de R9 é 15%:


colheita.
Estádio R9

Foto: ARAÚJO, Sebastião José de


As variações nos ciclos das cultivares são devidos principalmente à
etapa V4, que antecede a fase reprodutiva, e à R8, correspondente
ao período de enchimento das vagens, que são etapas mais longas.

Tipo I

Tipo IV
OBRIGADO

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